Informativo Diocesanos

Informativo Diocesano Semanal - 15 de setembro de 2024
15/09/2024

ASSESSORIA DIOCESANA DE COMUNICAÇÃO

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Fone/Fax: (54) 3522-3611

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Ano 28 – nº. 1.465 – 15 de setembro de 2024

 

Atividades na semana: - Neste domingo, às 09h e às 18h, Dom Adimir, missa e crismas na igreja Santa Luzia, Bairro Atlântico, Erechim; 10h, Monsenhor Agostinho Dors, missa e crismas na igreja N. Sra. das Dores, Capo-Erê, na festa da padroeira da Paróquia;

- segunda-feira, às 14h, no Centro Diocesano, reunião do Colégio de Consultores;

- reuniões de Área Pastoral, quarta-feira, às 19h, de Gaurama em Viadutos; quinta-feira, às 19h30, de Erechim, na sede paroquial São Cristóvão.

Paróquia Santa Luzia, Bairro Atlântico, Erechim com diácono permanente: O ministro leitor e acólito Paulo Cesar Panosso da comunidade São Francisco de Assis, Paróquia Santa Luzia, Bairro Atlântico, Erechim, foi ordenado diácono permanente por Dom Adimir Antonio Mazali, Bispo diocesano, em missa na manhã do dia 08, segundo domingo de setembro, Mês da Bíblia, data da festa da Natividade da Virgem Maria, omitida quando ocorre em domingo como neste ano. A missa foi concelebrada pelo Pároco, Pe. Paulo Rogério Caovilla, e pelo Chanceler da Cúria Diocesana, Pe. Antonio Valentini Neto, com o Pe. Lucas André Stein de cerimoniário, a participação de 6 diáconos, diversos ministros, membros das comunidades da Paróquia, especialmente a do ordenando, parentes e convidados dele. Na oportunidade, a Paróquia viveu a festa das capelinhas. Por isso, antes do começo da celebração, mais de 50 zeladoras de capelinhas entraram em procissão cada uma com a sua para a oração da dezena do terço pelas vocações, como se vem fazendo antes das missas, reuniões e encontros na Diocese a partir do Ano Vocacional em 2023. Antes da bênção final, houve algumas manifestações: Priscila Dassi, pela comunidade São Francisco de Assis, Bairro Redenção e pelos jovens; Marília Fochesatto, pela paróquia; também pela Paróquia como Pároco Pe. Paulo. Diácono Paulo Panosso – Expressou diversos agradecimentos. Assegurou ao Bispo sua disposição de dar o melhor de si no ministério diaconal. A todos garantiu que exercerá as funções do ministério com muito carinho e dedicação, consciente do que significam as vestes diaconais que recebeu como símbolo de sua ordenação.

Encaminhamentos da Romaria de Fátima em reunião de coordenadoras paroquiais de zeladoras de capelinhas: As coordenadoras paroquiais das zeladoras de capelinhas estiveram reunidas na tarde segunda-feira, dia 09, no Auditório São José. Pe. Moacir Luiz Noskoski, Pároco da Paróquia N. Sra. da Glória de Erval Grande, seu assessor, acolheu a todas e convidou Pe. José Carlos Sala a ensaiar o hino da 73ª Romaria diocesana de N. Sra. de Fátima, dia 13 de outubro próximo, de sua autoria. Após a oração com enfoque mariano, coordenada pelo Pe. Moacir, Pe. Sala apresentou visão geral da Romaria de Fátima deste ano, tema, lema, intenções, novena e dia da mesma, com a respectiva programação e coleta em favor do evento. Em seguida, Pe. Moacir conduziu outros encaminhamentos, especialmente o retiro deste ano, marcado para o dia 25 de novembro a partir das 08h30, no Santuário diocesano com orientação do Pe. Jean Carlos Demboski, Pároco da Paróquia N. Sra. do Monte Claro de Áurea. 

Mais de 70 participantes no primeiro encontro de formação no Mês da Bíblia deste ano na Diocese de Erexim: Pe. Jair Carlesso, coordenador da ação evangelizadora da Diocese de Erexim, diretor da Escola de Servidores e Pe. Lucas André Stein, reitor do Seminário Maior São José e coordenador diocesano do Serviço de Animação Vocacional, promovem 4 encontros de formação bíblica nos dias 09, 16, 23 e 30 deste Mês da Bíblia, das 19h30 às 21h, no Auditório São José. No primeiro dos encontros, Pe. Jair expôs a animação bíblica da pastoral. Ressaltou que a Palavra é missão de Israel que sempre se entendeu como escolhido para tal; foi a missão de Jesus e seu mandato na despedida dos apóstolos, ide por tudo o mundo e proclamai o Evangelho; foi a prática da Igreja Primitiva a partir do impulso do Pentecostes. A animação bíblica da pastoral é destacada pelo concílio Vaticano II, especialmente no documento sobre a revelação divina, Dei Verbum, a Palavra de Deus e retomada pela Encíclica de Bento 16, Verbum Domini, a Palavra do Senhor. Foi formulada pelo Documento de Aparecida. Pe. Jair relacionou duas iniciativas marcantes para maior conhecimento e vivência da Palavra, o domingo da Palavra, no terceiro domingo do tempo comum, instituído pelo Papa Francisco em 2019; no Brasil, o mês da Bíblia, desde 1971. Explicitou diversos aspectos dos documentos citados e relacionou a animação bíblica da pastoral com a leitura orante da Palavra de Deus. Nos outros três encontros de formação bíblica neste Mês da Sagrada Escritura serão aprofundados os seguintes aspectos: introdução à profecia e contexto de Ezequiel, a profecia de Ezequiel antes da queda de Jerusalém (597 a.C), a profecia dele depois da queda de Jerusalém. Pessoas que não participaram do primeiro encontro podem participar dos outros. Não há inscrição e nem custo.

Encontro anual de secretárias e secretários da Diocese de Erexim: Visando a constante atualização e o serviço sempre mais adequado das secretárias e dos secretários das Paróquias, da Cúria e do Seminário N. Sra. de Fátima, a Diocese de Erexim os reuniu terça-feira, dia 10, no Auditório São José. Dom Adimir Antonio Mazali, Bispo diocesano, acolheu a todos, manifestando a alegria pela presença deles e ressaltando o trabalho indispensável realizado nas secretarias, espelho da própria Igreja para quem a elas se dirige. Apresentou o assessor canônico, Pe. Leonardo Silva Pereira Fávero, com expediente na Cúria de dois meios dias por semana. Monsenhor Agostinho Dors, Vigário Geral e Coordenador da Cúria, animou a oração inicial. A seguir, o ecônomo, Ildo Benincá, expôs pontos práticos da lei civil e da lei canônica a serem observados nas secretarias. A maior parte do tempo foi dedicada a perguntas e a esclarecimentos de dúvidas dos participantes sobre diversos pontos: atestado médico, medicina e segurança do trabalho, patrimônio, notas e tributos, dízimo, seguro patrimonial e de carros, autorizações para sacramentos e para catequese, tabela de custos para serviços religiosos, documento de oficialização de conselhos e outros. No final da reunião, o Bispo informou que no próximo ano ele fará visita administrativa a todas as paróquias. Haverá também a renovação do mandato de todos os ministros e ministras. Concluindo a reunião, invocou a bênção sobre todos.

89ª Romaria Interestadual da Salette 2024 e Marcelino Ramos: A Comunidade Religiosa dos Missionários Saletinos de Marcelino Ramos-RS, com alegria intensifica a preparação e realização da 89ª Romaria Interestadual da Salette dias 19, 28 e 29 deste mês de setembro. Seu tema é: “Mãe da Salette, ajudai-nos a caminhar na esperança”. O tema e o lema estão em consonância com a caminhada da Igreja, que, motivada pelo Papa Francisco, dedica esse ano à oração em preparação para o Jubileu 2025, cujo tema é "Peregrinos de Esperança".

Programação da Romaria: - de terça-feira até quarta-feira desta semana, às 19h, no Santuário, está em andamento o novenário com missa presidida por padres diversos; dia 19, quinta-feira aniversário da aparição – 178 anos: missas no Santuário às 10h e às 17h; às 19h, missa na igreja São João Batista no centro da cidade, procissão luminosa ao Santuário, encenação da aparição de Nossa Senhora e bênção com o Santíssimo Sacramento; Santo terço às 14h. dia 28, sábado: missas no Santuário às 08h, 10h, 14h, 16h e na chegada da procissão luminosa após a missa às 19h na igreja São João Batista no centro da cidade, com encenação da aparição de N. Sra. e bênção com o Santíssimo Sacramento. dia 29, domingo: no Santuário, oração da manhã às 05h30; missas às 06h, 07h15, 10h, 12h; no altar monumento, missa na chegada da procissão após a missa às 08h na igreja São Batista no centro da cidade; às 14h, terço meditado e encenação da aparição de N. Sra.; às 15h, adoração ao Santíssimo Sacramento e bênção; 15h, envio dos romeiros.

Diocese de Erexim intensifica preparação de sua Romaria deste ano: No dia 13 de maio passado, Dom Adimir Antonio Mazali, Bispo Diocesano de Erexim, em missa concelebrada no Santuário de Fátima, lançou a 73ª Romaria. Será no dia 13 de outubro e sua novena preparatória, do dia 04 ao dia 12, com a Romaria da Criança coincidindo no Dia da Criança. A Romaria coincidirá com o dia da última aparição de N. Sra. em Fátima, Portugal. A novena, como nos últimos anos, terá 4 celebrações diárias: às 7h, 14h, 18h e 20h. Neste ano dedicado à oração em preparação do Jubileu 2025, o tema da novena e da Romaria apresenta Maria como modelo para a vida de oração, assim formulado: Maria, mãe do silêncio, da escuta e da oração! O lema retoma o primeiro verso do grande hino que Maria rezou/cantou ao Senhor e por isso é: A minha alma engrandece o Senhor! (Lc 1,46) A novena será a partir da Oração do Pai Nosso, com referência e reflexão de uma parte em cada dia, concluindo com “Pois vosso é o reino, o poder e a glória para sempre.”

Responsabilidades das celebrações: A missa da manhã estará a cargo das Paróquias da Área Pastoral de Erexim; a das 14h, das pastorais e movimentos; a das 18h, do Santuário Diocesano; a procissão e a missa das 20h, do Santuário e das Áreas Pastorais. A Romaria da Criança será animada pela Infância e Adolescência Missionária, Pastoral da Criança, Serviço de Animação Vocacional, Iniciação à Vida Cristã, Pastoral dos Coroinhas e Movimento Champagnat. A procissão, missa campal e bênção com o Santíssimo no dia da Romaria serão presididas pelo Bispo Diocesano com animação da equipe de liturgia. Durante a novena e no dia da Romaria haverá oportunidade de confissões e bênçãos em diversos momentos.

Cartaz, hino e coleta para a Romaria pelas zeladoras de capelinhas: Pe. José Carlos Sala, Reitor do Santuário, há mais tempo, divulgou o hino da Romaria que está no site da Diocese na aba acervo digital. Foi divulgada a identidade visual da Romaria, cartaz em formato maior, médio, marca-página e faixas no monumento e marquise do Santuário. As zeladoras de capelinhas realizam coleta para a Romaria junto às famílias visitadas até o dia 26 de outubro.

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Informações da semana

Do dia 12/9/2024

Rede Eclesial Pan-Amazônica celebra 10 anos de cuidado e proteção da Amazônia e seus povos

Uma cerimônia realizada na manhã desta quinta-feira, 12 de setembro, marcou os 10 anos de criação da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam). Aos pés de uma mangabeira, nos jardins da sede das Pontifícias Obras Missionárias (POM), em Brasília (DF), foi feita a memória do encontro que instituiu a rede dez anos atrás e a renovação dos compromissos de cuidado e proteção do bioma amazônico e de seus povos. 

Estiveram presentes colaboradores, assessores e parceiros da Rede, bem como representantes das instituições que tiveram a iniciativa da criação da instituição, como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB). 

Durante a mística inicial, foram colocados sobre as raízes da mangabeira todas as publicações da Repam e os materiais que representam os processos de articulação, escuta dos povos, preparação para o Sínodo, planos pastorais e outras ações em defesa da vida na região. 

O bispo de Roraima e presidente da Repam-Brasil, dom Evaristo Pascoal Spengler, recordou o atual contexto desafiador para a vida dos povos e do próprio bioma, com a lógica da exploração que leva destruição para a região. Mas pontuou que existem pessoas que estão na lógica da defesa da vida: “E a Repam é impulsionadora dessas pessoas”, ressaltou. 

Dom Evaristo recordou o que o precederam nas iniciativas de mobilização e defesa da vida e de organização da Igreja com rosto amazônico: dom Cláudio Hummes, que “até o final, mesmo com a doença, clamou pela Amazônia”; dom Herwin Krautler, que “até hoje está defendendo a floresta, os povos e os rios”; e o Papa Francisco, “que colocou a periferia no centro com a convocação do Sínodo para a Amazônia”.

Já o arcebispo de Palmas (TO) e vice-presidente da Repam-Brasil, dom Pedro Brito Guimarães, disse que, no atual contexto, “há pouco o que celebrar”, com 60% do território afetado pela fumaça, as enchentes e queimadas. Para ele, vivemos uma “pandemia ecológica”. Mesmo assim, é preciso “comemorar para não perder”, e isso como “um ato de rebeldia, coragem e profecia”.

Farol de esperança

O bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, afirmou que a Repam é “um farol de esperança em meio a tempos desafiadores” e que em uma década de atuação, “tornou-se um sinal profético na defesa da vida, dos territórios e dos povos amazônicos, sempre iluminada pelo Evangelho e pelos ensinamentos da Igreja”.

O trabalho da Rede, segundo dom Ricardo, segue o ensinamento do Papa Francisco na Laudato Si’ de que “tudo está interligado” (LS 16), e que não se pode separar a crise ambiental da crise social. “É exatamente nesta interligação que a Repam tem feito seu trabalho: unindo as vozes das comunidades, dos povos originários e da Igreja, para que, juntos, possamos ser defensores, guardiães da Criação”.

Dom Ricardo ainda ressaltou que “ao promover a vida e o Bem Viver, a Repam nos recorda que os povos da Amazônia não são apenas vítimas, mas protagonistas na luta pela justiça socioambiental”.

    “Hoje, ao celebrarmos esses 10 anos de lutas e conquistas, renovamos nosso compromisso com a Casa Comum e com os povos da Amazônia. A CNBB, quer lembrar de todos os protagonistas, desde o 1º Encontro inter-regional dos Bispos da Amazônia, em Manaus, de 2 a 6 de julho de 1952, passando pelo apelo que Paulo VI, em 1971, fazia ecoar: “Cristo aponta para a Amazônia” e o histórico encontro de Santarém, em que homens e mulheres souberam ouvir a voz do Espírito Santo e entenderam os desafios que vinham pela frente. A espiritualidade encarnada que guia a Repam nos convida a agir com coragem, compaixão e esperança, confiantes de que Deus está conosco nesta jornada”.

Em vídeo, o presidente da Repam, dom Rafael Cob Garcia, vigário apostólico de Puyo, no Equador, rogou a Deus que abençoe a todos que atuam na Repam, “dando sabedoria e força para continuarem sendo aliados dos pobres, dos que sofrem na Pan-Amazônica e com a natureza que Deus nos deu”.

O arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB e do Celam, dom Jaime Spengler, também enviou sua mensagem em vídeo. Ele recordou o contexto das secas e das queimadas nos biomas brasileiros, destacando a pertinência da celebração dos dez anos da Repam nesses dias. “Isso diz da necessidade premente de, talvez, nos empenharmos ainda mais na promoção e no cuidado da casa comum”.  Dom Jaime desejou “que Deus continue nos inspirando, nos iluminando, porque a criação não só é obra boa, mas é muito boa, e por isso merece tudo o carinho, tudo o respeito, toda promoção e todo o cuidado”.

Fonte: CNBB

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Presidente da CNBB celebra missa de abertura do 53º Congresso Eucarístico Internacional em Quito, no Equador

A cidade de Quito, no Equador, recebe pessoas de todo o mundo, de 8 a 15 de setembro, para o 53º Congresso Eucarístico Internacional. As conferências episcopais foram orientadas a nomear delegados para a participação no evento. Do Brasil participa o arcebispo de Porto Alegre e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe (Celam), dom Jaime Spengler.

Além de bispos, o congresso recebe leigos, religiosos, pessoas consagradas e sacerdotes. A programação tem apresentações, depoimentos, oficinas e debates, e também celebração da Eucaristia em igrejas patrimoniais do Centro Histórico de Quito.

Na abertura do evento, no dia 8 de setembro, dom Jaime Spengler celebrou missa para dar início às atividades. Na homilia, o prelado brasileiro refletiu sobre o chamado à fraternidade que é alimentada, segundo ele, “pelo corpo e sangue do Senhor” com o propósito de salvar a humanidade: “uma fraternidade que se reúne em assembleia ao redor da mesa da Palavra e do Corpo do Senhor”. Ao participar da Eucaristia, acrescentou ele, “expressamos nossa participação na própria vida do Senhor, formamos fraternidade e somos irmãos e irmãs”.

Vivemos em um mundo ferido

O presidente da CNBB comentou sobre o mundo convulsionado que tem uma grande ferida por conta da pobreza e da fome. Acrescentou a essa dor, a crise ecológica que a humanidade está sofrendo: “uma ferida que somos convidados a curar porque somos a ponte entre Deus e o mundo”.

A partir daí, disse ele, somos todos responsáveis pela criação e lembrou que a possibilidade do futuro da humanidade dependerá das ações e decisões que o homem tomar para cuidar da casa comum. “Ao tomar o mundo em nossas mãos, integrando-o criativamente e remetendo-o a Deus, cooperamos para libertar a criação de seus limites, curando as feridas e, assim, promovendo a vida”.

A Eucaristia e a criação

Em outro aspecto, ele afirmou que a crise ecológica pela qual a humanidade está passando está relacionada à perda da sacralidade dos elementos da natureza na cultura. Dom Jaime então observou que muitos poderiam se perguntar: “o que isso tem a ver com a Eucaristia?”. Ele respondeu que a Igreja sempre entendeu a Eucaristia como a ação de toda a assembleia reunida, ou seja, de toda a Igreja em favor da vida e da construção da fraternidade.

    “O caráter fundamental da Eucaristia é que ela é uma reunião e uma ação na qual se contempla e se vive todo o mistério de Cristo, ou seja, a salvação do mundo, promovendo a fraternidade universal! A Eucaristia não nos afasta do mundo. Pelo contrário, ela nos leva ao mundo. A Igreja sempre reconheceu um forte vínculo entre a Eucaristia, a vida comunitária, a sociedade e a criação”, disse ele.

Na mesma linha e em conclusão, o arcebispo de Porto Alegre lembrou que no próximo ano a COP30 será realizada na cidade de Belém, no Brasil, uma oportunidade privilegiada, disse ele, para que todos se mostrem como “sacerdotes da criação: em um mundo ferido, mas determinados a oferecer ao Pai os dons da criação; dispostos a cooperar na cura das feridas do mundo; prontos para dar testemunho do poder do amor que dá vida a todas as coisas”.

Fraternidade humana

Com o tema “Fraternidade para curar o mundo”, o 53º Congresso Eucarístico Internacional propõe-se a refletir sobre a Eucaristia e vivê-la como lugar de fraternidade capaz de curar o planeta. No texto-base preparado para auxiliar as reflexões que antecedem o encontro, é apresentada a ideia de que a fraternidade humana não seja somente um sonho, mas que encontre “uma maneira de se concretizar a partir da celebração eucarística”.

    “O dom pascal do Senhor Ressuscitado, que está no coração de cada Missa e do culto eucarístico da qual adquire o seu significado, ao mesmo tempo que sara as nossas feridas, ajuda-nos a cuidar de cada irmão e irmã”, escreveu dom Alfredo José Espinoza Mateus, arcebispo de Quito e primaz do Equador.

A escolha do local

A arquidiocese de Quito foi escolhida para sediar este Congresso Eucarístico Internacional por ocasião do 150º aniversário da Consagração do Equador ao Sagrado Coração de Jesus (25 de março de 1874). Na cidade, em 1886, já se tinha realizado o primeiro Congresso Eucarístico Nacional.

O texto-base do Congresso Eucarístico utiliza a imagem da tenda, também presente nas reflexões do Sínodo sobre a Sinodalidade, para abordar a acolhida aos participantes do Congresso e a proposta reconciliadora e curativa a partir da Eucaristia:

    “Na plenitude dos tempos, Deus Pai deu-nos o seu Filho Jesus Cristo, o Verbo Encarnado, que se ofereceu até à cruz pela nossa redenção, vencendo o pecado e a morte e tornando-se ao mesmo tempo pão e pastor das nossas vidas. Cristo é o pão de Deus que nos irmana e nos reconcilia para que quem caminha connosco deixe de ser um estranho no caminho, mas seja reconhecido como próximo e companheiro de viagem. E desde a tenda da Eucaristia, da oferta da vida para que outros tenham vida, do perdão aos verdugos, precisamente, onde se consuma a sua violência, a presença do Senhor gera comunidades cristãs onde se aprende sempre de novo a promover o diálogo, a reconciliação e a paz, o caminho para curar este mundo ferido pelo ódio, a inimizade e o egoísmo”

E continua:

    “Localizada na latitude zero, no ‘meio do mundo’, estende a sua tenda até se tornar numa imensa tenda eucarística onde todos são convidados a partilhar este grande sonho de uma fraternidade redimida e curada pelo amor total de Cristo”.

Fonte: CNBB

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Juventude Missionária do Brasil, ligada à Pontifícia Obra da Propagação da Fé (POPF), promove nova edição da ação Sem Fronteiras

A Juventude Missionária (JM), ligada à Pontifícia Obra da Propagação da Fé (POPF), dará início ao ano de 2025 com grandes novidades. Entre os dias 24 de janeiro e 02 de fevereiro, a arquidiocese de Olinda e Recife (PE) receberá jovens missionários de todas as regiões do país para a 7ª edição da ação missionária nacional Sem Fronteiras.

O evento é direcionado a membros ativos dos grupos de base, coordenadores e assessores da JM, e tem como objetivo principal incentivar o protagonismo missionário, além de estreitar laços entre os jovens participantes de todo o Brasil. Durante o encontro, os jovens serão acolhidos por famílias da comunidade local, que abrirão suas casas para recebê-los durante os dias de missão.

Padre Genilson Sousa, secretário da POPF, ressaltou a importância do encontro como um momento de celebração e partilha da missão juvenil no Brasil. “Esperamos contar com a participação de jovens missionários de diversas dioceses do país, vivenciando essa rica experiência de comunhão e missão”, afirmou o secretário.

Inscrições serão realizadas nas coordenações estaduais

Para se inscrever, é necessário que o jovem tenha experiência prévia nas Obras Missionárias e seja maior de 18 anos. A inscrição custa R$ 100,00, valor que inclui um kit missionário. Cada participante será responsável por custear seu deslocamento até o local do evento. A alimentação durante as atividades formativas será oferecida pela equipe de acolhimento da Arquidiocese de Olinda e Recife.

O prazo para inscrições vai até 30 de outubro de 2024, às 23h59. A coordenação estadual é responsável por enviar o convite às bases locais e confirmar a presença dos participantes por meio do envio do link de inscrição.

Fonte: CNBB

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11º Seminário de Comunicação reúne no Rio 160 comunicadores para refletir sobre reputação e imagem da Igreja

A 11ª edição do Seminário de Comunicação Social promovido arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ) reúne, de 11 a 13, no Centro de Estudos do Sumaré, no Rio de de Janeiro, 160 profissionais de comunicação da Igreja no Brasil, sendo 40 de forma online, em torno da discussão do tema: Igreja, casa de vido – assessoria de comunicação na construção da reputação e da identidade”.

    Na abertura, o arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani Tempesta, anfitrião do encontro, introduzindo o tema disse “estamos vivendo uma era na qual, em razão das redes sociais, a Igreja e todas as organizações estão expostas ao escrutínio público”. Decorre disto, segundo ele, a necessidade de ter zelo e cuidado com a imagem, identidade e reputação da instituição. “Somos chamados a ser autênticos e transparentes”, disse.

Dom Orani também falou do poder das redes sociais na construção de falsas narrativas que levam as pessoas a acreditarem ser a verdade. “Numa casa de vidro, a mídia de um modo geral foca mais em nossos problemas, que devemos enfrentar e resolver, mas também devemos ser capazes de mostrar as belezas de nossa Igreja”, disse. Dom Orani reforçou uma orientação do Papa Francisco: “A nossa comunicação deve ser testemunho. Há sempre a assinatura de nosso testemunho em tudo que fazemos”, disse.

    O bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, enviou uma vídeo-mensagem de saudação aos participantes do encontro. “A comunicação é fundamental na Igreja para levar aos corações a verdade do Evangelho com lucidez”, disse.

Trilhas de aprendizado

O organizador do seminário, padre Arnaldo Rodrigues, que também é professor da PUC Rio e assessor de comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), destacou que o seminário tem tradição de fazer as perguntas certas para cada tempo. “Em cada tema, procuramos estar antenados com a necessidades de aprofundamento de cada ano. Como por exemplo, no ano passado aprofundamos a Inteligência Artificial, muito falada hoje”, ressaltou.

Padre Arnaldo afirmou que o seminário é uma grande oportunidade para os comunicadores eclesiais aprofundarem temas importantes para a sua área de atuação e qualificar o trabalho da Igreja no Brasil  no campo da comunicação. Ele aprofundou a primeira conferência do seminário: “Prevenção e Gestão de Crises: Garantindo a Reputação e Imagem Institucional da Igreja Católica”.

Nas  onze conferências oferecidas pelo seminário, os participantes estão aprofundando temas como:  Estratégias de comunicação: impacto e eficiência nas assessoria para pessoas físicas e governamentais; O que é noticia ou não, nesses tempos de mídias sociais aceleradas; Novas ferramentas de IA para Assessoria de Comunicação; Correta expressão visual da marca: como se deve usar e quais os riscos de aplicações erradas; Assessoria de Comunicação assertiva e sob medida: estruturação eficiente com recursos limitados; A transparência das instituições religiosas para uma boa construção da opinião pública; construindo identidade: a integração estratégica de comunicação e marketing; e além do Press Release: Entendendo as Necessidades da Mídia.

Sala de Imprensa do Vaticano

A vice diretora da Sala de Imprensa do Vaticano, Cristiane Murray, falará sobre sua experiência no Vaticano, em duas conferências: A comunicação do Papa Francisco e seus desafios e Sala de Imprensa da Santa Sé: uma comunicação assertiva e o relacionamento com os jornalistas.

Os participantes, no segundo dia, visitaram a Secretaria de Comunicação do Governo do Estado, Rádio Roquete Pinto, Palácio Guanabara, Centro de Operações e Inteligência da Prefeitura do Rio e o  Museu do amanhã. Todos os dias, pela manhã, os comunicadores participam da santa missa. Ao final do encontro, ainda haverá a entrega do prêmio São Paulo VI de comunicação ao Jornalista Ancelmo Gois, do jornal O Globo.

Fonte: CNBB

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CRB Nacional parabeniza a REPAM pelos 10 anos de Fundação

  Por Neusa Santos

Nesta quinta-feira, 12 de setembro, ocorreu o Encontro Comemorativo pelos 10 anos de fundação da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), realizado nas Pontifícias Obras Missionárias (POM), em Brasília-DF. O evento foi um momento de memória e renovação de compromissos, reafirmando a missão comum de cuidado com a criação, que orienta a atuação da REPAM desde sua fundação.

Representando a Confederação Latino-Americana e Caribenha de Religiosos (CLAR), a presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB Nacional), Ir. Eliane Cordeiro, leu a mensagem enviada pela presidente da CLAR, Ir. Liliana Franco, que parabenizou a REPAM e reforçou o compromisso da Vida Religiosa nos esforços em prol da Amazônia e de seus povos.

Além da presidente da CRB Nacional, as assessoras do Setor Missão da Conferência, Irmã Rosa Elena Ciprés e Irmã Valmí Bohn, também estiveram presentes na celebração, destacando o apoio da CRB à trajetória da REPAM ao longo da última década.

A Conferência dos Religiosos do Brasil parabeniza a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) pelos 10 anos de fundação, celebrados no dia 12 de setembro. A CRB Nacional reconhece o papel da REPAM no fortalecimento da consciência sobre a Amazônia e no desenvolvimento de uma pastoral conjunta entre a REPAM e a Vida Religiosa do Brasil.

A CRB Nacional se une à REPAM na celebração dos 10 anos, reconhecendo o papel da Rede na defesa da vida dos povos da Amazônia e na preservação da Casa Comum e reafirma seu compromisso com a luta que privilegie os pobres e o bem comum, em sintonia com a missão da REPAM.

Que esta caminhada continue a inspirar ações em defesa da vida e da justiça, especialmente nas regiões mais vulneráveis da Casa Comum.

Fonte: CRB

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O Papa na Missa em Singapura: nada de duradouro nasce e cresce sem amor

Na raiz da nossa capacidade de amar e de ser amados, está o próprio Deus, que com coração de Pai nos desejou e nos trouxe à existência de uma maneira totalmente gratuita e que, de forma igualmente gratuita, nos redimiu e nos libertou do pecado e da morte, com a paixão e a ressurreição do seu Filho Unigênito. É n’Ele que tudo o que somos e podemos vir a ser tem a sua origem e o seu pleno cumprimento: disse Francisco na Missa celebrada esta quinta-feira (12/09) no Estádio Nacional de Singapura

Raimundo de Lima – Vatican News

A vida conduz-nos, em última análise, a uma verdade: sem amor, não somos nada. Foi o que disse o Santo Padre na Missa celebrada esta quinta-feira (12/09) em Singapura, última etapa de sua 45ª Viagem Apostólica Internacional, depois de ter visitado a Indonésia, Papua Nova Guiné e Timor-Leste. Trata-se da mais longa viagem apostólica de Francisco, iniciada no dia 02/09 e se conclui amanhã, dia 13.

Na homilia da celebração no Estádio Nacional, diante de 55 mil fiéis, Francisco inicialmente enalteceu a beleza da Cidade-Estado com suas grandes e arrojadas arquiteturas que contribuem para a tornar tão famosa e fascinante recordando que também na origem destas imponentes construções está, em primeiro lugar, o amor: a “caridade que edifica”.

Francisco observou que talvez alguns pensem ser esta uma afirmação ingênua, mas se refletirmos sobre ela, não é bem assim. Com efeito, não há nenhuma obra boa, que não tenha por detrás pessoas talvez geniais, fortes, ricas, criativas, mas ainda assim mulheres e homens frágeis como nós, para quem se não há amor não há vida, nem impulso, nem razões para agir, nem força para construir.

Nada de duradouro nasce e cresce sem amor

“Queridos irmãos e irmãs, se existe e permanece algo de bom neste mundo, é simplesmente porque, em infinitas e variadas circunstâncias, o amor prevaleceu sobre o ódio, a solidariedade sobre a indiferença, a generosidade sobre o egoísmo. Sem isso, ninguém teria sido capaz de fazer crescer aqui uma metrópole tão grande: os arquitetos não teriam projetado, os operários não teriam trabalhado e nada teria sido conseguido.”

Portanto, tudo o que aqui vemos é um sinal, acrescentou o Pontífice. Por detrás de cada uma das obras que temos diante de nós, há tantas histórias de amor a descobrir: homens e mulheres unidos entre si numa comunidade, cidadãos dedicados ao seu País, mães e pais devotados às suas famílias, profissionais e trabalhadores de todos os tipos e graus, empenhados de forma honesta nas suas diferentes funções e tarefas.

E é bom que aprendamos a ler estas histórias, escritas nas fachadas das nossas casas e nos traçados das nossas estradas, e as transmitamos, para nos recordar que “nada de duradouro nasce e cresce sem amor”, ressaltou.

O tesouro mais precioso aos olhos de Deus somos nós

Francisco prosseguiu destacando que a fé confirma-nos e ilumina-nos ainda mais sobre esta certeza, porque nos diz que, na raiz da nossa capacidade de amar e de ser amados, está o próprio Deus, que com coração de Pai nos desejou e nos trouxe à existência de uma maneira totalmente gratuita e que, de forma igualmente gratuita, nos redimiu e nos libertou do pecado e da morte, com a paixão e a ressurreição do seu Filho Unigênito. É n’Ele que tudo o que somos e podemos vir a ser tem a sua origem e o seu pleno cumprimento.

O Papa ressaltou aos fiéis que para além  do deslumbramento diante das obras feitas pelo homem, há uma maravilha ainda maior, a ser abraçada com muito mais admiração e respeito, isto é, os irmãos e irmãs que encontramos todos os dias no nosso caminho, sem preferências nem distinções, como nos mostra a sociedade e a Igreja de Singapura, etnicamente tão diversas e, ao mesmo tempo, tão unidas e solidárias!

“O edifício mais bonito, o tesouro mais precioso, o investimento mais lucrativo aos olhos de Deus somos nós: filhos prediletos do mesmo Pai, chamados por sua vez a difundir o amor.”

A Virgem Maria e São Francisco Xavier

Antes de concluir, o Santo Padre quis recordar duas pessoas. A primeira é Maria, cujo Santíssimo Nome celebramos esta quinta-feira (12/09). “A quantas pessoas o seu apoio e presença deram e dão esperança! Em quantos lábios o seu Nome apareceu e aparece nos momentos de alegria e de dor! Tudo isto porque n’Ela vemos o amor do Pai manifestar-se num dos modos mais belos e totais: o da ternura de uma mãe, que tudo compreende e perdoa sem jamais nos abandonar. Por isso nos dirigimos a Ela!”

O segundo, destacou Francisco, “é um santo muito querido nesta terra, que aqui encontrou hospitalidade por diversas vezes durante as suas viagens missionárias. Refiro-me a São Francisco Xavier, recebido várias vezes neste território, sendo a última no dia 21 de julho de 1552, poucos meses antes da sua morte”. O Papa lembrou do missionário jesuíta as palavras “Senhor, eis-me aqui; que quereis que eu faça?”

Também nós, concluiu o Papa, seguindo o seu exemplo e o de Maria, poderíamos fazer nossas estas palavras:

““Senhor, eis-me aqui, que queres que eu faça?”, de modo que elas nos acompanhem não só nestes dias, mas sempre, como compromisso constante a escutar e a responder prontamente aos apelos de amor e de justiça que, ainda hoje, continuam a chegar-nos da infinita caridade de Deus.”

Fonte: Vatican News

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Singapura, exemplo do que a humanidade pode alcançar se trabalhar em conjunto, diz Papa

"Desde os primórdios da sua presença, a Igreja Católica em Singapura deu uma colaboração muito específica para o progresso desta Nação, especialmente nos domínios da educação e dos cuidados de saúde, contando com o espírito de sacrifício e dedicação dos missionários e dos fiéis católicos. Sempre inspirada pelo Evangelho de Jesus Cristo, a comunidade católica está também na linha de frente no que respeita às obras de caridade, contribuindo significativamente para os esforços humanitários".

Vatican News

A grande consideração pela justiça social e o bem comum, os perigos que as sofisticadas tecnologias e a Inteligência Artificial podem representar para as relações humanas, a colaboração da Igreja Católica para o progresso do país, o incentivo a trabalhar em favor da unidade e da fraternidade, o papel da família, o desenvolvimento sustentável.

Estes foram alguns dos temas abordados pelo Papa no discurso às autoridades, representantes da sociedade civil e o Corpo Diplomático, reunidos no Centro Cultural Universitário da National University of Singapore. Este encontro, seguiu-se à Cerimônia de Boas-Vindas na Parliamente House, com a visita de cortesia ao presidente da República, Sr. Tharman Shanmugaratnam, e o encontro com o primeiro-ministro, Sr. Wong Shyun Tsai.

Francisco começou observando que "a floresta de moderníssimos arranha-céus que parecem emergir do mar", e que deixam impressionados aqueles que pela primeira vez chegam à cidade-Estado, "são um testemunho claro do engenho humano, do dinamismo da sociedade de Singapura e da argúcia empresarial, que encontraram aqui um terreno fértil para se exprimirem", uma história de crescimento e resiliência que é "fruto de decisões racionais e não do acaso", exemplificando com "o forte impulso ao rápido crescimento e transformação do país" dado por Lee Kuan Yew, o primeiro a ocupar o cargo de primeiro-ministro do país entre 1959 e 1990.

Progresso aliado à justiça social 

O Papa recorda que  Singapura não só prosperou economicamente, mas também se esforçou para construir uma sociedade "em que a justiça social e o bem comum são tidos em grande consideração", citando a "dedicação à melhoria das condições de vida dos cidadãos, com políticas sobre a habitação pública, uma educação de elevada qualidade e um sistema de saúde eficiente", esforços estes que espera que continuem a ser realizados "até que todos os singapurenses se encontrem plenamente envolvidos."

A este respeito, o Pontífice chamou a atenção para o risco que comportam "um certo pragmatismo e a exaltação do mérito, com a consequência não intencional de legitimar-se a exclusão dos que se encontram à margem dos benefícios do progresso", ao mesmo tempo que reconhece e louva "as várias políticas e iniciativas postas em prática, tanto para apoiar os mais frágeis – e faço votos que seja dada especial atenção aos pobres e aos idosos "cujo trabalho lançou as bases da Singapura de hoje – como para proteger a dignidade dos trabalhadores migrantes, que tanto contribuem para a construção da sociedade e a quem deve ser garantido um salário justo."

E em relação às sofisticadas tecnologias da era digital e os rápidos desenvolvimentos na utilização da inteligência artificial , disse que podem promover a compreensão e a solidariedade, "podem ser aproveitadas precisamente para nos aproximar uns dos outros em vez de nos isolar perigosamente numa realidade fictícia e intangível."

Mosaico de etnias, culturas e religiões que vivem em harmonia 

Francisco chamou então a atenção para o compromisso das autoridades, que "empenhadas num diálogo construtivo com todos", permitem que cada um dê o seu contributo único para o bem comum e não consentindo que o extremismo e a intolerância ganhem força e coloquem em perigo a paz social. O resultado, é um "mosaico de etnias, culturas e religiões que vivem em harmonia":

O respeito mútuo, a cooperação, o diálogo e a liberdade de professar o seu credo no respeito pela lei comum são condições determinantes para o êxito e a estabilidade de Singapura, pré-requisitos para um desenvolvimento não conflituoso nem caótico, mas equilibrado e sustentável.

Contribuição da Igreja Católica ao progresso e ao diálogo 

Não poderia faltar a menção à contribuição da Igreja Católica para o progresso da Nação, "especialmente nos domínios da educação e dos cuidados de saúde, contando com o espírito de sacrifício e dedicação dos missionários e dos fiéis católicos":

Sempre inspirada pelo Evangelho de Jesus Cristo, a comunidade católica está também na linha de frente no que diz respeito às obras de caridade, contribuindo significativamente para os esforços humanitários e gerindo, para o efeito, várias instituições de saúde e muitas organizações humanitárias, entre as quais a Caritas.

Além disso - recordou o Papa - seguindo as indicações da Declaração Nostra Aetate do Concílio Vaticano II sobre as relações com as religiões não cristãs, "a Igreja tem promovido constantemente o diálogo inter-religioso e a cooperação entre as diferentes comunidades religiosas, num espírito de abertura e respeito mútuo, que são fundamentais para a construção de uma sociedade justa e pacífica."

Confirmar os católicos na fé 

A presença do Sucessor do Apóstolo Pedro em Singapura realiza-se quarenta e três anos após o estabelecimento das relações diplomáticas entre a Santa Sé e Singapura, recordou Francisco, e o objetivo "é confirmar os católicos na fé, exortando-os a prosseguir alegres e dedicados na sua colaboração com todos os homens e mulheres de boa vontade, para construírem uma sociedade civil sã e coesa, em favor do bem comum e de um testemunho cristalino da própria fé."

O Pontífice, ao recordar o papel específico que Singapura tem a desempenhar na ordem internacional, "ameaçada por conflitos e guerras sangrentas", encorajou a "prosseguir o trabalho a favor da unidade e da fraternidade entre os homens, visando o bem comum de todos os povos e Nações, com um critério que não seja excludente nem estreitamente centrado nos interesses nacionais".

Apoio à unidade familiar 

Perante as autoridades, Francisco destacou o papel da família, "que é o primeiro lugar onde cada um aprende a relacionar-se, a ser amado e a amar":

As famílias precisam de ser apoiadas de modo a poderem transmitir os valores que dão sentido e forma à vida, e ensinar os jovens a formar relações sólidas e saudáveis. É louvável, portanto, o esforço de promoção, proteção e apoio à unidade familiar através do trabalho de várias instituições.

Espírito de inclusão e fraternidade 

Ao falar da crise ambiental, o Papa destacou que o empenho de Singapura "no desenvolvimento sustentável e na proteção da natureza é um exemplo a seguir, e a procura de soluções inovadoras para os desafios ambientais pode incentivar outros países a fazer o mesmo":

Singapura é um exemplo brilhante do que a humanidade pode alcançar se trabalhar em conjunto, em harmonia, com sentido de responsabilidade e num espírito de inclusão e fraternidade. Encorajo-vos a prosseguir neste caminho, confiando na promessa de Deus e no seu amor paternal por todos.

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores, que Deus vos ajude a responder às necessidades e expectativas do vosso povo e vos faça experimentar que, através de quem permanece humilde e agradecido, Ele pode realizar grandes coisas em benefício de todos.

Deus abençoe Singapura! - Fonte: Vatican News

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Papa com jesuítas de Singapura: encontro sobre vocações e desafios da Ásia

O único compromisso do primeiro dia de Francisco na cidade-estado, a quarta etapa da viagem ao sudeste asiático e à Oceania, foi o encontro com os irmãos na Casa de Retiros São Francisco Xavier. O Pe. Spadaro: “encontro fraterno com jesuítas envolvidos em lugares de fronteira. Surgiram as figuras de Matteo Ricci e Padre Arrupe, e o Papa ansioso pela sua beatificação”.

Salvatore Cernuzio - Singapura

Matteo Ricci e Padre Pedro Arrupe. Essas duas figuras, que são faróis para a Companhia de Jesus e para a Igreja universal, acompanharam o diálogo de uma hora do Papa Francisco com os jesuítas de Singapura na tarde desta quarta-feira, 11 de setembro. O Pontífice chegou ao microestado insular para a quarta e última etapa da 45ª viagem apostólica, após o último encontro em Dili com os jovens de Timor-Leste. Um dia, esse primeiro de Singapura, dedicado ao descanso, exceto pelo encontro que Jorge Mario Bergoglio quis dedicar a seus irmãos, o terceiro da viagem ao sudeste asiático e à Oceania. O primeiro foi realizado em Jacarta, em 4 de setembro, com 200 jesuítas; o segundo, na terça (10/09), em Dili, com cerca de 40 membros da Companhia de Jesus.

Reunião da família

Em um salão da Casa de Retiros São Francisco Xavier nesta quarta-feira (11/09), local que será a residência do Papa nessa última etapa da viagem, havia 25 jesuítas de diferentes idades, principalmente residentes de Singapura, mas também alguns de outras regiões, como da Malásia. “Havia alguns jovens, até mesmo um recém-ordenado, e alguns mais velhos, alguns até doentes. O Papa foi muito carinhoso com eles”, disse à mídia do Vaticano o Pe. Antonio Spadaro, subsecretário do Dicastério para a Cultura e a Educação, membro da comitiva papal e presente no encontro. “A reunião durou uma hora, como de costume. E, como sempre, foi muito cordial e fraterna, com jesuítas empenhados em locais de fronteira... Depois, o Papa, quis acrescentar outras coisas. Parecia que ele não queria se desligar dessa atmosfera muito íntima e familiar”.

As fotos, divulgadas pelo próprio Spadaro em sua conta no X, mostram um Francisco sorridente e relaxado. Imediatamente o Papa, diz o clérigo, deixou espaço para perguntas. E os tópicos eram muitos e exigentes, começando com os desafios que aguardam a Igreja neste tempo e nestas terras. “O Papa deixou claro que a fé deve entrar nos desafios humanos e enfatizou a importância da Ásia hoje como um continente-chave”, explica o Pe. Spadaro: “assim, os jesuítas são chamados a viver neste lugar que apresenta desafios muito peculiares”.

O “desafio” da oração e o testemunho de Arrupe

Também foi forte a lembrança do Papa sobre a importância da oração, que também é “um desafio”, ou seja, “sempre enfrentar os desafios colocados pela sociedade com um espírito de oração seguindo o modelo do Padre Pedro Arrupe”. Esse é o inesquecível jesuíta de origem espanhola, superior geral da Companhia de 1965 a 1983, proclamado Servo de Deus e cuja causa de beatificação está em andamento. “Várias vezes o Papa Francisco falou da figura desse grande Padre Geral e declarou que está muito próximo a ele e ansioso para chegar a essa beatificação e canonização”.

Vocações e formação

Também não faltaram temas pastorais durante a conversa. “O Papa discutiu, acima de tudo, as vocações e como, por exemplo, elas também estão de fato presentes, ou seja, há pessoas, jovens que querem entrar na vida religiosa, mas que às vezes se assustam com a formação. Portanto, o Papa recomendou que não se mantivesse o nível de exigência baixo”, diz o Padre Antonio Spadaro. Nesse sentido, acrescenta ele, o lembrete da importância de ser formado de maneira elevada e adequada para os desafios de nosso tempo foi positivo.

Espaço às perguntas

Nenhum balanço de Francisco sobre as três visitas feitas (Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor-Leste) durante essa viagem apostólica que está chegando ao fim. “Ainda é muito cedo”, diz o subsecretário do Dicastério para a Cultura e a Educação. A prioridade do Papa foi dar espaço para as perguntas dos vários jesuítas presentes: “ele deixou para perguntas e quis absolutamente permanecer ligado às necessidades e exigências deles".

O exemplo de Matteo Ricci

Na conversa, além da figura de Arrupe, surgiu também a de Matteo Ricci, o grande apóstolo jesuíta da China. “Ele foi outra figura de referência”, enfatizou Spadaro, porque foi um ponto de referência para os jesuítas neste lugar.

Intenções de oração

Um momento que impressionou os presentes foi quando um jesuíta entregou nas mãos do Papa dois grandes envelopes que continham cartas dentro com intenções de oração escritas por vários fiéis. O Pe. Antonio Spadaro conta que o Papa “queria colocar as mãos nos envelopes em que estavam recolhidos e rezar pelas intenções daqueles que as haviam escrito. Um gesto silencioso e intenso”.

Fonte: Vatican News

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Singapura, história e desenvolvimento de um microestado global

A 45ª Viagem Apostólica Internacional do Papa Francisco atingiu a sua fase final: Singapura, a Cidade Leão ("singa", significa leão, e "pura", cidade), voltada resolutamente para o futuro, no centro do corredor chave do Sudeste Asiático e ponto focal para os desafios do futuro: tecnologia, demografia e coexistência etno-religiosa.

Delphine Allaire - Singapura

No cruzamento entre os mundos indiano e chinês, no extremo sul da península malaia, ergue-se uma microcidade cosmopolita onde ordens de magnitude se entrelaçam virtuosamente. Construída em 680 quilômetros quadrados, pequena em tamanho, mas grande em peso econômico, Singapura é a cidade de todos os superlativos materialistas: o segundo maior porto do planeta, o terceiro centro financeiro depois da rival Hong Kong, um cofre regional com um dos maiores PIBs per capita do mundo. Esta próspera potência da Asean cresceu a partir de uma vila de pescadores até que o marinheiro e botânico britânico Sir Thomas Raffles a comprou de um príncipe malaio, em 1819, para abrir uma rota para a China e impedir que os holandeses avançassem na região. Historicamente sem agricultura própria, o país, que já foi uma estação comercial da Companhia das Índias Orientais, sempre esteve nas rotas comerciais e apostou sua sobrevivência no sucesso econômico.

Quadro político parlamentar

Outro legado britânico é o sistema político da cidade. Singapura representa “uma ilha de estabilidade em comparação com outros países vizinhos, por vezes sujeitos a distúrbios, golpes de Estado, insurreições ou manifestações”, explica Eric Frécon, pesquisador baseado na cidade-estado e associado ao Irasec, o instituto de pesquisa sobre o Sudeste Asiático contemporâneo. Este poder forte, “uma democracia iliberal”, explica o pesquisador, tem os meios para impor esta estabilidade. Desde 1959, a vida política tem sido dominada por um partido, o PAP (Partido de Ação Popular), e o Estado teve apenas quatro primeiros-ministros desde que deixou de fazer parte da Federação da Malásia, em 1965, para se tornar um estado soberano. Dois deles se encontraram com o Papa Francisco neste 12 de setembro: no Parlamento, o atual primeiro-ministro, Lawrence Wong, protestante, e no Centro de Retiros São Francisco Xavier onde o Papa está hospedado durante esta etapa de quase 48 horas, Lee Hsien Loong, chefe de governo de 2004 a 2024. O sistema político parlamentar, herdado do modelo britânico, deixa pouco espaço para compromissos sociais. “As últimas greves em Singapura datam de 2013 e nos anos 80. Alguns temas são tabus”, confirma Éric Frécon. Na cidade-estado não é raro encontrar trabalhadores na faixa dos 80 anos. A situação foi agravada pelas crises globais relacionadas com a pandemia e a guerra na Ucrânia. A economia local, dependente do comércio internacional, está sujeita a fortes oscilações e os preços aumentaram nos últimos três anos.

Identidade e demografia

Neste contexto, é dada muita atenção aos idosos e também aos recém-nascidos, que são muito poucos. “Durante o discurso de política geral, em meados de agosto, o governo anunciou a prorrogação da licença paternidade e, de forma mais geral, da licença parental”, explica o pesquisador. As famílias de Singapura estão no centro da atenção do governo - num país onde a taxa de fertilidade é de 1,12 filhos por mulher - e do Papa, que optou por visitar os idosos da Maison Sainte-Thérèse da cidade na manhã de 13 de setembro, fundada pelas Irmãzinhas dos Pobres, e depois, no mesmo dia, os jovens de diversas religiões que estudam no prestigiado Catholic Junior College, que tem 1.500 alunos. Um mosaico étnico-religioso, quatro línguas oficiais, faladas em cada esquina. Esta identidade caleidoscópica, com sotaques malaios, chineses, indianos e ocidentais, reflete-se nas janelas dos arranha-céus que cobrem a cidade que dedica um dia à “harmonia racial”, celebrada nas escolas desta nação composta por 74% de chineses, 14% de malaios, 7% de indianos e mais de 1% de “outros”, ou seja, de euroasiáticos. “O desafio para o governo é encontrar denominadores comuns para formar uma nação”, diz Eric Frécon, citando o serviço nacional, os desfiles e o singlish, o crioulo de Singapura baseado na língua inglesa, como possíveis características unificadoras. Esta curiosa mistura oscila entre influências culturais chinesas e ocidentais, também em termos geopolíticos.

Entre a China e o Ocidente, Singapura está no meio. Ali se realizam exercícios militares estadunidenses e britânicos, bem como treinamento intensivo de funcionários chineses. Uma neutralidade, conclui Frécon, que lhe valeu o apelido de Suíça do Oriente”. Fonte: Vatican News

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Santa Sé: os Estados devem respeitar o Direito Internacional Humanitário

Dom Balestrero, em Genebra, reitera que “a guerra é sempre uma derrota” e que as nações devem “promover a paz e a estabilidade”. Apelo para aderir e respeitar a Convenção sobre Bombas de Fragmentação.

Vatican News

Diante da escalada de conflitos, como na Ucrânia e em Gaza, a Santa Sé reitera com veemência que a guerra é sempre uma derrota para todos. Dom Ettore Balestrero, observador permanente da Santa Sé na ONU em Genebra, Suíça, falando na 57ª Sessão Ordinária do Conselho de Direitos Humanos, em 11 de setembro, em Genebra, nos convida a lembrar que a Declaração Universal dos Direitos Humanos “serve como uma bússola moral”. No entanto, embora o “direito internacional humanitário” seja fundamental “para salvaguardar a dignidade humana”, suas violações continuam causando sofrimento, exacerbando crises humanitárias, minando o Estado de direito e favorecendo a impunidade. Num momento em que “a discriminação, o assédio e a violência estão aumentando e muitas comunidades religiosas, especialmente os cristãos, estão sendo alvo”, Balestrero fala da necessidade de “expandir caminhos seguros e regulares para refugiados e migrantes”. Os Estados, é imperativo, “têm uma obrigação positiva de promover um ambiente que favoreça a liberdade de religião, crença e consciência”, e devem promover a fraternidade humana, dialogando e ouvindo, especialmente quem é mais pobre e menos poderoso, com o objetivo de “proteger a dignidade humana, favorecer a fraternidade humana e promover a paz e a estabilidade”.

Preocupação com as bombas de fragmentação

O observador permanente da Santa Sé, anteriormente, durante a 12ª Reunião dos Estados Partes na Convenção sobre Bombas de Fragmentação, também em Genebra, no dia 10 de setembro, manifestou a preocupação do Vaticano em relação à produção, armazenamento, transferência e ao uso de bombas de fragmentação nos conflitos armados, centrando-se na necessidade de considerar os tratados de desarmamento como "compromissos morais para com as gerações presentes e futuras". Dom Balestrero reiterou então a importância da Convenção sobre Bombas de Fragmentação, indicando que reiterar e respeitar o direito internacional e os acordos internacionais sobre desarmamento não é uma fraqueza, mas “uma fonte nobre de força e responsabilidade para com toda a humanidade”. Perante a retirada dos Estados Partes, a Santa Sé manifesta profunda preocupação e convida as nações a aderirem à Convenção, cuja universalização deve ser considerada uma “obrigação legal”.

Fonte: Vatican News

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Santa Sé para a OEA: promover e defender os valores da democracia

Monsenhor Cruz Serrano falou na sessão extraordinária do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) para comemorar o 23º aniversário da Carta Democrática Interamericana e o Dia Internacional da Democracia. Um dos maiores desafios para o sistema democrático é a crise na política “caracterizada pelo crescimento das oposições, muitas vezes exacerbadas no ambiente digital”

Vatican News

Promover e defender a democracia, respeitando os valores que a inspiram e “que estão na base da sociedade, como a dignidade de toda pessoa humana, o respeito aos direitos humanos e a assunção do bem comum como objetivo e critério regulador da vida política”. Esse é o compromisso ao qual os países signatários da Carta Democrática Interamericana são chamados, porque “se não houver um consenso geral sobre esses valores, o significado da democracia se perde e sua estabilidade fica comprometida”. Foi o que disse monsenhor Juan Antonio Cruz Serrano, observador permanente da Santa Sé junto à Organização dos Estados Americanos (OEA), por ocasião da sessão extraordinária do Conselho Permanente realizada na quarta-feira, 11 de setembro, para comemorar o 23º aniversário da Carta Democrática Interamericana e o Dia Internacional da Democracia.

A crise política atual

Em seu pronunciamento, o diplomata expressou a “particular satisfação” da Santa Sé em relação à intensa atividade desenvolvida pela OEA “para promover e consolidar a democracia” no continente americano, lembrando também que, em numerosas ocasiões, o Papa Francisco falou sobre a democracia, enfatizando “que manter vivas as realidades democráticas é um desafio deste momento histórico”. “Um dos maiores desafios para o sistema democrático é a crise da política”, destacou ainda o observador permanente, “caracterizada pelo crescimento das oposições, muitas vezes exacerbadas no ambiente digital, e pela dificuldade, se não pela incapacidade, de criar soluções comuns e compartilhadas para os problemas que afligem nosso planeta”. É uma crise que “afeta profundamente todos os Estados, sejam eles pequenos ou grandes, economicamente avançados ou em desenvolvimento, antigos ou de recente democracia”, acrescentou monsenhor Cruz Serrano, observando que “a democracia se baseia no respeito mútuo, na possibilidade de todos contribuírem para o bem da sociedade e no fato de que diferentes pontos de vista” não são uma ameaça ao poder e à segurança dos Estados, mas, em um confronto honesto, são mutuamente enriquecedores e permitem que se encontrem soluções para os problemas.

Trabalhar por uma cultura democrática

“A Santa Sé encoraja os Estados membros da OEA a continuar promovendo os valores intrínsecos da sociedade consagrados na Carta Democrática Interamericana, como a liberdade, a igualdade e a justiça social neste continente”, concluiu monsenhor Cruz Serrano. ”Também os encoraja a trabalhar com renovado empenho para criar uma cultura democrática, mesmo onde ela está enfraquecida”. É dessa forma que as liberdades fundamentais podem ser respeitadas, que a dignidade pode ser “defendida” e que a “construção de uma sociedade cada vez mais humana e fraterna” pode ser promovida.

Fonte: Vatican News

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Iraque: a “Festa da Cruz” em Erbil em sinal da unidade de fé

No subúrbio de Ankawa, os cristãos católicos, ortodoxos e assírios quiseram organizar juntos as celebrações da festa de 14 de setembro, em um país onde as comunidades renascem após o período de violência.

Federico Piana - Vatican News

Um evento está ocorrendo em Erbil que pode ser descrito como histórico para o norte do Iraque.  Em Ankawa, um subúrbio da capital do Curdistão iraquiano, localizado no norte do país do Oriente Médio, centenas de cristãos estão participando da “Festa da Cruz”, que começou na segunda-feira, 9 de setembro, e terminará nesta sexta-feira, 13 de setembro. A excepcionalidade, que contém uma alta dose de esperança, é representada pelo fato de que esses cristãos são católicos, ortodoxos e assírios: é a primeira vez que, juntos, eles se alegram plenamente ao recordar a descoberta da Santa Cruz na qual Nosso Senhor morreu para a redenção de todos os homens.

É a primeira vez que, sem pensar no que os divide, mas, acima de tudo, destacando o que os une, eles rezam todos os dias em uma igreja diferente e participam dos vários encontros culturais organizados nas ruas do subúrbio, que se tornam festivos com luzes e cores. Tudo em preparação para a festa litúrgica da Santa Cruz, que ocorrerá em 14 de setembro, para as igrejas que seguem o calendário gregoriano, ou em 27 de setembro, para as que seguem o calendário juliano.

Na abertura das festividades, na última segunda-feira, 9 de setembro, uma grande cruz foi levada em procissão até a Igreja Assíria do Oriente de São João Batista: um momento solene e evocativo pelas músicas cantadas pelo clero e pelos fiéis que seguravam grandes velas acesas, um sinal não apenas de louvor e adoração, mas também de compartilhamento e paz. “As igrejas costumavam celebrar essa comemoração separadamente todos os anos. Mas este ano foi maravilhosamente diferente”, enfatizou dom Bashar Matti Warda, arquieparca da diocese católica caldeia de Erbil, que organizou o evento com a bênção de Mar Awa iii, Patriarca da Igreja Assíria do Oriente, e dos bispos das Igrejas Siro-Católica e Siro-Ortodoxa.

Em seu discurso, o Patriarca Mar Awa iii explicou como “a celebração da Festa da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo representa uma etapa importante do plano divino na Igreja do Oriente. Quando olhamos para a cruz, lembramos os sofrimentos de Cristo, mas também sua gloriosa ressurreição dos mortos. E quando fazemos o sinal da cruz sobre nós mesmos, proclamamos nossa expectativa do seu Segundo Advento e nossa fé na vida eterna”.

A Festa da Santa Cruz não só representa mais um passo concreto na direção do ecumenismo, ao qual a Igreja Católica continua a dar grande importância - basta lembrar a declaração do Papa Francisco na exortação apostólica Evangelii gaudium de que “o compromisso ecumênico responde à oração do Senhor Jesus, que pede que todos sejam um” - mas também é um sinal positivo para o futuro dos cristãos iraquianos: ao longo do tempo, as guerras, a instabilidade política e o surgimento do Estado Islâmico expulsaram milhares de cristãos de todas as denominações do país. Há pouco tempo, o próprio dom Bashar Matti Warda, na ausência de estatísticas oficiais, declarou que “restavam cerca de 300 mil cristãos em todo o Iraque”.  Um número pequeno que, no entanto, não eliminou a esperança, como a festa de Ankawa está provando.

Fonte: Vatican News

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Papa em Timor-Leste: “Nunca mais esquecerei o vosso sorriso”

O Papa Francisco pediu que a fé ilumine as escolhas dos responsáveis políticos do país. Especial destaque para o seu encontro com os jovens no qual lhes disse para viverem em liberdade, compromisso e fraternidade.

Rui Saraiva – Portugal

Decorre ainda a visita do Papa Francisco ao sudeste asiático, naquela que é a sua 45ª Viagem Apostólica Internacional, a mais longa do seu pontificado. Está agora em Singapura depois de ter visitado a Indonésia, a Papua Nova Guiné e Timor-Leste.

Destacamos aqui a visita ao jovem país de língua portuguesa, Timor-Leste, uma nação de um milhão e quatrocentos mil habitantes onde quase 98% da população é católica.

Logo no seu primeiro discurso, a 9 de setembro, na cerimónia com as autoridades, ao lado do presidente Ramos Horta, o Papa Francisco pediu que a fé ilumine os projetos e as escolhas dos responsáveis políticos daquele país.

“A fé, que vos iluminou e susteve no passado, continue a inspirar o vosso presente e o vosso futuro. Que a vossa fé seja a vossa cultura, isto é, que inspire critérios, projetos e escolhas segundo o Evangelho”, disse o Santo Padre.

Difundir o perfume do Evangelho

No segundo dia em Timor, a 10 de setembro, o Papa Francisco encontrou-se na Catedral da Imaculada Conceição, em Díli, com bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos, religiosas, seminaristas e catequistas.

O Santo Padre foi acolhido por D. Norberto do Amaral, bispo de Maliana e presidente da Conferência Episcopal de Timor-Leste, tendo ouvido os testemunhos de quem lutou contra a ocupação indonésia: o padre Sancho Amaral, a Irmã Rosa Sarmento e o senhor Florentino, um catequista de 89 anos. Eles contaram as suas experiências de vida na fé.

A partir destes testemunhos o Papa a todos se dirigiu socorrendo-se de um “episódio de ternura e intimidade” do Evangelho ocorrido na casa dos amigos de Jesus: Lázaro, Marta e Maria. Maria ungiu os pés de Jesus com perfume. Francisco convidou todos os presentes a difundirem o perfume do Evangelho.

“Gostaria de me deter convosco precisamente nisto: o perfume, o perfume de Cristo e do seu Evangelho, que é um dom que vocês têm, um dom que foi dado gratuitamente e que devem guardar e o qual sois chamados a difundir. Guardar o perfume, difundir o perfume”, disse o Papa.

“Vós sois o perfume do Evangelho neste país”, declarou Francisco alertando, contudo, para o facto que este deve ser “guardado com cuidado” como Maria de Betânia o tinha conservado precisamente para Jesus.

“Também nós devemos guardar o amor com que o Senhor perfumou a nossa vida, para que não se dissipe nem perda o seu aroma. O que significa isto? Significa ter consciência do dom recebido, recordar que o perfume não é para nós, mas para ungir os pés de Cristo, anunciando o Evangelho e servindo os pobres”, disse o Santo Padre.

O Papa exortou os presentes a sempre alimentarem a chama da fé. “Não vos descuideis de aprofundar a doutrina cristã, de amadurecer a partir da formação espiritual, catequética e teológica; porque tudo isto serve para anunciar o Evangelho na vossa cultura e, ao mesmo tempo, para a purificar de formas e tradições arcaicas, por vezes supersticiosas”, salientou o Papa.

Francisco pediu que em Timor-Leste a todos chegue o perfume do Evangelho através da reconciliação, da paz e da justiça.

