Informativo Diocesanos

Informativo Diocesano
18/09/2022
SECRETARIADO DIOCESANO DE PASTORAL
www.diocesedeerexim.org.br E-mail: secretariado@diocesedeerexim.org.br
Fone/Fax: (54) 3522-3611
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
Ano 26 – nº. 1.369 – 18 de setembro de 2022

Agenda Pastoral: 
- Neste Domingo, às 18h, missa e encontro dos ex-festeiros do Santuário Diocesano N. Sra. de Fátima.
- Segunda-feira, às 10h, missa comemorativa da aparição de N. Sra. da Salette no Santuário Salette de Marcelino Ramos; à14h, reunião das coordenadoras paroquiais das zeladoras das capelinhas, no Centro Diocesano. 
- Quarta-feira, às 19h, reunião da Área Pastoral de Aratiba, na Barra do Rio Azul.
- Sexta-feira, às 19h, missa e crismas na igreja Santa Luzia, Bairro Atlântico, Erechim.
- Sábado, das 13h30 às 17h, encontro de formação de agentes da Pastoral da Pessoa Idosa em Estação, incluindo a Paróquia de Getúlio Vargas; às 18h, Crismas na igreja Sta. Luzia, Atlântico, Erechim.
- Domingo – 26º DTC-B - 87ª Romaria da Salette em Marcelino Ramos; às 18h, Crismas na igreja Santa Luzia, Bairro Atlântico, Erechim.

Padres da Diocese de Erexim refletem a mística do cuidado em sua vida e ministério: 
A Pastoral Presbiteral da Diocese de Erexim promoveu um encontro de reflexão para os padres da mesma segunda-feira e terça-feira até ao meio-dia, 12 e 13, no Seminário N. Sra. de Fatima sobre a mística da espiritualidade na vida presbiteral, com assessoria do Pe. Rudinei Lasch, da Diocese de Cachoeira do Sul, Presidente da Comissão Regional de Presbíteros e Secretário da Comissão Nacional do Clero. A partir de passagens do Evangelho que revelam o cuidado de Jesus com as pessoas e do seu ensinamento, como a parábola do bom samaritano, que sentiu compaixão, dedicou tempo ao machucado à beira do caminho, curou as feridas, conduziu à hospedaria e se preocupou posteriormente com o ferido, o assessor aprofundou aspectos da natureza do cuidado como atitude fraterna e a dimensão curativa na vida presbiteral, a comunhão e a missão dos presbíteros, o convite de Cristo aos apóstolos a irem a um lugar à parte para descansar, o cuidado dos presbíteros com seu povo e entre si. Para o assessor, baseado no livro “Novo presbítero católico sob a mística do cuidado”, do Pe. Jésus Benedito dos Santos e no Texto-Base do 18º Encontro Nacional de Presbíteros em maio deste ano sobre comunhão e participação, o cuidado é uma atitude de ocupação, preocupação e aproximação vincular com o outro que compartilha e, ao mesmo tempo, possibilita a experiência humana e o reconhecimento dele como pessoa. É uma expressão que visa traduzir a mística do Mestre Jesus na atualidade como Bom Pastor. Relacionou as diversas imagens da identidade presbiteral ao longo da história, pastor, profeta, servo, padre, sacerdote, perito em humanidade, homem da proximidade, de oração, da misericórdia, de sacrifício, da comunicação, ecumênico e aberto ao diálogo inter-religioso, irmão universal. Além das reflexões de forma participativa, o assessor motivou um momento de partilha entre os participantes sobre experiências de cuidado a coirmãos e de serem por eles cuidados. 

Dados biográficos do assessor: 
Pe. Rudinei nasceu no dia 22 de fevereiro de 1983, em Cachoeira do Sul. Cursou Filosofia e Teologia na Faculdade Palotina de Santa Maria. Tem mestrado em Teologia Sistemática sobre o acolhimento na Igreja desenvolvendo a tese “A Igreja como casa da hospitalidade cristã”, tendo como orientador o Mestre em Teologia o frei capuchinho Luiz Carlos Suzin, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Atualmente é Pároco da Paróquia Sagrada Família em Arroio do Tigre, Presidente da Comissão Regional de Presbíteros (CRP) e Secretário da Comissão Nacional do Clero (CNC). 

Políticas Públicas de assistência social em encontro de agentes voluntários de Cáritas da Diocese de Erexim: 
Mais de 50 agentes voluntários de Cáritas da Diocese de Erexim participaram de encontro de formação na tarde de terça-feira, 13, dia de São João Crisóstomo, bispo e Doutor da Igreja, na sala São José, na proximidade do Santuário de Nossa Senhora de Fátima, conduzido pelo coordenador diocesano do setor, João Alberto Agnoletto. Ao visitar o grupo, Monsenhor Agostinho Dors, Vigário Geral da Diocese e Pároco da Paróquia São Francisco de Assis, Bairro Progresso, Erechim, comentou o evangelho do dia, ressaltando a palavra “levanta-te” de Jesus ao jovem morto da viúva de Naim, em cortejo para o sepultamento, devolvendo-o vivo para sua mãe. Esta palavra é dirigida hoje especialmente a quem se encontra em situação de prostração. Em nome do Bispo Diocesano que estava em viagem de regresso de curso em Roma, agradeceu a presença dos agentes e das assessoras. Destacou importância da formação permanente. O coordenador diocesano apresentou, então, as palestrantes, Sr.ª Cristiane Rodrigues, Assistente Social e Secretária Adjunta da Secretaria de Assistência Social do município de Erechim, acompanhada por Sandra Signor Psicóloga e Diretora Técnica Social da Secretaria. A senhora Cristiane discorreu sobre temas relevantes a respeito de políticas públicas da Assistência Social, em âmbito federal, bem como ações desenvolvidas no município de Erechim. Segundo ela, o objetivo da Secretaria é de garantir a proteção social aos cidadãos, ou seja, apoio a indivíduos, famílias e à comunidade no enfrentamento de suas dificuldades, por meio de serviços, benefícios, programas e projetos. Salientou a importância da apresentação dos serviços e ações da Secretaria de Assistência Social aos agentes de Cáritas, em vista de trabalho conjunto resultando em maior atenção aos mais desassistidos, proporcionando atendimento com dignidade, orientando para encaminhamentos necessários e contribuindo para a promoção socioeconômica através de qualificação e orientações para que possam ser incluídos no mercado de trabalho.

Processo de elaboração das novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja Católica no Brasil: 
Os Bispos participantes da 59ª Assembleia Geral de sua Conferência, além da Mensagem ao povo brasileiro, enviaram carta à Igreja Católica no Brasil relatando assuntos tratados na mesma e apresentando encaminhamentos para os próximos anos. Ressaltam aspectos da vida das comunidades, desafios da realidade para a ação evangelizadora e o processo para as novas Diretrizes Gerais para a mesma. Desejam prolongar o exercício da escuta. Para o próximo ano propõem tempo de discernimento e compreensão das atuais Diretrizes; em 2024, recepção e aprofundamento das indicações do documento final do Sínodo em curso, e à oração, como preparação imediata ao Jubileu Ordinário de 2025; em 2025, no contexto do Jubileu, na 62ª Assembleia Geral da CNBB, apresentação da nova redação do texto das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, fruto maduro de todo esse percurso paciente e participativo.

Papa Francisco convida os jovens voltar a partir apressadamente para encontros concretos: 
Segunda-feira, 13, foi divulgada a Mensagem do Papa Francisco para a 37ª Jornada Mundial da Juventude a ser celebrada na Solenidade de Cristo Rei, em 20 de novembro próximo, nas Dioceses católicas de todo o mundo, e em Lisboa em agosto do próximo ano com o tema “Maria levantou-se e partiu apressadamente”. Nela, convida a todos a seguir os passos de Maria para encontrar Jesus e ir ao encontro de quem é diferente. Recorda os atuais tempos difíceis marcados pela pandemia e pelo drama da guerra. No início da mensagem, o Papa menciona o tema da Jornada Mundial da Juventude do Panamá, “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”, reiterando que "depois daquele evento, retomamos o caminho para uma nova meta – Lisboa 2023 –, deixando ecoar em nossos corações o premente convite de Deus a levantar-nos". O verbo levantar é uma palavra que "significa também “ressuscitar”, “despertar para a vida”". Francisco expressa profundo desejo de que a experiência que muitos jovens vivam em Lisboa, no mês de agosto do próximo ano, e represente um novo começo para eles, com eles e para toda a humanidade. Refletindo sobre aspectos do tema, ele observa que há uma pressa boa, aquela que nos impele sempre para alto e para o outro, mas que há também uma pressa não boa, como, por exemplo, a pressa que leva a viver superficialmente, tomar tudo levianamente sem compromisso nem atenção, sem envolvimento real no que se faz; a pressa de quando se vive, se estuda, se trabalha, se convive com os outros sem colocar nisso a cabeça e menos ainda o coração. O Papa destaca que é tempo de se voltar a partir apressadamente para encontros concretos, para um real acolhimento de quem é diferente, como acontece entre a jovem Maria e a idosa Isabel. Só assim se vai superar as distâncias entre gerações, entre classes sociais, entre etnias, entre grupos e categorias de todo o gênero, e também as guerras. Os jovens são sempre a esperança de uma nova unidade para a humanidade fragmentada e dividida, mas somente se tiverem memória, apenas se escutarem os dramas e os sonhos dos idosos. No final da mensagem, Francisco recorda a aparição de N. Sra. em Fátima no início do século passado manifestando a todas as gerações a mensagem forte e maravilhosa do amor de Deus que chama à conversão, à verdadeira liberdade. Conclui retomando o convite a todos para viver o encontro em Lisboa no próximo ano.

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Informações da semana
Do dia 15/9/22
Bispos do regional Sul 1 da CNBB se unirão ao Papa em visita Ad Limina Apostolorum de 19 de setembro a 1º de outubro
Para a animação pastoral da Igreja no Brasil, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) dividiu o país em 19 regionais. Dentre eles, o Regional Sul 1 que compreende as arquidioceses, dioceses e as eparquias do Estado de São Paulo. Em sua organização, sete sub-regiões compõem a estrutura pastoral paulista, a saber, Aparecida, Botucatu, Campinas, Ribeirão Preto I, Ribeirão Preto II, São Paulo e Sorocaba. Nesta disposição, estão divididas as seis arquidioceses e as 36 dioceses do Estado.
De 19 de setembro e 1º de outubro, em dois grupos, o episcopado paulista participará da Visita Ad Limina Apostolorum. De tradução literal latina, Visita aos Túmulos dos Apóstolos, os bispos do Regional Sul 1, como legítimos sucessores dos apóstolos, para o bem de suas dioceses e de toda a Igreja (Diretório da Visita Ad Limina, n. 1.1, 1988), manifestarão a comunhão eclesial com o Papa Francisco, sucessor de São Pedro Apóstolo.
Como uma verdadeira peregrinação à diocese de Roma, rezando sobre os túmulos dos apóstolos Pedro e Paulo que, pela doutrina foram mártires no seguimento a Jesus Cristo, com profundo significado espiritual, os bispos terão a oportunidade de promover e favorecer a comunicação entre as dioceses do Estado e a Santa Sé por meio de “um intercâmbio de informações e uma divisão de solicitude pastoral sobre problemas, experiências, sofrimentos, orientações e projetos de trabalho e de vida” (Introdução do Diretório da Visita Ad Limina, 1988).
Partilha da ação evangelizadora
Na Carta aos Gálatas, São Paulo escreve: “três anos mais tarde, fui a Jerusalém, para conhecer Céfas, e fiquei com ele quinze dias” (1, 18). Assim, ele indica-nos sua conversão a nosso Senhor e convicção de seu chamado. No mesmo livro bíblico, quatorze anos mais tarde, o Apóstolo encontra-se novamente com São Pedro para partilhar a ação evangelizadora junto aos gentios para não acontecer que estivesse corrido em vão (cf. 2, 2).
Ambas narrações já demonstram a comunhão com Pedro, aquele a quem Jesus confiou a Igreja, concedendo-lhe as chaves do Reino dos céus (cf. Mt 16,19), abrem-nos a fundamentação bíblica para compreendermos a visita do episcopado ao Papa Francisco e trazem-nos “um enriquecimento de experiências também ao ministério petrino e ao seu serviço de iluminar os graves problemas da Igreja e do mundo entendidos em conotações diferentes de acordo com os lugares, os tempos e as culturas”, (Introdução do Diretório da Visita Ad Limina, 1988).
Deste modo, a visita trata-se de “um instrumento e uma expressão concreta da catolicidade da Igreja, da unidade do colégio dos Bispos incorporada na pessoa do sucessor de São Pedro e marcada pelo lugar do seu martírio” (Nota Teológica do Diretório da Visita Ad Limina, 1988) na firme certeza de que, sendo Cristo o nosso mediador junto ao Pai, a Igreja é a unidade criada pelo Espírito Santo! Assim, toda a programação de nossos bispos nos próximas dias manifesta que, na Igreja, “a unidade tem um nome: Pedro, e uma sede: Roma” (Nota Teológica do Diretório da Visita Ad Limina, 1988).
Em suas arquidioceses e dioceses, nossos 49 bispos “transmitem a mesma fé, perpetuam a mesma missão salvífica, comunicam os mesmos sacramentos da graça, edificam e mantêm na unidade a mesma comunidade de crentes” (Nota Espiritual-Pastoral do Diretório da Visita Ad Limina, 1988) e, por ocasião desta visita, expressam a íntima relação entre suas dioceses e a Igreja em todo o mundo. Em nosso episcopado, peregrino em Roma e em união com o ministério petrino, “as Igrejas particulares se integram na Igreja universal e esta as alimenta” (Nota Espiritual-Pastoral do Diretório da Visita Ad Limina, 1988).
Nosso convite aos agentes de pastoral e a todo povo fiel é de orar pelos nossos bispos para que, nos próximos dias, com eles, nossos olhos e corações estejam voltados à Roma e, desta amada cidade, de onde o Papa Francisco pastoreia toda a Igreja, recebamos “luz, orientação, conforto e apoio” (Nota Espiritual-Pastoral do Diretório da Visita Ad Limina, 1988) para seguirmos a missão evangelizadora no Regional Sul 1 da CNBB.Fonte: CNBB
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Pastorais Sociais acompanhadas pela Comissão Sociotransformadora da CNBB se preparam para o 18º Congresso Eucarístico
A Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora (Cepast) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) estará presente no 18º Congresso Eucarístico Nacional (CEN) por meio de suas pastorais, organismos e articulações sociais.  A Cepast da CNBB acompanha, anima e mobiliza 32 iniciativas que se concretizam em ações junto e com o povo com a missão de fortalecer a participação da Igreja na formação do desenvolvimento humano integral para a construção de uma sociedade justa e solidária e que também promove o respeito aos direitos humanos, à luz do Evangelho, da Doutrina Social da Igreja e da opção pelos pobres.
Essas 32 expressões sociotransformadoras da Igreja no Brasil se farão presentes no 18º CEN, que ocorre na arquidiocese de Olinda e Recife (PE), nos dias 11 a 14 de novembro de 2022, por meio de uma exposição e programação específica, no hall do Teatro Guararapes, no Centro de Convenções de Pernambuco onde ocorrera o CEN. A atividade fará parte da programação oficial do Congresso e estará disponível para o grande público no decorrer de todo o Congresso.
A apresentação dos serviços realizados por essas iniciativas se dará através de banners, panfletos e audiovisuais distribuídos e apresentados nos stands. Além da exposição, haverá rodas de conversas, oficinas e lançamentos em salas próximas do hall e no auditório Brum. A exposição vai reunir as coordenações nacionais de cada pastoral específica, agentes das pastorais vinculadas às dioceses de Pernambuco, dos estados do regional Nordeste 2 da CNBB, além das demais representações de toda a Igreja do Brasil.
    O presidente da Comissão Arquidiocesana Pastoral para Ação Sociotransformadora de Olinda e Recife e vigário episcopal do Vicariato Beberibe, padre Hélio Nascimento, ressalta a importância da participação das pastorais sociais no 18º CEN. “Pensar num Congresso Eucarístico é acolher as pastorais sociais, ainda mais levando em consideração ao tema que é proposto: ‘Pão em todas as mesas’. São nas pastorais sociais que encontramos quem está com fome de pão e de tantas outras necessidades. Tudo está inserido”, disse. O lema desta edição é: “Repartiam o pão com alegria e não havia necessitados entre eles” (At 2,46).
Aberto o credenciamento de veículos de comunicação
A Comissão de Comunicação do 18º CEN abre as inscrições para credenciamento dos profissionais da Imprensa que desejam cobrir o evento. O processo tem início nesta quinta-feira (15) e segue até 15 de outubro, através da internet pelo site cen2020.com.br/imprensa.
O cadastro para os profissionais e empresas de comunicação se dará em duas etapas. Na primeira fase, com duração de 30 dias, os inscritos irão informar os dados pessoais – nome, CPF, data de nascimento, e-mail funcional e telefone – bem como da empresa os quais fazem parte. Uma identificação positiva se dará através de ligação telefônica até o dia 25 de outubro, para que de fato o registro seja concluído, com o envio de um novo e-mail garantindo o credenciamento.
A entrega da credencial será liberada após apresentação de documento oficial com foto e irá ocorrer de 7 a 10 de novembro, das 7h às 16h, na Cúria Metropolitana, localizada na Avenida Rui Barbosa, número 409, no bairro das Graças, no Recife. A partir de 11 de novembro, o serviço segue para a área exclusiva de credenciamento, no Centro de Convenções de Pernambuco (Cecon), local que irá acolher a Central de Comunicação Dom Helder Camara.
Inscrições ao XVIII CEN
As pessoas interessadas em participar do Congresso devem realizar o cadastro pelo endereço eletrônico: https://cen2020.com.br/inscricoes/ Ao acessar a página, é necessário escolher entre as abas “Público em Geral” ou “Bispos, Padres e Diáconos” e preencher o formulário com dados pessoais, tais como nome completo, e-mail e qual diocese ou arquidiocese pertence.
Fonte: CNBB
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Pastoral Familiar inaugura novos espaços em sua sede nacional
A Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) inaugura, nesta quinta-feira, 15 de setembro, novos espaços em sua sede nacional, em Brasília (DF). Uma missa, às 18h, dará início à cerimônia de abertura das estruturas que estarão a serviço da Pastoral e de movimentos que atuam na evangelização e cuidado, promoção e defesa da vida e das famílias no Brasil.
Estarão presentes no evento o bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoepers; o bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado; os casais coordenador e vice-coordenador nacionais da Pastoral Familiar, Solange e Alisson Schila e Milton e Lourdes Morais; o assessor da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB e secretário executivo da CNPF, padre Crispim Guimarães; além de representantes de movimentos e outros convidados.
Reforma
Realizada nos últimos meses, a reforma na sede da CNPF contou com a construção de um galpão para o armazenamento e expedição de publicações. Com isso, o auditório que ficava ocupado com caixas de livros será reaberto para uso em reuniões.
Foram construídas ainda duas suites para receber coordenadores e assessores da Pastoral Familiar que estejam participando de alguma atividade em Brasília; e uma copa.
Na área externa, foi instalado um sistema de energia solar, com placas fotovoltaicas, e um sistema de irrigação para o jardim. Antes uma área vazia, o pátio tem a partir de agora um paisagismo com uma ermida ao centro. Nela, estarão uma imagem da Sagrada Família e relíquias do casal patrono do X Encontro Mundial das Famílias, Luiz e Maria Beltrame Quattrocchi.
Sede
Conhecida pela sigla Secren, a sede da CNPF e da Secretaria Executiva Nacional da Pastoral Familiar está instalada num terreno cedido há mais de duas décadas pela arquidiocese de Brasília, no lote do Santuário do Santíssimo Sacramento, na quadra 606 Sul.
No local, a equipe de colaboradores atua no atendimento de agentes que fazem as formações do Instituto Nacional da Família e da Pastoral Familiar (Inapaf) e na produção, venda e expedição dos materiais que animam e conduzem a atuação da Pastoral em todo o Brasil.
O grupo, coordenado pelo secretário executivo, também dá suporte às atividades pastorais realizadas e na promoção de eventos, como as Semanas Nacionais da Família e da Vida, Simpósio e Congresso nacionais. Além disso, serão operacionalizadas as iniciativas de comunicação, como o portal Vida e Família e as redes sociais.
Fonte: CNBB
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13º Congresso dos Institutos Seculares da América Latina e Caribe
Institutos Seculares da América Latina e Caribe – CISAL
Mística e Profecia na Secularidade “O que ouvi Dele é o que eu falo ao mundo” Jo 8, 26
São Paulo, Brasil, 01 a 06 de agosto de 2023
Conferência Nacional dos Institutos Seculares do Brasil sedia Congresso Latino-Americano
O evento acontecerá em São Paulo, entre 1º e 06 de agosto de 2023.
A Conferência Nacional dos Institutos Seculares do Brasil (CNISB) vai sediar e organizar o XIII CONGRESSO DOS INSTITUTOS SECULARES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE que vai acontecer em São Paulo, de 01 a 06 de agosto de 2023.
O tema que vai nortear o Congresso é “Mística e Profecia na Secularidade” buscando escutar os novos apelos da América Latina e do Caribe e, ao mesmo tempo, descobrir novas formas de ação e fortalecimento da identidade da consagração secular.
Como palavra iluminadora, o texto bíblico do Evangelho de São João 8, 26: “O que ouvi Dele é o que eu falo ao mundo” que passa por múltiplas transformações, decorrentes da sociedade líquida, da cultura descartável, da pandemia e outras novasrealidades emergentes no contexto internacional.
Reunindo Institutos de todo o continente latino-americano e caribenho, o Congresso será uma oportunidade de fortalecimento de nossa Identidade e missão como Instituto Secular.
O Congresso terá como objetivo geral discernir, aprofundar e atualizar como caminhamos “ocupadas (os) no hoje de Deus”, fazendo uma releitura da realidade Latino-Americana e Caribenha, iluminados pela Palavra de Deus, a Doutrina Social da Igreja e as ciências sociais, buscando escutar os novos apelos do continente. Também, queremos descobrir novas formas  de ação e fortalecimento da identidade da consagração secular.
Em sua décima terceira edição, desde 1975, os Institutos Seculares, reunidos nesse espaço de discussão, tem tratado de assuntos que envolvem o acrescimento e expansão, bem como a divulgação da Vida Consagrada Secular e os carismas presentes na América Latina e Caribe.
Nessa tradição, emerge sempre a preocupação de refletir sobre a identidade, missão e sobre o sentido desse estilo de consagração.
Para dinamizar a vivência desse importante momento, dom do Espírito Santo para a Igreja do Brasil e para todos nós consagrados e consagradas seculares deste Continente, o Congresso será precedido de lives com transmissão pelo youtube, sendo a primeira de abertura do pré-Congresso, no próximo dia 22 de setembro e as seguintes em março-2023 com o tema da Mística, em abril-2023, Secularidade e em junho-2023. com o tema da Profecia.
Fonte: CRB
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O cristão e a democracia: Como ser democrático seguindo os princípios cristãos?
Escrito por Lais Silva
Dia 15 de setembro é celebrado o dia internacional da democracia, esse que é o regime político vigente no Brasil. Em ano de eleição essa é uma palavra muito citada em notícias, debates e conversas, mas afinal, o que a democracia significa?
 Esta palavra representa a “voz do povo”, isso porque a democracia é o poder de governo que vem do povo, mas como não é possível que todos governem ao mesmo tempo, um representante é escolhido para que possa governar em nome de todos.
A eleição é um momento importante para a realidade e o futuro de um país; é um direito e uma obrigação. Por este motivo, é importante que todo cidadão apto para votar, cumpra seu papel. 
A democracia representa liberdade, participação e compromisso, por isso, se você abre mão de votar em uma eleição, por exemplo, você abre mão de sua liberdade de escolha, sua participação no processo eleitoral e o compromisso com o futuro do seu município e do seu país.
Como um cristão deve escolher seu candidato?
Não existe um método para se escolher um candidato, além disso, na democracia cada um escolhe o candidato de acordo com aquilo que acredita ser o melhor para todos, ou o melhor para o seu país.
Mas se levarmos em conta aquilo que Jesus nos ensina quando diz: “Eu vim para que tenham a vida e a tenham em abundância”, (João 10,10), isso significa que todos devem ter uma vida digna, uma vida plena e integral.
A política vem para assumir esse papel de proporcionar a todos os mesmos direitos e as mesmas condições, como: educação, moradia, saúde, segurança, trabalho, qualidade de vida, etc. Se pensarmos desta forma, teremos um caminho a seguir como orientação no momento de escolha de um representante.
Papa Francisco pede para que ninguém seja esquecido, isso inclui todos os irmãos. Uma política que segue esse pilar de caridade, é uma política a favor dos pobres e menos favorecidos, a favor da ecologia integral, direitos das crianças e dos jovens, direitos das mulheres, dos índios e principalmente projetos para o futuro.
"Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". (João 8, 32)
Muitos se decepcionam com a política e se afastam das informações, mas é ela que nos guia e nos mostra o caminho para as escolhas mais corretas. A Igreja tem se preocupado em levar a informação para todos de forma imparcial e séria, seja na divulgação de materiais de apoio e informação ou cursos como o que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou sobre Fake News.
Diversos materiais já foram divulgados, como a “Cartilha de Orientação Política 2022 – A política melhor”, da CNBB, e também a “Cartilha Encantar Política”, da Rede de fé e política junto de outras instituições, que traz temas como: a ‘universalidade do amor cristão’, ‘amizade social e ética da política’, ‘as grandes causas do evangelho’, ‘cuidado com a casa comum’, ‘eleições e democracia’.
Fonte: A12.com
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O Papa Francisco: é difícil dialogar com quem iniciou uma guerra, mas se deve fazê-lo
Francisco no voo de volta do Cazaquistão conversa com os jornalistas: "o Ocidente em decadência gera populismos, na política devemos recomeçar a partir dos valores". "Com a China, serve a paciência do diálogo".
Devemos dialogar, sempre. No voo de volta a Roma, o Papa Francisco responde às perguntas dos jornalistas que o acompanharam ao Cazaquistão e volta a falar sobre a guerra na Ucrânia, sobre o direito à defesa, do tráfico de armas. Mas fala também sobre o papel da política e do Ocidente em uma crise de valores que corre o risco de gerar populismos. Respondendo a uma pergunta sobre a situação na Alemanha, Francisco explica que a Igreja precisa de pastores, não de planos pastorais. No início da coletiva de imprensa, o Papa desejou um feliz aniversário à jornalista do jornal italiano Avvenire Stefania Falasca e depois fez servir um bolo para festejá-la.
Zhanat Akhmetova, TV AGENCY KHABAR
"Bom dia Santo Padre. Muito obrigado por sua visita ao Cazaquistão, qual é o resultado de sua visita, às origens de nosso povo, o que o inspirou"?
"Para mim foi também uma surpresa. Porque eu realmente da Ásia Central - exceto pela música de Borodin - não sabia de nada. Foi uma surpresa encontrar os representantes dessas nações. E também o Cazaquistão foi realmente uma surpresa porque eu não esperava que fosse assim. Eu sabia que é um país, é uma cidade, que se desenvolveu bem, com inteligência. Mas encontrar, após trinta anos desde a independência, tal desenvolvimento, eu não esperava. Então, um país tão grande, com dezenove milhões de habitantes... Inacreditável. Muito disciplinado, e bonito. Com muitas belezas: a arquitetura da cidade bem equilibrada, bem disposta. Uma cidade moderna, uma cidade que eu diria talvez "do futuro".
Foi isso que me impressionou tanto: o desejo de avançar não apenas na indústria, no desenvolvimento econômico e material, mas também no desenvolvimento cultural. Foi uma surpresa que eu não esperava. Depois o Congresso... uma coisa muito importante. Está em sua sétima edição. O que significa que se trata de um país com visão, que faz dialogar aqueles que normalmente são descartados. Porque existe uma concepção progressiva do mundo para o qual a primeira coisa a ser descartada são os valores religiosos. É um país que se apresenta ao mundo com tal proposta... já fez sete vezes, é maravilhoso! Então, se houver tempo, eu voltarei a falar sobre este encontro inter-religioso. A senhora pode se orgulhar do seu país, da sua pátria.
Rudiger Kronthaler, ARD
"Santo Padre obrigado por sua mensagem de paz, eu sou alemão como se pode ouvir do meu sotaque. Meu povo é responsável por milhões de mortes há oitenta anos. Gostaria de fazer uma pergunta sobre a paz, já que meu povo é responsável por milhões de mortes. Nós aprendemos na escola que nunca se deve usar armas, nunca a violência: a única exceção é a autodefesa. Na sua opinião, neste momento é preciso dar armas à Ucrânia?"
"Esta é uma decisão política, que pode ser moral, moralmente aceita, se for feita de acordo com as condições de moralidade, que são muitas, e então podemos falar sobre isso. Mas pode ser imoral se for feito com a intenção de provocar mais guerra ou vender as armas ou descartar as armas que não preciso mais. A motivação é a que em grande parte qualifica a moralidade deste ato. Defender-se não é somente lícito, mas também uma expressão de amor à Pátria. Aquele que não se defende, aquele que não defende algo, não ama, enquanto aquele que defende, ama. Aqui se toca uma outra coisa que eu disse em um de meus discursos, ou seja, que se deve refletir mais sobre o conceito de guerra justa. Porque hoje todos falam de paz: há tantos anos, há setenta anos as Nações Unidas falam de paz, fazem tantos discursos sobre a paz. Mas quantas guerras estão acontecendo neste momento? A que o senhor mencionou, Ucrânia-Rússia, agora Azerbaijão e Armênia, que parou um pouco porque a Rússia saiu como garante, garante da paz aqui e faz guerra lá... Depois há a Síria, dez anos de guerra, o que está acontecendo lá que não para a guerra? Que interesses movem estas coisas? Depois há o Chifre da África, depois o norte de Moçambique ou a Eritréia e uma parte da Etiópia, depois Myanmar com este povo sofredor que tanto amo, o povo Rohingya que gira, gira e gira como um cigano e não encontra paz.
Mas estamos em uma guerra mundial, por favor... Lembro de uma coisa pessoal, quando criança, eu tinha nove anos de idade. Lembro-me de ouvir o alarme do maior jornal de Buenos Aires: naquela época, para festejar ou dar más notícias, soava o alarme - agora já não soa mais - e podia ser ouvido em toda a cidade. A mãe disse: "O que está acontecendo?". Estávamos em guerra, no ano de 1945. Uma vizinha veio até a casa e disse: "O alarme soou..." e chorava: "a guerra acabou"! E hoje vejo mamãe e a vizinha chorando de alegria porque a guerra acabou, em um país sul-americano, tão distante! Estas mulheres sabiam que a paz é maior que todas as guerras e choravam de alegria quando a paz foi feita. Eu não me esqueço disso. Eu me pergunto: não sei se hoje estamos com um coração educado para chorar de alegria quando vemos a paz. Tudo mudou. Se você não faz guerra, você não é útil! Depois há a fábrica de armas.
Este é um negócio assassino. Alguém que entende de estatísticas me disse que se você parasse de fabricar armas por um ano se resolveria toda a fome do mundo... Eu não sei se é verdade ou não. Mas fome, educação... nada, não se pode porque tem que se fazer armas. Em Gênova, há alguns anos, há três ou quatro anos, chegou um navio carregado de armas que deveriam ser transferidas para um navio maior que estava indo para a África, perto do Sul do Sudão. Os trabalhadores das docas não quiseram fazer isso, e isso lhes custou, mas disseram: "Eu não colaboro". É uma anedota, mas que nos faz sentir uma consciência de paz. O senhor falou de sua Pátria. Uma das coisas que aprendi de vocês é a capacidade de arrepender-se e pedir perdão pelos erros da guerra. E também, não apenas de pedir perdão, mas de pagar pelos erros da guerra: isto diz bem de você. É um exemplo que se deveria imitar. A guerra em si é um erro, é um erro! E nós neste momento estamos respirando este ar: se não há guerra, parece que não há vida. Um pouco confuso, mas já disse tudo o que queria dizer sobre a guerra. Mas o direito à defesa, sim, mas usá-lo quando necessário".
Sylwia Wysocka, PAP
"Santo Padre, o senhor disse: não podemos jamais justificar a violência. Tudo o que está ocorrendo na Ucrânia agora é pura violência, morte, destruição total por parte da Rússia. Nós, na Polônia, temos uma guerra tão próxima de nossas portas, com dois milhões de refugiados. Gostaria de perguntar se o senhor acha que existe uma linha vermelha além da qual não se deveria dizer: estamos abertos ao diálogo com Moscou. Porque muitos têm dificuldade de entender esta disponibilidade. E eu também gostaria de perguntar se a próxima viagem será para Kiev".
"Vou responder isso, mas prefiro que as perguntas sobre a viagem sejam feitas primeiro... Acho que é sempre difícil entender o diálogo com os Estados que iniciaram a guerra, e parece que o primeiro passo foi dado de lá, daquele lado. É difícil, mas não devemos descartar isso, devemos dar a oportunidade de diálogo a todos, a todos! Porque há sempre a possibilidade de que no diálogo se possam mudar as coisas, e também oferecer outro ponto de vista, outro ponto de consideração. Não excluo o diálogo com qualquer potência, seja em guerra, que seja o agressor... às vezes o diálogo se deve fazer assim, mas se deve fazer, 'tem mau cheiro', mas tem que ser feito. Sempre um passo à frente, uma mão estendida, sempre! Porque, ao contrário, fechamos a única porta racional para a paz. Às vezes não aceitam o diálogo: que pena! Mas o diálogo deve ser sempre feito, pelo menos oferecido, e isto faz bem para quem o oferece; faz respirar".  
Loup Besmond de Senneville, LA CROIX
"Santidade, muito obrigado por estes dias na Ásia Central. Durante esta viagem muito se falou de valores e de ética, em particular durante o Congresso Inter-religioso foi evocada, por parte de alguns líderes religiosos, a perda do Ocidente por causa da sua degradação moral. Qual é a sua opinião sobre isto? O senhor considera que o Ocidente se encontra em um estado de perdição, ameaçado pela perda de seus valores? Refiro-me particularmente ao debate sobre a eutanásia, sobre o fim da vida, um debate que ocorreu na Itália, mas também na França e na Bélgica.
"É verdade que o Ocidente, de modo geral, no momento não está no nível mais alto de exemplaridade. Não é uma criança de primeira comunhão, não realmente. O Ocidente tomou caminhos errados, pensemos por exemplo na injustiça social que existe entre nós, há países que se desenvolvem um pouco na justiça social, mas penso no meu continente, a América Latina que é Ocidente. Pensemos também no Mediterrâneo, que é Ocidente: hoje é o maior cemitério, não da Europa, mas da humanidade. Como o Ocidente se perdeu a ponto de esquecer de acolher, quando, na verdade, precisa de pessoas. Quando se pensa no inverno demográfico que temos: precisamos de pessoas: tanto na Espanha - na Espanha sobretudo - também na Itália há cidadezinhas vazias, apenas vinte velhinhas, e nada mais. Mas por que não se faz uma política ocidental onde os imigrantes sejam incluídos com o princípio de que o imigrante deve ser acolhido, acompanhado, promovido e integrado? Isto é muito importante, integrar, mas em vez disso "não", deixa-se tudo vazio. É uma falta de compreensão dos valores, considerando que o Ocidente viveu esta experiência, somos países que migraram. No meu país - que acredito sejam 49 milhões de habitantes atualmente - temos uma porcentagem de menos de um milhão de nativos, todos os outros têm raíz migrante. Todos: espanhóis, italianos, alemães, eslavos poloneses, da Ásia Menor, libaneses, todos... Ali o sangue se misturou e esta experiência nos ajudou muito. Também, por razões políticas, a situação não está boa nos países latino-americanos, mas creio que a migração deve ser levada a sério no momento, porque eleva o valor intelectual e cordial do Ocidente. Enquanto que, com este inverno demográfico, para onde estamos indo? O Ocidente está em decadência neste ponto, está decaindo, está perdido.... Pensemos no lado econômico: é muito bem feito, mas pensemos no espírito político e místico de Schuman, Adenauer, De Gasperi, esses grandes: onde estão hoje? Existem grandes políticos, mas não conseguem levar a sociedade adiante. O Ocidente precisa falar, respeitar a si mesmo, e depois há o perigo do populismo. O que acontece neste tipo de estado sociopolítico? Nascem os messias: os messias dos populismos. Estamos vendo como nascem os populismos, creio que mencionei algumas vezes aquele livro de Ginzberg, Síndrome 1933: ele conta exatamente como nasceu o populismo na Alemanha após a queda do governo de Weimar. Os populismos nascem assim: quando há um nível com poucas forças, e alguém promete o messias. Acredito que nós, ocidentais, não estamos no mais alto nível para ajudar outros povos, será que estamos em decadência? Talvez, sim, mas temos que retomar os valores, os valores da Europa, os valores dos pais fundadores que fundaram a União Europeia, os grandes. Não sei, um pouco confuso, mas acho que respondi.
Loup Besmond de Senneville, LA CROIX
"E sobre a eutanásia?"
"Matar não é humano, ponto final. Se se mata com motivação, sim... no fim mata-se cada vez mais e mais. Matar, deixemos isso para os animais".
Iacopo Scaramuzzi, LA REPUBBLICA
"Gostaria de voltar a esta última pergunta: em seus discursos, o senhor sublinhou muito a conexão entre valores, valores religiosos e a vivacidade da democracia. O que o senhor acha que falta para o nosso continente, a Europa? O que deveria aprender de outras experiências? E, se me permite, acrescentaria uma coisa: dentro de poucos dias na Itália haverá um exercício democrático, ou seja, eleições, e será formado um novo governo. Quando o senhor se encontrar com o próximo primeiro-ministro ou primeira-ministra, quais serão os seus conselhos? Na sua opinião, quais são as prioridades para a Itália, quais são suas preocupações, que riscos devem ser evitados"?
"Acho que já respondi sobre isso na minha última viagem. Conheci dois presidentes italianos, do mais alto nível: Giorgio Napolitano e o atual. Grandes. Mas os outros políticos eu não conheço. Na minha última viagem, perguntei a um de meus secretários quantos governos a Itália já teve neste século: vinte. Não consigo explicar. Eu não condeno nem critico, simplesmente não consigo explicar. Se os governos mudam tanto assim, há muitas perguntas a serem feitas. Porque hoje ser um político, um grande político, é um caminho difícil. Um político que se coloca em jogo pelos valores da pátria, os grandes valores, e não se coloca em jogo por interesses, pelo cargo, as mordomias... Os países, entre eles a Itália, devem procurar grandes políticos, aqueles que têm a capacidade de fazer política, o que é uma arte. A política é uma nobre vocação. Creio que um dos Papas, não sei se Pio XII ou São Paulo VI, disse que a política é uma das mais altas formas de caridade. Temos que lutar para ajudar nossos políticos a manter o nível da alta política, não da política de baixo nível que não ajuda em nada e que, ao invés disso, empobrece o Estado. Hoje, a política nos países da Europa deveria assumir abertamente o problema, por exemplo, do inverno demográfico, o problema do desenvolvimento industrial, do desenvolvimento natural, o problema dos migrantes... A política deveria enfrentar os problemas seriamente para poder avançar. Estou falando da política em geral. Quanto à política italiana eu não entendo: somente o fato de vinte governos em vinte anos, é um pouco estranho, mas cada um tem sua própria maneira de dançar o tango... pode-se dançar de uma maneira ou de outra e a política é dançada de uma maneira ou de outra.
A Europa deve receber experiências de outras partes, algumas serão melhores, outras não servirão. Mas deve ser aberta, todos os continentes devem ser abertos à experiência dos outros.
Elise, Allen CRUX
"Obrigada por estar conosco nesta noite. Ontem no Congresso o senhor falou sobre a importância da liberdade religiosa, como o senhor sabe, no mesmo dia chegou à cidade o presidente da China onde há muito tempo existe uma grande preocupação com este assunto, especialmente agora com o processo que está em andamento contra o cardeal Zen. O senhor considera o processo contra ele uma violação da liberdade religiosa"?
"Para entender a China precisa de um século, e nós não vivemos um século. A mentalidade chinesa é uma mentalidade rica e quando fica um pouco doente, perde sua riqueza, é capaz de cometer erros. Para entender, escolhemos o caminho do diálogo, abertos ao diálogo. Há uma comissão bilateral Vaticano-Chinesa que está indo bem, lentamente, porque o ritmo chinês é lento, eles têm uma eternidade para ir adiante: é um povo com uma paciência infinita. Partindo das experiências que tivemos em precedência: pensemos nos missionários italianos que foram para lá e foram respeitados como cientistas; pensemos também hoje, muitos sacerdotes ou crentes que foram chamados pelas universidades chinesas porque isso dá valor à cultura. Não é fácil entender a mentalidade chinesa, mas ela deve ser respeitada, eu sempre a respeito. E aqui no Vaticano há uma Comissão de diálogo que está indo bem, o cardeal Parolin a preside e no momento ele é o homem que mais sabe sobre a China e o diálogo chinês. É uma coisa lenta, mas estão sendo dados passos adiante. Não me agrada descrever a China como antidemocrática por ser um país muito complexo... Sim, é verdade que há coisas que nos parecem antidemocráticas, isso é verdade. O cardeal Zen vai a julgamento nestes dias, se não me engano. E ele diz o que sente, e pode-se ver que ali há limitações. Mais do que qualificar, porque é difícil, não me agrada qualificar, são impressões, tento apoiar o caminho do diálogo. Com o diálogo se esclarecem muitas coisas e não apenas da Igreja, também de outros setores, por exemplo a extensão da China, os governadores das províncias são todos diferentes, há culturas muito diferentes dentro da China, é um gigante, entender a China é algo gigantesco. Mas não devemos perder a paciência, é preciso eh, é preciso muito ter paciência, mas devemos ir em frente com o diálogo, eu tento me abster de qualificá-la... mas vamos em frente.
Elise, Allen
"E o presidente Xi Jinping?"
“Ele estava em visita de Estado lá, mas eu não o vi”.
Maria Angeles Conde Mir, ROME REPORTS
"Na declaração que assinaram (no Congresso, ndr), todos os líderes sublinham um apelo aos governos e organizações internacionais a fim de que sejam protegidas as pessoas perseguidas por causa de sua etnia ou religião. Infelizmente, isso é o que está acontecendo na Nicarágua. Sabemos que o senhor falou sobre isso em 21 de agosto, durante o Angelus. Mas talvez possa acrescentar algo mais para o povo católico, especialmente na Nicarágua. Depois outra coisa. Vimos isso bem nesta viagem. Gostaríamos de saber se depois dessa viagem o senhor poderá retomar a viagem à África que foi adiada, e se há outras viagens programadas".
«Todas as notícias sobre a Nicarágua são claras. Há diálogo. Foi falado com o governo, há diálogo. Isso não quer dizer que se aprova tudo o que o governo faz ou que se desaprova tudo. Não. Há diálogo e é preciso resolver os problemas. Neste momento existem problemas. Espero pelo menos que as Irmãs de Madre Teresa retornem. Essas mulheres são boas revolucionárias, mas do Evangelho! Não fazem guerra contra ninguém. Na verdade, todos nós precisamos dessas mulheres. Este é um gesto que não se entende. Mas esperamos que voltem e que o diálogo possa continuar. Mas nunca parar o diálogo. Existem coisas que não são compreendidas. Colocar um núncio na fronteira é uma coisa grave diplomaticamente. O núncio é uma pessoa boa que agora foi nomeado para outro lugar. Essas coisas são difíceis de entender e até de engolir. Mas, na América Latina há de um lado ou de outro situações desse tipo. Quanto às viagens: é difícil. O joelho ainda não se curou. É difícil, mas a próxima a farei (refere-se a um projeto de viagem ao Bahrein para novembro próximo, ndr). Depois, eu falei outro dia com o monsenhor Welby (arcebispo primaz anglicano de Cantuária, ndr) e vimos como uma possibilidade fevereiro para ir ao Sudão do Sul. Se eu for ao Sudão do Sul, também irei ao Congo. Estamos tentando. Devemos ir os três juntos: o chefe da Igreja da Escócia, monsenhor Welby e eu. Tivemos um encontro via zoom outro dia sobre isso».
Alexey Gotovskiy, EWTN
"Obrigado Santo Padre por visitar nosso país. Gostaria de perguntar: para os católicos que vivem no Cazaquistão, onde o contexto é predominantemente muçulmano, como a evangelização pode ser realizada neste contexto? Há algo que o inspirou vendo os católicos no Cazaquistão?
«Inspirado, não sei, mas fiquei feliz hoje na catedral ao ver os católicos tão entusiasmados, felizes, alegres. Esta é a impressão sobre os católicos cazaques. Depois, a convivência com os muçulmanos: é algo sobre o qual se está trabalhando e estamos avançando, não apenas no Cazaquistão. Pensemos em algum país do norte da África, há uma bela convivência... no Marrocos, por exemplo. No Marrocos há um diálogo bastante bom. Detenho-me no encontro religioso (o Fórum desses dias, ndr). Alguém criticava e me dizia: isso é fomentar, fazer crescer o relativismo. Nada de relativismo! Cada um expressou sua opinião, todos respeitaram a posição do outro, mas se dialoga como irmãos. Porque se não há diálogo, há ignorância ou guerra. Melhor viver como irmãos, temos uma coisa em comum, somos todos humanos. Vivamos como humanos, bem educados: o que você pensa, eu o que penso? Vamos chegar a um acordo, vamos conversar, nos conhecer. Muitas vezes essas guerras mal-entendidas "de religião" acontecem por falta de conhecimento. E isso não é relativismo, eu não renuncio à minha fé se falo com a fé de outro, pelo contrário. Eu honro minha fé porque outro a escuta e eu escuto a dele. Fiquei muito admirado que um país tão jovem, com tantos problemas – o clima, por exemplo – foi capaz de fazer sete edições de um encontro desse tipo: um encontro mundial, com judeus, cristãos, muçulmanos, religiões orientais... Na mesa se via que todos conversavam e se ouviam com respeito. Esta é uma das coisas boas que seu país fez. Um país assim, digamos, no canto do mundo, faz uma convocação desse tipo. Essa é a impressão que me deu. Depois, a cidade é de uma beleza arquitetônica de primeira categoria, e também me impressionaram as preocupações do presidente do Senado: ele levava adiante esse encontro, mas depois encontrou um tempo para me apresentar um cantor jovem, que você deve conhecer... esse jovem aberto à cultura. Eu não esperava isso e fiquei feliz de conhecê-lo».
Rudolf Gehrig, EWTN
"Santo Padre, muitas Igrejas na Europa, como a alemã, sofrem graves perdas de fiéis, os jovens não parecem mais intencionados a ir à missa. Quanto o senhor está preocupado com essa tendência e o que quer fazer?"
«É em parte verdade, em parte relativo. É verdade que o espírito de secularização, do relativismo, questiona essas coisas, é verdade. O que se deve fazer, antes de tudo, é ser coerente com a própria fé. Pensemos: se você é um bispo ou um padre que não é coerente, os jovens têm olfato... e então tchau! Quando uma Igreja, seja ela qual for, em algum país ou em um setor, pensa mais no dinheiro, no desenvolvimento, nos planos pastorais e não na pastoral, e se vai para aquele lado, isso não atrai as pessoas. Quando escrevi a carta ao povo alemão dois anos atrás, houve pastores que a publicaram e a divulgaram de pessoa a pessoa. Quando o pastor está próximo do povo, ele disse: o povo deve saber o que o Papa pensa. Acredito que os pastores devem continuar indo em frente, mas se perderam o cheiro das ovelhas e as ovelhas perderam o cheiro dos pastores, não se vai adiante. Às vezes - estou falando de todos, em geral, não só da Alemanha – se pensa como renovar, como tornar a pastoral mais moderna: isso é bom, mas sempre que esteja nas mãos de um pastor. Se a pastoral está nas mãos dos "cientistas" da pastoral, que opinam aqui e dizem o que deve ser feito lá... (não se vai adiante, ndr). Jesus fez a Igreja com pastores, não com líderes políticos. Ele fez a Igreja com gente ignorante, os doze eram um mais ignorante que o outro e a Igreja foi adiante. Por que? Pelo olfato do rebanho com o pastor e do pastor com o rebanho. Esta é a maior relação que vejo quando há uma crise num lugar, numa província... Eu me pergunto: o pastor está em contato, está próximo ao rebanho? Esse rebanho tem um pastor? O problema são os pastores. Sobre isso me permito sugerir a você a ler o comentário de Santo Agostinho sobre os pastores. Lê-se em uma hora, mas é uma das coisas mais sábias que foram escritas para os pastores e com isso você pode qualificar este ou aquele pastor. Não se trata de modernizar: certamente é preciso atualizar-se com métodos, isso é verdade, mas se falta o coração do pastor, nenhuma pastoral funciona. Nenhuma».
(Transcrição aos cuidados do Dicastério para a Comunicação)
Fonte: Vatican News
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Papa Francisco chega a Roma: concluída a viagem ao Cazaquistão
Concluiu-se a 38ª viagem apostólica de Francisco, realizada de 13 a 15 de setembro no país asiático, por ocasião do VII Congresso de Líderes Mundiais e Religiões Tradicionais. O Papa chegou a Roma às 20h01, hora local.
A 38ª Viagem Apostólica do Papa Francisco que o levou ao Cazaquistão e que teve início na terça-feira (13/09), se concluiu no início da noite desta quinta-feira, dia 15, hora de Roma. O avião papal tocou terra às 20h01, depois de percorrer 5.200 Km em pouco mais de 7 horas de voo. A chegada foi no aeroporto de Fiumicino. Depois Vaticano.
“Mensageiros de paz e de unidade”, foi o lema da viagem. No Cazaquistão o Papa Francisco falou de religião, de liberdade religiosa e de desafios entre os quais a pobreza, a paz, o acolhimento fraterno e a Casa Comum.
Num dos discursos aos presentes no VII Congresso de Líderes Mundiais e Religiões Tradicionais Francisco afirmou que a religião não desestabiliza a sociedade moderna.
Disse ainda que o mundo espera de nós o exemplo de almas despertas e mentes límpidas, espera uma religiosidade autêntica. “Chegou a hora – continuou – de despertar daquele fundamentalismo que polui e corrói toda a crença, chegou a hora de tornar límpido e compassivo o coração. Mas é hora também de deixar apenas aos livros de história os discursos que por demasiado tempo, aqui e noutras partes, inculcaram suspeitas e desprezo a respeito da religião, como se esta fosse um fator desestabilizador da sociedade moderna”.
“Portanto precisamos de religião para responder à sede de paz do mundo e à sede de infinito que habita o coração de cada homem”
Francisco afirmou ainda que  “condição essencial para um desenvolvimento verdadeiramente humano e integral “é a liberdade religiosa. Irmãos, irmãs, somos criaturas livres”. E, com ênfase Francisco, disse: “A liberdade religiosa constitui um direito fundamental, primário e inalienável, que é preciso promover em todos os lugares e que não se pode limitar apenas à liberdade de culto. De fato, é direito de cada pessoa prestar testemunho público da sua própria crença: propô-lo, sem nunca o impor”.
Ao falar sobre os efeitos da pandemia sobretudo nos países pobres Francisco vou a afirmar que “o maior fator de risco do nosso tempo continua a ser a pobreza. Enquanto continuarem a assolar disparidades e injustiças, não poderão cessar os vírus piores do que a Covid, ou seja, os do ódio, da violência, do terrorismo”.
E salientando o desafio que a paz nos apresenta hoje reafirmou que “se o Criador, a quem dedicamos a existência, deu origem à vida humana, como podemos nós – que nos professamos crentes – consentir que a mesma seja destruída? E como podemos pensar que os homens do nosso tempo – muitos dos quais vivem como se Deus não existisse – estejam motivados para se comprometer num diálogo respeitoso e responsável, se as grandes religiões, que constituem a alma de tantas culturas e tradições, não se empenham ativamente pela paz?”.
“Nunca justifiquemos a violência. Não permitamos que o sagrado seja instrumentalizado por aquilo que é profano. O sagrado não seja suporte do poder, e o poder não se valha de suportes de sacralidade!”
“Deus é paz, e sempre conduz à paz, nunca à guerra.
O VII Congresso de Líderes Mundiais e Religiões Tradicionais concluiu-se com a leitura da Declaração Final, que reafirmou o valor do Documento sobre a Fraternidade Humana para a Paz Mundial e a Coexistência Comum. Na sua despedida no aeroporto de Nur-Sultan o Papa foi recebido pelo presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart K. Tokayev. Na Sala VIP do Terminal Presidencial, realizou-se um breve encontro privado. O Chefe de Estado presenteou o Papa com uma “dombra”, o instrumento musical tradicional do Cazaquistão, ao qual o Pontífice se referiu em seu primeiro discurso público.
Em seguida depois da Guarda de Honra e a saudação das respectivas Delegações, o Papa embarcou num Airbus A330 da Ita Airways para retornar à Itália. Durante o voo realizou-se a programada a coletiva de imprensa com os cerca 80 jornalistas presentes.
O tweet de @Pontifex e o telegrama para o presidente
Deixando o Cazaquistão, o Papa escreveu expressou em seu tweet @Pontifex, gratidão ao povo do país asiático: "Agradeço-lhes pela acolhida recebida e pela oportunidade de passar estes dias de diálogo fraterno junto com os líderes de muitas religiões. Que o Altíssimo abençoe a vocação de paz e unidade do #Cazaquistão".
No telegrama enviado ao presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, o Papa expressou mais uma vez sua gratidão pela hospitalidade durante sua estada no país. "Asseguro minhas orações por vossa excelência e todos os seus cidadãos", escreveu Francisco.
Telegramas aos presidentes dos demais países sobrevoados
Ao presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, Francisco enviou saudações e disse rezar por ele e todo o povo. À presidente da Geórgia, Salome Zurabishvili, ao presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, e ao presidente da Bulgária, Rumen Radev, o Papa assegurou suas orações e invoca abundantes bênçãos de Deus para essas nações.
Francisco enviou saudações também ao presidente de Montenegro, Milo Đukanović, e a todo o povo, invocando sobre todos "as bênçãos dividas da paz".
Saudações também foram enviadas ao presidente da Bósnia e Herzegovina, Šefik Džaferović, ao presidente da Croácia, Zoran Milanović, e seus cidadãos, com garantia de suas orações.
Por fim, o Papa saudou o presidente italiano, Sergio Mattarella, recordando que foi ao Cazaquistão como "peregrino da paz", agradecendo a Deus pela oportunidade que teve de "encontrar as autoridades e o povo de um país antigo e contribuir para a construção de um mundo mais estável e pacífico". Francisco renovou ao presidente e ao povo italiano, suas sinceras saudações e sua bênção paterna.
Fonte: Vatican News
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Papa: em nome de Deus e pela humanidade, não a armamentos, sim pela paz!
No último discurso no Cazaquistão, que concluiu o VII Congresso de Líderes de Religiões Mundiais e Tradicionais, Francisco comentou a Declaração Final do evento. Um documento que enaltece que a liberdade religiosa é um direito concreto e que o diálogo inter-religioso é um caminho urgente, insubstituível, necessário e sem retorno. Ainda segundo o Papa, é preciso que "líderes mundiais cessem conflitos e derramamentos de sangue", empenhando-se "pela paz, não pelos armamentos!".
O último compromisso do Papa Francisco no Cazaquistão foi no Palácio da Independência, em Nursultan, nesta quinta-feira (15), quando foi feita a leitura da “Declaração Final” de conclusão do VII Congresso de Líderes de Religiões Mundiais e Tradicionais. Na ocasião, o Pontífice fez o último discurso da sua viagem apostólica.
Um exemplo de futuro
E começou agradecendo por "caminharem juntos" durante esta visita ao país, através da riqueza de crenças e culturas da população, "testemunha de tantos sofrimentos passados", mas que oferece um exemplo de futuro com "a multirreligiosidade e multiculturalidade extraordinária". E tudo vivido "sob o signo do diálogo, ainda mais precioso neste período tão difícil sobre o qual grava, para além da pandemia, a loucura insensata da guerra", comentou o Pontífice.
“Há demasiados ódios e divisões, demasiada falta de diálogo e compreensão do outro: isto, no mundo globalizado, é ainda mais perigoso e escandaloso. Não podemos avançar assim, ora unidos ora separados, ora interligados ora dilacerados por demasiadas desigualdades. Obrigado, pois, pelos esforços que visam a paz e a unidade.”
A liberdade religiosa é um direito concreto
O Papa então lembrou do lema da viagem, Mensageiros de paz e de unidade: "está no plural, porque o caminho é comum". Um caminho comum que tem sido abraçado desde o início da história do Congresso, em 2003, até a Declaração Final deste ano, que "afirma que o extremismo, o radicalismo, o terrorismo e qualquer outro incentivo ao ódio, à hostilidade, à violência e à guerra", disse o Pontífice, "nada têm a ver com o autêntico espírito religioso e devem ser rejeitados nos termos mais decididos que for possível; condenados, sem «se» nem «mas»". Além disso, acrescentou ele, o respeito mútuo deve ser essencial, "independentemente da sua pertença religiosa, étnica ou social":
"Há de ser sempre e em toda parte tutelado quem deseja exprimir, de modo legítimo, o próprio credo. Contudo, ainda hoje quantas pessoas são perseguidas e discriminadas pela sua fé! Pedimos veementemente aos governos e às competentes organizações internacionais que assistam os grupos religiosos e as comunidades étnicas que sofreram violações dos seus direitos humanos e liberdades fundamentais, e violências da parte de extremistas e terroristas, inclusive em consequência de guerras e conflitos militares. É preciso sobretudo empenhar-se para que a liberdade religiosa seja, não um conceito abstrato, mas um direito concreto."
O diálogo inter-religioso é caminho sem retorno
Por isso a Igreja Católica, disse o Pontífice, "crê também na unidade da família humana. Crê que «os homens constituem todos uma só comunidade» (Conc. Ecum. Vat. II, Decl. Nostra aetate, 1)". Assim, desde o início do Congresso, a Santa Sé, especialmente através do Dicastério para o Diálogo Inter-religioso, participou ativamente do evento e vai continuar a fazê-lo:
“O caminho do diálogo inter-religioso é um caminho comum de paz e para a paz, e, como tal, é necessário e sem retorno. O diálogo inter-religioso já não é apenas uma oportunidade, mas um serviço urgente e insubstituível à humanidade, para louvor e glória do Criador de todos.”
Um "caminho comum", insistiu sempre o Papa em discurso, ao reiterar um ponto de convergência enaltecido já por João Paulo II quando visitou o Cazaquistão há 21 anos e tratou do caminho comum do homem e da Igreja:
"Hoje quero afirmar que o homem é também o caminho de todas as religiões. Sim, o ser humano concreto, debilitado pela pandemia, prostrado pela guerra, ferido pela indiferença! O homem, criatura frágil e maravilhosa, que, «sem o Criador, se obscurece» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. past Gaudium et spes, 36) e, sem os outros, não subsiste!"
A paz, a mulher e os jovens
O Papa, assim, deu seguimento ao discurso destacando o espírito que permeia a Declaração Final do Congresso através de três palavras: paz, mulher e jovens. A primeira, disse Francisco, além de urgente "é a síntese de tudo, a expressão dum grito do coração, o sonho e a meta do nosso caminho: a paz! Beybitşilik, mir, peace!":
“A Declaração exorta os líderes mundiais a cessarem em todo o lado conflitos e derramamentos de sangue e a abandonarem retóricas agressivas e destrutivas. Pedimo-vos, em nome de Deus e para o bem da humanidade: empenhai-vos pela paz, não pelos armamentos! Só servindo a paz é que permanecerá grande na história o vosso nome.”
E, se falta a paz, acrescentou o Papa, "é porque falta atenção, ternura e capacidade de gerar vida". Dessa forma, a mulher "é caminho para a paz" e por isso precisa ter a dignidade defendida a condição social melhorada: "quantas opções de morte seriam evitadas se estivessem precisamente as mulheres no centro das decisões! Empenhemo-nos para que sejam mais respeitadas, reconhecidas e envolvidas".
Finalmente, e na conclusão do discurso, o Papa falou sobre a terceira palavra: os jovens, que são "os mensageiros de paz e de unidade de hoje e de amanhã". Na mão deles, "coloquemos oportunidades de instrução, não armas de destruição! E escutemo-los, sem medo de nos deixar interpelar por eles. Sobretudo construamos um mundo pensando neles!"
Fonte: Vatican News
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Líderes religiosos no Cazaquistão, unidos em defesa do diálogo e da paz
A Declaração Final do VII Congresso de Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais, documento que pensa nas futuras gerações para aumentar o diálogo e a paz no mundo, foi lido na conclusão do evento que contou com um discurso do Papa Francisco. A próxima edição do Congresso será realizada novamente no Cazaquistão, em 2025.
No Cazaquistão, a quinta-feira (15) marca o encerramento do VII Congresso de Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais com a leitura da Declaração Final do evento que reuniu, em Nursultan, mais de cem delegações. Organizado pela presidência do país, o congresso foi dividido em grupos de trabalhos durante três dias para analisar o tema central sobre o papel dos líderes no desenvolvimento espiritual e social da humanidade após a pandemia de Covid-19. O Papa Francisco participou da abertura e das conclusões da assembleia, onde fez um discurso falando sobre a Declaração Final, o direito concreto da liberdade religiosa, o caminho urgente do diálogo inter-religioso e o apelo para se empenhar pela paz e não pelos armamentos.
A Declaração Final
De fato, a Declaração Final, que tem o objetivo de ajudar a reforçar os pontos já citados pelo Papa Francisco em discurso, será compartilhada com autoridades, líderes políticos, figuras religiosas em todo o mundo, assim como importantes organizações regionais e internacionais, organizações da sociedade civil e especialistas. Ela também será distribuída como documento oficial da 77ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas e os seus princípios podem ser disseminados em todos os níveis regionais e internacionais, para que "a paz e a prosperidade sejam concedidas a todos os povos e países".
No detalhe, o documento representa uma posição comum entre os participantes do Congresso pensando nas gerações futuras e é dividido em 35 pontos para "aumentar o diálogo entre confissões, religiões e civilizações". Os líderes declaram que o evento representa "esforços conjuntos para reforçar o diálogo civil em nome da paz e da cooperação".
Sobre conflitos militares, os participantes do Congresso acreditam que são atos que podem geram tensões e reações em cadeia, destruindo o sistema de relações internacionais (4). Além disso, "o extremismo, o radicalismo, o terrorismo e todas as outras formas de violência e guerra, seja qual for seu fim, não têm nada a ver com a verdadeira religião e devem ser rejeitados nos termos mais fortes possíveis".
O pluralismo e as diferenças de religião, assim como de raça, gênero e linguagem, diz a Declaração, "são uma expressão da sabedoria da vontade de Deus, com a qual Ele criou o homem", razão pela qual qualquer ato de coerção "para com uma determinada religião ou doutrina religiosa" é inaceitável. O texto pede apoio para qualquer iniciativa destinada a implementar o diálogo inter-religioso e interconfessional; enfatiza a comunhão com os esforços das Nações Unidas e de qualquer outra entidade para promover o diálogo entre civilizações, religiões e nações; exorta os Estados a garantir condições de vida dignas para seus cidadãos e a reduzir a discrepância de bem-estar entre os diferentes países do mundo; encoraja a preservação dos valores espirituais e diretrizes morais nas sociedades; e reconhece a importância do papel dos líderes das religiões e da diplomacia religiosa. A tolerância, o respeito e a compreensão mútua são solicitadas e devem ser, portanto, "o objetivo de toda pregação religiosa".
Um texto para as gerações futuras
A Declaração exige ainda a não identificação do extremismo e do terrorismo com nações e religiões amantes da paz; a expansão do papel da educação e da instrução religiosa; o fortalecimento da instituição da família; a igualdade de gênero nas sociedades e a proteção da dignidade e dos direitos da mulher. O texto também pede apoio para áreas do mundo afetadas por conflitos militares e desastres naturais ou causados pelo homem, assim como organizações internacionais e governos nacionais em seus esforços para superar as consequências da pandemia do coronavírus. 
Os líderes das religiões do mundo assinaram o documento, assim, na promessa de dar novos passos em favor da paz e reconhecendo, acima de tudo, a importância e o valor do Documento sobre a Fraternidade Humana de Abu Dhabi, assinado em 2019 pelo Papa Francisco e o Grão Imame de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyib. O próximo Congresso de Líderes Religiosos será realizado no Cazaquistão em 2025.
Fonte: Vatcan News
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O Papa: uma Igreja sem medos e lamentos, livre de moralismos
No encontro com bispos, sacerdotes, diáconos, pessoas consagradas, seminaristas e agentes pastorais, o Papa encorajou a construir “uma Igreja mais habitada pela alegria do Ressuscitado, que rejeite medos e lamentos, que não se deixe endurecer por dogmatismos e moralismos”. O encontro foi realizado na manhã desta quinta-feira (15) na Catedral Mãe de Deus do Perpétuo Socorro de Nur-Sultan.
No terceiro dia da sua viagem ao Cazaquistão, depois do encontro com os membros da Companhia de Jesus, o Papa Francisco encontrou os bispos, sacerdotes, diáconos, pessoas consagradas, seminaristas e agentes pastorais na Catedral Mãe de Deus do Perpétuo Socorro de Nur-Sultan. Na sua saudação inicial o Papa disse estar feliz por encontrar a Conferência Episcopal da Ásia Central e ver uma Igreja feita de muitos rostos, histórias e tradições diferentes, e todas unidos por uma única fé em Cristo Jesus. Acrescentando que a beleza da Igreja está nisto: “em sermos uma única família, na qual ninguém é estrangeiro.
“Repito: ninguém é estrangeiro na Igreja, somos um único Povo santo de Deus, rico de tantos povos!”
"E a força do nosso povo sacerdotal e santo está precisamente em fazer da diversidade uma riqueza através da partilha daquilo que somos e temos; a nossa pequenez multiplica-se, se a partilharmos”. Citando a passagem da Palavra de Deus de São Paulo que diz, 'o mistério de Deus foi revelado a todos os povos', o Papa disse: “Todo o homem pode ter acesso a Deus, porque – como explica o Apóstolo – todos os povos ‘são admitidos à mesma herança, membros do mesmo corpo e participantes da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho’".
Herança e promessa
Em seguida disse que gostaria de sublinhar duas palavras usadas por São Paulo: “Herança e promessa: a herança do passado é a nossa memória, a promessa do Evangelho é o futuro de Deus que vem ao nosso encontro: uma Igreja que caminha na história entre memória e futuro".
Memória e futuro
“Em primeiro lugar, a memória. Se hoje neste vasto país, multicultural e multirreligioso, podemos ver comunidades cristãs vibrantes e um sentido religioso que permeia a vida da população, deve-se sobretudo à rica história que vos precedeu”. Recomendando em seguida: “No caminho espiritual e eclesial, não devemos perder a lembrança de quantos nos anunciaram a fé, porque fazer memória ajuda-nos a desenvolver o espírito de contemplação pelas maravilhas que Deus operou na história, mesmo no meio das fadigas da vida e das fragilidades pessoais e comunitárias”. Porém, adverte Francisco: “Mas tenhamos cuidado! Não se trata de olhar para trás com nostalgia”.
“Quando se volta para fazer memória, o olhar cristão pretende abrir-nos à estupefação perante o mistério de Deus, enchendo o nosso coração de louvor e gratidão por tudo o que realizou o Senhor”
Sem memória, não há estupefação do Mistério
“É esta memória viva de Jesus que nos enche de maravilha – continuou Francisco - e nos faz tirar sobretudo do Memorial eucarístico a força de amor que nos impele. É o nosso tesouro. Por isso, sem memória, não há estupefação. Se perdemos a memória viva, então a fé, as devoções e as atividades pastorais correm o risco de esmorecer, sendo como fogos de palha que acendem imediatamente mas depressa se apagam”. Concluindo seu pensamento sobre a memória ainda acrescenta: “A fé não é uma bela exposição de coisas do passado, mas um evento sempre atual, o encontro com Cristo que acontece aqui e agora na vida. Por isso não se comunica apenas com a repetição das coisas de sempre, mas transmitindo a novidade do Evangelho. Assim a fé permanece viva e tem futuro”.
Futuro
“E vemos aparecer aqui a segunda palavra: futuro”. Continua Francisco: “a memória do passado não nos fecha em nós mesmos, mas abre-nos à promessa do Evangelho. Jesus garantiu-nos que estaria sempre conosco”. “Apesar das nossas fraquezas, Ele não Se cansa de estar conosco, construindo juntamente conosco o futuro da sua e nossa Igreja”.
Ser pequenos
O Papa fala também dos desafios da fé ao dizer que num país vasto como o Cazaquistão poder-se-ia sentir “pequenos” e inadequados. Contudo, encoraja, “o Evangelho diz que ser pequeno, pobre em espírito, é uma bem-aventurança, a primeira bem-aventurança”. E afirma em seguida: “há uma graça escondida no fato de se constituir uma pequena Igreja, um pequeno rebanho; em vez de exibir as nossas forças, os nossos números, as nossas estruturas e todas as outras formas de relevância humana, deixamo-nos guiar pelo Senhor e colocamo-nos, com humildade, ao lado das pessoas”.
“Ricos de nada e pobres de tudo, caminhamos com simplicidade, próximo das irmãs e irmãos do nosso povo, levando às situações da vida a alegria do Evangelho”
Ponderando o aspecto da pequenez o Pontífice afirma ainda: “Ser pequeno lembra-nos que não somos autossuficientes: que precisamos de Deus, mas também dos outros, de todos eles: das irmãs e irmãos doutras confissões, de quem professa um credo religioso diferente do nosso, de todos os homens e mulheres animados de boa vontade”.
Comunidade aberta ao futuro de Deus
E desejou que a comunidade eclesial do Cazaquistão seja sempre “uma comunidade aberta ao futuro de Deus, abrasada pelo fogo do Espírito: viva, esperançosa, disponível às novidades d’Ele e aos sinais dos tempos, animada pela lógica evangélica da semente que frutifica no amor humilde e fecundo”. “Deste modo – continuou o Papa - abre caminho não só para nós, mas realiza-se também para os outros, a promessa de vida e de bênção que Deus Pai derrama sobre nós por meio de Jesus. E realiza-se sempre que vivemos a fraternidade entre nós, que cuidamos dos pobres e de quem está ferido na vida, sempre que testemunhamos a justiça e a verdade nas relações humanas e sociais, dizendo ‘não’ à corrupção e à falsidade”. Desejando ainda que “as comunidades cristãs, em particular o Seminário, sejam ‘escolas de sinceridade’: não ambientes rígidos e formais, mas ginásios de treino para a verdade, a abertura e a partilha”. Concluindo esse ponto disse ainda:
“A abertura, a alegria e a partilha são os sinais da Igreja primitiva; mas são também os sinais da Igreja do futuro. Sonhemos e, com a graça de Deus, construamos uma Igreja mais habitada pela alegria do Ressuscitado, que rejeite medos e lamentos, que não se deixe endurecer por dogmatismos e moralismos”
Fonte: Vatican News
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Cazaquistão, diante de Francisco, a vida evangélica de um pequeno rebanho
As histórias contadas ao Papa por leigos e consagrados durante o encontro na catedral de Nur-Sultan com bispos, sacerdotes, diáconos, consagrados e consagradas, seminaristas e agentes de pastoral, no terceiro e último dia da 38ª viagem apostólica
Novos horizontes que livram de preconceitos, a capacidade de colocar o próprio ego, a gratidão por uma vocação que leva um a ver o outro como um dom, o sacerdócio como um serviço de compaixão, e mais agradecimentos ao Papa pelo que está fazendo para garantir que haja paz no mundo. Estes são apenas alguns dos temas dos testemunhos do encontro com bispos, sacerdotes, diáconos, consagrados, seminaristas e agentes da pastoral na Catedral Mãe de Deus do Perpétuo Socorro de Nur-Sultan, capital do Cazaquistão, onde se realiza a 38ª viagem apostólica de Francisco.
