Informativo Diocesanos

Informativo Diocesano Semanal - 20 de outubro de 2024
18/10/2024


ASSESSORIA DIOCESANA DE COMUNICAÇÃO

www.diocesedeerexim.org.br E-mail: curia@diocesedeerexim.org.br

Fone/Fax: (54) 3522-3611

Ano 28 – nº. 1.470 – 20 de outubro de 2024


Crismas e Visita Pastoral: Crismas: Neste domingo, às 10h, na igreja São Francisco de Assis, Mariano Moro; sexta-feira, às 19h, sábado, às 14h30 e às 17h30 e domingo, às 09h, na igreja N. Sra. da Salette, Bairro Três Vendas, Erechim. Visita Pastoral: terça-feira, às 19h30, na Paróquia Santa Luzia, Bairro Atlântico, Erechim; quarta-feira, às 14h30 e às 19h30 e quinta-feira, às 19h30, em comunidades do município de Floriano Peixoto, Paróquia Imaculada Conceição, Getúlio Vargas. 

Reunião da Coordenação Diocesana da Ação Evangelizadora: Segunda-feira, às 0830, no Centro Diocesano. 

Retiro da Pastoral da Saúde: Quinta-feira, às 08h30, no Auditório São José, orientado pela Irmã Elise Sehnen, de Porto Alegre, da Congregação da Divina Providência e que foi coordenadora estadual da Pastoral da Saúde.

Direção do Santuário N. Sra. de Fátima expressa agradecimento às equipes de serviço da Romaria: O Reitor do Santuário Diocesano de Erechim, Pe. José Carlos Sala e o Vice-Reitor, Pe. Lucas André Stein, com o Diácono Jandir Casagrande, que atua no Santuário, divulgaram mensagem, quinta-feira, 17, ressaltando que do dia 04 a 13 deste mês foram vividos momentos intensos de oração, fé e espiritualidade, um tempo especial de graças e bênçãos. O hino da romaria ecoou solenemente e deu o tom dos peregrinos e devotos de Nossa Senhora de Fátima, mãe do silêncio, da escuta e da oração. Manifestam expressivo agradecimentos ao grande grupo de pessoas que, com generosidade, dedicação e leveza, trabalharam incansavelmente nos mais diversos serviços, numa clara demonstração de amor ao Santuário. Já no momento da adoração ao Santíssimo Sacramento e bênção da saúde, na tarde do dia da Romaria, o reitor havia manifestado efusivos agradecimentos aos colaboradores e aos voluntários da Romaria, à equipe de liturgia, que conta com o Bispo, aos padres e equipes das Áreas Pastorais, Diáconos, equipe de canto e música, Conselho Econômico com Ildo Benincá, coordenador da parte social da Romaria, equipe de secretaria e contabilidade, equipe de orientação das confissões, das coletas, da anotação das intenções de missa, da procissão, da visita às empresas, da ornamentação da imagem e do altar interno e campal, da limpeza, da saúde, grupo da cozinha e do churrasco, com os voluntários de Severiano de Almeida, das bebidas e gelatos, aos doadores das flores, às rádios, às empresas patrocinadoras dos impressos, à Brigada Militar, ao Departamento Municipal de Trânsito e outros. Não citou nomes para não incorrer no risco de não relacionar alguém. A mensagem ressalta que o êxito da Romaria se deve à generosa dedicação de todos e à participação dos devotos. Expressa desejo de contar novamente com a presença e ajuda de todos no próximo ano e invoca, por intercessão de N. Sra. de Fátima, a bênção, as graças de paz, saúde e proteção de Deus. 

Reabertura do Seminário Menor e convite para a próxima Romaria e visita ao Santuário: Com o agradecimento aos colaboradores da Romaria, no momento da bênção da saúde com o Santissimo Sacramento, na Romaria, o Reitor do Santuário lembrou que no próximo ano será reaberto o Seminário Menor, para o qual está sendo adaptada uma parte do prédio. Acolherá seminaristas para o ensino médio. Motivou todos a encaminhar candidatos entrando em contato com a secretaria paroquial ou diretamente no Seminário. Agradeceu a quem colaborou para cobrir as despesas da reforma. Em breve, o livro ouro com os nomes dos doadores estará na sala das graças, ao lado da Capela da Reconciliação. As doações podem continuar a ser feitas. Convidou a todos para a Romaria do próximo ano, a do Jubileu 2025, no dia 12 de outubro. Concluiu com cativante convite a todos a ir ao Santuário seja para rezar pessoalmente ou participar da missa, bem como visitar a esplanada, lugar privilegiado para passar algum tempo de convivência. Muitos testemunham que é um lugar de paz e nele se sentem bem. 

Santuário N. Sra. Fátima de Erechim anuncia novo horário semanal de missa: A direção do Santuário Diocesano de Erechim comunicou, quinta-feira, como já havia informado durante a novena e na romaria, um novo horário semanal de missa. Será em honra ao Imaculado Coração de Maria e do Sagrado Coração de Jesus, às 14h30 da sexta-feira. 

Encontro Diocesano de canto litúrgico: Será no próximo sábado, dia 26, das 13h30 às 16h30, no Auditório São José, próximo ao monumento de N. Sra. de Fátima na esplanada do Santuário. Destina-se a equipes de canto, instrumentistas, salmisatas, equipes de liturgia das comunidades e interessados em participar deste serviço na respectiva de ajudar na comunidade. Não há inscrição nem custo. Pede-se a todos os que participarem levar o Hinário Litúrgico e aos músicos, seus instrumentos. 

Solidariedade Missionária e compromisso com a Evangelização: Desde 1926, por instituição do Papa Pio XI, a Igreja Católica em todo o mundo celebra o Dia Mundial das Missões no penúltimo domingo deste mês de outubro com reflexão sobre a importância da Evangelização e o compromisso com aqueles que ainda não conhecem a mensagem cristã, oração para sua realização e coleta financeira para apoiar a ação missionária nos territórios mais necessitados. Assim, sábado e domingo, em todas as celebrações litúrgicas, a coleta destina-se integralmente ao Fundo Mundial de Solidariedade, colaborando com o Papa no apoio de iniciativas que promovem a educação, a saúde e o desenvolvimento social, além de fortalecer a presença da Igreja em locais onde a fé católica enfrenta desafios maiores. A coleta deve ser enviada à secetaria paroquial que a enviará à Cúria Diocesana. Por sua vez, ela a remeterá ao seu destino. Observa-se que o Dia Mundial das Missões não é apenas um momento de contribuição financeira, mas também esta oportunidade para que os católicos se unam em oração e solidariedade, lembrando que cada gesto de generosidade pode transformar vidas.

O convite a todos para o banquete do Senhor: Papa Francisco definiu o tema de sua mensagem para o Dia Mundial das Missões deste ano a partir da parábola evangélica do banquete nupcial, para o qual o rei, protagonista da narração, diante da recusa dos convidados, pede aos seus servos para saírem pelos caminhos e convidarem a todos para a festa. A partir da Parábola, o Papa ilustra alguns aspectos importantes da evangelização. Tais aspectos revelam-se particularmente atuais para todos nós, discípulos-missionários de Cristo, nesta fase final do percurso sinodal que, de acordo com o lema “Comunhão, participação, missão”, deverá relançar na Igreja o seu empenho prioritário, isto é, o anúncio do Evangelho no mundo contemporâneo. O primeiro aspecto é ir, chamar, convidar. A missão é ida incansável rumo a toda a humanidade para convidá-la ao encontro e à comunhão com Deus. Ele está sempre em saída ao encontro de cada ser humano para chamá-lo à felicidade do seu Reino, apesar da indiferença ou da recusa. O segundo aspecto é o convite para o banquete, a sua perspectiva escatológica e eucarística da missão de Cristo. Este banquete reflete o banquete escatológico; é imagem da salvação final no Reino de Deus – já em realização com a vinda de Jesus, o Messias e Filho de Deus, que nos deu a vida em abundância. O terceiro aspecto diz respeito aos destinatários do convite – todos. Ainda hoje, num mundo dilacerado por divisões e conflitos, o Evangelho de Cristo é a voz mansa e forte que chama os homens e mulheres a encontrarem-se, a reconhecerem-se como irmãos e a alegrarem-se pela harmonia entre as diversidades. Deus “quer que todos os seres humanos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1 Tim 2, 4). Na conclusão de sua mensagem, Francisco convida a voltar o olhar para Maria, que obteve de Jesus o primeiro milagre precisamente numa festa de núpcias, em Caná da Galileia (cf. Jo 2, 1-12). Exorta a pedir-lhe a sua intercessão materna para a missão evangelizadora dos discípulos de Cristo.

Papa pede medidas urgentes no Dia da Alimentação para humanidade ferida pela injustiça: Em mensagem ao Diretor Geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, por ocasião do 44º Dia Mundial da Alimentação celebrado quarta-feira, 16 de outubro, Francisco pede que os princípios de subsidiariedade e solidariedade sejam a base dos programas de desenvolvimento, colocando em primeiro lugar as necessidades de trabalhadores, agricultores, pobres e famintos e daqueles em condições difíceis em áreas rurais isoladas. O Pontífice recorda que o tema desta data convida a refletir sobre “o direito à alimentação para uma vida e um futuro melhores” que satisfaça “uma das necessidades fundamentais do ser humano”, a de nutrir-se para viver de acordo com padrões adequados que “garantam uma existência digna da pessoa humana”. Mas vemos que esse direito é frequentemente desconsiderado, lamenta o Papa Francisco, e não é aplicado de forma justa, com consequências prejudiciais.

Manifestação da Santa Sé na Assembleia da ONU sobre a crise climática: O arcebispo observador do Vaticano na Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU) enfatizou que “os efeitos da mudança climática são devastadores. Eventos climáticos extremos, como enchentes, secas e tempestades tropicais, estão aumentando em frequência e gravidade”. Os povos menos desenvolvidos, em particular, estão sofrendo os efeitos devastadores. Reiterando o que o Papa disse em sua exortação apostólica Laudate Deum, o arcebispo destacou que “apesar de todas as tentativas de negar, esconder, minimizar ou relativizar a questão, os sinais da mudança climática são cada vez mais evidentes. Indicou três postos-chave que devem orientar a resposta da comunidade: corresponsabilidade, solidariedade e mudança cultural. O observador chamou atenção também para as questões climáticas e a proteção dos povos menos desenvolvidos, com foco na questão dos povos indígenas. Destacou que essas comunidades enfrentam desafios como a ameaça das mudanças climáticas, a perda de terras devido à agroindústria e à urbanização e os processos de assimilação, agravados pelo turismo não sustentável. Esses desafios, incluindo a insegurança alimentar e os danos causados pelos testes nucleares, são o resultado de uma falta de respeito, descrita pelo Papa Francisco na Fratelli tutti como uma “forma de violência” que exige ação urgente.    

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Informações da semana

Do dia 17/10/2024

Dia Mundial das Missões: coleta missionária ajuda Igrejas mais carentes no mundo

Nos dias 19 e 20 de outubro, comunidades católicas de todo o mundo celebrarão o Dia Mundial das Missões, data dedicada à oração e à arrecadação de fundos para apoiar a missão da Igreja nos territórios mais necessitados. A data é uma oportunidade para os fiéis refletirem sobre a importância da evangelização e o compromisso com aqueles que ainda não conhecem a mensagem cristã.

As doações da coleta missionária durante as missas de todas as comunidades neste final de semana serão direcionadas para projetos missionários que visam atender às necessidades das populações em áreas carentes, especialmente em países de difícil acesso. Os recursos são destinados ao Fundo Mundial de Solidariedade, colaborando com o Papa no apoio de iniciativas que promovem a educação, a saúde e o desenvolvimento social, além de fortalecer a presença da Igreja em locais onde a fé católica enfrenta desafios.

O Dia Mundial das Missões não é apenas um momento de contribuição financeira, mas também uma oportunidade para que os católicos se unam em oração e solidariedade, lembrando que cada gesto de generosidade pode transformar vidas. As Pontifícias Obras Missionárias (POM) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) incentivam todas as paróquias e comunidades a se engajarem ativamente, promovendo ações que ajudem a conscientizar os fiéis sobre a importância da missão.

A natureza da Igreja é missionária

Durante o mês de outubro, a Paróquia Verbo Divino, localizada na Asa Norte em Brasília (DF), organiza uma série de atividades que animem a comunidade a viver esta missão. Segundo Pe. Vagner Apolinario, missionário do Verbo Divino e pároco da comunidade, o mês missionário sempre foi um tempo especial para a paróquia. “A presença aqui dos Missionários do Verbo Divino, desde a fundação da paróquia deixou marcada uma espiritualidade missionária. O mês de outubro é uma boa oportunidade para recordarmos que a Igreja é, por sua mesma natureza, missionária e que, pelo Batismo, todos nós somos missionários”, destacou.

Pe. Vagner também lembrou o trabalho importante de animação da novena missionária nas famílias e na visita aos doentes. “O Conselho Missionário Paroquial (COMIPA) promoveu um momento formativo sobre o tema deste ano e os paroquianos foram convidados a rezar a novena missionária em suas casas, reunindo familiares, amigos e vizinhos. Ao final na novena nos reuniremos para uma celebração, que acontecerá em um dos blocos residenciais. Trata-se do Dia Mensal de Oração Missionária, onde louvaremos a Deus pela missão da Igreja e pediremos por todos os missionários e missionárias do mundo inteiro”, lembrou o pároco.

Como acontece a Coleta Missionária

Em outubro, especialmente no Dia Mundial das Missões, comunidades e paróquias coletam ofertas dos cristãos para apoiar as missões. Essas contribuições são enviadas às dioceses, que reúnem os recursos de suas comunidades. O objetivo é promover a evangelização, animação e cooperação missionária. Dessa coleta, 80% vai para 1.150 dioceses em “territórios de missão” na África, Ásia, Oceania e América Latina, enquanto os 20% restantes são destinados a ações missionárias no Brasil.

Até o final do ano, as dioceses repassam o total arrecadado à direção nacional das Pontifícias Obras Missionárias (POM) em Brasília. Essa direção comunica o valor ao Dicastério para a Evangelização, em Roma, e destina os recursos ao Fundo Mundial de Solidariedade. Na Assembleia Geral das POM, em maio, são avaliados e aprovados os projetos para os cinco continentes, que incluem: promoção humana, catequese, formação de futuros sacerdotes e religiosos(as), manutenção de missionários e igrejas, apoio a centros de educação e saúde, e construção de capelas, orfanatos, creches e casas para idosos, além de auxílio em situações de desastre.

Em 2023, a contribuição da Igreja no Brasil para o Fundo Mundial de Solidariedade foi de R$ 10.968.656,39. - Fonte: Pontifícias Obras Missionárias

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CNBB participa de abertura do 34º Concílio da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil

Teve início, na noite da quinta quarta-feira, dia 16 e segue até 20 de outubro, o XXXIV (34º) Concílio da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), com o tema: “Que Igreja Deus nos chama a ser?”, na Casa dom Luciano, em Brasília. O bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoepers e o assessor da Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso representaram a Conferência no evento saudando e acolhendo os participantes no espaço que acolhe o Concílio.

O Concílio é o órgão máximo de decisão da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e se reúne ordinariamente a cada dois anos. Sua tarefa é definir orientações, normas e diretrizes para que a igreja cumpra a missão de Deus. O Concílio de 2024 é o XXXIV (34º) Concílio da IECLB. É composto por 96 pessoas eleitas nas assembleias sinodais para representar uma instância e decidir pensando no conjunto da Igreja.

Secretário-geral representa a CNBB.

Também participaram da abertura membros de outras confissões religiosas e da própria Igreja Luterana, como o representante do Conselho Mundial de Igrejas, Igreja Evangélica Luterana Unida (Argentina e Uruguai), Igreja Presbiteriana Unida do Brasil, Centro de Ecumenismo da Igreja do Norte da Alemanha, Igreja Evangélico Luterana da Baviera, Igreja Evangélica do Rio da Prata e da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil.

A presidente do Concílio, Ema Marta Dunck Cintra, proferiu as palavras de abertura. Lembrando os 200 anos de presença luterana no Brasil, a presidente instigou as pessoas presentes com a pergunta: que história queremos construir a partir de agora? Ema enfatizou que conciliares têm uma grande responsabilidade, mas que cada pessoa foi chamada por Deus e capacitada para as reflexões e decisões.

Além de presidente do Concílio da Igreja, Ema Cintra é Presidente do Conselho Sinodal do Sínodo Brasil Central, em cuja área de abrangência acontece o XXXIV Concílio. Na condição de Presidente do Conselho Sinodal, ela saudou novamente todas as pessoas e expressou a imensa alegria do Sínodo em acolher o Concílio neste ano de comemorações dos 200 anos.

Após abertura oficial, a pastora presidente da IECLB, Sílvia Beatriz Genz, o pastor 1º vice-presidente, p. Odair Airton Braun, e o pastor 2º vice-presidente, p. dr. Mauro Batista de Souza, proferiram palavras de saudação a conciliares, ex-presidentes das IECLB e representantes do ecumenismo.

Padre Marcus acolhe os participantes na Casa dom Luciano. | Fotos: Comunicação Igreja Luterana.

Culto de abertura

Na sequência, aconteceu o culto, com o tema: “Eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos” (Mateus 28.20b). É tempo de reunir e ter comunhão. A celebração, que envolveu diversas pessoas na preparação e condução, teve muita simbologia e participação ativa.

Na prédica, a partir de Atos 1.6-8 e Mateus 28.16-20, a Pastora Sílvia Genz lembrou a notícia maravilhosa: Jesus está vivo! A vida floresce novamente, assim como os ipês, no meio da terra seca. O jardim do Getsêmani novamente se abriu em flor e espalhou o perfume da vida!

A pastora presidente pontuou que, em Cristo, nos é dado um novo tempo. Agora é tempo de olhar para a frente, viver a missão e anunciar a vida que Cristo oferece para todas as pessoas. Queremos caminhar firmes no amparo da graça de Deus para ações em favor da vida.

Após o culto, o assessor para a Comissão para o Ecumenismo da CNBB, padre Marcos Barbosa Guimarães, fez uso da palavra para trazer uma saudação em nome da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e da Casa Dom Luciano, local onde acontece o Concílio.

Por Willian Bonfim, com informações www.luterano.org.br - Fonte: CNBB

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O papel dos teólogos ganhou importância na Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre Sinodalidade

O papel dos teólogos ganhou importância na Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre Sinodalidade. Alguns deles, como o coordenador desse grupo, Dario Vitale, o canonista espanhol José San José Prisco, a teóloga romena Klára Antonia Csiszar e o teólogo australiano Ormond Rush, compartilharam suas reflexões na coletiva de imprensa deste 16 de outubro.

    Sobre o que foi desenvolvido na Sala Sinodal, o prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, destacou que na Igreja, desde o início, sempre houve uma relação estreita com o território. Ele também refletiu sobre o mundo digital e seus perigos, a necessidade de as paróquias serem lugares de encontro, a necessidade de ser criativo para fortalecer a presença da Igreja em mais áreas, algumas questões relacionadas às conferências episcopais, também em nível continental, o compromisso de preservar a unidade da Igreja, o ministério do Papa a serviço da unidade e a descoberta do interior do coração humano como o primeiro lugar.

Esses elementos também estiveram presentes nas palavras da secretária da Comissão de Comunicação, Sheila Pires. Ao falar sobre a unidade da Igreja, a assembleia discutiu a atribuição de competências doutrinárias às conferências episcopais e o perigo de fragmentação da Igreja. Da mesma forma, a necessidade de a Igreja ser um testemunho de evangelização para a cultura, refletindo sobre a diferença entre o depósito e a formulação da fé. A Assembleia Sinodal falou sobre a possibilidade de substituir as conferências episcopais por outras estruturas sinodais. Também relatou a insistência em considerar cada lugar como uma terra de missão e a importância de se coordenar com Roma antes de tomar decisões. Por fim, Pires enfatizou a importância das pequenas comunidades de base, “que podem contribuir para tornar a paróquia mais viva e dinâmica”, e a necessidade de se adaptar às mudanças culturais e digitais.

Um texto para vislumbrar caminhos

Para o coordenador dos teólogos, o trabalho deles no atual sínodo é diferente do de outros sínodos. Dario Vitali destacou o fato de os teólogos terem se envolvido em todas as fases do processo e a importância dos grupos linguísticos, onde são captadas as orientações e os consensos para discernir, buscando convergências e pontos que geram mais debate. Para o teólogo italiano, o elemento decisivo é o consenso, que é alcançado ouvindo o Espírito depois de ouvir os outros. A partir daí, se buscará um texto coerente que nos ajude a vislumbrar o caminho a seguir pela Igreja.

Caminho comum de canonistas e teólogos

José San José Prisco destacou o trabalho conjunto entre canonistas e teólogos, algo que não era normal há muito tempo, dado o caminho paralelo entre a Teologia e o Direito Canônico ao longo da história. O canonista espanhol destacou a necessidade mútua, pois “os canonistas se dedicam a compreender melhor a norma canônica e sua possível aplicação ou mudança para o momento atual”. Nesse sentido, sua tarefa é acompanhar os pedidos do Sínodo para possíveis mudanças em relação à legislação, para descobrir entre os pedidos as possibilidades de mudança que poderiam melhorar a legislação atual, uma função que é muito complementar à dos teólogos.

Vislumbrar o que Deus pede de nós

Reconhecendo a participação no Sínodo como um espaço para o aprendizado conjunto, Klara Antonia Csiszár reconheceu que se abriu um espaço para a teologia no Sínodo, no qual eles querem fazer uma contribuição no estilo sinodal. Os temas dos fóruns são vistos pela teóloga romena como uma orientação diante dos obstáculos. Destacou que se percebe um certo cansaço, desafiando o que chamou de melodia básica, a teologia do Povo de Deus, que deve ser percebido como sujeito da missão. Nessa perspectiva, refletiu sobre o papel dos bispos na Igreja sinodal e na primazia papal, bem como sobre o desafio de fazer da sinodalidade uma prática cotidiana. Para esse fim, ela nos convidou a “colocar novos óculos para pedir um vislumbre do que Deus está pedindo de nós”. Junto com isso, o papel dos teólogos é “fazer a nossa parte para ajudar o nascimento de uma Igreja sinodal”.

Aplicar o Evangelho no tempo e no espaço de hoje

Esse Sínodo nos leva a entrar em um processo que faz parte da tradição viva da Igreja, ouvindo a fé viva do povo de Deus, enfatizou Ormond Rush. O papel do teólogo é ajudar as comunidades cristãs a interpretar e aplicar o Evangelho no tempo e no espaço, para levar o Evangelho a todos, algo revelado por Jesus, afirmando que o Espírito Santo nos conduzirá ao futuro. O teólogo australiano enfatizou a importância de ouvir o sensus fidei a fim de chegar a um acordo, para ver como a figura de Jesus ainda é relevante hoje. Com esse objetivo, a teologia constrói pontes, vendo o Vaticano II como um instrumento para ver a história de uma maneira diferente.

Nesse sentido, Rush lembrou que as perspectivas mudam ao longo da história da Igreja, o que torna necessário entender os sinais dos tempos, que podem fornecer uma nova visão de Deus. Novas respostas são necessárias, porque as respostas antigas impedem a Igreja de proclamar de uma forma que a mensagem possa ser compreendida, de uma forma que seja empática e misericordiosa. Nesse caminho, os teólogos são chamados a ajudar a Igreja a seguir a Tradição, um papel que estão desempenhando no atual processo sinodal.

Por padre Luiz Modino – VaticanNews - Fonte: CNBB

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Em coletiva do Sínodo, dom Pedro Cipollini fala da necessidade de três conversões: espiritual, pastoral e de estruturas

O bispo de Santo André (SP), dom Pedro Carlos Cipollini, participou na quinta-feira, 17 de outubro, da Coletiva de Imprensa da segunda e última sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade começou dia 2 de outubro, em Roma, e segue até o próximo dia 27. A Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade está prestes a concluir as reflexões sobre o terceiro Módulo do Instrumentum Laboris, que fala de lugares.

Além de dom Pedro, participaram da coletiva, a secretária da Comissão de Comunicação, Sheila Pires, o prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, a superiora geral das irmãs de Nossa Senhora das Dores, irmã Samuela Maria Rígon, o arcebispo de Rangoon (Mianmar), cardeal Charles Bo e o arcebispo de Quebec (Canadá), cardeal Gérard Lacroix.

O bispo de Santo André (SP), um dos 5 dos cinco delegados eleitos pelos bispos do Brasil, destacou a questão das mudanças como tema transversal, insistindo em que no processo sinodal alguma coisa deve mudar. Mudanças que na linguagem bíblica são chamadas de conversão. Por isso ele sublinhou que o Sínodo está exigindo mudança, conversão.

    O bispo de Santo André falou sobre três conversões: pastoral, que tem a ver com o modo de exercer a missão, também na mídia, alargar os lugares de evangelização; conversão estrutural, mais desafiadora, tendo como horizonte o Reino de Deus; conversão espiritual, a partir do encontro com a pessoa de Jesus, que é a referência, ponto de partida e de chegada, insistindo na importância da Palavra de Deus e do testemunho pessoal de vida.

“As palavras podem convencer, mas é o testemunho que arrasta”, enfatizou dom Pedro Cipollini. Ele defendeu a necessidade de uma mudança racional e emocional, e para isso se faz necessário “aprender a dar adeus a coisas antigas que já cumpriram sua missão e acolher o novo que está chegando neste Sínodo”.

Temas abordados

Durante a coletiva foi falado sobre as dificuldades e o drama dos migrantes, a criação de uma Assembleia Eclesial Mediterrânea, uma região onde as igrejas têm criado estruturas de redes. Foi abordada a questão de novas propostas para o atendimento aos jovens, a reconfiguração das paróquias em redes de pequenas comunidades, como caminho para agilizar a sinodalidade. O trabalho da Rede Talitha Kum, com os migrantes e vítimas do tráfico de pessoas, o acompanhamento sem paternalismos das pessoas com necessidades especiais, a necessidade de abalar as consciências dos católicos com relação aos pobres, a presença da Igreja onde o Espírito sopra, nas encruzilhadas, lugares de sinodalidade e não se fechar em lugares seguros.

Por sua vez, o prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, destacou o serviço da Vida Religiosa, a importância da relação entre sinodalidade e primazia, com a contribuição das igrejas orientais, as contribuições dos fóruns teológicos, o papel das conferências episcopais, como responder às perguntas da cultura e do contexto. Junto com isso, o valor das igrejas locais, o papel dos bispos, a necessidade de não ter medo da sinodalidade, o status das conferências episcopais, a importância da escuta do Papa aos fiéis e a centralidade da Eucaristia, entre outras questões. Finalmente, Ruffini lembrou que nesta sexta-feira haverá um encontro dos membros da Assembleia Sinodal com mais de 150 jovens na Sala Sinodal.

Por Willian Bonfim, com informações do VaticanNews

Fonte: CNBB

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Secretário-geral da CNBB recebe representantes do Conselho Mundial de Igrejas e da Articulação Igreja rumo à COP 30

O bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB recebeu, na quinta-feira, 17 de outubro, uma visita de cortesia do secretário-geral do Conselho Mundial de Igrejas, o reverendo luterano Jerry Pillay.

Eles conversaram sobre temas comuns às Igrejas no Brasil e no mundo, como o tráfico de pessoas e a realidade enfrentada por migrantes. O assessor da Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso, padre Marcus Barbosa, acompanhou a reunião.

Articulação rumo à COP 30

Dom Ricardo também recebeu, na parte da manhã, a coordenação da Articulação rumo à COP 30, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas. A reunião buscou contextualizar quais os próximos passos e o cronograma das atividades de formação e mobilização da Articulação da Igreja rumo à COP 30 deste e do próximo ano.

Na ocasião, foram apresentadas duas novas colaboradoras que foram contratadas pela articulação, a Rocheli Koralewski e a Jaqueline Bertoldo, que atuará como secretaria da articulação. A Coordenação da Articulação Igreja rumo à COP 30 continuou sua reunião na sede da CNBB, no período da tarde, buscando organizar os grupos de trabalho que levarão as ações da articulação adiante até a realização da Conferência.

A coordenação segue também fazendo visitas às instituições que integram a articulação. São membros da coordenação da articulação: padre Dário Bossi, irmã Irene Lopes, Melillo Diniz do Nascimento e Eduardo Nischespois Scorsatto.

Por Willian Bonfim

Fonte: CNBB

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Encontro Confiar e Proformar conclui atividades e reafirma missão das Coordenações Regionais da CRB Nacional

Nesta quarta-feira, 16 de outubro, chegou ao fim o encontro Confiar e Proformar, realizado no Centro Franciscano de Evangelização e Cultura – Missão Kolbe, em Brasília-DF. O evento reuniu as 20 novas coordenações das regionais da Conferência dos Religiosos do Brasil, promovendo momentos de partilha e planejamento para o próximo triênio das Regionais.

O segundo dia do encontro começou com uma Celebração Eucarística, presidida pelo Frei Tailer Douglas Ferreira, da equipe de coordenação da Regional do Ceará. Em seguida, Marcelo Cordeiro apresentou a continuação do plano estratégico da CRB Nacional, seguido pela Irmã Sueli Bellato, da Equipe Interdisciplinar, que conduziu a apresentação do estatuto e regimento da CRB.

A manhã incluiu trabalhos em grupo, conduzidos pelas irmãs Maria José e Silvânia Aparecida, da Diretoria, com discussões sobre a realidade das cinco regiões do Brasil, abordando desafios e ações para a missão.

À tarde, os participantes visitaram a sede da CRB Nacional, conhecendo os setores da Instituição. O encontro foi encerrado com uma avaliação conduzida pelo Frei Clézio Menezes, Vice-presidente da CRB Nacional, e uma celebração com representantes de cada Região.

Ao final do encontro, a presidente da CRB Nacional, Irmã Eliane Cordeiro, abençoou os coordenadores e coordenadoras, que agora retornam aos Regionais para dar continuidade aos trabalhos e ao serviço da Missão.

Fonte: CRB

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Papa Francisco divulga carta aos novos cardeais 

O Papa Francisco divulgou no sábado (12) uma carta endereçada aos 21 novos cardeais da Igreja Católica que serão criados no Consistóio Ordinário do próximo dia 8 de dezembro, entre os quais o arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler.  Confira abaixo o teor da carta:

CARTA DO PAPA FRANCISCO

 AOS NOVOS CARDEAIS

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 Querido irmão,

 Com a criação cardinalícia, passarás a fazer parte do clero de Roma. Bem-vindo!

 Esta pertença exprime a unidade da Igreja e o vínculo de todas as Igrejas com a Igreja de Roma. Encorajo-te a que, em teu cardinalato, vejam-se encarnadas aquelas três atitudes, com as quais um poeta argentino – Francisco Luis Bernárdez – descreveu São João da Cruz, mas que também nos convêm: “olhos altos, mãos juntas, pés descalços”.

Olhos altos, porque o teu serviço vai exigir que amplies o teu olhar e expandas o teu coração, para poderes olhar mais longe e amar mais universalmente e com maior intensidade. Entrar na escola do Seu olhar – Bento XVI – que é o lado aberto de Cristo. Mãos juntas, pois a tua oração é o que mais a Igreja necessita – junto ao anúncio – para poder apascentar bem o rebanho de Cristo.

 A oração, que é o âmbito do discernimento para ajudar-me a buscar e a encontrar a vontade de Deus para o nosso povo, e para segui-la. Pés descalços, que tocam a aspereza da realidade de muitos rincões do mundo, embriagados de dor e sofrimento por causa das guerras, das discriminações, das perseguições, da fome e das numerosas formas de pobreza que exigirão de ti tanta compaixão e misericórdia.

 Grato pela tua generosidade, rezo por ti, a fim de que o título de “servidor” – diácono – ofusque cada vez mais o de “eminência”.

Reza por mim! Que Jesus te abençoe e a Virgem Santíssima te acompanhe!

 Fraternamente,

 FRANCISCO

 Roma, São João de Latrão, 6 de outubro de 2024

Fonte: Arquidiocese de Porto Alegre

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Papa: excluir pessoas com deficiência do mercado de trabalho é uma grave discriminação

Francisco encontrou ministros e delegados do G7 sobre Inclusão e Deficiência reunidos na região da Úmbria, na Itália, para assinar a Carta de Solfagnano sobre questões prioritárias ligadas aos direitos das pessoas com deficiência. Além da garantia dos países a serviços adequados, o Papa abordou a importância de inserí-las no mercado de trabalho: "uma forma grave de discriminação é excluir alguém da possibilidade de trabalhar. O trabalho é dignidade; é a unção da dignidade".

Andressa Collet - Vatican News

"Toda pessoa é um dom precioso para a sociedade", afirma o Papa Francisco aos participantes do encontro do G7 sobre Inclusão e Deficiência que foram recebidos em audiência no Vaticano nesta quinta-feira (17/10). Durante três dias na região da Úmbria, na Itália, o grupo se reuniu com o propósito de assinar a Carta de Solfagnano, um documento de 13 páginas, subdividido em 8 capítulos, que delimita questões prioritárias sobre a inclusão e os direitos das pessoas com deficiência para serem inseridas na agenda política de ministros e delegados dos sete países, além da União Europeia e outras quatro nações: Quênia, Tunísia, África do Sul e Vietnã. Temas fundamentais, como a "inclusão, acessibilidade, vida independente e valorização das pessoas", disse o Pontífice, que "vão ao encontro da visão da Igreja sobre a dignidade humana".

Em discurso, o Papa também demonstrou gratidão e apreço por esse "compromisso em promover a dignidade e os direitos das pessoas com deficiência", porque "ninguém deve ser vítima da cultura do descarte, ninguém. Essa cultura gera preconceito e causa danos à sociedade". A começar pelo próprio termo, acrescentou Francisco, ao afirmar que não gosta muito "dessa palavra 'deficiência'. Gosto da outra: 'habilidades diferentes'".

"Em vez de falar sobre 'incapacidade', falemos sobre diferentes capacidades. Mas todos têm capacidades. Lembro-me, por exemplo, de um grupo que veio aqui, de uma empresa, um restaurante; tanto os cozinheiros quanto os que serviam o refeitório, eram todos rapazes e moças com deficiência. Mas faziam o trabalho muito bem. Muito bem."

O Pontífice, então, ao afirmar que "a inclusão de pessoas com deficiência deve ser reconhecida como uma prioridade por todos os países", disse que além de "adaptar as estruturas", é preciso "mudar a mentalidade" da sociedade com uma "acessibilidade universal", "de modo que todas as barreiras físicas, sociais, culturais e religiosas sejam removidas", desde a infância até a terceira idade.

“Garantir serviços adequados às pessoas com deficiência não é apenas uma questão de assistência - aquela política de assistencialismo: não, não é isso - mas de justiça e respeito à sua dignidade. Todos os países, portanto, têm o dever de garantir as condições para que cada pessoa se desenvolver integralmente, em comunidades inclusivas.”

Francisco falou sobre diferentes ferramentas de acessibilidade, a partir da temática das novas tecnologias até a garantia de um sistema de prevenção e resposta a pessoas com deficiência em emergências ligadas a conflitos e crises climáticas. Ao tratar da inclusão no mercado de trabalho, o Papa enalteceu a importância de se aproveitar ao máximo as habilidades de cada um, oferecendo oportunidades de trabalho decente:

"Uma forma grave de discriminação é excluir alguém da possibilidade de trabalhar. O trabalho é dignidade; é a unção da dignidade. Se você exclui a possibilidade, você tira isso. O mesmo se pode dizer sobre a participação na vida cultural e esportiva: isso é uma ofensa à dignidade humana."

Fonte: Vatican News

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Ministros do G7 sobre Deficiência e Inclusão visitam o Museu da Rádio Vaticano

Após a audiência com o Papa, uma delegação de ministros que participaram da reunião do G7 sobre Deficiência e Inclusão, realizada em Assis e Perugia nos últimos dias, visitou o museu histórico da emissora pontifícia no palacete Marconi. Um momento para enfatizar que a comunicação também deve estar a serviço de uma sociedade inclusiva

Vatican News

Um momento de cultura, solidariedade e inclusão. Os ministros do G7 sobre Deficiência e Inclusão, após uma audiência com o Papa Francisco na manhã desta quinta-feira (17/10), visitaram o palacete Marconi nos Jardins Vaticanos, sede do museu histórico da Rádio Vaticano. Ao dar as boas-vindas à delegação liderada pela ministra italiana para deficiências, Alessandra Locatelli, o prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, desejou que os ministros continuem trabalhando juntos “por um futuro no qual cada pessoa, independentemente de suas habilidades, possa se sentir parte integrante da comunidade, pois somente assim poderemos realmente realizar, passo a passo, o sonho de uma sociedade na qual ninguém seja excluído”.

Ruffini lembrou que, assim como há quase cem anos, com o nascimento da Rádio Vaticano, graças à engenhosidade de Guglielmo Marconi, também hoje a Santa Sé coloca a tecnologia a serviço da comunicação que supera todos os tipos de barreiras. Assim, ele recordou o projeto “Nessuno Escluso” e o aplicativo “Vatican for all”, que visam justamente a promover uma comunicação que cuide daqueles que estão à margem. A visita ao museu da Rádio Vaticano foi acompanhada de um café da manhã oferecido pela Conferência Episcopal Italiana (CEI) e preparado pelos jovens da “Locanda dei Girasoli”, um serviço de bufê que combina culinária de qualidade com a inclusão de jovens com síndrome de Down, síndrome de Williams e outras deficiências cognitivas.

O evento também contou com a presença de dom Erio Castellucci, vice-presidente da CEI, e da irmã Veronica Donatello, chefe do Serviço nacional da CEI para a Pastoral das Pessoas com Deficiência e consultora do Dicastério para a Comunicação, que participou dos trabalhos do G7 em Assis e Solfagnano, na região italiana da Úmbria. Castellucci e Donatello agradeceram aos ministros por seu empenho em colocar - pela primeira vez na história do G7 - a questão da deficiência e da inclusão no centro da agenda internacional. - Fonte: Vatican News

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Olmert e Al-Kidva encontram o Papa: diálogos para um plano de paz

O ex-primeiro-ministro israelense Olmert e o ex-ministro palestino das Relações Exteriores Al-Kidva são recebidos pelo Papa Francisco nesta quinta-feira (17/10), no Vaticano.

Roberto cetera

“Foi um encontro importante e emocionante. O Santo Padre demonstrou um interesse extraordinário aos esforços de pacificação no Oriente Médio”. Ehud Olmert, 78 anos, ex-primeiro-ministro do Estado de Israel, encontrou-se com o Papa Francisco na manhã desta quinta-feira (17/10), juntamente com o ex-ministro das Relações Exteriores do Estado Palestino Nasser Al-Kidva e uma delegação de ativistas pela paz.

Olmert, que foi primeiro-ministro até 2009, tem um passado importante nas negociações de paz no Oriente Médio: sob seu governo, foi assinado um cessar-fogo na guerra de 2006 no Líbano, e ele foi responsável pela última tentativa real de um acordo de dois Estados com o presidente palestino Mohamud Abbas, como desenvolvimento dos acordos de Oslo de 1993, um acordo que não foi alcançado. “O Papa Francisco nos deu uma atenção extraordinária por mais de meia hora, explicando que ele acompanha diariamente cada evolução do conflito e que se conecta com os cristãos de Gaza todos os dias”.

“Apresentamos ao Santo Padre a nossa proposta de paz para Gaza, que prevê um cessar-fogo imediato, a libertação dos reféns israelenses ainda em poder do Hamas, juntamente com a libertação simultânea de um número acordado de detidos palestinos nas prisões israelenses, e a retomada das negociações para o estabelecimento de dois estados separados e em paz um com o outro”, explica o ex-ministro palestino Al-Kidva, conhecido na Palestina não apenas por suas posições a favor da paz, mas também por ser sobrinho do líder histórico da OLP, Yasser Arafat.

Sr. Olmert, como é possível criar dois estados hoje com a presença de assentamentos ilegais cada vez maiores de colonos israelenses?

Prevemos a anexação por Israel de uma porção de território a ser acordada, o equivalente a 4% da Cisjordânia da Palestina, em troca de um território de tamanho igual ao atual dentro das fronteiras de Israel. Um território a ser dado aos palestinos que permita um corredor conectando a Cisjordânia e Gaza.

Sr. Al-Kidva, qual é a solução para Gaza?

Israel deve retirar completamente suas forças armadas de Gaza e permitir a criação de uma entidade palestina para administrá-la. Prevemos, como uma solução temporária e provisória, um Conselho de Comissários composto por tecnocratas e profissionais de reconhecido valor, e não por representantes políticos. Esse conselho deve estar vinculado ao Conselho de Ministros da Autoridade Palestina, que deveria finalmente preparar as eleições gerais nos territórios palestinos dentro de 24/36 meses.

Sr. Olmert, esse exercício de boa vontade de ambos os lados seria suficiente, em sua opinião, para garantir uma pacificação imediata?

Não. Também achamos que é necessário implantar uma “Presença Árabe Temporária de Segurança” (TASP) em Gaza, que, ao mesmo tempo da retirada das Forças de Defesa de Israel (IDF), poderia estabilizar a situação. Essa força de interposição árabe deveria fazer a ligação com as forças de segurança da Autoridade Nacional Palestina (ANP) e receber orientação do Conselho de Comissários. A sua principal tarefa deveria ser evitar outros possíveis ataques a Israel a partir de Gaza.

Sr. Al-Kidva, como a solução de dois estados poderia garantir um futuro pacífico?

Por meio da obrigação de o Estado da Palestina ser um Estado não militarizado, exceto por suas necessidades de policiamento interno.

Sr. Olmert, isso deixaria o problema central em aberto: o status de Jerusalém.

Esse é o ponto em que o Papa Francisco, em nossa reunião de hoje, estava mais interessado. Pensamos em um status especial para Jerusalém, que deveria ser administrada por uma tutela de cinco Estados (entre os quais, obviamente, Israel e Palestina) que teria autoridade total sobre todas as partes da cidade, de acordo com as regras repetidamente indicadas pelo Conselho de Segurança da ONU, e com um papel especial atribuído ao Reino da Jordânia, como já é hoje para a Esplanada das Mesquitas. De qualquer forma, acreditamos que a Cidade Velha deveria estar fora do controle político e ser dedicada às três religiões monoteístas que a consideram um local sagrado de oração.

E quanto às reivindicações de ambos os lados para que Jerusalém seja a capital do próprio estado?

Olmert: Jerusalém pode ser a capital de Israel nas partes que já eram Israel antes de 5 de junho de 1967, além dos bairros judeus construídos depois de 1967, que se enquadrariam nos 4,4% que mencionei acima.

Al-Kidva: e Al Quds, a capital da Palestina, incluiria todos os bairros árabes que não faziam parte de Israel antes da guerra de 1967.

Uma última pergunta, Sr. Olmert. Esse plano bem articulado corre o risco de continuar sendo um wishful thinking. Ele está totalmente em contraste com as intenções do atual governo israelense.

Quem me conhece sabe o que penso do governo liderado por Netanyahu e subordinado ao fanatismo extremista de Ben Gvir e Smotrich. Mas me consolo com o fato de que 70% dos israelenses estão cansados dessa coalizão, dos enormes danos que causou e continua causando a Israel. Israel é uma democracia forte e, democraticamente, saberá superar esse governo.

Com quais alternativas?

A sociedade civil que se manifesta maciçamente contra Netanyahu há dois anos poderá expressar novas lideranças que nem sequer podemos imaginar hoje. Porque, repito, Israel é um país democraticamente vivo e sólido. - Fonte: Vatican News

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Processos de beatificação do padre João Maria e irmã Adélia chegam à Santa Sé

Nesta quarta (16) e quinta (17), o postulador das duas causas, o frei Jociel Gomes, entrega as documentações levantadas pelos tribunais instalados na Arquidiocese de Natal (RN) e na Diocese de Pesqueira (PE). Ao dicastério romano caberá verificar se os processos ocorreram de acordo com as normas da Santa Sé para a emissão do decreto de validade jurídica e, em seguida, a nomeação do relator responsável pela “Positio” de ambos. A religiosa é candidata a ser a primeira santa pernambucana

Vatican News

O início do Mês Missionário na CNBB Nordeste 2 foi marcado pela conclusão das fases diocesanas dos processos de beatificação e canonização dos servos de Deus, padre João Maria Cavalcanti de Brito e irmã Adélia Carvalho, RIC. O sacerdote e a religiosa, que em vida foram modelos de cristãos, terão suas histórias analisadas pela Congregação das Causa dos Santos, no Vaticano, com perspectivas de serem reconhecidos por suas virtudes e, posteriormente, venerados pela Igreja.

Nesta quarta (16) e quinta (17), o postulador das duas causas, o frei Jociel Gomes, entrega as documentações levantadas pelos tribunais instalados na Arquidiocese de Natal (RN) e na Diocese de Pesqueira (PE). Ao dicastério romano caberá verificar se os processos ocorreram de acordo com as normas da Santa Sé para a emissão do decreto de validade jurídica e, em seguida, a nomeação do relator responsável pela “Positio” de ambos.

Nova fase e Ano Jubilar

O padre João Maria nasceu em 23 de junho de 1848 na Fazenda Logradouro, na época zona rural do município de Caicó (RN), hoje Fazenda Três Riachos, na cidade potiguar de Jardim de Piranhas. Depois de ordenado presbítero no Ceará passou a ser conhecido como “anjo de Natal” devido ao seu trabalho com os mais necessitados. Toda sua trajetória com destaque para as ações de convivência com o Semiárido nordestino e de luta contra a varíola renderam uma extensa documentação que está organizada em três caixas.

O material com os documentos sobre o padre foi apresentado no último dia 9, em cerimônia na Catedral Nossa Senhora da Apresentação, pelo arcebispo de Natal, dom João Cardoso. Essa etapa marcou a conclusão de um trâmite entre a arquidiocese e a Santa Sé que começou em 2002. O ato também abriu as comemorações do Ano Jubilar em memória aos 120 anos da morte do sacerdote.

Primeira santa pernambucana

No último domingo (13), foi a vez da Diocese de Pesqueira celebrar com o Instituto das Religiosas da Instrução Cristã o encerramento da etapa local da causa de beatificação e canonização da irmã Adélia. O evento seguido de Santa Missa teve lugar no Teatro Madre Chantal, no Colégio Damas, no Recife, e foi presidido pelo bispo e secretário da CNBB Nordeste 2, dom José Luiz Ferreira Salles.

Candidata a ser a primeira santa pernambucana, irmã Adélia quando criança presenciou a aparição de Nossa Senhora nos anos de 1936 e 1937, na região de Cimbres, no município de Pesqueira, agreste de Pernambuco.

A religiosa ingressou nas Irmãs Damas em 1941 e se dedicou a servir na formação dos mais pobres. Documentos e depoimentos sobre sua trajetória foram colhidos pelo tribunal diocesano desde março e agora seguem para validação da Santa Sé.

Processos continuam

Tanto para o padre João Maria, quanto para a irmã Adélia, espera-se que quando a Positio for aprovada sejam criadas as comissões “histórica” e “teológica” formadas por nove membros cada. Depois, terá o congresso com 18 bispos e cardeais para a avaliação da causa e aprovação por maioria.

Só após aprovação nessas três instâncias, a causa é apresentada ao Papa para que então o candidato ou candidata à honra dos altares seja reconhecido como “venerável”, ou seja, que viveu em grau heroico as virtudes cristãs. Por fim, é necessária a confirmação de um milagre para a declaração de beato ou beata, e posteriormente, de um segundo milagre para a canonização.

(Fonte – CNBB NE2) Com informações da Pascom Pesqueira e ACI Digital - Fonte: Vatican News

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Zuppi em Moscou, Santa Sé: abertas perspectivas para a paz e cooperação humanitária

Um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé resume a segunda missão do cardeal a Moscou como enviado do Papa. Encontros institucionais com o ministro Lavrov, o conselheiro Ushakov e os comissários Lvova-Belova e Moskalkova: avaliado o que foi feito para a reunificação familiar de menores e a troca de prisioneiros, de feridos e dos restos mortais dos caídos. Conversas com o metropolita Antonij sobre questões humanitárias

Vatican News

   Cardeal Zuppi em Moscou: paz e retorno das crianças à Ucrânia

A visita do cardeal Matteo Maria Zuppi a Moscou permitiu “examinar algumas perspectivas” para a “colaboração humanitária” e para “abrir caminhos” a fim de alcançar a paz. É o que afirma um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé sobre a segunda visita do presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI) à Rússia, de 14 a 16 de outubro, como enviado do Papa “em continuidade com a missão” que lhe foi confiada pelo Pontífice.

Encontros institucionais

Acompanhado por um funcionário da Secretaria de Estado, Zuppi - diz o comunicado - se reuniu com Sergey Lavrov, ministro das Relações Exteriores, Yuri Ushakov, conselheiro do presidente da Federação Russa para assuntos de política externa, Marija Lvova-Belova, comissária presidencial para os direitos da criança, e Tatiana Moskalkova, comissária presidencial para os direitos humanos. “As conversações que tiveram lugar permitiram avaliar o que foi feito até agora para a reunificação familiar dos menores e a troca de prisioneiros, de feridos e dos restos mortais dos caídos”, informa a Santa Sé.

Zuppi em Moscou conversa com Antonij sobre problemas humanitários no conflito na Ucrânia

“Durante sua estada - lê-se ainda -, o purpurado também se reuniu com o metropolita Antonij de Volokolamsk, presidente do Departamento de Relações Eclesiásticas Externas do Patriarcado de Moscou, com quem discutiu várias questões, particularmente as de natureza humanitária”. “Como um todo, a visita também possibilitou examinar algumas perspectivas para continuar a cooperação humanitária e abrir caminhos para a tão esperada paz”.

Fonte: Vatican News – na imagem, O cardeal Matteo Maria Zuppi, enviado do Papa, com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov

Fonte: Vatican News

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As palavras dos bispos chineses ao Sínodo: estamos em comunhão

Joseph Yang Yongqiang e Vincent Zhan Silu na Sala do Sínodo: trazem suas saudações.

Andrea Tornielli

“A Igreja na China é a mesma que a Igreja Católica em outros países do mundo: pertencemos à mesma fé, compartilhamos o mesmo batismo e somos todos fiéis à Igreja una, santa, católica e apostólica”. Com essas palavras, nos dias passados, Joseph Yang Yongqiang, bispo de Hangzhou, capital da província chinesa de Zhejiang, trouxe suas saudações ao Sínodo. Ele é um dos dois pastores da China continental presentes nos trabalhos em andamento no Vaticano. A ele se juntou Vincenzo Zhan Silu, bispo de Funing/Mindong, na província litorânea de Fujian. Esta é a terceira vez que dois bispos da República Popular da China participam do Sínodo: as anteriores foram em 2018 e 2023 (Sínodo da Juventude e a primeira sessão do Sínodo sobre Sinodalidade). Antes da assinatura do Acordo Provisório entre a Santa Sé e o governo chinês, em setembro de 2018, nenhum pastor da China continental havia podido participar do Concílio Ecumênico Vaticano II e dos sucessivos Sínodos dos Bispos.

O bispo Yang Yongqiang, depois de recordar essas participações em comunhão com a Igreja universal, explicou: 'seguimos o espírito evangélico de “Fazendo tudo para todos”, nos adaptamos ativamente à sociedade, servimos a ela, aderimos à direção da sinicização do catolicismo e pregamos a Boa Nova. A Igreja Católica na China iniciou um intercâmbio ativo de visitas com comunidades católicas de todo o mundo com base nos princípios de igualdade, amizade e respeito mútuo. Realizamos intercâmbios sobre questões como evangelização e trabalho pastoral na Igreja, serviços sociais e estudo da Teologia; participamos ativamente de encontros internacionais e atividades de oração das religiões pela paz; procuramos ser “luz e sal” para a paz no mundo e a promoção de uma comunidade na qual a humanidade possa desfrutar de um destino compartilhado; e promovemos o desenvolvimento com diferentes tipos de projetos. O bispo concluiu dando “boas-vindas às comunidades católicas e aos grupos religiosos de todos os países que desejam visitar a Igreja na China”.

Mais focada na história do cristianismo na China foi a saudação do bispo Zhan Silu, que lembrou a figura do jesuíta Matteo Ricci e seu “experimento” para “modular o Evangelho cristão em diferentes práticas da vida humana”. Em seguida, porém, acrescentou “o discernimento entre as diferenças culturais e a necessidade de preservar a autenticidade da fé cristã foi uma fonte de confusão para os missionários na China. Essa confusão levou à famosa Controvérsia sobre os ritos, que ocorreu em minha diocese, Mindong. De uma perspectiva histórica, um dos motivos desse retrocesso foi o fato de a Igreja ter ignorado as diferenças e a complementaridade das culturas humanas”.

“Ser uma Igreja sinodal empenhada na missão de evangelização”, disse ainda Zhan Silu, ‘significa respeitar e ouvir as vozes de diferentes histórias, culturas e tradições no caminho da busca da meta final da humanidade, que é Deus’. Entre as questões que a Igreja chinesa deve abordar com novos olhos, concluiu o bispo, estão “como lidar com os desafios que os casamentos mistos apresentam para a educação da família; ou como se adaptar às leis e regulamentações locais; ou como resolver a confusão que existe nos leigos entre as crenças populares e alguns aspectos da cultura tradicional”. Foi confiada à Igreja, neste novo tempo, uma nova tarefa de discernimento, mesmo que a voz do Espírito Santo seja sempre suave e difícil de discernir. Precisamente por esse motivo, aprender humildemente com a experiência histórica e atual é uma maneira importante de evangelizar, ou seja, de discernir o novo caminho que o Senhor está indicando à Igreja”.

Fonte: Vatican News

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Igreja Sinodal: mundo digital, lugar decisivo para a missão

A Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre Sinodalidade está refletindo nestes dias sobre os lugares, entre os quais está, e não pode deixar de estar, o mundo digital, um campo onde a presença do Evangelho está se tornando cada vez mais necessária.

Padre Modino – Vaticano

Como lembrou Xiskya Valladares, - podemos dizer que foi uma das primeiras a perceber a importância dessa missão no mundo digital -, em uma das primeiras coletivas de imprensa desta Segunda Sessão, "nosso mundo mudou, não é mais o que era há 20 anos, a missão é diferente". A religiosa nicaraguense radicada na Espanha insistiu que, diante das mudanças tecnológicas e da Inteligência Artificial, "a Igreja não pode ficar para trás".

A missão digital foi uma reflexão muito presente na Primeira Sessão da Assembleia Sinodal, estando presente no Relatório Síntese, que lhe dedica um capítulo, intitulado "Missionários no ambiente digital", onde se diz que "a cultura digital, portanto, não é tanto uma área distinta de missão, mas uma dimensão crucial do testemunho da Igreja na cultura contemporânea. Por essa razão, ela tem um significado especial em uma Igreja sinodal".

Não deixar que a missão digital perca força

Pelo que se ouve entre os participantes da Assembleia Sinodal, parece que ao longo desta Segunda Sessão ela vem perdendo força, o que é preocupante, pois distanciaria a missão da Igreja de realidades muito presentes na sociedade atual e de pessoas que muitas vezes têm uma presença muito limitada na vida comunitária.

Como lembrou Siskya Valladares, os missionários digitais, que ela considera um novo carisma na vida da Igreja, sentem "a forte vocação de acompanhar aqueles que não estão na Igreja, aqueles que foram batizados e saíram, mas ainda sentem uma preocupação com a verdade, com o amor de Deus, e que às vezes até andam feridos no mundo, também por causa de suas experiências ruins com pessoas da Igreja".

Testemunho da ternura e da misericórdia de Deus

Francisco insiste, como uma vez deixou claro para "a freira no Twitter", na necessidade de ser uma testemunha da ternura e da misericórdia de Deus para com todos. Um testemunho que o Pontífice pediu que ela realizasse no mundo digital. A esse respeito, lembro-me de uma situação pela qual passei anos atrás, - disse a religiosa - quando não se falava em missão digital. Um jovem, que eu nunca conheci pessoalmente, começou a me escrever pelo Messenger, e eu tentei acompanhá-lo nas dificuldades que ele estava enfrentando. Meses depois, ele me disse que esse acompanhamento, essa missão digital que eu realizei, o impediu de cometer suicídio.

Elas podem ser consideradas especulações sem sentido, mas ouso dizer que minha missão digital salvou uma vida. Naquela ocasião, pude testemunhar o que o Papa propõe, a ternura e a misericórdia de Deus. Portanto, não podemos nos esquecer de algo sobre o qual a Igreja parece estar se tornando mais consciente de sua necessidade. Nesse sentido, não há melhor ocasião do que um Sínodo da Igreja Católica universal para insistir nessa missão digital, se realmente quisermos dar respostas à realidade de hoje.

Mas não podemos nos esquecer da maneira pela qual essa missão digital é realizada. Volto novamente à ideia de que na Igreja sinodal o modo é superior ao conteúdo. E a maneira de realizar essa missão é na sinodalidade, juntos, um grande desafio, dado o sentimento individualista tão presente na sociedade atual, especialmente entre as gerações mais jovens, estrato etário no qual se encontra a maioria dos chamados influenciadores digitais.

Formação e acompanhamento

Também para a missão digital, a formação e o acompanhamento são necessários. Diante da tentação de pensar que estou dizendo a última verdade, o grande desafio é estabelecer canais de comunhão na missão digital. Ser missionário digital em uma Igreja sinodal é promover caminhos comuns, acompanhando o que a Igreja, por meio da proclamação do Evangelho e do Magistério, incluindo o do Papa Francisco, nos propõe. Diante da polarização nas redes sociais, a alternativa é a comunhão, a sinodalidade, um caminho comum.

A missão digital precisa ser purificada, mas nunca abandonada.

Não percamos a oportunidade deste Sínodo de oferecer a Boa Nova às centenas de milhões de pessoas que hoje habitam o continente digital. Jesus enviou seus discípulos até os confins da terra e, guiados pelo Espírito, eles conseguiram testemunhar essa mensagem nos vários areópagos, hoje também no mundo digital em constante mudança.

Fonte: Vatican News

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Relação entre a Igreja local e a universal: elemento que sustenta a sinodalidade

Os fóruns teológico-pastorais, uma novidade da Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, retomaram suas atividades na última quarta-feira. Nessa ocasião, eles abordaram o tema do Exercício do Primado e o Sínodo dos Bispos, e a Relação mútua entre a Igreja local e a Igreja universal.

Padre Modino - Vaticano

“A Igreja é constitutivamente relacional e, portanto, sinodal”, disse Miguel de Salis Amaral, citando as palavras do Papa Francisco na abertura da Segunda Sessão da Assembleia Sinodal. Nesse sentido, disse que “as relações alimentam e sustentam a sinodalidade”, afirmando que “a relação entre a Igreja local e a Igreja universal é uma relação que é o fundamento da sinodalidade”. A partir daí, ele quis convidar a um olhar de fé para essa relação, apontando para o Mistério, buscando oferecer ajuda no discernimento para se tornar uma Igreja sinodal e missionária.

A partir daí, refletiu sobre o núcleo teórico do Mistério e sua concretização dinâmica, afirmando, com o Vaticano II, que a Igreja local é +uma parte da Igreja universal, na qual o todo está presente e em ação, a riqueza de todos os dons sacramentais e carismáticos está presente. A Igreja local e a universal estão relacionadas, não são alternativas, dando origem a várias instituições em vista da missão, diversas com várias formulações jurídicas. O cristão pertence à Igreja local e universal e, portanto, está sempre em casa, disse ele.

Em suas palavras, destacou a Eucaristia e o episcopado como expressões da catolicidade, da comunhão entre a Igreja local e a universal, sendo a Igreja universal um corpo de igrejas, ressaltando a importância da pluralidade de lugares. “A sinodalidade nos orienta para uma compreensão da relação entre a Igreja local e a universal, e nos leva a ver a Igreja universal como uma concretização visível das diversidades”, ressaltou. Algo que se concretiza de diferentes maneiras, com diferentes sotaques, de modo a enriquecer a todos e favorecer o discernimento sinodal, enriquecendo a missão evangelizadora.

A vida missionária sinodal é vivida na Igreja local

Para Antonio Autierio, esse tema está presente em muitas partes do Istrumentum Laboris, especialmente no Módulo Lugares. A partir daí, ele enfatizou a igreja local como o lugar onde a vida sinodal missionária é experimentada. Em sua opinião, há dois caminhos para o relacionamento entre a Igreja local e a universal, um com uma visão hierárquica e piramidal, destacando a Igreja universal, e o outro baseado no Povo de Deus como fonte de unidade.

De um ponto de vista prático, como teólogo moral, ele se referiu às ações da Igreja, refletindo sobre o exercício da autoridade na Igreja local, enfatizando a importância do contexto na compreensão da relação entre fé e moral, uma vez que esta é influenciada pela cultura do povo. A antropologia e as condições sociais não podem ser deixadas de lado, considerando a necessidade de reconhecer a autoridade de ensino de todos os crentes, inspirados por Karl Rahner, para tornar as Boas Novas do Evangelho uma fonte de vida para todos, defendendo um modelo experimental de expressão da doutrina.

Conselhos pastorais e concílios provinciais

Miriam Wijlens falou sobre os conselhos pastorais, em vários níveis, e os conselhos provinciais, que o Povo de Deus vê como necessários, como verdadeiros veículos da Igreja sinodal para viver a responsabilidade batismal, tornando a Igreja inclusiva, responsável, transparente e ecumenicamente acolhedora. Nessa perspectiva, destacou alguns elementos: o método de seleção dos membros, que sejam eleitos e não nomeados, com diversidade de presenças, abertos a todos, com membros com disposição missionária, ecumênica, com uma agenda em que os membros possam apresentar pontos em vista da corresponsabilidade.

Para que esses órgãos tenham impacto, ela defende a obrigação de ouvi-los, de que todos tenham todas as informações e de que as pessoas consultadas possam se expressar livremente. Isso se estende ao trabalho comum entre as igrejas vizinhas, com a participação de todo o povo de Deus, não apenas dos bispos, dos organismos da Igreja, onde todos os participantes têm voto deliberativo, explicando quem deve ser convidado e qual deve ser sua tarefa. Finalmente, ela se referiu à tomada de decisões, cujo modo vem mudando para responder a várias necessidades, desafios e possibilidades, um processo de transformação que deve estar presente em uma Igreja sinodal.

Igreja local e Igreja universal como uma só

Finalmente, o prefeito do Dicastério dos Bispos, cardeal Robert Prevost, recordou que Santo Agostinho afirmou que a Igreja local e a Igreja universal são únicas, com o objetivo de proclamar o Evangelho. O prefeito lembrou o curso para novos bispos do qual participou, onde os bispos foram chamados a olhar além dos limites de suas dioceses e a entender o que significa fazer parte da Igreja Católica, da Igreja universal, da importância de crescer em um profundo sentido de comunhão, algo que deve ser promovido diante de tantas situações de sofrimento.

O prefeito do Dicastério para os Bispos delineou como os bispos são nomeados, referindo-se novamente ao curso para novos bispos, que representa uma experiência da natureza universal da Igreja, vislumbrada no fato do encontro e do diálogo com bispos de todas as partes do mundo, cada um enfrentando seus próprios desafios e obstáculos. “A unidade é criada na diversidade, mas precisamos fortalecer esses laços de comunhão”, enfatizou Prevost, algo que ele vê nos círculos menores, onde há uma compreensão do que significa fazer parte da Igreja universal.

