Informativo Diocesanos

Informativo Diocesano Semanal - 01 de setembro de 2024
30/08/2024


ASSESSORIA DIOCESANA DE COMUNICAÇÃO

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Fone/Fax: (54) 3522-3611

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Ano 28 – nº. 1.463 – 1º de setembro de 2024


Crismas e ordenação diaconal: 

- Neste domingo, às 10h, Dom Adimir, missa e crismas na igreja N. Sra. da Salette de Faxinalzinho da paróquia São Roque de Benjamin Constant do Sul.

- Monsenhor Agostinho Dors, Vigário Geral da Diocese, por delegação de Dom Adimir, missa com crismas na igreja São Tiago da sede paroquial de Aratiba no próximo domingo, dia 08, às 09h. Dom Adimir presidirá missa com a ordenação de diácono permanente de Paulo Cesar Panozzo, na igreja da sede paroquial Santa Luzia do Bairro Atlântico, Erechim, às 09h30, também do próximo domingo.

Encontro de ministros e ministras da Área Pastoral de Getúlio Vargas: Anualmente, a Diocese de Erexim realiza encontro de ministros e ministras da Palavra, da Caridade e extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística. Num ano por paróquias, noutro por Área Pastoral, grupo de paróquias mais próximas, e em outro de todas as paróquias. Neste ano, o encontro está sendo por Área Pastoral. A de Getúlio Vargas, integrada por aquela paróquia, Imaculada Conceição, pela de Estação, Santa Teresinha do Menino Jesus, e de Capoerê, N. Sra. das Dores, realizou encontro dos seus ministros e ministras no dia 25 passado, último domingo do mês vocacional, O encontro teve 142 ministros leigos, os padres das respectivas paróquias e um diácono. Com o auxílio de um livrinho de 32 páginas entregue aos presentes, organizado pela coordenação diocesana, refletiram sobre 3 pontos: Animação Bíblica da Pastoral, apresentado Pe. Jair Carlesso, coordenador diocesano da Ação Evangelizadora; a oração em nossa vida, conduzido pelos padres Valtuir Bolzan, de Getúlio Vargas, e Felipe Fioravante Filippini, de Capoerê; orientações litúrgicas para celebrar bem, explicitado por Paulo Fassina, da equipe de liturgia e da paróquia da Catedral São José. Na conclusão do encontro, houve a celebração da missa presidida pelo Pe. Dirceu Dalla Rosa e concelebrada pelos padres já mencionados e os padres Severino Orso, de Getúlio Vargas, e Wiliam Boucal, da Congregação dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada, delegação do Senegal e Guiné-Bissau, África, em estágio na paróquia de Getúlio Vargas. 

Encontros de ministros e ministras das outras Áreas Pastorais: de Jacutinga, dia 21 deste mês, em Campinas do Sul; de São Valentim, dia 28 deste mês, na comunidade São João; de Aratiba, dia 19 de outubro, em Itatiba do Sul; de Severiano de Almeida, dia 26 de outubro naquela paróquia; de Gaurama, dia 9 de novembro, no Santuário N. Sra. da Salette, Marcelino Ramos; de Erechim, na sede paroquial das Três Vendas. 

Religiosos e religiosas da Diocese de Erexim se encontram no final da semana dedicada à vocação à Vida Consagrada: O Núcleo diocesano de Erexim dos religiosos e religiosas da Conferência dos Religiosos do Brasil realizou encontro de oração e confraternização na conclusão da semana dedicada à Vida Consagrada no Mês Vocacional na manhã do dia 17, na capela e na Casa Provincial das Irmãs da Sagrada Família de Maria em Erechim. O encontro iniciou com missa de ação de graças pela vida, vocação e missão recebidas de Deus. Foi presidida pelo Pe. Claudir Costenaro, dos Missionários da Salette de Marcelino Ramos, acompanhado pelo Diácono Maurício Luís Zagonel, da mesma congregação. Após a missa, houve confraternização com lanche, fruto da partilha dos participantes. Foi um especial e alegre momento de reencontro na conclusão da semana de reflexão e oração pela Vida Consagrada no mês vocacional. Segundo o Papa Francisco, onde estão os religiosos/as, há alegria. Louvado seja o Senhor pelo dom da vocação e pela presença dos religiosos/as em nossa Diocese. 

Orientações sobre as eleições municipais 2024: Como em outros processos eleitorais, também em relação às eleições municipais deste ano, Dioceses e Regionais da CNBB emitem orientações pastorais em vista de voto consciente, responsável e comprometido com o bem comum. O Regional Sul 3, formado pelas Arquidioceses e Dioceses do Rio Grande do Sul, publicou mensagem no final de julho, ressaltando que o voto direto, secreto, consciente e soberano, segundo a Constituição, é direito de todo cidadão e indica princípios para defini-lo. Em 19 de julho, a CNBB em nível nacional, divulgou mensagem enfatizando a visão da boa política que coloca o bem comum e a dignidade humana no centro de suas preocupações e ações, segundo o Papa Francisco. Os principais pontos dela são: serviço ao bem comum; respeito pela dignidade humana; promoção da justiça social; combate à corrupção; cuidado com a criação; diálogo e inclusão; paz e reconciliação. Para o Papa esses princípios refletem uma política que verdadeiramente serve às pessoas e constrói um mundo mais justo e fraterno. A mensagem também lembra que “os clérigos estão proibidos de assumir cargos públicos que importem a participação no exercício do poder civil”, o que deixa claro que é vedada a eles a candidatura em pleito eleitoral. Os Bispos do Regional Nordeste 1, do Estado do Ceará, acentuam que a Igreja não pode e não deve assumir posições partidárias, nem mesmo condicionar, sob qualquer pretexto, as escolhas políticas dos cidadãos, ainda que seus filhos. Possui, contudo, o dever de formar-lhes a consciência, fornecendo-lhes os critérios necessários para que possam fazer um verdadeiro discernimento de consciência e possam realizar escolhas condizentes com a fé que professam. Apontam os princípios do bem comum, da destinação universal dos bens, da subsidiariedade, participação e solidariedade. Desejam que o Espírito da Verdade, dado no Batismo, oriente as consciências de todos e os conserve na unidade do Corpo de Cristo. Os participantes do 5º Encontro da Igreja Católica Amazônia Legal, de 19 a 22 de agosto, exortam a votar responsavelmente. Observam que são urgentes políticas públicas que minimizem os efeitos das mudanças climáticas, favoreçam a agricultura familiar e as iniciativas agroecológicas, enfrentem o escandaloso problema do saneamento básico dando, por exemplo, tratamento eficaz aos resíduos sólidos urbanos através de aterros sanitários que possam recebê-los e tratá-los de forma segura e ambientalmente correta. Repudiam a imoral e antiética compra de voto. Ele não tem preço, tem consequências. 

Um mês para a Bíblia: Em 1947, a Igreja Católica no Brasil realizou a primeira Semana Bíblica Nacional. A partir dela, foi estabelecido o Dia Nacional da Bíblia no último domingo de setembro, por sua proximidade com a memória litúrgica de São Jerônimo, dia 30. Ele viveu de 340 a 420d.C. Foi escritor, filósofo, teólogo, retórico, gramático, historiador, exegeta e doutor da Igreja. Foi ele que, a pedido do Papa São Dâmaso, traduziu com precisão a Bíblia dos originais hebraico, aramaico e grego para o latim, na época, a língua mais falada no mundo e utilizada oficialmente pela Igreja. Essa tradução recebeu o nome de Vulgata. Atualmente ela está traduzida em 1.800 línguas. Foi primeiro livro impresso. Em 1971, a Arquidiocese de Belo Horizonte, MG, com o importante apoio das Edições Paulinas por meio do Serviço de Animação Bíblica – SAB, instituiu o Mês da Bíblia que se expandiu para o Regional Leste 2, Estado de Minas Gerais e Espírito Santo. Em 1976, o Mês da Bíblia passou a ser nacional, assumido pela CNBB através da Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética. As Igrejas Evangélicas Históricas celebram o Dia da Bíblia no segundo domingo de dezembro, no qual, conforme tradição europeia, se dava destaque especial à Palavra de Deus, no contexto da preparação para o Natal, quando Jesus, o Verbo eterno do Pai, nasceu entre nós por obra do Espírito Santo. Neste ano, como vem sendo divulgado, o Mês da Bíblia tem por tema o livro da profecia de Ezequiel, com o lema “Porei em vós meu Espírito e vivereis”, versículo 14 do capítulo 37 do referido profeta.

Livro digital sobre a COP30, a Conferência do Clima: O Regional Norte 2, formado pelas Arquidioceses e Dioceses dos Estados do Amapá e do Pará lançou, quarta-feira, dia 28, o livro digital (e-book) “Amigos da Casa Comum”. A publicação tem o objetivo de possibilitar à comunidade escolar a reflexão sobre a importância da Conferência do Clima de 2025, a COP30, para a Amazônia e o Mundo. O evento que reunirá líderes de todo o mundo para discutir os desafios climáticos do Planeta será realizado em Belém do Pará (PA), no próximo ano. Elaborado pela Pastoral da Educação, o e-book apresenta a importância da Amazônia na vida das pessoas de todo o planeta e para o povo da região. Recorda a ideia do Papa Francisco contida na carta encíclica Laudato Si’, de que “a Amazônia é um todo plurinacional interligado, um grande bioma partilhado por diversos países”, dentre os quais está o Brasil. A publicação digital está dividida em quatro capítulos e oferece sugestões de trabalhos a serem desenvolvidos com crianças, adolescentes e jovens, podendo também ter seu contexto adaptado para exposições familiares e nos vários contextos universitários.

Pacto Contra a Fome lança campanha contra desperdício de alimentos: Pacto Contra a Fome, do qual a CNBB faz parte, coloca o desperdício de alimentos no centro do debate com o lançamento da campanha “Comida Boa É Na Boca e Não na Boca do Lixo”, que mostra a relação entre a comida que vai para o lixo e a fome, dia 3 de quarta-feira. É ampla campanha nacional a favor da redução do desperdício de alimentos que contará com a publicação de um manifesto em jornais de grande circulação, um filme publicitário, a divulgação do Guia “Lugar de comida é no prato” e diversas sugestões de atividades sobre o tema. A campanha abre o mês em que é celebrado o Dia Internacional da Consciencialização sobre Perdas e Desperdício Alimentar (29/09), data estabelecida pelas Nações Unidas, e busca conscientizar a sociedade sobre as consequências do desperdício de alimentos para a segurança alimentar e o meio ambiente. Segundo levantamento do Pacto Contra a Fome, todos os anos são jogadas no lixo 55 milhões de toneladas de alimentos em toda a cadeia, do campo ao prato. Destas, 47,9 milhões de toneladas se perdem antes de chegar ao consumidor. O mais recente relatório revela que cada brasileiro joga fora cerca de 94 quilos de alimentos ao ano.

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Informações da semana

Do dia 29/8/24

Regional Norte 2 da CNBB lança livro digital sobre a COP30, a Conferência do Clima, voltado para as escolas

O livro digital (e-book) “COP30 nas Escolas: Amigos da Casa Comum” foi lançado na tarde de quarta-feira, 28, pelo Regional Norte 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 2). A publicação tem o objetivo de possibilitar à comunidade escolar a reflexão sobre a importância da Conferência do Clima de 2025, a COP30, para a Amazônia e o Mundo. O evento que reunirá líderes de todo o mundo para discutir os desafios climáticos do Planeta será realizado em Belém do Pará (PA), no próximo ano.

Elaborado pela Pastoral da Educação, o e-book apresenta a importância da Amazônia na vida das pessoas de todo o planeta e para o povo da região. É recordada a ideia do Papa Papa Francisco contida na carta encíclica Laudato Si’, de que “a Amazônia é um todo plurinacional interligado, um grande bioma partilhado por diversos países”, dentre os quais está o Brasil.

Conteúdo

A publicação digital está dividida em quatro capítulos e oferece sugestões de trabalhos a serem desenvolvidos com crianças, adolescentes e jovens, podendo também ter seu contexto adaptado para exposições familiares e nos vários contextos universitários.

Educação Infantil

No primeiro capítulo, dedicado à Educação Infantil, crianças de 3 a 5 anos irão observar junto com seus familiares a contínua aceleração das mudanças na humanidade e no planeta, possibilitando-os uma compreensão e a expressão de ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivencias com a natureza, de modo que consigam identificar e reconhecer os seus papéis como cidadãos cristãos no mundo de hoje, vindo de casa o zelo e cuidado pela casa comum. Esse capítulo também busca estimular os sentimentos de respeito, empatia cooperação e doação.

Ensino Fundamental

O segundo e o terceiro capítulo são voltados para o Ensino Fundamental. No segundo capítulo, dedicado aos anos iniciais, as atividades irão se fixar no ‘Cuidado com a Casa Comum’ e no ‘Novo Estilo de Vida’, despertando a valorização de todas as espécies do planeta e do homem do campo, da cidade, dos rios e florestas. O terceiro capítulo tem o intuito de sensibilizar os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental, quanto ao lugar de cada pessoa no mundo, no sentimento de pertencimento e cuidado com a Casa Comum, fazendo-os enxergar sobre a necessidade de cuidar do meio ambiente.

Ensino Médio

O Ensino Médio está presente nas atividades do quarto capítulo. A proposta leva em consideração a complexidade da adolescência na vida dos alunos – entre 15 e 18 anos – e favorece a reflexão do contexto, a análise e a avaliação critica das relações das sociedades com a natureza e seus impactos econômicos e socioambientais. Tudo isso irá leva-los a propor soluções que respeitem e promovam a consciência e a ética socioambiental, e o consumo responsável em âmbito local, regional, nacional e global.

Ações objetivas

O bispo de Marabá (PA) e referencial para a Educação na CNBB Norte 2, dom Vital Corbellini, ao destacar a importância do material para os educandos e educadores, contextualizou a situação atual do meio ambiente como necessitada de ações objetivas de cuidado.

    “Estamos passando por mudanças climáticas muito fortes, ocorrendo secas, incêndios na natureza, muitas das vezes até criminosos, muita fumaça, e também enchentes, destruições de casas, de modo que é preciso assumir outras ações objetivas para que a natureza seja amada, assumida por todos nós. As pessoas viverão melhor, sobretudo os pobres e os necessitados, por uma mudança de ações em favor do bem comum da natureza”, afirmou.

O secretário do escritório de articulação da Rede Eclesial Pan-Amazônica para a COP30, Eduardo Soares, destacou que a didática do material facilitará o acesso dos alunos aos ensinamentos. “Esse e-book irá ensinar brincando as crianças que estão iniciando na escola e seus colegas das demais séries. Irá educá-las no sentido de incentivá-las a ajudar na busca da mudança climática, ensinando-as e apresentando a elas a importância na natureza, das pessoas e em especial da nossa Amazônia”, disse.

O bispo auxiliar da arquidiocese de Belém (PA) dom Paulo Andreolli disse que o e-book “será de grande importância para que os professores possam desenvolver atividades relacionadas ao meio ambiente, ecologia integral e transmitir as sugestões da Laudato Si’, um instrumento que pode e deve ser utilizado e divulgado em todas as instituições, educacionais ou não”.

Refletir sobre a importância da COP30

A coordenadora da Pastoral da Educação no Regional Norte 2 da CNBB, Lady Anne de Souza, uma das organizadoras do e-book, o trabalho desenvolvido é muito importante para a área educacional, por possibilitar à comunidade escolar “refletir sobre a importância da COP30 no chão da escola e principalmente sobre o cuidado com a casa comum”.

Ela destacou que os planos de aula sugeridos foram elaborados a partir da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em diálogo com documentos do pontificado do Papa Francisco: a encíclica Laudato Si’ – sobre o cuidado da Casa Comum, o Pacto Educativo Global e a exortação apostólica Querida Amazônia.

    “O objetivo é promover reflexões no cuidado da Casa Comum, do ambiente, dos povos da Amazônia nas escolas. O trabalho foi uma realização com autores paraenses que criaram propostas de plano de aula para estudantes do ensino infantil, fundamental e médio. Com inspirações significativas da nossa Igreja que está à frente nesse cuidado com a Casa Comum”, destacou.

Fonte: CNBB

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Pacto Contra a Fome, coalização da qual a CNBB faz parte, lança campanha contra desperdício de alimentos

Pacto Contra a Fome coloca o desperdício de alimentos no centro do debate com o lançamento da campanha “Comida Boa É Na Boca e Não na Boca do Lixo”, que mostra a relação entre a comida que vai para o lixo e a fome.  Com ações que vão de comerciais na TV a ativações nas principais cidades do país e o lançamento do Guia “Lugar de comida é no prato”, entidade quer mobilizar sociedade contra o descarte desnecessário de alimentos.

O Pacto Contra a Fome lança no próximo dia 3 de setembro uma ampla campanha nacional a favor da redução do desperdício de alimentos que contará com a publicação de um manifesto em jornais de grande circulação, um filme publicitário, a divulgação do Guia “Lugar de comida é no prato” e diversas ações de ativação sobre o tema. A campanha abre o mês em que é celebrado o Dia Internacional da Consciencialização sobre Perdas e Desperdício Alimentar (29/09), data estabelecida pelas Nações Unidas, e busca conscientizar a sociedade sobre as consequências do desperdício de alimentos para a segurança alimentar e o meio ambiente.

O assessor do Setor de Campanhas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Jean Poul Hansen, explica que desde a Campanha da Fraternidade de 2023, cujo tema foi Fraternidade e Fome, a CNBB se fez parceira do Pacto contra a Fome porque também deseja que todos os brasileiros tenham segurança alimentar. A Campanha da Fraternidade de 2023 já apontava, em seu texto-base, que o desperdício de alimentos no Brasil é uma das grandes causas da insegurança alimentar e da fome no país.

    “Nós produzimos muito alimento mas igualmente desperdiçamos muito alimento. Se o que é desperdiçado fosse partilhado, nós resolveríamos grande parte da fome, da insegurança alimentar e da miséria no Brasil”, disse padre Jean Poul.

Produtos da campanha

O filme que acompanha a campanha foi feito em parceria com a Africa Creative. “Se a boca que mais come é a boca do lixo e ainda existem milhões de brasileiros com fome, é urgente mobilizar a sociedade em torno de uma mudança de comportamento na relação com os alimentos e o descarte indevido de comida. Como diz a nossa música: comida boa é na boca, na boca que come e não na boca do lixo”, afirma Raphael Vandystadt, VP de relações internacionais, ESG e sustentabilidade da agência Africa Creative.

A música, escrita por Jair Oliveira, da S de Samba, foi especialmente criada para acompanhar a campanha. Já o filme publicitário foi produzido pela Magma.

Além da campanha, o Pacto Contra a Fome publicará um manifesto em veículos de comunicação. Intitulado “Um ano a menos”, o documento pontua a grandiosidade dos números da insegurança alimentar e do desperdício de alimentos no Brasil e a necessidade da atuação coletiva para combater esses males até 2030, data limite estabelecida pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU (Organização das Nações Unidas).

A campanha prevê ainda uma série de ativações off e online, ações nas ruas, em shoppings centers e centros comerciais, mídias Out of Home, entre outras ações previstas.

O desperdício que alimenta a fome

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo IBGE, o Brasil registrou, em 2023, 64 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar, sendo 8,7 milhões em situação de insegurança alimentar grave, ou seja, fome.

“Os dados mostram que temos um percentual de 4,1% dos domicílios brasileiros que vivem em insegurança alimentar grave. Esse dado pouco mudou de 2018 para cá mostrando a importância de trabalharmos de forma coletiva, atacando os problemas estruturais que temos no Brasil e que impossibilitam que a fome desapareça de forma permanente”, explicou Maria Siqueira, diretora de Políticas Públicas e Projetos do Pacto Contra a Fome.

O desperdício de alimentos contribui para a fome uma vez que causa impactos ambientais, agravando a crise climática, e encarece ainda mais o preço dos produtos. De acordo com dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), de 8% a 10% da emissão global de gases de efeito estufa é consequência do desperdício de alimentos. Além disso, ⅓ das terras agrícolas do planeta são usadas para produção de alimentos que não chegarão ao prato.

Segundo levantamento do Pacto Contra a Fome em parceria com a consultoria Integration, todos os anos são jogadas no lixo 55 milhões de toneladas de alimentos em toda a cadeia, do campo ao prato. Destas, 47,9 milhões de toneladas se perdem antes de chegar ao consumidor. O mais recente relatório divulgado pelo PNUMA revela que cada brasileiro joga fora cerca de 94 quilos de alimentos ao ano.

“Pensando nesta realidade, uma das ações do Pacto Contra a Fome foi o desenvolvimento do Guia “Lugar de comida é no prato”, que trata do desperdício de alimentos e tem como objetivo reforçar a importância de evitarmos o desperdício não apenas como medida econômica, em casa, mas como uma iniciativa consciente que contribui para evitar a fome”, conta Maria Siqueira. A proposta é possibilitar que as pessoas não apenas consumam com consciência quanto saibam o que fazer para evitar as perdas em casa.

Sobre o Pacto Contra a Fome

O Pacto Contra a Fome é uma coalizão suprapartidária e multissetorial que atua para contribuir para a erradicação da fome e do desperdício de alimentos de forma estrutural e permanente.  Tendo como missão contribuir para erradicar a fome até 2030 e ter todos os brasileiros bem alimentados até 2040, o Pacto atua sob três pilares: articulação, inteligência estratégica e incentivo.

Fonte: CNBB

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O desafio de ser missionário no ambiente digital

A Igreja Católica enfrenta desafios na era digital e se preocupa com influenciadores religiosos

Escrito por Rhanna Felicio

Sob o pontificado do Papa Francisco, a Igreja Católica se movimenta como uma “Igreja em Saída”, guiada pelo Espírito Santo, e reforça seu compromisso com a missão e a sinodalidade no século XXI. 

Aí você se pergunta o que é sinodalidade de forma simples? É justamente caminhar um lado do outro, e Igreja em Saída é justamente não evangelizar somente dentro de sua comunidade, mas em todo lugar que você vá, leve sempre a Palavra de Deus. Podemos usar a metáfora de que você é como um pastor em busca de ovelhas para a evangelização.

Agora associando a tecnologia, não podemos deixar de perceber o quanto a internet vem dominando cada vez mais espaço e se tornando o principal veículo de comunicação, e com isso a Igreja é chamada a pensar com cuidado sobre como evangelizar nesse novo cenário, mantendo-se fiel à missão de Cristo.

Reconhecer a relevância do ambiente digital é algo extremamente necessário, e a Igreja vem destacando isso em documentos e orientações como o Decreto Inter Mirifica e a Encíclica Redemptoris Missio. 

Esses textos trazem a importância dos meios de comunicação social na unificação da humanidade e na difusão da fé, incentivando a Igreja a se envolver ativamente na Pastoral da Comunicação e a compreender todas as transformações culturais que o mundo digital traz.

O surgimento dos influenciadores digitais católicos trouxe uma nova dinâmica ao ambiente religioso online, mas também levantou questões sobre a autenticidade e a veracidade das fontes. 

Embora esses influenciadores tenham o potencial de alcançar grandes audiências, é preocupante saber se eles estão mais focados em atender às demandas do mercado e em aumentar seu número de seguidores ou em promover uma verdadeira evangelização.

Essa dúvida gera a preocupação, pois ao priorizar a popularidade e o alcance nas redes sociais, esses influenciadores acabem se distanciando da essência do Evangelho, criando uma experiência de fé para as pessoas que pode ser superficial e guiada por interesses comerciais e pessoais em vez de espirituais.

E o que podemos fazer em relação a isso tudo? Ficarmos atentos aos conteúdos que consumimos e aos influenciadores que seguimos. Se você leu ou assistiu algum conteúdo e ficou em dúvida sobre a veracidade dos fatos, em sua comunidade, busque consultar para saciar suas dúvidas com o seu pároco, e assim sempre se manter antenado dos conteúdos de suas mídias sociais. 

Evangelizar é algo sério, não podemos usar a palavra de Deus em vão, e mesmo que estejamos diante desse desafio que é a era tecnológica não podemos enxergar ela como nossa inimiga, mas sim como uma aliada para espalhar a Palavra de Deus, basta seguirmos atentos e exercitar a missão de como ser um missionário no ambiente digital. 

Fonte: A12.com

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Caxias do Sul sedia o 3º Sulão das Santas Missões Populares nos dias 30 e 31 de agosto e 1º de setembro

A Diocese de Caxias do Sul irá sediar, nos dias 30 e 31 de agosto e 1º de setembro de 2024, o 3º Sulão das Santas Missões Populares. A atividade, na Paróquia São José, do bairro Desvio Rizzo, irá reunir mais de 70 pessoas dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, com o objetivo de animar, fortalecer e motivar a vivencia da missionariedade, para uma “Igreja em saída”, na dinâmica e metodologia das Santas Missões Populares.

O encontro terá a assessoria do padre italiano Luís Mosconi, fundador da Obra das Santas Missões Populares. Para o assessor, este Sulão é uma oportunidade reavivar o espírito missionário das comunidades. "Eu venho com muita vontade de escutar, de partilhar, de sonhar juntos, de aprofundar e de organizar uma bela caminhada missionária nesse tempo tão precioso. Quem puder, venha, apareça. Vamos construir juntos algo bonito para o nosso povo, para as nossas igrejas. Vejam que bonito. Comigo irão também outros três missionários formadores aqui do Norte. É o Norte e o Sul desse imenso país unindo forças, sonhos. Sem dúvida, as nossas partilhas serão fecundas", conclui o assessor.

Para participar do encontro é preciso ir até a Paróquia São José do Desvio Rizzo no início do encontro, conforme a programação abaixo. As inscrições realizadas na hora não têm garantida hospedagem. Será necessário verificar caso a caso.

Programação do 3º Sulão das Santas Missões Populares

30/08 – Sexta-feira

 18h – Chegada- acolhida - credenciamento e janta

 19h30min - Mística de abertura

 20h30min - Breve atualização histórica do Sulão e um momento com o Pe. Luis Mosconi 

 21h30min - Encerrando a noite.

31/08 - Sãbado

 07h50min - Oração

 08h15min - Pe. Luis Mosconi: o que são as SMP, como se organiza, como se vive as SMP. As Etapas passo a passo para realizar as SMP.

 09h50min

 10h15min - Pe.Luis Mosconi – continuação

 11h45min - Almoço

 13h20min - Retorno e Grupos para partilha

 16h - Intervalo

 16h20min - Pe. Luis Mosconi - continuação

 18h - Missa, seguida de jantar e noite cultural 

01/09 – Domingo

 07h40min - Oração

 08h - Pe.Mosconi -  abordagem do livro a Vida é Missão e o Sentido Verdadeiro, e o fechamento do encontro

 10h30min - Intervalo

 11h - Missa envio

 12h - Almoço – Encerramento

Fonte: Site da Diocese de Caxias do Sul

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O Papa se reúne com líderes das Comunidades Organizadas dos Estados Unidos

Na tarde de quarta-feira, 28 de agosto, o Santo Padre recebeu na Casa Santa Marta os líderes das Comunidades Organizadas dos Estados Unidos, Industrial Areas Foundation - West / Southwest, que apresentaram o caminho percorrido pela Rede Eclesial de Comunidades Organizadas (RECOR).

Vatican News

“Comunicar ao Santo Padre os progressos realizados e consultá-lo sobre os passos a serem dados com a RECOR”: este foi o objetivo do encontro dos líderes das Comunidades Organizadas dos Estados Unidos, Industrial Areas Foundation - West / Southwest com o Papa Francisco na Casa Santa Marta, no Vaticano, nesta quarta-feira, 28 de agosto. Cerca de 20 líderes, incluindo padres e leigos, apresentaram ao Pontífice nesta tarde de quarta-feira a RECOR, a nova Rede Eclesial de Comunidades Organizadas, uma rede que busca, acompanhada por seus bispos católicos, assumir a liderança de formar e pôr em prática a Doutrina Social da Igreja, com o objetivo de garantir “um estilo de vida com sabor evangélico” (FT, 1).

O encontro com o Papa Francisco

No encontro na Casa Santa Marta, o Papa Francisco incentivou os líderes a construírem a ponte sinodal “para que nossos povos tenham vida”. “O Papa Francisco aprecia muito a capacidade de um povo de se organizar. A riqueza de um povo é encontrada em sua capacidade de se organizar. Além disso, ele nos lembrou as palavras de Paulo VI, que disse que a política é a expressão mais poderosa da caridade”, disse Jorge Montiel, organizador da AIF no oeste e sudoeste dos Estados Unidos, após o encontro com o Santo Padre. Maria Guadalupe Valdez, da diocese de San Antonio, Texas, disse: “o Papa nos incentivou a continuar, a continuar agindo e a não sermos indiferentes. Elizabeth Valdez, membro da Industrial Areas Foundation - West / Southwest, lembrou que as redes são “formadas por igrejas, sindicatos, universidades e outras organizações, com uma participação majoritária de católicos, além de igrejas protestantes, sinagogas e mesquitas”.

O caminho para a RECOR

O Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) criou a Rede Eclesial de Comunidades Organizadas (RECOR) com o objetivo de “compartilhar a experiência da mística comunitária e transferir habilidades entre os dois hemisférios da América”. As origens dessa rede remontam a 2021, ano em que a Comissão Executiva da INDUSTRIAL AREAS FOUNDATION - WEST / SOUTHWEST (IAF, EUA) se reuniu pela primeira vez com o Papa Francisco em Roma. Após esse encontro, por sugestão do bispo de San Jose, Califórnia, dom Cantú, e do próprio Papa Francisco, eles entraram em contato com a Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL).

Após várias reuniões virtuais e presenciais, a IAF WEST/SOUTHWEST, juntamente com a CAL, começou a construir uma nova ponte Norte-Sul de Comunidades Organizadas, com o conselho e o acompanhamento do Santo Padre. Isso foi evidenciado pela mensagem em vídeo do Papa para a IAF em 2022 e por dois encontros subsequentes com Sua Santidade em Roma em 2022 e 2023.

Os primeiros passos da RECOR

Atentos ao desafio comum que representa para o Norte e o Sul do continente Americano o clamor dos trabalhadores migrantes descartados, a Secretaria Geral do CELAM e o Departamento de Justiça e Paz da USCCB, com a mediação da PCAL, realizaram seu primeiro encontro virtual em 2023. Como resultado, nasceu no CELAM a RECOR (Rede Eclesial de Comunidades Organizadas).

Posteriormente, no âmbito do seminário organizado pela IAF WEST/SOUTHWEST, sob o título "A política e o magistério do Papa Francisco", foi realizado o Primeiro Encontro presencial Norte-Sul entre líderes de Comunidades Organizadas nos dias 19 e 20 de fevereiro de 2024, em San Antonio, Texas. O Segundo Encontro presencial ocorreu na cidade de Buenos Aires, de 4 a 10 de agosto de 2024, onde dirigentes da IAF WEST/SOUTHWEST visitaram comunidades organizadas da Argentina, convidados pela Família Grande dos Hogares de Cristo.

A construção de pontes das comunidades organizadas

No contexto deste novo encontro com o Santo Padre, a IAF visitou as oficinas da Pontifícia Comissão para a América Latina, uma vez que esta nova Rede de Comunidades Organizadas urbanas também conta com o apoio da Iniciativa Building Bridges PCAL-LUC. Essa iniciativa, que começou construindo pontes universitárias entre estudantes de todas as Américas com a participação presencial do Papa Francisco, agora continua colaborando na construção de uma segunda ponte, a das comunidades organizadas, promovendo os laços de contato entre os dois continentes. Para 2025, estão previstos dois novos encontros: um nos Estados Unidos e outro na Europa.

O que são as Comunidades Organizadas?

As comunidades organizadas são organizações comunitárias urbanas de trabalhadores — migrantes internos e externos — onde toda a comunidade, acompanhada por seus bispos católicos, assume a liderança de formar e praticar a Doutrina Social da Igreja, com o objetivo de garantir “um estilo de vida com sabor de evangelho” (FT, 1). Não são organizações populares mobilizadas por projetos político-partidários, econômicos-setoriais ou acadêmico-ideológicos. Também não se unem para solicitar subsídios caritativos a ONGs. São organizações comunitárias urbanas constituídas desde “o subsolo do planeta”, como diz o Papa Francisco na Fratelli tutti, que — também nas palavras de Francisco — “organizam a esperança” em torno dos princípios fundamentais da Doutrina Social da Igreja, ou seja: trabalho digno e decente com garantias sociais reconhecidas pela OIT; acesso universal aos bens criados e desenvolvidos, como água potável, habitação, beleza urbana, esporte, saúde e educação pública; estruturas solidárias institucionalizadas, como bibliotecas, centros culturais e clubes; e estruturas subsidiárias conduzidas por seus próprios líderes, caminhando ao lado dos governos de seus Estados nacionais e subnacionais, no cumprimento de seus deveres e obrigações.

Uma realidade efetiva do princípio de subsidiariedade

Em outras palavras, as Comunidades Organizadas são a realidade efetiva do princípio católico de subsidiariedade e participação, como princípio constitutivo de um povo que é sujeito político e eclesial ao mesmo tempo. São o oposto de princípios institucionais abstratos, construídos “balconando a vida” — como diz Francisco na Querida Amazonia —, alheios ao nosso magistério social. As Comunidades Organizadas urbanas se formam a partir da decisão de se unir para salvar-se, ao mesmo tempo em que se organizam para dialogar com o Estado, na companhia de seus bispos, políticas públicas e fiscais, para cuidar das pessoas e do planeta.

Fonte: Vatican News

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Papa recebe em audiência a nova embaixadora do Paraguai junto à Santa Sé

Romina Elisabeth Taboada Tonina, de 46 anos, já foi primeira-secretária (2011 - 2013) e ministra (2014 - 2018) na Embaixada do Paraguai junto à Santa Sé e à Ordem de Malta, além de ser embaixadora na Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia (2018 - 2021).

Andressa Collet - Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã desta quinta-feira (29/08), a nova embaixadora do Paraguai junto à Santa Sé, Romina Elisabeth Taboada Tonina. Com a apresentação das cartas credenciais ao Pontífice, ela começa a sua missão no Vaticano.

Como informa o boletim diário da Sala de Imprensa da Santa Sé, a advogada de 46 anos é formada e pós-graduada em Notariado pela Faculdade de Ciências Jurídicas e Diplomáticas da Universidade Católica de Assunção, no Paraguai (2004 e 2010). Além do curso de “Especialista em Cerimonial e Protocolo Nacional e Internacional” (2012), Romina é especialista em “Segurança Econômica, Geopolítica e Inteligência” (2013) e em “Relações Internacionais e Proteção Internacional dos Direitos Humanos” (2015), todos obtidos pela Sociedade Italiana de Organização Internacional - SIOI. Em 2019, já no Paraguai, conquistou o título de PhD em Ciências Jurídicas pela Universidade Católica de Assunção (2019).

No campo profissional, Romina foi responsável pela Seção de Monitoramento de Conformidade e Resolução da Secretaria da Suprema Corte de Justiça no Paraguai (2004 - 2006) para, em seguida, ocupar o cargo de chefe do Departamento de Queixas Éticas do Escritório de Ética Judicial da mesma instânncia superior do país (2006 - 2011). Ela também foi primeira-secretária (2011 - 2013) e ministra (2014 - 2018) na Embaixada do Paraguai junto à Santa Sé e à Ordem de Malta, e depois embaixadora na Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia (2018 - 2021). Até agora, Romina ocupava o cargo de consultora em Direito Internacional Público e Privado do escritório de advocacia “Almada Royg & Caballero” (2021 - 2024).

Fonte: Vatican News

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A história de “Papai África”, uma vida entre os invisíveis

No final da Audiência Geral desta quarta-feira (28/08), o Papa saudou Bartolo Mercuri, fundador e presidente da associação “Il Cenacolo”, que há 20 anos leva alimentos, remédios e roupas a milhares de pessoas em dificuldade em diferentes áreas do mundo: “se todos fizessem alguma coisa pelo outro, o sofrimento e a solidão poderiam ser aliviados”.

Rosario Capomasi

Os imigrantes da planície de Gioia Tauro, na Calábria, o chamam de “Papai África”. Todos os dias, há mais de 20 anos, ele leva cobertores, roupas, alimentos, remédios, mas, acima de tudo, o calor humano que os muitos “invisíveis” que vivem nas favelas e acampamentos da região precisam. Bartolo Mercuri é o presidente da associação “Il Cenacolo”, que fundou em 2000 em Maropati, uma cidade de 1400 pessoas aos pés de Aspromonte. Desde então, ele nunca parou de ajudar, juntamente com muitos voluntários, especialmente aqueles que fazem parte da Renovação no Espírito Santo.

Presente na Praça de São Pedro para a Audiência Geral desta quarta-feira (28/08), ele queria conhecer o Papa Francisco, que hoje dedicou sua catequese ao drama dos migrantes. “Tudo começou porque Deus quis, e seu chamado está ficando mais forte a cada dia”, ele conta, ‘tanto que atualmente temos cerca de 7 mil pessoas assistidas, principalmente da África e da Ucrânia’. Com o tempo, “Il Cenacolo” se tornou um verdadeiro centro de agregação social, com uma cantina e um “espaço de solidariedade” ampliado, já que entre os assistidos há também trabalhadores e famílias em dificuldade.

“Fazer caridade é um grande ato de amor que segue um mandamento de Deus: diz para amarmos a todos sem distinção de cor ou raça, porque somos todos irmãos e filhos dele. Se todos fizessem alguma coisa pelo outro, o sofrimento e a solidão poderiam ser aliviados”. E assim, graças à sua tenacidade e aproveitando a solidariedade de tantos que apreciam seu trabalho, nos últimos anos Mercuri coletou o que era necessário para internar e fazer a cirurgia, no Hospital Pediátrico Bambino Gesù, em Roma, de um garotinho romeno de 18 meses que havia sobrevivido a um tumor cerebral e de um jovem que tinha um problema cardíaco muito grave que foi curado com sucesso.

Sacrifício e esperança são as palavras que ilustram as histórias de dois atletas que também foram à Praça de São Pedro encontrar o Papa: a do velocista de Botsuana Letsile Tebogo, medalhista de ouro nos 200 metros rasos nas Olimpíadas de Paris, que até cinco anos atrás corria descalço; e a de Anna Ryzhykova, velocista e corredora ucraniana que treina na Itália há dois anos, depois de fugir das atrocidades da guerra, encontrando na Península um apoio fundamental para recomeçar.

Representantes da organização pastoral universitária dominicana “Beczka” - que comemora seu aniversário de 60 anos neste 2024 - fundada em 1964 por iniciativa do então arcebispo Karol Wojtyła e atualmente uma das maiores da Polônia, vieram de Cracóvia. Também eram numerosos os crismandos da diocese de Chiavari, acompanhados por seu bispo, Giampio Luigi Devasini, que vieram saudar o Papa por ocasião de sua décima peregrinação à Cidade Eterna.

Da Alta Áustria veio um grande grupo de peregrinos e músicos que, por ocasião da primeira apresentação da Missa da Misericórdia na Basílica de São Pedro, no sábado, 24 de agosto, dedicada a Francisco, quiseram homenagear o Pontífice com a partitura original da obra.

Duas coroas e uma rosa de ouro dedicadas à Virgem estavam entre os artefatos levados ao Papa para a bênção: a primeira adornará a estátua de madeira da Madonna mantida na paróquia de Santa Maria Auxiliadora e San Domenico Savio, em Catania, por ocasião do aniversário de 60 anos de fundação; a segunda, a mantida no santuário nacional de Nossa Senhora de Mellieha, em Malta, pelo aniversário de 125 anos da coroação da efígie mariana, cuja criação remonta ao século XIII.

Rumo ao Jubileu de 2025 - O mundo tem sempre vinte e cinco anos é o título do livro que Angelo Scelzo, ex-vice-diretor do “L'Osservatore Romano” e da Sala de Imprensa da Santa Sé, apresentou ao Papa, acompanhado pelo editor Francesco D'Amato. O texto, com um prefácio do secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, introduz o próximo evento jubilar fazendo uma retrospectiva do passado para ver como o mundo e a Igreja mudaram de um Ano Santo para o outro após a passagem do milênio.

Fonte: Vatican News

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Afeganistão: erguer a voz por quem não a têm mais

O Talibã proíbe as mulheres de falar e cantar em público. Essa é mais uma decisão do governo de Cabul que viola os direitos fundamentais das mulheres afegãs, exatamente três anos após a retirada das tropas americanas do país asiático.

Alessandro Gisotti

Imaginem sair de casa amanhã de manhã e, a caminho do trabalho, ouvir pela rua apenas o som de vozes masculinas. A experiência é ainda mais peculiar porque ao encontrar as mulheres, como aconteceu no dia anterior, nenhuma delas fala. No máximo, sussurram. Imaginem então passar por um parque onde uma mãe embala seu bebê para dormir. Mas o faz em silêncio, sem cantar uma canção de ninar, como havia acontecido na manhã anterior. E como esperaríamos que acontecesse em qualquer lugar do mundo. Esse cenário digno de um filme distópico ou de um conto orwelliano é o que está acontecendo agora no Afeganistão, onde, através de uma regra, o Talibã decidiu, da noite para o dia, que não apenas o rosto e o corpo das mulheres não têm mais “direito de cidadania” na vida social, mas até mesmo a sua voz.

A notícia foi divulgada pela mídia internacional, mas, infelizmente, não obteve o eco que merecia e, até o momento, não despertou protestos eclatantes e movimentos de massa, como acontece, com razão, com tantas outras questões e batalhas civis. No entanto, todos nós deveríamos ficar chocados e indignados com uma decisão como essa, porque mutilar a voz de uma mulher é um ato de violência sem precedentes que não pode deixar de ferir toda a comunidade humana como um todo, além de qualquer pertença religiosa, étnica ou cultural. Se somos realmente “membros uns dos outros”, como o Papa Francisco nos testemunha e lembra todos os dias, então não podemos ficar indiferentes, porque aquelas meninas, aquelas jovens afegãs também são nossas. E devemos erguer a voz por elas, que agora aquela voz elas não têm mais.

Justamente em 31 de agosto de três anos atrás, as tropas americanas concluíram apressadamente a retirada do Afeganistão e o Talibã retomou o poder. Desde então, para as mulheres do país asiático, começou um pesadelo que parece não ter fim, mas que, ao mesmo tempo, era absolutamente previsível: primeiro, a exclusão das meninas com mais de 12 anos das escolas (o que poderia ser mais desprezível do que roubar o futuro de uma geração?), depois a espoliação gradual de todos os seus direitos fundamentais. E agora até mesmo o cancelamento da voz em público. Em um sistema midiático que às vezes é distraído por notícias que não deixam tempo a perder, todos nós devemos lembrar que há milhões de mulheres que foram proibidas de falar, proibidas de cantar. Mulheres que, em 2024, tiveram a voz retirada e, com ela, a esperança de poder viver em um mundo melhor.

Fonte: Vatican News

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Arcebispo de Daca em Bangladesh: mais de 1 milhão de pessoas em casas inundadas

Dom Bejoy D'Cruze relata a situação causada pelas enchentes que afetaram 5 milhões de pessoas e causaram 27 mortes. No país, já em dificuldades, mas que agora precisa de ajuda mais do que nunca, a gratidão pela proximidade do Papa ainda é forte: “Francisco nos ama e reza por nós”.

Deborah Castellano Lubov e Lorena Leonardi - Cidade do Vaticano

“As pessoas estão com fome e precisam de alimentos, remédios, cuidados médicos e ajuda para recomeçar suas vidas, porque a maioria vive na pobreza”. Essa é a dramática situação denunciada por dom Bejoy D'Cruze, arcebispo de Daca, em uma ampla entrevista concedida à mídia vaticana sobre os danos causados em Bangladesh pelas chuvas torrenciais e inundações que assolam o país há dias. O país certamente não é grande, mas é habitado por cerca de 170 milhões de pessoas, com maioria muçulmana, distribuídas em 64 distritos, 14 dos quais estão agora submersos pela água, especialmente nas áreas leste, nordeste e sul.

Duzentas mil crianças em casas inundadas

“Vinte e sete vítimas foram confirmadas até o momento. Cerca de 1,2 milhão de cidadãos vivem em casas inundadas e, entre eles”, disse o prelado, ”200 mil são crianças. Outros são idosos e muito vulneráveis”. Além disso, se “5 milhões de pessoas foram afetadas por essa inundação e muitas foram deslocadas”, apenas “300 mil encontraram abrigo em 3.527 abrigos. Milhares de casas foram danificadas, campos e plantações de vegetais foram destruídos, granjas de aves foram completamente varridas, assim como os peixes da água”.

Os esforços da Caritas e das ONGs

Alguns lugares e pessoas ainda estão inacessíveis, mas todas as entidades, locais ou não, estão fazendo o máximo possível, a começar pela Caritas Bangladesh, World Vision, as atividades beneficentes de Madre Teresa, HEED Bangladesh e muitas outras ONGs. Os esforços de ajuda das Nações Unidas estão em andamento, e os estudantes - após a revolta contra o governo - coletaram cerca de 600 mil euros para a compra de medicamentos. A Caritas, em particular, “deu abrigo a 5 mil pessoas e alimentos a 18 mil. Mais poderia ser feito, mas são necessários 1,5 milhão de dólares: para isso, a Conferência Episcopal de Bangladesh, da qual o arcebispo D'Cruze é presidente, fará uma contribuição com uma doação simbólica de 25 mil dólares.

Uma emergência permanente

Neste momento de grande dificuldade, e apenas alguns dias antes da viagem apostólica de Francisco à Ásia e Oceania, programada de 2 a 13 de setembro, a memória corre para 2017, quando o Papa visitou Bangladesh, dando grande força à minoria cristã e reconhecimento ao sofrimento dos Rohingya que fugiram de Mianmar devido à perseguição militar. “Ele tem um grande amor e demonstrou sua preocupação e solidariedade para com os Rohingya. O Papa Francisco é muito próximo de nós. Ele nos ama e reza por nós”, acrescenta dom D'Cruze, enfatizando o compromisso da Caritas de ajudar regularmente os Rohingya, ‘também por meio de projetos específicos’. Mas o compromisso nem sempre é suficiente, porque Bangladesh é um país que é frequentemente atingido por secas e inundações e, em geral, enfrenta grandes dificuldades socioeconômicas todos os dias: “40% das pessoas vivem na pobreza e pelo menos 30% não receberam nenhuma forma de educação”.

Ajudar quem apoia os pobres

Falando de escolas, ultimamente “houve problemas, pedidos de demissão feitos a alguns professores, e parecia que eles queriam impor o hijab às meninas, mas não queremos fazer distinção entre os alunos em nenhuma base”. A esperança é que as Nações Unidas, os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a União Europeia possam ajudar Bangladesh à luz do apoio expresso ao governo interino liderado pelo ganhador do Prêmio Nobel Muhammad Yunus. O apelo final da entrevista é para apoiar a Caritas Bangladesh: “trabalho para todos, independentemente de casta e credo, especialmente para os pobres”.

Fonte: Vatican News

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O futuro da Pontifícia Universidade Urbaniana, tema de Assembleia Plenária

A Assembleia Plenária faz parte da perspectiva de relançamento das instituições universitárias ligadas à Santa Sé, repetidamente solicitada pelo Papa Francisco.

Gianni Valente

A Pontifícia Universidade Urbaniana está se aproximando de uma importante encruzilhada em sua longa e inigualável história. Quinta e sexta-feira, 29 e 30 de agosto, os membros do Dicastério para a Evangelização (Seção para a Primeira Evangelização e as Novas Igrejas Particulares) participam em Roma de uma “Assembleia Plenária extraordinária” convocada “ad hoc” e com um único ponto na agenda.

Cardeais, bispos, religiosas e missionários dos cinco continentes compartilharão dois dias intensos dedicados a reflexões, relatórios e debates sobre a identidade, a missão, as expectativas e o futuro da instituição fundada há quase quatrocentos anos pelo Papa Urbano VIII para apoiar as Igrejas de todo o mundo em seu trabalho apostólico de proclamação do Evangelho.

A Assembleia Plenária faz parte da perspectiva de relançamento das instituições universitárias ligadas à Santa Sé, repetidamente solicitada pelo Papa Francisco, também através da Constituição Apostólica “Veritatis gaudium” sobre as Universidades e Faculdades Eclesiásticas.

A passagem da Assembleia Plenária é um passo intermediário em um discernimento eclesial compartilhado em torno do caminho presente e futuro da Universidade Urbaniana. Um processo de confronto sinodal que o Dicastério iniciou há muito tempo em diálogo com as Igrejas locais. 26 Conferências Episcopais das Igrejas presentes nos territórios da área de competência do Dicastério missionário (especialmente da Ásia e da África) enviaram suas considerações, propostas e expectativas sobre os critérios a serem seguidos e as escolhas operacionais a serem adotadas para tornar sempre mais eficaz o serviço prestado pela Urbaniana às comunidades eclesiais locais. Após o discurso introdutório do cardeal Luis Antonio G. Tagle, Pró-Prefeito do Dicastério Missionário e Grão-Chanceler da Urbaniana, as contribuições e propostas vindas dos episcopados serão o foco das sessões de trabalho sinodal da Assembleia Plenária, que será sediada no Ateneu.

Participa do encontro o cardeal Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro.

Identidade, história e futuro

A história da Urbaniana é uma história convincente e singular, visceralmente ligada desde o início aos assuntos da Congregação de Propaganda Fide (que hoje corresponde à seção do Dicastério para a Evangelização, chefiada pelo cardeal Tagle).

A Universidade sobre o “Gianicolo” é a única instituição de tal relevância que é reconhecida há séculos como parte integrante e estrutural de um Dicastério da Santa Sé, também em termos de custos. Até mesmo a maioria dos estudantes que frequentam os cursos da Urbaniana são sustentados por bolsas de estudo financiadas pelo Dicastério missionário. E nas intuições que levaram à sua fundação, ainda é possível perceber os traços da clarividência e profecia.

O Colégio Urbano, o primeiro núcleo do que hoje é a Universidade do Gianicolo, foi criado em 1627 para formar o pessoal das Igrejas locais para a missão de proclamar o Evangelho em suas respectivas circunscrições eclesiásticas.

Tratava-se de fornecer aos seminaristas, aos sacerdotes e às religiosas, instrumentos intelectuais, pastorais e espirituais úteis para o cumprimento de sua missão a serviço de suas respectivas Igrejas de origem.

Já antes da metade do século XVII, na sede do histórico Palácio da Praça Espanha (que hoje abriga o Dicastério missionário), estudantes provenientes de territórios diretamente sujeitos à Propaganda Fide residiam e frequentavam aulas de latim na diversidade de línguas e visões culturais de origem, unidos na fé.

Em sua imanência à história da Congregação da Propaganda Fide, também a Pontifícia Universidade Urbaniana assumiu as conotações genéticas que a tornam uma instituição “global”. Com a contínua tensão a fazer encontrar a unidade da fé católica com a diversidade das culturas, das formas políticas, das civilizações e dos idiomas.

As multidões de estudantes que o Colégio Urbano e a Pontifícia Universidade Urbaniana trouxeram de seus respectivos países para Roma, sem perturbar suas culturas, também podem ser vistas como um experimento extraordinário, “uma contribuição para a compreensão e o respeito mútuos entre povos e culturas” (Gianpaolo Romanato), que começou séculos antes dos programas “Erasmus” agora ativados por instituições acadêmicas modernas.

Critérios de orientação para novos passos

A razão de ser da Pontifícia Universidade Urbaniana e o horizonte ilimitado para o qual ela olha em busca de sua vocação missionária não parecem ter se enfraquecido ou diminuído. Basta estar atento, mesmo que distraidamente, ao incessante magistério missionário do Papa Francisco, ao constante apelo à “conversão missionária” que ele dirige constantemente a todas as instâncias eclesiais.

É precisamente a sua relevância para o dinamismo missionário que continua a marcar a natureza da Pontifícia Universidade Urbaniana de modo específico e não “assimilável”, e pode também sugerir critérios mais adequados e escolhas operacionais para revitalizar e reorientar o seu serviço às Igrejas locais, reconhecendo o que é agora mais útil e frutífero para a sua missão.

Os participantes da Plenária poderão discutir critérios e propostas para renovar os instrumentos, as metodologias e os procedimentos acadêmicos, e sobre as áreas de estudo a serem reforçadas, a fim de acentuar e aplicar no presente a atenção aos contextos e a atitude de escuta das culturas locais que sempre caracterizaram o compromisso acadêmico e de formação da Urbaniana. O número de Centros de Estudo e Pesquisa voltados para áreas e temas específicos de ensino será ampliado, seguindo o modelo do Centro de Estudos Chineses e Asiáticos que já funciona na Urbaniana desde 1975.

Recursos novos e às vezes latentes, como o relacionamento com a rede de nada menos que 106 Institutos e Centros de Estudos afiliados ou conectados de várias formas à Pontifícia Universidade, serão aprimorados e relançados em novas formas. Centros e Institutos espalhados em 40 países do mundo, que representam também preciosos canais de contato e de constante comunhão entre a comunidade acadêmica da Urbaniana e as Igrejas locais e suas instituições de estudo e formação.

Uma renovação que já começou

Nas sessões de trabalho, os primeiros efeitos da fase de renovação e reorientação das ofertas educativas já começaram no ano passado, desde que - em setembro de 2023 - o Papa Francisco nomeou o professor Vincenzo Buonomo como Delegado Pontifício para a Pontifícia Universidade Urbaniana, com a função de Magnífico Reitor.

No Decreto de nomeação do professor Buonomo, o Papa Francisco também se referiu à urgência de “revisar a estrutura da Universidade e alinhar os Estatutos e outras disposições regulamentares que regem a vida das Faculdades e Institutos com a Constituição Apostólica ‘Veritatis gaudium’, bem como alinhar a organização administrativa com as normas em vigor para os Órgãos da Santa Sé”. O Pontífice também recordou o processo já iniciado e “destinado a reorganizar as Pontifícias Instituições Acadêmicas Romanas que são diretamente administradas pela Sé Apostólica”.

O trabalho de reestruturação iniciado traduziu em medidas concretas o apelo para buscar sinergias operacionais estruturais, especialmente (mas não somente) com a rede das outras Universidades Pontifícias presentes em Roma, evitando o risco de dispersar energia e recursos preciosos (por exemplo, evitando a perpetuação da “duplicação” de ensinamentos e cursos acadêmicos já presentes em outras Universidades Pontifícias). Essas diretrizes incluem, entre outras coisas, o fortalecimento da Faculdade de Missiologia (a única ainda em funcionamento dentro das Universidades Pontifícias de Roma) e o foco dos cursos da Faculdade de Direito Canônico na área do “direito missionário”, a serviço das Igrejas mais jovens.

O processo de reconfiguração iniciado na Pontifícia Universidade Urbaniana também é relatado por alguns dados comparativos: na Universidade, no início de outubro de 2023, havia 62 professores “permanentes” e 113 professores “nomeados” ou “convidados”. Números que foram consideravelmente reduzidos após a verificação da não utilização e do baixo número de alunos em muitos cursos. No início do próximo ano acadêmico, haverá 47 professores “estáveis” na Urbaniana e 40 professores encarregados ou convidados. Quanto à gestão geral da Universidade, os orçamentos previstos para 2025 estimam uma redução de custos de 1.514.180 euros.

Os participantes da Plenária serão recebidos em audiência pelo Papa Francisco na manhã de sexta-feira, 30 de agosto.

Fonte: Agência FIDES

Fonte: Vatican News

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Os sacerdotes filhos de mães muçulmanas: famílias inter-religiosas, uma característica da Indonésia

As histórias de vida de quatro sacerdotes indonésios de famílias inter-religiosas, "mostram que as diferenças não são barreiras, que a vida espiritual é sempre uma riqueza, que o vínculo familiar é dom de Deus e é forte. A batina e o véu não são obstáculos à harmonia, mas indicadores de fraternidade”. Entre esses, há um sacerdote verbita pároco no Brasil.

por Paolo Affatato

Falando da celebração pela sua ordenação episcopal, dom Ciprianus Hormat, bispo de Ruteng, na ilha indonésia de Flores, menciona quase que en passant a ampla e entusiástica participação dos seus “parentes muçulmanos”. Sinal eloquente de como as famílias “inter-religiosas” representam uma realidade difundida e bem presente na sociedade indonésia. Uma realidade em que se experimenta na vida quotidiana uma aptidão para acolher a experiência espiritual do outro, seja ela qual for: mesmo quando se trata de crianças, que podem escolher uma fé diferente da da sua própria família.

“Isto acontece também quando se trata de respeitar e não criar obstáculo à vocação à vida sacerdotal e religiosa, que no entanto é acolhida como dom pelos pais ou familiares que professam o Islã ou uma fé diferente”, observa o bispo de Ruteng. “A prevalecer são os laços familiares e, em nível espiritual, há um profundo respeito pela fé de cada um dos parentes, na consciência de que a harmonia é um dom precioso a ser preservado”, observa.

Um caso exemplar diz respeito aos sacerdotes nascidos de casais em que um ou ambos os pais não são católicos: as histórias de vida de quatro sacerdotes indonésios de famílias inter-religiosas, "mostram que as diferenças não são barreiras, que a vida espiritual é sempre uma riqueza, que o vínculo familiar é dom de Deus e é forte. A batina e o véu não são obstáculos à harmonia, mas indicadores de fraternidade”, observa o prelado, citando a história de dois religiosos Verbitas, padre Robertus Belarminus Asiyanto e padre Agustín Horowura, ambos naturais da ilha das Flores; de padre Mayolus Jefrigus Ghoba, de Sumba; de padre Edi Prasetyo, sacerdote indonésio de honiano (da Congregação do Sagrado Coração de Jesus), ordenado sacerdote na vizinha Malásia com outros irmãos da sua congregação.

Flores, a ilha das vocações na Indonésia 

Em Flores, ilha indonésia no leste do arquipélago, na província de Nusa Tenggara, tem início a história de Robertus Belarminus Asiyanto, que em 2015, aos 31 anos, foi ordenado sacerdote no Seminário St. Paul Ledalero, em Maumere.

No arquipélago do Sudeste Asiático conhecido por ser o país de maioria islâmica mais populoso do mundo, com mais de 275 milhões de habitantes, 85% muçulmanos, Flores é considerada “o coração católico da Indonésia” pois, entre as 17 mil ilhas, constitui uma exceção: é uma ilha de maioria católica onde, de cerca de 4 milhões de habitantes, os católicos representam 80%. Flores é ilha onde os Seminários Maiores e Menores estão repletos de jovens e as vocações ao sacerdócio e à vida consagrada são uma riqueza universalmente reconhecida. Até o Papa Francisco, na homilia da Missa do Dia da Vida Consagrada de 2022, disse, falando de improviso, que, perante a crise vocacional, se poderia ir “para a ilha da Indonésia (Flores, precisamente, ndr. ) para encontrá-las."

A bênção da mãe muçulmana na ordenação 

A mãe de Asiyanto, Siti Asiyah, como muçulmana, deu sua bênção e o seu apoio ao filho. Na celebração da ordenação usava roupas islâmicas, incluindo o hijab e estave presente ao seu lado na procissão de entrada, com os outros pais. A mulher colocou as mãos na cabeça do filho e disse que estava muito feliz em ver seu filho ordenado sacerdote católico.

Naquele dia, todos os presentes aplaudiram o seu gesto e a sua afirmação pública, pronunciada com emoção enquanto assistia aos ritos de ordenação. Asiyanto é católico desde criança, com o consentimento de ambos os pais. Com forte desejo de prosseguir a vocação sacerdotal, dirigiu-se ao Seminário dos Verbitas e pediu a bênção de sua mãe. Ela disse: “Segue o teu coração”. Uma mãe que criou o seu filho tendo bem presente “o maior dom, a liberdade de se tornar sacerdote”, diz hoje pe. Robertus.

Filho de pai católico e mãe muçulmana, hoje é pároco no Brasil 

Padre Agustin Horowura, sacerdote e missionário indonésio de trinta anos, também pertence à Sociedade do Verbo Divino e hoje é pároco no Brasil. A sua vocação também começou em Flores e cresceu no Seminário dos Padres Verbitas da Diocese de Maumere (uma das cinco dioceses de Flores). Desde jovem sentiu o desejo de “pertencer completamente a Deus”. Ele contou ao pai, católico, e à mãe, muçulmana. E a mulher, desde sua infância, acompanhava-o à paróquia católica para frequentar o catecismo, atendendo ao seu pedido de seguir a preparação para a Primeira Comunhão e depois a Crisma. Não hesitou, então, em acertar com o reitor a sua entrada no Seminário: Agustín queria ser padre.

Depois de um caminho em que os seus pais sempre o apoiaram, no dia da sua ordenação sacerdotal a família de Agustín, tios e tias católicos, avós, parentes e amigos muçulmanos, reuniram-se partilhando a alegria de uma escolha de vida que é considerada um dom precioso para todos, cristãos ou muçulmanos, porque “na Indonésia a presença de famílias com membros que professam confissões diferentes é vivida com grande naturalidade, sem qualquer preconceito ou sem que isso represente um problema”, afirma o pároco, agradecendo “ao meu pai, à minha mãe, todos os meus familiares católicos e muçulmanos: o seu apoio fortaleceu os meus passos”. Hoje ele sente “uma alegria imensa ao pensar na minha ordenação sacerdotal, porque vejo a minha família unida e todos os familiares muçulmanos que quiseram participar e alegrar-se comigo, na igreja e na festa”.