“Também o vosso país, radicado numa longa historia cristã, precisa hoje de um renovado impulso na evangelização, para que chegue a todos o perfume do Evangelho: um perfume de reconciliação e de paz, depois dos sofridos anos da guerra; um perfume de compaixão, que ajude os pobres a reerguerem-se e que suscite o compromisso em levantar os destinos económicos e sociais do país; um perfume de justiça contra a corrupção. E, em particular, o perfume do Evangelho deve ser difundido contra tudo o que humilha, contra o que deturpa, degrada e até destrói a vida humana, contra as chagas que geram vazio interior e sofrimento, como o alcoolismo, a violência e a falta de respeito pela dignidade das mulheres”, declarou.

Na conclusão da sua intervenção, o Papa salientou o belo gesto dos timorenses que quando encontram um sacerdote tomam a sua mão em sinal de bênção. Francisco pediu para que este sinal de afeto não leve os sacerdotes a aproveitarem-se da sua função, mas devem sempre “abençoar, consolar, ser ministro de compaixão e sinal da misericórdia de Deus”.

Através das crianças a proximidade de Deus

Em Dili, na Praça Taci Tolu, o Papa Francisco celebrou Missa para mais de meio milhão de fiéis. Na sua homilia salientou que Timor é um país com muitas crianças e afirmou que a proximidade de Deus se manifesta através de uma criança.

“A proximidade de Deus manifesta-se através de uma criança. Deus torna-se uma criança não apenas para nos maravilharmos e comovermos, mas é também para nos abrirmos ao amor do Pai e nos deixarmos moldar por Ele, para que possa curar as nossas feridas, recompor os nossos desentendimentos, pôr ordem na nossa existência”, disse o Santo Padre.

Liberdade, compromisso e fraternidade

Quarta-feira, 11 de setembro. O Papa encontrou-se com milhares de jovens no Centro de Convenções de Díli, no final da sua visita a Timor-Leste.

Francisco deixou de lado o discurso que estava preparado para os jovens timorenses e manteve com eles um diálogo. Logo no início pediu aos jovens para fazerem barulho testemunhando a sua fé.

Disse aos jovens para não perderem a memória dos sacrifícios que as gerações precedentes fizeram para consolidar o país. “Vocês são herdeiros daqueles que vos precederam fundando esta nação. Por isso, não percam a memória”, salientou o Santo Padre.

Em particular, o Santo Padre lembrou a importância dos idosos para os jovens: “são os avós e os idosos que dão sabedoria aos jovens”, afirmou. E acrescentou ainda que os idosos e as crianças são os maiores tesouros de um povo.

No diálogo com os jovens timorenses, o Papa recordou-lhes que para seguir Jesus é preciso liberdade, compromisso e fraternidade.

Sobre a liberdade, Francisco sublinhou que ser livre não significa fazer o que se quer, mas agir com responsabilidade. “Não percam o entusiasmo da vossa fé. E cuidado com os vícios, porque chegam os chamados 'vendedores de felicidade’. Vendem droga e tantas coisas que dão felicidade por meia hora, nada mais”, frisou o Papa.

Sobre o compromisso, o Santo Padre recordou que Timor tem uma história maravilhosa de heroísmo, de fé, de martírio e, sobretudo, de reconciliação.

A propósito da fraternidade, o Papa afirmou que as diferenças servem para aprender a respeitar. “Diferenças sim, ódio não”, assinalou o Papa que neste seu diálogo deixou bem claro que se sentiu tocado, naqueles dias, pelo sorriso dos jovens de Timor. “Nunca mais esquecerei o vosso sorriso”, declarou Francisco.

Fonte: Vatican News

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São Salvador da Bahia: 184 fiéis instituídos no Ministério de Catequistas

Instituído pelo Papa Francisco em 2021, no Motu proprio “Antiquum ministerium”, o Ministério de Catequista foi destacado pelo pontífice como “uma necessidade urgente para a evangelização no mundo contemporâneo, a ser realizada sob forma secular, sem cair na clericalização”.

Vatican News

A Catedral Basílica de São Salvador ficou lotada na manhã do último domingo, 8 de setembro – Natividade de Nossa Senhora. Todos queriam testemunhar os primeiros a serem instituídos no Ministério de Catequista na Arquidiocese de São Salvador da Bahia: 184, no total. A Celebração Eucarística teve início às 8h, sob a presidência do arcebispo de São Salvador da Bahia, Primaz do Brasil, cardeal Sergio da Rocha, e foi concelebrada pelo bispo auxiliar, dom Dorival Barreto; pelo cura da Catedral, padre José Abel Pinheiro; pelo assistente eclesiástico do Serviço Arquidiocesano de Animação Bíblico-catequética, padre José Carlos Ferreira; e por outros padres do clero da Sé Primacial do país [clique aqui e veja a transmissão da Missa].

“Queridos irmãos, aqui nos reunimos para celebrar esta Eucaristia com o rito de Instituição do Ministério de Catequista. É a primeira vez que nós temos essa graça de realizar esta instituição, uma vez que a decisão do Papa Francisco é recente. Já tivemos no Regional Nordeste 3 a instituição de um catequista de cada diocese, e hoje temos a graça, a alegria de ter a instituição dos nossos catequistas que estão à serviço das nossas comunidades”, disse Dom Sergio no início da Missa.

Ao término da Liturgia da Palavra, o secretário do Serviço Arquidiocesano de Animação Bíblico-catequética, José Carlos Santos Silva, apresentou os que seriam instituídos, chamando-os por forania. José Carlos foi o primeiro da Arquidiocese de Salvador a ser instituído neste Ministério, junto com outros 25 catequistas das arquidioceses e dioceses do Regional Nordeste 3 (Bahia e Sergipe), no último dia 26 de agosto.

Logo após a homilia, ajoelhados, os catequistas foram abençoados pelo Cardeal e, em seguida, receberam crucifixos, entregues por Dom Dorival e pelo padre José Carlos. “O Ministério de Catequista é um serviço precioso prestado à Igreja por esses irmãos e irmãs que hoje foram instituídos, mas que necessitam muito da oração e do apoio da comunidade. Eu peço muito às nossas comunidades que valorizem o Ministério dos nossos catequistas e os acompanhem com a oração, com a presença amiga, com o apoio fraterno. A catequese não é algo que diz respeito só aos ministros instituídos: a comunidade paroquial e as famílias devem também se sentir responsáveis pela catequese”, disse Dom Sergio.

Antes da bênção final, um a um, os catequistas instituídos receberam a Palavra de Deus.

O Ministério de Catequista

Instituído pelo Papa Francisco em 2021, no  Motu proprio “Antiquum ministerium”, o Ministério de Catequista foi destacado pelo pontífice como “uma necessidade urgente para a evangelização no mundo contemporâneo, a ser realizada sob forma secular, sem cair na clericalização”.

Para a Igreja, o catequista tem uma missão importante, sendo chamado a exprimir a sua competência no serviço pastoral da transmissão da fé desde o primeiro anúncio até a preparação para os Sacramentos da Iniciação Cristã (Batismo, Eucaristia e Crisma), incluindo a formação permanente. Mas tudo isso só é possível “através da oração, do estudo e da participação direta na vida da comunidade, para que a identidade do catequista se desenvolva com coerência e responsabilidade”, conforme disse o Papa Francisco ao instituir este Ministério.

Assim, o Ministério de Catequista, intensifica o compromisso missionário dos homens e das mulheres. “Os leigos são antes de tudo chamados a tornar a Igreja presente e atuante nos lugares e circunstâncias em que ela não pode se tornar sal da terra a não ser por meio deles”, conforme afirma a Constituição Dogmática Lumen Gentium.

É importante ressaltar que este Ministério não visa substituir os sacerdotes ou as pessoas consagradas, mas, como leigos, objetiva expressar da melhor maneira possível a vocação batismal com um maior compromisso missionário. “O ministério laical de catequista também tem um forte valor vocacional porque é um serviço estável prestado à Igreja local que requer o devido discernimento por parte do bispo. Ao mesmo tempo, os catequistas devem ser homens e mulheres de fé profunda e maturidade humana”, destacou o Papa.

Fonte: Arquidiocese de São Salvador da Bahia

Fonte: Vatican News

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Brasil sofre com queimadas e papel da Repam ganha força em defesa da Amazônia

A seca histórica e os pontos de queimadas concentrados em biomas como a Amazônia, Pantanal e Cerrado têm afetado o Brasil inteiro que sofre com a fumaça que encobre o céu de uma área equivalente a 60% do território do país, segundo o Inpe. Em meio a esse triste cenário, mas encorajada pelo seu propósito, a Rede Eclesial Pan-Amazônica - Repam - comemora 10 anos de fundação articulando ações em defesa da vida dos povos, dos territórios e da biodiversidade de 9 países da região.

Andressa Collet - Vatican News

Uma Amazônia que encanta e preocupa, afirma o Irmão João Gutemberg Sampaio, secretário-executivo da Rede Eclesial Pan-Amazônica, em vídeo divulgado por ocasião do aniversário de 10 anos de fundação da Repam. Uma Amazônia rica de paisagens e culturas, mas que tem sofrido muita agressão pelo homem e as mudanças climáticas, particularmente hoje, com a seca e as queimadas que têm afetado também biomas como o Pantanal e o Cerrado, gerando tanta fumaça para encobrir o céu das regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil.

Segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), foram registrados mais de 164 mil focos de incêndio no país entre janeiro e início de setembro, sendo considerado o maior número desde o ano de 2010. Os estados mais afetados são Mato Grosso, Pará, Amazonas e Tocantins, que concentram 56% dos pontos de queimada contabilizados desde o início de 2024. No início desta semana, o Brasil tinha quase 5 milhões de km2 cobertos por fumaça: é uma área equivalente a 60% do território nacional, segundo o Inpe.

Uma das formas de prevenção, como concordam os especialistas, é promover ações de conscientização sobre a importância da Amazônia para a humanidade, como tem feito a Igreja, especialmente nesses últimos 10 anos através da atuação socioeclesial da Repam junto a outros organismos e à sociedade, num percurso de comprometimento com temas mais emergentes da região, como justiça social, ecologia integral e defesa dos direitos dos territórios junto aos povos amazônicos. "Precisamos cuidar das pessoas, das comunidades, das culturas, dos territórios e da biodiversidade", afirma Ir. João, ao acrescentar:

"Ao celebrarmos os 10 anos, nós vemos a importância dessa rede de incidência num contexto muito adverso. Uma Igreja que avança no cuidado, já que sempre teve mártires, pessoas dedicadas, muitos agentes de pastoral, homens e mulheres corajosos para cuidar dos povos e defender o ambiente, mas forças adversas que cada vez mais destroem usam a Amazônia como simples fonte de riquezas financeiras e, assim, não cuidam dos povos, mas sempre há muita depredação. No momento da celebração dos 10 anos neste mês de setembro, temos muitas queimadas, temos a seca, frutos dessa dessa crise climática que aflige nossos povos. Então isso nos dá uma visão do que é a importância de estarmos cada vez mais nessa defesa do bem e na defesa da vida para que os povos tenham vida e os nossos territórios não sejam destruídos. A Repam quer ser sempre fonte de vida no coração da Igreja e na defesa dos povos e dos seus territórios."

O apoio do Papa à rede eclesial

As comemorações de aniversário da rede eclesial da Igreja Católica na Amazônia Legal desta quinta-feira (12/09) envolvem inclusive a comunidade internacional, já que a Repam atua em ação coordenada eclesial nos 9 países que compõem a região: além do Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e território ultramarino da Guiana Francesa. Um encontro em modalidade on-line intitulado "10 anos da Repam: memória e profecia" foi realizado a partir da sede das Pontifícias Obras Missionárias (POM) em Brasília. Foi nesse espaço que em 2014, os bispos se reuniram para atender ao desejo da Conferência de Aparecida, realizada em 2007, que em seu documento final destacou a necessidade de “criar nas Américas consciência sobre a importância da Amazônia para toda a humanidade. Estabelecer entre as Igrejas locais dos diversos países sul-americanos, que estão na Bacia Amazônica, uma Pastoral de Conjunto com prioridades diferenciadas para criar um modelo de desenvolvimento que privilegie os pobres e sirva ao bem comum”. E o Irmão João finaliza:

"Uma iniciativa que foi sendo gerada durante muitos anos e que se consolidou em 2013, em um encontro muito importante no Equador, e que depois se concretizou em sua fundação no mês de setembro de 2014 em Brasília, com grande apoio do Papa Francisco, que tinha sido nomeado Papa no ano anterior, e que no ano seguinte à fundação da Repam nos presenteou com a rica Encíclica Laudato si'. Ao celebrarmos os 10 anos da Repam nós estamos celebrando a sua luta e o seu esforço pela defesa dos direitos humanos, pela justiça socioambiental e o bem viver, pela defesa e cuidado dos povos amazônicos, pela grande dimensão missionária das mulheres da sua ação em defesa dos territórios e também na animação mesmo da própria vida pastoral da Igreja, o grande valor das crianças e da juventude que precisam de um futuro melhor, o tema das fronteiras e da comunicação."

Fonte: Vatican News

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Programa Em Romaria: a Ordem dos Clérigos Regulares (Teatinos)

No Programa Em Romaria desta semana conversamos com padre Lucas Gobbo, CR Secretário Provincial dos Teatinos do Brasil, e com Felipe Zangari – Signis Brasil.

Silvonei José - Vatican News

Recebemos em nossa Redação alguns sacerdotes brasileiros teatinos que se encontram em Roma e que neste sábado (14/09) serão recebidos em audiência pelo Santo Padre, no Vaticano.

Na conversa com padre Lucas um pouco da história e do carisma dessa Ordem, bem como a sua atuação em vários países do mundo, entre os quais o Brasil.

Com o Felipe foi sobre a Signs e o trabalho de comunicação com as rádios de todo o Brasil.

Ouça o Programa em Romaria desta semana:

Teatinos

A Ordem dos Clérigos Regulares (Teatinos) é um Instituto clerical de Vida Consagrada Religiosa, que nasceu no dia 14 de setembro de 1524. Nesse dia, João Pedro Carafa, Caetano Thiene, Bonifácio de’Colli e Paulo Consiglieri, quatro homens de fé, comprometidos com o desejo de reformar a Igreja «na cabeça e nos membros», emitem sua profissão religiosa ante o Delegado Pontifício para este efeito, Mons. João Batista Bonciano, bispo de Caserta.

Esse ato encerra um processo iniciado certo tempo atrás quando o sacerdote e jurisconsulto Caetano Thiene se estabeleceu novamente em Roma (1523) e continuou atuando no Oratório do Divino Amor romano. Neste contexto, fez uma profunda amizade com outro membro deste Oratório, João Pedro Carafa, bispo de Chieti ?cidade que, em latim, se denomina Theate e que dá o nome à nossa Ordem «Teatina»? e arcebispo di Brindisi, ademais de examinador do clero romano por vontade do papa Clemente VII.

Os dois clérigos vinham desenhando estes projetos de renovação eclesial, tendo como eixo referencial a disciplina clerical. A ideia-mãe era a formação de um grupo de sacerdotes bem consolidado, ainda que fosse pequeno, que pudesse ser figura e modelo para a vida dos eclesiásticos. Este é o princípio que rege nosso carisma religioso.

As Teatinas, “Sem outra regra além do Amor”

No mesmo ano de 1547, em que “subia” ao céu São Caetano, (quando ofereceu sua vida pela paz da cidade de Nápoles), nascia naquela mesma cidade Úrsula Benincasa.

Com uma personalidade sensível e sonhadora, um dia, Úrsula reuniu um grupo de amigas e familiares com quem estabeleceu uma comunidade de vida consagrada, vivendo em um convento localizado no Monte Sant´Elmo, sempre naquela cidade de Nápoles. Possuíam como objetivo espiritual e apostólico, o desejo de dedicar-se à contemplação das realidades divinas e ajudar as jovens napolitanas a crescerem como mulheres livres e bem preparadas para uma vida cristã.

A Congregação das Religiosas Teatinas da Imaculada Conceição foi fundada pela Venerável Úrsula Benincasa no ano de 1583, em Nápoles (Itália), movida por um único desejo: “A glória de Deus e a salvação das almas”.

Ainda hoje e sempre Iluminadas pelo testemunho de sua fundadora, a Congregação busca viver o lema que inspira suas obras e reflete o verdadeiro ideal cristão para todos os tempos: “Sem outra Regra além do Amor”.

Nossas Constituições dedicam a primeira parte do capítulo VII, à nossa relação fraterna com as religiosas teatinas e afirmam, em particular, que “a Ordem dos Clérigos Regulares e as Religiosas Teatinas da Imaculada Conceição, unidos de maneira peculiar por uma comunhão espiritual, formam-se dentro da Santa Mãe Igreja como uma família religiosa mais ampla, estreitamente ligada pelos laços de caridade e tradição ”, Const. CC.RR., art. 94

Isso nos convida a cada vez mais, avançar no cultivo dessas relações fraternas, a fim de estabelecer pontos de colaboração, que incentivem a assistência mútua no trabalho apostólico, para que esse espírito de solidariedade possa se cristalizar em um sinal claro e tangível de unidade eclesial.

http://www.religiosasteatinas.com/

SIGNIS Brasil

Fundada em 02 de dezembro de 2010 e com sede em São Paulo (SP), a SIGNIS Brasil é uma Associação de Comunicação Católica reconhecida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Filiada à SIGNIS Mundial e a SIGNIS América Latina e Caribe (ALC), tem como lema: “ A comunicação por uma Cultura de Paz. ”

Sua principal missão é animar, unir e congregar profissionais e meios de comunicação católicos para a formação de comunicadores, de forma que possam vivenciar seu carisma através da sinodalidade, em vista de objetivos comuns.

Organizada pelos setores de rádio, tv, impressos e digitais, educomunicação e pesquisa; e jovens. Seus trabalhos e atividades de comunicação são orientados pela Doutrina Social da Igreja e possuem foco nas áreas de cinema e espiritualidade, o Bem Viver, a Cultura de Paz, defesa dos meios comunitários e a liberdade de expressão.

Missão

Animar, unir e congregar profissionais e meios de comunicação católicos e de inspiração cristã do país e formar comunicadores para que vivenciem seu carisma em sinodalidade, a partir de projetos comuns.

História

Iniciada em 2001 com a convergência das associações católicas anteriores, relativas à imprensa, cinema e vídeo, rádio, televisão e profissionais da comunicação, Signis é uma associação católica internacional, com reconhecimento Pontifício.

O nome SIGNIS não é uma sigla, mas constitui-se da palavra Signo que significa sinal e Ignis, fogo. Portanto, move-se como sinal sob a força do Espírito Santo. Esta Associação mundial se organiza por continentes: América do Norte, América Latina e Caribe, Pacífico, Europa, África e Ásia. A SIGNIS tem sede mundial em Bruxelas, conta com membros em 100 países e contatos em tantos outros.

Representa a mídia católica em várias organizações e instituições governamentais e não governamentais. No Brasil sua atuação teve início em 2010 e sua sede está localizada na cidade de São Paulo/SP. Fonte: Vatican News

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Singapura: Francisco sublinha centralidade da dimensão humana no desenvolvimento e pede respeito pelas diferenças

Mais de 50 mil pessoas participaram no maior evento público da visita do Papa

O Papa presidiu hoje à Missa no Estádio Nacional ‘SportsHub’, de Singapura, sublinhando a importância da dimensão humana no desenvolvimento do país, marcado pela diversidade étnica e religiosa.

“Nada de duradouro nasce e cresce sem amor” disse, perante as mais de 50 mil pessoas que participaram no maior evento público da visita, iniciada na tarde de quarta-feira.

Francisco realçou que, por trás de cada obra, “há tantas histórias de amor a descobrir”.

“Homens e mulheres unidos entre si numa comunidade, cidadãos dedicados ao seu país, mães e pais devotados às suas famílias, profissionais e trabalhadores de todos os tipos e graus, empenhados de forma honesta nas suas diferentes funções e tarefas”, indicou.

O Papa chegou ao Estádio Nacional num carrinho de golfe e passou entre os presentes, parando várias vezes para saudar crianças e bebés.

A intervenção destacou os avanços tecnológicos e arquitetónicos do arquipélago, sublinhando que nestas construções “não está em primeiro lugar, como muitos pensam, o dinheiro, nem a técnica, nem sequer a engenharia – sem dúvida, meios úteis – mas sim o amor”.

“Não há nenhuma obra boa que não tenha por detrás pessoas talvez geniais, fortes, ricas, criativas, mas ainda assim mulheres e homens frágeis como nós, para quem se não há amor não há vida, nem impulso, nem razões para agir, nem força para construir”, precisou.

Francisco alertou para a tentação de confiar em si mesmo para obter “riqueza, bem-estar e felicidade”.

“A vida conduz-nos, em última análise, a uma verdade: sem amor, não somos nada”, insistiu.

Singapura tem 5,6 milhões de habitantes e conta com a presença de várias religiões: o budismo é maioritário (26%) e os cristãos são 17%, mas os católicos representam pouco mais de 3% da população; São João Paulo II visitou a cidade-Estado em 1986.

O Papa citou a homilia que o seu antecessor proferiu, há 38 anos, para referir que “o amor é caracterizado por um profundo respeito por todas as pessoas, independentemente da sua raça, do seu credo religioso ou de qualquer outra coisa que as torne diferentes”.

“Além do espanto perante as obras feitas pelo homem, há uma maravilha ainda maior, a ser abraçada com muito mais admiração e respeito, isto é, os irmãos e irmãs que encontramos todos os dias no nosso caminho, sem preferências nem distinções, como nos mostra a sociedade e a Igreja de Singapura, etnicamente tão diversas e, ao mesmo tempo, tão unidas e solidárias”.

A homilia evocou a figura São Francisco Xavier, que passou várias vezes por este território, a última das quais no dia 21 de julho de 1552, poucos meses antes da sua morte.

Francisco pediu que os católicos se inspirem no exemplo do missionário jesuíta, num “compromisso constante a escutar e a responder prontamente aos apelos de amor e de justiça que, ainda hoje, continuam a chegar da infinita caridade de Deus”.

A celebração, em inglês, teve orações em chinês, malaio e tâmil, com uma prece especial pelas vítimas do tufão no Vietname.

O site oficial da visita apresentou um grupo de Malaca – território que esteve sob domínio português entre 1511 e 1641 -, que assume a esperança de que “o Papa Francisco possa visitar a China”.

No final da celebração, depois das palavras de agradecimento do Arcebispo de Singapura, Cardeal William Goh Seng Chye, Francisco regressa de carro à casa de retiros “São Francisco Xavier”, que serve de residência oficial durante esta visita.

O programa da viagem conclui-se esta sexta-feira, incluindo um encontro com bispos e sacerdotes, em privado, cumprimentando ainda os superiores religiosos de Singapura.

A Conferência Episcopal da Malásia, Singapura e Brunei, criada nos anos 60 do século XX, reúne os bispos das três arquidioceses e seis dioceses da Malásia, da Arquidiocese de Singapura e do Vicariato Apostólico do Brunei.

A viagem passa pela Casa de Santa Teresa, instituída em 1935 pelas Irmãzinhas dos Pobres, para o cuidado dos idosos e doentes, atualmente gerida pelo ‘Board of Catholic Welfare Services’ (Conselho dos Serviços Católicos de Assistência Social).

O programa segue no ‘Catholic Junior College’, instituição pré-universitária, fundado em 1975 pela Igreja Católica local.

O espaço acolhe, pelas 10h00 locais (03h00 em Lisboa), o encontro inter-religiosos com jovens, que vai resultar num apelo conjunto.

No final do encontro, o Papa desloca-se para a zona de acolhimento dos estudantes, onde dois jovens lhe apresentaram brevemente a exposição ‘Juntos na Unidade e na Esperança’ e o convidam a completar um quadro.

Francisco vai cumprimentar os 10 líderes religiosos presentes no encontro, antes seguir para o aeroporto internacional de Singapura, dando início ao voo de regresso a Roma, um percurso de 9567 km e 12h35 que sobrevoa os territórios da Indonésia, Malásia, Tailândia, Birmânia, Índia, Paquistão, Afeganistão, Tadjiquistão, Usbequistão, Turquemenistão, Azerbaijão, Geórgia, Turquia, Grécia, Albânia e Itália.

A 45ª visita apostólica do Papa, viagem mais longa do pontificado, iniciada a 2 de setembro, já passou pela Indonésia, Papua-Nova Guiné e Timor-Leste.

Fonte: Agência Ecclesia

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Jornada de crianças migrantes para os EUA é tema na conferência eucarística de Quito 2024

Por Andrés Henríquez

Leyden Rovelo falou sobre o sofrimento de dezenas de milhares de crianças migrantes recém-chegadas aos EUA em palestra na segunda-feira (9) no Congresso Eucarístico Internacional de 2024 em Quito, Equador.

Segundo Rovelo, diretora do ministério hispânico na diocese de Kansas City-St. Joseph, Missouri, EUA, as agências de governo americanas não contabilizaram entre 30 mil e 85 mil desses menores. “Eles não sabem onde estão nossas crianças”, disse ela.

A Igreja e o drama da migração

 “A Igreja Católica reconhece inequivocamente a autoridade legítima das nações soberanas para regular suas fronteiras e administrar os fluxos migratórios”, disse ela.

No entanto, essa posição da Igreja “não constitui um endosso de medidas draconianas ou práticas desumanas”, disse Rovelo. “Em vez disso, ressalta o imperativo de defender a dignidade humana durante todo o processo de controle”.

Rovelo, que também é membro do Grupo Consultivo Hispânico do Departamento de Justiça, Paz e Desenvolvimento Humano da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA (USCCB, na sigla em inglês), falou sobre a declaração da USCCB de 1983 de “que a presença hispano-latina na Igreja americana é uma bênção de Deus para a Igreja e para todo o país”.

Desde 1565, quando a primeira missa no atual território dos EUA foi celebrada em St. Augustine, Flórida, os habitantes do país testemunham como os imigrantes hispânicos “revitalizaram a vida paroquial em todo o país, muitos deles em paróquias cuja população estava envelhecendo”, disse Rovelo.

Ela contou a história de uma mulher que ajudou cuja filha de cinco anos morreu na viagem aos EUA e ela nem lembra em qual país teve que enterrá-la.

 “Esse delicado equilíbrio entre soberania nacional e direitos humanos é a base e a abordagem da Igreja Católica diante do dilema da migração”, disse Rovelo.

O mistério de Deus em tempos de migração

Rovelo falou sobre o fato de que os migrantes são portadores do Evangelho e da imagem de Deus, criados à sua imagem e semelhança. Os migrantes são peregrinos na terra que buscam, como todo mundo, seu destino final no céu, disse ela.

Ela pediu também que as pessoas vissem os migrantes por sua identidade humana, “restaurando nossos corações e mentes”, e não os vissem por meio de rótulos políticos, seu status legal ou fazendo juízos de valor.

“Estamos todos em fuga. Migrantes a caminho de casa. Assim como Cristo é a ponte entre nós e o Pai, nós também somos a ponte entre os migrantes e um lugar melhor”, disse Rovelo.

Por fim, ela falou sobre os esforços da USCCB para aliviar o sofrimento inerente aos processos migratórios, pedindo aos países de origem para que “abordem as causas profundas da migração”, ao mesmo tempo que promovem e fortalecem cada vez mais os seus serviços de apoio aos migrantes e refugiados.

“A Igreja escolheu focar na intenção de 'dar a César o que é de César e dar a Deus o que é de Deus' defendendo o desenvolvimento sustentável, instituições democráticas e políticas que respeitem os direitos humanos e a dignidade humana nos países de origem”, disse ela.

“A Igreja busca criar um ambiente onde as pessoas possam prosperar em seus países de origem, reduzindo assim a compulsão de empreender viagens perigosas”, disse Rovelo.

Fonte: ACIDigital

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Papa Francisco quer que o superior jesuíta Pedro Arrupe seja canonizado

O papa Francisco quer que o padre espanhol Pedro Arrupe, superior-geral dos jesuítas entre 1965 e 1983, seja beatificado e canonizado. O papa falou disso em encontro privado ontem (11) com sacerdotes jesuítas em Singapura.

O anúncio foi feito ao Vatican News, serviço oficial de informações da Santa Sé, pelo padre jesuíta Antonio Spadaro, subsecretário do Dicastério para a Cultura e membro da delegação papal na viagem do papa à Ásia e à Oceania, a quem cabe a divulgação do que o papa fala a seus confrades jesuítas em cada país que visita em suas viagens internacionais.

Um grupo de 25 jesuítas tiveram a oportunidade de falar ontem (11) com o papa e fazer-lhe perguntas num encontro que durou cerca de uma hora na casa de retiros São Francisco Xavier, residência do papa durante sua estadia em Singapura.

 “Havia alguns jovens, até mesmo um recém-ordenado, e alguns mais velhos, alguns até doentes. O papa foi muito carinhoso com eles”, disse o padre Spadaro.

Spadaro disse também que foi um encontro cordial e fraterno, numa atmosfera “íntima e familiar”.

O papa disse também que a fé “deve entrar nos desafios humanos” e falou sobre a importância da oração, ao citar a Ásia como um “continente-chave”.

Depois, Francisco encorajou-os a “sempre enfrentar os desafios colocados pela sociedade com um espírito de oração seguindo o modelo do padre Pedro Arrupe”.

O padre espanhol foi superior geral dos jesuítas de 1965 a 1983, proclamado servo de Deus em 2019 e está com a causa de beatificação em curso.

Quando Arrupe assumiu o cargo, Jorge Mario Bergoglio era um jesuíta de 29 anos com quatro anos de votos perpétuos e ainda a quatro anos de sua ordenação sacerdotal.

Arrupe era uma personalidade global com trânsito e influência muito além da ordem que dirigia e o papa Francisco mostra ter sido muito influenciado por seu superior geral. De Arrupe, vem, por exemplo, a preocupação com os migrantes que tanto marca o papa Francisco. Impressionado com o destino dos “boat people”, vietnamitas que fugiram aos milhares dos comunistas que se instalaram no poder com o fim da guerra do Vietnã, em 1975, e, recusados em todos os países, viveram nos barcos em que fugiram durante anos, Arrupe, que foi provincial dos jesuítas na Ásia, criou um setor específico na ordem para cuidar de refugiados e tornou o tema central para a ordem.

Arrupe era delegado dos jesuítas no Concílio Vaticano II quando o padre Jean Baptiste Janssens, o holandês que fora superior geral dos jesuítas desde 1949, morreu. Janssens havia introduzido na ordem a ideia de “apostolado social”, segundo a qual os jesuítas têm a dupla missão de evangelizar e promover a justiça social.

Respondendo se apoiava os progressistas de sua ordem, Arrupe disse: “Se por progressista se entende aquele que combate as grandes injustiças sociais existentes em todas as partes do mundo, mas sobretudo nos países em vias de desenvolvimento, nós estamos com eles na linha da doutrina social contida nas grandes encíclicas”.

Foi também na Companhia de Jesus sob o comando de Arrupe que, pela primeira vez na história da Igreja, se propôs uma mudança na doutrina moral da Igreja para permitir uma avaliação positiva da homossexualidade. O tema, defendido hoje pelo arcebispo de Luxemburgo, cardeal Jean Claude Hollerich SJ, relator geral do Sínodo da Sinodalidade, e pelo também jesuíta James Martin, convidado pelo papa para tomar parte no sínodo, foi introduzido pelo jesuíta John J. McNeill, americano como Martin, no livro A Igreja e a Homossexualidade, publicado em 1976 e condenado pela Congregação para a Doutrina da Fé. Em fevereiro do ano passado, Hollerich respondeu uma pergunta da agência de notícias católica alemã KNA dizendo achar que está errada a ideia de que o homossexualismo é pecado. “A maneira como o papa se expressou no passado pode levar a uma mudança na doutrina”, disse o cardeal. “Porque acredito que o fundamento sociológico-científico desse ensinamento não é mais correto”, alegou Hollerich sem citar McNeill, mas usando o mesmo argumento exposto no livro de 1976.

Na mesma primeira entrevista, Arrupe defendeu o teólogo jesuíta Teilhard de Chardin (1881-1955). Paleontólogo, além de teólogo, Chardin via a ciência como caminho para tornar o cristianismo relevante para o homem moderno. Seu projeto foi tentar fazer a visão cristã aceitável para alguém com uma visão de mundo científica. Partindo do conceito de evolução defendido por Charles Darwin, Teilhard de Chardin foi o primeiro a formular a ideia de que Deus é o ponto culminante da evolução do universo criado, rompendo, assim, a divisão radical entre imanência, o que pertence à ordem do criado, e transcendência, a esfera própria de Deus.

“A meta do caminho do universo situa-se na plenitude de Deus, que já foi alcançada por Cristo ressuscitado, fulcro da maturação universal”, escreveu o papa Francisco no número 83 de sua encíclica Laudato sì, remetendo explicitamente, em nota de rodapé, à “contribuição do P. Teilhard de Chardin”.

“O fim último das restantes criaturas não somos nós. Mas todas avançam, juntamente conosco e através de nós, para a meta comum, que é Deus, numa plenitude transcendente onde Cristo ressuscitado tudo abraça e ilumina”, escreve o papa reabilitando informalmente o padre Teilhard de Chardin. O então Santo Ofício, depois Congregação e hoje Dicastério para a Doutrina da Fé, havia condenado as teses do jesuíta em 1962 por conterem “ambiguidades tais, e até mesmo graves erros, a ponto de lesar a doutrina católica”.

“Várias vezes o papa Francisco falou da figura desse grande padre geral e declarou que está muito próximo a ele e ansioso para chegar a essa beatificação e canonização”, disse Spadaro.

O papa também falou com os jesuítas sobre as vocações ao sacerdócio e encorajou-os a “diminuir as exigências”, já que muitos jovens sentem a vocação, mas “se assustam com a formação”.

O papa também falou sobre o exemplo do padre jesuíta Matteo Ricci, “grande apóstolo jesuíta da China” e um “ponto de referência” para os jesuítas. Matteo Ricci foi o criador do que se chama hoje “inculturação”. Ele propôs, no século XVII, que o culto aos antepassados fosse acrescentado à doutrina católica na China, para facilitar a evangelização. Sua ideia não foi aceita pela Santa Sé.

No final do encontro, um dos padres aproximou-se do papa Francisco com várias bolsas contendo petições escritas por fiéis do país. O papa colocou a mão sobre elas e rezou em silêncio.

Fonte: ACIDigital

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Do dia 11/9/2024

Inscrições abertas para a VI Missão Jovem na Amazônia que acontecerá em Marabá

De 7 a 15 de dezembro, Marabá (PA) sediará a VI edição da “Missão Jovem na Amazônia”. Com o tema “Jovens, Peregrinos da Esperança” e o lema inspirado na carta aos Romanos (12,12) — “Alegres na Esperança” —, a missão oferece uma jornada profunda de fé e serviço, alinhada com a preparação para o Jubileu de 2025. Organizado pela Comissão Episcopal para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em parceria com a diocese amazônica, o encontro visa fortalecer o compromisso dos jovens com a Igreja e promover a conscientização sociocultural.

Entre os objetivos destacados pela Comissão, estão ampliar a visão e o amor pela Igreja, levando os jovens a conhecer novos contextos eclesiais e culturais; estimular o protagonismo e o compromisso com uma vida significativa, marcada pelo serviço ao próximo; fomentar o voluntariado e o engajamento eclesial, tanto na Amazônia quanto nas comunidades de origem dos participantes; e conhecer a Amazônia, com toda a sua riqueza natural e desafios, promovendo uma conscientização ecológica e social da região tão importante para o Brasil e o mundo.

Inscrições

Até 30 de outubro de 2024, às 19h (horário de Brasília).

Requisitos: Ter 18 anos ou mais, enviar carta de apresentação e recomendação do bispo, pagar taxa de R$ 80,00 via Pix (chave: diocese.maraba@gmail.com), e arcar com custos de traslado.

Fonte: CNBB

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Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB realiza encontro ampliado em Brasília

Membros de todos os organismos e instituições vinculados à Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) estão reunidos em Brasília (DF) nesta semana. Iniciado ontem, 10, o Encontro Ampliado tem a participação de mais de 90 pessoas, entre bispos, religiosos e religiosas, seminaristas, formadores, padres e membros de institutos seculares.

O encontro ocorre até amanhã, 12, com o objetivo de motivar e preparar uma boa vivência do jubileu 2025. Além de ser espaço de reflexão sobre as atividades realizadas e o planejamento do trabalho pastoral.

O bispo auxiliar de São Paulo (SP) e presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, dom Ângelo Ademir Mezzari, manifestou alegria pelo número expressivo de participação de todas as partes do Brasil, representando seus organismos e instituições, e destacou a oportunidade de aprofundar o tema do Jubileu 2025 e do Sínodo sobre a Sinodalidade.

    “Esse ano, estamos refletindo o tema do Ano Jubilar e a caminhada sinodal. A proposta consiste, à luz da Palavra de Deus, olhar a vivência desse Jubileu, as várias situações e realidades desse caminho de unidade, de comunhão, de participação em vista da missão. É um momento especial de muita partilha, adotando a metodologia da conversação espiritual que permite ouvir as luzes, os sons e as vozes do Espírito para vivermos bem a nossa missão e vocação”, contou.

Caminhada sinodal

O encontro ampliado da Comissão para os Ministérios Ordenados teve início com a missa presidida por dom Ângelo. Em seguida, o padre Miguel Filho, que é religioso jesuíta e um dos assessores do Sínodo sobre a Sinodalidade, explicou sobre a metodologia de “conversa no Espírito”, adotada na assembleia sinodal para discernimento comunitário.

    “A escuta é o centro do discernimento comunitário. É uma escuta compartilhada, uma graça que nos desafia à conversão, exigindo que deixemos de lado nossos próprios interesses para focar no outro e na vontade do Espírito, que fala através de todo o grupo”, afirmou padre Miguel.

Dom Ângelo destaca o evento como “um caminho muito bonito de unidade, de partilha e de comunhão”. Dele, fazem parte instuições e organismos que atuam na Pastoral Vocacional, na formação nos seminários, na vida e na pastoral presbiteral, na vida religiosa consagrada, nos institutos seculares, os bispos eméritos e a Ordem das Virgens.

O encontro ampliado foi antecedido pelo Fórum das Instituições da Comissão, considerado “um espaço de comunhão e crescimento mútuo”. Os presidentes e coordenadores presentes compartilharam experiências e realizaram a prestação de contas, com contribuições dos assessores da comissão.

Fonte: CNBB

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CRB Nacional destaca ações na Amazônia durante Encontro de Comunicadores promovido pela REPAM

Na última terça-feira, 10 de setembro, a Conferência dos Religiosos do Brasil marcou presença no Encontro de Comunicadores da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM). Realizado no Centro Cultural Missionário (CCM), em Brasília-DF, o evento, promovido pela Repam, reuniu comunicadores de diversas Instituições com o objetivo de compartilhar experiências e construir uma rede de comunicação sólida e articulada voltada para a Amazônia.

Representada pela Assessora do Setor de Comunicação da CRB Nacional, Irmã Neusa Santos apresentou estratégias de comunicação da Conferência, destacando as ações voltadas para a Região Amazônica. Irmã Neusa detalhou o processo de desenvolvimento de iniciativas voltadas para dar visibilidade aos povos da Amazônia e promover causas socioambientais.

O encontro proporcionou a troca de saberes e a construção de uma comunicação mais colaborativa, reafirmando o compromisso de entidades como a CRB Nacional com a preservação e a justiça socioambiental.

O evento faz parte das celebrações dos 10 anos da Repam, fundada em 2014, em Brasília-DF, com a missão de fortalecer a rede de defesa da vida, dos povos e do bioma amazônico.

Fonte: CRB

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Papa se despede de Timor-Leste e inicia nova etapa: Singapura

Do Centro de Convenções, onde se reuniu com a juventude timorense para seu último compromisso, Francisco se dirigiu diretamente ao Aeroporto Internacional Nicolai Lobato de Dili, rumo à próxima e última etapa desta peregrinação: Singapura.

Vatican News

"Jamais esquecerei o sorriso de vocês": com estas palavras dirigidas aos jovens, o Papa se despediu de Timor-Leste, a terceira etapa de sua 45a Viagem Apostólica Internacional.

Do Centro de Convenções, onde se reuniu com a juventude timorense para seu último compromisso, Francisco se dirigiu diretamente ao Aeroporto Internacional Nicolai Lobato de Dili, onde o aguardava o presidente de Timor, José Manuel Ramos-Horta.

Depois da breve cerimônia de despedida, o Pontífice embarcou para a próxima e última etapa desta peregrinação: Singapura. 

São quatro horas de voo, sobrevoando a Indonésia, 2.640 km percorridos e uma hora a menos de fuso horário. Após o acolhimento oficial no Aeroporto Internacional que será feito pelo Ministro da Cultura, o Papa se dirigirá ao Centro de Retiros São Francisco Xavier, que o hospedará até 13 de setembro. O único compromisso previsto esta quarta-feira é o encontro em forma privada com os membros da Companhia de Jesus.

Fonte: Vatican News

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Francisco chega a Singapura, última etapa da viagem apostólica à Ásia e Oceania

O Papa aterrissou no Aeroporto Changi de Singapura vindo de Díli, para uma visita que encerra a peregrinação que o levou à Indonésia, Papua Nova Guiné e Timor-Leste. Hoje, o encontro privado de Francisco com os Jesuítas do país, amanhã os primeiros eventos oficiais.

Vatican News

O Papa chegou a Singapura, última etapa da 45ª Viagem Apostólica Internacional de Francisco, a mais longa de seu pontificado, que começou em 2 de setembro e terminará daqui a dois dias, no dia 13, e que o levou à Indonésia, Papua Nova Guiné e Timor-Leste nos últimos dias.

Vindo de Díli, o Airbus A320 da Aereo Díli aterrissou no Aeroporto Changi de Singapura às 8h53, horário italiano, 14h53, horário local. Ao pé da aeronave, Francisco, como previsto, foi recebido pelo Ministro da Cultura, Comunidade e Juventude e pelo Embaixador de Singapura junto à Santa Sé, com quem está marcada uma breve conversa, depois da qual, no átrio do Complexo VIP, quatro crianças, dois meninos e duas meninas, deram as boas-vindas ao Papa com uma dança e flores e um grande aplauso coral. O único compromisso de hoje é o encontro privado com os membros da Companhia de Jesus presentes no país, no Centro de Retiros São Francisco Xavier, estrutura em que se realizam retiros espirituais desde 1997, onde o Papa residirá durante sua permanência a Singapura.

Eventos de amanhã

Amanhã, quinta-feira (12/09), penúltimo dia da viagem apostólica do Papa Francisco, será aberto com a cerimônia de boas-vindas no Parlamento, com as boas-vindas do presidente de Singapura, Tharman Shanmugaratnam, seguida da visita de cortesia do Papa ao chefe de Estado e posteriormente ao primeiro-ministro, Wong Shyun Tsai. Posteriormente, no Teatro do Centro Cultural Universitário da “National University of Singapore”, haverá o encontro com as autoridades, a sociedade civil e o corpo diplomático, durante o qual Francisco fará o seu primeiro discurso em Singapura. Os outros eventos do dia incluem uma visita privada ao ex-primeiro-ministro Lee Hsien Loong, no Centro de Retiros São Francisco Xavier. Encerra o dia, Memória do Santíssimo Nome de Maria, a Santa Missa no Estádio Nacional de Singapura.

Fonte: Vatican News

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Papa aos jovens de Timor-Leste: "Façam barulho e respeitem os idosos"

Francisco deixou de lado o discurso preparado para os jovens timorenses e manteve com eles um longo diálogo sobre família e amor à pátria. E insistiu em dois conselhos: fazer barulho e respeitar os mais velhos.

Vatican News

O encontro com a juventude encerrou a visita do Papa a Timor-Leste. O Centro de Convenções de Dili acolheu cerca de três mil jovens dentro e fora da estrutura, aos quais mais uma vez Francisco manifestou sua maravilha por conhecer um país onde mais da metade da população tem menos de 30 anos, e que carrega consigo o sorriso nos lábios.

As gerações precedentes se sacrificaram para consolidar o país e agora cabe a esta nova geração continuar o trabalho. "Vocês são herdeiros daqueles que os precederam fundando esta nação. Por isso, não percam a memória."

Para isso, afirmou o Pontífice, é preciso entusiasmo, sonhar coisas grandes, como indica a Exortação apostólica pós-sinodal Christus vivit. Aliás, este documento foi citado no testemunho de um dos jovens e a partir dele Francisco aprofundou três conceitos: liberdade, compromisso e fraternidade.

Ser livre não significa fazer o que se quer, mas agir com responsabilidade. "Não percam o entusiasmo de sua fé. E cuidado com os vícios, porque chegam os chamados 'vendedores de felicidade. Vendem droga, tantas coisas que dão felicidade por meia hora, nada mais." 

Sobre o compromisso, o Pontífice recordou que Timor, "este país tão sorridente", tem uma história maravilhosa de heroísmo, de fé, de martírio e, sobretudo, de fé e reconciliação. E falou ainda dos maiores dois tesouros de uma sociedade: as crianças e os idosos.

Por fim, a respeito da fraternidade, o Papa afirmou que as diferenças servem para aprender a se respeitar. Diferenças sim, ódio não! E o Papa concluiu com os dois conselhos repetidos inúmeras vezes: façam barulho e respeitem os idosos.

Francisco parecia não querer deixar Timor-Leste; agradeceu pelo acolhimento e afirmou: "Jamais esquecerei o sorriso de vocês. Não deixem de sorrir."

Jovens

Para o jovem Natalino de Jesus Dias, membro da Comissão Juventude Católica Timorense a visita do Papa foi uma graça que deve ser compartilhada com os outros jovens. Em entrevista ao padre Bernardo Suate, enviado da Rádio Vaticano - Vatican News, ele explica que na sequ~encia do Sinodo de 2012, os jovens estão a aprofundar nas paróquias e dioceses os documentos do Papa Francisco:

Fonte: Vatican News

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Cardeal Virgílio: Timor-Leste confirma a força na fé com presença do Papa

Um país de maioria católica e vivendo a construção de uma nação independente há duas décadas, recebeu a visita do Papa Francisco para confirmar a identidade de "sermos timorenses e sermos católicos", afirmou o cardeal Virgílio do Carmo da Silva, arcebispo de Dili. A presença do Pontífice "é para afirmar mais a nossa identidade, para dizer aos timorenses que somos: primeiro, pequeno como país, mas temos uma coisa diferente que é ser católico".

Pe. Bernardo Suate e Andressa Collet - Vatican News

A terceira etapa da viagem apostólica do Papa Francisco neste início de setembro foi vivida num ambiente caracterizado pelo cardeal Virgílio do Carmo da Silva como "uma festa da fé da Igreja católica de Timor-Leste, depois de 35 anos da primeira visita do Papa João Paulo II e, também, a primeira visita para a nossa pátria, como nação soberana", já que o país declarou independência da Indonésia em 20 de maio de 2002 com a intervenção de uma força de manutenção da paz da ONU. A própria Igreja católica local teve um papel decisivo nesse processo.

A presença histórica do Papa Francisco ao país foi acompanhada diretamente pelo arcebispo de Dili, que confirmou em entrevista a Bernardo Suate, da Rádio Vaticano-Vatican News, que o Pontífice ficou realmente comovido com o povo do Timor-Leste. E não só, declarou o purpurado, a população com maior porcentagem de católicos "comoveu o mundo inteiro, através das mídias sociais. Isso pra falar sobre a força do povo, a força da fé que está neste país jovem".

"Somos timorenses e somos católicos", reforçou o cardeal

Uma força que foi incentivada pela Igreja que, nos últimos três meses, em preparação à visita do Papa Francisco a Timor-Leste, promoveu uma formação aos fiéis, inclusive destinada a acadêmicos e líderes políticos, para compreender o lema da visita do Pontífice ao país, sobre a fé ser a própria cultura. Mesmo tendo vivido períodos de muito sofrimento e desespero quando era colônia, a mensagem da Igreja - tanto durante a visita de JP II como de Francisco - sempre foi de se manter firmes na fé. E o cardeal aprofundou:

"Nestas duas décadas de transição, nesse processo de construção de um país e de uma nova identidade como nação neste canto do mundo, a visita do Papa é para afirmar e confirmar mais a nossa identidade, para dizer aos timorenses que somos: primeiro, pequeno como país, mas temos uma coisa diferente que é ser católico. Nós não somos indonesianos e nem australianos, mas somos timorenses e temos a nossa identidade própria: somos timorenses e católicos. Essa é a mensagem que o Papa deixou aos timorenses: de enraizar mesmo esse processo da nossa identidade cultural e da crença da fé."

A mensagem do Papa às crianças e jovens de Timor

O cardeal reforçou ainda outras mensagens importantes deixadas pelo Papa ao país. Aquela muito forte aos jovens, para continuarem "sendo alegres e fazendo barulho", uma coisa "que eu também quero nos jovens", enfatizou o purpurado. E, ainda, sobre o respeito aos idosos, finalizou o arcebispo de Dili: "eu gostaria de sublinhar aos nossos jovens e crianças para continuar a desenvolver continuamente essa atitude de respeito na família, na sociedade e no país. Quanto mais cultivarmos em nossos corações essa atitude de respeitar os outros, acho que será um grande passo para o Timor fazer a diferença, que começa mesmo hoje, após a visita do Papa".

Fonte: Vatican News

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Timor-Leste: histórias de fé e de martírio na Igreja timorense

O Papa concluiu esta quarta-feira (11/09) a histórica visita a Timor-Leste, no âmbito de sua 45ª Viagem Apostólica Internacional. Antes de deixar a pequena nação do sudeste asiático, em seu último compromisso em terras timorenses, Francisco encontrou os jovens aos quais ressaltou que este país tem “uma história maravilhosa de heroísmo, de fé, de martírio e, sobretudo, de fé e reconciliação”. Nesse contexto, trazemos aqui uma página desta história de fé e de martírio na Igreja timorense

Vatican News

O Timor-Leste tem “uma história maravilhosa de heroísmo, de fé, de martírio e, sobretudo, de fé e reconciliação”, disse o Papa Francisco, falando aos jovens timorenses, em seu último encontro antes de deixar a pequena nação católica do sudeste asiático e seguir para Singapura, última etapa de sua 45ª Viagem Apostólica Internacional, depois de ter visitado, inicialmente, a Indonésia e Papua Nova Guiné.

Timorenses celebram seus missionários mártires

Aquela história foi escrita sobretudo durante a fase mais sangrenta do conflito com a Indonésia, na época do referendo de independência em 1999, quando bandos armados pró-Indonésia realizaram massacres e violência indiscriminada antes que o exército de ocupação deixasse o território timorense. Os representantes da Igreja também sofreram: o bispo de Baucau foi ferido, outros foram forçados a fugir, padres, consagrados, catequistas e seminaristas perderam suas vidas.

Entre os “agentes pastorais violentamente assassinados” estão Tarcisius Dewanto, jesuíta, Hilario Madeira e Francisco Soares, nativos do Timor-Leste, três sacerdotes que prestavam serviço pastoral na Igreja católica de Suai. Eles foram mortos em 6 de setembro de 1999 e hoje, em sua memória, a comunidade dos batizados do Timor-Leste celebra o Dia dos Missionários Mártires.

Testemunhas do Evangelho até o fim

Os padres fizeram escudo com seus corpos para tentar evitar o massacre de 100 civis. Cinco dias após o massacre de Suai, Karl Albrecht, um jesuíta alemão de 70 anos que havia chegado à Indonésia em 1959, também foi morto a tiros em sua casa.

Na cidade de Dare, o padre Francisco Barreto, então diretor da Caritas local, foi morto. Mais a leste, entre Dili e Baucau, em 25 de setembro, duas religiosas canossianas foram assassinadas junto com alguns seminaristas e leigos quando estavam a caminho para prestar socorro aos desabrigados.

Ao lado da população, deram a vida pelos indefesos

Elas eram a irmã Erminia Cazzaniga, italiana, e a irmã Celeste de Carvalho Pinto. Hoje, o Grupo Missionário de Sirtori, local de nascimento da irmã Erminia, na província de Lecco, na Lombardia, norte da Itália, está coletando material para promover a causa a fim de que seja proclamado seu martírio.

Após a votação pela independência, milícias leais, apoiadas pelo exército indonésio, lançaram uma campanha punitiva que matou cerca de 1.400 cidadãos timorenses e forçou a fuga de mais de 300 mil pessoas. Sacerdotes, irmãs, religiosos e catequistas poderiam facilmente ter deixado a ilha, mas, animados pela fé e pela caridade, escolheram ficar ao lado da população e dar suas vidas pelo povo indefeso até o fim. (com Fides) - Fonte: Vatican News

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Cardeal Goh: magnatas de Singapura também precisam da misericórdia de Cristo

A experiência da misericórdia de Cristo é o inesperado que pode ocorrer de muitas maneiras surpreendentes, mesmo na Cidade-Estado, na corrida para encarnar o sonho da perfeição tecnológica funcional e da coexistência harmoniosa. É o que conta o cardeal Willliam Goh Seng Chye, arcebispo de Singapura, em uma ampla entrevista publicada esta quarta-feira, 11 de setembro, no dia em que o Papa Francisco chegou à nação insular para a quarta e última etapa de sua 45ª viagem Apostólica Internacional

Vatican News

Mesmo em Singapura, que há muito tempo está no topo da lista das nações mais ricas do mundo, a proclamação da salvação confiada à Igreja não passa por “discursos de sabedoria humana” (Santo Inácio de Antioquia), mas pelo testemunho de corações pobres apaixonados por Cristo. E a experiência da misericórdia de Cristo é o inesperado que pode ocorrer de muitas maneiras surpreendentes, mesmo na Cidade-Estado, na corrida para encarnar o sonho da perfeição tecnológica funcional e da coexistência harmoniosa. É o que conta o cardeal Willliam Goh Seng Chye, arcebispo de Singapura, em uma ampla entrevista - concedida em inglês - que a agência missionária Fides traz nesta quarta-feira (11/09), no dia em que o Papa Francisco chegou à nação insular, para a quarta e última etapa de sua 45ª Viagem Apostólica Internacional: nessa longa viagem apostólica o bispo de Roma que já visitou a Indonésia, Papua Nova Guiné e Timor-Leste.

Como a fé em Cristo pode ser comunicada hoje em Singapura? Há algum método especial para comunicar a fé em vossa sociedade?

A primeira coisa que sempre lembro ao nosso povo é que estamos construindo uma Igreja vibrante, evangelizadora e missionária, não uma Igreja de “conservação”. Queremos que os católicos e os agentes eclesiais estejam vivos em sua fé, que se expressa em seu zelo evangelizador e missionário. Mas sem uma fé pessoal em Cristo, se não estivermos apaixonados por Ele, não haverá missão. E como podemos cumprir essa missão? A dimensão mais importante da comunicação da fé em Singapura é levar as pessoas a um encontro pessoal e à conversão em Cristo. Isso se dá se elas experimentarem pessoalmente Seu amor e misericórdia divinos e a vida renovada pela obra do Espírito Santo. As pessoas podem ser levadas a esse encontro pessoal por meio de retiros, cultos vibrantes e celebrações eucarísticas cheias de fé, testemunhando a obra de Deus em suas vidas, compartilhando a Palavra de Deus e envolvendo mais pessoas no ministério em tempo integral na Igreja, sobretudo a geração mais jovem. Ao mesmo tempo, há a necessidade de aumentar o grupo de voluntários, mas não apenas de pessoas dispostas, mas de pessoas que encontraram o Senhor.
Depois, há um grupo importante de pessoas que chamo de “ministério de São Mateus” sobre o qual precisamos trabalhar...

A quem o senhor está se referindo?

Esse é um grupo específico de pessoas que pode ser de grande ajuda para apoiar a Igreja na realização de sua missão: são profissionais influentes, ricos e cheios de recursos. Mas precisamos converter esses “cobradores de impostos” (como era o apóstolo Mateus, ndr), ajudando-os a se apaixonarem por Cristo. Se eles encontrarem Cristo, suas vidas serão radicalmente transformadas e eles oferecerão livremente suas habilidades e recursos para ajudar a missão da Igreja. Sobretudo, depois de terem encontrado o Senhor, eles levarão também outros “cobradores de impostos” a Ele e teremos um grupo crescente de profissionais e amigos influentes que nos ajudarão a entrar em contato com o mundo e a levar o Evangelho a eles. A verdade é que Cristo não veio para os saudáveis, mas para os doentes. Entre os doentes estão também aqueles que são bem-sucedidos no mundo, mas sentem o vazio em suas vidas sem Deus. Eles também precisam ser salvos. Igualmente importante é a necessidade de promover o crescimento de pequenas comunidades cheias de fé, de modo que elas possam se reunir não apenas para fazer coisas pela Igreja, mas também para compartilhar sua fé, sobretudo orando juntas e compartilhando a Palavra de Deus. Devemos fazer de modo que cada membro da comunidade católica possa pertencer a uma pequena comunidade de fé. Dessa forma, ao pertencer a uma comunidade de fé, as pessoas não caminharão sozinhas, mas sempre com o apoio de seus companheiros. Isso é ainda mais importante quando se trata de ajudar nossos jovens a crescer na fé e a se engajar na Igreja. Muitos jovens deixam a Igreja após o sacramento da confirmação, porque não pertencem a nenhuma comunidade de fé na Igreja. É por isso que também devemos tornar a igreja um lugar acolhedor para todos e não colocar obstáculos no caminho daqueles que desejam vir à igreja. Não devemos erguer barreiras e regras que dificultem a ida das pessoas à igreja para adorar ou orar.

Singapura é um dos países mais ricos do mundo. Mas também há pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza....

Além da proclamação explícita da boa nova, nossa Igreja tem duas grandes organizações com mais de 45 grupos afiliados que atendem aos pobres e marginalizados em Singapura e no exterior. Vemos a obra de caridade como um componente importante e essencial do trabalho de evangelização. A Igreja respira com dois pulmões: a dimensão espiritual da fé e a obra de caridade. Se as pessoas não experimentarem concretamente a misericórdia de Deus em suas vidas, nossa proclamação do Evangelho apenas com palavras não poderá mudar vidas. Mas é igualmente importante que nossas organizações de caridade não sejam reduzidas a meras organizações humanitárias ou ONGs. Elas devem estar prontas para proclamar a Boa Nova e se tornar conhecidas como realidades animadas pelos discípulos de Cristo, que, portanto, dão vida às obras de caridade. Isso não significa que nos empenhamos num proselitismo agressivo, mas devemos encontrar oportunidades para compartilhar a Boa Nova de Jesus, e não apenas fornecer ajuda material e temporal aos necessitados, porque eles também precisam do Evangelho para encontrar a salvação para suas almas, e não apenas para seus corpos.

Em vossa cidade hipertecnológica, o trabalho da Igreja também faz uso amplo de novas tecnologias...

Embora o melhor meio de evangelização seja o testemunho pessoal de Cristo aos outros por meio de nossas palavras e vidas, também devemos aproveitar os instrumentos da mídia social para nos ajudar a divulgar a Palavra de Deus e compartilhar nossa fé com os outros. Na arquidiocese, a mídia digital da Igreja nos ajuda a nos comunicar com todos os católicos que baixam nosso aplicativo Catholic.sg. Temos o Escritório de Comunicação para comunicar o Evangelho a todos em plataformas impressas, radio-televisivas e digitais. Isso é particularmente importante para a geração mais jovem. Mas as ferramentas continuam sendo ferramentas. Se não tivermos pessoas movidas pela fé, as melhores ferramentas não levarão à verdadeira conversão nem tocarão o coração de ninguém. Precisamos de testemunhas apaixonadas de Cristo como nosso Senhor e Salvador. No trabalho de evangelização, devemos confiar acima de tudo nas orações e em Sua graça, não apenas em técnicas e estratégias ou no trabalho árduo.

Que experiências missionárias foram mais importantes para o nascimento da Igreja em Singapura?

A Igreja é o que é hoje graças a nossos antepassados e aos missionários que trouxeram a fé para Singapura. Temos uma dívida eterna com as Irmãs do Menino Jesus, os Irmãos de La Salle, os Irmãos Gabrielistas, as Irmãs Canossianas e as Missionárias Franciscanas de Maria por oferecerem educação e serviços sociais aos pobres. Também somos gratos à Divina Maternidade Franciscana de Maria, que fundou o primeiro hospital em Singapura. Acima de tudo, a Igreja é o que é hoje graças aos Padres das Missões Estrangeiras de Paris (MEP), que iniciaram a Igreja em Singapura em 1833 com o estabelecimento da primeira capela católica, que mais tarde se tornou a Catedral do Bom Pastor. Sem sua contribuição, seus sacrifícios, sua generosidade e, sobretudo, sua fé, a Igreja não seria o que é hoje. Todos nós somos beneficiários do trabalho dos missionários que nos antecederam, não apenas os católicos, mas todo o país. Foi graças a suas boas obras, seu amor por Cristo e pela salvação das almas, que mais e mais pessoas foram levadas a conhecer Cristo e a serem batizadas. É por isso que agora devemos continuar a fazer o mesmo em Singapura e apoiar aqueles que são chamados a proclamar Cristo também além das costas de Singapura, em gratidão aos nossos missionários estrangeiros.

A harmonia inter-religiosa é vigorosamente garantida e protegida pelas autoridades políticas. Como o senhor vê essa intervenção direta das autoridades políticas nas relações entre as diferentes comunidades religiosas?

Não me sinto confortável com a afirmação de que “a harmonia inter-religiosa é vigorosamente garantida e protegida pelas autoridades políticas”. É verdade que o governo desempenha um papel importante na promoção da harmonia inter-religiosa, mas sugerir que somos controlados ou manipulados pelo governo está longe da verdade. O governo garante que nenhuma religião difame as pessoas de outras religiões. Há liberdade de culto e religião em Singapura e o governo respeita as crenças de todas as religiões, desde que não causem desordens públicas. O governo vê as religiões como parceiras na promoção do bem comum de nosso país. Nós não somos uma ameaça para eles e eles não são uma ameaça para as religiões. Na verdade, o governo deixa claro que Singapura é um país multirracial e multirreligioso com um governo laico. Mas Singapura não é um estado laico! O governo valoriza o papel das religiões e somos gratos ao governo por confiar em nós. Trabalhamos em conjunto com o governo para o bem de nosso povo. A promoção da harmonia inter-religiosa é principalmente o trabalho da Organização inter-religiosa, um órgão privado que reconhece a importância do diálogo. Ela nem mesmo é um órgão estatal. Os líderes religiosos de Singapura são moderados e estão cientes da necessidade de respeitar e promover a harmonia e a compreensão mútua das crenças uns dos outros. Participamos das várias celebrações religiosas uns dos outros. Organizamos fóruns para compartilhar valores comuns e apreciar os credos uns dos outros.
Os líderes religiosos se tornaram amigos uns dos outros; eles se apoiam e se incentivam mutuamente e, às vezes, até se envolvem em trabalhos humanitários. Não consideramos a harmonia racial e religiosa como algo garantido, pois é sempre um trabalho em andamento.

Os conformismos do sistema de mídia global continuam a tratar o cristianismo como a religião do Ocidente. Como esse “estereótipo” é percebido em Singapura?

Os singapurianos são muito influenciados pelo Ocidente porque a maioria de nós foi educada em inglês e viveu no exterior em países anglófonos. A geração mais velha, que está passando, pode ter percebido o cristianismo como uma religião do Ocidente. Mas não tenho certeza de que essa seja a percepção geral hoje. O fato de 18,9% da população se identificar como protestante ou católica também revela uma aceitação geral pela maioria das pessoas em Singapura. De fato, os católicos têm feito muito pelo país em termos de educação, medicina e serviços humanitários. Entretanto, não aceitamos uma visão ultra-exclusivista das religiões, embora não neguemos a singularidade de cada religião.