Ser religiosa é proximidade e serviço
Irmã Clara, da Comunidade das Bem-aventuranças, dirigiu-se a Francisco falando em nome das religiosas do Cazaquistão. "A primeira coisa que eu gostaria de dizer é uma palavra de gratidão a Deus pela minha vocação! A vocação é o mistério do amor entre Deus e o homem. Para mim, ser freira significa ser espiritualmente uma mãe para cada pessoa", disse. Depois enfatizou que "todos os dias tenho a prova de que nada é impossível a Deus". Mas o que significa ser uma religiosa no Cazaquistão? "Significa estar com as pessoas, acompanhando-as, alegrando-se quando elas se alegram, apoiando-as quando elas choram. É um testemunho", concluiu, "da presença ativa, do serviço simples e da misericórdia de Deus".
Sacerdotes em um pequeno rebanho
Ruslan Rakhimberlinov, sacerdote da Diocese de Karaganda e recém-nomeado Reitor do Seminário Interdiocesano "Maria, Mãe da Igreja", logo expressou sua felicidade e a de todos os fiéis presentes porque "esta histórica visita ao país tornou um sonho, realidade". Recordando que o Cazaquistão é uma nação multiétnica, multi-cultural e multi-religiosa, ele explicou que as pessoas sentem a necessidade da presença de um sacerdote "que celebre a Eucaristia, administre os Sacramentos, seja capaz de dizer uma boa palavra em uma homilia, seja capaz de compreender e apoiar em momentos difíceis e de alegrar e encorajar em momentos de consolo". “A nossa Igreja aqui no Cazaquistão", acrescentou, "é um pequeno rebanho de Cristo, e estou certo de que nesta situação há oportunidades para cultivar o Reino de Deus, para dar testemunho da alegria do Evangelho, superando dificuldades e obstáculos".
Agradecimento ao Papa, mensageiro da paz
A Sra. Miroslava Galushka, esposa de um sacerdote greco-católico da Administração Apostólica dos Católicos de Rito Bizantino do Cazaquistão e Ásia Central, disse em seu testemunho que estava "agradecida ao Senhor" que seu marido, há uma década atrás, "respondeu ao chamado do Espírito Santo e decidiu deixar sua pátria para vir exercer seu ministério no Cazaquistão, para compartilhar sua vida com o povo que o Senhor coloca no caminho da fé cristã, amparado pelo amor de Deus e pela alegria do Evangelho". Agradecendo ao Papa por "ter vindo ao Cazaquistão como mensageiro de paz. Agradeço por suas orações e por todos os seus esforços para restaurar a paz na minha pátria, a Ucrânia".
Os leigos e a possível contribuição à sociedade
"Sou filho único de pais divorciados, não tive experiência nem de uma educação paterna nem de uma família completa. Consequentemente, cresci fechado no egoísmo do meu ego, no qual está arraigado a conhecida crença de que tudo é devido ou que se tem o direito de fazer tudo". Assim iniciou seu relato o Sr. Kirill Boreychuk, que falou em nome dos leigos e das famílias cazaques. "A vida cristã reside para nós na fórmula sucinta de São Paulo Apóstolo: não viver para nós mesmos. Quero dar glória ao Senhor Deus", explicou então, "por ter me chamado para o caminho da vida cristã no seio da Igreja Católica, que me abre novos horizontes e me liberta dos preconceitos que adquiri em vários âmbitos da vida infantil e adulta". "À medida que aprendemos na Igreja a passar do egoísmo humano ao amor esponsal incondicional, percebemos", concluiu, "a nossa contribuição como uma célula saudável à vida da sociedade do nosso país". Fonte: Vatican News
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Pastoral e geopolítica na conversa do Papa com os jesuítas em Nur-Sultan
O terceiro dia do Papa Francisco no Cazaquistão começou com a celebração da Santa Missa de forma privada, seguida pelo encontro de mais de uma hora com os confrades jesuítas, onde falou-se, entre outros, sobre a Companhia de Jesus na região russa.
Proximidade e ecumenismo. Estas são as palavras-chave do encontro privado do Papa na manhã desta quinta-feira na Nunciatura Apostólica de Nur-Sultan, com os membros da Companhia de Jesus. Um momento fraterno e marcado, como de costume nas viagens internacionais, pela franqueza.
Como relata o padre Antonio Spadaro, diretor de La Civilità Cattolica - a revista jesuíta que publicará o conteúdo da conversa na íntegra -, o encontro durou cerca de uma hora e um quarto, tendo iniciado antes mesmo das 9 horas, horário local.
Presentes 19 dos 25 confrades de toda a Região Russa, que comprende Belarus, Rússia, Quirguistão e Tajiquistão. Os jesuítas mão estão presentes no Cazaquistão. Padre Spadaro refere-se a um “encontro muito fraterno, descontraído e franco”, em que se falou do atual quadro geopolítico, sempre com uma forte atenção à dimensão pastoral.
O Papa mostrou-se muito atento - acrescenta o padre Spadaro - às pequenas mas muito dinâmicas Igrejas como as da Região Russa, recomendando aos jesuítas, com clara referência à sua missão, em particular a "proximidade".
Também nesta ocasião - como em todos os encontros com os confrades durante as viagens internacionais - o momento foi marcado pela liberdade e franqueza com que cada um falou de si e de como vê a situação político-eclesial, bem como dos sentimentos das pessoas em relação ao Papa. Outra palavra-chave do encontro foi "ecumenismo", fundamental nesta região asiática onde os católicos são minoria.
A informalidade, familiaridade e brincadeiras marcaram também este encontro do Papa com os jesuítas, o que fez com que se estendesse para além do previsto.
Fonte: Vatican News
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Metropolita Antonij: encontro entre Francisco e Kirill deve ser bem preparado
"Ministro das Relações Exteriores" do Patriarcado de Moscou, presente no Cazaquistão para o Congresso de líderes religiosos: "Acredito que este novo encontro é muito necessário"
«O pronunciamento do Papa foi muito profundo. Ele destacou muitas ideias importantes que foram muito bem recebidas por todos os participantes do Congresso dos líderes das religiões. Foi um discurso muito pastoral e muito espiritual, como sempre faz o Papa. Foi um bom início para o nosso encontro, que ofereceu vários elementos de reflexão».
Em entrevista à mídia do Vaticano, o metropolita Antonij de Volokolamsk, responsável pelas relações exteriores do Patriarcado de Moscou, comenta as palavras proferidas por Francisco na abertura do Congresso de Líderes das religiões tradicionais em andamento em Nur-Sultan, no Cazaquistão.
Respondendo a uma pergunta sobre um eventual encontro de Kirill com o Papa, o metropolita russo recordou inicialmente o primeiro encontro de 2016: "Eu era um dos participantes: depois de ter vivido cinco anos em Roma, conheci bem a Igreja Católica e também conheci pessoalmente o Papa Francisco. Estava muito feliz, principalmente pelo próprio fato de este encontro ter se realizado. Então, recordo que esse encontro foi fruto de um longo período de preparação. Teve um resultado muito bonito porque o Papa e o Patriarca compartilharam um apelo juntos: havia um documento muito profundo, que nos mostrou o caminho do nosso diálogo e como ele deve se desenvolver no futuro”.
Antonij explicou que «havia a ideia de preparar um segundo encontro e começamos o diálogo com a Santa Sé para esta preparação no ano passado. Depois, em março, o Patriarca Kirill teve um encontro com o Papa Francisco pelo zoom: eles também falaram sobre a situação na Ucrânia e depois deste encontro eu me lembro que o Patriarca nos disse, durante uma reunião dos bispos que trabalham em nossa cúria patriarcal , que foi uma conversa muito cordial e muito agradável».
O metropolita não esconde seu pesar pelo fato de ter sido posteriormente anunciado que a viagem vinculada ao encontro - que deveria tocar o Líbano e depois a cidade de Jerusalém - havia sido de momento cancelada.
«Para nós foi uma surpresa, principalmente porque recebemos essa informação da mídia. Então, depois, lemos algumas entrevistas do Papa onde ele disse que iria ao Cazaquistão e que gostaria de ter um encontro com o Patriarca Kirill. No entanto, não tivemos nenhuma confirmação oficial... Acredito muito que este novo encontro é necessário e pode ser muito útil nesta situação difícil em que estamos vivendo. No entanto, é claro que ele deve estar bem preparado: devemos entender qual será a pauta, qual será o fruto desse encontro. De fato, não acho que seria apropriado ter um encontro de poucos minutos durante um Congresso como o que está ocorrendo em Nur-Sultan».
Questionado sobre o que a Igreja Ortodoxa Russa poderia fazer para promover a paz e extinguir o atual conflito na Ucrânia, o "ministro das Relações Exteriores" do Patriarca de Moscou disse: «Desde o início desta situação na Ucrânia, precisamente no início, mas continuamente, porque a situação começou há oito anos - devemos entender isso bem -, o Patriarca disse que nós, como Igreja, devemos fazer todo o possível, tudo o que um crente pode fazer pela paz. Antes de tudo, devemos rezar pela paz na Ucrânia, em todas as nossas paróquias, em todo o mundo, em cada liturgia, a cada dia, em todos os países - a começar pelos Estados Unidos até a Austrália, também na Ucrânia, também na Rússia - rezamos pela paz na Ucrânia. Então o Patriarca nos pediu para pensar em como podemos ajudar as pessoas que sofrem, porque há tantos refugiados que vêm principalmente para a Rússia; milhares de pessoas vêm da Ucrânia e procuram ajuda".
“Por esta razão – continuou o metropolita russo – a Igreja pôs em prática muitas iniciativas para ajudar estas pessoas. Por exemplo, neste domingo - acabei de chegar de Moscou - em cada paróquia de Moscou, foi anunciado o pedido, o apelo do Patriarca Kirill, para arrecadar dinheiro para ajudar os refugiados que chegaram em várias cidades da Rússia. É preciso ajuda para isso. Muitos refugiados também chegaram à Europa e em todas as paróquias, tentamos fazer tudo o que podemos para receber essas pessoas, acolhê-las, ajudá-las com alimentos, gêneros de primeira necessidade. Nunca perguntamos: "De onde você veio?", "Qual é a sua opinião política?", "Você é a favor ou contra?" Não. Ajudamos todos os que vêm em nome do Senhor. Fazemos o que podemos fazer como cristãos, principalmente para ajudar as pessoas, porque a ajuda é necessária hoje, agora”.
Em frelação à paz, Antonij afirmou: «A paz é quando todos vivem juntos, sem conflitos, sem problemas. Sim, mas esta paz obviamente tem que ser uma paz justa, e tem que levar em consideração todos os sofrimentos, todas as dores de todos os lados do conflito. O que depende de nós é rezar, porque sabemos que tudo está nas mãos do Senhor e se juntos, toda a Igreja, pedirmos a paz ao Senhor, tudo será possível. Mas depois Ele realizará isso pelas mãos das pessoas que têm responsabilidades: não somos nós».
Por fim, o metropolita russo quis desmentir que o Patriarca Kirill “abençoa” a guerra na Ucrânia: «Ele nunca disse nada nem fez nada para dizer que de alguma forma abençoa a trágica situação na Ucrânia. Não, absolutamente não. Como o Patriarca - um líder espiritual para milhares de crentes que se encontram na Ucrânia - ele sofre junto com aqueles que sofrem e rezam pela paz”.
Fonte: Vatican News
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O Papa no Cazaquistão: "ensina que globalização espiritual freia nacionalismos", diz Riccardi
Comentando a 38ª viagem apostólica internacional que levou o Papa Francisco ao Cazaquistão, o fundador da Comunidade de Santo Egídio observa como "em um momento em que a globalização é ameaçada por um clima de grave tensão, o mundo religioso é desafiado pelos nacionalismos". Hoje as comunidades religiosas são desafiadas por nacionalismos e belicismos. "A presença do Papa nos encontros inter-religiosos é um encorajamento para não deixar cair o horizonte universalista e pacífico das religiões"
"As religiões juntas, sem confusão, mas em fraternidade, expressam uma globalização espiritual que contrasta a fragmentação conflituosa da vida internacional." Assim escreve o historiador Andrea Riccardi, fundador da Comunidade romana de Santo Egídio, em um editorial que a renomada revista católica italiana Famiglia Cristiana (Família Cristã) traz em sua publicação esta quinta-feira, 15 de setembro.
Comentando a 38ª viagem apostólica internacional que levou o Papa Francisco ao Cazaquistão, o fundador da Comunidade de Santo Egídio observa como "em um momento em que a globalização é ameaçada por um clima de grave tensão, o mundo religioso é desafiado pelos nacionalismos".
Cristianismo ortodoxo dilacerado pela crise ucraniana
"O cristianismo ortodoxo, devido à crise ucraniana, se encontra dilacerado. Entretanto, as religiões, com sua tensão universalista e em sua diversidade, nos lembram o destino comum das mulheres e dos homens. O diálogo entre elas e o compromisso com a paz parece ser a grande aquisição ocorrida entre o século XX e o século XXI", observa Riccardi.
"Na origem deste processo de aproximação está o encontro de líderes religiosos convocado por João Paulo II em Assis, em 1986", assinala o fundador da referida comunidade romana. Aquele evento, "superando distâncias seculares, colocou os líderes religiosos diante do desafio da paz em um mundo então marcado pela Guerra Fria".
Bergoglio impulsiona processo de paz iniciado por Wojtyla
"O Papa Wojtyla enfatizou muito este avanço: ‘Na história da humanidade, a ligação intrínseca entre uma atitude autenticamente religiosa e o grande bem da paz tornou-se evidente para todos’."
"Em mais de 35 anos - conclui Riccardi - este processo tem continuado, também devido ao impulso do Papa Bergoglio. Entretanto, hoje as comunidades religiosas são desafiadas por nacionalismos e belicismos, que exigem delas solidariedade e legitimidade. Em vez disso, a presença do Papa nos encontros inter-religiosos é um encorajamento para não deixar cair o horizonte universalista e pacífico das religiões."
Fonte: Vatican News
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Cazaquistão. Fiéis russos em peregrinação com o Papa: onde há Deus, há esperança
Os peregrinos russos, acompanhados pelo bispo auxiliar da Arquidiocese da Mãe de Deus em Moscou, dom Dubinin, se juntaram ao Papa Francisco em oração em Nursultan, capital do Cazaquistão, e retornam à Federação Russa esta sexta-feira, 16 de setembro. "A peregrinação poderia ser descrita como um concentrado da experiência da Igreja peregrina na Terra. Nesta viagem, representamos também esta Igreja peregrina, que é formada por diferentes pessoas e que nos reúne a todos juntos", ressalta o prelado
"Mesmo nas circunstâncias mais dramáticas, Deus deixa ao homem a esperança. Onde há Deus, há paz e unidade, e somos chamados a buscar esta unidade e esta paz, em primeiro lugar, em nossos corações."
Foi o que disse o bispo auxiliar da Arquidiocese da Mãe de Deus em Moscou, dom Nikolaj Dubinin, durante a homilia da Missa que presidiu no segundo dia de peregrinação dos 78 católicos que viajaram da Rússia para o Cazaquistão por ocasião da viagem apostólica do Papa Francisco.
Chamados a levar unidade e paz aos outros
A celebração teve lugar na Catedral católica de Nossa Senhora de Fátima, no final da visita do grupo ao KarLag, um acrônimo que indica o sistema de campos de concentração estalinista de Karaganda.
"Não devemos esperar algo dos outros - continuou o bispo -, mas somos chamados a levar unidade e paz aos outros. Muitos dos prisioneiros no KarLag e outros lugares de sofrimento durante os anos de perseguição e totalitarismo, através da fé, foram testemunhas da graça de Deus, mesmo nessas circunstâncias desumanas. Eles não perderam Deus, não perderam a fé, a esperança e a caridade. Pelo contrário, em Deus eles encontraram a força."
Testemunhas de fé em Cristo, até o fim
"O Senhor convida também nós hoje a sermos testemunhas e anunciadores da unidade e da paz. Ele mesmo nos dá a graça de buscar esta paz e esta unidade, de levá-las para nossas famílias, nossas comunidades, nossas Igrejas locais e de testemunhar e difundir este dom na sociedade. Desta forma, a Igreja torna-se um sinal profético da unidade de Deus e da paz na terra, dilacerada por conflitos e discórdias", ressaltou.
A Catedral de Nossa Senhora de Fátima, consagrada em 2012, está situada no centro da área do KarLag, que na época estalinista era uma espécie de "estado dentro do estado" e cobria uma área pouco menor do que a da França. Durante a visita, as palavras deram lugar ao silêncio, e os peregrinos rezaram pelos muitos homens e mulheres que sofreram e deram testemunho de sua fé em Cristo, até o fim.
Uma experiência da Igreja peregrina na Terra
O grupo, que partiu em 12 de setembro, encontrou hospitalidade em várias comunidades católicas durante a longa viagem de ônibus para a antiga república soviética do Cazaquistão.
"A peregrinação - continuou dom Dubinin - poderia ser descrita como um concentrado da experiência da Igreja peregrina na Terra. Nesta viagem, representamos também esta Igreja peregrina, que é formada por diferentes pessoas e que nos reúne a todos juntos."
Primeiro bispo católico de etnia russa
"No caminho, experimentamos as coisas mais diversas: alegria, sofrimento, beleza, hospitalidade e pobreza. Tudo isso nos conduz à busca mais importante de todas: a de nossa missão como indivíduos e em nossas comunidades. Nestes dias o Senhor nos faz encontrar diferentes comunidades no Cazaquistão, que são um sinal tangível de Sua presença", disse o bispo auxiliar da arquidiocese moscovita.
Dom Nikolaj Dubinin, um franciscano conventual, foi nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese da Mãe de Deus em Moscou pelo Papa Francisco em 2020 e é o primeiro bispo católico de etnia russa. Ele atualmente reside em São Petersburgo e é responsável pela parte noroeste e ocidental da Arquidiocese da Mãe de Deus. Os peregrinos, acompanhados pelo bispo Dubinin, se juntaram ao Papa Francisco em oração em Nursultan, capital do Cazaquistão, e retornam à Federação Russa esta sexta-feira, 16 de setembro.
Fonte: Vatican News
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Gertrude Detzel, a leiga que "salvou" a fé no Cazaquistão durante as perseguições
Na União Soviética, as pessoas consagradas eram perseguidas e encarceradas. A terciária franciscana russo-alemã, que foi deportada para os campos de concentração e morreu em 1971, garantiu que gerações de católicos no país ainda pudessem receber os sacramentos, administrando-os em segredo. Segundo o Bispo Adelio dell'Oro, "em tempos difíceis, ela substituiu os sacerdotes para o povo". O Papa prestou-lhe homenagem na Catedral de Nur-Sultan. O processo de beatificação está em andamento há um ano
Gertrude Detzel chegou perto do martírio. Ela, que veio de uma respeitada família russo-alemã do norte do Cáucaso, foi deportada para o Cazaquistão para trabalhos forçados em 1941, como muitos outros russos-alemães. A razão foi que ela não escondia a sua fé. Em 1949, foi presa após uma denúncia e deportada para um campo de trabalho reeducação comunista chamado "Aldeia Tschemolgan" na área da atual cidade de Almaty.
Profunda fé e enorme coragem
"O que vejo na vida de Gertrude é uma profunda fé e uma enorme coragem", afirma o bispo de Karaganda, Dom Adelio dell'Oro, que abriu o processo de beatificação no final do ano passado. "Onde quer que estivesse, mesmo nos campos de concentração, ela não tinha medo de viver a sua fé e de testemunhá-la para todos. Ele incomodava com frequência os responsáveis pelos campos porque falava a todos de Deus e da fé. Aos domingos, organizava orações conjuntas entre católicos e luteranos. Tudo isso atraia muita gente que a procurava e a seguia".
O anúncio nos campos de concentração
Nestes últimos anos Dom Adelio dell'Oro falou com várias pessoas que conheciam Gertrude e está entrevistando outras, também na Alemanha, porque depois de 1991 muitos se transferiram para lá. Alguém contou ao bispo sobre este episódio: 'Quando Gertrude foi acordada à noite e interrogada, ela não teve medo de falar com o diretor campo de concentração. O interrogatório tão longe que, a certa altura, ele parou tudo, chamou os guardas e disse: ‘Levem-na de volta para o pavilhão. Porque eu mesmo estou quase começando a acreditar nisso!’.  Após a morte de Stalin em 1953, os prisioneiros começaram a ser libertados. Um testemunho diz que Gertrude estava para ser uma das primeiras a ser mandada embora. Por quê? Para evitar que outros chegassem à fé através dela".
Os sacramentos em segredo
Gertrude Detzel não foi completamente libertada. Ela foi levada para um "assentamento especial" alemão perto de Semei, sob rigorosa vigilância, onde era proibido sair. Mas isto não a preocupava, pois ardia pela fé. Com sua irmã Valentina, ia secretamente para aldeias próximas onde viviam outros alemães. Elas iam de casa em casa, batizavam crianças e adultos, davam-lhes orações copiadas à mão em segredo, celebravam casamentos. Se as irmãs tivessem sido descobertas, teria significado mais 20 anos de trabalho forçado para ambas. Quando o assentamento especial foi abandonado, Gertrude mudou-se para Karaganda no final dos anos 50. Ali Gertrude, que continuava solteira por opção, tornou-se membro da Terceira Ordem de São Francisco. E organizava a vida eclesial dos numerosos exilados.
No lugar dos sacerdotes
"Na União Soviética, a fé católica foi transmitida durante 60, 70 anos quase sem sacerdotes, porque eles tinham sido deportados para os campos", explica Dom dell'Oro. "E assim os fiéis permaneceram sem sacramentos por décadas, exceto pelo batismo, que mulheres corajosas administravam às crianças". Foi exatamente isso que Gertrude Detzel fez, que reunia, em segredo, fiéis para as orações do Terço e para a Missa dominical, explicava-lhes a Bíblia e apresentava-lhes os santos. Como afirmam inúmeras testemunhas, ela tinha o dom da pregação. "É graças a ela que gerações inteiras de católicos exilados puderam receber os Sacramentos durante o período de perseguição da Igreja", assim lê-se em um folheto sobre a beatificação escrito pelo Bispo dell'Oro. "Em tempos difíceis para a Igreja, Gertrude Detzel substituiu um sacerdote para o povo".
Rumo à beatificação
É por isso que o bispo de Karaganda – onde Gertrude Detzel faleceu em 1971 e onde se encontra atualmente está sepultada - está tão interessado nesta beatificação. O prelado vê neste testemunho de fé determinado e alegre um modelo para os leigos no Cazaquistão de hoje, em um país onde a Igreja está vendo o êxodo de muitos crentes para o Ocidente. Nesta situação, são os leigos cazaques que hoje - como diz o bispo - assim como Gertrude então, que têm a missão de levar a fé adiante. À sua maneira, de modo diverso e de certa forma melhor, porque são mais livres que os sacerdotes.
Exemplo de evangelização leiga
"O que a figura de Gertrude nos sugere para hoje é viver a fé, estar aberto a todos, por exemplo, também aos muçulmanos. Porque a fé não se transmite gritando 'Jesus, Jesus!', mas através de nossa humanidade. Aqui no Cazaquistão não podemos fazer nada como Igreja na sociedade, mas isto diz respeito a todas as religiões. Só estamos livres dentro das paredes da nossa igreja. É por isso que os leigos são importantes: ninguém impede que os leigos sejam testemunhas onde eles trabalham, onde estudam. Portanto, precisamos de leigos que sejam testemunhas na sociedade de hoje, que sejam vivazes e abertos, que saiam ao encontro de todos e deixem tudo à graça de Deus e à liberdade do indivíduo".
Fonte: Vatican News
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Francisco: a velhice não é o tempo de colocar os remos no barco
O Papa enviou uma mensagem aos sacerdotes idosos e doentes da Lombardia reunidos, nesta quinta-feira (15/09), no Santuário de Caravaggio para o encontro organizado pela Unitalsi regional: não se resignem, mas se aliem aos jovens sacerdotes, porque sua idade é uma bênção para a Igreja.
Um dia em sinal da amizade e fraternidade sacerdotal. Assim, tem sido desde 2014, quando se realizou pela primeira vez. Assim foi hoje. O Santuário de Santa Maria del Fonte - na província de Bérgamo, Diocese de Cremona, na Itália, sediou pela oitava vez o encontro de sacerdotes idosos e doentes com os bispos da Lombardia. Uma iniciativa organizada pela Unitalsi (União Nacional Italiana para o Transporte de Doentes a Lourdes e Santuários Internacionais) Lombarda e pela Conferência Episcopal Regional, que nesta edição de 2022 se abriu, pela primeira vez, para a participação de diáconos permanentes e sacerdotes pertencentes a congregações religiosas: eles também foram convidados, junto com os sacerdotes das dez dioceses lombardas. Também desta vez a resposta foi forte a essa iniciativa que, realizada pela segunda vez em 2016, nunca parou desde então, mesmo nos anos da emergência de saúde mais aguda: cerca de 112 sacerdotes presentes, além de dez seminaristas, 14 diáconos e voluntários Unitalsi – com seu presidente regional Luciano Pivetti, comprometidos com seu serviço, num total de 200 pessoas.
Tempo de sabedoria não de resignação
A leitura da mensagem do Papa Francisco, pelo Bispo de Cremona, dom Antonio Napolioni, enviada aos participantes do evento, abriu a celebração eucarística. Palavras de encorajamento aos sacerdotes idosos a resistirem à tentação da resignação. A mensagem é um chamado à consciência de um papel a não ficar na surdina. "A vocês, queridos sacerdotes idosos, eu digo: este não é o tempo de 'colocar os remos no barco', de viver a resignação. Vocês podem dar muitos frutos com sua sabedoria: vocês têm muito tempo para rezar pela Igreja e para seus confrades mais jovens para que sejam fiéis à palavra de Jesus; vocês podem ouvir com paciência e magnanimidade as confissões, vocês podem testemunhar o quanto é importante para nós olhar e ler a história a partir dos muitos sinais de ternura e amor que Deus Pai espalhou em nossas vidas".
Delpini, o elogio a está sob a Cruz
Em sua homilia, o arcebispo de Milão Mario Delpini, que em 2014, como vigário-geral da arquidiocese ambrosiana, esteve com o então presidente da Unitalsi Lombarda, Vittore De Carli, engajado na primeira "gestação" do encontro de Caravaggio, teceu "elogio aos que estão sob a cruz": como a Mãe de Jesus, Maria Madalena, "o discípulo que ele amava" e "os padres e diáconos que estão reunidos aqui e todos aqueles que não puderam participar deste momento comovente e evocativo". Quem está sob a cruz, aos pés do Crucificado, não como "heróis que desafiam o mundo", para falar, chorar ou realizar seus projetos, mas estão ali para rezar, para escutar Jesus, e manter seu olhar fixo Nele. Desta forma "eles reconhecem Nele como o amor chega até o fim, até o cumprimento". Até o dom total de si. "Façamos um elogio aos que estão ali e também nos coloquemos todos, povo de Deus, bispos e padres e diáconos, consagrados e consagradas, junto com Maria, entre aqueles que estão junto da cruz".
Um dia de fraternidade
Foi uma homenagem a Maria o gesto feito no final da celebração: o presente ao Santuário de Caravaggio de três plantas rosa dedicada ao Cardeal Carlo Maria Martini, hibridizada no décimo aniversário da morte do jesuíta biblista que foi arcebispo de Milão de 1979 a 2002. Por fim, o almoço, no Centro de Espiritualidade: o último ato, em sinal de convívio, de um dia de fraternidade que ao longo dos anos soube despertar um consenso e uma participação crescentes, e que nem mesmo a pandemia conseguir parar. Para confirmar, como ensina as Escrituras, que "uma vida longa é uma bênção", lê-se ainda na Mensagem do Papa, e "os idosos não são pessoas das quais se distanciar, mas sinais vivos da benevolência de Deus que concede a vida em abundância".
Fonte: Vatican News
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Krajewski na Ucrânia: estamos aqui, "sob a cruz" junto com Maria
O cardeal, esmoleiro do Papa, se encontra nestes dias na Ucrânia a mando de Francisco para levar proximidade e confirmar na fé um povo "martirizado". Esta é a quarta missão do cardeal no país.
A voz não esconde a emoção, os olhos veem mais uma vez o sofrimento do "povo ucraniano martirizado". Assim, Francisco definiu em várias ocasiões o povo ucraniano, e o cardeal Krajewski, esmoleiro do Papa, destacou como, depois de duzentos dias de guerra, a Igreja local "nunca deixou seus fiéis sozinhos". Ele fez isso durante sua quarta missão à Ucrânia, hoje em Odessa e depois rumo ao norte. Sacerdotes, religiosas e voluntários: são muitas as pessoas às quais o cardeal leva com sua presença a proximidade viva de Francisco. Incontáveis também os rostos marcados pela dor, desde viúvas a filhos que perderam seus pais na guerra.
A proximidade da Igreja: estar com o povo
"Esta é a quarta vez que o Santo Padre me manda à Ucrânia, mas desta vez de uma maneira muito diferente", explicou o cardeal. "Estou em Odessa, a 3.600 quilômetros do Vaticano, e viajando da fronteira ucraniana ao Nordeste do país, visitamos todos os lugares onde há comunidades religiosas, sacerdotes e voluntários que nunca deixaram seus fiéis nestes duzentos dias", disse ele. A Igreja se torna próxima e compartilha o drama de uma população. A presença de Krajewski na Ucrânia também deve ser lida desta forma: "Viemos confirmar as pessoas na fé, dar esperança, estar perto delas. Estar com elas."
"Eis a sua mãe"
"A situação é muito difícil. Mesmo esta noite as sirenes foram ouvidas. Há muitos mortos, mas procedemos ao longo da fronteira russa para estar com as pessoas. Na Liturgia lembramos Nossa Senhora das Dores que estava diante da cruz. Queremos estar diante da cruz com todas as viúvas, com os filhos de homens mortos e feridos e estando assim como Maria, sentimos que Jesus diz aos ucranianos: 'eis a sua Mãe'; se seguirmos Nossa Senhora das Dores haverá milagres aqui na Ucrânia", sublinhou. O cardeal concluiu, sublinhando o significado de sua missão: "Minha tarefa, por parte do Santo Padre, é estar aqui com o povo, ter confiança e repetir todos os dias que confiamos em Jesus. Repetir, Jesus eu confio em vós."
Fonte: Vatican News
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JMJ 2023: em Lisboa reencontraremos a alegria do abraço fraterno
O Papa Francisco na sua Mensagem para a XXXVII Jornada Mundial da Juventude manifesta o seu desejo de que os jovens sintam na capital portuguesa a alegria de caminharem “todos juntos, em estilo sinodal, abandonando falsas fronteiras”.
Do Panamá até Lisboa, o Papa Francisco incentiva os jovens a deixarem “ecoar” nos seus “corações o premente convite de Deus a levantar-nos”.
Na grande Jornada do Panamá de 2019 o tema da JMJ foi “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”. Em Lisboa o lema é “Maria levantou-se e partiu apressadamente”.
Um novo começo  
“No troço de estrada que ainda nos falta para chegar a Lisboa, caminharemos juntos com a Virgem de Nazaré, que, imediatamente depois da Anunciação, levantou-se e partiu apressadamente para ir ajudar a prima Isabel” – escreve o Santo Padre na sua Mensagem para a XXXVII Jornada Mundial da Juventude.
Esta Jornada será assinalada localmente nas dioceses de todo o mundo no próximo Domingo de Cristo Rei, a 20 de novembro e a nível internacional, em Lisboa de 1 a 6 de agosto de 2023.
“Nestes últimos tempos tão difíceis, em que a humanidade já provada pelo trauma da pandemia, é dilacerada pelo drama da guerra, Maria reabre para todos e em particular para vós, jovens como Ela, o caminho da proximidade e do encontro. Espero e creio fortemente que a experiência que muitos de vós ireis viver em Lisboa, no mês de agosto do próximo ano, representará um novo começo para vós jovens e, convosco, para toda a humanidade” – escreve o Santo Padre.
O Papa partilha o seu sonho para a JMJ 2023 baseado no reencontro de um “abraço fraterno” que seja caminho de uma “nova fraternidade”:
“Sonho, queridos jovens, que na JMJ possais experimentar novamente a alegria do encontro com Deus e com os irmãos e as irmãs. Depois dum prolongado período de distanciamento e separação, em Lisboa – com a ajuda de Deus – reencontraremos juntos a alegria do abraço fraterno entre os povos e entre as gerações, o abraço da reconciliação e da paz, o abraço duma nova fraternidade missionária! Que o Espírito Santo acenda nos vossos corações o desejo de vos levantardes e a alegria de caminhardes todos juntos, em estilo sinodal, abandonando falsas fronteiras. O tempo de nos levantarmos é agora. Levantemo-nos apressadamente! E, como Maria, levemos Jesus dentro de nós, para O comunicar a todos. Neste belíssimo momento da vossa vida, avançai, não adieis o que o Espírito pode realizar em vós! De coração abençoo os vossos sonhos e os vossos passos” – afirma o Papa no texto agora publicado.
Levantar e partir 
Na sua Mensagem aos jovens, Francisco recorda o ato de Maria que se levanta para visitar a sua prima Isabel. Podia ter ficado a “concentrar-se em si mesma”, “mas não!” – diz o Santo Padre.
Maria, não obstante o “inquietante anúncio do Anjo” sobre a sua própria gravidez, “não se deixa paralisar, porque dentro d’Ela está Jesus, poder de ressurreição” – escreve o Papa.
“Experimentar na própria vida a presença de Cristo ressuscitado, encontrá-Lo «vivo», é a maior alegria espiritual, uma explosão de luz que não pode deixar ninguém «parado». Imediatamente põe em movimento impelindo a levar aos outros esta notícia, a testemunhar a alegria deste encontro” – sublinha o Santo Padre.
Segundo Francisco “Maria deixou-se interpelar pela necessidade da sua prima idosa. Não se escusou, não ficou indiferente. Pensou mais nos outros do que em si mesma. E isto conferiu dinamismo e entusiasmo à sua vida”.
O Papa na sua Mensagem lança pistas de reflexão para os jovens: “Como reajo perante as necessidades que vejo ao meu redor? Busco imediatamente uma justificação para não me comprometer, ou interesso-me e torno-me disponível?
“Perante uma necessidade concreta e urgente, é preciso agir apressadamente. No mundo, quantas pessoas esperam uma visita de alguém que cuide delas! Quantos idosos, doentes, presos, refugiados precisam do nosso olhar compassivo, da nossa visita, de um irmão ou uma irmã que ultrapasse as barreiras da indiferença” – escreve o Papa.
Francisco convida os jovens para um novo tempo de encontros e experiências, acolhendo quem é diferente de nós: “Queridos jovens, é tempo de voltar a partir apressadamente para encontros concretos, para um real acolhimento de quem é diferente de nós, como acontece entre a jovem Maria e a idosa Isabel. Só assim superaremos as distâncias entre gerações, entre classes sociais, entre etnias, entre grupos e categorias de todo o género, e superaremos também as guerras” – diz o Papa.
O Papa sublinha que “os jovens são sempre a esperança duma nova unidade para a humanidade fragmentada e dividida”. Mas deixa um aviso dizendo que os jovens só serão esperança “se tiverem memória” e “se escutarem os dramas e os sonhos dos idosos”.
“A minha mensagem para vós jovens, a grande mensagem de que é portadora a Igreja é Jesus! Sim, Ele mesmo, o seu amor infinito por cada um de nós, a sua salvação e a vida nova que nos deu. E Maria é o modelo de como acolher este imenso dom na nossa vida e comunicá-lo aos outros, fazendo-nos por nossa vez portadores de Cristo, portadores do seu amor compassivo, do seu serviço generoso, à humanidade sofredora” – escreve o Santo Padre.
“A cada um e cada uma de vós renovo o meu caloroso convite a participar na grande peregrinação intercontinental dos jovens que culminará na JMJ de Lisboa em agosto do próximo ano; e recordo-vos que, no próximo 20 de novembro, Solenidade de Cristo Rei, celebraremos a Jornada Mundial da Juventude nas Igrejas particulares espalhadas pelo mundo inteiro” – convida o Papa na conclusão da sua Mensagem aos jovens.
Fonte: Vatican News
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Angola - CEAST vai realizar o II Simpósio Bíblico Internacional
A Conferência Episcopal de Angola e São Tomé através da sua Comissão de Pastoral Bíblica realiza de 16 a 18 de Setembro, em Luanda o II Simpósio Bíblico Internacional.
A Comissão Episcopal de Pastoral Bíblica, para a celebração do 16º centenário de morte de S. Jerónimo e 50 anos de existência da Federação Bíblica Católica (FEBIC), escolheu realizar, o II Simpósio Bíblico Internacional como o momento mais solene do ano 2020 que, como sabemos, foi dedicado à Palavra de Deus. Este benemérito plano não teve efeito por causa da pandemia global da COVID 19.
Adiado por duas vezes em anos sucessivos, o II Simpósio vai finalmente acontecer nos dias 16, 17 e 18 de Setembro do corrente ano.
O Simpósio proporcionará momentos de actualização sobre as pesquisas e estudos da Bíblia, bem como os métodos de pastoral e de vivência da Palavra em comunidade ou em particular.
Os prelectores convidados entre os melhores mestres do mundo, da África e de Angola já começaram a escalar a cidade de Luanda como nos confirmou a porta-voz do evento, Irmã Elisabete Corazza Fsp.
O objetivo geral do Simpósio coincide com a preocupação geral da Igreja manifestada no Sínodo sobre a Palavra de Deus em 2008 e, sobretudo, na Exortação Apostólica Pós-Sinodal Verbum Domini, nº 73.
O Sínodo que tem como tema: Animação bíblica da inteira pastoral (cf. Verbum Domini, 73) e baseado no lema: E o Verbo fez-se carne e veio habitar connosco (Jo 1,14a), convida a um esforço pastoral particular para que a Palavra de Deus apareça em lugar central na vida da Igreja, recomendando que «se incremente a “pastoral bíblica”, não em justaposição com outras formas da pastoral mas como animação bíblica da inteira pastoral».
Por isso todas as dioceses da CEAST são convidadas a participar activamente.
Fonte: Vatican News
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Schevchuk: somos um povo de fé e na fé temos esperança
"Muitas vezes nos é perguntado: "Vocês têm esperança lá, na Ucrânia?" E nós dizemos: "Sim, nós temos!". Temos esperança porque Deus a dá a nós, não o homem. Somos um povo de fé e na fé temos esperança e seguimos em frente. Suportamos nossas dificuldades com coragem e paciência, e essa esperança nos leva à vitória sobre o agressor russo, à vitória não apenas na guerra, mas também sobre a guerra. À vitória, cuja coroação será a paz em nossa pátria."
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Hoje é quarta-feira, 14 de setembro de 2022. Na Ucrânia, já são 203 dias da guerra sacrílega e sangrenta que a Rússia está travando contra o povo ucraniano.
Mais uma vez o dia de ontem e a noite passada foram para a Ucrânia e seu povo infernais, inquietos e terríveis. Pesadas batalhas estão em andamento ao longo de toda a linha de frente; o inimigo está constantemente atacando a região de Donetsk, destruindo sistematicamente as infraestruturas críticas de nossas cidades. Está tentando destruir todos os sistemas de fornecimento de calor, eletricidade e outros tipos de suprimentos necessários para a vida na cidade. Isso significa que antes da estação fria o inimigo quer fazer tudo para trazer sofrimento e atormentar os ucranianos tanto quanto possível, em particular, sua população civil.
De acordo com as informações que recebemos esta manhã, ontem o inimigo lançou 3 ataques de mísseis, 58 ataques aéreos e inúmeros ataques de artilharia.
As cidades do sul de nossa pátria, nas regiões de Kherson, Zaporizhia e Dnipropetrovsk, foram particularmente afetadas pelo bombardeio russo de ontem. Mas o maior golpe na noite passada foi infligido pelos russos em Mykolaiv. E, infelizmente, há muitos mortos e feridos.
Mas hoje ainda afirmamos que a Ucrânia está resistindo! A Ucrânia luta! A Ucrânia reza!
Hoje, de acordo com o calendário eclesiástico, as Igrejas de tradição bizantina da Ucrânia, os ortodoxos e nós, greco-católicos, iniciamos um novo ano litúrgico. Hoje é um dia chamado "Convocação". Neste dia honramos Nosso Deus como Deus Criador. Neste dia glorificamos Nosso Senhor como Criador e Construtor da raça humana e doador da graça espiritual. Hoje contemplamos e agradecemos especialmente ao Senhor Deus por Sua Sabedoria, Sua Providência para o mundo. Neste dia, especialmente, vemos, ouvimos, experimentamos o fato de que todo o universo não é a causa de algum acidente cego, e a história do mundo não é um acúmulo caótico de eventos, fatos ou momentos históricos. O Senhor Deus cuida do mundo em Sua Providência. Ele é um Deus providente, isto é, Aquele que não apenas criou o mundo em Sua Sabedoria, mas conduz o mundo ao seu desenvolvimento lógico e à coroação. Para uma conclusão lógica. E a plenitude deste movimento para a perfeição e para a sabedoria de todo o universo é nosso Senhor Deus Jesus Cristo em quem se encarna a plenitude da Sabedoria divina. Nela, como na Palavra de Deus, repousa toda a plenitude divina no corpo humano, como nos ensina o apóstolo Paulo.
Neste dia de Deus Criador concluímos nossas reflexões sobre o Guia Social do Crente. É precisamente o 10º mandamento, ou o 10º ponto deste Guia, que nos fala de esperança. “Vivo na esperança que Deus me dá, suporto as provações com coragem e paciência, procuro aproximar o Reino de Deus com minhas boas obras”. Estas palavras ressoam de maneira especial no dia de Deus Criador, o dia em que honramos o plano de Deus para o mundo e para nós. Porque, de fato, a esperança em que vivemos nos é dada pelo próprio Deus!
O salmista diz: "Não confies em príncipes, nem nos filhos dos homens, porque neles não há salvação". É precisamente porque temos esperança que podemos suportar as provações com coragem e paciência. Contemplamos a Providência de Deus mesmo nos momentos terríveis e dolorosos de provação que afetam cada ser humano. Estamos tentando realizar esse plano de Deus em nossa vida aprendendo a nos comportar com sabedoria mesmo em meio à insensatez da guerra e a nos aproximarmos do Reino de Deus com boas ações. E o triunfo da Providência de Deus, de Sua sabedoria, é a paz. A paz como espaço de harmonia. Como o espaço da plenitude da vida. O espaço para a realização da esperança que Deus nos dá.
Muitas vezes nos é perguntado: "Vocês têm esperança lá, na Ucrânia?" E nós dizemos: "Sim, nós temos!". Temos esperança porque Deus a dá a nós, não o homem. Somos um povo de fé e na fé temos esperança e seguimos em frente. Suportamos nossas dificuldades com coragem e paciência, e essa esperança nos leva à vitória sobre o agressor russo, à vitória não apenas na guerra, mas também sobre a guerra. À vitória, cuja coroação será a paz em nossa pátria.
Hoje é um dia especial para os cristãos católicos na Europa, o dia em que a Europa crente se ajoelha diante do Santíssimo Corpo e Sangue de nosso Salvador e reza pela Ucrânia. Hoje é dia de vigília e oração diante do Mistério do Corpo e do Sangue pela paz na Ucrânia. Os cristãos que vivem de acordo com o Calendário Gregoriano hoje celebram a festa da Exaltação da Santa e vivificante Cruz. É precisamente no Salvador crucificado que a Europa e o mundo crente vêem a Ucrânia crucificada hoje.
O Santo Padre, Papa Francisco, que acompanhamos em oração no Cazaquistão, hoje convida os cristãos crentes a ver as chagas do Salvador crucificado precisamente nas chagas da Ucrânia.
Hoje peço a todos os filhos e filhas de nossa Igreja na Ucrânia e aqueles que vivem em outros países, especialmente na Europa, que se unam a esta oração ecumênica dos discípulos crentes de nosso Salvador pela paz na Ucrânia.
Quero agradecer aos bispos católicos da Europa que iniciaram esta oração. Nós não apenas acreditamos, mas esperamos, sentimos o poder de sua oração, o poder da oração que interrompe a guerra e é a fonte de nosso otimismo. É uma fonte de esperança podermos derrotar juntos o mal e ver a paz que abençoa a nossa pátria.
Que a bênção do Senhor esteja sobre vocês por meio de Sua graça e amor pela humanidade,  agora e para todo e sempre, amém!
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Svyatoslav+
Pai e Primaz da Igreja Greco-Católica Ucraniana
14.09.2022
Fonte: Vatican News
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Ucrânia vive uma catástrofe total, diz arcebispo greco-católico
Falando em um fórum on-line organizado pela Ação Católica, o arcebispo greco-católico de Kiev recorda o sofrimento da população nos mais de duzentos dias desde o início da invasão russa. Quase seis mil civis mortos, mais de 14 milhões de deslocados, 1,5 milhão de crianças em risco de fome.
Na Ucrânia existe o risco de um desastre nuclear "maior que o de Chernobyl", porque as tropas russas não apenas atacaram a usina nuclear de Zaporizhia, mas também declararam que as outras usinas presentes em território ucraniano também devem ser consideradas como um objetivo.
O alerta é do arcebispo greco-católico de Kiev, Sviatoslav Shevchuk, que na noite de terça-feira se pronunciou no encontro on-line "Mar Negro Agorà", organizado pelo Fórum Internacional da Ação Católica. Desde 2014, jovens do movimento organizam iniciativa sob o bandeira da fraternidade e da troca de experiências entre os países do Leste Europeu.
Quase seis mil civis mortos em violações do direito internacional 
O último encontro desta natureza havia sido realizado precisamente na Ucrânia, em Odessa, em 2019. Agora, diante dos participantes conectados de 20 países, Sua Beatitude Shevchuk recordou alguns dos dados fornecidos pelas autoridades ucranianas sobre a situação humanitária no país 200 dias desde o início da invasão russa e atualizado até 9 de setembro passado.
De acordo com o Escritório do defensor cívico da Ucrânia, que apresenta dados registrados oficialmente pelo governo, os civis mortos segundo a Missão de monitoramento dos Direitos Humanos das Nações Unidas são 5.718, enquanto os feridos são 8.199. Entre as vítimas fatais, 383 são crianças, além de outras 743 feridas.
Uma cifra muito distante da realidade, apontou Shevchuk. "Só na cidade de Mariupol - disse ele - mais de 200.000 civis foram mortos e agora estão em valas comuns ou nem sequer tiveram um sepultamento adequado".
Assassinatos de população civil e bombardeios de cidades e alvos civis, assim como a morte de crianças, recorda o Escritório do defensor cívico da Ucrânia, violam o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, as quatro Convenções de Genebra de 1949 e seus protocolos adicionais, além das Convenções de Haia e das Nações Unidas sobre os direitos da criança.
Mais de 200 locais de culto destruídos ou danificados 
Ademais, os bombardeios russos destruíram ou danificaram mais de 130.000 prédios e casas, incluindo 2.472 escolas, das quais 764 creches e cerca de 300 sem nenhuma possibilidade de serem reformadas. 
Também foram atingidos 903 hospitais e unidades de saúde - 127 totalmente destruídos -, 481 farmácias, mais de 500 prédios administrativos, 18 aeroportos, quatro portos, 309 pontes, além de museus, lojas, 25.000 quilômetros de estradas e 205 entre igrejas, templos e mesquitas .
Uma catástrofe humanitária 
É difícil explicar em palavras o que se está vivendo, afirmou o arcebispo de Kiev, que disse nunca ter imaginado, ao retornar ao seu país da Argentina onde guiou a Igreja Greco-Católica ucraniana em 2011, ter que ver "pessoas torturadas e fuziladas em valas comuns, cidades e aldeias inteiras destruídas e arrasadas" e uma terra que se chamava "o celeiro da Europa" tornar-se palco de "uma catástrofe humanitária".
Mais de um milhão e meio de crianças correm o risco de passar fome 
A guerra e os bombardeios deixaram mais de 3,5 milhões de pessoas desabrigadas, 1,4 milhão sem acesso à água, 4,6 milhões com acesso limitado e 1,6 milhão de crianças – metade das que ainda estão em casa – que correm o risco de viver à beira da fome e da escassez de alimentos.
Pessoas deslocadas internamente 
A fuga da Ucrânia é outra grande consequência da invasão russa que começou em 24 de fevereiro. Também neste caso é difícil ter números exatos. Para ACNUR, mais de 12 milhões de pessoas cruzaram as fronteiras ucranianas, incluindo 10 para países da UE, onde a maioria foi registrada como refugiada ou solicitou proteção temporária. O número de deslocados internos, por outro lado, varia de 4,5 milhões pelo Ministério de Políticas Sociais da Ucrânia a 6,8 milhões relatados pelo ACNUR.
Mais de 4 milhões de deportados pelo exército russo 
Particularmente graves são as acusações contra o exército russo de deportações forçadas e mobilização da população. Citando a mídia russa, o documento ucraniano fala de 4 milhões de pessoas, incluindo 628 mil crianças, que foram deportadas para o território da Federação Russa.
Foram também criados 652 centros de acolhimento temporário que acolhem atualmente 33.000 pessoas. Na região de Kharkiv, nos últimos dias, homens em idade de alistamento foram detidos e levados para os centros de recrutamento das cidades ocupadas. Comportamentos que violam os artigos 49 e 51 da Convenção de Genebra sobre a Proteção das Pessoas Civis em Tempo de Guerra.
Shevchuk: da Cruz, a fonte da vida 
Neste contexto, porém, recorda todavia o arcebispo Shevchuk, “o povo ucraniano ainda resiste, mesmo que as tropas armadas que ainda estão na Ucrânia sejam mais numerosas”. O povo ucraniano “disse não à escravidão. Esta guerra contra nós é uma típica guerra colonial, no coração da Europa!". Além disso, conclui o arcebispo greco-católico, os ucranianos têm esperança porque são crentes: “Cremos em Deus, a nossa fé cristã é a fonte da nossa esperança. Porque se alguém olhar para a terra na Ucrânia hoje, chora. Mas quando levanta os olhos e contempla o Senhor exaltado na Cruz, se alegra. Porque é desta Cruz que vem até nós a fonte da vida”.
Fonte: Vatican News
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Arcebispo ortodoxo e quase todas as suas paróquias se convertem à Igreja Católica
Francisco Vêneto - publicado em 15/09/22
O impacto da decisão de Ihor Isichenko é poderoso, já que ele é um dos líderes cristãos de maior prestígio na Ucrânia
Um arcebispo ortodoxo ucraniano e quase todas as suas paróquias se convertem à Igreja Católica, mais especificamente à Igreja Greco-Católica da Ucrânia, que está em plena comunhão com a Santa Sé.
Segundo informações do site católico The Pillar, o arcebispo Ihor Isichenko, anteriormente líder da Igreja Autocéfala Ucraniana na diocese de Kharkiv-Poltava, percorreu uma trajetória de mais de sete anos de conversão até efetivar plenamente a sua união à Igreja Greco-Católica do seu país no começo deste ano.
O processo de conversão teve início devido à sua constatação de que as divisões internas entre os ortodoxos eram profundas demais para possibilitar a unidade. Ele concluiu que o caminho da comunhão se daria na Igreja Greco-Católica Ucraniana.
O impacto da sua decisão é poderoso, já que Ihor Isichenko é um dos líderes cristãos de maior prestígio na Ucrânia.
De fato, desde a sua união ao catolicismo, a maior parte das paróquias sob a sua antiga jurisdição como arcebispo ortodoxo também aderiram à Igreja Católica, passando a fazer parte do Exarcado Católico Ucraniano de Kharkiv e da Arquieparquia de Kiev.
As restantes optaram por ingressar em outras comunhões ortodoxas.
Quanto a dom Ihor Isichenko, ele agora é arcebispo emérito e exerce um cargo diretivo na Universidade Católica Ucraniana.
Fonte: Aleteia
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Patriarca não foi: representante ortodoxo russo fala só 15 minutos com Papa
Francisco Vêneto - publicado em 15/09/22
Já o Papa fez questão de ir, mesmo em cadeira de rodas devido às fortes dores no joelho
O patriarca Kirill, líder da Igreja Ortodoxa Russa, frustrou o aguardado encontro com o Papa Francisco que poderia ter acontecido nesta quarta-feira, 14. O aliado de Vladimir Putin não compareceu ao encontro de líderes religiosos mundiais realizado no Palácio da Paz e da Reconciliação em Nur-Sultan, a capital do Cazaquistão.
Já o Papa, mesmo em cadeira de rodas devido às fortes dores no joelho que o afetam persistentemente há meses, fez questão de ir pessoalmente ao evento que reuniu autoridades das principais religiões do mundo com o objetivo de enfatizar o seu empenho em favor da paz e do diálogo.
De fato, na manhã desta quarta, os líderes religiosos se reuniram para uma oração silenciosa e, logo em seguida, participaram da abertura e da sessão plenária do congresso inter-religioso.
O Papa Francisco se reuniu com outros líderes cristãos, judeus e muçulmanos, como o patriarca ortodoxo de Jerusalém, Theophilos III, os rabinos israelenses David Baruch Lau e Yitzhak Yosef e o professor Ahmad Muhammad Al-Tayyeb, grão-imã de Al-Azhar, centro sunita de estudos islâmicos no Egito que serve como referência para 80% dos muçulmanos de todo o mundo.
Com a chamativa ausência de Kirill, o Papa Francisco teve um encontro privado com um representante da Igreja Ortodoxa Russa, o metropolita Antonij de Volokolamsk, presidente do Departamento de Relações Exteriores do Patriarcado de Moscou.
Segundo a Santa Sé, o encontro durou cerca de 15 minutos. O metropolita o descreveu como “cordial” e declarou que o Papa “enviou saudações ao patriarca Kirill”. Antonij também disse ter falado com o Papa sobre “a numerosa presença da Igreja Ortodoxa Russa no Cazaquistão” e afirmou que o Papa “demonstrou interesse”.
Sobre um futuro encontro de Francisco e Kirill, Antonij declarou que “existe a possibilidade, mas o encontro deve ser bem preparado” e que “o mais importante é ter algo no final, algum chamado, como fizemos em Havana”. A referência é ao breve encontro histórico entre Francisco e Kirill ocorrido na capital de Cuba em 12 de fevereiro de 2016, quando os dois líderes assinaram uma declaração conjunta.
Um segundo encontro entre os dois líderes religiosos havia sido cogitado para ocorrer na metade deste ano em Jerusalém, mas, segundo Antonij, ele “foi cancelado pela Santa Sé”. O que aconteceu foi que a diplomacia vaticana recomendou a Francisco, na ocasião, que adiasse o encontro para evitar instrumentalizações políticas, dado o contexto da então recentemente iniciada guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Depois disso, Francisco criticou a postura de Kirill como aliado de Putin, o que foi mal recebido pelo patriarca. Antonij declarou que “expressões deste tipo não são úteis para a unidade entre os cristãos”, mas acrescentou que “devemos seguir em frente”.
Fonte: Aleteia
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Parlamento Europeu exige que Nicarágua liberte bispo preso
O Parlamento Europeu aprovou uma resolução  exigindo que o governo do presidente Daniel Ortega, ex-guerrilheiro de esquerda que soma 29 anos no poder da Nicarágua, liberte o bispo Rolando Álvarez, que está em prisão domiciliar desde 19 de agosto.
A resolução foi aprovada por 538 votos a favor, 16 contra e 28 abstenções, segundo nota publicada hoje (15) pelo Parlamento Europeu.
A resolução exige que o "regime nicaraguense restabeleça o pleno respeito por todos os direitos humanos, incluindo a liberdade de expressão, de religião e de crença".
 “Os processos judiciais e as penas impostas ao bispo Rolando Álvarez e outras vítimas de detenção arbitrária devem ser anulados”, diz a resolução.
  Esta é a sexta resolução emitida sobre a Nicarágua. Nela, o Parlamento Europeu lamenta "a deterioração contínua da situação na Nicarágua e a escalada da repressão contra a Igreja Católica, personalidades da oposição, a sociedade civil, defensores dos direitos humanos, jornalistas, camponeses, estudantes e povos indígenas”, também denuncia a “detenção arbitrária apenas pelo fato de exercerem as suas liberdades fundamentais”.
O Parlamento manifesta ainda a sua preocupação com a situação dos “mais de 206 presos políticos detidos na Nicarágua desde abril de 2018” e denuncia o tratamento cruel e desumano de que são vítimas.
Também diz que a situação atual “justifica que a ONU inicie uma investigação formal sobre a Nicarágua e Daniel Ortega por crimes contra a humanidade através do Tribunal Penal Internacional”.
A resolução exige que seja acionada a cláusula democrática do Acordo de Associação entre a União Europeia e a América Central.
Desde que, em 19 de agosto, foi posto em prisão domiciliar na casa de seus pais em Manágua, não há notícias sobre o bispo Rolando Álvarez. O último tuíte que escreveu, pouco antes de ser preso, foi: "Cuidemos de usar o vestido festivo no Reino de Deus".
A perseguição à Igreja na Nicarágua também atingiu as Missionárias da Caridade, congregação fundada por madre Teresa de Calcutá. Elas foram expulsas do país em julho deste ano.
O padre Oscar Benavidez, da diocese de Siuna, o padre Ramiro Tijerino, o padre José Luis Diaz, o padre Sadiel Eugarrios e o padre Raúl González estão na prisão de El Chipote, em Manágua, conhecida como centro de tortura dos adversários do regime sandinista no poder na Nicarágua.
Também os seminaristas Darvin Leyva e Melquín Sequeira, e o cinegrafista Sergio Cárdenas, da diocese de Matagalpa, estão em El Chipote.
Com exceção de padre Benavidez, todos os outros foram presos na madrugada de sexta-feira, 19 de agosto, na cúria episcopal de Matagalpa, quando a polícia prendeu dom Rolando Álvarez.
Fonte: ACIDigital
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Termina fase diocesana da causa de beatificação do padre André Bortolameotti
A diocese de Barretos (SP) encerra nesta sexta-feira (16) o inquérito diocesano da causa de beatificação de padre André Bortolameotti, que morreu em 2010. O sacerdote ficou conhecido por seu trabalho pastoral e social, entre eles a construção de uma casa para acolher pessoas que iam a Barretos se tratar de câncer.
Padre André Bortolameotti nasceu em 22 de dezembro de 1919, na terra natal de santa Madre Paulina, Vigolo Vattaro, na Itália. Desde criança, expressava o desejo de ser padre. Em 1931, ingressou na Congregação de Jesus Sacerdote. Recebeu a ordenação sacerdotal em 29 de junho de 1943.
Veio para o Brasil em 1967, atuando inicialmente em São Paulo. No final de 1975, retornou para Roma, onde cursou Teologia Moral. Ainda permaneceu um tempo na Itália, até retornar definitivamente para o Brasil em 1984. Em dezembro daquele ano, assumiu a paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Barretos. Sua administração como pároco se estendeu até dezembro de 2001, quando passou o cargo para seu sucessor e, com humildade, tornou-se vigário.
O começo de sua atuação na paróquia não foi fácil. Os fiéis estranharam o forte sotaque italiano, às vezes incompreensível. Alguns chegaram a mudar de paróquia. Aos poucos, por sua dedicação, zelo, ardor espiritual, começou a conquistar os fiéis.
Padre André se dedicava muito aos sacramentos, principalmente à confissão. Em seus 67 anos de vida sacerdotal, dedicou milhares de horas ao atendimento das confissões. Também tinha uma atenção especial aos pobres e aos presidiários. Visitava a cadeia de Barretos, conversava com os presos, confessava e celebrava a missa a cada quinze dias. Quando os presos souberam da morte de padre Bortolameotti, disseram: “Morreu nosso bom pai”.
Uma das obras marcantes deixada pelo sacerdote é o alojamento Madre Paulina. A ideia surgiu na metade da década de 1990 da preocupação de padre Bortolameotti com os doentes que iam a Barretos para se tratar no Hospital do Câncer, hoje chamado Hospital do Amor.
Inicialmente, o alojamento contou com estrutura para acolher 48 pessoas. Eram pequenos apartamentos de dois leitos, com banheiro e guarda-roupa. O padre escolheu para o alojamento o nome “Madre Paulina”, a religiosa oriunda de sua cidade natal, que havia sido beatificada em 1991 e que começou sua obra cuidando de uma mulher com câncer.
Hoje, a casa tem capacidade para 350 pessoas, que recebem atendimento físico e espiritual.
Padre André Bortolameotti morreu aos 91 anos, em 28 de outubro de 2010. A data é dia de são Judas Tadeu, titular e padroeiro do Hospital do Câncer, ao qual o sacerdote tanto se dedicou.
O padre foi enterrado no santuário Nossa Senhora do Rosário, em Barretos. No ano passado, seus restos mortais foram exumados e colocados em uma urna de acrílico, que está em um espaço dentro do mesmo santuário.
Segundo a postuladora da fase diocesana da causa de padre Bortolameotti, Lucila Castro, “quando o padre André morreu, as pessoas já começaram a falar que ele era um santinho. Então, quando dom Milton (Kenan Júnior, bispo de Barretos desde dezembro de 2014) começou a ouvir os relatos, decidiu abrir o processo no final de 2016”.
Nesta fase diocesana, que será encerrada amanhã, foram recolhidas provas, “escritos, documentos, cartas” e “ouvidas pessoas que conviveram com padre André no Brasil e na Itália”. Durante a cerimônia de encerramento do inquérito diocesano, essa documentação será lacrada para, em seguida, ser enviada ao Dicastério para a Causa dos Santos, da Santa Sé.
Lucila Castro, que conheceu o padre André Bortolameotti, disse à ACI Digital que vê sua atuação como postuladora da fase diocesana desse processo não como um trabalho, “mas uma graça”, pois pôde conhecer “de maneira mais aprofundada também a figura do padre André”.
Segundo ela, durante o processo, foram ouvidos “muitos relatos de que padre André sempre estava disponível para ajudar, a qualquer hora que batessem em sua porta”. “Todas as pessoas com as quais conversamos e que conviveram com ele falam que ele era uma pessoa que se abandonava, deixava de olhar para si para ajudar o outro”, disse.
A postuladora afirmou que, ao olhar para a vida de padre Bortolameotti, “percebemos que a santidade é possível para nós também, somos chamados a ser santos. E a santidade é um caminho cotidiano, dia após dia, sim após sim”.
“Existem as dificuldades da vida e o padre André passou por várias dificuldades, mas Deus nos chama sempre a esse caminho da santidade. E, como o evangelho fala: o caminho de Jesus não é o mais fácil, às vezes é preciso entrar pela porta estreita, não pela porta larga. Então, esse é o ensinamento do padre André, que mesmo em meio às dificuldades, nós podemos dar o nosso ‘sim’ todos os dias”, disse.
Com o encerramento da fase diocesano, a causa de beatificação de padre André Bortolameotti segue para a Santa Sé, onde a documentação será analisada. “Ao se confirmar que ele viveu as virtudes de forma heroica, será declarado venerável”, disse Castro. Depois disso, é necessária a comprovação de um milagre pela intercessão dele para que seja declarado beato. Em seguida, é preciso outro milagre para se tornar santo.
Segundo Lucila Castro, a postulação já tem recebido relatos de graças alcançadas por pessoas que pediram a intercessão do padre André Bortolameotti. “Sempre pedimos para as pessoas rezarem e pedirem a intercessão dele. Temos muitos relatos de graças e estamos analisando, porque a Igreja é muito prudente nesses casos”, disse.
Relatos de graças alcançadas por intercessão de padre André Bortolameotti podem ser enviadas para postulacao@diocesedebarretos.com.br.
Fonte: ACIDigital
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Do dia 14/9/22
Papa Francisco acolhe renúncia de dom Luiz Antônio Guedes e nomeia novo bispo para Campo Limpo (SP)
Acolhendo o pedido de renúncia de dom Luiz Antônio Guedes, o Papa Francisco nomeou nesta quarta-feira, 14 de setembro, o padre Valdir José de Castro, da Pia Sociedade de São Paulo, como bispo de Campo Limpo (SP).
Padre Valdir José de Castro
Nasceu em 14 de fevereiro de 1961, em Santa Bárbara d’Oeste (SP), diocese de Piracicaba. Possui licenciatura em Filosofia e graduação em Jornalismo pela Universidade de Caxias do Sul e bacharelado em Teologia pelo Instituto Teológico de São Paulo (ITESP).
Licenciou-se em Teologia com especialização em Espiritualidade, na Universidade Gregoriana (Roma); Também é licenciado em Comunicação pela Faculdade de Comunicação Cásper Líbero (SP) e possui doutorado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Fez sua primeira profissão religiosa na congregação Sociedade de São Paulo (Paulinos) em 11 de fevereiro de 1981 e a profissão perpétua em 25 de outubro de 1987. Foi ordenado sacerdote em 12 de dezembro de 1987.
Após sua ordenação sacerdotal, ocupou os seguintes cargos: formador de aspirantes (1987-1990), mestre dos novatos (1997-2000), conselheiro provincial da província do Brasil (1996-2004), vigário provincial (2000-2004), formador de juniores (2006-2007), diretor geral de Apostolado (2001-2006), provincial da província Argentina-Chile-Peru (2006-2010), diretor da Faculdade de Comunicação (FAPCOM) (2012-2015), provincial do Brasil (2012-2015) e superior geral da Pia Sociedade de São Paulo (2015-2022).
Novo bispo emérito
Nascido em Mogi-Mirim, a vocação de dom Luiz foi despertada logo cedo. Com 12 anos ingressou no seminário diocesano em Campinas, no interior de São Paulo, depois de brincar muito de celebrar a Santa Missa em sua infância.
Ordenado padre em 1972, o então sacerdote Luiz ficou conhecido pela sua dedicação e simplicidade nas paróquias por onde passou. Com 24 anos de sacerdócio, o padre Guedes recebeu a notícia que o Papa João Paulo II o havia escolhido para ser bispo da Igreja.
A sua ordenação como bispo aconteceu na catedral de Campinas em 9 de março de 1997, contando com numerosa presença de amigos, familiares. Ele escolheu como lema episcopal um versículo da Segunda Carta a Timóteo: “Sei em quem acreditei” (2 Tm 1,12).
Dentre as diversas atividades que realizou com bispo-auxiliar de Campinas, tem destaque a preparação d0 XIV Congresso Eucarístico Nacional que aconteceu, no ano de 2001, evento do qual foi o secretário-geral. Não demorou muito para que dom Luiz deixasse a arquidiocese de Campinas. Em 2001, o Papa João Paulo II o enviou para ser o bispo da diocese de Bauru, no interior do Estado.
Como bispo de Bauru, ficou conhecido pelo incentivo na formação pastoral proporcionada ao clero, aos religiosos e seminaristas e em sua atuação como bispo referencial para a Pastoral Vocacional do Regional Sul 1, além de ser o referencial para a Pastoral Operária Nacional, mostrando aí seus dons conciliadores. Descrito por muitos como uma pessoa extremamente generosa, recebeu por sua atuação o título de cidadão Bauruense, com votação unânime da Câmara Municipal no ano de 2004.
Dom Luiz permaneceu na diocese de Bauru até 2008, quando foi escolhido pelo então papa Bento XVI, para governar a diocese de Campo Limpo, sucedendo o primeiro bispo, dom Emílio Pignoli. A posse aconteceu em 27 de setembro de 2008, na catedral Sagrada Família.
Desde que chegou à diocese de Campo Limpo, dom Luiz sempre se mostrou atento a escutar a Igreja Particuular como um ponto de partida para o caminhar da ação pastoral e evangelizadora que buscou implementar. Considerado zeloso, paciente, solidário e participativo cumpriu bem sua missão no pastoreio às dioceses por onde passou.
Saudação da CNBB ao monsenhor Valdir José de Castro
Estimado Monsenhor Valdir José de Castro, 
Com alegria, recebemos a notícia da escolha do Santo Padre, o Papa Francisco, pela sua nomeação como novo bispo da Diocese de Campo Limpo, em São Paulo. Queremos também o acolher como novo membro desta Conferência Episcopal. 
Rogamos a Deus que o ilumine nesta nova missão confiada pela Igreja e, como contribuição para o início de seu ministério episcopal, abençoe o seu itinerário e a sua caminhada junto ao povo.  
Gostaríamos de destacar, para incentivá-lo, as palavras do Papa Francisco proferidas, em referência aos conselhos que o apóstolo Paulo dá ao jovem bispo Timóteo, em um encontro com bispos na casa Santa Marta, em setembro de 2020:
“Os bispos estejam próximos a Deus com a oração, a seus sacerdotes, próximos entre si e, por fim, ao povo de Deus“.
Que o exemplo de amor perfeito da Sagrada Família, a quem o patrocínio de sua futura diocese está confiado, o inspire na missão.
Em Cristo,
Dom Walmor Oliveira de Azevedo - Arcebispo de Belo Horizonte (MG), Presidente da CNBB
Dom Jaime Spengler - Arcebispo de Porto Alegre (RS), Primeiro Vice-Presidente da CNBB
Dom Mário Antônio da Silva - Arcebispo de Cuiabá (MT), Segundo Vice-Presidente da CNBB
Dom Joel Portella Amado - Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ), Secretário-geral da CNBB
Fonte: CNBB
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Papa Francisco envia mensagem e motiva Organização para o 15º Intereclesial das CEBs
    “Quero estar próximos a vocês neste 15º Encontro Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base. Sigam trabalhando, vão adiante, não se esqueçam: Igreja em saída”.
Assim o Papa Francisco dirigiu-se às Comunidades Eclesiais de Base do Brasil por ocasião do 15º Encontro Intereclesial marcado para julho do próximo ano, na diocese de Rondonópolis-Guiratinga (MT). Durante a visita Ad Limina Apostolorum dos bispos dos regionais Oeste 1 e Oeste 2, no dia 9 de setembro, o pontífice recebeu das mãos do bispo eleito para a diocese mato-grossense a carta e o símbolo do encontro, e gravou uma mensagem em vídeo.
O Papa falou da proximidade com as CEBs durante o evento, abençoou todo o trabalho em preparação para o 15º Intereclesial e pediu orações por ele. Em sua mensagem, ressaltou o que é apontado pelo tema “CEBs, Igreja em saída para que todas e todos tenham vida”.
    “Não se esqueçam: Igreja em saída. ‘Igreja em saída’: este é o tema. Sim, a Igreja é como a água: se a água não corre no rio, fica estagnada, adoece. Por outro lado, a Igreja quando sai, quando caminha, se sente mais forte. Sigam adiante e que a Igreja de vocês seja sempre em saída, nunca escondida”, reiterou Francisco.
Dom Maurício Jardim contou que ao conversar com o Papa Francisco a respeito do encontro, pôde ouvir palavras de incentivo. Segundo ele, o pontífice apontou as CEBs como “graça de Deus que devemos apoiar e incentivar”.
    “Nós queremos agradecer ao Santo Padre que, no final da audiência, gravou um pequeno vídeo dando a sua bênção para todos esse processo de preparação e dando a sua palavra também”.