Na ordenação, comunhão espiritual com parentes muçulmanos 

Também na ilha de Sumba, uma das Pequenas Ilhas da Sonda, padre Frederikus Mayolus Jefrigus Ghoba fala da “atmosfera de comunhão espiritual compartilhada com seus parentes muçulmanos quando foi ordenado sacerdote na Catedral de Waitabula”. O forte vínculo humano e espiritual, diz ele, ainda perdura e se fortalece com o passar dos anos.

Padre Edi Prasetyo SCJ, sacerdote católico da Congregação do Sagrado Coração de Jesus (Dehonaiani) lembra com emoção o abraço com sua avó, muçulmana fervorosa, presente na Missa de ordenação realizada na Malásia com outros confrades em 2019 e conta: “Todos membros da família alargada e os parentes das famílias de ambos os pais, cristãos e muçulmanos, estavam presentes nessas celebrações e em tantas outras, para imensa alegria de todos”.

A religiosa católica e sua devota irmã muçulmana 

Famílias islâmico-cristãs são encontradas espalhadas por todo o país. Na ilha de Sumatra, onde a situação social e religiosa é muito diferente daquela de Flores e os cristãos são uma pequena minoria, a história de duas irmãs gêmeas que percorreram dois caminhos diferentes chamou a atenção e ofereceu um exemplo de convivência e de amor profundo: uma é muçulmana devota, segue as práticas da sua fé e participa na peregrinação a Meca; a outra, Irmã Tarcisiana M., é católica e ingressou na Congregação das Filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração em Merauke, na Papua indonésia, onde trabalha em um orfanato. Ambas têm um amor visceral uma pela outra, vivem boas relações na família que continua a ser o lugar acolhedor onde regressam para vivenciar o amor reciproco, no profundo respeito pelas suas diferentes crenças.

Pais aceitam com serenidade diferentes crenças dos filhos 

Também na ilha de Java há exemplos iluminados: o Sr. Budi e a Sra. Rosa (nomes fictícios por razões de privacidade, ndr.) vivem em Cibinong, na província de Java Ocidental. Todos os dias, o marido administra a atividade da família de venda de frangos em mercados e restaurantes. Ele e sua esposa aderem às crenças confucionistas. Têm três filhos: o mais velho, Cakra, tem 35 anos e é casado com Rena, também de 35 anos: têm dois filhos e professam a fé cristã. A segunda filha de Budi e Rosa, Kristin, 33 anos, é casada com Karam, eles têm um filho e seguem o Islã. Tara, 30 anos, terceira filha, é casada com Rudi: o casal tem um filho e são católicos.

Budi e Rosa aceitam com serenidade as diferentes crenças de seus filhos. Quando é celebrada uma festividade religiosa, as famílias dos parentes se unem para felicitações e celebrações compartilhadas. As diferenças religiosas não impedem os laços familiares harmoniosos. Foi isso que ensinaram aos filhos Rosa e Budi. Este espírito vive na grande família inter-religiosa.

Fonte: Vatican News – na imagem, Cinquenta e seis sacerdotes diocesanos de toda a Indonésia participaram de um programa nacional de formação contínua organizado pela Associação de Padres Diocesanos da Indonésia (UNINDO) em Yogyakarta, Java Central

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Conselho do Programa Universitário da Amazônia reuniu-se em Manaus

PUAM: recuperar as utopias do passado para construir um sistema educacional diferente.

Padre Modino – Regional Norte 1 da CNBB

O Conselho do Programa Universitário da Amazônia (PUAM) reuniu-se em Manaus nos dias 27 e 28 de agosto de 2024. Um órgão nascido das propostas do Sínodo para a Amazônia, que busca recuperar as utopias do passado para construir um sistema educacional diferente, a partir e junto com os povos indígenas. Promove seu protagonismo, para que sejam sujeitos de transformações, para construir um futuro a partir do que são, com uma educação que promova os valores de cada povo, levando em conta o território, um espaço sagrado que integra sua história, suas relações sociais e seu modo de vida.

Alcançando os vulneráveis

Em busca de uma compatibilidade crível entre a fé e a razão, que caminham lado a lado para capacitar o ser humano e construir sociedades mais humanas, mais fraternas, mais próximas de Deus, como incentivado pelo Prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, Cardeal José Tolentino de Mendonça, que, em uma mensagem de vídeo, desafiou a PUAM a alcançar os vulneráveis no território amazônico.

O PUAM tem estabelecido parcerias com diversas instituições universitárias, dentre elas a Faculdade Católica do Amazonas, da arquidiocese de Manaus, segundo disse a Coordenadora de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação, professora Elisângela Maciel, um caminho comum iniciado no ano passado, “estreitando os laços, discutindo alguns pontos importantes, e com a mesma preocupação de aprofundar as questões da educação, mas com um olhar diferenciado e uma educação que não fique presa só na instituição, mas que ela vai ao encontro das comunidades, que vai ao encontro das pessoas”.

A professora ressalta que “esses programas, eles têm se alinhado, para que a gente possa alcançar o máximo possível de formação para quem precisa de formação e não tem acesso à instituição, não tem acesso aos meios ainda”. Ela afirmou que “o programa, ele visa facilitar isso, os programas do PUAM, eles vão se desdobrar em vários cursos com perspectivas e com direcionamentos diferentes, mas visando uma formação mais aprofundada e que dê condições para que as pessoas possam estar ocupando determinados espaços como lideranças, mas também na vida profissional”.

Trabalhando a partir do acompanhamento das comunidades

A colaboração das Irmãs Lauritas com a PUAM se baseia no fato de que o trabalho dessa congregação “é desenvolvido entre os povos indígenas de toda a América Latina”, como afirma a Irmã Maritza Monsalve. De acordo com a religiosa, “acompanhamos todos os serviços onde podemos acompanhar e continuar sendo uma presença entre eles”.

O trabalho de base, no meio das comunidades amazônicas, é algo que muitas pessoas e instituições assumiram. Uma delas é Maria Teresa Sánchez, da Universidade Católica Andrés Bello - Extensão Guayana, na Venezuela, para quem “o Programa Universitário Amazônico é uma oportunidade para aqueles que, vivendo no território, não têm acesso a uma educação de qualidade com ampla informação, porque a educação universitária tradicional não responde às necessidades de cada um dos territórios”.

Caminho interinstitucional comum

Entre os desafios que o PUAM precisa enfrentar está o financiamento, para o qual o conselho sugeriu algumas medidas a serem tomadas. Durante a reunião, foram apresentados alguns dos cursos que fazem parte do programa, realizados por meio de um trabalho conjunto entre várias instituições de ensino, que surgiram após conhecer os indicadores do território. Um deles é um curso sobre saúde, do qual participam a Pontifícia Universidade Católica do Equador e a Pontifícia Universidade Javeriana de Bogotá.

O Programa Universitário Amazônico participa do Observatório da Democracia na América Latina da Associação de Universidades confiadas à Companhia de Jesus na América Latina (AUSJAL). Diante da deterioração e do desencanto com a democracia no continente, o observatório busca ter um impacto na melhoria da qualidade da democracia. A proposta está estruturada em várias etapas, com a participação de vários pesquisadores que contribuem com dados baseados em informações de líderes locais, no caso do PUAM, na região amazônica.

Uma escolha para os contextos mais oprimidos

A Uniminuto, uma universidade que hoje está presente em 43 municípios de 21 departamentos colombianos, com um extenso programa virtual, surgiu como mais uma etapa do Minuto de Dios, iniciado pelo padre eudista Rafael García Herreros, que desde 1954 ajuda os colombianos a refletir. Uma universidade que atualmente tem 248 programas universitários com 102.000 alunos na Colômbia, que já formou mais de 211.000 alunos em 32 anos. Em um caminho comum com o PUAM, eles levaram a universidade para os departamentos de Guainía e Vaupés, com uma porcentagem significativa de indígenas entre os alunos.

A Jesuit Worldwide Learning leva a universidade para onde estão aqueles que não podem ir à universidade, optou por trabalhar em contextos muito oprimidos, nas áreas mais críticas do mundo, entre elas os povos indígenas, levando em conta que 46% dos 500 milhões de indígenas do mundo não têm acesso à educação básica e apenas 8% chegam à universidade. Eles realizam trabalhos com minorias religiosas, com grupos que sofrem violações de direitos humanos e com aqueles afetados pelas mudanças climáticas, 11.000 alunos em 33 países. Um caminho, que serve de inspiração para a PUAM, no qual eles vêm treinando líderes, gerentes e animadores comunitários, como mostra o programa construído e apresentado na reunião.

Um espaço para somar corações, para ver que há muita gente trabalhando na Amazônia, mesmo que não se perceba, para carregar no bolso as pequenas coisas que são feitas em tantos cantos. Mas também para descobrir os passos a serem dados na construção desse novo programa que se baseia na sabedoria dos povos e se propõe como elemento fundamental para o futuro da Amazônia e de seus povos.

Fonte: Vatican News

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“Título académico útil só quando for ao serviço do outro”: Magno Chanceler da UCM

“O título académico só é útil quando o conhecimento é colocado ao serviço do outro”, disse o Arcebispo da Beira (centro de Moçambique) e Magno Chanceler da Universidade Católica de Moçambique (UCM).

Rogério Maduca – Beira, Moçambique

Dom Cláudio Dalla Zuanna, Arcebispo da Beira e Magno Chanceler da Universidade Católica de Moçambique, falava esta quarta-feira, 28 de agosto na Missa por ocasião do Dia de Santo Agostinho, Padroeiro da UCM, cuja cerimónia central teve lugar na Faculdade de Ciências de Saúde, cidade da Beira.

Este evento contou com a presença dos membros de direção desta instituição de ensino superior, com destaque para o Reitor, Professor Doutor Padre Filipe Sungo, a Secretária-Geral, os Vice-Reitores, incluindo docentes, corpo técnico administrativo e estudantes.

      Celebração no Dia do Padroeiro da UCM, Santo Agostinho

Durante a celebração eucarística onde concelebraram vários sacerdotes, o Prelado descreveu o Patrono da Universidade como uma das mentes mais brilhantes dos primeiros séculos do cristianismo. Destacou também o contributo deste Santo, um contributo que lhe valeu o título de Doutor da Igreja.

No prosseguimento da sua homilia, o presidente da celebração levou os participantes à uma reflexão, ao falar sobre os títulos académicos. Segundo Dom Cláudio, “o título académico pouco serviria se fosse apenas para escrever antes do nome, sem colocar o seu conhecimento ao serviço do outro”.

No final da celebração o Reitor da UCM, Professor Doutor Padre Filipe Sungo, disse no seu discurso, que o Dia de Santo Agostinho é uma ocasião de reflexão, celebração e renovação do compromisso com os valores que norteiam a missão da universidade. Descreveu o Santo Agostinho, como um incansável buscador da verdade, acrescentando que “a Universidade procura seguir os passos de Santo Agostinho, por meio da promoção de um ensino que, não forma apenas profissionais competentes, mas também cidadãos íntegros comprometidos com o bem comum”.

Para concluir a sua intervenção, o dirigente convidou os colaboradores da universidade a uma reflexão em torno do legado de Santo Agostinho, renovando o seu compromisso, para que a UCM seja sempre uma luz de conhecimento e esperança.

O evento foi também marcado por uma palestra subordinada ao tema: “Humanismo Integral e Desenvolvimento: Doutrina social da Igreja e os desafios da Sociedade Moçambicana.”

Fonte: Vatican News

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Santuário Cristo Redentor inaugura Capela de Adoração “Laudato si”

No último ano, passaram pela Capela de Adoração mais de 100 mil pessoas que foram pedir bênçãos e agradecer graças alcançadas.

Vatican News

Nessa quarta-feira, 28 de agosto, às 17h, a Capela de Adoração do Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor recebeu o nome “Laudato si”. A inauguração teve início com a Santa Missa, e, logo após, houve a Adoração e Bênção do Santíssimo Sacramento, presidida pelo biólogo e vigário episcopal para o Meio Ambiente e a Sustentabilidade, Padre Josafá Carlos de Siqueira, SJ. Também esteve presente o reitor do Santuário, Padre Omar.

No último ano, passaram pela Capela de Adoração mais de 100 mil pessoas que foram pedir bênçãos e agradecer graças alcançadas. Vigílias, Missas e Bênçãos são realizadas diariamente no local por paróquias e grupos de oração do estado do Rio de Janeiro e de outros estados do Brasil.

Ao final da celebração, o monumento ao Cristo Redentor foi iluminado em verde pelo Aniversário do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A autarquia foi criada no dia 28 de agosto de 2007, pela Lei nº 11.516/07, é vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e tem a responsabilidade de gerir, proteger, monitorar e fiscalizar as 340 Unidades de Conservação Federais (UC) existentes em todo o país.

 “A inauguração da Capela de Adoração “Laudato si” é um gesto simbólico que mostra a importância da tríplice relação entre Deus, a natureza e os seres humanos, que está presente na encíclica do Papa Francisco ‘Laudato Si’. A capela cumpre a missão de integrar a fé, o meio ambiente e a sociedade”, destaca padre Josafá.

Fonte: Santuário Cristo Redentor

Fonte: Vatican News

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Do dia 28/8/24

Congresso da IAM em Aparecida vai reunir mais de 800 participantes

Confira a programação que vai movimentar as crianças e assessores da Infância e Adolescência Missionária na cidade de Aparecida.

O trabalho na secretaria nacional da Infância e Adolescência Missionária (IAM) tem sido intenso para dar conta da organização do 1º Congresso Nacional da IAM, que acontece em Aparecida (SP), de 27 a 29 de setembro. O Congresso já tem mais de 800 inscritos, entre crianças, adolescentes, assessores e famílias que participam da Obra em todo o país. O encontro será realizado no Centro de Eventos Pe. Vitor Coelho de Almeida, junto ao Santuário Nacional de Aparecida, e tem como objetivo promover a integração entre os participantes, fortalecer o protagonismo das crianças e adolescentes, criando laços de fé e solidariedade.

Buscando viver uma verdadeira experiência missionária, os participantes serão acolhidos nas famílias das paróquias da Arquidiocese de Aparecida. A proposta é realizar atividades abertas à toda a comunidade, durante a tarde do sábado, 28 de setembro, sendo um espaço de integração entre os participantes do congresso e as famílias das comunidades locais.

Comunhão e participação

O tema que vai inspirar as atividades será “IAM: com a força do Espírito, testemunhas de Cristo” e o lema “Ide, convidai a todos para o banquete” (Mt. 22,9). Durante o congresso, os participantes terão a oportunidade de acompanhar diversas atividades educativas e religiosas, incluindo palestras, workshops e momentos de oração. Para os assessores, o evento será uma oportunidade para troca de experiências, podendo ampliar as atividades junto às crianças nas ações missionárias.

Segundo Ir. Antonia Vania de Sousa, secretária nacional da IAM, a preparação para vivenciar o primeiro Congresso Nacional da IAM está sendo realizada com muito empenho. “Nós esperamos a todos vocês com muito entusiasmo para vivenciar esse momento lindo de comunhão e participação de todas as forças missionárias das Obras Pontifícias. Venham e participem conosco com grande alegria. Traga na sua bagagem muita disposição e, acima de tudo, o desejo de partilhar o amor de Jesus a todos”, lembrou a secretária.

Programação do 1º Congresso Nacional da IAM

Quinta-feira – 26/09/2024

10:00 às 16:00 – Credenciamento no Centro de Eventos Pe. Victor Coelho de Almeida

Sexta-feira – 27/09/2024

08:00 –16:00 Credenciamento no Centro de Eventos Pe. Victor Coelho de Almeida

18:00 – Missa de abertura na Basílica

19:00 – Após a Missa de abertura, caminhada até o Centro de Eventos

19:30 – Jantar

20:00 – Acolhida dos participantes, avisos e orientações

20:30 – Abertura Oficial do Congresso e Lançamento dos Livros

21:00 – Memória dos Encontros Nacionais

21:30 – Encaminhamento para as famílias

Sábado – 28/09/2024

06:00 – Café nas famílias

07:30 – Acolhida e Animação

08:00 – Momento Oracional

08:30 – 1º Painel – “Ide e convidai a todos para o banquete” – Dom Luiz Fernando Lisboa

09:00 – 2° Painel: “POM, aberta à universalidade” – Pe. Antonio Niemiec, SsR

09:30 – Bate papo – Fila do povo

10:00 – Lanche

10:30 – Animação

10:40 – 3º Painel – “Crianças e adolescentes sujeitos da missão” – Ir. Antonia Vania de Sousa, SF

11:00 – Painel Temático: “Crianças e adolescentes sujeitos da missão” – Mediadora Ir. Regina da Costa Pedro. Convidados: Ana Beatriz Fogli, Vinícius Fazuline e Antônio Elias.

11:30 – Bate papo – Fila do povo

12:00 – Comunicado: Lançamento da Campanha Defenda-se (Editora FTD)

12:20 – Animação

12:30 – Almoço

14:00 – Saída dos ônibus para as oficinas nas Paróquias

14:45 – Início das Oficinas

15:35 – Lanche nas Paróquias

15:50 – Retorno para as Oficinas

17:30 – Descanso

18:30 – Preparação para celebração nas Paróquias

19:00 – Celebração Eucarística nas Paróquias

20:00 – Noite Cultural nas Paróquias

21:30 – Ida para as famílias

Domingo – 29/09/2024

06:00 – Café nas famílias

07:30 – Momento com Maria na Basílica de Aparecida

08:00 – Santa Missa na Basílica de Aparecida

09:00 – Caminhada para o Centro de Eventos

09:20 – Lanche

09:50 – Animação

10:00 – Partilha das oficinas e vivências nas Comunidades

11:00 – 4° Painel: “IAM com a força do Espírito Testemunhas de Cristo” – Pe. Genilson Sousa

11:30 – Cerimônia de Envio – Dom Maurício da Silva Jardim

12:00 – Comunicados Gerais

12:30 – Almoço

13:30 – Despedida - Ida para as famílias/Aeroportos/Rodoviária (para os que viajam no dia 29/09)

Fonte: Pontifícias Obras Missionárias

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Pastoral do Menor lança Política de Proteção Integral à Criança e ao Adolescente, dia 29, na PUC-SP

A Pastoral do Menor Nacional (Pamen) Nacional, vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), lança no próximo dia 29 de agosto, às 10h, no auditório 333 da PUC-SP, a sua Política de Proteção Integral à Criança e ao Adolescente (PPI).

A atividade de lançamento acontece em resposta ao chamado do Motu Proprio do Papa Francisco “Vós Sois a Luz do Mundo” e no momento em que se completam 18 anos de falecimento de seu fundador dom Luciano Mendes de Almeida, marcado no último 27 de agosto de 2006, reconhecido como um incansável defensor da cidadania e direitos humanos de crianças e adolescentes brasileiros. No lançamento haverá a apresentação de um vídeo feito em parceria do Escritório Modelo da PUC-SP e das entidades católicas Ação Episcopal Adveniat e Miserior Ação Justa Global.

Compromisso com as políticas infantojuvenis

A Política de Proteção Integral da Pamen Nacional lança um chamado de compromisso ativo da Igreja, com a promoção, a defesa e a garantia da cidadania de na infância e juventude.

    Para o bispo de Amparo (SP) e referencial da Pastoral do Menor Nacional, dom Luiz Dom Luiz Gonzaga Fechio, a Política de Proteção Integral é um chamado missionário engajado. “A Pamen,  com a Política de Proteção Integral, anuncia e provoca a reiterar o seu compromisso com o cuidado dos pequeninos, que independentemente da idade, devem estar no centro das atividades da Igreja, como está no programa do Reino que Jesus nos deixou,” destaca o bispo.

Luzes para ação da Igreja

A  pedagoga e coordenadora da Pastoral do Menor Nacional, Marilda dos Santos Lima, aponta que, no contexto de violências, abuso sexual e negligências contra crianças e adolescentes no Brasil, a Política de Proteção Integral lança luzes para a ação prática da Igreja e para atividades concretas de proteção e garantia de direitos das crianças e adolescentes do Brasil”.

Para Marilda, a Política de Proteção Integral reforça a ação pastoral. “Nestes 47 anos de caminhada da Pastoral do Menor e 34 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), os agentes da pastoral, presentes nas cinco regiões do Brasil, estão comprometidos com a defesa dos direitos humanos de crianças e adolescentes e com a vida digna junto com si suas famílias nas comunidades dos seus territórios”, declara a coordenadora.

Ela ainda esclarece que a Política de Proteção Integral reforça o chamado do Papa Francisco e das parcerias com as entidades católicas. “A partir do Motu Proprio Santo Padre e dos diálogos com nossas parcerias Misereor e Adveniat, o Conselho Nacional da Pamen aprofunda a reflexão sobre o cenário institucional em relação às formas de violência e abusos”.

A coordenadora ainda reflete que “a Política de Proteção demonstra a importância do pleno funcionamento do Sistema de Garantia de Direitos, fortalecendo o papel de incidência política dos agentes da Pastoral do Menor em todas as instâncias. ”

Entenda a Pastoral do Menor

Pastoral vinculada à  CNBB, a Pastoral do Menor (Pamen) Nacional tem a missão de “promover e defender a vida de crianças e adolescentes empobrecidos e em situação de risco pessoal e/ou social desrespeitados em seus direitos fundamentais”.

A Pastoral surge pelo protagonismo, em plena ditadura militar, de um grupo de agentes das comunidades eclesiais de base de São Paulo, impulsionados pela irmã Maria do Rosário e Ruth Pistore e, com apoio incondicional de dom Luciano Mendes de Almeida, iniciou as primeiras atividades de acompanhamento adolescentes vítimas das diversas formas de violências da sociedade daquela época.

Em 1987, a Campanha da Fraternidade tem como tema “Quem acolhe um menor a mim acolhe” (Mc) afirma para a Igreja Católica, a necessidade evangélica e pastoral para o serviço em favor da vida de meninos e meninas. Esse anúncio continua até hoje. A Pastoral do Menor Nacional é um grito de serviço em favor da vida de crianças e adolescentes por todo o Brasil. Principalmente, as (os) mais vulneráveis e violentados em sua dignidade humana.

Fonte: CNBB

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Representantes da Sociedade Bíblica do Brasil visitam a sede da CNBB, em Brasília

O bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoepers, recebeu na manhã desta quarta-feira, 28 de agosto, um grupo de representantes da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB). O encontro foi oportunidade de estreitar as relações entre as instituições, recordando projetos e parcerias realizadas.

Acompanhado do assessor da Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da CNBB, padre Marcus Barbosa, dom Ricardo acolheu o diretor executivo da SBB, reverendo Erní Walter Seibert; o secretário de Cultura e Formação Bíblica da SBB, pastor Acyr de Gerone; o secretário Regional da SBB (Distrito Federal/Centro-Oeste), pastor Gibson Santos; e o promotor institucional da SBB, pastor Bruno Silva.

Reverendo Erní Walter Seibert recordou que a Sociedade Bíblica do Brasil tem mantido contato histórico com a CNBB, a exemplo da relação das Sociedades Bíblicas do mundo inteiro com a Igreja Católica como um todo. Ele destacou desse contato a parceria por meio do projeto Lectionautas, com Leitura Orante da Palavra de Deus.

Após um período com menor frequência de encontros, o propósito da visita foi de reaproximação. “Viemos reatar essa boa fraternidade que sempre tivemos para estar aqui com a liderança da CNBB e novamente nos conhecermos e continuamos essa caminhada junto”, destacou Seibert.

Sobre novas possibilidades de parcerias, o reverendo destacou algumas iniciativas, como o projeto do Museu da Bíblia, para o qual a CNBB foi convidada a fazer parte, e o convite para participar da celebração da produção de 200 milhões de Bíblias no Brasil.

Por Luiz Lopes Jr.

Fonte: CNBB

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Representante de projetos da arquidiocese de Colônia, na Alemanha, visita sede da Conferência, em Brasília (DF)

Christopher Huber, diretor de projetos da arquidiocese de Colônia, na Alemanha, está no Brasil aprimorando o português em vista de facilitar a relação com países africanos de língua portuguesa. Ele participou do curso oferecido pelo Centro Cultural Missionário, CCM, em Brasília (DF), que além de proporcionar aos participantes o aperfeiçoamento em língua portuguesa, também oferece momentos de reflexão e aprofundamento sobre a realidade brasileira, em seus diversos aspectos (social, cultural e religioso).

Aproveitando a estadia no país, o representante da arquidiocese de Colônia esteve na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na última terça-feira, 28 de janeiro, para uma visita de cortesia ao secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers.

Na ocasião, além de conhecer os espaços administrativos da sede, ele apresentou os projetos que a Igreja na Alemanha coopera com a Igreja no Brasil.

Christopher Huber explicou que os bispos da Alemanha decidiram destinar parte dos recursos para ajudar projetos no mundo inteiro. A cada ano, ele conta que recebe cerca de 2 mil projetos de diversas dioceses que pedem incentivo para, sobretudo, melhorias na infraestrutura eclesial, construção de espaços para oração e trabalho.

    “Temos uma parceria com o Brasil muito particular, porque depois do Concílio Vaticano II, os bispos da Alemanha fizeram parceria com países do continente latino-americano, então a arquidiocese de Colônia fez a parceira com o Brasil, não só o Brasil, então por isso a nossa arquidiocese apoia sempre e até hoje a formação dos sacerdotes nos seminários das arquidioceses aqui no Brasil.

O diretor de projetos explicou, ainda, que a parceria com a Igreja no Brasil se dá por meio da Adveniat, organização da Igreja alemã que financia projetos de cunho pastoral e social na América Latina e que conta com enorme participação de leigos, que na Alemanha são, por tradição, muito solidários e partícipes com a Alemanha. 

    “É sempre bom aproveitar da estadia aqui, do curso, para ao mesmo tempo também conhecer os novos responsáveis pela CNBB. E depois saber da situação da Igreja no Brasil para poder compartilhar com a Igreja na Alemanha”, finalizou.

Por Larissa Carvalho

Fonte: CNBB

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Prefeito do Dicastério para a Vida Consagrada no Vaticano visita a CNBB em Brasília

O prefeito do dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica no Vaticano e arcebispo emérito de Brasília, cardeal João Braz de Aviz, foi recebido pelo bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoepers, na manhã da quarta-feira, 28 de agosto.

    “Vim por um convite de dom Ricardo. Encontrei tanta vida aqui como sempre na querida CNBB, da qual eu também faço parte, local onde se coordena a vida católica no Brasil “, disse o cardeal ao se referir à Conferência. 

Vida consagrada no mundo

Dom Aviz reforçou que está há 14 anos junto ao Santo Padre à frente do dicastério no trabalho com consagrados e consagradas no mundo inteiro, uma média de 700 mil pessoas, entre homens e mulheres de várias ordens. Ele informou também que 37 pessoas trabalham no dicastério no serviço à vida consagrada no mundo. Segundo ele,  um momento de se acreditar de novo na força e no anúncio do Evangelho.

Por Willian Bonfim, com foto de Luiz Lopes

Fonte: CNBB

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Superioras-Gerais de Congregações Religiosas do Brasil se reúnem para a 44ª Assembleia Eletiva da USGCB

Entre os dias 27 e 30 de agosto, a União das Superioras-Gerais de Congregações Brasileiras (USGCB) realiza a 44ª Assembleia Eletiva. O encontro, que ocorre no Eventos e Hospedagem Sagrada Família, em São Paulo (SP), conta com a participação de mais de 60 religiosas de Institutos e Congregações do Brasil.

A abertura da Assembleia aconteceu na manhã da última terça-feira (27), com uma Santa Missa celebrada por Dom Ângelo Ademir Mezzari, Bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo para a Região Episcopal Ipiranga e Presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB.

O tema da Assembleia, “Artesãs do Cuidado como Peregrinas da Esperança”, orienta as reflexões das Superioras-Gerais durante o encontro. Durante o encontro, as religiosas irão eleger a nova coordenação da USGCB, que assume a liderança dos trabalhos pelos próximos 3 anos.

Fonte: CRB

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Santuário Nossa Senhora Aparecida da Babilônia

No interior de São Paulo, devoção mariana foi iniciada no século 19 

Escrito por Alberto Andrade

Entre os dias 3 e 12 de outubro, mais uma vez vamos celebrar a Novena e Festa da Padroeira, que neste ano terá como tema “Mãe Aparecida, acolhei-nos como Peregrinos da Esperança!”, alinhado com o tema do Jubileu de 2025, escolhido pelo Papa Francisco.

Na página oficial a12.com/padroeira, encontra-se a programação do novenário, ouve-se o Hino do evento, as músicas que serão tocadas nas celebrações, como também se pode adquirir itens importantes, como a camiseta e o livreto da Novena. 

Seguindo o tema deste ano, lançamos uma série de materiais mostrando os diversos santuários dedicados e também as devoções à Mãe Aparecida espalhados pelo Brasil e pelo mundo, onde como peregrinos, pedimos a intercessão de Maria para que a esperança sempre permaneça em nossa caminhada de fé.

O primeiro exemplo vem de uma comunidade rural em São Carlos (SP), onde fica localizado o Santuário de Nossa Senhora Aparecida da Babilônia, também conhecido como “Aparecidinha”.

Além do templo, o Santuário tem a capela do batismo e a Sala das Promessas, um espaço para eventos, e assim como aqui na Casa da Mãe, existem rotas de devoção como o Caminho da Fé e a Trilha do Santo Sepulcro. O local é um ponto de encontro para ciclistas e também recebe várias romarias durante o ano, em especial no dia 15 de agosto, festa dedicada à Nossa Senhora por causa da origem desta devoção.

Em 2024, foram celebradas 11 missas durante a Festa, com a celebração solene presidida pelo bispo de São Carlos, Dom Luiz Carlos Dias.

“Temos a oportunidade de nos reunir nesta igreja que foi construída a partir de um sinal de Deus, e assim renovamos nossa fé e nos apresentamos como Igreja, que caminha unida”, disse o prelado.

O atual reitor do Santuário, Padre Everton Luchesi, contou ao A12 do nome “Babilônia” para este título de Maria e como a fé da comunidade na intercessão da Mãe Aparecida permanece viva e atuante há tanto tempo. 

“A devoção a Nossa Senhora Aparecida tem se propagado ao longo do tempo, fruto das recorrentes graças, mediante o milagre de seu encontro aos pés de uma árvore, após pavoroso incêndio na Fazenda Babilônia em 1866. Sua presença nessas terras tem tocado o coração dos fiéis. Cada testemunho de fé e cada história de cura e libertação fortalece ainda mais essa devoção, que cresce e se espalha, trazendo conforto e esperança para todos os que buscam o amparo de Nossa Senhora, diante das chamas da vida”.

Após a imagem ser encontrada intacta após o incêndio, em 1870 foi construída uma ermida, em 1894 uma cruz de ferro foi fincada no lugar e nas duas primeiras décadas do século XX correu a fama das graças alcançadas pelos moradores das cercanias. Em 1925 foi construída uma pequena capela, substituída por uma nova no ano de 1944, quando a celebração de “Nossa Senhora da Babilônia” já era aceita pela Igreja. Começavam as peregrinações de fiéis, o que levou a administração municipal a oficializar a data como feriado religioso em 1949.

Padre Everton também falou quais semelhanças do templo de São Carlos com o Santuário Nacional de Aparecida.

“As histórias dos santuários têm comum por causa de dois elementos da natureza: a água e o fogo, ou muito mais que isso, sinais da graça divina, para o sacramento da purificação/batismo. Água e fogo diante dos dois grandes milagres respectivamente, no Rio Paraíba, Nossa Senhora Aparecida, encontrada milagrosamente como Mãe forte e presença na vida do seu povo. No incêndio da fazenda Babilônia, como Mãe intacta (Imaculada), preservada do mal e que também intercede por essa nossa causa”. - Parte inferior do formulário

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Comissão de IVC da Diocese de Caxias reúne catequistas para laboratório sobre os encontros de famílias da catequese

O encontro, no sábado, 24 de agosto, reuniu mais de 200 pessoas no Seminário Aparecida; entre os meses de outubro e dezembro, a proposta é que as paróquias realizem 4 encontros catequéticos com as famílias, antes de iniciar a atividade com as crianças

Na tarde do sábado, 24 de agosto, a Comissão de Iniciação à Vida Cristã da Diocese de Caxias do Sul realizou um encontro de formação para catequistas, no Seminário Diocesano Nossa Senhora Aparecida. Mais de 200 pessoas de paróquias das diversas partes da Diocese participaram de um laboratório sobre os encontros de famílias da catequese, cuja proposta é que as paróquias realizem as atividades de outubro a dezembro de 2024.

Com as mudanças previstas e propostas pela coordenação diocesana da Iniciação à Vida Cristã a partir do Censo Catequético 2023 e da escuta realizada nas Regiões de Pastoral e no Vicariato de Nova Prata no primeiro semestre, a catequese iniciará com encontros de pais e responsáveis. Os catequizandos irão iniciar as atividades em 05 de março de 2025, com a Quarta-feira de Cinzas, início da Quaresma.

Serão quatro momentos com as famílias a serem organizados de acordo com a realidade de cada paróquia. Os temas a serem desenvolvidos com os pais, seguindo a metodologia da Leitura Orante da Palavra de Deus, serão: a) o primeiro anúncio cristão e a fé da Igreja; b) a celebração do mistério cristão e os sacramentos; c) a oração em família; d) a participação da vida em comunidade e a vida partilhada. 

A Comissão Diocesana preparou um livreto com as orientações práticas para os quatro encontros, bem como a estrutura e os materiais necessários para cada momento. O material, em PDF, está à disposição logo abaixo e, nos próximos dias será enviado um link para pedidos de livretos impressos para as paróquias, sempre recordando que o material é de uso para as catequistas e não para os participantes.

Fonte: Site da Diocese de Caxias do Sul

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Em preparação ao Jubileu de 2025, Diocese de Caxias do Sul realiza primeira etapa da Escola de Oração

Encontro, na manhã do sábado, 24 de agosto, reuniu 16 pessoas de diversas localidades da Diocese; foram assessoradas pelo padre Daniel D'Agnoluzzo Zatti a partir do tema: "Rezar hoje: rezar com os salmos"; serão realizados ainda três encontros

Visando atender ao chamado do Papa Francisco que pede a toda a Igreja: “Peço-vos que intensifiqueis a vossa oração, a fim de nos prepararmos para viver bem este acontecimento de graça e experimentar nele a força da esperança de Deus. […] Um ano dedicado a redescobrir o grande valor e a necessidade absoluta da oração na vida pessoal, na vida da Igreja e no mundo". Neste sentido, a Diocese de Caxias do Sul está realizando a Escola Diocesana de Oração.

São quatro encontros, de agosto a novembro de 2024, sempre aos sábados de manhã, das 08h às 12h, no Centro Diocesano de Formação Pastoral (CDFP). A primeira atividade aconteceu na manhã do sábado, 24 de agosto e reuniu 16 pessoas de diversas localidades da Diocese. Os participantes foram assessorados pelo padre Daniel D'Agnoluzzo Zatti a partir do tema: "Rezar hoje: rezar com os salmos".

Padre Daniel utilizou como subsídio os dois primeiros livros da coleção: "cadernos sobre a oração" das Edições CNBB. O encontro iniciou com um lanche na chegada. No início, o coordenador de Pastoral da Diocese de Caxias do Sul, padre Leonardo Inácio Pereira explicou um pouco o porquê da Escola e acolhendo a todos.

A atividade seguiu com oração inicial e a assessoria do padre Daniel. Na primeira parte, ele expôs  o conteúdo, e em um segundo momento os participantes foram até a capela onde fizeram um momento prático de oração.

A iniciativa convida e motiva a todos a intensificar a oração como diálogo pessoal com Deus. Trata-se de um convite que deve levar os católicos a refletir sobre a fé, sobre o compromisso no mundo de hoje, nos diversos âmbitos que são chamados a viver, para que possa ser alimentada uma renovada paixão pela Evangelização do homem moderno.

Em 14 de setembro, o seminarista Stefano Petroli é o convidado para abordar a temática: "A oração de Jesus: rezar com os santos e os pecadores". O encontro de outubro será no dia 26, onde a irmã pastorinha Suzimara Barbosa de Almeida irá ajudar os participantes a rezar com o tema: "As parábolas da oração: a Igreja em oração". A última atividade terá a assessoria da leiga Beatriz Vargas, com a proposta: "A oração de Maria e dos santos e a oração que Jesus nos ensinou: o Pai Nosso", no dia 09 de novembro.

O investimento para cada etapa será de R$ 60,00, tendo o material e almoço inclusos. O pagamento pode ser feito através do PIX: 88.667.217/0001-09 (CNPJ da Mitra Diocesana), sendo que após efetuar o pagamento, o participante deverá enviar o comprovante para o WhatsApp da Coordenação de Pastoral: (54) 3211-5032.

As inscrições podem ser feitas pelo link: 

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSd8JQmVwjZKIA1tIe3veL1oxNejOh8JadrRJBmvGb-Cj-HFbg/viewform - Fonte: Site da Diocese de Caxias do Sul.

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Papa: repelir os migrantes é pecado grave. A indiferença mata

A Audiência Geral voltou à Praça São Pedro esta quarta-feira, 28 de agosto. O Pontífice dedicou sua catequese ao drama dos migrantes: que mares e desertos não se tornem cemitérios.

Vatican News

"Mar e deserto" foi o título da catequese do Papa Francisco desta quarta-feira, 28 de agosto. O Pontífice fez uma pausa em seu ciclo sobre o Espírito Santo para se solidarizar com as pessoas que – mesmo no momento presente – se arriscam em viagens perigosas para viver em paz e segurança em outro lugar.

O pecado do rechaço

Ao falar de mares e desertos, o Papa se referiu a todas as águas traiçoeiras e territórios inacessíveis e inóspitos: “As atuais rotas migratórias são frequentemente marcadas por travessias que para muitas, demasiadas pessoas, são mortais”, denunciou o Pontífice. Como Bispo de Roma, Francisco se concentrou no caso emblemático do Mediterrâneo, que se tornou um cemitério.

“E a tragédia é que muitos destes mortos, a maioria, poderiam ter sido salvos. É preciso dizê-lo claramente: há quem trabalhe de forma sistemática e com todos os meios para repelir os migrantes. E isto, quando feito com consciência e responsabilidade, é um pecado grave.”

O órfão, a viúva e o estrangeiro, destacou o Papa, são os pobres por excelência que Deus sempre defende e nos pede para defender.

Mas não só mares, alguns desertos também se tornam cemitérios de migrantes. E citou um dos casos que conheceu pessoalmente, o do camaronês Mbengue Nyimbilo Crepin, conhecido como Pato, cuja mulher Matyla e a filha Marie, de seis anos, morreram de fome e sede no deserto.

 “Na era dos satélites e dos drones, há homens, mulheres e crianças migrantes que ninguém deve ver. Só Deus os vê e ouve o seu clamor. E esta é uma crueldade da nossa civilização."

O Pontífice recordou que o mar e o deserto são também lugares bíblicos repletos de valor simbólico, que testemunham o drama da opressão e da escravatura. E Deus nunca abandona o seu povo: está com eles, sofre, chora e espera com eles. 

“O Senhor está com os nossos migrantes no mare nostrum, o Senhor está com os migrantes, não com quem os rejeita.”

A indiferença mata

Neste cenário mortífero, promover leis mais restritivas e militarizar as fronteiras não são a solução. Em vez disso, é preciso expandir rotas de acesso seguras e regulares, facilitando o refúgio para aqueles que fogem de guerras, violência, perseguições e vários desastres.

Mas não só, necessita-se de uma governança global das migrações baseada na justiça, na fraternidade e na solidariedade, combatendo ao mesmo tempo o tráfico de seres humanos.

Francisco concluiu convidando os fiéis a pensarem nas tragédias migratórias, como nas cidades de Lampedusa e Crotone, e enaltecendo os “bons samaritanos” que fazem tudo para ajudá-los, como os voluntários da associação “Mediterranea Saving Humans”: “Estes homens e mulheres corajosos são sinal de uma humanidade que não se deixa contagiar pela má cultura da indiferença e do descarte". 

“O que mata os migrantes é a nossa indiferença e a atitude de descarte.”

Todos os cristãos podem contribuir, acrescentou o Pontífice, ninguém está excluído desta luta de civilização. Há muitos modos, começando pela oração:

“E a vocês, pergunto: Vocês rezam pelos migrantes, por quem vem às nossas terras para salvar a vida? E há quem queira expulsá-los.” Por fim, um apelo:

“Queridos irmãos e irmãs, unamos os nossos corações e forças, para que os mares e os desertos não sejam cemitérios, mas espaços onde Deus possa abrir caminhos de liberdade e fraternidade.”

Fonte: Vatican News

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Francisco: que o Senhor conceda o dom da paz aos muitos países em guerra

Ao término da Audiência Geral, um novo apelo do Papa pela Palestina, Israel, a “martirizada Ucrânia”, Mianmar e o Kivu do Norte: "rezemos para que os mares e desertos se tornem espaços onde Deus possa abrir caminhos de liberdade e fraternidade."

Vatican News

O pensamento do Papa Francisco voltou mais uma vez aos países dilacerados por conflitos e violências ao término da Audiência Geral desta quarta-feira, 28 de agosto. O Pontífice, expressou sua preocupação com as populações que estão sofrendo, em meio a grandes dificuldades e dores:

“Pensemos nos países em guerra, tantos países em guerra. Pensemos na Palestina, em Israel, na martirizada Ucrânia, pensemos em Mianmar, no Kivu do Norte.”

“Tantos países em guerra”, repetiu o Papa, invocando a Deus para que as hostilidades e os confrontos cessem.

Que o Senhor lhes conceda o dom da paz

Francisco lembra da Ucrânia também na sua saudação aos fiéis poloneses, que há alguns anos têm demonstrado “grande ajuda samaritana e grande compreensão para com os refugiados de guerra”, e os exorta a continuar suas obras de bem.

"Continuem a ser hospitaleiros com aqueles que perderam tudo e vêm até vocês, contando com a sua misericórdia e com o seu auxílio fraterno. Que a Sagrada Família de Nazaré, que também, em um momento de perigo, procurou refúgio em um país estrangeiro, os sustente nisso."

Intercessão de Santo Agostinho 

E no dia em que se celebra a memória litúrgica de Santo Agostinho, aos peregrinos de língua francesa, o Papa também convida a invocá-lo para que inspire solidariedade entre os povos.

"Rezemos a Santo Agostinho, que hoje celebramos, para que os mares e desertos se tornem espaços onde Deus possa abrir caminhos de liberdade e fraternidade."

Buscar a sabedoria e Deus como o bispo de Hipona

Dirigindo-se, então, aos alemães, Francisco relembra a “longa jornada interior de busca” de Agostinho, bispo de Hipona, que o levou a perceber o quanto Deus “nos ama e que nossos corações inquietos encontram descanso e paz somente Nele”, desejando “essa experiência da paz de Deus, que supera todo entendimento”.

Por fim, antes da bênção final, o Papa convidou todos a imitar Santo Agostinho, a serem “sedentos da verdadeira sabedoria” e a buscar “incessantemente o Senhor, fonte viva do amor eterno”.

Fonte: Vatican News

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Papa aos bispos das regiões árabes: mantenham a esperança acesa!

Francisco se encontrou hoje, 28/08, com os membros da Conferência Episcopal Latina na Região Árabe, reunidos em Roma para a reunião plenária. Em sua saudação, o Papa destacou os desafios enfrentados no Oriente Médio e encorajou os bispos a serem sinais de esperança e promotores de paz.

Thulio Fonseca - Vatican News

Nesta quarta-feira, 28 de agosto, antes da Audiência Geral, o Papa Francisco recebeu os membros da Conferência Episcopal Latina na Região Árabe, que estão reunidos em Roma por ocasião da reunião plenária. Em sua saudação, através de um texto entregue aos participantes, o Papa recorda os desafios enfrentados pela região, destacando a importância da esperança, do diálogo e da presença cristã. "O Oriente Médio está vivendo momentos de grande tensão, que, em alguns contextos, desdobram-se em confrontos abertos e cenários de guerra", afirma o Papa, ao recordar que "o conflito, em vez de encontrar uma solução justa, parece tornar-se crônico, com o risco de se expandir até incendiar toda a região."

A proximidade do Papa

Francisco ressalta que essa situação "tem causado milhares e milhares de mortes, destruições enormes, sofrimentos imensos e a disseminação de sentimentos de ódio e rancor, que preparam o terreno para novas tragédias." O Santo Padre também aproveita a ocasião para expressar sua proximidade com os bispos e as comunidades que eles representam:

"Hoje tenho a oportunidade de expressar-lhes diretamente a minha proximidade, a vocês e às Igrejas que representam. Que o Senhor lhes conceda sempre a força de testemunhar a fé Nele, mesmo através do diálogo respeitoso e sincero com todos."

Manter a chama da esperança acesa

Aos bispos, Francisco pede para que "mantenham acesa a esperança", e completou, "sejam vocês mesmos, para todos, sinais de esperança, presença que alimenta palavras e gestos de paz, de fraternidade, de respeito," e sublinha a importância de uma presença que promova a reconciliação, superando divisões e inimizades que se acumularam ao longo do tempo:

“Obrigado por serem a chama da esperança onde esta parece se apagar!”

Formação cristã

Por fim, o Pontífice também expressa seu desejo de que as iniciativas pastorais dos bispos sejam sempre bem aplicadas, especialmente na formação cristã de alunos das escolas públicas, onde a presença cristã é minoritária. "Essa formação é de grande importância, para que os conteúdos da fé sejam conhecidos e acompanhados pela reflexão e, assim, a fé, em confronto com a cultura, possa se fortalecer e ter os meios para dar razão à esperança cristã."

"Caros irmãos, obrigado por esta visita! Que Nossa Senhora os guarde e conforte. Abençoo-os de coração. E rezemos uns pelos outros", concluiu o texto do Papa Francisco.

Fonte: Vatican News

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Francisco: uma revolução está mudando os homens, não a sua dignidade

O Papa escreve aos participantes do XVII Simpósio Intercristão que começa nesta quarta-feira (28/08) na cidade italiana de Trani, na região da Puglia: ciência e tecnologia estão mudando na raiz a forma como os seres humanos compreendem a existência. Os cristãos devem sempre defender a sua natureza de filhos de Deus.

Alessandro De Carolis - Vatican News

Uma “mutação antropológica” sem igual em velocidade e capacidade de afetar e condicionar, que “está mudando estruturalmente” o próprio modo “como os homens e as mulheres de hoje compreendem as experiências fundamentais da sua existência, como o gerar, o nascer, o morrer”. O Papa fala sobre isso em uma mensagem dirigida aos participantes do XVII Simpósio Intercristão, promovido a partir desta quarta-feira (28/08) até a próxima sexta, 30 de agosto, pelo Instituto Franciscano de Espiritualidade do Antonianum, juntamente com o Departamento de Teologia da Faculdade Teológica Ortodoxa da Universidade “Aristoteles” de Tessalônica, e cujo título, na sua simplicidade, fala de uma enorme indagação: “o que é o homem?

Ciência e transcendência

Nesse sentido, Francisco diz que está ocorrendo uma “verdadeira revolução”, que não pode ser chamada de outra forma. Na mensagem confiada ao cardeal Kurt Koch, prefeito do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos, o Papa define de “particularmente interessante” o fato de que tal reflexão esteja sendo promovida conjuntamente por católicos e ortodoxos.

As mudanças produzidas pelo desenvolvimento da inteligência artificial, “os incríveis desenvolvimentos nas ciências”, tudo isso - observa o Papa - força os homens e as mulheres de hoje a “repensar sua identidade, o seu papel no mundo e na sociedade e a sua vocação à transcendência. De fato, a especificidade do ser humano em toda a criação, a sua singularidade em relação aos outros animais e até mesmo a sua relação com as máquinas estão sendo constantemente questionadas”.

Uma reflexão profunda

Diante dessa revolução antropológica, argumenta Francisco, “não é possível reagir apenas com negação e com a crítica”, mas “é necessária uma reflexão profunda, capaz de renovar o pensamento e as escolhas a serem feitas”. Trata-se, continua ele, de um desafio que afeta “todos os cristãos, seja qual for a Igreja a que pertençam”, e diante do qual “é necessário reafirmar que todo ser humano tem uma dignidade devida ao simples fato de existir, como entidade espiritual, criada por Deus”. Uma dignidade, conclui o Papa, que deve ser defendida contra “ameaças muito concretas, como a pobreza, a guerra, a exploração”.

Fonte: Vatican News

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Papa na Indonésia colocará algumas questões-chave no centro do debate público, diz jesuíta

Para Pe. Ismartono SJ, “a visita de Francisco não só terá um impacto a curto prazo, mas também terá implicações a longo prazo. Esperamos e acreditamos que possa realmente influenciar positivamente o debate público, o debate nos meios de comunicação de massa, o pensamento da opinião pública, os valores sociais, a ação da política na Indonésia”.

“A visita do Papa Francisco à Indonésia constituirá uma preciosa oportunidade para focar a opinião pública e o debate nacional, orientado por jornalistas, intelectuais e especialistas, em alguns temas-chave como: diálogo inter-religioso, justiça social, cuidado do meio ambiente, paz, ética política".

A avaliação à Agência Fides é do jesuíta indonésio Ignazio Ismartono, 79 anos, por anos responsável pela Comissão Justiça e Paz da Conferência Episcopal da Indonésia, atualmente diretor da ONG Sahabat Insan ("Amigos da Humanidade "), organização humanitária com sede em Jacarta, reconhecida pela Igreja e pelo Estado, que cuida de migrantes e vítimas de tráfico de seres humanos.

“Ao explorar estes temas - são os votos do jesuíta - será possível enriquecer o debate público, aprofundar a compreensão de questões cruciais, proporcionar novas perspectivas, inspiradas na presença do Papa Francisco na Indonésia, que traz essencialmente uma mensagem evangélica”.

Diálogo inter-religioso 

O primeiro tema que será importante e é uma característica distintiva da Indonésia é "diálogo inter-religioso e a harmonia entre comunidades religiosas. A Indonésia - recorda Pe. Ismartono -, é conhecida pelo seu pluralismo religioso e a visita do Papa Francisco é certamente uma oportunidade para discutir as formas e os caminhos de diálogo inter-religioso, de tolerância religiosa e promoção da harmonia entre diferentes comunidades de fé, neste parte do mundo e também em nível internacional". 

Justiça social e desigualdades 

Um segundo tema-chave é o da justiça social e das desigualdades: "O Papa Francisco, no seu magistério, colocou ênfase na defesa da justiça social, na redução da pobreza e na urgência de enfrentar as desigualdades econômicas, como disse também em vista o Ano jubilar. Estes temas ressoam e são cruciais no contexto socioeconômico da Indonésia: como sociedade civil, como nação, devemos abordá-los seriamente”, insiste.

Cuidado da criação 

E não se pode esquecer, afirma, a proteção do ambiente: “Com a Encíclica Laudato si’, o Papa expressou-se abertamente sobre os problemas ambientais e as alterações climáticas. É tempo de assumir isso também em nossa nação. Dada a diversidade ecológica e os desafios ambientais da Indonésia, esperamos que o debate público também possa centrar-se no compromisso com o desenvolvimento sustentável e no impacto das alterações climáticas, questões a serem abordadas para o bem comum da sociedade."

Ética na política 

A presença do Papa, por outro lado, destacará "a necessidade de uma liderança política baseada na ética: "O estilo de liderança e os princípios éticos do Papa Francisco - observa ele - podem inspirar e constituir um modelo no nosso cenário político, para a governança da Indonésia. Perante o problema da corrupção, precisamos de líderes que tenham uma base moral sólida, para que possam moldar as políticas nacionais de acordo com os valores do respeito pela dignidade humana e pelos direitos humanos, de atenção aos mais vulneráveis”.

A paz 

Padre Ismartono recorda que o Papa também leva uma bagagem de diplomacia orientada para a paz: “A sua presença sublinha a intersecção entre a diplomacia global e influência religiosa: a sua visita tem implicações fecundas para as relações internacionais. Pode-se pensar na imagem da Indonésia e no seu papel na diplomacia, por exemplo no quadrante do Sudeste Asiático, também pela contribuição de líderes religiosos". Neste sentido – observa – “será possível explorar e aprofundar o intercâmbio cultural entre o Vaticano e a Indonésia, destacando as possibilidades e os campos de colaboração em vários fóruns internacionais”.

Por todas estas razões, e esta é a esperança do jesuíta, “a visita de Francisco não só terá um impacto a curto prazo, mas também terá implicações a longo prazo. Esperamos e acreditamos que possa realmente influenciar positivamente o debate público, o debate nos meios de comunicação de massa, o pensamento da opinião pública, os valores sociais, a ação da política na Indonésia”.

*Agência Fides

Fonte: Vatican News

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Burkina Faso: mais de 150 mortos em ataque terrorista

Bispo de Kaya pede um dia de luto e três dias de oração pelas vítimas do terceiro ataque terrorista somente em agosto, e um dos mais sangrentos da história do país, que sofre com o terrorismo islâmico desde 2015

Marcio Martins - Ajuda à Igreja que Sofre

A cidade de Barsalogho, em Burkina Faso, foi alvo de um ataque terrorista que matou mais de 150 pessoas, incluindo 22 cristãos, no último sábado 24 de agosto. De acordo com fontes locais em contato com a ACN - Ajuda à Igreja que Sofre, este foi o terceiro ataque em agosto e um dos mais sangrentos da história do país, que sofre com o terrorismo islamista desde 2015.

De acordo com diferentes relatos, moradores da comunidade de Barsalogho, cerca de 30 km ao norte de Kaya, capital da região Centro-Norte, estavam cavando trincheiras defensivas para se protegerem contra os ataques terroristas, quando mais de 100 jihadistas apareceram em motocicletas e abriram fogo com armas automáticas contra civis e soldados. Entre as vítimas estão mulheres, crianças e idosos.

Fontes locais disseram à ACN que o número de mortos foi tão alto que não foi possível enterrar todas as vítimas nos últimos três dias.

O Bispo Théophile Nare, da Diocese de Kaya, descreveu o incidente como uma "tragédia de proporções sem precedentes desde o início dos ataques terroristas". Em uma mensagem aos fiéis no dia seguinte ao ataque devastador, ele expressou seus sentimentos aos familiares e pediu um dia de luto pelos falecidos, nesta quarta-feira, 28 de agosto.

Na declaração enviada à ACN, o bispo também convocou as pessoas para três dias de oração intensiva para "reparar todos os ataques à vida humana" nos quais o sangue de pessoas inocentes foi derramado.

Este último massacre levanta novas e sérias questões sobre a segurança no país. Dizem que o ataque durou horas e foi o terceiro em apenas um mês em Burkina Faso. Anteriormente, dois ataques terroristas foram realizados na província de Nayala, na região de Boucle du Mouhoun. Em 4 de agosto, homens armados teriam entrado na vila de Nimina e sequestrado mais de 100 homens entre 16 e 60 anos, cujo paradeiro atual é desconhecido. Em 20 de agosto, fontes locais contaram à ACN sobre ataques nas aldeias de Mogwentenga e Gnipiru, após os quais parte da população fugiu.

Esta última onda de violência faz parte de uma série trágica de ataques que, desde 2015, mergulharam Burkina Faso em uma crise profunda. Devido à crescente brutalidade e frequência desses ataques, o país está em um estado persistente de insegurança e medo.

A ACN pede orações pelas vítimas da violência em Burkina Faso. A instituição de caridade realizou 76 projetos no país no ano passado para fornecer assistência aos afetados e ajudar a Igreja local nestes tempos difíceis.

Sobre a ACN - Ajuda à Igreja que Sofre 

A ACN (Ajuda à Igreja que Sofre) é uma Fundação Pontifícia que apoia, por meio de informação, oração e ação, os fiéis onde quer que sejam perseguidos, oprimidos ou enfrentem necessidade. Fundada no Natal de 1947, a ACN foi elevada à condição de Fundação Pontifícia da Igreja em 2011. Todos os anos, a instituição atende cerca de 5.000 pedidos de ajuda pastoral da Igreja em mais de 130 países. Os projetos apoiados incluem: formação de seminaristas, impressão de Bíblias e literatura religiosa - incluindo a Bíblia da Criança da ACN com mais de 51 milhões de exemplares impressos em mais de 190 línguas -, apoio a padres e religiosos em missões e situações críticas; construção e reconstrução de igrejas e demais instalações eclesiais; meios de transporte para evangelização; programas religiosos de comunicação; ajuda a refugiados e vítimas de conflitos.

Fonte: Vatican News

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Pastoral Carcerária: desafios para promover vida e dignidade aos detentos

Presente nas dioceses a Pastoral Carcerária realiza uma missão importante no resgate da vida e dignidade de detentos nos presídios em todo o Brasil. Testemunhos de missão confiada a agentes que visitam as unidades prisionais para levar a mensagem da igreja para ajudar a transformar vidas.

Ricardo Gomes – Diocese de Campos

“Fazer com que todos a conheçam e aqueles que possam então doar um pouco do seu tempo para juntos servir a Deus. Esses irmãos encarcerados, são a pessoa do Cristo, que está encarcerado, o próprio Cristo que sofre. Essas pessoas onde o sistema tenta acertar na reabilitação desses nossos irmãos necessitados encontrem também a realidade de uma vida nova a qual é possível desde que, cada um deseje não só no seu coração, mas também na sua vida concreta. Decisão de mudança em suas vidas”, diácono Demir Moraes -   Coordenador Pastoral da Diocese de Campos

“A maioria da população prisional é composta por pessoas jovens, pobres, periféricas e negras.  A Pastoral Carcerária tem como missão a evangelização na promoção da dignidade humana por meio da presença da igreja nos cárceres através das equipes da pastoral na busca de um mundo sem cárceres.

A Pastoral Carcerária tem grandes desafios na missão junto aos encarcerados. Missão e desafios diante da realidade de um país, o terceiro no mundo com maior número de detentos. E levar o Evangelho para transformar vidas é um trabalho árduo que precisa de pessoas que busquem transformar vidas e promover dignidade.

Ainda é um grande desafio a preparação de agentes para atender as demandas nas casas de detenção. Na Diocese de Campos o coordenador da Pastoral, diácono Demir Moraes destaca a necessidade de divulgar a missão e presença da igreja evangelizando e ajudando a transformar vidas.

“O grande desafio como pastoral carcerária, é nos organizarmos para essa realidade acontecer na diocese de Campos, para que novos agentes conheçam a Pastoral, pouco divulgada, infelizmente por tantos motivos jurídicos do sistema carcerário, ela mão é tão conhecida, podemos assim dizer é mais escondida”, diác. Demir Moraes -   Coordenador Pastoral da Diocese de Campos.

Testemunhos de agentes podem mudar a realidade num tempo de esperança para uma nova sociedade, Vera Lúcia Batista tem uma história na Pastoral Carcerária da Diocese de Campos desde 2004 e tem um sonho de ajudar a transformar vidas impactadas por estarem detidas pagando por seus delitos.

“Tive um chamado forte de Deus para essa missão de grande misericórdia! Dentro dos presídios encontramos os verdadeiros leprosos, os cegos, os paralíticos, os perdidos e muitos viciados! Nossa missão evangelizadora, é levar o Cristo, chagado, e cheio de amor pelas suas ovelhas, perdidas, desgarradas, e machucadas pela vida! Recebemos, homens que saiam de suas celas, desanimados, sem esperança, e que se fortalecem espiritualmente, com a Palavra de Deus, a qual muitos se encontram, e dão início ao processo de mudança de mente, e evidentemente de atitude! Quando eles se dirigem para a igreja, lá chega unicamente sua humanidade. Aí vivenciamos que na essência, somos iguais! Muito respeito, gratidão, e desejo de mudança de vida!  Ali com o passar do tempo, nos tornamos seus amigos e de suas famílias. Falo com toda experiência; que possamos avançar, cada vez mais, em levar o Cristo, que faz novo em tudo!” - Vera Lúcia Batista – Agente da Pastoral Carcerária – Diocese de Campo.

O Brasil é o sistema carcerário

O Brasil é atualmente, o terceiro país que mais encarcera pessoas no mundo. Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostram que em 2017, 650 mil pessoas estavam presas no sistema carcerário brasileiro. Entre 1990 e dezembro de 2014, a população carcerária brasileira saltou de 90 mil para mais de 622 mil pessoas presas, um aumento superior a 580%. No Brasil, a cada 100 mil habitantes, 316 estão presos.

O poder judiciário é um grande responsável pelo encarceramento em massa. A violação do direito fundamental à presunção de inocência é sistemática: prova disso é que cerca de 41% da população prisional brasileira ainda não tem condenação definitiva, ou seja, quase metade das pessoas presas atualmente são juridicamente inocentes.

Vale ressaltar que a maioria da população prisional é composta por pessoas jovens, pobres, periféricas e negras. A população feminina encarcerada também merece uma menção especial: apesar de corresponder a 6,5% do total da população carcerária, entre 2000 e 2014 o aprisionamento de mulheres cresceu 567%, enquanto o encarceramento de homens subiu 220%.

O resultado dessa política de encarceramento em massa não é a diminuição dos índices de violência na sociedade. Pelo contrário, dados do Datasus, plataforma do Sistema Único de Saúde, apontam que entre 2001 e 2015, houve 786.870 homicídios no país, a maioria (70%) causados por arma de fogo e contra jovens negros. Esse número é mais do que o dobro de mortes registradas na guerra da Síria entre março de 2011 e julho de 2017: 331.765, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

O aumento da população prisional e do encarceramento só faz aumentar o número de mortes e de massacres. Massacres como o do Carandiru, os ocorridos em 2017 em Manaus, Roraima e Rio Grande do Norte, e os que aconteceram este ano em Goiás e Belém são fatos que chocam a sociedade por parecerem a exceção do sistema.

