Informativo Diocesano Semanal - 15 de setembro de 2024
15/09/2024ASSESSORIA DIOCESANA DE COMUNICAÇÃO
www.diocesedeerexim.org.br E-mail: curia@diocesedeerexim.org.br
Fone/Fax: (54) 3522-3611
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
Ano 28 – nº.
1.465 – 15 de setembro de 2024
Atividades na semana: - Neste domingo, às 09h e às 18h, Dom Adimir, missa e crismas na igreja
Santa Luzia, Bairro Atlântico, Erechim; 10h, Monsenhor Agostinho Dors, missa e
crismas na igreja N. Sra. das Dores, Capo-Erê, na festa da padroeira da
Paróquia;
- segunda-feira, às 14h, no Centro Diocesano,
reunião do Colégio de Consultores;
- reuniões de Área Pastoral, quarta-feira, às
19h, de Gaurama em Viadutos; quinta-feira, às 19h30, de Erechim, na sede paroquial
São Cristóvão.
Paróquia Santa Luzia, Bairro Atlântico, Erechim com diácono
permanente:
O ministro leitor e acólito Paulo Cesar Panosso da
comunidade São Francisco de Assis, Paróquia Santa Luzia, Bairro Atlântico,
Erechim, foi ordenado diácono permanente por Dom Adimir Antonio Mazali, Bispo
diocesano, em missa na manhã do dia 08, segundo domingo de setembro, Mês da
Bíblia, data da festa da Natividade da Virgem Maria, omitida quando ocorre em
domingo como neste ano. A missa foi concelebrada pelo Pároco, Pe. Paulo Rogério
Caovilla, e pelo Chanceler da Cúria Diocesana, Pe. Antonio Valentini Neto, com
o Pe. Lucas André Stein de cerimoniário, a participação de 6 diáconos, diversos
ministros, membros das comunidades da Paróquia, especialmente a do ordenando,
parentes e convidados dele. Na oportunidade, a Paróquia viveu a festa das
capelinhas. Por isso, antes do começo da celebração, mais de 50 zeladoras de
capelinhas entraram em procissão cada uma com a sua para a oração da dezena do
terço pelas vocações, como se vem fazendo antes das missas, reuniões e
encontros na Diocese a partir do Ano Vocacional em 2023. Antes da bênção final,
houve algumas manifestações: Priscila Dassi, pela comunidade São Francisco de
Assis, Bairro Redenção e pelos jovens; Marília Fochesatto, pela paróquia;
também pela Paróquia como Pároco Pe. Paulo. Diácono Paulo Panosso – Expressou
diversos agradecimentos. Assegurou ao Bispo sua disposição de dar o melhor de
si no ministério diaconal. A todos garantiu que exercerá as funções do
ministério com muito carinho e dedicação, consciente do que significam as
vestes diaconais que recebeu como símbolo de sua ordenação.
Encaminhamentos
da Romaria de Fátima em reunião de coordenadoras paroquiais de zeladoras de
capelinhas: As
coordenadoras paroquiais das zeladoras de capelinhas estiveram reunidas na
tarde segunda-feira, dia 09, no Auditório São José. Pe. Moacir Luiz Noskoski,
Pároco da Paróquia N. Sra. da Glória de Erval Grande, seu assessor, acolheu a
todas e convidou Pe. José Carlos Sala a ensaiar o hino da 73ª Romaria diocesana
de N. Sra. de Fátima, dia 13 de outubro próximo, de sua autoria. Após a oração
com enfoque mariano, coordenada pelo Pe. Moacir, Pe. Sala apresentou visão
geral da Romaria de Fátima deste ano, tema, lema, intenções, novena e dia da
mesma, com a respectiva programação e coleta em favor do evento. Em seguida, Pe.
Moacir conduziu outros encaminhamentos, especialmente o retiro deste ano,
marcado para o dia 25 de novembro a partir das 08h30, no Santuário diocesano
com orientação do Pe. Jean Carlos Demboski, Pároco da Paróquia N. Sra. do Monte
Claro de Áurea.
Mais de 70 participantes no primeiro encontro de formação no Mês
da Bíblia deste ano na Diocese de Erexim: Pe.
Jair Carlesso, coordenador da ação evangelizadora da Diocese de Erexim, diretor
da Escola de Servidores e Pe. Lucas André Stein, reitor do Seminário Maior São
José e coordenador diocesano do Serviço de Animação Vocacional, promovem 4
encontros de formação bíblica nos dias 09, 16, 23 e 30 deste Mês da Bíblia, das
19h30 às 21h, no Auditório São José. No primeiro dos encontros, Pe. Jair expôs
a animação bíblica da pastoral. Ressaltou que a Palavra é missão de Israel que
sempre se entendeu como escolhido para tal; foi a missão de Jesus e seu mandato
na despedida dos apóstolos, ide por tudo o mundo e proclamai o Evangelho; foi a
prática da Igreja Primitiva a partir do impulso do Pentecostes. A animação
bíblica da pastoral é destacada pelo concílio Vaticano II, especialmente no
documento sobre a revelação divina, Dei Verbum, a Palavra de Deus e retomada
pela Encíclica de Bento 16, Verbum Domini, a Palavra do Senhor. Foi formulada
pelo Documento de Aparecida. Pe. Jair relacionou duas iniciativas marcantes
para maior conhecimento e vivência da Palavra, o domingo da Palavra, no
terceiro domingo do tempo comum, instituído pelo Papa Francisco em 2019; no
Brasil, o mês da Bíblia, desde 1971. Explicitou diversos aspectos dos
documentos citados e relacionou a animação bíblica da pastoral com a leitura
orante da Palavra de Deus. Nos outros três encontros de formação bíblica neste
Mês da Sagrada Escritura serão aprofundados os seguintes aspectos: introdução à
profecia e contexto de Ezequiel, a profecia de Ezequiel antes da queda de
Jerusalém (597 a.C), a profecia dele depois da queda de Jerusalém. Pessoas que
não participaram do primeiro encontro podem participar dos outros. Não há
inscrição e nem custo.
Encontro anual de secretárias e secretários da Diocese de Erexim: Visando
a constante atualização e o serviço sempre mais adequado das secretárias e dos
secretários das Paróquias, da Cúria e do Seminário N. Sra. de Fátima, a Diocese
de Erexim os reuniu terça-feira, dia 10, no Auditório São José. Dom Adimir
Antonio Mazali, Bispo diocesano, acolheu a todos, manifestando a alegria pela
presença deles e ressaltando o trabalho indispensável realizado nas
secretarias, espelho da própria Igreja para quem a elas se dirige. Apresentou o
assessor canônico, Pe. Leonardo Silva Pereira Fávero, com expediente na Cúria
de dois meios dias por semana. Monsenhor Agostinho Dors, Vigário Geral e
Coordenador da Cúria, animou a oração inicial. A seguir, o ecônomo, Ildo
Benincá, expôs pontos práticos da lei civil e da lei canônica a serem
observados nas secretarias. A maior parte do tempo foi dedicada a perguntas e a
esclarecimentos de dúvidas dos participantes sobre diversos pontos: atestado
médico, medicina e segurança do trabalho, patrimônio, notas e tributos, dízimo,
seguro patrimonial e de carros, autorizações para sacramentos e para catequese,
tabela de custos para serviços religiosos, documento de oficialização de
conselhos e outros. No final da reunião, o Bispo informou que no próximo ano
ele fará visita administrativa a todas as paróquias. Haverá também a renovação
do mandato de todos os ministros e ministras. Concluindo a reunião, invocou a
bênção sobre todos.
89ª Romaria Interestadual
da Salette 2024 e Marcelino Ramos: A Comunidade Religiosa dos Missionários Saletinos
de Marcelino Ramos-RS, com alegria intensifica a preparação e realização da 89ª
Romaria Interestadual da Salette dias 19, 28 e 29 deste mês de setembro. Seu
tema é: “Mãe da Salette, ajudai-nos a caminhar na esperança”. O tema e o lema
estão em consonância com a caminhada da Igreja, que, motivada pelo Papa
Francisco, dedica esse ano à oração em preparação para o Jubileu 2025, cujo tema
é "Peregrinos de Esperança".
Programação da Romaria:
- de terça-feira
até quarta-feira desta semana, às 19h, no Santuário, está em andamento o novenário
com missa presidida por padres diversos; dia 19, quinta-feira aniversário da
aparição – 178 anos: missas no Santuário às 10h e às 17h; às 19h, missa na
igreja São João Batista no centro da cidade, procissão luminosa ao Santuário,
encenação da aparição de Nossa Senhora e bênção com o Santíssimo Sacramento; Santo
terço às 14h. dia 28, sábado: missas no Santuário às 08h, 10h, 14h, 16h e na
chegada da procissão luminosa após a missa às 19h na
igreja São João Batista no centro da cidade, com encenação da aparição de N.
Sra. e bênção com o Santíssimo Sacramento. dia 29, domingo: no Santuário, oração
da manhã às 05h30; missas às 06h, 07h15, 10h, 12h; no altar monumento, missa na
chegada da procissão após a missa às 08h na igreja São Batista no centro da
cidade; às 14h, terço meditado e encenação da aparição de N. Sra.; às 15h,
adoração ao Santíssimo Sacramento e bênção; 15h, envio dos romeiros.
Diocese de Erexim intensifica preparação de sua Romaria deste
ano: No
dia 13 de maio passado, Dom Adimir Antonio Mazali, Bispo Diocesano de Erexim,
em missa concelebrada no Santuário de Fátima, lançou a 73ª Romaria. Será no dia
13 de outubro e sua novena preparatória, do dia 04 ao dia 12, com a Romaria da
Criança coincidindo no Dia da Criança. A Romaria coincidirá com o dia da última
aparição de N. Sra. em Fátima, Portugal. A novena, como nos últimos anos, terá 4 celebrações diárias: às 7h,
14h, 18h e 20h. Neste ano dedicado à oração em
preparação do Jubileu 2025, o tema da novena e da Romaria apresenta Maria como modelo para a vida de
oração, assim formulado: Maria, mãe do silêncio, da escuta e da oração! O lema
retoma o primeiro verso do grande hino que Maria rezou/cantou ao Senhor e por
isso é: A minha alma engrandece o Senhor! (Lc 1,46) A novena será a partir da
Oração do Pai Nosso, com referência e reflexão de uma parte em cada dia,
concluindo com “Pois vosso é o reino, o poder e a glória para sempre.”
Responsabilidades das celebrações: A missa da manhã estará a cargo das
Paróquias da Área Pastoral de Erexim; a das 14h, das pastorais e movimentos; a
das 18h, do Santuário Diocesano; a procissão e a missa das 20h, do Santuário e
das Áreas Pastorais. A Romaria da Criança será animada pela Infância e
Adolescência Missionária, Pastoral da Criança, Serviço de Animação Vocacional,
Iniciação à Vida Cristã, Pastoral dos Coroinhas e Movimento Champagnat. A
procissão, missa campal e bênção com o Santíssimo no dia da Romaria serão
presididas pelo Bispo Diocesano com animação da equipe de liturgia. Durante a
novena e no dia da Romaria haverá oportunidade de confissões e bênçãos em
diversos momentos.
Cartaz, hino e coleta para a Romaria
pelas zeladoras de capelinhas: Pe. José Carlos Sala, Reitor do
Santuário, há mais tempo, divulgou o hino da Romaria que está no site da
Diocese na aba acervo digital. Foi divulgada a identidade visual da Romaria,
cartaz em formato maior, médio, marca-página e faixas no monumento e marquise
do Santuário. As zeladoras de capelinhas realizam coleta para a Romaria junto
às famílias visitadas até o dia 26 de outubro.
================================================================.
Informações da semana
Do dia 12/9/2024
Rede Eclesial
Pan-Amazônica celebra 10 anos de cuidado e proteção da Amazônia e seus povos
Uma
cerimônia realizada na manhã desta quinta-feira, 12 de setembro, marcou os 10
anos de criação da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam). Aos pés de uma
mangabeira, nos jardins da sede das Pontifícias Obras Missionárias (POM), em
Brasília (DF), foi feita a memória do encontro que instituiu a rede dez anos
atrás e a renovação dos compromissos de cuidado e proteção do bioma amazônico e
de seus povos.
Estiveram
presentes colaboradores, assessores e parceiros da Rede, bem como
representantes das instituições que tiveram a iniciativa da criação da
instituição, como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a
Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB).
Durante
a mística inicial, foram colocados sobre as raízes da mangabeira todas as
publicações da Repam e os materiais que representam os processos de
articulação, escuta dos povos, preparação para o Sínodo, planos pastorais e
outras ações em defesa da vida na região.
O
bispo de Roraima e presidente da Repam-Brasil, dom Evaristo Pascoal Spengler,
recordou o atual contexto desafiador para a vida dos povos e do próprio bioma,
com a lógica da exploração que leva destruição para a região. Mas pontuou que
existem pessoas que estão na lógica da defesa da vida: “E a Repam é
impulsionadora dessas pessoas”, ressaltou.
Dom
Evaristo recordou o que o precederam nas iniciativas de mobilização e defesa da
vida e de organização da Igreja com rosto amazônico: dom Cláudio Hummes, que
“até o final, mesmo com a doença, clamou pela Amazônia”; dom Herwin Krautler,
que “até hoje está defendendo a floresta, os povos e os rios”; e o Papa
Francisco, “que colocou a periferia no centro com a convocação do Sínodo para a
Amazônia”.
Já
o arcebispo de Palmas (TO) e vice-presidente da Repam-Brasil, dom Pedro Brito
Guimarães, disse que, no atual contexto, “há pouco o que celebrar”, com 60% do
território afetado pela fumaça, as enchentes e queimadas. Para ele, vivemos uma
“pandemia ecológica”. Mesmo assim, é preciso “comemorar para não perder”, e
isso como “um ato de rebeldia, coragem e profecia”.
Farol
de esperança
O
bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo
Hoepers, afirmou que a Repam é “um farol de esperança em meio a tempos desafiadores”
e que em uma década de atuação, “tornou-se um sinal profético na defesa da
vida, dos territórios e dos povos amazônicos, sempre iluminada pelo Evangelho e
pelos ensinamentos da Igreja”.
O
trabalho da Rede, segundo dom Ricardo, segue o ensinamento do Papa Francisco na
Laudato Si’ de que “tudo está interligado” (LS 16), e que não se pode separar a
crise ambiental da crise social. “É exatamente nesta interligação que a Repam
tem feito seu trabalho: unindo as vozes das comunidades, dos povos originários
e da Igreja, para que, juntos, possamos ser defensores, guardiães da Criação”.
Dom
Ricardo ainda ressaltou que “ao promover a vida e o Bem Viver, a Repam nos
recorda que os povos da Amazônia não são apenas vítimas, mas protagonistas na
luta pela justiça socioambiental”.
“Hoje, ao celebrarmos esses 10 anos de
lutas e conquistas, renovamos nosso compromisso com a Casa Comum e com os povos
da Amazônia. A CNBB, quer lembrar de todos os protagonistas, desde o 1º
Encontro inter-regional dos Bispos da Amazônia, em Manaus, de 2 a 6 de julho de
1952, passando pelo apelo que Paulo VI, em 1971, fazia ecoar: “Cristo aponta
para a Amazônia” e o histórico encontro de Santarém, em que homens e mulheres
souberam ouvir a voz do Espírito Santo e entenderam os desafios que vinham pela
frente. A espiritualidade encarnada que guia a Repam nos convida a agir com
coragem, compaixão e esperança, confiantes de que Deus está conosco nesta
jornada”.
Em
vídeo, o presidente da Repam, dom Rafael Cob Garcia, vigário apostólico de
Puyo, no Equador, rogou a Deus que abençoe a todos que atuam na Repam, “dando
sabedoria e força para continuarem sendo aliados dos pobres, dos que sofrem na
Pan-Amazônica e com a natureza que Deus nos deu”.
O
arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB e do Celam, dom Jaime
Spengler, também enviou sua mensagem em vídeo. Ele recordou o contexto das
secas e das queimadas nos biomas brasileiros, destacando a pertinência da
celebração dos dez anos da Repam nesses dias. “Isso diz da necessidade premente
de, talvez, nos empenharmos ainda mais na promoção e no cuidado da casa comum”. Dom Jaime desejou “que Deus continue nos
inspirando, nos iluminando, porque a criação não só é obra boa, mas é muito
boa, e por isso merece tudo o carinho, tudo o respeito, toda promoção e todo o
cuidado”.
Fonte:
CNBB
----------------------------------------------------------------------.
Presidente da
CNBB celebra missa de abertura do 53º Congresso Eucarístico Internacional em
Quito, no Equador
A
cidade de Quito, no Equador, recebe pessoas de todo o mundo, de 8 a 15 de
setembro, para o 53º Congresso Eucarístico Internacional. As conferências
episcopais foram orientadas a nomear delegados para a participação no evento.
Do Brasil participa o arcebispo de Porto Alegre e presidente da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Episcopal Latino-Americano e
do Caribe (Celam), dom Jaime Spengler.
Além
de bispos, o congresso recebe leigos, religiosos, pessoas consagradas e
sacerdotes. A programação tem apresentações, depoimentos, oficinas e debates, e
também celebração da Eucaristia em igrejas patrimoniais do Centro Histórico de
Quito.
Na
abertura do evento, no dia 8 de setembro, dom Jaime Spengler celebrou missa
para dar início às atividades. Na homilia, o prelado brasileiro refletiu sobre
o chamado à fraternidade que é alimentada, segundo ele, “pelo corpo e sangue do
Senhor” com o propósito de salvar a humanidade: “uma fraternidade que se reúne
em assembleia ao redor da mesa da Palavra e do Corpo do Senhor”. Ao participar
da Eucaristia, acrescentou ele, “expressamos nossa participação na própria vida
do Senhor, formamos fraternidade e somos irmãos e irmãs”.
Vivemos
em um mundo ferido
O
presidente da CNBB comentou sobre o mundo convulsionado que tem uma grande
ferida por conta da pobreza e da fome. Acrescentou a essa dor, a crise
ecológica que a humanidade está sofrendo: “uma ferida que somos convidados a
curar porque somos a ponte entre Deus e o mundo”.
A
partir daí, disse ele, somos todos responsáveis pela criação e lembrou que a
possibilidade do futuro da humanidade dependerá das ações e decisões que o
homem tomar para cuidar da casa comum. “Ao tomar o mundo em nossas mãos,
integrando-o criativamente e remetendo-o a Deus, cooperamos para libertar a
criação de seus limites, curando as feridas e, assim, promovendo a vida”.
A
Eucaristia e a criação
Em
outro aspecto, ele afirmou que a crise ecológica pela qual a humanidade está
passando está relacionada à perda da sacralidade dos elementos da natureza na
cultura. Dom Jaime então observou que muitos poderiam se perguntar: “o que isso
tem a ver com a Eucaristia?”. Ele respondeu que a Igreja sempre entendeu a
Eucaristia como a ação de toda a assembleia reunida, ou seja, de toda a Igreja
em favor da vida e da construção da fraternidade.
“O caráter fundamental da Eucaristia é que
ela é uma reunião e uma ação na qual se contempla e se vive todo o mistério de
Cristo, ou seja, a salvação do mundo, promovendo a fraternidade universal! A
Eucaristia não nos afasta do mundo. Pelo contrário, ela nos leva ao mundo. A
Igreja sempre reconheceu um forte vínculo entre a Eucaristia, a vida
comunitária, a sociedade e a criação”, disse ele.
Na
mesma linha e em conclusão, o arcebispo de Porto Alegre lembrou que no próximo
ano a COP30 será realizada na cidade de Belém, no Brasil, uma oportunidade
privilegiada, disse ele, para que todos se mostrem como “sacerdotes da criação:
em um mundo ferido, mas determinados a oferecer ao Pai os dons da criação;
dispostos a cooperar na cura das feridas do mundo; prontos para dar testemunho
do poder do amor que dá vida a todas as coisas”.
Fraternidade
humana
Com
o tema “Fraternidade para curar o mundo”, o 53º Congresso Eucarístico
Internacional propõe-se a refletir sobre a Eucaristia e vivê-la como lugar de
fraternidade capaz de curar o planeta. No texto-base preparado para auxiliar as
reflexões que antecedem o encontro, é apresentada a ideia de que a fraternidade
humana não seja somente um sonho, mas que encontre “uma maneira de se
concretizar a partir da celebração eucarística”.
“O dom pascal do Senhor Ressuscitado, que
está no coração de cada Missa e do culto eucarístico da qual adquire o seu
significado, ao mesmo tempo que sara as nossas feridas, ajuda-nos a cuidar de
cada irmão e irmã”, escreveu dom Alfredo José Espinoza Mateus, arcebispo de
Quito e primaz do Equador.
A
escolha do local
A
arquidiocese de Quito foi escolhida para sediar este Congresso Eucarístico
Internacional por ocasião do 150º aniversário da Consagração do Equador ao
Sagrado Coração de Jesus (25 de março de 1874). Na cidade, em 1886, já se tinha
realizado o primeiro Congresso Eucarístico Nacional.
O
texto-base do Congresso Eucarístico utiliza a imagem da tenda, também presente
nas reflexões do Sínodo sobre a Sinodalidade, para abordar a acolhida aos
participantes do Congresso e a proposta reconciliadora e curativa a partir da
Eucaristia:
“Na plenitude dos tempos, Deus Pai deu-nos
o seu Filho Jesus Cristo, o Verbo Encarnado, que se ofereceu até à cruz pela
nossa redenção, vencendo o pecado e a morte e tornando-se ao mesmo tempo pão e
pastor das nossas vidas. Cristo é o pão de Deus que nos irmana e nos reconcilia
para que quem caminha connosco deixe de ser um estranho no caminho, mas seja
reconhecido como próximo e companheiro de viagem. E desde a tenda da
Eucaristia, da oferta da vida para que outros tenham vida, do perdão aos
verdugos, precisamente, onde se consuma a sua violência, a presença do Senhor
gera comunidades cristãs onde se aprende sempre de novo a promover o diálogo, a
reconciliação e a paz, o caminho para curar este mundo ferido pelo ódio, a
inimizade e o egoísmo”
E
continua:
“Localizada na latitude zero, no ‘meio do
mundo’, estende a sua tenda até se tornar numa imensa tenda eucarística onde
todos são convidados a partilhar este grande sonho de uma fraternidade redimida
e curada pelo amor total de Cristo”.
Fonte:
CNBB
-----------------------------------------------------------.
Juventude
Missionária do Brasil, ligada à Pontifícia Obra da Propagação da Fé (POPF),
promove nova edição da ação Sem Fronteiras
A
Juventude Missionária (JM), ligada à Pontifícia Obra da Propagação da Fé
(POPF), dará início ao ano de 2025 com grandes novidades. Entre os dias 24 de
janeiro e 02 de fevereiro, a arquidiocese de Olinda e Recife (PE) receberá
jovens missionários de todas as regiões do país para a 7ª edição da ação
missionária nacional Sem Fronteiras.
O
evento é direcionado a membros ativos dos grupos de base, coordenadores e
assessores da JM, e tem como objetivo principal incentivar o protagonismo
missionário, além de estreitar laços entre os jovens participantes de todo o
Brasil. Durante o encontro, os jovens serão acolhidos por famílias da
comunidade local, que abrirão suas casas para recebê-los durante os dias de
missão.
Padre
Genilson Sousa, secretário da POPF, ressaltou a importância do encontro como um
momento de celebração e partilha da missão juvenil no Brasil. “Esperamos contar
com a participação de jovens missionários de diversas dioceses do país,
vivenciando essa rica experiência de comunhão e missão”, afirmou o secretário.
Inscrições
serão realizadas nas coordenações estaduais
Para
se inscrever, é necessário que o jovem tenha experiência prévia nas Obras
Missionárias e seja maior de 18 anos. A inscrição custa R$ 100,00, valor que
inclui um kit missionário. Cada participante será responsável por custear seu
deslocamento até o local do evento. A alimentação durante as atividades
formativas será oferecida pela equipe de acolhimento da Arquidiocese de Olinda
e Recife.
O
prazo para inscrições vai até 30 de outubro de 2024, às 23h59. A coordenação
estadual é responsável por enviar o convite às bases locais e confirmar a
presença dos participantes por meio do envio do link de inscrição.
Fonte:
CNBB
-------------------------------------------------------.
11º Seminário de
Comunicação reúne no Rio 160 comunicadores para refletir sobre reputação e
imagem da Igreja
A
11ª edição do Seminário de Comunicação Social promovido arquidiocese do Rio de
Janeiro (RJ) reúne, de 11 a 13, no Centro de Estudos do Sumaré, no Rio de de
Janeiro, 160 profissionais de comunicação da Igreja no Brasil, sendo 40 de
forma online, em torno da discussão do tema: Igreja, casa de vido – assessoria
de comunicação na construção da reputação e da identidade”.
Na abertura, o arcebispo do Rio de Janeiro,
cardeal Orani Tempesta, anfitrião do encontro, introduzindo o tema disse
“estamos vivendo uma era na qual, em razão das redes sociais, a Igreja e todas
as organizações estão expostas ao escrutínio público”. Decorre disto, segundo
ele, a necessidade de ter zelo e cuidado com a imagem, identidade e reputação
da instituição. “Somos chamados a ser autênticos e transparentes”, disse.
Dom
Orani também falou do poder das redes sociais na construção de falsas
narrativas que levam as pessoas a acreditarem ser a verdade. “Numa casa de
vidro, a mídia de um modo geral foca mais em nossos problemas, que devemos
enfrentar e resolver, mas também devemos ser capazes de mostrar as belezas de
nossa Igreja”, disse. Dom Orani reforçou uma orientação do Papa Francisco: “A
nossa comunicação deve ser testemunho. Há sempre a assinatura de nosso
testemunho em tudo que fazemos”, disse.
O bispo auxiliar de Brasília e
secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, enviou uma vídeo-mensagem de
saudação aos participantes do encontro. “A comunicação é fundamental na Igreja para
levar aos corações a verdade do Evangelho com lucidez”, disse.
Trilhas
de aprendizado
O
organizador do seminário, padre Arnaldo Rodrigues, que também é professor da
PUC Rio e assessor de comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), destacou que o seminário tem tradição de fazer as perguntas certas para
cada tempo. “Em cada tema, procuramos estar antenados com a necessidades de
aprofundamento de cada ano. Como por exemplo, no ano passado aprofundamos a
Inteligência Artificial, muito falada hoje”, ressaltou.
Padre
Arnaldo afirmou que o seminário é uma grande oportunidade para os comunicadores
eclesiais aprofundarem temas importantes para a sua área de atuação e
qualificar o trabalho da Igreja no Brasil
no campo da comunicação. Ele aprofundou a primeira conferência do
seminário: “Prevenção e Gestão de Crises: Garantindo a Reputação e Imagem
Institucional da Igreja Católica”.
Nas onze conferências oferecidas pelo seminário,
os participantes estão aprofundando temas como:
Estratégias de comunicação: impacto e eficiência nas assessoria para
pessoas físicas e governamentais; O que é noticia ou não, nesses tempos de
mídias sociais aceleradas; Novas ferramentas de IA para Assessoria de
Comunicação; Correta expressão visual da marca: como se deve usar e quais os
riscos de aplicações erradas; Assessoria de Comunicação assertiva e sob medida:
estruturação eficiente com recursos limitados; A transparência das instituições
religiosas para uma boa construção da opinião pública; construindo identidade:
a integração estratégica de comunicação e marketing; e além do Press Release:
Entendendo as Necessidades da Mídia.
Sala
de Imprensa do Vaticano
A
vice diretora da Sala de Imprensa do Vaticano, Cristiane Murray, falará sobre
sua experiência no Vaticano, em duas conferências: A comunicação do Papa
Francisco e seus desafios e Sala de Imprensa da Santa Sé: uma comunicação
assertiva e o relacionamento com os jornalistas.
Os
participantes, no segundo dia, visitaram a Secretaria de Comunicação do Governo
do Estado, Rádio Roquete Pinto, Palácio Guanabara, Centro de Operações e
Inteligência da Prefeitura do Rio e o
Museu do amanhã. Todos os dias, pela manhã, os comunicadores participam
da santa missa. Ao final do encontro, ainda haverá a entrega do prêmio São Paulo
VI de comunicação ao Jornalista Ancelmo Gois, do jornal O Globo.
Fonte:
CNBB
--------------------------------------------------------------------------------------------------.
CRB Nacional parabeniza a
REPAM pelos 10 anos de Fundação
Por Neusa Santos
Nesta
quinta-feira, 12 de setembro, ocorreu o Encontro Comemorativo pelos 10 anos de
fundação da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), realizado nas Pontifícias
Obras Missionárias (POM), em Brasília-DF. O evento foi um momento de memória e
renovação de compromissos, reafirmando a missão comum de cuidado com a criação,
que orienta a atuação da REPAM desde sua fundação.
Representando
a Confederação Latino-Americana e Caribenha de Religiosos (CLAR), a presidente
da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB Nacional), Ir. Eliane Cordeiro,
leu a mensagem enviada pela presidente da CLAR, Ir. Liliana Franco, que
parabenizou a REPAM e reforçou o compromisso da Vida Religiosa nos esforços em
prol da Amazônia e de seus povos.
Além da
presidente da CRB Nacional, as assessoras do Setor Missão da Conferência, Irmã
Rosa Elena Ciprés e Irmã Valmí Bohn, também estiveram presentes na celebração,
destacando o apoio da CRB à trajetória da REPAM ao longo da última década.
A
Conferência dos Religiosos do Brasil parabeniza a Rede Eclesial Pan-Amazônica
(REPAM) pelos 10 anos de fundação, celebrados no dia 12 de setembro. A CRB
Nacional reconhece o papel da REPAM no fortalecimento da consciência sobre a
Amazônia e no desenvolvimento de uma pastoral conjunta entre a REPAM e a Vida
Religiosa do Brasil.
A CRB
Nacional se une à REPAM na celebração dos 10 anos, reconhecendo o papel da Rede
na defesa da vida dos povos da Amazônia e na preservação da Casa Comum e
reafirma seu compromisso com a luta que privilegie os pobres e o bem comum, em
sintonia com a missão da REPAM.
Que esta
caminhada continue a inspirar ações em defesa da vida e da justiça,
especialmente nas regiões mais vulneráveis da Casa Comum.
Fonte:
CRB
-------------------------------------------------------------------------.
O Papa na Missa em Singapura: nada de
duradouro nasce e cresce sem amor
Na
raiz da nossa capacidade de amar e de ser amados, está o próprio Deus, que com
coração de Pai nos desejou e nos trouxe à existência de uma maneira totalmente
gratuita e que, de forma igualmente gratuita, nos redimiu e nos libertou do
pecado e da morte, com a paixão e a ressurreição do seu Filho Unigênito. É
n’Ele que tudo o que somos e podemos vir a ser tem a sua origem e o seu pleno
cumprimento: disse Francisco na Missa celebrada esta quinta-feira (12/09) no
Estádio Nacional de Singapura
Raimundo
de Lima – Vatican News
A
vida conduz-nos, em última análise, a uma verdade: sem amor, não somos nada.
Foi o que disse o Santo Padre na Missa celebrada esta quinta-feira (12/09) em
Singapura, última etapa de sua 45ª Viagem Apostólica Internacional, depois de
ter visitado a Indonésia, Papua Nova Guiné e Timor-Leste. Trata-se da mais
longa viagem apostólica de Francisco, iniciada no dia 02/09 e se conclui
amanhã, dia 13.
Na
homilia da celebração no Estádio Nacional, diante de 55 mil fiéis, Francisco
inicialmente enalteceu a beleza da Cidade-Estado com suas grandes e arrojadas
arquiteturas que contribuem para a tornar tão famosa e fascinante recordando
que também na origem destas imponentes construções está, em primeiro lugar, o
amor: a “caridade que edifica”.
Francisco
observou que talvez alguns pensem ser esta uma afirmação ingênua, mas se
refletirmos sobre ela, não é bem assim. Com efeito, não há nenhuma obra boa,
que não tenha por detrás pessoas talvez geniais, fortes, ricas, criativas, mas
ainda assim mulheres e homens frágeis como nós, para quem se não há amor não há
vida, nem impulso, nem razões para agir, nem força para construir.
Nada de duradouro
nasce e cresce sem amor
“Queridos
irmãos e irmãs, se existe e permanece algo de bom neste mundo, é simplesmente
porque, em infinitas e variadas circunstâncias, o amor prevaleceu sobre o ódio,
a solidariedade sobre a indiferença, a generosidade sobre o egoísmo. Sem isso,
ninguém teria sido capaz de fazer crescer aqui uma metrópole tão grande: os
arquitetos não teriam projetado, os operários não teriam trabalhado e nada
teria sido conseguido.”
Portanto,
tudo o que aqui vemos é um sinal, acrescentou o Pontífice. Por detrás de cada
uma das obras que temos diante de nós, há tantas histórias de amor a descobrir:
homens e mulheres unidos entre si numa comunidade, cidadãos dedicados ao seu
País, mães e pais devotados às suas famílias, profissionais e trabalhadores de
todos os tipos e graus, empenhados de forma honesta nas suas diferentes funções
e tarefas.
E
é bom que aprendamos a ler estas histórias, escritas nas fachadas das nossas
casas e nos traçados das nossas estradas, e as transmitamos, para nos recordar
que “nada de duradouro nasce e cresce sem amor”, ressaltou.
O tesouro mais
precioso aos olhos de Deus somos nós
Francisco
prosseguiu destacando que a fé confirma-nos e ilumina-nos ainda mais sobre esta
certeza, porque nos diz que, na raiz da nossa capacidade de amar e de ser
amados, está o próprio Deus, que com coração de Pai nos desejou e nos trouxe à
existência de uma maneira totalmente gratuita e que, de forma igualmente
gratuita, nos redimiu e nos libertou do pecado e da morte, com a paixão e a
ressurreição do seu Filho Unigênito. É n’Ele que tudo o que somos e podemos vir
a ser tem a sua origem e o seu pleno cumprimento.
O
Papa ressaltou aos fiéis que para além do deslumbramento diante das obras
feitas pelo homem, há uma maravilha ainda maior, a ser abraçada com muito mais
admiração e respeito, isto é, os irmãos e irmãs que encontramos todos os dias
no nosso caminho, sem preferências nem distinções, como nos mostra a sociedade
e a Igreja de Singapura, etnicamente tão diversas e, ao mesmo tempo, tão unidas
e solidárias!
“O
edifício mais bonito, o tesouro mais precioso, o investimento mais lucrativo
aos olhos de Deus somos nós: filhos prediletos do mesmo Pai, chamados por sua
vez a difundir o amor.”
A Virgem Maria e São
Francisco Xavier
Antes
de concluir, o Santo Padre quis recordar duas pessoas. A primeira é Maria, cujo
Santíssimo Nome celebramos esta quinta-feira (12/09). “A quantas pessoas o seu
apoio e presença deram e dão esperança! Em quantos lábios o seu Nome apareceu e
aparece nos momentos de alegria e de dor! Tudo isto porque n’Ela vemos o amor
do Pai manifestar-se num dos modos mais belos e totais: o da ternura de uma
mãe, que tudo compreende e perdoa sem jamais nos abandonar. Por isso nos
dirigimos a Ela!”
O
segundo, destacou Francisco, “é um santo muito querido nesta terra, que aqui
encontrou hospitalidade por diversas vezes durante as suas viagens
missionárias. Refiro-me a São Francisco Xavier, recebido várias vezes neste
território, sendo a última no dia 21 de julho de 1552, poucos meses antes da
sua morte”. O Papa lembrou do missionário jesuíta as palavras “Senhor, eis-me
aqui; que quereis que eu faça?”
Também
nós, concluiu o Papa, seguindo o seu exemplo e o de Maria, poderíamos fazer
nossas estas palavras:
““Senhor,
eis-me aqui, que queres que eu faça?”, de modo que elas nos acompanhem não só
nestes dias, mas sempre, como compromisso constante a escutar e a responder
prontamente aos apelos de amor e de justiça que, ainda hoje, continuam a
chegar-nos da infinita caridade de Deus.”
Fonte:
Vatican News
*---------------------------------------------------------------------------.s
Singapura, exemplo do que a humanidade
pode alcançar se trabalhar em conjunto, diz Papa
"Desde
os primórdios da sua presença, a Igreja Católica em Singapura deu uma
colaboração muito específica para o progresso desta Nação, especialmente nos
domínios da educação e dos cuidados de saúde, contando com o espírito de
sacrifício e dedicação dos missionários e dos fiéis católicos. Sempre inspirada
pelo Evangelho de Jesus Cristo, a comunidade católica está também na linha de
frente no que respeita às obras de caridade, contribuindo significativamente
para os esforços humanitários".
Vatican News
A grande consideração pela justiça social e o bem comum, os
perigos que as sofisticadas tecnologias e a Inteligência Artificial podem
representar para as relações humanas, a colaboração da Igreja Católica para o
progresso do país, o incentivo a trabalhar em favor da unidade e da
fraternidade, o papel da família, o desenvolvimento sustentável.
Estes foram alguns dos temas abordados pelo Papa no discurso
às autoridades, representantes da sociedade civil e o Corpo Diplomático,
reunidos no Centro Cultural Universitário da National University of
Singapore. Este encontro, seguiu-se à Cerimônia de
Boas-Vindas na Parliamente House, com a visita de cortesia ao
presidente da República, Sr. Tharman Shanmugaratnam, e o encontro com o
primeiro-ministro, Sr. Wong Shyun Tsai.
Francisco começou observando que "a floresta de
moderníssimos arranha-céus que parecem emergir do mar", e que deixam
impressionados aqueles que pela primeira vez chegam à cidade-Estado, "são
um testemunho claro do engenho humano, do dinamismo da sociedade de Singapura e
da argúcia empresarial, que encontraram aqui um terreno fértil para se exprimirem",
uma história de crescimento e resiliência que é "fruto de decisões
racionais e não do acaso", exemplificando com "o forte impulso ao
rápido crescimento e transformação do país" dado por Lee Kuan Yew, o
primeiro a ocupar o cargo de primeiro-ministro do país entre 1959 e 1990.
Progresso
aliado à justiça social
O Papa recorda que Singapura não só prosperou
economicamente, mas também se esforçou para construir uma sociedade "em
que a justiça social e o bem comum são tidos em grande consideração", citando
a "dedicação à melhoria das condições de vida dos cidadãos, com políticas
sobre a habitação pública, uma educação de elevada qualidade e um sistema de
saúde eficiente", esforços estes que espera que continuem a ser realizados
"até que todos os singapurenses se encontrem plenamente envolvidos."
A este respeito, o Pontífice chamou a atenção para o risco
que comportam "um certo pragmatismo e a exaltação do mérito, com a
consequência não intencional de legitimar-se a exclusão dos que se encontram à
margem dos benefícios do progresso", ao mesmo tempo que reconhece e
louva "as várias políticas e iniciativas postas em prática, tanto
para apoiar os mais frágeis – e faço votos que seja dada especial atenção aos
pobres e aos idosos "cujo trabalho lançou as bases da Singapura de hoje –
como para proteger a dignidade dos trabalhadores migrantes, que tanto
contribuem para a construção da sociedade e a quem deve ser garantido um
salário justo."
E em relação às sofisticadas tecnologias da era digital e os
rápidos desenvolvimentos na utilização da inteligência artificial , disse que
podem promover a compreensão e a solidariedade, "podem ser aproveitadas
precisamente para nos aproximar uns dos outros em vez de nos isolar
perigosamente numa realidade fictícia e intangível."
Mosaico
de etnias, culturas e religiões que vivem em harmonia
Francisco chamou então a atenção para o compromisso das
autoridades, que "empenhadas num diálogo construtivo com todos",
permitem que cada um dê o seu contributo único para o bem comum e não consentindo
que o extremismo e a intolerância ganhem força e coloquem em perigo a paz
social. O resultado, é um "mosaico de etnias, culturas e religiões que
vivem em harmonia":
O respeito mútuo, a cooperação, o diálogo e a liberdade de
professar o seu credo no respeito pela lei comum são condições determinantes
para o êxito e a estabilidade de Singapura, pré-requisitos para um
desenvolvimento não conflituoso nem caótico, mas equilibrado e sustentável.
Contribuição
da Igreja Católica ao progresso e ao diálogo
Não poderia faltar a menção à contribuição da Igreja Católica
para o progresso da Nação, "especialmente nos domínios da educação e
dos cuidados de saúde, contando com o espírito de sacrifício e dedicação dos
missionários e dos fiéis católicos":
Sempre inspirada pelo Evangelho de Jesus Cristo, a
comunidade católica está também na linha de frente no que diz respeito às obras
de caridade, contribuindo significativamente para os esforços humanitários e
gerindo, para o efeito, várias instituições de saúde e muitas organizações
humanitárias, entre as quais a Caritas.
Além disso - recordou o Papa - seguindo as indicações
da Declaração Nostra Aetate do
Concílio Vaticano II sobre as relações com as religiões não cristãs, "a
Igreja tem promovido constantemente o diálogo inter-religioso e a cooperação
entre as diferentes comunidades religiosas, num espírito de abertura e respeito
mútuo, que são fundamentais para a construção de uma sociedade justa e
pacífica."
Confirmar
os católicos na fé
A presença do Sucessor do Apóstolo Pedro em Singapura
realiza-se quarenta e três anos após o estabelecimento das relações
diplomáticas entre a Santa Sé e Singapura, recordou Francisco, e o objetivo
"é confirmar os católicos na fé, exortando-os a prosseguir alegres e
dedicados na sua colaboração com todos os homens e mulheres de boa vontade,
para construírem uma sociedade civil sã e coesa, em favor do bem comum e de um
testemunho cristalino da própria fé."
O Pontífice, ao recordar o papel específico que Singapura tem
a desempenhar na ordem internacional, "ameaçada por conflitos e guerras
sangrentas", encorajou a "prosseguir o trabalho a favor da unidade e
da fraternidade entre os homens, visando o bem comum de todos os povos e
Nações, com um critério que não seja excludente nem estreitamente centrado nos
interesses nacionais".
Apoio
à unidade familiar
Perante as autoridades, Francisco destacou o papel da
família, "que é o primeiro lugar onde cada um aprende a relacionar-se, a
ser amado e a amar":
As famílias precisam de ser apoiadas de modo a poderem
transmitir os valores que dão sentido e forma à vida, e ensinar os jovens a
formar relações sólidas e saudáveis. É louvável, portanto, o esforço de
promoção, proteção e apoio à unidade familiar através do trabalho de várias
instituições.
Espírito
de inclusão e fraternidade
Ao falar da crise ambiental, o Papa destacou que o empenho de
Singapura "no desenvolvimento sustentável e na proteção da natureza é um
exemplo a seguir, e a procura de soluções inovadoras para os desafios
ambientais pode incentivar outros países a fazer o mesmo":
Singapura é um exemplo brilhante do que a humanidade pode
alcançar se trabalhar em conjunto, em harmonia, com sentido de responsabilidade
e num espírito de inclusão e fraternidade. Encorajo-vos a prosseguir neste
caminho, confiando na promessa de Deus e no seu amor paternal por todos.
Senhor Presidente, Senhoras e Senhores, que Deus vos ajude a
responder às necessidades e expectativas do vosso povo e vos faça experimentar
que, através de quem permanece humilde e agradecido, Ele pode realizar grandes
coisas em benefício de todos.
Deus abençoe Singapura! - Fonte: Vatican News
*---------------------------------------------------------------------------.s
Papa com jesuítas de Singapura:
encontro sobre vocações e desafios da Ásia
O
único compromisso do primeiro dia de Francisco na cidade-estado, a quarta etapa
da viagem ao sudeste asiático e à Oceania, foi o encontro com os irmãos na Casa
de Retiros São Francisco Xavier. O Pe. Spadaro: “encontro fraterno com jesuítas
envolvidos em lugares de fronteira. Surgiram as figuras de Matteo Ricci e Padre
Arrupe, e o Papa ansioso pela sua beatificação”.
Salvatore
Cernuzio - Singapura
Matteo
Ricci e Padre Pedro Arrupe. Essas duas figuras, que são faróis para a Companhia
de Jesus e para a Igreja universal, acompanharam o diálogo de uma hora do Papa
Francisco com os jesuítas de Singapura na tarde desta quarta-feira, 11 de
setembro. O Pontífice chegou ao microestado insular para a quarta e última
etapa da 45ª viagem apostólica, após o último encontro em Dili com os jovens de
Timor-Leste. Um dia, esse primeiro de Singapura, dedicado ao descanso, exceto
pelo encontro que Jorge Mario Bergoglio quis dedicar a seus irmãos, o terceiro
da viagem ao sudeste asiático e à Oceania. O primeiro foi realizado em Jacarta,
em 4 de setembro, com 200 jesuítas; o segundo, na terça (10/09), em Dili, com
cerca de 40 membros da Companhia de Jesus.
Reunião da família
Em
um salão da Casa de Retiros São Francisco Xavier nesta quarta-feira (11/09),
local que será a residência do Papa nessa última etapa da viagem, havia 25
jesuítas de diferentes idades, principalmente residentes de Singapura, mas
também alguns de outras regiões, como da Malásia. “Havia alguns jovens, até
mesmo um recém-ordenado, e alguns mais velhos, alguns até doentes. O Papa foi
muito carinhoso com eles”, disse à mídia do Vaticano o Pe. Antonio Spadaro,
subsecretário do Dicastério para a Cultura e a Educação, membro da comitiva
papal e presente no encontro. “A reunião durou uma hora, como de costume. E,
como sempre, foi muito cordial e fraterna, com jesuítas empenhados em locais de
fronteira... Depois, o Papa, quis acrescentar outras coisas. Parecia que ele
não queria se desligar dessa atmosfera muito íntima e familiar”.
As
fotos, divulgadas pelo próprio Spadaro em sua conta no X, mostram um Francisco
sorridente e relaxado. Imediatamente o Papa, diz o clérigo, deixou espaço para
perguntas. E os tópicos eram muitos e exigentes, começando com os desafios que
aguardam a Igreja neste tempo e nestas terras. “O Papa deixou claro que a fé
deve entrar nos desafios humanos e enfatizou a importância da Ásia hoje como um
continente-chave”, explica o Pe. Spadaro: “assim, os jesuítas são chamados a
viver neste lugar que apresenta desafios muito peculiares”.
O “desafio” da
oração e o testemunho de Arrupe
Também
foi forte a lembrança do Papa sobre a importância da oração, que também é “um
desafio”, ou seja, “sempre enfrentar os desafios colocados pela sociedade com
um espírito de oração seguindo o modelo do Padre Pedro Arrupe”. Esse é o
inesquecível jesuíta de origem espanhola, superior geral da Companhia de 1965 a
1983, proclamado Servo de Deus e cuja causa de beatificação está em andamento.
“Várias vezes o Papa Francisco falou da figura desse grande Padre Geral e
declarou que está muito próximo a ele e ansioso para chegar a essa beatificação
e canonização”.
Vocações e formação
Também
não faltaram temas pastorais durante a conversa. “O Papa discutiu, acima de
tudo, as vocações e como, por exemplo, elas também estão de fato presentes, ou
seja, há pessoas, jovens que querem entrar na vida religiosa, mas que às vezes
se assustam com a formação. Portanto, o Papa recomendou que não se mantivesse o
nível de exigência baixo”, diz o Padre Antonio Spadaro. Nesse sentido,
acrescenta ele, o lembrete da importância de ser formado de maneira elevada e
adequada para os desafios de nosso tempo foi positivo.
Espaço às perguntas
Nenhum
balanço de Francisco sobre as três visitas feitas (Indonésia, Papua Nova Guiné,
Timor-Leste) durante essa viagem apostólica que está chegando ao fim. “Ainda é
muito cedo”, diz o subsecretário do Dicastério para a Cultura e a Educação. A
prioridade do Papa foi dar espaço para as perguntas dos vários jesuítas
presentes: “ele deixou para perguntas e quis absolutamente permanecer ligado às
necessidades e exigências deles".
O exemplo de Matteo
Ricci
Na
conversa, além da figura de Arrupe, surgiu também a de Matteo Ricci, o grande
apóstolo jesuíta da China. “Ele foi outra figura de referência”, enfatizou
Spadaro, porque foi um ponto de referência para os jesuítas neste lugar.
Intenções de oração
Um
momento que impressionou os presentes foi quando um jesuíta entregou nas mãos
do Papa dois grandes envelopes que continham cartas dentro com intenções de
oração escritas por vários fiéis. O Pe. Antonio Spadaro conta que o Papa
“queria colocar as mãos nos envelopes em que estavam recolhidos e rezar pelas
intenções daqueles que as haviam escrito. Um gesto silencioso e intenso”.
Fonte:
Vatican News
*---------------------------------------------------------------------------.s
Singapura, história e desenvolvimento
de um microestado global
A
45ª Viagem Apostólica Internacional do Papa Francisco atingiu a sua fase final:
Singapura, a Cidade Leão ("singa", significa leão, e
"pura", cidade), voltada resolutamente para o futuro, no centro do
corredor chave do Sudeste Asiático e ponto focal para os desafios do futuro:
tecnologia, demografia e coexistência etno-religiosa.
Delphine Allaire - Singapura
No
cruzamento entre os mundos indiano e chinês, no extremo sul da península
malaia, ergue-se uma microcidade cosmopolita onde ordens de magnitude se
entrelaçam virtuosamente. Construída em 680 quilômetros quadrados, pequena em
tamanho, mas grande em peso econômico, Singapura é a cidade de todos os
superlativos materialistas: o segundo maior porto do planeta, o terceiro centro
financeiro depois da rival Hong Kong, um cofre regional com um dos maiores PIBs
per capita do mundo. Esta próspera potência da Asean cresceu a partir de uma
vila de pescadores até que o marinheiro e botânico britânico Sir Thomas Raffles
a comprou de um príncipe malaio, em 1819, para abrir uma rota para a China e
impedir que os holandeses avançassem na região. Historicamente sem agricultura
própria, o país, que já foi uma estação comercial da Companhia das Índias
Orientais, sempre esteve nas rotas comerciais e apostou sua sobrevivência no sucesso
econômico.
Quadro político
parlamentar
Outro
legado britânico é o sistema político da cidade. Singapura representa “uma ilha
de estabilidade em comparação com outros países vizinhos, por vezes sujeitos a
distúrbios, golpes de Estado, insurreições ou manifestações”, explica Eric
Frécon, pesquisador baseado na cidade-estado e associado ao Irasec, o instituto
de pesquisa sobre o Sudeste Asiático contemporâneo. Este poder forte, “uma
democracia iliberal”, explica o pesquisador, tem os meios para impor esta
estabilidade. Desde 1959, a vida política tem sido dominada por um partido, o
PAP (Partido de Ação Popular), e o Estado teve apenas quatro
primeiros-ministros desde que deixou de fazer parte da Federação da Malásia, em
1965, para se tornar um estado soberano. Dois deles se encontraram com o Papa
Francisco neste 12 de setembro: no Parlamento, o atual primeiro-ministro,
Lawrence Wong, protestante, e no Centro de Retiros São Francisco Xavier onde o
Papa está hospedado durante esta etapa de quase 48 horas, Lee Hsien Loong,
chefe de governo de 2004 a 2024. O sistema político parlamentar, herdado do
modelo britânico, deixa pouco espaço para compromissos sociais. “As últimas
greves em Singapura datam de 2013 e nos anos 80. Alguns temas são tabus”,
confirma Éric Frécon. Na cidade-estado não é raro encontrar trabalhadores na
faixa dos 80 anos. A situação foi agravada pelas crises globais relacionadas
com a pandemia e a guerra na Ucrânia. A economia local, dependente do comércio
internacional, está sujeita a fortes oscilações e os preços aumentaram nos
últimos três anos.
Identidade e
demografia
Neste
contexto, é dada muita atenção aos idosos e também aos recém-nascidos, que são
muito poucos. “Durante o discurso de política geral, em meados de agosto, o
governo anunciou a prorrogação da licença paternidade e, de forma mais geral,
da licença parental”, explica o pesquisador. As famílias de Singapura estão no
centro da atenção do governo - num país onde a taxa de fertilidade é de 1,12
filhos por mulher - e do Papa, que optou por visitar os idosos da Maison
Sainte-Thérèse da cidade na manhã de 13 de setembro, fundada pelas Irmãzinhas
dos Pobres, e depois, no mesmo dia, os jovens de diversas religiões que estudam
no prestigiado Catholic Junior College, que tem 1.500 alunos. Um mosaico
étnico-religioso, quatro línguas oficiais, faladas em cada esquina. Esta
identidade caleidoscópica, com sotaques malaios, chineses, indianos e
ocidentais, reflete-se nas janelas dos arranha-céus que cobrem a cidade que
dedica um dia à “harmonia racial”, celebrada nas escolas desta nação composta
por 74% de chineses, 14% de malaios, 7% de indianos e mais de 1% de “outros”,
ou seja, de euroasiáticos. “O desafio para o governo é encontrar denominadores
comuns para formar uma nação”, diz Eric Frécon, citando o serviço nacional, os
desfiles e o singlish, o crioulo de Singapura baseado na língua inglesa, como
possíveis características unificadoras. Esta curiosa mistura oscila entre
influências culturais chinesas e ocidentais, também em termos geopolíticos.
Entre
a China e o Ocidente, Singapura está no meio. Ali se realizam exercícios
militares estadunidenses e britânicos, bem como treinamento intensivo de
funcionários chineses. Uma neutralidade, conclui Frécon, que lhe valeu o
apelido de Suíça do Oriente”. Fonte: Vatican News
---------------------------------------------------------------------------.
Santa Sé: os Estados devem respeitar o
Direito Internacional Humanitário
Dom
Balestrero, em Genebra, reitera que “a guerra é sempre uma derrota” e que as
nações devem “promover a paz e a estabilidade”. Apelo para aderir e respeitar a
Convenção sobre Bombas de Fragmentação.
Vatican
News
Diante
da escalada de conflitos, como na Ucrânia e em Gaza, a Santa Sé reitera com
veemência que a guerra é sempre uma derrota para todos. Dom Ettore Balestrero,
observador permanente da Santa Sé na ONU em Genebra, Suíça, falando na 57ª
Sessão Ordinária do Conselho de Direitos Humanos, em 11 de setembro, em
Genebra, nos convida a lembrar que a Declaração Universal dos Direitos Humanos
“serve como uma bússola moral”. No entanto, embora o “direito internacional
humanitário” seja fundamental “para salvaguardar a dignidade humana”, suas
violações continuam causando sofrimento, exacerbando crises humanitárias,
minando o Estado de direito e favorecendo a impunidade. Num momento em que “a
discriminação, o assédio e a violência estão aumentando e muitas comunidades religiosas,
especialmente os cristãos, estão sendo alvo”, Balestrero fala da necessidade de
“expandir caminhos seguros e regulares para refugiados e migrantes”. Os
Estados, é imperativo, “têm uma obrigação positiva de promover um ambiente que
favoreça a liberdade de religião, crença e consciência”, e devem promover a
fraternidade humana, dialogando e ouvindo, especialmente quem é mais pobre e
menos poderoso, com o objetivo de “proteger a dignidade humana, favorecer a
fraternidade humana e promover a paz e a estabilidade”.
Preocupação com as
bombas de fragmentação
O
observador permanente da Santa Sé, anteriormente, durante a 12ª Reunião dos
Estados Partes na Convenção sobre Bombas de Fragmentação, também em Genebra, no
dia 10 de setembro, manifestou a preocupação do Vaticano em relação à produção,
armazenamento, transferência e ao uso de bombas de fragmentação nos conflitos
armados, centrando-se na necessidade de considerar os tratados de desarmamento
como "compromissos morais para com as gerações presentes e futuras".
Dom Balestrero reiterou então a importância da Convenção sobre Bombas de
Fragmentação, indicando que reiterar e respeitar o direito internacional e os
acordos internacionais sobre desarmamento não é uma fraqueza, mas “uma fonte
nobre de força e responsabilidade para com toda a humanidade”. Perante a
retirada dos Estados Partes, a Santa Sé manifesta profunda preocupação e
convida as nações a aderirem à Convenção, cuja universalização deve ser
considerada uma “obrigação legal”.
Fonte:
Vatican News
*---------------------------------------------------------------------------.s
Santa Sé para a OEA: promover e
defender os valores da democracia
Monsenhor
Cruz Serrano falou na sessão extraordinária do Conselho Permanente da
Organização dos Estados Americanos (OEA) para comemorar o 23º aniversário da
Carta Democrática Interamericana e o Dia Internacional da Democracia. Um dos
maiores desafios para o sistema democrático é a crise na política
“caracterizada pelo crescimento das oposições, muitas vezes exacerbadas no
ambiente digital”
Vatican
News
Promover
e defender a democracia, respeitando os valores que a inspiram e “que estão na
base da sociedade, como a dignidade de toda pessoa humana, o respeito aos
direitos humanos e a assunção do bem comum como objetivo e critério regulador
da vida política”. Esse é o compromisso ao qual os países signatários da Carta
Democrática Interamericana são chamados, porque “se não houver um consenso
geral sobre esses valores, o significado da democracia se perde e sua estabilidade
fica comprometida”. Foi o que disse monsenhor Juan Antonio Cruz Serrano,
observador permanente da Santa Sé junto à Organização dos Estados Americanos
(OEA), por ocasião da sessão extraordinária do Conselho Permanente realizada na
quarta-feira, 11 de setembro, para comemorar o 23º aniversário da Carta
Democrática Interamericana e o Dia Internacional da Democracia.
A crise política
atual
Em
seu pronunciamento, o diplomata expressou a “particular satisfação” da Santa Sé
em relação à intensa atividade desenvolvida pela OEA “para promover e
consolidar a democracia” no continente americano, lembrando também que, em
numerosas ocasiões, o Papa Francisco falou sobre a democracia, enfatizando “que
manter vivas as realidades democráticas é um desafio deste momento histórico”.
“Um dos maiores desafios para o sistema democrático é a crise da política”,
destacou ainda o observador permanente, “caracterizada pelo crescimento das
oposições, muitas vezes exacerbadas no ambiente digital, e pela dificuldade, se
não pela incapacidade, de criar soluções comuns e compartilhadas para os
problemas que afligem nosso planeta”. É uma crise que “afeta profundamente
todos os Estados, sejam eles pequenos ou grandes, economicamente avançados ou
em desenvolvimento, antigos ou de recente democracia”, acrescentou monsenhor
Cruz Serrano, observando que “a democracia se baseia no respeito mútuo, na
possibilidade de todos contribuírem para o bem da sociedade e no fato de que
diferentes pontos de vista” não são uma ameaça ao poder e à segurança dos
Estados, mas, em um confronto honesto, são mutuamente enriquecedores e permitem
que se encontrem soluções para os problemas.
Trabalhar por uma
cultura democrática
“A
Santa Sé encoraja os Estados membros da OEA a continuar promovendo os valores
intrínsecos da sociedade consagrados na Carta Democrática Interamericana, como
a liberdade, a igualdade e a justiça social neste continente”, concluiu
monsenhor Cruz Serrano. ”Também os encoraja a trabalhar com renovado empenho
para criar uma cultura democrática, mesmo onde ela está enfraquecida”. É dessa
forma que as liberdades fundamentais podem ser respeitadas, que a dignidade
pode ser “defendida” e que a “construção de uma sociedade cada vez mais humana
e fraterna” pode ser promovida.
Fonte:
Vatican News
*---------------------------------------------------------------------------.s
Iraque: a “Festa da Cruz” em Erbil em
sinal da unidade de fé
No
subúrbio de Ankawa, os cristãos católicos, ortodoxos e assírios quiseram
organizar juntos as celebrações da festa de 14 de setembro, em um país onde as
comunidades renascem após o período de violência.
Federico
Piana - Vatican News
Um
evento está ocorrendo em Erbil que pode ser descrito como histórico para o
norte do Iraque. Em Ankawa, um subúrbio da capital do Curdistão iraquiano,
localizado no norte do país do Oriente Médio, centenas de cristãos estão
participando da “Festa da Cruz”, que começou na segunda-feira, 9 de setembro, e
terminará nesta sexta-feira, 13 de setembro. A excepcionalidade, que contém uma
alta dose de esperança, é representada pelo fato de que esses cristãos são
católicos, ortodoxos e assírios: é a primeira vez que, juntos, eles se alegram
plenamente ao recordar a descoberta da Santa Cruz na qual Nosso Senhor morreu
para a redenção de todos os homens.
É
a primeira vez que, sem pensar no que os divide, mas, acima de tudo, destacando
o que os une, eles rezam todos os dias em uma igreja diferente e participam dos
vários encontros culturais organizados nas ruas do subúrbio, que se tornam
festivos com luzes e cores. Tudo em preparação para a festa litúrgica da Santa
Cruz, que ocorrerá em 14 de setembro, para as igrejas que seguem o calendário
gregoriano, ou em 27 de setembro, para as que seguem o calendário juliano.
Na
abertura das festividades, na última segunda-feira, 9 de setembro, uma grande
cruz foi levada em procissão até a Igreja Assíria do Oriente de São João
Batista: um momento solene e evocativo pelas músicas cantadas pelo clero e
pelos fiéis que seguravam grandes velas acesas, um sinal não apenas de louvor e
adoração, mas também de compartilhamento e paz. “As igrejas costumavam celebrar
essa comemoração separadamente todos os anos. Mas este ano foi maravilhosamente
diferente”, enfatizou dom Bashar Matti Warda, arquieparca da diocese católica
caldeia de Erbil, que organizou o evento com a bênção de Mar Awa iii, Patriarca
da Igreja Assíria do Oriente, e dos bispos das Igrejas Siro-Católica e
Siro-Ortodoxa.
Em
seu discurso, o Patriarca Mar Awa iii explicou como “a celebração da Festa da
Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo representa uma etapa importante do plano
divino na Igreja do Oriente. Quando olhamos para a cruz, lembramos os
sofrimentos de Cristo, mas também sua gloriosa ressurreição dos mortos. E
quando fazemos o sinal da cruz sobre nós mesmos, proclamamos nossa expectativa
do seu Segundo Advento e nossa fé na vida eterna”.
A
Festa da Santa Cruz não só representa mais um passo concreto na direção do
ecumenismo, ao qual a Igreja Católica continua a dar grande importância - basta
lembrar a declaração do Papa Francisco na exortação apostólica Evangelii
gaudium de que “o compromisso ecumênico responde à oração do Senhor
Jesus, que pede que todos sejam um” - mas também é um sinal positivo para o
futuro dos cristãos iraquianos: ao longo do tempo, as guerras, a instabilidade
política e o surgimento do Estado Islâmico expulsaram milhares de cristãos de
todas as denominações do país. Há pouco tempo, o próprio dom Bashar Matti
Warda, na ausência de estatísticas oficiais, declarou que “restavam cerca de
300 mil cristãos em todo o Iraque”. Um número pequeno que, no entanto,
não eliminou a esperança, como a festa de Ankawa está provando.
Fonte:
Vatican News
---------------------------------------------------------------------------.
Papa em Timor-Leste: “Nunca mais esquecerei
o vosso sorriso”
O
Papa Francisco pediu que a fé ilumine as escolhas dos responsáveis políticos do
país. Especial destaque para o seu encontro com os jovens no qual lhes disse
para viverem em liberdade, compromisso e fraternidade.
Rui
Saraiva – Portugal
Decorre
ainda a visita do Papa Francisco ao sudeste asiático, naquela que é a sua 45ª
Viagem Apostólica Internacional, a mais longa do seu pontificado. Está agora em
Singapura depois de ter visitado a Indonésia, a Papua Nova Guiné e Timor-Leste.
Destacamos
aqui a visita ao jovem país de língua portuguesa, Timor-Leste, uma nação de um
milhão e quatrocentos mil habitantes onde quase 98% da população é católica.
Logo
no seu primeiro discurso, a 9 de setembro, na cerimónia com as autoridades, ao
lado do presidente Ramos Horta, o Papa Francisco pediu que a fé ilumine os
projetos e as escolhas dos responsáveis políticos daquele país.
“A
fé, que vos iluminou e susteve no passado, continue a inspirar o vosso presente
e o vosso futuro. Que a vossa fé seja a vossa cultura, isto é, que inspire
critérios, projetos e escolhas segundo o Evangelho”, disse o Santo Padre.
Difundir o perfume do Evangelho
No
segundo dia em Timor, a 10 de setembro, o Papa Francisco encontrou-se na
Catedral da Imaculada Conceição, em Díli, com bispos, sacerdotes, diáconos,
religiosos, religiosas, seminaristas e catequistas.
O
Santo Padre foi acolhido por D. Norberto do Amaral, bispo de Maliana e
presidente da Conferência Episcopal de Timor-Leste, tendo ouvido os testemunhos
de quem lutou contra a ocupação indonésia: o padre Sancho Amaral, a Irmã Rosa
Sarmento e o senhor Florentino, um catequista de 89 anos. Eles contaram as suas
experiências de vida na fé.
A
partir destes testemunhos o Papa a todos se dirigiu socorrendo-se de um
“episódio de ternura e intimidade” do Evangelho ocorrido na casa dos amigos de
Jesus: Lázaro, Marta e Maria. Maria ungiu os pés de Jesus com perfume.
Francisco convidou todos os presentes a difundirem o perfume do Evangelho.
“Gostaria
de me deter convosco precisamente nisto: o perfume, o perfume de Cristo e do
seu Evangelho, que é um dom que vocês têm, um dom que foi dado gratuitamente e
que devem guardar e o qual sois chamados a difundir. Guardar o perfume,
difundir o perfume”, disse o Papa.
“Vós
sois o perfume do Evangelho neste país”, declarou Francisco alertando, contudo,
para o facto que este deve ser “guardado com cuidado” como Maria de Betânia o
tinha conservado precisamente para Jesus.
“Também
nós devemos guardar o amor com que o Senhor perfumou a nossa vida, para que não
se dissipe nem perda o seu aroma. O que significa isto? Significa ter
consciência do dom recebido, recordar que o perfume não é para nós, mas para
ungir os pés de Cristo, anunciando o Evangelho e servindo os pobres”, disse o
Santo Padre.
O
Papa exortou os presentes a sempre alimentarem a chama da fé. “Não vos
descuideis de aprofundar a doutrina cristã, de amadurecer a partir da formação
espiritual, catequética e teológica; porque tudo isto serve para anunciar o
Evangelho na vossa cultura e, ao mesmo tempo, para a purificar de formas e
tradições arcaicas, por vezes supersticiosas”, salientou o Papa.