Fonte: CNBB
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A preocupação do Papa com o Cáucaso: que prevaleçam o confronto pacífico e a concórdia
"Não nos habituemos à guerra, escolhamos o diálogo, única estrada para alcança a paz." Estas foram as palavras do Santo Padre aos fiéis que participaram da celebração eucarística no grande espaço da EXPO Grounds, em Nur-Sultan, no Cazaquistão, e ao mundo inteiro abalado pelo conflito na Ucrânia e também pelos recentes confrontos entre Armênia e Azerbaijão.
No final da missa celebrada na Praça da Expo, em Nur-Sultan, no Cazaquistão, nesta quarta-feira (14/09), o Papa Francisco saudou e agradeceu calorosamente o povo do país.
"Irmãos e irmãs", "autoridades civis e religiosas" do país e depois idosos, doentes, crianças e jovens: na Festa da Exaltação da Santa Cruz, o Papa recordou a todos, unidos, como "Povo Santo de Deus", e mais uma vez reforçou o compromisso do Cazaquistão de "promover o diálogo", um compromisso que - segundo ele - "se transforma numa invocação da paz, da paz da qual nosso mundo está sedento".
Não nos habituemos à guerra
O olhar do Papa se amplia para "muitos lugares martirizados pela guerra", como a "querida Ucrânia". O Papa falou ao mundo e às consciências, impelindo a buscar realmente a paz, a não ceder ao mal ou se acostumar com ele.
Não nos habituemos à guerra, não nos resignemos à sua inevitabilidade. Socorramos quem sofre e insistamos para que se tente verdadeiramente alcançar a paz.
Paz, o único caminho
Depois, o Papa fez as seguintes perguntas:
Que terá ainda de acontecer? Quantos mortos teremos ainda de contar antes de as contraposições cederem ao passo do diálogo para o bem das pessoas, dos povos e da humanidade? A única saída é a paz, e a única estrada para se chegar lá é o diálogo.
Além da Ucrânia, o Papa também manifestou preocupação pelo que está acontecendo no Cáucaso entre o Azerbaijão e a Armênia em relação à disputada região de Nagorno-Karabakh que se proclamou independente em 1991, após um conflito entre os dois países. Até o momento, quase cem soldados morreram entre Baku e Yerevan nos confrontos fronteiriços que começaram na última terça-feira (13/09) de manhã e até agora congelados, pelo menos em parte, em um cessar-fogo acordado sob forte pressão da Comunidade Internacional.
O Papa também está informado e acompanha essas novas tensões, daí seu apelo:
Soube com preocupação que nestas horas surgiram novos focos de tensão na região do Cáucaso. Continuamos rezando para que nesses territórios o confronto pacífico e a concórdia possam prevalecer sobre as disputas. Que o mundo aprenda a construir a paz, limitando a corrida armamentista e convertendo as enormes despesas de guerra em apoio concreto às populações.
Então, obrigado a todos os colaboradores da paz:
Obrigado a todos que acreditam nisso, obrigado a vocês e a todos que são mensageiros da paz e da unidade!
Fonte: Vatican News
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Francisco: a paz deve ser conquistada a cada dia
Francisco se deteve, em sua homilia, nas duas imagens das serpentes: as serpentes venenosas que mordem e a serpente que salva, narradas no Livro dos Números. O Papa disse que não faltaram no Cazaquistão mordidas dolorosas: "Penso nas serpentes venenosas da violência, da perseguição ateísta, penso num caminho por vezes conturbado durante o qual foi ameaçada a liberdade do povo e ferida a sua dignidade", disse ele.
O Papa Francisco presidiu a celebração eucarística, nesta quarta-feira (14/09), Festa da Exaltação da Santa Cruz, na Praça da Expo, em Nur-Sultan, no Cazaquistão.
O Pontífice iniciou sua homilia, recordando que no madeiro da Cruz, "Jesus tomou sobre si o nosso pecado e o mal do mundo, e derrotou-os com o seu amor". "É por isso que fazemos festa hoje", sublinhou. O Papa se deteve nas duas imagens das serpentes: as serpentes venenosas que mordem e a serpente que salva, narradas no Livro dos Números.
A paz nunca é conquistada de uma vez por todas
"As serpentes que mordem atacam o povo, que se deixou cair mais uma vez no pecado da murmuração. Murmurar contra Deus não significa apenas falar mal e lamentar-se d’Ele. Significa também que no coração dos israelitas, esmoreceu a confiança n’Ele, na sua promessa", sublinhou Francisco, e tendo-se esgotado a confiança em Deus, o povo acaba sendo mordido por serpentes que matam. "Quantas vezes, desanimados e impacientes, perecemos nos nossos desertos, perdendo de vista a meta do caminho", frisou o Papa, sublinhando que em certos momentos de cansaço e provação, não temos forças para olhar para cima, olhar para Deus; em certas situações de vida pessoal, eclesial e social somos mordidos pela serpente da desconfiança, "injetando em nós os venenos da desilusão e do desconsolo, do pessimismo e da resignação, fechando-nos no nosso eu, apagando o entusiasmo".
Mas, na história desta terra, não faltaram outras mordidas dolorosas: penso nas serpentes venenosas da violência, da perseguição ateísta, penso num caminho por vezes conturbado durante o qual foi ameaçada a liberdade do povo e ferida a sua dignidade. Faz-nos bem guardar a recordação daquilo que sofremos: é preciso não cancelar da memória certas obscuridades; caso contrário, pode-se pensar que sejam água passada e que o caminho do bem esteja delineado para sempre. E não! A paz nunca é conquistada de uma vez por todas; há de ser conquistada a cada dia, como também a convivência entre etnias e tradições religiosas diferentes, o desenvolvimento integral, a justiça social.
Segundo Francisco, para que "o Cazaquistão cresça ainda mais «na fraternidade, no diálogo e na compreensão (...) para “lançar pontes” de cooperação solidária com os outros povos, nações e culturas», há necessidade do compromisso de todos, há necessidade de um renovado ato de fé no Senhor: olhar para cima, olhar para Ele, aprender com o seu amor universal e crucificado".
Da Cruz de Cristo, aprendemos o amor, não o ódio
A segunda imagem, a serpente que salva. Enquanto o povo morria por causa das serpentes venenosas, Deus escuta a oração de Moisés e lhe diz para fazer uma serpente de bronze e colocá-la numa haste. "Aquele que for mordido e olhar para ela, viverá". Deus poderia simplesmente destruir as serpentes venenosas, sem dar instruções a Moisés, mas este seu modo de proceder nos revela "o seu agir perante o mal, o pecado e a desconfiança da humanidade. Deus não aniquila as baixezas que o homem segue livremente: as serpentes venenosas não desaparecem, continuam existindo, estão à espreita, sempre podem morder". "O que mudou então? Que faz Deus?", perguntou Francisco.
A resposta vem de Jesus no Evangelho: «Assim como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, a fim de que todo o que n’Ele crê tenha a vida eterna». "Esta é a virada", disse o Papa. "Chegou entre nós a serpente que salva: Jesus, elevado na haste da cruz, não permite às serpentes venenosas, que nos assaltam, levar-nos à morte. Perante as nossas baixezas, Deus nos dá uma nova altura: se mantivermos o olhar voltado para Jesus, as mordidas do mal não podem nos dominar, porque Ele, na cruz, tomou sobre si o veneno do pecado e da morte, e aniquilou a sua força destruidora. Aqui temos o que fez o Pai perante a propagação do mal no mundo; deu-nos Jesus, que se aproximou de nós como nunca poderíamos imaginar."
Irmãos e irmãs, esta é a estrada, a estrada da nossa salvação, do nosso renascimento e ressurreição: olhar para Jesus crucificado. Daquela altura, podemos ver de uma maneira nova a nossa vida e a história dos nossos povos. Porque, a partir da Cruz de Cristo, aprendemos o amor, não o ódio; aprendemos a compaixão, não a indiferença; aprendemos o perdão, não a vingança. Os braços abertos de Jesus são o abraço de ternura com que Deus nos quer acolher. E mostram-nos a fraternidade que somos chamados a viver entre nós e com todos. Indicam-nos o caminho, o caminho cristão: não o da imposição e constrição, da força e da exuberância.
O Papa concluiu, dizendo que "no madeiro da cruz, Cristo tirou o veneno da serpente do mal, e ser cristão significa viver sem venenos: não nos mordermos entre nós, não murmurar, não acusar, não criticar os outros, não disseminar as obras do mal, não poluir o mundo com o pecado e a desconfiança que vem do Maligno. Que não haja em nós nenhum veneno de morte. Ao contrário, rezemos para que, pela graça de Deus, possamos tornar-nos cada vez mais cristãos: testemunhas alegres de vida nova, de amor, de paz".
Fonte: Vatican News
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Arcebispo Peta ao Papa: a sua bênção para sermos mensageiros de paz e unidade
Nas saudações finais da missa na Praça da Expo em Nursultan, no Cazaquistão, dom Tomasz Peta agradeceu a presença do Papa Francisco no país e pediu bênçãos para o mundo e para que todas pessoas sejam "mensageiros de paz e unidade".
Cerca de 6 mil pessoas participaram da missa com o Papa Francisco na Praça da Expo em Nursultan, no Cazaquistão, nesta quarta-feira (14), segundo estimativas das autoridades locais. Ao final da celebração eucarística, dom Tomasz Bernard Peta, arcebispo metropolitano de Santa Maria Santíssima em Astana, saudou o Pontífice, primeiro na língua cazaque, o idioma oficial.
Sendo o segundo Papa a visitar o país, após João Paulo II em 2001, "todo o povo do Cazaquistão" e os católicos do país e da Ásia Central agradecem, então, a presença de Francisco. Um agradecimento, continuou o arcebispo, também pela celebração da missa e pelas "palavras de orientação". Além do pedido de uma bênção em nível local, mas não só:
"Abençoe o mundo, para que todas as pessoas possam viver em paz e na unidade. Abençoe-nos, para que todos sejamos mensageiros de paz e unidade."
A exaltação da cruz
Em seguida, o arcebispo usou a língua russa para dar seguimento à mensagem, idioma que tem estatuto oficial igual para todos os níveis administrativos e institucionais. Dom Peta reforçou o quanto os "corações estão cheios de gratidão" pela visita e pelo Pontífice "sempre dirigir o nosso olhar para a Mãe de Jesus, como a Mãe de todos os que se preocupam conosco e rezam por nós".
E, na festa da Exaltação da Santa Cruz, que o próprio Francisco lembrou na saudação pedindo união dos fiéis ao Santuário Nacional da Rainha da Paz em Ozyornoye, na colina de Ahimbetau, o arcebispo comentou sobre a grande cruz que tem lá, onde está inscrita a seguinte oração:
"A Deus - honra
Aos homens - paz
Aos mártires - o Reino de Deus
Ao povo do Cazaquistão - gratidão
Ao Cazaquistão - prosperidade."
Fonte: Vatican News
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Papa aos Líderes Religiosos: "Deus é paz, e sempre conduz à paz, nunca à guerra"
"Precisamos de religião para responder à sede de paz do mundo e à sede de infinito que habita o coração de cada homem”. Palavras do Papa Francisco por ocasião da abertura do VII Congresso de Líderes Mundiais e Religiões Tradicionais, que se realizou em Nur-Sultan na manhã desta quarta-feira (14)
O segundo discurso oficial do Santo Padre na sua Viagem Apostólica ao Cazaquistão foi o da abertura do VII Congresso de Líderes Mundiais e Religiões Tradicionais, que se realizou em Nur-Sultan na manhã desta quarta-feira (14) no Palácio da Independência. Na ocasião, Francisco abordou vários temas do encontro que reúne Líderes religiosos e Autoridades governamentais e representantes de Organizações Internacionais. Sobretudo propôs alguns desafios a serem considerados:“frente ao mistério do infinito que nos sobrepuja e atrai, as religiões lembram-nos que somos criaturas”, disse o Papa, “não somos omnipotentes, mas mulheres e homens em caminho para a mesma meta celeste. Assim a dimensão de criatura que partilhamos estabelece uma comunhão, uma real fraternidade”.
 “Só crescemos com os outros e graças aos outros”.
Francisco recordou o poeta mais famoso do país, pai da sua literatura moderna, o educador e compositor muitas vezes representado precisamente junto com o instrumento dombra: Abai (1845-1904). Assim é conhecido popularmente, e disse o Papa, nos deixou “escritos impregnados de religiosidade, nos quais transparece a alma melhor deste povo. Abai – continuou -  provoca-nos com um interrogativo atemporal: ‘Que beleza pode ter a vida, se não se vai em profundidade?’".
A religião não desestabiliza a sociedade moderna
Em seguida disse - dirigindo-se aos Líderes religiosos - que o mundo espera de nós o exemplo de almas despertas e mentes límpidas, espera uma religiosidade autêntica. “Chegou a hora - continuou - de despertar daquele fundamentalismo que polui e corrói toda a crença, chegou a hora de tornar límpido e compassivo o coração. Mas é hora também de deixar apenas aos livros de história os discursos que por demasiado tempo, aqui e noutras partes, inculcaram suspeitas e desprezo a respeito da religião, como se esta fosse um fator desestabilizador da sociedade moderna”.
“Portanto precisamos de religião para responder à sede de paz do mundo e à sede de infinito que habita o coração de cada homem”
Liberdade religiosa
Para que tudo isso aconteça, ou seja, a condição essencial para um desenvolvimento verdadeiramente humano e integral “é a liberdade religiosa. Irmãos, irmãs, somos criaturas livres” recordou o Papa aos presentes. E com ênfase Francisco disse: “A liberdade religiosa constitui um direito fundamental, primário e inalienável, que é preciso promover em todos os lugares e que não se pode limitar apenas à liberdade de culto. De fato, é direito de cada pessoa prestar testemunho público da sua própria crença: propô-lo, sem nunca o impor. Destacando:
“É a prática correta do anúncio, diferente daquele proselitismo e doutrinamento de que todos são chamados manter-se distantes”
Quatro desafios
“Por entre vulnerabilidade e tratamento, a pandemia representa o primeiro de quatro desafios globais que quero delinear convocando a todos – mas de modo especial as religiões – para uma maior unidade de intentos. A Covid-19 colocou-nos a todos no mesmo plano. Fez-nos compreender que ‘não somos demiurgos – como dizia Abai –, mas mortais’ (Ibid.). Ao falar sobre os efeitos da pandemia sobretudo nos países pobres disse:
“O maior fator de risco do nosso tempo continua a ser a pobreza. Enquanto continuarem a assolar disparidades e injustiças, não poderão cessar os vírus piores do que a Covid, ou seja, os do ódio, da violência, do terrorismo”
Desafio da paz
Isto leva-nos ao segundo desafio planetário, que interpela de maneira particular os crentes: o desafio da paz. “Se o Criador, a quem dedicamos a existência, deu origem à vida humana, como podemos nós – que nos professamos crentes – consentir que a mesma seja destruída? E como podemos pensar que os homens do nosso tempo – muitos dos quais vivem como se Deus não existisse – estejam motivados para se comprometer num diálogo respeitoso e responsável, se as grandes religiões, que constituem a alma de tantas culturas e tradições, não se empenham ativamente pela paz?”.
“Nunca justifiquemos a violência. Não permitamos que o sagrado seja instrumentalizado por aquilo que é profano. O sagrado não seja suporte do poder, e o poder não se valha de suportes de sacralidade!”
Francisco recordou mais uma vez: "Deus é paz, e sempre conduz à paz, nunca à guerra. Por isso empenhemo-nos ainda mais a promover e reforçar a necessidade de que os conflitos sejam resolvidos não com as razões inconclusivas da força, com as armas e as ameaças, mas com os únicos meios abençoados pelo Céu e dignos do homem: o encontro, o diálogo, as negociações pacientes". 
Acolhimento fraterno
Depois dos desafios da pandemia e da paz, abracemos um terceiro desafio: o do acolhimento fraterno. “Nunca antes tínhamos assistido, como agora, a tão grandes deslocamentos de populações, causados por guerras, pobreza, alterações climáticas, pela busca dum bem-estar que o mundo globalizado permite conhecer, mas se revela frequentemente de difícil acesso. Está em curso um grande êxodo: das áreas mais desfavorecidas procura-se chegar às mais abastadas”. “Mas – adverte o Papa - é nosso dever lembrar que o Criador, que vela sobre os passos cada criatura, nos exorta a ter um olhar semelhante ao d’Ele, um olhar que reconheça o rosto do irmão”. Reiterando suas palavras disse ainda: “Redescubramos a arte da hospitalidade, do acolhimento, da compaixão. E aprendamos também a corar: sim, a sentir aquela saudável vergonha que nasce da piedade pelo homem que sofre, da comoção e estupefação pela sua condição, pelo seu destino de que nos sentimos parte. É o caminho da compaixão, que nos torna mais humanos e mais crentes”.
Cuidado da Casa Comum
O último desafio global que nos interpela, disse, “é o da custódia da casa comum. À vista das convulsões climáticas, é preciso protegê-la, para que não fique sujeita às lógicas do lucro, mas seja preservada para as gerações futuras, em louvor do Criador”. “Com amoroso cuidado, o Altíssimo providenciou uma casa comum para a vida. E como podemos nós, que nos professamos Seus, permitir que aquela seja poluída, maltratada e destruída? Unamos esforços também neste desafio” foi seu convite.
Por fim o Papa concluiu com as seguintes palavras:
“Queridos irmãos e irmãs, avancemos juntos, para que seja cada vez mais amistoso o caminho das religiões. Abai dizia que 'o falso amigo é como uma sombra: quando o sol brilha sobre ti, não te livrarás dele, mas quando as nuvens se acumularem sobre ti, não se fará ver em parte alguma' (Palavra 37). Que isso não aconteça conosco!”. 
Fonte: Vatican News
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Santa Sé e República do Cazaquistão assinam Acordo
O novo Acordo de Intenções "pretende implementar de forma mais ampla o art. 2 do acordo bilateral de 1998, facilitando a concessão dos vistos e das permissões de estadia ao pessoal eclesiástico e religioso proveniente do estrangeiro e empenhado no cuidado pastoral dos fiéis católicos no Cazaquistão".
A Sala de Imprensa da Santa Sé informou que nesta quarta-feira, 14 de setembro de 2022, na sede do Ministério das Relações Exteriores da capital Nur-Sultan, foi assinado um Acordo entre a Santa Sé e a República do Cazaquistão.
"Assinaram, pela Santa Sé,  Sua Excelência Dom Paul Richard Gallagher, Secretário para as Relações com os Estados e as Organizações Internacionais e, pela República do Cazaquistão, Sua Excelência o Sr. Mukhtar Tileuberdi, Vice-Primeiro Ministro e Ministro das Relações Exteriores."
O comunicado explica que o novo Acordo de Intenções "pretende implementar de forma mais ampla o art. 2 do acordo bilateral de 1998, facilitando a concessão dos vistos e das permissões de estadia ao pessoal eclesiástico e religioso proveniente do estrangeiro e empenhado no cuidado pastoral dos fiéis católicos no Cazaquistão".
"Composto por um Preâmbulo e por oito parágrafos - acrescenta o comunicado -, o documento consolida ainda mais os laços de amizade e colaboração já existentes entre as duas Partes. O Acordo entrará em vigor após a troca dos instrumentos de ratificação”.
Fonte: Vatican News
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Francisco e o caminho para a paz: retornar a Helsinque e dialogar com todos
As palavras do Papa em seu discurso às autoridades cazaques contêm um convite para sair da lógica dos blocos em que o mundo mergulhou novamente.
"É hora de evitar a acentuação de rivalidades e o reforço de blocos contrapostos. Precisamos de líderes que, em nível internacional, permitam aos povos compreenderem-se e dialogarem, e gerem um novo «espírito de Helsinque», a vontade de reforçar o multilateralismo, de construir um mundo mais estável e pacífico pensando nas novas gerações.”. O Papa Francisco pensa no futuro do mundo, não se rende à lógica tremenda e sem saída da escalada militar que ameaça destruir a humanidade e por isso continua a indicar caminhos concretos para a paz. Caminhos que saiam das velhas lógicas das alianças militares, das colonizações econômicas, do poder avassalador dos grandes e dos fortes a nível internacional.
Da capital cazaque de Nur-Sultan, onde em setembro de 2001 João Paulo II em um momento trágico da história humana elevou seu grito para tirar qualquer justificativa ao terrorismo e a violência que abusam do nome de Deus, seu sucessor Francisco pediu para renovar o espírito que em 1975 levou a passos concretos de diálogo entre Oriente e Ocidente. Vinte e um anos atrás, o apelo do Papa Wojtyla – que poucos meses antes do atentado contra as Torres Gêmeas entrou descalço na mesquita dos Omayyadi em Damasco – era dirigido antes de tudo aos líderes religiosos. Hoje, o do seu segundo sucessor, preocupado com a Terceira Guerra Mundial já não "em pedaços", é dirigido sobretudo aos líderes das nações, em particular aos grandes.
Os Acordos de Helsinque, que viram a Santa Sé envolvida pela primeira vez em uma reunião deste tipo desde os tempos do Congresso de Viena, foram assinados por trinta e cinco Estados, incluindo os EUA, a URSS e praticamente todas as nações europeias. Entre os princípios afirmados, estavam o respeito aos direitos de soberania, o não recurso ao uso da força, a resolução pacífica das controvérsias, a inviolabilidade das fronteiras e a integridade territorial dos Estados, o respeito aos direitos do homem e de suas liberdades, entre as quais a religiosa, a autodeterminação dos povos.
Um olhar para a história recente, com o gradual desvanecimento das tantas esperanças que haviam surgido após a implosão do sistema comunista soviético, faz compreender a contundente atualidade e também a audácia da perspectiva indicada pelo Sucessor de Pedro. Um caminho que só pode passar pela compreensão, paciência e diálogo com todos. "Repito, com todos", observou Francisco deliberadamente em seu discurso às autoridades e ao corpo diplomático na capital cazaque.
Palavras como "diálogo" e "negociação", mais de seis meses após o início da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e após milhares de mortes de civis sob bombardeios russos, são recebidas com irritação e consideradas quase blasfemas por aqueles que pagam um alto preço na própria pele e na de seus entes queridos pelas consequências do conflito. Mas a advertência do Papa, que falou da necessidade cada vez mais urgente de "ampliar o empenho diplomático a favor do diálogo e do encontro", dirige-se em particular àqueles "quem mais poder detém no mundo" e, portanto, "maior responsabilidade tem para com os outros, especialmente com os países colocados em maior crise por lógicas conflituais". É um convite aos grandes do mundo a não olharem somente para "os interesses finalizados a vantagem própria". É um convite a sair da lógica dos blocos para finalmente aplicar o que Francisco chamou de "esquemas de paz" e não mais os "esquemas de guerra", filhos das velhas lógicas e da loucura da corrida armamentista. É de se esperar- da parte de todos, que essas palavras sejam ouvidas. Fonte: Vatican News
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Da Rússia ao Cazaquistão, em peregrinação com o Sucessor de Pedro
O programa da peregrinação inclui não apenas a participação em momentos de oração e reflexão com o Pontífice, mas também o encontro com o clero e fiéis locais e uma visita ao KarLag, a sigla pela qual é conhecido o gulag soviético de Karaganda, ativo de 1939 a 1959. O diretor do Setor de Peregrinações da Arquidiocese da Mãe de Deus em Moscou, padre Zuev, conta suas expectativas para a peregrinação do grupo de católicos da Rússia que se junta à viagem apostólica do Papa Francisco ao Cazaquistão
"Vamos em peregrinação ao Cazaquistão para vivenciar um tempo de conversão pessoal e comunitária, orando junto com o Sucessor de Pedro, em comunhão com ele e com a Igreja universal. Eu e os outros peregrinos temos o desejo de que esta viagem seja para nós um momento de passagem de uma vida antiga para uma vida nova, orientada ainda mais para o encontro com Jesus."
É assim que o pároco da paróquia católica de Vladimir e diretor do Setor de Peregrinações da Arquidiocese da Mãe de Deus em Moscou, padre Sergij Zuev, conta suas expectativas para a peregrinação do grupo de católicos da Rússia que se junta à viagem apostólica do Papa Francisco ao Cazaquistão, que se realiza de 13 a 15 de setembro.
Grupo de 78 peregrinos é liderado pelo bispo Nikolai Dubinin
Liderada pelo arcebispo Paolo Pezzi, arcebispo da Mãe de Deus em Moscou, a arquidiocese cobre um território de 2.629.000 quilômetros quadrados e inclui cerca de uma centena de comunidades de católicos na Rússia.
O grupo de 78 peregrinos partiu na segunda-feira, dia 12, de Omsk, liderado pelo bispo auxiliar da Mãe de Deus, dom Nikolai Dubinin, e retornará à Federação Russa na sexa-feira, 16 de setembro.
Também nós queremos dar nosso testemunho de fé
"Após a pandemia, temos mais uma vez a oportunidade de passar dias juntos com fiéis de outros países - continua Sergij - e, sobretudo nestes tempos, é uma oportunidade muito importante para nós nos encontrarmos. Esperamos experimentar não apenas uma conversão pessoal, mas também ver o testemunho de fé que outros haverão de nos oferecer."
"Também é importante que os fiéis de outras nações tenham a oportunidade de nos encontrar diretamente, porque neste período fala-se muito de nós, mas é sempre melhor ver com os próprios olhos e não apenas confiar no que se ouve ou em teorias abstratas. Estou certo de que o encontro com os fiéis de outras comunidades, antes de tudo a comunidade cazaque, nos enriquecerá e eles terão a oportunidade de ver o testemunho que também nós podemos dar em nosso caminho comum em direção a Jesus, o Salvador."
Levamos conosco todos que não poderão participar
Há muitos católicos na Rússia que, por várias razões, não puderam participar da peregrinação, mas o padre Sergij lhes assegura a proximidade de todo o grupo: "Levamos em nossos corações também todos os católicos na Rússia que não poderão fisicamente participar da peregrinação: rezamos por eles desde já e compartilharemos com eles tudo de belo e útil que teremos experimentado nesta viagem".
"Jesus nos deixou a tarefa de proclamar o Evangelho e é isso que faremos, uma vez tendo voltado para casa, com aqueles que nos perguntarão como foi: somos os ouvidos, as pernas e o coração daqueles que não poderão estar fisicamente próximos ao Papa Francisco durante estes dias", ressalta o sacerdote.
Uma peregrinação de conversão pessoal
O programa da peregrinação inclui não apenas a participação em momentos de oração e reflexão com o Pontífice, mas também o encontro com o clero e fiéis locais e uma visita ao KarLag, a sigla pela qual é conhecido o gulag soviético de Karaganda, ativo de 1939 a 1959.
"Sinto-me feliz por há vários anos estar envolvido na organização de peregrinações. Eu mesmo - diz o padre Sergij - comecei minha caminhada de conversão durante uma peregrinação: fui vender produtos na VI Jornada Mundial da Juventude em Czestochowa (Polônia), em 1991, com o Papa João Paulo II. Eu não sabia quem era o papa e o cristianismo não me interessava, mas eu queria vender produtos aos peregrinos e comprar um par de jeans para mim, que na época não conseguia encontrar na Rússia. Procuramos organizar peregrinações principalmente dentro da Federação Russa, a lugares onde tantos mártires testemunharam sua fé, até o fim." Fonte: Vatican News
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Cazaquistão, reitor do seminário católico: "Com o Papa, impulso ao diálogo"
O padre Ruslan Rakhimberlinov, 39 anos, foi recentemente nomeado novo reitor do Seminário Teológico Católico do país: "Os católicos aqui um pequeno rebanho, esperam Francisco para ter mais impulso".
"Para nós, a visita do Papa Francisco ao Cazaquistão é uma oportunidade para nossa pequena comunidade católica aqui, nosso 'pequeno rebanho', ganhar algum impulso." O padre Ruslan Rakhimberlinov, 39 anos, de Karaganda, foi recentemente nomeado novo reitor do Seminário Teológico Católico do Cazaquistão, único seminário católico na Ásia Central. Ele é o primeiro reitor da etnia cazaque a dirigi-lo: "Sou um sacerdote desta nacionalidade, porque meu pai se chama Kazakh e minha mãe vem da Ucrânia, mas nós cazaques sempre contamos a nacionalidade de acordo com o pai", disse ao Vatican News de Karaganda enquanto esperava a chegada do Papa Francisco em Nur-Sultan, em 13 de setembro, segundo Pontífice a visitar o país, após a viagem de João Paulo II em 2001. Padre Ruslan, dois anos antes daquela visita, recebeu o Batismo no Domingo de Páscoa.
O segundo Papa no Cazaquistão
"É a segunda vez que um Papa visita 'nossa Igreja' nestes anos desde a independência do Cazaquistão", disse ele. "É uma dupla alegria para nossa comunidade do seminário. Nos 20 anos de nossa existência, somos o único seminário na Ásia Central e estamos muito felizes que Deus esteja nos dando essa graça."
Do Batismo ao sacerdócio
Rakhimberlinov conheceu a Igreja católica quando tinha entre 15 e 16 anos. Dois anos depois, sentindo-se chamado à vocação e incentivado por um amigo, parentes e pelo sacerdote que serviu como reitor, decidiu entrar no seminário de Karaganda. Em 2008, após anos de formação, foi ordenado sacerdote durante a celebração da festa dos Santos Pedro e Paulo, em 29 de junho. Durante todos esses anos ele serviu como sacerdote em várias paróquias do Cazaquistão, especialmente na Diocese de Karaganda.
Uma mentalidade em mudança
O sacerdote encontrou ao longo dos anos algumas dificuldades e preconceitos de longa data, bastante difundidos. Os mesmos que alimentaram a desconfiança entre as diferentes comunidades religiosas: "De acordo com algumas pessoas, se você é cazaque, você deve ser sempre muçulmano. Se você é russo, deve ser ortodoxo, e se você é polonês ou alemão, deve ser católico. Muitas vezes me deparo com conversas desse tipo, ou talvez até mesmo acusações: 'O que você está fazendo lá? Você é cazaque e deve seguir a fé de seus antepassados!'" Essa mentalidade, no entanto, disse o pe. Ruslan, parece estar mudando lentamente: "Hoje as pessoas respeitam mais a livre escolha de uma pessoa, e muitos entendem minha escolha, até mesmo meus parentes." "Para mim - acrescentou - é também uma responsabilidade: é muito importante que o Evangelho, a fé de Cristo e o cristianismo aqui no Cazaquistão, onde já têm raízes profundas, sejam reconhecidos. Que as pessoas aprendam gradualmente o que é o cristianismo, o que é a Boa Nova, quem é Cristo Senhor, e o que é a Igreja católica."
Sinodalidade colocada em prática
No Cazaquistão, disse o pe. Rakhimberlinov, o Papa Francisco encontra "uma Igreja que conhece a ideia da sinodalidade e a coloca em prática", porque, segundo ele, "todos nos damos conta de que a comunidade de católicos cazaques é um pequeno rebanho". Eles representam apenas 1% dos 19 milhões de habitantes. O país é cerca de 70% muçulmano e 26% cristão, principalmente russo-ortodoxo. "Nós sacerdotes somos poucos, mas também os religiosos e as religiosas. Sabemos que nosso futuro, como Igreja, não depende apenas de padres e diáconos. É importante que os leigos, ou seja, nossos fiéis, entendam bem qual seja sua responsabilidade pela Igreja no Cazaquistão, a Igreja do futuro".
Preparação para a visita de Francisco
Para a visita do Papa, o seminário se preparou espiritualmente, com alguns grupos de oração e encontros nas paróquias, sobretudo considerando o magistério do Papa Francisco. Em particular, o reitor manifestou apreço pela Encíclica Fratelli tutti, pois lembra que "estamos muito próximos ao diálogo entre todos os nossos irmãos". "Preparamo-nos para esta visita para dar impulso a um diálogo mais rico, não apenas para nós, católicos, mas também para nossos irmãos ortodoxos, para nossos irmãos muçulmanos, porque a presença muçulmana no Cazaquistão é muito grande".
Fonte: Vatican News
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A história de Aset, muçulmano cazaque convertido a Jesus
Na multietnicidade e no mosaico de crenças e tradições religiosas presentes no Cazaquistão, a decisão de escolher Cristo para sua vida é, principalmente, uma escolha adulta. Isso aconteceu com um jovem que nos conta como ele se aproximou da Igreja Católica e com que alegria espera o Papa Francisco em Nur-Sultan
Aset é um cazaco de 41 anos, da cidade de Almaty, trabalha em um mercado e é proveniente de uma família muçulmana. Aos 15 anos, ele teve a experiência de uma "bela amizade" com alguns padres missionários ligados ao movimento Comunhão e Libertação. Eles se tornaram o que se poderia dizer "seus pais". Com eles, começou a aprender italiano e aos poucos descobriu Jesus, Aquele que procurava por toda a sua vida.
O fascínio por Cristo e pela Igreja
Antes de fazer amizade com esses religiosos - e cita padre Edoardo Canetta, enviado ao Cazaquistão pela diocese de Milão - Aset frequentava a mesquita, estudava árabe e tinha até tentado se aproximar do mundo budista. Mas percebeu que esse não era seu caminho. Enquanto isso, aumentava seu fascínio por Cristo e pela Igreja que "é vida". Aos 21 anos, tomou a decisão de ser batizado. "Foi muito importante para mim compartilhar esta escolha de vida com minha mãe". Ele conta que quando a avisou, ela respondeu: "Eu nunca faria isso, querido filho, mas você faz o que for melhor para você mesmo".
Um casamento misto e uma vida feliz
“Com todo o caos que às vezes existe, com todo o drama da vida", enfatiza, "temos a certeza da fé". "Tive meus momentos de cansaço, de afastamento, mas no fim voltava sempre para isto que me fascinava. Voltava sempre para cá, onde encontrava os que me amam". Aset casou-se com Mayra, uma muçulmana não praticante do Uzbequistão. O casamento foi celebrado em liberdade", esclarece, e conta que seus filhos, de 5 e 3 anos de idade, são ambos batizados. "Às vezes eles vêm comigo à Missa. O fato determinante é que se eu não estou feliz com a minha fé, então esta infelicidade chega a meus filhos, e isso vale de modo geral". Sobre sua relação conjugal, reitera que esta diferença de pertença religiosa não o assusta. "Nós olhamos para o mesmo objetivo, eu o chamo de Cristo e ela o chama do seu jeito, mas tudo bem. O bom é que ela compartilha comigo a expectativa de ver o Papa. Iremos juntos à Missa no dia 14 de setembro e isso não é uma coisa óbvia. Ela poderia ter me dito para ir com os amigos, em vez disso vamos juntos".
Juntos na missa com o Papa
"Não discutimos em família, vivemos em paz", continua Aset, "porque nos respeitamos reciprocamente". "Fui educado desta maneira: é melhor mostrar Cristo no dia a dia, além das palavras. Isto dá alegria. Se o coração de alguém é tocado pela humanidade que emerge na vida diária, nas mortes e alegrias, então se apaixona por Jesus. É um desafio constante para mim: mostrar a vida". Aset é pessoalmente grato ao Papa. O estilo de humildade e amor, afirma, com o qual o Pontífice vive o que está acontecendo no mundo é um belo desafio para ele.
Viver o cristianismo na vida diária
Aset narra um episódio que para ele é emblemático do que significa o contágio da fé. "Nossos amigos em Karaganda cuidam de crianças deficientes de famílias provenientes de várias origens". Este ano, com 130 pessoas, as mães vieram pela primeira vez com seus filhos nas férias que organizamos a cada ano com a fraternidade. Quando lhes foi dito que o Papa estava chegando, elas se inscreveram imediatamente para a peregrinação para participar da Missa. Na realidade elas não sabem bem quem irão encontrar, pensam que seja um pai - 'mas de quem?' perguntam - o mais bonito é que ficaram fascinadas com o que lhes transmitimos. No fundo, este é o cristianismo. Estou feliz com isso. Isso é o mais importante de tudo".
Fonte: Vatican News
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Em Nur-Sultan, o Congresso de Líderes Religiosos "para ajudar a resolver os conflitos do mundo"
O evento, agora em sua sétima edição, foi inaugurado nesta quarta-feira com a presença do Papa. Didar Temenov do Ministério das Relações Exteriores do Cazaquistão: "Nos últimos anos tem havido muitas crises entre conflitos, pandemias e desastres naturais. As religiões devem ser uma pedra angular para as sociedades, para ajudar a superar tempos difíceis e fomentar o desenvolvimento espiritual e social".
A importância das religiões na promoção da paz é o foco da sétima edição do Congresso de Líderes Mundiais e Religiões Tradicionais, que se realiza nestes dias 14 e 15 de setembro em Nur-Sultan, capital do Cazaquistão, na presença do Papa Francisco. O evento nasceu em 2003, a pedido do então presidente cazaque Nursultan Nazarbayev, como uma "resposta direta ao aumento das tensões religiosas e do extremismo após os trágicos acontecimentos de 11 de setembro nos Estados Unidos", e também na sequência do Encontro de Assis em janeiro de 2002, convocado por João Paulo II, no qual as religiões participaram para se comprometerem com a paz e contra o terrorismo.
Aqueles anos, explicou Didar Temenov, diretor do Departamento de Cooperação Multilateral do Ministério das Relações Exteriores do Cazaquistão, ao Vatican News, foram um momento importante, "para criar uma oportunidade para os líderes religiosos trabalharem juntos para evitar que a religião fosse usada para dividir pessoas, comunidades e nações".
Promovendo o diálogo
“A missão do Congresso, continua Temenov, é fortalecer ainda mais a harmonia inter-religiosa e interétnica em todo o mundo, especialmente nestes tempos desafiadores". Diante de um mundo que vive atualmente grandes provações e grandes dificuldades, Temenov acrescenta, "é muito importante que os líderes religiosos deem sua grande contribuição para a promoção do diálogo entre as religiões e as nações". As religiões, é consenso, desempenham um "papel muito importante na vida de bilhões de pessoas", ainda que às vezes "as discordâncias políticas incluam elementos religiosos". Promover o diálogo entre diferentes religiões e diferentes países é, portanto, de suma importância, e os líderes religiosos têm tanto influência quanto autoridade para ajudar a resolver conflitos ao redor do mundo. O papel do Congresso, acrescenta Temenov, "visa fortalecer a harmonia inter-religiosa e interétnica em todo o mundo", também poderá ajudar o mundo a avançar em direção a uma maior compreensão e diálogo.
Esta sétima edição também conta com uma grande participação. O primeiro Congresso, há cerca de vinte anos, contou com a presença de 17 delegações; este ano, há uma centena de participantes de 50 países. E o convidado mais aguardado, sublinha Temenov, "é o Papa Francisco.” Entre os participantes estão o Grande Imã de Al Azhar, Ahmed Al Tayyeb, o Metropolita Antonij de Volokolamsk, chefe do Departamento de Relações Externas do Patriarcado de Moscou, o Rabino Chefe Ashkenazi de Israel, David Lau, o Rabino Chefe Sefardita de Israel, Yitzhak Yosef, e o Patriarca Teófilo III de Jerusalém.
O papel das religiões para a paz
O Congresso produzirá uma mensagem única de paz dirigida a um mundo no qual o fundamentalismo religioso está em ascensão. Nos últimos anos, continua Temenov, "tem havido muitas crises, incluindo conflitos, pandemias e desastres naturais", portanto, as religiões "terão que ser uma pedra angular para as sociedades, para ajudar a superar tempos difíceis". Daí a necessidade dos líderes religiosos de desempenhar um papel importante no desenvolvimento espiritual e social e de abordar questões urgentes da atualidade. O Congresso também contribuirá para um caminho de entendimento mútuo entre as civilizações orientais e ocidentais. No final do evento, os participantes assinarão uma Declaração Final, que será lida durante o último dia da visita de Francisco a Nur-Sultan.
Fonte: Vatican News
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Cazaquistão: equilíbrios geopolíticos em um cruzamento de etnias e religiões
O Papa chega a um país onde a transição democrática está se instalando e as relações com os Estados vizinhos se cruzam com receios de fundamentalismos, enquanto se observam os novos cenários previstos pela invasão russa na Ucrânia. Chiara Zappa, da revista 'Mundo e Missão' do PIME (o Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras), comenta que a presença de líderes religiosos no Congresso de Nursultan é uma boa oportunidade para evitar qualquer uso instrumental das religiões.
Colocado entre a Rússia, com a qual faz fronteira para toda a parte norte, a China a leste, as antigas repúblicas soviéticas no sul (Quirguistão, Uzbequistão, Turcomenistão) e o enorme lago do Mar Cáspio a oeste, o Cazaquistão é tão vasto quanto toda a Europa Ocidental. O seu nome significa "Terra dos Cossacos" e indica os nômades que habitavam na Ásia Central.
Balanços geopolíticos 
O Cazaquistão fez parte do Império Russo e depois da URSS até 1991. A década de 1990 viu a concentração gradual do poder nas mãos do presidente Nursultan Nazarbayev, um funcionário do antigo regime soviético, que permaneceu no comando do país até 2019, quando cedeu o poder a Kassym-Jomart K. Tokayev. Se, em nível interno, Nazarbayev tinha conduzido uma política autoritária, em nível internacional ele tinha seguido uma política multidirecional visando criar e manter boas relações tanto com os países vizinhos, em particular as potências russa e chinesa, quanto com o Irã, a Turquia, mas também com a União Europeia e os Estados Unidos. É com o gigante vizinho chinês que a cooperação tem se consolidado, tanto que nos próprios dias do Congresso de Líderes Religiosos Mundiais e Tradicionais (14-15 de setembro), o presidente Ji-Xinping estará em visita de estado à capital.
Os cenários que se aproximam nos últimos meses à luz da guerra na Ucrânia afetam os arranjos internos: Tokayev parece estar decidido a um novo rumo nas relações com seu poderoso aliado russo, como indicado por sua posição na Cúpula Econômica Internacional de São Petersburgo em junho de 2022, na qual declarou que seu país não reconhece as regiões separatistas pró-russas ocupadas pelas tropas de Moscou. 
O "Despertar Cazaque"
Neste país historicamente misto com até 150 grupos étnicos, em face sócio-política, "a grande questão é a que diz respeito à minoria russa", diz a jornalista Chiara Zappa, da revista Mundo e Missão. Ela analisa o equilíbrio particular que tem caracterizado a composição demográfica do país desde a época de sua autonomia: o grupo cazaque era de fato o maior, mas não era maioria absoluta, já que era cerca de 42% da população, os russos eram cerca de 37%. "A etnia cazaque de fato se considerava uma espécie de minoria em casa por causa do espaço preponderante que os russos tinham na sociedade e na administração", diz ela.
Levou anos para mudar estes equilíbrios: Nazarbayev trabalhou para atrair os 'oralmandars', os cazaques que viviam fora do novo Estado, e depois houve a emigração simultânea de uma grande parte da população russa para a nação cazaque. Hoje, dois terços dos 19 milhões de habitantes são de etnia cazaque. Este é o chamado "despertar cazaque", embora ao mesmo tempo, como parte das políticas de integração dos diferentes grupos do país, os direitos dos russos, como o reconhecimento do idioma, não tenham sido negligenciados.
Os medos dos fundamentalismos islâmicos
Olhando em vez disso para a frente religiosa, no Cazaquistão "a convivência entre os povos e as religiões sempre foi enfatizada", diz Chiara Zappa, "tanto que a liberdade de culto é uma das jóias da política do Cazaquistão". Esta atenção ao diálogo, continua ela, "vai de mãos dadas com o controle do possível surgimento de grupos radicais islâmicos violentos". Se é verdade, de fato, que nas grandes cidades há um foco mais formal na religião, que não está tão profundamente enraizada na vida cotidiana, as áreas rurais são claramente mais tradicionalistas e as ações destinadas a desestimular quaisquer riscos são orientadas para elas. "O crescimento dos fundamentalismos derivados do Afeganistão, como também foi o caso no Paquistão, é um motivo de preocupação", diz Zappa. 
A construção da fraternidade
A ênfase, continua Chiara Zappa, está no fato de que "o diálogo e a fraternidade nascem de baixo e da vida concreta do povo. Esta é a chave para criar vínculos em um tecido social coeso". Quando as ações de baixo se cruzarem com as dos líderes, então, espera-se que os frutos sejam melhores. Este é o contexto do Congresso de Líderes de Religiões Mundiais e Tradicionais que reúne em Nursultan mais de 100 delegações de 50 países e no qual o Papa participa.
"Fico sempre esperançosa quando há iniciativas de encontros e as acolho com satisfação. É verdade que às vezes os líderes não conseguem envolver a base em seus esforços, mas o forte valor simbólico permanece. Poder ver que os líderes religiosos apresentam uma série de exigências comuns me parece a única maneira de construir uma consciência para o mundo inteiro."
Fonte: Vatican News
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Haiti: urgências e esperanças nas palavras do Núncio Molina
A grave insegurança no Haiti, o drama dos jovens sem trabalho e dos emigrantes, mas também o respeito pelas Irmãs de Madre Teresa e o compromisso de todos os que contribuem para garantir uma escolaridade que dê esperança: as palavras do Núncio Apostólico no Haiti, Dom Francisco Escalante Molina
A insegurança reina no Haiti e, em particular, a situação na capital, Porto Príncipe, é muito perigosa. Isto é sublinhado por Dom Francisco Escalante Molina - núncio apostólico no país -, falando de uma sociedade que precisa ser reconstruída. “O principal problema", diz o núncio, "é a pobreza devido à falta de trabalho. Infelizmente, as gangues criminosas estão sempre prontas para recrutar jovens e pagá-los", explica, acrescentando que "muitos no Haiti mal comem uma vez por dia. A situação é muito pior do que em alguns países africanos".
O amor da população pelas irmãs
Dom Molina explica que "os sequestros são uma forma de ganhar dinheiro e que alguns religiosos também foram sequestrados com pedido de resgate". Contudo, isso não significa que a população não perceba o extraordinário compromisso das religiosas, especialmente das Irmãs de Madre Teresa. A obra das Irmãs é muito bem conhecida e pode-se dar a volta ao país e ver o amor e a gratidão que as pessoas têm por elas”.
A importância da educação
A contribuição mais iluminada da Igreja no Haiti é promover e apoiar a educação, seja contribuindo para o funcionamento de institutos específicos seja ajudando a população em termos de apoio familiar e material escolar. Dom Molina enfatiza isto, explicando que em alguns casos as próprias famílias dos bandidos agressores, fazem questão de mandar seus filhos à escola em institutos onde as irmãs podem cuidar deles porque sabem da importância da escolaridade, sabem que o estudo pode ser a única alternativa aos caminhos do crime.
Tensões sociais e protestos
E continuam as inúmeras manifestações de protesto de uma população insatisfeita pelas grandes dificuldades. Porém Dom Molina adverte: "Devemos distinguir entre as reivindicações populares e algumas manifestações que correm o risco de ser instrumentalizadas pelos partidos políticos, que - recorda - são pelo menos 200 no país, o que demonstra uma forte desagregação social".
Em fuga
A insustentável crise econômica e política combinada com a violência implacável que aflige o país estão levando os cidadãos haitianos a buscar a sobrevivência além de suas fronteiras nacionais. Muitos estão fugindo ou tentando escapar, confirma o núncio, falando em particular dos jovens que não veem um futuro para eles. Eles dirigem-se, como se sabe, principalmente para os Estados Unidos. Dom Molina recorda também que muitos foram recentemente rejeitados e enviados de volta.
Em barcos inadequados
“Em maio passado”, lembra o núncio, "houve o caso de 842 migrantes, entre eles 97 mulheres e 70 crianças, que foram resgatados perto da costa cubana de Caibarién, onde receberam assistência médica. O barco em que eles estavam viajando para os Estados Unidos foi deixado à deriva depois que o capitão o abandonou, de acordo com o relato dos migrantes haitianos. "Mas depois do resgate", sublinhou, "foram todos repatriados".
Fonte: Vatican News
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Igrejas da Europa em adoração eucarística pela Ucrânia neste 14 de setembro
Neste 14 de setembro, dia em que a Igreja celebra a Exaltação da Santa Cruz, os bispos da Europa convidam a rezar diante do Santíssimo Sacramento pelo país devastado pela guerra há mais de seis meses. A "Renovação no Espírito Santo" da Itália propõe o "Muro de Fogo", 12 horas nas quais grupos de fiéis e diferentes dioceses se revezam diante da Eucaristia.
De joelhos, diante do Santíssimo Sacramento, para invocar a paz pela Ucrânia. Esse é o convite feito pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) através do presidente, dom Gintaras Grušas, a todos fiéis e pastores para este 14 de setembro, festa da Exaltação da Santa Cruz.
Para o dia de oração, a adoração eucarística foi escolhida como a forma comum de recolhimento para esta iniciativa. Material litúrgico e esquemas de oração foram preparados em todas as Conferências Episcopais da Europa, além de momentos de meditação. Todos unidos em resposta também ao apelo do Papa Francisco feito na Audiência Geral de 7 de setembro, quando disse:
Diante de todos os cenários de guerra do nosso tempo, peço a cada um para ser construtor da paz e para rezar a fim de que no mundo se espalhem pensamentos e projetos de harmonia e reconciliação.
O Ano da Santa Cruz na Ucrânia
Os bispos europeus uniram repetidamente suas vozes às do Papa para pedir o fim das armas, o fim imediato da guerra na Ucrânia e que se trabalhasse pela paz. E também dirigiram inúmeros apelos aos chefes das nações e à comunidade internacional para que fizessem tudo ao seu alcance para pôr fim ao conflito, que está destruindo vidas e causando um sofrimento indescritível. Durante a Quaresma, a iniciativa da "rede eucarística", concebida como um sinal da proximidade da Igreja com as vítimas da Covid e suas famílias, este ano tornou-se uma oportunidade para rezar pelas vítimas da guerra e invocar a paz no país do Leste Europeu.
A Conferência dos Bispos Católicos Romanos da Ucrânia declarou 2022 como o Ano da Santa Cruz, que terminará com uma solene liturgia e a Via Sacra nesta mesma quarta-feira, 14 de setembro, no Santuário da Paixão do Senhor em Sharhorod, precisamente no Dia Europeu de Oração pela Ucrânia.
O 'Muro de Fogo' da Renovação no Espírito Santo
A Conferência Episcopal Italiana, aceitando o convite do CCEE, propõe um momento de adoração eucarística nesta quarta-feira (14). A Renovação no Espírito Santo se unirá à iniciativa com um "Muro de Fogo", uma expressão de Santa Catarina que pede pela união (muro) do Espírito (fogo), como na construção de um muro, já que são 12 horas ininterruptas de Sarça Ardente - adoração eucarística com animação carismática - de acordo com as intenções do Papa Francisco e dos bispos da Europa.
Dioceses do norte, centro e sul da Itália serão associadas a cada hora de adoração. Salvatore Martinez, presidente da Renovação no Espírito Santo, enfatiza que a oração diante da cruz, na qual Jesus parecia fraco e impotente, ensina que a vitória do amor, da paz e da concórdia é possível; porque a oração desarma, consola, cura e salva:
"Foi São João Paulo II quem nos deu esta ideia-projeto de um 'arbusto ardente' no modelo de Moisés que se encontra diante deste arbusto que arde, queima e não se consome, e é assim que começa o êxodo do povo de Israel, é assim que Moisés recebe a investidura para guiá-lo além da escravidão, além desta dificuldade que a viagem, a vida, todos os dias nos dá até uma terra prometida. Assim, a imagem do arbusto ardente nos diz que não ficamos passivamente diante de Deus quando o adoramos, mas desenvolvemos todas as nossas energias espirituais internas, não apenas para decidir, mas também para nos colocarmos em um novo caminho, um caminho que nos conduz à liberdade, que nos conduz à salvação. Propomos 12 horas, das 8h às 20h, e em cada hora haverá 25 dioceses do norte, do centro e do sul, que terão suas mãos erguidas ao céu como sinal de oração incessante, de adoração incessante."
Fonte: Vatican News
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Schevchuk: a guerra é um crime também contra a criação de Deus
"Não podemos ser pessoas bem-sucedidas, não podemos construir uma cultura de vida e uma civilização desenvolvida sem o respeito pelo meio ambiente. Caso contrário, agimos como invasores, predadores, ladrões, privando as gerações futuras desse grande dom, desse grande tesouro, que é nossa terra ucraniana dada por Deus."
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Queridos irmãos e irmãs em Cristo!
Hoje é terça-feira, 13 de setembro de 2022 e já estamos no 202º dia desta grande guerra, guerra sacrílega, sangrenta e injusta que a Rússia está travando contra o povo ucraniano.
São 202 dias de corajosa resistência, mas 202 dias de grande infortúnio sobre o nosso povo.
Durante o dia e a noite passados, a terra ucraniana foi novamente abalada, combates ferozes e sangrentos estão sendo travados ao longo de toda a linha de frente. Com a ajuda de Deus, o povo ucraniano está reconquistando a terra a ele dada por Deus.
De acordo com as informações que recebemos, todos os dias novas cidades e aldeias são libertadas da mão assassina do ocupante. Mas terríveis e terríveis crimes de guerra contra a humanidade são descobertos.
De acordo com as informações fornecidas até agora, a cada dia são registrados cerca de 200 crimes de guerra. São massacres de civis, torturas, saques – e tudo isso realmente se qualifica como crime de guerra.
Ontem a Ucrânia foi atingida por 2 ataques de mísseis e 25 ataques aéreos. Nossa região de Kharkiv novamente sacudiu sob foguetes e bombas.
Ontem, a cidade de Kharkiv tentou restabelecer o fornecimento de eletricidade e água. Porque esta cidade de quase um milhão de pessoas ficou um dia sem água.
Durante toda a noite, os russos bombardearam implacavelmente nossa região de Dnipropetrovsk, especialmente a cidade de Nikopol e várias outras comunidades locais. Podemos imaginar o quão infernal foi esta última noite para nossos irmãos ucranianos.
Estamos realmente com o coração partido ao ver o que o ocupante russo está deixando atrás de si em solo ucraniano.
Hoje - e é só pode aquilo que pode ser registrado - mais de 900 unidades de saúde foram destruídas; mas também mais de 200 igrejas e prédios religiosos.
Sentimos hoje que é nosso dever moral cuidar dos nossos irmãos e irmãs que se encontraram nos territórios ocupados, mas já libertados. Nestes dias, uma oportunidade se abrirá para chegar até eles e levar-lhes as primeiras ajudas mais urgentes, aquecê-los com o amor de nossos corações.
Por isso quero apelar a todos os que hoje me ouvem, mostremos aos nossos irmãos e irmãs, que talvez tenham hoje as maiores dificuldades, a nossa solidariedade, o nosso amor cristão.
E podemos dizer mais uma vez hoje: “A Ucrânia está de pé. A Ucrânia está lutando. A Ucrânia está rezando".
Hoje gostaria de refletir com vocês sobre o 9º passo ou 9º mandamento do nosso Guia Social para o Crente. Quem diz o quanto segue: "Respeito os recursos naturais da terra como uma dádiva de Deus e os uso com sabedoria."
Amanhã celebraremos o dia de Deus Criador. E hoje é muito importante que percebamos que a responsabilidade pelo meio ambiente é parte integrante da moral cristã. Uma pessoa não pode ser feliz sem respeitar o meio ambiente.
Não podemos ser pessoas bem-sucedidas, não podemos construir uma cultura de vida e uma civilização desenvolvida sem o respeito pelo meio ambiente. Caso contrário, agimos como invasores, predadores, ladrões, privando as gerações futuras desse grande dom, desse grande tesouro, que é nossa terra ucraniana dada por Deus.
Quando hoje vemos o que o inimigo está deixando para trás: cidades e aldeias queimadas e destruídas, campos de trigo queimados, florestas saqueadas, solos pretos minados, lagoas poluídas, rios e fontes de água que não são mais potáveis. Vemos que a guerra é um crime não apenas contra a vida humana, mas é um crime contra a criação de Deus.
Hoje é muito importante para todos nós perceber nossa responsabilidade pelos dons que o Senhor Deus nos dá. Nossos camponeses, nossos agricultores - todos os que trabalham a terra - afirmam que este ano o Senhor Deus deu à Ucrânia uma colheita abundante como nunca antes. Talvez, duante os anos de independência da Ucrânia, a terra ucraniana ainda não tinha proporcionado uma colheita tão abundante. Acho que não ésejaem vão. O Senhor Deus nos abençoará, dará à terra uma colheita e frutos por nosso trabalho, para que possamos ser agradecidos a Deus por suas dádivas e à nossa terra ucraniana por nos nutrir nestes tempos de guerra.
Penso também que devemos partilhar estes frutos com todos aqueles que foram privados da oportunidade de semear e colher, que não puderam plantar e cultivar as suas hortas este ano, para aqueles que acabaram de ser libertados da pisada do invasor russo por nossos soldados, soldados da paz e da luz, nosso exército. Por isso hoje damos graças ao Senhor Deus pelo seu dom, o dom da sua criação.
Peçamos a Ele sabedoria para dispor desses dons com sabedoria. Abracemos, apressemos-nos em ajudar aqueles irmãos e irmãs que hoje mais precisam, que mais sofreram com esta guerra.
Hoje quero dirigir uma palavra especial de gratidão aos nossos agricultores, aos nossos camponeses, aos nossos agricultores - a todos os que cuidam da nossa mãe terra. Obrigado por seu trabalho, porque graças à fecundidade de nossa terra ucraniana e ao seu trabalho, sua coragem, a coragem de ir ao campo mesmo quando pode ser perigoso para sua vida - hoje a Ucrânia tem pão. Além disso, podemos partilhar este pão com o nosso próximo.
O outono é sempre época de colheita, não nos esqueçamos de agradecer ao Senhor Deus por este presente durante esta época de colheita.
Que o Senhor Deus abençoe nossos camponeses!
Juntos, com o nosso trabalho e a nossa solidariedade, sustentamos o renascimentos dos campos ucranianos. E que nossa terra ucraniana ainda dê muitos bons frutos para os necessitados de hoje.
Ó Deus, abençoe a Ucrânia, ó Deus, abençoe seu povo trabalhador, abençoe todos aqueles que prezam a cultura, que respeitam o meio ambiente.
Abençoe nosso exército ucraniano, que é nossa esperança para a proteção desta terra, e faça de nós todos sábios administradores do universo que você nos confiou.
Ó Deus, abençoe a Ucrânia com Sua paz justa e celestial.
Que a bênção do Senhor esteja sobre vocês por meio de Sua graça e amor pela humanidade,  agora e para todo e sempre, amém!
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Svyatoslav+
Pai e Primaz da Igreja Greco-Católica Ucraniana
13.09.2022
Fonte: Vatican News
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Em Mianmar, igreja é ocupada e minada pelo exército
“Mais de um ano e meio após o golpe, as pessoas estão realmente cansadas do conflito e desejam voltar à vida normal. Como católicos, continuamos a esperar e rezar, seguindo os nossos pastores que nos convidam a viver com fé este momento de sofrimento e provação, nos guiam no caminho da não-violência, pedem justiça e paz", diz um católico de Yangon, diretor de um instituto universitário privado.
O conflito civil em Mianmar não poupa igrejas e outros locais de culto. Como apurado por fontes locais da Agência Fides na Diocese de Pekhon, as tropas do exército regular de Mianmar ocuparam durante quatro dias, de 8 a 12 de setembro, a igreja católica da Mãe de Deus, na pequena cidade de Moebye, na Diocese de Pekhon (centro-leste de Mianmar). Combates ferozes estão sendo travados na região entre o exército de Mianmar e as forças de resistência, as chamadas Forças de Defesa Popular, compostas principalmente por jovens que se opõem à junta militar que com um golpe assumiu o poder de 1º de fevereiro de 2021.
Moebye é uma cidade de cerca de 500 casas, para um total de mais de 2.000 habitantes, todos católicos, que fica na fronteira entre os Estados de Shan e Kayah, e está em uma posição estratégica, na estrada que sai de Loikaw (Estado de Kayah) em direção a Taunggyi (Estado de Shan).
 “Os militares optaram por se refugiar e acampar na igreja, pois sabem que os jovens não a atacariam, por oportunismo e para se salvarem”, explica à Fides Pe. Julio, pároco local. "Mas não só sujaram e a devastaram, quebrando estátuas e móveis: antes de deixá-lo esta manhã, espalharam minas no templo, escondendo-as por toda parte, no chão, nos bancos, atrás dos livros sagrados, para fazer o mal. São atos execráveis de desrespeito, que condenamos. Pedimos que as igrejas sejam mantidas fora do conflito”, observa o pároco. Hoje, jovens e voluntários católicos estão limpando e, com muito cuidado, desarmando e retirando as minas dentro da igreja e ao seu redor.
Como explicam fontes locais à Fides, em algumas áreas do país, como no Norte, estão em curso fortes combates entre o exército e as forças de resistência, muitas vezes unidas aos exércitos das minorias étnicas. Em outras áreas do país, por outro lado, há um conflito de baixa intensidade que também envolve as maiores cidades como Yangon, Mandalay, Pathein, onde grupos de jovens atacam inesperadamente postos de controle militares, caminhões do exército, postos policiais.
“Não temos segurança, mesmo que a junta militar tenha anunciado sua intenção de aliviar as restrições à vida social e civil”, informa à Fides Joseph Kung, católico de Yangon, diretor de um instituto universitário privado. “Mais de um ano e meio após o golpe, as pessoas estão realmente cansadas do conflito e desejam voltar à vida normal. Como católicos, continuamos a esperar e rezar, seguindo os nossos pastores que nos convidam a viver com fé este momento de sofrimento e provação, nos guiam no caminho da não-violência, pedem justiça e paz".
Fonte: Vatican News
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Mobilização da comunidade católica para ajudar vítimas das cheias no Paquistão
O frade capuchinho Shahzad Khokhar contou que muitas pessoas na área de sua paróquia vivem na rua, estão deslocadas, desabrigadas e sem colheitas ou gado. "Como cristãos, queremos fazê-los sentir o amor concreto de Jesus que toca cada ser humano, especialmente quando sofre".
“As pessoas atingidas pelas fortes chuvas na Província de Sindh estão em uma situação terrível: muitas vivem a céu aberto, sem comida, sem casa, sem cozinha e sem banheiros. Por enquanto não podem fazer nada além de esperar a ajuda de instituições e pessoas de boa vontade. As inundações destruíram suas casas, plantações e centenas de animais morreram afogados. A isto se somam agora os problemas médicos. As pessoas ficam nas ruas e esperam por ajuda: nossa resposta é feita de oração, proximidade humana e solidariedade".
O relato à Agência Fides é da Irmã Elizabeth Niamat FC, que guiou a delegação da Escola do Convento de São José de Karachi para levar ajuda humanitária às famílias afetadas pelas inundações, que nos últimos dois meses atingiram um terço do território paquistanês e afetaram 33 milhões de pessoas.
A religiosa, juntamente com 20 membros da equipe, entre voluntários e estudantes, reuniu-se com 200 famílias do povoado de Sujawal em Thatta e 50 famílias do povado de Badin, distribuindo comida e barracas. A irmã conta, que  além de cestas básicas, foram distribuídas toalhas, lençóis, cobertores, remédios e kits de higiene para as mulheres. "Também montamos um acampamento médico e fornecemos medicamentos a mulheres e crianças desidratadas ou com problemas de saúde. Demos tanto consolo humano, conforto”.
Várias associações, movimentos, grupos paroquiais da comunidade católica de Karachi, capital da província de Sindh, mobilizaram-se para chegar às pessoas afetadas pelas cheias nos povoados da província, devastados pelas cheias. Entre as entidades que promoveram programas de assistência humanitária está a Caritas de Karachi , que atendeu 100 famílias vulneráveis afetadas por desastres em Kund Jhang, no distrito de Malir, em Karachi. Mansha Noor, secretária executiva da Caritas em Karachi, em entrevista à Agência Fides, informou que eles estão trabalhando para alcançar o maior número possível de pessoas com cestas básicas e kits de abrigo. "Estamos atendendo mais de 100 famílias, em especial 30 famílias cujas casas foram devastadas”.
Samantha Rodrigues, presidente da associação "Catholic Women's Guild" (SWG) afirmou por sua vez que receberam com muita tristeza a situação de destruição: "Nas áreas do interior de Sindh a situação é pior do que pensávamos. Convidamos as pessoas de boa vontade a serem cada vez mais generosas neste momento difícil para mostrar solidariedade com as pessoas necessitadas”. A SWG ajuda 75 famílias hindus e muçulmanas em Tando Allah Yar, fornecendo pacotes de alimentos, mas também tendas, kits de higiene e roupas.
O frade capuchinho Shahzad Khokhar organizou com sua paróquia de Tando Adam, em Sindh, a distribuição de sacolas de alimentos a 100 famílias da região e, graças à generosidade dos fiéis, também entregou uma oferta de 50.000 rúpias a 7 famílias particularmente carentes .Paquistanês.
Pe. Khokhar informou à Fides, que pediram às pessoas para expressarem sua proximidade com oração e solidariedade concreta. "Muitas pessoas na área da minha paróquia  - disse o religioso - vivem na rua, estão deslocadas, desabrigadas e sem colheitas ou gado. Como cristãos, queremos fazê-los sentir o amor concreto de Jesus que toca cada ser humano, especialmente quando sofre".
Fonte: Vatican News
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Arcebispo de Guwahati: "A Índia deve agir com urgência na proteção da criação"
A denúncia de Dom John Moolachira no encontro sobre a Proteção da Criação das dioceses do nordeste do país: "As florestas que atravessávamos não existem mais, 70% das fontes de água estão poluídas, as leis escritas no papel não são aplicadas pelas nossas autoridades. Devemos redescobrir a harmonia com a natureza criada por Deus para nos tornarmos mais humanos"
Por ocasião do Tempo da Criação - que por indicação do Papa Francisco é celebrada entre 1° de setembro, o Dia da Criação, e a festa de São Francisco de Assis, 4 de outubro - as dioceses do nordeste da Índia estão realizando uma Conferência Pastoral sobre o tema "Meio Ambiente e Cuidados com a Criação". Publicamos alguns trechos do discurso introdutório do arcebispo de Guwahati, Dom John Moolachira.  
A realidade
"O livro do Gênesis fala do mundo criado por Deus dizendo 'Deus plantou um jardim no Éden, no oriente, e aí colocou o homem que modelara”' Quando eu era um jovem sacerdote, costumava atravessar florestas fechadas para chegar a algumas das nossas paróquias e vilarejos. Agora, depois de 35/40 anos, quando percorro essas mesmas estradas, não há nenhum vestígio dessas florestas. Ali surgiram vários assentamentos. A madeira é cortada e vendida fora do país por pessoas inescrupulosas com a conivência ou negligência das autoridades governamentais.  Como resultado, as encostas e planícies se tornaram áridas, os cursos de água secaram, as chuvas diminuíram e quando chove, o solo fértil é levado pelas enxurradas; o lixo está em toda parte e a vida na cidade não é higiênica; os poluentes das cidades dos vilarejos fluem livremente para os rios. Pesticidas e fertilizantes são amplamente utilizados e os cursos d'água se tornaram perigosos tanto para humanos quanto para animais.
A esperança
No entanto, nem tudo está perdido. Deus está chamando jovens e idosos, na Igreja e na sociedade civil para defender a causa da terra, mesmo se às vezes parece que seu grito tenha chegado tarde demais. Por exemplo, em 2 de novembro de 2021, a ambientalista Vinisha Uma Shankar, vencedora do prêmio Children's Climate Award 2021, fez um importante discurso nas Nações Unidas, na Conferência Internacional sobre Mudanças Climáticas. Temos também Rajendra Singh, o homem da água da Índia, Jadav Payeng, o homem que plantou uma floresta, Rakhibuddin Ahmed, o ambientalista de Assam. Eles nos dizem para amar e respeitar a natureza, economizar energia e água, plantar árvores e cultivar jardins, reduzir o desperdício, reutilizar e reciclar, ser voluntário para limpar e proteger o meio ambiente.
Nossa Casa Comum
A Terra, nossa casa comum, é formada por organismos vivos e não-vivos. Eles estão interligados. Nenhum ser vivo pode viver sem referência a organismos não vivos. A interação entre vida e não-vida torna a Terra equilibrada, saudável, cheia de recursos e bela. Quando não há equilíbrio, ocorrem desastres ambientais causados pela superprodução, consumo excessivo e poluição, resultando em doenças causadas pela poluição do ar e da água, aquecimento global, inundações, terremotos, tempestades, secas... A degradação ambiental dá origem a migrações, grandes favelas e um grande número de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza. As crianças sofrem mais do que os adultos por causa dos problemas ambientais. Estima-se que 1,5 milhões de crianças no mundo morrem a cada ano de doenças e deficiências causadas pela poluição ambiental, apesar de serem as menos responsáveis por ela.
A situação na Índia
A Índia conta com mecanismos e leis que podem salvar e proteger o meio ambiente, mas falta vontade de implementá-los. Falamos de direitos humanos, direitos das crianças, direitos das minorias e direitos ambientais. Há a Lei de Proteção à Vida Selvagem (1972), a Lei de Proteção Ambiental e o Ministério do Meio Ambiente. No nível judicial, temos o National Green Tribunal. Mas as questões ambientais são usadas pelos políticos e pelos ricos para obter ganhos políticos e monetários. Setenta por cento de nossas fontes de água estão contaminadas. No que diz respeito aos indicadores ambientais, a Índia ocupa a 169ª posição entre 180 nações.
O que a Igreja ensina?
O que a Igreja ensina? O Papa Francisco disse que o grito da terra é o grito dos pobres. Deus criou o homem como administrador da criação. O homem não é seu patrão, mas a recebeu como dom. Já o Papa João Paulo II lembrava que "a preocupação com a criação é uma parte essencial de nossa fé". O Estado da Cidade do Vaticano está dando o exemplo com seu compromisso de alcançar a neutralidade do ponto de vista das emissões de carbono. Nesta esteira, as igrejas e instituições católicas estão cuidando cada vez mais das áreas verdes, promovendo cultivações orgânicas e o uso de materiais renováveis e biodegradáveis. Alguns também começaram a utilizar pneus usados e outros materiais sustentáveis para construções, para que assim não causem danos ao meio ambiente. Nós chamamos a Terra de 'mãe'. Ela nos dá alimentos, água e ar fresco. Ela nos refresca e nos inspira à beleza estética. Quanto mais estamos em harmonia com a natureza, mais humanos nos tornamos.
Fonte: Vatican News
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Cardeal Marengo: Francisco no Cazaquistão, uma presença de fraternidade
O cardeal, prefeito apostólico de Ulan Bator, presente no Congresso de Líderes Religiosos em Nur-Sultan: "Estes encontros fomentam a germinação das sementes da paz e do bem". A esperança de uma viagem do Papa à Mongólia.
A importância das religiões de se reunirem em uma atmosfera fraterna é o centro da 38ª viagem do Papa, que nesta quarta-feira e nesta quinta-feira o vê participando do Congresso de Líderes da Religiões Mundiais em Nur-Sultan. O cardeal Giorgio Marengo, prefeito apostólico de Ulan Bator, Mongólia, enfatiza à mídia do Vaticano a importância de gestos concretos por parte das religiões que testemunham a vontade de construir a paz:
Estamos muito felizes com esta experiência, este encontro, que reúne, numa atmosfera fraterna, líderes de tantas religiões do mundo, e estamos felizes que o Santo Padre também esteja participando precisamente pela importância de sua presença neste tipo de encontro. Para nós, uma pequena Igreja na Mongólia, a proximidade do Santo Padre é fundamental, por isso também estamos muito felizes que o presidente da Mongólia tenha convidado o Santo Padre a visitar oficialmente o país. Esperamos que esta viagem possa se realizar em pouco tempo, certamente será uma experiência de graça para todos nós. Em seu primeiro discurso oficial nesta terça-feira, o Papa usou a imagem de um instrumento musical (a dombra, um instrumento cazaque - ndr) para aludir à importância de estar em harmonia, de saber construir a paz através de gestos concretos de respeito e promoção dos valores que cada religião traz. Acreditamos, portanto, que esta área do mundo tem muito a ensinar ao resto da humanidade e estamos muito felizes que o Papa esteja presente neste Congresso.