No entanto, as mortes e os massacres são cotidianos e, em sua maioria, silenciosos por trás dos muros das prisões

Igreja: promotora da defesa da vida e dignidade

Diante da realidade do sistema carcerário com o acumulo de Processos nas varas de execução a Pastoral Carcerária tem esse eixo de ação. Na opinião do bispo de Campos (R:J), dom Roberto Francisco Ferreria Paz a presença da Igreja nos presídios e casas de detenção é para ser olheira dos Direitos Humanos e evangelizadora ao mesmo tempo.

“Os Direitos Humanos como conteúdo da evangelização e da dignidade humana. Percebemos que a Igreja se interroga sob o aspecto das penas aplicadas. Interessante muitas vezes chamamos de penitenciaria os presídios, mas fazer penitencia é muito mais que aplicar uma pena, mas possibilitar a ressocialização. A cura deve ser uma no olhar da Igreja com o uso de penas medicinais. Aquelas que confrontam quem cometeu um delito e sua responsabilidade diante de Deus e da sociedade”, relata dom Roberto Francisco.

Dom Roberto reflete que a tarefa de ressocializar o preso, curar a sua consciência, seu coração, sua mente, torna-se muito difícil tanto nos locais de detenção como nos presídios e para o bispo, para evangelizar é necessário humanizar e nunca brutalizar e nunca defender a escala mais baixa do ser humano.

“Alguns presídios são como o inferno de Dante. Aquele que entrar aqui abandone toda a esperança, um pouco por facções cerimoniosas que estão presentes. Por isso a nossa presença é profética, cristã e humanizadora. Espero chegar um dia a uma sociedade sem presídios, não sem penas, mas sem presídios. Os gregos afirmam que ninguém deve ser privado de sua liberdade, mas deveria haver outra forma de punir a pessoa. E a pena deve ser humana e devemos pensar que o progresso vai nos levar a penas que recuperem sempre nessa dimensão de reconciliação social e humanização e façam crescer a esperança de um dia construirmos menos presídios e mais escolas. Muito menos punição   e mais prevenção”, conclui dom Roberto Francisco. Fonte: Vatican News

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Bispos da Guatemala: renovar a Suprema Corte de Justiça, sem subterfúgios

A Conferência Episcopal da Guatemala rejeita as manobras jurídicas e ações maliciosas que pretendem impedir a mudança das autoridades do Poder Judiciário no próximo dia 13 de outubro. Os bispos advertem também que a interferência na divisão e independência dos Poderes, viola a democracia e o Estado de Direito.

Vatican News

“A paz é fruto da justiça”: eis o título da mensagem da Conferência Episcopal da Guatemala (CEG), que manifesta a sua preocupação pelas “ações maliciosas” com que alguns membros das Comissões de Postulação, responsáveis pela escolha dos candidatos para cargos judiciais do Supremo Tribunal de Justiça e dos Tribunais da Relação, estão dificultando para a sua renovação.

A este respeito, os Bispos advertem: “Sabe-se que magistrados da atual Suprema Corte de Justiça e representantes do Colégio de Advogados e Notários da Guatemala (CANG) concordam com grupos de poder e redes de corrupção e impunidade, cujo interesse é impedir a eleição e integração de novos membros em Tribunais Supremos e de Recursos”.

Violação da democracia

No próximo dia 13 de outubro termina o prazo para a renovação das autoridades do sistema judicial guatemalteco, por um período de 5 anos. No entanto, os atrasos no processo eleitoral têm suscitado reclamações e polêmicas sobre as tentativas dos atuais magistrados de se manter no poder, por meio da “aplicação de manobras” – como declarou o atual presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Óscar Cruz – com o intuito de impedir a mudança entre os magistrados e adiar o processo. A comissão encarregada de receber os processos de todos os candidatos não progrediu na análise e aprovação das candidaturas.

Em sua mensagem, os Bispos guatemaltecos afirmam ainda: “É nosso dever alertar para as consequências negativas e os danos irreparáveis que os atos irresponsáveisdestes Comissários podem causar, como a ingerência na divisão e independência dos Poderes, enfraquecimento das instituições democráticas, violação do Estado de Direito, violação da democracia, mobilização da população em defesa da democracia, do sistema de justiça e da independência judicial”.

Manobras inconstitucionais

Neste contexto, os Bispos da Guatemala recordam: “A renovação dos Tribunais de Justiça é um mandato constitucional, que deve ser cumprido. Logo, é inconstitucional toda e qualquer manobra ou subterfúgio jurídico, para impedir a sua alteração”.

Por isso, a mensagem dos Bispos da CEG conclui: “Pedimos aos Conselheiros independentes que rejeitem as manobras dilatórias, progridam no desenvolvimento dos trabalhos substantivos, cumpram o cronograma de atividades, no prazo estabelecido pela lei, e entreguem ao Congresso Nacional as listas correspondentes aos nomes dos mais qualificados profissionais, propostos como candidatos à liderança dos mais altos Tribunais de Justiça do país. Assim, desejamos que a paz e a harmonia social prevaleçam e que a independência efetiva do sistema de justiça seja alcançada.

Um processo estagnado 

A eleição de 26 magistrados do Supremo Tribunal de Justiça e dos mais de 200 juízes das Câmaras de Recurso, para o período 2024-2029, começou com fortes polêmicas, que não só têm a ver com atrasos ou tentativas de impedir a renovação das autoridades, por um grupo de magistrados, que aspiram à própria reeleição, mas também pelo apoio a candidatos acusados de corrupção.

A Comissão de Postulação, composta por cinco magistrados em exercício, reitores de universidades credenciadas no país, bem como representantes da Ordem dos Advogados da Guatemala, não progride no seu objetivo de receber e examinar os processos dos candidatos, a ponto de ainda não decidir onde realizar as sessões. Entretanto, continuam as tentativas de limitar o trabalho de jornalistas, movimentos sociais e ativistas que apresentam um sistema judicial, caracterizado pela impunidade e obstrução da justiça no país centro-americano.

Fonte: Vatican News

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Novas vítimas de ataques israelenses na Cisjordânia. Hamas pede mobilização

O assassinato de um árabe perto de Belém, que se soma às 10 vítimas de ataques israelenses na Cisjordânia, inflamou o clima no Oriente Médio. Um dos reféns escapou do Hamas, sendo posteriormente resgatado pelas forças israelenses. Enquanto isso, as negociações de cessar-fogo passam do Egito para o Catar.

Paola Simonetti – Vatican News

As enésimas tentativas de mediação para um cessar-fogo em Gaza, agora em andamento no Catar após intensos dias de negociações no Cairo, parecem estar por um fio. A boa notícia sobre o refém, um homem de 52 anos que escapou das mãos do Hamas e foi resgatado nas últimas horas pelo exército israelense, parece ter sido ofuscada pelo assassinato, durante a noite, de um árabe israelense perto de Belém, uma área assolada por intensos confrontos. Na Cisjordânia, pelo menos 10 pessoas foram mortas em ataques israelenses em Jenin e em um campo de refugiados no norte da região. De acordo com fontes palestinas locais, as tropas israelenses estão se preparando para invadir hospitais em Jenin, Tulkarem e Tubas.

A raiva do Hamas

Eventos que provocaram uma reação do Hamas, que convocou um dia de “raiva e mobilização” na Cisjordânia, pedindo aos residentes palestinos que “enfrentem os colonos com todos os meios”. Também não faltam perdas do lado israelense: um soldado de infantaria de 19 anos foi morto durante os combates no sul da Faixa, elevando o número de baixas desde o início das operações militares para 341.

A mediação continua

Nesse contexto, tenta-se a continuação das negociações, que agora estão sendo transferidas, por motivos que não foram divulgados, para a capital do Catar, Doha, após mais uma rodada de negociações de trégua entre Israel e o Hamas, que ocorreram no Cairo nos últimos dias e terminaram no domingo, 25 de agosto, sem um acordo final. Os EUA informaram que o assessor da Casa Branca para o Oriente Médio, Brett McGurk, um dos principais negociadores estadunidenses, já chegou ao Catar e deve participar das negociações. No entanto, grupos de trabalho de nível inferior com mediadores dos EUA, do Catar e do Egito, em cuja mesa o Hamas não estava diretamente presente, mas que contou com a presença do diretor da CIA, William Burns, e do chefe do Mossad, David Barnea, continuam a negociar.

Fonte: Vatican News

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Estado e religião na Indonésia: o papel da fé na vida pública

Desde a independência em 1947, existe no arquipélago uma consciência generalizada de que o Estado deve tratar da religião, elemento fundamental da vida social e cultural. Por esta razão, desde o primeiro governo pós-independência, foi criado um Ministério para os Assuntos Religiosos, com departamentos (hoje Direções) dedicados ao islamismo, ao catolicismo, ao protestantismo, ao hinduísmo, ao budismo e ao confucionismo, as seis religiões oficialmente reconhecidas.

A Indonésia não é uma teocracia, mas nem sequer um Estado laico: como os indonésios gostam de dizer, é “um meio-termo”, uma nação que reconhece que a religião tem um papel crucial na vida pública e a considera um fator importante para a vida da sociedade civil. Isto não significa que o Estado deva ter poder religioso, nem que deva exercer ingerência, ingerência ou controlo obsessivo na vida das comunidades religiosas; mas significa que o Estado se coloca e atua como garante da “moderação religiosa” e da harmonia entre as religiões.

Na arquitetura da nação, a possibilidade de uma forma de teocracia islâmica ou a escolha de uma única “religião de Estado” foram consideradas, porém deixadas de lado mais tarde, em 1945, na véspera da declaração de independência da Indonésia, o que daria então origem à Constituição, com a libertação do domínio colonial holandês.

No grupo de trabalho que discutiu a "Carta dos Cinco Princípios" (Pancasila) e depois na restrita "Comissão dos Nove Representantes" - composta por expoentes do movimento nacionalista e dos movimentos islâmicos - observou-se que "criar uma Estado islâmico na Indonésia significaria não criar um Estado unitário (...) então certamente surgiria o problema das minorias, o problema dos pequenos grupos religiosos, que não se sentiriam envolvidos no Estado. Portanto, os ideais de um Estado islâmico não concordam com os ideais de um Estado unitário que todos esperamos com tanta paixão." Era observado, por outro lado, que “um Estado nacional unitário não significa um Estado com carácter não religioso” e se pensava em conceber um “Estado nacional unitário com uma base moral elevada”.

Chega-se assim ao acordo expresso na “Carta de Jacarta” que formulou o compromisso “Pancasila”, incluindo também o elemento religioso entre os cinco princípios subjacentes ao Estado e à coexistência civil: fé no único Deus; humanidade; unidade; democracia guiada pela sabedoria; justiça social.

Desde a independência de 1947, existe no arquipélago uma consciência generalizada de que o Estado deve tratar da religião, elemento fundamental da vida social e cultural. Por esta razão, desde o primeiro governo pós-independência, foi criado um Ministério para os Assuntos Religiosos, com departamentos (hoje Direções) dedicados ao islamismo, ao catolicismo, ao protestantismo, ao hinduísmo, ao budismo e ao confucionismo, as seis religiões oficialmente reconhecidas. Estass, conforme estabelece o Artigo 29, parágrafo 2º da Constituição, “também recebem ajuda e segurança”. Isto não significa que outras religiões (judaica, zoroastriana, xintoísta, taoísmo) sejam proibidas no país: gozam de garantias e são livres para se desenvolverem, desde que não violem as leis e regulamentos em vigor.

As seis Direções Gerais do Ministério para os Assuntos Religiosos foram concebidas como um serviço governamental aos cidadãos e destinam-se a apoiar todas as comunidades religiosas. Cada Direção trata também da educação religiosa: organiza e supervisiona diretamente as instituições educativas que aparecem como “instituições religiosas estatais”, fórmula que, na visão indonésia, não é contraditória. Este compromisso, de fato, é considerado crucial para garantir a visão de moderação e harmonia entre as religiões. Neste contexto, o Ministério para os Assuntos Religiosos tem um programa estratégico básico para garantir e promover na Indonésia a "moderação religiosa", uma abordagem considerada fundamental como atitude e comportamento praticado pela sociedade indonésia.

Em particular, para a comunidade católica na Indonésia, o Estado, por meio de vários decretos, reconhece a Igreja Católica e as suas entidades como “entidades jurídicas religiosas”: este estatuto representa uma garantia para todas as atividades.

*Agência Fides

Fonte: Vatican News

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Acordo entre Itália-Albânia sobre migrantes: Acnur deve monitorar sobre direito de asilo

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e a sociedade civil italiana expressam preocupação sobre a observância do direito internacional nos centros criados nos Balcãs. Para o governo italiano será possível no fim deste mês de agosto.

Stefano Leszczynski - Vatican News

Os muros da Fortaleza Europeia estão cada vez mais altos e intransponíveis para quem foge da guerra, da perseguição, da violência, das alterações climáticas ou da simples pobreza. Tais dados foram confirmados pela Frontex, a Agência Europeia de Controle das Fronteiras Externas, que destaca uma queda de 32% no número de pessoas, que tentam atravessar as fronteiras de modo irregular. Os fluxos migratórios nas famosas rotas dos Balcãs Ocidentais (-75%) e do Mediterrâneo Central (-64%) estão diminuindo drasticamente.

Em uma entrevista aos meios de comunicação do Vaticano, Gianfranco Schiavone, da Associação de Estudos Jurídicos sobre Imigração (Asgi), afirma: “Diante de uma situação de crise internacional inalterada, estes dados indicam, simplesmente, que mudaram as rotas seguidas pelos migrantes, em busca de abrigo; muitos permanecem blocados em países, onde não podem se beneficiar de nenhuma proteção ou assistência, como acontece, por exemplo, na Líbia ou na Tunísia".

A externalização das fronteiras

A atitude de fechamento da Europa e dos Estados fronteiriços, demonstram que as organizações da sociedade civil, visam direcionar, cada vez mais, energia política e financeira para a chamada “terceirização das fronteiras”. Os Estados, que fazem fronteira com a Europa, são os responsáveis de bloquear ou acolher os migrantes em trânsito. Porém, a solução identificada como Tratado Itália-Albânia, com a criação de dois centros de acolhimento e detenção nas localidades de Shengjin e Gjadër, apresenta-se como uma novidade. Com efeito, o acordo bilateral prevê que os migrantes resgatados no mar, pelas unidades navais italianas, serão transferidos, obrigatoriamente, para o território albanês, com exceção de casos de particular fragilidade. Ali, os migrantes serão identificados e será avaliada um meio adequado para terem acesso às formas de proteção internacional, fornecidas pela Itália, incluindo o asilo. No entanto, – recorda Schiavone – o fato de os pedidos de asilo serem examinados num país terceiro, dentro de estruturas fechadas, nas quais os migrantes serão efetivamente detidos e isolados, gera fortes dúvidas jurídicas, relativas a possíveis conflitos com o próprio direito europeu.

Acnur vai monitorar por 3 meses

As dúvidas jurídicas sobre o cumprimento das normas internacionais, em matéria de asilo, são também partilhadas pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que anunciou sua tarefa de monitorizar a implementação do acordo durante, pelo menos três meses, entre a Itália e a Albânia. O objetivo será informar, de modo correto, os migrantes sobre a possibilidade de acesso aos procedimentos de proteção internacional, como frisa ainda Schiavone: “Do ponto de vista jurídico surge o problema do respeito das normas garantidas pelo direito internacional aos que requerem proteção internacional, ou seja, o direito a ser informado, o direito ao livre acesso a advogados, o direito a contactar associações independentes, o direito a uma assistência adequada, o direito à análise do pedido, eventualmente, com audiência presencial e não online”.

Problemas não resolvidos

O destino dos migrantes, aos quais será negado asilo pela Itália, também permanece indefinido: serão repatriados e, se sim, por quem? como explica ainda Schiavone: “Esta não é uma hipótese escolar. Segundo dados divulgados pelo Ministério do Interior italiano, a negação a pedidos de asilo aumentou, de modo significativo, nos últimos sete meses”. Traduzido em números absolutos, isso significa que, nos primeiros sete meses de 2024, mais de 32 mil pessoas não receberam qualquer tipo de proteção pelas comissões territoriais. Os centros albaneses deveriam ter começado a funcionar a partir de 1° de agosto, mas, devido aos atrasos técnicos nas instalações, segundo informações do Ministério do Interior, o funcionamento foi adiado para o final deste mês. O custo estimado para a criação e gestão dos Centros na Albânia chegará a 670 milhões de euros, em 5 anos. Uma cifra que, para muitas organizações não governamentais, poderia ser utilizado para reforçar e melhorar o sistema de acolhida e proteção, já existente em Itália. - Fonte: Vatican News

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Berlim: já começou o encontro internacional dos "Jovens pela Paz"

A conferência internacional do movimento juvenil ligada à Comunidade de Santo Egídio promove desde terça-feira (27/08) o evento com cerca de mil participantes, provenientes de 13 países europeus, entre os quais, uma centena da Ucrânia. O objetivo do encontro é renovar juntos “o compromisso de combater todas as formas de violência e racismo”.

Vatican News

“A Global Friendship for a Future of Peace”: sob esse tema cerca de mil jovens, estudantes universitários e de ensino secundário, buscarão realizar o sonho de “uma amizade global por um futuro de paz” em evento que começou nesta terça-feira (27/08) e termina nesta quinta (29/08), em Berlim. Por ocasião do encontro internacional “Jovens pela Paz”, participantes de 13 países europeus se reúnem, em uma época, marcada por guerras, que parecem intermináveis como em Gaza e na Ucrânia.

Cerca de cem jovens da Ucrânia

Em um comunicado de imprensa lê-se: “Juventude pela Paz”, movimento ligado à Comunidade de Santo Egídio, que trabalha, sem cessar, nas periferias das cidades, com crianças em dificuldade, sem-teto, idosos solitários; no período de verão e férias, o movimento promove encontros solidários nos campos de refugiados da Grécia e Chipre". Na Ucrânia, a Comunidade de Santo Egídio continua a ajudar a população, distribuindo alimentos e remédios e administrando centros educativos para crianças e adolescentes. Graças ao apoio de muitos refugiados, que aderem à Comunidade romana, cerca de cem jovens de Kiev, Lviv, Ivano-Frankivsk e Kharkiv irão participar do encontro internacional em Berlim.

Compromisso contra a violência e o racismo

Durante os três dias de encontro, os participantes, segundo o comunicado de imprensa, "darão voz às esperanças da sua geração e discutirão sobre vários temas, como ecologia, migração, pobreza, com o intuito de difundir uma cultura de paz e solidariedade em uma cidade, onde há 35 anos abateu o muro de divisão" e, por isso, representa "um grande sinal de esperança para o futuro".

Por outro lado, na manhã desta quarta-feira, 28 de agosto, foi realizado um encontro com Marco Impagliazzo, presidente da Comunidade de Santo Egídio, que falou sobre o tema “Vitória na amizade”; na parte da tarde, os jovens participam de um momento de comemoração no “Memorial dos Sinti e Rom”, grupos étnicos vítimas do Socialismo Nacional, perto do Portão de Brandemburgo, “para renovar seu compromisso no combate de todas as formas de violência e racismo”. Fonte: Vatican News

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Irmã Inês Paulino Albino: “lançar as crianças na missão para revitalizar a Igreja"

Lançar as crianças para o mundo da solidariedade e da convivência, é o plano de ação da nova Secretária Geral da Pontifícia Obra Missionária da Santa Infância, Irmã Inês Paulo Albino. Em entrevista à Radio Vaticano, ela agradeceu ao Papa Francisco por esta nomeação, que considera ser pura graça de Deus e confia à oração de todos para o bom êxito da missão que lhe foi confiada.

Irmã Sãozinha Vaz – Cidade do Vaticano

“Sinto-me muito feliz e reconheço que esta nomeação para um cargo de Secretária Geral das Pontifícias Obras Missionárias é pura graça de Deus. Constitui uma honra para a minha Congregação, as Irmãs Adoradoras do Sangue de Cristo, da nossa Igreja missionária da Guiné Bissau, minha terra natal, sinal de que ela participa na missão universal da Igreja”, exprime a Irmã Inês.

Abandonar o critério pastoral do “sempre se fez assim”

Repensar a pastoral em chave missionária, abandonando o cómodo critério de pastoral “sempre se fez assim”, constitui para a Irmã Inês uma urgência tanto para os países de velha tradição cristã como para a nova evangelização. Neste sentido, apela aos agentes pastorais a serem mais criativos e audazes na missão, investindo nas crianças e adolescentes, pois estes poderiam ser canais para revitalizar outra vez a Igreja.

Ao evangelizar as crianças estamos a evangelizar os adultos, explica a Irmã Inês, na medida em que, elas levam tudo o que aprenderam para as suas famílias. E este processo, determina uma sociedade nova e uma Igreja renovada, acrescentou.

A sua missão não se reduz ao financiamento de projetos

A Irmã Inês recorda que a Pontifícia Obra Missionária da Santa Infância foi criada para sensibilizar as crianças e adolescentes para as necessidades dos seus conterrâneos em todo o mundo, numa coroa de sensibilidade, ajudando através das suas orações diárias, com os seus sacrifícios, e com as suas ofertas materiais as crianças mais pobres.

E sob as asas dessas obras, a Instituição ajuda a Igreja missionária no seu trabalho de educação, formação cristã das crianças e adolescentes e na proteção da maternidade, mas a sua missão não se reduz ao mero financiamento de projetos, alerta a nova Secretária da Pontifícia Obra Missionária da Santa Infância.

Sensibilizar crianças para a solidariedade

Ela explicita a necessidade de continuar a sensibilizar as crianças para a solidariedade, pois precisam entender que há no mundo crianças que não têm possibilidades. Sensibilização esta, vista pela Irmã Inês, como fonte de evangelização e desenvolvimento, uma vez que, as crianças de hoje, serão os nossos futuros dirigentes. 

Dirigindo o olhar para a África, em especial a Guiné Bissau, a sua terra natal, a Irmã Inês, recordou a célebre frase do Líder Amílcar Cabral: “as crianças são flores da nossa juventude, da nossa pátria”, para apelar aos governos a investirem na educação e proteção das crianças.

O objetivo primordial da Pontifícia Obra Missionaria é incentivar, promover, animar, para que a Igreja continua a exercer aquilo que é a sua natureza, uma natureza missionária, concluiu a Irmã Inês.

Fonte: Vatican News

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Bispos do Ceará listam princípios para eleições municipais 2024

Os bispos do Regional Nordeste 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que abrange as dioceses e arquidioceses do Ceará elencaram cinco “princípios a fim de auxiliar” e “orientar as consciências” dos eleitores quanto às suas “escolhas políticas” para prefeito e vereador nas próximas eleições municipais de 6 de outubro.

Os cinco princípios tratados em comunicado conjunto tratam do bem comum; destinação universal dos bens; subsidiariedade; participação; e a solidariedade. Segundo os bispos, “estes cinco princípios devem nos ajudar na escolha dos dirigentes civis de nossa sociedade e orientar a nós mesmos no nosso comportamento social e político”.

“Como cristãos, tais valores civis se impõem como dever moral de testemunho do Evangelho de Cristo, que pretende ser no mundo um farol a iluminar os povos no caminho que conduz à plena realização no Reino de Deus”, diz o comunicado. “Para a efetivação de tais princípios é imprescindível a prática dos valores fundamentais da vida social: a verdade, a liberdade e a justiça. Tais valores garantem que a vida comum dos povos seja lugar privilegiado da práxis cristã e ao mesmo tempo espaço de construção de um progresso integral e integrado do ser humano”.

Eles também ressaltaram a importância da “defesa da vida humana, desde a concepção até ao seu ocaso natural”. Essa proteção “é um indício do cumprimento de tais valores e vem expressa em inúmeros documentos do magistério, mais recentemente na instrução Dignitas infinita, do Dicastério para a Doutrina da Fé”.

Dignitas infinita “reafirma o dever de todos os filhos da Igreja de defender a vida em todas as suas fases e diante de toda e qualquer ameaça que se lhe ponha.

 “Cada cristão se recorde de seu dever fundamental para com a caridade frutífera decorrente de sua união de amor com Jesus Cristo. É a caridade, de fato, a seiva que nos nutre a partir do coração da Videira Verdadeira (Jo 15,1ss) que é Cristo Jesus e permite que cada uma de nossas ações seja verdadeiramente obra do Espírito Santo em nós”, enfatizaram os bispos do Ceará, dizendo que todos devem “rogar ao Senhor para que nos dê sabedoria e retidão de consciência para que sejamos, também no ambiente político, instrumentos da redenção universal operada por Ele em sua total entrega de amor na cruz”.

Ao final da carta, os bispos recomendaram os sacerdotes do Ceará que eles “devem abster-se de qualquer indicação partidária ou qualquer favoritismo político, evitando manipulações diretas ou indiretas, sobretudo durante a celebração dos sacramentos ou sacramentais, mas também devem abster-se de manifestações públicas político-partidárias, participação em comícios ou eventos de partidos políticos que possam provocar danos à unidade da Igreja e ao pacífico e equilibrado exercício da democracia”.

“Recordamos ainda, que segundo o cân. 285 §3, “Os clérigos estão proibidos de assumir cargos públicos que importem a participação no exercício do poder civil.” Os leigos, caso envolvidos na campanha política, seja como candidatos ou como cabos eleitorais, devem afastar-se temporariamente dos serviços pastorais, a fim de não condicionarem as escolhas livres dos irmãos nem provocarem divisões no interior das comunidades, o que seria uma verdadeira violência ao Evangelho e ao genuíno espírito da política”, frisaram.

“Desejamos que este tempo seja uma oportunidade do exercício cristão da cidadania e do compromisso social e que, por um bom discernimento de consciência, sejam escolhidos dirigentes justos e honestos para o governo civil de nossos municípios. O Espírito da Verdade que nos foi dado no Batismo, oriente as vossas consciências e vos conserve na unidade do Corpo de Cristo”, estimaram os bispos.

Fonte: ACIDigital

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Doze verdades da Igreja Católica explicadas por santo Agostinho

A Igreja Católica celebra hoje (28) santo Agostinho de Hipona. A ACI Digital apresenta doze reflexões do santo bispo sobre a Igreja Católica.

1. A verdade que habita na Igreja Católica

"No seio da Igreja, permanece a verdade. Quem se separar do seio da

Igreja, necessariamente falará falsidades (...). Repetimos-lhes: Eis o que Cristo disse: “O Messias devia sofrer e ressuscitar dos mortos ao terceiro dia”. Reconheço aí nossa Cabeça, reconheço aí nosso esposo; reconhece tu também comigo a esposa”.

Comentário aos Salmos 57, 6

2. O sacramento do batismo

“O sacramento do Batismo é sem dúvida o sacramento da regeneração: portanto, assim como o homem que nunca viveu não pode morrer, e o homem que nunca morreu não pode ressuscitar, o homem que nunca nasceu não pode nascer de novo (...) um homem deve nascer de novo depois de ter nascido; pois a menos que um homem nasça de novo, ele não poderá ver o reino de Deus.

O mérito, o perdão dos pecados e o batismo dos bebês II, 43 XXVII

3. Abrir-se ao sacramento da reconciliação

"Quem é soberbo? Aquele que não faz penitência, não confessa seus pecados, de sorte que possa ser curado pela humildade. Quem é soberbo? Aquele que quer arrogar a si mesmo os poucos bens que parece ter, e procura diminuir a misericórdia de Deus".

Comentário aos Salmos 93, 15

4. O bem do casamento

“O bem do casamento em todas as nações e em todos os homens está em gerar e na fé da castidade; mas, no que diz respeito ao Povo de Deus, também na santidade do Sacramento”, pois “não se rompe o vínculo matrimonial, exceto em caso de morte do marido ou da mulher”.

O bem do casamento, 32

5. A eucaristia e a salvação

“Se o Apóstolo assim afirmou a respeito da Lei, a qual os judeus foram os únicos a receber, com muito mais razão se pode dizer com relação à lei natural, com a qual foi agraciado todo o gênero humano. Se a justiça vem da natureza, então Cristo morreu em vão? Porém, se Cristo não morreu em vão, ninguém pode alcançar a justificação e a redenção da ira justíssima de Deus, ou seja, do castigo, a não ser pela fé e pelo mistério do sangue de Cristo".

A Natureza e a Graça, 2

6. Adoração eucarística

“E como andou na terra segundo a carne, deu-nos a comer a própria carne para nossa salvação, e como ninguém recebe a sua carne sem primeiro adorá-la, descobrimos de que modo se adora o escabelo dos pés do Senhor. Não somente não pecamos por adorá-lo, mas pecaríamos se não o adorássemos".

Comentário aos Salmos 98, 9

7. A virgindade perpétua de Maria

“Nascido de uma mãe que, embora tenha concebido sem ser tocada pelo homem e permaneceu sempre assim intacta, na virgindade concebendo, na virgindade dando a luz, na virgindade morrendo”.

Sobre a catequese aos ignorantes, 22, 40

8. O sacrifício da Missa

“Não foi Cristo oferecido uma vez por todas em Sua própria pessoa como um sacrifício? E, no entanto, não é igualmente oferecido no sacramento como um sacrifício (...) diariamente nas nossas congregações?”.

Cartas 98, 9 

9. Purgatório

“Após o julgamento, aqueles que são dignos de tal purificação serão purificados inclusive pelo fogo, e estarão completamente livres do pecado, e se oferecerão a Deus em justiça, e serão de fato vítimas imaculadas e livres de toda imperfeição”.

A Cidade de Deus XX, 26

10. A intercessão dos santos

“Santos, a intercessão dos cristãos presta honras religiosas à memória dos mártires, tanto para nos encorajar a imitá-los e obter participação nos seus méritos, como também para a assistência das suas orações”.

Contra Fausto, o Maniqueu XX, 21

11. A Tradição apostólica

“Há muitas coisas que são observadas por toda a Igreja e, portanto, são justamente consideradas como ordenadas pelos apóstolos, mas que não são mencionadas em seus escritos”.

Do Batismo, Contra os Donatistas, v, 23, 31

12. As relíquias

"Porque ainda agora se fazem milagres em nome de Cristo, quer pelos seus sacramentos, quer pelas orações ou relíquias dos seus santos".

A Cidade de Deus XXII, 8

Fonte: ACIDigital

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Do dia 27/8/24

3.350 catequistas estão confirmados na Romaria Nacional de Catequistas, em Aparecida (SP)

   O Santuário Nacional de Nossa Aparecida, em Aparecida (SP), recebe de 30 de agosto a 1º de setembro, a Romaria Nacional de Catequistas. O evento, que é promovido pela Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, conta com 3350 inscritos e será um momento formativo e celebrativo, com o objetivo principal de alinhamento da Catequese no Brasil à proposta de uma Catequese a serviço da Iniciação a Vida Cristã, com inspiração catecumenal.

Programação

A celebração de abertura, com a renovação das promessas batismais, está programada para às 9h da sexta-feira, dia 30 de agosto. As conferências do primeiro dia serão voltadas às temáticas “Olhar a realidade e os sinais dos tempos” e um “ABC da Iniciação à Vida Cristã”. Na parte da tarde serão feitas reflexões sobre o Querigma e o Catecumenato.

No segundo dia, 31 de agosto, o encontro terá início com a leitura orante da Palavra, às 8h30, e às 9h45 outra conferência sobre “purificação e iluminação”. Também será realizada celebração penitencial nesse dia. Já na parte da tarde, os catequistas terão uma conferência sobre “Mistagogia” e ouvirão partilhas sobre as experiências de IVC pelo Brasil. Um terço luminoso em direção À Basílica também está programado para o final do dia.

O último dia da Romaria, 1º de setembro, contará com uma conferência sobre “catequese, mídias digitais e inteligência artificial”. Em seguida, os participantes terão contato com projetos comuns para a Igreja no Brasil em torno da Iniciação à Vida Cristã.

A Romaria será encerrada com a missa de abertura do Mês da Bíblia, que este ano tem como lema “Porei em vós meu espírito, e vivereis” e traz reflexões a respeito do Livro de Ezequiel para as comunidades de todo o Brasil.

 Materiais de divulgação

A Comissão para a Animação Bíblico-Catequética disponibilizou além da programação os materiais que podem ser utilizados de maneira virtual ou que podem ser impressos e distribuídos pelas comunidades e caravanas. - Fonte: CNBB

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A Assembleia da Conferência Eclesial da Amazônia foi encerrada com compromisso de caminhar juntos na presença de Deus

Em uma Igreja amazônica unida a Deus, como destacou o presidente da CEAMA, cardeal Pedro Barreto, na Eucaristia de encerramento, ele ressaltou que a paz e a esperança devem marcar a vida e a missão, a partir dos compromissos assumidos diante de Deus.

Fortalecendo a caminhada

Diante dos muitos problemas, sofrimentos e preocupações, o cardeal Barreto ressaltou que “a graça e a paz de Deus nos fortalecem em nossa caminhada”, e conclamou, como expressão do Reino de Deus, a “caminharmos juntos em sua presença, tendo em mente os irmãos e irmãs que vivem na Amazônia”. Seguindo o exemplo dos rios da Amazônia, ele convidou a buscar canais de comunhão, de participação de todos para anunciar a missão de Jesus na Igreja. Para isso, pediu a ajuda de Maria para caminharmos juntos e atitudes de coragem, coerência, compromisso como expressão de parresia nesse Kairos.

Em vista dos compromissos que serão assumidos, a CEAMA foi chamada a ser um sinal de esperança, a partir da escuta e do serviço, para ter confiança em Deus, presente e atuante na Amazônia. Em uma atitude de escuta, de ser uma Igreja que cuida, acompanha e inclui, que discerne e oferece uma espiritualidade que ajuda a viver em sinodalidade, que reconhece a presença das mulheres e medeia a Revelação do rosto de Jesus. Uma Igreja que, a partir da Amazônia, quer ser uma inspiração para outras igrejas.

Daí a necessidade de fortalecer a organização e a estrutura interna da CEAMA e sua comunicação e comunhão com a REPAM, promovendo processos, com um compromisso pessoal e comunitário de conversão, a partir de uma espiritualidade e vocação amazônica, em diálogo com as Conferências Episcopais, as igrejas locais e outras organizações, levando em conta a caminhada da Igreja em cada país, a partir da leitura da realidade, que leva a aprofundar o método da encarnação a partir da vida existente na Amazônia, assumindo o Observatório sócio pastoral, apostando na ecologia integral a partir do conhecimento dos povos amazônicos.

Assumindo a matemática evangélica

A CEAMA foi desafiada pelo prefeito do Dicastério para o Desenvolvimento Integral, cardeal Michael Czerny, a partir da matemática e da gramática. É importante passar da matemática humana, que divide, para a matemática evangélica, que multiplica. Para Czerny, a matemática humana não funciona bem em um organismo eclesial; a matemática evangélica é necessária e é preciso reconhecer que “se o outro é mais, eu também sou mais, não preciso perder para que o outro tenha”, chamando a superar o medo de perder.

Refletindo sobre a lógica do caminho sinodal, ele insistiu que cada vocação na Igreja precisa das outras vocações, “a realização da vocação de cada um é necessária para a realização das vocações dos outros”. Diante da tentação de cair na lógica da matemática humana na Igreja, ele destacou a necessária generosidade de espírito para exercer a matemática evangélica.

A partir da gramática, pediu para não se concentrar nos verbos, mas prestar atenção aos sujeitos, alertando que colocar a CEAMA como sujeito não é uma boa eclesiologia, o que a obriga a ocupar outro lugar na frase, que não o do sujeito, o que a leva a fazer. O sujeito tem que ser pessoas, instituições, substâncias, processos. E em termos de comunicação, o Cardeal exigiu trocar o “nós” por “vocês”, porque as pessoas querem ouvir frases em que elas sejam as protagonistas. Isso porque, em sua opinião, a CEAMA existe para ser protagonista da Igreja na Amazônia, e uma forma de verificar esse processo é reler os discursos.

Comunicação para unir o que está dividido

Da comunicação vaticana, o prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, em mensagem enviada à assembleia, disse que recordava o Sínodo para a Amazônia com emoção e gratidão, afirmando que “esta Assembleia da CEAMA nos diz que o caminho continua em frente, é importante estar juntos, caminhar juntos, traçar juntos o caminho de comunhão que nos une”. Em suas palavras, seguindo o pensamento do Papa Francisco, ele refletiu sobre a importância da comunicação que vem de um coração não endurecido, e sobre a necessidade de que a comunicação sirva para unir o que está dividido, porque a comunhão é um dom recíproco, que entrelaça nossas diferenças, que nos permite reconhecer e apreciar o outro.

Daí a importância de encontros como essa assembleia “para a construção de um mundo melhor e de uma comunicação alternativa, um trabalho que estamos fazendo juntos”, ressaltou Ruffini, que pediu para “tecer uma narrativa diferente”, para realizar “um sistema de comunicação baseado na humanidade, e não na tecnologia das máquinas ou no cálculo de algoritmos”. Para isso, insistiu na urgência de recuperar bem viver dos povos amazônicos, “de uma visão pura capaz de trazer de volta à unidade o que dividimos por egoísmo”.

Missionários que deram suas vidas na Amazônia

Não se deve esquecer que “a CEAMA é fruto de muitos missionários que deram suas vidas na Amazônia”, segundo a Ir. Laurita, Marlene Cachipuerto, ressaltando que “é lá que a Igreja está dando respostas através daqueles que deram suas vidas”. Diante da dificuldade de entender o que é a CEAMA, ela fez um apelo para que outros possam se contagiar para caminhar juntos, considerando a CEAMA como um guarda-chuva que pode ser uma voz profética na Igreja, assumindo o grito do povo e a necessidade de caminhar com ele, conhecendo seus planos e não querendo “implantar nossos planos”. Para isso, ela vê a necessidade de ter a mente aberta, correr riscos, não fugir e ter coragem para continuar a missão.

Tornando as pessoas sujeitos

Nessa caminhada conjunta entre a CEAMA e a REPAM, o presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica e bispo de Puyo, dom Rafael Cob, que lembrou que foi em Puyo, na Amazônia equatoriana, onde a semente da REPAM foi plantada, apresentou seu objetivo e identidade, seu serviço à Igreja e levantar sua voz como aliada dos povos originários. O bispo lembrou as palavras do cardeal Claudio Hummes, o primeiro presidente da REPAM, que disse que “enquanto os povos originários não forem os sujeitos de seu destino, não teremos alcançado nosso objetivo”.

Daí o desafio lançado pelo bispo Cob de não sermos surdos, nem cegos, nem mudos, de alimentar a espiritualidade que sustenta o trabalho como Igreja, de continuar trabalhando em comunhão, em um espírito sinodal. Para isso, é necessário levar em conta a voz dos povos indígenas, que, como foi compartilhado na Assembleia, advertem que caminhar juntos implica entender a origem de cada povo, entender o que é ser indígena e sua relação com o meio ambiente, o que está na compreensão espiritual que leva a entender as razões dos povos originários para permanecer no território e cuidar da casa comum.

Por padre Luiz Miguel Modino - regional Norte 1 CNBB - Fonte: CNBB

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Segunda-dama do Brasil apresenta resultado do Projeto Padaria Artesanal em Brasília: 38 unidades

O bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Ricardo Hoepers, recebeu na terça-feira, 27 de agosto, a segunda-dama do Brasil, dona Lu Alckmin, para uma reunião sobre o progresso do Projeto da Padaria Artesanal em Brasília até o momento, bem como os planos para a expansão pelo país.

    A segunda-dama do Brasil definiu a reunião com um momento de prestação de contas do trabalho em curso com 38 Projetos de Padaria Artesanal em curso no Distrito Federal. “Estou muito feliz e precisava compartilhar com dom Ricardo. A Padaria Artesanal ensina, em um dia de curso, a fazer pães nutritivos, saborosos e de alto valor comercial justamente para as pessoas em situação de vulnerabilidade social”, disse.

A parceria com a CNBB

No dia 17 de maio deste ano, foi realizada uma celebração no Centro de Convivência e Fortalecimento de vínculos “Correndo atrás de um sonho” da CNBB, para marcar a formatura em panificação de 23 pessoas, sendo 22 mulheres e um homem em condições de vulnerabilidade social, que integraram as três primeiras turmas que concluíram a formação em panificação artesanal viabilizada por meio de uma parceria com a segunda-dama do Brasil.

O projeto da CNBB no Incra 8 recebeu o kit de padaria, composto por um forno de panificação industrial, prateleiras e formas. Resta, contudo, a montagem pela equipe técnica do projeto para dar início à formação das mulheres.

Como uma das etapas de implantação do projeto, foi realizada uma etapa de formação de lideranças comunitárias em panificação. Estas se tornaram multiplicadoras da formação para outras mulheres. Do projeto da CNBB participaram, a Roana Talita da Silva Souza, a Ana da Costa Dias e a Claudionice de Sousa. Elas participaram de um curso de panificação realizado dia 21 de novembro de 2023, na paróquia Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora das Mercês, em Brasília (DF), junto a outras mulheres selecionadas de outras localidades e organizações.

O projeto Padaria Artesanal em Brasília e no Brasil

O Projeto Padaria Artesanal foi idealizado por dona Lu Alckmin no ano de 2001, com o objetivo de capacitar, de forma gratuita, pessoas na área de Panificação Artesanal. Durante o período em que presidiu o Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo, foram qualificadas mais de 100.000 pessoas.

Considerando as boas práticas desenvolvidas no Estado de São Paulo através do referido Projeto, aliado à necessidade de fomentar iniciativas que minimizem os impactos da fome e da desigualdade social no país, o Projeto Padaria Artesanal tornou-se, em 2023, uma iniciativa de iniciação profissional de alcance nacional, tendo como ponto de partida a Capital do Brasil.

O Projeto iniciou sua operação em Brasília no final do segundo semestre de 2023, tendo como referência a Unidade Polo instalada na Paróquia Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora das Mercês. Além da Unidade Polo, outras 37 (trinta e sete) Instituições aderiram ao Projeto no Distrito Federal e entorno, através da Celebração de Termo de Compromisso. Até o momento já foram formados mais de 1100 pessoas nas 38 Unidades da Padaria Artesanal.

O polo da Padaria Artesanal no DF já qualificou multiplicadores de Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Tocantins, e Santa Catarina, todos comprometidos a levar o projeto para seus estados.

Por Willian Bonfim, com informações do Projeto Padarias Artesanais - Fonte: CNBB

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Dom Hélder Câmara: 25 anos de uma herança de luta por justiça e fraternidade

Escrito por Luciana Gianesini

Há 25 anos, no dia 27 de agosto de 1999, o Brasil se despedia de Dom Hélder Câmara, um dos mais influentes e carismáticos líderes da Igreja Católica no país. Conhecido como o “Dom da Paz”, Dom Hélder foi uma voz profética em tempos de opressão, especialmente durante a ditadura militar, defendendo os direitos humanos e a dignidade dos mais pobres. Seu legado, tanto na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) quanto na sociedade, permanece vivo e relevante, inspirando gerações.

Nascido em 7 de fevereiro de 1909, em Fortaleza (CE), Dom Hélder ingressou no seminário aos 14 anos e foi ordenado sacerdote aos 22. 

Sua trajetória episcopal começou em 1952, quando foi nomeado bispo auxiliar do Rio de Janeiro. 

Em 1964, assumiu a arquidiocese de Olinda e Recife, onde se destacou por sua atuação em favor dos marginalizados e perseguidos pelo regime militar.

Dom Hélder desempenhou também um papel central na criação da CNBB, em 1952, sendo um dos idealizadores da entidade que se tornaria um marco na articulação pastoral e social da Igreja no Brasil. 

Sob sua liderança, a CNBB foi fundamental na defesa dos direitos humanos e na promoção da justiça social durante os anos de chumbo. 

“Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto por que eles são pobres, me chamam de comunista”, dizia ele, resumindo sua visão crítica sobre as estruturas de poder que perpetuavam a pobreza e a desigualdade.

Além de sua atuação na CNBB, Dom Hélder foi um dos grandes impulsionadores da Campanha da Fraternidade, que teve início há exatos 60 anos, em 1964. A campanha, que anualmente propõe temas de reflexão e ação para a sociedade, tornou-se uma das mais importantes iniciativas da Igreja Católica no Brasil, fomentando a solidariedade e o compromisso com a transformação social. Dom Hélder acreditava que a fraternidade era o caminho para superar as divisões e construir uma sociedade mais justa e igualitária.

Durante a ditadura militar, Dom Hélder foi uma voz incansável em defesa dos direitos humanos. 

Ele denunciou as torturas, desaparecimentos e assassinatos praticados pelo regime, ganhando notoriedade internacional como defensor da paz e da justiça. 

“A violência só gera violência, e com a violência a humanidade caminha para o suicídio”, alertava, enfatizando a necessidade de uma resistência pacífica, mas firme, contra a opressão.

Dom Hélder foi indicado quatro vezes ao Prêmio Nobel da Paz, mas nunca o recebeu. Contudo, seu legado vai além de prêmios e reconhecimentos. Seu exemplo de humildade, coragem e compromisso com os mais vulneráveis continua a inspirar a Igreja e a sociedade brasileira. Sua visão de uma “Igreja pobre e para os pobres” se alinha com a atual ênfase do Papa Francisco, que frequentemente evoca o espírito de Dom Hélder em seus discursos e ações.

Hoje, 25 anos após seu falecimento, o Brasil ainda se lembra do “Arcebispo das Favelas”, como era carinhosamente chamado, por sua proximidade com os pobres e oprimidos. “Eu sou apenas um homem. Se me calarem, as pedras gritarão”, afirmou Dom Hélder, refletindo a força de sua mensagem e a certeza de que sua luta pela justiça nunca seria em vão.

Dom Hélder Câmara deixou um legado que ultrapassa as fronteiras da Igreja, inspirando movimentos sociais, defensores dos direitos humanos e todos aqueles que acreditam na construção de um mundo mais justo e fraterno. Em tempos de desafios sociais e políticos, suas palavras e ações continuam a ecoar, lembrando-nos de que a verdadeira paz só é possível onde há justiça.

O processo de beatificação de Dom Hélder foi oficialmente iniciado pela Arquidiocese de Olinda e Recife em 2015. Desde então, ele recebeu o título de “Servo de Deus”, o primeiro passo no caminho para a beatificação. 

Neste aniversário de 25 anos de seu falecimento, a memória de Dom Hélder Câmara é celebrada não apenas pela Igreja, mas por todos aqueles que acreditam que a fé deve ser vivida em compromisso com os mais necessitados e em defesa dos direitos de todos. Que seu exemplo continue a iluminar o caminho daqueles que, como ele, lutam por um mundo onde “a paz é fruto da justiça”.- 

Fonte: A12.com

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Papa Francisco reza diante das relíquias de Santa Mônica

Na tarde de hoje, 27 de agosto, o Papa Francisco deixou o Vaticano e visitou a Igreja de Santo Agostinho em Roma, onde rezou diante das relíquias de Santa Mônica. Em 2013, durante uma homilia na mesma igreja, o Papa destacou as lágrimas de Santa Mônica pela conversão de seu filho, Santo Agostinho, e exaltou a força de sua fé e perseverança.

Vatican News

Na tarde desta terça-feira, 27 de agosto, memória de Santa Mônica, o Papa Francisco se dirigiu à igreja de Santo Agostinho em Roma e se deteve em oração na Capela onde estão conservadas as relíquias da Santa e, posteriormente, diante da imagem de Nossa Senhora dos Peregrinos. Ao sair, cumprimentou os frades, as irmãs e os peregrinos presentes e, em seguida, retornou ao Vaticano, conforme informou a Sala de Imprensa da Santa Sé via Telegram.

Em 2013, o Santo Padre, durante uma homilia na mesma igreja, por ocasião da memória de Santo Agostinho, recordou Santa Mônica com as seguintes palavras:

"Santa Mônica, quantas lágrimas derramou aquela santa mulher pela conversão do filho! E quantas mães, também hoje, vertem lágrimas para que os seus filhos voltem para Cristo! Não percais a esperança na graça de Deus: 'Não é possível que um filho de tantas lágrimas venha a perecer'. O próprio Agostinho, depois da conversão, dirigindo-se a Deus, escreve: 'Por amor de mim, chorava diante de Vós a minha mãe, toda fiel, derramando mais lágrimas do que jamais vertem as mães diante da morte física dos seus filhos'. Mulher inquieta, essa mulher que, no final, diz aquela bonita palavra: 'O meu Deus satisfez-me copiosamente'. Aquilo pelo que ela chorava, Deus concedeu-lhe abundantemente! E Agostinho é herdeiro de Mônica, dela recebe a semente da inquietação. Eis, então, a inquietação do amor!"

Fonte: Vatican News

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O Papa na Ásia e Oceania. Cardeal Tagle: as pequenas Igrejas podem nos ensinar

O pró-Prefeito do Dicastério para a Evangelização, em uma conversa com a Agência Fides, destaca também por que a viagem do Sucessor de Pedro é importante para toda a Igreja universal.

Por Gianni Valente e Fabio Beretta - Roma (Agência Fides)

Quatro nações em dois continentes, num total de quase 40 mil quilômetros a serem percorridos. O avião papal decolará do aeroporto de Fiumicino no dia 2 de setembro e dará início à mais longa e exigente visita apostólica do Papa Francisco, suspensa entre a Ásia e a Oceania. Mas o bispo de Roma não está deixando sua diocese para quebrar recordes. Sua viagem - sugere o cardeal Luis Antonio Gokim Tagle - é antes “um ato de humildade diante do Senhor que nos chama”. Um “ato de obediência à missão”. Enquanto se aproxima a viagem que levará o Papa Francisco à Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor Leste e Singapura, o pró-Prefeito do Dicastério para a Evangelização (Seção para a primeira evangelização e as novas Igrejas particulares), em conversa com a Agência Fides, sugere também por que a viagem do Sucessor de Pedro entre as Igrejas dos “pequenos rebanhos” é importante para toda a Igreja universal e pode interessar a todos aqueles que se preocupam com a paz no mundo.

Com quase 88 anos de idade, o Papa Francisco está prestes a realizar na mais longa e árdua viagem de seu pontificado. O que o leva a abraçar esse “tour de force”?

LUIS ANTONIO TAGLE: “Eu me lembro que, na verdade, essa viagem à Ásia e à Oceania já estava planejada em 2020. Eu tinha acabado de chegar a Roma, à Congregação para a Evangelização dos Povos, e lembro que já havia esse projeto. Então, a pandemia de Covid-19 interrompeu tudo. E fiquei muito surpreso com o fato de o Santo Padre ter retomado esse projeto. É um sinal de sua proximidade paternal com o que ele chama de “periferias existenciais”.  Digo a verdade: sou menos idoso que o Papa e sinto que essas longas viagens são pesadas. Para ele, abraçar até mesmo esse cansaço é um ato de humildade. Não se trata de um show para mostrar do que ainda é capaz. Como testemunha, digo que é um ato de humildade perante o Senhor que nos chama. Um ato de humildade e obediência à missão.

Alguns repetem: também essa viagem confirma que o Papa prefere o Oriente e negligencia o Ocidente...

CARDEAL TAGLE: Essa ideia de considerar as visitas apostólicas como um sinal de que o Santo Padre “prefere” um continente ou parte do mundo ou despreza outras partes é uma falsa interpretação das viagens papais. Depois dessa viagem, no final de setembro, o Papa planeja visitar Luxemburgo e Bélgica. Ele também visitou muitos países em muitas regiões da Europa. Parece-me que, com essas viagens, ele quer incentivar os católicos em todos os contextos. E também tenha em mente que uma grande parte da humanidade vive nessas áreas do mundo. A Ásia é o lar de dois terços da população mundial. A maioria dessas pessoas é pobre. E muitos batismos são realizados justamente entre os pobres. O Papa Francisco sabe que há muitas pessoas pobres lá, e entre os pobres há essa atração pela pessoa de Jesus e pelo Evangelho, mesmo em meio a guerras, perseguições e conflitos.

Outros apontam que os cristãos, em muitos países visitados pelo Papa, são em pequeno número em comparação com a população.

CARDEAL TAGLE: Antes de fazer suas viagens, o Papa recebeu convites não apenas das Igrejas locais, mas também de autoridades civis e líderes políticos que solicitaram formalmente a presença do Bispo de Roma em seus países. Eles querem a presença do Papa não apenas por motivos de fé, mas também por motivos de interesse para as autoridades civis. Para eles, o Papa continua sendo um símbolo poderoso para a coexistência humana em um espírito de fraternidade e para o cuidado com a Criação.

O senhor, como pastor pertencente à Igreja das Filipinas e depois Cardeal do Dicastério missionário, que experiências e encontros teve com os países e as Igrejas que o Papa visitará nos próximos dias?

CARDEAL TAGLE: Em Papua Nova Guiné, fiz a visita apostólica aos seminários a pedido do cardeal Ivan Dias, que era então prefeito da Congregação de Propaganda Fide. Fiz duas viagens em dois meses, visitando os seminários em Papua Nova Guiné e nas Ilhas Salomão. Também visitei a Indonésia e Cingapura, mas nunca estive em Timor Leste, embora tenha me encontrado muitas vezes com bispos, padres, religiosos e leigos desse país. Para mim, a Ásia é um “mundo composto de diversos mundos” e, como asiático, vejo que viajar pela Ásia abre a mente e o coração para vastos horizontes da humanidade, da experiência humana. O cristianismo também está incorporado na Ásia de maneiras que são surpreendentes para mim. Aprendo muito sobre a sabedoria e a criatividade do Espírito Santo. Sempre me surpreendo com as maneiras pelas quais o Evangelho é expresso e encarnado em meio a diferentes contextos humanos. Minha esperança é que o Papa e todos nós da comitiva papal, e até mesmo os jornalistas, possam ter essa nova experiência, a experiência da criatividade do Espírito Santo.

Quais são os dons e os pontos de conforto que as comunidades eclesiais visitadas pelo Papa em sua próxima viagem podem oferecer a toda a Igreja?

CARDEAL TAGLE: Nesses países, as comunidades cristãs são quase sempre uma minoria, um “pequeno rebanho”. Em lugares como a Europa, a Igreja, no entanto, desfruta de um certo “status” cultural, social e até mesmo civil de respeito. Mas também em muitos países do Ocidente voltamos a essa experiência da Igreja como um pequeno rebanho. E pode ser bom olhar para as Igrejas de muitos países do Oriente para ver como nos comportamos quando estamos em uma condição, em um estado de pequenez. A experiência dos primeiros apóstolos, dos discípulos de Jesus, se repete muitas vezes nesses países. Um pároco do Nepal me disse que o território de sua paróquia é do tamanho de um terço da Itália: ele tem apenas cinco paroquianos espalhados nesse grande território. Estamos em 2024, mas o contexto e a experiência se parecem com os Atos dos Apóstolos. E as pequenas igrejas do Oriente podem nos ensinar.

A primeira etapa da viagem papal é a Indonésia, o país com a maior população muçulmana do mundo.

CARDEAL TAGLE: A Indonésia é uma nação arquipélago, e há uma enorme diversidade de situações culturais, linguísticas, econômicas e sociais. É também o país do mundo com o maior número de habitantes de religião muçulmana. E a grande dádiva do Espírito Santo para a comunidade católica indonésia é a coexistência que não nega a diversidade. Espero que a visita do Papa leve um novo ímpeto à fraternidade entre os fiéis de diferentes religiões.

Em suas visitas, o senhor pôde vivenciar os sinais concretos dessa convivência fraterna?

CARDEAL TAGLE: Disseram-me que o terreno onde está a Universidade Católica é um presente do primeiro presidente. Uma mensagem forte, para mostrar que no povo indonésio todos são aceitos como irmãos e irmãs. Lembro-me também de quando participei do Dia da Juventude na Ásia. Devido ao baixo número de cristãos, havia também muitos jovens muçulmanos entre os voluntários envolvidos na organização. A Conferência Episcopal me deu dois assistentes, ambos muçulmanos, que vi realizando suas tarefas com grande reverência pela Igreja.

Segunda etapa: Papua Nova Guiné.

CARDEAL TAGLE: A Igreja em Papua Nova Guiné é uma Igreja jovem, mas já deu à Igreja universal um mártir, Peter To Rot, que também era catequista. Papua Nova Guiné também é um país multicultural, com várias tribos que ocasionalmente entram em conflito umas com as outras. Mas é um país onde a diversidade pode ser uma riqueza. Se suspendermos nossos preconceitos, mesmo em culturas tribais podemos encontrar valores humanos próximos aos ideais cristãos. E, em Papua Nova Guiné, há lugares onde a natureza é incontaminada. No ano passado, estive lá para a consagração de uma nova catedral. Perguntei ao bispo sobre a água, e ele disse: “podemos beber a água do rio, ela é potável”. Graças à sua sabedoria tribal, eles conseguiram manter a harmonia com a natureza e podem beber diretamente do rio. Algo que nós, nos chamados países desenvolvidos, não temos mais.

Terceira etapa: Timor Leste.

CARDEAL TAGLE: É significativo que o Papa toque a Indonésia e depois o Timor Leste. Dois países que têm uma história de luta e que agora estão em paz. Uma paz frágil, mas que, graças a ambos, parece duradoura. Lá, o relacionamento entre a Igreja local e o governo é muito bom. O governo local também apoia os serviços educacionais relacionados à Igreja. E me parece que a Igreja foi um dos pontos de referência para a população durante a guerra pela independência. O povo de Timor Leste diz que sua fé em Cristo os sustentou durante os anos de luta pela independência.

Quarta etapa, Cingapura.

CARDEAL TAGLE: É um dos países mais ricos do mundo, e é uma maravilha ver um povo que alcançou tal nível de profissionalismo e vanguarda tecnológica em apenas alguns anos e com recursos limitados, graças também ao seu senso de disciplina. O governo de Cingapura garante liberdade a todas as comunidades de crentes e as protege de ataques e atos desrespeitosos. As ofensas contra as religiões são severamente punidas. As pessoas vivem em segurança, assim como os turistas. Mas é necessário equilíbrio. A história nos ensina a ter cuidado para que a aplicação das leis não acabe contradizendo os próprios valores que as leis devem proteger.

Também nesses países - especialmente em Papua Nova Guiné - o trabalho apostólico é pontuado por histórias de missionários mártires. Mas, às vezes, o trabalho dos missionários continua a ser apresentado apenas como uma expressão do colonialismo cultural e político.

CARDEAL TAGLE: Existe essa tendência e essa tentação de ler a história, especialmente a história das missões, com os esquemas culturais de hoje e de impor nossas visões aos missionários que viveram séculos atrás. Em vez disso, a história deve ser lida com calma. Os missionários são um presente para a Igreja. Eles obedecem ao próprio Cristo, que disse aos seus que fossem até os confins da terra para proclamar o Evangelho, prometendo que sempre estaria com eles. Algumas vezes, alguns líderes de nações levaram missionários a diferentes lugares durante os processos de colonização. Mas esses missionários foram para evangelizar, não para serem manipulados e usados pelos colonizadores. Muitos sacerdotes, missionários e religiosos agiram contra as estratégias de seus governos e foram martirizados.

Qual é o elo misterioso que une sempre martírio e missão?

CARDEAL TAGLE: Há dois anos, foi publicado um estudo sobre liberdade religiosa. Havia um dado claro: nos países onde havia intimidação e perseguição, o número de batismos estava aumentando. Onde há uma possibilidade real de martírio, a fé se espalha. E mesmo aqueles que não são crentes se perguntam: de onde vem toda essa força que os leva a oferecer suas vidas? É o Evangelho em ação. E o nosso objetivo, também para o Dicastério para a Evangelização, é ajudar as Igrejas locais, não impor uma forma mentis ou uma cultura diferente da deles”. (Agenzia Fides 26/8/2024)

Fonte: Vatican News

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Novo bispo é ordenado na China, fruto do acordo com a Santa Sé

A Santa Sé, por meio de um Comunicado da Sala de Imprensa do Vaticano, anunciou com satisfação que Dom Melchiorre Shi Hongzhen foi oficialmente reconhecido como Bispo de Tianjin pelo governo chinês, fruto do diálogo entre a Santa Sé e a China. Dom Melchiorre, nascido em 1929, sucede Dom Stefano Li Side e lidera uma diocese com cerca de 56.000 fiéis.

Vatican News

Através de um Comunicado da Sala de Imprensa do Vaticano, a Santa Sé afirma receber com satisfação a notícia de que nesta terça-feira, 27 de agosto de 2024, Sua Excelência Dom Melchiorre Shi Hongzhen foi oficialmente reconhecido pelos efeitos do ordenamento civil como Bispo de Tianjin (Municipalidade de Tianjin, República Popular da China). Essa medida constitui um fruto positivo do diálogo estabelecido ao longo dos anos entre a Santa Sé e o Governo chinês.

Sua Excelência Dom Melchiorre Shi Hongzhen nasceu em 7 de outubro de 1929, foi ordenado sacerdote em 4 de julho de 1954 e consagrado Bispo Coadjutor de Tianjin em 15 de junho de 1982, sucedendo a Sua Excelência Dom Stefano Li Side em 8 de junho de 2019. A Diocese de Tianjin conta com aproximadamente 56.000 fiéis, distribuídos em 21 paróquias, servidas por 62 sacerdotes e um bom número de religiosas. 