O senhor disse que em Singapura tem problemas pastorais semelhantes aos de muitos países europeus. Quais são eles?

Singapura, sendo uma sociedade altamente instruída, socialmente conectada e sofisticada, rica e altamente influenciada pelo Ocidente, compartilha os problemas dos países de primeiro mundo. Temos que enfrentar os desafios da mídia social, das fake news e de todos os tipos de informações e desinformações que contaminam as mentes dos nossos jovens. A geração mais jovem é muito influenciada pelas opiniões ocidentais sobre relações entre pessoas do mesmo sexo e transgênero. O mesmo se aplica ao divórcio e ao casar-se novamente. Como em muitos países avançados, a geração mais jovem tende a ser mais individualista e egocêntrica, preocupada com sua própria felicidade em vez de com o bem comum mais amplo da sociedade. Eles querem desfrutar de todas as coisas boas da vida. Muitos estão tão concentrados em suas carreiras que não têm tempo para o casamento e, mesmo que se casem, não querem ter o peso de criar filhos. Com a prosperidade, há muita independência e as mulheres não precisam mais se casar para se realizarem na vida. Além disso, com o bem-estar e os altos níveis de instrução, muitos de nossos jovens, tão imersos no mundo da ciência e da tecnologia, experimentando todos os tipos de aventuras, tendem a ver as religiões como antiquadas e até supersticiosas. Tudo se baseia apenas na ciência e na razão. A perspectiva da fé é vista como ingênua. Eles são muito formados pelo mundo da Internet, que lhes fornece tantas informações que os deixa paralisados para assumir qualquer compromisso.

Às vezes, alguém descreve Singapura como uma sociedade “perfeita”, onde todos os problemas são resolvidos e todas as necessidades são atendidas. Mas será que é isso mesmo?

Certamente, não somos uma sociedade “perfeita”, mas tentamos fazer a coisa certa. Temos um governo bom, sensível e inclusivo. O governo é muito respeitado pela população e conquistou a confiança dos cidadãos para fazer a coisa certa e o melhor para Singapura. Ele tenta manter a sociedade unida, com os ricos ajudando as pessoas das classes mais baixas. Há leis rígidas que temos o prazer de cumprir, porque isso é para o bem, a segurança e o bem-estar de nosso povo. Mas, como todos no mundo, lutamos para encontrar a verdadeira felicidade, relacionamentos fortes e afetuosas e, acima de tudo, um significado. Portanto, embora tenhamos paz, harmonia, segurança e uma boa economia, isso não é tudo na vida. Nem só de pão vive o homem. O que nossos jovens buscam hoje não é apenas conforto e prazer, eles querem um significado e um propósito. E é aí que entra a religião. Quando desempenho meu ministério para eles, sempre sugiro uma esperança na vida, uma esperança que seja real, uma esperança que lhes dê a verdadeira felicidade por meio de um encontro com o amor de Deus que sacia seus corações; e então, por sua vez, eles dão suas vidas a serviço da comunidade e dos pobres. De fato, por sermos abastados, as pessoas são muito religiosas porque agora buscam Deus não porque querem favores materiais e temporais, mas porque buscam um significado duradouro, um propósito, um relacionamento, o amor e a alegria na vida. É por isso que Singapura é uma sociedade muito religiosa, com mais de 80% de adeptos de uma religião ou outra. Mesmo entre os 20% que afirmam ser agnósticos, essa definição não significa que sejam ateus, apenas que não pertencem a nenhuma religião ou denominação, embora no fundo de seus corações reconheçam a presença do Sagrado. É aí que temos a oportunidade de evangelizar, compartilhando com eles que Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida. Somente Jesus pode lhes dar a verdadeira segurança, um sentido e um propósito.

Quais são os acentos do magistério e da pregação do Papa Francisco que mais tocam o coração das pessoas em Singapura?

O Papa Francisco é altamente respeitado e considerado um homem de Deus por muitos singapurianos, mesmo entre os não católicos, por sua visão de promover a harmonia no mundo, entre as religiões e o respeito pela Criação por meio do diálogo. É a sua mensagem de misericórdia, compaixão e inclusão que conquista o coração de muitos, sejam eles pessoas com orientação homossexual, transgêneros, etc. Ele demonstra apreço pela contribuição das mulheres e dos idosos. Ele defende os marginalizados, os pobres, os que não têm voz, os migrantes e os que sofrem com as guerras. Ele se aproxima das comunidades religiosas não cristãs, promove o diálogo inter-religioso e o respeito mútuo. Ele mostra ao mundo que o catolicismo é realmente uma religião universal, porque abraça a todos e respeita a todos sem exceção, independentemente de raça, idioma, cultura ou religião. Dentro da Igreja, ele iniciou muitas reformas, transformando-a em uma verdadeira Igreja evangelizadora, com leigos e clérigos corresponsáveis pela missão. Ele uniu a Igreja, pedindo que ela fosse sinodal em todos os níveis da vida eclesial, caminhando juntos no Espírito, ouvindo e discernindo juntos como Igreja. Ele realmente representa o rosto de Cristo, compassivo e amoroso para com todos.

(Fides)

Fonte: Vatican News

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Singapura: na cidade dos negócios, “a Igreja é o sal"

Na paróquia Nossa Rainha da Paz, o pároco Timothy Yeo enfatiza o papel dos católicos na cidade-estado e o pluralismo religioso que “educa para a aceitação das diferenças”. A esperança dos leigos é que o Papa “consiga abrir as mentes para a paz porque o mundo está sofrendo muito. Que o fato de ter enfrentado uma viagem tão exigente seja um exemplo para estender a mão àqueles que precisam”.

Antonella Palermo - Vatican News

Pluralismo cultural e religioso: essa é uma das fortes conotações de Singapura, onde o Papa Francisco desembarcou nesta quarta-feira (11/09) para a última etapa da 45ª viagem apostólica à Ásia e Oceania. Após o dramático parêntesis da ocupação japonesa (1942-45), durante a qual a Igreja sofreu forte perseguição, a comunidade católica retornou a viver nos Anos 50 do pós-guerra e a Igreja intensificou o trabalho nos campos educativo, sanitário e social. Ela se preparou para acolher o Pontífice com grande cuidado e entusiasmo. A enviada da mídia do Vaticano, Delphine Allaire, documentou isso.

O pároco: Papa traz grande esperança

O Pe. Timothy Yeo viveu na Itália por 10 anos, entre Roma e Macerata, e é o pároco da Igreja de Nossa Senhora Rainha da Paz, construída em 1954. Ela comemora seu aniversário de 70 anos em 2024 e expressa a devoção mariana que é muito forte entre os católicos da ilha. “A visita do Papa é um evento histórico e significativo porque ele vem para nos transmitir uma mensagem de encorajamento e unidade”, explica.

Os católicos são uma minoria, cerca de 300 mil, em prevalência imigrantes que vieram para a cidade-estado para trabalhar; há 32 paróquias, relata ainda. “A minha, por exemplo, é frequentada principalmente por filipinos, indonésios e, em parte, italianos que vêm todos os domingos para a missa. Eles são fiéis que estão bastante envolvidos na vida pastoral da paróquia”.

O Pe. Yeo enfatiza o esforço para cultivar a comunhão e a paz fraterna. “Essa é a nossa missão. Com a Associação São Vicente de Paulo, temos o compromisso de ajudar as pessoas necessitadas, cooperando também com pessoas de outras religiões: budistas, taoístas, muçulmanos. A presença do Papa traz muita esperança. Sua figura é muito importante para todos nós. Olhar para Jesus nos dá uma carga importante para nosso crescimento espiritual”. O padre enfatiza que, em um contexto em que a riqueza e o desenvolvimento são sedutores, aqui mesmo, “em meio ao business, ao cassinos, às indústrias, a Igreja é sal. É uma missão que se move lentamente”. 

É forte o envolvimento dos leigos na vida pastoral

Junto com o pároco, está a leiga Monica Fontanese. “É uma realidade bastante pequena, mas que está sentindo a chegada do Santo Padre com grande intensidade. Há muito entusiasmo”, diz ela. “Os católicos daqui prepararam muitos eventos e o receberão da melhor maneira possível, e estão muito agradecidos, considerando o esforço que o Bispo de Roma, em sua idade avançada, faz para vir até aqui. É exatamente aqui que se espera que o Papa enfatize os conceitos de tolerância, respeito mútuo e integração, que têm a paz como seu destino final”. Ela enfatizou como Singapura é um mosaico de culturas e crenças e “para nós, esse é um grande exemplo; esperamos que a visita do Papa também seja incisiva nesse sentido para que, quando voltarmos à Itália, também possamos ter nossos olhos abertos”.

A comunidade católica italiana

Ela observa que os Singapurianos ainda vivem profundamente a fé e as celebrações cristãs. “Provavelmente, na Itália, estamos dando muitas coisas como certas demais e nos afastamos um pouco. Aqui as igrejas estão cheias nas missas. Para nós, isso tem sido um incentivo para redescobrir a participação nas liturgias”. E acrescenta que é muito animador ver os padres muito atentos à vida comunitária, “eles convidam você a fazer parte dela. Então, tentamos estar lá, é fascinante, muito envolvente”. A esperança é que o Pontífice consiga abrir as mentes e os olhos das pessoas para a paz porque, “como vemos, o mundo está sofrendo muito. O fato dele, na sua idade, ter se lançado em uma viagem tão exigente deve ser um grande exemplo para todos nós, ajudando-nos a estender a mão aos necessitados”. 

O mosaico de crenças e culturas: “a coisa mais linda"

Cecilia Sava está em Singapura desde 2015 e, três anos depois, começou a frequentar a comunidade católica italiana. Seus dois filhos receberam o sacramento da Crisma e, assim, criou-se esse vínculo. Alessia Bolani tem uma experiência semelhante. Seus dois filhos também iniciaram seu percorso de fé aqui. “Somos gratos ao Papa, nós o recebemos de braços abertos. Há uma forte comunidade católica aqui. Há esperança, felicidade e alegria. Acima de tudo, para nós que moramos tão longe da Itália, sua presença é muito significativa porque é uma forma de nos reconectarmos com a Itália”.

A harmonia entre várias religiões - com a predominância do budismo (cerca de 33% de uma população de 5 milhões) e uma presença significativa de cristãos (18%) e muçulmanos (cerca de 14%), à qual se soma uma comunidade hindu menor - é um ponto forte dessa encruzilhada que é Singapura. A contiguidade territorial de igrejas e templos “é a coisa mais linda”.

Singapura, academia para para se educar à integração

E as crianças que são educadas aqui, ressaltam as duas mulheres, têm exatamente a oportunidade de respirar a convivência possível. “A escola é um exemplo importante para esse tipo de crescimento. Ela promove uma abertura, um conhecimento e uma consciência que eu não tinha”, explica Alessia. “E educa a capacidade de aceitar as diferenças sem deixar de ser fiel à própria cultura. É certamente uma abordagem que muda a maneira como você interage com os outros. Aqui, por exemplo, no calendário escolar, os rituais de diferentes religiões são incorporados às atividades nas quais você tem experiência direta”. E as experiências de voluntariado contam muito, explica Cecilia, mesmo dentro de outras comunidades religiosas, o que permite conhecer o outro e é “uma riqueza extraordinária”.

Fonte: Vatican News

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A Igreja Católica em Singapura

A história da Igreja em Singapura está intimamente ligada à da vizinha Malásia, onde os primeiros missionários chegaram vindos de Portugal no século XVI, após os colonos portugueses. São Francisco Xavier chegou a Malaca em 1545 e em 1558 o território foi erigido como diocese sufragânea da Arquidiocese de Goa, então colônia portuguesa na Índia.

Vatican News

A Igreja Católica em Singapura tem 1 Circunscrição Eclesiástica, 29 paróquias, 3 centros pastorais e pouco menos de 395 mil católicos, pastoreados por 3 bispos e assistidos por 77 sacerdotes diocesanos, 79 sacerdotes religiosos (156 no total), 2 diáconos permanentes, 33 religiosos não sacerdotes, 156 religiosas professas, 30 seminaristas maiores e 1 missionário leigo.

Os Centros de educação de propriedade e/ou dirigidos por eclesiásticos ou religiosos são: 37 escolas maternais (crianças até 5 anos) e primárias, atendendo 26.797 crianças; 17 médias inferiores e secundárias, com 10.205 estudantes e 2 superiores e universitárias., com 1.542 estudantes.

A Arquidiocese de Singapura 

Arquidiocese de Singapura (18 de dezembro de 1972), Diocese de Malaca em 4 de fevereiro de 1558; Vicariato Apostólico de Malaca-Singapura em 10 de setembro de 1841; Diocese de Malaca em 10 de agosto de 1888; arquidiocese em 19 de setembro de 1953; acrescentada a denominação de Singapura e Metropolia em 25 de fevereiro de 1955.

Tem 729 km², 5.637.000 habitantes, 29 paróquias; 3 igrejas; 77 sacerdotes diocesanos (1 ordenado no último ano); 79 sacerdotes regulares residentes na diocese (1 ordenado no último ano); 2 diáconos permanentes; 16 seminaristas dos cursos de Filosofia e Teologia; 126 membros de institutos religiosos masculinos; 156 membros de institutos religiosos femininos; 56 instituições de ensino.

O arcebispo de Singapura é o cardeal William Seng Chye Goh, nascido em Singapura em 25 de junho de 1957; ordenado em 1º de maio de 1985; eleito coadjutor de Singapura em 29 de dezembro de 2012; consagrado em 22 de fevereiro de 2013; sucedido como coadjutor em 18 de maio de 2013; criado cardeal pelo Papa Francisco no Consistório de 27 de agosto de 2022, assumindo a titularidade de Santa Maria “Regina Pacis” em Ostia mare.

Igreja em Singapura - Origens 

A história da Igreja em Singapura está intimamente ligada à da vizinha Malásia, onde os primeiros missionários chegaram vindos de Portugal no século XVI, após os colonos portugueses. São Francisco Xavier chegou a Malaca em 1545 e em 1558 o território foi erigido como diocese sufragânea da Arquidiocese de Goa, então colônia portuguesa na Índia.

Após a ocupação do arquipélago pelos holandeses, de fé calvinista, o culto católico foi proibido. O catolicismo foi reabilitado após a aquisição de Singapura pela Companhia Britânica das Índias Orientais (1819).

Em 1821 um missionário encontrou cerca de 12 católicos na ilha, que aumentaram para 200 em 1829 e 500 em 1838. Em 1825 chegaram os missionários portugueses e alguns anos mais tarde a Sociedade para Missões Estrangeiras de Paris (MEP) que fundou igrejas e escolas. A um deles, Jean-Marie Beurel (1813-1872), deve-se a construção da Catedral do Bom Pastor, de uma escola masculina dirigida pelos Irmãos das Escolas Cristãs e de uma para meninas dirigida pelas Irmãs do Menino Jesus.

Desde o início os católicos da então Diocese de Malaca estavam subdivididos em duas jurisdições, devido a um conflito de longa data entre a Santa Sé e Portugal sobre o chamado Padroado Real, que só foi resolvido em 1886 com a assinatura de uma nova Concordata. Os católicos da missão portuguesa foram colocados sob a autoridade do Bispo de Macau (então colônia portuguesa), e os da missão francesa sob a autoridade do Vigário Apostólico de Ava e Pegu (então Birmânia).

A Diocese de Malaca foi suprimida em 1840 e substituída em 1841 pelo Vicariato Apostólico do Sião Ocidental, então Vicariato Apostólico de Malaca-Singapura. Em 1888 foi restaurada a Diocese de Malaca e a partir desse momento a Missão Portuguesa e a dos missionários MEP trabalharam em conjunto consolidando a presença da Igreja em Singapura.

Por força da Concordata de 1886, as paróquias de São Pedro em Malaca e de São José em Singapura ficaram sujeitas à jurisdição dos bispos de Macau até 1981, ano em que passaram respectivamente para a Diocese de Malaca-Johore (atual Melaka-Johor) e à Arquidiocese de Singapura.

Após o dramático período da ocupação japonesa (1942-45), durante o qual a Igreja sofreu pesadas perseguições, nos anos 50 do pós-guerra a comunidade católica renasceu e a Igreja intensificou o seu trabalho nos campos educativo, sanitário e social.

Em 1972, Singapura foi elevada à Arquidiocese imediatamente sujeita à Santa Sé e em 1977 dom Gregory Yong tornou-se o seu primeiro arcebispo. Será sucedido por dom Nicholas Chia, o primeiro nascido na cidade-Estado e depois, em 2013, por dom William Goh Seng Chye, que foi criado cardeal em 2022.

Após o estabelecimento de relações diplomáticas com a Santa Sé em 1981, em 20 de novembro de 1986, Singapura recebeu a visita de São João Paulo II no âmbito da sua 32ª Viagem Apostólica a Bangladesh, Singapura, Fiji, Nova Zelândia (18 de novembro a 1 de dezembro de 1986)

A Igreja em Singapura hoje

Estado secular e pluralista 

Singapura é uma cidade multiétnica e multi-religiosa, com uma componente budista predominante (cerca de 33% dos seus mais de 5 milhões de habitantes) e uma presença significativa cristã (18%) e muçulmana (cerca de 14%) à qual se deve acrescentar uma comunidade hindu menor. Este pluralismo ajudou a moldar as relações entre instituições e religiões.

Singapura é um Estado secular 

A Constituição garante plena liberdade religiosa – liberdade de professar, praticar e difundir crenças religiosas – desde que as atividades religiosas não contrariem leis relativas à ordem pública, saúde ou moralidade. Outro conceito-chave expresso na Constituição é a manutenção da harmonia religiosa implementada principalmente por meio de uma lei aprovada em 1990 que autoriza o Ministério do Interior a emitir ordens restritivas contra aqueles dentro de um grupo religioso que instigam hostilidades contra membros de outra confissão, realizam atividades subversivas ou encorajam outros a fazê-lo sob o pretexto de praticar uma religião.

De forma geral, as políticas das autoridades de Singapura são marcadas pela promoção do diálogo e da colaboração com as religiões, especialmente nos âmbitos educativo e social. Entre as diversas iniciativas apoiadas pelo Governo, destaca-se a Organização Inter-Religiosa (Iro), uma ONG que promove a partilha de diferentes experiências de fé. A coexistência pacífica entre as religiões também é favorecida pela frequência de casamentos mistos na cidade-Estado.

Boas relações entre Estado e Igreja 

Desta situação se beneficia naturalmente, também a Igreja Católica. As relações com o Estado, que mantém relações diplomáticas com a Santa Sé desde 1981, são boas, como confirmado em 2015 pelo então primeiro-ministro Lee Hsien Loong por ocasião das celebrações do 50º aniversário da independência e em 2016, durante a visita oficial ao Vaticano do então presidente da República, Tony Tan Keng Yam.

Uma Igreja vital e dinâmica 

Com os seus 176.000 fiéis em uma população de mais de 5 milhões de habitantes, a Igreja Católica é uma das mais dinâmicas e vitais do Sudeste Asiático, com um alto percentual de praticantes, apesar da difusão de valores consumistas e estilos de vida materialistas na sociedade de Singapura.

Metade dos católicos costuma frequentar a Missa dominical, enquanto se constata igrejas cheias graças aos migrantes que representam uma componente importante da Igreja local.

Os dados mais recentes do Escritório de Estatísticas de Singapura revelam que o cristianismo, e em particular o catolicismo, é a única religião em crescimento na cidade-Estado. Uma vitalidade confirmada tanto pela presença ativa da Igreja no campo social como pela grande e participativa participação nas liturgias.

Fonte: Vatican News

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Singapura, a cidade-Estado que recebe o Papa Francisco

Co-fundadora da Associação das Nações do Sudeste Asiático (1967), Singapura continua a ser um dos maiores portos do mundo, entre os principais para o tráfego de contêiners. A rápida modernização do país, a industrialização avançada e a eficiência da sua administração atraíram numerosos investidores estrangeiros. Além da indústria e do comércio, as atividades bancárias e financeiras são de grande importância.

Vatican News

Singapura é uma cidade-Estado, composta por uma ilha principal, Singapore Island, e cerca de sessenta ilhas muito menores, das quais as principais são: Pulau Ujong (640 km2), Jurong (32 km2), Tekong (24,5 km2) e Ubin (10 km2).

Localiza-se no sudeste da Ásia, a 137 quilômetros a norte da linha do Equador, no extremo sul da península malaia, da qual está separada pelo Estreito de Johore. O Estreito de Singapura, por outro lado, separa-a de três ilhas indonésias: Bintan, Batam e Bulan. Esta localização, no cruzamento de todas as rotas marítimas do Extremo Oriente, contribuiu consideravelmente para o desenvolvimento econômico e cultural do país, tornando-o um dos centros comerciais e financeiros mais fervilhantes do mundo.

Grande parte de seu território é plano, com altura máxima de 164 m,etro - mais especificamente da colina Bukit Timah -, e caracterizado por costas ricas em manguezais, baixas e arenosas - com exceção do sul, no trecho rochoso de Pasir Panjang - e por uma floresta sempre verde, Singapura é, junto com o Rio de Janeiro, a única cidade do mundo a abrigar uma floresta tropical dentro de uma área urbana. O maior curso d'água é o Seletar, com apenas 15 km de extensão. O clima da ilha é equatorial, muito quente e úmido, com chuvas abundantes durante todo o ano.

Capital: Singapura (5.920.000 habitantes)
Superfície: 683 km2 (Itália: 302.073 km2)
População: 5.637.000 habitantes.
Densidade: 8.253 habitantes/km²
Idioma: inglês, chinês, malaio, tâmil (oficial)
Principais grupos étnicos: chineses (74%), malaios (13,5%), indianos (9%)
Religião: budistas (33%), cristãos (18 %), católicos (3,5%), muçulmanos (15%), taoístas (11%), hindus (5%), não religiosos (17%)
Forma de governo: república parlamentar
Moeda: dólar de Singapura (1 EUR = 1,45 SGD)

Singapura (em sânscrito "Simhapura”, “Cidade do leão”) é uma pequena ilha localizada ao sul da Malásia. Importante centro de comércio já no final da Idade Média, o seu território foi cedido em 1819 pelo Sultão de Johor (Malásia) à Companhia Britânica das Índias Orientais, tornando-se durante o século XIX a principal base naval britânica no leste Asiático. Neste período a ilha registou um claro aumento do número de habitantes, graças também ao fluxo de migrantes chineses e indianos.

Durante a ocupação japonesa, entre 1942 e 1945, a população sofreu massacres e quase toda a infraestrutura da ilha foi destruída. Retornando aos ingleses após o fim do conflito em 1959, obteve o autogoverno dentro da Commonwealth (fundada pelo Parlamento do Reino Unido, é uma organização intergovernamental de 56 Estados independentes, quase todos tendo em comum a sua antiga pertença ao Império Britânico, do qual representa uma espécie de desenvolvimento em uma base voluntária) e em 1963 tornou-se parte da Federação da Malásia da qual saiu em 9 de agosto de 1965, tornando-se independente como República de Singapura associada à Commonwealth.

Singapura é uma república parlamentar, com uma estrutura legislativa unicameral eleita a cada cinco anos. Desde 1959, a cidade-Estado sempre foi governada pelo Partido de Ação Popular (PAP), guiado pelo "pai fundador" Lee Kuan Yew e depois por seu filho Lee Hsien Loong.

Primeiro-ministro de 1959 a 1990, Yew lançou um ambicioso programa de modernização e industrialização que permitiu ao país, carente de matérias-primas, tornar-se um dos quatro chamados "Tigres  Asiáticos" juntamente com Hong Kong, Taiwan e Coreia do Sul. Em 1990, o cargo de primeiro-ministro foi assumido por Goh Chok Tong, mas Yew continuou a desempenhar um papel de liderança no governo da ilha até 2011, quando finalmente se retirou da vida política.

Em 2004, o filho de Yew, Lee Hsien Loong, tornou-se o terceiro primeiro-ministro de Singapura. Caracterizado por um estilo pragmático, Lee tornou-se o garante do bem-estar, do equilíbrio étnico-religioso e do prestígio internacional da cidade-Estado, cujo papel financeiro relançou, atualmente em crescimento, graças também à crise da rival Hong Kong. Uma liderança que teve poucos adversários e que perseguiu a gestão do Estado com base no conceito de “democracia guiada” desenvolvido pelos fundadores. É uma ideia de administração altamente centralizada que visa a ordem e o bem-estar, liberal a nível econômico, mas com uma forte contribuição pública.

Em 15 de maio de 2024, Loong foi sucedido por Lawrence Wong, à frente também do Ministério das Finanças. O novo primeiro-ministro deve abordar várias questões problemáticas: o envelhecimento da população, as tensões étnicas e religiosas, o bem-estar público cada vez mais insuficiente, as necessidades de habitação.

Os contrastes sociais também dizem respeito à mão de obra migrantes (38% da força de trabalho, 1,5 milhões de indivíduos) frequentemente discriminados e mal integrados. Co-fundadora da ASEAN, a Associação das Nações do Sudeste Asiático (1967), Singapura continua a ser um dos maiores portos do mundo, entre os principais para o tráfego de contêiners. A rápida modernização do país, a industrialização avançada e a eficiência da sua administração atraíram numerosos investidores estrangeiros. Além da indústria e do comércio, as atividades bancárias e financeiras são de grande importância. Singapura é também um importante destino turístico e o principal centro de conferências da Ásia.

Fonte: Vatican News

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Dom Jaime Spengler: a Eucaristia nos leva ao mundo

Realizou-se em Quito, de 8 a 15 de setembro, o 53º Congresso Eucarístico Internacional sobre o tema “Fraternidade para curar o mundo”. Dom Jaime Spengler reflete sobre o encontro.

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Por ocasião do 53º Congresso Eucarístico Internacional em Quito  o Papa Francisco enviou uma mensagem na qual elogiou o tema escolhido recordando que “as lições que podemos aprender com a Sagrada Eucaristia sempre nos surpreendem”. Citando Santo Agostinho Francisco disse “que o sinal do pão acende no Povo de Deus o desejo de fraternidade, pois assim como o pão não pode ser amassado de um único grão, também devemos caminhar juntos, porque ‘embora sejamos muitos, somos um só corpo, um só pão’. É assim que crescemos como irmãos, é assim que crescemos como Igreja, unidos pela água do batismo e purificados pelo fogo do Espírito Santo.

O arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB e do CELAM destacou em uma mensagem na conclusão do Congresso, que “reunimo-nos aqui nestes dias para celebrar o grande presente que Jesus nos deu: Ele mesmo se torna alimento para a salvação do mundo! Somos chamados a ser uma fraternidade que se alimenta do corpo e do sangue do Senhor para curar o mundo! Uma fraternidade que se reúne em assembleia ao redor da mesa da Palavra e do Corpo do Senhor.

Jesus – continua o texto de dom Jaime -, reza por nós que formamos o Corpo do Senhor; ele reza também por aqueles que acreditarão nele por meio de nossas palavras e de nosso testemunho. Jesus conta com você, comigo, com todos nós! Não nos esqueçamos de que o início da comunidade dos seguidores de Jesus encontrou sua força no chamado de Jesus à amizade, à intimidade com ele.

O presidente do CELAM reafirma que é uma comunidade reunida para acolher a Palavra. Uma Palavra que é luz para nossos passos, escolhas e decisões. Uma comunidade reunida para compartilhar o Corpo e o Sangue do Senhor.

É surpreendente que o Senhor, ao falar do pão e do vinho, não diga isto é o meu espírito, isto é a minha alma; ele simplesmente diz: “Isto é o meu corpo” e “isto é o meu sangue”. O corpo e o sangue – destaca dom Jaime - são uma manifestação imediata e concreta da pura gratuidade da vida. Portanto, quando o Senhor diz “este é o meu corpo... este é o meu sangue”, ele está nos dizendo: “vejam, aqui estou eu, inteiro...”. Em outras palavras: “aqui está o máximo do meu esforço para me entregar ao Pai e a vocês, meus amigos. Isso é tudo para mim”. Talvez possamos ouvir o Senhor dizendo a cada um de nós: “Só espero que vocês me recebam e façam de mim seu alimento, comida e bebida; façam de mim sua irmandade...”.

Na sua mensagem o presidente do CELAM evidencia ainda que Corpo e sangue são a revelação do modo de ser do Deus de Jesus Cristo: pura doação a toda criatura. Ao nos ordenar “fazei isto em memória de mim”, Jesus realiza um ato de pura fé na aceitação amorosa do ser humano. Portanto, quando participamos da celebração da Eucaristia, acolhendo a Palavra do Senhor, compartilhando seu Corpo e Sangue, expressamos nossa participação na própria vida do Senhor, formamos uma fraternidade, somos irmãos!

Vivemos em um mundo ferido, - continua o texto - e juntamente com a ferida da pobreza e da fome para muitos, a crise ecológica talvez seja a outra grande ferida do mundo. Uma ferida que somos convidados a curar porque somos a ponte entre Deus e o mundo e também somos responsáveis pelo destino da criação.  A própria possibilidade do futuro da humanidade depende, portanto, de nossas escolhas e decisões.

Jesus diz a todos: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10:10). Ao mesmo tempo, ele nos ordena a “fazer isso em memória de mim”. Fazer o quê? Vamos oferecer ao Pai sua própria criação, um lugar de vida para todos!

Somos o trabalho das mãos de Deus – sublinha dom Jaime -, somos criaturas de Deus, evidenciando que recebemos um presente especial: a liberdade! Como seres livres, somos “sacerdotes da criação”. Sacerdotes da criação em um mundo ferido. Assim como Jesus é o sacerdote da Nova Aliança entre o Pai e a humanidade, nós somos “sacerdotes da criação” em um mundo ferido. Ao tomarmos o mundo em nossas mãos, integrando-o criativamente e remetendo-o a Deus, cooperamos para libertar a criação de seus limites, curando feridas e, assim, promovendo a vida.

Dom Jaime Spengler chama a atenção para a crise ecológica que estamos vivenciando e que a mesma está relacionada à perda da sacralidade dos elementos da natureza em nossa cultura. Alguém pode se perguntar: o que isso tem a ver com a Eucaristia?

Bem, - responde o presidente do CELAM - a Igreja sempre entendeu a Eucaristia como a ação de toda a assembleia reunida, ou seja, de toda a Igreja em favor da vida, construindo a fraternidade. O caráter fundamental da Eucaristia é que ela é uma reunião e uma ação na qual todo o mistério de Cristo é contemplado e vivido, ou seja, a salvação do mundo, promovendo a fraternidade universal! A Eucaristia não nos afasta do mundo. Pelo contrário, ela nos leva ao mundo. A Igreja sempre reconheceu um forte vínculo entre a Eucaristia, a vida comunitária, a sociedade e a criação.

No seu texto dom Jaime recorda ainda que no próximo ano, a COP30 será realizada na cidade de Belém, Brasil e afirma que essa “é uma oportunidade privilegiada para os discípulos de Jesus expressarem o que são: sacerdotes da criação! Sacerdotes da criação em um mundo ferido, determinados a oferecer os dons da criação ao Pai; dispostos a cooperar na cura das feridas do mundo; prontos para testemunhar o poder do amor que dá vida a todas as coisas”.

Jesus continua a pedir ao Pai por cada um de nós, - conclui dom Jaime - para que sejamos um e para que o mundo acredite que Ele é o enviado do Pai. Reze para que possamos contemplar Sua glória. Em Jesus podemos confiar. Ele permanece de pé. Ele nos acompanha fielmente no caminho da vida. Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Ele veio para que todos tenham vida, e vida em abundância!

Fonte: Vatican News

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Servas do Santo Menino Jesus: servir a Deus através da educação

O carisma das Irmãs da Congregação das Servas do Santo Menino Jesus é a educação de crianças. Por isso elas estão na frente de várias escolas na África e levam a solidariedade da Igreja às cidades e aldeias onde trabalham.

Emmanuella Dakurah

As Servas do Santo Menino Jesus são uma congregação internacional fundada pela Serva de Deus Mary Charles Magdalen Walker, das Irmãs da Caridade Irlandesas. A convite do vigário apostólico da Nigéria Meridional e da África Ocidental, dom Joseph Shanahan, a religiosa chegou à Nigéria em 1923 com a intenção de oferecer o seu ministério no campo da evangelização e da promoção das mulheres através da educação.

A Madre Mary Charles testemunha com a sua vida aquilo que prega, nomeadamente ser tudo para todos, empenhando-se em qualquer ministério que possa ajudar a elevar o nível de vida das pessoas que serve. Trabalha incansavelmente durante décadas como educadora, nos cuidados médicos, como catequista e como assistente social.

Uma congregação religiosa indígena

O desejo da Madre Mary Charles de fundar uma congregação religiosa indígena torna-se realidade quando, em 1931, quatro das jovens alunas da St. Joseph’s Convent School em Calabar, na Nigéria, pedem para se tornarem religiosas. O nome que escolhem para a nova congregação, erigida canonicamente em abril de 1937, é “Handmaids of the Holy Child Jesus” (Servas do Santo Menino Jesus); em 1971, torna-se uma congregação de direito pontifício. Nas décadas seguintes, as Servas continuam a evoluir no seu carácter internacional e interétnico: de fato, muitas religiosas vêm de toda a Nigéria, Camarões, Togo, Gana, Serra Leoa, depois da Inglaterra e do Quênia. Atualmente, a congregação tem sedes na Nigéria, Gana, Camarões, Togo, Serra Leoa, Quênia, Tanzânia, Itália, Alemanha, Londres, Estados Unidos da América, Canadá e Granada.

A educação é uma missão

As Servas do Santo Menino Jesus dedicam-se à transformação de vidas através do testemunho profético da vida consagrada, da vida comunitária, da liderança participativa e do ministério apostólico, com uma opção especial pelos pobres, mulheres e crianças. A educação das crianças é um dos apostolados mais vibrantes das irmãs: de fato, as Servas são geralmente conhecidas como boas professoras e administradoras de escolas.

«Nestes pequeninos vemos Jesus, e é uma alegria vê-los crescer no conhecimento e no amor de Deus», diz uma das irmãs. O objetivo é formar a pessoa no seu todo, por conseguinte, a moral, a disciplina, as virtudes e o estudo: essa abordagem ajuda os alunos a tornarem-se cidadãos responsáveis.

As irmãs são professoras, catequistas, apóstolas

Em algumas das escolas que dirigem, as Servas aplicam o método Montessori, seguindo os passos da sua fundadora, que tinha utilizado essa abordagem na escola feminina St. Joseph Girls’ School, em Calabar, na Nigéria. A Madre Mary Charles afirmou sem dúvida que, em comparação com um jardim de infância “normal”, o Método Montessori ajuda a desenvolver as diferentes qualidades das crianças.

«A criança nativa tem a faculdade de se destacar em qualquer virtude: tudo o que é necessário é tempo, paciência e oportunidade», escreveu a Madre Mary. Ela exortava sempre as suas irmãs a lembrarem-se desta máxima: “cada professor é catequista e apóstolo”. Ao transmitir o seu legado, as Servas continuam educando as crianças, empenhando-se no ministério de Cristo do ensino, do cuidado e da catequese nas suas muitas escolas.

As “Ancilla Schools” em Gana

Em Gana, as Servas do Santo Menino Jesus são conhecidas pelas várias escolas que dirigem sob o nome de “Ancilla Schools”: «Estamos determinadas a formar os nossos jovens mental, física e espiritualmente: em suma, uma formação holística», dizem as irmãs. As numerosas escolas oferecem educação em diferentes níveis, desde o jardim de infância até à universidade. Em todos os aspetos do seu ensino, as irmãs têm como objetivo preparar os alunos para enfrentarem os desafios da vida, em vez de se limitarem a procurar obter simplesmente um diploma.

O seu ministério inclui também escolas especiais para crianças com deficiências, um serviço que dá muita esperança aos seus pais. «Não nos limitamos a educar as crianças; pedimos fundos a organizações e indivíduos para comprar aquilo de que necessitam, como muletas, cadeiras de rodas, uniformes e para pagarem as despesas da universidade», continuam as irmãs.

Em algumas aldeias do Gana, muitas crianças não têm acesso a uma educação de qualidade, por isso as irmãs criam comunidades nessas áreas onde podem alargar o seu ministério a estes jovens, para que sejam formados para enfrentar o seu futuro com o coração, a mente e as mãos. Em todos os aspectos do seu ministério educativo, as irmãs esforçam-se por ter em mente o objetivo de proporcionar um elevado nível de educação, seguindo os passos da sua fundadora: «Nos jovens, vemos o futuro da Igreja e do mundo em geral».

Fonte: Vatican News

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Jogos Paralímpicos: não um super-herói, mas alguém que conquistou sua vida de volta

Rigivan Ganeshamoorthy, um atleta paralímpico de Roma, de origem cingalesa, surpreendeu nos Jogos de Paris no lançamento de disco com três recordes mundiais consecutivos. 'Rigi', como é conhecido, falou à mídia do Vaticano sobre esporte, deficiência, inclusão e racismo.

por Rigivan Ganeshamoorthy

Levei alguns dias para tentar entender o que aconteceu nas Paralimpíadas de Paris - ouro no arremesso de disco com três recordes mundiais -, mas ainda tenho dificuldade para entender que isso não é um sonho. Tentei jogar duas pizzas no rosto, mas não funcionou da mesma forma....

Brincadeiras à parte. Gostaria de agradecer à minha família, aos meus amigos e a todos os assistentes, técnicos e instrutores que estiveram ao meu lado e contribuíram para essa vitória: vocês foram fundamentais. Agradeço à minha empresa, a Anthropos, por ter acreditado em mim e em meu potencial. Depois, gostaria de agradecer a todas as pessoas que dedicaram seu tempo para me enviar uma mensagem ou me parabenizar. Infelizmente não posso responder a todos, mas sinto o carinho e isso significa muito para mim, obrigado.

Por fim, gostaria de aproveitar esta oportunidade para dizer algo. Atualmente, muitas pessoas têm me chamado de “super-herói”. Bem, eu não me sinto como um “super-herói” de forma alguma. Sou apenas um rapaz de 25 anos que assumiu o controle da sua “nova vida” e decidiu aproveitar todas as oportunidades. Uma delas foi o esporte, em vez de se trancar em casa para não ser alvo dos olhares de pena das outras pessoas. É claro que tudo isso não foi imediato, mas levou tempo e as pessoas certas ao meu lado.

Portanto, mais do que um “super-herói”, acho que sou uma pessoa forte e sortuda porque tive pessoas ao meu lado que me ajudaram muito, me apoiaram e me deram força. Sem elas, eu nunca teria conseguido!

Dedico esta medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos a toda a Itália e a todos os italianos. Dedico a todas as pessoas com deficiência que ganharam força e retomaram suas vidas com suas próprias mãos, mas especialmente a todos aqueles que estão trancados em casa e se sentem “limitados” por sua condição. Se há algo que a deficiência me ensinou é que, por trás de toda limitação, existe a oportunidade de encontrar uma solução, e que os limites existem para serem superados. Amo vocês. Assinado Rigi (er negretto). - Fonte: Vatican News

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Oração em véspera de Assembleia Geral da ONU: “unidade sobre divisões", diz Guterres

A inauguração da 79ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York foi precedida por uma momento de oração. O bispo David J. Malloy, presidente do Comitê de Justiça e Paz Internacional da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA, enfatizou as prioridades do Papa Francisco no cenário internacional que são agendas comuns também para a ONU. Guterres reiterou urgência da “unidade sobre as divisões, da c

Vatican News

A 79ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas começa nesta terça-feira (10/09) em Nova York, nos Estados Unidos. Philemon Yang, ex-primeiro-ministro de Camarões, foi eleito presidente da sessão para dar início aos trabalhos. A inauguração foi precedida na noite de segunda-feira (09/09) pela oração de abertura, organizada pela Missão da Santa Sé junto à ONU.

Na abertura, o secretário-geral Antonio Guterres reiterou a importância e o valor da fé, apesar das crises, guerras e desigualdades, porque ensina a ter fé nos valores e fé uns nos outros. Ele expressou gratidão pela proximidade espiritual e pelas “orações por todos os líderes governamentais” e enfatizou a urgência da “unidade sobre as divisões, da confiança sobre o medo, da tolerância sobre o desprezo, da paz”: todos os elementos que nos fazem acreditar que “existe um mundo melhor” e existe também “um mundo que é mais justo, mais em paz, mais sustentável” para todos.

Na homilia, o bispo David J. Malloy, presidente do Comitê de Justiça e Paz Internacional da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA, enfatizou várias vezes que o reconhecimento e a defesa da dignidade humana é o fundamento da Carta da ONU e de sua missão perene. “O trabalho das Nações Unidas, os esforços contínuos para os quais pedimos a bênção de Deus nesta noite, devem ser dedicados ao fortalecimento e à construção da dignidade da natureza humana que vem do nosso Criador”, enfatizou dom Malloy, lembrando o que o Papa Francisco havia dito durante sua visita à ONU em 2015, quando recomendou que as Nações Unidas, como a “casa comum de todos os homens e mulheres”, deve ter como base “uma compreensão justa da fraternidade universal e o respeito pela sacralidade de cada vida humana de cada homem e mulher, dos pobres, dos idosos, dos doentes, dos não nascidos, dos desempregados, dos abandonados, daqueles que são considerados dispensáveis porque são considerados apenas parte de uma estatística”.

O bispo também lembrou a celebração do aniversário de 60 anos da presença da Santa Sé na ONU como um estado observador e seu compromisso de defender a dignidade da pessoa em todos os fóruns internacionais. Por fim, enfatizou as prioridades do Papa Francisco no cenário internacional: a paz no Oriente Médio, apesar de as partes serem “incapazes de encontrar um caminho comum para a negociação”; “a paz justa na Ucrânia, o fim do sofrimento nos países da África subsaariana”; o fim da “discriminação e opressão da religião”; a ameaça “das armas nucleares, a degradação do meio ambiente e a tragédia da migração forçada”. Todos os temas são agendas comuns tanto para Francisco quanto para as Nações Unidas. A celebração contou com a presença de Dennis Francis, presidente cessante da 78ª sessão da Assembleia Geral, e do novo presidente, Philemon Yang.

Colaboração: Agência de Notícias Sir - Fonte: Vatican News

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Bispo da Ucrânia no Congresso de Quito: Nossa força é a Eucaristia

No Congresso Eucarístico de Quito, Dom Hryhoriy Komar, Bispo Auxiliar de Sambir, na Ucrânia, dirigiu-se a milhares de participantes, destacando que a força e a resistência do povo ucraniano em meio à guerra com a Rússia vem “da unidade com Deus” e da Eucaristia.

“Em nossas paróquias, a oração no templo não cessa há quase três anos. As pessoas fazem turnos para rezar dia e noite. Nossa força é a Eucaristia. A Eucaristia é um convite à comunicação e à comunhão com os outros. Ou seja, estar com o povo nos momentos mais difíceis e dar a vida pelo povo”, frisou o bispo na última segunda-feira, em referência à invasão russa iniciada em 24 de fevereiro de 2022, em seu país.

O hierarca greco-católico ressaltou que “a Eucaristia é um convite a participar do sofrimento e da ressurreição de Cristo… É um encontro com Cristo ressuscitado – vencedor da morte –, com Aquele que dá a vida. Só Ele pode curar famílias destroçadas, vidas desfeitas e trocar a morte pela vida.”

De acordo com dados do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), mais de 10 milhões de ucranianos deixaram suas casas desde o início da invasão. Desse total, mais de 6,4 milhões são refugiados no exterior.

O bispo falou sobrou a magnitude do sofrimento que seu povo está experimentando. “É difícil encontrar palavras para descrever todos os horrores da guerra na Ucrânia. Para muitas pessoas no mundo, a guerra é algo abstrato, mas para nós é uma realidade terrível que vivemos todos os dias, experimentando o perigo de perder nossas próprias vidas ou as vidas de nossos parentes”.

O prelado também sublinhou a missão da Igreja de proclamar a verdade e rejeitou qualquer tipo de narrativa maliciosa ou manipulada sobre a origem da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

“Algumas pessoas nos dizem que a Ucrânia provocou a Rússia para iniciar esta guerra. É como se algo semelhante fosse dito a uma mulher violada. É injusto chamar o genocídio que a Rússia está realizando na Ucrânia com a palavra crise. É uma mentira. É um falso testemunho”, enfatizou.

Admiração pelos sacerdotes ucranianos

“Nossas igrejas não são apenas um lugar de oração, mas também um lugar onde se pode encontrar conselhos ou abrigo durante os bombardeios”, explicou Dom Komar.

Ele também reconheceu o trabalho heroico dos sacerdotes em seu país: “Admiro o fervor e o sacrifício de nossos sacerdotes. Eles são heróis porque, com suas orações e ações diárias, apoiam seu povo.”

Dom Komar concluiu seu discurso pedindo ao mundo que reze pela Ucrânia e continue a buscar a verdade. “Que o mundo seja mais forte” graças à solidariedade com seu país, e que o “Senhor, Rei da Paz e do Universo, guarde nosso povo e a Ucrânia”. - Com informações Aciprensa

Fonte: Gaudium Press

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Singapura: Papa elogia «mosaico» pacífico de etnias, culturas e religiões

Discurso inaugural da visita defende maior justiça social e compromisso ecológico

O Papa elogiou hoje o “mosaico” pacífico de etnias, culturas e religiões em Singapura, falando perante responsáveis políticos e representantes da sociedade civil.

“O respeito mútuo, a cooperação, o diálogo e a liberdade de professar as próprias crenças, no respeito pelo direito comum são, condições decisivas para o sucesso e a estabilidade de Singapura, pré-requisitos para um desenvolvimento não conflitual e caótico, mas equilibrado e sustentável”, declarou, no primeiro discurso da visita, na Universidade Nacional.

O encontro aconteceu após a cerimónia oficial de boas-vindas a Francisco, que decorreu na ‘Parliament House’, seguida de reuniões com o presidente Tharman Shanmugaratnam, e o primeiro-ministro Lawrence Wong.

O discurso papal destacou o crescimento do país, que se tornou um centro comercial e financeiro de dimensão global, a partir de “origens humildes”.

Francisco alertou para o “risco de um certo pragmatismo e da exaltação do mérito”, que podem levar a “legitimar a exclusão dos que estão à margem dos benefícios do progresso”.

“Que seja dada especial atenção aos pobres, aos idosos – cujo trabalho lançou as bases da Singapura que hoje conhecemos”, apelou.

Num país em que 40% da população ativa é imigrante, o Papa pediu que “seja protegida a dignidade dos trabalhadores migrantes, que tanto contribuem para a construção da sociedade e a quem deve ser garantido um salário justo”.

A intervenção alargou-se para o cenário internacional, “ameaçado por conflitos e guerras sangrentas”, e para a crise ambiental, destacando as “soluções inovadoras” do arquipélago.

“Singapura é um exemplo brilhante do que a humanidade pode alcançar trabalhando em conjunto, em harmonia, com sentido de responsabilidade e num espírito de inclusão e fraternidade”.

A intervenção aludiu aos temas das tecnologias digitais e da inteligência artificial, considerando “essencial cultivar relações humanas reais e concretas”.

“Que estas tecnologias possam ser exploradas precisamente para nos aproximarmos uns dos outros, promovendo a compreensão e a solidariedade, e não para nos isolarmos perigosamente numa realidade fictícia e intangível”, advertiu.

Singapura tem 5,6 milhões de habitantes e conta com a presença de várias religiões: o budismo é maioritário (26%) e os cristãos são 17%, mas os católicos representam pouco mais de 3% da população; São João Paulo II visitou a cidade-Estado em 1986.

Francisco elogiou o trabalho da Igreja local, especialmente nos domínios da educação, da saúde e da ajuda humanitária, recordando os 43 anos de estabelecimento de relações diplomáticas entre a Santa Sé e Singapura.

O Papa encorajou a minoria católica a “prosseguir a sua colaboração com todos os homens e mulheres de boa vontade, com alegria e dedicação, para a construção de uma sociedade civil sã e coesa, para o bem comum e para um testemunho cristalino da sua própria fé”.

A sessão foi inaugurada pelo presidente de Singapura, que citou a encíclica ‘Laudato Si’ (2015), de Francisco, aludindo aos desafios da transição ecológica.

Shanmugaratnam destacou ainda a importância da “solidariedade e a harmonia”, para o país.

A sessão de boas-vindas incluiu, antes dos discursos, uma cerimónia tradicional, em que o convidado de honra dá o nome a uma orquídea.

O Papa foi homenageado com um “dendrobium” branco, variedade de orquídea do sudeste asiático, onde colocou uma vara com a inscrição ‘Dendrobium His Holiness Pope Francis’.

Antes, no livro de honra do Palácio Presidencial, Francisco escreveu: “Como a estrela que guiou os Magos, assim a luz da sabedoria guie sempre Singapura na construção de uma sociedade unida, capaz de transmitir esperança”.

Ainda hoje, pelas 17h15 locais (10h15 em Lisboa), o Papa Francisco preside à Missa no Estádio Nacional ‘SportsHub’, onde se esperam 55 mil pessoas.

A celebração, em inglês, vai ter orações em chinês, malaio e tâmil.

Já na sexta-feira, o Papa encontra-se com bispos e sacerdotes, em privado, cumprimentando ainda os superiores religiosos de Singapura.

A Conferência Episcopal da Malásia, Singapura e Brunei, criada nos anos 60 do século XX, reúne os bispos das três arquidioceses e seis dioceses da Malásia, da Arquidiocese de Singapura e do Vicariato Apostólico do Brunei.

A viagem passa pela Casa de Santa Teresa, instituída em 1935 pelas Irmãzinhas dos Pobres, para o cuidado dos idosos e doentes, atualmente gerida pelo ‘Board of Catholic Welfare Services’ (Conselho dos Serviços Católicos de Assistência Social).

O programa segue no ‘Catholic Junior College’, instituição pré-universitária, fundado em 1975 pela Igreja Católica local.

O espaço acolhe, pelas 10h00 locais, o encontro inter-religiosos com jovens, que vai resultar num apelo conjunto.

No final do encontro, o Papa desloca-se para a zona de acolhimento dos estudantes, onde dois jovens lhe apresentaram brevemente a exposição ‘Juntos na Unidade e na Esperança’ e o convidam a completar um quadro.

Francisco vai cumprimentar os 10 líderes religiosos presentes no encontro, antes seguir para o aeroporto internacional de Singapura, dando início ao voo de regresso a Roma, um percurso de 9567 km e 12h35 que sobrevoa os territórios da Indonésia, Malásia, Tailândia, Birmânia, Índia, Paquistão, Afeganistão, Tadjiquistão, Usbequistão, Turquemenistão, Azerbaijão, Geórgia, Turquia, Grécia, Albânia e Itália.

A 45ª visita apostólica do Papa, viagem mais longa do pontificado, iniciada a 2 de setembro, já passou pela Indonésia, Papua-Nova Guiné e Timor-Leste. - Fonte: Agência Ecclesia

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Papa Francisco encontra jesuíta português de 103 anos em Timor-Leste

Por Almudena Martínez-Bordiú

O papa Francisco se encontrou em Timor Leste com o padre João Felgueiras, de 103 anos, um dos jesuítas mais velhos do mundo.

Em todas as suas viagens internacionais, o papa, que é jesuíta, se reúne com seus confrades do país que visita. Essas conversas são fechadas para o público e seu conteúdo é mantido em sigilo até que saia um relato, normalmente escrito pelo padre Antonio Spadaro, na Civiltá Cattolica, revista em que só escrevem jesuítas.

Desta vez, porém, Vatican News, serviço de informações da Santa Sé, falou do encontro.

O papa falou ontem (10) por quase uma hora com 41 jesuítas, incluindo oito noviços, reunidos na nunciatura apostólica da cidade de Díli antes de seguir para Singapura.

A primeira coisa que o papa Francisco fez ao entrar na sala foi abraçar e agradecer ao padre Felgueiras, português, que vive em Timor-Leste desde a ocupação indonésia por seu serviço.

No encontro, no qual participaram sacerdotes de países como o Vietnã, a Malásia e as Filipinas, houve um “ambiente familiar”, segundo o padre Nuno da Silva Gonçalves, membro da delegação papal.

Como de costume, os sacerdotes fizeram várias perguntas ao papa. No encontro em Díli, perguntaram ao papa como ele vê o trabalho dos jesuítas em cada país.

Os participantes do encontro falaram sobre o compromisso com a justiça social, a Doutrina Social da Igreja e sua importância.

O papa Francisco também falou, como fez em seu discurso às autoridades do país, sobre o valor da inculturação.

Hoje (11), horas depois de desembarcar em Singapura, o papa Francisco também teve um encontro privado com jesuítas no centro de retiros São Francisco Xavier.

Fonte: ACIDigital

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Do dia 10/9/2024

Revista comemorativa dos 90 anos da Diocese de Caxias do Sul

Organizada pela Coordenação Diocesana de Pastoral, a revista reúne artigos, fotos, um histórico da Diocese de Caxias do Sul e a linha do tempo da organização pastoral, além do caminho para o novo Plano Diocesano de Pastoral

A Missa solene dos 90 anos da criação da Diocese de Caxias do Sul, na noite do domingo, 08 de setembro, lotou a Catedral Diocesana de Caxias do Sul - Paróquia Santa Teresa D'Ávila. Ao final da celebração, o vigário geral e coordenador de Pastoral, padre Leonardo Inácio Pereira, lançou oficialmente a revista comemorativa das nove décadas da Igreja Particular de Caxias.

Organizada pela Coordenação Diocesana de Pastoral e viabilizada por meio de patrocínios, a revista tem 20 páginas. Ela reúne artigos, fotos, um histórico da Diocese de Caxias do Sul e a linha do tempo da organização pastoral, além do caminho para o novo Plano Diocesano de Pastoral. "Essa revista é uma oportunidade para revisitarmos a rica trajetória de nossa Igreja Particular, que, ao longo das décadas, soube adaptar-se aos desafios do tempo, sem jamais perder de vista sua missão de anunciar Jesus Cristo e servir", descreve o editorial.

Foram impressos 3 mil exemplares, sendo entregues as primeiras revistas ao povo de Deus presente da Missa dos 90 anos. Ao longo destes próximos dias, as paróquias irão receber alguns exemplares para serem distribuídos entre as comunidades e lideranças. Para facilitar o acesso, disponibilizamos no link abaixo PDF da revista, para ser baixada diretamente no celular ou no computador. Basta clicar no link abaixo.

>>>> ACESSO À REVISTA: https://www.diocesedecaxias.org.br/revista

Fonte: Diocese de Caxias do Sul

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O Papa na missa em Díli: fazer-se pequeno nos abre à ação do Senhor

"Fazendo-nos pequenos, permitimos que o Todo-Poderoso faça em nós grandes coisas, segundo a medida do seu amor, como nos ensina Maria no Magnificat e nesta celebração. Jesus quis nascer pequeno para se fazer nosso irmão", disse Francisco na homilia da missa celebrada na Esplanada de Taçi Tolu, em Díli, Timor-Leste, no âmbito de sua 45ª Viagem Apostólica Internacional.

Mariangela Jaguraba – Vatican News

«Um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado». Com este versículo extraído do 9° Capítulo do Livro do Profeta Isaías, o Papa Francisco iniciou sua homilia na missa por ele celebrada na Esplanada de Taçi Tolu, em Díli, Timor-Leste, nesta terça-feira (10/09), no âmbito de sua 45ª Viagem Apostólica Internacional.

Com essas palavras, "o profeta Isaías se dirige aos habitantes de Jerusalém, numa época próspera para a cidade, mas infelizmente caracterizada por uma grande decadência moral".

“Há muita riqueza, porém o bem-estar cega os poderosos, iludindo-os com a ideia de serem autossuficientes, de não precisarem do Senhor, e a sua presunção leva-os a ser egoístas e injustos.”

É por isso que, apesar de haver tantos bens, os pobres são abandonados e passam fome, a infidelidade alastra e a prática religiosa se reduz, cada vez mais, a mera formalidade. A fachada enganadora de um mundo, à primeira vista perfeito, esconde assim uma realidade mais sombria, mais dura e cruel, com necessidade de conversão, misericórdia e cura.

"Por isso, o profeta anuncia aos seus concidadãos que Deus abrirá diante deles um novo horizonte: um futuro de esperança e alegria, do qual serão banidas para sempre a opressão e a guerra. Fará brilhar para eles uma grande luz que os libertará das trevas do pecado que oprime; e não o fará com a força de exércitos, armas e riquezas, mas com o dom de um filho", disse ainda o Papa, refletindo sobre esta imagem: Deus faz brilhar a sua luz salvadora através do dom de um filho.

A proximidade de Deus se manifesta através de uma criança

"Em todas as partes do mundo, o nascimento de uma criança é um momento luminoso de alegria e festa, que infunde em todos bons desejos de renovação no bem, de regresso à pureza e à simplicidade. Diante de um recém-nascido, até o coração mais duro se acalenta e enche de ternura. A fragilidade de uma criança traz consigo uma mensagem tão forte que toca até as almas mais endurecidas, trazendo de volta propósitos de harmonia e serenidade. É maravilhoso o que acontece com o nascimento de uma criança", sublinhou.

Segundo o Papa, "a proximidade de Deus se manifesta através de uma criança. Deus se torna uma criança não apenas para nos maravilharmos e comovermos, mas é também para nos abrirmos ao amor do Pai e nos deixarmos moldar por Ele, para que possa curar as nossas feridas, recompor os nossos desentendimentos, pôr ordem na nossa existência".

Timor-Leste é bonito porque tem muitas crianças: sois um país jovem onde por todo o lado se sente a vida a pulsar, a desabrochar. E isso é um grande dom: a presença de tantos jovens e crianças renova constantemente a nossa energia e nossa vida.

“Mas, mais ainda, trata-se de um sinal, porque dar espaço aos mais pequenos, acolhê-los, cuidar deles, e fazermo-nos pequenos diante de Deus e diante uns dos outros, são precisamente as atitudes que nos abrem à ação do Senhor.”

Não ter medo de redimensionar os nossos projetos

De acordo com Francisco, "fazendo-nos crianças, permitimos a ação de Deus em nós. Hoje, veneramos Nossa Senhora como Rainha, isto é, a mãe de um Rei, Jesus, que quis nascer pequeno, se fazer nosso irmão, pedindo o “sim” de uma jovem humilde e frágil".

“Por isso, queridos irmãos e irmãs, não tenhamos medo de nos tornarmos pequenos diante de Deus e uns dos outros, não tenhamos medo de perder a nossa vida, de dar o nosso tempo, de rever os nossos programas e redimensionar os nossos projetos quando for necessário, não para os diminuir, mas para os tornar ainda mais belos através do dom de nós mesmos e do acolhimento dos outros.”

Segundo o Papa, "a verdadeira realeza é a de quem dá a vida por amor: como Maria, e como Jesus, que na cruz deu tudo, fazendo-se pequeno, indefeso, fraco, para dar lugar a cada um de nós no Reino do Pai. Tudo isto é simbolizado muito bem por dois belíssimos adornos tradicionais desta terra: o Kaibauk e o Belak, força e ternura do Pai e da Mãe. Assim o Senhor manifesta a sua realeza, feita de caridade e misericórdia".

Francisco concluiu, convidando cada um enquanto homem e mulher, enquanto Igreja e sociedade, a pedir "a sabedoria de refletir no mundo a luz forte e terna do Deus de amor, daquele Deus que, como rezamos no Salmo responsorial, «levanta do pó o indigente e tira o pobre da miséria, para o fazer sentar entre os grandes»".

Fonte: Vatican News

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Papa em Timor-Leste: difundir o Evangelho com o seu perfume de reconciliação, paz e justiça

Na catedral de Díli, Francisco encontrou-se com os líderes pastorais do país e reiterou que anunciar Cristo significa servir os pobres, vigiando sobre nós mesmos, "porque a mediocridade e a tibieza espiritual andam sempre à espreita". "O perfume do Evangelho deve ser difundido contra tudo o que humilha, deturpa e destrói a vida humana", disse ainda o Papa.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco encontrou-se, nesta terça-feira (10/09), com os bispos, sacerdotes, diáconos, pessoas consagradas, seminaristas e catequistas na Catedral da Imaculada Conceição, em Díli, Timor-Leste, no âmbito de sua 45ª Viagem Apostólica Internacional.

"Estou feliz por me encontrar entre vós, no contexto de uma viagem que me vê como peregrino nas terras do Oriente", disse Francisco no início de seu discurso, recordando as palavras dirigidas a ele pelo presidente da Conferência Episcopal de Timor-Leste, dom Norberto do Amaral, que definiu Timor-Leste um país “nos confins do mundo”.

No coração de Cristo as periferias da existência são o centro

“Porque está nas fronteiras, encontra-se no centro do Evangelho! Este é um paradoxo que devemos aprender: nos Evangelhos as fronteiras são o centro e uma Igreja que não é capaz de chegar às fronteiras e que se esconde no centro é uma Igreja muito doente. Uma Igreja que pensa na periferia, envia missionários, se coloca naquelas fronteiras que são o centro, o centro da Igreja. Obrigado por estar nas fronteiras. No coração de Cristo, as periferias da existência são o centro.”

"O Evangelho está repleto de pessoas, figuras e histórias que se encontram nas margens, nas fronteiras, mas são convocadas por Jesus e tornam-se protagonistas da esperança que Ele veio trazer", disse o Papa.

"Alegro-me convosco e por vós, porque sois nesta terra os discípulos do Senhor", disse Francisco, recordando "um episódio de ternura e intimidade", no Evangelho de João, "ocorrido na casa dos amigos de Jesus: Lázaro, Marta e Maria. A certa altura, durante o jantar, Maria «ungiu os pés de Jesus com uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, e os enxugou com os seus cabelos. A casa encheu-se com a fragrância do perfume». Maria unge os pés de Jesus e aquele perfume difunde-se pela casa".

A seguir, o Papa refletiu sobre estes dois elementos: guardar o perfume, difundir o perfume.

"Guardar o perfume. Sentimos sempre necessidade de voltar à origem do dom recebido, do nosso ser cristãos, sacerdotes, consagrados ou catequistas. Recebemos a própria vida de Deus através do seu Filho Jesus, que morreu por nós e nos deu o Espírito Santo. Fomos ungidos com o Óleo da alegria e, escreve o apóstolo Paulo, «somos para Deus o bom odor de Cristo»."

Ter consciência do dom recebido 

Caríssimos, vós sois o perfume de Cristo! E este símbolo não vos é estranho: aqui em Timor, efetivamente, crescem em abundância árvores de sândalo, com o seu perfume muito apreciado e procurado também por outros povos e Nações. A própria Bíblia enaltece o seu valor, quando narra que a Rainha de Sabá visitou o Rei Salomão, oferecendo-lhe madeira de sândalo.

“Irmãos e irmãs, vós sois o perfume do Evangelho neste país. Como uma árvore de sândalo, de folha perene, forte, que cresce e dá frutos, também vós sois discípulos missionários, perfumados com o Espírito Santo para inebriar a vida do vosso povo.”

Segundo Francisco, "o perfume recebido do Senhor deve ser guardado com cuidado, como Maria de Betânia o tinha conservado precisamente para Jesus. Também nós devemos guardar o amor com que o Senhor perfumou a nossa vida, para que não se dissipe nem perca o seu aroma".

“O que significa isto? Significa ter consciência do dom recebido, recordar que o perfume não é para nós, mas para ungir os pés de Cristo, anunciando o Evangelho e servindo os pobres; significa vigiar sobre nós mesmos, porque a mediocridade e a tibieza espiritual andam sempre à espreita.”