Francisco
pediu que em Timor-Leste a todos chegue o perfume do Evangelho através da
reconciliação, da paz e da justiça.
“Também
o vosso país, radicado numa longa historia cristã, precisa hoje de um renovado
impulso na evangelização, para que chegue a todos o perfume do Evangelho: um
perfume de reconciliação e de paz, depois dos sofridos anos da guerra; um
perfume de compaixão, que ajude os pobres a reerguerem-se e que suscite o
compromisso em levantar os destinos económicos e sociais do país; um perfume de
justiça contra a corrupção. E, em particular, o perfume do Evangelho deve ser
difundido contra tudo o que humilha, contra o que deturpa, degrada e até
destrói a vida humana, contra as chagas que geram vazio interior e sofrimento,
como o alcoolismo, a violência e a falta de respeito pela dignidade das
mulheres”, declarou.
Na
conclusão da sua intervenção, o Papa salientou o belo gesto dos timorenses que quando
encontram um sacerdote tomam a sua mão em sinal de bênção. Francisco pediu para
que este sinal de afeto não leve os sacerdotes a aproveitarem-se da sua função,
mas devem sempre “abençoar, consolar, ser ministro de compaixão e sinal da
misericórdia de Deus”.
Através das crianças a proximidade de
Deus
Em
Dili, na Praça Taci Tolu, o Papa Francisco celebrou Missa para mais de meio
milhão de fiéis. Na sua homilia salientou que Timor é um país com muitas
crianças e afirmou que a proximidade de Deus se manifesta através de uma
criança.
“A
proximidade de Deus manifesta-se através de uma criança. Deus torna-se uma
criança não apenas para nos maravilharmos e comovermos, mas é também para nos
abrirmos ao amor do Pai e nos deixarmos moldar por Ele, para que possa curar as
nossas feridas, recompor os nossos desentendimentos, pôr ordem na nossa
existência”, disse o Santo Padre.
Liberdade, compromisso e fraternidade
Quarta-feira,
11 de setembro. O Papa encontrou-se com milhares de jovens no Centro de
Convenções de Díli, no final da sua visita a Timor-Leste.
Francisco
deixou de lado o discurso que estava preparado para os jovens timorenses e
manteve com eles um diálogo. Logo no início pediu aos jovens para fazerem
barulho testemunhando a sua fé.
Disse
aos jovens para não perderem a memória dos sacrifícios que as gerações
precedentes fizeram para consolidar o país. “Vocês são herdeiros daqueles que
vos precederam fundando esta nação. Por isso, não percam a memória”, salientou
o Santo Padre.
Em
particular, o Santo Padre lembrou a importância dos idosos para os jovens: “são
os avós e os idosos que dão sabedoria aos jovens”, afirmou. E acrescentou ainda
que os idosos e as crianças são os maiores tesouros de um povo.
No
diálogo com os jovens timorenses, o Papa recordou-lhes que para seguir Jesus é
preciso liberdade, compromisso e fraternidade.
Sobre
a liberdade, Francisco sublinhou que ser livre não significa fazer o que se
quer, mas agir com responsabilidade. “Não percam o entusiasmo da vossa fé. E
cuidado com os vícios, porque chegam os chamados 'vendedores de felicidade’.
Vendem droga e tantas coisas que dão felicidade por meia hora, nada mais”,
frisou o Papa.
Sobre
o compromisso, o Santo Padre recordou que Timor tem uma história maravilhosa de
heroísmo, de fé, de martírio e, sobretudo, de reconciliação.
A
propósito da fraternidade, o Papa afirmou que as diferenças servem para
aprender a respeitar. “Diferenças sim, ódio não”, assinalou o Papa que neste
seu diálogo deixou bem claro que se sentiu tocado, naqueles dias, pelo sorriso
dos jovens de Timor. “Nunca mais esquecerei o vosso sorriso”, declarou
Francisco.
Fonte:
Vatican News
*---------------------------------------------------------------------------.x
São Salvador da Bahia: 184 fiéis
instituídos no Ministério de Catequistas
Instituído
pelo Papa Francisco em 2021, no Motu proprio “Antiquum ministerium”, o
Ministério de Catequista foi destacado pelo pontífice como “uma necessidade
urgente para a evangelização no mundo contemporâneo, a ser realizada sob forma
secular, sem cair na clericalização”.
Vatican
News
A
Catedral Basílica de São Salvador ficou lotada na manhã do último domingo, 8 de
setembro – Natividade de Nossa Senhora. Todos queriam testemunhar os primeiros
a serem instituídos no Ministério de Catequista na Arquidiocese de São Salvador
da Bahia: 184, no total. A Celebração Eucarística teve início às 8h, sob a
presidência do arcebispo de São Salvador da Bahia, Primaz do Brasil, cardeal
Sergio da Rocha, e foi concelebrada pelo bispo auxiliar, dom Dorival Barreto;
pelo cura da Catedral, padre José Abel Pinheiro; pelo assistente eclesiástico
do Serviço Arquidiocesano de Animação Bíblico-catequética, padre José Carlos
Ferreira; e por outros padres do clero da Sé Primacial do país [clique aqui e veja a transmissão da Missa].
“Queridos
irmãos, aqui nos reunimos para celebrar esta Eucaristia com o rito de
Instituição do Ministério de Catequista. É a primeira vez que nós temos essa
graça de realizar esta instituição, uma vez que a decisão do Papa Francisco é
recente. Já tivemos no Regional Nordeste 3 a instituição de um catequista de
cada diocese, e hoje temos a graça, a alegria de ter a instituição dos nossos
catequistas que estão à serviço das nossas comunidades”, disse Dom Sergio no
início da Missa.
Ao
término da Liturgia da Palavra, o secretário do Serviço Arquidiocesano de
Animação Bíblico-catequética, José Carlos Santos Silva, apresentou os que
seriam instituídos, chamando-os por forania. José Carlos foi o primeiro da
Arquidiocese de Salvador a ser instituído neste Ministério, junto com outros 25
catequistas das arquidioceses e dioceses do Regional Nordeste 3 (Bahia e
Sergipe), no último dia 26 de agosto.
Logo
após a homilia, ajoelhados, os catequistas foram abençoados pelo Cardeal e, em
seguida, receberam crucifixos, entregues por Dom Dorival e pelo padre José
Carlos. “O Ministério de Catequista é um serviço precioso prestado à Igreja por
esses irmãos e irmãs que hoje foram instituídos, mas que necessitam muito da
oração e do apoio da comunidade. Eu peço muito às nossas comunidades que
valorizem o Ministério dos nossos catequistas e os acompanhem com a oração, com
a presença amiga, com o apoio fraterno. A catequese não é algo que diz respeito
só aos ministros instituídos: a comunidade paroquial e as famílias devem também
se sentir responsáveis pela catequese”, disse Dom Sergio.
Antes
da bênção final, um a um, os catequistas instituídos receberam a Palavra de
Deus.
O Ministério de
Catequista
Instituído
pelo Papa Francisco em 2021, no Motu proprio “Antiquum ministerium”, o
Ministério de Catequista foi destacado pelo pontífice como “uma necessidade
urgente para a evangelização no mundo contemporâneo, a ser realizada sob forma
secular, sem cair na clericalização”.
Para
a Igreja, o catequista tem uma missão importante, sendo chamado a exprimir a
sua competência no serviço pastoral da transmissão da fé desde o primeiro
anúncio até a preparação para os Sacramentos da Iniciação Cristã (Batismo,
Eucaristia e Crisma), incluindo a formação permanente. Mas tudo isso só é
possível “através da oração, do estudo e da participação direta na vida da
comunidade, para que a identidade do catequista se desenvolva com coerência e
responsabilidade”, conforme disse o Papa Francisco ao instituir este
Ministério.
Assim,
o Ministério de Catequista, intensifica o compromisso missionário dos homens e
das mulheres. “Os leigos são antes de tudo chamados a tornar a Igreja presente
e atuante nos lugares e circunstâncias em que ela não pode se tornar sal da
terra a não ser por meio deles”, conforme afirma a Constituição Dogmática Lumen
Gentium.
É
importante ressaltar que este Ministério não visa substituir os sacerdotes ou
as pessoas consagradas, mas, como leigos, objetiva expressar da melhor maneira
possível a vocação batismal com um maior compromisso missionário. “O ministério
laical de catequista também tem um forte valor vocacional porque é um serviço
estável prestado à Igreja local que requer o devido discernimento por parte do
bispo. Ao mesmo tempo, os catequistas devem ser homens e mulheres de fé
profunda e maturidade humana”, destacou o Papa.
Fonte:
Arquidiocese de São Salvador da Bahia
Fonte:
Vatican News
---------------------------------------------------------------------------.
Brasil sofre com queimadas e papel da
Repam ganha força em defesa da Amazônia
A
seca histórica e os pontos de queimadas concentrados em biomas como a Amazônia,
Pantanal e Cerrado têm afetado o Brasil inteiro que sofre com a fumaça que
encobre o céu de uma área equivalente a 60% do território do país, segundo o
Inpe. Em meio a esse triste cenário, mas encorajada pelo seu propósito, a Rede
Eclesial Pan-Amazônica - Repam - comemora 10 anos de fundação articulando ações
em defesa da vida dos povos, dos territórios e da biodiversidade de 9 países da
região.
Andressa
Collet - Vatican News
Uma
Amazônia que encanta e preocupa, afirma o Irmão João Gutemberg Sampaio,
secretário-executivo da Rede Eclesial Pan-Amazônica, em vídeo divulgado por
ocasião do aniversário de 10 anos de fundação da Repam.
Uma Amazônia rica de paisagens e culturas, mas que tem sofrido muita agressão
pelo homem e as mudanças climáticas, particularmente hoje, com a seca e as
queimadas que têm afetado também biomas como o Pantanal e o Cerrado, gerando
tanta fumaça para encobrir o céu das regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil.
Segundo
o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), foram registrados mais de
164 mil focos de incêndio no país entre janeiro e início de setembro, sendo
considerado o maior número desde o ano de 2010. Os estados mais afetados
são Mato Grosso, Pará, Amazonas e Tocantins, que concentram 56% dos pontos de
queimada contabilizados desde o início de 2024. No início desta semana, o
Brasil tinha quase 5 milhões de km2 cobertos por fumaça: é uma área
equivalente a 60% do território nacional, segundo o Inpe.
Uma
das formas de prevenção, como concordam os especialistas, é promover ações de
conscientização sobre a importância da Amazônia para a humanidade, como tem
feito a Igreja, especialmente nesses últimos 10 anos através da atuação
socioeclesial da Repam junto a outros organismos e à sociedade, num
percurso de comprometimento com temas mais emergentes da região, como justiça
social, ecologia integral e defesa dos direitos dos territórios junto aos povos
amazônicos. "Precisamos cuidar das pessoas, das comunidades, das culturas,
dos territórios e da biodiversidade", afirma Ir. João, ao acrescentar:
"Ao
celebrarmos os 10 anos, nós vemos a importância dessa rede de incidência num
contexto muito adverso. Uma Igreja que avança no cuidado, já que sempre teve
mártires, pessoas dedicadas, muitos agentes de pastoral, homens e mulheres
corajosos para cuidar dos povos e defender o ambiente, mas forças adversas que
cada vez mais destroem usam a Amazônia como simples fonte de riquezas
financeiras e, assim, não cuidam dos povos, mas sempre há muita depredação. No
momento da celebração dos 10 anos neste mês de setembro, temos muitas
queimadas, temos a seca, frutos dessa dessa crise climática que
aflige nossos povos. Então isso nos dá uma visão do que é a importância de
estarmos cada vez mais nessa defesa do bem e na defesa da vida para que os
povos tenham vida e os nossos territórios não sejam destruídos. A Repam quer
ser sempre fonte de vida no coração da Igreja e na defesa dos povos e dos seus
territórios."
O apoio do Papa à
rede eclesial
As comemorações de
aniversário da rede eclesial da Igreja Católica na Amazônia
Legal desta quinta-feira (12/09) envolvem inclusive a comunidade internacional,
já que a Repam atua em ação coordenada eclesial nos 9 países que compõem a
região: além do Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela,
Guiana, Suriname e território ultramarino da Guiana Francesa. Um encontro em modalidade
on-line intitulado "10 anos da Repam: memória e
profecia" foi realizado a partir da sede das Pontifícias Obras
Missionárias (POM) em Brasília. Foi nesse espaço que em 2014, os bispos se
reuniram para atender ao desejo da Conferência de Aparecida, realizada em 2007,
que em seu documento final destacou a necessidade de “criar nas Américas
consciência sobre a importância da Amazônia para toda a humanidade. Estabelecer
entre as Igrejas locais dos diversos países sul-americanos, que estão na Bacia
Amazônica, uma Pastoral de Conjunto com prioridades diferenciadas para criar um
modelo de desenvolvimento que privilegie os pobres e sirva ao bem comum”. E o
Irmão João finaliza:
"Uma
iniciativa que foi sendo gerada durante muitos anos e que se consolidou em
2013, em um encontro muito importante no Equador, e que depois se concretizou
em sua fundação no mês de setembro de 2014 em Brasília, com grande apoio do
Papa Francisco, que tinha sido nomeado Papa no ano anterior, e que no ano
seguinte à fundação da Repam nos presenteou com a rica Encíclica Laudato si'.
Ao celebrarmos os 10 anos da Repam nós estamos celebrando a sua luta e o seu
esforço pela defesa dos direitos humanos, pela justiça socioambiental e o bem
viver, pela defesa e cuidado dos povos amazônicos, pela grande dimensão
missionária das mulheres da sua ação em defesa dos territórios e também na
animação mesmo da própria vida pastoral da Igreja, o grande valor das crianças
e da juventude que precisam de um futuro melhor, o tema das fronteiras e da
comunicação."
Fonte:
Vatican News
*---------------------------------------------------------------------------.s
Programa Em Romaria: a Ordem dos
Clérigos Regulares (Teatinos)
No
Programa Em Romaria desta semana conversamos com padre Lucas Gobbo, CR
Secretário Provincial dos Teatinos do Brasil, e com Felipe Zangari – Signis
Brasil.
Silvonei
José - Vatican News
Recebemos
em nossa Redação alguns sacerdotes brasileiros teatinos que se encontram em
Roma e que neste sábado (14/09) serão recebidos em audiência pelo Santo Padre,
no Vaticano.
Na
conversa com padre Lucas um pouco da história e do carisma dessa Ordem, bem
como a sua atuação em vários países do mundo, entre os quais o Brasil.
Com
o Felipe foi sobre a Signs e o trabalho de comunicação com as rádios de todo o
Brasil.
Ouça
o Programa em Romaria desta semana:
Teatinos
A
Ordem dos Clérigos Regulares (Teatinos) é um Instituto clerical de Vida
Consagrada Religiosa, que nasceu no dia 14 de setembro de 1524. Nesse dia, João
Pedro Carafa, Caetano Thiene, Bonifácio de’Colli e Paulo Consiglieri, quatro
homens de fé, comprometidos com o desejo de reformar a Igreja «na cabeça e nos
membros», emitem sua profissão religiosa ante o Delegado Pontifício para este
efeito, Mons. João Batista Bonciano, bispo de Caserta.
Esse
ato encerra um processo iniciado certo tempo atrás quando o sacerdote e
jurisconsulto Caetano Thiene se estabeleceu novamente em Roma (1523) e
continuou atuando no Oratório do Divino Amor romano. Neste contexto, fez uma
profunda amizade com outro membro deste Oratório, João Pedro Carafa, bispo de
Chieti ?cidade que, em latim, se denomina Theate e que dá o nome à nossa Ordem
«Teatina»? e arcebispo di Brindisi, ademais de examinador do clero romano por
vontade do papa Clemente VII.
Os
dois clérigos vinham desenhando estes projetos de renovação eclesial, tendo
como eixo referencial a disciplina clerical. A ideia-mãe era a formação de um
grupo de sacerdotes bem consolidado, ainda que fosse pequeno, que pudesse ser
figura e modelo para a vida dos eclesiásticos. Este é o princípio que rege
nosso carisma religioso.
As Teatinas, “Sem
outra regra além do Amor”
No
mesmo ano de 1547, em que “subia” ao céu São Caetano, (quando ofereceu sua vida
pela paz da cidade de Nápoles), nascia naquela mesma cidade Úrsula Benincasa.
Com
uma personalidade sensível e sonhadora, um dia, Úrsula reuniu um grupo de
amigas e familiares com quem estabeleceu uma comunidade de vida consagrada,
vivendo em um convento localizado no Monte Sant´Elmo, sempre naquela cidade de
Nápoles. Possuíam como objetivo espiritual e apostólico, o desejo de dedicar-se
à contemplação das realidades divinas e ajudar as jovens napolitanas a
crescerem como mulheres livres e bem preparadas para uma vida cristã.
A
Congregação das Religiosas Teatinas da Imaculada Conceição foi fundada pela
Venerável Úrsula Benincasa no ano de 1583, em Nápoles (Itália), movida por um
único desejo: “A glória de Deus e a salvação das almas”.
Ainda
hoje e sempre Iluminadas pelo testemunho de sua fundadora, a Congregação busca
viver o lema que inspira suas obras e reflete o verdadeiro ideal cristão para
todos os tempos: “Sem outra Regra além do Amor”.
Nossas
Constituições dedicam a primeira parte do capítulo VII, à nossa relação
fraterna com as religiosas teatinas e afirmam, em particular, que “a Ordem dos
Clérigos Regulares e as Religiosas Teatinas da Imaculada Conceição, unidos de
maneira peculiar por uma comunhão espiritual, formam-se dentro da Santa Mãe
Igreja como uma família religiosa mais ampla, estreitamente ligada pelos laços
de caridade e tradição ”, Const. CC.RR., art. 94
Isso
nos convida a cada vez mais, avançar no cultivo dessas relações fraternas, a
fim de estabelecer pontos de colaboração, que incentivem a assistência mútua no
trabalho apostólico, para que esse espírito de solidariedade possa se cristalizar
em um sinal claro e tangível de unidade eclesial.
http://www.religiosasteatinas.com/
SIGNIS Brasil
Fundada
em 02 de dezembro de 2010 e com sede em São Paulo (SP), a SIGNIS Brasil é uma
Associação de Comunicação Católica reconhecida pela Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB). Filiada à SIGNIS Mundial e a SIGNIS América Latina e
Caribe (ALC), tem como lema: “ A comunicação por uma Cultura de Paz. ”
Sua
principal missão é animar, unir e congregar profissionais e meios de
comunicação católicos para a formação de comunicadores, de forma que possam
vivenciar seu carisma através da sinodalidade, em vista de objetivos comuns.
Organizada
pelos setores de rádio, tv, impressos e digitais, educomunicação e pesquisa; e
jovens. Seus trabalhos e atividades de comunicação são orientados pela Doutrina
Social da Igreja e possuem foco nas áreas de cinema e espiritualidade, o Bem
Viver, a Cultura de Paz, defesa dos meios comunitários e a liberdade de
expressão.
Missão
Animar,
unir e congregar profissionais e meios de comunicação católicos e de inspiração
cristã do país e formar comunicadores para que vivenciem seu carisma em
sinodalidade, a partir de projetos comuns.
História
Iniciada
em 2001 com a convergência das associações católicas anteriores, relativas à
imprensa, cinema e vídeo, rádio, televisão e profissionais da comunicação,
Signis é uma associação católica internacional, com reconhecimento Pontifício.
O
nome SIGNIS não é uma sigla, mas constitui-se da palavra Signo que significa
sinal e Ignis, fogo. Portanto, move-se como sinal sob a força do Espírito
Santo. Esta Associação mundial se organiza por continentes: América do Norte,
América Latina e Caribe, Pacífico, Europa, África e Ásia. A SIGNIS tem sede
mundial em Bruxelas, conta com membros em 100 países e contatos em tantos
outros.
Representa
a mídia católica em várias organizações e instituições governamentais e não
governamentais. No Brasil sua atuação teve início em 2010 e sua sede está
localizada na cidade de São Paulo/SP. Fonte: Vatican News
---------------------------------------------------------------------------.
Singapura:
Francisco sublinha centralidade da dimensão humana no desenvolvimento e pede
respeito pelas diferenças
Mais de 50 mil
pessoas participaram no maior evento público da visita do Papa
O
Papa presidiu hoje à Missa no Estádio Nacional ‘SportsHub’, de Singapura,
sublinhando a importância da dimensão humana no desenvolvimento do país,
marcado pela diversidade étnica e religiosa.
“Nada
de duradouro nasce e cresce sem amor” disse, perante as mais de 50 mil pessoas
que participaram no maior evento público da visita, iniciada na tarde de
quarta-feira.
Francisco
realçou que, por trás de cada obra, “há tantas histórias de amor a descobrir”.
“Homens
e mulheres unidos entre si numa comunidade, cidadãos dedicados ao seu país,
mães e pais devotados às suas famílias, profissionais e trabalhadores de todos
os tipos e graus, empenhados de forma honesta nas suas diferentes funções e
tarefas”, indicou.
O
Papa chegou ao Estádio Nacional num carrinho de golfe e passou entre os
presentes, parando várias vezes para saudar crianças e bebés.
A
intervenção destacou os avanços tecnológicos e arquitetónicos do arquipélago,
sublinhando que nestas construções “não está em primeiro lugar, como muitos
pensam, o dinheiro, nem a técnica, nem sequer a engenharia – sem dúvida, meios
úteis – mas sim o amor”.
“Não
há nenhuma obra boa que não tenha por detrás pessoas talvez geniais, fortes,
ricas, criativas, mas ainda assim mulheres e homens frágeis como nós, para quem
se não há amor não há vida, nem impulso, nem razões para agir, nem força para
construir”, precisou.
Francisco
alertou para a tentação de confiar em si mesmo para obter “riqueza, bem-estar e
felicidade”.
“A
vida conduz-nos, em última análise, a uma verdade: sem amor, não somos nada”,
insistiu.
Singapura
tem 5,6 milhões de habitantes e conta com a presença de várias religiões: o
budismo é maioritário (26%) e os cristãos são 17%, mas os católicos representam
pouco mais de 3% da população; São João Paulo II visitou a cidade-Estado em
1986.
O
Papa citou a homilia que o seu antecessor proferiu, há 38 anos, para referir
que “o amor é caracterizado por um profundo respeito por todas as pessoas,
independentemente da sua raça, do seu credo religioso ou de qualquer outra
coisa que as torne diferentes”.
“Além
do espanto perante as obras feitas pelo homem, há uma maravilha ainda maior, a
ser abraçada com muito mais admiração e respeito, isto é, os irmãos e irmãs que
encontramos todos os dias no nosso caminho, sem preferências nem distinções,
como nos mostra a sociedade e a Igreja de Singapura, etnicamente tão diversas
e, ao mesmo tempo, tão unidas e solidárias”.
A
homilia evocou a figura São Francisco Xavier, que passou várias vezes por este
território, a última das quais no dia 21 de julho de 1552, poucos meses antes
da sua morte.
Francisco
pediu que os católicos se inspirem no exemplo do missionário jesuíta, num
“compromisso constante a escutar e a responder prontamente aos apelos de amor e
de justiça que, ainda hoje, continuam a chegar da infinita caridade de Deus”.
A
celebração, em inglês, teve orações em chinês, malaio e tâmil, com uma prece
especial pelas vítimas do tufão no Vietname.
O
site oficial da visita apresentou um grupo de Malaca – território que esteve
sob domínio português entre 1511 e 1641 -, que assume a esperança de que “o
Papa Francisco possa visitar a China”.
No
final da celebração, depois das palavras de agradecimento do Arcebispo de
Singapura, Cardeal William Goh Seng Chye, Francisco regressa de carro à casa de
retiros “São Francisco Xavier”, que serve de residência oficial durante esta
visita.
O
programa da viagem conclui-se esta sexta-feira, incluindo um encontro com
bispos e sacerdotes, em privado, cumprimentando ainda os superiores religiosos
de Singapura.
A
Conferência Episcopal da Malásia, Singapura e Brunei, criada nos anos 60 do
século XX, reúne os bispos das três arquidioceses e seis dioceses da Malásia,
da Arquidiocese de Singapura e do Vicariato Apostólico do Brunei.
A
viagem passa pela Casa de Santa Teresa, instituída em 1935 pelas Irmãzinhas dos
Pobres, para o cuidado dos idosos e doentes, atualmente gerida pelo ‘Board of
Catholic Welfare Services’ (Conselho dos Serviços Católicos de Assistência
Social).
O
programa segue no ‘Catholic Junior College’, instituição pré-universitária,
fundado em 1975 pela Igreja Católica local.
O
espaço acolhe, pelas 10h00 locais (03h00 em Lisboa), o encontro
inter-religiosos com jovens, que vai resultar num apelo conjunto.
No
final do encontro, o Papa desloca-se para a zona de acolhimento dos estudantes,
onde dois jovens lhe apresentaram brevemente a exposição ‘Juntos na Unidade e
na Esperança’ e o convidam a completar um quadro.
Francisco
vai cumprimentar os 10 líderes religiosos presentes no encontro, antes seguir
para o aeroporto internacional de Singapura, dando início ao voo de regresso a
Roma, um percurso de 9567 km e 12h35 que sobrevoa os territórios da Indonésia,
Malásia, Tailândia, Birmânia, Índia, Paquistão, Afeganistão, Tadjiquistão,
Usbequistão, Turquemenistão, Azerbaijão, Geórgia, Turquia, Grécia, Albânia e
Itália.
A
45ª visita apostólica do Papa, viagem mais longa do pontificado, iniciada a 2
de setembro, já passou pela Indonésia, Papua-Nova Guiné e Timor-Leste.
Fonte:
Agência Ecclesia
------------------------------------.
Jornada de
crianças migrantes para os EUA é tema na conferência eucarística de Quito 2024
Por
Andrés Henríquez
Leyden
Rovelo falou sobre o sofrimento de dezenas de milhares de crianças migrantes
recém-chegadas aos EUA em palestra na segunda-feira (9) no Congresso
Eucarístico Internacional de 2024 em Quito, Equador.
Segundo
Rovelo, diretora do ministério hispânico na diocese de Kansas City-St. Joseph,
Missouri, EUA, as agências de governo americanas não contabilizaram entre 30
mil e 85 mil desses menores. “Eles não sabem onde estão nossas crianças”, disse
ela.
A
Igreja e o drama da migração
“A Igreja Católica reconhece inequivocamente a
autoridade legítima das nações soberanas para regular suas fronteiras e
administrar os fluxos migratórios”, disse ela.
No
entanto, essa posição da Igreja “não constitui um endosso de medidas draconianas
ou práticas desumanas”, disse Rovelo. “Em vez disso, ressalta o imperativo de
defender a dignidade humana durante todo o processo de controle”.
Rovelo,
que também é membro do Grupo Consultivo Hispânico do Departamento de Justiça,
Paz e Desenvolvimento Humano da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA
(USCCB, na sigla em inglês), falou sobre a declaração da USCCB de 1983 de “que
a presença hispano-latina na Igreja americana é uma bênção de Deus para a
Igreja e para todo o país”.
Desde
1565, quando a primeira missa no atual território dos EUA foi celebrada em St.
Augustine, Flórida, os habitantes do país testemunham como os imigrantes
hispânicos “revitalizaram a vida paroquial em todo o país, muitos deles em
paróquias cuja população estava envelhecendo”, disse Rovelo.
Ela
contou a história de uma mulher que ajudou cuja filha de cinco anos morreu na
viagem aos EUA e ela nem lembra em qual país teve que enterrá-la.
“Esse delicado equilíbrio entre soberania
nacional e direitos humanos é a base e a abordagem da Igreja Católica diante do
dilema da migração”, disse Rovelo.
O
mistério de Deus em tempos de migração
Rovelo
falou sobre o fato de que os migrantes são portadores do Evangelho e da imagem
de Deus, criados à sua imagem e semelhança. Os migrantes são peregrinos na
terra que buscam, como todo mundo, seu destino final no céu, disse ela.
Ela
pediu também que as pessoas vissem os migrantes por sua identidade humana,
“restaurando nossos corações e mentes”, e não os vissem por meio de rótulos
políticos, seu status legal ou fazendo juízos de valor.
“Estamos
todos em fuga. Migrantes a caminho de casa. Assim como Cristo é a ponte entre
nós e o Pai, nós também somos a ponte entre os migrantes e um lugar melhor”,
disse Rovelo.
Por
fim, ela falou sobre os esforços da USCCB para aliviar o sofrimento inerente
aos processos migratórios, pedindo aos países de origem para que “abordem as
causas profundas da migração”, ao mesmo tempo que promovem e fortalecem cada
vez mais os seus serviços de apoio aos migrantes e refugiados.
“A
Igreja escolheu focar na intenção de 'dar a César o que é de César e dar a Deus
o que é de Deus' defendendo o desenvolvimento sustentável, instituições
democráticas e políticas que respeitem os direitos humanos e a dignidade humana
nos países de origem”, disse ela.
“A
Igreja busca criar um ambiente onde as pessoas possam prosperar em seus países
de origem, reduzindo assim a compulsão de empreender viagens perigosas”, disse
Rovelo.
Fonte:
ACIDigital
-------------------------------------------------.
Papa Francisco
quer que o superior jesuíta Pedro Arrupe seja canonizado
O
papa Francisco quer que o padre espanhol Pedro Arrupe, superior-geral dos
jesuítas entre 1965 e 1983, seja beatificado e canonizado. O papa falou disso
em encontro privado ontem (11) com sacerdotes jesuítas em Singapura.
O
anúncio foi feito ao Vatican News, serviço oficial de informações da Santa Sé,
pelo padre jesuíta Antonio Spadaro, subsecretário do Dicastério para a Cultura
e membro da delegação papal na viagem do papa à Ásia e à Oceania, a quem cabe a
divulgação do que o papa fala a seus confrades jesuítas em cada país que visita
em suas viagens internacionais.
Um
grupo de 25 jesuítas tiveram a oportunidade de falar ontem (11) com o papa e
fazer-lhe perguntas num encontro que durou cerca de uma hora na casa de retiros
São Francisco Xavier, residência do papa durante sua estadia em Singapura.
“Havia alguns jovens, até mesmo um
recém-ordenado, e alguns mais velhos, alguns até doentes. O papa foi muito
carinhoso com eles”, disse o padre Spadaro.
Spadaro
disse também que foi um encontro cordial e fraterno, numa atmosfera “íntima e
familiar”.
O
papa disse também que a fé “deve entrar nos desafios humanos” e falou sobre a
importância da oração, ao citar a Ásia como um “continente-chave”.
Depois,
Francisco encorajou-os a “sempre enfrentar os desafios colocados pela sociedade
com um espírito de oração seguindo o modelo do padre Pedro Arrupe”.
O
padre espanhol foi superior geral dos jesuítas de 1965 a 1983, proclamado servo
de Deus em 2019 e está com a causa de beatificação em curso.
Quando
Arrupe assumiu o cargo, Jorge Mario Bergoglio era um jesuíta de 29 anos com
quatro anos de votos perpétuos e ainda a quatro anos de sua ordenação
sacerdotal.
Arrupe
era uma personalidade global com trânsito e influência muito além da ordem que
dirigia e o papa Francisco mostra ter sido muito influenciado por seu superior
geral. De Arrupe, vem, por exemplo, a preocupação com os migrantes que tanto
marca o papa Francisco. Impressionado com o destino dos “boat people”,
vietnamitas que fugiram aos milhares dos comunistas que se instalaram no poder
com o fim da guerra do Vietnã, em 1975, e, recusados em todos os países,
viveram nos barcos em que fugiram durante anos, Arrupe, que foi provincial dos
jesuítas na Ásia, criou um setor específico na ordem para cuidar de refugiados
e tornou o tema central para a ordem.
Arrupe
era delegado dos jesuítas no Concílio Vaticano II quando o padre Jean Baptiste
Janssens, o holandês que fora superior geral dos jesuítas desde 1949, morreu.
Janssens havia introduzido na ordem a ideia de “apostolado social”, segundo a
qual os jesuítas têm a dupla missão de evangelizar e promover a justiça social.
Respondendo
se apoiava os progressistas de sua ordem, Arrupe disse: “Se por progressista se
entende aquele que combate as grandes injustiças sociais existentes em todas as
partes do mundo, mas sobretudo nos países em vias de desenvolvimento, nós
estamos com eles na linha da doutrina social contida nas grandes encíclicas”.
Foi
também na Companhia de Jesus sob o comando de Arrupe que, pela primeira vez na
história da Igreja, se propôs uma mudança na doutrina moral da Igreja para
permitir uma avaliação positiva da homossexualidade. O tema, defendido hoje
pelo arcebispo de Luxemburgo, cardeal Jean Claude Hollerich SJ, relator geral
do Sínodo da Sinodalidade, e pelo também jesuíta James Martin, convidado pelo
papa para tomar parte no sínodo, foi introduzido pelo jesuíta John J. McNeill,
americano como Martin, no livro A Igreja e a Homossexualidade, publicado em
1976 e condenado pela Congregação para a Doutrina da Fé. Em fevereiro do ano
passado, Hollerich respondeu uma pergunta da agência de notícias católica alemã
KNA dizendo achar que está errada a ideia de que o homossexualismo é pecado. “A
maneira como o papa se expressou no passado pode levar a uma mudança na
doutrina”, disse o cardeal. “Porque acredito que o fundamento
sociológico-científico desse ensinamento não é mais correto”, alegou Hollerich
sem citar McNeill, mas usando o mesmo argumento exposto no livro de 1976.
Na
mesma primeira entrevista, Arrupe defendeu o teólogo jesuíta Teilhard de
Chardin (1881-1955). Paleontólogo, além de teólogo, Chardin via a ciência como
caminho para tornar o cristianismo relevante para o homem moderno. Seu projeto
foi tentar fazer a visão cristã aceitável para alguém com uma visão de mundo
científica. Partindo do conceito de evolução defendido por Charles Darwin,
Teilhard de Chardin foi o primeiro a formular a ideia de que Deus é o ponto
culminante da evolução do universo criado, rompendo, assim, a divisão radical
entre imanência, o que pertence à ordem do criado, e transcendência, a esfera
própria de Deus.
“A
meta do caminho do universo situa-se na plenitude de Deus, que já foi alcançada
por Cristo ressuscitado, fulcro da maturação universal”, escreveu o papa
Francisco no número 83 de sua encíclica Laudato sì, remetendo explicitamente,
em nota de rodapé, à “contribuição do P. Teilhard de Chardin”.
“O
fim último das restantes criaturas não somos nós. Mas todas avançam, juntamente
conosco e através de nós, para a meta comum, que é Deus, numa plenitude
transcendente onde Cristo ressuscitado tudo abraça e ilumina”, escreve o papa
reabilitando informalmente o padre Teilhard de Chardin. O então Santo Ofício,
depois Congregação e hoje Dicastério para a Doutrina da Fé, havia condenado as
teses do jesuíta em 1962 por conterem “ambiguidades tais, e até mesmo graves
erros, a ponto de lesar a doutrina católica”.
“Várias
vezes o papa Francisco falou da figura desse grande padre geral e declarou que
está muito próximo a ele e ansioso para chegar a essa beatificação e
canonização”, disse Spadaro.
O
papa também falou com os jesuítas sobre as vocações ao sacerdócio e
encorajou-os a “diminuir as exigências”, já que muitos jovens sentem a vocação,
mas “se assustam com a formação”.
O
papa também falou sobre o exemplo do padre jesuíta Matteo Ricci, “grande
apóstolo jesuíta da China” e um “ponto de referência” para os jesuítas. Matteo
Ricci foi o criador do que se chama hoje “inculturação”. Ele propôs, no século
XVII, que o culto aos antepassados fosse acrescentado à doutrina católica na
China, para facilitar a evangelização. Sua ideia não foi aceita pela Santa Sé.
No
final do encontro, um dos padres aproximou-se do papa Francisco com várias bolsas
contendo petições escritas por fiéis do país. O papa colocou a mão sobre elas e
rezou em silêncio.
Fonte:
ACIDigital
----------------------------------------------.
Do dia 11/9/2024
Inscrições
abertas para a VI Missão Jovem na Amazônia que acontecerá em Marabá
De
7 a 15 de dezembro, Marabá (PA) sediará a VI edição da “Missão Jovem na
Amazônia”. Com o tema “Jovens, Peregrinos da Esperança” e o lema inspirado na
carta aos Romanos (12,12) — “Alegres na Esperança” —, a missão oferece uma
jornada profunda de fé e serviço, alinhada com a preparação para o Jubileu de
2025. Organizado pela Comissão Episcopal para a Juventude da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em parceria com a diocese amazônica, o
encontro visa fortalecer o compromisso dos jovens com a Igreja e promover a
conscientização sociocultural.
Entre
os objetivos destacados pela Comissão, estão ampliar a visão e o amor pela
Igreja, levando os jovens a conhecer novos contextos eclesiais e culturais;
estimular o protagonismo e o compromisso com uma vida significativa, marcada
pelo serviço ao próximo; fomentar o voluntariado e o engajamento eclesial,
tanto na Amazônia quanto nas comunidades de origem dos participantes; e
conhecer a Amazônia, com toda a sua riqueza natural e desafios, promovendo uma
conscientização ecológica e social da região tão importante para o Brasil e o
mundo.
Inscrições
Até
30 de outubro de 2024, às 19h (horário de Brasília).
Requisitos:
Ter 18 anos ou mais, enviar carta de apresentação e recomendação do bispo,
pagar taxa de R$ 80,00 via Pix (chave: diocese.maraba@gmail.com), e arcar com
custos de traslado.
Fonte:
CNBB
--------------------------------------------------------.
Comissão para os
Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB realiza encontro ampliado em
Brasília
Membros
de todos os organismos e instituições vinculados à Comissão Episcopal para os
Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB) estão reunidos em Brasília (DF) nesta semana. Iniciado ontem, 10,
o Encontro Ampliado tem a participação de mais de 90 pessoas, entre bispos,
religiosos e religiosas, seminaristas, formadores, padres e membros de
institutos seculares.
O
encontro ocorre até amanhã, 12, com o objetivo de motivar e preparar uma boa
vivência do jubileu 2025. Além de ser espaço de reflexão sobre as atividades
realizadas e o planejamento do trabalho pastoral.
O
bispo auxiliar de São Paulo (SP) e presidente da Comissão para os Ministérios
Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, dom Ângelo Ademir Mezzari, manifestou
alegria pelo número expressivo de participação de todas as partes do Brasil,
representando seus organismos e instituições, e destacou a oportunidade de
aprofundar o tema do Jubileu 2025 e do Sínodo sobre a Sinodalidade.
“Esse ano, estamos refletindo o tema do Ano
Jubilar e a caminhada sinodal. A proposta consiste, à luz da Palavra de Deus,
olhar a vivência desse Jubileu, as várias situações e realidades desse caminho
de unidade, de comunhão, de participação em vista da missão. É um momento
especial de muita partilha, adotando a metodologia da conversação espiritual
que permite ouvir as luzes, os sons e as vozes do Espírito para vivermos bem a
nossa missão e vocação”, contou.
Caminhada
sinodal
O
encontro ampliado da Comissão para os Ministérios Ordenados teve início com a
missa presidida por dom Ângelo. Em seguida, o padre Miguel Filho, que é
religioso jesuíta e um dos assessores do Sínodo sobre a Sinodalidade, explicou
sobre a metodologia de “conversa no Espírito”, adotada na assembleia sinodal
para discernimento comunitário.
“A escuta é o centro do discernimento
comunitário. É uma escuta compartilhada, uma graça que nos desafia à conversão,
exigindo que deixemos de lado nossos próprios interesses para focar no outro e
na vontade do Espírito, que fala através de todo o grupo”, afirmou padre
Miguel.
Dom
Ângelo destaca o evento como “um caminho muito bonito de unidade, de partilha e
de comunhão”. Dele, fazem parte instuições e organismos que atuam na Pastoral
Vocacional, na formação nos seminários, na vida e na pastoral presbiteral, na
vida religiosa consagrada, nos institutos seculares, os bispos eméritos e a
Ordem das Virgens.
O
encontro ampliado foi antecedido pelo Fórum das Instituições da Comissão,
considerado “um espaço de comunhão e crescimento mútuo”. Os presidentes e
coordenadores presentes compartilharam experiências e realizaram a prestação de
contas, com contribuições dos assessores da comissão.
Fonte:
CNBB
-----------------------------------------------------------.
CRB Nacional
destaca ações na Amazônia durante Encontro de Comunicadores promovido pela
REPAM
Na
última terça-feira, 10 de setembro, a Conferência dos Religiosos do Brasil
marcou presença no Encontro de Comunicadores da Rede Eclesial Pan-Amazônica
(REPAM). Realizado no Centro Cultural Missionário (CCM), em Brasília-DF, o
evento, promovido pela Repam, reuniu comunicadores de diversas Instituições com
o objetivo de compartilhar experiências e construir uma rede de comunicação
sólida e articulada voltada para a Amazônia.
Representada
pela Assessora do Setor de Comunicação da CRB Nacional, Irmã Neusa Santos
apresentou estratégias de comunicação da Conferência, destacando as ações
voltadas para a Região Amazônica. Irmã Neusa detalhou o processo de
desenvolvimento de iniciativas voltadas para dar visibilidade aos povos da
Amazônia e promover causas socioambientais.
O
encontro proporcionou a troca de saberes e a construção de uma comunicação mais
colaborativa, reafirmando o compromisso de entidades como a CRB Nacional com a
preservação e a justiça socioambiental.
O
evento faz parte das celebrações dos 10 anos da Repam, fundada em 2014, em
Brasília-DF, com a missão de fortalecer a rede de defesa da vida, dos povos e
do bioma amazônico.
Fonte:
CRB
----------------------------------------------------.
Papa
se despede de Timor-Leste e inicia nova etapa: Singapura
Do Centro
de Convenções, onde se reuniu com a juventude timorense para seu último
compromisso, Francisco se dirigiu diretamente ao Aeroporto Internacional
Nicolai Lobato de Dili, rumo à próxima e última etapa desta peregrinação:
Singapura.
Vatican
News
"Jamais
esquecerei o sorriso de vocês": com estas palavras dirigidas aos jovens, o
Papa se despediu de Timor-Leste, a terceira etapa de sua 45a Viagem Apostólica
Internacional.
Do Centro
de Convenções, onde se reuniu com a juventude timorense para seu último
compromisso, Francisco se dirigiu diretamente ao Aeroporto Internacional
Nicolai Lobato de Dili, onde o aguardava o presidente de Timor, José
Manuel Ramos-Horta.
Depois da
breve cerimônia de despedida, o Pontífice embarcou para a próxima e última
etapa desta peregrinação: Singapura.
São
quatro horas de voo, sobrevoando a Indonésia, 2.640 km percorridos e uma hora a
menos de fuso horário. Após o acolhimento oficial no Aeroporto Internacional
que será feito pelo Ministro da Cultura, o Papa se dirigirá ao Centro de
Retiros São Francisco Xavier, que o hospedará até 13 de setembro. O único
compromisso previsto esta quarta-feira é o encontro em forma privada com os
membros da Companhia de Jesus.
Fonte:
Vatican News
*-------------------------------------------------------------.s
Francisco
chega a Singapura, última etapa da viagem apostólica à Ásia e Oceania
O
Papa aterrissou no Aeroporto Changi de Singapura vindo de Díli, para uma visita
que encerra a peregrinação que o levou à Indonésia, Papua Nova Guiné e
Timor-Leste. Hoje, o encontro privado de Francisco com os Jesuítas do país,
amanhã os primeiros eventos oficiais.
Vatican News
O Papa chegou a Singapura, última etapa da 45ª Viagem
Apostólica Internacional de Francisco, a mais longa de seu pontificado, que
começou em 2 de setembro e terminará daqui a dois dias, no dia 13, e que o
levou à Indonésia, Papua Nova Guiné e Timor-Leste nos últimos dias.
Vindo de Díli, o Airbus A320 da Aereo Díli aterrissou no
Aeroporto Changi de Singapura às 8h53, horário italiano, 14h53, horário local.
Ao pé da aeronave, Francisco, como previsto, foi recebido pelo Ministro da
Cultura, Comunidade e Juventude e pelo Embaixador de Singapura junto à Santa
Sé, com quem está marcada uma breve conversa, depois da qual, no átrio do
Complexo VIP, quatro crianças, dois meninos e duas meninas, deram as
boas-vindas ao Papa com uma dança e flores e um grande aplauso coral. O único
compromisso de hoje é o encontro privado com os membros da Companhia de Jesus
presentes no país, no Centro de Retiros São Francisco Xavier, estrutura em que
se realizam retiros espirituais desde 1997, onde o Papa residirá durante sua
permanência a Singapura.
Eventos de amanhã
Amanhã, quinta-feira (12/09), penúltimo dia da viagem
apostólica do Papa Francisco, será aberto com a cerimônia de boas-vindas no
Parlamento, com as boas-vindas do presidente de Singapura, Tharman
Shanmugaratnam, seguida da visita de cortesia do Papa ao chefe de Estado e
posteriormente ao primeiro-ministro, Wong Shyun Tsai. Posteriormente, no Teatro
do Centro Cultural Universitário da “National University of Singapore”, haverá
o encontro com as autoridades, a sociedade civil e o corpo diplomático, durante
o qual Francisco fará o seu primeiro discurso em Singapura. Os outros eventos
do dia incluem uma visita privada ao ex-primeiro-ministro Lee Hsien Loong, no
Centro de Retiros São Francisco Xavier. Encerra o dia, Memória do Santíssimo
Nome de Maria, a Santa Missa no Estádio Nacional de Singapura.
Fonte:
Vatican News
*-------------------------------------------------------------.x
Papa aos jovens de Timor-Leste: "Façam barulho e
respeitem os idosos"
Francisco
deixou de lado o discurso preparado para os jovens timorenses e manteve com
eles um longo diálogo sobre família e amor à pátria. E insistiu em dois
conselhos: fazer barulho e respeitar os mais velhos.
Vatican
News
O
encontro com a juventude encerrou a visita do Papa a Timor-Leste. O Centro de
Convenções de Dili acolheu cerca de três mil jovens dentro e fora da estrutura,
aos quais mais uma vez Francisco manifestou sua maravilha por conhecer um país
onde mais da metade da população tem menos de 30 anos, e que carrega consigo o
sorriso nos lábios.
As
gerações precedentes se sacrificaram para consolidar o país e agora cabe a esta
nova geração continuar o trabalho. "Vocês são herdeiros daqueles que os
precederam fundando esta nação. Por isso, não percam a memória."
Para
isso, afirmou o Pontífice, é preciso entusiasmo, sonhar coisas grandes, como
indica a Exortação apostólica pós-sinodal Christus vivit. Aliás, este documento
foi citado no testemunho de um dos jovens e a partir dele Francisco
aprofundou três conceitos: liberdade, compromisso e fraternidade.
Ser
livre não significa fazer o que se quer, mas agir com
responsabilidade. "Não percam o entusiasmo de sua fé. E cuidado com
os vícios, porque chegam os chamados 'vendedores de felicidade. Vendem droga,
tantas coisas que dão felicidade por meia hora, nada mais."
Sobre
o compromisso, o Pontífice recordou que Timor, "este país tão
sorridente", tem uma história maravilhosa de heroísmo, de fé, de martírio
e, sobretudo, de fé e reconciliação. E falou ainda dos maiores dois
tesouros de uma sociedade: as crianças e os idosos.
Por
fim, a respeito da fraternidade, o Papa afirmou que as diferenças servem para
aprender a se respeitar. Diferenças sim, ódio não! E o Papa concluiu com os
dois conselhos repetidos inúmeras vezes: façam barulho e respeitem os idosos.
Francisco
parecia não querer deixar Timor-Leste; agradeceu pelo acolhimento e afirmou:
"Jamais esquecerei o sorriso de vocês. Não deixem de sorrir."
Jovens
Para
o jovem Natalino de Jesus Dias, membro da Comissão Juventude Católica Timorense
a visita do Papa foi uma graça que deve ser compartilhada com os outros jovens.
Em entrevista ao padre Bernardo Suate, enviado da Rádio Vaticano - Vatican
News, ele explica que na sequ~encia do Sinodo de 2012, os jovens estão a
aprofundar nas paróquias e dioceses os documentos do Papa Francisco:
Fonte:
Vatican News
*-------------------------------------------------------------.x
Cardeal Virgílio: Timor-Leste confirma a força na fé com
presença do Papa
Um
país de maioria católica e vivendo a construção de uma nação independente há
duas décadas, recebeu a visita do Papa Francisco para confirmar a identidade de
"sermos timorenses e sermos católicos", afirmou o cardeal Virgílio do
Carmo da Silva, arcebispo de Dili. A presença do Pontífice "é para afirmar
mais a nossa identidade, para dizer aos timorenses que somos: primeiro, pequeno
como país, mas temos uma coisa diferente que é ser católico".
Pe.
Bernardo Suate e Andressa Collet - Vatican News
A
terceira etapa da viagem apostólica do Papa Francisco neste início de setembro
foi vivida num ambiente caracterizado pelo cardeal Virgílio do Carmo da Silva
como "uma festa da fé da Igreja católica de Timor-Leste, depois de 35 anos
da primeira visita do Papa João Paulo II e, também, a primeira visita para
a nossa pátria, como nação soberana", já que o país declarou independência
da Indonésia em 20 de maio de 2002 com a intervenção de uma força de manutenção
da paz da ONU. A própria Igreja católica local teve um papel decisivo nesse
processo.
A
presença histórica do Papa Francisco ao país foi acompanhada diretamente pelo
arcebispo de Dili, que confirmou em entrevista a Bernardo Suate, da Rádio
Vaticano-Vatican News, que o Pontífice ficou realmente comovido com o povo do
Timor-Leste. E não só, declarou o purpurado, a população com maior porcentagem
de católicos "comoveu o mundo inteiro, através das mídias sociais. Isso
pra falar sobre a força do povo, a força da fé que está neste país jovem".
"Somos timorenses e somos católicos", reforçou o
cardeal
Uma
força que foi incentivada pela Igreja que, nos últimos três meses, em
preparação à visita do Papa Francisco a Timor-Leste, promoveu uma formação aos
fiéis, inclusive destinada a acadêmicos e líderes políticos, para compreender o
lema da visita do Pontífice ao país, sobre a fé ser a própria cultura.
Mesmo tendo vivido períodos de muito sofrimento e desespero quando era colônia,
a mensagem da Igreja - tanto durante a visita de JP II como de Francisco -
sempre foi de se manter firmes na fé. E o cardeal aprofundou:
"Nestas
duas décadas de transição, nesse processo de construção de um país e de uma
nova identidade como nação neste canto do mundo, a visita do Papa é para
afirmar e confirmar mais a nossa identidade, para dizer aos timorenses que
somos: primeiro, pequeno como país, mas temos uma coisa diferente que é ser
católico. Nós não somos indonesianos e nem australianos, mas somos timorenses e
temos a nossa identidade própria: somos timorenses e católicos. Essa é a
mensagem que o Papa deixou aos timorenses: de enraizar mesmo esse processo
da nossa identidade cultural e da crença da fé."
A mensagem do Papa às crianças e jovens de Timor
O
cardeal reforçou ainda outras mensagens importantes deixadas pelo Papa ao país.
Aquela muito forte aos jovens, para continuarem "sendo alegres e fazendo
barulho", uma coisa "que eu também quero nos jovens", enfatizou
o purpurado. E, ainda, sobre o respeito aos idosos, finalizou o arcebispo de
Dili: "eu gostaria de sublinhar aos nossos jovens e crianças para
continuar a desenvolver continuamente essa atitude de respeito na família, na
sociedade e no país. Quanto mais cultivarmos em nossos corações essa atitude de
respeitar os outros, acho que será um grande passo para o Timor fazer a
diferença, que começa mesmo hoje, após a visita do Papa".
Fonte:
Vatican News
*-------------------------------------------------------------.s
Timor-Leste: histórias de fé e de martírio na Igreja
timorense
O
Papa concluiu esta quarta-feira (11/09) a histórica visita a Timor-Leste, no
âmbito de sua 45ª Viagem Apostólica Internacional. Antes de deixar a pequena
nação do sudeste asiático, em seu último compromisso em terras timorenses,
Francisco encontrou os jovens aos quais ressaltou que este país tem “uma
história maravilhosa de heroísmo, de fé, de martírio e, sobretudo, de fé e
reconciliação”. Nesse contexto, trazemos aqui uma página desta história de fé e
de martírio na Igreja timorense
Vatican
News
O
Timor-Leste tem “uma história maravilhosa de heroísmo, de fé, de martírio e,
sobretudo, de fé e reconciliação”, disse o Papa Francisco, falando aos jovens
timorenses, em seu último encontro antes de deixar a pequena nação católica do
sudeste asiático e seguir para Singapura, última etapa de sua 45ª Viagem
Apostólica Internacional, depois de ter visitado, inicialmente, a Indonésia e
Papua Nova Guiné.
Timorenses celebram seus missionários mártires
Aquela
história foi escrita sobretudo durante a fase mais sangrenta do conflito com a
Indonésia, na época do referendo de independência em 1999, quando bandos
armados pró-Indonésia realizaram massacres e violência indiscriminada antes que
o exército de ocupação deixasse o território timorense. Os representantes da
Igreja também sofreram: o bispo de Baucau foi ferido, outros foram forçados a
fugir, padres, consagrados, catequistas e seminaristas perderam suas vidas.
Entre
os “agentes pastorais violentamente assassinados” estão Tarcisius Dewanto,
jesuíta, Hilario Madeira e Francisco Soares, nativos do Timor-Leste, três
sacerdotes que prestavam serviço pastoral na Igreja católica de Suai. Eles
foram mortos em 6 de setembro de 1999 e hoje, em sua memória, a comunidade dos
batizados do Timor-Leste celebra o Dia dos Missionários Mártires.
Testemunhas do Evangelho até o fim
Os
padres fizeram escudo com seus corpos para tentar evitar o massacre de 100
civis. Cinco dias após o massacre de Suai, Karl Albrecht, um jesuíta alemão de
70 anos que havia chegado à Indonésia em 1959, também foi morto a tiros em sua
casa.
Na
cidade de Dare, o padre Francisco Barreto, então diretor da Caritas local, foi
morto. Mais a leste, entre Dili e Baucau, em 25 de setembro, duas religiosas
canossianas foram assassinadas junto com alguns seminaristas e leigos quando
estavam a caminho para prestar socorro aos desabrigados.
Ao lado da população, deram a vida pelos indefesos
Elas
eram a irmã Erminia Cazzaniga, italiana, e a irmã Celeste de Carvalho Pinto.
Hoje, o Grupo Missionário de Sirtori, local de nascimento da irmã Erminia, na
província de Lecco, na Lombardia, norte da Itália, está coletando material para
promover a causa a fim de que seja proclamado seu martírio.
Após
a votação pela independência, milícias leais, apoiadas pelo exército indonésio,
lançaram uma campanha punitiva que matou cerca de 1.400 cidadãos timorenses e
forçou a fuga de mais de 300 mil pessoas. Sacerdotes, irmãs, religiosos e
catequistas poderiam facilmente ter deixado a ilha, mas, animados pela fé e pela
caridade, escolheram ficar ao lado da população e dar suas vidas pelo povo
indefeso até o fim. (com Fides) - Fonte: Vatican News
*-------------------------------------------------------------.s
Cardeal Goh: magnatas de Singapura também precisam da
misericórdia de Cristo
A
experiência da misericórdia de Cristo é o inesperado que pode ocorrer de muitas
maneiras surpreendentes, mesmo na Cidade-Estado, na corrida para encarnar o
sonho da perfeição tecnológica funcional e da coexistência harmoniosa. É o que
conta o cardeal Willliam Goh Seng Chye, arcebispo de Singapura, em uma ampla
entrevista publicada esta quarta-feira, 11 de setembro, no dia em que o Papa
Francisco chegou à nação insular para a quarta e última etapa de sua 45ª viagem
Apostólica Internacional
Vatican
News
Mesmo
em Singapura, que há muito tempo está no topo da lista das nações mais ricas do
mundo, a proclamação da salvação confiada à Igreja não passa por “discursos de
sabedoria humana” (Santo Inácio de Antioquia), mas pelo testemunho de corações
pobres apaixonados por Cristo. E a experiência da misericórdia de Cristo é o
inesperado que pode ocorrer de muitas maneiras surpreendentes, mesmo na
Cidade-Estado, na corrida para encarnar o sonho da perfeição tecnológica
funcional e da coexistência harmoniosa. É o que conta o cardeal Willliam Goh
Seng Chye, arcebispo de Singapura, em uma ampla entrevista - concedida em
inglês - que a agência missionária Fides traz nesta
quarta-feira (11/09), no dia em que o Papa Francisco chegou à nação insular,
para a quarta e última etapa de sua 45ª Viagem Apostólica Internacional: nessa
longa viagem apostólica o bispo de Roma que já visitou a Indonésia, Papua Nova
Guiné e Timor-Leste.
Como
a fé em Cristo pode ser comunicada hoje em Singapura? Há algum método especial
para comunicar a fé em vossa sociedade?
A
primeira coisa que sempre lembro ao nosso povo é que estamos construindo uma
Igreja vibrante, evangelizadora e missionária, não uma Igreja de “conservação”.
Queremos que os católicos e os agentes eclesiais estejam vivos em sua fé, que
se expressa em seu zelo evangelizador e missionário. Mas sem uma fé pessoal em
Cristo, se não estivermos apaixonados por Ele, não haverá missão. E como
podemos cumprir essa missão? A dimensão mais importante da comunicação da fé em
Singapura é levar as pessoas a um encontro pessoal e à conversão em Cristo.
Isso se dá se elas experimentarem pessoalmente Seu amor e misericórdia divinos
e a vida renovada pela obra do Espírito Santo. As pessoas podem ser levadas a
esse encontro pessoal por meio de retiros, cultos vibrantes e celebrações
eucarísticas cheias de fé, testemunhando a obra de Deus em suas vidas,
compartilhando a Palavra de Deus e envolvendo mais pessoas no ministério em
tempo integral na Igreja, sobretudo a geração mais jovem. Ao mesmo tempo, há a
necessidade de aumentar o grupo de voluntários, mas não apenas de pessoas
dispostas, mas de pessoas que encontraram o Senhor.
Depois, há um grupo
importante de pessoas que chamo de “ministério de São Mateus” sobre o qual
precisamos trabalhar...
A
quem o senhor está se referindo?
Esse
é um grupo específico de pessoas que pode ser de grande ajuda para apoiar a
Igreja na realização de sua missão: são profissionais influentes, ricos e
cheios de recursos. Mas precisamos converter esses “cobradores de impostos”
(como era o apóstolo Mateus, ndr), ajudando-os a se apaixonarem por
Cristo. Se eles encontrarem Cristo, suas vidas serão radicalmente transformadas
e eles oferecerão livremente suas habilidades e recursos para ajudar a missão
da Igreja. Sobretudo, depois de terem encontrado o Senhor, eles levarão também
outros “cobradores de impostos” a Ele e teremos um grupo crescente de
profissionais e amigos influentes que nos ajudarão a entrar em contato com o
mundo e a levar o Evangelho a eles. A verdade é que Cristo não veio para os
saudáveis, mas para os doentes. Entre os doentes estão também aqueles que são
bem-sucedidos no mundo, mas sentem o vazio em suas vidas sem Deus. Eles também
precisam ser salvos. Igualmente importante é a necessidade de promover o
crescimento de pequenas comunidades cheias de fé, de modo que elas possam se
reunir não apenas para fazer coisas pela Igreja, mas também para compartilhar
sua fé, sobretudo orando juntas e compartilhando a Palavra de Deus. Devemos
fazer de modo que cada membro da comunidade católica possa pertencer a uma
pequena comunidade de fé. Dessa forma, ao pertencer a uma comunidade de fé, as
pessoas não caminharão sozinhas, mas sempre com o apoio de seus companheiros.
Isso é ainda mais importante quando se trata de ajudar nossos jovens a crescer
na fé e a se engajar na Igreja. Muitos jovens deixam a Igreja após o sacramento
da confirmação, porque não pertencem a nenhuma comunidade de fé na Igreja. É
por isso que também devemos tornar a igreja um lugar acolhedor para todos e não
colocar obstáculos no caminho daqueles que desejam vir à igreja. Não devemos
erguer barreiras e regras que dificultem a ida das pessoas à igreja para adorar
ou orar.
Singapura
é um dos países mais ricos do mundo. Mas também há pessoas que vivem abaixo da
linha da pobreza....
Além
da proclamação explícita da boa nova, nossa Igreja tem duas grandes
organizações com mais de 45 grupos afiliados que atendem aos pobres e
marginalizados em Singapura e no exterior. Vemos a obra de caridade como um
componente importante e essencial do trabalho de evangelização. A Igreja
respira com dois pulmões: a dimensão espiritual da fé e a obra de caridade. Se
as pessoas não experimentarem concretamente a misericórdia de Deus em suas
vidas, nossa proclamação do Evangelho apenas com palavras não poderá mudar
vidas. Mas é igualmente importante que nossas organizações de caridade não
sejam reduzidas a meras organizações humanitárias ou ONGs. Elas devem estar
prontas para proclamar a Boa Nova e se tornar conhecidas como realidades
animadas pelos discípulos de Cristo, que, portanto, dão vida às obras de
caridade. Isso não significa que nos empenhamos num proselitismo agressivo, mas
devemos encontrar oportunidades para compartilhar a Boa Nova de Jesus, e não
apenas fornecer ajuda material e temporal aos necessitados, porque eles também
precisam do Evangelho para encontrar a salvação para suas almas, e não apenas
para seus corpos.
Em
vossa cidade hipertecnológica, o trabalho da Igreja também faz uso amplo de
novas tecnologias...
Embora
o melhor meio de evangelização seja o testemunho pessoal de Cristo aos outros
por meio de nossas palavras e vidas, também devemos aproveitar os instrumentos
da mídia social para nos ajudar a divulgar a Palavra de Deus e compartilhar
nossa fé com os outros. Na arquidiocese, a mídia digital da Igreja nos ajuda a
nos comunicar com todos os católicos que baixam nosso aplicativo Catholic.sg.
Temos o Escritório de Comunicação para comunicar o Evangelho a todos em
plataformas impressas, radio-televisivas e digitais. Isso é particularmente
importante para a geração mais jovem. Mas as ferramentas continuam sendo
ferramentas. Se não tivermos pessoas movidas pela fé, as melhores ferramentas
não levarão à verdadeira conversão nem tocarão o coração de ninguém. Precisamos
de testemunhas apaixonadas de Cristo como nosso Senhor e Salvador. No trabalho
de evangelização, devemos confiar acima de tudo nas orações e em Sua graça, não
apenas em técnicas e estratégias ou no trabalho árduo.
Que
experiências missionárias foram mais importantes para o nascimento da Igreja em
Singapura?
A
Igreja é o que é hoje graças a nossos antepassados e aos missionários que
trouxeram a fé para Singapura. Temos uma dívida eterna com as Irmãs do Menino
Jesus, os Irmãos de La Salle, os Irmãos Gabrielistas, as Irmãs Canossianas e as
Missionárias Franciscanas de Maria por oferecerem educação e serviços sociais
aos pobres. Também somos gratos à Divina Maternidade Franciscana de Maria, que
fundou o primeiro hospital em Singapura. Acima de tudo, a Igreja é o que é hoje
graças aos Padres das Missões Estrangeiras de Paris (MEP), que iniciaram a
Igreja em Singapura em 1833 com o estabelecimento da primeira capela católica,
que mais tarde se tornou a Catedral do Bom Pastor. Sem sua contribuição, seus
sacrifícios, sua generosidade e, sobretudo, sua fé, a Igreja não seria o que é
hoje. Todos nós somos beneficiários do trabalho dos missionários que nos
antecederam, não apenas os católicos, mas todo o país. Foi graças a suas boas
obras, seu amor por Cristo e pela salvação das almas, que mais e mais pessoas
foram levadas a conhecer Cristo e a serem batizadas. É por isso que agora
devemos continuar a fazer o mesmo em Singapura e apoiar aqueles que são
chamados a proclamar Cristo também além das costas de Singapura, em gratidão
aos nossos missionários estrangeiros.
A
harmonia inter-religiosa é vigorosamente garantida e protegida pelas
autoridades políticas. Como o senhor vê essa intervenção direta das autoridades
políticas nas relações entre as diferentes comunidades religiosas?
Não
me sinto confortável com a afirmação de que “a harmonia inter-religiosa é
vigorosamente garantida e protegida pelas autoridades políticas”. É verdade que
o governo desempenha um papel importante na promoção da harmonia inter-religiosa,
mas sugerir que somos controlados ou manipulados pelo governo está longe da
verdade. O governo garante que nenhuma religião difame as pessoas de outras
religiões. Há liberdade de culto e religião em Singapura e o governo respeita
as crenças de todas as religiões, desde que não causem desordens públicas. O
governo vê as religiões como parceiras na promoção do bem comum de nosso país.
Nós não somos uma ameaça para eles e eles não são uma ameaça para as religiões.
Na verdade, o governo deixa claro que Singapura é um país multirracial e
multirreligioso com um governo laico. Mas Singapura não é um estado laico! O
governo valoriza o papel das religiões e somos gratos ao governo por confiar em
nós. Trabalhamos em conjunto com o governo para o bem de nosso povo. A promoção
da harmonia inter-religiosa é principalmente o trabalho da Organização
inter-religiosa, um órgão privado que reconhece a importância do diálogo. Ela
nem mesmo é um órgão estatal. Os líderes religiosos de Singapura são moderados
e estão cientes da necessidade de respeitar e promover a harmonia e a
compreensão mútua das crenças uns dos outros. Participamos das várias
celebrações religiosas uns dos outros. Organizamos fóruns para compartilhar
valores comuns e apreciar os credos uns dos outros.
Os líderes religiosos se
tornaram amigos uns dos outros; eles se apoiam e se incentivam mutuamente e, às
vezes, até se envolvem em trabalhos humanitários. Não consideramos a harmonia
racial e religiosa como algo garantido, pois é sempre um trabalho em andamento.
Os
conformismos do sistema de mídia global continuam a tratar o cristianismo como
a religião do Ocidente. Como esse “estereótipo” é percebido em Singapura?