Fonte: Vatican News

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Igrejas da Terra Santa: negociações intermináveis, que se encontre um caminho para a paz

Os patriarcas e líderes das comunidades cristãs de Jerusalém lançam um novo apelo conjunto: mortes inocentes, refugiados e destruições devem cessar para “alcançar rapidamente um acordo de cessar-fogo que ponha fim à guerra”, através “da adoção de uma solução de dois Estados, internacionalmente legítima”.

Vatican News

O dia 7 de outubro não está longe, uma data marcada a sangue entre um antes e um depois, na verdade, um terrível depois para o Oriente Médio. Um mal que há quase um ano tem ferido uma terra onde “milhões de refugiados permanecem deslocados, suas casas estão inacessíveis, destruídas ou irremediavelmente danificadas” e onde “centenas de inocentes são mortos semanalmente ou gravemente feridos por ataques indiscriminados. Inúmeros outros continuam a sofrer de fome, sede e doenças infecciosas”. Os patriarcas e os líderes das Igrejas de Jerusalém buscam, com um apelo verdadeiramente comovente – divulgado na segunda-feira, 26 de agosto – despertar tudo o que possa reatar entre Israel e Hamas, o fio de uma negociação até agora demasiado frágil para se imaginar algum tipo de acordo.

Atrasos nas negociações

De fato, observam os líderes das comunidades cristãs da Terra Santa, “as negociações para um cessar-fogo têm continuado de maneira interminável, com os líderes das partes beligerantes aparentemente mais preocupados com considerações políticas do que em pôr fim à busca por morte e destruição”. Atrasos “contínuos” que, somados “a outros atos provocativos, só contribuíram para aumentar as tensões até o ponto em que nos encontramos à beira de uma guerra regional em pleno andamento”.

Prisioneiros libertados, o retorno dos deslocados

O cessar-fogo tão invocado internacionalmente, mas nunca iniciado, e os “desenvolvimentos alarmantes” do conflito levam os líderes cristãos da região a pedir novamente a rápida obtenção de “um acordo que ponha fim à guerra, liberte todos os prisioneiros, permita o retorno dos deslocados, trate os doentes e feridos, forneça assistência aos que sofrem de fome e sede, e reconstrua todas as estruturas civis públicas e privadas destruídas”. E, juntamente, “iniciar sem demora discussões diplomáticas para enfrentar as longas questões não resolvidas entre eles, adotando medidas concretas que favoreçam uma paz justa e duradoura em nossa região através da adoção de uma solução de dois Estados, internacionalmente legítima”.

Uma visão de paz

No apelo dos patriarcas e líderes da Terra Santa, também é expressa a preocupação pelas comunidades cristãs sob sua responsabilidade, que inclui “aqueles que se refugiaram em Gaza, na Igreja Ortodoxa de São Porfírio e na Igreja Católica da Sagrada Família, bem como o corajoso pessoal do hospital anglicano al-Ahli e os pacientes sob seus cuidados”. O apelo termina com um pedido de proximidade e oração “aos cristãos e a todas as pessoas de boa vontade em todo o mundo para promover uma visão de vida e paz em nossa região devastada pela guerra”.

Fonte: Vatican News

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Paquistão: a urgência de justiça um ano após onda de violência contra cristãos em Jaranwala

Um episódio de suposta blasfêmia contra o profeta Maomé e a profanação de páginas do Alcorão atribuídas a um cristão, Raja Masih, provocaram uma onda de violência em agosto de 2023, em Jaranwala, distrito de Faisalabad: 80 casas de cristãos foram queimadas e 19 igrejas queimadas ou vandalizadas.

Funcionários do governo, organizações da sociedade civil e membros da comunidade cristã recordaram o primeiro aniversário da violência ocorrida em Jaranwala, uma cidade do Punjab paquistanês, em 16 de agosto de 2023.

Após uma suposta blasfêmia de um cristão local, mais de vinte e cinco igrejas e centenas de casas cristãs foram saqueadas e incendiadas por uma multidão enfurecida, deixando centenas de famílias traumatizadas e privadas de tudo o que possuíam. Como recorda a Cecil & Iris Chaudhry Foundation de Lahore, atuante no apoio às famílias afetadas, "um ano após os trágicos acontecimentos, a justiça permanece uma ilusão".

No encontro organizado em Lahore pela Fundação, os especialistas trataram de vários assuntos, como a implementação do Artigo 10.º da Constituição, que garante um justo julgamento a todos os cidadãos; do Artigo 25, que apoia a igualdade de cidadania perante a lei; Artigo 36, que garante a proteção dos direitos das minorias religiosas no Paquistão.

Nos pronunciamentos de lideranças de diversas organizações da sociedade civil, a preocupação com a crescente situação de extremismo, sublinhando a responsabilidade do Estado em proteger os segmentos vulneráveis da sociedade.

O encontro também foi a ocasião para ouvir testemunhos de vítimas de Jaranwala, que continuam a sofrer discriminação social, econômica e religiosa após os ataques.

Observou-se que um fator muito importante a ser avaliado são os danos psicológicos e os traumas, que raramente são considerados. Um especialista em saúde mental partilhou ideias sobre os efeitos de tais incidentes em grupos vulneráveis, especialmente mulheres e crianças, e discutiu formas de enfrentar estes desafios para restaurar a fé na humanidade e ajudar as vítimas a reconstruir as suas vidas. Os participantes pediram a adoção de medidas urgentes e discutiram possíveis soluções para evitar tais tragédias no futuro, unindo-se no apelo por justiça para as vítimas de Jaranwala.

Michelle Chaudhry, católica, presidente da Fundação Cecil & Iris Chaudhry (CICF), afirmou que "um ano depois da violência, as pessoas ainda sofrem em Jaranwala. Naquele trágico dia, não somente casas e igrejas foram queimadas, mas os princípios de humanidade, queimaram a esperança, a confiança e os sonhos. Queimaram o Paquistão de Ali Jinnah e nenhum dos culpados foi levado à justiça. É evidente que o Estado fracassou em proteger as famílias cristãs de Jaranwala. Chegou o momento em que as autoridades desempenhem seu papel na proteção das vidas e dos bens de todos os cidadãos, independentemente da sua fé. Os responsáveis por estes atos loucos de violência devem ser julgados de acordo com a lei. Não podemos permitir que isso continue assim; a impunidade diante da violência no Paquistão deve acabar".

“Aproveito esta oportunidade para agradecer a todos os nossos amigos no Paquistão e em todo o mundo: a sua generosidade permitiu-nos prestar toda a assistência possível às famílias traumatizadas de Jaranwala”, acrescentou Michelle Chaudhry, reiterando que a sua organização continua empenhada contra a injustiça, a intolerância religiosa e violência contra os oprimidos na sociedade.

*Agência Fides - Fonte: Vatican News

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Índia: religiosas ensinam teologia nas periferias

A Irmã Shalini Mulackal, professora no 'Vidyajyoti College of Theology', partilha a sua experiência de ensino da teologia junto aos alunos dos bairros periféricos da cidade indiana de Deli para que se comprometam mais profundamente na promoção da causa dos pobres.

Ir. Greta Pereira

A Irmã Shalini Mulackal ensina teologia sistemática no Vidyajyoti, um importante colégio teológico jesuíta em Délhi, na Índia, desde 1999. Enquanto fazia o mestrado na mesma faculdade, morava num bairro degradado, onde a sua comunidade vivia e trabalhava. A sua experiência na periferia tornou-se a base para a utilização coerente do método contextual da teologia, que procura realizar uma transformação dos indivíduos e da sociedade. Enquanto lecionava, continuou a visitar os bairros com os alunos e a orientá-los na sua reflexão teológica.

Ensinar teologia a partir dos últimos

A Ir. Shalini foi uma fonte de inspiração para muitos jovens teólogos na Índia graças ao seu estilo específico de “fazer teologia”. Leva frequentemente os seus estudantes aos bairros degradados, àqueles que vivem literalmente na periferia, como numa lixeira. Com os estudantes, a Irmã Shalini participou muitas vezes em protestos de mulheres que lutavam contra a violência e o estupro, mas também em manifestações de pessoas deslocadas e discriminadas contra os megaprojetos. A sua participação serviu como uma ação simbólica de solidariedade com grupos particulares dos seus direitos humanos fundamentais. A religiosa afirma que a sua força motriz como professora era a “paixão por Cristo e a compaixão pelas vítimas de sistemas sociais injustos”.

Teologia contextual

A Ir. Shalini acredita que a finalidade de fazer teologia é favorecer a transformação tanto no indivíduo como na sociedade. Por isso, o contexto da teologia deve partir da perspectiva e da experiência dos pobres.

O seu método de ensino procura realçar a necessidade de abraçar uma opção preferencial pelos pobres e instilar o mesmo fogo nos seus estudantes. “Através do meu ensino, exemplos e interação com os alunos”, declarou ao Vatican News, “eu esperava que pelo menos alguns alunos se empenhassem verdadeiramente no serviço aos pobres”.

Necessidade de uma perspectiva feminina

A Ir. Shalini defende vigorosamente a perspectiva das mulheres em todas as disciplinas da teologia e em todos os aspectos da vida da igreja. “O nosso atual sistema de formação no seminário deve ser transformado”, afirmou. “A liderança da Igreja responsável pela formação nos seminários na Índia deverá pensar em fazer com que mais mulheres possam participar na formação e no ensino nos seminários”.

A religiosa contribuiu para o processo sinodal em curso, tanto na Arquidiocese de Délhi como na Conferência dos Bispos Católicos da Índia (CCBI). Analisando o relatório de síntese de 10 páginas das várias dioceses de rito latino na Índia, recordou que as mulheres se comoveram até às lágrimas quando experimentaram, pela primeira vez, a oportunidade de falar sem medo e de ser ouvidas.

 “Certamente a Igreja, sob a liderança do Papa Francisco, envia todos os esforços para ouvir as mulheres e responder às suas dificuldades”, declarou. “Por exemplo, não faz muito tempo, o Papa Francisco nomeou três mulheres no Dicastério para os Bispos. E, em 2020, nomeou 6 mulheres no Conselho para a Economia do Vaticano. O Papa Francisco permitiu também que as mulheres votassem no Sínodo sobre a sinodalidade”.

Religiosas do futuro

A Ir. Shalini sente fortemente que hoje, mais do que nunca, o mundo precisa de religiosas comprometidas que deem testemunho com a própria vida. Acredita que elas devem responder às novas necessidades como conselheiras, tutoras, guias espirituais, teólogas, terapeutas, ministras de cuidados pastorais e ativistas dos direitos humanos e ambientais. Fonte: Vatican News

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Os olhos da Igreja sobre a tragédia dos migrantes do Mediterrâneo

A viagem do barco da Fundação Migrantes que acompanhou o navio “Mare Jonio” da Associação Mediterranea Saving Humans para documentar as atividades de resgate chegou ao fim. “Nós mudamos”, dizem padre Alessandro Messina e Donatella D'Anna, diretores dos escritórios Migrantes de Fano e Caltanisetta.

Joseph Tulloch - Trapani

Viver de perto o cansaço e a dor daqueles que pedem uma nova chance para o futuro, estender a mão para ajudar e, assim, compartilhar uma felicidade inesperada. Essa é a experiência vivida pelo padre Alessandro Messina e Donatella D'Anna, diretores, respectivamente, dos escritórios de Fano-Fossombrone-Cagli-Pergola e Caltanisetta Migrantes, que participaram da missão Mediterranea Saving Humans. A embarcação foi acompanhada por um barco da Fundação Migrantes, organismo da Conferência Episcopal Italiana, para documentar as atividades de resgate no Mediterrâneo. De acordo com os dados divulgados pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), de 1º de janeiro a 17 de agosto, mais de mil pessoas morreram ou desapareceram no Mediterrâneo Central, enquanto quase 14 mil foram devolvidas à Líbia, um país declarado “inseguro” pelas Nações Unidas.

Alegria e sofrimento

A missão humanitária chegou ao fim e salvou 182 migrantes entre os dias 24 e 25 de agosto. “Nos sentimos mudados”, diz padre Alessandro, chamado por todos de “don Sandro”, da mesma forma que Donatella, que trabalha há algum tempo em contato próximo com os migrantes que chegam e os ajuda a encontrar trabalho. Não estou surpreso com o que vi”, explica o responsável de Migrantes Caltanisetta, ‘ouvi muito sobre suas viagens, suas lutas para chegar à Itália, mas uma coisa é ouvir sobre isso de forma abstrata e outra é vivenciar isso em primeira mão’. Ela não esconde um véu de tristeza ao contar sua experiência, e a voz de padre Sandro também se quebra quando ele faz um balanço do que vivenciou. “Vi muito sofrimento, mas também felicidade nos olhos dos migrantes quando eles foram trazidos para um lugar seguro no Mar Jônico. É algo que deixa uma marca”.

Tem lugar para todos

O sacerdote acrescenta que a ideia da missão surgiu de um encontro com Luca Casarini, ativista e fundador de Mediterranea. Ele conta que lhe pediu para participar, a título pessoal, de uma das expedições de resgate da organização e, com o tempo, surgiu a ideia de estender a iniciativa à Fundação Migrantes. A decisão de enviar um barco de apoio, explicou Donatella, foi tomada para permitir que a Igreja “visse com seus próprios olhos o que está acontecendo no Mediterrâneo” e para “ser testemunha e porta-voz da tragédia que nossos irmãos e irmãs estão vivenciando todos os dias no mar”. “Como migrantes”, enfatiza padre Sandro, ‘temos uma tarefa especial, temos que conscientizar as comunidades cristãs e a sociedade em geral sobre a importância de acolher, de construir uma civilização do amor, uma civilização em que haja espaço para todos’. Não podemos nos limitar a procurar, resgatar ou acolher os migrantes na Itália”, acrescenta Donatella, ‘mas devemos resolver o problema em sua raiz, por meio de uma profunda revisão do sistema de vistos para desencorajar os migrantes a irem para o mar’.

Amor pela humanidade

“O objetivo desta viagem”, explicou em uma nota dom Gian Carlo Perego, arcebispo de Ferrara-Comacchio e presidente da Fundação Migrantes, ‘era conhecer e entender melhor o que está acontecendo no “Mare Nostrum”, para ter maior consciência e conhecimento em vista de uma documentação completa e de um testemunho autêntico’, nascido da iniciativa de uma Igreja local, a de Fano, ‘para favorecer uma melhor informação sobre o fenômeno migratório, livre de preconceitos e polarizações’. “Deus criou o mundo para todos”, conclui o padre Sandro, ”Ele nos criou irmãos e irmãs, como sempre repete o Papa Francisco. Nesta missão, tive o privilégio de compartilhar o amor por esta humanidade com outras pessoas, com pessoas de outras religiões, com pessoas que não têm religião. Cristo está nas pessoas e o que Jesus me ensina é o amor por toda a humanidade”.

Fonte: Vatican News

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I Congresso da PROMAICA: “preservar identidade e valores do movimento na sociedade”

O I Congresso da PROMAICA (Promoção da Mulher angolana na Igreja Católica), que teve lugar em Benguela de 22 a 25 de agosto, terminou com apelos à preservação da identidade do movimento e a partilha de valores e sementes do reino de Deus na família e na sociedade.

Anastácio Sasembele – Luanda, Angola

No término do I Congresso nacional da PROMAICA, Promoção da Mulher angolana na Igreja Católica, que decorreu na diocese de Benguela/Angola de 22 a 25 de agosto, o presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), agradeceu as “mamãs” da PROMAICA pela entrega abnegada à Igreja e à missão, tendo igualmente apelado a continuarem com o fervor da fé, alegria e criatividade que caracteriza o movimento.

Dom José Manuel Imbamba, que falava na homilia da Missa de encerramento do Congresso, afirmou também que o movimento deve continuar a trilhar o caminho da fé sem fugir da sua verdadeira identidade, face a alguns males que surgem nas sociedades contemporâneas.

"Partilhar valores e sementes do reino de Deus na família e na sociedade": Dom Imbamba às congressistas

“Tendes uma identidade a promover e a defender, tendes uma mística espiritual a propagar e injectar valores e as sementes do reino na sociedade”, acrescentou o prelado.

Amélia Koma, uma das cinco delegadas vindas de Moçambique, agradeceu pela experiência vivida nestes quatro dias de intensas actividades e garantiu que saíram mais fortificadas.

Mais de 20 mil mulheres participaram no I Congresso nacional da PROMAICA em Benguela (Angola)

O I Congresso da PROMAICA proporcionou coesão, desenvolvimento e o caminhar juntos à luz da sinodalidade, realçou a delegada da diocese do Namibe, Marcelina Baptista.

E na hora de balanço, a coordenadora nacional da PROMAICA, Julieta de Araújo, garantiu que as mulheres saem deste I Congresso com a força restabelecida para melhor contribuir na resolução dos mais variados problemas do país. - Fonte: Vatican News

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Delegadas ao Congresso da PROMAICA destacam origens da PROMICA em Moçambique

As Delegadas de Moçambique ao I Congresso da PROMAICA destacaram o percurso do movimento que deu origem a oito anos da PROMICA, a Promoção da Mulher Moçambicana na Igreja Católica.

Anastácio Sasembele – Luanda, Angola  

Dentre as 20 mil mulheres que participaram no I Congresso nacional da PROMAICA, Promoção da Mulher Angolana na Igreja Católica, que decorreu na diocese de Benguela/Angola de 22 a 25 de agosto, sob o lema “PROMAICA fiel à sua identidade e missão”, cinco foram delegadas vindas de Niassa, província a norte de Moçambique.

É nesta cidade onde começou a internacionalização deste movimento feminino da Igreja católica, por iniciativa da irmã Maria Engrácia da Congregação das Irmãs de Santa Doroteia, que no seu serviço de missão decidiu criar a PROMICA, Promoção da Mulher Moçambicana na Igreja Católica.

Ao partilhar a experiência e as circunstâncias de criação do movimento em Moçambique, a religiosa atribuiu o mérito a outras Irmãs da sua Congregação.

Com 8 anos de existência a PROMICA já se expandiu para a província de Tete e sublinhou que o Bispo local aceitou o movimento com muito agrado, uma vez que o mesmo tem estado a mobilizar muitas mulheres.

Visivelmente emocionada a “mamã” moçambicana Beatriz Miropo, que pisou pela primeira vez a diocese que fundou o movimento, diz estar feliz por ter participado no I Congresso da PROMAICA e sublinhou que o movimento já trabalha para fundar a PROMICA na capital moçambicana Maputo.

Fonte: Vatican News

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Salesianos: IX Congresso Internacional de Maria Auxiliadora reúne mais de 1200 participantes

Iniciativa decorre em Fátima, entre 29 de agosto e 1 de setembro

O IX Congresso Internacional de Maria Auxiliadora vai reunir em Fátima mais de 1200 membros da Família Salesiana, entre 29 de agosto e 1 de setembro, para uma “celebração global de fé, de oração e de encontro”.

“O Congresso Internacional de Maria Auxiliadora é um encontro, promovido pela Associação de Maria Auxiliadora (ADMA), que pretende dar a conhecer, aprofundar e difundir a devoção por Maria Auxiliadora”, refere uma nota enviada hoje à Agência ECCLESIA pelos Salesianos de Portugal.

A iniciativa, que decorre a cada quatro anos, é apresentada como “um momento de grande relevância” para todos os grupos da Família Salesiana.

Os participantes chegam de Portugal, África do Sul, Angola, Argentina, Bolívia, Brasil, Camarões, Canadá, Chile, Colômbia, Congo, Coreia do Sul, Croácia, El Salvador, Equador, Eslováquia, Espanha, Estados Unidos da América, Filipinas, Guatemala, Honduras, Índia, Indonésia, Itália, Kuwait, México, Moçambique, Papua Nova Guiné, Paquistão, Peru, Polónia, Quénia, Senegal, Tanzânia, Timor-Leste, Tunísia, Uruguai, Venezuela e Zâmbia.

Segundo a organização, a diversidade de proveniências mostra a “universalidade da devoção a Nossa Senhora Auxiliadora”.

O programa inclui visitas guiadas a vários locais de Fátima e uma Via-Sacra, organizada por grupos linguísticos.

O terço e procissão de velas, na noite de sábado, vão ser presididos pelo bispo auxiliar de Donetsk, na Ucrânia, D. Maksym Ryabukha.

O Congresso conta com acompanhamento online nas redes sociais e as Eucaristias de abertura e de encerramento terão transmissão em direto, no Youtube dos Salesianos de Portugal (https://www.youtube.com/@SalesianosPortugal/).

Fonte: Agência Ecclesia

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Bangladesh: Escolas católicas fechadas após ameaças 

Grupos de estudantes exigiram a demissão de professores que supostamente apoiaram a primeira-ministra deposta Sheikh Hasina, e houve ameaças contra as escolas.

A Igreja Católica em Bangladesh fechou indefinidamente todas as suas instituições de ensino em uma área de Daca após a exigência de alguns grupos de estudantes de demitir professores, que eles dizem apoiar a primeira-ministra deposta Shiekh Hasina.

Jyoti F. Gomes, secretário do Conselho de Educação Católica de Bangladesh, relatou à UCA News que as escolas se tornaram alvo de ameaças “os alunos vêm às escolas em grupos e nos ameaçam. Eles estão exigindo contas de nossas finanças e a suspensão de certos professores”, disse

Após a deposição de Hasina, alguns estudantes em grupos identificaram professores que tinham laços estreitos com o regime deposto e criticavam os manifestantes estudantis durante os distúrbios.

O irmão Toren J. Palma, diretor da Escola e Colégio Bandura Holy Cross, uma das escolas católicas mais antigas de Bangladesh, disse que os alunos em grupos têm pressionado muito pela renúncia dos professores.

“Por causa de repetidos incidentes dessa natureza, nossos professores relutaram em continuar as aulas”, disse ele.

Em vista desses incidentes, o arcebispo Bejoy N. D’Cruze, de Daca, presidente do Departamento de Educação Católica, enviou uma carta ao conselheiro educacional do governo interino, Wahiduddin Mahmud, pedindo proteção para as escolas. O fechamento das instituições educacionais deve continuar até que os “mal-entendidos” existentes sejam esclarecidos e um acordo seja alcançado entre as partes envolvidas.

A situação política em Bangladesh é tensa. Desde a independência em 1971, o país é uma república parlamentar, mas as desigualdades sociais e econômicas permanecem altas. As minorias religiosas em particular, como a comunidade católica, que é apenas uma pequena minoria no país predominantemente islâmico, muitas vezes enfrentam desafios particulares.

O atual fechamento das escolas católicas destaca a frágil situação de segurança e as tensões exacerbadas por conflitos políticos e religiosos. A Igreja Católica espera que, através do diálogo com o governo, possa ser encontrada uma solução que garanta a proteção das instituições educacionais e a segurança de todos os envolvidos.

Com informações Ucanews

Fonte: Gaudium Press

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China reconhece oficialmente bispo da diocese de Tianjin 

Dom Melchiorre Shi Hongzhen, prelado “clandestino” que esteve preso durante muito tempo por se recusar a ingressar na Associação Patriótica, foi reconhecido como bispo da comunidade católica local.

As autoridades chinesas reconheceram oficialmente como bispo da diocese de Tianjin – uma metrópole no norte da China – Dom Melchiorre Shi Honghzen, prelado de 94 anos até agora um bispo “clandestino” em uma grande diocese onde nenhum bispo “oficial” esteve presente desde 2005. O gesto – que faz parte do acordo entre a Santa Sé e Pequim sobre a nomeação de bispos – foi anunciado esta manhã pelo site chinacatholic.cn, representante dos organismos católicos oficiais controlados pelo governo comunista de Pequim e anunciado pela Sala de Imprensa do Vaticano.

Dom Melchiorre Shi Honghzhen esteve preso por um longo período há dois anos e, quando a delegação da Santa Sé esteve na China em vista da renovação do acordo, em outubro de 2022, o arcebispo Claudio Maria Celli, um diplomata do Vaticano envolvido no dossiê chinês o visitou. Na ocasião, Dom Celli entregou-lhe uma cruz peitoral em nome do papa, reafirmando assim sua dignidade episcopal. “A Santa Sé – lê-se no comunicado do Vaticano divulgado hoje – toma conhecimento com satisfação de que Mons. Melchior Shi Hongzhen foi oficialmente reconhecido pelos efeitos do ordenamento civil como bispo de Tianjin. Esta medida constitui um fruto positivo do diálogo estabelecido ao longo dos anos entre a Santa Sé e o governo chinês”.

O reconhecimento de Mons. Melchior ocorre poucos meses após a nomeação de três novos bispos em janeiro e a transferência para Hangzhou de um dos dois bispos chineses que participaram dos trabalhos do Sínodo em junho. Também decorre das decisões sobre as modalidades de renovação do Acordo Provisório entre Roma e Pequim, cujo mandato de dois anos expirará no final de outubro.

Natural de Tianjin, onde nasceu em 7 de outubro de 1929, Dom Melchiorre Shi Honghzhen foi ordenado sacerdote em 1954 e consagrado bispo coadjutor em 1982, com a permissão da Santa Sé, por Mons. Stephen Li Side, outro bispo clandestino que, devido à sua defesa da liberdade religiosa na China, enfrentou prisão e confinamento até sua morte em uma localidade nas montanhas, em 2019. Dom Melchiorre Shi Honghzhen sempre se recusou a ingressar na Associação Patriótica e, por esse motivo, até agora nunca havia sido reconhecido como bispo pelas autoridades de Pequim.

Em seu artigo, o site chinacatholic.cn relata a cerimônia de “instalação” do bispo de Tianjin na presença do bispo de Pequim, Dom Giuseppe Li Shan, “como presidente da Associação Patriótica e vice-presidente do Conselho dos Bispos Chineses” (o órgão colegiado não reconhecido oficialmente pela Santa Sé) e cerca de cem pessoas. Em seguida, o site faz questão de relatar que “na cerimônia de posse, Dom Shi Hongzhen jurou solenemente cumprir a Constituição Nacional, salvaguardar a unidade da pátria e a harmonia social, amar o país e a Igreja e comprometer-se com a direção da sinização do catolicismo na China”. E acrescenta que o bispo também se comprometeu a “obedecer aos mandamentos de Deus, cumprir fielmente suas responsabilidades como bispo, defender o Evangelho e contribuir, junto com os sacerdotes e fiéis da diocese de Tianjin, para a construção de um país socialista moderno e para a promoção global do grande rejuvenescimento da nação chinesa”.

No entanto, um fato revela o real significado a ser dado a essas últimas palavras impregnadas de retórica patriótica:  a cerimônia não foi realizada na histórica igreja de São José em Xikai – que é a Sé catedral – mas em um quarto de um hotel na cidade. De acordo com fontes locais, foi Mons. Melchior que escolheu este lugar para enfatizar, assim, o caráter civil da cerimônia, já que canonicamente ele já é o bispo de Tianjin. Ele também expressou sua intenção de continuar morando na Igreja Zhongxin Qao, onde reside atualmente. Todos sinais indicam não uma mudança, mas sim a continuidade do que representou ao longo de todos estes anos para a comunidade católica de Tianjin.

Com informações Asianews

Fonte: Gaudium Press

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Do dia 26/8/24

COMIRE promove Formação Regional sobre Conselhos Missionários 

É tempo de animar toda a nossa Igreja para a esperança que só Jesus Cristo é capaz de nos oferecer. Em meio ao contexto vivido pelo Rio Grande do Sul no início deste ano, somos exortados a perceber nossa missão como sinal permanente e responsável de cuidado com os irmãos e irmãs que sofrem. Somos, neste caminho, peregrinos da Esperança.

A partir desta motivação, o Conselho Missionário Regional – COMIRE, promove nos próximos dias 06 a 08 de setembro a Formação Regional. O encontro, que deve reunir missionários e missionárias de todas as arqui/dioceses do Rio Grande do Sul, será oportunidade para refletir a formação dos conselhos missionários em nível paroquial, diocesano e regional.

Para assessorar o encontro estará presente, diretamente de Brasília, a assessora da Comissão Episcopal para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, Ir. Eliane Santana. A religiosa trabalhará a temática dos conselhos missionários em uma perspectiva sinodal e refletirá o papel dos COMIPAs, COMIDIs e COMIREs.

A formação regional também será oportunidade para marcar a celebração dos 30 anos de Missão do Regional Sul 3 em Moçambique, na Arquidiocese de Nampula.

A Formação Estadual acontece na Paróquia Imaculado Coração de Maria, em Esteio, e está com inscrições abertas. Você pode fazer sua inscrição clicando aqui. Para mais informações, procure o responsável pela animação missionária em sua arqui/diocese.

Victória Holzbach | CNBB Sul

Fomte: CNBB Regional Sul 3

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Dom Paulo Jackson, segundo vice-presidente da CNBB, preside missa em memória do falecimento de dom Helder Camara

O arcebispo de Olinda e Recife e segundo vice-presidente da CNBB, dom Paulo Jackson, presidiu missa em ação de graças na Catedral Metropolitana, em Olinda, no domingo, 25 de agosto, por ocasião dos 25 anos da páscoa de dom Helder Camara.

A missa reuniu membros do Instituto Dom Helder Camara (IDHeC), autoridades, movimentos e pastorais da arquidiocese e outros fiéis admiradores do arcebispo que esteve à frente da arquidiocese de Olinda e Recife de 1964 a 1985, e que faleceu em 1999, aos 90 anos, em Recife. A Rádio Olinda FM 105,3 transmitiu a missa ao vivo.

    De fato, temos muito a agradecer. Vieram muitos fiéis, religiosos, leigos, de pessoas que inclusive conviveram e trabalharam com dom Helder, que hoje vieram para rezar por ele e com ele pedindo a paz para a humanidade. Nós agradecemos imensamente por essa celebração tão bela, que foi um momento bonito de congregação de tantos fiéis que guardam esse legado defendido por dom Helder Camara”, afirmou o arcebispo.

Solenidade

A missa reforça a memória de um pastor pequeno no tamanho, mas que realizou um governo marcante na história da arquidiocese de Olinda e Recife.

“Do mesmo jeito que celebramos a chegada de uma criança, seu nascimento e aniversários, devemos marcar também os anos de vida na Casa do Pai. Como dizia dom Helder, chega o momento em que nós mudamos de endereço, deixando a vida na terra e continuando a vida no céu”, disse a religiosa vicentina, irmã Wanda Araújo. Ela conviveu anos com dom Helder e contribuiu para a elaboração do processo de sua beatificação.

Segundo dom Paulo Jackson, dom Helder foi “um dos grandes exponentes pela graça de Deus” no Brasil. Para o arcebispo de Olinda e Recife, o legado de dom Helder foi muito importante no período entre a década de 1960 e 1970 porque “ele se tornou o grande porta-voz dos direitos humanos, da justiça e da fraternidade quando nós vivíamos no país aquele momento tão doloroso da ditadura militar’.

    “Aquilo que ele não podia dizer dentro do país ele dizia na França, na ONU, em Nova York, onde ele estivesse. Então a voz de dom Helder ganhou um uma potência enorme, sendo a grande voz da defesa da vida e dos direitos humanos no nosso país. Não é à toa que ele foi indicado quatro vezes para o Prêmio Nobel da Paz”, concluiu o arcebispo.

Ao final da celebração, dom Paulo Jackson realizou com os fiéis um momento de oração aos pés do túmulo de dom Helder Camara e abençoou o local de descanso do religioso.

“Dom da Paz”

Dom Helder, conhecido como “Dom da Paz”, foi ordenado sacerdote cedo, aos 22 anos de idade. Ainda no Ceará, envolveu-se com grupos de trabalhadores e trabalhadoras, como lavadeiras, passadeiras e empregadas domésticas. Na época, também esteve próximo de questões relacionadas à educação. Em 1936 foi enviado ao Rio de Janeiro para aprofundar os estudos. Na então capital da república, aproximou se da Ação Integralista Brasileira, da qual se afastou mais tarde. Em artigo publicado no Correio Braziliense, em 1989, ano da celebração dos seus 80 anos, o membro da Academia Brasileira de Letras Marcos Vilaça escreveu: “As dificuldades em nada o entibiaram. Frágil por fora, siderúrgico por dentro. Acho até que o tempo de integralista serviu para que compreendesse as diferenças entre radicalizar e compreender; em vez do integralismo, o enlace; no lugar da luta, a convergência”.

Foi no Rio de Janeiro que nasceu o projeto da CNBB. Ali, Helder estava também com a incumbência de instalar o Secretariado Nacional da Ação Católica Brasileira, sendo a precursora da conferência episcopal. Em dezembro de 1950, ele apresentou sua ideia da CNBB ao então integrante da secretaria de Estado do Vaticano, monsenhor Giovanni Battista Montini, que seria eleito papa Paulo VI. Em menos de três meses, após a eleição do pontífice, foi fundada a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Dom Helder foi secretário-geral da entidade em duas oportunidades: ele foi o primeiro, de 14 de outubro de 1952 até 10 de julho de 1958. Na quarta assembleia ordinária da Conferência, houve a reeleição para o cargo, que ocupou até o dia 27 de outubro de 1964.

Por ocasião dos 25 anos da CNBB, dom Helder escreveu um depoimento que foi publicado no jornal O São Paulo. “Os homens se movem e Deus os conduz: eis o resumo das minhas impressões ao recordar o surgimento da CNBB e sua caminhada”, afirmou dom Helder no texto. Confira alguns trechos:

    […] “Um dia (sou fraco em datas), vi-me nomeado assistente geral da Ação Católica Brasileira. Em uma célebre Assembleia Geral da Ação Católica, os bispos presentes (recordo-me, entre outros, de d. Antonio Cabral, d. Fernando Gomes e de d. José Delgado) exigiram a criação de um Secretariado Nacional da Ação Católica. Lançaram até um desafio fraterno: se o Secretariado fosse fundado, depois de seis meses de funcionamento, os bispos do Brasil se encarregariam de mantê-lo. […]

    O Secretariado Geral da Ação Católica Brasileira, com o apoio de núncios apostólicos, como d. Carlos Chiarlo e d. Armando Lombardi, e a alta proteção de d. Jaime e de d. Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota, começou inclusive a promover Encontros Regionais de Bispos, como o dos prelados da Amazônia e o dos prelados do Vale do São Francisco.

    Estava madura a ideia da CNBB. Em um País de dimensões continentais, impunha-se um secretariado que ajudasse os bispos a equacionar com segurança os problemas locais, regionais e nacionais, em face dos quais a Igreja não pode ser indiferente.

    Aproveitando um bom pretexto para uma primeira viagem a Roma, fui expor o sonho da CNBB ao então subsecretário de Estado do Santo Padre Pio XII, S. Exa. Mons. Montini. Ia como representante dos anseios de numerosos bispos, e viajei com o apoio precioso do senhor núncio e dos senhores cardeais do Rio (d. Jaime) e de São Paulo (d. Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota). […]

Dom Helder ressaltou em seu depoimento o papel dos leigos na missão da CNBB, os quais chamou de “extraordinários”. Como na atualidade, “a CNBB, com as bênçãos de Deus, revela-se sempre mais, à altura da hora difícil vivida pelo nosso país e pelo mundo”.

Em seu ministério episcopal, após ser bispo auxiliar do Rio de Janeiro entre 1952 e 1964, foi nomeado o sexto arcebispo de Olinda e Recife (PE) até 1985, quanto teve seu pedido de renúncia aceito pelo papa João Paulo II. Manteve forte atuação e publicações de livros após tornar-se emérito.

Ainda no texto de Marcos Vilaça para o Correio, encontra-se a reflexão: “Dom Helder e Madre Teresa são as mais aliciantes figuras deste século no catolicismo do mundo pobre. Suplicaram sempre pelo infinito mesmo que só recebessem o Mundo. Como se não bastasse ele é nordestino, portanto diluído, pela origem, uma contingência inarredável de religiosidade, daí agir não apenas pelo que leu, acreditou ou viu, mas também pelo que experimentou”.

Além da criação da CNBB, dom Helder é lembrado por sua atuação em favor da defesa da liberdade e dos mais necessitados. Durante o período de ditadura militar no Brasil, após ser empossado como arcebispo de Recife e Olinda, dom Helder e mais 17 bispos do Nordeste pediram a liberdade das pessoas e da Igreja. Em 1969, ele criticou a situação de miséria dos agricultores nordestinos. Na ocasião, foi chamado de demagogo e comunista.

Situações semelhantes o levaram a pronunciar a memorial frase “Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto porque eles são pobres, chamam-me de comunista”. Outros fatos remetem às represálias que sofreu, inclusive com sua casa metralhada, assessores presos e assassinados. Dom Helder ainda foi signatário do Pacto das Catacumbas, durante o Concílio Vaticano II.

Às vésperas de completar 80 anos, em fevereiro de 1989, dom Helder ainda manifestava suas preocupações com a descrença na política, a questão da liberdade, a reforma agrária, violência e economia. Em entrevista ao Correio Braziliense, afirmou: “A mensagem de Cristo não muda, é eterna, mas os tempos mudam, e por isso surgiu o Concílio Ecumênico, um grande esforço dos bispos do mundo inteiro para aplicar ao nosso tempo as mensagens eternas de Cristo”.

O Dom da Paz faleceu em sua casa, no Recife, em 27 de agosto de 1999, devido a uma insuficiência respiratória decorrente de uma pneumonia.

Em 2015, a arquidiocese de Olinda e Recife (PE) deu início à fase diocesana do processo de beatificação de dom Helder, já considerado Servo de Deus pela Santa Sé. Fonte: CNBB

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Na semana dedicada à vocação dos leigos, dioceses e regionais celebram instituição do Ministério de Catequistas

A instituição do ministério de catequistas começa a ser celebrada nas dioceses do Brasil. Após o primeiro grupo ser investido, durante a Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em abril, a quarta semana do Mês Vocacional foi a oportunidade para marcar essas celebrações pelo país. Dedicada à celebração da vocação dos cristãos leigos e leigas, comprometidos na Igreja e na sociedade, essa semana foi aberta com o Dia Nacional do Catequista, uma motivação para que dioceses e regionais instituíssem seus ministros.

Vocação dos leigos

Nesta última semana do mês vocacional, a Igreja no Brasil celebra os cristãos leigos, os quais, através do Sacramento do Batismo, são inseridos na vida da Trindade, tendo a missão de anunciar o Reino de Deus no seu cotidiano. Nesta vocação, alguns homens e mulheres são instituídos no ministério laical de catequistas, tendo a missão de ensinar o povo de Deus os conteúdos fundamentais da doutrina católica, colaborando na missão evangelizadora da Igreja.

Esse ministério de catequistas foi instituído pelo Papa Francisco através do motu proprio Antiquum Ministerium, em 10 de maio de 2021. É definido como “um serviço estável prestado à Igreja local de acordo com as exigências pastorais identificadas” pelo bispo, e deve ser desempenhado por cristãos leigos e leigas que recebem este ministério.

O Papa Francisco destacou que o ministério de catequista deve ser conferido a “homens e mulheres de fé profunda e maturidade humana, que tenham uma participação ativa na vida da comunidade cristã, sejam capazes de acolhimento, generosidade e vida de comunhão fraterna”. Ele também enfatizou que esses fiéis devem receber formação bíblica, teológica, pastoral e pedagógica adequadas, “para ser solícitos comunicadores da verdade da fé, e tenham já maturado uma prévia experiência de catequese”. Outro requisito importante é que “sejam colaboradores fiéis dos presbíteros e diáconos, disponíveis para exercer o ministério onde for necessário e animados por verdadeiro entusiasmo apostólico”.

Santa Catarina

No Regional Sul 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Sul 4), nove catequistas de Santa Catarina foram instituídos no Ministério de Catequista, em celebração realizada na paróquia Nossa Senhora Consolata, em Rio do Oeste (SC), na última sexta-feira. A cidade sediou a 56ª Assembleia Regional de Pastoral, com a presença de 11 bispos do estado, além de padres, religiosos, religiosas, leigos e leigas. Cada uma das nove dioceses do estado indicou um representante para participar da instituição junto com todo o Regional.

Na homilia da missa, o bispo da diocese de Criciúma (SC) e referencial da Animação Bíblico-Catequética na CNBB Sul 4, dom Jacinto Inácio Flach, lembrou que a missão de um catequista é de extrema importância na Igreja, comparando-a à tarefa de encontrar e compartilhar um tesouro, o Reino dos Céus, com aqueles que ainda não o conhecem. Ele destacou que o verdadeiro valor da missão está na humildade e no serviço aos outros, sem vaidade ou orgulho. Os catequistas são chamados a serem exemplos de fé, mestres e guias para os fiéis, sempre apoiados por uma vida de oração e zelo apostólico.

Ainda em Santa Catarina, a diocese de Joinville realiza, na próxima quinta-feira, 29, a instituição do Ministério para mais 53 catequistas, “destacando a importância do leigo no trabalho da Evangelização na Igreja”. A Missa de Instituição do Ministério do Catequista será transmitida ao vivo pelo Facebook da diocese.

Distrito Federal

Em Brasília (DF), o arcebispo, cardeal Paulo Cezar Costa, presidiu a Missa com a instituição de 96 ministros catequistas. No ano passado, foram iniciadas as formações sobre o tema e dom Paulo pediu indicações de nomes para as paróquias do Distrito Federal, de modo a realizar o itinerário formativo indicado no Documento 112 da CNBB – Critérios e itinerários para a Instituição do Ministério de Catequista. O subsecretário adjunto de Pastoral da Conferência, padre Jânison de Sá Santos, contribuiu ativamente nesse processo.

Em sua homilia na missa de ontem, dom Paulo destacou que o catequista é como um pedagogo, que “vai conduzindo aquele/aquela que se encontrou com Cristo no aprofundamento do mistério, formando discípulos e discípulas, discípulos missionários”.

    “O catequista é um servidor do povo de Deus, alguém que alargou a sua dimensão de servir, de se doar na vida da comunidade. É alguém que, a partir do momento que afirmou o primado de Deus na sua vida, alargou a sua capacidade de servir, de amar, de se doar, nessa missão bonita e fundamental de formar discípulos e discípulas”, afirmou.

A coordenadora arquidiocesana da Catequese, Brasiliana de Castro Pereira, agradeceu em nome do grupo privilégio de receber o Ministério de Catequista, num momento histórico para a arquidiocese. “Desejamos manifestar nosso júbilo por termos sido contemplados pelo amor e pela misericórdia do Senhor, que vê em nós capacidade para assumirmos mais um serviço a Deus e a esta Igreja”, afirmou.

Bahia e Sergipe

Já no Regional Nordeste 3 da CNBB, serão 26 homens e mulheres que se dedicam a anunciar o Reino de Deus nas arquidioceses e dioceses da Bahia e de Sergipe que receberão o Ministério de Catequista. A Missa com o rito de Instituição aconteceu nesta segunda-feira, 26 de agosto, às 17h, na Basílica Santuário Senhor Bom Jesus do Bonfim, em Salvador (BA). Presidiu a eucaristia o arcebispo de São Salvador da Bahia e primaz do Brasil, cardeal Sergio da Rocha.

A instituição em âmbito regional ocorre por ocasião da 61ª Assembleia que reunirá os bispos do Regional Nordeste 3 da CNBB. A celebração eucarística foi transmitida, em tempo real, pelo Youtube.

Fonte: CNBB

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Verdade e justiça: Papa se une ao apelo de familiares das vítimas de explosão em Beirute

No dia 4 de agosto de 2020, um incêndio eclodiu no Armazém 12 no Porto de Beirute, no Líbano. Bairros inteiros foram destruídos, 220 pessoas morreram e mais de 6.500 ficaram feridas. Passados quatro anos, ainda falta saber exatamente o que aconteceu e julgar os responsáveis, que têm recebido proteção para postergar o processo judicial.

Vatican News

O Papa Francisco teve um encontro emocionante na manhã desta segunda-feira (26/08), no Vaticano, ao receber os familiares das vítimas da explosão no porto de Beirute, no Líbano, ocorrida quatro anos atrás.

“Rezei muito por vocês e por seus caros, e ainda rezo, unindo as minhas lágrimas às suas. Hoje agradeço a Deus por poder encontra-los e expressar pessoalmente a minha proximidade.”

Francisco consolou os presentes afirmando que o Pai celeste conhece um por um os rostos das vítimas, citando de modo especial uma criança de nome Alexandra. 

“Com vocês, peço verdade e justiça, que não chegou: verdade e justiça”, prosseguiu o Pontífice, reconhecendo que a questão é complicada e espinhosa, já que pesam sobre ela poderes e interesses conflituosos. “Mas a verdade e a justiça devem prevalecer sobre tudo”, acrescentou. “Passaram-se quatro anos. O povo libanês, e vocês por primeiro, têm direito a palavras e fatos que demonstrem responsabilidade e transparência.”

A seguir, o Papa fez uma menção à guerra entre Palestina e Israel, da qual o Líbano também paga um preço, e recordou que toda guerra deixa o mundo pior do que antes, pois se trata de uma falência da política e da humanidade.

“Com vocês, imploro do Céu a paz que os homens custam a construir na terra”, afirmou Francisco, acrescentando que o Líbano é e deve permanecer um projeto de paz, o país é em si uma mensagem de paz, como diziam seus predecessores, mas que hoje está martirizado. 

Por fim, o Pontífice manifestou seu agradecimento aos membros da Igreja libanesa que estiveram e estão ao lado dos que sofrem. “Vocês não estão sós e não os deixaremos sós, mas permaneceremos solidários através da oração e da caridade concreta”, garantiu. 

Francisco se despediu com essas palavras: “Em vocês vejo a dignidade da fé, a nobreza da esperança”. Os cedros, símbolo do país, são um convite a elevar o olhar ao Céu, “em Deus está a nossa esperança, aquela que não desilude”. “Que a Virgem Maria, do seu Santuário de Harissa, sempre proteja vocês e o povo libanês”, concluiu o Papa, concedendo sua bênção apostólica. 

Fonte: Vatican News

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Papa aos Oblatos de São José: os jovens precisam de Deus

O Papa Francisco recebeu nesta manhã de segunda-feira (26/08), no Vaticano, os participantes 18º Capítulo geral dos Oblatos de São José, os Josefinos de Asti de São José Marello.

Silvonei José – Vatican News

“Os jovens não precisam de nós: eles precisam de Deus! E quanto mais vivermos em sua presença, mais seremos capazes de ajudá-los a encontrá-lo, sem protagonismo desnecessário e tendo em mente apenas a salvação e a felicidade plena deles”: foi o que disse o Papa Francisco recebendo nesta manhã de segunda-feira (26/08), no Vaticano, os participantes 18º Capítulo geral dos Oblatos de São José, os Josefinos de Asti de São José Marello. O Pontífice iniciou saudando o padre Jan Pelczarski, reeleito Superior Geral para o segundo mandato, os Conselheiros, e todos os presentes e toda a “Família Josefino Marelliana”: irmãs, leigos e jovens.

Francisco então confidenciou que sua família também é originária de Asti. “Temos raízes comuns naquela terra do Piemonte, que deu origem ao seu fundador, São José Marello”, disse.

O Papa recordou que como guia para o trabalho capitular, eles escolheram as palavras de São Paulo a Timóteo: “Lembro-te de reavivar o dom de Deus que está em ti” (2Tm 1,6).

“São palavras exigentes, com as quais vocês – disse - se reconhecem como beneficiários de um dom - a santidade do Fundador, o carisma e a história de sua Congregação - e se comprometem a assumir as responsabilidades que dele derivam: conservar e tornar frutíferos os talentos que receberam, colocando-os hoje a serviço dos irmãos”.

E essas duas atitudes - gratidão e responsabilidade - continuou o Papa -, lembram bem a figura de São José, o guardião da Sagrada Família, que é o modelo, o inspirador e o intercessor de sua Congregação.

Francisco então enfatizou três dimensões da existência de José de Nazaré, importantes também para a vida religiosa e para o serviço que eles prestam na Igreja: o escondimento, a paternidade e atenção aos últimos.

Primeiro: o escondimento. São José Marello resumiu esse valor com o lema: “cartuxos em casa e apóstolos fora de casa”, e isso é muito importante. É importante antes de tudo para vocês, para que saibam como enraizar sua vida de fé e sua consagração religiosa em um “estar” diário com Jesus. Não vamos nos iludir, - disse o Papa - "sem Ele não estamos de pé".

É por isso que os encorajo – continuou - a cultivarem sempre uma vida intensa de oração, por meio da participação nos Sacramentos, da escuta e da meditação da Palavra de Deus, da Adoração Eucarística, tanto pessoal quanto comunitária.

“E tudo isso também refletirá positivamente em seu apostolado, especialmente naquela missão que os caracteriza como “apóstolos dos jovens”. Os jovens não precisam de nós: eles precisam de Deus!

Nossos jovens, enfatizou Francisco, - mas, na verdade, um pouco todos nós - vivem em um mundo feito de exterioridade, onde o que conta é aparecer, ganhar aprovação, ter sempre novas experiências. Porém, uma vida vivida apenas “fora” deixa a pessoa vazia por dentro, como alguém que passa o tempo todo na rua e deixa sua casa cair em ruínas por falta de cuidado e amor. “Façam de seus corações, suas comunidades, suas casas religiosas, lugares onde se possa sentir e compartilhar o calor da familiaridade com Deus e entre irmãos e irmãs”.

Segundo: a paternidade. As palavras que São José Marello escreveu ao padre Estêvão Delaude são muito significativas a esse respeito: “pobre juventude, muito abandonada e negligenciada, pobre geração em crescimento, muito deixada à mercê de você mesmo!”.

“Sente-se aqui o coração de um pai, que se comove com a beleza de seus filhos humilhados pela indiferença e pelo desinteresse daqueles que deveriam ajudá-los a dar o melhor de si. E, na mesma carta, ele continua a considerar como é injusta e estéril a atitude daqueles que se limitam a criticar essa juventude, abandonada e desorientada”.

 “E assim – destacou o Papa - ele quer que vocês sejam, atentos ao bem integral dos jovens, concretamente presentes ao lado deles e de suas famílias, especialistas na arte maiêutica de bons formadores, sabiamente respeitosos com os tempos e as possibilidades de cada um.

E, finalmente, atenção aos últimos. Uma das coisas que chama a atenção no santo marido de Maria é a fé generosa com a qual ele acolheu em sua casa e em sua vida um Deus que, contrariando todas as expectativas, se apresentou à sua porta no filho de uma jovem frágil, sem possibilidade de recriminação. Não havia nenhum direito que Maria e seu Filho pudessem humanamente reivindicar perante o santo Patriarca, exceto o de uma Presença que somente a fé poderia reconhecer e a caridade acolher. E José foi capaz de dar esse passo: ele reconheceu a presença real de Deus na pobreza deles e a fez sua, de fato a uniu à sua. Sim, porque o fato de acolhermos o último é isso.

"Não se trata de se rebaixar paternalisticamente à suposta “inferioridade” deles, mas de compartilhar com eles nossa própria pobreza".

É isso que nos ensina o fato de Deus ter se feito pobre; é isso que nos ensinou São José Marello, reservando em seu coração de pastor um lugar muito especial para as crianças mais problemáticas, para a “juventude pobre”, como ele gostava de dizer, e é isso que o Senhor nos chama a fazer hoje.

E o Papa conclui: "gostaria de lhes contar algo que me faz rir. Dizem, que tenho em meu quarto um quadro de São José dormindo; mas se diz que em sua vida ele não conseguia dormir, sofria de insônia, porque todas as vezes que adormecia mudava sua vida. [rindo] Isso, fora do texto, hein?! está fora do texto. [...] O homem que permite que sua vida seja mudada: e isso me deixa muito feliz em pensar assim, é corajoso..". Fonte: Vatican News

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Papa recebe em audiência o novo embaixador do Equador junto à Santa Sé

Jorge Edmundo Uribe Pérez apresentou as cartas credenciais ao Pontífice, começando a sua missão no Vaticano. Ele já foi presidente e membro ativo da Sociedade Equatoriana de Defesa da Tradição, Família e Propriedade, entidade cívica sem fins lucrativos dedicada a esses três valores fundamentais da vida social cristã.

Andressa Collet - Vatica News

O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã desta segunda-feira (26) o novo embaixador do Equador junto à Santa Sé, Jorge Edmundo Uribe Pérez. Com a apresentação das cartas credenciais ao Pontífice, ele começa a sua missão no Vaticano.

O novo embaixador nasceu em 7 de setembro de 1952, é casado e tem uma filha. Os estudos primários e secundários foram completados no Colégio Espírito Santo da cidade de Guayaquil, no Equador, administrado pelos padres claretianos. Ainda cursou dois anos Direito na Universidade Católica no mesmo município e estudou História Universal, com ênfase em Filosofia da História, além de frequentar um curso de Alta Gerência na IDE Business School (2017).

Jorge Edmundo Uribe Pérez já foi presidente da Sociedade Equatoriana de Defesa da Tradição, Família e Propriedade - T.P.F. (1974), além de membro ativo da mesma entidade cívica sem fins lucrativos dedicada a esses três valores fundamentais da vida social cristã (1975 - 1986). Além disso, ocupou o cargo de diretor da Associação de Exportadores de Banana do Equador - A.E.B.E. (2018 - 2023) e foi fundador e presidente-executivo da Tropicalfruit Export S.A. (2018 - 2023). Jorge Edmundo Uribe Pérez é também membro ativo do Pontifício Instituto Arautos do Evangelho. 

Fonte: Vatican News

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Mensagem do Papa à 74ª Semana Litúrgica Italiana

A Semana Litúrgica tem como tema “Na liturgia, a verdadeira oração da Igreja”. Povo de Deus e ars celebrandi. “Fruto dos lábios que confessam o seu nome“ (Hb 13,15)”.

Silvonei José - Vatican News

O Secretário de Estado vaticano, cardeal Pietro Paroli enviou a dom Erio Castellucci, Arcebispo de Modena-Nonantola e Bispo de Carpi, em nome do Santo Padre, uma mensagem por ocasião dos trabalhos da 74ª Semana Litúrgica Italiana, promovida pelo Centro de Ação Litúrgica e acolhida pela Igreja de Modena-Nonantola, rica de história e de dons de santidade.

O Papa Francisco, ao dirigir sua saudação a todos aqueles que participarão da Semana como organizadores, palestrantes, conferencistas e voluntários, assegura uma especial recordação na oração, para o melhor êxito das sessões de estudo e dos momentos celebrativos.

A Semana Litúrgica tem como tema “Na liturgia, a verdadeira oração da Igreja”. Povo de Deus e ars celebrandi. “Fruto dos lábios que confessam o seu nome“ (Hb 13,15)”.

A mensagem sublinha que esse tema nos leva de volta à especificidade da oração litúrgica, que evita todas as formas de individualismo e divisão. Ela é, de fato, “participação na oração de Cristo, dirigida ao Pai no Espírito Santo”; é participação no sopro amoroso da Igreja-Esposa, que faz se sentir parte da comunidade dos discípulos de todos os lugares e tempos; é escola de comunhão que liberta o coração da indiferença, encurta a distância entre irmãos e irmãs e se conforma aos sentimentos de Jesus; é via mestra que nos transforma, educando-nos na Igreja para a vida boa do Evangelho.

Na sua mensagem, recordando Romano Guardini, afirma que a Liturgia “introduz toda a amplitude da verdade na oração; de fato, ela não é outra coisa senão o dogma rezado, a verdade revivida pela oração”. As palavras do grande teólogo reiteram a evidência da dimensão objetiva da liturgia, que “pede para ser celebrada com fervor, para que a graça derramada no rito não se disperse, mas chegue à experiência vivida de cada pessoa”.

Em sua Carta Apostólica sobre a Formação Litúrgica, o Papa Francisco recorda que os gestos próprios da assembleia, como o recolhimento, as posturas corporais, o silêncio, as expressões de voz, o envolvimento dos sentidos, são os modos pelos quais ela participa da celebração. Ele acrescenta que “realizar o mesmo gesto todos juntos, falar com uma só voz, transmite aos indivíduos a força de toda a assembleia.

Partindo dessas perspectivas, o Santo Padre desejou dar aos participantes algumas prioridades concretas para focalizar sua reflexão sobre a Liturgia como a “verdadeira” oração da Igreja.

O primeiro compromisso, que é exigido de nós, - destaca a mensagem -, é redescobrir a coralidade da oração litúrgica, por meio da qual, unindo-nos à língua materna da Igreja, nos tornamos um só corpo e uma só voz. Santo Agostinho nos lembrou da profunda relação de nossa oração com Cristo: quando rezamos, falamos com Deus, é o próprio Jesus que “reza por nós, reza em nós e é rezado por nós. [...] Reconheçamos, portanto, nossas vozes nele e as vozes dele em nós”. A beleza da verdade da oração cristã está justamente nesse entrelaçamento de vozes, que poderíamos chamar corretamente de coralidade.

O segundo aspecto proposto para seu compromisso com a pastoral litúrgica é a relação com o canto sacro. A música na liturgia não é um elemento ornamental, mas parte integrante e necessária dela (Sacrosanctum Concilium, 112), contribuindo, juntamente com as outras linguagens de que a liturgia é composta, para a epifania do mistério celebrado. De fato, no canto, os fiéis vivem e expressam sua fé. São Paulo VI escreveu sabiamente a esse respeito: “Se os fiéis cantam, não abandonam a Igreja; se não abandonam a Igreja, conservam a sua fé e a sua vida cristã”. O Papa recomenda, portanto, um cuidado especial, especialmente na celebração da Eucaristia dominical, recordando como no canto, através da concordância das vozes, se exprime a união espiritual dos que se comunicam, se manifesta a alegria do coração e se evidencia o caráter comunitário dos que se aproximam para receber a Eucaristia.

A terceira diz respeito ao silêncio para o qual a liturgia nos educa, como demonstram os constantes lembretes na sinaxe eucarística do ato de calar. O Papa, portanto, nos pede para contrariar o frenesi, o barulho e a tagarelice que nos minam na vida cotidiana, valorizando o silêncio sagrado, gesto eloquente, tempo favorável e espaço fecundo para permanecer no amor do Senhor, cultivar o olhar contemplativo, aprofundar a oração do coração e deixar-se transformar pelo Espírito.

A quarta e última dimensão que o Santo Padre confia aos cuidados dos participantes é a promoção da ministerialidade litúrgica, como fruto do ser Igreja de Pentecostes. A partir desse ponto de vista, e não de uma perspectiva funcional, é importante ler os ministérios a serviço da liturgia: neles, de fato, manifesta-se a diversidade dos dons que o Espírito Santo suscita na comunidade cristã. A presença de uma ministerialidade diversificada, alimentada pela comunhão em Cristo, nutre a participação ativa da assembleia e promove a corresponsabilidade na missão, manifestando, em termos concretos, a natureza sinodal da Igreja.

Na conclusão da mensagem o cardeal Parolin destaca que o Santo Padre, ao enviar a sua bênção a todos os participantes, espera que essas dimensões estimulem as comunidades cristãs a viver a oração litúrgica como um encontro com o Senhor Ressuscitado e com o seu Corpo que é a Igreja.

Fonte: Vatican News

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Oração ao Beato João Paulo I

Por ocasião da memória litúrgica do Beato João Paulo I, a postulação para a causa de canonização divulga a nova oração composta para implorar a intercessão do Beato e pedir sua canonização. Em 26 de agosto de 1978, João Paulo I foi eleito sucessor de Pedro.

por Stefania Falasca*

Hoje, 26 de agosto, celebra-se a memória litúrgica do Beato João Paulo I - Albino Luciani (1912-1978). Beatificado em 4 de setembro de 2022 na Praça São Pedro pelo Papa Francisco, a memória do Beato João Paulo I é celebrada no dia de sua eleição ao pontificado. Após um conclave rapidíssimo, que durou apenas vinte e seis horas, com um consenso quase plebiscitário, em 26 de agosto de 1978, Albino Luciani subiu ao trono de Pedro. Ou melhor, ele desceu, como Servus servorum Dei (servo dos servos de Deus), abaixando-se ao vértice da autoridade, que é o serviço desejado por Cristo, já que na agenda pessoal do pontificado ele assinava, ao final, com estas palavras: «Servos, não senhores da Verdade». O exato momento de sua eleição como Bispo de Roma foi lembrado pelo cardeal argentino Eduardo Francisco Pironio da seguinte forma: «Eu estava bem na frente dele e o observava. E estávamos todos os cardeais à espera do seu sim. Seu sim a Cristo, um sim à Igreja como servo, um sim à humanidade como bom pastor. Eu o vi com uma serenidade profunda, que provinha de uma interioridade que não se improvisa». Por ocasião de sua memória, a postulação divulga hoje a nova oração composta para implorar a intercessão do Beato e pedir sua canonização:

Beato João Paulo I,

tu que, com a palavra e o exemplo, nos ensinaste a viver a graça do Batismo e o dom da fé, da esperança e da caridade;

tu que foste modelo de simplicidade evangélica e nos indicaste a sabedoria da humildade;

tu que, como Pontífice, te fizeste próximo de todos e, como mensageiro da Boa Nova, manifestaste amor pelos pobres e testemunhaste a misericórdia eterna de Deus, que é pai, e mais ainda, é mãe;

tu que perseguiste a unidade, o diálogo e a paz, seguindo Cristo, Príncipe da Paz;

reza pela Igreja que tanto amaste e serviste, reza por nós, teus filhos, e concede-nos do Senhor a graça de te seguir no caminho das virtudes e das Bem-aventuranças.

Concede-nos agora, Senhor, pela intercessão do Beato João Paulo I, a graça que com fé Te imploramos...

E, se essa for a Tua vontade, permite que ele seja canonizado para a glória do Teu nome e para o bem da Tua Igreja.