A propósito de mediocridade, o Pontífice lembrou-se de algo que o Cardeal De Lubac disse sobre a mediocridade e a mundanidade: “A pior coisa que pode acontecer às mulheres e aos homens da Igreja é cair na mundanidade, na mundanidade espiritual”. "Cuidado! Guardem esse perfume que tanto nos dá vida", sublinhou.

O Papa convidou os timorenses a não se descuidar "de aprofundar a doutrina cristã, de amadurecer a partir da formação espiritual, catequética e teológica", pois, disse ainda Francisco, "tudo isto serve para anunciar o Evangelho na vossa cultura e, ao mesmo tempo, para a purificar de formas e tradições arcaicas, por vezes supersticiosas. A pregação da fé deve ser inculturada na vossa cultura, e a vossa cultura deve ser evangelizada. E isso se aplica a todos os povos, não apenas a vós."

Perfume de compaixão que ajude os pobres a reerguerem-se

"Difundir o perfume. A Igreja existe para evangelizar, e nós somos chamados a levar aos outros o doce perfume da vida nova do Evangelho. Maria de Betânia não usa o precioso nardo para se perfumar a si mesma, mas para ungir os pés de Jesus, e assim espalha o aroma por toda a casa. Além disso, o Evangelho de Marcos especifica que Maria, para ungir Jesus, parte o frasco de alabastro que continha o unguento perfumado. A evangelização acontece quando temos a coragem de “partir” o frasco que contém o perfume, de quebrar a “casca” que muitas vezes nos fecha em nós mesmos e sair de uma religiosidade preguiçosa e cômoda, vivida apenas para as necessidades pessoais", disse Francisco, acrescentando:

“Também o vosso país, radicado numa longa história cristã, precisa hoje de um renovado impulso na evangelização, para que chegue a todos o perfume do Evangelho: um perfume de reconciliação e de paz, depois dos sofridos anos da guerra; um perfume de compaixão, que ajude os pobres a reerguerem-se e que suscite o compromisso em levantar os destinos econômicos e sociais do país; um perfume de justiça contra a corrupção.”

O Papa disse ainda que o "perfume do Evangelho deve ser difundido contra tudo o que humilha, deturpa e até destrói a vida humana, contra as chagas que geram vazio interior e sofrimento, como o alcoolismo, a violência e a falta de respeito pela dignidade das mulheres. O Evangelho de Jesus tem o poder de transformar estas realidades obscuras e gerar uma sociedade nova".

Diante do fenômeno da falta de respeito pelas mulheres, as religiosas devem levar a mensagem de que "as mulheres são a parte mais importante da Igreja, porque cuidam dos mais necessitados: curam e acompanham eles, acompanham eles. Sejam mães do povo de Deus; tenham a coragem de criar comunidades, de serem mães. É o que peço a vós".

Não pensar no ministério como um prestígio social

A seguir, o Pontífice disse aos sacerdotes: "Soube que o povo se dirige a vós com muito carinho, chamando-vos 'Amu', que é o título mais importante entre vós e significa 'senhor'".

“Isso não deve provocar em vós um sentimento de superioridade em relação ao povo: vós sois do povo. Não se deixem levar pela tentação do orgulho e do poder; não deve fazer-vos pensar no ministério como um prestígio social. Não! O ministério é um serviço. Lembremo-nos disto: com o perfume se ungem os pés de Cristo, que são os pés dos nossos irmãos na fé, começando pelos mais pobres.”

"O padre é um instrumento de bênção", disse ainda o Papa, e "nunca deve aproveitar-se da sua função, mas deve sempre abençoar, consolar, ser ministro de compaixão e sinal da misericórdia de Deus".

Fonte: Vatican News

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A coragem e o zelo apostólico da Igreja timorense

Irmã Rosa, pe. Sancho e o leigo Florentino. Três testemunhas de uma história eclesial viva e apaixonada pelo Evangelho, que na Catedral da Imaculada Conceição, em Díli, contaram ao Papa a sua experiência de fé e de participação nos acontecimentos dramáticos e dolorosos de Timor-Leste.

Antonella Palermo – Vatican News

A vivacidade da Igreja timorense e as expressões de grande afeto demonstradas ao Sucessor de Pedro nesta terra que tanto sofreu, são extraordinárias. O testemunho cristão impregnado da história de Timor-Leste saiu em diferentes estilos nas palavras de Irmã Rosa Sarmento, da Congregação das Filhas da Caridade Canossianas, do padre diocesano Sancho Amaral e do catequista Florentino de Jesus Martins, de quase noventa anos, que relatou a sua experiência eclesial antes que o Papa tomasse a palavra.

Irmã Rosa: o futuro é brilhante e promissor

Irmã Rosa destacou o florescimento de vocações sacerdotais e religiosas de que providencialmente goza Timor-Leste, um país onde o anúncio de Jesus foi levado nas pegadas de São Francisco Xavier, “um missionário de excelência do Oriente”, mas que agora envia missionários para o mundo. A religiosa está convencida de que essa abertura fará crescer a dimensão sinodal da Igreja timorense e consolidará a fraternidade humana que já está sendo praticada ali. Ela manifesta gratidão ao Papa ter ido até esta Igreja em saída. "Nós somos um país jovem que alvoreceu no limiar do século XXI, mas, não deixamos de ser também um território abençoado com a maioria da sua população com crianças, adolescentes e jovens. Assim, o futuro da Igreja e da Nação é risonho e prometedor", disse ela em seu testemunho.

Pe. Sancho e a resistência durante a guerra

E há ainda a audácia com que o padre Sancho enfrentou, durante o processo de independência de Timor-Leste, a transferência de Díli para Ossu do comandante-chefe Kay Rala Xanana Gusmão, acompanhando-o e enfrentando sérios perigos para a sua segurança e a de outros. A sua história nos leva de volta aos tempos sombrios da ocupação indonésia. Foi em 1991, em Díli, que lhe pediram para ir ao Leste; a oração e o discernimento fizeram com que ele decidisse ir apesar do medo e da resistência inicial. Num posto de controle, pensaram que não conseguiriam: o respeito por sua batina salvou ele e o líder da resistência. Isto permitiu que Xanana e os seus colaboradores trabalhassem com os seus companheiros na floresta. Foi uma lição aprendida na guerra: “Deus sabe cuidar daqueles que chamou para a missão”.

O catequista Florentino, a dedicação em levar o Evangelho

Por fim, a coragem de Florentino. Vestindo uma jaqueta multicolorida que o faz parecer um homem de trinta anos, ele fala diante de Francisco, contando sua longa experiência como catequista. Durante cinquenta anos foi primeiro catequista voluntário e depois permanente. Com zelo e sentido de responsabilidade percorreu vários quilômetros a pé, mesmo debaixo de chuva, para não faltar a Comunhão e a Palavra nas áreas mais internas do país. Hoje, ele tem 89 anos, sofre de Parkinson, mas resiste e quis dar o seu testemunho, continuando, como disse, a dar conselhos e apoio moral a outros catequistas que necessitam. O Papa, de improviso, ao cumprimentá-lo, comparou-o brincando a São Paulo Apóstolo: “Os lábios não se paralisaram ​​para anunciar o Evangelho e para batizar”. Como muitos outros, centenas e centenas, ele deu uma contribuição fundamental para história da Igreja timorense, assim como muitos de seus companheiros o fizeram e continuam fazendo nas terras visitadas nesta viagem apostólica do Papa que os elogiou muito e em diversas ocasiões.

Fonte: Vatican News

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Religiosa timorense expressa gratidão pela visita do Papa em seu país

Em conversa com o Vatican News, a Irmã Lídia, religiosa concepcionista, compartilha sua emoção pela visita do Papa Francisco ao Timor-Leste, destacando a importância da mensagem papal para o povo timorense.

Vatican News

A visita do Papa Francisco a Timor-Leste, parte de sua 45ª Viagem Apostólica Internacional, é recebida com grande entusiasmo e emoção pelos fiéis e religiosos que atuam no país. Em entrevista ao Vatican News, a Irmã Lídia, religiosa concepcionista, falou sobre o significado desse momento histórico para o país e a Igreja local.

"Eu agradeço a Deus por esta oportunidade, que para nós, timorenses, é muito importante, pois é a primeira vez que recebemos o Papa Francisco em nosso país." Para a religiosa, a presença do Santo Padre é motivo de imensa gratidão e um grande privilégio.

Sobre a visita papal em andamento, a Irmã Lídia espera que a mensagem do Papa Francisco "alcance todo o país", ressaltando a importância do Papa para a fé do povo timorense. "Nossa fé é importante, e por isso precisamos do testemunho das pessoas que vêm até nós."

A religiosa também comentou sobre a recepção calorosa preparada pela Igreja em Timor-Leste, destacando que todos – irmãs, sacerdotes, diáconos e catequistas – aguardavam com alegria e fé a chegada do Papa Francisco: "Estamos todos, religiosos e padres, com muita alegria em receber o Santo Padre; de modo particular, eu estou muito contente por ver o Santo Padre aqui em nosso país."

Ao final da entrevista, a Irmã Lídia deixou uma mensagem para os cristãos: "O testemunho do Papa é o de ir ao encontro das pessoas, e nós devemos levar a mensagem do Santo Padre, sobretudo, propagar a fé." Fonte: Vatican News

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Crianças com deficiência dão uma lição, diz o Papa: deixar que Deus cuide de nós

"Não podemos entender o amor de Jesus se não praticarmos o amor", disse Francisco ao visitar uma escola para alunos con deficiência na capital timorense, aos quais agradeceu por darem uma lição: deixar que Deus cuide de nós!

Vatican News

Deixar que Deus cuide de nós...Para o Papa, é que ensinam as crianças e jovens acolhidos pela escola das Irmãs Alma, especializada em atender alunos com deficiência. A visita esta manhã foi o primeiro compromisso oficial de Francisco esta terça-feira. Aos presentes, o Pontífice dirigiu a seguinte saudação:

"Há uma coisa que sempre me faz pensar: quando Jesus fala do julgamento final, ele diz a algumas pessoas: 'Venham comigo', mas não diz “Venham comigo porque foram batizados, porque foram crismados, porque se casaram na Igreja, porque não mentiram, porque não roubaram...”. E Jesus diz: “Venha comigo porque você cuidou de mim quando eu estava com fome e me deu comida, quando eu estava com sede e me deu de beber, quando eu estava doente e você me visitou”, e assim por diante... Eu chamo isto de 'o sacramento dos pobres'. Um amor que encoraja, que constrói e fortalece. 

E é isso que encontramos aqui: amor. Sem amor, isso não pode ser entendido. E é assim que entendemos o amor de Jesus, que deu sua vida por nós. Não podemos compreender o amor de Jesus se não começarmos a praticar o amor. Compartilhar a vida com os mais necessitados é um programa, o programa de vocês, é o programa de todo cristão. Gostaria de agradecer-lhes pelo que fazem e gostaria de agradecer também às meninas, aos meninos, aos jovens e às jovens que nos dão o testemunho de deixar-se cuidar por Deus. Pois são eles que nos ensinam como devemos nos deixar cuidar por Deus. Deixar-nos cuidar por Deus e não pelas muitas ideias, projetos ou caprichos. Deixar-nos cuidar por Deus. E eles são os nossos mestres. Obrigado a vocês por isso."

Ao final do encontro, Francisco cumprimentou os alunos da escola. De modo especial, assinou o diário do jovem Adrian Arcangelo "com a minha benção", escreveu em português.

Fonte: Vatican News

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Papa encontra jesuítas em Díli e presta homenagem a um padre de 103 anos

Segundo encontro com os membros da Companhia de Jesus durante a viagem apostólica no Sudeste Asiático e na Oceania. No final da manhã de hoje (10/09), Francisco recebeu na Nunciatura 41 jesuítas de várias regiões asiáticas, com quem teve um colóquio de 45 minutos sobre diversos temas, entre eles a inculturação. Estava presente o padre João Felgueiras, religioso português em Timor-Leste desde os tempos da ocupação indonésia, a quem o Papa abraçou e agradeceu pelo seu serviço.

Salvatore Cernuzio – Enviado a Dili

O primeiro gesto de Francisco ao entrar no salão da Nunciatura de Díli, em Timor-Leste, na manhã desta terça-feira (10/09), onde 41 jesuítas o aguardavam após o encontro com o clero na Catedral da Assunção, foi abraçar o padre João Felgueiras, de 103 anos, um dos jesuítas mais idosos do mundo.

O testemunho do padre João

A este religioso português que vive em Timor-Leste desde os tempos da ocupação indonésia e que nunca deixou o país e o seu povo, nem nos momentos mais difíceis, o Papa quis prestar uma homenagem pública. Tendo sido informado da sua presença, assim que entrou, dirigiu-se imediatamente a ele: “Agradeceu-lhe e abraçou-o. O padre João estava muito emocionado”, conta aos meios de comunicação do Vaticano o padre Nuno da Silva Gonçalves, diretor de La Civiltà Cattolica e membro da comitiva papal na viagem ainda em curso pelo Sudeste Asiático e Oceania.

Segundo encontro com os jesuítas

Foi o segundo encontro de Papa Francisco com os jesuítas, após o colóquio de cerca de uma hora realizado no último 4 de setembro, em Jacarta, com 200 confrades. Outro encontro está previsto para quinta-feira, 12 de setembro, no Centro de Retiros “São Francisco Xavier” em Singapura. Esta manhã, na Nunciatura da capital timorense, estavam presentes 41 membros da Companhia de Jesus, provenientes de outras regiões, mas residentes e ativos em Timor-Leste. Entre eles, 8 noviços.

No final da manhã desta quarta-feira (04/09) em Jacarta, depois de compromissos com o presidente e autoridades políticas e civis da Indonésia, o Papa recebeu 200 membros da ...

Grupo internacional

“Como sempre nesses encontros – conta o padre Gonçalves – respirou-se um ar de família”. Diante do Papa havia “um grupo muito internacional”, com jesuítas vindos do Vietnã, Malásia e Filipinas. Portanto, “um grupo diversificado, engajado em trabalhos diferentes, como a educação dos jovens ou em um instituto de formação para professores. Um trabalho que consideram tão importante quanto o trabalho de exercícios espirituais nas paróquias”.

Quase uma hora de conversa

O colóquio durou cerca de 45 minutos, como sempre marcado por perguntas, respostas, confidências e trocas de comentários. Entre os temas abordados, “sempre ligados à vida da Companhia de Jesus”, destaca o diretor de La Civiltà Cattolica, estavam “como o Papa vê o trabalho dos jesuítas em cada local e país, temas comuns como o compromisso com a justiça social, a Doutrina Social da Igreja e sua importância”.

A importância da inculturação

Em particular, explica o padre Nuno, como em outras intervenções aqui em Timor-Leste, o Papa Francisco, “falando do Evangelho e da cultura, sublinhou o valor da inculturação. Ou seja, do Evangelho que deve se inculturar e da cultura que deve ser evangelizada”. Essa temática foi recorrente na etapa timorense, estando também no centro do lema escolhido: "Que a vossa fé seja a vossa cultura".

Fonte: Vatican News

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Timor-Leste: no enclave de Oekussi, onde teve início uma história de fé e salvação

Timor-Leste vive nestes dias, de 9 a 11 de setembro, a histórica visita do Papa Francisco ao país do sudeste asiático. Nesse contexto, trazendo uma página da história da jovem nação independente desde 2002, o Pe. José Tacain, missionário Verbita, nos apresenta Oekussi-Ambeno, o lugar na ilha do Timor onde os portugueses desembarcaram pela primeira vez no século XVI e onde os primeiros missionários dominicanos desembarcaram com eles. É considerado, portanto, “o local de nascimento do Timor-Leste”

É a faixa de terra “onde tudo começou”, conta à agência missionária Fides o padre José Tacain SVD, missionário timorense nascido em Oekussi, citando a expressão que os timorenses gostam de usar. Oekussi-Ambeno é o lugar na ilha do Timor onde os portugueses desembarcaram pela primeira vez no século XVI e onde os primeiros missionários dominicanos desembarcaram com eles. É considerado, portanto, “o local de nascimento do Timor-Leste”. Mas Oekussi - eis a peculiaridade - hoje é um enclave do Timor-Leste localizado na parte oeste da ilha, portanto, em pleno território indonésio.

Em um território de 814 km² vive uma população de cerca de 70.000 habitantes, que sempre permaneceram, ao longo dos séculos, cultural e espiritualmente ligados ao Timor-Leste, independentemente de quem governasse o Timor-Oeste. Oekussi tem orgulho de seu passado, de sua cultura e de sua fé. Em Oekussi, a área chamada Lifau é o lugar exato onde os primeiros portugueses desembarcaram em 1515, e é o lugar de onde o frade dominicano Antonio Taveira, conhecido pelo povo local como o “Santo Antônio do Timor-Leste”, começou seu trabalho missionário na ilha, como nos lembram um monumento e uma série de placas que celebram a chegada do Evangelho.

O Tratado de Lisboa, entre Portugal e Holanda

Em 1556, um grupo de frades dominicanos estabeleceu o primeiro assentamento permanente em território timorense e Lifau se tornaria mais tarde a capital da então colônia portuguesa. Esse status foi perdido em 1767, quando, devido às frequentes incursões dos holandeses, os portugueses decidiram transferir a capital para Dili, a atual capital do Timor-Leste.

Em 1859, com o Tratado de Lisboa, Portugal e a Holanda dividiram a posse da ilha do Timor, mas confirmaram que o território de Oekussi permanecia sob o domínio português. E mesmo em 1975, quando a Indonésia invadiu o Timor-Leste, o território continuou a ser administrado como parte do Timor-Leste ocupado. Por fim, após o reconhecimento da independência do Timor-Leste em 2002, Oekussi-Ambeno tornou-se novamente parte integrante da jovem república.

Hoje, observa o padre Tacain, em nível político, Oekussi é agora uma “zona econômica especial” porque enfrenta o desafio diário de estar geograficamente separada do resto do país (a única ligação com o Timor-Leste é uma estrada costeira) e precisa de projetos de desenvolvimento, especialmente no setor de turismo.

História da nação e história da Igreja católica estão ligadas

 “Oekussi - continua ele - também é um distrito da Arquidiocese de Dili onde a fé nunca desapareceu em 500 anos. Há cinco paróquias e há vestígios históricos da presença de missionários portugueses, como a Igreja de Santa Maria do Rosário. Gostaria de mencionar que havia um seminário católico no local já em 1700. E muitos padres da Igreja de Dili ou membros consagrados de ordens religiosas nasceram lá. As festas religiosas são muito preciosas e celebradas com grande devoção. Tudo isso é um sinal da vitalidade da fé”.

Os fiéis do Timor-Leste frequentemente organizam peregrinações ao monumento que comemora o momento e o local onde, em 18 de agosto de 1515, os portugueses desembarcaram “e onde teve início nossa história de fé e salvação”, observa o padre Verbita. “A história da nação e a história da Igreja católica estão ligadas. Aos colonizadores portugueses reconhecemos que trouxeram a dádiva do Evangelho”, observa ele.

Em Oekussi, encastoado em território indonésio, não nos sentimos sitiados: “Vivemos uma história reconciliada também com relação à Indonésia. Lembro-me de que, em minha infância, havia a administração indonésia como potência ocupante, mas nossa identidade timorense nunca foi enfraquecida. Naquela época, o regime de Suharto tinha objetivos imperialistas que não existem mais e hoje temos boas relações de vizinhança. Sempre fizemos parte do Timor-Leste, e o Senhor sempre acompanhou nosso caminho”.

(com Fides)

Fonte: Vatican News

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Cardeal Ribat: palavras do Papa podem renovar Papua Nova Guiné

O purpurado, arcebispo de Port Moresby, destaca os temas que caracterizaram a etapa de Francisco pelo país oceânico: a proximidade com os jovens, o apoio aos direitos das mulheres, o impacto da sua visita na Igreja local.

Francesca Merlo e Delphine Allaire - Port Moresby

As palavras dirigidas aos jovens de Papua Nova Guiné, antes de sua partida para o Timor-Leste, foram uma das mensagens mais intensas deixadas pelo Papa ao país da Oceania. Essa é a convicção do cardeal John Ribat, arcebispo de Port Moresby, para quem foi evidente como Francisco estabeleceu um vínculo direto com os 10 mil jovens reunidos no Estádio Sir John Guise, deixando de lado o texto preparado e falando-lhes com o coração.

O Papa, comentou o cardeal, incentivou os jovens a se levantarem quando caírem e a ajudarem os outros que caíram. “Foi uma mensagem forte para eles” aquela de "se ajudarem uns aos outros, levantar-se juntos, não apenas buscando ajuda de fora, mas também dentro de si mesmos". Ele então lhes confiou outra, continuou o cardeal Ribat, com o convite para “manter contato com seus avós”, explicando a riqueza inestimável de uma herança de “valores e cultura da qual hoje, com tantas influências modernas, corremos o risco de nos desconectar”, até porque a Internet e as mídias sociais, argumentou ele, nunca serão capazes de fornecer tais valores.

O papel das mulheres na sociedade

Francisco, observou o arcebispo de Port Moresby, em seus encontros e mensagens também reconheceu e promoveu o fato de que “as mulheres são as que se comprometem, são as grandes construtoras da sociedade”, em um país onde, ao contrário, a cultura é dominada pelos homens e sua atitude de “desprezar as mulheres”. As mulheres não são respeitadas por sua contribuição à sociedade, e isso “muitas vezes leva à violência contra elas”, e vice-versa: elas devem ser amadas e promovidas, devem poder viver suas vidas livremente, assim como os homens, e de “maneira responsável e positiva”.

O gerenciamento de recursos

Fundamental para a vida do povo de Papua Nova Guiné é a questão das riquezas naturais do país e sua gestão, um aspecto que o Papa abordou diretamente. “Ele visitou Vanimo”, diz o cardeal Ribat, "viu as florestas e os recursos que temos, alguns dos quais foram explorados, e enfatizou que esses recursos devem ser usados para desenvolver o país, para construir serviços como saúde e educação". Francisco, em seu diálogo com os jovens, os exortou precisamente sobre a questão dos recursos naturais e a questão de quem se beneficia do retorno econômico, e depois indicou “que os recursos deveriam ser usados para construir a nação, para que todos possam se beneficiar”.

Esperança, amor e fé em Papua Nova Guiné

Todas as palavras do Papa, é o sentimento de Ribat, “encorajaram o povo, a nação, o governo”, porque cada encontro tinha uma direção específica e porque o coração da visita do Papa era uma mensagem de esperança, amor e fé. Além disso, para os católicos do país, sua presença ofereceu grande incentivo para viver e trabalhar juntos.

Muitos habitantes, para estarem com o Papa Francisco durante esses três dias, empreenderam viagens longas e muitas vezes perigosas, e muitos deles, como aponta o arcebispo de Port Moresby, “seguiram as estradas que os missionários percorreram no passado. Alguns fizeram peregrinações de duas semanas ou mais”. “O Papa nos encoraja a seguir em frente com fé, esperança e unidade, e agora”, espera o cardeal, "devemos garantir que suas palavras inspirem ação", para que sua mensagem não fique apenas em palavras, mas possa "avançar em uma construção positiva da sociedade, inspirada pela esperança que Francisco expressou para nossa nação".

Uma fé que resiste

Diante de um mundo que muda, até mesmo dramaticamente, o compromisso inabalável da Igreja continua sendo um farol de esperança e “a fé resiste”. O cardeal Ribat lembrou que “Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre” e que, apesar de todas as mudanças e progressos, a fé é a única constante que deve permanecer. O coração do Papa Francisco é “para a Igreja distante”, ressaltou ainda o arcebispo de Port Moresby, testemunhado pela criação de cardeais na Indonésia, Timor-Leste, Singapura, Papua Nova Guiné, e “até mesmo suas nomeações em Tonga refletem essa dedicação”. “Como São João Paulo II”, concluiu, "o Papa Francisco encarna o cuidado da Igreja, mesmo para com os cantos mais remotos do mundo", e sua viagem apostólica à Papua Nova Guiné, "sublinha a unidade da Igreja, independentemente da distância física de seus membros".

Fonte: Vatican News

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Visita histórica do Papa em prisão feminina de Veneza é documentada em livro

Um catálogo especial sobre o Pavilhão da Santa Sé na 60ª Exposição Internacional de Arte de Veneza, já nas bancas, será apresentado nesta terça-feira (10/09), em Milão. A obra, que aprofunda a história da mostra “Com os meus olhos” na Penitenciária Feminina de Giudecca, conta com prefácio do Papa Francisco e imagens da sua visita ao local em 28 de abril.

Andressa Collet - Vatican News

A Penitenciária Feminina de Giudecca, que acolhe o Pavilhão da Santa Sé na 60ª Exposição Internacional de Arte de Veneza, continua oferecendo workshops diários e visitas guiadas à mostra “Com os meus olhos”, resultado de um encontro entre os artistas e as mulheres que cumprem sentença na casa de detenção. Em especial, nesta terça-feira (10/09), em Milão, será apresentado um catálogo sobre a história do projeto que também contém uma análise aprofundada do trabalho dos curadores, além de documentar um diálogo criado entre os 8 artistas envolvidos e as detentas da prisão. A obra ganhou prefácio do Papa Francisco e conta com uma contribuição do cardeal José Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação da Santa Sé, além de responsável pelo próprio Pavilhão do Vaticano.

O catálogo, editado pelos curadores da exposição Chiara Parisi e Bruno Racine, publicado pela editora Marsilio Arte e com direção artística de Irma Boom, já está disponível nas livrarias e também em modalidade on-line no site da Marsilio Arte a 35 euros. A obra ainda é enriquecida com fotografias de Marco Cremascoli, que mostram os projetos nos locais de detenção, e imagens do artista Juergen Teller que capturaram a visita histórica do Papa Francisco ao Pavilhão em 28 de abril, um evento significativo que viu o Pontífice conhecer as detentas e os artistas.

Em entrevista à Rádio Vaticano-Vatican News em 29 de abril, o cardeal português afirmou que a visita do Pontífice àquelas mulheres foi uma espécie de parábola: "Francisco é um visitador global de cárceres, já visitou quase 20 cárceres, mais do que um por ano durante seu pontificado". E De Mendonça prosseguiu:

"Essa atitude do Santo Padre dá um exemplo enorme a toda a comunidade cristã e à comunidade humana, para dizer que não podemos descartar ninguém, mas temos de abraçar e dar novas oportunidades a todos. Isso, penso eu, que as mulheres detidas neste cárcere entendem muito bem."

A experiência vivida no Pavilhão da Santa Sé

O contexto único da Penitenciária Feminina permite entrelaçar experiências artísticas com a vida cotidiana das detentas, oferecendo um espaço para expressão e diálogo por meio de workshops e visitas guiadas abertas ao público. Desde a abertura oficial do Pavilhão, os 8 artistas envolvidos no projeto (Maurizio Cattelan, Claire Fontaine, Bintou Deìnbélé, Siìnone Fattal, Sonia Goì'nes, Marco Perego e Zoe Saldana, Claire Tabouret, e com a colaboração do Corita Aat Centre) e convidados, com o apoio da equipe de curadoria, produção, educadores e agentes, realizaram uma série de atividades que dialogam e completam a parte da exposição aberta ao público. Visitas guiadas gratuitas continuam sendo oferecidas, com reserva de pelo menos 48 horas de antecedência.

Fonte: Vatican News

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Teatinos comemoram os 500 anos, inclusive com o Papa no Vaticano

O bispo da diocese de Itapetininga/SP, dom Gorgônio Alves, está na Itália para participar das comemorações dos 500 anos da Ordem Teatina dos Clérigos Regulares. Ele acompanha a peregrinação no país que vai culminar na audiência com o Papa Francisco no próximo sábado (14/09), no Vaticano, dia de fundação do instituto, quando o Pontífice já estará de volta da viagem apostólica que o levou durante 12 dias à Ásia e à Oceania.

Andressa Collet - Vatican News

O Papa Francisco está cumprindo agenda nestes dias na Ásia e Oceania, mas volta ao Vaticano na próxima sexta-feira (13/08) e já no sábado (14/08) recebe cerca de 1500 participantes da peregrinação que comemora justamente nesse dia os 500 anos de fundação da Ordem Teatina dos Clérigos Regulares na Basílica de São Pedro. O aniversário, porém, vem sendo comemorado, inclusive por padres brasileiros, desde o último domingo (08/09) quando dom Gorgônio Alves da Encarnação Neto, bispo da diocese de Itapetininga/SP e único bispo do instituto religioso de direito pontifício, presidiu missa na Basílica de Sant’Andrea della Vale, em Roma, sede da Cúria Geral, com a presença de muitos dos confrades da Província Teatina do Brasil.

Já na segunda-feira (09/09), ínicio da programação comemorativa oficial, foi realizada uma conferência na capital italiana para, nesta terça-feira (10/09) em Veneza, se celebrar uma missa, presidida pelo padre argentino Marcelo Raúl Zubía, vigário-geral da Ordem dos Clérigos Regulares, com a presença de peregrinos teatinos, padres e amigos diocesanos do próprio Brasil, dos EUA, México, Colômbia, Argentina, Portugal, Espanha e Itália. Ainda está prevista uma parada em Nápoles durante a semana, antes da audiência com o Papa Francisco no sábado, 14 de setembro. A peregrinação comemorativa ao aniversário de 500 anos será sempre acompanhada pelo bispo brasileiro, dom Gorgônio Alves.

A história dos Teatinos

A Ordem dos Clérigos Regulares (Teatinos) é um instituto clerical de Vida Consagrada Religiosa que nasceu em 14 de setembro de 1524. Nesse dia, João Pedro Carafa, Caetano Thiene, Bonifácio de’Colli e Paulo Consiglieri, quatro homens de fé, comprometidos com o desejo de reformar a Igreja «na cabeça e nos membros», emitem a profissão religiosa ante o delegado pontifício, dom João Batista Bonciano, bispo de Caserta, na Itália.

Esse ato encerra um processo iniciado quando o sacerdote e jurisconsulto Caetano Thiene se estabeleceu novamente em Roma (1523) e continuou atuando no Oratório do Divino Amor. Nesse contexto, fez uma profunda amizade com outro membro do oratório, João Pedro Carafa, bispo de Chieti, cidade italiana que, em latim, se denomina Theate e que dá o nome à Ordem «Teatina» e arcebispo di Brindisi, ademais de examinador do clero romano por vontade do papa Clemente VII.

Os dois clérigos vinham desenhando esses projetos de renovação eclesial, tendo como eixo referencial a disciplina clerical. A ideia-mãe era a formação de um grupo de sacerdotes bem consolidado, ainda que fosse pequeno, que pudesse ser figura e modelo para a vida dos eclesiásticos. Esse é o princípio que rege o carisma religioso.

Fonte: Vatican News

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Novena Missionária: vídeos com testemunhos inspiram a comunidade

O lema deste ano para a Campanha Missionária é “Ide, convidai a todos para o banquete”. A novena missionária ressalta o testemunho de missionários e missionárias que compartilham o Evangelho de Jesus Cristo, com o Espírito Santo como guia da missão.

Vatican News

A série de vídeos com os testemunhos da Novena Missionária 2024 já está disponível no site e no canal do YouTube das POM. Este material audiovisual, produzido em parceria com a TV Aparecida, visa fortalecer a Campanha Missionária, que acontece ao longo do mês de outubro em comunidades de todo o Brasil.

O lema deste ano para a Campanha Missionária é “Ide, convidai a todos para o banquete”. A novena missionária ressalta o testemunho de missionários e missionárias que compartilham o Evangelho de Jesus Cristo, com o Espírito Santo como guia da missão. Os vídeos aprofundam a temática a partir de experiências missionárias nas realidades locais. Para cada dia da Novena Missionária foi produzido um vídeo que colabora com a reflexão e pode ser acessado através de QRcode dentro do livrinho da novena.

Materiais animam o mês missionário

Para celebrar e dinamizar o mês missionário, foram produzidas mais de 60 toneladas de materiais impressos, que já foram distribuídos para todos os estados brasileiros. Este vasto conjunto de materiais inclui novenas, cartazes, santinhos e outros itens especialmente elaborados para destacar a importância e o impacto deste mês nas famílias e comunidades.

Os materiais visam promover uma maior conscientização e envolvimento com a Campanha Missionária, incentivando a participação ativa das comunidades em todo o país. Com essa ampla distribuição, espera-se que o espírito missionário se fortaleça e se espalhe, trazendo mais vigor e entusiasmo para as atividades e celebrações programadas ao longo do mês.

Fonte: Vatican News

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Presidente do Celam em Quito: o vínculo entre Eucaristia, vida comunitária e criação

“A crise ecológica que vivemos está relacionada com a perda da sacralidade dos elementos da natureza”, afirmou dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe no primeiro dia de trabalhos do 53º Congresso Eucarístico Internacional em Quito, no Equador. Em vista da COP30 em Belém no próximo ano, o convite para se tornar "sacerdotes da criação".

Vatican News

Nesta segunda-feira (09/09) e primeiro dia de 53º Congresso Eucarístico Internacional que está sendo realizado em Quito, no Equador, com o tema 'Fraternidade para curar o mundo', dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe (Celam), celebrou uma missa para dar início às atividades que serão desenvolvidas até o próximo domingo, 15 de setembro.

Na homilia, o prelado brasileiro refletiu sobre o chamado à fraternidade que é alimentada, segundo ele, “pelo corpo e sangue do Senhor” com o propósito de salvar a humanidade: “uma fraternidade que se reúne em assembleia ao redor da mesa da Palavra e do Corpo do Senhor”. Ao participar da Eucaristia, acrescentou ele, “expressamos nossa participação na própria vida do Senhor, formamos fraternidade e somos irmãos e irmãs”.

Vivemos em um mundo ferido

Também presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Jaime comentou sobre o mundo convulsionado que tem uma grande ferida por conta da pobreza e da fome. Acrescentou a essa dor, a crise ecológica que a humanidade está sofrendo: “uma ferida que somos convidados a curar porque somos a ponte entre Deus e o mundo”.

A partir daí, disse ele, somos todos responsáveis pela criação e lembrou que a possibilidade do futuro da humanidade dependerá das ações e decisões que o homem tomar para cuidar da casa comum. “Ao tomar o mundo em nossas mãos, integrando-o criativamente e remetendo-o a Deus, cooperamos para libertar a criação de seus limites, curando as feridas e, assim, promovendo a vida".

A Eucaristia e a criação

Em outro aspecto, ele afirmou que a crise ecológica pela qual a humanidade está passando está relacionada à perda da sacralidade dos elementos da natureza na cultura. Dom Jaime então observou que muitos poderiam se perguntar: “o que isso tem a ver com a Eucaristia?”. Ele respondeu que a Igreja sempre entendeu a Eucaristia como a ação de toda a assembleia reunida, ou seja, de toda a Igreja em favor da vida e da construção da fraternidade.

“O caráter fundamental da Eucaristia é que ela é uma reunião e uma ação na qual se contempla e se vive todo o mistério de Cristo, ou seja, a salvação do mundo, promovendo a fraternidade universal! A Eucaristia não nos afasta do mundo. Pelo contrário, ela nos leva ao mundo. A Igreja sempre reconheceu um forte vínculo entre a Eucaristia, a vida comunitária, a sociedade e a criação”, disse ele.

Na mesma linha e em conclusão, o arcebispo de Porto Alegre lembrou que no próximo ano a COP30 será realizada na cidade de Belém, no Brasil, uma oportunidade privilegiada, disse ele, para que todos se mostrem como “sacerdotes da criação: em um mundo ferido, mas determinados a oferecer ao Pai os dons da criação; dispostos a cooperar na cura das feridas do mundo; prontos para dar testemunho do poder do amor que dá vida a todas as coisas”.

Fonte: Vatican News

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Bispos da CNBB Nordeste 2 visitam entidades de cooperação internacional e reforçam parcerias

A comitiva é formada pelo bispo de Petrolina (PE) e vice-presidente do Regional, dom Antônio Carlos Cruz Santos; pelo bispo de Pesqueira (PE) e secretário do Regional, dom José Luiz Ferreira Sales; pelo arcebispo da Paraíba e referencial para a Cáritas NE 2, dom Manoel Delson Pedreira da Cruz; e pela secretária executiva do organismo, Neilda Pereira. A agenda de visitas a entidades de cooperação internacional na Espanha e Alemanha segue até este sábado, dia 14

Vatican News

Membros da Presidência da CNBB Nordeste 2 realizam, neste mês de setembro, uma série de visitas a entidades de cooperação internacional. A comitiva é formada pelo bispo de Petrolina (PE) e vice-presidente, dom Antônio Carlos Cruz Santos; pelo bispo de Pesqueira (PE) e secretário do Regional, dom José Luiz Ferreira Sales; pelo arcebispo da Paraíba e referencial para a Cáritas NE 2, dom Manoel Delson Pedreira da Cruz; e pela secretária executiva do organismo, Neilda Pereira.

A agenda teve início na terça-feira (3) em Madri, na Espanha, onde o grupo visitou a Cáritas. Na oportunidade, foram apresentados os desafios e conquistas do Regional Nordeste 2. Durante a audiência, destacou-se possibilidades para contribuir com a caridade organizada, a partir das paróquias, olhando para o conjunto de ações que a Igreja realiza junto aos mais pobres.

No dia seguinte, os representantes da CNBB Nordeste 2 estiveram na sede do Fundo Nova Evangelização, onde foram recebidos pelo diretor Juan Martínez Sáez. O anfitrião apresentou o objetivo do fundo que é alimentado em parte com recursos da Conferência Episcopal Espanhola e com doações voluntárias das dioceses, dos Institutos de Vida Consagrada e de outras instituições eclesiais do país. O Fundo Nova Evangelização também recebe contribuições de pessoas físicas que desejam contribuir com a propagação do Evangelho nos países mais pobres.

Ainda na quarta-feira (4) na capital espanhola, os bispos e a secretária executiva da Cáritas NE 2 conheceram a organização Manos Unidas. A história e as prioridades de ação do grupo foram apresentadas por Juan Amunategui, Carlos Vicente e Francisco

Na ocasião, os bispos agradeceram a parceira, reforçando a importância dos projetos apoiados nas entidades-membros, manifestando o interesse de seguir com essas ações, sobretudo, nas regiões mais pobres do Regional Nordeste 2. Carlos Vicente destacou o trabalho que vem sendo desenvolvido pela Cáritas Regional e externou a alegria de receber os bispos na sede da organização Manos Unidas.

A quinta-feira (5) foi dedicada à reunião com a Fundación MAPFRE. A organização tem atuação em vários países e recentemente, a partir de uma articulação com a Cáritas NE 2, apoia um projeto com crianças e adolescentes na Diocese de Patos (PB), via Ação Social Diocesana. A entidade espanhola também mantém parceria com a Arquidiocese de Olinda e Recife (PE), por meio do Movimento Pró-Criança.

A Fundação MAPFRE alcançou 25 países com programas educacionais tendo como foco de atuação a educação, nutrição e saúde, em 2023. Diante desse trabalho, os bispos colocaram a realidade do Regional Nordeste 2, considerando a atuação da fundação e a necessidade de avançar na parceria para ampliação dos projetos.

Na sexta-feira (6), a comitiva desembarcou em Friburg na Alemanha, para visitar a sede da Cáritas no país. A reunião teve a participação de Claúdio Moser e Manuel Brettschneider, responsáveis pelo acompanhamento dos projetos do organismo na América Latina.

A Cáritas Alemã tem apoiado várias organizações no Brasil nas áreas de Migração e Refúgio, Mudanças Climáticas, Convivência com o Semiárido e Programa de Criança, Adolescência e Juventudes. Os bispos aproveitaram a oportunidade para agradecer a parceira, mas também para externar suas preocupações com o modelo de implantação dos complexos eólicos no Nordeste e com o uso excessivo de agrotóxicos.

Os pastores ainda enfatizaram a necessidade de avançar no debate no Brasil sobre o trabalho realizado pelo conjunto das organizações que muitas vezes têm dificuldade de desenvolver suas ações por falta de apoio financeiro.

Dom Delson ressaltou a importância da parceria com a Cáritas Alemã, destacando o processo de regionalização que a Cáritas Regional Nordeste 2 tem vivenciado na construção de projetos que valorizem a realidade local. Para o arcebispo, essas iniciativas são fundamentais para a construção de uma sociedade digna, justa e solidária.

A agenda de visitas a entidades de cooperação internacional segue até este sábado, dia 14.

Fonte: Vatican News

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Pizzaballa aos palestinos de Jenin: vocês não estão sozinhos, os edifícios serão reconstruídos

O Patriarca Latino de Jerusalém visitou a paróquia latina da cidade cisjordaniana, que foi palco de uma operação antiterrorista israelense por 10 dias. "Permaneçam unidos e resilientes, o desespero não é uma opção."

Francesca Sabatinelli – Cidade do Vaticano

"Vocês não estão sozinhos, apesar dos tempos difíceis, o desespero não é uma opção." O cardeal Pierbattista Pizzaballa, Patriarca Latino de Jerusalém, em visita à paróquia latina de Jenin, fala aos fiéis, assegurando-lhes que os prédios destruídos pela última operação militar israelense serão reconstruídos, e exortando a comunidade cristã de Jenin e das áreas próximas "a permanecer unida e resiliente".

A destruição causada pela operação israelense

O Patriarca, acompanhado por dom William Shomali, vigário-geral, chegou hoje (10/09) à cidade do norte da Cisjordânia, uma área teoricamente autônoma sob o controle da Autoridade Nacional Palestina, que foi palco de uma operação das tropas israelenses por dez dias. Pizzaballa visitou a paróquia latina, como se lê em um comunicado do Patriarcado Latino de Jerusalém, "e avaliou os danos causados" pela operação militar. O cardeal e sua delegação foram recebidos pelo pároco da cidade, padre Amer Jubran, sacerdotes, religiosas e paroquianos que, além de expressar suas necessidades e esperanças, bem como apreço pelo contínuo apoio do Patriarcado, informaram o cardeal sobre os grandes danos causados às propriedades da Igreja, assim como sobre as dificuldades que a comunidade enfrenta agora. A eles foram dirigidas palavras de apoio do Patriarca que, logo após o encontro realizado nas instalações da paróquia, percorreu algumas das ruas de Jenin com sua delegação para verificar pessoalmente, conforme explica o comunicado, "a destruição causada pela operação militar".

Mortes e prisões

O exército israelense retirou-se de Jenin no último dia 6 de setembro, após 10 dias de "operação antiterrorista", como foi definida por Israel, a mais longa realizada na área da cidade e do campo de refugiados, durante a qual 21 palestinos foram mortos, segundo números fornecidos pelo Ministério da Saúde da ANP. Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro passado, mais de cinco mil palestinos foram presos por Israel na Cisjordânia, dos quais mais de dois mil são considerados afiliados ao Hamas. Ainda de acordo com o Ministério da Saúde da ANP, nos últimos 11 meses, mais de 670 palestinos foram mortos na Cisjordânia. Fonte: Vatican News

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Gana - Bispos: que as próximas eleições sejam pacíficas

Numa mensagem assinada pelo seu presidente, Dom Matthew Kwasi Gyamfi, Bispo de Sunyani, a Conferência Episcopal do Gana manifesta a esperança de que as eleições gerais programadas para 7 de dezembro de 2024, decorram num clima sereno e que no caso de conflito a magistratura enfrente a situação com a máxima integridade e adesão ao Estado de Direito.

Dulce Araújo (com FIDES) - Vatican News

O Gana é considerado o país mais estável da África Ocidental, mas o resultado de eleições presidenciais já foram motivo de contestações em pelo menos duas ocasiões. A primeira vez em 2012, quando o líder da oposição Nana Addo Dankwa Akufo-Addo, do NPP (Novo Partido Patriótico) contestou a vitória do atual presidente John Dramani Mahama. O Supremo Tribunal do Gana foi encarregado de ouvir os queixosos, acabando por exprimir-se a favor de Mahama, após meses de análise da situação.

Em 2020, a situação inverteu-se quando o ex-presidente John Dramani Mahama, agora líder da oposição, contestou a reeleição de Nana Addo Dankwa Akufo-Addo. Semelhante ao caso de 2012, o poder judiciário foi chamado para resolver a disputa.

A Conferência Episcopal dirige-se também à Comissão Eleitoral, afirmando que “é essencial que a Comissão garanta que o processo eleitoral seja realizado de forma imparcial e de acordo com a lei”. Os meios de comunicação, segundo os Bispos, também devem fazer a sua parte, informando de forma imparcial e equilibrada, evitando o sensacionalismo que corre o risco de levar a divisões ou a conflitos. Devem, pelo contrário - frisam o Bispos - ajudar a promover um ambiente eleitoral bem informado e pacífico.

Os Bispos falam igualmente aos jovens que - sublinham - devem evitar cair na armadilha do incitamento ao ódio e à violência e, finalmente, dirigem-se aos líderes tradicionais e religiosos pedindo-lhes para promoverem a unidade nacional e para contribuírem para a redução das tensões.

As eleições de 2024 decorrem num contexto económico precário para o país, segundo a agência Fides que indica como razões pandemia da COVID-19, a interrupção do fornecimento de cereais, provocado pela guerra entre a Ucrânia e a Rússia, e a insuficiente disciplina monetária e fiscal, o que faz com que os ganeanos estejam a enfrentar uma inflação crescente. Fonte: Vatican News

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Dom Alberto Vera - Que o processo eleitoral seja uma festa

O Bispo de Nacala, no norte de Moçambique, pediu para que o processo eleitoral seja para todos os moçambicanos.

Rogério Maduca – Beira, Moçambique

Dom Alberto Vera, Bispo da Diocese de Nacala, falava no domingo, 8 de setembro, durante a celebração eucarística do encerramento da XXI peregrinação diocesana ao Santuário Maria, Mãe de África, de Alua, província de Nampula (norte de Moçambique).

De acordo com o Bispo, o processo eleitoral, que terá o seu ponto mais alto no dia 9 de outubro, deve ser um momento de festa e que cada moçambicano seja promotor de paz durante a campanha eleitoral em curso, que não haja nenhuma violência.

De referir que já se passaram duas semanas desde o início da campanha eleitoral, evento que terá duração de 45 dias. As primeiras duas semanas foram caracterizadas por situações de intolerância política.

Fonte: Vatican News

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Os impactantes testemunhos de padres que viveram o atentado do 11 de setembro

Dois sacerdotes que há 23 anos viveram a tragédia ocorrida após o ataque terrorista da Al Qaeda contra o World Trade Center de Nova York, EUA, decidiram relatar a difícil situação que lhes coube viver.

Em 11 de setembro de 2001, dois aviões destruíram as Torres Gêmeas de Nova York e houve um total de 3.016 mortos e mais de 6 mil feridos.

Em declarações em 2018 a CNA, agência em inglês do grupo EWTN ao qual ACI Digital pertence, padre Kevin Madigan contou que em 2001 trabalhava como pároco da igreja de São Pedro e que as Torres Gêmeas estavam a aproximadamente uma quadra de distância.

A paróquia recebia todos os dias muitos paroquianos, mas depois do atentado, “a comunidade já não estava lá, porque foi como perder uma aldeia de 40 mil pessoas que estão ao lado”.

No dia 11 de setembro de 2001, padre Madigan estava na rua quando escutou o coque do primeiro avião contra as torres. Recordou ter se dirigido ao local e levou consigo “os óleos para ungir os moribundos”.

O sacerdote disse que “não sabia o que estava acontecendo” e se deu conta de que, na região, “muitas pessoas tinham conseguido sair com vida ou estavam mortas”.

Após a segunda explosão, sentiu que uma roda de avião passou sobre sua cabeça. Decidiu regressar para a paróquia para evacuar as pessoas e, em seguida, ir para a rua. Então, viu que as torres desmoronavam e se refugiou em uma estação de metrô.

Depois, padre Madigan foi ao hospital para fazer um check-up médico e, quando retornou à paróquia de São Pedro, viu que os bombeiros tinham depositado 30 cadáveres que conseguiram recuperar dos escombros.

Um deles era padre Mychal Judge, o capelão do Departamento de Bombeiros de Nova York.

Padre Christopher Keenan, um sacerdote franciscano, contou a CNA que padre Judge era seu amigo e que os frades eram vizinhos da estação de bombeiros.

Recordou que em 11 de setembro, viu o atentado terrorista na televisão e decidiu ajudar no hospital de São Vicente, o centro de saúde mais próximo da área do desastre. Ali, encarregou-se de telefonar aos familiares dos feridos que receberam atenção médica.

Ao terminar seu trabalho, foi para a estação de bombeiros para visitar padre Judge, porque não tinha notícias suas. Quando chegou, disseram-lhe “que seu cadáver estava na parte de trás da estação”. Naquele dia, padre Keenan rezou diante do corpo de seu amigo.

O presbítero expressou que “o corpo de Mychal foi um dos poucos que estava intacto, reconhecível e visível”, pois os demais cadáveres estavam “vaporizados, pulverizados e queimados”.

Padre Keenan disse a CNA que, antes do atentado, seu amigo pressentia que ia morrer e que inclusive lhe disse: “Sabe, Crissy, o Senhor virá por mim”.

Contou que naquela dia, padre Judge estava no vestíbulo de uma das Torres Gêmeas junto com um esquadrão dos bombeiros e dois franceses estavam gravando um documentário.

Quando um dos edifícios desmoronou, os escombros caíram sobre padre Judge e este morreu quase instantaneamente. Seu corpo foi recuperado e depositado na igreja de São Pedro. Este sacerdote foi reconhecido como a vítima número 0001.

Dois meses depois do atentado, padre Christopher Keenan assumiu o cargo do amigo falecido e se uniu aos bombeiros na tarefa de buscar os restos das quase três mil pessoas que morreram no atentado.

Comentou que os bombeiros tiveram que recuperar os restos de seus 343 colegas que pereceram no loca. “Sempre traz um irmão para casa, não o deixa no campo de batalha”, expressou e contou que chegou a assistir a uns seis funerais por dia.

“Os jovens iam a todos os funerais, faziam hora extra, buscando cadáveres e cuidavam das famílias. Eu estive lá todos os dias, 24 durante 26 meses”, indicou.

Também recordou que alguns dias depois que foi nomeado capelão do Departamento de Bombeiros de Nova York, estes lhe disseram: “Sabemos que é nossos, não se esqueça de que cada um de nós é seu”.

Manifestou que durante os trabalhos de resgate, perguntava-se: “Como entendo isso como um homem de fé? É porque era como se estivesse descendo ao inferno e estivesse vendo o rosto de Deus nas pessoas que se encontravam lá”. Disse que tudo o que podia fazer era estar lá e rezar com eles. “Assim foi como entendi, na fé”, afirmou.

Por sua parte, padre Kevin Madigan narrou que, após o atentado terrorista, a paróquia de São Pedro se manteve aberta e ele e outros sacerdotes recebiam todas as pessoas que buscavam consolo.

“Não havia nenhum manual sobre como lidar com algo assim”, manifestou e disse que a muitas das que atendeu pastoralmente, este ocorrido “sacudiu seus fundamentos, sua confiança e fé em Deus”.

Fonte: ACIDigital

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Milhares de pessoas se reúnem em selva para homenagear padre morto no leste da Índia

Por Anto Akkara

Mais de 4 mil católicos se reuniram na remota selva de Jamboni, Índia, em 2 de setembro para marcar os 25 anos da morte do padre Arul Das, de 33 anos, da diocese de Balasore, que foi baleado e perfurado por flechas em sua capela de palha nas primeiras horas de 2 de setembro de 1999.

“O padre Arul seguiu muito de perto a vida de Jesus. Como Jesus como um bom pastor, o padre Arul também tentou ser um bom pastor para o povo desta localidade”, disse o bispo de Balasore, dom Varghese Thottamkara, em seu sermão na missa do jubileu.

Junto com o bispo, mais de 50 padres e centenas de freiras de diferentes partes da extensa diocese e de outros lugares estavam presentes na celebração em que o clérigo foi saudado como mártir.

 “O padre Arul era um padre de Cristo. Ele veio para servir os fiéis de Balasore, especialmente os da tribo Ho”, disse dom Thottamkara.

“Por meio de seu testemunho vivificante, ele nos dá o melhor exemplo. O sangue dos mártires é a semente da Igreja”, acrescentou o bispo.

“Embora apenas 18 famílias Ho tenham abraçado a fé cristã em Jamboni quando o padre Arul morreu em 1999, o número aumentou para mais de 400 na área da missão de Jamboni agora”, disse o padre Varghese Puthumattam, que escreveu a biografia do missionário, à CNA, agência da EWTN News.

Arul se envolveu com os tribais Ho na região da selva quando foi designado como diácono para o dever pastoral na desafiadora missão. Mesmo um quarto de século depois, o posto avançado não tem eletricidade nem estradas adequadas.

Depois de sua ordenação em 1993, o padre Arul foi destacado para a área e foi para a vizinha Jharkhand para aprender a língua Ho. O padre lançou um trabalho completo entre a tribo, caminhando pelas selvas sem estradas motorizadas para alcançar os moradores locais, muitos deles analfabetos.

“Tivemos que carregar até bicicletas nos ombros para atravessar terrenos rochosos e lamacentos e riachos”, disse o padre Puthumattam ao falar sobre o desafiador trabalho missionário feito com Arul.

Enquanto acampava em sua igreja na remota vila de Jamboni, o padre Arul foi morto por uma gangue liderada pelo fundamentalista hindu Dara Singh, que estava foragido depois de cometer um triplo assassinato em janeiro de 1999.

“A fé cristã criou raízes profundas entre nosso povo por causa do martírio do padre Arul”, disse Durga Singh Godsara à CNA.

Godsara é catequista e foi um dos primeiros convertidos que Arul ajudou a levar à Igreja.

Depois que o padre Arul foi morto, Godsara contou o que um de seus companheiros convertidos lhe disse: “Eu vou desistir, pois é perigoso e eles também nos matariam”.

“Mas eu disse a ele que temos que morrer pela fé que nosso guru [mestre] nos ensinou. Mais tarde, eu rezei com ele; ele foi curado e viveu mais 20 anos”, disse Godsara.

“Nosso povo tem fé profunda no poder de cura do padre Arul, que traz os doentes a este local e obtém cura instantânea”, acrescentou Godsar.

“Nós ouvimos rotineiramente ‘o sangue dos mártires é a semente da Igreja’. Isso foi literalmente cumprido em Jamboni”, disse a irmã Elizabeth Rani à CNA.

 “Vim aqui para o primeiro aniversário em 2000. Que desenvolvimento incrível ocorreu ao longo dos anos com milhares de pessoas Ho abraçando a fé cristã”, disse Rani, que pertence à Congregação de Santa Ana.

“'Arul' em nossa língua [tâmil] significa 'bênção', e estou feliz — ele realmente se tornou uma bênção para os povos tribais Ho”, acrescentou a freira.

“Nosso povo estava entusiasmado com a ocasião histórica”, disse à CNA o padre Francis Xavier Singh, vigário da paróquia do Santo Rosário de Bagdapha, que compreende a área de Jamboni.

“Eles trabalharam voluntariamente durante a noite para preparar o almoço para mais de 4 mil pessoas”, acrescentou o padre Singh.

 “A diocese criará comitês para documentar e analisar essas questões para decidir como levá-las adiante”, disse dom Thottamkara.

Fonte: ACIDigital

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“Devemos aceitar o declínio da Europa”, diz cardeal Schönborn

Por Jonah McKeown

O arcebispo de Viena, Áustria, cardeal Christoph Schönborn, disse em entrevista recente à revista católica francesa Famille Chrétienne que, diante da crescente secularização e do crescimento do islamismo em muitos países historicamente cristãos, os católicos devem “confiar na obra da graça” e lembrar que a Igreja é “uma especialista em humanidade”.

“A Igreja está viva e sempre estará, embora em circunstâncias diferentes. Devemos aceitar o declínio da Europa. Temos a tendência de olhar para o nosso umbigo eclesiástico, mas é um movimento continental inegável”, disse Schönborn à revista.

“Em 20 anos, a população europeia não será a mesma de hoje, e já não é a mesma de 50 anos atrás. Isso é inevitável, sobretudo devido ao declínio da taxa de natalidade na Europa, mas também devido à imigração e à crescente presença do islamismo. Isso coloca novos desafios para nós, cristãos. Também não podemos esquecer que o Senhor está trabalhando em Sua Igreja! Pense nos 12 mil batismos de adultos e jovens na França este ano”.

O cardeal austríaco, que ajudou a elaborar o Catecismo da Igreja Católica, disse que, apesar do declínio da influência da Igreja na Europa, ele está convencido de que a Igreja “ainda não deu seu último suspiro”.

“Apesar da secularização, as grandes questões dos homens e das mulheres permanecem as mesmas de antes: nascimento, crescimento, educação, doença, preocupações econômicas. E então há a família, o casamento e a morte”, disse Schönborn. “Fala-se muito sobre mudança, mas muito pouca atenção é dada às constantes da sociedade. A Igreja deve lembrar que é uma especialista em humanidade, como disse Paulo VI”.

O cardeal chamou de “absurda” a ideia de que a França e a Europa “não são mais cristãs” por causa da influência do islamismo, mas enfatizou firmemente que “os católicos devem retornar à Igreja”.

“Se os católicos abandonaram a Igreja, não devemos nos surpreender que eles sejam minoria”, disse, ao pedir uma “aproximação fraterna” com o islamismo, ecoando as palavras do papa Francisco, dizendo que os cristãos “não pegam em armas, mas confiam na obra da graça”.

“Ambas as nossas religiões têm um apelo absoluto. Para os muçulmanos, Deus exigiu que o mundo inteiro se submetesse a ele e ao Alcorão. Quanto a Cristo, ele nos confiou uma missão universal: 'Fazer discípulos de todas as nações'. Nenhuma delas pode, portanto, renunciar à sua missão. Mas a maneira de agir dos cristãos não é a do Alcorão, mas o seguimento de Cristo em todas as dimensões de nossas vidas”, disse ele.

Ao falar sobre o Sínodo da Sinodalidade em andamento — cuja sessão final ocorrerá em outubro em Roma e deverá produzir um relatório final para aprovação do papa —, Schönborn disse que "a sinodalidade é central para o pontificado de Francisco, mas há continuidade com sínodos anteriores, que foram sobre comunhão, participação e missão".

 “Você pode ficar desapontado porque os tópicos específicos estão um pouco incertos, mas esse é, antes de tudo, um sínodo sobre o 'modus operandi' dentro da Igreja”, disse Schönborn.

“Na minha diocese, experimentei essa sinodalidade com os padres em pequenos grupos e tentei vivê-la por meio de conversas espirituais. Todos concordaram que a troca nunca foi tão profunda”.

Respondendo sobre Fiducia supplicans, documento publicado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé da Santa Sé em dezembro do ano passado que autorizou bênçãos não litúrgicas para uniões homossexuais e casais em “situações irregulares”, Schönborn disse acreditar que o documento mostra “confusão” por parte da Igreja. O cardeal criticou anteriormente, em 2021, a rejeição da Santa Sé às bênçãos de uniões homossexuais, dizendo que o documento foi marcado por um “claro erro de comunicação”.

“Eu experimentei isso como experimento as coisas — concretamente”, disse o cardeal. “Se amigos me dizem: 'Nosso filho acaba de nos anunciar que é homossexual e que encontrou um parceiro', então pergunto a eles: 'Ele ainda é seu filho?'. Na maioria das vezes, a resposta vem naturalmente. Acredito que com os dois documentos sucessivos de Roma [o Responsum ad Dubium de 2021 e o Fiducia Supplicans], a Igreja mostrou sua própria consternação diante dessa questão. Esses textos, aos meus olhos, são instáveis. Estamos diante de uma questão para a qual não pode haver uma resposta certa”.

“O caminho que o papa Francisco nos propõe é o do discernimento, tentando ver o que o Senhor está nos mostrando”, disse ele. “A propósito, o infortúnio do [caminho sinodal] alemão é que eles querem respostas precisas e inequívocas. E a falta de ambiguidade não funciona na vida concreta”.

Respondendo sobre as restrições do papa Francisco à missa tradicional em latim por meio do documento Traditionis custodes de 2021, dom Schönborn expressou a esperança de que a “nova geração” possa “facilmente” passar da missa tradicional em latim para movimentos modernos e “grupos de oração”, como a Comunidade Emanuel.

O cardeal austríaco disse: “Aceitemos que Francisco tem suas razões para fechar as portas novamente, pelo menos parcialmente, assim como aceitamos que Bento XVI teve suas razões para abri-las. Confiemos que o Senhor está guiando a Igreja”.

Schönborn respondeu por fim sobre qual “perfil” o próximo papa depois de Francisco, que fará 88 anos em dezembro, deveria ter.

“Naquele dia, o Espírito Santo guiará a Igreja. Não devemos nos preocupar. Se for um africano, será um africano. Talvez seja um asiático ou um homem da velha Europa. Mas o mais importante é que ele acredite que é um servo de Cristo e que ame a Igreja. É assim que a Igreja seguirá em frente”, disse o cardeal Schönborn.

Fonte: ACIDigital

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Pais de sete filhos, leigos ajudam mais de 80 dioceses do Brasil que usam catequeses para preparação ao matrimônio

Por Nathália Queiroz

 “A Igreja nunca recomendou o curso de noivos compacto de fim de semana”, diz André Parreira, leigo, casado há mais de 25 anos com Karina Parreira, com quem tem sete filhos. “O adequado é a catequese matrimonial com um acompanhamento para um discernimento vocacional”, diz ele que escreveu com a mulher o livro Matrimônio: Encontros de preparação. A obra é usada atualmente em mais de 80 dioceses do Brasil.

“Disseminou-se muito no Brasil e em outros países a ideia de curso de noivos”, disse Karina Parreira à ACI Digital. “Os noivos com casamento marcado iam lá receber dicas de como viver bem, orientações, conselhos, perdão, diálogo”.

 “Mas a Igreja pede algo além, algo que não é curso de noivos. Ela pede o discernimento, o curso para ficar noivos, por isso é recomendada para os namorados, chamados pela Igreja como candidatos ao matrimônio”.

Depois de anos ajudando nos cursos de noivos e ao perceber que esse modelo era insuficiente, André e Karina começaram a acompanhar casais de forma mais pessoal e por mais tempo. O material que prepararam para esse acompanhamento tornou-se, depois, o livro Matrimônio: Encontros de Preparação, que já foi usado na preparação de mais de 200 mil casais. 

“O livro propõe 12 encontros, semanais ou quinzenais, com um tema por encontro com reflexões, aprofundamento, que mexem com os casais com tarefas, perguntas, com textos”, contou André Parreira à ACI Digital.  “A ideia é realmente mexer com os casais, pois se resolverem se casar, que seja de fato com consciência”.

Segundo André, eles não foram pioneiros no formato, pois há muito tempo a Igreja pede que a preparação não seja condensada em um fim de semana. “O diferencial desse material é a simplicidade, a doutrina colocada na forma de leitura partilhada, onde lemos, partilhamos, paramos para conversar e assim a reflexão vai acontecendo”, diz.

Os encontros acontecem em um ambiente de acolhimento, geralmente na casa dos agentes da pastoral familiar.

Atualmente, 80 dioceses do Brasil têm paróquias que adotaram esse formato de Encontros de Preparação para a Vida Matrimonial (EPVM) usando o livro dos Parreira como apoio para os agentes da pastoral familiar. Segundo André, em mais de 30 dioceses os EPVM são o único modelo de preparação instituído pelo bispo em todas as paróquias da diocese. A primeira diocese a adotar o modelo foi a de Ribeirão Preto (SP) em 2017. A mais recente foi a de Nova Friburgo (RJ) que emitiu uma nota sobre o modelo oficial de preparação para o matrimônio na diocese no último dia 5.