“Em cada Igreja local há a Igreja universal, mas nenhuma Igreja local representa toda a essência da Igreja universal”, ressaltou o prefeito. Para o Cardeal Prevost, “a perseverança na oração é um dever primordial para fortalecer a solidariedade”. Em suas palavras, ele analisou várias realidades que buscam criar vínculos entre as igrejas locais, sempre com o objetivo de anunciar o Evangelho em todo o mundo.

Fonte: Vatican News

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IV Trilha Universitária anima o mês Missionário em Cabo Verde

O mês de outubro é missionário e do Rosário. Pelas diversas comunidades a Rádio Maria vai ouvindo missionários, religiosas, sacerdotes, institutos, movimentos e congregações.

Rádio Nova de Maria, Cabo Verde

Segundo a responsável da casa de missão, Charliany Lucena, a comunidade católica Shalom em Cabo Verde dá seguimento a sua missão com a IV Trilha Universitária.

Um seminário de “Vida no Espírito Santo” já está identificado para novembro próximo. O momento segundo a missionária é de preparação.

A missão do Movimento Shalom no país tem sido muito boa, garante Charliany. A comunidade vai recebendo missionários e enviando também para outras paragens.

A Comunidade Católica Shalom que nasceu em 1982 na cidade de Fortaleza, no Brasil por Moysés Azevedo é reconhecida por uma Associação Privada Internacional de Fiéis com personalidade jurídica aprovada pelo Pontifício Conselho para Leigos desde 2007.

A comunidade é constituída por homens e mulheres nos estados de vida do matrimónio, celibato e sacerdócio, que consagram as suas vidas inteiramente ao Serviço de Deus, da Igreja e da humanidade e é chamada a acolher, viver e testemunhar o Carisma da Paz com a espiritualidade, vida comum e apostolado.

A Comunidade tem por missão contribuir para renovar a ação evangelizadora da Igreja, com novo ardor, novos métodos e novas expressões, transformando as atividades seculares em meios de evangelização e santificação do mundo.

SHALOM se encontra em Cabo Verde desde o dia 6 de Agosto de 2016, em resposta ao pedido do Bispo de Santiago e Cardeal Dom Arlindo Furtado ao Moderador Geral da Comunidade Católica de Shalom. Esses jovens trabalham diretamente na evangelização de jovens universitários e nos meios académicos em geral na construção da sociedade caboverdiana.

Fonte: Vatican News

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Sem-abrigo: «Não basta retirar a pessoa da rua, tornando o fenómeno menos visível» – presidente da Comunidade Vida e Paz - Portugal

Instituição do Patriarcado de Lisboa promoveu jornadas no seu 35.º aniversário, assinalando Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza

O presidente da Comunidade Vida e Paz (CVP) defendeu hoje, nas Jornadas da Comunidade Vida em Paz, em Lisboa, que o foco das intervenções deve ser a “capacitação da pessoa para a sua autonomização”, rejeitando que o problema das pessoas em situação de sem-abrigo seja “essencialmente, uma questão de habitação”.

“Não, a questão da habitação é naturalmente importante, mas o foco tem que estar na capacitação da pessoa para a sua autonomização. Não basta retirar a pessoa da rua, tornando o fenómeno menos visível. É fundamental que, paralelamente à sua retirada das ruas, as pessoas sejam tratadas e capacitadas”, referiu Horácio Félix, na sessão de abertura do evento.

Segundo o responsável, esta é a visão, aquilo que a instituição defende e a forma que tem de “enfrentar os desafios decorrentes da dinâmica social, que está sempre em alteração”.

A Torre do Tombo recebeu hoje, Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, as Jornadas ‘Motivar para a Mudança’, da Comunidade Vida e Paz, que celebram os 35 anos da Instituição Particular de Solidariedade Social, tutelada pelo Patriarcado de Lisboa.

“Hoje, a história da Lisboa atual é incontornável não contar, não se cruzar, não ter presente a Comunidade de Vida e Paz”, afirmou o patriarca de Lisboa D. Rui Valério, em declarações à Agência ECCLESIA.

Para D. Rui Valério, “a Comunidade de Vida e Paz é um laboratório de esperança”, no qual “as pessoas encontram verdadeiramente um lugar, uma circunstância de reconstruir vidas” e isso, invocando o Papa Francisco, é um dos atuais “sinais de esperança” para a comunidade e para a cidade de Lisboa.

O patriarca de Lisboa sublinhou a importância de perceber que a IPSS “almeja e persegue sempre a reconstrução, a recriação de uma história, a recriação e a reestruturação de uma vida”.

“Quando se propõe a um sem-abrigo para que ele seja acolhido e aceite ser acolhido numa das nossas comunidades, o horizonte é sempre para a sua reestruturação a fim de ele próprio recomeçar uma nova etapa da sua existência e da nova vida”, salientou.

Segundo D. Rui Valério, “não se trata somente de responder com uma dádiva a uma necessidade, seja ela de cariz alimentar ou de vestuário ou de saúde, mas trata-se exatamente de transmitir e fornecer aqueles elementos estruturais fundamentais para que a pessoa se reconstrua, para que a pessoa reviva uma nova etapa na caminhada da sua vida”, algo que a CVP “tenta transmitir”.

Também a diretora da Comunidade Vida e Paz, Renata Alves, assinalou que “há 35 anos que a instituição procura combater a exclusão social, que vai desde “o ir ao encontro das pessoas em situação de sem-abrigo através das equipas voluntárias de ruas e equipas técnicas” até à possibilidade de “desenhar um projeto de vida para cada pessoa”.

“O foco está essencialmente na pessoa e a partir daí temos a oportunidade de convidar as pessoas a fazerem um programa ou a fazerem a reinserção social connosco nas nossas respostas”, referiu.

À Agência ECCLESIA, a diretora da CVP deu conta que desde a pandemia que a IPSS tem “verificado um aumento de pessoas em situação de sem-abrigo e em situação de vulnerabilidade social”.

“Isso tem sido um enorme desafio, por um lado porque as pessoas estão a passar imensas dificuldades e estão a sentir-se sozinhas e, na verdade, as instituições também, porque carecem de ter apoios suficientes para conseguir garantir a continuidade dos serviços e dar resposta às necessidades que as pessoas apresentam”, explicou a responsável.

Renata Alves considera que os desafios são inúmeros quanto à sustentabilidade da instituição, uma vez que 50 % das receitas da CVP provêm de acordos com o ministério da Saúde e com o ministério da Segurança Social e de protocolos que a instituição estabelece com os municípios.

Os restantes 50% é a própria IPSS que tem de garantir, contando com o apoio da sociedade em geral e dos benfeitores, sejam eles empresas ou individuais.

“Por isso, é de facto muito importante também que instituições como a nossa possam ter apoio e aqui apelo sempre aos responsáveis políticos para que continuem a apoiar as instituições para que elas consigam desenvolver um bom trabalho”, ressaltou.

A diretora da instituição assinala que a CVP tem conseguido manter a atividade e garantir respostas às pessoas, mas que tem que se “reinventar constantemente”. - Fonte: Agência Ecclesia

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Cresce o número de católicos no mundo 

As Pontifícias Obras Missionárias publicaram o dossiê estatístico anual sobre a situação da Igreja Católica no mundo.

Cresce o numero de catolicos no mundo

Por ocasião do Dia Mundial das Missões, que será celebrado no próximo domingo, 20 de outubro, as Pontifícias Obras Missionárias publicaram o dossiê estatístico anual sobre a situação da Igreja Católica no mundo. De acordo com o documento, houve um crescimento no número de fiéis em relação ao ano passado.

Mais católicos no mundo

Tendo como base a data de 31 de dezembro de 2022, quando a população mundial era constituída por 7,8 bilhões de pessoas, a população católica mundial é estimada em mais de 1 bilhão e 389 milhões de pessoas, tendo tido um aumento global de 13,7 milhões de católicos em relação ao ano anterior.

Este aumento de católicos confirma uma tendência constante nos últimos anos e afeta quatro dos cinco continentes, deixando apenas a Europa de fora (que registra um declínio no número de fiéis). No total, existem 17,7% de católicos no mundo, um ligeiro aumento de 0,03% em relação ao ano anterior.

Número de sacerdotes e catequistas diminuiu

Apesar disso, o número de catequistas diminuiu, apesar de continuar sendo considerável: mais de 2,8 milhões. Outro dado triste apresentado no dossiê é o número de sacerdotes no mundo, que também continua diminuindo, de forma especial na Europa, América e Oceania, chegando a 407.730 ministros ordenados.

Já na África e na Ásia, continentes nos quais a perseguição aos cristãos é mais intensa e são recorrentes os casos de sequestros e mortes de sacerdotes, houve um aumento no número de sacerdotes.

Mais Bispos, menos religiosos

Registrou-se ainda o aumento de 13 Bispos no mundo, chegando a 5.353, dos quais 2.682 são diocesanos e 2.671 pertencentes a congregações religiosas. Também houve uma quantidade maior de diáconos permanentes (+974), totalizando 50.159.

Porém, houve queda na quantidade de religiosos consagrados sacerdotes (-360), perfazendo 49.414. O mesmo ocorreu em relação ao número de religiosas consagradas (-9.730), mantendo o panorama de anos anteriores. Atualmente, elas perfazem 599.228 mulheres. África (+1.358) e Ásia (+74), porém, registraram altas neste indicador.

O dossiê registra ainda uma diminuição na quantidade de seminaristas, tanto diocesanos quanto religiosos: dos 109.895 do ano de 2021 passou-se a 108.481 em 2022. Apenas na África (+726) e na Oceania (+12) percebeu-se alta na quantidade de seminaristas. (EPC) - Fonte: Gaudium Press

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Papa Francisco lançará 'primeiro livro de memórias publicado por um papa em exercício' em janeiro

Por Madalaine Elhabbal 

O papa Francisco se tornará em janeiro do ano que vem o primeiro papa em exercício a publicar um livro de memórias autobiográfico, com o título “Esperança”.

A editora de livros americana Random House Publishing anunciou ontem (16) o lançamento global do livro de memórias. O plano original, segundo a editora, era lançar o livro de memórias depois de Francisco morrer. No entanto, o papa decidiu publicá-lo em vista do Jubileu da Esperança 2025.

Um ano jubilar acontece a cada 25 anos na Igreja — embora o papa possa declará-los com mais frequência — e é um ano de graça especial e peregrinação para os fiéis.

O livro de memórias, no qual o papa começou a trabalhar em março de 2019, estará disponível em mais de 80 países em 14 de janeiro do ano que vem.

“O livro da minha vida é a história de uma jornada de esperança, uma jornada que não posso separar da jornada da minha família, do meu povo, de todo o povo de Deus. Em cada página, em cada passagem, é também o livro daqueles que viajaram comigo, daqueles que vieram antes, daqueles que virão depois”, disse o papa Francisco em um comunicado à imprensa da Random House.

“Uma autobiografia não é nossa própria história privada, mas sim a bagagem que carregamos conosco”, diz o papa. “E a memória não é apenas o que recordamos, mas o que nos cerca. Ela não fala apenas sobre o que foi, mas sobre o que será. Parece ontem, e ainda assim é amanhã. Tudo nasce para florescer em uma eterna primavera. No final, diremos apenas: 'Não me lembro de nada em que o Senhor não esteja lá'”.

O anúncio do livro de memórias vem depois que o último livro de Francisco, “Vida: A minha história através da História”, foi publicado em março deste ano. No livro, o papa falou sobre sua experiência de grandes eventos históricos, como o golpe de estado da Argentina em 1976, o conclave que o elegeu papa em 2013 e a pandemia da covid-19.

 “Esperança”, segundo a Random House, dá uma perspectiva única do papa e contém “uma riqueza de revelações e histórias inéditas” nas quais sua própria vida é o foco principal.

Escrito em conjunto com Carlo Musso, fundador da editora italiana independente Libreria Pienogiorno, o livro de memórias começa com a história da família de Francisco e sua migração da Itália para a América Latina. Em seguida, o livro fala da infância, vida adulta, história vocacional e todo o seu papado de Francisco até os dias atuais.

Como o vice-presidente e diretor editorial da EWTN, Matthew Bunson, comentou no início do ano, depois de várias entrevistas de alto nível do papa e o lançamento de "Vida", que a presença de Francisco na mídia não é única; sua "aceitação deliberada e agressiva de entrevistas para televisão, rádio, jornais e revistas" e sua ânsia de se comunicar em seu próprio nome são.

“Francisco forjou seu próprio caminho na comunicação e na governança”, escreveu Bunson em um artigo de opinião de 20 de maio no jornal National Catholic Register, da EWTN News.

“Ele está tentando moldar como o mundo o percebe, como suas reformas são recebidas e implementadas, e quão permanente será seu programa para a Igreja.”

“Ele, sem dúvida, está em continuidade com os papas modernos em sua adoção da mídia”, diz Bunson, “mas ele não tem precedentes na forma como faz isso”. Fonte: ACIDigital

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Itália criminaliza busca de barriga de aluguel por cidadãos italianos no exterior

Por Hannah Brockhaus 

O Senado da República Italiana aprovou ontem (16) um projeto de lei que torna possível criminalizar procedimentos de barriga de aluguel solicitados até mesmo fora da Itália, com os infratores podendo pegar pena de prisão e multa de até € 1 milhão (mais de R$ 6,15 milhões).

A barriga de aluguel é ilegal na Itália desde 2004. A proibição está na lei 40 do país, que regulamenta a procriação medicamente assistida.

Com a votação de ontem, a Itália vai alterar a lei 40 para estender sua jurisdição para criminalizar até mesmo a barriga de aluguel “cometida no exterior”, agora referindo-se a ela como “crime universal” na lei italiana.

O atual artigo 12, parágrafo sexto da lei 40 diz que “quem, sob qualquer forma, realizar, organizar ou divulgar a comercialização” da barriga de aluguel materna será punido com até dois anos de prisão e multa de € 600 mil a € 1 milhão (aproximadamente R$ 3,69 milhões a R$ 6,15 milhões).

Com a alteração, será acrescentado à lei um parágrafo que estabelece: “Se os fatos referidos na cláusula anterior, com referência à barriga de aluguel materna, forem cometidos no exterior, o cidadão italiano será punido de acordo com a lei italiana”.

O projeto de lei, aprovado por 84 a 58, sem abstenções, foi calorosamente debatido no salão do Senado antes de ser colocado em votação. O tópico da barriga de aluguel e sua criminalização tem sido uma fonte de controvérsia política e social no país de maioria católica por vários anos.

A criminalização da barriga de aluguel é fortemente apoiada pelo atual governo de direita da Itália, liderado pela primeira-ministra Giorgia Meloni.

Fonte: ACIDigital

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Do dia 16/10/2024

CCM e Comissões da CNBB oferecem curso online “Comunicação missionária: a formação de redes para a evangelização”

O Centro Cultural Missionário (CCM) apresenta à Igreja no Brasil mais uma iniciativa: o curso “Comunicação missionária: a formação de redes para a evangelização” que se realizará de 22 a 24 de outubro próximo. As inscrições encontram-se abertas. As comissões episcopais para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial e para a Comunicação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o CCM se juntaram como parceiros para ofertar esta capacitação.

A formação será na modalidade virtual (on-line), através da Plataforma de Cursos das Edições CNBB, das 19h30min às 21h (ao vivo), será gravado e disponibilizado na mesma plataforma para os que adquirirem o curso.

Objetivos e público

O objetivo da formação é “impulsionar a missão evangelizadora da Igreja no ciberespaço, através da atuação em rede”. Entre os objetivos específicos estão, “sensibilizar os participantes sobre a necessidade da presença e atuação da Igreja no ambiente digital como lugar de anúncio e testemunho do Evangelho; e “incentivar o uso das ferramentas modernas de comunicação entre os agentes pastorais para uma presença mais efetiva na web e para dinamizar e ampliar as ações evangelizadoras da Igreja”. 

A formação é voltada para membros e colaboradores da Pastoral da Comunicação, Missionários digitais, membros de Novas Comunidades e colaboradores das Obras Missionárias, representantes de Conselhos Missionários (COMIPAs, COMIDIs, COMIREs, COMISEs), responsáveis por revistas missionárias; membros da rede de comunicação do Conselho Nacional do Laicato do Brasil; e da comunicação da Conferência dos Religiosos do Brasil.

Contexto e Mensagem do Papa

O bispo de Rondonópolis (MT) e presidente da Comissão Episcopal para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, dom Maurício da Silva Jardim, reforçou na apresentação do curso o que o Papa Francisco, na sua Mensagem para o Dia Mundial das Missões 2018, enfatiza a importância da verdadeira comunicação cristã que é essencialmente missionária.

O bispo da diocese de Campo Limpo (SP) e presidente da Comissão Episcopal para Comunicação  Social, dom Valdir José de Castro, destaca que trata-se de uma comunicação capaz de dissolver as fronteiras, superar barreiras e chegar até os últimos confins da terra como reforça a mensagem do Papa:

“Hoje em dia, os últimos confins da terra são muito relativos e sempre facilmente «navegáveis». O mundo digital – as redes sociais tão difundidas e prontamente disponíveis – dissolve as fronteiras, elimina distâncias e reduz as diferenças. Tudo parece estar ao alcance, tão próximo e imediato. Ainda assim, sem o dom sincero das nossas vidas, até poderemos ter inúmeros contatos, mas nunca estaremos imersos na verdadeira comunhão de vida. A missão até os últimos confins da terra exige a entrega de si na vocação que nos foi dada”.

Referências e fundamentos

A Igreja no Brasil, através das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora 2019-2023, reconhece a necessidade de anunciar o Evangelho nos “novos areópagos”, servindo-se dos benefícios que a cultura midiática proporciona, em vista do fortalecimento da cultura de proximidade e encontro.

Por sua vez, o Programa Missionário Nacional 2019-2023 da Comissão para Ação Missionária da CNBB, levando em consideração a necessidade de avançar, ampliar, articular melhor e qualificar a atuação da Igreja no que se refere à comunicação, dentro da prioridade “Animação missionária”, se propõe a criação da rede de comunicação missionária (RECOMIS) em vista de fortalecimento dos processos missionários (cf. 3.2.II).

O diretor geral do CCM, padre Tiago Ávila Camargo, reforça que é dentro deste espírito que o CCM oferece esta iniciativa formativa, em forma de curso on-line, buscando corresponder ao grande desejo do Papa Francisco de sermos uma Igreja missionária, em saída, para, a exemplo de Cristo, poder comunicá-la e testemunhá-la até os confins do mundo (cf. At 1,8), servindo-nos de todos os meios disponíveis.

Temáticas e Assessoria

Data Tema Assessor(a)

1º encontro

22/10/2024 Comunicação Missionária:

ide e anunciai Osnilda Lima e Ricardo Alvarenga

2º encontro

23/10/2024 Comunicação Sociotransformadora:

ide e ensina Ricardo Alvarenga

3º encontro

24/10/2024 Comunicação Missionária em Rede:

passemos para a outra margem Osnilda Lima, Ricardo Alvarenga e convidado Guilherme Cadoiss – Santa Carona.

 Como se inscrever?

As inscrições serão realizadas através do site do CCM (ccm.org.br) ou diretamente no site dos Cursos das Edições CNBB.

O valor do investimento para participar dos três encontros é R$40,00 (quarenta reais).

Por Willian Bonfim, com informações do ccm.org.br

Fonte: CNBB

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Evento Jornada de Acolhimento: Lidando com Múltiplas Perdas será realizado no dia 26 

A Casa de Escuta Santa Maria Madalena de Porto Alegre promove no próximo dia 26, a "Jornada de Acolhimento: Lidando com Múltiplas Perdas", um encontro transformador que reunirá profissionais especialistas perdas e traumas, lideranças e voluntários que atuaram na linha de frente das enchentes no Rio Grande do Sul. Será um dia de conversas profundas, formações enriquecedoras e trocas de informações relevantes para ajudar todos no processo de reconstrução emocional e fortalecimento comunitário.

O evento será realizado no hospital São Lucas das PUCRS, em Porto Alegre. É uma oportunidade todos que foram impactados pelas enchentes — seja diretamente, como aqueles que perderam bens e memórias; seja indiretamente, como voluntários, agentes pastorais e líderes comunitários que sentiram a dor de suas comunidades. Também é uma chance única para todos que se sensibilizam com a causa e desejam contribuir para um ambiente de apoio e resiliência.

Estarão presentes psicólogos especialistas em perdas e luto, além de voluntários envolvidos em diversas frentes de ajuda humanitária e no trabalho de escuta e apoio emocional. Haverá momomento de reflexão sobre vivências, conversa com pessoas que viveram situações semelhantes, através de um dia dinâmico e restaurador.

A presença de lideranças comunitárias é fundamental neste momento de reconstrução, fortalecendo os laços entre profissionais, voluntários e todos os que buscam superar as múltiplas perdas com coragem e esperança. Sabemos que muitos de nós enfrentamos desafios profundos nos últimos tempos, seja direta ou indiretamente, causados pelas enchentes em nosso estado. Sabemos também que nem sempre são as perdas materiais que deixam as marcas mais profundas. As dores emocionais podem ser silenciosas, mas elas precisam de atenção e cuidado para que possamos recomeçar de verdade. Por isso, venha participar de um dia dedicado ao acolhimento, à escuta e ao seu fortalecimento emocional. 

Sobre a Casa de Escuta

A Casa de Escuta Santa Maria Madalena é uma organização sem fins lucrativos, dedicada ao acolhimento de pessoas em situações de múltiplas perdas. Desde 2013, oferece serviços gratuitos (presenciais e on line), como: aconselhamento do luto, memoriais, grupos de apoio, visitas, além de formação sobre escuta e apoio emocional.

Serviço: 

 Data: 26 de outubro (sábado) 

  Local: Hospital São Lucas da PUCRS (av. Ipiranga, 6.690 – Porto Alegre)  

  Horário: Das 9h30 às 18h  

  Inscreva-se aqui: jornada.casadeescuta.com.br

Fonte: Arquidiocese de Porto Alegre

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O Papa: tecer redes de salvação num território ainda marcado pelo flagelo da máfia

Na mensagem de vídeo à Pontifícia Faculdade Teológica da Sicília "São João Evangelista", Francisco destaca a necessidade "de aprender o artesanato da Teologia como tecelagem de redes evangélicas de salvação, bem ao longo das margens sicilianas do Mediterrâneo. É um trabalho paciente que tenta narrar o amor do Mestre, capaz de despertar o estupor do encontro e da amizade".

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco enviou uma mensagem de vídeo, nesta quarta-feira (16/10), à Pontifícia Faculdade Teológica da Sicília "São João Evangelista" por ocasião do 43º aniversário do início das atividades acadêmicas.

"Coloco-me idealmente nas pegadas de São João Paulo II que visitou a Faculdade da Sicília, em 21 de novembro de 1982, por ocasião de sua visita pastoral a Belice e Palermo", diz o Papa na viodeomensagem.

Tecer redes de salvação fiéis ao modo de amar de Jesus

Segundo Francisco, essa Faculdade, que nasceu "com uma forte vocação eclesiológica, é chamada a tornar-se protagonista para enfrentar os desafios que o Mediterrâneo coloca à Teologia: o diálogo ecumênico com o Oriente; o diálogo inter-religioso com o Islã e o Judaísmo; a defesa da dignidade humana do Mare nostrum, muitas vezes transformado num monstro pela lógica da morte; a força cultural e social da religiosidade popular – “piedade popular”, como dizia São Paulo VI; o recurso da literatura para o resgate da dignidade cultural do povo; e, sobretudo, os desafios de libertação que vêm do grito das vítimas da máfia".

Trata-se de aprender o artesanato da Teologia como tecelagem de redes evangélicas de salvação, bem ao longo das margens sicilianas do Mediterrâneo; é um trabalho paciente que tenta narrar o amor do Mestre, capaz de despertar o estupor do encontro e da amizade. Estupor, que é justamente o nervo que desperta a fé.

Segundo o Papa, "a tarefa da Teologia do Mediterrâneo é a de tecer redes de salvação, redes evangélicas fiéis ao modo de pensar e de amar de Jesus, construídas com os fios da graça e entrelaçadas com a misericórdia de Deus, com as quais a Igreja pode continuar a ser, mesmo no Mediterrâneo, sinal e instrumento de salvação para o gênero humano. É assim que a Teologia pode amar, pode se tornar caridade".

A Teologia exige e inclui o testemunho até o sacrifício da vida

A seguir, Francisco diz na mensagem de vídeo que "as redes são tecidas e consertadas sentados no chão, muitas vezes ajoelhados. Não nos esqueçamos de que essa é a melhor posição para amar o Senhor: de joelhos. Isso significa assumir o estilo do lava-pés e o do Bom Samaritano que se inclina diante das feridas da vítima nas mãos dos ladrões. As mãos dos teólogos, podemos imaginá-las assim: mãos que falam do abraço de Deus, mãos que oferecem ternura - não nos esqueçamos dessa palavra, ternura, que é o estilo de Deus -, mãos que levantam aqueles que caíram e os guiam à esperança. E não nos esqueçamos de que somente uma vez é permitido olhar para uma pessoa de cima para baixo: somente para ajudá-la a se levantar".

Portanto, a Teologia exige e inclui o testemunho até o sacrifício da vida, a doação de si por meio do martírio. Esta terra conhece grandes testemunhas e mártires, do padre Pino Puglisi ao juiz Rosario Livatino, sem esquecer os magistrados Paolo Borsellino e Giovanni Falcone, e muitos outros servidores do Estado. Eles são “verdadeiras cátedras” da justiça, convidando a Teologia a contribuir, com as palavras do Evangelho, ao resgate cultural de um território ainda dramaticamente marcado pelo flagelo da máfia.

"Não devemos nos esquecer disso: fazer Teologia no Mediterrâneo, portanto, significa lembrar que a proclamação do Evangelho passa pelo compromisso com a promoção da justiça, a superação das desigualdades e a defesa das vítimas inocentes, para que o Evangelho da vida brilhe sempre e o mal seja rejeitado em todas as suas formas", diz ainda o Papa.

Cultivar o diálogo

Segundo Francisco, a Sicília "é também um lugar onde diferentes culturas, histórias e rostos se encontram em harmonia, o que compromete a Teologia a cultivar o diálogo com as Igrejas irmãs do Oriente, que também têm vista para o Mediterrâneo".

A rota do diálogo ecumênico e inter-religioso, por mais difícil que seja, é aquela a ser proposta e apoiada através de experiências de encontro, experiências também de confronto e de colaboração na escuta comum do Espírito Santo. É o legado de muitos mártires do diálogo no Mediterrâneo. Portanto, também a vocês é confiada a missão de ser laboratório de uma Teologia do diálogo ecumênico e de uma Teologia das religiões que conduza a uma Teologia do diálogo inter-religioso. Sempre a palavra “diálogo”, “diálogo”: abertura.

O Papa conclui a mensagem de vídeo, ressaltando que "o Mediterrâneo precisa de uma Teologia viva, que cultive plenamente a sua dimensão contextual, tornando-se um apelo para todos". "Cultivem esta Teologia comprometida com a história, assim como Deus na carne do Filho se comprometeu com as nossas lágrimas e as nossas esperanças. Promovam uma Teologia que, do alto da cruz e de joelhos diante do próximo, use palavras humildes, sóbrias e radicais, para ajudar todos a se aproximarem da compaixão, e palavras que nos ensinem a ser o limiar do Mistério divino. E sejam tecelões de redes, redes de salvação, de compaixão e de amor, para finalmente gerar uma nova história, mas uma história enraizada na história do povo".

Fonte: Vatican News

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Papa: o Espírito Santo nos liberta do horror da morte e da injustiça

Durante a Audiência Geral desta quarta-feira (16/10), o Papa Francisco destacou a importância da presença e ação do Espírito Santo na vida da Igreja e dos fiéis. Ao refletir sobre a doutrina do Espírito Santo, o Pontífice recordou o papel fundamental que o Espírito desempenha na transformação e renovação dos cristãos, como fonte de vida eterna. "A vida que nos foi dada pelo Espírito Santo é vivificante", ressaltou Francisco.

Thulio Fonseca - Vatican News 

Na catequese desta quarta-feira, 16 de outubro, o Papa Francisco continuou o ciclo de ensinamentos sobre o Espírito Santo, concentrando-se em como Ele se manifesta nas Escrituras e atua na Igreja ao longo da história. O Santo Padre, ao falar para os milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro, destacou que, durante os primeiros três séculos, a Igreja não havia formulado explicitamente sua fé no Espírito Santo, até que as heresias obrigaram os concílios a esclarecer a doutrina.

Francisco relembrou o Concílio de Constantinopla, em 381, que definiu a divindade do Espírito Santo, afirmando: “Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai [e do Filho]; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado”. Com isso, o Papa sublinhou a importância de reconhecer que o Espírito Santo compartilha da mesma divindade do Pai e do Filho, sendo Ele adorado e glorificado na mesma medida.

O Espírito Santo é vivificante

Francisco enfatizou que a afirmação central sobre o Espírito Santo no Credo é que Ele é "vivificante", ou seja, "dá a vida". Ao explicar esse ponto, o Papa mencionou que, no início da criação, o sopro de Deus deu vida a Adão, transformando-o de um homem de barro em um ser vivente. "Na nova criação, o Espírito Santo é Aquele que dá aos crentes a vida nova, a vida de Cristo, uma vida sobrenatural, a vida dos filhos de Deus", disse o Pontífice, citando São Paulo: “A lei do Espírito de Vida me libertou, em Jesus Cristo, da lei do pecado e da morte” (Rm 8,2).

Esperança na vida eterna

A vida nova no Espírito, segundo o Papa, é a grande esperança dos cristãos, pois se trata de vida eterna. Francisco destacou que o Espírito Santo liberta os fiéis do medo de que tudo termine com a morte terrena:

“Onde está a grande e consoladora notícia para nós em tudo isto? É que a vida que nos foi dada pelo Espírito Santo é vida eterna! A fé liberta-nos do horror de ter de admitir que tudo termina aqui, que não há redenção para o sofrimento e a injustiça que reinam soberanos na terra.”

Cultivar a fé e a gratidão

Ao concluir, o Santo Padre incentivou os fiéis a conservar a fé no Espírito Santo, principalmente em tempos de dúvida e dificuldade, e a agradecer pelo dom da vida eterna que Jesus nos concedeu com sua morte e ressurreição:

"Cultivemos esta fé também para aqueles que, muitas vezes sem culpa própria, dela carecem e são incapazes de dar sentido à vida. E não nos esqueçamos de agradecer Àquele que, com a sua morte, nos obteve este dom inestimável!"

Fonte: Vatican News

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Apelo do Santo Padre: rezemos pela paz, lutemos pela paz

No final da audiência geral desta quarta-feira (16/10), o Papa voltou seu pensamento para os países afetados pela guerra: Ucrânia, Palestina, Israel, Mianmar e, mais uma vez, exortou a não se esquecer que “a guerra é uma derrota”. O Santo Padre recordou o testemunho do beato Popiełuszko: “Que ele vos sustente na construção da unidade no espírito da verdade e no respeito pela dignidade humana”

Vatican News

Orar pela paz, lutar pela paz. Mais uma vez o Papa Francisco renovou seu apelo aos fiéis, e não somente, diante de um mundo devastado pela violência. No final da audiência geral na Praça de São Pedro, nesta quarta-feira (16/10), o Pontífice, durante suas saudações em italiano - acrescentando do texto escrito – fez uma veemente exortação a se lembrarem das áreas afetadas por conflitos.

“Não nos esqueçamos dos países em guerra. Não nos esqueçamos da atormentada Ucrânia, da Palestina, de Israel, de Mianmar”.

A guerra é uma derrota

O Papa reiterou que “a guerra sempre, sempre, é uma derrota”. “Não nos esqueçamos disso – acrescentou - e rezemos pela paz”.

“Lutemos pela paz.”

A memória do beato Popiełuszko

Em suas saudações em polonês, Francisco recordou o testemunho do sacerdote beato Jerzy Popiełuszko por ocasião uma conferência realizada em Roma no 40º aniversário de seu martírio, em outubro de 1984, durante o regime comunista na Polônia.

Que esse beato, que ensinou a vencer o mal com o bem, vos apoie na construção da unidade no espírito da verdade e no respeito pela dignidade da pessoa humana.

O beato Jerzy Popiełuszko

Ainda no final da audiência geral, o Pontífice saudou os participantes do simpósio mundial da Rádio Maria, provenientes de diversos países, e os exortou a “difundir os valores da fraternidade e da solidariedade, fazendo reverberar a vida da Igreja”. Em seguida, lembrou que esta quinta-feira, 17 de outubro, a Igreja celebra a memória litúrgica de Santo Inácio de Antioquia, “um pastor que ardia de amor por Cristo”. Que seu exemplo ajude todos a redescobrir a alegria de ser cristãos.

Fonte: Vatican News

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Papa encontra médicos-cirurgiões da Itália, "guardiões da vida de quem sofre"

Francisco recebeu em audiência no Vaticano os participantes do Congresso Nacional da Sociedade Cirúrgica Italiana, intitulado “O futuro do cirurgião - o cirurgião do futuro”, realizado em Roma: “mesmo quando uma pessoa não pode ser curada, sempre pode porém ser curada, de modo que ninguém jamais seja considerado ou se sinta um descarte”.

Vatican News

“Ver com amor, sentir compaixão, estar próximo e cuidar”, sempre, porque "mesmo quando uma pessoa não pode se curar, sempre pode porém ser curada". Assim se tornam “artesãos da saúde” e “guardiões da vida daqueles que sofrem”. Essa é a missão que o Papa confia aos médicos-cirurgiões da Itália que, de 13 de outubro até esta quarta-feira (16/10), estão participando do 126º Congresso Nacional da Sociedade Italiana de Cirurgia, em Roma.

O Pontífice os recebeu na sala anexa à Sala Paulo VI, antes da Audiência Geral na Praça de São Pedro. "O futuro do cirurgião - o cirurgião do futuro” é o tema do evento. “Um belo tema!”, observou o Papa, e a partir daí refletiu no discurso (texto integral em italiano): "quem fala de futuro, fala de esperança, de projeto, de compromisso’, afirmou. Em seguida, enfatizou que o trabalho dos cirurgiões é “precioso para o homem”, uma criatura “bonita”, mas “frágil” e “tão vulnerável”.

O homem na sua totalidade

Por isso, enfatizou o Pontífice aos médicos, “é importante que o estilo de vocês seja sempre humano e profissional, de quem cuida dos sofredores, de modo que, antes de tudo, os levem a sério, conjugando competência e deontologia em todas as suas intervenções, de acordo com a cultura da saúde, que seja serviço à pessoa na sua integridade”.

"Pensem no futuro do cirurgião a partir de uma cultura da dedicação ao irmão, especialmente se pobre e marginalizado. É sempre o homem que vive e que morre, que sofre e se cura, não apenas os seus órgãos ou tecidos."

O risco de perder a vocação

Ao contrário, advertiu o Papa Francisco, “existe o risco, mesmo para os médicos, de perder a própria vocação, colocando-se fora dessa aliança terapêutica, que coloca a pessoa doente ou ferida no centro”. De fato, a medicina moderna tende a se concentrar muito na dimensão física do homem, em vez de considerá-lo na sua totalidade. “Dessa forma, porém, o corpo se torna um objeto nu de investigação científica e manipulação técnica, em detrimento do paciente, que fica em segundo plano. Em vez disso, a ciência é para o homem, e não o homem para a ciência! Uma ciência humana”, enfatizou o Papa.

A “mão” do cirurgião, antes da tecnologia

Ainda olhando para os eventos atuais e, portanto, para as muitas novas tecnologias, em primeiro lugar a Inteligência Artificial, da qual a cirurgia faz uso, ele recomendou “nunca esquecer que nada pode ser feito sem a ‘mão’ do cirurgião”: “cirurgia significa ‘trabalho feito com a mão’, ‘operação da mão’. E é exatamente isso: para curar, os cirurgiões precisam ferir, cortar. Portanto, quando tiverem em suas mãos o corpo do homem, criado à imagem de Deus, ajam como 'artesãos da saúde', tratando os outros com o mesmo cuidado com que gostariam de ser tratados”.

Formação humana, científica e psicológica

“Reflitam”, é o encorajamento do Papa aos especialistas, ”sobre os gestos que, como profissionais, vocês devem colocar em prática, juntos, como uma equipe com seus colaboradores, e não tenham medo de promover, especialmente entre os jovens, a formação humana, científica, tecnológica e psicológica: as melhores características dos futuros cirurgiões virão daqui".

“Portanto, eu os convido a serem guardiões da vida de quem sofre. Mesmo quando uma pessoa não pode ser curada, sempre pode porém ser curada, de modo que ninguém jamais seja considerado ou se sinta um descarte.”

O ícone do Bom Samaritano

Nesse sentido, o Papa deu de presente aos participantes da conferência “um ícone que pode inspirar o futuro da profissão”: o ícone de Jesus, médico de almas e dos corpos narrado na parábola do Bom Samaritano. “Nela”, explica Francisco, ”aquele que cuida vê e para sem pressa: tem compaixão de quem encontra, se aproxima deles e enfaixa suas feridas. Ele vê, tem compaixão, se aproxima e cura as feridas”. Com essas atitudes, “todo bom médico se torna o próximo do paciente”.

Os dons dos médicos

Por ocasião da audiência, o presidente da Sociedade Cirúrgica Italiana, Massimo Carlini, doou uma placa comemorativa ao Pontífice, juntamente com um capote cirúrgico, calças e um gorro de médico para sala de cirurgia com o logotipo da associação e a inscrição Papa Francisco: símbolos da dedicação e do compromisso que todos os dias distinguem a missão dos cirurgiões. “Um gesto”, diz uma nota, "que representa a união entre ciência e humanidade, unindo o mundo do cuidado com o da espiritualidade". Fonte: Vatican News

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Papa pede medidas urgentes no Dia da Alimentação para humanidade ferida pela injustiça

Em mensagem ao diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), Qu Dongyu, por ocasião do 44º Dia Mundial da Alimentação celebrado nesta quarta-feira, 16 de outubro, Francisco pede que os princípios de subsidiariedade e solidariedade sejam a base dos programas de desenvolvimento, colocando em primeiro lugar as necessidades de trabalhadores, agricultores, pobres e famintos.

Vatican News

Para abordar e realmente resolver os problemas alimentares da humanidade do nosso tempo que, ferida por “tantas injustiças”, “precisa urgentemente de medidas eficazes para levar uma vida melhor”, é necessário “considerar os princípios da subsidiariedade e da solidariedade como base dos nossos programas e projetos de desenvolvimento” e ouvir os pedidos de quem se encontra “na base da cadeia alimentar”, como os pequenos agricultores e as famílias que estão diretamente envolvidas na alimentação das pessoas. É o que escreveu o Papa Francisco na mensagem enviada ao diretor-geral da FAO, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, Qu Dongyu, por ocasião do 44º Dia Mundial da Alimentação, que é celebrado nesta quarta-feira, 16 de outubro.

Para o Papa, ouvir “as necessidades que vêm de baixo, dos trabalhadores e agricultores, dos pobres e famintos, e daqueles que vivem em condições difíceis em áreas rurais isoladas” nunca deve ser adiado. Somente se tomarmos “o ideal de justiça”, enfatiza ele, como guia para nossa ação, as necessidades das pessoas poderão ser atendidas. Esse é o princípio da “ecologia integral”, proposto pelo Papa na encíclica Laudato si', que exige que “as necessidades de cada pessoa e de toda a pessoa sejam levadas em conta, de modo que sua dignidade seja salvaguardada na relação com os outros” e em estreita conexão “com o cuidado da criação”.

Uma existência digna da pessoa humana

O Pontífice recorda que o tema desta data nos convida a refletir sobre “o direito à alimentação para uma vida e um futuro melhores” que satisfaça “uma das necessidades fundamentais do ser humano”, a de nutrir-se para viver de acordo com padrões adequados que “garantam uma existência digna da pessoa humana”. Mas vemos que esse direito é frequentemente desconsiderado, lamenta o Papa Francisco, e não é aplicado de forma justa, com consequências prejudiciais. Por isso, ele enfatiza a proposta da FAO de uma “transformação dos sistemas alimentares que leve em conta a pluralidade e a variedade de alimentos nutritivos, acessíveis, saudáveis e sustentáveis” para alcançar “a segurança alimentar e uma dieta saudável para todos”.

Jardim aberto

A humanidade precisa urgentemente de medidas eficazes para levar uma vida melhor, continua o Papa, “agindo juntos no mesmo espírito de fraternidade e sabendo que este planeta que Deus nos deu deve ser um jardim aberto” para a convivência. Isso requer decisões baseadas na solidariedade, através da qual a tutela das gerações futuras caminha lado a lado com a das gerações presentes, “por meio de uma aliança intra e intergeracional”, baseada na fraternidade, que dá um novo significado à cooperação internacional, que deve animar a FAO e todo o sistema multilateral.

Nesse caminho, conclui Francisco, a comunidade internacional poderá contar com o encorajamento da Santa Sé e da Igreja Católica, e com sua “tenaz contribuição” para que todos possam ter alimentos em quantidade e qualidade adequadas para si e para suas famílias, para que cada pessoa possa levar uma vida digna e “o doloroso flagelo da pobreza e da fome no mundo possa ser definitivamente derrotado”. 

Fonte: Vatican News – na ilustração, em imagem de arquivo, brasileiro em frente à Catedral da Sé em São Paulo em Grito dos excluídos. 

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Zuppi em Moscou conversa com Antonij sobre problemas humanitários no conflito na Ucrânia

Segundo dia do cardeal Zuppi em Moscou, onde foi recebido pelo presidente metropolitano do Departamento de Relações Eclesiásticas Exteriores do Patriarcado de Moscou. Pela manhã, o enviado especial do Papa encontrou-se com a comissária da presidência russa para os direitos da criança, Maria Lvova-Belova: continua o trabalho sobre a repatriação de menores.

Salvatore Cernuzio – Vatican News

Os “problemas humanitários ligados ao conflito na Ucrânia” estiveram no centro do diálogo de terça-feira, 15 de outubro, entre o presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), cardeal Matteo Maria Zuppi, enviado especial do Papa à Rússia, e o Metropolita Antonij de Volokolamsk, ministro do Departamento das Relações Eclesiásticas Exteriores do Patriarcado de Moscou. No segundo dia de sua segunda missão à Rússia, onde retornou, na terça-feira (15/10), para “incentivar a reunificação familiar das crianças ucranianas e a troca de prisioneiros, com o objetivo de alcançar a tão esperada paz”, o cardeal encontrou-se na parte da manhã com Maria Llova-Belova, comissária da Presidência russa para os direitos das crianças (eles já tinham se encontrado na missão de junho de 2023) e depois com Antonij e suas respectivas delegações.

O encontro entre Zuppi e Antonij

Também esteve presente no encontro o núncio apostólico na Federação Russa, dom Giovanni D'Aniello. A informação foi dada pelo site oficial do Patriarcado, Mospat.ru, que também publicou algumas fotos do encontro em que Zuppi e Antonij podem ser vistos sentados frente a frente em uma grande mesa. Ao lado do metropolita, “ministro das Relações Exteriores” do Patriarcado de Moscou – que veio a Roma quatro vezes e se encontrou com o Papa Francisco  – estavam o vice-presidente do DECR, o arquimandrita Filaret (Bulekov) e o arcipreste Igor Yakimchuk.

Saudação do patriarca Kirill

Antonij de Volokolamsk “cumprimentou os hóspedes em nome de Sua Santidade o patriarca Kirill de Moscou e de toda a Rússia”, lê-se na nota do Patriarcado, que informa que "durante a conversa as partes discutiram problemas humanitários relacionados ao conflito na Ucrânia, bem como outros assuntos de interesse recíproco".

Zuppi e Antonij já tinham se visto no dia 29 de junho de 2023, no âmbito da primeira missão do cardeal a Moscou (segunda etapa de uma viagem que também o viu em Kiev, Washington e Pequim). O metropolita integrou a delegação que acompanhou Kirill no encontro com o cardeal emissário do Papa. “Agradecemos que Sua Santidade o tenha enviado a Moscou”, disse o patriarca naquela ocasião.

Entrevista com a Comissária Lvova-Belova

Também durante sua primeira missão em solo russo, o cardeal Zuppi, entre outros compromissos institucionais, se encontrou com Maria Llova-Belova, comissária do presidente russo Putin para os direitos das crianças. A reunião entre os dois se repetiu na última terça-feira e foi uma conversa “construtiva”, informou a própria comissária numa declaração postada em seu canal Telegram, enfatizando que “a cooperação com o enviado do Papa e a Nunciatura Apostólica na Federação Russa está em andamento há mais de um ano”.

O centro da conversa entre Zuppi e Llova-Belova é a repatriação de crianças ucranianas levadas à força para a Rússia. Mais de 19 mil menores, de acordo com o governo de Kiev. Um pequeno grupo já voltou para suas famílias, graças também ao canal de mediação aberto pela Santa Sé. O trabalho continua: “Discutimos os resultados e a interação no interesse das famílias e das crianças, incluindo a reunificação de famílias provenientes da Rússia e da Ucrânia”, publicou a comissária, relatando detalhes do encontro com o cardeal. “Estamos fazendo isso com a participação do Ministério das Relações Exteriores da Rússia. Decidimos continuar trabalhando juntos.”

Encontro com o ministro Lavrov

Em sua chegada a Moscou na última terça-feira (15/10), o cardeal Zuppi conversou com o Ministro das Relações Exteriores Serghei Lavrov sobre a “cooperação na esfera humanitária no contexto do conflito na Ucrânia” e outras questões no cenário internacional. Uma nota do Ministério divulgada, na terça-feira, enfatizou o “desenvolvimento construtivo” do diálogo entre a Rússia e o Vaticano.

Fonte: Vatican News

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Padres sinodais assistem a filme sobre odisseia dos migrantes

No Vaticano, como parte dos trabalhos do Sínodo sobre a sinodalidade, foi exibido o filme de Matteo Garrone sobre as histórias de emigração da África para a Europa, candidato ao Oscar 2024 como melhor filme internacional. A iniciativa, organizada pelo Dicastério para a Cultura e a Educação, contou com a presença do diretor e de Mamadou Kouassi, o migrante que inspirou a obra: “esse filme toca o coração das pessoas e é a história de uma viagem vivida em primeira mão”.

Amedeo Lomonaco - Vatican News

Quem é o capitão? No filme de Matteo Garrone, é um jovem senegalês que deixou Dakar com um amigo para realizar um sonho: chegar à Europa e escapar da miséria. Depois de uma série de eventos dramáticos, atravessando o deserto e sendo preso, Seydou é encarregado de guiar um barco e leva todos os migrantes a bordo da embarcação em segurança para a Sicília. É uma história de desespero e esperança, que termina com a travessia do Mar Mediterrâneo sem vítimas ou pessoas desaparecidas, contada no filme “Io Capitano”, vencedor do Leão de Prata no 80º Festival de Cinema de Veneza e candidato ao Oscar de 2024 na categoria Melhor Filme Internacional.

Em diálogo com o diretor e o jovem que inspirou o enredo

O intenso longa-metragem foi exibido nestas terça-feira, 15 de outubro, no Vaticano, na Sala Nova do Sínodo, como parte dos trabalhos da segunda sessão do Sínodo sobre a sinodalidade. A projeção - organizada pelo Dicastério para a Cultura e a Educação - foi introduzida pelas palavras do diretor Matteo Garrone e de Mamadou Kouassi, o migrante que inspirou o filme.

O Pe. Antonio Spadaro, subsecretário do Dicastério para a Cultura e a Educação da Santa Sé, e o mons. Davide Milani, secretário-geral da Fundação Pontifícia Cultura para a Educação, participaram do diálogo que antecipou a noite. Foi uma oportunidade para meditação sobre os desafios, incluindo aqueles relacionados à migração, aos quais a Igreja procura responder em todo o mundo com obras de solidariedade, lembrando também as prioridades, nessa área, indicadas em várias ocasiões pelo Papa Francisco: acolhimento, proteção, promoção e integração.

Um filme chocante

O diálogo que precedeu a exibição do filme foi articulado por meio de vozes carregadas de emoção. Mons. Milani lembrou que “Io Capitano” recebeu uma apreciação transversal. O tema da migração, acrescentou, é contado nesse filme com uma visão integral, partindo das premissas, das terras de onde se originam as viagens de esperança em direção ao Ocidente, à Europa. O estilo do conto de fadas e a transfiguração da realidade são alguns dos aspectos desse trabalho.

A missão de “Io Capitano”

O diretor Mattero Garrone explicou, por sua vez, que “o filme nasceu da escuta e do desejo de dar voz àqueles que normalmente não têm voz”. A estrutura do filme é aquela homérica “da viagem do herói”. O objetivo é mostrar aos jovens uma página sombria da era contemporânea, não apenas aos europeus, mas especialmente às novas gerações que vivem na África. Com esse filme, disse o diretor Garrone, o objetivo não é dar uma resposta a um problema tão complexo, mas “transmitir uma experiência”.

O testemunho de dois atores protagonistas

“Esse trabalho me fez crescer”, disse um dos atores, Seydou Sarr. “Quando fomos ao Marrocos, conheci as pessoas que realmente viajaram da África para a Europa. Ao ouvir suas histórias, senti algo. E quis atuar nesse filme para dar voz a elas”. Mamadou Kouassi, outro protagonista do filme, disse que “Io Capitano” criou uma consciência sobre a verdadeira face da migração também na África. Ele destacou o desejo dos jovens africanos de descobrir o mundo. Muitas pessoas “acreditam que chegar à Europa é fácil”. Em vez disso, no deserto e no mar, muitos homens, mulheres e crianças morrem. Essa é a verdade, disse Mamadou, que se descreveu como “um sobrevivente”. Esse trabalho, concluiu ele, é uma ferramenta para dar um testemunho nas escolas e “falar com pessoas que não veem todo o sofrimento” dos migrantes.

Entre a aventura e o conto de fadas

O Pe. Antonio Spadaro destacou na oportunidade que o filme tem a capacidade, com sua linguagem chocante, de envolver e não anestesiar o olhar do espectador. À mídia vaticana, à margem do evento, o subsecretário jesuíta do Dicastério para a Cultura e a Educação explicou que na assembleia sinodal - da qual ele participa como membro - “há uma forte sensibilidade para o tema da migração, do qual o Papa fala tanto” e “o filme é capaz de falar energicamente sobre esse tema, mas usando um estilo diferente daquele que estamos acostumados a ver”.

O filme de Garrone, enfatizou o Pe. Spadaro, “é uma história que inclui Ulisses e Pinóquio, uma história de formação e uma aventura existencial que se concentra com grande força e decisão na tragédia que essas pessoas vivem, mas também no sonho que vivem e pelo qual são movidas”. A história dos migrantes, ressalta o jesuíta, “não nos foi bem contada. No sentido de que estamos anestesiados diante das imagens que vemos. Observar as coisas de outro ponto de vista, ou seja, do ponto de vista daqueles que migram - e o filme também está no idioma deles - pode ajudar a todos, inclusive os padres sinodais, a ver esse drama de uma maneira diferente. Portanto, está proporcionando uma nova consciência”.

Fonte: Vatican News

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Caccia: é preciso instrumento multilateral para crimes contra a humanidade

O observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas falou durante uma sessão da Assembleia Geral em Nova York: a falta de uma definição clara de gênero prejudicaria os esforços “para prevenir e perseguir os crimes que afetam desproporcionalmente as mulheres, como estupro, escravidão sexual e prostituição forçada”

Vatican News

O tema dos crimes contra a humanidade foi objeto de um pronunciamento do arcebispo Gabriele Caccia, observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas em Nova York, durante os trabalhos da Sexta Comissão da Assembleia Geral. Destacando o reconhecimento de longa data do direito internacional dos crimes contra a humanidade como crimes internacionais, o prelado expressou a necessidade da criação de um “instrumento universal” destinado a facilitar a cooperação internacional para a prevenção e a sanção desses atos que não respeitam a dignidade humana.

Não à modificação das definições já acordadas

Também é necessário, de acordo com o representante vaticano, que a definição de tais atos esteja profundamente radicada no direito internacional consuetudinário. Portanto, ao definir esses crimes, a Comissão “não deve se afastar das normas consuetudinárias existentes”. Acrescentar ou modificar as definições já acordadas de tais crimes, conforme contidas no Estatuto do Tribunal Penal Internacional (TPI), “não só dificultaria o consenso, mas também comprometeria”, observou dom Caccia, “a eficácia do novo instrumento”. Em vista disso, o núncio expressou preocupação com a omissão da definição de gênero no artigo 7 do Estatuto do TPI no projeto da Comissão de Direito Internacional.

Em risco, a prevenção de crimes contra as mulheres

Nem a prática dos Estados nem a opinio iuris apoiam, continuou o arcebispo, “uma definição de gênero diferente da que se encontra presente no Estatuto de Roma” e a “falta de uma definição clara de gênero, radicada na realidade biológica dos dois sexos, comprometeria”, de acordo com dom Caccia, “nossos esforços para prevenir e perseguir os crimes que afetam desproporcionalmente as mulheres, como estupro, escravidão sexual e prostituição forçada”. Da mesma forma, reiterou ele, “a Santa Sé não pode aceitar nenhuma mudança na definição de gravidez forçada contida no artigo 7 do Estatuto do TPI”.

Defender a dignidade das vítimas

Concluindo seu pronunciamento, o representante vaticano afirmou que, para prevenir e punir crimes contra a humanidade, é necessário respeitar a soberania dos Estados, seguindo o princípio da complementaridade. As novas convenções devem se basear em precedentes estabelecidos, garantindo que os Estados persigam os crimes internamente e cooperem na extradição e na assistência às vítimas. Além disso, disse ele, “os princípios da justiça penal, como o direito ao devido processo legal e à imunidade de funcionários públicos estrangeiros, devem ser respeitados. Os Estados que aboliram a pena de morte devem ter o direito de não extraditar infratores potencialmente sujeitos a ela”. Ademais, as pessoas “não devem ser deportadas para lugares onde correm o risco de sofrer crimes contra a humanidade ou tortura”. O novo instrumento, concluiu o prelado, deve defender a dignidade das vítimas, consagrando em lei seu direito de receber indenização e assistência pelos danos sofridos e de facilitar sua reintegração à sociedade, bem como incentivar a colaboração internacional para garantir esse apoio, sobretudo em locais onde os recursos podem ser limitados”.

Fonte: Vatican News

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Santa Sé: a crise climática não é uma ameaça distante, mas um desafio presente

Pronunciamento do observador vaticano na Assembleia Geral da ONU em Nova York: “Os efeitos da mudança climática são devastadores. Eventos climáticos extremos, como enchentes, secas e tempestades tropicais, estão aumentando em frequência e gravidade”. Os povos menos desenvolvidos, em particular, estão sofrendo os efeitos devastadores. Em um segundo discurso, apelo em favor dos povos indígenas: contra eles “formas de violência” que exigem ação urgente

Vatican News

As atuais questões climáticas que afetam o planeta foram o foco do observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, dom Gabriele Caccia, no segundo comitê da 79ª Assembleia Geral da Onu, em Nova York. Reiterando o que o Papa disse em sua exortação apostólica Laudate Deum, o arcebispo destacou que “apesar de todas as tentativas de negar, esconder, minimizar ou relativizar a questão, os sinais da mudança climática são cada vez mais evidentes.

Os efeitos da mudança climática são devastadores

Eventos climáticos extremos, como enchentes, secas e tempestades tropicais, estão aumentando em frequência e intensidade, causando perdas de vidas e meios de subsistência sem precedentes. O aumento das temperaturas e a degradação ambiental estão desestabilizando os ecossistemas, levando à perda de biodiversidade, à insegurança alimentar e ao deslocamento em massa. Infelizmente, são os pobres e as pessoas em situações vulneráveis que sofrem as piores consequências desses desastres.

O homem deve respeitar as leis da natureza

Dom Caccia, citando a encíclica Laudato si', lembrou que “a responsabilidade pela terra de Deus significa que os seres humanos, dotados de inteligência, devem respeitar as leis da natureza e o delicado equilíbrio existente entre as criaturas deste mundo”. Nessa perspectiva, três pontos-chave devem orientar a resposta da comunidade.

Corresponsabilidade, solidariedade e mudança cultural

Continuando seu discurso, o prelado enfatizou que toda nação tem a responsabilidade de proteger o clima para as gerações presentes e futuras. A mudança climática afeta todas as nações e nenhum país está em condições de lidar sozinho com as mudanças que estão ocorrendo, portanto, a cooperação internacional para lidar com a atual emergência climática é de suma importância. Nessa perspectiva, é necessário que “cada país faça a sua parte, começando por honrar seus compromissos climáticos”. A mudança climática também é “uma questão de justiça e solidariedade”, afirmou dom Caccia.

São os países menos desenvolvidos e menos responsáveis pelas mudanças climáticas que sofrem as consequências, em particular aqueles que não têm acesso ao mar, acrescentou o arcebispo. Por fim, é necessária uma transformação cultural, como enfatizou o Papa Francisco na encíclica Fratelli tutti, lembrando que “não há mudanças duradouras sem mudanças culturais”. Em consonância com o que o Papa disse, dom Caccia apontou três áreas que, a seu ver, devem passar por mudanças culturais: estilo de vida, produção e consumo. É inegável que as escolhas que fazemos hoje determinarão o mundo que deixaremos para as gerações futuras.

Proteção ambiental e respeito aos povos indígenas

As questões climáticas e a proteção dos povos menos desenvolvidos, com foco na questão dos povos indígenas, também foram o tema do pronunciamento de dom Caccia durante o debate geral da terceira Comissão da 79ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas. Nesse sentido, o núncio destacou que essas comunidades enfrentam desafios como a ameaça das mudanças climáticas, a perda de terras devido à agroindústria e à urbanização e os processos de assimilação, agravados pelo turismo não-sustentável. Esses desafios, incluindo a insegurança alimentar e os danos causados pelos testes nucleares, são o resultado de uma falta de respeito, descrita pelo Papa Francisco na Fratelli tutti como uma “forma de violência” que exige ação urgente.    

Fonte: Vatican News

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Ucrânia: a coragem e o sacrifício dos religiosos que permanecem ao lado do povo

Irmã Magdalena Vytvytska, vice-chefe da Comissão para Religiosos da Igreja greco-católica ucraniana, fala sobre os projetos de apoio espiritual e psicológico para pessoas consagradas que servem perto da frente de batalha, a importância de sentir o apoio da própria comunidade e a decisão, nem sempre fácil, sobre a melhor forma de servir ao próprio povo em um momento tão difícil.

Svitlana Dukhovych – Vatican News

Oração contínua, particular e litúrgica, pelo fim da guerra e por uma paz justa e duradoura; apoio espiritual e psicológico para aqueles que estão passando por traumas e luto; esforços incansáveis para suprir as necessidades básicas daqueles que perderam tudo; apelos às comunidades católicas de todo o mundo para que não sejam esquecidos. Tudo isso e muito mais está sendo feito pela Igreja na Ucrânia desde o início da guerra em grande escala. Bispos, sacerdotes, pessoas consagradas e leigos continuam sendo, acima de tudo, “o sal e a luz” que neutralizam o desespero que quer se infiltrar nas almas das pessoas que estão sofrendo há mais de dois anos e meio.

Servir a comunidade em tempos de guerra

“Ao entrar em um convento, uma pessoa dá um passo bastante radical. Com essa experiência, em um momento de um desafio tão grande para seu país como a guerra, o religioso ou a religiosa quer fazer isso novamente, servir de maneira radical. Depois, cada um decide o que exatamente quer fazer”. A irmã Magdalena Vytvytska, da Ordem de São Basílio, o Grande, é vice-chefe da Comissão para os Religiosos da Igreja greco-católica ucraniana. Em uma entrevista à mídia do Vaticano, ela relata as atividades da Comissão durante esse período, chamando a atenção para a importância da preparação ao pós-guerra. Ela também fala sobre o equilíbrio entre ajudar os outros e cuidar de si mesmo. Entre os tópicos abordados estão a oração e as relações interpessoais na comunidade religiosa como base para servir aos outros.

Os projetos das comunidades religiosas

“Há mais de dois anos, quando a guerra estourou”, explica irmã Magdalena, ”havia muita incerteza e preocupação. As pessoas consagradas são seres humanos e, como todo mundo, tiveram uma reação inicial à guerra: algumas ficaram com medo, outras quiseram ir para o exterior para ajudar os refugiados, outras tentaram se aproximar da frente de batalha para servir como capelães ou decidiram ficar perto das pessoas nos abrigos antiaéreos”. A freira ucraniana acrescenta que hoje as comunidades religiosas recuperaram um certo equilíbrio. Sua Comissão também está retornando aos projetos que haviam lançado antes da guerra, também em resposta às necessidades atuais.

Elas iniciaram novos programas, um dos quais intitulado “As Asas”, que visa à renovação espiritual, física e mental das pessoas consagradas que servem nos territórios mais próximos à frente de batalha. “Há muitas pessoas consagradas”, continua a freira, “que, desde o início da guerra, ou há mais de um ano, estão constantemente servindo com pessoas em dificuldade, com os militares, com pessoas deslocadas, com idosos e pessoas com deficiências. Além disso, estão expostos a tudo o que a vida perto da linha de frente acarreta: estresse, fadiga, exaustão, ansiedade, falta de sono e assim por diante. Tudo isso afeta sua saúde mental e física, e é por isso que nossa Comissão decidiu organizar um retiro de sete dias para elas em uma área próxima à natureza, longe do barulho da guerra”.

A escola para noviços

Um dos projetos formativos que a Comissão para Religiosos realiza é a “Escola para Noviços” que, como diz Ir. Magdalena, “ajudou as noviças a suportar os primeiros anos de guerra”. “Os recém-chegados já estão prestes a fazer uma escolha e, no contexto da guerra, quando tudo ao redor é instável, surgem muitas perguntas e hesitações. Na 'Novice School', têm a oportunidade de conhecer pessoas na mesma situação, de apoiar uns aos outros, de compartilhar suas dificuldades, medos e preocupações. Também têm encontros com um psicólogo e aulas sobre como lidar com diferentes situações”.

Incerteza do pós-guerra

A vice da Comissão para os Religiosos da Igreja greco-católica ucraniana também explica que, durante os encontros, eles refletiram sobre o que espera o país após a guerra. “A população da Ucrânia está mudando: há menos homens, mais viúvas, quase todas as pessoas, inclusive crianças, foram afetadas de alguma forma pela guerra. Estamos cientes de que temos que nos preparar para o período pós-guerra, porque, mais cedo ou mais tarde, ele chegará, e é nesse momento que a Igreja e as pessoas consagradas terão muito a fazer, porque teremos que curar as feridas e ajudar nosso povo a voltar à normalidade. E as crianças, em particular, precisam de ajuda nesse sentido, porque elas são o nosso futuro e, mesmo que continuem brincando e rindo agora, ainda estão sofrendo por dentro com o que está acontecendo”.

A força para curar feridas

Quem quiser curar as feridas dos outros precisa ter força interior para isso. Em situações extremas como a guerra, não é fácil encontrar um equilíbrio entre servir aos outros e cuidar de si mesmo. “Para nós, religiosas”, compartilha a irmã Magdalena, “funciona da mesma forma que para todas as outras pessoas. Todas precisam de apoio espiritual, que recebemos na oração, e de apoio humano, que para nós, religiosas, é a comunidade em que vivemos. A guerra se tornou um indicador da força de nossas comunidades: onde as pessoas consagradas têm força para trabalhar com os desafios da guerra, para ajudar a curar as feridas, isso significa que elas recebem apoio em sua própria comunidade. Por outro lado, os religiosos que gastam muitos recursos por causa de problemas nas comunidades, onde não há proximidade, compreensão e apoio, não têm mais recursos para trabalhar fora”.

