Informativo Diocesanos

Informativo Diocesano Semanal - 22 de setembro de 2024
22/09/2024

ASSESSORIA DIOCESANA DE COMUNICAÇÃO

www.diocesedeerexim.org.br E-mail: curia@diocesedeerexim.org.br

Fone/Fax: (54) 3522-3611

Ano 28 – nº. 1.466 – 22 de setembro de 2024

 

Visita Pastoral: Sábado próximo, dia 28, às 14h e às 18h, Dom Adimir iniciará a visita pastoral na Paróquia Santa Luzia, Bairro Atlântico, Erechim.

Programação da 89ª Romaria Interestadual da Salette: Quinta-feira, dia 19, data da aparição de N. Sra. em La Salette, França, foi iniciada a 89ª Romaria Interestadual da Salette em Marcelino Ramos, cujo tema é um pedido à Mãe de Cristo: “Mãe da Salette, ajudai-nos a caminhar na esperança”. Está em sintonia com o Jubileu 2025 – “Peregrinos de Esperança”. A Romaria prosseguirá no próximo sábado e domingo, dias 28 e 29, com a seguinte programação: dia 28, sábado: missas no Santuário às 08h, 10h, 14h, 16h; na igreja São João Batista, no centro da cidade, às 19h, seguida de procissão luminosa, encenação da aparição e bênção com o Santíssimo Sacramento; dia 29, domingo: no Santuário, oração da manhã às 05h30; missas às 06h, 07h15, 10h, 12h; no altar monumento, missa na chegada da procissão após a missa às 08h na igreja São Batista no centro da cidade; às 14h, terço meditado e encenação da aparição de N. Sra.; às 15h, adoração ao Santíssimo Sacramento e bênção; 15h30, envio dos romeiros.

Formação e fortalecimento de conselhos missionários diocesanos e paroquiais: O Conselho Missionário Regional realizou encontro de formação com missionários e missionárias do Rio Grande do Sul de 06 a 08 deste mês em Esteio, aprofundando o fortalecimento dos conselhos missionários em nível regional, diocesano e paroquial.  A assessoria foi da ir. Eliane Santana, da Comissão Episcopal para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, em Brasília. O assunto foi abordado na perspectiva sinodal com destaque para 4 aspectos: estruturas verdadeiramente sinodais que priorizem a comunhão, estimulem o diálogo, promovam a inclusão e facilitem o consenso; a comunhão: dinâmica e plural, enfatizando a corresponsabilidade de todos os membros; a participação efetiva do laicato: Essencial para uma missão viva da Igreja, é uma relação de corresponsabilidade entre leigos e clero; comunidades inclusivas: Em um mundo dilacerado por divisões e conflitos, o Evangelho de Cristo é a voz mansa e forte que chama os homens e as mulheres a encontrarem-se, a reconhecerem-se como irmãos e a alegrarem-se pela harmonia entre as diversidades. A assessora do encontro também apresentou a organização missionária da Igreja no Brasil que inclui a Comissão Episcopal para a ação missionária e cooperação intereclesial, as Pontifícias Obras Missionárias, os Conselhos Missionários em nível nacional, regional, diocesano e paroquial e diversos organismos missionários. O encontro celebrou os 30 anos da missão do Regional Sul e da CNBB e Moçambique, África, pelo qual foram enviados cerca de 70 missionários e missionárias.

Santuário Diocesano com espaço de convivência: Sexta-feira, 20, feriado estadual, foi inaugurado o “Café Santuário” no Centro de Eventos do Seminário e Santuário N. Sra. de Fátima. Visa ser espaço de convivência para os que se dirigem ao Santuário para rezar e/ou aos que frequentam sua esplanada, com possibilidade de fazerem lanche, tomar café ou refrigerante. O “Café Santuário” oferece doces, salgados, bebidas, gelato de fabricação própria e, claro, café. Atenderá de quarta-feira a domingo, das 15h às 19h. Conforme a demanda ou a época do ano, o atendimento poderá ser ajustado. A organização e decoração do espaço foram projetadas de forma adequada ao ambiente em que está inserido.

Letra e música do hino da Campanha da Fraternidade do próximo ano: Terça-feira, dia 17, durante a 7ª reunião ordinária do atual Conselho Episcopal Pastoral da CNBB, em sua sede em Brasília, foi apresentado o Hino Oficial da Campanha da Fraternidade do próximo ano, que tem como tema: “Fraternidade e Ecologia Integral” e o lema “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31). O processo de escolha da música e da letra foi feito a partir de um concurso nacional, lançado em abril deste ano. A letra escolhida é de composição de Ismael Oliveira do Nascimento, natural de Iguatu (CE), atualmente residindo na arquidiocese de Belo Horizonte (MG). O autor da música é Miguel Philippi, regente de corais na arquidiocese de Florianópolis (SC). O arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, ressaltou a simplicidade e a força da canção alicerçada na figura e na mensagem de São Francisco de Assis.

Amazônia em situação de emergência ambiental: Segundo o Cardeal Arcebispo de Manaus, Amazonas, Dom Leonardo Stein, a Amazônia passa por um momento dramático em consequência das queimadas e da seca. Ele enfatiza: "O Brasil inteiro respira fumaça porque não cuidamos da obra que Deus nos confiou". Para ele, é necessário sempre pensar o que se está fazendo pela nossa casa comum. Ressalta que a Igreja tem procurado muito conscientizar a respeito do cuidado com a obra da Criação.

Encontro de assessores jurídicos de dioceses do Brasil: Promovido pela CNBB, de terça-feira a quinta-feira, na Casa Dom Luciano Mendes de Almeida, em Brasília (DF), foi realizado o Segundo Encontro Nacional de Assessores Jurídicos que atuam junto a Arquidioceses e dioceses do Brasil. Participaram do evento mais de 300 advogados. Foram abordadas as principais questões jurídicas que desafiam a missão desses profissionais atualmente. No período noturno dos dias do encontro, ocorreu o seminário sobre a laicidade do Estado.

Bispos do Brasil no curso anual de formação para novos bispos em Roma: Do dia 15 a 21 deste mês, em Roma, foi realizado o curso anual de formação para novos Bispos com mais de 200 participantes. Do Brasil, participaram 22 bispos nomeados pelo Papa no último ano ou que não puderam participar da edição anterior.  O curso teve como tema “Pastores enraizados em Cristo – A serviço de uma Igreja chamada a habitar o presente e custodiar a semente do futuro”. Cada dia de formação teve conferências com membros da Cúria Romana nas quais foram abordadas diferentes perspectivas da atuação dos pastores em suas dioceses e na comunhão com a Igreja Universal. A dinâmica do encontro também contou com momentos de diálogo fraterno e círculos menores por grupo linguístico, além de encontros e visitas institucionais.

Datas de abertura, conclusão e de grandes eventos do Jubileu 2025: No documento de proclamação do Jubileu Ordinário 2025, Papa Francisco estabeleceu a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro, no Vaticano, no dia 24 de dezembro deste ano de 2024, iniciando-se assim o Jubileu Ordinário. No domingo seguinte, 29 de dezembro de 2024, abertura da Porta Santa da catedral de São João de Latrão. Posteriormente, no dia 1º de janeiro de 2025, Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, abertura da Porta Santa da Basílica Papal de Santa Maria Maior. Por fim, no domingo 5 de janeiro de 2025, abertura da Porta Santa da Basílica Papal de São Paulo Fora dos Muros. Estas últimas três Portas Santas serão fechadas no domingo 28 de dezembro do mesmo ano. O Jubileu Ordinário terminará com o encerramento da Porta Santa da Basílica Papal de São Pedro, no Vaticano, na solenidade da Epifania do Senhor, dia 6 de janeiro de 2026. No referido documento, o Papa estabeleceu também que no domingo 29 de dezembro deste ano, em todas as catedrais e concatedrais, os Bispos diocesanos celebrem a Santa Missa como abertura solene do Ano Jubilar, segundo o Ritual que será preparado para a ocasião. A organização do Jubileu 2025 programou a celebração de muitos eventos jubilares específicos: do Mundo das Comunicações; das Forças Armadas, Polícia e Segurança; dos Artistas; dos Diáconos; do Mundo do Voluntariado; dos Missionários da Misericórdia; dos Enfermos e o Mundo da Saúde; dos Adolescentes; das Pessoas com Deficiência; dos Trabalhadores; dos Empresários; das Bandas Musicais; das Irmandades; das Crianças; das Famílias, dos Avós e dos Idosos; dos Movimentos, Associações e Novas Comunidades; do Desporto; dos Governantes; dos Seminaristas; dos Bispos; dos Sacerdotes; das Igrejas Orientais; dos Jovens; da Consolação; dos Operadores de Justiça; dos Catequistas; dos Migrantes; da Vida Consagrada; da Espiritualidade Mariana; do Mundo Missionário; do Mundo Educativo; dos Pobres; dos Coros e dos Reclusos.

Papa manifesta desejo de visitar a China: No retorno de sua maior viagem apostólica a 4 países da Ásia e Pacífico, dia 13 passado, Papa Francisco revelou desejo de visitar a China, ressaltando ser um grande país, de cultura milenar, capacidade de diálogo, de compreensão mútua que vai além dos sistemas de governo que teve.

Anunciada a sede do próximo Congresso Eucarístico Internacional: No final da missa de encerramento do 53º Congresso Eucarístico Internacional dia 15 último em Quito, Equador, o seu legado pontifício, arcebispo emérito de Caracas, Venezuela, cardeal Baltazar Porras, comunicou: “Em nome e por mandato do papa Francisco, anuncio-vos que o 54º Congresso Eucarístico Internacional terá lugar na cidade de Sydney, Austrália”, em 2028. Sydney foi sede do 29º Congresso Eucarístico Internacional em 1928. Assim, 100 anos depois, acolherá novamente o grande evento eucarístico.

===========================================================.

Notícias da semana

Do dia 19/9/2024

Membros do Grupo de Assessores (GA) partilham experiências e falam sobre projetos futuros das Comissões Episcopais

Nesta quinta-feira, 19 de setembro, o auditório dom Helder Camara, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília (DF), recebeu o encontro do Grupo de Assessores das Comissões Episcopais da CNBB, o GA. Segundo o Subsecretário de Pastoral da CNBB, padre Jânison de Sá, os participantes partilham experiências e falam sobre projetos futuros de cada Comissão.

    “Teremos muitas temáticas importantes para nos enriquecer mutuamente e que, o que é fundamental, caminharmos juntos”, disse o padre Jânison de Sá.

Foram destaques da reunião os esforços que a Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB tem empenhado para promover a animação vocacional na Igreja no Brasil, além de seu reforço na caminhada das comunidades.

Na reunião, foi salientado também alguns eventos que foram determinantes para a construção da identidade que hoje caracteriza o serviço de animação vocacional na Igreja do Brasil, como é o caso do Ano Vocacional e do Congresso Vocacional do Brasil, que já teve quatro edições.

Neste sentido, a Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada organiza e planeja o 5º Congresso Vocacional do Brasil, cuja proposta é que seja realizado no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em 2026, em São Paulo.

    “E hoje a gente teve uma rica oportunidade de acessar o coração, aquilo que toca toda a Conferência, os ambientes da ação evangelizadora para saber quais são as reais necessidades, os pensamentos, para que a gente faça um belo Congresso Vocacional. Pedimos a todos a oração, a comunhão e estamos abertos às contribuições das comunidades”, disse o padre Guilherme Maia Júnior, assessor da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB.

A parte da manhã também foi reservada a uma partilha da diretora nacional das Pontifícias Obras Missionárias, POM, sobre o momento de escuta, da qual foi convidada a participar, pelo Conselho de Cardeais, o C9, no Vaticano, e que contou com a presença do Papa Francisco. A reunião contou também com momentos de reflexão, estudos e planejamento para o orçamento das Comissões para 2025.

Fonte: CNBB

------------------------------------------------------------------------------------------------------.

Setor Espaço Litúrgico prepara II Encontro da Pastoral do Artista Sacro, de 11 a 13 de outubro, em Belo Horizonte (MG)

O Setor Espaço Litúrgico da Comissão Episcopal para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realiza de 11 a 13 de outubro, em Belo Horizonte (MG), o II Encontro da Pastoral do Artista Sacro. As inscrições estão abertas neste link.

Inicialmente voltado para integrantes do Grupo da Pastoral do Artista Sacro, o encontro agora recebe inscrições de artistas cristãos e outros profissionais envolvidos na construção e adequação de espaços de celebração, liturgistas, teólogos e demais interessados. O tema escolhido para aprofundamento é “Arte e Liturgia: criação e originalidade”.

Assessores

Vão assessorar o encontro os monges beneditinos dom Marcelo Molinero e dom Ruberval Monteiro, ligados à arte sacra; a arquiteta e religiosa das Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre, irmã Laíde Sonda; o diretor do Ateliê de Mosaico da Amazônia e Comunhão (Amacom), Erasmo de Abreu; e o frei Sidney Machado, frade capuchinho doutor em Teologia com especializações em espiritualidade, e em Bens Culturais da Igreja.

    “Será um importante momento de encontro, reflexão e partilha entre aqueles que estão diretamente envolvidos na criação dos programas iconográficos para uma arte autenticamente litúrgica destinados aos espaços de celebração. Arte esta que nasce da oração da Igreja e em diálogo com a arquitetura do edifício eclesial, constituindo assim um trabalho interdisciplinar que envolve liturgistas, profissionais e comunidade, onde o artista cristão é convidado a traduzir o mistério celebrado em traços, formas e cores”, destacou a assessora do Setor Espaço Litúrgico da Comissão Episcopal para a Liturgia, Raquel Tonini Schneider.

A Pastoral do Artista Sacro

Iniciada em 21 de setembro de 2017, durante o XI Encontro Nacional de Arquitetura e Arte Sacra (ENAAS), em Curitiba (PR), a Pastoral do Artística Sacro é fruto do desejo antigo dos assessores e colaboradores do Setor Espaço Litúrgico e dos profissionais envolvidos nessa área a fim de se encontrarem, receberem formação e partilharem suas experiências. Tal desejo foi gestado e refletido durante anos, acompanhado e aprovado pelos bispos referenciais das comissões de liturgia dos regionais. O primeiro grupo foi composto por cerca de 40 artistas e profissionais envolvidos com a arte cristã, participantes do ENAAS.

As atividades propostas para a pastoral previam a promoção de um encontro anual que privilegiasse estudo, oração e partilha dos artistas que desenvolvem programas iconográficos em espaços celebrativos. Eles também intencionaram o envio mensal de textos e sugestões de livros para estudo, publicação de revista ou cadernos sobre a arte litúrgica, além de uma página no site do Setor Espaço Litúrgico.

Nesse processo de articulação, iniciaram a preparação do I Encontro da Pastoral do Artista Sacro, em setembro de 2019, no Centro de Formação Sagrada Família, em São Paulo. O evento reuniu cerca de 30 artistas sacros de diversas regiões do Brasil para refletir sobre o tema “Arte como Liturgia e Liturgia como Arte”. O objetivo, naquela oportunidade, era refletir sobre a importância e necessidade de uma arte autenticamente litúrgica. Dali em diante, foram realizados outros breves encontros durante os ENAAS e também em modo remoto.

Fonte: CNBB

------------------------------------------------------------------------------------------------------.

Imagem de Nossa Senhora Aparecida é entronizada na basílica da Imaculada Conceição, em Washington, nos EUA

Mais de 6 mil brasileiros participaram da missa de entronização de Nossa Senhora Aparecida na basílica da Imaculada Conceição, em Washington, DC, o maior templo católico dos EUA, no sábado, 14 de setembro.

A missa da entronização da imagem de Nossa Senhora Aparecida foi celebrada em português pelo arcebispo emérito de Boston, cardeal Seán O’Malley. O núncio apostólico nos EUA, dom Christophe Pierre, nove bispos, sendo 4 brasileiros, e mais de 50 padres concelebraram a missa.

O bispo de Cachoeiro de Itapemirim (ES) e referencial da Pastoral de Brasileiros no Exterior, da Comissão Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Luiz Fernando Lisboa, concelebrou. A missa faz parte de uma agenda dele de visitas a missionários e comunidades de brasileiras em Orlando, Miami, Boston e Washingtonde, de 7 a 17 de setembro, nos Estados Unidos (EUA).

Dom Luiz disse que a celebração de entronização de Nossa Senhora Aparecida em Washington foi especial porque tem uma quantidade grande de brasileiros nos EUA, cerca de 2 milhões.

“A entronização foi um pedido dos brasileiros que residem em território americano. Houve uma grande peregrinação de brasileiros até o santuário onde a imagem foi entronizada. Foi uma celebração muito bonita”, disse.

Ele viajou aos EUA com o objetivo de visitar e reunir missionários brasileiros e celebrando com as comunidades de brasileiros em Orlando, Miami, Boston e Washington, numa ação da Pastoral dos Brasileiros no Exterior (PBE).

    “Os brasileiros no exterior gostam muito da visita de um representante da Igreja no Brasil. Essa presença é nesse sentido para apoiar e incentivar os padres que estão trabalhando com os brasileiros e os próprios brasileiros”, disse.

Comunidade de brasileiros nos EUA

“Que alegria estarmos aqui hoje! Que bom estarmos aqui!”, disse na homilia o bispo de Fall River, Massachusetts, dom Edgar da Cunha, brasileiro natural de Jacuíbe (BA). “Graças a Deus, conseguimos, pela primeira vez na história reunir o povo fiel da comunidade brasileira aqui nos EUA, vindos de tantas partes distantes deste país, da Florida a Califórnia, para juntos celebrarmos esse encontro e esse evento que permanecerá na história e perdurará na nossa memória”.

A basílica estava lotada, havia muitas pessoas em pé e outras sentadas no chão. A maioria dos participantes vestia uma camiseta azul com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, que foi vendida antes do evento como forma para arrecadar dinheiro para os custos da entronização.

    “Estamos aqui para comemorar, celebrar, honrar, a Bem-Aventurada Virgem Maria, sob o título de Nossa Senhora Aparecida. Pedir sua intercessão e suas bênçãos, como também prometer imitá-la em suas virtudes”, continuou dom Edgar que mora há mais de 45 anos nos EUA.

