Homilia

HOMILIA NA CELEBRAÇÃO DA APARIÇÃO DA SALETTE - DIA 19/09/2020 – MARCELINO RAMOS

04/05/2021

SANTUÁRIO NOSSA SENHORA DA SALETTE HOMILIA NA CELEBRAÇÃO DA APARIÇÃO DA SALETTE - DIA 19/09/2020 – MARCELINO RAMOS 1.      Saudação: Pe. Renoir – Reitor do Santuário; demais padres, diáconos, noviços, consagrados (as), devotos e fiéis presentes neste Santuário (em número limitado devido à pandemia), fiéis que nos acompanham pelas redes sociais, ouvintes das rádios e outros meios de comunicação. 2.      Com grande alegria venho pela primeira vez a este Santuário de Nossa Senhora da Salette aqui em Marcelino Ramos. Como é bom estar na casa da mãe que se revela cheia de compaixão no seu grande amor para com todos os seus filhos e filhas e sua ternura que toca profundamente nossos corações. 3.      HÁ 174 anos, no dia 19 de setembro de 1846, Maria aparece a duas crianças chamadas Maximino e Melânia que pastoreavam rebanhos nos Alpes Franceses, em La Salette, na França. Eles se depararam com uma “Bela Senhora” que se encontrava chorando, o que teria chamado mais a atenção dos pequenos. 4.      Foi então que se aproximaram dela, que por sua vez, através de suas lágrimas de reconciliação, transmitiu um pedido para que fosse posteriormente difundido aos demais: eram palavras de conversão, de chamada de atenção, de Amor e Reconciliação. Por isso, Nossa Senhora da Salette é considerada a Mãe Reconciliadora de todos os pecadores. 5.      O contexto da Aparição de Maria na França era de um povo que se havia distanciado de Deus, blasfemava, que não guardava mais o domingo e que não vivia o mandamento do amor a Deus. Tomados pelas preocupações do mundo esqueciam-se das coisas de Deus. Maria sofre e quer a conversão de seus filhos. Por isso pede a reconciliação. 6.      Hoje, embora aparentemente distante daquele momento, o mundo vive a realidade da pandemia marcando uma história de dor, de sofrimento, de angústia, de incertezas e de morte. Mas marcado também por um descuido das coisas de Deus quando preocupados demais com o mundo material, com o econômico e o bem estar social. Uma sociedade individualista, autossuficiente e prepotente que acaba se dobrando diante de uma guerra silenciosa e invisível: a pandemia do coronavirus. 7.      É neste contexto também, que a mensagem de Nossa Senhora da Salette se torna mais do que nunca atual. Chama-nos para uma conversão. Chama-nos para a importância da vida como dom de Deus; para o valor da pessoa humana; dos relacionamentos sinceros; do valor da solidariedade; do valor do tempo para o outro e para Deus. Mais humanidade e menos materialismo. Mais família e comunidade e menos individualismo. Mais saúde e menos vícios. Mais paz e menos violência. Mais vida e menos morte. 8.      Maria continua sofrendo e chorando por amor de seus filhos e filhas que somos todos nós. Maria nos interpela a uma volta para seu Filho Jesus que espera ser amado e reconhecido como Senhor da vida e da história e acima de tudo como o único sentido de nossa existência. Espera que o amor de Deus manifestado em seu Filho Jesus seja assumido na mesma medida entre os seres humanos. 9.      Na liturgia de hoje, vemos em Maria a serva do Senhor que unida a seu Filho Jesus participa da obra da redenção em favor de toda a humanidade. Ela é a Arca da aliança firmada com a humanidade para estabelecer um novo começo com todas as criaturas. Ela é o sinal visível de um Deus que fez aliança com seu povo como nos narra a leitura do livro do Gênesis, mas que vai além de um simples sinal, torna-se espaço, torna-se instrumento de Deus que se encarna para renovar e salvar a humanidade, pois como nos reforça também a segunda leitura que, se estamos em Cristo, somos uma nova criatura. Em Cristo somos reconciliados com Deus. E Paulo nos interpela dizendo: “deixai-vos reconciliar com Deus”. 10.  Maria participa plenamente do projeto salvador de Deus quando se abre e diz sim para acolher o Mistério da Encarnação. Um sim dado em cada passo de Jesus, um sim dado até a realização da Redenção no alto da cruz. Maria participa da dor de seu Filho Jesus e dada por Mãe da humanidade, assume também as dores de todos e por isso quer também salvar de todos, conduzindo-nos a seu Filho Jesus. 11.  Ao celebramos estes 174 anos da aparição de Nossa Senhora da Salette e a invocarmos como reconciliadora dos pecadores, supliquemos que ela, Mãe da Compaixão, se compadeça de todos nós seus filhos e filhas, intercedendo junto a seu Filho Jesus, a graça que necessitamos para trilharmos um caminho de santidade, imitando Maria e seguindo Jesus, solidários com nossos irmãos e irmãs mais sofredores, compartilhando também dos sofrimentos de Maria que há tanto tempo sofre por nós e há tanto tempo nos pede conversão. 12.  Com nossos irmãos Saletinos, vivamos o Ano Mariano para celebrarmos juntos no próximo ano, com a graça de Deus e a superação da pandemia, os 175 anos da Aparição de Maria em La Salette na França e sua presença amorosa de Maria no meio de nós. 13.  Com o coração confiante lembramos o que repetimos na Oração: Lembrai-vos, ó Nossa Senhora da Salette, das lágrimas que derramastes por nós no Calvário. Lembrai-vos também, dos cuidados que, sem cessar, tendes por vosso povo, a fim de que em nome de Cristo, se deixe reconciliar com Deus. Reconfortados por vossa ternura, ó Mãe, eis-nos aqui suplicantes; Não rejeiteis nossa oração, Ó Virgem Reconciliadora, mas volvei o nosso coração para o vosso Filho. Alcançai-nos a graça de amar Jesus acima de tudo. Amém! Dom Adimir Antonio Mazali