 A missão das mulheres consagradas

Durante a guerra, os institutos de vida religiosa na Ucrânia enfrentaram desafios que nunca haviam encontrado antes. “Nos momentos de provação, tudo se torna muito intenso, há manifestações de certo radicalismo”, compartilha a irmã Magdalena. Havia também aquelas que estavam prontas para deixar o convento para se alistar no exército, e havia também aquelas que queriam servir como capelãs ao lado dos soldados na linha de frente”. Muitos superiores de congregações, especialmente as masculinas, permitiram que seus membros servissem como capelães militares na linha de frente. “Mesmo entre as irmãs, há situações diferentes.  Algumas delas expressaram o desejo de servir, por exemplo, em áreas mais próximas da linha de frente. Estamos tentando encontrar um equilíbrio para que elas tenham a oportunidade de servir como quiserem, mas, ao mesmo tempo, para que não percam sua vocação, porque nessas circunstâncias uma pessoa consagrada pode ajudar mais do que um leigo. E como várias congregações femininas também têm conventos bem próximos da frente, podemos atender tanto à necessidade quanto ao desejo desse tipo de serviço”. - Fonte: Vatican News

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Líbano. Alarme do Unicef: com a guerra, mais uma emergência de deslocados

Número dramático de mortos após o ataque israelense ao vilarejo cristão de Aitou, com mais de 20 mortos. Novos bombardeios também em Gaza, com dezenas de mortos

Vatican News

A escalada do conflito no Líbano gerou centenas de milhares de pessoas deslocadas: mais de 400.000 crianças tiveram que deixar suas casas nas últimas três semanas. Esse é o alarme dado pelo Unicef, por meio das declarações de seu vice-diretor executivo, Ted Chaiban, que falou de Beirute sobre o risco de uma “geração perdida” no País dos Cedros, que enfrenta várias crises e está mergulhado na escuridão da guerra. “O que me impressionou foi que, em apenas três semanas de guerra, tantas crianças foram afetadas”, disse Chaiban, observando também que “1,2 milhão de crianças estão privadas de educação”.

Enquanto isso, um número dramático de vítimas vem do vilarejo de maioria cristã de Aitou, no norte do Líbano, onde esta segunda-feira houve 21 mortos e oito feridos vítimas de um ataque israelense. De acordo com a Cruz Vermelha libanesa, o ataque destruiu um prédio inteiro que abrigava pessoas que haviam se refugiado no local devido aos bombardeios israelenses no sul do Líbano. E outros ataques israelenses foram registrados na área de Khosh al-Sayed Ali, na fronteira sírio-libanesa, perto de Baalbek, no vale libanês.

Os 15 membros do Conselho de Segurança da Onu, por sua vez, reafirmaram a importância da missão da Unifil no Líbano, reconhecendo “a necessidade de mais medidas práticas para implementar a resolução 1701, que estabelece seu mandato”. O jornal Times of Israel também destaca que os Capacetes Azuis da Onu permanecerão em todas as suas posições no Líbano, apesar dos pedidos israelenses para que se desloquem, após os ataques israelenses nos últimos dias e os cinco soldados da força de paz da Onu feridos. “Foi tomada a decisão de que a Unifil permanecerá atualmente em todas as suas posições, apesar dos pedidos das Forças de Defesa de Israel para abandonar as posições nas proximidades da Linha Azul”, disse o chefe da missão de manutenção da paz da Onu, Jean-Pierre Lacroix.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmam ter atingido cerca de 230 alvos na Faixa de Gaza e no Líbano em 24 horas. Um morto e três feridos é o primeiro balanço de um suposto ataque terrorista que ocorreu na rodovia entre Ashdod e Yavne, no sul de Israel. O agressor abriu fogo em dois lugares, atingindo as pessoas. Um homem gravemente ferido morreu durante o transporte para o hospital, enquanto o agressor foi morto.

Situação continua dramática também em Gaza

A situação continua dramática também em Gaza. Pelo menos 55 mortos, de acordo com o Ministério da Saúde palestino, foram vítimas de novos bombardeios israelenses. Assim, o número de mortos subiu para 42.344 e o número de feridos para 99.013 desde o início das operações israelenses em Gaza. Enquanto isso, o Unicef anunciou que mais de 90.000 crianças com menos de 10 anos de idade na região central de Gaza receberam a vacina contra a pólio durante o primeiro dia da segunda rodada da campanha de vacinação.

Por fim, do Qatar, o emir Tamim bin Hamad Al-Thani alertou para o fato de que Israel teria decidido deliberadamente expandir o que ele chamou de “uma agressão para implementar projetos planejados com antecedência na Cisjordânia e no Líbano”.

Fonte: Vatican News

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Prevenção: Saúde mental para cuidar de crianças e adolescentes

Que você aceite olhar mais para si, e que fazendo isso suas descobertas sobre você sejam maravilhosas e que ao aprofundar o auto cuidado você consiga encontrar em você a felicidade que vem procurando.

Camila dos Santos Leite – Psicóloga, Terapeuta e Catequista

Nós somos seres biopsicossociais, precisamos estar em harmonia com nosso corpo, mente e comunidade para nos sentirmos bem, mas também somos o ser da falta, estamos sempre querendo alcançar mais sonhos e realizar feitos na nossa jornada e isso muitas vezes nos leva a frustração e a perda de sentido. Muitas pessoas sofrem com depressão, ansiedade e tantas outras mazelas emocionais e não buscam ajuda.

Ficamos presos a dores do passado ou mesmo ficamos muito ansiosos com as possibilidades do futuro, toda essa exigência pode nos levar a muitos problemas emocionais, claro que ninguém procura isso racionalmente, não buscamos a doença, mas presos aos medos, preocupações e emergências que nos permeiam é difícil focar no que realmente temos: o presente. Nele tudo acontece, mas nem sempre nosso foco está onde deveria. Para focar no momento de agora precisamos de auto cuidado e auto regulação.

O auto cuidado consiste em observar a si com muita atenção para entender as próprias necessidades e assim poder supri-las.

Coisas simples podem fazer muita diferença no dia a dia, como dedicar tempo a coisas que gosta e não tem feito; cuidar da saúde do corpo: caminhar, andar de bicicleta, são exemplos de coisas que conseguimos fazer sozinhos e liberam hormônios que nosso corpo precisa. E cuidar da saúde da mente: ler bons livros, ver filmes; fazer algo por si mesmo.

Já a auto regulação necessita de conhecer nossas emoções, nem sempre é fácil fazer isso sozinho, mas não precisamos de mudanças grandiosas para encontrar satisfação, precisamos sim nos movimentar no sentido de buscar o que nos satisfaz. E podemos tanto pensar em coisas novas, quanto relembrar algo que nos deixava bem.

Relembrar é recriar, reviver. Tente, relembre coisas que você gostava de fazer, certamente as mais simples são as que deixaram mais saudade.

Aprenda algo novo, sempre é tempo de aprender, pode ter alguma coisa que você sempre teve vontade de fazer e nunca se arriscou. Roberto Shinyashiki nos ensina que: "É preciso humildade pra começar a fazer o que se quer fazer, ainda que não seja bem-feito, e coragem para experimentar".

A cada momento estamos mudando, nos transformando e sendo novas pessoas, com isso nossas necessidades e prioridades também vão se modificando e isso não é ruim, assusta um pouco, pois o novo assusta mesmo, mas faz parte do processo de amadurecimento e crescimento diário de cada ser na existência.

Que você aceite olhar mais para si, e que fazendo isso suas descobertas sobre você sejam maravilhosas e que ao aprofundar o auto cuidado você consiga encontrar em você a felicidade que vem procurando. Se você não conseguir sozinho, procure ajuda de um profissional, psicólogos e psiquiatras vão te ajudar.

 Vamos pensar nisso?

Fonte: Vatican News

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Explosão de camião-cisterna

Na Nigéria, mais de 90 pessoas morreram na explosão de um camião-cisterna.

Mvuato Sebastião Miezi, Vatican News

A tragédia ocorreu na cidade de Majia, no Estado de Jigawa, por volta da meia-noite de 15 de outubro. De acordo com a polícia, 94 pessoas morreram e pelo menos 50 ficaram feridas.

O incidente ocorreu quando o condutor do camião-cisterna perdeu o controlo do veículo ao tentar evitar outro camião. No processo, o camião-cisterna separou-se da unidade de tração e o combustível derramou-se. Infelizmente, apesar dos esforços das forças de segurança para evitar uma explosão acidental, o acidente acabou por desabrochar num violento incêndio que durou pelo menos duas horas.

(Com Agenzia Fides)

Fonte: Vatican News

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Dia Mundial da Alimentação: Papa denuncia «flagelo da miséria e da fome»

Francisco envia mensagem ao diretor-geral da FAO, pedindo mais apoio para pequenos agricultores

O Papa assinalou hoje o 44.º Dia Mundial da Alimentação, numa mensagem divulgada pelo Vaticano, alertando para o “flagelo da miséria e da fome” que atinge milhões de pessoas nos cinco continentes.

“Que todos possam dispor de alimentos em quantidade e qualidade adequadas para si e para as suas famílias, para que cada pessoa possa ter uma vida digna e para que o doloroso flagelo da miséria e da fome no mundo seja definitivamente derrotado”, pede Francisco, num texto dirigido ao diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, e lida no Fórum Mundial da Alimentação, que decorre em Roma, até sexta-feira.

A mensagem pede que o combate à fome seja uma “prioridade” para os responsáveis internacionais, sublinhando que a FAO propõe “uma transformação dos sistemas alimentares que tenha em conta a pluralidade e a variedade de alimentos nutritivos, acessíveis, saudáveis e sustentáveis como meio de alcançar a segurança alimentar e dietas saudáveis para todos”.

“Os decisores políticos e económicos a nível internacional devem ouvir as exigências dos que se encontram na base da cadeia alimentar, como os pequenos agricultores, e das formações sociais intermédias, como a família, que estão diretamente envolvidas na alimentação das pessoas”.

O Papa sublinha a urgência de ouvir “as necessidades que vêm de baixo, dos trabalhadores e dos agricultores, dos pobres e dos famintos, e daqueles que vivem com dificuldades em zonas rurais isoladas”.

“A humanidade, ferida por tantas injustiças, precisa urgentemente de medidas eficazes para viver melhor, atuando em conjunto no mesmo espírito de fraternidade e na consciência de que este planeta que Deus nos deu deve ser um jardim aberto à convivência serena”, escreve.

Francisco recorda o conceito de “ecologia integral”, proposta na sua encíclica ‘Laudato Si’ (2015), pedindo que as necessidades de todas as pessoas “sejam tidas em conta, para que a sua dignidade seja protegida na sua relação com os outros e em estreita ligação com o cuidado da criação”.

“Isto requer também que nos deixemos desafiar e comover pela condição do outro, e que a solidariedade se torne o foco principal das nossas decisões”, aponta.

Celebrado anualmente a 16 de outubro, o Dia Mundial da Alimentação tem como tema, em 2024, ‘Direito aos alimentos para uma vida e um futuro melhores’, sendo celebrado em paralelo com o 79.º aniversário da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Fonte: Agência Ecclesia

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Do dia 15/10/2024

Congresso Internacional da Comunidade Católica Shalom reúne mais de 5 mil jovens em Fortaleza (CE)

De 10 a 13 de outubro de 2024, a Comunidade Católica Shalom celebrou os 35 anos do Projeto Juventude para Jesus, realizando uma edição internacional do Congresso de Jovens Shalom (CJS), em Fortaleza, Ceará. O tema desta edição do CJS foi inspirado na Mensagem do Papa Francisco para a Jornada Mundial da Juventude 2024, “Os que esperam no Senhor caminham sem se cansar” (cf. Is 40,31).

A presença da Conferência Episcopal

O bispo de Araguaína (TO) e presidente da Comissão Episcopal para o Laicato, dom Giovane Pereira de Melo, o arcebispo de Fortaleza e presidente da Comissão de Cultura e Educação, dom Gregório Paixão, e o bispo da diocese do Brooklyn, em Nova York (NY), dom Robert J. Brennan, participaram do evento que contou com formações, momentos de oração, adoração eucarística, santa missa, apresentações artísticas e shows.

Para dom Gregório Paixão, o CJS representa aquilo que os bispos desejam por meio das Comissões Episcopais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil: “em primeiro lugar que o centro seja Jesus Cristo; em segundo lugar, que a Igreja esteja presente com todo seu significado e alegria; e, depois, algo fundamental que é querido pela Igreja – a juventude – o presente e o futuro da Igreja”.

Ele ainda ressaltou a importância da presença da Comissão para a Cultura e Educação em um evento com diversas culturas e a Comissão para o Laicato em um lugar com leigos consagrados jovens que, reunidos, manifestam aquilo que a Igreja pede: uma participação concreta, alegre e feliz na ação evangelizadora.

A programação

No primeiro dia, os jovens peregrinaram por pontos importantes para o Carisma Shalom na cidade de Fortaleza, como a Diaconia Geral (sede do Governo da Comunidade), o Shalom da Paz (primeiro centro de evangelização, inaugurado em 9 de Julho de 1982, com a presença de dom Aloísio Lorscheider), entre outros lugares.

    “Trago aqui o abraço, a comunhão dos bispos que acompanham a Comissão Episcopal para o Laicato. Às comunidades novas, estamos juntos, fazemos parte do mesmo Dicastério em Roma, por isso a alegria é maior, porque hoje eu conheço essa grande família Shalom”, disse dom Giovane saudando os participantes.

Na homilia, ele também deu três conselhos aos jovens: “olhar o presente e o futuro, com o olhar sereno, não com olhar de medo, nem de desespero, mas de esperança”, “percorrer o presente com alegria e esperança” e “percorrer o presente e o futuro sem cansaço, sem desânimo”:

“O mundo em que estamos inseridos, principalmente a juventude, é muito competitivo. Às vezes, a gente se cansa, se esforça cotidianamente, estuda à noite, trabalha o dia inteiro e muitas vezes não é reconhecido no seu esforço. Às vezes, bate desencanto. O Papa Francisco nos convida a ser peregrinos da esperança. É preciso se colocar a caminho. Somos portadores dessa virtude, dessa esperança que brota do coração de Deus”.

Após a santa missa, os jovens assistiram o espetáculo inédito “Princípio”, produzido pelo Projeto de Artes da missão de Fortaleza, que narra o sim de cada jovem que abraça sua eleição tornando-se testemunha do evangelho no mundo de hoje.

Jovens celebraram a Padroeira do Brasil

No segundo dia do CJS, a juventude celebrou de forma especial Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, começando com a laudes e, em seguida, a adoração eucarística.

E foi assim, unidos ao Coração de Jesus pela intercessão de Maria, que todos participaram da Solenidade da Bem-aventurada Virgem Maria da Conceição Aparecida, presidida pelo bispo da diocese do Brooklyn, em Nova York, dom Robert J. Brennan. Dom Robert conheceu a Comunidade Católica Shalom em NY. O contato com o Carisma despertou nele a curiosidade de vir ao CJS para viver essa experiência e estar em comunhão com os jovens.

Em sua homilia, o bispo americano relacionou a história do milagre de Nossa Senhora Aparecida ao lançar das redes dos simples pescadores, Pedro e André, que se tornaram apóstolos de Jesus. Dom Robert disse que, por meio da Mãe Aparecida, Jesus puxou aqueles pescadores, no Rio Paraíba, para dentro do seu Sagrado Coração. “Sem Jesus, nossas redes estão sempre vazias”, ressaltou recordando que é Ele o pescador que nos pesca e nos torna seus pescadores.

Celebração e envio

 O último dia do evento foi marcado pelo envio dos jovens às suas Igrejas Locais, para proclamar os grandes feitos de Deus! Após a oração das laudes, o arcebispo de Fortaleza, dom Gregório Paixão, presidiu a santa missa onde, na homilia, refletiu sobre o Evangelho de Lucas (Lc 10,17-24), que conta a história do jovem rico. Dom Gregório explicou que o “jovem rico” acreditava que Jesus poderia lhe oferecer mais um tesouro, talvez intelectual, para acumular em suas riquezas, ou até lhe elogiar por sua vida correta.

    “Faltava verdadeiramente àquele jovem a presença de Deus, faltava-lhe o olhar misericordioso, a capacidade de enxergar aqueles ao seu redor.”

E, citando o Papa Francisco, destacou que quando nos preocupamos apenas em preservar o que acumulamos, deixamos de enxergar o próximo e que, no Evangelho, Jesus queria mostrar ao jovem que ele precisava olhar para aqueles ao seu lado e entender que o mundo era muito maior do que aquilo que ele possuía.

    “Odiar alguém é criar um paraíso onde o outro não existe, mas o que Cristo deseja é que abramos nossos corações para bem alcançar os outros e transformar a sociedade.”

Ainda enfatizou que devemos levar a obra de Deus a todos. E essa obra é alegria, amor, fraternidade e misericórdia, dons que vêm diretamente de Deus. Disse, também, que devemos olhar a todos como Jesus olhou o jovem: com amor.

Na tarde do último dia, os participantes ouviram a pregação do moderador e fundador da Comunidade Católica Shalom e membro do dicastério da Cúria Romana para a Nova Evangelização, Moysés Azevedo, sobre “a oração, alimento da nossa esperança”. Ele disse aos jovens: “a esperança se nutre da oração e nos leva para a missão”.

Ele ainda garantiu ao público que, pela força da ressurreição de Cristo, tudo pode ser transformado. E recordou as palavras de São João Paulo II: “A Esperança nasce da confiança em três verdades: Deus é onipotente, Deus ama-me imensamente e Deus é fiel às promessas. E é Ele, o Deus da misericórdia, que acende em mim a confiança; por isso não me sinto nem só, nem inútil, nem abandonado, mas integrado num plano de salvação, que um dia virá a levar-me ao Paraíso”.

Motivados por essa reflexão, ao final do Congresso, na Celebração da Cruz, os jovens viveram um momento forte de oração, onde ofereceram suas vidas a Deus para a evangelização da humanidade.

Curitiba e Santa Cruz de la Sierra sediarão as próximas edições do CJS 2025

 Esta edição internacional do Congresso de Jovens Shalom acontece a cada cinco anos. Por isso, no encerramento do evento, Bertrand Wadi, assessor jovem da Comunidade, anunciou onde serão as duas edições do CJS 2025: a edição nacional acontecerá em Curitiba, Paraná, e a edição América-Hispânica será em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia.

Por  Paulo Augusto Cruz com a colaboração do portal comshalom.org

Fonte: CNBB

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Bispos comentam e celebram os 72 anos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) completou 72 anos de sua criação, nesta segunda-feira, 14 de outubro. Assim como proposto naquele encontro realizado em 1952, no Palácio São Joaquim, no Rio de Janeiro, a entidade tem sido espaço e estrutura para estudo de temas importantes para a Igreja Católica presente no país, além de continuar atuando na sociedade em vista do bem-comum.

Alguns bispos falaram da importância da data, a partir da motivação do Portal da CNBB para alguns deles: o emérito com mais tempo de ordenação episcopal, dom Pedro Antônio Fedalto, arcebispo emérito de Curtiba (PR); o mais jovem em idade, dom Agnaldo Temóteo da Silveira, bispo de Garanhuns (PE); e o emérito que tem servido como administrador apostólico em várias oportunidades no último ano, dom Paulo Antônio de Conto.

Dom Pedro Antônio Marchetti Fedalto, arcebispo emérito de Curitiba (PR), está, atualmente, com 98 anos de idade. Ordenado bispo em 28 de agosto de 1966, é mais experiente em ordenação episcopal e partilhou sua alegria de fazer parte da conferência.

    “Fiquei muito contente quando fui convidado para pertencer à CNBB. A CNBB significa a grande união, a comunhão dos bispos do Brasil. Por isso, parabéns, pelos 72 anos da CNBB!”

Dom Agnaldo Temóteo tem 47 anos e é o bispo mais jovem do Brasil e está na cátedra diocesana de Garanhuns há pouco mais de dois meses. Ele destaca a contribuição da entidade para o bem para o povo e a dedicação da Presidência da CNBB:

    “Louvamos e bendizemos a Deus pelo aniversário de 72 anos da CNBB. Ao longo da sua trajetória, tem se colocado a serviço da Igreja e da sociedade, contribuindo enormemente para o bem do povo brasileiro. Organismo de comunhão, é para os bispos do Brasil uma instância de unidade, espaço de acolhimento e fraternidade, bem como lugar de apoio e suporte nas dificuldades.

    Nesta ocasião, saudamos e agradecemos, de modo muito particular, à Presidência dessa instituição, por toda dedicação e zelo que tem demonstrado no cumprimento dessa função tão exigente e desafiadora.

    Louvado seja Deus pelos 72 anos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.”

O bispo emérito de Montenegro (RS), dom Paulo De Conto, estava na função de administrador apostólico da arquidiocese de Cascavel (PR) até junho deste ano. Ele tem contribuído sempre que solicitado para conduzir dioceses vacantes, desde 2015, antes da emeritude. Dom Paulo é sempre uma presença marcante e atuante nas assembleias da CNBB.

    “A CNBB é uma grande bênção para o povo brasileiro. Formando a unidade com os bispos, em sintonia com o Papa, evangeliza. E como é bom e como é importante vermos uma diretoria que está sempre preocupada e presente na evangelização. Eu me alegro muito em ver a CNBB dando tudo de si para que o povo brasileiro sinta a importância da unidade com o Papa, da unidade entre si nesta evangelização que leva todos para a salvação. Parabenizo a CNBB pelo que é, pelo que faz, pelo que significa e pelas bênçãos que vêm de Deus”.

Nas redes sociais da CNBB, foram divulgados depoimentos de membros da Presidência; do núncio apostólico, dom Giambatistta Diquattro; da colaboradora Sonia Milhomem com quase 40 anos de presença na sede; e de participantes na celebração realizada ao final da manhã de segunda-feira.

Dom Jaime destacou os 72 anos a serviço da Igreja e da sociedade, “sendo testemunha do Evangelho, buscando cooperar com as igrejas particulares que compõem a Conferência dos Bispos do Brasil, a fim de que possamos, na comunhão, na sintonia, levar adiante a obra da evangelização no nosso Brasil”.

O núncio apostólico, dom Giambatistta, partilhou que “a celebração dos 72 anos da CNBB é uma oportunidade para confirmar o desejo de todos os bispos do Brasil de viver a tarefa da evangelização em comunhão. A tarefa, como graça do Senhor, só se pode viver com o sopro do Espírito Santo – e o Espírito Santo é espírito de comunhão, espírito de eclesia, de comunidade, de assembleia junta dos filhos e filhas de Deus”.

Por Luiz Lopes Jr

Fonte: CNBB

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Movimento de Educação de Base celebra o Dia dos Educadores em encontro de bispos do Conselho Deliberativo e educadores

Na terça-feira, 15 de outubro, o Movimento de Educação de Base (MEB), organismo da CNBB, promoveu um encontro significativo em comemoração ao Dia dos Educadores e Educadoras. O evento, no Centro Cultural Missionário, reuniu bispos que fazem parte do Conselho Deliberativo do MEB e proporcionou um espaço para a troca de experiências sobre educação popular nos diversos Núcleos do MEB espalhados pelo Brasil.

Participaram do encontro o bispo de Campina Grande (PB), dom Dulcênio Fontes de Matos, o bispo de Coroatá (MA), dom Sebastião Bandeira Coêlho, o bispo de Pesqueira (PE), dom José Luiz Ferreira Salles, o bispo de Goiás (GO), dom Jeová Elias Ferreira, o arcebispo de Teresina (PI), dom Juarez Marques Sousa da Silva.

Os bispos tiveram a oportunidade de ouvir os relatos sobre as práticas educacionais realizadas nos Núcleos do MEB no Distrito Federal, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco, destacando o papel da educação popular na promoção da inclusão e da cidadania.

Ao longo da manhã, também foram apresentadas as pontuações do Conselho Consultivo do MEB, composto por professores e especialistas em educação, que trouxeram reflexões sobre os desafios e avanços na área.

Fortalecer a esperança

O encontro não apenas celebrou a dedicação dos educadores, mas também reafirmou o compromisso do MEB com a formação de uma educação que valoriza a diversidade e a participação comunitária. A troca de ideias e experiências entre bispos, educadores e especialistas fortaleceu os laços entre a educação e a espiritualidade, fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Dom Sebastião Bandeira Coêlho destacou que o MEB tem uma história muito bonita e importante em nossa país. “Para responder aos novos desafios é necessário que sempre façamos uma reflexão a partir de nossa prática, mas também ouvindo pessoas da área da educação e das universidades que possam nos ajudar a pensar no futuro.

Por isso, esse encontro foi de fundamental importância para conhecermos onde e como o MEB está atuando, assim como buscarmos novos caminhos e perspectivas, visando sempre ser fiel ao ideal do MEB e avançar nas novas resposta que devemos dar ao mundo. Foi um encontro carregado de esperança, que nos anima na nossa missão”, lembrou o bispo.

Conheça o MEB

O MEB é uma entidade sem fins lucrativos e filantrópica na área da educação popular e assistência social. Busca contribuir para promoção humana integral e a superação da desigualdade social por meio de programas de educação popular para jovens e adultos.

Tem em sua ação um serviço de capacitação de agentes de educação de base através da rede de dioceses e paróquias, aproveitando a estrutura montada em torno dos regionais da CNBB, bem como por eventuais convênios com o governo federal e/ou estaduais, sempre com o objetivo de trabalhar na linha da Educação Popular.

Por Fabrício Preto – MEB - Fonte: CNBB

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Encontro do Proformar e Confiar inicia com muita animação e espiritualidade em Brasília-DF

Na manhã desta terça-feira, 15 de outubro, começou o Proformar e Confiar, encontro destinado aos novos coordenadores e coordenadoras das 20 Regionais da Conferência dos Religiosos do Brasil. O evento acontece no  Centro Franciscano de Evangelização e Cultura – Missão Kolbe, em Brasília-DF, com o objetivo de promover formação, partilha e integração entre as coordenações Regionais.

O encontro foi iniciado com um momento de espiritualidade, conduzido pelas Irmãs Rosa Elena e Valmí Bohn, Assessoras do Setor Missão, e Rosane Steffenon, Assessora do Setor Projetos. A atividade promoveu a integração dos participantes e os motivou para a missão que irão desenvolver em suas regionais ao longo dos próximos três anos.

Após o momento de espiritualidade, a Ir. Eliane Cordeiro, presidente da CRB Nacional, deu as boas-vindas aos presentes. Na sequência, foram apresentadas a Diretoria, a Assessoria Executiva, a Equipe Interdisciplinar e o Conselho Fiscal, além dos Coordenadores e Assessores das Regionais.

Durante o dia, a programação incluiu uma análise de conjuntura apresentada por Daniel Seidel, da Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), que abordou temas atuais importantes para o trabalho das Regionais. Houve também uma apresentação da assessoria jurídica da CRB Nacional, feita pelo escritório Sarubbi Cysneiros Advogados Associados.

Na parte da tarde, a Ir. Maria José, membro da Diretoria, apresentou a política de proteção da CRB. Em seguida, o Ir. Nelson, Assessor do Setor Administrativo e Financeiro, junto com as colaboradoras Isabel e Lilian, abordou pontos importantes que as Regionais precisam observar no cotidiano, relacionados às áreas administrativa, contábil, financeira e de recursos humanos. No final do dia, Marcelo Cordeiro, responsável pelo planejamento estratégico, apresentou uma visão geral das ações da CRB Nacional, destacando o Documento de Referência que orientará as futuras iniciativas da Conferência.

As atividades do dia foram encerradas com uma Celebração Eucarística preparada pelas Irmãs Neusa Santos, Assessora de Comunicação da CRB Nacional, Sueli Bellato da Equipe Interdisciplinar e Irmã Maria Angélica, Coordenadora da Regional Brasília, que trouxeram como foco o rosto das novas coordenações. A celebração foi presidida pelo Frei Clézio Menezes, vice-presidente da CRB Nacional.

Em seguida, uma confraternização, coordenada pelo Pe. Josky, Assessor das Novas Gerações, e pela Ir. Maristela Ganassini, Assessora do Setor Juventudes/SAV/Partilha de Carismas, marcou o encerramento do dia. Representantes das cinco Regiões do Brasil, Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Suldeste e Sul, fizeram apresentações culturais, destacando tradições de seus respectivas Regiões. Durante a confraternização, os participantes compartilharam comidas típicas, promovendo a troca de experiências e o fortalecimento dos laços entre todos os presentes.

Missa na Paróquia São Pelegrino marca o envio dos assessores missionários para a escuta das comunidades de Caxias

Até o mês de junho de 2025, esse grupo terá a missão de visitar cada uma das 243 comunidades-Igreja presentes na cidade de Caxias do Sul, com o objetivo de escutar a realidade de cada local, para ajudar na elaboração do novo Plano Diocesano de Pastoral. Fonte: CRB

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Missa na Paróquia São Pelegrino marca o envio dos assessores missionários para a escuta das comunidades de Caxias

A Região Pastoral de Caxias do Sul celebrou, no domingo, 13 de outubro, a Missa de envio da equipe de coordenação regional de Pastoral e também dos assessores missionários. Juntas, as duas equipes terão a missão de visitar as 243 comunidades presentes no município de Caxias do Sul, com o objetivo de escutar a realidade de cada local, para ajudar na elaboração do novo Plano Diocesano de Pastoral.

O envio aconteceu na Missa das 19h45 da Paróquia São Pelegrino, presidido pelo membro da equipe de coordenação da Região Pastoral de Caxias do Sul, padre Tadeu Libardi. A Eucaristia foi concelebrada por outros sacerdores que atuam nas paróquias de Caxias e pelo coordenador diocesano de Pastoral e vigário geral, padre Leonardo Inácio Pereira. 

A equipe de coordenação regional de pastoral é composta pelos padres Tadeu Libardi e Agostinho Dinani, e por um grupo que contempla a vida religiosa e dos leigos, que recebeu a nomeação do bispo diocesano, Dom José Gislon. Os assessores missionários são referenciais das paróquias do município que vão cooperar com o primeiro grupo para a escuta diocesana que vai acontecer até o mês de junho de 2025.

A Diocese de Caxias do Sul está organizando um material para a escuta, com as perguntas que nasceram a partir do Conselho Diocesano de Pastoral da metade deste ano de 2024. O subsídio terá dois volumes: o livreto de orientações, destinado às equipes de assessores missionários, e o caderno de respostas, para que eles possam recolher as manifestações do povo de Deus durante as visitas.

Fonte: Site da Diocese de Caxias do Sul

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Papa: Cântico das Criaturas, um grande ensinamento sobre o cuidado da criação

Por ocasião da XXIV Semana da Língua Italiana no Mundo, a Embaixada da Itália junto à Santa Sé, em colaboração com o Pátio dos Gentios, organizou um evento para estudar e celebrar o oitavo centenário da famosa composição de São Francisco de Assis. O cardeal Ravasi: não vamos perder a nossa admiração pela criação.

Fausta Speranza - Vatican News

É necessário continuar “o trabalho de conscientização no cuidado da criação”, “há um grande ensinamento naquela oração que há oito séculos nunca deixou de bater e que São Francisco compôs no final de sua vida”. Foi assim que o Papa Francisco, através da mensagem enviada pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, expressou encorajamento pela iniciativa que aconteceu na manhã desta terça-feira (15/10) na sede da Embaixada da Itália junto à Santa Sé, 800 anos após a redação do Cântico das Criaturas por São Francisco.

Os fundamentos da língua italiana

O evento foi desejado pelo embaixador Francesco Di Nitto para o aniversário especial, mas também por ocasião da XXIV Semana da Língua Italiana no Mundo, uma vez que o Cântico constitui a base do desenvolvimento da língua italiana, além de ser um símbolo da proteção da criação. A iniciativa foi realizada em colaboração com o Pátio dos Gentios e sob o patrocínio do Comitê Nacional para a celebração do 8º centenário da morte de São Francisco de Assis.

Os palestrantes

O eco da riqueza cultural e espiritual do Cântico das Criaturas ao longo dos séculos foi revivido no discurso do cardeal Gianfranco Ravasi, presidente emérito do Pontifício Conselho para a Cultura, e no de Roberto Antonelli, presidente da Accademia Nazionale dei Lincei. A profundidade poética emergiu nas palavras de Davide Rondoni, presidente do Comitê Nacional para as celebrações do oitavo centenário da morte de São Francisco de Assis.

Do Cântico, uma visão positiva da natureza

Entre outros, o cardeal Ravasi citou referências dos Salmos que foram as fontes de inspiração para o Cântico. Em um admirável percurso de referências e curiosidades, o cardeal deu o sentido daquele horizonte cósmico no qual as criaturas são as “letras da criação”, que é, portanto, como um livro aberto. Ele citou o Salmo 104, explicando que talvez não esteja entre as fontes diretas do Cântico, mas enfatizando que ele representa um dos mais admiráveis “cânticos das criaturas” bíblicas. E recordou o conceito subjacente que emerge, em particular, dos versículos 13,5 do Livro da Sabedoria e que encontra eco em São Francisco: a palavra é impotente para expressar a grandeza de Deus, mas a partir da beleza das criaturas cósmicas se ascende ao criador.

O Cântico, portanto, louvor a Deus e às suas criaturas, que se desdobra com intensidade e vigor em suas obras, torna-se também um hino à vida. O cardeal Ravasi também enfatizou como a oração de São Francisco é permeada por uma visão positiva da natureza, uma vez que a imagem do Criador se reflete na criação. Daí o senso de fraternidade entre o homem e toda a criação, que é muito diferente do contemptus mundi, ou seja, o desapego e o desprezo pelo mundo terreno, marcado pelo pecado e pelo sofrimento, típico de outras tendências religiosas medievais. Assim, a criação se torna um meio grandioso de louvar ao Criador. E esse sentimento de admiração diante da natureza deve ser preservado hoje, recomendou o cardeal, enfatizando a importância de não perder a admiração e as maravilhas da criação.

Um texto literário refinado e não ingênuo

O presidente Antonelli falou sobre a escrita e o valor literário do texto do Santo de Assis, também conhecido como Cântico do Irmão Sol. Ele lembrou que a simplicidade do sentimento expresso é refletida por uma sintaxe simples, mas também explicou que os versos são agrupados em pequenos blocos facilmente reconhecíveis, diferenciados tematicamente. A questão é que a homogeneidade desses blocos é garantida por dispositivos formais calculados que - ele enfatizou - os críticos modernos reabilitaram como refinados e cuidadosos, não ingênuos como se pensava na era romântica. Entre outras considerações, Antonelli lembrou como estudos recentes esclareceram a raiz da Úmbria de termos que até recentemente eram interpretados como francesismos. Um exemplo da profundidade cultural que, 800 anos depois, continua a fascinar e desafiar.

Um hino à fraternidade

Rondoni enfatizou, por sua vez, o apelo de São Francisco ao valor de uma humanidade que deve permanecer tal, recusando-se a reduzir as pessoas a usuários de tecnologia e preservando o senso de fraternidade que o santo experimentou em sua própria pele e que conota precisamente o humano. O texto do Cântico, explicou, "foi acompanhado de música, composta pelo próprio Francisco, e agora perdida, mas mantém seu valor poético, particularmente na forma de ’prosa rítmica assonante”. O Cântico, portanto, disse Rondoni, também sugere que não se pode renunciar à riqueza poética.

O manuscrito litúrgico da Biblioteca do Vaticano

Por ocasião do encontro, a Biblioteca Apostólica Vaticana colocou à disposição para exibição no Palazzo Borromeo um precioso manuscrito litúrgico do século XIII, no qual uma extraordinária miniatura faz referência a dois momentos fundamentais da vida de São Francisco de Assis: o sermão aos pássaros e os estigmas. Uma escolha diferente, comparada à hipótese de expor uma cópia do Cântico, desejada pelo prefeito Mauro Mantovani, para dar um sentido ao desenvolvimento cultural que tomou vida a partir do próprio Cântico, e ilustrada pela diretora do Departamento de Manuscritos, Claudia Montuschi. - Fonte: Vatican News

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Moçambique: uma Igreja profundamente missionária

Agradeço a oportunidade de partilhar minha visita missionária a Moçambique. Foram doze dias intensos para reencontrar o Povo de Deus das comunidades onde atuei como missionário presbítero, de 2008 a 2011, pelo projeto do Regional Sul 3 da CNBB. Nessa visita fui acompanhado pelo Padre Sérgio Zanon e a leiga Márcia Moraes Videira, ambos da Diocese de Rondonópolis-Guiratinga/MT.

De 18 a 29 de junho 2024, visitamos a Arquidiocese de Nampula e a Diocese de Pemba, ambas no norte de Moçambique. Na Arquidiocese de Nampula, estivemos nas paróquias São Paulo Apóstolo de Larde e São Miguel Arcanjo de Micane. Hospedamos na residência dos missionários localizada na vila de Moma, 210 Km de Nampula. Ali convivemos com a equipe de brasileiros do Regional Sul 3 e 4 da CNBB. São dois padres, uma leiga e um leigo do Rio Grande do Sul e um padre da Arquidiocese de Florianópolis que, recentemente, integrou a equipe com o objetivo de abrir um novo projeto de cooperação Missionária. Também do Sul do Brasil, encontramos três religiosas da congregação das irmãs Filhas do Amor Divino que cooperam na Paróquia São Miguel Arcanjo de Micane.

O campo de atuação missionária dos leigos situa-se nas áreas de formação, reforço escolar, alfabetização de adultos, cultivo de hortaliças, cursos de geração de trabalho e renda. Entre os projetos que a equipe missionária acompanha, está o lar vocacional que atualmente acompanha 14 vocacionados. Esse lar foi inaugurado em 2009 e já deu os primeiros frutos de uma ordenação sacerdotal e uma profissão religiosa. Nas duas paróquias atendidas pela equipe missionária do regional Sul 3 e Sul 4, há 27 seminaristas. Tal realidade vocacional aponta para um caminho de esperança e autonomia da Igreja local.

Em Nampula, fomos recebidos pelo arcebispo Dom Inácio Saúre e realizamos encontro com os missionários brasileiros, os quais partilharam conosco as alegrias e desafios de suas vidas missionárias.

Na Diocese de Pemba, província de Cabo Delgado que vive o sétimo ano de conflito armado (terrorismo), com mais de um milhão de pessoas deslocadas de seus territórios, realizamos encontro com doze missionários de diferentes congregações religiosas. Em atitude de escuta, percebemos que os missionários brasileiros, presentes nesse local de conflitos, dão grande testemunho de fé e esperança para o povo das comunidades que vivem inseguros nesse clima de ataques e tensões.

Dom Juliasse Ferreira Sandramo, bispo de Pemba, relatou que, nesses tempos de conflitos, não faltam o testemunho dos missionários e missionárias brasileiros e dos cristãos leigos nas comunidades. Um exemplo disso é que, diante dos ataques e destruição das aldeias, muitos cristãos leigos correram às igrejas para buscar a Eucaristia e preservá-la da destruição.

 Atualmente são 16 missionários brasileiros na diocese de Pemba, mas em 2017 eram 29, pois 23 voltaram ao Brasil, 6 permaneceram e dez novos chegaram. Dom Juliasse, mesmo ciente de que a província do Cabo Delgado não é um atrativo para os missionários nesses tempos de conflito, faz um apelo da necessidade de continuidade da cooperação missionária da Igreja do Brasil com Pemba.

Segundo Márcia C. Moraes C. Videira, leiga missionária de Rondonópolis, “a visita a Moçambique foi uma experiência profundamente transformadora. Fomos calorosamente recebidos pelo povo moçambicano e os missionários que lá se encontram atuam com generosidade e alegria contagiantes. Aprendi muito sobre a resiliência e a força dessa comunidade que, apesar das adversidades, mantém uma fé inabalável. A presença de Deus é sentida em cada canto, nas orações comunitárias e nas celebrações, onde o sagrado é vivido com uma intensidade e devoção impressionantes. A maneira como eles tratam e vivem me ensinou a valorizar ainda mais a simplicidade e a pureza da fé, reforçando minha espiritualidade e compromisso com o servir”.

Padre Sérgio Zanon do clero da Diocese de Rondonópolis-Guiratinga destacou: “Os dias de experiência missionária em Moçambique significaram muito para minha vida presbiteral. Foram dias intensos onde pude experimentar vários sentimentos e fazer ricas reflexões acerca da vida da Igreja e sua razão de ser, que é missionária. Encontrei um país que vive sérios desafios políticos, econômicos e sociais. Contudo, encontrei também um povo extremamente resiliente que, forjado por dificuldades e sofrimento, descobriu a alegria e a esperança que não decepciona.

Comunidades vivas, missionários brasileiros que, desafiados pelo contexto do país, mantêm seu testemunho de fé. Voltei feliz, inquietado, provocado e estimulado a olhar para a dinâmica pastoral da Igreja no Brasil de forma mais profunda”.

Relato com a certeza de que, apesar de ser uma visita breve, virão frutos de ampliação da cooperação missionária da Igreja do Brasil com Moçambique.

Dom Maurício da Silva Jardim

Presidente da Comissão Episcopal para Ação Missionária e 

Cooperação Intereclesial da CNBB e Bispo da Diocese de Rondonópolis-Guiratinga/MT

Artigo publicado originalmente na Revista SIM (maio a agosto 2024).

Fonte: Pontifícias Obras Missionárias.

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Assis: o G7 da inclusão e da deficiência para uma mudança de direção

O hino italiano, também proposto na língua de sinais, abriu a cúpula que termina nesta quarta-feira (16/10) com a assinatura da Carta de Solfagnano, documento que será levado ao Papa no dia seguinte. Muitos testemunhos de jovens rapazes e moças com deficiência pedindo à política que garanta seus direitos e à sociedade civil uma mudança de perspectiva.

Benedetta Capelli e Michele Raviart - Assis

Assis, a casa de São Francisco, torna-se a casa de muitas associações, realidades, famílias que querem mostrar ao mundo suas capacidades e não ser relegadas a definições estreitas que destacam o que está faltando. Torna-se o lar das instituições chamadas a dar respostas às muitas perguntas daqueles que vivem de perto os problemas relacionados à deficiência. Em Assis, na Itália, em um dia ensolarado, na esplanada em frente à Basílica Inferior de São Francisco, o G7 da Inclusão e da Deficiência teve início nesta segunda-feira, 14 de outubro, sob a presidência italiana. Além dos ministros relacionados à questão da deficiência dos sete países, participam a União Europeia e outras quatro nações, como Quênia, Tunísia, África do Sul e Vietnã.

Nos próximos dois dias, no Castelo de Solfagnano, não muito longe de Perugia, a política e a sociedade civil ouvirão uns aos outros e discutirão as boas práticas e o que ainda precisa ser feito. Um sinal de que juntos - uma palavra repetida várias vezes pelos ministros do G7 - podemos trabalhar para melhorar as coisas. Ao final dos três dias, a Carta de Solfagnano será finalizada e apresentada ao Papa Francisco na quinta-feira, 16 de outubro.

Testemunhas da dignidade

No palco montado em frente à Basílica Inferior de São Francisco, os hinos nacionais são tocados por três bandas inclusivas com 80 músicos, 50 dos quais são portadores de deficiência. Juntamente com as declarações dos ministros, as experiências de muitos jovens com deficiência são entrelaçadas por mais de duas horas. Cada história é uma expressão de determinação, tenacidade, coragem para se afirmar e o direito ao estudo, ao trabalho e à inclusão. Histórias que não devem ser vistas com pena, mas com admiração e respeito.

A história de Paolo Puddu, um jovem de Cagliari, é impressionante: sua voz é a da Simona que o acompanha, seus pensamentos são o resultado da leitura de uma tábua transparente onde estão gravadas as letras do alfabeto com as quais ele formula seu próprio pensamento, profundo e comovente. Ele é formado em literatura e é diretor da associação de crianças com dano cerebral ABC.

"Somos todos poesia"

Maria Teresa Rocchi tem síndrome de Down, seu sonho é dançar na televisão, ela trabalha em um jardim de infância na Úmbria. Benedetta De Luca é uma advogada muito conhecida nas mídias sociais, conta sua história e levanta a definição que um médico deu sobre ela: “um livro de música maravilhosa que caiu em uma bacia cheia de água, por isso devemos ter cuidado, usar a delicadeza que é necessária ao lidar com pessoas com deficiência”. Guido Marangoni, um escritor, opta por deixar a irmã de Anna, sua última filha com síndrome de Down, falar. Ela nos convida a olhar para as crianças que são capazes de apontar naturalmente as ferramentas para a inclusão. "Nós somos diferentes", diz Guido, "porque somos todos poesia". Enrico delle Serre tem transtorno do espectro do autismo e, com voz firme, nos lembra que a deficiência diz respeito a todos, que a diversidade enriquece, mas que é necessário garantir as mesmas oportunidades “para expressar nosso potencial, somos" - diz ele - "pessoas que merecem ser ouvidas”. “Somente juntos podemos mudar o mundo”.

Locatelli: a pessoa no centro

“Um desafio e um forte sinal de mudança”, enfatizou a ministra para Deficiência, Alessandra Locatelli, nos microfones da mídia do Vaticano, ao falar sobre o G7 e a escolha de Assis. Ela reitera a importância de sempre colocar a pessoa em primeiro lugar, convidando a não deixar ninguém para trás, a sentir a grande responsabilidade de sermos irmãos e irmãs, e a parar de olhar apenas para os limites, mas de forma concreta falar sobre o potencial, os talentos, os valores e as habilidades de cada pessoa.

A ministra revelou que sua proposta do G7 foi fortemente apoiada pelo Canadá e pela Inglaterra, e relançou o “Projeto Vida”, que pretende promover um caminho de saúde para cada pessoa individualmente, evitando fragmentações que retardam o atendimento. Quando questionado por uma mãe sobre os cuidadores, Locatelli enfatizou a necessidade de não deixá-los sozinhos e pediu uma regulamentação específica para eles, que não existe há algum tempo.

Irmã Donatello: é necessária uma mudança

Correndo nas duas direções é uma das almas deste G7, Irmã Verônica Donatello, responsável pelo Serviço de Pastoral para Pessoas com Deficiência da CEI. Ela coordena 140 voluntários que vieram oferecer seu tempo para tornar esse evento um sucesso. “É necessária uma mudança de mentalidade”, diz ela, "no que diz respeito ao mundo da deficiência, o tema da deficiência não pode ficar à margem, o desafio cultural é que esse evento se torne uma prática em nível civil e eclesial".

Trabalho, uma forma de inclusão

Enquanto isso, nas ruas de Assis, cerca de 100 estandes administrados pelo terceiro setor apresentam seus projetos, muitos também os food trucks de toda a Itália, nos quais trabalham jovens com autismo e outras deficiências. Entre eles está o “N'arancina Speciale” de Caltanissetta, cujos protagonistas são pessoas com deficiência, envolvidas em um processo de trabalho de produção e venda de arancine, feita com ingredientes típicos locais. O “Frolla microbiscottificio” foi criado há seis anos em Osimo, na província de Ancona, e cerca de 25 jovens trabalham lá com perseverança e grande determinação. São duas realidades que se concentraram na habilidade e não mais na deficiência.

Fonte: Vatican News

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Igreja sinodal: “superar uma visão estática dos lugares”

A Igreja sinodal, para realizar sua missão, precisa estar enraizada “em um lugar concreto, em um contexto, em uma cultura”, advertiu Maria Inázia Angelini aos participantes da Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, que está sendo realizada na Aula Paulo VI do Vaticano de 2 a 27 de outubro de 2024.

Padre Modino - Vaticano

Na meditação que precedeu o início da reflexão sobre o Módulo dos Lugares, a monja beneditina recordou a condição dos primeiros cristãos, como “estrangeiros residentes”, afirmando que “se o lugar da Igreja é sempre um espaço-tempo concreto de encontro, o caminho do Evangelho no mundo vai de limiar em limiar: foge de toda estática, mas também de toda ‘santa aliança’ com os contextos culturais da época. Ele habita neles e é guiado por seu Princípio vital - o Espírito do Senhor - para transcendê-los”.

Uma dinâmica já presente no “não está aqui” da ressurreição e na vida da primeira Igreja, cujos membros, “as proporções da cruz de Jesus os protegem imediatamente de se enredarem em culturas sedentárias e idólatras. Em sabedorias achatadas sobre a dinâmica da autossalvação”. A partir daí, “a memória das palavras de Jesus também exorta a Igreja de hoje a se enraizar em todas as partes da humanidade, mas a torna vigilante com relação a toda homologação”. O desafio, de acordo com o Instrumentum Laboris da Segunda Sessão, é “superar uma visão estática dos lugares”, ressaltou a religiosa, “mesmo os mais sagrados, mesmo os mais populares”.

Banquetes na Bíblia

Em suas palavras, Angelini refletiu sobre os banquetes, o banquete universal de Isaías e aquele em que, no encontro com o fariseu, Jesus mostra sua abertura ao diálogo com aqueles que são diferentes. Isso “porque a diferença ilumina e discerne a autenticidade dos lugares”. Jesus ama os banquetes, afirmou ela, porque “para Jesus, a mesa humana é um ‘lugar’ de encontro no caminho, e um lugar arriscado de verdade”. Nas palavras da beneditina, a mesa é “um lugar do humano onde a itinerância constitutiva da proclamação encontra uma parada necessária; onde os relacionamentos têm suas raízes; um ‘lugar’ altamente simbólico onde a fome é desnudada e compartilhada de baixo para cima, mas também um lugar onde as hipocrisias ocultas são expostas”.

Para Jesus, o lugar é onde o homem passa fome, pois ali “o Evangelho da verdade pode ser anunciado”. Portanto, “a Igreja Sinodal é - sempre - desafiada a redescobrir esses lugares”, enfatizou. É no lugar radical do humano que Jesus inaugura a relação generativa, o lugar para dizer Deus. Mas ele também advertiu contra “os banquetes inspirados na lógica mercenária e o protagonismo que se aproveita do outro em necessidade”, que é comum hoje em dia. Jesus busca “uma ética da interioridade e da autenticidade, e a rejeição de todo ritualismo vão”.

Para Angelini, “a duplicidade de coração contradiz radicalmente a coexistência das diferenças”, afirmando que “o diálogo com as culturas implica discernimentos arriscados, raramente aplaudidos”. A religiosa advertiu contra “a hipocrisia que tanto desanima as novas gerações”, sobre “culturas de aparência, que não saciam, na realidade, ao contrário, nos matam de fome”. Diante disso, fez um apelo para promover o estilo de Deus, para reunir os outros, em uma interioridade regenerada, e a partir daí, hoje, “redescobrir a fecundidade dos lugares onde podemos compartilhar a fome e a esperança humilde e tenaz”, buscando a fraternidade, “na mesa onde todos podem desfrutar, na mesa onde podem extrair e transmitir o Dom que nos torna um dom para os outros”, concluiu.

Necessidade de uma Igreja enraizada

Por sua vez, o relator geral do Sínodo, cardeal Hollerich, lembrou que este módulo fala da “concretude dos contextos nos quais as relações são encarnadas, com sua variedade, pluralidade e interconexão, e com seu enraizamento no fundamento nascente da profissão de fé”, citando o Instrumentum Laboris. Para o cardeal de Luxemburgo, citando o mesmo texto, “a Igreja não pode ser compreendida sem estar enraizada em um lugar e em uma cultura”, defendendo a concretude, o enraizamento, refletindo sobre as redes de relacionamentos, marcadas pelo ambiente digital.

Nessa perspectiva, refletiu sobre “as relações que se estabelecem entre lugares e culturas”, o que leva a abordar a comunhão, os vários âmbitos de relacionamento entre igrejas, a troca de dons, e dentro das igrejas locais, explicitando elementos presentes no Instrumentum Laboris. Hollerich lembrou o propósito do Sínodo: “o Santo Padre nos chamou aqui para ouvir nossos conselhos sobre como tornar seu serviço e o da Cúria Romana mais eficazes hoje”, insistindo que “ele tem o direito de saber o que realmente pensamos, a partir da vida e das necessidades do Povo de Deus nos lugares de onde viemos”.

Um Módulo que “atravessa e questiona a experiência vivida por aqueles de nós que estão aqui”, afirmou. Hollerich recordou o que foi vivido na Aula Paulo VI, onde os participantes da Assembleia Sinodal “viveram uma experiência rica e intensa”, mas também não isenta de “privações e dificuldades”, que “leva a um encontro com o Senhor e faz surgir a alegria do Evangelho”. Para que isso não permaneça um privilégio dos participantes, ele nos convidou a “nos perguntarmos quais são os caminhos, as formas, também organizacionais e institucionais, para que a riqueza da experiência que vivemos aqui, neste lugar, possa ser acessível a todo o Povo de Deus, e não apenas através de nossa história, mas também através da renovação de nossas Igrejas”.

Fonte: Vatican News

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Irmã Petrini: a Inteligência Artificial é um instrumento a serviço da humanidade

A secretária-geral do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano discursou no Global Standard Symposium, em Nova Déli, desejando a introdução de “políticas partilhadas” que orientem o desenvolvimento de novas tecnologias: "Uma verdadeira revolução cognitivo-industrial". Estava presente uma delegação do Dicastério para a Comunicação, guiada por mons. Ruiz.

Edoardo Giribaldi – Vatican News

"Embora represente um importante resultado do progresso tecnológico, a Inteligência Artificial (IA) continua sendo um instrumento a serviço do ser humano." Esta foi a posição expressa pela secretária-geral do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, irmã Raffaella Petrini, no Global Standard Symposium (GSS-24) em Nova Déli, na Índia, no encontro de alto nível centrado na liderança e seu papel em “projetar o futuro da inovação”. Ir. Petrini guiou a delegação da Santa Sé, e mons. Lucio Adrián Ruiz uma delegação do Dicastério para a Comunicação.

Progresso tecnológico e desenvolvimento humano

A secretária-geral do Governatorato começou por ligar o conceito de “progresso tecnológico” ao de “desenvolvimento humano”, salientando como, por um lado, os instrumentos mais inovadores permitem “reduzir os riscos, melhorar o nosso trabalho e as nossas condições de vida" e como, por outro lado, a sociedade é chamada a utilizá-los de forma "eticamente responsável". Isto é verdade para as tecnologias “relativamente simples”, mas “ainda mais necessário em relação ao uso da IA”, capaz de representar “uma verdadeira revolução cognitivo-industrial", retomando o conceito expresso pelo Papa Francisco durante a sua participação na sessão do G7 sobre o tema.

Um desenvolvimento ético para IA

Os critérios escolhidos para “capacitar” estas tecnologias são, na visão da irmã Raffaella Petrini, “fatores cruciais” para determinar “se os direitos humanos fundamentais são respeitados”, se estes sistemas são “confiáveis e duradouros” e se são realmente “sustentáveis”. Neste contexto, a “cooperação internacional”, baseada no “diálogo honesto”, é “essencial no estabelecimento de políticas partilhadas que possam orientar o desenvolvimento destes modelos de acordo com padrões de segurança e princípios éticos”. Uma tarefa “desafiadora”, porém, “necessária para produzir reflexões partilhadas e soluções políticas que visem a busca do que é bom e justo”.

A ética dos algoritmos das novas tecnologias

Durante o seu discurso, a secretária-geral do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano voltou a citar o Papa Francisco, que na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz 2024 destacou a “necessidade de um diálogo interdisciplinar finalizado o desenvolvimento ético dos algoritmos - a algor-ética -, em que os valores norteiam os caminhos das novas tecnologias”. A tecnologia, recordou ainda a religiosa, “nasceu com um propósito”, ou seja, o de permanecer “um instrumento para a construção do bem de cada ser humano e de um amanhã melhor para todos”. Uma “inspiração” concreta na aplicação deste desejo “exemplifica hoje uma forma concreta de solidariedade que permite aos governos estabelecer prioridades e às organizações assumir a responsabilidade por todos os seus interlocutores”.

A proposta de uma agência internacional

Uma cooperação entre Estados que, na conclusão do seu discurso, irmã Petrini definiu, conforme o Papa Francisco, como “uma política saudável que, envolvendo diferentes setores e competências, pode supervisionar o desenvolvimento tecnológico e criar as condições para tornar possível e frutuoso o bom uso da tecnologia, incluindo a IA". A secretária-geral do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano recordou a proposta apresentada pela Santa Sé para a criação de uma Agência internacional relacionada com a IA destinada a "desenvolver um quadro regulamentar e operacional" sobre seu uso "pacífico".

Fonte: Vatican News

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Hollerich: há necessidade de uma Igreja enraizada em um lugar e em uma cultura

O relator geral do Sínodo apresentou hoje o Módulo 4 do Instrumentum laboris dedicado à “perspectiva dos Lugares” nos quais “se encarnam as relações”. Os sinodais têm assim a oportunidade de se perguntarem “quais são os caminhos, as formas também organizativas e institucionais, para que a riqueza da experiência” vivida este mês na Sala Paulo VI, “torne-se acessível ao Povo” de Deus, por meio da renovação das nossas Igrejas".

Roberto Paglialonga – Cidade do Vaticano

“A Igreja não pode ser compreendida sem estar enraizada em um lugar e em uma cultura”, afirmou o cardeal Jean-Claude Hollerich, relator geral do Sínodo, citando o parágrafo 80 do Instrumentum laboris na apresentação desta manhã, 15 de outubro, da seção dedicada aos “Lugares” inserida no Módulo 4 do texto. “A perspectiva dos Lugares - sublinhou o cardeal - fala da concretude dos contextos em que as relações se encarnam, com a sua variedade, pluralidade e interconexão, e com o seu enraizamento no fundamento subjacente da profissão de fé”: uma perspectiva , portanto, contra qualquer “universalismo abstrato”.

O valor da concretude 

O particularismo e o relativismo são, portanto, superados pelo valor da “concretude na qual, no espaço e no tempo, ganha forma uma experiência compartilhada de adesão à manifestação de Deus que salva”, disse o cardeal. A impressão de que o módulo em questão possa parecer excessivamente técnico - garantiu -, será dissipada pelos Fóruns teológico-pastorais programados para quarta-feira à tarde.

A bem da verdade, é a convicção expressa pelo cardeal, isso irá cruzar e irá interpelar  “a experiência vivida por nós que estamos aqui” ainda mais do que os módulos precedentes. Na Sala Paulo VI, recordou, "já transcorremos quase dois meses das nossas vidas", fazendo "crescer as relações entre nós, em uma rede que abraça toda a Igreja e o mundo inteiro": mas "o encontro entre irmãos e irmãs na fé não está isento de sofrimentos e dificuldades", mas por fim, "conduz ao encontro com o Senhor e deixa fluir a alegria do Evangelho".

A renovação das nossas Igrejas

 

A oportunidade que a riqueza da experiência vivida no Sínodo se torne acessível a todo o povo de Deus, disse ainda Hollerich às mães e padres sinodais, passa “pela renovação das nossas Igrejas”, também no repensar dos caminhos e formas organizacionais e institucionais.

O relator geral introduziu então os 4 parágrafos que constituirão a seção “Lugares”. O primeiro, intitulado “Territórios onde caminhar juntos”, é um convite “a discutir como, no nosso tempo, as pessoas vivenciam a dimensão de estar enraizadas em um contexto”. Uma exigência, esta, ainda mais atual no mundo contemporâneo, no qual dominam liquidez e velocidade nas – e das – relações.

No entanto, a necessidade de pertença existe, mas isso “encontra resposta em teias de relações com uma ancoragem territorial mais dinâmica e elástica do que no passado, até ao caso extremo do ambiente digital”. É necessário portanto perguntar-nos, foi o apelo do cardeal Hollerich, se e como tudo isto modifica “a nossa missão de anúncio do Evangelho”, e de que forma “as nossas instituições devem ser repensadas na lógica do serviço da missão”, dados os diferentes contextos em relação ao passado.

A comunhão na unidade da Igreja 

Falar de “contextos locais significa também levat em consideração as relações que se estabelecem entre os lugares e as culturas”: estas, de fato, “estão sempre em relação uns com os outros”, e “o são mais ainda as Igrejas que os habitam, em razão do vínculo de comunhão que os une na unidade de toda a Igreja, da qual o Bispo de Roma é o princípio visível”. A comunhão na unidade das diversas Igrejas com a Igreja universal “preside também a vida interna de cada Igreja local”, disse por fim, destacando como o segundo e o terceiro parágrafos tratam, respectivamente, das “Igrejas locais na una e única Igreja católica” e dos "vínculos que dão forma à unidade da Igreja".

O serviço do Bispo de Roma 

Sobre o “serviço à unidade do Bispo de Roma”, que diz respeito ao último parágrafo, é importante expressar-se “em um espírito de parresia”, sublinhou o cardeal ao concluir, porque o Papa “nos convocou para escutar os nossos conselhos também sobre como tornar mais eficaz hoje o seu serviço e o da Cúria Romana”. Ele, “portanto, tem o direito de conhecer aquilo que realmente pensamos a partir da vida e das necessidades do Povo de Deus”. Fonte: Vatican News

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Cardeal Steiner: “o Sínodo é uma experiencia riquíssima de ser Igreja”

A Assembleia Sinodal “nos ajuda a acreditar cada vez mais na forma sinodal de nossa Igreja”. Coletiva de Imprensa.

Padre Modino – Vaticano

A Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade iniciou nesta terça-feira a reflexão sobre o último módulo, o dos Lugares. Como de costume, os jornalistas conheceram os passos dados nas últimas horas, um resumo que é relatado pela secretária da Comissão de Comunicação do Sínodo, Sheila Pires, e pelo prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini.

Destaques do dia

Sheila Pires fez um breve relato dos principais pontos da meditação de Madre Maria Inazia Angelini e da apresentação do Módulo dos Lugares feita pelo Cardeal Hollerich. Paolo Ruffini, por sua vez, referiu-se ao trabalho realizado nos círculos menores, lembrando que o cardeal Krajewski e o cardeal Steiner participaram na manhã desta terça-feira da celebração do funeral de um sem-teto brasileiro, que morreu sob a colunata da Praça São Pedro, conhecido como o anjo, que dava indicações aos turistas e não pedia dinheiro, mas cadernos para escrever poesias. Seu sonho, lembrou o prefeito, era ir a Jerusalém e agora ele está na Jerusalém celestial. Entre as reflexões na Sala Sinodal, ele destacou o tema dos lugares físicos e digitais, as discussões sobre como viver de forma dinâmica nas grandes cidades.

Oração, retiro e conversas

Na ocasião, os convidados foram o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, o arcebispo de Turim, que será criado cardeal no Consistório do dia 7 de dezembro, dom Roberto Repole, e a irmã Nirmala Alex Nazareth, Superiora Geral das Irmãs do Carmelo Apostólico. A religiosa expressou sua alegria em participar do Sínodo, ressaltando que há grandes diferenças entre a Primeira Sessão da Assembleia e esta Segunda Sessão. Para ela, são importantes a oração, o retiro e as conversas em torno das mesas, que “nos mostraram uma enorme riqueza em relação à diversidade”, algo presente na Índia.

As reflexões têm se tornado cada vez mais interessantes, disse ela, questionando como os participantes se colocarão na Igreja e na sociedade quando voltarem para casa. Ela lembrou as palavras de Madre Teresa de Calcutá, que fala sobre encontrar a graça de Deus e seguir Seu caminho de discernimento. Isso porque “o Senhor tem um plano para cada um de nós”, já que as coisas não são como queremos que sejam. Olhando para o futuro, ela expressou suas esperanças, pois esse caminho não pode nos levar para trás, “nós iremos adiante se formos capazes de guiar nossas comunidades”, sua congregação no caso dela. Finalmente, ela destacou a importância da “oração pessoal para entender o convite de Deus para mim nessa jornada sinodal”.