Os
singapurianos são muito influenciados pelo Ocidente porque a maioria de nós foi
educada em inglês e viveu no exterior em países anglófonos. A geração mais
velha, que está passando, pode ter percebido o cristianismo como uma religião
do Ocidente. Mas não tenho certeza de que essa seja a percepção geral hoje. O
fato de 18,9% da população se identificar como protestante ou católica também
revela uma aceitação geral pela maioria das pessoas em Singapura. De fato, os
católicos têm feito muito pelo país em termos de educação, medicina e serviços
humanitários. Entretanto, não aceitamos uma visão ultra-exclusivista das
religiões, embora não neguemos a singularidade de cada religião.
O
senhor disse que em Singapura tem problemas pastorais semelhantes aos de muitos
países europeus. Quais são eles?
Singapura,
sendo uma sociedade altamente instruída, socialmente conectada e sofisticada,
rica e altamente influenciada pelo Ocidente, compartilha os problemas dos
países de primeiro mundo. Temos que enfrentar os desafios da mídia social, das
fake news e de todos os tipos de informações e desinformações que contaminam as
mentes dos nossos jovens. A geração mais jovem é muito influenciada pelas
opiniões ocidentais sobre relações entre pessoas do mesmo sexo e transgênero. O
mesmo se aplica ao divórcio e ao casar-se novamente. Como em muitos países
avançados, a geração mais jovem tende a ser mais individualista e egocêntrica,
preocupada com sua própria felicidade em vez de com o bem comum mais amplo da
sociedade. Eles querem desfrutar de todas as coisas boas da vida. Muitos estão
tão concentrados em suas carreiras que não têm tempo para o casamento e, mesmo
que se casem, não querem ter o peso de criar filhos. Com a prosperidade, há
muita independência e as mulheres não precisam mais se casar para se realizarem
na vida. Além disso, com o bem-estar e os altos níveis de instrução, muitos de
nossos jovens, tão imersos no mundo da ciência e da tecnologia, experimentando
todos os tipos de aventuras, tendem a ver as religiões como antiquadas e até
supersticiosas. Tudo se baseia apenas na ciência e na razão. A perspectiva da
fé é vista como ingênua. Eles são muito formados pelo mundo da Internet, que
lhes fornece tantas informações que os deixa paralisados para assumir qualquer
compromisso.
Às
vezes, alguém descreve Singapura como uma sociedade “perfeita”, onde todos os
problemas são resolvidos e todas as necessidades são atendidas. Mas será que é
isso mesmo?
Certamente,
não somos uma sociedade “perfeita”, mas tentamos fazer a coisa certa. Temos um
governo bom, sensível e inclusivo. O governo é muito respeitado pela população
e conquistou a confiança dos cidadãos para fazer a coisa certa e o melhor para
Singapura. Ele tenta manter a sociedade unida, com os ricos ajudando as pessoas
das classes mais baixas. Há leis rígidas que temos o prazer de cumprir, porque
isso é para o bem, a segurança e o bem-estar de nosso povo. Mas, como todos no
mundo, lutamos para encontrar a verdadeira felicidade, relacionamentos fortes e
afetuosas e, acima de tudo, um significado. Portanto, embora tenhamos paz,
harmonia, segurança e uma boa economia, isso não é tudo na vida. Nem só de pão
vive o homem. O que nossos jovens buscam hoje não é apenas conforto e prazer,
eles querem um significado e um propósito. E é aí que entra a religião. Quando
desempenho meu ministério para eles, sempre sugiro uma esperança na vida, uma
esperança que seja real, uma esperança que lhes dê a verdadeira felicidade por
meio de um encontro com o amor de Deus que sacia seus corações; e então, por
sua vez, eles dão suas vidas a serviço da comunidade e dos pobres. De fato, por
sermos abastados, as pessoas são muito religiosas porque agora buscam Deus não
porque querem favores materiais e temporais, mas porque buscam um significado
duradouro, um propósito, um relacionamento, o amor e a alegria na vida. É por
isso que Singapura é uma sociedade muito religiosa, com mais de 80% de adeptos
de uma religião ou outra. Mesmo entre os 20% que afirmam ser agnósticos, essa
definição não significa que sejam ateus, apenas que não pertencem a nenhuma
religião ou denominação, embora no fundo de seus corações reconheçam a presença
do Sagrado. É aí que temos a oportunidade de evangelizar, compartilhando com
eles que Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida. Somente Jesus pode lhes dar a
verdadeira segurança, um sentido e um propósito.
Quais
são os acentos do magistério e da pregação do Papa Francisco que mais tocam o
coração das pessoas em Singapura?
O
Papa Francisco é altamente respeitado e considerado um homem de Deus por muitos
singapurianos, mesmo entre os não católicos, por sua visão de promover a
harmonia no mundo, entre as religiões e o respeito pela Criação por meio do
diálogo. É a sua mensagem de misericórdia, compaixão e inclusão que conquista o
coração de muitos, sejam eles pessoas com orientação homossexual, transgêneros,
etc. Ele demonstra apreço pela contribuição das mulheres e dos idosos. Ele
defende os marginalizados, os pobres, os que não têm voz, os migrantes e os que
sofrem com as guerras. Ele se aproxima das comunidades religiosas não cristãs,
promove o diálogo inter-religioso e o respeito mútuo. Ele mostra ao mundo que o
catolicismo é realmente uma religião universal, porque abraça a todos e
respeita a todos sem exceção, independentemente de raça, idioma, cultura ou
religião. Dentro da Igreja, ele iniciou muitas reformas, transformando-a em uma
verdadeira Igreja evangelizadora, com leigos e clérigos corresponsáveis pela
missão. Ele uniu a Igreja, pedindo que ela fosse sinodal em todos os níveis da
vida eclesial, caminhando juntos no Espírito, ouvindo e discernindo juntos como
Igreja. Ele realmente representa o rosto de Cristo, compassivo e amoroso para
com todos.
(Fides)
Fonte:
Vatican News
*-------------------------------------------------------------.s
Singapura:
na cidade dos negócios, “a Igreja é o sal"
Na
paróquia Nossa Rainha da Paz, o pároco Timothy Yeo enfatiza o papel dos
católicos na cidade-estado e o pluralismo religioso que “educa para a aceitação
das diferenças”. A esperança dos leigos é que o Papa “consiga abrir as mentes
para a paz porque o mundo está sofrendo muito. Que o fato de ter enfrentado uma
viagem tão exigente seja um exemplo para estender a mão àqueles que precisam”.
Antonella
Palermo - Vatican News
Pluralismo
cultural e religioso: essa é uma das fortes conotações de Singapura, onde o
Papa Francisco desembarcou nesta quarta-feira (11/09) para a última etapa da
45ª viagem apostólica à Ásia e Oceania. Após o dramático parêntesis da ocupação
japonesa (1942-45), durante a qual a Igreja sofreu forte perseguição, a
comunidade católica retornou a viver nos Anos 50 do pós-guerra e a Igreja
intensificou o trabalho nos campos educativo, sanitário e social. Ela se
preparou para acolher o Pontífice com grande cuidado e entusiasmo. A enviada da
mídia do Vaticano, Delphine Allaire, documentou isso.
O pároco: Papa traz grande esperança
O
Pe. Timothy Yeo viveu na Itália por 10 anos, entre Roma e Macerata, e é o
pároco da Igreja de Nossa Senhora Rainha da Paz, construída em 1954. Ela
comemora seu aniversário de 70 anos em 2024 e expressa a devoção mariana que é
muito forte entre os católicos da ilha. “A visita do Papa é um evento histórico
e significativo porque ele vem para nos transmitir uma mensagem de
encorajamento e unidade”, explica.
Os
católicos são uma minoria, cerca de 300 mil, em prevalência imigrantes que
vieram para a cidade-estado para trabalhar; há 32 paróquias, relata ainda. “A
minha, por exemplo, é frequentada principalmente por filipinos, indonésios e,
em parte, italianos que vêm todos os domingos para a missa. Eles são fiéis que
estão bastante envolvidos na vida pastoral da paróquia”.
O
Pe. Yeo enfatiza o esforço para cultivar a comunhão e a paz fraterna. “Essa é a
nossa missão. Com a Associação São Vicente de Paulo, temos o compromisso de
ajudar as pessoas necessitadas, cooperando também com pessoas de outras
religiões: budistas, taoístas, muçulmanos. A presença do Papa traz muita
esperança. Sua figura é muito importante para todos nós. Olhar para Jesus nos
dá uma carga importante para nosso crescimento espiritual”. O padre enfatiza
que, em um contexto em que a riqueza e o desenvolvimento são sedutores, aqui
mesmo, “em meio ao business, ao cassinos, às indústrias, a Igreja é sal. É uma
missão que se move lentamente”.
É forte o envolvimento dos leigos na vida pastoral
Junto
com o pároco, está a leiga Monica Fontanese. “É uma realidade bastante pequena,
mas que está sentindo a chegada do Santo Padre com grande intensidade. Há muito
entusiasmo”, diz ela. “Os católicos daqui prepararam muitos eventos e o
receberão da melhor maneira possível, e estão muito agradecidos, considerando o
esforço que o Bispo de Roma, em sua idade avançada, faz para vir até aqui. É
exatamente aqui que se espera que o Papa enfatize os conceitos de tolerância,
respeito mútuo e integração, que têm a paz como seu destino final”. Ela
enfatizou como Singapura é um mosaico de culturas e crenças e “para nós, esse é
um grande exemplo; esperamos que a visita do Papa também seja incisiva nesse
sentido para que, quando voltarmos à Itália, também possamos ter nossos olhos
abertos”.
A comunidade católica italiana
Ela
observa que os Singapurianos ainda vivem profundamente a fé e as celebrações
cristãs. “Provavelmente, na Itália, estamos dando muitas coisas como certas
demais e nos afastamos um pouco. Aqui as igrejas estão cheias nas missas. Para
nós, isso tem sido um incentivo para redescobrir a participação nas liturgias”.
E acrescenta que é muito animador ver os padres muito atentos à vida
comunitária, “eles convidam você a fazer parte dela. Então, tentamos estar lá,
é fascinante, muito envolvente”. A esperança é que o Pontífice consiga abrir as
mentes e os olhos das pessoas para a paz porque, “como vemos, o mundo está
sofrendo muito. O fato dele, na sua idade, ter se lançado em uma viagem tão
exigente deve ser um grande exemplo para todos nós, ajudando-nos a estender a
mão aos necessitados”.
O mosaico de crenças e culturas: “a coisa mais linda"
Cecilia
Sava está em Singapura desde 2015 e, três anos depois, começou a frequentar a
comunidade católica italiana. Seus dois filhos receberam o sacramento da Crisma
e, assim, criou-se esse vínculo. Alessia Bolani tem uma experiência semelhante.
Seus dois filhos também iniciaram seu percorso de fé aqui. “Somos gratos ao
Papa, nós o recebemos de braços abertos. Há uma forte comunidade católica aqui.
Há esperança, felicidade e alegria. Acima de tudo, para nós que moramos tão
longe da Itália, sua presença é muito significativa porque é uma forma de nos
reconectarmos com a Itália”.
A
harmonia entre várias religiões - com a predominância do budismo (cerca de 33%
de uma população de 5 milhões) e uma presença significativa de cristãos (18%) e
muçulmanos (cerca de 14%), à qual se soma uma comunidade hindu menor - é um
ponto forte dessa encruzilhada que é Singapura. A contiguidade territorial de
igrejas e templos “é a coisa mais linda”.
Singapura, academia para para se educar à integração
E
as crianças que são educadas aqui, ressaltam as duas mulheres, têm exatamente a
oportunidade de respirar a convivência possível. “A escola é um exemplo
importante para esse tipo de crescimento. Ela promove uma abertura, um
conhecimento e uma consciência que eu não tinha”, explica Alessia. “E educa a
capacidade de aceitar as diferenças sem deixar de ser fiel à própria cultura. É
certamente uma abordagem que muda a maneira como você interage com os outros.
Aqui, por exemplo, no calendário escolar, os rituais de diferentes religiões
são incorporados às atividades nas quais você tem experiência direta”. E as
experiências de voluntariado contam muito, explica Cecilia, mesmo dentro de
outras comunidades religiosas, o que permite conhecer o outro e é “uma riqueza
extraordinária”.
Fonte:
Vatican News
*-------------------------------------------------------------.s
A
Igreja Católica em Singapura
A
história da Igreja em Singapura está intimamente ligada à da vizinha Malásia,
onde os primeiros missionários chegaram vindos de Portugal no século XVI, após
os colonos portugueses. São Francisco Xavier chegou a Malaca em 1545 e em 1558
o território foi erigido como diocese sufragânea da Arquidiocese de Goa, então
colônia portuguesa na Índia.
Vatican
News
A
Igreja Católica em Singapura tem 1 Circunscrição Eclesiástica, 29 paróquias, 3
centros pastorais e pouco menos de 395 mil católicos, pastoreados por 3 bispos
e assistidos por 77 sacerdotes diocesanos, 79 sacerdotes religiosos (156 no
total), 2 diáconos permanentes, 33 religiosos não sacerdotes, 156 religiosas
professas, 30 seminaristas maiores e 1 missionário leigo.
Os
Centros de educação de propriedade e/ou dirigidos por eclesiásticos ou religiosos
são: 37 escolas maternais (crianças até 5 anos) e primárias, atendendo 26.797
crianças; 17 médias inferiores e secundárias, com 10.205 estudantes e 2
superiores e universitárias., com 1.542 estudantes.
A Arquidiocese de Singapura
Arquidiocese
de Singapura (18 de dezembro de 1972), Diocese de Malaca em 4 de fevereiro de
1558; Vicariato Apostólico de Malaca-Singapura em 10 de setembro de 1841;
Diocese de Malaca em 10 de agosto de 1888; arquidiocese em 19 de setembro de
1953; acrescentada a denominação de Singapura e Metropolia em 25 de fevereiro
de 1955.
Tem
729 km², 5.637.000 habitantes, 29 paróquias; 3 igrejas; 77 sacerdotes
diocesanos (1 ordenado no último ano); 79 sacerdotes regulares residentes na
diocese (1 ordenado no último ano); 2 diáconos permanentes; 16 seminaristas dos
cursos de Filosofia e Teologia; 126 membros de institutos religiosos
masculinos; 156 membros de institutos religiosos femininos; 56 instituições de
ensino.
O
arcebispo de Singapura é o cardeal William Seng Chye Goh, nascido em Singapura
em 25 de junho de 1957; ordenado em 1º de maio de 1985; eleito coadjutor de
Singapura em 29 de dezembro de 2012; consagrado em 22 de fevereiro de 2013;
sucedido como coadjutor em 18 de maio de 2013; criado cardeal pelo Papa
Francisco no Consistório de 27 de agosto de 2022, assumindo a titularidade de
Santa Maria “Regina Pacis” em Ostia mare.
Igreja em Singapura - Origens
A
história da Igreja em Singapura está intimamente ligada à da vizinha Malásia,
onde os primeiros missionários chegaram vindos de Portugal no século XVI, após
os colonos portugueses. São Francisco Xavier chegou a Malaca em 1545 e em 1558
o território foi erigido como diocese sufragânea da Arquidiocese de Goa, então
colônia portuguesa na Índia.
Após
a ocupação do arquipélago pelos holandeses, de fé calvinista, o culto católico
foi proibido. O catolicismo foi reabilitado após a aquisição de Singapura pela
Companhia Britânica das Índias Orientais (1819).
Em
1821 um missionário encontrou cerca de 12 católicos na ilha, que aumentaram para
200 em 1829 e 500 em 1838. Em 1825 chegaram os missionários portugueses e
alguns anos mais tarde a Sociedade para Missões Estrangeiras de Paris (MEP) que
fundou igrejas e escolas. A um deles, Jean-Marie Beurel (1813-1872), deve-se a
construção da Catedral do Bom Pastor, de uma escola masculina dirigida pelos
Irmãos das Escolas Cristãs e de uma para meninas dirigida pelas Irmãs do Menino
Jesus.
Desde
o início os católicos da então Diocese de Malaca estavam subdivididos em duas
jurisdições, devido a um conflito de longa data entre a Santa Sé e Portugal
sobre o chamado Padroado Real, que só foi resolvido em 1886 com a assinatura de
uma nova Concordata. Os católicos da missão portuguesa foram colocados sob a
autoridade do Bispo de Macau (então colônia portuguesa), e os da missão
francesa sob a autoridade do Vigário Apostólico de Ava e Pegu (então Birmânia).
A
Diocese de Malaca foi suprimida em 1840 e substituída em 1841 pelo Vicariato
Apostólico do Sião Ocidental, então Vicariato Apostólico de Malaca-Singapura.
Em 1888 foi restaurada a Diocese de Malaca e a partir desse momento a Missão
Portuguesa e a dos missionários MEP trabalharam em conjunto consolidando a
presença da Igreja em Singapura.
Por
força da Concordata de 1886, as paróquias de São Pedro em Malaca e de São José
em Singapura ficaram sujeitas à jurisdição dos bispos de Macau até 1981, ano em
que passaram respectivamente para a Diocese de Malaca-Johore (atual
Melaka-Johor) e à Arquidiocese de Singapura.
Após
o dramático período da ocupação japonesa (1942-45), durante o qual a Igreja
sofreu pesadas perseguições, nos anos 50 do pós-guerra a comunidade católica
renasceu e a Igreja intensificou o seu trabalho nos campos educativo, sanitário
e social.
Em
1972, Singapura foi elevada à Arquidiocese imediatamente sujeita à Santa Sé e
em 1977 dom Gregory Yong tornou-se o seu primeiro arcebispo. Será sucedido por
dom Nicholas Chia, o primeiro nascido na cidade-Estado e depois, em 2013, por
dom William Goh Seng Chye, que foi criado cardeal em 2022.
Após
o estabelecimento de relações diplomáticas com a Santa Sé em 1981, em 20 de
novembro de 1986, Singapura recebeu a visita de São João Paulo II no âmbito da
sua 32ª Viagem Apostólica a Bangladesh, Singapura, Fiji, Nova Zelândia (18 de
novembro a 1 de dezembro de 1986)
A Igreja em Singapura hoje
Estado secular e pluralista
Singapura
é uma cidade multiétnica e multi-religiosa, com uma componente budista
predominante (cerca de 33% dos seus mais de 5 milhões de habitantes) e uma
presença significativa cristã (18%) e muçulmana (cerca de 14%) à qual se deve
acrescentar uma comunidade hindu menor. Este pluralismo ajudou a moldar as
relações entre instituições e religiões.
Singapura é um Estado secular
A
Constituição garante plena liberdade religiosa – liberdade de professar,
praticar e difundir crenças religiosas – desde que as atividades religiosas não
contrariem leis relativas à ordem pública, saúde ou moralidade. Outro
conceito-chave expresso na Constituição é a manutenção da harmonia religiosa
implementada principalmente por meio de uma lei aprovada em 1990 que autoriza o
Ministério do Interior a emitir ordens restritivas contra aqueles dentro de um
grupo religioso que instigam hostilidades contra membros de outra confissão,
realizam atividades subversivas ou encorajam outros a fazê-lo sob o pretexto de
praticar uma religião.
De
forma geral, as políticas das autoridades de Singapura são marcadas pela
promoção do diálogo e da colaboração com as religiões, especialmente nos
âmbitos educativo e social. Entre as diversas iniciativas apoiadas pelo
Governo, destaca-se a Organização Inter-Religiosa (Iro), uma ONG que promove a
partilha de diferentes experiências de fé. A coexistência pacífica entre as
religiões também é favorecida pela frequência de casamentos mistos na
cidade-Estado.
Boas relações entre Estado e Igreja
Desta
situação se beneficia naturalmente, também a Igreja Católica. As relações com o
Estado, que mantém relações diplomáticas com a Santa Sé desde 1981, são boas,
como confirmado em 2015 pelo então primeiro-ministro Lee Hsien Loong por
ocasião das celebrações do 50º aniversário da independência e em 2016, durante
a visita oficial ao Vaticano do então presidente da República, Tony Tan Keng
Yam.
Uma Igreja vital e dinâmica
Com
os seus 176.000 fiéis em uma população de mais de 5 milhões de habitantes, a
Igreja Católica é uma das mais dinâmicas e vitais do Sudeste Asiático, com um
alto percentual de praticantes, apesar da difusão de valores consumistas e
estilos de vida materialistas na sociedade de Singapura.
Metade
dos católicos costuma frequentar a Missa dominical, enquanto se constata
igrejas cheias graças aos migrantes que representam uma componente importante
da Igreja local.
Os
dados mais recentes do Escritório de Estatísticas de Singapura revelam que o
cristianismo, e em particular o catolicismo, é a única religião em crescimento
na cidade-Estado. Uma vitalidade confirmada tanto pela presença ativa da Igreja
no campo social como pela grande e participativa participação nas liturgias.
Fonte:
Vatican News
-------------------------------------------------------------.
Singapura,
a cidade-Estado que recebe o Papa Francisco
Co-fundadora
da Associação das Nações do Sudeste Asiático (1967), Singapura continua a ser
um dos maiores portos do mundo, entre os principais para o tráfego de
contêiners. A rápida modernização do país, a industrialização avançada e a
eficiência da sua administração atraíram numerosos investidores estrangeiros.
Além da indústria e do comércio, as atividades bancárias e financeiras são de
grande importância.
Vatican
News
Singapura
é uma cidade-Estado, composta por uma ilha principal, Singapore Island,
e cerca de sessenta ilhas muito menores, das quais as principais são: Pulau
Ujong (640 km2), Jurong (32 km2), Tekong (24,5 km2) e Ubin (10 km2).
Localiza-se
no sudeste da Ásia, a 137 quilômetros a norte da linha do Equador, no extremo
sul da península malaia, da qual está separada pelo Estreito de Johore. O
Estreito de Singapura, por outro lado, separa-a de três ilhas indonésias:
Bintan, Batam e Bulan. Esta localização, no cruzamento de todas as rotas
marítimas do Extremo Oriente, contribuiu consideravelmente para o desenvolvimento
econômico e cultural do país, tornando-o um dos centros comerciais e
financeiros mais fervilhantes do mundo.
Grande
parte de seu território é plano, com altura máxima de 164 m,etro - mais
especificamente da colina Bukit Timah -, e caracterizado por costas ricas em
manguezais, baixas e arenosas - com exceção do sul, no trecho rochoso de Pasir
Panjang - e por uma floresta sempre verde, Singapura é, junto com o Rio de
Janeiro, a única cidade do mundo a abrigar uma floresta tropical dentro de uma
área urbana. O maior curso d'água é o Seletar, com apenas 15 km de extensão. O
clima da ilha é equatorial, muito quente e úmido, com chuvas abundantes durante
todo o ano.
Capital:
Singapura (5.920.000 habitantes)
Superfície: 683 km2 (Itália: 302.073 km2)
População: 5.637.000 habitantes.
Densidade: 8.253 habitantes/km²
Idioma: inglês, chinês, malaio, tâmil (oficial)
Principais grupos étnicos: chineses (74%), malaios (13,5%), indianos (9%)
Religião: budistas (33%), cristãos (18 %), católicos (3,5%), muçulmanos (15%),
taoístas (11%), hindus (5%), não religiosos (17%)
Forma de governo: república parlamentar
Moeda: dólar de Singapura (1 EUR = 1,45 SGD)
Singapura
(em sânscrito "Simhapura”, “Cidade do leão”) é uma pequena ilha localizada
ao sul da Malásia. Importante centro de comércio já no final da Idade Média, o
seu território foi cedido em 1819 pelo Sultão de Johor (Malásia) à Companhia
Britânica das Índias Orientais, tornando-se durante o século XIX a principal
base naval britânica no leste Asiático. Neste período a ilha registou um claro
aumento do número de habitantes, graças também ao fluxo de migrantes chineses e
indianos.
Durante a
ocupação japonesa, entre 1942 e 1945, a população sofreu massacres e quase toda
a infraestrutura da ilha foi destruída. Retornando aos ingleses após o fim do
conflito em 1959, obteve o autogoverno dentro da Commonwealth (fundada
pelo Parlamento do Reino Unido, é uma organização intergovernamental de 56
Estados independentes, quase todos tendo em comum a sua antiga pertença ao
Império Britânico, do qual representa uma espécie de desenvolvimento em uma
base voluntária) e em 1963 tornou-se parte da Federação da Malásia da qual saiu
em 9 de agosto de 1965, tornando-se independente como República de Singapura
associada à Commonwealth.
Singapura
é uma república parlamentar, com uma estrutura legislativa unicameral eleita a
cada cinco anos. Desde 1959, a cidade-Estado sempre foi governada pelo Partido
de Ação Popular (PAP), guiado pelo "pai fundador" Lee Kuan Yew e
depois por seu filho Lee Hsien Loong.
Primeiro-ministro
de 1959 a 1990, Yew lançou um ambicioso programa de modernização e
industrialização que permitiu ao país, carente de matérias-primas, tornar-se um
dos quatro chamados "Tigres Asiáticos" juntamente com Hong
Kong, Taiwan e Coreia do Sul. Em 1990, o cargo de primeiro-ministro foi
assumido por Goh Chok Tong, mas Yew continuou a desempenhar um papel de
liderança no governo da ilha até 2011, quando finalmente se retirou da vida
política.
Em 2004,
o filho de Yew, Lee Hsien Loong, tornou-se o terceiro primeiro-ministro de
Singapura. Caracterizado por um estilo pragmático, Lee tornou-se o garante do
bem-estar, do equilíbrio étnico-religioso e do prestígio internacional da
cidade-Estado, cujo papel financeiro relançou, atualmente em crescimento,
graças também à crise da rival Hong Kong. Uma liderança que teve poucos
adversários e que perseguiu a gestão do Estado com base no conceito de
“democracia guiada” desenvolvido pelos fundadores. É uma ideia de administração
altamente centralizada que visa a ordem e o bem-estar, liberal a nível
econômico, mas com uma forte contribuição pública.
Em 15 de
maio de 2024, Loong foi sucedido por Lawrence Wong, à frente também do
Ministério das Finanças. O novo primeiro-ministro deve abordar várias questões problemáticas:
o envelhecimento da população, as tensões étnicas e religiosas, o bem-estar
público cada vez mais insuficiente, as necessidades de habitação.
Os
contrastes sociais também dizem respeito à mão de obra migrantes (38% da
força de trabalho, 1,5 milhões de indivíduos) frequentemente discriminados e
mal integrados. Co-fundadora da ASEAN, a Associação das Nações do Sudeste
Asiático (1967), Singapura continua a ser um dos maiores portos do mundo, entre
os principais para o tráfego de contêiners. A rápida modernização do país, a
industrialização avançada e a eficiência da sua administração atraíram
numerosos investidores estrangeiros. Além da indústria e do comércio, as
atividades bancárias e financeiras são de grande importância. Singapura é
também um importante destino turístico e o principal centro de conferências da
Ásia.
Fonte:
Vatican News
-------------------------------------------------------------.
Dom
Jaime Spengler: a Eucaristia nos leva ao mundo
Realizou-se
em Quito, de 8 a 15 de setembro, o 53º Congresso Eucarístico Internacional
sobre o tema “Fraternidade para curar o mundo”. Dom Jaime Spengler reflete
sobre o encontro.
Vatican
News
Por
ocasião do 53º Congresso Eucarístico Internacional em Quito o Papa
Francisco enviou uma mensagem na qual elogiou o tema escolhido recordando que
“as lições que podemos aprender com a Sagrada Eucaristia sempre nos
surpreendem”. Citando Santo Agostinho Francisco disse “que o sinal do pão
acende no Povo de Deus o desejo de fraternidade, pois assim como o pão não pode
ser amassado de um único grão, também devemos caminhar juntos, porque ‘embora
sejamos muitos, somos um só corpo, um só pão’. É assim que crescemos como
irmãos, é assim que crescemos como Igreja, unidos pela água do batismo e
purificados pelo fogo do Espírito Santo.
O
arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB e do CELAM destacou em uma
mensagem na conclusão do Congresso, que “reunimo-nos aqui nestes dias para
celebrar o grande presente que Jesus nos deu: Ele mesmo se torna alimento para
a salvação do mundo! Somos chamados a ser uma fraternidade que se alimenta do
corpo e do sangue do Senhor para curar o mundo! Uma fraternidade que se reúne
em assembleia ao redor da mesa da Palavra e do Corpo do Senhor.
Jesus –
continua o texto de dom Jaime -, reza por nós que formamos o Corpo do Senhor;
ele reza também por aqueles que acreditarão nele por meio de nossas palavras e
de nosso testemunho. Jesus conta com você, comigo, com todos nós! Não nos
esqueçamos de que o início da comunidade dos seguidores de Jesus encontrou sua
força no chamado de Jesus à amizade, à intimidade com ele.
O
presidente do CELAM reafirma que é uma comunidade reunida para acolher a
Palavra. Uma Palavra que é luz para nossos passos, escolhas e decisões. Uma
comunidade reunida para compartilhar o Corpo e o Sangue do Senhor.
É
surpreendente que o Senhor, ao falar do pão e do vinho, não diga isto é o meu
espírito, isto é a minha alma; ele simplesmente diz: “Isto é o meu corpo” e
“isto é o meu sangue”. O corpo e o sangue – destaca dom Jaime - são uma
manifestação imediata e concreta da pura gratuidade da vida. Portanto, quando o
Senhor diz “este é o meu corpo... este é o meu sangue”, ele está nos dizendo:
“vejam, aqui estou eu, inteiro...”. Em outras palavras: “aqui está o máximo do
meu esforço para me entregar ao Pai e a vocês, meus amigos. Isso é tudo para
mim”. Talvez possamos ouvir o Senhor dizendo a cada um de nós: “Só espero que
vocês me recebam e façam de mim seu alimento, comida e bebida; façam de mim sua
irmandade...”.
Na sua
mensagem o presidente do CELAM evidencia ainda que Corpo e sangue são a
revelação do modo de ser do Deus de Jesus Cristo: pura doação a toda criatura.
Ao nos ordenar “fazei isto em memória de mim”, Jesus realiza um ato de pura fé
na aceitação amorosa do ser humano. Portanto, quando participamos da celebração
da Eucaristia, acolhendo a Palavra do Senhor, compartilhando seu Corpo e
Sangue, expressamos nossa participação na própria vida do Senhor, formamos uma
fraternidade, somos irmãos!
Vivemos
em um mundo ferido, - continua o texto - e juntamente com a ferida da pobreza e
da fome para muitos, a crise ecológica talvez seja a outra grande ferida do
mundo. Uma ferida que somos convidados a curar porque somos a ponte entre Deus
e o mundo e também somos responsáveis pelo destino da criação. A própria
possibilidade do futuro da humanidade depende, portanto, de nossas escolhas e
decisões.
Jesus diz
a todos: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo
10:10). Ao mesmo tempo, ele nos ordena a “fazer isso em memória de mim”. Fazer
o quê? Vamos oferecer ao Pai sua própria criação, um lugar de vida para todos!
Somos o
trabalho das mãos de Deus – sublinha dom Jaime -, somos criaturas de Deus,
evidenciando que recebemos um presente especial: a liberdade! Como seres
livres, somos “sacerdotes da criação”. Sacerdotes da criação em um mundo
ferido. Assim como Jesus é o sacerdote da Nova Aliança entre o Pai e a
humanidade, nós somos “sacerdotes da criação” em um mundo ferido. Ao tomarmos o
mundo em nossas mãos, integrando-o criativamente e remetendo-o a Deus,
cooperamos para libertar a criação de seus limites, curando feridas e, assim,
promovendo a vida.
Dom Jaime
Spengler chama a atenção para a crise ecológica que estamos vivenciando e que a
mesma está relacionada à perda da sacralidade dos elementos da natureza em
nossa cultura. Alguém pode se perguntar: o que isso tem a ver com a Eucaristia?
Bem, -
responde o presidente do CELAM - a Igreja sempre entendeu a Eucaristia como a
ação de toda a assembleia reunida, ou seja, de toda a Igreja em favor da vida,
construindo a fraternidade. O caráter fundamental da Eucaristia é que ela é uma
reunião e uma ação na qual todo o mistério de Cristo é contemplado e vivido, ou
seja, a salvação do mundo, promovendo a fraternidade universal! A Eucaristia
não nos afasta do mundo. Pelo contrário, ela nos leva ao mundo. A Igreja sempre
reconheceu um forte vínculo entre a Eucaristia, a vida comunitária, a sociedade
e a criação.
No seu
texto dom Jaime recorda ainda que no próximo ano, a COP30 será realizada na
cidade de Belém, Brasil e afirma que essa “é uma oportunidade privilegiada para
os discípulos de Jesus expressarem o que são: sacerdotes da criação! Sacerdotes
da criação em um mundo ferido, determinados a oferecer os dons da criação ao Pai;
dispostos a cooperar na cura das feridas do mundo; prontos para testemunhar o
poder do amor que dá vida a todas as coisas”.
Jesus
continua a pedir ao Pai por cada um de nós, - conclui dom Jaime - para que
sejamos um e para que o mundo acredite que Ele é o enviado do Pai. Reze para
que possamos contemplar Sua glória. Em Jesus podemos confiar. Ele permanece de
pé. Ele nos acompanha fielmente no caminho da vida. Ele é o Caminho, a Verdade
e a Vida. Ele veio para que todos tenham vida, e vida em abundância!
Fonte:
Vatican News
-------------------------------------------------------------.
Servas
do Santo Menino Jesus: servir a Deus através da educação
O
carisma das Irmãs da Congregação das Servas do Santo Menino Jesus é a educação
de crianças. Por isso elas estão na frente de várias escolas na África e levam
a solidariedade da Igreja às cidades e aldeias onde trabalham.
Emmanuella
Dakurah
As
Servas do Santo Menino Jesus são uma congregação internacional fundada pela
Serva de Deus Mary Charles Magdalen Walker, das Irmãs da Caridade Irlandesas. A
convite do vigário apostólico da Nigéria Meridional e da África Ocidental, dom
Joseph Shanahan, a religiosa chegou à Nigéria em 1923 com a intenção de
oferecer o seu ministério no campo da evangelização e da promoção das mulheres
através da educação.
A
Madre Mary Charles testemunha com a sua vida aquilo que prega, nomeadamente ser
tudo para todos, empenhando-se em qualquer ministério que possa ajudar a elevar
o nível de vida das pessoas que serve. Trabalha incansavelmente durante décadas
como educadora, nos cuidados médicos, como catequista e como assistente social.
Uma congregação religiosa indígena
O
desejo da Madre Mary Charles de fundar uma congregação religiosa indígena
torna-se realidade quando, em 1931, quatro das jovens alunas da St.
Joseph’s Convent School em Calabar, na Nigéria, pedem para se tornarem
religiosas. O nome que escolhem para a nova congregação, erigida canonicamente
em abril de 1937, é “Handmaids of the Holy Child Jesus” (Servas do Santo Menino
Jesus); em 1971, torna-se uma congregação de direito pontifício. Nas décadas
seguintes, as Servas continuam a evoluir no seu carácter internacional e
interétnico: de fato, muitas religiosas vêm de toda a Nigéria, Camarões, Togo,
Gana, Serra Leoa, depois da Inglaterra e do Quênia. Atualmente, a congregação
tem sedes na Nigéria, Gana, Camarões, Togo, Serra Leoa, Quênia, Tanzânia,
Itália, Alemanha, Londres, Estados Unidos da América, Canadá e Granada.
A educação é uma missão
As
Servas do Santo Menino Jesus dedicam-se à transformação de vidas através do
testemunho profético da vida consagrada, da vida comunitária, da liderança
participativa e do ministério apostólico, com uma opção especial pelos pobres,
mulheres e crianças. A educação das crianças é um dos apostolados mais
vibrantes das irmãs: de fato, as Servas são geralmente conhecidas como boas
professoras e administradoras de escolas.
«Nestes
pequeninos vemos Jesus, e é uma alegria vê-los crescer no conhecimento e no
amor de Deus», diz uma das irmãs. O objetivo é formar a pessoa no seu todo, por
conseguinte, a moral, a disciplina, as virtudes e o estudo: essa abordagem
ajuda os alunos a tornarem-se cidadãos responsáveis.
As irmãs são professoras, catequistas, apóstolas
Em
algumas das escolas que dirigem, as Servas aplicam o método Montessori,
seguindo os passos da sua fundadora, que tinha utilizado essa abordagem na
escola feminina St. Joseph Girls’ School, em Calabar, na Nigéria. A
Madre Mary Charles afirmou sem dúvida que, em comparação com um jardim de
infância “normal”, o Método Montessori ajuda a desenvolver as diferentes
qualidades das crianças.
«A
criança nativa tem a faculdade de se destacar em qualquer virtude: tudo o que é
necessário é tempo, paciência e oportunidade», escreveu a Madre Mary. Ela
exortava sempre as suas irmãs a lembrarem-se desta máxima: “cada professor é
catequista e apóstolo”. Ao transmitir o seu legado, as Servas continuam
educando as crianças, empenhando-se no ministério de Cristo do ensino, do
cuidado e da catequese nas suas muitas escolas.
As “Ancilla Schools” em Gana
Em
Gana, as Servas do Santo Menino Jesus são conhecidas pelas várias escolas que
dirigem sob o nome de “Ancilla Schools”: «Estamos determinadas a formar os
nossos jovens mental, física e espiritualmente: em suma, uma formação
holística», dizem as irmãs. As numerosas escolas oferecem educação em
diferentes níveis, desde o jardim de infância até à universidade. Em todos os
aspetos do seu ensino, as irmãs têm como objetivo preparar os alunos para
enfrentarem os desafios da vida, em vez de se limitarem a procurar obter
simplesmente um diploma.
O
seu ministério inclui também escolas especiais para crianças com deficiências,
um serviço que dá muita esperança aos seus pais. «Não nos limitamos a educar as
crianças; pedimos fundos a organizações e indivíduos para comprar aquilo de que
necessitam, como muletas, cadeiras de rodas, uniformes e para pagarem as despesas
da universidade», continuam as irmãs.
Em
algumas aldeias do Gana, muitas crianças não têm acesso a uma educação de
qualidade, por isso as irmãs criam comunidades nessas áreas onde podem alargar
o seu ministério a estes jovens, para que sejam formados para enfrentar o seu
futuro com o coração, a mente e as mãos. Em todos os aspectos do seu ministério
educativo, as irmãs esforçam-se por ter em mente o objetivo de proporcionar um
elevado nível de educação, seguindo os passos da sua fundadora: «Nos jovens, vemos
o futuro da Igreja e do mundo em geral».
Fonte:
Vatican News
-------------------------------------------------------------.
Jogos
Paralímpicos: não um super-herói, mas alguém que conquistou sua vida de volta
Rigivan
Ganeshamoorthy, um atleta paralímpico de Roma, de origem cingalesa, surpreendeu
nos Jogos de Paris no lançamento de disco com três recordes mundiais
consecutivos. 'Rigi', como é conhecido, falou à mídia do Vaticano sobre
esporte, deficiência, inclusão e racismo.
por
Rigivan Ganeshamoorthy
Levei
alguns dias para tentar entender o que aconteceu nas Paralimpíadas de Paris -
ouro no arremesso de disco com três recordes mundiais -, mas ainda tenho
dificuldade para entender que isso não é um sonho. Tentei jogar duas pizzas no
rosto, mas não funcionou da mesma forma....
Brincadeiras
à parte. Gostaria de agradecer à minha família, aos meus amigos e a todos os
assistentes, técnicos e instrutores que estiveram ao meu lado e contribuíram
para essa vitória: vocês foram fundamentais. Agradeço à minha empresa, a Anthropos,
por ter acreditado em mim e em meu potencial. Depois, gostaria de agradecer a
todas as pessoas que dedicaram seu tempo para me enviar uma mensagem ou me
parabenizar. Infelizmente não posso responder a todos, mas sinto o carinho e
isso significa muito para mim, obrigado.
Por fim,
gostaria de aproveitar esta oportunidade para dizer algo. Atualmente, muitas
pessoas têm me chamado de “super-herói”. Bem, eu não me sinto como um
“super-herói” de forma alguma. Sou apenas um rapaz de 25 anos que assumiu o
controle da sua “nova vida” e decidiu aproveitar todas as oportunidades. Uma
delas foi o esporte, em vez de se trancar em casa para não ser alvo dos olhares
de pena das outras pessoas. É claro que tudo isso não foi imediato, mas levou
tempo e as pessoas certas ao meu lado.
Portanto,
mais do que um “super-herói”, acho que sou uma pessoa forte e sortuda porque
tive pessoas ao meu lado que me ajudaram muito, me apoiaram e me deram força.
Sem elas, eu nunca teria conseguido!
Dedico
esta medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos a toda a Itália e a todos os
italianos. Dedico a todas as pessoas com deficiência que ganharam força e
retomaram suas vidas com suas próprias mãos, mas especialmente a todos aqueles
que estão trancados em casa e se sentem “limitados” por sua condição. Se há
algo que a deficiência me ensinou é que, por trás de toda limitação, existe a
oportunidade de encontrar uma solução, e que os limites existem para serem
superados. Amo vocês. Assinado Rigi (er negretto). - Fonte: Vatican
News
-------------------------------------------------------------.
Oração
em véspera de Assembleia Geral da ONU: “unidade sobre divisões", diz
Guterres
A
inauguração da 79ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York
foi precedida por uma momento de oração. O bispo David J. Malloy, presidente do
Comitê de Justiça e Paz Internacional da Conferência dos Bispos Católicos dos
EUA, enfatizou as prioridades do Papa Francisco no cenário internacional que
são agendas comuns também para a ONU. Guterres reiterou urgência da “unidade
sobre as divisões, da c
Vatican
News
A 79ª
sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas começa nesta terça-feira (10/09)
em Nova York, nos Estados Unidos. Philemon Yang, ex-primeiro-ministro de
Camarões, foi eleito presidente da sessão para dar início aos trabalhos. A
inauguração foi precedida na noite de segunda-feira (09/09) pela oração de
abertura, organizada pela Missão da Santa Sé junto à ONU.
Na
abertura, o secretário-geral Antonio Guterres reiterou a importância e o valor
da fé, apesar das crises, guerras e desigualdades, porque ensina a ter fé nos
valores e fé uns nos outros. Ele expressou gratidão pela proximidade espiritual
e pelas “orações por todos os líderes governamentais” e enfatizou a urgência da
“unidade sobre as divisões, da confiança sobre o medo, da tolerância sobre o
desprezo, da paz”: todos os elementos que nos fazem acreditar que “existe um
mundo melhor” e existe também “um mundo que é mais justo, mais em paz, mais
sustentável” para todos.
Na
homilia, o bispo David J. Malloy, presidente do Comitê de Justiça e Paz
Internacional da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA, enfatizou várias
vezes que o reconhecimento e a defesa da dignidade humana é o fundamento da
Carta da ONU e de sua missão perene. “O trabalho das Nações Unidas, os esforços
contínuos para os quais pedimos a bênção de Deus nesta noite, devem ser
dedicados ao fortalecimento e à construção da dignidade da natureza humana que
vem do nosso Criador”, enfatizou dom Malloy, lembrando o que o Papa Francisco havia
dito durante sua visita à ONU em 2015, quando recomendou que as Nações Unidas,
como a “casa comum de todos os homens e mulheres”, deve ter como base “uma
compreensão justa da fraternidade universal e o respeito pela sacralidade de
cada vida humana de cada homem e mulher, dos pobres, dos idosos, dos doentes,
dos não nascidos, dos desempregados, dos abandonados, daqueles que são
considerados dispensáveis porque são considerados apenas parte de uma
estatística”.
O bispo
também lembrou a celebração do aniversário de 60 anos da presença da Santa Sé
na ONU como um estado observador e seu compromisso de defender a dignidade da
pessoa em todos os fóruns internacionais. Por fim, enfatizou as prioridades do
Papa Francisco no cenário internacional: a paz no Oriente Médio, apesar de as
partes serem “incapazes de encontrar um caminho comum para a negociação”; “a
paz justa na Ucrânia, o fim do sofrimento nos países da África subsaariana”; o
fim da “discriminação e opressão da religião”; a ameaça “das armas nucleares, a
degradação do meio ambiente e a tragédia da migração forçada”. Todos os temas
são agendas comuns tanto para Francisco quanto para as Nações Unidas. A
celebração contou com a presença de Dennis Francis, presidente cessante da 78ª
sessão da Assembleia Geral, e do novo presidente, Philemon Yang.
Colaboração:
Agência de Notícias Sir - Fonte: Vatican News
-------------------------------------------------------------.
Bispo da Ucrânia
no Congresso de Quito: Nossa força é a Eucaristia
No
Congresso Eucarístico de Quito, Dom Hryhoriy Komar, Bispo Auxiliar de Sambir,
na Ucrânia, dirigiu-se a milhares de participantes, destacando que a força e a
resistência do povo ucraniano em meio à guerra com a Rússia vem “da unidade com
Deus” e da Eucaristia.
“Em
nossas paróquias, a oração no templo não cessa há quase três anos. As pessoas
fazem turnos para rezar dia e noite. Nossa força é a Eucaristia. A Eucaristia é
um convite à comunicação e à comunhão com os outros. Ou seja, estar com o povo
nos momentos mais difíceis e dar a vida pelo povo”, frisou o bispo na última
segunda-feira, em referência à invasão russa iniciada em 24 de fevereiro de
2022, em seu país.
O
hierarca greco-católico ressaltou que “a Eucaristia é um convite a participar
do sofrimento e da ressurreição de Cristo… É um encontro com Cristo
ressuscitado – vencedor da morte –, com Aquele que dá a vida. Só Ele pode curar
famílias destroçadas, vidas desfeitas e trocar a morte pela vida.”
De
acordo com dados do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os
Refugiados (ACNUR), mais de 10 milhões de ucranianos deixaram suas casas desde
o início da invasão. Desse total, mais de 6,4 milhões são refugiados no
exterior.
O
bispo falou sobrou a magnitude do sofrimento que seu povo está experimentando.
“É difícil encontrar palavras para descrever todos os horrores da guerra na
Ucrânia. Para muitas pessoas no mundo, a guerra é algo abstrato, mas para nós é
uma realidade terrível que vivemos todos os dias, experimentando o perigo de
perder nossas próprias vidas ou as vidas de nossos parentes”.
O
prelado também sublinhou a missão da Igreja de proclamar a verdade e rejeitou
qualquer tipo de narrativa maliciosa ou manipulada sobre a origem da guerra
entre a Rússia e a Ucrânia.
“Algumas
pessoas nos dizem que a Ucrânia provocou a Rússia para iniciar esta guerra. É
como se algo semelhante fosse dito a uma mulher violada. É injusto chamar o
genocídio que a Rússia está realizando na Ucrânia com a palavra crise. É uma
mentira. É um falso testemunho”, enfatizou.
Admiração
pelos sacerdotes ucranianos
“Nossas
igrejas não são apenas um lugar de oração, mas também um lugar onde se pode
encontrar conselhos ou abrigo durante os bombardeios”, explicou Dom Komar.
Ele
também reconheceu o trabalho heroico dos sacerdotes em seu país: “Admiro o
fervor e o sacrifício de nossos sacerdotes. Eles são heróis porque, com suas
orações e ações diárias, apoiam seu povo.”
Dom
Komar concluiu seu discurso pedindo ao mundo que reze pela Ucrânia e continue a
buscar a verdade. “Que o mundo seja mais forte” graças à solidariedade com seu
país, e que o “Senhor, Rei da Paz e do Universo, guarde nosso povo e a
Ucrânia”. - Com informações Aciprensa
Fonte:
Gaudium Press
--------------------------------------------.
Singapura: Papa
elogia «mosaico» pacífico de etnias, culturas e religiões
Discurso
inaugural da visita defende maior justiça social e compromisso ecológico
O
Papa elogiou hoje o “mosaico” pacífico de etnias, culturas e religiões em
Singapura, falando perante responsáveis políticos e representantes da sociedade
civil.
“O
respeito mútuo, a cooperação, o diálogo e a liberdade de professar as próprias
crenças, no respeito pelo direito comum são, condições decisivas para o sucesso
e a estabilidade de Singapura, pré-requisitos para um desenvolvimento não
conflitual e caótico, mas equilibrado e sustentável”, declarou, no primeiro
discurso da visita, na Universidade Nacional.
O
encontro aconteceu após a cerimónia oficial de boas-vindas a Francisco, que
decorreu na ‘Parliament House’, seguida de reuniões com o presidente Tharman
Shanmugaratnam, e o primeiro-ministro Lawrence Wong.
O
discurso papal destacou o crescimento do país, que se tornou um centro
comercial e financeiro de dimensão global, a partir de “origens humildes”.
Francisco
alertou para o “risco de um certo pragmatismo e da exaltação do mérito”, que
podem levar a “legitimar a exclusão dos que estão à margem dos benefícios do
progresso”.
“Que
seja dada especial atenção aos pobres, aos idosos – cujo trabalho lançou as
bases da Singapura que hoje conhecemos”, apelou.
Num
país em que 40% da população ativa é imigrante, o Papa pediu que “seja
protegida a dignidade dos trabalhadores migrantes, que tanto contribuem para a
construção da sociedade e a quem deve ser garantido um salário justo”.
A
intervenção alargou-se para o cenário internacional, “ameaçado por conflitos e
guerras sangrentas”, e para a crise ambiental, destacando as “soluções
inovadoras” do arquipélago.
“Singapura
é um exemplo brilhante do que a humanidade pode alcançar trabalhando em
conjunto, em harmonia, com sentido de responsabilidade e num espírito de
inclusão e fraternidade”.
A
intervenção aludiu aos temas das tecnologias digitais e da inteligência
artificial, considerando “essencial cultivar relações humanas reais e
concretas”.
“Que
estas tecnologias possam ser exploradas precisamente para nos aproximarmos uns
dos outros, promovendo a compreensão e a solidariedade, e não para nos
isolarmos perigosamente numa realidade fictícia e intangível”, advertiu.
Singapura
tem 5,6 milhões de habitantes e conta com a presença de várias religiões: o
budismo é maioritário (26%) e os cristãos são 17%, mas os católicos representam
pouco mais de 3% da população; São João Paulo II visitou a cidade-Estado em
1986.
Francisco
elogiou o trabalho da Igreja local, especialmente nos domínios da educação, da
saúde e da ajuda humanitária, recordando os 43 anos de estabelecimento de
relações diplomáticas entre a Santa Sé e Singapura.
O
Papa encorajou a minoria católica a “prosseguir a sua colaboração com todos os
homens e mulheres de boa vontade, com alegria e dedicação, para a construção de
uma sociedade civil sã e coesa, para o bem comum e para um testemunho
cristalino da sua própria fé”.
A
sessão foi inaugurada pelo presidente de Singapura, que citou a encíclica
‘Laudato Si’ (2015), de Francisco, aludindo aos desafios da transição
ecológica.
Shanmugaratnam
destacou ainda a importância da “solidariedade e a harmonia”, para o país.
A
sessão de boas-vindas incluiu, antes dos discursos, uma cerimónia tradicional,
em que o convidado de honra dá o nome a uma orquídea.
O
Papa foi homenageado com um “dendrobium” branco, variedade de orquídea do
sudeste asiático, onde colocou uma vara com a inscrição ‘Dendrobium His
Holiness Pope Francis’.
Antes,
no livro de honra do Palácio Presidencial, Francisco escreveu: “Como a estrela
que guiou os Magos, assim a luz da sabedoria guie sempre Singapura na
construção de uma sociedade unida, capaz de transmitir esperança”.
Ainda
hoje, pelas 17h15 locais (10h15 em Lisboa), o Papa Francisco preside à Missa no
Estádio Nacional ‘SportsHub’, onde se esperam 55 mil pessoas.
A
celebração, em inglês, vai ter orações em chinês, malaio e tâmil.
Já
na sexta-feira, o Papa encontra-se com bispos e sacerdotes, em privado,
cumprimentando ainda os superiores religiosos de Singapura.
A
Conferência Episcopal da Malásia, Singapura e Brunei, criada nos anos 60 do
século XX, reúne os bispos das três arquidioceses e seis dioceses da Malásia,
da Arquidiocese de Singapura e do Vicariato Apostólico do Brunei.
A
viagem passa pela Casa de Santa Teresa, instituída em 1935 pelas Irmãzinhas dos
Pobres, para o cuidado dos idosos e doentes, atualmente gerida pelo ‘Board of
Catholic Welfare Services’ (Conselho dos Serviços Católicos de Assistência
Social).
O
programa segue no ‘Catholic Junior College’, instituição pré-universitária,
fundado em 1975 pela Igreja Católica local.
O
espaço acolhe, pelas 10h00 locais, o encontro inter-religiosos com jovens, que
vai resultar num apelo conjunto.
No
final do encontro, o Papa desloca-se para a zona de acolhimento dos estudantes,
onde dois jovens lhe apresentaram brevemente a exposição ‘Juntos na Unidade e
na Esperança’ e o convidam a completar um quadro.
Francisco
vai cumprimentar os 10 líderes religiosos presentes no encontro, antes seguir
para o aeroporto internacional de Singapura, dando início ao voo de regresso a
Roma, um percurso de 9567 km e 12h35 que sobrevoa os territórios da Indonésia,
Malásia, Tailândia, Birmânia, Índia, Paquistão, Afeganistão, Tadjiquistão,
Usbequistão, Turquemenistão, Azerbaijão, Geórgia, Turquia, Grécia, Albânia e
Itália.
A
45ª visita apostólica do Papa, viagem mais longa do pontificado, iniciada a 2
de setembro, já passou pela Indonésia, Papua-Nova Guiné e Timor-Leste. - Fonte:
Agência Ecclesia
------------------------------------------------------------------.
Papa Francisco
encontra jesuíta português de 103 anos em Timor-Leste
Por
Almudena Martínez-Bordiú
O
papa Francisco se encontrou em Timor Leste com o padre João Felgueiras, de 103
anos, um dos jesuítas mais velhos do mundo.
Em
todas as suas viagens internacionais, o papa, que é jesuíta, se reúne com seus
confrades do país que visita. Essas conversas são fechadas para o público e seu
conteúdo é mantido em sigilo até que saia um relato, normalmente escrito pelo
padre Antonio Spadaro, na Civiltá Cattolica, revista em que só escrevem
jesuítas.
Desta
vez, porém, Vatican News, serviço de informações da Santa Sé, falou do
encontro.
O
papa falou ontem (10) por quase uma hora com 41 jesuítas, incluindo oito
noviços, reunidos na nunciatura apostólica da cidade de Díli antes de seguir
para Singapura.
A
primeira coisa que o papa Francisco fez ao entrar na sala foi abraçar e
agradecer ao padre Felgueiras, português, que vive em Timor-Leste desde a
ocupação indonésia por seu serviço.
No
encontro, no qual participaram sacerdotes de países como o Vietnã, a Malásia e
as Filipinas, houve um “ambiente familiar”, segundo o padre Nuno da Silva
Gonçalves, membro da delegação papal.
Como
de costume, os sacerdotes fizeram várias perguntas ao papa. No encontro em
Díli, perguntaram ao papa como ele vê o trabalho dos jesuítas em cada país.
Os
participantes do encontro falaram sobre o compromisso com a justiça social, a
Doutrina Social da Igreja e sua importância.
O
papa Francisco também falou, como fez em seu discurso às autoridades do país,
sobre o valor da inculturação.
Hoje
(11), horas depois de desembarcar em Singapura, o papa Francisco também teve um
encontro privado com jesuítas no centro de retiros São Francisco Xavier.
Fonte:
ACIDigital
--------------------------------------.
Do dia 10/9/2024
Revista
comemorativa dos 90 anos da Diocese de Caxias do Sul
Organizada
pela Coordenação Diocesana de Pastoral, a revista reúne artigos, fotos, um
histórico da Diocese de Caxias do Sul e a linha do tempo da organização
pastoral, além do caminho para o novo Plano Diocesano de Pastoral
A
Missa solene dos 90 anos da criação da Diocese de Caxias do Sul, na noite do
domingo, 08 de setembro, lotou a Catedral Diocesana de Caxias do Sul - Paróquia
Santa Teresa D'Ávila. Ao final da celebração, o vigário geral e coordenador de
Pastoral, padre Leonardo Inácio Pereira, lançou oficialmente a revista
comemorativa das nove décadas da Igreja Particular de Caxias.
Organizada
pela Coordenação Diocesana de Pastoral e viabilizada por meio de patrocínios, a
revista tem 20 páginas. Ela reúne artigos, fotos, um histórico da Diocese de
Caxias do Sul e a linha do tempo da organização pastoral, além do caminho para
o novo Plano Diocesano de Pastoral. "Essa revista é uma oportunidade para
revisitarmos a rica trajetória de nossa Igreja Particular, que, ao longo das
décadas, soube adaptar-se aos desafios do tempo, sem jamais perder de vista sua
missão de anunciar Jesus Cristo e servir", descreve o editorial.
Foram
impressos 3 mil exemplares, sendo entregues as primeiras revistas ao povo de
Deus presente da Missa dos 90 anos. Ao longo destes próximos dias, as paróquias
irão receber alguns exemplares para serem distribuídos entre as comunidades e
lideranças. Para facilitar o acesso, disponibilizamos no link abaixo PDF da
revista, para ser baixada diretamente no celular ou no computador. Basta clicar
no link abaixo.
>>>>
ACESSO À REVISTA: https://www.diocesedecaxias.org.br/revista
Fonte:
Diocese de Caxias do Sul
-----------------------------------------------------------.
O
Papa na missa em Díli: fazer-se pequeno nos abre à ação do Senhor
"Fazendo-nos
pequenos, permitimos que o Todo-Poderoso faça em nós grandes coisas, segundo a
medida do seu amor, como nos ensina Maria no Magnificat e nesta celebração.
Jesus quis nascer pequeno para se fazer nosso irmão", disse Francisco na
homilia da missa celebrada na Esplanada de Taçi Tolu, em Díli, Timor-Leste, no
âmbito de sua 45ª Viagem Apostólica Internacional.
Mariangela
Jaguraba – Vatican News
«Um
menino nasceu para nós, um filho nos foi dado». Com este versículo extraído do
9° Capítulo do Livro do Profeta Isaías, o Papa Francisco iniciou sua homilia na
missa por ele celebrada na Esplanada de Taçi Tolu, em Díli, Timor-Leste, nesta
terça-feira (10/09), no âmbito de sua 45ª Viagem Apostólica Internacional.
Com essas
palavras, "o profeta Isaías se dirige aos habitantes de Jerusalém, numa
época próspera para a cidade, mas infelizmente caracterizada por uma grande
decadência moral".
“Há muita
riqueza, porém o bem-estar cega os poderosos, iludindo-os com a ideia de serem
autossuficientes, de não precisarem do Senhor, e a sua presunção leva-os a ser
egoístas e injustos.”
É por
isso que, apesar de haver tantos bens, os pobres são abandonados e passam fome,
a infidelidade alastra e a prática religiosa se reduz, cada vez mais, a mera
formalidade. A fachada enganadora de um mundo, à primeira vista perfeito,
esconde assim uma realidade mais sombria, mais dura e cruel, com necessidade de
conversão, misericórdia e cura.
"Por
isso, o profeta anuncia aos seus concidadãos que Deus abrirá diante deles um
novo horizonte: um futuro de esperança e alegria, do qual serão banidas para
sempre a opressão e a guerra. Fará brilhar para eles uma grande luz que os
libertará das trevas do pecado que oprime; e não o fará com a força de
exércitos, armas e riquezas, mas com o dom de um filho", disse ainda o
Papa, refletindo sobre esta imagem: Deus faz brilhar a sua luz salvadora
através do dom de um filho.
A proximidade de Deus se manifesta através de uma
criança
"Em
todas as partes do mundo, o nascimento de uma criança é um momento luminoso de
alegria e festa, que infunde em todos bons desejos de renovação no bem, de
regresso à pureza e à simplicidade. Diante de um recém-nascido, até o coração
mais duro se acalenta e enche de ternura. A fragilidade de uma criança traz
consigo uma mensagem tão forte que toca até as almas mais endurecidas, trazendo
de volta propósitos de harmonia e serenidade. É maravilhoso o que acontece com
o nascimento de uma criança", sublinhou.
Segundo o
Papa, "a proximidade de Deus se manifesta através de uma criança. Deus se
torna uma criança não apenas para nos maravilharmos e comovermos, mas é também
para nos abrirmos ao amor do Pai e nos deixarmos moldar por Ele, para que possa
curar as nossas feridas, recompor os nossos desentendimentos, pôr ordem na
nossa existência".
Timor-Leste
é bonito porque tem muitas crianças: sois um país jovem onde por todo o lado se
sente a vida a pulsar, a desabrochar. E isso é um grande dom: a presença de
tantos jovens e crianças renova constantemente a nossa energia e nossa vida.
“Mas,
mais ainda, trata-se de um sinal, porque dar espaço aos mais pequenos,
acolhê-los, cuidar deles, e fazermo-nos pequenos diante de Deus e diante uns
dos outros, são precisamente as atitudes que nos abrem à ação do Senhor.”
Não ter medo de redimensionar os nossos projetos
De acordo
com Francisco, "fazendo-nos crianças, permitimos a ação de Deus em nós.
Hoje, veneramos Nossa Senhora como Rainha, isto é, a mãe de um Rei, Jesus, que
quis nascer pequeno, se fazer nosso irmão, pedindo o “sim” de uma jovem humilde
e frágil".
“Por
isso, queridos irmãos e irmãs, não tenhamos medo de nos tornarmos pequenos
diante de Deus e uns dos outros, não tenhamos medo de perder a nossa vida, de
dar o nosso tempo, de rever os nossos programas e redimensionar os nossos
projetos quando for necessário, não para os diminuir, mas para os tornar ainda
mais belos através do dom de nós mesmos e do acolhimento dos outros.”
Segundo o
Papa, "a verdadeira realeza é a de quem dá a vida por amor: como Maria, e
como Jesus, que na cruz deu tudo, fazendo-se pequeno, indefeso, fraco, para dar
lugar a cada um de nós no Reino do Pai. Tudo isto é simbolizado muito bem por
dois belíssimos adornos tradicionais desta terra: o Kaibauk e
o Belak, força e ternura do Pai e da Mãe. Assim o Senhor manifesta
a sua realeza, feita de caridade e misericórdia".
Francisco
concluiu, convidando cada um enquanto homem e mulher, enquanto Igreja e
sociedade, a pedir "a sabedoria de refletir no mundo a luz forte e terna
do Deus de amor, daquele Deus que, como rezamos no Salmo responsorial, «levanta
do pó o indigente e tira o pobre da miséria, para o fazer sentar entre os
grandes»".
Fonte:
Vatican News
--------------------------------------------------------------------------.
Papa
em Timor-Leste: difundir o Evangelho com o seu perfume de reconciliação, paz e
justiça
Na
catedral de Díli, Francisco encontrou-se com os líderes pastorais do país e
reiterou que anunciar Cristo significa servir os pobres, vigiando sobre nós
mesmos, "porque a mediocridade e a tibieza espiritual andam sempre à
espreita". "O perfume do Evangelho deve ser difundido contra tudo o
que humilha, deturpa e destrói a vida humana", disse ainda o Papa.
Mariangela
Jaguraba - Vatican News
O Papa
Francisco encontrou-se, nesta terça-feira (10/09), com os bispos, sacerdotes,
diáconos, pessoas consagradas, seminaristas e catequistas na Catedral da
Imaculada Conceição, em Díli, Timor-Leste, no âmbito de sua 45ª Viagem
Apostólica Internacional.
"Estou
feliz por me encontrar entre vós, no contexto de uma viagem que me vê como
peregrino nas terras do Oriente", disse Francisco no início de seu
discurso, recordando as palavras dirigidas a ele pelo presidente da Conferência
Episcopal de Timor-Leste, dom Norberto do Amaral, que definiu Timor-Leste um
país “nos confins do mundo”.
No coração de Cristo as periferias da existência
são o centro
“Porque
está nas fronteiras, encontra-se no centro do Evangelho! Este é um paradoxo que
devemos aprender: nos Evangelhos as fronteiras são o centro e uma Igreja que
não é capaz de chegar às fronteiras e que se esconde no centro é uma Igreja
muito doente. Uma Igreja que pensa na periferia, envia missionários, se coloca
naquelas fronteiras que são o centro, o centro da Igreja. Obrigado por estar nas
fronteiras. No coração de Cristo, as periferias da existência são o centro.”
"O
Evangelho está repleto de pessoas, figuras e histórias que se encontram nas
margens, nas fronteiras, mas são convocadas por Jesus e tornam-se protagonistas
da esperança que Ele veio trazer", disse o Papa.
"Alegro-me
convosco e por vós, porque sois nesta terra os discípulos do Senhor",
disse Francisco, recordando "um episódio de ternura e intimidade", no
Evangelho de João, "ocorrido na casa dos amigos de Jesus: Lázaro, Marta e
Maria. A certa altura, durante o jantar, Maria «ungiu os pés de Jesus com uma
libra de perfume de nardo puro, de alto preço, e os enxugou com os seus
cabelos. A casa encheu-se com a fragrância do perfume». Maria unge os pés de
Jesus e aquele perfume difunde-se pela casa".
A seguir,
o Papa refletiu sobre estes dois elementos: guardar o perfume, difundir
o perfume.
"Guardar
o perfume. Sentimos sempre necessidade de voltar à origem do dom recebido,
do nosso ser cristãos, sacerdotes, consagrados ou catequistas. Recebemos a
própria vida de Deus através do seu Filho Jesus, que morreu por nós e nos deu o
Espírito Santo. Fomos ungidos com o Óleo da alegria e, escreve o apóstolo
Paulo, «somos para Deus o bom odor de Cristo»."
Ter consciência do dom recebido
Caríssimos,
vós sois o perfume de Cristo! E este símbolo não vos é estranho: aqui em Timor,
efetivamente, crescem em abundância árvores de sândalo, com o seu perfume muito
apreciado e procurado também por outros povos e Nações. A própria Bíblia
enaltece o seu valor, quando narra que a Rainha de Sabá visitou o Rei Salomão,
oferecendo-lhe madeira de sândalo.
“Irmãos e
irmãs, vós sois o perfume do Evangelho neste país. Como uma árvore de sândalo,
de folha perene, forte, que cresce e dá frutos, também vós sois discípulos
missionários, perfumados com o Espírito Santo para inebriar a vida do vosso
povo.”