Os EPVM trazem muitas pessoas que estavam afastados de volta para a Igreja, diz Karina. Durante a preparação os casais “entram em contato com a catequese básica que há na formação sobre o sacramento, a importância da missa, do amor conjugal e vão se encantando novamente pela Igreja”.

“As catequeses ajudam no discernimento para a vida matrimonial, para um casamento consciente, seguro, para que não haja nulidades matrimoniais”, disse Karina.

André também diz que alguns casais que fazem a catequese decidem não se casar na Igreja “porque perceberam que não é a vocação ou que é sério demais e ainda não estão maduros para receber o sacramento”.

Para ele, “é melhor que cheguem poucos bem preparados para se casar do que muitos sem ter de fato o que é a consciência do sacramento”.

O livro aborda temas como harmonia conjugal, administração do lar, paternidade responsável, sexualidade, abertura à vida, métodos naturais de regulação da natalidade, educação dos filhos, entre outros temas. Além do livro, é importante o acompanhamento dos catequistas para que os casais tenham vida de oração, vivência da fé, frequência nos sacramentos e participação ativa na paróquia.

Karina contou que muitos casais começam os encontros com “uma mentalidade mundana principalmente em relação aos filhos, pensando, “filhos? Melhor não tê-los. Ou que sejam poucos”.

Os encontros mexem “muito com eles porque o que mais se vê é o fechamento à vida”. Eles descobrem que “a abertura à vida é um dos compromissos do matrimônio” que devem “acolher os filhos e educá-los na fé”.

Os próprios André e Karina Parreira têm sete filhos. João Bosco tem 22 anos e é casado. A irmã Maria Laetissimi Cordis, 21 anos, é freira Servidora do Senhor e da Virgem de Matará. Maria Paula, 15 anos, é aspirante na mesma congregação. José Afonso, Maria Isabel, Ana Francisca e João Diego têm 18, 13, 11 e nove anos.

“Tem a questão da fidelidade também, a consciência desses compromissos assumidos no matrimônio”, continuou Karina. “Hoje em dia tudo é descartável, os objetos, o celular, tudo fica obsoleto, tem que trocar, pegar novo”. Para ela, é importante lembrar que o sacramento é um compromisso assumido em que “Cristo nos dá essa força de estar unidos até o fim independente do que venha a acontecer”.

Nas catequeses, o matrimônio é tratado como vocação e missão. “Cristo está com o casal e Ele vai ajudar esse casal a levar adiante o compromisso assumido no altar”.

Segundo André, a catequese sobre o casamento resgata a “questão da doação, entrega, da vocação como qualquer outra vocação”.

“Um missionário não espera encontrar tempos fáceis quando vai missionar lá num país distante”, disse Parreira. “No matrimônio também, temos alegria, felicidade, mas temos que saber que é uma missão que nos desafia a cada dia”.

 “Até o Concílio Vaticano II a Igreja nunca havia falado de preparação para o matrimônio. Mas com o novo século, os desafios do mundo novo como o divórcio, a contracepção, a revolução sexual, perdeu-se a estima pelo matrimônio”, disse André. Ele citou o número 52 da constituição pastoral Gaudium et Spes que pede para “promover o matrimônio e a família”. “Agora temos que promover o que é o óbvio”, concluiu.

Fonte: ACIDigital

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Partículas para o Congresso Eucarístico Internacional são produzidas na casa da primeira santa equatoriana

Por Eduardo Berdejo

As cerca de 65 mil partículas que desde domingo (8) estão sendo consagradas nas missas do Congresso Eucarístico Internacional Quito 2024 não poderiam ter vindo de lugar melhor: a casa da primeira santa equatoriana, santa Mariana de Jesus, que se tornou um mosteiro carmelita alguns anos depois da morte da jovem.

O mosteiro do Antigo Carmelo de São José, conhecido como El Carmen Alto, está no centro histórico de Quito, onde viveu entre 1618 e 1645 a santa equatoriana, que foi grande devota de santa Teresa de Jesus.

Segundo a história, a jovem Mariana de Jesus Paredes manifestou o desejo de que a sua casa se tornasse um mosteiro carmelita. Agora, a casa abriga 21 freiras que nas últimas semanas se dedicaram à tarefa de completar 133 pacotes de 500 partículas pequenas cada, e 130 pacotes de 25 partículas médias cada, além das formas grandes que têm uma medida especial.

 “Fazer as partículas é trazer Jesus às nossas vidas, levar Jesus ao coração das pessoas”, disse madre Verónica de la Santa Faz, madre superiora do mosteiro de El Carmen Alto, à ACI Prensa, agência em espanhol da EWTN.

Como são feitas as partículas?

A massa de farinha de trigo com água, com a qual são feitas as partículas, passa primeiro por uma máquina com a qual são formadas folhas, das quais são retiradas manualmente as bordas irregulares.

Posteriormente, as folhas são levadas para uma sala para serem umedecidas e depois para outra para secar, a fim de evitar a formação de grumos.

Depois, as folhas são colocadas numa máquina de corte de onde saem as pequenas partículas. De outra máquina vêm as formas médias, que são utilizadas pelos sacerdotes na consagração. A fase de corte pode durar cerca de três horas.

Por fim, as partículas são colocadas sobre uma mesa para que as freiras possam examiná-las cuidadosamente e apenas as perfeitas sejam selecionadas. As irregulares ou quebradas são separadas para venda ao público.

Num período regular, o mosteiro de El Carmen Alto produz 70 pacotes de 400 partículas cada, ou seja, 28 mil partículas, cujas vendas servem para apoiar as religiosas.

No entanto, madre Verônica disse que não é como se “passassem o dia inteiro aqui”.

“De manhã é [feito] todo o cozimento, e agora com o congresso as irmãzinhas estão trabalhando um pouco mais, então estamos fazendo mais uma hora de cozinha, então à tarde nos dedicamos aos estudos, porque cada uma tem a sua formação", disse ela.

Queremos que as pessoas conheçam Jesus Eucaristia

Madre Verónica disse à ACI Prensa que, pelo menos no Equador, todos os mosteiros fazem partículas para o seu sustento diário, “e ao mesmo tempo para que as pessoas possam receber Jesus, porque é alimento”.

 “Se não fosse a nossa comida, o que seria de nós?”, disse a freira.

“Infelizmente não percebemos o grande valor da Eucaristia” e o dom que significa receber com ela o próprio Senhor, disse.

“Por que estamos passando por tanta confusão agora? Porque a alma se distanciou de Deus”, disse ela.

A freira carmelita disse que “o homem, agora mais do que nunca, precisa desse alimento espiritual”.

Madre Verônica disse que muitos santos se alimentavam apenas do Corpo de Cristo, como santa Mariana de Jesus, a “primeira santa equatoriana”.

“Ela, justamente nos últimos meses, não comia mais nada, como diz a história”. Era “uma alma eucarística que todos os dias assistia à Companhia de Jesus, à Santa Missa, para receber o corpo e o sangue de Cristo”, disse ela.

A freira disse que Jesus “ficou, sobretudo, para nos acompanhar no Santíssimo Sacramento”, para que possamos ir “a Ele como um amigo, um irmão que está ao nosso lado e que nos diz, como Marta diria a Maria: o Mestre está aí, ele está te chamando’ ”.

“Ele chama o dia todo para virmos. Mas o que acontece? As igrejas, agora mais do que nunca, vazias, esquecidas, os sacrários abandonados. Antes havia tantas pessoas procurando por ele. Em vez disso, agora o que estamos procurando? Mídia digital”, disse a freira.

“Como mulheres de vida contemplativa, mais pelo nosso espírito carmelita, o que queremos é isso: fazer com que o conheçam, para que possam recebê-Lo, para que sintam essa força, e dessa forma também possam ganhar muito mais”, disse ela.

Fonte: ACIDigital

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Do dia 09/9/2024

Pontifício Pio Brasileiro em Roma: Retiro Espiritual marca acolhida dos novos alunos em colégio da CNBB

No último sábado, 7 de setembro, o Pontifício Colégio Pio Brasileiro, espaço de formação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em Roma, foi palco do Retiro Espiritual para os 28 padres alunos que passaram a residir na instituição neste ano de 2024.

O encontro foi conduzido pelo diretor espiritual do colégio, dom Armando Bucciol, e faz parte do processo de integração dos novos membros da comunidade acadêmica e sacerdotal. Ao longo do ano, o Colégio receberá ao todo 32 novos alunos, elevando o número total de presbíteros residentes para 103.

Durante o retiro, dom Armando destacou a importância da espiritualidade evangélica como base da vida acadêmica e eclesial, frisando: “a primazia da espiritualidade evangélica deve definir as coordenadas do estudo acadêmico e orientar a vida eclesial, missionária e apostólica. Essa primazia precisa permear e compenetrar o nosso ser e agir, tornando essencial, madura e encarnada a vivência espiritual, a vida segundo o divino Espírito”.

Ele também convidou os padres a refletirem sobre sua vocação à luz do amor divino, afirmando: “ao longo da vida, devemos aprender a procurar a medida certa para nossos projetos, passando da santidade idealizada à santidade vivida, entre os altos e baixos da jornada terrena, entre propósitos e incoerências, sempre recomeçando”.

O retiro foi concluído com uma Missa Votiva a Nossa Senhora, celebrada no fim da tarde. Em seguida, a comunidade sacerdotal se reuniu para um jantar festivo em comemoração ao Dia da Independência do Brasil, celebrado em 7 de setembro.

O Reitor do Pontifício Colégio Pio Brasileiro, padre Valdir Cândido, destacou a importância do evento: “este é um passo significativo para fortalecer os laços de comunhão entre os novos membros de nossa comunidade sacerdotal. Que cada um trace seu caminho de estudos, sempre guiado pela Luz da vontade do Senhor, que nos chama”.

Fonte: CNBB

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Lançamento do Livro Digital “Presenças Proféticas da Vida Religiosa Consagrada”

No dia 8 de outubro, às 20h, nos canais digitais da CRB Nacional, acontecerá o lançamento do livro digital “Presenças Proféticas da Vida Religiosa Consagrada”. Estarão presentes Ir. Edgar Nicodem, Ir. Joilson de Souza Toledo e Pe. Aloísio Pacini. O livro é parte do esforço da Equipe Interdisciplinar para concretizar o solicitado na Assembleia Geral Eletiva de 2022.

A ressignificação da Vida Religiosa Consagrada no discipulado de Jesus Cristo, em sinodalidade, missionariedade e contínua conversão à luz da Palavra, constitui a perspectiva que orienta o atual triênio (2022 – 2025) da CRB. Trata-se de um processo que requer a escuta dos gritos e clamores do nosso tempo para responder, com esperança, e contribuir para tornar visível o Reino de Deus.

Ressignificar é atribuir um novo significado. É uma prática comum em diversas áreas do conhecimento, como na educação, psicologia, neurolinguística e nas relações humanas. A reinterpretação de experiências pode levar a um entendimento novo, diferente, mais profundo e transformador. Habitualmente requer desinstalar-se, sair de zonas de conforto e perceber novos significados ou sentidos.

Na Vida Religiosa Consagrada, a ressignificação implica um processo em duas direções. Por um lado, como destaca o horizonte do Triênio, escutar os gritos e clamores do nosso tempo. Por outro lado, revisitar as nossas origens proféticas e evangélicas1. Esse duplo movimento toca em cheio a nossa missão e o carisma. Que novos horizontes e sentidos podemos descobrir e desenvolver em nossa missão e carisma? Uma Igreja sinodal em saída missionária, em sintonia com o Papa Francisco, pode iluminar-nos para primeirear, envolver-nos, acompanhar, frutificar e festejar (Evangelii Gaudium, 24).

Além do horizonte, as prioridades do Triênio estão articuladas em três eixos: discipulado, sinodalidade e missionariedade. Durante os últimos dois anos esses eixos foram aprofundados pela Vida Religiosa Consagrada, particularmente o eixo do discipulado e da sinodalidade.

Nas reflexões que seguem vamos refletir sobre o eixo da missionariedade. As prioridades do eixo da missionariedade tocam duas áreas. A primeira relacionada a nossa presença profética junto às infâncias e juventudes, e a segunda à ecologia integral. As nossas reflexões sobre essas duas prioridades serão desenvolvidas em quatro artigos.

Pensar a ressignificação da Vida Religiosa Consagrada a partir da itinerância missionaria é a contribuição do Pe. Daniel Rocchetti. Aproveitando a oportuna intervenção da Irmã Gloria Liliana Franco Echeverri, Presidente da CLAR, na última Assembleia Geral Eletiva da CRB, o Pe. Daniel pergunta: o que está acontecendo com a VRC que, pouco a pouco, vai abandonando as longínquas e escondidas comunidades rurais, pequenas, pobres, menos estruturadas? Diante dessa situação, o artigo nos convida a olhar para Jesus, particularmente para a dimensão orante e itinerante.

Jesus passa longas horas em silêncio e diálogo com o Pai. O seu silêncio não é um exercício de solidão, mas de profunda comunhão com o Pai e os seus prediletos. Através de sua oração Jesus se aproxima das necessidades do mais pobres para amá-los, criando sintonia, comunhão e solidariedade. Jesus viveu sua missão como itinerante. Ele sempre procurava estar no meio das pessoas, por isso andava pelos campos, cidades, sinagogas, templo… Marcava presença nos lugares mais complexos e desafiadores. Seguir Jesus não seria, também, assumir esse itinerário, marcando presença onde a vida mais clama?

A situação das crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade continua sendo uma questão preocupante na vida da sociedade e da Igreja. O texto do Irmão Edgar Nicodem procura delinear como a Vida Religiosa Consagrada pode ser uma presença profética, nestas situações de abusos. Infelizmente constatamos os mais diversos tipos de situações a que os mesmos são expostos. O artigo não somente analisa o tema, mas também oferece uma série de indicações de como apresentar denúncias. Olhando a médio e longo prazo, uma educação de qualidade, acessível a todos, assume um papel fundamental. Segundo o Papa Francisco, a dor das vítimas é um gemido que clama ao céu, que alcança a alma e que, por muito tempo foi ignorado, emudecido ou silenciado. E prossegue o Pontífice: para que tais fenômenos, em todas as suas formas, não aconteçam mais, é necessária uma conversão contínua e profunda dos corações, atestada por ações concretas e eficazes que envolvam todos os membros da Igreja.

Historicamente a Vida Religiosa Consagrada tem marcado uma presença significativa com os jovens. Vidas jovens importam é a contribuição do Irmão Joílson de Souza Toledo. A proposta do artigo é reconhecer e identificar as contribuições das juventudes das fronteiras na ressignificação da VRC. Nessa perspectiva é importante perguntar como as juventudes estão no coração de nossos carismas e missão. Uma realidade destacada pelo artigo das juventudes das periferias são as vidas precarizadas, onde emerge o tema da juvenecídio. Falar de juventudes é também considerar a cultura digital que tem modificado o jeito de ser, crer e viver das pessoas. O mundo digital apresenta novas oportunidades, ameaças e formas de tocar e ser tocado, configurando um desafio especial para a VRC.

A segunda temática do eixo da missionariedade é a ecologia integral que contempla o bem-viver como estilo de vida, a defesa da Casa Comum e dos povos originários. Quem nos ajuda a aprofundar essa temática é o antropólogo, Padre Aloir Pacini, SJ. Ele propõe que a Vida Religiosa Consagrada assuma a ecologia integral e o bem-viver como estilo de vida, na defesa da Casa Comum ao modo ou em comunhão com os povos originários. Como poderão ver artigo, em grande parte o Pe. Aloir partilha a sua rica experiência com os Warau e outros povos originários. O seu grande desejo é que cada religioso e religiosa encontre em cada pessoa dos povos originários um irmão ou irmã. Hoje, como Vida Religiosa Consagrada, somos convidados a renovar continuamente a nossa presença junto aos povos originários, semelhante ao que já fizeram tantos e tantas religiosas e religiosos, como um inequívoco sinal do Reino de Deus.

Segue sendo a hora, e quem sabe mais do que nunca, afirma Dom Pedro Casaldáliga, de comprometer-se profeticamente. Os quatro artigos partilhados revelam claramente que o profetismo assumido pela VRC passa pelos pobres, crianças, jovens e povos originários em situação de vulnerabilidade. São, na realidade, um importante desafio e uma excelente oportunidade para ressignificar a Vida Religiosa Consagrada. - Fonte: CRB

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Perspectivas para a evangelização da juventude a partir do encontro nacional realizado em Brasília

Assessores dos Setores Juventude de cinco Dioceses gaúchas participaram do encontro em Brasília que discutiu caminhos para a evangelização das juventudes

O Encontro Nacional de Responsáveis ​​​​de Juventude das Arquidioceses, Dioceses, Prelazias e Assessores das Expressões Juvenis que ocorreu de 05 a 07 de setembro em Brasília, buscou atualizar e revitalizar os caminhos para a evangelização das juventudes no Brasil.

O encontro abordou diversas temáticas, contou com momentos de partilhas de experiências e vivências, momentos de oração e foi desenvolvido na metodologia “Conversa no Espírito”, com os participantes dispostos em pequenos grupos ao redor de uma mesa.

No primeiro dia, quinta-feira, 05 de setembro, os participantes tiveram acesso à uma análise de conjuntura das juventudes, assessorada pelo advogado, professor e pesquisador, doutor Melillo Dinis. Ele abordou os diversos contextos social, político, econômico, ambiental e cultural que as juventudes estão inseridas no mundo, na Ameríndia e no Brasil, à luz de estudos e pesquisas.

Na parte da tarde, o tema central foi o Documento 85 - Evangelização da juventude: desafios e perspectivas pastorais. O percurso pelo documento que foi lançado no ano de 2007 pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi realizado por Dom Eduardo Pinheiro, atual bispo da Diocese de Jaboticabal (SP) e que foi um dos articuladores do documento. Dom Eduardo destacou alguns pontos que ressaltam a opção afetiva e efetiva da Igreja no Brasil pelos jovens e relembrou as linhas de ação que o documento propõe.

A reflexão sobre assessoria dos grupos e movimentos de jovens, bem como sobre as estruturas de acompanhamento ficou por conta do padre e escritor Jorge Boran. Ele destacou a importância da formação dos responsáveis pelas instâncias de assessoria para oportunizar que os jovens tenham o acompanhamento adequado, mantendo o seu protagonismo em todos os espaços eclesiais.

O segundo dia, 06 de setembro, iniciou com a reflexão sobre as novas linguagens para se comunicar com os jovens das gerações Z e Alpha. Como exemplo prático, profissionais e professores da Universidade Católica de Brasília e do Grupo de Trabalho da Coordenação da Pastoral Juvenil Nacional falaram sobre a gamificação como meio para atrair e evangelizar os jovens. Eles exemplificaram como transformar conteúdos de cunho evangelizador em jogos e através da tecnologia pode ajudar a chegar aos adolescentes e jovens que vivem conectados.

Após, foi apresentado o projeto Cuidar da Vida, lançado este ano pela Pastoral Juvenil Nacional. A proposta tem como objetivo formar multiplicadores do minicurso que visa a prevenção ao suicídio. O projeto já teve seis edições e, em janeiro de 2025, será realizado no Rio Grande do Sul. O objetivo do “Cuidar da Vida” é capacitar lideranças para que possam realizar a escuta ativa dos jovens do seu grupo para identificar possíveis sofrimentos e realizar os encaminhamentos necessários a fim de auxiliar no bem-estar e saúde mental dos jovens.

Outro tema abordado pela Coordenação da Pastoral Juvenil foi o Jubileu dos Jovens que irá acontecer de 28 de julho a 03 de agosto de 2025 em Roma, na Itália. Como a Igreja do mundo inteiro estará vivendo o ano jubilar, os representantes diocesanos foram instigados a propor atividades referentes ao jubileu para as juventudes locais e foram convidados a participar da celebração nacional do Jubileu da Juventude que será realizada em 06 de setembro do ano que vem, no Santuário Nossa Senhora Aparecida.

O sábado foi dedicado para a reunião dos representantes por Regional para o planejamento das atividades em nível estadual e diocesano. A Pastoral Juvenil também partilhou as datas de atividades de 2025.

Caminhos para a evangelização dos jovens no Rio Grande do Sul

A partir da vivência no encontro nacional, o referencial para a juventude no Rio Grande do Sul, padre Eliseu Oliveira destacou que o Serviço de Evangelização no estado continuará seguindo a proposta e os eixos presentes no plano “Vim Matear Contigo” que foi elaborado a partir do plano nacional “Ao Seu Lado”: “O plano “Ao Seu Lado” vai continuar até 2027, então, nós retornamos para o Regional Sul 3 reassumindo mais uma vez o nosso plano “Vim Matear Contigo” com seus eixos de atuação. Pensamos em outras ideias para trabalhar com a nossa realidade como realizar uma escuta dos Setores Juventude e captar todos os dados por meio de um observatório para, a partir das necessidades, propor ações personalizadas; realizar formações para lideranças, talvez em nível provincial. Em janeiro, por exemplo, teremos a formação do projeto “Cuidar da Vida”, para trabalhar a saúde mental dos nossos jovens e estamos planejando formas de celebrar o Jubileu de 2025 com as nossas juventudes em parceria com Serviço de Animação Vocacional, Pastorais da Educação e Pastorais Familiares. Então, é uma alegria participar de espaços como este e ver que tem tantas pessoas colaborando com a evangelização das juventudes e todo o Brasil”.

O bispo auxiliar de Porto Alegre, Dom Darley José Kummer, que também é o bispo referencial para as juventudes gaúchas e membro da Comissão Episcopal da Juventude da CNBB, definiu o encontro como fonte de esperança para as juventudes do Rio Grande do Sul: “É um encontro de partilha, de convivência, de oração, mas um momento também de revitalizar entre nós esse cuidado, esse amor e dedicação junto à nossa juventude. A messe é grande e a gente está precisando de mais colaboradores nas nossas dioceses, paróquias, escolas e universidades para sermos sinais de esperança em meio a tantos desafios. Vamos levar o que vimos aqui para que seja um momento de a gente se reorganizar, reestruturar, conviver, se encontrar e ser expressão juvenil por todo o nosso estado”.

Para a integrante do Setor Juventude da Diocese de Caxias do Sul, Isadora Martins, participar do encontro foi um fermento para a missão: “Esse espaço de encontro entre as diversas realidades de evangelização dos jovens no Brasil nos faz perceber o quanto o país é diverso, mas ao mesmo tempo partilha dos mesmos anseios, desafios e fé. Aqui no RDJ nos inspiramos em experiências partilhadas por outras dioceses para que possamos levar novas propostas de vivências para os nossos jovens mantendo a unidade e a comunhão com o Documento 85 e com o plano de Evangelização “Ao Seu Lado”, que no nosso caso foi traduzido para o “Vim Matear Contigo”.

Fonte: Diocese de Caxias do  Sul

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Papa a timorenses: que vossa fé inspire projetos e escolhas segundo o Evangelho

A fé, que vos iluminou e susteve no passado, continue a inspirar o vosso presente e o vosso futuro. “Que a vossa fé seja a vossa cultura!”, isto é, que inspire critérios, projetos e escolhas segundo o Evangelho: disse o Papa esta segunda-feira (09/09) em Dili às autoridades, sociedade civil e Corpo Diplomático em seu primeiro discurso em Timor-Leste, terceira etapa desta Viagem Apostólica Internacional que, após já ter visitado a Indonésia e Papua Nova Guine, o levará a Singapura

Raimundo de Lima – Vatican News

Em seu primeiro discurso em terras timorenses, no encontro com as autoridades, a sociedade civil e o Corpo Diplomático em Dili, capital de Timor-Leste, no Palácio Presidencial, esta segunda-feira (09/09), no âmbito de sua 45ª Viagem Apostólica Internacional, que depois da Indonésia e Papua Nova Guine o levará a Singapura, Francisco destacou as belezas naturais do país - independente deste 2002 -, uma terra que desperta sentimentos de paz e alegria no coração, que passou por uma fase dolorosa no seu passado recente , que viveu as convulsões e violências que frequentemente sucedem quando um povo, ao vislumbrar a independência plena, vê a sua procura de autonomia ser engada ou contrariada.

O Papa destacou que após viver anos de calvário e da maior provação, o país soube reerguer-se, encontrando uma senda de paz e o início de uma nova fase, que pretende ser de desenvolvimento, de melhoria das condições de vida e de valorização, a todos os níveis, do esplendor impoluto deste território e dos seus recursos naturais e humanos.

 “Demos graças ao Senhor porque, atravessando um período tão dramático da vossa história, não perdestes a esperança e, depois de dias sombrios e difíceis, despontou finalmente uma aurora de paz e liberdade”, frisou o Pontífice.

Enraizamento na fé católica

Para alcançar estas importantes metas, serviu de grande ajuda o vosso enraizamento na fé católica, como salientou São João Paulo II durante a sua visita ao vosso país em 1989. Na sua homilia, em Taci Tolu, recordou que os católicos de Timor-Leste têm “uma tradição em que a vida familiar, a educação e os costumes sociais estão profundamente radicados no Evangelho”; e uma tradição "impregnada dos ensinamentos e do espírito das Bem-aventuranças", de "humilde confiança em Deus, de misericórdia e perdão e, quando necessário, de paciente sofrimento em tempos de provação" (12 de outubro de 1989).

A este propósito e de modo particular, desejo recordar e louvar o vosso esforço assíduo para alcançar uma plena reconciliação com os vossos irmãos da Indonésia, atitude que encontrou a sua primeira e mais pura fonte nos ensinamentos do Evangelho.

“Mantivestes firme a esperança mesmo na aflição e, graças ao carácter do vosso povo e à vossa fé, transformastes a dor em alegria! Queira o Céu que noutras situações de conflito, em diversas partes do mundo, prevaleça igualmente o desejo de paz e de purificação da memória, para sarar as feridas e substituir o ódio pela reconciliação e a contraposição pela colaboração!”

Fonte: Vatican News

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Francisco chega a Timor-Leste, terceira etapa de sua viagem à Ásia-Oceania

O Papa Francisco se despediu de Papua Nova Guiné nesta segunda-feira em um encontro com a presença de cerca de 10 mil jovens do país no Estádio Sir John Guise, na capital, com os quais o Pontífice conversou e garantiu: “Todos nós podemos cometer erros”.

Silvonei José – Vatican News

No aeroporto de Port Moresby, para o cerimônia de despedida, o Papa foi recebido pelo primeiro-ministro James Marape, na Meeting Romm 2, com quem manteve um breve colóquio. Antes de embarcar no avião, saudou a comitiva local e a delegação papuásia.

O avião papal deixou o aeroporto internacional de Port Moresby com destino a Timor-Leste às 12h12 locais. Depois de 3h30 de voo e percorrer 2.578 Km chegou ao aeroporto de Internacional de Dili, Presidente Nicolau Lobato às 14h20, hora local.

No aeroporto de Dili o Papa foi acolhido por duas jovens que lhe entregram um buque de flores e um cachecol com as cores tradicionais. Em seguida o encontro com o presidente da República, José Manuel Ramos-Horta. O Papa passou em revista a guarda de honra e saudou as Delegações. Não houve discursos.

O Papa deixou o aeroporto Internacional de Dili transferindo-se para a Nunciatura Apostólica onde será hóspede durante a sua permanência em Timor-Leste.

No final da tarde desta segunda-feira o Papa se dirigirá até o Palácio Presidencial para a cerimônia de boas-vindas, visita de cortesia ao presidente Ramos-Horta e o encontro com as autoridades, a sociedade civil e o Corpo Diplomático. Ali fará o seu primeiro discurso em terras timorenses.

Despedida de Papua Nova Guiné

Antes de seguir para Timor-Leste para a terceira etapa de sua Viagem Apostólica à Ásia-Oceania, Francisco foi ao estádio de Port Moresby para se encontrar com milhares de jovens em um país assolado pela pobreza, violência e calamidades naturais. O Papa percorreu o estádio em um carrinho de golfe e foi recebido com festa por jovens católicos de várias partes do país, que cantaram, dançaram e apresentaram danças tradicionais. Aos jovens desse grande arquipélago com mais de 800 idiomas, Francisco pediu que aprendessem “uma linguagem comum: a linguagem do amor”.

Como acontece nesse tipo de encontro, Francisco preferiu não fazer um discurso preparado e iniciou um diálogo com os jovens: “um jovem pode cometer um erro, um adulto pode cometer um erro e uma pessoa idosa como eu pode cometer um erro? Sim, todos nós podemos cometer erros, disse Francisco. Ele acrescentou que “o importante é perceber que estamos errados”. “Não somos o super-homem”, acrescentou, e explicou que podemos cair, ‘mas o importante é não permanecer caído’.

Papa com os jovens

Ele também falou aos jovens sobre a necessidade de não cair na indiferença, “que é quase pior do que o ódio”, e os exortou a que, quando encontrarem alguém caído na rua, ajudem-no, e pediu a todos os jovens que fizessem o gesto de levantar alguém do chão.

“Agradeço a presença de vocês, estou feliz com o entusiasmo de vocês e com tudo o que fazem. Agradeço por sua alegria, sua presença e suas ilusões”, acrescentou. E concluiu pedindo às pessoas que rezem por ele, porque seu trabalho “não é fácil”.

Fonte: Vatican News

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Papa: multilinguismo favorece a construção de pontes e encontros pela paz

Em mensagem firmada pelo cardeal Pietro Parolin, Francisco se manifestou nesta segunda-feira (09/09), Dia Mundial da Alfabetização. A Santa Sé renovou o apreço pelo papel da Unesco na promoção do multilinguismo em favor da paz, segundo o tema escolhido para este ano: os poliglotas podem ser "construtores de pontes, capazes de superar os preconceitos, as diferenças, os antagonismos e as polarizações para priorizar o diálogo e o encontro".

Andressa Collet - Vatican News

O Papa Francisco chegou nesta segunda-feira (09/09) em Timor-Leste, país do sudeste asiático, que fala oficialmente português e tétum, além da língua inglesa. Já o pronunciamento do Pontífice à nação será através de quatro discursos em espanhol. Um exemplo prático de "promoção da diversidade linguística e cultural, sem esquecer o multilinguismo", sobretudo aquele de coexistência de diferentes línguas numa mesma comunidade, nesta data em que celebramos o Dia Mundial da Alfabetização, instituído pela Unesco em 1967. O tema escolhido para este ano, “Promover a educação multilíngue: a alfabetização para a compreensão recíproca e a paz”, segundo o cardeal Pietro Parolin, convida a refletir sobre "a contribuição da alfabetização na aproximação dos povos e na sua compreensão mútua".

O secretário de Estado da Santa Sé aprofundou o tema em mensagem do Papa Francisco enviada à diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), Audrey Azoulay, por ocasião da data que, neste ano, está sendo realizada em Iaundê, capital de Camarões, nos dias 9 e 10 de setembro. O Pontífice, escreveu o cardeal Parolin, expressa "proximidade espiritual a todos os promotores e protagonistas desta Conferência Mundial". O Dia Mundial da Alfabetização, continua o secretário, "é uma oportunidade particularmente propícia para fazer um balanço dos resultados obtidos na luta contra o analfabetismo e para encorajar todas as pessoas e instituições no precioso serviço da educação ao longo da vida".

O multilinguismo pode favorecer a paz

Além disso, a Santa Sé renova o apreço pelo papel da Unesco na promoção do multilinguismo que "cada vez mais é reconhecido como um fator que promove o desenvolvimento das pessoas", assim como "o diálogo, a escuta e a mediação". E o cardeal Parolin prosseguiu na mensagem:

“As pessoas poliglotas são frequentemente procuradas porque, além da sua capacidade de compreender e falar vários idiomas, geralmente demonstram melhores habilidades analíticas, uma maior facilidade de comunicação e de socialização, bem como melhores aptidões cognitivas. Assim, os poliglotas estão mais dispostos a apreciar as riquezas das outras culturas, mesmo daquelas que estão muito distantes da sua.”

Na mensagem, o secretário citou uma frase de Nelson Mandela ao falar da importância do idioma como ferramenta na comunicação entre as pessoas e os povos: “Se falar com um homem em um idioma que ele entende, você fala à cabeça dele; se falar no seu idioma, você fala ao coração dele”. E Parolin reforçou:

"Ajudar as pessoas e os futuros líderes a se familiarizarem com mais idiomas é dar à nossa humanidade construtores de pontes, capazes de superar os preconceitos, as diferenças, os antagonismos e as polarizações para priorizar o diálogo e o encontro; é dar ao nosso mundo homens que saibam falar às mentes, mas também aos corações dos seus interlocutores, sejam eles parceiros ou adversários."

Mais uma vez, o Papa Francisco encoraja fortemente os responsáveis pela elaboração de políticas, os agentes educacionais e o público em geral "a valorizar a importância da alfabetização para construir uma sociedade mais instruída, fraterna, solidária e pacífica". E, ao invocar graças e bênçãos divinas "a todos promotores da compreensão mútua entre os povos", o Pontífice espera que a humanidade, ao invés de se opor uns contra os outros através de conflitos armados, aprenda a intensificar laços de fraternidade, como já manifestou João Paulo II por ocasião do Dia Mundial da Alfabetização em 1986. 

Fonte: Vatican News

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Timor-Leste sedento de fé e paz para um futuro melhor

Frei Santiago Saiz, da Ordem dos Pregadores, missionário no Timor-Leste há 11 anos, compartilha com a Rádio Vaticano-Vatican News a história da Igreja no país e a importância de continuar fortalecendo a inculturação da fé com a chegada do Papa Francisco à ilha.

Johan Pacheco - Dili

O Papa Francisco chegou nesta segunda-feira, 9 de setembro, a Dili, capital do Timor-Leste, para confirmar na fé a população da qual mais de 90% se declaram católicos. O frade dominicano Santiago Saiz, com vasta experiência pastoral na Ásia e, nos últimos 11 anos, na comunidade timorense, destaca a importância dessa visita: “que a mensagem do Santo Padre lhes dê fé em si mesmos, em Deus e esperança em um futuro de paz”.

Qual é a história da Igreja no Timor Leste, suas características e maneira de viver a fé?

À primeira pergunta, respondo dizendo que os portugueses começaram a negociar com os timorenses em 1515 e fizeram dessa parte da ilha uma de suas colônias até 1975. Os reis portugueses designaram essa missão aos dominicanos, juntamente com outras ilhas da Indonésia, especialmente a Ilha de Flores e Solor. Eles iniciaram seu trabalho missionário em 1556 até 1832 e eram os únicos missionários na ilha. Mais tarde, vieram os salesianos, os jesuítas e os verbitas. O período mais terrível para esse povo foi de 1975 a 2002, a luta pela independência contra Portugal e a Indonésia é repleta de mortes, massacres e miséria. Os missionários e o clero local apoiaram e ajudaram o máximo que puderam nesse processo. Isso resultou na cristianização maciça da ilha. Atualmente, 95% da população se declara católica. O problema foi e continua sendo a educação religiosa e catequética deficiente. Eles são cristãos, mas mantêm o que chamam de cultura: tradições ancestrais que misturam animismo, religiosidade popular (gostam de procissões, especialmente as marianas), danças, sacrifícios de galinhas... Hoje em dia, por terem documentos oficiais, a certidão de batismo é o único e mais importante documento que possuem. Esse documento é necessário para imprimir outros documentos e para se matricular em escolas e universidades.

Como essas pessoas viveram a preparação para a visita apostólica do Papa Francisco?

A breve visita de São João Paulo II em 1989 foi providencial para esse povo. É por isso que a visita do Papa Francisco está gerando grande entusiasmo entre a população de 1.300.000 habitantes. Espera-se que mais de 600 mil pessoas acompanhem o Santo Padre na missa final. Em um país sem muita logística, isso está gerando muita ansiedade.

Todos nós estamos orando para que esse encontro seja uma grande graça para o povo. O lema está sendo explicado ao povo em um pequeno documento emitido pela conferência episcopal. Ele explica o ofício do Sucessor de Pedro como Vigário de Cristo. Em seguida, descreve a figura do Papa Francisco e seus ensinamentos ou encíclicas e, por fim, explica que o Timor tem uma história antiga de crenças e tradições que dão identidade a esse povo. Eles também reconhecem que a fé católica faz parte de sua cultura há mais de 500 anos. No entanto, ainda é necessário inculturar a fé católica, purificando as tradições que o povo tem, mas, ao mesmo tempo, fazer um processo de adaptação, aculturação à cultura do povo, para que a fé cristã não seja uma reflexão tardia.

Poderia nos falar sobre a presença dos dominicanos no Timor-Leste e seu trabalho pastoral?

Os dominicanos chegaram na época dos portugueses e, com muito sofrimento, continuam até hoje. Nós, dominicanos, chegamos no final de 2013, somos 5 padres e estamos envolvidos em uma quase-paróquia na montanha de Hatoudo, dirigindo uma escola com 600 alunos. E, há alguns anos, outros padres lecionam no Seminário Maior, são capelães e professores de Ética em uma universidade chamada DIT, e cuidamos da formação dos postulantes, tanto os nossos quanto os de outras congregações. Nos últimos dois anos, abrimos uma escola secundária em Hera.

No Timor Leste, quais são os frutos que o senhor espera que surjam dessa visita apostólica do Papa Francisco?

Espero que os frutos sejam a paz e a esperança. Esse povo muito jovem, se receber essas graças, seguirá em frente. Se não tiverem paz e não tiverem esperança de trabalho, as pessoas podem explodir. Que a mensagem do Santo Padre lhes dê fé em si mesmos, em Deus e esperança em um futuro pacífico.

Fonte: Vatican News

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Timor Leste - Unidos e com entusiasmo para a visita do Papa

Graças à diligente colaboração de todos, tuto pronto para acolher o Papa Francisco. Dom Leonardo Maria Alves, Bispo de Baucau e Secretário Geral da Conferência Episcopal de Timor Leste (CETL), reafirmou em entrevista com a Rádio Vaticano, que os cristãos timorenses estão a preparar-se com entusiasmo para o encontro com o Papa Francisco, que iniciou a sua visita ao País na tarde de segunda-feira, 9 de setembro.

P. Bernardo Suate – Díli (Timor Leste), para Vatican News

O Bispo de Baucau falava na Esplanada de Taci Tolu onde diferentes equipas de trabalho preparam o local onde o Papa Francisco presidirá à santa Missa na terça-feira, 10, durante a sua visita apostólica.

E não são apenas colaboradores da Igreja, sublinhou o prelado, mas também do próprio Governo, pois para o povo Timorense é uma graça que o Papa venha estar por algum tempo aqui com eles.

Então, todos os povos Timorenses estão com entusiasmo, aguardando o Santo Padre e, com ele, também tantas bênçãos de Deus através do Papa Francisco, reiterou Dom Leandro que também quis lembrar último evento semelhante foi com São João Paulo II quando o Pontífice polaco visitou Timor Leste há 35 anos.

“Momento importante e marcante para os povos Timorenses, e em particular para os cristãos Timorenses, insistiu o também Secretário Geral da Conferência Episcopal, reiterando que, “para os povos de Timor, a visita vai confirmar a nossa fé em Cristo, e também confirmar a nossa fidelidade à Igreja de Timor e, especialmente, ao Papa Francisco”.

A Igreja em Timor é uma Igreja jovem e, nela, os jovens são a maioria da população, observou ainda o prelado de Baucau, acrescentando que é, portanto, esta juventude de Timor que se prepara com entusiasmo pra acolher de braços abertos o Sucessor de Pedro.

A terminar, uma mensagem ao povo de Deus em Timor que se apressa a receber a visita do seu ilustre pastor universal, para continuarem a manifestar a própria fé em Cristo através da presença e participação, “para estarmos com o Papa que vem dar-nos a todos a sua bênção”. E Dom Leonardo Maria Alves dirige o seu convite a todos os Timorenses para que ninguém deixe passar em vão esta “bênção da presença do Papa que vem para nós como Deus vem para nós”. Então nós também respondamos, como cristãos e homens e mulheres de fé, para recebermos esta graça que vem a nós por intermédio do Papa Francisco.

Recorde-se que a visita ao Timor Leste é a terceira etapa da 45ª viagem apostólica do Papa Francisco, a mais longa (também geograficamente) de todo o pontificado, e que o levou à Indonésia e Papua Nova Guine nos dias 3 a 9 de setembro e terminará em Singapura no dia 13 de setembro.

Fonte: Vatican News

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Timor: Francisco, uma “presença de paz após um passado doloroso”

O clima é de grande expetativa entre o povo timorense pela visita do Papa que chega na tarde desta segunda-feira, 9, a este País do Sudeste Asiático. A esperança do Padre Jovito Rego de Jesus Araújo, vigário para questões pastorais na Arquidiocese metropolitana de Díli é que a visita do Papa traga “novos ares” não só na fé, mas também nas instituições e na população.

P. Bernardo Suate – Díli (Timor Leste), para Vatican News

O Bispo de Baucau falava na Esplanada de Taci Tolu onde diferentes equipas de trabalho preparam o local onde o Papa Francisco presidirá à santa Missa na terça-feira, 10, durante a sua visita apostólica.

E não são apenas colaboradores da Igreja, sublinhou o prelado, mas também do próprio Governo, pois para o povo Timorense é uma graça que o Papa venha estar por algum tempo aqui com eles.

Então, todos os povos Timorenses estão com entusiasmo, aguardando o Santo Padre e, com ele, também tantas bênçãos de Deus através do Papa Francisco, reiterou Dom Leandro que também quis lembrar último evento semelhante foi com São João Paulo II quando o Pontífice polaco visitou Timor Leste há 35 anos.

“Momento importante e marcante para os povos Timorenses, e em particular para os cristãos Timorenses, insistiu o também Secretário Geral da Conferência Episcopal, reiterando que, “para os povos de Timor, a visita vai confirmar a nossa fé em Cristo, e também confirmar a nossa fidelidade à Igreja de Timor e, especialmente, ao Papa Francisco”.

A Igreja em Timor é uma Igreja jovem e, nela, os jovens são a maioria da população, observou ainda o prelado de Baucau, acrescentando que é, portanto, esta juventude de Timor que se prepara com entusiasmo pra acolher de braços abertos o Sucessor de Pedro.

A terminar, uma mensagem ao povo de Deus em Timor que se apressa a receber a visita do seu ilustre pastor universal, para continuarem a manifestar a própria fé em Cristo através da presença e participação, “para estarmos com o Papa que vem dar-nos a todos a sua bênção”. E Dom Leonardo Maria Alves dirige o seu convite a todos os Timorenses para que ninguém deixe passar em vão esta “bênção da presença do Papa que vem para nós como Deus vem para nós”. Então nós também respondamos, como cristãos e homens e mulheres de fé, para recebermos esta graça que vem a nós por intermédio do Papa Francisco.

Recorde-se que a visita ao Timor Leste é a terceira etapa da 45ª viagem apostólica do Papa Francisco, a mais longa (também geograficamente) de todo o pontificado, e que o levou à Indonésia e Papua Nova Guine nos dias 3 a 9 de setembro e terminará em Singapura no dia 13 de setembro.

Fonte: Vatican News

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Padre Levinson: “Com Papa Francisco, possa a nossa fé tornar-se nossa cultura”

O povo de Timor está com grande entusiasmo, grande alegria, e assim tem sido desde o início quando se confirmou a vinda do Santo Padre – afirma o Padre Levinson D. C. Verdial, da diocese de Maliana e membro da equipa de liturgia durante a visita do Papa Francisco ao Timor Leste, que tem como tema “Que a vossa fé seja a vossa cultura”.

P. Bernardo Suate – Díli, Timor Leste, para Vatican News.

Neste momento a expectativa dos Timorenses é muito grande e todos os aspectos da preparação (logística, liturgia e outros), nos lugares por onde o Santo Padre vai estar, se podem considerar terminados, disse à Rádio Vaticano o Padre Levinson, sublinhando o grande entusiasmo e alegria de tudo pela vinda do Santo Padre ao País – “existe grande união e colaboração tanto da parte do Governo como da Igreja, para que tudo possa correr bem”, assegura o sacerdote da diocese de Maliana.

Possa o Papa Francisco despertar a fé dos Timorenses

O Padre Verdial sublinha ainda que a esperança que a Igreja em Timor tem sobre a visita do Santo Padre é que ele possa despertar em todos, principalmente no povo Timorense, sentimentos de fé, de acordo com o tema da visita do Santo Padre (‘que a vossa fé seja a vossa cultura’), “de modo que a fé do povo timorense possa tornar-se cada vez mais a nossa cultura”, ressalta o Padre Levinson.

Deste modo, prossegue, poderemos viver ainda mais a união, a paz e a tranquilidade, a harmonia e a compreensão entre os Timorenses, para que assim nós possamos construir uma sociedade mais próspera e unida.

Fé se torne cada vez mais cultura do povo Timorense

O sacerdote falou igualmente de um mundo sempre em constante evolução, onde sempre podem surgir coisas novas – esperamos, disse o Padre Levinson, que com a visita do Santo Padre o povo Timorense possa acolher bem a mensagem que o Santo Padre nos traz, para a podermos viver intensamente, que é sobretudo uma mensagem de fé, e para que a nossa fé se possa tornar mais ainda como cultura do povo Timorense”, disse o Padre Levinson.

Juventude acolhe com entusiasmo mensagem de Francisco na JMJ

Em Timor Leste - referiu ainda o sacerdote - neste momento, a juventude está a descobrir coisas novas na nossa sociedade e nesta evolução constante deste mundo em que estamos a viver e, sobretudo a juventude católica Timorense, está com grande entusiasmo para receber o Santo Padre e colher a mensagem que ele deixou aos jovens na última Jornada Mundial da Juventude (JMJ), disse o Padre Levinson.

A partir dessa Jornada, disse a terminar, a juventude católica Timorense está a viver intensamente a mensagem do Papa para que em cada Diocese haja sempre a formação contínua sobre a mensagem de que Cristo vive. Foi esta, observou, a mensagem que o Papa deixou aos jovens, e eles estão constantemente a preparar-se, seja espiritual que material e fisicamente, para acolherem a visita do Papa Francisco.

E para o Padre Verdial, é esta a expectativa da juventude Timorense, na esperança de que a juventude, possa acolher a mensagem do Santo Padre na vida de cada um deles, para poderem construir uma vida e um futuro bem fundamentados na fé cristã.

De recordar, que o Papa Francisco visita o Timor Leste de 9 a 11 de setembro, terceira etapa da sua 45ª viagem apostólica, depois da Indonésia e Papua Nova Guiné, e que se concluirá com a visita à Singapura de 11 de 13 de setembro. A visita do Pontífice ao Timor tem como tema “Que a vossa fé seja a vossa cultura”. Fonte: Vatican News

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A Igreja Católica em Timor-Leste

A partir da independência alcançada em 2002, Timor-Leste tornou-se o segundo país de maioria católica na Ásia, depois das Filipinas: 98% da sua população de cerca de 1,4 milhões de habitantes é de fato batizada. Hoje, a educação na fé, juntamente com a formação adequada do clero e dos agentes pastorais locais, representa um dos principais desafios da Igreja de Timor-Leste.

Vatican News

A Igreja Católica em Timor Leste tem 3 circunscrições eclesiásticas (Arquidiocese de Díli, Diocese de Baucau e Diocese de Malianaonde), com suas 66 paróquias, 665 centros pastorais e um rebanho de 1.439.000 fiéis, pastoreado por 3 bispos e servido por 140 sacerdotes diocesanos, 207 sacerdotes religiosos (347 no total), 1 diácono, 108 religiosos não sacerdotes, 1.038 religiosas professas, 1 membro de Instituto Secular, 10 missionários leigos e 1.724 catequistas. No país, há 461 seminaristas menores e e 614 seminaristas maiores.

Os centros educativos de propriedade e/ou dirigidos por eclesiásticos ou religiosos são: 272 creches ou escolas primárias, atendendo 42.973 crianças; 48 escolas médias inferiores e secundárias, que atendem 39.763 estudantes; e 5 escolas superiores e universidades com 1.445 estudantes.

Entre os centros caritativos e sociais de propriedade e/ou dirigidos por eclesiásticos estão 1 hospital, 28 ambulatórios, 2 casas para idosos, pessoas com invalidez ou deficiência, 16 orfanatrófios ou jardins da infância, 2 consultórios familiares, 1 centro especial de educação ou reeducação social.

A Conferência Episcopal 

A Conferência Episcopal de Timor-Leste (CETL) foi instituída em 2012 e reúne os bispos da Arquidiocese de Díli e as suas sufragâneas Bacau e Maliana. O seu atual presidente é dom Norberto Do Amaral, bispo de Maliana, o vice-presidente é o cardeal Virgílio do Carmo da Silva, S.D.B., e o secretário geral é dom Leandro Maria Alves.

A Arquidiocese de Dili 

Arquidiocese de Díli (11 de setembro de 2019), ereta diocese em 4 de setembro de 1940; Metropolia – 4.775 km2 com 783.437 habitantes, dos quais 740.250 católicos. Tem 33 paróquias, 234 igrejas, 74 sacerdotes diocesanos (4 ordenados no último ano), 140 sacerdotes regulares residentes na diocese; 1 diácono permanente; 141 seminaristas dos cursos filosóficos e teológicos; 282 membros de institutos religiosos masculinos; 742 membros de institutos religiosos femininos; 128 instituições de ensino; 27 instituições de caridade; 19.510 batismos em 2023). 

O arcebispo de Díli é o cardeal Virgílio do Carmo da Silva, S.D.B., nascido em Venilale, Diocese de Baucau, em 27 de novembro de 1967; ordenado em 18 de dezembro de 1998; eleito em Díli, em 30 de janeiro de 2016; consagrado em 19 de março de 2016; promovido a arcebispo em 11 de setembro de 2019; criado cardeal por Francisco no Consistório de 27 de agosto de 2022, sendo titular de Santo Alberto Magno. 

As origens 

A evangelização de Timor-Leste teve início na primeira metade do século XVI com a colonização da ilha pelos portugueses, que mantiveram o controle da sua parte oriental (com o breve interlúdio da ocupação japonesa durante a Segunda Guerra Mundial) até 1975, ano em que foi ocupada pela Indonésia.

O território foi visitado uma vez pelo Papa São João Paulo II no âmbito da 44ª Viagem Apostólica, ao Extremo Oriente e às Maurícias (6 a 16 de outubro de 1989), quando o território ainda estava sob controle indonésio. A visita teria voltado a chamar a atenção da comunidade internacional para a situação do povo timorense e para a sangrenta repressão do exército indonésio. Após a declaração de independência em 20 de maio de 2002, a Santa Sé e a República de Timor-Leste estabeleceram relações diplomáticas. Em 2019, as três dioceses do país, Díli, Bacau e Maliana, foram constituídas em Província Eclesiástica.

Segundo país com maioria católica na Ásia 

A partir da independência alcançada em 2002, Timor-Leste tornou-se o segundo país de maioria católica na Ásia, depois das Filipinas: 98% da sua população de cerca de 1,4 milhões de habitantes é de fato batizada.

Hoje, a educação na fé, juntamente com a formação adequada do clero e dos agentes pastorais locais, representa um dos principais desafios da Igreja de Timor-Leste.

Aumento das vocações 

As vocações continuam a ser numerosas. Entre as Ordens religiosas presentes no território estão os Salesianos, os Jesuítas, que chegaram pela primeira vez em 1899, expulsos em 1910 e que regressaram em 1958, os Verbitas e vários institutos religiosos femininos, alguns dos quais locais, comprometidos principalmente na área de educação e assistência.

O papel da Igreja na sociedade timorense 

Depois de ter desempenhado um papel de liderança no caminho que conduziu ao referendo sobre a independência de 1999, a Igreja Católica continua a estar muito presente na sociedade timorense, nomeadamente nos setores da educação e da saúde, e a fazer ouvir a sua voz no debate público, como aconteceu durante a discussão da reforma da lei do aborto em 2009.

O papel especial da Igreja Católica na sociedade timorense é reconhecido também pela Constituição de 2002, que no entanto garante plena liberdade de consciência, religião e culto a todas as religiões, encoraja a colaboração entre as diferentes denominações religiosas “que contribuem para o bem-estar da população de Timor-Leste” e proíbe qualquer forma de discriminação baseada na pertença religiosa.

O preâmbulo da Carta sublinha que: “Na sua perspectiva cultural e humana, a Igreja Católica de Timor-Leste sempre foi capaz de assumir com dignidade o sofrimento de todo o povo e saber pôr-se de lado para defender os direitos fundamentais dos cidadãos”. O Artigo 11 afirma ainda que: “O Estado reconhece e aprecia a participação da Igreja Católica no processo de libertação nacional de Timor-Leste.”

As relações com as autoridades civis e outras religiões 

Com o Estado timorense, que mantém relações diplomáticas com a Santa Sé desde 2002, existe uma estreita relação de colaboração reforçada pela Concordata de 15 de Agosto de 2015 que define os termos em que a Igreja é livre de oferecer os seus serviços, tanto no que diz respeito à assistência espiritual em prisões, hospitais e orfanatos, bem como no que se refere a atividades de caridade e organização de serviços educativos. O Estado, da sua parte, fornece subsídios à Igreja Católica.

As relações com outras comunidades religiosas, em particular as antigas comunidades muçulmanas e protestantes, também são boas.

Fonte: Vatican News

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O Timor-Leste que acolhe o Papa Francisco

Colônia portuguesa do século XVI até 28 de novembro de 1975, com o breve parênteses da ocupação japonesa durante a Segunda Guerra Mundial, o Timor-Leste foi invadido pelo exército indonésio nove dias após a sua declaração de independência e então anexada pelo Governo de Jacarta em 1976, como 27ª Província da Indonésia. Após lutas e sangrenta repressão, o país declarou a independência em 20 de maio de 2002, tendo o líder da guerrilha da independência, Xanana Gusmão, como seu primeiro presidente.

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Localizada no sudeste da Ásia, a República do Timor-Leste encontra-se a 400 km a norte da Austrália, no Mar de Timor. Faz parte das Pequenas Ilhas da Sonda, no extremo leste do arquipélago indonésio. Inclui a metade oriental da ilha Timor, o enclave separado de Oecusse, localizado em Timor Ocidental, e as pequenas ilhas de de Ataúro e Jaco.

O território é atravessado por montanhas escarpadas, das quais o pico mais alto é o Monte Ramelau (2.960 m). A planície costeira do sul consiste em pântanos e deltas de rios. O solo rochoso e os períodos de escarsa precipitação criam dificuldades para a agricultura, o que muitas vezes leva à escassez de alimentos e de água.

A maior parte dos rios, dos quais os mais longos são o Laclo do Norte e o Laleia, desaparecem completamente na estação seca. No entanto, após chuvas torrenciais, podem transformar-se em torrentes violentas e, por vezes, causar inundações repentinas. Durante a estação das chuvas é possível ver cachoeiras nas encostas das montanhas. O Lago Ira Laloro é o único lago com dimensões consideráveis. O clima é tropical com uma estação seca, de maio a novembro, e uma estação úmida, de dezembro a abril.

Capital: Díli (277.488 habitantes)
Superfície: 14.874 km² (Itália: 302.073 km2)
População: 1.499.000 habitantes.
Densidade: 101 habitantes/km²
Idioma: português, tétum (oficiais), inglês
Principais grupos étnicos: malésios-polinésios (tétum, mambai e tukudede, entre os principais grupos étnicos), papuásios (bunak, fataluku e outros), chineses
Religião: católicos (98%), protestantes (2%), muçulmanos (0,2%)
Forma de governo: República semipresidencial
Moeda: dólar americano (1 EUR = 1,11 USD)

A República Democrática de Timor-Leste está localizada na parte oriental da ilha de Timor, a leste da Indonésia. Colônia portuguesa do século XVI até 28 de novembro de 1975, com o breve parênteses da ocupação japonesa durante a Segunda Guerra Mundial, foi invadida pelo exército indonésio nove dias após a sua declaração de independência e então anexada pelo Governo de Jacarta em 1976, como 27ª Província da Indonésia.

Após 24 anos de guerrilha liderada pelas Falintil, o braço armado da Fretilin (Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente) e de repressão sangrenta, em 30 de agosto de 1999 foi convocado um referendo sob a supervisão da ONU, vencido pelos apoiadores da independência. Seguiram-se violências, que foram interrompidas pela intervenção de uma força multinacional de manutenção da paz da ONU, que permitiu a Timor-Leste declarar a independência em 20 de maio de 2002, tendo o líder da guerrilha da independência, Xanana Gusmão, como seu primeiro presidente.

Um papel decisivo neste processo foi desempenhado pela Igreja Católica local. A história de Timor-Leste após a independência foi marcada por tensões políticas. Em particular, entre 2006 e 2008 o país viveu uma fase de forte instabilidade que culminou em 2008 em uma tentativa de golpe militar contra o então presidente Ramos-Horta (2007-2012), gravemente ferido, e o primeiro-Ministro Gusmão, que escapou ileso.

Ramos-Horta foi sucedido em 2012 por José Maria Vasconcelos (conhecido pelo seu nome de guerra, Taur Matan Ruak), apoiado por Xanana Gusmão, que permaneceu no cargo até 2017 e depois foi nomeado primeiro-ministro em 2018.

Ainda que a eleição presidencial de março de 2017 - a primeira sem a supervisão da ONU, e que viu a vitória de Francisco "Lu'Olo" Guterres da Fretlin, e as legislativas de julho seguinte - , tenha decorrido de forma pacífica, esta não levou a uma maioria clara no governo. Desde então, o país vive à beira de uma crise política.

Em 26 de janeiro de 2018, o presidente Francisco Guterres dissolveu o Parlamento depois que os partidos da oposição rejeitaram o plano orçamental e convocaram novas eleições parlamentares para 12 de maio. Estas produziram um novo governo de minoria liderado pelo Partido de Libertação Popular (PLP), que caiu em 17 de janeiro de 2020, novamente devido à incapacidade do primeiro-ministro Taur Matan Ruak de aprovar o orçamento estatal, abrindo caminho para novas eleições legislativas.

As últimas eleições presidenciais viram o regresso à cena do ex-presidente José Ramos-Horta, que obteve 62,10% dos votos no segundo turno. A forte disputa entre partidos e facções políticas é um dos fatores que continua a dificultar o desenvolvimento de Timor-Leste que, apesar de ter registado uma melhoria nos parâmetros econômicos após a independência, continua a ser um país pobre. Isto, não obstante a riqueza dos campos de petróleo e gás offshore, até agora inexplorados devido à falta de planejamento e de recursos financeiros para construir as infra-estruturas necessárias.

Cerca de metade da população timorense ainda vive hoje abaixo do limiar da pobreza. A isto soma-se o elevado desemprego que, nas áreas urbanas, atinge valores muito elevados e afeta especialmente os jovens. Esta situação é o argumento utilizado por alguns membros da ASEAN, a Associação das Nações do Sudeste Asiático, para se oporem à adesão de Timor-Leste à organização. No entanto, Timor-Leste está determinado a ingressar na associação econômica regional em 2025, com o apoio do seu antigo inimigo, a Indonésia.

A capital Dili 

Com seus 277.488 habitantes, Dilié a capital e maior cidade da República Democrática de Timor-Leste, a mais oriental das Pequenas Ilhas da Sonda no Sudeste Asiático. A cidade está localizada no litoral norte, no Estreito de Ombai, e é o principal porto e centro comercial do país. Em 1520 foi colonizada pelos portugueses, depois disputada por espanhóis, holandeses, britânicos e, durante a Segunda Guerra Mundial, ocupada pelos japoneses até 26 de setembro de 1945, quando o território foi devolvido aos portugueses.

Tendo obtido a independência de Portugal em 1975, Timor-Leste foi invadido pelas forças indonésias em 1976, que designaram Díli como capital do país. Seguiu-se um conflito entre as forças indonésias e os defensores da independência, durante o qual milhares de civis foram mortos, entre 60.000 e 100.000 pessoas.

A este propósito, recorda-se o dia 12 de novembro de 1991, que entrou para a história como “massacre de Díli” e também conhecido como “massacre de Santa Cruz”, dia da violenta repressão às manifestações independentistas que tiveram lugar no cemitério de Santa Cruz.

Em 1999, Timor-Leste ficou sob a supervisão das forças de manutenção da paz das Nações Unidas e em 20 de maio de 2002 declarou a independência da Indonésia, elegendo Díli como capital do novo Estado soberano.

Na cidade, as décadas de resistência contra a ocupação, são recordadas em uma série de museus, como o Museu da Resistência Timorense; o National Chega Centre, uma antiga prisão indonésia; ou o Dare War Memorial Museum, que comemora o sacrifício de soldados australianos e timorenses durante a Segunda Guerra Mundial.

Em Díli, cidade predominantemente católica, os dois principais locais de culto são a Igreja de Motael, a mais antiga igreja católica do país, construída em 1955 sob a ocupação portuguesa, e a Igreja da Imaculada Conceição, a maior catedral católica romana do sudeste  asiático. No centro histórico encontramos, além de Catedral de Díli, também da época colonial portuguesa, a Praça dos Heróis Timorenses, dominada por um grande monumento que comemora a luta e os sacrifícios feitos pela independência do país.

O monumento representa três timorenses que se protegem uns aos outros com as seus fuzis. A praça oferece uma bela vista do mar e dos arredores da cidade. Localizada no coração da capital também a Colina da Fatuhada, famosa pela sua vista panorâmica sobre a Baía de Díli e arredores, que alberga as antigas residências coloniais e o Palácio do Governo.

Localizado no centro, também o Mercado Tais, um mercado tradicional, onde pode-se comprar objetos de arte e produtos locais. O mercado é especialmente famoso pela sua tecidos artesanais coloridos, chamados de "tais", importante símbolo da cultura local.

A imponente estátua do Cristo Rei, monumento simbólico situado nos arredores da cidade, num promontório, foi doada pelo governo indonésio durante a sua ocupação. A estátua, de 27 m de altura, representa Jesus de braços abertos, tendo sob os pés o globo terrestre. Para chegar desde a praia é preciso subir 600 degraus e seguir um caminho marcado pelas 14 Estações da Via Sacra. Ao chegar ao topo, pode-se contemplar um belo panorama de toda a capital.

A Fortaleza de São João Batista, construída pelos portugueses no século XVI, além da sua história oferece também uma esplêndida vista sobre o mar e o porto de Díli. No seu interior funciona o museu militar, onde estão expostos objetos históricos e fotografias que contam a história da nação.

A capital também oferece belas praias, como a Areia Branca, com areias brancas e águas cristalinas, e a de Cristo Rei, dominada pela imponente estátua de Cristo.

O Parque Nacional de Nino Konis Santana oferece rica flora e fauna e maravilhosas paisagens montanhosas. O parque abriga o maior lago de Timor-Leste, o Lago Modo. A cerca de 10 km a oeste de Díli fica o Tasitolu Peace Park, um símbolo de paz e reconciliação para os timorenses, dentro do qual existem três lagos salgados.

Uma referência de arte na cidade é a Arte Moris, um espaço cultural e artístico único, onde é possível admirar obras de arte contemporânea de artistas locais e internacionais, visitar exposições e participar de eventos ou de cursos de pintura, escultura e fotografia.

O clima de Díli é tipicamente equatorial, com temperaturas elevadas durante todo o ano e chuvas abundantes em todos os meses.

