Homilia

Homilia da missa do dia de Corpus Christi - 03 de junho de 2021

15/06/2021

CATEDRAL SÃO JOSÉ – ERECHIM – RS DIA 03/06/2021 – “CORPUS CHRISTI”  1.     Nossa Saudação ao Vigário Geral Mons. Cleocir Bonetti, ao Pároco desta Catedral Pe. Alvise Follador. Ao saudá-los, o fazemos aos demais padres, diáconos, consagrados (as), seminaristas, irmãos e irmãs aqui presentes e todos que nos acompanham pelas redes sociais do Santuário N. Sra. de Fátima. Recordando o programa do nosso Jubileu Diocesano, hoje destacamos o JUBILEU EUCARÍSTICO. Fonte de vida para a Igreja. A Eucaristia faz a Igreja e a Igreja vive da Eucaristia. Ela é fonte e ápice de toda a ação da Igreja. (Cf. SC, 10).  2.     Nesta festa eucarística recordamos a centralidade da vida de nossas comunidades e de nossa fé ao longo da história. Por isso, em nossa diocese, promovemos o Jubileu Eucarístico para fortalecer a unidade na diversidade de nossas comunidades, de nossa Igreja Particular. A Eucaristia nos une em torno da mesma mesa, do mesmo pão e da mesma presença real de Jesus que nos alimenta com seu próprio Corpo e Sangue e nos sustenta na missão evangelizadora.  3.     A festa de Corpus Christi é uma das mais antigas na Igreja e foi instituída pelo Papa Urbano IV, em 1264 para ser celebrada na quinta-feira depois da Festa da Santíssima Trindade. E se a Trindade é uma comunidade de amor, a Eucaristia nos reúne em torno do grande gesto de amor de Cristo que se doa a nós.  4.     Caros irmãos e irmãs. Se percorrermos as páginas do Evangelho, vamos ver que muitas vezes Cristo nos fala do Pão da Vida: Ele afirma: “Eu sou o pão da vida. Se alguém comer deste pão viverá eternamente”; “O pão que eu darei é minha carne para a vida do mundo”. E outras mais.  5.     Já na última ceia, como vimos no Evangelho de hoje, Ele chega ao ponto alto de suas expressões, quando reunidos com seus discípulos, institui a Eucaristia. “Tomai e comei, isto é o meu corpo”. “Tomai e bebei, isto é o meu sangue”. “Fazei isto em memória de mim”. Anuncia o que de fato realizaria no alto da cruz – sua entrega para a vida do mundo.  6.     Já no final do primeiro século e início do segundo, afirmou Santo Ignácio de Antioquia: “A Eucaristia é remédio de imortalidade e reúne todos ao redor do Senhor Jesus Cristo e ao mesmo tempo o pão consagrado, é remédio de imortalidade, antídoto para não morrer, mas para viver em Jesus Cristo para sempre”. E prossegue: “A Eucaristia é o alimento para a vida eterna, que nos prepara para a unidade com o Senhor. Ela ajuda-nos a viver na caridade, no amor a Deus, ao próximo como a si mesmo”.  7.     Corpus Christi é uma festa que nos convida a manifestar nossa fé na presença real de Cristo na Eucaristia que se dá pela transubstanciação, onde, nas espécies do pão e do vinho está verdadeiramente presente Jesus Cristo em seu corpo, sangue, alma e divindade. A aparência de pão e de vinho continua a mesma, mas a sua substancia passa a ser o Corpo e Sangue de Cristo, ao repetirmos o mesmo gesto de Jesus na última ceia. Não é fazer memória, mas é torná-lo, de fato, presente na Eucaristia.  8.     Portanto, celebrar Corpus Christi é um convite a, publicamente, renovarmos nossa fé na presença real de Jesus na Eucaristia. “A Eucaristia, presença salvífica de Jesus na comunidade dos fiéis é seu alimento espiritual, é o que de mais precioso pode ter a Igreja no seu caminho ao longo da história” (Ecclesia de Eucharistia – São João Paulo II). “A Eucaristia é a minha autoestrada para o céu”, afirmava o jovem Beato Carlo Acutis. Um convite a compreendermos a sua importância em nossa vida cristã que nos sustenta não para esta vida, mas para a vida eterna. É antecipar nossa participação no banquete do céu.  9.     A Eucaristia gera comunhão, pois nela repartimos o pão da vida com os irmãos. Assim, no contexto da pandemia, vemos se agravar as necessidades de muitos de nossos irmãos que precisam de alimento para a vida do dia-a-dia. Muitas famílias estão passando por dificuldades. Assim, convidamos a todos a viver o sentido profundo da Eucaristia. Ela é comunhão, é partilha, é doação, que Cristo fez de si mesmo a nós. Da mesma forma nos pede a fazer a experiência da partilha do pão da solidariedade com os mais necessitados: “Daí pão a quem tem fome...” ou ainda: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. A partilha do pão material deve ser prolongamento da partilha eucarística:  Como nos diz a primeira leitura de hoje, recordando a vida das primeiras comunidades cristãs: “Partilhavam o pão com alegria e não havia necessitados entre eles” (At 2, 42-47).  10.                       Caríssimos irmãos e irmãs. Façamos esta experiência como grande ação de graças pelo amor doação que Cristo revelou a nós na ultima ceia e plenificou no mistério de sua cruz e seja este gesto, o compromisso de nosso Jubileu Eucarístico. Que no gesto generoso para com nossos irmãos e irmãs necessitados, expressemos nossa gratidão a Deus por ser sempre generoso conosco. Que a Eucaristia que celebramos sempre gere em nós uma comunhão de vida com Cristo e com os irmãos e irmãs.   “Louvado seja o Santíssimo Sacramento do altar!” Para sempre seja louvado! Amém!     Dom Adimir Antonio Mazali Bispo Diocesano de Erexim – RS