Segundo
Francisco, "o perfume recebido do Senhor deve ser guardado com cuidado,
como Maria de Betânia o tinha conservado precisamente para Jesus. Também nós
devemos guardar o amor com que o Senhor perfumou a nossa vida, para que não se
dissipe nem perca o seu aroma".
“O que
significa isto? Significa ter consciência do dom recebido, recordar que o
perfume não é para nós, mas para ungir os pés de Cristo, anunciando o Evangelho
e servindo os pobres; significa vigiar sobre nós mesmos, porque a mediocridade
e a tibieza espiritual andam sempre à espreita.”
A
propósito de mediocridade, o Pontífice lembrou-se de algo que o Cardeal De
Lubac disse sobre a mediocridade e a mundanidade: “A pior coisa que pode
acontecer às mulheres e aos homens da Igreja é cair na mundanidade, na
mundanidade espiritual”. "Cuidado! Guardem esse perfume que tanto nos dá
vida", sublinhou.
O Papa
convidou os timorenses a não se descuidar "de aprofundar a doutrina
cristã, de amadurecer a partir da formação espiritual, catequética e
teológica", pois, disse ainda Francisco, "tudo isto serve para
anunciar o Evangelho na vossa cultura e, ao mesmo tempo, para a purificar de
formas e tradições arcaicas, por vezes supersticiosas. A pregação da fé deve
ser inculturada na vossa cultura, e a vossa cultura deve ser evangelizada. E
isso se aplica a todos os povos, não apenas a vós."
Perfume de compaixão que ajude os pobres a
reerguerem-se
"Difundir
o perfume. A Igreja existe para evangelizar, e nós somos chamados a levar
aos outros o doce perfume da vida nova do Evangelho. Maria de Betânia não usa o
precioso nardo para se perfumar a si mesma, mas para ungir os pés de Jesus, e
assim espalha o aroma por toda a casa. Além disso, o Evangelho de Marcos
especifica que Maria, para ungir Jesus, parte o frasco de alabastro que
continha o unguento perfumado. A evangelização acontece quando temos a coragem
de “partir” o frasco que contém o perfume, de quebrar a “casca” que muitas vezes
nos fecha em nós mesmos e sair de uma religiosidade preguiçosa e cômoda, vivida
apenas para as necessidades pessoais", disse Francisco, acrescentando:
“Também o
vosso país, radicado numa longa história cristã, precisa hoje de um renovado
impulso na evangelização, para que chegue a todos o perfume do Evangelho: um
perfume de reconciliação e de paz, depois dos sofridos anos da guerra; um
perfume de compaixão, que ajude os pobres a reerguerem-se e que suscite o
compromisso em levantar os destinos econômicos e sociais do país; um perfume de
justiça contra a corrupção.”
O Papa
disse ainda que o "perfume do Evangelho deve ser difundido contra tudo
o que humilha, deturpa e até destrói a vida humana, contra as chagas que geram
vazio interior e sofrimento, como o alcoolismo, a violência e a falta de
respeito pela dignidade das mulheres. O Evangelho de Jesus tem o poder de
transformar estas realidades obscuras e gerar uma sociedade nova".
Diante do
fenômeno da falta de respeito pelas mulheres, as religiosas devem levar a
mensagem de que "as mulheres são a parte mais importante da Igreja, porque
cuidam dos mais necessitados: curam e acompanham eles, acompanham eles. Sejam
mães do povo de Deus; tenham a coragem de criar comunidades, de serem mães. É o
que peço a vós".
Não pensar no ministério como um prestígio social
A seguir,
o Pontífice disse aos sacerdotes: "Soube que o povo se dirige a vós com
muito carinho, chamando-vos 'Amu', que é o título mais importante entre vós e
significa 'senhor'".
“Isso não
deve provocar em vós um sentimento de superioridade em relação ao povo: vós
sois do povo. Não se deixem levar pela tentação do orgulho e do poder; não deve
fazer-vos pensar no ministério como um prestígio social. Não! O ministério é um
serviço. Lembremo-nos disto: com o perfume se ungem os pés de Cristo, que são
os pés dos nossos irmãos na fé, começando pelos mais pobres.”
"O
padre é um instrumento de bênção", disse ainda o Papa, e "nunca deve
aproveitar-se da sua função, mas deve sempre abençoar, consolar, ser ministro de
compaixão e sinal da misericórdia de Deus".
Fonte:
Vatican News
*--------------------------------------------------------------------------.s
A
coragem e o zelo apostólico da Igreja timorense
Irmã
Rosa, pe. Sancho e o leigo Florentino. Três testemunhas de uma história
eclesial viva e apaixonada pelo Evangelho, que na Catedral da Imaculada
Conceição, em Díli, contaram ao Papa a sua experiência de fé e de participação
nos acontecimentos dramáticos e dolorosos de Timor-Leste.
Antonella
Palermo – Vatican News
A
vivacidade da Igreja timorense e as expressões de grande afeto demonstradas ao
Sucessor de Pedro nesta terra que tanto sofreu, são extraordinárias. O
testemunho cristão impregnado da história de Timor-Leste saiu em diferentes
estilos nas palavras de Irmã Rosa Sarmento, da Congregação das Filhas da
Caridade Canossianas, do padre diocesano Sancho Amaral e do catequista
Florentino de Jesus Martins, de quase noventa anos, que relatou a sua
experiência eclesial antes que o Papa tomasse a palavra.
Irmã Rosa: o futuro
é brilhante e promissor
Irmã
Rosa destacou o florescimento de vocações sacerdotais e religiosas de que
providencialmente goza Timor-Leste, um país onde o anúncio de Jesus foi levado
nas pegadas de São Francisco Xavier, “um missionário de excelência do Oriente”,
mas que agora envia missionários para o mundo. A religiosa está convencida de
que essa abertura fará crescer a dimensão sinodal da Igreja timorense e
consolidará a fraternidade humana que já está sendo praticada ali. Ela
manifesta gratidão ao Papa ter ido até esta Igreja em saída. "Nós somos um
país jovem que alvoreceu no limiar do século XXI, mas, não deixamos de ser
também um território abençoado com a maioria da sua população com crianças,
adolescentes e jovens. Assim, o futuro da Igreja e da Nação é risonho e
prometedor", disse ela em seu testemunho.
Pe. Sancho e a
resistência durante a guerra
E
há ainda a audácia com que o padre Sancho enfrentou, durante o processo de
independência de Timor-Leste, a transferência de Díli para Ossu do comandante-chefe
Kay Rala Xanana Gusmão, acompanhando-o e enfrentando sérios perigos para a sua
segurança e a de outros. A sua história nos leva de volta aos tempos sombrios
da ocupação indonésia. Foi em 1991, em Díli, que lhe pediram para ir ao Leste;
a oração e o discernimento fizeram com que ele decidisse ir apesar do medo e da
resistência inicial. Num posto de controle, pensaram que não conseguiriam: o
respeito por sua batina salvou ele e o líder da resistência. Isto permitiu que
Xanana e os seus colaboradores trabalhassem com os seus companheiros na
floresta. Foi uma lição aprendida na guerra: “Deus sabe cuidar daqueles que
chamou para a missão”.
O catequista
Florentino, a dedicação em levar o Evangelho
Por
fim, a coragem de Florentino. Vestindo uma jaqueta multicolorida que o faz
parecer um homem de trinta anos, ele fala diante de Francisco, contando sua
longa experiência como catequista. Durante cinquenta anos foi primeiro
catequista voluntário e depois permanente. Com zelo e sentido de responsabilidade
percorreu vários quilômetros a pé, mesmo debaixo de chuva, para não faltar a
Comunhão e a Palavra nas áreas mais internas do país. Hoje, ele tem 89 anos,
sofre de Parkinson, mas resiste e quis dar o seu testemunho, continuando, como
disse, a dar conselhos e apoio moral a outros catequistas que necessitam. O
Papa, de improviso, ao cumprimentá-lo, comparou-o brincando a São Paulo
Apóstolo: “Os lábios não se paralisaram para anunciar o Evangelho e para
batizar”. Como muitos outros, centenas e centenas, ele deu uma contribuição
fundamental para história da Igreja timorense, assim como muitos de seus
companheiros o fizeram e continuam fazendo nas terras visitadas nesta viagem
apostólica do Papa que os elogiou muito e em diversas ocasiões.
Fonte:
Vatican News
*--------------------------------------------------------------------------.
s
Religiosa
timorense expressa gratidão pela visita do Papa em seu país
Em
conversa com o Vatican News, a Irmã Lídia, religiosa concepcionista,
compartilha sua emoção pela visita do Papa Francisco ao Timor-Leste, destacando
a importância da mensagem papal para o povo timorense.
Vatican
News
A
visita do Papa Francisco a Timor-Leste, parte de sua 45ª Viagem Apostólica
Internacional, é recebida com grande entusiasmo e emoção pelos fiéis e
religiosos que atuam no país. Em entrevista ao Vatican News, a Irmã Lídia,
religiosa concepcionista, falou sobre o significado desse momento histórico
para o país e a Igreja local.
"Eu
agradeço a Deus por esta oportunidade, que para nós, timorenses, é muito
importante, pois é a primeira vez que recebemos o Papa Francisco em nosso
país." Para a religiosa, a presença do Santo Padre é motivo de imensa
gratidão e um grande privilégio.
Sobre
a visita papal em andamento, a Irmã Lídia espera que a mensagem do Papa
Francisco "alcance todo o país", ressaltando a importância do Papa
para a fé do povo timorense. "Nossa fé é importante, e por isso precisamos
do testemunho das pessoas que vêm até nós."
A
religiosa também comentou sobre a recepção calorosa preparada pela Igreja em
Timor-Leste, destacando que todos – irmãs, sacerdotes, diáconos e catequistas –
aguardavam com alegria e fé a chegada do Papa Francisco: "Estamos todos,
religiosos e padres, com muita alegria em receber o Santo Padre; de modo
particular, eu estou muito contente por ver o Santo Padre aqui em nosso
país."
Ao
final da entrevista, a Irmã Lídia deixou uma mensagem para os cristãos: "O
testemunho do Papa é o de ir ao encontro das pessoas, e nós devemos levar a
mensagem do Santo Padre, sobretudo, propagar a fé." Fonte: Vatican News
*--------------------------------------------------------------------------.s
Crianças
com deficiência dão uma lição, diz o Papa: deixar que Deus cuide de nós
"Não
podemos entender o amor de Jesus se não praticarmos o amor", disse
Francisco ao visitar uma escola para alunos con deficiência na capital
timorense, aos quais agradeceu por darem uma lição: deixar que Deus cuide de
nós!
Vatican
News
Deixar
que Deus cuide de nós...Para o Papa, é que ensinam as crianças e jovens
acolhidos pela escola das Irmãs Alma, especializada em atender alunos com
deficiência. A visita esta manhã foi o primeiro compromisso oficial de
Francisco esta terça-feira. Aos presentes, o Pontífice dirigiu a seguinte
saudação:
"Há
uma coisa que sempre me faz pensar: quando Jesus fala do julgamento final, ele
diz a algumas pessoas: 'Venham comigo', mas não diz “Venham comigo porque foram
batizados, porque foram crismados, porque se casaram na Igreja, porque não
mentiram, porque não roubaram...”. E Jesus diz: “Venha comigo porque você
cuidou de mim quando eu estava com fome e me deu comida, quando eu estava com
sede e me deu de beber, quando eu estava doente e você me visitou”, e assim por
diante... Eu chamo isto de 'o sacramento dos pobres'. Um amor que encoraja, que
constrói e fortalece.
E é isso
que encontramos aqui: amor. Sem amor, isso não pode ser entendido. E é assim
que entendemos o amor de Jesus, que deu sua vida por nós. Não podemos
compreender o amor de Jesus se não começarmos a praticar o amor. Compartilhar a
vida com os mais necessitados é um programa, o programa de vocês, é o programa
de todo cristão. Gostaria de agradecer-lhes pelo que fazem e gostaria de
agradecer também às meninas, aos meninos, aos jovens e às jovens que nos dão o
testemunho de deixar-se cuidar por Deus. Pois são eles que nos ensinam como
devemos nos deixar cuidar por Deus. Deixar-nos cuidar por Deus e não pelas
muitas ideias, projetos ou caprichos. Deixar-nos cuidar por Deus. E eles são os
nossos mestres. Obrigado a vocês por isso."
Ao final
do encontro, Francisco cumprimentou os alunos da escola. De modo especial,
assinou o diário do jovem Adrian Arcangelo "com a minha benção",
escreveu em português.
Fonte:
Vatican News
*--------------------------------------------------------------------------.x
Papa
encontra jesuítas em Díli e presta homenagem a um padre de 103 anos
Segundo
encontro com os membros da Companhia de Jesus durante a viagem apostólica no
Sudeste Asiático e na Oceania. No final da manhã de hoje (10/09), Francisco
recebeu na Nunciatura 41 jesuítas de várias regiões asiáticas, com quem teve um
colóquio de 45 minutos sobre diversos temas, entre eles a inculturação. Estava
presente o padre João Felgueiras, religioso português em Timor-Leste desde os
tempos da ocupação indonésia, a quem o Papa abraçou e agradeceu pelo seu
serviço.
Salvatore Cernuzio – Enviado a Dili
O primeiro gesto de Francisco ao entrar no salão da
Nunciatura de Díli, em Timor-Leste, na manhã desta terça-feira (10/09), onde 41
jesuítas o aguardavam após o encontro com o clero na Catedral da Assunção, foi
abraçar o padre João Felgueiras, de 103 anos, um dos jesuítas mais idosos do
mundo.
O
testemunho do padre João
A este religioso português que vive em Timor-Leste desde os
tempos da ocupação indonésia e que nunca deixou o país e o seu povo, nem nos
momentos mais difíceis, o Papa quis prestar uma homenagem pública. Tendo sido
informado da sua presença, assim que entrou, dirigiu-se imediatamente a ele:
“Agradeceu-lhe e abraçou-o. O padre João estava muito emocionado”, conta aos
meios de comunicação do Vaticano o padre Nuno da Silva Gonçalves, diretor de La
Civiltà Cattolica e membro da comitiva papal na viagem ainda em curso pelo
Sudeste Asiático e Oceania.
Segundo
encontro com os jesuítas
Foi o segundo encontro de Papa Francisco com os jesuítas,
após o colóquio de cerca de uma hora realizado no último 4 de setembro, em
Jacarta, com 200 confrades. Outro encontro está previsto para quinta-feira, 12
de setembro, no Centro de Retiros “São Francisco Xavier” em Singapura. Esta
manhã, na Nunciatura da capital timorense, estavam presentes 41 membros da
Companhia de Jesus, provenientes de outras regiões, mas residentes e ativos em
Timor-Leste. Entre eles, 8 noviços.
No final da manhã desta quarta-feira
(04/09) em Jacarta, depois de compromissos com o presidente e autoridades
políticas e civis da Indonésia, o Papa recebeu 200 membros da ...
Grupo
internacional
“Como sempre nesses encontros – conta o padre Gonçalves –
respirou-se um ar de família”. Diante do Papa havia “um grupo muito
internacional”, com jesuítas vindos do Vietnã, Malásia e Filipinas. Portanto,
“um grupo diversificado, engajado em trabalhos diferentes, como a educação dos
jovens ou em um instituto de formação para professores. Um trabalho que
consideram tão importante quanto o trabalho de exercícios espirituais nas
paróquias”.
Quase
uma hora de conversa
O colóquio durou cerca de 45 minutos, como sempre marcado por
perguntas, respostas, confidências e trocas de comentários. Entre os temas
abordados, “sempre ligados à vida da Companhia de Jesus”, destaca o diretor de
La Civiltà Cattolica, estavam “como o Papa vê o trabalho dos jesuítas em cada
local e país, temas comuns como o compromisso com a justiça social, a Doutrina
Social da Igreja e sua importância”.
A
importância da inculturação
Em particular, explica o padre Nuno, como em outras
intervenções aqui em Timor-Leste, o Papa Francisco, “falando do Evangelho e da
cultura, sublinhou o valor da inculturação. Ou seja, do Evangelho que deve se
inculturar e da cultura que deve ser evangelizada”. Essa temática foi
recorrente na etapa timorense, estando também no centro do lema escolhido:
"Que a vossa fé seja a vossa cultura".
Fonte:
Vatican News
*--------------------------------------------------------------------------.s
Timor-Leste:
no enclave de Oekussi, onde teve início uma história de fé e salvação
Timor-Leste
vive nestes dias, de 9 a 11 de setembro, a histórica visita do Papa Francisco
ao país do sudeste asiático. Nesse contexto, trazendo uma página da história da
jovem nação independente desde 2002, o Pe. José Tacain, missionário Verbita,
nos apresenta Oekussi-Ambeno, o lugar na ilha do Timor onde os portugueses
desembarcaram pela primeira vez no século XVI e onde os primeiros missionários
dominicanos desembarcaram com eles. É considerado, portanto, “o local de
nascimento do Timor-Leste”
É
a faixa de terra “onde tudo começou”, conta à agência missionária Fides o padre
José Tacain SVD, missionário timorense nascido em Oekussi, citando a expressão
que os timorenses gostam de usar. Oekussi-Ambeno é o lugar na ilha do Timor
onde os portugueses desembarcaram pela primeira vez no século XVI e onde os
primeiros missionários dominicanos desembarcaram com eles. É considerado,
portanto, “o local de nascimento do Timor-Leste”. Mas Oekussi - eis a
peculiaridade - hoje é um enclave do Timor-Leste localizado na parte oeste da
ilha, portanto, em pleno território indonésio.
Em
um território de 814 km² vive uma população de cerca de 70.000 habitantes, que
sempre permaneceram, ao longo dos séculos, cultural e espiritualmente ligados
ao Timor-Leste, independentemente de quem governasse o Timor-Oeste. Oekussi tem
orgulho de seu passado, de sua cultura e de sua fé. Em Oekussi, a área chamada
Lifau é o lugar exato onde os primeiros portugueses desembarcaram em 1515, e é
o lugar de onde o frade dominicano Antonio Taveira, conhecido pelo povo local
como o “Santo Antônio do Timor-Leste”, começou seu trabalho missionário na
ilha, como nos lembram um monumento e uma série de placas que celebram a
chegada do Evangelho.
O Tratado de Lisboa,
entre Portugal e Holanda
Em
1556, um grupo de frades dominicanos estabeleceu o primeiro assentamento
permanente em território timorense e Lifau se tornaria mais tarde a capital da
então colônia portuguesa. Esse status foi perdido em 1767, quando, devido às
frequentes incursões dos holandeses, os portugueses decidiram transferir a
capital para Dili, a atual capital do Timor-Leste.
Em
1859, com o Tratado de Lisboa, Portugal e a Holanda dividiram a posse da ilha
do Timor, mas confirmaram que o território de Oekussi permanecia sob o domínio
português. E mesmo em 1975, quando a Indonésia invadiu o Timor-Leste, o
território continuou a ser administrado como parte do Timor-Leste ocupado. Por
fim, após o reconhecimento da independência do Timor-Leste em 2002,
Oekussi-Ambeno tornou-se novamente parte integrante da jovem república.
Hoje,
observa o padre Tacain, em nível político, Oekussi é agora uma “zona econômica
especial” porque enfrenta o desafio diário de estar geograficamente separada do
resto do país (a única ligação com o Timor-Leste é uma estrada costeira) e
precisa de projetos de desenvolvimento, especialmente no setor de turismo.
História da nação e
história da Igreja católica estão ligadas
“Oekussi - continua ele - também é um distrito
da Arquidiocese de Dili onde a fé nunca desapareceu em 500 anos. Há cinco
paróquias e há vestígios históricos da presença de missionários portugueses,
como a Igreja de Santa Maria do Rosário. Gostaria de mencionar que havia um
seminário católico no local já em 1700. E muitos padres da Igreja de Dili ou
membros consagrados de ordens religiosas nasceram lá. As festas religiosas são
muito preciosas e celebradas com grande devoção. Tudo isso é um sinal da
vitalidade da fé”.
Os
fiéis do Timor-Leste frequentemente organizam peregrinações ao monumento que
comemora o momento e o local onde, em 18 de agosto de 1515, os portugueses
desembarcaram “e onde teve início nossa história de fé e salvação”, observa o
padre Verbita. “A história da nação e a história da Igreja católica estão
ligadas. Aos colonizadores portugueses reconhecemos que trouxeram a dádiva do
Evangelho”, observa ele.
Em
Oekussi, encastoado em território indonésio, não nos sentimos sitiados:
“Vivemos uma história reconciliada também com relação à Indonésia. Lembro-me de
que, em minha infância, havia a administração indonésia como potência ocupante,
mas nossa identidade timorense nunca foi enfraquecida. Naquela época, o regime
de Suharto tinha objetivos imperialistas que não existem mais e hoje temos boas
relações de vizinhança. Sempre fizemos parte do Timor-Leste, e o Senhor sempre
acompanhou nosso caminho”.
(com
Fides)
Fonte:
Vatican News
*--------------------------------------------------------------------------.s
Cardeal
Ribat: palavras do Papa podem renovar Papua Nova Guiné
O
purpurado, arcebispo de Port Moresby, destaca os temas que caracterizaram a
etapa de Francisco pelo país oceânico: a proximidade com os jovens, o apoio aos
direitos das mulheres, o impacto da sua visita na Igreja local.
Francesca
Merlo e Delphine Allaire - Port Moresby
As
palavras dirigidas aos jovens de Papua Nova Guiné, antes de sua partida para o
Timor-Leste, foram uma das mensagens mais intensas deixadas pelo Papa ao país
da Oceania. Essa é a convicção do cardeal John Ribat, arcebispo de
Port Moresby, para quem foi evidente como Francisco estabeleceu um vínculo
direto com os 10 mil jovens reunidos no Estádio Sir John Guise, deixando de
lado o texto preparado e falando-lhes com o coração.
O Papa,
comentou o cardeal, incentivou os jovens a se levantarem quando caírem e a
ajudarem os outros que caíram. “Foi uma mensagem forte para eles” aquela de
"se ajudarem uns aos outros, levantar-se juntos, não apenas buscando ajuda
de fora, mas também dentro de si mesmos". Ele então lhes confiou outra,
continuou o cardeal Ribat, com o convite para “manter contato com seus avós”,
explicando a riqueza inestimável de uma herança de “valores e cultura da qual
hoje, com tantas influências modernas, corremos o risco de nos desconectar”,
até porque a Internet e as mídias sociais, argumentou ele, nunca serão capazes
de fornecer tais valores.
O papel das mulheres na sociedade
Francisco,
observou o arcebispo de Port Moresby, em seus encontros e mensagens também
reconheceu e promoveu o fato de que “as mulheres são as que se comprometem, são
as grandes construtoras da sociedade”, em um país onde, ao contrário, a cultura
é dominada pelos homens e sua atitude de “desprezar as mulheres”. As mulheres
não são respeitadas por sua contribuição à sociedade, e isso “muitas vezes leva
à violência contra elas”, e vice-versa: elas devem ser amadas e promovidas,
devem poder viver suas vidas livremente, assim como os homens, e de “maneira
responsável e positiva”.
O gerenciamento de recursos
Fundamental
para a vida do povo de Papua Nova Guiné é a questão das riquezas naturais do
país e sua gestão, um aspecto que o Papa abordou diretamente. “Ele visitou
Vanimo”, diz o cardeal Ribat, "viu as florestas e os recursos que temos,
alguns dos quais foram explorados, e enfatizou que esses recursos devem ser
usados para desenvolver o país, para construir serviços como saúde e
educação". Francisco, em seu diálogo com os jovens, os exortou
precisamente sobre a questão dos recursos naturais e a questão de quem se
beneficia do retorno econômico, e depois indicou “que os recursos deveriam ser
usados para construir a nação, para que todos possam se beneficiar”.
Esperança, amor e fé em Papua Nova Guiné
Todas as
palavras do Papa, é o sentimento de Ribat, “encorajaram o povo, a nação, o
governo”, porque cada encontro tinha uma direção específica e porque o coração
da visita do Papa era uma mensagem de esperança, amor e fé. Além disso, para os
católicos do país, sua presença ofereceu grande incentivo para viver e
trabalhar juntos.
Muitos
habitantes, para estarem com o Papa Francisco durante esses três dias,
empreenderam viagens longas e muitas vezes perigosas, e muitos deles, como
aponta o arcebispo de Port Moresby, “seguiram as estradas que os missionários
percorreram no passado. Alguns fizeram peregrinações de duas semanas ou mais”.
“O Papa nos encoraja a seguir em frente com fé, esperança e unidade, e agora”,
espera o cardeal, "devemos garantir que suas palavras inspirem ação",
para que sua mensagem não fique apenas em palavras, mas possa "avançar em
uma construção positiva da sociedade, inspirada pela esperança que Francisco
expressou para nossa nação".
Uma fé que resiste
Diante de
um mundo que muda, até mesmo dramaticamente, o compromisso inabalável da Igreja
continua sendo um farol de esperança e “a fé resiste”. O cardeal Ribat lembrou
que “Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre” e que, apesar de todas as mudanças
e progressos, a fé é a única constante que deve permanecer. O coração do Papa
Francisco é “para a Igreja distante”, ressaltou ainda o arcebispo de Port
Moresby, testemunhado pela criação de cardeais na Indonésia, Timor-Leste,
Singapura, Papua Nova Guiné, e “até mesmo suas nomeações em Tonga refletem essa
dedicação”. “Como São João Paulo II”, concluiu, "o Papa Francisco encarna
o cuidado da Igreja, mesmo para com os cantos mais remotos do mundo", e
sua viagem apostólica à Papua Nova Guiné, "sublinha a unidade da Igreja,
independentemente da distância física de seus membros".
Fonte:
Vatican News
*--------------------------------------------------------------------------.s
Visita
histórica do Papa em prisão feminina de Veneza é documentada em livro
Um
catálogo especial sobre o Pavilhão da Santa Sé na 60ª Exposição Internacional
de Arte de Veneza, já nas bancas, será apresentado nesta terça-feira (10/09),
em Milão. A obra, que aprofunda a história da mostra “Com os meus olhos” na
Penitenciária Feminina de Giudecca, conta com prefácio do Papa Francisco e
imagens da sua visita ao local em 28 de abril.
Andressa
Collet - Vatican News
A
Penitenciária Feminina de Giudecca, que acolhe o Pavilhão da Santa Sé
na 60ª Exposição Internacional de Arte de Veneza, continua
oferecendo workshops diários e visitas guiadas à mostra “Com os meus
olhos”, resultado de um encontro entre os artistas e as mulheres que cumprem
sentença na casa de detenção. Em especial, nesta terça-feira (10/09), em Milão,
será apresentado um catálogo sobre a história do projeto que também contém uma
análise aprofundada do trabalho dos curadores, além de documentar um diálogo
criado entre os 8 artistas envolvidos e as detentas da prisão. A obra ganhou
prefácio do Papa Francisco e conta com uma contribuição do cardeal José Tolentino
de Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação da Santa Sé,
além de responsável pelo próprio Pavilhão do Vaticano.
O
catálogo, editado pelos curadores da exposição Chiara Parisi e Bruno Racine,
publicado pela editora Marsilio Arte e com direção artística de Irma
Boom, já está disponível nas livrarias e também em modalidade on-line no
site da Marsilio Arte a 35 euros. A obra ainda é enriquecida com fotografias de
Marco Cremascoli, que mostram os projetos nos locais de detenção, e imagens do
artista Juergen Teller que capturaram a visita histórica do Papa Francisco ao
Pavilhão em 28 de abril, um evento significativo que viu o Pontífice conhecer
as detentas e os artistas.
Em
entrevista à Rádio Vaticano-Vatican News em 29 de abril, o cardeal português
afirmou que a visita do Pontífice àquelas mulheres foi uma espécie de parábola:
"Francisco é um visitador global de cárceres, já visitou quase 20
cárceres, mais do que um por ano durante seu pontificado". E De Mendonça
prosseguiu:
"Essa
atitude do Santo Padre dá um exemplo enorme a toda a comunidade cristã e à
comunidade humana, para dizer que não podemos descartar ninguém, mas temos de
abraçar e dar novas oportunidades a todos. Isso, penso eu, que as mulheres
detidas neste cárcere entendem muito bem."
A experiência vivida
no Pavilhão da Santa Sé
O
contexto único da Penitenciária Feminina permite entrelaçar experiências
artísticas com a vida cotidiana das detentas, oferecendo um espaço para
expressão e diálogo por meio de workshops e visitas guiadas abertas ao público.
Desde a abertura oficial do Pavilhão, os 8 artistas envolvidos no projeto
(Maurizio Cattelan, Claire Fontaine, Bintou Deìnbélé, Siìnone Fattal, Sonia
Goì'nes, Marco Perego e Zoe Saldana, Claire Tabouret, e com a colaboração do
Corita Aat Centre) e convidados, com o apoio da equipe de curadoria,
produção, educadores e agentes, realizaram uma série de atividades que dialogam
e completam a parte da exposição aberta ao público. Visitas guiadas gratuitas
continuam sendo oferecidas, com reserva de pelo menos 48 horas de
antecedência.
Fonte:
Vatican News
--------------------------------------------------------------------------.
Teatinos
comemoram os 500 anos, inclusive com o Papa no Vaticano
O
bispo da diocese de Itapetininga/SP, dom Gorgônio Alves, está na Itália para
participar das comemorações dos 500 anos da Ordem Teatina dos Clérigos
Regulares. Ele acompanha a peregrinação no país que vai culminar na audiência
com o Papa Francisco no próximo sábado (14/09), no Vaticano, dia de fundação do
instituto, quando o Pontífice já estará de volta da viagem apostólica que o
levou durante 12 dias à Ásia e à Oceania.
Andressa
Collet - Vatican News
O
Papa Francisco está cumprindo agenda nestes dias na Ásia e Oceania, mas volta
ao Vaticano na próxima sexta-feira (13/08) e já no sábado (14/08) recebe cerca
de 1500 participantes da peregrinação que comemora justamente nesse dia os 500
anos de fundação da Ordem Teatina dos
Clérigos Regulares na Basílica de São Pedro. O aniversário,
porém, vem sendo comemorado, inclusive por padres brasileiros, desde o último
domingo (08/09) quando dom Gorgônio Alves da
Encarnação Neto, bispo da diocese de Itapetininga/SP e único
bispo do instituto religioso de direito pontifício, presidiu missa na Basílica
de Sant’Andrea della Vale, em Roma, sede da Cúria Geral, com a
presença de muitos dos confrades da Província Teatina do Brasil.
Já
na segunda-feira (09/09), ínicio da programação comemorativa oficial, foi
realizada uma conferência na capital italiana para, nesta terça-feira (10/09)
em Veneza, se celebrar uma missa, presidida pelo padre argentino Marcelo
Raúl Zubía, vigário-geral da Ordem dos Clérigos Regulares, com a presença de
peregrinos teatinos, padres e amigos diocesanos do próprio Brasil, dos EUA,
México, Colômbia, Argentina, Portugal, Espanha e Itália. Ainda está prevista
uma parada em Nápoles durante a semana, antes da audiência com o Papa Francisco
no sábado, 14 de setembro. A peregrinação comemorativa ao aniversário de 500
anos será sempre acompanhada pelo bispo brasileiro, dom Gorgônio Alves.
A história dos
Teatinos
A Ordem
dos Clérigos Regulares (Teatinos) é um instituto clerical de Vida
Consagrada Religiosa que nasceu em 14 de setembro de 1524. Nesse dia, João
Pedro Carafa, Caetano Thiene, Bonifácio de’Colli e Paulo Consiglieri, quatro
homens de fé, comprometidos com o desejo de reformar a Igreja «na cabeça e nos
membros», emitem a profissão religiosa ante o delegado pontifício, dom João
Batista Bonciano, bispo de Caserta, na Itália.
Esse
ato encerra um processo iniciado quando o sacerdote e jurisconsulto Caetano
Thiene se estabeleceu novamente em Roma (1523) e continuou atuando no Oratório
do Divino Amor. Nesse contexto, fez uma profunda amizade com outro membro do
oratório, João Pedro Carafa, bispo de Chieti, cidade italiana que, em latim, se
denomina Theate e que dá o nome à Ordem «Teatina» e arcebispo di Brindisi,
ademais de examinador do clero romano por vontade do papa Clemente VII.
Os
dois clérigos vinham desenhando esses projetos de renovação eclesial, tendo
como eixo referencial a disciplina clerical. A ideia-mãe era a formação de um
grupo de sacerdotes bem consolidado, ainda que fosse pequeno, que pudesse ser
figura e modelo para a vida dos eclesiásticos. Esse é o princípio que rege o
carisma religioso.
Fonte:
Vatican News
--------------------------------------------------------------------------.
Novena
Missionária: vídeos com testemunhos inspiram a comunidade
O
lema deste ano para a Campanha Missionária é “Ide, convidai a todos para o
banquete”. A novena missionária ressalta o testemunho de missionários e
missionárias que compartilham o Evangelho de Jesus Cristo, com o Espírito Santo
como guia da missão.
Vatican
News
A
série de vídeos com os testemunhos da Novena Missionária 2024 já está
disponível no site e no canal do YouTube das POM.
Este material audiovisual, produzido em parceria com a TV Aparecida, visa
fortalecer a Campanha Missionária, que acontece ao longo do mês de outubro em
comunidades de todo o Brasil.
O
lema deste ano para a Campanha Missionária é “Ide, convidai a todos para o
banquete”. A novena missionária ressalta o testemunho de missionários e
missionárias que compartilham o Evangelho de Jesus Cristo, com o Espírito Santo
como guia da missão. Os vídeos aprofundam a temática a partir de experiências
missionárias nas realidades locais. Para cada dia da Novena Missionária foi
produzido um vídeo que colabora com a reflexão e pode ser acessado através de
QRcode dentro do livrinho da novena.
Materiais animam o
mês missionário
Para
celebrar e dinamizar o mês missionário, foram produzidas mais de 60 toneladas
de materiais impressos, que já foram distribuídos para todos os estados
brasileiros. Este vasto conjunto de materiais inclui novenas, cartazes,
santinhos e outros itens especialmente elaborados para destacar a importância e
o impacto deste mês nas famílias e comunidades.
Os
materiais visam promover uma maior conscientização e envolvimento com a
Campanha Missionária, incentivando a participação ativa das comunidades em todo
o país. Com essa ampla distribuição, espera-se que o espírito missionário se
fortaleça e se espalhe, trazendo mais vigor e entusiasmo para as atividades e
celebrações programadas ao longo do mês.
Fonte:
Vatican News
--------------------------------------------------------------------------.
Presidente
do Celam em Quito: o vínculo entre Eucaristia, vida comunitária e criação
“A
crise ecológica que vivemos está relacionada com a perda da sacralidade dos
elementos da natureza”, afirmou dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e
presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe no primeiro dia
de trabalhos do 53º Congresso Eucarístico Internacional em Quito, no Equador.
Em vista da COP30 em Belém no próximo ano, o convite para se tornar
"sacerdotes da criação".
Vatican
News
Nesta
segunda-feira (09/09) e primeiro dia de 53º Congresso Eucarístico Internacional
que está sendo realizado em Quito, no Equador, com o tema 'Fraternidade para
curar o mundo', dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e presidente do
Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe (Celam),
celebrou uma missa para dar início às atividades que serão desenvolvidas até o
próximo domingo, 15 de setembro.
Na
homilia, o prelado brasileiro refletiu sobre o chamado à fraternidade que
é alimentada, segundo ele, “pelo corpo e sangue do Senhor” com o propósito de
salvar a humanidade: “uma fraternidade que se reúne em assembleia ao redor da
mesa da Palavra e do Corpo do Senhor”. Ao participar da Eucaristia,
acrescentou ele, “expressamos nossa participação na própria vida do Senhor,
formamos fraternidade e somos irmãos e irmãs”.
Vivemos em um mundo
ferido
Também
presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Jaime comentou
sobre o mundo convulsionado que tem uma grande ferida por conta da pobreza e da
fome. Acrescentou a essa dor, a crise ecológica que a humanidade está sofrendo:
“uma ferida que somos convidados a curar porque somos a ponte entre Deus e o mundo”.
A
partir daí, disse ele, somos todos responsáveis pela criação e lembrou que a
possibilidade do futuro da humanidade dependerá das ações e decisões que o
homem tomar para cuidar da casa comum. “Ao tomar o mundo em nossas mãos,
integrando-o criativamente e remetendo-o a Deus, cooperamos para libertar a
criação de seus limites, curando as feridas e, assim, promovendo a vida".
A Eucaristia e a
criação
Em
outro aspecto, ele afirmou que a crise ecológica pela qual a humanidade está
passando está relacionada à perda da sacralidade dos elementos da natureza na
cultura. Dom Jaime então observou que muitos poderiam se perguntar: “o que isso
tem a ver com a Eucaristia?”. Ele respondeu que a Igreja sempre entendeu a
Eucaristia como a ação de toda a assembleia reunida, ou seja, de toda a Igreja
em favor da vida e da construção da fraternidade.
“O
caráter fundamental da Eucaristia é que ela é uma reunião e uma ação na qual se
contempla e se vive todo o mistério de Cristo, ou seja, a salvação do mundo,
promovendo a fraternidade universal! A Eucaristia não nos afasta do mundo. Pelo
contrário, ela nos leva ao mundo. A Igreja sempre reconheceu um forte vínculo
entre a Eucaristia, a vida comunitária, a sociedade e a criação”, disse ele.
Na
mesma linha e em conclusão, o arcebispo de Porto Alegre lembrou que no próximo
ano a COP30 será realizada na cidade de Belém, no Brasil, uma oportunidade
privilegiada, disse ele, para que todos se mostrem como “sacerdotes da criação:
em um mundo ferido, mas determinados a oferecer ao Pai os dons da criação;
dispostos a cooperar na cura das feridas do mundo; prontos para dar testemunho
do poder do amor que dá vida a todas as coisas”.
Fonte:
Vatican News
*--------------------------------------------------------------------------.s
Bispos
da CNBB Nordeste 2 visitam entidades de cooperação internacional e reforçam
parcerias
A
comitiva é formada pelo bispo de Petrolina (PE) e vice-presidente do Regional,
dom Antônio Carlos Cruz Santos; pelo bispo de Pesqueira (PE) e secretário do
Regional, dom José Luiz Ferreira Sales; pelo arcebispo da Paraíba e referencial
para a Cáritas NE 2, dom Manoel Delson Pedreira da Cruz; e pela secretária
executiva do organismo, Neilda Pereira. A agenda de visitas a entidades de
cooperação internacional na Espanha e Alemanha segue até este sábado, dia 14
Vatican
News
Membros
da Presidência da CNBB Nordeste 2 realizam, neste mês de setembro, uma série de
visitas a entidades de cooperação internacional. A comitiva é formada pelo
bispo de Petrolina (PE) e vice-presidente, dom Antônio Carlos Cruz Santos; pelo
bispo de Pesqueira (PE) e secretário do Regional, dom José Luiz Ferreira Sales;
pelo arcebispo da Paraíba e referencial para a Cáritas NE 2, dom Manoel Delson
Pedreira da Cruz; e pela secretária executiva do organismo, Neilda Pereira.
A
agenda teve início na terça-feira (3) em Madri, na Espanha, onde o grupo
visitou a Cáritas. Na oportunidade, foram apresentados os desafios e conquistas
do Regional Nordeste 2. Durante a audiência, destacou-se possibilidades para
contribuir com a caridade organizada, a partir das paróquias, olhando para o
conjunto de ações que a Igreja realiza junto aos mais pobres.
No
dia seguinte, os representantes da CNBB Nordeste 2 estiveram na sede do Fundo
Nova Evangelização, onde foram recebidos pelo diretor Juan Martínez Sáez. O
anfitrião apresentou o objetivo do fundo que é alimentado em parte com recursos
da Conferência Episcopal Espanhola e com doações voluntárias das dioceses, dos
Institutos de Vida Consagrada e de outras instituições eclesiais do país. O
Fundo Nova Evangelização também recebe contribuições de pessoas físicas que
desejam contribuir com a propagação do Evangelho nos países mais pobres.
Ainda
na quarta-feira (4) na capital espanhola, os bispos e a secretária executiva da
Cáritas NE 2 conheceram a organização Manos Unidas. A história e as prioridades
de ação do grupo foram apresentadas por Juan Amunategui, Carlos Vicente e
Francisco
Na
ocasião, os bispos agradeceram a parceira, reforçando a importância dos
projetos apoiados nas entidades-membros, manifestando o interesse de seguir com
essas ações, sobretudo, nas regiões mais pobres do Regional Nordeste 2. Carlos
Vicente destacou o trabalho que vem sendo desenvolvido pela Cáritas Regional e
externou a alegria de receber os bispos na sede da organização Manos Unidas.
A
quinta-feira (5) foi dedicada à reunião com a Fundación MAPFRE. A organização
tem atuação em vários países e recentemente, a partir de uma articulação com
a Cáritas NE 2, apoia um projeto com crianças e
adolescentes na Diocese de Patos (PB), via Ação Social Diocesana.
A entidade espanhola também mantém parceria com a Arquidiocese de Olinda e Recife (PE), por meio
do Movimento Pró-Criança.
A
Fundação MAPFRE alcançou 25 países com programas educacionais tendo como foco
de atuação a educação, nutrição e saúde, em 2023. Diante desse trabalho, os
bispos colocaram a realidade do Regional Nordeste 2, considerando a atuação da
fundação e a necessidade de avançar na parceria para ampliação dos projetos.
Na
sexta-feira (6), a comitiva desembarcou em Friburg na Alemanha, para visitar a
sede da Cáritas no país. A reunião teve a participação de Claúdio Moser e
Manuel Brettschneider, responsáveis pelo acompanhamento dos projetos do
organismo na América Latina.
A
Cáritas Alemã tem apoiado várias organizações no Brasil nas áreas de Migração e
Refúgio, Mudanças Climáticas, Convivência com o Semiárido e Programa de
Criança, Adolescência e Juventudes. Os bispos aproveitaram a oportunidade para
agradecer a parceira, mas também para externar suas preocupações com o modelo
de implantação dos complexos eólicos no Nordeste e com o uso excessivo de
agrotóxicos.
Os
pastores ainda enfatizaram a necessidade de avançar no debate no Brasil sobre o
trabalho realizado pelo conjunto das organizações que muitas vezes têm
dificuldade de desenvolver suas ações por falta de apoio financeiro.
Dom
Delson ressaltou a importância da parceria com a Cáritas Alemã, destacando o
processo de regionalização que a Cáritas Regional Nordeste 2 tem vivenciado na
construção de projetos que valorizem a realidade local. Para o arcebispo, essas
iniciativas são fundamentais para a construção de uma sociedade digna, justa e
solidária.
A
agenda de visitas a entidades de cooperação internacional segue até este
sábado, dia 14.
Fonte:
Vatican News
*--------------------------------------------------------------------------.s
Pizzaballa
aos palestinos de Jenin: vocês não estão sozinhos, os edifícios serão
reconstruídos
O
Patriarca Latino de Jerusalém visitou a paróquia latina da cidade
cisjordaniana, que foi palco de uma operação antiterrorista israelense por 10
dias. "Permaneçam unidos e resilientes, o desespero não é uma opção."
Francesca
Sabatinelli – Cidade do Vaticano
"Vocês
não estão sozinhos, apesar dos tempos difíceis, o desespero não é uma
opção." O cardeal Pierbattista Pizzaballa, Patriarca Latino de Jerusalém,
em visita à paróquia latina de Jenin, fala aos fiéis, assegurando-lhes que os
prédios destruídos pela última operação militar israelense serão reconstruídos,
e exortando a comunidade cristã de Jenin e das áreas próximas "a
permanecer unida e resiliente".
A destruição causada pela operação israelense
O
Patriarca, acompanhado por dom William Shomali, vigário-geral, chegou hoje
(10/09) à cidade do norte da Cisjordânia, uma área teoricamente autônoma sob o
controle da Autoridade Nacional Palestina, que foi palco de uma operação das
tropas israelenses por dez dias. Pizzaballa visitou a paróquia latina, como se
lê em um comunicado do Patriarcado Latino de Jerusalém, "e avaliou os
danos causados" pela operação militar. O cardeal e sua delegação foram
recebidos pelo pároco da cidade, padre Amer Jubran, sacerdotes, religiosas e
paroquianos que, além de expressar suas necessidades e esperanças, bem como
apreço pelo contínuo apoio do Patriarcado, informaram o cardeal sobre os
grandes danos causados às propriedades da Igreja, assim como sobre as
dificuldades que a comunidade enfrenta agora. A eles foram dirigidas palavras
de apoio do Patriarca que, logo após o encontro realizado nas instalações da
paróquia, percorreu algumas das ruas de Jenin com sua delegação para verificar
pessoalmente, conforme explica o comunicado, "a destruição causada pela
operação militar".
Mortes e prisões
O
exército israelense retirou-se de Jenin no último dia 6 de setembro, após 10
dias de "operação antiterrorista", como foi definida por Israel, a
mais longa realizada na área da cidade e do campo de refugiados, durante a qual
21 palestinos foram mortos, segundo números fornecidos pelo Ministério da Saúde
da ANP. Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro passado, mais de cinco mil
palestinos foram presos por Israel na Cisjordânia, dos quais mais de dois mil
são considerados afiliados ao Hamas. Ainda de acordo com o Ministério da Saúde
da ANP, nos últimos 11 meses, mais de 670 palestinos foram mortos na
Cisjordânia. Fonte:
Vatican News
*--------------------------------------------------------------------------.s
Gana
- Bispos: que as próximas eleições sejam pacíficas
Numa
mensagem assinada pelo seu presidente, Dom Matthew Kwasi Gyamfi, Bispo de
Sunyani, a Conferência Episcopal do Gana manifesta a esperança de que as
eleições gerais programadas para 7 de dezembro de 2024, decorram num clima
sereno e que no caso de conflito a magistratura enfrente a situação com a
máxima integridade e adesão ao Estado de Direito.
Dulce
Araújo (com FIDES) - Vatican News
O Gana é
considerado o país mais estável da África Ocidental, mas o resultado de
eleições presidenciais já foram motivo de contestações em pelo menos duas
ocasiões. A primeira vez em 2012, quando o líder da oposição Nana Addo Dankwa
Akufo-Addo, do NPP (Novo Partido Patriótico) contestou a vitória do atual
presidente John Dramani Mahama. O Supremo Tribunal do Gana foi encarregado de
ouvir os queixosos, acabando por exprimir-se a favor de Mahama, após meses de
análise da situação.
Em 2020,
a situação inverteu-se quando o ex-presidente John Dramani Mahama, agora líder
da oposição, contestou a reeleição de Nana Addo Dankwa Akufo-Addo. Semelhante
ao caso de 2012, o poder judiciário foi chamado para resolver a disputa.
A
Conferência Episcopal dirige-se também à Comissão Eleitoral, afirmando que “é
essencial que a Comissão garanta que o processo eleitoral seja realizado de
forma imparcial e de acordo com a lei”. Os meios de comunicação, segundo os
Bispos, também devem fazer a sua parte, informando de forma imparcial e
equilibrada, evitando o sensacionalismo que corre o risco de levar a divisões
ou a conflitos. Devem, pelo contrário - frisam o Bispos - ajudar a promover um
ambiente eleitoral bem informado e pacífico.
Os Bispos
falam igualmente aos jovens que - sublinham - devem evitar cair na armadilha do
incitamento ao ódio e à violência e, finalmente, dirigem-se aos líderes tradicionais
e religiosos pedindo-lhes para promoverem a unidade nacional e para
contribuírem para a redução das tensões.
As
eleições de 2024 decorrem num contexto económico precário para o país, segundo
a agência Fides que indica como razões pandemia da COVID-19, a interrupção do
fornecimento de cereais, provocado pela guerra entre a Ucrânia e a Rússia, e a
insuficiente disciplina monetária e fiscal, o que faz com que os ganeanos
estejam a enfrentar uma inflação crescente. Fonte: Vatican News
--------------------------------------------------------------------------.
Dom
Alberto Vera - Que o processo eleitoral seja uma festa
O Bispo
de Nacala, no norte de Moçambique, pediu para que o processo eleitoral seja
para todos os moçambicanos.
Rogério Maduca – Beira, Moçambique
Dom
Alberto Vera, Bispo da Diocese de Nacala, falava no domingo, 8 de setembro,
durante a celebração eucarística do encerramento da XXI peregrinação diocesana
ao Santuário Maria, Mãe de África, de Alua, província de Nampula (norte de
Moçambique).
De acordo
com o Bispo, o processo eleitoral, que terá o seu ponto mais alto no dia 9 de
outubro, deve ser um momento de festa e que cada moçambicano seja promotor de
paz durante a campanha eleitoral em curso, que não haja nenhuma violência.
De
referir que já se passaram duas semanas desde o início da campanha eleitoral,
evento que terá duração de 45 dias. As primeiras duas semanas foram
caracterizadas por situações de intolerância política.
Fonte:
Vatican News
--------------------------------------------------------------------------.
Os impactantes
testemunhos de padres que viveram o atentado do 11 de setembro
Dois
sacerdotes que há 23 anos viveram a tragédia ocorrida após o ataque terrorista
da Al Qaeda contra o World Trade Center de Nova York, EUA, decidiram relatar a
difícil situação que lhes coube viver.
Em
11 de setembro de 2001, dois aviões destruíram as Torres Gêmeas de Nova York e
houve um total de 3.016 mortos e mais de 6 mil feridos.
Em
declarações em 2018 a CNA, agência em inglês do grupo EWTN ao qual ACI Digital
pertence, padre Kevin Madigan contou que em 2001 trabalhava como pároco da
igreja de São Pedro e que as Torres Gêmeas estavam a aproximadamente uma quadra
de distância.
A
paróquia recebia todos os dias muitos paroquianos, mas depois do atentado, “a
comunidade já não estava lá, porque foi como perder uma aldeia de 40 mil
pessoas que estão ao lado”.
No
dia 11 de setembro de 2001, padre Madigan estava na rua quando escutou o coque
do primeiro avião contra as torres. Recordou ter se dirigido ao local e levou
consigo “os óleos para ungir os moribundos”.
O
sacerdote disse que “não sabia o que estava acontecendo” e se deu conta de que,
na região, “muitas pessoas tinham conseguido sair com vida ou estavam mortas”.
Após
a segunda explosão, sentiu que uma roda de avião passou sobre sua cabeça.
Decidiu regressar para a paróquia para evacuar as pessoas e, em seguida, ir
para a rua. Então, viu que as torres desmoronavam e se refugiou em uma estação
de metrô.
Depois,
padre Madigan foi ao hospital para fazer um check-up médico e, quando retornou
à paróquia de São Pedro, viu que os bombeiros tinham depositado 30 cadáveres
que conseguiram recuperar dos escombros.
Um
deles era padre Mychal Judge, o capelão do Departamento de Bombeiros de Nova
York.
Padre
Christopher Keenan, um sacerdote franciscano, contou a CNA que padre Judge era
seu amigo e que os frades eram vizinhos da estação de bombeiros.
Recordou
que em 11 de setembro, viu o atentado terrorista na televisão e decidiu ajudar
no hospital de São Vicente, o centro de saúde mais próximo da área do desastre.
Ali, encarregou-se de telefonar aos familiares dos feridos que receberam
atenção médica.
Ao
terminar seu trabalho, foi para a estação de bombeiros para visitar padre
Judge, porque não tinha notícias suas. Quando chegou, disseram-lhe “que seu
cadáver estava na parte de trás da estação”. Naquele dia, padre Keenan rezou
diante do corpo de seu amigo.
O
presbítero expressou que “o corpo de Mychal foi um dos poucos que estava
intacto, reconhecível e visível”, pois os demais cadáveres estavam
“vaporizados, pulverizados e queimados”.
Padre
Keenan disse a CNA que, antes do atentado, seu amigo pressentia que ia morrer e
que inclusive lhe disse: “Sabe, Crissy, o Senhor virá por mim”.
Contou
que naquela dia, padre Judge estava no vestíbulo de uma das Torres Gêmeas junto
com um esquadrão dos bombeiros e dois franceses estavam gravando um
documentário.
Quando
um dos edifícios desmoronou, os escombros caíram sobre padre Judge e este
morreu quase instantaneamente. Seu corpo foi recuperado e depositado na igreja
de São Pedro. Este sacerdote foi reconhecido como a vítima número 0001.
Dois
meses depois do atentado, padre Christopher Keenan assumiu o cargo do amigo
falecido e se uniu aos bombeiros na tarefa de buscar os restos das quase três
mil pessoas que morreram no atentado.
Comentou
que os bombeiros tiveram que recuperar os restos de seus 343 colegas que
pereceram no loca. “Sempre traz um irmão para casa, não o deixa no campo de
batalha”, expressou e contou que chegou a assistir a uns seis funerais por dia.
“Os
jovens iam a todos os funerais, faziam hora extra, buscando cadáveres e
cuidavam das famílias. Eu estive lá todos os dias, 24 durante 26 meses”,
indicou.
Também
recordou que alguns dias depois que foi nomeado capelão do Departamento de
Bombeiros de Nova York, estes lhe disseram: “Sabemos que é nossos, não se
esqueça de que cada um de nós é seu”.
Manifestou
que durante os trabalhos de resgate, perguntava-se: “Como entendo isso como um
homem de fé? É porque era como se estivesse descendo ao inferno e estivesse
vendo o rosto de Deus nas pessoas que se encontravam lá”. Disse que tudo o que
podia fazer era estar lá e rezar com eles. “Assim foi como entendi, na fé”,
afirmou.
Por
sua parte, padre Kevin Madigan narrou que, após o atentado terrorista, a
paróquia de São Pedro se manteve aberta e ele e outros sacerdotes recebiam
todas as pessoas que buscavam consolo.
“Não
havia nenhum manual sobre como lidar com algo assim”, manifestou e disse que a
muitas das que atendeu pastoralmente, este ocorrido “sacudiu seus fundamentos,
sua confiança e fé em Deus”.
Fonte:
ACIDigital
-------------------------------------------.
Milhares de
pessoas se reúnem em selva para homenagear padre morto no leste da Índia
Por
Anto Akkara
Mais
de 4 mil católicos se reuniram na remota selva de Jamboni, Índia, em 2 de
setembro para marcar os 25 anos da morte do padre Arul Das, de 33 anos, da
diocese de Balasore, que foi baleado e perfurado por flechas em sua capela de
palha nas primeiras horas de 2 de setembro de 1999.
“O
padre Arul seguiu muito de perto a vida de Jesus. Como Jesus como um bom
pastor, o padre Arul também tentou ser um bom pastor para o povo desta
localidade”, disse o bispo de Balasore, dom Varghese Thottamkara, em seu sermão
na missa do jubileu.
Junto
com o bispo, mais de 50 padres e centenas de freiras de diferentes partes da
extensa diocese e de outros lugares estavam presentes na celebração em que o
clérigo foi saudado como mártir.
“O padre Arul era um padre de Cristo. Ele veio
para servir os fiéis de Balasore, especialmente os da tribo Ho”, disse dom
Thottamkara.
“Por
meio de seu testemunho vivificante, ele nos dá o melhor exemplo. O sangue dos
mártires é a semente da Igreja”, acrescentou o bispo.
“Embora
apenas 18 famílias Ho tenham abraçado a fé cristã em Jamboni quando o padre
Arul morreu em 1999, o número aumentou para mais de 400 na área da missão de
Jamboni agora”, disse o padre Varghese Puthumattam, que escreveu a biografia do
missionário, à CNA, agência da EWTN News.
Arul
se envolveu com os tribais Ho na região da selva quando foi designado como
diácono para o dever pastoral na desafiadora missão. Mesmo um quarto de século
depois, o posto avançado não tem eletricidade nem estradas adequadas.
Depois
de sua ordenação em 1993, o padre Arul foi destacado para a área e foi para a
vizinha Jharkhand para aprender a língua Ho. O padre lançou um trabalho
completo entre a tribo, caminhando pelas selvas sem estradas motorizadas para
alcançar os moradores locais, muitos deles analfabetos.
“Tivemos
que carregar até bicicletas nos ombros para atravessar terrenos rochosos e
lamacentos e riachos”, disse o padre Puthumattam ao falar sobre o desafiador
trabalho missionário feito com Arul.
Enquanto
acampava em sua igreja na remota vila de Jamboni, o padre Arul foi morto por
uma gangue liderada pelo fundamentalista hindu Dara Singh, que estava foragido
depois de cometer um triplo assassinato em janeiro de 1999.
“A
fé cristã criou raízes profundas entre nosso povo por causa do martírio do
padre Arul”, disse Durga Singh Godsara à CNA.
Godsara
é catequista e foi um dos primeiros convertidos que Arul ajudou a levar à
Igreja.
Depois
que o padre Arul foi morto, Godsara contou o que um de seus companheiros
convertidos lhe disse: “Eu vou desistir, pois é perigoso e eles também nos
matariam”.
“Mas
eu disse a ele que temos que morrer pela fé que nosso guru [mestre] nos
ensinou. Mais tarde, eu rezei com ele; ele foi curado e viveu mais 20 anos”,
disse Godsara.
“Nosso
povo tem fé profunda no poder de cura do padre Arul, que traz os doentes a este
local e obtém cura instantânea”, acrescentou Godsar.
“Nós
ouvimos rotineiramente ‘o sangue dos mártires é a semente da Igreja’. Isso foi
literalmente cumprido em Jamboni”, disse a irmã Elizabeth Rani à CNA.
“Vim aqui para o primeiro aniversário em 2000.
Que desenvolvimento incrível ocorreu ao longo dos anos com milhares de pessoas
Ho abraçando a fé cristã”, disse Rani, que pertence à Congregação de Santa Ana.
“'Arul'
em nossa língua [tâmil] significa 'bênção', e estou feliz — ele realmente se
tornou uma bênção para os povos tribais Ho”, acrescentou a freira.
“Nosso
povo estava entusiasmado com a ocasião histórica”, disse à CNA o padre Francis
Xavier Singh, vigário da paróquia do Santo Rosário de Bagdapha, que compreende
a área de Jamboni.
“Eles
trabalharam voluntariamente durante a noite para preparar o almoço para mais de
4 mil pessoas”, acrescentou o padre Singh.
“A diocese criará comitês para documentar e
analisar essas questões para decidir como levá-las adiante”, disse dom
Thottamkara.
Fonte:
ACIDigital
----------------------------------------------------------------n
“Devemos aceitar
o declínio da Europa”, diz cardeal Schönborn
Por
Jonah McKeown
O
arcebispo de Viena, Áustria, cardeal Christoph Schönborn, disse em entrevista
recente à revista católica francesa Famille Chrétienne que, diante da crescente
secularização e do crescimento do islamismo em muitos países historicamente
cristãos, os católicos devem “confiar na obra da graça” e lembrar que a Igreja
é “uma especialista em humanidade”.
“A
Igreja está viva e sempre estará, embora em circunstâncias diferentes. Devemos
aceitar o declínio da Europa. Temos a tendência de olhar para o nosso umbigo
eclesiástico, mas é um movimento continental inegável”, disse Schönborn à
revista.
“Em
20 anos, a população europeia não será a mesma de hoje, e já não é a mesma de
50 anos atrás. Isso é inevitável, sobretudo devido ao declínio da taxa de
natalidade na Europa, mas também devido à imigração e à crescente presença do
islamismo. Isso coloca novos desafios para nós, cristãos. Também não podemos
esquecer que o Senhor está trabalhando em Sua Igreja! Pense nos 12 mil batismos
de adultos e jovens na França este ano”.
O
cardeal austríaco, que ajudou a elaborar o Catecismo da Igreja Católica, disse
que, apesar do declínio da influência da Igreja na Europa, ele está convencido
de que a Igreja “ainda não deu seu último suspiro”.
“Apesar
da secularização, as grandes questões dos homens e das mulheres permanecem as
mesmas de antes: nascimento, crescimento, educação, doença, preocupações
econômicas. E então há a família, o casamento e a morte”, disse Schönborn.
“Fala-se muito sobre mudança, mas muito pouca atenção é dada às constantes da
sociedade. A Igreja deve lembrar que é uma especialista em humanidade, como
disse Paulo VI”.
O
cardeal chamou de “absurda” a ideia de que a França e a Europa “não são mais
cristãs” por causa da influência do islamismo, mas enfatizou firmemente que “os
católicos devem retornar à Igreja”.
“Se
os católicos abandonaram a Igreja, não devemos nos surpreender que eles sejam
minoria”, disse, ao pedir uma “aproximação fraterna” com o islamismo, ecoando
as palavras do papa Francisco, dizendo que os cristãos “não pegam em armas, mas
confiam na obra da graça”.
“Ambas
as nossas religiões têm um apelo absoluto. Para os muçulmanos, Deus exigiu que
o mundo inteiro se submetesse a ele e ao Alcorão. Quanto a Cristo, ele nos
confiou uma missão universal: 'Fazer discípulos de todas as nações'. Nenhuma
delas pode, portanto, renunciar à sua missão. Mas a maneira de agir dos
cristãos não é a do Alcorão, mas o seguimento de Cristo em todas as dimensões
de nossas vidas”, disse ele.
Ao
falar sobre o Sínodo da Sinodalidade em andamento — cuja sessão final ocorrerá
em outubro em Roma e deverá produzir um relatório final para aprovação do papa
—, Schönborn disse que "a sinodalidade é central para o pontificado de
Francisco, mas há continuidade com sínodos anteriores, que foram sobre
comunhão, participação e missão".
“Você pode ficar desapontado porque os tópicos
específicos estão um pouco incertos, mas esse é, antes de tudo, um sínodo sobre
o 'modus operandi' dentro da Igreja”, disse Schönborn.
“Na
minha diocese, experimentei essa sinodalidade com os padres em pequenos grupos
e tentei vivê-la por meio de conversas espirituais. Todos concordaram que a
troca nunca foi tão profunda”.
Respondendo
sobre Fiducia supplicans, documento publicado pelo Dicastério para a Doutrina
da Fé da Santa Sé em dezembro do ano passado que autorizou bênçãos não
litúrgicas para uniões homossexuais e casais em “situações irregulares”,
Schönborn disse acreditar que o documento mostra “confusão” por parte da
Igreja. O cardeal criticou anteriormente, em 2021, a rejeição da Santa Sé às
bênçãos de uniões homossexuais, dizendo que o documento foi marcado por um
“claro erro de comunicação”.
“Eu
experimentei isso como experimento as coisas — concretamente”, disse o cardeal.
“Se amigos me dizem: 'Nosso filho acaba de nos anunciar que é homossexual e que
encontrou um parceiro', então pergunto a eles: 'Ele ainda é seu filho?'. Na
maioria das vezes, a resposta vem naturalmente. Acredito que com os dois
documentos sucessivos de Roma [o Responsum ad Dubium de 2021 e o Fiducia
Supplicans], a Igreja mostrou sua própria consternação diante dessa questão.
Esses textos, aos meus olhos, são instáveis. Estamos diante de uma questão para
a qual não pode haver uma resposta certa”.
“O
caminho que o papa Francisco nos propõe é o do discernimento, tentando ver o
que o Senhor está nos mostrando”, disse ele. “A propósito, o infortúnio do
[caminho sinodal] alemão é que eles querem respostas precisas e inequívocas. E
a falta de ambiguidade não funciona na vida concreta”.
Respondendo
sobre as restrições do papa Francisco à missa tradicional em latim por meio do
documento Traditionis custodes de 2021, dom Schönborn expressou a esperança de
que a “nova geração” possa “facilmente” passar da missa tradicional em latim
para movimentos modernos e “grupos de oração”, como a Comunidade Emanuel.
O
cardeal austríaco disse: “Aceitemos que Francisco tem suas razões para fechar
as portas novamente, pelo menos parcialmente, assim como aceitamos que Bento
XVI teve suas razões para abri-las. Confiemos que o Senhor está guiando a
Igreja”.
Schönborn
respondeu por fim sobre qual “perfil” o próximo papa depois de Francisco, que
fará 88 anos em dezembro, deveria ter.
“Naquele
dia, o Espírito Santo guiará a Igreja. Não devemos nos preocupar. Se for um
africano, será um africano. Talvez seja um asiático ou um homem da velha
Europa. Mas o mais importante é que ele acredite que é um servo de Cristo e que
ame a Igreja. É assim que a Igreja seguirá em frente”, disse o cardeal
Schönborn.
Fonte:
ACIDigital
--------------------------------------------------------------------x
Pais de sete
filhos, leigos ajudam mais de 80 dioceses do Brasil que usam catequeses para
preparação ao matrimônio
Por
Nathália Queiroz
“A Igreja nunca recomendou o curso de noivos
compacto de fim de semana”, diz André Parreira, leigo, casado há mais de 25
anos com Karina Parreira, com quem tem sete filhos. “O adequado é a catequese
matrimonial com um acompanhamento para um discernimento vocacional”, diz ele
que escreveu com a mulher o livro Matrimônio: Encontros de preparação. A obra é
usada atualmente em mais de 80 dioceses do Brasil.
“Disseminou-se
muito no Brasil e em outros países a ideia de curso de noivos”, disse Karina
Parreira à ACI Digital. “Os noivos com casamento marcado iam lá receber dicas
de como viver bem, orientações, conselhos, perdão, diálogo”.
“Mas a Igreja pede algo além, algo que não é
curso de noivos. Ela pede o discernimento, o curso para ficar noivos, por isso
é recomendada para os namorados, chamados pela Igreja como candidatos ao
matrimônio”.
Depois
de anos ajudando nos cursos de noivos e ao perceber que esse modelo era
insuficiente, André e Karina começaram a acompanhar casais de forma mais
pessoal e por mais tempo. O material que prepararam para esse acompanhamento
tornou-se, depois, o livro Matrimônio: Encontros de Preparação, que já foi
usado na preparação de mais de 200 mil casais.
“O
livro propõe 12 encontros, semanais ou quinzenais, com um tema por encontro com
reflexões, aprofundamento, que mexem com os casais com tarefas, perguntas, com
textos”, contou André Parreira à ACI Digital.
“A ideia é realmente mexer com os casais, pois se resolverem se casar,
que seja de fato com consciência”.
Segundo
André, eles não foram pioneiros no formato, pois há muito tempo a Igreja pede
que a preparação não seja condensada em um fim de semana. “O diferencial desse
material é a simplicidade, a doutrina colocada na forma de leitura partilhada,
onde lemos, partilhamos, paramos para conversar e assim a reflexão vai
acontecendo”, diz.