Fonte: Vatican News

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Cardeal Agagianian: um nome, um rosto e uma voz para a Igreja de Deus

Na quinta-feira, 12 de setembro, o Líbano testemunhará um evento excepcional. Trata-se da transladação dos restos mortais do Servo de Deus, que chegarão ao Aeroporto Internacional de Beirute Rafic Hariri, para terminar seu percurso na Praça dos Mártires, na Catedral Católica Armênia de Santo Elias e São Gregório, o Iluminador

Vatican News

 Patriarcado Católico Armênio da Cilícia anunciou recentemente a transladação dos restos mortais do Servo de Deus, cardeal Krikor Bedros XV Agagianian. Trata-se de um evento de grande significado para a comunidade católica armênia no mundo e para o povo libanês.

Krikor Bedros XV Agagianian foi um cardeal da Santa Igreja Romana e o 15º Patriarca da Cilícia dos armênios católicos. Foi ordenado sacerdote em 23 de dezembro de 1917. Nomeado bispo em 11 de julho de 1935 pelo Papa Pio XI e eleito patriarca da Cilícia dos Armênios Católicos pelo Sínodo da Igreja católica armênia em 30 de novembro de 1937 com o nome de Krikor Bedros (Gregório Pedro) XV. Em 18 de fevereiro de 1956, o Papa Pio XII o criou cardeal atribuindo-lhe a igreja titular de São Bartolomeu na Ilha Tiberina, em Roma.  Conhecido poliglota e jurista, Agagianian dirigiu a Sagrada Congregação De Propaganda Fide como prefeito de 18 de julho de 1960 a 19 de outubro de 1970. Ele morreu em 16 de maio de 1971 em Roma.

O traslado dos restos mortais será feito da Igreja armênia de São Nicolau de Tolentino, em Roma, seguindo do Aeroporto Internacional Fiumicino Leonardo da Vinci, em Roma, para o Aeroporto Internacional Rafic Hariri, em Beirute, terminando na Praça dos Mártires, na capital libanesa. A cerimônia será presidida por Sua Beatitude Raphael Bedros XXI Minassian, Patriarca da Cilícia dos Católicos Armênios que promoveu a Causa de Beatificação e Canonização, iniciada com a abertura do Inquérito Diocesano em 2022.

Sua Beatitude Minassian acompanhará pessoalmente cada etapa do traslado, viajando no mesmo voo até o destino final em Beirute, para garantir que cada momento seja marcado com o devido respeito e solenidade. Além do Patriarca Minassian, a cerimônia de acolhimento em Beirute contará com a presença do Primeiro-Ministro libanês Najīb ʿAzmī Mīqātī e várias personalidades religiosas, políticas e sociais. Esse evento será uma oportunidade para unir libaneses de todas as denominações, promovendo a unidade nacional e o diálogo inter-religioso.

No final da cerimônia, os restos mortais do cardeal Agagianian serão levados em procissão para a Catedral Católica Armênia dos Santos Elias e Gregório, o Iluminador, onde serão conservados no sepulcro recentemente construído para esse fim.

O legado de fé e amor deixado pelo cardeal, que continua a inspirar os fiéis cinquenta e dois anos após sua morte, é um gesto de profundo respeito e um convite à comunidade para viver de acordo com seus princípios de caridade e serviço.

O cardeal Agagianian, conhecido por seu compromisso com a construção de igrejas, escolas e orfanatos, goza de grande respeito entre as diferentes comunidades do Líbano. Seu retorno à sua terra natal espiritual, Beirute, oferece uma oportunidade única de renovar a fé e fortalecer os laços inter-religiosos no país.

Em uma época caracterizada por profundas mudanças, às vezes acompanhadas de desafios doutrinários e morais, a figura de Agagianian encarna o homem de fé no qual a graça e a natureza se fundem; ele representa, assim, a nova criatura de que fala São Paulo em suas cartas.

Descrito como o “homo Dei” de São Paulo, Agagianian encarnava a grandeza do sacerdócio e falava dele com uma eloquência fascinante. Ele era um missionário animado pela caridade de Cristo, pronto para pronto para sacrificar tudo, até mesmo sua própria vida, pelo bem das almas. Como bom pastor, ele refletia a gentileza de Cristo e, como apóstolo, mantinha vivos o sensus Christi e o sensus Ecclesiae, extraídos da fonte do coração de Deus. Seu exemplo de integridade, espiritualidade e dedicação fornece uma orientação clara, embora silenciosa, sobre o caminho a ser seguido para a restauração de si mesmo, da Igreja e do mundo: a caridade.

Fonte: Vatican News

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Quito 2024: 25 mil fiéis de todo o mundo para viver a festa da Eucaristia no Equador

O Equador sedia desde domingo (08/09) o 53º Congresso Eucarístico Internacional. Na abertura, através de solene celebração eucarística, o Papa Francisco esteve presente através de uma mensagem em vídeo e representado pelo delegado pontifício, cardeal Baltazar Porras Cardozo. Cerca de 25 mil fiéis, provenientes de várias partes do mundo, participam dos trabalhos até 15 de setembro.

Andressa Collet - Vatican News

Uma mensagem em vídeo do Papa Francisco iniciou a missa de inauguração do 53º Congresso Eucarístico Internacional em Quito, no Equador, neste domingo (08/09). O evento dedicado à América Latina e ao valor da Eucaristia para a evangelização será realizado até 15 de setembro e também irá comemorar os 150 anos da primeira nação do mundo em se consagrar ao Sagrado Coração de Jesus.

O tema, de grande atualidade no mundo pelo sofrimento com guerras e violência, "Fraternidade para curar o mundo. 'Vocês são todos irmãos' (Mt 23,8)", foi aprofundado pelo Pontífice na mensagem, quando enfatizou que a fraternidade é “uma condição essencial para um mundo novo, um mundo mais justo, um mundo mais humano”. Ele explicou que “o sinal do Pão acende no Povo de Deus o desejo de fraternidade”. Segundo ele, “a fraternidade também deve ser proativa”, por isso convidou a recuperar “essa fraternidade radical com Deus e entre os homens”.

Cerca de 25 mil fiéis em Quito

A solene celebração eucarística foi presidida pelo arcebispo metropolitano de Quito e Primaz do Equador, dom Alfredo José Espinoza Mateus. Também participaram o representante do Papa Francisco, o delegado pontifício cardeal Baltazar Porras Cardozo, dezenas de bispos do exterior e do Equador, sacerdotes, diáconos, seminaristas, centenas de religiosos e religiosas e mais de 1.600 crianças que receberam a Primeira Comunhão. No total, cerca de 25 mil católicos, de delegações de todos os continentes, lotaram a esplanada do Parque Bicentenário para viver essa experiência de fé.

Para dom Espinoza Mateus, “Quito, a ‘Pequena Face de Deus’, como carinhosamente a chamamos, será um ponto de encontro de todos os continentes reunidos para refletir e viver o grande Mistério da Eucaristia”. Ele acrescentou que a Eucaristia “nos desafia a sermos verdadeiros construtores da fraternidade para ‘curar as feridas do mundo’ e nos compromete a sermos irmãos autênticos em meio a um mundo cheio de violência, morte, guerras; um mundo que divide, não um mundo que une; um mundo que transforma o homem em um inimigo e não em um irmão”.

Dirigindo-se às crianças que receberam a Primeira Comunhão, dom Espinoza Mateus falou da importância deste dia de celebração e lembrou das palavras do Papa Francisco: “a Primeira Comunhão é, acima de tudo, uma festa na qual celebramos que Jesus quis ficar sempre ao nosso lado e que nunca irá se separ de nós”. 

Fonte: Vatican News

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Timor-Leste: Papa visita centro para crianças com deficiência, elogiando missão de quem cuida dos outros

«Sem amor, nada disto se pode entender», disse Francisco

O Papa visitou hoje um centro para crianças com deficiência, em Díli, num encontro marcado por vários gestos de proximidade com os presentes, elogiando a missão de quem cuida dos outros.

“O sacramento dos pobres, um amor que anima, que constrói e que fortalece. É isso que encontramos aqui, amor. Sem amor, nada disto se pode entender”, referiu, falando de improviso, com a ajuda de um sacerdote que traduziu para tétum.

O segundo dia da visita papal a Timor-Leste começou na Escola ‘Irmãs ALMA’ (Asosiasi Lembaga Misionari Awam, Associação das Sociedades Missionárias Leigas), onde foi recebido com um cântico por um grupo de irmãs e por crianças vestidas com trajes tradicionais, tendo recebido o lenço tradicional, o tais.

Francisco reuniu-se com cerca de 50 crianças e 28 irmãs, assinando uma placa comemorativa do 60.º aniversário da fundação da congregação pelo padre Paulus Hendrikus Janssen, em Madiun (Indonésia).

“Partilhar a vida com as pessoas que têm mais necessidade é um programa, vosso e de todos os cristãos”, disse às religiosas.

A breve reflexão do Papa sublinhou que os critérios do juízo final, apresentados por Jesus, apontam à atitude de cada um perante os mais necessitados: “Vinde comigo porque cuidaram de mim quando tive fome e me deram de comer; quando tive sede e me deram de beber; quando estive doente e me vieram visitar”.

“Não podemos entender o amor de Jesus se nós não praticarmos o amor, acrescentou.

Francisco agradeceu a todos os presentes pelo testemunho de se “deixarem cuidar”, apresentando as crianças como “mestres”.

“Eles ensinam-nos como devemos deixar-nos cuidar por Deus”, afirmou.

O Papa acabou a sua intervenção de mãos dadas com uma das crianças, sentada numa cadeirinha, convidando todos a rezar uma Ave-Maria, em conjunto.

Francisco assinou o diário pessoal de Adrian Arcangelo,  onde o jovem de 24 anos escreve pensamentos e reflexões, tendo permanecido alguns momentos à conversa com ele.

A irmã Getrudis Bidi, superiora da comunidade, fez a saudação inaugural, explicando que a missão das religiosas é estar “junto dos pobres, deficientes e abandonados, na mesma casa, no mesmo quarto, partilhar a mesma mesa de jantar, rezar juntos, unidos de coração e alma”.

“É no serviço aos pobres que encontramos o próprio Deus para sempre”, indicou.

A responsável considerou que a visita de Francisco é “uma bênção” para o país, desejando que todos possam ser “inspirados a amar mais os pobres e a aprofundar a fé em Deus”.

Esta é a primeira visita de um Papa a Timor-Leste após a independência e acontece 35 anos depois da passagem de João Paulo II pelo território, em outubro de 1989, ainda durante a ocupação indonésia.

A celebração central da viagem vai decorrer hoje, pelas 16h30 (08h30 em Lisboa), em Tasi Tolu, o mesmo local que acolheu o Papa polaco.

A viagem mais longa do pontificado, iniciada a 2 de setembro, inclui 44 horas e mais de 32 mil quilómetros de voo, entre Indonésia, Papua-Nova Guiné, Timor-Leste e Singapura, onde a 45ª visita apostólica do Papa se encerra, a 13 de setembro.

Fonte: Agência Ecclesia

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Timor-Leste: Papa visita centro para crianças com deficiência, elogiando missão de quem cuida dos outros

«Sem amor, nada disto se pode entender», disse Francisco

O Papa visitou hoje um centro para crianças com deficiência, em Díli, num encontro marcado por vários gestos de proximidade com os presentes, elogiando a missão de quem cuida dos outros.

“O sacramento dos pobres, um amor que anima, que constrói e que fortalece. É isso que encontramos aqui, amor. Sem amor, nada disto se pode entender”, referiu, falando de improviso, com a ajuda de um sacerdote que traduziu para tétum.

O segundo dia da visita papal a Timor-Leste começou na Escola ‘Irmãs ALMA’ (Asosiasi Lembaga Misionari Awam, Associação das Sociedades Missionárias Leigas), onde foi recebido com um cântico por um grupo de irmãs e por crianças vestidas com trajes tradicionais, tendo recebido o lenço tradicional, o tais.

Francisco reuniu-se com cerca de 50 crianças e 28 irmãs, assinando uma placa comemorativa do 60.º aniversário da fundação da congregação pelo padre Paulus Hendrikus Janssen, em Madiun (Indonésia).

“Partilhar a vida com as pessoas que têm mais necessidade é um programa, vosso e de todos os cristãos”, disse às religiosas.

A breve reflexão do Papa sublinhou que os critérios do juízo final, apresentados por Jesus, apontam à atitude de cada um perante os mais necessitados: “Vinde comigo porque cuidaram de mim quando tive fome e me deram de comer; quando tive sede e me deram de beber; quando estive doente e me vieram visitar”.

“Não podemos entender o amor de Jesus se nós não praticarmos o amor, acrescentou.

Francisco agradeceu a todos os presentes pelo testemunho de se “deixarem cuidar”, apresentando as crianças como “mestres”.

“Eles ensinam-nos como devemos deixar-nos cuidar por Deus”, afirmou.

O Papa acabou a sua intervenção de mãos dadas com uma das crianças, sentada numa cadeirinha, convidando todos a rezar uma Ave-Maria, em conjunto.

Francisco assinou o diário pessoal de Adrian Arcangelo,  onde o jovem de 24 anos escreve pensamentos e reflexões, tendo permanecido alguns momentos à conversa com ele.

A irmã Getrudis Bidi, superiora da comunidade, fez a saudação inaugural, explicando que a missão das religiosas é estar “junto dos pobres, deficientes e abandonados, na mesma casa, no mesmo quarto, partilhar a mesma mesa de jantar, rezar juntos, unidos de coração e alma”.

“É no serviço aos pobres que encontramos o próprio Deus para sempre”, indicou.

A responsável considerou que a visita de Francisco é “uma bênção” para o país, desejando que todos possam ser “inspirados a amar mais os pobres e a aprofundar a fé em Deus”.

Esta é a primeira visita de um Papa a Timor-Leste após a independência e acontece 35 anos depois da passagem de João Paulo II pelo território, em outubro de 1989, ainda durante a ocupação indonésia.

A celebração central da viagem vai decorrer hoje, pelas 16h30 (08h30 em Lisboa), em Tasi Tolu, o mesmo local que acolheu o Papa polaco.

A viagem mais longa do pontificado, iniciada a 2 de setembro, inclui 44 horas e mais de 32 mil quilómetros de voo, entre Indonésia, Papua-Nova Guiné, Timor-Leste e Singapura, onde a 45ª visita apostólica do Papa se encerra, a 13 de setembro.

Fonte: Agência Ecclesia

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Argentina possui agora a maior imagem de Nossa Senhora do mundo

A imponente imagem da Virgen del Valle, obra do escultor Walter D’Agostini, tornou-se a mais alta do mundo, com 48 metros de altura (52 metros a partir da base).

No dia 2 de setembro, o bispo Dom Luis Urbanč participou da inauguração da imagem da Virgen del Valle chamada “Caminho da Fé”, na cidade de Catamarca, localizada no noroeste da Argentina, e depois presidiu a Santa Missa na capela, no interior da imagem.

A altura desta imagem, de 48 metros, é equivalente a um edifício de mais de 10 andares, tornando-a a maior representação da Virgem em todo o mundo.

O interior da Virgen del Valle abriga uma capela, e parte de sua estrutura é um mirante de 360º que oferece aos visitantes uma visão privilegiada da paisagem.

Ao abençoar o Caminho da Fé, Dom Urbanc pediu a Deus que “aqueles que rezarem diante desta bela imagem inspirada por vocês e pelo exemplo de amor de Nossa Mãe do Céu amem mais e melhor seus irmãos e irmãs e obtenham, por sua intercessão, a graça de que precisam para esta vida e eternidade”.

Estiveram presentes na missa inaugural, além das autoridades civis, Walter D’Agostini, o idealizador da obra, acompanhado por sua família e pelos trabalhadores que contribuíram para tornar o projeto uma realidade. Neste contexto, o bispo expressou “a emoção de estar aqui, é muito bonito, não é algo comum”.

A invocação à Virgen del Valle é uma das mais veneradas na Argentina, sobretudo na região noroeste do país. Sua história está firmemente enraizada na fé e na cultura de Catamarca e outras províncias vizinhas.

História da Virgen del Valle

A devoção à Virgem do Vale teve origem no século XVII. Segundo a tradição, em 1618, um indígena pastoreando nas montanhas do Vale de Catamarca encontrou uma imagem da Virgem Maria em uma caverna. A imagem, que era pequena e apresentava uma tonalidade escura, permaneceu intacta apesar das condições climáticas adversas, um acontecimento considerado como um milagre.

A imagem da Virgem, também conhecida como “Virgem Morena”, foi posteriormente transferida para a pequena capela de Choya, onde passou a ser venerada pela comunidade. Com o tempo, o culto à Virgem foi se expandindo e a Virgem do Vale tornou-se a protetora dos mineiros e agricultores da região, que atribuíam a Ela diversos milagres.

Ao longo dos séculos, a Virgem do Vale tem sido objeto de inúmeros relatos de milagres e feitos prodigiosos. Afirma-se que ela intercedeu em momentos críticos, como secas, pragas e terremotos. Um dos milagres mais conhecido remonta a 1694, quando uma praga de gafanhotos ameaçou dizimar as colheitas da região. Após uma fervorosa novena em sua honra, os gafanhotos desapareceram, o que foi interpretado como intervenção divina.

Fonte: Gaudium Press

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1.600 Primeiras Comunhões na abertura do Congresso Eucarístico Internacional em Quito

O Congresso Eucarístico Internacional começou neste domingo em Quito, Equador, com uma missa onde 1.600 crianças receberam pela primeira vez a Comunhão.

Milhares de pessoas vindas de várias cidades do Equador se reuniram na manhã de 8 de setembro de 2024 na esplanada do Parque Bicentenário, para abertura do 53º Congresso Eucarístico Internacional, que está sendo realizado em Quito.

A designação de Quito como sede deste encontro de fé foi feita pelo Papa Francisco, em comemoração aos 150 anos da consagração da cidade ao Sagrado Coração de Jesus.

Por meio de uma mensagem de vídeo, o Papa Francisco disse estar feliz em participar deste evento religioso, “mesmo que seja à distância”, enfatizando o lema do encontro: “Fraternidade para curar o mundo”.

A missa de abertura, que contou com a presença de mais de 25.000 pessoas, demonstrou a unidade da Igreja Católica, apesar da diversidade. A proclamação da palavra de Deus foi proferida em espanhol, e partes da Eucaristia mencionadas em outras línguas, para incluir pessoas de todas as origens que participaram do Congresso Eucarístico.

A Eucaristia foi concelebrada pelo Núncio Apostólico no Equador, Monsenhor Andrés Carrascosa Coso; o Bispo Delegado da Espanha, Monsenhor Leonardo Lemos; Monsenhor David de la Torre, Bispo Auxiliar de Quito, e o Bispo Auxiliar de Sydney, Monsenhor Richard Umbers. Dom Alfredo José Espinoza, arcebispo de Quito, destacou em sua homilia que Quito, a “Carita de Dios” (Pequena Face de Deus), como é carinhosamente conhecida, será durante essa semana um “ponto de encontro de todos os continentes, reunidos para refletir e viver o grande mistério da Eucaristia”.

O prelado convidou a que, durante este Congresso Eucarístico Internacional, “peçamos ao Senhor que opere em nossas vidas o mesmo milagre que fez com o surdo que mal podia falar” e que cada um ratifique sua resposta ao chamado de Deus em sua vida.

Dirigindo-se às 1.600 crianças que fizeram sua Primeira Comunhão, o prelado disse que no futuro elas poderiam ser chamadas de missionárias eucarísticas, esperando que continuem a “crescer com a consciência de que são chamadas a construir a fraternidade, começando pelas próprias famílias”.

Destacando o belo sinal das vestes brancas e dos trajes tradicionais usados pelas crianças, Dom Espinoza lembrou que “é uma celebração a qual elas participam graças a seus pais, avós, famílias e comunidades paroquiais que as ajudaram a crescer na fé”; uma celebração que assume um significado especial neste contexto.

“Vocês estão fazendo sua Primeira Comunhão em um ambiente único, na abertura deste 53º Congresso Eucarístico Internacional. É uma lembrança que ficará gravada em seus corações para o resto de suas vidas”. O bispo citou o Papa Francisco em um de seus discursos sobre este Sacramento: “A Primeira Comunhão é, acima de tudo, uma festa na qual celebramos que Jesus quis ficar sempre conosco e que nunca se separará de nós”, lembrando que, no caso das crianças vindas de diferentes partes da Arquidiocese de Quito, será a primeira vez que receberão Jesus em suas vidas. “Hoje vocês vêm para se encontrar com Ele, mas como vocês podem encontrar Jesus?”

Certamente, continuou o bispo, “vocês poderão encontrá-Lo, porque ele fez um gesto de imenso amor para salvar todos os homens e mulheres de todos os tempos e, como afirma o Papa Francisco, podemos encontrá-Lo na Eucaristia. Nós não o vemos com esses olhos, mas o vemos com os olhos da fé”.

O prelado, então, convidou-os a “abrir o coração para recebê-Lo com alegria e que o encontro com Ele na Eucaristia, que vão receber pela primeira vez, os leve a saber compartilhar, sonhar, agradecer, confiar e honrar os outros”.

Fazer a Primeira Comunhão é querer estar cada dia mais unido a Jesus, crescer na amizade com Ele e que também os outros possam desfrutar da alegria que Ele nos quer dar”; porque, como assegura o Papa, “o Senhor precisa de vocês para poder realizar o milagre de que Sua alegria chegue a muitos de seus parentes e amigos”.

Fonte: Gaudium Press

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Cristãos iraquianos estão deixando sua terra natal mais uma vez

Por Rody Sher

O êxodo de cristãos iraquianos de sua terra natal ancestral está mais uma vez nas manchetes. Muitas famílias fogem do país, buscando refúgio em países vizinhos como uma parada temporária antes de seguir para destinos distantes como a Austrália.

Alguns acreditam que essa nova onda migratória começou no final do ano passado depois de um incêndio em Bakhdida, no norte do Iraque. O êxodo agora se tornou alarmante, afetando até mesmo cristãos que vivem na relativamente segura região do Curdistão.

As razões por trás dessa saída em massa vão além da busca por oportunidades de emprego seguras no exterior que garantam uma vida decente. No Iraque, os cristãos enfrentam inúmeras crises, como salários atrasados, falta de energia, escassez de água e outros desafios. Alguns buscam cidadania em outro lugar para garantir um futuro melhor para seus filhos, enquanto outros buscam se reunir com parentes no exterior em vez de permanecer isolados em sua terra natal.

A ativista civil Basma Azuz falou sobre a lógica por trás dessa decisão à ACI Mena, agência em árabe da EWTN News.

“A migração reflete um profundo conflito entre a identidade e a pátria de alguém versus a busca por segurança e direitos”, disse ela. “Nem sempre é um fenômeno negativo ou uma fuga; pode ser a única maneira de garantir um futuro melhor. Esse fenômeno é um direito humano consagrado”.

Azuz atribuiu a migração em curso do Iraque a fatores sociais, econômicos, de segurança e políticos complexos, “além do medo de perseguição contra a Igreja”.

Para Aziz, “a visita do papa Francisco deu um raio temporário de esperança para os cristãos. No entanto, a piora da situação e a falha do governo em cumprir suas promessas renovaram o desejo dos cristãos de emigrar, especialmente entre os jovens. Eles buscam um futuro melhor longe dos desafios de sua terra natal.”

“Os cristãos veem seu futuro como incerto. Eles veem suas aspirações por segurança, dignidade e direitos básicos como direitos humanos naturais”, disse Aziz.

O ativista civil Dilan Adamat, fundador da organização não-governamental Return, falou sobre os desafios da migração à ACI Mena.

“Como pessoas que vivenciaram a migração e o retorno, entendemos o sofrimento dos imigrantes em seu novo ambiente”, disse Adamat.

“Embora as razões atuais para a emigração sejam compreensíveis — como garantir educação, saúde, direitos e serviços — os cristãos iraquianos enfrentarão grandes desafios em seus novos destinos”, disse ele. “Eles encontrarão dificuldades para se adaptar a novas culturas, ambientes sociais e conceitos de criação de filhos.”

A onda de migração cristã não poupou nenhuma cidade no Iraque, incluindo aquelas na região do Curdistão, dissolvendo a presença cristã até quase a extinção. Estatísticas não-oficiais da fundação Shlama, que se concentra em assuntos cristãos, confirmam que o Iraque perdeu quase 90% de seus cristãos nas últimas duas décadas.

Fonte: ACIDigital

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Do dia 08/9/2024

Santuário Nacional celebra 6 décadas de Campanha da Fraternidade

Santa Missa ressaltou o compromisso da Igreja com a transformação social e espiritual do Brasil

Escrito por Luciana Gianesini

Na manhã deste domingo, 8 de setembro, o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida acolheu uma celebração especial que marcou os 60 anos da Campanha da Fraternidade.

A Eucaristia, presidida por Dom Ricardo Hoepers, Bispo Auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, reuniu padres, diáconos e milhares de fiéis, além de ser transmitida ao vivo pela TV Aparecida.

Logo no início da celebração, o missionário redentorista padre Mauro Vilela, C.Ss.R., animador da celebração, acolheu os fiéis e ressaltou a importância do mês de setembro como tempo de escuta da Palavra de Deus. “Nós estamos no mês de setembro, é tempo de escutar e acolher a Palavra de Deus com o coração aberto para transformar a nossa vida, transformar o mundo ao nosso redor”, afirmou padre Mauro.

Ele também destacou o tema central da celebração: “Hoje nós celebramos 60 anos da Campanha da Fraternidade, que é um marco importante para a evangelização da Igreja do Brasil. Desde 1964, a Campanha da Fraternidade tem sido um chamado à vivência da fé de forma concreta, promovendo a justiça, a solidariedade e o cuidado com os mais vulneráveis”.

Após a acolhida, Dom Ricardo expressou sua alegria de celebrar na casa de Nossa Senhora Aparecida e agradeceu a presença de todos, tanto os presentes quanto os que acompanhavam pelos meios de comunicação.

A Campanha da Fraternidade e a ação da Igreja

A homilia de Dom Ricardo Hoepers foi marcada pela reflexão sobre o papel da Campanha da Fraternidade ao longo dessas seis décadas e sua relevância para a vida dos cristãos. O bispo iniciou sua mensagem agradecendo ao arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, pela oportunidade de presidir a missa e destacou a importância da Campanha da Fraternidade como uma ação concreta da Igreja em prol dos mais necessitados.

“O que a Campanha da Fraternidade nos ensina é que a fé verdadeira se traduz em ações que transformam vidas e constroem uma sociedade mais justa e fraterna”, afirmou Dom Ricardo. “Hoje celebramos 60 anos de uma campanha que nasceu de uma simples ideia, mas que se transformou em um movimento que toca os corações e leva a Igreja a estar presente nos lugares mais distantes, nos recônditos da sociedade, onde muitas vezes o sofrimento e a exclusão são mais fortes.”

A partir das leituras do dia, Dom Ricardo relacionou a mensagem bíblica com a missão da Campanha da Fraternidade. A primeira leitura, do profeta Isaías, trouxe um convite à confiança em Deus: “Criai ânimo, não tenhais medo”, afirmou o bispo, lembrando que a ação de Deus se manifesta por meio de sinais claros, como os milagres descritos na leitura. “Ele abre os olhos dos cegos, descerra os ouvidos dos surdos. Deus age na nossa vida, mas muitas vezes estamos distraídos, com nossos ouvidos fechados e nossos olhos cerrados para os sinais de Deus”, advertiu Dom Ricardo.

A homilia também foi um apelo à gratidão e à valorização dos pequenos milagres diários.

“Não seja um filho ingrato. Agradeça a Deus pelo dia que começa, agradeça ao final do dia por ter percebido os sinais da graça de Deus em sua vida”, disse o bispo, relacionando a gratidão à proposta de conversão que a Campanha da Fraternidade sempre trouxe aos cristãos.

Conversão do coração e ação concreta

Dom Ricardo destacou que a Campanha da Fraternidade, desde sua criação, sempre teve como proposta uma dupla conversão: espiritual e prática. “Conversão do coração é o primeiro passo para abrirmos nossos olhos e percebermos como Deus vem fazendo grandes coisas em nossas vidas”, afirmou. Ele ressaltou que a Campanha da Fraternidade, em seus 60 anos, tem sido uma escola de formação cristã, despertando em muitas pessoas o desejo de agir em favor dos mais pobres e excluídos.

A temática deste ano, “Somos todos irmãos e irmãs”, foi citada como um chamado à superação das divisões e preconceitos. “São Tiago nos ensina que não podemos ter acepção de pessoas, não podemos discriminar o outro, seja ele quem for. Todos são filhos de Deus e merecem ser tratados com dignidade”, explicou Dom Ricardo, reforçando que o respeito pelo próximo começa nas pequenas atitudes, dentro de casa, e se estende à sociedade como um todo.

A homilia também trouxe uma reflexão sobre o papel da Igreja como agente de transformação social. Dom Ricardo mencionou o Evangelho do dia, em que Jesus cura um surdo e gago, dizendo: “Efatá, abre-te!”: 

“Esse é o sinal de Deus na nossa vida: abrir nossos olhos e ouvidos para a ação de Deus. Não podemos viver uma religião intimista, onde eu e Deus estamos bem e o resto não me interessa. A Igreja é comunidade, é ação, é transformação”, declarou o bispo, ressaltando que a Campanha da Fraternidade é um exemplo claro dessa ação concreta.

Ação transformadora da Igreja

A Campanha da Fraternidade, segundo Dom Ricardo, tem sido um instrumento eficaz para levar a Igreja aos lugares onde as pessoas mais sofrem e precisam de apoio. Ele lembrou que, ao longo dos 60 anos, surgiram diversas pastorais e projetos sociais inspirados pelos temas anuais da campanha. “A cada ano, a campanha nos lembra que a fé sem obras é morta. Não adianta pedir perdão se eu não mudo minhas atitudes no dia a dia. A Campanha da Fraternidade nos ensina a agir, a fazer a diferença”, afirmou.

O bispo também destacou o Fundo Nacional de Solidariedade, uma iniciativa da campanha que financia projetos sociais em todo o Brasil. “Graças à sua contribuição, aquele dinheirinho que você coloca no último domingo da Quaresma tem mudado a vida de muitas pessoas em todos os rincões do Brasil”, agradeceu Dom Ricardo, lembrando que a generosidade dos fiéis tem sido fundamental para a continuidade dessas ações.

Fonte: A12.com

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Missa solene pelos 120 anos da coroação da imagem de Nossa Senhora Aparecida

Celebração no Santuário Nacional exalta a missão redentorista e a realeza de Maria, simbolizando justiça, fraternidade e amor ao próximo

Escrito por Rhanna Felicio

Neste domingo (08) de setembro, o Santuário Nacional celebrou, na Santa Missa das 18h, os 120 anos da coroação de Nossa Senhora Aparecida. Em 1904, o ato ocorreu por ordem do Papa Pio X, hoje canonizado. Marcando assim um novo impulso na devoção à Padroeira do Brasil.

“Uma coroa de graça porá sobre tua cabeça, com um diadema de glória te cingirá” (Pv 4,9).

A celebração, foi presidida pelo Padre Eduardo Catalfo C. Ss. R., o qual é reitor do Santuário Nacional, tendo sido concelebrada por Missionários Redentoristas e outros padres.

“A festa da coroação da imagem foi uma belíssima homenagem a Nossa Senhora mas também foi um grande presente para os missionários redentoristas aqui de Aparecida, A coroação de Nossa Senhora marca a primeira década do trabalho dos Missionários Redentoristas que haviam chegado da Alemanha 10 anos antes, para trabalhar na casa da Mãe. A festa projetou o Santuário de Aparecida para todo o Brasil, marcando o início da expansão e do desenvolvimento do trabalho dos redentoristas no Brasil. Seja através das santas missões populares, seja devido às novas e numerosas fundações que começaram a partir de então.” Padre Eduardo Catalfo C. Ss. R.

A coroação convida a todos a viverem a alegria de Maria, a coroar nossa Mãe que acolhe a todos com o seu amor e humildade, onde nos envolve em seu manto sagrado e intercede por todos os seus filhos e filhas.

“Ao encontrar a Trindade, Maria foi abraçada como Filha, Mãe e Esposa que era. E pelo Deus Trino, coroada como Rainha dos Céus. Parece, agora, que vemos a cena retratada na imagem goiana do Divino Pai Eterno: a Trindade coroando a bela Cordeira, Maria, com uma coroa de doze estrelas e entregando-lhe o Sol como manto para revesti-la e a Lua como escabelo." (Ap 12,1)

Ao iniciar sua homilia, Padre Catalfo C. Ss. R. enfatizou a memória dos 120 anos da coroação de Nossa Senhora Aparecida como mãe e rainha do povo brasileiro.

“Hoje ao celebrarmos os 120 anos da coroação de Nossa Senhora Aparecida, para como mãe e rainha a gente pensa em Nossa Senhora como rainha, a rainha do céu e da terra, e não poucas vezes quando ouvimos a expressão rainha logo pensamos em castelos em princesas em joalheria em poder e riquezas, mas com Nossa Senhora não é assim quando nos pensamos em Nossa Senhora para como mãe e rainha, nos pensamos na realeza de Jesus, Ele fez bem todas as coisas e anunciou o reino de Deus um reino de justiça e de verdade. Coroar Nossa Senhora como rainha simboliza isso, participar do reino de Deus e da sua justiça.” Padre Eduardo Catalfo C. Ss. R.

Padre Catalfo C. Ss. R. falou do evangelho de hoje e como as pessoas olhavam admiradas para Jesus e reconheciam que ele fazia o bem sem ver a quem, devolvendo a saúde aos enfermos e a dignidade de vida, para com aqueles que devido à doença, eram vistos como amaldiçoados e marginalizados, e viviam distantes da comunidade e vida social.

“O que significa hoje reconhecer o messianismo de Jesus, significa reconhecer o seu reino através da justiça, fraternidade, partilha e bem comum. Por isso, na segunda leitura a carta de Tiago de uma maneira muito concreta e clara nos mostra o que significa afinal ser Cristão, nós não devemos fazer diferença entre as pessoas diz a carta de Tiago, que na Igreja não há estrangeiros, na Igreja não é possível olhar o outro como um irmão como um próximo como um amigo e de uma maneira muito clara Tiago nos lembra que fazer o bem é a vocação principal na Igreja e no mundo, e tudo isso nos sonhamos com um mundo melhor e mais feliz para todos.” Padre Eduardo Catalfo C. Ss. R.

Ressaltando que os sinais de um mundo novo, um novo céu, nova terra são os sinais que marcam a chegada de Jesus, o Messias, através da educação, cidadania, escola, trabalho e olhar o mundo com os olhos de Deus.

“Sempre me impressiona, o número de pessoas doentes que tentam de alguma maneira se aproximar de Jesus e, ao longo de toda a sua vida pública, ao contrário de um milagreiro, Jesus mostra o seu messianismo, mostra a sua identidade ligada ao projeto do reino da verdade e da justiça.” Padre Eduardo Catalfo C. Ss. R.

Finalizando sua homilia, Padre Catalfo C. Ss. R. fala para não nos esquecermos de que aqui na Casa da Mãe, as joias da coroa são as obras de educação e de assistência social!

“Por isso que ao fazer memória da coroação de Nossa Senhora Aparecida gostaria de um modo muito singelo de agradecer a você que não sem esforço faz parte da família dos devotos e nos ajuda a manter as joias da nossa coroa, os pobres, os pequenos, as crianças, e a tantas e inúmeras famílias que recebem da família dos devotos e do Santuário Nacional assistência apoio e carinho, porque na Igreja de Deus não deve haver discriminação nem acepção de pessoas.” Padre Eduardo Catalfo C. Ss. R.

Foi celebrado também com a CRB Conferência dos Religiosos do Brasil, que celebra 70 anos e, a exemplo de Nossa Senhora, é sinal de profecia e esperança na vida do povo brasileiro!

No momento da consagração, a CRB formou um jardim de flores junto aos Missionários Redentoristas reunidos na Celebração Eucarística e juntos ecoaram pelo Santuário Nacional: “Nós te coroamos mais uma vez, Nossa Senhora Aparecida.”

Padre Catalfo C. Ss. R. citou que estamos a menos de um mês da novena e festa de Nossa Senhora e convidou a todos a participarem da festa de Nossa Senhora, e venham coroá-la como rainha e Padroeira do Brasil. - Fonte: A12.com

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Timor-Leste: O país mais católico do mundo depois do Vaticano

Em uma entrevista ao Vatican News, Dom Leandro Maria Alves, bispo de Baucau, Diocese de Timor-Leste, afirmou que “todos os timorenses estão muito ansiosos pela vinda do Papa”. Ele também enfatizou que eles veem isso como uma bênção de Deus, através do Papa Francisco. Todas as autoridades, incluindo o governo, trabalharam em estreita cooperação para garantir o sucesso da visita.

A Igreja Católica ocupa uma posição especial em Timor Leste, país com 1,5 milhões de habitantes, onde aproximadamente 98 por cento da população é católica. Tal percentagem só é superada na Cidade do Vaticano, onde é de 100 por cento. Timor-Leste e as Filipinas destacam-se como os únicos dois países asiáticos com uma maioria católica.

São João Paulo II foi o primeiro papa a visitar Timor Leste em 1989, quando ainda estava sob ocupação indonésia. 35 anos depois da visita do Santo Padre, este evento é igualmente significativo para os timorenses, especialmente para os fiéis cristãos. Dom Leandro Maria Alves destacou que a visita fortalecerá a fé em Cristo e confirmará a fidelidade à Igreja em Timor, sobretudo ao Santo Padre Francisco.

Já, o arcebispo de Díli, Dom Virgílio do Carmo da Silva, sublinha que este é “um momento histórico”. Os fiéis vêm de barco e, para garantir o transporte de mais de dois mil fiéis, os organizadores da visita tiveram que iniciar a operação quatro a cinco dias antes a fim de acomodar todos os fiéis, que foram instalados em tendas. “Estão muito felizes, o ambiente é de alegria enquanto aguardam a chegada do Santo Padre”, relatou o arcebispo.

A principal celebração da viagem está agendada para 10 de setembro, em Tasi Tolu. O programa de 10 de setembro também inclui uma visita a crianças com deficiência, na Escola ‘Irmãs ALMA’ (Asosiasi Lembaga Misionari Awam, Associação das Sociedades Missionárias Leigas), e um encontro com membros da comunidade católica, na Catedral da Imaculada Conceição.

No dia 11 de setembro, Francisco se reúne com jovens de Timor-Leste no Centro de Convenções, antes da cerimônia de despedida no aeroporto internacional de Díli, em direção a Singapura. Fonte: Gaudium Press

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Francisco chega a Timor Leste, terceira etapa de sua viagem à Ásia-Oceania

O Papa Francisco se despediu de Papua Nova Guiné nesta segunda-feira em um encontro com a presença de cerca de 10 mil jovens do país no Estádio Sir John Guise, na capital, com os quais o Pontífice conversou e garantiu: “Todos nós podemos cometer erros”.

Silvonei José – Vatican News

No aeroporto de Port Moresby, para o cerimônia de despedida, o Papa foi recebido pelo primeiro-ministro James Marape, na Meeting Romm 2, com quem manteve um breve colóquio. Antes de embarcar no avião, saudou a comitiva local e a delegação papuásia.

O avião papal deixou o aeroporto internacional de Port Moresby com destino a Timor Leste às 12h12 locais. Depois de 3h30 de voo e percorrer 2.578 Km chegou ao aeroporto de Internacional de Dili, Presidente Nicolau Lobato às 14h20, hora local.

No aeroporto de Dili o Papa foi acolhido por duas jovens que lhe entregram um buque de flores e um cachecol com as cores tradicionais. Em seguida o encontro com o presidente da República, José Manuel Ramos-Horta. O Papa passou em revista a guarda de honra e saudação as Delegações. Não houve discursos.

O Papa deixou o aeroporto Internacional de Dili transferindo-se para a Nunciatura Apostólica onde será hóspede durante a sua permanência em Timor Leste.

No final da tarde desta segunda-feira o Papa se dirigirá até o Palácio Presidencial para a cerimônia de boas-vindas, visita de cortesia ao presidente Ramos-Horta e o encontro com as autoridades, a sociedade civil e o Corpo Diplomático. Ali fará o seu primeiro discurso em terras timorenses.

Despedida de Papua Nova Guiné

Antes de seguir para o Timor Leste para a terceira etapa de sua Viagem Apostólica à Ásia-Oceania, Francisco foi ao estádio de Port Moresby para se encontrar com milhares de jovens em um país assolado pela pobreza, violência e calamidades naturais. O Papa percorreu o estádio em um carrinho de golfe e foi recebido com festa por jovens católicos de várias partes do país, que cantaram, dançaram e apresentaram danças tradicionais. Aos jovens desse grande arquipélago com mais de 800 idiomas, Francisco pediu que aprendessem “uma linguagem comum: a linguagem do amor”.

Como acontece nesse tipo de encontro, Francisco preferiu não fazer um discurso preparado e iniciou um diálogo com os jovens: “um jovem pode cometer um erro, um adulto pode cometer um erro e uma pessoa idosa como eu pode cometer um erro? Sim, todos nós podemos cometer erros, disse Francisco. Ele acrescentou que “o importante é perceber que estamos errados”. “Não somos o super-homem”, acrescentou, e explicou que podemos cair, ‘mas o importante é não permanecer caído’.

Papa com os jovens

Ele também falou aos jovens sobre a necessidade de não cair na indiferença, “que é quase pior do que o ódio”, e os exortou a que, quando encontrarem alguém caído na rua, ajudem-no, e pediu a todos os jovens que fizessem o gesto de levantar alguém do chão.

“Agradeço a presença de vocês, estou feliz com o entusiasmo de vocês e com tudo o que fazem. Agradeço por sua alegria, sua presença e suas ilusões”, acrescentou. E concluiu pedindo às pessoas que rezem por ele, porque seu trabalho “não é fácil”. Fonte: Vatican News

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Papa aos jovens de Papua Nova Guiné: pratiquem a linguagem do amor

Nesta segunda-feira, 9 de setembro, Francisco se reuniu com os jovens de Papua Nova Guiné no Estádio Sir John Guise, em Port Moresby. No último encontro oficial no país, o Pontífice incentivou mais de 10 mil jovens a praticarem "a linguagem do amor e do serviço" e destacou que "o mais importante não é cair, mas não permanecer caído".

Vatican News

“Vocês, que em Papua têm mais de 800 línguas, têm uma linguagem comum, que é o idioma do amor, o idioma do serviço”. Com estas palavras, o Papa Francisco se dirigiu aos jovens reunidos no Estádio Sir John Guise, em Port Moresby, durante sua 45ª Viagem Apostólica à Ásia e Oceania. O Papa deixou de lado o discurso que tinha preparado para o encontro, preferindo falar diretamente com os jovens presentes.

Encontro com os jovens no Estádio Sir John Guise, em Port Moresby

Dom John Bosco e os desafios dos jovens no país

Após uma dança de boas-vindas realizada por um grupo de jovens vestidos com trajes tradicionais, dom John Bosco Auram, bispo de Kimbe e delegado para os jovens, saudou o Pontífice, e lembrou que o maior desafio para os jovens é "descobrir Cristo em meio a realidade" que os leva a enfrentar questões profundas, como a vivência dos valores cristãos na família e na sociedade, as oportunidades limitadas de crescimento e desenvolvimento, e as frustrações derivadas das expectativas não atendidas pela sociedade, pelo governo e até pela Igreja.

“Ilhas de Esperança”

Em seguinda, o encontro  contou com a apresentação musical “Ilhas de Esperança”, na qual quatro jovens de Papua Nova Guiné e das Ilhas Salomão demonstraram seu compromisso com a construção de um futuro "com sorrisos de esperança". Cada um deles focou em um aspecto da vida: a importância da família, a proteção do meio ambiente, a valorização da cultura local e o apoio à educação. No final da apresentação, um forte apelo: "os jovens não são apenas os líderes de amanhã, mas os criadores da mudança de hoje".

Apresentação musical “Ilhas de Esperança”

Os testemunhos dos representantes juvenis

Após a apresentação, três jovens deram seus testemunhos. Patricia Harricknen-Korpok, da Associação de Profissionais Católicos, falou sobre as dificuldades de testemunhar a fé e a moral católica em uma sociedade influenciada pelas indústrias do esporte, do entretenimento, das redes sociais e da tecnologia, que competem com muitos valores e crenças religiosas. Apesar disso, Patricia destacou que os jovens profissionais de Papua Nova Guiné lutam "pelo bem comum e pelo bem-estar do nosso povo, especialmente daqueles que não têm voz ou estão à margem da sociedade". 

Em seguida, Ryan Vulum relatou sua experiência de infância em uma família dividida, afirmando que a Igreja "se tornou um refúgio". Ele destacou a dificuldade que muitos jovens enfrentam para se comunicar com pais separados, o que frequentemente os leva ao uso de substâncias nocivas, a atividades ilegais e à perda de esperança. Ryan incentivou os casais católicos a perseverarem no sacramento do matrimônio para criar famílias fortes e garantir que os jovens se sintam seguros. 

A jovem Bernadette Turmoni saúda o Papa após seu testemunho

Por fim, Bernadette Turmoni, jovem membro da Legião de Maria, falou sobre o drama dos abusos familiares que destroem a vida de muitos jovens, levando-os a perder a esperança e, em alguns casos, ao suicídio. A jovem também abordou o problema da pobreza crescente, que impede muitos jovens de concluírem seus estudos e os leva a atividades ilegais para sobreviver. Ela encontrou na Exortação Apostólica Christus Vivit uma resposta: "Deus está sempre vivo e, por isso, nós também devemos estar vivos". Bernadette concluiu com uma mensagem de esperança, pois, apesar das dificuldades, "eu não tenho nada: Deus é tudo."

“Enfrentar o futuro com sorrisos de esperança”

Em seu discurso, durante o encontro com os jovens, o Santo Padre expressou sua alegria pelos dias que passou no país, onde convivem o mar, as montanhas e as florestas tropicais. Um país jovem, habitado por muitos jovens, que trazem uma grande aspiração: "enfrentar o futuro com sorrisos de esperança".

Fonte: Vatican News

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Na fronteira entre a Ásia e a Oceania, Francisco encoraja o trabalho dos missionários

Na tarde de hoje (08/09), após a passagem por Vanimo para um encontro com 20 mil pessoas na esplanada em frente à catedral, o Papa se deslocou para o vilarejo próximo de Baro, onde se encontrou, de maneira privada com quatro missionários argentinos que realizam um trabalho entre as comunidades mais isoladas da selva. Nas ruas, as pessoas ofereciam flores e saudavam o Pontífice, com danças e cantos tribais em sua homenagem.

Salvatore Cernuzio - Enviado a Vanimo

Quantificá-los seria impossível. Estavam de pé ao longo das estradas lançando folhas e pétalas de flores, sentados em cadeiras de plástico ou no chão ao longo da parte de terra, debruçados nas janelas das palafitas na beira do oceano. Surgiam por trás dos arbustos ou debaixo de cabanas. À sombra de cartazes com o rosto do Papa e a inscrição “Welcome” todos acompanharam os cerca de 6 km de percurso do Papa da esplanada em frente à catedral de Vanimo até o vilarejo de Baro, uma localidade ainda mais próxima à zona de fronteira da Papua Nova Guiné.

Francisco, de Port Moresby, voou por um dia com a Força Aérea australiana para o noroeste de Papua Guiné para visitar essa cidade portuária predominantemente católica, onde ...

O encontro com os missionários

Após o encontro com 20 mil habitantes da diocese, a segunda cidade visitada na Papua Nova Guiné, além da capital Port Moresby, Francisco quis ir a Baro para encontrar os missionários argentinos que atuam ali há anos, entre eles o padre Martin Prado, de 35 anos, seu velho conhecido e contato constante ao longo desses anos. A Holy Trinity Humanistic School, uma escola católica gerida pela paróquia da Holy Trinity e pelo Instituto do Verbo Encarnado, presente nesses territórios desde 1997, foi o local do encontro. Um edifício escolar fundado em 1964 pelos Missionários Passionistas que, dividido em uma escola primária com mais de 400 alunos e uma nova escola de ensino médio com 100 alunos, busca oferecer aos estudantes uma educação humanística católica.

O Santo Padre se dirige ao vilarejo de Baro para encontrar os missionários e a população

Danças e cantos

Nesta estrutura de dois andares, o Papa chegou após atravessar duas alas de multidão dançante, com grupos que se diferenciavam pela pintura facial e pelos trajes. Alguns estavam quase totalmente nus, outros usavam conchas, folhas e roupas de madeira e palha. “Cada grupo étnico tem sua vestimenta de reconhecimento e os chefes de aldeia se distinguem, por exemplo, por um certo tipo de penas ou conchas”, explicou um missionário local. “As danças também são todas diferentes. As oferecidas ao Papa nesses dias são danças reservadas às mais altas autoridades e representam honra.” Durante boa parte do trajeto em um carrinho de golfe, Francisco assistiu a essas homenagens, marcadas pelo som do tambor 'kundu' ou por cantos típicos.

Ternura do Papa com as crianças

Aguardando-o ali, havia um grupo incalculável de crianças vestindo a camiseta laranja do instituto, todas alinhadas, no jardim ou nas varandas. A compostura é uma das características da população do país, capaz de manifestações de entusiasmo além de qualquer expectativa, mas também de passar do barulho total a um silêncio religioso em uma fração de segundo. Em silêncio, se realizou, de fato, a cerimônia de chegada do Pontífice, com duas crianças cegas que lhe ofereceram colares de flores e penas. Francisco retribuiu com rosários e balas.

Uma criança com deficiência visual oferece um presente ao Papa

A apresentação da orquestra da escola

O silêncio foi interrompido pelo coro na School & Queen of Paradise Hall, onde se encontrava a orquestra do instituto, uma das iniciativas para fornecer aquela formação humanística mencionada anteriormente. Ritmos com instrumentos de cordas e percussões do repertório clássico foram oferecidas ao Papa, que elogiou a habilidade dos estudantes. Mérito do maestro Jesus Briceño, venezuelano que passa metade do ano na Venezuela e a outra metade na Papua Nova Guiné. Com os jovens das tribos, o maestro utiliza o método Abreu, muito famoso na América Latina, que consiste em usar a música para oferecer uma oportunidade de redenção a jovens que, de outra forma, estariam em situações de vulnerabilidade: “Eles começam a estudar e a fazer coisas belas”, conta Briceño. Há cinco anos em Vanimo, Jesus agora lidera um grupo de cerca de 120 jovens, incluindo a pequena Maria Joseph, violinista, que compartilhou seu testemunho com o Papa. “Estou orgulhoso desses resultados”, disse o maestro.

O trabalho das religiosas

A parada seguinte de Francisco foi em um pequeno palco montado com flores, plantas, laços e algumas ‘composições’ com a imagem de Nossa Senhora de Luján, a Virgem padroeira da Argentina, cuja devoção é fortemente vivida entre os habitantes da vila que a chamam de Mama Luján. Mérito do padre Martin e dos outros missionários argentinos, assim como das irmã que colaboram na missão, as Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará, que realizam vários apostolados nas paróquias, dedicando-se especialmente aos doentes. À padroeira do povo porteño, também deram o nome a uma estrutura, a "Casa de Luján", onde acolhem meninas vítimas de violência e abusos, muitas vezes por parte de suas próprias famílias que as acusam de bruxaria. Elas não vêm de Vanimo, mas de aldeias e regiões vizinhas de onde fogem para escapar de uma morte certa.

Francisco com as religiosas que atuam na missão em Vanimo

A missão nas tribos

As religiosas, como mencionado, ajudam os missionários do Verbo Encarnado — dois padres de vida ativa e dois monges — nessa evangelização nem sempre fácil em lugares onde se vive um cristianismo das origens. Ou seja, onde os missionários atuais são os primeiros a pisar nessas terras para levar a Boa Nova. As irmãs cuidam das várias “capelas” e fazem longas viagens a lugares isolados, onde permanecem por dias junto às comunidades. “Trabalhamos no processo de inculturação com comunidades ligadas à natureza e ao relacionamento com a terra.”

Este serviço é um dos principais temas do encontro privado do Pontífice com seus conterrâneos e um grupo de religiosas, algumas vindas das Ilhas Salomão e que, por sua vez, entraram no pequeno salão para saudar Francisco. O padre Miguel de La Calle contou aos meios de comunicação do Vaticano: “Falamos sobre a missão e o Papa nos deu conselhos e sugestões. Conversamos sobre a Argentina, sobre o nosso Instituto, mas o Santo Padre já sabe de tudo porque está sempre em contato com o padre Martin, então não entramos em detalhes, foram conversas gerais. Depois, Francisco experimentou o mate e a torta fria... Estamos muito felizes que ele veio, assim como todos vocês”. “Estamos felizes”, diz também o padre Martin, antes das últimas despedidas da partida para Port Moresby com o C130 da Força Aérea Australiana: “Ainda não podemos acreditar que o Papa esteve aqui conosco. Uma coisa belíssima, belíssima. "Un corazón muy grande o do Santo Padre de vir até aqui.”

Fonte: Vatican News

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O Papa: “Eucaristia um vínculo que fortalece o vigor da própria Igreja”

“Eucaristia um vínculo que fortalece o vigor da própria Igreja, um vínculo que fortalece esse vigor entre seus membros e com Deus”. “Somos um, no único Senhor da nossa vida, somente nessa unidade podemos servir ao mundo e curá-lo”. Mensagem do Papa Francisco por ocasião da abertura do 53º Congresso Eucarístico Internacional em Quito de 8 a 15 de setembro sobre o tema “Fraternidade para curar o mundo”

Vatican News

Neste domingo foi divulgada uma mensagem em vídeo do Papa Francisco por ocasião da abertura do 53º Congresso Eucarístico Internacional em Quito que se realiza de 8 a 15 de setembro sobre o tema “Fraternidade para curar o mundo”. O Papa iniciou elogiando tema recordando que “as lições que podemos aprender com a Sagrada Eucaristia sempre nos surpreendem”.

Um só corpo purificado pelo Espírito Santo

Citando Santo Agostinho Francisco disse “que o sinal do pão acende no Povo de Deus o desejo de fraternidade, pois assim como o pão não pode ser amassado de um único grão, também devemos caminhar juntos, porque ‘embora sejamos muitos, somos um só corpo, um só pão’. É assim que crescemos como irmãos, é assim que crescemos como Igreja, unidos pela água do batismo e purificados pelo fogo do Espírito Santo.

O Simpósio Teológico Internacional começou na última quarta-feira, 4 de setembro, como prelúdio para o 53º Congresso Eucarístico Internacional que tem início no próximo domingo ...

Eucaristia um vínculo que fortalece o vigor da própria Igreja

Para exemplificar a união entre fraternidade e Eucaristia o Santo Padre falou sobre o gesto de uma religiosa alemã Angela Autsh, que morreu no campo de concentração de Auschwitz. A religiosa, antes de ser presa, convidava todos, crianças, parentes e aos que eram devotos a rebelar-se contra o mal que dominava com gestos simples e, em certas áreas, perigosos, ou seja, aproximar-se o máximo possível do Sacramento do altar, rebelar-se comungando”. Para ela, comungar era encontrar na Eucaristia um vínculo que fortalece o vigor da própria Igreja, um vínculo que fortalece esse vigor entre seus membros e com Deus, e ‘organizou’ a rede de resistência que o inimigo não pode desfazer, porque não responde a um desígnio humano”. Francisco disse que estes “são esses gestos simples que nos tornam mais conscientes do fato de que, se um membro sofre, todo o corpo sofre com ele; são eles que nos ajudam a nos tornarmos cireneus de Cristo, que tomou sobre si o peso da dor do mundo para curá-lo”.

Curar o mundo

Por fim o Santo Padre convidou todos a “aprender essa lição, recuperar essa fraternidade radical com Deus e entre os homens. Somos um, no único Senhor da nossa vida; somos um de um modo que não podemos compreender plenamente, mas o que compreendemos é que somente nessa unidade podemos servir ao mundo e curá-lo. Curar o mundo”. Fonte: Vatican News

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Papa vai a Vanimo e abraça o povo 'especialista em beleza'

Francisco, de Port Moresby, voou por um dia com a Força Aérea australiana para o noroeste de Papua Guiné para visitar essa cidade portuária predominantemente católica, onde trabalham missionários, incluindo seu amigo argentino Padre Martin. Em meio a danças, cantos, sons e milhares de pessoas nas ruas, o Pontífice se reuniu com 20 mil fiéis na esplanada em frente à catedral.

Salvatore Cernuzio – Enviado a Vanimo

O momento mais comovente, em um contexto de alegria transbordante pontuado por canções e danças tribais, por gritos de exultação e sons de tambores e outros instrumentos de percussão, foi o abraço, quase tímido em sua simplicidade, com o padre Martin Prado. Dois amigos que se reencontraram, depois de anos de cartas e telefonemas, finalmente pessoalmente: o Papa argentino, com quase 88 anos, peregrino no Sudeste Asiático e a Oceania, e o missionário, também argentino, com 35 anos, há dez anos em Papua Nova Guiné, precisamente em Vanimo, onde assiste às comunidades até mesmo das aldeias mais remotas. É justamente o incentivo à sua missão e à de seus irmãos que é uma das razões pelas quais Francisco quis estar presente em Vanimo, a maior e mais populosa cidade da província de Sandaun e do distrito de Vanimo-Green River, na costa noroeste do país, na fronteira com a Indonésia.

Papa Francisco em Vanimo

Boas-vindas festivas

Uma parte quase remota de Papua, cercada por uma praia de areia branca de frente para o Pacífico, à qual o Papa chegou graças a um C130 da Força Aérea fornecido pela Austrália. Partindo às 12h18, horário local, a aeronave militar que levava o Pontífice, sua comitiva e um pequeno grupo de jornalistas aterrissou duas horas depois, sob um sol escaldante, enquanto o eco das canções femininas cantadas por mulheres indígenas - algumas delas muito idosas - seminuas ou vestidas em trajes festivos pairava no ar. Dois cordões de isolamento começaram no aeroporto e continuaram até a esplanada verde em frente à pobre catedral de madeira de Vanimo. Em um palco vermelho, adornado com flores tropicais e fitas amarelas e brancas, o Papa Francisco abraçou 20 mil fiéis de todas as idades e tribos. Metade dos cerca de 41.656 católicos que vivem nas 25 paróquias presentes.

 Em seu pronunciamento, o Papa falou das belezas naturais de Papua Nova Guiné, destacando que no entanto, a maior riqueza é a população do país e a caridade com que se amam: "Há um ...

Especialistas em beleza

O Papa os chamou de “especialistas em beleza”. Beleza dada pela natureza, mas também pela alma dessas pessoas. Uma beleza, no entanto, ferida por rivalidades, divisões tribais, medos gerados por superstições e magia, exploração, álcool e drogas: “males que aprisionam e tornam infelizes tantos irmãos e irmãs, mesmo aqui”, advertiu Jorge Mario Bergoglio em seu discurso, precedido pela saudação do bispo local dom Francis Meli e pelos testemunhos de um catequista, uma menina do Lar Lujan para Meninas, uma religiosa e uma família.

Papa em Vanimo

O presente: um cocar com penas

Entre eles estava a pequena Maria Joseph, que colocou na cabeça do Pontífice, um cocar feito de penas, couro e pele, um símbolo de autoridade. Francisco manteve o cocar na cabeça por vários minutos, enquanto a multidão explodiu em aplausos. No palco, uma cópia da “Mama Luján”, a Virgem de Luján, padroeira da Argentina, a quem o Papa quis prestar uma pequena homenagem. Mais cedo, na curta caminhada até a esplanada, ele distribuiu doces (até mesmo alguns pirulitos argentinos) para as muitas, muitas crianças que, com bandeiras e balões, faziam passos de dança ao lado da calçada diante de celulares e câmeras.

Terra da missão

O calor é de mais de 30 graus, a umidade é de 81%, as moscas e outros insetos grudam no rosto e nos braços, e há poeira na boca. Tudo, porém, grita “beleza” nessa terra à beira do mundo, na qual o bispo de Roma se fez presente como pastor, trazendo pacotes de presentes e outros tipos de apoio. “Estou feliz por encontrá-los nesta terra maravilhosa, jovem e missionária!”, começou o Papa Francisco, lembrando a história missionária desses lugares, que começou em meados do século XIX e se desenvolveu ao longo do tempo com a ajuda de irmãos e irmãs, na pastoral, na educação, na saúde e em muitas outras áreas, com não poucas dificuldades. Precisamente essas obras materiais, como igrejas, escolas e hospitais, estruturas com arquitetura simples e aparência pobre que podem ser vistas ao longo das ruas, “testemunham ao nosso redor que Cristo veio para trazer a salvação a todos, para que cada um possa florescer em toda a sua beleza para o bem comum”, disse o Papa.

Papa em Vanimo Uma natureza que evoca o Éden

Em seguida, dirigiu o seu olhar para a paisagem ao redor, uma natureza intocada que parece condensar em si as peculiaridades da Amazônia ou do Caribe, fazendo com que Vanimo pareça quase uma pintura de diferentes tons de verde e azul. “Vocês aqui são 'especialistas' em beleza, porque estão cercados por ela! Vocês vivem em uma terra magnífica, rica em uma grande variedade de plantas e pássaros, onde ficamos de boca aberta diante das cores, dos sons e dos aromas, e do grandioso espetáculo da natureza repleta de vida, evocando a imagem do Éden!”, exclamou o Papa. Essa riqueza, acrescentou, é um presente do Senhor “para que vocês também possam viver dessa maneira, unidos em harmonia com Ele e com seus irmãos e irmãs, respeitando a casa comum e cuidando uns dos outros”.

A beleza dentro de cada um de nós

O espetáculo não está apenas fora, mas também dentro de cada um de nós: “o que cresce em nós quando nos amamos uns aos outros”. E “espalhar por toda parte, por meio do amor de Deus e de nossos irmãos e irmãs, a beleza do Evangelho de Cristo” é a missão que cabe a cada um de nós, disse o Papa. Alguns a realizam empreendendo longas viagens para chegar às comunidades mais distantes, às vezes deixando suas casas. É “uma coisa linda” e a comunidade deve apoiá-los, pediu o Papa, para que eles também possam “conciliar as exigências da missão com as responsabilidades da família”. Outra maneira de ajudar os missionários “é que cada um de nós promova o anúncio missionário onde vivemos: em casa, na escola, no local de trabalho, para que em todos os lugares, nas florestas, nas aldeias e nas cidades, a beleza das paisagens corresponda à de uma comunidade em que todos se querem bem”.

Grande orquestra

Isso formará “uma grande orquestra” capaz de “recompor rivalidades, de superar divisões - pessoais, familiares e tribais -; de expulsar o medo, a superstição e a magia do coração das pessoas; de pôr fim a comportamentos destrutivos como a violência, a infidelidade, a exploração, o uso de álcool e drogas: males que aprisionam e tornam infelizes tantos irmãos e irmãs, também aqui”. Lembremos”, concluiu Jorge Mario Bergoglio, ‘que o amor é mais forte do que tudo isso e que sua beleza pode curar o mundo’.

Por quilômetros no Papamóvel

Então, um pensamento às crianças, com seus “sorrisos contagiantes” e a “alegria transbordante, que irrompe em todas as direções”. “Vocês são a mais bela imagem que aqueles que partem daqui podem levar consigo e guardar em seus corações!”, disse Francisco. E o Papa quis desfrutar dessa beleza ainda por mais tempo, lançando-se em uma longa caminhada com o papamóvel da esplanada até a escola, onde se encontrou, em privado, com o padre Martin e com outros missionários. Quilômetros e quilômetros de cabanas de barro e palafitas sobre a água, de extensões verdes e arbustos coloridos. De pôsteres de todos os tipos com o rosto do Papa, ao lado da imagem de Nossa Senhora e com mensagens de boas-vindas. Quilômetros de pessoas, principalmente mulheres e crianças, vestidas com túnicas berrantes ou camisetas, com seus rostos mestiços, às vezes com traços asiáticos ou africanos, com seus cabelos com tranças ou encaracolados, diferentes, mas todos com os mesmos olhos. Pretos, redondos, profundos e hoje cheios de gratidão. Fonte: Vatican News

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O cristianismo, uma história de rostos

Em Papua-Nova Guiné, Francisco em Vanimo realizou seu sonho de abraçar a periferia mais periférica do mundo.