Para ele, “esse não é um encontro social, cultural, político ou de entretenimento, mas sim, uma peregrinação, um momento para nos encontrarmos com Deus, com nossa Mãe Maria, com nossos irmãos na fé e um momento de verdadeira demonstração de fé”.

Créditos das fotos: Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição e Comissão Missionária

Por Willian Bonfim, com informações da Comissão Missionária da CNBB. Fonte: CNBB

------------------------------------------------------------------------------------------------------.

Simpósio sobre a laicidade do Estado destaca religião como valor constitucional e princípios do Estado laico

Na noite de quarta-feira, 18 de setembro, foi realizado o segundo momento do Simpósio sobre a Laicidade do Estado e Liberdade Religiosa, na Casa Dom Luciano Mendes de Almeida. O evento celebrativo dos 15 anos do Acordo Brasil-Santa Sé abordou em seu segundo dia o tema da “Gênese do Estado Laico e as relações institucionais”. Os conferencistas foram o procurador-geral da República,  Paulo Gonet Branco, e o ministro Ives Gandra Martins Filho, do Tribunal Superior do Trabalho (TST). O assessor jurídico-civil da CNBB, advogado Hugo Sarubbi Cysneiros, mediou a conferência.

Os conferencistas buscaram aprofundar a reflexão apresentando as diversas interpretações sobre o conceito de Laicidade. Esse conceito não consiste tão somente na separação do Estado e da Igreja ou, por vezes, como uma justificativa para restringir a presença de religiosos e pessoas que professam alguma crença no âmbito da participação política. Nas apresentações, a intenção foi definir e distinguir as consequências práticas do conceito de laicidade atrelado à liberdade religiosa.

Religião é um valor de ordem constitucional

O procurador Paulo Gonet apontou para a tendência do que se observa numa espécie de fundamentalismo ateu, que consiste no uso do termo “Estado laico” para invalidar argumentos e posições sobre valores que estão associados ao sentimento religioso das pessoas na participação de debates públicos. Para ele, é um equívoco pensar a Laicidade como aversão religiosa.

A liberdade religiosa como direito fundamental, por sua vez, garante a participação e o espaço para que os cidadãos possam dar razão pública ao que acreditam. A temática do aborto foi citada com exemplo, cujas razões contrárias podem ser traduzidas em argumentos jurídicos. Gonet também citou o direito de objeção de consciência assegurado pela constituição, de modo que o Estado deve garantir a autonomia da expressão dos valores religiosos.

“A religião é um valor de ordem constitucional”, ressaltou o procurador. E o Estado laico significa assegurar o direito de ter uma religião, segui-la e de ser coerente com seus preceitos. Nesse sentido, “o Estado não pode impor uma religião, mas pode haver colaboração das igrejas com o poder público em vista do bem comum”, pontuou. Ao mesmo tempo, o Estado não pode proibir, prejudicar e intervir nas religiões.

Esse direito à Liberdade Religiosa deve ser entendido em duas dimensões: o direito de defesa e a exigência de promoção. Isso significa que, além de defender a liberdade religiosa, o Estado Laico é aquele que cria condições para que haja um ambiente favorável para os que querem aderir a uma religião.

Estado Laico significa também que o Estado não pode interferir na organização interna das igrejas, ou seja, não pode impor regras no âmbito particular do espaço de culto e nem mesmo pode arbitrar conflitos intrinsecamente relacionados à hierarquia de determinada religião.

Laicidade e laicismo

Paulo Gonet também explicou sobre a necessária distinção entre “laicidade” e “laicismo”. A primeira indica que se deve reconhecer que o povo é religioso e tem direito a isso, e que o Estado deve respeitar todas as religiões. A segunda, segundo ele, é a antirreligiosidade, e supõe, implicitamente, a inimizade entre religiões e o Estado.

Há o perigo de, pensando o conceito, fazer importações anacrônicas de outros Estados, salientou o conferencista, recordando a formação da nação brasileira. “A origem do Brasil carrega uma tradição imbuída do espírito missionário. Não se pode prescindir da identidade religiosa do Brasil desde a origem. A identidade brasileira é baseada em méritos religiosos, como exemplo a cidade de São Paulo”, comentou.

Gonet falou ainda sobre os símbolos religiosos, os quais não podem, segundo ele, ser ofensivos aos ateus, e que a oposição religiosa não gera o direito subjetivo de suspender a prática religiosa de outro. Ele recordou a ideia de identidade nacional enraizada nos valores religiosos e que “quando um país deixa de cultuar as suas imagens/identidades religiosas, ele perde a própria identidade”.

Princípios presentes na ideia de Estado Laico

Em sua fala, o ministro Ives Gandra Filho abordou os fundamentos filosóficos que sustentam uma correta assimilação do conceito de Laicidade, a partir da imagem do homem como “o único animal que reza”. Isso o distingue dos outros animais, sendo a característica que mais identifica o ser humano: sua transcendência e sua vida religiosa.

Voltando a reflexão sobre o Acordo Diplomático entre o Estado brasileiro e a Santa Sé, o ministro conduziu o discurso ressaltando o que o acordo representou e seus méritos. Ele recordou a vontade dos dois chefes de Estado – o Papa Bento XVI e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, – e a atuação do então núncio apostólico, dom Lorenzo Baldisseri, que deram “concretude ao acordo, apesar das resistências para que fosse ratificado”. Lembrou ainda o desafio à ratificação do acordo diante da oposição ao artigo que trata do Ensino Religioso confessional, tema que foi objeto de votação apertada no Supremo Tribunal Federal.

Esse debate, segundo o ministro, chama atenção para a necessidade da participação da Igreja no debate público, sobretudo quando se trata de fé e moral. “A igreja Católica se posiciona à altura dos debates e usa de argumentos satisfatórios à linguagem dos não crentes”, destacou, pontuando ainda que os debates atuais são caracterizados “por uma notável falta de embasamento filosófico nas questões cruciais que deliberam sobre a lei” e argumentação deficitária de princípios da dignidade humana.

    “O problema do Estado laicista é que ele quer se passar por Estado laico, quando apenas tolera as religiões, com inimizade velada”, alertou.

Gandra partilhou três princípios presentes na ideia de Estado Laico: separação entre igreja e Estado, liberdade religiosa e cooperação entre Igreja e Estado. Para ele, o Acordo Brasil Santa Sé permite uma regulamentação que salvaguarde ambas as partes nos seus papéis e na proteção dos direitos das pessoas nos espaços comuns em que interagem a Igreja e o Estado, inclusive outras religiões que igualmente se beneficiam dos termos do Acordo.

Por Luiz Lopes Jr. com Willian Andrade Ximenes - Fotos: Paulo Augusto Cruz/CNBB

Fonte: CNBB

------------------------------------------------------------------------------------------------------.

Encontro Regional reúne Pastoral Vocacional e Serviço de Animação Vocacional em Gravataí

Nos dias 17 e 18 de setembro, no seminário São José, em Gravataí, foi realizada a segunda reunião anual da Pastoral Vocacional e Serviço de Animação Vocacional do Regional Sul 3. O encontro contou com a presença de dez arqui/dioceses, representadas por alguns membros das equipes vocacionais arqui/diocesanas e coordenadoras das comissões da Vida Religiosa Consagrada e dos Institutos Seculares.

Para estes dois dias, a equipe de coordenação propôs a metodologia da “Conversação no Espírito”, criada por Santo Inacio de Loyola e utilizada pelo Papa Francisco, especialmente neste processo sinodal. A conversa no Espírito tem por base o tripé da oração, silêncio e escuta do outro, em mesas redondas que propiciam o diálogo e a escuta.

Durante o encontro, o grupo elencou ações para serem realizadas em 2025 nas arqui/dioceses e províncias eclesiásticas que compõem o regional, tendo presente o Ano Jubilar da Igreja em 2025 , “Peregrinos da Esperança”. Na ocasião, o coordenador do SAV Regional, padre Marcio Lavratti, da Diocese de Novo Hamburgo, apresentou as indicações da Pastoral Vocacional e Serviço de Animação Vocacional Nacional. Para concluir o encontro, foi celebrada a Missa, presidida por dom João Fransciso Salm, bispo de Novo Hamburgo e Referencial no Regional da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada. - Fonte: CNBB Sul 3

-------------------------------------------------------------------------------------------------.

Medjugorje, o "Nulla osta" do Papa

O documento do Dicastério para a Doutrina da Fé aprovado por Francisco não se pronuncia sobre a sobrenaturalidade, mas reconhece os abundantes frutos espirituais ligados à paróquia-santuário da Rainha da Paz e formula um juízo geral positivo sobre as mensagens, embora com alguns esclarecimentos.

Vatican News

 “É chegado o momento de concluir uma longa e complexa história em torno aos fenômenos espirituais de Medjugorje. Trata-se de uma história em que se sucederam opiniões divergentes de Bispos, teólogos, comissões e analistas”. Estas são as palavras iniciais de “A Rainha da Paz”, uma nota sobre a experiência espiritual ligada a Medjugorje, assinada pelo cardeal Víctor Manuel Fernández e por monsenhor Armando Matteo, respectivamente prefeito e secretário da seção doutrinal do Dicastério para a Doutrina da Fé. Um texto aprovado pelo Papa Francisco em 28 de agosto, que reconhece a bondade dos frutos espirituais ligados à experiência de Medjugorje, autorizando os fiéis a aderir a ela - de acordo com as novas Normas para o discernimento desses fenômenos - uma vez que “foram verificados muitos frutos positivos e não se difundiram no Povo de Deus efeitos negativos ou arriscados”. Em geral, o juízo das mensagens também é positivo, embora com alguns esclarecimentos sobre algumas expressões. Também é enfatizado que “as conclusões desta Nota não implicam um juízo acerca da vida moral dos presumidos videntes” e que, em todo caso, os dons espirituais “não exigem necessariamente a perfeição moral das pessoas envolvidas para poder agir”.

Frutos positivos 

Os lugares ligados ao fenômeno de Medjugorje são visitados por peregrinos do mundo inteiro. “Os frutos positivos revelam-se sobretudo na promoção de uma sadia prática da vida de fé”, de acordo com a tradição da Igreja. Há “abundantes conversões” de pessoas que descobriram ou redescobriram a fé; o retorno à confissão e à comunhão sacramental, numerosas vocações, “muitas reconciliações entre cônjuges e a renovação da vida matrimonial e familiar”. “É preciso mencionar - afirma a Nota - que tais experiências acontecem sobretudo no contexto das peregrinações aos lugares dos eventos originários, mais do que durante os encontros com os ’videntes' para presenciar as presumidas aparições”. Relatam-se também “numerosíssimas curas”. A paróquia da pequena localidade da Herzegovina é um lugar de adoração, oração, seminários, retiros espirituais, encontros de jovens e “parece que as pessoas vão a Medjugorje sobretudo para renovar a própria fé e não por causa de pedidos específicos”. Surgiram também obras de caridade que se ocupam de órfãos, dependentes químicos, deficientes e também há grupos de cristãos ortodoxos e de muçulmanos.

A mensagem da paz 

A Nota do Dicastério prossegue examinando os aspectos centrais das mensagens, começando pelo da paz entendida não só como ausência de guerra, mas também em um sentido espiritual, familiar e social: o título mais original que Nossa Senhora atribui a si mesma é de fato “Rainha da Paz”. “Eu me apresentei aqui como Rainha da Paz para dizer a todos que a paz é necessária para a salvação do mundo. Somente em Deus se encontra a verdadeira alegria da qual deriva a verdadeira paz. Por isso, peço a conversão” (16.06.1983). É uma paz que é fruto da caridade vivida, que “implica também o amor por aqueles que não são católicos”. Um aspecto que se entende melhor “no contexto ecumênico e inter-religioso da Bósnia-Herzegovina, marcado por uma terrível guerra com fortes componentes religiosos”.

Deus no centro 

O convite ao abandono confiante em Deus, que é amor, surge com frequência: “Podemos reconhecer um núcleo de mensagens nas quais Nossa Senhora não se põe a si mesma no centro, mas se mostra plenamente orientada para a nossa união com Deus”. Além disso, “a intercessão e a obra de Maria aparecem claramente submissas a Jesus Cristo, como autor da graça e da salvação em cada pessoa”. Maria intercede, mas é Cristo quem “nos dá a força, portanto, toda a sua obra materna consiste em motivar-nos a ir para Cristo”: “Ele vos dará força e a alegria neste tempo. Eu estou próxima de vós com a minha intercessão” (25.11.1993). Mais ainda, muitas mensagens convidam a reconhecer a importância de pedir a ajuda do Espírito Santo: “As pessoas erram quando se dirigem unicamente aos santos para pedir alguma coisa. O importante é rezar ao Espírito Santo para que desça sobre vós. Tendo-o, tem-se tudo” (21.10.1983).

Chamado à conversão 

Nas mensagens aparece “um constante convite a abandonar um estilo de vida mundano e um excessivo apego aos bens terrenos, com frequentes convites à conversão, que torna possível a verdadeira paz no mundo”. A conversão parece ser o centro da mensagem de Medjugorje. Há também uma “insistente exortação a não subestimar a gravidade do mal e do pecado e a tomar muito a sério o chamado de Deus para lutar contra o mal e contra a influência de Satanás”, indicado como origem do ódio, da violência e da divisão. Também são fundamentais o papel da oração e do jejum, bem como a centralidade da Missa, a importância da comunhão fraterna e a busca do significado último da existência na vida eterna.

Esclarecimentos necessários 

A segunda parte do documento destaca como “algumas poucas” mensagens se afastam do conteúdo listado até agora. E, portanto, “para evitar que este tesouro de Medjugorje seja comprometido, é necessário esclarecer algumas possíveis confusões que podem conduzir grupos minoritários a distorcer a preciosa proposta desta experiência espiritual”. Se algumas mensagens forem lidas parcialmente, elas podem parecer “conexas a experiências humanas confusas, a expressões imprecisas do ponto de vista teológico ou a interesses não totalmente legítimos”, embora algum erro possa não ser “devido à má intenção, mas à percepção subjetiva do fenômeno”. Em alguns casos, “Nossa Senhora parece mostrar certa irritação porque não foram seguidas algumas de suas indicações; adverte assim sobre sinais ameaçadores e sobre a possibilidade de não aparecer mais”. Mas, na realidade, outras mensagens oferecem uma interpretação correta: “Aqueles que fazem predições catastróficas são falsos profetas. Eles dizem: 'Em tal ano, em tal dia, acontecerá uma catástrofe'. Eu sempre disse que o castigo virá se o mundo não se converter. Por isso, convido todos à conversão” (15.12.1983).

Insistência nas mensagens 

Depois, há mensagens para a paróquia nas quais Nossa Senhora parece desejar ter um controle sobre detalhes do caminho espiritual e pastoral, “dando assim a impressão de querer substituir-se aos organismos ordinários de participação”. Em outros momentos, insiste sobre a escuta e aceitação das mensagens, uma insistência provavelmente provinda “do amor e do generoso fervor dos presumidos videntes, que com boa vontade temiam que os chamados da Mãe à conversão e à paz fossem ignorados”. Esta insistência se torna ainda mais problemática quando as mensagens “se referem a pedidos de improvável origem sobrenatural, como quando Nossa Senhora dá ordens sobre datas, lugares, aspectos práticos e toma decisões sobre questões ordinárias”. Na verdade, é a própria Nossa Senhora que convida a relativizar as próprias mensagens, submetendo-as ao valor inigualável da Palavra revelada nas Sagradas Escrituras: “Não busqueis coisas extraordinárias, mas antes tomai o Evangelho, lede-o e tudo vos será claro” (12.11.1982); “Por que fazeis tantas perguntas? Toda resposta está no Evangelho” (19.09.1981). “Não acrediteis nas vozes mentirosas que vos falam de coisas falsas, de uma falsa luz. Vós, filhos meus, tornai à Escritura!” (02.02.2018).

Resumo do Evangelho 

A Nota indica como problemáticas aquelas mensagens que atribuem a Nossa Senhora as expressões “o meu plano”, “o meu projeto”, expressões que “poderiam confundir. Na verdade, tudo quanto Maria realiza é sempre a serviço do projeto do Senhor e do seu plano divino de salvação”. Assim como não se deve erroneamente “atribuir a Maria um lugar que é único e exclusivo do Filho de Deus feito homem”. Por sua vez, o Dicastério para a Doutrina da Fé sublinha uma mensagem que pode ser considerada como uma síntese da proposta do Evangelho através de Medjugorje: “Desejo aproximar-vos sempre mais a Jesus e ao seu Coração ferido” (25.11.1991).

Culto público autorizado 

“Ainda que isto não implique uma declaração do caráter sobrenatural” e recordando que os fiéis não são obrigados a crer nele, o nihil obstat - emitido pelo bispo de Mostar-Duvno em acordo com a Santa Sé - indica que eles “podem receber um estímulo positivo para sua vida cristã através desta proposta espiritual e autoriza o culto público”. A Nota também especifica que “a avaliação positiva da maior parte das mensagens de Medjugorje como textos edificantes não implica declarar que tenham uma direta origem sobrenatural”. E mesmo se possam subsistir - como é sabido - pareceres diversos “sobre a autenticidade de alguns fatos ou sobre alguns aspectos desta experiência espiritual, as autoridades eclesiásticas dos lugares onde ela esteja presente são convidadas a apreciar o valor pastoral e a promover a difusão desta proposta espiritual”. Permanece inalterado o poder de cada Bispo diocesano de tomar decisões prudenciais no caso de haver pessoas ou grupos que “utilizando inadequadamente este fenômeno espiritual, atuem de modo errado”. Por fim, o Dicastério convida aqueles que vão a Medjugorje “a aceitar que as peregrinações não são feitas para encontrar-se com os presumidos videntes, mas para ter um encontro com Maria, Rainha da Paz”. Fonte: Vatican News

*-----------------------------------------------------------------.s

Papa pede "renovada primavera" a capitulares recebidos em audiência

Religiosos e religiosas da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria e das Irmãs do Divino Salvador foram recebidos em audiência conjunta por Francisco no Vaticano na manhã deste 19 de setembro.