Uma experiencia riquíssima de ser Igreja

“A experiencia do Sínodo é uma experiencia riquíssima de ser Igreja”, afirmou o cardeal Steiner, que agradeceu ao Papa Francisco por “ter nos induzido nesse caminho, o caminho da sinodalidade”. O arcebispo de Manaus ressaltou que na Segunda Sessão ele participa de grupos de língua italiana, com uma grande diversidade de culturas, um grande enriquecimento, que “abre o horizonte de compreensão da sinodalidade”.

“Vamos percebendo cada vez mais que sinodalidade é um modo de ser Igreja para anunciar juntos o Reino de Deus, o evangelho, Jesus crucificado e ressuscitado, a plenitude do Reino de Deus. Esse modo, devagar vai sendo construído, porque sinodalidade é um caminho, um colocar-se a caminho, um pôr-se a caminho, e é o que estamos experimentando no Sínodo. Depois do Sínodo é que continuaremos esses processos nas nossas comunidades, nas nossas dioceses”, sublinhou o cardeal Steiner.

Reconhecendo que várias Igrejas já estão no caminho da sinodalidade, o arcebispo de Manaus disse que “o Sínodo está abrindo o leque de compreensão para sermos cada vez mais uma Igreja sinodal”. Ele destacou a rica participação do laicato na região amazônica, sobretudo das mulheres, sua liderança nas comunidades, o fato de ser realizadas as assembleias, com participação de todos, se fala livremente, se discute livremente, se reza juntos, mas também se decide juntos as linhas pastorais”, destacou.

A experiencia feita na Assembleia, “nos ajuda a acreditar cada vez mais no jeito de ser sinodal da nossa Igreja”. Igualmente destacou que a sinodalidade nos chama a uma maior abertura com relação à interculturalidade e à inter religiosidade, para que o evangelho seja cada vez mais inculturado, algo pedido pelo Papa Francisco em Querida Amazônia. Finalmente, falando sobre o Módulo dos Lugares, destacou elementos muito interessantes: “qual é o lugar da conferência episcopal, qual é o lugar dos pobres, qual é o lugar dos migrantes”, o que ajuda a aprofundar nos lugares, “que não são apenas os lugares já definidos, mas os lugares onde devagarinho vamos experimentando o Reino de Deus, mas também recebendo elementos qe nos ajudem a viver cada vez mais o Evangelho, o Reino de Deus”.

Eis o que disse dom leonardo à Rádio Vaticano - Vatican News:

Oportunidade para compreender a catolicidade da Igreja

Dom Repole iniciou seu discurso recordando a arquidiocese de Turim, mostrando o que está vivenciando em sua Igreja local, em uma fase singular, retomando com mais entusiasmo o anúncio do Evangelho na cultura atual. Nessa perspectiva, ressaltou a importância de preservar todos os carismas que fazem parte da Igreja de Turim. A participação no Sínodo foi considerada por ele uma graça, identificando o que experimentou em Turim e no Sínodo. Destacou a conversa espiritual como algo que leva a buscar a voz do Espírito através da voz do irmão e da irmã. Daí a importância de momentos de silêncio e reflexão para relançar a conversa no Espírito.

O cardeal recém-nomeado se referiu à maior familiaridade com os outros membros neste ano, vendo isso como um exercício de sinodalidade na prática; na Assembleia Sinodal, a sinodalidade é vivida, descobrindo que o Espírito pode falar através do outro. Da mesma forma, a Assembleia é uma oportunidade para compreender a catolicidade da Igreja, a riqueza de ver que a Igreja é verdadeiramente católica, que respira com todas as culturas e oferece o Evangelho a todas as culturas. Junto com isso, a importância dos fóruns teológicos pastorais organizados este ano, que nos mostram que a sinodalidade tem a ver com uma maneira de viver juntos.

A recordação de José Carlos

Durante a coletiva de Imprensa dom Leonardo recordou de José Carlos, o morador de rua brasileiro falecido no início do mês de agosto e que foi sepultado em Roma nesta terça-feira depois de não ter sido localizados seus familiares. Ele indicava aos turistas diante de suas perguntas, e em troca não pedia dinheiro, ele pedia cadernos para escrever poemas, sua grande paixão. Outro sonho era visitar Jerusalém, mas como disse na Sala Stampa o prefeito do Dicastério para a Comunicação, ele já está disfrutando da Jerusalém celestial.

O funeral foi presidido pelo esmoleiro pontifício, o cardeal Krajewski, e pelo cardeal Steiner, que quando ficou sabendo pelo cardeal polonês sobre o funeral do brasileiro, pediu para poder acompanhá-lo, ainda mais depois dele conhecer como o brasileiro falecido vivia. O cardeal Steiner definiu o funeral como “um momento muito privilegiado, mesmo porque eu percebi que na celebração estavam os companheiros e as companheiras dele”.

O arcebispo de Manaus disse que “quando o caixão foi colocado no carro fúnebre, cada um deles colocou junto uma flor. Nós não colocamos, mas os companheiros colocaram. Isso nos emociona, nos toca”. Diante disso, o cardeal Steiner disse que “na pobreza, no quase nada, existe uma fraternidade profundamente evangélica”, reafirmando o privilégio de poder participar desse momento profundamente celebrativo, “porque foi um sinal de que o Reino de Deus, a vida de Deus está presente onde muitas vezes nós achamos que não está”.

“A vida de Deus floresce também na morte. Quem acabou tendo mais vida fomos nós que lá estávamos”, disse o cardeal. Ele lembrou que “em Manaus, nós também gostamos muito de estar quando nós enterramos um dos nossos irmãos e irmãs que vivem nas nossas ruas. Nós não só gostamos, queremos estar juntos nesse momento”, destacando que os que estão na rua também estão juntos.

“Na rua, em todos os lugares, eu não falo, eu só olho, escuto, lembro, escrevo, porque não quero estar sozinho no mundo”, são palavras de uma das poesias de José Carlos, lidas no final da coletiva de imprensa deste 15 de outubro pela vice-diretora da Sala Stampa vaticana, Cristiane Murray. Algo que sem dúvida nos leva a pensar. Fonte: Vatican News

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Adeus ao sem-teto brasileiro José Carlos. Krajewski e Steiner celebram o funeral

Os dois cardeais presidiram nesta terça-feira, 15 de outubro, na capela da Igreja de Santa Mônica o funeral do brasileiro sem-teto que a Esmolaria ajudava diariamente. Ele faleceu em agosto devido a uma doença e por motivos burocráticos será enterrado depois de dois meses no Cemitério Flaminio - Prima Porta. Aspirante a poeta, ele só pedia cadernos aos voluntários.

Salvatore Cernuzio – Vatican News

O brasileiro José Carlos de Sousa sem-teto dormia há anos na rua, próximo à colunata de São Pedro. Passava dias e noites no sol e no frio. Ele faleceu de uma doença no fígado. Há muito tempo ele tinha perdido o interesse por comida e roupas. Pedia apenas cadernos aos voluntários que levavam a ele as refeições. Folhas de papel brancas e limpas para escrever os poemas que lhe vinham à mente enquanto observava as idas e vindas de turistas, peregrinos e fiéis que passavam pela Praça São Pedro, “coração da cristandade”, todos os dias, que talvez o “julgassem” ao vê-lo naquelas condições, mas aos quais indicava o caminho para a Basílica. “Como um anjo que indica o caminho”, disse o esmoleiro do Papa, cardeal Konrad Krajewski, ao celebrar o funeral do brasileiro de 61 anos na Igreja de Santa Mônica na manhã desta terça-feira, 15 de outubro. Também concelebrou com ele o cardeal Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, que fez uma pausa nos trabalhos do Sínodo sobre a Sinodalidade assim que soube da notícia.

Dois cardeais, religiosas, voluntários e amigos sem-teto no funeral

Dois cardeais deram o último adeus a uma das muitas pessoas pobres da área de São Pedro. José Carlos morreu em agosto no hospital São Carlos, em Roma. A cirrose hepática o deixou tão doente que ele não conseguia nem se mover: “Nós o acompanhamos ao ambulatório sob a colunata, mas seus dias estavam contados”, lembrou o padre Roberto Cherubini, sacerdote da Comunidade de Santo Egídio. Devido à burocracia habitual, somente depois de dois meses foi possível enterrá-lo. Ele foi enterrado nesta terça-feira no cemitério romano de Prima Porta.

Um momento das exéquias

Esta manhã, na igreja situada a poucos metros de São Pedro, que leva o nome da mãe de Santo Agostinho, havia cerca de trinta pessoas, incluindo voluntários da Comunidade de Santo Egídio e Unitalsi, as Missionárias da Caridade e a congregação coreana das Irmãs Kkottongnae de Jesus, alguns jovens que acompanharam a liturgia com cantos de violão em italiano e português e os companheiros de rua de José. “Irmãs, amigos e voluntários”, como estava escrito na fita roxa que prendia a coroa de flores vermelhas e amarelas colocada sobre o caixão de mogno.

"Um bom coração"

Sentada nas primeiras filas estava irmã Elaine Lombardi, religiosa das Missionárias de Santo Antônio Maria Claret, talvez a que conheceu José Carlos mais de perto. Talvez pela origem comum, talvez porque a religiosa como ela diz, ficou impressionada com este senhor “que não tinha exigência”. "Sempre quis fazer um pouco mais. Você sabe, ele era brasileiro como eu. Mas ele me dizia: “Irmã, eu não preciso de nada. Dê aos outros. Traga-me cadernos." Ele era um poeta, um coração bom. Chegou a Roma com o sonho de ir daqui a Jerusalém. Bem, hoje ele conseguiu. Foi para a Jerusalém celeste", disse a religiosa.

Homilia de Krajewski

"José morreu, portanto, vive", disse o cardeal Krajewski em sua homilia focada na importância de ter "um coração limpo". "Não são as roupas, os trajes que importam, mas sim o coração. Quando está limpo, todas as coisas que você vê são limpas. O coração se torna nossos olhos para o mundo."

"O nosso José sabe de tudo isto. Ele não precisa mais se confessar, não espera pelo fruto do Sínodo, por algum livro para melhorar a vida cristã". "Ele sabe tudo" porque agora, disse o cardeal, está perto de Deus que "é misericordioso, que não se cansa dos nossos pecados, que sempre nos acolhe e sempre nos perdoa". Recordando a vida do sem-teto entre os mármores de Bernini, o esmoleiro disse: "Talvez, quando estava sob a colunata, tenha sido julgado pelos fiéis, pelos peregrinos, pelos turistas. Digamos que não se apresentava de forma esplêndida. Mas Jesus nos diz que isso não é tudo para o homem, o tudo é o coração".

O obrigado aos "anjos da caridade"

Krajewski agradeceu aos voluntários que compareceram ao funeral: "Eles o conheciam porque levavam a ele comida, muitos o levavam ao ambulatório. Sabemos o quanto ele estava doente… Esses anjos representavam a fé através da caridade. Ao ajudá-lo, vocês ajudaram o próprio Jesus, que tem o rosto de todos aqueles que estão sob a colunata". Aqueles homens e mulheres de diferentes nacionalidades, línguas, costumes, que junto com José Carlos, "quando chegar a nossa hora de encontrar Jesus, talvez nos ajudarão a abrir um pouco a porta do Paraíso", concluiu o cardeal Krajewski.

Fonte: Vatican News

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OSCE, Santa Sé: o ostracismo para com as vítimas do tráfico humano é inaceitável

Na conferência em andamento em Viena, o observador permanente da Santa Sé junto à OSCE, mons. Richard Gyhra, disse que o crime organizado transnacional é um “fator de instabilidade política e social”, especialmente em contextos onde os conflitos se intensificam.

Edoardo Giribaldi – Vatican News

A insuficiência na “perseguição dos culpados” deve ser integrada com a promoção do “bem-estar e recuperação” das vítimas do tráfico de seres humanos, que são muitas vezes “condenadas ao ostracismo ou ainda mais penalizadas” somente em quanto oprimidas “em primeiro lugar". Monsenhor Richard Gyhra, observador permanente da Santa Sé junto à Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), falou na segunda-feira, 14 de outubro, na décima segunda sessão da Conferência das Partes na Convenção das Nações Unidas contra Crime Organizado Transnacional, em andamento em Viena, na Áustria.

Um desafio importante para a Comunidade internacional

Na sua mensagem, mons. Ghyra enquadrou o crime organizado transnacional entre as pragas mais “graves” da sociedade atual, pois é capaz de “minar o bem comum em todo o mundo” e de ser um “fator de instabilidade e de política social” em contextos prejudicados por “conflitos, insegurança e vulnerabilidade”. O diplomata estadunidense recordou as palavras do Papa Francisco aos participantes da conferência sobre o uso social dos bens confiscados à máfia, organizada pela Pontifícia Academia das Ciências Sociais, quando referiu como o “crime organizado”, que se apresenta “como uma estrutura de grupo que se estabiliza ao longo do tempo e atua em conjunto para cometer crimes com o objetivo de obter um benefício material ou econômico", mantém um "caráter transnacional" abrangendo "todos os grandes tráficos". “A luta contra ele”, tinha dito Francisco, “é um dos desafios mais importantes para a Comunidade internacional, uma vez que representa, junto com o terrorismo, a ameaça não militar mais significativa contra a segurança de todas as nações e a estabilidade econômica internacional”.

Velhas e novas formas de ofensas

Monsenhor Ghyra observou ainda o aumento das atividades criminosas transnacionais, em termos de “frequência, gravidade e seus efeitos devastadores”. Os lucros obtidos através de “antigas e novas” formas de crime também estão aumentando, incluindo a “complexa e destrutiva indústria do tráfico de pessoas, órgãos, drogas e armas”. Recordando novamente o discurso do Papa, o representante da Santa Sé observou como “o crime organizado, na sua brutalidade”, prejudica “o bem comum”. “Ataca milhões de homens e mulheres que têm o direito de viver suas vidas e criar os seus filhos com dignidade e livres da fome e do medo da violência, da opressão ou da injustiça”.

Cooperação internacional para combater crimes

Os crimes que atravessam as fronteiras nacionais devem ser, na visão da Santa Sé, “condenados, prevenidos e combatidos em todos os níveis”, especialmente “através da cooperação internacional”. Os "mecanismos de colaboração judicial e policial previstos pela Convenção" são bem-vindos, pois constituem resultados "valiosos" no desmantelamento de redes criminosas, na perseguição e extradição de "atores criminosos" e na restituição de "lucros criminosos aos países de origem". Estes resultados devem ser acompanhados, inspirando-se no discurso do Papa aos membros do "Grupo Santa Marta", com a "necessidade essencial de apoiar, acompanhar e reintegrar as vítimas do tráfico de seres humanos nas nossas comunidades e apoiá-las no processo de cura e recuperação da sua autoestima". Neste processo, são os Estados e as comunidades locais que devem comprometer-se a acolher, proteger e integrar tais indivíduos "para o seu bem e para o bem da nossa sociedade.

O compromisso da Igreja

Ao concluir o seu discurso, dom Ghyra sublinhou o compromisso da Igreja, “através das suas numerosas instituições de assistência em todo o mundo”, no acompanhamento da “reabilitação das vítimas”. Um desenvolvimento implementado através da colaboração “com as forças policiais” e, ao mesmo tempo, com “atores da sociedade civil”. Tudo isto, para eliminar “o flagelo do tráfico de seres humanos”.

Fonte: Vatican News

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Haiti. Bispos sobre deportações da República Dominicana: a vida é sagrada e inviolável

Embora reconheçam que “seja responsabilidade das autoridades de cada nação fortalecer, quando necessário, a segurança e os sistemas econômicos de seus países”, os bispos haitianos lembram que “os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos não autorizam nenhum Estado do mundo a maltratar estrangeiros”. A vida de todo ser humano “é sagrada e inviolável”. Nossos compatriotas precisam ver no Haiti condições socioeconômicas humanizadoras que os convençam a não emigrar, destacam os bispos

Vatican News

A Conferência Episcopal Haitiana, reverberando o pronunciamento da Conferência Episcopal Dominicana, toma uma posição sobre a crise migratória entre o Haiti e a República Dominicana, denunciando os atos de violência e injustiça perpetrados contra cidadãos haitianos, particularmente durante as deportações em massa organizadas pelas autoridades dominicanas.

Solidariedade dos bispos haitianos a seus compatriotas

 “Aproveitamos esta oportunidade para expressar nossa solidariedade com todos os nossos compatriotas que são vítimas diretas”, escrevem os bispos, que continuam: ”As informações que recebemos indicam que as autoridades dominicanas querem reforçar a segurança e a proteção de suas fronteiras e cidadãos”.

Embora reconheçam que “seja responsabilidade das autoridades de cada nação fortalecer, quando necessário, a segurança e os sistemas econômicos de seus países”, os bispos haitianos lembram que “os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos não autorizam nenhum Estado do mundo a maltratar estrangeiros”. A vida de todo ser humano “é sagrada e inviolável”. As questões de fronteira são resolvidas por meio de cúpulas, reuniões e diálogo”, ressaltam.

República Dominicana planeja deportar dezenas de milhares de migrantes de volta ao Haiti (Reuters)

Maltratar estrangeiros é um ato abominável

Em nome dos valores humanos e da amizade que une os dois povos, “nós, os bispos católicos do Haiti, pedimos às autoridades da República Dominicana que respeitem a dignidade e a sacralidade da vida dos haitianos e ponham fim a esse tipo de ato odioso e discriminatório. Maltratar estrangeiros é um ato abominável. Os estrangeiros devem ser recebidos com gentileza”, como lemos no livro de Levítico.

Os bispos haitianos concluem: “Ao mesmo tempo em que reconhecemos os esforços das autoridades de nosso país, nós os exortamos a criar condições de vida saudáveis por meio de um governo responsável e comprometido, para que nossos compatriotas possam se sentir em paz, em harmonia, em segurança e na esperança de uma vida melhor. Nossos compatriotas precisam ver no Haiti, nosso belo país, condições socioeconômicas humanizadoras que os convençam a não emigrar em busca de condições mais humanas no exterior”.

(com Sir)

Fonte: Vatican News

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"Continuar com a oração e a educação para a paz", diz bispo sul-coreano, após interrupção das comunicações com o Norte

Nesta terça-feira a Coreia do Norte explodiu novos trechos das estradas que cruzam a fronteira entre o duas Coreias ao longo das costas oriental e ocidental. Sinais de fechamento como este caracterizam um momento histórico em que as tensões entre as Coreias atingiram o nível mais alto dos últimos anos. A sociedade do Sul também parece ter sido afetada e “o desejo de reunificação está diminuindo”, afirma dom Peter Soon-Taick Chung, arcebispo de Seul e administrador apostólico de Pyongyang.

Vatican News

A Coreia do Norte vem interrompendo há dias o acesso rodoviário e ferroviário com a Coreia do Sul, a fim de “separar completamente” os dois países. Os militares norte-coreanos disseram que estavam agindo para “isolar e bloquear permanentemente a fronteira sul”, reforçando as fortificações como uma “medida de autodefesa para inibir a guerra”, em resposta às exercitações militares conjuntas entre Coreia do Sul e Estados Unidos em andamento na Peníncula Coreana.

Dentro desse processo, nesta terça-feira, 15, a Coreia do Norte explodiu novos trechos das estradas que cruzam a fronteira entre o duas Coreias ao longo das costas oriental e ocidental da Península Coreana. A ação, de natureza principalmente simbólica, visto que todas as ligações terrestres entre as duas Coreias estão interrompidas há anos - segue-se à acusação por parte da Coreia do Norte de que Seul lançou drones sobre os céus de Pyongyang com o lançamento de panfletos com slogans contra o governo de Kim Jong-un. 

O líder da Coreia do Norte convocou ontem uma reunião de alto nível sobre a segurança nacional onde foi discutida a adoção de um plano de "ação militar imediato", em um contexto de tensões crescentes com a Coreia do Sul. Kim" delineou a ação militar imediata e indicou as tarefas importantes a serem realizadas na operação de dissuasão da guerra e no exercício do direito de legítima defesa", informou a agência de notícias oficial "Korean Central News".

Nos últimos dias, o  líder norte-coreano havia afirmado que o país acelerará ainda mais os esforços destinados a consolidar o país como uma "superpotência militar dotada de armas atômicas", e reiterou que a doutrina de Pyongyang não exclui o uso de armas atômicas em caso de agressão.

Diminui esperança de reconciliação entre os jovens 

Os sinais de fechamento como este – com um valor altamente simbólico – caracterizam um momento histórico em que as tensões entre as Coreias atingiram o nível mais alto dos últimos anos. A sociedade do Sul também parece ter sido afetada e “o desejo de reunificação está diminuindo”, afirma dom Peter Soon-Taick Chung, arcebispo de Seul e administrador apostólico de Pyongyang, em entrevista à Agência Fides, ao analisar o tema da relação Norte-Norte Sul.

“Acredito que muitos jovens do Sul começam a pensar que a reconciliação ou a reunificação não são caminhos viáveis. A esperança está diminuindo”, observa. Por isso, acrescenta, “penso que seja oportuno sonhar, a imagem da convivência em paz e continuar a manter viva a luz da esperança na sociedade coreana, especialmente hoje, no atual impasse, com o bloqueio total da comunicação, a situação é muito sombria." Por isso, acrescenta, “a nossa missão é continuar com a oração e a educação para a paz: a Igreja continua a perguntar-se o que pode e deve ser feito pela paz”. “Aproximamo-nos do Jubileu, que tem como tema a esperança: somos peregrinos de esperança também nas relações com o Norte”, observa.

Fechamento da Coreia do Norte e produção bélica 

Já dom Simon Kim Ju-young, bispo de Chuncheon e presidente da Comissão Episcopal para a Reconciliação, observa com amargura que “ambos os lados se olham com certa animosidade e todos os canais estão fechados, também aquele das ajudas humanitárias que no passado era mantido aberto. E embora a opinião pública coreana ainda possa estar bastante dividida sobre as políticas a serem adotadas em relação ao Norte, no que diz respeito à oportunidade de enviar ajuda humanitária à Coreia do Norte, todo o povo coreano está de acordo. Mas a Coreia do Norte mantém todos os canais fechados, também aquele humanitário."

Esta atitude, segundo observadores de política intencional, tem também outra razão: no atual contexto internacional, marcado por guerras também na Europa e no Médio Oriente, o mercado de armas tem registado um aumento e a Coreia do Norte está entre as nações que vendem equipamentos do próprio arsenal bélico. Este setor funciona como uma força motriz para a economia da Coreia do Norte, que é, portanto, menos dependente e menos necessitada de ajuda externa.

Oração para que as portas se abram 

Neste momento de fechamento, portanto, "nós rezamos sobretudo para que as portas se abram. Todos os fiéis da Igreja na Coreia unem-se a esta oração. Por exemplo, em algumas dioceses, às nove da noite, os fiéis reúnem-se para pedir a Deus pela reconciliação e pela paz. Em Seul, todas as semanas, celebra-se uma Missa nesta intenção e na minha Diocese de Chuncheon, no dia 25 de cada mês, celebramos uma oração especial”, conta dom Simon Kim Ju-young.

Em todas as dioceses coreanas existe a Comissão diocesana para a reconciliação e unificação do povo coreano, na qual sacerdotes, religiosas e leigos se reúnem "para falar de paz e continuar a sensibilizar as pessoas para a questão da paz, com iniciativas dirigidas aos fiéis católicos mas também aos não católicos”, recorda.

Outra modalidade que é quase “um exercício de acolhimento” é sugerido pelo abade beneditino Blasio Park Hyun-dong, OSB, administrador apostólico da Abadia territorial de Tokwon, na Província de Hamkyongnam, na Coreia do Norte: hoje, o prédio da Abadia de Tokwon é usado como Universidade da Agricultura. Devido à Guerra da Coreia, em 1952 monjas e monges beneditinos fugiram do Norte e fundaram um novo mosteiro em Waegwan, Coreia do Sul e hoje o abade de Waegwan, que também é administrador apostólico da Abadia territorial de Tokwon, diz que “podemos continuar a mostrar solidariedade concreta e acolhimento para com os refugiados que conseguem chegar ao Sul vindos do Norte. Como comunidades religiosas, fazemos o nosso melhor para prestar ajuda a estes refugiados, em todos os níveis. Portanto, mesmo que a reunificação seja ainda distante, isso para nós é uma espécie de preparação para a convivência e serve para manter viva a esperança da reconciliação”.

A esperança de um dia rezarem juntos novamente 

Para recordar as relações diretas com o Norte, é necessário recuar no tempo e os bispos recordam que, em dezembro de 2015, a Comissão de Reconciliação da Conferência Episcopal visitou Pyongyang para se encontrar com a comunidade católica local e celebrar uma Missa na Igreja de Changchung. “Naquela ocasião – recorda dom Simon Kim Ju-young, então sacerdote – comunicamos aos fiéis locais que às nove da noite, todos os dias, os católicos sul-coreanos rezavam pela reconciliação. Pedimos a eles para se unirem a esta oração e nos asseguraram que o fariam”. E acrescenta: “Lembro-me dos seus rostos e das suas palavras. Eram pessoas que se confessavam cristãs e no meu coração senti que o diziam com sinceridade de coração e autenticidade do Espírito Santo. Hoje, ouvindo as histórias dos refugiados, mesmo não tendo notícias do além-fronteira, temos a esperança de que lá ainda existam os fiéis em Cristo. Esperamos um dia poder nos reunir e rezar juntos novamente”.

*Com informações de Agência Fides e agências internacionais

Fonte: Vatican News

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A experiência da Sociedade Missionária da Coreia, 50 anos de “comunidade em saída"

"Onde há uma necessidade, onde somos chamados, nós vamos”, explica o padre Choi Kang, vice-presidente da Sociedade Missionária da Coreia, contando as atividades e a reflexão que o Ano do Jubileu trará para a comunidade missionária, que foi instituída em 1975 e, portanto, está se preparando para celebrar seu 50º aniversário de atividade e missão. O espírito é o das origens, o de ser uma “comunidade em saída”, explica o missionário

Vatican News

"Continuar com a oração e a educação para a paz", diz bispo sul-coreano, após interrupção das comunicações com o Norte

O espírito é o de sair, de levar o Evangelho ad gentes. A “Sociedade Missionária da Coreia” (SMC), há cinquenta anos de sua fundação, continua praticando o espírito missionário, confirmando seu compromisso de doar missionários, sacerdotes, pessoas consagradas e leigos para países e Igrejas particulares que precisam de apoio e força de apostolado.

Há 85 missionários enviados fora da Coreia do Sul para nove países, incluindo Papua Nova Guiné, Taiwan e Hong Kong, e outros na África e na América. “Onde há uma necessidade, onde somos chamados, nós vamos”, explica o padre Choi Kang, vice-presidente da Sociedade Missionária da Coreia, contando as atividades e a reflexão que o Ano do Jubileu trará para a comunidade missionária, que foi instituída em 1975 e, portanto, está se preparando para celebrar seu 50º aniversário de atividade e missão.

O espírito é o das origens, o de ser uma “comunidade em saída”, explica, anunciando um simpósio a ser realizado em 19 de outubro na Universidade Católica da Coreia. “Examinaremos, com aprofundamentos acadêmicos, o significado e o impacto que esse impulso missionário teve na Igreja coreana nos últimos 50 anos, com relatórios de cada diocese”, informa.

Expandir a missão para o mundo inteiro

No dia 26 de fevereiro de 2025, data exata do aniversário da fundação, será realizada uma missa comemorativa na Catedral de Myeongdong, em Seul, enquanto estão previstos seminários e encontros para os missionários, mas também para todos os fiéis que possam estar interessados em se envolver em experiências de primeiro anúncio e missio ad gentes.

Nesse sentido, enfatiza, será útil o acordo assinado com a Catholic Peace Broadcasting, para produzir uma série de serviços multimídia e documentários que possam contar a história e o compromisso missionário dos católicos coreanos nos últimos 50 anos, mas também no passado.

O padre Doo-young Jeong, presidente da SMC, acrescenta: “Espero que esse aniversário seja uma oportunidade para a Igreja coreana se aprofundar e ser uma ‘Igreja que compartilha’, expandindo a missão para o mundo inteiro”. Um aspecto importante são os missionários leigos, agora membros associados, na Sociedade: sua “rica experiência” é de grande ajuda para a missão da Igreja coreana, afirma.

Sociedade de vida apostólica de direito diocesano

A Sociedade Missionária da Coreia (SMC) foi fundada em 1975 pelo bispo emérito de Busan, dom John A. Choi Jae-seon, e foi aprovada pela Conferência dos Bispos da Coreia. Instituída cerca de 22 anos após o fim da Guerra da Coreia (que terminou em 1953), a SMC tem desempenhado um papel fundamental em ajudar a Igreja coreana a se tornar uma “Igreja que se doa”, afirma.

Atualmente, a sociedade tem 87 membros, incluindo padres missionários e leigos, e agora é uma Sociedade de vida apostólica de direito diocesano, sob a responsabilidade da Arquidiocese de Seul.

A Sociedade também administra uma “Escola Missionária”, disponível a todos os coreanos interessados na obra missionária, para preparar os fiéis para o trabalho pastoral no exterior. A Sociedade diz que está “aberta ao mundo inteiro, onde quer que haja necessidade de missionários”, com um olhar especial para a Ásia.

(com Fides)

Fonte: Vatican News

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Zâmbia: religiosas promovem práticas de agricultura sustentável

Na sequência da seca provocada pelas alterações climáticas na Zâmbia, as Irmãs do Espírito Santo estão promovendo um projeto de agricultura ecocompatível para enfrentar as alterações climáticas.

Sandra Kunda

Na tentativa de viver e promover a Laudato si', a encíclica de Papa Francisco que se concentra no cuidado da nossa casa comum, as Irmãs do Espírito Santo no Distrito de Mazabuka da Província do Sul, na Zâmbia, apoiadas pela Fundação Conrad Hilton, estão implementando um projeto de agricultura ecocompatível. O projeto tem como finalidade a luta contra as alterações climáticas e a promoção da adaptação na área de Magoye.

O projeto em Mazabuka é um esforço holístico de práticas agrícolas integradas para criar um sistema agrícola robusto e ecológico. Uma das suas caraterísticas distintivas é a piscicultura, que forneceu uma fonte fiável de proteínas para a comunidade local, gerando ao mesmo tempo rendimentos para apoiar as outras atividades do projeto. Os tanques para a piscicultura são geridos com métodos sustentáveis que minimizam o impacto ambiental e promovem a biodiversidade.

Fornecimento de água, carne e ovos

A gestão dos recursos hídricos é uma outra componente crítica do projeto. O uso de sistemas de irrigação gota a gota garantiu a utilização eficiente dos recursos hídricos, que é particularmente crucial no clima árido de Mazabuka. Esses sistemas reduzem o desperdício de água e asseguram que as culturas recebam a hidratação necessária para crescer, aumentando assim a produtividade agrícola e a resiliência contra a seca.

A criação de aves de capoeira e de suínos também tiveram um grande sucesso, contribuindo para a diversificação da produção da empresa. As iniciativas não só melhoraram a segurança alimentar, fornecendo um abastecimento constante de carne e ovos, como também geraram fluxos de receitas adicionais que suportam a sustentabilidade do projeto. A criação avícola é gerida com uma particular atenção ao bem-estar dos animais e à sustentabilidade ambiental, utilizando rações biológicas e implementando práticas de gestão dos resíduos que reduzem a poluição.

Programa de formação para estudantes e mulheres

Dirige o projeto a Ir. Junza Mwangani, uma Irmã do Espírito Santo, que forneceu uma panorâmica dos resultados do projeto e dos planos futuros. «Atualmente estamos colaborando com outras 4 congregações para garantir a segurança alimentar, e cada congregação está trabalhando com 15 mulheres, num total de 70», explicou. Sublinhou que a pedra angular desse projeto é o seu programa de formação completo para estudantes e mulheres. «Ao educar mulheres e jovens em práticas agrícolas ecocompatíveis, o projeto promove uma cultura da sustentabilidade que beneficiará a comunidade para as gerações futuras», disse a Ir. Junza. Ela crescentou que o programa de formação abrange uma vasta gama de tópicos, entre os quais, a agricultura biológica, as energias renováveis e as técnicas de conservação. Os estudantes recebem uma experiência prática e são encorajados a desenvolver soluções inovadoras para os desafios agrícolas. A Ir. Junza disse ainda que o projeto tem registrado um enorme crescimento e sucesso nas práticas ecocompatíveis; por conseguinte, não só beneficiou o ambiente, como também fortaleceu a comunidade.

O testemunho das religiosas que vivem a Laudato si'

A Irmã Jane Wakahiu, vice-presidente associada das Operações do Programa e responsável das Irmãs Católicas na Fundação Conrad Hilton, visitou o projeto em Mazabuka. Ela sublinhou que o projeto é uma definição do verdadeiro desenvolvimento humano integral e ensina aos outros que podem sempre utilizar os recursos naturais que Deus forneceu para que ninguém sofra de fome. Ela expressou profunda satisfação pelos progressos e impacto do projeto, que não só contribui para a segurança alimentar da comunidade, como também para a luta mais ampla contra as alterações climáticas.

«Projetos como esse são um verdadeiro testemunho das irmãs que vivem a visão da Laudato si' de Papa Francisco», observou a Ir. Wakahiu. O projeto em Mazabuka apresenta-se como um farol de esperança e progresso face aos desafios ambientais globais. Com o apoio contínuo da Fundação Hilton e de outras partes interessadas, tem o potencial de servir de modelo para iniciativas semelhantes na Zâmbia.

Fonte: Vatican News – na imagem, Ir. Junza Mwangani explica o projeto à Ir. Jane Wakahiu, responsável pelo 'Catholic Sisters' na Fundação Hilton 

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Fazer desta festa uma ocasião de renovação da fé e da comunidade

No domingo 13 de outubro, a Comunidade cabo-verdiana em Roma comemorou a sua Padroeira, Nossa Srª do Rosário. Uma festa muito animada e participada, com reza do terço pelos migrantes no mundo, procissão, e Missa presidida por Dom Ildo Fortes, Bispo de Mindelo, que exortou a comunidade a fazer dessa festa uma oportunidade de renovação religiosa e comunitária. Com ele concelebrou Dom Thulani Mbuyisa, Bispo de Kokstad, na África do Sul. Presente o Embaixador de Cabo Verde, Dr. Estevão Tavares Vaz.

Dulce Araújo - Vatican News

Foi com a reza do terço na praça junto à Igreja do Santíssimo Redentor e Santa Francisco Cabrini, em Roma, que no domingo 13 de outubro, a Comunidade Cabo-verdiana em Roma deu início ao memento central da celebração da sua padroeira, Nossa Senhora do Rosário.

Nos quatro primeiros mistérios rezou-se pelos migrantes incluindo os de Cabo Verde espalhados pelos quatro cantos do mundo. O 5º mistério foi já na breve procissão com a imagem de Nossa Senhora a caminho da Igreja, onde ia ter lugar a celebração litúrgica, presidida por Dom Ildo Fortes.

Na sua homilia o bispo de Mindelo que se encontra em Roma para o Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade, pediu orações para essa Assembleia, onde se tem recomendado Nossa Senhora como companheira de viagem, e frisou que a festa é para nos recordar que devemos ser missionários de esperança neste mundo que tanto precisa de Deus. O prelado recordou ainda aos presentes que é preciso não só fazer o bem socialmente, mas estar com Jesus, ter o olhar virado não para nós mesmos, como o homem da parábola do rico, mas para Deus, donde vem a felicidade. E exortou a fazer dessa festa uma oportunidade de renovação da fé e da vida comunitária.

Este ano a dar particular brilho à festa foi a presença do Bispo da Diocese de Kokstad (Àfrica do Sul), Dom Thulani Victor Mbuyisa que também está em Roma para o Sínodo. Depois da homilia de Dom Ildo, ele tomou a palavra, ilustrou o contexto da sociedade sul-africana, o seu povo, a sua Igreja, e disse que durante o difícil período do Apartheid tiveram duas âncoras seguras de resistência: a fé e a família. Depois da missa disse à Rádio Vaticano que se tratou duma bela experiência:  

 “Antes de mais, estou muito agradecido por estar aqui, e pela hospitalidade dos cabo-verdianos que vivem aqui em Itália, em Roma. Foi uma experiência maravilhosa e uma bela festa que iniciou com a reza do terço, marco desta importante festa para eles, Nossa Senhora do Rosário; demos volta ao quarteirão e essa bela experiência recordou-me algumas das nossas peregrinações na África do Sul em que rezamos o terço indo ao lugar de peregrinação. As pessoas são meigas e esta festa é expressão da sua fé, da sua cultura que, estou certo, as ajuda a ir para a frente, mesmo estando longe da terra natal. E falei-lhes da importância da família, da cultura da fé, porque são elementos fundamentais que nos ajudam a viver quando se está longe da terra. E obrigado por este convite e por me terem feito sentir em casa, desejo-lhes todas as bênçãos de Deus, por intercessão de Nossa Senhora do Rosário.”

Animada pelo coro da comunidade, a liturgia da festa de Nossa senhora do Rosário marca, de certo modo, a partida do Ano Pastoral com um olhar aos diversos sectores, refletidos, aliás, nas ofertas ao altar: rosas brancas levadas por crianças em sinal da sua pureza e inocência, livros, a simbolizar o Evangelho e os estudantes, cesto com alfaias de cozinha e avental em sinal do trabalho, um grande rosário, pela união da família, etc.

No final da missa foram também introduzidos alguns seminaristas angolanos a estudar em diversos colégios em Roma, entre os quais o Colégio Pontifício Urbano e que, em jeito de estágio, auxiliarão na pastoral na comunidade cabo-verdiana de Roma. O momento foi também de agradecimento da parte do capelão, P. José Cabral, aos diversos sacerdotes concelebrantes (de Cabo Verde e Angola) aos diversos grupos pelo empenho e contributo para o bom êxito da festa, em particular as irmãs Fraternidade Rainha dos Corações, o Movimento Tra-Noi, os juízos da festa que se consagraram, no fim, a Nossa Senhora, e outros. Maria Clara, do grupo “Acolhimento” deu à Rádio Vaticano o seu testemunho em que sublinha o grande valor que esta festa tem para a comunidade.

Não faltou a revelação do vencedor de uma rifa em favor da Fazenda Esperança em Cabo Verde, e finalmente o convívio por volta das 19 horas no jardim do complexo da casa da Irmãs de Santa Francisca Cabrini, por não estar mais disponível o salão de antes. Algo que faz falta à comunidade e por cuja solução se está a atuar e a rezar, referiu o Capelão que se mostrou satisfeito com a festa e sublinhou a relevância de se ter rezado o terço pelos migrantes no mundo.

As comemorações da Padroeira incluíram também uma celebração penitencial na sexta-feira, 11 e, no dia 12, uma conferência on line sobre “O Papel de Nossa Senhora e da Oração no contexto da emigração” que teve como oradores o P. Edson Soares, a partir de Cabo Verde, e a Irmã Sãozinha Vaz, que se encontra em França. Algo que resultou muito positivo, disse ainda o P. José Cabral à Rádio Vaticano.

Também Dom Ildo Fortes exprimiu a sua alegria por estar também este ano com a comunidade nessa ocasião tão especial.

Na comemoração participou o novo Embaixador de Cabo Verde junto do Quirinal, Dr. Estevão Tavares Vaz acompanhado de outros dois membros da Embaixada; e ainda Sheila Pires, Adida de Imprensa da Conferência Episcopal da África do Sul e Secretária do Prefeito do Dicastério para a Comunicação, Dr. Paolo Ruffini, no âmbito do Sínodo sobre a Sinodalidade.

Fonte: Vatican News

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O Sudão continua em guerra

Os combates prosseguem na zona da capital sudanesa, Cartum, onde as Forças Armadas Sudanesas (SAF) estão a tentar expulsar as milícias das Forças de Apoio Rápido (RSF) das suas posições.

Mvuato Sebastião Miezi, Vatican News (com Agenzia Fides)

As vítimas são civis, afectadas por bombardeamentos como o que atingiu um mercado a sul de Cartum no domingo, 13 de outubro, provocando, pelo menos, 23 mortos e 40 feridos. O massacre é atribuído a um bombardeamento efectuado por aviões das SAF que utilizam a arma aérea para tentar dominar as forças das RSF que se encontram barricadas nalguns redutos bem defendidos da capital. As intenções do Exército de invadir estas posições são sérias, como se pode deduzir das fotografias divulgadas pelo Sudan Tribune de camiões blindados acabados de receber pelas SAF, estruturados como verdadeiras mini-forças ambulantes destinadas a enfrentar os atiradores furtivos escondidos nos telhados. Equipados com blindagem pesada e câmaras de 360º, os carros blindados têm a missão de proteger o avançamento dos soldados regulares de uma das maiores armadilhas encontradas no combate urbano: atiradores armados com espingarda de precisão ou lança-foguetes anti-tanque. A outra grande armadilha são as minas e os engenhos artesanais.

A guerra esquecida do Sudão não é uma guerra religiosa, a maioria dos combatentes partilha a mesma fé muçulmana, mas há incidentes que envolvem minorias cristãs. Como aconteceu no início de outubro, quando um grupo de crentes pertencentes à Igreja cristã do Sudão Al Iziba foi capturado por membros dos serviços secretos militares das SAF em Cartum Norte.

De acordo com Osama Saeed Musa Koudi, presidente da União da Juventude Cristã Sudanesa, citado pelo diário online Altaghyeer, os detidos foram presos em grupos entre 2 e 7 de outubro e incluem 16 homens, 25 mulheres e 54 crianças. Todos originários dos Montes Nuba, são acusados de ser apoiantes das RSF, apenas porque permaneceram nas zonas de Cartum ocupadas pelas RSF, pela simples razão de não terem possibilidade de partir para outro local.

Fonte: Vatican News

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Gana - Caminhada pacífica pelo ambiente

Tal como previsto, a “Caminhada de Oração pelo Ambiente”, promovida pela Arquidiocese de Acra, no Gana, teve lugar no dia 11 de outubro. O evento decorreu de forma pacífica, sem incidentes e com a participação de milhares de pessoas, para denunciar o fenómeno da exploração mineira ilegal, conhecido localmente como “galamsey”.

Mvuato Sebastiao Miezi, Vatican News (com Agenzia Fides)

Micheal Kobina Ackon Quaicoe, Diretor Executivo da Direção de Governação, Justiça e Paz da Conferência Episcopal do Gana, afirmou: “Esta é uma luta de todos nós: políticos, pessoas envolvidas em negócios, os nossos líderes tradicionais, enfim, de todos os ganeses”. A marcha, que começou bem, também terminou bem, com a entrega de uma petição à Presidência da República, apelando a que sejam tomadas medidas concretas para pôr fim à extração ilegal e não regulamentada de ouro e outros minerais, que está a causar graves danos ao ambiente e a infligir elevados custos humanos às populações locais.

Para além dos católicos, outros grupos, como o FixTheCountry e o Democracy Hub, juntaram-se à marcha, manifestando o seu apoio à causa ambiental e apelando ao fim da galamsey e à preservação dos recursos hídricos do país. Estas acções são ainda mais urgentes porque as operações de extração de ouro não regulamentadas já causaram um desastre ambiental.

É uma crise que afecta todas as áreas da sociedade, a começar pelas crises ambiental, económica e política. O Gana atravessa uma crise económica em que tem de pagar as suas dívidas, e a crise ambiental só vem agravar a situação, razão pela qual foram tomadas medidas drásticas, como a declaração do estado de emergência nas zonas mineiras e o cancelamento das licenças mineiras. Mas esta manifestação se tornou relevante também porque se tornou política, uma vez que o Gana vai a votos a 7 de dezembro de 2024, o que significa que a população está a pedir ao próximo Presidente que tenha em consideração o problema da galamsey.

Fonte: Vatican News

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 Educação: Confissões religiosas destacam «cultura do diálogo» inserida no Pacto Educativo Global

Igreja Católica, Igreja Presbiteriana, Comunidade Islâmica e União Budista Portuguesa estiveram representadas em debate sobre a educação e o Pacto Educativo em contexto inter-religioso

 Khalid Jamal, da direção da Comunidade Islâmica de Lisboa, afirmou hoje no programa Ecclesia que um dos contributos mais importantes do Pacto Educativo Global “é a criação de uma cultura de diálogo”.

“Infelizmente, nos tempos mais recentes, como sabemos, repletos de desafios, nós, a humanidade em geral e, em particular, nalguns seios ou nalguns setores, temos tido alguma dificuldade em acolher e a cautelar no seio da sociedade civil uma cultura de diálogo”, disse, no debate sobre a educação e a receção do Pacto Educativo em contexto inter-religioso, realizado no contexto do II Congresso Nacional da Escola Católica.

Além de Khalid Jamal, da comunidade Islâmica de Lisboa, também a Igreja Católica, a Igreja Presbiteriana e a União Budista Portuguesa estiveram representadas no momento através das intervenções de João Paiva, João Pereira e Paulo Borges (Testemunho gravado), respetivamente.

O dirigente da Comunidade Islâmica de Lisboa acredita que o diálogo é um meio para atingir muitos dos compromissos expostos no Pacto Educativo Global, proposto pelo Papa Francisco, que visa um mundo diferente, na promoção do diálogo ente culturas, da paz e da ecologia integral.

“É preciso refletir sobre este pacto e sobre os enormes compromissos que ele almeja e desconstruir a ideia de que a diversidade não é uma riqueza, que também é uma convicção que muitas vezes temos, e que quem é diferente de mim ou essa diferença representa ou constitui uma ameaça”, assinalou.

João Paiva, da Igreja Católica, realçou que o Pacto Educativo Global faz “um convite muito grande a propósito do diálogo inter-religioso para a abertura”.

“Para nós cristãos católicos e precisamente inspirados no Evangelho e em Jesus de Nazaré, o diálogo em geral e o diálogo com as outras religiões e com as suas verdades e com as suas coisas preciosas, é um lugar fundamental e não negociável”, afirmou.

João Pereira, da Igreja Presbiteriana, defendeu que o Pacto Educativo Global “é profético”.

“Profeta é aquela pessoa que, a partir da presença, da intuição, cada um fará a sua leitura, tem a capacidade de ler a situação de vida atual de um povo, no caso concreto é do mundo, tem essa capacidade de ler, tem a capacidade de chamar a atenção, colocando os dedos nas feridas e a capacidade de apontar caminhos. E este pacto, eu penso que ele faz isso”, destacou.

Através de um testemunho gravado, Paulo Borges, da União Budista Portuguesa, referiu que o Pacto Educativo Global é uma “proposta de transformação profunda da cultura e da civilização”, no sentido de colocar as vidas individuais ao serviço do bem comum, ao serviço da comunidade, não só dos seres humanos, mas da comunidade de todos os seres vivos do próprio planeta.

Khalid Jamal, da Comunidade Islâmica de Lisboa, destacou ainda o compromisso número 1 do Pacto Educativo Global que fala em “colocar a pessoa no centro de cada processo educativo”.

“Eu acho que é absolutamente indesejável que a pessoa deixe de ser o centro e que nós percamos aquilo que é tão próprio e tão peculiar e característico da nossa vivência em sociedade, que é no fundo o aspeto relacional que nos caracteriza, independentemente das nossas atividades, dos múltiplos papéis, seja na qualidade de educadores, seja na qualidade de recetores, muitas vezes, ou de protagonistas das nossas vidas, quer pessoais, quer profissionais”, ressaltou.

Além disso, dirigente da Comunidade Islâmica de Lisboa sublinhou a importância de ouvir as gerações mais novas.

“A pergunta e o desafio que eu deixo é: Quantas vezes nós deixamos que os mais jovens assumam a centralidade do discurso e que tenham o poder que nós? Muitas vezes, temos a convicção de que eles têm de ter, mas depois, na realidade, nem sempre é acompanhado da convicção da confiança e de, realmente, transmitir e transmutar esse poder para essas gerações mais novas”, reconheceu.

O Centro Pastoral de Paulo VI acolheu, nos dias 10 e 11 de outubro, o II Congresso Nacional da Escola Católica, com o tema “Escola Católica – identidade e pacto num mundo global”, em que participaram 350 educadores católicos.

Fonte: Agência Ecclesia

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Círio de Nazaré reúne 2 milhões de devotos em grande procissão 

Iniciadas no dia 8 de outubro, as festividades do Círio de Nazaré 2024 seguem até o dia 28 deste mês seguindo o tema: ‘Perseverar na oração com Maria, Mãe de Jesus’.

No último domingo, 13, mais de dois milhões de devotos, segundo dados do governo do Pará, se reuniram em Belém para participar da Grande Procissão do Círio de Nazaré, um dos eventos religiosos de maior expressão no Brasil.

Trajeto de 3,7 quilômetros percorrido em cinco horas

Logo cedo, às 6h, uma Santa Missa foi presidida por Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo Metropolitano de Belém, na Catedral Metropolitana de Belém. Em seguida, a berlinda com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré seguiu para a Praça Santuário, localizada em frente à Basílica de Nazaré. O trajeto de 3,7 quilômetros de distância foi percorrido em cinco horas pelos devotos da padroeira do Pará e Rainha da Amazônia.

Participação de fiéis das 14 romarias oficiais

Ao longo da procissão do Círio de Nazaré, inúmeros devotos e pagadores de promessas carregavam objetos feitos em cera ou outros materiais como forma de agradecimento pelas graças alcançadas. Já outros realizaram o percurso inteiro de joelhos. Esta foi a 232ª edição da procissão, que contou com a participação de fiéis das 14 romarias oficiais.

A corda do Círio de Nazaré

Um importante símbolo da procissão é a corda de sisal de 400 metros de comprimento atada à berlinda. Os devotos disputam espaço para segurar neste que é um dos principais ícones da festividade mariana. A corda teve origem em 1885, quando uma enchente fez a berlinda com a imagem atolar e os cavalos não conseguiram puxá-la. Um comerciante emprestou uma corda para os fiéis puxarem a berlinda. Desde então, a corda foi introduzida no Círio.

Tema desta edição inspirado no Ano da Oração

Iniciada no dia 8 de outubro, a programação do Círio de Nazaré 2024 seguirá até o dia 28 deste mês, com atividades voltadas para diversos públicos, dentre os quais se destacam: ciclistas, jovens, crianças, corredores e pessoas com deficiência. O tema desta edição é: ‘Perseverar na oração com Maria, Mãe de Jesus’, inspirado no Ano da Oração convocado pelo Papa Francisco em preparação ao Jubileu de 2025 que será celebrado por toda a Igreja Católica. (EPC)

Fonte: Gaudium Press

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Futuro Cardeal Timothy Radcliffe pede dispensa das vestes cardinalícias 

Radcliffe solicitou ao Papa Francisco que o dispensasse do uso da “elaborada indumentária cardinalícia”, permitindo-lhe manter seu hábito branco da Ordem dos Pregadores.

O padre dominicano inglês Timothy Radcliffe está entre os 21 novos cardeais que receberão o respetivo barrete vermelho no 10º consistório convocado pelo atual Pontífice, que terá lugar no dia 8 de dezembro próximo, no Vaticano. Ele também foi escolhido pelo papa para servir de assistente espiritual do atual Sínodo sobre a Sinodalidade.

Em entrevista à rádio inglesa BBC, transmitida neste último domingo, o dominicano inglês disse que perguntou ao pontífice se ele poderia ser dispensado de usar a “elaborada indumentária cardinalícia”. De acordo com Radcliffe, o Papa respondeu no mesmo dia que ele “entendia completamente” sua situação e iria “isentá-lo de usar as vestes elaboradas”.

Os cardeais são os mais altos dignitários da Igreja Católica e auxiliam o Papa na direção da Igreja universal e da Cúria Romana. Os cardeais se caracterizam por suas vestes de cor vermelho púrpura, da qual deriva a expressão com a qual são chamados, “purpurados”. Fazem parte da indumentária do cardeal a batina coral vermelha, com um roquete de linho com ou sem punho vermelho, murça vermelha de lã, uma cruz peitoral, presa a um cordão dourado, o solidéu vermelho e a faixa, também vermelha, sobre a cintura. O vermelho simboliza o martírio – os cardeais são chamados ao maior serviço à Igreja dedicando a própria vida.

Teólogo polêmico

O Pe. Radcliffe tem sido alvo de controvérsia devido ao seu apoio à justificação das relações entre pessoas do mesmo sexo e às suas constantes posições, descritas como promotoras da ideologia LGBTI, em aberta contradição com a doutrina católica tradicional.

Em um recente artigo publicado no L’Osservatore Romano, o dominicano de 79 anos afirmou que os “desejos” homossexuais, como todos os desejos, são “dados por Deus” e precisam de ser “educados” em vez de reprimidos.  “O ensino da Igreja já está evoluindo, renovado pela experiência vivida: os homossexuais já não são vistos apenas em termos de atos sexuais, mas como nossos irmãos e irmãs, que, segundo o Papa Francisco, podem ser abençoados.”

Dentro da sua própria ordem, o Pe. Radcliffe tem recebido críticas, por exemplo, pelo seu artigo publicado no The Tablet, intitulado “Can Gays Be Priests? (Os gays podem ser sacerdotes?)”.

Fonte: Gaudium Press

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Papa Francisco escreve mensagem aos futuros novos Cardeais 

O Pontífice assegurou estar rezando por cada um deles, recordando de que o título de ‘servidor’ deve ofuscar cada vez mais o de ‘eminência’.

O Papa Francisco escreveu uma mensagem de boas-vindas aos 21 novos Cardeais que serão criados no dia 7 de dezembro, durante o Consistório que será realizado no Vaticano. Dentre os novos purpurados está o brasileiro Dom Jaime Spengler, Arcebispo de Porto Alegre (RS), além de presidente da CNBB e do Celam.

No início de sua carta, o Santo Padre recordou que através da criação cardinalícia, eles passarão a fazer parte do clero de Roma, representando assim a unidade da Igreja e o vínculo de todas as Igrejas com a Igreja de Roma. Ele exortou também para que o no cardinalato sejam encarnadas as três atitudes com as quais São João da Cruz foi descrito: olhos altos, mãos juntas e pés descalços.

Tua oração é o que a Igreja mais necessita

Explicando essa definição, escrita pelo poeta argentino Francisco Luis Bernárdez, o Pontífice afirmou que “olhos altos, porque o teu serviço vai exigir que amplies o teu olhar e expandas o teu coração, para poderes olhar mais longe e amar mais universalmente e com maior intensidade”.

“Mãos juntas, pois a tua oração é o que a Igreja mais necessita – junto ao anúncio – para poder apascentar bem o rebanho de Cristo. A oração, que é o âmbito do discernimento para ajudar-me a buscar e a encontrar a vontade de Deus para o nosso povo, e para segui-la”, destacou.

Que o título de ‘servidor’ ofusque o de ‘eminência’

E Pés descalços, “que tocam a aspereza da realidade de muitos rincões do mundo, embriagados de dor e sofrimento por causa das guerras, das discriminações, das perseguições, da fome e das numerosas formas de pobreza que exigirão de ti tanta compaixão e misericórdia”.

Por fim, o Papa manifestou sua gratidão pela generosidade dos futuros Cardeais e assegurou estar rezando por cada um deles, recordando de que o título de ‘servidor’ deve ofuscar cada vez mais o de ‘eminência’. (EPC)

Fonte: Gaudium Press

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Incêndio suspeito destrói igreja histórica e convento franciscano no Chile

Por Walter Sánchez Silva 

Um incêndio na sexta-feira (11) destruiu a igreja de Santo Antônio de Pádua e um convento franciscano em Iquique, Chile. O Ministério Público do Chile não descarta a hipótese de incêndio criminoso.

“Estamos diante de uma situação lamentável, uma tragédia em termos de nossa herança, em termos da igreja paroquial de Santo Antônio de Pádua que queimou, assim como o convento franciscano”, disse o bispo de Iquique, dom Isauro Covili, em vídeo divulgado pela diocese no Facebook na sexta-feira (11).

“Um edifício, como todos sabemos, muito histórico e importante para a cidade e a região. Estamos realmente sofrendo por causa do incêndio e tudo o que ele significa”, disse o bispo ao fazer referência ao fato de que em 1994 o local foi declarado monumento histórico do país.

 “Tudo foi reduzido a nada, mas também sabemos que a Igreja, o corpo de Jesus Cristo, o corpo vivo de Jesus, continuará do mesmo jeito, em meio à dor, à tragédia e às lágrimas, a celebrar com alegria e esperança a fé e a proclamação de Jesus Cristo”, disse o bispo.

Dom Covili, que também é franciscano, agradeceu especialmente aos bombeiros “que trabalharam arduamente por toda a tarde”, “a todas as instituições civis” e “a tantas pessoas que expressaram sua proximidade, sua preocupação e sua dor”.

“Agradeço a todos e agradeço a Deus também, porque este lugar e a presença dos franciscanos aqui são muito queridos e estimados por toda a cidade”, disse dom Covili.

Segundo a rádio chilena Cooperativa, o incêndio também afetou três casas adjacentes e uma oficina, ferindo seis pessoas.

Incêndio sob investigação

A rádio Cooperativa também informou que o promotor Gonzalo Valderrama abriu uma investigação para determinar se o incêndio foi intencional.

“Foi aberta uma investigação ex officio, com base nas informações que circularam nas redes sociais. Por isso, o Laboratório Criminal de Investigações Policiais foi instruído a fazer uma avaliação pericial”, disse Valderrama.

“No momento, não temos evidências de incêndio criminoso, mas é uma hipótese que não pode ser descartada”, disse o promotor.

Fonte: ACIDigital

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Do dia 14/10/2024

CNBB 72 anos: “evangelizar permanece sempre como a palavra de ordem da CNBB”

Os 72 anos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, celebrados neste dia 14 de outubro, foram marcados por uma missa, presidida pelo Núncio Apostólico no Brasil, dom Giambatistta Diquatro, e concelebrada pelos bispos auxiliares de Brasília, dom Ricardo Hoepers, secretário-geral da CNBB, dom Antônio Aparecido de Marcos Filho e dom Denilson Geraldo. Também concelebraram os padres assessores das Comissões da Conferência, do ordinariado militar e da nunciatura. Os frades do Santuário São Francisco de Assis animaram os cantos da celebração.

    Dom João Justino de Medeiros Silva, arcebispo de Goiânia e primeiro vice-presidente da CNBB, em razão de saúde não pode celebrar como estava previsto, mas trechos de sua homilia, escrita especialmente para a celebração, foram lidos pelo secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoespers. A homilia destacou inicialmente a alegria de ter o que agradecer – os 72 anos da CNBB – em torno da mesa da Eucaristia. “Tudo aqui tem a ver com a fé em nosso Senhor Jesus Cristo”, refletiu.

    A homilia destacou um trecho do que diz a Carta Apostólica de São João Paulo II, de maio de 1998, sobre o sentido de uma conferência espiscopal: “Instituição permanente, como agrupamento dos Bispos de uma nação ou determinado território, que exercem em conjunto certas funções pastorais a favor dos fieis do seu território, a fim de promoverem o maior bem que a Igreja oferece ao homens, sobretudo por formas e métodos de apostolado convenientemente ajustados às circunstâncias do tempo e do lugar, nos termos do direito”.

Dom Ricardo destacou que tal compreensão se verifica na história da CNBB. “Hoje estamos aqui na sede da CNBB para agradecer os 72 anos de história desta que é uma das mais antigas e maiores conferências de bispos do mundo. “O sonho de comunhão, participação e missão tem um longa trajetória da Igreja no Brasil. Foi antes mesmo do Concílio Vaticano II, com o empenho de dom Helder Câmara, que foi criada com sede no Rio de Janeiro, então capital federal, a CNBB em 14 de outubro de 1952”, ressaltou.

    De acordo com o texto da homilia, desde então a evangelização proposta pela Igreja Católica no Brasil tornou-se cada vez mais um projeto eclesial articulado, organizado, planejado e avaliado com o zelo apostólico das centenas de bispos que serviram e servem ao povo brasileiro.

Igreja sinodal

“Evitando qualquer sombra de orgulho, não é exagero afirmar que a Igreja no Brasil antecipou nas estruturas de sua Conferência Episcopal alguns dos principais traços de uma Igreja sinodal. Os encontros, as assembleias, os estudos, as análises, as conversações, os debates… sempre estiveram presentes como passos em busca de uma palavra sólida que animassem as comunidades, seus membros e servidores”, destacou um trecho.

Na homilia também foi destacado a história de planejamento da ação evangelizadora que remonta ao Plano de Emergência, ou o primeiro Plano de Pastoral da Igreja do Brasil, elaborado no início dos anos 1960 em resposta ao pedido do Papa São João XXIII. “Desde então, os bispos brasileiros nunca deixaram de se encontrar e, entre suas atividades, de propor de tempos em tempos, novas e atualizadas diretrizes evangelizadoras”.

Em outro trecho, foi ressaltado que o mandato de evangelizar permanece sempre como a palavra de ordem da CNBB, como está descrito em seu objetivo geral. Dom Ricardo reforçou na homilia que a CNBB é um organismo composto por bispos, mas que sempre pode contar com um inúmeros colaboradores, homens e mulheres, padres e religiosas, leigos e leigas que na comunhão da mesma fé se somaram aos bispos para ver a Igreja do Brasil realização sua missão de evangelizar.

Ao final da celebração, o Núncio Apostólico no Brasil, dom Giambatistta Diquatro, destacou o fato de dom Jaime ter assumido a presidência do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho, o Celam, o que representa a importância da Igreja no Brasil para a América Latina e também para a Igreja de Roma, com sua recente nomeação como cardeal. “Devemos todos trabalhar juntos para que a Igreja, corpo de Cristo, se fortaleça cada vez mais também com a doação da Igreja no Brasil”, disse.

Fonte: CNBB

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Dom Gregório Paixão, presidente da Comissão para a Cultura e Educação da CNBB, homenageia professores

Por ocasião do Dia do Professor, celebrado na terça-feira, 15 de outubro, o arcebispo de Fortaleza (CE), dom Gregório Paixão, expressa profunda gratidão a cada um dos educadores que, com amor e dedicação, desempenham uma missão extraordinária na formação das crianças, jovens e adultos.

No Brasil, a criação do Dia do Professor está associada com a Lei de 15 de outubro de 1827, assinada por D. Pedro I. Nesse documento, ficou estabelecido que em todas as cidades do país seriam construídas escolas primárias de ensino elementar. Na época, elas eram chamadas de “Escolas de Primeiras Letras”.

Por meio de um vídeo, dom Gregório dirigindo-se aos professores expressa que são eles o instrumento de transformação e esperança – sal da terra e luz do mundo. Confira, abaixo, seu depoimento na íntegra:

    “Recentemente, o Papa Francisco nos lembrou de sermos promotores da fraternidade em um mundo marcado por pluralidades, polaridades e diversidades. Sua mensagem ressou forte destacando que a essência da educação vai além da simples transmissão de conhecimentos. Ela se fundamenta na construção de relações humanas significativas e respeitosas.

    O Papa sublinhou que precisamos ser artífices da paz promovendo diálogos construtivos e solidariedade fecunda. Ao fazer isso vocês estão preparando os seus alunos não apenas para serem cidadãos competentes, mas também para serem agentes de transformação na sociedade a exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo.

    Nesse dia especial agradecemos a todos vocês por se dedicarem não apenas a ensinar, mas principalmente por serem exemplo de força, resiliência e compreensão.