Os
encontros acontecem em um ambiente de acolhimento, geralmente na casa dos
agentes da pastoral familiar.
Atualmente,
80 dioceses do Brasil têm paróquias que adotaram esse formato de Encontros de
Preparação para a Vida Matrimonial (EPVM) usando o livro dos Parreira como
apoio para os agentes da pastoral familiar. Segundo André, em mais de 30
dioceses os EPVM são o único modelo de preparação instituído pelo bispo em
todas as paróquias da diocese. A primeira diocese a adotar o modelo foi a de
Ribeirão Preto (SP) em 2017. A mais recente foi a de Nova Friburgo (RJ) que
emitiu uma nota sobre o modelo oficial de preparação para o matrimônio na
diocese no último dia 5.
Os
EPVM trazem muitas pessoas que estavam afastados de volta para a Igreja, diz
Karina. Durante a preparação os casais “entram em contato com a catequese
básica que há na formação sobre o sacramento, a importância da missa, do amor
conjugal e vão se encantando novamente pela Igreja”.
“As
catequeses ajudam no discernimento para a vida matrimonial, para um casamento
consciente, seguro, para que não haja nulidades matrimoniais”, disse Karina.
André
também diz que alguns casais que fazem a catequese decidem não se casar na
Igreja “porque perceberam que não é a vocação ou que é sério demais e ainda não
estão maduros para receber o sacramento”.
Para
ele, “é melhor que cheguem poucos bem preparados para se casar do que muitos
sem ter de fato o que é a consciência do sacramento”.
O
livro aborda temas como harmonia conjugal, administração do lar, paternidade
responsável, sexualidade, abertura à vida, métodos naturais de regulação da
natalidade, educação dos filhos, entre outros temas. Além do livro, é
importante o acompanhamento dos catequistas para que os casais tenham vida de
oração, vivência da fé, frequência nos sacramentos e participação ativa na
paróquia.
Karina
contou que muitos casais começam os encontros com “uma mentalidade mundana
principalmente em relação aos filhos, pensando, “filhos? Melhor não tê-los. Ou
que sejam poucos”.
Os
encontros mexem “muito com eles porque o que mais se vê é o fechamento à vida”.
Eles descobrem que “a abertura à vida é um dos compromissos do matrimônio” que
devem “acolher os filhos e educá-los na fé”.
Os
próprios André e Karina Parreira têm sete filhos. João Bosco tem 22 anos e é
casado. A irmã Maria Laetissimi Cordis, 21 anos, é freira Servidora do Senhor e
da Virgem de Matará. Maria Paula, 15 anos, é aspirante na mesma congregação.
José Afonso, Maria Isabel, Ana Francisca e João Diego têm 18, 13, 11 e nove
anos.
“Tem
a questão da fidelidade também, a consciência desses compromissos assumidos no
matrimônio”, continuou Karina. “Hoje em dia tudo é descartável, os objetos, o
celular, tudo fica obsoleto, tem que trocar, pegar novo”. Para ela, é
importante lembrar que o sacramento é um compromisso assumido em que “Cristo
nos dá essa força de estar unidos até o fim independente do que venha a
acontecer”.
Nas
catequeses, o matrimônio é tratado como vocação e missão. “Cristo está com o
casal e Ele vai ajudar esse casal a levar adiante o compromisso assumido no
altar”.
Segundo
André, a catequese sobre o casamento resgata a “questão da doação, entrega, da
vocação como qualquer outra vocação”.
“Um
missionário não espera encontrar tempos fáceis quando vai missionar lá num país
distante”, disse Parreira. “No matrimônio também, temos alegria, felicidade,
mas temos que saber que é uma missão que nos desafia a cada dia”.
“Até o Concílio Vaticano II a Igreja nunca
havia falado de preparação para o matrimônio. Mas com o novo século, os
desafios do mundo novo como o divórcio, a contracepção, a revolução sexual,
perdeu-se a estima pelo matrimônio”, disse André. Ele citou o número 52 da
constituição pastoral Gaudium et Spes que pede para “promover o matrimônio e a
família”. “Agora temos que promover o que é o óbvio”, concluiu.
Fonte:
ACIDigital
------------------------------------------------------------------x
Partículas para
o Congresso Eucarístico Internacional são produzidas na casa da primeira santa
equatoriana
Por
Eduardo Berdejo
As
cerca de 65 mil partículas que desde domingo (8) estão sendo consagradas nas
missas do Congresso Eucarístico Internacional Quito 2024 não poderiam ter vindo
de lugar melhor: a casa da primeira santa equatoriana, santa Mariana de Jesus,
que se tornou um mosteiro carmelita alguns anos depois da morte da jovem.
O
mosteiro do Antigo Carmelo de São José, conhecido como El Carmen Alto, está no
centro histórico de Quito, onde viveu entre 1618 e 1645 a santa equatoriana,
que foi grande devota de santa Teresa de Jesus.
Segundo
a história, a jovem Mariana de Jesus Paredes manifestou o desejo de que a sua
casa se tornasse um mosteiro carmelita. Agora, a casa abriga 21 freiras que nas
últimas semanas se dedicaram à tarefa de completar 133 pacotes de 500 partículas
pequenas cada, e 130 pacotes de 25 partículas médias cada, além das formas
grandes que têm uma medida especial.
“Fazer as partículas é trazer Jesus às nossas
vidas, levar Jesus ao coração das pessoas”, disse madre Verónica de la Santa
Faz, madre superiora do mosteiro de El Carmen Alto, à ACI Prensa, agência em
espanhol da EWTN.
Como
são feitas as partículas?
A
massa de farinha de trigo com água, com a qual são feitas as partículas, passa
primeiro por uma máquina com a qual são formadas folhas, das quais são
retiradas manualmente as bordas irregulares.
Posteriormente,
as folhas são levadas para uma sala para serem umedecidas e depois para outra
para secar, a fim de evitar a formação de grumos.
Depois,
as folhas são colocadas numa máquina de corte de onde saem as pequenas partículas.
De outra máquina vêm as formas médias, que são utilizadas pelos sacerdotes na
consagração. A fase de corte pode durar cerca de três horas.
Por
fim, as partículas são colocadas sobre uma mesa para que as freiras possam
examiná-las cuidadosamente e apenas as perfeitas sejam selecionadas. As
irregulares ou quebradas são separadas para venda ao público.
Num
período regular, o mosteiro de El Carmen Alto produz 70 pacotes de 400 partículas
cada, ou seja, 28 mil partículas, cujas vendas servem para apoiar as
religiosas.
No
entanto, madre Verônica disse que não é como se “passassem o dia inteiro aqui”.
“De
manhã é [feito] todo o cozimento, e agora com o congresso as irmãzinhas estão
trabalhando um pouco mais, então estamos fazendo mais uma hora de cozinha,
então à tarde nos dedicamos aos estudos, porque cada uma tem a sua
formação", disse ela.
Queremos
que as pessoas conheçam Jesus Eucaristia
Madre
Verónica disse à ACI Prensa que, pelo menos no Equador, todos os mosteiros
fazem partículas para o seu sustento diário, “e ao mesmo tempo para que as
pessoas possam receber Jesus, porque é alimento”.
“Se não fosse a nossa comida, o que seria de
nós?”, disse a freira.
“Infelizmente
não percebemos o grande valor da Eucaristia” e o dom que significa receber com
ela o próprio Senhor, disse.
“Por
que estamos passando por tanta confusão agora? Porque a alma se distanciou de
Deus”, disse ela.
A
freira carmelita disse que “o homem, agora mais do que nunca, precisa desse
alimento espiritual”.
Madre
Verônica disse que muitos santos se alimentavam apenas do Corpo de Cristo, como
santa Mariana de Jesus, a “primeira santa equatoriana”.
“Ela,
justamente nos últimos meses, não comia mais nada, como diz a história”. Era
“uma alma eucarística que todos os dias assistia à Companhia de Jesus, à Santa
Missa, para receber o corpo e o sangue de Cristo”, disse ela.
A
freira disse que Jesus “ficou, sobretudo, para nos acompanhar no Santíssimo
Sacramento”, para que possamos ir “a Ele como um amigo, um irmão que está ao
nosso lado e que nos diz, como Marta diria a Maria: o Mestre está aí, ele está
te chamando’ ”.
“Ele
chama o dia todo para virmos. Mas o que acontece? As igrejas, agora mais do que
nunca, vazias, esquecidas, os sacrários abandonados. Antes havia tantas pessoas
procurando por ele. Em vez disso, agora o que estamos procurando? Mídia
digital”, disse a freira.
“Como
mulheres de vida contemplativa, mais pelo nosso espírito carmelita, o que
queremos é isso: fazer com que o conheçam, para que possam recebê-Lo, para que
sintam essa força, e dessa forma também possam ganhar muito mais”, disse ela.
Fonte:
ACIDigital
-------------------------------------------------------------------------------.x
Do dia 09/9/2024
Pontifício Pio
Brasileiro em Roma: Retiro Espiritual marca acolhida dos novos alunos em
colégio da CNBB
No
último sábado, 7 de setembro, o Pontifício Colégio Pio Brasileiro, espaço de
formação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em Roma, foi palco
do Retiro Espiritual para os 28 padres alunos que passaram a residir na
instituição neste ano de 2024.
O
encontro foi conduzido pelo diretor espiritual do colégio, dom Armando Bucciol,
e faz parte do processo de integração dos novos membros da comunidade acadêmica
e sacerdotal. Ao longo do ano, o Colégio receberá ao todo 32 novos alunos,
elevando o número total de presbíteros residentes para 103.
Durante
o retiro, dom Armando destacou a importância da espiritualidade evangélica como
base da vida acadêmica e eclesial, frisando: “a primazia da espiritualidade
evangélica deve definir as coordenadas do estudo acadêmico e orientar a vida
eclesial, missionária e apostólica. Essa primazia precisa permear e compenetrar
o nosso ser e agir, tornando essencial, madura e encarnada a vivência
espiritual, a vida segundo o divino Espírito”.
Ele
também convidou os padres a refletirem sobre sua vocação à luz do amor divino,
afirmando: “ao longo da vida, devemos aprender a procurar a medida certa para
nossos projetos, passando da santidade idealizada à santidade vivida, entre os
altos e baixos da jornada terrena, entre propósitos e incoerências, sempre
recomeçando”.
O
retiro foi concluído com uma Missa Votiva a Nossa Senhora, celebrada no fim da
tarde. Em seguida, a comunidade sacerdotal se reuniu para um jantar festivo em
comemoração ao Dia da Independência do Brasil, celebrado em 7 de setembro.
O
Reitor do Pontifício Colégio Pio Brasileiro, padre Valdir Cândido, destacou a
importância do evento: “este é um passo significativo para fortalecer os laços
de comunhão entre os novos membros de nossa comunidade sacerdotal. Que cada um trace
seu caminho de estudos, sempre guiado pela Luz da vontade do Senhor, que nos
chama”.
Fonte:
CNBB
-------------------------------------------------------------------.
Lançamento do Livro Digital
“Presenças Proféticas da Vida Religiosa Consagrada”
No dia 8
de outubro, às 20h, nos canais digitais da CRB Nacional, acontecerá o
lançamento do livro digital “Presenças Proféticas da Vida Religiosa
Consagrada”. Estarão presentes Ir. Edgar Nicodem, Ir. Joilson de Souza Toledo e
Pe. Aloísio Pacini. O livro é parte do esforço da Equipe Interdisciplinar para
concretizar o solicitado na Assembleia Geral Eletiva de 2022.
A
ressignificação da Vida Religiosa Consagrada no discipulado de Jesus Cristo, em
sinodalidade, missionariedade e contínua conversão à luz da Palavra, constitui
a perspectiva que orienta o atual triênio (2022 – 2025) da CRB. Trata-se de um
processo que requer a escuta dos gritos e clamores do nosso tempo para
responder, com esperança, e contribuir para tornar visível o Reino de Deus.
Ressignificar
é atribuir um novo significado. É uma prática comum em diversas áreas do
conhecimento, como na educação, psicologia, neurolinguística e nas relações
humanas. A reinterpretação de experiências pode levar a um entendimento novo,
diferente, mais profundo e transformador. Habitualmente requer desinstalar-se,
sair de zonas de conforto e perceber novos significados ou sentidos.
Na Vida
Religiosa Consagrada, a ressignificação implica um processo em duas direções.
Por um lado, como destaca o horizonte do Triênio, escutar os gritos e clamores
do nosso tempo. Por outro lado, revisitar as nossas origens proféticas e
evangélicas1. Esse duplo movimento toca em cheio a nossa missão e o carisma.
Que novos horizontes e sentidos podemos descobrir e desenvolver em nossa missão
e carisma? Uma Igreja sinodal em saída missionária, em sintonia com o Papa
Francisco, pode iluminar-nos para primeirear, envolver-nos, acompanhar,
frutificar e festejar (Evangelii Gaudium, 24).
Além do
horizonte, as prioridades do Triênio estão articuladas em três eixos:
discipulado, sinodalidade e missionariedade. Durante os últimos dois anos esses
eixos foram aprofundados pela Vida Religiosa Consagrada, particularmente o eixo
do discipulado e da sinodalidade.
Nas
reflexões que seguem vamos refletir sobre o eixo da missionariedade. As
prioridades do eixo da missionariedade tocam duas áreas. A primeira relacionada
a nossa presença profética junto às infâncias e juventudes, e a segunda à
ecologia integral. As nossas reflexões sobre essas duas prioridades serão
desenvolvidas em quatro artigos.
Pensar a
ressignificação da Vida Religiosa Consagrada a partir da itinerância
missionaria é a contribuição do Pe. Daniel Rocchetti. Aproveitando a oportuna
intervenção da Irmã Gloria Liliana Franco Echeverri, Presidente da CLAR, na
última Assembleia Geral Eletiva da CRB, o Pe. Daniel pergunta: o que está
acontecendo com a VRC que, pouco a pouco, vai abandonando as longínquas e
escondidas comunidades rurais, pequenas, pobres, menos estruturadas? Diante
dessa situação, o artigo nos convida a olhar para Jesus, particularmente para a
dimensão orante e itinerante.
Jesus
passa longas horas em silêncio e diálogo com o Pai. O seu silêncio não é um
exercício de solidão, mas de profunda comunhão com o Pai e os seus prediletos.
Através de sua oração Jesus se aproxima das necessidades do mais pobres para
amá-los, criando sintonia, comunhão e solidariedade. Jesus viveu sua missão
como itinerante. Ele sempre procurava estar no meio das pessoas, por isso
andava pelos campos, cidades, sinagogas, templo… Marcava presença nos lugares
mais complexos e desafiadores. Seguir Jesus não seria, também, assumir esse
itinerário, marcando presença onde a vida mais clama?
A
situação das crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade continua
sendo uma questão preocupante na vida da sociedade e da Igreja. O texto do
Irmão Edgar Nicodem procura delinear como a Vida Religiosa Consagrada pode ser
uma presença profética, nestas situações de abusos. Infelizmente constatamos os
mais diversos tipos de situações a que os mesmos são expostos. O artigo não
somente analisa o tema, mas também oferece uma série de indicações de como
apresentar denúncias. Olhando a médio e longo prazo, uma educação de qualidade,
acessível a todos, assume um papel fundamental. Segundo o Papa Francisco, a dor
das vítimas é um gemido que clama ao céu, que alcança a alma e que, por muito
tempo foi ignorado, emudecido ou silenciado. E prossegue o Pontífice: para que
tais fenômenos, em todas as suas formas, não aconteçam mais, é necessária uma
conversão contínua e profunda dos corações, atestada por ações concretas e
eficazes que envolvam todos os membros da Igreja.
Historicamente
a Vida Religiosa Consagrada tem marcado uma presença significativa com os
jovens. Vidas jovens importam é a contribuição do Irmão Joílson de Souza
Toledo. A proposta do artigo é reconhecer e identificar as contribuições das
juventudes das fronteiras na ressignificação da VRC. Nessa perspectiva é
importante perguntar como as juventudes estão no coração de nossos carismas e
missão. Uma realidade destacada pelo artigo das juventudes das periferias são
as vidas precarizadas, onde emerge o tema da juvenecídio. Falar de juventudes é
também considerar a cultura digital que tem modificado o jeito de ser, crer e
viver das pessoas. O mundo digital apresenta novas oportunidades, ameaças e
formas de tocar e ser tocado, configurando um desafio especial para a VRC.
A segunda
temática do eixo da missionariedade é a ecologia integral que contempla o
bem-viver como estilo de vida, a defesa da Casa Comum e dos povos originários.
Quem nos ajuda a aprofundar essa temática é o antropólogo, Padre Aloir Pacini,
SJ. Ele propõe que a Vida Religiosa Consagrada assuma a ecologia integral e o
bem-viver como estilo de vida, na defesa da Casa Comum ao modo ou em comunhão
com os povos originários. Como poderão ver artigo, em grande parte o Pe. Aloir
partilha a sua rica experiência com os Warau e outros povos originários. O seu
grande desejo é que cada religioso e religiosa encontre em cada pessoa dos
povos originários um irmão ou irmã. Hoje, como Vida Religiosa Consagrada, somos
convidados a renovar continuamente a nossa presença junto aos povos
originários, semelhante ao que já fizeram tantos e tantas religiosas e
religiosos, como um inequívoco sinal do Reino de Deus.
Segue
sendo a hora, e quem sabe mais do que nunca, afirma Dom Pedro Casaldáliga, de
comprometer-se profeticamente. Os quatro artigos partilhados revelam claramente
que o profetismo assumido pela VRC passa pelos pobres, crianças, jovens e povos
originários em situação de vulnerabilidade. São, na realidade, um importante
desafio e uma excelente oportunidade para ressignificar a Vida Religiosa
Consagrada. - Fonte:
CRB
------------------------------------------------------------------------------------------------.
Perspectivas
para a evangelização da juventude a partir do encontro nacional realizado em
Brasília
Assessores dos
Setores Juventude de cinco Dioceses gaúchas participaram do encontro em
Brasília que discutiu caminhos para a evangelização das juventudes
O
Encontro Nacional de Responsáveis de Juventude das Arquidioceses, Dioceses,
Prelazias e Assessores das Expressões Juvenis que ocorreu de 05 a 07 de
setembro em Brasília, buscou atualizar e revitalizar os caminhos para a
evangelização das juventudes no Brasil.
O
encontro abordou diversas temáticas, contou com momentos de partilhas de
experiências e vivências, momentos de oração e foi desenvolvido na metodologia
“Conversa no Espírito”, com os participantes dispostos em pequenos grupos ao
redor de uma mesa.
No
primeiro dia, quinta-feira, 05 de setembro, os participantes tiveram acesso à
uma análise de conjuntura das juventudes, assessorada pelo advogado, professor
e pesquisador, doutor Melillo Dinis. Ele abordou os diversos contextos social,
político, econômico, ambiental e cultural que as juventudes estão inseridas no
mundo, na Ameríndia e no Brasil, à luz de estudos e pesquisas.
Na
parte da tarde, o tema central foi o Documento 85 - Evangelização da juventude:
desafios e perspectivas pastorais. O percurso pelo documento que foi lançado no
ano de 2007 pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi
realizado por Dom Eduardo Pinheiro, atual bispo da Diocese de Jaboticabal (SP)
e que foi um dos articuladores do documento. Dom Eduardo destacou alguns pontos
que ressaltam a opção afetiva e efetiva da Igreja no Brasil pelos jovens e
relembrou as linhas de ação que o documento propõe.
A
reflexão sobre assessoria dos grupos e movimentos de jovens, bem como sobre as
estruturas de acompanhamento ficou por conta do padre e escritor Jorge Boran.
Ele destacou a importância da formação dos responsáveis pelas instâncias de
assessoria para oportunizar que os jovens tenham o acompanhamento adequado,
mantendo o seu protagonismo em todos os espaços eclesiais.
O
segundo dia, 06 de setembro, iniciou com a reflexão sobre as novas linguagens
para se comunicar com os jovens das gerações Z e Alpha. Como exemplo prático,
profissionais e professores da Universidade Católica de Brasília e do Grupo de
Trabalho da Coordenação da Pastoral Juvenil Nacional falaram sobre a
gamificação como meio para atrair e evangelizar os jovens. Eles exemplificaram
como transformar conteúdos de cunho evangelizador em jogos e através da
tecnologia pode ajudar a chegar aos adolescentes e jovens que vivem conectados.
Após,
foi apresentado o projeto Cuidar da Vida, lançado este ano pela Pastoral
Juvenil Nacional. A proposta tem como objetivo formar multiplicadores do
minicurso que visa a prevenção ao suicídio. O projeto já teve seis edições e,
em janeiro de 2025, será realizado no Rio Grande do Sul. O objetivo do “Cuidar
da Vida” é capacitar lideranças para que possam realizar a escuta ativa dos
jovens do seu grupo para identificar possíveis sofrimentos e realizar os
encaminhamentos necessários a fim de auxiliar no bem-estar e saúde mental dos
jovens.
Outro
tema abordado pela Coordenação da Pastoral Juvenil foi o Jubileu dos Jovens que
irá acontecer de 28 de julho a 03 de agosto de 2025 em Roma, na Itália. Como a
Igreja do mundo inteiro estará vivendo o ano jubilar, os representantes
diocesanos foram instigados a propor atividades referentes ao jubileu para as
juventudes locais e foram convidados a participar da celebração nacional do
Jubileu da Juventude que será realizada em 06 de setembro do ano que vem, no
Santuário Nossa Senhora Aparecida.
O
sábado foi dedicado para a reunião dos representantes por Regional para o
planejamento das atividades em nível estadual e diocesano. A Pastoral Juvenil
também partilhou as datas de atividades de 2025.
Caminhos
para a evangelização dos jovens no Rio Grande do Sul
A
partir da vivência no encontro nacional, o referencial para a juventude no Rio
Grande do Sul, padre Eliseu Oliveira destacou que o Serviço de Evangelização no
estado continuará seguindo a proposta e os eixos presentes no plano “Vim Matear
Contigo” que foi elaborado a partir do plano nacional “Ao Seu Lado”: “O plano
“Ao Seu Lado” vai continuar até 2027, então, nós retornamos para o Regional Sul
3 reassumindo mais uma vez o nosso plano “Vim Matear Contigo” com seus eixos de
atuação. Pensamos em outras ideias para trabalhar com a nossa realidade como
realizar uma escuta dos Setores Juventude e captar todos os dados por meio de
um observatório para, a partir das necessidades, propor ações personalizadas;
realizar formações para lideranças, talvez em nível provincial. Em janeiro, por
exemplo, teremos a formação do projeto “Cuidar da Vida”, para trabalhar a saúde
mental dos nossos jovens e estamos planejando formas de celebrar o Jubileu de
2025 com as nossas juventudes em parceria com Serviço de Animação Vocacional,
Pastorais da Educação e Pastorais Familiares. Então, é uma alegria participar
de espaços como este e ver que tem tantas pessoas colaborando com a
evangelização das juventudes e todo o Brasil”.
O
bispo auxiliar de Porto Alegre, Dom Darley José Kummer, que também é o bispo
referencial para as juventudes gaúchas e membro da Comissão Episcopal da
Juventude da CNBB, definiu o encontro como fonte de esperança para as juventudes
do Rio Grande do Sul: “É um encontro de partilha, de convivência, de oração,
mas um momento também de revitalizar entre nós esse cuidado, esse amor e
dedicação junto à nossa juventude. A messe é grande e a gente está precisando
de mais colaboradores nas nossas dioceses, paróquias, escolas e universidades
para sermos sinais de esperança em meio a tantos desafios. Vamos levar o que
vimos aqui para que seja um momento de a gente se reorganizar, reestruturar,
conviver, se encontrar e ser expressão juvenil por todo o nosso estado”.
Para
a integrante do Setor Juventude da Diocese de Caxias do Sul, Isadora Martins,
participar do encontro foi um fermento para a missão: “Esse espaço de encontro
entre as diversas realidades de evangelização dos jovens no Brasil nos faz
perceber o quanto o país é diverso, mas ao mesmo tempo partilha dos mesmos
anseios, desafios e fé. Aqui no RDJ nos inspiramos em experiências partilhadas
por outras dioceses para que possamos levar novas propostas de vivências para
os nossos jovens mantendo a unidade e a comunhão com o Documento 85 e com o
plano de Evangelização “Ao Seu Lado”, que no nosso caso foi traduzido para o
“Vim Matear Contigo”.
Fonte:
Diocese de Caxias do Sul
--------------------------------------------------------------.
Papa
a timorenses: que vossa fé inspire projetos e escolhas segundo o Evangelho
A
fé, que vos iluminou e susteve no passado, continue a inspirar o vosso presente
e o vosso futuro. “Que a vossa fé seja a vossa cultura!”, isto é, que inspire
critérios, projetos e escolhas segundo o Evangelho: disse o Papa esta
segunda-feira (09/09) em Dili às autoridades, sociedade civil e Corpo
Diplomático em seu primeiro discurso em Timor-Leste, terceira etapa desta
Viagem Apostólica Internacional que, após já ter visitado a Indonésia e Papua
Nova Guine, o levará a Singapura
Raimundo
de Lima – Vatican News
Em
seu primeiro discurso em terras timorenses, no encontro com as autoridades, a
sociedade civil e o Corpo Diplomático em Dili, capital de Timor-Leste, no
Palácio Presidencial, esta segunda-feira (09/09), no âmbito de sua 45ª Viagem
Apostólica Internacional, que depois da Indonésia e Papua Nova Guine o levará a
Singapura, Francisco destacou as belezas naturais do país - independente deste
2002 -, uma terra que desperta sentimentos de paz e alegria no coração, que
passou por uma fase dolorosa no seu passado recente , que viveu as convulsões e
violências que frequentemente sucedem quando um povo, ao vislumbrar a
independência plena, vê a sua procura de autonomia ser engada ou contrariada.
O
Papa destacou que após viver anos de calvário e da maior provação, o país soube
reerguer-se, encontrando uma senda de paz e o início de uma nova fase, que
pretende ser de desenvolvimento, de melhoria das condições de vida e de
valorização, a todos os níveis, do esplendor impoluto deste território e dos
seus recursos naturais e humanos.
“Demos graças ao Senhor porque, atravessando
um período tão dramático da vossa história, não perdestes a esperança e, depois
de dias sombrios e difíceis, despontou finalmente uma aurora de paz e
liberdade”, frisou o Pontífice.
Enraizamento na fé
católica
Para
alcançar estas importantes metas, serviu de grande ajuda o vosso enraizamento
na fé católica, como salientou São João Paulo II durante a sua visita ao vosso
país em 1989. Na sua homilia, em Taci Tolu, recordou que os católicos de
Timor-Leste têm “uma tradição em que a vida familiar, a educação e os costumes
sociais estão profundamente radicados no Evangelho”; e uma tradição
"impregnada dos ensinamentos e do espírito das Bem-aventuranças", de
"humilde confiança em Deus, de misericórdia e perdão e, quando necessário,
de paciente sofrimento em tempos de provação" (12 de outubro de 1989).
A
este propósito e de modo particular, desejo recordar e louvar o vosso esforço
assíduo para alcançar uma plena reconciliação com os vossos irmãos da
Indonésia, atitude que encontrou a sua primeira e mais pura fonte nos
ensinamentos do Evangelho.
“Mantivestes
firme a esperança mesmo na aflição e, graças ao carácter do vosso povo e à
vossa fé, transformastes a dor em alegria! Queira o Céu que noutras situações
de conflito, em diversas partes do mundo, prevaleça igualmente o desejo de paz
e de purificação da memória, para sarar as feridas e substituir o ódio pela
reconciliação e a contraposição pela colaboração!”
Fonte:
Vatican News
*----------------------------------------------------------------------------------------.s
Francisco
chega a Timor-Leste, terceira etapa de sua viagem à Ásia-Oceania
O
Papa Francisco se despediu de Papua Nova Guiné nesta segunda-feira em um
encontro com a presença de cerca de 10 mil jovens do país no Estádio Sir John
Guise, na capital, com os quais o Pontífice conversou e garantiu: “Todos nós
podemos cometer erros”.
Silvonei
José – Vatican News
No
aeroporto de Port Moresby, para o cerimônia de despedida, o Papa foi recebido
pelo primeiro-ministro James Marape, na Meeting Romm 2, com quem manteve um
breve colóquio. Antes de embarcar no avião, saudou a comitiva local e a
delegação papuásia.
O
avião papal deixou o aeroporto internacional de Port Moresby com destino a
Timor-Leste às 12h12 locais. Depois de 3h30 de voo e percorrer 2.578 Km chegou
ao aeroporto de Internacional de Dili, Presidente Nicolau Lobato às 14h20, hora
local.
No
aeroporto de Dili o Papa foi acolhido por duas jovens que lhe entregram um
buque de flores e um cachecol com as cores tradicionais. Em seguida o encontro
com o presidente da República, José Manuel Ramos-Horta. O Papa passou em
revista a guarda de honra e saudou as Delegações. Não houve discursos.
O
Papa deixou o aeroporto Internacional de Dili transferindo-se para a Nunciatura
Apostólica onde será hóspede durante a sua permanência em Timor-Leste.
No
final da tarde desta segunda-feira o Papa se dirigirá até o Palácio
Presidencial para a cerimônia de boas-vindas, visita de cortesia ao presidente
Ramos-Horta e o encontro com as autoridades, a sociedade civil e o Corpo
Diplomático. Ali fará o seu primeiro discurso em terras timorenses.
Despedida de Papua
Nova Guiné
Antes
de seguir para Timor-Leste para a terceira etapa de sua Viagem Apostólica à
Ásia-Oceania, Francisco foi ao estádio de Port Moresby para se encontrar com
milhares de jovens em um país assolado pela pobreza, violência e calamidades
naturais. O Papa percorreu o estádio em um carrinho de golfe e foi recebido com
festa por jovens católicos de várias partes do país, que cantaram, dançaram e
apresentaram danças tradicionais. Aos jovens desse grande arquipélago com mais
de 800 idiomas, Francisco pediu que aprendessem “uma linguagem comum: a
linguagem do amor”.
Como
acontece nesse tipo de encontro, Francisco preferiu não fazer um discurso
preparado e iniciou um diálogo com os jovens: “um jovem pode cometer um erro,
um adulto pode cometer um erro e uma pessoa idosa como eu pode cometer um erro?
Sim, todos nós podemos cometer erros, disse Francisco. Ele acrescentou que “o
importante é perceber que estamos errados”. “Não somos o super-homem”,
acrescentou, e explicou que podemos cair, ‘mas o importante é não permanecer
caído’.
Papa com os jovens
Ele
também falou aos jovens sobre a necessidade de não cair na indiferença, “que é
quase pior do que o ódio”, e os exortou a que, quando encontrarem alguém caído
na rua, ajudem-no, e pediu a todos os jovens que fizessem o gesto de levantar
alguém do chão.
“Agradeço
a presença de vocês, estou feliz com o entusiasmo de vocês e com tudo o que
fazem. Agradeço por sua alegria, sua presença e suas ilusões”, acrescentou. E
concluiu pedindo às pessoas que rezem por ele, porque seu trabalho “não é fácil”.
Fonte:
Vatican News
*----------------------------------------------------------------------------------------.
s
Papa:
multilinguismo favorece a construção de pontes e encontros pela paz
Em
mensagem firmada pelo cardeal Pietro Parolin, Francisco se manifestou nesta
segunda-feira (09/09), Dia Mundial da Alfabetização. A Santa Sé renovou o
apreço pelo papel da Unesco na promoção do multilinguismo em favor da paz,
segundo o tema escolhido para este ano: os poliglotas podem ser
"construtores de pontes, capazes de superar os preconceitos, as
diferenças, os antagonismos e as polarizações para priorizar o diálogo e o
encontro".
Andressa Collet - Vatican News
O Papa Francisco chegou nesta segunda-feira (09/09) em
Timor-Leste, país do sudeste asiático, que fala oficialmente português e tétum,
além da língua inglesa. Já o pronunciamento do Pontífice à nação será através
de quatro discursos em espanhol. Um exemplo prático de "promoção da
diversidade linguística e cultural, sem esquecer o multilinguismo",
sobretudo aquele de coexistência de diferentes línguas numa mesma comunidade,
nesta data em que celebramos o Dia Mundial da Alfabetização,
instituído pela Unesco em 1967. O tema escolhido para este ano, “Promover
a educação multilíngue: a alfabetização para a compreensão recíproca e a paz”,
segundo o cardeal Pietro Parolin, convida a refletir sobre "a contribuição
da alfabetização na aproximação dos povos e na sua compreensão mútua".
O secretário de Estado da Santa Sé aprofundou o tema em
mensagem do Papa Francisco enviada à diretora-geral da Organização das Nações
Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), Audrey Azoulay, por
ocasião da data que, neste ano, está sendo realizada em Iaundê, capital de
Camarões, nos dias 9 e 10 de setembro. O Pontífice, escreveu o cardeal Parolin,
expressa "proximidade espiritual a todos os promotores e protagonistas
desta Conferência Mundial". O Dia Mundial da Alfabetização, continua o
secretário, "é uma oportunidade particularmente propícia para fazer um
balanço dos resultados obtidos na luta contra o analfabetismo e para encorajar
todas as pessoas e instituições no precioso serviço da educação ao longo da
vida".
O
multilinguismo pode favorecer a paz
Além disso, a Santa Sé renova o apreço pelo papel da Unesco
na promoção do multilinguismo que "cada vez mais é reconhecido como um
fator que promove o desenvolvimento das pessoas", assim como "o
diálogo, a escuta e a mediação". E o cardeal Parolin prosseguiu na
mensagem:
“As pessoas poliglotas são frequentemente procuradas porque,
além da sua capacidade de compreender e falar vários idiomas, geralmente
demonstram melhores habilidades analíticas, uma maior facilidade de comunicação
e de socialização, bem como melhores aptidões cognitivas. Assim, os poliglotas
estão mais dispostos a apreciar as riquezas das outras culturas, mesmo daquelas
que estão muito distantes da sua.”
Na mensagem, o secretário citou uma frase de Nelson Mandela
ao falar da importância do idioma como ferramenta na comunicação entre as
pessoas e os povos: “Se falar com um homem em um idioma que ele entende,
você fala à cabeça dele; se falar no seu idioma, você fala ao coração dele”. E
Parolin reforçou:
"Ajudar as pessoas e os futuros líderes a se
familiarizarem com mais idiomas é dar à nossa humanidade construtores de
pontes, capazes de superar os preconceitos, as diferenças, os antagonismos e as
polarizações para priorizar o diálogo e o encontro; é dar ao nosso mundo homens
que saibam falar às mentes, mas também aos corações dos seus interlocutores,
sejam eles parceiros ou adversários."
Mais uma vez, o Papa Francisco encoraja fortemente os
responsáveis pela elaboração de políticas, os agentes educacionais e o público
em geral "a valorizar a importância da alfabetização para construir uma
sociedade mais instruída, fraterna, solidária e pacífica". E, ao invocar
graças e bênçãos divinas "a todos promotores da compreensão mútua entre os
povos", o Pontífice espera que a humanidade, ao invés de se opor uns
contra os outros através de conflitos armados, aprenda a intensificar laços de
fraternidade, como já manifestou João Paulo II por ocasião do Dia Mundial da
Alfabetização em 1986.
Fonte:
Vatican News
*----------------------------------------------------------------------------------------.
s
Timor-Leste
sedento de fé e paz para um futuro melhor
Frei
Santiago Saiz, da Ordem dos Pregadores, missionário no Timor-Leste há 11 anos,
compartilha com a Rádio Vaticano-Vatican News a história da Igreja no país e a
importância de continuar fortalecendo a inculturação da fé com a chegada do
Papa Francisco à ilha.
Johan
Pacheco - Dili
O
Papa Francisco chegou nesta segunda-feira, 9 de setembro, a Dili, capital do
Timor-Leste, para confirmar na fé a população da qual mais de 90% se declaram
católicos. O frade dominicano Santiago Saiz, com vasta experiência pastoral na
Ásia e, nos últimos 11 anos, na comunidade timorense, destaca a importância
dessa visita: “que a mensagem do Santo Padre lhes dê fé em si mesmos, em Deus e
esperança em um futuro de paz”.
Qual
é a história da Igreja no Timor Leste, suas características e maneira de viver
a fé?
À
primeira pergunta, respondo dizendo que os portugueses começaram a negociar com
os timorenses em 1515 e fizeram dessa parte da ilha uma de suas colônias até
1975. Os reis portugueses designaram essa missão aos dominicanos, juntamente
com outras ilhas da Indonésia, especialmente a Ilha de Flores e Solor. Eles
iniciaram seu trabalho missionário em 1556 até 1832 e eram os únicos
missionários na ilha. Mais tarde, vieram os salesianos, os jesuítas e os verbitas.
O período mais terrível para esse povo foi de 1975 a 2002, a luta pela
independência contra Portugal e a Indonésia é repleta de mortes, massacres e
miséria. Os missionários e o clero local apoiaram e ajudaram o máximo que
puderam nesse processo. Isso resultou na cristianização maciça da ilha.
Atualmente, 95% da população se declara católica. O problema foi e continua
sendo a educação religiosa e catequética deficiente. Eles são cristãos, mas
mantêm o que chamam de cultura: tradições ancestrais que misturam animismo,
religiosidade popular (gostam de procissões, especialmente as marianas),
danças, sacrifícios de galinhas... Hoje em dia, por terem documentos oficiais,
a certidão de batismo é o único e mais importante documento que possuem. Esse
documento é necessário para imprimir outros documentos e para se matricular em
escolas e universidades.
Como
essas pessoas viveram a preparação para a visita apostólica do Papa Francisco?
A
breve visita de São João Paulo II em 1989 foi providencial para esse povo. É
por isso que a visita do Papa Francisco está gerando grande entusiasmo entre a
população de 1.300.000 habitantes. Espera-se que mais de 600 mil pessoas
acompanhem o Santo Padre na missa final. Em um país sem muita logística, isso
está gerando muita ansiedade.
Todos
nós estamos orando para que esse encontro seja uma grande graça para o povo. O
lema está sendo explicado ao povo em um pequeno documento emitido pela
conferência episcopal. Ele explica o ofício do Sucessor de Pedro como Vigário
de Cristo. Em seguida, descreve a figura do Papa Francisco e seus ensinamentos
ou encíclicas e, por fim, explica que o Timor tem uma história antiga de
crenças e tradições que dão identidade a esse povo. Eles também reconhecem que
a fé católica faz parte de sua cultura há mais de 500 anos. No entanto, ainda é
necessário inculturar a fé católica, purificando as tradições que o povo tem,
mas, ao mesmo tempo, fazer um processo de adaptação, aculturação à cultura do
povo, para que a fé cristã não seja uma reflexão tardia.
Poderia
nos falar sobre a presença dos dominicanos no Timor-Leste e seu trabalho
pastoral?
Os
dominicanos chegaram na época dos portugueses e, com muito sofrimento,
continuam até hoje. Nós, dominicanos, chegamos no final de 2013, somos 5 padres
e estamos envolvidos em uma quase-paróquia na montanha de Hatoudo, dirigindo
uma escola com 600 alunos. E, há alguns anos, outros padres lecionam no
Seminário Maior, são capelães e professores de Ética em uma universidade
chamada DIT, e cuidamos da formação dos postulantes, tanto os nossos quanto os
de outras congregações. Nos últimos dois anos, abrimos uma escola secundária em
Hera.
No
Timor Leste, quais são os frutos que o senhor espera que surjam dessa visita
apostólica do Papa Francisco?
Espero
que os frutos sejam a paz e a esperança. Esse povo muito jovem, se receber
essas graças, seguirá em frente. Se não tiverem paz e não tiverem esperança de
trabalho, as pessoas podem explodir. Que a mensagem do Santo Padre lhes dê fé
em si mesmos, em Deus e esperança em um futuro pacífico.
Fonte:
Vatican News
*----------------------------------------------------------------------------------------.s
Timor
Leste - Unidos e com entusiasmo para a visita do Papa
Graças
à diligente colaboração de todos, tuto pronto para acolher o Papa Francisco.
Dom Leonardo Maria Alves, Bispo de Baucau e Secretário Geral da Conferência
Episcopal de Timor Leste (CETL), reafirmou em entrevista com a Rádio Vaticano,
que os cristãos timorenses estão a preparar-se com entusiasmo para o encontro
com o Papa Francisco, que iniciou a sua visita ao País na tarde de
segunda-feira, 9 de setembro.
P.
Bernardo Suate – Díli (Timor Leste), para Vatican News
O
Bispo de Baucau falava na Esplanada de Taci Tolu onde diferentes equipas de
trabalho preparam o local onde o Papa Francisco presidirá à santa Missa na
terça-feira, 10, durante a sua visita apostólica.
E
não são apenas colaboradores da Igreja, sublinhou o prelado, mas também do
próprio Governo, pois para o povo Timorense é uma graça que o Papa venha estar
por algum tempo aqui com eles.
Então,
todos os povos Timorenses estão com entusiasmo, aguardando o Santo Padre e, com
ele, também tantas bênçãos de Deus através do Papa Francisco, reiterou Dom
Leandro que também quis lembrar último evento semelhante foi com São João Paulo
II quando o Pontífice polaco visitou Timor Leste há 35 anos.
“Momento
importante e marcante para os povos Timorenses, e em particular para os
cristãos Timorenses, insistiu o também Secretário Geral da Conferência
Episcopal, reiterando que, “para os povos de Timor, a visita vai confirmar a
nossa fé em Cristo, e também confirmar a nossa fidelidade à Igreja de Timor e,
especialmente, ao Papa Francisco”.
A
Igreja em Timor é uma Igreja jovem e, nela, os jovens são a maioria da
população, observou ainda o prelado de Baucau, acrescentando que é, portanto,
esta juventude de Timor que se prepara com entusiasmo pra acolher de braços
abertos o Sucessor de Pedro.
A
terminar, uma mensagem ao povo de Deus em Timor que se apressa a receber a
visita do seu ilustre pastor universal, para continuarem a manifestar a própria
fé em Cristo através da presença e participação, “para estarmos com o Papa que
vem dar-nos a todos a sua bênção”. E Dom Leonardo Maria Alves dirige o seu
convite a todos os Timorenses para que ninguém deixe passar em vão esta “bênção
da presença do Papa que vem para nós como Deus vem para nós”. Então nós também
respondamos, como cristãos e homens e mulheres de fé, para recebermos esta
graça que vem a nós por intermédio do Papa Francisco.
Recorde-se
que a visita ao Timor Leste é a terceira etapa da 45ª viagem apostólica do Papa
Francisco, a mais longa (também geograficamente) de todo o pontificado, e que o
levou à Indonésia e Papua Nova Guine nos dias 3 a 9 de setembro e terminará em
Singapura no dia 13 de setembro.
Fonte:
Vatican News
*----------------------------------------------------------------------------------------.s
Timor:
Francisco, uma “presença de paz após um passado doloroso”
O
clima é de grande expetativa entre o povo timorense pela visita do Papa que
chega na tarde desta segunda-feira, 9, a este País do Sudeste Asiático. A
esperança do Padre Jovito Rego de Jesus Araújo, vigário para questões pastorais
na Arquidiocese metropolitana de Díli é que a visita do Papa traga “novos ares”
não só na fé, mas também nas instituições e na população.
P. Bernardo Suate – Díli (Timor Leste), para
Vatican News
O
Bispo de Baucau falava na Esplanada de Taci Tolu onde diferentes equipas de
trabalho preparam o local onde o Papa Francisco presidirá à santa Missa na
terça-feira, 10, durante a sua visita apostólica.
E
não são apenas colaboradores da Igreja, sublinhou o prelado, mas também do
próprio Governo, pois para o povo Timorense é uma graça que o Papa venha estar
por algum tempo aqui com eles.
Então,
todos os povos Timorenses estão com entusiasmo, aguardando o Santo Padre e, com
ele, também tantas bênçãos de Deus através do Papa Francisco, reiterou Dom
Leandro que também quis lembrar último evento semelhante foi com São João Paulo
II quando o Pontífice polaco visitou Timor Leste há 35 anos.
“Momento
importante e marcante para os povos Timorenses, e em particular para os
cristãos Timorenses, insistiu o também Secretário Geral da Conferência Episcopal,
reiterando que, “para os povos de Timor, a visita vai confirmar a nossa fé em
Cristo, e também confirmar a nossa fidelidade à Igreja de Timor e,
especialmente, ao Papa Francisco”.
A
Igreja em Timor é uma Igreja jovem e, nela, os jovens são a maioria da
população, observou ainda o prelado de Baucau, acrescentando que é, portanto,
esta juventude de Timor que se prepara com entusiasmo pra acolher de braços
abertos o Sucessor de Pedro.
A
terminar, uma mensagem ao povo de Deus em Timor que se apressa a receber a
visita do seu ilustre pastor universal, para continuarem a manifestar a própria
fé em Cristo através da presença e participação, “para estarmos com o Papa que
vem dar-nos a todos a sua bênção”. E Dom Leonardo Maria Alves dirige o seu
convite a todos os Timorenses para que ninguém deixe passar em vão esta “bênção
da presença do Papa que vem para nós como Deus vem para nós”. Então nós também
respondamos, como cristãos e homens e mulheres de fé, para recebermos esta
graça que vem a nós por intermédio do Papa Francisco.
Recorde-se
que a visita ao Timor Leste é a terceira etapa da 45ª viagem apostólica do Papa
Francisco, a mais longa (também geograficamente) de todo o pontificado, e que o
levou à Indonésia e Papua Nova Guine nos dias 3 a 9 de setembro e terminará em
Singapura no dia 13 de setembro.
Fonte:
Vatican News
*----------------------------------------------------------------------------------------.s
Padre
Levinson: “Com Papa Francisco, possa a nossa fé tornar-se nossa cultura”
O
povo de Timor está com grande entusiasmo, grande alegria, e assim tem sido
desde o início quando se confirmou a vinda do Santo Padre – afirma o Padre
Levinson D. C. Verdial, da diocese de Maliana e membro da equipa de liturgia
durante a visita do Papa Francisco ao Timor Leste, que tem como tema “Que a
vossa fé seja a vossa cultura”.
P.
Bernardo Suate – Díli, Timor Leste, para Vatican News.
Neste
momento a expectativa dos Timorenses é muito grande e todos os aspectos da
preparação (logística, liturgia e outros), nos lugares por onde o Santo Padre
vai estar, se podem considerar terminados, disse à Rádio Vaticano o Padre
Levinson, sublinhando o grande entusiasmo e alegria de tudo pela vinda do Santo
Padre ao País – “existe grande união e colaboração tanto da parte do Governo
como da Igreja, para que tudo possa correr bem”, assegura o sacerdote da
diocese de Maliana.
Possa o Papa
Francisco despertar a fé dos Timorenses
O
Padre Verdial sublinha ainda que a esperança que a Igreja em Timor tem sobre a
visita do Santo Padre é que ele possa despertar em todos, principalmente no
povo Timorense, sentimentos de fé, de acordo com o tema da visita do Santo
Padre (‘que a vossa fé seja a vossa cultura’), “de modo que a fé do povo
timorense possa tornar-se cada vez mais a nossa cultura”, ressalta o Padre
Levinson.
Deste
modo, prossegue, poderemos viver ainda mais a união, a paz e a tranquilidade, a
harmonia e a compreensão entre os Timorenses, para que assim nós possamos
construir uma sociedade mais próspera e unida.
Fé se torne cada vez
mais cultura do povo Timorense
O
sacerdote falou igualmente de um mundo sempre em constante evolução, onde
sempre podem surgir coisas novas – esperamos, disse o Padre Levinson, que com a
visita do Santo Padre o povo Timorense possa acolher bem a mensagem que o Santo
Padre nos traz, para a podermos viver intensamente, que é sobretudo uma
mensagem de fé, e para que a nossa fé se possa tornar mais ainda como cultura
do povo Timorense”, disse o Padre Levinson.
Juventude acolhe com
entusiasmo mensagem de Francisco na JMJ
Em
Timor Leste - referiu ainda o sacerdote - neste momento, a juventude está a
descobrir coisas novas na nossa sociedade e nesta evolução constante deste
mundo em que estamos a viver e, sobretudo a juventude católica Timorense, está
com grande entusiasmo para receber o Santo Padre e colher a mensagem que ele
deixou aos jovens na última Jornada Mundial da Juventude (JMJ), disse o Padre
Levinson.
A
partir dessa Jornada, disse a terminar, a juventude católica Timorense está a
viver intensamente a mensagem do Papa para que em cada Diocese haja sempre a
formação contínua sobre a mensagem de que Cristo vive. Foi esta, observou, a
mensagem que o Papa deixou aos jovens, e eles estão constantemente a
preparar-se, seja espiritual que material e fisicamente, para acolherem a
visita do Papa Francisco.
E
para o Padre Verdial, é esta a expectativa da juventude Timorense, na esperança
de que a juventude, possa acolher a mensagem do Santo Padre na vida de cada um
deles, para poderem construir uma vida e um futuro bem fundamentados na fé
cristã.
De
recordar, que o Papa Francisco visita o Timor Leste de 9 a 11 de setembro,
terceira etapa da sua 45ª viagem apostólica, depois da Indonésia e Papua Nova
Guiné, e que se concluirá com a visita à Singapura de 11 de 13 de setembro. A visita
do Pontífice ao Timor tem como tema “Que a vossa fé seja a vossa cultura”. Fonte:
Vatican News
----------------------------------------------------------------------------------------.
A
Igreja Católica em Timor-Leste
A
partir da independência alcançada em 2002, Timor-Leste tornou-se o segundo país
de maioria católica na Ásia, depois das Filipinas: 98% da sua população de
cerca de 1,4 milhões de habitantes é de fato batizada. Hoje, a educação na fé,
juntamente com a formação adequada do clero e dos agentes pastorais locais,
representa um dos principais desafios da Igreja de Timor-Leste.
Vatican News
A Igreja Católica em Timor Leste tem 3 circunscrições
eclesiásticas (Arquidiocese de Díli, Diocese de Baucau e Diocese de
Malianaonde), com suas 66 paróquias, 665 centros pastorais e um rebanho de
1.439.000 fiéis, pastoreado por 3 bispos e servido por 140 sacerdotes
diocesanos, 207 sacerdotes religiosos (347 no total), 1 diácono, 108 religiosos
não sacerdotes, 1.038 religiosas professas, 1 membro de Instituto Secular, 10
missionários leigos e 1.724 catequistas. No país, há 461 seminaristas menores e
e 614 seminaristas maiores.
Os centros educativos de propriedade e/ou dirigidos por
eclesiásticos ou religiosos são: 272 creches ou escolas primárias, atendendo
42.973 crianças; 48 escolas médias inferiores e secundárias, que atendem 39.763
estudantes; e 5 escolas superiores e universidades com 1.445 estudantes.
Entre os centros caritativos e sociais de propriedade e/ou
dirigidos por eclesiásticos estão 1 hospital, 28 ambulatórios, 2 casas para
idosos, pessoas com invalidez ou deficiência, 16 orfanatrófios ou jardins da
infância, 2 consultórios familiares, 1 centro especial de educação ou
reeducação social.
A
Conferência Episcopal
A Conferência Episcopal de Timor-Leste (CETL) foi instituída
em 2012 e reúne os bispos da Arquidiocese de Díli e as suas sufragâneas Bacau e
Maliana. O seu atual presidente é dom Norberto Do Amaral, bispo de Maliana, o
vice-presidente é o cardeal Virgílio do Carmo da Silva, S.D.B., e o secretário
geral é dom Leandro Maria Alves.
A
Arquidiocese de Dili
Arquidiocese de Díli (11 de setembro de 2019), ereta diocese
em 4 de setembro de 1940; Metropolia – 4.775 km2 com 783.437 habitantes, dos
quais 740.250 católicos. Tem 33 paróquias, 234 igrejas, 74 sacerdotes
diocesanos (4 ordenados no último ano), 140 sacerdotes regulares residentes na
diocese; 1 diácono permanente; 141 seminaristas dos cursos filosóficos e
teológicos; 282 membros de institutos religiosos masculinos; 742 membros de institutos
religiosos femininos; 128 instituições de ensino; 27 instituições de caridade;
19.510 batismos em 2023).
O arcebispo de Díli é o cardeal Virgílio do Carmo da Silva,
S.D.B., nascido em Venilale, Diocese de Baucau, em 27 de novembro de 1967;
ordenado em 18 de dezembro de 1998; eleito em Díli, em 30 de janeiro de 2016;
consagrado em 19 de março de 2016; promovido a arcebispo em 11 de setembro de
2019; criado cardeal por Francisco no Consistório de 27 de agosto de 2022,
sendo titular de Santo Alberto Magno.
As
origens
A evangelização de Timor-Leste teve início na primeira metade
do século XVI com a colonização da ilha pelos portugueses, que mantiveram o
controle da sua parte oriental (com o breve interlúdio da ocupação japonesa
durante a Segunda Guerra Mundial) até 1975, ano em que foi ocupada pela
Indonésia.
O território foi visitado uma vez pelo Papa São João Paulo II
no âmbito da 44ª Viagem Apostólica, ao Extremo Oriente e às Maurícias (6 a 16
de outubro de 1989), quando o território ainda estava sob controle indonésio. A
visita teria voltado a chamar a atenção da comunidade internacional para a
situação do povo timorense e para a sangrenta repressão do exército indonésio.
Após a declaração de independência em 20 de maio de 2002, a Santa Sé e a República
de Timor-Leste estabeleceram relações diplomáticas. Em 2019, as três dioceses
do país, Díli, Bacau e Maliana, foram constituídas em Província Eclesiástica.
Segundo
país com maioria católica na Ásia
A partir da independência alcançada em 2002, Timor-Leste
tornou-se o segundo país de maioria católica na Ásia, depois das Filipinas: 98%
da sua população de cerca de 1,4 milhões de habitantes é de fato batizada.
Hoje, a educação na fé, juntamente com a formação adequada do
clero e dos agentes pastorais locais, representa um dos principais desafios da
Igreja de Timor-Leste.
Aumento
das vocações
As vocações continuam a ser numerosas. Entre as Ordens
religiosas presentes no território estão os Salesianos, os Jesuítas, que
chegaram pela primeira vez em 1899, expulsos em 1910 e que regressaram em 1958,
os Verbitas e vários institutos religiosos femininos, alguns dos quais locais,
comprometidos principalmente na área de educação e assistência.
O
papel da Igreja na sociedade timorense
Depois de ter desempenhado um papel de liderança no caminho
que conduziu ao referendo sobre a independência de 1999, a Igreja Católica
continua a estar muito presente na sociedade timorense, nomeadamente nos
setores da educação e da saúde, e a fazer ouvir a sua voz no debate público,
como aconteceu durante a discussão da reforma da lei do aborto em 2009.
O papel especial da Igreja Católica na sociedade timorense é
reconhecido também pela Constituição de 2002, que no entanto garante plena
liberdade de consciência, religião e culto a todas as religiões, encoraja a
colaboração entre as diferentes denominações religiosas “que contribuem para o
bem-estar da população de Timor-Leste” e proíbe qualquer forma de discriminação
baseada na pertença religiosa.
O preâmbulo da Carta sublinha que: “Na sua perspectiva
cultural e humana, a Igreja Católica de Timor-Leste sempre foi capaz de assumir
com dignidade o sofrimento de todo o povo e saber pôr-se de lado para defender
os direitos fundamentais dos cidadãos”. O Artigo 11 afirma ainda que: “O Estado
reconhece e aprecia a participação da Igreja Católica no processo de libertação
nacional de Timor-Leste.”
As
relações com as autoridades civis e outras religiões
Com o Estado timorense, que mantém relações diplomáticas com
a Santa Sé desde 2002, existe uma estreita relação de colaboração reforçada
pela Concordata de 15 de Agosto de 2015 que define os termos em que a Igreja é
livre de oferecer os seus serviços, tanto no que diz respeito à assistência
espiritual em prisões, hospitais e orfanatos, bem como no que se refere a
atividades de caridade e organização de serviços educativos. O Estado, da sua
parte, fornece subsídios à Igreja Católica.
As relações com outras comunidades religiosas, em particular
as antigas comunidades muçulmanas e protestantes, também são boas.
Fonte:
Vatican News
----------------------------------------------------------------------------------------.
O
Timor-Leste que acolhe o Papa Francisco
Colônia
portuguesa do século XVI até 28 de novembro de 1975, com o breve parênteses da
ocupação japonesa durante a Segunda Guerra Mundial, o Timor-Leste foi invadido
pelo exército indonésio nove dias após a sua declaração de independência e
então anexada pelo Governo de Jacarta em 1976, como 27ª Província da Indonésia.
Após lutas e sangrenta repressão, o país declarou a independência em 20 de maio
de 2002, tendo o líder da guerrilha da independência, Xanana Gusmão, como seu
primeiro presidente.
Vatican
News
Localizada
no sudeste da Ásia, a República do Timor-Leste encontra-se a 400 km a norte da
Austrália, no Mar de Timor. Faz parte das Pequenas Ilhas da Sonda, no extremo
leste do arquipélago indonésio. Inclui a metade oriental da ilha Timor, o
enclave separado de Oecusse, localizado em Timor Ocidental, e as pequenas ilhas
de de Ataúro e Jaco.
O
território é atravessado por montanhas escarpadas, das quais o pico mais alto é
o Monte Ramelau (2.960 m). A planície costeira do sul consiste em pântanos e
deltas de rios. O solo rochoso e os períodos de escarsa precipitação criam
dificuldades para a agricultura, o que muitas vezes leva à escassez de
alimentos e de água.
A
maior parte dos rios, dos quais os mais longos são o Laclo do Norte e o Laleia,
desaparecem completamente na estação seca. No entanto, após chuvas torrenciais,
podem transformar-se em torrentes violentas e, por vezes, causar inundações
repentinas. Durante a estação das chuvas é possível ver cachoeiras nas encostas
das montanhas. O Lago Ira Laloro é o único lago com dimensões consideráveis. O
clima é tropical com uma estação seca, de maio a novembro, e uma estação úmida,
de dezembro a abril.
Capital: Díli (277.488 habitantes)
Superfície: 14.874 km² (Itália: 302.073 km2)
População: 1.499.000 habitantes.
Densidade: 101 habitantes/km²
Idioma: português, tétum (oficiais), inglês
Principais grupos étnicos: malésios-polinésios (tétum, mambai e tukudede, entre
os principais grupos étnicos), papuásios (bunak, fataluku e outros), chineses
Religião: católicos (98%), protestantes (2%), muçulmanos (0,2%)
Forma de governo: República semipresidencial
Moeda: dólar americano (1 EUR = 1,11 USD)
A
República Democrática de Timor-Leste está localizada na parte oriental da ilha
de Timor, a leste da Indonésia. Colônia portuguesa do século XVI até 28 de
novembro de 1975, com o breve parênteses da ocupação japonesa durante a Segunda
Guerra Mundial, foi invadida pelo exército indonésio nove dias após a sua
declaração de independência e então anexada pelo Governo de Jacarta em 1976,
como 27ª Província da Indonésia.
Após
24 anos de guerrilha liderada pelas Falintil, o braço armado da Fretilin
(Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente) e de repressão sangrenta,
em 30 de agosto de 1999 foi convocado um referendo sob a supervisão da ONU,
vencido pelos apoiadores da independência. Seguiram-se violências, que foram
interrompidas pela intervenção de uma força multinacional de manutenção da paz
da ONU, que permitiu a Timor-Leste declarar a independência em 20 de maio de
2002, tendo o líder da guerrilha da independência, Xanana Gusmão, como seu
primeiro presidente.
Um
papel decisivo neste processo foi desempenhado pela Igreja Católica local. A
história de Timor-Leste após a independência foi marcada por tensões políticas.
Em particular, entre 2006 e 2008 o país viveu uma fase de forte instabilidade
que culminou em 2008 em uma tentativa de golpe militar contra o então
presidente Ramos-Horta (2007-2012), gravemente ferido, e o primeiro-Ministro
Gusmão, que escapou ileso.
Ramos-Horta
foi sucedido em 2012 por José Maria Vasconcelos (conhecido pelo seu nome de
guerra, Taur Matan Ruak), apoiado por Xanana Gusmão, que permaneceu no cargo
até 2017 e depois foi nomeado primeiro-ministro em 2018.
Ainda
que a eleição presidencial de março de 2017 - a primeira sem a supervisão da
ONU, e que viu a vitória de Francisco "Lu'Olo" Guterres da Fretlin, e
as legislativas de julho seguinte - , tenha decorrido de forma pacífica, esta
não levou a uma maioria clara no governo. Desde então, o país vive à beira de
uma crise política.
Em
26 de janeiro de 2018, o presidente Francisco Guterres dissolveu o Parlamento
depois que os partidos da oposição rejeitaram o plano orçamental e convocaram
novas eleições parlamentares para 12 de maio. Estas produziram um novo governo
de minoria liderado pelo Partido de Libertação Popular (PLP), que caiu em 17 de
janeiro de 2020, novamente devido à incapacidade do primeiro-ministro Taur
Matan Ruak de aprovar o orçamento estatal, abrindo caminho para novas eleições
legislativas.
As
últimas eleições presidenciais viram o regresso à cena do ex-presidente José
Ramos-Horta, que obteve 62,10% dos votos no segundo turno. A forte disputa
entre partidos e facções políticas é um dos fatores que continua a dificultar o
desenvolvimento de Timor-Leste que, apesar de ter registado uma melhoria nos
parâmetros econômicos após a independência, continua a ser um país pobre. Isto,
não obstante a riqueza dos campos de petróleo e gás offshore, até agora
inexplorados devido à falta de planejamento e de recursos financeiros para
construir as infra-estruturas necessárias.
Cerca
de metade da população timorense ainda vive hoje abaixo do limiar da pobreza. A
isto soma-se o elevado desemprego que, nas áreas urbanas, atinge valores muito
elevados e afeta especialmente os jovens. Esta situação é o argumento utilizado
por alguns membros da ASEAN, a Associação das Nações do Sudeste Asiático, para
se oporem à adesão de Timor-Leste à organização. No entanto, Timor-Leste está
determinado a ingressar na associação econômica regional em 2025, com o apoio
do seu antigo inimigo, a Indonésia.
A capital Dili
Com
seus 277.488 habitantes, Dilié a capital e maior cidade da República
Democrática de Timor-Leste, a mais oriental das Pequenas Ilhas da Sonda no
Sudeste Asiático. A cidade está localizada no litoral norte, no Estreito de
Ombai, e é o principal porto e centro comercial do país. Em 1520 foi colonizada
pelos portugueses, depois disputada por espanhóis, holandeses, britânicos e,
durante a Segunda Guerra Mundial, ocupada pelos japoneses até 26 de setembro de
1945, quando o território foi devolvido aos portugueses.
Tendo
obtido a independência de Portugal em 1975, Timor-Leste foi invadido pelas
forças indonésias em 1976, que designaram Díli como capital do país. Seguiu-se
um conflito entre as forças indonésias e os defensores da independência,
durante o qual milhares de civis foram mortos, entre 60.000 e 100.000 pessoas.
A
este propósito, recorda-se o dia 12 de novembro de 1991, que entrou para a
história como “massacre de Díli” e também conhecido como “massacre de Santa
Cruz”, dia da violenta repressão às manifestações independentistas que tiveram
lugar no cemitério de Santa Cruz.
Em
1999, Timor-Leste ficou sob a supervisão das forças de manutenção da paz das
Nações Unidas e em 20 de maio de 2002 declarou a independência da Indonésia,
elegendo Díli como capital do novo Estado soberano.
Na
cidade, as décadas de resistência contra a ocupação, são recordadas em uma
série de museus, como o Museu da Resistência Timorense; o National
Chega Centre, uma antiga prisão indonésia; ou o Dare War
Memorial Museum, que comemora o sacrifício de soldados australianos e
timorenses durante a Segunda Guerra Mundial.
Em
Díli, cidade predominantemente católica, os dois principais locais de culto são
a Igreja de Motael, a mais antiga igreja católica do país, construída em 1955
sob a ocupação portuguesa, e a Igreja da Imaculada Conceição, a maior catedral
católica romana do sudeste asiático. No centro histórico encontramos,
além de Catedral de Díli, também da época colonial portuguesa, a Praça dos
Heróis Timorenses, dominada por um grande monumento que comemora a luta e os
sacrifícios feitos pela independência do país.
O
monumento representa três timorenses que se protegem uns aos outros com as seus
fuzis. A praça oferece uma bela vista do mar e dos arredores da cidade.
Localizada no coração da capital também a Colina da Fatuhada, famosa pela sua
vista panorâmica sobre a Baía de Díli e arredores, que alberga as antigas
residências coloniais e o Palácio do Governo.
Localizado
no centro, também o Mercado Tais, um mercado tradicional, onde pode-se comprar
objetos de arte e produtos locais. O mercado é especialmente famoso pela
sua tecidos artesanais coloridos, chamados de "tais", importante
símbolo da cultura local.
A
imponente estátua do Cristo Rei, monumento simbólico situado nos arredores da
cidade, num promontório, foi doada pelo governo indonésio durante a sua
ocupação. A estátua, de 27 m de altura, representa Jesus de braços abertos,
tendo sob os pés o globo terrestre. Para chegar desde a praia é preciso subir
600 degraus e seguir um caminho marcado pelas 14 Estações da Via Sacra. Ao
chegar ao topo, pode-se contemplar um belo panorama de toda a capital.
A
Fortaleza de São João Batista, construída pelos portugueses no século XVI, além
da sua história oferece também uma esplêndida vista sobre o mar e o porto de
Díli. No seu interior funciona o museu militar, onde estão expostos objetos
históricos e fotografias que contam a história da nação.
A
capital também oferece belas praias, como a Areia Branca, com areias brancas e
águas cristalinas, e a de Cristo Rei, dominada pela imponente estátua de
Cristo.
O
Parque Nacional de Nino Konis Santana oferece rica flora e fauna e maravilhosas
paisagens montanhosas. O parque abriga o maior lago de Timor-Leste, o Lago
Modo. A cerca de 10 km a oeste de Díli fica o Tasitolu Peace Park, um
símbolo de paz e reconciliação para os timorenses, dentro do qual existem três
lagos salgados.
Uma
referência de arte na cidade é a Arte Moris, um espaço cultural e artístico
único, onde é possível admirar obras de arte contemporânea de artistas locais e
internacionais, visitar exposições e participar de eventos ou de cursos de
pintura, escultura e fotografia.