Por Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

IMPRIMATUR OFFICIUM POSTULATORIS

A atualidade da mensagem

No encargo «único e singular da Cátedra Romana “que preside à caridade universal”», o pontificado de Albino Luciani começou em 26 de agosto de 1978 com gestos que testemunhavam a firme vontade de redescobrir a dimensão essencialmente pastoral do ofício papal. Entre esses gestos, é notável que a primeira decisão tomada logo após sua eleição tenha sido a de não abrir imediatamente o Conclave, convidando os cardeais mais idosos que ficaram de fora a ouvirem, junto com o restante do Colégio, sua primeira mensagem ao mundo. Naquela mensagem Urbi et Orbi, pronunciada em 27 de agosto de 1978, delineava-se com clareza não só o rumo de seu pontificado, mas também seis programáticos «Queremos». «Queremos», nos quais ele repetidamente declarava em todos os sentidos a intenção de continuar a implementação do Concílio Vaticano II, preservando seu legado e evitando desvios. Estes são os seis «queremos» pontuados por João Paulo I: «Queremos continuar na implementação do legado do Concílio Vaticano II, cujas normas sábias ainda precisam ser levadas à conclusão [...]. Queremos preservar intacta a grande disciplina da Igreja... tanto no exercício das virtudes evangélicas quanto no serviço aos pobres, humildes, indefesos [...]. Queremos lembrar a toda a Igreja que seu primeiro dever continua sendo a evangelização para anunciar a salvação [...]. Queremos continuar o compromisso ecumênico... com atenção a tudo o que possa favorecer a união [...]. Queremos prosseguir com paciência e firmeza naquele diálogo sereno e construtivo que Paulo VI colocou como base e programa de sua ação pastoral [...]. Queremos, finalmente, favorecer todas as iniciativas que possam proteger e promover a paz em um mundo perturbado».

Essas são exatamente as prioridades em pauta de um Pontífice que, com clareza, pretendia trilhar e fez a Igreja avançar pelas principais estradas indicadas pelo Concílio. «Vou explicar. Eu estava no Concílio e assinei em 1962 a mensagem dos Padres ao mundo... Assinei também a Gaudium et spes», afirmou durante a Audiência Geral sobre a esperança em 20 de setembro. «Quando Paulo VI lançou a Populorum progressio, fiquei emocionado, entusiasmado, falei, escrevi. Ainda hoje estou realmente convencido de que nunca se fará o suficiente por parte da hierarquia, do Magistério, para insistir, para recomendar o diálogo sereno e construtivo, os grandes problemas da liberdade, da promoção do desenvolvimento, do progresso social, da justiça e da paz; e os leigos nunca se comprometerão o suficiente para resolver esses problemas». E a afirmação que segue — omitida nas edições oficiais —, embora imediatamente contestada pelas chancelarias, ainda conduz diretamente aos compromissos listados que tecem e caracterizam seu breve pontificado, em particular no que diz respeito à busca pela paz: «Nestes momentos, recebemos um exemplo de Camp David. Anteontem, o Congresso americano irrompeu em aplausos que também ouvimos quando Carter citou as palavras de Jesus: “Bem-aventurados os pacificadores”. Eu realmente espero que esses aplausos e essas palavras entrem no coração de todos os cristãos, especialmente de nós, católicos, e nos tornem verdadeiramente operários e promotores da paz».

Além disso, justamente o incentivo à reconciliação e à fraternidade entre os povos, convidando à colaboração para «a construção, a promoção tão vulnerável da paz em um mundo perturbado» e conter os nacionalismos, assim como, dentro das nações, «a violência que apenas destrói e semeia apenas ruínas» — juntamente com o compromisso ecumênico e inter-religioso, documentado pela intensa agenda de audiências com representantes de Igrejas não católicas —, foi colocado como prioridade no discurso programático de João Paulo I.

O compromisso ecumênico e inter-religioso para a unidade, a fraternidade e a paz permeou todo o mês de seu pontificado. E é significativo que a vontade de favorecer a unidade com as Igrejas irmãs do Oriente, como já na homilia de 3 de setembro, tenha mencionado nos cumprimentos a todo o povo, após os cardeais, os patriarcas das Igrejas orientais, uma menção que foi posteriormente removida do texto oficial.

Em 2 de setembro, ele encontrou em audiências sucessivas na biblioteca privada os delegados de numerosas confissões não católicas que estiveram presentes na celebração de 3 de setembro. O Papa expressou o desejo de continuar o diálogo entre as comunidades cristãs iniciado pelo Concílio e de buscar na oração a unidade desejada por Cristo. Também na manhã de 5 de setembro, dedicou-se às audiências com as delegações das Igrejas e comunidades não católicas reunidas em Roma e, durante essas audiências, morreu repentinamente em seus braços o metropolita da Igreja Ortodoxa Russa Nikodim (1929-1978), metropolita de Leningrado e Novgorod, exarca patriarcal para a Europa Ocidental e presidente do escritório do patriarcado de Moscou para as relações entre as Igrejas ortodoxas e as outras Igrejas.

Essas são perspectivas que retornam também no discurso ao corpo diplomático realizado em 31 de agosto, no qual define a natureza e a peculiaridade da ação diplomática da Santa Sé que nasce de um olhar de fé e se dirige — na esteira «da Constituição conciliar Gaudium et spes, como em tantas mensagens do saudoso Paulo VI» — no caminho da grande diplomacia que muitos frutos deu à Igreja, alimentando-se da caridade. Em continuidade com João XXIII e Paulo VI, João Paulo I ilustra a contribuição que a Igreja pode dar à construção de uma humanidade baseada na fraternidade: tanto ao nível internacional, colaborando na busca das melhores soluções para a paz, a justiça, o desenvolvimento, o desarmamento e a ajuda humanitária, quanto ao nível pastoral, colaborando na formação das consciências dos fiéis e de todos os homens de boa vontade.

Assim, em 4 de setembro, recebendo os mais de cem representantes das missões internacionais, retomou os mesmos temas, destacando como «nosso coração está aberto a todos os povos, a todas as culturas e a todas as raças» e afirmou: «Não temos, certamente, soluções milagrosas para os grandes problemas mundiais, mas podemos oferecer algo muito precioso: um espírito que ajude a resolver esses problemas e os coloque na dimensão essencial, que é a abertura aos valores da caridade universal... para que a Igreja, humilde mensageira do Evangelho a todos os povos da terra, possa contribuir para criar um clima de justiça, fraternidade, solidariedade e esperança sem a qual o mundo não pode viver».

Bastam essas considerações claras e fundamentais pronunciadas há quarenta e cinco anos por um Papa que esteve no Trono de Pedro por 34 dias para refletirmos sobre a urgente atualidade de sua mensagem, que se alinha com a do atual bispo de Roma. E o quão importante foi o gesto de instituir uma Fundação Vaticana dedicada a João Paulo I, para que sua herança teológica, cultural e espiritual possa ser plenamente retomada e estudada.

*Postuladora da causa de canonização de João Paulo I e vice-presidente da Fundação Vaticana João Paulo I.

Fonte: Vatican News

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Ruffini leva mensagem do Papa à Assembleia da Ceama: redescobrir a comunicação humana

Transformar a comunicação atual com a "sabedorida do coração", como indicado por Francisco, voltou a ser tema de reflexão em busca de uma cultura do encontro e do diálogo também no espaço da Conferência Eclesial da Amazônia, a Ceama. Reunida em assembleia em Manaus, contou com a participação virtual de Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério para a Comunicação. Em vídeo, ele citou inclusive o poeta brasileiro, Vinicius de Moraes.

Andressa Collet - Vatican News

"Acima de tudo, gostaria de dizer uma palavra. Uma palavra que, infelizmente, usamos cada vez menos. Obrigado. Kûekatu." Falando em espanhol, e inclusive usando uma expressão indígena, Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério para a Comunicação do Vaticano, começou o vídeo dirigido aos participantes 2ª Assembleia da Conferência Eclesial da Amazônia, a Ceama, que termina nesta segunda-feira (26/08) em Manaus. Ele colaborou em modalidade virtual da última sessão do evento de 4 dias, num painel sobre a missão da Ceama a partir da perspectiva do Vaticano, que também contou com a presença do cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral.

Os traços do Sínodo da Amazônia

"Ainda me lembro com gratidão e emoção do Sínodo para a Amazônia", continuou Ruffini no vídeo, ao afirmar que o encontro de Manaus dá provas de que "o caminho continua. Em frente. É importante estarmos juntos. Caminhar juntos. Traçar juntos o caminho de comunhão que nos une". Em seguida, o prefeito direcionou a mensagem para falar sobre a importância da comunicação para "proteger suas raízes e tecer a rede de nossa comunhão".

Ao citar o Papa Francisco, recordou o quanto o Pontífice refletiu sobre se fazer comunicação através do coração, e que esse coração não esteja endurecido. Como citou o próprio Delio Siticonatzi Camaiteri, membro do povo Ashaninca, que participou do Sínodo sobre a Amazônia, que, segundo Ruffini, é uma lição para todos: “não endureçam seus corações, vocês devem amolecer seus corações. Esse é o convite de Jesus. Ele nos convida a viver juntos. Acreditamos em um só Deus. Devemos permanecer unidos". E é para isso que deveria servir a comunicação, reforçou o prefeito: para unir o que está dividido, porque é um dom recíproco de Deus "que nasce da relação que se estabelece ao falar, ouvir e compreender o outro". Como escreve o Papa em Querida Amazonia, recorda Ruffini, reconhecendo o outro no seu modo.

Assembleia da Ceama testemunha união

Assim acontece com encontros como este, de Manaus, que ajudam a "redescobrir que já somos uma rede, para testemunhar a importância de estarmos unidos e a beleza da comunhão que nos une e nos fortalece". Mesmo distantes, reforça o prefeito em vídeo, é um trabalho eclesial conjunto em direção a um mundo melhor e a uma comunicação alternativa:

“Somente unindo nossos esforços poderemos realizar a mudança de que a humanidade precisa. Somente com uma boa comunicação poderemos superar a invasão colonizadora dos meios de comunicação de massa denunciada pelo Papa Francisco.”

O prefeito Paolo Ruffini também falou da responsabilidade de todos de se criar uma narrativa diferente e do bem para o sistema de comunicação, mesmo se com a exigência de uma formação permanente, baseado mais na humanidade do que na tecnologia das máquinas ou no cálculo algorítmico. Como afirma o documento final do Sínodo sobre a Amazônia: "precisamos de uma cultura comunicativa que favoreça o diálogo, a cultura do encontro e o cuidado com a nossa casa comum”, enfim, uma conversão ecológica integral com difusão do amor, do bem viver e da boa comunicação.

A cultura do amor por Vinicius de Moraes

E o Papa falou sobre essa cultura, continuou Ruffini, através da poesia de Vinicius de Moraes, um dos grandes artistas brasileiros do século XX, que escreveu:

"Sofre o mundo da transformação dos pés em borracha, (das pernas em couro, do corpo em pano e) da cabeça em aço. (Sofre o mundo da transformação das mãos em instrumentos de castigo e em símbolos de força. Sofre o mundo da transformação da pá em fuzil, do arado em tanque de guerra), da imagem do semeador que semeia na do autômato com seu lança-chamas, de cuja sementeira brotam solidões." |trecho integral de Vinicius de Moraes, A transfiguração pela poesia 1946|

Como diz Francisco, continuou Ruffini no vídeo, é preciso recuperar uma "sabedoria do coração" para saber ler e interpretar as novidades do nosso tempo - entre avanço tecnológico dos sistemas digitais e inteligência emocional - e "redescobrir o caminho de uma comunicação plenamente humana”. Um caminho de valorização da tradição dos povos amazônicos e de unidade diante do egoísmo, sem esquecer das "raízes da nossa comunicação" que devem ser mantidas nos corações. "Kûekatu", finalizou o prefeito Paolo Ruffini.

Fonte: Vatican News

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Já em atuação a primeira missão de busca e resgate de migrantes com apoio de bispos italianos

A missão 'Mare Jonio' no Mediterrâneo vai ganhar cobertura do inviado do Vatican News, que partiu a bordo da iniciativa organizada em conjunto com a Conferência Episcopal Italiana.

Joseph Tulloch - Trapani

Trapani é o ponto de partida da missão Sar (search and rescue - busca e resgate) lançada na última sexta-feira, 23 de agosto, pela Mediterranea Saving Humans, uma organização humanitária fundada por Luca Casarini que vem resgatando pessoas que tentam fazer a perigosa travessia marítima desde 2018. Esta é a primeira missão organizada em conjunto com a Fundação Migrantes da Conferência Episcopal Italiana.

Graças ao apoio dos bispos, o Mare Jonio - um rebocador reutilizado para as operações Sar da Mediterranea - será acompanhado por uma embarcação de apoio que transporta outros voluntários e pessoal médico, bem como um mediador cultural e um pequeno grupo de jornalistas. "É um barco de apoio preparado em conjunto com a Migrantes”, explica Pe. Mattia Ferrari, ”com dois diretores diocesanos de Fano e Caltanissetta a bordo. Essa é mais uma parte de uma colaboração com a Igreja que vem ocorrendo há anos e é composta, acima de tudo, por muitas relações e em vários níveis, desde paróquias e dioceses até a Igreja universal”.

Uma colaboração, explica o capelão da Mediterranea, que “vê a Igreja e as pessoas de boa vontade unidas, vindas de muitos mundos sociais e origens culturais diferentes, unidas em um amor visceral comum, como indica o Evangelho, por nossos irmãos e irmãs migrantes". É um percurso que se faz em conjunto, acrescenta Ferrari, “também por meio do resgate no mar e do salvamento de pessoas de naufrágios, de rejeições damos corpo à fraternidade, aquela fraternidade universal que não pode permanecer um valor abstrato, mas deve se tornar carne por meio de nossos corpos, nossas vidas, nossas relações”. Ir para o mar, portanto, também significa “quebrar esse muro de cinismo e indiferença”, a fim de “despertar as consciências, porque a sociedade está muito distraída e não podemos continuar a tolerar esse massacre contínuo de naufrágios e rejeições”. Devemos romper com tudo isso, e não sermos cúmplices, é o apelo de Padre Mattia.

Missão em andamento

A mídia do Vaticano está a bordo do navio Migrantes que, junto com o Mare Jonio, zarpou de Trapani. Ao deixar as águas italianas, o Mediterranea fez dois anúncios importantes. Primeiro, enfatizou que, em vista dos crescentes maus-tratos aos migrantes na Tunísia, não mais cooperaria com a guarda costeira tunisiana em operações de busca e resgate. Uma posição já tomada com relação à Líbia, pelo mesmo motivo. Em segundo lugar, a Mediterranea, com referência às diretrizes do governo italiano, que muitas vezes ordenou o desembarque de migrantes em portos distantes da área de resgate, anunciou que não aceitará mais ordens de desembarque em portos fora da Sicília.

Também a bordo do navio está Ibrahima Lo, um mediador cultural do Senegal, que chegou à Itália pela rota da Líbia, autor de dois livros que relatam a tragédia dos migrantes e que, junto com Pe. Mattia Ferrari e Luca Casarini, encontrou-se com o Papa na Casa Santa Marta em 2 de julho. “Estou a bordo porque quando eu tinha 16 anos fui resgatado no mar, estava em um bote com outras 120 pessoas. Agora estou a bordo de um navio que vai salvar vidas, que retorna ao local onde fui salvo, e farei o mesmo com meus irmãos e irmãs”.

Unidos por um “amor visceral"

Embora esse seja o primeiro empreendimento oficial compartilhado, a colaboração entre a Igreja e a Mediterranea vem de vários anos. O Papa Francisco tem se encontrado com frequência com membros da organização, expressando publicamente seu apoio. Em 2019, ele colocou um crucifixo adornado com um colete salva-vidas, doado a ele pela própria Mediterranea, no Palácio Apostólico do Vaticano.

Muitos bispos italianos também expressaram seu apoio à organização, que trabalha em estreita colaboração com o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. Antes da partida, o bispo de Trapani, Pietro Maria Fragnelli, visitou o navio de apoio para oferecer sua bênção e dar à tripulação um ícone feito especialmente para ele. “Esta”, explicou ele, "é uma missão de amor que vem a nós diretamente do Evangelho". A missão de hoje, de acordo com o prelado, indica uma colaboração que deve “crescer cada vez mais entre as forças civis e militares e, quem sabe, talvez nossa cultura também supere esse tipo de ideia de que o Mediterrâneo é uma barreira e não uma ponte”.

As Nações Unidas estimam que, somente em 2023, mais de 212 mil migrantes e refugiados tentaram atravessar o Mediterrâneo central a partir da Argélia, Líbia e Tunísia. Aproximadamente 3 mil perderam suas vidas no mar, um número certamente muito distante do real.

Fonte: Vatican News

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As virtudes políticas para a amizade social

A melhor forma de perder uma eleição apesar de ganhar pelos resultados é jogar fora os valores, a espiritualidade e a moral que dão consistência aos candidatos.

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz -  Bispo  de Campos (RJ)

Ao iniciar-se o período de Campanha para as eleições municipais em todo o Brasil, gostaria de elencar três virtudes que podemos considerar menores mas que no atual contexto de polarização e calcificação de atitudes que envergonham a sociedade civil, como o destempero, a intolerância e a agressividade de viés radical, justificam plenamente a sua citação.

A amabilidade nos ajuda a bem tratar os oponentes, com o decoro mas também com a deferência e a ternura que devemos oferecer a todos os seres humanos, facilitando o diálogo ou o entendimento necessário para o bem comum. A polidez nos lembra a educação, as boas maneiras civilizatórias ( da cidade ) que mantém o debate e a luta cívica e partidária, nos patamares da gentileza, do jogo limpo, do respeito e cordialidade necesssárias.

A nobreza de alma, claro está supõe caráter e boa índole, para ir além do conveniente e da impressão ou imagem, mas revela sentimentos puros e nobres que procedem certamente do Evangelho. Poderíamos acrescentar o bom humor testemunhado pelo padroeiro dos políticos católicos São Tomás Moro, atitude sempre lembrada  pelo Papa Francisco.

Os políticos que ajudaram a engrandecer nações com a sua trajetória e exemplo como Abraham Lincoln, Konrad Adenauer, De Gasperi, Giorgio La Pira, sempre faziam política com honra, princípios e sendo fiéis a sua consciência. A melhor forma de perder uma eleição apesar de ganhar pelos resultados é jogar fora os valores, a espiritualidade e a moral que dão consistência aos candidatos.

Lembrando que na Roma Antiga a palavra candidatos se referia a túnica alva e impoluta, que vestiam os que aspiravam aos cargos. Isto exigiria de nossa parte o compromisso de honra conosco mesmo de nunca trair a cidadania e o bem comum votando em candidatos desonestos, maleantes, perdulários que só querem se locupletar com o erário público sendo responsáveis pelo desatendimento e exclusão dos mais pobres e necessitados. Voto não tem preço, candidato sem ficha limpa não pode ser votado! Deus seja louvado! Fonte: Vatican News

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Cardeal Czerny escuta a realidade das igrejas do Regional Norte1

Prefeito do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral: escutar “para descobrir exatamente o que podemos oferecer para ajudar”.

Padre Modino – Regional Norte 1 da CNBB

A escuta é uma atitude muito importante no Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral. Ouvir as igrejas locais para estar perto dos territórios e poder acompanhá-las melhor é algo comum, que teve mais um episódio na reunião entre o prefeito do Dicastério, Cardeal Michael Czerny, a coordenadora regional para as Américas, Cecilia Barja, e as igrejas locais do Regional Norte1, onde estavam presentes alguns dos bispos, a secretária executiva do Regional, o coordenador pastoral da Arquidiocese de Manaus e o reitor do Seminário São José.

O ponto de partida foi uma pergunta: O que impede uma vida digna para as pessoas em suas dioceses? Os participantes da reunião descreveram a situação em cada igreja local. Uma realidade marcada pela presença de uma grande diversidade de povos indígenas, dos que muitos agradecem à Igreja por ter lhes ajudado em seu processo educativo, que hoje lhes permite ser estudantes universitários, mas também com muitos deles ameaçados pelo drama da bebida alcoólica, que cria dependência entre os jovens, destruindo a vida das comunidades. Nessas comunidades, como acontece na diocese de São Gabriel da Cachoeira, o suicídio, sobretudo dos jovens, é uma realidade muito presente.

Igrejas com dificuldades financeiras, com insuficiência de clero e Vida Religiosa, que tem grande participação do laicato, com uma experiência dos ministérios muito positiva, que acompanha as periferias, os migrantes e os povos indígenas, cada vez mais ameaçados pelo Marco Temporal, que nega os direitos reconhecidos na Constituição brasileira. Uma região onde as mudanças climáticas têm impactado cada vez mais no povo, provocando o empobrecimento do povo e dificuldade para a Igreja se fazer presente nas comunidades. Uma região onde o narcotráfico exerce um controle cada vez maior, aumentando o uso de drogas, de álcool e a violência contra mulheres e crianças.

No Regional Norte1 é cada vez mais evidente e estado mínimo por parte do poder público, pudendo se falar de governos truculentos, manipulados por grupos de poder, que acabam enfraquecendo todas as políticas públicas. Isso se traduz em condições de moradia muito precárias, ocupações nas periferias dominadas pelo narcotráfico, sucateamento da saúde, e talvez de modo proposital, um sucateamento da segurança pública. A mobilidade humana é muito grande e muitas pessoas vivem nas ocupações em condições inumanas, tendo se dado um aumento dos pedintes, da população de rua, da fome, do trabalho informal, motivado pelo esvaziamento do poder público sem serviços sociais.

O garimpo ilegal é uma ameaça, difícil de ser combatido, cooptando os indígenas e as comunidades ribeirinhas. Um fenómeno ligado ao narcotráfico, ao tráfico de mulheres, a exploração sexual. Além disso, a contaminação provocada pelo garimpo provoca problemas neurológicos. Os migrantes sofrem violência nos centros de acolhida governamentais, muitas mulheres não querem ficar mais lá, muitos vivem na rua, e são vítimas de situações análogas ao trabalho escravo. Em algumas regiões, o turismo está ligado à exploração sexual e biopirataria. As queimadas, motivadas pelo grande avanço do agronegócio, é outra realidade presente.

As igrejas do Regional Norte1 têm se empenhado em acompanhar as crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual, existindo grande comunhão das dioceses para acompanhar e superar essa situação. Nos próximos messes, será inaugurada em Manaus uma casa de acolhida com essa finalidade de atendimento, onde também serão atendidas crianças das outras igrejas locais. Os bispos insistem em que as igrejas estão muito engajadas em dar sua contribuição para superar esse problema.

Diante dessa conjuntura, o Cardeal Michael Czerny afirmou que o peso dos problemas é muito grande. O prefeito do dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, afirmou que, do ponto de vista do dicastério, “não estamos lá para resolver os problemas, mas para acompanhar os processos que, em última análise, devem ser resolvidos pelo povo”. Do ponto de vista do Dicastério, o desafio é realizar um acompanhamento adequado e criativo. Em vista das enormes necessidades, o Cardeal Czerny destacou que é algo que “me deixa sem palavras”, agradecendo aos participantes pelo que compartilharam. Nesse sentido, “esperamos poder ajudar de alguma forma e descobrir precisamente o que podemos oferecer para ajudar no trabalho pastoral de acompanhar essas pessoas para que possam viver uma nova realidade”, destacou.

Relembrando sua presença no Panamá nos últimos dias, onde participou de um encontro regional para uma pastoral migratória coordenada da Colômbia ao Canadá, ele enfatizou que foi “uma reunião positiva por causa da possibilidade de ajudar além das dioceses e dos países”. Uma oportunidade para aproveitar a realidade, para ser uma Igreja que colabora mantendo a diversidade, um ponto-chave da reforma do Papa Francisco. Nesse sentido, ressaltou que “escutar uns aos outros já ajuda nesse sentido”, destacando a possibilidade de caminhar juntos, tornando a sinodalidade uma realidade.

Fonte: Vatican News

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Encerrou-se nesta segunda-feira, em Manaus, a 2ª Assembleia da CEAMA

“Oportunidade de crescermos em comunhão com Deus, uns com os outros e com a Amazônia”. O encontro teve início no dia 23 de agosto.

Padre Modino – Regional Norte 1 da CNBB

A 2ª Assembleia da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), que foi sendo realizada em Manaus de 23 a 26 de agosto de 2024, com o tema “Cristo aponta para a Amazônia: Comunhão, Missão e Participação”, e o lema “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5), teve início com uma celebração eucarística e a abertura oficial do evento.

Na Eucaristia, o arcebispo local, Cardeal Leonardo Ulrich Steiner, comparou o Reino de Deus com “um modo de ser, um modo de conviver, um modo de amar, um modo de servir”, destacando na pessoa humana, “essa capacidade de estabelecer relações livres, recíprocas e solidárias”. Um Reino de Deus que “não conseguimos definir, mas que nos atrai”, afirmou. Segundo ele, nessa assembleia, “o Reino de Deus há de nos guiar, há de nos iluminar, perceber o como somos atraídos, não por uma organização, mas pelo Reino que fala”, insistindo em que “a beleza do Reino de Deus que nos atrai, que ele possa atingir os nossos passos nesses dias, as nossas discussões, as nossas reflexões, as nossas buscas”.

Na abertura da Assembleia, onde participa o prefeito do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, Cardeal Michael Czerny, após dar as mais cordiais boas-vindas em nome da presidência, o Cardeal Pedro Barreto, inspirado em Karl Rahner, afirmou que “estamos vivendo um tempo de graça, um Kairos, o tempo de Deus, o momento certo e oportuno para consolidar nossa identidade como CEAMA, expressão de uma Igreja Sinodal em Missão na Amazônia”, lembrando as palavras do Relatório Síntese da Primeira Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre Sinodalidade, que afirma: “em todos os contextos culturais, os termos 'sinodal' e 'sinodalidade' indicam um modo de ser Igreja que articula comunhão, participação e missão. Um exemplo disso é a Conferência Eclesial Amazônica (CEAMA), fruto do processo missionário sinodal naquela região”.

Uma referência que, nas palavras de seu presidente, motiva a CEAMA “a continuar caminhando junto e empenhada em fortalecer nossos laços em uma Igreja Sinodal em Missão”. Para isso, o cardeal Barreto vê a assembleia como “a oportunidade de crescermos em comunhão com Deus, uns com os outros e com a Amazônia”, vendo como necessária a participação de todos e de cada um. Para isso, pediu que, a exemplo de Maria, “escutemos, discirnamos e coloquemos em prática o que o Espírito nos inspira para sermos uma Igreja sinodal em Missão que peregrina na Amazônia” e, junto com isso, que “o Espírito Santo seja o protagonista”.

Junto com o presidente, falaram os vice-presidentes, que definiram a assembleia como “um momento significativo para nossa Igreja aqui na Amazônia, aonde cada vez mais vamos buscando novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”, como destacou a irmã Laura Vicuña Pereira Manso, que recordou a metodologia de conversa no Espírito utilizada para preparar esta assembleia, “um momento de fortalecermos, de consolidarmos esses novos caminhos que tanto buscamos aqui na Amazônia, e também fortalecer nossa caminhada na defesa da terra, na defesa da vida e na defesa dos direitos”.

Mauricio López convidou a assembleia a trazer “este Povo de Deus a caminho em cada lugar onde se encontrem, para que possam trazê-lo aqui presente”. Em um momento em que “as coisas não estão melhores para a Amazônia”, com a violência presente, ele chamou a mantê-la presente na assembleia. A partir da responsabilidade de cada um, questionou “o quanto temos feito essa semente frutificar”, chamando a não enterrar os talentos de cada um para que a CEAMA dê vida em abundância, para produzir e espalhar vida, com o pouco ou muito que temos.

Olhando para a segunda sessão da Assembleia Sinodal, ele disse que tem o mesmo desafio que a CEAMA: “buscar respostas concretas e substanciais que deem razão à nossa esperança e que façam o importante chamado que temos como CEAMA, uma pequena semente que cresce pouco a pouco, mas que pode continuar avançando para dar mais frutos”.

  Finalmente, o bispo auxiliar de Manaus e vice-presidente da CEAMA, dom Zenildo Lima, disse que a CEAMA “é mais experimentada do que conceituada, é uma experiência em construção, e porque uma experiência em construção, por vezes até temos necessidade de maior clareza”, uma dinâmica presente desde o Sínodo para a Amazônia, que diante da “necessidade de uma experiência que pudesse expressar a comunhão de todas as igrejas pan-amazônicas, não tínhamos muita clareza conceitual do que propor à Assembleia Sinodal, mas tínhamos uma certeza da experiência da qual nós tínhamos necessidade”.

Por isso, a assembleia “vai trazendo mais solidez a nossas compreensões, aos conceitos, a nossa autocompreensão”, mas acima de tudo, “vai ficando mais nítida a experiência”, vendo a assembleia como momento em que “a continuidade da experiência, vai nos tornando cada vez mais conscientes do papel da Igreja nessa construção de novos caminhos para a evangelização e para uma ecologia integral”.

Nesta segunda-feira foi apresentada a mensagem do prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini.

Fonte: Vatican News

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À espera do Papa, juntamente com os irmãos muçulmanos. Entrevista com o cardeal Ignazio Suharyo

"Todos os líderes religiosos estão realmente conscientes da sua responsabilidade de manter a vida social em harmonia. E se há casos isolados de conflito, é preciso referir que são poucos e pouco significativos face ao imenso território indonésio de 17 mil ilhas e à massa da população, 275 milhões de pessoas (...). Conflitos, quando ocorrem, muitas vezes não têm razões verdadeiramente religiosas, mas antes surgem quando a religião é utilizada para fins políticos."

por Paolo Affatato

Todos os anos, na festa islâmica do Sacrifício, a comunidade católica de Jacarta presenteia a comunidade muçulmana com uma vaca. E o imã da grande mesquita avisa a todos que que se trata de um presente e “vem dos nossos irmãos”, como conta à Agência Fides o cardeal indonésio Ignazio Suharyo Hardjoatmodjo, ao delinear o que ele define como “a alma da Indonésia”.

Na segunda parte da entrevista, o arcebispo de Jacarta começa pela rotina cotidiana vivida pelas comunidades católicas que se preparam para receber o Papa Francisco, e se concentra longamente em descrever a convivência fraterna entre fiéis de diferentes confissões como uma " conotação genética" do país de maioria islâmica mais populoso do mundo.

Como está estruturada a vida cotidiana da comunidade cristã no contexto de vocês?

Posso falar com pleno conhecimento dos fatos das paróquias da Arquidiocese de Jacarta, realidade em que existe uma ampla participação de fiéis na vida pastoral, nas liturgias, nas obras de caridade. As igrejas estão sempre lotadas, também com crianças e jovens. O modelo arraigado e, que funciona bem, é o das pequenas comunidades - no modelo das comunidades eclesiais de base - que chamamos na língua local de "lingkungan", termo que quer dizer "círculo", usado pela primeira vez em 1934 por Alberto Soejapranata. São pequenas comunidades de famílias cristãs que, em diferentes bairros, se reúnem em casas para compartilhar a leitura da Bíblia e rezar. É o modelo de paróquia “difundida”, não centralizada, que prospera nas periferias. Depois, em um caminho de sinodalidade, os representantes das lingkungan relatam as suas experiências e necessidades a toda a comunidade, “sal da terra, fermento para a massa, luz do mundo”. É um modelo de vida eclesial difundido especialmente na ilha de Java e é o modelo que, depois de cem anos de vida, fez da nossa Igreja o que é hoje: o objetivo é ser uma comunidade segundo a Gaudium et Spes, isto é, imersa no mundo, uma comunidade que acolhe as alegrias, as esperanças, as dificuldades e os sofrimentos da humanidade.

Cardeal Ignazio Suharyo explica como é seguir Jesus no país da "Pancasilla"

A primeira parte da entrevista com o Cardeal Suharyo foi publicada sexta-feira, 23 de agosto de 2024

O lema escolhido para a visita do Papa também parece aludir a tudo isto: “Fé, fraternidade, compaixão”

O dom da fé gera fraternidade e compaixão. E a compaixão parece ser uma característica distintiva do povo indonésio. Li um relatório internacional do World Giving Index, publicado pela Charities Aid Foundation: dizia que no período 2018-2023 o índice de doações do povo indonésio é o número um no mundo, entre 146 nações. É um índice que mede a generosidade e as doações voluntárias, em diversas emergências ou necessidades em nível internacional. Lembro-me que, em tempos de pandemia, muitos dos recursos necessários para os necessitados, em todos os âmbitos, provinham de doações privadas e, portanto, da compaixão de cada cidadão.

Nós, cristãos, inspiramo-nos particularmente na compaixão de Deus: pensamos nas parábolas evangélicas do Pai misericordioso e do Bom Samaritano. A compaixão também é para nós uma forma de missão. Vemos isso nos cerca de 4.000 batismos de adultos que registramos todos os anos em Jacarta, que são um grande presente de Deus. São pessoas que, quem sabe, participem de um funeral católico ou tem contato conosco em outras situações, e são tocados pela oração e, sobretudo, pela forma como a família do falecido é ajudada, ficam impressionados pelo testemunho de comunhão, pela ajuda e pelo amor recíproco que vêem entre membros da comunidade cristã. Diante deste testemunho, novas conversões podem florescer.

Esta abordagem caracteriza também a relação da Igreja com o Islã?

As nossas relações com a comunidade islâmica são realmente boas. E também esta relação harmoniosa remonta e se mantém desde a origem da nação. O símbolo desta relação é, em Jacarta, a mesma localização da catedral e da mesquita Istiqlal, uma em frente à outra, para transmitir a todos uma mensagem de diálogo fecundo e de harmonia. A catedral foi construída no início de 1900 e depois a mesquita foi construída intencionalmente do outro lado da rua. Sukarno, pai da Pátria e primeiro presidente, a quis ali por duas razões: naquele terreno existia um castelo holandês e assim se quis substituir a memória do colonialismo; em segundo lugar, a presença da catedral e da mesquita na grande praça da independência tornar-se-ia um símbolo poderoso da nossa harmonia religiosa. É o símbolo da nossa amizade que a recente conclusão do “túnel da fraternidade” - desejado, restaurado e definido como tal pelo presidente Joko Widodo - expressa de forma cada vez mais clara. Como arcebispo tenho um vínculo de estima e amizade com o imã da mesquita. Mas também ao nível das pessoas comuns, as relações são boas: há um clima de partilha e de amizade que se manifesta durante as respectivas festas religiosas. Na festa islâmica do sacrifício, todos os anos, como comunidade católica, presenteamos uma vaca à comunidade muçulmana do outro lado da rua e o imã não deixa de dizer aos fiéis que é um presente nosso, “vem dos nossos irmãos”, comenta com satisfação. Nas nossas festas de Natal e Páscoa, os fiéis muçulmanos vão à igreja, saúdam as pessoas e oferecem bons augúrios: uma prática que se tornou comum em muitas igrejas indonésias, não apenas aqui. São gestos que são difundidos nos meios de comunicação social e que falam da alma da Indonésia.

E o que acontece quando são verificados problemas entre muçulmanos e cristãos?

Normalmente o governador, o prefeito, as autoridades civis, juntamente com os líderes religiosos, trabalham juntas: temos um Fórum dpara a comunicação e o diálogo inter-religioso chamado a resolver problemas de convivência. No geral, há uma forte presença do Estado – seja qual for o governo em exercício – que nos compromete em manter a harmonia social e religiosa. E depois deve-se notar que os grupos radicais ou violentos são certamente um número pequeno. As duas grandes associações islâmicas, Muhammadiyah e Nahdlatul Ulama (NU), que acolhem milhões de fiéis muçulmanos, estão na linha de frente ao promover  e manter a convivência inter-religiosa e no isolamento dos radicais. Temos relações muito estreitas com eles. Essas duas associações orientam os crentes da fé muçulmana. Se nos últimos anos houve tentativas, sempre vindas do exterior, de criar um Islã transnacional semelhante ao ISIS, o Islã Indonésio tem estado muito atento e pronto a rejeitá-las. Gostaria de recordar que o Islã chegou à Indonésia não pelas armas, mas por meio do comércio e tem uma face específica que chamamos de “Islã Nusantara”, ou seja, o Islã do arquipélago. É um Islã “muito indonésio”, eu diria. O que significa profundamente tolerante, profundamente acolhedor, que sabe construir uma fraternidade e se compromete em um “diálogo de vida”. Graças a este tipo de diálogo, trabalhamos juntos pelo bem da população, pela educação, pela saúde e pela humanidade.

Todos os líderes religiosos estão realmente conscientes da sua responsabilidade de manter a vida social em harmonia. E se há casos isolados de conflito, é preciso referir que são poucos e pouco significativos face ao imenso território indonésio de 17 mil ilhas e à massa da população, 275 milhões de pessoas. Por último, gostaria de sublinhar que os conflitos, quando ocorrem, muitas vezes não têm razões verdadeiramente religiosas, mas antes surgem quando a religião é utilizada para fins políticos. O uso instrumental da religião na política, para fins políticos, pode explicar casos de conflito.

Como vocês estão se preparando para a visita do Papa Francisco?

Serão três dias, um tempo breve mas muito significativo. Em primeiro lugar, gostaria de recordar a continuidade histórica: a visita do Papa não é estranha à história das relações entre a Indonésia e a Santa Sé. No passado, o Papa Paulo VI visitou a Indonésia em 1970 e o Papa João Paulo II em 1989. Hoje, a visita de Francisco é um sinal de crescente respeito recípoco, que começou desde a época da independência da Indonésia.

Em segundo lugar, é um sinal do apreço do Papa pelo povo indonésio, especialmente no sentido da liberdade religiosa e da coexistência inter-religiosa e da harmonia entre comunidades de fé.

A visita é um sinal importante e um presente para todos nós, digo muitas vezes, mas para nós, cristãos aqui presentes, para além do momento celebrativo, é igualmente importante aprofundar e atualizar o ensinamento do Papa, por exemplo, tentando todos os dias praticar e viver a declaração de Abu Dhabi sobre a fraternidade humana e as Encíclicas Fratelli tutti e Laudato si' sobre o cuidado da nossa Casa Comum.

Para aqueles, especialmente no Ocidente, que me perguntam, surpresos ou em dúvida, como se pode viver em harmonia ou liberdade na Indonésia, uma nação de maioria islâmica, muitas vezes digo: venham e vejam. A visita do Papa será também um momento em que o mundo inteiro – pelos meios de comunicação social e a ressonância internacional – poderá “vir e ver”.

Qual a expectativa dos católicos e de todos os indonésios pela chegada do Papa?

Há uma grande expectativa, o que já pode ser visto pelos fiéis que frequentam as paróquias que visito a cada domingo. Os eventos com o Papa serão muito concorridos, virão a Jacarta pessoas de todas as dioceses, são esperadas 80 mil pessoas no Estádio Nacional para a Missa. Existe um Comitê Organizador que une a Igreja Católica e o governo. Hoje há um grande entusiasmo e, neste tempo, a preparação espiritual nas diversas comunidades parte do lema “Fé, fraternidade e compaixão”. Um compositor criou, a partir desse lema, um canto litúrgico que é cantado em todas as paróquias.

Sentimo-nos muito próximos do Papa Francisco, do seu estilo, e as palavras dos seus ensinamentos são frequentemente citadas na Indonésia, mesmo por funcionários do governo ou líderes muçulmanos. Basta dizer que o primeiro a confirmar publicamente a visita do Papa à Indonésia - perante o governo e perante a Conferência Episcopal - foi o imã da mesquita Istiq'lal, que o Papa visitará: não conseguiu conter a sua alegria.

O que o senhor vislumbra ao olhar para o futuro da Igreja na Indonésia?

Para o futuro da fé na Indonésia, para que o Evangelho possa continuar a florescer e a dar frutos nas diferentes culturas da Indonésia, creio que isto poderá acontecer sobretudo por meio do nosso testemunho no campo da educação, da saúde, das obras sociais e de caridade: mas certamente não por meio de uma estratégia, mas apenas com o nosso amor pelas pessoas! Ser irmãos e irmãs é o melhor que podemos oferecer no serviço de educação, saúde e atividades solidárias. Isto é fé na Providência: fazemos a nossa parte, colocamos os nossos cinco pães e dois peixes, testemunhando o seu amor pela humanidade: o Senhor fará o resto.

*Agência Fides

Fonte: Vatican News

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Ir. Inês Paulo Albino nova Secretária Geral da Pontifícia Obra da Infância Missionária

O Santo Padre Francisco nomeou neste sábado, 24 de agosto de 2024, a Reverenda Irmã Inês Paulo Albino, A.S.C., Conselheira do Instituto das Irmãs Adoradoras do Sangue de Cristo, como Secretária Geral da Pontifícia Obra Missionária da Santa Infância ou Infância Missionária.

Cidade do Vaticano

A Irmã Inês Paulo Albino nasceu em Bula (Guiné-Bissau) a 25 de abril de 1969 e fez a sua Profissão Perpétua no Instituto das Adoradoras do Sangue de Cristo a 14 de setembro de 1997. É licenciada em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

Anteriormente Diretora Pastoral na Paróquia de Santa Maria de Mattias em Ingoré e Diretora da Direção Nacional das Pontifícias Obras Missionárias na Guiné-Bissau, trabalhou no campo da evangelização, catequese, ensino e apostolado juvenil. Desde 2022, é Conselheira e Ecónoma da Região italiana do seu Instituto Religioso.

A Irmã Inês Paulo Albino sucede à Irmã Roberta Tremarelli, que dirigiu a Obra da Santa Infância como Secretária Geral durante sete anos, de 2017 a 2024.

Fonte: Vatican News

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“Nigéria sentada numa bomba-relógio”, afirma o Presidente da Conferência Episcopal

A Nigéria está sentada numa bomba-relógio” - foi o alarme lançado por Dom Lucius Ugorji, Arcebispo de Owerri, Presidente da Conferência dos Bispos Católicos da Nigéria (CBCN), no seu discurso de abertura da Segunda Assembleia Plenária da Conferência, em Auchi, Estado de Edo.

Cidade do Vaticano

Referindo-se aos recentes protestos dos jovens contra a política económica do Presidente Bola Tinubu, o Bispo Ugorji disse que espera mais manifestações se não forem tomadas medidas para satisfazer as suas exigências. “Enquanto a nação for atormentada pela pobreza, sofrimento e corrupção, e enquanto o futuro dos jovens na nossa nação permanecer sombrio, continuaremos a ter protestos” – ressaltou o prelado.

Apelo ao Presidente Tinubu para que reveja as políticas económicas

O presidente da Conferência Episcopal nigeriana criticou depois a reação do Governo Federal e, em particular, de “alguns funcionários do governo que, em vez de resolverem o problema, estão ocupados a descarregar as responsabilidades a outros e a procurar um bode expiatório”. “Estamos de facto sentados em cima de uma bomba-relógio, uma vez que os agentes de segurança procuram reprimir os participantes nos protestos e os seus apoiantes com acusações forjadas”, alertou Dom Ugorji. “Isto suscita a preocupação de que estão a tentar privar os cidadãos dos seus direitos e liberdades democráticas de protestar ou de dar a impressão de que tudo está bem no País e que não havia realmente necessidade de protestar. Isto é ilusório e condenável”. O Bispo apelou ainda ao Presidente Tinubu para que reveja as suas políticas económicas, sublinhando que os nigerianos estão a sofrer por causa delas.

Reação brutal da polícia causou pelo menos 20 mortos

O movimento de protesto #EndBadGovernance (“acabem com a má governação”) tinha proclamado 10 dias de manifestações e greves em toda a Nigéria, de 1 a 10 de agosto. Os protestos degeneraram em violência devido à infiltração de elementos delinquentes entre os manifestantes pacíficos e à reação brutal da polícia, que causou a morte de pelo menos vinte pessoas e a detenção de mais de mil manifestantes. A maior violência registou-se nos estados do Norte. Em Kano, onde cerca de 873 suspeitos foram detidos pela polícia, bandidos disfarçados de manifestantes atacaram e vandalizaram gabinetes governamentais e saquearam propriedade privada. Alguns deles foram também apanhados a agitar bandeiras russas enquanto pediam a instauração de um governo militar na Nigéria. Esta é uma clara referência às juntas militares golpistas próximas de Moscovo que tomaram posse no Mali, Burkina Faso e Níger.

Previstos novos protestos para outubro

Segundo a imprensa nigeriana, estão previstos novos protestos para outubro. As reivindicações dos líderes do #EndBadGovernance não se limitam a exigir a restauração dos subsídios aos combustíveis, bem como a abordar e resolver o aumento exponencial dos preços dos bens de primeira necessidade. As reivindicações incluem um salário mínimo para os trabalhadores, reformas da polícia, vista como corrupta e violenta, e do sistema judicial, visto como injusto e corrupto – com a agência Fides.

Fonte: Vatican News

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Burkina Faso. Mais de 20 mil refugiados burquinenses em perigo no Mali

O Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC) publicou um comunicado de imprensa na quarta-feira, 21 de agosto, alertando para a situação humanitária “insustentável” no Mali, acentuada pela insegurança alimentar. Entrevista a Ousmane Drabo, porta-voz do NRC para a África Ocidental e Central.

Entrevista de Augustine Asta - Cidade do Vaticano

A maioria dos países do Sahel enfrenta hoje uma crise multidimensional. Nas comunidades locais do Mali que acolhem um grande número de pessoas deslocadas internamente, a pressão é enorme e os recursos limitados. Os refugiados burquinenses que encontram refúgio no centro do Mali “enfrentam um duplo fardo: a deslocação e a insegurança alimentar”, especifica o NRC, o Conselho Norueguês de Refugiados.

Para Ousmane Drabo, a falta de financiamento, aliada às dificuldades relacionadas ao registo e assistência aos refugiados em zonas remotas e de difícil acesso, continua a dificultar a resposta humanitária.

Em que condições vivem estes burquinenses que fugiram da violência no seu país e encontraram refúgio no Mali?

Esta é uma situação dramática e alarmante. Muitos refugiados, milhares de pessoas, continuam a fugir da violência no norte do Burkina Faso para tentar encontrar refúgio no centro do Mali. Desde o início de 2024, mais de 20.000 refugiados estão atualmente no centro do Mali, em Koro e nas aldeias vizinhas. Estes refugiados enfrentam enormes desafios e enormes problemas ligados ao acesso à água, aos alimentos, à falta de abrigo e também ao acesso à terra para poderem realizar atividades agrícolas.

Que impacto tem esta afluência na população local?

Estas deslocações em massa acrescentam uma pressão adicional aos problemas que já enfrentam as comunidades de acolhimento no centro do Mali. De qualquer modo, a maioria dos países do Sahel enfrenta hoje uma crise multidimensional. O facto de ainda recebermos refugiados, milhares de pessoas do Burkina Faso, cria uma espécie de sobrelotação. Os recursos, que já eram limitados, hoje são quase inexistentes. Devemos agradecer a generosidade e a solidariedade ativa destas comunidades de acolhimento nos centros malianos que puderam acolher alguns destes refugiados. Mas, hoje, encontram-se lotadas e os intervenientes humanitários também se encontram sobrecarregados porque, muito simplesmente, não há meios financeiros, não há comida suficiente, não há água suficiente, não há abrigo para estas pessoas, porque estes problemas já existiam antes da sua chegada ao centro do Mali.

Como são recebidos os refugiados burquinenses no Mali?

Existe uma parceria entre as autoridades locais do Mali e as organizações humanitárias. Deve dizer-se que todas as ações empreendidas por ONG ou outros atores humanitários estão sob o controlo do Ministério da Solidariedade e Ação Humanitária do Mali. As autoridades locais estão a tentar ao máximo encontrar abrigo e meios para fornecer comida, abrigo e água a estes refugiados, em consulta com as ONG. Portanto, é uma espécie de complementaridade entre os esforços das autoridades locais e os das ONG locais no centro do Mali.

Quais são as outras dificuldades enfrentadas pelos refugiados do Burkina Faso?

Hoje, a fome está no horizonte nesta zona do Mali. Haverá inevitavelmente consequências na vida destes refugiados, mas também nas vidas das comunidades de acolhimento, porque não existe um campo de acolhimento formal. Estes refugiados são acolhidos principalmente por famílias nas comunidades de acolhimento ou alojados em escolas. Como sabem, estamos quase no início do ano letivo, pelo que serão obrigados a abandonar estas escolas para poderem encontrar outros abrigos. Outros dormem no chão, sob as estrelas, porque não há espaço nas famílias de acolhimento. Todos os espaços públicos já estão lotados.

As necessidades humanitárias são numerosas e os recursos financeiros são, em última análise, limitados. Como podemos responder eficazmente a esta crise neste contexto?

Lançamos um apelo à comunidade internacional, aos doadores, para que possam financiar ainda mais a resposta humanitária no Mali e principalmente no centro, de forma a reduzir o sofrimento destes refugiados, mas também das pessoas deslocadas internamente. Ao financiar esta resposta humanitária, isto dá às ONG a oportunidade de aumentar a capacidade de resposta, fornecendo mais abrigos, mais acesso à água potável e dando mais alimentos a estes refugiados que continuam a chegar. Assim, sem este financiamento, sem uma ação concertada a nível internacional por parte dos doadores, será hoje muito difícil evitar as condições desastrosas vividas por estes refugiados e pelas comunidades de acolhimento no centro do Mali. Apelamos também à criação de mecanismos para uma resolução duradoura da crise no Sahel central, no Mali, no Burkina Faso e no Níger, para poder pôr fim completamente a estas deslocações massivas e a estes conflitos que continuam nesta parte de África e que afetam muitas famílias. Fonte: Vatican News

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Os anjos do Mare Jonio, 180 pessoas resgatadas nas últimas horas

A missão conjunta da Mediterrânea Saving Humans e da Fundação Migrantes continua. Os migrantes desembarcaram entre Lampedusa e Pozzallo, entre eles mulheres e crianças.

Joseph Tulloch, do Mar Jônio

“Anjos, enviados por Deus para nos ajudar”, a emoção e a gratidão dos resgatados das ondas se misturam com a dor e os traços de tortura que marcam seus olhos e corpos. Os socorristas do Mar Jónio são os “anjos” que os abraçam, os migrantes, a maioria deles fugindo da ferocidade das milícias líbias. Eles os recebem a bordo, tirando-os do bote que partiu da Líbia na noite anterior. As histórias se entrelaçam, as palavras também, assim como os vários idiomas. Todos falam de salvação, alguns buscam consolo em Shakespeare, como o professor de árabe que fugiu de Damasco, outros se lembram de seu papel como juiz. Em todos eles, uma vez passada a euforia da salvação, surge a consciência de que agora haverá a tarefa titânica de reconstruir existências inteiras, novas vidas a serem imaginadas em uma Europa que, em muitos casos, tem dificuldades em acolhê-los.

Os resgates

Um total de 182 pessoas foram resgatadas no Mar Mediterrâneo pelo navio humanitário Mare Jonio entre sábado, 24 de agosto, e domingo, 25, durante a 18ª operação de resgate conduzida pela ONG Mediterranea Saving Humans, a primeira organizada em conjunto com a Fundação Migrantes da Conferência Episcopal Italiana. Às 18 horas de sábado, o Mare Jonio avistou e acompanhou um barco de madeira em águas internacionais, a cerca de 35 milhas da costa da Tunísia. Foram distribuídos coletes salva-vidas a todos os passageiros, pois o barco parecia muito instável e corria o risco de afundar. As pessoas foram então resgatadas a bordo de um barco de patrulha da Guarda Costeira e desembarcaram no porto de Lampedusa. Foram resgatados 67 migrantes, todos de origem norte-africana, entre eles 16 mulheres e muitas crianças.

Também no sábado, às 23h30, o navio, seguindo uma informação, avistou outro barco, um bote de borracha sobrecarregado. Depois de levar os ocupantes a bordo, o Mare Jonio os transportou para o navio da Guarda Costeira italiana. Cinquenta pessoas foram resgatadas nesse caso, em sua maioria menores e mulheres, quase todas de nacionalidade etíope. O último resgate do fim de semana foi no domingo, às 6h30, enquanto o navio Mediterranea navegava para o sul. Mais de 60 pessoas foram resgatadas, incluindo sírios, bengaleses e paquistaneses, que foram levados para um local seguro, de acordo com as instruções do governo italiano, no porto siciliano de Pozzallo, próximo a Ragusa.

Construindo uma sociedade de solidariedade

182 pessoas resgatadas em apenas algumas horas, um patrimônio de vidas humanas, mas uma gota em um mar de morte, cerca de mil vítimas no Mediterrâneo central neste 2024, conforme documentado pela Organização Internacional para as Migrações. Números que nos fazem refletir sobre a importância da missão Mediterrâneo-Migrantes, uma peça importante desse imenso trabalho de construção de redes de solidariedade, de construção da sociedade de “fraternidade e amizade social” sonhada pelo Papa Francisco, que tem seu verdadeiro início em terra firme.

Fonte: Vatican News

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Terremoto de 2016 na Itália: reconstrução lenta, mas com esperança para o futuro

O bispo da diocese de Ascoli Piceno, dom Gianpiero Palmieri, espera que 2024 seja o ano da virada na reconstrução dos centros atingidos pelo terremoto de 24 de agosto, há 8 anos, na Itália. Ao lado das famílias que deixaram cidades como Arquata del Tronto, há outras que permanecem ligadas a essas áreas. E a renovação das igrejas é uma forma de olhar para o futuro.

Alessandro Guarasci - Vatican News

Há 8 anos, teve início um dos terremotos mais desastrosos que já atingiram a região central da Itália. Quatro terremotos em pouco mais de cinco meses, de 24 de agosto de 2016 a 18 de janeiro de 2017: a sequência sísmica Amatrice-Norcia-Visso. Um evento catastrófico que levou à criação de uma cratera de 8 mil quilômetros quadrados, entre as regiões de Abruzzo, Lazio, Marche e Umbria, composta por 138 municípios.

Na noite da última sexta-feira (23/08), em Amatrice, a cidade que pagou o preço mais alto, foi realizada uma vigília para lembrar as 239 vítimas do terremoto, enquanto na comemoração em Pescara del Tronto, após a recitação do rosário e da missa, às 3h37, horário da tragédia, o toque do sino fez soar o apelo pelas 52 vítimas de Arquata del Tronto, na província de Ascoli Piceno.

O bispo, dom Gianpiero Palmieri, explica que “muitas pessoas querem permanecer nessas comunidades, pedem que as igrejas sejam reconstruídas. Mas nesses 8 anos, a reconstrução privada e as estruturas públicas têm sido muito lentas”.

Dom Palmieri, por que essa lentidão?

Porque houve elementos que tornaram a reconstrução mais difícil. Por exemplo, a economia girava em torno do bônus de 110%, que teve efeitos negativos no território das zonas do terremoto. Houve um aumento nos preços, nos custos dos profissionais e assim por diante. Portanto, ainda estamos em um estágio inicial de reconstrução. Nesse meio tempo, muitos de nossos territórios foram abandonados, as famílias se mudaram para a área costeira, mas há outras que estão fortemente presentes no território, determinadas a seguir em frente para dar nova vida aos vilarejos.

Pois, então, o senhor acaba de dizer: os territórios foram parcialmente despovoados, e os idosos são provavelmente os que mais sofrem neste momento...

Certamente sim, porque eles estão em uma condição de ver sua cidade não renascer, mas devo dizer que eles também são muito firmes nessa esperança. Sempre que falamos sobre essas questões, os idosos, mas não só eles, até mesmo as famílias dessa área, expressam fortemente o desejo de poder continuar suas vidas. Vejo isso principalmente durante as festas de verão, que são sempre festas patronais. Então, muitas pessoas retornam ao seu país de origem. E mesmo que a paisagem ao redor delas seja particularmente dolorosa, a festa acontece, o momento litúrgico de oração acontece, porque há um forte desejo de dar continuidade a esses lugares.

Há também um problema com os jovens. Qual é a perspectiva para um jovem que quer ficar?

É exatamente por isso que é necessário criar trabalho nessas áreas. Por exemplo, há algumas empresas, particularmente atentas às questões sociais de nossa região, que até abriram fábricas justamente para garantir um futuro para essas pessoas. Há necessidade de focar no turismo, basta pensar em tudo o que está sendo criado em torno das rotas de caminhada nessas áreas, os lugares aqui são realmente muito bonitos. Portanto, há possibilidades de renascimento que devem ser apoiadas e levadas adiante.

O terremoto de 24 de agosto de 2016 também devastou o patrimônio religioso. Como estamos em relação à proteção desse patrimônio?

Reconstruímos várias igrejas e estamos em processo de reconstrução de outras. Certamente, a renovação de locais de culto também está sofrendo um pouco. Alguns profissionais do setor de construção me disseram que certamente os ganhos foram maiores com 110%, e isso os levou a priorizar essas obras em vez da reconstrução pós-terremoto. Ao mesmo tempo, porém, estamos avançando e todos os anos igrejas e locais de culto são reabertos. Isso é para a alegria de todas as pessoas presentes e de todos os que viviam nessa área.

O apego às tradições religiosas é uma característica dessa região...

Fiquei muito impressionado, ao chegar a esses territórios há dois anos e meio, ao ver que, mesmo em vilarejos totalmente destruídos, as pessoas estavam esperando por mim para perguntar quando reconstruiríamos a igreja. Esse é um forte sinal do desejo de preservar essa identidade, de dar continuidade. Lembro-me particularmente da liturgia à noite, na hora exata do terremoto, como fizemos neste sábado (24/08) às 3h37 em Pescara del Tronto, com o toque do sino para cada nome das 52 vítimas do terremoto. É um sinal altamente evocativo. É uma noite particularmente dolorosa para tantos habitantes que acorrem a essa liturgia, mas, ao mesmo tempo, contém um desejo e uma esperança muito fortes.

Fonte: Vatican News

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Ensinamos nas escolas que as diferenças na relação com Deus não são motivo de luta, diz ministro para Assuntos Religiosos da Indonésia

"Todos os seres humanos são criados diferentes uns dos outros, acho que essa é a vontade de Deus, e Deus sempre ensina compaixão para com os outros seres humanos. Deus nos criou diferentes, não iguais, mas nos quer unidos e solidários uns com os outros, respeitando-nos, dando amor uns aos outros. Amor e compaixão são as palavras-chave: queremos destacar o viver e nutrir as nossas relações entre os seres humanos com amor e compaixão", diz o Ministro para os Assuntos Religiosos da Indonésia.

por Paolo Affatato

Uma pintura ocupa uma parede inteira no gabinete do Ministro para os Assuntos Religiosos, no prédio do Ministério, no centro de Jacarta. A grande tela retrata o primeiro presidente da República da Indonésia, Sukarno, carregando nos braços um herói de guerra ferido. O homem socorrido é um cristão, como se pode verificar pelo Rosário que leva ao pescoço. Ao fundo, é possível ver uma mesquita e uma igreja, simbolizando que “a Indonésia é a pátria de todas as religiões, não apenas de uma religião”, faz questão de ressaltar Yaqut Cholil Qoumas, conhecido como “Gus Yaqut”, nomeado em dezembro de 2020 pelo presidente Joko Widodo como o 24º ministro dos Assuntos Religiosos da República. O líder político e chefe religioso islâmico, de 49 anos, cresceu e formou-se na associação islâmica indonésia Nahdlatul Ulama (NU) e no passado presidiu a sua ala jovem, nomeadamente "GP Ansor", da qual fazem parte cerca de 7 milhões de jovens muçulmanos. Recebendo a Agência Fides, em vista da iminente visita do Papa Francisco à Indonésia, o ministro Yaqut Cholil Qoumas respondeu a algumas perguntas.

Ministro Gus Yaqut, poderias explicar a missão do Ministério para os Assuntos Religiosos?

O Ministério é encarregado de garantir que todas as pessoas religiosas na Indonésia possam exercer livre e corretamente a sua fé. A Indonésia reconhece seis religiões principais (Islamismo, catolicismo, cristianismo protestante, hinduísmo, budismo, confucionismo) e todos os crentes devem ser garantidos, para que possam professar a sua fé sem problemas, com uma vida religiosa livre e independente. Além disso, o Ministério também tem a tarefa de garantir que não existam erros ou desvios porque o pressuposto básico é que quanto mais piedosa uma pessoa for, mais fácil será para ela compreender que as diferenças devem ser acolhidas. Adotamos esta abordagem de muitas maneiras, primeiro por meio da educação: de fato, uma das tarefas do Ministério dos Assuntos Religiosos é também fornecer serviços de educação religiosa. Com uma correta educação religiosa, as comunidades religiosas compreenderão cada vez mais a sua própria religião. O Ministério está ao serviço de todos os indonésios e atua em estreita colaboração com as instituições de cada comunidade religiosa. No Ministério existe uma Direção Geral para cada uma das religiões reconhecidas, com a missão de garantir que a visão e a missão do Ministério cheguem à comunidade específica, monitorando-a constantemente.

Poderia dar-nos alguns exemplos de seu compromisso com a educação?

Gostaria de citar as instituições educativas originárias da Indonésia que chamamos de pescantren, ou seja, os colégios islâmicos. Existem cerca de 40 mil colégios islâmicos na Indonésia. Por meio deles apoiamos um Islã que torna as coisas mais fáceis também para outras religiões. Por exemplo, também o hinduísmo tem um instituto educacional chamado “Pasraman”, que ensina como compreender o hinduísmo de forma adequada e como coexistir com pessoas de outras religiões. Nas escolas católicas ensinava-se a mesma coisa, ou seja, que se existem diferenças na relação entre uma pessoa e Deus, não há motivo para entrar em conflito com o outro. O mesmo fazem o budismo e o confucionismo: assim todos nos beneficiamos disso, porque na Indonésia cada uma destas religiões tem as suas próprias características, mas o objetivo e a visão comuns coincidem, isto é, moderação e harmonia.