    Que Deus abençoe a cada um de vocês, concedendo-lhes sabedoria, paciência e saúde. E que suas vidas continuem a inspirar muitos. Feliz dia do Professor!”, finaliza dom Gregório. Fonte: CNBB

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CLAR realiza seminário para aprofundar a Cultura Vocacional

Reunidos em Santiago, Chile, dos dias 10 a 13 de outubro de 2024, a Vida Religiosa Consagrada da América Latina e Caribe, encontrou-se para partilhas de vida, experiências, anseios e sonhos no que tange a Cultura Vocacional.

Em tradução livre “Comunidades Vocacionais: testemunhos acreditáveis” (Comunidades Vocacionales, Testigos Creíbles), contou com a participação de mais de 90 pessoas entre religiosos e leigos de 17 países. A dinâmica do encontro se deu de maneira sinodal, valorizando a experiência da oração pessoal e da conversão espiritual, olhando para o que temos no presente e o que nos leva a desejar para o futuro. Para a Jovem Irmã Cáilla Rafaela Belfort de Almeida, da Congregação das Servas Pobres de Jesus Cristo é Deus quem conduz nesta ação: “Acredito que estes dias nos reservam de fato uma construção de pensamento, compreensão mais ampla de nossa realidade e novas perspectivas de ação. Deus nos guia nessa teia vocacional, intercultural, intercongregacional e intergeracional”.

O encontro se deu de maneira a valorizar e favorecer o diálogo aberto e sincero, privilegiando especialmente o método de “conversação no Espírito”, promovendo a manifestação dos participantes, apresentando as preocupações e dificuldades, logros e esperanças que se experimentam ante a promoção da cultura vocacional, sombras e luzes que de certa maneira contribuem para impulsionar processos de sensibilização e aprofundamento e construir coletivamente linhas de ação. Fonte: CRB

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Cardeal Zuppi em Moscou: paz e retorno das crianças à Ucrânia

Em 2023 o cardeal Matteo Zuppi esteve na Ucrânia e na Rússia, enviado pelo Papa Francisco em missão humanitária prara buscar soluções para o conflito em andamento e tratar do retorno à Ucrânia das crianças deportadas para a Rússia.

Vatican News

Interpelado por jornalistas no início da tarde desta segunda-feira, 14, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, confirmou que "o cardeal Matteo Zuppi iniciou hoje uma nova visita a Moscou, no âmbito da missão que lhe foi confiada pelo Papa Francisco no ano passado, para se encontrar com as autoridades e avaliar novos esforços para favorecer o reagrupamento familiar das crianças ucranianas e a troca de prisioneiros, com vista a alcançar a tão esperada paz."

Kiev e Moscou: a primeira missão em junho de 2023 

Em 5 e 6 de junho de 2023, o cardeal Matteo Zuppi havia cumprido em Kiev a primeira etapa da missão a ele confiada pelo Papa Francisco quando, entre outros, encontrou o presidente da Ucrânia Volodymir Zelenski.

Seguiu-se a viagem à Moscou de 28 e 30 de junho, com o objetivo de “identificar iniciativas humanitárias que pudessem abrir caminhos para alcançar a paz”, como anunciado pela Sala de Imprensa de Santa Sé na época.

Durante os três dias, o cardeal encontrou-se com Yuri Ushakov, assistente do presidente da Federação Russa para Assuntos de Política Externa, e Maria L'vova-Belova, comissária junto ao presidente da Federação Russa para os direitos da criança, com quem em particular falou dos mais de 19 mil menores ucranianos deportados para a Rússia. Durante as conversações, “foi fortemente sublinhado o aspecto humanitário da iniciativa, bem como a necessidade de poder alcançar a tão desejada paz”.

O cardeal Zuppi também encontrou-se com o Patriarca de Moscou e de toda a Rússia, Kirill, a quem transmitiu as saudações do Santo Padre e com quem também falou das iniciativas humanitárias que poderiam facilitar uma solução pacífica para o conflito. O encontro foi realizado na sede do Patriarcado de Moscou na presença, entre outros, do Metropolita Antonij de Volokolamsk, presidente do Departamento de Relações Eclesiásticas Externas do Patriarcado de Moscou, e do núncio apostólico D'Aniello. «Apreciamos que Sua Santidade o tenha enviado a Moscou. O senhor está à frente de uma das maiores metrópoles e dioceses da Itália e é um arcebispo conhecido que está prestando um serviço ao seu povo”, disse Kirill, citado pelas agências estatais russas.

Cardeal Parolin na Ucrânia 

De 19 a 24 de julho do corrente, o cardeal Pietro Parolin esteve em visita à Ucrânia como Legado Pontifício, onde presidiu a Missa no Santuário mariano de Berdychiv para a celebração conclusiva da peregrinação dos católicos ucranianos de rito latino. Em Kiev, Lviv e Odessa encontrou diversas autoridades civis e religiosas do país do leste europeu.

Já em 18 de setembro, o cardeal secretário de Estado, em uma videoconferência com a comissária para os Direitos Humanos da Federação Russa, agradeceu à Defensoria Pública russa pelo seu papel na libertação de dois sacerdotes ucranianos e lembrou a necessidade de salvaguardar os direitos humanos fundamentais consagrados nas Convenções Internacionais. Foco na assistência aos militares ucranianos prisioneiros na Federação Russa e na troca recíproca dos soldados detidos.

As tentativas de facilitar o diálogo entre a Rússia e a Ucrânia 

Ao se pronunciar em abril de 2024 por ocasião do "Dia do Direito" - organizado pela arquidiocese de Pescara-Penne - o secretário para as Relações com os Estados e Organizações Internacionais, arcebispo Paul Richard Gallagher, falou sobre as experiências da Santa Sé no contexto do direito internacional, com particular referência às tentativas de facilitar o diálogo entre as autoridades russas e a Ucrânia. e à ação humanitária em favor das crianças do país.

O arcebispo se referiu também à ação humanitária que se realizava naquele período "em favor da repatriação dos menores ucranianos levados para a Federação Russa" após a "agressão" desta última, há dois anos, contra a Ucrânia. Desde o início das hostilidades - afirmou dom Gallagher - "a Santa Sé não permaneceu inativa", recordando que foram feitas várias tentativas "antes do início da guerra, para facilitar o diálogo entre as partes, com respeito ao direito internacional e à integridade territorial", para manter conversações entre os dois países e convidá-los "a uma solução negociada". 

O diplomata vaticano recordou  ainda a visita do Papa Francisco à Embaixada russa junto à Santa Sé em 25 de fevereiro de 2022, bem como "o diálogo com o Patriarca Kirill, o envio de ajuda à Ucrânia com os cardeais Michael Czerny e Konrad Krajewski" e "os numerosos apelos públicos", em particular "durante a oração dominical do Angelus, com um forte e decisivo apelo por uma paz justa".

A ação humanitária coordenada pelo cardeal Zuppi 

O trabalho da Santa Sé é "discreto, muitas vezes invisível para não diminuir sua eficácia", acrescentou dom Gallagher, que, no entanto, quis citar, "entre as ações humanitárias implementadas", a iniciativa coordenada pelo cardeal Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana, para "proteger os menores em zonas de guerra e, em particular, facilitar a reunificação das crianças com suas famílias". 

Trata-se de crianças ucranianas - e entre elas também órfãos e menores sem parentes - que foram levadas para a Rússia, "confiadas a outras famílias, alojadas em centros de assistência social e orfanatos, ou colocadas em centros de formação inadequados para sua permanência", em alguns casos recolhidas "pelas autoridades russas em operações de controle de áreas ucranianas". "Ainda é difícil saber a situação exata de muitos deles", disse na época o prelado, que enfatizou a natureza diplomática do que o cardeal está fazendo. Trata-se de uma "ação humanitária em favor de menores em territórios de conflito armado" que é "conduzida em coordenação não apenas com a Seção de Relações com Estados e Organizações Internacionais", mas também "com as duas nunciaturas apostólicas envolvidas que prestam assistência em seus respectivos países". A questão dos menores, a propósito, "também é acompanhada pelo Qatar e pela Unicef, e por algumas ONGs", mas "no momento, os esforços permanecem complementares e não conjuntos".

Procedimentos para a repatriação dos menores ucranianos 

Na prática, após os encontros com as autoridades civis da Rússia e da Ucrânia, houve a troca da lista de menores assinalados. Em seguida foram criados "grupos de trabalho estáveis para se comunicarem entre si com a participação das Representações Pontifícias" e foi iniciada uma "troca regular de informações". 

São as duas nunciaturas que facilitam os encontros entre o cardeal Zuppi e as autoridades civis e depois acompanham a efetiva "repatriação dos menores". "Não faltam dificuldades", destacou dom Gallagher, referindo-se também à "complexidade de fornecer informações precisas sobre os menores de ambos os lados e o número ainda pequeno de repatriações".

A comunhão através da mediação 

E se muitas vezes nos deparamos com "problemas complexos" para os quais parece não haver soluções simples, "isso não deve, no entanto, ser uma desculpa para nos retirarmos para a esfera privada ou para nos limitarmos a assistir aos acontecimentos", concluiu dom Gallagher, propondo, a esse respeito, a indicação de método oferecida pelo Papa Francisco, em seu discurso de 21 de junho de 2013, aos representantes pontifícios: ser mediadores, pois com a mediação fazem a comunhão, e agir sempre com profissionalidade. Fonte: Vatican News

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Temas da Assembleia Sinodal: coletiva de imprensa

A Segunda Sessão da Assembleia Sinodal, que está sendo realizada na Sala Paulo VI, no Vaticano, de 2 a 27 de outubro, está na metade do caminho. A terceira das quatro semanas em que essa fase do processo sinodal está dividida, se contarmos o retiro anterior, começou nesta segunda-feira.

Padre Modino – Vaticano

A assembleia está discutindo o módulo sobre percursos. Esse módulo, lembrou Sheila Pires, secretária da Comissão para a Comunicação, diz respeito ao tema de processos de tomada de decisão, transparência, responsabilização e avaliação. Segundo Pires, foram relatadas experiências relativas a essas temáticas chegadas de diversos lugares, dentre elas da Amazônia, sublinhando “a dificuldade de encontrar a harmonia entre as tradições cristãs e os ritos locais”. Algo que acontece, como foi dito, “porque a Igreja no passado negligenciou a diversidade e a complementariedade entre as culturas”, afirmou a jornalista.

Igualmente, Pires relatou as falas sobre envolver as crianças na vida da Igreja, valorizar os catequistas, escutar os jovens, incluir as escolas católicas nos processos de evangelização e formação. Também foi pedido garantir dignidade às mulheres consagradas e leigos, e foi refletido sobre a falta de presença feminina na formação dos seminários em vista de uma formação equilibrada.

Processos de tomada de decisão

Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério para a Comunicação, destacou a reflexão sobre os processos decisórios, a necessidade de criar conselhos decisórios com a presença de leigos e especialistas. Ele abordou a questão da transparência no campo das finanças como um elemento fundamental em uma Igreja sinodal, uma transparência que deve ser equilibrada com a confidencialidade. Uma prestação de contas que também deve ser dada aos pobres. Ele também abordou questões relacionadas ao Código de Direito Canônico, insistindo que ele não deve ser uma ferramenta restritiva, mas sim uma ferramenta para a defesa dos mais pobres. Como antídoto para o clericalismo, ele propôs relações dinâmicas, envolvendo mais pessoas na tomada de decisões.

Colocando-nos mais radicalmente no estilo de Jesus

Entre os convidados presentes na Sala de Imprensa vaticana, a primeira a se dirigir aos jornalistas, a quem agradeceu o serviço prestado a esse processo sinodal, foi a presidente da Confederação de Religiosos e Religiosas da América Latina e do Caribe, Liliana Franco. No Módulo Percursos, que foi estudado em profundidade nos últimos dias, ela destacou quatro grandes temas: formação, discernimento, participação e responsabilidade, que “nos colocam mais radicalmente no caminho de Jesus”, no estilo do Evangelho, “o estilo que deve permear tudo o que é sinodal”. Uma resposta à grande pergunta da Segunda Sessão da Assembleia Sinodal: Como ser uma Igreja sinodal em missão?

Para Liliana Franco, “a formação só faz sentido se nos torna melhores testemunhas”, que deve ser integral, humana, inclusiva, contextualizada, atenta à realidade, sublinhando a necessidade de formação com os outros, juntos. Uma formação que olhe para as crianças e os jovens, com eles e como eles, novas formas de formação que nos permitam ser melhores testemunhas. Sobre o discernimento, ela o vê como “o caminho para descobrir o que o Espírito quer da Igreja”, discernimento pessoal e comunitário para buscar juntos na diversidade “a direção de nossa vida em missão”, com estruturas e instâncias mais participativas. Finalmente, a religiosa se referiu à transparência e à prestação de contas, mais do que como um meio, como uma cultura que deve ser ancorada na Igreja, como um modo de ser e estar, como algo natural.

O processo sinodal em Ruanda

Em segundo lugar, o bispo de Cyangugu, dom Edouard Sinayobye, que vê o atual processo sinodal como inspirado no que os apóstolos experimentaram e fizeram depois de receber o Espírito Santo no Cenáculo. Para Ruanda, o processo sinodal é uma oportunidade de unidade e reconciliação, após 30 anos de genocídio, algo difícil, dada a necessidade de acompanhar as vítimas e os carrascos, sendo assim um Kairos, em vista do progresso na comunhão, que levou à promoção de uma pastoral de unidade e reconciliação na Igreja ruandesa.

Nessa perspectiva, o bispo vê no processo sinodal, do qual todos participam, das crianças aos idosos, uma oportunidade de aprofundar os fundamentos teológicos e bíblicos que “nos mostram que somos um”, uma mensagem que ajuda o povo a caminhar junto, a fortalecer a unidade e a reconciliação, visto que, depois do que aconteceu, não é fácil voltar a caminhar como irmãos e irmãs, assumir um estilo de vida fraterno e espiritual, sair ao encontro de todos, aprender a ser missionários e ser formados na práxis missionária, o que está sendo realizado por meio de várias experiências, relatadas pelo bispo.

Discernimento eclesial para a missão

Por fim, o arcebispo de Riga (Letônia), dom Zbigņevs Stankevičs, vê este Sínodo como uma resposta ao desejo de envolver cada pessoa batizada na missão da Igreja de evangelizar o mundo, algo que ele disse estar muito presente em seu ministério desde que foi ordenado bispo. É uma questão de liberar os dons e carismas de todos os batizados, e essa é a tarefa dos bispos, do clero, enfatizando a importância da corresponsabilidade e da descentralização, como expressão da comunhão eclesial.

O bispo refletiu sobre o número 58 do Instrumentum Laboris da Segunda Sessão da Assembleia Sinodal, que trata da questão do discernimento eclesial para a missão. Ele enfatizou que o objetivo final do Sínodo é a missão, e por isso é necessário que as estruturas da Igreja sejam mais missionárias. Para isso, pediu um aprofundamento das experiências das conferências episcopais, nas escolas de evangelização, buscando uma formação missionária, algo que já está sendo realizado por meio de experiências concretas. Fonte: Vatican News

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“Fontes audiovisuais e história das missões católicas": Casina Pio IV sedia conferência sobre cinema e missão

A iniciativa que nasce com o objetivo de definir um primeiro estado da arte sobre a preservação do patrimônio visual dos arquivos das principais ordens e congregações envolvidas nas missões, na tentativa de dar novo impulso aos estudos sobre o tema em uma perspectiva histórico-cultural.

No dia 15 de outubro, na Casina Pio IV, no Vaticano, encontro marcado com a conferência internacional "Cinema e missão. Fontes audiovisuais e história das missões católicas".

A partir das 8h30, palestrantes de todo o mundo, na sua maioria responsáveis por arquivos, serão os animadores dos diferentes painéis de uma iniciativa que nasce com o objetivo de definir um primeiro estado da arte sobre a preservação do patrimônio visual dos arquivos das principais ordens e congregações envolvidas nas missões, na tentativa de dar novo impulso aos estudos sobre o tema em uma perspectiva histórico-cultural.

A sessão matinal do denso e qualificado programa da conferência também apresenta o relatório de padre Flavio Belluomini, arquivista do Dicastério para a Evangelização, dedicado ao patrimônio fotográfico da Agência Fides preservado no Arquivo Histórico de Propaganda Fide. Este patrimônio, parte integrante da história da Agência Fides, será apresentado no relatório do arquivista Belluomini, na sua importância como preciosa “fonte para a história das missões”.

Os trabalhos serão abertos por monsenhor Edoardo Viganò, vice-chanceler da Pontifícia Academia das Ciências Sociais e presidente da MAC (Fundação para as Memórias Audiovisuais do Catolicismo) e do centro de investigação CAST (Catholicism and Audiovisual Studies), promotores da iniciativa, organizado em conjunto com a Universidade Telemática Internacional Uninettuno com a colaboração do Arquivo Histórico da Propaganda Fide, da Biblioteca Apostólica Vaticana, da Consulta Nacional Universitária de Cinema (CUC) e da Direção Geral de Cinema e Audiovisual do Ministério da Cultura.

“O termo missão contém um conjunto de ações, práticas e atitudes e abre um leque de reflexões teológicas e exegéticas, mas a prática da missão foi sancionada com o lançamento da Congregação da Propaganda Fide em 1622", recordou monsenhor Viganò ao Vatican News, curador da conferência juntamente com Gianluca della Maggiore, professor da Universidade Telemática Internacional Uninettuno e diretor do CAST; Sergio Palagiano, do ARSI–Archivum Romanum Societatis Iesu; e Steven Stergar, da Universidade de Estudos de Udine.

“Nesse ponto é codificada uma ação que é uma ação missionária e junto com esta ação são codificados também os métodos de preservação das fontes que no início são as cartas dos missionários e uma série de elementos que chegam das terras de missão para o catolicidade; mas foi no século XX que esta modalidade intercepta o visual e posteriormente o audiovisual”.

O cinema, em relação à missão, torna-se uma fonte histórica, conhecendo diferentes fases. De uma paixão inicial cultivada de forma genuína por missionários ansiosos por documentar o que viveram, passa-se a uma atenção de diferentes congregações e institutos religiosos no uso dos meios audiovisuais para fins culturais, educativos e evangélicos. “Além das reflexões sobre a produção e distribuição de filmes e fotografias realizadas por ocasião das diversas experiências missionárias, também se falará sobre o estado de conservação das próprias fontes e as possibilidades de seu estudo e da sua valorização”, afirma explica monsenhor Viganò.

*Agência Fides 

Fonte: Vatican News

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Martinelli: romper a lógica da vingança; do Sínodo emerge caminhos do bem

O vigário apostólico da Arábia do Sul participa da assembleia no Vaticano, relata a experiência adquirida em três anos naquela região. Ele expressa grande preocupação com o Iêmen que, já atormentado por 10 anos de guerra civil, está experimentando a tensão exasperada do conflito no Oriente Médio. É necessária diplomacia e, acima de tudo, “o testemunho dos povos através do qual podemos ver que podemos caminhar juntos, que as religiões são uma contribuição para a humanidade"

Antonella Palermo - Vatican News

Aos meios de comunicação do Vaticano, dom Paolo Martinelli, franciscano capuchinho, vigário apostólico para os Emirados Árabes Unidos, Omã e Iêmen, fala sobre o espírito com o qual está vivenciando os trabalhos do Sínodo dos Bispos no Vaticano, do qual participa com a experiência do Vicariato da Arábia e os caminhos de sinodalidade desenvolvidos nos últimos dois anos pelos fiéis daquela região.

Como o senhor vivencia o trabalho do Sínodo à luz de sua presença em uma área do mundo onde as preocupações com a expansão regional do conflito no Oriente Médio são particularmente fortes?

Antes de mais nada, expresso minha alegria e gratidão porque o tema da paz está presente em todos os momentos deste Sínodo. De nossa parte, estamos realmente em uma situação delicada, porque meu Vicariato inclui os Emirados, Omã, onde a situação está calma, e o Iêmen, que, por outro lado, está sofrendo mais dificuldades. A parte norte também está diretamente envolvida com ações perturbadoras - mensagens negativas no conflito entre Israel e o Hamas - e isso cria uma tensão ainda maior em um país que já foi atingido por dez anos de guerra civil. Portanto, rezemos para que isso acabe e para que comecemos a construir novamente, para que possamos finalmente fazer planos para o bem, para o compartilhamento, para um caminho comum. Com tanta violência, isso é impossível. Que o Senhor realmente toque o coração de todos, daqueles que têm responsabilidade, para que a lógica da vingança seja interrompida. Todos sofreram, todos se sentem no direito de reagir, mas, ao entrar na lógica da vingança, nunca mais se começa. Há necessidade de caminhos de reconciliação e paz que permitam vislumbrar o bem para todos.

Por que a diplomacia parece estar fracassando?

Antes de tudo, os protocolos da diplomacia precisam ser revisados. Isso é essencial. Se não houver diplomacia, quem poderá estabelecer o diálogo? No entanto, o que também é necessário é o testemunho dos povos por meio do qual podemos ver que podemos caminhar juntos, que as religiões são uma contribuição para a humanização do mundo e que não devem ser instrumentalizadas nacionalmente. As religiões são a favor da paz. Aqui, por exemplo, há um complexo onde uma igreja católica, uma mesquita e uma sinagoga surgiram uma ao lado da outra. Esses são fatos, fatos da boa vida que ajudam a ver novas perspectivas. O fato de as instituições e os governos também apoiarem experiências como essa é certamente uma forma de promover caminhos do bem. Podemos ver que é vantajoso para todos compartilhar suas tradições espirituais.

Como o Sínodo está contribuindo para a disseminação de uma cultura de paz?

O próprio fato do Sínodo é um testemunho nesse sentido. Além dos resultados técnicos que ele pode proporcionar, o que é significativo é o próprio fato de ouvirmos uns aos outros. Reconhecer a riqueza das diferenças e aprender a discernir a vontade de Deus juntos é um exemplo para a Igreja e para o mundo que pode dar origem a caminhos de bem para a sociedade.

Na vigília ecumênica, as palavras “escândalo” e “vergonha” para a divisão dos cristãos... Como elas repercutiram no senhor?

Acredito que devemos reconhecer o mistério do mal e chamá-lo pelo nome. Ai do fato de sermos pecadores que precisam de purificação. Essa é a condição para a reconciliação e a conversão.

A missão é o horizonte que atravessa este Sínodo. Como o senhor vive essa dimensão?

Na minha opinião, o tema da missão é muito importante porque diz o propósito deste Sínodo. Ele diz que não estamos preocupados apenas conosco. É uma sinodalidade para comunicar o Evangelho com humildade. Sem impor ninguém, mas compartilhando com alegria o que encontramos em nossas vidas.

Em um dos fóruns organizados como parte do Sínodo, foi destacado que a Igreja não é uma monarquia....

Sim, não é uma monarquia e não é uma democracia. É muito interessante e é um caminho ainda a ser explorado. Há uma raiz muito popular - eu vejo isso em nosso povo, onde há um instinto muito forte de participação - na vida da Igreja, que o bispo só pode incentivar e exaltar.

Como o senhor acompanhou a viagem do Papa Francisco à Ásia e à Oceania?

Acompanhei de perto e fiquei muito emocionado. Isso me fez pensar nas duas vezes em que o Papa foi à Península Arábica; há muitas semelhanças, por exemplo, o documento assinado na Indonésia que deixa claro que o caminho da fraternidade continua. Depois, a apreciação das diferenças, algo que considero extremamente empolgante. O ideal da vida não é superar a diversidade em uma uniformidade que nos achata, mas ter o gosto de conhecer o outro porque ele é outro. Fonte: Vatican News

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Uma Igreja sinodal: dialogar juntos pela paz

Os caminhos em uma Igreja sinodal são importantes e, nessa dinâmica eclesial, nutrir relacionamentos em um mundo ferido, promover o diálogo pela paz, colocar-se a serviço da sociedade para criar novas formas de ver e se relacionar com os outros, deixando de lado a autorreferencialidade, é de grande importância.

Padre Modino - Vaticano

O mundo de hoje está cada vez mais polarizado e fragmentado, com guerras atrozes e conflitos violentos se tornando uma característica permanente da vida de muitos países e pessoas. Francisco tem alertado repetidamente que uma terceira guerra mundial está sendo travada em pedaços. Diante dessa situação, a Igreja deve sentir o chamado para caminhar junto, para viver a sinodalidade, para buscar a unidade na diversidade. Somente assim seremos testemunhas de Cristo, que, como nos diz Efésios, “fez dos dois povos um só e derrubou o muro que os separava”.

Um dos desafios que a Igreja Sinodal enfrenta é ser uma testemunha autêntica e confiável no contexto global, para se tornar um lugar onde “a visão do profeta Isaías é vivida: 'ser uma força para os fracos, uma fortaleza para os pobres em sua angústia, um refúgio na tempestade, uma sombra contra o calor'”, como afirma o Instrumentum Laboris para a Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre Sinodalidade, que está sendo realizada na Sala Paulo VI, no Vaticano, de 2 a 27 de outubro de 2024.

Novos horizontes do Espírito

Uma Igreja que “abre seu coração ao Reino”, diz ainda o mesmo texto, e assume sua missão de promover a “amizade social”, proposta por Francisco em Fratelli tutti, que se caracteriza por não excluir ninguém, e a “fraternidade aberta” a todas as pessoas. Nessa perspectiva, quando todos os membros do Povo de Deus se deixam guiar pelo Espírito Santo, protagonista do processo sinodal, experimentamos com grande alegria e profunda gratidão que Deus, por meio de seu Espírito, nos abre novos horizontes.

Assim, acolhemos com convicção, humildade e simplicidade o fato de que isso requer a disposição de todos os membros do Povo de Deus para uma conversão relacional permanente na Igreja, a fim de sermos testemunhas desses novos caminhos relacionais para o mundo. Somente dessa forma, com a graça de Deus, poderemos nos tornar cada vez mais uma Igreja verdadeiramente sinodal e esperançosa.

Isso requer uma conversão permanente, que exige uma profunda mudança de mente e coração para caminharmos juntos com diferentes carismas e ministérios em uma corresponsabilidade diferenciada na missão da Igreja para promover uma prática sinodal autêntica. Não nos esqueçamos de que a sinodalidade precisa ser encarnada e inculturada nos diversos contextos das Igrejas locais e regionais, conforme expresso no Instrumentum Laboris.

Assumir a prática de escutar

Para alcançar credibilidade e coerência em nosso testemunho, essa prática sinodal deve ser realizada por todos, bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, leigos e leigas, enfim, todos os membros do Povo de Deus. Algo que pode e deve ser concretizado na “celebração de assembleias eclesiais em todos os níveis”, como proposto no Instrumentum Laboris da Segunda Sessão, já que essa é uma forma concreta de praticar a escuta e prestar a devida atenção ao sensus fidei fidelium.

Finalmente, ninguém deve se esquecer de que a Igreja também é chamada a caminhar sinodalmente com os outros seres vivos da natureza. Neste momento crítico para nosso planeta, é imperativo ouvir o grito da terra e o grito dos pobres e nos comprometermos mais com o cuidado de nossa casa comum, pois “o mundo que nos acolhe está desmoronando e talvez se aproxime de um ponto de ruptura”, como Francisco nos diz na Laudato Deum.

Fonte: Vatican News

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Indonésia: “As vocações não são nossas, mas uma obra de Deus”, diz o bispo Hormat

A Diocese de Ruteng, na ilha de Flores, detém muitos recordes: é a maior da Indonésia em termos de população católica, com 800.000 fiéis de uma população total de um milhão, e está localizada em uma ilha que também é um lugar “único” na nação de 17.000 ilhas, com maioria muçulmana: é, de fato, “o coração católico” da Indonésia. Ruteng é chamada de “a diocese das mil congregações” devido à presença de tantos institutos religiosos. A ilha de Flores é chamada de “terra prometida” das vocações

Vatican News

Verbitas, Somascos, Monfortinos, Vocacionistas, Scalabrinianos, Camilianos. Juntamente com as Irmãs do Perpétuo Socorro, as Servas do Espírito Santo da Adoração Perpétua e várias outras congregações femininas. A Diocese de Ruteng, na ilha indonésia de Flores, detém muitos recordes: é a maior da Indonésia em termos de população católica, com 800.000 fiéis de uma população total de um milhão, e está localizada em uma ilha que também é um lugar “único” na nação de 17.000 ilhas, com maioria muçulmana: é, de fato, “o coração católico” da Indonésia.

Nesse contexto, Ruteng é chamada de “a diocese das mil congregações” devido à presença de tantos institutos religiosos com casas, obras sociais, escolas, Seminários cheios de jovens, tanto que, por causa desse florescimento, Flores é chamada de “terra prometida” das vocações.

As vocações para o sacerdócio e para a vida consagrada são uma riqueza universalmente reconhecida: até mesmo o Papa Francisco, em sua homilia na Missa do Dia da Vida Consagrada de 2022, disse, acrescentando ao texto previamente preparado, que diante da crise de vocações, se poderia ir “à ilha da Indonésia (ilha de Flores, ndr) para encontrar algumas”.

O Seminário, um tempo de discernimento vocacional

     “No seminário menor de Ruteng temos 450 jovens, enquanto na diocese vizinha de Labuan Bajo, recentemente desmembrada do território de Ruteng, há 350. Muitos jovens querem entrar todos os anos: é preciso dizer que os Seminários são, em primeiro lugar, uma boa escola média, mas são em todo caso um lugar onde se cultiva a fé e se faz o discernimento vocacional. E é preciso lembrar que há também muitas casas de formação, seminários de ordens religiosas que acolhem centenas de outros jovens”, observa Ciprianus Hormat, bispo de Ruteng, em uma entrevista à agência Fides.

“É verdade e é fisiológico que a porcentagem dos que continuam o caminho do Seminário menor ao Seminário maior seja de 40% ou 50%, mas é justo que seja assim, que os jovens escutem e aprofundem a vontade de Deus em suas vidas, e sigam seu caminho. No entanto, esses são anos importantes para a formação humana e cristã, um patrimônio que eles carregam para toda a vida”, observa.

O bispo descreve a vida pastoral na Diocese de Ruteng: “Temos 85 paróquias, 212 padres diocesanos e mais de 200 padres religiosos, cerca de 50 congregações religiosas femininas, em um total de mais de mil consagradas presentes em quase todas as paróquias. A fé está viva, e por isso agradecemos aos missionários portugueses e holandeses que trouxeram e pregaram o Evangelho em todos os vilarejos e fizeram com que ele criasse raízes no território”.

Um dom a ser compartilhado e não do qual apropriar-se

 “Os missionários não estão mais na diocese porque, desde 1991, a Igreja está caminhando com suas próprias pernas”, observa dom Ciprianus.

“Há 265 escolas primárias e 20 escolas de ensino médio na diocese, frequentadas por milhares de alunos, além de muitas outras obras educacionais: em nossa área, a Igreja tem sido historicamente uma instituição que promove escolas de qualidade, e as primeiras escolas estabelecidas aqui eram católicas. Há também escolas de formação profissional: os missionários já viram e entenderam que, para mudar ou causar um impacto na sociedade, tudo começa com a educação. Recentemente, então, depois de muito trabalho árduo, concluímos uma obra como a Universidade Católica de São Paulo, que rapidamente se tornou um ponto de referência crucial para nossos jovens”, ele conta.

Tudo isso é, de acordo com o bispo, um dom a ser compartilhado e não do qual apropriar-se: “Essa riqueza não é apenas ‘nossa’. Nós a colocamos a serviço da Igreja na Indonésia e da Igreja universal. É por isso que temos uma atividade de 'missio domestica' florescente e dinâmica, por meio da qual os padres de Ruteng vão prestar serviço pastoral e apostólico em outras dioceses da Indonésia, em regiões pobres que também precisam de pessoal eclesial, como Papua, Sumatra e Bornéu”.

Queremos ser “uma Igreja aberta, missionária e em saída”

“O dom das vocações ao sacerdócio e à vida consagrada é sempre um mistério: é Deus quem chama”, continua ele. “Essas vocações são uma obra de Deus. Acompanhar os jovens ao sacerdócio, portanto, não é apenas um trabalho “para nós”, mas para o benefício de toda a comunidade eclesial, também para a Europa. De Ruteng, nossos sacerdotes partem em missão para a Suíça, Áustria e Itália.

Com a Holanda, a antiga nação colonizadora, há um acordo pastoral pelo qual alguns de nossos sacerdotes se mudam e servem lá por alguns anos, como fidei donum, e depois voltam para casa. Dessa forma, realmente vivemos e nos sentimos parte da Igreja universal: as necessidades da Igreja na Holanda são as nossas necessidades.

Ainda está viva a lembrança do bem que o último bispo holandês fez aqui em nosso território, o Verbita Wilhelm van Bekkum (Bispo de Ruteng de 1951 a 1972, ndr). Há gratidão em nosso coração e a expressamos hoje dessa forma. Hoje, procuramos continuar o trabalho desses missionários no presente e nos inspiramos neles: queremos ser, como diz o Papa Francisco, “uma Igreja aberta, missionária e em saída”.

(com Fides)

Fonte: Vatican News

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Pe. Faltas: não se entende a falta de piedade. Chega! Não matar

O vigário da Custódia da Terra Santa reflete sobre o conflito no Oriente Médio: o ódio fomenta uma indiferença desumana, “a vingança é o oposto do perdão”.

De Ibrahim Faltas

Não matarás é o quinto mandamento que nos coloca diante da possibilidade desumana de um ser humano tirar a vida de seu semelhante. Os Dez Mandamentos nos pedem para observar o amor de Deus e o amor ao próximo para seguir o caminho da salvação. Para nós, cristãos, é assim, para toda a humanidade não matar deveria ser uma lei moral.

A morte é o oposto da vida. Matar é o oposto de viver. Dar vida é o oposto de tirar vida. Quem tem o poder de tirar a vida? Quem pode matar ou mandar matar alguém? Quem permite que essas mortes se multipliquem e, tendo o poder, não as impede? Penso que estas são perguntas óbvias que muitas pessoas no mundo se colocam e para as quais ninguém tem uma resposta. Estas são as questões das consciências que sentem falta de verdade e de justiça. A morte de um único ser humano dói, as mortes de seres humanos inocentes e indefesos doem terrivelmente. A falta de piedade humana é incompreensível, a indiferença é desumana. O ódio é o oposto do amor, a vingança é o oposto do perdão.

De onde vem tanto ódio? O que leva um homem a fazer outro homem sofrer? Não se consegue deter a violência que não encontramos nem no mundo animal, onde existe mais solidariedade entre animais semelhantes.

Os assassinatos de civis indefesos continuam na Terra Santa. A violência e os números de mortes estão se espalhando no Líbano, na Palestina, na Síria, os mortos em Gaza estão aumentando, mas não aparecem mais nos noticiários. Milhares de deslocados vivem em tendas e em dificuldades, milhares de sobreviventes sofrem com a fome, com a sede, sofreram com o calor, com o frio que voltou depois de um ano. A ajuda ainda não está chegando porque ainda está sendo bloqueada. Muitos não podem ser salvos porque ainda faltam medicamentos e hospitais. Muitos estão soterrados sob os escombros, muitos ainda não tiveram um enterro digno. Semeiam-se morte e destruição, desaparecem vidas humanas, casas, estradas, locais de apoio ao corpo e ao espírito, destrói-se a maravilha da natureza dada por Deus à humanidade ingrata e irresponsável. Mata-se e destrói-se por interesse e poder. Também se mata sem levar em conta as necessidades essenciais do próximo, mata-se com indiferença e falta de ação decisiva para acabar com a guerra, tendo possibilidade. Não matar também significa não apoiar a guerra e trabalhar para acabar com ela. Chega. Não matar!

Fonte: Vatican News

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Beirute: em meio aos bombardeios, a proximidade das Irmãs do Bom Pastor aos doentes

O Dispensário Santo Antônio, gerido pelas religiosas na região de Roueisset-Jjdeideh, continua a garantir atendimentos de emergência e distribuição de medicamentos à população de uma vasta área da capital libanesa, mesmo correndo risco de vida. Irmã Hanan Youssef: as pessoas dormem nas calçadas, em uma cidade paralisada cristãos e muçulmanos ajudam-se mutuamente com grande solidariedade

Marco Guerra - Cidade do Vaticano

No Líbano é cada vez mais dramática a situação das populações deslocadas pelos bombardeamentos e de todos os civis de forma geral. Neste contexto, a prestação de assistência sanitária e social proporcionada pelas realidades cristãs também é prejudicada. Em particular, na capital Beirute, as pessoas que ficaram sem abrigo somam-se aos milhares de refugiados sírios que procuraram refúgio no país durante anos.

Irmã Youssef: arriscamos nossas vidas todos os dias 

Um panorama desta difícil situação social é oferecido pelo testemunho das religiosas da Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor, que administram o Dispensário de Saúde St. Antoine, na área de Roueisset-Jjdeideh, em Beirute. O serviço oferecido à população foi totalmente interrompido com o início dos bombardeios, afirma Irmã Hanan Youssef, diretora do dispensário: “Encontramo-nos em uma área de maioria xiita, a comunidade alvo dos bombardeios, e isso nos preocupa muito, há muita tensão."

Os profissionais de saúde e os médicos arriscam a vida todos os dias para vir trabalhar, assim como os pacientes que – prossegue a religiosa – são obrigados a vir até nós porque não existe outro centro de saúde que lhes possa dar medicamentos ou realizar consultas médicas de urgência”. Irmã Youssef sublinha que agora só é possível acompanhar as emergências e a distribuição de medicamentos, tudo o resto está parado neste momento, como por exemplo, a vacinação infantil: “Estamos sobrecarregados de pessoas que vêm pedir consultas de urgência e medicamentos”.

Beirute está paralisada 

Nestes dias cresce também a necessidade de apoio psicológico às crianças e às mulheres, porque, explica a diretora do dispensário, “vivem em espaços amplos onde dormem todos juntos”. Suas vidas mudaram completamente e apesar de terem fugido das áreas atingidas, eles têm um medo terrível de serem bombardeados”. “Eles também precisam de produtos de higiene pessoal porque faltam”, acrescenta a religiosa, que depois descreve o dia a dia dos habitantes de Beirute.

Beirute é uma cidade “paralisada”, onde “as pessoas só saem para emergências por medo de ataques aéreos”. “A capital libanesa está vivendo algo nunca antes visto. Há muitos refugiados sírios que não têm para onde ir, por isso permanecem nas ruas. A atmosfera é muito tenso, há conflitos entre libaneses e sírios, entre sírios e a polícia. As pessoas estão dormindo nas calçadas, o lixo está espalhado por toda parte”. 

O esforço das comunidades cristãs 

Arriscando as suas vidas, os cristãos estão na linha da frente no acolhimento das pessoas e isto contribui para manter unido o tecido social do Líbano. A diretora do centro de saúde St. Antoine diz que a comunidade xiita se refugia em áreas cristãs, sente-se mais segura dos bombardeios. Por exemplo, “no dispensário há uma médica que foi acolhida na casa de outra médica porque cedeu a sua casa ao seu amigo muçulmano xiita e a toda a sua família”. Tudo isto “mantém a unidade social, os cristãos são sempre uma comunidade que doa enormemente, expressam uma solidariedade exemplar”.

Irmã Youssef também se refere aos povoados cristãos do sul do Líbano atingidos pelos bombardeios. Ali muitas famílias têm o que a religiosa define como “uma experiência de conflito contínuo com Israel”, portanto “muitas destas comunidades têm outra casa e, precisamente ali, a Igreja libanesa não desistiu." “Há sempre uma pequena comunidade cristã – destaca a religiosa – que continua a garantir a presença cristã na zona onde o conflito é mais forte”.

A presença cristã em zonas de guerra 

“A comunidade cristã e a Igreja libanesa sempre tiveram uma presença particular no sul do Líbano, na fronteira com Israel”, recorda a diretora do dispensário, “obviamente, muitos partiram porque têm medo dos bombardeamentos”. Mas há aqueles que sempre permaneceram nas suas casas e decidiram não sair, especialmente as pessoas da igreja, os sacerdotes, os religiosos e as religiosas, que decidiram ficar, em solidariedade com a população que ali está e permanece. “Eles fazem isso sobretudo para deixar uma mensagem de paz e de esperança – conclui Irmã Youssef – de que um novo dia chegará, que um dia a paz e a capacidade de viver juntos retornarão a esta Terra Santa”.

Fonte: Vatican News

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O bispo de Assis: Carlo Acutis, santo no Jubileu 2025, reacende a esperança

No Santuário da Espoliação foi celebrada a missa por ocasião da memória litúrgica do jovem beato, presidida por dom Sorrentino: “Carlo, um influencer da santidade e da plenitude de vida”. O prelado também compôs uma nova oração em vista da canonização. Inauguração, no Palácio Episcopal, da exposição sobre os milagres eucarísticos, que permanecerá aberta até meados de novembro.

Vatican News

"No Santuário da Espoliação, recordamos que Francisco se despojou até a nudez, para dizer que Jesus era o seu 'tudo' e para cumprir, leve e nu, a missão que lhe foi confiada de 'reparar a Igreja'. Foi pedido a Carlo que se deixasse despojar até mesmo da vida e da juventude, para fazer com Jesus, não nesta terra, mas do céu, um trabalho incrível, como influencer da santidade, da alegria, da vida plena”. Foi o que disse o bispo das dioceses de Assis - Nocera Umbra - Gualdo Tadino e Foligno, dom Domenico Sorrentino, na homilia da missa celebrada no sábado, 12 de outubro, memória litúrgica do Beato Carlo Acutis, na Igreja de Santa Maria Maior - Santuário da Espoliação, em Assis, na Itália.

A futura canonização

“A Providência”, disse o bispo, ‘"quis que a proclamação de sua santidade, a ’canonização', ocorresse no ano do Jubileu que começará em alguns meses. Será o ano em que deveremos recuperar, de acordo com o tema indicado pelo Papa, a esperança fundada em Jesus. Carlo ainda é beato. Mas agora o sinal do céu já chegou para que ele possa ser declarado santo. Um sinal que chegou com a cura de uma menina da Costa Rica, como nos lembrará em algumas horas o cantor costarriquenho Martin Valverde. Portanto, em breve Carlo será São Carlo. Mas esse título não o impulsionará a uma altura inatingível. Pelo contrário, continuaremos a senti-lo, assim como se sente um amigo, simplesmente, Carlo!”. É por isso que, acrescentou o prelado, “me pareceu bom compor, em vista da canonização, uma nova oração, retratando-o em seus traços característicos. Uma oração poderá ser recitada agora mesmo”.

A exposição projetada por Carlo

Entre as iniciativas organizadas em vista da celebração da memória litúrgica do Beato Carlo Acutis, a exposição dos milagres eucarísticos, concebida e realizada pelo jovem Carlo Acutis, foi inaugurada em 11 de outubro na Sala dos Bispos, no interior do Santuário da Espoliação, e permanecerá em exposição pública até meados de novembro, podendo ser visitada todos os dias das 10 às 18 horas. No final dos eventos do calendário para o aniversário de 12 de outubro, foi realizado um momento de oração e música no Santuário da Espoliação com Martín Valverde, um músico muito popular nos países de língua espanhola e devoto do jovem beato.

Fonte: Vatican News

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Da cítara da Cruz brota um canto novo

"O Catecismo da Igreja Católica afirma que nas “últimas palavras da cruz que orar e entregar-se são um só e mesmo ato” (CIgC,2605). Sugere que não existe verdadeira oração sem entrega oblativa e que na entrega de nosso ser, realizamos um ato verdadeiro de oração."

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

Na mensagem aos membros da Família dos Cartuxos, o Papa Francisco recordava que São Bruno, "consciente de que a caminhada pelas longas estradas da santidade não se concebe sem a obediência à Igreja, mostra-nos também que o verdadeiro caminho no seguimento de Cristo exige o entregar-se nas suas mãos, manifestando no abandono de si um acréscimo de amor". E "no coração do deserto, lugar de prova e de purificação da fé, o Pai conduz os homens por um caminho de despojamento que se opõe a qualquer lógica do possuir, do sucesso e da felicidade ilusória."

Nos aproximamos da abertura do Jubileu 2025, "um tempo no qual se experimenta que a santidade de Deus nos transforma". Ao Povo de Deus foi pedido preparar o evento jubilar com a oração. Para ajudá-lo nesse sentido, foram elaborados alguns cadernos, dentre os quais "Apontamentos sobre a Oração", de autoria dos monges cartuxos - que levam uma "vida escondida com Cristo, como a Cruz silenciosa plantada no coração da humanidade redimida".

No texto, os cartuxos falam do "Canto Novo", tema que inspirou a reflexão desta semana do padre Gerson Schmidt*, intitulada "Da cítara da Cruz brota um canto novo":

"O Dicastério para a Evangelização oferece diversos Cadernos sobre a Oração, preparativa para a celebração do Jubileu 2025. Este ano de 2024 foi proclamado pelo Papa Francisco como o Ano da oração, vivendo a preparação do Jubileu da Esperança do ano que vem.

Depois do ano dedicado à reflexão sobre os documentos e ao estudo dos frutos do Concílio Vaticano II, o Santo Padre anunciou o Ano da Oração já em 21 de janeiro de 2024, por ocasião do Quinto Domingo da Palavra de Deus. Já na sua Carta de 11 de fevereiro de 2022, dirigida ao Pró-Prefeito, a D. Rino Fisichella, para encarregar o Dicastério para a Evangelização do Jubileu, o Papa tinha escrito: «Desde já, apraz-me pensar que o ano que precede o evento jubilar, 2024, possa ser dedicado a uma grande 'sinfonia' de oração. Antes de mais, para recuperar o desejo de estar na presença do Senhor, de o escutar e de o adorar». Portanto, no caminho de preparação para o Jubileu, as dioceses são convidadas a promover a centralidade da oração individual e comunitária.

O Dicastério disponibilizou algumas ferramentas úteis para entender melhor e redescobrir o valor da oração. Para além das 38 catequeses sobre a Oração que o próprio Papa Francisco proferiu de 6 de maio de 2020 a 16 de junho de 2021, foi publicada pela Libreria Editrice Vaticana uma coleção de "Apontamentos sobre a Oração". Trata-se de 8 volumes destinados a recolocar no centro a relação profunda com o Senhor, através das múltiplas formas de oração contempladas na rica tradição católica.

O caderno de número 06 – A Igreja em Oração é de contribuição e autoria dos Monges Cartuxos que trazem para nós uma riqueza muito grande. Vamos aprofundar esse caderno em alguns programas. O Papa Francisco introduz esses cadernos sobre a oração, dizendo assim: “agora é o momento de preparar o ano de 2024, que será inteiramente dedicado à oração. De fato, em nosso tempo sentimos, cada vez mais forte, a necessidade de uma verdadeira espiritualidade, capaz de responder às grandes indagações que surgem diariamente em nossa vida, provocadas por um cenário mundial não exatamente tranquilo... (  ). Neste ano, somos convidados a nos tornar mais humildes e a abrir espaço à oração que brota do Espírito Santo. É ele quem sabe colocar em nossos corações e em nossos lábios as palavras certas para sermos ouvidos pelo Pai. A oração no Espírito Santo é a que nos une a Jesus e nos permite aderir à vontade do Pai. O Espírito Santo é o Mestre interior que indica o caminho a seguir; graças a Ele, a oração de uma só pessoa pode se tonar oração de toda a Igreja e vice-versa”.

Os monges cartuxos falam do “Canto Novo” que Jesus cantou durante toda a sua vida, mas o entoou de maneira perfeita e plena quando, fazendo-se acompanhar pela cítara da cruz, disse: “Pai, em tuas mãos eu entrego o meu Espírito”.  O Catecismo qualifica esse grito e canto de Jesus, dizendo que “todas as misérias da humanidade de todos os tempos, escrava do pecado e da morte, todos os pedidos e intercessões da história da salvação estão recolhidos neste grito do Verbo encarnado” (CIgC,2606). Os cartuxos, em seu rico subsídio sobre a oração, referendam o autor Francois-Xavier Durrwell, que afirma: “Quando chega a hora de passar deste mundo para o Pai, Jesus, com todo o seu ser, torna-se Ele mesmo oração, Ele, o filho é todo voltado para Deus. Páscoa de morte e ressurreição é o mistério de Jesus transformado em oração”[1]. O Catecismo da Igreja Católica afirma que nas “últimas palavras da cruz que orar e entregar-se são um só e mesmo ato” (CIgC,2605). Sugere que não existe verdadeira oração sem entrega oblativa e que na entrega de nosso ser, realizamos um ato verdadeiro de oração.

O mesmo autor mencionado, em outro de seu livro “El Espíritu Santo em la Iglesia”, aprofunda ainda mais essa entrega de Cristo transformada em oração oblativa: “o Mistério da Cruz gloriosa é o mistério trinitário tornado interior ao mundo. Só na morte gloriosa de Jesus e, em nenhum outro lugar, o Espírito esteve tão presente no mundo; nunca antes o Espírito fora dado da maneira como se derramou na morte gloriosa: ‘Ainda não havia o Espírito, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado’(Jo 7,39)”.

Os monges escrevem: “O lado transpassado do Corpo Pascal de Jesus, de seu corpo crucificado e ressuscitado, do qual ‘imediatamente’ brotam ‘sangue e água’, é a única Fonte do Espírito. E o espírito é aquele que nos ensina a orar, porque ‘Deus enviou aos nossos corações seu filho que clama Abbá Pai’ e Ele intercede em nosso favor com gemidos inexprimíveis, suprindo nossa incapacidade de orar como convém (Rm 8,26)”[2]. A experiência diária que fazemos de nossa fraqueza que nunca termina nos dispõe a viver em total dependência da misericórdia do Pai, a receber tudo, literalmente tudo, dele. “Como o Filho, o cordeiro imolado e ressuscitado, também nós carregamos eternamente as nossas feridas, sinais da nossa fraqueza e da nossa morte. Mas, sobretudo, sinais da nossa ressurreição. Porque, como foi para Ele, assim também para nós, por meio das nossas feridas que a Glória do Pai pode ser derramada em nossa carne e em nossa vida”. É como dizia Paulo VI: O amor até a doação da vida, até o fim (Jo 13,1) é o “cântico novo” que o noivo ensina à sua noiva. É o cântico que Cristo doou à sua Igreja.

Cada um de nós está destinado não apenas a ser uma “pessoa de oração”, mas a “tornarmo-nos oração”, como se disse de São Francisco, que “não era tanto um homem que ora, mas sim todo ele transformado em oração viva”[3]."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

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[1] Monges Cartuxos – A Igreja em Oração – Cadernos sobre a Oração 6, p. 34.

[2] Idem, 35.

[3] CELANO, Tomás de. Vita seconda, LXI, 95. In: Monges Cartuxos – A Igreja em Oração – Cadernos sobre a Oração 6, p. 23.

Fonte: Vatican News

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II Congresso da Escola Católica em Portugal: que não demore mais 20 anos para acontecer

A declaração é do presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé que deu “tarefa de casa” aos educadores reunidos em Fátima, pedindo reflexão sobre a identidade e a formação oferecida pelas escolas católicas. Dom António Azevedo também lembrou um pedido recente do Pontífice: "o Papa Francisco, que foi professor de Literatura, pede para fazer alguma coisa para fomentar a leitura nos nossos alunos. É o pedido do Papa. Transmito e partilho também convosco esta preocupação".

Vatican News

Dom António Augusto Azevedo pediu aos participantes do II Congresso da Escola Católica, realizado nos dias 10 e 11 de outubro em Fátima, em Portugal, que não permitam que a próxima reunião magna “demore 20 anos”. O bispo de Vila Real desejou que se reflitam sobre questões estruturantes para as instituições de ensino da Igreja: “o primeiro congresso foi há 20 anos. Deixo um desafio muito simples: não vamos esperar outros 20 anos para o próximo congresso. Num prazo razoável, quatro, cinco anos, possamos reencontrar-nos novamente para celebrarmos o caminho realizado”.

Mostrando-se disponível “para todos os desafios que nos trouxerem”, o presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé desejou que “a questão da sustentabilidade das escolas esteja salvaguardada” e pediu uma reflexão aprofundada sobre a “identidade de cada instituição e projeto”. “Com a falta de vocações das congregações religiosas, como estamos a preparar as lideranças laicas das escolas?”, interrogou.

O também bispo de Vila Real pediu atenção “à formação de docentes” num tempo em que “muitas escolas públicas passam por dificuldades com a falta de professores”. “A este nível, e em bom tempo, o Secretariado Nacional de Educação Cristã iniciou um forte investimento no apoio à formação dos docentes de EMRC”, indicou.

Esperando o III Congresso

Até ao III Congresso, dom António Augusto Azevedo deixou o que apelidou de “tarefas de casa”, em contexto acadêmico e que passam pela reflexão à volta do tema de: “como conciliar na escola católica qualidade de ensino, princípios éticos e educativos básicos, que nunca podemos prescindir, e inovação pedagógica?”, questionou. “Se a questão ética e a formação integral são fundamentais, e contamos com a Educação Moral e Religiosa Católicas nas escolas do estado quanto mais não devemos priorizá-las nas nossas escolas católicas”, apelou. “Como garantir uma formação integral e de qualidade aos nossos alunos e o espaço da Educação Moral e Religiosa Católica nas escolas católicas?”, interrogou. Para o prelado é fundamental o estabelecimento de uma maior “cooperação entre escolas católicas” e formas de “reforçar a relação das escolas com a comunidade cristã”.

No final da sua intervenção, dom António Augusto Azevedo lembrou o pedido recente do Papa Francisco a que se fomente a literatura na formação inicial dos alunos:

“O Papa Francisco, que foi professor de Literatura, pede a todos nós, escolas católicas, para fazer alguma coisa para fomentar a leitura nos nossos alunos. É o pedido do Papa. Transmito e partilho também convosco esta preocupação.”

O II Congresso da Escola Católica em Fátima foi promovido pela Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC) e o Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), e reuniu cerca de 350 educadores católicos sob o tema «Identidade e Pacto num mundo global».

Colaboração: Educris

Fonte: Vatican News

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Prodi: o ataque às forças de paz da ONU, símbolo da ausência da diplomacia

O ex-primeiro-ministro italiano e presidente da Comissão Europeia apoia o apelo do papa para que se respeite a Unifil no Líbano: ou nos identificamos com as Nações Unidas, ou a pouca ordem que existe vai para o vazio. A esperança de que, pelo menos após as eleições nos EUA, haja diálogo entre a China e os EUA e as águas se acalmem.

Antonella Palermo – Vatican News

“Os ataques contra posições da missão da Unifil são inaceitáveis”, disse o Alto Representante Europeu para Assuntos Externos e Política de Segurança, Josep Borrell, ao chegar ao Conselho de Assuntos Externos em Luxemburgo, anunciando o acordo dos 27 Estados membros em apoio da força de paz da ONU. É absolutamente inaceitável, disse ele, atacar as tropas da ONU”. Enquanto isso, o exército israelense está pedindo aos civis libaneses que evacuem mais 25 vilarejos no sul do país. No norte da Faixa de Gaza, várias pessoas teriam sido mortas em um ataque de artilharia israelense a um centro de distribuição de alimentos da UNRWA (agência da ONU para refugiados palestinos) em Jabalia. Romano Prodi, ex-primeiro-ministro italiano e presidente da Comissão Europeia, comenta à mídia do Vaticano sobre o apelo do Papa Francisco no Angelus deste domingo para que a missão da ONU seja respeitada.

Presidente, como o senhor recebeu o apelo feito neste domingo pelo Papa para que as forças de paz da ONU no Líbano sejam respeitadas?

Recebo-o com esperança, pois é a única palavra que podemos ter. A situação de fato é muito pesada. Há eventos que nunca vimos em nossa história. Atirar contra as tropas da ONU é algo diferente. O que você quer, fazer guerra contra o mundo? Ou nos identificamos com a ONU, ou o pouco de ordem que existe vai para o vazio. Além disso, também tenho um problema pessoal, no sentido de que a organização mais forte dessa missão foi feita pelo meu governo, pelo secretário da ONU e para grande satisfação do ministro das Relações Exteriores de Israel, com quem me lembro de termos feito um “pacto de ferro”, como era chamado. Porque o governo israelense e o governo libanês estavam de acordo. Essas coisas não podem ser rompidas sem causar grandes danos ao mundo.

Nos últimos anos, o que fez com que a situação se degenerasse a tal ponto?

O mundo está cada vez mais dividido. Esperávamos que, após a queda do muro (Berlim, Ed.), houvesse um momento de unidade, de cooperação. E houve. Então, pouco a pouco, as tensões aumentaram e o mundo hoje está cada vez mais dividido em dois blocos: o oeste (ocidente) contra o resto (o resto do mundo), dizem eles. Isso é exatamente o que não pode acontecer. Não há interesse do Ocidente e isso é uma tragédia para o resto do mundo. Mas temos que esperar pelas eleições nos EUA, dessa incerteza americana Netanyahu está obviamente tirando proveito e temo que não possamos falar sobre paz por um tempo.

Na sua opinião, qual é a estratégia, se é que existe uma estratégia clara, que o primeiro-ministro israelense está adotando?

Conquistar todo o território, basicamente uma ação de expulsão de toda a presença palestina. Para confrontar a comunidade internacional com um estado de coisas. Além de Jerusalém, já temos 500 mil colonos na Palestina. Portanto, isso já foi feito.

Hezbollah, Irã e o Hamas têm a intenção de combater essa ação....

No momento, eles não têm força para fazer nada. No terreno, a força de Israel é realmente preponderante. Veremos como as relações internacionais evoluirão, mas certamente há uma superioridade militar reconhecida por todos, isso é um fato. Depois, há outro problema: aquela frase maravilhosa do Papa “a guerra mundial em pedaços” infelizmente é muito verdadeira. Estamos atentos ao conflito entre árabes e israelenses, mas todo o Oriente Médio está em tumulto. Pense no que está acontecendo no Sudão, no Mar Vermelho.... Tudo isso faz com que os países agora estejam se aproximando de um lado ou de outro com uma instabilidade impressionante. E, é claro, seria necessária uma conferência internacional nesses casos, mas não sou tão ingênuo a ponto de pensar que isso pode acontecer em um tempo viável e rápido. Espero que, pelo menos após as eleições nos EUA, haja um diálogo entre a China e os EUA que, de alguma forma, acalme as águas.

De fato, o Papa mencionou mais uma vez o Sudão, Mianmar, Haiti, Ucrânia...

E, é claro, Mianmar e Haiti estão fora dessa área com um drama adicional, dramas que, no entanto, são “isolados”. Todos os países que listamos são peças de um único mosaico.

Mas por que a diplomacia parece estar encalhada?

Não parece, ela está encalhada. Ela não está nem aí para a Ucrânia, é uma situação incrível. O ataque à guarnição da ONU me preocupou porque é o símbolo mais óbvio da falta de diplomacia.

Trata-se de uma deficiência da própria diplomacia ou de uma presunção de superioridade que vai contra tudo e todos?

Esta é a era da força. E a diplomacia está encurralada em um canto. Claramente, o enfraquecimento da ONU não é um fato de hoje, é algo longo e progressivo. As grandes potências a substituíram, o Conselho de Segurança marginalizou a Assembleia da ONU. No entanto, esse novo passo é simbólico porque nunca antes eles haviam se armado contra aqueles que representam a mais alta diplomacia do mundo, a ONU.

Presidente, o senhor sempre valorizou o papel de um Mediterrâneo de paz. O senhor está desanimado?

Sim, recentemente fiz a proposta de universidades mistas e iguais entre o Norte e o Sul do Mediterrâneo para recriar pelo menos as relações que eram melhores nos últimos anos do Império Otomano do que hoje. Chegamos a esse absurdo. Mas tudo é fadigoso, não há impulso da União Europeia para pensar no futuro do Mediterrâneo, para construir lugares comuns onde os jovens possam crescer. Porque a política atual só pensa a curto prazo. São necessários anos para fazer essas coisas. A democracia está em crise, de fato. O pensamento a longo prazo está em crise, é forçado, a democracia - desculpe-me por usar esse termo - a pensar apenas nas próximas eleições.

Fonte: Vatican News

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Começa em Assis o G7 da pessoa com deficiência

Três dias de encontros e debates na Úmbria, colocando as questões de inclusão e deficiência no centro das agendas dos países. Esse é o objetivo da iniciativa, nascida sob a presidência italiana, e que prevê a assinatura da Carta de Solfagnano. Na quinta-feira, o documento será apresentado ao Papa Francisco.

Benedetta Capelli e Michele Raviart - Assis

Na cidade de Francisco, emblema da paz e da harmonia, olhamos para aqueles que não têm as mesmas oportunidades e para aqueles que frequentemente veem seus direitos violados. “Temos diante de nós uma oportunidade verdadeiramente histórica que devemos saber aproveitar e não desperdiçar": foi assim que a ministra para as pessoas com deficiência, Alessandra Locatelli, em uma entrevista ao L'Osservatore Romano, explicou o significado do primeiro G7 sobre Inclusão e Deficiência, que começa neste dia 14 de outubro, em Assis, e depois se desloca - nos dias 15 e 16 de outubro - para o Castelo de Solfagnano, onde a Carta sobre Inclusão e Deficiência será redigida e apresentada na próxima quinta-feira ao Papa Francisco.

O Programa

O objetivo da iniciativa - explicou a ministra em uma coletiva de imprensa - é multiplicar os esforços de cada país para a acessibilidade universal, um princípio fundamental da Convenção da ONU, e garantir a cada pessoa a plena participação na vida civil, social e política. Às 10h30, na Praça Inferior da Basílica de Assis, houve a apresentação do selo postal dedicado ao primeiro G7 sobre Inclusão e Deficiência. Às 15h (hora loca) o início e a cerimônia de boas-vindas das delegações ministeriais, e espera-se que cerca de três mil pessoas participem do evento. Haverá também três bandas inclusivas com 80 músicos, 50 dos quais com deficiência, que tocarão os hinos nacionais dos países envolvidos. Estão planejados cerca de 100 estandes administrados pelo terceiro setor nas ruas de Assis, que apresentarão seus projetos, bem como food trucks de toda a Itália nos quais trabalham jovens com autismo e outras deficiências.

Para redigir a Carta

Em 15 de outubro, haverá um dia de discussão do qual participarão cerca de 160 delegados. Haverá seis painéis nos quais especialistas de todo o mundo discutirão vários tópicos: 'Inclusão como prioridade na agenda de todos os países'; 'Acessibilidade universal e prevenção e gerenciamento de emergências'; 'Vida independente e inclusão no trabalho'; 'O direito de todos à plena participação na vida civil, social e política'; 'Inteligência artificial' e, finalmente, 'Esporte e serviços para todos'. Entre os palestrantes”, explicou Locatelli, ‘estarão Luca Pancalli, presidente do Comitê Paraolímpico; padre Paolo Benanti, presidente da Comissão de Inteligência Artificial para Informação do Departamento de Informação e Publicação da Presidência do Conselho de Ministros; e o professor Filippo Ghelma, diretor da Dama (Assistência Médica Avançada para Deficientes) junto ao Hospital São Paulo - Polo Universitário, Asst. Santos Paulo e Carlo em Milão’. Para a ocasião, mais de 20 associações que empregam jovens com deficiências trabalharão dentro do Castelo, garantindo vários serviços. No dia 16 de outubro, a reunião será a portas fechadas, com a participação dos ministros do G7 e da União Europeia, mas também dos países ell'outreach (Tunísia, Quênia, África do Sul, Vietnã) e será adotada a Declaração final, a Carta de Solfagnano, que será levada ao Papa na quinta-feira, 17 de outubro.