Vatican News       

Uma renovada primavera! Estes são os votos do Papa aos religiosos e religiosas que participam dos Capítulos Gerais da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria e das Irmãs do Divino Salvador, recebidos esta manhã em audiência no Vaticano.

Antes de seu discurso, Francisco perguntou aos superiores acerca das vocações, ouvindo como resposta uma variedade de países. Em sua saudação, recordou que a realização de um Capítulo não responde a uma lógica humana ou a uma necessidade institucional, mas a uma exigência do seguimento de Cristo. “Sempre implica este seguimento, escutar atentamente aquilo que o Espírito Santo vai sugerindo para viver com fidelidade a identidade e a missão próprias da Congregação.”

Assim como os discípulos, os capitulares são chamados a dar escuta à voz de Jesus, a aprofundar a contemplação e a ser capazes de viver e anunciar o amor de Deus encarnado Nele, de modo especial através do serviço a favor dos mais necessitados e também através da oração eucarística e reparadora. 

Somente seguindo Cristo com fidelidade e docilidade, a Congregação poderá gozar de uma “renovada primavera”, que fará resplandecer o carisma no momento atual da história da humanidade. “Que os sagrados Corações de Jesus e Maria os impulsione a encontrar formas sempre novas de testemunho diante dos irmãos e de colaboração com a obra de Deus que se realiza na Igreja”, foram os votos do Pontífice.

Já às Irmãs do Divino Salvador, o Papa fez votos de que saibam caminhar juntas, como o próprio tema do Capítulo sugere. O Pontífice alerta para o perigo das fofocas e a importância da escuta, indicando como modelo Maria, que por sua vez sempre apontou para Jesus.

A exortação final de Francisco é para que os capitulares coloquem em prática uma atenta escuta da vontade de Deus, para dar passos decisivos na sequela de Cristo, que não consiste somente em incorporar uma doutrina, mas em fazer próprio um estilo de vida. O Papa concluiu manifestando sua proximidade e oração neste momento de discernimento.

Fonte: Vatican News

-----------------------------------------------------------------.

O Papa: trabalhar para que todos os cristãos celebrem a Páscoa no mesmo dia

Em 2025, o aniversário da Ressurreição coincidirá para católicos e ortodoxos, que seguem os calendários gregoriano e juliano, respectivamente. Recordaremos também os 1700 anos do Concílio Ecumênico de Nicéia, durante o qual foi promulgado o Símbolo da Fé e abordado o tema da data da Páscoa. "Que a celebração comum do Dia da Ressurreição não seja mais uma exceção, mas se torne uma normalidade", é o convite de Francisco ao Grupo "Páscoa Together 2025", recebido em audiência.

Mariangela Jaguraba – Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência, no Vaticano, nesta quinta-feira (19/09), uma delegação do Grupo "Páscoa Together 2025" (Páscoa Juntos 2025) que reúne realidades e comunidades de diferentes confissões cristãs com o objetivo de convidar as Igrejas a celebrar a Páscoa numa data comum.

Em 2025,  celebração da Páscoa será comum a todos os cristãos

No ano de 2025, "que para a Igreja Católica será um jubileu ordinário, a celebração da Páscoa, devido à coincidência dos calendários, será comum a todos os cristãosÉ um sinal importante, ao qual se acrescenta o aniversário dos 1700 anos da celebração do primeiro Concílio Ecumênico, o de Nicéia, que, além de promulgar o Símbolo da Fé, também tratou da questão da data da Páscoa, devido às diferentes tradições existentes na época", escreve o Papa no texto entregue aos membros do Grupo "Páscoa Together 2025". Portanto, em 2025, o aniversário da Ressurreição coincidirá para católicos e ortodoxos que seguem os calendários gregoriano e juliano, respectivamente.

Perseverar na busca de uma comunhão possível

O Grupo "Páscoa Together 2025" está envolvido em diferentes campos, como por exemplo, o da política e da preparação do próximo Segundo Milênio da Redenção - em 2033 - e em outras iniciativas semelhantes". Em todos esses campos, os membros do grupo buscam projetos comuns. "Eu os parabenizo e os incentivo a continuar, especialmente porque isso expressa o desejo de não deixar passar em vão a importante oportunidade que 2025 nos oferece", escreve Francisco no texto.

O Papa recorda que em mais de uma ocasião lhe foi pedido para buscar uma solução "de modo que a celebração comum do Dia da Ressurreição não seja mais uma exceção, mas se torne uma normalidade".

"Encorajo, portanto, aqueles que estão comprometidos neste caminho a perseverar e a fazer todos os esforços na busca de uma comunhão possível, evitando tudo o que possa levar a mais divisões entre os irmãos", ressalta Francisco.

A Páscoa é de Cristo

O Papa lembra ainda que "a Páscoa não acontece por nossa iniciativa ou devido a um ou outro calendário: o acontecimento pascal ocorreu porque «Deus amou de tal forma o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele crê não morra, mas tenha a vida eterna»".

Francisco convida a não nos esquecer da primazia de Deus e a não nos fechar "em nossos esquemas, em nossos projetos, em nossos calendários, em “nossa” Páscoa". "A Páscoa é de Cristo! Nos faz bem pedir a graça de sermos cada vez mais seus discípulos, deixando que seja Ele a nos indicar o caminho a seguir e aceitando humildemente o convite, feito um dia a Pedro, de seguir os seus passos, e não pensar segundo os homens, mas segundo Deus", escreve o Pontífice.

Partir novamente como os Apóstolos de Jerusalém

O Papa convida "a refletir, compartilhar e planejar juntos, mantendo Cristo diante de nós, gratos pelo chamado que Ele nos dirigiu e desejosos de nos tornarmos, na unidade, suas testemunhas, para que o mundo creia". "Precisamos caminhar juntos e, para isso, precisamos partir novamente, como os Apóstolos, de Jerusalém, lugar de onde o próprio anúncio da Ressurreição se espalhou pelo mundo", sublinha. Francisco exorta a voltar lá "para pedir ao Príncipe da Paz para que nos dê hoje a sua paz".

Fonte: Vatican News

*-----------------------------------------------------------------.x

Papa Francisco: do plantio da uva pode iniciar um caminho à conversão ecológica

A agricultura é um dos elementos essenciais do projeto "Borgo Laudato si'", em Castel Gandolfo, a cerca de 25km de Roma. A iniciativa, que conta com especialistas do Centro de Alta Formação Laudato si' instituído por Francisco, já traz resultados práticos de formação à ecologia integral: a plantação de uva para produção de vinho com marca registrada e as relações da família humana e criação, "por meio de um trabalho que cuida e valoriza o que nos foi confiado pelo Criador", afirma o Papa.

Andressa Collet - Vatican News

O Papa Francisco demonstrou satisfação e agradeceu os colaboradores do Centro de Alta Formação Laudato si' (CeAF-LS) pelos primeiros frutos que estão sendo gerados com o desenvolvimento do projeto de formação à ecologia integral intitulado "Borgo Laudato si'". Uma plantação de uva para a produção de vinho deve consolidar o primeiro produto do Borgo com "marca registrada". A iniciativa está sendo realizada no sugestivo cenário dos jardins de Villa Barberini e das Vilas Pontifícias de Castel Gandolfo, uma área extraterritorial do Vaticano de 55 hectares, a cerca de 25 km de Roma.

A manifestação do Pontífice veio durante uma audiência nesta quinta-feira (19/09) ao receber no Vaticano os membros do CeAF-LS, um organismo científico, educativo e social instituído pelo próprio Papa em fevereiro de 2023, encarregado de oferecer uma formação integral no âmbito da economia sustentável e de acordo com os princípios da Encíclica Laudato si', com particular atenção aos jovens e àqueles que vivem em condições de vulnerabilidade (cf. Estatuto, art. 1). E o Borgo foi o primeiro projeto, desenvolvido com a ajuda de especialistas nacionais e internacionais de alto nível:

“Para tornar visível e concreta a vontade de promover a conversão ecológica, pensei em criar um modelo tangível de pensamento, de estrutura e de ação, que chamei de Borgo Laudato si'. E senti que os arredores e as dependências das Villas de Castel Gandolfo fossem o espaço certo para abrigar esse tipo de 'laboratório', onde experimentar conteúdos formativos.“

O projeto agrícola do Borgo

O Centro delineou as três principais direções do projeto: educação inclusiva à ecologia integral, economia circular e generativa, e sustentabilidade ambiental. O resultado foi então apresentado ao Papa através do Conselho Executivo:

“Trata-se de um projeto complexo e multifacetado, que envolve vários aspectos da ecologia integral. Um dos elementos essenciais é, sem dúvida, a agricultura, que no Borgo Laudato si' quer se destacar por sustentabilidade e diversificação, investindo em infraestrutura, sistemas de irrigação e desenvolvimento de técnicas agrícolas que respeitem o ecossistema e a biodiversidade. O projeto agrícola do Borgo inclui o desenvolvimento de um novo vinhedo para a produção de vinho.”

A intenção, explicou o Papa, é criar uma “marca registrada” do Borgo, unindo "tradição e inovação". E inclusive nesse aspecto da plantação de uva para produção de vinho, o Centro de Alta Formação contou com a consultoria de especialistas em busca de excelência, afinal, como recordou Francisco, "é muito importante não permanecermos 'na média', porque da média passamos à mediocridade. Sempre buscar a excelência". E o Pontífice finalizou:

"Fiquei particularmente satisfeito ao notar que, tanto para o cultivo quanto para a produção agrícola - e para o vinhedo em particular -, há uma grande quantidade de mão de obra envolvida. Isso corresponde à intenção acordada desde o início de se comprometer pela restauração das relações boas e frutíferas entre a família humana e a criação, por meio de um trabalho que cuida e valoriza o que nos foi confiado pelo Criador. "

Fonte: Vatican News

*-----------------------------------------------------------------.x

Papa: que os países colaborem para combater as máfias e reutilizar seus bens

Na mensagem aos participantes na convenção sobre o tema organizada pela Pontifícia Academia das Ciências Sociais, o Papa sublinha que o crime organizado “atenta contra o bem comum”: “O modelo italiano é um bom exemplo de como os bens confiscados da criminalidade podem ser utilizados para reparar os danos causados ​​às vítimas e à sociedade".

Tiziana Campisi - Cidade do Vaticano

Para a comunidade internacional, um dos desafios mais importantes é a luta contra o crime organizado, que ameaça a segurança de todos os países e a estabilidade econômica global, razão pela qual “os Estados, por meio de suas instituições, devem não somente investigar” e julgar, mas “ também colaborar entre si para identificar seus bens e recuperá-los", e isso para "impossibilitar a continuidade" dos crimes.

É o que escreve o Papa Francisco na mensagem aos participantes da convenção sobre a utilização social dos bens confiscados à máfia -, que se realiza nestes dias 19 e 20 de setembro, organizada pela Pontifícia Academia das Ciências Sociais -, sublinhando que “ face à ferida que implica para a sociedade a criminalidade transnacional", deve haver "vontade política para enfrentar um problema mundial com uma reação mundial", como indicou o então secretário-geral Kofi Annan na Convenção de Palermo da ONU de 2000.

Não esquecer das vítimas 

“O crime organizado, que se apresenta como um grupo estruturado que se estabiliza ao longo do tempo e age conjuntamente para cometer crimes” para obter benefícios materiais ou econômicos, e que, tendo um “caráter transacional, abrange todos os grandes tráficos”, na prática “atenta contra o bem comum", em detrimento de "milhões de homens e mulheres que têm o direito de viver a própria vida e criar os seus filhos com dignidade e livres da fome e do medo da violência, da opressão ou da injustiça".

Além disso se aproveita das pessoas socialmente marginalizadas que são particularmente vulneráveis ​​às suas atividades. E por isso, para o Pontífice, “não é possível nem tolerável esquecer estas vítimas” e é somente tendo-as presente que “se pode compreender os danos causados ​​pelo crime organizado”, avaliando em que modo agir em relação aos aspectos essenciais na resolução de conflitos e encontrar soluções pacíficas.

O modelo italiano sobre a utilização dos bens confiscados do crime 

“O modelo italiano é um bom exemplo de como os bens confiscados da criminalidade podem ser utilizados para reparar os danos causados ​​às vítimas e à sociedade; de ​​como podem servir à reconstrução do bem comum”, escreve Francisco, que também recomenda que os bens apreendidos ao crime organizado sejam destinados “à reparação e reconstrução do bem comum”, definido pela Constituição conciliar Gaudium et spes como “o conjunto de condições da vida social que permitem aos grupos e aos membros individuais alcançar a sua própria perfeição”.

Recuperar o bem de todos 

Insistindo na imprescindibilidade de “uma abordagem integrada na luta contra a criminalidade” e no fortalecimento da cooperação internacional, o Papa convidam além disso, “a centrar as conversações destes dias na urgência de recuperar o bem de todas as pessoas”, porque “todos contam” e ninguém deve ser descartado, e para que prevaleça “o projeto comum, ao serviço da dignidade humana”.

Por fim, Francisco encoraja os participantes do encontro a partilharem as suas experiências e a refletirem, “sem perder de vista as vítimas e a comunidade” e a orientarem-se para a ação “compreendendo o direito e a justiça como uma prática que tem como objetivo a construção de um mundo melhor."

Fonte: Vatican News

*-----------------------------------------------------------------.x

Papa sobre Justiça de Transição: a lei deve inspirar a defesa da dignidade

O termo técnico da área jurídica através da experiência na América Latina foi aprofundado em um livro apresentado nesta quinta-feira (19/09) em Tenerife. Francisco enviou uma mensagem e, através de um fato antigo, da época do descobrimento do continente americano, abordou a importância do "nosso compromisso com a justiça e o direito, apesar das dificuldades".

Andressa Collet - Vatican News

O Papa Francisco enviou uma mensagem nesta quinta-feira (19/09) aos participantes da apresentação do livro "Passado, presente e futuro da Justiça Transicional: A experiência latino-americana na construção da paz mundial", reunidos em Tenerife, a maior ilha do arquipélado das Canárias. O texto, escrito em espanhol, foi uma resposta ao pedido de Enrique Gil Botero, secretário-geral da Conferência de Ministros da Justiça dos Países Ibero-Americanos, e de José Ángel Martínez Sánchez, presidente do Conselho Geral do Notariado Espanhol.

A Justiça de Transição, como o Pontífice fez referência na mensagem de acordo com o Dicionário Pan-Hispânico de Espanhol Jurídico, é “conjunto de medidas judiciais e políticas que são adotadas após uma situação de conflito ou repressão em que ocorreram violações maciças dos direitos humanos, com o objetivo de promover a reconciliação e a democracia; inclui ações penais, comissões da verdade, programas de reparação e reformas institucionais”. E Francisco complementou, ao citar Isabel de Castela, recordada pelo apoio ao navegador Cristóvão Colombo na busca pelas Índias Ocidentais, uma missão que o levaria a descobrir a América:

"Aprender com o passado, revisar as experiências, muitas vezes dolorosas, nos convidam a dar respostas coerentes e significativas aos desafios atuais e a buscar mecanismos que consolidem o progresso no caminho da paz, da liberdade e da justiça. Nesse sentido, e sem fazer alusão a casos atuais, gostaria de mencionar um fato ocorrido durante as primeiras viagens de Colombo à América. Eu me refiro à notícia que chegou a Isabel de Castela sobre a venda de indígenas como escravos."

Uma "situação de conflito e repressão em que houve uma violação maciça dos direitos humanos", comentou o Papa, segundo o conceito de Justiça de Transição, e em seguida, "o conjunto de medidas adotadas pela Coroa, que será a semente de nossas declarações modernas de direitos humanos".

As três lições

Esse exemplo direciona a reflexão do Papa a extrair três diferentes lições. A primeira, que a história não volta atrás, mesmo em se tratanto de histórias dolorosas de muitos países. "A América e a Europa foram chamadas a se encontrar. Portanto, esses eventos, mesmo que sejam concebidos como crises severas, devem dar frutos, e é nossa responsabilidade como seres humanos garantir que isso aconteça", enalteceu Francisco, pois trata-se de uma grande mudança, e os desafios devem ser enfrentados com firmeza, "porque a unidade é superior ao conflito" (cf. Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 227). 

A segunda lição é a resposta imediata. "A força da lei, representada na Rainha Isabel", explicou o Pontífice, "impõe soluções corajosas, inovadoras e firmes, que vão ao cerne da verdade do homem, de sua dignidade, sem concessões; reparativas - libertando os escravos mesmo à custa de seus próprios bolsos; e de reforma institucional - proibindo a escravidão e exigindo os direitos fundamentais das vítimas de forma proativa e integral". 

A terceira lição, "talvez seja a mais difícil, mas não sem esperança: a implementação efetiva e concreta de tais disposições nem sempre será fácil ou motivada por um espírito tão elevado". Independentemente do papel de Isabel nas relações entre os dois povos que estavam destinados a se encontrar, "as tensões sempre existiram. Mas essa realidade também nos ensina que um tratado, uma assinatura, uma lei, podem ser letra morta se não forem criados os meios para garantir que, com seriedade, bom senso e paciência, não só a letra, mas também o espírito que a anima, sejam aceitos por aqueles a quem se dirige". 

“Espero que essa evocação do passado possa ser útil a vocês. Sejam corajosos e determinados e confiem em Deus, como Isabel certamente os aconselharia, para aplicar a justiça, para abrir caminhos de compreensão e fraternidade, para criar espaços novos e integradores, para construir essa bela terra que não é uma utopia, mas uma responsabilidade.”

Fonte: Vatican News

-----------------------------------------------------------------.

Fernández: Medjugorje, um rio de bondade mesmo em meio a imperfeições humanas

O prefeito da Doutrina da Fé apresenta na Sala de Imprensa Vaticana o documento "A Rainha da Paz" sobre a experiência espiritual no vilarejo bósnio: devoção respeitada por três Papas. O importante é o aspecto pastoral, não as avaliações sobre a sobrenaturalidade. Para o Papa, o nihil obstat é suficiente, não é necessário ir além. Sobre as mensagens: "As acolhemos como textos edificantes". Não se vai em peregrinação para encontrar os videntes.