Qual é o rosto do Islã indonésio e o que se entende por “Islã Nusantara”?

“Islã Nusantara” significa “Islã do arquipélago” e é um conceito que foi desenvolvido pela maior organização islâmica do mundo, a Nahdlatul Ulama, com mais de 100 milhões de membros. Como faço parte dela, tentarei dar uma resposta: o que posso dizer é que o Islã do arquipélago indonésio não é um novo Islã, nem uma escola de pensamento dentro do Islã. Mas foi o Islã que se difundiu, adaptando-se à cultura local, tornando-se um específico Islã indonésio: há pleno respeito pela cultura local que existia antes da chegada do Islã à Indonésia, e há o seguimento do nosso Profeta Maomé, que não foi enviado para criar uma nova tradição local mas, como disse, para aperfeiçoar aquilo que já está presente na cultura local. Ao dizer “Islã Nusantara”, pretende-se dizer que o Islã não veio para alterar completamente as tradições locais existentes, mas estas tradições locais existentes combinaram-se e fundiram-se com o Islã para que não existirem conflito entre si.

O processo parece semelhante para a propagação do cristianismo na Indonésia…

Sim, isto aconteceu também para a difusão da fé católica: os nossos irmãos e irmãs católicos na Indonésia falam de “inculturação” explicando que, ao interpenetrar-se com a cultura local, a fé católica foi assim facilmente aceita pelo povo indonésio. Acredito que existam semelhanças nas dinâmicas históricas e socioculturais e, talvez precisamente por esta razão, hoje as relações entre muçulmanos e católicos na Indonésia são muito boas, caracterizadas pela proximidade, compreensão, colaboração e unidade.

O tema do diálogo inter-religioso e da coexistência também será central na viagem do Papa Francisco à Indonésia?

A visão do Islã Nusantara que – tanto quanto posso ver – é compartilhada pelo Papa e pelos líderes católicos, é esta: aqueles que professam uma religião diferente da nossa são nossos irmãos, somos irmãos em humanidade. Sobre esta base é fortalecida a relação entre o Islã Nusantara com os irmãos católicos na Indonésia. Assim, quando foi anunciado que o Papa viria à Indonésia, também os fiéis muçulmanos se alegraram, porque partilhamos a mesma visão e os mesmos valores. Devo dizer que os laços com a Igreja Católica são bastante fortes: diversas vezes delegações de líderes muçulmanos indonésios visitaram o Vaticano nos últimos anos. Eu mesmo participei duas vezes, e na última vez fomos recebidos pessoalmente pelo Papa e pudemos apresentar um documento de apoio à Declaração de Abu Dhabi sobre a fraternidade humana, assinada pelo Papa e pelo Grão Imã de Al-Azhar: nós partilhamos o anseio de dar uma mensagem de paz ao mundo e de pedir paz.

O Graão Imã de Al Azhar também tocou o solo indonésio este ano....

Em julho, o Xeque Ahmed al Tayyeb veio aqui visitar a Indonésia, tivemos encontros cordiais e diálogo também com a participação de líderes católicos indonésios. E agora, depois de pouco tempo, é certamente uma honra e um orgulho para nós, indonésios, receber o Papa: estaremos presentes no encontro com o Papa e os líderes religiosos, este é um impulso que não pode ser desperdiçado. O presidente da Indonésia, Joko Widodo, que também o receberá como chefe de Estado, quis desde o início sublinhar que a visita é um símbolo de amizade e de diálogo entre comunidades religiosas, destacando que irá reforçar ainda mais as relações bilaterais entre a Indonésia e o Vaticano.

Este é também um momento favorável para toda a nação indonésia, para fazer da Indonésia uma espécie de “barômetro” de vida religiosa que é  harmoniosa e pacífica. A presença do Papa aqui é, portanto, uma espécie de reconhecimento à vida e às relações entre as religiões na Indonésia, vividas em nome da coexistência e da tolerância, com todas as diferenças existentes. Acreditamos que pode ser uma inspiração para muitos.

Quais são as suas esperanças para a visita do Papa, como homem de governo e como homem de fé?

Esperamos que a visita do Papa possa servir para mostrar, nesta parte do mundo e também em nível universal, aquilo que a religião sempre ensina, isto é, a compaixão pelo próximo. Todos os seres humanos são criados diferentes uns dos outros, acho que essa é a vontade de Deus, e Deus sempre ensina compaixão para com os outros seres humanos. Deus nos criou diferentes, não iguais, mas nos quer unidos e solidários uns com os outros, respeitando-nos, dando amor uns aos outros. Amor e compaixão são as palavras-chave: queremos destacar o viver e nutrir as nossas relações entre os seres humanos com amor e compaixão. A nação indonésia traduz e expressa tudo isto no lema “unidade na diversidade”, que pode ser estendido a toda a humanidade.

*Agência Fides

Fonte: Vatican News

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Focolares: Encontro mundial de jovens «Genfest» foi «manifestação do mundo unido»

«É uma alegria imensa poder fazer parte deste movimento e conhecer tantas pessoas de outros países, de outras nações, de outras culturas» – Clara Lobo

O Movimento dos Focolares realizou o seu encontro mundial de jovens no Brasil, o ‘Genfest’ 2024, e desafiou os participantes, entre eles 26 portugueses, à unidade e ao amor, a partir do lema ‘Juntos para cuidar’.

“O ‘Genfest’ é efetivamente essa manifestação do mundo unido. Queremos com isso mostrar que é possível, não é uma utopia, porque no ‘Genfest’ participam pessoas de todas as latitudes, de todas as partes do mundo, e é uma manifestação visível, palpável, de que viver juntos com uma grande família humana é uma realidade”, disse Désio Manuel, que acompanha o ramo juvenil do Movimento dos Focolares, à Agência ECCLESIA.

A primeira edição do Genfest, o encontro mundial de jovens do Movimento dos Focolares, realizou-se em 1973, e a mais recente, com 26 portugueses, de 12 a 24 de julho de 2024, no Brasil, com o tema ‘Juntos para cuidar’, destinada a jovens dos 18 aos 35 anos.

Na primeira semana (12 a 18 de julho) os jovens fizeram voluntariado, num dos 40 projetos e organizações no Brasil e vários países da América Latina; Lucas Lobo lembra que estiveram “num lar de acolhimento”, que tem o objetivo de “dar família aos que estão abandonados”, no Estado de São Paulo.

“E tinha pessoas de todas as idades. Eu diria que o mais novo tinha, se calhar, um ano, nem tanto, e a mais velha tinha 88. Tinha ali uma dinâmica muito interessante, mais dinâmica do que um lar normal vivendo apenas da providência”, explicou o jovem português, em entrevista ao Programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP2.

De 19 a 21 de julho, decorreu o evento central do ‘Genfest’ 2024, que deu a conhecer experiências, partilhou estratégias de paz e de fraternidade, no Santuário nacional de Aparecida, e, na terceira e última fase (de 21 a 24 de julho) os jovens foram distribuídos por grupos em oito áreas: Economia e trabalho; intercultura e diálogo; espiritualidade e direitos humanos; saúde e ecologia; arte e compromisso social; educação e pesquisa; comunicação e meios de comunicação social; cidadania ativa e política.

Clara Lobo, com 20 anos de idade, participou na Comunidade de Arte e Compromisso onde teve “a oportunidade de conhecer várias pessoas”, ter uma professora a ensinar mais sobre dança, participou em “vários workshops da banda do Movimento dos Folclores ‘Gen Verde’.

Já Lucas Lobo escolheu a Comunidade de Educação e Investigação porque está a terminar os seus estudos e sempre se interessou pela “educação e também em investigação”, e como é que, através da educação, podem “ajudar a criar um mundo mais unido”.

“Independentemente da nossa religião, o nosso ideal é o amor, é nisto que nós nos queremos focar e é através do amor que vamos realizar as nossas diferentes comunidades”.

Clara Lobo trabalha na área da restauração e da hotelaria e, depois desta experiência no ‘Genfest’ 2024, a partir do lema ‘Juntos para Cuidar’, contou que vai “estar sempre atenta aos outros – aos clientes, aos colegas -, nos momentos mais difíceis, mais complicados”, e “estar lá para ouvir, para cuidar da pessoa, se for necessário”.

O Movimento dos Focolares em Portugal, na sua página online, informa que no final do ‘Genfest 2024’ foi elaborado um documento com os novos passos e projetos, “já criados ou em curso, para a construção de um mundo pacífico e mais unido”, “mais justo e fraterno”, que vão apresentar no ‘Summit of the Future’ da ONU – Nações Unidas, que vai decorrer nos dias 22 e 23 de setembro, na sede da organização, em Nova Iorque.

O Movimento dos Focolares foi fundado por Chiara Lubich (1920-2008), nascida Silvia Lubich, durante a Segunda Guerra Mundial, em 1943, na cidade italiana de Trento, e está presente em 182 países.

Désio Manuel explica que os objetivos dos jovens do movimento, “como de todo o movimento”, é contribuir com todos os outros atores sociais ou religiosos “para um mundo mais fraterno, mais unido”, também atuando em cada realidade, “num ambiente de trabalho, ou na universidade, na escola, em casa”, com os colegas, com os amigos, com os vizinhos, porque “tudo pode ser uma ferramenta, um motivo para construir a unidade, para construir a paz”.

“Por exemplo, em Portugal, temos feito várias atividades que vão desde ações ecológicas, como limpeza de praias, ou plantação de árvores, ou de ajuda aos mais necessitados, muitas vezes colaboramos com outras instituições, como a ReFood. Esse pensar global, mas um agir local, que se concretiza a esse próximo que está ao meu lado”, desenvolveu o entrevistado que acompanha o ramo juvenil dos Focolares.

Os dois irmãos entrevistados, jovens da Diocese de Setúbal, fazem parte dos Focolares desde que nasceram, os seus pais conheceram-se “através do movimento” que tem “várias propostas para qualquer uma das idades”, assinalou Lucas Lobo.

“É mesmo uma alegria imensa poder fazer parte deste movimento e conhecer tantas pessoas de outros países, de outras nações, de outras culturas”, salientou Clara Lobo.

Já Désio Manuel conheceu este movimento ecuménico e interreligioso em Angola, onde a unidade fazia dos seus membros, “uma família, embora de várias partes do país e de muitas culturas diferentes, fala-se mais de 40 línguas em Angola”.

Os Focolares chegaram a Portugal há 58 anos, têm um Centro Nacional, a Cidadela Arco-Íris, na Abrigada, em Alenquer; em 2016 celebrou o cinquentenário de presença em território nacional.

Fonte:  Agência Ecclesia

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Encontro da Igreja na Amazônia defende novamente ordenação de mulheres diaconisas e rito amazônico

Por Monasa Narjara 

 “Aprofundar a reflexão sobre o ministério do diaconato às mulheres” e sobre “uma forma de celebrar a fé, acolhendo a riqueza das diferentes culturas presentes em nosso território, nos compromete na construção do Rito Amazônico como forma de reconhecimento dessa diversidade” são os compromissos assumidos no V Encontro da Igreja na Amazônia Legal em Manaus, entre os dias 19 a 22 de agosto preparado pela Comissão Episcopal Especial para a Amazônia (CEA) da Conferência Episcopal dos Bispos do Brasil.

O estabelecimento de funções oficiais para mulheres na Igreja, incluindo a ordenação de diaconisas, e a criação de um rito amazônico foram reivindicações feitas no documento final do Sínodo da Amazônia, realizado no Vaticano em 2019. Na exortação apostólica pós-sinodal Querida Amazônia, publicada no ano seguinte em resposta ao sínodo, o papa Francisco não estabeleceu nenhuma função oficial para mulheres nem a criação de um rito amazônico.

O evento de Manaus teve a participação de bispos, padres, religiosos e religiosas, leigos e leigas que representam os regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) da Amazônia brasileira. O bispo auxiliar de Brasília dom Ricardo Hoepers, secretário-geral da CNBB, e representantes da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) e da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) também participaram.

Uma carta compromisso assinada pelos participantes do V Encontro da Igreja na Amazônia Legal registra o compromisso com caminhos de formação, ministerialidade, participação das mulheres, casa comum, sustentabilidade e caridade e profecia da região amazônica do Brasil.

A carta fala do que “o Espírito está dizendo às Igrejas” na Amazônia. Segundo os signatários não se pode “mais pensar apenas em novos temas a serem tratados pela Igreja, mas, sim, num novo jeito de ser Igreja, em pequenas comunidades inseridas no chão da Amazônia, que evangelizam pelo testemunho, pelo serviço e pelo anúncio do Evangelho".

 “A Amazônia não precisa de pastores indiferentes ao seu povo, que andam longe do rebanho, indiferentes às suas dores e aos seus sofrimentos, mas homens e mulheres sensíveis e comprometidos capazes de dar a vida até o fim”, diz a carta.

Segundo os participantes do encontro, o Espírito Santo os “leva a uma adesão livre e madura de fé para o discipulado missionário que encarna na vida e nos valores do Evangelho”, “animando a vida das comunidades por meio de mulheres fortes, generosas, missionárias, exercendo a diaconia na animação e coordenação dessas comunidades”. “Sentimos o forte apelo para que a ministerialidade que é exercida de fato tenha reconhecimento oficial”, disseram os participantes no comunicado.

A carta defende também a “necessidade de inculturação litúrgica para os povos da Amazônia”.

Ao final da carta, os participantes enfatizaram que ”as interpelações que brotam incessantemente” do “chão amazônico” os “colocam em comunhão com a realidade de toda terra” e “a disponibilidade de resposta aos desafios locais” os faz “dispostos, também, aos desafios que ecoam nos lugares mais distantes: da Igreja Local aos confins do mundo!”

“Rogamos à Maria, Nossa Senhora Rainha da Amazônia, peregrina da esperança, que nos acompanhe nesse caminhar em favor da vida na Amazônia, na esperança da aurora da ‘terra sem males’”, conclui a carta citando o conceito de ‘terra sem males’, um mito dos guaranis.

Fonte: ACIDigital

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Do dia 25/8/24

Papa: as Igrejas não devem ser tocadas. Deixem rezar quem quiser

Francisco, nas saudações após o Angelus deste domingo (25/08), expressa temor em relação à decisão de Kiev de proibir a Igreja Ortodoxa ligada ao Patriarcado de Moscou. O seu apelo: “que nenhuma Igreja cristã seja direta ou indiretamente abolida”.

Francesca Sabatinelli e Andressa Collet - Vatican News

É uma forte preocupação aquela que o Papa Francisco expressa ao falar imediatamente após a oração do Angelus deste domingo (25/08): a de não se permitir a quem quiser de poder rezar “naquela que considera a sua Igreja”. Uma referência direta à decisão do Parlamento ucraniano de proibir a Igreja Ortodoxa ligada ao Patriarcado de Moscou. Ao direcionar o pensamento "às leis adotadas recentemente na Ucrânia", o Pontífice afirmou:

“Temo pela liberdade de quem reza, porque quem reza de verdade sempre reza por todos. Não se comete o mal porque se reza. Se alguém comete um mal contra o seu povo, será culpado por isso, mas não pode ter cometido o mal porque rezou. Então, que aqueles que quiserem rezar tenham permissão para rezar naquela que consideram a sua Igreja. Por favor, que nenhuma Igreja cristã seja abolida direta ou indiretamente: as igrejas não devem ser tocadas.”

A decisão de Kiev

O projeto de lei votado em 20 de agosto em Kiev por uma grande maioria, e que concede às paróquias envolvidas nove meses para interromper os laços com a Igreja Ortodoxa Russa, provocou uma reação imediata de Moscou, que comentou dizendo que a intenção era “destruir a verdadeira ortodoxia canônica e substituí-la por uma falsa Igreja substituta”.

Os povos pedem paz!

Fazendo novamente menção às guerras em andamento no mundo, o Papa Francisco convidou mais uma vez para rezar pela paz:

“E continuemos a rezar pelo fim das guerras, na Palestina, em Israel, em Mianmar e em todas as outras regiões. Os povos estão pedindo paz! Rezemos para que o Senhor dê paz a todos nós.”

Fonte: Vatican News

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Francisco: que Nossa Senhora proteja e acompanhe os fiéis da Nicarágua

O Papa, nas saudações após o Angelus deste domingo (25/08), dirigiu-se ao povo do país latino-americano para encorajá-lo a “renovar” sua esperança em Jesus, porque “o Espírito Santo sempre guia a história para projetos mais elevados”. Um forte apelo também do Pontífice para que a comunidade internacional intervenha para enfrentar conjuntamente a “emergência sanitária global” causada pela varíola dos macacos.

Francesca Sabatinelli - Vatican News

Um apelo sincero, mas também um forte pedido para que os fiéis renovem a “esperança em Jesus”, sempre acompanhados pela ternura materna de Nossa Senhora. Foi assim que o Papa se dirigiu neste domingo (25/08) ao “amado povo nicaraguense”, em sua saudação após a oração do Angelus:

"Ao amado povo da Nicarágua: encorajo vocês a renovar esperança em Jesus. Lembrem-se de que o Espírito Santo sempre guia a história em direção a projetos mais elevados. Que a Virgem Imaculada os proteja nos momentos de provação e os faça sentir a sua ternura maternal. Que Nossa Senhora acompanhe o amado povo da Nicarágua."

Varíola dos macacos: ninguém fique sem atendimento

Em seguida, Francisco expressou solidariedade a todos os afetados pela varíola dos macacos, que agora se tornou, explicou ele, “uma emergência de saúde global”, ao mesmo tempo em que convidou governos e indústrias a se colocarem a serviço dos doentes:

"Gostaria de expressar a minha solidariedade com as milhares de pessoas afetadas pela varíola dos macacos, que agora é uma emergência de saúde global. Rezo por todas as pessoas infectadas, especialmente pela população da República Democrática do Congo, que está sendo tão provada. Expresso minha solidariedade às Igrejas locais nos países mais afetados por essa doença e encorajo os governos e as indústrias privadas a compartilhar a tecnologia e os tratamentos disponíveis, para que ninguém fique sem atendimento médico adequado."

OMS: são necessários US$ 135 milhões

Uma ação concertada entre “agências internacionais e parceiros nacionais e locais, sociedade civil, pesquisadores e fabricantes, e Estados” foi solicitada neste sábado (25/08) pelo diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que quantificou em 135 milhões de dólares a quantia necessária nos próximos seis meses para enfrentar “a fase aguda da doença”. Desde o início da epidemia em 2022, a varíola dos macacos já contabilizou mais de 100 mil casos confirmados, concentrados sobretudo, como nas palavras do Papa, na República Democrática do Congo. - Fonte: Vatican News

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Papa no Angelus: não é fácil seguir Jesus, precisamos estar próximos na oração e humildade

"Não é fácil seguir o Senhor, compreender o seu modo de agir", concordou Francisco na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus deste domingo (25/08). O caminho se dá, orientou o Pontífice, estando mais próximos dele, do Evangelho, recebendo a graça nos Sacramentos, rezando e imitando Jesus na humildade e na caridade: assim "experimentamos a beleza de tê-lo como Amigo, e percebemos que só Ele tem 'palavras de vida eterna'".

Andressa Collet - Vatican News

Neste domingo (25/08), de tradicional oração mariana do Angelus com o Papa na Praça São Pedro, Francisco refletiu sobre o evangelho do dia (Jo 6,60-69) que se refere à famosa resposta de São Pedro, que diz a Jesus: «a quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68). "É uma linda resposta e expressão" que testemunha a amizade e a confiança que ligam os discípulos a Cristo, comentou o Pontífice na alocucação que precedeu o Angelus.

Pedro, explicou o Papa, pronunciou essa expressão num "momento crítico" e de discurso de Jesus, que muitos não compreenderam e o abandonaram. "Os Doze, porém, não: permaneceram", ponderou Francisco, porque encontraram em Jesus "palavras de vida eterna".

"Não é fácil segui-Lo. No entanto, entre os muitos mestres daquele tempo, Pedro e os outros apóstolos só encontraram nele a resposta à sede de vida, à sede de alegria, à sede de amor que os anima; só graças a Ele experimentaram a plenitude de vida que procuram, além dos limites do pecado e até da morte. Portanto, eles não vão embora: na verdade, todos, exceto um, apesar de muitas quedas e arrependimentos, permanecerão com Ele até o fim (ver João 17:12)."

Como seguir o Senhor?

O Papa, então, insiste na explicação da dificuldade de compreender "o que o Mestre diz e faz". As escolhas de Jesus, continua Francisco, "muitas vezes ultrapassam a mentalidade comum":

“Também para nós, de fato, não é fácil seguir o Senhor, compreender o seu modo de agir, fazer nossos os seus critérios e os seus exemplos: para nós não é fácil. Porém, quanto mais estamos próximos dEle - quanto mais aderimos ao seu Evangelho, recebemos a sua graça nos Sacramentos, permanecemos na sua companhia na oração, o imitamos na humildade e na caridade -, mais experimentamos a beleza de tê-lo como Amigo, e percebemos que só Ele tem “palavras de vida eterna”.”

Ao finalizar, o Papa pediu a intercessão de Maria, "que acolheu Jesus, Palavra de Deus, na sua carne", para nos ajudar a ouvir Jesus, começando por questionar como anda a nossa proximidade com Ele:

"Então nos perguntamos: como Jesus está presente na minha vida? Quanto me deixo tocar e provocar com suas palavras? Posso dizer que também são para mim -'palavras de vida eterna? A você, irmão, irmã, eu pergunto: as palavras de Jesus são para você - também para mim - palavras de vida eterna?"- Fonte: Vatican News

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Papa a líderes de escoteiros: em comunhão fraterna e a serviço dos menos favorecidos

Em mensagem aos participantes da Rota das Comunidades de Líderes de Escoteiros que termina neste domingo, 25 de agosto, em Verona, na Itália, Francisco destaca a importância do “compromisso educacional” com “crianças, adolescentes e jovens que devem ser acompanhados com sabedoria e apoiados com afeto”. É necessária uma boa formação, acrescenta o Pontífice: “os formadores educam principalmente com a sua vida, mais do que com as palavras”.

Tiziana Campisi - Vatican News

Que a Associação de Guias e Escoteiros Católicos Italianos (Agesci) seja “uma academia de vida cristã, oportunidade de comunhão fraterna, escola de serviço ao próximo, especialmente aos mais desfavorecidos e necessitados”: essa é a recomendação que Francisco dirige em uma mensagem aos 18 mil participantes da Rota das Comunidades de Líderes da Agesci que termina neste domingo, 25 de agosto, em Verona, na Itália. “Não se deixem paralisar pelas dificuldades, mas partam sempre em busca do projeto que Deus tem para cada um”, encoraja o Papa, que também os exorta a extrair "um novo entusiasmo da fé em Jesus, mestre e amigo, para continuar com alegria o caminho humano e espiritual dentro da Igreja, testemunhando o Evangelho na sociedade’.

O compromisso educacional exige formação de qualidade

No texto, o Pontífice enfatiza o quanto é delicado o “compromisso educacional” dos líderes de escoteiros “junto às crianças, adolescentes e jovens que devem ser acompanhados com sabedoria e apoiados com afeto”. Isso requer “formação de qualidade” e uma “disposição para ouvir e ter empatia com os outros, como uma área na qual a evangelização germina e dá frutos”. Na prática, é preciso desenvolver “a capacidade de escuta e a arte do diálogo”, indica o Papa, que brotam de “uma vida de oração, onde se entra em diálogo com o Senhor, se detém na sua presença para aprender com Ele a arte do amor que se doa”, para que a existência possa entrar lentamente “em harmonia com o coração do Mestre”.

Educa-se mais com a vida do que com as palavras

Francisco recorda que “Jesus sabia se fazer presente ou ausente, sabia qual era o momento de corrigir ou aquele de elogiar, de acompanhar ou a ocasião de enviar e deixar que os Apóstolos enfrentassem o desafio missionário”, e que graças a essas “intervenções formativas” os discípulos configuraram “pouco a pouco, suas vidas a do Senhor”. E, por fim, enfatiza que os formadores eduquem antes de tudo “com a vida, mais do que com palavras”, e que, portanto, seu “constante crescimento humano e espiritual” é “fundamental” para um eficiente “serviço às novas gerações”.

Fonte: Vatican News

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Cardeal Parolin: é inútil construir uma sociedade que exclui Deus

O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, presidiu a consagração episcopal do dom Kryspin Dubiel neste sábado (24/08) em Leżajsku, na Polônia. Sacerdote da arquidiocese de Przemyśl, ele foi nomeado núncio apostólico em Angola e São Tomé e Príncipe pelo Papa Francisco.

Marek Weresa - Vatican News

“Preserve o depósito da fé apostólica que lhe vem confiado, guarde-o como um bom administrador, efundindo amplamente os seus tesouros, para que, como boa semente, possa dar frutos na Igreja e na sociedade civil”, desejou o cardeal Pietro Parolin.

Proclamação urgente da redenção

Dirigindo-se a dom Kryspin Dubiel, o secretário de Estado lembrou como é necessário que as pessoas destes tempos confusos proclamem que o Senhor assumiu a natureza humana e a redimiu definitivamente, tomou posse de nossa realidade de uma vez por todas. “De nada adiantam, portanto, nossos esforços para construir a cidade secular se excluirmos dela a presença de Deus”, declarou.

Unido ao Senhor com maior intensidade

Falando sobre o novo arcebispo e relembrando seu percurso vocacional e ministério sacerdotal, lembrou que havia experimentado o desejo de enriquecer seu conhecimento e permanecer fiel ao Senhor. “Agora o Senhor, que conhece o seu passado, o está chamando para se unir a Ele com maior intensidade”, destacou.

A serviço da Igreja e do mundo

O cardeal Parolin também falou sobre as tarefas do novo núncio: “é um serviço prestado para o bem da Igreja e para a paz no mundo. Ele será tanto mais frutífero quanto mais for tenazmente sustentado pela oração e pela meditação da Palavra de Deus”, ressaltou o purpurado.

A celebração foi realizada na Basílica Menor em Leżajsk, na Polônia, de onde é originário dom Kryspin. Também participaram da liturgia os bispos e cardeais Stanisław Dziwisz e Kazimierz Nycz, bem como dom Antonio Filipazzi, núncio apostólico na Polônia, e dom Marek Marczak, secretário-geral da Conferência Episcopal Polonesa. Os co-cosacrantes foram dom Salvatore Pennacchio, presidente da Pontifícia Academia Eclesiástica de Roma, e dom Adam Szal, metropolita de Przemyśl.

Fonte: Vatican News

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Presidente dos bispos italianos: perdão e justiça são caminhos para a paz

No encontro anual na cidade italiana de Rimini, o presidente da Conferência Episcopal Italiana, cardeal Matteo Zuppi, em diálogo com a mídia vaticana, reiterou que a conciliação é o único modo para encontrar o irmão.

Vatican News

Recebido nos estúdios da Rádio Vaticano - Vatican News no Encontro de Rimini, o cardeal Matteo Zuppi ressaltou a importância do perdão e da justiça como caminhos para a paz, reiterando que a conciliação é a única maneira de encontrar o próximo e construir um mundo fraterno. O presidente da Conferência Episcopal Italiana destacou o papel fundamental das religiões no combate ao ódio e à violência e enfatizou que a verdadeira coragem está na negociação e no compromisso de construir a paz.

A educação é fundamental

Os cristãos podem fazer muito, argumentou o arcebispo de Bolonha, para combater a má educação da guerra, do conflito, do preconceito, do ódio, do ressentimento, da vingança, para cultivar esse senso de justiça deformado que é a vingança. Com o perdão e a justiça, a conciliação é a única maneira de educar para a paz, é reconhecer o outro como um irmão; e a educação é fundamental: “é a maneira de ouvir o conselho de Deus para não se deixar levar pelo instinto”.

O compromisso, continuou o cardeal, é fruto da coragem que é a do diálogo. E o presidente dos bispos italianos prosseguiu: “o Papa Francisco tem toda a razão quando diz que a verdadeira coragem é saber negociar; a verdadeira coragem é saber escolher, entender e encontrar o compromisso que olha para o futuro”.

Fonte: Vatican News

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CELAM à OEA: a crescente realidade da pobreza e da desigualdade na América Latina

No contexto da reunião do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), o CELAM apresenta o “Manifesto contra a Pobreza nas Américas”, com o objetivo de avançar em um processo contundente e transcendente rumo à justiça social no continente.

Vatican News

O Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe (CELAM) apresentou o “Manifesto contra a Pobreza nas Américas” na reunião do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) no dia 22 de agosto, no qual afirma que a América Latina e o Caribe sofrem a maior concentração de renda e os mais altos níveis de desigualdade do mundo, conforme confirmado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e pelos relatórios da CEPAL de 2023.

A justiça social

Na reunião da OEA, informa a ADN Celam (informações Whatsapp dos Bispos latino-americanos) a instituição católica latino-americana, expressando sua preocupação com a crescente realidade da pobreza e da desigualdade na região, pediu que o Manifesto fosse levado em consideração, como um instrumento para promover “um processo vigoroso que atue com a urgência e a coragem necessárias para alcançar um passo transcendente em direção à justiça social em nosso continente”. A ocasião também foi convocada para refletir e comemorar o Dia contra o Tráfico de Pessoas; o Dia Internacional em memória do Tráfico de Escravos e sua Abolição; e o Dia Internacional dos Povos Afrodescendentes.

A desigualdade não é apenas econômica

Ao mostrar a vontade da Igreja de continuar trabalhando em favor da população mais vulnerável, o documento sublinha o apelo que a Igreja tem feito em diferentes cenários do magistério, para que os atores que têm responsabilidades diante do flagelo da desigualdade trabalhem em benefício dos povos. Nesse sentido, eles destacam que a desigualdade não é apenas econômica, de renda e distribuição de recursos – asseguram – “ela também afeta as dimensões sociais e políticas, perpetuando a injustiça, enfraquecendo a democracia, atacando a dignidade intrínseca da pessoa e minando o bem comum”.

Desigualdade, uma forma de violência

Afirmam também que a desigualdade e a falta de oportunidades para os seres humanos é uma forma de violência, pois limita o desenvolvimento do potencial de cada pessoa. Além de minar a democracia, continua o Manifesto, isso prejudica os direitos humanos, gerando desconfiança entre os cidadãos e as instituições do Estado. “Como consequência, o tecido social e comunitário é enfraquecido, aumentando ainda mais a vulnerabilidade de populações inteiras, muitas vezes infelizmente criminalizadas, quando na verdade são vítimas”, escrevem os bispos.

Desigualdade e a casa comum

O documento do CELAM continua afirmando que, além dos problemas de pobreza e desigualdade, há também o problema da exploração e do acesso à natureza, lembrando o apelo do Papa Francisco para cuidar da Casa Comum e da família, de modo que as gerações presentes e futuras possam ter uma vida digna.

Desigualdade e estabilidade política

O Manifesto do CELAM apresentado à OEA também se refere à “doença social” que vem permeando grande parte das nações, ou seja, a polarização política, que tem levado a própria sociedade a se culpar por isso, mas sem tomar medidas para combatê-la, criando assim condições para a proliferação de interesses criminosos. “Isso simplesmente perpetua o ciclo de pobreza e desigualdade, aumentando a falta de esperança e eliminando a possibilidade de discussões construtivas e o surgimento de soluções eficazes”, afirma o documento. Nesse sentido, eles apontam que a esperança de encontrar um caminho para a paz é o diálogo, a construção de pontes e o trabalho em direção a uma cultura de encontro, com as comunidades no centro.

A desigualdade e a pobreza alimentam a migração

Destacam que o fenômeno da migração no contexto atual dos países da América Latina e do Caribe, que cresce a um ritmo excessivo, é resultado da falta de políticas claras e de acordos regionais propostos pelos Estados, que não têm sido claros e que acabam sendo um fracasso em termos sociais e econômicos. Nesse sentido, eles pedem que as nações assumam a liderança e trabalhem na construção de políticas claras e construam condições de vida dignas em cada nação, “para que a migração seja uma opção livre e não um recurso inviável diante do desespero e da exclusão”.

Escutar as vozes da justiça

Por fim, os pastores da Igreja Latino-Americana incentivam a OEA a garantir que o trabalho a ser definido e as ações a serem tomadas sejam inspirados e guiados pelo grito das pessoas que foram excluídas da sociedade. “É hora de exercer liderança moral e política, de ouvir as vozes da justiça que estão sendo levantadas em todo o nosso continente. Essa, aliás, será a grande contribuição das Américas diante da crise global”. Fonte: Vatican News

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Dom Tadeu em Itacoatiara, Amazonas: a gente vai para somar na perspectiva de uma Igreja sinodal

O Papa Francisco nomeou dom Edmilson Tadeu Canavarros dos Santos como novo bispo da Prelazia de Itacoatiara. Natural de Corumbá (MS) e ordenado bispo em 2016, atuava como vigário episcopal na região Nossa Senhora dos Navegantes, Arquidiocese de Manaus. Confira a entrevista de dom Tadeu concedida a Padre Modino do Regional Norte 1 da CNBB.

Padre Modino – Regional Norte 1 da CNBB

O Papa Francisco nomeou dom Edmilson Tadeu Canavarros dos Santos novo bispo da prelazia de Itacoatiara na última quinta-feira, 22 de agosto. Durante 7 anos e meio ele foi bispo auxiliar de Manaus, que diz ter sido uma escola para se inserir dentro da Igreja na Amazônia, para sentir o cheiro das ovelhas, tendo como prioridade a família, os jovens e os padres. Em sua nova missão na Prelazia de Itacoatiara, no Amazonas, ele vê como desafio a questão das vocações e, para isso, destaca a importância da Iniciação à Vida Cristã e de acompanhar os jovens.

Para a Igreja de Manaus, ele deixa uma mensagem de gratidão: “me senti realmente em casa”. Em Itacoatiara, “a gente vai para somar, com as pessoas que estão aí, com as lideranças, sobretudo com os padres que aí se encontram, nessa perspectiva de ser uma Igreja sinodal, uma Igreja de comunhão, participação e a missão que se desenvolve para que realmente o Reino de Deus aconteça”.

Depois de 7 anos e meio como bispo auxiliar de Manaus, o Papa Francisco acaba de lhe nomear bispo da Prelazia de Itacoatiara. Qual a leitura que o senhor faz desse tempo que tem servido na Arquidiocese de Manaus?

É impressionante essa experiência como bispo auxiliar, verdadeiramente é uma escola, porque a gente, por mais que tenha formação, nunca está preparado para ser bispo. Esse período que eu estive aqui na arquidiocese me ajudou muito, primeiro a me inserir dentro da Igreja na Amazônia, de conhecer profundamente, porque eu venho de uma outra realidade. E depois, também conhecer a dinâmica de como é que é viver como bispo, atuar como bispo.

O senhor fala que aprendeu a ser bispo, o que aprendeu nesse tempo?

Perceber exatamente o que é que significa ser um pastor, e sobretudo agora, nessa perspectiva, nesse ensinamento do Papa Francisco, com o cheiro das ovelhas, que significa realmente estar nos meios populares, estar mais inserido no meio do povo. O pessoal, quando eu cheguei, me perguntava quais eram minhas prioridades, e eu continuo ainda com elas: que é exatamente a família, os jovens e os nossos padres.

Agora que inicia um novo caminho na Prelazia de Itacoatiara, quais podem ser os maiores desafios a enfrentar?

Na realidade da prelazia, a questão das vocações. Nós temos um clero bastante pouco, ainda contamos com muitos padres vindos de fora, que tem o seu tempo, tem o seu prazo, e falta exatamente fazer crescer as vocações, e não simplesmente para o âmbito sacerdotal; mas também não temos nenhum diácono, a Vida Religiosa, que a gente precisa dinamizar mais, e a vocação para o matrimônio.

O senhor afirma que entre as suas prioridades está a família e os jovens, âmbitos onde a vocações são cultivadas. Quais os passos a serem dados nas famílias, entre a juventude, para que essas vocações possam aflorar?

Na perspectiva da vida de família, ajudar os novos casais, os jovens também, a despertar para uma vida matrimonial que realmente aposta nesse projeto de vida. E daí exatamente a questão da fecundidade, da geração de novos filhos, esse cuidado que se tem de como passar a fé aos filhos, essa experiência que se dá também na comunidade. E para isso tem ajudado muito na nossa Igreja aqui, o processo de Iniciação à Vida Cristã a partir das famílias. Sobretudo como acompanhar mais os grupos de jovens, fomentar mais esses grupos a partir da experiência das pequenas comunidades onde estão inseridos e onde realmente pode despertar as vocações.

Agora já está próxima a sua saída da Arquidiocese de Manaus. Qual a mensagem que o senhor deixaria para o povo da arquidiocese?

Uma coisa muito clara é agradecer, agradecer todo tipo de acolhida que eu tive, a experiência da convivência com dom Sérgio, um homem com quem aprendi muito. Também a questão da renúncia, sobretudo pelo limite da saúde em que ele viveu pela doença que o consumiu depois até os últimos dias da sua vida. Mas exatamente, a minha mensagem é de gratidão, de gratidão exatamente porque a Igreja aqui de Manaus é muito viva, nos acolheu de uma maneira muito excepcional e, nessa acolhida, eu me senti realmente em casa, pela circunstância das relações que foram se criando e os trabalhos que foram se desenvolvendo e, ao mesmo tempo, conhecendo e se dando a conhecer as diversas realidades que nós temos. Desde as comunidades ribeirinhas mais distantes até o grande centro, aquilo que desafia hoje a nossa cidade de Manaus.

E ao povo de Itacoatiara que já lhe espera como seu pastor, qual a mensagem que quer enviar?

Em primeiro lugar, estou não para começar algo novo, mas dar continuidade. Nós temos a presença de pelo menos cinco prelados que antecederam a minha presença, e que construíram a Igreja de Itacoatiara, e levaram para frente. Alguns que contribuíram em uma área e outros que contribuíram em outra área. A gente vai para somar, com as pessoas que estão aí, com as lideranças, sobretudo com os padres que aí se encontram, nessa perspectiva de ser uma Igreja sinodal, uma Igreja de comunhão, participação e a missão que se desenvolve para que realmente o Reino de Deus aconteça.

Fonte: Vatican News

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Alemanha: homem sírio é preso por atentado em Solingen

O jovem, de 26 anos, se entregou às autoridades. O ataque, no qual três pessoas foram mortas e oito ficaram feridas, foi reivindicado pelo autodenominado Estado Islâmico. Duas missas neste domingo (25/08) em Renânia Norte-Vestfália para recordar as vítimas.

Francesca Sabatinelli - Vatican News

Centenas de pessoas participaram de duas missas neste domingo (25/08) em Solingen, na Alemanha, onde na noite de sexta-feira três pessoas morreram e outras oito ficaram feridas em um ataque a faca realizado por um cidadão sírio de 26 anos. Também na tarde deste domingo (25/08), em Renânia do Norte-Vestfália, espera-se que ocorram duas manifestações de teor oposto: uma organizada por ativistas de esquerda e extrema esquerda de Antifa, e a outra, a uma hora de distância, pelos jovens da ultradireita alemã Junge Alternative. Muitas pessoas estão participando do luto na cidade de Solingen, com flores e velas marcando a área, ainda isolada, onde ocorreu o ataque, bem no centro da cidade.

O suspeito havia sido expulso

O homem preso, que continua sendo o principal suspeito, teria se entregado à polícia na noite de sábado (24/08) e já confessado. Sírio de Deir al-Sor, ele estava na Alemanha desde o final de 2022, tendo pedido asilo em Bielefeld. De acordo com algumas informações, ele era conhecido pela polícia como um extremista islâmico e deveria ter sido deportado no ano passado para a Bulgária, o país chamado para examinar o pedido de asilo, conforme exigido pelo Tratado de Dublin, mas o rastro dele teria sido perdido.

A reivindicação do Is

A polícia também teria detido outra pessoa em um centro de refugiados, também em Solingen. O autodenominado Estado Islâmico alegou que o ataque foi perpetrado por um “soldado” do EI, de acordo com uma declaração, “para vingar os muçulmanos da Palestina e de todos os outros lugares”.

Fonte: Vatican News

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Padre Pedro Miličević: “perdoei quem matou meu pai”

Termina neste domingo, 25 de agosto, em Rimini, na Itália, o “Encontro de Amizade entre os Povos”, intitulado “Meeting de Rimini”, que chegou à sua 45ª edição. Entre as diversas intervenções, destaque ao testemunho do sacerdote de Mostar, Padre Pedro Miličević que, quando criança, viveu a guerra na Bósnia e Herzegovina, nos anos 90.

Benedetta Capelli - Rimini

“Há duas coisas que não podem ser separadas: o perdão dado e o perdão recebido. O mal recebido, muitas vezes, é tão grande que, para ser perdoado, parece que devemos subir uma montanha muito alta. Porém, não podemos fazer isso sozinhos, de consequência, precisamos da graça de Deus, que a devemos pedir”. Trata-se da reciprocidade da misericórdia, que o Papa Francisco explicou na audiência geral, em 18 de março de 2020. Este aspecto se expressa de modo forte e poderoso na história do Padre Pedro Miličević, um jovem sacerdote de Mostar, na Bósnia e Herzegovina, a cidade que, em 1993, viu seu símbolo, a ponte velha, destruído por unidades croatas. Foram momentos dramáticos: Mostar ficou dividida entre as forças croatas da Bósnia, que ocuparam a parte ocidental, e o exército da República da Bósnia e Herzegovina, a oriental, onde viviam muçulmanos bósnios.

Precipitados na escuridão

Na época, a Iugoslávia estava envolvida em um conflito entre irmãos, um acontecimento que uma criança de 7 anos, como Pedro, não entendia, mas compreendia as lágrimas copiosas e amargas, que sua mãe derramava, sem a poder consolar. 

“Em 1993, em entrevista à Rádio Vaticano, durante o Encontro de Rimini, Pedro disse: “Em um só dia, perdi 8 membros da minha família: meu pai, uma tia, três filhos da minha tia e um de outra tia...”. Além do mais, Pedro foi levado, com outras pessoas, para um campo de concentração, onde permaneceu por 7 meses.

Um oásis de paz

Após dois anos, Pedro foi passar alguns dias de férias em Termoli, na Itália, junto com outras crianças de Mostar, por iniciativa do Padre Benito Giorgetta, que também participou do Encontro de Rimini. Na ocasião, o sacerdote disse: “Fui buscar essas crianças, pessoalmente, não obstante todo o processo burocrático. Foram necessários tantos sacrifícios e trabalho, para as devidas autorizações governamentais; mas, acima de tudo, meu desejo era muito forte para oferecer um oásis de paz àquelas crianças tão atormentadas. Lembro-me do terror delas ao ouvir os fogos de artifício. Aqueles barulhos levou as crianças a se esconder, porque, para elas, representavam toques morte, o que, para nós, ao invés, eram motivos de alegria”. Na entrevista, o sacerdote não deixou de expressar seus agradecimentos, sobretudo, às famílias, que, na época, acolheram aquelas crianças: “foram verdadeiras missionárias, - como ele as define hoje, - porque evangelizaram com seu testemunho”. O sacerdote agradeceu, de modo particular, a família Castrotta, que hospedou Pedro.

O amor que não esquece

As crianças voltaram para Mostar. Os anos passavam, entre sofrimentos e tentativas de melhorar as relações humanas e empreender um caminho de regeneração. Mas, Pedro decidiu entrar para o seminário em Zagreb. Com o passar dos anos, retornou à Itália para concluir seus estudos. Na ocasião, fez uma peregrinação a San Giovanni Rotondo. No caminho, viu a indicação para Termoli. Então se recordou da família Castrotta, que o havia acolhido nos anos passados. Através do Facebook, encontrou a família, à qual pediu notícias sobre o Padre Benito Giorgetta, mas obteve pouca resposta. Depois, ao voltar para Roma, recebeu uma surpresa: o próprio Padre Benito lhe ligou e o convidou a ir a Termoli, para celebrarem juntos uma Missa. “Do amor – disse Padre Pedro – não se esquece”.

“Sei quem matou meu pai…”

Durante todos aqueles anos, a luz do Evangelho iluminou o coração do jovem sacerdote: o encontro com o grande amor revolucionou a sua vida e o abriu ao perdão: “Da mesma forma como Deus perdoa, também nós devemos perdoar. Sei quem matou meu pai, mas eu o perdoei, pois não posso viver na vingança. Se eu tiver que ficar magoado, não seria um homem de Deus; somos humanos, cometemos erros, nascemos no mesmo lugar, mas não somos muito diferentes”. Eis a grande lição que a dor proporcionou ao Padre Pedro: o perdão é o caminho para curar e olhar o outro como verdadeiro irmão.

Fonte: Vatican News

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Israelenses e palestinos: “o futuro depende do respeito ao próximo"

O Encontro de Rimini termina neste domingo (25/08). Um dos muitos testemunhos que se destacam é o do “The Parents Circle”, a associação à qual pertencem o israelense Rami Elhanan e o palestino Bassam Aramin. Ambos perderam suas filhas e, juntos, estão empenhados em um longo percurso de reconciliação entre os dois povos, que vai além da guerra que estourou entre Israel e o Hamas.

Benedetta Capelli - Rimini

As fotos de Abir e Smadar são projetadas no palco do Meeting de Rimini. São meninas que se assemelham no frescor da idade, ambas com os cabelos presos para trás e olhar profundo. Smadar, de 13 anos, foi morta por um homem-bomba palestino no centro de Jerusalém; Abir, de 10 anos, foi morta a tiros em frente à sua escola por um jovem soldado israelense. Um destino semelhante, trágico, violento, até mesmo inexplicável e, infelizmente, relacionado ao conflito israelense-palestino.

Suas famílias, como tantas outras, choraram e sofreram e hoje são testemunhas da paz e da reconciliação. Seus pais, Rami Elhanan e Bassam Aramin, estão envolvidos há anos na associação “The Parents Circle” (O Círculo dos Pais), fundada em 1995 por iniciativa de Isaac Frankenthal, cujo filho Arik foi sequestrado e morto por grupos terroristas afiliados ao Hamas. O que os uniu no palco do Meeting na sexta-feira, 23 de agosto, foi a apresentação do livro de Colum McCann, autor do romance “Apeirogon”, no qual ele relata o encontro deles, o reconhecimento de suas respectivas tristezas e o compromisso de trabalhar por um futuro diferente. Esse é um dos encontros mais tocantes entre os 140 que animaram, durante uma semana, o encontro Comunhão e Libertação e representa a busca pelo essencial, o tema e o coração de tantas reflexões, palestras e encontros.

Entre o ódio e o perdão

O palestino Bassam Aramin relata o momento em que mudou sua perspectiva. “Eu estava na prisão e queria me entreter assistindo a um filme sobre o Holocausto. Para mim, era uma espécie de vingança, eu queria ver outras pessoas sendo torturadas e mortas, mas, em vez disso, comecei a chorar. Entendi que se tratava de pessoas inocentes: esse filme, depois de 25 anos, me levou a escrever uma dissertação sobre o Holocausto para entender o medo presente na mentalidade judaica”.

Conhecer seu inimigo é começar a entendê-lo: esse é o primeiro passo, diz Bassam, para sentar e conversar. Ser palestino não é fácil, diz ele, especialmente sob a ocupação israelense, e é preciso pôr um fim a isso para não continuar se matando. "O Hamas”, explica Aramin, ”não representa o povo palestino, mas faz parte dos palestinos. A opressão gera resistência e essa situação não muda há décadas, apenas gera mais sofrimento, mais vítimas, e o governo israelense deve reconhecer o direito dos palestinos à autodeterminação”.

As rachaduras da parede

O israelense Rami Elhanan se concentra na fraternidade. “Para expressar o amor”, diz ele, ”não é preciso passar pela dor para entender, não é preciso estar em nosso lugar. Muitos pais, que passaram pelo que nós passamos, buscam vingança. Há pessoas com raiva, presas em um círculo de violência, outras morrem sozinhas, mas nós estamos aqui, somos reais, somos um exemplo concreto”.

Rami relata o espanto de muitas crianças israelenses e palestinas quando ele e Bassam levam seu testemunho de amizade e respeito às escolas. “Elas nos olham com os olhos arregalados, é como se a terra estivesse vibrando e como se estivessem entrando na boca de um vulcão ativo: um rio de sangue corre entre nossas duas nações e, muitas vezes, tudo muda quando elas ouvem que nos chamamos de irmãos, quando eu digo algumas palavras em árabe e Bassam fala em hebraico. É como ver e ouvir as rachaduras de uma parede desmoronando e a luz entrando”.

O respeito é necessário

Rami e Bassam relembram com intensidade o encontro com o Papa Francisco no Vaticano em 27 de março de 2014, contando sua emoção ao ver as fotos de suas meninas. Ao concluir o encontro, o israelense Rami Elhanan diz que não tem motivos para amar o Hamas. “O Hamas matou minha filha”, diz Rami, mas enfatiza que o que aconteceu em 7 de outubro trouxe a questão israelense-palestina de volta à atenção do mundo. “Não conheço a solução, mas sei que nosso futuro juntos depende de uma palavra: respeito!”. Respeito que passa pelo reconhecimento do Estado palestino, diz Rami. “Que haja um fim para a ocupação e que possamos virar a página de nossa história.” - Fonte: Vatican News

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Papa Francisco pede que ninguém fique sem cuidados médicos diante da varíola dos macacos

A Organização Mundial da Saúde classificou recentemente o ressurgimento da varíola dos macacos (mpox) na República Democrática do Congo como "uma emergência de saúde pública de interesse internacional". 

Por David Ramos 

O papa Francisco fez um chamado hoje (25) para que “ninguém fique sem atendimento médico adequado” diante da crise sanitária causada pela varíola dos macacos (mpox), cujo ressurgimento na República Democrática do Congo foi considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um “emergência de saúde pública de importância internacional”.

Depois da oração do Ângelus de hoje (25) na Praça de São Pedro, no Vaticano, Francisco manifestou a sua “solidariedade com as milhares de pessoas afetadas pela varíola dos macacos, que agora é uma emergência de saúde global”.

“Rezo por todas as pessoas infectadas, especialmente pela população da República Democrática do Congo, que está sendo tão provada”, disse ele.

Depois de manifestar a sua “proximidade às Igrejas locais dos países mais afetados por esta doença”, o papa Francisco pediu às autoridades governamentais, bem como às indústrias privadas, que compartilhem “a tecnologia e os tratamentos disponíveis, para que ninguém fique sem atendimento médico adequado".

O que é varíola dos macacos?

Segundo a MedlinePlus, um serviço da Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA, a varíola dos macacos é “uma infecção viral na qual uma pessoa desenvolve febre, fadiga, dores musculares e erupções cutâneas que podem envolver todo o corpo. A maioria dos casos se resolve dentro de 2 a 4 semanas”.

É uma doença “rara”, foi encontrada “principalmente em países da África Central e Ocidental”. O primeiro caso relatado desta doença em humanos, diz o site especializado, foi notificado na República Democrática do Congo em 1970.

“Recentemente foram relatados casos que não envolvem viagens internacionais ou contato com animais importados, indicando a propagação desta infecção”, acrescenta.

A doença pode ser transmitida de animal para humano, através de mordidas ou consumo de carne silvestre, entre outros fatores, bem como de humano para humano, através do contato com objetos de uma pessoa infectada, por “grandes gotículas respiratórias” e “durante contato íntimo”.

Fonte: ACIDigital

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Cresce a insatisfação entre os funcionários do Vaticano 

Privatização e terceirização, salários estagnados, promoções não transparentes e não relacionadas ao desempenho, saldos orçamentários não publicados, a Associação dos Funcionários leigos do Vaticano publica uma carta, assinalando que a instituição está lentamente sendo “desconstruída”.

A Associação dos Trabalhadores Leigos do Vaticano (ADLV) divulgou um comunicado, expressando sua preocupação com as atuais políticas econômicas implementadas durante o pontificado do Papa Francisco, as quais além de não terem gerado os resultados financeiros esperados, levantam dúvidas quanto ao sentido de trabalhar para as estruturas e departamentos da Santa Sé.

“Fazer parte da comunidade de funcionários do Vaticano deve significar ser membro de uma família especial caracterizada por valores específicos que a distinguem de empresas externas, especialmente as privadas”, porém, observando as mudanças resultantes da reforma econômica, a ADLV questiona se há uma verdadeira consideração pela ‘pessoa humana’.

“A partir do Motu Proprio Fidelis dispensator et prudens, o Vaticano começou a prestar particular atenção à economia, agora uma característica dominante em todas as atividades da res vaticana”, acrescenta a ADLV. “O nosso interesse é também proteger a imagem da Santa Sé, infelizmente minada nos últimos anos por escândalos”.

“Hoje, diante do investimento de recursos realizado, quais são os resultados dessa ‘revolução’? Não sabemos exatamente porque, há alguns anos, os dados orçamentais – que já foram comentados em conferências de imprensa – não foram publicados. Não perdemos a esperança de poder ver o próximo orçamento final de 2023”, lamenta a ADLV.

O sindicato do Vaticano possui uma extensa lista de reclamações que incluem privatização e terceirização, estagnação de salários acompanhada por aumentos de aluguéis, promoções não transparentes e não vinculadas ao desempenho, bem como saldos orçamentais não divulgados.

“As notícias mais recentes nos falam de um Vaticano que está se abrindo para a terceirização em vários setores. Isso representaria uma mudança radical de rumo: de uma pequena comunidade inspirada nos valores do Evangelho, ansiosa por sublinhar sua particularidade aos olhos do mundo, para uma empresa de pleno direito. Uma empresa multinacional um tanto claudicante, que carece de muitos bônus, prêmios e gratificações que os funcionários externos desfrutam. Hoje há uma tendência de se falar em uma “cultura empresarial”. Então, o que o Vaticano está se tornando? Para quem estamos trabalhando? Todos nós sabemos a importância de acompanhar os tempos, mas a que preço? Quais são as razões por trás dessa mudança repentina? Tudo está em silêncio”, continua o sindicato.

“Os bens imobiliários, que são da responsabilidade da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica, foram entregues à gestão de algumas agências imobiliárias italianas; os bens móveis, os investimentos em títulos e obrigações de todos os Órgãos/Ministérios foram subitamente desmantelados e entregues a empresas majoritariamente americanas”.

“O Annona, o supermercado do Vaticano, em breve terá o mesmo destino: em breve sua gestão será confiada a uma conhecida marca italiana. Os funcionários do Vaticano 30/40, avisados após o fato, devem ser realocados dentro do Vaticano, não se sabe exatamente onde, pois não se sabe qual será o destino das empresas externas que atualmente colaboram com a Annona”.

“Temos a percepção de que a instituição está lentamente se ‘desconstruindo’. É uma política que compensa? Só o tempo nos dará respostas certas. Enquanto isso, nos perguntamos: o que aconteceu com a necessidade de proteger dados e informações? E a prudência? Por que não fortalecer os recursos internos, que estão cada vez mais desmotivados e confusos? Em que direção estamos indo?”

E o comunicado conclui, destacando que “o descontentamento está crescendo impiedosamente, como demonstrado pela ação coletiva apresentada por alguns funcionários dos Museus do Vaticano. Quando será inaugurada a tão desejada abertura ao diálogo no estilo do Cardeal Casaroli?”.

Entre os meses de abril e maio deste ano, os funcionários dos Museus do Vaticano, em um caso sem precedentes, entraram com uma ação coletiva junto ao governo do Vaticano exigindo melhores condições de trabalho, que incluem o reconhecimento de tempo de serviço, licença médica e compensação de horas extras.

Fonte: Gaudium Press

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Do dia 24/8/24

Papa a legisladores católicos: sejamos testemunhas de esperança

“Sejamos testemunhas de esperança para as novas gerações (…) que se contraponham às mensagens de pessimismo e cinismo às quais são expostos com muita frequência!”. Palavras do Papa Francisco no encontro com parlamentares católicos de uma rede internacional neste sábado (24) no Vaticano.

Vatican News

O Papa Francisco recebeu na manhã deste sábado (24/08), no Vaticano, um grupo da Rede Internacional de Legisladores Católicos (ICLN - International Catholic Legislators Network), uma associação privada apartidária que nasceu em Trumau, na Áustria, em 2010. Eles participam de uma conferência anual realizada em Roma, que inclui uma audiência com o Pontífice no Vaticano.

O tema do encontro deste ano, “O mundo em guerra: crises e conflitos permanentes - o que isso significa para nós?”, é mais atual do que nunca, sublinhou Francisco. A situação presente de uma “terceira guerra mundial em pedaços” parece permanente e irreprimível. Então, continuou o Papa: “qual é a resposta esperada, não apenas por parte dos legisladores, mas por parte de todos os homens e mulheres de boa vontade (….) caracterizada pela fraternidade, justiça e paz?”. Aqui Francisco propõe alguns pontos para reflexão.

Renunciar à guerra

“Primeiro: o imperativo de renunciar à guerra como um meio de resolver conflitos e estabelecer a justiça”. Depois, ele destacou que a enorme capacidade destrutiva dos armamentos contemporâneos tornou “os critérios tradicionais para os limites da guerra obsoletos”. Também disse que, em muitos casos, “a distinção entre alvos militares e civis é cada vez mais inconsistente”. E Francisco acrescentou:

“Precisamos ouvir o grito dos pobres, das viúvas e dos órfãos mencionados na Bíblia, ver o abismo do mal que está no coração da guerra e decidir, com todos os meios possíveis, a opção pela paz.”

Perseverança e paciência

Referindo-se ao segundo ponto de reflexão, o Papa destacou “a necessidade de perseverança e paciência, a proverbial ‘virtude dos fortes’, na busca do caminho da paz, em todas as ocasiões oportunas e inoportunas, por meio de negociação, mediação e arbitragem”. Ele afirmou, em seguida, que “o diálogo deve ser a alma da comunidade internacional, facilitado pela confiança renovada nas estruturas de cooperação internacional”. Concluindo a reflexão, recordou: "é preciso dar atenção especial à defesa do direito internacional humanitário e ao fornecimento de uma base jurídica cada vez mais sólida".

Enfrentar um conflito

Esclarecendo que os presentes como legisladores sabem bem o que significa enfrentar um conflito, mesmo “em uma escala menor”, mas talvez “não menos intensa”, dentro das comunidades que representam, Francisco disse:

“Como cristãos, reconhecemos que as raízes do conflito, da fragmentação e da desintegração na sociedade podem ser encontradas, em última análise, como apontou o Concílio Vaticano II, em um conflito mais profundo, presente no coração humano. Às vezes, os conflitos podem ser inevitáveis, mas só podem ser resolvidos de maneira proveitosa em um espírito de diálogo e sensibilidade para com os outros e suas razões, e em um compromisso comum com a justiça na busca do bem comum. Não esqueçam disto: não se pode sair de um conflito sozinho. Não é possível. Sempre se sai com os outros. Sozinho, ninguém consegue sair do conflito."

Renovar o espírito de esperança

Concluindo seu discurso, o Papa sugeriu aos presentes que, talvez mais do que qualquer outra coisa, “nosso mundo cansado de guerra precise renovar o espírito de esperança que levou ao estabelecimento das estruturas de cooperação a serviço da paz após a Segunda Guerra Mundial”. Por fim, pediu a todos que fossem “testemunhas de esperança, especialmente para as novas gerações":

"Que seu compromisso com o bem comum, sustentado pela fé nas promessas de Cristo, sirva de exemplo para nossos jovens. Como é importante que eles vejam modelos de esperança e ideais que se contraponham às mensagens de pessimismo e cinismo - não nos esqueçamos das mensagens cínicas: elas são terríveis! - e a essas mensagens de desespero, pessimismo e cinismo os jovens são expostos com muita frequência!”- Fonte: Vatican News

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Papa abençoa primeira missão de resgate de migrantes no Mediterrâneo

Através de uma mensagem escrita de próprio punho, Francisco enviou sua bênção para a primeira missão do “Mare Jonio” de busca e resgate de migrantes no Mar Mediterrâneo. A iniciativa é desenvolvida em conjunto com a Conferência Episcopal Italiana.

Vatican News

Na manhã deste sábado (24) foi divulgada uma breve mensagem com a bênção do Papa Francisco a toda a tripulação do Mare Jonio da Associação Mediterranea Saving Humans que inicia a sua missão de busca e resgate de migrantes no Mar Mediterrâneo. O Mare Jonio é a primeira missão organizada em conjunto com a Conferência Episcopal Italiana.

Rezo por vocês

 A mensagem de Francisco

A breve mensagem, escrita de próprio punho por Francisco, é dirigida ao padre Mattia Ferrari. Inicialmente, o Pontífice agradece o e-mail recebido e deseja o melhor para todos enviando sua bênção à tripulação. “Rezo por vocês”, escreve o Papa, “obrigado por seu testemunho e que o Senhor os abençoe e que Nossa Senhora os guarde”.

Vatican News presente na missão

Graças ao apoio dos bispos italianos, o Mare Jonio - um rebocador adaptado usado nas operações de busca e resgate da Mediterranea Saving Humans - será acompanhado por um navio de apoio encarregado da observação e da comunicação. No navio, estarão presentes voluntários e equipes médicas adicionais, bem como um mediador intercultural e um pequeno grupo de jornalistas, entre eles, o enviado do Vatican News, Joseph Tulloch, que fará atualizações da missão.