Uma oportunidade a ser aproveitada

“Este G7 é uma verdadeira plataforma para aquela mudança de mentalidade que o Papa Francisco tem frequentemente encorajado: a construção de uma sociedade onde cada pessoa, independentemente de suas habilidades, possa se sentir bem-vinda e valorizada”. Isso foi escrito nas páginas do jornal italiano 'Avvenire' pela irmã Veronica Donatello, chefe do Serviço Nacional para a Pastoral das Pessoas com Deficiência da Conferência Episcopal Italiana. “As decisões do G7 poderiam marcar um passo importante em direção a um futuro mais inclusivo, onde as pessoas com deficiência não sejam mais relegadas às margens, superando a lógica assistencialista, e possam finalmente entrar nos processos e ter um lugar nas decisões políticas e sociais”. Roberto Speziale, presidente nacional da Anffas, a Associação Nacional de Famílias de Pessoas com Deficiência Intelectual e/ou Relacional, segue a mesma linha. “O que esperamos é que não fiquem apenas nas palavras e que essa oportunidade seja aproveitada e traduzida em compromisso e ações concretas para garantir a todas as pessoas com deficiência condições de equidade e igualdade e participação ativa na vida da sociedade”.

Di Maolo, presidente do Serafico: atenção há muito esperada

“Este é o início de um processo pelo qual esperávamos há muito tempo”, explica Francesca Di Maolo, presidente do Instituto Serafico de Assis, excelência no campo da atividade de reabilitação e anfitriã do evento ‘Accogliamo’, no qual os jovens do instituto criarão uma obra de arte coletiva no sinal de uma aldeia inclusiva sem barreiras. “Em 2022, o Papa Francisco se reuniu com jovens economistas, agentes de mudança e empreendedores de todo o mundo em Assis como parte da Economia de Francisco, que tratou do tema da economia inclusiva”, enfatiza Di Maolo. ”Naquela ocasião, os jovens se perguntaram se um dia as grandes economias do mundo seriam capazes de colocar temas como vida e inclusão no centro de suas discussões. Esse dia chegou. Os grandes países do mundo perceberam a importância de colocar em suas agendas uma prioridade, a da participação na vida política e econômica de todos, especialmente das pessoas com deficiência”.

Fonte: Vatican News

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Save the Children: na Faixa de Gaza, a maior taxa de desnutrição infantil do mundo

Registra-se em Gaza atualmente o maior índice de desnutrição em todo o mundo: 1,1 milhão de crianças, o equivalente a toda a população infantil, está em estado de insegurança alimentar grave devido ao conflito em andamento. Essas são as conclusões da mais recente análise da Save the Children, “A fome devora as crianças”, lançada esta segunda-feira (14/10), junto com a campanha de conscientização

Vatican News

Em 2023, a fome afetou cerca de 733 milhões de pessoas, 152 milhões a mais do que em 2019, o equivalente a 1 em cada 11 pessoas em todo o mundo. A situação piora na África, onde 20,4% da população, ou 1 em cada 5 pessoas, passa fome, enquanto permanece estável na Ásia, um continente que continua a abrigar mais da metade das pessoas em condição de fome no mundo, e registra uma redução nos níveis de fome na América Latina.

Mas é em Gaza que se registra atualmente o maior índice de desnutrição em todo o mundo: 1,1 milhão de crianças, o equivalente a toda a população infantil, está em estado de insegurança alimentar grave devido ao conflito em andamento. Essas são as conclusões da mais recente análise da Save the Children, “A fome devora as crianças”, lançada esta segunda-feira (14/10), junto com a campanha de conscientização.

Níveis de desnutrição ainda são dramáticos

Embora as tendências mostrem que, em todo o mundo, a desnutrição infantil tenha diminuído constantemente desde 2000, os dados mais recentes disponíveis mostram que os níveis de desnutrição ainda são dramáticos e estão longe das metas estabelecidas pelo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 2.

A desnutrição aguda em crianças aumentou 20% entre 2020 e 2022 nos 19 países mais afetados por crises humanitárias, passando de 23 milhões em 2020 (pré-pandemia) para 27,7 milhões em 2022.

Eclosão de novos conflitos agrava situação das crianças

Considerando as tendências atuais, estima-se que 128,5 milhões de crianças (19,5%) estarão cronicamente desnutridas em 2030, cerca de metade delas na África Ocidental e Central.

Embora os dados mostrem uma ligeira redução no início de 2023 (27,1 milhões), a eclosão de novos conflitos - como no Sudão, na República Democrática do Congo e nos Territórios Palestinos Ocupados - pode ter causado um novo aumento no número de crianças atingidas pela desnutrição aguda em 2023.

(com Sir) - Fonte: Vatican News

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Do dia 13/10/2024

CRB Nacional realiza encontro de assessores para avaliação de 2024 e planejamento de 2025

Neste domingo, 13 de outubro, a presidente da CRB Nacional, Irmã Eliane Cordeiro, reuniu presencialmente os assessores da Conferência dos Religiosos do Brasil na sede da CRB Nacional para um encontro de revisão e planejamento. O evento, que se estende até segunda-feira, 14, tem como objetivo avaliar as atividades realizadas em 2024 e delinear as ações para o próximo ano.

Ao longo da reunião, os assessores, juntamente com a presidência, refletiram sobre a caminhada e as diretrizes que guiarão o trabalho dos setores da Conferência em 2025.

O encontro teve início com um momento de espiritualidade conduzido pelo Irmão Jorge Luiz de Paula, do Setor de Formação Continuada, e pela Irmã Maristela Ganassini, do Setor de Juventudes. O primeiro dia foi encerrado com uma Celebração Eucarística, animada pela Irmã Valmi Bohn, do Setor Missão, e presidida pelo Pe. Josky Menga, do Setor Novas Gerações.

Fonte: CRB

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Carta da Mãe Aparecida aos Peregrinos da Esperança

Veja a mensagem de Nossa Senhora para cada devoto que celebrou a Novena e Festa da Padroeira 2024

Entre os dias 3 e 12 de outubro, o Santuário Nacional recebeu milhares de peregrinos que saíram de suas casas com a esperança em seus corações, esperança esta que, somada à fé, se transforma em combustível para enfrentar os desafios da peregrinação.

A Casa da Mãe Aparecida recebe peregrinos o ano todo, mas por conta da Novena e Festa, esse número aumenta nesses 10 dias do ano. Além dos devotos que visitam o Maior Santuário Mariano do mundo, Nossa Senhora ainda acolhe os fiéis que se unem a nós em oração pela Rede Aparecida de Comunicação e a união de todos esses corações de fé alegram a Padroeira do Brasil.

A Mãe Aparecida acolhe seus filhos com imensa alegria e amor em sua Casa, pois sabe que o caminho até aqui não é fácil. Peregrinar não é apenas ir de um lugar ao outro, mas sim se dispor a ir com fé, oração e propósito, na certeza de agradecer e renovar sua esperança.

É no encontro com a Mãe de Deus que renovamos nossa missão de, assim como Ela, ter fé em todos os momentos, até nos mais difíceis. 

Pois a Mãe acolhe seus filhos, Ela os carrega, protege, guia seus passos e reconhece o esforço de cada um para percorrer longas distâncias para ir ao seu encontro. - Fonte: A12.com

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Missa solene dá abertura ao jubileu dos 125 anos da Igreja Catedral de Caxias do Sul

Celebração presidida pelo bispo diocesano de Caxias do Sul, Dom José Gislon, foi o ponto alto dos festejos de Santa Teresa D'Ávila 2024; programação segue na terça-feira, dia 15, quando a Igreja celebra a memória litúrgica da Padroeira de Caxias

"Teresa, Teresa, do Amado és a voz! Teresa, Teresa, ó roga por nós!", assim iniciou a Missa solene que deu abertura ao jubileu dos 125 anos de construção, inauguração e dedicação da Igreja Matriz de Caxias, hoje Catedral Diocesana de Caxias do Sul - Paróquia Santa Teresa D'Ávila, na noite deste domingo, 13 de outubro. A Eucaristia foi presidida pelo bispo diocesano de Caxias do Sul, Dom José Gislon, e concelebrada pelos padres Volnei Vanassi e Paulo Romani.

Antes do início da Missa, um grupo de Antônio Prado encenou a chegada dos imigrantes italianos à Pérola das Colônias em 1875 e a escolha de Santa Teresa D'Ávila como padroeira do vilarejo, em homenagem à imperatriz do Brasil, dona Teresa Cristina, esposa de Dom Pedro II. Logo depois, com fotos no telão, a comunidade acompanhou o histórico do início da comunidade católica no centro de Caxias: uma pequena capelinha, depois as reuniões nas casas, um espaço que acabou sendo consumido pelo fogo, a construção de uma igreja de madeira e o sonho do templo de alvenaria. Iniciada em 1895 a construção foi concluída em 14 de outubro de 1899, quando foi inaugurada às vésperas da Festa de Santa Teresa. Em 1900, durante os festejos, aconteceu a dedicação do templo, com o então bispo do Rio Grande do Sul, Dom Cláudio José Gonçalves Ponce de Leão. Em 1934, com a criação da Diocese de Caxias do Sul, a Igreja Matriz Santa Teresa foi elevada à Catedral Diocesana.

Logo no início da celebração, o pároco da Catedral, padre Volnei Vanassi fez a leitura do decreto da Penitenciaria Apostólica da Santa Sé. O documento concede aos fiéis que visitarem a Catedral, participarem da Missa, realizarem a confissão e rezarem nas intenções do Santo Padre a indulgência plenária. O Ano Jubilar Paroquial se estende até 15 de outubro de 2025.

Em sua homilia, Dom José destacou a importância da Paróquia Santa Teresa D'Ávila para a organização do município de Caxias do Sul e a missão, hoje, de acolher tantas pessoas dos quatro cantos da cidade. "Queremos louvar e agradecer a Deus por essa história de fé, que moldou a vida, o trabalho, as pessoas, as famílias e a comunidade caxiense, desde a chegada dos pioneiros, no final do século XIX. Uma história de fé e vida marcada por alegrias, conquistas e provações que foram celebradas neste espaço sagrado. A construção desta igreja, no coração desta cidade, está ligada à história de fé dos antepassados, podemos perceber que a vida de fé lhes deu forças. Eram pessoas simples que souberam expressar gratidão até na escolha da padroeira do pequeno vilarejo", salientou.

Antes da bênção final, num gesto de gratidão ao trabalho de tantas pessoas que construíram e constroem hoje a história da Paróquia Santa Teresa D'Ávila, a partir de um paralelo entre os escritos de Teresa no Castelo Interior, representantes das pastorais, serviços e grupos levaram ao presbitério pedras e as dispuseram como uma parede. A iniciativa mostrou que a Catedral, hoje, tem sua organização pastoral, administrativa e religiosa em 20 pastorais e serviços que reúnem dezenas de pessoas. Todos eles, juntos no presbitério, concluíram de mãos levantadas com a estrofe da música: "Ergo em mim a Casa de meu Pai".

Logo depois da bênção, a comunidade foi convidada a sair da igreja e ir até as escadarias da Catedral, para um momento de confraternização. Ali foram cantados os parabéns, com o toque dos sinos. A conclusão da noite foi com a distribuição de cupcakes e queima de fogos.

Programação segue até a terça-feira, 15 de outubro

Na terça-feira, 15 de outubro, memória litúrgica de Santa Teresa D'Ávila, padroeira da Catedral e da cidade de Caxias do Sul, das 10h às 16h, acontecerá a bênção dos padres junto à escadaria da Catedral. Podem ser doados alimentos não perecíveis, fraldas geriátricas e remédios dentro do prazo de validade para a Casa Madre Teresa. Às 19h será celebrada a Missa do dia da Padroeira, com a participação da Pastoral da Educação da Diocese de Caxias do Sul, com a homenagem e bênção aos professores. - Fonte: Diocese de Caxias do Sul

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Fátima: Cardeal brasileiro apela à oração pela paz e denuncia os que «alimentam o ódio, a vingança, a destruição»

D. Leonardo Steiner evoca pobres, migrantes e indígenas, perante multidão que participou na Missa do 13 de outubro

O cardeal D. Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus (Brasil), apelou hoje em Fátima à oração pela paz, denunciando todos os que “alimentam o ódio”.

“Diante da imagem de Nossa Senhora de Fátima, peçamos a paz. Peçamos à Rainha da Paz que converta, transforme o coração dos que alimentam o ódio, a vingança, a destruição, a morte, e se instaure a fraternidade, a irmandade”, disse o presidente da peregrinação internacional aniversária, na homilia da Missa do 13 de outubro.

“Imploremos a paz. Vamos repetir: a paz!”, acrescentou, perante a multidão que acorreu à Cova da Iria, na manhã deste domingo.

O cardeal brasileiro recordou as “as armas que geram a morte” e a violência, rezando para que os governantes decidam trilhar “as sendas da fraternidade, da paz”.

“Suplicamos para que os pobres sejam integrados na sociedade, os migrantes acolhidos nas nossas comunidades e não dispensados”, acrescentou D. Leonardo Steiner.

O arcebispo de Manaus quis rezar em Fátima por todos os povos indígenas, pedindo a proteção da sua cultura e das “terras dos antepassados, dos ancestrais”.

“Que desapareça a ganância, a destruição, a morte nas terras ancestrais. Cesse o desmatamento, termine a pesca predatória, desapareça o garimpo ganancioso, destruidor e depredador”, apelou, recordando ainda “aqueles que iniciam queimadas”.

O responsável dirigiu-se aos peregrinos, de dezenas de países, para pedir que sejam “atuantes na sociedade, para transformá-la em fraternidade”.

“Nas famílias, nas comunidades, nas paróquias onde vivemos, sejamos pedras vivas, testemunhas de Jesus: anunciemos a alegria de viver o Evangelho”, pediu.

O cardeal de Manaus declarou que a fé nunca deve ser reduzida “a fórmulas, a uma ideologia”.

“Sermos seguidoras e seguidores de Jesus nasce da procura que Jesus faz de cada um de nós, mas também da resposta que oferecemos”, indicou.

“Levemos o Evangelho àqueles que não conhecem Jesus – hoje são muitos, também na Europa -, àqueles que buscam silenciosamente a Deus, movidos pela nostalgia de Deus”

O presidente da peregrinação deixou votos que todos os peregrinos regressem a casa com “um coração renovado” e “passos esperançados”.

De acordo com o Santuário de Fátima, a peregrinação internacional aniversária de outubro conta com 181 grupos inscritos de peregrinos, de 31 países.

Os participantes rezaram para que “cessem as guerras no mundo, especialmente na Síria, em Israel, na Palestina, na Ucrânia e em outros lugares de conflito, e para que, pela intercessão de Nossa Senhora de Fátima, todos os povos alcancem a paz”.

As celebrações assinalam o 107.º aniversário da sexta aparição de Nossa Senhora na Cova da Iria e o Milagre do Sol, a 13 de outubro de 1917, além do 71.º aniversário de sagração da Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.

Durante a Missa foi entoado um cântico, no momento da presentação das oferendas, com letra de Luís Vaz de Camões, poeta de quem se assinalam os 500 anos do nascimento. - Agência Ecclesia

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Sínodo 2024: Único diácono permanente na Assembleia pede valorização do ministério

Geert De Cubber diz que sinodalidade é questão de «sobrevivência» para a Igreja na Europa

O belga Geert De Cubber (Bélgica), único diácono permanente na XVI Assembleia Geral do Sínodo, disse hoje no Vaticano que a sinodalidade é uma questão de “sobrevivência” para a Igreja na Europa.

“Penso que o que podemos fazer como diáconos é ir corajosamente onde ninguém se atreve a ir, ninguém da Igreja”, referiu o responsável, que participa como testemunha do processo sinodal na Europa.

O diácono falava durante o briefing diário dedicado aos trabalhos da segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária dos Sínodo dos Bispos, que decorre até 27 de outubro.

“Dirigi-me à Assembleia esta manhã, dizendo que devíamos pensar no diácono como alguém que constrói pontes”, declarou Geert De Cubber.

“Alguém que constrói pontes, antes de mais, no seio da sua própria família, com outras famílias, também no seio da sua própria comunidade, mas também com a sociedade exterior”, acrescentou.

Devemos ir ao encontro de todos os que não têm voz, de todos os que não são ouvidos, de todos os que são excluídos pela Igreja, pela sociedade ou por ambos, e trazê-los de volta ao coração da Igreja”.

O diácono permanente, casado, disse aos jornalistas que a experiência de sinodalidade começou na “própria família”, com quem discutiu a presença em Roma, durante cerca de um mês.

A assembleia sinodal, com o tema ‘Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão, missão’, começou com a auscultação de milhões de pessoas, pelas comunidades católicas, em 2021; a primeira sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo decorreu em outubro de 2023.

O ministério do diácono permanente, na Igreja Católica, está particularmente destinado às atividades caritativas, a anunciar a Bíblia e a exercer funções litúrgicas, bem como assistir o bispo e o padre nas missas, administrar o Batismo, presidir a casamentos e exéquias, entre outras funções.

No caso dos candidatos ao diaconado permanente, esta é uma missão para toda a vida, a que podem aceder homens, incluindo os casados, com mais de 35 anos.

Em fevereiro, o Papa decidiu criar grupos de estudo sobre dez temas propostos pela primeira sessão sinodal, em outubro de 2023, que envolvem os dicastérios da Cúria Romana, sob a coordenação da Secretaria-Geral do Sínodo, deixando assim esse debate fora do documento de trabalho

Estes grupos vão funcionar até junho de 2025, debatendo um conjunto de questões doutrinárias, pastorais e éticas “controversas”, referidas no Relatório de Síntese da primeira sessão sinodal.

Na sessão plenária de abertura dos trabalhos, vários responsáveis destes grupos apresentaram um relatório, entre eles o cardeal Víctor Fernández, prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé (Santa Sé), que falou em nome do Grupo 5 – dedicado a “questões teológicas e canonísticas relativamente a específicas formas ministeriais”, em particular sobre a participação das mulheres nos processos de decisão e liderança comunitária.

A 18 de outubro, a Doutrina da Fé vai promover um encontro com os participantes na Assembleia, tendo pedido sugestões a todos os presentes.

Geert De Cubber considerou “inevitável consultar os diáconos sobre o diaconado”, envolvendo as suas famílias, para realçar a “natureza” do seu ministério.

Questionado sobre a admissão de mulheres ao diaconado, o responsável defendeu que é necessário “fazer esta peregrinação juntas”.

“Não queremos perder ninguém na nossa viagem”, observou, pedindo que o debate seja feito de “uma forma sinodal”.

Com os jornalistas esteve D. Luis Fernando Ramos, arcebispo de Puerto Montt (Chile), que também sublinhou a “vocação específica” dos diáconos, “que não deve ser confundida com uma sombra do sacerdócio ou em concorrência com o sacerdócio, mas que é complementar ao serviço da evangelização”o.

O responsável sul-americano aludiu ainda à “importância da participação dos leigos na vida da Igreja” e aos “critérios de sinodalidade” para o exercício de cargos de responsabilidade.

Esta sessão da Assembleia Sinodal tem 368 membros com direito a voto, dos quais 272 são bispos; à imagem do que aconteceu 2023, mais de 50 votantes são mulheres, entre religiosas e leigas de vários países.

A eles somam-se, sem direito a voto, 16 representantes de outras igrejas e comunidades cristãs (delegados fraternos), convidados especiais e colaboradores da Secretaria-Geral do Sínodo.

O Sínodo dos Bispos, instituído por São Paulo VI em 1965, pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.

Fonte: Agência Ecclesia

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O Papa: a verdadeira riqueza não são os bens deste mundo, mas ser amados por Deus

Comentando a passagem do Evangelho de Marcos sobre o rico que corre ao encontro de Jesus para perguntar-lhe como herdar a vida eterna, o Pontífice recordou que todos precisamos da felicidade, mas que esta não se encontra nas riquezas, mas no “arriscar o amor”, doando tudo aos pobres e seguindo-o.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus, deste domingo (13/10), com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.

Um domingo bonito e ensolarado em que o Pontífice refletiu a passagem do Evangelho de Marcos que fala de "um homem rico que corre ao encontro de Jesus e lhe pergunta: 'Bom Mestre, o que devo fazer para herdar a vida eterna?'. Jesus o convida a deixar tudo e segui-lo, mas o homem, entristecido, vai embora porque - diz o texto - 'possuía muitos bens'".

Jesus propõe uma “terapia”

"Podemos ver os dois movimentos desse homem: no início, ele corre, para ir até Jesus; no final, porém, ele vai embora triste. Primeiro ele corre ao encontro de Jesus, depois vai embora", disse Francisco, detendo-se nesses dois movimentos.

"Em primeiro lugar, esse homem vai a Jesus correndo. É como se algo em seu coração o impelisse: de fato, embora tenha muitas riquezas, ele está insatisfeito, carrega uma inquietação dentro de si, está em busca de uma vida mais plena", disse ainda o Papa, acrescentando:

Como fazem muitas vezes os doentes e os possessos, ele se lança aos pés do Mestre; é rico, mas precisa de cura. Jesus o olha com amor; então, ele propõe uma “terapia”: vender tudo o que tem, dar aos pobres e segui-lo.

O bem que almejamos é o próprio Deus

"Mas, nesse momento", sublinhou Francisco, "chega uma conclusão inesperada: o homem fica com o rosto triste e vai embora! Tão grande e impetuoso foi o desejo de encontrar Jesus, quão frio e rápido foi o afastamento Dele".

Nós também carregamos no coração uma necessidade irreprimível de felicidade e de uma vida cheia de significado; no entanto, podemos cair na ilusão de pensar que a resposta está na posse de coisas materiais e seguranças terrenas. Jesus, por outro lado, quer nos reconduzir à verdade de nossos desejos e nos fazer descobrir que, na realidade, o bem que almejamos é o próprio Deus, o seu amor por nós e a vida eterna que Ele e somente Ele pode nos dar.

Jesus nos convida a “arriscar o amor”

De acordo com o Papa, "a verdadeira riqueza é sermos olhados com amor por Ele, como Jesus faz com aquele homem, e amarmos uns aos outros fazendo de nossa vida um dom para os outros".

Por isso, Jesus nos convida a “arriscar o amor”: vender tudo para dar aos pobres, o que significa despojar-nos de nós mesmos e de nossas falsas seguranças, estar atentos aos necessitados e compartilhar nossos bens, não apenas coisas, mas o que somos: nossos talentos, nossa amizade, nosso tempo e assim por diante.

"Irmãos e irmãs, aquele homem rico não quis arriscar o amor e foi embora com o rosto triste. E nós? Perguntemo-nos: a que o nosso coração está apegado? Como saciamos nossa fome de vida e felicidade? Sabemos partilhar com quem é pobre, com quem está em dificuldade ou precisa de um pouco de atenção, de um sorriso, de uma palavra que o ajude a reencontrar a esperança? Lembremo-nos disto: a verdadeira riqueza não são os bens deste mundo, mas ser amados por Deus e aprender a amar como Ele", concluiu o Papa, pedindo a "intercessão da Virgem Maria para nos ajudar a descobrir o tesouro da vida em Jesus".

Fonte: Vatican News

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O Papa: a guerra é uma ilusão. Respeitar as forças de paz da ONU

Após a oração mariana do Angelus, o Papa recordou os conflitos no Oriente Médio, na Ucrânia, pedindo que seja dado espaço à diplomacia e ao diálogo.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

Após a oração mariana do Angelus deste domingo (13/10), o Papa Francisco disse que continua "acompanhando com preocupação o que está acontecendo no Oriente Médio". "Mais uma vez, peço um cessar-fogo imediato em todas as frentes. Que sejam percorridos os caminhos da diplomacia e do diálogo para alcançar a paz", frisou o Papa, acrescentando:

Estou próximo de todas as populações envolvidas, na Palestina, em Israel e no Líbano, onde peço que as forças de paz da ONU sejam respeitadas. Rezo por todas as vítimas, pelos deslocados, pelos reféns, que espero que sejam libertados imediatamente, e espero que esse grande sofrimento inútil, gerado pelo ódio e pela vingança, chegue logo ao fim.

A seguir, Francisco reiterou que "a guerra é uma ilusão, é uma derrota, nunca trará paz, nunca trará segurança, é uma derrota para todos, especialmente para quem se considera invencível". "Parem, por favor", acrescentou.

Faço o meu apelo para que os ucranianos são sejam deixados a morrer de frio, para que cessem os ataques aéreos contra a população civil, que é sempre a mais afetada. Chega de matar inocentes!

Fonte: Vatican News

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O Papa: rezemos pelo Haiti, defender a dignidade e os direitos de todos

O Pontífice recordou a dramática violência que sufoca o país caribenho e obriga milhares de pessoas a fugir. O apelo à Comunidade internacional para continuar trabalhando para "construir a paz e a reconciliação no país".

Mariangela Jaguraba – Vatican News

Após a oração mariana do Angelus deste domingo (13/10), o Papa convidou a rezar por aqueles que no Haiti sofrem violência e são obrigados a fugir.

Acompanho a situação dramática no Haiti, onde continua a violência contra a população, obrigada a fugir de suas casas em busca de segurança em outros lugares, dentro e fora do país. Nunca nos esqueçamos de nossos irmãos e irmãs haitianos. Peço a todos que rezem pelo fim de todas as formas de violência e, com o compromisso da Comunidade internacional, continuemos trabalhando para construir a paz e a reconciliação no país, defendendo sempre a dignidade e os direitos de todos.

Dias atrás, a Human Rights Watch (HRW) denunciou a chegada de “centenas, senão de milhares” de crianças às gangues formadas por menores, crianças levadas pela pobreza e pela fome, exploradas pelo tráfico ilegal e vítimas de abusos de todos os tipos por grupos criminosos sem escrúpulos. A HRW, portanto, pediu ao governo de transição para proporcionar-lhes proteção e acesso a bens e serviços essenciais.

As crianças são recrutadas pelos grupos criminosos, que agora controlam quase 80% da capital Porto Príncipe, na sequência da intensificação das operações policiais por parte das forças multinacionais e locais. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), cerca de 2,7 milhões de pessoas, incluindo meio milhão de crianças, são obrigadas a viver sob o controle de gangues que continuam causando centenas de mortes.

Fonte: Vatican News

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Papa: unamo-nos às crianças que rezarão o Terço pela paz no mundo

Depois da oração mariana do Angelus, o Papa recordou a iniciativa "Um milhão de crianças rezam o Terço pela paz no mundo" promovida pela Fundação Pontifícia "Ajuda à Igreja que Sofre", prevista para a próxima sexta-feira, 18 de outubro.

Vatican News

Após a oração mariana do Angelus deste domingo (13/10), Francisco recordou a iniciativa organizada pela Fundação Pontifícia "Ajuda à Igreja que Sofre (AIS)" intitulada "Um milhão de crianças rezam o Terço pela paz no mundo" que será realizada na próxima sexta-feira, 18 de outubro.

O Papa agradeceu aos meninos e meninas que participarão da iniciativa aos quais, disse o Pontífice, “nos unimos”, e acrescentou:

E à intercessão de Nossa Senhora confiamos a martirizada Ucrânia, Mianmar, Sudão e as outras populações que sofrem com a guerra e toda forma de violência e miséria.

O significado da campanha

Através da campanha “Um milhão de crianças rezam o Terço pela paz no mundo”, lê-se num comunicado de "Ajuda à Igreja que Sofre", “aprendemos a depositar a nossa confiança em Nossa Senhora, para que ela possa intervir em apoio à Igreja e a todos aqueles que não conhecem o amor e paz de Cristo". Educar as crianças “na fé e na oração é fundamental”, pois “elas podem tornar-se fontes de evangelização para os outros, enquanto a sua oração, nascida de corações confiantes, atrai o Espírito de Deus ao mundo”.

Projetos em países em dificuldade

Ao lado da oração, a AIS apoia projetos que visam melhorar a vida das crianças que vivem muitas situações difíceis no mundo, como as crianças do Líbano, onde tenta garantir material escolar a quem não tem, ou as do Sudão do Sul, Cuba e Uruguai, onde são fornecidas Bíblias às crianças para orientá-las em “seu caminho de fé”. - Fonte: Vatican News

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Chile: incêndio destrói uma das igrejas mais antigas do país

São Francisco, em Iquique, do século XVII, foi devorada pelas chamas, apesar da intervenção do corpo de bombeiros. Ela era Monumento Histórico Nacional desde 1994. As investigações estão em andamento para determinar a causa do incêndio, que não causou vítimas.

Vatican News

Destruição total, uma catástrofe para a região. Este é o sentimento expresso nestas horas por aqueles que testemunharam o incêndio que, há dois dias, sexta-feira, 11 de outubro, consumiu totalmente a paróquia de Santo Antônio de Pádua e o convento franciscano conhecido como a Igreja de São Francisco, na província costeira de Iquique, na região chilena de Tarapacà. E estrutura era um dos edifícios católicos mais antigos de todo o Chile, em sua maior parte feito de madeira, datado do século XVII, construído na época da conquista espanhola e da primeira chegada da ordem franciscana à região, e Monumento Histórico Nacional desde 1994.

Nenhuma vítima

As chamas, que se desenvolveram no dia anterior sob a estátua de um santo, foram inicialmente contidas pelo corpo de bombeiros, mas recomeçaram 24 horas depois, por causas desconhecidas, e sem que os serviços de resgate, doze equipes no total, conseguissem evitar que o fogo consumisse totalmente o prédio de madeira. As autoridades abriram uma investigação e agora uma equipe de investigadores está trabalhando para tentar encontrar evidências da causa inicial do incêndio, que felizmente não causou vítimas. Fonte: Vatican News

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Do Sínodo Amazônico ao Sínodo da Sinodalidade: Escutar para descobrir a narrativa de Deus

A sinodalidade é algo que obviamente vai além da Sala Sinodal. Buscando aprofundar a reflexão sobre uma Igreja sinodal, Amerindia criou o Observatório Latino-Americano da Sinodalidade, que, coincidindo com a Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, que se realiza no Vaticano até o dia 27 de outubro de 2024, organizou a Tenda da Sinodalidade, na qual as reflexões são compartilhadas, em alguns casos, com os membros da Assembleia.

Padre Modino – Vaticano

Buscando encontrar uma linha de continuidade entre o Sínodo para a Amazônia e o Sínodo sobre a Sinodalidade, dois participantes de ambos os sínodos, o prefeito do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, cardeal Michael Czerny, e a presidente da Confederação de Religiosos e Religiosas da América Latina e do Caribe (CLAR), Liliana Franco, refletiram sobre o caminho percorrido.

Czerny partiu da imagem do rio como uma orientação inspiradora, concreta e relevante no Sínodo para a Amazônia, "que nos encorajou a trabalhar, como diz o tema, para descobrir novos caminhos para a Igreja e a ecologia integral". Uma renovação da Igreja baseada na ecologia integral, chegando à conclusão radical de que "a renovação da Igreja na Amazônia era fundamental para a ecologia de toda a região".

Em torno de um território

Liliana Franco, por sua vez, viveu o Sínodo para a Amazônia como uma graça pascal, já que foi o primeiro momento de encontro com toda a Igreja, com diferentes culturas e sensibilidades, "em torno de um território", visto como responsabilidade de todos. Uma imensa possibilidade de "viver a interconexão, a certeza e a experiência da sacralidade de toda a criação e a interconexão que existe entre tudo". Algo vivido a partir do protagonismo do Espírito em cada encontro de seres humanos, em cada experiência de tecer juntos, apesar das tensões e contradições, ainda mais em torno da Amazônia, uma beleza ferida.

Uma experiência de que "o Espírito sabe romper além das resistências ou posições ancoradas ou aprendidas", o que a leva a ver o Sínodo da Amazônia como frutífero, algo que trouxe muita vida. Isso vem se concretizando de várias formas, na CEAMA, na REIBA, dando passos para se inserir no território, o que leva a descobrir a vida nova que os processos sinodais trazem. Um Sínodo que foi um laboratório de escuta, com "um exercício saudável, consciente e respeitoso de habitar o território para poder escutar as pessoas e entender que a escuta é a narrativa que Deus usa para nos mostrar o que ele quer de nós". Uma escuta com a qual o atual Sínodo aprendeu, destacando o método como uma chave, que foi colocada em prática. Ele também destacou a figura e as contribuições do cardeal Claudio Hummes naquele Sínodo.

A novidade da CEAMA

Do Sínodo para a Amazônia surgiu a Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA). A esse respeito, o Cardeal Czerny enfatizou que em todos os países amazônicos essa região é uma periferia, com seus problemas, espiritualidades e espírito. Reunir em uma conferência cada região de cada país é "poder enfocar as questões e os processos da Amazônia", destacou o prefeito. Uma conferência que inclui bispos, padres, religiosos e leigos, que Czerny vê como uma continuação do processo sinodal, que deve levar a CEAMA a "orientar a busca do caminho a seguir para a Igreja em toda a Amazônia", para ser uma concretização, mas acima de tudo a continuação do processo, para continuar caminhando juntos, algo urgente, porque os problemas estão crescendo.

Partindo da questão abordada na Segunda Sessão da Assembleia Sinodal, como ser uma Igreja sinodal em missão, Liliana Franco vê a CEAMA como "uma expressão do que significa ser uma Igreja sinodal e missionária", porque "nos coloca diante de uma nova maneira de tecer relações, com essa dinâmica que é verdadeiramente eclesial", seguindo nas relações a lógica do Povo de Deus, e junto com isso porque é uma união para a missão, para responder às necessidades concretas de um território e não para fazer ouvidos moucos.

A escuta leva à conversão

A religiosa lembrou uma expressão do Sínodo para a Amazônia: "a escuta leva à conversão", a uma mudança de atitudes e estruturas. Isso porque "a escuta é o que mobiliza a mudança", e como Vida Religiosa no território, que são os que mais assumiram esses processos sinodais, estão acolhendo esse momento da Igreja a partir dessa escuta, sendo multiplicadores, superando a autorreferencialidade e vários tipos de abusos, tendo em vista a necessária reflexão e reforma, e a presença no território amazônico, com experiências muito significativas de intercongregacionalidade, que transformaram lógicas, sensibilidades, formas de se situar.

Segundo Liliana Franco, o Sínodo sobre a Sinodalidade está sendo realizado na perspectiva de um caminho, de um processo, no qual foi privilegiada a escuta em vários níveis, com o método da conversação no Espírito, que torna possível a escuta acolhendo a palavra do outro. A Irmã enfatizou o modo de trabalho dos círculos menores, que encorajam uma reflexão vital e profunda, trazendo para a mesa a vida e a realidade de cada contexto. Falando sobre os percursos, ela vê nesse módulo a possibilidade de ir a questões mais vitais no entrelaçamento da Igreja, fazendo da experiência uma escola de aprendizado, de ser modificado pelo Espírito, a partir de um ato de fé, tendo a santidade de cada um de seus membros como critério para a reforma da Igreja. "Haverá uma transformação de estruturas, quando houver uma transformação de atitudes, haverá uma transformação de modos relacionais, quando nos dispusermos de forma mais reverente a escutar uns aos outros", sublinhou, o que leva a novos modos de relacionamento, para crescer em capacidade missionária.

O Sínodo é mais do que estatísticas

O Cardeal Czerny criticou a tentativa de avaliar o Sínodo com estatísticas, porque "o fato é que esta consulta é a mais ampla consulta na história da humanidade". Nesse sentido, ele disse que novas formas de caminhar não são algo que se faz de uma só vez, é preciso começar. Ele ressaltou que tem "a impressão de que começamos bem, mas temos que continuar aprendendo", afirmando que "sinodalidade não se aprende com a cabeça, mas fazendo, é preciso fazer para entender", o que requer tempo e paciência. Uma atitude que deve levar a não querer forçar as coisas, porque os resultados não são medidos no início.

A consulta prévia realizada no Sínodo para a Amazônia é vista como uma inspiração para o atual Sínodo, de acordo com o cardeal, algo que ele espera que sempre aconteça. Por sua vez, Liliana Franco deixou claro que o que acontece na Amazônia é responsabilidade de todos, convocando a Igreja e o mundo a voltar os olhos para esse território e para a conversão ecológica, com diferentes critérios de desenvolvimento, não acima do meio ambiente ou dos direitos humanos, o que exige uma grande responsabilidade por parte da sociedade. Ela também refletiu sobre a lógica do Reino, segundo a qual nosso Deus é capaz de nos surpreender. Nesse sentido, falando sobre o papel de liderança do Espírito, Czerny relatou os resultados alcançados nos círculos menores, que eram inimagináveis em princípio, mas que contêm novidade, coerência, inclusão e esperança, nascidos de algo que a princípio parecia caótico.

Aprendendo a "sinodalizar”

Sobre o atual processo sinodal, Czerny enfatizou que "é mais importante aprender a 'sinodalizar' do que chegar a um resultado", pois "desta vez estamos tentando aprender uma nova maneira de ser Igreja", insistindo que "não podemos pular o processo para chegar a conclusões prematuras".

Liliana Franco destacou a importância da missão das mulheres na Igreja, tendo criado ministérios na Amazônia que têm a ver com a dinamização e o acompanhamento das comunidades, sinal de passos significativos para responder às necessidades do contexto, estabelecendo caminhos relacionais ao estilo de Jesus, pois "a sinodalidade nada mais é do que aprender o caminho de Jesus".

Julgamentos mesquinhos não transformam nada

O cardeal refletiu sobre o conceito de periferia, que varia de acordo com a situação, o lugar e a comunidade. A partir daí, descobrir as periferias e, com a ajuda do Espírito, ir além. Para isso, a chave é sempre o território concreto, a igreja local, afirmou a religiosa, que pediu um crescimento na pertença, na experiência de vínculo, na pertença à Igreja e na participação, porque "do lugar de quem só critica, do lugar do julgamento mesquinho, é impossível transformar qualquer coisa". Daí a necessidade de ser um sinal de esperança e de novas formas de relacionamento, sem fronteiras ou muros, criando uma cultura de relacionamento, de bom tratamento, de fraternidade, de amizade social.

Nesse sentido, nas mesas redondas da Assembleia Sinodal, "vemos a diversidade e vivemos a unidade. Isso torna nossa Igreja mais católica", enfatizou Czerny. De acordo com o prefeito, "se estivermos preparados para aceitar e abraçar a diversidade, teremos feito o trabalho mais importante, mantendo a unidade, o caminho". Isso sem medo, porque "a uniformidade não é amiga da Igreja, é um tipo de insegurança", pois a unidade na diversidade é uma manifestação do Espírito. Um sínodo que é um sinal de subsidiariedade, enfatizou. Um processo que tem o desafio de chegar a todos, para que não haja analfabetos sinodais, acrescentou Liliana Franco, pensando em como ser testemunhas da sinodalidade e traduzindo-a em idiomas, métodos, itinerários formativos, para permear todas as pessoas e ser melhores testemunhas da sinodalidade.

Fonte: Vatican News

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Ucrânia: “História e missão de duas amigas: ajudando os outros, nós nos salvamos”

Para Lyudmyla, psicoterapeuta de Kiev, “a terapia, antes de tudo, é um encontro humano: uma pessoa encontra outra no luto e no sofrimento”. Por sua vez, Yuliya, que vive e trabalha em Roma, confessa: “Posso dizer que o voluntariado me salvou”. Ambas as mulheres são unidas pela amizade e pelo desejo de ajudar quem precisa, sem esquecer de si mesmas.

Svitlana Dukhovych - Cidade do Vaticano

Yuliya Orlenko e Lyudmyla Yalova são naturais da região de Sumy, norte da Ucrânia. Nós as encontramos em Roma e Lyudmyla disse: “Vivi em Kyiv durante 25 anos. Sou uma terapeuta-Gestalt e trabalho com adultos e adolescentes. Vim a Roma para visitar minha amiga Yuliya. Somos do mesmo país e amigas há mais de 25 anos. Desde antes de começar a guerra, eu gostava de ir a Roma, pelo menos uma vez por ano. Amo muito a Itália! Parece que nós, ucranianos, temos muitas coisas em comum com os italianos: amor pela vida, hospitalidade, comida, beleza, família e história”.

Por sua vez, Yuliya disse: “Moro em Roma, desde 2004. Por que vim parar aqui? No início, queria aprender italiano; depois, voltei para Kiev, onde trabalhei com alguns italianos; por fim, decidi voltar para Roma porque aqui me sentia em casa. Trabalhei por muito tempo em uma companhia aérea, que fazia voos privados; assim, conheci muitos turistas do meu país. Agora, trabalho em outra empresa, que administra uma plataforma de advogados".

“Uma pessoa humana precisa de outra pessoa humana”

Apesar de terem passado mais de dois anos e meio, desde o início da invasão russa, as notícias e imagens de morte e destruição não me chocam mais, como no início, mas a ansiedade e o sofrimento permanecem quase constantes; são como uma música de fundo que acompanha os ucranianos, onde quer que estejam ou que façam. As duas amigas ucranianas partilharam suas experiências de como lidar com o stress da guerra: Lyudmyla, em Kiev, ouve constantemente alarmes de ataques aéreos; Yuliya, em Roma, longe da guerra, por vezes, imagina um cenário também assustador, sobre o que poderia acontecer à sua família na Ucrânia.

Em seu trabalho de psicoterapeuta, Lyudmyla convive, diariamente, com a dor e o sofrimento de outras pessoas. Tudo isso não torna tudo mais difícil? Por isso, explica: “Paradoxalmente, quando voltei a trabalhar com pacientes, dois meses após o início da invasão russa, em grande escala, me senti melhor, porque uma pessoa precisa de outra pessoa. A terapia, antes de tudo, é um encontro humano: uma pessoa encontra a outra no luto e no sofrimento, ainda mais se vivemos no mesmo contexto dos pacientes. Nos primeiros dias de guerra, não pude trabalhar porque estava em um refúgio de Kiev, com meus amigos. Um dos meus pacientes estava em um porão, ocupado pelos russos, e conversávamos por mensagens. Não posso dizer que, com ele, se tratava de uma psicoterapia clássica, porque o código de ética não a prevê. Porém, o código de ética também não prevê a guerra. Eis porque a terapia é uma pessoa! No nosso refúgio havia cerca de trinta crianças. Um dos meus pacientes ofereceu-se para trazer comida para nós e eu pensei: ‘Este é um paciente, que, talvez, precisa pensar no código de ética...’. Então, sentei-me e pensei: ‘Amanhã, talvez, não estaremos mais aqui’. O que nos torna humanos é a empatia; por isso existe a terapia: uma pessoa humana deve estar ao lado de outro ser humano. Assim, por um lado, às vezes, é difícil suportar a dor do outro, porque é muito forte. No entanto, acredito, justamente, que é isso que nos vai salvar; não podemos nos deixar ‘congelar’, mas começar a sentir a dor do outro, sem nos envolver ou deprimir, anestesiarmos com álcool ou com qualquer outra coisa. A dor só pode ser experimentada ao lado de um ser humano".

Voluntariado no hospital “Menino Jesus”

A experiência de Yuliya também confirma as mesmas palavras da sua amiga. A invasão da Ucrânia pela Rússia causou-lhe ansiedade e a chocou. Ambas são provenientes da região de Sumy, na fronteira com a Federação Russa. Em 24 de fevereiro de 2022, quando as tropas russas invadiram a Ucrânia, também começaram a ocupar parte da região de Sumy. A capital regional não foi tomada, mas algumas outras cidades sim. Em 6 de abril do mesmo ano, as tropas russas foram completamente expulsas da região pelos ucranianos. Durante aquele período, os familiares de Lyudmyla e os de Yuliya permaneceram lá, exceto quando, no momento mais perigoso, tiveram que passar um breve período em outra região do país.

Apesar do grande estresse, Yuliya continuou a trabalhar em Roma. Como muitos outros ucranianos, em vários países do mundo, ela começou a arrecadar remédios e bens de primeira necessidade para enviá-los ao seu país. Todos a ajudaram: amigos italianos e farmacêuticos que trabalhavam na farmácia aonde ela ia sempre... Porém, ela não conseguia transmitir suas emoções e sentimentos a ninguém, como ela disse: “Comecei a sentir-me melhor quando tive a coragem de conversar sobre isso com as pessoas. Claro, não foi fácil para mim, porque me faziam muitas perguntas: queriam saber como as pessoas estavam vivendo na Ucrânia, o que precisavam, como poderiam ajudar etc.”.

Após alguns tempos da coleta de ajudas humanitárias para a Ucrânia, Yuliya percebeu que poderia ser mais útil, com as suas competências profissionais, como tradutora. Então, escreveu ao hospital “Bambino Gesù” (“Menino Jesus”) de Roma, para oferecer a sua contribuição.

Desde o início da guerra até fevereiro de 2024, mais de 2.500 menores da Ucrânia foram internados no hospital pediátrico do Vaticano. Yuliya ainda era voluntária no pronto-socorro do hospital, no início de 2022, quando crianças ucranianas chegavam todos os dias para serem internadas; desta forma, sua contribuição, como de outros voluntários, tornou-se realmente fundamental, como ela afirma: “Claro, podia parecer que a minha ajuda tivesse pouca importância, mas, quando as mães ucranianas ouviam eu falar a sua língua, ficavam mais tranquilas e seguras. Após 3 ou 4 minutos de comunicação, elas se sentiam melhor".

Yuliya disse que, no início, pensava que não iria conseguir: “Como todos os ucranianos, que fugiam da guerra e iam para o estrangeiro, eu lia e ouvia as notícias da Ucrânia, diariamente, e ficava ao par das coisas terríveis que aconteciam, e eu caía em crises profundas; achava que não podia ir ajudar as pessoas que fugiam de lá e sofriam em primeira mão; eu sabia que as pessoas precisavam também de mim. Até conversei com a coordenadora dos voluntários do Hospital pediátrico dizendo que ‘eu não ia conseguir’. E ela me respondeu: ‘Tente e verá que vai dar certo’. E posso dizer que isso me salvou. Fiquei surpreendida, porque o serviço que eu prestava me ajudava a ficar mais tranquila e também a ajudar minha própria família, que quis ficar no meu país".

Equilíbrio entre ajudar os outros e cuidar de si

Durante a guerra, muitos ucranianos diziam que dar ajuda aos outros lhes permitia superar a ansiedade, o estresse e o sofrimento. Mas, como encontrar equilíbrio entre ajudar os outros e cuidar de si mesmo em uma situação de crise?

Aqui, Lyudmyla contou a sua experiência pessoal: “Tenho 44 anos e participei de duas revoluções: a “Revolução Laranja”, em 2004, e a “Revolução da Dignidade”, em 2013. Pela primeira vez, durante a “Revolução Laranja”, entendi o verdadeiro significado do voluntariado, da unidade, mas também, do esgotamento, ou seja, quando você está decidida a salvar os outros - porque se tratava de sobrevivência física – podia até perder a sensação física do cansaço e da fadiga diária".

Durante a “Revolução da Dignidade”, que deu início ao verdadeiro movimento voluntário na Ucrânia, Lyudmyla iniciou a sua atividade em uma das maiores organizações voluntárias de Kiev, como ela narra: “Fomos os primeiros a entrar em contato com os deslocados das regiões de Donetsk e Luhansk. As pessoas chegavam de chinelos e roupões de banho e isso me fez cair em depressão e até nem me alimentava mais, como devia. O apetite é um sinal importante, porque se a alimentação ou outras necessidades fisiológicas humanas básicas faltarem, algo estaria errado”.

A terapeuta explica também que, quando os outros são ajudados, sobretudo, quando se trata de um grande número de pessoas, a pessoa se sente envolvida em algo extraterrestre, tomada ‘por uma adrenalina constante’ e, muitas vezes, tem a sensação de que ‘não é mais a hora de pensar em si mesmo’, é como ‘uma espécie de armadilha’. Vi muitos dos meus amigos voluntários ficarem esgotados: assim também foi a minha experiência pessoal".

Como psicoterapeuta, Lyudmyla recomenda “antes de tudo, cuidar de si mesmo, porque só assim poderá ajudar os outros”. A especialista acrescenta que, em geral, na cultura ucraniana, não se faz atenção ao autocuidado. Isto, provavelmente, deve-se a alguns motivos históricos, uma vez que o povo era, constantemente, obrigado a lutar pela própria sobrevivência: “Parece-me que só nos últimos dez anos começamos a nos permitir o luxo de pensar em nós mesmos e em nossas necessidades”. Lyudmyla afirma ainda que, nos últimos anos, sobretudo, após o início da invasão russa, na Ucrânia havia muitos recursos gratuitos, para obter ajuda psicológica, tanto para as crianças como para os adultos: “Graças a Deus, a cultura da psicoterapia, em nosso país, mudou; agora, quem recorre ao psicólogo ou à psicoterapia, não é mais considerado “doente mental”; não se tratava mais de uma psiquiatria punitiva, como acontecia na União Soviética”.

Salvaguardar o direito de ter uma vida digna

O completo desprezo pelas necessidades de tipo espiritual e a falta de acesso a uma adequada ajuda psicológica não são as únicas heranças do passado soviético, que as duas amigas ainda recordam. E Lyudmyla afirma: “Eu tinha onze anos, quando a Ucrânia retomou a sua independência. Quando penso na União Soviética, vejo um quadro, onde tudo é igual: o modo de usar as roupas, os laços no cabelo e até a enorme escassez. Tínhamos terras férteis, mãos e cabeças, mas as lojas estavam vazias. Por meio do sistema educacional, a individualidade era suprimida e se formava um pensamento escravista. A tudo isso recorria a propaganda, a censura e a destruição da cultura ucraniana, em todos os níveis, dos livros ao conhecimento da história. Tudo isso criava certo sentimento de inferioridade e falta de dignidade em nível social, desde as crianças até aos adultos. Agora, porém, a sociedade está mudando. Sabemos que, segundo a Constituição, o povo é o detentor da soberania e a única fonte do poder. Estamos retomando o direito de decidir e acredito que esta consiste em uma transformação mais profunda da sociedade: retomar o direito de ser livres de pensar. Outra coisa que está se desenvolvendo, ao mesmo tempo, é a responsabilidade. Toda palavra e ação devem ser seguidas pela responsabilidade. Tudo isso demonstra o desenvolvimento da nossa sociedade. Enfim, agora estamos sentindo que temos dignidade, valorizando e defendendo o direito de ter uma vida digna”.

Fonte: Vatican News

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Do dia 12/10/2024

Papa: Nossa Senhora Aparecida, Virgem da alegria!

Assim o Papa Francisco saúda o povo brasileiro por ocasião da festa da padroeira do Brasil celebrada neste sábado, 12 de outubro.

Vatican News

O Pontífice enviou sua mensagem durante participação no Sínodo sobre a sinodalidade, em andamento no Vaticano.

"No dia de Nossa Senhora Aparecida, quero saudá-los e estar perto de vocês. Sigam em frente, com essa mensagem da Virgem, que é toda a harmonia: harmonia entre todos os cristãos, harmonia com toda a humanidade e harmonia climática", disse Francisco, utilizando uma das expressões mais significativas deste Sínodo, a harmonia, quem tem o Espírito Santo como protagonista.

O Papa recordou ainda sua presença no Santuário Nacional, que visitou "várias vezes" e concluiu com um auspício: "Peço à Virgem de Aparecida, a quem eu visitei várias vezes, que os abençoe, que os faça ir em frente e que os faça muito alegres, porque ela é a Virgem da alegria. Que o Senhor os abençoe".

Fonte: Vatican News

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Papa aos novos cardeais: título de "servidor" ofusque o de "eminência"

Francisco escreveu uma carta de boas-vindas aos novos cardeais que serão criados no dia 8 de dezembro no Vaticano. Serão 21 novos cardeais entre eles o brasileiro Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, também presidente da CNBB e do Celam.

Vatican News

Na manhã deste sábado (12) foi publicada uma carta que o Papa Francisco enviou a todos os novos cardeais que serão criados no consistório de 7 de dezembro próximo no Vaticano. Francisco iniciou a carta recordando que com a criação cardinalícia passarão a fazer parte do clero de Roma e que “esta pertença exprime a unidade da Igreja e o vínculo de todas as Igrejas com a Igreja de Roma”. Em seguida lançou um convite para que no cardinalato sejam encarnadas as três atitudes com as quais um poeta argentino – Francisco Luis Bernárdez – descreveu São João da Cruz, mas que também nos convêm: “olhos altos, mãos juntas, pés descalços”.

Olhar mais longe com as mãos juntas e pés descalços

Explicando em seguida: “Olhos altos, porque o teu serviço vai exigir que amplies o teu olhar e expandas o teu coração, para poderes olhar mais longe e amar mais universalmente e com maior intensidade. Entrar na escola do Seu olhar – Bento XVI – que é o lado aberto de Cristo”.

Depois Francisco escreve: “Mãos juntas, pois a tua oração é o que mais a Igreja necessita – junto ao anúncio – para poder apascentar bem o rebanho de Cristo. A oração, que é o âmbito do discernimento para ajudar-me a buscar e a encontrar a vontade de Deus para o nosso povo, e para segui-la”.

Por fim o Santo Padre escreve sobre a terceira atitude com a qual foi descrito São João da Cruz: “Pés descalços, que tocam a aspereza da realidade de muitos rincões do mundo, embriagados de dor e sofrimento por causa das guerras, das discriminações, das perseguições, da fome e das numerosas formas de pobreza que exigirão de ti tanta compaixão e misericórdia”.

Concluindo o Santo Padre agradece a generosidade dos futuros cardeais confirmando suas orações por eles “a fim de que o título de “servidor” – diácono – ofusque cada vez mais o de “eminência”.

Fonte: Vatican News

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Papa: Deus ilumine os corações daqueles que iniciam e prolongam as guerras

Novo convite do Pontífice para rezar e trabalhar pela paz mundial. Em duas postagens no X, Francisco pede orações por aqueles que “lucram cinicamente” com conflitos e hostilidades e, preocupado com os contínuos bombardeios e confrontos no Oriente Médio, lança um apelo “à Comunidade internacional para que ponha fim à espiral de vingança”.

Tiziana Campisi – Vatican News

O Papa Francisco pede aos fiéis mais uma vez por meio das redes sociais para que rezem pela paz no mundo. Na última sexta-feira, num post no X, ele pediu “um cessar-fogo imediato em todas as frentes da guerra no Oriente Médio, incluindo o Líbano”. Neste sábado (12/12), em sua conta em nove idiomas @Pontifex, enquanto os ataques israelenses em Gaza e no Líbano continuam, ele convida rezar “pelos homens que desejam guerras, que as iniciam, que as alimentam, que as prolongam inutilmente ou que lucram cinicamente com elas”. Por eles, Francisco invoca Deus, para que “ilumine seus corações” e “coloque diante de seus olhos a procissão de desventuras que provocam”.

O apelo à Comunidade internacional

Convencido de que o diálogo e a diplomacia são necessários para alcançar a convivência pacífica entre os povos, numa segunda postagem publicada no X, o Papa faz um novo “apelo à Comunidade internacional para que se ponha fim à espiral de vingança” no Oriente Médio. Preocupado, além disso, com a escalada de bombardeios e confrontos, Francisco pede que “não se repitam mais ataques, que podem fazer mergulhar aquela região numa guerra ainda maior”.

Fonte: Vatican News

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Patriarca Younan: basta de interferências no Líbano, gratos ao Papa pelo seu apoio

O patriarca sírio-católico de Antioquia, presente em Roma como membro do Sínodo, lança um apelo: “O Líbano era a pérola do Oriente Médio, mas foi maltratado por muitos. Agora o país precisa de sua autonomia e independência, não das milícias armadas que substituem o Estado”. Na manhã de sexta-feira (11), a audiência com o Papa: “Eu lhe agradeci por suas palavras como um pai para o Líbano que sofre”

Olivier Bonnel – Vatican News

“Não às interferências e intervenções externas, deixem a autonomia aos libaneses. Deixe-os resolver seus problemas sozinhos”. Esse é o apelo de Ignace Youssef III Younan, patriarca sírio-católico de Antioquia, em Roma nessas semanas como participante do Sínodo sobre Sinodalidade e que foi recebido em audiência pelo Papa Francisco na manhã de sexta-feira (11). “Foi um encontro muito bom, e agradeci de todo o coração ao Santo Padre pelo seu apoio e suporte como pai da Igreja universal para o Líbano, que vem sofrendo há anos”, conta o patriarca. “Bem, o Papa disse que a violência que está aumentando no Líbano não é mais aceitável. Esse pequeno país era uma pérola do Oriente Médio e de toda a região, mas infelizmente tem sido maltratado por muitos... O Papa está muito próximo dos libaneses e chama os beligerantes para que garantam a paz.”

Intervir em busca de uma solução

O Patriarca vê com tristeza a situação na Terra dos Cedros, onde a guerra se espalhou por todo o território nos últimos dias, com bombas caindo até sobre Beirute. Todavia, diz que não teme divisões no âmbito religioso e social: “Creio que todas as confissões concordarão que o Líbano deve voltar a ser um país independente, aberto a todos, com os mesmos direitos, sem interferências externas. Creio que os libaneses já saibam disso”. “Nós - afirma Younan - não podemos resolver o problema da Palestina, a Liga Árabe deve intervir e encontrar uma solução”. A preocupação do prelado é com todas as pessoas que foram forçadas a deixar suas casas: “Há uma migração de cerca de um milhão de pessoas, muitos inocentes”.

Garantia de segurança para todos os libaneses

A situação humanitária, no entanto, enfatiza o patriarca católico sírio de Antioquia, não é a mais urgente: a urgência é “dar ao país identidade, autonomia, a possibilidade de resolver seus problemas”. “Basta de milícias armadas substituindo o Estado. É disso que precisamos.... – acrescenta ainda - E creio que estejam trabalhando nessa linha de apoiar o exército libanês e encontrar uma maneira de garantir a segurança de todos os libaneses”.

Fonte: Vatican News

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Direito à alimentação: a Santa Sé luta contra a privação e o desperdício alimentar

Em vista do Dia Mundial da Alimentação, que se comemora no próximo dia 16 de outubro, a Missão Permanente da Santa Sé junto à FAO, IFAD e PAM e o Fórum de Roma das Organizações Não-Governamentais de inspiração católica, promoveram na capital italiana um Seminário para aprofundar o tema da desnutrição no planeta. A propósito, Maurizio Martina, vice-diretor geral da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), afirma: “A fome no mundo é uma responsabilidade coletiva”.

Gianmarco Murroni - Vatican News

A iniciativa é um convite a rever os nossos sistemas alimentares em uma perspectiva solidária, superando a lógica da exploração selvagem da criação e orientando melhor o nosso compromisso de cultivar e defender o ambiente e seus recursos. Seu objetivo é garantir a segurança alimentar e caminhar rumo a uma nutrição suficiente e saudável para todos.

Diante das numerosas crises alimentares, que afetam várias regiões do planeta, e da persistente disparidade no acesso a alimentos nutritivos e em quantidades suficientes, a Missão Permanente da Santa Sé junto à FAO, IFAD e PAM e o Fórum de Roma das Organizações não-Governamentais de inspiração católica uniram-se para promover uma iniciativa, que pretende encorajar uma mudança de perspectiva e propor um modelo alimentar diferente, com base nos princípios da ecologia integral, para enfrentar os desafios globais de forma sistemática.

Direito à alimentação

“Direito à alimentação, entre privação e desperdício. Chegou a hora de agir”: eis o título do Seminário, que se realizou, quinta-feira, dia 10, na Sede da FAO, em Roma. Tomaram parte do evento, entre outros, o Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, chanceler da Pontifícia Academia de Ciências Sociais; Mons. Robert Joseph Vitillo, ex-secretário-geral da Comissão Católica Internacional para as Migrações e consultor do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral; Simona Beretta, docente de Política Econômica da Universidade Católica do Sagrado Coração de Milão, e Maurizio Martina, vice-diretor geral da FAO, que explicou: “É muito importante discutir e aprofundar, com personalidades importantes, que trabalham pela segurança alimentar e lutam contra a fome no mundo, para que todos saibam que a fome é uma grande tragédia global e uma urgência dramática, que deve ser, novamente, colocada ao centro das atenções das instituições, mas também de cada cidadão".

Responsabilidade coletiva

O vice-diretor da FAO recordou ainda: “O mundo vive de contradições: não podemos pensar que a luta contra a fome no mundo é apenas uma questão que diz respeito aos poderosos da terra; a responsabilidade deve ser coletiva, porque envolve nossas vidas e nossas ações concretas, todos os dias. A resposta a estes grandes problemas exige ainda mudança nas atitudes dos indivíduos”. A este respeito, Maurizio Martina acrescentou: “Uma das questões mais importantes é o combate ao desperdício alimentar, que acontece em nossas casas; desperdiçamos mais de 30% do que compramos todos os dias. Trata-se de um dado colossal. Reduzir esta porcentagem contribuiria para a criação de um novo equilíbrio sustentável. Tal responsabilidade cabe a cada um de nós".

Menos armas e mais alimentos

Hoje, segundo Maurizio Martina, a FAO aponta muitos países em situação de emergência nutricional: “As áreas mais dramáticas são, certamente, a Faixa de Gaza, Iémen, Haiti, Sudão do Sul e boa parte do Corno de África. O continente africano é o mais atingido, junto com algumas regiões da Ásia. Situações semelhantes ocorrem também na América Latina”. Ao longo dos anos, o Papa Francisco fez inúmeros apelos, reiterando, repetidamente, o conceito: “São necessários menos armas e mais alimentos”. O Papa tem razão em levantar a voz para destacar esta enorme contradição. O que nós podemos dizer, humildemente, é que nunca haverá paz se não combatermos a fome no mundo”.

As necessidades

A educação nutricional, sobretudo, nos países mais desenvolvidos, deveria levar as novas gerações, mas, em geral, todos nós, a esbanjar menos, diz ainda o Pontífice: “Podemos produzir mais, desperdiçando menos. Este comportamento deve ser melhorado, tanto pelos próprios cidadãos como pelas empresas e governos. Por um lado, deveriam implementar políticas para ajudar a educar a não esbanjar; por outro, poderiam criar infraestruturas necessárias para levar a cabo esta transformação mais sustentável dos sistemas agroalimentares”. De fato, as necessidades são evidentes: “Precisamos gerir melhor os insumos, utilizados para processar os alimentos; construir novos níveis de sustentabilidade integral; introduzir elementos justos em mercados, muitas vezes distorcidos, onde a renda dos pequenos agricultores é reduzida apenas em benefício das grandes empresas".

Novos equilíbrios

Logo, é possível adotar novos equilíbrios: “Há exemplos positivos, por exemplo, onde empresas de todas as dimensões ajudam e promovem experiências virtuosas, úteis para todos. Devemos expandir estas boas práticas, aproveitar o que há de melhor nos muitos exemplos positivos e ampliar seu alcance, para transmitir, concretamente, uma mensagem de esperança, que possa ser traduzida em fatos reais para melhorar a vida das pessoas”. Podemos fazer tudo isso, embora os objetivos da ONU, neste momento, ainda estejam distantes: “O Objetivo número 2 da Agenda 2030 das Nações Unidas indica a meta ‘fome zero’ entre 6 anos. No entanto, estamos longe desta perspectiva. Segundo dados recentes, a situação piorou nos últimos anos. Precisamos acelerar as iniciativas para tentar recuperar o terreno perdido. Devemos pedir aos Estados para aumentar os recursos na luta contra a fome, caso contrário, seremos pessoas falidas”.