Salvatore Cernuzio - Cidade do Vaticano

Das mensagens a serem acolhidas "como textos edificantes" que podem estimular uma "bela experiência espiritual", ainda que não haja "certeza de que sejam da Virgem Maria", ao "grande respeito" mostrado pelos últimos três Papas em relação à "devoção difundida" de Medjugorje. Das inúmeras obras de caridade surgidas em torno dessa experiência espiritual, das muitas conversões, confissões, frutos de bondade, aos "problemas" causados por "imperfeições humanas" e até às controvérsias internas (há até quem tenha chegado a definir o fenômeno como "demoníaco").

Foi uma intervenção longa e de amplo alcance, tocando em história, atualidade e até algumas experiências pessoais, aquela que o cardeal Victor Manuel Fernández, prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, expôs em uma Sala de Imprensa Vaticana lotada para a conferência de apresentação da Nota "A Rainha da Paz". Nota cuja trajetória o cardeal argentino relembrou, enumerando luzes e sombras de uma história que envolve a espiritualidade de milhões de fiéis e através da qual, como disse, "Deus, em seus desígnios misteriosos, mesmo em meio às imperfeições humanas, encontrou uma maneira de fazer fluir um rio de bondade e beleza".

Medjugorje, o "Nulla osta" do Papa

O documento do Dicastério para a Doutrina da Fé aprovado por Francisco não se pronuncia sobre a sobrenaturalidade, mas reconhece os abundantes frutos espirituais ligados à ...

Problemas e obstáculos

O purpurado não deixou de mencionar os "problemas" importantes que "em uma pequena porcentagem (5 ou 6 dioceses)" no mundo ocorreram e que impedem de "falar de efeitos apenas positivos" em Medjugorje. Ele apontou como "o ponto mais obscuro e triste" o longo "conflito" entre os franciscanos rebeldes e os bispos e, com grande clareza, também mencionou o caso controverso do padre Tomislav Vlasic, famoso por ser considerado "pai espiritual" dos seis videntes e depois, em 2009, reduzido ao estado laical por vários crimes.

O olhar de três Papas

O cardeal abordou o fenômeno de Medjugorje sob a perspectiva dos últimos três Papas: João Paulo II que, como revelam cartas privadas, manifestou o "intenso desejo" de visitar aquele local, Bento XVI que, como prefeito da então Congregação para a Doutrina da Fé, em 1985, expressou um "pensamento claro" sobre a separação da possível "sobrenaturalidade" do fenômeno de seus frutos espirituais. Por fim, Francisco, que no voo de retorno de Fátima em 2017, ao falar sobre o "relatório muito bom" da Comissão Ruini, afirmou que "o núcleo" é "o fato espiritual, o fato pastoral, pessoas que vão lá e se convertem, pessoas que encontram Deus, que mudam de vida… Não há uma varinha mágica, esse fato espiritual-pastoral não pode ser negado".

"O que sobressai nos Pontífices – destacou Fernández – é uma atitude de grande respeito diante de uma devoção tão difundida no povo de Deus", que se traduz em "uma análise do fenômeno espiritual positivo" e não "em uma conclusão sobre a origem sobrenatural ou não do fenômeno". De fato, o Papa Francisco, revelou o cardeal, em um recente encontro entre eles, reiterou que é "absolutamente suficiente" o nihil obstat e que "não há necessidade de ir além com uma declaração de sobrenaturalidade". Ou seja, é suficiente "dizer aos fiéis: bem, vocês podem rezar, o culto é público, podem ser feitas peregrinações e essas mensagens podem ser lidas sem perigo".

Medjugorje e a atitude da Igreja

Comissões de Estudo e pronunciamentos dos bispos: publicamos um amplo trecho da apresentação de monsenhor Armando Matteo, secretário do Dicastério para a Doutrina da Fé, que ...

As mensagens da "Gospa"

Sobre as mensagens da "Gospa", o cardeal prefeito explicou que a maioria delas tem um "belo conteúdo" que pode "estimular" a conversão; muitas retomam palavras mais próximas à linguagem popular; algumas, porém, contêm "frases que não são exatamente de Santo Tomás de Aquino". No entanto, Fernández esclareceu que, "quando há experiências espirituais de diferentes tipos, não há um ditado", "a pessoa percebe um conteúdo e faz o esforço de lembrá-lo e expressá-lo da melhor forma possível". Portanto, essas mensagens não devem ser lidas como "um texto magisterial", mas deve-se captar "o pensamento profundo" por trás de algumas "imperfeições nas palavras".

A proposta da paz

"Nós – acrescentou o prefeito da Doutrina da Fé – agora acolhemos essas mensagens não como revelações privadas, porque não temos certeza de que sejam mensagens da Virgem Maria, mas as acolhemos apenas como textos edificantes que podem estimular uma verdadeira e bela experiência espiritual". As mensagens, recomendou Fernández, "devem ser avaliadas em seu conjunto". Porque é apenas na visão geral que surgem "as grandes exortações". Por exemplo, a da paz, "a grande proposta de Medjugorje". "A mensagem de paz implica amar até mesmo aqueles que não são católicos. E isso é compreendido no contexto ecumênico e inter-religioso da Bósnia-Herzegovina", dilacerada por uma guerra alimentada também por motivações religiosas. "Olhem para a história que se repete hoje com a Ucrânia", observou o cardeal.

Os riscos

É claro que há "pontos fracos" nessas mensagens, começando pela "frequência" ou insistência na necessidade de ouvi-las: "'Ouçam minhas mensagens', 'acolham minhas mensagens'. Às vezes cansa um pouco... A Virgem Maria fala de seus planos de salvação – 'meus planos' – que devem ser acolhidos, como se fossem diferentes dos de Deus. Isso confunde, cria o perigo de uma dependência excessiva das aparições e das mensagens".

Mensagens futuras

Tanto em sua intervenção quanto nas perguntas dos jornalistas, o cardeal Fernández também abordou a questão das futuras mensagens, "se houver": "Se houver, deverão ser avaliadas e aprovadas para eventual publicação, e enquanto não forem analisadas, recomenda-se que os fiéis não as considerem como textos edificantes". É sempre necessário "prudência", com a consciência de que Nossa Senhora "não ordena que algo seja comunicado necessariamente ou imediatamente; não nos usa como marionetes ou instrumentos mortos, sempre deixa espaço para nosso discernimento". Não é, portanto, uma "Virgem carteiro", enfatizou o prefeito do ex-Santo Ofício, recordando as palavras do Papa Francisco.

O coração de Pastor e a fé do povo

O nada obsta para Medjugorje foi possível graças ao reconhecimento dos frutos positivos da experiência espiritual vivida naquele lugar e à abordagem pastoral do Papa.

A devoção no povo

O chefe do Dicastério também quis destacar a difusão mundial da devoção à Rainha da Paz, com "tantos grupos de oração e devoção mariana", e as obras de caridade para órfãos, dependentes químicos, alcoólatras e deficientes. "Um fenômeno popular" que não se baseia em mensagens ou discussões sobre a origem sobrenatural: "O que atrai é a Rainha da Paz e a presença de sua imagem nos lugares mais diversos".

A imagem da Virgem em cada país

O próprio Fernández confidenciou ter encontrado a imagem de Nossa Senhora até nos menores vilarejos rurais. Até na Argentina, contou, quando, como pároco, propôs aos fiéis de diferentes bairros construir capelinhas com uma imagem mariana, "a primeira que me propuseram foi a da Rainha da Paz. Apenas uma freira disse: 'Mas é autorizada?'. E o bispo respondeu: 'Mas que mal pode fazer essa imagem?'".

Relação com os videntes "não aconselhável"

Quanto à relação com os videntes, o cardeal explicou que "não é proibida, mas também não aconselhável", até mesmo para eles. "O espírito de Medjugorje não é seguir os videntes, mas rezar à Rainha da Paz". Fernández relatou que não teve contato com eles nesse período, mas enviou uma pequena carta "com alguns conselhos ou palavras", destinada a permanecer confidencial.

As intervenções dos outros palestrantes

À mesa dos palestrantes, juntamente com Fernández, estavam também monsenhor Armando Matteo, secretário do Dicastério para a Doutrina da Fé, e o diretor editorial dos meios de comunicação vaticanos, Andrea Tornielli. Monsenhor Matteo destacou que a Nota de hoje é o "fruto" de um "amplo trabalho de discernimento" iniciado em maio com a publicação das Normas sobre os fenômenos sobrenaturais. Trabalho que envolveu decisões sobre casos na Itália, Espanha, Índia, Holanda e em outros lugares.

Por sua vez, Tornielli, recorrendo também a uma experiência pessoal de peregrinação, destacou alguns "dados estatísticos interessantes", como o número de Comunhões distribuídas na paróquia e nos locais ligados à aparição: mais de 47 milhões (47.413.740, para ser exato), de 1985 a 2024; ou o número de sacerdotes que concelebraram em Medjugorje de dezembro de 1986 a junho de 2024: 1.060.799. Números altos, como os dos fiéis que, todos os anos, lotam o vilarejo bósnio, atraídos pela Adoração Eucarística, meditação e confissão, o sacramento mais praticado em Medjugorje.

Fonte: Vatican News

*-----------------------------------------------------------------.s

O coração de Pastor e a fé do povo

O nada obsta para Medjugorje foi possível graças ao reconhecimento dos frutos positivos da experiência espiritual vivida naquele lugar e à abordagem pastoral do Papa.

Andrea Tornielli

A autorização oficial para a devoção e a experiência espiritual que começou em Medjugorje em junho de 1981, quando seis jovens contaram ter visto Nossa Senhora, foi possível graças aos abundantes frutos positivos constatados nesta paróquia visitada por mais de um milhão de pessoas a cada ano e no mundo inteiro: peregrinações, conversões, retorno aos sacramentos, casamentos em crise que são reconstruídos. São esses elementos que o Papa Francisco sempre observou, desde que era bispo na Argentina: a piedade popular que move tantas pessoas em direção aos santuários deve ser acompanhada, corrigida quando necessário, mas não sufocada. Ao julgar os presumidos fenômenos sobrenaturais, é preciso sempre prestar atenção precisamente aos frutos espirituais. Corresponde a essa visão do Sucessor de Pedro o fato de ter dissociado, graças às novas normas publicadas em maio passado, o juízo da Igreja da declaração mais exigente de sobrenaturalidade. Esta última ainda pode estar presente, mas não é mais necessário esperar por ela para autorizar culto, devoções e peregrinações, se não houver engano ou interesses ocultos, se as mensagens forem ortodoxas e, sobretudo, se houver muitas experiências positivas.

Graças ao coração de pastor de Francisco, dá-se, portanto, o pronunciamento sobre uma das aparições marianas mais conhecidas e mais contrastadas do último século. Uma decisão que não é uma surpresa. Já em maio passado, o cardeal Fernández, respondendo a uma pergunta sobre Medjugorje, havia dito: “Com essas normas, pensamos que será mais fácil ir em frente e chegar a uma conclusão”. E essa não é uma abordagem sem precedentes, como atestam as palavras usadas pelo então cardeal Ratzinger no livro entrevista “Relatório sobre a fé”: “Um dos nossos critérios é separar o aspecto da verdadeira ou presumida ‘sobrenaturalidade’ da aparição daquele dos seus frutos espirituais. As peregrinações do cristianismo antigo foram a lugares sobre os quais nosso espírito crítico como modernos às vezes ficaria perplexo quanto à ‘verdade científica’ da tradição ligada a eles. Isso não diminui o fato de que essas peregrinações foram frutíferas, benéficas e importantes para a vida do povo cristão. O problema não é tanto o do hipercriticismo moderno (que acaba, entre outras coisas, em uma forma de nova credulidade), mas o de avaliar a vitalidade e a ortodoxia da vida religiosa que se desenvolve em torno desses lugares”. O próprio Bento XVI, em 2010, havia confiado a uma comissão liderada pelo cardeal Ruini o estudo do fenômeno, e o resultado foi favorável.

A Nota intitulada “A Rainha da Paz”, portanto, reconhece a bondade dos frutos, apresenta um juízo geral positivo das muitas mensagens ligadas a Medjugorje que foram difundidas ao longo dos anos, corrigindo alguns textos problemáticos e algumas interpretações que podem ter sido afetadas pela influência subjetiva dos videntes. No que diz respeito aos ex-jovens protagonistas do fenômeno, que foram objeto de controvérsia e até mesmo de acusações ao longo dos anos, o documento esclarece desde as primeiras linhas que o nada obsta não implica um juízo sobre a vida moral deles e que, em todo caso, os dons espirituais “não exigem necessariamente a perfeição moral das pessoas envolvidas para poder agir”. Ao mesmo tempo, o próprio fato de o nada obsta ter sido concedido significa que não foram detectados aspectos particularmente críticos ou arriscados, nem mentiras, falsificações ou mitomanias.

A Nota do Dicastério valoriza os dois núcleos centrais da mensagem de Medjugorje: o da conversão e do retorno a Deus, e o da paz. Quando o fenômeno teve início e Maria se apresentou como a “Rainha da Paz”, ninguém poderia imaginar que aquelas terras seriam o cenário de confrontos sangrentos. Aquele que escreve ficou profundamente impressionado, participando de uma peregrinação, com os testemunhos de amigos e concidadãos dos videntes: pessoas que não estavam de forma alguma envolvidas nas aparições ou nas mensagens, que, diante da crueldade da guerra travada naquelas terras mesmo entre vizinhos de casa, souberam perdoar. E graças à sua experiência de fé ligada às aparições de Medjugorje, também se reconciliaram com aqueles que haviam sido culpados de violência grave contra seus parentes. Isso é muito mais “milagroso” do que muitos outros fenômenos mencionados nos locais das aparições.

No fundo, a mensagem autêntica de Medjugorje está naquelas mensagens em que Nossa Senhora se relativiza e nos convida a não ir atrás de falsos profetas, a não buscar com curiosidade notícias sobre “segredos” e previsões apocalípticas, como pode ser visto em uma mensagem de novembro de 1982: “Não busqueis coisas extraordinárias, mas antes tomai o Evangelho, lede-o e tudo vos será claro”.

Fonte: Vatican News

*-----------------------------------------------------------------.s

Medjugorje e a atitude da Igreja

Comissões de Estudo e pronunciamentos dos bispos: publicamos um amplo trecho da apresentação de monsenhor Armando Matteo, secretário do Dicastério para a Doutrina da Fé, que reconstrói a cronologia dos eventos.

Armando Matteo*

O fenômeno das presumidas aparições de Nossa Senhora em Medjugorje diz respeito aos eventos que começaram em 24 de junho de 1981 na paróquia de São Tiago em Medjugorje, administrada pelos Padres Franciscanos O.F.M., da Província da Herzegovina, na Diocese de Mostar-Duvno, na antiga Iugoslávia (hoje Bósnia-Herzegovina).

No final da tarde daquele dia, duas meninas, Ivanka Ivanković e Mirjana Dragičević, foram a Podbrdo, no sopé da colina Crnica. De repente, Ivanka vê Nossa Senhora (que não apareceu para Mirjana). As duas meninas continuam seu caminho para a aldeia. No mesmo dia, por volta das 18 horas, seis jovens veem no mesmo lugar a figura de Maria com uma criança em seus braços: além de Ivanka e Mirjana, estão presentes Vicka Ivanković, Ivan Dragičević, Ivan Ivanković e Milka Pavlović. Marija Pavlović e Jakov Čolo, que ainda estão entre os seis videntes, juntaram-se aos outros no dia seguinte, 25 de junho.

Em 21 de julho do mesmo ano, Sua Excelência dom Pavao Zanić, Bispo de Mostar-Duvno, reuniu-se com os seis “videntes”, que lhe contaram sua experiência recente. O Ordinário continua convencido de que “os jovens não mentem”. Ele também manifestará essa convicção alguns dias depois, por ocasião da administração da Crisma na paróquia de Medjugorje. Posteriormente, em 19 de novembro de 1983, Sua Excelência dom Pavao Zanić enviou à então Congregação para a Doutrina da Fé um relatório confidencial sobre a presumida aparição de Maria, expressando suas “dúvidas muito fortes” a respeito.

Em 12 de outubro do ano seguinte, a Conferência Episcopal Iugoslava emitiu uma declaração sobre os presumidos eventos em Medjugorje, lembrando a competência da autoridade eclesiástica para avaliar as aparições e proibindo peregrinações oficiais a Medjugorje.

Em 19 de maio de 1986, a Comissão diocesana encarregada de avaliar as presumidas aparições em Medjugorje emitiu seu juízo: para 11 membros contra 4 Non constat de supernaturalitate.

No mesmo ano, o Pró-Núncio em Belgrado expressou uma opinião negativa sobre o trabalho da Comissão diocesana. A então Congregação para a Doutrina da Fé decidiu confiar à Conferência Episcopal Iugoslava um novo exame do caso.

No ano seguinte, em 9 de abril, a Comissão da Conferência Episcopal Iugoslava iniciou seu trabalho, que durou até abril de 1991. No dia 10 daquele mês, foi publicado o relatório final da Comissão da Conferência Episcopal Iugoslava sobre o fenômeno de Medjugorje, conhecido como a Declaração de Zadar (Zara). A qual cito:

“Os bispos têm acompanhado as aparições em Medjugorje desde o início através do bispo da diocese, da comissão episcopal e da comissão da Conferência Episcopal Iugoslava para Medjugorje. Com base na investigação realizada até agora, não é possível afirmar que se trata de aparições e fenômenos sobrenaturais. No entanto, os numerosos fiéis que vêm a Medjugorje de vários lugares e que são movidos por motivos religiosos e de outra natureza precisam da atenção e do cuidado pastoral, em primeiro lugar, do bispo da diocese e, em seguida, também de outros bispos, de modo que uma devoção saudável à Santíssima Virgem Maria possa ser promovida em Medjugorje e com Medjugorje em harmonia com o ensinamento da Igreja. Para esse fim, os bispos fornecerão indicações litúrgico-pastorais adequadas e, por meio da comissão, continuarão a acompanhar e a lançar luz sobre os acontecimentos de Medjugorje”.