Aqui a Igreja é considerada um broto, mas um broto pode dar frutos? E como?
Esta imagem que foi usada na visita ad limina há alguns anos atrás é muito bonita. Também usamos a imagem ainda mais radical da semente que cai na estepe e cresce com dificuldade, mas gradualmente, lentamente. Estamos certos de que cada semente de paz, cada semente de bem, dá frutos, nos tempos e maneiras que Deus nos dá, mas cada pequeno gesto de fraternidade, de Evangelho vivido, certamente dá frutos, e creio que este tipo de encontro pode fomentar o crescimento deste broto.
Às vezes, pensa-se que os encontros institucionais de alto nível podem ter pouco impacto na realidade cotidiana vivida pelas populações da base. Neste caso, quais são suas percepções e esperanças? Alguém falou da necessidade de uma fé encarnada e, portanto, da necessidade de estar lá...
É verdade, o risco está aí. Por outro lado, também é importante, precisamente para a base, ver que os líderes se encontram e se envolvem em um diálogo factual, honesto e sincero. Portanto, acredito que ambas as dimensões são importantes, tanto a escondida, diária, talvez longe dos holofotes - e isto é fundamental - e também estes encontros mais oficiais, que são importantes para dar reconhecimento a este caminho e encorajar aqueles que trabalham em segundo plano, para promover os valores que são discutidos e compartilhados nestes encontros.
Fonte: Vatican News
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ONU: mais de meio milhão de crianças somalianas em risco de fome
O alarme da ONU, no dia do início da 77ª sessão da Assembleia Geral da ONU em Nova York, é acompanhado por um apelo da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho por causa da desnutrição no Iêmen, Síria e Paquistão.
A crise alimentar está se agravando na Somália, onde se teme que áreas no centro e sul do país, em breve, sofrirão a fome. A emergência envolverá principalmente menores de idade: o número de crianças que poderiam sofrer de desnutrição aguda já ultrapassa 500.000. Os números foram fornecidos nesta terça-feira pelo porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), James Elder. Estes números estão aumentando de forma preocupante. Há muitas vítimas: 730 crianças morreram de desnutrição no país do Chifre da África e muitas mais morrerão nos próximos meses, ressaltou Elder.
A fome agrava outras doenças
"Há crianças que já estão morrendo e muitos centros de tratamento já estão cheios, portanto, há crianças gravemente doentes que precisam ser tratadas no chão", disse James Elder em uma entrevista coletiva para jornalistas credenciados pela ONU em Genebra. Crianças com sintomas de desnutrição, disse ele, correm 11 vezes mais risco de morrer de diarreia, cólera ou sarampo, doenças das quais já houve surtos no país este ano.
Pouca ajuda internacional
Esta emergência poderia ser evitada se a comunidade internacional estivesse à altura de seus compromissos passados. "Apenas 3% dos fundos que o Unicef solicitou para ajudar as famílias no Chifre da África foram desembolsados até o momento", salientou o porta-voz. Tudo isso está acontecendo, pois a Somália está sofrendo sua terceira seca em apenas uma década, e a atual, com quatro estações consecutivas sem chuva e uma quinta que está chegando, pode ser ainda pior do que as de 2011 e 2016, de acordo com as previsões do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. Também empurrando a Somália para o abismo estão décadas de conflito, deslocamentos maciços da população e o forte aumento dos preços dos cereais e outros alimentos básicos este ano, em parte devido à guerra na Ucrânia.
Uma crise alimentar generalizada
Além da Somália, a emergência alimentar também afeta a Síria, o Paquistão e, acima de tudo, o Iêmen, que ainda se debate com um longo conflito civil. Francesco Rocca, presidente da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, e Peter Maurer, presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, trazem as necessidades crescentes nestes e em outros países para a Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque. O objetivo é sensibilizar toda a comunidade para um compromisso ativo para enfrentar a crise e salvar o maior número possível de pessoas.
Fonte: Vatican News
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Elizabeth II sabia que não voltaria para casa e escolheu onde morrer, diz jornalista
Francisco Vêneto 
Correspondente especializada em assuntos da família real: "Balmoral era o único lugar onde ela poderia deixar sua coroa e ser mãe, avó e bisavó"
A rainha Elizabeth II sabia que não voltaria para casa e escolheu onde morrer: é o que afirma a jornalista Katie Nicholl, que trabalha como correspondente da revista norte-americana Vanity Fair e é apresentada como especialista em assuntos ligados à família real britânica.
De acordo com Katie, foi um desejo pessoal da rainha passar seus últimos dias no castelo de Balmoral, na Escócia. A jornalista considera que Elizabeth II tinha consciência de que não voltaria mais para Londres.
“A rainha sabia que não voltaria com vida ao Castelo de Windsor ou ao Palácio de Buckingham. Acredito que ela queria estar em Balmoral e queria falecer lá. E o fato de ela ter feito isso pacificamente é realmente uma bênção”.
Katie Nicholl detalha alguns motivos pelos quais o castelo escocês era tão especial para a rainha mais popular do planeta:
“Acho que Balmoral era o único lugar onde ela poderia realmente deixar a sua coroa e ter um papel diferente: ser mãe, avó e bisavó”.
De fato, o castelo em que a monarca gostava de passar o verão lhe trazia memórias belas de sua infância em família.
Louise Tait, secretária de comunicação escocesa da rainha, confirmou que o castelo era um “lar” onde a monarca se sentia “muito, muito feliz”.
Balmoral também era o lugar preferido do esposo de Elizabeth II, o Príncipe Philip, que faleceu em abril de 2021, poucas semanas antes de completar 100 anos de idade.
Fonte: Aleteia
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Do dia 13/9/22
100 jovens do Brasil se preparam para encontro global na cidade de Assis que vai discutir a Economia de Francisco
O papa Francisco convidou no ano de 2019 jovens do mundo inteiro a se reunir  na cidade de Assis – terra onde viveu e morreram os santos São Francisco, Santa Clara e companheiros -, para construir um novo pacto econômico, em busca de uma economia que faz viver e não mata, inclui e não exclui, humaniza e não desumaniza, cuida da criação e não a devasta.
O evento programado para 2020 foi adiado devido a pandemia da Covid-19. Mas, durante esse período muitas atividades aconteceram de modo virtual e com encontros presenciais pelo Brasil inteiro. A Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara (ABEFC), composta por jovens selecionados para o evento global,  professores, pesquisadores, ativistas sociais, movimentos e entidades da sociedade civil compõem esse grupo que busca ampliar as propostas de novo pacto econômico.
A começar pelo nome, a Articulação inseriu o nome de Clara, ao propor ao papa e aos jovens do mundo inteiro que se buscamos um novo modo de produzir a economia ela terá de representar o caminhar lado a lado de mulheres e homens. Então, a Economia de Francisco e Clara articula em espaços sociais, religiosos e sobretudo populares a compreensão de que é necessário pensar a economia de forma humana e ecológica e exige um basta nas limitações do pensamento econômico vigente que em nome de interesses de corporações e do 1% da humanidade, nos referimos aos mais ricos, enquanto 99% passa pela tensão de não efetivarmos compromissos globais de freio às mudanças climáticas, a não priorização dos mais pobres no orçamento dos governos promovendo políticas públicas de inclusão social e produtiva e as violências financeiras promovidas por grandes negócios nas cidades, bairros e comunidades que em nada decidem sobre seu futuro.
Programação em Assis
E, essas discussões finalmente encontrarão um espaço global de ressoar. Neste mês de setembro de 2022, mil jovens do mundo inteiro, dentre os quais 100 jovens brasileiros participarão presencialmente na cidade de Assis para o evento global com o tema Papa Francisco e Jovens de Todo o Mundo para a Economia de Amanhã.  A organização conta com o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da Rede Igrejas e Mineração, Grupo de Reflexão e Trabalho para a Economia de Francisco e Clara da PUC Minas e Casa Galilei.
O evento em Assis buscará consolidar uma comunidade global ‘A Economia de Francisco e Clara’ com a realizados de painéis sobre as colheitas da “Economy of Francesco” que apontarão os trabalhos já produzidos no mundo inteiro. Além disso, os encontros serão organizados no formato de vilas que debaterão temas como trabalho e cuidado, economia e as mulheres, políticas para a felicidade, vida e estilo de vida, negócios e paz, negócios em transição, desigualdades, energia e pobreza, finanças e humanidades, vocação e lucro e agricultura e justiça.
A programação completa do evento, que acontecerá entre o Teatro Lyrick e o Palaeventi de Santa Maria degli Angeli e o centro histórico de Assis, se concentrará na reunião de ideias e experiências geradas ao redor do mundo durante os últimos três anos, desde o chamado do Papa Francisco em 1º de maio de 2019.
Os palestrantes do evento são pessoas de referência para a Economia de Francisco e Clara: Vandana Shiva, Jeffrey Sachs, Kate Raworth, Gael Giraud, Sabina Alkire, Irmã Helen Alford, padre Vilson Groh e Stefano Zamagni. Haverá também momentos de imersão na cidade, como visitas guiadas à Basílica de São Francisco e à Basílica de Santa Maria de los Ángeles e o espetáculo O Sonho, oferecido pelos convidados do Instituto Seráfico.
Encontro dos jovens com o Papa
No dia 24 de setembro, o Papa chegará a Assis por volta das 9h30, horário local. Francisco terá um encontro com os jovens, caracterizado por um momento artístico teatral e pelas experiências  contadas por oito jovens. Às 10 horas da manhã, o Pontífice, após um momento artístico e cultural, haverá uma acolhida, uma introdução e oito depoimentos de jovens de todo o mundo. O Santo Padre fará então seu discurso e assinará o Pacto com os jovens da Eof.
Uma das brasileiras que participará do encontro é a religiosa consagrada da Congregação das Irmãs da Divina  Providência, a irmã Elis Alberta Santos. Indígena do Povo Mura, da região do médio Amazonas, ela é membro da Coordenação Nacional da ABEFC e Articuladora da Economia de Francisco e Clara em Manaus (AM) e no regional Norte 1 da CNBB. Também integra a coordenação do Comitê da Repam do Regional Norte 1.
No encontro, ela vai levar a voz dos indígenas que estão tendo seus direitos negados e não reconhecidos. “Eu ocupo um lugar de fala dentro da ABEFC a partir da minha identidade indígena e do meu território periférico e também como religiosa consagrada”, disse. A mestre em antropologia social desenvolve sua pesquisa na perspectiva indígena baseada na ideia do bem viver e do cuidado com a ecologia.
Ela sonha que mais economias do amanhã surjam a partir da proposta do Papa e de todo movimento global que está sendo criado pelas juventudes de diversos lugares do mundo que se encontrarão em Assis para alimentar a Esperança numa nova economia.
“Eu acredito muito no movimento da economia de Clara e Francisco e por isto integro a articulação. Tenho sonhos e perspectivas a partir da periferia onde estou inserida na cidade de Manaus de criar projetos que se contraponham à lógica do mercado que continuam a invadir nossos territórios, derrubando nossas florestas, mantando nossos corpos”,  disse.
Agenda dos jovens brasileiros em Assis e Roma
A Articulação Brasileira para a Economia da Francisco e Clara (ABEFC) juntamente com a rede de Igrejas e Mineração, com o apoio do Grupo de Reflexão e Trabalho para a Economia de Francisco e Clara da PUC Minas e a Casa Galileia propõem espaços de reflexão e diálogo sobre novos paradigmas para a economia e o papel das igrejas na construção de uma “economia samaritana”.
– 20 de setembro, às 15 horas na Pontificia Comision para America Latina, Via della Conciliazione 1 , piso 4: No documento que será apresentado jovens latino-americanos destacarão o papel da mulheres em alternativas econômicas. “A Economia, substantivo feminino. Inspirados em Clara e Francisco, expressamos o desejo de uma mudança profunda na  abordagem até agora estabelecida para as relações econômicas”, sustenta o texto. Como orientação coletiva resultante de um dia de reflexões, encontros e escuta das realidades, a cartilha apresenta princípios para viver a economia de Francisco e Clara a partir das ações das Igrejas, numa abordagem da Ecologia Integral, Desenvolvimento Integral, anticapitalista alternativas, nos Bens Comuns, e outras práticas.
– 21 de setembro, Em diálogo prévio ao encontro com o Santo Padre em Assis, que acontece entre os dias 22 e 24 de setembro, o grupo da América Latina propõe um diálogo sobre o papel das congregações na proposição de novos paradigmas: da competição à colaboração; da exploração à sustentabilidade; da acumulação à distribuição; do desequilíbrio nas relações entre pessoas e países ao comércio justo; do consumo desenfreado ao consumo responsável.
Programação
22 de setembro – O encontro, a festa e a colheita
9h às 17h
Grande sessão de abertura do evento: Ouvindo a vida. Na noite e até o amanhecer
– A colheita da Economia de Francisco: Os jovens lideram sessões, discursos e mesas redondas para apresentar ideias e projetos, para abordar questões econômicas e desafios contemporâneos.
 A única guerra justa é aquela que não estamos lutando: Mesa redonda sobre solidariedade internacional e prevenção de conflitos armados com Martina Pignatti (Un ponte per, Uma ponte para).
– Apresentação de projetos – sessões de pôsteres – incubadora de ideias – desafios globais e locais:  oficinas artísticas e rodas de conversas.
– Desacelerar – reflexão e conversa interior
17h – Sessão Plenária: A Economia de Francisco e seus embaixadores: Pe. Gael Giraud (França), Stefano Zamagni (Itália), Helen Alford (EUA), Pe. Vilson Groh (Brasil), Leonardo Bechetti (Itália), Jeffrey Sachs (EUA) e Kate Raworth (Inglaterra).
19h – Il Sogno, O Sonho. – Desempenho juvenil do Seraphic Institute
23 de setembro – As vilas e as novas ideias
9h – Face a face com Francisco (Visitando Assis)
11h – 12 Vilas da Economia de Francisco: trabalho e cuidado, economia e as mulheres, políticas para a felicidade, vida e estilo de vida, negócios e paz, negócios em transição, desigualdades, energia e pobreza, finanças e humanidades, vocação e lucro e agricultura e justiça.
18h – Conferências
– A Economia de Francesco: uma nova economia construída pela juventude com Speakers: Federica Ammaturo, Natalia Gutiérrez, Sohan Patrick e Gael Giraud.
– ‘É só dando que se recebe’ com Speakers: Juan M Gil-Barragan, Kathleen Zegarra, Diana Salgado e Vandana Shiva.
– Os caminhos para um novo pacto educativo e econômico: construindo pontes entre o centro e a periferia com Speakers: Gabriela Consolaro Nabozny, Daiane Zito e Pe. Vilson Groh.
– Fraternidade Universal: uma ideia que pode mudar o mundo com Speakers: Gloria Imumpaye, Marcia King, Vincent Chee e Helen Alford.
– Contra a gerencialização da sociedade: a perspectiva da economia de Francisco com Speakers: Diletta Pasqualotto, Tamiris Resende, Enrico Marcazzan e Stefano Zamagni.
– Meritocracia, avaliação, excelência: o caso das universidades e da pesquisa com Speakers: Valentina Erasmo, Francesco Sylos-Labini e Maria Jordet.
20h: Workshops
1. Novos modelos de negócios para o florescimento humano e regeneração ecológica
2. Uma nova educação econômica para uma nova sociedade
3. Histórias de negócios para impacto
4. Histórias inspiradoras para transformar nossa Economia em uma Economia de Francesco (EoF) dos quatro cantos do mundo
5. Praticando a economia integral na Escola Buen Vivir para uma Harmonia com a Natureza
24 de setembro: O pacto e o futuro em comum
9h – 12h: Encontro com o Papa Francisco e o Pacto Economia de Francisco
– Papa Francisco chega a Assis
– Encontro do Papa Francisco com os jovens
– Apresentação e espetáculo teatral
– A Economia de Francesco contada pelos jovens
– Palestra do Papa Francisco
– Leitura e assinatura do Pacto Economia de Francisco
– 23 de setembro, à noite, entre a Igreja de São Francisco e a Basílica de Santa Clara, em Assis: 
aminhada dos mártires do capitalismo ‘Denuncia a Economia que mata’.
Para celebrar do Brasil
Uma parceria entre a Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara e o Regional Sul 4 da CNBB promove o Celebrar a Economia de Francisco e Clara. Para isto, redigiram uma sugestão de roteiro para o XXVI Domingo do Tempo Comum. Segue os arquivos da celebração.
Fonte: CNBB
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Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada realiza reunião ampliada até quinta-feira
Com foco na preparação do 3º Ano Vocacional do Brasil, a Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove sua reunião ampliada de hoje, 13, até o dia 15. Reunidos de modo virtual, os organismos que compõem a Comissão aprofundam o tema “Ano Vocacional: pés a caminho, corações ardentes!?”.
O encontro é realizado anualmente e tem o objetivo de partilhar experiências e construir um planejamento comum na dimensão vocacional. A dinâmica da edição deste ano contou com reflexões sobre espiritualidade, formação e pastoral, a partir da frase do Papa Francisco: “Toda a pastoral é vocacional, toda a formação é vocacional e toda a espiritualidade é vocacional”, contida na exortação pós-sinodal Christus Vivit. Amanhã, os participantes terão encontros por organismos. E, na quinta-feira, haverá a partilha em vista de um planejamento comum em 2023.
Na abertura do encontro, na manhã de hoje, o bispo de Novo Hamburgo e presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados da CNBB, dom João Francisco Salm, saudou os participantes. Para o momento orante, foi projetado o vídeo do hino do 3º Ano Vocacional do Brasil.
As atividades seguiram com a abordagem sobre espiritualidade, formação e pastoral, a partir da frase do Papa Francisco na Exortação Pós Sinodal Christus Vivit. Três assessores contribuíram nesta reflexão.
Espiritualidade, chave da vocação
O jovem Sued Henrique, membro da articulação das CEBs na arquidiocese de Brasília (DF), especialista em Liturgia, geógrafo, bombeiro militar e estudante de medicina, aprofundou a dimensão da espiritualidade na frase do papa Francisco (“Toda a espiritualidade é vocacional”).
Ele salientou que a espiritualidade é a chave da vocação dos cristãos católicos e que toda Liturgia é essencialmente vocacional. A grande questão a ser respondida, segundo Sued, é “Que tipo de espiritualidade queremos?”. Em sua reflexão, deu indicações para a busca de respostas, ao afirmar que toda vocação deve ser para o serviço de transformação dos sinais de morte em sinais de vida na realidade. “A espiritualidade nos conduz e anima nessa missão”, salientou.
Ao final, deixou algumas provocações: “Para que a espiritualidade seja vocacional, que tipo de Igreja queremos? Como vamos construir uma espiritualidade vocacional especialmente com as juventudes?”. A indicação é que vocação, liturgia e vida devem estar interconectadas.
Meta é configurar-se a Jesus Cristo
Irmã Clotilde Prates de Azevedo, apostolina, mestre em Teologia, diretora presidente do Instituto de Pastoral Vocacional (IPV), membro da coordenação da Conferência dos Religiosos do Brasil em São Paulo (CRB de São Paulo) e assessora da Pastoral da Juventude no Regional Sul 1 (São Paulo), aprofundou a dimensão da formação na frase do papa (“Toda a formação é vocacional”).
Ela explicou que configurar-se a Jesus Cristo é a meta de toda formação. “Mais que assimilação de conteúdos, é disponibilidade interior em estar para o outro. Assim como a formação é permanente e integral, também a vocação é: começa no nascimento e se conclui no chamado à eternidade”.
Criar mentalidade vocacional
Sobre o trecho em que o Papa Francisco fala que “Toda a pastoral é vocacional”, quem aprofundou foi o padre Geraldo Tadeu Furtado, que é superior provincial dos Rogacionistas, autor de metodologia de Exercícios Espirituais Vocacionais (EEV), orientador de retiros e assessor.
Ele observou que, no início da frase do Papa na Christus Vivit, há o verbo “pensar”, o que poderia levar à compreensão de que tudo não passa de teorias, sem um devido plano de ação para tornar a vocação mais ampla. Na verdade, explicou, “ouso afirmar que o Papa estava querendo dizer que devemos criar uma mentalidade de que toda pastoral, espiritualidade e formação sejam vocacionais”. Este é um percurso que impulsiona ao serviço, de acordo com a Comissão.
Composição
São os organismos vinculados à Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB a Comissão Nacional dos Diáconos (CND); a Comissão Nacional dos Presbíteros (CNP); a Conferência Nacional dos Institutos Seculares do Brasil (CNISB); a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB); a Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (OSIB) e o Serviço de Animação Vocacional/Pastoral Vocacional (SAV/PV). Fonte: CNBB
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Seminário Nacional da Campanha da Fraternidade aprofundará o tema da “fome” e as estratégias para a CF 2023
O Setor Campanhas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realiza de 27 a 29 de setembro, de forma on-line, o Seminário Nacional da Campanha da Fraternidade 2023, cujo tema é “Fraternidade e Fome” e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer!” (Mt 14,16).
Nas três noites será oferecida uma reflexão sobre a temática da fome sob as óticas dos dados atualizados sobre a realidade, à luz da fé e da doutrina da Igreja e na perspectiva da ação pastoral para o enfrentamento do  problema. O tema da fome será abordado pela terceira vez pela Igreja no Brasil em uma Campanha da Fraternidade. De acordo com o assessor de campanhas da CNBB, o padre Jean Paul Hansen, a formação vai contar com a colaboração de especialistas no assunto, bispos, presbíteros e assessores da CNBB.
    “Na primeira noite, vamos VER a realidade da fome em nosso país e o muito que já se faz no seu combate. Na segunda, vamos ILUMINAR com a luz do Evangelho e do Magistério Eclesial este dura realidade. E, na terceira noite, refletiremos sobre como devemos AGIR para livrar a multidão de irmãos e irmãs que sofrem o flagelo da fome, cumprindo o mandato de Jesus, que é o lema da CF-2023: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16)”, disse padre Jean Paul.
Formação de multiplicadores
A atividade tem como objetivo de preparar lideranças regionais, diocesanas, paroquiais e comunitárias para desenvolver a Campanha da Fraternidade 2023 em suas realidades concretas, através de uma reflexão fundamentada na realidade e na Palavra de Deus, em vista da ação eclesial sociotransfomadora.
“O Seminário Nacional da CF é importante porque lança para as bases da Igreja no Brasil a temática, a reflexão e o material preparado para a Campanha da Fraternidade do ano seguinte, a fim de que o trabalho já comece a ser realizado nos regionais, nas dioceses, paróquias e comunidades, como preparação remota para a CF, que se intensificará na quaresma de 2023”, disse padre Jean.
A fome no Brasil
O Brasil voltou ao Mapa da Fome, ou seja, mais de 60 milhões de brasileiros e brasileiras vivem sem ter o que comer não ou tem certeza se conseguirá comida ou precisa reduzir a qualidade e/ou quantidade dos alimentos. Esse diagnóstico está no relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) divulgado em julho deste ano.
O levantamento mostra que quase 30% da população brasileira vive insegurança alimentar moderada ou grave no país. Os dados são do período de 2019 a 2021. O novo relatório mostra um forte agravamento da situação no Brasil: entre 2014 e 2016, eram 37,5 milhões de pessoas com insegurança alimentar, dentre elas 3,9 milhões em condição grave – quase quatro vezes menos do que hoje.
A Igreja e o tema da fome
Cartaz CF 1985
O tema da fome foi abordado na Campanha de 1985. Dois grandes eventos marcaram a Igreja no Brasil em 1985: a realização do 11º congresso Eucarístico Nacional realizado em Aparecida (SP) e a Campanha da Fraternidade. Ambas as iniciativas receberam o mesmo lema “pão para quem tem fome”. Um dos grandes temas refletidos foi o cenário da fome apresentado como “um problema crucial”.
Na Fratelli Tutti, o Papa Francisco fala do escândalo da fome e chama o atual sistema de assassino: “As crises sociais, políticas e econômicas fazem morrer à fome milhões de crianças, já reduzidas a esqueletos humanos por causa da pobreza e da fome; reina um inaceitável silêncio internacional”(n.29).
O Santo Padre adverte ainda que “a política mundial não pode deixar de colocar entre seus objetivos principais e irrenunciáveis o eliminar efetivamente a fome. Com efeito, quando a especulação financeira condiciona o preço dos alimentos, tratando-os como uma mercadora qualquer, milhões de pessoas sofrem e morrem de fome… a fome é criminosa e a alimentação é um direito inalienável”(n.189).
Mais informações sobre a CF 2023 acesse o site de Campanhas da CNBB 
Letra do Hino da CF 2023
Aberto o concurso para escolha da música do hino da Campanha da Fraternidade 2023
Fonte: CNBB
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CNBB inicia série de encontros com candidatos seguindo Protocolo para as Eleições de 2022
Nesta terça-feira, dia 13, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) inicia a sua agenda de encontros com candidatas e candidatos das Eleições 2022, seguindo seu “Protocolo para Atendimento de Candidatos e Candidatas a Cargos Eleitorais em 2022”, amplamente divulgado. Um dos objetivos do protocolo é assegurar a posição apartidária da entidade, tratando com isonomia os candidatos e candidatas e mostrando respeito à autonomia de fiéis na definição do voto.
A CNBB apresentará a cada candidata e candidato contribuições para a construção de um país mais justo, solidário e fraterno. Para este primeiro encontro, o arcebispo de Belo Horizonte e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, recebe o candidato à vice-presidência Geraldo Alckmin, na Cúria Metropolitana de Belo Horizonte.
Assim, na pauta dos encontros a CNBB buscará abordar as seguintes temáticas: Acordo Brasil Santa-Sé, Defesa da Casa Comum, Defesa da Democracia, Defesa do Estado Laico, Defesa Integral da Vida, Economia de Francisco, Educação e Pobreza, exclusão e justiça social. Além da presidência da CNBB, os encontros terão a participação exclusiva de candidatas, candidatos e seus assessores mais próximos.
Definições do protocolo
Serviço costumeiramente realizado pela entidade, tanto em relação a candidatos, quanto a autoridades, as audiências são importantes momentos para a construção do bem comum, fortalecendo o diálogo da Igreja com a sociedade.
O documento foi elaborado com o apoio das Assessorias Política e de Comunicação, após ouvir regionais e analisar propostas com o Conselho Permanente da CNBB. Ele norteará os atendimentos de candidatos a cargos eleitorais. O material foi enviado aos bispos “no desejo de que, em contínua aprendizagem, consigamos atravessar o período eleitoral contribuindo para o bem comum, com especial atenção aos mais fragilizados e evitando, dentro do possível, as sequelas da divisão e do pecado”.
A Presidência da CNBB vai seguir o protocolo, apresentando-o aos candidatos e suas assessorias quando procurarem a CNBB para as audiências. “Solicitamos que ele seja divulgado e, conforme nele é dito, seja adequado à realidade de cada regional, mantida por certo a unidade de toda a Igreja no Brasil”, indica a Presidência.
As indicações
São 11 pontos no “Protocolo para atendimento de candidatos e candidatas a cargos eleitorais em 2022″. Eles direcionam a instância da Conferência responsável pelos atendimentos, conforme o cargo em disputa e definem uma espécie de roteiro para as visitas dos candidatos.
A ideia é que todas as solicitações sejam atendidas, “ainda que de forma diferenciada de acordo com o cargo em disputa”. Os candidatos à Presidência da República, por exemplo, serão recebidos pelo presidente e/ou pelo secretário-geral da CNBB. As audiências serão presenciais, “obedecendo rigorosamente às regras sanitárias do momento em que ocorrerem” e “divididas em três momentos de até uma hora”: recepção, conversa e encerramento.
O protocolo define que todas as solicitações devem ser encaminhadas à Assessoria Política da CNBB, por meio do endereço eletrônico: politica@cnbb.org.br
Fonte: CNBB
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Páscoa definitiva do Padre Mac Dowell
A Companhia de Jesus/Jesuítas comunica, com tristeza, o falecimento do Padre João Augusto Anchieta Amazonas Mac Dowell,SJ, ocorrido nesta quarta-feira, dia 13 de setembro, aos 88 anos de idade. Ele estava internado no Hospital Madre Teresa, em Belo Horizonte, com problemas cardíacos.
O velório será no dia 14, a partir das 7 horas, na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE – Av. Dr. Cristiano Guimarães, 2127, bairro Planalto – BH). Às 9 horas será celebrada a missa das Exéquias e o sepultamento será às 11 horas, no Cemitério Bosque da Esperança.
Unidos na esperança, na fé e na coragem que sempre animaram Pe. Mac Dowell, pedimos ao Pai que o acolha em sua morada eterna, e que seja abraçado pelo Amor e pela Luz que nunca se apaga.
Padre João Augusto Anchieta Amazonas Mac Dowell, SJ, nasceu em Belém, estado do Pará, em 9 de junho de 1934. Ordenou-se sacerdote em 12 de setembro de 1962.  Padre João era atual professor da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje), em Belo Horizonte. Foi reitor da PUC-Rio, entre 1976 e 1982.  Agora, acolhido pela Mãe Maria, Nossa Senhora da Piedade, que o conduz à infinita misericórdia de Deus, Padre João Mac Dowell encontra o seu descanso eterno.
 A CRB Nacional se solidariza com os jesuítas  e com a família do Pe. Mac Dowell, pela sua Páscoa definitiva, com uma profunda ação de graças por todo bem que o Senhor realizou por meio deste seu escolhido! 
Fonte: CRB
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Nur-Sultan, à espera do Papa e dos líderes religiosos
A capital do Cazaquistão é um laboratório de fés e culturas onde antigas atmosferas soviéticas se misturam com o dinamismo de uma cidade que quer ser um pólo asiático de encontro. "Aqui o diálogo inter-religioso é excelente", afirma Dom Piotr Pytlowany, "e não um artifício, mas uma forma concreta de vida".
As yurts, os abrigos em cúpula redondos usados pelos povos nômades das estepes asiáticas podem ser encontrados em reproduções em frente à Catedral da Mãe do Perpétuo Socorro. Seria a memória do passado que na capital ultramoderna do Cazaquistão na verdade não se encontra vestígios, exceto filtrados e recompostos em alguns dos projetos dos edifícios contemporâneos que pontilham sua área construída. Aqui, de fato, domina uma mistura de atmosferas ex-soviéticas e dinamismo de estilo ocidental.
Antigas atmosferas soviéticas e impulsos futuristas
As principais artérias que atravessam a cidade de Nur-Sultan estão tomadas por bandeiras alternadas do Cazaquistão, da Santa Sé. Do aeroporto, uma parada na recém inaugurada Mesquita Azul, a maior da Ásia Central. Os ex-gulags, a cerca de cinquenta quilômetros, são vestígios do trágico passado que se abateu sobre os dissidentes políticos presos na ex-URSS. Todos falam russo, a língua cazaque - nos explicam – tem dificuldade de emergir como língua nacional. A cidade é dividida pelo rio Ishim, e nasceu e cresceu sob o impulso do ex-presidente Nazarbayev, que deu o nome atual à cidade, mas continua o debate aberto e difuso para restaurar o antigo nome Astana.  
A cidade
Por todos os lados, sinais arquitetônicos assinados por grandes arquitetos: de Foster a Kurosawa. As enormes proporções imprimem um perfil futurista. Destaca-se com seus 100 metros de altura a Torre Bayterek, a árvore da vida, sobre a qual está a esfera dourada onde, em 2003, foi assinada a declaração final do primeiro Congresso de Religiões Mundiais e Tradicionais.
O pássaro sagrado Samruk, no topo da coluna Kazakh Eli (em homenagem à independência do país), simboliza a aspiração ao desenvolvimento sustentável e ao progresso. Por toda parte há espaços dedicados à arte: o Palácio da Criatividade, sede da Faculdade de Arte, é um edifício azul em forma de anel. Pois é, criatividade: uma palavra apropriada para descrever este território "periférico", sim, mas... comparado com o quê? Aqui, cada comunidade religiosa, cada família é um microcosmo de etnias. Assim, de um ex-posto avançado militar russo, Nur-Sultan muda seu perfil de ano para ano, confiando em enormes financiamentos para construções que aproveitam o talento de arquitetos internacionais para arrastá-la para um "outro lugar" que, segundo alguns suspeitos, ainda não está claro.
O ‘embrião’ da Igreja Asiática
Dom Piotr Pytlowany, da Secretaria dos Bispos da Ásia Central, assiste aos preparativos finais para a chegada do Papa Francisco, que vários muçulmanos, sunitas, veem como um pai. “No Cazaquistão, o diálogo inter-religioso é excelente e não um artifício", afirma, "mas uma concreta forma de vida". Dom Antony James Corcoran SJ, administrador apostólico do Quirguistão, um país vizinho, que veio aqui como outros religiosos para encontrar o Papa, fala de um "embrião": o embrião "pequena Igreja na Ásia" que, no entanto, precisa de um grande compromisso para que nasça e viva. "O Papa trará apoio, encorajamento e consolo. Sua presença é de grande valor para nós, pois é importante para promover a paz. Porque", assinala, "o diálogo deve ser antes de tudo um desejo. O diálogo deve ser encarnado. Uma reverência para o outro".
"O Papa, um momento de luz"
"A guerra é sempre uma tragédia", conclui o padre Corcoran. Os peregrinos católicos estão chegando também da Rússia, entre eles outro jovem jesuíta, um eslovaco-americano, que vive em Novosibirsk, Sibéria: "Os frutos do nosso compromisso são pequenos e delicados", observa, "esperamos que cresçam, mas o importante é manter um espírito de autenticidade, isto nós gostamos". "O Papa aqui é um momento de luz, especialmente olhando para o que chamamos de 'operação especial na Ucrânia'". Acrescenta o jesuíta: "O Papa, só se deslocando já traz alegria. Isto é o que conta".
Fonte: Vatican News
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O Cazaquistão que acolhe o Papa
Localizado ao longo da antiga rota da seda que ligava a China ao Oriente Médio e o Mediterrâneo, o território do Cazaquistão foi historicamente habitado por povos nômades e hoje sua população inclui mais de 100 nacionalidades e diferentes etnias.
Localizado na Ásia Central, sem nenhum acesso ao mar, o Cazaquistão faz fronteira com a Rússia a norte e oeste, com a China a leste, e com o Quirguistão, Uzbequistão e Turcomenistão ao sul. Na sua parte mais ocidental faz parte geograficamente do continente europeu. A extensão da nação é notável: de leste a oeste se estende por 3.000 km, e de norte a sul por 1.700 km.
A paisagem é dominada pela estepe que se estende do Mar Cáspio ao Lago Balhas, um lago muito grande (18.200 km2) de água doce na parte ocidental e salgada na parte oriental, localizado na parte sudeste do país.
Grande parte de seu território é plano e montanhoso-desértico ou semi-desértico, e uma grande área ao redor do Mar Cáspio está abaixo do nível do mar (-132 m no ponto mais baixo). O país também tem algumas cadeias de montanhas nas fronteiras orientais com a Rússia e a China e perto do Quirguistão. Precisamente no ponto de encontro das três nações se eleva o Khan Tengri (7.010 m) na cadeia de Tian Shan, o maior pico cazaque.
13/09/2022
O Cazaquistão que acolhe o Papa
 Entre os principais cursos de água encontramos o Irtysh, o Ishim, o Syrdarja e o Ural. Este último deságua no Mar Cáspio, o maior lago do planeta, que banha o Cazaquistão na parte nordeste. O clima é continental árido, com verões muito quentes e invernos rigorosos.
Capital: Nur-Sultan (1.184.500 hab.)
Superfície: 2.724.900 km2População: 18.756.000 hab. (estimativa de 2021)
Densidade pop.: 7 habitantes/Km²
Idioma: cazaque, russo (oficiais)Principais grupos étnicos: cazaques (63%), russos (24%), uzbeques (3%), ucranianos (2%)
Religião: muçulmanos (70%), católicos (0,01%), cristãos (26%), não religiosos (3%)
Forma de governo: República Presidencial
Unidade monetária: tenge cazaque (1 EUR = 475,45 KZT)
Membro de organizações internacionais: CSI, BERD, OCI, OCS, ONU, OSCE, observador da OEA, EE, OMC
Com uma extensão de 2,97 milhões de km2, aproximadamente igual à da Europa Ocidental, e uma população de pouco menos de 19 milhões, o Cazaquistão é o nono país mais vasto do mundo. Localizado ao longo da antiga rota da seda que ligava a China ao Oriente Médio e o Mediterrâneo, o território do Cazaquistão foi historicamente habitado por povos nômades e hoje sua população inclui mais de 100 nacionalidades e diferentes etnias.
Seu nome significa "Terra dos Cossacos" (cazaques), termo de origem turcica que significa precisamente 'nômade', em referência às populações organizadas em comunidades militares que habitavam as estepes da Ásia central ao sul da Rússia e parte do território da atual Ucrânia.
Os russos começaram a avançar na estepe cazaque nos séculos XVIII e meados do século XIX, governando todo o Cazaquistão como parte do Império Russo até a Revolução Bolchevique de 1917.
Parte da República Soviética do Turquestão de 1917 a 1925 e República autônoma a partir de 1926, em 1936 o Cazaquistão torna-se uma República da URSS da qual obteve a independência em 1991 após a dissolução desta última, passando a fazer parte da recém-formada Comunidade de Estados Independentes (CEI).
A década de 90 assistiu à progressiva concentração do poder nas mãos do presidente Nursultan Nazarbayev, um funcionário do antigo regime soviético que permaneceu no comando do país até 2019, ano em que entregou a presidência a Kassym-Jomart K. Tokayev. Se no plano interno Nazarbayev havia conduzido uma política autoritária, no plano internacional havia realizado uma política externa multidirecional com o objetivo de criar e manter boas relações com os países vizinhos, em particular a Rússia e a China, e com os Estados mais distantes, como o Irã, a Turquia, mas também a União Européia e os Estados Unidos.
Após a melhora, a partir da segunda metade da década de 1990, das relações com o Irã, Turquia e China, o Cazaquistão consolidou as relações com os vizinhos Quirguistão e Uzbequistão. Mas o principal aliado político continuou sendo a Rússia, país com o qual tem uma relação de parceria econômica no seio da União Econômica da Eurásia (UEE), que também inclui Belarus, Armênia e Quirguistão, e de colaboração militar, no âmbito da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), à qual aderem os mesmos países.
A promoção dessa política externa multidirecional finalmente se fortaleceu no últimos anos, pelo aprofundamento das relações bilaterais com a República Popular da China, com a qual, em 1998, resolveu as disputas fronteiriças sobre o Cazaquistão leste e na região de Almaty. Superada a desconfiança ligada à política de Pequim na Ásia Central, o governo cazaque de fato iniciou uma crescente cooperação com o vizinho, tanto em matéria comercial e energética, como em relação à segurança.
Na economia, Nazarbayev havia iniciado um processo de privatização dos ricos recursos minerais do país, mas a persistência de graves dificuldades econômicas e a concentração da riqueza nas mãos de um pequeno segmento da população mantinham a tensão social elevada. Tensões que eclodiram no início de 2022 em protestos violentos em todo o país desencadeados pelo alto preço do gás, e que foram resolvidos em poucos dias após a intervenção do exército e das tropas da CSTO lideradas por Moscou e o promessa de reformas para combater a corrupção generalizada.
Contornada a crise, o presidente Tokayev iniciou um trabalho de renovação de todas os estruturas sociais, tentando libertar-se do pesado legado do longo regime de Nursultan Nazarbayev. Em 5 de junho, um referendo aprovou por ampla maioria uma nova Constituição aprovada pelo Parlamento em 27 de março, que deveria abrir uma maior participação dos cidadãos a nível nacional e local, em particular através dos “conselhos sociais” (obščestvennye sovety). Tokayev também parece empenhado em um novo rumo nas relações com a Rússia conforme indicado pela sua posição na Cúpula Econômica Internacional de São Petersburgo em junho de 2022, no qual afirmou que seu país apoia a integridade território territorial da Ucrânia e não reconhece as regiões separatistas pró-Rússia ocupadas pelo tropas de Moscou.
Fonte: Vatican News
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Acolher o estrangeiro: a experiência de uma religiosa em centro para migrantes
Maria Giovanna Titone, religiosa de São José de Chambèry, que dirige um dormitório paroquial, nos conta como conseguiu "ajudar tantas histórias" e como ela aprendeu "a enfrentar desafios muito maiores do que ela mesma".
Coordenar a gestão de um dormitório paroquial significa ver tantas realidades. As minhas experiências anteriores de voluntariado com os desabrigados provavelmente focalizaram-se mais em encontrar “estratégias” para os abordar e no pouco que lhes podia dar: algo para comer, beber, e algumas escassas palavras de conforto e encorajamento, juntamente com informações úteis ou supostamente tal.
A gestão de uma instalação de baixo limiar, no entanto, apresenta desafios bastante diferentes. É uma questão de pôr de lado até as melhores intenções para dar lugar à vida daqueles que acolhemos e de permanecer anunciadores da esperança cristã, apesar da impotência a que tantas vezes estamos expostos. O nosso dormitório “Bom Samaritano”, que funciona na paróquia de San Rocco em Ravenna, enfrenta o desafio diário de lidar com a resignação e a perda de significado.
É muito impressionante ver a procura contínua de acolhimento por parte de jovens imigrantes, que se encontram no limbo da espera de documentos e da inserção nos CAS (Centri di Accoglienza Straordinari [Centros de Acolhimento Extraordinários]) cada vez mais lotados. Ravenna não está na rota do fluxo migratório, mas correu rumores de que a Questura é rápida com os documentos (informação inexata) e muitos seguem este caminho para chegar mais cedo ao seu objetivo de se legalizar na Itália, mas encontram-se perante longas esperas (de 2 a 8 meses, em média) sem trabalho, alojamento nem dinheiro, por outras palavras, na rua.
Igualmente numerosa é a presença de pessoas que sofrem de perturbações mentais e dependências, que não encontram uma rede de proteção adequada, nem familiar nem de saúde, e assim acabam por entrar e sair de dormitórios como o nosso. As nossas pequenas instalações, que na época da Covid podem acomodar até 15 homens e 3 mulheres, enfrentam assim desafios muito maiores do que elas.
Com frequência, questiono-me sobre o que significa viver o anúncio do Evangelho dentro deste dormitório, no qual se precisa de determinação, atenção aos detalhes e uma visão global, cuidado nas relações com as instituições públicas, conhecimento do território e dos seus recursos, e consciência dos próprios limites, tanto pessoais como no próprio acolhimento, sem se prender a “mania de salvador” nem a desânimos. Com efeito, também nós temos de fazer escolhas difíceis, como recusar algumas pessoas perante atos de agressão ou violações graves das regras internas, ou dizer “não” à receção, reconhecendo que não estamos à altura de lidar com as dificuldades vividas pelos nossos hóspedes. De facto, não compete a nós - pequena estrutura, fundada há mais de 20 anos pelo padre Ugo Salvatori, que foi um presbítero da Diocese de Ravenna-Cervia, e dirigida por voluntários - assumir por nossa conta o drama destas pessoas.
As administrações com as quais procuramos trabalhar em rede acabam muitas vezes por confiar em realidades como a nossa para responder em caso de emergência a situações que deveriam ser reconhecidas como direitos. Sabe-se bem que há falta de recursos económicos e de pessoal para acompanhar os casos; há falta de instalações adequadas para acomodar pessoas com necessidades de saúde e habitação. O tempo burocrático necessário para regularizar a presença de imigrantes no nosso país é demasiado longo e incerto... Por todas estas razões, não é suficiente dar-lhes uma cama e um duche, embora isto seja já tudo o que precisam para sair das ruas e do desespero. Precisamos de ser a voz daqueles que não têm voz na nossa sociedade ocidental, chamando a atenção das instituições e da opinião pública para que, recordar os últimos, não seja apenas um slogan de campanha eleitoral, mas uma exigência de civilização, até antes da caridade.
Caridade e esperança cristã
Como cristãos, não podemos contentar-nos com uma política que utiliza símbolos religiosos quando necessário, mas devemos ser exigentes e pleitear que os programas e as escolhas administrativas resultantes respondam às necessidades reais das pessoas, e especialmente dos mais débeis. Caridade e esperança cristã, do ponto de vista que me é oferecido por este pequeno dormitório paroquial, não podem ser satisfeitas com o pouco que podemos fazer, precisamos de uma consciência ativa e crítica que sinta o imperativo de promover a justiça social e se comprometa com escolhas concretas, para exigir que os últimos não sejam instrumentalizados e depois novamente esquecidos. Como Igreja, devemos exigir que os nossos valores fundadores não sejam recordados para criar divisões entre aqueles que podem ou não ter acesso aos sacramentos, mas que sejam consistentemente realizados em escolhas políticas e sociais que promovam uma sociedade na qual cada mulher e cada homem sejam reconhecidos na dignidade de pessoa.
Como afirmou o cardeal Matteo Zuppi, presidente da Conferência Episcopal Italiana, no seu agradecimento ao presidente cessante Draghi, «devemos pensar no sofrimento das pessoas e garantir respostas sérias, não ideológicas ou enganosas, que indiquem, se necessário, sacrifícios, mas deem segurança e razões de esperança»; «o confronto político fundamental não deve carecer de respeito e deve ser marcado pelo conhecimento dos problemas, por visões comuns sem astúcia, com paixão pelos assuntos públicos e sem agonismos aproximativos que tendem apenas para um posicionamento personalista mesquinho e não para resolver as questões».
Fonte: Vatican News
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Em viagem ao Cazaquistão, Papa envia telegramas a 9 países
Nas cerca de 6h30 de voo rumo à peregrinação de diálogo e paz ao país asiático, Francisco dirige uma mensagem aos chefes de Estado dos países sobrevoados. Desta vez, o voo papal passou por 9 nações: Itália, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Sérvia, Montenegro, Bulgária, Turquia, Geórgia e Azerbaijão.
A viagem apostólica ao Cazaquistão oficialmente começou na manhã desta terça-feira (13), precisamente às 7h36 no horário italiano, quando o Papa Francisco partiu para o país asiático com o objetivo de participar do Congresso dos Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais. O Pontífice tem agenda programada até quinta (15) na capital Nursultan.
Durante as cerca de 6h30 de voo, o Papa enviou mensagens dirigidas a cada chefe de Estado dos países sobrevoados. A começar pela Itália, quando deixou o país do Aeroporto Internacional de Fiumicino e mandou um telegrama ao presidente Sergio Mattarella, saudando inclusive o povo italiano, ao qual acompanha "com votos de serenidade e harmonia, unido em oração a Deus pelo bem e o progresso de toda a nação".
Após o telegrama em italiano a Mattarella, as outras mensagens seguiram em inglês. Ao presidente da República da Croácia, Zoran Milanović, em Zagreb, o Papa também enviou votos àquela população, "invocando as bênçãos de Deus sobre a nação", rezando para que Ele possa conceder a todos "dons de unidade e paz".
Ao sobrevoar o espaço aéreo de Bósnia-Herzegovina, Francisco se dirigiu ao presidente Šefik Džaferović em Sarajevo e, saudando àquele povo, assegurou "a certeza das minhas orações por todos na nação".
Já ao presidente da República da Sérvia em Belgrado, Aleksandar Vučić, e ao presidente de Montenegro em Podgoritza, Milo Đukanović, o Papa enviou votos e orações para Deus "conceda a todos Suas abundantes bênçãos". Ao sobrevoar a Bulgária, Franciscou saudou o presidente em Sófia, Rumen Radev, e assegurou orações a Deus para abençoar "todos na nação com Seus dons de alegria e paz".
Já ao presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, em Ancara, o Papa enviou sua saudação junto "às orações pela paz e prosperidade de todos na nação". Ao sobrevoar a Geórgia, Francisco saudou o presidente do país, Salome Zurabishvili, em Tiblíssi, e toda a população ao assegurar orações e bênçãos de Deus com "Seus dons de fraternidade, serenidade e paz".
Por fim, ao sobrevoar a República do Azerbaijão antes de chegar ao Cazaquistão, o Papa enviou um telegrama ao presidente em Baku, Ilham Aliyev, dizendo: "invoco sobre todos vocês as bênçãos divinas de fraternidade e paz".
Fonte: Vatican News
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O Papa Francisco chegou ao Cazaquistão
Serão três dias em Nur-Sultan, no coração da Ásia, para participar do Congresso dos Líderes das religiões mundiais e tradicionais.
O Papa Francisco chegou ao Cazaquistão. O avião que transportava o Pontífice pousou no aeroporto de Nur-Sultan, capital do país às 13h20, hora de Roma. Na acolhida oficial, o Pontífice teve um breve encontro com o Presidente da República Kassym-Jomart Tokayev, a quem fará uma visita de cortesia no Palácio Presidencial, imediatamente após a cerimônia de boas-vindas. Em seguida, no Salão de Concertos Qazaq, Francisco se encontrará com as autoridades do país, a sociedade civil e o corpo diplomático.
Serão três dias em Nur-Sultan, no coração da Ásia, para participar do Congresso dos Líderes das religiões mundiais e tradicionais. Uma oportunidade, como disse no Angelus de domingo passado, para dialogarmos como irmãos, animados pelo desejo comum de paz, de que o nosso mundo tem sede. A decolagem de Roma-Fiumicino foi às 7h36. Aos jornalistas da comitiva os votos de um bom trabalho.
Uma pomba, um ramo de oliveira, as mãos dos "mensageiros da paz e da unidade" unidas. No logotipo e no lema as palavras-chave da 38ª Viagem Apostólica do Papa Francisco, que começou na manhã desta terça-feira, 13, e que o verá até 15 de setembro na Ásia Central, Cazaquistão, uma antiga República Soviética ao longo da antiga Rota da Seda, espremida entre a China e a Rússia, encruzilhada de diferentes culturas, credos e grupos étnicos. A ocasião é a participação no VII Congresso dos Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais, para reafirmar a contribuição positiva das fés para a harmonia entre os povos. Mas o Pontífice também vai para encontrar, animar e renovar na fé a pequena comunidade católica local, menos de 1% dos 19 milhões de habitantes, mas apreciada, num contexto religioso-cultural muito diversificado.
A partida e os primeiros compromissos
Por volta das 6h30, o Papa se transferiu de carro da Casa Santa Marta para o aeroporto de Roma-Fiumicino, onde embarcou em um Airbus A330 da ITA Airways. O avião decolou às 7h36, com destino a Nur-Sultan, a futurista capital cazaque conhecida até março de 2019 como Astana, com destino ao aeroporto internacional.
O telegrama ao Presidente Mattarella
Mais de seis horas de vôo, durante as quais o Airbus sobrevoou a Itália, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Sérvia, Montenegro, Bulgária, Turquia, Geórgia e Azerbaijão. Ao deixar a Itália, o Papa enviou seu habitual telegrama ao Presidente da República, Sergio Mattarella, no qual dirigiu suas "cordiais saudações" ao Chefe de Estado e a todos os italianos, "com votos de serenidade e concordância unidos a uma oração a Deus pelo bem e progresso de toda a nação". 
Como em toda viagem, o Papa Francisco acolheu os cerca de 80 jornalistas que o acompanham na viagem: "Bom dia, muito obrigado por sua presença e por sua ajuda nesta viagem", disse ele. "Desejo-lhes uma boa viagem e um bom trabalho! Falaremos no nosso retorno, obrigado e tenham um bom dia". O Papa então fez seu giro habitual para saudar cada um dos jornalistas e operadores de câmera presentes no avião, apesar de alguém lhe ter feito notar que isto comporta uma tensão no joelho direito que lhe causou vários problemas nos últimos meses. O Papa respondeu em tom de brincadeira, dizendo que queria fazer este "sacrifício".
O desejo de viajar para a China
Francisco respondeu então a uma pergunta do jornalista correspondente de La Croix que pediu a confirmação de um possível encontro nos próximos dias com o presidente chinês Xi Jinping. O líder asiático está em visita de Estado ao Cazaquistão e Uzbequistão e amanhã, quarta-feira 14 de setembro, ele estará em Nur-Sultan para se encontrar com o Presidente Tokayev.
O Papa Francisco disse que não tinha notícias sobre a viagem do Presidente Xi, mas reiterou que ele está sempre pronto para ir à China. Um desejo já expresso em muitas ocasiões, particularmente nas viagens apostólicas à Coréia do Sul (2015), Estados Unidos (2015), Japão (2019), quando, nas coletivas de imprensa do voo de retorno, interpelado por jornalistas sobre o assunto, Francisco sempre declarou seu carinho pelo povo chinês e sua estima por sua herança histórica e cultural, e assegurou que está pronto para partir "até mesmo amanhã!" para Pequim.
Fonte: Vatican News
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Francisco: a paz, caminho de desenvolvimento essencial para o nosso mundo globalizado
Em seu primeiro discurso no Cazaquistão, Francisco reiterou que se encontra nesta "terra tão extensa como antiga, como peregrino de paz à procura de diálogo e de unidade. Disto, tem urgente necessidade o nosso mundo: precisa voltar a encontrar harmonia".
O Papa Francisco se encontra no Cazaquistão, no âmbito de sua 38ª viagem apostólica internacional. Nesta terça-feira (13/09), o Papa se encontrou com as autoridades, a sociedade civil e o Corpo Diplomático na Qazaq Concert Hall, em Nur-Sultan, capital do Cazaquistão.
Em seu primeiro discurso, o Pontífice reiterou que se encontra nesta "terra tão extensa como antiga, como peregrino de paz à procura de diálogo e de unidade. Disto, tem urgente necessidade o nosso mundo: precisa voltar a encontrar harmonia".
Segundo o Papa, esta harmonia podemos vê-la representada na dombra, um instrumento musical, tradicional e caraterístico do Cazaquistão, "um emblema cultural e um dos símbolos mais importantes" do país, "a ponto de lhe ter sido dedicado, recentemente, um dia específico". A dombra, cuja algumas versões eram tocadas já na época medieval, foi o elemento que norteou o discurso de Francisco.
Da memória da reclusão floresceu o cuidado pela inclusão
"Símbolo de continuidade na diversidade", a dombra "marca a cadência da memória do país e, diante das rápidas mudanças econômicas e sociais em andamento, recorda a importância de não transcurar os laços com a vida de quem nos precedeu, inclusive através das tradições que permitem fazer tesouro do passado e valorizar tudo o que se herdou".
O Cazaquistão traz impresso "uma gloriosa história de cultura, humanidade e sofrimento" e Francisco recordou os campos de detenção e as deportações em massa, ressaltando que "os cazaques não se deixaram cair reféns destes abusos, mas da memória da reclusão floresceu o cuidado pela inclusão".
Nesta terra, percorrida desde a antiguidade por grandes deslocamentos de povos, a recordação do sofrimento e das provações vividas seja uma bagagem indispensável para se encaminhar para o futuro, colocando em primeiro lugar a dignidade do homem, de cada homem e de cada grupo étnico, social, religioso.
Voltando à dombra, o Pontífice recordou que é tocada dedilhando suas duas cordas e que "o Cazaquistão se caracteriza pela capacidade de avançar criando harmonia entre «duas cordas paralelas»: temperaturas tão rígidas no inverno como elevadas no verão, tradição e progresso, e as notas de duas almas, a asiática e a europeia, que fazem dele uma permanente missão de ligação entre dois continentes, uma ponte entre a Europa e a Ásia, um elo de união entre o Oriente e o Ocidente".
Cazaquistão, país do encontro
O Papa lembrou "os cerca de cento e cinquenta grupos étnicos e as mais de oitenta línguas presentes no país, com histórias, tradições culturais e religiosas variegadas", que "compõem uma sinfonia extraordinária e fazem do Cazaquistão um laboratório multiétnico, multicultural e multirreligioso único, revelando a sua peculiar vocação que é a de ser país do encontro".
Estou aqui para sublinhar a importância e a urgência deste aspecto, para o qual são chamadas a contribuir de modo particular as religiões; por isso, terei a honra de participar do sétimo Congresso dos Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais. Apropriadamente, a Constituição do Cazaquistão, ao defini-lo como um Estado laico, prevê a liberdade de religião e de crença. Uma laicidade sã, que reconheça o papel precioso e insubstituível da religião e contraste o extremismo que a corrói, representa uma condição essencial para o équo tratamento de todo o cidadão, além de favorecer o sentimento de pertença ao país por parte de todas as suas componentes étnicas, linguísticas, culturais e religiosas. Com efeito as religiões, enquanto desempenham o papel insubstituível de buscar e testemunhar o Absoluto, precisam da liberdade de se expressar. E assim a liberdade religiosa constitui o álveo melhor para a convivência civil.
Abolição da pena de morte no Cazaquistão
A seguir, Francisco manifestou "apreço pela afirmação do valor da vida humana através da abolição da pena de morte", no Cazaquistão, "em nome do direito à esperança para todo e cada um dos seres humanos". Recordou a importância de "garantir a liberdade de pensamento, consciência e expressão, para dar espaço ao papel único e paritário que cada um reveste para o conjunto".
Voltando à dombra, "um instrumento musical popular" que "comunica a beleza de preservar o gênio e a vivacidade de um povo", o Pontífice frisou que as autoridades civis são as "primeiras responsáveis pela promoção do bem comum, e se realiza de modo especial através do apoio à democracia, que constitui a forma mais adequada para que o poder se traduza em serviço a favor de todo o povo, e não só de alguns".
Uma boa política feita de escuta do povo
Francisco ressaltou a necessidade de "uma boa política feita de escuta do povo e de resposta às suas legítimas carências, de envolvimento constante da sociedade civil e das organizações não-governamentais e humanitárias, de particular atenção aos trabalhadores, jovens e às faixas mais frágeis; e feita também de medidas para combater a corrupção. Este estilo político realmente democrático é a resposta mais eficaz a possíveis extremismos, personalismos e populismos, que ameaçam a estabilidade e o bem-estar dos povos".
A seguir, o Papa sublinhou a "necessidade de uma certa segurança econômica, que foi invocada, no início do ano", no Cazaquistão, "em regiões onde, apesar dos consideráveis recursos energéticos, se sentem várias dificuldades". Disse ainda que "é missão do Estado, mas também do setor privado, tratar todas as componentes da população com justiça e igualdade de direitos e deveres, e promover o desenvolvimento econômico, não com base no lucro de poucos, mas na dignidade de cada trabalhador".
Compromisso diplomático a favor do diálogo
Referindo-se pela última vez à dombra, o Papa disse que "esta associa o Cazaquistão a vários países da área circunstante e contribui para difundir a sua cultura no mundo". Francisco espera que "o nome deste grande país" continue sendo "sinônimo de harmonia e de paz". Recordou o Papa João Paulo II que foi ao Cazaquistão para "semear esperança logo depois dos trágicos atentados de 2001".
Por minha vez, chego aqui no curso da louca e trágica guerra originada pela invasão da Ucrânia, enquanto outros confrontos e ameaças de conflito colocam em risco os nossos tempos. Venho para amplificar o clamor de tantos que imploram a paz, caminho de desenvolvimento essencial para o nosso mundo globalizado.
Francisco ressaltou a necessidade "de ampliar o compromisso diplomático a favor do diálogo e do encontro, porque o problema de um é hoje problema de todos, e quem mais poder detém no mundo, maior responsabilidade tem para com os outros, especialmente dos países colocados em maior crise por lógicas conflituais. Precisamos de líderes que, a nível internacional, permitam aos povos compreenderem-se e dialogarem, e gerem um novo «espírito de Helsínquia», a vontade de reforçar o multilateralismo, de construir um mundo mais estável e pacífico pensando nas novas gerações. E, para fazer isto, é preciso compreensão, paciência e diálogo com todos".
Renúncia às armas nucleares
Pensando no "compromisso global pela paz", o Papa manifestou "apreço pela renúncia às armas nucleares empreendida com determinação por este país; bem como pelo desenvolvimento de políticas energéticas e ambientais centradas na descarbonização e no investimento em fontes limpas. Junto com a solicitude pelo diálogo inter-religioso, são sementes concretas de esperança plantadas no terreno comum da humanidade, que cabe a nós cultivar para as gerações vindouras; para os jovens, a cujos desejos é preciso olhar ao empreender as decisões de hoje e de amanhã".
"A Santa Sé está solidária com vocês neste percurso: há trinta anos, logo depois da independência" do Cazaquistão, "foram estabelecidas relações diplomáticas e sinto-me feliz por visitar o país na iminência deste aniversário. Asseguro que os católicos, presentes na Ásia Central desde tempos antigos, desejam continuar testemunhando o espírito de abertura e diálogo respeitoso que caracteriza esta terra", concluiu Francisco. Fonte: Vatican News
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Papa no Cazaquistão. Dom Mumbiela: aprofundar nossa vocação ao seguimento de Cristo
A visita apostólica do Papa Francisco tem um significado universal: "As circunstâncias em que o mundo se encontra, entre a pandemia, a guerra, o temor de uma escalada do conflito mundial deixam claro que esta não é apenas uma visita pastoral feita a uma pequena comunidade de crentes: a presença do Papa no Congresso não só infunde grande valor a este encontro, mas também constitui uma oportunidade e um canal para falar ao mundo inteiro", afirma o bispo de Almaty, dom José Luis Mumbiela Sierra
"A visita do Papa ao Cazaquistão é uma grande notícia para todos nós, uma verdadeira Boa Nova, que nos ajuda a compreender ainda melhor o sentido e a missão de nossa presença no Cazaquistão e o valor de nossa fé no mundo. Peçamos ao Senhor que o tempo especial dos próximos dias seja um tempo fecundo para nós, para que possamos aprofundar nossa vocação ao seguimento de Cristo Jesus, Príncipe da Paz."
Foi que disse o bispo da Santíssima Trindade em Almaty, no Cazaquistão, e presidente da Conferência dos Bispos Católicos da Ásia Central, dom José Luis Mumbiela Sierra, na véspera da chegada do Papa Francisco, que estará no Cazaquistão desta terça até quinta-feira, dias 13 a 15 de setembro.
O bispo espanhol comenta: "As palavras-chave desta visita, 'Mensageiros de paz e de unidade', não só indicam a vocação dos cristãos no Cazaquistão, mas também explicam o significado da presença do Papa, que vem aqui para participar do Congresso de Líderes Religiosos realizado em Astana a cada dois anos".
Significado universal da visita do Papa
A visita apostólica do Papa tem um significado universal: "As circunstâncias em que o mundo se encontra, entre a pandemia, a guerra, o temor de uma escalada do conflito mundial - acrescenta dom Mumbiela Sierra - deixam claro que esta não é apenas uma visita pastoral feita a uma pequena comunidade de crentes: a presença do Papa no Congresso não só infunde grande valor a este encontro, mas também constitui uma oportunidade e um canal para falar ao mundo inteiro".
"Ao mesmo tempo em que aprimora o curso de ação do governo cazaque para construir concordância e harmonia entre diferentes grupos étnicos e religiões, também enfatiza para a humanidade que toda religião, que toca no relacionamento do homem com Deus, é entendida como um motivo para criar paz e unidade no gênero humano. Jamais é motivo de conflito, mas toda religião é chamada a promover a fraternidade, na qual o Papa insiste tanto, esperando uma mudança nos padrões mentais conflitantes presentes no mundo de hoje", prossegue o prelado.
Por esta razão, segundo o bispo, "a chegada do Pontífice ao Cazaquistão é um momento providencial não apenas para o Cazaquistão, mas para lançar, através do Cazaquistão, uma mensagem para o mundo inteiro, para toda a humanidade".
Testemunhar e dar a paz que vem de Jesus Cristo
Olhando para o contexto local, o bispo observa: "Somos uma comunidade muito pequena, vivendo a fé no cotidiano da graça de Deus. Se ser mensageiros de paz e de unidade é a vocação de todo católico e de todo cristão, do Cazaquistão hoje esta mensagem se eleva para toda a humanidade: somos chamados a ser portadores de paz, a vivê-la e a criá-la entre as pessoas e na sociedade. Ter o Papa entre nós representa um forte impulso para redescobrir a alegria desta nossa vocação, mas é também um impulso para o mundo inteiro, que começa daqui, a partir de uma pequena comunidade".
O bispo conclui: "Evangelicamente, pode-se recordar a imagem do sal, que, embora em poucos grãos, faz com que todos os alimentos sejam saborosos. O sal é também a substância utilizada para preservar os alimentos, para que não se deteriorem: assim os cristãos são chamados a ser sal para dar sabor e também para que a sociedade não se torne corrupta. Ser sal significa criar paz e fraternidade, mesmo que sejamos poucos ou invisíveis aos olhos do mundo; significa viver nossa missão de testemunhar e dar a paz que vem de Jesus Cristo, o Príncipe da Paz, a todos os homens, mesmo que eles sejam diferentes em religião, ideias, cultura, etnia".
A Igreja católica no Cazaquistão conta hoje com quatro dioceses, 70 paróquias e 120 mil fiéis, e também realiza sua missão trabalhando nos campos social, cultural e educacional.
Fonte: Vatican News
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Cazaquistão: a presença pequena e humilde dos católicos no país
O Vatican News conversou com a religiosa colombiana, Ir. Claudia Graciela Lancheros, missionária da Consolata no país, para conhecer a sua experiência em uma terra onde os católicos são minoria, bem como das expectativas com a visita do Papa Francisco que chegou nesta terça-feira (13) ao Cazaquistão.
A busca de uma resposta ao carisma de anúncio aos não cristãos, aos que não conhecem Jesus Cristo: esse é o objetivo do estudo do Instituto das Irmãs Missionárias da Consolata, realizado em fevereiro de 2020. A Irmã Claudia Graciela Lancheros, missionária colombiana da Consolata há mais de 2 anos no Cazaquistão, conta que o continente asiático tem uma forte presença através deste prisma de evangelização.
Após análise, veio a conclusão de que uma comunidade no Cazaquistão estava em sintonia com o carisma e, portanto, a missão foi aberta. 
Os principais desafios no local
Em um país com 0,01% de católicos por cada 100 habitantes, de acordo com dados divulgados pela Sala de Imprensa da Santa Sé, o principal desafio é manter a identidade, ou seja, que as pessoas se reconheçam como cristãos, como católicos. No Cazaquistão, onde a religião mais difundida é o Islã, Irmã Claudia consegue, em pequenos diálogos, "fazer caminho", explicar o que significa ser cristã, o que é a Igreja Católica, qual a vocação religiosa das mulheres que se dedicam totalmente ao serviço de Deus, que não se casam nem têm filhos, entre outras questões.
A missionária salienta que é um povo acolhedor, com mais de 130 nacionalidades, devido a uma história de imigração. "Isso nos faz sentir verdadeiramente em casa, porque o povo acolhe essa diversidade, e é muito bonita", contou ela.
A maior satisfação: a acolhida 
Irmã Claudia, que junto com sua pequena comunidade de religiosas vive em um vilarejo a 40 quilômetros da cidade de Almaty, em uma atmosfera rural e fraterna, comenta que seus vizinhos tiveram belos gestos de boas-vindas: "estamos cercados por imigrantes da Alemanha, do povo ligur, cazaques, descendentes de poloneses, uzbeques, é uma grande variedade".
À medida que os habitantes locais conhecem as religiosas, compartilham a comida que fazem, saúdam na rua, convidam para o chá. Além disso, quando passam pela horta delas, as pessoas mais velhas lhes dão alguns conselhos, contam-lhes alguma história. Fazem elas se sentir família, acrescenta Irmã Claudia. 
Um peregrino da amizade social
Uma das mais belas experiências pelas quais ela é grata é o convite de qualquer família, independentemente da religião, para abrir as portas de sua casa. Em uma ocasião, ela estava com um professora muçulmana, que lhe disse que cada visita a eles é a presença de Deus. "Realmente nos fala de um sinal profundo do Pai, que está presente no povo", afirma. Os diálogos são muito abertos, pois acontecem com a profunda convicção de que somos todos irmãos e irmãs, como diz o Papa Francisco em sua encíclica Fratelli tutti, que em cada indivíduo "a presença de Deus existe de maneiras diferentes, com invocações diferentes".
"Sentir que há espaço para o diálogo, não de medo, ajuda muito. Estas são belas relações que estão se formando".
"As pessoas são muito pacientes, muito simples, isso ajuda muito; nos fala de um espírito de acolhida, um desejo de diálogo, de entrar em uma relação", assegura ela.
Os cazaques e o Papa Francisco
Em vista da visita pastoral que o Pontífice fará até 15 de setembro, o povo cazaque está muito entusiasmado: "É uma pequena comunidade cristã muito animada", enfatiza a religiosa colombiana. É uma oportunidade para mostrar o que é a Igreja Católica, para explicar a identidade, quem é o Papa Francisco e para incentivar a conversa. De fato, elas abordaram estas questões na catequese com as crianças. "É uma Igreja que está dando seus primeiros passos", diz ela, acrescentando que elas sempre rezam pelo Santo Padre no final do rosário, quando celebram a Santa Missa. 
A irmã destaca a alegria que ela e a comunidade católica cazaque sentem sobre o fato da visita do Bispo de Roma e destaca o esforço do Papa com esta viagem, devido a seus problemas de joelho. "É um sinal muito forte" para a missionária colombiana, pois sentem que é um gesto de amor muito grande.
A fé dos católicos cazaques
Aproveitando o contexto deste importante evento, a freira colombiana reforça a profunda fé dos católicos cazaques, em meio a uma realidade com uma maioria de outra religião:
“Às vezes se vê nos jovens que eles são chamados em seus corações e querem ser católicos, receber Jesus na Eucaristia, receber os sacramentos. Esse é o toque da graça de Deus, é Ele que move os corações e chama. Eu vejo como Ele está trabalhando no coração do povo.”
"No momento, em nossa missão, não estamos fazendo coisas grandes. Nossa presença é humilde, pequena, em uma pequena calçada, em uma pequena aldeia, mas sinto que é esta presença de fé. As pessoas nos pedem orações, mesmo de outras religiões. Eles já nos conhecem, sabem que estamos aqui, que estamos aqui para eles, para lembrá-los e para nos unir diante de Deus. A missão é ir tomar chá com nossos vizinhos e ouvi-los, conversar e compartilhar a vida, compartilhar nossa fé, compartilhar o que está acontecendo em nossa vida diária. É uma presença de consolo mútuo, porque significa compartilhar a vida da verdade, na simplicidade."
Fonte: Vatican News
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A Igreja no Cazaquistão
O nascimento do Cazaquistão independente em 1991 representou uma reviravolta também para a pequena Igreja Católica local. A primeira etapa dessa mudança foi o estabelecimento de relações diplomáticas da ex-República Soviética com a Santa Sé, em 17 de outubro de 1992, seguido, em 24 de setembro de 1998, pela assinatura de um acordo entre que garantiu à Igreja Católica a liberdade de realizar atividades sociais, educativas, assistencia, de saúde, ter acesso aos meios de comunicação social, etc.
Nesta terça-feira, 13 de setembro, com a viagem ao Cazaquistão, o Papa Francisco deu nício à 38 Viagem Apostólica de seu Pontificado. É o segundo Pontídice a visitar o país após São João Paulo II em 2001.