Fonte: Vatican News

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Santa Sé-Burkina Faso, acordo sobre o estatuto jurídico da Igreja Católica

Foi assinado em Ouagadougou, na sexta-feira (11), junto ao Ministério das Relações Exteriores, o segundo protocolo adicional ao Acordo que regulamenta ulteriormente o procedimento para a emissão do certificado de personalidade jurídica no direito às pessoas canônicas públicas sediadas no país, facilitando assim a missão evangélica.

Vatican News

Em Ouagadougou, Burkina Faso, foi assinado no Ministério das Relações Exteriores na sexta-feira (11) o segundo protocolo adicional ao Acordo entre a Santa Sé e Burkina Faso sobre o estatuto jurídico da Igreja Católica no país. Conforme informado por um comunicado da Sala de Imprensa do Vaticano, assinou pela Santa Sé, o Núncio Apostólico Dom Michael F. Crotty, Arcebispo Titular de Lindisfarne; pelo Estado de Burkina Faso, Karamoko Jean Marie Traore, Ministro das Relações Exteriores, da Cooperação Regional e Cidadãos no Exterior de Burkina Faso.

O Protocolo Adicional, que consiste em um preâmbulo, sete artigos e um anexo, regulamenta ainda mais o procedimento para a emissão do certificado de personalidade jurídica no direito de Burkina Faso para pessoas jurídicas canônicas públicas sediadas nessa nação, facilitando assim sua missão evangélica na promoção do bem comum. O acordo entrou em vigor no dia em que foi assinado.

Fonte: Vatican News

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Filipinas: reativada a Conferência dos líderes religiosos cristãos e muçulmanos de Mindanao

A Conferência de Líderes Religiosos de Mindanao é uma continuação de experiências precedentes que reunia líderes cristãos e islâmicos em Mindanao para promover iniciativas de diálogo e paz. A atual Conferência organizada em Davao nos dias 8 e 9 de outubro, convocada após uma série de seminários preparatórios, tem como objetivo renovar esse espírito e revitalizar a experiência original.

Vatican News

“Somos construtores de paz. A paz baseada na justiça é o nosso dever": os membros da Conferência dos Líderes Religiosos de Mindanao, reunidos nos dias 8 e 9 de outubro em Davao, no sul das Filipinas, reafirmaram em uma declaração final “o compromisso de trabalhar pela paz e pelo desenvolvimento sustentável’: um compromisso “guiado pelos valores do amor, da justiça, da harmonia, do respeito, da integridade, da unidade, da reconciliação, da espiritualidade e da humanidade”, afirma o documento enviado à Agência Fides. Esse compromisso, afirma o texto, “se manifesta concretamente na revitalização de nosso papel de construção da paz por meio de nossa plataforma da Conferência de Líderes Religiosos de Mindanao”.

Diálogo inter-religioso pode dar impulso significativo à paz

Os líderes religiosos reconhecem que têm a responsabilidade e a “obrigação moral de ser um movimento de paz muito dinâmico” que pode contribuir para a governança e a paz na Província Autônoma de Bangsamoro (a que tem maioria islâmica), na Ilha de Mindanao e em todo o país. De fato, a declaração reitera a convicção de que o diálogo inter-religioso pode dar um impulso significativo à paz nas comunidades muçulmanas, cristãs e dos povos indígenas, incentivando a “cooperação inter-religiosa no espírito de solidariedade”.

Diálogo e encontros em todos os níveis

Os líderes religiosos não fecham os olhos para os desafios no sul das Filipinas, como “a marginalização das Ilhas Sulu, a injustiça ambiental, o extremismo e o terrorismo”. Mas, justamente por isso, eles têm sucesso na urgência de “diálogos e encontros sobre a paz” em todos os níveis: com políticos, com representantes de grupos de jovens, com associações de povos indígenas. Nesse esforço, a oração é um elemento importante, a ser celebrado nas diferentes comunidades e também com encontros comuns.

As experiências precedentes

A Conferência de Líderes Religiosos de Mindanao é uma continuação da experiência do Bishop-Ulama Forum, estabelecido em Mindanao em 1996, posteriormente renomeado como Bishop-Ulama Conference (BUC), um órgão que reúne líderes cristãos e islâmicos em Mindanao para promover iniciativas de diálogo e paz. A BUC reunia 24 bispos católicos, 26 Ulama e 18 bispos e pastores protestantes. A ideia de reunir líderes cristãos e islâmicos surgiu com o arcebispo católico Fernando R. Capalla, então arcebispo de Davao, e do líder muçulmano Mahid M. Mutilan. Após o acordo de paz assinado nas Filipinas em 1996 entre o governo e o grupo rebelde Moro National Liberation Front (MNLF), o objetivo era estabilizar a conferência, colocando os valores morais e espirituais comuns aos cristãos, muçulmanos e outras religiões a serviço da harmonia e da paz entre as comunidades. A atual conferência organizada em Davao nos últimos dias, convocada após uma série de seminários preparatórios, tem como objetivo renovar esse espírito e revitalizar a experiência original.

(Agência Fides)

Fonte: Vatican News

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Bispos italianos enviam ajuda aos refugiados e deslocados no Líbano

A Conferência Episcopal Italiana (CEI) envia fundos para a Caritas e outros organismos eclesiais libaneses para ajudar na emergência dos setores alimentares e da saúde, mediante apoio psicossocial e acompanhamento. O presidente da CEI, Cardeal Matteo Zuppi diz: “As igrejas na Itália dizem aos libaneses: ‘Estamos com vocês’, estamos ao lado de quem vive, em primeira mão, o drama da guerra”.

Vatican News

A Presidência da CEI, reunida em sessão extraordinária, providenciou o envio de um milhão de euros, dos fundos arrecados em nível nacional (8x1000), que os cidadãos atribuem à Igreja Católica, para ajudar a população do Líbano. As doações, através do Serviço de Intervenções Caritativas para o Desenvolvimento dos Povos, servirão para dar abrigo e assistência humanitária a centenas de milhares de refugiados e deslocados, diante da emergência nos setores da nutrição e saúde, além da ajuda psicossocial e acompanhamento. Desta forma, a CEI responde aos numerosos pedidos da Caritas e de outros organismos e entidades eclesiais locais, presentes no território libanês. Nos últimos 30 anos foram realizados 143 projetos de desenvolvimento, em vários setores do país, por quase 34 milhões de euros, sempre com o auxílio da CEI.

Com o Papa aos libaneses: “Estamos com vocês”

O cardeal Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da CEI, afirma: “As igrejas na Itália aderem ao apelo do Santo Padre ao expressar proximidade e solidariedade aos nossos irmãos e irmãs no Líbano e em todo o Oriente Médio: ‘Estamos com vocês’! Ao continuar invocando o dom da paz, apelamos aos que têm responsabilidades políticas que silenciem as armas e sigam o caminho do diálogo e da diplomacia. Ao mesmo tempo, estamos, concretamente, ao lado dos que vivem, em primeira mão, o drama da guerra e da violência”.

Fonte: Vatican News

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Venezuela: ONU prorroga missão de investigação sobre violações dos direitos humanos

A resolução foi aprovada nesta sexta-feira (11/10) com 23 votos a favor, 6 contra (Argélia, China, Cuba, Eritreia, Sudão e Vietnã) e 18 abstenções (incluindo o Brasil).

Vatican News

O Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou a prorrogação por mais dois anos das atividades da missão internacional independente que investiga violações dos direitos humanos e crimes contra a humanidade supostamente cometidos na Venezuela desde 2014.

A resolução foi aprovada nesta sexta-feira (11/10) com 23 votos a favor, 6 contra (Argélia, China, Cuba, Eritreia, Sudão e Vietnã) e 18 abstenções (incluindo o Brasil).

No mês passado, a portuguesa Marta Valiñas, presidente da missão internacional, denunciou em um relatório “a intensificação da repressão de Estado” na “continuação de modelos anteriores” que “por sua intensidade e natureza sistemática, representa um ataque muito sério aos direitos fundamentais do povo venezuelano”.  Em suas conclusões, Valiñas descreveu a atual crise na Venezuela como “a pior da história recente” e que “um novo marco na deterioração do estado de direito” havia sido alcançado após a eleição presidencial de 28 de julho, que a Comissão Eleitoral de Caracas confirmou a Nicolás Maduro apesar da ausência da publicação dos documentos eleitorais.

A resposta do governo venezuelano não demorou a chegar. Em uma nota, o Ministério das Relações Exteriores em Caracas chamou a resolução de “irritante e ilegítima” “sobre o suposto mandato da vergonhosa missão de investigação”.

Enquanto isso, o Supremo Tribunal da Venezuela rejeitou um recurso contra a eleição de Maduro apresentado pelo candidato da oposição Enrique Márquez.

Fonte: Vatican News

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Serra Leoa, perder a infância trabalhando em minas a céu aberto

A ONG “ActionAid” denuncia o drama das crianças que, no país africano, são exploradas trabalhando em minas de diamantes, como crianças-soldado, mas também como crianças-noivas.

Beatrice Guarrera

Mãos na terra, baldes pesados para carregar, pás para cavar e peneirar até o último grão em busca de diamantes. Forçadas a trabalhar em minas a céu aberto. Essa é a condição de exploração a que são submetidas milhares de crianças em Serra Leoa e mais de um milhão em todo o mundo, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho.

“Ficávamos na mina até as cinco ou seis horas da tarde”, conta Neneh, hoje com 16 anos, que ia trabalhar depois da escola, “e no final meu pai nos dava algum dinheiro para irmos para casa e prepararmos a comida. Não tínhamos comida suficiente e não conseguíamos nos concentrar bem na escola. Mesmo que encontrássemos um diamante, eles não nos davam dinheiro, apenas material escolar e roupas novas. Eu não estava feliz em ir para as minas, mas não podia recusar”.

No distrito de Kono, em Serra Leoa, onde um dos vinte maiores diamantes do mundo foi descoberto em 2017, a riqueza do solo não alivia a pobreza das comunidades locais, mas é, ao contrário, a principal causa do flagelo do trabalho infantil. E essa não é a única escravidão à qual as crianças estão sujeitas. De fato, no país, duramente provado pela guerra civil que terminou em 2002, outros dramas ainda são vividos diariamente: o das crianças-soldado, bem como o dos casamentos infantis forçados. Isso é denunciado pela ActionAid, ativa no país desde 1988, que colabora com as instituições para proteger os menores e reintegrá-los ao sistema escolar.

“Fico triste”, afirma Neneh, “quando vejo minhas coetâneas nas minas, porque penso no que passei. As meninas que nem sequer vão à escola geralmente acabam engravidando sem ninguém para cuidar delas”. Em condições de pobreza, as meninas são particularmente vulneráveis. Em Serra Leoa, 9% dos casamentos envolvem meninas com menos de 15 anos e 30% de adolescentes com menos de 18 anos, enquanto 21% entre 15 e 19 anos já engravidaram.

Fonte: Vatican News

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Índia: casamento forçado é um abuso que afeta mais de 200 milhões de menores

Por ocasião do Dia Mundial das Meninas e jovens Mulheres, que se celebra no dia 11 de outubro, voltamos a falar, mais uma vez, do dramático fenômeno das meninas-noivas, sobretudo, no país do Sul da Ásia, mas também no mundo inteiro, onde ocorrem mais de 600 milhões de casos, mas que, nos próximos cinco anos, poderá aumentar para mais de 9 milhões.

Matteo Frascadore

Com a idade entre 11 e 17 anos, meninas assistem televisão, enquanto dançam, mas, em cada dez, uma delas permanece sentada, com cabisbaixo e ausente: ela, de 14 anos, como outras meninas da sua idade, foi obrigada a casar com um homem desconhecido e mais velho. Isto acontece no Estado federal indiano de Tamil Nadu, a algumas horas de carro de Pondycherry, em uma das casas de “Terre des Hommes”, uma organização não-governamental, que se dedica à reabilitação de meninas e mocinhas, que sofrem violência de todos os tipos. Os últimos momentos da vida fora de casa da menina de quatorze anos, obrigada, provavelmente a deixar a escola e segregada em casa, enganada a sair para ir rezar no templo. “Temos um vestido novo para você” foi o que lhe disse um homem, 26 anos, desconhecido, para atrair a menina e a obrigar a usar um colar, que marcava seu casamento. A vida desta menina foi confiada a este homem, apesar do seu desacordo feito aos seus pais.

Isso é o que acontece com as menores, forçadas ao casamento pela própria família. A história, apenas citada, foi transmitida aos meios de comunicação do Vaticano por Anna Agus, membro de “Terre des Hommes”, uma ONG que, recentemente, publicou o dossiê intitulado “Indefesa 2024”, que trata também deste tema. O fenômeno das meninas-noivas, ao longo dos últimos vinte anos, tem registrado um declínio significativo no mundo, mas, ainda hoje, continua sendo um grande problema. Somente na Índia, acontecem mais de 200 milhões de casos, quase um terço das menores obrigadas a casar no mundo. Estima-se que, até 2030, o número de vítimas poderá aumentar em mais de 9 milhões. Aqui, entra a importante atuação das ONGs e da conscientização. Trata-se de uma história que, apesar do seu drama, ainda dá um fio de esperança. De fato, a menina de quatorze anos, sobre a qual falamos, tomou a decisão corajosa de encontrar uma solução para a sua condição, ao ligar, com o celular do marido, para o número de telefone do setor antiviolência, em circulação, cada vez mais, na Índia, também nas escolas, graças a uma ampla campanha de prevenção para salvar a vida das meninas.

O motivo principal, pelo qual as famílias tentam, muitas vezes, forçar suas filhas menores a casar, é econômico: uma boca a menos para sustentar em casa. Este fator é considerado importante em uma crise que deixa, cada vez menos, espaço para respirar na Índia. Assim, as famílias recorrem a uma solução, que se transforma em imposição e não em pedido de casamento. A sensibilização sobre este assunto e a ação de diversas ONGs, inclusive a “Terre des Hommes”, estão, ainda que com muito custo, tentando enfrentar uma questão cultural, considerada normal na Índia.

Outro fator, que não deve ser subestimado, é o concernente à herança. Por isso, muitas meninas são forçadas a casar com parentes, muitas vezes primos, mesmo que ainda não estejam em idade adulta. Este costume também está enraizado na cultura e muitas gerações sofrem. Por conseguinte, os riscos são enormes, a começar pela saúde: muitos casamentos impostos a meninas e jovens mulheres transformam-se, em curto prazo, em maternidade prematura, que coloca a vida da menor em perigo, com consequências diretas para o feto. Fala-se de casos de meninas de até onze anos grávidas.

Há ainda outro fator, de relevância cada vez maior, nos últimos anos: o sofrimento psicológico, que pode ser definido como a redução das menores à escravização: um dano invisível, que se reflete, cada vez mais, em seus corpos, afetando a sua fase de crescimento e em nível cultural e incide sobre a evolução da sociedade indiana.

Trata-se de dinâmicas, que privam milhões de meninas e jovens mulheres do sentido da vida. Milhões delas perdem o direito à independência e são obrigadas a viver fechadas na casa das suas famílias ou, quando casadas, na casa do marido, fazendo apenas trabalhos domésticos, desistindo, assim, de seus sonhos e ambições.

Fonte: Vatican News

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Nicarágua, a CIDH denuncia: a dignidade dos prisioneiros é esmagada

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos alerta para os abusos físicos e psicológicos perpetrados contra pessoas privadas de liberdade na Nicarágua. A Comissão pede que o governo acabe com a perseguição de opositores políticos e ativistas de direitos humanos.

L’Osservatore Romano

Espancamentos, confinamento solitário prolongado, privação de sono, choques elétricos. Esta é a situação que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) descreve nas prisões da Nicarágua em uma denúncia pública e detalhada como graves violações contra pessoas privadas de liberdade. A Comissão é um órgão autônomo da Organização dos Estados Americanos.

Depois de coletar os testemunhos de algumas das 135 pessoas exiladas na Guatemala em 5 de setembro de 2024, incluindo membros leigos da Igreja Católica e missionários, a CIDH traçou um quadro dramático: condições de detenção deploráveis, falta de acesso à água potável, alimentação insuficiente e de má qualidade, interrogatórios constantes, atendimento médico negligente.

A CIDH também ressalta que, na Nicarágua, pelo menos 36 pessoas continuam presas ilegalmente, e apela veementemente ao governo para que liberte imediatamente todas as pessoas arbitrariamente privadas de liberdade e ponha fim à perseguição de opositores políticos e ativistas de direitos humanos. Também foi feito um apelo à comunidade internacional para que ofereça proteção e apoio àqueles que deixam o país após serem presos injustamente.

Fonte: Vatican News

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Fátima: «Coloco aos pés da Virgem a nossa Casa Comum, sempre mais destruída» – Cardeal Leonardo Steiner

O arcebispo de Manaus afirmou hoje na homilia da celebração da Palavra, em Fátima, que fazem parte da “grande família” que se encontra no santuário os que sofrem e os que cuidam da casa comum, “sempre mais destruída”.

“Eu vim a esta peregrinação e vieram no meu coração as comunidades da Amazónia, os povos indígenas, as comunidades ribeirinhas. Vieram os que sofrem com a falta de chuva, com a seca dos igarapés e a falta dos rios que antes eram caudalosos, e a falta de água. Coloco aos pés da Virgem a nossa Casa Comum, sempre mais destruída”, afirmou o cardeal Leonardo Steiner.

Na mensagem que dirigiu aos peregrinos presentes no recinto do Santuário de Fátima, após a Procissão das Velas, o cardeal brasileiro disse que a “multidão” presente no recinto forma “uma grande família” a celebrar “o cuidado de Deus” para com cada pessoa “em Nossa Senhora de Fátima”.

“Aqui nos apresentamos com nossas fragilidades do corpo e do espírito. Aqui estamos com os famintos, cegos, mudos, coxos, os de espírito mudo, como no tempo de Jesus”, afirmou.

“Aqui estamos com os andantes e desandantes das ruas e caminhos, os das esquinas da vida, para manifestar nosso desejo de participar do banquete da vida e da esperança”.

O arcebispo de Manaus desejou que todos possam “voltar para a quotidianidade da vida familiar e das comunidades de fé, fortalecidos e vivificados”, após a presença em Fátima.

“Aqui estamos agradecidos e suplicantes. Agradecidos pela graça de termos sido encontrados e atraídos pelo Pai do céu. Suplicantes porque necessitados, fragilizados, mas não despidos, não nus, porque estamos sob o manto da Mãe de Jesus e nossa. Nela todos nós esperançados. Por isso, confortados e agradecidos”, referiu.

O cardeal Leonardo Steiner lembrou que, com o bispo de Leiria-Fátima D. José Orneias, está a participar no Sínodo dos Bispos, em Roma, sobre a sinodalidade, que tem por tema “Como ser Igreja sinodal e missionária”, tendo-se deslocado ao santuário para celebrar com os peregrinos de Fátima.

“‘Como ser Igreja sinodal e missionária’. Como sermos todos filhos e filhas na graça de anunciarmos o Reino de Deus e Sua justiça. Como estarmos todos a juntos a caminho, como estamos aqui esta noite, com as nossas velas acesas, anunciando o Reino de Deus. Rezemos pelo Sínodo para que nos leve a ser uma Igreja cada vez mais viva e esperançada, sermos comunidade de fé que caminha com Jesus sob a proteção da Virgem, sermos comunidades que sabem acolher a todos, para que ninguém fique à margem, especialmente os pobres e migrantes, que ninguém se perca”, indicou.

Após a Procissão das Velas, a celebração da Palavra e a procissão do silêncio, a peregrinação internacional aniversária propõe aos peregrinos uma vigília de oração, ao longo da noite; na manhã do dia 13 de outubro, é celebrada no recinto do Santuário de Fátima a Missa, que termina com a bênção dos doentes e a procissão do adeus.

Fonte: Agência Ecclesia

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Igreja: «O papel da mulher na Igreja da Amazónia é fundamental», afirma arcebispo de Manaus 

Por que não reintroduzir do diaconado feminino? – cardeal Leonardo Steiner

O arcebispo de Manaus afirmou hoje que o papel da mulher “é fundamental” na Igreja da Amazónia e admitiu a reintrodução do diaconado feminino.

“Essas questões estão muito tensas na Igreja. Não deveríamos deixar de discutir e refletir. E se, numa hora, chegarmos à conclusão que, no passado, havia o diaconado feminino, por que não o reintroduzir, como foi reintroduzido o diaconado permanente?”, questionou o cardeal Leonardo Steiner.

Durante a conferência de imprensa de apresentação da peregrinação internacional de outubro ao Santuário de Fátima, o cardeal brasileiro, que participa nos trabalhos do Sínodo dos Bispos, em Roma, assim como o bispo de Leiria-Fátima, referiu-se à participação dos batizados nas comunidades da Arquidiocese de Manaus, onde muitas são coordenadas por mulheres e “exercem ministérios que os diáconos exercem”.

O cardeal Leonardo Steiner disse que “impõe as mãos” às mulheres que exercem, por exemplo o ministério para o batismo, para testemunhas do matrimónio, considerando que vão “celebrar um sacramento”.

O arcebispo de Manaus considera que é necessário “aprofundar alguns elementos” sobre a questão da ordenação diaconal das mulheres, nomeadamente a nível histórico, afirmando o atual momento “muito difícil na Igreja, de tensão quanto a essas questões”.

“Ainda tem muita conversa a ser feita”, afirmou, referindo que uma das 10 comissões da Assembleia do Sínodo dos Bispos vai ocupar-se do tema da ordenação diaconal das mulheres.

D. Leonardo Steiner lembrou a afirmação do Papa sobre o tema da ordenação diaconal das mulheres, sublinhando a importância de continuar a “discutir, debater, levar a discussão adiante”, mas não se mostrando disponível para “dividir a Igreja”.

Na conferência de imprensa, em Fátima, o arcebispo de Manaus recordou os “quatro sonhos” do Papa Francisco para a Igreja na Amazónia, o sonho social, cultural, ambiental e eclesial, valorizando a a realidade “multiforme” e de “diferentes culturas e das diferentes religiosidades” no território.

O cardeal brasileiro disse ainda que é necessário não “ter receio de falar de política”, lamentando uma “fase extremamente difícil” que o país está a viver.

Presente em Fátima pela primeira vez, D. Leonardo Steiner preside às celebrações de 12 e 13 de outubro. Fonte: Agência Ecclesia

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Igreja/Portugal: Manifesto de organizações católicas denuncia precariedade e pobreza dos trabalhadores

Documento encerra conferência dedicada ao «desafio do trabalho digno num mundo em mudança», da Comissão Nacional Justiça e Paz

Oito organizações católicas lançaram hoje um apelo conjunto, denunciando a precariedade e pobreza dos trabalhadores, no final da conferência anual da Comissão Nacional Justiça e Paz.

“Em Portugal persiste o fenómeno dos ‘working poor’ (trabalhadores com rendimentos que não lhes permitem superar a pobreza), persiste o trabalho ilegal e/ou clandestino, persistem, ainda, elevados índices de precariedade, e não desapareceu a necessidade de combater as desigualdades no trabalho entre homens e mulheres”, refere o texto, divulgado no final dos trabalhos.

O manifesto é assinado pela ACR – Ação Católica Rural, ACEGE – Associação Cristã de Empresários e Gestores, Cáritas Portuguesa, CNJP – Comissão Nacional Justiça e Paz, Federação Solicitude, JOC – Juventude Operária Católica, LOC/MTC – Liga Operária Católica/Movimento dos Trabalhadores Cristãos e o Metanoia – Movimento Católico de Profissionais.

A conferência anual da CNJP decorreu esta manhã, no Centro Cultural Franciscano, em Lisboa, com o tema ‘O desafio do trabalho digno num mundo em mudança’.

O manifesto alerta para a precariedade que “atinge hoje grande número de trabalhadores e de modo particular os jovens, o que em muito dificulta a realização dos seus projetos pessoais, como o de constituir família”.

“Novas formas contratuais, como as relativas ao trabalho em plataformas digitais, acentuam essa precariedade e não protegem devidamente direitos laborais anteriormente consolidados”, acrescenta o texto.

As organizações católicas defendem o domingo como dia livre para trabalhadores e suas famílias, considerando que se impõe, “em muitas situações, a redução e reorganização dos horários de trabalho”.

O manifesto adverte ainda que a transição digital e a transição energética, bem como recurso à inteligência artificial, “contribuirão para a destruição de muitos empregos e a reconversão profissional dos trabalhadores afetados não será isenta de dificuldades”.

Os signatários entendem que “não se têm registado os desejáveis progressos no âmbito da segurança no trabalho”, apelando à defesa dos agricultores d e dos trabalhadores imigrantes.

“Um dos melhores caminhos para efetivar a justiça social e o trabalho digno é o de aumentar os níveis de autorregulação por parte dos parceiros sociais, isto é, aumentar e promover o diálogo social, nomeadamente através da negociação coletiva”, prossegue o documento.

“O caminho para uma sociedade mais justa só se alcança com melhor distribuição da riqueza, com melhores condições de trabalho que promovam a saúde e bem-estar dos trabalhadores, com formação profissional de qualidade e com o aumento da produtividade; por consequência, teremos empresas mais saudáveis e trabalhadores mais motivados”.

As organizações católicas subscrevem o apelo do Papa em favor de um “salário básico universal”, lançado a 20 de setembro, na sessão comemorativa do 10.º aniversário do I Encontro Mundial dos Movimentos Populares.

“Em tempos de automatização e inteligência artificial, em tempos de informalidade e precarização laboral, que ninguém seja excluído dos bens básicos necessários para a subsistência”, disse Francisco, no Vaticano.

O manifesto é precedido por um elenco de princípios da Doutrina Social da Igreja, como a justa remuneração, a dimensão social do trabalho, o equilíbrio com a vida familiar, o combate à pobreza, os sindicatos e o objetivo do pleno emprego.

“Nas grandes decisões estratégicas e financeiras, os empresários não podem seguir apenas critérios de natureza financeira ou comercial, esquecendo a dignidade humana dos trabalhadores”, indicam os responsáveis.

Fonte: Agência  Ecclesia

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Igreja no Brasil celebra Nossa Senhora de Nazaré, a Rainha da Amazônia

Neste segundo domingo de outubro, a Igreja no Brasil celebra a maior devoção mariana do Norte do país, Nossa Senhora de Nazaré, chamada carinhosamente pelos fiéis de Rainha da Amazônia.

Para a comemoração da data, em Belém (PA) é realizada uma das maiores procissões católicas do mundo, o Círio de Nazaré, que chega a reunir cerca de 2 milhões de romeiros em uma caminhada de fé de 3,6 quilômetros. 

A devoção a Nossa Senhora de Nazaré teve início em Portugal. A imagem original da Virgem pertencia ao Mosteiro de Caulina, na Espanha, e teria saído da cidade de Nazaré, em Israel, no ano de 361. Acredita-se que a imagem foi esculpida pelo próprio são José.

Por causa de uma batalha, a imagem foi levada para Portugal, onde, por muito tempo, ficou escondida no Pico de São Bartolomeu. Só em 1119, foi encontrada e a notícia se espalhou, levando muitas pessoas a venerarem a santa. Desde então, muitos milagres foram atribuídos a ela.

No Brasil, uma pequena imagem da Senhora de Nazaré foi encontrada em 1700, na cidade de Belém (PA), pelo caboclo Plácido José de Souza, às margens do igarapé Murutucú, onde hoje se encontra a Basílica Santuário.

Plácido teria levado a imagem para a sua choupana e, no dia seguinte, ela não estava mais lá. Correu ao local do encontro e lá estava a “Santinha”. O fato teria se repetido várias vezes até a imagem ser enviada ao Palácio do Governo. No local onde a estátua foi achada, Plácido construiu uma pequena capela.

Em 1792, a Santa Sé autorizou a realização de uma procissão em homenagem à Virgem de Nazaré, na capital paraense. Organizado pelo presidente da Província do Pará, capitão-mor dom Francisco de Souza Coutinho, o primeiro Círio foi realizado no dia 8 de setembro de 1793. No início, não havia data fixa para o Círio, que poderia ocorrer nos meses de setembro, outubro ou novembro.

A partir de 1901, por determinação do bispo dom Francisco do Rêgo Maia, a procissão passou a ser realizada sempre no segundo domingo de outubro. Tradicionalmente, a imagem é levada da catedral de Belém à basílica santuário.

Hoje, o Círio de Nazaré vai além da procissão principal do segundo domingo de outubro, contando com uma programação que se estende por vários dias, incluindo missas, momentos de adoração e procissões.

Por sua grandiosidade, o Círio de Nazaré foi registrado, em setembro de 2004, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial.

Fonte:ACIDigital

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20 frases do beato Carlo Acutis que ensinam como viver uma juventude santa

Desde a sua beatificação, em 10 de outubro de 2020, em Assis (Itália), a cada dia se conhece mais sobre a vida e a obra do beato Carlo Acutis, como, por exemplo, as frases que pronunciou.

Embora o chamado “ciberapóstolo da Eucaristia” tivesse apenas 15 anos quando morreu depois de sofrer de leucemia, durante esses anos cultivou uma grande sabedoria graças à sua íntima relação com Jesus e Maria, que se refletiu em suas obras e palavras.

Abaixo, algumas das frases que deixou como legado do qual se pode aprender para viver uma juventude santa no século XXI:

1. "A Virgem Maria é a única mulher na minha vida".

2. "Quanto mais recebemos a Eucaristia, mais nos tornaremos semelhantes a Jesus, de modo que na terra teremos uma antecipação do Céu".

3. "Ao estar diante de Jesus Eucaristia nos tornamos santos".

4. "Existem pessoas que sofrem muito mais do que eu". “Ofereço todo o sofrimento que terei de sofrer pelo Senhor, pelo Papa e pela Igreja”.

5. “Peça continuamente ajuda ao seu anjo da guarda. Seu anjo da guarda tem que se tornar seu melhor amigo".

6. “Não temais, porque com a Encarnação de Jesus a morte se torna vida e não há necessidade de escapar: na vida eterna espera-nos algo extraordinário”.

7. "Jerusalém está ao virar a esquina".

8. "Todas as pessoas nascem como originais, mas muitas morrem como fotocópias".

9. "Estar sempre unido a Jesus, esse é o meu projeto de vida".

10. “A felicidade é olhar para Deus, a tristeza é olhar para si mesmo”.

11. “Não eu, mas Deus”. “A santificação não é um processo de adição, mas de subtração. Menos eu para deixar espaço para Deus”.

12. “Criticar a Igreja significa criticar a nós mesmos! A Igreja é a dispensadora de tesouros para a nossa salvação”.

13. "A única coisa que devemos pedir a Deus em oração é o desejo de ser santos".

14. “Nossa alma é como um balão aerostático. Se por acaso houver pecado mortal, a alma cai por terra. A confissão é como o fogo embaixo do balão que permite que a alma se levante novamente. É importante confessar-se com frequência”.

15. "Estou feliz por morrer, porque vivi minha vida sem desperdiçar um minuto com coisas que não agradam a Deus".

16. “Nossa meta deve ser o infinito, não o finito. O infinito é a nossa pátria. O céu está esperando por nós desde sempre”.

17. "A Eucaristia é a minha estrada para o céu".

18. "O Terço é a escada mais curta para subir ao Céu". "Depois da Sagrada Eucaristia, o Santo Terço é a arma mais poderosa para lutar contra o diabo".

19. "Por que os homens se importam tanto com a beleza de seu corpo e não se preocupam com a beleza de sua alma?". "Uma vida só é verdadeiramente bela se passamos a amar a Deus acima de tudo e ao nosso próximo como a nós mesmos".

20. "A conversão nada mais é do que mover o olhar de baixo para cima, um simples movimento dos olhos é suficiente".

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Do dia 11/10/2024

Dom Dirceu compartilha experiências da Igreja no Brasil que apontam para a sinodalidade na XVI Assembleia dos Bispos

O bispo de Camaçari (BA) e presidente do regional Nordeste 3 (Bahia e Sergipe) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Dirceu de Oliveira Medeiros, (em pé na foto) é um dos cinco delegados eleitos pelo episcopado brasileiro para participar das sessões mundiais dos XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos. 

Dom Dirceu foi membro da Equipe de Animação do processo Sínodo no país e esteve à frente da organização da escuta à Igreja no Brasil. Participando da segunda sessão que acontece no Vaticano até o próximo 27 de outubro, ele enviou-nos um relato no qual comenta a sua percepção sobre a escuta à Igreja no Brasil e como as questões do país estão ecoando no diálogo sinodal.

    Dom Dirceu contou que em um dos grupos falaram dos projetos Igrejas Irmãs e Comunhão e Partilha, duas boas práticas que marcam a trajetória da Igreja no Brasil. “Estas práticas foram apresentadas aqui e causaram admiração e bom acolhimento naqueles que dialogam conosco. Louvado seja Deus belas belezas, boas práticas e aquilo que já vivenciamos na Igreja no Brasil e que tem um sabor sinodal”, destacou.

Caminhada da Igreja na América Latina

Desde a primeira sessão mundial do Sínodo, em outubro do ano passado, segundo o bispo (no meio na foto),  é perceptível que muitos temas abordados na América Latina, e no Brasil em particular, já são  familiares à caminhada da Igreja no continente.

    “Embora ainda devamos crescer muito, algumas experiências vividas no Brasil e América Latina são sinais de sinodalidade: o fortalecimento dos conselhos, o trabalho em colegialidade, as assembleias de pastoral nas dioceses, a preocupação de criar espaços para atuação dos leigos na missão e também nos ambientes de decisão”, apontou.

De acordo com dom Dirceu essas experiências fazem parte de uma tradição na caminhada da Igreja na América Latina e do Brasil e precisam ser fortalecidas. Por outro lado, o bispo de Camaçari aponta ser necessário fortalecer as linhas mestras e grandes intuições que o Sínodo está levantando e fazendo refletir.

O presidente do regional Sul 3 da CNBB disse que ressoa muito fortemente no Sínodo a necessidade do ministério da escuta. “É claro que é compromisso de cada batizada ser uma presença de escuta qualificada junto ao nosso povo. É preciso se pensar seriamente na escuta para que possamos curar feridas abertas no tecido eclesial”, defendeu.

Fonte: CNBB

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Comissão de Bioética vai refletir a missão e os desafios dos Hospitais Católicos em encontro presencial

Gestores e mantenedoras de instituições hospitalares católicas são convidados a participar do encontro “Hospitais Católicos: missão e desafios”, promovido pela Comissão Especial de Bioética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O evento será realizado nos dias 15 e 16 de fevereiro de 2025, no Centro Universitário São Camilo, em São Paulo (SP).

Essa será uma oportunidade para refletir sobre a missão, a identidade e a vocação das instituições hospitalares católicas na realidade atual e para debater o tema da objeção de consciência profissional, tanto individual e quanto institucional. A Comissão de Bioética pretende ainda elaborar um documento preliminar com diretrizes para os gestores hospitalares no que diz respeito especificamente a algumas questões bioéticas.

Além dos hospitais católicos, outras instituições hospitalares interessadas também poderão participar.

A programação contará com partilhas e testemunhos de hospitais de várias partes do país, palestra sobre objeção de consciência, apresentação de um documento já existente sobre missão e vocação dos hospitais católicos e oficinas em grupos de discussão. Esses grupos abordarão os temas aborto, reprodução humana assistida, métodos anticonceptivos, terminalidade da vida, relação com parcerias públicas e privadas.

Para outras informações e inscrição, acesse a página do evento na CiaTicket. 

Fonte: CNBB

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Edições CNBB, editora da Conferência, expõe publicações na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip)

A  Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) começou na quarta-feira, 9, e vai até domingo, 13. O evento, considerado um dos mais importantes festivais literários do Brasil e da América Latina, chega a 22ª edição homenageando o escritor e jornalista João do Rio.

Paróquia Nossa Senhora dos Remédios

Na edição deste ano da Flip, a Edições CNBB e a Editora Vozes expõem suas obras em um espaço da paróquia Nossa Senhora dos Remédios, parceira do evento literário com a Casa Rosário CNBB, localizada na Igreja do Rosário, uma das mais antigas e icônicas de Paraty.

No local, é possível conhecer os recentes lançamentos das editoras, além de ter contato com exposições de obras de grande sucesso, palestras temáticas e também a presença de autores para sessões de autógrafos.

Totem instagramável com o cartaz da Campanha da Fraternidade 2025

No espaço está exposto ainda um totem instagramável com o cartaz da campanha da Fraternidade de 2025, divulgando e sensibilizando os visitantes para a temática da “Fraternidade e Ecologia Integral”.

Padre Thiago Faccini, diretor comercial da editora da CNBB, salientou que essa é a primeira vez que editoras católicas estão presentes oficialmente no circuito e programação da Flip. E destacou a importância da presença da Edições CNBB no evento:

    “É importante a nossa presença porque se torna um testemunho, uma forma de mostrar que a Igreja está em diálogo com a sociedade e com a cultura. E de modo especial, porque essa edição é realizada meses depois em que o Papa Francisco escreve uma carta sobre a importância da literatura na educação, então é importante enquanto Igreja estarmos presentes nesses ambientes, pois é uma forma de anunciar Jesus Cristo”, disse.

Programação da Casa Rosário CNBB na Flip 2024

A Casa do Rosário, na Igreja do Rosário, conta com programação própria durante os dias 10 a 12 de outubro

10/10, às 19h, palestra sobre a celebração do mistério da fé – Padre Thiago Faccini

11/10, às 19h, palestra sobre a carta do Papa Francisco sobre o papel da literatura na Educação – Padre Arnaldo Rodrigues

12/10, às 10h, palestra sobre a CF 2025 – Padre José Vanzella

12/10, às 10h30, palestra sobre o Capitalismo e Sustentabilidade – Theófilo Rodrigues (Editora Vozes)

12/10, às 11h30, sessão de autógrafos com Theófilo Rodrigues (Editora Vozes)

Por Larissa Carvalho

Fonte: CNBB

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Na segunda-feira, 14 de outubro, CNBB celebra 72 de anos de serviço à Igreja e à sociedade

       Na próxima segunda-feira, 14 de outubro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) completa 72 anos. Um slogan foi escolhido para marcar esta data: “CNBB: 72 anos de serviço à Igreja e à sociedade”. Às 11h, na capela Nossa Senhora Aparecida, na sede da CNBB, em Brasília, o arcebispo de Goiânia e primeiro vice-presidente da CNBB, dom João Justino de Medeiros silva, presidirá a missa de celebração dos 72 anos da Conferência. A celebração será transmitida nas redes sociais da CNBB.

72 anos de serviço à Igreja e à sociedade

O bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, fala sobre o significado do aniversário de 72 anos da CNBB e convida para este momento de celebração e ação de graças pela vida Conferência:

 “Queridos irmãos e irmãs, queremos celebrar com alegria os 72 anos de criação da CNBB. É um momento importante de revermos com memória agradecida este passado de conquistas e histórias significativas para Igreja no Brasil com todo o envolvimento e, acima de tudo, todo o esforço que os bispos do Brasil de geração em geração vêm buscando conquistar cada vez mais. Como os princípios de ética, solidariedade, fraternidade, justiça e paz para todo o país”, disse.

Sendo a Conferência que congrega o maior episcopado do mundo, dom Ricardo reforçou que a CNBB, nestes 72 anos, se coloca ainda mais a serviço à sociedade brasileira. “Os bispos do Brasil são esta força de unidade, comunhão e também de fraternidade que buscam unir cada vez mais unir todas as comunidades, dioceses e regionais, na mesma perspectiva: “Evangelizar”  para que todos sigamos o que nosso Senhor Jesus Cristo nos mandou: “ide e pregai o Evangelho a toda criatura”, disse.

Fonte: CNBB

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Tenda dos Peregrinos acolhe os romeiros que chegam em Aparecida 

Acolhimento dos romeiros segue até o dia 12, e retorna no final de semana seguinte 

Na véspera da Solenidade de Nossa Senhora Aparecida, nosso coração se enche ainda mais de fé e esperança com a chegada de peregrinos de todo o país que vem até o Santuário de diversas maneiras. Afinal, como diz o nosso lema, 'acolher bem também é evangelizar'!

Por isso está disponível a Tenda dos Peregrinos, um espaço organizado durante a Novena e Festa da Padroeira, dedicado para receber os peregrinos que, de longe e de perto, a pé ou de bicicleta, vêm trocar olhares com a Mãe Aparecida.

Os atendimentos já começaram nesta sexta-feira (11) e seguem até as 19h deste domingo (13) para atender os devotos que, mesmo depois da Solenidade de Nossa Senhora, continuam vindo a pé ou de bicicleta ao Santuário Nacional.

Altamir Francelino, devoto de Guarulhos (SP) percorreu 178 km pela Via Dutra e nos falou da emoção em chegar até Aparecida (SP) e ser bem atendido pelos voluntários da Tenda.

"Olha, foi minha primeira vez como peregrino a pé, fiquei maravilhado com todas as pessoas no caminho que prestam apoio! É uma coisa assim que não dá para explicar! Porque as pessoas doando o que tem mais de precioso, que é o tempo e também o dinheiro para nos ajudar! Quando a gente chegou aqui hoje e teve esse atendimento, é algo indescritível. O serviço é maravilhoso. Assim, considero como são anjos, são anjos de Deus. Vim no caminho, nos últimos quilômetros agradecendo todas as graças alcançadas, pedindo perdão pelas coisas erradas que fiz! E agradecer pelas coisas que a gente acha que deu errado mas são livramentos na vida da gente!", disse. 

Todos que trabalham na Tenda são voluntários, que dedicam tempo e esforço para acolher cada um que chega até a Casa da Mãe e precisa de apoio.

José Bull, morador de Aparecida, estudante do sexto período de fisioterapia fala da experiência voluntária e espiritual em ajudar os romeiros. 

"É o segundo ano que eu estou aqui, e pra mim é muito gratificante, isso é muito importante! É o amor que a gente passa pra eles. Nós fazemos o trabalho de recuperar e curar as feridas dos devotos, mas é a gente que sai renovado aqui por fazer parte desta missão de fé". 

Para isso, são oferecidos serviços de acolhida, massagem, lavagem dos pés, alongamento, curativos e atendimento médico e de enfermagem.

Neste ano, a Tenda conta com uma estrutura bem maior que a dos demais anos,  com a expectativa do espaço ter entre 500 a 1000 voluntários, sempre visando o conforto de cada um que passa por lá. São esperados aproximadamente 3 mil romeiros para serem bem cuidados e acolhidos na Tenda dos Peregrinos. 

Fabiana Maciel, supervisora administrativa do posto médico do Santuário Nacional falou ao A12 ressaltou todo o carinho e o cuidado que cada peregrino tem ao chegar na Tenda.

"A gente não só cuida desse cansaço deles, mas também esse acolhimento que nós como colaboradores do Santuário, já temos. Nós transmitimos também esse cuidado, esse acolhimento para todos os voluntários, para que todos os peregrinos sejam acolhidos e cuidados aqui com muito amor e carinho". 

Fonte: A12.com

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Dom Jaime Spengler tem encontro com ministro geral dos Franciscanos 

O arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, está em Roma para participar da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos em nome da Conferência Episcopal da América Latina e do Caribe (CELAM). Na sexta-feira (11), Dom Jaime Spengler teve um encontro com o Ministro Geral dos Franciscanos, Frei Massimo Fusarelli. Também participou da audiência o cardeal arcebispo da Arquidiocese de Manaus (AM), Dom Leonardo Steiner.

Dom Jaime Spengler ingressou na Ordem dos Frades Menores (OFM) em 20 de janeiro de 1982, pela admissão no Noviciado na cidade de Rodeio (SC). O arcebispo de Porto Alegre foi ordenado sacerdote no dia 17 de novembro de 1990. Sua nomeação como bispo auxiliar da Arquidiocese pelo Papa Bento XVI (1927-2022) ocorreu em 10 de novembro de 2010 e sua ordenação episcopal no dia 5 de fevereiro de 2011, na paróquia São Pedro Apóstolo, no município de Gaspar (SC) – sua cidade natal. Nomeado pelo Papa Francisco arcebispo metropolitano em setembro de 2013 tomou posse no dia 15 de novembro daquele ano, em celebração realizada na Catedral Metropolitana.

Dom Leonardo Steiner ingressou na Ordem dos Frades Menores em 20 de janeiro de 1972. O arcebispo de Manaus é catarinense do município de Forquilinha

CONSISTÓRIO

O arcebispo de Porto Alegre foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco no último domingo (6). O Consistório Ordinário está marcado para o dia 8 de dezembro - dia da Solenidade da Imaculada Conceição. Na ocasião serão criados 21 novos cardeais pelo Papa Francisco.

Fonte: Arquidiocese de Porto Alegre

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Papa: o mundo precisa do nosso testemunho comum, não da divisão dos cristãos

"A unidade dos cristãos e a sinodalidade estão ligadas" e ambas devem ser percorridas por um caminho ecumênico, enalteceu Francisco em homilia esta sexta-feira (11/10), por ocasião da Vigília Ecumênica com os padres sinodais: "hoje exprimimos a nossa vergonha pelo escândalo da divisão dos cristãos, de não testemunharmos juntos o Senhor Jesus. Este Sínodo é uma oportunidade para ultrapassar os muros que ainda persistem entre nós". "O mundo precisa de um testemunho comum", fiel à missão da Igreja.

Andressa Collet - Vatican News

A sexta-feira (11/10) dos padres sinodais foi finalizada com uma Vigília Ecumênica na Praça dos Protomártires, dentro do Vaticano. A data recorda a abertura do Concílio Vaticano II, como recordou o Papa Francisco em homilia, "que marcou a entrada oficial da Igreja Católica no movimento ecumênico". A homilia não foi lida pelo Santo Padre, mas entregue aos participantes. A Praça dos Protomártires Romanos é uma homenagem aos primeiros mártires da Igreja de Roma, que testemunharam com o próprio sangue a fé em Cristo. "Que estes mártires fortaleçam em nós a certeza de que nos aproximamos uns dos outros ao aproximarmo-nos de Cristo", porque "quanto mais os cristãos estão próximos de Cristo, tanto mais próximos estão uns dos outros".

Assim, enalteceu o Pontífice, "a unidade dos cristãos e a sinodalidade estão ligadas" e ambas devem ser percorridas através de um caminho ecumênico. Em ambos os processos, continuou o Papa, "não se trata tanto de construir algo, mas sim de acolher e fazer frutificar o dom que já recebemos. E como é que é o dom da unidade? A experiência sinodal ajuda-nos a descobrir alguns aspectos".

A unidade é uma graça

O Papa começou, então, a trazer alguns ensinamentos sobre a unidade. A primeira, de que ela é "uma graça, um dom imprevisível" "cujos tempos e modos não podemos prever":

“O verdadeiro protagonista não somos nós, mas o Espírito Santo que nos guia para uma maior comunhão. Tal como não sabemos de antemão qual será o resultado do Sínodo, também não sabemos exatamente como será a unidade a que somos chamados.”

A unidade é um caminho

Outro dos ensinamentos do processo sinodal é que "a unidade é um caminho: amadurece em movimento, durante o percurso. Cresce no serviço recíproco, no diálogo da vida, na colaboração entre todos os cristãos". Um caminho, porém, que deve ser percorrido "segundo o Espírito (cf. Gal 5, 16-25)", numa peregrinação comum “ao ritmo de Deus”.

A unidade é harmonia

Um terceiro ensinamento é que "a unidade é harmonia", feita da beleza da Igreja, como acontece no Sínodo, através da "variedade dos seus rostos" e no caminho do Espírito Santo:

"A unidade não é uniformidade, nem é o resultado de compromissos ou equilíbrios. A unidade cristã é harmonia na diversidade dos carismas suscitados pelo Espírito para a edificação de todos os cristãos."

A unidade para a missão

Por fim, tal como a sinodalidade, "a unidade é para a missão", num testemunho dos padres conciliares "quando afirmaram que a nossa divisão «é escândalo para o mundo, como também prejudica a santíssima causa da pregação do Evangelho a toda a criatura» (UR, 1)":

"O movimento ecumênico nasceu do desejo de testemunhar juntos, na companhia dos outros, não afastados uns dos outros ou, pior ainda, uns contra os outros. Neste lugar, os Protomártires recordam-nos que hoje, em muitas partes do mundo, cristãos de diferentes tradições dão juntos a vida por causa da fé em Jesus Cristo, vivendo o ecumenismo do sangue. O seu testemunho é mais forte do que qualquer palavra, porque a unidade vem da Cruz do Senhor."

Ao final da homilia, o Papa recordou da celebração penitencial realizada antes de iniciar a segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos em andamento no Vaticano até 27 de outubro. Francisco reforçou a necessidade de se promover "um caminho para a plena unidade, em harmonia uns com os outros e com toda a criação:

“Hoje exprimimos também a nossa vergonha pelo escândalo da divisão dos cristãos, pelo escândalo de não testemunharmos juntos o Senhor Jesus. Este Sínodo é uma oportunidade para melhorar, para ultrapassar os muros que ainda persistem entre nós. Concentremo-nos no chão comum do nosso mesmo Batismo, que nos impele a ser discípulos missionários de Cristo, com uma missão comum. O mundo precisa de um testemunho comum, o mundo precisa que sejamos fiéis à nossa missão comum.”

Fonte: Vatican News

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No encontro de 35 minutos, Papa recebe de Zelensky quadro sobre o massacre de Bucha

O presidente ucraniano pela terceira vez no Palácio Apostólico para a audiência com Francisco. Zelensky chegou um pouco atrasado ao Vaticano com uma grande fila de carros da escolta, que passou pelas ruas de uma Roma blindada. Mais de meia hora de diálogo privado com o Pontífice, seguida pelas conversas na Secretaria de Estado

Salvatore Cernuzio – Cidade do Vaticano

O horror de Bucha visto pelos olhos de Marichka, uma menina imaginária diante da qual soldados russos torturaram e mataram seu pai, sua mãe e sua avó. O massacre de mais de 630 civis ocorrido há dois anos na cidade a poucos quilômetros a norte de Kiev – o que as autoridades ucranianas definem como um “genocídio” para o qual solicitaram investigações aprofundadas ao Tribunal Penal Internacional – esteve na pauta da audiência do Papa Francisco a Volodymyr Zelensky na manhã desta sexta-feira, 11 de outubro.

O presidente ucraniano, depois da conversa privada na sala da biblioteca que durou cerca de 35 minutos, entregou ao Papa uma pintura a óleo de uma menina, Marichka, que com os seus olhos opacos, lenço e casaco castanho representa todos os habitantes de Bucha que presenciaram sequestros, torturas, saques, violações, mesmo de menores. Uma brochura ao lado da obra reconstrói detalhadamente os fatos.

Zelensky quis dar este presente ao Papa para mais uma vez chamar a atenção do mundo para as atrocidades vividas pelo seu povo, que há mais de dois anos e meio anseia por uma paz que “é uma flor frágil”, como afirma o escrito na obra em bronze doada por Francisco ao líder ucraniano.

Turnê europeia 

O presidente ucraniano faz a terceira etapa de uma tour europeia voltada a apresentar o seu "Plano para a Vitória", que o levou a Londres e Paris e na tarde de hoje à Alemanha para se encontrar com o chanceler Olaf Scholz e depois o presidente Frank-Walter Steinmeier.

Ao chegar a Roma, encontrou-se na noite de quinta-feira com a primeira-ministra Giorgia Meloni, que reiterou o total apoio da Itália à Ucrânia, quer em nível bilateral como multilateral.

Já por volta das 9h45 desta sexta-feira, 11, o líder ucraniano percorreu os corredores históricos do Palácio Apostólico. A primeira vez foi em 2020, quando a pandemia de Covid-19 ainda não tinha explodido em nível mundial e as tensões na Ucrânia estavam limitadas à parte oriental do país; a segunda vez foi em maio de 2023, um ano e meio depois do primeiro míssil lançado pela Rússia em solo ucraniano. O Papa e o presidente ucraniano voltaram a se encontrar em junho deste ano no G7 em Borgo Egnazia, Apúlia sul da Itália: Zelensky esteve entre os primeiros líderes a encontrar o Pontífice. Ao longo de todos estes meses, também houve contatos telefônicos, cartas, apelos, a missão do cardeal Zuppi e a viagem de julho do secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin.

Diálogo reservado 

Assim, nesta sexta-feira, uma nova audiência em uma manhã repleta de compromissos para o Papa que, por volta das 9h, recebeu também o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez. Volodymyr Zelensky chegou logo a seguir com um ligeiro atraso, escoltado por um comboio de carros que atravessou a Via della Conciliazione e a Piazza Pio XII, ambas isoladas e fortemente blindadas pela polícia e carabinieri que pela manhã realizaram uma varredura antiterrorismo em toda a área.

Nenhum sinal, como brasões ou bandeiras no carro do presidente ucraniano que, depois de atravessar a Praça de São Pedro e o Arco dos Sinos, chegou às 9h40 ao Pátio de São Dâmaso.

O presidente ucraniano foi recebido pelo regente da Casa Pontifícia, monsenhor Leonardo Sapienza. Em uniforme militar, com uma camisa pólo verde com o tryzub (em ucraniano Тризуб), brasão do tridente bizantino dos príncipes da Rus' de Kiev e hoje símbolo do país, Zelensky dirigiu-se então à Sala da Biblioteca do Palácio Apostólico onde Francisco o aguardava.

Aperto de mão, algumas brincadeiras iniciais, depois a conversa à portas fechadas que durou mais de meia hora, até às 10h20 sobre os temas da guerra e da paz para a Ucrânia, sempre definida pelo Papa como “martirizada”.

A Sala de Imprensa da Santa Sé informou que o Papa, durante o encontro, ao falar sobre o sofrimento das crianças ucranianas, sublinhou como elas perderam a capacidade de sorrir.

Os presentes 

No momento da tradicional troca de presentes, o Papa, além da escultura em bronze “A paz é uma flor frágil”, entregou ao seu hóspede a Mensagem para o Dia Mundial da Paz 2024, aquela dedicada à inteligência artificial que corre o risco de agravar a "loucura da guerra." Depois os volumes dos documentos papais, o livro sobre a Statio Orbis de 27 de março de 2020, editado pela LEV e o volume, também publicado pela LEV “Perseguidos pela verdade, os greco-católicos ucranianos atrás da Cortina de Ferro”. Este é um álbum de fotografias coloridas, resultado de um projeto de pesquisa do Instituto de História da Igreja da Universidade Católica Ucraniana sobre a vida clandestina da Igreja Greco-Católica Ucraniana, para documentar o legado dos mártires e confessores da fé. Aqueles famosos, os menos conhecidos, os anônimos.

Colóquio na Secretaria de Estado 

Depois de saudar a delegação – nove membros, incluindo o embaixador ucraniano junto à Santa Sé, Andrii Yurash, e o chefe do Gabinete do presidente da Ucrânia, Andrij Jermak – Zelensky dirigiu-se à Secretaria de Estado para os colóquios, na presença do cardeal secretário de Estado Pietro Parolin, acompanhado pelo arcebispo Paul Richard Gallagher, secretário para as Relações com os Estados e as Organizações Internacionais da Secretaria de Estado.

Fonte: Vatican News

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Francisco: cessar-fogo imediato no Oriente Médio, respeitar a integridade nacional

Em dois tuítes em sua conta X @Pontifex, o Papa reitera o “direito de existir em paz e segurança” para todo país e pede um “cessar-fogo imediato” no Oriente Médio, esperando que os libaneses em fuga “possam retornar em breve” às suas vidas.

Vatican News

"Todas as Nações têm o direito de existir em paz e segurança: seus territórios não devem ser atacados, sua soberania deve ser respeitada e garantida mediante a paz e o diálogo. A guerra e o ódio levam somente morte e destruição para todos." Foi o que escreveu o Papa Francisco no primeiro dos dois tuítes publicados em sua conta X @Pontifex, nesta sexta-feira (11/10).

Direito à paz e segurança

Neste 11 de outubro, enquanto as terríveis notícias provenientes das frentes se chocam com o anúncio do Prêmio Nobel da Paz, que evoca novamente o espectro do Holocausto nuclear no Japão, que tem sido levantado com demasiada frequência recentemente, a mensagem de Francisco alcança as redes sociais poucas horas depois do encontro com o presidente ucraniano Zelensky. Dois tuítes rápidos e incisivos, publicados pela conta @Pontifex, ecoando o que foi dito no Angelus de 6 de outubro.

Oração pelos deslocados libaneses

Desde a eclosão da guerra na Ucrânia, há mais de trinta meses, o horror de 7 de outubro de 2023 e o desencadear da destruição nas áreas da Terra Santa, Francisco não perdeu e não perde a oportunidade de rezar, pedir, insistir sobre a urgência de se reunir e procurar a reconciliação.

No segundo tuíte, o Papa pede "um cessar-fogo imediato em todas as frentes de guerra no Oriente Médio, inclusive no Líbano. #RezemosJuntos pelos libaneses, especialmente pelos habitantes do sul obrigados a abandonar seus vilarejos, que possam voltar em breve e viver em #paz."

Fonte: Vatican News

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Palestina, o apoio da Ordem do Santo Sepulcro àqueles que perderam seus empregos

A instituição pontifícia, que já havia se comprometido a ajudar o Patriarcado Latino de Jerusalém com uma contribuição mensal para 2024, ativou um Fundo especial de ajuda humanitária para a emergência em Gaza e na Cisjordânia, onde muitos palestinos não têm mais uma ocupação devido ao bloqueio ao turismo e ao conflito em andamento. Uma resposta para aqueles que não podem mais “garantir a sobrevivência de suas famílias”

Vatican News

Para responder à dramática situação no Oriente Médio e às trágicas necessidades não apenas em Gaza, mas também na Palestina, “onde a taxa de desemprego disparou devido ao bloqueio do turismo e à perda de trabalho de muitos palestinos que costumavam trabalhar em Israel”, a Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém ativou, graças à generosidade de seus membros, um Fundo especial de ajuda humanitária para a emergência em Gaza e na Cisjordânia, onde até o momento um milhão e meio de dólares foram alocados pelas Locotenências da Ordem (as realidades locais de Cavaleiros e Damas nos vários países). Esse montante se soma ao quase um milhão de dólares mensais que a Ordem, composta por cerca de 30.000 membros presentes nos vários continentes, havia se comprometido em 2024 a destinar ao Patriarcado Latino de Jerusalém, para cujo apoio, por estatuto, a solidariedade dos Cavaleiros e Damas da Ordem é direcionada principalmente.

O testemunho do grão prior, patriarca Pizzaballa

Em um comunicado, o Grão Magistério da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, instituição pontifícia com a missão específica que lhe foi atribuída pelo Papa de “animar o zelo pela Terra de Jesus e apoiar a Igreja Católica e a presença cristã ali”, lembra que está acompanhando “com atenção diária a evolução da situação” da população da Terra Santa, em contato com o Patriarcado. Uma situação que, a um ano de 7 de outubro de 2023, continua a ser extremamente difícil. Nesta semana, o Grão Magistério da Ordem se reuniu em torno do cardeal Fernando Filoni, Grão-Mestre, e do governador geral, embaixador Leonardo Visconti di Modrone, na presença do assessor dom Tommaso Caputo, para a reunião semestral. Infelizmente, estava ausente o grão prior da Ordem, o Patriarca Latino de Jerusalém, cardeal Pierbattista Pizzaballa, que, devido ao agravamento das condições internacionais, não pôde estar presente pessoalmente, mas enviou uma mensagem em vídeo, na qual agradeceu aos membros da Ordem por seu apoio e orações, essenciais neste momento dramático. “Os mortos estão aumentando dia após dia - diz o comunicado -, mas não podemos nos esquecer de como tragicamente os feridos, os órfãos, os deslocados e aqueles que não têm mais como garantir a sobrevivência diária de suas famílias também se somam em números assustadores”.

Ajuda às 40 escolas administradas pelo Patriarcado

O apoio mensal da Ordem destina-se a cobrir, na medida do possível, as despesas institucionais dessa grande Diocese que se estende por quatro países, Israel, Palestina, Jordânia e Chipre, ajuda a rede de mais de 40 escolas administradas pelo Patriarcado e que oferecem uma educação de qualidade a cerca de 20.000 jovens na Terra Santa, cristãos e muçulmanos, crescendo juntos e com respeito mútuo. Além disso, apoia o seminário diocesano, as atividades pastorais e também fornece ajuda humanitária. No Grão Magistério da Ordem há uma Comissão para a Terra Santa que regularmente visita pessoalmente os projetos realizados na Terra Santa.

De Gaza, a voz do pároco

Este ano, os membros da Comissão se reuniram on-line durante quatro dias com os vários serviços do Patriarcado e algumas das principais instituições apoiadas pelas contribuições recebidas. Apesar da distância, essas reuniões foram particularmente significativas. “Quando falamos com o padre Gabriel Romanelli, pároco de Gaza, ele estava no carro, levando uma menina para o hospital”, conta o presidente da Comissão, Bartholomew McGattrick, deixando transparecer sua comoção. “Sugerimos que adiássemos a reunião, mas ele nos disse que essa é a vida cotidiana em Gaza e que poderíamos continuar. Aquela criança, ele nos disse no final da conversa, teria sua perna amputada”.

Apoio a novos empregos na Cisjordânia

Entre os muitos projetos realizados pelo Patriarcado Latino de Jerusalém com contribuições enviadas pela Ordem do Santo Sepulcro, há vários que visam à criação de empregos, especialmente na Cisjordânia, “para que os necessitados e aqueles que perderam seus empregos não recebam apenas apoio econômico, mas sejam colocados em posição de ter uma renda”. Também é importante o aconselhamento psicológico oferecido pelos centros que foram criados para ajudar as famílias a superar traumas.

Fonte: Vatican News

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Caccia: combater estereótipos que negam às mulheres iguais oportunidades

O pronunciamento do representante vaticano nas Nações Unidas, dom Gabriele Caccia: as mulheres vítimas do tráfico de pessoas representam 60% do tráfico de seres humanos, e a educação é a alavanca para restituir sua dignidade e seu futuro

Vatican News

 “As mulheres e as meninas representam cerca de 60% das vítimas identificadas do tráfico de seres humanos e constituem a grande maioria das pessoas traficadas para exploração sexual”.

Foi o que evidenciou o arcebispo Gabriele Caccia, observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, que falou na quarta-feira (09/10) em Nova York sobre o tema da “promoção das mulheres” em um painel na 79ª sessão da Assembleia Geral da Onu.

Compromisso com a redução da mortalidade materna

A promoção das mulheres e o reconhecimento de sua igual dignidade “são essenciais para uma sociedade justa”, enfatizou dom Caccia, lembrando que foram dados passos adiante, mas que persiste a necessidade de combater todos os “estereótipos nocivos que negam às mulheres e às meninas oportunidades iguais”.

Também foi dada atenção à maternidade e a “um compromisso renovado com a redução da mortalidade materna”, em face, inclusive, do progresso estagnado na última década.

Desigualdades e diferenças de acesso ainda persistem

“Hoje, o atendimento pré-natal, as obstetras qualificadas e as clínicas devidamente equipadas podem evitar” muitas mortes, sobretudo considerando que essas possibilidades são negadas às mulheres que vivem na pobreza.

“A educação é crucial para permitir que mulheres e meninas desenvolvam seus talentos e realizem seu potencial na sociedade”, acrescentou o observador permanente, em um momento em que as desigualdades e diferenças de acesso ainda persistem.

Fonte: Vatican News

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Hollerich: cuidado e coerência, as chaves para relações que fazem crescem

O relator geral do Sínodo apresentou na tarde desta quinta-feira (10/10) o Módulo 3 do Instrumentum laboris dedicado à “perspectiva dos percursos que apoiam e alimentam o dinamismo das relações em termos concretos”. As boas relações entre os participantes da Assembleia, enfatizou, da parusia à confiança, são também exemplos de cuidado mútuo e são boas para a Igreja.