Passemos para 1994. É em 28 de outubro daquele ano que dom Ratko Perić, o novo Ordinário de Medjugorje, pede a João Paulo II que constitua uma Comissão para um veredicto definitivo sobre as “aparições”. Em julho de 1995, é preanunciada uma visita de João Paulo II a Medjugorje durante a viagem apostólica a Sarajevo. O Papa, em algumas cartas privadas, havia de fato se expressado positivamente sobre Medjugorje e sobre seu desejo de visitar o local. Informado sobre isso, dom Perić pediu à então Congregação para a Doutrina da Fé que evitasse tal visita, que de fato não ocorreu.

Em 2 de março de 1998, solicitada pelo Bispo de Saint-Denis-de-La Reunion, a então Congregação para a Doutrina da Fé respondeu que as peregrinações privadas a Medjugorje eram permitidas, desde que Medjugorje não fosse declarado um local de aparições autênticas. Também foi declarado que a posição de dom Perić sobre o juízo constat de non supernaturalitate não é a da Congregação para a Doutrina da Fé.

Nos anos que se seguiram, houve várias consultas entre a então Congregação para a Doutrina da Fé e a nova Conferência Episcopal da Bósnia-Herzegovina com relação a um novo exame de toda a documentação. A Conferência Episcopal da Bósnia-Herzegovina, no entanto, afirma que não está em condições de realizar um novo exame, nem o considera oportuno.

O ponto de virada foi em 14 de janeiro de 2008, quando Bento XVI decidiu instituir uma Comissão internacional para avaliar os presumidos fenômenos sobrenaturais de Medjugorje. O Presidente dessa Comissão é o Cardeal Camillo Ruini. Em janeiro de 2014, após cerca de seis anos de trabalho, a Comissão internacional emitiu seu juízo. As conclusões da Comissão Ruini não foram tornadas públicas, e isso ocorreu a pedido explícito da então Congregação para a Doutrina da Fé.

Esta última, nos anos seguintes, preparou uma série de aprofundamentos de todo o caso relacionado a Medjugorje. Foi solicitado o parecer de dois especialistas, que chegaram a resultados muito diferentes daqueles da Comissão Ruini.

Em dezembro de 2015, tendo recebido toda a documentação, o Papa Francisco tomou em suas mãos toda decisão sobre Medjugorje.

Posteriormente, em 11 de fevereiro de 2017, o Papa Francisco nomeou dom Henryk Hoser como Enviado Especial da Santa Sé para examinar a situação pastoral em Medjugorje, enquanto em 14 de janeiro de 2019, uma provisão do Pontífice foi tornada pública, segundo a qual “é possível organizar peregrinações a Medjugorje, desde que se tome cuidado para evitar que sejam interpretadas como uma autentificação dos eventos”.

Por fim, em 27 de dezembro de 2021, o Papa Francisco nomeou Sua Excelência dom Aldo Cavalli como novo Visitador apostólico em caráter especial para a Paróquia de Medjugorje, por tempo indeterminado e ad nutum Sanctae Sedis. Dom Cavalli sucedeu o Arcebispo polonês Henryk Hoser, que faleceu em 13 de agosto do mesmo ano.

*(secretário do Dicastério para a Doutrina da Fé) - Fonte: Vatican News

*-----------------------------------------------------------------.x

Jubileu 2025, Fisichella: ações concretas sobre paz e dívida

Uma pesquisa da Deloitte apresentou os principais desafios do Ano Santo. O pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização: "Já estamos recebendo milhares de inscrições de peregrinações nacionais. A máquina que já estava em movimento agora está se tornando mais dinâmica. Estamos prontos".

Alessandro Guarasci – Vatican News

O Jubileu também deve ser acompanhado de gestos concretos, especialmente em relação aos mais pobres. O arcebispo Rino Fisichella, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, durante o evento “Globalizar a solidariedade”, promovido pela empresa italiana de serviços de consultoria e auditoria, Deloitte, cem dias antes da abertura da Porta Santa, disse que nossas sociedades apresentam “aspectos paradoxais. Por um lado, o de uma riqueza que aumenta para poucos; e por outro, o de uma pobreza que aumenta para muitos mais”.

Muitos países abaixo da linha da pobreza

Dom Fisichella destacou que "há países inteiros que vivem abaixo da linha da pobreza e, portanto, não é por acaso que no documento que anuncia o Jubileu, o Papa também faz um apelo urgente aos grandes da Terra para que pensem nas grandes questões, em primeiro lugar a dívida". Outra questão importante é "combater a pena de morte onde ela existe”.

Milhares de inscrições para o Jubileu de 2025

Faltando cem dias para a abertura da Porta Santa do Jubileu de 2025, o pró-prefeito do Dicastério vaticano garantiu que tudo está ocorrendo como planejado. "Já estamos recebendo milhares de registros de peregrinações nacionais. A máquina que já estava em movimento agora se torna mais dinâmica. Estamos prontos”, disse dom Fisichella. Com relação às estimativas de chegadas, que poderiam ser de 32 milhões, o prelado informou que se trata de “projeções”, no entanto, acrescentou: "O que posso dizer é que nas dioceses de todo o mundo vejo muito interesse e um grande sentimento de querer participar do Jubileu".

Canteiros de obras dentro do prazo

Sobre o estado dos canteiros de obras para o Jubileu de 2025, o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, fez um balanço durante o evento da Deloitte: "Estamos dentro do prazo. Algumas obras devem ser concluídas até dezembro e outras até março, outras até o verão no caso de Tor Vergata. Elas têm cronogramas diferentes e também há obras “com” o Jubileu e não “para” o Jubileu, planejadas após o Ano Santo. Há obras para o Jubileu que não podem ser adiadas, enquanto outras não devem ser concluídas para a abertura da Porta Santa". Sobre o canteiro de obras da Piazza Pia, o primeiro cidadão de Roma disse que concluí-lo "em menos de dois anos é um recorde, algo que nunca aconteceu na Itália".

O Jubileu é uma ocasião para resolver disparidades

Durante a conferência da Deloitte foi apresentado o estudo “Globalizar a solidariedade”. O estudo revelou que o custo anual da inação em relação às principais questões socioeconômicas da atualidade chega a cerca de 66 trilhões de dólares, ou seja, 63% do PIB global. As mudanças climáticas, o envelhecimento da população e a polarização da riqueza correm o risco de produzir enormes desequilíbrios que têm repercussões em milhões de pessoas. As sondagens de opinião realizadas na Itália, França, Alemanha, Espanha, Grã-Bretanha e EUA mostram que hoje cerca de 8 a cada 10 pessoas (91% no caso da Itália) pensam que a nossa época seja marcada por uma maior complexidade do que no passado. Em comparação com os desafios do nosso tempo, menos de uma a cada duas pessoas acredita que está sendo feito todo o possível no âmbito internacional para os resolver. - Fonte: Vatican News

*-----------------------------------------------------------------.x

Livro "Amizade", do cardeal Tolentino, é o vencedor do Prêmio Giordano

O livro “Amizade”, do cardeal Tolentino, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, é o vencedor da 12ª edição do prêmio que leva o nome do arcebispo de Nápoles. O segundo lugar ficou com o livro “Mataram também as crianças”, de Pe. Paweł Rytel-Andrianik, responsável pela seção polonesa da Rádio Vaticano, e Manuela Tulli, correspondente vaticana da ANSA. Terceiro lugar para “João XXIII e Paulo VI” de Marco Roncalli.

Vatican News

Será o arcebispo de Nápoles, dom Domenico Battaglia, presidente do Prêmio cardeal Michele Giordano, quem premiará os vencedores da 12ª edição do reconhecimento intitulado ao purpurado lucaniano, por dezenove anos à frente da arquidiocese napolitana. A cerimônia terá lugar no sábado, 21 de setembro de 2024, às 16h00, em Nápoles, na Basílica da Incoronata Madre del Buon Consiglio (via Capodimonte, 13).

Também estarão presentes no evento o cardeal Crescenzio Sepe, arcebispo emérito de Nápoles, e o arcebispo Piero Marini, presidente emérito do Pontifício Comitê para os Congressos Eucarísticos Internacionais. O reconhecimento conta com o patrocínio da Arquidiocese de Nápoles e da Ordem dos Jornalistas da Campânia.

Os vencedores 

Amicizia (Piemme), do cardeal José Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação da Santa Sé, é o livro vencedor da 12ª edição do Prêmio cardeal Michele Giordano. O segundo lugar ficou com o volume Uccisero anche i bambini  (Ares) de Pe. Paweł Rytel-Andrianik, responsável pela redação polonesa da Rádio Vaticano – Vaticano News, e Manuela Tulli, correspondente vaticana da ANSA.

Terceiro lugar para o texto João XXIII e Paulo VI (Morcelliana) do historiador Marco Roncalli. Prêmio especial ao volume Teologia na relação (Città Nuova) de padre Alessandro Gargiulo, professor de teologia trinitária na Pontifícia Faculdade Teológica do Sul da Itália, Seção San Tommaso, pároco de Maria SS. do Buon Rimedio do distrito de Scampia e decano do VIII decanato da Arquidiocese de Nápoles.

Menções especiais 

Menções especiais os livros Comunicare l'invisibile (New Media, de Ciro Biondi, responsável pelo departamento de comunicação da Caritas diocesana de Pozzuoli, e O Papa da coragem e da fé (Ancora), de Mimmo Muolo, correspondente do Vaticano e vice-chefe da Equipe editorial romana de Avvenire, o jornal dos bispos italianos. - Fonte: Vatican News

-----------------------------------------------------------------.

Setembro, mês sagrado dos mártires coreanos

"«Quem nos separará do amor de Cristo?» (Rm 8, 35). Com estas palavras, São Paulo fala-nos da glória da nossa fé em Jesus: Cristo não só ressuscitou dentre os mortos e subiu ao céu, mas uniu-nos a Si mesmo, tornando-nos participantes da sua vida eterna. Cristo é vitorioso e a sua vitória é nossa! Hoje celebramos esta vitória em Paulo Yun Ji-chung e nos seus 123 companheiros", disse o Papa em Seul em agosto de 2014, ao beatificar 124 mártires coreanos

“Deus escolheu o seu povo nesta terra para que acolha o Evangelho e floresça na fé. Abandonemo-nos à intercessão dos beatos mártires, para que possamos viver sempre segundo o Evangelho”.

Foi o que expressou o cardeal Andrew Yeom Soo-jung na Missa em comemoração ao 10º aniversário da beatificação de “Paul Yun Ji-chung e seus 123 companheiros mártires”, celebrada na Coreia do Sul em 2014, durante a Eucaristia presidida pelo Papa Francisco, no âmbito de sua Viagem Apostólica ao país asiático. 

Dez anos depois daquele histórico acontecimento histórico - e 40 anos depois da primeira beatificação dos mártires coreanos em 1984 - a comunidade católica coreana promove a "Oração pelos 124 Beatos mártires coreanos", na qual seus nomes são enumerados um a um.

O cardeal Yeom quis recordar a homilia do Papa Francisco na Missa de beatificação celebrada há dez anos, na qual o Pontífice afirmou, com as palavras de São Paulo: “O que pode nos separar do amor de Cristo?”, recordando “a vitória do mártires, isto é, a força do amor de Deus”.

“No décimo aniversário da sua beatificação – disse o cardeal – rezamos mais uma vez pela fé dos nossos antepassados. Pensemos em quão poderosa e bela é a verdade do Evangelho que vivemos, e reflitamos sobre o significado da fé na Ressurreição de Cristo que nossos mártires demonstraram, superando a perseguição e vencendo a morte”.

A oportunidade é vivida, de modo especial, durante o “Mês Sagrado dos Mártires”, setembro, “momento de olhar para a dedicação dos mártires, que são as raízes da Igreja coreana”, e para atualizá-las no presente.

O “Mês Santo dos Mártires” é celebrado em todas as comunidades católicas coreanas, oportunidade em que a Igreja recorda aqueles que deram a vida pela fé, honra os mártires e incentiva a devoção dos fiéis, promovendo peregrinações, vigílias de oração, encontros de catequese e aprofundamento, iniciativas culturais.

A abertura do mês foi marcada pela Celebração Eucarística na Catedral de Myeongdong, em Seul, no dia 1º de setembro, presidida pelo cardeal Yeom, enquanto o encerramento está previsto para 29 de setembro, no Santuário do Martírio de Seosomun, e será presidido pelo bispo Koo Yobi, presidente do Comitê de Honra dos Mártires. No meio do mês celebra-se a festa de Santo André Kim Taegon (1821-1846), primeiro sacerdote e mártir da Coreia, cuja memória é celebrada no dia 20 de setembro.

Entre as diversas iniciativas organizadas em âmbito pastoral, no dia 28 de setembro a Arquidiocese de Daegu realizará uma peregrinação a pé ao Santuário localizado em Sannae-myeon. No dia seguinte, 29 de setembro, a Comissão Juvenil organiza uma peregrinação especial dedicada às crianças e jovens, intitulada “Seguir os passos de padre Kim Dae-geon”, na qual os jovens poderão conhecer a figura de Santo André e "se tornarem seus amigos".

Celebrações e Missas em memória dos mártires são organizadas nas diferentes dioceses, cada uma das quais tem um lugar especial, um santuário ou uma igreja erguida ou dedicada aos mártires. No Santuário de Hwahyeon foi organizada a Eucaristia durante a qual foi realizada uma obra sagrada descrevendo a vida e a fé da Beata Mary Lee Seong-rye, mãe de Thomas Choi Yang-eop (1821–1861) um sacerdote católico coreano martirizado, hoje venerável, que também tem pais mártires: seu pai foi canonizado em 1984 e sua mãe foi beatificada em 2014.

No dia 21 de setembro, em uma peregrinação a pé, os fiéis partirão do vilarejo de Seoji às 6 horas e caminharão cerca de 26 km até Gamyeong, meditando na fé dos santos mártires. No mesmo dia, na província de Gangwon, os fiéis reúnem-se para rezar o Terço pela beatificação do Venerável Padre Thomas Choi Yang-eop.

Na Diocese de Incheon uma cerimônia comemorativa começa com uma peregrinação ao túmulo do Servo de Deus Peter Lee Seung-Hoon (1756-1801), príncipe da dinastia Joseon, batizado e martirizado, enquanto na Diocese de Uijeongbu uma "Missa de ação de graças" é celebrada no Santuário dos Mártires de Angju, acompanhada por um evento musical, o "Concurso de hinos e cânticos em honra dos mártires".

No dia 22 de setembro, a Diocese de Andong celebrará uma Missa de mártires para comemorar a festa de Santo André Kim Dae-geon, São Paulo Jeong Ha-sang e seus companheiros mártires, enquanto na Diocese insular de Jeju, um "Concurso Comemorativ" recorda o primeiro mártir da ilha de Jeju, Peter Felix Kim Gi-ryang.

Do número total de mártires coreanos, calculado em cerca de dez mil, está documentado o martírio de 103 fiéis, o primeiro dos quais é Andrea Kim Taegon. Nascido em 1821 em uma família de cristãos convertidos, Andrea Kim foi batizado aos 15 anos. Estudou num seminário em Macau e foi ordenado em 1845, tornando-se o primeiro sacerdote católico coreano.

Ele foi preso e perseguido por seus esforços de evangelização durante o governo da Dinastia Joseon e executado por decapitação em 16 de setembro de 1846, aos 25 anos de idade.

O Papa João Paulo II canonizou 103 mártires coreanos, incluindo Andrew Kim Taegon, durante a sua visita à Coreia do Sul em 1984. Trinta anos depois, durante a sua visita à Coreia em 2014, o Papa Francisco beatificou outros 124 mártires coreanos. *Agência Fides - Fonte: Vatican News

-----------------------------------------------------------------.

Incêndios: «Esta é a hora de todos vermos melhor o que estamos a fazer para deixar este interior do país abandonado » – D. António Couto

Bispo de Lamego deixa mensagem de agradecimentos aos «soldados da paz»

 O bispo de Lamego publicou uma mensagem sobre os incêndios que afetam a região e o país, com o título ‘Não podemos ficar quietos, tranquilos e calados’, alertando para o abandono do interior do país.

“Esta pode ser a hora, esta é a hora de todos vermos melhor o que estamos a fazer para deixar este interior do país abandonado. Esta é a hora, esta pode ser a hora de todos prestarmos a devida atenção a este belo chão que Deus nos deu. Esta tem de ser a hora de usar a razão e o coração”, escreve D. António Couto, num texto enviado hoje à Agência ECCLESIA.

“Assim Deus nos ajude. Ele faz sempre bem a sua parte. Nós é que não”, acrescenta.

O bispo de Lamego dirige-se aos “irmãos de todo o centro-norte” do país, também da Diocese, sobretudo da linha do Paiva, Castro Daire, Alvarenga, Oliveira do Douro, Freigil, que “continuam a sofrer desamparados”.

“A minha comunhão de irmão, a minha oração, a minha solidariedade e entreajuda. E assim também de todas as comunidades”, escreve.

D. António Couto deixa um “grito de esperança”, perante o cenário que se vive.

“Eu também já estive no meio de fumos e fogos cruzados sem saber bem o que fazer. Fez Deus por mim e comigo. Sei-o bem”, indica.

“Neste momento triste e adolorado, não posso deixar de deixar no ar um grito que se oiça em todo o lado, mas sobretudo pelos meus irmãos investidos em autoridade no meu país, no seu todo, e em cada uma das suas parcelas. E pergunto: 1) não somos nós a humanidade por Deus criada? 2) O que é feito da liberdade e responsabilidade que nos deu? 3) Não partilhou Deus connosco o seu poder omnipotente, a sua ciência omnisciente, a sua presença omnipresente, a sua vida vivente? 4) Então, o que temos feito da parte que nos toca? 5) E o que vamos fazer?

“Quando vemos arder pessoas, casas, animais, campos, árvores, montes, tudo varrido num infindável instante pelo fogo, pelo fumo, pelo vento, claro que não podemos ficar quietos, tranquilos e calados”, escreve D. António Couto.

“Quando ouvimos os gritos angustiados de tantos de nós que veem os seus bens arrebatados pelas chamas e o futuro ali à sua frente trucidado, não podemos apagar a dor que nos sufoca e continuar a dormir um sono sossegado”, acrescenta o responsável católico.