O
clima de Díli é tipicamente equatorial, com temperaturas elevadas durante todo
o ano e chuvas abundantes em todos os meses.
Fonte:
Vatican News
----------------------------------------------------------------------------------------.
Cardeal
Agagianian: um nome, um rosto e uma voz para a Igreja de Deus
Na
quinta-feira, 12 de setembro, o Líbano testemunhará um evento excepcional.
Trata-se da transladação dos restos mortais do Servo de Deus, que chegarão ao
Aeroporto Internacional de Beirute Rafic Hariri, para terminar seu percurso na
Praça dos Mártires, na Catedral Católica Armênia de Santo Elias e São Gregório,
o Iluminador
Vatican
News
Patriarcado Católico Armênio da Cilícia
anunciou recentemente a transladação dos restos mortais do Servo de Deus,
cardeal Krikor Bedros XV Agagianian. Trata-se de um evento de grande
significado para a comunidade católica armênia no mundo e para o povo libanês.
Krikor
Bedros XV Agagianian foi um cardeal da Santa Igreja Romana e o 15º
Patriarca da Cilícia dos armênios católicos. Foi ordenado sacerdote em 23 de
dezembro de 1917. Nomeado bispo em 11 de julho de 1935 pelo Papa Pio XI e eleito
patriarca da Cilícia dos Armênios Católicos pelo Sínodo da Igreja católica
armênia em 30 de novembro de 1937 com o nome de Krikor Bedros (Gregório Pedro)
XV. Em 18 de fevereiro de 1956, o Papa Pio XII o criou cardeal atribuindo-lhe a
igreja titular de São Bartolomeu na Ilha Tiberina, em Roma. Conhecido
poliglota e jurista, Agagianian dirigiu a Sagrada Congregação De Propaganda
Fide como prefeito de 18 de julho de 1960 a 19 de outubro de 1970. Ele morreu
em 16 de maio de 1971 em Roma.
O
traslado dos restos mortais será feito da Igreja armênia de São Nicolau de
Tolentino, em Roma, seguindo do Aeroporto Internacional Fiumicino Leonardo da
Vinci, em Roma, para o Aeroporto Internacional Rafic Hariri, em Beirute,
terminando na Praça dos Mártires, na capital libanesa. A cerimônia será
presidida por Sua Beatitude Raphael Bedros XXI Minassian, Patriarca da Cilícia
dos Católicos Armênios que promoveu a Causa de Beatificação e Canonização,
iniciada com a abertura do Inquérito Diocesano em 2022.
Sua
Beatitude Minassian acompanhará pessoalmente cada etapa do traslado, viajando
no mesmo voo até o destino final em Beirute, para garantir que cada momento
seja marcado com o devido respeito e solenidade. Além do Patriarca Minassian, a
cerimônia de acolhimento em Beirute contará com a presença do Primeiro-Ministro
libanês Najīb ʿAzmī Mīqātī e várias personalidades religiosas, políticas e
sociais. Esse evento será uma oportunidade para unir libaneses de todas as
denominações, promovendo a unidade nacional e o diálogo inter-religioso.
No
final da cerimônia, os restos mortais do cardeal Agagianian serão levados em
procissão para a Catedral Católica Armênia dos Santos Elias e Gregório, o
Iluminador, onde serão conservados no sepulcro recentemente construído para
esse fim.
O
legado de fé e amor deixado pelo cardeal, que continua a inspirar os fiéis
cinquenta e dois anos após sua morte, é um gesto de profundo respeito e um
convite à comunidade para viver de acordo com seus princípios de caridade e
serviço.
O
cardeal Agagianian, conhecido por seu compromisso com a construção de igrejas,
escolas e orfanatos, goza de grande respeito entre as diferentes comunidades do
Líbano. Seu retorno à sua terra natal espiritual, Beirute, oferece uma
oportunidade única de renovar a fé e fortalecer os laços inter-religiosos no
país.
Em
uma época caracterizada por profundas mudanças, às vezes acompanhadas de
desafios doutrinários e morais, a figura de Agagianian encarna o homem de fé no
qual a graça e a natureza se fundem; ele representa, assim, a nova criatura de
que fala São Paulo em suas cartas.
Descrito
como o “homo Dei” de São Paulo, Agagianian encarnava a grandeza do sacerdócio e
falava dele com uma eloquência fascinante. Ele era um missionário animado pela
caridade de Cristo, pronto para pronto para sacrificar tudo, até mesmo sua
própria vida, pelo bem das almas. Como bom pastor, ele refletia a gentileza de
Cristo e, como apóstolo, mantinha vivos o sensus Christi e
o sensus Ecclesiae, extraídos da fonte do coração de Deus. Seu
exemplo de integridade, espiritualidade e dedicação fornece uma orientação
clara, embora silenciosa, sobre o caminho a ser seguido para a restauração de
si mesmo, da Igreja e do mundo: a caridade.
Fonte:
Vatican News
*----------------------------------------------------------------------------------------.s
Quito
2024: 25 mil fiéis de todo o mundo para viver a festa da Eucaristia no Equador
O
Equador sedia desde domingo (08/09) o 53º Congresso Eucarístico Internacional.
Na abertura, através de solene celebração eucarística, o Papa Francisco esteve
presente através de uma mensagem em vídeo e representado pelo delegado
pontifício, cardeal Baltazar Porras Cardozo. Cerca de 25 mil fiéis,
provenientes de várias partes do mundo, participam dos trabalhos até 15 de
setembro.
Andressa
Collet - Vatican News
Uma mensagem
em vídeo do Papa Francisco iniciou a missa de
inauguração do 53º
Congresso Eucarístico Internacional em Quito, no Equador, neste
domingo (08/09). O evento dedicado à América Latina e ao valor da
Eucaristia para a evangelização será realizado até 15 de setembro e também irá
comemorar os 150 anos da primeira nação do mundo em se consagrar ao Sagrado Coração
de Jesus.
O
tema, de grande atualidade no mundo pelo sofrimento com guerras e violência,
"Fraternidade para curar o mundo. 'Vocês são todos irmãos' (Mt
23,8)", foi aprofundado pelo Pontífice na mensagem, quando enfatizou
que a fraternidade é “uma condição essencial para um mundo novo, um mundo mais
justo, um mundo mais humano”. Ele explicou que “o sinal do Pão acende no Povo
de Deus o desejo de fraternidade”. Segundo ele, “a fraternidade também deve ser
proativa”, por isso convidou a recuperar “essa fraternidade radical com Deus e
entre os homens”.
Cerca de 25 mil
fiéis em Quito
A
solene celebração eucarística foi presidida pelo arcebispo metropolitano de
Quito e Primaz do Equador, dom Alfredo José Espinoza Mateus. Também
participaram o representante do Papa Francisco, o delegado pontifício cardeal
Baltazar Porras Cardozo, dezenas de bispos do exterior e do Equador,
sacerdotes, diáconos, seminaristas, centenas de religiosos e religiosas e mais
de 1.600 crianças que receberam a Primeira Comunhão. No total, cerca de 25 mil
católicos, de delegações de todos os continentes, lotaram a esplanada do Parque
Bicentenário para viver essa experiência de fé.
Para
dom Espinoza Mateus, “Quito, a ‘Pequena Face de Deus’, como carinhosamente a
chamamos, será um ponto de encontro de todos os continentes reunidos para
refletir e viver o grande Mistério da Eucaristia”. Ele acrescentou que a
Eucaristia “nos desafia a sermos verdadeiros construtores da fraternidade para
‘curar as feridas do mundo’ e nos compromete a sermos irmãos autênticos em meio
a um mundo cheio de violência, morte, guerras; um mundo que divide, não um
mundo que une; um mundo que transforma o homem em um inimigo e não em um
irmão”.
Dirigindo-se
às crianças que receberam a Primeira Comunhão, dom Espinoza Mateus falou da
importância deste dia de celebração e lembrou das palavras do Papa Francisco:
“a Primeira Comunhão é, acima de tudo, uma festa na qual celebramos que Jesus
quis ficar sempre ao nosso lado e que nunca irá se separ de nós”.
Fonte:
Vatican News
*----------------------------------------------------------------------------------------.s
Timor-Leste:
Papa visita centro para crianças com deficiência, elogiando missão de quem
cuida dos outros
«Sem amor, nada
disto se pode entender», disse Francisco
O
Papa visitou hoje um centro para crianças com deficiência, em Díli, num
encontro marcado por vários gestos de proximidade com os presentes, elogiando a
missão de quem cuida dos outros.
“O
sacramento dos pobres, um amor que anima, que constrói e que fortalece. É isso
que encontramos aqui, amor. Sem amor, nada disto se pode entender”, referiu,
falando de improviso, com a ajuda de um sacerdote que traduziu para tétum.
O
segundo dia da visita papal a Timor-Leste começou na Escola ‘Irmãs ALMA’
(Asosiasi Lembaga Misionari Awam, Associação das Sociedades Missionárias
Leigas), onde foi recebido com um cântico por um grupo de irmãs e por crianças
vestidas com trajes tradicionais, tendo recebido o lenço tradicional, o tais.
Francisco
reuniu-se com cerca de 50 crianças e 28 irmãs, assinando uma placa comemorativa
do 60.º aniversário da fundação da congregação pelo padre Paulus Hendrikus
Janssen, em Madiun (Indonésia).
“Partilhar
a vida com as pessoas que têm mais necessidade é um programa, vosso e de todos
os cristãos”, disse às religiosas.
A
breve reflexão do Papa sublinhou que os critérios do juízo final, apresentados
por Jesus, apontam à atitude de cada um perante os mais necessitados: “Vinde
comigo porque cuidaram de mim quando tive fome e me deram de comer; quando tive
sede e me deram de beber; quando estive doente e me vieram visitar”.
“Não
podemos entender o amor de Jesus se nós não praticarmos o amor, acrescentou.
Francisco
agradeceu a todos os presentes pelo testemunho de se “deixarem cuidar”,
apresentando as crianças como “mestres”.
“Eles
ensinam-nos como devemos deixar-nos cuidar por Deus”, afirmou.
O
Papa acabou a sua intervenção de mãos dadas com uma das crianças, sentada numa
cadeirinha, convidando todos a rezar uma Ave-Maria, em conjunto.
Francisco
assinou o diário pessoal de Adrian Arcangelo,
onde o jovem de 24 anos escreve pensamentos e reflexões, tendo
permanecido alguns momentos à conversa com ele.
A
irmã Getrudis Bidi, superiora da comunidade, fez a saudação inaugural,
explicando que a missão das religiosas é estar “junto dos pobres, deficientes e
abandonados, na mesma casa, no mesmo quarto, partilhar a mesma mesa de jantar,
rezar juntos, unidos de coração e alma”.
“É
no serviço aos pobres que encontramos o próprio Deus para sempre”, indicou.
A
responsável considerou que a visita de Francisco é “uma bênção” para o país,
desejando que todos possam ser “inspirados a amar mais os pobres e a aprofundar
a fé em Deus”.
Esta
é a primeira visita de um Papa a Timor-Leste após a independência e acontece 35
anos depois da passagem de João Paulo II pelo território, em outubro de 1989,
ainda durante a ocupação indonésia.
A
celebração central da viagem vai decorrer hoje, pelas 16h30 (08h30 em Lisboa),
em Tasi Tolu, o mesmo local que acolheu o Papa polaco.
A
viagem mais longa do pontificado, iniciada a 2 de setembro, inclui 44 horas e
mais de 32 mil quilómetros de voo, entre Indonésia, Papua-Nova Guiné,
Timor-Leste e Singapura, onde a 45ª visita apostólica do Papa se encerra, a 13
de setembro.
Fonte:
Agência Ecclesia
------------------------------------------------------------------------.
Timor-Leste:
Papa visita centro para crianças com deficiência, elogiando missão de quem
cuida dos outros
«Sem amor, nada
disto se pode entender», disse Francisco
O
Papa visitou hoje um centro para crianças com deficiência, em Díli, num
encontro marcado por vários gestos de proximidade com os presentes, elogiando a
missão de quem cuida dos outros.
“O
sacramento dos pobres, um amor que anima, que constrói e que fortalece. É isso
que encontramos aqui, amor. Sem amor, nada disto se pode entender”, referiu,
falando de improviso, com a ajuda de um sacerdote que traduziu para tétum.
O
segundo dia da visita papal a Timor-Leste começou na Escola ‘Irmãs ALMA’
(Asosiasi Lembaga Misionari Awam, Associação das Sociedades Missionárias Leigas),
onde foi recebido com um cântico por um grupo de irmãs e por crianças vestidas
com trajes tradicionais, tendo recebido o lenço tradicional, o tais.
Francisco
reuniu-se com cerca de 50 crianças e 28 irmãs, assinando uma placa comemorativa
do 60.º aniversário da fundação da congregação pelo padre Paulus Hendrikus
Janssen, em Madiun (Indonésia).
“Partilhar
a vida com as pessoas que têm mais necessidade é um programa, vosso e de todos
os cristãos”, disse às religiosas.
A
breve reflexão do Papa sublinhou que os critérios do juízo final, apresentados
por Jesus, apontam à atitude de cada um perante os mais necessitados: “Vinde
comigo porque cuidaram de mim quando tive fome e me deram de comer; quando tive
sede e me deram de beber; quando estive doente e me vieram visitar”.
“Não
podemos entender o amor de Jesus se nós não praticarmos o amor, acrescentou.
Francisco
agradeceu a todos os presentes pelo testemunho de se “deixarem cuidar”,
apresentando as crianças como “mestres”.
“Eles
ensinam-nos como devemos deixar-nos cuidar por Deus”, afirmou.
O
Papa acabou a sua intervenção de mãos dadas com uma das crianças, sentada numa
cadeirinha, convidando todos a rezar uma Ave-Maria, em conjunto.
Francisco
assinou o diário pessoal de Adrian Arcangelo,
onde o jovem de 24 anos escreve pensamentos e reflexões, tendo
permanecido alguns momentos à conversa com ele.
A
irmã Getrudis Bidi, superiora da comunidade, fez a saudação inaugural,
explicando que a missão das religiosas é estar “junto dos pobres, deficientes e
abandonados, na mesma casa, no mesmo quarto, partilhar a mesma mesa de jantar,
rezar juntos, unidos de coração e alma”.
“É
no serviço aos pobres que encontramos o próprio Deus para sempre”, indicou.
A
responsável considerou que a visita de Francisco é “uma bênção” para o país,
desejando que todos possam ser “inspirados a amar mais os pobres e a aprofundar
a fé em Deus”.
Esta
é a primeira visita de um Papa a Timor-Leste após a independência e acontece 35
anos depois da passagem de João Paulo II pelo território, em outubro de 1989,
ainda durante a ocupação indonésia.
A
celebração central da viagem vai decorrer hoje, pelas 16h30 (08h30 em Lisboa),
em Tasi Tolu, o mesmo local que acolheu o Papa polaco.
A
viagem mais longa do pontificado, iniciada a 2 de setembro, inclui 44 horas e
mais de 32 mil quilómetros de voo, entre Indonésia, Papua-Nova Guiné,
Timor-Leste e Singapura, onde a 45ª visita apostólica do Papa se encerra, a 13
de setembro.
Fonte:
Agência Ecclesia
-----------------------------------------------------------------.
Argentina possui agora a maior imagem de Nossa Senhora do mundo
A imponente imagem da
Virgen del Valle, obra do escultor Walter D’Agostini, tornou-se a mais alta do
mundo, com 48 metros de altura (52 metros a partir da base).
No
dia 2 de setembro, o bispo Dom Luis Urbanč participou da inauguração da imagem
da Virgen del Valle chamada “Caminho da Fé”, na cidade de Catamarca,
localizada no noroeste da Argentina, e depois presidiu a Santa Missa na capela,
no interior da imagem.
A
altura desta imagem, de 48 metros, é equivalente a um edifício de mais de 10
andares, tornando-a a maior representação da Virgem em todo o mundo.
O
interior da Virgen del Valle abriga uma capela, e parte de sua
estrutura é um mirante de 360º que oferece aos visitantes uma visão
privilegiada da paisagem.
Ao
abençoar o Caminho da Fé, Dom Urbanc pediu a Deus que “aqueles que rezarem
diante desta bela imagem inspirada por vocês e pelo exemplo de amor de Nossa
Mãe do Céu amem mais e melhor seus irmãos e irmãs e obtenham, por sua
intercessão, a graça de que precisam para esta vida e eternidade”.
Estiveram
presentes na missa inaugural, além das autoridades civis, Walter D’Agostini, o
idealizador da obra, acompanhado por sua família e pelos trabalhadores que
contribuíram para tornar o projeto uma realidade. Neste contexto, o bispo
expressou “a emoção de estar aqui, é muito bonito, não é algo comum”.
A
invocação à Virgen del Valle é uma das mais veneradas na Argentina,
sobretudo na região noroeste do país. Sua história está firmemente enraizada na
fé e na cultura de Catamarca e outras províncias vizinhas.
História da Virgen del Valle
A
devoção à Virgem do Vale teve origem no século XVII. Segundo a tradição, em
1618, um indígena pastoreando nas montanhas do Vale de Catamarca encontrou uma
imagem da Virgem Maria em uma caverna. A imagem, que era pequena e apresentava
uma tonalidade escura, permaneceu intacta apesar das condições climáticas
adversas, um acontecimento considerado como um milagre.
A
imagem da Virgem, também conhecida como “Virgem Morena”, foi posteriormente
transferida para a pequena capela de Choya, onde passou a ser venerada pela
comunidade. Com o tempo, o culto à Virgem foi se expandindo e a Virgem do Vale
tornou-se a protetora dos mineiros e agricultores da região, que atribuíam a
Ela diversos milagres.
Ao
longo dos séculos, a Virgem do Vale tem sido objeto de inúmeros relatos de
milagres e feitos prodigiosos. Afirma-se que ela intercedeu em momentos
críticos, como secas, pragas e terremotos. Um dos milagres mais conhecido
remonta a 1694, quando uma praga de gafanhotos ameaçou dizimar as colheitas da
região. Após uma fervorosa novena em sua honra, os gafanhotos desapareceram, o
que foi interpretado como intervenção divina.
Fonte:
Gaudium Press
---------------------------------------------------------------------.
1.600 Primeiras
Comunhões na abertura do Congresso Eucarístico Internacional em Quito
O Congresso
Eucarístico Internacional começou neste domingo em Quito, Equador, com uma
missa onde 1.600 crianças receberam pela primeira vez a Comunhão.
Milhares
de pessoas vindas de várias cidades do Equador se reuniram na manhã de 8 de
setembro de 2024 na esplanada do Parque Bicentenário, para abertura do 53º
Congresso Eucarístico Internacional, que está sendo realizado em Quito.
A
designação de Quito como sede deste encontro de fé foi feita pelo Papa
Francisco, em comemoração aos 150 anos da consagração da cidade ao Sagrado
Coração de Jesus.
Por
meio de uma mensagem de vídeo, o Papa Francisco disse estar feliz em participar
deste evento religioso, “mesmo que seja à distância”, enfatizando o lema do
encontro: “Fraternidade para curar o mundo”.
A
missa de abertura, que contou com a presença de mais de 25.000 pessoas,
demonstrou a unidade da Igreja Católica, apesar da diversidade. A proclamação
da palavra de Deus foi proferida em espanhol, e partes da Eucaristia
mencionadas em outras línguas, para incluir pessoas de todas as origens que
participaram do Congresso Eucarístico.
A
Eucaristia foi concelebrada pelo Núncio Apostólico no Equador, Monsenhor Andrés
Carrascosa Coso; o Bispo Delegado da Espanha, Monsenhor Leonardo Lemos;
Monsenhor David de la Torre, Bispo Auxiliar de Quito, e o Bispo Auxiliar de
Sydney, Monsenhor Richard Umbers. Dom Alfredo José Espinoza, arcebispo de
Quito, destacou em sua homilia que Quito, a “Carita de Dios” (Pequena Face de
Deus), como é carinhosamente conhecida, será durante essa semana um “ponto de
encontro de todos os continentes, reunidos para refletir e viver o grande
mistério da Eucaristia”.
O
prelado convidou a que, durante este Congresso Eucarístico Internacional,
“peçamos ao Senhor que opere em nossas vidas o mesmo milagre que fez com o
surdo que mal podia falar” e que cada um ratifique sua resposta ao chamado de
Deus em sua vida.
Dirigindo-se
às 1.600 crianças que fizeram sua Primeira Comunhão, o prelado disse que no
futuro elas poderiam ser chamadas de missionárias eucarísticas, esperando que
continuem a “crescer com a consciência de que são chamadas a construir a
fraternidade, começando pelas próprias famílias”.
Destacando
o belo sinal das vestes brancas e dos trajes tradicionais usados pelas
crianças, Dom Espinoza lembrou que “é uma celebração a qual elas participam
graças a seus pais, avós, famílias e comunidades paroquiais que as ajudaram a
crescer na fé”; uma celebração que assume um significado especial neste
contexto.
“Vocês
estão fazendo sua Primeira Comunhão em um ambiente único, na abertura deste 53º
Congresso Eucarístico Internacional. É uma lembrança que ficará gravada em seus
corações para o resto de suas vidas”. O bispo citou o Papa Francisco em um de
seus discursos sobre este Sacramento: “A Primeira Comunhão é, acima de tudo,
uma festa na qual celebramos que Jesus quis ficar sempre conosco e que nunca se
separará de nós”, lembrando que, no caso das crianças vindas de diferentes
partes da Arquidiocese de Quito, será a primeira vez que receberão Jesus em
suas vidas. “Hoje vocês vêm para se encontrar com Ele, mas como vocês podem
encontrar Jesus?”
Certamente,
continuou o bispo, “vocês poderão encontrá-Lo, porque ele fez um gesto de
imenso amor para salvar todos os homens e mulheres de todos os tempos e, como
afirma o Papa Francisco, podemos encontrá-Lo na Eucaristia. Nós não o vemos com
esses olhos, mas o vemos com os olhos da fé”.
O
prelado, então, convidou-os a “abrir o coração para recebê-Lo com alegria e que
o encontro com Ele na Eucaristia, que vão receber pela primeira vez, os leve a
saber compartilhar, sonhar, agradecer, confiar e honrar os outros”.
Fazer
a Primeira Comunhão é querer estar cada dia mais unido a Jesus, crescer na
amizade com Ele e que também os outros possam desfrutar da alegria que Ele nos
quer dar”; porque, como assegura o Papa, “o Senhor precisa de vocês para poder
realizar o milagre de que Sua alegria chegue a muitos de seus parentes e
amigos”.
Fonte:
Gaudium Press
------------------------------------------------------------------.
Cristãos
iraquianos estão deixando sua terra natal mais uma vez
Por
Rody Sher
O
êxodo de cristãos iraquianos de sua terra natal ancestral está mais uma vez nas
manchetes. Muitas famílias fogem do país, buscando refúgio em países vizinhos
como uma parada temporária antes de seguir para destinos distantes como a
Austrália.
Alguns
acreditam que essa nova onda migratória começou no final do ano passado depois
de um incêndio em Bakhdida, no norte do Iraque. O êxodo agora se tornou
alarmante, afetando até mesmo cristãos que vivem na relativamente segura região
do Curdistão.
As
razões por trás dessa saída em massa vão além da busca por oportunidades de
emprego seguras no exterior que garantam uma vida decente. No Iraque, os
cristãos enfrentam inúmeras crises, como salários atrasados, falta de energia,
escassez de água e outros desafios. Alguns buscam cidadania em outro lugar para
garantir um futuro melhor para seus filhos, enquanto outros buscam se reunir
com parentes no exterior em vez de permanecer isolados em sua terra natal.
A
ativista civil Basma Azuz falou sobre a lógica por trás dessa decisão à ACI
Mena, agência em árabe da EWTN News.
“A
migração reflete um profundo conflito entre a identidade e a pátria de alguém
versus a busca por segurança e direitos”, disse ela. “Nem sempre é um fenômeno
negativo ou uma fuga; pode ser a única maneira de garantir um futuro melhor.
Esse fenômeno é um direito humano consagrado”.
Azuz
atribuiu a migração em curso do Iraque a fatores sociais, econômicos, de
segurança e políticos complexos, “além do medo de perseguição contra a Igreja”.
Para
Aziz, “a visita do papa Francisco deu um raio temporário de esperança para os
cristãos. No entanto, a piora da situação e a falha do governo em cumprir suas
promessas renovaram o desejo dos cristãos de emigrar, especialmente entre os
jovens. Eles buscam um futuro melhor longe dos desafios de sua terra natal.”
“Os
cristãos veem seu futuro como incerto. Eles veem suas aspirações por segurança,
dignidade e direitos básicos como direitos humanos naturais”, disse Aziz.
O
ativista civil Dilan Adamat, fundador da organização não-governamental Return,
falou sobre os desafios da migração à ACI Mena.
“Como
pessoas que vivenciaram a migração e o retorno, entendemos o sofrimento dos
imigrantes em seu novo ambiente”, disse Adamat.
“Embora
as razões atuais para a emigração sejam compreensíveis — como garantir
educação, saúde, direitos e serviços — os cristãos iraquianos enfrentarão
grandes desafios em seus novos destinos”, disse ele. “Eles encontrarão
dificuldades para se adaptar a novas culturas, ambientes sociais e conceitos de
criação de filhos.”
A
onda de migração cristã não poupou nenhuma cidade no Iraque, incluindo aquelas
na região do Curdistão, dissolvendo a presença cristã até quase a extinção.
Estatísticas não-oficiais da fundação Shlama, que se concentra em assuntos
cristãos, confirmam que o Iraque perdeu quase 90% de seus cristãos nas últimas
duas décadas.
Fonte:
ACIDigital
-------------------------------------------------------------------------.
Do dia 08/9/2024
Santuário Nacional celebra
6 décadas de Campanha da Fraternidade
Santa
Missa ressaltou o compromisso da Igreja com a transformação social e espiritual
do Brasil
Escrito
por Luciana Gianesini
Na manhã
deste domingo, 8 de setembro, o Santuário Nacional de Nossa Senhora
Aparecida acolheu uma celebração especial que marcou os 60 anos da Campanha da Fraternidade.
A
Eucaristia, presidida por Dom Ricardo
Hoepers, Bispo Auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, reuniu padres, diáconos e milhares de
fiéis, além de ser transmitida ao vivo pela TV Aparecida.
Logo no
início da celebração, o missionário redentorista padre Mauro Vilela, C.Ss.R., animador da celebração, acolheu os
fiéis e ressaltou a importância do mês
de setembro como tempo de escuta da Palavra de Deus. “Nós estamos no
mês de setembro, é tempo de escutar e acolher a Palavra de Deus com o coração
aberto para transformar a nossa vida, transformar o mundo ao nosso redor”,
afirmou padre Mauro.
Ele
também destacou o tema central
da celebração: “Hoje nós celebramos 60
anos da Campanha da Fraternidade, que é um marco importante para a
evangelização da Igreja do Brasil. Desde 1964, a Campanha da Fraternidade tem
sido um chamado à vivência da fé de
forma concreta, promovendo a justiça, a solidariedade e o cuidado com os
mais vulneráveis”.
Após a
acolhida, Dom Ricardo expressou sua alegria de celebrar na casa de Nossa Senhora Aparecida e
agradeceu a presença de todos, tanto os presentes quanto os que acompanhavam
pelos meios de comunicação.
A
Campanha da Fraternidade e a ação da Igreja
A homilia
de Dom Ricardo Hoepers foi marcada pela reflexão
sobre o papel da Campanha da Fraternidade ao longo dessas seis décadas e
sua relevância para a vida dos cristãos. O bispo iniciou sua mensagem
agradecendo ao arcebispo de Aparecida,
Dom Orlando Brandes, pela oportunidade de presidir a missa e destacou a
importância da Campanha da Fraternidade como uma ação concreta da Igreja em prol dos mais necessitados.
“O que a
Campanha da Fraternidade nos ensina é que a fé verdadeira se traduz em ações que transformam vidas e constroem uma
sociedade mais justa e fraterna”, afirmou Dom Ricardo. “Hoje celebramos 60 anos
de uma campanha que nasceu de uma simples ideia, mas que se transformou em um movimento que toca os corações e leva a
Igreja a estar presente nos lugares mais distantes, nos recônditos da
sociedade, onde muitas vezes o sofrimento e a exclusão são mais fortes.”
A partir
das leituras do dia, Dom Ricardo relacionou a mensagem bíblica com a missão da
Campanha da Fraternidade. A primeira leitura, do profeta Isaías, trouxe
um convite à confiança em Deus: “Criai ânimo, não tenhais medo”, afirmou
o bispo, lembrando que a ação de Deus se manifesta por meio de sinais claros,
como os milagres descritos na leitura. “Ele abre os olhos dos cegos,
descerra os ouvidos dos surdos. Deus age na nossa vida, mas muitas vezes
estamos distraídos, com nossos ouvidos fechados e nossos olhos cerrados para os
sinais de Deus”, advertiu Dom Ricardo.
A homilia
também foi um apelo à gratidão e à valorização dos pequenos milagres diários.
“Não seja um filho ingrato. Agradeça a
Deus pelo dia que começa, agradeça ao final do dia por ter percebido os sinais da graça de Deus em sua vida”, disse o bispo, relacionando a
gratidão à proposta de conversão que a Campanha da Fraternidade sempre trouxe
aos cristãos.
Conversão
do coração e ação concreta
Dom
Ricardo destacou que a Campanha da
Fraternidade, desde sua criação, sempre teve como proposta uma dupla conversão:
espiritual e prática. “Conversão do coração é o primeiro passo para
abrirmos nossos olhos e percebermos como Deus vem fazendo grandes coisas em
nossas vidas”, afirmou. Ele ressaltou que a Campanha da Fraternidade, em
seus 60 anos, tem sido uma escola de
formação cristã, despertando em muitas pessoas o desejo de agir em favor
dos mais pobres e excluídos.
A
temática deste ano, “Somos todos
irmãos e irmãs”, foi citada como um chamado à superação das divisões e preconceitos. “São Tiago
nos ensina que não podemos ter acepção de pessoas, não podemos discriminar o outro, seja ele quem for. Todos são filhos
de Deus e merecem ser tratados com dignidade”, explicou Dom Ricardo,
reforçando que o respeito pelo próximo
começa nas pequenas atitudes, dentro de casa, e se estende à sociedade
como um todo.
A homilia
também trouxe uma reflexão sobre o
papel da Igreja como agente de transformação social. Dom Ricardo
mencionou o Evangelho do dia, em
que Jesus cura um surdo e gago, dizendo: “Efatá, abre-te!”:
“Esse é o
sinal de Deus na nossa vida: abrir nossos olhos e ouvidos para a ação de Deus. Não podemos viver uma religião intimista,
onde eu e Deus estamos bem e o resto não me interessa. A Igreja é
comunidade, é ação, é transformação”, declarou o bispo, ressaltando que a Campanha da Fraternidade é um exemplo claro
dessa ação concreta.
Ação
transformadora da Igreja
A
Campanha da Fraternidade, segundo Dom Ricardo, tem sido um instrumento eficaz para levar a Igreja aos lugares onde as pessoas
mais sofrem e precisam de apoio. Ele lembrou que, ao longo dos 60 anos,
surgiram diversas pastorais e projetos
sociais inspirados pelos temas anuais da campanha. “A cada ano, a
campanha nos lembra que a fé sem obras
é morta. Não adianta pedir perdão se eu não mudo minhas atitudes no dia
a dia. A Campanha da Fraternidade nos
ensina a agir, a fazer a diferença”, afirmou.
O bispo
também destacou o Fundo Nacional de
Solidariedade, uma iniciativa da campanha que financia projetos sociais
em todo o Brasil. “Graças à sua contribuição, aquele dinheirinho que você
coloca no último domingo da Quaresma
tem mudado a vida de muitas pessoas em todos os rincões do Brasil”,
agradeceu Dom Ricardo, lembrando que a
generosidade dos fiéis tem sido fundamental para a continuidade dessas ações.
Fonte:
A12.com
------------------------------------------------------------------------------------------.
Missa solene pelos
120 anos da coroação da imagem de Nossa Senhora Aparecida
Celebração
no Santuário Nacional exalta a missão redentorista e a realeza de Maria,
simbolizando justiça, fraternidade e amor ao próximo
Escrito
por Rhanna Felicio
Neste domingo (08) de setembro, o
Santuário Nacional celebrou, na Santa Missa das 18h, os 120 anos da coroação de Nossa Senhora Aparecida. Em 1904, o
ato ocorreu por ordem do Papa Pio X,
hoje canonizado. Marcando assim um
novo impulso na devoção à Padroeira do Brasil.
“Uma coroa de graça porá sobre tua cabeça,
com um diadema de glória te cingirá” (Pv 4,9).
A
celebração, foi presidida pelo Padre
Eduardo Catalfo C. Ss. R., o qual é reitor do Santuário Nacional, tendo
sido concelebrada por Missionários Redentoristas e outros padres.
“A
festa da coroação da imagem foi uma belíssima homenagem a Nossa Senhora mas
também foi um grande presente para os missionários redentoristas aqui de
Aparecida, A coroação de Nossa Senhora
marca a primeira década do trabalho dos Missionários Redentoristas que haviam
chegado da Alemanha 10 anos antes, para trabalhar na casa da Mãe. A
festa projetou o Santuário de Aparecida para todo o Brasil, marcando o início
da expansão e do desenvolvimento do trabalho dos redentoristas no Brasil. Seja
através das santas missões populares, seja devido às novas e numerosas
fundações que começaram a partir de então.” Padre Eduardo Catalfo
C. Ss. R.
A coroação convida a todos a viverem a
alegria de Maria, a coroar nossa Mãe que acolhe a todos com o seu amor e
humildade, onde nos envolve em seu manto sagrado e intercede por todos os seus
filhos e filhas.
“Ao
encontrar a Trindade, Maria foi
abraçada como Filha, Mãe e Esposa que era. E pelo Deus Trino, coroada
como Rainha dos Céus. Parece, agora, que vemos a cena retratada na imagem
goiana do Divino Pai Eterno: a Trindade coroando a bela Cordeira, Maria, com uma coroa de doze estrelas e
entregando-lhe o Sol como manto para revesti-la e a Lua como escabelo."
(Ap 12,1)
Ao
iniciar sua homilia, Padre Catalfo C. Ss. R. enfatizou a memória dos 120 anos da coroação de Nossa
Senhora Aparecida como mãe e rainha do povo brasileiro.
“Hoje
ao celebrarmos os 120 anos da coroação de Nossa Senhora Aparecida, para como
mãe e rainha a gente pensa em Nossa Senhora como rainha, a rainha do céu e da
terra, e não poucas vezes quando ouvimos a expressão rainha logo pensamos em
castelos em princesas em joalheria em poder e riquezas, mas com Nossa Senhora não é assim quando nos pensamos em Nossa Senhora
para como mãe e rainha, nos pensamos na realeza de Jesus, Ele fez bem todas as
coisas e anunciou o reino de Deus um reino de justiça e de verdade. Coroar
Nossa Senhora como rainha simboliza isso, participar do reino de Deus e da sua
justiça.” Padre
Eduardo Catalfo C. Ss. R.
Padre
Catalfo C. Ss. R. falou do evangelho de hoje e como as pessoas olhavam admiradas para Jesus
e reconheciam que ele fazia o bem sem ver a quem, devolvendo a saúde aos
enfermos e a dignidade de vida,
para com aqueles que devido à doença, eram vistos como amaldiçoados e
marginalizados, e viviam distantes da comunidade e vida social.
“O
que significa hoje reconhecer o messianismo de Jesus, significa reconhecer o
seu reino através da justiça, fraternidade, partilha e bem comum. Por isso, na
segunda leitura a carta de Tiago de uma maneira muito concreta e clara nos
mostra o que significa afinal ser Cristão, nós não devemos fazer diferença
entre as pessoas diz a carta de Tiago, que na Igreja não há estrangeiros, na Igreja não é possível olhar o outro
como um irmão como um próximo como um amigo e de uma maneira muito clara
Tiago nos lembra que fazer o bem é a vocação principal na Igreja e no mundo, e
tudo isso nos sonhamos com um mundo melhor e mais feliz para todos.” Padre
Eduardo Catalfo C. Ss. R.
Ressaltando
que os sinais de um mundo novo, um novo céu, nova terra são os sinais que
marcam a chegada de Jesus, o Messias,
através da educação, cidadania, escola, trabalho e olhar o mundo com os olhos
de Deus.
“Sempre
me impressiona, o número de pessoas doentes que tentam de alguma maneira se
aproximar de Jesus e, ao longo de toda a sua vida pública, ao contrário de um
milagreiro, Jesus mostra o seu
messianismo, mostra a sua identidade ligada ao projeto do reino da verdade e da
justiça.” Padre Eduardo Catalfo C. Ss. R.
Finalizando
sua homilia, Padre Catalfo C. Ss. R. fala para não nos esquecermos de
que aqui na Casa da Mãe, as joias
da coroa são as obras de educação e de assistência social!
“Por
isso que ao fazer memória da coroação de Nossa Senhora Aparecida gostaria de um
modo muito singelo de agradecer a você que não sem esforço faz parte da família
dos devotos e nos ajuda a manter as
joias da nossa coroa, os pobres, os pequenos, as crianças, e a tantas e
inúmeras famílias que recebem da família dos devotos e do Santuário Nacional
assistência apoio e carinho, porque na Igreja de Deus não deve haver
discriminação nem acepção de pessoas.” Padre Eduardo Catalfo
C. Ss. R.
Foi
celebrado também com a CRB Conferência
dos Religiosos do Brasil, que celebra 70 anos e, a exemplo de Nossa Senhora, é sinal de profecia e esperança na vida do povo brasileiro!
No
momento da consagração, a CRB formou um jardim de flores junto aos
Missionários Redentoristas reunidos na Celebração Eucarística e juntos ecoaram
pelo Santuário Nacional: “Nós te
coroamos mais uma vez, Nossa Senhora Aparecida.”
Padre
Catalfo C. Ss. R. citou que estamos a menos de um mês da
novena e festa de Nossa Senhora e convidou a todos a participarem da festa de Nossa
Senhora, e venham coroá-la como rainha
e Padroeira do Brasil. - Fonte: A12.com
--------------------------------------------------------------------.
Timor-Leste: O país mais católico do mundo
depois do Vaticano
Em
uma entrevista ao Vatican News, Dom Leandro Maria Alves, bispo de Baucau,
Diocese de Timor-Leste, afirmou que “todos os timorenses estão muito ansiosos
pela vinda do Papa”. Ele também enfatizou que eles veem isso como uma bênção de
Deus, através do Papa Francisco. Todas as autoridades, incluindo o governo,
trabalharam em estreita cooperação para garantir o sucesso da visita.
A
Igreja Católica ocupa uma posição especial em Timor Leste, país com 1,5 milhões
de habitantes, onde aproximadamente 98 por cento da população é católica. Tal
percentagem só é superada na Cidade do Vaticano, onde é de 100 por cento.
Timor-Leste e as Filipinas destacam-se como os únicos dois países asiáticos com
uma maioria católica.
São
João Paulo II foi o primeiro papa a visitar Timor Leste em 1989, quando ainda
estava sob ocupação indonésia. 35 anos depois da visita do Santo Padre, este
evento é igualmente significativo para os timorenses, especialmente para os
fiéis cristãos. Dom Leandro Maria Alves destacou que a visita fortalecerá a fé
em Cristo e confirmará a fidelidade à Igreja em Timor, sobretudo ao Santo Padre
Francisco.
Já,
o arcebispo de Díli, Dom Virgílio do Carmo da Silva, sublinha que este é “um
momento histórico”. Os fiéis vêm de barco e, para garantir o transporte de mais
de dois mil fiéis, os organizadores da visita tiveram que iniciar a operação
quatro a cinco dias antes a fim de acomodar todos os fiéis, que foram
instalados em tendas. “Estão muito felizes, o ambiente é de alegria enquanto
aguardam a chegada do Santo Padre”, relatou o arcebispo.
A
principal celebração da viagem está agendada para 10 de setembro, em Tasi Tolu.
O programa de 10 de setembro também inclui uma visita a crianças com
deficiência, na Escola ‘Irmãs ALMA’ (Asosiasi Lembaga Misionari Awam,
Associação das Sociedades Missionárias Leigas), e um encontro com membros da
comunidade católica, na Catedral da Imaculada Conceição.
No
dia 11 de setembro, Francisco se reúne com jovens de Timor-Leste no Centro de
Convenções, antes da cerimônia de despedida no aeroporto internacional de Díli,
em direção a Singapura. Fonte: Gaudium Press
-------------------------------------------------------------------.
Francisco chega a Timor Leste,
terceira etapa de sua viagem à Ásia-Oceania
O Papa Francisco se despediu de Papua Nova
Guiné nesta segunda-feira em um encontro com a presença de cerca de 10 mil
jovens do país no Estádio Sir John Guise, na capital, com os quais o Pontífice
conversou e garantiu: “Todos nós podemos cometer erros”.
Silvonei José – Vatican News
No aeroporto de Port
Moresby, para o cerimônia de despedida, o Papa foi recebido pelo
primeiro-ministro James Marape, na Meeting Romm 2, com quem manteve um breve
colóquio. Antes de embarcar no avião, saudou a comitiva local e a delegação
papuásia.
O avião papal deixou o
aeroporto internacional de Port Moresby com destino a Timor Leste às 12h12
locais. Depois de 3h30 de voo e percorrer 2.578 Km chegou ao aeroporto de
Internacional de Dili, Presidente Nicolau Lobato às 14h20, hora local.
No aeroporto de Dili o Papa
foi acolhido por duas jovens que lhe entregram um buque de flores e um cachecol
com as cores tradicionais. Em seguida o encontro com o presidente da República,
José Manuel Ramos-Horta. O Papa passou em revista a guarda de honra e saudação
as Delegações. Não houve discursos.
O Papa deixou o aeroporto
Internacional de Dili transferindo-se para a Nunciatura Apostólica onde será
hóspede durante a sua permanência em Timor Leste.
No final da tarde desta
segunda-feira o Papa se dirigirá até o Palácio Presidencial para a cerimônia de
boas-vindas, visita de cortesia ao presidente Ramos-Horta e o encontro com as
autoridades, a sociedade civil e o Corpo Diplomático. Ali fará o seu primeiro
discurso em terras timorenses.
Despedida de Papua Nova Guiné
Antes de seguir para o Timor
Leste para a terceira etapa de sua Viagem Apostólica à Ásia-Oceania, Francisco
foi ao estádio de Port Moresby para se encontrar com milhares de jovens em um
país assolado pela pobreza, violência e calamidades naturais. O Papa percorreu
o estádio em um carrinho de golfe e foi recebido com festa por jovens católicos
de várias partes do país, que cantaram, dançaram e apresentaram danças
tradicionais. Aos jovens desse grande arquipélago com mais de 800 idiomas,
Francisco pediu que aprendessem “uma linguagem comum: a linguagem do amor”.
Como acontece nesse tipo de
encontro, Francisco preferiu não fazer um discurso preparado e iniciou um
diálogo com os jovens: “um jovem pode cometer um erro, um adulto pode cometer
um erro e uma pessoa idosa como eu pode cometer um erro? Sim, todos nós podemos
cometer erros, disse Francisco. Ele acrescentou que “o importante é perceber
que estamos errados”. “Não somos o super-homem”, acrescentou, e explicou que
podemos cair, ‘mas o importante é não permanecer caído’.
Papa com os jovens
Ele também falou aos jovens
sobre a necessidade de não cair na indiferença, “que é quase pior do que o
ódio”, e os exortou a que, quando encontrarem alguém caído na rua, ajudem-no, e
pediu a todos os jovens que fizessem o gesto de levantar alguém do chão.
“Agradeço a presença de
vocês, estou feliz com o entusiasmo de vocês e com tudo o que fazem. Agradeço
por sua alegria, sua presença e suas ilusões”, acrescentou. E concluiu pedindo
às pessoas que rezem por ele, porque seu trabalho “não é fácil”. Fonte:
Vatican News
--------------------------------------------------------------------------.
Papa aos jovens de Papua Nova
Guiné: pratiquem a linguagem do amor
Nesta segunda-feira, 9 de setembro,
Francisco se reuniu com os jovens de Papua Nova Guiné no Estádio Sir John
Guise, em Port Moresby. No último encontro oficial no país, o Pontífice
incentivou mais de 10 mil jovens a praticarem "a linguagem do amor e do
serviço" e destacou que "o mais importante não é cair, mas não
permanecer caído".
Vatican News
“Vocês, que em Papua têm
mais de 800 línguas, têm uma linguagem comum, que é o idioma do amor, o idioma
do serviço”. Com estas palavras, o Papa Francisco se dirigiu aos jovens
reunidos no Estádio Sir John Guise, em Port Moresby, durante sua 45ª Viagem
Apostólica à Ásia e Oceania. O Papa deixou de lado o discurso que tinha
preparado para o encontro, preferindo falar diretamente com os jovens
presentes.
Encontro com os jovens no Estádio Sir John
Guise, em Port Moresby
Dom John Bosco e os desafios dos jovens no país
Após uma dança de
boas-vindas realizada por um grupo de jovens vestidos com trajes tradicionais,
dom John Bosco Auram, bispo de Kimbe e delegado para os jovens, saudou o
Pontífice, e lembrou que o maior desafio para os jovens é "descobrir
Cristo em meio a realidade" que os leva a enfrentar questões profundas,
como a vivência dos valores cristãos na família e na sociedade, as
oportunidades limitadas de crescimento e desenvolvimento, e as frustrações
derivadas das expectativas não atendidas pela sociedade, pelo governo e até
pela Igreja.
“Ilhas de Esperança”
Em seguinda, o
encontro contou com a apresentação musical “Ilhas de Esperança”, na qual
quatro jovens de Papua Nova Guiné e das Ilhas Salomão demonstraram seu
compromisso com a construção de um futuro "com sorrisos de
esperança". Cada um deles focou em um aspecto da vida: a importância da
família, a proteção do meio ambiente, a valorização da cultura local e o apoio
à educação. No final da apresentação, um forte apelo: "os jovens não são
apenas os líderes de amanhã, mas os criadores da mudança de hoje".
Apresentação musical “Ilhas de Esperança”
Os testemunhos dos representantes juvenis
Após a apresentação, três
jovens deram seus testemunhos. Patricia Harricknen-Korpok, da Associação de
Profissionais Católicos, falou sobre as dificuldades de testemunhar a fé e a
moral católica em uma sociedade influenciada pelas indústrias do esporte, do
entretenimento, das redes sociais e da tecnologia, que competem com muitos
valores e crenças religiosas. Apesar disso, Patricia destacou que os jovens
profissionais de Papua Nova Guiné lutam "pelo bem comum e pelo bem-estar
do nosso povo, especialmente daqueles que não têm voz ou estão à margem da
sociedade".
Em seguida, Ryan Vulum
relatou sua experiência de infância em uma família dividida, afirmando que a
Igreja "se tornou um refúgio". Ele destacou a dificuldade que muitos
jovens enfrentam para se comunicar com pais separados, o que frequentemente os
leva ao uso de substâncias nocivas, a atividades ilegais e à perda de esperança.
Ryan incentivou os casais católicos a perseverarem no sacramento do matrimônio
para criar famílias fortes e garantir que os jovens se sintam seguros.
A jovem Bernadette Turmoni saúda o Papa
após seu testemunho
Por fim, Bernadette Turmoni,
jovem membro da Legião de Maria, falou sobre o drama dos abusos familiares que
destroem a vida de muitos jovens, levando-os a perder a esperança e, em alguns
casos, ao suicídio. A jovem também abordou o problema da pobreza crescente, que
impede muitos jovens de concluírem seus estudos e os leva a atividades ilegais
para sobreviver. Ela encontrou na Exortação Apostólica Christus Vivit
uma resposta: "Deus está sempre vivo e, por isso, nós também devemos estar
vivos". Bernadette concluiu com uma mensagem de esperança, pois, apesar
das dificuldades, "eu não tenho nada: Deus é tudo."
“Enfrentar o futuro com sorrisos de esperança”
Em seu discurso, durante o
encontro com os jovens, o Santo Padre expressou sua alegria pelos dias que passou
no país, onde convivem o mar, as montanhas e as florestas tropicais. Um país
jovem, habitado por muitos jovens, que trazem uma grande aspiração:
"enfrentar o futuro com sorrisos de esperança".
Fonte:
Vatican News
*----------------------------------------------------------------.s
Na fronteira entre a Ásia e a
Oceania, Francisco encoraja o trabalho dos missionários
Na tarde de hoje (08/09), após a passagem
por Vanimo para um encontro com 20 mil pessoas na esplanada em frente à
catedral, o Papa se deslocou para o vilarejo próximo de Baro, onde se
encontrou, de maneira privada com quatro missionários argentinos que realizam
um trabalho entre as comunidades mais isoladas da selva. Nas ruas, as pessoas
ofereciam flores e saudavam o Pontífice, com danças e cantos tribais em sua
homenagem.
Salvatore Cernuzio - Enviado a
Vanimo
Quantificá-los seria
impossível. Estavam de pé ao longo das estradas lançando folhas e pétalas de
flores, sentados em cadeiras de plástico ou no chão ao longo da parte de terra,
debruçados nas janelas das palafitas na beira do oceano. Surgiam por trás dos
arbustos ou debaixo de cabanas. À sombra de cartazes com o rosto do Papa e a
inscrição “Welcome” todos acompanharam os cerca de 6 km de percurso do Papa da
esplanada em frente à catedral de Vanimo até o vilarejo de Baro, uma localidade
ainda mais próxima à zona de fronteira da Papua Nova Guiné.
O encontro com os missionários
Após o encontro com 20 mil
habitantes da diocese, a segunda cidade visitada na Papua Nova Guiné, além da
capital Port Moresby, Francisco quis ir a Baro para encontrar os missionários
argentinos que atuam ali há anos, entre eles o padre Martin Prado, de 35 anos,
seu velho conhecido e contato constante ao longo desses anos. A Holy Trinity
Humanistic School, uma escola católica gerida pela paróquia da Holy Trinity e
pelo Instituto do Verbo Encarnado, presente nesses territórios desde 1997, foi
o local do encontro. Um edifício escolar fundado em 1964 pelos Missionários
Passionistas que, dividido em uma escola primária com mais de 400 alunos e uma
nova escola de ensino médio com 100 alunos, busca oferecer aos estudantes uma
educação humanística católica.
O Santo Padre se dirige ao vilarejo de Baro
para encontrar os missionários e a população
Danças e cantos
Nesta estrutura de dois
andares, o Papa chegou após atravessar duas alas de multidão dançante, com
grupos que se diferenciavam pela pintura facial e pelos trajes. Alguns estavam
quase totalmente nus, outros usavam conchas, folhas e roupas de madeira e
palha. “Cada grupo étnico tem sua vestimenta de reconhecimento e os chefes de
aldeia se distinguem, por exemplo, por um certo tipo de penas ou conchas”,
explicou um missionário local. “As danças também são todas diferentes. As
oferecidas ao Papa nesses dias são danças reservadas às mais altas autoridades
e representam honra.” Durante boa parte do trajeto em um carrinho de golfe,
Francisco assistiu a essas homenagens, marcadas pelo som do tambor 'kundu' ou
por cantos típicos.
Ternura do Papa com as crianças
Aguardando-o ali, havia um
grupo incalculável de crianças vestindo a camiseta laranja do instituto, todas
alinhadas, no jardim ou nas varandas. A compostura é uma das características da
população do país, capaz de manifestações de entusiasmo além de qualquer
expectativa, mas também de passar do barulho total a um silêncio religioso em
uma fração de segundo. Em silêncio, se realizou, de fato, a cerimônia de
chegada do Pontífice, com duas crianças cegas que lhe ofereceram colares de
flores e penas. Francisco retribuiu com rosários e balas.
Uma criança com deficiência visual oferece
um presente ao Papa
A apresentação da orquestra da escola
O silêncio foi interrompido
pelo coro na School & Queen of Paradise Hall, onde se encontrava a
orquestra do instituto, uma das iniciativas para fornecer aquela formação
humanística mencionada anteriormente. Ritmos com instrumentos de cordas e
percussões do repertório clássico foram oferecidas ao Papa, que elogiou a
habilidade dos estudantes. Mérito do maestro Jesus Briceño, venezuelano que
passa metade do ano na Venezuela e a outra metade na Papua Nova Guiné. Com os
jovens das tribos, o maestro utiliza o método Abreu, muito famoso na América
Latina, que consiste em usar a música para oferecer uma oportunidade de
redenção a jovens que, de outra forma, estariam em situações de
vulnerabilidade: “Eles começam a estudar e a fazer coisas belas”, conta
Briceño. Há cinco anos em Vanimo, Jesus agora lidera um grupo de cerca de 120
jovens, incluindo a pequena Maria Joseph, violinista, que compartilhou seu
testemunho com o Papa. “Estou orgulhoso desses resultados”, disse o maestro.
O trabalho das religiosas
A parada seguinte de
Francisco foi em um pequeno palco montado com flores, plantas, laços e algumas
‘composições’ com a imagem de Nossa Senhora de Luján, a Virgem padroeira da
Argentina, cuja devoção é fortemente vivida entre os habitantes da vila que a
chamam de Mama Luján. Mérito do padre Martin e dos outros missionários
argentinos, assim como das irmã que colaboram na missão, as Servidoras do
Senhor e da Virgem de Matará, que realizam vários apostolados nas paróquias,
dedicando-se especialmente aos doentes. À padroeira do povo porteño, também
deram o nome a uma estrutura, a "Casa de Luján", onde acolhem meninas
vítimas de violência e abusos, muitas vezes por parte de suas próprias famílias
que as acusam de bruxaria. Elas não vêm de Vanimo, mas de aldeias e regiões
vizinhas de onde fogem para escapar de uma morte certa.
Francisco com as religiosas que atuam na
missão em Vanimo
A missão nas tribos
As religiosas, como
mencionado, ajudam os missionários do Verbo Encarnado — dois padres de vida
ativa e dois monges — nessa evangelização nem sempre fácil em lugares onde se
vive um cristianismo das origens. Ou seja, onde os missionários atuais são os
primeiros a pisar nessas terras para levar a Boa Nova. As irmãs cuidam das
várias “capelas” e fazem longas viagens a lugares isolados, onde permanecem por
dias junto às comunidades. “Trabalhamos no processo de inculturação com
comunidades ligadas à natureza e ao relacionamento com a terra.”
Este serviço é um dos
principais temas do encontro privado do Pontífice com seus conterrâneos e um
grupo de religiosas, algumas vindas das Ilhas Salomão e que, por sua vez,
entraram no pequeno salão para saudar Francisco. O padre Miguel de La Calle
contou aos meios de comunicação do Vaticano: “Falamos sobre a missão e o Papa
nos deu conselhos e sugestões. Conversamos sobre a Argentina, sobre o nosso
Instituto, mas o Santo Padre já sabe de tudo porque está sempre em contato com
o padre Martin, então não entramos em detalhes, foram conversas gerais. Depois,
Francisco experimentou o mate e a torta fria... Estamos muito felizes que ele
veio, assim como todos vocês”. “Estamos felizes”, diz também o padre Martin,
antes das últimas despedidas da partida para Port Moresby com o C130 da Força
Aérea Australiana: “Ainda não podemos acreditar que o Papa esteve aqui conosco.
Uma coisa belíssima, belíssima. "Un corazón muy grande o do Santo Padre de
vir até aqui.”
Fonte:
Vatican News
*----------------------------------------------------------------.s
O Papa: “Eucaristia um vínculo que
fortalece o vigor da própria Igreja”
“Eucaristia um vínculo que fortalece o
vigor da própria Igreja, um vínculo que fortalece esse vigor entre seus membros
e com Deus”. “Somos um, no único Senhor da nossa vida, somente nessa unidade
podemos servir ao mundo e curá-lo”. Mensagem do Papa Francisco por ocasião da
abertura do 53º Congresso Eucarístico Internacional em Quito de 8 a 15 de
setembro sobre o tema “Fraternidade para curar o mundo”
Vatican News
Neste domingo foi divulgada
uma mensagem em vídeo do Papa Francisco por ocasião da abertura do 53º
Congresso Eucarístico Internacional em Quito que se realiza de 8 a 15 de
setembro sobre o tema “Fraternidade para curar o mundo”. O Papa iniciou
elogiando tema recordando que “as lições que podemos aprender com a Sagrada
Eucaristia sempre nos surpreendem”.
Um só corpo purificado pelo Espírito Santo
Citando Santo Agostinho
Francisco disse “que o sinal do pão acende no Povo de Deus o desejo de
fraternidade, pois assim como o pão não pode ser amassado de um único grão,
também devemos caminhar juntos, porque ‘embora sejamos muitos, somos um só
corpo, um só pão’. É assim que crescemos como irmãos, é assim que crescemos
como Igreja, unidos pela água do batismo e purificados pelo fogo do Espírito
Santo.
Eucaristia um vínculo que fortalece o vigor da própria Igreja
Para exemplificar a união
entre fraternidade e Eucaristia o Santo Padre falou sobre o gesto de uma
religiosa alemã Angela Autsh, que morreu no campo de concentração de Auschwitz.
A religiosa, antes de ser presa, convidava todos, crianças, parentes e aos que
eram devotos a rebelar-se contra o mal que dominava com gestos simples e, em
certas áreas, perigosos, ou seja, aproximar-se o máximo possível do Sacramento
do altar, rebelar-se comungando”. Para ela, comungar era encontrar na
Eucaristia um vínculo que fortalece o vigor da própria Igreja, um vínculo que
fortalece esse vigor entre seus membros e com Deus, e ‘organizou’ a rede de
resistência que o inimigo não pode desfazer, porque não responde a um desígnio
humano”. Francisco disse que estes “são esses gestos simples que nos tornam
mais conscientes do fato de que, se um membro sofre, todo o corpo sofre com
ele; são eles que nos ajudam a nos tornarmos cireneus de Cristo, que tomou
sobre si o peso da dor do mundo para curá-lo”.
Curar o mundo
Por fim o Santo Padre
convidou todos a “aprender essa lição, recuperar essa fraternidade radical com
Deus e entre os homens. Somos um, no único Senhor da nossa vida; somos um de um
modo que não podemos compreender plenamente, mas o que compreendemos é que
somente nessa unidade podemos servir ao mundo e curá-lo. Curar o mundo”. Fonte:
Vatican News
*----------------------------------------------------------------.s
Papa vai a Vanimo e abraça o povo
'especialista em beleza'
Francisco, de Port Moresby, voou por um dia
com a Força Aérea australiana para o noroeste de Papua Guiné para visitar essa
cidade portuária predominantemente católica, onde trabalham missionários,
incluindo seu amigo argentino Padre Martin. Em meio a danças, cantos, sons e
milhares de pessoas nas ruas, o Pontífice se reuniu com 20 mil fiéis na
esplanada em frente à catedral.
Salvatore Cernuzio – Enviado a
Vanimo
O momento mais comovente, em
um contexto de alegria transbordante pontuado por canções e danças tribais, por
gritos de exultação e sons de tambores e outros instrumentos de percussão, foi
o abraço, quase tímido em sua simplicidade, com o padre Martin Prado. Dois
amigos que se reencontraram, depois de anos de cartas e telefonemas, finalmente
pessoalmente: o Papa argentino, com quase 88 anos, peregrino no Sudeste
Asiático e a Oceania, e o missionário, também argentino, com 35 anos, há dez
anos em Papua Nova Guiné, precisamente em Vanimo, onde assiste às comunidades
até mesmo das aldeias mais remotas. É justamente o incentivo à sua missão e à
de seus irmãos que é uma das razões pelas quais Francisco quis estar presente
em Vanimo, a maior e mais populosa cidade da província de Sandaun e do distrito
de Vanimo-Green River, na costa noroeste do país, na fronteira com a Indonésia.
Papa Francisco em Vanimo
Boas-vindas festivas
Uma parte quase remota de
Papua, cercada por uma praia de areia branca de frente para o Pacífico, à qual
o Papa chegou graças a um C130 da Força Aérea fornecido pela Austrália.
Partindo às 12h18, horário local, a aeronave militar que levava o Pontífice, sua
comitiva e um pequeno grupo de jornalistas aterrissou duas horas depois, sob um
sol escaldante, enquanto o eco das canções femininas cantadas por mulheres
indígenas - algumas delas muito idosas - seminuas ou vestidas em trajes
festivos pairava no ar. Dois cordões de isolamento começaram no aeroporto e
continuaram até a esplanada verde em frente à pobre catedral de madeira de
Vanimo. Em um palco vermelho, adornado com flores tropicais e fitas amarelas e
brancas, o Papa Francisco abraçou 20 mil fiéis de todas as idades e tribos.
Metade dos cerca de 41.656 católicos que vivem nas 25 paróquias presentes.
Especialistas em beleza
O Papa os chamou de
“especialistas em beleza”. Beleza dada pela natureza, mas também pela alma
dessas pessoas. Uma beleza, no entanto, ferida por rivalidades, divisões
tribais, medos gerados por superstições e magia, exploração, álcool e drogas:
“males que aprisionam e tornam infelizes tantos irmãos e irmãs, mesmo aqui”,
advertiu Jorge Mario Bergoglio em seu discurso, precedido pela saudação do
bispo local dom Francis Meli e pelos testemunhos de um catequista, uma menina
do Lar Lujan para Meninas, uma religiosa e uma família.
Papa em Vanimo
O presente: um cocar com penas
Entre eles estava a pequena
Maria Joseph, que colocou na cabeça do Pontífice, um cocar feito de penas,
couro e pele, um símbolo de autoridade. Francisco manteve o cocar na cabeça por
vários minutos, enquanto a multidão explodiu em aplausos. No palco, uma cópia
da “Mama Luján”, a Virgem de Luján, padroeira da Argentina, a quem o Papa quis
prestar uma pequena homenagem. Mais cedo, na curta caminhada até a esplanada,
ele distribuiu doces (até mesmo alguns pirulitos argentinos) para as muitas,
muitas crianças que, com bandeiras e balões, faziam passos de dança ao lado da
calçada diante de celulares e câmeras.
Terra da missão
O calor é de mais de 30
graus, a umidade é de 81%, as moscas e outros insetos grudam no rosto e nos
braços, e há poeira na boca. Tudo, porém, grita “beleza” nessa terra à beira do
mundo, na qual o bispo de Roma se fez presente como pastor, trazendo pacotes de
presentes e outros tipos de apoio. “Estou feliz por encontrá-los nesta terra
maravilhosa, jovem e missionária!”, começou o Papa Francisco, lembrando a
história missionária desses lugares, que começou em meados do século XIX e se
desenvolveu ao longo do tempo com a ajuda de irmãos e irmãs, na pastoral, na
educação, na saúde e em muitas outras áreas, com não poucas dificuldades.
Precisamente essas obras materiais, como igrejas, escolas e hospitais,
estruturas com arquitetura simples e aparência pobre que podem ser vistas ao longo
das ruas, “testemunham ao nosso redor que Cristo veio para trazer a salvação a
todos, para que cada um possa florescer em toda a sua beleza para o bem comum”,
disse o Papa.
Papa em Vanimo Uma natureza que evoca o
Éden
Em seguida, dirigiu o seu
olhar para a paisagem ao redor, uma natureza intocada que parece condensar em
si as peculiaridades da Amazônia ou do Caribe, fazendo com que Vanimo pareça
quase uma pintura de diferentes tons de verde e azul. “Vocês aqui são
'especialistas' em beleza, porque estão cercados por ela! Vocês vivem em uma
terra magnífica, rica em uma grande variedade de plantas e pássaros, onde
ficamos de boca aberta diante das cores, dos sons e dos aromas, e do grandioso
espetáculo da natureza repleta de vida, evocando a imagem do Éden!”, exclamou o
Papa. Essa riqueza, acrescentou, é um presente do Senhor “para que vocês também
possam viver dessa maneira, unidos em harmonia com Ele e com seus irmãos e
irmãs, respeitando a casa comum e cuidando uns dos outros”.
A beleza dentro de cada um de nós
O espetáculo não está apenas
fora, mas também dentro de cada um de nós: “o que cresce em nós quando nos
amamos uns aos outros”. E “espalhar por toda parte, por meio do amor de Deus e
de nossos irmãos e irmãs, a beleza do Evangelho de Cristo” é a missão que cabe
a cada um de nós, disse o Papa. Alguns a realizam empreendendo longas viagens
para chegar às comunidades mais distantes, às vezes deixando suas casas. É “uma
coisa linda” e a comunidade deve apoiá-los, pediu o Papa, para que eles também
possam “conciliar as exigências da missão com as responsabilidades da família”.
Outra maneira de ajudar os missionários “é que cada um de nós promova o anúncio
missionário onde vivemos: em casa, na escola, no local de trabalho, para que em
todos os lugares, nas florestas, nas aldeias e nas cidades, a beleza das
paisagens corresponda à de uma comunidade em que todos se querem bem”.
Grande orquestra
Isso formará “uma grande
orquestra” capaz de “recompor rivalidades, de superar divisões - pessoais,
familiares e tribais -; de expulsar o medo, a superstição e a magia do coração
das pessoas; de pôr fim a comportamentos destrutivos como a violência, a
infidelidade, a exploração, o uso de álcool e drogas: males que aprisionam e
tornam infelizes tantos irmãos e irmãs, também aqui”. Lembremos”, concluiu
Jorge Mario Bergoglio, ‘que o amor é mais forte do que tudo isso e que sua
beleza pode curar o mundo’.
Por quilômetros no Papamóvel
Então, um pensamento às
crianças, com seus “sorrisos contagiantes” e a “alegria transbordante, que
irrompe em todas as direções”. “Vocês são a mais bela imagem que aqueles que
partem daqui podem levar consigo e guardar em seus corações!”, disse Francisco.
E o Papa quis desfrutar dessa beleza ainda por mais tempo, lançando-se em uma
longa caminhada com o papamóvel da esplanada até a escola, onde se encontrou,
em privado, com o padre Martin e com outros missionários. Quilômetros e
quilômetros de cabanas de barro e palafitas sobre a água, de extensões verdes e
arbustos coloridos. De pôsteres de todos os tipos com o rosto do Papa, ao lado
da imagem de Nossa Senhora e com mensagens de boas-vindas. Quilômetros de
pessoas, principalmente mulheres e crianças, vestidas com túnicas berrantes ou
camisetas, com seus rostos mestiços, às vezes com traços asiáticos ou
africanos, com seus cabelos com tranças ou encaracolados, diferentes, mas todos
com os mesmos olhos. Pretos, redondos, profundos e hoje cheios de gratidão. Fonte:
Vatican News
*----------------------------------------------------------------.s
O cristianismo, uma história de
rostos
Em Papua-Nova Guiné, Francisco em Vanimo
realizou seu sonho de abraçar a periferia mais periférica do mundo.