Alessandro Di Bussolo – Vatican News

“Cuidado e coerência” são as chaves com as quais os participantes do Sínodo são convidados a abordar o tema da seção ‘Percursos’ do Instrumentum laboris, incluído no Módulo 3. Foi o que enfatizou na tarde desta quinta-feira, 10 de outubro, em sua apresentação, o cardeal Jean-Claude Hollerich, relator geral da Assembleia, recordando o tema do módulo, que assume “a perspectiva dos Caminhos que sustentam e alimentam o dinamismo das relações na concretude”, continuando com “maior concretude” os temas do Módulo 2. Ele enfatizou que “a riqueza da rede de relacionamentos que compõem a Igreja” é ao mesmo tempo “poderosa e frágil” e, portanto, precisa de cuidados.

Sem cuidado, os relacionamentos “murcham

Para o cardeal, sem cuidado, os relacionamentos “murcham” e “se tornam tóxicos”. A pergunta deve então ser feita: “com quais ferramentas podemos apoiar e nutrir o tecido relacional de que as pessoas e as comunidades precisam? O que pode torná-los mais fortes” e o que, em vez disso, “amortece e extingue os relacionamentos?” Relacionamentos que “são justamente o objeto de nossa contemplação e oração”, como uma riqueza que “ilumina nossas mentes e aquece nossos corações”: esses são “os relacionamentos que nos fazem crescer!”

Práticas coerentes com nossas afirmações

Mas os relacionamentos, continuou Hollerich, são vivenciados “em práticas concretas e cotidianas” que devem “ser coerentes com nossas afirmações, caso contrário as pessoas ouvirão nossas palavras, mas acreditarão em nossas práticas”. A pergunta a ser feita, para o arcebispo de Luxemburgo, é: 'que articulação dos processos decisórios na Igreja é coerente com o que dizemos sobre as relações entre vocações, carismas e ministérios, sobre sua reciprocidade e complementaridade? E com as afirmações a respeito da dignidade de cada pessoa batizada?”.

Os quatro parágrafos da seção “Percursos”

O relator geral relembrou os quatro parágrafos da seção “Percursos”. O parágrafo intitulado “Uma formação integral e compartilhada” responde à forte necessidade de formação que surgiu durante o processo sinodal, e a primeira “deve ser a escuta (da Palavra de Deus, dos irmãos e irmãs, do contexto em que a missão acontece e da voz do Espírito Santo)”. O parágrafo “Discernimento eclesial para a missão” destaca “a profundidade espiritual, teológica e pastoral de um autêntico processo de discernimento, que o torna diferente de qualquer técnica ou metodologia organizacional ou gerencial”. O terceiro parágrafo, “A articulação dos processos de tomada de decisão”, reflete sobre a necessidade de “a Igreja desenvolver modos participativos de tomada de decisão, na circularidade do diálogo entre todos os membros do Povo de Deus e com respeito às diferentes funções”, especialmente a daqueles que exercem autoridade em nome do Senhor. Ele também detalha o valor da consulta. Por fim, o parágrafo 'Transparência, prestação de contas, avaliação' nos convida a promover uma mudança cultural e uma conversão de atitude, retornando às 'práticas da Igreja primitiva', cientes de que 'a avaliação regular do trabalho daqueles que ocupam cargos de responsabilidade é uma ferramenta para desempenhá-los melhor, aprendendo com a experiência'.

O exemplo de estilo nos relatórios da Assembleia

Por fim, analisando o estilo dos relatórios da Assembleia Sinodal, o Cardeal Hollerich explicou que “preparar os discursos em grupos e em plenário, respeitar os tempos e os temas, expressar-se francamente” - a parresia à qual o Papa frequentemente os chama -, “estar disponível” para enfrentar “possíveis bloqueios ou medos e cultivar uma atitude de confiança mútua” são maneiras de “cuidar do relacionamento entre nós, para o bem de toda a Igreja”.

Fonte: Vatican News

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Hollerich: cuidado e coerência, as chaves para relações que fazem crescem

O relator geral do Sínodo apresentou na tarde desta quinta-feira (10/10) o Módulo 3 do Instrumentum laboris dedicado à “perspectiva dos percursos que apoiam e alimentam o dinamismo das relações em termos concretos”. As boas relações entre os participantes da Assembleia, enfatizou, da parusia à confiança, são também exemplos de cuidado mútuo e são boas para a Igreja.

Alessandro Di Bussolo – Vatican News

“Cuidado e coerência” são as chaves com as quais os participantes do Sínodo são convidados a abordar o tema da seção ‘Percursos’ do Instrumentum laboris, incluído no Módulo 3. Foi o que enfatizou na tarde desta quinta-feira, 10 de outubro, em sua apresentação, o cardeal Jean-Claude Hollerich, relator geral da Assembleia, recordando o tema do módulo, que assume “a perspectiva dos Caminhos que sustentam e alimentam o dinamismo das relações na concretude”, continuando com “maior concretude” os temas do Módulo 2. Ele enfatizou que “a riqueza da rede de relacionamentos que compõem a Igreja” é ao mesmo tempo “poderosa e frágil” e, portanto, precisa de cuidados.

Sem cuidado, os relacionamentos “murcham

Para o cardeal, sem cuidado, os relacionamentos “murcham” e “se tornam tóxicos”. A pergunta deve então ser feita: “com quais ferramentas podemos apoiar e nutrir o tecido relacional de que as pessoas e as comunidades precisam? O que pode torná-los mais fortes” e o que, em vez disso, “amortece e extingue os relacionamentos?” Relacionamentos que “são justamente o objeto de nossa contemplação e oração”, como uma riqueza que “ilumina nossas mentes e aquece nossos corações”: esses são “os relacionamentos que nos fazem crescer!”

Práticas coerentes com nossas afirmações

Mas os relacionamentos, continuou Hollerich, são vivenciados “em práticas concretas e cotidianas” que devem “ser coerentes com nossas afirmações, caso contrário as pessoas ouvirão nossas palavras, mas acreditarão em nossas práticas”. A pergunta a ser feita, para o arcebispo de Luxemburgo, é: 'que articulação dos processos decisórios na Igreja é coerente com o que dizemos sobre as relações entre vocações, carismas e ministérios, sobre sua reciprocidade e complementaridade? E com as afirmações a respeito da dignidade de cada pessoa batizada?”.

Os quatro parágrafos da seção “Percursos”

O relator geral relembrou os quatro parágrafos da seção “Percursos”. O parágrafo intitulado “Uma formação integral e compartilhada” responde à forte necessidade de formação que surgiu durante o processo sinodal, e a primeira “deve ser a escuta (da Palavra de Deus, dos irmãos e irmãs, do contexto em que a missão acontece e da voz do Espírito Santo)”. O parágrafo “Discernimento eclesial para a missão” destaca “a profundidade espiritual, teológica e pastoral de um autêntico processo de discernimento, que o torna diferente de qualquer técnica ou metodologia organizacional ou gerencial”. O terceiro parágrafo, “A articulação dos processos de tomada de decisão”, reflete sobre a necessidade de “a Igreja desenvolver modos participativos de tomada de decisão, na circularidade do diálogo entre todos os membros do Povo de Deus e com respeito às diferentes funções”, especialmente a daqueles que exercem autoridade em nome do Senhor. Ele também detalha o valor da consulta. Por fim, o parágrafo 'Transparência, prestação de contas, avaliação' nos convida a promover uma mudança cultural e uma conversão de atitude, retornando às 'práticas da Igreja primitiva', cientes de que 'a avaliação regular do trabalho daqueles que ocupam cargos de responsabilidade é uma ferramenta para desempenhá-los melhor, aprendendo com a experiência'.

O exemplo de estilo nos relatórios da Assembleia

Por fim, analisando o estilo dos relatórios da Assembleia Sinodal, o Cardeal Hollerich explicou que “preparar os discursos em grupos e em plenário, respeitar os tempos e os temas, expressar-se francamente” - a parresia à qual o Papa frequentemente os chama -, “estar disponível” para enfrentar “possíveis bloqueios ou medos e cultivar uma atitude de confiança mútua” são maneiras de “cuidar do relacionamento entre nós, para o bem de toda a Igreja”.

Fonte: Vatican News

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Redescobrir o sentido da espera, uma lição do Sínodo

Numa sociedade cada vez mais rápida e que parece não permitir pausas para reflexão, o Sínodo sobre a Sinodalidade é um “bom campo de treinamento” para a espera. Uma experiência que mostra a importância de reservar o momento certo para o diálogo e o debate. O Papa Francisco convida-nos a fazer nossa a atitude paciente do Bom Semeador que coloca as sementes com confiança na terra, apesar de não poder colher os frutos imediatamente.

Alessandro Gisotti

Luzes de Natal surgiram em diversas varandas e vitrines de lojas em Roma. A temporada de verão terminou há algumas semanas, mas já há quem queira ansiar por um novo feriado, diminuindo o intervalo de tempo que nos separa do próximo feriado. E não importa a que distância esteja no calendário. Além disso, como já estamos acostumados a ver há anos, muitas lojas incentivam esse ritmo sincopado, então, por exemplo, no período do Natal não se tem tempo de comprar o último panetone antes que os primeiros ovos de Páscoa já apareçam. Mas porque é que vivemos imersos num contexto em que signos e objetos – desde luzes a produtos alimentares nas lojas – nos lembram sempre um momento de celebração? Talvez porque não queiramos mais esperar. Acima de tudo, não queremos mais esperar pelas coisas que nos interessam. Já não reconhecemos o valor da passagem do tempo, o que tornou ainda mais desejável o que queríamos alcançar. Agora queremos tudo imediatamente. E depois que acabar esse “tudo” (parcial), que foi consumido muito rapidamente, já estamos projetados no próximo “tudo” que desaparecerá com a mesma rapidez.

Há algumas décadas que fazemos parte de uma sociedade em que a velocidade é a dimensão que mais se impõe e incide em nossa experiência de vida quotidiana. E isto atingiu agora, pelo menos no Ocidente, níveis espasmódicos. Construímos carros mais rápidos e trens de alta velocidade. Criamos computadores cada vez mais rápidos na realização de cálculos e processamentos. E até a comida se tornou rápida: fast food, na verdade. Um antigo provérbio afirma: “Roma não foi construída num dia”. Hoje, porém, é exatamente isso que gostaríamos: “Roma e num dia”. Nesta centrífuga que aparentemente se encurta a ponto de eliminar todos os espaços supérfluos, todos os hiatos não considerados produtivos, perdemos, no entanto, tanto daquilo que acompanha e questiona o homem há milênios e que, não surpreendentemente, inspirou algumas das maiores obras-primas da literatura: a espera. Aquela expectativa confiante – referida várias vezes no Evangelho – que é típica do agricultor que semeia. Ele não sabe se aquelas sementes darão frutos, mas continua cuidando do solo e aguarda com confiança a hora da colheita, sem desanimar.

Até a Igreja, que caminha na história e acompanha mulheres e homens de todas as épocas, pode correr o risco de absorver este espírito dos tempos que não permite pausas, muito menos esperas. Em última análise, também na Igreja – nas nossas paróquias como em qualquer pequena ou grande realidade eclesial – gostaríamos que tudo se resolvesse rapidamente. Esta é a primeira reação (muito humana) que é ativada sempre que surge um problema. E, no entanto, o Papa Francisco alertou-nos em muitas ocasiões contra este risco, contra esta pressa – muito diferente da evangélica – que quer nos convencer de que o espaço é superior ao tempo e não o contrário.

Um campo de treinamento para esta expectativa, para se habituar ao tempo do agricultor que semeia sem poder colher imediatamente os frutos, é certamente o Sínodo sobre a Sinodalidade. O que se passa nestes dias no Vaticano é, de fato, a etapa conclusiva (mas ao mesmo tempo um recomeço) de um longo caminho que já dura três anos. Um processo que, a pedido de Francisco, não procurou respostas prontas e decisivas, mas sim questões abertas e partilhadas para iniciar a discussão. Uma comparação que não é estática, mas em movimento – precisamente sinodal – que tem na diligência do Bom Samaritano e na paciência do Bom Semeador dois modelos a seguir para edificar uma Igreja cada vez mais capaz de anunciar a Boa Nova.

Fonte: Vatican News

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Assembleia Sinodal: uma reflexão séria que se baseia na escuta conjunta

A Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, que está sendo realizada na Aula Paulo VI, no Vaticano, de 2 a 27 de outubro de 2024, entrou em um novo módulo, o dos percursos, dando continuidade ao que foi visto nos relatórios. A Sala de Imprensa vaticana realizou uma nova coletiva de imprensa para dar detalhes do que foi realizado.

Padre Modino - Vaticano

Como de costume, a secretária da Comissão de Comunicação, Sheila Pires, relatou o que se verificou na Sala Sinodal, no seu caso o que se vivenciou no início dos trabalhos sobre os percursos, destacando alguns elementos presentes na apresentação do Módulo pelo Relator Geral, cardeal Hollerich, e na meditação prévia do padre Radcliffe. Por sua vez, o prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, destacou que nesta manhã de sexta-feira o trabalho foi em círculos menores, lembrando a Vigília Ecumênica que se realizará na Praça dos Protomártires Romanos esta noite, com orações locais em 80 lugares do mundo. O Papa Francisco estará presente, juntamente com delegados fraternos e representantes de várias igrejas, bem como todos os participantes da Assembleia.

Tobin, um cardeal com 7 sínodos

Os convidados deste 11 de outubro foram o arcebispo de Newark (EUA), cardeal Joseph Tobin, o bispo de Sandhurst (Austrália), dom Shane Anthony Mackinlay, e a professora italiana Giuseppina De Simone. O cardeal Tobin já participou de sete Sínodos, sendo o primeiro o Sínodo Especial para a Oceania, pouco depois de ser eleito Superior Geral dos Redentoristas.

O arcebispo de Newark apontou algumas diferenças ao longo de 26 anos de participação em sínodos. Em primeiro lugar, ele destacou a escuta, antes restrita a pequenos grupos selecionados, e agora aberta a todos, o que vale a pena. Com base na experiência de sua igreja local, com missas em 23 idiomas diferentes, ele enfatizou a importância de escutar com ouvidos diferentes. Além disso, ele considera fundamental que nesta Assembleia Sinodal seja dada muita atenção ao silêncio, à contemplação, porque em um mundo onde as palavras dominam, o silêncio é fundamental. Finalmente, o Cardeal destacou uma maior participação dos teólogos nesta Segunda Sessão.

Semeando uma palavra de esperança

Um Sínodo com um método muito significativo e revolucionário, um método que é um grande sinal de esperança, que fala de uma Igreja que age em prol do mundo, segundo Giuseppina De Simone. Para a professora italiana, a Igreja quer semear uma palavra de esperança para o mundo. Para ela, o que emerge da Assembleia é uma reflexão séria que se constrói em comum através da escuta, enfatizando, como fez o cardeal Tobin, a importância do silêncio para não buscar imediatamente uma resposta simples e superficial, o que ajuda a responder às tensões que algumas questões levantam, o que deve nos levar a não ter medo das perguntas que nascem de uma humanidade ferida, e a ser sinais de esperança diante de tanto sofrimento.

Lembrando que o Concílio Vaticano II nos ensina a olhar o mundo e a história com esperança, a deixar de lado as visões apocalípticas, a professora enfatizou a imagem das mesas sinodais como maravilhosa, uma vez que todos estão sentados ao redor delas, todo o povo de Deus, a humanidade, mostrando uma imagem que nasce da união, círculos menores em que não prevalece a opinião de ninguém, com a presença de teólogos nas mesas, que ajudam a reflexão teológica a entrar em diálogo, em uma reflexão que nasce da escuta. Trata-se de conhecimento técnico, mas sem perder a relação com a vida, de estar juntos a partir de diferentes papéis e origens, mas unidos pela escuta para alcançar um pensamento comum, relações que devem estar presentes na vida cotidiana, de acordo com De Simone.

Sala Sinodal, um espaço de muita energia

Para o bispo de Sandhurst, o caminho sinodal na Austrália tem muitos pontos em comum com o que está acontecendo na Assembleia Sinodal. O bispo disse que, na preparação, foram construídas estruturas úteis, que foram projetadas com base no exercício da autoridade, algo que é solidificado pela participação de todos os tipos de pessoas nos processos sinodais. Para o bispo Mackinlay, a Sala Paulo VI é “um espaço que me dá muita energia”, destacando o papel proeminente da conversa no Espírito, abordando uma ampla variedade de temas comuns. De acordo com o bispo, a Assembleia Sinodal toma decisões importantes, abordando questões de diversas perspectivas culturais.

A Segunda Sessão da Assembleia Sinodal fez progressos, pois há uma maior familiaridade com as pessoas, os processos e os objetivos. Isso se deve ao fato de que “muito trabalho foi feito nos últimos 12 meses”, disse dom Mackinlay. Um Sínodo para alcançar uma participação mais sinodal na missão, com maior corresponsabilidade, com processos de discernimento comunitário e conversação espiritual mais eficazes, nos quais há apoio mútuo e maior corresponsabilidade durante o discernimento nos círculos menores. A partir daí, ele destacou que “estamos tentando tomar decisões, estamos explorando diferentes caminhos”, para os quais o Módulo sobre os percursos que estão sendo trabalhados nestes dias é de grande importância.

Fonte: Vatican News

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 “Concerto com os Pobres” chega à sua quinta edição

Nascido em 2015, o “Concerto com os Pobres” consolidou-se ao longo dos anos como um evento artístico único no seu gênero, uma iniciativa de solidariedade e proximidade; uma viagem musical para celebrar a beleza e a caridade por meio da linguagem universal da arte.

A Sala Paulo VI, no Vaticano, acolherá no sábado, 7 de dezembro, às 17h30, a quinta edição do “Concerto com os Pobres”, evento que conjuga beleza artística e solidariedade social e que este ano contará com a participação extraordinária do vencedor do Oscar Hans Zimmer, juntamente com os compositores monsenhor Marco Frisina e Dario Vero e com a participação especial da violoncelista indicada ao Grammy, Tina Guo.

Por ocasião deste importante evento anual, o compositor de algumas das mais famosas e belas trilhas sonoras de todos os tempos - incluindo "O Rei Leão", "Gladiador", "Piratas do Caribe", "Interstellar" e "Pearl Harbor" - tocará e apresentará as suas peças mais famosas, alternando-se no palco com o maestro monsenhor Marco Frisina, que executará algumas peças que compôs para filmes de temática religiosa, acompanhados pela Orquestra Nova Opera, composta por 70 músicos provenientes de toda a Europa, e pelas 250 vozes do Coro da Diocese de Roma, que este ano celebra o 40º aniversário da sua fundação.

Na plateia da Sala Paulo VI estarão 8.000 pessoas, incluindo 3.000 irmãos indigentes de todas as línguas e religiões: serão eles os “hóspedes de honra" do evento, convidados a participar pelo Dicastério para o Serviço da Caridade – Esmolaria Apostólica e por numerosas associações de voluntariado que os assistem diariamente.

O dia começará com a audiência privada do Papa Francisco aos artistas e parceiros da Nova Opera, sublinhando a importância do evento na promoção de valores de solidariedade e inclusão. Os irmãos mais necessitados serão envolvidos graças ao Dicastério para a Caridade e às muitas associações presentes na região, incluindo a Caritas de Roma, a Comunidade de Santo Egídio, a Soberana Ordem Militar de Malta, o Circulo São Pedro, o Centro Astalli para os Refugiados, as Associações Cristãs de Trabalhadores Italianos (ACLI) de Roma e a Comunidade João XXIII.

No final do concerto, como é habitual, será oferecido um jantar take-away e outros tipos de bens aos 3.000 irmãos mais frágeis, como mais um sinal de proximidade.

Nascido em 2015 a partir de uma ideia de Riccardo Rossi e Gualtiero Ventura e organizado pela Nova Opera com a Direção Artística do maestro monsenhor Marco Frisina, o “Concerto com os Pobres” consolidou-se ao longo dos anos como um evento artístico único no seu gênero, uma iniciativa de solidariedade e proximidade; uma viagem musical para celebrar a beleza e a caridade por meio da linguagem universal da arte.

O evento é patrocinado pelo Dicastério para o Serviço da Caridade – Esmolaria Apostólica, pelo Dicastério para a Cultura e a Educação e pelo Pontifício Instituto de Música Sacra.

As quatro edições anteriores contaram com a participação de alguns dos maiores expoentes do panorama musical internacional, incluindo os maestros Daniel Oren e Speranza Scappucci e os compositores Ennio Morricone e Nicola Piovani, bem como colaborações de prestígio como a da Orquestra e do Coro do Teatro da Ópera de Roma, do Coro da Accademia Nazionale di Santa Cecilia, da Orquestra do Teatro Verdi de Salerno, da Orquestra do Cinema Italiano e a Orquestra Roma Sinfonietta.

A participação do público no “Concerto com os Pobres” é mediante bilhete-convite, sujeito ao preenchimento obrigatório do formulário disponível a partir de 18 de novembro de 2024 no site oficial do evento www.concertoconipoveri.org.

Os ingressos-convite, enviados por e-mail, conterão um código QR único que deverá ser apresentado em formato digital ou em papel no controle de acesso no mesmo dia do evento.

Os jornalistas e operadores de meios de comunicação que pretendam participar deverão enviar o pedido, no prazo de 24 horas após o evento, pelo sistema de acreditação on-line da Sala de Imprensa da Santa Sé, para o endereço: press.vatican.va/accreditamenti

Site oficial: www.concertoconipoveri.org

Infoline: info@concertoconipoveri.org

Hashtag ufficiali: #ConcertoConiPoveri #ConcertWiththePoor

Facebook: @concertoconipoveri

Instagram: @concertoconipoveri

Fonte: Vatican News

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Prêmio Nansen: “todas as pessoas têm dignidade”, afirma Irmã Rosita Milesi

Ao falar sobre os desafios e dificuldades enfrentados no trabalho missionário junto aos migrantes e refugiados, Irmã Rosita, ganhadora do Prêmio Nansen, afirmou que “uma dificuldade, grande ou pequena, ou um desafio, ou mesmo, passar por uma experiência negativa, por um fracasso, tudo isto é aprendizado".

Rosa Martins

Para quem conhece de perto Irmã Rosita Milesi sabe que de fato, dignidade humana é o motor que a faz mover céus e terra em favor dos migrantes e refugiados. Como ela mesma afirma, “independente de cor, nacionalidade e condição social ou econômica, todas as pessoas são portadoras de dignidade”.

A luta incansável em defesa dos Direitos Humanos  das pessoas em situação de vulnerabilidade e de maneira especial dos migrantes e refugiados, leva Rosita Milesi ao Podium na cidade de Genebra, Suíça, para ser reconhecida em âmbito global com o Prêmio Nansen, que será entregue no próximo dia 14 de outubro.

Ao falar sobre o significado da premiação em entrevista exclusiva à Rádio Vaticano, Irmã Rosita diz se sentir honrada e agradecida por esta distinção, a qual sinaliza, segundo ela um reconhecimento que não decorre só do seu trabalho, pois é o resultado de muitas forças e atores. “milhares de refugiados e refugiadas que conheci e ajudei ao longo de minha vida, de inumeráveis colaboradores, de órgãos públicos e organizações que confiaram em mim e que me apoiaram, dando-me lições de esperança nos caminhos compartilhados”.

  A missão

Natural de Farroupilha, RS e pertencente à Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo Scalabrinianas, Irmã Rosita Milesi, se dedicou à educação por 10 anos, colaborou na construção do Hospital Mãe de Deus, de Porto Alegre. Ao final dos anos 70, quando a Congregação decidiu retomar sua missão específica de atenção e serviço evangélico aos migrantes e refugiados, foi convidada pela instituição a estudar em Roma  no período de 1986 a 1988 para implementar o Centro Scalabriniano de Estudos Migratórios (CSEM), no Brasil. “Minha dedicação foi total ao tema, pensando na missão junto e a favor dos migrantes e refugiados”, conta.

Neste período Rosita criou o Departamento de Direito e Cidadania, especificamente para atendimento aos migrantes e refugiados que necessitassem de apoio para a questão documental e jurídica. “Com o passar do tempo, este serviço se tornou muito grande e foi necessário criar uma instituição específica para este fim. Foi ali que decidi procurar ajuda e amigos para criar o Instituto Migrações e Direitos Humanos (inicialmente ISMI e logo em seguida adotou-se a denominação imdh)”, acrescenta.

A Declaração de Cartagena

Sobre a Declaração de Cartagena que completa este ano 40 anos, Irmã Rosita destaca a sua importância na ampliação normativa da proteção internacional dos direitos humanos dos refugiados. “No caso da migração venezuelana e outras migrações se tornou uma importante via de acesso à documentação quando as pessoas não se consideravam simplesmente ‘migrantes’. Numa palavra é um importante instrumento normativo diante de fluxos mistos e a crescente complexidade do fenômeno migratório e de suas causas”, enfatizou.

Desafios e dificuldades

Ao falar sobre os desafios e dificuldades enfrentados no trabalho missionário junto aos migrantes e refugiados, Irmã Rosita, afirmou que “uma dificuldade, grande ou pequena, ou um desafio, ou mesmo, passar por uma experiência negativa, por um fracasso, tudo isto é aprendizado. Quando saímos de uma situação difícil, complexa ou mesmo frustrante, somos mais fortes do que o momento em que tivemos que enfrentar aquele desafio”. Um dos maiores desafios, relata, “foi prestar assistência a estrangeiros presos, ver as difíceis situações em que se encontravam e respeitar ou encontrar uma solução viável, minimamente razoável, frente às duras regras de assistência num cárcere, local de sofrimentos e de sérias violações de direitos”. Comprometer-se com a causa que se assume, não se deixar abater, resiliência, buscar sempre uma solução para qualquer dificuldade, sendo transparente/ e buscar dialogar, sem renunciar ao fim principal são, segundo a laureada, algumas razões do sucesso no trabalho junto aos migrantes e refugiados.

A inspiração

A missionária revela que sua maior fonte de inspiração vem do histórico da Congregação e do fundador São João Batista Scalabrini e co-fundadores, a bem-aventurada Assunta Marchetti e venerável Padre José Marchetti. “Uma vez que havia decidido pertencer à Congregação das Scalabrinianas, a opção e o rumo da minha vida seriam a fidelidade, o empenho para corresponder àquilo que sempre entendi como um chamado de Deus, enfatiza”.

“Partir do princípio que todas as pessoas são portadoras de dignidade”

Ainda questionada sobre lições aprendidas a compartilhar com governos e instituições em vista da eficácia na defesa dos direitos e interesses dos refugiados, Irmã Rosita destacou a importância de optar sempre pela busca de soluções dialogadas, envolvendo os atores que têm responsabilidade ou atuação na causa; levar aos órgãos públicos e outras instituições participantes em qualquer causa / argumentos claros, transparentes sobre a dimensão positiva, humana, humanitária que o tema envolve; partir do princípio da dignidade que todas as pessoas são portadoras, independentemente do local de nascimento, da cor, e da posição social ou econômica.

Para Irmã Rosita, o que mais lhe dá satisfação no trabalho “é ver as pessoas refugiadas em condições de retomar uma trajetória de vida em segurança /  e com o apoio necessário para viver em condições de dignidade humana”.

O Brasil é reconhecido por suas políticas e atitudes inclusivas em relação aos refugiados. De acordo com Irmã Rosita, uma das razões, é o diálogo entre poder público e sociedade civil que foi algo constante nestes anos. As legislações são de vanguarda e garantistas, mas a implementação ainda está distante. O discurso é de garantia, mas existe ainda bastante precariedade. Há uma legislação garantista, mas as instituições ainda operam numa lógica anterior (por ex, o visto humanitário para afegãos, política migratória...). As instituições ainda não operam para concretizar os princípios das normas.

A entrega do Prêmio Nansen será realizada em 14 de outubro, em Genebra, na Suíça.  Foram laureadas e receberão o prêmio outras quatro mulheres: a ativista de Burkina Fasso Maimouna Ba (África), a empreendedora síria Jin Davod (Europa), a refugiada sudanesa Nada Fadol (Oriente Médio e Norte da África) e a ativista nepalesa Deepti Gurung (Ásia-Pacífico). 

Fonte: Vatican News

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Dom Ricardo Hoepers participa de sessão solene na Câmara Legislativa do Distrito Federal

O Bispo auxiliar da Arquidiocese de Brasília participou de homenagem ao dia de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Izabel Fidelis - Brasília

Na manhã desta quinta-feira (10), a Câmara Legislativa do Distrito Federal realizou no plenário uma sessão solene em comemoração ao dia de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, que será celebrado no próximo dia 12 de outubro.

A iniciativa foi do deputado João Cardoso, membro da Frente Parlamentar Católica.

Participou da homenagem à padroeira do Brasil, o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Ricardo Hoepers, representando o cardeal Dom Paulo César Costa, que está na Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, no Vaticano.

Também estiveram presentes o pároco da Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, padre Agenor Vieira, e os padres José Vicente Damasceno e Américo Coen. Além deles, o desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, Waldir Leôncio, e o presidente da Câmara Legislativa, Wellington Luiz, estiveram na sessão.

Padre Agenor aproveitou a oportunidade para lembrar aos presentes no plenário sobre o Ano Jubilar, que será celebrado em 2025:

"Neste momento que vivemos diante das dificuldades a nível mundial, Nossa Senhora é mãe da esperança. O papa Francisco convocou para o próximo ano um ano jubilar com o tema 'Peregrinos da Esperança'. Então, dentro desta sessão, nós agradecemos a frente parlamentar por homenagear a padroeira do Brasil, de Brasília e da nossa arquidiocese".

Também representando a Arquidiocese, Dom Ricardo Hoepers lembrou sobre o compromisso que os parlamentares devem ter com o bem comum.

"Quando acreditamos nos valores que não passam, os valores que vem do alto, isso vem para benefício de todos. É possível conciliar fé, razão e a política para o bem de todos. Que Nossa Senhora Aparecida continue a abençoar nossos deputados".

Fonte: Vatican News

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Lançado "Guia Vestígio das Missões desde 1626"

O livro "tenta englobar mais de 200 pontos geográficos no Rio Grande do Sul com algum vínculo histórico, arqueológico, geográfico desde 1626, ou seja, a entrada da Companhia de Jesus por San Nicolau, que na época seria a primeira fase das povoações dos jesuítas da primeira fase, em 1626, São Nicolau".

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

Em 18 de dezembro de 2023, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul instituiu o ano de 2026 como dos 400 anos das Missões Jesuíticas Guaranis no Estado. No Artigo 2º do decreto é explicado que os objetivos são "divulgar e promover os fatos que protagonizaram e as contribuições das Missões Jesuíticas Guaranis no Estado, com eventos que deverão acontecer no ano de 2026, em todas as cidades afins com a história Jesuítica Guarani; e preservar e difundir a memória e a história das Missões Jesuíticas Guaranis no Estado, visando à promover a cultura e o turismo, compondo um roteiro para realização de diversos eventos que deverão acontecer, sempre em comemoração ao quadricentenário".

Também devido às suas raízes latino-americanas Francisco, primeiro jesuíta a ocupar o trono de Pedro, foi convidado a visitar a região das Missões - em particular no ano de 2026 - quer pela presidência da CNBB em 13 de janeiro de 2022, como pelo governador do Estado Eduardo Leite ao final de uma Audiência Geral em 17 de abril de 2024. Convites estes endossados pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e por entidades envolvidas na divulgação e promoção daquela que foi considerada por célebres escritores e filósofos como a "grande utopia da humanidade".

Missões Jesuíticas, a realização de uma grande utopia 

Esse rico patrimônio formado pelas Reduções Jesuíticas presentes na Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai vem despertando sempre maior interesse por parte de estudiosos e pesquisadores, também pela influência na formação da identidade cultural dos povos que habitam essas regiões.

Muitos destes estudos e pesquisas históricas resultam em publicações que trazem novos elementos que acabam por enriquecer o material histórico já disponível. Entre estas, temos o recém lançado "Guia Vestígio das Missões desde 1626", de autoria de Juliano Ozga, gaúcho nascido em São Luiz Gonzaga também autor de "Manuscritos do Pe. Cláudio Ruyer SJ sobre Batalha do M'Bororé (1641)" e "Música Barroca Missioneira Jesuítica Guarany".

Juliano explicou ao Vatican News, que o livro "é um trabalho que tenta englobar mais de 200 pontos geográficos no Rio Grande do Sul com algum vínculo histórico, arqueológico, geográfico desde 1626, ou seja, a entrada da Companhia de Jesus por San Nicolau, que na época seria a primeira fase das povoações dos jesuítas da primeira fase, em 1626, São Nicolau". Assim, o "Guia Vestígio das Missões desde 1626" é "a tentativa de registrar e catalogar para futuras pesquisas mais aprofundadas, mais técnicas de cada um desses pontos, porque são pontos no território que abrangem o Rio Grande do Sul inteiro, não é localizado apenas na região das Missões do noroeste do Rio Grande do Sul. São pontos geográficos em todo o território do Rio Grande do Sul."

Elementos que motivaram e inspiraram a realização desse novo livro sobre as Missões?

Primeiramente, este livro, depois de três anos sendo editado, diagramado, ele para mim se tornou uma homenagem e é dedicado à memória do amigo fraterno, guardião e guia do caminho missioneiro que entrou no Portal do Itaroquen espiritual (segundo Furtado 1987: ITAROQUEM - povoado na região de São Luiz Gonzaga. J. Borges Fortes dá "ytoro-quem", água que jorra ruidosamente; mais plausível é "itá", pedra, "oquen", porta, abertura: "itá-r-oquen ", “a porta de pedra”) Grato, a pessoa, a alma de Rodrigo de Morais Fabricio. Grato por sua luz, seu coração íntegro e amizade fiel.

Este guia, finalizado agora, é uma homenagem a esta pessoa que, dentro desses pontos geográficos, muitos conheci através desse amigo, nos trabalhos profissionais, viagens e depois editando o guia, eu percebi que conhecia vários locais, então agradecer essa pessoa, Rodrigo de Morais Fabrício, que já está num plano superior, graças a Deus, e por ser um guardião e um guia desse caminho e por coincidência, ou não, por um privilégio espiritual, ele está enterrado no cemitério do Itaroquém, no interior de Santo Antônio das Missões, um dos cemitérios mais emblemáticos e históricos desde a época dos jesuítas, da redução de São Borja, onde tem aquela história da porta do sacrário, onde guardavam a hóstia e que está no Museu Monsenhor Wolski em Santo Antônio das Missões.

A importância desse resgate histórico....

Para mim, a importância desse resgate histórico se fundamenta em todo o trabalho de fazer um registro ou um inventário de bens das Missões baseado em toda a tradição que eu conheci, graças a Deus, aqui em Ouro Preto, Minas Gerais, uma cidade onde nasceu também toda a estrutura do SPHAN, o que é o IPHAN hoje era SPHAN e antes do SPHAN tinha o Museu de História e Arte Sacra, o Instituto Histórico de Ouro Preto, na pessoa do Sr. Vicente Racicop, que foi grande amigo do precursor e incentivador do legado da tradição das missões do Rio Grande do Sul, foi amigo de Getúlio Vargas, e depois, nesse segmento de 1930 para frente com a junção do Ministro Capanema, de Andrade, eles se desmembraram e formaram tradição do que conhecemos hoje por IPHAN e o atual Museu da Inconfidência de Ouro Preto.

Então esse trabalho dentro das missões, a importância dele não está sendo elaborada agora. Posteriormente ele será talvez básico para futuras pesquisas, porque esse aqui é um guia e mapeamento do que procurar no Rio Grande do Sul sobre vestígio das missões. Então ele é um guia para a pessoa que se interessa conhecer, visitar como turista,  como viajante, como pesquisador, como fotógrafo e o guia que ele vai se aprofundar depois na sua área. Mas o importante do Guia Vestígio das Missões desde 1626 é o registro dos locais, o mapeamento geográfico e a importância como inventário de bens geográficos, topográficos e localizações para não se perder esses pontos de referência para futuras pesquisas.

Sobre o guia, todo o mérito, sempre vou deixar claro aqui, todo o mérito pelo trabalho, pela ideia inicial do jornalista atualmente residente em São Luís Gonzaga, Daniel Campos. Daniel Campos, que com o trabalho de campo levou dois, três anos, para finalizar também ele iniciou esse projeto como um mapeamento no Google Maps dos vestígios da primeira e segunda fase. Então é um trabalho vestígios do primeiro e segundo ciclo missioneiro no Rio Grande do Sul, idealizador, jornalista Daniel Campos, São Luiz Gonzaga, ou seja, esse trabalho de mapeamento que o guia se basou é um trabalho que já teve todo um arcabouço de mais de um, dois anos anterior. Conhecendo o trabalho, conversando com o senhor Álvaro, que é o coordenador do GPM GRANDE PROJETO MISSÕES, Álvaro Medeiros de Farias Thaisen, propus o trabalho como colaborador e fazer a edição desse material em forma de guia, sequencial, impresso ou digital, ou seja, um guia, um livro.

Então foi aceito e todo o mérito deste trabalho antes de se criar o guia, foi todo um trabalho de campo, de pesquisa, de colaboradores, idealizado pelo jornalista Daniel Campos. Então isso sempre tem que ficar registrado e também o meu interesse de fazer o guia foi registrar o trabalho em forma de livro, com ISBN, com o nome do Daniel Campos,  e isso é uma formalização, um reconhecimento do trabalho dele. Então o Guia Vestígio das Missões desde 1626 é uma junção do trabalho do jornalista Daniel Campos, de São Luís Gonzaga, que tem todo o mérito e a brilhante ideia de fazer esse mapeamento e depois, numa parceria com o GPM GRANDE PROJETO MISSÕES, a minha editora, a editora Aere Ret, Aere “Honra” Ret “direito”, ou seja, Honra Direito O Livro, apresentamos, todos concordaram e eu comecei a parte de fazer a diagramação, a montagem e depois, nesse meio tempo, o Sr. Álvaro fez a correção, apontamentos técnicos centrais para melhorar e a gente conseguiu chegar num total de 300 páginas. E nessas 300 páginas são mapeamentos, numerados com pontos no mapa, o nome das cidades, o que possui em cada cidade e adentramos por região, por exemplo, na página 53, 1- Passo do Padre, São Nicolau, Rio Grande do Sul, a foto do local, uma breve descrição do que é o local, um mapa pequeno com a localização geográfica e um endereço, se é um endereço com CEP, se é um museu, pelo menos rodovia, quilômetro. Um ponto por página, ou seja, são 233 pontos, cada página é um ponto geográfico.

Os preparativos para a celebração dos 400 anos das Missões Jesuítico-Guaranis....

Sobre os preparativos para os 400 anos das Missões Jesuíticas no Rio Grande do Sul, o Guia Vestígio das Missões desde 1626 é considerado um dos materiais para 2026. E um dos outros planos que já foi abordado, eu já levantei em certas discussões, é a campanha de Reconstrução de São Miguel das Missões.

Vocês que estão na Europa se interessam mais e vocês sabem que para Deus não existe impossível. Impossível é uma palavra que o homem inventou. Basta ver a reconstrução da Catedral de Notre Dame, e não há argumento e fatos ou teorias para dizer que não podeser reconstruído São Mig uel das Missões.

A campanha, talvez o mote daqui para frente até completar 500 anos em 2126, é a reestruturação, a reconstrução de São Miguel das Missões. Porque você observa vários patrimônios no Brasil, no mundo, sendo reconstruídos, e em São Miguel das Missões é dito que não pode, que não tem como, que é inviável.

Então a campanha é reconstruir São Miguel das Missões, ou seja, um apogeu da civilização, uma fusão de culturas que aconteceu. E por que não reconstruir São Miguel das Missões, fazer a história viva, uma catedral, uma igreja, que as pessoas vão visitar, e tem uma missa, tem uma vida espiritual viva no costume, no dia a dia, missas domingo de manhã, sábado de noite, procissão semana Santa, as cavalhadas, sexto dia de janeiro, dia dos três reis magos, tudo isso é a fé viva, no costume, no dia a dia.

Ah, mas é muito caro para reformar, não sei o que, não é possível, é impossível, não vai ser reformado. Isso é argumento que cai por terra, porque você viu, vocês que estão na Europa, Vatican News acompanha, o mundo inteiro acompanhou, em cinco, quatro anos foi reconstruída em Notre Dame, (3:20) e foi reconstruída no padrão antigo, com madeiramento, marcenaria artesanal, com toda a tecnologia, mas as estruturas foram replicadas o mais fielmente possível, então é possível,  porque a estrutura está em São Miguel das Missões, de pé, há trezentos anos, tem a planta baixa, possui, existe, é interesse de uma campanha nacional e internacional, entre o Vaticano, entre a Ordem Jesuíta, (3:54) entre patrocinadores, pessoas privadas, consegue. O problema é quando entidades não querem.

Então a campanha, tem que vir de fora, é incentivar a campanha da reconstrução de São Miguel das Missões, a partir de 2026, para a gente não ver ruínas, as pessoas não gostam de ver ruínas, tapera, a pessoa quer ver a coisa viva, como existe, no IPHAN, em outros lugares, a história viva, em Ouro Preto, Minas Gerais, você chega numa igreja de trezentos anos, ela está viva, ela não está em ruínas, ninguém gosta de ver ruínas, escombro, guerra, destruição. A pessoa quer ver aquilo vivo,  a fé viva, e não o resquício de batalha que houve no Sul, ficou a nostalgia. Então a campanha é essa, reconstruir São Miguel das Missões,  próximos cem anos, e o que vocês puderem apoiar, ajudar, incentivar contra argumentos falaciosos e opositores, será muito bem-vindo....

Agradecimentos...

E agradecer principalmente aqui a confiança do grande projeto Missões, a pessoa do senhor Álvaro Medeiros de Farias Thaisen. Agradecer também aqui ao jornalista Daniel Campos de São Luiz Gonzaga, que foi o idealizador dos vestígios do mapeamento no Google Maps, e poder trabalhar com essas pessoas assim, contribuir da minha forma como editor, e poder diagramar, montar esse Guia Vestígios para as pessoas e deixar esse inventário missioneiro, da melhor forma possível que a gente conseguiu, sendo voluntário, sem recursos públicos, sem recursos privados, sem incentivo de qualquer maneira possível, porque foram procurados todas as maneiras possíveis, a nível municipal, estadual, federal, até entidades internacionais. Então fazer um trabalho de 300 páginas do jeito que foi feito, sem recurso, voluntário, há três anos, só falando da minha parte, sem contar o trabalho que o Daniel dispendiou. Isso aqui, ele sempre é uma comprovação de que, por mais que não tenha incentivo, quando a coisa, a causa é justa, ela se transforma aos poucos com a energia de algum lugar que a gente desconhece, mas está efetivado. São 300 páginas para o melhor proveito da população das pessoas.

Os caminhos para a aquisição do livro.... 

O livro está atualmente na Amazon em formato Kindle, formato digital, mas ele fica preto e branco. Então, para resolver esse problema técnico, ele foi feito agora a versão impressa dele em papel premiun colorido para as pessoas terem ele impresso, quem quiser depois comprar no Amazon.com, Estados Unidos, porque a impressão dele é no Estados Unidos, você vai comprar normal e chega em casa com frete, com tudo, só que ele colorido, essa aqui é a diferença, você vê uma foto de São Miguel das Missões com mapa colorido, é bem diferente do que você ler ele preto e branco no Kindle, então esse foi um dos trabalhos maiores  colocar ele impresso. Sim, se torna caro porque são 232 fotos coloridas e 232 mapas coloridos em cada página, ou seja, são mais são quase 500 imagens coloridas dentro de um livro de 300 páginas. O custo-benefício dele saiu barato, é menos de um real por página colorida em folha A4, 21 por 29cm. Então, está dentro do padrão internacional da Amazon, excelente qualidade e o custo-benefício nem se compara ao valor histórico dele.

Fonte: Vatican News

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III Caravana pela Ecologia Integral: a Europa também precisa se responsabilizar com a dívida ecológica

Duas lideranças indígenas do Brasil fazem parte da caravana que termina neste sábado (12/10), na Alemanha. O grupo da América Latina tem apresentado a relação direta da Europa com a violação que ocorre pela mineração: "eles têm mensagens muito claras de que a Europa também precisa se responsabilizar, por aquilo que o Papa chama, de dívida ecológica. A Europa também tem que criar mecanismos que respeitem o direito dos povos", afirma Guilherme Cavalli, coordenador da caravana.

Andressa Collet - Vatican News

Termina neste sábado (12/10) a III Caravana pela Ecologia Integral, a jornada de um grupo de 9 latino-americanos afetados pelo extrativismo e pela mineração - entre eles, dois brasileiros e lideranças indígenas - que estão na Europa para dialogar sobre "as realidades martirizadas pela minas" em meio ao contexto da transição minero-energética. A delegação formada por representantes da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile e Peru está visitando o último país proposto no roteiro, isto é, a Alemanha, mas já passou pela Espanha, Bélgica, França, Itália e Áustria.

Encontro com membros das congregações masculinas e femininas fundadas por Santo Arnaldo Janssen, Viena. O diálogo abordou o tema da conversão ecológica integral e a atuação das congregações na coerência ética, administração e desinvestimento em mineração

A iniciativa leva a mensagem de defesa da vida de territórios do sul do mundo, pois acredita no diálogo com o norte global como estratégia indispensável para o cuidado da casa comum. Essa terceira edição da caravana, promovida pela Rede de Igrejas e Mineração, pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam) e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), juntamente com as comunidades afetadas pela mineração na América Latina, pede negociações urgentes para acabar com a injustiça climática.

Na Itália em 4 de outubro, Dia de São Francisco de Assis, o santo padroeiro da ecologia, o grupo visitou a Rádio Vaticano. Guilherme Cavalli, coordenador de todas as edições da caravana, concedeu entrevista e aprofundou sobre o objetivo da caravana que tem visitado diferentes públicos para falar sobre a situação dos seus territórios devido à poluição e à violação de direitos e às novas lógicas extrativistas. O gaúcho faz parte da Rede de Igrejas e Mineração e está morando na Alemanha, onde faz uma especialização em Estudos Ibero-americanos na Universidade de Heidelberg.

Na entrevista, Guilherme fala que, neste ano, não conseguiram encontrar o Papa Francisco devido aos compromissos com o Sínodo dos Bispos, mas relembra a experiência "muito bonita" do ano passado, quando o Pontífice encorajou a continuar na caminhada em defesa da casa comum e dos mais vulneráveis. No próprio encontro recente com representantes dos Movimentos Populares, enfatiza Guilherme, o Papa abordou o tema da mineração e de como o modelo afeta os territórios. 

"Ele pontualmente comentava sobre a questão do lítio e todas essas falsas soluções para as transições energéticas que têm nesses minerais uma uma suposta saída. O que a gente está vendo junto aos povos indígenas e comunidades tradicionais são saídas que vêm justamente intensificando toda essa violência, toda essa violação de direito das comunidades e impedindo a vida digna delas."

As responsabilidade também da Europa

Duas jovens lideranças indígenas do Brasil, por exemplo, têm apresentado na caravana uma relação direta da Europa com a violação que ocorre pela mineração: pela questão do financiamento, feita através de bancos e fundos de pensão e investimentos, mas também com a compra desses minérios que vem para cá. 

"Eles têm mensagens muito claras de que a Europa também precisa se responsabilizar, por aquilo que o Papa Francisco chama de dívida ecológica. A Europa também tem que ser responsabilizada e criar mecanismos que respeitem também o direito dos povos."

“Vir desde América Latina para a Europa para estabelecermos esse diálogo e juntos também construirmos uma casa comum mais sustentável, uma casa comum que respeita as pessoas e a natureza.”

Em preparação para a COP30 no Brasil

A III Caravana pela Ecologia Integral, então, ressalta a necessidade e a urgência de que sejam mais respeitados os direitos humanos na cadeia de mineração, compromisso que também compete a Europa. Os bispos europeus já vêm se somando às agendas em andamento e em concomitância com a Igreja na América Latina no que diz respeito à construção daquela para 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em Belém (PA), em novembro de 2025.

"Tem que apurar o passo", finaliza Guilherme, porque a casa comum vem dando sinais muito concretos de que "esse modelo que a gente vem desenvolvendo de produção de consumo, esse modelo extrativista", precisa sofrer mudanças, intensificando "políticas que sejam políticas de cuidado".

Fonte: Vatican News

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Os frades de Cafarnaum: manter a esperança mesmo sob as bombas

Os religiosos do santuário falam da chegada dos foguetes lançados pelo Hezbollah na Alta Galileia. Eles explicam porque é que, apesar da situação e do sofrimento, decidiram ficar: não por coragem, mas porque "estamos aqui para uma missão, para cuidar dos lugares santos. Em Cafarnaum, cuidamos da casa de Pedro. A Igreja praticamente nasceu aqui. Acreditamos na proteção do Senhor."

De Giada Aquilino

"A terra tremeu, o convento tremeu, os corações dos frades e das religiosas tremeram". Padre Fábio Inácio, guardião do santuário de Cafarnaum, ainda está abalado depois dos foguetes lançados há dois dias sobre a Alta Galileia. Segundo o Exército israelense, em poucos minutos o Hezbollah lançou cerca de noventa deles do Líbano em direção ao norte de Israel. Alguns foguetes teriam sido interceptados, mas os impactos foram relatados principalmente em Safed. "À tarde, mais uma vez, vimos várias bombas e mísseis caindo em direção à Galileia, no céu acima de nós, perto da fronteira com o Líbano, que fica a 25 km de distância. Algumas caíram perto de Safed, ao norte de Cafarnaum: vimos o fogo de um incêndio até tarde da noite. Outros, pelo menos três, mais perto de nós, dentro do Mar da Galileia.”

Padre Fábio, um franciscano brasileiro que serve na Custódia da Terra Santa, está em Cafarnaum há dois anos, compartilhando a missão com outros dois frades e três Irmãs Missionárias da Evangelização. O pequeno grupo de religiosos, mesmo neste momento em que a frente de guerra entre Israel e Líbano está cada vez mais acirrada, está determinado a permanecer ali. Todos, nos últimos dias, receberam a pergunta “por que ficar”. Nossas famílias, que estão longe, também nos perguntam isso. Não é uma questão de “ser corajoso”. Estamos aqui para uma missão, para cuidar dos lugares santos. Em Cafarnaum, cuidamos da casa de Pedro. Ali a Igreja praticamente nasceu. Acreditamos na proteção do Senhor”. A vida diária, conta ele, é “uma vida de oração” em um “momento difícil”. “Esperamos que isso passe, que o Senhor continue nos protegendo. É difícil para nós e para as pessoas”. Os frades estão em contato com as comunidades de Caná e Nazaré. “Nossos cristãos estão sofrendo porque tudo se tornou mais difícil. Os preços começam a subir e a vida começa a se sufocar, nessa situação de tensão, de dificuldade, por causa da guerra”.

Ele relata que alguns grupos de estrangeiros continuam chegando: são “indianos, indonésios. Anteontem, apesar das bombas, chegaram dois grupos de americanos que vieram visitar o santuário”. Aos peregrinos “que ouvem o som das bombas, tentamos dizer que esta ainda é uma terra abençoada pelo Senhor e assim continuará”. É por isso que “nossa esperança ainda existe, de que haverá um acordo que permitirá que as pessoas vivam: há morte, há sofrimento, mas há muitos que querem algo melhor para suas famílias, para suas vidas, para sua sociedade”. Em Cafarnaum, assim como mais ao sul, em Magdala, onde na noite passada os franciscanos do convento local viram vários focos de incêndio provocados pela queda de foguetes, uma certeza permanece: “Somos filhos do mesmo Deus, que é um Pai de amor. Enquanto falo”, disse o frade-guardião, “tenho diante de mim o Mar da Galileia. Ele tem a mesma beleza da época de Jesus: daqui hoje sobe uma oração, uma voz, uma palavra de esperança. Uma mensagem de transformação, de mudança”, até o ‘dia de paz que virá”.

Fonte: Vatican News

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Prêmio Nobel da Paz para associação de sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki

A organização japonesa Nihon Hidankyo recebe o Prêmio Nobel da Paz “pelos seus esforços em prol de um mundo livre de armas nucleares”. Nihon Hidankyo é uma associação fundada por sobreviventes das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki durante a Segunda Guerra Mundial.

Vatican News

O Prêmio Nobel da Paz de 2024 foi concedido à organização antinuclear japonesa Nihon Nihon Hidankyo, movimento que une os sobreviventes das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, também conhecidos como Hibakusha.

O prêmio – declarou o presidente do Comitê norueguês do Nobel, Jrgen Watne Frydnes – foi atribuído a Nihon Hidankyo pelos seus esforços em favor de “um mundo livre de armas nucleares e por demonstrar por meio de testemunhos que as armas nucleares nunca mais devem ser utilizadas”.

O Comitê norueguês do Nobel destacou como as potências nucleares estão “modernizando e reforçando os seus arsenais”, enquanto “novos países parecem preparar-se para adquirir armas nucleares e se está ameaçando o uso de armas nucleares nas guerras em curso”.

O chefe do Comitê norueguês do Nobel, Jorgen Watne Frydnes, posa com um telefone celular exibindo o logotipo da organização japonesa Nihon Hidanky, vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2024, durante uma coletiva de imprensa no Instituto Norueguês do Nobel em Oslo, Noruega, em 11 de outubro de 2024.

“Neste momento da história da humanidade, vale a pena recordar a nós mesmos o que são as armas nucleares: as armas mais destrutivas que o mundo já viu", lê-se no comunicado que explica as razões do reconhecimento.

Ao atribuir o Prêmio Nobel da Paz deste ano à Nihon Hidankyo, o Comitê norueguês do Nobel “deseja homenagear todos os sobreviventes que, apesar do sofrimento físico e das memórias dolorosas, escolheram usar a sua experiência dispendiosa para cultivar a esperança e o compromisso pela paz”.

Segundo fontes do governo japonês, os Hibakusha (sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki) ainda vivos hoje são cerca de 106.800, com idade média de 85 anos e meio.

A atribuição do Comitê nomeado pelo Parlamento norueguês 

O Prêmio Nobel da Paz é atribuído com um procedimento diferente de outros Prêmios Nobel. No seu testamento, Alfred Nobel estabeleceu que, embora os prêmios para a Ciência e a Literatura fossem decididos pelas instituições suecas (a Real Academia Sueca das Ciências para os Prêmios Nobel da Química e da Física, o Instituto Karolinska de Medicina, a Academia Sueca de Literatura ), aquele para a Paz deveria ser decidido por uma Comissão nomeada pelo Parlamento norueguês, dado que a Noruega, em 1901, ainda fazia parte do Reino da Suécia e da Noruega. Fonte: Vatican News

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Sínodo 2024: Vigília ecuménica evocou aniversário da abertura do Concílio Vaticano II, sublinhando «beleza» da diversidade

Francisco presidiu a celebração, junto de vários responsáveis de Igrejas e comunidades cristãs

O Papa presidiu hoje, no Vaticano, a uma vigília ecuménica, com os participantes no Sínodo, assinalando o aniversário da abertura do Concílio Vaticano II, que aconteceu a 11 de outubro de 1962.

“O Sínodo tem-nos ajudado a redescobrir a beleza da Igreja na variedade dos seus rostos. Assim, a unidade não é uniformidade, nem é o resultado de compromissos ou equilíbrios”, refeiu, numa intervenção distribuída aos presentes.

“A unidade cristã é harmonia na diversidade dos carismas suscitados pelo Espírito para a edificação de todos os cristãos”, escreve Francisco, que que optou por não ler o discurso preparado.

A cerimónia decorreu na Praça dos protomártires de Roma, a poucos metros do auditório que acolhe a segunda sessão dos trabalhos da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos.

“Neste lugar, recordamos os primeiros mártires da Igreja de Roma: sobre o seu sangue foi construída esta basílica, sobre o seu sangue foi edificada a Igreja. Que estes mártires fortaleçam em nós a certeza de que nos aproximamos uns dos outros ao aproximarmo-nos de Cristo”, assinala o pontífice.

A iniciativa foi acompanhada por celebrações locais em todos os continentes; a Rede Sinodal em Portugal juntou-se à Rede Mundial de Oração do Papa para esta oração ecuménica pela paz.

O Papa destaca que o Concílio Vaticano II “marcou a entrada oficial da Igreja Católica no movimento ecuménico”, agradecendo a presença dos “irmãos e irmãs das outras Igrejas” nesta celebração.

A intervenção sublinha que “a unidade dos cristãos e a sinodalidade estão ligadas”, falando num caminho que “deve ser percorrido com todos os cristãos”.

Partindo da experiência da Assembleia Sinodal, nos últimos anos, o Papa observa que “a unidade é uma graça, um dom imprevisível”.

“O verdadeiro protagonista não somos nós, mas o Espírito Santo que nos guia para uma maior comunhão. Tal como não sabemos de antemão qual será o resultado do Sínodo, também não sabemos exatamente como será a unidade a que somos chamados”, indica.

Destacando a importância da oração, neste percurso, Francisco refere que “outro dos ensinamentos do processo sinodal é que a unidade é um caminho: amadurece em movimento, durante o percurso”.

“Cresce no serviço recíproco, no diálogo da vida, na colaboração entre todos os cristãos”, acrescenta.

“Em virtude do nosso amor a Cristo e a todas as pessoas que somos chamados a servir, precisamos de percorrer o caminho da unidade. Durante este percurso, não deixemos que as dificuldades nos travem! Confiemos no Espírito Santo, que impele à unidade numa harmonia de policroma diversidade”.

As reflexões lidas na vigília assinalaram o 70º aniversário da publicação constituição conciliar ‘Lumen Gentium’ e do decreto ‘Unitatis Redintegratio’, dois documentos de referência para o diálogo ecuménico na Igreja Católica.

A oração foi organizada conjuntamente pela Secretaria-Geral do Sínodo e pelo Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos (Santa Sé), em colaboração com a comunidade ecuménica de Taizé.

A praça dos primeiros mártires de Roma é o local, onde, segundo a tradição, foi morto o apóstolo Pedro (séc. I).

“Neste lugar, os Protomártires recordam-nos que hoje, em muitas partes do mundo, cristãos de diferentes tradições dão juntos a vida por causa da fé em Jesus Cristo, vivendo o ecumenismo do sangue. O seu testemunho é mais forte do que qualquer palavra, porque a unidade vem da Cruz do Senhor”, escreveu o Papa.

Francisco assume “vergonha pelo escândalo da divisão dos cristãos”, considerando que o atual Sínodo é “uma oportunidade para melhorar, para ultrapassar os muros que ainda persistem”.

“Concentremo-nos no chão comum do nosso mesmo Batismo, que nos impele a ser discípulos missionários de Cristo, com uma missão comum. O mundo precisa de um testemunho comum, o mundo precisa que sejamos fiéis à nossa missão comum”, apela.

A celebração teve um momento de recolhimento diante da cruz de São Damião, ligada a São Francisco de Assis, que “recebeu o apelo para restaurar a Igreja”.

“Que em cada dia, também nós sejamos guiados pela Cruz de Cristo no caminho para a plena unidade, em harmonia uns com os outros e com toda a criação”, conclui o texto do Papa.

O Papa concedeu a bênção, aos participantes, juntamente com os responsáveis das outras Igrejas e comunidades cristãs presentes na vigília ecuménica.

A introdução da oração ficou a cargo do cardeal Kurt Koch, prefeito do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos (Santa Sé)

“Cristãos de todas as tradições, irmãos e irmãs em Cristo, participantes no Sínodo, delegados fraternos e representantes das várias Igrejas e comunhões cristãs presentes em Roma, sentimo-nos felizes por caminhar e rezar juntos neste dia simbólico”, indicou, recordando a abertura do Concílio Vaticano II.

“Em particular, gostaríamos de dar graças pelos frutos ecuménicos que se desenvolveram sob o impulso do Concílio”, acrescentou.

O colaborador do Papa deixou votos de que esta oração renove em todos “o desejo de continuar, na dinâmica sinodal, o caminho em direção à plena unidade”.

A assembleia sinodal, com o tema ‘Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão, missão’, tem 368 membros com direito a voto, dos quais 272 são bispos; à imagem do que aconteceu 2023, mais de 50 votantes são mulheres, entre religiosas e leigas de vários países.

A eles somam-se, sem direito a voto, os 16 representantes de outras igrejas e comunidades cristãs (delegados fraternos), convidados especiais e colaboradores da Secretaria-Geral do Sínodo.

Após a primeira sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo, em outubro de 2023, o Papa decidiu aumentar o número de “delegados fraternos” de 12 para 16.

A sessão do último ano foi precedida pela vigília de oração ecuménica ‘Together’ (Juntos), realizada a 30 de setembro

O Sínodo dos Bispos, instituído por São Paulo VI em 1965, pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.

Fonte: Agência Ecclesia

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Jornada das Catacumbas chega a sua sétima edição 

A iniciativa oferecerá aos peregrinos a oportunidade de visitar algumas catacumbas que normalmente não ficam abertas ao público.

Neste próximo sábado, 12 de outubro, será realizada em Roma e em outras regiões da Itália a “VII Jornada das Catacumbas – Edição de Outono”. A iniciativa proporcionará aos interessados visitar algumas catacumbas em Roma e em diversas regiões da Itália, que normalmente não ficam abertas ao público.

Tema escolhido: “Da memória à oração”

O tema desta edição de outono do evento, que ocorre semestralmente, será o mesmo da primavera: “Da memória à oração”, inspirado no convite do Papa em preparação para o Jubileu de 2025.

Tratando sobre o tema escolhido, Monsenhor Pasquale Iacobone, presidente da Pontifícia Comissão de Arqueologia Sagrada, explicou a proposta é que “ao visitarmos as catacumbas, onde há toda uma série de imagens, símbolos, sinais que nos remetem a uma memória, convidamos os fiéis, através da memória, à reflexão interior e à oração”.

Visitas deverão ser agendadas através da internet

Os interessados em participar da iniciativa deverão acessar o site da Pontifícia Comissão de Arqueologia Sagrada e da Jornada das Catacumbas, onde é possível encontrar a programação de cada catacumba e também reservar horário para a visita, uma vez que não é possível, também por questões de segurança, fazer fila com milhares de pessoas.

Dentre as catacumbas romanas escolhidas para serem visitadas nesta edição estão a de San Lorenzo, sob a Basílica de Verano, a de Santa Tecla, a de Pretestato, a da região dos Bakers na catacumba de Domitilla, a catacumba de Generosa no Portuense e depois o Museu Torretta estará aberto na área de San Callisto. Outras catacumbas italianas também celebrarão esta iniciativa e estarão abertas ao público gratuitamente.

Cartaz desta edição e passaporte de peregrino

Sobre o cartaz desta edição, Dom Iacobone afirma que a imagem escolhida é uma das mais famosas, sendo de uma pessoa que reza, agradecendo e louvando ao Senhor pela bem-aventurança. “É uma imagem que, precisamente, com os braços levantados, nos ajuda também a voltar os olhos e o coração para o céu e, portanto, também a rezar e a agradecer ao Senhor, a louvá-lo por tudo o que nos dá no dia a dia”.

No próximo ano, por conta das muitas celebrações do Jubileu, e muitos momentos específicos dedicados às catacumbas, não serão realizadas as Jornadas das Catacumbas. Porém, a Comissão Pontifícia já está pensado em algo novo para o ano seguinte, como um percurso facilitado, com ‘passaporte de peregrino’, aos que quiserem visitar as memórias dos mártires nas catacumbas de Roma. (EPC) - Fonte: Gaudium Press

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