“Quando vemos exaustos os bombeiros cujos braços são iguais aos meus, e que continuam a travar uma luta desigual com mil fogos desregrados, louvemo-los, mas sobretudo ajudemo-los e imitemo-los. Obrigado, soldados da paz”.

Nove incêndios rurais mantinham-se ativos às 06h40 de hoje, disse à Lusa fonte da Proteção Civil.

O comandante Pedro Araújo, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), adiantou que as operações de combate na generalidade das ocorrências que estavam em curso evoluíram durante a noite favoravelmente, sem registo de vítimas ou casas ardidas.

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e decretou um dia de luto nacional para sexta-feira pelas vítimas dos incêndios.

Segundo a ANEPC, foram registadas cinco mortes, 10 feridos graves, 49 feridos ligeiros e 59 vítimas assistidas no teatro de operações; duas pessoas morreram de doença súbita.

Fonte: Agência Ecclesia

------------------------------------------------------------------------------.

Livro reúne conversas do Papa Francisco com os jesuítas de todo o mundo

A obra intitulada ‘Sejam ternos, sejam corajosos’ foi editada pelo Padre Antonio Spadaro SJ, subsecretário do Dicastério para a Cultura e a Educação, que acompanhou o pontífice em suas viagens.

Na última terça-feira, 17 de setembro, foi realizado o lançamento de um livro intitulado ‘Sejam ternos, sejam corajosos’. A obra reúne 18 conversas do Papa Francisco com os jesuítas em encontros realizados durante suas Viagens Apostólicas.

Padre Spadaro acompanhou o Santo Padre em suas viagens

A publicação foi editada pelo Padre Antonio Spadaro SJ, subsecretário do Dicastério para a Cultura e a Educação, e publicada em uma parceria entre a Garzanti e a Livraria Editora Vaticana (LEV). O sacerdote acompanhou Francisco em suas viagens, testemunhando diversos momentos de partilha e familiaridade.

O título do livro recorda as palavras que o Papa Francisco dirigiu a um grupo de irmãos de vocação que encontrou na República Democrática do Congo em fevereiro de 2022. Na ocasião, o Pontífice deixou uma mensagem de amor, sendo ainda uma declaração de comprometimento.

Dezoito conversas entre Francisco e os jesuítas de diversos países

Muitas vezes, durante este diálogo privado com os membros da Companhia de Jesus ao longo de Viagens Apostólicas pelo mundo, o Santo Padre conseguiu expressar o significado mais profundo da sua missão. Até o momento, já foram realizadas dezoito conversas entre Francisco e os jesuítas de diversos países.

Estes diálogos comunicam e reavivam os valores fundadores do pontificado de Francisco: da graça à consolação, da liberdade à esperança, até à disponibilidade de abrir-se sem medo à renovação – na Fé, bem como no direito e na moral – e acima de tudo demonstrar a proximidade e a compaixão em relação aos outros, que são a marca do “estilo de Deus”. (EPC)

Fonte: Gaudium Press

---------------------------------------------------------------.

As razões pelas quais o papa Francisco decidiu não reconhecer a “sobrenaturalidade” de Medjugorje

Por Almudena Martínez-Bordiú

O prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé da Santa Sé (DDF), cardeal Víctor Fernández, autor do documento que aprova a experiência espiritual de Medjugorje, disse que o papa Francisco não deseja confirmar a sobrenaturalidade dos acontecimentos porque teria “consequências muito fortes sobre espiritualidade de muitos fiéis” e as mensagens poderiam ser confundidas com o Evangelho ou com os escritos dos santos.

A Santa Sé aprovou hoje (19) a experiência espiritual ligada a Medjugorje sem confirmar o seu caráter “sobrenatural”, prática que se tornou comum desde a publicação das novas normas para o estudo de supostas aparições na Igreja.

Baseado nesse novo regulamento, publicado em 17 de maio, a Santa Sé deu seu veredito sobre nove supostas aparições marianas em lugares como Índia, Espanha, Itália, Amsterdã e Porto Rico.

Embora a Santa Sé tenha aprovado a maioria delas, em todas as ocasiões evitou ratificar que as mensagens vinham de Nossa Senhora.

O regulamento diz que das decisões tomadas pelas autoridades eclesiásticas relativas a esse tipo de fenômenos, “de forma habitual, não se pode esperar um reconhecimento positivo” sobre sua origem divina.

Devido à grande devoção à “Rainha da Paz” e ao crescente número de peregrinos que chegam ao santuário na Bósnia-Herzegovina, a Santa Sé deu hoje (19) uma conferência de imprensa que contou com a presença do cardeal Fernández, do secretário da seção doutrinária do Dicastério, monsenhor Armando Matteo; e do diretor editorial do Dicastério para a Comunicação, Andrea Tornielli.

No final do briefing, respondendo a uma dos jornalistas presentes, o cardeal Fernández falou sobre as razões pelas quais o papa Francisco preferiu, nesta ocasião, “não ir mais longe” e considerar a “nulla osta” (Nada impede, em italiano) como “absolutamente suficiente”.

Teria “consequências muito fortes na espiritualidade de muitos fiéis”

A jornalista da rede de televisão italiana Mediaset Italia, Valentina Renzopaoli, perguntou à autoridade da Santa Sé “por que não foi possível dar indicações mais precisas sobre os videntes”, cujas experiências continuam a ser consideradas “supostas”, razão pela qual disse que “nada muda em relação ao que nós sabíamos até agora.”

Em primeiro lugar, o cardeal argentino disse que a Santa Sé permitiu a leitura dos textos publicados e que “são edificantes”.

No entanto, o prefeito do DDF disse que caso for confirmado “que têm uma origem sobrenatural, e que foram verdadeiramente transmitidos pela Virgem”, tornam-se ainda “mais importantes” do que os escritos de alguns santos.

O cardeal Fernández deu como exemplo os textos de santa Teresa d’Ávila, “que não recebeu este tipo de mensagens, e escreveu sob sua capacidade, na vida normal da Graça”. Por isso, disse o cardeal, “é tão difícil chegar a uma decisão desse tipo”.

 “De 1980 até hoje, quantas declarações de sobrenaturalidade houve? A gente nem sabe bem, são umas três ou quatro. E dessas três ou quatro, não temos certeza de algumas, porque foram feitas sem esperar a conclusão do dicastério”, disse o prefeito do DDF.

No entanto, o cardeal disse que no mesmo período aconteceram 3.159 beatificações e canonizações na Igreja.

“E a questão é: por que é tão difícil chegar a essas conclusões e fazer [reconhecer] algum beato e santo parece muito mais fácil?”

“Exatamente porque, especialmente quando há textos e mensagens, há sempre o risco, se for feita uma declaração de sobrenaturalidade, de não haver muita distinção entre o Evangelho e esses textos, que são considerados mais importantes do que os textos que são tão belos e ricos dos grandes autores espirituais”.

O prefeito do DDF disse que “é uma decisão que tem consequências muito fortes na espiritualidade de muitos fiéis”.

Papa Francisco considera ser “absolutamente suficiente”

O cardeal disse que sempre há a possibilidade de um papa decidir avançar e ver se pode ser feita uma declaração de sobrenaturalidade.

“O papa me disse explicitamente: 'Não, de forma alguma, considero a nulla osta absolutamente suficiente. E não há necessidade de ir mais longe em direção a uma declaração de sobrenaturalidade’ ”.

Papa Francisco reafirma desejo de que todos os cristãos celebrem a Páscoa no mesmo dia

Ler o artigo

Fernández disse que o papa considera “muito, muito difícil” chegar a esse tipo de conclusão porque não existe uma “varinha mágica”.

Segundo o cardeal, a decisão de aprovar a experiência espiritual de Medjugorje é suficiente para dizer aos fiéis: “podem rezar à Rainha da Paz, o culto público é permitido, podem ser feitas peregrinações organizadas pelas dioceses, e as mensagens recolhidas podem ser lidas sem perigo.”

“Há alguns esclarecimentos, que se alguém tiver dúvidas pode ler. Esse é o nulla osta, que para o papa Francisco é suficiente. Não há necessidade de ir mais longe”, disse o cardeal.

Fonte: ACIDigital

-----------------------------------------------------------------.

Santa Sé aprova experiência espiritual de Medjugorje sem confirmar sobrenaturalidade

Por Almudena Martínez-Bordiú

A Santa Sé aprovou a experiência espiritual ligada a Medjugorje e emitiu um julgamento positivo sobre as mensagens, embora indique alguns esclarecimentos e não pronuncie sobre a sobrenaturalidade dos acontecimentos.

O prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, cardeal Víctor Manuel Fernández, apresentou hoje (19) em Roma o documento “A Rainha da Paz”, — aprovado pelo papa Francisco em 28 de agosto —, com o qual confirma o nihil obstat (nada impede) e autoriza aos fiéis aderir a essa devoção.

 “É chegado o momento de concluir uma longa história”

Depois de mais de quatro décadas de investigação às supostas aparições de Nossa Senhora no santuário-paróquia da Rainha da Paz de Medjugorje, na Bósnia-Herzegovina, a Santa Sé diz que “é chegado o momento” de concluir essa “longa e complexa história".

Segundo as novas normas para o estudo das supostas aparições da Igreja, o Dicastério da Santa Sé diz que “foram verificados muitos frutos positivos e não se difundiram no Povo de Deus efeitos negativos ou arriscados”, embora evite emitir um julgamento sobre sua natureza sobrenatural.

O dicastério diz que, embora nas mensagens como um todo existam muitos elementos positivos “que ajudam a colher o chamado do Evangelho”, alguns deles apresentam erros teológicos, contradições, ou “seriam ligadas a desejos ou interesses dos presumidos videntes ou de outras pessoas”.

Os frutos espirituais

A autoridade da Santa Sé usa a expressão “o fenômeno Medjugorje” para se referir aos seus abundantes frutos espirituais, que são produzidos principalmente “no contexto das peregrinações aos lugares dos eventos originários”.

O dicastério menciona o crescente número de devotos em todo o mundo e o grande número de peregrinos que vão renovar a fé, e “as abundantes conversões, o frequente retorno à prática sacramental (Eucaristia e reconciliação), as numerosas vocações à vida presbiteral, religiosa e matrimonial”.

O dicastério fala sobre o “aprofundamento da vida de fé, a prática mais intensa da oração, muitas reconciliações entre cônjuges, e a renovação da vida matrimonial e familiar”.

Diz que houve curas e surgiram obras de caridade para cuidar de órfãos, dependentes químicos e deficientes, que também há grupos de cristãos ortodoxos e muçulmanos e destacada a presença de muitos jovens.

Aspectos centrais das mensagens

O documento diz que a “paz” é elemento central das mensagens supostamente transmitidas por Nossa Senhora e diz que a paz deve brotar da caridade e implica também “amor por aqueles que não são católicos”.

Segundo o cardeal, isso não significa “propor um sincretismo, nem de dizer que todas as religiões são iguais diante de Deus”, embora diga que “todas as pessoas são por Ele amadas”.

O cardeal também diz que nas mensagens “Nossa Senhora não se põe a si mesma ao centro”, e que “a intercessão e a obra de Maria aparecem claramente submissas a Jesus Cristo, como autor da graça e da salvação para cada pessoa”.

Fernández diz que muitas mensagens convidam à conversão, a reconhecer a importância de pedir a ajuda do Espírito Santo e a abandonar “um estilo de vida mundano”.

O prefeito do dicastério para a Doutrina para a Fé diz que as mensagens atribuídas a Nossa Senhora em Medjugorje exortam a não subestimar “a gravidade do mal e do pecado” e a tomar “muito a sério o chamado de Deus para lutar contra o mal e contra a influência de Satanás”.

Fernández fala também sobre o papel fundamental da oração e do jejum, a centralidade da missa, a importância da comunhão fraterna, a busca do sentido último da existência na vida eterna e convida a viver a alegria de seguir a Cristo em comunhão com toda a Igreja.

Esclarecimento sobre algumas mensagens para evitar confusão

O secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, participa de sessão plenária na Cúpula sobre a Paz na Ucrânia no resort Burgenstock, perto de Lucerna, Suíça, em 16 de junho de 2024.

A segunda parte do documento diz que existem algumas supostas mensagens “desviantes” do que foi dito até agora e que por isso é necessário “esclarecer algumas possíveis confusões que podem conduzir grupos minoritários a distorcer a preciosa proposta desta experiência espiritual”.

Em primeiro lugar, o documento diz que alguns deles podem parecer “conexos a experiências humanas confusas, a expressões imprecisas do ponto de vista teológico ou a interesses não totalmente legítimos”, embora diga que esses erros não se devem à má intenção, “mas à percepção subjetiva do fenômeno”.

O documento diz que, em alguns casos, “Nossa Senhora parece mostrar certa irritação porque não foram seguidas algumas de suas indicações; adverte assim sobre sinais ameaçadores e sobre a possibilidade de não aparecer mais”.

Mas na realidade, diz o cardeal Fernández, outras mensagens, como aquelas em que Nossa Senhora dizia que “o castigo virá se o mundo não se converter” e que “tudo depende da vossa conversão”, dão uma interpretação correta.

Outro exemplo são as mensagens para a paróquia, “nelas Nossa Senhora parece desejar ter um controle sobre detalhes do caminho espiritual e pastoral – pedidos de dias de jejum ou indicações de específicos empenhos para os diversos tempos litúrgicos – dando assim a impressão de querer substituir-se aos organismos ordinários de participação”.

O documento diz que “esta insistência se torna ainda mais problemática” quando as mensagens “se referem a pedidos de improvável origem sobrenatural, como quando Nossa Senhora dá ordens sobre datas, lugares, aspectos práticos e toma decisões sobre questões ordinárias”.

A Santa Sé também define como problemáticas as mensagens que atribuem a Nossa Senhora as expressões “o meu plano”, “o meu projeto” e outras expressões que “poderiam confundir”.

“Na verdade, tudo quanto Maria realiza é sempre a serviço do projeto do Senhor e do seu plano divino de salvação”, diz o cardeal.

O cardeal Fernández diz que “quando se reconhece a ação do Espírito Santo em meio a uma experiência espiritual, isto não significa que tudo aquilo que pertence àquela experiência seja isento de qualquer imprecisão, imperfeição ou possível confusão”.

Um encontro com Maria e não “com os presumidos videntes”

No final do documento, o cardeal Víctor Fernández diz que, embora “isto não implique uma declaração do caráter sobrenatural do fenômeno em questão” e que “os fiéis não são obrigados a crer nele”, a Santa Sé diz que os fiéis “podem receber um estímulo positivo para sua vida cristã através desta proposta espiritual e autoriza o culto público”.

O cardeal fala sobre a “avaliação positiva da maior parte das mensagens de Medjugorje como textos edificantes”, mas isso “não implica declarar que tenham uma direta origem sobrenatural”.

O documento convida as autoridades eclesiásticas dos lugares onde a experiência está presente “a apreciar o valor pastoral e a promover a difusão desta proposta espiritual”.

Tudo isso sem alterar o poder de cada bispo diocesano de tomar decisões prudenciais no caso de existirem pessoas ou grupos que “utilizando-o inadequadamente, atuem de modo errado”.

Por fim, o dicastério para a Doutrina da Fé exorta os que vão a Medjugorje “a aceitar que as peregrinações não são feitas para encontrar-se com os presumidos videntes, mas para ter um encontro com Maria, Rainha da Paz”.

O que acontece em Medjugorje?

As supostas aparições marianas em Medjugorje, Bósnia-Herzegovina, começaram em 24 de junho de 1981. Seis crianças teriam sido as destinatárias das mensagens de Nossa Senhora, das quais três dizem continuar a receber mensagens diariamente.

Em janeiro de 2014, a então congregação – hoje dicastério – para a Doutrina da Fé concluiu um relatório solicitado pelo papa Francisco que, em novembro de 2013, disse que Nossa Senhora “não é chefe dos correios, para enviar mensagens todos os dias”, sem mencionar especificamente Medjugorje.

Em 2017, ao resumir o conteúdo do relatório, o papa Francisco disse que as aparições iniciais são algo que “deve continuar a ser investigado”, enquanto sobre as atuais “o relatório tem as suas dúvidas”.

Francisco também reconheceu que existe um “fato espiritual” e “pastoral” no lugar que “não pode ser negado” e que muitos experimentam conversões, mas disse que “não há varinha mágica para isso”.

Alguns meses antes, o papa nomeou o então bispo de Warszawa-Praga, Polônia, dom Henryk Hoser, “enviado especial” para Medjugorje. Quando ele morreu em 2021, foi substituído pelo monsenhor Aldo Cavalli.

Desde maio de 2019, o papa Francisco autorizou oficialmente a organização de peregrinações, ao dizer que tais peregrinações devem ser “evitadas de criar confusão ou ambiguidade quanto ao aspecto doutrinário”.

Em 2020, 2021 e 2023, o papa Francisco enviou mensagens por ocasião do Festival da Juventude realizado em Medjugorje.

Fonte: ACIDigital

--------------------------------------------------------------------------------.

Do dia 18/9/2024

22 bispos do Brasil participam do Curso anual de formação para novos bispos, em Roma

De 15 a 21 de setembro, ocorre o “Curso anual de formação para os novos bispos”, promovido pelo Dicastério para os Bispos, em Roma. Do Brasil, participam 22 bispos, entre nomeados pelo Papa Francisco no último ano e outros nomeados anteriormente que não puderam participar da última edição. Do mundo todo, são mais de 200 participantes.

O curso tem como tema “Pastores enraizados em Cristo – A serviço de uma Igreja chamada a habitar o presente e custodiar a semente do futuro”. A cada dia de formação, são oferecidas conferências com membros da Cúria Romana nas quais são abordadas diferentes perspectivas da atuação dos pastores em suas dioceses e na comunhão com a Igreja Universal.

A dinâmica do encontro também conta com momentos de diálogo fraterno e círculos menores por grupo linguístico, além de encontros e visitas institucionais.