Fonte: Vatican News

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Francisco: onda populista na Europa está fazendo desaparecer os princípios de fraternidade

Aos participantes do Fórum Alpbach, que se realiza até 30 de agosto, o Papa envia uma mensagem na qual partilha as suas apreensões sobre a crescente difusão de movimentos que correm o risco de colocar em segundo lugar os mais fracos. “As sociedades na Europa são chamadas a encontrar formas e meios para reduzir a polarização dentro de si e a permanecer abertas em relação ao mundo que as rodeia”.

Antonella Palermo - Vatican News

Frear as forças populistas na Europa e qualquer polarização que disperse os valores fundadores da União. Esse é o cerne da mensagem do Papa Francisco dirigida aos participantes do Fórum Europeu Alpbach (17 a 30 de agosto), uma plataforma que reúne jovens do velho continente e de todo o mundo, para partilhar reflexões e ações com pensadores e analistas da área de política, do empreendedorismo, da sociedade civil e cultural.

Os movimentos populistas estão marginalizando os fracos

À luz do propósito do Fórum - orientar ideias para uma Europa forte e democrática -, Francisco ilustra alguns motivos de preocupação sobre o destino do continente que vive, afirma, "um momento em que vários movimentos populistas gozam de grande popularidade ". Segundo o Pontífice, existem fatores econômicos e políticos por detrás dessa tendência que se estabelece cada vez mais.


"[...] Na Europa, na sequência desta "onda" populista, alguns ideais desapareceram e alguns princípios, relativos ao comportamento com os membros mais fracos da sociedade, foram colocados em segundo plano."

A Europa não deve perder os valores universais da fraternidade

A questão colocada pelo Papa é, portanto, aquela relativa aos princípios da dignidade humana e da fraternidade, “ligados à matriz do Evangelho”: o que acontece com eles? As palavras de Bergoglio são, por um lado, tranquilizadoras, porque mesmo num contexto secularizado, que - "não deveria surpreender e nem assustar" - a Igreja pode continuar a atuar ("Deus também está presente também ali"); por outro lado, são palavras de apelo:

"Com motivação renovada, esforçamo-nos, como cristãos, por levar a riqueza da doutrina social católica com a sua reivindicação de universalidade. Até a União Europeia, desde a sua fundação, tem características universalistas e espera-se que não as perca. [...] As sociedades na Europa são chamadas a encontrar formas e meios para reduzir a polarização dentro de si e a permanecer abertas em relação ao mundo que as rodeia." - Fonte: Vatican News

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Nomeações do Papa para Infância Missionária e Congresso Eucarístico Internacional

Neste sábado (24/08), Francisco nomeou a Irmã Inês Paulo Albino, das Irmãs Adoradoras do Sangue de Cristo, como nova secretária-geral da Pontifícia Obra da Santa Infância Missionária (IAM), e o cardeal Baltazar Enrique Porras Cardozo, arcebispo emérito de Caracas, como delegado pontifício para o 53° Congresso Eucarístico Internacional. O evento será celebrado em setembro deste ano, no Equador.

Andressa Collet - Vatican News

O Papa Francisco, entre as nomeações deste sábado (24/08), designou a Irmã Inês Paulo Albino, conselheira do Instituto das Irmãs Adoradoras do Sangue de Cristo, para ocupar o cargo de secretária-geral da Pontifícia Obra da Santa Infância ou Infância Missionária (IAM).

Segundo informações divulgadas pela Sala de Imprensa da Santa Sé, a religiosa, de 55 anos, que nasceu em 25 de abril de 1969, em Bula, Guiné Bissau, ingressou na Congregação em 1997. Obteve a licenciatura em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Ex-responsável de Pastoral na Paróquia Santa Maria de Mattias, em Ingoré, e diretora da Direção Nacional das Pontifícias Obras Missionárias da Guiné-Bissau, trabalhou no campo da evangelização, da catequese, do ensino e do apostolado dos jovens. Desde 2022 é conselheira e ecônoma da região italiana do seu Instituto Religioso.

A nomeação para o Congresso Eucarístico Internacional

O Pontífice também nomeou neste sábado (24/08) o cardeal Baltazar Enrique Porras Cardozo, arcebispo emérito de Caracas, como delegado pontifício para o 53° Congresso Eucarístico Internacional. O evento será celebrado em setembro deste ano, em Quito, no Equador, por ocasião do aniversário de 150 anos da consagração do Equador ao Sagrado Coração de Jesus.

Fonte: Vatican News

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Dom Skomarovskyj no Dia da Independência da Ucrânia: rezemos pela paz

Por ocasião do aniversário no país, o bispo de Lutsk e presidente da Conferência dos Bispos de Rito Latino explica à mídia do Vaticano como os ucranianos vivem essa celebração. “As pessoas agora percebem um senso da própria dignidade. Esse é um motivo importante pelo qual queremos fazer parte da família das nações europeias”.

Svitlana Dukhovych e Taras Kotsur - Vatican News

A Ucrânia comemora neste sábado, 24 de agosto, o Dia da Independência em meio à guerra pelo terceiro ano consecutivo. O dia de hoje marca exatamente dois anos e meio desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022.

A independência da União Soviética ocorreu pacificamente há 33 anos, em 24 de agosto de 1991. Hoje, “a independência nos custa muito”, tem “um preço muito alto para nós”, explica dom Vitalij Skomarovskyj, bispo de Lutsk e presidente da Conferência dos Bispos de Rito Latino na Ucrânia, em uma entrevista à Rádio Vaticano-Vatican News. O prelado relembra os muitos mortos desse conflito, invocando de Deus a paz e a bênção para o povo ucraniano.

O que significa para a sociedade ucraniana, e em particular para os fiéis, para os cristãos, celebrar mais um aniversário da restauração da independência, enquanto uma guerra em grande escala já dura dois anos e meio?

Conquistamos nossa independência e soberania nacional após o colapso da União Soviética. Agradecemos a Deus por isso. Lembro-me de que, naquela época, muitas pessoas ficaram maravilhadas com o fato de tudo ter se desenrolado sem vítimas, de forma muito pacífica. Outros países pagaram um certo preço por isso. Por exemplo, nos países bálticos houve tumultos, tropas foram enviadas e houve vítimas. Mas aqui na Ucrânia foi tudo muito pacífico. E depois, com a independência, renovamos todos os atributos de nosso Estado: a bandeira, o hino, o Dia da Independência, outros feriados estaduais e assim por diante. Mas, na minha opinião, tudo isso foi percebido como devido. Essa independência agora nos custa muito: a guerra começou porque o agressor queria nos privar de nossa independência, soberania e da própria existência de nosso povo. Antes, estávamos comemorando, mas não entendíamos completamente o que realmente estávamos comemorando e não valorizávamos o que tínhamos. Agora estamos lutando por essa independência, que tem um preço muito alto para nós. E para nós, fiéis, esses são sempre dias de oração, de profunda oração, para que Deus preserve nossa independência, nos dê paz e nos abençoe.

Com quais palavras o senhor gostaria de se dirigir a todas as famílias que perderam entes queridos nessa guerra?

Primeiramente, gostaria de expressar minha compaixão, meu afeto e minhas orações. A primeira oração é por nossos soldados mortos. Oramos por eles, oramos por suas almas, oramos o tempo todo. Sinto essa oração todos os dias durante a missa, e não apenas em nossa igreja, mas também em outras igrejas. Também oramos por aqueles que estão de luto, para que Deus os conforte, lhes dê forças para continuar e lhes dê paz em seus corações. Sua perda é grande, mas essa oração ajuda, assim como a oração de toda a Igreja. O apoio concreto também ajuda: agora existem muitas iniciativas tanto para os parentes quanto para as crianças que perderam seus pais nessa guerra. É muito importante que as igrejas também procurem e encontrem oportunidades para ajudá-los. Muitas iniciativas estão sendo realizadas, incluindo assistência psicológica, ajuda financeira e ajuda para a reabilitação psicológica das crianças. Há pessoas de todo o mundo envolvidas na implementação desses projetos. Portanto, acho que isso também é um presente de Deus pelo qual somos gratos.

O senhor frequentou o seminário e recebeu a ordenação sacerdotal antes mesmo da Declaração de Independência. Em sua opinião, por que a liberdade é importante para o desenvolvimento da sociedade, para sua dimensão religiosa e para a afirmação da dignidade humana?

Agora as pessoas estão se esquecendo lentamente de como era a vida sem independência, sob o socialismo, e estão perdendo a memória da atmosfera daquela época. Eu também estou esquecendo aos poucos... Mas me lembro de quando obtivemos liberdade religiosa: tudo começou na União Soviética. No final da década de 1980, pequenos brotos dessa liberdade estavam começando a florescer quando finalmente nos permitiram abrir algumas novas paróquias ou construir uma igreja. Foi um grande milagre, porque isso nunca havia acontecido antes: as igrejas estavam sendo fechadas.... Lembro-me também que, com a restauração da independência no início da década de 1990, houve uma grande crise econômica e, por causa disso, muitas pessoas ficaram desapontadas porque perderam uma certa sensação de estabilidade que tinham antes. Mas lembro que os fiéis ficaram muito felizes porque agora podiam professar livremente sua fé, falar sobre ela sem medo, sem receio de levar seus filhos à igreja e ensinar-lhes a fé. Eles não tinham mais medo de serem humilhados por sua fé no trabalho, na escola ou em qualquer outro lugar. E tudo isso também possibilitou a superação das dificuldades que nosso país estava enfrentando na época e, com o tempo, a situação econômica também melhorou.

“Outra grande mudança, em comparação com o período soviético, foi a mudança de atitude em relação às pessoas. As pessoas agora têm um senso de sua própria dignidade. Esse é um motivo importante pelo qual queremos fazer parte da família das nações europeias. Porque na Europa, a dignidade de uma pessoa é respeitada. E gostaríamos de viver em uma família onde as pessoas são vistas como tal e não como uma engrenagem na máquina ou uma ferramenta. Gostaríamos de viver nessa família de nações, mas eles querem nos impedir de fazer isso.”

Fonte: Vatican News

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Encontro em Vitória, no Espírito Santo, reuniu mais de 100 reitores de santuários

O XXV Encontro Nacional de Reitores de Santuários do Brasil, com o tema “Da Misericórdia à Esperança: Santuários do Brasil a caminho do Ano Jubilar” e o lema bíblico “Na Tua Palavra depositei a minha esperança” (Sl 119,81), terminou nesta sexta-feira (23/08).

Vatican News

O encontro realizado em Vitória (ES) reuniu, entre os dias 19 e 23 de agosto, mais de cem reitores de santuários de várias partes do país. O objetivo foi aprofundar discussões sobre a gestão dos espaços sagrados na atualidade, além de fomentar a partilha de conhecimento e experiências.

O anfitrião, Frei Djalmo Fuck, reitor do Convento da Penha, vinculado à Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, celebrou com alegria a realização do encontro em terras capixabas. “Santuário, por excelência, é o lugar da peregrinação, onde as pessoas acorrem para celebrar sua fé, para reavivar sua esperança, o dom de ser discípulo de Jesus, portanto, ser peregrino é próprio daquilo que constitui a alma, a vida dos nossos santuários. Caminhar e celebrar a fé neste espaço de oração. Estamos muito felizes em sediar esse histórico encontro e queremos mostrar a todos a importância que o Convento da Penha tem para o estado e para o Brasil”, afirmou.

O reitor do Santuário Nacional de Aparecida, Padre Carlos Eduardo Catalfo, C.Ss.R, ressaltou que a missão dos reitores de santuários é a acolhida e a evangelização. “A vocação do santuário é acolher, anunciar a Palavra, viver a esperança. A esperança está sempre no coração do cristão e por isso, estamos aqui para pensar melhor a gestão de um santuário, desde a gestão, administração, campanhas de arrecadação. A característica principal deste encontro é pensar a organização e acolhimento não apenas nos grandes santuários, mas nos santuários médios e pequenos. Nosso objetivo principal é ajudar os pequenos santuários que precisam de ideias, sugestões, é isso que queremos”.

Durante a homilia na Santa Missa de abertura do encontro, o arcebispo de Vitória, dom Dario Campos, destacou o sentimento das pessoas que visitam os santuários. “As pessoas sempre buscam algo quando se dirigem aos santuários, desde a cura até o pagamento de uma promessa. Esse movimento que ele pode fazer caminhando dias, ou atravessando longas distâncias, entram ajoelhados, motivados por uma chama de fé e de esperança. Que nossos santuários continuem sendo espaços propícios para o encontro profundo com o Senhor, que apresenta a todos o caminho, a maturidade da fé”.

Um dos palestrantes do encontro foi Frei Vitório Mazzuco. Ele abordou o tema: “A identidade do Santuário como lugar de acolhida e evangelização sob a ótica da esperança”. Para ele, “o lugar religioso, o santuário é o espaço sagrado que mostra a unidade espiritual entre o divino e o humano, lugar onde céu e terra se encontram, espírito e matéria, o lugar celebrativo do ‘ser religioso’. Ali, a fé é uma verdade absoluta que transcende o mundo, sem sair do mundo. O santuário é o lugar do cuidado do espírito. Também somos da natureza humano, portanto, precisamos ser profundamente humanos para entendermos o que é viver divinamente no mundo e temos uma natureza biológia, isto é, estar ao lado da vida”, destacou.

“O Ano Santo da Esperança quer mostrar aos fiéis que esperança é o princípio da fé. O melhor modo de acolher é acreditar na pessoa. Deus tem uma fé profunda na pessoa porque nos ama incondicionalmente, então o melhor modo do santuário se se preparar é falar do ano santo, – aquilo que não é falado não existe, o que não se apresenta, não se sabe o que é -, e que se fale muito da esperança e o Papa Francisco pediu que este ano de preparação fosse o ano da oração. O fiel que visita um santuário quer se sentir filho e filha de Deus, quer ser acolhido como um lugar da esperança”, contextualizou Frei Vitório.

As atividades do encontro foram encerradas na sexta-feira (23), e o ponto alto foi a visita dos reitores ao principal monumento turístico, histórico e religioso do Espírito Santo, o Convento da Penha. Localizado em Vila Velha, o Santuário foi fundado em 1558 e é um dos mais antigos do país.

Colaboração: Cristian Oliveira - Convento da Penha - Fonte: Vatican News

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Arcebispo exorta aos políticos a se concentrarem na paz em vista das eleições de outubro

No momento em que Moçambique embarca em campanhas eleitorais presidenciais e legislativas a nível nacional, com início marcado para este sábado 24 de agosto, o Arcebispo da Beira, Dom Claudio Dalla Zuama, SCI, apelou aos líderes políticos para darem prioridade à paz e à política em vez do conflito e de discursos de ódio.

Por Wesley Omondi – CISA África

Com as eleições gerais agendadas para 9 de outubro deste ano, a mensagem do Arcebispo chega num momento crítico, enfatizando a importância de uma atmosfera de campanha construtiva e respeitosa. “Este é um momento para mostrar o que cada partido representa, para envolver os cidadãos num diálogo significativo sobre o futuro da nossa nação”, disse o Arcebispo, advertindo que ‘não deve ser uma plataforma para semear a discórdia e o ódio’.

O apelo de Dom Claudio Dalla Zuanna tem como pano de fundo as eleições em Moçambique, onde os períodos eleitorais têm sido frequentemente marcados por violência e hostilidade verbal. O Arcebispo Dalla Zuanna exortou os líderes políticos do país a aproveitarem esta época de campanha para apresentarem políticas claras e substantivas, em vez de recorrerem a ataques pessoais e a uma retórica inflamada. 

A preocupação do prelado é particularmente pungente dado o clima político turbulento a que Moçambique assistiu no passado. As eleições autárquicas de outubro de 2023 foram notoriamente contenciosas, com protestos que irromperam em várias áreas, levando a uma resposta policial pesada que resultou na morte de pelo menos quatro pessoas.

A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) tinha declarado o partido no poder, a FRELIMO, vitorioso em 64 das 65 posições em disputa, incluindo áreas tradicionalmente consideradas bastiões do partido da oposição, a RENAMO. Os resultados oficiais foram recebidos com cepticismo, uma vez que organismos independentes que realizaram apuramentos paralelos levantaram questões sobre a exatidão dos anúncios da CNE.

“Uma eleição pacífica e transparente é a pedra angular da democracia”, observou Dom Claudio, acrescentando que ‘a Comissão Eleitoral e as forças da ordem devem atuar com imparcialidade e respeito pela lei, assegurando que o voto de cada cidadão conte e que o ambiente eleitoral seja seguro e justo’.

 Na sua declaração, o Arcebispo Dalla Zuanna dirigiu-se também à CNE e à polícia, exortando-as a cumprirem os seus deveres com imparcialidade e integridade. Sublinhou que a conduta destas instituições é crucial para fomentar a confiança pública e garantir um processo eleitoral justo.

 “Quando as campanhas são conduzidas com respeito e se concentram em questões reais, é mais provável que as pessoas participem”, disse ele, enfatizando que ‘é nossa responsabilidade colectiva garantir que esta eleição fortaleça, em vez de enfraquecer, as nossas bases democráticas’.

Fonte: Vatican News

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Livro procura resgatar a prática das novenas

A obra é um lançamento da 'Minha Biblioteca Católica' (MBC) com missão de resgatar a prática das novenas. No “Novenário” são compartilhadas 82 orações organizadas pelas datas de comemoração dos santos e das festas litúrgicas.

Vatican News

Oração essencial para os católicos, a novena integra a vida espiritual da Igreja, sendo realizada como forma de intensificar um pedido a Deus. Também pode reforçar a relação com um santo querido ou ajudar na preparação para algum momento importante da vida. No entanto, embora seja parte da Tradição há séculos, a prática foi sendo esquecida ao longo dos tempos, assim como a sua importância e sacralidade.

Buscando dar mais destaque para essa riqueza da fé, a 'Minha Biblioteca Católica' (MBC) lançou o “Novenário”, um livro com mais de 80 novenas selecionadas para aproximar essa forma de orar do dia a dia dos fiéis. A obra integra a campanha anual “Rumo à Santidade” — que, em maio, incentivou a prática diária do terço.

“Nossa missão é resgatar os tesouros da Igreja Católica. E, neste ano, nosso foco está em valorizar as ações que nos levam ao céu. A oração é o primeiro e mais importante passo para buscarmos a eternidade. Afinal, é por meio dela que permitimos que nosso coração seja transformado pelo amor de Deus”, expõe Matheus Bazzo, fundador do maior clube de assinatura de livros religiosos do Brasil.

Além do lançamento do livro, nas redes sociais da MBC (@minhabibliotecatolica), serão compartilhados depoimentos de personalidades católicas como Juliano Cazarré, Ana Lídia Lopes e Rafael Morel. Eles contarão graças que alcançaram por meio de uma novena, mostrando como a prática faz parte de suas vidas de oração. Ainda, o padre Marlon Lúcio e o cantor Joaquim farão lives em seus perfis no Instagram, rezando novenas que fazem parte da publicação.

Modelo de oração

Uma novena é uma série de orações, estruturadas por meio de uma ordem, que são realizadas por nove dias seguidos. Esse modelo teve origem na Ascensão do Senhor, quando Jesus pediu aos apóstolos que permanecessem unidos em oração até que recebessem o Espírito Santo — o que ocorreu em Pentecostes, nove dias após Cristo subir ao céu.

As novenas são criadas com base em crenças importantes da fé católica — como Corpus Christi, Cristo Rei e Sagrado Coração de Jesus —, além das dedicadas à Nossa Senhora — de Fátima, Guadalupe, das Graças — e à vida de santos que marcaram a história da Igreja — São José, Santo Agostinho e São João Paulo II. Também há as destinadas a causas específicas, como a novena para o Trabalho, de São Josemaría Escrivá, e a da Purificação, pedindo a intercessão de Maria para um coração puro. Todas essas orações estão incluídas no novenário.

“As novenas nos ajudam a manter uma conexão constante com Deus, seguindo a recomendação de Jesus ‘Orai sem cessar’ [Tessalonicenses 5,17]. É um compromisso de oração sincero para alcançar uma graça ou buscar a intercessão dEle, de Nossa Senhora ou de algum santo de devoção: ‘Pedi e vos será dado!’ [Mateus 7,7]”, ressalta Bazzo.

Conheça o Novenário

O livro de novenas da 'Minha Biblioteca Católica' (MBC) possui ao todo 827 páginas, com as 82 orações organizadas pelas datas de comemoração dos santos e das festas litúrgicas. Cada uma é acompanhada por uma introdução adaptada da Catholic Encyclopedia sobre a origem desse tipo de oração e por orientações de Santo Afonso de Ligório acerca da disposição necessária para realizá-la.

Há, também, meditações sobre a vida dos santos e as festas da Igreja, salientando sua importância e oferecendo mais recursos para uma experiência pessoal e profunda de conexão espiritual. Segundo Matheus Bazzo, as novenas foram escolhidas a partir de livros e publicações de dioceses e paróquias em diversos idiomas.

“Essa obra é o resultado de um ano intenso de trabalho e pesquisa. Nosso novenário é mais do que um livro de orações. É um convite para redescobrir e vivenciar a riqueza da Tradição Católica, fortalecendo a fé e a devoção de todos”, destaca o fundador.

O livro conta com o selo imprimatur, garantindo a autenticidade e aprovação de autoridades eclesiásticas. A obra está disponível para os assinantes da 'Minha Biblioteca Católica' (MBC), com envio imediato, e pode ser adquirida pelo site. Fonte: Vatican News

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Yunus e o microcrédito: um modelo econômico a serviço das pessoas

O vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2006, conhecido como o “banqueiro dos pobres”, é chamado agora para liderar Bangladesh em caráter interino até as próximas eleições. O economista Riccardo Moro: “ele será o garantidor da mudança a partir de baixo”.

Stefano Leszczynski - Vatican News

Se existe uma figura capaz de dar essência às esperanças dos jovens bengaleses, certamente é a de um economista “revolucionário” chamado Muhammad Yunus, que nasceu há 84 anos. A aliança forjada entre os estudantes e o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2006 pode parecer paradoxal do ponto de vista geracional, mas nos recorda fortemente de uma das pedras angulares do magistério de Francisco: jovens e idosos podem representar uma combinação de forte dinamismo social e político.

O Grameen Bank

“Yunus é uma pessoa de grande autoridade internacional e os jovens de Bangladesh veem nele uma garantia de mudança a partir de baixo”. Riccardo Moro, economista e professor de política de desenvolvimento da Universidade Estadual de Milão, conheceu Muhammad Yunus quando seu projeto de um banco de microcrédito ainda era visto com desconfiança mal disfarçada nos círculos financeiros.

Ele era uma pessoa extremamente gentil”, lembra Moro, ”e quando apresentava as iniciativas ligadas ao Grameen Bank (literalmente: o Banco da Aldeia) ao mundo bancário internacional, falava com muita educação. Ele falava do microcrédito como algo que não era contra o mercado, mas que permitia que o mercado fosse usado em sua dimensão humana. É esse foco constante nas pessoas que é a chave para entender por que os jovens bengaleses querem que Yunus lidere a mudança no país”.

A economia da pobreza

Muhammad Yunus, formado como economista nos Estados Unidos, nunca se sentiu distante do mundo da política, entendendo-o como o instrumento para promover - especialmente em sua própria Bangladesh - mudanças sociais radicais. Evocando seu período de ensino no departamento de economia da Universidade de Chittagong, em meados da década de 1970, Yunus relembra sua perplexidade diante da profunda pobreza que caracterizava principalmente as áreas rurais do país: “nada nas teorias econômicas que eu ensinava refletia a vida que eu via ao meu redor. Eu precisava fugir dessas teorias e de meus livros para descobrir a economia real da existência de uma pessoa pobre”.

O banqueiro dos pobres

“Yunus percebe”, Riccardo Moro continua explicando, "que há uma série de mecanismos, que hoje chamaríamos de ’nós sistêmicos', que impedem a mudança estrutural e, de alguma forma, continuam a recriar as condições de pobreza e desigualdade. Ele, por outro lado, vê as oportunidades financeiras como um desses nós sistêmicos e vê a necessidade de tentar encontrar uma maneira diferente de gerenciar as oportunidades de acesso ao crédito”.

Em seu livro The Poor People's Banker, Yunus observa que a caridade não é uma solução para a pobreza, mas simplesmente um método de se livrar da responsabilidade. “O sistema bancário”, continua Moro, ”é um sistema construído para poder oferecer instrumentos de endividamento, de adiantamento de capital, àqueles que podem oferecer garantias. Os chamados pobres, em todo caso pessoas de baixa renda e que estão na base da escala social e econômica, não têm possibilidade de oferecer garantias. A intuição de Yunus é dar crédito a essas pessoas, capacitá-las e, dessa forma, promover uma mudança significativa nas condições de vida daqueles que antes tinham mais dificuldades”.

O modelo de microcrédito

A ideia do microcrédito e os modelos promovidos pelo Grameen Bank acabaram convencendo muitos círculos financeiros, que começaram a promovê-los e replicá-los em várias partes do mundo. “É algo que também consegue atingir números ainda melhores do que o sistema bancário tradicional, que normalmente tem altos níveis de empréstimos inadimplentes, ou seja, dívidas que não são pagas”. Um economista brilhante e visionário, portanto, que conseguiu, em apenas algumas décadas, derrubar os paradigmas de um mundo (bancário e financeiro) muitas vezes movido por intenções predatórias.

Mas, surpreendentemente, em 2006, sua intuição de um novo modelo econômico capaz de combater com sucesso a pobreza não lhe rendeu o Prêmio Nobel de Economia, mas o da Paz. Riccardo Moro, que além de ser um representante do mundo acadêmico é também um representante da sociedade civil nos contextos de cooperação e desenvolvimento, explica da seguinte forma: “o microcrédito cria tecido social e a paz é construir relações que não são conflitantes, mas que tomam conta da vida do outro; significa construir relações humanitárias a partir da dimensão econômica e financeira e neste sentido tudo se torna compreensível o Prêmio Nobel da Paz. E também se vê do que o microcrédito produziu na África e na América Latina, além da Ásia. No mundo, todas as oportunidades que nasceram em torno do modelo do microcrédito se transformaram numa realidade significativa que criou um novo tecido social e promoveu a mudança político-social em muitas nações do Sul do mundo”.

Fonte: Vatican News

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Policiais recebem convocação para evento da Igreja Universal onde seriam condecorados como heróis

Um e-mail enviado pela Chefia de Polícia Civil do Estado aos departamentos policiais, pedindo que fossem convocados dez policiais civis para a participação em uma homenagem na Igreja Universal do Reino de Deus, suscitou um questionamento à Secretaria de Segurança Pública (SSP) por parte da UGEIRM, sindicato que representa a categoria. O sindicato entende que essa convocação é “ilegal e extremamente problemática” e pretende notificar o Ministério Público a respeito. A SSP, por sua vez, diz que não se trata de uma convocação, mas sim de um convite.

O evento, marcado para este domingo (25), vai condecorar integrantes das Forças Armadas, Forças de Segurança Pública, Instituições de Justiça como heróis pelo serviço prestado à comunidade. “Em se tratando de uma homenagem, os policiais civis deveriam comparecer de acordo com a sua vontade e não através de uma convocação, o que pressupõe uma obrigatoriedade do comparecimento à atividade”, contrapõe a UGEIRM.

O sindicato também considera inadmissível que ocorra uma convocação para evento religioso. “As atividades de cunho religioso são de foro íntimo, portanto qualquer tipo de convocação, além de ilegal, se confunde, até mesmo, com assédio religioso”, diz a entidade em nota.

A UGEIRM defende ainda que a atividade religiosa foi convocada por parlamentares, o que denota “claros interesses eleitorais” e impõe risco à credibilidade da Polícia Civil. O sindicato questiona também os termos da homenagem proposta: “Policiais Civis não são heróis, mas sim servidores públicos que prestam um serviço essencial para a sociedade, garantindo a segurança da população e, para isso, devem receber uma remuneração condizente com seu trabalho. Esse tipo de abordagem do trabalho policial tem servido para mascarar uma série de abusos sofridos pela nossa categoria. Transformar os policiais em heróis é jogar em cima desses servidores, que trabalham em condições extremamente difíceis e que lidam diariamente com o pior lado da sociedade, uma pressão absurda”.

Fonte: Instituto Humanitas-Unisinos

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Do dia 23/8/24

Igreja na América Latina busca articular ação conjunta na COP 30, a Conferência do Clima sediada no Brasil

Instituições da Igreja Católica na América Latina devem unir forças para levar a contribuição sobre o cuidado da casa comum e a ecologia integral à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP 30, que será sediada em Belém (PA). Parte do grupo que faz parte do projeto “Igreja rumo à COP 30 – articulação por ecologia integral e justiça climática” recebeu, nesta sexta-feira, 23 de agosto, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), representantes de organismos continentais para definir estratégias e ações conjuntas na preparação para o evento sobre o clima.

Foram recebidos por parte da coordenação do projeto o diretor do Centro de Programas e Redes de Ação Pastoral do Celam, padre Francisco Hernández, e o coordenador de Gestão de Conhecimento da Cáritas Latino Americana, José Oscar Henao Monje. Estiveram no encontro o assessor da Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora da CNBB, padre Dário Bossi; Igor Bastos, do Movimento Laudato Si’; Melillo Dinis, assessor da Repam-Brasil; e irmã Rosa Elena Ciprés Díaz, assessora da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB).

Dinâmica continental

Entrando numa “dinâmica continental”, como definiu padre Dário, o processo da COP 30 vai recebendo apoios de várias instituições eclesiais, que se articulam para dar visibilidade à compreensão da Igreja Católica sobre a vida no planeta. Na manhã desta sexta-feira, os representantes da Cáritas e do Celam se dispuseram a somar às iniciativas que já estão em curso no Brasil, de modo a amplificar e somar forças.

Parte dessa contribuição partirá da experiência da Igreja na Colômbia que está inserida no processo da COP 16, sobre a Biodiversidade, que vai acontecer em Cali, na Colômbia. A forte mobilização da Igreja no país vizinho pode dar pistas para ações rumo à COP 30.

    “Esse caminho é chamado pelo Celam de Rota Laudate Deum, um itinerário que conecta o Fórum Social Pan-Amazônico (Fospa), ocorrido na Bolívia, em junho; a COP 16, na Colômbia; e a COP30, em Belém. Um itinerário onde a Igreja latino-americana vai mantendo um mesmo rumo”, explicou padre Dário Bossi.

O assessor explica que o arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, tem facilitado essa convergência entre os grupos, por desempenhar as funções de presidente da Conferência Episcopal do Brasil e do Conselho Episcopal Latino Americano.

O diretor do Centro de Programas e Redes de Ação Pastoral do Celam, padre Francisco Hernández, partilha o trabalho de identificar os pontos nos quais o Celam pode colaborar com a CNBB para que as organizações da Igrejas que estejam presentes na COP30 estejam o mais coordenadas possível, mesmo com a diversidade de atores eclesiais que existem.

    “A ideia é ver se podemos articular o máximo possível, de tal maneira que cheguemos a uma experiência de Igreja que caminha junto, em comunhão, e fazer um testemunho de defesa da Casa Comum e outros aspectos diversos de toda a dinâmica de desenvolvimento humano integral que a Igreja leva em frente na defesa também da Casa Comum para que estejamos mais unidos e trabalhemos muito articuladamente”, disse.

Definições

Algumas ações foram planejadas nesse trabalho em conjunto rumo à COP 30. Após a Conferência sobre a Biodiversidade na Colômbia, em outubro, o grupo fará uma avaliação e planejamento para convergência das ações, tendo como ponto de partida a atuação da igreja no processo.

Em setembro, durante um encontro que reunirá os organismos episcopais dos continentes, em Luxemburgo, para tratar do Sínodo e da COP 30, o Celam levará informações da articulação da CNBB, “de modo que as grandes conferências mundiais saibam o que está sendo pensado e como pode se organizar uma convergência naqueles dias de Belém”, explicou padre Dário. O Celam também apoiará a articulação do Brasil com esforços no campo da comunicação. 

Outra ação de convergência visa facilitar o fornecimento de informações entre os organismos locais e a Santa Sé, por meio da Secretaria de Estado do Vaticano e o Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral.

Por fim, o Celam, a Cáritas e o Projeto Igreja rumo à COP 30 vão somar contribuições ao documento que apresentará o pensamento socioambiental da Igreja CNBB nas reflexões da COP 30, ressaltando a convergência de pensamento, de posição eclesial, socioambiental e política da Igreja sobre o tema.

Igreja rumo à COP 30

O que incialmente ganhou o nome de “Campanha Laudato Si’ + COP 30” tornou-se posteriormente o projeto “Igreja rumo à COP 30: articulação por Ecologia Integral e Justiça Climática”, uma convocação expressa pela CNBB à totalidade da Igreja.

Essa articulação que envolve as Comissões para a Ação Sociotransformadora, para a Ecologia Integral e Mineração e para a Amazônia da CNBB, reúne também a Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam), a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), o Movimento Laudato Si e a Cáritas Brasileira. Todas as instituições unidas em vista da participação ativa da Igreja na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), mas também na preparação consciente e engajada para esse evento de importância global.

O objetivo geral da articulação é aproveitar a oportunidade da realização da COP 30 no Brasil para fortalecer o grau de incidência da Igreja em vista da conversão ecológica e da transformação socioambiental do planeta, à luz da Doutrina Social da Igreja.

Fonte: CNBB

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Pastoral da Criança promove encontro visando a erradicação da pobreza infantil e a prevenção da violência contra crianças

A Pastoral da Criança promove neste mês de agosto um encontro internacional para discutir estratégias visando a erradicação da pobreza infantil e a prevenção da violência contra crianças. O evento será no sábado, dia 24, às 14h, no Museu da Vida, em Curitiba, Paraná. Estarão presentes dois convidados com atuação internacional nessa área. São eles: Maria Lucia Uribe Torres – Diretora Executiva da Arigatou International em Genebra, Suíça. Lidera a direção estratégica da Iniciativa de Educação Ética para Crianças como um centro internacional de conhecimento e ação com parceiros em mais de 30 países.

Fred Nyabera – Diretor da End Child Poverty, Arigatou International em Nairobi, Quênia. Cientista social e teólogo, trabalha na melhora do bem-estar das comunidades na África Oriental, apoiando a governança responsável e promovendo a paz e a segurança para o desenvolvimento, especialmente no que diz respeito aos grupos vulneráveis.

Iniciativa inovadora de proteção para crianças

Durante o encontro será debatido o toolkit “Nutrindo o desenvolvimento espiritual das crianças nos primeiros anos”, que foi lançado pela Arigatou Internacional no Vaticano, em novembro de 2022, como fruto do Consórcio Internacional sobre Nutrição de Valores e Espiritualidade na Primeira Infância para a Prevenção da Violência.

A Pastoral da Criança Internacional está participando do processo de desenvolvimento desse material no Brasil, junto a entidades no México, Índia e Paquistão. A aplicação do material é avaliada pela Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos.

O kit E-espiritualidade no Brasil

No Brasil, o toolkit ganhou o nome de E-espiritualidade e foi adaptado em português para o aplicativo e o site da Pastoral da Criança. O kit tem formato de material educativo e traz orientações sobre espiritualidade, interações e atividades que as famílias podem desenvolver com as crianças.

O projeto-piloto no Brasil

Além do material educativo adaptado para aplicativo e site, o projeto está sendo aplicado em cerca de 40 famílias voluntárias nas cidades de Cuiabá (MT), Florianópolis (SC), Campo Largo e Guaratuba (PR).

Os facilitadores do projeto compartilham o conteúdo do kit com as famílias, fazem dinâmicas, orientam sobre os direitos das crianças e conversam sobre espiritualidade. “É uma maneira de mostrar que as famílias não estão sozinhas no cuidado com as crianças”, explica Maria das Graças Gervásio, coordenadora da Pastoral da Criança Internacional.

A avaliação do projeto-piloto deve terminar ainda em 2024. “Já percebemos uma mudança de comportamento das famílias participantes. Elas começam a passar mais tempo com as crianças. Além disso, percebem que espiritualidade vai muito além da religião”, avalia Maria das Graças.

Serviço

Encontro internacional sobre a erradicação da pobreza infantil e a prevenção da violência contra crianças.

Promoção: Pastoral da Criança Internacional e Arigatou Internacional

Data: 24/08, às 14h.

Local: Museu da Vida. Rua Jacarezinho, 1691 – Mercês. Curitiba, Paraná.

Fonte: CNBB

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Bispos e lideranças de expressões laicais se encontram no 17º Seminário com os Bispos Referenciais para as CEBs e para o Laicato

De 22 a 25 de agosto, a Comissão Episcopal para o Laicato da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove o 17º Seminário com os Bispos Referenciais para as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e para o Laicato. O encontro, que acontece na Casa dom Luciano, em Brasília, reúne 80 pessoas lideranças leigas de diferentes expressões e movimentos laicais da Igreja no Brasil. Participam bispos de 19 regionais e três bispos que integram a Comissão para o Laicato da CNBB. O secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, marcou presença no encontro na manhã do dia 23.

O bispo de Teófilo Otoni (MG), dom Messias dos Reis Silveira, referencial no regional Leste 2 da CNBB, reforçou a importância do encontro por reunir várias expressões laicais da Igreja.

    “Não é apenas um grupo, uma pastoral ou movimento, mas encontramos aqui várias expressões dos leigos na Igreja. Encontros como este reforçam a noção de que é possível conviver e trabalhar juntos dentro do espírito de sinodalidade. Cada um dentro da sua dimensão pode dar uma grande contribuição”, afirmou.

Dinâmica do encontro

O bispo de Araguaína (TO) e presidente da Comissão Episcopal para o Laicato da CNBB, dom Giovane Pereira de Melo (o segundo da direita para esquerda), falou sobre a dinâmica do encontro: trazer para os bispos referenciais e leigos de diferentes expressões laicais (movimentos eclesiais, associações laicais, novas comunidades, comunidades eclesiais de base e o Conselho Nacional do Laicato do Brasil – CNLB) temas que servem de norte e orientação para a caminhada da Igreja no Brasil.

    Ele destacou que um ponto importante de reflexão do encontro, além da reflexão sobre a realidade brasileira, será a reflexão sobre a caminhada sinodal. “Vamos olhar para experiências eclesiais da Igreja no Brasil que nos ajudam a concretizar o projeto de Igreja Sinodal”, disse.

O bispo informou também que o grupo será contextualizado sobre o processo de elaboração das novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. “Depois provocaremos sobre como cada expressão laical vai se preparar e está se preparando para destes desafios que a Igreja nos propõe”, afirmou.

A Sheila Ferraz Damasceno, da Renovação Carismática Católica, reforçou o desejo de caminhar em comunhão.

“Como filhos que somos da Igreja, a RCC deseja caminhar com a mãe Igreja. Nós também queremos viver essa graça, esse tempo sinodal de participação, comunhão e missão dentro e fora da própria Igreja”, reforçou.

Temas e reflexões

Durante o encontro, os bispos e leigos vão aprofundar os temas da análise de conjuntura política e eclesial, a primeira etapa do sínodo (discussões, novidades, experiências sinodais, desafios e perspectivas), mesa de experiências sinodais vivenciadas nas dioceses, Campanha da Fraternidade 2025, Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil  e COP30.

Haverá também um momento de escuta aos bispos referenciais sobre as expressões e ações do laicato, reflexões sobre o investimento na missão do Laicato e a apresentação das ações: Movimentos, Centro Nacional de Fé e Política, Família dos Carismas, Novas Comunidades e Charis,  Plano de Pastoral 2025, Jubileu da Esperança, 50 anos do CNLB, 50 anos dos Intereclesiais das CEBs.

No encontro, ainda haverá informes sobre os seguintes assuntos: Encantar a Política, Mutirão pela Democracia, Revista Casa Comum, Grito dos Excluídos, Jornada Mundial dos Pobres, Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas.

Fonte: CNBB

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CCM oferece curso Ad Gentes para missionários enviados para regiões do Brasil e além-fronteiras

Uma nova etapa de formação será oferecida pelo Centro Cultural Missionário no próximo mês. De 1º a 14 de setembro, será realizado o Curso Ad Gentes, voltado para missionárias e missionários enviados para diferentes regiões do Brasil e além fronteiras.

A formação é promovida em parceria com a Comissão Episcopal para Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com as Pontifícias Obras Missionárias e a Conferência dos Religiosos do Brasil. E é voltada a missionários diáconos, presbíteros, consagradas e consagrados, seminaristas, leigas e leigos em vista de serem enviados para a Missão Ad Gentes por suas Igrejas locais, congregações, institutos e novas comunidades.

De acordo com o CCM, o curso também é indicado para missionários e missionárias que queiram se aprimorar nas temáticas relacionadas à missão, “para amadurecer uma eventual decisão de elaborar caminhos e projetos junto à própria congregação ou organização, bem como para missionários e missionárias que serão enviadas para regiões dentro do próprio Brasil e que se distinguem da sua região de origem”.

Aprofundamento

Durante os dias de curso, será possível aos participantes aprofundar as motivações pessoais, o significado da missão, a visão dos desafios missionários, os fundamentos bíblicos e teológicos da missão; conhecer referenciais teóricos essenciais e práticos para a ação missionária; e participar de discernimento participativo, de revigoramento espiritual e de atualização sobre os caminhos da Igreja missionária.

O caminho formativo contará com a abordagem de várias dimensões da missão: a humano-afetiva, a bíblica, a antropológica, a pedagógica, a social, a espiritual e a questão da mobilidade humana.

Inscrições

As inscrições estão abertas até o final do mês de agosto e devem ser feitas no site do CCM (acesse aqui). É necessário ter realizado um processo de discernimento para a Missão Ad Gentes; ter 18 anos completos ou mais; e apresentar uma carta de apresentação emitida pela diocese ou congregação e assinada pelo bispo diocesano ou pelo(a) superior provincial.

Intensivo

Realizado nas dependências do Centro Cultural Missionário, o curso tem uma proposta intensiva, com aulas pela manhã e à tarde. Já a noite é reservada para execução das atividades indicadas pelos assessores(as), para convivência fraterna, partilhas e descanso.

“Durante os dias em que os participantes passam juntos no CCM, além de participar dos estudos, eles e elas são convidados a cultivar um estilo de vida de despojamento, serviço, acolhida, vida comunitária, espiritualidade e cuidado com o todo que os envolve”, indica a organização.

Fonte: CNBB

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Setor Missão da CRB promove encontro sobre justiça, paz e integridade da criação

Nesta sexta-feira, 23 de agosto, teve início o evento da JPIC-JCoR, promovido pelo Setor Missão da Conferência dos Religiosos do Brasil. O encontro, que ocorre na Paróquia Santa Cruz e Santa Edwiges, localizada no Plano Piloto, em Brasília-DF, tem como tema central “Diversidade de ações como justiça, paz e integridade da criação” e se estenderá até o domingo, 25 de agosto.

O evento reúne mais de 25 participantes de várias regiões do Brasil, além de representantes de outras nacionalidades como México, Itália, Holanda, Alemanha e Bangladesh que moram no Brasil, onde realizam suas Missões. A diversidade de experiências e realidades contribui para as discussões e reflexões, proporcionando uma abordagem mais abrangente sobre o tema.

Este encontro é uma continuidade dos trabalhos iniciados no evento da JCoR (Coalisão das Religiosas e Religiosos das Nações Unidas para a Justiça), realizado entre 30 de abril a 04 de maio de 2023, e tem como objetivo fortalecer as ações em favor da justiça, paz e integridade da criação.

A Assessora do Setor Missão da CRB Nacional, Irmã Valmí Bohn, ressaltou a importância do evento como um espaço para a reflexão e o aprofundamento das questões que afetam diretamente as comunidades locais e a Vida Religiosa inserida nessas realidades. “As causas sociais sempre foram frentes de ação da Vida Religiosa Consagrada. Desde 2014, a CRB Nacional busca, através do Setor Missão, reorganizar esse trabalho social realizado pelas congregações, através da JPIC (Justiça, Paz e Integridade da Criação). A CRB sempre teve como ação concreta a organização e partilha das ações realizadas pela Vida Religiosa Consagrada com o objetivo de animar a formação das JPICs nas suas regionais. Em muitos momentos e encontros, são partilhadas as experiências de defesa da vida com o povo de Deus. A CRB Nacional, pelo Setor Missão, toma a frente nesse trabalho, assessorando a Comissão Nacional formada por uma pessoa representante de cada região do país, e em seu último encontro, propôs a junção dos projetos JCoR e JPIC para responder melhor às ações concretas e dar visibilidade ao trabalho conjunto nas regionais e congregações”, afirmou.

A Dra. Márcia Maria de Oliveira, doutora em Sociedade e Cultura na Amazônia e professora de Sociologia da Universidade Federal de Roraima, é a responsável pela assessoria do encontro. Em sua fala, ela ressaltou a importância do evento JPIC-JCoR como um espaço de reflexão crítica e de aprofundamento sobre a realidade social. A metodologia adotada segue o método “ver, julgar e agir,” dividido em três momentos: o primeiro, voltado à observação e análise dos desafios que impactam as comunidades e a Vida Religiosa; o segundo, focado no debate e na reflexão sobre questões sociais que exigem uma atuação mais incisiva da Vida Religiosa; e o terceiro, destinado à elaboração de estratégias de intervenção e ao planejamento de atividades em rede, em colaboração com outras instituições que enfrentam desafios semelhantes.

O trabalho em rede foi apontado como um dos maiores desafios, mas também como uma oportunidade para fortalecer as iniciativas locais e regionais. Ao longo do final de semana, os participantes deverão aprofundar essas reflexões e desenvolver novas estratégias para promover a justiça, a paz e a integridade da criação em suas comunidades.

O evento da JPIC-JCoR reafirma o compromisso da CRB Nacional em promover debates e ações que contribuam para um mundo mais justo, pacífico e sustentável, alinhado com os valores cristãos e a missão da Igreja.

Fonte: CRB

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Papa encontra italiano que ficou 33 anos na prisão e foi inocentado

O encontro privado com Francisco ocorreu nesta sexta-feira, 23/08, na Biblioteca do Palácio Apostólico. Beniamino Zuncheddu, preso aos 26 anos, perdoou quem o havia indicado como o assassino de três pessoas e depois retratou suas acusações.

Vatican News

O Papa Francisco recebeu nesta sexta-feira, 23 de agosto, em audiência privada na Biblioteca do Palácio Apostólico, Beniamino Zuncheddu, o pastor de ovelhas originário da Sardegna, uma ilha italiana, que passou 33 anos na prisão acusado de um triplo homicídio em 1991 e declarado inocente em janeiro deste ano.

Preso aos 26 anos, hoje Zuncheddu tem 60. Ele escreveu um livro junto com seu advogado intitulado "Eu sou inocente", no qual relata a trágica experiência que viveu por tanto tempo. Ele esteve em três prisões diferentes, às vezes compartilhando com onze pessoas uma pequena cela, com grandes dificuldades até mesmo para se lavar e dormir. Uma experiência desumana, afirma, mas durante a qual pôde ajudar quem estava em pior situação do que a sua. Beniamino encontrou forças para resistir, confiando em Deus e pensando na família. O pastor sardo perdoou quem o havia indicado como o autor dos múltiplos homicídios, retratando depois suas acusações.

Fonte: Vatican News

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Papa: cristãos testemunhem a compaixão de Deus entre aqueles que não acreditam no futuro

Em uma mensagem ao Congresso Eucarístico Nacional, que será realizado em Antsiranana, Madagascar, de 23 a 25 de agosto, o Papa espera que o evento ajude os participantes a “cultivar sentimentos de caridade e solidariedade para com todos e, em particular, para com aqueles que estão em dificuldade”. Aos membros do “Movimento Eucarístico Jovem”, que está celebrando seu centenário, o Pontífice pede que ajudem os outros a “fazer de suas vidas uma oferta a Deus", conhecido, amado e servido.

Tiziana Campisi - Vatican News

Sejam missionários do amor de Cristo: esse é o encorajamento que o Papa Francisco dirige aos participantes do Congresso Eucarístico Nacional de Madagascar que será realizado em Antsiranana de 23 a 25 de agosto. Na mensagem ao presidente da Conferência Episcopal, dom Marie Fabien Raharilamboniaina, o Pontífice destaca que o encontro, destinado a levar os fiéis “de volta ao essencial, ajudando-os a redescobrir o significado da adoração eucarística e o desejo de passar algum tempo com Cristo”, e com o objetivo de fazê-los crescer de maneira cristã, assume um significado particular em um momento de preparação à conclusão do Sínodo sobre a sinodalidade.

“Que os ajude a redescobrir a importância de se encontrar, rezar e se comprometer com e pelos outros, seguindo os passos de Jesus na Eucaristia”, deseja o Papa, lembrando, como disse em seu discurso ao Comitê Organizador do Congresso Eucarístico Nacional dos EUA, em 19 de junho de 2023, que ‘a Eucaristia nos impele a um amor ao próximo fortemente comprometido ao próximo’.

O centenário do Movimento Eucarístico Jovem

No ano em que se celebra o centenário do “Movimento Eucarístico Juvenil”, Francisco, destacando também que hoje “a fé na presença real do Senhor é um grande desafio”, convida os aderentes a ajudar os outros a “experimentar Jesus na Eucaristia”. “Ajudem-nos também a fazer de suas próprias vidas uma oferta a Deus”, escreve o Papa, ”unidas àquela de Jesus sobre o altar, para que Ele possa ser mais conhecido, amado e servido".

Cultivar sentimentos de caridade e solidariedade com todos

O desejo de Francisco aos participantes do Congresso Eucarístico é que o encontro possa ajudar cada um “a cultivar sentimentos de caridade e solidariedade para com todos e, em particular, para com aqueles que estão em dificuldade, para os quais o caminho da vida se torna cada dia mais difícil”. Para as muitas “pessoas desanimadas que olham para o futuro com ceticismo e pessimismo, como se nada pudesse lhes dar felicidade”, acrescenta o Papa, citando sua Bula de Convocação do Jubileu de 2025 Spes non confundit, é necessário levar “a esperança do Senhor”. “Sejam testemunhas da sua compaixão e amor misericordioso”, conclui o Pontífice, que finalmente invoca a intercessão da Virgem para que cada pessoa possa "aprofundar a cada dia" a sua própria relação com Cristo.

Fonte: Vatican News

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Virgem das Dores de Chandavila: aprovação do Dicastério para a Doutrina da Fé

O Dicastério dá o seu consentimento ao "nulla osta" proposto pelo arcebispo de Mérida-Badajoz em relação à devoção ligada ao Santuário de Chandavila, na Espanha.

Vatican News

O Dicastério para a Doutrina da Fé “dá de bom grado o seu consentimento” para que o arcebispo de Mérida-Badajoz, Dom José Rodríguez Carballo, prossiga com a declaração do proposto “nihil obstat”, permitindo que “o Santuário de Chandavila, herdeiro de uma rica história de simplicidade, poucas palavras e muita devoção, possa continuar a oferecer aos fiéis que desejam se aproximar dele, um lugar de paz interior, consolo e conversão”.

É o que escreve o cardeal prefeito Victor Manuel Fernández em uma carta, aprovada pelo Papa Francisco ontem, 22 de agosto, em resposta a uma missiva do prelado espanhol de 28 de julho passado, a respeito dos acontecimentos, que remontam a 1945, de duas jovens a quem teria aparecido a Virgem das Dores, na localidade espanhola de Chandavila, na Estremadura, próximo à fronteira com Portugal.

De acordo com as Normas publicadas em 17 de maio passado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, com o “nihil obstat”, “mesmo que não se expresse nenhuma certeza sobre a autenticidade sobrenatural do fenômeno, são reconhecidos muitos sinais de uma ação do Espírito Santo”, pelo que “se encoraja o bispo diocesano a apreciar o valor pastoral e a promover também a difusão dessa proposta espiritual, inclusive por meio de eventuais peregrinações a um lugar sagrado”, enquanto os fiéis estão autorizados a dar “de forma prudente a sua adesão”.

A história de Marcelina e Afra

A devoção à Virgem das Dores em Chandavila nasceu no final da Segunda Guerra Mundial com as experiências espirituais que duas meninas, Marcelina Barroso Expósito, de dez anos, e a jovem de dezessete anos, Afra Brígido Blanco, tiveram separadamente nessa mesma localidade a partir de maio de 1945.

“Marcelina - escreve o cardeal Fernández - conta que, no início, viu uma forma escura no céu, que em outros momentos se tornava cada vez mais clara, como se fosse a Virgem das Dores, com um manto preto cheio de estrelas, sobre um castanheiro. Mas a experiência profunda dessa menina, mais do que a visão, foi a de ter sentido o abraço e o beijo que a Virgem lhe deu na testa. Essa certeza da proximidade afetuosa da Virgem Maria é talvez - observa o cardeal - a mensagem mais bonita. Embora, com o passar dos dias, tanto ela quanto Afra tenham identificado a figura como a Virgem das Dores, o que mais se destaca é uma presença da Virgem que infunde consolo, encorajamento e confiança. Quando a Virgem pede a Marcelina para caminhar de joelhos por um trecho de ouriços secos de castanheiro, espinhos e pedras afiadas, não o faz para provocar-lhe sofrimento. Pelo contrário, pede-lhe confiança diante desse desafio: «Não temas, nada te acontecerá»”.

A ternura de Maria

“Esse convite da Virgem Maria a confiar em seu amor - prossegue o cardeal prefeito - deu a essa menina pobre e sofrida a esperança e a experiência de sentir-se valorizada em sua dignidade. Aquele simples manto feito de juncos e ervas com que Nossa Senhora protegeu os joelhos da menina, não é por acaso uma bela expressão da ternura de Maria? Ao mesmo tempo, foi uma experiência de beleza, pois a Virgem apareceu cercada de constelações luminosas, como as que se podiam admirar à noite nos céus límpidos das pequenas aldeias da Estremadura”.

Uma vida discreta a serviço dos doentes, idosos e órfãos

Após as alegadas visões, as duas jovens levaram “uma vida discreta e tranquila”, dedicando-se “a obras de caridade, cuidando sobretudo dos doentes, idosos e órfãos, transmitindo assim àqueles que sofriam o doce consolo do amor da Virgem que tinham experimentado”.

Muitos aspectos que indicam uma ação do Espírito

Por todas essas razões – escreve o cardeal Fernández ao arcebispo Rodríguez Carballo – “não há nada que se possa objetar a essa bela devoção, que apresenta a mesma simplicidade que podemos ver em Maria de Nazaré, nossa Mãe. São muitos os aspectos positivos que indicam uma ação do Espírito Santo em tantos peregrinos que chegam, tanto da Espanha quanto de Portugal, nas conversões, nas curas e em outros sinais preciosos que ocorrem neste lugar”.

Por fim, o cardeal lembra o Jubileu de 2020, por ocasião do 75º aniversário das experiências espirituais ocorridas em Chandavila, ano jubilar reconhecido pelo então arcebispo de Mérida-Badajoz “como uma bênção para a Diocese”.

Fonte: Vatican News

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Fisichella: em um mundo de rancor e vingança, o Jubileu é um caminho de esperança

No Encontro de Rimini, o pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização falou sobre o próximo Ano Santo, explicando o valor da esperança e destacando que a indulgência é o perdão de Deus, um dom que não se "lucra" porque "não há nada a comprar". O prefeito de Roma, Gualtieri, anunciou que mais de cem mil peregrinos são esperados diariamente na capital italiana durante o Jubileu.

Benedetta Capelli - Rimini

Esperança e perdão: são as duas palavras-chave que dom Rino Fisichella, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização e responsável pelo Jubileu 2025, oferece ao público do Encontro de Rimini para explicar o Ano Santo que o Papa Francisco decretou com a Bula “Spes non confundit” (A esperança não decepciona). Durante a mesa-redonda “O Jubileu 2025”, Fisichella remete ao tema do encontro promovido pelo movimento Comunhão e Libertação, lembrando que “sem esperança, não conseguimos captar o essencial da vida; a esperança - afirma - pertence ao essencial da vida cristã, pois junto com a fé e a caridade, representa o estilo do crente”.

Uma esperança que se traduz em gestos

A originalidade do anúncio do Jubileu - explica ainda o prelado - reside na unidade de dois elementos: a própria esperança, mas também “a capacidade de doar, de oferecer, de participar, de concretizar os sinais concretos de esperança”. Dom Fisichella lembra que isso implica “um caminho pessoal de toda a igreja, da humanidade; por isso somos peregrinos. Um período como este, em que há tanta violência cotidiana”.

A indulgência, perdão de Deus, “não há nada a lucrar”

“Lucrar a indulgência - continua o pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização - é um termo a ser eliminado. Eu nunca usei esse verbo e gostaria que nunca fosse usado. Não há nada a lucrar porque não há nada a comprar”. A indulgência, acrescenta, é um dom de Deus e “o Jubileu é o anúncio de um grande perdão que nos é dado”. Fisichella lembra que o Papa Francisco, na Bula de convocação, sublinha que o perdão não muda o passado, mas pode ajudar a viver melhor o futuro. Uma indicação necessária para olhar adiante. “Em um clima de rancor, violência, vingança, o Jubileu - ressalta ainda - vem nos lembrar do grande dom de Deus. O perdão, a indulgência, é graça, não é uma conquista. Lucrar não significa nada. E a experiência do perdão de Deus ocorre através de um caminho: a peregrinação, a passagem pela Porta Santa, a profissão de fé, a obra de caridade. O anúncio é que Deus vem ao seu encontro”.

A beleza do Evangelho

Concluindo o encontro, dom Fisichella lembra o grande trabalho que não é visível na organização do Jubileu, recorrendo ao exemplo das Olimpíadas para explicar que, por trás dos pódios, há sempre um grande esforço invisível. “Se me é permitida a analogia, o trabalho passa... o importante é que se chegue a viver a experiência com a conquista de 40 medalhas”. Mas o desejo que habita seu coração é o de uma Igreja que, ao viver o Jubileu, “possa estar ainda mais convencida da beleza e da responsabilidade de levar o Evangelho a todos. Porque o Jubileu é uma expressão peculiar de evangelização”.

Gualtieri, reformas em sintonia com o magistério do Papa

Em uma conexão de vídeo, o comissário para o Jubileu e prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, falou sobre o Ano Santo como “um desafio de tirar o fôlego”, mas também uma oportunidade espiritual e não apenas para tornar a capital italiana “bela, eficiente e inclusiva”, mas em sintonia “com os valores indicados pelo Papa: a solidariedade, a inclusão, a proteção da criação, o dever de acolher a todos da melhor maneira”. São esperados 33 milhões de peregrinos, mais de 100 mil por dia: números importantes - explica o prefeito - para os quais Roma estará pronta. - Fonte: Vatican News

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Cardeal Czerny no Panamá: a vocação da Igreja é acolher e proteger os migrantes

O Prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, cardeal Michael Czerny, participa de um encontro com os bispos e agentes de Pastoral Migratória das regiões da América do Norte, Central e Caribe para buscar respostas sinérgicas à crise migratória e reitera o convite do Papa para não fechar as portas a quem busca refúgio e esperança.

Lucia Elvira - Vatican News

Como parte do encontro na Cidade do Panamá dos bispos e agentes da Pastoral da Mobilidade Humana das Conferências Episcopais da América do Norte, América Central e Caribe, o cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, presidiu uma missa na terça-feira (20/08), na Catedral Santa Maria la Antigua. O encontro sobre crise migratória, na sua décima edição, terminou na quinta-feira (22/08), com o objetivo abordar a complexa situação que afeta a região e o compromisso de implementar ações que promovam a dignidade humana da população migrante.

Migrantes exaustos e doentes, que chegam “do inferno”

A homilia preparada deu lugar a uma reflexão espontânea depois que o cardeal Czerny visitou o centro de acolhimento de migrantes Lajas Blancas, em Darien. O purpurado destacou que os migrantes que chegam ao Panamá “vêm do inferno”, exaustos, famintos e doentes, depois de enfrentarem inúmeros perigos. “Encontramos migrantes que vieram do inferno e agora estavam retornando à terra dos homens”, disse ele, referindo-se à multiplicidade de suas origens, incluindo países tão distantes como Nepal, Angola, Haiti e Venezuela.

Por uma acolhida cristã, fraterna e humana

O prefeito traçou então um paralelo entre a situação dos migrantes e a história do povo de Israel que, liderado por Moisés, teve que fugir por medo e enfrentar inúmeros obstáculos em seu caminho para a liberdade. O cardeal Czerny advertiu que os migrantes de hoje fogem de contextos semelhantes de opressão, abuso, insegurança e discriminação, enfrentando fome, sede, fadiga e doenças durante a viagem.

Apesar de todas essas dificuldades, ele enfatizou que “todos esses sofrimentos não valem tanto se eles encontrarem um acolhimento cristão, fraterno e humano”. Para os participantes da celebração, o purpurado pediu apoio e proteção para aqueles que foram forçados a deixar suas casas.

A vocação da Igreja é acolher e proteger o estrangeiro

O cardeal também falou sobre a situação incerta dos migrantes. Ele reiterou aos fiéis que a Igreja tem a vocação de ajudar no que parece impossível: acolher e proteger aqueles que são forçados a fugir de suas casas. O esforço para desenvolver uma Pastoral Migratória cobrindo toda a região das Américas, da Colômbia ao Canadá, incluindo o Caribe, de acordo com o prefeito, é uma manifestação do desejo da Igreja de ser um instrumento de Deus na criação de um ambiente hospitaleiro e de apoio para os migrantes que passam por suas paróquias e dioceses.