O pequeno rebanho de fiéis católicos - menos de 1% dos 19 milhões de habitantes do Cazaquistão, 70% dos que são de fé muçulmana, enquanto 26% são cristãos, predominantemente ortodoxos - é pastoreado por 6 bispos, 78 sacerdotes diocesanos, 26 sacerdotes religiosos. No país não existem Institutos Seculares, mas conta com a atuação de 18 missionários leigos e 50 catequistas.
Em relação às vocações, preparam-se para o sacerdócio 1 seminarista menor e 7 seminaristas maiores.
A Igreja no país é responsável por 3 escolas maternas e primárias, com 35 estudantes, uma escola média e secundária, com 150 estudantes e uma escola superior, com 7 estudantes.
Ademais, administra 2 ambulatórios, 2 casas para idosos, inválidos e desfavorescidos, 3 orfanatrófios, 2 consultórios familiares, 1 centro especial de educação e reeducação social, além de 33 outras instituições.
Os fiéis católicos estão distribuídos em 4 dioceses (Arquidiocese de Maria Santíssima em Astana - Nur-Sultan), a Diocese da Santíssima Trindade em Almaty, a Diocese de Karaganda e a Administração Apostólica de Atyrau) para um total de 70 paróquias, e são assistidos por cem sacerdotes.
As origens 
As origens da Igreja Católica no atual Cazaquistão remontam a século XIII. De fato, em 1253 São Luís, Rei da França, enviou alguns missionários nesta para este território para que de lá pudessem chegar à Mongólia. 25 anos mais tarde, em 1278, o Papa Nicolau III confiou toda a missão na região da Ásia Central aos franciscanos.
Por volta da metade do século XIV, na cidade de Almalyk, os frades construíram um pequeno convento e uma catedral. Naquela época, o Papa João XXII enviou ao Khan de Ciagatai uma carta na qual agradecia por sua benevolência para com os cristãos que viviam em seu reino. No entanto, em 1340 começaram as primeiras perseguições, e dos cristãos da região não se teve mais notícia até metade do século XIX, quando o território cazaque estava sob o domínio do Império Russo.
Século XX 
O início do século XX testemunhou a chegada dos primeiros católicos, em parte como soldados do exército russo, e em parte como exilados, deportados, prisioneiros de guerra, ou como colonos voluntários e refugiados.
Muitos refugiados e prisioneiros de guerra de fé católica chegaram ao Cazaquistão durante a Primeira Guerra Mundial tanto que, em 1917, a paróquia de Pietropavlovsk tinha cerca de 5 mil fiéis, enquanto a de Kustanai somava mais de 6.000. Outros católicos de várias nacionalidades vieram como deportados ao longo das sete décadas do regime soviético.
A Igreja do Cazaquistão após o fim da URSS 
O fim da União Soviética e o consequente nascimento do Cazaquistão independente em 1991, determinou um ponto de virada também para a pequena Igreja Católica local. A primeira etapa fundamental dessa mudança foi o estabelecimento de relações diplomáticas da ex-República Soviética com a Santa Sé, em 17 de outubro de 1992, seguido, em 24 de setembro de 1998, pela assinatura de um importante acordo entre as duas partes que garante à Igreja Católica a liberdade de realizar suas atividades sociais, educativas, assistência social e de saúde, ter acesso aos meios de comunicação social e garantir seus fiéis a assistência espiritual em estabelecimentos de saúde e prisões. 
Trata-se de dois eventos que marcaram o início de um caminho de colaboração bilateral frutífera, em particular na frente do diálogo inter-religioso. Prova disso foram as três visitas oficiais ao Vaticano do ex-presidente Nursultan Nazarbayev (realizadas em 1998 para a assinatura do referido acordo com a Santa Sé, em 2003 e 2009), mas sobretudo pela Viagem Apostólica de São João Paulo II (22-25 de setembro de 2001), a primeira visita de um Pontífice a um país da Ásia Central.
Uma visita realizada significativamente sob o lema "Amari-vos uns aos outros", para enfatizar a harmonia das relações existentes entre seus múltiplos componentes étnicos e religiosos. Esses aspectos foram enfatizados várias vezes pelo Papa polonês que no encontro na Universidade Eurásia de Astana, descreveu o Cazaquistão como uma "terra de encontro, de troca, de novidade; terra que estimula em cada um o interesse por novas descobertas e induz a viver a diferença não como uma ameaça, mas como um enriquecimento”.
A este mesmo desejo de promover os valores de convivência e diálogo entre povos e as fés contra qualquer tentativa de instrumentalizar a religião para fins políticos inspirou o "Congresso dos Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais", iniciativa lançada em 2003 em Astana (agora Nur-Sultan) pelo ex-presidente Nazarbayev, após os atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos, na esteira do "espírito de Assis", a cidade onde São João Paulo II inaugurou em 1986 o primeiro encontro inter-religioso pela paz.
Desde então, o encontro é realizado a cada três anos na capital cazaque (a última edição, a sexta, foi realizada em 2018 com o tema "Líderes religiosos por um mundo seguro") com a participação de uma delegação vaticana, que contribuiu para consolidar as cordiais relações de colaboração entre o Cazaquistão e a Santa Sé na promoção do diálogo inter-religioso. Uma contribuição reconhecida em 6 de fevereiro de 2013 quando uma delegação cazaque, liderado pelo presidente do Senado em visita ao Vaticano por ocasião do décimo aniversário da instituição do "Congresso Inter-religioso", conddecorou os cardeais Jean-Louis Tauran e Giovanni Lajolo, além de monsenhor Khaled Akasheh, oficial do então Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso.
Essa cordialidade de relações foi confirmada em 2017 por ocasião da Exposição Internacional de Astana (9 de junho a 10 de setembro) dedicada ao tema "Energia Futura", em que a Santa Sé participou com um pavilhão "Energia para o bem comum: cuidar da nossa casa comum".
No Dia Nacional da Santa Sé na Expo, em 2 de setembro, o Papa Francisco enviou uma mensagem, na qual recordava “o hábito do diálogo e concertação entre as religiões“ consolidade em um país ”tão rico etnicamente, culturalmente e espiritualmente".
De 30 de agosto a 4 de setembro o cardeal Peter K.A. Turkson, então prefeito de Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral, esteve ma capital cazaque para participar de alguns eventos ligados à Expo, incluindo uma conferência inter-religiosa no Palácio da Paz e o Reconciliação. Ao final dos trabalhos, foi emitida uma declaração conjunta, na qual se reiterava que "a energia não é um bem criado pelo homem, mas um recurso confiada a nós por Deus Criador para o bem de toda a família humana. Ela não deve, portanto, ser explorada indiscriminadamente, mas com um discernimento inspirado pela busca do bem comum da humanidade".
As relações entre a Santa Sé e o governo cazaque receberam um ulterior impulso em outubro de 2020, quando o atual Dicastério para o Diálogo Inter-religioso e o Centro cazaque para o Desenvolvimento do Diálogo Inter-religioso e Inter-civil "Nursultan Nazarbayev" (NJSC) assinaram um Memorando de Intenções com o objetivo de abrir “novas oportunidades e formas mais promissoras de implementar projetos comuns, para promover o respeito e o conhecimento entre os representantes das diversas religiões”.
A liberdade de culto, promovida pelo ex-presidente Nazarbayev, também foi impulsionada por seu sucessor Kassym-Jomart K. Tokayev, mesmo no contexto de uma nova Lei de 2011 que proíbe todas as atividades religiosas não registradas, para prevenir o eventual nascimento ou atuação de grupos radicais islâmicos violentos. Nesse contexto a Igreja local pôde continuar a exercer livremente suas atividades, como estabelecido pelo acordo de 1998.
Entre estas, aquelas sociais realizadas em especial pela Caritas Cazaquistão, que desde 1997 está na linha de frente da assistência às  faixas mais pobres da população. Atualmente, suas iniciativas incluem, entre outras coisas, serviços sociais em todo o país; a gestão de alguns orfanatos e a assistência aos doentes de AIDS.
Uma pequena minoria 
Os católicos são menos de 1% dos 19 milhões de habitantes do Cazaquistão, 70% dos que são de fé muçulmana, enquanto 26% são cristãos, predominantemente ortodoxos. Há algum tempo, as comunidades católicas eram formadas por diferentes grupos étnicos, sobretudo por ex-deportados do regime soviético, mas após a independência muitos deles retornaram aos seus respectivos países de origem e ainda hoje, devido à situação econômica, esse fenômeno migratório continua.
Arquidiocese de Maria Santíssima 
A Arquidiocese de Maria Santíssima em Astana (antigo nome da capital do país) foi ereta em 17 de maio de 2003. No passado - a partir de 7 de julho de 1999 - era a Administração Apostólica de Astana. Antes ainda, a partir de 13 de abril de 1991, foi a Administração Apostólica do Cazaquistão.
A Metropolia abrange uma área de 576.400 quilômetros quadrados, onde vivem 4.042.364 habitantes, dos quais 54.000 católicos, distribuídos em 34 paróquias, 48 igrejas, atendidos por 19 sacerdotes diocesanos, 16 sacerdotes regulares diocesanos. A Arquidiocese tem 1 seminarista nos cursos filosófico e teológico, 19 membros de institutos religiosos masculinos; 68 membros de institutos religiosos femininos; 4 institutos de ensino; 2 instituições de caridade. No ano passado foram ministrados 145 batismos.
O arcebispo é Dom Tomash Bernard Peta, nascido em Inowrocław, Arquidiocese de Gniezno, em 20 de agosto de 1951; ordenado em 5 de junho de 1976; eleito para a Igreja titular de Benda em 15 de fevereiro de 2001; consagrado em 19 março de 2001; promovido em 17 de maio de 2003.
Fonte: Vatican News
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Schevchuk: como cristãos, devemos nos opor a qualquer forma de violência
"Vemos que no mundo moderno, a violência é uma espécie de ídolo. Desenvolve-se um culto à violência. Aquele que é fraco às vezes impõe suas crenças e seu modo de vida aos outros pela força. É por isso que o ascetismo cristão diz que só os fracos de espírito tendem à violência. Hoje vemos como o agressor russo quer impor suas estranhas ideologias pela força na Ucrânia e no mundo. Ele quer forçar as pessoas a serem felizes no espaço do "mundo russo". Essa ideologia não tem nada a ver com justiça.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Queridos irmãos e irmãs em Cristo!
Hoje é segunda-feira, 12 de setembro de 2022, e já é o 201º dia da grande guerra que a Rússia está travando contra o povo ucraniano, destruindo nossas cidades e aldeias, matando a população civil da Ucrânia: mulheres, crianças, idosos.
Mais uma vez, no último dia, 18 ataques com mísseis e 39 ataques aéreos foram planejados contra a população pacífica de nossa Pátria. Os ataques com foguetes na cidade de Kharkiv foram particularmente brutais e destruíram uma grande usina termelétrica, que fornecia calor e eletricidade a três regiões do nordeste da Ucrânia: Kharkiv, Sumy e Poltava.
A cidade de Zaporizhia, a cidade de Dnipropetrovsk, e a nossa Dnipro também foram alvos de ataques com foguetes ontem. Infelizmente, temos que lamentar as baixas entre a população civil nas últimas 24 horas.
Vemos que o inimigo está tentando destruir metodicamente a infraestrutura de grandes vilarejos na Ucrânia, especialmente neste período antes da estação fria.
De acordo com as informações que recebemos das autoridades públicas, 4,6 milhões de pessoas têm acesso limitado à água devido à destruição do abastecimento de água e à falta de energia; quase 1,5 milhão de pessoas na Ucrânia não têm acesso à água potável. Devemos cuidar para fornecer água - um dos produtos básicos, um meio fundamental de sobrevivência - para essas pessoas.
Vemos como, por causa das grandes perdas nas frentes de combate, o inimigo se vinga da população civil.
Mas a Ucrânia está de pé, a Ucrânia está lutando, a Ucrânia está rezando.
E nós, como todos os dias, também hoje queremos prestar homenagem ao Senhor Deus e às Forças Armadas da Ucrânia pelo fato de estarmos vivos; pelo fato de a Ucrânia estar de pé e vencer.
Literalmente, nos últimos dias, mais de mil quilômetros quadrados de nossa terra ucraniana foram liberados e, desde 1º de setembro, já são mais de três mil quilômetros quadrados. Somente no último dia, cerca de 20 cidades e vilarejos em nossa região de Kharkiv foram libertados.
Agradecemos ao Senhor Deus por nos dar a oportunidade de reconstruir um caminho pacífico nesses territórios devastados e destruídos, onde o turbilhão da guerra provocou grandes danos.
Hoje, gostaria de refletir com vocês sobre um passo adiante, sob o comando adicional do Guia Social dos Crentes. E diz assim: “Procuro a verdade e as leis justas. Respeito os direitos dos outros na busca do bem e da verdade. Eu me oponho a todos os tipos de violência."
Infelizmente, vemos que no mundo moderno, a violência é uma espécie de ídolo. Desenvolve-se um culto à violência. Aquele que é fraco às vezes impõe suas crenças e seu modo de vida aos outros pela força. É por isso que o ascetismo cristão diz que só os fracos de espírito tendem à violência.
Hoje, todos nós devemos não apenas buscar a verdade, mas também ser capazes de respeitar os direitos dos outros. Devemos respeitar sua busca pessoal pelo bem e pela verdade. Nunca podemos forçar nossas opiniões ou nosso modo de vida. Buscar a verdade e criar leis justas significa criar espaço para a convivência pacífica entre as pessoas.
Hoje vemos como o agressor russo quer impor suas estranhas ideologias pela força na Ucrânia e no mundo. Ele quer forçar as pessoas a serem felizes no espaço do "mundo russo". Essa ideologia, é claro, não tem nada a ver com a lei, nem com o direito ou respeito ao bem e à verdade.
Portanto, como cristãos, devemos testificar que somos discípulos da verdade. Para nós, a verdade é o próprio Cristo. Somos portadores do bem. E somos nós que devemos garantir que haja leis justas em nosso povo, em nosso Estado.
Como cristãos, devemos nos opor a qualquer forma de violência: física, mental, moral, econômica ou qualquer outra forma de tratamento injusto de outra pessoa.
Devemos ter muito cuidado para não deixar que a violência se transforme em um ídolo que alguém pode usar para alcançar seus objetivos econômicos, políticos ou geopolíticos, mesmo em tempos de guerra.
O Senhor nosso Deus Jesus Cristo nos chama para sermos portadores de amor e justiça - e então nos tornaremos construtores e evangelistas da paz.
Hoje Te pedimos, ó Deus, que abençoes a Ucrânia. Abençoe nosso povo ucraniano. Dá-nos a graça de viver em paz. Dá-nos a oportunidade de construir o nosso Estado com base na verdade, com base na justiça, ensina-nos a respeitar os direitos dos outros.
Ó Deus, abençoa nossa Pátria com Tua paz justa e celestial.
Que a bênção do Senhor esteja sobre vocês por meio de Sua graça e amor pela humanidade,  agora e para todo e sempre, amém!
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Svyatoslav+
Pai e Primaz da Igreja Greco-Católica Ucraniana
12.09.2022
Fonte: Vatican News
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Sagrada Eucaristia: memorial do Sacrifício Redentor de Jesus Cristo
Padre Leonardo Agostini Fernandes – Arquidiocese do Rio de Janeiro
Jesus celebrou e instituiu a Eucaristia no contexto da ceia pascal judaica que havia unido dois rituais de passagem, o pastoril, representado na separação de um cordeiro de um ano e sem defeito, e o agrícola, representado nos sete dias em que se alimentavam de pães ázimos.
Um olhar atendo para o tema, devido à riqueza de seus elementos, permite direcionar a reflexão, a partir de quatro questões: O que é a Eucaristia? Como aconteceu? Por quem e como foi realizada? Com que finalidade? O percurso estará apoiado em fundamentos bíblicos, teológicos e pastorais.
Sem dúvida, uma Comemoração Eucarística Centenária (1922–2022) dirige todo o nosso ser para Jesus de Nazaré, confessado Cristo, Filho de Deus e Senhor do Universo. Uma dedução que se faz pelos relatos contidos nos evangelhos, que revelam e permitem compreender, através do ministério público de Jesus, a sua identidade, a sua missão e como ser seu discípulo. Nessa tríade, além do caminho metodológico e pedagógico usado por cada evangelista, encontra-se a lógica que revela a vontade salvífica de Deus para toda a Humanidade: “Eu não tenho prazer na morte de quem quer que seja, oráculo do Senhor YHWH. Convertei-vos e vivereis!” (Ez 18,32)... “Cumpriu-se o tempo e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15)... Deus “quer que todo ser humano seja salvo e chegue ao pleno conhecimento da verdade” (1Tm 2,4).[1]
Eucaristia
Esta vontade, o próprio Jesus a declarou ao fariseu Nicodemos na noite em que veio ao seu encontro: “Pois Deus tanto amou o mundo que entregou o seu Filho único, para que todo o que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus não enviou o seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele” (Jo 3,16-17).
É, sob essa declaração, que se orienta a presente reflexão, pois, nessa fala de Jesus, se encontram todos os aspectos necessários para percebermos, assimilarmos e refletirmos sobre o ponto de partida, o desenvolvimento e as considerações finais sobre o tema.
1.      A Eucaristia como memorial
Sabemos que na Última Ceia Jesus instituiu o dom da Eucaristia. Para concretizá-lo e perpetuá-lo na Igreja, deu-nos o inefável dom do sacerdócio ministerial. Um existe em função do outro e, portanto, um não existe sem o outro.
A tradição escrita mais antiga sobre a instituição da Eucaristia do Novo Testamento está em 1Cor 11,23-25, um texto que foi escrito durante a estadia de Paulo em Éfeso por volta dos anos 54-55dC. O apóstolo, fazendo memória do fato, a fim de exortar os fiéis de Corinto a vencerem as suas divisões internas pelo dom da Eucaristia[2], assim se expressou: “Com efeito, eu mesmo recebi do Senhor o que vos transmiti: na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em memória de mim”. Do mesmo modo, após a ceia, também tomou o cálice, dizendo: “Este cálice é a nova aliança em meu sangue; todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de mim”.
Semelhante narrativa, mas com diferenças nos particulares, encontra-se nos relatos de Mt 26,26-29; Mc 14,22-35; Lc 22,14-20. O relato segundo Lucas é o mais próximo do que se encontra em 1Cor 11,23-25. Já o Quarto Evangelho não contém a narrativa da instituição da Eucaristia, mas é possível reconhecê-la nas palavras de Jesus que se seguem ao sinal da multiplicação dos pães em Jo 6,1-13.
Após recolher-se em uma montanha e vir ao encontro dos discípulos, caminhando sobre o mar (Jo 6,14-21), na sinagoga de Cafarnaum, Jesus proferiu um longo discurso (Jo 6,22-66), no qual declarou ser o pão da vida que, por vontade de Deus, desceu dos céus para dar vida ao mundo e saciar a fome, pois quem comer deste pão viverá para sempre (Jo 6,51). Além disso, Jo 13,1–17,26 narra o episódio do lava-pés, um discurso em tom de despedida, no qual falou muito sobre o Espírito Santo, e concluiu com uma oração ao Pai, suplicando por si e por seus discípulos que ficariam e deveriam atuar como testemunhas em um mundo hostil.
A partir dessas citações, percebe-se, claramente, a relação que Jesus estabeleceu entre a ação de graças – Eucaristia – e o seu sentido: fazei isto em memória de mim. Sabedor de que saíra do Pai e que ao Pai regressaria, após completar a sua missão, Jesus encontrou o modo eficaz de permanecer com os seus apóstolos e, por estes, com toda a Igreja. Na Última Ceia, a memória evocada no gesto realizado por Jesus, por certo, causou um grande estupor nos apóstolos que sabiam, perfeitamente, o valor e o significado do momento litúrgico que estavam celebrando: a memória do êxodo do Egito (Ex 12,1–13,16).
É o que atesta o CatIC 1340.1344:[3] “Ao celebrar a última Ceia com seus apóstolos durante a refeição pascal, Jesus deu seu sentido definitivo à páscoa judaica. Com efeito, a passagem de Jesus a seu Pai por sua Morte e sua Ressurreição, a Páscoa nova, é antecipada na ceia e celebrada na Eucaristia que realiza a Páscoa judaica e antecipa a Páscoa final da Igreja na glória do Reino [...] Assim, de celebração em celebração, anunciando o Mistério Pascal de Jesus "até que ele venha" (1Cor 11,26), o povo de Deus em peregrinação "avança pela porta estreita da cruz" em direção ao banquete celeste, quando todos os eleitos se sentarão à mesa do Reino”.
Distribuição da Comunhão
Sobre isso, também causa surpresa o fato de Jesus não só ter escolhido as espécies do pão e do vinho, alimentos considerados básicos e que faziam parte do ritual da ceia pascal judaica, mas de ressignificar o gesto. Assim, antecipou, com as palavras pronunciadas sobre essa dupla matéria, o que ocorreria com Ele na cruz fincada no Gólgota: Seu corpo macerado pelos maus-tratos e Seu sangue versado por suas santas chagas.
Então, antes de viver a experiência da Sua dolorosa entrega sacrifical sobre a cruz, desde o momento da sua prisão no Jardim das Oliveiras, passando por dois julgamentos, religioso no Sinédrio e civil diante de Pilatos, e condenado em ambos, Jesus quis antecipar, na Última Ceia, a Sua oblação de amor. No momento em que pronunciou as palavras, as mãos dos apóstolos se tornaram o altar do seu sacrifício redentor de toda a Humanidade.
2.       Sacrifício Redentor
Antes de pensarmos nos aspectos de dor e sofrimento, que normalmente aparecem associados ao substantivo sacrifício, proponho a análise da sua formação que vem do latim, sacro officium, isto é, um ofício sagrado ou uma obra sagrada.
A razão, portanto, se encontra não somente na qualidade da ação, mas, em particular, no seu sujeito, pois quem a realizou foi a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o Verbo Encarnado, por obra e graça do Espírito Santo no seio virginal de Maria, e que recebeu o nome de Yehoshua‘, que significa “o Senhor salva” ou “o Senhor é salvação”.
Estes sentidos do nome Jesus aparecem nos relatos da infância. No primeiro, o anjo do Senhor havia revelado a São José em sonho: “José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, pois o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e tu o chamarás com o nome de Jesus, pois Ele salvará o seu povo de seus pecados” (Mt 1,20-21). No segundo, o anjo Gabriel havia dito a Maria no ato da anunciação: “Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho e o chamarás com o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará na casa de Jacó para sempre e o seu reinado não terá fim” (Lc 1,31-33).
Assim, ao unirmos as duas falas angélicas, podemos perceber que, em Jesus, salvação e reinado indicam realidades complementares. Jesus salva, reinando, e reina, salvando. Não sem propósito, concluímos o Ano Litúrgico com a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Nas duas ações, salvar e reinar, aprendemos a mais importante lição da vida cristã: a obediência incondicional da fé em Deus, por Jesus Cristo na unção do Espírito Santo. É por meio dessa obediência que experimentamos a eficácia da declaração que fez aos judeus: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8,32), e que o apóstolo Paulo reiterou ao dizer: “Foi para a liberdade que Cristo vos libertou” (Gl 5,1).
Distribuição da Comunhão
Esta é a lógica que se encontra subjacente ao Sacrifício Redentor realizado por Jesus, pois, por um lado, entregou a Sua vida pela nossa e aceitou sofrer em nosso lugar; por outro lado, o Seu gesto é redentor porque, com o Seu precioso sangue, derramado em sua flagelação e esgotado na cruz, pagou o preço do nosso resgate. É como afirmou o apóstolo Pedro: “Pois sabeis que não foi com coisas perecíveis, isto é, com prata e com ouro, que fostes resgatados da vida fútil que herdastes de vossos pais, mas pelo sangue precioso de Cristo, como de cordeiro sem defeitos e sem mancha, conhecido antes da fundação do mundo, mas manifestado, no fim dos tempos, por causa de vós” (1Pd 1,18-20).
A redenção, dentro da tradição bíblica, é uma ação específica que cabe, igualmente, a uma pessoa específica denominada de gōʼēl. Sobre esta figura há muito a dizer, pois gōʼēl, em geral, se traduz por “resgatador”, “redentor”, “libertador”, “vingador” e tem a ver com “o responsável pela ação legal, antes (como função ou dever), durante ou depois do ato. Implica parentesco ou responsabilidade, solidariedade”.[4]
Para nós cristãos, Jesus de Nazaré é o nosso gōʼēl que, tendo recebido de Maria a nossa humanidade, assumiu a nossa natureza degradada, devido ao pecado dos nossos progenitores (Gn 3,1-7), e, igualmente, sobre si assumiu a responsabilidade fraterna.
Assim, nos resgatou, redimiu, libertou do nosso pecado e nos vingou, diante de Deus, nosso Pai, daquele que nos seduziu e induziu ao erro, à desobediência e fez reinar, em nossa natureza, a morte como consequência. Sobre isto afirma o autor do livro da Sabedoria: “Deus criou o ser humano para a incorruptibilidade e o fez imagem de sua própria natureza; foi por inveja do diabo que a morte entrou no mundo: experimentam-na aqueles que lhe pertencem” (Sb 2,23-24).
Ocorre neste texto uma identificação entre a serpente de Gn 3,1-7 com o diabo (Sb 1,24a; Ap 12,9; 20,2), que Jesus, em plena consciência, venceu nas tentações (Mt 4,1-11; Mc 1,12-13; Lc 4,1-13). Contudo, como metáfora, a serpente parece indicar a esperteza do ser humano, que pode ser tomada como positiva: “... sede prudentes como as serpentes e sem malícia como as pombas” (Mt 10,16), mas também pode ser usada indevidamente, contradizendo Deus e sua divina sabedoria. Isto representa o conflito e a tensão que acompanham o ser humano ao longo de toda a sua existência. Somente pela ação redentora do Cordeiro Pascal, que é o Bom Pastor, é possível sair desse dilema e experimentar a plenitude da vida (Jo 10,14).
3.       Cordeiro Pascal
Jesus celebrou e instituiu a Eucaristia no contexto da ceia pascal judaica que havia unido dois rituais de passagem, o pastoril, representado na separação de um cordeiro de um ano e sem defeito (Ex 12,1-14; Lv 23,5-8; Dt 16,1-2.5-7), e o agrícola, representado nos sete dias em que se alimentavam de pães ázimos, isto é, sem fermento, lembrando a pressa com a qual deixaram o Egito (Ex 12,15-20; 13,5-10; Nm 28,16-25; Dt 16,3-4.8). Contudo, aos dois rituais é preciso anexar a ressignificação que Jesus deu em Jo 6,22-66 para o dom do maná (Ex 16; Nm 11,4-9), que alimentou o povo durante a sua peregrinação e estadia pelo deserto.
Ao nos concentrarmos, porém, no Cordeiro Pascal, notamos que a comunidade cristã primitiva compreendeu o gesto sacrifical de Jesus na cruz sob essa ótica. Dado singular é que ela aparece declarada duas vezes nos lábios de João Batista. A primeira em Jo 1,29: “No dia seguinte, ele vê Jesus aproximar-se dele e diz: ‘Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. E a segunda em Jo 1,35-36: “No dia seguinte, João, de novo, se encontrava lá com dois de seus discípulos. Ao ver Jesus que passava, disse: ‘Eis o Cordeiro de Deus”.
A aceitação e aproximação de Jesus em sua entrega na cruz, como vínculo pascal, surgem tanto pela celebração da Última Ceia como pela releitura que foi feita dos Cantos do Servo Sofredor presentes no livro do profeta Isaías (Is 42,1-9; 49,1-6; 50,4-11; 52,13–53,12). Desses, a afirmação contida em Is 53,7 é muito significativa: “Foi maltratado, mas livremente se humilhou e não abriu a boca, como cordeiro foi conduzido ao matadouro. Como ovelha que permanece muda na presença dos tosquiadores ele não abriu a boca”.
A compreensão do gesto sacrifical de Jesus como Cordeiro Pascal resulta evidente na citação da proibição contida em Ex 12,46 e que se encontra em Jo 19,26: “... pois isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura: Nenhum osso lhe será quebrado”.
Com a sua pessoal entrega e deixando-se crucificar, Jesus aboliu, em sua divina Pessoa, todos os sacrifícios da antiga aliança e, em seu Corpo e Sangue, inaugurou e cumpriu a profecia de Jr 31,31-34 sobre a nova e eterna aliança. Por seu mandato, a nova aliança, no seu Corpo e Sangue, se perpetua sobre os nossos altares até a consumação dos tempos.
Essa compreensão aparece devidamente explicitada na Carta aos Hebreus quando afirma: “Tal é precisamente o sumo sacerdote que nos convinha: santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, elevado ao mais alto do que os céus. Ele não precisa, como os sumos sacerdotes, oferecer sacrifícios a cada dia, primeiramente por seus pecados, e depois pelos do povo. Ele já o fez uma vez por todas, oferecendo-se a si mesmo. A Lei, com efeito, estabeleceu sumos sacerdotes sujeitos à fraqueza. A palavra do juramento, porém, posterior à Lei, estabeleceu o Filho, tornado perfeito para sempre” (Hb 7,26-28).
Nota-se, claramente, que existe a intenção de ligar, em Jesus, três realidades. Ele é, ao mesmo tempo, Sumo Sacerdote, Vítima Sacrifical e Altar. Então, sobre os nossos altares, em cada celebração eucarística, experimentamos a ação eficaz do único sumo sacerdócio de Jesus exercido por ele mesmo, através dos ministros ordenados, que pronunciam as palavras e consagram as espécies do pão e do vinho: “Tomai e comei, é meu corpo”; “Tomai e bebei, é meu sangue”... “Fazei isto em memória de mim”.
4.       Imolado sobre os nossos altares para a vida do mundo
Desde a instituição da Eucaristia por Nosso Senhor Jesus Cristo, na Última Ceia, até os dias atuais, o Santo Sacrifício Redentor não continua apenas sendo repetido sobre os nossos altares, mas é sempre atualizado. Isto quer dizer que, ao longo de quase dois milênios, uma única missa foi e é celebrada como memória do gesto redentor do nosso Salvador até que Ele venha (Parusia), razão pela qual respondemos após a doxologia: “Anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!”.
Jesus, sob as espécies do pão e do vinho consagrados, é o Cordeiro Pascal que alimenta a sua comunidade de fé até que Ele venha como justo juiz, não para condenar o mundo, mas para que, por ele, seja salvo (Jo 3,17). Por isso, a dignidade do gesto não se limita só ao ambiente em que acontece e aos ritos que são seguidos, mas, em particular às pessoas que dele tomam parte, todos os fiéis sob a presidência do sacerdote que age in persona Christi.
O que acontece sobre os nossos altares permite perceber a nítida relação que existe entre o gesto de Jesus na Última Ceia e o seu principal efeito: a vida comunicada ao mundo. Neste sentido, a celebração de Corpus Christi é para a Igreja e, nela, para cada fiel, a graça de viver a sua fé eucarística, isto é, a certeza da presença real de Jesus Cristo no pão e no vinho, consagrados em forma de adoração pública.
Sobre essa presença, atesta o CatIC 1374: “O modo de presença de Cristo sob as espécies eucarísticas é único. Ele eleva a Eucaristia acima de todos os sacramentos e faz com que ela seja "como que o coroamento da vida espiritual e o fim ao qual tendem todos os sacramentos". No santíssimo sacramento da Eucaristia estão "contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e o Sangue juntamente com a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo". "Esta presença chama-se 'real' não por exclusão, como se as outras não fossem 'reais', mas por antonomásia, porque é substancial e porque por ela Cristo, Deus e homem, se torna presente completo”.
Um testemunho de que a nossa transitoriedade nesta vida é sustentada pela presença e força sacramental do inefável amor de Deus que, em seu Unigênito Filho, se tornou o alimento que nos faz caminhar na vida nova da sua graça. É a vida renovada, capaz de levar aos ambientes eclesiais e sociais a Boa Nova da redenção e da ressurreição de nossas estruturas, que passam a ser orientadas pela obediência da fé por Cristo, com Cristo e em Cristo, na unção do Espírito Santo para a glória de Deus Pai.
No mundo em que vivemos nos movemos e manifestamos quem somos por palavras e ações, como nos ensina o Papa Francisco na Laudato si’, é nossa “Casa Comum” e necessita experimentar os efeitos contínuos da ação eucarística que produzem em nós gestos concretos de fé, de esperança e de caridade socioeclesial.
É o que também nos ensina o CatIC 1333: “Encontram-se no cerne da celebração da Eucaristia o pão e o vinho, os quais, pelas palavras de Cristo e pela invocação do Espírito Santo, se tomam o Corpo e o Sangue de Cristo. Fiel à ordem do Senhor, a Igreja continua fazendo, em sua memória, até a sua volta gloriosa, o que Ele fez na véspera de sua paixão: "Tomou o pão..." "Tomou o cálice cheio de vinho..." Ao se tomarem misteriosamente o Corpo e o Sangue de Cristo, os sinais do pão e do vinho continuam a significar também a bondade da criação. Assim, no ofertório damos graças ao Criador pelo pão e pelo vinho (Sl 104 [103],13-15), fruto "do trabalho do homem", mas antes "fruto da terra" e "da videira", dons do Criador. A Igreja vê no gesto de Melquisedec, rei e sacerdote, que "trouxe pão e vinho" (Gn 14,18), uma prefiguração de sua própria oferta”.
Portanto, não haja dicotomia entre o que falamos e vivemos em nossas comunidades de fé e na sociedade. Cada fiel, em virtude da unção batismal, é chamado ao testemunho que se torna cada vez mais forte e coerente graças à união com Deus, com os irmãos e com a natureza pela Sagrada Eucaristia que nos transforma e vivifica o mundo.
Considerações finais
Às vésperas da comemoração da Independência, na graça de estarmos transcorrendo uma semana dedicada à Sagrada Eucaristia, que nos dá identidade e nos indica a missão, possamos dizer a Deus o nosso SIM, como Maria.
Ao seguir o exemplo da Mãe do nosso Salvador, visto que o seu corpo foi o primeiro sacrário vivo, com ela aprendamos a fazer memória, isto é, a conservar e a meditar em nossos corações o que significa receber o Senhor Jesus Cristo na Sagrada Eucaristia.
Que Maria nos ensine a oferecer nossos sacrifícios cotidianos em comunhão como Sacrifício Redentor de Cristo, nosso Cordeiro Pascal, imolado sobre os nossos altares para a vida do mundo.
Padre Leonardo Agostini Fernandes - Sacerdote do clero secular da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro
Capelão da Igreja do Divino Espírito Santo do Estácio de Sá/RJ
Docente do Departamento de Teologia da PUC-Rio
 [1] As citações bíblicas foram extraídas da Bíblia de Jerusalém. Nova edição, revista e ampliada. São Paulo: Paulus, 2003. Salvo em certos casos, pequenas alterações foram feitas em função de outras possibilidades de tradução. Os grifos em negritos e itálicos são pessoais para realçar certos pontos.
[2] Os escritos paulinos são os primeiros, do ponto de vista cronológico, no que se refere ao cânon do Novo Testamento. Pode-se perceber uma estreita relação entre o objetivo pretendido por Paulo e a ênfase na unidade que se encontra na oração sacerdotal de Jesus em Jo 17. Sem a comunhão e a vida na caridade, máximas expressões da Eucaristia, a unidade ficaria seriamente comprometida e até anulada.
[3]CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. Edição revisada de acordo com o texto oficial em latim. São Paulo: Loyola, 1999.
[4] ALONSO SCHÖKEL, Luis. gōʼēl. Dicionário Bíblico Hebraico-Português. São Paulo: Paulus,1997, p. 126.
Fonte: Vatican News
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Infância e Adolescência Missionária lança concurso internacional de desenho
Buscando celebrar os 100 anos em que o Papa Pio XI concedeu à Obra um caráter Pontifício, o Concurso de Desenho quer motivar as crianças e adolescentes da IAM a usarem da arte para comemorar essa bonita história.
Você já imaginou o seu desenho chegando até o Papa Francisco? A Infância e Adolescência Missionária (IAM) está lançando o Concurso de Desenho para crianças e adolescentes que participam da IAM em todo o mundo. O concurso é promovido pela Secretaria Internacional da IAM e, no Brasil, acontece em três etapas: Paroquial, Diocesana e Nacional.
Buscando celebrar os 100 anos em que o Papa Pio XI concedeu à Obra um caráter Pontifício, o Concurso de Desenho quer motivar as crianças e adolescentes da IAM a usarem da arte para comemorar essa bonita história. A frase motivadora para a criação dos desenhos é “Está fazendo 100 anos que a IAM é uma obra do Papa. O que isso significa para mim?”.
Durante a Etapa Paroquial, os participantes serão divididos por faixas etárias, a fim de que se possa avaliar os desenhos de acordo com as possibilidades de desenvolvimento das idades. Os participantes serão agrupados por idades de 4 a 6 anos, 7 a 11 anos e 12 a 16 anos. A paróquia enviará os desenhos vencedores em cada faixa etária para a Etapa Diocesana, sendo a coordenação diocesana da IAM responsável por enviar apenas um desenho que vai representar a diocese na Etapa Nacional.
Uma comissão nacional vai avaliar os desenhos enviados pelas dioceses e escolher o desenho que melhor retrate o tema proposto pelo concurso. O vencedor vai representar o Brasil na Etapa Internacional. A escolha final competirá ao Secretariado Internacional, e o desenho vencedor será recolhido em uma publicação e apresentado ao Papa Francisco.
Regulamento do Concurso Internacional de Desenho da Infância e Adolescência Missionária (IAM)
1. Este concurso é, primeiramente, promovido pelo Secretariado Internacional da Pontifícia Obra da Santa Infância, destinado a todos os participantes da IAM ao redor do mundo;
2. O concurso consiste na elaboração de um desenho em que retrate a perspectiva do participante acerca da seguinte motivação: Está fazendo 100 anos que a IAM é uma obra do Papa. O que isso significa para mim?
3. O concurso possuirá quatro fases: paroquial, diocesano, nacional e, por fim, internacional;
4. Na primeira etapa do concurso (Etapa Paroquial), os participantes serão divididos em categorias, por faixa etária, a fim de que se possa avaliar os desenhos de acordo com as possibilidades de desenvolvimento das idades: 4 a 6 anos; 7 a 11 anos; 12 a 16 anos;
5. Cada participante poderá concorrer com apenas 1 (um) desenho;
6. O trabalho deverá ser realizado em papel Canson, sulfite ou cartolina, no tamanho A4 (210mm X 297mm) na cor branca, sem bordas ou margens;
7. Para participar do concurso, os desenhos deverão ser elaborados com técnicas livres de criação e arte, utilizando lápis de cor, giz de cera, caneta hidrográfica e afins, e não poderá ser feito digitalmente;
8. O desenho deverá ser original, produzido individualmente, não se aceitando cópias da internet ou meras reproduções, pois aqueles que tiverem características de plágio (cópia ou modelo pronto) serão desclassificados;
9. O desenho deverá ser composto exclusivamente por imagens, não fazendo uso, portanto, de palavras e/ou frases nas obras. O desenho não poderá conter nenhum tipo de identificação-assinatura;
DA ETAPA PAROQUIAL
a) Todos os participantes da IAM de cada paróquia são convidados a participarem do concurso;
b) Cada paróquia, após a análise e avaliação dos desenhos, enviará apenas uma produção de cada faixa etária para a coordenação diocesana da IAM ou responsável diocesano pela Obra, até a data de 25 de novembro de 2022;
c) Os desenhos deverão ser enviados de forma física para a coordenação diocesana, que é responsável por digitalizar;
d) Os desenhos deverão ser avaliados de acordo com os seguintes critérios:
I – O desenho retrata o tema do concurso? Está fazendo 100 anos que a IAM é uma obra do Papa. O que isso significa para mim?
II – Os traços e a breve explicação do desenho estão de acordo com a faixa etária padrão do respectivo participante?e) A paróquia poderá premiar os melhores desenhos, os quais foram enviados para a diocese;
DA ETAPA DIOCESANA
a) Após o recebimento dos desenhos oriundos das paróquias, a coordenação diocesana da IAM ou responsável diocesano pela Obra, em cooperação com uma equipe formada para a avaliação, analisará os desenhos seguindo os critérios já dispostos na Etapa Paroquial, e escolherá, da mesma forma, um desenho para representar a Diocese na etapa Nacional;
b) O desenho deve ser digitalizado nos formatos .jpg ou .png. Recomenda-se que o desenho seja scaneado em alta resolução. O arquivo será enviado para o Secretariado Nacional da IAM, através do e-mail: concursoiam@pom.org.br , até a data de 28 de dezembro de 2022;
c) Não serão aceitos desenhos enviados via WhatsApp;
d) A diocese poderá premiar o melhor desenho, o qual será enviado para a Secretaria Nacional;
DA ETAPA NACIONAL
a) Inscrição e envio:
b) I – A Diocese deverá enviar à Secretaria Nacional da IAM os documentos abaixo relacionados:
• Desenho digitalizado: com a identificação da Diocese no nome do arquivo;
• Anexo: Conceito do Desenho devidamente digitado.
c) b) Em posse do desenho enviado pela diocese, a Secretaria Nacional da IAM e uma comissão formada para avaliação e análise das produções das crianças e adolescentes, escolherá o desenho que melhor retrate o tema proposto pelo concurso, e o julgará vencedor;
d) c) O artista do respectivo desenho será premiado com uma mochila missionária contendo alguns itens personalizados;
e) d) Conforme foi distribuído por faixa etária, será escolhido um segundo e terceiro lugar das outras duas faixas etárias não contempladas no primeiro;
f) e) O resultado da etapa nacional será divulgado em 05 de março de 2023, em live transmitida pelos canais oficiais das Pontifícias Obras Missionárias do Brasil.
g) DA ETAPA INTERNACIONAL
h) a) Para a etapa internacional, seguindo as orientações do Secretariado Internacional da Obra em Roma, será enviado o desenho vencedor que representa o Brasil;
i) b) A escolha final competirá ao Secretariado Internacional, e o desenho vencedor será recolhido em uma publicação e apresentado ao Papa Francisco.
Fonte: Vatican News
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Conferência Episcopal Portuguesa responde a críticas sobre relatório (c/vídeo)
Comunicado do Conselho Permanente defende importância de escuta alargada
O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) respondeu hoje às críticas feitas sobre o relatório nacional para o Sínodo 2021-2023, convocado pelo Papa, destacando a necessidade de uma escuta alargada.
“É uma atitude de bom-senso escutar aquilo que surge do povo de Deus, nesta primeira etapa de participação, nas suas dimensões negativas, positivas e propositivas, para o caminho a fazer nas etapas seguintes”, indica um comunicado enviado à Agência ECCLESIA, após o encontro mensal do organismo, que decorreu esta segunda-feira, em Fátima.
O Relatório da Igreja Católica em Portugal sobre o processo sinodal, divulgado no final de agosto, foi preparado por uma comissão formada pela CEP,
Segundo a nota divulgada hoje, este texto “faz parte do caminho sinodal em curso e procura reunir aquilo que foi reportado pelas Dioceses, a partir dos grupos por elas constituídos, bem como de outras instituições e movimentos”.
“Não é um tratado sobre a Igreja no seu todo nem um juízo sobre a Igreja em Portugal. Trata-se de um resumo de quanto surgiu nas etapas diocesanas para continuar o caminho de reflexão e transformação que temos por diante”, acrescenta o Conselho Permanente da CEP.
“Os conteúdos do Relatório não foram inventados pela Comissão, mas encontram-se nos documentos das instâncias referidas. É importante ouvi-los, discerni-los, completá-los ou reformulá-los, mas não descartá-los”.
Os bispos portugueses assinalam a intenção de “refletir sobre este documento e outras achegas que foram chegando, em atitude de discernimento comum”, para “escutar a voz do Espírito e da Igreja em Portugal, tendo como objetivo a transformação pessoal e comunitária de atitudes, instituições e processos”.
“As dioceses devem continuar igualmente o seu discernimento nesta linha espiritual, fraterna, prática e de conversão”, pede a CEP.
O Conselho Permanente recorda os “critérios que presidem a todo o processo”: “Escuta da Palavra de Deus e oração pessoal e comum para nos abrirmos aos critérios do Espírito; abertura para escutar os irmãos e irmãs segundo a função que cada um/uma tem na Igreja”.
“Assim seremos guiados pelo Espírito para encontrar caminhos de comunhão, transformação e missão, em cada comunidade e diocese, abertos ao discernimento e orientação que deverá incluir necessariamente a Conferência Episcopal de cada país, as Conferências continentais e a Assembleia geral do Sínodo dos Bispos com representantes de toda a Igreja em outubro de 2023”, acrescenta o comunicado.
Após a divulgação do relatório, em que se pedia uma Igreja de “portas abertas” e mais “transparente”, surgiram críticas de alguns setores da comunidade católica, com a publicação de cartas abertas, uma dela subscrita por jovens, e um texto alternativo, proposto pelos padres Duarte da Cunha e Ricardo Figueiredo, do Patriarcado de Lisboa, que aborda os contributos diocesanos.
O percurso para a celebração do Sínodo está dividido em três fases, entre outubro de 2021 e outubro de 2023, passando por uma fase diocesana e outra continental, que dará vida a dois instrumentos de trabalho diferentes distintos, antes da fase definitiva, ao nível mundial.
A auscultação das Igrejas locais foi uma etapa inédita, desenhada pelo Papa Francisco; a fase diocesana decorreu até 15 de agosto de 2022.
Os relatórios nacionais vão dar origem, no Vaticano, ao Documento para a Etapa Continental do Sínodo –o ‘Instrumentum Laboris 1’ –, devendo ser publicado até final de outubro.
Na lista dos especialistas que vão integrar este trabalho encontra-se o padre Paulo Terroso, da Arquidiocese de Braga, membro da Comissão de Comunicação do Sínodo.
Fonte: Agência  Ecclesia
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Papa Francisco se diz pronto para histórica visita à China
A Igreja Católica ainda vive sob forte perseguição do regime comunista de Pequim
O Papa Francisco se disse pronto para uma histórica visita à China, um dos países em que os cristãos mais sofrem perseguição no mundo. O Papa fez a afirmação a bordo do voo que o levou nesta terça ao Cazaquistão, onde também realiza uma visita histórica.
O jornalista Loup Besmond, do jornal católico francês La Croix, perguntou a Francisco sobre a possibilidade de encontrar o presidente chinês Xi Jinping, que também está no Cazaquistão. O pontífice respondeu que não tem novidades sobre o assunto, mas emendou que está pronto para ir à China.
Em julho, o Papa havia declado boas expectativas na renovação do acordo provisório entre a Santa Sé e a China sobre a nomeação de bispos católicos. Trata-se de um documento assinado em setembro de 2018 e renovado em outubro de 2020, com termos que nunca foram divulgados. Em setembro de 2021, a Santa Sé confirmou a ordenação do sexto bispo católico nos termos do acordo, sendo que sete bispos nomeados anteriormente pelo governo chinês foram regularizados pela Santa Sé.
O Partido Comunista da China obriga os católicos, sejam leigos, sejam clérigos, a se filiarem à assim chamada Associação Católica Patriótica Chinesa, que de católica tem apenas o nome. É um órgão da ditadura chinesa que serve para controlar ferrenhamente os católicos e evitar que eles obedeçam mais a Roma do que a Pequim. O acordo da Santa Sé com a China visa manter suficientes relações diplomáticas com o regime comunista para evitar uma perseguição ainda maior contra os cristãos no país. Mesmo assim, as vexações e restrições aos católicos são corriqueiras – estima-se que, sem o acordo, seriam piores ainda.
A Santa Sé também deseja, com o acordo, eliminar a separação entre a “Igreja patriótica” e a Igreja Católica real, na tentativa de superar a clandestinidade em que tem de viver desde a revolução comunista de 1949.
Fonte: Aleteia
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Cazaquistão: o milagre de Nossa Senhora que formou um lago e encerrou a fome
Francisco Vêneto - publicado em 13/09/22
O Cazaquistão, país que está sendo visitado pelo Papa Francisco, possui em seu histórico um milagre que, por intercessão de Nossa Senhora, formou um lago e encerrou um período de fome.
Trata-se de um caso registrado em Ozernoye, onde se localiza, hoje, o Santuário de Nossa Senhora Rainha da Paz – que, aliás, é o único santuário mariano de toda a Ásia Central.
O pe. Mariusz Stawasz, reitor do santuário, relatou o episódio à rede católica norte-americana EWTN. Segundo o seu relato, pessoas da região começaram a pedir a intercessão de Nossa Senhora, durante a Segunda Guerra Mundial, para acabar com a fome que martirizava a população local.
O milagre aconteceu em 25 de março de 1941, quando, inesperadamente, a temperatura subiu e acelerou o derretimento da neve, o que causou a formação de um grande lago ao redor de Ozernoye. Com o grande número de peixes que surgiram no lago, os moradores da região conseguiram alimento suficiente para encerrar a fome.
Ozernoye se tornou local de peregrinação a partir da construção da igreja, em 1990, e foi crescendo em popularidade sobretudo entre os jovens, que ali celebram uma festa anual em agosto para homenagear Nossa Senhora.
Em 2014 o santuário ganhou um dos 12 altares da paz distribuídos por vários países do mundo graças a uma iniciativa lançada na Polônia pela comunidade leiga Regina della Pace. Os 12 altares representam as 12 estrelas da coroa de Nossa Senhora.
A imagem de Nossa Senhora da Paz com o Menino Jesus nos braços, apontando para um lago repleto de peixes, está presente na medalha que simboliza a presente viagem do Papa Francisco ao Cazaquistão. Ele permanecerá no país centro-asiático deste dia 12 até a quinta-feira, 15.
Fonte: Aleteia
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Do dia 12/9/22
Organização intensifica as inscrições ao XVIII Congresso Eucarístico Nacional, que acontece de 11 a 15 de novembro
Há 59 dias da realização do XVIII Congresso Eucarístico Nacional do Brasil a ser realizado de 11 a 15 de novembro deste ano, a arquidiocese de Olinda e Recife está intensificando o processo de inscrições ao encontro de católicos que celebra a Eucaristia. O tema desta edição é “Pão em todas as mesas” e o lema “Repartiam o pão com alegria e não havia necessitados entre eles” (At 2,46).
Os interessados em participar poderão realizar um cadastro gratuito que deverá ser feito pelo endereço eletrônico: cen2020.com.br/inscricoes. Ao acessar a página, o participante precisa antes escolher entre as abas “Público em Geral” ou “Bispos, Padres e Diáconos” e preencher o formulário com dados pessoais, tais como nome completo, e-mail e a qual diocese ou arquidiocese pertence.
No caso do clero, além de participar das atividades abertas do CEN, os inscritos poderão concelebrar nas missas de abertura e encerramento, desde que também apresentem o documento de identificação emitido pela CNBB ou diocese.
Voluntariado
Leigos e leigas residentes no território da Arquidiocese de Olinda e Recife não só podem participar do CEN, como são convidados a servir no evento como voluntários. As fichas de inscrição para o voluntariado e para o coral já estão disponíveis no site oficial.
Os treinamentos e os ensaios serão realizados de maneira presencial meses antes do congresso. Por esse motivo as vagas para os serviços são restritas a moradores do território da arquidiocese pernambucana.
Simpósio Teológico
Organização intensifica inscrições na 59ª AG CNBB. | Fotos: Luiz Lopes – Ascom CNBB
O CEN reúne milhares de pessoas para professar e dar testemunho público da fé no mistério eucarístico. O encontro também é uma oportunidade para aprofundar a Teologia da Eucaristia.
Nessa perspectiva, dentro da programação do congresso está prevista a realização do Simpósio Teológico, de 12 a 14 de novembro, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. A programação contará com conferências e oficinas que serão desenvolvidas a partir do texto-base.
O subsídio é uma das ferramentas de preparação para o CEN, que nesta edição tem como tema “Pão em todas as mesas” e lema “Repartiam o pão com alegria e não havia necessitados entre eles” (At 2,46). Para participar do Simpósio Teológico, os interessados devem preencher o formulário eletrônico específico neste link. Para essa atividade, é cobrada uma taxa de R$108, que pode ser paga com cartões de crédito e débito ou boleto bancário. Os inscritos terão direito a certificado.
De acordo com a Comissão Central do Congresso, a partir do quantitativo de inscrições será possível preparar melhor o evento e garantir uma acolhida adequada a todos. Por isso, é importante que os interessados garantam as vagas o mais rápido possível.
Fonte: CNBB
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Celebração Eucarística marca aniversário de 8 anos da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil)
A REPAM-Brasil realizou na manhã desta segunda-feira, 12 de setembro, uma Celebração Eucarística em Ação de Graças pelo aniversário da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), criada no dia 12 de setembro de 2014. A Rede que tem como missão potencializar, de maneira articulada, a ação que realiza a Igreja no território Pan-Amazônico, por meio da atualização e concretização de opções apostólicas conjuntas, tem como protagonistas desta história sacerdotes, religiosos, religiosas, leigos e leigas em missão na Amazônia.
A Celebração trouxe à memória o primeiro presidente da Rede, o Cardeal Cláudio Hummes, falecido em 04 de julho de 2022. Uma planta, a priprioca, dedicada a ele pelos participantes do encontro de ecoteologia, permaneceu aos pés do altar. Em vídeo gravado por ocasião da festa, o bispo da Prelazia de Marajó no Pará e presidente da REPAM-Brasil, dom Evaristo Pascoal Spengler, agradeceu o trabalho realizado na Rede, por todas as pessoas de boa vontade e acenou para a pessoa de Dom Cláudio, o qual denominou ‘profeta da Amazônia’.
    “Alguém que esteve muito próximo do Papa Francisco desde o momento da sua eleição, ajudando na escolha do nome, ao pedir que não esquecesse dos pobres. Foi uma proximidade que favoreceu a realização do Sínodo para a Amazônia”, destacou dom Evaristo.
Participaram da Celebração Eucarística presidida pelo secretário executivo do Centro de Formação Fé e Política (CEFEP), padre Paulo Adolfo, a equipe da secretaria executiva da REPAM-Brasil, a Cáritas Brasileira, representada por seu assessor técnico, Jaime Conrado de Oliveira e a CRB Nacional, por meio de sua representante, a secretária executiva Irmã Vânia Fernandes de Oliveira.  A comemoração foi encerrada com uma confraternização.
Fonte: CNBB
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“Aparecida, 15 anos depois, à luz do Magistério do Papa Francisco” é tema de Congresso Internacional Virtual
Teve início nesta segunda-feira, 12 de setembro e segue até quarta-feira (14), o Congresso Internacional virtual “Aparecida, 15 anos depois, à luz do Magistério do Papa Francisco”, organizado pela Conferência das Instituições Católicas de Teologia da América Latina e do Caribe (COCTI) em parceria com o Instituto Nacional de Pastoral Padre Alberto Antoniazzi (INAPAZ) – organismo técnico de assessoria teológico-pastoral vinculado ao secretariado geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O presidente do COCTI, padre Waldecir Gonzaga, destacou que este Congresso procura “fazer uma retrospectiva do Documento e da realidade da presença da Igreja no continente, refletindo sobre os temas propostos a partir da visão de uma conversão pastoral de uma Igreja em saída”.
Na abertura do evento virtual, o arcebispo de Brasília (DF) e presidente do INAPAZ, cardeal dom Paulo Cezar Costa citou que o Papa Francisco levou o Documento de Aparecida para a Igreja Universal, através dos pronunciamentos e documentos. “O documento de Aparecida prepara a Igreja para o tempo de mudança de época”.
O presidente do Conselho Episcopal Latino-americano e Caribenho (CELAM), Monsenhor Miguel Cabreros, disse na abertura que “a partir do Documento de Aparecida, avançamos em muitos âmbitos, mas convocou-nos a avaliar quais as partes que ainda permanecem como desafios, a exemplo da sociedade plural, da multicuturalidade e da cultura urbana; estar ao lado dos que sofrem; diálogo com a sociedade (política, cultura, comunicação); o desafio da mudança de identidade derivada da mudança de época; vivência da sinodalidade e aprimoração dos mecanismos de participação; participação da mulher na vida da Igreja; e as situações de abusos na vida da Igreja”.
De acordo com o padre Waldecir Gonzaga, a proposta desse encontro é analisar o presente mantendo o passado diante de nossos olhos e olhando para o futuro da Igreja no continente. “A realidade mudou nos últimos 15 anos, especialmente com a pandemia do novo coronavírus (COVID-19) em termos sociais, políticos e religiosos”.
Ele também deixou muito claro que “este congresso não quer avaliar a Assembleia Eclesial, que é de fundamental importância para a Igreja da América Latina e do Caribe”. No entanto, é inegável que haverá comentários e menções sobre ela”.
No entanto, “não há como olhar para a Igreja Católica no continente e não levar em conta os passos dados pelas Conferências antes de Aparecida, de Medellín a Santo Domingo, os avanços do Sínodo da Amazônia e as conquistas da Assembleia Eclesial”.
O evento que terá certificação da PUC-Rio também conta com o apoio e a organização de Universidades de todo o continente, do CELAM, Ecclesia in America, INSECTOS, entre outros.
Participar do Congresso
O congresso terminará no dia 14 de setembro, será completamente virtual e você poderá acessar este link
Você também poderá acompanhar o evento no canal Youtube da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Fonte: CNBB
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Em terceira reunião do ano, Fundo Nacional de Solidariedade aprova 37 projetos, 20 deles para ações educativas
O Conselho Gestor do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) se encontrou para a segunda reunião ordinária de 2022, dia 8 de setembro, para dar continuidade à análise dos 100 projetos cadastrados junto ao fundo até a data prevista em seu calendário de reuniões oficiais.
Durante a reunião, foram apresentados 38 projetos (apenas 1 deles não foi aprovado) aos quais serão destinados R$ 1.055.698,49. Desta vez, o eixo que que mais teve propostas aprovadas foi o Eixo 1 – Apoio a projetos educativos – com 20 projetos, seguido pelo eixo 2 – Auxílio a situações de insegurança alimentar e vulnerabilidade social – com 11 e o eixo 3 – Capacitação para a geração de renda – com 6 propostas.
Entre os projetos aprovados, está o de Atendimento a Reeducandos do Sistema Prisional por meio da formação de uma banda musical a ser acompanhada por presos que já passaram pelo sistema prisional no Estado de Santa Catarina. O projeto foi apresentado pela diocese de Criciúma (SC) e prevê a compra de instrumentos e de equipamentos musicais.
Da Amazônia, em Manacapuru, foi aprovado um projeto da Associação Tururukari-Uka dos Índios Kambeba que prevê verba para a escola da aldeia para preparação de 10 cartilhas na língua originária com poesias, textos e desenhos. O projeto tem como objetivo proporcionar o conhecimento, a garantia da preservação da cultura e dos valores dos povos originários da Amazônia, bem como a construção de um museu e implantação de uma horta
Educação integral e respostas às situações emergenciais
    De acordo com o subsecretário-adjunto geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Patriky Samuel Batista, o Conselho Gestor do FNS seguiu rigorosamente as indicações do edital de 2022.
    “Nesta reunião, tivemos a oportunidade de apoiar inúmeras iniciativas que irão favorecer e estimular o serviço à educação integral, valorizando também iniciativas que promovem a cultura como por exemplo a educação musical, sem esquecer as situações emergenciais, como o cenário da insegurança alimentar que assola grande parte da população”, destacou.
A partir da aprovação do projeto pelo Conselho Gestor do FNS, o seu processo começa a tramitar no sistema do Departamento Financeiro da CNBB até que este setor repasse da verba aprovada para a sua  subsequente execução.
Projetos aprovados por marcorregião:
Norte – 6 projetos
Nordeste – 9 projetos
Sudeste – 13 projetos
Sul – 4 projetos
Centro-Oeste – 5 projetos
Saiba mais:
Conselho Gestor do FNS da CNBB inicia análise de 74 projetos que atenderam os requisitos do edital 2022 – CNBB
Em reunião extraordinária, Conselho Gestor do FNS aprova recursos para 42 projetos dos três eixos previstos no edital – CNBB - Fonte: CNBB
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O Papa: pagar impostos é uma forma de partilhar as riquezas
Na audiência à Confindustria, o Papa convida os empresários a criarem empregos para os jovens, recorda as mulheres que são despedidas por causa da gravidez e os imigrantes.
O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta segunda-feira (12/09), na Sala Paulo VI, no Vaticano, os participantes da assembleia pública da Confindustria, Confederação Geral da Indústria Italiana.
Em seu discurso, o Papa recordou que este tempo não é um tempo fácil para os empresários, para todos e que o mundo dos negócios também está sofrendo muito.
A pandemia pôs à prova as atividades produtivas, todo o sistema econômico foi ferido. E agora se acrescenta a guerra na Ucrânia com a crise energética resultante. Nessas crises também sofre o bom empreendedor, que tem a responsabilidade de sua empresa, dos empregos, que sente sobre si as incertezas e riscos. No mercado há empresários "mercenários" e empresários semelhantes ao bom pastor, que sofrem o mesmo sofrimento que seus trabalhadores, que não fogem diante dos muitos lobos que giram em torno. As pessoas sabem reconhecer bons empresários. Vimos isso recentemente, com a morte de Alberto Balocco: toda a comunidade empresarial e civil triste, expressaram estima e gratidão.
A seguir, o Papa recordou que a Igreja, desde o início, acolheu "os comerciantes, precursores dos empresários modernos". Citou a Parábola do Bom Samaritano em que ele antecipa o dinheiro ao dono da pensão para hospedar o homem ferido encontrado pela estrada, e os trinta denários de Judas, aqueles pelos quais o apóstolo vende Cristo. "Ontem, como hoje, o mesmo dinheiro pode ser usado para trair e vender um amigo ou para salvar uma vítima", disse o Papa.
Vemos isso todos os dias, quando o dinheiro de Judas e os do Bom Samaritano convivem nos mesmos mercados, nas mesmas bolsas de valores, nas mesmas praças. A economia cresce e se torna humana quando o dinheiro dos samaritanos se torna mais numeroso do que o de Judas.
A seguir, o Papa recordou que "na realidade é possível ser comerciante, empresário e um seguidor de Cristo, um habitante de seu Reino. A pergunta então é: quais são as condições para que um empresário possa entrar no Reino dos Céus?" Francisco deu algumas indicações aos empresários.
A primeira é partilhar. A riqueza, por um lado, ajuda muito na vida; mas também é verdade que muitas vezes a complica: não só porque pode se tornar um ídolo e um patrão implacável que consome toda a sua vida dia após dia. Também a complica porque a riqueza exige responsabilidade: uma vez que eu tenho bens, eu tenho a responsabilidade de fazê-los frutificar, não desperdiçá-los, usá-los para o bem comum.
Impostos não são uma usurpação
Uma forma de partilhar é a "filantropia", ou seja, "doar à comunidade de várias formas", disse o Papa, agradecendo àqueles que ofereceram apoio concreto ao povo ucraniano, especialmente às crianças deslocadas para que possam ir à escola. "Muito importante é aquela forma de partilhar que no mundo moderno e nas democracias são os impostos e taxas, uma forma de partilha muitas vezes não entendida", disse ainda Francisco.
O pacto fiscal está no centro do pacto social. Os impostos também são uma forma de partilhar a riqueza, para que se torne bens comuns, bens públicos: escola, saúde, direitos, cuidados, ciência, cultura e patrimônio.
Criar empregos para jovens
Outra forma de partilhar é a "criação de trabalho": "Trabalho para todos, especialmente para os jovens", disse o Papa aos empresários.  Vocês precisam dos jovens, "porque empresas sem jovens perdem inovação, energia e entusiasmo".
Ao contratar pessoas vocês já estão distribuindo seus bens, vocês já estão criando riqueza compartilhada. Cada novo emprego criado é uma fatia de riqueza compartilhada de maneira dinâmica.
Apoio às famílias e taxas de natalidade
As novas tecnologias correm o risco de nos fazer esquecer essa grande verdade, mas "se o novo capitalismo cria riqueza sem criar empregos, essa grande boa função da riqueza entra em crise", alertou o Pontífice. O Papa retornou ao tema da queda da taxa de natalidade, uma questão que "combinada com o rápido envelhecimento da população, está agravando a situação dos empresários, mas também da economia em geral".
Chega de mulheres grávidas mandadas embora
"Sobre isso, devemos trabalhar para sair o mais rápido possível do inverno demográfico em que vive a Itália e outros países. É um inverno demográfico ruim, que vai contra nós e nos impede de crescer", disse o Papa. "Hoje, ter filho é uma questão, eu diria, patriótica, também para levar o país adiante". O Pontífice destacou outro problema sério:
Às vezes, uma mulher que trabalha aqui ou trabalha lá, tem medo de engravidar, porque há uma realidade (eu não digo entre vocês, mas há uma realidade): assim que a barriga começa aparecer, elas são mandadas embora. "Não, não, você não pode engravidar." Por favor, este é um problema das mulheres que trabalham. É preciso estudá-lo, ver como fazer que uma mulher grávida possa continuar, tanto com o filho que espera quanto com o trabalho.
A exploração dos migrantes é uma injustiça
Francisco ressaltou "o papel positivo que as empresas desempenham na realidade da migração, favorecendo a integração construtiva e valorizando as capacidades indispensáveis para a sobrevivência da empresa no contexto atual". Reiterou e convidou a dizer fortemente "não" a "todas as formas de exploração das pessoas e negligência em sua segurança".  "O migrante deve ser acolhido, acompanhado, apoiado e integrado. Se é usado apenas como trabalhador braçal é uma grande injustiça que fere o país", concluiu o Papa. Fonte: Vatican News
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O Papa aos jovens: voltar a partir apressadamente para encontros concretos
Na mensagem aos jovens para a 37ª Jornada Mundial da Juventude que se realizará, em Lisboa, em agosto de 2023, o Papa convida a seguir os passos de Maria para encontrar Jesus e ir ao encontro de quem é diferente de nós. Recorda estes tempos difíceis marcados pela pandemia e pelo drama da guerra.
Foi divulgada, nesta segunda-feira (12/09), a Mensagem do Papa Francisco para a XXXVII Jornada Mundial da Juventude que será celebrada na Solenidade de Cristo Rei, em 20 de novembro próximo, nas Igrejas particulares espalhadas pelo mundo, sobre o tema «Maria levantou-se e partiu apressadamente».
Francisco inicia o texto, recordando o tema da JMJ do Panamá: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra», reiterando que "depois daquele evento, retomamos o caminho para uma nova meta – Lisboa 2023 –, deixando ecoar em nossos corações o premente convite de Deus a levantar-nos". O verbo levantar é uma palavra que "significa também «ressuscitar», «despertar para a vida»".
"Nestes últimos tempos tão difíceis, em que a humanidade já provada pelo trauma da pandemia, e dilacerada pelo drama da guerra, Maria reabre para todos e em particular para vocês, jovens como Ela, o caminho da proximidade e do encontro. Espero e creio fortemente que a experiência que muitos de vocês irão viver em Lisboa, no mês de agosto do próximo ano, representará um novo começo para vocês jovens, com vocês e para toda a humanidade", ressalta o Papa.
Maria levantou-se
Depois da Anunciação, Maria "se levanta e põe-se em movimento, porque tem a certeza de que os planos de Deus são o melhor projeto possível para a sua vida. Maria torna-se templo de Deus, imagem da Igreja a caminho, a Igreja que sai e se coloca a serviço, a Igreja portadora da Boa Nova. Também nós, como discípulos do Senhor e como Comunidade Cristã, somos chamados a erguer-nos apressadamente para entrar no dinamismo da ressurreição e deixar-nos conduzir pelo Senhor ao longo dos caminhos que Ele nos indicar». A Mãe do Senhor é modelo dos jovens em movimento, jovens que não ficam parados diante do espelho em contemplação da própria imagem, nem «alheados» nas redes. É a mulher pascal, num estado permanente de êxodo, de saída de si mesma para o Outro, com letra maiúscula, que é Deus e para os outros, os irmãos e as irmãs, sobretudo os necessitados, como era então a prima Isabel".
...e partiu apressadamente
"Maria partiu apressadamente para a montanha. Deixou-se interpelar pela necessidade da sua prima idosa. Não ficou indiferente. Pensou mais nos outros do que em si mesma. E isto conferiu dinamismo e entusiasmo à sua vida. Perante uma necessidade concreta e urgente, é preciso agir apressadamente", ressalta o Papa na mensagem, recordando que no mundo, muitas "pessoas esperam uma visita de alguém que cuide delas! Quantos idosos, doentes, presos, refugiados precisam do nosso olhar compassivo, da nossa visita, de um irmão ou uma irmã que ultrapasse as barreiras da indiferença!" "Maria é exemplo de jovem que não perde tempo a mendigar a atenção ou a aprovação dos outros – como acontece quando dependemos daquele «gosto» nas redes sociais –, mas move-se para procurar a conexão mais genuína, aquela que provem do encontro, da partilha, do amor e do serviço", sublinha Francisco. Segundo o Papa, "a partir da Anunciação, desde aquela primeira vez quando partiu para ir visitar a sua prima, Maria não cessa de atravessar espaços e tempos para visitar os filhos carecidos da sua ajuda carinhosa".
A pressa boa
Segundo Francisco, "uma pressa boa impele-nos sempre para alto e para o outro, mas há também uma pressa não boa, como, por exemplo, a pressa que nos leva a viver superficialmente, tomar tudo levianamente sem compromisso nem atenção, sem nos envolvermos realmente no que fazemos; a pressa de quando vivemos, estudamos, trabalhamos, convivemos com os outros sem colocarmos nisso a cabeça e menos ainda o coração".
"Queridos jovens, é tempo de voltar a partir apressadamente para encontros concretos, para um real acolhimento de quem é diferente de nós, como acontece entre a jovem Maria e a idosa Isabel. Só assim superaremos as distâncias entre gerações, entre classes sociais, entre etnias, entre grupos e categorias de todo o gênero, e superaremos também as guerras. Os jovens são sempre a esperança de uma nova unidade para a humanidade fragmentada e dividida, mas somente se tiverem memória, apenas se escutarem os dramas e os sonhos dos idosos", ressalta o Papa, recordando que «não é por acaso que a guerra tenha voltado à Europa no momento em que está desaparecendo a geração que a viveu no século passado». Segundo Francisco, "há necessidade da aliança entre jovens e idosos, para não esquecer as lições da história, para superar as polarizações e os extremismos deste tempo. Maria é o modelo de como acolher este imenso dom na nossa vida e comunicá-lo aos outros, fazendo-nos por nossa vez portadores de Cristo, portadores do seu amor compassivo, do seu serviço generoso à humanidade sofredora".
Todos juntos em Lisboa!
Por fim, o Pontífice recorda que "no início do século XX, Maria quis fazer uma visita especial, quando de Fátima lançou a todas as gerações a mensagem forte e maravilhosa do amor de Deus que chama à conversão, à verdadeira liberdade". O Papa renova seu caloroso convite a "participar da grande peregrinação intercontinental dos jovens que culminará na JMJ de Lisboa em agosto do próximo ano. "Sonho, queridos jovens, que na JMJ vocês possam experimentar novamente a alegria do encontro com Deus e com os irmãos e irmãs. Depois de um prolongado período de distanciamento e separação, em Lisboa – com a ajuda de Deus – reencontraremos juntos a alegria do abraço fraterno entre os povos e entre as gerações, o abraço da reconciliação e da paz, o abraço de uma nova fraternidade missionária", conclui Francisco. Fonte: Vatican News
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O Papa confia a Nossa Senhora a "peregrinação de diálogo e paz" ao Cazaquistão
Francisco visitou a Basílica de Santa Maria Maior, na tarde desta segunda-feira, como faz habitualmente desde o início de seu pontificado antes de cada viagem internacional. O Pontífice rezou diante do ícone da Virgem Salus Populi Romani para confiar-lhe sua 38ª viagem apostólica internacional que o levará ao Cazaquistão de 13 a 15 deste mês.