Custódia e transmissão da fé

No primeiro dia, as formações seguiram a temática do serviço do bispo para a custódia e a transmissão da fé. Eles puderam aprofundar a visão teológica do Papa Francisco sobre a transmissão da Fé, a colegialidade e a sinodalidade. A exposição foi conduzida pelo cardeal Víctor Manual Fernández, prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé.

Outra conferência tratou do Motu Proprio “Tradicionis Custodes”, sobre Liturgia, conduzida pelo secretário do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, dom Francesco Viola.

A Igreja no mundo em diálogo

Na terça-feira, 17 de setembro, o tema central das reflexões foi “A Igreja no mundo em diálogo”. Na abertura das atividades, missa presidida pelo cardeal brasileiro dom João Braz de Aviz, prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.

As conferências trataram do relacionamento da Santa Sé com os governos locais, com exposição do cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano; do diálogo inter-religioso e intercultural, com o cardeal José Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação; e dos dois eventos que tocam a Igreja: a conclusão do Sínodo dos Bispos e o Jubileu 2025. As exposições sobre o Sínodo e o Jubileu foram feitas, respectivamente, pelo cardeal Mário Grech, secretário geral do Sínodo, e por dom Rino Fisichella, pro-prefeito do Dicastério para a Evangelização.

Desenvolvimento humano integral

Nesta quarta-feira, as reflexões abordam o serviço do bispo para um desenvolvimento humano integral. A primeira exposição tratou da gestão pastoral das divisões e dos conflitos por motivos étnicos e/ou políticos, refletindo sobre “como propor itinerários de reconciliação e de paz”. Essa conferência ficou sob a responsabilidade do prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, cardeal Michael Czerny.

Outro tema desta quarta-feira foi o apostolado dos leigos, com o cardeal Kevin Farrel, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, e as subsecretárias do mesmo dicastério, Linda Ghisoni e Gabriella Gambino.

Encontro com o Papa

Na quinta-feira, 19 de setembro, está marcada a audiência com o Papa Francisco. Os bispos dedicarão a missa do início dos trabalhos na intenção pelo Pontífice e vão abordar a unidade do ministério episcopal, com auxílio do cardeal Gianfranco Ghirlanda. As reflexões também tratam do acompanhamento do clero e da condução pastoral da diocese.

Partilhas

Alguns dos bispos brasileiros presentes no curso partilharam suas impressões:

    “É uma alegria estar aqui no curso de novos bispos, poder participar é enriquecedor. Além do conteúdo, da convivência, se aproximar das pessoas que a gente conhece por ler textos, por olhar no site do Vaticano, os presidentes dos Dicastérios, as pessoas que, a serviço da Cúria Romana, estão a serviço da Igreja nas diversas áreas”

    – Dom Paulo Renato de Campos, bispo de Barra do Garças (MT)

    “Estamos com bispos do mundo inteiro e isso nos enriquece, ouvir tantas línguas, realidades, preocupações. Issos nos ajuda a levar mais ânimo nas bases na nossa pastoral”.

    – Dom Juarez Destro, bispo auxiliar de Porto Alegre (RS)

    “Além da possibilidade da universalidade, da catolicidade da Igreja, chamo atenção para as temáticas trabalhadas nesse encontro. Para nós que viemos de uma região bastante marcada pela conflitividade da região amazônica, estar aqui e ver a reflexão da Igreja acerca da sinodalidade e dos compromissos de promoção humana, nos ajuda a perceber que, em outros lugares do mundo, existem enfrentamentos tanto quanto os nossos. A possiblidade da troca de experiência e a consolidação de um referencial teórico seguro ajudam no início do nosso ministério”.

    – Dom Zenildo Lima, bispo auxiliar de Manaus (AM)

    “Com grande alegria estamos participando nesses dias, em Roma, do Curso para os novos bispos. Tem sido uma experiência muito rica e enriquecedora, porque pudemos não só nos encontrar e partilhar experiências e receber as orientações para a missão que nos aguarda”.

    – Dom Agnaldo Temóteo, bispo de Garanhuns (PE)

Fonte: CNBB

------------------------------------------------------.

Presidência da CNBB é recebida em audiência com Ministra da Saúde

A presidência da CNBB foi recebida no Ministério da Saúde pela ministra Nísia Trindade Lima na quarta-feira, 18 de setembro, em uma audiência na qual foram discutidas questões relacionadas à atuação da Igreja Católica no área da saúde no Brasil.

Também discutiu-se a possibilidade de parcerias em torno do fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e do aumento dos índices de vacinação no país.

Participaram da reunião, o arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, o arcebispo de Goiânia e primeiro vice-presidente, dom João Justino de Medeiros Silva, o arcebispo de Olinda e Recife e segundo vice-presidente, dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, e o bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers.

Representando o Ministério da Saúde, participaram da reunião o secretário adjunto de Atenção Especializada à Saúde, Nilton Pereira Junior, e a assessora especial do gabinete do Ministra da Saúde, Maria Inês Rodrigues Fernandes. O representante da assessoria jurídica da CNBB, Lucas Maia também participou da audiência.

Fonte: CNBB

-------------------------------------------------------.

Membros da presidência da CNBB recebem o Procurador de Justiça do Ministério Público do DF

O arcebispo de Porto Alegre e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Jaime Spengler, e o bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da Conferência, dom Ricardo Hoepers, receberam, na quarta-feira, 18 de setembro, em uma visita de cortesia o procurador de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e responsável pela Procuradoria dos Direitos do Cidadão, José Eduardo Sabo Paes. Foram discutidos assuntos de interesse do Ministério Público do DF e da CNBB. O assessor jurídico da CNBB, o advogado Hugo José Cisneiros Sarubbi de Oliveira, também participou da reunião.

Fonte: CNBB

------------------------------------------------.

Simpósio sobre a Laicidade do Estado e a Liberdade Religiosa faz memória histórica do Acordo Brasil-Santa Sé no primeiro dia

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Comissão Episcopal para o Acordo Brasil Santa-Sé, realiza de 17 a 19 de setembro, na Casa Dom Luciano, em Brasília (DF), um Simpósio sobre a Laicidade do Estado e a Liberdade Religiosa. A iniciativa celebra os 15 anos do Acordo Brasil Santa-Sé, documento que dá amparo aos direitos essenciais ao desenvolvimento da missão da Igreja Católica no Brasil.

A mesa de abertura do evento contou com as presenças do arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta; cardeal Lorenzo Baldisseri, do Vaticano; o arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler; o Núncio Apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquattro, o arcebispo de Brasília, cardeal Paulo Cezar, o Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira e o Ministro do STF, José Francisco Rezek.

A temática deste primeiro dia de encontro se concentrou em fazer uma memória histórica do Acordo Brasil-Santa Sé. Na ocasião, o presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, citou a liberdade religiosa como um direito fundamental. Em consonância, o Núncio Apostólico no Brasil, dom Giambattista falou do Acordo como um sinal tangível do amor de Deus com o povo brasileiro e ressaltou a importância de garantir as aplicações práticas do que foi acordado.  

Mauro Vieira, Ministro das Relações Exteriores, apontou para as tendências contemporâneas ao radicalismo e ao extremismo de algumas religiões e ideologias. Disse,  ainda, que a Igreja Católica, entretanto, permanece com um trabalho consistente. Citou o papel das pastorais no sentido de dar acesso a serviços e oportunidades às parcelas mais vulneráveis da população, permitindo que os direitos sejam reforçados também nestas realidades mais distantes. Mencionou a Laudato Si‘ e Laudate Deum,  do Papa Francisco, sobre a situação climática e a sintonia do Brasil com os valores cristãos de conservação do meio ambiente.

Na perspectiva histórica, o ministro recordou o papel de dom Hélder Câmara e dom Paulo Evaristo Arns na promoção dos Direitos Humanos e o protagonismo no ativismo político durante o regime militar.

Já o  cardeal Baldisseri, membro das Congregações das Causas dos Santos; para os Bispos, para a Evangelização dos Povos; além de Conselheiro da Pontifícia Comissão para a América Latina, falou sobre sua trajetória e atuação como bispo em mais de 10 países, tendo sido Núncio apostólico do Brasil por 10 anos e que foi protagonista na articulação das negociações para o Acordo Brasil – Santa Sé.

O cardeal Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, sinalizou a relevância do Simpósio e apontou uma certa falta de familiaridade dos assessores jurídicos das dioceses com o Acordo Brasil – Santa Sé. Citou a Encíclica de Bento XVI Caritas in Veritate e chamou atenção para a necessidade do diálogo da igreja com o mundo em que vive. Ressaltou, ainda, o reconhecimento da importância histórica, cultural e social da igreja católica no Brasil e os diversos princípios que a igreja promove, como a defesa da Lei natural.

Dom Paulo Cezar, arcebispo de Brasília, recordou que a laicidade é um valor que surge no Ocidente, e que  é um valor prezado por aqui.

    “No entanto, existem países, sobretudo no Oriente, que não estão familiarizados com a laicidade, já que ou são Estados teocráticos, de uma única confissão, ou reprimem a liberdade religiosa sob a prevalência dos ideais nacionais, ou seja, um Estado ateu. “Laicidade é um bem da cultura ocidental”, disse.

Também afirmou que a liberdade religiosa é a consequência do Estado/sociedade que preza pela liberdade como valor. Também citou o “Estado laico não é Estado ateu”, ou seja, o Estado deve proteger as religiões.

As palestras

As palestras do primeiro dia ficaram sob a responsabilidade do cardeal Lorenzo Baldisseri, que foi um dos protagonistas no Acordo Brasil-Santa Sé. Ele fez uma introdução sobre a Santa-Sé e seus meios de atuação internacional.

Baseada no princípio da Libertas Eclesiae, que consiste na independência do poder eclesiástico em relação ao poder do Estado, a Diplomacia Papal tem como objetivo garantir o espaço para a atuação da igreja nos países. Os tratados são um modo de garantir esse espaço. A Santa-Sé mantém relações diplomáticas com 183 países. 

Nessa linha, o cardeal descreveu a dinâmica Igreja e Estado: entidades que interagem no mesmo espaço e desfrutam de recíproca autonomia. Uma oportunidade vantajosa para o bem-comum. Destacou o caráter das partes: autônomas, independentes e soberanas.

Acordo Brasil – Santa Sé e sua história

Desde o início da República, no governo de Deodoro da Fonseca, postulou-se o Decreto 119 de 1890 que proibiu a intervenção do governo federal na religião, estabeleceu a liberdade de cultos e extinguiu o padroado.

Desde 2001 já havia a intenção de se formular um acordo. Foi postergado e voltou para as negociações em 2006.  Finalmente em 13 de novembro de 2008 foi assinado o Acordo no Vaticano. Estavam presentes o Presidente Lula, o Ministro Celso Amorim, o Cardeal Hummes e o então Núncio apostólico no Brasil, cardeal Lorenzo Baldisseri. Em fevereiro de 2010, por meio do Decreto 7107 foi internalizado o Acordo, sob a descrição “Estatuto jurídico da Igreja Católica no Brasil”.

Foi o primeiro acordo-quadro com um país latino-americano, até então o único, já que em outros países da América Latina, existem somente acordos de assistência religiosa militar.  Nesse sentido, o cardeal Baldisseri salientou que o Acordo é uma referência internacional, ressaltando o Artigo 11 como um passo ecumênico importante.

Direito internacional público

O Ministro do STF, José Francisco Rezek  fez um discurso com amplas referências ao direito internacional público. Rezek aponta que a assinatura do acordo foi tardia, visto que o Brasil nunca tinha celebrado uma concordata com a Santa-Sé, apesar de ser o maior país católico.

    “Foi imprescindível que o governo Lula assumisse a consumação desse processo. Houve agitação de vários setores, havia resistência à ideia de laicidade por parte dos críticos, interpretações diversas especulavam a quem prejudicaria o Acordo. Ao tomar conhecimento dos termos do Acordo, nota-se, no entanto, que este prestigia todas as confissões religiosas, de um “modo admiravelmente ecumênico”, disse.  

Rezek explicou que houve objeção ao Artigo 11 pelo procurador-geral da república Rodrigo Janot, por declaração de inconstitucionalidade devido à imprecisão e ambiguidade do termo “ensino religioso” e sua aplicação prática. O ministro defendeu que “o Acordo guarda profunda harmonia com tudo que é principiológico na constituição” e que a necessidade da existência do Acordo se deve a importância de que exista entre o Brasil e a Santa Sé um vínculo capaz de resistir a momentos instáveis ou a qualquer legislador que pretenda criar barreiras com alguma denominação religiosa específica. Por fim, também indicou que o Acordo está em sintonia com as tradições brasileiras.

Fonte: CNBB

----------------------------------------------------------------------------.

Organização do Jubileu 2025 divulga os programas dos primeiros 26 grandes eventos jubilares disponíveis on-line

Os programas dos primeiros 26 grandes eventos jubilares foram publicados no site do Jubileu 2025, na seção “Calendário Jubileu”, e em breve estarão disponíveis em todas as línguas. Consultando os vários programas é possível conhecer os momentos e principais atividades relativas a cada evento. Eles serão ainda mais enriquecidos com detalhes nos próximos meses.

Além disso, na página web de cada evento será também disponibilizado para download um manual com as principais indicações de apoio aos peregrinos, e o cartaz que poderá ser divulgado. No site também é possível inscrever-se para participar nos diversos eventos jubilares.

Eventos de jubileu

Os 26 grandes eventos jubilares são o Jubileu do Mundo da Comunicação (24-26 de janeiro de 2025), dirigido a todas as figuras profissionais do mundo da comunicação. Segue-se o Jubileu das Forças Armadas, Polícia e Segurança (8 a 9 de fevereiro de 2025), dirigido a todos os membros das forças militares e policiais, polícias de trânsito, operadores de segurança, veteranos, associações militares diversas, academias militares, capelanias e ordinariados militares.

O Jubileu dos Diáconos (21-23 de fevereiro de 2025) para todos os diáconos permanentes, e o Jubileu do Voluntariado (8-9 de março de 2025) para os voluntários de cada associação, membros de organizações sem fins lucrativos, operadores de ONGs e assistentes sociais.

Além disso, o Jubileu dos Missionários da Misericórdia (28-30 de março de 2025), os sacerdotes selecionados de todo o mundo que receberam do Papa as suas próprias faculdades de absolver os pecados, que são da estrita competência da Sé Apostólica e de um mandato especial como pregadores durante o Jubileu Extraordinário da Misericórdia de 2016.

No programa, também o Jubileu dos Doentes e do Mundo da Saúde (5-6 de abril de 2025) dirigido a todos os doentes e profissionais ligados ao mundo da saúde; o Jubileu das Pessoas com Deficiência (28-29 de abril de 2025) dirigido a todas as pessoas com deficiência, juntamente com os seus acompanhantes; o Jubileu dos Trabalhadores (1 a 4 de maio de 2025) dirigido a todos os trabalhadores de todas as categorias; o Jubileu dos Empresários (4 a 5 de maio de 2025) e o Jubileu das Bandas Musicais (10 a 11 de maio de 2025) para todos os membros de bandas militares, institucionais, amadoras, folclóricas, de cidades, desportivas, escolares e universitárias.

Realizar-se-á então o Jubileu das Irmandades (16-18 de maio de 2025) com os membros pertencentes às irmandades religiosas; o Jubileu das Famílias, das Crianças, dos Avós e dos Idosos (30 de maio de 2025 – 1 de junho de 2025), o Jubileu dos Movimentos, Associações e novas Comunidades (7 a 8 de junho de 2025) que envolverá todos os membros dos movimentos eclesiais, associações, novas comunidades e grupos de oração.

Entre os eventos, por fim, o Jubileu da Santa Sé (9 de junho de 2025); o Jubileu do Esporte (14-15 de junho de 2025); o Jubileu dos Seminaristas (23-24 de junho de 2025); o Jubileu dos Bispos (25 de junho de 2025); o Jubileu dos Sacerdotes (25-27 de junho de 2025); o Jubileu da Consolação (15 de setembro de 2025), dirigido a todos aqueles que vivem um momento de dor e aflição, devido a doenças, lutos, violências e abusos sofridos.

Serão realizados ainda o Jubileu dos Agentes da Justiça (20 de setembro de 2025), destinado às pessoas envolvidas no mundo da justiça secular, canônica e eclesiástica; o Jubileu dos Catequistas (26-28 de setembro de 2025); o Jubileu dos Migrantes (4-5 de outubro de 2025); o Jubileu da Vida Consagrada (8-9 de outubro de 2025) que terá como protagonistas todos os religiosos e religiosas, monges e monjas, noviços e noviças. Além disso, o Jubileu da Espiritualidade Mariana (11-12 de outubro de 2025) para todos os membros dos movimentos marianos, irmandades e diversos grupos de oração. Finalmente, o Jubileu dos Coros e Corais (21-23 de novembro de 2025) e o Jubileu dos Detentos (14 de dezembro de 2025).

Fonte: CNBB

----------------------------------------------------------------------------.

Cefep abre inscrições à 10ª Turma do Curso Nacional de Formação Política de Cristãos e Cristãs

O Centro Nacional de Fé e Política “Dom Helder Câmara”, o Cefep, abriu as inscrições para a 10ª turma do Curso Nacional de Formação Política para Cristãs e Cristãos, promovido em  parceria com a PUC Rio. O prazo de inscrição encerra-se em 15 de outubro.

O objetivo, segundo o secretário executivo do Centro Nacional de Fé e Política dom Hélder Câmara, Jardel Neves Lopes, é “formar cristãos para a missão política, favorecendo-lhes a aquisição de competência e habilitação para agir no complexo campo da política, participando da construção de uma sociedade justa e solidária, à luz do Ensino Social da Igreja e das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil”.

O curso de Formação Política é um dos eixos centrais do Cefep pelo qual já formaram mais de 350 pessoas. Essas lideranças se encontram engajadas em partidos políticos, mandatos legislativos e executivos, conselhos de direitos, movimentos populares, sindicais, pastorais sociais, organismos eclesiais, entre outros espaços, contribuindo ativamente para a promoção da justiça social.