Finalmente, o cardeal Czerny enfatizou que todo encontro com um migrante é um encontro com Cristo, que nos chama a abrir nossas portas e nossos corações. É uma experiência transformadora que desafia cada fiel a responder com generosidade e amor. “Essas pessoas pobres nos permitem encontrar a face do Senhor”, disse ele, pedindo à comunidade cristã que não feche suas portas para aqueles que buscam refúgio e esperança.  - Fonte: Vatican News

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Cardeal de Mendonça visita sede histórica de Scholas Occurrentes em Buenos Aires

O prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação foi ao Barrio 31 para conhecer a sede original da organização internacional criada pelo Papa Francisco. O cardeal José Tolentino de Mendonça ouviu testemunhos de jovens e professores: a alegria que caracteriza a atmosfera da convivência local “vale mais que mil palavras”.

Paolo Ondarza - Vatican News

Uma visita surpresa à sede histórica da Scholas Occurrentes, o movimento educacional internacional criado pelo Papa Francisco no início do seu pontificado. A visita foi realizada pelo cardeal José Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, que na quarta-feira (21/08) foi ao Barrio 31, na cidade argentina de Buenos Aires, onde pôde conversar com os fundadores de Scholas, José María del Corral e Enrique Palmeyro, que, na época em que o cardeal Jorge Bergoglio era arcebispo de Buenos Aires, começaram a reunir alunos e professores de escolas de diferentes religiões e classes sociais, tanto públicas quanto privadas, para promover uma cultura do encontro após as crises e fraturas de 2001.

Uma grande família

O cardeal, de acordo com um comunicado à imprensa emitido pela Scholas Occurrentes, também ouviu vários testemunhos de jovens que participam de atividades esportivas e culturais em diferentes partes do país - como no bairro Villa Fiorito, na Grande Buenos Aires e em El Impenetrable, na província de Chaco - e depois expressou gratidão pelo encontro, manifestando a alegria de estar na presença de uma grande família: perceber essa atmosfera de convivência, ver os olhos, sentir os desejos, observou ele, vale mais do que mil palavras. Ele também confidenciou que sentia a responsabilidade, de acordo com o mandato recebido do Papa Francisco, de continuar a ajudar no campo educacional e cultural em que Scholas trabalha.

O mural dos sonhos e dos sofrimentos

Aceitando o convite dos jovens da comunidade Scholas do Barrio 31, o cardeal de Mendonça deu um toque ao mural criado pelos jovens, no qual estão expressos seus sonhos e sofrimentos. Foi pedido ao prefeito do Vaticano que expressasse graficamente a decisão mais difícil que tomou em sua vida. Em maio passado, no Vaticano, o cardeal participou da reunião organizada pela Scholas Occurrentes, na qual foi apresentada a Universidade do Sentido, criada por decreto pelo Papa Francisco.

As atividades da sede no Barrio 31

Na histórica sede da Scholas no Barrio 31, inaugurada em 2018 pelo bispo de Roma por meio de videoconferência, são realizadas diversas atividades: culturais, artísticas e esportivas, como a Liga Internacional de Fútbol Pelota de Trapo, vôlei e boxe e outras atividades. Apresentações do Teatro Colón foram realizadas aqui, e todos os anos delegações de estudantes da Universidade Hebraica de Jerusalém, entre outras importantes instituições acadêmicas internacionais, participam.

Novo local na Indonésia

A Scholas Occurrentes está agora presente nos cinco continentes, com participação direta em 70 países. Em 4 de setembro, durante a visita apostólica do Papa Francisco, será inaugurada a primeira sede no Sudeste Asiático, na Indonésia.

Fonte: Vatican News

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Cardeal Leonardo Steiner abençoa o barco-hospital São João XXIII

No dia 22 de agosto de 2024, no final do V Encontro da Igreja da Amazônia, realizado em Manaus de 19 a 22 de agosto, o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), abençoou, na presença de alguns dos participantes do encontro, o barco-hospital São João XXIII.

Padre Modino – Regional Norte 1 da CNBB

Esse barco-hospital irá surcar os rios do Estado do Amazonas, igual acontece com os barcos-hospitais Papa Francisco e São João Paulo II, no Estado do Pará, estando previsto o início dos atendimentos no final do ano. Os barcos-hospitais surgiram para o atendimento das comunidades ribeirinhas, onde mora gente que não tem condição de ir para a cidade para receber tratamento médico.

Um sonho que aos poucos foi se concretizando com a ajuda de muita gente e de muitas organizações, que há cinco anos se faz presente em 18 municípios do oeste do Estado do Pará, que já fez mais de 100 expedições, com 500 mil atendimentos gratuitos, financiado em 80% pelo Governo do Estado do Pará e 20% pela Associação Lar São Francisco. O bispo de Óbidos, sede dos barcos que atendem no Pará, dom Bernardo Johannes Bahlmann O.F.M., insiste em que “a intenção era dar acesso à saúde aos pobres e àqueles que têm carência”, relatando que há pessoas que ficaram anos esperando por uma cirurgia, algo que agora conseguem através desse projeto.

Os médicos que atendem, todos são voluntários, que chegam de diversos hospitais do Brasil, públicos e particulares, sendo feitas duas expedições de uma semana por mês. Segundo o bispo, “eles ficam encantados com a região, porque eles estão vendo a beleza, eles estão vendo a necessidade, e quando retornam para seus hospitais, onde tem tudo, do bom e do melhor, eles ficam tristes”. Um trabalho que também é momento de evangelização, pois provoca questionamentos nas pessoas, porque “eles estão vendo a realidade nossa aqui”, segundo dom Bernardo.

O barco-hospital São João XXIII está se construindo e equipando passo a passo, algo que demanda paciência, enfrentar questões políticas, que envolvem o Governo Federal e o Governo Estadual, o que demanda acreditar na Providência, ressalta o bispo, que fala da necessidade de uma grande articulação, buscando uma solução diante do sofrimento de tantas pessoas e salvar vidas entre as pessoas que tem mais necessidade.

O barco-hospital São João XXIII, que terá como sede Manaus, em parceria com o Governo Estadual do Amazonas, percorrerá os rios Negro e Solimões, atendendo, depois de fazer um mapeamento prévio, pessoas marginalizadas que não tem acesso à saúde. Dos três barcos-hospitais existentes, o São João XXIII é o que tem maior capacidade. Contará com atendimento odontológico, oftalmológico, sala de ultrassom, raio X, tomografia, mamografia, laboratório, farmácia, dentre outros atendimentos. Será possível fazer mais de 100 cirurgias de baixa e média complexidade por dia. O barco contará com duas ambu-lanchas, pudendo buscar doentes nas comunidades, e geradores de oxigênio para os pacientes.

Fonte: Vatican News

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Encerrado o V Encontro da Igreja na Amazônia Legal: momento de discernimento comum

O V Encontro da Igreja na Amazônia Legal, que reuniu desde segunda-feira, 19 de agosto, mais de 80 participantes em Manaus, com o tema “A Igreja que se fez carne, alarga sua tenda na Amazônia: Memória e Esperança”, foi encerrado com um chamado a assumir compromissos que possam ajudar no anúncio do Evangelho e na construção do Reino da Igreja na região.

Padre Modino – Regional Norte 1 da CNBB

Um encontro que à luz das leituras da Festa de Nossa Senhora Rainha, nos leva a “despertar em nós algumas atitudes”, segundo o arcebispo de São Luiz (MA) e presidente da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O arcebispo refletiu sobre quatro atitudes, sendo a primeira a alegria, “ajudar a nosso povo a vir à luz, a encontrar a luz”. Ele lembrou as partilhas ao longo do encontro, “as nossas dificuldades, os nossos desafios: o individualismo, clericalismo, a espiritualidade desencarnada da realidade, a ameaça do Marco Temporal, a situação do agronegócio, da monocultura, da mineração destruindo a casa comum e a vida das pessoas”, e diante disso, “o Senhor nos pede que não percamos a alegria, sem alegria a vida se torna difícil e dura”, e ter consciência que “nós estamos solidários uns com os outros”.

Uma segunda atitude é “essa certeza de que o Senhor está contigo, Deus nos acompanha e também nos defende, e nos proporciona sempre o bem”, sobretudo quando caminhamos juntos. Como terceira atitude, dom Gilberto ressaltou “não temas, não tenhais medo de uma história difícil”, advertindo sobre os muitos medos, dentre eles o medo à missão, ao fracasso, à doença, à morte, podendo “sentir medo de nossas incompreensões e incoerências”. Por isso, o presidente da CEA sublinhou que “o medo sufoca a vida, paralisa as forças, nos impede de caminhar”.

Finalmente, a exemplo de Maria, acolher a graça de Deus e nos deixamos conduzir por ela, “despertar em nós a confiança em Deus e a alegria de sabermos acolhidos por Ele”, e nos deixarmos ser acompanhados por Deus. O arcebispo afirmou que “só se pode ser alegre em comunhão com os que sofrem, em solidariedade com os que choram. Só pode ser feliz para acordar felizes os outros”.

Os compromissos nascidos do V Encontro da Igreja na Amazônia Legal, estruturados em passos, pistas e responsáveis, são divididos em seis caminhos: Caminhos da formação; Caminhos da ministerialidade; Caminhos de Participação das Mulheres; Caminhos do cuidado da Casa Comum; Caminhos da corresponsabilidade e sustentabilidade; Caminhos da Caridade e a Profecia.

Igreja na Amazônia e a COP30

Para a Igreja na Amazônia a COP30, que será realizada em Belém (PA), em novembro de 2025, tem uma grande importância. A Conferência das Partes é o encontro da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em vista do debate e das soluções. A Igreja do Brasil, que em 2025 terá como tema da Campanha da Fraternidade a Ecologia Integral, está se mobilizando em vista da COP 30, e tem criado uma equipe de coordenação.

O Papa Francisco, na Laudate deum, afirma que “as alterações climáticas são um dos principais desafios que a sociedade e a comunidade global têm de enfrentar”. Nessa perspectiva, a Igreja do Brasil quer “fortalecer o grau de incidência da Igreja em vista da conversão ecológica e da transformação socioambiental do planeta, à luz da Doutrina Social da Igreja.” Foram apresentados os atores e escalas, os cenários, as diretrizes e as ações previstas. Durante a COP30 está previsto a realização do Jubileu da Igreja da Amazônia, com diversas atividades que estão sendo propostas a ser realizadas no tempo da COP.

Uma Igreja que, em palavras do bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, tem “a admiração pela perseverança diante de desafios tão difíceis”, da Igreja do Brasil. É por isso, que ele manifestou seu compromisso de partilhar com o resto da Igreja do Brasil a realidade da Igreja da Amazônia.

Dom Gilberto Pastana encerrou o encontro agradecendo a participação, a partilha, a colaboração e o discernimento comum em obediência ao Espírito, em um processo que tem que nos levar a uma conversão permanente, na pastoral, no relacionamento e nas estruturas, sempre ao serviço da vida, a assumir a missão da Igreja em sinodalidade. Palavras que antecederam a celebração de envio, encerrada com a benção de um dos grandes profetas da Igreja da Amazônia, o bispo emérito do Xingú, dom Erwin Kräutler.

Carta Compromisso 

Na Carta Compromisso no final do encontro dizem ter se reunido “para reafirmarmos a caminhada que nossos antecessores começaram de modo colegial e, hoje, somos nós que prosseguimos como peregrinos da esperança”.

Um encontro iluminado pela “memória da caminhada sinodal da Igreja na Amazônia”, que lembrou a importância do Encontro de Santarém 1972, que convidou “a uma conversão ao Verbo Encarnado que exigiu da Igreja um total entrosamento com a realidade”. Diante dos apelos de hoje, que ajudam a acolher os avanços e desafios, inspirados no Sínodo para a Amazônia e no Encontro de Santarém de 2022, surgem caminhos de encarnação na realidade e evangelização libertadora, em vista da formação, da ministerialidade, do cuidado com a casa comum, da corresponsabilidade e sustentabilidade, da caridade e profecia. Tudo isso com ferramentas e meios para bem ler os sinais dos tempos a abrir a novos horizontes.

Não se limitar a novos temas, e sim “um novo jeito de ser Igreja, em pequenas comunidades inseridas no chão da Amazônia, que evangelizam pelo testemunho, pelo serviço e pelo anúncio do Evangelho”.  Uma Igreja de processos e não de eventos, com homens e mulheres capazes de dar a vida até o fim, que está junto do povo e luta com o povo por seus direitos, corajosa. Uma Igreja com mulheres que já exercem a diaconia na animação e coordenação das comunidades.

Uma Igreja que quer construir o Rito Amazônico, e que é envolvida pelo Espírito no cuidado com a Casa Comum, na defesa da vida dos povos e, sobretudo, dos pobres da terra e das águas, dos migrantes, os mais atingidos com as mudanças climáticas. Uma Igreja comprometida na defesa dos povos originários, que se sente chamada a alimentar a esperança e dar respostas ousadas e sem medo aos desafios.

Fonte: Vatican News

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46ª Semana Teológica do Studium Theologicum: "Ensaios de Antropologia Teológica"

O público-alvo desta semana acadêmica são Bispos, Padres, Diáconos, Religiosos, Religiosas, Seminaristas, Leigos, Leigas, Estudantes de Teologia e demais interessados.

Por Frater Bruno Coelho Gonçalves, SAC*

A 46ª Semana Teológica do Studium Theologicum acontecerá – em modalidade presencial – dos dias 23 à 27 de setembro de 2024, no auditório da Faculdade Claretiana de Teologia, em Curitiba -PR. O objetivo do evento é aprofundar temas relacionados ou fronteiriços disciplina de “Antropologia Teológica”, perpassando por aspectos que abrangem as Sagradas Escrituras, questões de bioética, temas teológicos como liturgia, vida consagrada reliogiosa e antropologia cristã, bem como dialogar com áreas das ciências humanas, para um direcionado aprofundamento sobre a pessoa humana, sua missão e identidade enquanto ser criado à imagem e semelhança de Deus.

Esta edição tem como tema “Ensaios de Antropologia Teológica”, no qual, por meio de oito palestras, que serão ministradas por palestrantes renomados no âmbito teológico brasileiro, bem como de áreas afins, buscarão refletir sobre a pessoa humana em sua integralidade. São presenças confirmadas: Padre José Ademar Kaefer, Frei Sidney Damásio, Prof. Mário Sanches, Frei Vicente Artuso, Profª. Ceci Maria, Dom Denilson Geraldo, SAC, Dra. Dione Menz, Dom Edmar Peron, que abordarão os seguintes subtemas: “O ser humano, imagem de Deus: a diversidade cultural do Antigo Israel - Reflexões a partir da arqueologia bíblica.”; “A emergência de uma antropologia cristã para os dias atuais”; “O ser humano e a bioética: desafios atuais, perspectivas futuras”; “A antropologia teológica nas cartas de Paulo”; “A arte como manifestação do divino no humano”; “Antropologia da Vida Consagrada Religiosa”; “O cuidado de si, o cuidado com o outro e a alegria”; “A dimensão antropológica da Liturgia”.

O público-alvo desta semana acadêmica são Bispos, Padres, Diáconos, Religiosos, Religiosas, Seminaristas, Leigos, Leigas, Estudantes de Teologia e demais interessados. A inscrição deve ser realizada através do link: https://claretia.no/ZOcDP, que possui o investimento de R$ 50,00. Aos participantes que obtiverem 75% de participação no evento, a partir da inscrição no site e da assinatura da lista de presença em cada palestra, o certificado será enviado por e-mail e poderá ser validado digitalmente através do link em anexo ao documento. Qualquer dúvida, entre em contato com a Secretaria do Studium Theologicum: (41) 3307-7729 | (41) 99534-2647. Confira a programação, inscreva-se e participe!

PROGRAMAÇÃO 

23/09 (segunda-feira):

- Manhã (8h30m às 10h30m): “O ser humano, imagem de Deus: a diversidade cultural do Antigo Israel - Reflexões a partir da arqueologia bíblica.” – Padre José Ademar Kaefer.

- Noite (19h às 21h): “A emergência de uma antropologia cristã para os dias atuais” – Frei Sidney Damasio, OFMCap.

24/09 (terça-feira):

- Manhã (8h30m às 10h30m): “O ser humano e a bioética: desafios atuais, perspectivas futuras” – Prof. Mário Sanches.

- Noite (19h às 21h): “A antropologia teológica nas cartas de Paulo” – Frei Vicente Artuso, OFMCap.

25/09 (quarta-feira):

- Manhã (8h30m às 10h30m): “A arte como manifestação do divino no humano” – Profª. Ceci Maria Mariani.

- Noite (19h às 21h): “Antropologia da Vida Consagrada Religiosa” – Dom Denilson Geraldo, SAC.

26/09 (quinta-feira):

- Manhã (8h30m às 10h30m): “O cuidado de si, o cuidado com o outro e a alegria” – Dra. Dione Menz

27/09 (sexta-feira):

- Manhã (8h30m às 10h30m): “A dimensão antropológica da Liturgia” – Dom Edmar Peron

*Frater Bruno Coelho Gonçalves, SAC, consagrado Palotino, estudante do segundo ano de Teologia e atual presidente do Diretório Acadêmico do Studium Theologicum de Curitiba - PR.

Fonte: Vatican News

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Ligas Católicas JMJ realizam 53° Romaria Nacional à Aparecida (SP)

Movimento comemora neste fim de semana seus 180 anos e planeja próximos passos, no Santuário Nacional.

Lucas Torres – Santuário Nacional

Neste fim de semana, participantes dos grupos das Ligas Católicas JMJ (Jesus, Maria e José) de todo o Brasil se encontram no Santuário Nacional. Essa é a 53° edição do encontro e reúne fiéis leigos de diversos estados do país que participam do movimento católico. Cerca de 5mil integrantes da Romaria são esperados em Aparecida (SP), com a motivação de agradecer, renovar espiritualidade e planejar ações do movimento católico para o próximo ano.

História e ligação com os Missionários Redentoristas

Fundadas na Bélgica em 1844, as Ligas Católicas JMJ completam 180 anos de existência em 2024. O movimento foi trazido ao Brasil pelos Missionários Redentoristas holandeses, que fundaram a primeira Liga brasileira há 122 anos, em Juiz de Fora (MG), com o objetivo de evangelizar as famílias. Até hoje, os Redentoristas acompanham os milhares de ‘liguistas’, como são chamados os participantes do movimento, espalhados pelo país.

De acordo com o manual da Liga Católica, o propósito fundamental deste grupo é ajudar as pessoas a enfrentar os desafios do mundo contemporâneo através da evangelização das famílias. Por isso, o nome JMJ (Jesus, Maria e José) refere-se à Sagrada Família como modelo para os fiéis. Além desse objetivo, há outras motivações, como promover um compromisso mais profundo com os ensinamentos da Igreja, participar da vida da Igreja e estudar a Palavra de Deus.

Programação e Romaria

A Missa que marca a abertura da romaria acontece no sábado (24), às 12h, no Altar Central da Basílica. Quem preside a celebração é o Vigário Provincial dos Missionários Redentoristas, da Província Nossa Senhora Aparecida, padre Américo de Oliveira. O Presidente Nacional, Edmilson Cecon, e também o Assistente Eclesiástico Nacional, Pe. André Luiz Bastos, são presenças confirmadas.

“O tema desse ano é: Há 180 anos sendo sinal da Sagrada Família no coração da Igreja. Nós, Missionários Redentoristas, assistimos as Ligas desde a sua fundação”, afirma o Assistente Eclesiástico Nacional das Ligas Católicas JMJ, padre André Luiz Bastos. 

No domingo (25), a partir das 6h da manhã, os liguistas se reúnem no Auditório Padre Noé Sotillo, no subsolo da Basílica, onde todas as Federações, grupos regionais das Ligas, avaliam as atividades já realizadas e traçam novos objetivos. Já às 9h, ocorre a procissão com a Imagem Peregrina de Nossa Senhora Aparecida. Os participantes percorrem o entorno da igreja com a Imagem e as bandeiras respectivas de suas Ligas. A romaria se encerra com Missa, às 10h, no Altar Central.

O Diretor de Relações Públicas da Confederação Nacional das Ligas Católicas JMJ, Rodrigo Trotta Moreira, destaca a importância de Nossa Senhora para o movimento e conta que faz parte das atividades a Imagem Peregrina percorrer várias regiões:

“A cada ano, a Imagem Peregrina de Nossa Senhora Aparecida percorre uma Federação. Na Romaria do ano passado, 2023, a Imagem foi entregue à Federação da Arquidiocese de Diamantina (MG). Este ano, a Confederação Nacional irá confiar a peregrinação 2024-2025 à Federação da Diocese de Duque de Caxias", completa Rodrigo.

O Diretor ainda comenta sobre a escolha do local da romaria: "Aparecida é referência nacional, a Capital Mariana da Fé, além de estar localizada no Sudeste, onde existe o maior número de Federações Arquidiocesanas. É o melhor lugar para reunir os liguistas de todos os estados do país”.

Fonte: Vatican News

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Seminaristas graças à "boa semente da fé" plantada pelos missionários em Papua Nova Guiné

A contínua descoberta da vocação, que floresce graças ao exemplo de vida de fé e às boas sementes plantadas pelos país, sacerdotes e missionários, está presente nos relatos de seminaristas de Papua Nova Guiné que aguardam a visita do Papa para confirmá-los na fé e no chamado.

por Fábio Beretta

“O que Deus quer de mim?”. Há alegria e muita expectativa entre os jovens seminaristas de Papua Nova Guiné: dentro de poucos dias, de fato, encontrar-se-ão com o Papa Francisco. E enquanto decorrem os preparativos finais para este encontro, há uma pergunta que continua a ressoar nas suas mentes: "O que Deus quer de mim?".

Na comunidade do Seminário Maior “Espírito Santo”, fundado em Port Moresby em março de 1963 e alguns anos mais tarde transferido para Bomana (a doze quilômetros da capital), esta pergunta funciona também como bússola.

No despertar da vocação, o exemplo dos sacerdotes 

“Entrar no seminário não era exatamente o que eu pensava quando terminei meu ciclo de estudos – conta à Agência Fides o seminarista Mathew Gona, da Arquidiocese de Rabaul -. Meu objetivo era me tornar professor ou administrador de negócios.” Foi um encontro que embaralhou todos os planos: “Conhecer o padre Michael P. Cornelius Gaga foi uma grande mudança na minha vida. Fiquei impressionado com seu modo de viver, sua personalidade, seu caráter. Aquele encontro me fez perguntar: 'O que Deus quer de mim?'. Na verdade, até aquele momento eu me fazia a pergunta errada: 'O que eu quero?'".

Mathew começa a refletir seriamente sobre o seu caminho: “Amadureço a escolha de entrar no seminário, que é exatamente o oposto do que eu queria fazer. Conversei sobre isso com meus pais que imediatamente me apoiaram e incentivaram esse caminho."

Também para o seminarista Jeffrey Ossom, da Diocese de Madang, há um encontro na base da escolha de ser sacerdote: “Estava envolvido em atividades paroquiais, frequentava grupos de jovens. Admirava o meu pároco, foi ele quem me inspirou: ver como vive a sua vocação, a sua presença no meio do povo, sempre disponível para ajudar e aconselhar, as palavras das suas homilias... Isto fez nascer em mim o desejo de um dia ser sacerdote como ele."

Conversando com os seminaristas percebe-se que aquela pergunta, “O que Deus quer de mim?”, surge como um raio do céu sereno nos momentos mais impensáveis: “Eu estava na escola em 2011 quando decidi ingressar no ‘Clube Vocacional’ do meu instituto – conta à Fides Jacob Tumun, da Diocese de Mt. Hagen –. Decidi fazer o exame de ingresso no seminário antes de terminar os estudos e no dia da minha formatura veio a notícia: havia passado no exame. Entrei, porém, no Seminário Menor no ano seguinte: rezava todos os dias perguntando a Deus: 'O que você quer de mim?' No final compreendi que o seu projeto era diferente e em 2014 entrei no Seminário Menor de Kap”.

Fé nascida e alimentada na família 

As histórias de Jeffrey, Mathew e Jacob são semelhantes em muitos aspectos, apesar de cada um vir de partes diferentes do país: se for perguntado a cada um deles “Quem te deu a fé?”, a resposta que vem em uníssono é: “Mãe e pai". “As primeiras orações que recordo de ter aprendido com eles – diz Mathew – foram o sinal da cruz, a Ave Maria e uma oração para recitar antes de dormir em pidgin, que é minha língua nativa”. “Minha mãe me batizou – recorda Jacob – mas a minha fé floresceu graças aos meus avós e catequistas”.

Em suas vidas, também central o papel dos missionários: “Graças a eles encontrei o meu modo de raciocinar”, sublinha Jeffrey. Também para Jacob os missionários desempenharam um papel significativo na sua educação: “Fui batizado por um deles, recebi a minha Primeira Comunhão de um missionário polonês. Até a escola que frequentei era dirigida por missionários." “Cresci em uma paróquia dirigida por missionários, o meu pároco era um missionário alemão. Se olho para trás – diz Mathew – foi ele quem lançou as bases sólidas para a minha fé e a minha vocação. Se sou o que sou hoje, é graças a missionários como o Padre Meinard, que fizeram um trabalho enorme e incansável na construção da minha fé católica”.

Expectativa pelo encontro com o Papa: confirmação da fé 

Uma fé que agora, com a Viagem Apostólica, será confirmada pelo Papa: “Do encontro com o Papa espero a confirmação da fé, mas também o desejo de estar sempre unido a Jesus, quero segui-lo nesta vida como sacerdote – continua Mathew –. Será um momento de graça para mim enquanto aprofundo a minha vida, continuando a perguntar-me: ‘O que Deus quer de mim?'”.

As mesmas expectativas também estão no coração de Jeffrey: “Será como um pai que coloca a mão no ombro do filho quando ele está em dificuldade e diz: 'Estou aqui, tu conseguirás'. A visita de um Papa, depois de quase trinta anos, é para nós uma grande alegria e uma grande bênção. Em suas palavras e gestos encontraremos vida nova para seguir em frente”.

Para Jacob, porém, os dois dias do Papa Francisco na Papua Nova Guiné podem ser o início “de novas e muitas mudanças, espirituais e morais, no país. Ou pelo menos é o que espero, assim como espero que Blessed To Rot possa em breve ser canonizado para fortalecer a fé do nosso povo”.

Depois da alegria do encontro e da festa será hora de voltar a estudar: Mathew é fascinado pela liturgia, Jeffry pela exegese bíblica, Jacob pelo sacramentário. O verdadeiro desafio começará quando forem ordenados sacerdotes: “Quero dedicar a minha vida a estar perto dos pobres, dos órfãos, das viúvas e daqueles que vivem longe, para levar-lhes a beleza do anúncio do Evangelho”, diz Mathew.

Também Jeffry quer “sujar as mãos” para estar presente “entre as pessoas e ser seu companheiro no caminho da fé, imitando assim o meu pároco que inspirou esta minha vocação”. Já Jacó sonha em ser um curador de almas: “Quero ser, com esforço, confessor, perdoar pecados e tornar-me formador no seminário da minha Arquidiocese”. 

*Agência Fides - Fonte: Vatican News

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Cardeal Ignazio Suharyo explica como é seguir Jesus no país da "Pancasilla"

Segundo dados da Conferência Episcopal Indonésia, existem cerca de 10,5 milhões de católicos nas 34 províncias indonésias, em um total de mais de 275 milhões de habitantes, de maioria muçulmana. Em entrevista à Agência Fides, o arcebispo de Jacarta fala da presença católica no Arquipélago desde os primórdios e como esta teve participação até mesmo na independência do país em 1947.

por Paolo Affatato

Ao entrar no complexo da Catedral de Jacarta, dedicada a Nossa Senhora da Assunção, um display com a imagem do Papa Francisco faz a contagem regressiva e informa aos fiéis quantos dias faltam para sua chegada à capital indonésia. O mesmo cronômetro é encontrado na igreja, onde os fiéis param para rezar diante da estátua da Pietà ou diante da Virgem com rosto indonésio. Do outro lado da rua avista-se a grande mesquita Istiq'lal, e também ali, onde se realizará um encontro inter-religioso com o Papa, os preparativos são intensos.

No clima de expectativa pela visita do Papa Francisco, o cardeal Ignatius Suharyo Hardjoatmodjo, arcebispo de Jacarta desde 2010, fala em uma entrevista à Agência Fides (publicada em duas partes) sobre os motivos da peregrinação papal e as esperanças que suscitam no país de maioria islâmica mais populoso do mundo.

Cardeal Suharyo, o senhor poderia traçar-nos um perfil da Igreja Católica na Indonésia?

A Indonésia é um país muito grande e a situação varia muito, de ilha para ilha, em todos os níveis: geografia física, contexto social, cultural e religioso, nível de desenvolvimento e educação. Esta grande diversidade é certamente uma riqueza, mas objetivamente representa também um problema, ou seja, um desafio a ser enfrentado para a unidade da nação. Em linha de máxima, os católicos na Indonésia vivem em harmonia com o resto da nação, com os diferentes componentes da sociedade, cuja grande maioria professa o Islã. Também na extensão e na presença da Igreja Católica no arquipélago podemos notar grandes diferenças: se formos a Flores, na província de Nusa Tenngara oriental, encontraremos uma ilha onde a maior parte da população é católica; se formos para Sumatra Ocidental, a porcentagem se aproxima de zero. Em uma situação muito diversificada, então, o critério comum é viver e testemunhar a nossa fé com simplicidade e mansidão, e desfrutar de boas relações com todo o resto do povo. Segundo dados da Conferência Episcopal Indonésia, existem cerca de 10,5 milhões de católicos nas 34 províncias indonésias, num total de mais de 275 milhões de habitantes.

Alguma breve informação histórica sobre a presença da fé católica na Indonésia?

Depois dos primeiros contatos com alguns missionários franciscanos no século XIV, os primeiros missionários portugueses chegaram à região das ilhas Molucas no início de 1500 e levaram para lá o Evangelho. Também o grande apóstolo São Francisco Xavier, padroeiro das missões, desembarcou na metade de 1500 e atuou no que hoje é território indonésio. Depois, com a presença dos colonizadores holandeses (que aqui permaneceram por 350 anos), favoráveis ao calvinismo, a difusão da fé católica foi prejudicada e sofreu um revés. Somente no século XIX o governo das Índias Orientais Holandesas concedeu aos católicos liberdade de missão. Aqui em Java recordamos a presença do missionário holandês Frans Van Lith, que no início do século XX evangelizou o centro da ilha e fundou o primeiro Seminário.

É uma história muito longa, e o sua última passagem, aquela mais próximo de nós, começa com a proclamação da independência da Indonésia em 1947. É preciso recordar que então a Santa Sé foi uma das primeiras a reconhecer a nova nação que obteve o independência. Desde 1947 um representante do Vaticano já estava oficialmente presente em Jacarta. Este é um ponto importante na história da Igreja Católica no Arquipélago. E, voltando, antes da independência, os missionários católicos presentes estavam ao lado da população local e partilhavam com ela o desejo de se tornar uma nação, manifestando-se já no início do século XX.

De que forma essa proximidade se manifestou?

No período colonial, primeiro holandês e depois japonês – durante a Segunda Guerra Mundial – os missionários expressaram muito claramente a visão de serem favoráveis à independência da Indonésia. Ainda mais depois da Carta Apostólica Maxixmum Illud de Bento XV. Quero recordar, por exemplo, a figura de um jesuíta que se tornará, em 1940, o primeiro bispo indonésio: Alberto Soejapranata, aluno do Seminário Van Lith, hoje um dos heróis nacionais reconhecidos pelo Estado. Soejapranata promoveu explicitamente a independência da nação, em um vasto movimento que tinha muitas almas, como a comunista, a islâmica e a nacionalista.

Portanto, desde o início, os católicos indonésios sentem-se plenamente integrados na nação...

Pode-se afirmar que eles são parte integrante da nação desde o início. Ainda hoje compartilhamos e recordamos o lema do bispo Alberto Soejapranata: ser cem por cento católicos e cem por cento indonésios. Podemos dizer que em toda a parte, em toda a Indonésia, os católicos vivem este espírito de pertença. Ele queria dizer que, como católicos, temos consciência de ser chamados a ser santos, a seguir os passos de Cristo, a ser suas testemunhas nesta parte do mundo. E como indonésios, amamos o nosso país, olhando para ele e vivendo nele com a inspiração da nossa fé. Na nossa história de hoje, este espírito significa ser generoso, caridoso e compassivo para com o nosso país, para com toda a vasta população indonésia.

Como se expressa hoje esta abordagem no contexto específico da Indonésia, tão vasto e plural?

Esta atitude de amor à pátria hoje exprime-se e clarifica-se no praticar na vida quotidiana dos valores da “Pancasila”, a “Carta dos cinco princípios” que está na base da Constituição.

Gostaria de dar um exemplo prático: na nossa Arquidiocese de Jacarta, no quinquênio de 2016 a 2020, refletimos, como comunidade, sobre um dos princípios da Pancasila a cada ano, traduzindo-o na vida quotidiana, considerando-o da específica perspectiva da nossa fé, fortalecendo assim quer a nossa fé como a nossa pertença à Indonésia.

Estudamos o primeiro princípio – a fé no único Deus – à luz do documento Deus Caritas Est e celebramos naquele ano o Jubileu da Misericórdia: Deus é amoroso e misericordioso conosco. O segundo princípio é a humanidade. A pergunta que nos fizemos foi a do Evangelho: quem é o meu próximo? Se pensarmos que a Indonésia é composta por mais de sete mil grupos étnicos, com culturas, histórias e tradições diferentes. O meu próximo é cada uma destas pessoas, do vasto mosaico indonésio.

Ao atualizar o terceiro princípio, a unidade da Indonésia, vimos que hexiste uma consequência direta: somos diferentes mas todos ligados pela mesma humanidade, e isto constrói a unidade do país. O lema da Indonésia é precisamente “unidade na diversidade”. Quisemos expressar isso de especial maneira no culto mariano, representando a Virgem Maria, nossa mãe - da qual existem várias figuras e rostos diferentes, dependendo dos estilos e culturas da Indonésia - com um rosto comum a todos: nasceu assim “Maria mãe de todas as etnias”, representada com as cores da nação e com a garuda, a águia nacional, e essa estátua está na Catedral de Jacarta. Também rezamos e distribuímos milhares de Rosários nas cores branca e vermelha, as cores nacionais.

Como vocês atualizaram os dois últimos princípios da Pancasila?

Para o quarto princípio, a democracia guiada pela sabedoria, aprofundamos a nossa compreensão da sabedoria cristã, graças a um discernimento comunitário, uma experiência de profunda sinodalidade que nos reconduziu às origens da nação indonésia e nos levou a pensar sobre o nosso futuro não individualmente, mas juntos e como comunidade inserida em uma nação mais ampla. Tivemos também a ocasião de refletir sobre a hierarquia na Igreja, que só faz sentido se concebida como serviço, e vivida com o método da escuta, porque o Espírito Santo fala na comunidade: assim o princípio da democracia, de uma forma ou outra, entra também na vida da comunidade eclesial, com uma prática de sinodalidade.

Ao abordar o quinto princípio, a justiça social, chegou a pandemia e pudemos ainda mais vivenciar a atenção aos pobres e aos doentes, aos que se encontram em estado de necessidade e são os mais necessitados e vulneráveis, sem distinção de crença, etnia, cultura. Para sancionar esta opção preferencial, recolocamos no complexo da catedral uma estátua que representa “Jesus sem teto”, para recordat a cada um de nós que Cristo se faz presente nos pobres, nos marginalizados, nos deserdados.

*Agência Fides - Fonte: Vatican News

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Crimes de ódio anticristão na Europa aumentaram 44%

“A maioria dos ataques anticristãos na Europa são dirigidos contra igrejas e cemitérios, mas infelizmente também continuamos a ver ataques violentos contra indivíduos cristãos”, explica a diretora executiva do Observatório sobre Intolerância e Discriminação contra Cristãos na Europa (Oidac Europe).

Os crimes de ódio anticristão na Europa aumentaram 44%, segundo revela em seu último relatório anual o Observatório sobre a Intolerância e Discriminação contra Cristãos na Europa (Oidac Europe).

Os dados foram relançados em um comunicado divulgado em vista do Dia Internacional em Memória das Vítimas de Atos de Violência Baseados em Religião ou Crença que, instituído pelas Nações Unidas em 2019, celebrado neste 22 de agosto. O Oidac Europe alerta sobre a violência anticristã, presente infelizmente também na Europa, “como demonstram exemplos recentes”.

“No Ocidente, tendemos a pensar na violência contra os crentes religiosos como um problema principalmente de países de África e da Ásia. Embora seja importante destacar estes exemplos dramáticos de perseguição, devemos também prestar muita atenção ao que está acontecendo na Europa”, afirma a diretora executiva do Oidac Europe, Anja Hoffmann.

“A maioria dos ataques anticristãos na Europa - explica ela - são dirigidos contra igrejas e cemitérios, mas infelizmente também continuamos a ver ataques violentos contra indivíduos cristãos”, explica Hoffmann.

O Observatório com sede em Viena, que monitoriza a liberdade religiosa na Europa, cita o exemplo do Ministério do Interior francês, que registou quase 1.000 crimes de ódio anticristão em 2023.

Embora 90% destes incidentes tenham sido dirigidos contra igrejas e cemitérios, os serviços de estatística do Ministério também documentaram 84 ataques pessoais com motivação anti-religiosa contra os cristãos.

Segundo a Oidac Europe, os ataques violentos não pararam em 2024. Desde o início do ano, de fato, o Observatório documentou 25 casos de violência física, ameaças e tentativas de homicídio contra cristãos no Reino Unido, França, Espanha, Itália, Alemanha, Áustria , Polônia e Sérvia. Em alguns casos, comunidades inteiras foram visadas. Em junho, por exemplo, uma igreja Adventista do Sétimo Dia em Dijon foi atacada com gás lacrimogêneo durante um serviço religioso, causando pânico e ferindo nove pessoas.

“Um grupo particularmente vulnerável à violência são os cristãos convertidos de origem muçulmana”, observa Hoffmann. Em maio, um tribunal britânico condenou um homem à prisão por tentar matar Javed Nouri, um cristão convertido de origem muçulmana, porque considerava Nouri um apóstata “que merecia morrer”.

Em abril, um tribunal italiano se pronunciou sobre um caso semelhante envolvendo um cristão tunisino convertido, que havia sido espancado pelos seus compatriotas por “frequentar uma igreja cristã”. 

Segundo o Oidac Europe, ambos os casos receberam pouca cobertura mediática. “O direito à conversão – conclui Hoffmann – é um elemento essencial da liberdade religiosa. Os governos europeus devem, portanto, fazer todo o possível para proteger, em particular, os convertidos cristãos de origem muçulmana que correm alto risco de violência”.

*Com Agência Sir

Fonte: Vatican News

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O amor é mais forte do que a guerra. A história da família Ulma no Encontro de Rimini

O amor, mais forte do que a crueldade da guerra, foi o foco da apresentação do livro “Mataram também as crianças”, que conta a história da família Ulma, no Encontro de Rimini. Józef e Wiktoria, com seus seis filhos e um a caminho, decidiram, em meio à Segunda Guerra Mundial e à ocupação nazista na Polônia, esconder oito judeus, arriscando suas próprias vidas.

Vatican News

Justos entre as nações e Beatos para a Igreja Católica, os Ulma são os protagonistas do livro escrito por Manuela Tulli, vaticanista da Ansa, e pelo padre Pawel Rytel-Andrianik, responsável da seção polonesa do Vatican News-Radio Vaticana (publicado pela Ares com a colaboração da Universidade Católica João Paulo II de Lublin).

Um exemplo atual

“Os Ulma, ainda hoje, nos ensinam que, mesmo em meio ao horror de uma guerra, é possível escolher ajudar os outros, abrir a porta de casa, amar. Ao beatificar os Ulma há um ano, a Igreja”, disse Manuela Tulli à Rádio Vaticano-Vatican News, ‘destacou o valor da família, que é tão questionada hoje, e mostrou um modelo de santidade comunitária que ainda pode ser um exemplo hoje’.

Inspiração para a paz

“As vicissitudes da família Ulma não são apenas uma história de oitenta anos atrás”, disse o padre Pawel Rytel-Andrianik - falando ao BookCorner do Encontro - ‘porque ainda hoje o mundo é afligido por guerras, desde aquela entre a Rússia e a Ucrânia até aquela no Oriente Médio, sem esquecer, como pede o Papa Francisco, os outros países investidos por conflitos, como o Sudão ou Mianmar’.

Quase um ano após a beatificação, que ocorrerá no próximo dia 10 de setembro, voltamos a falar sobre a família polonesa que continua a inspirar tantas pessoas a viver os valores cristãos em um mundo que precisa de paz.

Fonte: Vatican News

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AECV participa na Conferência Mundial de Escuteiros no Egipto

A Associação dos Escuteiros de Cabo Verde (AECV) que participa na 43ª Conferência Mundial de Escuteiros na cidade do Cairo, Egipto, desde o dia 17, termina esta sexta feira 23 de agosto.

Rádio Nova de Maria - Cabo Verde

A Conferência reúniu mais de 2 mil escuteiros representando 176 organizações, membros de 216 países e territórios.

Em declarações à Rádio Maria um dos responsáveis, Jailson Pedro fala do objectivo do evento.

A delegação cabo-verdiana é chefiada pela Comissária Geral e é composta por cinco elementos, confirma Jailson Pedro que do arquipélago acompanhou a Conferência como observador on-line.

Quanto à espectativas deste encontro do Cairo, Jailson Pedro responde

Foram tomadas decisões estratégicas que definirão o rumo do movimento escutista para os próximos três anos, eleitos novos membros do Comité Mundial, eleitos futuros eventos escutistas, como a 44ª Conferência Mundial de Escuteiros em 2027, o 17º Moot Escuteiro Mundial em 2029, e o 27º Jamboree Escuteiro Mundial em 2031.

O evento que termina esta sexta feira, 23, contou com a presença de várias organizações internacionais como a Organização Mundial de Saúde, o Gabinete do Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos. A conferência também contou com a participação da Secretária-Geral Adjunta das Nações Unidas, Amina Mohammed.

Fonte: Vatican News

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Bispo pede a abertura de processo de beatificação de baiana com fama de santidade

Por Nathália Queiroz 

Maria Milza dos Santos Fonseca, conhecida como Mãezinha no sertão baiano, morreu com fama de santidade reconhecida pelo povo por causa de sua fé, de sua devoção a Nossa Senhora e das curas que fazia pedindo a intercessão de Deus. Como a devoção à Mãezinha continua viva no povo baiano, o bispo de Ruy Barbosa (BA), dom Estevam dos Santos Silva Filho, escreveu uma carta ao prefeito da Congregação da Causa dos Santos, cardeal Marcello Semeraro, pedindo permissão para criar um Tribunal Diocesano para investigar a vida da Mãezinha do sertão. Se o pedido for aceito, ela se tornará Serva de Deus.

“Apesar de tantos anos após a morte de Maria Milza, a sua memória continua muito viva. São centenas de romeiros aos finais de semana que vão até o povoado de Alagoas, em Itaberaba, na Bahia, para rezar junto ao túmulo dela, fazer pedidos e, sobretudo, vão até lá para agradecer a Deus por alguma graça que receberam por intercessão dela”, diz dom Estevam, segundo o site da CNBB.

“Muitas foram as pessoas que conviveram com Maria Milza, e que não só receberam graças especiais, mas que puderam crescer na fé e serem aconselhadas. Ela tinha sempre uma palavra acertada para os que a procuravam”, continua 

 “Ela sempre apontou para Nosso Senhor e também para Nossa Senhora” e “foi uma grande catequista e incentivadora do amor à Igreja, ao Papa, aos bispos e aos padres”, diz dom Estevam. “Maria Milza passou para os devotos essa mesma devoção, de uma fé simples, uma fé que faz com que a Palavra de Deus vá se tornando uma presença, uma semente que vai caindo na terra e vai se multiplicando”.

A instauração do Tribunal Diocesano é o primeiro passo para a abertura da causa de canonização. Quando a Congregação para a Causa dos Santos responder ao pedido da diocese, Maria Milza passará a ser proclamada Serva de Deus.

Com o tribunal, a causa terá um postulador que terá a missão de investigar a vida da candidata para verificar o seu testemunho de vida, as virtudes e fama de santidade. O tribunal receberá declarações e testemunhos das pessoas que a conheceram. Também analisará cartas e escritos pessoais.

Comprovando a vida de fé e a vivência de virtudes heroicas, a Santa Sé concede o título de venerável. Depois, com o reconhecimento e comprovação de um milagre ela pode ser beatificada.

A vida de Maria Milza

Maria Milza dos Santos Fonseca nasceu em 15 de agosto de 1923, no povoado de Alagoas, município de Itaberaba, e morreu em 17 de dezembro de 1993, aos 70 anos.

Ainda na infância, a bondade da menina chamava a atenção dos moradores daquela região. Ela era devota de Nossa Senhora, sempre pedia a sua intercessão para a cura das doenças daqueles que a procuravam. Também dava comida aos famintos. Aos 15 anos aprendeu a fazer remédios caseiros para aliviar ferimentos.

Em 1950, uma linda mulher, vestida de branco, com o manto azul e raios luminosos que desciam das mãos, apareceu para Maria Milza, Ilza Carneiro e Bernadete Cardoso, na “Pedra do Santuário”, no povoado. As duas últimas correram, ficando apenas Maria Milza diante da aparição. A partir de então, o local passou a ser cuidado com ainda mais carinho, e Maria Milza começou a usar somente roupas brancas e véu.

Os fenômenos místicos ganharam mais intensidade quando Maria Milza estava com cerca de 32 anos. Nesse período, ela teve uma locução interior, escutando uma voz que a dizia que, a partir daquele momento, ela curaria cegos e aleijados e conseguiria saber sobre a vida das pessoas.

Mesmo sem compreender o que acontecia, Maria Milza passou a ser um instrumento nas mãos de Deus: enfermos eram curados e paralíticos e cegos que a procuravam voltavam a andar e a enxergar. Isso fez com que a sua fama de santidade se espalhasse ainda mais. Fonte: ACIDigital

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Santa Rosa de Lima teve um funeral extraordinário que comoveu os fiéis

Por Abel Camasca 

A Igreja celebra hoje (23) Santa Rosa de Lima (1586-1617), primeira santa das Américas, virgem e padroeira do Peru, do continente americano e das Filipinas.

O livro Rosa de Lima, Primeira Santa da América, do historiador peruano Rafael Sánchez-Concha, diz que ela morreu na casa da família De la Maza, que a ajudava e protegia.

Assim como santa Rosa previu, ela morreu no dia 24 de agosto, festa do apóstolo são Bartolomeu. Depois disso, a capital do Vice-Reino do Peru viveu "as exéquias de maior esplendor" de sua história.

Uma grande multidão de pessoas compareceu à casa onde ela morreu, tentando vê-la uma última vez. Depois, seu corpo foi transferido para o oratório do noviciado de são Domingos, onde havia um altar funerário com imagens de santos ao redor de seus restos mortais.

O arcebispo de Lima e várias autoridades ajoelharam-se diante dela e beijaram-lhe a mão.

Diz-se que o funeral parecia o de um rei e que se o papa estivesse presente, olhando para o grande número de pessoas, ele a teria canonizado imediatamente. Antes a Igreja tinha o costume de declarar alguém santo por aclamação (vox populi, voz do povo).

Entre os presentes, o desejo de guardar alguma memória da santa chegou a tal extremo que as pessoas arrancaram pedaços do seu hábito, apesar da guarda de vigilância que o vice-rei havia colocado. Tanto que "teve de ser vestida até seis vezes".

Em meio a esse fervor transbordante, um devoto arrancou-lhe um dos dedos do pé. Alguns dizem que foi com uma faca, outros que fez isso desesperadamente com os dentes.

Quando a notícia da santidade e morte de santa Rosa chegou a Potosí, no Alto Peru (Bolívia), os sinos dos templos tocaram.

Velas e lamparinas foram acesas nas casas e prédios principais, como símbolo de respeito à primeira santa de todo o continente americano.

Fonte: ACIDigital

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Brasil terá maior imagem de São Miguel Arcanjo do mundo 

Inspirado no Santuário do Monte Gargano, na Itália, o projeto representará o Arcanjo segurando uma espada na mão direita e uma balança na mão esquerda.

Foram iniciadas as obras para a construção da maior imagem de São Miguel Arcanjo do mundo. O monumento, que terá 57 metros de altura (incluindo a base), está sendo erguido no interior de São Paulo, na cidade de São Miguel Arcanjo, e tem previsão para estar concluído em 2026.

Gruta do Arcanjo

A obra faz parte de um grande centro de evangelização chamado “Gruta do Arcanjo”. O complexo religioso terá sala de milagres, museu de arte sacra, auditório, pavilhão devocional, confessionários, casa das velas, gruta mariana, presbitério para Missa Campal com capacidade para 12 mil pessoas, lojas, praça de alimentação e estacionamento.

O projeto é inspirado no Santuário do Monte Gargano, na Itália. A imagem de São Miguel, de autoria do escultor Markus Moura, será toda colorida e representará o Arcanjo segurando uma espada na mão direita e uma balança na mão esquerda. No peito do monumento haverá um mirante.

Única Basílica no Brasil dedicada a São Miguel Arcanjo

A Paróquia de São Miguel Arcanjo foi criada no ano de 1886, recebendo o título de Santuário Diocesano em setembro de 2013, em reconhecimento ao grande número de peregrinos e devotos nas celebrações eucarísticas dominicais e nas festividades de São Miguel Arcanjo. Em maio de 2018 recebeu o título de Basílica Menor, se tornando a única Basílica no Brasil dedicada a São Miguel Arcanjo. (EPC)

Fonte: Gaudium Press

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Equador está pronto para receber o 53º Congresso Eucarístico Internacional 

Evento será realizado em Quito entre os dias 8 e 15 de setembro de 2024.

A Igreja Católica presente em Quito, no Equador, receberá entre os dias 8 e 15 de setembro de 2024, a 53ª edição do Congresso Eucarístico Internacional (IEC), que terá por tema “Fraternidade para curar o mundo”.

 Dom Alfredo José Espinoza Mateus, Arcebispo de Quito e primaz do Equador, destacou que este é um grande desafio para o país, que é consagrado ao Sagrado Coração de Jesus e ama fervorosamente a Eucaristia.

Recentemente o Papa Francisco nomeou o Cardeal Kevin Joseph Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, como seu representante no evento. Já a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nomeou como representante o Bispo de São João da Boa Vista (SP), Dom Eugênio Barbosa Martins.

Logotipo do Congresso Eucarístico Internacional

O logotipo do 53º Congresso Eucarístico Internacional é composto por diversos elementos simbólicos como: a Cruz de Cristo, o Coração aberto de Cristo na Cruz e a Hóstia que remete à Eucaristia. Do lado esquerdo do logotipo é possível ler ‘Quito 2024’, já do lado direito está o número ‘0º’, recordando que a capital do Equador está no meio do mundo.

Segundo Publio Enrique Escobar Chiriboga, criador do logo, as duas linhas rosadas na base simbolizam a ‘carne do mundo’, sobre as quais uma cruz azul faz alusão à Cruz do Senhor. Um coração vermelho no meio da Cruz representa o amor de Cristo. Um círculo amarelo sobre esta Cruz recorda a centralidade da Eucaristia.

Hino do Congresso Eucarístico Internacional

Composto por Marco Antonio Espín e um grupo de artistas católicos do Equador dedicado à evangelização, o hino do evento é intitulado ‘En torno a tu mesa’. Segundo o presidente da Comissão Musical do IEC 2024, Padre Jhan Wilson Morales, “as estrofes desenvolvem o significado do sacramento a partir de seu aspecto místico, reconhecendo a presença real de Jesus na Eucaristia, que nos acompanha e fortalece em nossas vidas”.

Através de uma vídeo chamada diretamente de Roma, o presidente do Pontifício Comitê para os Congressos Eucarísticos Internacionais, Padre Corrado Maggioni, participou do evento destacando o significado e a importância deste Congresso como uma oportunidade para fortalecer a Fé e renovar o compromisso da Igreja com a Eucaristia. (EPC) - Fonte: Gaudium Press

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Arcebispo Shevchuk: Quando os ocupantes russos invadem uma cidade, eles a destroem 

Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk enviou uma mensagem nesta 131ª semana da guerra em grande escala que o exército russo está travando no território da Ucrânia.

“Nós, juntamente com o povo, devemos deixar nossas igrejas com dor, mas olhamos para o futuro com esperança”, afirmou o primaz da Igreja Greco-Católica Ucraniana (UKGK), Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk, em uma mensagem durante a 131ª semana da guerra em grande escala que o exército russo está travando no território da Ucrânia.

O Arcebispo Maior de Kyiv-Halit observou que a semana passada foi particularmente marcada pela destruição de igrejas na Ucrânia. De acordo com declarações recentes da chancelaria do presidente do país, mais de 630 edifícios religiosos de várias denominações já foram destruídos na Ucrânia. E, infelizmente, esse número continua a aumentar diariamente.

“Na semana passada, também recebemos notícias dolorosas da aldeia de Antonivka, localizada no Oblast de Kherson, na costa do Dniepre, perto da famosa Ponte Antonivsky. Ficamos chocados com a destruição intencional da igreja pelos russos. Eles fizeram um reconhecimento e, vendo as pessoas reunidas ao redor do templo, deliberadamente o destruíram”, expressou com tristeza o chefe do UKGK.

Ele ressaltou que não é por acaso que o inimigo está tentando destruir centros religiosos, porque hoje eles representam a última esperança e apoio para os ucranianos. Diante dessas circunstâncias dramáticas, a sociedade ucraniana percebeu claramente a importância da Igreja, do sacerdote e da comunidade eclesial na vida da sofrida nação ucraniana, especialmente durante esta guerra brutal.

O Arcebispo Shevchuk mencionou a recente evacuação da comunidade greco-católica da cidade de Myrnoukrainsk, na província de Donetsk, bem como a evacuação forçada de várias pessoas da cidade de Pokrovsk. Apesar da igreja ter sido incendiada, o Santíssimo Sacramento sobreviveu; diante dEle, a adoração continua

“O problema é que os ocupantes russos, ao invadirem uma cidade, a destroem por completo. Eles agem como ondas de fogo que destroem tudo. Ninguém pode sobreviver em tais condições. O inimigo não gera nada, mesmo que se diga o contrário, mas adota uma política e tática de terra arrasada”, acrescentou o Arcebispo Maior de Kiev-Halit.

Dom Shvechuk assinalou as dificuldades enfrentadas pelos sacerdotes ao tomar decisões nestas circunstâncias: devem abandonar suas igrejas, cidades ou aldeias, ou devem permanecer e correr o risco de uma morte iminente.

“Um sacerdote é como o capitão de um navio, o último a desembarcar. Hoje posso testemunhar que nossos sacerdotes se comportam como verdadeiros pastores com o povo. Portanto, a confiança dos ucranianos, independentemente de sua denominação, nos sacerdotes, monges e religiosas da Igreja Greco-Católica Ucraniana está crescendo”, frisou o arcebispo ucraniano.

Fonte: Gaudium Press

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Paris 2024: Jogos Paralímpicos são «momento privilegiado» para apresentar «coisas extraordinárias» das pessoas com deficiência

 Carmo Diniz destaca capacidade de «superação» destes atletas, sublinhando importância da dimensão espiritual e mental

A diretora do Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência (SPPD), da Igreja Católica em Portugal, destacou que a importância dos Jogos Paralímpicos, que se iniciaram esta quarta-feira em Paris, para mostrar a capacidade destes atletas, “a vários níveis”.

“São um momento em que, como atletas, e como qualquer atleta, há um esforço muito grande de superação, de superação de limites, de recordes, de superação pessoal, e é um momento privilegiado para mostrar ao mundo que as pessoas com deficiência são muito capazes de muitas coisas extraordinárias”, disse Carmo Diniz, esta quinta-feira, à Agência ECCLESIA.

Os Jogos Paralímpicos de 2024 reúnem, de 29 de agosto a 8 de setembro, mais de 4400 atletas, com deficiência intelectual, motora, visual ou paralisia cerebral, em representação de 167 países, além de uma equipa de refugiados.

Portugal participa com 27 atletas, pessoas que “têm uma dimensão corporal e uma dimensão espiritual”, recorda Carmo Diniz.

“Essa dimensão espiritual, que muitas se complementa com uma dimensão intelectual, contribui muito para o sucesso dos Jogos Olímpicos, para o sucesso da prática de um desporto, para o sucesso de uma superação. Muitas vezes, quando não conseguimos fisicamente chegar a um sítio, é com a força da nossa mente e do nosso espírito que lá chegamos”.

A responsável pelo SPPD da Conferência Episcopal Portuguesa observa que, em qualquer atleta, a dimensão espiritual está presente e é muito importante, porque “ajuda e contribui para a sua prestação”.

Os Jogos Paralímpicos realizam-se após os Jogos Olímpicos de verão, que decorreram também na capital francesa, mas, para a entrevistada, “num mundo ideal, os Jogos Olímpicos e os Jogos Paralímpicos também se organizariam em conjunto”.

“Não que os atletas possam competir entre si, porque isso não é justo, mas em conjunto, em festa, em festa de desporto; porque não ser um desporto todos juntos”, explicou.

O presidente do Comité Paralímpico Internacional (IPC) pediu que estes jogos 2024 desencadeiem uma “revolução de inclusão” e que o desporto seja “a cola social” que une o mundo, na cerimónia de abertura, na Praça da Concórdia.

Andrew Parsons assinou também um artigo no ‘Osservatore Romano’, o jornal do Vaticano, no qual afirmou que este do evento é um “farol de esperança” num mundo em guerra.

“Veio chamar a atenção para este tema da diversidade na humanidade, que se quisermos relacionar com o Papa Francisco, a festa da fraternidade universal, está na ‘Fratelli Tutti’. E também chamou a atenção da oportunidade enorme que estes Paralímpicos são para chamar a atenção para as pessoas com deficiência e para promover a inclusão das pessoas no mundo inteiro”, destacou Carmo Diniz.

Para a responsável, Andre Parsons apresentou um discurso “muito, muito bom”, que “vale muito a pena ouvir e ver”.

A diretora do Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência (SPPD), da Igreja Católica em Portugal, observa que o desporto “é essencial para o bem-estar, para a vida, para a saúde”, e estes momentos pontuais de prova de capacidade “ajudam e contribuem para um investimento no dia-a-dia no desporto, e no desporto paralímpico também”, e tem como “grande desejo” que o efeito seja “mais investimento no dia-a-dia, mais comum encontrar-se desportos adaptados e opções para as pessoas com deficiência”.

Sobre o ano pastoral 2024/2025, Carmo Diniz antecipa que vai ser “muito marcado pelo Jubileu”, lembrando que o Papa Francisco convocou um Ano Santo, o 27.º jubileu ordinário da história da Igreja, e chamou todos a vivê-lo “quer seja em Roma, quer seja cada um na sua diocese em união com Roma, em união física ou união espiritual”. – 

Fonte: Agência Ecclesia

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Regime de Ortega assume o controle de uma escola em Manágua e expulsa as religiosas que a dirigiam 

O Colégio Casa Nazareth é dirigido pela Congregação Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor.

O site 100% Noticias informou que, de acordo com os moradores locais, as religiosas da Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor, que dirigiam a Escola Casa Nazareth na área de Bolonia, Manágua, foram expulsas das instalações no último fim de semana.

Um veículo de grande porte entrou na escola e posteriormente fechou os portões. O status legal da congregação das irmãs foi cancelado em 19 de agosto. A escola está agora sob o controle do Ministério da Educação.

Um residente local, que preferiu permanecer anônimo, expressou: “Toda a comunidade de Bolonia está surpresa, minha avó ouviu a notícia e entrou em depressão porque todos nós conhecemos as religiosas que administravam essa escola e sabemos do trabalho delas na comunidade”.

Outro vizinho comentou com indignação: “Há religiosas que meus irmãos e eu conhecemos desde que éramos crianças, a maioria delas deixou sua juventude lá, várias estão deprimidas e doentes e o que mais dói é não poder fazer nada para ajudá-las”.

Dias atrás, autoridades estaduais chegaram à escola e começaram a medir a área ocupada pela Casa Nazaré com uma fita métrica. “Eles não têm nenhum escrúpulo, chegaram e mediram na frente das crianças, mediram a área dos prédios e até a quadra de ponta a ponta”, confirmou uma mãe de família preocupada com o destino do Centro Educacional.

Essa comunidade religiosa já enfrentou ataques por parte do regime de Ortega. Pelo menos duas delas que viajaram para outros países da América Central foram impedidas de retornar. “Uma delas foi para a Guatemala e a outra para a Costa Rica, e depois foram proibidas de entrar na Nicarágua e seus vistos foram suspensos. Elas não falaram nada para não afetar as irmãs que estavam no país ou afetar o centro, mas no final se apossaram da casa de Nazaré e as religiosas foram forçadas a deixar o local”, contou um morador da região.

Na semana anterior, as religiosas informaram diplomaticamente a todos os pais que a escola passaria a ser administrada pelo Ministério da Educação. “Muitos alunos foram embora da escola e há salas de aula com apenas oito alunos”, relatou a mesma fonte.

Os moradores estão preocupados com o possível confisco do Colégio São Francisco de Assis, que também está localizado em Bolonia, situado ao lado da igreja que leva o mesmo nome.

Fonte: Gaudium Press

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