Andrea Tornielli
O cristianismo não é uma
filosofia, uma ideia, um manual de regras morais. O cristianismo é um evento
entrelaçado com maravilhas e rostos. Em Vanimo e depois no remoto vilarejo de
Baro, em uma tarde abafada de domingo, tivemos a prova disso mais uma vez. Havia
espanto e gratidão nos rostos de Miguel De la Calle, Martín Prado e Tomás
Ravaioli, os missionários argentinos do Verbo Encarnado que, com alegria,
gastam suas vidas anunciando o Evangelho na periferia do mundo, nessa bela
terra que tem as cores das pinturas de Paul Gauguin. Havia espanto e gratidão
no rosto de Francisco, que, com quase 88 anos de idade, confinado a uma cadeira
de rodas, embarcou em um Hércules C130 da Força Aérea Australiana repleto de
pacotes de ajuda e presentes, para coroar um sonho cultivado ao longo de uma
década: o de estar aqui, com eles, e abraçar com o olhar e as mãos de um velho
padre jesuíta transformado em pastor universal aqueles homens felizes, vestidos
de branco como ele, e acima de tudo o seu povo. Essas pessoas que aprenderam a
conhecer a Mãe de Jesus pelo rosto de “Mama Luján”, a padroeira da Argentina.
Era preciso vê-lo, o Papa
Francisco, sentado na pequena sala da casa de madeira coberta com mosquiteiros
onde residem os missionários, tomando mate sentado ao lado deles, depois da
multidão de homens, mulheres e crianças com roupas coloridas, cobertas com
algumas penas ou palha, com seus corpos multicoloridos. Durante anos, o
Sucessor de Pedro esteve em contato com seus compatriotas que testemunharam o
amor incondicional do Deus de Jesus Cristo entre essas pessoas. Em particular,
com um deles, o padre Martín. Ontem, o jovem missionário não tinha palavras
para agradecer ao amigo que desafiou tudo e todos para estar aqui, mesmo que
por algumas horas, e ver com seus próprios olhos o espetáculo de uma igreja
nascente e seus mil desafios vividos com alegria.
São muitos os problemas em
Vanimo e Baro. As pessoas vivem em condições precárias, sem água encanada e
eletricidade, e há poucos medicamentos. A violência, o tribalismo e a
exploração da enorme riqueza mineral e madeireira pelas multinacionais são uma
realidade. Os Padres do Verbo Encarnado, nessa costa do Oceano Pacífico
espremida entre a selva e o recife de coral, deram à luz, em 2018, a uma
orquestra de cordas composta por crianças e jovens. Na tonelada de pacotes
levados pelo Papa no avião militar, havia também violinos e violoncelos.
Francisco, feliz como uma criança, pôde ouvir algumas peças. Ao ver essa cena,
não se pode deixar de pensar no milagre das reduções, as aldeias indígenas do
Paraguai organizadas pelos jesuítas, com suas escolas de canto, das quais ainda
restam ecos nos livros de história e nas cenas do filme “Missão”. Pequenos
brotos do Evangelho que brotam silenciosamente entre culturas ancestrais e reverberam
ternura, proximidade, compaixão, amor incondicional pelos últimos e esquecidos.
Vidas doadas por amor até a última gota. Alegria nos rostos dos idosos e das
muitas crianças sorridentes. Alegria nos rostos manchados de sol e suor dos
missionários que hoje vestem seus trajes brancos para receber seu amigo, o
Bispo de Roma. Alegria no rosto de Francisco, que sobe de volta no veículo
militar C130, mas que gostaria de ter ficado ali.
Fonte:
Vatican News
*----------------------------------------------------------------.s
Gruta de Lourdes reabre após forte
inundação
Na missa celebrada em Port Moresby, o Papa
Francisco dirigiu seu pensamento ao Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, que
foi parcialmente inundado por uma forte chuva neste sábado, 7 de setembro.
Depois de um fechamento temporário, a gruta de Massabielle está agora novamente
aberta ao público, mas as piscinas precisam ser completamente limpas antes da
reabertura.
Alexandra Sirgant – Vatican
News
Foi da capital de Papua Nova
Guiné, a cerca de 15 mil quilômetros da cidade mariana, que o Papa Francisco
expressou sua preocupação com as enchentes que atingiram Lourdes e seus
arredores. Na noite de sexta-feira, 6, para sábado, 7 de setembro, o
departamento de Hautes-Pyrénées, no sudoeste da França, foi atingido por chuvas
torrenciais, fazendo com que as águas do Gave de Pau, que beira o santuário,
subissem. A gruta de Massabielle e o santuário da cidade mariana foram
parcialmente inundados. As portas do santuário permaneceram abertas, mas a
gruta foi temporariamente fechada e a missa programada para as 10h da manhã de
sábado foi cancelada.
A “vigilance orange” da
Météo France para o risco de inundação foi suspensa desde então. “Graças aos
esforços das equipes do Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, a gruta foi
limpa e reaberta aos peregrinos”, diz o site do santuário. As celebrações foram
retomadas nos horários habituais em todas as basílicas e locais de culto do
santuário, começando com o rosário das 18h na gruta no sábado, 7 de setembro.
Nenhuma peregrinação foi cancelada, e as Capelas de Luz foram reabertas no
domingo, 8 de setembro. Entretanto, a infiltração de água nas piscinas exigiu
uma limpeza completa e uma verificação das instalações, resultando no adiamento
da reabertura por alguns dias.
Fonte:
Vatican News
*----------------------------------------------------------------.s
Cardeal Grech: rumo a uma Igreja
com estilo cada vez mais sinodal
O Secretário Geral do Sínodo é o autor do
prefácio do livro “A memória gera futuro”, publicado pela Libreria Editrice
Vaticana, que reúne as meditações feitas pela monja beneditina Maria Ignazia
Angelini por ocasião da primeira sessão da Assembleia Sinodal em outubro de
2023.
Cardeal Mario Grech –
Secretário Geral da Secretaria Geral do Sínodo
Este livro reúne as
meditações que Maria Ignazia Angelini, abadessa emérita do mosteiro beneditino
de Viboldone (San Giuliano Milanese - Milão), fez no retiro e durante a
primeira sessão da Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, em outubro de
2023. A meditação para os participantes da Assembleia do Sínodo foi
compartilhada com o padre dominicano Timothy Radcliffe.
Antes de fazer algumas
observações sobre a contribuição de Madre Maria Ignazia reunidas neste volume,
gostaria de destacar o grande valor que tanto o retiro quanto as meditações,
nos momentos de passagem do caminho da Assembleia, representaram para os
trabalhos sinodais. O retiro em Sacrofano (30 de setembro a 3 de outubro de
2023) permitiu que os participantes entrassem progressivamente na Assembleia em
um contexto de escuta da Palavra de Deus, de oração, de celebração e de
conhecimento recíproco. O fato de se reunirem para ouvir e rezar, em uma
atmosfera de partilha fraterna, permitiu que os membros do Sínodo entrassem em
um “outro” clima, capaz de fazer emergir a diferença do caminho sinodal, em
comparação com qualquer outro “processo decisório” que se desenvolve em um
horizonte puramente humano.
A esse respeito, a religiosa
escreve: “Acredito que esse início ‘em retiro’, como acontecia com Jesus, antes
de momentos importantes da sua caminhada, seja para nós um chamado para que
vivamos - antes de mergulharmos no diálogo, na ‘conversa espiritual’ –
escutando ‘Aquele que fala’ (Hb 12:25). Nada permanece inalterado onde a
Palavra da Ressurreição é acolhida”. O Sínodo é uma experiência concreta de
vida eclesial e o retiro nos ajudou a tomar consciência dessa dimensão
fundamental, colocando no centro a Palavra de Deus, a liturgia e a koinonia.
No que diz respeito às
contribuições de Maria Ignazia Angelini para a meditação, emerge claramente de
suas palavras a sua sensibilidade monástica e beneditina, centrada na escuta,
no caminhar juntos, na obediência recíproca na comunidade. O pai do monaquismo ocidental,
São Bento, começa sua Regra com um convite à escuta: “Escuta, filho, o
ensinamento do mestre...”. (Regula Benedicti [RB] Prol. 1). Uma escuta do
mestre que, no entanto - basta ler a Regra – está toda centralizada na escuta
da Palavra de Deus contida nas Escrituras. Mas também na Regra, manifesta-se
uma face muito concreta do estilo sinodal da comunidade. Basta ler o capítulo
dedicado à convocação dos irmãos em conselho (RB 3).
Nessa passagem da Regula
Benedicti, surgem os traços de um estilo sinodal verdadeiramente eclesial e em
uma ótica de fé: todos devem ser ouvidos, mesmo os últimos que chegaram, o que
diz respeito a todos deve ser discutido por todos, a última palavra cabe ao
abade como pai e guia da comunidade. De acordo com o pai do monaquismo
ocidental, o que importa é que cheguemos “todos juntos” à vida eterna. A escola
para o serviço divino é estabelecida para que “todos juntos” possam ser
conduzidos por Deus à vida eterna (RB 72,12), mas a maneira de conseguir isso
consiste em não colocar nada antes do amor de Cristo. Ao amar Cristo acima de
todas as coisas, o monge pode chegar a viver o amor por cada um de seus irmãos,
de modo que todos possam alcançar a salvação juntos.
Diria que se pode delinear a
contribuição de Maria Ignazia Angelini para o percurso da Assembleia Sinodal
através de três “prioridades”: a primazia da liturgia, a primazia da Palavra e
a primazia dos Salmos. Em primeiro lugar, em suas meditações, a monja
beneditina destacou o valor da liturgia como o lugar onde a Igreja toma forma e
se renova, no espírito do Concílio Vaticano II: “Celebrar na fé é sempre pura
graça; sempre a ser redescoberta porque nos abre novos mundos: os mais
verdadeiros e reais. É um poderoso feixe de luz a ser louvado, uma fonte de
energia no caminho sinodal, que na dinâmica única do Espírito nos impulsiona do
um para os muitos, do eu para o nós”. Na meditação realizada no primeiro
domingo do retiro, Madre Angelini disse: “O risco para nós, homens e mulheres
da Igreja, é partir dos nossos navegadores interiores, objetivos e urgentes -
urgências, conflitos, dificuldades de leitura do presente – a ponto de perder o
horizonte. Bem, mesmo nesta singular manhã de domingo, celebrar é inspirador.
Do que celebramos tiramos luz e forma para o caminho. E as perguntas certas”.
Uma Igreja de estilo sinodal deve viver continuamente essa dimensão inspiradora
da liturgia.
Em segundo lugar, Madre
Maria deixou-se guiar pela centralidade da Palavra. Não uma página da Escritura
escolhida de modo temático e instrumental, mas aquela que a Igreja nos propõe
todos os dias na liturgia. Angelini sempre se inspirou em suas meditações na
Palavra do Dia, nos textos da Liturgia das Horas, como o Benedictus e o
Magnificat, os Salmos. Irmã Angelini afirma: “Não são os homens que dão força à
Palavra de Deus, nem suas resistências são capazes de detê-la: o crescimento
vem de Deus (cf. 1Cor 3,5-6)”. E acrescenta: “É preciso muito silêncio e
verdadeira humildade para captar em si mesmo o poder da Palavra e abrir espaço
para ela; para se deixar guiar. Para confiar perdidamente o próprio nada a esse
único poder: ‘O menor grão - mas semeado - torna-se...’ (Mc 4,31-32). A menor e
mais nua e desprezível semente, só até morrer, inerte na aparência, quando é
lançada - por meio da entrega à terra - pelo Poder, ganha vida em um dinamismo
imprevisível e irreprimível”.
Por fim, a última seção das
meditações de Madre Maria que eu gostaria de sublinhar é a referência aos
Salmos: “Nos Salmos, a invocação se torna revelação. Ali está o ventre do
significado, o laboratório fértil de novas narrativas do ser humano. Ali,
extraímos não apenas palavras, mas sentidos de significado para a vida, estilos
de preenchimento da história desgastada: história inseparavelmente pessoal, da
Igreja, da humanidade”. Os Salmos, que estão no centro da oração horária e
cotidiana da Igreja, são um “ventre de sentido, um laboratório fecundo”.
Trata-se de um olhar extremamente decisivo para uma Igreja com rosto sinodal à
escuta da Palavra: redescobrir a oração da Igreja, a oração sálmica como
“ventre de sentido”. De fato, também “os discípulos da primeira geração
elaboraram sinodalmente o significado dos acontecimentos e da vida de Jesus e
da própria experiência pouco linear, e não por acaso procurando vestígios disso
nas cordas do Saltério, ventre fecundo de toda sinodalidade”.
Esses três traços essenciais
- a centralidade da liturgia, da Palavra, dos Salmos - creio que possam
constituir uma trilha para a leitura dos textos de Madre Maria que guiaram o
caminho da Primeira Sessão da Assembleia do Sínodo dos Bispos, mas também podem
continuar, agora publicados, a apoiar um percurso de meditação e aprofundamento
para a continuação da caminhada rumo a uma Igreja com um estilo cada vez mais
sinodal, que está à nossa frente.
Fonte:
Vatican News
----------------------------------------------------------------.
Timor-Leste: Papa chega a Díli para visita
inédita desde a independência do país
Banho de multidão acompanha percurso em
papamóvel pelas ruas de Díli
O
Papa iniciou hoje a primeira visita de um pontífice desde a independência de
Timor-Leste, acompanhada por centenas de
milhares de pessoas.
Após
um voo de quase três horas e meia, desde a Papua-Nova Guiné, Francisco e a sua
comitiva chegaram ao aeroporto internacional de Díli pelas 14h20 locais (06h20
em Lisboa), sendo recebidos pelo presidente timorense, José Manuel Ramos-Horta,
e pelo primeiro-ministro, Xanana Gusmão, bem como pelo Núncio Apostólico D.
Wojciech Załuski.
Duas
crianças em trajes tradicionais ofereceram flores a Francisco juntamente com um
tais, um lenço tradicional timorense, ao som de gritos de “viva o Papa”, por
parte dos presentes, muitos dos quais se tentaram aproximar para cumprimentar o
pontífice.
A
deslocação até à Nunciatura Apostólica decorreu a bordo do papamóvel, num
percurso acompanhado por dezenas de milhares de pessoas nas ruas de Díli, com
muitas bandeiras de Timor-Leste e do Vaticano, além de cartazes de boas-vindas,
no primeiro banho de multidão da visita.
O
Governo de Timor-Leste convidou “toda a população a participar ativamente nas
celebrações e a acompanhar as passagens de Sua Santidade pelas ruas de Díli”.
“Este
é um momento histórico para o nosso país, e a presença calorosa e entusiástica
de todos é fundamental para demonstrar o nosso carinho e hospitalidade ao Santo
Padre”, assinala uma nota do Executivo, que concedeu tolerância de ponto entre
os dias 9 e 11 de setembro.
Já
o presidente timorense, Ramos-Horta, assinalou em comunicado queo Papa “traz
uma mensagem de paz, reconciliação, fraternidade humana e esperança, tão
necessária num mundo cada vez mais conturbado em que os corações frios
substituíram o diálogo e a paz”.
Pelas
18h00 locais, o Papa vai dirigir-se ao Palácio Presidencial para a cerimônia de
boas-vindas, visita de cortesia ao presidente Ramos-Horta e o encontro com autoridades políticas e representantes da
sociedade civil, às 19h00, quando profere o primeiro discurso da visita.
35
anos depois da passagem de João Paulo II por Timor-Leste, em outubro de 1989,
ainda durante a ocupação indonésia, Francisco vai estar 45 horas em Díli, para
encontros com responsáveis políticos, crianças, jovens e membros da comunidade
católica, até à manhã de quarta-feira.
O
arcebispo de Díli, D. Virgílio do Carmo da Silva, diz que este é “um momento
histórico”.
“É
uma festa do povo, uma festa da Igreja, uma festa da fé”, assinala o primeiro
cardeal timorense, em entrevista à Renascença.
Estima-se
que mais de 500 mil pessoas acompanhem a visita do Papa na capital timorense.
“É
um momento para acordar mais a Igreja local, e os cristãos, um incentivo para
que aprofundem a sua fé”, indica D. Virgílio do Carmo da Silva.
O
cardeal sublinha o “entusiasmo” com que o povo timorense aguarda o Papa, dando
o exemplo do “enclave de Oecusse”.
“O
primeiro grupo já chegou a Díli. Vieram de barco, sendo que os barcos são
limitados. Para transportarmos mais de dois mil fiéis, tivemos de começar
quatro ou cinco dias antes…para consegue levar todos os fiéis. Vieram pra Díli,
ficam instalados em tendas. Estão contentes, o ambiente é de alegria à espera
da vinda do Santo Padre”, relata.
O
arcebispo de Díli adianta a intenção de “agradecer ao Papa a coragem de vir até
Timor com esta idade” [87 anos].
D.
Virgílio do Carmo da Silva recorda ainda a visita de João Paulo II, “quando os
timorenses viviam uma situação de guerra e de perseguição”.
A
celebração central da viagem vai decorrer no dia 10 de setembro, em Tasi Tolu,
o mesmo local que acolheu o Papa polaco.
A
Eucaristia presidida por Francisco conta com orações em português, tétum e
outras seis línguas locais.
“Pelo
nosso país: para que, vivendo com alegria a fé na nossa cultura, possamos
construir uma sociedade baseada na justiça e na fraternidade”, pede uma das
orações, divulgadas no Missal da visita apostólica.
Além
da Missa, o programa de 10 de setembro inclui uma visita a crianças com
deficiência, na Escola ‘Irmãs ALMA’ (Asosiasi Lembaga Misionari Awam,
Associação das Sociedades Missionárias Leigas), e um encontro com membros da
comunidade católica, na Catedral da Imaculada Conceição.
A
11 de setembro, Francisco encontra-se com jovens timorenses no Centro de
Convenções, antes da cerimónia de despedida no aeroporto internacional de Díli,
rumo a Singapura.
A
viagem mais longa do pontificado, iniciada a 2 de setembro, inclui 44 horas e
mais de 32 mil quilómetros de voo, entre Indonésia, Papua-Nova Guiné,
Timor-Leste e Singapura, onde a 45ª visita apostólica do Papa se encerra, a 13
de setembro.
O
lema da visita a Timor, ‘Que a vossa fé seja a vossa cultura’, é apresentado
como “exortação e encorajamento para se viver a fé de harmonia com a cultura,
segundo as tradições do povo timorense”.
Timor-Leste,
com mais de 95% de católicos na sua população, é um dos únicos países asiáticos
onde a Igreja Católica é maioritária, juntamente com as Filipinas; a Igreja
timorense tem três dioceses: Díli, Baucau e Maliana.
Em
2019, o Papa decidiu criar a província eclesiástica de Díli, em Timor-Leste,
nomeando D. Virgílio do Carmo da Silva como primeiro arcebispo metropolita do
território.
Bento
XVI tinha determinado a criação da Diocese de Maliana, no início de 2010, e a
instituição da Conferência Episcopal Timorense, em 2011.
Fonte:
Agência Ecclesia.
--------------------------------------------------------------------------------------------.
Do dia 07/9/2024
37ª Romaria dos
Trabalhadores e 30º Grito dos Excluídos destacam justiça social
Celebração
no Santuário Nacional reforça a luta por justiça social e inclusão
Escrito
por Santuário Nacional
Neste sábado, 7 de setembro de 2024, dia em
que o Brasil celebra seus 202 anos de
independência, às 9h, o Santuário Nacional de Aparecida
acolheu a Santa Missa da 37ª Romaria
das Trabalhadoras e dos Trabalhadores e o 30º Grito das Excluídas e dos Excluídos.
O evento
reuniu milhares de fiéis de estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito
Santo e Minas Gerais, culminando com a celebração
eucarística transmitida ao vivo pela TV Aparecida, Rádio
Aparecida e pelo Portal A12,
através das redes sociais do Santuário Nacional.
Com o
tema “Com Maria, na amizade, rezamos
e lutamos a caminho da justiça e do bem viver” e o lema “Todas as formas de vida importam. Mas quem
se importa?”, a celebração teve como foco a justiça social e a luta
por melhores condições de vida para todos.
A
celebração foi marcada pela forte presença de representantes de movimentos sociais e trabalhadores de diferentes
setores, que trouxeram à tona as demandas por igualdade e dignidade.
Durante a
procissão de entrada, embalada pela “Ladainha
dos Empobrecidos”, três banners simbólicos foram levados ao altar: o
da 37ª Romaria dos Trabalhadores,
o do 30º Grito das Excluídas e dos
Excluídos, e o da Rede Eclesial
Pan-Amazônica (REPAM).
A imagem de Nossa Senhora Aparecida foi
entronizada por um representante da romaria, acompanhado por seis
trabalhadores, simbolizando categorias como saúde, educação e trabalho rural.
A Santa
Missa foi presidida pelo bispo de
Guanhães (MG), Dom Otacílio Ferreira de Lacerda, e concelebrada por
sacerdotes de diversas partes do país. Em sua homilia, Dom Otacílio destacou a importância de unir fé e ação em prol dos
mais necessitados: “Seguindo o exemplo de Maria, somos chamados
a caminhar com nossos irmãos e irmãs, especialmente os mais excluídos, para que
possamos construir um Brasil mais justo e fraterno”, afirmou.
O bispo
celebrou o compromisso das pastorais
sociais no Brasil, colocando sobre o Altar da Mãe Aparecida o valioso trabalho em favor da vida
desempenhado por elas.
Ao final
da Santa Missa, foi lida uma mensagem
de Súplica à Nossa Senhora, intitulada “Peregrinas e Peregrinos da Esperança”:
Há
momentos na vida que são tão especiais que esperamos por ele, como o vigia
noturno espera pela aurora. É assim a Romaria das Trabalhadoras e dos
Trabalhadores, que cada ano se torna mais significativa para todas e todos que
lutam por seus direitos.
Esta
Romaria nos inspira práticas de fraternidade e nos encoraja a construirmos
juntos e juntas a justiça e a paz. Mas, só é possível construir um mundo justo
e igual no qual todas e todos vivam como irmãs e irmãos, reconhecendo Jesus
como único mestre. Romeiras e romeiros que somos, seguimos a Cristo. Ele é
nosso caminho, verdade e vida. Com ele, nos tornamos peregrinas e peregrinos da
esperança.
Mãe Negra
Aparecida. Carregamos fardos pesados. Em nossa sociedade há muros de separação.
Em nosso sistema econômico há exploradores e oprimidos. Dai-nos coragem para
que possamos, com nossas lutas, com a vossa proteção, nos livrar do capitalismo,
sistema que exclui e mata.
Senhora
Mãe de Deus e nossa Mãe. Aquilo que disseste a teu povo ecoa até hoje para nós:
Deus realiza proezas com seu braço: dispersa os soberbos de coração, derruba do
trono os poderosos e eleva os humildes. Aquilo que disseste a teu povo, dizemos
hoje com nossa voz: Deus se faz presente e realiza proezas, quando o povo está
reunido e ligado num só objetivo.
Seguimos
com nossa ação, e na vossa proteção. Fortalecidas e fortalecidos por teus
cuidados gloriosos, buscamos nos elevar como classe trabalhadora e derrubar os
poderosos. E assim, Mãe Negra Aparecida, seguiremos caminhando na amizade
social, rezando e lutando pelo bem viver. Amém.
O evento
proporcionou, além da Santa Missa, momentos de oração e reflexão, com forte
apelo à necessidade de justiça e
inclusão social, reafirmando o papel do Santuário Nacional como um espaço de acolhimento e de voz para os mais
vulneráveis. Os participantes, através da intercessão de Nossa Senhora Aparecida, pediram por um Brasil mais
igualitário, onde todos tenham seus direitos garantidos. Fonte: A12.com
-----------------------------------------------------------------------------------------------.
O
Papa exorta os papuásios a se abrirem ao Evangelho e fazer dele a bússola da
vida
O Senhor
diz hoje a cada um de vós: “Abre-te!” E isto é o mais importante: abrirmo-nos a
Deus, abrirmo-nos aos irmãos, abrirmo-nos ao Evangelho e fazer dele a bússola
da nossa vida: disse o Papa na Missa celebrada na manhã deste domingo em Port
Moresby, em seu segundo dia de atividades em Papua Nova Guiné, no âmbito desta
45ª Viagem Apostólica Internacional. No Angelus, ao término da Missa, Francisco
pediu o dom da paz para todos os povos, as nações e também para a criação
Raimundo
de Lima - Vatican News
O Papa
iniciou seus compromissos este domingo (08/09) com a Santa Missa presidida no
Estádio Sir John Guise, em Port Moresby, em seu segundo dia de atividades em
Papua Nova Guiné, no âmbito desta sua 45ª Viagem Apostólica Internacional.
Ponto alto desta visita do Santo Padre, Francisco celebrou a Eucaristia -
centro e ápice da vida cristã - para esta pequena comunidade católica papuásia,
uma Igreja jovem e sedenta da Palavra de Deus.
Atendo-se
à liturgia deste XXIII Domingo do Tempo Comum, o Pontífice retomou na homilia o
profeta Isaías 35, 4 “Tomai ânimo, não temais!” e Isaías 35, 5 “se abrirão os
olhos do cego, os ouvidos do surdo ficarão a ouvir” para afirmar que essa
profecia se cumpre em Jesus.
O afastamento do surdo-mudo e
a proximidade de Jesus
Na narração
de São Marcos, são sublinhados particularmente dois aspectos: o afastamento
do surdo-mudo e a proximidade de Jesus.
Francisco
desenvolveu sua reflexão em torno desses dois elementos essenciais. No
primeiro, evidenciando um dos tipos de afastamento experimentado pelo
surdo-mudo, frisou que ele está longe de Deus e dos homens porque não tem a
possibilidade de comunicar. É surdo e, portanto, não pode ouvir os outros, é
mudo e, por conseguinte, não pode falar com os demais. Este homem está separado
do mundo e isolado, é prisioneiro da sua surdez e da sua mudez, devido às quais
não pode abrir-se aos outros para comunicar.
“Porém,
podemos interpretar esta condição de surdo-mudo num outro sentido, porque pode
acontecer-nos ficar afastados da comunhão e da amizade com Deus e os irmãos
quando, mais do que os ouvidos e a língua, for o nosso coração a fechar-se. Há
uma surdez interior e uma mudez do coração que dependem de tudo aquilo que nos
encerra em nós mesmos e impede a relação com Deus e com os outros: egoísmo,
indiferença, medo de arriscar e de comprometer-se, ressentimento, ódio, e a
lista poderia continuar. Tudo isto nos afasta de Deus, dos irmãos, de nós
mesmos e da alegria de viver.”
Deus é vencedor de todas as distâncias
Francisco
prosseguiu afirmando que diante dessa distância Deus responde com a
proximidade de Jesus (segundo elemento essencial). No seu Filho,
observou, Ele quer mostrar-nos, primeiramente, que é o Deus próximo,
compassivo, solícito com a nossa vida, vencedor de todas as distâncias.
Com a sua
proximidade, Jesus cura a mudez e a surdez do homem: “quando nos sentimos
distantes, ou escolhemos manter-nos à distância – de Deus, dos irmãos, daqueles
que são diferentes de nós – então fechamo-nos, encerramo-nos em nós mesmos e
acabamos por girar apenas em torno do nosso eu, surdos à Palavra de Deus e ao
grito do próximo e, por conseguinte, incapazes de falar com Deus e o próximo”.
Abrir-se a Deus, aos irmãos e ao Evangelho
Dirigindo-se
diretamente aos fiéis desta grande ilha virada para o Oceano Pacífico,
Francisco exortou-os a se abrirem a Deus, aos irmãos e ao Evangelho:
“Vós,
irmãos e irmãs, que habitais esta terra tão distante, do Pacífico, talvez
tenhais a imaginação de vos encontrar separados, separados dos Senhor,
separados dos homens, e isso não é correto, não: vós estais unidos, unidos no
Espírito Santo, unidos no Senhor. Cada um de vós: “'bre-te!'. E isto é o mais
importante: abrirmo-nos a Deus, abrirmo-nos aos irmãos, abrirmo-nos ao
Evangelho e fazer dele a bússola da nossa vida.”
O Santo Padre
concluiu convidando-os a se abrir à alegria do Evangelho, ao encontro com Deus,
ao amor dos irmãos. “Que nenhum de nós fique surdo e mudo pera este convite”,
exortou-os.
Angelus: não ao rearmamento e à exploração da casa
comum
Ao
término da Santa Missa, que teve a participação de aproximadamente 35 mil
fiéis, Francisco conduziu a oração do Angelus, confiando à Virgem Maria o
caminho da Igreja em Papua Nova Guiné e nas Ilhas Salomão, fazendo, por fim,
uma invocação ao dom da paz para todos os povos:
“A partir
desta terra abençoada pelo Criador, gostaria de invocar juntamente convosco,
por intercessão de Maria Santíssima, o dom da paz para todos os povos. Em
particular, peço-o para esta grande região do mundo entre a Ásia, a Oceânia e o
Oceano Pacífico. Paz! Paz para as Nações e também para a criação! Não ao
rearmamento e à exploração da casa comum! Sim ao encontro entre povos e
culturas, sim à harmonia do homem com as criaturas!”
Por fim,
o Pontífice ressaltou que este domingo se celebra a festa litúrgica da
Natividade de Nossa Senhora, dirigindo seu pensamento para o Santuário de
Lourdes, na França, infelizmente atingido por uma inundação.
Fonte:
Vatican News
*-----------------------------------------------------------------------------.s
Papa
às crianças de rua e com deficiência: manter acesa a luz do amor
O Papa,
em Port Moresby encontra crianças de rua, pobres, com deficiências, que lhe
perguntam se há esperança para elas e por que não têm as mesmas oportunidades
que as outras crianças.
Silvonei
José – Vatican News
“Mantenham
acesa a luz do amor”. Foi o que o Papa Francisco disse às crianças deficientes
e crianças de rua, assistidas em Port Moresby, Papua Nova Guiné, pelas
organizações “Callan Services” e “Street Ministry”, que ele encontrou na manhã deste
sábado (07/09), durante sua visita à escola para meninas dirigida pelas Irmãs
da Caridade de Jesus. “Vocês me fizeram perguntas desafiadoras”, iniciou o
Papa.
Em sua
saudação, Francisco respondeu às perguntas feitas a ele por duas delas. “Por
que temos que sofrer por nossa deficiência? Por que não somos como os outros?
Por que esse sofrimento? Há esperança também para nós?”, perguntou uma criança
surda com trajes tradicionais, ajudada por sua irmã.
“Por que
não temos oportunidades como as outras crianças e como podemos nos tornar úteis
para tornar nosso mundo mais bonito e feliz, apesar de vivermos no abandono e
na pobreza?”, perguntou em vez disso, uma criança de rua, também usando um
traje tradicional indígena.
Para a
primeira criança, Francisco disse: “Eu realmente só tenho uma resposta: porque
nenhum de nós é como os outros. Porque somos todos únicos diante de Deus.
Portanto, não apenas confirmo que há esperança para todos, mas acrescento que
cada um de nós no mundo tem uma missão que ninguém mais pode cumprir. E isso,
mesmo que custe dificuldades, traz muita alegria. De uma maneira diferente
entre um e o outro”. “Há coisas que não podemos fazer”, continuou o Pontífice -
mas não é por isso que a felicidade é medida: a felicidade vem do amor. O que
levamos e o que devemos receber de braços abertos daqueles que nos amam. Essa é
a coisa mais importante”. “Também para o Papa”, acrescentou. "A nossa
alegria não depende de mais nada, nossa alegria depende do amor”.
“Isso nos
leva à outra pergunta”, disse Francisco, ”como podemos tornar nosso mundo mais
bonito e feliz? Sem dúvida com a mesma receita, aprendendo a amar a Deus e aos
outros de todo o coração”, enfatizou. E também na escola, “estudando e fazendo
o máximo para melhorar nossas habilidades”. “Concentrando todas as nossas
forças na meta, que é o amor de Jesus e encher a todos com nosso amor”, exortou
o Pontífice - para que nenhum de nós seja um fardo: todos nós somos dons de
Deus e um tesouro para os outros”. “Mantenham acesa a luz do amor”, concluiu.
Fonte:
Vatican News
*-----------------------------------------------------------------------------.s
Papua
Nova Guiné, os testemunhos das realidades eclesiais
No
santuário de Maria Auxiliadora, em Port Moresby, o Papa ouviu os testemunhos de
uma religiosa, de um sacerdote e de representantes dos catequistas e do Sínodo
sobre a sinodalidade.
Lorena
Leonardi – Vatican News
O desafio
de se comunicar com os pobres e com aqueles que estão nas periferias, a fadiga
para integrar a fé católica e a identidade cultural, o compromisso de
transmitir o entusiasmo da missão aos jovens, a sinodalidade a ser tecida na
cultura em evolução de Papua Nova Guiné. Esses são os temas fundamentais que
emergiram dos testemunhos - de uma freira, de um sacerdote, de representantes
dos catequistas e do Sínodo - que o Papa Francisco ouviu no santuário de Maria
Auxiliadora em Port Moresby, durante o encontro com os bispos de Papua Nova
Guiné e das Ilhas Salomão, sacerdotes, diáconos, consagrados e consagradas,
seminaristas e catequistas, que se realizou na manhã deste sábado, 7 de
setembro.
Na linha de frente em prol das mulheres
A
primeira a falar foi a irmã Lorena Jenal, que na diocese de Mendi acompanha as
atividades da Casa da Esperança, um local de refúgio e cura para vítimas de
acusações de bruxaria e maleficência. Graças ao trabalho conjunto com líderes
comunitários, famílias, diferentes denominações, defensores dos direitos
humanos, a polícia, oficiais de justiça e advogados, explicou a consagrada,
eles trabalham “para proteger as mulheres de falsas acusações e extorsão”. A
abordagem holística com aconselhamento, terapia, ajuda médica, psicológica,
financeira e emocional ajudou até agora 250 mulheres, incluindo Maria, que chegou
em 2017 depois de ser torturada e queimada “tão gravemente que não sabíamos se
poderíamos salvar sua vida”. Embora os membros da família não a visitassem “por
medo e vergonha”, lembra a mulher consagrada, “nós os encontrávamos toda semana
e os informávamos sobre o progresso”, até que eles perceberam seu sofrimento.
Ao voltar para casa e mais tarde ser considerada inocente pelo tribunal, Maria,
relatou a freira, tornou-se uma “testemunha da importância do amor e do perdão
entre todas as pessoas: hoje ela trabalha em nossa equipe e luta pelos direitos
humanos, pela dignidade e pela igualdade das mulheres”.
Uma integração difícil
A própria
“vocação adulta” e um caminho como seminarista cheio de obstáculos foram
relatados pelo padre Emmanuel Moku, hoje com 64 anos e ordenado sacerdote aos
52. No centro de seu testemunho estavam os problemas que ele enfrentou como
seminarista em um contexto de grande pressão. “Quando escolhi o sacerdócio,
colocando-o à frente de minhas normas culturais, fui ridicularizado e rejeitado”,
sendo chamado de ‘um desperdício de recursos humanos’, apontou ele, porque ‘meu
clã esperava que um homem se tornasse pai e trabalhasse para alimentar seu
povo’. Embora a situação tenha melhorado desde sua ordenação, não faltam
desafios em um contexto em que é difícil integrar a fé católica com a
identidade cultural, especialmente, enfatizou ele, “para comunicar o duplo
propósito do casamento - companheirismo para toda a vida e o cuidado e a
educação dos filhos - e para apoiar os jovens que lutam para poder abraçar sua
vocação religiosa”.
Em contato com as pessoas
Para
James Etariva, um catequista de 68 anos do distrito de Goilala, na província
central de Papua Nova Guiné, a melhor coisa é “andar pelas aldeias e servir as
pessoas, incentivar as crianças em sua catequese e ter amizade com todos”. Em
seus longos anos de serviço - ele começou em 1982 na paróquia da Sagrada
Família, na Arquidiocese de Port Moresby, e se formou como catequista em tempo
integral em 1997 - ele enfrentou muitas dificuldades, desde a falta de recursos
até o equilíbrio das responsabilidades familiares e as viagens, até mesmo a pé,
para chegar às comunidades mais distantes.
Crescer na sinodalidade
Por fim,
Grace Wrakia, uma leiga de uma família católica de terceira geração e mãe de
três filhas que criou sozinha, apresentou algumas reflexões pessoais sobre a
sinodalidade. Falando da participação no Sínodo sobre sinodalidade como “uma
das maiores honras” de sua vida, Grace se perguntou até que ponto esse método
poderia encontrar expressão na “cultura em evolução” de Papua Nova Guiné. O
desejo é ver “mulheres como parceiras e cooperadoras”, jovens “não ignorados ou
negligenciados”, mas “acolhidos com corações e mentes abertos”, padres e
religiosos não mais considerados “grandes homens”, mas “líderes servidores”, e
leigos como participantes ativos na vida da Igreja e não apenas “espectadores”.
Mais uma vez, embora consciente da natureza gradual do processo em seu país, a
testemunha confidenciou ao Papa o sonho de uma política eclesiástica que acolha
a diversidade, para uma fusão real dos aspectos sinodais com a vida da Igreja
local.
Fonte:
Vatican News
*-----------------------------------------------------------------------------.s
Dom
Ribat: “nosso povo está unido pela fé, graças aos missionários”
Entrevista
com Dom John Ribat, arcebispo de Port Moresby.
Fábio
Beretta
O
Arcebispo de Port Moresby, Cardeal John Ribat, em entrevista à Agência Fides,
fala do caminho da comunidade cristã, que vive em Papua Nova Guiné, segunda
etapa da Viagem Apostólica do Papa Francisco à Ásia e Oceania: trabalho dos
missionários entre as tribos; obra da Igreja local, que segue os ensinamentos
do Evangelho; pertença à Igreja católica; alegria e entusiasmo pela visita do
Papa.
O Papa
encontrará uma Igreja jovem, que se orgulha por já ter um mártir...
“Esta é,
realmente, uma Igreja jovem, que continua a crescer, graças ao exemplo de Peter
To Rot, hoje beato, cujo processo de canonização, atualmente, está paralisado
por falta de um milagre. Esta será uma das coisas que pediremos ao Papa: que
intervenha no seu processo de canonização. A nossa esperança, como comunidade,
é que este processo possa ser concluído no próximo ano, para que, muito em
breve, possamos ter nosso Santo catequista. Aqui, em Papua-Nova Guiné, a Igreja
é jovem, mas sua fé é forte. Os católicos estão vibrando com esta visita papal.
Muitas pessoas estão chegando à capital, Port Moresby, provenientes das altas
planícies e das cidades vizinhas, até das dioceses sufragâneas. Muitos fazem
peregrinações a pé ou de barco, sempre em oração”.
Qual a
importância da obra dos missionários em Papua Nova Guiné? Por que o Papa quis
encontrar os missionários nestas terras?
“Os
missionários chegaram a estas terras há muitos séculos. Em relação aos
primeiros missionários, agora são menos. Mas, a comunidade cristã ainda traz em
sua memória o início das missões, especialmente, graças aos alemães e
americanos. Hoje, em Papua Nova Guiné, muitos missionários estão espalhados em
diversas Dioceses do país, provenientes da Índia, Filipinas e Indonésia. Mas,
como no início, não faltam europeus, como os Salesianos italianos. Em Vanimo,
uma das cidades que o Papa visitará, há missionários argentinos, seus
compatriotas. A obra dos missionários é importante para nós, não só porque
continuam a propagar a fé católica, mas também porque animam as pessoas, com as
quais trabalham. Isso é muito importante. As relações entre os missionários e a
população são muito boas, devido ao fato que várias Dioceses daqui,
historicamente falando, foram fundadas por missionários. Agora, com a chegada
do Pontífice, há mútua ajuda entre as pessoas. A nossa Conferência Episcopal
une Papua Nova Guiné às Ilhas Salomão. Por isso, muitos também vêm de lá para
nos ajudar na organização. Este clima de unidade na fé é devido aos
missionários”.
Em Papua
Nova Guiné há conflitos entre tribos. A Igreja intervém nisso? As tribos lutam
entre si, mas nos seminários muitos jovens, de várias aldeias, convivem em
paz...
“As lutas
tribais não acontecem em todos os lugares, mas, sobretudo, nas regiões
montanhosas, onde, ao contrário das regiões costeiras, a Igreja conseguiu
chegar apenas há algumas décadas. Trata-se de aldeias de difícil acesso, cujos
usos e costumes estão fortemente enraizados no passado; a região é ambientalmente
frágil; ali tivemos, recentemente, catástrofes naturais, que mataram muitas
pessoas. No entanto, a tensão social reina em todo o país. Em 10 de janeiro
deste ano, houve uma revolta contra o corte de salários, com várias vítimas,
lojas saqueadas, carros incendiados... Agora, estamos nos recuperando. Como
Igreja, fizemos declarações à imprensa, lidas também nas igrejas, onde
condenamos todo e qualquer tipo de violência; oferecemos novas chaves para a
compreensão dos vários problemas e das novas leis, que não foram bem
esclarecidas. Em relação às lutas tribais é diferente: deixemo-nos inspirar
pela Palavra de Deus”.
Um Papa
visita o país pela segunda vez: o que a comunidade católica local pode oferecer
à Igreja católica?
“Esta é
uma questão sobre a qual nós, como comunidade, temos refletido muito. Estamos
tentando entender como podemos ajudar os outros. A primeira resposta “prática”
que demos foi enviar novos missionários: eles nos transmitiram a fé e, agora,
estamos prontos para partir, para ajudar a Igreja a crescer, onde for
necessário. Alguns de nossos sacerdotes foram para a Argentina e Brasi e muitos
para a África. Esta é apenas uma nossa pequena contribuição. Somos uma Igreja
em aumento, porque nos esforçamos para viver bem os ensinamentos do Evangelho e
a Doutrina da Igreja católica. Isso nos faz sentir parte de algo universal.
Esses eventos nos ajudam, nos dão forças para vivermos a universalidade em casa
e participar da Santa Missa”.
Quais
são, hoje, as principais dificuldades para o anúncio do Evangelho pela Igreja
em Papua Nova Guiné?
“Uma das
dificuldades é a desinformação, que vem das redes sociais e não só. Como
Igreja, temos a tarefa de ajudar as pessoas a compreender quando as notícias
são falsas. Somos bombardeados por muitas mensagens e isso gera confusão. Neste
sentido, falo a título pessoal, as palavras de São Paulo me ajudam muito a
dialogar com as pessoas. Eu me pergunto como a Igreja pode pregar bem o
Evangelho, nestes tempos, em que as mudanças estão na ordem do dia. A resposta
que me dei foi: tudo pode mudar, mas a verdade permanece sempre a mesma. A
verdade para nós é Cristo. A Palavra de Deus, depois de 2 mil anos, continua a
mesma, não mudou. No entanto, alguns tentam transmitir uma mensagem errada,
interpretando-a e adaptando-a às mudanças do mundo. Mas esta não é a verdade”.
Embora
Papua Nova Guiné seja um pequeno rebanho, segundo dados oficiais, o número de
batizados e vocações continua a aumentar. Como o senhor pode explicar isso?
“As
vocações aumentam porque os jovens, mas também os mais velhos, querem dar a sua
contribuição fazendo algo de importante pela sua terra. Neste sentido, a Igreja
sempre os encorajou. Os jovens, em particular, ocupam um lugar importante na
vida da Igreja. Antes de entrar no seminário, muitos fazem os mais variados
tipos de trabalhos, sempre a serviço dos outros. Mas, aos poucos, sentem que
isso não é suficiente. Os batizados, também em contínuo aumento, são devido ao
crescimento populacional. Porém, noto que um número cada vez maior de jovens também
está se casando. Trata-se de jovens que a Igreja ajudou a crescer na fé e,
agora, podem dizer que alcançaram a sua realização na vida”. - *Agência
Fides- Fonte:
Vatican News
*-----------------------------------------------------------------------------.s
“Minha
vida como missionário em Papua Nova Guiné”
O
testemunho do bispo salesiano Francesco Panfilo, que após anos de trabalho
missionário nas Filipinas foi enviado por João Paulo II para guiar uma diocese
em Papua Nova Guiné.
Andrea
Tornielli – Port Moresby
“Duc in
altum”, avançar para águas mais profundas: essas palavras de Jesus foram
escolhidas para o lema episcopal de Francesco Panfilo, bispo salesiano, que
serviu como missionário nas Filipinas por 32 anos e depois foi para Papua Nova
Guiné, onde esteve primeiro em Alotau e depois guiou a arquidiocese de Rabaul,
tornando-se também presidente da conferência episcopal do país. A missão, disse
ele, é uma questão de coração, “paixão por Cristo” e “paixão por seu povo”.
Esse é o testemunho de dom Francesco Panfilo, arcebispo emérito de Rabaul:
Alguém me
perguntou como foi minha experiência, porque recentemente celebrei meus 50 anos
de ordenação. Passei 32 anos nas Filipinas, depois vim para Papua Nova Guiné
como delegado Provincial dos Salesianos por quatro anos, depois o Papa João
Paulo II me nomeou Bispo de Alotau, depois fui transferido para Rabaul: e
quando recordava esses anos de missão, fiquei um pouco emocionado, porque
sempre me senti um missionário, mesmo nas Filipinas, onde eu estava nas escolas,
era um formador. Quando vim para Papua Nova Guiné, pude ser missionário, como
sempre sonhei, mesmo quando era menino. Foi uma vida difícil. Quando eu estava
em Alotau - eram só ilhas, só mar - eu tinha de viajar de barco, comia onde
podia...
Em
Rabaul, tive que caminhar muito, tive que ir para as montanhas... Lá, eu
realmente me senti como um missionário e um pastor. Quando o Papa Francisco se
tornou Papa em 2013, ele escreveu a Evangelii gaudium no final do ano e no
número 268 ele diz que a missão é tanto “paixão por Cristo” quanto “paixão por
seu povo”. Ali, essas palavras (me) tocaram. Como bispo, eu havia escolhido
como lema “Duc in altum”, que significa “avançar para águas mais profundas”:
essas são as palavras de Jesus a Pedro... Eu vivi (isso), sinto que vivi minha
vida como missionário. O que o Papa diz ali: missão é, ao mesmo tempo, paixão
por Cristo e paixão por seu povo; se não houver esse amor, não há (missão)...
Missão é amor, é doar-se pelo povo e pelo Senhor. Se amarmos o Senhor, isso nos
ajudará a ajudar as pessoas, e se amarmos as pessoas, isso nos levará de volta
a Jesus.
Fonte:
Vatican News
*-----------------------------------------------------------------------------.s
A
missão é obra do Espírito Santo, não de nossas “técnicas”
Uma
reflexão sobre o primeiro dia do Papa Francisco em Papua Nova Guiné.
Andrea
Tornielli
Como se transmite o entusiasmo da missão aos
jovens? “Não acho que existam 'técnicas' para isso...”. Na pergunta de James,
catequista, e na resposta que recebeu do Papa, pode-se captar um dos temas mais
caros a Francisco. O que está na origem do fato de ser missionário? Como se
anuncia o Evangelho? Essas são perguntas válidas para todos os lugares e todas
as épocas, mas aqui, em Papua Nova Guiné, um país onde são falados 841 idiomas
diferentes, elas devem ter um eco especial. Encontrando-se com as autoridades e
a sociedade civil em Port Moresby, o Sucessor de Pedro repetiu que estava muito
fascinado pela extraordinária riqueza cultural e humana desse arquipélago
pontilhado de ilhas, onde as conexões são complicadas e a catequese deve contar
com uma quantidade de idiomas diferentes que não tem paralelo no mundo:
“Imagino que essa enorme variedade seja um desafio para o Espírito Santo, que
cria harmonia nas diferenças!
Em resposta à pergunta de James durante o encontro
com os bispos, o clero, religiosas e catequistas, o Papa reiterou os
fundamentos do testemunho cristão, ou seja, “cultivar e compartilhar nossa
alegria de ser Igreja”. Francisco frequentemente gosta de citar as palavras de
seu predecessor Bento XVI em Aparecida em 2007: “A Igreja não faz proselitismo.
Ao contrário, ela se desenvolve por 'atração'”. E no livro-entrevista com
Gianni Valente (Sem Ele, nada podemos fazer”, Lev 2020), ele explicou que “a
missão é obra Sua. É inútil se preocupar. Não há necessidade de nos organizar,
não há necessidade de gritar. Não há necessidade de artifícios ou estratagemas.
Tudo o que você precisa é pedir para poder refazer hoje a experiência que o faz
dizer 'nós decidimos, o Espírito Santo e nós'... O mandato do Senhor de sair e
proclamar o Evangelho pressiona a partir de dentro, ao se apaixonar, ao amar a
atração. Não se segue a Cristo, muito menos se torna um anunciador dele e de
seu Evangelho, por uma decisão tomada à mesa, por um ativismo autoinduzido. Até
mesmo o impulso missionário só pode ser frutífero se ocorrer dentro dessa
atração e transmiti-la aos outros”.
Diante da perplexidade e do cansaço que muitos
cristãos experimentam em algumas partes do mundo, somente o testemunho de pecadores
perdoados, atraídos pelo amor, faz a missão. Caso contrário, a Igreja - e essas
são sempre as palavras de Francisco - “se torna uma associação espiritual”. Uma
corporação multinacional para lançar iniciativas e mensagens de conteúdo
ético-religioso”, porque ”você acaba domesticando Cristo. Você não dá mais
testemunho do que Cristo faz, mas fala em nome de uma certa ideia de Cristo.
Uma ideia que possuída e domesticada por você. Você organiza as coisas,
torna-se o pequeno empresário da vida da igreja, onde tudo acontece de acordo
com um programa definido, apenas para ser seguido de acordo com as instruções.
Mas o encontro com Cristo nunca mais se repete. O encontro que tocou seu
coração no início nunca mais acontece.
Nada está isento desse risco: desde projetos
pastorais até a organização de grandes eventos, desde “técnicas” missionárias
para o digital até a catequese. Há o risco de considerar o essencial como
garantido, a fim de se concentrar em métodos, idiomas e organização.
Mas a resposta mais verdadeira à pergunta de James,
aquela que incorpora as palavras do Papa, está nos rostos sorridentes e cheios
de alegria dos missionários que aqui percorrem quilômetros a pé, de carro e de
avião, para estar perto de todos. Para testemunhar a cada mulher e homem desta
terra de natureza esplêndida e colorida, o amor de Jesus. Porque “se é Cristo
que o atrai, se você se move e faz as coisas porque é atraído por Cristo, os
outros percebem sem esforço. Não há necessidade de mostrá-lo, muito menos de
exibi-lo”. Fonte:
Vatican News
*-----------------------------------------------------------------------------.s
Quênia:
religiosas cegas oferecem seu testemunho ao povo de Deus
As Irmãs
Sacramentinas são uma comunidade de religiosas com deficiência visual. Elas não
têm visão, mas todos os outros sentidos estão ativamente engajados para a
glória de Deus e o bem da humanidade. Dedicam-se ao catecismo, à agricultura e
à criação de aves, visitam e dão suporte às pessoas, confeccionam rosários e
fazem trabalhos de tricô. "Preciso de oportunidades, não de
compaixão", diz a Irmã Mary Veronica.
Irmã
Michelle Njeri, OSF
A família
de Dom Orione inclui os Filhos da Divina Providência e as Pequenas Irmãs
Missionárias da Caridade. No entanto, menos conhecido é que dentro da mesma
família existe uma comunidade de Irmãs Sacramentinas, cujos membros são
religiosas com deficiência visual.
As Irmãs
Sacramentinas passam grande parte do dia em adoração ao Santíssimo Sacramento,
mas também realizam um apostolado em sua comunidade local. O instituto foi
fundado na Itália por São Luís Orione, um sacerdote italiano comumente
conhecido como Dom Orione. No Quênia, a comunidade das Irmãs Sacramentinas
conta com quatro membros: Irmã Mary Carmen, Irmã Mary Angelina, Irmã Mary
Rachael e Irmã Mary Veronica.
Apostolado e oração
A Irmã
Mary Veronica sempre desejou ser religiosa, mas teve dificuldades em encontrar
uma congregação que a aceitasse devido à sua deficiência visual. Em 1981, uma
irmã da Consolata a direcionou pela primeira vez para as Irmãs Sacramentinas,
onde ela permanece até hoje. "Esta congregação de freiras com deficiência
visual é única e é a única no Quênia", disse a Irmã Mary Veronica.
"Nosso fundador, Dom Orione, era uma pessoa caridosa e nos pediu para sermos
mães e irmãs dos pobres. Oferecemos nossa falta de visão a Deus para os irmãos
e irmãs que não conhecem a verdade, para que possam experimentar Deus, a luz do
mundo."
Embora
tenham deficiência visual, as Irmãs Sacramentinas são contemplativas e, ao mesmo
tempo, muito ativas. Ensinam catecismo em sua paróquia, visitam as pessoas na
vila próxima e oferecem sua ajuda também online. "Em nosso carisma de
Irmãs Sacramentinas, adoramos Jesus no Santíssimo Sacramento e falamos a Jesus
sobre a humanidade. Encontramos as pessoas e falamos a elas sobre o amor de
Deus. Levamos as almas a Jesus e Jesus às almas", disse a religiosa.
As irmãs
fazem Adoração em turnos e se envolvem em outras tarefas comunitárias, como
agricultura, criação de aves, confecção de rosários e trabalhos de tricô, como
atividades geradoras de renda para a sustentabilidade. "Nos unimos à
congregação para dar e receber; não nos unimos para ser ajudadas. Procuramos
ser autônomas em tudo o que fazemos", disse a Irmã Mary Veronica, acrescentando:
"Preciso de oportunidades, não de compaixão."
Desafios da comunidade
Comprar
livros escritos em braille não é fácil para as freiras com deficiência visual.
Por muitos anos, elas importaram livros espirituais em braille do exterior. Com
o aumento das tarifas de importação, as freiras não podem mais receber os
livros como antes. No entanto, as religiosas reconhecem que os desafios as
tornam completas. "Enfrentamos os desafios com alegria, ter deficiência
visual não nos tira os talentos e capacidades", afirma a Irmã Mary
Rachael. Fonte:
Vatican News
*-----------------------------------------------------------------------------.s
Irmã
Beatrice no Quênia: a deficiência não é incapacidade
As
crianças com deficiência possuem um universo de potencialidades inexploradas e
uma coragem extraordinária. A experiência da Irmã Beatrice Jane Agutu em uma
escola no Quênia confirma que a deficiência não é incapacidade e que cada
criança merece a possibilidade de brilhar: “essas crianças devem ser
celebradas, não compadecidas”.
Ir.
Roselyne Wambani Wafula
“Como religiosas católicas, e especialmente como
irmãs franciscanas de Santa Ana, somos chamadas a servir os mais vulneráveis. O
nosso compromisso em aliviar o sofrimento e promover mudanças positivas
continua a nos obrigar a deixar que a nossa voz fale pelas numerosas pessoas
vulneráveis que nos foram confiadas”, disse a Irmã Beatrice Jane que administra
a escola especial de São Martinho de Porres em Kisumu, no Quênia, a serviço de
mais de 300 crianças com várias deficiências. O seu testemunho não é apenas a
narrativa de uma experiência, mas um convite à mudança de paradigma na oferta
de cuidados, apoio e compaixão pelas pessoas vulneráveis.
O caminho da Irmã Beatrice começou como professora
em escolas normais. No entanto, uma vocação profundamente enraizada levou-a a
explorar a educação especial, uma experiência que começou em 2003, quando foi
chamada a trabalhar numa escola para surdos. “Apesar de não ter qualquer
experiência prévia com a linguagem gestual”, disse ao Vatican News, “a minha
determinação e compaixão impeliram-me”. Hoje ela é uma comunicadora fluente com
os surdos.
A Ir. Beatrice é confidente, guia, tutora e figura
materna delas. O seu papel vai muito além da aquisição da linguagem.
“Supervisiono uma comunidade de mais de 300 crianças com várias deficiências,
de paralisia cerebral a incapacidades físicas e desabilidades intelectuais”.
O percurso para entrar na escola não é fácil. Para
que as crianças recebam um diagnóstico correto e um lugar adequado nas escolas,
os pais devem navegar num complexo sistema de avaliações médicas e
educacionais, antes que os seus filhos possam ser admitidos. “A nossa escola é
um lar para essas crianças”, explicou. “Muitas delas estão confinadas em casa,
tratadas como pesos, invisíveis para o mundo; este isolamento agrava as
vulnerabilidades das crianças e limita as suas oportunidades”.
A escola serve como tábua de salvação para muitos,
um lugar onde, dentro das suas paredes, as crianças encontram aceitação,
liberdade, amizade, sentido de pertença, oportunidades para aprender e crescer
e, o mais importante de tudo, amor. A firme convicção da Ir. Beatrice no
potencial dos seus alunos revelou-se contagiante. Ela não vê deficiências, mas
habilidades inexploradas. A sua atitude positiva é uma prova da sua filosofia:
“deficiência não é inabilidade”. Ela vê além dos seus desafios, reconhecendo o
potencial que existe em cada criança.
“Administrar
a escola é uma batalha constante e árdua”, observou, indicando os imensos
desafios que a sua escola deve enfrentar. O apoio inadequado do governo, a
falta de recursos e as necessidades urgentes dos seus alunos são evidentes.
Muitas vezes a sociedade considera essas crianças como um fardo, o que
sobrecarrega a Ir. Beatrice e o seu grupo.
Muitos pais não conseguem satisfazer as
necessidades básicas, para não falar do custo dos cuidados e da educação
especializada. Os pais, sobrecarregados com os desafios de criar uma criança
com deficiência, recorrem frequentemente aos avós para receber apoio. “O governo”,
observou a Ir. Beatrice, “oferece uma ajuda mínima, deixando que instituições
como a nossa carreguem sozinhas o peso desses desafios”. Até a sua congregação
religiosa tem dificuldade em satisfazer as necessidades urgentes dos seus
estudantes. No entanto, a Ir. Beatrice e o seu grupo perseveram, proporcionando
não só educação, mas inclusive cuidados essenciais, incluindo alimentação,
vestuário e tratamentos médicos.
Talvez o desafio mais angustiante seja a
indiferença da comunidade em geral. Em vez de oferecer apoio, a escola é muitas
vezes vista como recurso a explorar. A escola e os seus alunos são convidados a
contribuir para as atividades da Igreja, mas às vezes recebem pouca ajuda
financeira. Numa entrevista ao Vatican News, Claris Achieng Olare, mãe cujo
filho sofre de paralisia cerebral, afirma que o estigma que sofrem como pais é
que as pessoas pensam que os pais devem ter feito algo de errado e que essa é a
consequência. Apela-se à sociedade para que aceite a existência destes casos, e
o importante é aceitar e prestar os cuidados e o apoio necessários a estas
crianças sem preconceitos.
Apesar desses obstáculos, há momentos de triunfo
extraordinário. Uma jovem, outrora incapaz de ler e escrever, tornou-se
pregadora e fonte de inspiração para os seus coetâneos. “Estas histórias
alimentam a minha paixão e impelem-me a continuar cuidando dessas crianças, a
criar um mundo onde cada criança, independentemente das suas capacidades, seja
valorizada e apoiada”, declarou a Ir. Beatrice, acrescentando: “essas crianças
devem ser celebradas, não compadecidas”.
Concluindo, a religiosa exortou todos a cultivar os
sonhos e o potencial das crianças com deficiência. “Une-te a nós”, exortou, “na
construção de um mundo onde a deficiência não seja uma incapacidade, mas um
catalisador para resultados extraordinários”. Fonte: Vatican News
*-----------------------------------------------------------------------------.s
Escritores
de língua portuguesa reunidos na Cidade da Praia
Decorre
de 5 a 8 de setembro na capital cabo-verdiana o XII Encontro de Escritores de
Língua Portuguesa, organizado pela UCCLA e pela Câmara Municipal da Praia.
Tema: Literatura, Liberdade, Inclusão. São homenageados Amílcar Cabral e Luís
Vaz de Camões no I e V centenário de nascimento, respetivamente.
Dulce
Araújo - Vatican News
Nascido
como encontro itinerante para favorecer o diálogo e o enriquecimento entre
escritores de língua portuguesa, o Encontro, anual, acabou por estabilizar-se
na cidade da Praia que, aliás, faz parte da rede das cidades criativas da
UNESCO.
Sobre
este XII Encontro, a VII a decorrer em Cabo Verde, debruçou-se o programa da
Rádio Vaticano “África em Clave Cultural: personagens e eventos” do dia 5 de
setembro 2024, com crónica do parceiro, Filinto Elísio (escritor e editor),
acerca do teor, programa e mesmo uma breve nota crítica relativa à circulação
de livros na CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa); e considerações
de dois dos intervenientes no encontro: a escritora e jurista, Vera Duarte, e
Tony Tcheka, jornalista e escritor da Guiné-Bissau.
Eis aqui
a sua crónica
ENCONTRO
LITERÁRIO DA UCCLA
Decorre
de 5 a 8 de setembro, na cidade da Praia, República de Cabo Verde, a XII edição
do Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, promovido pela União das
Cidades Capitais de Língua Portuguesa - UCCLA, em parceria com a Câmara
Municipal da Praia e a Empresa de Mobilidade e Estacionamento da Praia, numa
homenagem nesta edição ao Centenário do nascimento de Amílcar Cabral e ao V
Centenário do nascimento de Luís Vaz de Camões.
Fazem-se
representar neste encontro literário anual da Praia, escritores de Angola,
Brasil, Cabo Verde, Galiza, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, São Tomé e
Príncipe e Timor-Leste.
Sob o
tema geral "Literatura, Liberdade e Inclusão" destacam-se mesas
temáticas como Camões e a Identidade Literária da Língua Portuguesa, Literatura
e Liberdade: Homenagem ao centenário do nascimento de Amílcar Cabral,
Literatura e Inclusão, para além de ações como a Tertúlia Literária sob o
título “Conde Silvenius e a corte dos poetas, no seu segundo castelo, o Café
Sofia” – um tributo ao poeta Arménio Vieira, a Apresentação do Prémio de
Revelação Literária UCCLA-CML: Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa
(sendo vencedora Fernanda Ribeiro (brasileira, com o romance intitulado
“Cantagalo”) e o Encontro de escritores estrangeiros com estudantes, escritores
locais, agentes culturais, “Mano a Mano Literário” - José Luiz Tavares &
Mário Lúcio Sousa e o lançamento do Livro “Um Preto de Maus Bofes”, do Escritor
José Luiz Tavares.
Pela
oportunidade e pertinência, um dos tópicos a abordar neste e noutros encontros
literários lusófonos seria o questionamento crítico sobre circulação das obras
e dos autores pelos estados da CPLP, com foco na isenção de taxas alfandegárias
ou impostos na circulação de livros e em políticas do livro e da leitura
pública convergentes.
Nesta
edição de 2024, do país anfitrião Cabo Verde, participam os escritores António
Correia e Silva, Arménio Vieira, Augusta Teixeira, Cheila Delgado, Comandante Pedro
Pires, Daniel Mendes, Germano Almeida, José Luiz Tavares, Mário Lúcio, Nardi
Sousa, Paulo Veríssimo e Vera Duarte.
Ainda
entre os participantes, constam Alfredo Ferreiro Salgueiro, da Galiza, da
Guiné-Bissau Tony Tcheka, de Moçambique Luís Carlos Patraquim, de
Portugal – Inês Barata Raposo, Isabel Alçada (vídeo), José Pires
Laranjeira e Rita Marnoto, de São Tomé e Príncipe Olinda Beja e de
Timor-Leste Luís Cardoso.
O
Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, procede à abertura da XII Encontro
de Escritores de Língua Portuguesa e o encerramento do certame está a cargo do
ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Augusto Veiga.
**
Neste dia
6 intervém numa mesa redonda integrada no painel “Literatura e Liberdade: em
homenagem ao centenário do nascimento de Amílcar Cabral” o escritor Tony
Tcheka. Em entrevista à Rádio Vaticano, manifestou apreço pelo Encontro e disse
que vai falar de Amílcar Cabral que conheceu desde cedo através de bobinas da
Rádio Libertação e de encontros com Mário Pinto de Andrade. Refere ter tido
sempre grande admiração pela postura de Amílcar Cabral, homem sonhador,
concreto, perseverante. A sua intervenção - garantiu - será, portando, sobre
esse “sonhador” e sobre o sonho de dignidade que Cabral tinha para os povos de
Cabo Verde, da Guiné-Bissau, da África, sonho do qual a Guiné-Bissau se
desviou, levando os seus filhos a vergonhar-se hoje do “país que têm”, ou
melhor, “que não têm”. Lamenta também pelos sinais que há de se querer adiar ou
passar para segundo plano as comemorações do Centenário de Nascimento de
Amílcar Cabral para uma data diferente do 12 de setembro, mas exprime confiança
de que a nova geração de jovens, cada vez mais conscientes da situação do país,
possam contribuir para a mudança necessária.
**
Já no dia
7, intervirá, no painel “Literatura e Inclusão” a escritora e jurista, Vera
Duarte, que realça como “selo de qualidade e dignidade” deste Encontro o facto
de homenagear Amílcar Cabral, “grande profeta da inclusão” e de ele estar
(nessa homenagem) na “boa companhia” de Luís Vaz de Camões, poeta maior e
divulgador da língua portuguesa.
Vera
Duarte antecipou à nossa Emissora os eixos principais da sua intervenção em que
vai evocar obras de escritores e escritoras de vários horizontes para pôr em
evidência o contributo da literatura em prol da inclusão, incluindo o aspeto da
beleza e da generosidade.
Não
obstante os progressos feitos pela humanidade em garantir os direitos de todos
a uma vida digna, muita luta resta por fazer e nisto, Amílcar Cabral constitui
uma grande referência. No que toca aos direitos das mulheres, por exemplo, Vera
Duarte recorda que ele foi um dos primeiros a elevar a voz em favor da
dignidade da mulher. Muito se deve a ele e é uma “grande honra” - sublinha esta
poeta e romancista - celebrar o seu centenário. E anuncia que está para sair um
conto infantil, ilustrado, sobre Abel Djassi (pseudónimo de Amílcar Cabral), da
sua autoria, como “prova da admiração que tem por ele e de tudo o que lhe
inspirou ao longo da sua vida.”