Na tarde desta segunda-feira (12/09), o Papa Francisco visitou a Basílica Papal de Santa Maria Maior para confiar à Virgem Salus Populi Romani sua viagem apostólica ao Cazaquistão que terá início nesta terça-feira (13/09). Depois da oração diante do ícone de Nossa Senhora, o Papa retornou ao Vaticano.
Diante do ícone mariano que segundo a tradição foi pintada por São Lucas, o Papa rezou por alguns minutos por essa viagem, definida por ele no Angelus do último domingo (11/09), uma "peregrinação de diálogo e paz" de três dias, durante o qual participará do sétimo Congresso de Líderes de Religiões Mundiais e Tradicionais.
Uma tradição desde o início do pontificado
É desde o início de seu pontificado, em março de 2013, que Francisco, antes e depois de cada viagem ao exterior, se detém em oração diante do ícone mariano mantido na Capela Borghese. Mais de 60 visitas foram feitas à Basílica de Santa Maria Maior. As duas últimas foram realizadas antes e depois da viagem de seis dias ao Canadá de 24 a 30 de julho.
A oração dos fiéis
Além de Nossa Senhora, o Papa também pediu aos fiéis na Praça São Pedro, durante no Angelus do último domingo, e aos que o seguiam pelo rádio, televisão e pelas redes sociais, para "acompanhar com oração" sua viagem ao Cazaquistão: "Será uma oportunidade para encontrar muitos representantes religiosos e dialogar como irmãos, animados pelo desejo comum de paz, paz da qual nosso mundo está sedento. Desde já desejo dirigir uma cordial saudação aos participantes, bem como às autoridades, às comunidades cristãs e a toda a população daquele vasto país. Agradeço os preparativos e o trabalho realizado em vista da minha visita. Peço a todos que acompanhem com a oração esta peregrinação de diálogo e paz." Fonte: Vatican News
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Papa à Associação de Estudantes Suíços: "Manter o espírito de discípulos em todas as idades"
“Jesus Cristo é o maior educador da história: com o amor do Pai e a ação do Espírito Santo, Ele nos faz nascer ‘do alto’”. Palavras do Papa Francisco na saudação aos membros da Sociedade dos Estudantes suíços que completa 75 anos e veio a Roma em peregrinação
Na manhã desta segunda-feira (12), o Papa Francisco recebeu na Sala Clementina, no Vaticano, os membros da Sociedade de Estudantes Suíços. Uma Associação de pessoas de várias gerações e com diferentes percursos de estudo. Que se reúnem pelo fato de terem sido estudantes.
Estudantes e peregrinos
Após a saudação inicial o Papa parabenizou os presentes com as seguintes palavras: “Este ano vocês comemoram o 75º aniversário da canonização de São Nicolau de Flüe, o Santo Padroeiro da Suíça e também de sua Associação. E esta circunstância os levou a vir em peregrinação a Roma. Fico contente em constatar que existe uma bela analogia entre ser estudantes e ser peregrinos. Estudar é um caminho”, continuou o Papa, “a sua Associação nos lembra que somos estudantes, em certo sentido amplo, por toda a vida”. Recordando também que “o estudo como uma atitude humana pode sempre ser cultivado. Aliás, é tão mais nobre e agradável quanto mais livre, gratuito e não limitado a uma utilidade”. Em seguida especifica:
“Neste sentido ser estudante significa ter um desejo de aprender, de conhecer, de não se considerar já chegado. Estar a caminho. Ter o espírito do discípulo, sempre, em todas as idades”
Mistério do nascimento
Depois de recordar uma consideração do sacerdote teólogo Romani Guardini que afirma: 'Devemos sempre pressupor uma coisa: o mistério do nascimento... Tudo o que se define educação, significa somente servir, ajudar, libertar, permanecendo dentro deste mistério', o Papa disse:
“Educar é acompanhar um homem, uma mulher em seu 'nascimento' como pessoa, em sua 'vinda ao mundo', em sua 'vinda à luz'. Jesus Cristo é o maior educador da história: com o amor do Pai e a ação do Espírito Santo, Ele nos faz nascer ‘do alto’”
“Ele [Jesus] faz sair o novo homem do invólucro do velho homem. Nos liberta da escravidão do ego e nos abre para a plenitude da vida em comunhão com Deus, com os outros, com as criaturas, e também com nós mesmos. Porque - como nos mostra muito bem Agostinho em suas Confissões - não estamos em paz com nós mesmos até que nos rendamos ao amor de Deus em Cristo Jesus”.
Por fim Francisco convida todos a se colocar uma pergunta: “Vocês que são estudantes, e o são, digamos, por estatuto, são também ‘estudantes’ da Palavra de Deus? Vocês dedicam parte de seu tempo à leitura da Bíblia, dos Evangelhos? Se, como eu disse, vocês são pessoas em caminho, em busca, vocês se sentem também pessoas que buscam a Deus?”. Concluindo:
“Isto significa ser peregrino: não contentar-se em ‘viver’, mas querer viver. E Jesus é Aquele que o Pai enviou para nos dar vida ‘em abundância” Fonte: Vatican News
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Parolin: a guerra nunca é um evento inelutável
Na véspera da viagem do Papa ao Cazaquistão, o secretário de Estado do Vaticano analisa a guerra na Ucrânia, esperando que o Congresso das Religiões Mundiais, do qual Francisco também participará, torne-se uma oportunidade de encontro e diálogo. Relações diplomáticas frequentes e frutuosas entre a Santa Sé e a ex-república soviética também foram enaltecidas na entrevista.
Tudo está pronto na véspera da 38ª viagem apostólica de Francisco. O destino é o Cazaquistão para o VII Congresso de Líderes de Religiões Mundiais e Tradicionais. O cenário internacional não vê o fim da dramática guerra na Ucrânia e de muitos outros conflitos no mundo.
Ainda neste domingo (11), após a oração do Angelus, o Papa pediu orações contínuas para o povo ucraniano. Ele agradeceu a todos aqueles que haviam trabalhado para tornar possível a viagem à ex-república soviética, que se concentrará na capital Nursultan. No país, que é predominantemente muçulmano, vive uma pequena comunidade católica que aguarda a chegada do Sucessor de Pedro com ansiedade e esperança. O programa é condensado em 3 dias e 5 discursos.
Cardeal Pietro Parolin, qual é a direção desta visita?            
O Santo Padre Francisco está viajando ao Cazaquistão, de 13 a 15 de setembro, para participar do VII Congresso de Líderes de Religiões Mundiais e Tradicionais, a convite do presidente da República, Kassym-Jomart Tokayev. O evento contará com a presença de vários líderes religiosos de várias partes do mundo. Desde o início, o Congresso tomou como modelo o Dia de Oração pela Paz Mundial, convocado em Assis pelo Papa São João Paulo II em 24 de janeiro de 2002, para reafirmar a contribuição positiva das diferentes tradições religiosas para o diálogo, a harmonia e a concórdia entre os povos. O lema da viagem pontifícia vai nessa direção - "Mensageiros da paz e da unidade" - assim como o logotipo, que representa uma pomba com um ramo de oliveira. As diretrizes da visita papal são, portanto, claras. Também noto que o projeto da Declaração Final do Congresso se refere, com ênfase particular, ao documento "Sobre a fraternidade humana para a paz e a coexistência pacífica", assinado pelo Papa Francisco e pelo Dr. Ahmad al-Tayyib, Xeque de Al-Azhar, em Abu Dhabi, em 4 de fevereiro de 2019.
Paz e unidade são relançadas no lema da viagem, a paz também está no coração do trabalho do Congresso, mas no coração da Europa, a guerra na Ucrânia não pára, e há conflitos em muitos outros países do mundo. Muitos falam de inevitabilidade, será que não há realmente outros caminhos?
A guerra nunca é um evento inelutável. Ela tem suas raízes no coração do homem, que se deixa conduzir pela vanglória, orgulho, arrogância e avareza, como diziam os Padres da Igreja. Um coração assun é um coração endurecido, incapaz de se abrir para os outros. A guerra pode ser evitada dando um passo atrás, deixando de lado as acusações, as ameaças, as causas da desconfiança mútua. Infelizmente, hoje em dia, a capacidade de ouvir e o esforço para compreender as razões daqueles que pensam de maneira diferente de nós diminuíram em todos os níveis. Espero, portanto, que o próximo Congresso no Cazaquistão se torne uma oportunidade de encontro e diálogo. Parafraseando Pio XII, é bom lembrar que o honroso sucesso nunca é impedido quando as discussões são realizadas com boa vontade e com respeito aos direitos mútuos.
As relações diplomáticas entre o Cazaquistão e a Santa Sé existem há trinta anos. Qual é o estado das relações?
O estado das relações diplomáticas entre a Santa Sé e a República do Cazaquistão poderia ser definido em duas palavras: frequente e frutífero. Basta recordar que a Santa Sé sempre participou ativamente de todas as edições do Congresso e foi representada por uma delegação de alto nível, liderada por um cardeal e, desta vez, pelo Santo Padre. O Cazaquistão foi o primeiro país da Ásia Central a assinar um acordo bilateral com a Santa Sé, em 1998. Foi também o primeiro país da Ásia Central a ser visitado pelo Papa São João Paulo II em setembro de 2001.
A Santa Sé e o Cazaquistão continuam trabalhando em conjunto. Isto é demonstrado pelo fato de que, durante a recente visita ao Vaticano do vice-primeiro ministro e ministro das Relações Exteriores, Mukhtar Tileuberdi, um Memorando de Entendimento foi assinado entre o Centro Médico Universitário do Cazaquistão e o Hospital Pediátrico Bambino Gesù, e um Memorando de Entendimento entre o Instituto de Estudos Orientais R.B. Suleimenov e a Biblioteca e o Arquivo do Vaticano.
Este ano marca o 30º aniversário das relações diplomáticas. Nesta ocasião e em relação com a visita do Papa Francisco, espera-se assinar um Acordo Suplementar sobre a emissão de vistos e autorizações de residência para missionários estrangeiros em serviço no Cazaquistão.
A pequena Igreja Católica local, rodeada por 18 religiões oficialmente registradas, fala de uma visita histórica. O Papa leva esperança. Esta tem sido uma terra de martírio e ainda é uma fronteira onde se vive o desafio da convivência... qual é o auspício?
A visita papal ao Cazaquistão inclui também momentos dedicados à comunidade católica local, como a celebração da Santa Missa na praça da Expo e o encontro com os bispos, clero, pessoas consagradas, seminaristas e agentes de pastoral, que será realizado na Catedral Mãe de Deus do Perpétuo Socorro, em Nursultan. A Igreja Católica é muito apreciada e representa, dentro de um panorama religioso-cultural extremamente variado, uma realidade pequena, mas significativa. Certamente se sentirá encorajada pela presença e pelas palavras do Papa para renovar-se na fé, na esperança e na caridade, para continuar sua missão de testemunho, tomando seu exemplo de tantas testemunhas do passado, como o Beato Pe. Władysław, o Beato Pe. Alexis Zaryckyj e o Beato bispo Mykyta Budka, e para contribuir, junto com outros grupos religiosos, para a construção de uma sociedade unida, harmoniosa e pacífica. Fonte: Vatican News
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Teólogos latino-americanos refletem sobre o Documento de Aparecida
Os teólogos participarão do Congresso Internacional virtual organizado pela Conferência das Instituições Católicas de Teologia.
O Congresso Internacional virtual "Aparecida, 15 anos depois, à luz do Magistério do Papa Francisco", organizado pela Conferência das Instituições Católicas de Teologia da América Latina e do Caribe (COCTI), começa nesta segunda-feira, 12 de setembro.
O padre Waldecir Gonzaga, presidente deste órgão, afirmou: "esperamos reunir os teólogos do continente em torno dos temas de Aparecida e dos desafios que o Papa Francisco nos apontou".
O sacerdote brasileiro também indicou que este Congresso procura "fazer uma retrospectiva do Documento e da realidade da presença da Igreja no continente, refletindo sobre os temas propostos a partir da visão de uma conversão pastoral de uma Igreja em saída".
Este evento também conta com o apoio e a organização de Universidades de todo o continente, do Conselho Episcopal Latino-americano e Caribenho (Celam), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), do Instituto Nacional da Paz (INAPAZ), Ecclesia in America, INSECTOS, entre outros.
Santuário Nacional de Aparecida
Passado, presente e futuro da Igreja
Para o sacerdote, "a realidade mudou nos últimos 15 anos, especialmente com a pandemia do novo coronavírus (COVID-19) em termos sociais, políticos e religiosos".
Portanto, "esperamos analisar o presente mantendo o passado diante de nossos olhos e olhando para o futuro da Igreja no continente".
Ele também deixou muito claro que "este congresso não quer avaliar a Assembleia Eclesial, que é de fundamental importância para a Igreja da América Latina e do Caribe". No entanto, é inegável que haverá comentários e menções sobre ela".
No entanto, "não há como olhar para a Igreja Católica no continente e não levar em conta os passos dados pelas Conferências antes de Aparecida, de Medellín a Santo Domingo, os avanços do Sínodo da Amazônia e as conquistas da Assembleia Eclesial".
Participar do Congresso
O congresso terminará no dia 14 de setembro, será completamente virtual e você poderá acessar este link
 Você também poderá acompanhar o evento no canal Youtube da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Gonzaga garantiu que tudo será registrado e poderá ser visto mais tarde, o que ampliará ainda mais o leque de pessoas que terão acesso ao conteúdo do congresso.
Fonte: Vatican News
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Santuário em Lourdes passa a contar com pastoral luso-brasileira
“Estou em Lourdes para evangelizar ou para acolher as pessoas que passam aqui e que falam a língua portuguesa: os africanos, os latino-americanos e os europeus”, diz o sacerdote brasileiro padre Paulo Dalla Dea. "Nossa Senhora atrai muita gente e as experiências que eu tenho tido aqui nas confissões têm experiencias de conversão muito fortes
 “Lourdes é um lugar de cura, cura física e espiritual (...). Eu tenho visto na confissão experiências maravilhosas de conversão. Isso tem me impressionado muito (...) Aqui a gente faz a experiência da Mariologia. Tudo o que se refere a Maria está orientado ao Cristo.”
Os poucos dias em Lourdes, onde chegou no início do mês de setembro, já foram suficientes para deixar uma marca profunda no Pe. Paulo Dalla Dea. O sacerdote fidei donum, depois de 3 anos como Missionário da Misericórdia no Santuário São João Maria Vianney em Ars, passa a ser o responsável pela Pastoral luso-brasileira no Santuário mariano francês, respondendo a um desejo do ex-reitor, monsenhor Olivier Ribadau-Dumas, que desejava a presença de um sacerdote que falasse o português. Assim, sua missão será acolher os peregrinos de língua portuguesa, celebrar a Missa e atender as confissões em português. E deixa um recado aos nossos ouvintes:
A você que está me escutando, a você que está sabendo dessa notícia, se você vier para Lourdes, me chame, passe no serviço de informações, peça por mim, eu vou atender, vou celebrar, vou rezar as confissões, vou fazer o que for preciso para acolher o seu grupo. Deus te abençoe, Deus te proteja! Fonte: Vatican News
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Leigas e leigos são a esperança da Igreja
Mestre em exegese bíblica assina artigo em que comenta os dados do Anuário Pontifício que "constata certo 'desequilíbrio pastoral', uma vez que há mais fiéis e menos pastores. O que fazer então? Uma das respostas vem do próprio laicato", afirma João Luis. Igreja e congregações religiosas abrem cada vez mais espaço para os leigos viverem a vocação e contribuírem na vida e missão.
Nos últimos anos, a Igreja Católica vem observando um fenômeno que preocupa: a redução significativa no número de novas vocações sacerdotais e religiosas. Recentemente, a Santa Sé – jurisdição eclesiástica da Igreja e entidade soberana independente em Roma – divulgou o Anuário Pontifício de 2022, que revela uma redução no número de padres, bispos, religiosos e religiosas de maneira generalizada, ainda que com diferenças regionais.
Por outro lado, o Anuário Pontifício apresenta outro dado impactante: o número de católicos batizados no mundo aumentou 1,2% em 2020, ultrapassando os mais de 1,3 bilhões de fiéis ao redor do mundo. O documento, inclusive, constata certo "desequilíbrio pastoral”, uma vez que há mais fiéis e menos pastores.
O que fazer então? Uma das respostas vem do próprio laicato. Cresce o número de batizados que compreendem sua vocação e se comprometem com a vida e a missão da Igreja. Assumem tarefas e ocupam espaços nas comunidades e na sociedade. Em muitos lugares em que há falta de sacerdotes e religiosos, são a presença ativa e atuante da Igreja.
Em junho deste ano, por exemplo, o Papa Francisco promulgou, durante a Constituição Apostólica Praedicate evangelium, uma norma que autoriza a liderança de Leigos e Leigas nos dicastérios vaticanos, cargos que até então eram reservados aos bispos.  Essa medida mostra um sinal claro do Papa fortalecendo a participação efetiva do laicato na vida da Igreja e, também, nos espaços de decisão.
Muitas congregações e institutos religiosos têm feito o mesmo movimento de abertura. Há Leigas e Leigos que estão envolvidos com os carismas. Para isso, se organizam em associações, seguem itinerários formativos e fazem compromissos de viver a mesma espiritualidade e se engajar na missão.
O Instituto Marista, embora tenha sido iniciado pelos Irmãos Maristas, encontrou um jeito bonito de sinalizar esse novo momento. Em vários documentos e comunicações aparece a expressão “Maristas de Champagnat”. Quem são? Todas as pessoas que participam do mesmo carisma e missão: Irmãos, Leigas e Leigos, colaboradores, famílias, crianças e jovens. Ser Marista não é um privilégio ou uma função, mas um jeito de ser, um modo de enxergar o mundo, que aprendemos do fundador, Padre Marcelino Champagnat.
Até 2024, acontece em todo o mundo Marista, presente em 80 países, o Fórum Internacional sobre a Vocação Marista Laical. O objetivo é discutir o que significa ser Marista de Champagnat, refletir sobre as trilhas formativas e pensar formas de associação e de vida comunitária. Esse é um caminho que está sendo feito junto com os Irmãos Maristas, a partir do último Capítulo Geral do Instituto, em 2017. Naquela época, o Capítulo já previa: o futuro dos Maristas de Champagnat é um futuro de comunhão entre vocações religiosas e Laicais.
*João Luis Fedel Gonçalves é mestre em exegese bíblica e especialista em Identidade, Missão e Vocação na Província Marista Brasil Centro-Sul
Fonte: Vatican News
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Vivemos capítulo mais sombrio de nossa história, diz presidente da Conferência dos bispos nigerianos
“O país continua a sangrar sem parar em função das atividades de rebeldes, bandidos, pastores militantes, homens armados desconhecidos, sequestradores e agentes de segurança sem trava no gatilho. Nenhum lugar parece mais seguro. Casas, terrenos agrícolas, mercados, estradas, locais de culto e presbíteros foram todos transformados em territórios de sequestro e assassinato”.
“O nível de insegurança no país é muito preocupante. Estamos passando aquele que poderia ser considerado o capítulo mais sombrio de nossa história", adverte o presidente da Conferência Episcopal da Nigéria (CBCN), o arcebispo de Owerri, Dom Lucius Iwejuru Ugorji, em seu discurso de abertura na segunda Assembleia Plenária dos Bispos da Nigéria , que é realizado no centro pastoral Sagrado Coração de Orlu, no Estado de Imo.
“A pobreza extrema, o aumento da taxa de desemprego, a inflação em alta, uma economia em colapso com um fardo de dívida cada vez maior e a insegurança cada vez maior se combinaram para complicar a já difícil situação do nigeriano médio, que parece condenado a uma vida de dificuldades intoleráveis e miséria imerecida”, diz Dom Ugorji.
A causa número um de preocupação para os nigerianos é a insegurança desenfreada. “O país continua a sangrar sem parar em função das atividades de rebeldes, bandidos, pastores militantes, homens armados desconhecidos, sequestradores e agentes de segurança sem trava no gatilho. Nenhum lugar parece mais seguro. Casas, terrenos agrícolas, mercados, estradas, locais de culto e presbíteros foram todos transformados em territórios de sequestro e assassinato”.
Os jovens sem perspectiva de futuro na Nigéria procuram o caminho da imigração ilegal, como recorda Dom Ugorji: "O outro lado da história, que é mais uma vergonha nacional, é composto por milhares de jovens homens e mulheres , que em busca de pastagens mais verdes, empreendem perigosas viagens à Europa através do deserto do Saara. Ao longo do caminho, alguns morrem e são enterrados em sepulturas anônimas”. “Esta desprezível escravidão moderna está crescendo porque se tornou um negócio lucrativo e também como resultado do alto nível de corrupção que a sustenta”.
O arcebispo pediu às dioceses, paróquias e organizações eclesiásticas de todo o país que se conscientizem sobre esse mal, acrescentando que uma das maneiras mais eficazes de conter a migração, a fuga de cérebros e o tráfico de pessoas é através da boa governança.
"Convidamos além disso as dioceses e a todas as pessoas de boa vontade a levarem a sério as próximas eleições gerais de 2023. Todos devemos nos preparar para compartilhar nossos valores de boa governança com base no bem comum e usar nossos votos para eleger pessoas de integridade inatacável, que tenham caráter, competência, habilidade e história pessoal para tirar nossa nação da atual crise econômica".
Falando na abertura da Assembleia, o governador do Estado de Imo, Hope Uzodinm, no entanto, exortou os sacerdotes a deixar de se intrometer na política ativa. "Compreendo perfeitamente que os sacerdotes têm o direito e o dever de responsabilizar nossos líderes e governos, e ninguém jamais impedirá um padre de condenar os males da sociedade, incluindo o desgoverno e a corrupção", disse ele, mas acrescentou que "é é importante reafirmar a neutralidade da Igreja em questões políticas e alertar os padres para não se interessarem pela política partidária”, porque – acrescenta – a Igreja perderia sua autoridade moral se se deixasse arrastar para a política partidária.
Fonte: Vatican News
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Schevchuk: com a virtude do altruísmo cristão vencer o mal, o ódio, a corrupção
"Vemos, especialmente, nas condições de guerra, como a corrupção em suas várias formas – pessoal, social, estatal – mata. Pois a corrupção é a primeira destruição moral, é o apodrecimento de estruturas inteiras. Vemos como o exército russo, que deixa tudo e foge das terras ucranianas, tenta apesar de tudo levar consigo tudo o que pode roubar."
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Queridos irmãos e irmãs em Cristo!
Hoje, domingo, 11 de setembro de 2022, e já é o 200º dia da grande guerra que a Rússia está travando contra o povo ucraniano, 200 dias de resistência nacional contra o ocupante russo, de onde quer que venha, seja como ele queria chegar nossas terras ucranianas dadas por Deus.
A principal notícia ontem e desta noite foi a rápida desocupação de cidades e vilarejos na região de Kharkiv como parte de uma brilhante contra-ofensiva do exército ucraniano. Grandes cidades como Kupyansk, Izyum (120 km a leste de Kharkiv) e muitas outras foram libertadas.
Mas todos nós entendemos que cada passo, cada libertação, cada lágrima de alegria que nosso povo tem ao ver seus libertadores está salpicada com o sangue de nossos soldados.
Hoje, quando ouvimos falar do 200º dia, de alguma forma ressoa no coração "200°"* que, segundo a terminologia militar, significa "morto em combate", aquele que deu a vida para defender a sua pátria. (*termo militar: O valor 200 indica: - transporte de uma pessoa falecida em um caixão especial de zinco selado para o local do enterro - baixas irreversíveis de batalha. Termo usado para não semear o pânico com dados chocantes sobre o número de soldados mortos - NdT)
E neste domingo, rezamos e inclinamos nossas cabeças, prestando homenagem aos nossos jovens que, especialmente nestes dias, ao custo de suas vidas, libertaram a terra ucraniana de seu ocupante.
Na noite passada, a terra ucraniana foi sacudida novamente por foguetes, bombas e artilharia russos. Esta manhã, as autoridades ucranianas relataram que 16 ataques com mísseis e 34 ataques aéreos foram realizados em cidades e vilarejos ucranianos pacíficos. Kharkiv e Mykolaiv, Dnipro e Dnipropetrovsk estremeceram. A cidade de Zaporizhia tornou-se um centro especial de acolhimento para vítimas e refugiados, como muitas outras cidades do centro, leste e sul da Ucrânia.
Segundo relatos, mais de 130.000 prédios residenciais foram destruídos durante esta guerra injusta, o que significou que três milhões e meio de ucranianos ficaram desabrigados; eles não têm onde passar o inverno; não tem onde se proteger do frio que se aproxima.
Mas a Ucrânia está de pé, a Ucrânia está lutando, a Ucrânia está rezando.
E agradecemos a Deus e ao exército ucraniano pelo fato de estarmos vivos; pelo fato de que, após 1º de setembro, mais de 2.000 quilômetros quadrados de terras ucranianas já tenham "desocupados". A bandeira ucraniana torna-se verdadeiramente um símbolo de paz e liberdade, pelo qual rezamos a Deus todos os dias.
Hoje, mais uma vez, quero convidá-los a refletir sobre um ponto muito importante, um mandamento importante do Guia Social do Crente. O sétimo mandamento diz: “Pratico o altruísmo. Não usurpo o bem comum ou pessoal do meu próximo no âmbito material, espiritual ou intelectual. Farei todo o possível para não aceitar ou dar subornos."
O altruísmo é uma característica especial do crente. Porque às vezes, quando uma pessoa não vê a própria vantagem em uma obra, em uma ação, ela não vê sentido em perseverar.
Mas o altruísmo é a maneira de amar o próximo. O próprio altruísmo é ser útil àqueles que me rodeiam. Em particular, servir os pobres, os fracos, os necessitados, os marginalizados, os desamparados é uma forma particular de adorar a Deus. Porque sabemos que Deus é altruísta a nosso respeito. E quando buscamos o bem do próximo da mesma forma, estamos demonstrando verdadeiramente o amor de Deus por todos nós. E, portanto, colocando em prática o mandamento do amor: "Ame o seu próximo como a si mesmo".
Vemos que no contexto desta guerra, o desejo de se apropriar do território dos outros é causa da guerra. Possuir a propriedade alheia, seja ela material, espiritual ou intelectual, o desejo de arrogá-la, de apropriar-se dela - torna-se motivo das ações de todo um Estado, que alimenta a mentalidade colonial, que busca colônias para resolver seus problemas internos . E o roubo parece tornar-se, por assim dizer, o significado da política estatal.
Como cristãos, devemos vencer o mal com o bem. E com nosso altruísmo em nome de Deus, devemos criar um espaço de amor, de respeito, também em relação à propriedade do próximo.
Vemos, especialmente, nas condições de guerra, como a corrupção em suas várias formas – pessoal, social, estatal – mata. Pois a corrupção é a primeira destruição moral, é o apodrecimento de estruturas inteiras. Vemos como o exército russo, que deixa tudo e foge das terras ucranianas, tenta apesar de tudo levar consigo tudo o que pode roubar.
Hoje devemos realmente lutar não somente pelas relações humanas saudáveis, mas também pela “saúde” da nossa sociedade e de nosso Estado. E é por isso que devemos dizer a nós mesmos hoje: "Eu não dou nem aceito suborno." Só assim poderemos realmente cuidar do bem comum.
E quem hoje é mestre neste altruísmo são os nossos soldados, que estão prontos a dar a vida para salvar do invasor, do estrangeiro ganancioso, aquelas pessoas que nunca viram e nunca conheceram. Mas quando nosso soldado abraça mulheres e crianças que lhe dizem: "Nós rezamos e esperamos por vocês por seis meses", então essas lágrimas de alegria são uma recompensa espiritual e moral, as mais belas palavras de gratidão pelo sacrifício de nosso exército .
Ó Deus, receba nossos soldados caídos em seu abraço eterno. Vamos todos aprender com eles o altruísmo no amor ao nosso país. “Pois não há amor maior do que dar a vida por seus amigos”.
Ó Deus, dê vitória ao exército ucraniano sobre os ocupantes russos.
Ó Deus, ajuda-nos a vencer o mal com o bem, o ódio com o amor e toda corrupção com a virtude do altruísmo cristão.
Deus, abençoe nossa Ucrânia, nosso povo ucraniano com Sua paz celestial e justa.
Que a bênção do Senhor esteja sobre vocês por meio de Sua graça e amor pela humanidade,  agora e para todo e sempre, amém!
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Svyatoslav+
Pai e Primaz da Igreja Greco-Católica Ucraniana
11.09.2022
Fonte: Vatican News
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Dom Honcharuk: sob as bombas, para cumprir minha missão
O bispo de Kharkiv-Zaporizhia, convidado do Vatican News, fala sobre os efeitos da guerra em quem a vive pessoalmente e sobre os muitos desafios que ainda precisam ser enfrentados: os problemas ligados ao trauma vivido, famílias divididas, muitas viúvas, muitos órfãos e pessoas com deficiência. "Se permitirmos que Deus aja em nós e se seguirmos seus mandamentos, isso nos ajudará a amar. Sem justiça e sem busca da verdade, não podemos amar".
O "contraste" - com esta palavra o bispo ordinário da Diocese latina de Kharkiv-Zaporizhia, Dom Pavlo Honcharuk  descreve sua experiência de viagem de Kharkiv a Roma, para participar de 1 a 8 de setembro do curso de formação para novos bispos, realizado na Universidade Regina Apostolorum.
"Para mim - partilha - é impressionante ver as pessoas aqui caminhar tranquilamente pela rua, ver a iluminação noturna e os aviões que voam serenamente no céu". A cidade onde ele mora vivia diariamente o ataque de foguetes e bombas até perto do bispado. Uma vez uma bomba de fragmentação caiu no telhado, criando um buraco de cerca de um metro de diâmetro, e vários pequenos buracos. “Levei seis horas somente para tapar todos os pequenos buracos”, diz ele. "Graças a Deus, não houve vítimas entre os funcionários da Cúria e as famílias que ali se refugiaram".
A guerra dentro 
Dom Honcharuk percebe a força desse contraste não somente ao seu redor, mas também dentro de si: "Qudem após determinado tempo deixa as áreas bombardeadas, vive uma experiência particular, porque a psique humana tem os próprios mecanismos", explica o prelado, que antes de se tornar bispo em 2020, também foi capelão militar.
“Na primeira noite você dorme tranquilo, e na segunda ou terceira começa o pesadelo: você acorda com uma ansiedade muito forte e medo da morte. Nas noites seguintes você sonha com terríveis cenas de guerra: tanques, explosões etc., mas depois vem a calma. Isso acontece porque quando você vive em uma condição de perigo constante, depois de um tempo sua mente começa a bloquear as emoções, a abafar até a percepção do medo, e assim que você sai daquele lugar, tudo começa a aflorar”.
A experiência da beleza da Igreja 
Para o jovem prelado de 44 anos, esta visita a Roma foi a primeira desde sua nomeação como bispo de Kharkiv-Zaporizhia. Ele ficou impressionado com o número de participantes do curso de todo o mundo - 152 bispos apenas na primeira sessão. Junto com os outros, ele participou de uma audiência com o Papa Francisco.
“Fiquei impressionado com a simplicidade da conversa com ele, seu senso de humor, seus comentários profundos e as respostas às perguntas feitas pelos bispos”. "Também vi que ele está preocupado com a Ucrânia e conhece bem a situação."
Tudo isso permitiu a Dom Honcharuk viver a experiência de uma Igreja, "verdadeira, grande e bela, mas ao mesmo tempo sofredora e vulnerável - dependendo da região e da situação - a experiência da diversidade na unidade".
A formação preparada pela vida 
A vida reservou a Dom Pavlo Honcharuk uma formação muito rigorosa: após sua nomeação em janeiro de 2020, começou a pandemia e dois anos depois estourou a guerra em larga escala. Esses eventos cristalizaram sua percepção da vocação como bispo: "Compreendi que, antes de tudo, devo estar lá, estar ao lado das pessoas e procurar entender, como hoje posso viver com Deus, o que me ajuda a estar com ele, o que posso fazer para ser fiel a Ele, e fazer aquilo para o qual me chama”.
O prelado conta que a imensa quantidade de questões organizacionais e práticas que surgiram durante a pandemia e durante a guerra o ajudaram a entender melhor o que é mais importante, qual é o significado do que ele faz, qual é sua identidade como pessoa humana, como cristão e como bispo. "O fato de que isso tenha acontecido no início do meu ministério como bispo - afirma - me ajudou a não sucumbir à tentação de questões secundárias e sem importância, para me concentrar no essencial. Uma noite eles me ligaram e disseram que tínhamos que sair porque naquela noite Kharkiv estaria cercada: estávamos de pé e não sabíamos o que levar conosco, porque tudo parecia tão sem importância ... Assi, vivemos uma profunda reavaliação de tudo".
Os momentos de decisão 
Acolhendo todos estes acontecimentos dramáticos que o bispo viveu e vive em Kharkiv junto com seus habitantes, surge a pergunta: "Qual é o critério para tomar a decisão de deixar a cidade?"
A escolha do bispo até agora foi e é mais ainda hoje, a de permanecer enquanto até que seja possível colocar-se ao serviço dos outros. Para as pessoas, até a simples presença do bispo é muito importante”, responde sem hesitar.
"Os momentos mais difíceis são os bombardeios, porque você está em constante tensão de que será o próximo a ser atingido. Portanto, existe o perigo constante de morte. Mas enquanto eu puder cumprir minha missão, permaneço."
Dom Honcharuk conta outro episódio, quando lhe foi dito nos últimos dias que eles tinham que sair porque os militares russos estavam se aproximando. Naquele momento na Cúria estava com ele o chanceler padre Hryhoriy e sua irmã que trabalha na cozinha. O bispo disse-lhes que saíssem primeiro porque o padre Hryhoriy não dirigia e, portanto, não poderia sair sozinho no último momento. "Disse-lhe que me juntaria a eles sozinho mais tarde - contou o bispo - mesmo porque fui capelão militar e seria capaz de sair de uma situação perigosa. Padre Hryhoriy olhou para mim por alguns minutos e disse: "Eu não vou deixá-lo sozinho. Eu vou ficar também." Graças a Deus, o perigo acabou e ninguém teve que partir".
Haverá muitas feridas para curar 
A Igreja na Ucrânia está ao lado de seu povo nesta provação sem precedentes e terá que acompanhá-lo mesmo depois que a guerra terminar. O bispo de Kharkiv-Zaporizhia está ciente de que os desafios serão muitos: os problemas ligados ao trauma vivido, as famílias divididas, muitas viúvas, muitos órfãos, as pessoas com deficiência, os traumas dos soldados que voltam para casa e não conseguem fazer dair a guerra da própria alma, a perda de casas e do emprego, conflitos dentro de famílias que se encontravam em diferentes partes do front.
“Depois, há também a questão do perdão”, observa Dom Honcharuk. “Encontrar forças para perdoar não significa esquecer, mas desejar o que Jesus na Cruz queria para aqueles que o crucificaram. Devemos ajudar os fiéis a olhar tudo o que aconteceu com os olhos de Cristo, porque só assim poderão evitar ser destruídos pela dor e perder a sua dignidade. Toda a sociedade terá a tarefa de retirar o país desses escombros, e não tanto os físicos, mas os das relações entre as pessoas, entre as famílias. Mas estou certo de que se deixarmos Deus agir em nós e se seguirmos os seus mandamentos que são justos, isso nos ajudará a amar, porque sem justiça e sem a busca da verdade não podemos amar”.
Fonte: Vatican News
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Etiópia entre a seca e os conflitos
Segundo o diretor do Unicef Etiópia, no país há 2 milhões de pessoas deslocadas que "não têm mais nada", das quais "certamente mais da metade são crianças". E por causa da guerra na Ucrânia os doadores internacionais comprometem a maior parte de seus fundos para a Europa. "Comparado com o que é destinado em outros lugares, o que seria necessário para a Etiópia não seria um valor enorme, mas faria a diferença"
Novos confrontos no norte da Etiópia, onde um conflito entre a Frente de Libertação do Povo Tigray (Tplf) e o governo de Adis Abeba tem se arrastado desde novembro de 2020, agravando ainda mais a crise humanitária que assola o país do Chifre da África. Seca crônica, pouca colheita e uma situação internacional desfavorável são outros ingredientes que estão levando a população ao colapso. E as crianças, como quase sempre acontece, são as que mais sofrem nestas crises.
Recursos esgotados
"Temos mais ou menos 7 milhões de crianças necessitadas de assistência na Etiópia, tanto nutricionais como relacionadas a outros fatores: proteção, acesso à água e à educação", afirma Gianfranco Rutigliano, diretor do Unicef Etiópia. “As regiões mais afetadas", continua, "são as do norte que fazem fronteira com a Eritreia, a parte nordeste do país, ou seja, Afar e em parte Oromo, onde a seca é muito forte". Tivemos quatro estações que deveriam ser chuvosas mas foram quase inexistentes ou muito abaixo da normalidade, portanto todos os recursos disponíveis para essas populações em grande parte nômades e pastores foram esgotados. Os cursos de água secaram; não há mais pasto para os animais, portanto, também não há nada para comer, de modo que as pessoas se deslocam para outras cidades ou zonas onde podem encontrar assistência".
Rutigliano assinala que o Unicef envia caminhões para levar água às áreas mais afetadas pela seca: "Também estamos tentando reabilitar os poços e fazer intervenções sensíveis do ponto de vista climático, considerando que as secas estão se tornando cada vez mais frequentes e a previsão para a próxima estação das chuvas não é boa”. O chefe do Unicef informa que existem 2 milhões de pessoas deslocadas que "não têm mais nada" na Etiópia, das quais "certamente mais da metade são crianças". E a guerra na Ucrânia está tornando a assistência mais difícil. "Tudo o que diz respeito à ajuda alimentar é fortemente condicionada pela disponibilidade nos mercados internacionais, de modo que a guerra na Ucrânia tem um efeito verdadeiramente dramático. Além disso, os doadores internacionais concentram recursos apenas nessa direção. Portanto os cidadãos da Etiópia e de outros países africanos tornam-se pessoas de segunda classe", afirma.
A paz deve voltar
O conflito no Tigray, está tornando impossível a ajuda à região, pois o cessar-fogo declarado em março deste ano é muito frágil, como se viu alguns dias atrás com o bombardeio de uma creche na capital Makallé que causou muitas vítimas. “Hoje em dia", explica Rutigliano, "a retomada das hostilidades bloqueou o acesso à região; enquanto que até quinze dias atrás podíamos viajar diariamente para Tigray com caminhões carregados de ajuda, alimentos, sementes, fertilizantes, medicamentos e vacinas. Poderíamos fazer até dois voos por semana. Enquanto que neste momento em particular tudo parou. Ainda temos lá nosso pessoal e também mercadorias armazenadas que protegemos. Mas a paz deve voltar, sobretudo para que possamos ajudar a população de uma forma muito mais substancial".
Por fim, o chefe do Unicef indica quais são as necessidades financeiras para a Etiópia. "Entre o final do ano passado e o início deste, fizemos um apelo humanitário para o qual pedimos 750 milhões de dólares, dos quais recebemos apenas um terço", diz Rutigliano, salientando: "Os últimos acontecimento fizeram com que lançássemos outro apelo pela seca, que não tinha sido quantificada no precedente, para cerca de 76 milhões de dólares e também neste caso recebemos apenas 60%".
"Isto confirma que os doadores internacionais comprometem a maior parte de seus fundos para a Europa. E comparado com o que é destinado em outros lugares, em números absolutos, o que seria necessário para a Etiópia não seria um valor enorme, mas faria a diferença", conclui.
Fonte: Vatican News
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Setembro Amarelo e a Prevenção ao Suicídio
E o setembro amarelo é um momento importante para conscientização sobre o suicídio. O Brasil é o 4º país com maior índice de suicídio no mundo, atualmente; de acordo com a OMS. Mortes poderiam ser evitadas se as pessoas recebessem atenção qualificada. Iniciamos uma série de artigos e entrevistas sobre esse problema que aflige famílias com as vidas perdidas.
 “A Igreja é Mãe e um hospital de campanha sempre disposta a curar e lavar as feridas, consolar e esperançar aos fatigados e cansados, aos aflitos e desesperados.” Dom Roberto Francisco Ferreria Paz – Bispo de Campos (RJ) e Referencial Nacional da Pastoral da Saúde.
Algumas situações em nossas vidas são difíceis e desafiadoras, mas é importante saber que não se está sozinho. Pedir ajuda é algo crucial. Ela pode vir de um amigo, um familiar de sua confiança, um educador, ou de um profissional. O importante é falar!
Mortes poderiam ser evitadas se as pessoas recebessem atenção qualificada. Em geral, quem pensa em autoextermínio não quer necessariamente morrer, mas acabar com a dor e o sofrimento. Assim como todo sentimento, a dor também precisa ser expressada. A pessoa precisa saber que pode falar sobre seu problema e receber ajuda para acabar com sua dor e desfrutar de uma vida boa e feliz. A vida é a melhor escolha.  
Dom Roberto
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz, bispo de Campos e Referencial Nacional da Pastoral da Saúde destaca que é urgente despertar a consciência das pessoas, famílias e instituições, para não silenciar e bloquear a reflexão sobre o desafio do suicídio, mas trazê-lo à tona para ajudar as pessoas a vencerem e superarem as causas e situações que levam a pensar no suicídio ou a cometê-lo.
É um problema de saúde que envolvia, em 2014, 700.000 mortes por ano no mundo inteiro, atualmente pode-se pensar em 1 milhão, no Brasil 14.000 mortes anuais, sendo a quarta causa mortis entre os jovens de 15 a 29 anos (uma das mais altas do mundo), sendo que neste país 38 pessoas por dia se suicidam. A pandemia, certamente aumentou os quadros de depressão, ansiedade, bullying, born out, e o luto pelas perdas de vidas de familiares, amigos, gerando um clima que pode envolver a perda de horizontes e sentido da vida, destaca dom Roberto Francisco.
Para dom Roberto Francisco é importante estar sempre atentos com empatia e percepção aguada a falas, autofechamento, desânimo e a perda de desejos e interesses para com a vida, que podem ser observado em pessoas próximas e, com cordialidade, encaminhar para serviços profissionais de acompanhamento.
Desde a perspectiva espiritual e pastoral, a escuta amorosa e a acolhida profunda, seja pelos ministros ou em grupos de partilha e apoio, com a ajuda da Palavra de Deus, que suscita esperança e restaura. Também não esquecer de cuidar dos cuidadores que, muitas vezes, prestam auxílio e suporte, mas não têm, muitas vezes, o amparo e a compreensão de seus coirmãos e responsáveis. Todos os recursos têm a sua validade adaptada a cada situação pessoal, lembrando-nos que a pandemia nos fez descobrir que somos frágeis, vulneráveis e inacabados, por isso, precisamos do cuidado integral, da solicitude de irmãos e familiares que, no momento da fossa e perda do desejo de viver, nos segurem pela mão e nunca desistam de nós, pontua o bispo.
Fonte: Vatican News
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REPAM 8 anos: o encontro das águas que compõem a Rede
Neste oitavo aniversário da fundação da Rede Eclesial Pan-Amazônica - REPAM, apresentamos a Espiritualidade Encarnada que acompanha o nascimento e sua caminhada promovendo o Reino da Vida, no cuidado dos povos, territórios e ecossistemas amazônicos, através de uma ação socioeclesial articulada em rede na Querida Amazônia.
A Amazônia está cheia de vida e de milagres diários que Deus realiza na natureza. Neste grande território está a chamada bacia amazônica, que derrama suas águas no mar através de um único rio, o Amazonas.
O rio Amazonas não se forma por si só, mas recebe águas de várias fontes: derretimento dos nevados, nascentes, chuvas, garoas, gotas, pântanos, lagos, poças, igarapés visíveis e subterrâneos. Nele fluem águas que vem de nove países (Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Brasil, Guiana, Suriname e Guiana Francesa) e que excedem seus limites ambientais, tornando-a um importante espaço de vida para a existência e o futuro de toda a humanidade (DA 475). Neste grande ecossistema, tudo tenta viver de sua dinâmica harmoniosa: seres humanos, flora, fauna, espécies vegetais e animais, água, minerais, florestas, insetos, microorganismos.
Espiritualidade encarnada
A REPAM - Rede Eclesial Pan-Amazônica - é como o rio Amazonas, que se vai formando a partir das experiências e vivências de muitas pessoas, comunidades, paróquias, vicariatos, prelazias, dioceses, organizações, etc., lembrando que "a presença da Igreja na bacia amazônica não é a de alguém com suas malas prontas para partir depois de ter explorado tudo o que estava ao seu alcance. A Igreja está presente na bacia amazônica desde o início... e continua presente e é crucial para o futuro da região" (Papa Francisco, Rio de Janeiro, 27/07/2013).
Ao mesmo tempo, não é apenas importante em si mesmo, pois deve levar estas vivências e experiências para a construção do Reino de Deus, sabendo que a partir de pequenas gotas chegamos a constituir e a "alcançar o mar". Para manter a harmonia da REPAM, todos devemos caminhar e navegar com uma espiritualidade profunda: da encarnação autêntica na realidade (dimensão existencial), centrada na Palavra escrita e da dimensão teológica (Palavra de Deus escrita e oral), com uma atitude profética-martirial e marcada por uma verdadeira identidade (rosto amazônico).
Esta iniciativa nasce da ação do Espírito Santo que tem guiado e continua a guiar a Igreja no processo de encarnação do Evangelho na Pan-Amazônia. O dinamismo da REPAM exige a participação ativa de cada um dos organismos eclesiais, sejam eles organizações ou Igrejas locais, através das diversas iniciativas, ações, propostas, projetos e programas definidos pela Rede, unindo forças, criando pontes de diálogo, cooperação e articulação entre todos os agentes eclesiais presentes na região.
Fonte da Vida
A Pan-Amazônia é "fonte de vida no coração da Igreja", respondendo ao apelo dos bispos reunidos em Aparecida de "estabelecer entre as Igrejas locais de vários países sul-americanos, que estão na bacia amazônica, uma pastoral de conjunto com propriedades diferenciadas para criar um modelo de desenvolvimento que favoreça os pobres e sirva ao bem comum" (DA 475).
O encontro das águas na Pan-Amazônia deve continuar seu caminho rumo à construção do Reino de Deus. Para isso todos devemos nos envolver e sentir que este é o chamado de Deus para que os povos amazônicos tenham "vida em abundância" (cf. Jo 10,10).
Fonte: Vatican News
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Jovens do Brasil «estão mobilizados» para a JMJ Lisboa 2023, afirma coordenadora da Pastoral Juvenil da CNBB
Irmã Valéria Leal acompanhou uma delegação de Portugal que convidou e motivou a juventude brasileira à participação
A assessora nacional da juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) disse que os jovens do país “estão mobilizados” para a JMJ Lisboa 2023 e contam com um “sinal de acolhimento” em Portugal, no próximo ano.
Em declarações à Agência ECCLESIA, a Irmã Valéria Leal afirmou que a visita de uma delegação do Comité Organizador Local (COL) da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) a algumas capitais dos estados brasileiros “dá uma certa segurança”.
“Às vezes, o jovem brasileiro não faz tão boa experiência de acolhimento visitando países estrangeiro. O facto de virem os portugueses aqui convidá-los é um sinal de acolhimento, dá uma certa segurança e eles sabem que quando saírem daqui vão chegar lá e não estarão sozinhos”, afirmou a responsável pela Pastoral Juvenil na CNBB.
A irmã Valéria Leal assegura que, de norte a sul do Brasil, “os jovens estão mobilizados” para participar na JMJ e a reunir fundos para os custos, nomeadamente da viagem, tendo presente ainda a experiência da jornada no Rio de Janeiro, em 2013.
“A jornada de 2013 fez com que grande parte do país já conhecesse a proposta da JMJ. E quem participa uma vez, quer sempre voltar”, afirmou a assessora da CNBB, referindo que os “maiores divulgadores são os jovens que já foram e que vão convidando outros jovens a fazer a mesma experiência”.
A Irmã Valéria Leal, que acompanhou a delegação do COL da JMJ Lisboa 2023 ao longo das últimas duas semanas, valorizou a “experiência de Deus” de cada participante na jornada, como ocasião de transformação que motiva o regresso ao seu país “mais disponível, mais entusiasmado para servir a Deus e aos irmãos”.
O presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, D. Américo Aguiar, esteve no Brasil para convidar os jovens brasileiros, motivar à participação e divulgar formas de participação e de inscrição; com voluntários do COL, participou na Assembleia da CNBB, em Aparecida, e depois visitou as capitais de alguns Estados, nomeadamente São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília, Belém e Fortaleza.
“Viemos ao encontro do continente da esperança. Queremos que os jovens brasileiros acolham o nosso convite, o convite do Papa Francisco, para estar na JMJ”, afirmou D. Américo Aguiar À Agência ECCLESIA.
Para o presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, a JMJ é como o mundial de futebol: “sem o Brasil não é a mesma coisa”.
“Para acontecer na totalidade da sua potencialidade, a JMJ tem de ter um grande contingente do Brasil. É isso que nós queremos e é para isso que estamos a trabalhar”, afirmou o bispo auxiliar de Lisboa.
2023.Américo Aguiar lembrou o “esforço muito grande” que os jovens do Brasil têm de fazer para participar na JMJ, em Portugal, tendo encontrado “muita alegria, muita confiança” na possibilidade estar em Lisboa, em agosto de 2023.
“Encontramos pessoas, homens e mulheres com sonhos, projetos, vidas. Com dificuldades, mas também com muitas oportunidades”, sublinhou o bispo auxiliar de Lisboa, que quis, com a esta visita, “reforçar o desejo verdadeiramente fraterno de ter o Brasil presente em Portugal.
1.Américo Aguiar concluiu afirmando sentiu, nos contactos com brasileiros de diferentes geografias, o Brasil como um “verdadeiro país irmão” que, com esta visita, “se sentiu respeitado no projeto JMJ”.
Fonte: Agência Ecclesia
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Como criar “momentos sagrados” em um dia agitado
Zoe Romanowsky 
Dicas infalíveis para você definir momentos de oração ao longo do dia, apesar da rotina cheia de compromissos 
Na correria da vida diária pode ser difícil encontrar tempo para elevar nossos corações e mentes a Deus. Mas há momentos comuns durante um dia normal que nos oferecem oportunidades de nos conectarmos com Aquele que mais nos ama.
O maior desafio é lembrar de fazer essa conexão, é claro. Muitas vezes estamos focados na tarefa do momento e no que devemos fazer a seguir. Portanto, o segredo é criar o hábito de aproveitar esses momentos! E uma maneira de fazer isso é através de lembretes – seja colocando pequenas recados em um lugar que você os verá, configurando alarmes no telefone ou ligando a prática da oração a algo que você faz todos os dias – como quando você se senta para comer ou quando entra no carro para dirigir ir para o trabalho.
Aqui estão algumas das horas do dia em que você pode querer fazer uma pausa e dedicar-se a uma breve oração, conversar com o Senhor ou apenas ficar em silêncio, a fim de contemplar a bondade, beleza e a providência de Deus. Verdade seja dita, qualquer momento pode ser um “momento sagrado”, então escolha o que faz sentido para você santificar seu dia atarefado…
Primeiro momento: ao acordar
Antes mesmo de abrir os olhos ou levantar-se da cama, agradeça a Deus pela oportunidade do descanso e peça a Ele que esteja com você durante todo o dia. Você também pode fazer uma oração matinal antes de dar início aos seus compromissos pessoais e profissionais.
Ao se vestir, tomar banho ou escovar os dentes
Os pequenos rituais que fazemos para nos preparar para o dia nos oferecem a chance de agradecer a Deus pela água limpa em nossa casa, pelas roupas para vestir e por todas as maneiras como Ele cuida de nós. Também podemos aproveitar esses momentos para pedir a Ele que abençoe o nosso dia.
No café da manhã, almoço ou jantar 
Qualquer tempinho antes das refeições é perfeito para tirar um momento para abençoar o alimento que você está prestes a receber. Esses momentos também devem chamar sua atenção para como seu Pai celestial fornece sustento para sua sobrevivência e prosperidade.
Depois que os filhos vão para a escola 
Você pode querer abençoar seus filhos antes que eles saiam, mas depois que eles forem embora também é um bom momento para se recompor, respirar fundo e conectar-se com Deus. 
Quando você entra no carro para sair para o trabalho
O momento antes de sair de casa é perfeito para lembrar de seu anjo da guarda e pedir a proteção de Deus para você e seus entes queridos. Você também pode usar seu trajeto para fazer uma oração mais longa, ouvir boa música ou apenas ficar em silêncio.
Quando você perceber que está se sentindo cansado, ansioso, frustrado ou entediado
Que melhor momento para parar e elevar seu coração e sua mente a Deus do que quando você está preocupado ou infeliz com alguma coisa? Temos muitos momentos como esses na vida. E eles são uma ótima oportunidade para fazer uma pausa e rezar. Isso ajuda a mudar nosso foco e nos leva a um estado mais pacífico e cheio de esperança.
Quando você inicia ou termina um exercício físico
Antes de se exercitar, ou mesmo durante o treino, você pode tirar um momento para fazer uma oração de agradecimento por seu corpo e sua saúde. Ou, se você der um passeio para fazer um tipo de exercício mais suave, você pode rezar ao longo do caminho.
Na hora de dormir 
No final de um dia longo e agitado, é ótimo tirar um momento e entregar a Deus tudo o que aconteceu nele. Você pode fazer um exame de consciência noturno, mas, independentemente disso, reservar um momento para terminar seu dia dedicando tempo ao Senhor ajuda a aprofundar sua vida espiritual e o prepara para um sono reparador.
Fonte: Aleteia
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Revista “Família Cristã” anuncia encerramento da publicação em Portugal após 68 anos
Francisco Vêneto 
"A nossa decisão está relacionada com a quebra do número de assinantes e o aumento dos custos na produção"
A tradicional revista católica Família Cristã anunciou o encerramento da publicação em Portugal após quase 70 anos de história.
O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 12 de setembro, no site oficial da revista, pelo pe. Favio Marín, diretor geral da Paulus Editora, que é a proprietária da edição portuguesa da revista:
“12.09.2022
Graça e paz!
Desejamos, desta forma, informá-lo(a) do cancelamento da edição da revista Família Cristã. A nossa decisão está relacionada com a quebra do número de assinantes, desde há vários anos, e o aumento dos custos na produção.
Não obstante, queremos agradecer a todos os nossos assinantes e leitores que acompanharam este apostolado durante mais de 60 anos.
Ao longo deste período, a revista Família Cristã foi sempre norteada pelo sentido de missão, procurando ir ao encontro das necessidades atuais e quotidianas das famílias do nosso país.
A última publicação da revista Família Cristã será em novembro/dezembro e a PAULUS Editora está a preparar uma edição especial para si.
Para os assinantes que renovaram a sua assinatura além da data do encerramento da revista, a PAULUS Editora oferece duas formas de receber o valor remanescente: um vale para compras nas Livrarias PAULUS ou em numerário. Basta contactar o serviço de assinaturas através dos contactos assinaturas@paulus.pt ou 219 488 870″.
As origens
Segundo o site da revista, o “número zero” foi editado em dezembro de 1954, com o primeiro número sendo lançado no mês seguinte. 
O nome era apenas “Família”, vindo a tornar-se “Família Cristã” no final daquela década. A revista é propriedade do Instituto Missionário Pia Sociedade de São Paulo, congregação religiosa da Igreja Católica, fundada na Itália pelo beato pe. Tiago Alberione. 
As origens da revista também são italianas: em 1931, o pe. Alberione lançou a edição original “Famiglia Cristiana”, pioneira em concretizar a abertura da Igreja ao mundo da comunicação. Seu objetivo declarado era “não falar apenas de religião, mas escrever tudo cristãmente”. Na década de 1980, chegou a ser a revista mais vendida da Europa.
Fonte: Aleteia
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Do dia 11/9/22
Papa: deixar-se inquietar por quem se afastou, como Deus que sofre quando nos afastamos
"Recordemo-nos: Deus sempre nos espera de braços abertos, qualquer que seja a situação de vida em que nos perdemos. Como diz um Salmo, ele não adormece, ele sempre vela por nós."
Um Deus com coração de pai e mãe, que sofre quando nos distanciamos dele, quando nos perdemos, mas que continuamente vela por nós, espera o nosso retorno para nos ter em seus braços.
Jesus fazendo a refeição com os pecadores: escândalo para fariseus e escribas, ao mesmo tempo a revelação de que Deus "não exclui ninguém, deseja todos em seu banquete, porque ama a todos como filhos". 
Três parábolas da misericórdia que resumem o coração do Evangelho: Deus é Pai e vem nos procurar sempre que nos perdemos.
"Inquietação pela falta" 
Inspirado no Evangelho de Lucas da liturgia do dia, o Papa convidou os milhares de peregrinos e turistas reunidos na Praça São Pedro para o Angelus dominical - a também a nós -, a prestar atenção na "inquietação pela falta", aspecto comum aos protagonistas das parábolas: um pastor que procura a ovelha perdida, uma mulher que encontra a moeda perdida e o pai do filho pródigo.
Os três - explicou Francisco - se fizessem alguns cálculos, poderiam ficar tranquilos: "ao pastor falta uma ovelha, mas tem outras noventa e nove; à mulher uma moeda, mas tem outras nove; e também o Pai tem outro filho, obediente, a quem se dedicar. Por que pensar no outro que se foi, para viver uma vida desregrada?" Mas em seus corações, "existe uma inquietação por aquilo que falta: a ovelha, a moeda, o filho que foi embora."
“Quem ama se preocupa com aqueles que faltam, sente saudades de quem está ausente, procura quem se perdeu, espera por quem se afastou. Porque quer que ninguém se perca.”
Deus sofre quando nos distanciamos d'Ele 
Irmãos e irmãs - disse o Papa - Deus é assim:
Ele não fica "tranquilo" se nos afastamos d'Ele, ele sofre, treme no seu íntimo; e sai a nossa procura, até que nos traga de volta em seus braços. O Senhor não calcula as perdas e os riscos, tem um coração de pai e de mãe, e sofre com a falta dos filhos amados. "Mas por que sofre se este filho é um desgraçado, se foi embora?" Sofre, sofre. Deus sofre com a nossa distância e, quando nos perdemos, espera o nosso retorno. Recordemo-nos: Deus sempre nos espera, Deus sempre nos espera de braços abertos, qualquer que seja a situação de vida em que nos perdemos. Como diz um Salmo, ele não adormece, ele sempre vela por nós.
Rezar e ter compaixão por quem se afastou 
Como costuma fazer em suas reflexões, o Papa faz o convite para olharmos para nós mesmos e nos perguntarmos:
Imitamos o Senhor nisso, ou seja, temos a inquietação pela falta? Temos saudades de quem está ausente, dos que se afastaram da vida cristã? Carregamos essa inquietação interior ou permanecemos calmos e imperturbáveis entre nós? Em outras palavras, quem falta em nossas comunidades, realmente nos faz falta ou fazemos de conta e não toca o coração? Quem falta na minha vida, realmente faz falta? Ou estamos bem entre nós, tranquilos  e felizes em nossos grupos -"não, vou a um grupo apostólico, muito bom...-, sem nutrir compaixão por quem está distante? Não se trata somente de estar “aberto aos outros”, é Evangelho! O pastor da parábola não disse: "Já tenho noventa e nove ovelhas, quem me faz ir procurar a perdida, a perder tempo?" Ao invés disso Ele foi.
Neste sentido, a exortação a fazermos uma reflexão sobre nossas relações:
Eu rezo por quem não acredita, por quem está longe, por quem está amargurado? Atraímos os distantes pelo estilo de Deus, este estilo de Deus que é proximidade, compaixão e ternura? O Pai pede que estejamos atentos aos filhos que mais lhe fazem falta. Pensemos em alguém que conhecemos, que está ao nosso lado e que talvez nunca tenham ouvido alguém dizer: “Sabe? Tu és importante para Deus”. "Mas, por favor, eu estou em situação irregular, fiz isto errado, mais isso..". Tu és importante para Deus: dizer isso. Tu não o buscas, mas Ele te busca.
Deixar-se inquietar 
Deixemo-nos inquietar, que sejamos homens e mulheres de coração inquieto, deixemo-nos inquietar por estas interrogações e rezemos a Nossa Senhora, mãe que não se cansa de nos procurar e de cuidar de nós, seus filhos.
Fonte: Vatican News
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Francisco pede oração por sua viagem ao Cazaquistão: mundo tem sede de paz
"Será uma oportunidade para encontrar muitos representantes religiosos e dialogar como irmãos, animados pelo desejo comum de paz, paz da qual nosso mundo está sedento."
O mundo tem sede de paz: na terça-feira, 13 de setembro, o Papa inicia a 38ª Viagem Apostólica de seu Pontificado, que o levará ao Cazaquistão por ocasião do VII Congresso dos Líderes das religiões mundiais e tradicionais, com o lema "Mensageiro de paz e unidade". No Angelus deste domingo, o pedido aos fiéis para que acompanhem com a oração sua peregrinação de diálogo e paz:
Depois de amanhã partirei para uma viagem de três dias ao Cazaquistão, onde participarei do Congresso dos Líderes das religiões mundiais e tradicionais. Será uma oportunidade para encontrar muitos representantes religiosos e dialogar como irmãos, animados pelo desejo comum de paz, paz da qual nosso mundo está sedento. Desde já desejo dirigir uma cordial saudação aos participantes, bem como às autoridades, às comunidades cristãs e a toda a população daquele vasto país. Agradeço os preparativos e o trabalho realizado em vista da minha visita. Peço a todos que acompanhem com a oração esta peregrinação de diálogo e paz.
O programa da viagem 
No dia 13 de setembro, o Pontífice parte para Nur-Sultan, capital do país. Após a cerimônia de boas-vindas no Palácio Presidencial, está agendada uma visita de cortesia ao presidente da República e um encontro com as autoridades, sociedade civil e corpo diplomático.
O "VII Congresso de Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais" está programado para ter início em 14 de setembro, e será precedido pela oração silenciosa dos líderes religiosos. O Congresso, que reunirá mais de cem delegações de 50 países, tem como tema “O papel dos líderes das religiões mundiais e tradicionais no desenvolvimento espiritual e social da humanidade no período pós-pandemia”. Também no dia 14 de setembro, após encontros privados com alguns líderes religiosos, o Papa celebra a Santa Missa na praça da Expo em Nur-Sultan.
O dia 15 de setembro tem início com um encontro privado com os membros da Companhia de Jesus, que antecede a leitura da Declaração Final e a conclusão do Congresso. Após a cerimônia de despedida, programado o voo do Aeroporto Internacional Nur-Sultan em direção a Roma.
Nas pegadas de São João Paulo II 
O Papa Francisco é o segundo Pontífice a visitar este país. São João Paulo II foi ao Cazaquistão em 2001, dez anos após a proclamação da independência do país.
O Cazaquistão, do ponto de vista étnico, é um dos Estados mais diversificados do mundo. Os habitantes são mais de 19 milhões. 70% são de fé muçulmana, 26% são cristãos, principalmente ortodoxos. Há cerca de 120.000 católicos.
A República do Cazaquistão proclamou sua independência em 16 de dezembro de 1991, a última das ex-repúblicas soviéticas a fazê-lo no contexto do processo de dissolução da URSS. “A data de 16 de dezembro de 1991 - disse o Papa Wojtyła durante a cerimônia de boas-vindas em 2001 - está gravada em caracteres indeléveis nos anais de sua história. A liberdade reconquistada reacendeu em vós uma confiança mais sólida no futuro e estou convicto de que a experiência vivida é rica de ensinamentos para avançar com coragem para novas perspectivas de paz e progresso. O Cazaquistão quer crescer na fraternidade, no diálogo e na compreensão, premissas indispensáveis para “construir pontes” de solidariedade com outros povos, nações e culturas”.
Fonte: Vatican News
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Papa recorda religiosa assassinada em Moçambique
Após a oração mariana, o Santo Padre recordou que a religiosa comboniana "serviu com amor durante quase sessenta anos" o povo do país africano. Do Pontífice também uma saudação especial ao querido povo da Etiópia, "que hoje celebra o seu tradicional Ano Novo".
Quase 60 anos de missão em Moçambique tiveram seu fim com uma morte trágica. A religiosa comboniana italiana, Irmã Maria De Coppi, missionária em Moçambique desde 1963, foi assassinada por um grupo terrorista na Missão Católica de Chipene, em 6 de setembro.
Após rezar o Angelus, o Santo Padre pediu que "seu testemunho dê força e coragem aos cristãos e a todo o povo moçambicano". Ainda no sábado, na Sala Paulo VI, ao encontrar os catequistas reunidos em seu Congresso internacional, Francisco havia recordado os tantos catequistas e missionários mártires, "ainda hoje", "tantos"!:
Neste momento de oração, gostaria de recordar a Irmã Maria De Coppi, Missionária Comboniana, morta em Chipene, Moçambique, onde serviu com amor durante quase sessenta anos. Que o seu testemunho dê força e coragem aos cristãos e a todo o povo moçambicano.
"A mulher da mansidão". Assim foi recordada a religiosa comboniana durante seu funeral em Moçambique, em 9 de setembro. Diante do caixão, o arcebispo de Napula, Dom Inácio Saure, recordou as palavras do profeta Ezequiel: "Que o pecador se converta e viva". O Estado Islâmico reivindicou o ataque. O bispo: se confirmado, seria mártir.
A comunidade comboniana de Chipene, no norte do país, foi atacada na noite de 6 para 7 de Setembro por um grupo armado. Irmã Maria De Coppi, 84 anos de origem veneziana, foi morta com um tiro. Duas outras religiosas da comunidade e dois padres fidei donum conseguiram escapar.
A saudação do Papa ao povo da Etiópia 
Francisco enviou "uma saudação especial ao querido povo da Etiópia, que neste domingo celebra o seu tradicional Ano Novo": "Asseguro-vos as minhas orações e desejo a todas as famílias e a toda a nação o dom da paz e da reconciliação".
Entre a seca e os conflitos 
Na Etiópia ainda são travados combates no norte do país, onde desde novembro de 2020 há um conflito sangrento entre a Frente de Libertação Popular Tigray (TPFL) e as forças do governo. Um conflito - como também aponta o Osservatore Romano - que agrava ainda mais a crise humanitária no país, já abalada por uma seca crônica, pela escassez de colheitas. Em particular, estima-se que pelo menos 7 milhões de crianças na Etiópia precisam de ajuda. O conflito na região de Tigray, com o cessar-fogo de março cada vez mais frágil, é uma das tragédias que dilacera o país: nos últimos dias um asilo em Makallè foi bombardeado, causando inúmeras vítimas. (Na imagem, Ir. Maria De Coppi, que foi assassinada, é a que está com o crucifixo, à direita)
Fonte: Vatican News
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Angelus: Krajewski leva proximidade concreta do Papa e da Igreja aos ucranianos
É a quarta vez que o cardeal polonês, prefeito do Dicastério para o Serviço da Caridade, dirige-se à Ucrânia para levar ajuda.
Contra-ofensiva do exército ucraniano no sul e leste do país, enquanto inúmeras cidades e povoados continuam a sofrer com ataques de mísseis e foguetes lançados da Rússia, que deixam um rastro de mortes e destruição. Mais uma vez, o pedido do Santo Padre para que Deus dê conforto e esperança à população ucraniana. Mas a proximidade do Papa aos ucranianos não é somente espiritual, a seu pedido, o cardeal Konrad Krajewski dirigiu-se novamente ao país do leste europeu:
Continuemos a rezar pelo povo ucraniano, para que o Senhor lhe dê conforto e esperança. Nestes dias, o cardeal Krajewski, prefeito do Dicastério para o Serviço da Caridade, está na Ucrânia para visitar várias comunidades e testemunhar concretamente a proximidade do Papa e da Igreja.
É a quarta missão do cardeal na Ucrânia, desde 24 de fevereiro. Desta vez, o purpurado polonês leva a proximidade e apoio concreto do Santo Padre às áreas de Odessa, Žytomyr, Charkiv, mas também a outros lugares no leste da Ucrânia. O esmoler doará o veículo que será usado na distribuição de ajuda aos pobres.
Em um comunicado do Dicastério para o Serviço da Caridade, divulgado nestes dias pela Sala de Imprensa da Santa Sé, é informado que a missão do esmoler pontifício é "visitar e apoiar várias comunidades de fiéis, sacerdotes e religiosos, e seus bispos, que por mais de 200 dias continuam nos lugares de seu ministério apesar dos perigos da guerra".
Fonte: Vatican News
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Fisichella: anunciar o Evangelho é uma vocação
O III Congresso Internacional de Catequese teve início no dia 8 de setembro na Sala Paulo IV com o tema: "O Catequista, Testemunha de Vida Nova em Cristo". Até sábado, 10, quando o encontro terminará com a audiência do Papa, os participantes refletirão sobre a tarefa do anúncio em um contexto de grande transformação cultural. O prelado: "No mundo um exército de catequistas que é muito precioso para a Igreja".
Mais de 1400 participantes, entre catequistas, sacerdotes e bispos, provenientes de 50 países de todos os continentes, aprofundam o tema do anúncio evangélico em um contexto de grande transformação cultural. Ao término do encontro, o arcebispo Rino Fisichella, do Dicastério para a Evangelização, afirmou que "o exército de catequistas é muito precioso para a Igreja no mundo".
Durante os trabalhos nestes dias, os participantes têm refletido sobre diversas temáticas: a vocação do catequista, testemunha e anunciador da vida nova trazida por Cristo; a evangelização, na atual perspectiva sinodal da Igreja. Na conclusão do Congresso,serão tratados temas como “liberdade pessoal e consciência”, "Catequese a serviço da formação da consciência" e "Contribuição da catequese para a renovação eclesial e social".
Na parte da manhã desta sexta-feira, os participantes aprofundaram o tema da relação entre catequese e moral, partilhando, por fim, suas experiências pastorais com os presentes. À tarde, o Congresso terminou com encontros dos diversos grupos linguísticos, que abordaram vários temas: "A formação cristã, diante do desafio do fim da vida"; "Diferença e reciprocidade entre homem e mulher: ideologia de gênero"; "Responsabilidade e participação na vida social"; "Verdade, comunicação e questão digital"; "Educação ecológica para o cuidado da Casa comum" e "Comunicação da cultura católica".
Desafio dos novos sinais e linguagens 
Este III Congresso internacional de Catequese foi presidido por Dom Rino Fisichella, Pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, que promove e se dedica às questões fundamentais da evangelização no mundo. Os diversos conferencistas são provenientes da Grã-Bretanha, França, Brasil, Espanha, Itália, EUA, República Democrática do Congo.
Em entrevista à Rádio Vaticano, o arcebispo Rino Fisichella falou “sobre os objetivos do encontro, os novos desafios da catequese, valor da vocação do catequista, para a qual o Papa Francisco instituiu, recentemente, um Ministério específico, permanente e estável”.
Dom Fisichella, o III Congresso Internacional de Catequese dedica-se ao aprofundamento dos diversos aspectos da Catequese. Quais os novos aspectos que brotam do encontro?