Andrea Tornielli

O cristianismo não é uma filosofia, uma ideia, um manual de regras morais. O cristianismo é um evento entrelaçado com maravilhas e rostos. Em Vanimo e depois no remoto vilarejo de Baro, em uma tarde abafada de domingo, tivemos a prova disso mais uma vez. Havia espanto e gratidão nos rostos de Miguel De la Calle, Martín Prado e Tomás Ravaioli, os missionários argentinos do Verbo Encarnado que, com alegria, gastam suas vidas anunciando o Evangelho na periferia do mundo, nessa bela terra que tem as cores das pinturas de Paul Gauguin. Havia espanto e gratidão no rosto de Francisco, que, com quase 88 anos de idade, confinado a uma cadeira de rodas, embarcou em um Hércules C130 da Força Aérea Australiana repleto de pacotes de ajuda e presentes, para coroar um sonho cultivado ao longo de uma década: o de estar aqui, com eles, e abraçar com o olhar e as mãos de um velho padre jesuíta transformado em pastor universal aqueles homens felizes, vestidos de branco como ele, e acima de tudo o seu povo. Essas pessoas que aprenderam a conhecer a Mãe de Jesus pelo rosto de “Mama Luján”, a padroeira da Argentina.

Era preciso vê-lo, o Papa Francisco, sentado na pequena sala da casa de madeira coberta com mosquiteiros onde residem os missionários, tomando mate sentado ao lado deles, depois da multidão de homens, mulheres e crianças com roupas coloridas, cobertas com algumas penas ou palha, com seus corpos multicoloridos. Durante anos, o Sucessor de Pedro esteve em contato com seus compatriotas que testemunharam o amor incondicional do Deus de Jesus Cristo entre essas pessoas. Em particular, com um deles, o padre Martín. Ontem, o jovem missionário não tinha palavras para agradecer ao amigo que desafiou tudo e todos para estar aqui, mesmo que por algumas horas, e ver com seus próprios olhos o espetáculo de uma igreja nascente e seus mil desafios vividos com alegria.

São muitos os problemas em Vanimo e Baro. As pessoas vivem em condições precárias, sem água encanada e eletricidade, e há poucos medicamentos. A violência, o tribalismo e a exploração da enorme riqueza mineral e madeireira pelas multinacionais são uma realidade. Os Padres do Verbo Encarnado, nessa costa do Oceano Pacífico espremida entre a selva e o recife de coral, deram à luz, em 2018, a uma orquestra de cordas composta por crianças e jovens. Na tonelada de pacotes levados pelo Papa no avião militar, havia também violinos e violoncelos. Francisco, feliz como uma criança, pôde ouvir algumas peças. Ao ver essa cena, não se pode deixar de pensar no milagre das reduções, as aldeias indígenas do Paraguai organizadas pelos jesuítas, com suas escolas de canto, das quais ainda restam ecos nos livros de história e nas cenas do filme “Missão”. Pequenos brotos do Evangelho que brotam silenciosamente entre culturas ancestrais e reverberam ternura, proximidade, compaixão, amor incondicional pelos últimos e esquecidos. Vidas doadas por amor até a última gota. Alegria nos rostos dos idosos e das muitas crianças sorridentes. Alegria nos rostos manchados de sol e suor dos missionários que hoje vestem seus trajes brancos para receber seu amigo, o Bispo de Roma. Alegria no rosto de Francisco, que sobe de volta no veículo militar C130, mas que gostaria de ter ficado ali.

Fonte: Vatican News

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Gruta de Lourdes reabre após forte inundação

Na missa celebrada em Port Moresby, o Papa Francisco dirigiu seu pensamento ao Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, que foi parcialmente inundado por uma forte chuva neste sábado, 7 de setembro. Depois de um fechamento temporário, a gruta de Massabielle está agora novamente aberta ao público, mas as piscinas precisam ser completamente limpas antes da reabertura.

Alexandra Sirgant – Vatican News

Foi da capital de Papua Nova Guiné, a cerca de 15 mil quilômetros da cidade mariana, que o Papa Francisco expressou sua preocupação com as enchentes que atingiram Lourdes e seus arredores. Na noite de sexta-feira, 6, para sábado, 7 de setembro, o departamento de Hautes-Pyrénées, no sudoeste da França, foi atingido por chuvas torrenciais, fazendo com que as águas do Gave de Pau, que beira o santuário, subissem. A gruta de Massabielle e o santuário da cidade mariana foram parcialmente inundados. As portas do santuário permaneceram abertas, mas a gruta foi temporariamente fechada e a missa programada para as 10h da manhã de sábado foi cancelada.

A “vigilance orange” da Météo France para o risco de inundação foi suspensa desde então. “Graças aos esforços das equipes do Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, a gruta foi limpa e reaberta aos peregrinos”, diz o site do santuário. As celebrações foram retomadas nos horários habituais em todas as basílicas e locais de culto do santuário, começando com o rosário das 18h na gruta no sábado, 7 de setembro. Nenhuma peregrinação foi cancelada, e as Capelas de Luz foram reabertas no domingo, 8 de setembro. Entretanto, a infiltração de água nas piscinas exigiu uma limpeza completa e uma verificação das instalações, resultando no adiamento da reabertura por alguns dias.

Fonte: Vatican News

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Cardeal Grech: rumo a uma Igreja com estilo cada vez mais sinodal

O Secretário Geral do Sínodo é o autor do prefácio do livro “A memória gera futuro”, publicado pela Libreria Editrice Vaticana, que reúne as meditações feitas pela monja beneditina Maria Ignazia Angelini por ocasião da primeira sessão da Assembleia Sinodal em outubro de 2023.

Cardeal Mario Grech – Secretário Geral da Secretaria Geral do Sínodo

Este livro reúne as meditações que Maria Ignazia Angelini, abadessa emérita do mosteiro beneditino de Viboldone (San Giuliano Milanese - Milão), fez no retiro e durante a primeira sessão da Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, em outubro de 2023. A meditação para os participantes da Assembleia do Sínodo foi compartilhada com o padre dominicano Timothy Radcliffe.

Antes de fazer algumas observações sobre a contribuição de Madre Maria Ignazia reunidas neste volume, gostaria de destacar o grande valor que tanto o retiro quanto as meditações, nos momentos de passagem do caminho da Assembleia, representaram para os trabalhos sinodais. O retiro em Sacrofano (30 de setembro a 3 de outubro de 2023) permitiu que os participantes entrassem progressivamente na Assembleia em um contexto de escuta da Palavra de Deus, de oração, de celebração e de conhecimento recíproco. O fato de se reunirem para ouvir e rezar, em uma atmosfera de partilha fraterna, permitiu que os membros do Sínodo entrassem em um “outro” clima, capaz de fazer emergir a diferença do caminho sinodal, em comparação com qualquer outro “processo decisório” que se desenvolve em um horizonte puramente humano.

A esse respeito, a religiosa escreve: “Acredito que esse início ‘em retiro’, como acontecia com Jesus, antes de momentos importantes da sua caminhada, seja para nós um chamado para que vivamos - antes de mergulharmos no diálogo, na ‘conversa espiritual’ – escutando ‘Aquele que fala’ (Hb 12:25). Nada permanece inalterado onde a Palavra da Ressurreição é acolhida”. O Sínodo é uma experiência concreta de vida eclesial e o retiro nos ajudou a tomar consciência dessa dimensão fundamental, colocando no centro a Palavra de Deus, a liturgia e a koinonia.

No que diz respeito às contribuições de Maria Ignazia Angelini para a meditação, emerge claramente de suas palavras a sua sensibilidade monástica e beneditina, centrada na escuta, no caminhar juntos, na obediência recíproca na comunidade. O pai do monaquismo ocidental, São Bento, começa sua Regra com um convite à escuta: “Escuta, filho, o ensinamento do mestre...”. (Regula Benedicti [RB] Prol. 1). Uma escuta do mestre que, no entanto - basta ler a Regra – está toda centralizada na escuta da Palavra de Deus contida nas Escrituras. Mas também na Regra, manifesta-se uma face muito concreta do estilo sinodal da comunidade. Basta ler o capítulo dedicado à convocação dos irmãos em conselho (RB 3).

Nessa passagem da Regula Benedicti, surgem os traços de um estilo sinodal verdadeiramente eclesial e em uma ótica de fé: todos devem ser ouvidos, mesmo os últimos que chegaram, o que diz respeito a todos deve ser discutido por todos, a última palavra cabe ao abade como pai e guia da comunidade. De acordo com o pai do monaquismo ocidental, o que importa é que cheguemos “todos juntos” à vida eterna. A escola para o serviço divino é estabelecida para que “todos juntos” possam ser conduzidos por Deus à vida eterna (RB 72,12), mas a maneira de conseguir isso consiste em não colocar nada antes do amor de Cristo. Ao amar Cristo acima de todas as coisas, o monge pode chegar a viver o amor por cada um de seus irmãos, de modo que todos possam alcançar a salvação juntos.

Diria que se pode delinear a contribuição de Maria Ignazia Angelini para o percurso da Assembleia Sinodal através de três “prioridades”: a primazia da liturgia, a primazia da Palavra e a primazia dos Salmos. Em primeiro lugar, em suas meditações, a monja beneditina destacou o valor da liturgia como o lugar onde a Igreja toma forma e se renova, no espírito do Concílio Vaticano II: “Celebrar na fé é sempre pura graça; sempre a ser redescoberta porque nos abre novos mundos: os mais verdadeiros e reais. É um poderoso feixe de luz a ser louvado, uma fonte de energia no caminho sinodal, que na dinâmica única do Espírito nos impulsiona do um para os muitos, do eu para o nós”. Na meditação realizada no primeiro domingo do retiro, Madre Angelini disse: “O risco para nós, homens e mulheres da Igreja, é partir dos nossos navegadores interiores, objetivos e urgentes - urgências, conflitos, dificuldades de leitura do presente – a ponto de perder o horizonte. Bem, mesmo nesta singular manhã de domingo, celebrar é inspirador. Do que celebramos tiramos luz e forma para o caminho. E as perguntas certas”. Uma Igreja de estilo sinodal deve viver continuamente essa dimensão inspiradora da liturgia.

Em segundo lugar, Madre Maria deixou-se guiar pela centralidade da Palavra. Não uma página da Escritura escolhida de modo temático e instrumental, mas aquela que a Igreja nos propõe todos os dias na liturgia. Angelini sempre se inspirou em suas meditações na Palavra do Dia, nos textos da Liturgia das Horas, como o Benedictus e o Magnificat, os Salmos. Irmã Angelini afirma: “Não são os homens que dão força à Palavra de Deus, nem suas resistências são capazes de detê-la: o crescimento vem de Deus (cf. 1Cor 3,5-6)”. E acrescenta: “É preciso muito silêncio e verdadeira humildade para captar em si mesmo o poder da Palavra e abrir espaço para ela; para se deixar guiar. Para confiar perdidamente o próprio nada a esse único poder: ‘O menor grão - mas semeado - torna-se...’ (Mc 4,31-32). A menor e mais nua e desprezível semente, só até morrer, inerte na aparência, quando é lançada - por meio da entrega à terra - pelo Poder, ganha vida em um dinamismo imprevisível e irreprimível”.

Por fim, a última seção das meditações de Madre Maria que eu gostaria de sublinhar é a referência aos Salmos: “Nos Salmos, a invocação se torna revelação. Ali está o ventre do significado, o laboratório fértil de novas narrativas do ser humano. Ali, extraímos não apenas palavras, mas sentidos de significado para a vida, estilos de preenchimento da história desgastada: história inseparavelmente pessoal, da Igreja, da humanidade”. Os Salmos, que estão no centro da oração horária e cotidiana da Igreja, são um “ventre de sentido, um laboratório fecundo”. Trata-se de um olhar extremamente decisivo para uma Igreja com rosto sinodal à escuta da Palavra: redescobrir a oração da Igreja, a oração sálmica como “ventre de sentido”. De fato, também “os discípulos da primeira geração elaboraram sinodalmente o significado dos acontecimentos e da vida de Jesus e da própria experiência pouco linear, e não por acaso procurando vestígios disso nas cordas do Saltério, ventre fecundo de toda sinodalidade”.

Esses três traços essenciais - a centralidade da liturgia, da Palavra, dos Salmos - creio que possam constituir uma trilha para a leitura dos textos de Madre Maria que guiaram o caminho da Primeira Sessão da Assembleia do Sínodo dos Bispos, mas também podem continuar, agora publicados, a apoiar um percurso de meditação e aprofundamento para a continuação da caminhada rumo a uma Igreja com um estilo cada vez mais sinodal, que está à nossa frente.

Fonte: Vatican News

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Timor-Leste: Papa chega a Díli para visita inédita desde a independência do país

Banho de multidão acompanha percurso em papamóvel pelas ruas de Díli

O Papa iniciou hoje a primeira visita de um pontífice desde a independência de Timor-Leste,  acompanhada por centenas de milhares de pessoas.

Após um voo de quase três horas e meia, desde a Papua-Nova Guiné, Francisco e a sua comitiva chegaram ao aeroporto internacional de Díli pelas 14h20 locais (06h20 em Lisboa), sendo recebidos pelo presidente timorense, José Manuel Ramos-Horta, e pelo primeiro-ministro, Xanana Gusmão, bem como pelo Núncio Apostólico D. Wojciech Załuski.

Duas crianças em trajes tradicionais ofereceram flores a Francisco juntamente com um tais, um lenço tradicional timorense, ao som de gritos de “viva o Papa”, por parte dos presentes, muitos dos quais se tentaram aproximar para cumprimentar o pontífice.

A deslocação até à Nunciatura Apostólica decorreu a bordo do papamóvel, num percurso acompanhado por dezenas de milhares de pessoas nas ruas de Díli, com muitas bandeiras de Timor-Leste e do Vaticano, além de cartazes de boas-vindas, no primeiro banho de multidão da visita.

O Governo de Timor-Leste convidou “toda a população a participar ativamente nas celebrações e a acompanhar as passagens de Sua Santidade pelas ruas de Díli”.

“Este é um momento histórico para o nosso país, e a presença calorosa e entusiástica de todos é fundamental para demonstrar o nosso carinho e hospitalidade ao Santo Padre”, assinala uma nota do Executivo, que concedeu tolerância de ponto entre os dias 9 e 11 de setembro.

Já o presidente timorense, Ramos-Horta, assinalou em comunicado queo Papa “traz uma mensagem de paz, reconciliação, fraternidade humana e esperança, tão necessária num mundo cada vez mais conturbado em que os corações frios substituíram o diálogo e a paz”.

Pelas 18h00 locais, o Papa vai dirigir-se ao Palácio Presidencial para a cerimônia de boas-vindas, visita de cortesia ao presidente Ramos-Horta e o encontro com  autoridades políticas e representantes da sociedade civil, às 19h00, quando profere o primeiro discurso da visita.

35 anos depois da passagem de João Paulo II por Timor-Leste, em outubro de 1989, ainda durante a ocupação indonésia, Francisco vai estar 45 horas em Díli, para encontros com responsáveis políticos, crianças, jovens e membros da comunidade católica, até à manhã de quarta-feira.

O arcebispo de Díli, D. Virgílio do Carmo da Silva, diz que este é “um momento histórico”.

“É uma festa do povo, uma festa da Igreja, uma festa da fé”, assinala o primeiro cardeal timorense, em entrevista à Renascença.

Estima-se que mais de 500 mil pessoas acompanhem a visita do Papa na capital timorense.

“É um momento para acordar mais a Igreja local, e os cristãos, um incentivo para que aprofundem a sua fé”, indica D. Virgílio do Carmo da Silva.

O cardeal sublinha o “entusiasmo” com que o povo timorense aguarda o Papa, dando o exemplo do “enclave de Oecusse”.

“O primeiro grupo já chegou a Díli. Vieram de barco, sendo que os barcos são limitados. Para transportarmos mais de dois mil fiéis, tivemos de começar quatro ou cinco dias antes…para consegue levar todos os fiéis. Vieram pra Díli, ficam instalados em tendas. Estão contentes, o ambiente é de alegria à espera da vinda do Santo Padre”, relata.

O arcebispo de Díli adianta a intenção de “agradecer ao Papa a coragem de vir até Timor com esta idade” [87 anos].

D. Virgílio do Carmo da Silva recorda ainda a visita de João Paulo II, “quando os timorenses viviam uma situação de guerra e de perseguição”.

A celebração central da viagem vai decorrer no dia 10 de setembro, em Tasi Tolu, o mesmo local que acolheu o Papa polaco.

A Eucaristia presidida por Francisco conta com orações em português, tétum e outras seis línguas locais.

“Pelo nosso país: para que, vivendo com alegria a fé na nossa cultura, possamos construir uma sociedade baseada na justiça e na fraternidade”, pede uma das orações, divulgadas no Missal da visita apostólica.

Além da Missa, o programa de 10 de setembro inclui uma visita a crianças com deficiência, na Escola ‘Irmãs ALMA’ (Asosiasi Lembaga Misionari Awam, Associação das Sociedades Missionárias Leigas), e um encontro com membros da comunidade católica, na Catedral da Imaculada Conceição.

A 11 de setembro, Francisco encontra-se com jovens timorenses no Centro de Convenções, antes da cerimónia de despedida no aeroporto internacional de Díli, rumo a Singapura.

A viagem mais longa do pontificado, iniciada a 2 de setembro, inclui 44 horas e mais de 32 mil quilómetros de voo, entre Indonésia, Papua-Nova Guiné, Timor-Leste e Singapura, onde a 45ª visita apostólica do Papa se encerra, a 13 de setembro.

O lema da visita a Timor, ‘Que a vossa fé seja a vossa cultura’, é apresentado como “exortação e encorajamento para se viver a fé de harmonia com a cultura, segundo as tradições do povo timorense”.

Timor-Leste, com mais de 95% de católicos na sua população, é um dos únicos países asiáticos onde a Igreja Católica é maioritária, juntamente com as Filipinas; a Igreja timorense tem três dioceses: Díli, Baucau e Maliana.

Em 2019, o Papa decidiu criar a província eclesiástica de Díli, em Timor-Leste, nomeando D. Virgílio do Carmo da Silva como primeiro arcebispo metropolita do território.

Bento XVI tinha determinado a criação da Diocese de Maliana, no início de 2010, e a instituição da Conferência Episcopal Timorense, em 2011.

Fonte: Agência Ecclesia.

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Do dia 07/9/2024

37ª Romaria dos Trabalhadores e 30º Grito dos Excluídos destacam justiça social

Celebração no Santuário Nacional reforça a luta por justiça social e inclusão

Escrito por Santuário Nacional

Neste sábado, 7 de setembro de 2024, dia em que o Brasil celebra seus 202 anos de independência, às 9h, o Santuário Nacional de Aparecida acolheu a Santa Missa da 37ª Romaria das Trabalhadoras e dos Trabalhadores e o 30º Grito das Excluídas e dos Excluídos.

O evento reuniu milhares de fiéis de estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, culminando com a celebração eucarística transmitida ao vivo pela TV Aparecida, Rádio Aparecida e pelo Portal A12, através das redes sociais do Santuário Nacional.

Com o tema “Com Maria, na amizade, rezamos e lutamos a caminho da justiça e do bem viver” e o lema “Todas as formas de vida importam. Mas quem se importa?”, a celebração teve como foco a justiça social e a luta por melhores condições de vida para todos.

A celebração foi marcada pela forte presença de representantes de movimentos sociais e trabalhadores de diferentes setores, que trouxeram à tona as demandas por igualdade e dignidade.

Durante a procissão de entrada, embalada pela “Ladainha dos Empobrecidos”, três banners simbólicos foram levados ao altar: o da 37ª Romaria dos Trabalhadores, o do 30º Grito das Excluídas e dos Excluídos, e o da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM).

A imagem de Nossa Senhora Aparecida foi entronizada por um representante da romaria, acompanhado por seis trabalhadores, simbolizando categorias como saúde, educação e trabalho rural.

A Santa Missa foi presidida pelo bispo de Guanhães (MG), Dom Otacílio Ferreira de Lacerda, e concelebrada por sacerdotes de diversas partes do país. Em sua homilia, Dom Otacílio destacou a importância de unir fé e ação em prol dos mais necessitados: “Seguindo o exemplo de Maria, somos chamados a caminhar com nossos irmãos e irmãs, especialmente os mais excluídos, para que possamos construir um Brasil mais justo e fraterno”, afirmou.

O bispo celebrou o compromisso das pastorais sociais no Brasil, colocando sobre o Altar da Mãe Aparecida o valioso trabalho em favor da vida desempenhado por elas.

Ao final da Santa Missa, foi lida uma mensagem de Súplica à Nossa Senhora, intitulada “Peregrinas e Peregrinos da Esperança”:

Há momentos na vida que são tão especiais que esperamos por ele, como o vigia noturno espera pela aurora. É assim a Romaria das Trabalhadoras e dos Trabalhadores, que cada ano se torna mais significativa para todas e todos que lutam por seus direitos.

Esta Romaria nos inspira práticas de fraternidade e nos encoraja a construirmos juntos e juntas a justiça e a paz. Mas, só é possível construir um mundo justo e igual no qual todas e todos vivam como irmãs e irmãos, reconhecendo Jesus como único mestre. Romeiras e romeiros que somos, seguimos a Cristo. Ele é nosso caminho, verdade e vida. Com ele, nos tornamos peregrinas e peregrinos da esperança.

Mãe Negra Aparecida. Carregamos fardos pesados. Em nossa sociedade há muros de separação. Em nosso sistema econômico há exploradores e oprimidos. Dai-nos coragem para que possamos, com nossas lutas, com a vossa proteção, nos livrar do capitalismo, sistema que exclui e mata.

Senhora Mãe de Deus e nossa Mãe. Aquilo que disseste a teu povo ecoa até hoje para nós: Deus realiza proezas com seu braço: dispersa os soberbos de coração, derruba do trono os poderosos e eleva os humildes. Aquilo que disseste a teu povo, dizemos hoje com nossa voz: Deus se faz presente e realiza proezas, quando o povo está reunido e ligado num só objetivo.

Seguimos com nossa ação, e na vossa proteção. Fortalecidas e fortalecidos por teus cuidados gloriosos, buscamos nos elevar como classe trabalhadora e derrubar os poderosos. E assim, Mãe Negra Aparecida, seguiremos caminhando na amizade social, rezando e lutando pelo bem viver. Amém.

O evento proporcionou, além da Santa Missa, momentos de oração e reflexão, com forte apelo à necessidade de justiça e inclusão social, reafirmando o papel do Santuário Nacional como um espaço de acolhimento e de voz para os mais vulneráveis. Os participantes, através da intercessão de Nossa Senhora Aparecida, pediram por um Brasil mais igualitário, onde todos tenham seus direitos garantidos. Fonte: A12.com

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O Papa exorta os papuásios a se abrirem ao Evangelho e fazer dele a bússola da vida

O Senhor diz hoje a cada um de vós: “Abre-te!” E isto é o mais importante: abrirmo-nos a Deus, abrirmo-nos aos irmãos, abrirmo-nos ao Evangelho e fazer dele a bússola da nossa vida: disse o Papa na Missa celebrada na manhã deste domingo em Port Moresby, em seu segundo dia de atividades em Papua Nova Guiné, no âmbito desta 45ª Viagem Apostólica Internacional. No Angelus, ao término da Missa, Francisco pediu o dom da paz para todos os povos, as nações e também para a criação

Raimundo de Lima - Vatican News

O Papa iniciou seus compromissos este domingo (08/09) com a Santa Missa presidida no Estádio Sir John Guise, em Port Moresby, em seu segundo dia de atividades em Papua Nova Guiné, no âmbito desta sua 45ª Viagem Apostólica Internacional. Ponto alto desta visita do Santo Padre, Francisco celebrou a Eucaristia - centro e ápice da vida cristã - para esta pequena comunidade católica papuásia, uma Igreja jovem e sedenta da Palavra de Deus.

Atendo-se à liturgia deste XXIII Domingo do Tempo Comum, o Pontífice retomou na homilia o profeta Isaías 35, 4 “Tomai ânimo, não temais!” e Isaías 35, 5 “se abrirão os olhos do cego, os ouvidos do surdo ficarão a ouvir” para afirmar que essa profecia se cumpre em Jesus.

O afastamento do surdo-mudo e a proximidade de Jesus

Na narração de São Marcos, são sublinhados particularmente dois aspectos: o afastamento do surdo-mudo e a proximidade de Jesus.

Francisco desenvolveu sua reflexão em torno desses dois elementos essenciais. No primeiro, evidenciando um dos tipos de afastamento experimentado pelo surdo-mudo, frisou que ele está longe de Deus e dos homens porque não tem a possibilidade de comunicar. É surdo e, portanto, não pode ouvir os outros, é mudo e, por conseguinte, não pode falar com os demais. Este homem está separado do mundo e isolado, é prisioneiro da sua surdez e da sua mudez, devido às quais não pode abrir-se aos outros para comunicar.

“Porém, podemos interpretar esta condição de surdo-mudo num outro sentido, porque pode acontecer-nos ficar afastados da comunhão e da amizade com Deus e os irmãos quando, mais do que os ouvidos e a língua, for o nosso coração a fechar-se. Há uma surdez interior e uma mudez do coração que dependem de tudo aquilo que nos encerra em nós mesmos e impede a relação com Deus e com os outros: egoísmo, indiferença, medo de arriscar e de comprometer-se, ressentimento, ódio, e a lista poderia continuar. Tudo isto nos afasta de Deus, dos irmãos, de nós mesmos e da alegria de viver.”

Deus é vencedor de todas as distâncias

Francisco prosseguiu afirmando que diante dessa distância Deus responde com a proximidade de Jesus (segundo elemento essencial). No seu Filho, observou, Ele quer mostrar-nos, primeiramente, que é o Deus próximo, compassivo, solícito com a nossa vida, vencedor de todas as distâncias.

Com a sua proximidade, Jesus cura a mudez e a surdez do homem: “quando nos sentimos distantes, ou escolhemos manter-nos à distância – de Deus, dos irmãos, daqueles que são diferentes de nós – então fechamo-nos, encerramo-nos em nós mesmos e acabamos por girar apenas em torno do nosso eu, surdos à Palavra de Deus e ao grito do próximo e, por conseguinte, incapazes de falar com Deus e o próximo”.

Abrir-se a Deus, aos irmãos e ao Evangelho

Dirigindo-se diretamente aos fiéis desta grande ilha virada para o Oceano Pacífico, Francisco exortou-os a se abrirem a Deus, aos irmãos e ao Evangelho:

“Vós, irmãos e irmãs, que habitais esta terra tão distante, do Pacífico, talvez tenhais a imaginação de vos encontrar separados, separados dos Senhor, separados dos homens, e isso não é correto, não: vós estais unidos, unidos no Espírito Santo, unidos no Senhor. Cada um de vós: “'bre-te!'. E isto é o mais importante: abrirmo-nos a Deus, abrirmo-nos aos irmãos, abrirmo-nos ao Evangelho e fazer dele a bússola da nossa vida.”

O Santo Padre concluiu convidando-os a se abrir à alegria do Evangelho, ao encontro com Deus, ao amor dos irmãos. “Que nenhum de nós fique surdo e mudo pera este convite”, exortou-os.

Angelus: não ao rearmamento e à exploração da casa comum

Ao término da Santa Missa, que teve a participação de aproximadamente 35 mil fiéis, Francisco conduziu a oração do Angelus, confiando à Virgem Maria o caminho da Igreja em Papua Nova Guiné e nas Ilhas Salomão, fazendo, por fim, uma invocação ao dom da paz para todos os povos:

“A partir desta terra abençoada pelo Criador, gostaria de invocar juntamente convosco, por intercessão de Maria Santíssima, o dom da paz para todos os povos. Em particular, peço-o para esta grande região do mundo entre a Ásia, a Oceânia e o Oceano Pacífico. Paz! Paz para as Nações e também para a criação! Não ao rearmamento e à exploração da casa comum! Sim ao encontro entre povos e culturas, sim à harmonia do homem com as criaturas!”

Por fim, o Pontífice ressaltou que este domingo se celebra a festa litúrgica da Natividade de Nossa Senhora, dirigindo seu pensamento para o Santuário de Lourdes, na França, infelizmente atingido por uma inundação.

Fonte: Vatican News

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Papa às crianças de rua e com deficiência: manter acesa a luz do amor

O Papa, em Port Moresby encontra crianças de rua, pobres, com deficiências, que lhe perguntam se há esperança para elas e por que não têm as mesmas oportunidades que as outras crianças.

Silvonei José – Vatican News

“Mantenham acesa a luz do amor”. Foi o que o Papa Francisco disse às crianças deficientes e crianças de rua, assistidas em Port Moresby, Papua Nova Guiné, pelas organizações “Callan Services” e “Street Ministry”, que ele encontrou na manhã deste sábado (07/09), durante sua visita à escola para meninas dirigida pelas Irmãs da Caridade de Jesus. “Vocês me fizeram perguntas desafiadoras”, iniciou o Papa.  

Em sua saudação, Francisco respondeu às perguntas feitas a ele por duas delas. “Por que temos que sofrer por nossa deficiência? Por que não somos como os outros? Por que esse sofrimento? Há esperança também para nós?”, perguntou uma criança surda com trajes tradicionais, ajudada por sua irmã.

“Por que não temos oportunidades como as outras crianças e como podemos nos tornar úteis para tornar nosso mundo mais bonito e feliz, apesar de vivermos no abandono e na pobreza?”, perguntou em vez disso, uma criança de rua, também usando um traje tradicional indígena.

Para a primeira criança, Francisco disse: “Eu realmente só tenho uma resposta: porque nenhum de nós é como os outros. Porque somos todos únicos diante de Deus. Portanto, não apenas confirmo que há esperança para todos, mas acrescento que cada um de nós no mundo tem uma missão que ninguém mais pode cumprir. E isso, mesmo que custe dificuldades, traz muita alegria. De uma maneira diferente entre um e o outro”. “Há coisas que não podemos fazer”, continuou o Pontífice - mas não é por isso que a felicidade é medida: a felicidade vem do amor. O que levamos e o que devemos receber de braços abertos daqueles que nos amam. Essa é a coisa mais importante”. “Também para o Papa”, acrescentou. "A nossa alegria não depende de mais nada, nossa alegria depende do amor”.

“Isso nos leva à outra pergunta”, disse Francisco, ”como podemos tornar nosso mundo mais bonito e feliz? Sem dúvida com a mesma receita, aprendendo a amar a Deus e aos outros de todo o coração”, enfatizou. E também na escola, “estudando e fazendo o máximo para melhorar nossas habilidades”. “Concentrando todas as nossas forças na meta, que é o amor de Jesus e encher a todos com nosso amor”, exortou o Pontífice - para que nenhum de nós seja um fardo: todos nós somos dons de Deus e um tesouro para os outros”.  “Mantenham acesa a luz do amor”, concluiu.

Fonte: Vatican News

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Papua Nova Guiné, os testemunhos das realidades eclesiais

No santuário de Maria Auxiliadora, em Port Moresby, o Papa ouviu os testemunhos de uma religiosa, de um sacerdote e de representantes dos catequistas e do Sínodo sobre a sinodalidade.

Lorena Leonardi – Vatican News

O desafio de se comunicar com os pobres e com aqueles que estão nas periferias, a fadiga para integrar a fé católica e a identidade cultural, o compromisso de transmitir o entusiasmo da missão aos jovens, a sinodalidade a ser tecida na cultura em evolução de Papua Nova Guiné. Esses são os temas fundamentais que emergiram dos testemunhos - de uma freira, de um sacerdote, de representantes dos catequistas e do Sínodo - que o Papa Francisco ouviu no santuário de Maria Auxiliadora em Port Moresby, durante o encontro com os bispos de Papua Nova Guiné e das Ilhas Salomão, sacerdotes, diáconos, consagrados e consagradas, seminaristas e catequistas, que se realizou na manhã deste sábado, 7 de setembro.

Na linha de frente em prol das mulheres

A primeira a falar foi a irmã Lorena Jenal, que na diocese de Mendi acompanha as atividades da Casa da Esperança, um local de refúgio e cura para vítimas de acusações de bruxaria e maleficência. Graças ao trabalho conjunto com líderes comunitários, famílias, diferentes denominações, defensores dos direitos humanos, a polícia, oficiais de justiça e advogados, explicou a consagrada, eles trabalham “para proteger as mulheres de falsas acusações e extorsão”. A abordagem holística com aconselhamento, terapia, ajuda médica, psicológica, financeira e emocional ajudou até agora 250 mulheres, incluindo Maria, que chegou em 2017 depois de ser torturada e queimada “tão gravemente que não sabíamos se poderíamos salvar sua vida”. Embora os membros da família não a visitassem “por medo e vergonha”, lembra a mulher consagrada, “nós os encontrávamos toda semana e os informávamos sobre o progresso”, até que eles perceberam seu sofrimento. Ao voltar para casa e mais tarde ser considerada inocente pelo tribunal, Maria, relatou a freira, tornou-se uma “testemunha da importância do amor e do perdão entre todas as pessoas: hoje ela trabalha em nossa equipe e luta pelos direitos humanos, pela dignidade e pela igualdade das mulheres”.

Uma integração difícil

A própria “vocação adulta” e um caminho como seminarista cheio de obstáculos foram relatados pelo padre Emmanuel Moku, hoje com 64 anos e ordenado sacerdote aos 52. No centro de seu testemunho estavam os problemas que ele enfrentou como seminarista em um contexto de grande pressão. “Quando escolhi o sacerdócio, colocando-o à frente de minhas normas culturais, fui ridicularizado e rejeitado”, sendo chamado de ‘um desperdício de recursos humanos’, apontou ele, porque ‘meu clã esperava que um homem se tornasse pai e trabalhasse para alimentar seu povo’. Embora a situação tenha melhorado desde sua ordenação, não faltam desafios em um contexto em que é difícil integrar a fé católica com a identidade cultural, especialmente, enfatizou ele, “para comunicar o duplo propósito do casamento - companheirismo para toda a vida e o cuidado e a educação dos filhos - e para apoiar os jovens que lutam para poder abraçar sua vocação religiosa”.

Em contato com as pessoas

Para James Etariva, um catequista de 68 anos do distrito de Goilala, na província central de Papua Nova Guiné, a melhor coisa é “andar pelas aldeias e servir as pessoas, incentivar as crianças em sua catequese e ter amizade com todos”. Em seus longos anos de serviço - ele começou em 1982 na paróquia da Sagrada Família, na Arquidiocese de Port Moresby, e se formou como catequista em tempo integral em 1997 - ele enfrentou muitas dificuldades, desde a falta de recursos até o equilíbrio das responsabilidades familiares e as viagens, até mesmo a pé, para chegar às comunidades mais distantes.

Crescer na sinodalidade

Por fim, Grace Wrakia, uma leiga de uma família católica de terceira geração e mãe de três filhas que criou sozinha, apresentou algumas reflexões pessoais sobre a sinodalidade. Falando da participação no Sínodo sobre sinodalidade como “uma das maiores honras” de sua vida, Grace se perguntou até que ponto esse método poderia encontrar expressão na “cultura em evolução” de Papua Nova Guiné. O desejo é ver “mulheres como parceiras e cooperadoras”, jovens “não ignorados ou negligenciados”, mas “acolhidos com corações e mentes abertos”, padres e religiosos não mais considerados “grandes homens”, mas “líderes servidores”, e leigos como participantes ativos na vida da Igreja e não apenas “espectadores”. Mais uma vez, embora consciente da natureza gradual do processo em seu país, a testemunha confidenciou ao Papa o sonho de uma política eclesiástica que acolha a diversidade, para uma fusão real dos aspectos sinodais com a vida da Igreja local.

Fonte: Vatican News

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Dom Ribat: “nosso povo está unido pela fé, graças aos missionários”

Entrevista com Dom John Ribat, arcebispo de Port Moresby.

Fábio Beretta

O Arcebispo de Port Moresby, Cardeal John Ribat, em entrevista à Agência Fides, fala do caminho da comunidade cristã, que vive em Papua Nova Guiné, segunda etapa da Viagem Apostólica do Papa Francisco à Ásia e Oceania: trabalho dos missionários entre as tribos; obra da Igreja local, que segue os ensinamentos do Evangelho; pertença à Igreja católica; alegria e entusiasmo pela visita do Papa.

O Papa encontrará uma Igreja jovem, que se orgulha por já ter um mártir...

“Esta é, realmente, uma Igreja jovem, que continua a crescer, graças ao exemplo de Peter To Rot, hoje beato, cujo processo de canonização, atualmente, está paralisado por falta de um milagre. Esta será uma das coisas que pediremos ao Papa: que intervenha no seu processo de canonização. A nossa esperança, como comunidade, é que este processo possa ser concluído no próximo ano, para que, muito em breve, possamos ter nosso Santo catequista. Aqui, em Papua-Nova Guiné, a Igreja é jovem, mas sua fé é forte. Os católicos estão vibrando com esta visita papal. Muitas pessoas estão chegando à capital, Port Moresby, provenientes das altas planícies e das cidades vizinhas, até das dioceses sufragâneas. Muitos fazem peregrinações a pé ou de barco, sempre em oração”.

Qual a importância da obra dos missionários em Papua Nova Guiné? Por que o Papa quis encontrar os missionários nestas terras?

“Os missionários chegaram a estas terras há muitos séculos. Em relação aos primeiros missionários, agora são menos. Mas, a comunidade cristã ainda traz em sua memória o início das missões, especialmente, graças aos alemães e americanos. Hoje, em Papua Nova Guiné, muitos missionários estão espalhados em diversas Dioceses do país, provenientes da Índia, Filipinas e Indonésia. Mas, como no início, não faltam europeus, como os Salesianos italianos. Em Vanimo, uma das cidades que o Papa visitará, há missionários argentinos, seus compatriotas. A obra dos missionários é importante para nós, não só porque continuam a propagar a fé católica, mas também porque animam as pessoas, com as quais trabalham. Isso é muito importante. As relações entre os missionários e a população são muito boas, devido ao fato que várias Dioceses daqui, historicamente falando, foram fundadas por missionários. Agora, com a chegada do Pontífice, há mútua ajuda entre as pessoas. A nossa Conferência Episcopal une Papua Nova Guiné às Ilhas Salomão. Por isso, muitos também vêm de lá para nos ajudar na organização. Este clima de unidade na fé é devido aos missionários”.

Em Papua Nova Guiné há conflitos entre tribos. A Igreja intervém nisso? As tribos lutam entre si, mas nos seminários muitos jovens, de várias aldeias, convivem em paz...

“As lutas tribais não acontecem em todos os lugares, mas, sobretudo, nas regiões montanhosas, onde, ao contrário das regiões costeiras, a Igreja conseguiu chegar apenas há algumas décadas. Trata-se de aldeias de difícil acesso, cujos usos e costumes estão fortemente enraizados no passado; a região é ambientalmente frágil; ali tivemos, recentemente, catástrofes naturais, que mataram muitas pessoas. No entanto, a tensão social reina em todo o país. Em 10 de janeiro deste ano, houve uma revolta contra o corte de salários, com várias vítimas, lojas saqueadas, carros incendiados... Agora, estamos nos recuperando. Como Igreja, fizemos declarações à imprensa, lidas também nas igrejas, onde condenamos todo e qualquer tipo de violência; oferecemos novas chaves para a compreensão dos vários problemas e das novas leis, que não foram bem esclarecidas. Em relação às lutas tribais é diferente: deixemo-nos inspirar pela Palavra de Deus”.

Um Papa visita o país pela segunda vez: o que a comunidade católica local pode oferecer à Igreja católica?

“Esta é uma questão sobre a qual nós, como comunidade, temos refletido muito. Estamos tentando entender como podemos ajudar os outros. A primeira resposta “prática” que demos foi enviar novos missionários: eles nos transmitiram a fé e, agora, estamos prontos para partir, para ajudar a Igreja a crescer, onde for necessário. Alguns de nossos sacerdotes foram para a Argentina e Brasi e muitos para a África. Esta é apenas uma nossa pequena contribuição. Somos uma Igreja em aumento, porque nos esforçamos para viver bem os ensinamentos do Evangelho e a Doutrina da Igreja católica. Isso nos faz sentir parte de algo universal. Esses eventos nos ajudam, nos dão forças para vivermos a universalidade em casa e participar da Santa Missa”.

Quais são, hoje, as principais dificuldades para o anúncio do Evangelho pela Igreja em Papua Nova Guiné?

“Uma das dificuldades é a desinformação, que vem das redes sociais e não só. Como Igreja, temos a tarefa de ajudar as pessoas a compreender quando as notícias são falsas. Somos bombardeados por muitas mensagens e isso gera confusão. Neste sentido, falo a título pessoal, as palavras de São Paulo me ajudam muito a dialogar com as pessoas. Eu me pergunto como a Igreja pode pregar bem o Evangelho, nestes tempos, em que as mudanças estão na ordem do dia. A resposta que me dei foi: tudo pode mudar, mas a verdade permanece sempre a mesma. A verdade para nós é Cristo. A Palavra de Deus, depois de 2 mil anos, continua a mesma, não mudou. No entanto, alguns tentam transmitir uma mensagem errada, interpretando-a e adaptando-a às mudanças do mundo. Mas esta não é a verdade”.

Embora Papua Nova Guiné seja um pequeno rebanho, segundo dados oficiais, o número de batizados e vocações continua a aumentar. Como o senhor pode explicar isso?

“As vocações aumentam porque os jovens, mas também os mais velhos, querem dar a sua contribuição fazendo algo de importante pela sua terra. Neste sentido, a Igreja sempre os encorajou. Os jovens, em particular, ocupam um lugar importante na vida da Igreja. Antes de entrar no seminário, muitos fazem os mais variados tipos de trabalhos, sempre a serviço dos outros. Mas, aos poucos, sentem que isso não é suficiente. Os batizados, também em contínuo aumento, são devido ao crescimento populacional. Porém, noto que um número cada vez maior de jovens também está se casando. Trata-se de jovens que a Igreja ajudou a crescer na fé e, agora, podem dizer que alcançaram a sua realização na vida”. - *Agência Fides- Fonte: Vatican News

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“Minha vida como missionário em Papua Nova Guiné”

O testemunho do bispo salesiano Francesco Panfilo, que após anos de trabalho missionário nas Filipinas foi enviado por João Paulo II para guiar uma diocese em Papua Nova Guiné.

Andrea Tornielli – Port Moresby

“Duc in altum”, avançar para águas mais profundas: essas palavras de Jesus foram escolhidas para o lema episcopal de Francesco Panfilo, bispo salesiano, que serviu como missionário nas Filipinas por 32 anos e depois foi para Papua Nova Guiné, onde esteve primeiro em Alotau e depois guiou a arquidiocese de Rabaul, tornando-se também presidente da conferência episcopal do país. A missão, disse ele, é uma questão de coração, “paixão por Cristo” e “paixão por seu povo”. Esse é o testemunho de dom Francesco Panfilo, arcebispo emérito de Rabaul:

Alguém me perguntou como foi minha experiência, porque recentemente celebrei meus 50 anos de ordenação. Passei 32 anos nas Filipinas, depois vim para Papua Nova Guiné como delegado Provincial dos Salesianos por quatro anos, depois o Papa João Paulo II me nomeou Bispo de Alotau, depois fui transferido para Rabaul: e quando recordava esses anos de missão, fiquei um pouco emocionado, porque sempre me senti um missionário, mesmo nas Filipinas, onde eu estava nas escolas, era um formador. Quando vim para Papua Nova Guiné, pude ser missionário, como sempre sonhei, mesmo quando era menino. Foi uma vida difícil. Quando eu estava em Alotau - eram só ilhas, só mar - eu tinha de viajar de barco, comia onde podia...

Em Rabaul, tive que caminhar muito, tive que ir para as montanhas... Lá, eu realmente me senti como um missionário e um pastor. Quando o Papa Francisco se tornou Papa em 2013, ele escreveu a Evangelii gaudium no final do ano e no número 268 ele diz que a missão é tanto “paixão por Cristo” quanto “paixão por seu povo”. Ali, essas palavras (me) tocaram. Como bispo, eu havia escolhido como lema “Duc in altum”, que significa “avançar para águas mais profundas”: essas são as palavras de Jesus a Pedro... Eu vivi (isso), sinto que vivi minha vida como missionário. O que o Papa diz ali: missão é, ao mesmo tempo, paixão por Cristo e paixão por seu povo; se não houver esse amor, não há (missão)... Missão é amor, é doar-se pelo povo e pelo Senhor. Se amarmos o Senhor, isso nos ajudará a ajudar as pessoas, e se amarmos as pessoas, isso nos levará de volta a Jesus.

Fonte: Vatican News

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A missão é obra do Espírito Santo, não de nossas “técnicas”

Uma reflexão sobre o primeiro dia do Papa Francisco em Papua Nova Guiné.

Andrea Tornielli

Como se transmite o entusiasmo da missão aos jovens? “Não acho que existam 'técnicas' para isso...”. Na pergunta de James, catequista, e na resposta que recebeu do Papa, pode-se captar um dos temas mais caros a Francisco. O que está na origem do fato de ser missionário? Como se anuncia o Evangelho? Essas são perguntas válidas para todos os lugares e todas as épocas, mas aqui, em Papua Nova Guiné, um país onde são falados 841 idiomas diferentes, elas devem ter um eco especial. Encontrando-se com as autoridades e a sociedade civil em Port Moresby, o Sucessor de Pedro repetiu que estava muito fascinado pela extraordinária riqueza cultural e humana desse arquipélago pontilhado de ilhas, onde as conexões são complicadas e a catequese deve contar com uma quantidade de idiomas diferentes que não tem paralelo no mundo: “Imagino que essa enorme variedade seja um desafio para o Espírito Santo, que cria harmonia nas diferenças!

Em resposta à pergunta de James durante o encontro com os bispos, o clero, religiosas e catequistas, o Papa reiterou os fundamentos do testemunho cristão, ou seja, “cultivar e compartilhar nossa alegria de ser Igreja”. Francisco frequentemente gosta de citar as palavras de seu predecessor Bento XVI em Aparecida em 2007: “A Igreja não faz proselitismo. Ao contrário, ela se desenvolve por 'atração'”. E no livro-entrevista com Gianni Valente (Sem Ele, nada podemos fazer”, Lev 2020), ele explicou que “a missão é obra Sua. É inútil se preocupar. Não há necessidade de nos organizar, não há necessidade de gritar. Não há necessidade de artifícios ou estratagemas. Tudo o que você precisa é pedir para poder refazer hoje a experiência que o faz dizer 'nós decidimos, o Espírito Santo e nós'... O mandato do Senhor de sair e proclamar o Evangelho pressiona a partir de dentro, ao se apaixonar, ao amar a atração. Não se segue a Cristo, muito menos se torna um anunciador dele e de seu Evangelho, por uma decisão tomada à mesa, por um ativismo autoinduzido. Até mesmo o impulso missionário só pode ser frutífero se ocorrer dentro dessa atração e transmiti-la aos outros”.

Diante da perplexidade e do cansaço que muitos cristãos experimentam em algumas partes do mundo, somente o testemunho de pecadores perdoados, atraídos pelo amor, faz a missão. Caso contrário, a Igreja - e essas são sempre as palavras de Francisco - “se torna uma associação espiritual”. Uma corporação multinacional para lançar iniciativas e mensagens de conteúdo ético-religioso”, porque ”você acaba domesticando Cristo. Você não dá mais testemunho do que Cristo faz, mas fala em nome de uma certa ideia de Cristo. Uma ideia que possuída e domesticada por você. Você organiza as coisas, torna-se o pequeno empresário da vida da igreja, onde tudo acontece de acordo com um programa definido, apenas para ser seguido de acordo com as instruções. Mas o encontro com Cristo nunca mais se repete. O encontro que tocou seu coração no início nunca mais acontece.

Nada está isento desse risco: desde projetos pastorais até a organização de grandes eventos, desde “técnicas” missionárias para o digital até a catequese. Há o risco de considerar o essencial como garantido, a fim de se concentrar em métodos, idiomas e organização.

Mas a resposta mais verdadeira à pergunta de James, aquela que incorpora as palavras do Papa, está nos rostos sorridentes e cheios de alegria dos missionários que aqui percorrem quilômetros a pé, de carro e de avião, para estar perto de todos. Para testemunhar a cada mulher e homem desta terra de natureza esplêndida e colorida, o amor de Jesus. Porque “se é Cristo que o atrai, se você se move e faz as coisas porque é atraído por Cristo, os outros percebem sem esforço. Não há necessidade de mostrá-lo, muito menos de exibi-lo”. Fonte: Vatican News

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Quênia: religiosas cegas oferecem seu testemunho ao povo de Deus

As Irmãs Sacramentinas são uma comunidade de religiosas com deficiência visual. Elas não têm visão, mas todos os outros sentidos estão ativamente engajados para a glória de Deus e o bem da humanidade. Dedicam-se ao catecismo, à agricultura e à criação de aves, visitam e dão suporte às pessoas, confeccionam rosários e fazem trabalhos de tricô. "Preciso de oportunidades, não de compaixão", diz a Irmã Mary Veronica.

Irmã Michelle Njeri, OSF

A família de Dom Orione inclui os Filhos da Divina Providência e as Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade. No entanto, menos conhecido é que dentro da mesma família existe uma comunidade de Irmãs Sacramentinas, cujos membros são religiosas com deficiência visual.

As Irmãs Sacramentinas passam grande parte do dia em adoração ao Santíssimo Sacramento, mas também realizam um apostolado em sua comunidade local. O instituto foi fundado na Itália por São Luís Orione, um sacerdote italiano comumente conhecido como Dom Orione. No Quênia, a comunidade das Irmãs Sacramentinas conta com quatro membros: Irmã Mary Carmen, Irmã Mary Angelina, Irmã Mary Rachael e Irmã Mary Veronica.

Apostolado e oração

A Irmã Mary Veronica sempre desejou ser religiosa, mas teve dificuldades em encontrar uma congregação que a aceitasse devido à sua deficiência visual. Em 1981, uma irmã da Consolata a direcionou pela primeira vez para as Irmãs Sacramentinas, onde ela permanece até hoje. "Esta congregação de freiras com deficiência visual é única e é a única no Quênia", disse a Irmã Mary Veronica. "Nosso fundador, Dom Orione, era uma pessoa caridosa e nos pediu para sermos mães e irmãs dos pobres. Oferecemos nossa falta de visão a Deus para os irmãos e irmãs que não conhecem a verdade, para que possam experimentar Deus, a luz do mundo."

Embora tenham deficiência visual, as Irmãs Sacramentinas são contemplativas e, ao mesmo tempo, muito ativas. Ensinam catecismo em sua paróquia, visitam as pessoas na vila próxima e oferecem sua ajuda também online. "Em nosso carisma de Irmãs Sacramentinas, adoramos Jesus no Santíssimo Sacramento e falamos a Jesus sobre a humanidade. Encontramos as pessoas e falamos a elas sobre o amor de Deus. Levamos as almas a Jesus e Jesus às almas", disse a religiosa.

As irmãs fazem Adoração em turnos e se envolvem em outras tarefas comunitárias, como agricultura, criação de aves, confecção de rosários e trabalhos de tricô, como atividades geradoras de renda para a sustentabilidade. "Nos unimos à congregação para dar e receber; não nos unimos para ser ajudadas. Procuramos ser autônomas em tudo o que fazemos", disse a Irmã Mary Veronica, acrescentando: "Preciso de oportunidades, não de compaixão."

Desafios da comunidade

Comprar livros escritos em braille não é fácil para as freiras com deficiência visual. Por muitos anos, elas importaram livros espirituais em braille do exterior. Com o aumento das tarifas de importação, as freiras não podem mais receber os livros como antes. No entanto, as religiosas reconhecem que os desafios as tornam completas. "Enfrentamos os desafios com alegria, ter deficiência visual não nos tira os talentos e capacidades", afirma a Irmã Mary Rachael. Fonte: Vatican News

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Irmã Beatrice no Quênia: a deficiência não é incapacidade

As crianças com deficiência possuem um universo de potencialidades inexploradas e uma coragem extraordinária. A experiência da Irmã Beatrice Jane Agutu em uma escola no Quênia confirma que a deficiência não é incapacidade e que cada criança merece a possibilidade de brilhar: “essas crianças devem ser celebradas, não compadecidas”.

Ir. Roselyne Wambani Wafula

“Como religiosas católicas, e especialmente como irmãs franciscanas de Santa Ana, somos chamadas a servir os mais vulneráveis. O nosso compromisso em aliviar o sofrimento e promover mudanças positivas continua a nos obrigar a deixar que a nossa voz fale pelas numerosas pessoas vulneráveis que nos foram confiadas”, disse a Irmã Beatrice Jane que administra a escola especial de São Martinho de Porres em Kisumu, no Quênia, a serviço de mais de 300 crianças com várias deficiências. O seu testemunho não é apenas a narrativa de uma experiência, mas um convite à mudança de paradigma na oferta de cuidados, apoio e compaixão pelas pessoas vulneráveis.

O caminho da Irmã Beatrice começou como professora em escolas normais. No entanto, uma vocação profundamente enraizada levou-a a explorar a educação especial, uma experiência que começou em 2003, quando foi chamada a trabalhar numa escola para surdos. “Apesar de não ter qualquer experiência prévia com a linguagem gestual”, disse ao Vatican News, “a minha determinação e compaixão impeliram-me”. Hoje ela é uma comunicadora fluente com os surdos.

A Ir. Beatrice é confidente, guia, tutora e figura materna delas. O seu papel vai muito além da aquisição da linguagem. “Supervisiono uma comunidade de mais de 300 crianças com várias deficiências, de paralisia cerebral a incapacidades físicas e desabilidades intelectuais”.

O percurso para entrar na escola não é fácil. Para que as crianças recebam um diagnóstico correto e um lugar adequado nas escolas, os pais devem navegar num complexo sistema de avaliações médicas e educacionais, antes que os seus filhos possam ser admitidos. “A nossa escola é um lar para essas crianças”, explicou. “Muitas delas estão confinadas em casa, tratadas como pesos, invisíveis para o mundo; este isolamento agrava as vulnerabilidades das crianças e limita as suas oportunidades”.

A escola serve como tábua de salvação para muitos, um lugar onde, dentro das suas paredes, as crianças encontram aceitação, liberdade, amizade, sentido de pertença, oportunidades para aprender e crescer e, o mais importante de tudo, amor. A firme convicção da Ir. Beatrice no potencial dos seus alunos revelou-se contagiante. Ela não vê deficiências, mas habilidades inexploradas. A sua atitude positiva é uma prova da sua filosofia: “deficiência não é inabilidade”. Ela vê além dos seus desafios, reconhecendo o potencial que existe em cada criança.

 “Administrar a escola é uma batalha constante e árdua”, observou, indicando os imensos desafios que a sua escola deve enfrentar. O apoio inadequado do governo, a falta de recursos e as necessidades urgentes dos seus alunos são evidentes. Muitas vezes a sociedade considera essas crianças como um fardo, o que sobrecarrega a Ir. Beatrice e o seu grupo.

Muitos pais não conseguem satisfazer as necessidades básicas, para não falar do custo dos cuidados e da educação especializada. Os pais, sobrecarregados com os desafios de criar uma criança com deficiência, recorrem frequentemente aos avós para receber apoio. “O governo”, observou a Ir. Beatrice, “oferece uma ajuda mínima, deixando que instituições como a nossa carreguem sozinhas o peso desses desafios”. Até a sua congregação religiosa tem dificuldade em satisfazer as necessidades urgentes dos seus estudantes. No entanto, a Ir. Beatrice e o seu grupo perseveram, proporcionando não só educação, mas inclusive cuidados essenciais, incluindo alimentação, vestuário e tratamentos médicos.

Talvez o desafio mais angustiante seja a indiferença da comunidade em geral. Em vez de oferecer apoio, a escola é muitas vezes vista como recurso a explorar. A escola e os seus alunos são convidados a contribuir para as atividades da Igreja, mas às vezes recebem pouca ajuda financeira. Numa entrevista ao Vatican News, Claris Achieng Olare, mãe cujo filho sofre de paralisia cerebral, afirma que o estigma que sofrem como pais é que as pessoas pensam que os pais devem ter feito algo de errado e que essa é a consequência. Apela-se à sociedade para que aceite a existência destes casos, e o importante é aceitar e prestar os cuidados e o apoio necessários a estas crianças sem preconceitos.

Apesar desses obstáculos, há momentos de triunfo extraordinário. Uma jovem, outrora incapaz de ler e escrever, tornou-se pregadora e fonte de inspiração para os seus coetâneos. “Estas histórias alimentam a minha paixão e impelem-me a continuar cuidando dessas crianças, a criar um mundo onde cada criança, independentemente das suas capacidades, seja valorizada e apoiada”, declarou a Ir. Beatrice, acrescentando: “essas crianças devem ser celebradas, não compadecidas”.

Concluindo, a religiosa exortou todos a cultivar os sonhos e o potencial das crianças com deficiência. “Une-te a nós”, exortou, “na construção de um mundo onde a deficiência não seja uma incapacidade, mas um catalisador para resultados extraordinários”. Fonte: Vatican News

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Escritores de língua portuguesa reunidos na Cidade da Praia

Decorre de 5 a 8 de setembro na capital cabo-verdiana o XII Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, organizado pela UCCLA e pela Câmara Municipal da Praia. Tema: Literatura, Liberdade, Inclusão. São homenageados Amílcar Cabral e Luís Vaz de Camões no I e V centenário de nascimento, respetivamente.

Dulce Araújo - Vatican News

Nascido como encontro itinerante para favorecer o diálogo e o enriquecimento entre escritores de língua portuguesa, o Encontro, anual, acabou por estabilizar-se na cidade da Praia que, aliás, faz parte da rede das cidades criativas da UNESCO.

Sobre este XII Encontro, a VII a decorrer em Cabo Verde, debruçou-se o programa da Rádio Vaticano “África em Clave Cultural: personagens e eventos” do dia 5 de setembro 2024, com crónica do parceiro, Filinto Elísio (escritor e editor), acerca do teor, programa e mesmo uma breve nota crítica relativa à circulação de livros na CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa); e considerações de dois dos intervenientes no encontro: a escritora e jurista, Vera Duarte, e Tony Tcheka, jornalista e escritor da Guiné-Bissau.

Eis aqui a sua crónica

ENCONTRO LITERÁRIO DA UCCLA

Decorre de 5 a 8 de setembro, na cidade da Praia, República de Cabo Verde, a XII edição do Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, promovido pela União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa - UCCLA, em parceria com a Câmara Municipal da Praia e a Empresa de Mobilidade e Estacionamento da Praia, numa homenagem nesta edição ao Centenário do nascimento de Amílcar Cabral e ao V Centenário do nascimento de Luís Vaz de Camões.

Fazem-se representar neste encontro literário anual da Praia, escritores de Angola, Brasil, Cabo Verde, Galiza, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Sob o tema geral "Literatura, Liberdade e Inclusão" destacam-se mesas temáticas como Camões e a Identidade Literária da Língua Portuguesa, Literatura e Liberdade: Homenagem ao centenário do nascimento de Amílcar Cabral, Literatura e Inclusão, para além de ações como a Tertúlia Literária sob o título “Conde Silvenius e a corte dos poetas, no seu segundo castelo, o Café Sofia” – um tributo ao poeta Arménio Vieira, a Apresentação do Prémio de Revelação Literária UCCLA-CML: Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa (sendo vencedora Fernanda Ribeiro (brasileira, com o romance intitulado “Cantagalo”) e o Encontro de escritores estrangeiros com estudantes, escritores locais, agentes culturais, “Mano a Mano Literário” - José Luiz Tavares & Mário Lúcio Sousa e o lançamento do Livro “Um Preto de Maus Bofes”, do Escritor José Luiz Tavares.

Pela oportunidade e pertinência, um dos tópicos a abordar neste e noutros encontros literários lusófonos seria o questionamento crítico sobre circulação das obras e dos autores pelos estados da CPLP, com foco na isenção de taxas alfandegárias ou impostos na circulação de livros e em políticas do livro e da leitura pública convergentes.

Nesta edição de 2024, do país anfitrião Cabo Verde, participam os escritores António Correia e Silva, Arménio Vieira, Augusta Teixeira, Cheila Delgado, Comandante Pedro Pires, Daniel Mendes, Germano Almeida, José Luiz Tavares, Mário Lúcio, Nardi Sousa, Paulo Veríssimo e Vera Duarte.

Ainda entre os participantes, constam Alfredo Ferreiro Salgueiro, da Galiza, da Guiné-Bissau Tony Tcheka, de Moçambique Luís Carlos Patraquim, de Portugal – Inês Barata Raposo, Isabel Alçada (vídeo), José Pires Laranjeira e Rita Marnoto, de São Tomé e Príncipe Olinda Beja e de Timor-Leste Luís Cardoso. 

O Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, procede à abertura da XII Encontro de Escritores de Língua Portuguesa e o encerramento do certame está a cargo do ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Augusto Veiga.

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Neste dia 6 intervém numa mesa redonda integrada no painel “Literatura e Liberdade: em homenagem ao centenário do nascimento de Amílcar Cabral” o escritor Tony Tcheka. Em entrevista à Rádio Vaticano, manifestou apreço pelo Encontro e disse que vai falar de Amílcar Cabral que conheceu desde cedo através de bobinas da Rádio Libertação e de encontros com Mário Pinto de Andrade. Refere ter tido sempre grande admiração pela postura de Amílcar Cabral, homem sonhador, concreto, perseverante. A sua intervenção - garantiu - será, portando, sobre esse “sonhador” e sobre o sonho de dignidade que Cabral tinha para os povos de Cabo Verde, da Guiné-Bissau, da África, sonho do qual a Guiné-Bissau se desviou, levando os seus filhos a vergonhar-se hoje do “país que têm”, ou melhor, “que não têm”. Lamenta também pelos sinais que há de se querer adiar ou passar para segundo plano as comemorações do Centenário de Nascimento de Amílcar Cabral para uma data diferente do 12 de setembro, mas exprime confiança de que a nova geração de jovens, cada vez mais conscientes da situação do país, possam contribuir para a mudança necessária.

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Já no dia 7, intervirá, no painel “Literatura e Inclusão” a escritora e jurista, Vera Duarte, que realça como “selo de qualidade e dignidade” deste Encontro o facto de homenagear Amílcar Cabral, “grande profeta da inclusão” e de ele estar (nessa homenagem) na “boa companhia” de Luís Vaz de Camões, poeta maior e divulgador da língua portuguesa.

Vera Duarte antecipou à nossa Emissora os eixos principais da sua intervenção em que vai evocar obras de escritores e escritoras de vários horizontes para pôr em evidência o contributo da literatura em prol da inclusão, incluindo o aspeto da beleza e da generosidade.

Não obstante os progressos feitos pela humanidade em garantir os direitos de todos a uma vida digna, muita luta resta por fazer e nisto, Amílcar Cabral constitui uma grande referência. No que toca aos direitos das mulheres, por exemplo, Vera Duarte recorda que ele foi um dos primeiros a elevar a voz em favor da dignidade da mulher. Muito se deve a ele e é uma “grande honra” - sublinha esta poeta e romancista - celebrar o seu centenário. E anuncia que está para sair um conto infantil, ilustrado, sobre Abel Djassi (pseudónimo de Amílcar Cabral), da sua autoria, como “prova da admiração que tem por ele e de tudo o que lhe inspirou ao longo da sua vida.”