Fonte:
Vatican News
*-----------------------------------------------------------------------------.s
Papa expressa
profunda tristeza pela perda de vidas jovens em incêndio no Quênia
O
Papa Francisco envia suas condolências e orações às famílias das vítimas de um
incêndio em uma escola primária no Quênia, que pode ter matado mais de 30
crianças.
O
Papa Francisco expressou sua profunda tristeza, em um telegrama, assinado pelo
Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin e enviado ao Arcebispo de Nyeri, no
Quênia, Dom Antonio Muheria, a propósito do incêndio na Academia Hillside
Endarasha.
O
texto da mensagem do Papa “expressa sua proximidade espiritual a todos aqueles
que estão sofrendo os efeitos desta calamidade, especialmente os feridos e as
famílias enlutadas”. O Papa “confia as almas dos falecidos à misericórdia
amorosa de Deus Todo-Poderoso”, oferecendo suas orações por todos os envolvidos
na prestação de assistência e invocando as bênçãos do Senhor para conceder
força, paz e consolo.
Incêndio
no dormitório
O
incêndio, que matou 21 pessoas, de acordo com um novo balanço do governo deste
sábado, e dezenas de estudantes ainda estão desaparecidos, começou por volta da
meia-noite de quinta-feira em um dormitório da Academia Hillside Endarasha onde
mais de 150 meninos dormiam. Os corpos encontrados no local foram queimados a
ponto de se tornarem irreconhecíveis.
A
escola, que atende cerca de 800 alunos de 9 a 13 anos, fica em uma área
semi-rural a cerca de 170 km ao norte da capital Nairóbi.
O
presidente queniano, William Ruto, anunciou que a nação observará três dias de
luto nacional a partir de segunda-feira, 9 de setembro, em decorrência do que
ele descreveu como uma “tragédia inimaginável”.
Fonte:
Gaudium Press
---------------------------------------.
Do dia 06/9/2024
Comissão divulga
programação do Seminário de Iniciação à Vida Cristã para Presbíteros, que
acontece de 1 a 3 de outubro, em Brasília
A
Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB divulgou a programação do
Seminário de Iniciação à Vida Cristã para Presbíteros, que acontece de 1 a 3 de
outubro, na Casa Dom Luciano de Almeida, em Brasília (DF). A iniciativa já
conta com mais de 150 inscritos e busca reforçar o espaço que a Iniciação à
Vida Cristã e a dimensão catequética ocupam na formação dos presbíteros.
O
Seminário tem início no dia 1º de outubro, às 14h, com a celebração de abertura
seguida de uma análise da conjuntura socio eclesial com o tema “Olhar a
realidade e os sinais dos tempos”, com o presidente da Comissão para a Animação
Bíblico-Catequética da CNBB, dom Leomar Antônio Brustolin. Outra conferência
acontece às 17h com a temática “IVC: criando um vocabulário comum”, com a
assessoria do padre Wagner Carvalho.
O
segundo dia do Seminário, 2 de outubro, contará com duas palestras na parte da
manhã, sendo o Querigma, às 9h, proferida pela assessora da Comissão, Mariana
Venâncio, e às 11h sobre Catecumenato com dom Juarez Sousa da Silva.
Já
na parte da tarde, às 14h, dom Armando Bucciol falará sobre a “a arte de
presidir” e às 15h os padres Jânison de Sá e Jean Poul abordarão a temática
“purificação e iluminação”. Logo mais, às 16h30, dom Andherson Franklin trata a
temática da mistagogia.
O
último dia do Seminário, 3 de outubro, será dedicado ao estudo e análise da
catequese e as mídias digitais, com o professor Moisés Sbardelotto. E, por fim,
haverá a possibilidade de discutir projetos comuns para a Igreja no Brasil em
torno da Iniciação à Vida Cristã.
O
Seminário
“Todo padre sabe que a catequese é uma das
maiores alegrias da sua comunidade, mas é também uma das suas preocupações.
Como transmitir a fé para crianças, jovens e adultos que buscam a Deus em
tempos de novas linguagens, novos métodos, novos símbolos? Vamos juntos
refletir!”, incentiva o presidente da Comissão para a Animação
Bíblico-Catequética, dom Leomar Antônio Brustolin.
Segundo
dom Leomar, com o evento, a Comissão pretende aprofundar ainda mais a dimensão
Bíblico-Catequética na Igreja no Brasil. “Já temos uma caminhada muito bem
feita aqui no Brasil, mas queremos aprofundar essa dimensão importante da
Pastoral. A Iniciação à Vida Cristã como um eixo unificador da Pastoral, da
renovação da comunidade, do fortalecimento da fé”, conclui dom Leomar.
Saiba
como participar
As
inscrições são pagas e já estão abertas por meio do link: Ciaticket
A
taxa cobre a participação no evento e os materiais que serão utilizados. A
hospedagem e a alimentação não estão incluídas. Cada presbítero pode
hospedar-se onde preferir.
Quem
desejar ficar na Casa Dom Luciano deve reservar sua hospedagem pelo telefone:
(61) 99679-9770. Para mais informações, os assessores da Comissão estão
disponíveis: Mariana Venâncio (32) 99911-3886 e padre Wagner Carvalho (89)
98106-8863.
“Assim, convidamos todos os presbíteros
interessados, das diversas dioceses do Brasil, e pedimos o apoio no envio de
presbíteros de sua diocese”, convida a Comissão.
Fonte:
CNBB
-----------------------------------------------------------------------------.
Seminário
Bíblico vai aprofundar o estudo do livro de Ezequiel neste Mês da Bíblia
A
Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB) oferece, de 9 a 11 de setembro, o Seminário Bíblico do Mês da
Bíblia. A formação acontece de modo on-line, a partir das 19h30, e será
transmitida pelas redes sociais da CNBB (@cnbbnacional); Catequese do Brasil
(@catequesedobrasil) e Edições CNBB.
A
cada dia será aprofundado um aspecto relacionado ao livro de Ezequiel,
escolhido para estudo neste Mês da Bíblia de 2024. As reflexões têm sido
iluminadas pelo lema “Porei em vós meu espírito e vivereis” (cf. Ez 37,14). São
oferecidos como materiais de apoio o texto-base e um livreto com encontros
bíblicos.
Temas
de cada dia
No
dia 9, segunda-feira, a temática a ser abordada no Seminário Bíblico será “A
esperança a partir do livro de Ezequiel”, com o professor e doutor Fábio
Siqueira.
Na
terça-feira, 10 de setembro, a temática a ser estudada será “A glória do Senhor
a partir de Ezequiel”, com a professora e doutora Maria de Lourdes Lima.
No
último dia, 11, a temática será sobre “A conversão ecológica a partir de
Ezequiel”, com o professor e doutor Matthias Grenzer.
Livro
de Ezequiel
O
arcebispo de Santa Maria (RS) e presidente da Comissão Episcopal para a
Animação Bíblico-Catequética, dom Leomar Antônio Brustolin, situa a reflexão do
livro de Ezequiel, cujo testemunho pode ajudar a responder ao convite feito pelo
Papa Francisco à preparação para o Jubileu 2025. “O convite para que sejamos
peregrinos de esperança nos faz ser como Ezequiel: arautos da esperança em meio
àqueles que, porventura, possam ter se esquecido de Deus ou perdido o seu
caminho”.
“Espero que este Mês da Bíblia possa ser
mais um marco na caminhada evangelizadora e missionária de nossa comunidade,
fazendo brilhar a luz da Palavra de Deus, que convida à esperança e ensina a
direção para voltar a Deus, experimentando suas maravilhas já sinalizadas por
nós”, finalizou dom Leomar.
Fonte:
CNBB
--------------------------------------------------------------.
CRB Nacional reafirma sua
Missão no Grito dos Excluídos
Neste
sábado, 7 de setembro, acontece em todo o país o Grito dos Excluídos, evento
que completa 30 anos em 2024, com o lema: “Todas as formas de vida importam.
Mas quem se importa?”.
A
mobilização reunirá diversas vozes em uma manifestação em várias regiões do
Brasil, destacando a luta pelos direitos dos mais vulneráveis.
A
Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), ao longo de seus 70 anos, tem
desempenhado um papel fundamental na defesa da justiça social e dos direitos
humanos.
Desde a
sua primeira edição, em 1995, com o lema “A vida em primeiro lugar”, o Grito
dos Excluídos tem sido uma plataforma de resistência, levantando pautas sociais
urgentes. Na ocasião de seu surgimento, o evento ocorreu em 170 localidades do
país e, desde então, tornou-se um espaço de protesto e reflexão, realizado no
Dia da Independência, questionando a verdadeira liberdade e
igualdade no Brasil.
Fonte:
CRB
----------------------------------------------------.
V Congresso
Latino-americano e Caribenho: Vida Religiosa Sentinela de Esperança
Entre os
dias 22 e 24 de novembro de 2024, o Colégio Coração de Maria, em Alta Córdoba,
Argentina, será sede de um congresso que reunirá religiosos e religiosas de
toda a América Latina e Caribe. O evento tem como objetivo principal refletir
sobre as esperanças que impulsionam a missão da Vida Religiosa e as
desesperanças que ameaçam sua vocação como “sentinelas de esperança”.
O
encontro busca oferecer uma leitura sociológica das realidades vivenciadas no
continente, abordando os principais desafios emergentes que afetam os povos da
região.
Para mais
informações e inscrições, acessar: https://comuni.clar.org/course/h1cby2l4
Fonte:
CRB
---------------------------------------------------------.
Francisco
chegou a Papua Nova Guiné
Começou
a segunda etapa da 45ª Viagem Apostólica do Papa, que a partir de hoje, até o
dia 9 de setembro, o verá em Port Moresby e Vanimo. A visita ao país da Oceania
entrará no seu ponto alto amanhã, com o encontro com as autoridades, a
sociedade civil e o corpo diplomático, seguido pelos encontros com duas
entidades que cuidam de crianças com deficiências e em situação de
vulnerabilidade e, por fim, com os bispos de Papua Nova Guiné e das Ilhas
Salomão, com os sacerdotes, diáconos e religiosos.
Vatican
News
O
pouso às 19h06, horário local, 06h06 no horário do Brasil, em Port Moresby, em
Papua Nova Guiné, no voo A330-Garuda Indonésia, companhia aérea de bandeira
indonésia, marca o início da segunda etapa da 45ª Viagem Apostólica do Papa,
que o verá até o dia 9 de setembro, com paradas na capital Port Moresby e na
cidade de Vanimo.
A acolhida no
Aeroporto Internacional Jacksons
Receberam
Francisco no Aeroporto Internacional Jacksons – o segundo Pontífice a visitar a
Papua Nova Guiné após João Paulo II em 1984 – o Vice Primeiro Ministro e duas
crianças em trajes tradicionais, que lhe ofereceram flores. Logo após a
cerimônia de boas-vindas, Francisco se dirige à nunciatura, de onde, amanhã de
manhã, 7 de setembro, às 9h45 locais, terão início os compromissos oficiais.
Os compromissos de
amanhã
A
jornada do Papa começará com uma visita de cortesia ao governador-geral de
Papua-Nova Guiné, na Government House, seguida de um encontro com as
autoridades, sociedade civil e corpo diplomático na Apec Haus. Ainda no mesmo dia,
o Papa se reunirá, na Caritas Technical Secondary School, com as crianças do
Street Ministry, uma organização que cuida de menores em situação de
vulnerabilidade, e com as crianças do Callan Services, uma rede que atende
pessoas, adultos e crianças, com deficiência. O dia será encerrado com o
encontro no Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora, com os bispos de Papua-Nova
Guiné e das Ilhas Salomão, com os sacerdotes, diáconos, religiosos e
religiosas, seminaristas e catequistas.
Fonte:
Vatican News
*---------------------------------------------------------------x
Papua-Nova
Guiné: Papa apela ao fim das divisões e da «violência tribal» (c/fotos)
Primeiro
discurso no arquipélago sublinha importância de usar recursos naturais para
promover justiça social
O
Papa alertou hoje na capital da Papua-Nova Guiné para a violência tribal que
atinge o arquipélago, falando perante autoridades políticas e representantes da
sociedade civil.
“Espero,
de modo particular, que cessem as violências tribais, que infelizmente causam
muitas vítimas, não permitem às pessoas viver em paz e impedem o
desenvolvimento”, disse, na primeira intervenção pública no país da Oceânia,
onde chegou esta sexta-feira, após ter iniciado a 45ª viagem internacional do
pontificado na Indonésia.
Francisco
apelou ao “sentido de responsabilidade de todos” para que se ponha termo à
“espiral de violência”, num país que viveu motins e manifestações de protesto
em janeiro deste ano, com várias mortes.
Após
uma visita ao governador-geral da Papua Nova Guiné, Bob Bofeng, o Papa seguiu
para a APEC Haus, principal centro de conferências do país, onde sublinhou a
“riqueza cultural extraordinária” de um arquipélago com centenas de ilhas, nas
quais se falam mais de 800 línguas.
“O
vosso País é rico, não só em ilhas e idiomas, mas também em recursos terrestres
e hídricos”, declarou
Francisco
pediu que “as necessidades das populações locais sejam devidamente tidas em
conta na distribuição dos lucros”, gerados com esses recursos.
Num
país particularmente afetado pelas alterações climáticas, o discurso sublinhou
a necessidade de um “desenvolvimento sustentável e equitativo, que promova as
condições de vida de todos, sem excluir ninguém, através de programas
exequíveis e mediante a cooperação internacional”.
Dirigindo-se
aos responsáveis políticas da Papua-Nova Guiné, o Papa convidou todos a
trabalhar em favor da “solidez institucional” e a “construir consensos sobre as
escolhas fundamentais”.
“Agradeço-vos
por me terdes aberto as portas do vosso bonito país, tão longe de Roma e, no
entanto, tão próximo do coração da Igreja Católica. Porque no coração da Igreja
está o amor de Jesus Cristo, que na cruz abraçou todos os homens”, disse ainda.
A
intervenção aludiu à questão do estatuto da ilha de Bougainville, para pedir
“uma solução definitiva, evitando o reacender de velhas tensões”.
A
região autónoma, onde vivem cerca de 300 mil pessoas, tem sido marcada pela
tensão entre movimentos independentistas e as autoridades papuas.
Mais
de 97% dos eleitores da região insular, no leste da Papua-Nova Guiné,
escolheram a independência, num referendo realizado em 2019.
O
país, membro da Commonwealth, tem de 8,2 milhões de habitantes, 30,6% dos quais
católicos, segundo dados do Vaticano; a maioria da população é cristã,
sobretudo protestantes.
“Para
todos os que se professam cristãos – a grande maioria do vosso povo – desejo
ardentemente que a fé nunca se reduza à observância de rituais e preceitos, mas
que consista em amar Jesus Cristo e segui-lo, e que possa tornar-se uma cultura
vivida, inspirando mentes e ações e tornando-se um farol de luz que ilumina o
caminho”, declarou o Papa.
Francisco
concluiu com votos de que “todos os povos da Papua Nova Guiné, com a variedade
das suas tradições, vivam juntos em harmonia e deem ao mundo um sinal de
fraternidade”.
O
Papa cumprimentou crianças e representantes dos povos nativos, em trajes
tradicionais, presentes na sala, e também todos os membros da orquestra, antes
de seguir para uma sala contígua, onde se reuniu com dirigentes de vários
países e organizações do Pacífico.
No
livro de honra da Government House, Francisco deixou uma mensagem escrita pelo
próprio punho: “Honrado em poder conhecer o povo da Papua-Nova Guiné, faço
votos de que encontre sempre na oração luz e força para percorrer unido o caminho
da justiça e da paz”.
Os
percursos pelas ruas de Porto Moresby têm sido acompanhados por milhares de
pessoas.
Esta
é a terceira viagem de um pontífice ao país da Oceânia, onde São João Paulo II
esteve em 1984 e 1995, tendo beatificado Pierre To Rot (1912-1945), mártir,
morto durante a ocupação japonesa, na II Guerra Mundial.
O
governador-geral da Papua-Nova Guiné saudou Francisco, recordando a história da
Igreja Católica no arquipélago e as visitas de João Paulo II.
Bob
Bofeng destacou o papel das instituições católicas na promoção social e na
defesa dos direitos das mulheres, alertando depois para o impacto da crise
climática no arquipélago.
O
programa do dia prossegue às 17h00 locais (08h00 em Lisboa), numa visita
crianças de rua e pessoas com deficiência, apoiadas por instituições de
caridade, na ‘Caritas Technical Secondary School’, fundada pelas Irmãs da
Caridade de Jesus, da família Salesiana, antes do encontro com representantes
da comunidade católica da Papua-Nova Guiné e das Ilhas Salomão.
A
viagem mais longa do atual pontificado, que começou na Indonésia (3-6 de
setembro), passa pela Papua-Nova Guiné (6-9 de setembro), Timor-Leste (9-11 de
setembro) e Singapura (11-13 de setembro).
Fonte:
Agência Ecclesia
-----------------------------------.
Papua Nova Guiné: o Papa encontra uma Igreja jovem
e sedenta da Palavra de Deus
“A fé é forte aqui. Estive na selva e é lindo ver que
nessas pequenas estradas você encontra pessoas que, com um coração simples,
pedem que você pare e reze a Missa e dê a comunhão. Elas nos dizem: 'Precisamos
da confissão'. Elas têm muito respeito pelo padre e pela Eucaristia,
especialmente as crianças. As igrejas aqui estão cheias de jovens e crianças. E
é exatamente isso que o Papa vai encontrar: uma Igreja jovem e sedenta da
Palavra de Deus”, diz o missionário verbita, padre Alejandro Diaz
Vatican News
As ondas azuis do oceano de um lado, as
selvas e florestas do outro. É assim que a parte norte de Papua Nova Guiné, a
segunda etapa da longa viagem do Papa Francisco à Ásia e Oceania, aparece à
primeira vista. Vilarejos espalhados entre a praia e os planaltos, sem
eletricidade, sem aquedutos, sem supermercados.
Em Papua Nova Guiné, a segunda etapa de
sua 45ª Viagem Apostólica Internacional, suspensa entre a Ásia e a Oceania, o Papa
Francisco também se encontrará com os missionários de Vanimo, que chegaram de
longe para continuar o trabalho daqueles que os precederam na proclamação do
Evangelho naquela periferia do continente que leva o nome do Oceano.
Diálogo e respeito são as palavras-chave,
explica à agência missionária Fides padre Alejandro Diaz, 51 anos, missionário
argentino do Instituto do Verbo Encarnado: “Cheguei aqui há um ano para iniciar
a primeira experiência de um mosteiro masculino em Papua-Nova Guiné. A
estrutura, no vilarejo de Wutung (situado ao norte, a poucos quilômetros da
fronteira com Papua, ndr), já está ativa”.
Amizade
entre o Bispo de Roma e os missionários no país
“Vivemos a vida contemplativa típica dos
monges, nos dedicamos à oração e vivemos do que produzimos. Mas também somos
missionários, e o horto não fica apenas no mosteiro. Entramos em contato com os
vários vilarejos da selva e também estamos ensinando-os a cultivar a terra, a
criar vacas, gansos ou galinhas”.
Agora, com a chegada do Papa, há muito a
ser feito, muito a preparar: “Felizmente, muitos aceitaram o Evangelho e,
quando souberam que o Pontífice estava chegando, todos se colocaram à
disposição para nos ajudar”, revela o padre Diaz.
Há um vínculo de amizade entre o Bispo de
Roma e a comunidade de missionários que trabalham no norte de Papua Nova Guiné.
Um vínculo que começou há anos: “Ele sempre nos apoiou. Graças à ajuda que nos
enviou, construímos um internato para meninos, conseguimos encontrar veículos
quatro por quatro para nos deslocarmos pela selva”. Graças à caridade do Papa,
“também conseguimos comprar um micro-ônibus que serve como ônibus escolar para
os vilarejos”.
Ótimo
relacionamento dos missionários com a população
“O Papa - conta o missionário - insistiu
muito para vir aqui a Vanimo, que é uma cidade pequena (150.000 habitantes,
ndr), muito pobre. Aqui ele se reunirá com a comunidade local e depois chegará
a um vilarejo próximo, Baro, para uma visita particular à nossa escola”. Um
concerto preparado pelos alunos, que vêm ensaiando com seus instrumentos há
semanas, lhe dará as boas-vindas. “O Papa Francisco abençoará 25 imagens da
padroeira da Argentina, Nossa Senhora de Luján (um ícone que também será
homenageado pelo Papa com a entrega da rosa de ouro, ndr), pois a chegada do Pontífice
coincide com o 25º aniversário da chegada da imagem de Nossa Senhora de Luján a
Papua Nova Guiné. “As imagens que ele abençoará serão doadas para as capelas
dos vilarejos na selva”.
Muitas pessoas estão chegando a Baro e
Vanimo há dias, não apenas para ouvir e ver o sucessor de São Pedro, mas
sobretudo para ajudar a organizar e montar os espaços para a cerimônia: “Com um
coirmão, outro dia, também fomos caçar cervos. As pessoas também nos pedem
hospitalidade e vêm sem nada, porque não têm nada. Muitos vieram a pé, alguns
sem sapatos. Caminharam durante dias e, com um espírito alegre, nos ajudam a
preparar o que é necessário”.
Uma Igreja
jovem e sedenta da Palavra de Deus
O padre Diaz nos diz que o relacionamento
que foi criado entre os missionários e a população “é ótimo. Eles nos receberam
muito bem. Estão abertos ao encontro com Cristo e à fé católica, tal como lhes
é proposta”. Estes dias, todos têm participado de reuniões, celebrações e
adoração eucarística a fim de se preparar para a chegada do Papa. “Até mesmo os
não católicos o fizeram. Aqui vivemos com respeito”.
Diferentemente de outras partes do mundo,
reconhece o padre Diaz, ”aqui todos têm um senso religioso. Dias atrás, tivemos
uma procissão noturna com a Bíblia. Muitas pessoas participaram, até mesmo
não-cristãos. E rezamos com uma oração universal, colocando Deus no centro”. E
essa unidade também pode ser vista nos preparativos para a visita papal: “Até
mesmo os líderes de outras religiões pediram nossa permissão para participar
porque entendem que é um evento importante”.
“A
fé é forte aqui. Estive na selva - continua o padre Diaz -, e é lindo ver que
nessas pequenas estradas você encontra pessoas que, com um coração simples,
pedem que você pare e reze a Missa e dê a comunhão. Elas nos dizem: 'Precisamos
da confissão'. Elas têm muito respeito pelo padre e pela Eucaristia,
especialmente as crianças. As igrejas aqui estão cheias de jovens e crianças. E
é exatamente isso que o Papa vai encontrar: uma Igreja jovem e sedenta da
Palavra de Deus”.
A fé é a
riqueza e o bem precioso dos papuásios
“A alegria deles - enfatiza o missionário
- está na fé. É a sua riqueza e o seu bem precioso, e só isso é suficiente para
eles. Nós podemos somente acompanhá-los e ajudá-los em seu caminho de fé”.
A escolha dos missionários é uma escolha
de paciência que confia no tempo, sem entrar em conflito drástico com os
costumes e as tradições locais. “Nós não removemos ou apagamos as culturas
locais. Há muita magia, superstição, bruxaria... mas seus costumes e tradições
são importantes. Aos poucos, esclarecemos todos os elementos e eles entendem e
aceitam ainda mais a fé católica”.
É claro que não faltam dificuldades:
“Alguns líderes tribais não aceitam esses ensinamentos. Eles acham - diz o
religioso - que queremos roubá-los ou que eles não querem renunciar à veneração
de espíritos ou elementos da natureza. Nossa tarefa é explicar-lhes bem que
queremos ajudá-los, compartilhar com eles coisas que são boas para suas vidas”.
E a visita do Papa, “para nós missionários, é como uma carícia. Nos sentimos
encorajados a continuar nesse caminho”.
(com Fides)
Fonte:
Va\tican News
*-------------------------------------------------------------------------.s
Papa em Papua Nova Guiné: o povo que reza tem
futuro!
"É com alegria que começo a minha visita entre
vocês", disse Francisco às autoridades papuásias, em seu primeiro discurso
na Papua Nova Guiné. "Agradeço por me terem aberto as portas do seu bonito
país, tão longe de Roma e, no entanto, tão próximo do coração da Igreja Católica."
Vatican News
O primeiro compromisso oficial do Papa
Francisco em Papua Nova Guiné foi a visita de cortesia ao governador-geral do
país, Bob Bofeng Dadae, na "Government House". O país é um
Estado soberano membro da Comunidade das Nações (Commonwealth), cujo monarca é
o Rei Carlos III da Inglaterra. Tratou-se de uma visita protocolar, com a
assinatura do Livro de Honra, foto oficial, encontro privado, troca de
presentes e apresentação da família.
Na sequência, o Santo Padre percorreu
pouco mais de três quilômetros até o principal centro de conferências da cidade
de Port Moresby, a APEC Haus, construída para hospedar em 2018 o vértice dos
líderes do Fórum Econômico Ásia-Pacífico (APEC). Às autoridades civis e
políticas, o Pontífice pronunciou seu primeiro discurso em Papua Nova Guiné, ao
lado do governador, ao qual agradeceu pelo "caloroso
acolhimento".
Francisco declarou-se
"fascinado" pela riqueza cultural extraordinária do país, formado por
centenas de ilhas, onde se falam mais de oitocentas línguas, de acordo com
os grupos étnicos: "Imagino que esta enorme variedade seja um desafio para
o Espírito Santo, que cria harmonia a partir das diferenças!".
Papua é rica não só em ilhas e idiomas,
mas também de recursos terrestres e hídricos, que são destinados por Deus
a toda a comunidade, lembrou o Papa, acrescentando que é justo que as
necessidades das populações locais sejam devidamente tidas em conta na
distribuição dos lucros e no emprego da mão de obra, de modo a produzir um
efetivo melhoramento das suas condições de vida.
De modo particular, Francisco pediu o fim
das violências tribais, que causam muitas vítimas: "Apelo, pois, ao
sentido de responsabilidade de todos para que se ponha termo à espiral de
violência e se caminhe resolutamente pela via que conduz a uma cooperação
frutuosa, em benefício de todo o povo do país". O Papa citou ainda a
questão do estatuto da ilha de Bougainville, solicitando uma solução
definitiva para não reacender velhas tensões.
Mas nem só dos bens de primeira
necessidade vive o homem, recordou o Santo Padre, é necessária uma grande
esperança no coração: "A abundância de bens materiais, sem este
sopro da alma, não basta para dar vida a uma sociedade vital e serena,
trabalhadora e alegre; pelo contrário, fecha-se sobre si mesma. A aridez do
coração faz perder o rumo e esquecer a justa escala de valores; tira-lhe o
ímpeto e bloqueia-a a ponto – como sucede em algumas sociedades muito ricas –
de perder a esperança no futuro e de já não encontrar razões para transmitir a
vida e a fé às gerações vindouras".
Por isso, é necessário orientar o espírito
para realidades maiores e o lema da visita a Papua Nova
Guiné recorda exatamente isso, resumido no verbo “Pray” – “rezar”. "Talvez
alguém, demasiado respeitador do 'politicamente correto', fique surpreendido
com esta escolha; mas, na realidade, engana-se, porque um povo que reza tem
futuro, buscando força e esperança no Alto".
Para todos os que se professam cristãos, a
grande maioria do povo papuásio, o Papa faz votos de que a fé nunca se reduza à
observância de rituais e preceitos, mas que consista em amar Jesus Cristo e
segui-lo. O Pontífice felicita as comunidades cristãs pelas obras de caridade
que realizam no país e cita como exemplo duas figuras importantes da Igreja no
país, os Bem-aventurados Pedro To Rot e Giovanni Mazzucconi, do PIME.
O Santo Padre retomou as palavras do
governador-geral quando citou as mulheres: "Não nos esqueçamos que são
elas a levar avante um país. As mulheres têm a capacidade de dar vida, de
construir, de fazer crescer um país. Não nos esqueçamos que as mulheres estão
em primeiro lugar do desenvolvimento humano e espiritual".
"É com alegria que começo a minha
visita entre vocês", disse por fim Francisco. "Agradeço por me terem
aberto as portas do seu bonito país, tão longe de Roma e, no entanto, tão
próximo do coração da Igreja Católica. Porque no coração da Igreja está o amor
de Jesus Cristo, que na cruz abraçou todos os homens. O seu Evangelho é para
todos os povos, não está ligado a nenhum poder terreno, mas é livre para
fecundar todas as culturas e fazer crescer no mundo o Reino de Deus".
No final do encontro com as autoridades, o
Papa cumprimentou brevemente vários dignitários do governo, da sociedade civil
e do corpo diplomático de Papua Nova Guiné, bem como líderes de vários países e
organizações do Pacífico, incluindo o primeiro-ministro de Vanuatu, o
presidente de Nauru, o primeiro-ministro do Reino de Tonga e o secretário-geral
do Secretariado do Fórum das Ilhas do Pacífico.
Fonte:
Va\tican News
*-------------------------------------------------------------------------.s
Cardeal de Jacarta: o coração da mensagem do Papa,
viver unidos e em harmonia
Em conversa com a mídia vaticana, o arcebispo Ignatius
Suharyo Hardjoatmodjo reflete sobre os frutos que poderá dar a visita de
Francisco à Indonésia, primeira etapa da viagem apostólica que agora continua
na Oceania: fé, fraternidade, compaixão não são apenas o lema da viagem
apostólica, mas são também “o espelho das dinâmicas da vida da Igreja” no país.
Por Bernardo Suate e Isabella Piro
Fé, fraternidade e compaixão: não é apenas
o lema da viagem apostólica do Papa Francisco à Indonésia, mas também “o
espelho das dinâmicas da vida da Igreja” no país. Nos meios de comunicação
vaticanos, o arcebispo de Jacarta, cardeal Ignatius Suharyo Hardjoatmodjo,
resume assim o significado da visita do Pontífice à nação asiática. Uma visita
que começou no dia 3 de setembro e se concluiu na manhã desta sexta-feira, 6,
com a partida do voo papal rumo à Papua Nova Guiné, segunda etapa da viagem
internacional que levará Bergoglio também a Timor-Leste e Singapura.
Em Jacarta, explica o cardeal, o Santo
Padre foi recebido calorosamente, o que fortaleceu “uma longa história de
relações diplomáticas entre a Indonésia e a Santa Sé”, iniciada em 1947 e
definitivamente estabelecidas três anos depois.
«Nós, não só os católicos, mas também
todos os membros de outras comunidades religiosas - afirma o cardeal - queremos
crescer na nossa fé. E um dos indicadores mais importantes da fé é a fraternidade.
Se você diz ser um fiel e pertencer a uma religião, mas não cresce na
fraternidade, isso poderia levantar uma grande questão sobre se você é
realmente um fiel ou apenas tem uma religião, mas não é religioso». Da mesma
forma, acrescenta o entrevistado, «o fruto da fraternidade é a compaixão. Se
você diz ser meu irmão ou irmã, mas não demonstra isso com uma atitude
compassiva, então suas ações poderão lançar grandes dúvidas sobre suas
afirmações».
O arcebispo de Jacarta recorda, portanto,
que durante a visita à Indonésia cada uma das três palavras do lema foi
desenvolvida pelo Papa Francisco em diferentes contextos: por exemplo, no dia 4
de setembro, durante o encontro com as autoridades, os representantes da
sociedade civil e o corpo diplomático, que decorreu no Palácio Presidencial, o
Pontífice «falou da fraternidade, das relações entre os fiéis de diferentes
religiões e da Pancasila», ou seja, dos cinco pilares que fundamentam a Nação:
a fé num Deus supremo; humanidade justa e civil; unidade; democracia guiada
pela sabedoria; justiça social. E fez o mesmo no encontro sucessivo com a
comunidade eclesial, realizado na catedral de Jacarta dedicada a Nossa Senhora
da Assunção, proferindo o que o cardeal definiu como «um discurso especial».
O cardeal Suharyo Hardjoatmodjo
concentra-se então na "Declaração Conjunta de Istiqlal 2024" -
Promover a harmonia religiosa para o bem da humanidade - assinada na
quinta-feira, 5 de setembro, pelo Papa Francisco e pelo Grão Imame Nasaruddin
Umar durante o encontro inter-religioso na mesquita Istiqlal da capital
indonésia. «O documento também foi assinado por todos os líderes das seis
principais religiões do país [Islâmica, Protestante, Católica, Hindu, Budista e
Confucionista n.d.r]. Na verdade, sete, considerando o credo local, explica o
cardeal. E acho que é importante aprender a história da mesquita». Situado no
centro de Jacarta, em frente à catedral católica, o edifício foi projetado em
1954 pelo arquiteto cristão Friedrich Silaban, e pretende sublinhar tanto o princípio
filosófico caro à nação da unidade na diversidade, "Bhinneka Tunggal Ika”,
também inscrito no brasão indonésio, quanto o desejo de uma terra onde todas as
religiões coexistam em paz e harmonia. «Estamos juntos – sublinha o cardeal
arcebispo – e quero dizer um ao lado do outro para simbolizar o nosso ideal:
construir e viver em harmonia». Não foi por acaso, acrescenta, que «depois da
assinatura do documento, o Grão Imame me disse que devemos nos encontrar e
discutir juntos o que pode ser feito a partir de agora, para que a “Declaração
Conjunta” não permaneça um simples pedaço de papel, mas represente o início de
diversas ações conjuntas das diferentes comunidades religiosas presentes na
Indonésia». O documento «não é apenas teoria, mas também prática – reitera o
cardeal. Esperamos que a sua assinatura fortaleça o nosso modo de caminhar
juntos para o futuro».
Por fim, centrando-se nos frutos que podem
surgir da visita do Papa Francisco ao país asiático, o arcebispo de Jacarta
reitera a sua esperança: «Cresçamos na fé, cresçamos na fraternidade, cresçamos
na compaixão. Penso que tudo isto será compreendido muito facilmente não só
pelos católicos, mas também por todos os indonésios e por qualquer pessoa que
pertença a uma comunidade de fé».
Fonte:
Va\tican News
-------------------------------------------------------------------------.
A jovem terra de Papua: um exemplo no cuidado com
a criação
Uma ponte natural entre a Ásia, a Austrália e as ilhas da
Oceania, a Igreja local se sente honrada pela visita de Francisco, que chega da
Indonésia. O país é considerado guardião das tradições e impulsionador de
modernidade e desenvolvimento, por meio de uma presença atenta e respeitosa.
Delphine Allaire - Port Moresby
Com fervor, orgulho e uma curiosidade
acentuada, os habitantes do mais populoso dos Estados da Oceania aguardam o
Pontífice, com quem parecem já nutrir uma grande familiaridade, apesar dos 14
mil quilômetros de distância de Roma. Basta mencionar a Cidade Eterna para que
seus rostos exibam olhares cintilantes e um grande senso de reverência.
Inculturação,
entre influências estrangeiras e tradições locais
O catolicismo enraizou-se com êxito neste
país, com uma cultura antiga e uma jovem independência das grandes potências
que competiram por ele durante séculos e continuam a fazê-lo até hoje: a
Indonésia, onde residem alguns milionários que investiram em Papua; a grande
amiga Austrália, presente no comércio, na economia e nas organizações de
caridade; a China, que escolheu as vizinhas Ilhas Salomão como uma ponte no
Pacífico e que tem marcado presença no sistema escolar e na ajuda humanitária.
Nesse contexto de influências estrangeiras, a Igreja local está traçando seu
próprio caminho. Com seu primeiro cardeal, o arcebispo John Ribat, criado por
Francisco em 2016, está mostrando uma inculturação respeitosa em uma sociedade
dividida em múltiplos grupos religiosos, uma das mais tradicionais do mundo.
Quase
metade da população está abaixo da linha da pobreza
Em comparação com a Indonésia, que está em
pleno desenvolvimento, o Papa visita um país de ilhas pobres, com uma geografia
áspera e montanhosa, onde a taxa de matrícula escolar ainda não é ideal e as
infraestruturas são insuficientes. Quarenta por cento dos papuásios vivem
abaixo da linha da pobreza. O governo prometeu, por exemplo, instalar uma linha
ferroviária — sonho de muitos por lá — mas essa perspectiva permanece distante
e teórica. Muitos peregrinos virão à missa do Papa no Estádio John Guise no domingo,
chegando a pé das zonas mais remotas, como o Monte Hagen, onde João Paulo II
fez uma visita em 8 de maio de 1984. Essa crônica privação material gera focos
de violência localizados, onde proliferam as armas de fogo. As guerras rituais
que outrora eram a norma transformaram-se em conflitos entre clãs, às vezes
ligados ao flagelo do álcool, com um espírito de vingança que nunca se apaga.
O papel da
igreja local na mediação de conflitos
As igrejas desempenham um papel muito
importante na mediação desses conflitos. “Nas guerras tribais, por exemplo, são
frequentemente chamadas a mediar. As igrejas não são elementos estranhos à
aldeia, mas endógenas ou completamente reformuladas através da aldeia”, explica
o antropólogo Nicolas Garnier, diretor do Centro de Pesquisa Social da
Universidade do Verbo Divino de Madang, colocando em perspectiva o alcance
dessa violência, não a considerando um fenômeno global. “Dado o modo como a
sociedade está subdividida em milhares de pequenas unidades, a única maneira de
compreender as origens dessa violência é por meio de uma microcirurgia”, afirma
o ex-responsável pela unidade de patrimônio da Oceania no Musée des Arts
Premiers do Quai Branly, em Paris.
A
representação das mulheres
A violência também está por vezes ligada à
persistência da feitiçaria. E suas consequências desastrosas pesam muito sobre
as mulheres, que geralmente são acusadas. “A feitiçaria está profundamente
enraizada na nossa cultura. É um grande problema, porque quando uma mulher é
visada, ela tem tanto medo dos homens que é forçada a admitir o que não é. As
mulheres ainda hoje são queimadas por isso”, diz a irmã Daisy Lisania MSC,
muito ativa na diocese de Port Moresby e responsável pela comunicação da visita
do Papa. A religiosa papuásia reconhece que houve tímidos progressos na
representação feminina no país. Três mulheres fazem parte do Parlamento e a
Igreja está promovendo ao máximo possível a educação feminina, particularmente
na Caritas Technical Secondary School da capital, onde Francisco fará uma
visita no sábado, 7 de setembro. A própria irmã Daisy foi a primeira mulher na
história da Igreja a participar de uma visita ad limina de bispos, em maio de
2023. Um evento histórico pelo qual ela agradece a uma só pessoa: o Papa.
Apenas ao mencioná-lo ela derrama algumas lágrimas.
Os desafios do país também são exógenos,
considerando a exploração estrangeira por parte de empresas mineradoras que
saqueiam os preciosos recursos naturais da terra, usurpam as aves do paraíso e
contribuem para as mudanças climáticas, às quais a população está
particularmente exposta, como seus vizinhos polinésios. Também nesse caso, em
uma cultura onde a abordagem da natureza é holística, Papua Nova Guiné está
dando ao mundo inteiro uma lição de cuidado com a Criação.
A lição do
sínodo melanésio
A visita do Papa — que no domingo se
reunirá com seus compatriotas missionários no norte do país, durante uma parada
em Vanimo — será uma tentativa humilde de entrar em contato com essas
realidades locais, que estão entre um patrimônio a ser preservado com cuidado e
uma modernidade a ser abraçada sem assumir sua uniformidade. Esse foi o tema da
última grande assembleia sinodal dedicada à Oceania no início do terceiro
milênio, que produziu a Exortação Apostólica Ecclesia in Oceania. Essa
sinodalidade muito antiga na melanésia sem dúvida contribuirá para estabelecer
o fundamento de uma Igreja universal, promovendo maior comunhão, participação e
missão — exatamente as diretrizes nas quais os padres sinodais continuarão a
trabalhar no Vaticano durante a sessão do próximo mês de outubro.
Fonte:
Va\tican News
*-------------------------------------------------------------------------.s
Viagem à Ásia, entre os presentes de Francisco uma
medalha que fala ao Oriente
Segundo a tradição, o Papa oferece às autoridades
políticas e religiosas uma medalha cunhada por ocasião da viagem apostólica. Em
poucos centímetros de diâmetro, os quatro países orientais são resumidos
através dos seus símbolos principais, dominados pela proteção da Virgem com o
Menino. No anverso da medalha, o brasão papal. A partir do terceiro ano de
pontificado, por vontade do próprio Pontífice, não aparece a sua imagem, mas
apenas o seu brasão.
Maria Milvia Morciano – Vatican News
O Papa Francisco doou, como é habitual, o
medalhão comemorativo da viagem e a medalha de ouro do pontificado ao
presidente da República da Indonésia, e doará também aos presidentes de
Timor-Leste e Singapura e ao governador-geral da Papua Nova Guiné, bem como a
cada nunciatura apostólica dos quatro países visitados. Ele entregará uma
medalha da viagem ao primeiro-ministro de Singapura.
O
presente, um vínculo de amizade
Na tradição mais arcaica, o presente é
algo que uma pessoa leva consigo quando vai a um lugar. A troca de presentes é
recíproca, entre convidado e anfitrião, símbolo universal de amizade e,
portanto, de vínculo. Basta ler os poemas gregos para ter uma ideia precisa e
perceber também como esse uso manteve o mesmo significado ao longo do tempo.
Uma
linguagem dos tempos que mudam
Durante as suas viagens, o Papa dá e
recebe presentes que, para além do seu valor intrínseco, têm um valor
metafórico. As medalhas estão entre elas e o fato de serem realizadas para a
ocasião, de terem imagens compreensíveis em todos os lugares e em todas as
línguas, sublinha estes aspectos. O reverso anuncia os locais visitados ou as
ocasiões nos seus aspectos fundamentais. O anverso refere-se ao Papa, ao seu
nome e ao ano do seu pontificado. Nas medalhas papais o busto do Pontífice ficava
principalmente de perfil, mas com o passar do tempo parece girar
progressivamente, primeiro em três quartos e depois em posição frontal, que
acabou prevalecendo. O perfil, na tradição das moedas gregas e romanas, mas
também do Renascimento, provavelmente faz mais sentido no baixo-relevo inscrito
nos poucos centímetros disponíveis, mas também confere à pessoa retratada um
carácter hierático e, portanto, uma sensação de distância em quem olha. Talvez
para evitar tudo isto, as imagens dos Papas mais recentes têm rostos a três
quartos, ou estão em posição frontal, e por vezes com sorriso. A medalha por
sua natureza parece querer parar o tempo, comemora uma determinada ocasião
oficial, mas destaca, como qualquer obra figurativa, as mudanças de estilo, a
percepção dos símbolos, sobretudo as mudanças na forma de comunicar: é uma
verdadeira e própria linguagem de sinais em miniatura.
Com o Papa
Francisco não a imagem, mas o seu brasão
Nos primeiros anos de seu pontificado, o
Papa Francisco também foi representado de perfil ou vista de três quartos, mas
com o tempo, em vez do rosto, o brasão papal se destaca no anverso da medalha.
Aparece junto com outras figuras, por exemplo, uma criança na medalha anual do
segundo ano de pontificado. Por fim, prevalece o seu brasão, acompanhado pelo
nome e ano de pontificado: uma mudança de estilo que acaba por se consolidar
totalmente.
Eleonora Giampiccolo, diretora do
Departamento de Numismática da Biblioteca Apostólica Vaticana, confirma que
“desde o terceiro ano de pontificado, nas medalhas oficiais, bem como nas
moedas, do Papa Francisco a sua imagem já não está presente, mas o brasão, por
escolha do próprio Pontífice. Não existe lei que estabeleça a presença ou
ausência de uma ou de outra representação. É verdade que antigamente a
representação do busto prevalecia nas medalhas, sobretudo nas anuais, mas em
tempos mais recentes não faltam exemplos de medalhas oficiais em que
encontramos o brasão em vez da imagem. Refiro-me, por exemplo, a algumas
medalhas de Paulo VI, as celebrativas do 39º Congresso Eucarístico de Bogotá
(1968), da viagem a Uganda (1969) e da viagem ao Extremo Oriente (1970). Elas
trazem o brasão e não a imagem. Para as moedas, no passado, brasões e imagens
se alternavam indiferentemente."
Arianna Cicconi criou a medalha
comemorativa da viagem do Papa Francisco à Indonésia, Papua Nova Guiné,
Timor-Leste e Singapura de 2 a 13 de setembro de 2024, cunhada pela empresa
Senesi. Ela descreve isso nos microfones dos meios de comunicação do Vaticano:
“A medalha é um conjunto de símbolos dos países que o Papa visitará. Em
particular, temos o Merlion para Singapura, a ave do Paraíso para a Papua Nova
Guiné, um rapaz usando o kaibauk para Timor-Leste que é um cocar tradicional, e
por fim, o Garuda dourado para a Indonésia, um símbolo nacional, ou seja, uma
águia dourada. No centro, continua a desenhista, eu quis também incluir a
figura de Nossa Senhora com o Menino em atitude de bênção, como que para
consagrar a visita do Papa. Por fim, considerando que na minha opinião se trata
de países com uma natureza de uma beleza incrível, eu quis acrescentar alguns
elementos como flores e plantas típicas e uma faixa no centro com um elemento
decorativo que lembra a água, porque são locais com tradições muito fortes
ligadas ao mar. Quis fazer esta homenagem que pudesse abranger tanto o ponto de
vista cultural da tradição quanto da natureza que são fundamentais para este
povo”, conclui.
Uma das grandes dificuldades da arte da
medalha é inserir e tornar legíveis tantos símbolos num espaço relativamente
pequeno. Cicconi observa que “obviamente o espaço é limitado e procuramos
sempre dar a mesma importância a cada elemento, até porque podemos criar o
risco de a composição ficar muito cheia, e que os elementos se percam e se
confundam. Criar o equilíbrio certo é bastante difícil, mas fazendo várias
tentativas consegue-se sempre chegar à harmonia desejada."
Cliente e
inspiração
“Recebi sugestões sobre quais tipos de
símbolos representativos usar, e depois analisei mais detalhadamente para ver
do que se tratava e como inseri-los corretamente. Por exemplo, o cocar típico
de Timor-Leste foi inicialmente apenas mencionado pela Secretaria de Estado e
eu nem sabia o que era. Obviamente acho que um artista, um desenhista, deve sempre
se aprofundar nas sugestões que um cliente lhe dá, também para poder criar uma
obra o mais completa possível”, explica Arianna Cicconi.
Partir de
um esboço
Sobre a escolha dos símbolos e elementos
que farão parte da composição, o artista explica: “Normalmente parto de um
esboço, ou melhor, de uma série de esboços que depois são examinados pelo
cliente e geralmente não se consegue resolver rapidamente porque há sempre
preferências ou um estilo que o cliente prefere".
Um estilo
que segue a tradição
O estilo de Arianna Cicconi é clássico,
harmonioso, inspirado na grande tradição romana do barroco, como ela confirma:
“Gosto muito de um estilo decorativo clássico. Estou muito inclinada para este
tipo de imagens e representações. Não me sinto muito confortável com o
abstracionismo ou com a linguagem minimalista atual. Algumas vezes me pediram
esse tipo de design, mas acho a linguagem clássica mais adequada".
Os muitos
passos para realizar uma medalha
Mas como se faz uma medalha? Quais são as
etapas desde o esboço até o objeto finalizado? Arianna Cicconi explica as
principais etapas que no nível tradicional incluem sempre a criação de um
modelo de gesso, pelo menos até a chegada das tecnologias digitais. “O artista
faz um esboço a partir do qual se desenha um modelo de gesso que depois é
inserido numa máquina chamada pantógrafo que consegue reduzir as dimensões do
baixo-relevo que tem um diâmetro maior - a medalha que criei tem 30 centímetros
e assim é uma medalha importante – e se cria um modelo de bronze. É feita uma
fundição em areia e criada a reprodução exata do bronze que é inserido dentro
do pantógrafo e consegue reduzir as dimensões perfeitamente à escala, mantendo
a modelagem e o desenho. Consegue-se reduzi-lo em muitos centímetros e assim
criar uma punção, ou seja, um material criativo positivo com baixo-relevo
positivo e não cavado. Da punção obtêm-se vários cones que são o negativo da
modelagem. Depois de vários acabamentos com outros punções, obtém-se finalmente
a matriz que se tornará então a fundamental, ou seja, aquela que será utilizada
diversas vezes para o batimento de todas as peças”.
Diferença
entre medalha e moeda
A autora da medalha para a viagem à Ásia e
Oceania, quando questionada sobre a diferença entre medalha e moeda, explicou
que “A medalha é antes de tudo um produto artístico, pode também ter formas e
relevos particulares que também podem ser abstraídos da forma circular que é
quase fundamental para a moeda. Além disso, pode ter relevos muito mais
elevados e elementos particulares, ou seja, suplementos. Pode-se jogar muito
mais no âmbito artístico. São peças mais raras porque uma medalha tem um valor
inferior enquanto a moeda tem um valor institucional porque tem um valor em si,
o valor nominal que pode ser lido no anverso da moeda que está sempre presente,
pelo menos no que diz respeito às moedas em circulação, porque também existe
uma diferença entre as moedas em circulação, ou seja, aquelas que podem ser
utilizadas para pagar e as moedas de coleção que também podem ser mais
artísticas, que podem ter características mais originais, enquanto as moedas
atuais respeitam características rigorosas de produção, ou seja, um relevo de
uma certa altura, um tamanho específico e principalmente uma certa percentagem
de metal.
Uma Santa
Ana jovem para o Canadá
Arianna Cicconi também criou outras
medalhas para o Papa Francisco, por exemplo, a da viagem apostólica ao Canadá
em 2022. “Foi a primeira medalha para uma viagem apostólica que me pediram para
fazer. Na verdade, foi realmente uma emoção. Alguns anos antes, quando ainda
frequentava a Escola de Arte da Medalha do Instituto Poligráfico e da Casa da
Moeda do Estado de Roma, que frequentei até 2021, um dos meus projetos foi
selecionado para a medalha do IX ano de pontificado do Papa Francisco. A medalha
canadense, em particular, é um dos projetos que mais me são caros porque gostei
muito da figura de Santa Ana com a menina Maria nos braços e depois ao lado
dessas duas figuras uma decoração de folhas de bordo que são o símbolo do país.
Lembro-me que me disseram que o Papa apreciou o meu desenho porque fui uma das
poucas entre todos os seus participantes neste concurso que representou Santa
Ana com uma aparência jovem e, portanto, com uma beleza inocente. Isso me
emocionou de uma forma particular porque era exatamente isso que eu queria
comunicar.
Fonte:
Va\tican News
*-------------------------------------------------------------------------.s
Observatório
do Vaticano lança obra sobre eternidade entre o espaço e o tempo
Apresentado
na manhã desta sexta-feira (06/09) na Cúria Geral dos Jesuítas uma obra,
produzida com a Universidade de Pádua, da Itália, que reúne 24 contribuições
dos maiores estudiosos da física, psicologia, filosofia e teologia, incluindo
dois ganhadores do Prêmio Nobel. As questões sobre Deus e a consciência são
discutidas juntamente com a teoria quântica, os buracos negros e o Big Bang com
as contribuições da neurociência e inteligência artificial.
Vatican
News
Uma
obra coletiva que reúne 24 contribuições de filósofos, teólogos, físicos e psicólogos
de renome internacional, com reflexões sobre os temas do limite e do infinito,
do tempo e da eternidade, do espaço vazio e daquele material. Esse é o volume
“Eternidade entre espaço e tempo: da consciência ao cosmos” (“Eternity between
space and time: from consciousness to the cosmos”), publicado pela editora De
Gruyter e apresentado nesta sexta-feira, 6 de setembro, na Cúria Geral da
Companhia de Jesus, em Roma.
Os editores
O
ensaio é o resultado da discussão realizada em maio de 2022 por ocasião da
conferência organizada como parte do programa de mestrado em “Estudos sobre a
morte e o fim da vida” na Universidade de Pádua, na Itália. Foi editado e
escrito sob a direção científica de Ines Testoni, diretora do curso de mestrado
e representante dos campos filosófico e psicológico; de Gabriele Gionti,
cosmólogo e vice-diretor do Observatório Astronômico do Vaticano (representando
a relação entre Teologia e Física); de Fabio Scardigli, físico-teórico do
Departamento de Matemática da Politécnica de Milão e do Instituto Lorentz de
Física Teórica da Universidade de Leiden (representando o campo da Física); de
Andrea Toniolo, decano da Faculdade Teológica de Triveneto (representando o
campo da Teologia). “Este ensaio explica melhor as linguagens que falam da
finitude”, disseram os editores, ”considerando o conceito de eternidade como o
pivô sobre o qual giram as definições novas e antigas das relações entre o nada
e o ser, a física e a metafísica, a mortalidade e a imortalidade."
Questionar-se sobre
Deus, a eternidade e a consciência
Questões
filosóficas, teológicas e psicológicas sobre Deus, eternidade e consciência são
discutidas e examinadas juntamente com as visões emergentes da teoria quântica,
os conceitos de buraco negro, universo inflacionário e Big Bang e a teoria das
cordas. Diferentes perspectivas e ângulos, que vão da neurociência à
inteligência artificial.
Dois
ganhadores do Prêmio Nobel fizeram contribuições: Roger Penrose e Gerard 't
Hooft. Outros acadêmicos importantes incluem: Federico Faggin (Medalha de
Tecnologia no Congresso dos EUA), Gabriele Veneziano (autor dos primeiros
trabalhos sobre a teoria das cordas), Massimo Cacciari, Giulio Goggi, Kurt
Appel.
A marca Severiniana
Uma
das principais inspirações do texto também está, sem dúvida, ancorada no
pensamento do grande filósofo Emanuele Severino. Sua obra representa um desafio
e uma oportunidade, que o texto aproveita, para uma reflexão mais profunda e
articulada sobre os fundamentos do ser e da transcendência. Especialmente nos
ensaios filosóficos de Goggi, Testoni, Sacco, Messinese e Cacciari, a
importância do ensinamento de Severino é destacada, trazendo à tona nosso mais
profundo terror: acreditar que somos mortais, totalmente aniquiláveis.
Compreender o que significa eternidade nos permite pensar em nós mesmos além do
limite da morte.
Fonte:
Va\tican News
*-------------------------------------------------------------------------.s
Padre Sina na Indonésia: visita do Papa fortalece
a convivência pacífica
Ao final da visita de Francisco à Indonésia, o Pe. Pedro
Sina, formador do seminário interdiocesano e professor de Doutrina Social da
Igreja, destaca a mensagem de fraternidade que o Pontífice deixou ao povo.
Johan Pacheco - Jacarta
“Irmãos e irmãs, também gostaria de dizer
a vocês, a esta nação, a este arquipélago maravilhoso e variado, que não se
cansem de zarpar, não se cansem de lançar as redes, não se cansem de sonhar e
de continuar a construir uma civilização de paz”, disse o Papa Francisco em
homilia na missa celebrada em Jacarta, ao final da visita à Indonésia. Com sua
presença em um país com grandes formas de pluralismo, mas com unidade nessa
diversidade, o Pontífice deixou uma mensagem aos católicos para que sejam
“construtores de esperança”, com a necessária tolerância e fraternidade entre
as religiões.
Em entrevista à Rádio Vaticano - Vatican
News, o Padre Pedro Sina - formador do Seminário Maior Interdiocesano São Pedro
Ritapiret e professor de Doutrina Social da Igreja - faz uma avaliação da visita
do Papa Francisco ao seu país.
“Acredito que o discurso do Papa sobre a
importância da fraternidade tem muita relevância e importância para o nosso
país, porque você sabe que a Indonésia é um país muito grande, com uma
variedade de culturas, religiões, raças e precisamos dessa fraternidade,
especialmente da fraternidade universal, em nível nacional, para que possamos
viver em paz, em unidade e tranquilidade. Também porque, às vezes, a diferença
de religião pode provocar conflitos entre outras pessoas e esperamos que a
visita apostólica do Papa Francisco também possa nos proporcionar uma atmosfera
pacífica em nosso país”, disse o Pe. Pedro Sina. Ele também espera que, como
fruto dessa visita, o diálogo inter-religioso seja fortalecido:
“Acredito que a coisa mais importante para
nós neste país é ter um diálogo inter-religioso, mas um verdadeiro diálogo
inter-religioso para não cair no relativismo religioso ou no relativismo
cultural, porque sabemos que somos todos iguais, no sentido de que somos
indonésios e temos o mesmo direito de viver aqui.”
O sacerdote também destaca o trabalho da
Igreja local em conjunto com outras religiões e organizações oficiais para o
bem comum: “a Igreja Católica neste país deu muitas contribuições, há
organizações católicas que dedicaram seu trabalho para o bem comum, realizando
obras de caridade para ajudar os pobres. Há também uma boa colaboração entre a
conferência episcopal e o governo, e também em nível local, por exemplo, nas
dioceses, entre a Igreja e os cidadãos de outras religiões, especialmente os
muçulmanos”.
O Pe. Pedro Sina conclui afirmando que
eles ainda têm o compromisso de ser testemunhas do Evangelho na Indonésia:
“nós, católicos, temos que ser o sal da terra e a luz do mundo, no espírito que
Cristo nos pede”. - Fonte: Vatican News
-------------------------------------------------------.
Sacerdote
ucraniano no cativeiro russo: oração, fé e esperança
O
sacerdote ucraniano Bohdan Heleta compartilhou sua experiência como prisioneiro
de guerra da Rússia, deixando uma mensagem de fé e esperança em meio às
provações.
Em
16 de novembro de 2022, os militares russos sequestraram dois sacerdotes, Pe.
Bohdan Heleta e Pe. Ivan Levytsky. O Pe. Heleta foi detido dentro da Igreja da
Natividade da Bem-Aventurada Virgem Maria. Eles foram levados para um prédio
ocupado pelo Departamento de Polícia do Distrito de Berdiansk, onde foram
ilegalmente privados de sua liberdade em um centro de detenção temporária.
Em
dezembro de 2022, o “chefe do 3º Departamento de Investigação das Forças Unidas
da Federação Russa”, Denis Shekhovets, em conspiração prévia com o “vice
procurador militar”, Yevgeny Svistunov, e o “procurador militar da guarnição”,
Alexander Korneev, elaboraram documentos com informações falsas. De acordo com
esses documentos, os sacerdotes supostamente armazenavam munição e explosivos e
colaboravam com os serviços especiais ucranianos, sendo ilegalmente designados
como prisioneiros de guerra.
Entre
março e agosto de 2023, os sacerdotes foram levados para a Colônia Correcional
de Berdyansk nº 77 (cidade ucraniana ocupada pela Rússia), permaneceram dois
dias em um porão desconhecido em Melitopol, posteriormente, foram transferidos
para a colônia correcional de Kalinin, na região de Donetsk, onde permaneceram
detidos até o dia da libertação. Os sacerdotes não receberam a devida
assistência médica, especialmente o Pe. Heleta, que sofre de diabetes.
No
final de junho de 2024, Pe. Heleta foi libertado como parte de uma troca de
prisioneiros junto com o Pe. Ivan Levytsky “Foi uma grande surpresa”, disse o
clérigo sobre a sua libertação. Eles não esperavam por isso, pensaram que
seriam transferidos para algum lugar mais longe da Rússia, para o interior,
para algum lugar da Sibéria.
Entrevista
do Pe. Bohdan Heleta
O
sacerdote ucraniano Bohdan Heleta compartilhou sua experiência como prisioneiro
de guerra da Rússia, destacando o papel crucial da oração em sua sobrevivência.
Em uma entrevista a uma estação de televisão eclesiástica, o sacerdote
redentorista, que pertence à Igreja Greco-Católica unida a Roma, revelou que a
oração, tanto a sua individual como a dos fiéis, o sustentou em momentos de
aflição.
“Fui
colocado em confinamento solitário com um alto-falante de música que tocava
músicas soviéticas o dia inteiro. Então eu entendi como uma pessoa enlouquece e
por que ela comete suicídio – eu entendi o que é suicídio. E, claro, o Senhor
Deus ajuda, Ele dá força através da oração. Deus, Jesus Cristo, Maria, os Anjos
estavam presentes. A oração era a salvação. Senti a oração da Igreja, que tantas
pessoas estavam rezando por nós”.
Os
prisioneiros eram sujeitos à tortura física, incluindo choques elétricos, e
coerção para memorizar a letra do hino nacional russo, sob ameaça de punição se
não o fizessem. Os sacerdotes tiveram suas barbas e cabelos rapados, de forma a
não serem mais identificados como padres entre os demais prisioneiros.
“Em
Berdyansk, não sofremos violência física. Por outro lado, em Horlivka, éramos
submetidos a maus-tratos quase diariamente, vivendo em condições terríveis. O
Pe. Ivan sofreu tantos espancamentos que chegou a desmaiar duas vezes”.
Diante
disso, como ele encontrou forças para resistir tanto física quanto
espiritualmente? “Foi muito simples para mim: lembrei-me de Jesus Cristo, Sua
cruz, sofrimento, assim, encontrei forças e graça em meio ao meu próprio
sofrimento. Sempre que era levado para algum lugar, me preparava interiormente,
recorrendo à oração e pedindo forças a Deus. Não sabia se sobreviveria ou não…
Parece-me que se essa situação tivesse persistido por mais um ano, ou talvez
ainda menos, fisicamente teria sucumbido”. E depois acrescentou: “Desejo fazer
um apelo às famílias, às mães, às esposas que têm filhos, pais ou outros entes
queridos no cativeiro: não percam a esperança, rezem, voltem-se para Deus e
tudo ficará bem”.
Pe.
Heleta relatou que não foi possível celebrar a missa, embora soubessem que ele
e Levitsky eram clérigos. Como pertenciam à Igreja Greco-Católica, foram
tratados pelos soldados russos como membros de uma “seita” que se separou da
Ortodoxia. Mas eles tinham uma Bíblia em russo, que liam secretamente nas
reuniões matinais de oração.
“Tivemos
a oportunidade de conhecer muitas pessoas, que partilhavam conosco suas
experiências e buscavam por conforto mental e espiritual. Houve confissões”.
Porém,
ele ficou impressionado com a capacidade das pessoas de suportar as torturas
sem Deus, sem oração. E chegou à conclusão de que “ainda que uma pessoa
acredite em algo, ela espera por algo. Elas tinham esperança, algumas em seus
parentes, outras eram dominadas pelo ódio…”
No
final da entrevista Pe. Heleta deixou uma mensagem:
“Desejo
fazer um apelo a todos para que não percam a esperança. Se alguém está triste,
em dúvida, em algumas situações trágicas da vida, que nunca perca a esperança!
Tente se voltar para o Senhor. Tente dar a si mesmo e essa situação a Ele para
que Ele possa estar em sua vida, em seu coração. Ele está sempre agindo e
sempre esperando que digamos sim a Ele. Reze, volte-se para Deus, mude a si
mesmo e o mundo ao seu redor!
Com
informações Igreja Greco-Católica Ucraniana (ugcc.ua)
Fonte:
Gaudium Press
--------------------------------------------------------.
Indonésia prende
suspeitos de tentar matar o papa Francisco que chega a Papua-Nova Guiné
Por
Kristina Millare
O
papa Francisco desembarcou hoje (6) em Papua-Nova Guiné com a notícia de que
uma tentativa de matá-lo foi frustrada na Indonésia.
O
jornal Straits Times, da Indonésia, disse que sete pessoas foram presas pela
polícia em Jacarta entre 2 e 3 de setembro por uma denúncia de que planejavam
um ataque ao papa.
Segundo
a reportagem, um dos presos, suspeito de pertencer a um grupo terrorista, ficou
irritado com a visita do papa à mesquita de Istiqlal, em Jacarta, capital da
Indonésia.
O
papa Francisco e o grande imã muçulmano Nasaruddin Umar assinaram ontem (5) uma
declaração conjunta na mesquita condenando a violência religiosa.
Ao
pousar hoje (6) no Aeroporto Internacional Jacksons, na capital do país, Port
Moresby, depois de um voo de seis horas de Jacarta, Indonésia, o papa foi
recebido na pista por mulheres da tribo Mekeo que vestiam trajes tradicionais.
É o segundo país que o papa vai visitar em sua viagem de 12 dias pela Ásia e
Oceania, a mais longa de seu pontificado.
Depois
da guarda de honra, o vice-primeiro-ministro de Papua-Nova Guiné, John Rosso, e
outros dignitários civis deram oficialmente as boas-vindas ao papa Francisco
numa cerimônia formal no aeroporto.
Depois
de ser recebido pelo arcebispo de Port Moresby, dom John cardeal Ribat, e por
representantes da Conferência Episcopal de Papua-Nova Guiné e das Ilhas
Salomão, o papa também foi recebido no país por bispos de Tonga, Fiji e Nova
Zelândia.
Multidões
se aglomeraram hoje (6) nas ruas do lado de fora do Aeroporto Internacional
Jacksons, segurando velas acesas e smartphones.
Nos
próximos três dias, Francisco vai se encontrar com líderes civis e comunidades
católicas em Port Moresby e em Vanimo. Ele também vai visitar o santuário de
Nossa Senhora Auxiliadora para se encontrar com padres, diáconos, ordens
religiosas e catequistas e celebrar a missa dominical no estádio Sir John
Guise.
O
padre Gregorio Bicomong Jr. disse à ACI Stampa, agência em italiano da EWTN
News, esperar que a presença do papa Francisco revigore a fé e a esperança dos
povos de Papua-Nova Guiné.
“Esperamos
que o Santo Padre se concentre em temas como famílias, perdão e fidelidade a
Jesus”, disse o padre. “Rezamos para que o evento tenha uma impressão duradoura
e um forte compromisso em viver nossa fé”.
O
governo do país decretou estado de emergência por causa dos distúrbios
políticos da Quarta-feira Negra de 10 de janeiro. Pelo menos doze pessoas
morreram e centenas ficaram feridas nos confrontos.
Cerca
de 96% da população de Papua-Nova Guiné se identifica como cristã. O
catolicismo é a maior denominação do país. Segundo o censo de 2011 do país, 3
milhões de católicos vivem em Papua-Nova Guiné, com uma população total de 8,2
milhões de pessoas.
Fonte:
ACIDigital
------------------------------------------------------.