“Nosso Dicastério, que teve início há alguns anos, sempre quis dar impulso à formação dos catequistas em geral. Não podemos esquecer que, no mundo, temos um exército de catequistas, de ambos os sexos, que realizam um ministério muito precioso para a vida da Igreja. Por isso, há alguns anos, começamos a aprofundar as quatro partes do Catecismo da Igreja Católica: primeira parte, o catequista como testemunha da fé; segunda parte, o catequista dá testemunho do mistério. De fato, a segunda parte do Catecismo trata da liturgia. Nestes dias, estudamos a terceira parte, que trata da Vida nova em Cristo, ou seja, o estilo de vida do cristão”.
Outro tema tratado no encontro foi "A contribuição da catequese para a renovação eclesial e social". Quais as novidades que emergiram?
“Emergiu, à luz do recente ensinamento do Papa Francisco, a grande atenção que a catequese deve ter, não apenas em relação às situações de indigência, mas também, às situações que levam a contemplar e cuidar da beleza da Criação: questões que se referem à vida social, pobreza, fenômeno da migração; questões, que hoje, na Europa, chamam mais a nossa atenção, ou seja, a produção e os recursos da terra e da Criação. Tudo isso deve ser abordado, necessariamente, também pela catequese”.
O Papa falou, numerosas vezes, sobre as transformações culturais e sociais, que requerem percursos educativos novos e adequados. Logo, a linguagem e o modo de anunciar o Evangelho devem encontrar novas formas, não?
“Absolutamente sim. Não se trata de uma linguagem, que se refere apenas ao anúncio, mas também que se torna concreta na nossa vida. Nestes dias, 1400 catequistas, de ambos os sexos, estavam acompanhados por seus bispos e sacerdotes. Foi um momento realmente eclesial, de caminho juntos. O importante seria encontrar linguagens, as mais comuns possíveis. Todos os participantes dos cinco continentes, fizeram um propósito comum: prestar serviço, um autêntico ministério na própria comunidade cristã, a fim de transmitir a fé às gerações mais jovens”.
Quanto conta a diversidade cultural e social, em relação ao papel de um catequista?
“Este é um grande desafio com o qual nos deparamos, ou seja, o desafio da enculturação do Evangelho: entender como a evangelização pode-se inserir nas culturas, escutá-las, avaliar as suas riquezas e direcioná-las ao Evangelho. Esta é a tarefa particular do catequista, porque a catequese é uma etapa fundamental no caminho da evangelização. Este é também um dos motivos pelos quais o Papa Francisco instituiu o Ministério do Catequista, porque há homens e mulheres que dedicam, verdadeiramente, toda a sua vida ao serviço da catequese. Isto, porém, requer um compromisso na transmissão da fé, que saiba se inserir nas culturas. Mas, como falei, estamos diante de um grande desafio, porque a nossa cultura é global e universal. A cultura digital ou da internet vai para além da diferença de línguas, porque une todos, com certas características e até contradições, mediante o desenvolvimento de uma linguagem comum e comportamentos e estilos de vida, que se tornam cada vez mais uniformes”.
Em relação ao anúncio do Evangelho, o senhor falou de "sinais". Quais?
“Desde os primórdios da Igreja, o Evangelho sempre se expressou assim: Evangelho como anúncio, mas também como sinal concreto de que o anúncio era possível e que trazia a salvação. Nas primeiras páginas do Livro dos Atos, vemos o compromisso dos apóstolos e da comunidade cristã com o anúncio do Evangelho. Mas, este anúncio também era acompanhado por sinais: primeiro, os cristãos frequentavam o Templo, para a oração comum, viviam em comunidade. Portanto, era um sinal fundamental da comunidade; outro sinal, é que ninguém era necessitado, porque tudo era colocado à disposição de todos: era um sinal concreto de profunda solidariedade. Ao longo dos séculos, os enfermos eram excluídos da sociedade, abandonados nas ruas, ninguém cuidava deles: daí nasceu o sinal de uma assistência em hospitais. No passado, a educação era reservada apenas a determinadas classes ou camadas sociais; então, alguns homens e mulheres entenderam que a educação devia ser um direito de todos. Por isso, fundaram escolas e assim por diante. Também nós, hoje, devemos ser capazes de dar sinais de esperança: a grande linguagem que temos, em nossos dias, é a da esperança”.
O Congresso da Catequese foi coroado com uma audiência papal. O que o Santo Padre disse aos participantes?
“Iniciamos este Congresso Internacional com as palavras do Papa Francisco. Com a sua longa experiência de encontro com os catequistas da sua diocese, Francisco, mais uma vez, como outrora, nos transmitiu uma forte mensagem e não deixou de nos recordar que não devemos nos “tornar” catequistas, mas "ser" catequistas; fazer catequese não é ir à escola e tampouco assistir a uma aula de religião; catequese é uma vocação, é ser catequista e não querer se tornar catequista”.
Fonte: Vatican News
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Gianni Valente é o novo diretor da Agência Fides
Ao longo dos anos, Gianni Valente escreveu livros e ensaios como "O tesouro que floresce. Histórias de cristãos na China" (Roma, 2002), "Professor Ratzinger" (Cinisello B., 2008), "Ratzinger no Vaticano II" ( Cinisello B., 2013). Em 2013 a editora Emi recolheu no livro "Francisco, um Papa no fim do mundo" as entrevistas concedidas de 2002 a 2009 a Gianni Valente e sua esposa Stefania por Jorge Mario Bergoglio, então arcebispo de Buenos Aires, publicadas precedentemente na revista 30Giorni.
Na manhã deste sábado, 10 de setembro, durante uma breve reunião realizada na sede da Propaganda Fide, o cardeal Luis Antonio G. Tagle entregou o documento com a nomeação do novo diretor da Agência Fides a Gianni Valente, ex redator da Agência.
Também presentes no encontro o arcebispo Giampietro Dal Toso e o Pe. Dinh Anh Nhue Nguyen, OFM Conv, secretário geral da Pontifícia União Missionária (PUM), atual diretor da Fides, junto com vários membros da redação da Agência.
Gianni Valente nasceu em Roma, onde sempre morou. Foi batizado em 26 de maio de 1963 (festa de São Filipe Neri) na Igreja da Imaculada Conceição, no bairro romano de San Lorenzo. Graduou-se em História do Oriente Cristão na Faculdade de Letras e Filosofia da Segunda Universidade de Roma Tor Vergata, discutindo uma tese sobre a participação dos bispos Malabar e Malankara no Concílio Ecumênico Vaticano II.
Em maio de 1989 começou a trabalhar na revista mensal "30Giorni nella Chiesa e nel mondo", revista já na época animada pela fé do padre Giacomo Tantardini (1946-2012), sacerdote lombardo que viveu sua vocação sacerdotal em Roma desde o primeiros anos. Valente tornou-se jornalista profissional em 1992. De 1993 a 2012, ano de seu fechamento, a revista 30Giorni foi dirigida pelo senador Giulio Andreotti (1919-2013).
Desde 1993 Gianni Valente é casado com Stefania Falasca, jornalista do diário católico Avvenire e ensaísta, vice-presidente da Fundação vaticana João Paulo I, presidida pelo cardeal secretário de Estado Pietro Parolin. Gianni e Stefania têm dois filhos, Paolo e Cecilia.
Desde setembro de 2012, Valente trabalha na agência missionária Fides, no prédio da Propaganda Fide. Como editor da Agência, escreveu principalmente artigos sobre os eventos das comunidades cristãs e dos países do Norte da África e Oriente Médio.
Ao longo dos anos, Gianni Valente escreveu livros e ensaios como "O tesouro que floresce. Histórias de cristãos na China" (Roma, 2002), "Professor Ratzinger" (Cinisello B., 2008), "Ratzinger no Vaticano II" ( Cinisello B., 2013). Em 2013 a editora Emi recolheu no livro "Francisco, um Papa no fim do mundo" as entrevistas concedidas de 2002 a 2009 a Gianni Valente e sua esposa Stefania por Jorge Mario Bergoglio, então arcebispo de Buenos Aires, publicadas precedentemente na revista 30Giorni.
Após o Mês Missionário Extraordinário de outubro de 2019, Valente fez uma entrevista com o Papa Francisco dedicada ao tema da missão, publicada na íntegra no volume "Sem ele não podemos fazer nada. Ser missionários no mundo de hoje" (Libreria Editrice Vaticana, Roma , 2019).
Fonte: Vatican News
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Mensagem do arcebispo greco-católico de Kiev no 199° dia de guerra
"O chamado de Deus à pureza, pureza no amor, pureza nas relações humanas torna-se a pedra angular de toda verdade para a vida humana, para a comunicação humana, tanto consigo mesmo como com Deus e com o próximo. Pois esta pureza de que falamos é aquela que é universal, característica tanto do estado matrimonial quanto do estado celibatário. Pois esta castidade consiste em ser fiéis no amor. Ser fiéis no amor àquele a quem se fez a promessa de fidelidade".
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Queridos irmãos e irmãs em Cristo!
Hoje é sábado, 10 de setembro de 2022 e já é o 199º dia desta grande guerra sangrenta e injusta que a Rússia está travando contra o povo ucraniano.
Como nos dias anteriores, ontem, assim como na noite passada, a terra ucraniana estremeceu novamente e sangue foi derramado na Ucrânia. Há novamente vítimas e feridos. Os gritos e o pranto do povo ucraniano sobem aos céus. Batalhas pesadas estão ocorrendo em toda a linha de frente, especialmente na região de Donetsk, onde o inimigo está constantemente atacando nossas cidades e aldeias com um grande reforço de tropas. No último dia, de acordo com os relatórios que recebemos esta manhã, 13 ataques com mísseis e 23 ataques aéreos foram realizados em cidades e aldeias ucranianas. O inimigo está bombardeando pesadamente nossas regiões de Sumy e Chernihiv da fronteira norte. Nossa mártir Kharkiv é bombardeada várias vezes ao dia com diferentes tipos de armas. Hoje, Kharkiv é realmente a cidade que mais sofre com os bombardeios russos vindos do território da Federação Russa. E de novo as pessoas sofrem, os civis morrem. Ataques com mísseis também foram realizados em cidades como Mykolaiv e Dnipro.
Mas agradecemos ao Senhor Deus que a Ucrânia está de pé, a Ucrânia está lutando, a Ucrânia está rezando.
Agradecemos às heróicas Forças Armadas Ucranianas, nossos rapazes e moças que defendem sua pátria, que libertam nossas cidades e aldeias da brutal ocupação russa. Estamos gratos por estarmos vivos esta manhã e podermos ver a luz do dia e rezar pela vitória do povo ucraniano.
Hoje eu gostaria de refletir com vocês sobre o 6º mandamento do nosso Guia Social do Crente, que está muito próximo do 6º mandamento do decálogo, esses 10 mandamentos de Deus, que o povo recebeu do seu Criador e Salvador Deus no Monte Sinai no Antigo Testamento.
E este mandamento, esta instrução, diz o seguinte: "Cultivo a castidade tanto no estado conjugal como celibatário. Cultivo o amor conjugal, fortaleço a família com a oração comum, o respeito mútuo e o cuidado. Observo a fidelidade conjugal. Crio as crianças e os jovens com um exemplo cristão pessoal. ajudar a resistir às tentações”.
Vemos como mais uma vez o chamado de Deus à pureza, pureza no amor, pureza nas relações humanas torna-se a pedra angular de toda verdade para a vida humana, para a comunicação humana, tanto consigo mesmo como com Deus e com o próximo.
Pois esta pureza de que falamos é aquela que é universal, característica tanto do estado matrimonial quanto do estado celibatário. Pois esta castidade consiste em ser fiéis no amor. Ser fiéis no amor àquele a quem se fez a promessa de fidelidade. Ser fiel no amor àquele a quem te doas a ti mesmo,  tuas energia, teus dons, tua vida.
O amor puro é algo que por sua própria natureza supera toda impureza e todo mal. Cantamos em nosso hino “Deus é grande e único”, “por puro amor à terra, faz-nos crescer, ó Deus”.
A pureza do amor consiste em ser puro de todo egoísmo, de procurar usar o outro, outras coisas, até mesmo o próprio corpo para satisfazer os próprios desejos, paixões e vis concupiscências.
Ser fiel no casamento significa ser verdadeiro. Significa ser o verdadeiro marido para sua esposa, a verdadeira esposa para seu marido.
Por outro lado, as crianças e os jovens têm grande necessidade do exemplo cristão pessoal dos seus pais, dos seus educadores.
Esses jovens estão procurando as coisas verdadeiras. Aquelas coisas verdadeiras que testemunham não só os fundamentos sólidos da vida vivida por pais, filhos, sacerdotes, bispos, pessoas consagradas. Eles procuram a base, o apoio em que podem se apoiar ao fazer suas escolhas de vida.
Este apoio para que por sua vez as crianças e os jovens possam resistir às tentações inerentes ao período da sua vida e amadurecimento.
Pedimos hoje:
 “Ó Deus, abençoe nosso povo com toda a sabedoria. Torna-nos fiéis. Faça nosso exército fiel ao seu juramento e capaz de derrotar o inimigo no campo de batalha.
Torna os nossos consagrados castos, fiéis ao seu juramento, na escolha do celibato. Para que possam ser a força, a riqueza espiritual da nossa igreja e do nosso povo.
Deus, abençoe nossas famílias com castidade, pois a lealdade e o amor fiel são a força da família.
Ó Deus, una-nos a todos em oração, respeito mútuo e cuidado mútuo.
E então nos tornaremos invencíveis contra o diabo e seus asseclas. Venceremos todas as tentações, venceremos todos os problemas da vida.
Porque o amor é eterno. Isso nunca passa. E esse amor é o próprio Senhor Deus.
Ó Deus, abençoe a Ucrânia com a pureza do seu amor, a graça do Espírito Santo, dê-nos a vitória e a verdadeira paz justa.
Que a bênção do Senhor esteja sobre vocês por meio de Sua graça e amor pela humanidade,  agora e para todo e sempre, amém!
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Svyatoslav+
Pai e Primaz da Igreja Greco-Católica Ucraniana
10.09.2022
Fonte: Vatican News
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Papa alerta para riscos de guerra nuclear
Francisco deixou apelo a cientistas, evocando conflitos e pobreza que atingem milhões de pessoas
O Papa alertou este sábado para o risco de uma guerra mundial “total”, com recurso a armas nucleares, falando aos participantes na sessão plenária da Academia Pontifícia das Ciências.
“Os numerosos conflitos armados em curso são motivo de séria preocupação. Eu disse que era uma terceira guerra mundial ‘aos bocados’, mas hoje talvez possamos dizer total, e os riscos para as pessoas e para o planeta são cada vez maiores”, referiu, numa intervenção divulgada pelo Vaticano.
Francisco recordou São João Paulo II, Papa entre 1978 e 2005, o qual rezava para que o mundo fosse “preservado da guerra atómica”.
“Infelizmente, temos de continuar a rezar por esse perigo, que deveria ter sido afastado já há algum tempo”, assinalou.
Falando aos especialistas reunidos no Vaticano, o Papa sustentou que “é necessário mobilizar todo o conhecimento baseado na ciência e na experiência para superar a miséria, a pobreza, as novas escravidões e para evitar as guerras”.
“Os cientistas de todo o mundo podem unir-se numa comum disponibilidade de desarmar a ciência e formar uma força pela paz”, acrescentou.
“Após as duas trágicas guerras mundiais, parecia que o mundo tinha aprendido a caminhar progressivamente para o respeito pelos direitos humanos, o direito internacional e as diversas formas de cooperação. Mas, infelizmente, a história mostra sinais de regressão”.
A plenária da Academia Pontifícia das Ciências tem como tema ‘Ciência básica para o desenvolvimento humano, a paz e a saúde planetária’.
Francisco alertou os participantes para “novas guerras de dominação, que atingem civis, idosos, crianças e doentes, e causam destruição em toda a parte”.
“Em nome de Deus, que criou todos os seres humanos para um destino comum de felicidade, somos chamados hoje a testemunhar a nossa essência fraterna de liberdade, justiça, diálogo, encontro recíproco, amor e paz, evitando alimentar ódio, ressentimento, divisão, violência e guerra”, apontou.
O Papa denunciou os crimes de tráfico de seres humanos e apelou a uma “conversão ecológica” da humanidade.
Fonte: Agência Ecclesia
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Presidente da Fundação JMJ encontra jovens da Comunidade Shalom em Fortaleza
O bispo auxiliar de Lisboa, Portugal, e presidente da Fundação JMJ 2023, dom Américo Aguiar, participa amanhã (10) de um encontro com jovens da Comunidade Católica Shalom, em Fortaleza (CE). Dom Américo está visitando algumas dioceses do Brasil para convidar os brasileiros para a Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá de 1° a 6 de agosto de 2023, na capital portuguesa.
O evento “Todo Teu, Maria” acontecerá no Shalom da Paz, no bairro Aldeota, a partir das 15h30. O fundador da Comunidade Shalom, Moyses Azevedo também participará. Na programação estão previstos momentos de louvor, oração, pregação, apresentação artística e uma missa celebrada por dom Américo às 18h.
Padre Silvio Scopel, responsável pela Comunidade Shalom em Fortaleza, afirmou que "o evento será um momento de comunhão eclesial que será um grande presente para os jovens de Fortaleza”.
Dom Américo Aguiar está no Brasil desde o dia 26 de agosto, com outros representantes do Comitê Organizador Local da JMJ (COL). Eles participaram da Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida (SP). Também visitaram as cidades de Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Brasília (DF) e Belém (PA), encerrando agora a viagem em Fortaleza.
Nos próximos dias, o bispo e os representantes do COL seguirão para Lima, no Peru, para a reunião da pastoral da juventude da América Latina.
Fonte: ACIDigital
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Carta aberta pede que UNESCO ajude a preservar a antiga Basílica de Santa Sofia 
A Associação dos arqueólogos gregos escreveu uma carta aberta, na qual pede a intervenção da UNESCO para ajudar na preservação do monumento histórico de Santa Sofia
A Associação de arqueólogos gregos pede que a UNESCO ajude a proteger a antiga igreja de Santa Sofia, atualmente convertida em mesquita muçulmana, na cidade turca de Istambul.
A Associação dos arqueólogos gregos escreveu uma carta à diretora da UNESCO, Audrey Azoulay, pedindo uma intervenção decisiva para proteger o monumento histórico de Santa Sofia.
Santa Sofia (do grego Haiga Sophie – Santa Sabedoria), é um dos edifícios religiosos mais conhecidos do mundo e tornou-se patrimônio mundial da UNESCO, em 1985.
Construída em estilo bizantino pelo Imperador Justiniano no século VI, Santa Sofia era originalmente uma basílica e o edifício religioso mais importante do Império Romano do Oriente.
Em 1453, com a queda de Constantinopla, a igreja transformou-se em mesquita. Em 1934, Mustafa Kemal Ataturk transformou a mesquita em museu.
Por fim, em 2020, após uma decisão polêmica do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, o edifício foi transformado novamente em mesquita.
Com a alta afluência do público que frequenta o edifício para as orações diárias dos muçulmanos, o monumento vem se deteriorando e sendo vandalizado ao longo deste período.
Na carta, a associação dos arqueólogos denuncia as depredações e a falta de controle e de segurança por parte das autoridades, o que denota uma indiferença em relação à preservação do monumento milenar. (FM)
Fonte: Gaudium Press
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Rainha Elizabeth II: elegância na vida e na morte 
A morte da Rainha Elizabeth II não representa apenas a morte da mais conhecida e querida representante da família real britânica.
8 de setembro, dia em que comemoramos a natividade de Maria Santíssima, suprema Rainha dos Anjos e dos homens, recebemos a notícia da morte da Rainha Elizabeth II. Uma morte suave, elegante, tranquila e discreta, como foi a sua vida.
Morte é sempre morte e causa comoção, mesmo a morte de uma rainha tão longeva que, aos 96 anos de idade, ultrapassou sete décadas de reinado. Uma morte previsível, mas não esperada. Uma soberana que atravessou gerações à frente de um reino que se enfraqueceu com o tempo, mas se manteve, num mundo que já não se coaduna com a realeza.
Elizabeth assumiu o trono aos 25 anos, bastante jovem e, ao fazer o seu primeiro pronunciamento como rainha, jurou fidelidade ao trono e ao povo, prometendo que daria o melhor de sua vida, fosse ele um reinado curto ou longo.
Foi longo, mais longo do que ela ou qualquer outra pessoa pudesse supor, na prática o mais longo reinado do mundo, se considerarmos que Luís XIV, da França, cujo reinado teve a duração de 72 anos, foi elevado ao poder aos 5 anos, não reinando, de fato, em tão tenra idade.
Ela presenciou guerras e conflitos, ascensões e quedas, períodos de crise e períodos de paz, e uma longa sucessão de governantes, no Reino Unido e no mundo. Acompanhou mudanças culturais e de costumes como nenhum outro monarca na história da humanidade, pois os últimos cem anos trouxeram mais mudanças do que os milênios anteriores.
E ela viveu e acompanhou essas mudanças com uma ética e uma discrição invejáveis. Muitos dizem que ela nunca reinou de fato, que a figura da família real, conquanto emblemática, é apenas uma figura decorativa. Uma afirmação, porém, que passa longe da verdade, pois, ainda que a ocupante do trono não se envolvesse diretamente na política do Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) e dos outros 14 países nos quais ocupava o posto de rainha, a sua simples figura criava um diferencial no mundo.
Elizabeth II não era apenas a soberana do palácio de Buckingham, a mãe do Príncipe Charles (agora Rei Charles III) ou a avó de netos polêmicos e bisnetos atrevidos. Ela é a representação de um poder que não existe mais, de uma classe, uma categoria, uma retidão de valores e de ordem que se esvaiu com as sucessivas revoluções e convulsões sociais que provocaram uma crise generalizada, que se repete, com pequenas diferenças, em todas as partes do mundo.
A morte da Rainha Elizabeth II não representa apenas a morte da mais conhecida e querida representante da família real britânica. Com a sua morte, o filho mais velho assume automaticamente o trono, pois não existe vacância no trono real, porém, seja este rei como for, a morte de sua mãe representa o fim de um império, o fim de uma forma de governo, o fim de uma época, em resumo, o fim da realeza.
Charles, agora rei, apareceu mais pelas situações conflituosas em que esteve envolvido, sobretudo em seu casamento e descasamento com a Princesa Diana, mas, em linhas gerais, sempre foi uma figura apática, como se estivesse sempre cansado, talvez até mesmo cansado de esperar pelo trono, um trono que, talvez, ele nem mesmo desejasse ocupar.
A rainha, tão entrada em anos, poderia perfeitamente ter abdicado do trono em favor do filho, mas, se não o fez, é exatamente porque, mais que mãe, ela era rainha, e uma rainha completamente convicta da importância de seu papel e exímia cumpridora de todos os protocolos inerentes ao cargo de chefe de estado que exerceu por 70 anos e 214 dias.
Ela sabia que o filho Charles a sucederia, mas não tomou a necessária e legítima ação para que isso acontecesse durante a sua vida, deixando que o fim dela se encarregasse de colocar as coisas em seus lugares, protocolarmente. Que mãe não daria tudo ao seu filho, inclusive o cargo de rei, se isso estivesse em suas mãos conceder? Uma mãe que nasceu para reinar e que sabia exatamente o que isso significava em proporção de responsabilidade, força de caráter, diplomacia, renúncia e disposição para reinar.
Ainda esta semana, tivemos a oportunidade de ver a última aparição da rainha, quando ela nomeou Liz Truss para o cargo de primeira-ministra do Reino Unido, no Castelo de Balmoral, na Escócia, onde ela passava o verão. Vimos uma rainha um pouco mais curvada, mais frágil e aparentando uma estatura menor do que aquela que estávamos acostumados a ver. Mesmo vestida com trajes menos pomposos, seus gestos revelavam a mesma elegância que sempre a caracterizou.
Rememorando as suas tantas aparições ao longo da vida inteira da maioria de nós, podemos dizer que seus lindos vestidos não foram feitos para ela, mas que ela foi feita para os vestidos e as joias que usava. Tudo lhe caía bem, porque ela possuía uma qualidade quase que completamente escassa nos dias atuais, a nobreza. E não se trata da nobreza conferida pela condição da realeza, porque todos os membros da sua família fazem parte da realeza, mas, nem todos são igualmente nobres.
Era algo dela, inato. Uma nobreza que aliava sofisticação e discrição. Uma nobreza que faz a pessoa saber quem é e como deve se portar por ser quem é. Isso não é dado por uma coroa. Mas, no caso dela, a coroa não lhe pesava e, ainda quando não a usava, o diadema real estava simbolicamente presente sobre seus cabelos encanecidos.
A monarquia ainda sobrevive em algumas partes do mundo e poderemos ocasionalmente ouvir falar de reis e rainhas, mas, no nosso entender, a morte pacífica, tranquila, discreta e elegante da Rainha Elizabeth II, sepultou a realeza do mundo.
Nosso desejo é que Elizabeth possa ser recebida no Céu, com as pompas e circunstâncias devidas a uma rainha legítima, como convidada especial para a Festa da Natividade de Maria Santíssima, pois somente com Ela voltará a realeza ao mundo, não como algo pró-forma num grupo de países que mal a reconheçam como soberana, mas de maneira cabal e definitiva, com a implantação de seu Reino sobre a Terra, quando, de modo muito diverso do tímido filho de Elizabeth, o seu Divino Filho reinará e restituirá a nobreza usurpada pelo pecado, num reinado que não terá fim.
Por Afonso Pessoa.
Fonte: Gaudium Press
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Do dia 10/9/22
Papa nomeou o cardeal António Augusto dos Santos como seu enviado especial ao XVIII Congresso Eucarístico Nacional
No sábado, 10 de setembro, o Papa Francisco nomeou o bispo emérito de Leiria-Fátima, cardeal António Augusto Dos Santos Marto, como seu enviado especial ao XVIII Congresso Eucarístico Nacional do Brasil, a ser celebrado na arquidiocese de Olinda e Recife de 11 a 15 de novembro de 2022, em parceria com o regional nordeste 2 da CNBB. O tema desta edição é “Pão em todas as mesas” e o lema “Repartiam o pão com alegria e não havia necessitados entre eles” (At 2,46).
Os interessados em participar poderão realizar um cadastro gratuito que deverá ser feito pelo endereço eletrônico: cen2020.com.br/inscricoes. Ao acessar a página, o participante precisa antes escolher entre as abas “Público em Geral” ou “Bispos, Padres e Diáconos” e preencher o formulário com dados pessoais, tais como nome completo, e-mail e a qual diocese ou arquidiocese pertence.
No caso do clero, além de participar das atividades abertas do CEN, os inscritos poderão concelebrar nas missas de abertura e encerramento, desde que também apresentem o documento de identificação emitido pela CNBB ou diocese.
Voluntariado – Leigos e leigas residentes no território da Arquidiocese de Olinda e Recife não só podem participar do CEN, como são convidados a servir no evento como voluntários. As fichas de inscrição para o voluntariado e para o coral já estão disponíveis no site oficial.
Os treinamentos e os ensaios serão realizados de maneira presencial meses antes do congresso. Por esse motivo as vagas para os serviços são restritas a moradores do território da arquidiocese pernambucana.
Simpósio Teológico
O CEN reúne milhares de pessoas para professar e dar testemunho público da fé no mistério eucarístico. O encontro também é uma oportunidade para aprofundar a Teologia da Eucaristia. Nessa perspectiva, dentro da programação do congresso está prevista a realização do Simpósio Teológico, de 12 a 14 de novembro, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. A programação contará com conferências e oficinas que serão desenvolvidas a partir do Texto-base.
O subsídio é uma das ferramentas de preparação para o CEN, que nesta edição tem como tema “Pão em todas as mesas” e lema “Repartiam o pão com alegria e não havia necessitados entre eles” (At 2,46). Para participar do Simpósio Teológico, os interessados devem preencher o formulário eletrônico específico no link do Congresso. Para essa atividade, é cobrada uma taxa de R$108, que pode ser paga com cartões de crédito e débito ou boleto bancário. Os inscritos terão direito a certificado.
De acordo com a Comissão Central do Congresso, a partir do quantitativo de inscrições será possível preparar melhor o evento e garantir uma acolhida adequada a todos. Por isso, é importante que os interessados garantam as vagas o mais rápido possível.
Fonte: CNBB
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Fumaça de queimadas na Amazônia chega ao Sul e céu fica ‘estranho’ 
A Amazônia teve 33.116 focos de incêndio em agosto de 2022, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O número é o maior registrado no mês nos últimos 12 anos (45.018) e mais do que o quádruplo do registro para o período em 2011 (8.002), o menor da média histórica, calculada a partir de 1998.
A passagem de uma frente fria deve minimizar a presença da fumaça na região Oeste Catarinense nos próximos dias. No sábado (10), há chance de chuva forte nesta área.
A presença do fenômeno fica mais perceptiva no fim do dia, quando os raios do sol ficam com tom avermelhado por conta com da presença da fumaça.
Ainda segundo dados do Inpe, o número de focos em agosto é mais que o triplo do registrado em 2018, que teve 10.421.
Evandro da Silva, coordenador regional da Defesa Civil no Extremo-Oeste de SC, comentou na tarde dessa sexta-feira(9) que o fenômeno pode ser percebido: “O que dá para perceber é um certo nevoeiro, o céu esbranquiçado”, diz.
Fenômeno pode ser percebido em cidades do Norte do RS. Em Erechim o sol foi fotografado com pouca luminosidade e uma aparência avermelhada. 
O registro está acima da média histórica para agosto, de 26.299 focos de queimadas. Além disso, é o mais alto registrado em qualquer um dos meses dos últimos cinco anos, desde setembro de 2017, quando foram identificados 36.569 focos.
Queimadas
Segundo o coordenador da Defesa Civil de Chapecó, Valter Luciano Hüning, a população não deve sentir o cheiro da fumaça transportada da Região Norte. No entanto, pneumologistas alertam que o fenômeno pode trazer complicações principalmente para quem tem doenças respiratórias, como a asma e a rinite.
Fonte: AU online.
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Papa: peçamos a Maria para que preserve o mundo da guerra atômica
Em seu discurso aos participantes da sessão plenária da Pontifícia Academia das Ciências, o Papa recorda a invocação que São João Paulo II havia dirigido à Virgem para que o planeta não conhecesse o horror do conflito nuclear. A de hoje, afirmou, é uma terceira guerra mundial "total".
"É necessário mobilizar todo o conhecimento baseado na ciência e na experiência para superar a miséria, a pobreza, as novas escravidões e para evitar as guerras. Ao rejeitar algumas pesquisas, inevitavelmente destinadas, em circunstâncias históricas concretas, para fins de morte, os cientistas de todo o mundo podem se unir em uma comum disponibilidade de desarmar a ciência e formar uma força pela paz”.
Foi o que sublinhou o Papa no encontro com os participantes da sessão plenária da Pontifícia Academia das Ciências centrada no tema "Ciência básica para o desenvolvimento humano, a paz e a saúde planetária". Francisco pede aos membros deste organismo, em particular, que promovam, neste momento da história, conhecimentos que tenham como objetivo a construção da paz.
Após as duas trágicas guerras mundiais, parecia que o mundo havia aprendido a caminhar progressivamente para o respeito aos direitos humanos, ao direito internacional e às diversas formas de cooperação. Mas, infelizmente, a história mostra sinais de regressão. Não somente se intensificam conflitos anacrônicos, mas ressurgem nacionalismos fechados, exasperados e agressivos (cf. Enc. Fratelli tutti, 11), e também novas guerras de dominação, que atingem civis, idosos, crianças e doentes, e causam destruição em toda parte.
Rezar a Maria pela paz 
Novas sombras perturbadoras, que pareciam destinadas a se dissolver, envolvem o mundo hoje. O Pontífice, referindo-se a este cenário sombrio, indica a luz da oração:
Os numerosos conflitos armados em curso são motivo de séria preocupação. Eu disse que era uma terceira guerra mundial "em pedaços". Hoje talvez possamos dizer "total", e os riscos para as pessoas e para o planeta são cada vez maiores. São João Paulo II agradeceu a Deus porque, por intercessão de Maria, o mundo foi preservado da guerra atômica. Infelizmente, devemos continuar a rezar por esse perigo, que deveria ter sido afastado já há algum tempo.
Chamados a ser testemunhas da liberdade e da justiça 
As palavras do Papa são também uma súplica, uma exortação a escutar o grito de dor da terra e daqueles que são vítimas da injustiça:
Em nome de Deus, que criou todos os seres humanos para um destino comum de felicidade, somos chamados hoje a testemunhar nossa essência fraterna de liberdade, justiça, diálogo, encontro recíproco, amor e paz, evitando alimentar ódio, ressentimento, divisão, violência e guerra. Em nome do Deus que nos deu o planeta para protegê-lo e desenvolvê-lo, hoje somos chamados à conversão ecológica para salvar nossa casa comum e nossa vida junto com a das gerações futuras, em vez de aumentar as desigualdades, a exploração e a destruição.
A Igreja é aliada dos cientistas 
Em seguida, o Papa sublinha que “as conquistas científicas deste século devem sempre ser orientadas pelas exigências de fraternidade, justiça e paz, contribuindo para resolver os grandes desafios que a humanidade e seu habitat enfrentam”.
O trabalho forçado, a prostituição e o tráfico de órgãos são "crimes contra a humanidade, que andam de mãos dadas com a pobreza, e também ocorrem em países desenvolvidos, em nossas cidades". “O corpo humano – explica o Papa – nunca pode ser, em parte ou em sua totalidade, objeto de comércio!”.
O Pontífice encoraja os acadêmicos a “trabalhar pela verdade, liberdade, diálogo, justiça e paz”:"hoje, mais do que nunca, a Igreja Católica é aliada dos cientistas que seguem essa inspiração”.
A tarefa de custodiar a criação 
Nas entrelinhas de seu discurso, Francisco também propõe uma questão que se entrelaça com a história: "Por que os Papas, a partir de 1603, quiseram ter uma Academia de Ciências?" "A Igreja - observa o Pontífice - partilha e promove a paixão pela pesquisa científica como expressão do amor à verdade, ao conhecimento do mundo, do macrocosmo e do microcosmo, da vida na maravilhosa sinfonia das suas formas". Na base há uma atitude contemplativa. Há a tarefa, acrescenta Francisco por fim, "de salvaguardar a criação".
Fonte: Vatican News
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Papa: nunca se cansem de serem catequistas e de transmitir uma fé viva
Francisco recebeu na Sala Paulo VI os participantes do III Congresso Internacional de Catequese na Sala Paulo VI: que o amor seja o "critério de juízo de nosso agir moral". O convite a "encontrar os melhores caminhos para que a comunicação da fé seja adequada à idade e à preparação de quem nos ouve". Também a recordação da freira e das duas senhoras que o prepararam para a Primeira Comunhão.
 “Nunca se cansem de ser catequista. Não de 'fazer a lição' de catequistas, isso não. Oferecer... O dedo? No bolso... A catequese não pode ser como uma hora de escola, mas é uma experiência viva de fé”.
O Papa Francisco recebeu na manhã deste sábado, 10, na Sala Paulo VI cerca de 1.400 catequistas de todo o mundo reunidos no Vaticano para o terceiro Congresso internacional de catequese. E agradeceu a eles o "empenho na transmissão da fé", que é uma importante "responsabilidade" para com as crianças, jovens e adultos que "pedem para realizar um caminho de fé".
O "ministério" dos catequistas 
O papel desempenhado pelos catequistas dentro da comunidade cristã é, de fato, um "grande papel". Por essa razão o Papa, em 10 de maio de 2021, com o Motu proprio Antiquum ministerium, instituiu formalmente o “ministério” do catequista. Um reconhecimento pela "presença" de leigos e leigas que, em virtude do batismo, colaboram no serviço da evangelização em um mundo que vê "o impor-se de uma cultura globalizada".
Com uma Editio typica, também no ano passado, o Papa havia introduzido um Rito específico com o qual cada bispo do mundo, a partir de 1º de janeiro de 2022, pode instituir catequistas durante uma celebração litúrgica. Isso também é um sinal para conferir maior dignidade a quem desempenha essa missão que, como sempre disse o Pontífice, não é um trabalho, mas uma "vocação".
O encontro das quartas-feiras 
Uma vocação que diz respeito a todos os crentes, incluindo bispos, sacerdotes, pessoas consagradas, "porque o Senhor nos chama a todos a fazer ressoar o seu Evangelho no coração de cada pessoa", afirmou o Pontífice no seu pronunciamento neste sábado. E confessa que gosta muito "do encontro das quartas-feiras" - em referência à Audiência Geral -, "quando a cada semana encontro muitas pessoas que vêm para participar na catequese". Para Francisco, "é um momento privilegiado":
Refletindo sobre a Palavra de Deus e a tradição da Igreja, caminhamos como Povo de Deus, e também somos chamados a encontrar as formas necessárias para testemunhar o Evangelho na vida cotidiana.
Não se cansar de ser catequista 
É um entusiasmo que o Papa Francisco faz votos que não se perca: “Por favor - diz aos participantes do Congresso - não se cansem de ser catequistas. Não 'dar a lição da catequese'". Claro, sublinha, é preciso encontrar as melhores formas para que a comunicação da fé seja “adequada” à idade e à preparação das pessoas que nos ouvem. Mas sobretudo, é decisivo "o encontro pessoal que temos com cada um deles", porque este "abre o coração para acolher o primeiro anúncio e desejar crescer na vida cristã com o dinamismo que a catequese nos permite realizar". Neste sentido, o novo Diretório para a Catequese entregue nos meses passados será “muito útil”, diz o Papa, para entender “como renovar a catequese nas dioceses e paróquias”.
Testemunhas de uma vida nova 
Francisco também cita o Catecismo da Igreja Católica para recordar aos catequistas o chamado a ser "testemunhas de vida nova":
Nunca esquecer que a finalidade da catequese, que é uma etapa privilegiada da evangelização, é ir ao encontro de Jesus Cristo e deixá-lo crescer em nós.
O verdadeiro e único mandamento desta "nova vida" é o "amor". Aquele "que vem de Deus e que Jesus revelou com o mistério da sua presença entre nós". “Queridos catequistas, vocês são chamados a tornar visível e tangível a pessoa de Jesus Cristo, que ama cada um de vocês e por isso se torna regra de nossa vida e critério de julgamento de nossa ação moral. Nunca se afastem desta fonte de amor, porque é a condição para ser felizes e cheios de alegria sempre e apesar de tudo”.
Vocação 
Por fim, o Papa Francisco diz estar certo de que “este caminho levará muitos de vocês a descobrir plenamente a vocação de ser catequista e, portanto, pedir para entrar no ministério de catequista”:
Não tenham medo: se o Senhor vos chama para este ministério, sigam-no! Vocês participarão da mesma missão de Jesus de proclamar seu Evangelho.
Irmã Dolores e as duas Alisias 
E Francisco conclui a audiência com uma recordação pessoal: "Não gostaria de terminar - considero uma coisa boa e certa - sem recordar os meus catequistas", diz Jorge Mario Bergoglio, saindo do discurso escrito. "Há uma freira que dirigia o grupo de catequistas; às vezes era ela que ensinava, às vezes duas boas senhoras. Ambas se chamavam Alisia. Eu sempre me lembro delas. E essa freira, deu as bases da minha vida cristã, para me preparar para a Primeira Comunhão, no ano 43-44. Acredito que nenhum de vocês tenha nascido naquela época. O Senhor também me deu uma graça muito grande. Ela era muito idosa, eu era estudante, estava estudando fora, na Alemanha, e terminei meus estudos e voltei para a Argentina. No dia seguinte (refere-se à catequista) ela faleceu. Eu pude acompanhá-la naquele dia. E quando eu estava lá, rezando diante de seu caixão, agradeci ao Senhor pelo testemunho desta freira que passou a vida quase só para dar catequese, para preparar crianças e jovens para a Primeira Comunhão. Chamava-se Dolores”.
A experiência do Papa é a demonstração de que “quando há um bom catequista, deixa marcas”: “Não somente a marca do que semeia, mas a marca daquele que semeou”, diz Francisco. E se despede com os votos aos catequistas "que os vossos filhos, vossas crianças, vossos adultos, aqueles que vocês acompanham na catequese, recordem-se sempre de vocês diante do Senhor como uma pessoa que semeou coisas belas e boas no coração".
Catequistas mártires 
Um pensamento, por fim, a todos os "mártires catequistas": "São muitos, são muitos, é importante. Existem também em nosso tempo". Para eles também, gratidão e orações.
Fonte: Vatican News
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Uma Ave-Maria pelo Brasil: Papa recebe bispos de MT e MS
Encontro franco e aberto marcou a audiência que o Papa concedeu aos bispos dos regionais Oeste 1 e 2 da CNBB. Foram mais de duas horas de diálogo, que se concluíram com uma oração pelo Brasil, que vive neste momento o processo eleitoral.
Dom Maurício Jardim nem tomou posse da Diocese de Rondonópolis-Guiratinga (MT), mas já teve a graça de participar da visita ad Limina dos regionais Oeste 1 e 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e, portanto, ser recebido pelo Papa Francisco.
O encontro foi realizado esta sexta-feira, 09 de setembro, com mais de duas horas de duração. Segundo Dom Maurício, o Pontífice deixou os bispos bem à vontade para fazer suas colocações e observações. Neste diálogo franco e aberto, o Papa os encorajou a irem avante sem medo, com coragem, lembrando sempre das quatro proximidades que os pastores devem ter: proximidade a Deus, entre os bispos, com os padres e com o povo de Deus.
De modo especial, Dom Maurício entregou um convite a Francisco para participar do 15º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base, que será realizado em julho de 2023 em sua diocese. 
Dom Dimas Lara Barbosa 
“Encerramos com o coração cheio de gratidão ao nosso bom Deus e à nossa Igreja”, afirmou por sua vez Dom Dimas Lara Barbosa ao comentar a audiência com o Santo Padre, que concluiu a visita ad Limina dos bispos dos regionais Oeste 1 e 2.
O arcebispo de Campo Grande definiu o encontro de mais de duas horas como “um tempo de muitas fraternidade” e explicou alguns do presentes entregues ao Papa Francisco, como um ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, padroeira do Estado do Mato Grosso do Sul, um cocar e uma cerâmica da etnia terena. 
Representando os dois regionais, foi entregue uma imagem de Nossa Senhora do Pantanal e uma “viola de cocho”, instrumento de madeira típico da região pantaneira, feito pelas populações ribeirinha, cavando na madeira como se fosse um cocho de animais.
Fonte: Vatican News
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O Papa no Cazaquistão, Dom Dell'Oro: beleza e caridade são o caminho do diálogo
À espera do Pontífice, o bispo de Karaganda fala sobre os desafios da minoria católica por ele liderada, uma comunidade com criatividade e proximidade com os mais fracos. Em seu relato, a recordação da visita de João Paulo II ao país em 2001, o exemplo de muitos cristãos perseguidos pelo regime soviético e a decepção pela ausência do Patriarca Kirill no Congresso dos líderes mundiais e das religiões tradicionais. "A guerra é a coisa mais horrenda, especialmente entre os povos cristãos".
Na terça-feira, 13 de setembro, o Papa Francisco partirá para o Cazaquistão. No país asiático, dos 19 milhões de habitantes, 70% são de fé muçulmana, enquanto 26% são cristãos, principalmente ortodoxos; os católicos são cerca de 120.000. Outrora as comunidades católicas eram compostas por diferentes grupos étnicos, especialmente ex-deportados do regime soviético, mas após a independência muitos deles retornaram aos seus respectivos países de origem e ainda hoje, devido à situação econômica, esse fenômeno migratório continua.
A expectativa dos católicos: previstas chegadas também das ex-repúblicas soviéticas 
A expectativa pela chegada do Papa entre os fiéis católicos é grande. Eles estão distribuídos em quatro dioceses, cada uma tomando o nome da catedral que se ergue no local e não do território geográfico (Arquidiocese de Maria Santíssima em Astana - Nur-Sultan, Diocese da Santíssima Trindade em Almaty, Diocese de Karaganda e a Administração Apostólica de Atyrau) para um total de 70 paróquias, e são assistidas por cerca de cem sacerdotes.
Grupos de peregrinos de São Petersburgo, Moscou, Novosibirsk, Omsk e até Quirguistão, católicos que vivem nesses países, também são esperados. Nesta realidade eclesial numericamente diminuta há um fermento não negligenciável, como explica de Karanga Dom Adelio Dell'Oro, para um território diocesano que, por extensão, é duas vezes e meia o tamanho da Itália. Ele é pastor ali há sete anos e meio, tendo vivido lá desde 1997 como sacerdote Fidei donum. Fala-nos do 'imenso' trabalho de coleta de adesões às romarias que levarão os fiéis à capital para o encontro com Francisco, dada a vastidão do território.
A vastidão do território cazaque apresenta desafios importantes do ponto de vista da evangelização. À luz da Constituição Apostólica Praedicate evangelium, que sublinha o aspecto missionário da Igreja em todos os contextos, como o senhor  vive este ulterior estímulo numa terra onde exerce sua missão já há algum tempo?
Foi precisamente esta a minha maior preocupação. Como todos sabem, foram setenta anos de regime soviético em que qualquer forma de expressão religiosa era proibida e os crentes de várias religiões, não apenas os católicos, eram como que obrigados a viver a experiência da fé de forma clandestina. E temos grandes testemunhos desse período. Por exemplo, há seis anos, em setembro, foi beatificado um sacerdote amigo do Papa Wojtyla, entre outras coisas, Władysław Bukowiński, que passou 13 anos e meio em um campo de concentração e depois, quando foi libertado, precisamente em Karaganda, desenvolveu intensa atividade neste território ,porque não podiam sair. Viviam os sobreviventes dos campos de concentração, incluindo muitos católicos. Havia também uma mulher, Gertrude Detzel: ela também passou 13 anos em um campo de concentração e, quando foi libertada, organizou clandestinamente muitas comunidades católicas aqui na cidade de Karaganda.
Em agosto do ano passado abrimos o processo diocesano para sua beatificação. Então vem 1991, a independência chega e todos podem finalmente sair dos porões Também aqui chegaram muitos sacerdotes, convidados, sobretudo da Alemanha e da Polônia, para organizar estruturas eclesiásticas, construir igrejas, organizar a vida das paróquias. Assim eu vejo, por um lado a coragem que os primeiros missionários tiveram e por outro um limite, ou seja, que eles só se dirigiam, digamos, aos católicos de sua nacionalidade. Além disso, aconteceu que após a independência muitos católicos, especialmente alemães e poloneses, retornaram à sua pátria. Portanto, essas comunidades, que depois de 91 eram muito vivas e numerosas, foram diminuindo ao longo do tempo. À luz desta história, a maior preocupação que vivo é perguntar-nos se todos os sacrifícios que foram pedidos às gerações de crentes antes de nós foram úteis ou não. Estamos destinados a desaparecer? Ou o Senhor está nos pedindo algo?
Que respostas são dadas?
O que me parece vislumbrar é que devemos aproveitar o fato de que em uma terra que era ateísta foi possível e pode-se viver a fé, uma fé que torna nossa vida bela, atraente, alegre e como nós podemos estar abertos - como repetia Papa Bento XVI, retomado depois pelo Papa Francisco - ser atraentes para todos, incluindo os cazaques, que são 78% da população e que são de tradição muçulmana. Os dois caminhos que procurei propor aos sacerdotes, às irmãs e aos leigos da diocese em meus sete anos e meio de serviço são a beleza e a caridade. Um exemplo que dou diz respeito ao fato de que na catedral de Karaganda existe o único órgão grande e bonito, um presente da Áustria (dois outros estão nas academias de música de Almaty e Astana). Geralmente, de abril a outubro, cerca de duas vezes por mês, temos concertos de música sacra de órgão. A catedral fica cheia, com as pessoas em pé. Isso significa que o coração de todo homem, independentemente de sua nacionalidade, sua filiação religiosa, tem uma enorme sede de beleza. Uma beleza que nos leva ao mistério, a Deus. Outro exemplo é que no fim de semana todos os jovens casais - muçulmanos, ortodoxos, protestantes - vêm ser fotografados tendo como pano de fundo a catedral, que foi construída em estilo gótico moderno, muito lindo e é impressionante. Às vezes nem sabem de onde vêm. Eu os encontro para felicirá-los e perguntar: por que vocês vieram aqui? E eles se perguntam: onde encontrar um castelo tão bonito em nossas cidades? E assim se torna um motivo para iniciar um diálogo com eles também.
Depois, há caridade. Nós, fora do recinto das nossas igrejas paroquiais, nada podemos fazer como Igreja. Também se aplica às outras religiões da cidade. Quando realizamos reuniões de sacerdotes ou religiosas não podemos, como era possível nos anos noventa, alugar espaços (sanatórios, casas de repouso...) que ainda eram usados na era soviética. Devemos nos organizar dentro de nossas estruturas, porque a liberdade religiosa ainda não está totalmente aperfeiçoada. Mas quando chega um homem com uma necessidade urgente, tenho certeza de que, por aquele pedaço de pão ou por aquele remédio que lhe podemos dar, passa mais, passa o amor de Cristo para eles. Este é o milagre. Certa vez as Irmãs de Madre Teresa, que vivem com cerca de trinta sem-teto em uma cidade industrial próxima e onde há uma grande siderúrgica, no inverno, abrem para um homem que bateu à sua porta. Ele pede para ser internado, mas tem tuberculose. Elas não sabiam o que fazer. Então se lembram de um banheiro pequeno que tinham, limparam-no, tiram um colchão e o fazem deitar. Este homem, virando-se para as freiras, diz: "Se existe céu, deve ser como este banheiro!".
O senhor poderia nos contar alguma recordação pessoal do que mais o impressionou quando começou sua missão nesta terra? E o que desse povo, encruzilhada de outros povos e culturas, foi possível valorizar mais ao longo do tempo?
Chegando aqui encontrei grande destruição, que foi fruto da agonia da União Soviética. Você acordava de manhã e não sabia se tinha água fria ou água quente ou mesmo se tinha água. Lembro-me de uma semana, 40 graus abaixo de zero nas ruas, sem aquecimento. A cidade não era iluminada à noite, corrente elétrica hora tinha, hora não... Mas não foi isso que mais me chocou. O que mais me tocou foi a destruição da responsabilidade da pessoa humana. O homem soviético nos últimos anos não era mais responsável por nada. Isso entre os adultos, porém entre os jovens, o contrário. E esta é a coisa muito bonita que encontrei. Tive a oportunidade de ensinar língua e cultura italiana na Karaganda State University por seis anos. Lembro-me do desejo, da sede que os jovens tinham de dar sentido à sua vida. Não em livros, mas com canções folclóricas italianas, com cozinha italiana, cozinhando espaguete, pizza, tiramisu, perceberam que havia algo que não haviam encontrado até então e começaram a vir.
Nos conhecemos, estudamos, cantamos, alugamos um quarto onde eu ia todas as sextas-feiras. E daí surgiu uma enxurrada de perguntas. Este é o maior milagre na minha opinião que eu já tinha visto e é que a vida deles mudou. Eles não sabiam o porquê, o fato é que a vida deles estava ficando linda. Lembro-me de um jovem cazaque que depois de dez anos disse: "É Jesus, é Jesus que mudou a minha vida, estou pedindo o batismo!". E com ele muitos outros. Eu acrescentaria que o povo cazaque é um povo de uma humanidade muito, muito grande, com uma capacidade muito grande de acolher, especialmente os idosos. É impressionante. A palavra 'cazaque' na gíria significa 'andarilho', 'aquele que se move na estepe', 'nômade'. Provavelmente nessas condições de vida seus ancestrais herdaram esses valores humanos que de alguma forma permaneceram.
Como o senhor recorda a visita de João Paulo II ao país há 21 anos? E como o Cazaquistão mudou do ponto de vista eclesial, ecumênico e social?
Foi impressionante aquela visita que por sinal ninguém esperava mais nos últimos dias. Houve o trágico episódio do atentado terrorista de 11 de setembro... Todos apreciaram, desde o presidente até as pessoas mais simples, a decisão e a coragem que o Papa teve em vir, apesar daquela situação de medo em todo o mundo. Há outra coisa a acrescentar: que ninguém sabia quem era o Papa de Roma, o líder dos católicos de todo o mundo. Naqueles anos, os telefones e a internet estavam apenas começando a aparecer. Afinal, nós na Europa nem sabíamos onde ficava o Cazaquistão. Mas a curiosidade e a vontade de entender mobilizou muita gente. E deve ter havido cerca de 40.000 pessoas na Missa. Muita coisa mudou nos últimos anos: a globalização permite que as pessoas experimentem o que está acontecendo em todo o mundo em tempo real. Parece, portanto, ver que toda essa expectativa não existe. Na realidade é muito, muito alto, nos níveis de governo, da presidência da República. O presidente convidou calorosamente o Papa Francisco, certo de que sua presença física foi uma notável contribuição para a harmonia e a paz em todo o mundo.
Como o senhor reagiu à ausência anunciada do Patriarca Kirill no Congresso de Líderes Mundiais e Religiões Tradicionais?
Com grande tristeza e dor, porque à margem deste Congresso das Religiões certamente, se ambos estivessem presentes, o Papa Francisco e o Patriarca Kirill teriam inevitavelmente de se encontrar. E depois dessa reunião que eles tiveram on-line, poderia ter sido uma oportunidade muito, muito eficaz e incisiva para uma avaliação sobre o que está acontecendo, não do ponto de vista político, mas religioso. Penso também nos muçulmanos, deste ponto de vista: se Deus é um, somos todos seus filhos e filhas e, portanto, irmãos e irmãs entre nós. E, portanto, como o Papa está gritando, a guerra é a coisa mais horrenda e inconcebível que pode existir. Ainda mais quando acontece entre povos cristãos.
No dia 14 de setembro - para os cristãos, é a festa da Exaltação da Santa Cruz - o Papa celebrará a Missa com vocês. Que valor especial terá no contexto mais amplo em que a guerra na Ucrânia traz provações dolorosas e levanta sérias preocupações globais?
Far-nos-á recordar de todos os sofrimentos que ocorreram nestas terras: basta pensar que Karaganda era o centro de um sistema lager tão grande quanto a França, cerca de trinta quilômetros na estepe daqui, há uma vala comum onde muitos estão enterradas pessoas de tantas nacionalidades, cerca de 20.000 prisioneiros de guerra. Em Dolinka, o centro de negócios desse sistema lager, hoje existe um museu que recorda essa terrível história. Então, certamente a Festa da Exaltação da Santa Cruz nos lembra que, como foi para Jesus, a salvação só pode passar pela cruz. Obedecer à vontade de Deus pode levar a uma nova vida para a pessoa. E se há homens mudados para uma nova sociedade.
Fonte: Vatican News
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Diálogo e paz no centro da visita do Papa ao Cazaquistão
Na manhã desta sexta-feira, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé apresentou o programa da 38ª Viagem Apostólica de Francisco, a Nur-Sultan, capital do vasto país asiático, onde irá participar do VII Congresso dos líderes das religiões mundiais e tradicionais. Interpelado por jornalistas, Bruni disse que os encontros bilaterais ainda estão sendo tratados, não fornecendo nenhum esclarecimento sobre a ausência do Patriarca Kirill ou a hipótese de um encontro com Xi Jinping.
 “O ponto central desta Viagem do Papa a este imenso país asiático, encruzilhada de multíplices grupos étnicos, credos e culturas, não poderia deixar de ser o diálogo, o encontro, a busca da paz, entre os diversos mundos religiosos e culturais”, afirmou na manhã de sexta-feira, 9, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, ao apresentar aos jornalistas a Viagem Apostólica do Papa Francisco ao Cazaquistão.
O avião papal sobrevoará a Itália, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Sérvia, Montenegro, Bulgária, Turquia, Geórgia, Azerbaijão. Aos chefes de Estado dos países sobrevoados o Papa sempre envia um telegrama de saudação.
Uma Viagem na esteira daquela que João Paulo II fez há 21 anos 
Esta Viagem Apostólica de Francisco realiza-se em uma época de profundas analogias, como a que João Paulo II fez, há 20 anos, demonstrando à humanidade uma coragem muito significativa, poucos dias após o atentado terrorista às Torres Gêmeas, em Nova Iorque e Pentágono.
Hoje, como naquela época, o cenário internacional é permeado por preocupações globais, como a guerra na Ucrânia e numerosas crises mundiais. Na ocasião, João Paulo II falou sobre a liberdade e unidade da nação e um mundo sem violência, ao se referir aos mártires da fé, do século XX. O pontífice também dirigiu palavras de encorajamento ao país, em tempos de obscura desorientação.
O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé aproveitou para recordar alguns trechos do discurso de João Paulo II ao chegar ao Cazaquistão: "Cazaquistão, terra de mártires e cristãos, terra de deportados e heróis, terra de pensadores e artistas, não tenha medo! As palavras do grande poeta cazaque, Abai Kunanbai, possam servir de bálsamo e encorajamento, apesar dos sinais das feridas físicas, dificuldades e obstáculos, que impedem o trabalho de reconstrução material e espiritual do país: ‘A humanidade tem como princípio o amor e a justiça, que são a coroação da obra do Altíssimo’ (Ditos, cap. 45)”.
Congresso dos Líderes Religiosos no Palácio da Independência, em Nur-Sultan 
O objetivo da Viagem de Francisco ao Cazaquistão é participar do VII Congresso dos Líderes das religiões mundiais e tradicionais (14-15 de setembro), que terá lugar no Palácio da Independência, na capital Nur-Sultan, bem mais espaçoso que o Palácio da Paz e da Reconciliação, escolhido inicialmente: situado no centro da cidade, sua forma é trapezoidal e decorado externamente com uma treliça de tubos, que lembra a estrutura dos “iurtas”, uma espécie de tenda móvel dos nômades no estepe asiático.
Até o momento, 108 delegações de 50 países confirmaram sua presença. Nas edições anteriores, a Santa Sé era representada por um cardeal, mas desta vez, irá o próprio Pontífice. O tema do Congresso é: "O papel dos líderes das religiões mundiais e tradicionais no desenvolvimento espiritual e social da humanidade, no período pós-pandêmico".
Serão diversos os subtemas abordados: “O papel das religiões para um maior vigor dos valores espirituais e morais do mundo moderno”; "O papel da educação na convivência entre religiões e culturas e o reforço da paz e a harmonia"; "A contribuição dos líderes religiosos e políticos para a promoção da paz e o diálogo inter-religioso global, na luta contra o extremismo, radicalismo e terrorismo, sobretudo por motivos religiosos"; “Contribuição das mulheres para o bem-estar e o desenvolvimento sustentável da sociedade”; e “Papel das comunidades religiosas para melhorar a condição social das mulheres”.
Solidariedade com os descendentes dos mártires da fé do século XX 
Falando sobre o programa da viagem, Matteo Bruni explicou que a celebração da Santa Missa no dia 14 de setembro, na Praça da Expo (onde foi realizada a Exposição Internacional de 2017, com capacidade para até dez mil pessoas), poderá contar com a participação de alguns cristãos filhos dos perseguidos pelo regime soviético, que ficaram presos nos campos de concentração. É provável que o Papa passe de papamóvel entre os presentes.
Entre os diversos encontros, previstos, o diretor da Sala de Imprensa destacou a visita que o Papa fará à Catedral do Perpétuo Socorro, sobre a qual explicou: “Alguns habitantes da Belarus, da região do Volga e de outros lugares pertencentes à ex-União Soviética, foram deportados nos anos 30 para o Cazaquistão. Ali, para fugir do regime, foi consagrada uma casa de oração na periferia da cidade, em homenagem a um ícone, em torno do qual a comunidade se reunia no tempo da clandestinidade. Nos anos 90, no mesmo lugar, foi construída uma catedral dedicada ao ícone da “Mãe da grande estepe”, visitada por João Paulo II. Sob a sua materna proteção, ali se realizará o encontro do Papa com os bispos e religiosos”.
Encontros bilaterais em vias de definição 
Antes da inauguração dos trabalhos do Congresso, os líderes religiosos participarão de um momento de oração silenciosa na mesma catedral. Quanto aos cinco discursos que o Pontífice pronunciará, o porta-voz do Vaticano informou aos jornalistas que farão referência à abolição da pena de morte, segundo a nova Constituição aprovada no país em junho deste ano, e à sociedade cazaque e instituições, que eestão m plena transformação após os protestos que abalaram o país no início do ano.
Os encontros bilaterais que terão a presença do Papa durante a sua permanência no Cazaquistão ainda estão em vias de definição, disse Matteo Bruni: "Os tempos e os métodos ainda devem ser decididos".
Quanto à ausência do Patriarca Kirill, há muito tempo anunciada, e ao presumível encontro bilateral com o presidente chinês Xi Jinping - em visita de Estado ao Cazaquistão, nos mesmos dias, - o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé observou que as autoridades do país anunciaram a presença de Xi Jinping em Nur-Sultan no dia 14 de setembro, mas que, até o momento, não está previsto nenhum encontro com o Papa. Fonte: Vatican News
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Inundações no Paquistão: apelo da Igreja por ajuda internacional
Mais de 33 milhões de pessoas - uma em cada sete paquistanesas - foram afetadas pelo que o primeiro-ministro paquistanês Shehbaz Sharif chamou de "as piores enchentes da história do Paquistão".
"Pedimos à comunidade internacional para ajudar com urgência o Paquistão, que foi atingido por inundações que trouxeram destruição em grande escala. Mesmo apreciando os esforços das instituições governamentais, do Exército do Paquistão, das diversas organizações religiosas e de todas as pessoas de boa vontade, é necessário um amplo apoio para enfrentar a emergência e reabilitar as vítimas deste desastre natural". Foi o que afirmou à Agência Fides o bispo de Islamabad-Rawalpindi e presidente da Conferência Episcopal do Paquistão, Dom Joseph Arshad, no contexto da luta pela qual passa o país contra as desastrosas consequências das cheias que deixaram um terço do país submerso.
 “Estamos trabalhando duro pela assistência humanitária. Milhares de pessoas vulneráveis - observa o prelado - estão deslocadas, em estado de indigência e procuram ajuda para a sua sobrevivência. As inundações devastadoras, que afetaram particularmente as províncias do Baluchistão, Khyber Pakhtunkhwa (KP) e Sindh, causaram graves danos com perda de vidas, sofrimento, perda de casas e meios de subsistência. Muitas pessoas estão desesperadas."
“O país, todos os líderes políticos e religiosos, instituições governamentais e sociais - observou o prelado - estão dando o seu melhor, mostrando um esforço de unidade, mas devemos agir rapidamente e qualquer tipo de ajuda da comunidade internacional é bem-vinda. Não nos deixem sozinhos nesta hora de dor e necessidade”.
O arcebispo Arshad agradece ao Papa Francisco que rezou e expressou proximidade e solidariedade ao povo do Paquistão e convida as instituições internacionais a financiar iniciativas e programas de cooperação para ajudar o Paquistão.
“Que o Senhor abençoe a todos os que, em todos os cantos do mundo, prestam socorro às vítimas desta calamidade, mostrando amor e solidariedade aos desamparados, marginalizados e deslocados”, conclui.
Em resposta aos apelos oriundos do Paquistão, especialmente por alojamento, segurança alimentar, água, serviços higiênico-familiares, a serem destinados a mais de 222.000 pessoas deslocadas em campos e assentamentos temporários, a Agência das Nações Unidas para Refugiados, a Organização Internacional para a Migração e a ONG nacional "Hands" entregarão 3.400 barracas ao país a partir de 13 de setembro. A ajuda humanitária também continua a vir do Crescente Vermelho, da Cruz Vermelha e da Caritas.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, iniciou na sexta-feira, 9, uma visita de dois dias ao Paquistão, que as autoridades esperam fortalecer o apoio da comunidade internacional à crise humanitária causada pelas enchentes.
O governo paquistanês estima que serão necessários pelo menos US$ 10 bilhões para reparar e reconstruir a infraestrutura danificada ou destruída, uma quantia que é impossível para um país já altamente endividado levantar sozinho. Mas antes mesmo de pensar em reconstrução, a prioridade continua sendo alimentar e abrigar os milhões de paquistaneses deslocados pelas chuvas.
As chuvas das monções, que geralmente duram de junho a setembro, são essenciais para a irrigação das plantações e a reposição dos recursos hídricos no subcontinente indiano. Mas o Paquistão não via chuvas nesta intensidade e volume há pelo menos três décadas, o que causou inundações repentinas nos rios do norte montanhoso, que arrastaram estradas, pontes e edifícios em minutos, e um lento acúmulo de água nas planícies do sul, o que submergiu centenas de milhares de quilômetros quadrados de terra.
Centenas de acampamentos improvisados surgiram nos poucos espaços ainda secos no sul e oeste do país. Estradas elevadas ou ferrovias são frequentemente os últimos lugares onde a água não chegou.
Com as pessoas amontoadas e com seu gado, as epidemias são temidas. Muitos casos de dengue, doença transmitida por mosquitos e sarna já foram detectados.
De acordo com os últimos números da Autoridade Nacional de Gestão de Desastres (NDMA), as inundações mataram quase 1.400 pessoas desde junho. Quase 7.000 km de estradas foram destruídas, 246 pontes destruídas e 1,7 milhão de casas e empresas destruídas ou severamente danificadas.
Mais de 33 milhões de pessoas - uma em cada sete paquistanesas - foram afetadas naquelas que o primeiro-ministro paquistanês Shehbaz Sharif definiu como "as piores enchentes da história do Paquistão".
Islamabad atribui as devastadoras inundações às mudanças climáticas, que estão aumentando a frequência e a intensidade de eventos climáticos extremos em todo o planeta.
Este ano, o país já enfrentou uma onda de calor que às vezes ultrapassou os 50°C, incêndios florestais devastadores e inundações devastadoras causadas pelo rápido derretimento das geleiras.
O Paquistão é responsável por menos de 1% das emissões globais de gases de efeito estufa, mas está na 8ª posição entre os países com maior risco de eventos climáticos extremos, segundo um estudo da ONG Germanwatch. Fonte: Vatican News
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Schevchuk: cristãos chamados a proteger a dignidade da vida humana, desde a concepção até a morte natural
"A fé cristã é o coração que aquece e protege uma pessoa das diversas filosofias e ideologias que ameaçam a sua vida no mundo moderno. Rezemos hoje: “Deus, obrigado pelo dom da vida. Agradecemos por estarmos vivos e podermos defender e afirmar a dignidade humana no mundo moderno."
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Queridos irmãos e irmãs em Cristo!
Hoje é sexta-feira, 9 de setembro de 2022 e já é o 198º dia desta grande guerra sangrenta e injusta que a Rússia está travando contra o povo ucraniano.
Tivemos mais um dia difícil e uma noite muito turbulenta. Repetidamente, lutas pesadas ocorrem em quase toda a linha de frente. De acordo com os relatórios desta manhã do exército ucraniano, 5 ataques com mísseis e 45 ataques aéreos atingiram a Ucrânia em um único dia. Nossa Kharkiv sofreu mais ontem à noite e está se transformando em uma cidade mártir: 1/3 de todos os seus edifícios já foram destruídos, e o inimigo está destruindo metodicamente a infraestrutura da cidade. Vários foguetes atingiram um estabelecimento de ensino superior, o coração da educação, ciência e cultura nesta grande cidade de um milhão de habitantes.
Mas graças a Deus, nosso exército está resistindo a esses ataques do exército russo. Recebemos ontem o anúncio de uma contra-ofensiva das tropas ucranianas em Kharkiv, bem como no sul, na região de Kherson. E o presidente anunciou desde 1º de setembro que nosso exército havia libertado mais de 1.000 quilômetros quadrados de terra ucraniana do inimigo.
E nesta manhã agradecemos muito a Deus e às Forças Armadas da Ucrânia pelo fato de estarmos vivos, pelo fato de a Ucrânia saber não apenas como enfrentar o inimigo, mas também como triunfar sobre um inimigo injusto. E dizemos nesta manhã: “Obrigado, Deus, e nossos soldados pelo fato de estarmos vivos”.
E hoje podemos dizer mais uma vez: “A Ucrânia está de pé. A Ucrânia está lutando. A Ucrânia está rezando."
No contexto de todos os eventos que estão ocorrendo no front, notícias muito perturbadoras estão chegando dos territórios temporariamente ocupados. O inimigo parece enlouquecido pela própria impotência e intensifica o terror sobre a população local, usando a população civil como escudo humano. Até a usina nuclear de Zaporizhia é usada como escudo humano. Além disso, infelizmente temos exemplos de pessoas sendo capturadas na rua, e depois obrigadas a combater. Tais casos, em particular, ocorrem na região de Kharkiv.
E é por isso que é tão importante hoje, neste contexto de todo o drama da guerra, seguir o quinto mandamento do Guia do Crente. Este mandamento que é muito relevante nas atuais circunstâncias da Ucrânia, mas também do mundo. E ele diz assim: "Agradeço a Deus pelo dom da vida. Eu protejo a vida humana desde a concepção até a morte natural. Eu ajudo os doentes, os indefesos e os destituídos".
Acho muito importante este mandamento, de vital importância para todos nós cristãos no contexto da guerra. Os cristãos professam que o Senhor Deus é a fonte da vida. Ele é a fonte e o Mestre da vida humana, é Ele quem estabelece os limites da vida humana, do início ao fim. E o homem é chamado a cooperar com Deus para que uma nova pessoa nasça ao mundo.
Portanto, mesmo nas circunstâncias mais dramáticas de uma calamidade militar, os cristãos são chamados a agradecer a Deus pelo dom da vida e, portanto, a fazer tudo para protegê-la. No mundo moderno, vemos, existem várias ameaças muito sérias à existência humana, à vida humana. Nas culturas onde impera o culto do consumo, as chamadas culturas consumistas, onde o bem-estar é tipicamente o principal ídolo, os momentos mais ameaçados são muitas vezes o início e também o fim da vida humana. Está se formando uma "cultura do rejeito”, a cultura do descarte, como o Papa a chama, quando a dignidade humana e o direito de existir são medidos pela medida do consumo de uma pessoa. Se alguém consome muito, tem mais direitos, se alguém consome menos, tem menos dignidade. Da mesma forma, nesse tipo de cultura, onde o prazer também é um ídolo, a dignidade de tal ou qual ser vivo é avaliada na medida em que esse ser pode experimentar prazer, satisfação ou em que medida pode vivenciar dor e sofrimento. Em tal sistema filosófico, um animal pode ter mais direitos do que um embrião humano.
É por isso que, mesmo em tais circunstâncias, em países de relativa prosperidade, os cristãos são chamados a proteger a dignidade da vida humana, desde a concepção até a morte natural. Os cristãos devem ter a coragem de enfrentar os desafios do aborto e da eutanásia. A tecnologia moderna oferece muitas possibilidades de manipulação do embrião humano, vários tipos de manipulação da vida humana não nascida. E os idosos, os doentes, os indefesos muitas vezes caem sob a lei da morte forçada suave, que é chamada de eutanásia.
Vemos que existem outras ideologias misantrópicas que negam às pessoas o direito de existir por causa de sua etnia ou raça nacional. Podemos ver que a guerra que a Rússia está travando hoje contra a Ucrânia tem um claro componente ideológico, de acordo com a ideologia russa moderna e misantrópica do “mundo russo”. Toda a nação, como já mencionamos mais de uma vez, o povo ucraniano, mas também muitas outras nações, são privadas do direito de existir. E vemos quão brutal e sistematicamente os ocupantes de terras ucranianas estão destruindo o povo ucraniano hoje. É por isso que devemos nos unir hoje para proteger a dignidade da vida humana, porque ela é o fundamento de toda a sociedade humana. Os direitos humanos são um dos mecanismos legais de proteção do direito à vida humana no mundo atual. Portanto, mesmo em tempo de guerra, os direitos proclamados pelo Direito Internacional Humanitário permanecem em vigor, inclusive os direitos da população civil – o direito à vida.