Fonte: Vatican News

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Papa expressa profunda tristeza pela perda de vidas jovens em incêndio no Quênia

O Papa Francisco envia suas condolências e orações às famílias das vítimas de um incêndio em uma escola primária no Quênia, que pode ter matado mais de 30 crianças.

O Papa Francisco expressou sua profunda tristeza, em um telegrama, assinado pelo Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin e enviado ao Arcebispo de Nyeri, no Quênia, Dom Antonio Muheria, a propósito do incêndio na Academia Hillside Endarasha.

O texto da mensagem do Papa “expressa sua proximidade espiritual a todos aqueles que estão sofrendo os efeitos desta calamidade, especialmente os feridos e as famílias enlutadas”. O Papa “confia as almas dos falecidos à misericórdia amorosa de Deus Todo-Poderoso”, oferecendo suas orações por todos os envolvidos na prestação de assistência e invocando as bênçãos do Senhor para conceder força, paz e consolo.

Incêndio no dormitório

O incêndio, que matou 21 pessoas, de acordo com um novo balanço do governo deste sábado, e dezenas de estudantes ainda estão desaparecidos, começou por volta da meia-noite de quinta-feira em um dormitório da Academia Hillside Endarasha onde mais de 150 meninos dormiam. Os corpos encontrados no local foram queimados a ponto de se tornarem irreconhecíveis.

A escola, que atende cerca de 800 alunos de 9 a 13 anos, fica em uma área semi-rural a cerca de 170 km ao norte da capital Nairóbi.

O presidente queniano, William Ruto, anunciou que a nação observará três dias de luto nacional a partir de segunda-feira, 9 de setembro, em decorrência do que ele descreveu como uma “tragédia inimaginável”.

Fonte: Gaudium Press

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Do dia 06/9/2024

Comissão divulga programação do Seminário de Iniciação à Vida Cristã para Presbíteros, que acontece de 1 a 3 de outubro, em Brasília

A Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB divulgou a programação do Seminário de Iniciação à Vida Cristã para Presbíteros, que acontece de 1 a 3 de outubro, na Casa Dom Luciano de Almeida, em Brasília (DF). A iniciativa já conta com mais de 150 inscritos e busca reforçar o espaço que a Iniciação à Vida Cristã e a dimensão catequética ocupam na formação dos presbíteros.

O Seminário tem início no dia 1º de outubro, às 14h, com a celebração de abertura seguida de uma análise da conjuntura socio eclesial com o tema “Olhar a realidade e os sinais dos tempos”, com o presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, dom Leomar Antônio Brustolin. Outra conferência acontece às 17h com a temática “IVC: criando um vocabulário comum”, com a assessoria do padre Wagner Carvalho.

O segundo dia do Seminário, 2 de outubro, contará com duas palestras na parte da manhã, sendo o Querigma, às 9h, proferida pela assessora da Comissão, Mariana Venâncio, e às 11h sobre Catecumenato com dom Juarez Sousa da Silva.

Já na parte da tarde, às 14h, dom Armando Bucciol falará sobre a “a arte de presidir” e às 15h os padres Jânison de Sá e Jean Poul abordarão a temática “purificação e iluminação”. Logo mais, às 16h30, dom Andherson Franklin trata a temática da mistagogia.

O último dia do Seminário, 3 de outubro, será dedicado ao estudo e análise da catequese e as mídias digitais, com o professor Moisés Sbardelotto. E, por fim, haverá a possibilidade de discutir projetos comuns para a Igreja no Brasil em torno da Iniciação à Vida Cristã.

O Seminário

    “Todo padre sabe que a catequese é uma das maiores alegrias da sua comunidade, mas é também uma das suas preocupações. Como transmitir a fé para crianças, jovens e adultos que buscam a Deus em tempos de novas linguagens, novos métodos, novos símbolos? Vamos juntos refletir!”, incentiva o presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética, dom Leomar Antônio Brustolin.

Segundo dom Leomar, com o evento, a Comissão pretende aprofundar ainda mais a dimensão Bíblico-Catequética na Igreja no Brasil. “Já temos uma caminhada muito bem feita aqui no Brasil, mas queremos aprofundar essa dimensão importante da Pastoral. A Iniciação à Vida Cristã como um eixo unificador da Pastoral, da renovação da comunidade, do fortalecimento da fé”, conclui dom Leomar.

Saiba como participar

As inscrições são pagas e já estão abertas por meio do link: Ciaticket

A taxa cobre a participação no evento e os materiais que serão utilizados. A hospedagem e a alimentação não estão incluídas. Cada presbítero pode hospedar-se onde preferir.

Quem desejar ficar na Casa Dom Luciano deve reservar sua hospedagem pelo telefone: (61) 99679-9770. Para mais informações, os assessores da Comissão estão disponíveis: Mariana Venâncio (32) 99911-3886 e padre Wagner Carvalho (89) 98106-8863.

    “Assim, convidamos todos os presbíteros interessados, das diversas dioceses do Brasil, e pedimos o apoio no envio de presbíteros de sua diocese”, convida a Comissão.

Fonte: CNBB

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Seminário Bíblico vai aprofundar o estudo do livro de Ezequiel neste Mês da Bíblia

A Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) oferece, de 9 a 11 de setembro, o Seminário Bíblico do Mês da Bíblia. A formação acontece de modo on-line, a partir das 19h30, e será transmitida pelas redes sociais da CNBB (@cnbbnacional); Catequese do Brasil (@catequesedobrasil) e Edições CNBB.

A cada dia será aprofundado um aspecto relacionado ao livro de Ezequiel, escolhido para estudo neste Mês da Bíblia de 2024. As reflexões têm sido iluminadas pelo lema “Porei em vós meu espírito e vivereis” (cf. Ez 37,14). São oferecidos como materiais de apoio o texto-base e um livreto com encontros bíblicos.

Temas de cada dia

No dia 9, segunda-feira, a temática a ser abordada no Seminário Bíblico será “A esperança a partir do livro de Ezequiel”, com o professor e doutor Fábio Siqueira.

Na terça-feira, 10 de setembro, a temática a ser estudada será “A glória do Senhor a partir de Ezequiel”, com a professora e doutora Maria de Lourdes Lima.

No último dia, 11, a temática será sobre “A conversão ecológica a partir de Ezequiel”, com o professor e doutor Matthias Grenzer.

Livro de Ezequiel

O arcebispo de Santa Maria (RS) e presidente da Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética, dom Leomar Antônio Brustolin, situa a reflexão do livro de Ezequiel, cujo testemunho pode ajudar a responder ao convite feito pelo Papa Francisco à preparação para o Jubileu 2025. “O convite para que sejamos peregrinos de esperança nos faz ser como Ezequiel: arautos da esperança em meio àqueles que, porventura, possam ter se esquecido de Deus ou perdido o seu caminho”.

    “Espero que este Mês da Bíblia possa ser mais um marco na caminhada evangelizadora e missionária de nossa comunidade, fazendo brilhar a luz da Palavra de Deus, que convida à esperança e ensina a direção para voltar a Deus, experimentando suas maravilhas já sinalizadas por nós”, finalizou dom Leomar.

Fonte: CNBB

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CRB Nacional reafirma sua Missão no Grito dos Excluídos

Neste sábado, 7 de setembro, acontece em todo o país o Grito dos Excluídos, evento que completa 30 anos em 2024, com o lema: “Todas as formas de vida importam. Mas quem se importa?”.

A mobilização reunirá diversas vozes em uma manifestação em várias regiões do Brasil, destacando a luta pelos direitos dos mais vulneráveis.

A Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), ao longo de seus 70 anos, tem desempenhado um papel fundamental na defesa da justiça social e dos direitos humanos.

Desde a sua primeira edição, em 1995, com o lema “A vida em primeiro lugar”, o Grito dos Excluídos tem sido uma plataforma de resistência, levantando pautas sociais urgentes. Na ocasião de seu surgimento, o evento ocorreu em 170 localidades do país e, desde então, tornou-se um espaço de protesto e reflexão, realizado no Dia da Independência, questionando a verdadeira liberdade e igualdade no Brasil.

Fonte: CRB

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V Congresso Latino-americano e Caribenho: Vida Religiosa Sentinela de Esperança

Entre os dias 22 e 24 de novembro de 2024, o Colégio Coração de Maria, em Alta Córdoba, Argentina, será sede de um congresso que reunirá religiosos e religiosas de toda a América Latina e Caribe. O evento tem como objetivo principal refletir sobre as esperanças que impulsionam a missão da Vida Religiosa e as desesperanças que ameaçam sua vocação como “sentinelas de esperança”.

O encontro busca oferecer uma leitura sociológica das realidades vivenciadas no continente, abordando os principais desafios emergentes que afetam os povos da região.

Para mais informações e inscrições, acessar: https://comuni.clar.org/course/h1cby2l4

Fonte: CRB

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Francisco chegou a Papua Nova Guiné

Começou a segunda etapa da 45ª Viagem Apostólica do Papa, que a partir de hoje, até o dia 9 de setembro, o verá em Port Moresby e Vanimo. A visita ao país da Oceania entrará no seu ponto alto amanhã, com o encontro com as autoridades, a sociedade civil e o corpo diplomático, seguido pelos encontros com duas entidades que cuidam de crianças com deficiências e em situação de vulnerabilidade e, por fim, com os bispos de Papua Nova Guiné e das Ilhas Salomão, com os sacerdotes, diáconos e religiosos.

Vatican News

O pouso às 19h06, horário local, 06h06 no horário do Brasil, em Port Moresby, em Papua Nova Guiné, no voo A330-Garuda Indonésia, companhia aérea de bandeira indonésia, marca o início da segunda etapa da 45ª Viagem Apostólica do Papa, que o verá até o dia 9 de setembro, com paradas na capital Port Moresby e na cidade de Vanimo.

A acolhida no Aeroporto Internacional Jacksons

Receberam Francisco no Aeroporto Internacional Jacksons – o segundo Pontífice a visitar a Papua Nova Guiné após João Paulo II em 1984 – o Vice Primeiro Ministro e duas crianças em trajes tradicionais, que lhe ofereceram flores. Logo após a cerimônia de boas-vindas, Francisco se dirige à nunciatura, de onde, amanhã de manhã, 7 de setembro, às 9h45 locais, terão início os compromissos oficiais.

Os compromissos de amanhã

A jornada do Papa começará com uma visita de cortesia ao governador-geral de Papua-Nova Guiné, na Government House, seguida de um encontro com as autoridades, sociedade civil e corpo diplomático na Apec Haus. Ainda no mesmo dia, o Papa se reunirá, na Caritas Technical Secondary School, com as crianças do Street Ministry, uma organização que cuida de menores em situação de vulnerabilidade, e com as crianças do Callan Services, uma rede que atende pessoas, adultos e crianças, com deficiência. O dia será encerrado com o encontro no Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora, com os bispos de Papua-Nova Guiné e das Ilhas Salomão, com os sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas, seminaristas e catequistas.

Fonte: Vatican News

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Papua-Nova Guiné: Papa apela ao fim das divisões e da «violência tribal» (c/fotos)

Primeiro discurso no arquipélago sublinha importância de usar recursos naturais para promover justiça social

O Papa alertou hoje na capital da Papua-Nova Guiné para a violência tribal que atinge o arquipélago, falando perante autoridades políticas e representantes da sociedade civil.

“Espero, de modo particular, que cessem as violências tribais, que infelizmente causam muitas vítimas, não permitem às pessoas viver em paz e impedem o desenvolvimento”, disse, na primeira intervenção pública no país da Oceânia, onde chegou esta sexta-feira, após ter iniciado a 45ª viagem internacional do pontificado na Indonésia.

Francisco apelou ao “sentido de responsabilidade de todos” para que se ponha termo à “espiral de violência”, num país que viveu motins e manifestações de protesto em janeiro deste ano, com várias mortes.

Após uma visita ao governador-geral da Papua Nova Guiné, Bob Bofeng, o Papa seguiu para a APEC Haus, principal centro de conferências do país, onde sublinhou a “riqueza cultural extraordinária” de um arquipélago com centenas de ilhas, nas quais se falam mais de 800 línguas.

“O vosso País é rico, não só em ilhas e idiomas, mas também em recursos terrestres e hídricos”, declarou

Francisco pediu que “as necessidades das populações locais sejam devidamente tidas em conta na distribuição dos lucros”, gerados com esses recursos.

Num país particularmente afetado pelas alterações climáticas, o discurso sublinhou a necessidade de um “desenvolvimento sustentável e equitativo, que promova as condições de vida de todos, sem excluir ninguém, através de programas exequíveis e mediante a cooperação internacional”.

Dirigindo-se aos responsáveis políticas da Papua-Nova Guiné, o Papa convidou todos a trabalhar em favor da “solidez institucional” e a “construir consensos sobre as escolhas fundamentais”.

“Agradeço-vos por me terdes aberto as portas do vosso bonito país, tão longe de Roma e, no entanto, tão próximo do coração da Igreja Católica. Porque no coração da Igreja está o amor de Jesus Cristo, que na cruz abraçou todos os homens”, disse ainda.

A intervenção aludiu à questão do estatuto da ilha de Bougainville, para pedir “uma solução definitiva, evitando o reacender de velhas tensões”.

A região autónoma, onde vivem cerca de 300 mil pessoas, tem sido marcada pela tensão entre movimentos independentistas e as autoridades papuas.

Mais de 97% dos eleitores da região insular, no leste da Papua-Nova Guiné, escolheram a independência, num referendo realizado em 2019.

O país, membro da Commonwealth, tem de 8,2 milhões de habitantes, 30,6% dos quais católicos, segundo dados do Vaticano; a maioria da população é cristã, sobretudo protestantes.

“Para todos os que se professam cristãos – a grande maioria do vosso povo – desejo ardentemente que a fé nunca se reduza à observância de rituais e preceitos, mas que consista em amar Jesus Cristo e segui-lo, e que possa tornar-se uma cultura vivida, inspirando mentes e ações e tornando-se um farol de luz que ilumina o caminho”, declarou o Papa.

Francisco concluiu com votos de que “todos os povos da Papua Nova Guiné, com a variedade das suas tradições, vivam juntos em harmonia e deem ao mundo um sinal de fraternidade”.

O Papa cumprimentou crianças e representantes dos povos nativos, em trajes tradicionais, presentes na sala, e também todos os membros da orquestra, antes de seguir para uma sala contígua, onde se reuniu com dirigentes de vários países e organizações do Pacífico.

No livro de honra da Government House, Francisco deixou uma mensagem escrita pelo próprio punho: “Honrado em poder conhecer o povo da Papua-Nova Guiné, faço votos de que encontre sempre na oração luz e força para percorrer unido o caminho da justiça e da paz”.

Os percursos pelas ruas de Porto Moresby têm sido acompanhados por milhares de pessoas.

Esta é a terceira viagem de um pontífice ao país da Oceânia, onde São João Paulo II esteve em 1984 e 1995, tendo beatificado Pierre To Rot (1912-1945), mártir, morto durante a ocupação japonesa, na II Guerra Mundial.

O governador-geral da Papua-Nova Guiné saudou Francisco, recordando a história da Igreja Católica no arquipélago e as visitas de João Paulo II.

Bob Bofeng destacou o papel das instituições católicas na promoção social e na defesa dos direitos das mulheres, alertando depois para o impacto da crise climática no arquipélago.

O programa do dia prossegue às 17h00 locais (08h00 em Lisboa), numa visita crianças de rua e pessoas com deficiência, apoiadas por instituições de caridade, na ‘Caritas Technical Secondary School’, fundada pelas Irmãs da Caridade de Jesus, da família Salesiana, antes do encontro com representantes da comunidade católica da Papua-Nova Guiné e das Ilhas Salomão.

A viagem mais longa do atual pontificado, que começou na Indonésia (3-6 de setembro), passa pela Papua-Nova Guiné (6-9 de setembro), Timor-Leste (9-11 de setembro) e Singapura (11-13 de setembro).

Fonte: Agência Ecclesia

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Papua Nova Guiné: o Papa encontra uma Igreja jovem e sedenta da Palavra de Deus

“A fé é forte aqui. Estive na selva e é lindo ver que nessas pequenas estradas você encontra pessoas que, com um coração simples, pedem que você pare e reze a Missa e dê a comunhão. Elas nos dizem: 'Precisamos da confissão'. Elas têm muito respeito pelo padre e pela Eucaristia, especialmente as crianças. As igrejas aqui estão cheias de jovens e crianças. E é exatamente isso que o Papa vai encontrar: uma Igreja jovem e sedenta da Palavra de Deus”, diz o missionário verbita, padre Alejandro Diaz

Vatican News

As ondas azuis do oceano de um lado, as selvas e florestas do outro. É assim que a parte norte de Papua Nova Guiné, a segunda etapa da longa viagem do Papa Francisco à Ásia e Oceania, aparece à primeira vista. Vilarejos espalhados entre a praia e os planaltos, sem eletricidade, sem aquedutos, sem supermercados.

Em Papua Nova Guiné, a segunda etapa de sua 45ª Viagem Apostólica Internacional, suspensa entre a Ásia e a Oceania, o Papa Francisco também se encontrará com os missionários de Vanimo, que chegaram de longe para continuar o trabalho daqueles que os precederam na proclamação do Evangelho naquela periferia do continente que leva o nome do Oceano.

Diálogo e respeito são as palavras-chave, explica à agência missionária Fides padre Alejandro Diaz, 51 anos, missionário argentino do Instituto do Verbo Encarnado: “Cheguei aqui há um ano para iniciar a primeira experiência de um mosteiro masculino em Papua-Nova Guiné. A estrutura, no vilarejo de Wutung (situado ao norte, a poucos quilômetros da fronteira com Papua, ndr), já está ativa”.

Amizade entre o Bispo de Roma e os missionários no país

“Vivemos a vida contemplativa típica dos monges, nos dedicamos à oração e vivemos do que produzimos. Mas também somos missionários, e o horto não fica apenas no mosteiro. Entramos em contato com os vários vilarejos da selva e também estamos ensinando-os a cultivar a terra, a criar vacas, gansos ou galinhas”.

Agora, com a chegada do Papa, há muito a ser feito, muito a preparar: “Felizmente, muitos aceitaram o Evangelho e, quando souberam que o Pontífice estava chegando, todos se colocaram à disposição para nos ajudar”, revela o padre Diaz.

Há um vínculo de amizade entre o Bispo de Roma e a comunidade de missionários que trabalham no norte de Papua Nova Guiné. Um vínculo que começou há anos: “Ele sempre nos apoiou. Graças à ajuda que nos enviou, construímos um internato para meninos, conseguimos encontrar veículos quatro por quatro para nos deslocarmos pela selva”. Graças à caridade do Papa, “também conseguimos comprar um micro-ônibus que serve como ônibus escolar para os vilarejos”.

Ótimo relacionamento dos missionários com a população

“O Papa - conta o missionário - insistiu muito para vir aqui a Vanimo, que é uma cidade pequena (150.000 habitantes, ndr), muito pobre. Aqui ele se reunirá com a comunidade local e depois chegará a um vilarejo próximo, Baro, para uma visita particular à nossa escola”. Um concerto preparado pelos alunos, que vêm ensaiando com seus instrumentos há semanas, lhe dará as boas-vindas. “O Papa Francisco abençoará 25 imagens da padroeira da Argentina, Nossa Senhora de Luján (um ícone que também será homenageado pelo Papa com a entrega da rosa de ouro, ndr), pois a chegada do Pontífice coincide com o 25º aniversário da chegada da imagem de Nossa Senhora de Luján a Papua Nova Guiné. “As imagens que ele abençoará serão doadas para as capelas dos vilarejos na selva”.

Muitas pessoas estão chegando a Baro e Vanimo há dias, não apenas para ouvir e ver o sucessor de São Pedro, mas sobretudo para ajudar a organizar e montar os espaços para a cerimônia: “Com um coirmão, outro dia, também fomos caçar cervos. As pessoas também nos pedem hospitalidade e vêm sem nada, porque não têm nada. Muitos vieram a pé, alguns sem sapatos. Caminharam durante dias e, com um espírito alegre, nos ajudam a preparar o que é necessário”.

Uma Igreja jovem e sedenta da Palavra de Deus

O padre Diaz nos diz que o relacionamento que foi criado entre os missionários e a população “é ótimo. Eles nos receberam muito bem. Estão abertos ao encontro com Cristo e à fé católica, tal como lhes é proposta”. Estes dias, todos têm participado de reuniões, celebrações e adoração eucarística a fim de se preparar para a chegada do Papa. “Até mesmo os não católicos o fizeram. Aqui vivemos com respeito”.

Diferentemente de outras partes do mundo, reconhece o padre Diaz, ”aqui todos têm um senso religioso. Dias atrás, tivemos uma procissão noturna com a Bíblia. Muitas pessoas participaram, até mesmo não-cristãos. E rezamos com uma oração universal, colocando Deus no centro”. E essa unidade também pode ser vista nos preparativos para a visita papal: “Até mesmo os líderes de outras religiões pediram nossa permissão para participar porque entendem que é um evento importante”.

 “A fé é forte aqui. Estive na selva - continua o padre Diaz -, e é lindo ver que nessas pequenas estradas você encontra pessoas que, com um coração simples, pedem que você pare e reze a Missa e dê a comunhão. Elas nos dizem: 'Precisamos da confissão'. Elas têm muito respeito pelo padre e pela Eucaristia, especialmente as crianças. As igrejas aqui estão cheias de jovens e crianças. E é exatamente isso que o Papa vai encontrar: uma Igreja jovem e sedenta da Palavra de Deus”.

A fé é a riqueza e o bem precioso dos papuásios

“A alegria deles - enfatiza o missionário - está na fé. É a sua riqueza e o seu bem precioso, e só isso é suficiente para eles. Nós podemos somente acompanhá-los e ajudá-los em seu caminho de fé”.

A escolha dos missionários é uma escolha de paciência que confia no tempo, sem entrar em conflito drástico com os costumes e as tradições locais. “Nós não removemos ou apagamos as culturas locais. Há muita magia, superstição, bruxaria... mas seus costumes e tradições são importantes. Aos poucos, esclarecemos todos os elementos e eles entendem e aceitam ainda mais a fé católica”.

É claro que não faltam dificuldades: “Alguns líderes tribais não aceitam esses ensinamentos. Eles acham - diz o religioso - que queremos roubá-los ou que eles não querem renunciar à veneração de espíritos ou elementos da natureza. Nossa tarefa é explicar-lhes bem que queremos ajudá-los, compartilhar com eles coisas que são boas para suas vidas”. E a visita do Papa, “para nós missionários, é como uma carícia. Nos sentimos encorajados a continuar nesse caminho”.

(com Fides)

Fonte: Va\tican News

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Papa em Papua Nova Guiné: o povo que reza tem futuro!

"É com alegria que começo a minha visita entre vocês", disse Francisco às autoridades papuásias, em seu primeiro discurso na Papua Nova Guiné. "Agradeço por me terem aberto as portas do seu bonito país, tão longe de Roma e, no entanto, tão próximo do coração da Igreja Católica."

Vatican News

O primeiro compromisso oficial do Papa Francisco em Papua Nova Guiné foi a visita de cortesia ao governador-geral do país, Bob Bofeng Dadae, na "Government House".  O país é um Estado soberano membro da Comunidade das Nações (Commonwealth), cujo monarca é o Rei Carlos III da Inglaterra. Tratou-se de uma visita protocolar, com a assinatura do Livro de Honra, foto oficial, encontro privado, troca de presentes e apresentação da família.

Na sequência, o Santo Padre percorreu pouco mais de três quilômetros até o principal centro de conferências da cidade de Port Moresby, a APEC Haus, construída para hospedar em 2018 o vértice dos líderes do Fórum Econômico Ásia-Pacífico (APEC). Às autoridades civis e políticas, o Pontífice pronunciou seu primeiro discurso em Papua Nova Guiné, ao lado do governador, ao qual agradeceu pelo "caloroso acolhimento". 

Francisco declarou-se "fascinado" pela riqueza cultural extraordinária do país, formado por centenas de ilhas, onde se falam mais de oitocentas línguas, de acordo com os grupos étnicos: "Imagino que esta enorme variedade seja um desafio para o Espírito Santo, que cria harmonia a partir das diferenças!".

Papua é rica não só em ilhas e idiomas, mas também de recursos terrestres e hídricos, que são destinados por Deus a toda a comunidade, lembrou o Papa, acrescentando que é justo que as necessidades das populações locais sejam devidamente tidas em conta na distribuição dos lucros e no emprego da mão de obra, de modo a produzir um efetivo melhoramento das suas condições de vida.

De modo particular, Francisco pediu o fim das violências tribais, que causam muitas vítimas: "Apelo, pois, ao sentido de responsabilidade de todos para que se ponha termo à espiral de violência e se caminhe resolutamente pela via que conduz a uma cooperação frutuosa, em benefício de todo o povo do país". O Papa citou ainda a questão do estatuto da ilha de Bougainville, solicitando uma solução definitiva para não reacender velhas tensões.

Mas nem só dos bens de primeira necessidade vive o homem, recordou o Santo Padre, é necessária uma grande esperança no coração: "A abundância de bens materiais, sem este sopro da alma, não basta para dar vida a uma sociedade vital e serena, trabalhadora e alegre; pelo contrário, fecha-se sobre si mesma. A aridez do coração faz perder o rumo e esquecer a justa escala de valores; tira-lhe o ímpeto e bloqueia-a a ponto – como sucede em algumas sociedades muito ricas – de perder a esperança no futuro e de já não encontrar razões para transmitir a vida e a fé às gerações vindouras".

Por isso, é necessário orientar o espírito para realidades maiores e o lema da visita a Papua Nova Guiné recorda exatamente isso, resumido no verbo “Pray” – “rezar”. "Talvez alguém, demasiado respeitador do 'politicamente correto', fique surpreendido com esta escolha; mas, na realidade, engana-se, porque um povo que reza tem futuro, buscando força e esperança no Alto".

Para todos os que se professam cristãos, a grande maioria do povo papuásio, o Papa faz votos de que a fé nunca se reduza à observância de rituais e preceitos, mas que consista em amar Jesus Cristo e segui-lo. O Pontífice felicita as comunidades cristãs pelas obras de caridade que realizam no país e cita como exemplo duas figuras importantes da Igreja no país, os Bem-aventurados Pedro To Rot e Giovanni Mazzucconi, do PIME.

O Santo Padre retomou as palavras do governador-geral quando citou as mulheres: "Não nos esqueçamos que são elas a levar avante um país. As mulheres têm a capacidade de dar vida, de construir, de fazer crescer um país. Não nos esqueçamos que as mulheres estão em primeiro lugar do desenvolvimento humano e espiritual".

"É com alegria que começo a minha visita entre vocês", disse por fim Francisco. "Agradeço por me terem aberto as portas do seu bonito país, tão longe de Roma e, no entanto, tão próximo do coração da Igreja Católica. Porque no coração da Igreja está o amor de Jesus Cristo, que na cruz abraçou todos os homens. O seu Evangelho é para todos os povos, não está ligado a nenhum poder terreno, mas é livre para fecundar todas as culturas e fazer crescer no mundo o Reino de Deus".

No final do encontro com as autoridades, o Papa cumprimentou brevemente vários dignitários do governo, da sociedade civil e do corpo diplomático de Papua Nova Guiné, bem como líderes de vários países e organizações do Pacífico, incluindo o primeiro-ministro de Vanuatu, o presidente de Nauru, o primeiro-ministro do Reino de Tonga e o secretário-geral do Secretariado do Fórum das Ilhas do Pacífico.

Fonte: Va\tican News

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Cardeal de Jacarta: o coração da mensagem do Papa, viver unidos e em harmonia

Em conversa com a mídia vaticana, o arcebispo Ignatius Suharyo Hardjoatmodjo reflete sobre os frutos que poderá dar a visita de Francisco à Indonésia, primeira etapa da viagem apostólica que agora continua na Oceania: fé, fraternidade, compaixão não são apenas o lema da viagem apostólica, mas são também “o espelho das dinâmicas da vida da Igreja” no país.

Por Bernardo Suate e Isabella Piro

Fé, fraternidade e compaixão: não é apenas o lema da viagem apostólica do Papa Francisco à Indonésia, mas também “o espelho das dinâmicas da vida da Igreja” no país. Nos meios de comunicação vaticanos, o arcebispo de Jacarta, cardeal Ignatius Suharyo Hardjoatmodjo, resume assim o significado da visita do Pontífice à nação asiática. Uma visita que começou no dia 3 de setembro e se concluiu na manhã desta sexta-feira, 6, com a partida do voo papal rumo à Papua Nova Guiné, segunda etapa da viagem internacional que levará Bergoglio também a Timor-Leste e Singapura.

Em Jacarta, explica o cardeal, o Santo Padre foi recebido calorosamente, o que fortaleceu “uma longa história de relações diplomáticas entre a Indonésia e a Santa Sé”, iniciada em 1947 e definitivamente estabelecidas três anos depois.

«Nós, não só os católicos, mas também todos os membros de outras comunidades religiosas - afirma o cardeal - queremos crescer na nossa fé. E um dos indicadores mais importantes da fé é a fraternidade. Se você diz ser um fiel e pertencer a uma religião, mas não cresce na fraternidade, isso poderia levantar uma grande questão sobre se você é realmente um fiel ou apenas tem uma religião, mas não é religioso». Da mesma forma, acrescenta o entrevistado, «o fruto da fraternidade é a compaixão. Se você diz ser meu irmão ou irmã, mas não demonstra isso com uma atitude compassiva, então suas ações poderão lançar grandes dúvidas sobre suas afirmações».

O arcebispo de Jacarta recorda, portanto, que durante a visita à Indonésia cada uma das três palavras do lema foi desenvolvida pelo Papa Francisco em diferentes contextos: por exemplo, no dia 4 de setembro, durante o encontro com as autoridades, os representantes da sociedade civil e o corpo diplomático, que decorreu no Palácio Presidencial, o Pontífice «falou da fraternidade, das relações entre os fiéis de diferentes religiões e da Pancasila», ou seja, dos cinco pilares que fundamentam a Nação: a fé num Deus supremo; humanidade justa e civil; unidade; democracia guiada pela sabedoria; justiça social. E fez o mesmo no encontro sucessivo com a comunidade eclesial, realizado na catedral de Jacarta dedicada a Nossa Senhora da Assunção, proferindo o que o cardeal definiu como «um discurso especial».

O cardeal Suharyo Hardjoatmodjo concentra-se então na "Declaração Conjunta de Istiqlal 2024" - Promover a harmonia religiosa para o bem da humanidade - assinada na quinta-feira, 5 de setembro, pelo Papa Francisco e pelo Grão Imame Nasaruddin Umar durante o encontro inter-religioso na mesquita Istiqlal da capital indonésia. «O documento também foi assinado por todos os líderes das seis principais religiões do país [Islâmica, Protestante, Católica, Hindu, Budista e Confucionista n.d.r]. Na verdade, sete, considerando o credo local, explica o cardeal. E acho que é importante aprender a história da mesquita». Situado no centro de Jacarta, em frente à catedral católica, o edifício foi projetado em 1954 pelo arquiteto cristão Friedrich Silaban, e pretende sublinhar tanto o princípio filosófico caro à nação da unidade na diversidade, "Bhinneka Tunggal Ika”, também inscrito no brasão indonésio, quanto o desejo de uma terra onde todas as religiões coexistam em paz e harmonia. «Estamos juntos – sublinha o cardeal arcebispo – e quero dizer um ao lado do outro para simbolizar o nosso ideal: construir e viver em harmonia». Não foi por acaso, acrescenta, que «depois da assinatura do documento, o Grão Imame me disse que devemos nos encontrar e discutir juntos o que pode ser feito a partir de agora, para que a “Declaração Conjunta” não permaneça um simples pedaço de papel, mas represente o início de diversas ações conjuntas das diferentes comunidades religiosas presentes na Indonésia». O documento «não é apenas teoria, mas também prática – reitera o cardeal. Esperamos que a sua assinatura fortaleça o nosso modo de caminhar juntos para o futuro».

Por fim, centrando-se nos frutos que podem surgir da visita do Papa Francisco ao país asiático, o arcebispo de Jacarta reitera a sua esperança: «Cresçamos na fé, cresçamos na fraternidade, cresçamos na compaixão. Penso que tudo isto será compreendido muito facilmente não só pelos católicos, mas também por todos os indonésios e por qualquer pessoa que pertença a uma comunidade de fé».

Fonte: Va\tican News

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A jovem terra de Papua: um exemplo no cuidado com a criação

Uma ponte natural entre a Ásia, a Austrália e as ilhas da Oceania, a Igreja local se sente honrada pela visita de Francisco, que chega da Indonésia. O país é considerado guardião das tradições e impulsionador de modernidade e desenvolvimento, por meio de uma presença atenta e respeitosa.

Delphine Allaire - Port Moresby

Com fervor, orgulho e uma curiosidade acentuada, os habitantes do mais populoso dos Estados da Oceania aguardam o Pontífice, com quem parecem já nutrir uma grande familiaridade, apesar dos 14 mil quilômetros de distância de Roma. Basta mencionar a Cidade Eterna para que seus rostos exibam olhares cintilantes e um grande senso de reverência.

Inculturação, entre influências estrangeiras e tradições locais

O catolicismo enraizou-se com êxito neste país, com uma cultura antiga e uma jovem independência das grandes potências que competiram por ele durante séculos e continuam a fazê-lo até hoje: a Indonésia, onde residem alguns milionários que investiram em Papua; a grande amiga Austrália, presente no comércio, na economia e nas organizações de caridade; a China, que escolheu as vizinhas Ilhas Salomão como uma ponte no Pacífico e que tem marcado presença no sistema escolar e na ajuda humanitária. Nesse contexto de influências estrangeiras, a Igreja local está traçando seu próprio caminho. Com seu primeiro cardeal, o arcebispo John Ribat, criado por Francisco em 2016, está mostrando uma inculturação respeitosa em uma sociedade dividida em múltiplos grupos religiosos, uma das mais tradicionais do mundo.

Quase metade da população está abaixo da linha da pobreza

Em comparação com a Indonésia, que está em pleno desenvolvimento, o Papa visita um país de ilhas pobres, com uma geografia áspera e montanhosa, onde a taxa de matrícula escolar ainda não é ideal e as infraestruturas são insuficientes. Quarenta por cento dos papuásios vivem abaixo da linha da pobreza. O governo prometeu, por exemplo, instalar uma linha ferroviária — sonho de muitos por lá — mas essa perspectiva permanece distante e teórica. Muitos peregrinos virão à missa do Papa no Estádio John Guise no domingo, chegando a pé das zonas mais remotas, como o Monte Hagen, onde João Paulo II fez uma visita em 8 de maio de 1984. Essa crônica privação material gera focos de violência localizados, onde proliferam as armas de fogo. As guerras rituais que outrora eram a norma transformaram-se em conflitos entre clãs, às vezes ligados ao flagelo do álcool, com um espírito de vingança que nunca se apaga.

 “A fé é forte aqui. Estive na selva e é lindo ver que nessas pequenas estradas você encontra pessoas que, com um coração simples, pedem que você pare e reze a Missa e dê a ...

O papel da igreja local na mediação de conflitos

As igrejas desempenham um papel muito importante na mediação desses conflitos. “Nas guerras tribais, por exemplo, são frequentemente chamadas a mediar. As igrejas não são elementos estranhos à aldeia, mas endógenas ou completamente reformuladas através da aldeia”, explica o antropólogo Nicolas Garnier, diretor do Centro de Pesquisa Social da Universidade do Verbo Divino de Madang, colocando em perspectiva o alcance dessa violência, não a considerando um fenômeno global. “Dado o modo como a sociedade está subdividida em milhares de pequenas unidades, a única maneira de compreender as origens dessa violência é por meio de uma microcirurgia”, afirma o ex-responsável pela unidade de patrimônio da Oceania no Musée des Arts Premiers do Quai Branly, em Paris.

A representação das mulheres

A violência também está por vezes ligada à persistência da feitiçaria. E suas consequências desastrosas pesam muito sobre as mulheres, que geralmente são acusadas. “A feitiçaria está profundamente enraizada na nossa cultura. É um grande problema, porque quando uma mulher é visada, ela tem tanto medo dos homens que é forçada a admitir o que não é. As mulheres ainda hoje são queimadas por isso”, diz a irmã Daisy Lisania MSC, muito ativa na diocese de Port Moresby e responsável pela comunicação da visita do Papa. A religiosa papuásia reconhece que houve tímidos progressos na representação feminina no país. Três mulheres fazem parte do Parlamento e a Igreja está promovendo ao máximo possível a educação feminina, particularmente na Caritas Technical Secondary School da capital, onde Francisco fará uma visita no sábado, 7 de setembro. A própria irmã Daisy foi a primeira mulher na história da Igreja a participar de uma visita ad limina de bispos, em maio de 2023. Um evento histórico pelo qual ela agradece a uma só pessoa: o Papa. Apenas ao mencioná-lo ela derrama algumas lágrimas.

Os desafios do país também são exógenos, considerando a exploração estrangeira por parte de empresas mineradoras que saqueiam os preciosos recursos naturais da terra, usurpam as aves do paraíso e contribuem para as mudanças climáticas, às quais a população está particularmente exposta, como seus vizinhos polinésios. Também nesse caso, em uma cultura onde a abordagem da natureza é holística, Papua Nova Guiné está dando ao mundo inteiro uma lição de cuidado com a Criação.

A lição do sínodo melanésio

A visita do Papa — que no domingo se reunirá com seus compatriotas missionários no norte do país, durante uma parada em Vanimo — será uma tentativa humilde de entrar em contato com essas realidades locais, que estão entre um patrimônio a ser preservado com cuidado e uma modernidade a ser abraçada sem assumir sua uniformidade. Esse foi o tema da última grande assembleia sinodal dedicada à Oceania no início do terceiro milênio, que produziu a Exortação Apostólica Ecclesia in Oceania. Essa sinodalidade muito antiga na melanésia sem dúvida contribuirá para estabelecer o fundamento de uma Igreja universal, promovendo maior comunhão, participação e missão — exatamente as diretrizes nas quais os padres sinodais continuarão a trabalhar no Vaticano durante a sessão do próximo mês de outubro.

Fonte: Va\tican News

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Viagem à Ásia, entre os presentes de Francisco uma medalha que fala ao Oriente

Segundo a tradição, o Papa oferece às autoridades políticas e religiosas uma medalha cunhada por ocasião da viagem apostólica. Em poucos centímetros de diâmetro, os quatro países orientais são resumidos através dos seus símbolos principais, dominados pela proteção da Virgem com o Menino. No anverso da medalha, o brasão papal. A partir do terceiro ano de pontificado, por vontade do próprio Pontífice, não aparece a sua imagem, mas apenas o seu brasão.

Maria Milvia Morciano – Vatican News

O Papa Francisco doou, como é habitual, o medalhão comemorativo da viagem e a medalha de ouro do pontificado ao presidente da República da Indonésia, e doará também aos presidentes de Timor-Leste e Singapura e ao governador-geral da Papua Nova Guiné, bem como a cada nunciatura apostólica dos quatro países visitados. Ele entregará uma medalha da viagem ao primeiro-ministro de Singapura.

O presente, um vínculo de amizade

Na tradição mais arcaica, o presente é algo que uma pessoa leva consigo quando vai a um lugar. A troca de presentes é recíproca, entre convidado e anfitrião, símbolo universal de amizade e, portanto, de vínculo. Basta ler os poemas gregos para ter uma ideia precisa e perceber também como esse uso manteve o mesmo significado ao longo do tempo.

Uma linguagem dos tempos que mudam

Durante as suas viagens, o Papa dá e recebe presentes que, para além do seu valor intrínseco, têm um valor metafórico. As medalhas estão entre elas e o fato de serem realizadas para a ocasião, de terem imagens compreensíveis em todos os lugares e em todas as línguas, sublinha estes aspectos. O reverso anuncia os locais visitados ou as ocasiões nos seus aspectos fundamentais. O anverso refere-se ao Papa, ao seu nome e ao ano do seu pontificado. Nas medalhas papais o busto do Pontífice ficava principalmente de perfil, mas com o passar do tempo parece girar progressivamente, primeiro em três quartos e depois em posição frontal, que acabou prevalecendo. O perfil, na tradição das moedas gregas e romanas, mas também do Renascimento, provavelmente faz mais sentido no baixo-relevo inscrito nos poucos centímetros disponíveis, mas também confere à pessoa retratada um carácter hierático e, portanto, uma sensação de distância em quem olha. Talvez para evitar tudo isto, as imagens dos Papas mais recentes têm rostos a três quartos, ou estão em posição frontal, e por vezes com sorriso. A medalha por sua natureza parece querer parar o tempo, comemora uma determinada ocasião oficial, mas destaca, como qualquer obra figurativa, as mudanças de estilo, a percepção dos símbolos, sobretudo as mudanças na forma de comunicar: é uma verdadeira e própria linguagem de sinais em miniatura.

Com o Papa Francisco não a imagem, mas o seu brasão

Nos primeiros anos de seu pontificado, o Papa Francisco também foi representado de perfil ou vista de três quartos, mas com o tempo, em vez do rosto, o brasão papal se destaca no anverso da medalha. Aparece junto com outras figuras, por exemplo, uma criança na medalha anual do segundo ano de pontificado. Por fim, prevalece o seu brasão, acompanhado pelo nome e ano de pontificado: uma mudança de estilo que acaba por se consolidar totalmente.

Eleonora Giampiccolo, diretora do Departamento de Numismática da Biblioteca Apostólica Vaticana, confirma que “desde o terceiro ano de pontificado, nas medalhas oficiais, bem como nas moedas, do Papa Francisco a sua imagem já não está presente, mas o brasão, por escolha do próprio Pontífice. Não existe lei que estabeleça a presença ou ausência de uma ou de outra representação. É verdade que antigamente a representação do busto prevalecia nas medalhas, sobretudo nas anuais, mas em tempos mais recentes não faltam exemplos de medalhas oficiais em que encontramos o brasão em vez da imagem. Refiro-me, por exemplo, a algumas medalhas de Paulo VI, as celebrativas do 39º Congresso Eucarístico de Bogotá (1968), da viagem a Uganda (1969) e da viagem ao Extremo Oriente (1970). Elas trazem o brasão e não a imagem. Para as moedas, no passado, brasões e imagens se alternavam indiferentemente."

Arianna Cicconi criou a medalha comemorativa da viagem do Papa Francisco à Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor-Leste e Singapura de 2 a 13 de setembro de 2024, cunhada pela empresa Senesi. Ela descreve isso nos microfones dos meios de comunicação do Vaticano: “A medalha é um conjunto de símbolos dos países que o Papa visitará. Em particular, temos o Merlion para Singapura, a ave do Paraíso para a Papua Nova Guiné, um rapaz usando o kaibauk para Timor-Leste que é um cocar tradicional, e por fim, o Garuda dourado para a Indonésia, um símbolo nacional, ou seja, uma águia dourada. No centro, continua a desenhista, eu quis também incluir a figura de Nossa Senhora com o Menino em atitude de bênção, como que para consagrar a visita do Papa. Por fim, considerando que na minha opinião se trata de países com uma natureza de uma beleza incrível, eu quis acrescentar alguns elementos como flores e plantas típicas e uma faixa no centro com um elemento decorativo que lembra a água, porque são locais com tradições muito fortes ligadas ao mar. Quis fazer esta homenagem que pudesse abranger tanto o ponto de vista cultural da tradição quanto da natureza que são fundamentais para este povo”, conclui.

Uma das grandes dificuldades da arte da medalha é inserir e tornar legíveis tantos símbolos num espaço relativamente pequeno. Cicconi observa que “obviamente o espaço é limitado e procuramos sempre dar a mesma importância a cada elemento, até porque podemos criar o risco de a composição ficar muito cheia, e que os elementos se percam e se confundam. Criar o equilíbrio certo é bastante difícil, mas fazendo várias tentativas consegue-se sempre chegar à harmonia desejada."

Cliente e inspiração

“Recebi sugestões sobre quais tipos de símbolos representativos usar, e depois analisei mais detalhadamente para ver do que se tratava e como inseri-los corretamente. Por exemplo, o cocar típico de Timor-Leste foi inicialmente apenas mencionado pela Secretaria de Estado e eu nem sabia o que era. Obviamente acho que um artista, um desenhista, deve sempre se aprofundar nas sugestões que um cliente lhe dá, também para poder criar uma obra o mais completa possível”, explica Arianna Cicconi.

Partir de um esboço

Sobre a escolha dos símbolos e elementos que farão parte da composição, o artista explica: “Normalmente parto de um esboço, ou melhor, de uma série de esboços que depois são examinados pelo cliente e geralmente não se consegue resolver rapidamente porque há sempre preferências ou um estilo que o cliente prefere".

Um estilo que segue a tradição

O estilo de Arianna Cicconi é clássico, harmonioso, inspirado na grande tradição romana do barroco, como ela confirma: “Gosto muito de um estilo decorativo clássico. Estou muito inclinada para este tipo de imagens e representações. Não me sinto muito confortável com o abstracionismo ou com a linguagem minimalista atual. Algumas vezes me pediram esse tipo de design, mas acho a linguagem clássica mais adequada".

Os muitos passos para realizar uma medalha

Mas como se faz uma medalha? Quais são as etapas desde o esboço até o objeto finalizado? Arianna Cicconi explica as principais etapas que no nível tradicional incluem sempre a criação de um modelo de gesso, pelo menos até a chegada das tecnologias digitais. “O artista faz um esboço a partir do qual se desenha um modelo de gesso que depois é inserido numa máquina chamada pantógrafo que consegue reduzir as dimensões do baixo-relevo que tem um diâmetro maior - a medalha que criei tem 30 centímetros e assim é uma medalha importante – e se cria um modelo de bronze. É feita uma fundição em areia e criada a reprodução exata do bronze que é inserido dentro do pantógrafo e consegue reduzir as dimensões perfeitamente à escala, mantendo a modelagem e o desenho. Consegue-se reduzi-lo em muitos centímetros e assim criar uma punção, ou seja, um material criativo positivo com baixo-relevo positivo e não cavado. Da punção obtêm-se vários cones que são o negativo da modelagem. Depois de vários acabamentos com outros punções, obtém-se finalmente a matriz que se tornará então a fundamental, ou seja, aquela que será utilizada diversas vezes para o batimento de todas as peças”.

Diferença entre medalha e moeda

A autora da medalha para a viagem à Ásia e Oceania, quando questionada sobre a diferença entre medalha e moeda, explicou que “A medalha é antes de tudo um produto artístico, pode também ter formas e relevos particulares que também podem ser abstraídos da forma circular que é quase fundamental para a moeda. Além disso, pode ter relevos muito mais elevados e elementos particulares, ou seja, suplementos. Pode-se jogar muito mais no âmbito artístico. São peças mais raras porque uma medalha tem um valor inferior enquanto a moeda tem um valor institucional porque tem um valor em si, o valor nominal que pode ser lido no anverso da moeda que está sempre presente, pelo menos no que diz respeito às moedas em circulação, porque também existe uma diferença entre as moedas em circulação, ou seja, aquelas que podem ser utilizadas para pagar e as moedas de coleção que também podem ser mais artísticas, que podem ter características mais originais, enquanto as moedas atuais respeitam características rigorosas de produção, ou seja, um relevo de uma certa altura, um tamanho específico e principalmente uma certa percentagem de metal.

Uma Santa Ana jovem para o Canadá

Arianna Cicconi também criou outras medalhas para o Papa Francisco, por exemplo, a da viagem apostólica ao Canadá em 2022. “Foi a primeira medalha para uma viagem apostólica que me pediram para fazer. Na verdade, foi realmente uma emoção. Alguns anos antes, quando ainda frequentava a Escola de Arte da Medalha do Instituto Poligráfico e da Casa da Moeda do Estado de Roma, que frequentei até 2021, um dos meus projetos foi selecionado para a medalha do IX ano de pontificado do Papa Francisco. A medalha canadense, em particular, é um dos projetos que mais me são caros porque gostei muito da figura de Santa Ana com a menina Maria nos braços e depois ao lado dessas duas figuras uma decoração de folhas de bordo que são o símbolo do país. Lembro-me que me disseram que o Papa apreciou o meu desenho porque fui uma das poucas entre todos os seus participantes neste concurso que representou Santa Ana com uma aparência jovem e, portanto, com uma beleza inocente. Isso me emocionou de uma forma particular porque era exatamente isso que eu queria comunicar.

Fonte: Va\tican News

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Observatório do Vaticano lança obra sobre eternidade entre o espaço e o tempo

Apresentado na manhã desta sexta-feira (06/09) na Cúria Geral dos Jesuítas uma obra, produzida com a Universidade de Pádua, da Itália, que reúne 24 contribuições dos maiores estudiosos da física, psicologia, filosofia e teologia, incluindo dois ganhadores do Prêmio Nobel. As questões sobre Deus e a consciência são discutidas juntamente com a teoria quântica, os buracos negros e o Big Bang com as contribuições da neurociência e inteligência artificial.

Vatican News

Uma obra coletiva que reúne 24 contribuições de filósofos, teólogos, físicos e psicólogos de renome internacional, com reflexões sobre os temas do limite e do infinito, do tempo e da eternidade, do espaço vazio e daquele material. Esse é o volume “Eternidade entre espaço e tempo: da consciência ao cosmos” (“Eternity between space and time: from consciousness to the cosmos”), publicado pela editora De Gruyter e apresentado nesta sexta-feira, 6 de setembro, na Cúria Geral da Companhia de Jesus, em Roma.

Os editores

O ensaio é o resultado da discussão realizada em maio de 2022 por ocasião da conferência organizada como parte do programa de mestrado em “Estudos sobre a morte e o fim da vida” na Universidade de Pádua, na Itália. Foi editado e escrito sob a direção científica de Ines Testoni, diretora do curso de mestrado e representante dos campos filosófico e psicológico; de Gabriele Gionti, cosmólogo e vice-diretor do Observatório Astronômico do Vaticano (representando a relação entre Teologia e Física); de Fabio Scardigli, físico-teórico do Departamento de Matemática da Politécnica de Milão e do Instituto Lorentz de Física Teórica da Universidade de Leiden (representando o campo da Física); de Andrea Toniolo, decano da Faculdade Teológica de Triveneto (representando o campo da Teologia). “Este ensaio explica melhor as linguagens que falam da finitude”, disseram os editores, ”considerando o conceito de eternidade como o pivô sobre o qual giram as definições novas e antigas das relações entre o nada e o ser, a física e a metafísica, a mortalidade e a imortalidade."

Questionar-se sobre Deus, a eternidade e a consciência

Questões filosóficas, teológicas e psicológicas sobre Deus, eternidade e consciência são discutidas e examinadas juntamente com as visões emergentes da teoria quântica, os conceitos de buraco negro, universo inflacionário e Big Bang e a teoria das cordas. Diferentes perspectivas e ângulos, que vão da neurociência à inteligência artificial.

Dois ganhadores do Prêmio Nobel fizeram contribuições: Roger Penrose e Gerard 't Hooft. Outros acadêmicos importantes incluem: Federico Faggin (Medalha de Tecnologia no Congresso dos EUA), Gabriele Veneziano (autor dos primeiros trabalhos sobre a teoria das cordas), Massimo Cacciari, Giulio Goggi, Kurt Appel.

A marca Severiniana

Uma das principais inspirações do texto também está, sem dúvida, ancorada no pensamento do grande filósofo Emanuele Severino. Sua obra representa um desafio e uma oportunidade, que o texto aproveita, para uma reflexão mais profunda e articulada sobre os fundamentos do ser e da transcendência. Especialmente nos ensaios filosóficos de Goggi, Testoni, Sacco, Messinese e Cacciari, a importância do ensinamento de Severino é destacada, trazendo à tona nosso mais profundo terror: acreditar que somos mortais, totalmente aniquiláveis. Compreender o que significa eternidade nos permite pensar em nós mesmos além do limite da morte.

Fonte: Va\tican News

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Padre Sina na Indonésia: visita do Papa fortalece a convivência pacífica

Ao final da visita de Francisco à Indonésia, o Pe. Pedro Sina, formador do seminário interdiocesano e professor de Doutrina Social da Igreja, destaca a mensagem de fraternidade que o Pontífice deixou ao povo.

Johan Pacheco - Jacarta

“Irmãos e irmãs, também gostaria de dizer a vocês, a esta nação, a este arquipélago maravilhoso e variado, que não se cansem de zarpar, não se cansem de lançar as redes, não se cansem de sonhar e de continuar a construir uma civilização de paz”, disse o Papa Francisco em homilia na missa celebrada em Jacarta, ao final da visita à Indonésia. Com sua presença em um país com grandes formas de pluralismo, mas com unidade nessa diversidade, o Pontífice deixou uma mensagem aos católicos para que sejam “construtores de esperança”, com a necessária tolerância e fraternidade entre as religiões.

Em entrevista à Rádio Vaticano - Vatican News, o Padre Pedro Sina - formador do Seminário Maior Interdiocesano São Pedro Ritapiret e professor de Doutrina Social da Igreja - faz uma avaliação da visita do Papa Francisco ao seu país.

“Acredito que o discurso do Papa sobre a importância da fraternidade tem muita relevância e importância para o nosso país, porque você sabe que a Indonésia é um país muito grande, com uma variedade de culturas, religiões, raças e precisamos dessa fraternidade, especialmente da fraternidade universal, em nível nacional, para que possamos viver em paz, em unidade e tranquilidade. Também porque, às vezes, a diferença de religião pode provocar conflitos entre outras pessoas e esperamos que a visita apostólica do Papa Francisco também possa nos proporcionar uma atmosfera pacífica em nosso país”, disse o Pe. Pedro Sina. Ele também espera que, como fruto dessa visita, o diálogo inter-religioso seja fortalecido:

“Acredito que a coisa mais importante para nós neste país é ter um diálogo inter-religioso, mas um verdadeiro diálogo inter-religioso para não cair no relativismo religioso ou no relativismo cultural, porque sabemos que somos todos iguais, no sentido de que somos indonésios e temos o mesmo direito de viver aqui.”

O sacerdote também destaca o trabalho da Igreja local em conjunto com outras religiões e organizações oficiais para o bem comum: “a Igreja Católica neste país deu muitas contribuições, há organizações católicas que dedicaram seu trabalho para o bem comum, realizando obras de caridade para ajudar os pobres. Há também uma boa colaboração entre a conferência episcopal e o governo, e também em nível local, por exemplo, nas dioceses, entre a Igreja e os cidadãos de outras religiões, especialmente os muçulmanos”.

O Pe. Pedro Sina conclui afirmando que eles ainda têm o compromisso de ser testemunhas do Evangelho na Indonésia: “nós, católicos, temos que ser o sal da terra e a luz do mundo, no espírito que Cristo nos pede”. - Fonte: Vatican News

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Sacerdote ucraniano no cativeiro russo: oração, fé e esperança

O sacerdote ucraniano Bohdan Heleta compartilhou sua experiência como prisioneiro de guerra da Rússia, deixando uma mensagem de fé e esperança em meio às provações.

Em 16 de novembro de 2022, os militares russos sequestraram dois sacerdotes, Pe. Bohdan Heleta e Pe. Ivan Levytsky. O Pe. Heleta foi detido dentro da Igreja da Natividade da Bem-Aventurada Virgem Maria. Eles foram levados para um prédio ocupado pelo Departamento de Polícia do Distrito de Berdiansk, onde foram ilegalmente privados de sua liberdade em um centro de detenção temporária.

Em dezembro de 2022, o “chefe do 3º Departamento de Investigação das Forças Unidas da Federação Russa”, Denis Shekhovets, em conspiração prévia com o “vice procurador militar”, Yevgeny Svistunov, e o “procurador militar da guarnição”, Alexander Korneev, elaboraram documentos com informações falsas. De acordo com esses documentos, os sacerdotes supostamente armazenavam munição e explosivos e colaboravam com os serviços especiais ucranianos, sendo ilegalmente designados como prisioneiros de guerra.

Entre março e agosto de 2023, os sacerdotes foram levados para a Colônia Correcional de Berdyansk nº 77 (cidade ucraniana ocupada pela Rússia), permaneceram dois dias em um porão desconhecido em Melitopol, posteriormente, foram transferidos para a colônia correcional de Kalinin, na região de Donetsk, onde permaneceram detidos até o dia da libertação. Os sacerdotes não receberam a devida assistência médica, especialmente o Pe. Heleta, que sofre de diabetes.

No final de junho de 2024, Pe. Heleta foi libertado como parte de uma troca de prisioneiros junto com o Pe. Ivan Levytsky “Foi uma grande surpresa”, disse o clérigo sobre a sua libertação. Eles não esperavam por isso, pensaram que seriam transferidos para algum lugar mais longe da Rússia, para o interior, para algum lugar da Sibéria.

Entrevista do Pe. Bohdan Heleta

O sacerdote ucraniano Bohdan Heleta compartilhou sua experiência como prisioneiro de guerra da Rússia, destacando o papel crucial da oração em sua sobrevivência. Em uma entrevista a uma estação de televisão eclesiástica, o sacerdote redentorista, que pertence à Igreja Greco-Católica unida a Roma, revelou que a oração, tanto a sua individual como a dos fiéis, o sustentou em momentos de aflição.

“Fui colocado em confinamento solitário com um alto-falante de música que tocava músicas soviéticas o dia inteiro. Então eu entendi como uma pessoa enlouquece e por que ela comete suicídio – eu entendi o que é suicídio. E, claro, o Senhor Deus ajuda, Ele dá força através da oração. Deus, Jesus Cristo, Maria, os Anjos estavam presentes. A oração era a salvação. Senti a oração da Igreja, que tantas pessoas estavam rezando por nós”.

Os prisioneiros eram sujeitos à tortura física, incluindo choques elétricos, e coerção para memorizar a letra do hino nacional russo, sob ameaça de punição se não o fizessem. Os sacerdotes tiveram suas barbas e cabelos rapados, de forma a não serem mais identificados como padres entre os demais prisioneiros.

“Em Berdyansk, não sofremos violência física. Por outro lado, em Horlivka, éramos submetidos a maus-tratos quase diariamente, vivendo em condições terríveis. O Pe. Ivan sofreu tantos espancamentos que chegou a desmaiar duas vezes”.

Diante disso, como ele encontrou forças para resistir tanto física quanto espiritualmente? “Foi muito simples para mim: lembrei-me de Jesus Cristo, Sua cruz, sofrimento, assim, encontrei forças e graça em meio ao meu próprio sofrimento. Sempre que era levado para algum lugar, me preparava interiormente, recorrendo à oração e pedindo forças a Deus. Não sabia se sobreviveria ou não… Parece-me que se essa situação tivesse persistido por mais um ano, ou talvez ainda menos, fisicamente teria sucumbido”. E depois acrescentou: “Desejo fazer um apelo às famílias, às mães, às esposas que têm filhos, pais ou outros entes queridos no cativeiro: não percam a esperança, rezem, voltem-se para Deus e tudo ficará bem”.

Pe. Heleta relatou que não foi possível celebrar a missa, embora soubessem que ele e Levitsky eram clérigos. Como pertenciam à Igreja Greco-Católica, foram tratados pelos soldados russos como membros de uma “seita” que se separou da Ortodoxia. Mas eles tinham uma Bíblia em russo, que liam secretamente nas reuniões matinais de oração.

“Tivemos a oportunidade de conhecer muitas pessoas, que partilhavam conosco suas experiências e buscavam por conforto mental e espiritual. Houve confissões”.

Porém, ele ficou impressionado com a capacidade das pessoas de suportar as torturas sem Deus, sem oração. E chegou à conclusão de que “ainda que uma pessoa acredite em algo, ela espera por algo. Elas tinham esperança, algumas em seus parentes, outras eram dominadas pelo ódio…”

No final da entrevista Pe. Heleta deixou uma mensagem:

“Desejo fazer um apelo a todos para que não percam a esperança. Se alguém está triste, em dúvida, em algumas situações trágicas da vida, que nunca perca a esperança! Tente se voltar para o Senhor. Tente dar a si mesmo e essa situação a Ele para que Ele possa estar em sua vida, em seu coração. Ele está sempre agindo e sempre esperando que digamos sim a Ele. Reze, volte-se para Deus, mude a si mesmo e o mundo ao seu redor!

Com informações Igreja Greco-Católica Ucraniana (ugcc.ua)

Fonte: Gaudium Press

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Indonésia prende suspeitos de tentar matar o papa Francisco que chega a Papua-Nova Guiné

Por Kristina Millare

O papa Francisco desembarcou hoje (6) em Papua-Nova Guiné com a notícia de que uma tentativa de matá-lo foi frustrada na Indonésia.

O jornal Straits Times, da Indonésia, disse que sete pessoas foram presas pela polícia em Jacarta entre 2 e 3 de setembro por uma denúncia de que planejavam um ataque ao papa.

Segundo a reportagem, um dos presos, suspeito de pertencer a um grupo terrorista, ficou irritado com a visita do papa à mesquita de Istiqlal, em Jacarta, capital da Indonésia.

O papa Francisco e o grande imã muçulmano Nasaruddin Umar assinaram ontem (5) uma declaração conjunta na mesquita condenando a violência religiosa.

Ao pousar hoje (6) no Aeroporto Internacional Jacksons, na capital do país, Port Moresby, depois de um voo de seis horas de Jacarta, Indonésia, o papa foi recebido na pista por mulheres da tribo Mekeo que vestiam trajes tradicionais. É o segundo país que o papa vai visitar em sua viagem de 12 dias pela Ásia e Oceania, a mais longa de seu pontificado.

Depois da guarda de honra, o vice-primeiro-ministro de Papua-Nova Guiné, John Rosso, e outros dignitários civis deram oficialmente as boas-vindas ao papa Francisco numa cerimônia formal no aeroporto.

Depois de ser recebido pelo arcebispo de Port Moresby, dom John cardeal Ribat, e por representantes da Conferência Episcopal de Papua-Nova Guiné e das Ilhas Salomão, o papa também foi recebido no país por bispos de Tonga, Fiji e Nova Zelândia.

Multidões se aglomeraram hoje (6) nas ruas do lado de fora do Aeroporto Internacional Jacksons, segurando velas acesas e smartphones.

Nos próximos três dias, Francisco vai se encontrar com líderes civis e comunidades católicas em Port Moresby e em Vanimo. Ele também vai visitar o santuário de Nossa Senhora Auxiliadora para se encontrar com padres, diáconos, ordens religiosas e catequistas e celebrar a missa dominical no estádio Sir John Guise.

O padre Gregorio Bicomong Jr. disse à ACI Stampa, agência em italiano da EWTN News, esperar que a presença do papa Francisco revigore a fé e a esperança dos povos de Papua-Nova Guiné.

“Esperamos que o Santo Padre se concentre em temas como famílias, perdão e fidelidade a Jesus”, disse o padre. “Rezamos para que o evento tenha uma impressão duradoura e um forte compromisso em viver nossa fé”.

O governo do país decretou estado de emergência por causa dos distúrbios políticos da Quarta-feira Negra de 10 de janeiro. Pelo menos doze pessoas morreram e centenas ficaram feridas nos confrontos.

Cerca de 96% da população de Papua-Nova Guiné se identifica como cristã. O catolicismo é a maior denominação do país. Segundo o censo de 2011 do país, 3 milhões de católicos vivem em Papua-Nova Guiné, com uma população total de 8,2 milhões de pessoas.

Fonte: ACIDigital

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