Hoje, devemos nos preocupar especialmente com isso. Para que os doentes, os indefesos, os indigentes sintam verdadeiramente este oásis de dignidade humana no mundo moderno, precisamente nas nossas comunidades eclesiais.
A fé cristã é o coração que aquece e protege uma pessoa das diversas filosofias e ideologias que ameaçam a sua vida no mundo moderno. Rezemos hoje: “Deus, obrigado pelo dom da vida. Agradecemos por estarmos vivos e podermos defender e afirmar a dignidade humana no mundo moderno."
Que a bênção do Senhor esteja sobre vocês por meio de Sua graça e amor pela humanidade,  agora e para todo e sempre, amém!
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Svyatoslav+
Pai e Primaz da Igreja Greco-Católica Ucraniana - 09.09.2022 - Fonte: Vatican News
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Romaria do MCC reúne mais de 5 mil pessoas no Santuário Nacional
Cursilhistas celebram 60 anos do Movimento de Cursilhos de Cristandade no País
Escrito por Lais Silva
Neste sábado, 10 de setembro, a Romaria do Movimento de Cursilhos de Cristandade participou da Santa Missa do meio dia no Santuário Nacional de Aparecida, para celebrar os mais de 60 anos de caminhada do movimento no Brasil.Leia MaisO que é o Cursilho da Cristandade?
A missa foi presidida por dom Paulo Mendes Peixoto, arcebispo de Uberada (MG), e concelebrada por dom Mauro Montagnoli, bispo emérito de Ilhéus (BA), dom Carlos Alberto, bispo de Itabuna (BA), além de padres e diáconos que reunidos no Altar Central.
Para celebrar as seis décadas de caminhada no Cursilho no Brasil, o movimento destacou um tema para que vai ao encontro do pedido do Papa para a Igreja: “Sinodalidade na missão do movimento de Cursilho de cristandade”. Além de um lema bíblico proposto para reflexão, que é a Carta de São Paulo aos Efésios: “Preservar a unidade do Espírito, seguindo a vontade de Deus no amor”, (Efesios 4, 3).
Dom Paulo Mendes falou para todos sobre a missão do MCC, além de destacar que é importante não perder a identidade do movimento.
“O objetivo do movimento é mostrar a figura de Deus como modelo de perfeição, mostrar a figura de Jesus Cristo e da Igreja. A missão nossa é de construir realidades novas fundamentadas na Palavra de Deus. Se a gente perde essa identidade perde o sentido de ser movimento de cursilho”.
Ele ainda destacou é preciso olhar para a história pensando em um futuro, para que seja possível construir novas realidades seguindo a Palavra de Deus.
“Nós temos gente aqui do Brasil todo. Celebrar os 60 anos de vida é motivo de olhar para a história, olhar para trás, olhar para as realidades ambientais que foram e que devem ser evangelizadas nos novos tempos, olhar para trás para projetar o futuro. Celebrar o hoje, o dia festivo, mas com aquele olhar para frente, porque a história continua.
Nós temos que revitalizar as forças do objetivo do Cursilho, principalmente dentro daquilo que o Papa Francisco tem colocado, que seja uma ação dentro da Sinodalidade. A palavra sinodalidade significa: caminharmos juntos, ser Igreja”.
Em sua reflexão na Santa Missa, dom Paulo Mendes, lembrou que Jesus falava sobre dar bons frutos, e explicou que produzir bons frutos é fazer algo com o coração, é seguir na Palavra de Deus e usá-la como combustível para a missão.
“Produz bons frutos quem faz o que Jesus fez, e isso significa ouvir a Palavra, coloca-la em pratica. A Palavra é o que nos estabiliza e nos dá força para caminhar, ela nos faz ser como rocha firme, como casa construída na rocha. O cristão, o romeiro, o cursilhista, o cursilho de cristandade, todos, tem o compromisso de ser instrumentos de construção, ser testemunho da presença de Cristo na Igreja e na nossa vida. Que o cursilho possa renovar sua força, olhar para frente e continuar sendo instrumento de evangelização principalmente nos ambientes”.
Após a celebração, os cursilhistas caminharam até o Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida para a cerimônia oficial chamada Ultreia Jubilar, um momento oracional e festivo.
O que é o Cursilho da Cristandade?
Movimento católico vai celebrar 60 anos no Brasil com Romaria no Santuário Nacional neste sábado (10)
A Igreja Católica está sempre disposta a promover e divulgar instrumentos com o objetivo de nos guiar para o Caminho, a Verdade e a Vida, ou seja, apresentar Cristo para cada um de nós como proposta de esperança.
Um desses veículos é o Movimento de Cursilhos de Cristandade (MCC), que com um método próprio facilita a vivência do Cristão, o ajudando a descobrir e a realizar a vocação pessoal para proclamar o Santo Evangelho a partir de atividades paroquiais e praticando a solidariedade a favor dos mais necessitados.
Cursilho é uma adaptação à palavra espanhola "Cursillo", que siginifica “pequeno curso”, de pouca duração. A iniciativa nasceu em 1948, por meio de um grupo de jovens pertencentes à ação católica espanhola (JACE), da Diocese de Palma de Mallorca, na Espanha, onde foi tomando forma como um movimento de evangelização, que trata de levar a Boa Nova do amor de Deus às pessoas. Difundiu-se por diversos países e continentes.
No dia 18 de abril de 1962 Sacerdotes e leigos espanhóis do Movimento realizaram em Valinhos, Diocese de Campinas (SP) o primeiro Cursilho de Cristandade no Brasil.
Mas como funciona o Cursilho?
O Cursilho é um retiro que começa em uma sexta-feira à noite e vai até o domingo ao fim da tarde. Nesse período, cada indivíduo tem a oportunidade de refletir sobre sua maneira de ser, suas limitações e qualidades, e reconhece o espaço a ser preenchido por Deus.
Sidney Rabelo, coordenador dos Cursilhos da Arquidiocese de Aparecida (SP) explicou qual o conteúdo aplicado no retiro.
"Nestes dias para as pessoas presentes no Cursilho, é aplicado o método 'Ver, Discernir e Agir', utilizado dentro do Movimento, e o retiro tem três tempos: um encontro com Cristo, um encontro consigo e um encontro com a sociedade. Temos palestras, Santa Missa, trabalhos em grupo, várias coisas dentro desses três dias. Tudo isso para cumprir o que está descrito em nosso carisma: a evangelização dos ambientes", disse Sidney.
O coordenador diocesano também ressaltou o que pode ser despertado na pessoa após a participação no retiro de três dias. 
"O que pretendemos com nossa missão é despertar nas pessoas, que cada participante ali tem que evangelizar no espaço onde estiver, na casa, trabalho, no clube. Onde a pessoa estiver, será um Evangelho, estar ali levando Cristo. Nosso movimento é dessa forma, focamos mais em buscar católicos que estão afastados da sua fé para participarem do Cursilho e buscarem essa identidade com Deus, de evangelizar cada ambiente!", concluiu. 
Romaria celebra seis décadas no Brasil
Para comemorar os 60 anos do Movimento de Cursilhos de Cristandade no País, os cursilhistas brasileiros vão se reunir em sua segunda Romaria Nacional, com Santa Missa do 12h no Altar Central do Santuário de Aparecida, presidida por Dom Paulo Mendes Peixoto, Arcebispo de Uberaba (MG) e Referencial para o movimento e concelebrada pelo Padre José Roberto Ferrari, Assessor Eclesiástico Nacional do MCC.
Após a Missa, será realizada a cerimônia oficial dos 60 anos do movimento, chamada de Ultreia Jubilar, no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida.
“São esperados mais de 6 mil cursilhistas do Brasil inteiro! Nossa expectativa é que nossos irmãos e irmãs que já são animados, façam ainda mais festa para celebrar nossos 60 anos, uma Ultreia Festiva. Essa palavra ultreia, que significa ‘avante, sigamos em frente’, com certeza será uma grande celebração com essa romaria em Aparecida!”, completou.
Fonte: A12.com
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A JMJ 2023 é uma “oportunidade de renovação” das comunidades cristãs
D. Joaquim Mendes reconhece que o evento traz uma “maior implicação e aproximação dos jovens”
O presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família considera que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que se realiza em Lisboa, em agosto de 2023, é uma “oportunidade de renovação” das comunidades cristãs.
“A JMJ é uma oportunidade de evangelização para a Igreja e renovação da comunidade cristã com uma maior implicação e aproximação dos jovens das comunidades”, disse D. Joaquim Mendes à Agência ECCLESIA.
No Seminário Diocesano de Leiria está a decorrer, até este domingo, um encontro de formação, “para uma pastoral juvenil sinodal”, orientado pelo padre salesiano Koldo Gutiérrez Cuesta.
“Uma oportunidade para a experiência da sinodalidade porque há uma necessidade de formação, reflexão e partilha”, frisou o responsável.
As “novas linguagens e novas propostas” são essenciais no mundo atual, sublinhou D. Joaquim Mendes.
O presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família destaca também a “importância da formação” para responder adequadamente às “exigências de acompanhar e guiar os jovens”, para que se tornem “verdadeiramente protagonistas da pastoral juvenil”.
«Para uma pastoral juvenil sinodal – Acompanhar a nível de ambiente, comunidade e grupo, em ordem a uma pastoral Juvenil Sinodal», é o tema da formação que começou, no dia 8 de setembro.
“Devemos passar de uma pastoral de projetos, muito setorial, para uma pastoral de processos conjuntos”, salientou o presidente da referida comissão.
O presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família explica que o tema do encontro inspirou-se no capítulo VII da Exortação Apostólica ‘Christus Vivit’, do Papa Francisco, – A Pastoral dos Jovens – Uma Pastoral Sinodal – e no contexto eclesial do processo sinodal em curso e da preparação para a JMJ Lisboa 2023.
“A formação é muito importante” se tal não acontecer “corre-se o risco da improvisação e do ativismo que não geram processos”, afirmou D. Joaquim Mendes
Este encontro de formação tem como participantes agentes de pastoral de dioceses, movimentos e congregações religiosas, que trabalham no setor da pastoral juvenil, das vocações, e da família, no ensino superior e no ensino escolar.
O orientador desta formação, o padre Koldo Gutierrez Cuesta, é o formador dos salesianos estudantes de Teologia, em Espanha, e já foi o diretor do Centro Nacional de Pastoral Juvenil Salesiana de Espanha, e da Revista ‘Mission Joven’.
D. Joaquim Mendes destaca que o formador dedicou parte da sua vida à pastoral juvenil, “de maneira prática e com contributos na reflexão pastoral”, e tem “numerosos artigos sobre pastoral juvenil em distintas revistas”.
Fonte: Agência Ecclesia
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JMJ 2023: Jovens da Amazónia levam a Lisboa musical sobre a abolição da escravatura
Benevides, no Estado do Pará, foi a primeira cidade a abolir a escravatura, e acolhe desde 1970 um Centro Mariápolis, do Movimento dos Focolares 
Um grupo de jovens de Benevides, no Estado do Pará, está a preparar um musical sobre a abolição da escravatura para apresentar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Lisboa.
Benevides, conhecida como a cidade “berço da liberdade”, foi a primeira região do Brasil a abolir a escravatura e, através do musical, os jovens querem “resgatar essa história”.
“A nossa região foi a primeira a libertar os escravos. A ideia de um musical vai contar um pouco da nossa história, lembrando que a Igreja teve um papel fundamental na libertação dos escravos nesta cidade”, afirmou Lucas Begot, da paróquia de Benevides, que está a preparar o musical.
O musical pretende também denunciar novas escravaturas na região amazónica, nomeadamente “a escravatura sexual, de menores e também de trabalho”.
Lucas Begot afirma que “cantar é a primeira liberdade” e que pretendem levar a “bela história que é a libertação dos escravos, em Benevides, para todo o Brasil e para todo o mundo, através da JMJ”.
A criação de musicais na paróquia de Benevides começou com a participação de 4 jovens na JMJ 2019, no Panamá, e como forma de motivar os jovens para as atividades da Igreja Católica na região, envolvendo atualmente mais de 50 jovens.
Luciana Dikson faz parte dos cantores do musical e afirma a “emoção muito grande” por poder sair do Pará e levar a cultura da região para outro país.
“Quando falamos da nossa cidade, muita gente pensa que é uma cidade pobre e que não tem nada e não valorizam a nossa cultura”, afirma, acrescentando que a cultura “tem de ser resgatada”.
Margarida Freitas, portuguesa do Movimento dos Focolares que está em missão em Benevides há 6 anos, declara um “grande fascínio pela Amazónia”, não só por causa do que no geral as pessoas pensam, e está relacionado com a natureza, a flores ou os animais, mas por causa das pessoas, que “são fantásticas”.
“São pessoas com muita dignidade. Zelam muito pela liberdade, pela afirmação da liberdade, por serem pessoas com muita dignidade. Talvez sejam muito subjugadas e reprimidas, mas têm muita dignidade no seu ser”, referiu a Margarida Freitas, indicando que terá sido por causa dessa defesa da liberdade que Benevides foi a primeira cidade a abolir a escravatura.
Diante de novas formas de escravatura praticada por grandes empresas, a missionária do Movimento dos Focolares lembrou que muitos indígenas são mortos por se oporem e desmascararem situações de exploração, uma vez que na região “o agronegócio é mais forte do que o próprio ser humano”.
Margarida Freitas faz missão a partir do Centro Mariápolis Glória, em Benevides, que foi criado em 1970 e acolhe 30 famílias, onde se recria a realidade amazónica nomeadamente o “respeito pela natureza” e a recuperação de lendas e tradições culturais.
Os jovens de Benevides participaram na apresentação que o presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, D. Américo Aguiar, e uma delegação do Comité Organizador Local (COL) está a fazer no Brasil, nomeadamente em Belém do Pará.
Fonte: Agência Ecclesia
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JMJ Lisboa 2023: «Da Bahia vão ter festa, alegria, animação», afirma coordenador da pastoral da juventude
Os jovens do estado brasileiro da Bahia querem fazer a diferença na Jornada Mundial da Juventude que vai decorrer em Lisboa, em agosto de 2023, e evangelizar com “festa, alegria, animação”.
“Da Bahia vão ter festa, alegria, animação e acima de tudo um fervor e a felicidade de chegar a Portugal e fazer a diferença”, disse à Agência ECCLESIA o padre Josuel Jesus, que coordena a Pastoral Juvenil na região da Bahia.
O sacerdote, pároco nas periferias de São Salvador da Bahia, garantiu a presença de muitos jovens em Portugal para “fazer a festa bonita e alegre que é viver com o Santo Padre a JMJ”.
O padre Josuel Jesus disse que querem chegar a Portugal “com o coração vibrante de felicidade e mostrar o que a Bahia e o Brasil tem para oferecer, que é alegria de evangelizar”.
Pároco de Alagados e São João Paulo II, o sacerdote acolheu uma delegação do Comité Organizador Local (COL) da JMJ Lisboa 2023 que apresentou a jornada que vai acontecer no próximo ano aos diferentes grupos de jovens da Arquidiocese de Salvador que estavam presentes e a outros da região da Bahia que seguiram a sessão por videoconferência.
Amanda é da paróquia de Nossa Senhora de Fátima e Stella Maris e está a preparar a sua primeira participação na jornada com um grupo de pelo menos 25 jovens na expectativa de ver a sua vida transformada.
“Eu sei que Deus prepara grandes coisas para nós e vou de coração aberto para fazer o que ele quiser”, afirmou.
David Miguel, da Comunidade Emanuel, participou nas últimas três jornadas e deseja ir também à próxima com o desejo de “encontrar irmãos em Cristo de todo o mundo”.
“Estar com os jovens cantando e dançando nas ruas de Lisboa após o tempo da pandemia vai ser uma alegria”, afirmou, acrescentando que o grupo tem a intenção de estar na semana anterior, nos Dias nas Dioceses, em Coimbra, passar por Fátima e depois viver a semana da JMJ Lisboa 2023.
André Lisboa foi voluntário na JMJ do Rio de Janeiro, Cracóvia e Panamá e prepara-se para ser voluntário também na JMJ Lisboa 2023 por se sentir, assim, “mais parte” da jornada.
“Eu nunca tive interesse em ser peregrino. O sentimento de pertença é o que acabamos por despertar quando somos voluntários da jornada, sentindo-nos mais parte do encontro”, disse André Lisboa, vestindo uma t-shirt da JMJ Lisboa 2023 enviada por uma amiga de Portugal, também voluntária nas jornadas anteriores.
Presente na sessão com lideranças de vários grupos de jovens, o presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, sublinhou a determinação em fazer chegar o convite para participar na jornada a todos os jovens.
“Apesar das dificuldades e dos problemas, acolhem com alegria e emoção a possibilidade de rumarem até Portugal, mesmo sabendo que têm um grande obstáculo, para as possibilidades reais de cada um deles. Mas acolhem o convite de sorriso aberto e faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para os ajudar a participar na JMJ”, afirmou D. Américo Aguiar.
De passagem pelo encontro do COL com os jovens da Bahia, o arcebispo de Salvador, o cardeal Sérgio da Rocha, disse que “se todo o Brasil está motivado para participar na Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, Salvador mais ainda”.
“Queremos que a nossa juventude possa continuar a evangelizar outros jovens. E que Jornada de Lisboa seja para todos nós um momento especial de animação da juventude, contando com os próprios jovens”, disse o cardeal D. Sérgio da Rocha.
Uma delegação do COL da JMJ Lisboa 2023 está a percorrer algumas capitais estaduais do Brasil para apresentar a jornada que vai acontecer em Portugal e motivar para a participação dos jovens brasileiros.
Fonte: Agência Ecclesia
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Entidades pró-vida lançam manifesto por voto contra o aborto e a destruição da família
A Comissão Regional da Defesa da Vida (CRDV) do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou um manifesto pelo voto pró-vida e pró-família. Segundo o coordenador da comissão, Roberto Vertamatti, a iniciativa “surgiu da preocupação de que grande parte dos cristãos, ainda que defendam e respeitem a vida, não têm uma consciência clara de que isso tem a ver com as eleições”.
O documento é intitulado “Apelo a todos os brasileiros – A vida humana, a família e a democracia estão em perigo”. Até o momento, conta com o apoio de 26 entidades pró-vida e pró-família de todo o Brasil. Segundo Vertamatti outras instituições devem se somar ao manifesto. “Nós só incluímos [o nome da instituição] após a adesão clara do organismo a partir da sua direção”, disse à ACI Digital.
Vertamatti ressaltou que, na hora de votar, o cristão não pode se deixar guiar “pela opção do aborto, da morte”. “Isso é muito claro no Catecismo da Igreja Católica, na tradição da Igreja de que a vida é o maior bem que nós temos”.
O Catecismo da Igreja Católica afirma que “a vida humana deve ser respeitada e protegida, de modo absoluto, a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento da sua existência, devem ser reconhecidos a todo o ser humano os direitos da pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo o ser inocente à vida”.
“A Igreja afirmou, desde o século I, a malícia moral de todo o aborto provocado. E esta doutrina não mudou. Continua invariável. O aborto direto, isto é, querido como fim ou como meio, é gravemente contrário à lei moral”, continua o Catecismo.
O Catecismo diz ainda que “o inalienável direito à vida, por parte de todo o indivíduo humano inocente, é um elemento constitutiva da sociedade civil e da sua legislação”. Citando a instrução Domun vitae, da Congregação para a Doutrina da Fé, de 1987, o Catecismo diz ainda que “os direitos inalienáveis da pessoa deverão ser reconhecidos e respeitados pela sociedade civil e pela autoridade política. Os direitos do homem não dependem nem dos indivíduos, nem dos pais, nem mesmo representam uma concessão da sociedade e do Estado. Pertencem à natureza humana e são inerentes à pessoa, em razão do ato criador que lhe deu origem. Entre estes direitos fundamentais deve aplicar-se o direito à vida e à integridade física de todo ser humano, desde a concepção até à morte”.
O coordenador da CRCD disse que a intenção com o manifesto “não é indicar em quem votar, mas indicar em quem não votar, porque não concorda com o que defende a Igreja Católica, é completamente a antítese do que diz a nossa doutrina”.
Para Vertamatti, “hoje, a questão da vida e da família estão intimamente ligadas. A destruição da vida implica na destruição da família e a destruição da família implica na destruição da vida”.
No documento, a comissão quis apresentar para o eleitor um “pequeno histórico” do que acontece no Brasil “desde a década de 1980, com alguns pontos principais que estão encaminhando para a situação de hoje” em relação ao aborto e aos ataques à famíliam disse Vertamatti. “Nós quisemos, de uma forma educativa, mostrar o caminho: olha o que está acontecendo, é por aí que temos que verificar, buscar as origens e, partir daí, votar conscientemente”.
Entre alguns fatos em favor do aborto no Brasil destacados pelo manifesto está, por exemplo, a inauguração em 1989 do “primeiro serviço de abortos em caso de estupro”, no hospital do Jabaquara, pela então prefeita de São Paulo (SP) Luiza Erundina (PT), atual candidata a deputada federal pelo Psol. “Outros grandes hospitais seguiram este mau exemplo”, afirma o texto. Nesta época, “o aborto em caso de estupro era praticado somente até a 12ª semana de gestação e eram exigidos o exame de corpo de delito e o Boletim de Ocorrência (B.O.)”.
Em 1998, lembra o documento, o ministro da Saúde José Serra, do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), “publicou a 1ª Norma Técnica sobre o aborto em caso de estupro, estendendo esta prática até à 20ª semana de gestação e eliminando a exigência do exame de corpo de delito”.  Atualmente, Serra é candidato a deputado federal pelo PSDB.
Candidato à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), governou o país por dois mandatos, entre 2003 e 2011. Neste período, “facilitou-se ainda mais o acesso à prática do aborto em caso de estupro”, diz o manifesto. Recorda que o ministro da Saúde Humberto Costa publicou a 2ª Norma Técnica, que “eliminou também a necessidade de apresentação do B.O” em caso de estupro para a prática do aborto. Lembra ainda que no ano de 2007, “em seu Terceiro Congresso Nacional, o PT aprovou a legalização do aborto como programa de partido, sendo o primeiro partido no Brasil a assumir oficialmente este programa”.
Já em 2013, no governo da também petista Dilma Rousseff foi apresentado no Congresso “o Projeto de Lei PLC 03/2013 que ‘dispõe sobre a atenção obrigatória e integral de pessoas em situação de violência sexual’”. O projeto foi sancionado por Dilma como lei 12.845/2013, apelidada como Lei Cavalo de Troia. “Além de obrigar todos os hospitais da rede pública ao atendimento às vítimas de violência sexual, este atendimento deve ser feito de forma “integral”, expressão ambígua que inclui também o aborto”, diz o manifesto. Ressalta ainda que na lei o aborto é “apresentado como ‘profilaxia da gravidez’, como se a gravidez fosse uma doença”.
Esta lei, porém, “não é aplicada porque falta aprovar o financiamento”. Diversos projetos para criar o “Fundo Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres” já foram apresentados, apelidados de “abortodutos”. Segundo o manifesto da Comissão do Sul 1, “quando os deputados contrários ao aborto colocaram como condição que o dinheiro do Fundo não pudesse ser utilizado, direta ou indiretamente, para procedimentos de aborto, os abortistas retiraram os vários projetos”. O último projeto apresentado sobre este tema é o PL 4251/2021, que “deu ao fundo o nome de ‘Promulher’”.
O documento da Comissão do Regional Sul 1 cita também alguns ataques à família neste período. Recorda que, em 2019, o então presidente Lula “sancionou o Plano Nacional de Direitos Humanos III, e colocou como uma de suas metas a ‘Desconstrução da Heteronormatividade’, ou seja, configurações familiares constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) devem ter os mesmos direitos das famílias constituídas por um homem e uma mulher, inclusive com relação a adoção de filhos”. “Trata-se da destruição da família”, diz a CRCD. Além disso, em 2011, o STF, “interpretando arbitrariamente a Constituição Federal, equipara a união homossexual ao ‘status’ da família normalmente constituída”.
“Por isso recomendamos encarecidamente a todos os cidadãos brasileiros, em consonância com o art. 5º da Constituição Federal, que defendam a inviolabilidade da vida humana, independentemente de suas convicções ideológicas ou religiosas, que nas próximas eleições, deem o seu voto somente a candidatos e partidos políticos contrários ao aborto e à destruição da família. Assim salvaremos também a democracia”, conclui o manifesto.
Fonte: ACIDgital
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Do dia 09/9/22
Amazónia: Relação com a natureza «pode ser um sinal para o mundo», afirma o arcebispo de Manaus
D. Leonardo Steiner, primeiro cardeal da região amazónica, lembra que a grande ameaça para a região é o dinheiro
O arcebispo de Manaus disse em entrevista à Agência ECCLESIA que a Igreja na Amazónia vive num espírito sinodal e lembrou a grande ameada do dinheiro para a região, onde a proximidade com a natureza “pode ser um sinal para o mundo”.
“Penso que a Amazónia pode ser um sinal de como conviver no meio ambiente: não perdermos a poesia, não perdermos a relação com a natureza, apreciarmos a natureza”, afirmou D. Leonardo Steiner, acrescentando que é necessário “cuidar mais” da casa comum.
O arcebispo de Manaus lembrou que “a grande ameaça” para a Amazónia “é o dinheiro, a busca do dinheiro, o enriquecimento”.
“O garimpo é ouro, ouro é dinheiro; deflorestação da madeira, é dinheiro; a pesca predatória é dinheiro. Não se olha para o habitat, não se olha para quem está lá, mas para o lucro que posso tirar. E esse é o grande problema, não só brasileiro ou amazónico. É um problema de mentalidade no mundo inteiro”, sublinhou.
D. Leonardo Steiner afirma que é necessário promover um desenvolvimento sustentável que tenha em conta “as comunidades ribeirinhas, as comunidades indígenas, que querem continuar a viver a sua cultura, o seu modo de viver, onde estão”.
Criado cardeal pelo Papa no último consistório, a 27 de agosto, D. Leandro Steiner diz que é necessário concretizar os “quatro sonhos” de Francisco para Salvar a Amazónia.
“Para salvar a Amazónia é preciso colocar em prática os quatro sonhos do Papa Francisco. Os quatro sonhos que são uma hermenêutica da totalidade: não deixar nada de lado, quando olhamos onde estamos, como queremos ser Igreja e ser presença do Reino de Deus. Tudo precisa de ser resgatado, salvo”, sustentou
O arcebispo de Manaus lembrou que é necessário retomar as propostas dos bispos amazónicos definidas na diocese brasileira de Santarém, há 50 anos, reafirmando para a região “uma Igreja encarnada e libertadora”, na esteira do espírito sinodal.
O cardeal Steiner referiu que no Brasil e especialmente na Amazónia já se concretiza o espírito sinodal, onde as “assembleias são sinodais, são sempre assembleias com a participação de todo o povo de Deus” e as cúrias diocesanas contam com a colaboração de leigos.
Na entrevista concedida no fim dos trabalhos da Assembleia Plenária da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que decorreu em Aparecida entre os dias 28 e 2 de setembro, D. Leandro Steiner comentou a reunião do Papa com os cardeais que decorreu no Vaticano após o consistório para refletir sobre a reforma da Cúria Romana, sublinhando a necessidade do diálogo entre as conferências episcopais e a Santa Sé.
“A cúria está ao serviço das igrejas particulares e deve-se estabelecer um diálogo entre as igrejas, as conferências episcopais e a Cúria Romana. E esse espírito já está muito presente atualmente. O Papa Francisco está a dar passos e agora vem dizer que o centro da Igreja é evangelizar”, analisou.
D. Lendro Steiner, foi nomeado arcebispo de Manaus em novembro de 2019 pelo Papa Francisco, que o criou também cardeal, sendo considerado o cardeal da Amazónia.
Fonte: Agência Ecclesia
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Cazaquistão: a presença do Papa aqui será uma grande bênção, diz arcebispo Peta
Em uma semana, de 13 a 15 de setembro, o Papa Francisco vai visitar o Cazaquistão por ocasião do VII Congresso de Líderes de Religiões Mundiais e Tradicionais, um encontro trienal promovido pelo presidente do país, Kassym-Jomart K. Tokayev. É uma viagem apostólica marcada pela paz e pela unidade, como diz o próprio lema.
A visita vai se concentrar na capital moderna e futurista de Nursultan, no norte do país, onde vai encontrarar as autoridades e a sociedade civil, vai rezar e falar com representantes de diferentes credos, além de se reunir com membros da Igreja local e celebrar uma missa no dia da Festa da Exaltação da Cruz.
A pequena Igreja local
As origens da Igreja no Cazaquistão datam de meados do século XIII, quando a França enviou alguns missionários de lá para a Mongólia. Foram os franciscanos os encarregados da missão em toda a região da Ásia Central. No século seguinte, começaram as primeiras perseguições e não houve mais notícias até meados do século XIX. Os católicos retornaram em parte como soldados do exército russo, em parte como exilados, deportados, prisioneiros de guerra ou colonos voluntários e refugiados.
O fim da União Soviética, da qual esta área fazia parte, e o nascimento do Cazaquistão independente em 1991, marcaram um ponto de virada para a pequena Igreja Católica local: em 1992, foram estabelecidas relações diplomáticas entre a antiga República Soviética e a Santa Sé, e em 1998, foi assinado um acordo entre as duas partes garantindo à Igreja Católica a liberdade de realizar suas atividades sociais, educacionais e sócio-sanitárias, de ter acesso aos meios de comunicação e de prestar assistência espiritual a seus fiéis nas instalações de saúde e nas prisões. Foi precisamente o apelo à harmonia entre religiões e culturas que esteve no centro da visita de João Paulo II ao país em 2001, um tema que, em essência, Francisco também vai relançar à luz da encíclica Fratelli tutti.
A visita do Papa para promover uma reconciliação global
Os católicos no Cazaquistão são 0,01% da população, cerca de um quarto desta minoria são cristãos, a maioria dos quais são ortodoxos. Os fiéis são distribuídos em quatro dioceses (a Arquidiocese de Maria Santíssima em Astana – Nursultan), a diocese da Santíssima Trindade em Almaty, a diocese de Karaganda e a Administração Apostólica de Atyrau) com um total de 70 paróquias. Cerca de uma centena são os sacerdotes. Dom Tomasz Bernard Peta, arcebispo de Santa Maria Santíssima, concedeu entrevista ao Vatican News.
Qual é a importância da visita do Papa Francisco ao Cazaquistão?
Uma visita do Papa Francisco é sempre um acontecimento histórico, ainda mais em um país onde os católicos são um pequeno rebanho. Estou convencido de que é uma grande bênção para nós, católicos, e para todo o Cazaquistão. Considerando a dramática situação internacional, a visita traz consigo a esperança de paz e reconciliação em uma escala global. Somos muito gratos que o Santo Padre abençoe um novo ícone mariano na Catedral de Nursultan, ícone esse destinado ao nosso Santuário Nacional da Rainha da Paz em Ozyornoye. Ela nos lembrará da visita papal.
Qual é o valor do Congresso Inter-Religioso e da participação do Papa?
O Congresso de Líderes de Religiões Mundiais e Tradicionais não é uma plataforma para discussões teológicas. Na minha opinião, pode ser um sinal que aponte para Deus como fonte de paz. Os esforços dos políticos, embora necessários, são insuficientes. Uma intensa oração dos crentes pela paz é necessária. A participação do Santo Padre Francisco no Congresso eleva o nível deste evento e indica o cuidado da Igreja pela paz e o bem-estar de toda a humanidade.
Como o Papa Francisco é visto no Cazaquistão?
Para os católicos do Cazaquistão é o Chefe da Igreja, o Sucessor de Pedro. Esperamos por ele com alegria e esperança. Deve-se notar que, para as autoridades cazaques, o Santo Padre representa uma autoridade. Isto é demonstrado pela diligência com a qual o governo está preparando a visita.
Desde sua chegada ao Cazaquistão, o que mais o impressionou nesta terra?
Cheguei ao Cazaquistão em 1990, ainda nos tempos da União Soviética. Naquela época, não existiam estruturas eclesiásticas. No território de cinco repúblicas da União Soviética, havia cerca de 15 padres locais, cidadãos da União Soviética. Em muitas cidades e vilarejos, existiam comunidades de fiéis. Onde o rosário era rezado em dias de comunismo, a fé e o sentimento de pertencer à Igreja eram preservados. Isto então deu frutos nas condições de liberdade de religião e consciência após a independência do Cazaquistão (em 1991). Rapidamente foram estabelecidas paróquias e construídas igrejas e capelas.
O que significa ser católico no Cazaquistão?
No Cazaquistão, desfrutamos de liberdade religiosa. No entanto, não é fácil ser católico. Por que isso acontece? Os católicos são menos de 1%. Os 19 milhões de cidadãos do Cazaquistão são um mosaico de 130 nacionalidades – 70% são cazaques – e pertencem a 18 religiões oficialmente registradas. Ser católico significa fazer uma escolha madura. Durante os anos da independência de nosso país, vários milhões de cidadãos viajaram para suas pátrias históricas. Entre eles estavam vários milhares de católicos. Durante esse período, a comunidade católica se tornou mais internacional. Os católicos do Cazaquistão pertencem a dez nacionalidades diferentes, incluindo representantes da nação cazaque. Não podemos mais nos chamar, como antes, de Igreja “alemã” ou “polonesa”.
Na Ásia Central, como vocês receberam os apelos do Papa pela paz em relação à guerra na Ucrânia?
A guerra na Ucrânia é uma grande tragédia. Pode-se dizer que é uma ferida no corpo de toda a humanidade. Acreditamos que a visita do Santo Padre Francisco contribuirá fortemente para o fim da guerra na Ucrânia e para a conquista da tão esperada paz.
Fonte: CNBB
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CNBB se soma à realização de Encontro Inter-religioso pela Preservação da Amazônia neste sábado, 10, das 10h às 13h
Neste sábado, 10, das 10h às 13h, será realizado o Encontro Inter-religioso pela Preservação da Amazônia “Amazônia para a Sempre”, no auditório do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), em São Paulo (SP). O ato, que está sendo realizado em parceria por 16 organizações, entre elas a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). será transmitido pelo canal do Centro Universitário FMU no Youtube.
De acordo com o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso da CNBB, padre Marcus Barbosa, o encontro vai fechar a Semana de Celebração pelo Dia da Amazônia.
“Será uma ótima oportunidade para mostrar que a voz das religiões em favor da Amazônia e seus povos é forte e se traduz em muitos sinais de esperança, vida e solidariedade com a nossa Casa Comum”, disse.
Além da CNBB, participam da organização do ato, a Iniciativa Inter-religiosa pelas Florestas Tropicais, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), a Confederação Israelita do Brasil (Conib), Aliança Evangélica, Religiões pela Paz, Rede Eclesial Pan-Amazônica, entre outros.
Cuidado com a criação
No convite, as organizações defendem que o cuidado com a natureza é preceito fundamental nas tradições religiosas e configura um compromisso ético, moral e espiritual das pessoas que professam fé. O amor ao criador precisa ser acompanhado pelo cuidado com sua criação.
O objetivo, expresso no convite do ato, é para “refletir juntos sobre como podemos promover os valores ecológicos em nossas comunidades religiosas e também para denunciar os crimes socioambientais e para exigir das autoridades constituídas o cumprimento da Constituição Federal.  Nossa Carta Magna assegura à sociedade brasileira o direito à preservação da biodiversidade e seus serviços ecológicos e garante também aos povos originários e comunidades tradicionais o direito aos seus territórios, a preservação de suas culturas e o acesso aos serviços públicos”.
PROGRAMAÇÃO:
10h : Abertura 
Canção indígena – 5 minutos
10h10 : Mesa de abertura 
Entidades religiosas do Conselho da IRI Brasil + outras entidades
10h30 : 11h15 – Painel 1: Amazônia hoje 
11h15 : 12h45 – Painel 2: Comunidades religiosas e a Amazônia
Diálogo inter-religioso (presencial e virtual): A contribuição das comunidades religiosas para a preservação da  Amazônia e para a proteção dos direitos dos povos originários e comunidades locais. (Representantes dos 9 estados da Amazônia Legal e das demais regiões brasileiras ) – 90 minutos
12h45 – 13h: Leitura da Carta Aberta dirigida aos candidatos e encerramento.
Fonte CNBB
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Pastoral Familiar vai premiar boas práticas em família no âmbito das redes sociais
Durante o XVI Congresso Nacional da Pastoral Familiar, em agosto, foi lançado o “Concurso de boas práticas em Família“, nesta primeira edição com o tema “O uso das mídias digitais“. A iniciativa é da Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF), através do Setor Pré-Matrimonial.
O objetivo do concurso é estimular, reconhecer e premiar iniciativas desenvolvidas pelas famílias em todo o país, que promovam a educação dos filhos através do uso moderado e consciente das redes sociais, bem como a ampliação de espaços e canais de evangelização pelo uso das mídias digitais e maneiras de exercitar a solidariedade no ambiente digital.
Todas as famílias do Brasil têm a oportunidade de inscrever uma ou mais experiências em cada uma das três categorias:
    Desenvolvimento de critérios de moderação e conscientização no uso das redes;
    Promoção da evangelização na família e educação na fé dos filhos, com o uso das mídias sociais;
    Ações solidárias desenvolvidas, sobretudo durante a pandemia, e despertada através das mídias sociais.
Os vencedores receberão uma premiação de 1,5 mil reais para serem investidos em uma instituição católica. Também será ofertado um certificado da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e um kit da Secretaria Executiva Nacional da Pastoral (Secren). O resultado será divulgado no dia 10 de dezembro deste ano.
O assessor da Comissão Vida e Família e secretário executivo da CNPF, padre Crispim Guimarães, ressalta que, através do celular, há muitas oportunidade de comunicação. Recordando que as mídias digitais e as redes sociais são ambientes no qual os membros das famílias estão presentes, ele destaca o desejo que as reflexões sobre o bom uso dessas ferramentas torne-se uma prática no ambiente familiar: “Este tema que atravessa todos nós é algo que a gente precisa colocar em prática no nosso dia a dia”. Fonte: CNBB
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Papa à comunidade de jovens: o futuro da fé passa pela unidade cristã
Mensagem em vídeo do Papa Francisco por ocasião do lançamento da Comunidade de formação “At The Crossing” na Catedral Episcopal de Nova York, Saint John the Divine. São jovens católicos, episcopais e de outras denominações cristãs que transcorrem um ano de vida comunitária
O Papa Francisco enviou uma mensagem em vídeo por ocasião do lançamento da Comunidade de Formação “At The Crossing” na Catedral Episcopal de Nova York, Saint John the Divine. Na sua mensagem Francisco manifesta sua satisfação e alegria ao ver episcopais e católicos, cristãos de outras denominações e pessoas de boa vontade se reunirem para formar esta Comunidade. Os jovens irão transcorrer um ano de vida comunitária, de formação cristã e de discernimento, de oração, de serviço aos jovens e aos pobres.
Este caminho vale por mil palavras
Francisco disse-lhes: “Vocês serão testemunhas do amor e da ternura de Deus. ‘Vejam como se amam uns aos outros’, diriam aqueles que viram a primeira comunidade cristã, vejam como vivem juntos com alegria e compartilham seus bens, vejam como rezam juntos, vejam como estão próximos aos pobres. Espero e rezo - continuou o Papa - para que isto aconteça aqui em Saint John the Divine.
“Escolher o caminho humilde da vida em comum vale por mil palavras”
Encontro de jovens de todas denominações cristãs
Ao comentar sobre o nome da comunidade “At the Crossing” o Papa recordou que “evoca o 'cruzamento' dentro desta catedral, o ponto de intersecção entre a nave e o coro que permite atravessar de um lado para o outro. Tem um significado profundo. No cruzamento significa um lugar para os jovens de todas as denominações cristãs se cruzarem e se encontrarem. A minha esperança é que esta comunidade proporcione uma oportunidade para reavivar o desejo de unidade dos cristãos e da sociedade de Nova York e também dos Estados Unidos”.
“O futuro da fé em nosso mundo passa pela unidade cristã”
“Portanto – continua Francisco na sua mensagem - quero que vocês continuem a trabalhar juntos para alcançar a unidade, e não esqueçamos que “At The Crossing” evoca a cruz de Cristo. Jesus Cristo é um vínculo mais forte e profundo do que nossas culturas, nossas escolhas políticas e até nossas doutrinas”.
Por fim, o Papa agradeceu aos jovens pela coragem e pelo compromisso assumido, e disse: "Meu coração se alegra quando penso que a Arquidiocese Católica e a Diocese Episcopal de Nova York estejam trabalhando lado a lado”. Fonte: Vatican News
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A doação do Papa às famílias atingidas pelas inundações no Paquistão
Uma contribuição importante para a população que continua sofrendo no país, devastada pelas inundações que atingiram 33 milhões de pessoas, está chegando às áreas mais afetadas do Paquistão. A informação foi dada pelo cardeal Konrad Krajewski, esmoleiro do Papa.
As imagens da devastação causada pelas inundações que assolam o Paquistão desde o mês de junho não deixam ninguém indiferente. É por isso que o Papa Francisco, através da Esmolaria Apostólica, destinou 100 mil dólares ao país que ainda está fazendo balanços das vítimas fatais. Os dados, sempre em atualização, falam de mais de 1300 pessoas que morreram, incluindo 458 crianças, de acordo com a Agência Nacional de Gerenciamento de Desastres. As informações são do esmoleiro do Papa, o cardeal Konrad Krajewski.
A situação do Paquistão
No Paquistão, a situação continua grave. Centenas de milhares de pessoas foram obrigadas a deixar as suas casas, e os danos são estimados em cerca de 10 bilhões de dólares. A vida acabou sendo abalada para quase 33 milhões de pessoas de uma população de 220. As inundações foram causadas por chuvas de monções excepcionais, transbordamento de rios e derretimento acelerado das geleiras nas montanhas do norte do país.
A Organização Mundial da Saúde falou de mais de 6,4 milhões de pessoas que precisam de ajuda humanitária nas áreas inundadas. A ONU fez apelo à comunidade internacional para levantar 160 milhões de dólares, e nesta sexta-feira (9) o secretário geral, António Guterres, visitará as áreas atingidas.
"Uma destruição nunca antes vista e são os mais pobres que suportam o peso dessa situação", disse o cardeal Joseph Coutts, arcebispo emérito de Karachi, quando esteve em Roma para o encontro do Papa com os cardeais do mundo sobre a reforma da Cúria. O purpurado havia recordado a proximidade de Francisco que também havia expressado solidariedade com o povo do Paquistão no Angelus, exortando uma resposta rápida e generosa.
Fonte: Vatican News
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Krajewski, em nome do Papa, um novo presente para a Ucrânia
O esmoleiro pontifício nestes dias partirá para o país do Leste Europeu. Esta é a quarta missão do cardeal encarregado por Francisco para mostrar sua proximidade e apoio a um povo em grave sofrimento.
Novamente em viagem, novamente sozinho na condução de um veículo que será destinado à entrega de alimentos para pessoas em dificuldade, novamente para completar a missão confiada pelo Papa: oferecer proximidade e ajuda, fazer as pessoas sentirem que não estamos abandonadas, mas apoiadas com a força da oração e não só. Desta vez, o cardeal Konrad Krajewski, prefeito do novo Dicastério para o Serviço da Caridade, tem como destino as áreas de Odessa, Žytomyr, Charkiv, mas também outros lugares no leste da Ucrânia. O esmoleiro entra pela quarta vez no país em guerra desde 24 de fevereiro e doará o veículo que será usado na distribuição de ajuda aos pobres.
Num comunicado do Dicastério, divulgado pela Sala de Imprensa da Santa Sé, lê-se que a missão do esmoleiro do Papa é "visitar e apoiar várias comunidades de fiéis, sacerdotes e religiosos, e seus bispos, que por mais de 200 dias continuam nos lugares de seu ministério apesar dos perigos da guerra".
Em silêncio e oração
Uma viagem "também acompanhada de ajuda concreta através das Caritas das várias dioceses", mas sobretudo "uma viagem silenciosa e evangélica, para estar com as pessoas que sofrem, rezar e confortar cada uma delas mostrando com sua presença que não estão sozinhas nesta situação que está apenas causando destruição e morte". Ver as valas comuns de perto, na Páscoa passada, deixou uma marca no cardeal que celebrou ali, entre os escombros e a dor, o Tríduo Pascal e que desde então continua trabalhando para ajudar o povo ucraniano e os muitos refugiados hospedados na Itália.
A lógica do Evangelho
O Papa Francisco no Angelus de 6 de março de 2022 lembrou os "rios de sangue e lágrimas" que corriam na Ucrânia, fazendo um novo apelo para salvar "nossos irmãos e irmãs oprimidos pelas bombas e pelo medo". Naquela ocasião, ele reiterou a disponibilidade da Santa Sé para "colocar-se a serviço" da paz, com o anúncio de duas missões iminentes, a do cardeal Michael Czerny, então prefeito interino do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, e a do cardeal Konrad Krajewski, esmoleiro pontifício. Pouco depois, a partida para Lviv com a parada na Polônia, um país com o coração aberto para acolher os irmãos ucranianos. É "a lógica do Evangelho" que norteia esta primeira missão que leva o apoio concreto do Papa, como as contribuições aos motoristas dos caminhões que transportam a ajuda.
Junto com Maria na dor da guerra
A segunda missão nasceu no signo de Maria. No dia seguinte à consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração da Virgem, o Cardeal Krajewski, voltando de Fátima, onde o Papa o havia enviado para celebrar o ato de confiança, parte novamente para Lviv a fim de entregar uma ambulância abençoada e doada por Francisco. Uma viagem na solidão para entregar o veículo ao Centro Regional de Saúde da Mãe e da Criança. "O Pontífice – disse o esmoleiro ao Vatican News - é sempre aquele que constrói pontes, que leva paz. Então essa ambulância é para as pessoas que sofrem, mas também representa o abraço do Santo Padre".  A última missão se realizou na Semana Santa. O cardeal partiu novamente para doar uma segunda ambulância para um centro de cardiologia em Kiev. Uma viagem para estar perto no Gólgota de hoje e cantar – disse Krajewski – Aleluia porque Cristo ressuscitou. Para chegar à Ressurreição se desce à escuridão da dor, numa tocante Via-Sacra em Borodjanka entre as valas comuns, entre corpos dilacerados e sem nome. "Faltam lágrimas e faltam palavras": disse o esmoleiro, mas a fé é certa, como o amor de Deus que nunca deixa de surpreender.
Fonte: Vatican News
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Cardeal Parolin aos núncios: a Maria, o nosso pedido de paz para todos os povos
No extraordinário cenário da Capela Sistina, foram celebradas as Vésperas com os Representantes Pontifícios que estão nestes dias no Vaticano para participar do encontro trienal. Na homilia, o secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, salientou sobre o vínculo especial entre a Virgem Maria e os núncios que não representam a si mesmos, mas a Igreja e o Pontífice. A ela, Rainha da Paz, Parolin confia a oração pela
A Virgem Maria, cuja Natividade foi celebrada nesta quinta-feira (8), foi o coração das Vésperas junto ao cenário sugestivo da Capela Sistina, no Vaticano. Participaram cardeais, bispos que representam o Papa nas diferentes partes do mundo, chefes dos dicastérios da Cúria Romana, superiores da Secretaria de Estado e Observadores permanentes sem status episcopal. Nesta sexta (9), o grupo participa de trabalhos divididos por continentes, e, no sábado (10), está prevista a concelebração eucarística presidida pelo Papa Francisco na Casa Santa Marta e outra série de reuniões para encerrar o encontro trienal dos Representantes Pontifícios, desejado pelo Pontífice.
Maria não pode ser amada o suficiente
Presidindo as Vésperas, que concluíram o segundo dia de encontro para os 91 núncios e 6 Observadores Permanentes no Vaticano, estava o cardeal Pietro Parolin. O secretário de Estado disse que "não devemos ter medo de alimentar uma terna devoção filial à Mãe de Cristo; de Maria, nunca se pode dizer o suficiente, nunca se poderá amá-la o suficiente". O purpurado citou uma frase dita pelo cardeal Ratzinger que lembrou que, quando jovem, tinha reservas sobre algumas fórmulas antigas relativas a Maria, "elas me pareciam exageradas, agora entendo que são verdades que são mais válidas hoje do que nunca".
Um vínculo especial entre o núncio e a Virgem
Se queremos ser cristãos, devemos ser marianos, disse o cardeal Parolin, devemos reconhecer a relação que une Maria a Jesus. "Maria é toda relativa a Jesus". Se a devoção a Maria fosse distanciar Jesus, seria preciso rejeitá-la, afirmou ele, mas o oposto é verdadeiro. É necessária para amar Deus. O São Louis de Montfort, tão caro ao JPII, estava convencido disso. Essa unidade de Maria com Jesus entra em particular relevo hoje em dia, observou o cardeal, porque esta celebração é em honra à Natividade de Maria, mas seu verdadeiro significado é a Encarnação do Verbo. Por isso, de fato, nasce Maria. E "essa característica da festa é particularmente significativa para nós", enfatizou o secretário de Estado, "porque também nós, em nossa missão, somos todos relativos a outro".
Confiemos nossa oração pela paz a Maria
Em 2019, o Papa Francisco havia dito, lembrou Parolin, que o núncio não representa si mesmo, mas a Igreja e em particular o Sucessor de Pedro em uma determinada área. "Parecendo com Maria, somos chamados a amá-la e a imitá-la nas suas virtudes", ela que é "modelo na fé e na caridade". Ela nos ensina a sermos fortes e misericordiosos.
O cardeal Parolin convidou, então, todos os presentes a confiarem à intercessão de Maria a oração pela paz "neste mundo tão conturbado, doando-nos dias de paz". E também nessa preocupação pelo mundo inteiro, o purpurado vê um vínculo especial entre os Representantes Pontifícios e Maria porque, disse ele, o núncio tem no coração o bem de todo um povo. Recordando todas as situações de conflito, de dificuldades e perseguição que sabemos que existem no momento, concluiu o cardeal, repetimos a Maria: "dai-nos dias de paz".
Fonte: Vatican News
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Os 3 pilares sobre os quais alicerçar a comunicação da mensagem do Evangelho
O diretor das POM estadunidense, arcebispo Kieran Harrington, com dados em mãos da Ásia, África e América do Sul, destacou aos bispos de recente nomeação um crescimento exponencial do digital nesses continentes, com as correlatas mudanças que trouxe, antes de tudo a velocidade da mensagem, focando acima de tudo no Twitter e trazendo o exemplo das postagens do Papa Francisco no Twitter.
Realiza-se até dia 16 de setembro em Roma o Seminário de Estudos (o primeiro foi realizado em 1994) dirigido aos bispos recentemente nomeados à frente das circunscrições eclesiásticas dos territórios de missão. Após a Missa de abertura presidida pelo cardeal Luis Antonio Tagle na última segunda-feira,5, passaram a ser abordados vários temas ao longo dos dias de trabalho, que se estenderão até 16 de setembro.
Na quinta-feira, 8, coube ao diretor do Pontifícias Obras Missionárias (POM) nos Estados Unidos, Dom Kieran Harrington, falar aos bispos de recente nomeação sobre os meios de comunicação. A audiência e como o público usa a mensagem (targeting), a narração (storytelling) e os instrumentos para chegar aos destinatários (delivery) são os três pilares sobre os quais alicerçar a comunicação da mensagem do Evangelho, disse ele.
Dom Harrington emocionou seus ouvintes com uma apresentação que combinava uma ilustração eficaz e detalhada dos "fundamentos" da comunicação missionária com a experiência à campo: ofereceu exemplos concretos, declinando cada passo de sua intervenção não somente às necessidades primárias de um bispo recém-nomeado, mas também aos meios de que realmente dispõe para poder comunicar eficazmente no âmbito dos meios de comunicação social.
Dom Harrington exortou a começar qualquer discurso comunicativo a partir do público, partindo de quem ouve, fazendo-se perguntas que ajudem a focalizar a quem pretende fazer chegar uma mensagem.
Exortou os bispos a terem a coragem de mudar, de repensar a comunicação e de terem consciência de que "a comunicação é missão", citando uma passagem do documento "Evangelii Gaudium" (n. 33): "A pastoral em chave missionária exige que abandonemos o conveniente critério pastoral de 'sempre se fez assim'", salientou, convidando todos a serem "ousados e criativos nesta tarefa de repensar os objetivos, as estruturas, o estilo e os métodos evangelizadores de suas comunidades. Uma identificação dos fins sem uma adequada busca comunitária dos meios para alcançá-los, está condenada a ser traduzida em mera fantasia”.
Para um melhor êxito de uma narrativa, Dom Harrington sublinhou a necessidade de saber identificar histórias e testemunhos nas suas comunidades que possam chegar aos ouvintes de forma direta e empática: "A história para ser eficaz - explicou - deve mudar o nosso modo de agir, deve ser contada de modo simples e compreensível, deve estar próxima ao sentir de quem a escuta; em alguns casos será também um convite para passar à ação, aos fatos”.
Falando dos instrumentos tradicionais de comunicação mediática (agências de notícias, televisão e rádio), Dom Harrington, embora recordando a sua importância fundamental no mundo da informação, denunciou a sua insuficiência no atual contexto totalmente digitalizado onde o papel fundamental da comunicação é desempenhado pelas redes sociais (Twitter, Facebook, Instagram, WhatsApp, Telegram, etc.).
O diretor das POM estadunidense, com dados em mãos da Ásia, África e América do Sul, destacou um crescimento exponencial do digital nesses continentes, com as  correlatas mudanças que trouxe, antes de tudo a velocidade da mensagem, focando acima de tudo no Twitter e trazendo o exemplo das postagens do Papa Francisco no Twitter.
Na segunda parte do seu  pronunciamento, o arcebispo Harrington ofereceu pontos práticos, convidando os bispos a realizar uma programação dos calendários pastorais com o objetivo de organizar uma comunicação eficaz e exortou-os a aproveitar a sua própria "dispensa" interna, para fazer com que a própria mensagem tenha uma maior amplificação (pilares da comunidade, professores, educadores, lideranças de grupos ou movimentos religiosos, empresários, etc.).
Por fim, tratou da questão da gestão da “comunicação de crise”, a ser abordada com a justa lucidez que permite definir o seu alcance para atuar com uma mensagem rápida a ser confiada aos instrumentos corretos.
Fonte: Vatican News
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Papa encontra neste sábado mais de mil catequistas reunidos em congresso mundial
A audiência com Francisco está prevista para o final da manhã deste sábado (10) e deve encerrar as atividades do III Congresso Internacional de Catequistas que começou na quinta (8) com o tema "O Catequista, testemunha da Vida Nova em Cristo". Os participantes do evento, promovido pelo Dicastério para a Evangelização, são provenientes de 81 países, dos 5 continentes.
Sob o tema "O Catequista, testemunha da Vida Nova em Cristo", mais de mil catequistas de 81 países, dos 5 continentes, participam do III Congresso Internacional de Catequistas em Roma, uma iniciativa do Dicastério para a Evangelização do Vaticano. O evento começou na quinta-feira (8) com o objetivo de analisar a "vocação do catequista" a partir do ministério recém-criado na Igreja, além de apresentar as boas práticas de evangelização.
No dia de abertura do evento, os catequistas celebraram a eucaristia na Igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma. O bispo de Aveiro e presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, dom António Moiteiro, disse que a vocação do catequista exige “um sim diário, a exemplo de Maria”. “Não nos esquecemos que o nosso ‘sim’ ao Senhor não foi dado uma vez. Tal como Maria disse ‘sim’ e não sabia o que lhe aconteceria nos anos de vida de Jesus, também o nosso é um ‘sim’ que se vai dizendo em tantos e tantos momentos ao longo da vida”.
Na eucaristia a que presidiu, dom António Moiteiro afirmou ainda que “não se nasce catequista, vamos nos tornando catequistas. O nosso ‘sim’ diário nos transforma.” “A nossa missão passa por ensinar acerca da história de salvação de Deus. Isto exige pôr em contato aquele que acompanhamos com Jesus Cristo! Precisamos estar disponíveis para escutar, discernir o que Deus pede, e fazer caminho”, afirmou ele.
Nesta sexta-feira (9), entre outras atividades, o sacerdote brasileiro, Pe. Mário Marcelo Coelho, da Faculdade Dehoniana de São Paulo, apresentou o tema "10 mandamento e as bem-Aventuranças: a catequese ao serviço da formação". No último dia do Congresso, então, após outra série de palavras, o evento se conclui com um encontro entre os catequistas e o Papa Francisco.
Fonte: Vatican News
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Shevchuk: milhões de ucranianos deportados para a Sibéria
Durante a guerra, a raiva e o ódio entre as pessoas às vezes se tornam sentimentos dominantes. E isso também pode ser entendido, porque estamos profundamente feridos por esta guerra. Mas não temos o direito de deixar que nossas dificuldades e feridas pessoais se tornem causa de discórdia entre nós, para que nossa dor se transforme em uma força destrutiva que destrói as relações humanas. É importante que nos esforcemos para valorizar o que nos une, tudo o que fortalece nossa gente.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Queridos irmãos e irmãs em Cristo,
hoje é quinta-feira, 8 de setembro de 2022.
Na Ucrânia já é o 197º dia da grande guerra que a Rússia está travando contra o povo ucraniano.
Mais uma vez, este último dia e esta noite foram marcados por ações militares, dor, sangue, novas vítimas desta guerra. Ainda temos muitos mortos e feridos para lamentar.
Batalhas pesadas estão ocorrendo ao longo da linha de frente. O exército ucraniano defende heroicamente nosso Estado e realmente inflige perdas significativas ao inimigo.
Mas meu coração dói mais pela população civil que sofre com esta guerra. Mais uma vez, como se estivesse dentro de um cronograma, 5 mísseis russos atingiram Kharkiv durante a noite. Muitas outras cidades e povoados na Ucrânia são bombardeados à noite, atingindo a população civil com vários tipos de armas.
Esta guerra continua a infligir feridas profundas ao nosso povo e continua a ter enormes consequências humanitárias. Sua magnitude provavelmente ainda não é totalmente compreendida, tanto pelos próprios ucranianos quanto pela comunidade internacional, a comunidade internacional.
Mas já hoje, os especialistas apontam que 57% dos ucranianos estão traumatizados, sofreram um ou outro tipo de trauma relacionado à guerra. Muitos sofrem do que é chamado de transtorno de estresse pós-traumático. E isso só pode afetar o humor de nossa sociedade, sua sensibilidade, todos esses processos que afetam a construção das relações interpessoais.
Ontem aconteceu um evento único, ao qual, talvez, poucas pessoas prestaram atenção. Foi realizada uma reunião regular do Conselho de Segurança da ONU, durante a qual o mundo inteiro foi informado sobre um novo crime da Rússia contra o povo ucraniano. Hoje se sabe nos mais altos escalões que mais de 2,5 milhões de ucranianos já foram deportados da Ucrânia, em particular dos territórios ocupados do leste e sul de nossa pátria, foram levados para o Extremo Oriente na Sibéria. Entre eles estão 38.000 crianças. E muitas crianças foram simplesmente privadas de cuidados parentais, deportadas sem os pais. E é uma grande ferida do povo ucraniano, uma grande dor. Hoje devemos rezar especialmente por aqueles que passaram por todos esses campos de concentração de filtragem e, portanto, foram obrigados a deixar suas cidades e povoados sob o fogo das metralhadoras.
Teve início na Ucrânia o ano letivo, mas hoje o Ministério da Educação diz que meio milhão de estudantes estão fora da Ucrânia. Da mesma forma, existem mais de 16.000 professores fora da Ucrânia. Na Ucrânia, 13.000 escolas iniciaram o ano escolar, mas apenas cerca de 3.000 conseguiram organizar a formação presencial, o restante das escolas está estudando remotamente ou em formato misto. E cerca de 4 milhões de crianças começaram seus estudos. Hoje, essas crianças e seus pais devem estar no centro da atenção e do cuidado especial da Igreja e de nossa oração comum.
Mas a Ucrânia se mantém firme. A Ucrânia está lutando. A Ucrânia está rezando.
E agradecemos ao Senhor Deus, agradecemos às heróicas forças armadas da Ucrânia por estarmos vivos e por termos a oportunidade de construir nossa vida pacífica nestes territórios que ainda hoje gozam de paz e relativa tranquilidade.
E continuamos nossa jornada com os mandamentos do Guia Social do Crente. Porque este Sínodo Patriarcal, que de fato formulou esses princípios há 20 anos, tinha um título muito interessante. O lema do Sínodo foi: "Jesus Cristo, fonte de renovação do povo ucraniano". Recordamos este lema ontem, quando percebemos verdadeiramente que a fonte da vida e da força de um cristão é o Sacramento da Sagrada Eucaristia, e que o Sacramento da Confissão nos liberta do pecado.
Mas o 4º mandamento deste Roteiro do Crente diz o seguinte: "Eu executo fielmente meus deveres. Faço esforços para superar a discórdia, a malícia e o ódio entre as pessoas. Aprendo a valorizar a unidade social através da participação na vida pública e política."
Vemos como, durante a guerra, a raiva e o ódio entre as pessoas às vezes se tornam sentimentos dominantes. E isso também pode ser entendido, porque estamos profundamente feridos por esta guerra. Mas não temos o direito de deixar que nossas dificuldades e feridas pessoais se tornem causa de discórdia entre nós, para que nossa dor se transforme em uma força destrutiva que destrói as relações humanas. E por isso é tão importante que nos esforcemos para valorizar tudo o que nos une, tudo o que fortalece nossa gente.
O valor da unidade: unidade nacional, unidade eclesial, até unidade sócio-política. Vemos isso especialmente hoje nas condições de guerra, porque essa unidade é a condição para a vitória da Ucrânia e sem unidade interna não temos força.
É por isso que rezamos todos os dias esta oração pela Ucrânia: "Deus, dá-nos a unidade". Devemos cumprir conscientemente nossos deveres, cada um em seu lugar. Porque esta seriedade e esta meticulosidade no exercício das nossas funções são hoje uma condição de sucesso. Cada um deve manter firmemente seu posto de controle, fazer seu trabalho, cumprir a vocação, para a qual o Senhor Deus o chama, mas também - nossa pátria. E sempre que realmente nos preocupamos com a unidade em nossa vida pública e sócio-política, fortalecemos nosso país.
Trabalhemos, rezemos e construamos a unidade em nossas famílias, em nossas paróquias, busquemos a unidade entre as igrejas da Ucrânia, busquemos a unidade entre nosso povo.
Esta unidade é dom e fruto da ação do Espírito Santo, porque a unidade é manifestação da presença do Espírito Santo na vida da comunidade, da Igreja e do povo.
Que a bênção do Senhor esteja sobre vocês por meio de Sua graça e amor pela humanidade,  agora e para todo e sempre, amém!
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Svyatoslav+
Pai e Primaz da Igreja Greco-Católica Ucraniana
08.09.2022
Fonte: Vatican News
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Irmãs FMM celebram 125 anos de presença em Moçambique
Chegaram ao país em 1897 para auxiliar em áreas socio-religiosas. Eram seis, na altura. Hoje são mais de oitenta. Durante o período das nacionalizações pós-independência de Moçambique, a Congregação perdeu as suas instalações no país, mas isto desembocou, mais tarde, na abertura de comunidades em áreas onde não estavam antes. As festividades por esta importante efeméride foram em finais de agosto e significam grande responsabilidade para a missão - revela a Provincial, Irmã Lúcia Mirione .
Fundada em 1877, pela Beata Maria da Paixão, as Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria chegaram a Moçambique, concretamente à cidade da Beira, em agosto de 1897, em resposta ao convite do Governador da Companhia de Moçambique, na altura, Francisco Meneses Meireles de Canto, com o objetivo de auxiliar na área da saúde, educação e na instrução religiosa.
As festividades dos 125 anos, tiveram lugar na cidade da Beira, no dia 28 de agosto. Em entrevista à emissora católica da Beira, a Irmã Lúcia Mirione, Provincial das FMM em Moçambique, explicou que esta celebração, representa uma grande riqueza e responsabilidade para a sua missão, tendo em mente as acções levadas a cabo pelas primeiras religiosas no país.
No período das nacionalizações em Moçambique, a presença das Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria foi colocada em causa, pois este Instituto perdeu as suas instalações a favor do Estado, o que de certa forma constituiu um forte obstáculo, que depois se transformou numa oportunidade para o crescimento da Congregação, segundo acrescentou a religiosa.
Atualmente, estão em Moçambique 83 irmãs deste Instituto, distribuídas pelas 13 comunidades existentes no país. Esta é uma Congregação que faz parte da terceira Ordem Regular de São Francisco de Assis, observando, porém, constituições próprias.
Fonte: Vatican News
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Como a Igreja Anglicana prepara o funeral da rainha Elizabeth II
Luis Santamaría - Ricardo Sanches 
A Igreja da Inglaterra publicou algumas diretrizes para orientar os fiéis que querem rezar pela soberana falecida e seu sucessor 
Após a morte da rainha Elizabeth II na tarde de 8 de setembro, a Igreja Anglicana publicou uma série de diretrizes para seus fiéis. O objetivo é orientar a oração particular e o culto público nestes dias após a morte da soberana. 
De fato, os líderes anglicanos apontam que “muitos vão querer lembrá-la em oração e também rezar pela Família Real e por todos os que estão de luto, bem como por nosso novo Rei” . Portanto, “as igrejas realizarão cultos para agradecer a vida da falecida rainha e seu serviço à nação”. 
Serviços religiosos 
Os arcebispos da Igreja Anglicana planejaram serviços memoriais oficiais, que “podem ocorrer antes do funeral e por sete dias após, mas não devem ocorrer no mesmo dia do funeral”.
Para isso, ofereceram sugestões para as orações e leituras bíblicas adequadas às celebrações em memória da rainha falecida. Há também indicações de orações à alma da soberana e em ação de graças ao seu reinado para serem feitas de modo privado nas famílias, instituições e comunidades.
Deve-se lembrar que os anglicanos não usam o Missal, mas sim seu próprio livro que foi criado logo após a ruptura consumada pelo rei Henrique VIII no século XVI. O que os líderes da Igreja da Inglaterra fizeram nesta ocasião foi oferecer textos que podem ser usados nestes dias de luto nacional e súplica pelo novo soberano.
Não podiam faltar também os hinos, tão típicos da liturgia anglicana. Naturalmente, destacam-se três textos bíblicos que expressam a atitude do fiel em relação à morte: Salmo 23 (“O Senhor é meu pastor”), Salmo 27 (“O Senhor é minha luz e minha salvação”) e Salmo 121 (“Elevo meus olhos para os montes”).
Alguns serviços serão transmitidos no Facebook da Igreja da Inglaterra, no seu site oficial e canal do YouTube. 
Papa Francisco e a rainha Elizabeth II
E o funeral real?
O funeral da rainha Elizabeth II acontecerá na Abadia de Westminster, o mesmo templo em que Elizabeth II foi coroada em 1953 e onde ela se casou anteriormente com Philip de Edimburgo, em 1947.
O Livro de Oração Comum tem seu próprio rito para funerais, que prevê as orações, antífonas, leituras e hinos. Como no funeral católico, pode ser celebrado de forma independente ou no contexto da Eucaristia. 
As orações são muito semelhantes às de qualquer missa fúnebre católica. Por exemplo, esta é uma possível conclusão da oração dos fiéis: “Consolai-nos na dor pela morte da nossa irmã; que a fé seja nossa consolação e a vida eterna nossa esperança”. 
De fato, haverá fórmulas e gestos típicos do funeral real que a Igreja da Inglaterra ainda não publicou, mas que levarão em conta a peculiaridade da soberana.
O corpo da rainha Elizabeth II repousará no cemitério real de Frogmore Estate, no Castelo de Windsor, ao lado do de seu marido, morto em 2021. 
Livro de condolências 
Além disso, a Igreja da Inglaterra, assim que a notícia da morte da rainha se tornou conhecida, disponibilizou um livro de condolências em seu site. Qualquer internauta pode participar da iniciativa, escrevendo algumas palavras. 
Fonte: Aleteia
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Onde será o enterro da rainha Elizabeth II?
Castelo de Windsor será local de enterro da rainha Elizabeth II
Agnès Pinard Legry - publicado em 08/09/22 - atualizado em 08/09/22
A última viagem a levará ao sepultamento no Castelo de Windsor, ao lado de seu marido, o príncipe Philip, falecido em abril de 2021.
Onde será enterrada a rainha Elizabeth II é uma das questões que, para além das curiosidades populares, mais diretamente dizem respeito à piedade cristã e a uma das obras de misericórdia corporais: dar digna sepultura aos mortos.
Os funerais da soberana britânica, falecida neste 8 de setembro aos 96 anos, devem realizar-se daqui a nove dias, na Abadia de Westminster, seguindo um milimétrico protocolo que foi desenhado sob o codinome de “London Bridge is down“, ou seja, “A ponte de Londres desabou”.
Amada pelos britânicos, dona de uma popularidade imensa e de uma longevidade invejável, a rainha faleceu na sua residência escocesa de Balmoral. Enquanto chegam homenagens de todo o mundo, inclusive do Papa Francisco, e muitos britânicos manifestam em público a sua sincera tristeza pela perda da rainha, o país entra em um período de luto nacional de dez dias.
Papa Francisco e a rainha Elizabeth II
As exéquias serão realizadas nove dias após o falecimento de Elizabeth II.
O comércio será fechado e os mercados de ações não abrirão.
O Big Ben tocará às 9h e uma procissão guiará o ataúde do Palácio de Buckingham até a Abadia de Westminster, onde a chegada está prevista para as 11h.
O arcebispo de Canterbury, que realizou a cerimônia de casamento de William e Kate e também de Harry e Meghan, deverá presidir também os ritos do funeral, em presença da realeza, de políticos e de chefes de Estado de todo o mundo.
Ao final da cerimônia, a monarca será transportada no mesmo carro que seu pai, o rei George VI, falecido em 1952.
A última viagem a levará ao sepultamento no Castelo de Windsor, ao lado de seu marido, o príncipe Philip, falecido em abril de 2021.
Seus corpos repousarão no cemitério real de Frogmore Estate, junto ao Castelo de Windsor.
Fonte: Aleteia
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Físico brasileiro entra para a Pontifícia Academia das Ciências
 O físico brasileiro José Nelson Onuchic foi nomeado para a Pontifícia Academia das Ciências. Amanhã (10) ele receberá do papa Francisco as insígnias.
Onuchic nasceu em São Paulo e faz pesquisa em biofísica molecular, química da matéria condensada e redes genéticas.
Onuchic recebeu um Beckman Young Investigators Award em 1992, que é um prêmio de apoio à pesquisa a membros do corpo docente mais promissores nas pesquisas científicas e da vida. Tornou-se membro da Sociedade Americana de Física em 1995, da Academia Americana de Artes e Ciências em 2009 e da Sociedade de Biofísica em 2012. Também foi membro da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos em 2006 e da Academia Brasileira de Ciências em 2009. Atualmente ele é co-diretor do Centro de Biologia-Física Teórica da Rice University, nos Estados Unidos.
Onuchic passa a ser o segundo membro da Academia Pontifícia para as Ciências, ao lado do físico Vanderlei Bagnato, da Universidade Federal de São Carlos.
Os membros da Pontifícia Academia das Ciências estão reunidos desde o dia 8 de setembro na Casina Pio IV, nos Jardins Vaticanos, onde debatem o tema “Ciência básica para o desenvolvimento humano, a paz e a saúde planetária".
Fonte: ACIDigital
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