Início da turma

A 10ª turma inicia-se em janeiro de 2025, com a primeira etapa presencial (24/01 a 01/02/2025) e a segunda etapa será em janeiro de 2026, em Brasília-DF. A etapa EAD é organizada em 6 módulos, sendo 2 em cada semestre.

O Curso tem um investimento de R$ 2.000,00 por cada etapa presencial para hospedagem, alimentação e estudos. Estudantes que apresentarem dificuldade financeira, como a Instituição que indica não ter condições de ajudar, o Cefep dispõe de algumas bolsas. Para isso, é preciso seguir as instruções no Edital.

O curso se destaca pela sua metodologia interativa, participativa e que toca em pautas estruturantes da realidade social e política do País. Aulas com professores/as comprometidos/as com a construção de saberes e o conhecimento que transforma.

Conheça o edital

As inscrições ficarão abertas até o dia 15/10. Acesse aqui o Edital 01_2024 para conferir as informações necessárias e o link de inscrição. É necessário que o candidato envie uma carta de indicação de sua participação.

Para mais informações além do edital, siga o Cefep no instagram e facebook @cefepcnbb e o no site www.cefep.org.br e fique por dentro de todas as atividades.

 Cefep abre inscrições para 10ª turma do Curso Nacional de Formação Política para Cristã/ãos 2025/2026

É com alegria e esperança que anunciamos a abertura das inscrições para a 10ª turma do Curso Nacional de Formação Política para Cristãs/ãos, promovido pelo Cefep em parceria com a PUCRJ. 

Este curso tem o objetivo de “formar cristãos/ãs para a missão política, favorecendo-lhes a aquisição de competência e habilitação para agir no complexo campo da política, participando da construção de uma sociedade justa e solidária, à luz do Ensino Social da Igreja e das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil”.

O curso de Formação Política para Cristãs/ãos é um dos eixos centrais do Cefep pelo qual já formaram mais de 350 pessoas. Essas lideranças se encontram engajadas em partidos políticos, mandatos legislativo e executivo, conselhos de direitos, movimentos populares, sindicais, pastorais sociais, organismos eclesiais, entre outros espaços, contribuindo ativamente para a promoção da justiça social. 

A 10ª turma inicia-se em janeiro de 2025, com a primeira etapa presencial (24/01 a 01/02/2025) e a segunda etapa será em janeiro de 2026, em Brasília-DF. A etapa EAD é organizada em 6 módulos, sendo 2 em cada semestre.  

O Curso tem um investimento de R$ 2.000,00 por cada etapa presencial para hospedagem, alimentação e estudos. Estudantes que apresentarem dificuldade financeira, como a Instituição que indica não ter condições de ajudar, o Cefep dispõe de algumas bolsas. Para isso, é preciso seguir as instruções no Edital. 

O curso se destaca pela sua metodologia interativa, participativa e que toca em pautas estruturantes da realidade social e política do País. Aulas com professores/as comprometidos/as com a construção de saberes e o conhecimento que transforma. 

As inscrições ficarão abertas até o dia 15/10.  Acesse aqui o Edital 01_2024 para conferir as informações necessárias e o link de inscrição. 

Venha fazer parte dessa jornada de conhecimento para uma ação transformadora a partir da atuação política e social. 

Para mais informações além do edital, siga o Cefep no instagram e facebook @cefepcnbb e o no site www.cefep.org.br e fique por dentro de todas as atividades.

EDITAL 01/2024

CURSO NACIONAL DE FORMAÇÃO POLÍTICA PARA CRISTÃOS/ÃS |10ª TURMA

O Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara-Cefep é um serviço da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil para a Formação Política de Cristãos e Cristãs, integrado à Comissão Episcopal para o Laicato. O Curso Nacional Formação Política para Cristãs e Cristãos acontece em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, na modalidade presencial e à distância, com certificação de Especialização para quem possui graduação e Extensão para quem possui apenas o Ensino Médio. Por meio deste edital, abre-se a chamada para a inscrições da 10ª turma, 2025/2026.

Objetivo Geral:

Formar cristãos/ãs para a missão política, favorecendo-lhes a aquisição de competência e habilitação para agir no complexo campo da política,

participando da construção de uma sociedade justa e solidária, à luz do Ensino Social da Igreja e das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil.

Objetivos Específicos:

 Contribuir com a formação de lideranças cristãs para as funções públicas, eletivas ou não, no campo da política e das organizações comunitárias;

 Aprimorar a prática política dos cristãos no exercício da cidadania e do bem comum;

 Investir na formação do sujeito evangelizador para torná-lo apto a influenciar a construção de uma nova cultura política

Destinatários:

 Lideranças das comunidades eclesiais, pastorais sociais, movimentos e organismos de Igreja;

 Pessoas com responsabilidades em organizações e movimentos sociais;

 Pessoas que já assumem ou pretendem assumir cargos em instâncias partidárias.

Critérios de participação:

As inscrições passarão por um processo de seleção que observará os seguintes critérios de participação.

 Identidade cristã de vivência e participação;

 Disponibilidade de tempo: compromisso em participar das etapas previstas e realizar todos os trabalhos solicitados;

 Conclusão do Ensino Médio (exceções serão analisadas) para título de Extensão;

 Conclusão da Graduação para título de Especialização;

 Militância política: sindical, popular, partidária, conselhos municipais paritários e outras áreas;

 Compromisso de ser um agente multiplicador por meio da entidade que o apresentou para o curso.

 Carta de indicação, assinada pela pessoa responsável da Instituição que representa, em papel timbrado, enviada pelo e-mail

cefep@cefep.org.br .

Metodologia:

O processo metodológico contempla:

A formação política dos cristãos nas múltiplas dimensões – ética, espiritual e intelectual – relacionadas entre si, respeitando o pluralismo político, a partir da opção pelos pobres, em comunhão com o Ensino Social da Igreja e as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil.

Cada participante como sujeito no processo de formação e na construção do saber em todos os níveis. Nesse sentido, o CEFEP prioriza a construção coletiva, articulando as diferentes ciências e saberes com a prática dos participantes.

A leitura da realidade sócio-histórica dos cursistas, contribuindo para a construção de uma espiritualidade na ação.

A busca de uma pedagogia libertadora: mediante técnicas e instrumentos vivenciados na educação popular e nos grupos da Igreja. Conteúdos trabalhados:

Primeira etapa presencial: de 24/01 a 01/02/2025 – 9 dias – 72h/aulas

 Apresentação institucional e metodologia do curso.

 O mundo em transformação: Os ciclos sociais, políticas, econômicas e culturais no ocidente.

 Cultura e formação do povo brasileiro.

 Democracias no mundo: fundamentos, desafios e perspectivas.

 Fé e Política na Igreja: Patrística, Encíclicas Sociais, Vaticano II, Conferências da América Latina e Documentos da CNBB.

 Oficinas: Comunicação; Pastorais sociais; Leitura conjuntural; As mudanças no mundo do trabalho; As desigualdades sociais; Legislação eleitoral.

Módulo EAD: 216h/aulas.

 Igreja e Direitos humanos: do Concílio Vaticano II aos dias atuais.

 Constituição Cidadã de 1988 aos dias atuais.

 A Ecologia Integral e a Questão Socioambiental.

 Ética, moral e bioética.

 Ensino Social da Igreja.

 Opção pelos pobres na Sagrada Escritura e na Tradição da Igreja. Seminários regionais (presencial ou remoto) sobre metodologia do trabalho científico: junho/julho.

Segunda etapa presencial: 23 a 31/01/2026 - 72h/aulas

 Métodos de Análise da Realidade: ver, julgar e agir.

 Espiritualidade libertadora.

 Projetos para o Brasil: Movimentos Populares e grupos políticos / econômicos.

 Educação popular: fundamentos, princípios e métodos.

 Oficinas: Alternativas ao capitalismo; Democracia participativa e participação popular; Movimentos Sociais: história e resistências; Partidos Políticos: história, perfil e desafios; Incidência Política; Ecumenismo; Escolas de Fé e Política.

Investimentos e Estrutura:

Duração: 360 horas, sendo 144 horas de curso presencial e 216 horas a distância, em 18 meses.

Etapas presenciais: 9 dias janeiro/2025 e 9 dias janeiro/2026.

Local: Brasília-DF.

Custos: R$ 2.000,00 (cada etapa presencial). Nos custos inclui-se: taxa de matrícula, hospedagem, alimentação e estudos.

Vagas: 50 participantes

Certificados: Especialização ou extensão universitária pela CCEAD/PUC- Rio.

Prazos:

Inscrição: até 15/10/2024.

Resultado da inscrição: de 20 a 25/10/2024 (relação será postada no site

www.cefep.org.br ).

Confirmação e matrícula: 26/10 a 01/11.

Pagamento: até 10/01/2025.

Inscrições:

As inscrições devem ser encaminhadas via formulário no link:

https://forms.office.com/r/tHsK6qXqsu

Ofertas de Bolsas de Estudo:

Possível bolsa de estudo deve ser solicitada pela instituição que está indicando, por meio de carta assinada pela pessoa responsável da Instituição, em papel timbrado, enviada pelo e-mail

cefep@cefep.org.br .

___Jardel Neves Lopes

Secretário executivo - Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara – Cefep

Fonte: CNBB

-----------------------------------------------------------------------.

Formação e fortalecimento de conselhos missionários diocesanos e paroquiais

A Paróquia Imaculado Coração de Maria, em Esteio, acolheu nos dias 06 a 08 de setembro missionários e missionárias de todo o Rio Grande do Sul na Formação Estadual. Promovido pelo Conselho Missionário Regional (COMIRE), o encontro trabalhou especialmente a formação e o fortalecimento dos Conselhos Missionários nas diversas instâncias: regional, arqui/diocesano e paroquial.

Para auxiliar na reflexão e apontar pistas para a criação e para a ação destes conselhos, a formação contou com a assessoria da ir. Eliane Santana, assessora da Comissão Episcopal para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, em Brasília. Durante os três dias, os participantes discutiram os conselhos na perspectiva sinodal, de forma a reunir todas as forças missionárias presentes na Igreja Local e ser espaço de participação igual para todos.

“A sinodalidade proposta por Francisco nos indica o rumo e a tarefa e ao percorrer devemos construir o caminho conjuntamente”, apontou ir. Eliane. Durante sua exposição, a assessora apresentou quatro elementos chaves para a efetivação de comunidades sinodais:

Estruturas verdadeiramente sinodais: implica em uma transformação, requer uma mudança das atitudes arraigadas, superando o medo e a complacência com a uniformidade, em favor de uma abordagem que priorize a comunhão, estimule o diálogo, promova a inclusão e facilite o consenso, para que reflitam a ação do Espírito Santo e facilitando um discernimento coletivo e integrado.

A comunhão: Uma Igreja de comunhão dinâmica e plural, enfatizando a corresponsabilidade de todos os membros. Essa visão coloca o povo de Deus no centro – todos os batizados devem participar ativamente nas decisões da Igreja, refletindo a diversidade de vocações, ministérios e responsabilidades.

A participação efetiva do laicato: Essencial para uma missão viva da Igreja é uma relação de corresponsabilidade entre leigos e clero. O Papa Francisco tem feito movimentos significativos ao nomear leigos para cargos de liderança, destacando a necessidade de uma colaboração genuína que vá além das funções litúrgicas para envolver os leigos na evangelização direta e na gestão eclesial.

Comunidades Inclusivas: Em um mundo dilacerado por divisões e conflitos, o Evangelho de Cristo é a voz mansa e forte que chama os homens a encontrarem-se, a reconhecerem-se como irmãos e a alegrarem-se pela harmonia entre as diversidades. Deus «quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade» (1 Tim2, 4). Por isso, nas nossas atividades missionárias, nunca nos esqueçamos que somos enviados a anunciar o Evangelho a todos, e «não como quem impõe uma nova obrigação, mas como quem partilha uma alegria, indica um horizonte estupendo, oferece um banquete apetecível» (EG,14).

Conselhos Missionários

A assessora do encontro também apresentou a organização missionária da Igreja no Brasil, que acontece através da Comissão Episcopal, das Pontifícias Obras, dos Conselhos Missionários e de diversos organismos missionários.

Seguindo sobre os conselhos missionários, ir. Eliane explicou que “são organismos que impulsionam, de forma permanente, o ser e agir missionário na paróquia (COMIPA), na diocese (COMIDI), no regional (COMIRE) e nacional (COMINA)”. Segundo ela, os conselhos são formados “por um grupo de pessoas que animam a consciência missionária, visto que a missão é natureza da Igreja e não são uma nova pastoral ou movimento, são instrumento de reorganização da mentalidade missionária”.

Durante a exposição foi também abordado o objetivo dos conselhos missionários numa perspectiva intraeclesial: Despertar, motivar e levar todos os grupos, movimentos e pastorais à sua responsabilidade missionária, entendendo a missão como eixo e paradigma de toda atividade pastoral; e também além da Igreja: Fazer sair do recinto paroquial ou da diocese e chegar a todas as pessoas afastadas e àquelas que a pastoral ordinária não consegue atingir, tendo como horizonte a missão ad/inter gentes.

30 anos de Missão Ad Gentes

A formação regional também foi oportunidade para marcar a celebração dos 30 anos de Missão do Regional Sul 3 em Moçambique, na Arquidiocese de Nampula. Desde 1994, foram cerca de 70 enviados pelo Regional Sul 3 a Moçambique. Normalmente, os missionários e missionárias são enviados por um período de três anos e integram juntos a equipe missionária. Atualmente, em Moma, são missionários do Projeto Igrejas Solidárias: Benedito Salvador Ataguile, da Diocese de Osório; Pe. Henrique Neis, da Diocese de Novo Hamburgo; Pe. Luiz José Weber, da Diocese de Santo Ângelo; Maria Bernardete Acadroli, da Diocese de Caxias do Sul; e Pe. Josemar Silva, da Arquidiocese de Florianópolis.

Mais informações sobre a missão

MISSÃO AD GENTES

A pequena Vila de Moma, no litoral da Província de Nampula, acolhe a casa dos missionários do Regional Sul 3 em Moçambique. A Igreja do RS, através do projeto Igrejas Solidárias entre a Arquidiocese de Nampula e o Regional Sul 3, envia missionários e missionárias para compor uma única equipe missionária, que é, inicialmente, presença junto ao povo macua.

Acolhida dos missionários na Vila de Moma

Com respeito pela cultura, buscando aprender a língua e inserir-se na realidade da população, a equipe missionária assume o acompanhamento pastoral de duas paróquias: São Paulo Apóstolo de Larde e São Miguel Arcanjo de Micane. Com as lideranças paroquiais, os missionários auxiliam na organização dos ministérios e serviços, na promoção vocacional e na formação de animadores e animadoras leigos.

Atenta a realidade e as necessidades da comunidade local, a equipe também desenvolve projetos sociais nas áreas de educação (Veja mais) , através de uma Biblioteca Comunitária e de um projeto de reforço escolar e alfabetização de crianças e mulheres, chamado Murima Wa Mwana (Coração de Criança).

Desde 2009, a missão em Moçambique mantém um Lar Vocacional , que acolhe jovens rapazes para o discernimento vocacional. Neste tempo, seguem estudando na escola regular e são acompanhados pela equipe missionária em seu processo de amadurecimento e discernimento. Quando concluem a 12ª classe, escolhem seguir o caminho vocacional nas congregações ou no seminário arquidiocesano.

Equipe Missionária

O testemunho dos missionários e missionárias enviados a Moçambique, a partilha e a oração de todo o Rio Grande do Sul e a disposição de padres, leigas e leigos, religiosos e religiosas para partir é o que garante a continuidade da missão ad gentes.

Desde 1994, foram cerca de 70 enviados pelo Regional Sul 3 a Moçambique. Normalmente, os missionários e missionárias são enviados por um período de três anos e integram juntos a equipe missionária. Atualmente, em Moma, são missionários do Projeto Igrejas Solidárias:

Benedito Salvador Ataguile, da Diocese de Osório

Pe. Henrique Neis, da Diocese de Novo Hamburgo.

Pe. Luiz José Weber, da Diocese de Santo Ângelo.

Maria Bernardete Acadroli, da Diocese de Caxias do Sul.

Pe. Josemar Silva, da Arquidiocese de Florianópolis.

Fonte; CNBB Regional Sul 3

---------------------------------------------------------------------------------.

Papa: "Que o Senhor dê a todos um coração que busca a paz"

Ao final da Audiência Geral desta quarta-feira (18/09), realizada na Praça São Pedro, o Santo Padre renovou seu pedido pela paz no mundo: "A guerra é sempre uma derrota". O Papa também expressou solidariedade aos países da Europa que sofrem com chuvas torrenciais e inundações.

Thulio Fonseca - Vatican News

Ao final da Audiência Geral desta quarta-feira, 18 de setembro, o Papa expressou solidariedade às vítimas das fortes chuvas que atingiram a Europa centro-oriental, resultando em mortes e grandes destruições. Francisco mencionou em especial países como Áustria, Romênia, República Tcheca e Polônia, gravemente afetados pelas inundações.

"Asseguro a todos a minha proximidade, e rezo especialmente por aqueles que perderam a vida e por seus familiares. Agradeço e incentivo as comunidades católicas locais e outras organizações de voluntariado pelos esforços de ajuda e socorro."

A guerra é uma derrota

Francisco renovou o convite aos fiéis para rezarem pela paz e fez mais um urgente apelo para que cessem os conflitos que continuam a devastar o mundo: "Rezemos pela paz: não esqueçamos que a guerra é uma derrota. Não esqueçamos da Palestina, de Israel, não esqueçamos da martirizada Ucrânia, de Mianmar e de tantos outros lugares onde há guerras, guerras terríveis."

“Que o Senhor dê a todos um coração que busca a paz para derrotar a guerra, que sempre é uma derrota!”

Dia Mundial do Alzheimer

Ainda em seus apelos finais, o Santo Padre lembrou que no próximo sábado, 21 de setembro, será celebrado o Dia Mundial do Alzheimer. Francisco pediu orações e apoio aos doentes e seus familiares:

"Rezemos para que a ciência médica possa, em breve, oferecer perspectivas de cura para esta doença e para que intervenções adequadas sejam cada vez mais implementadas em apoio aos doentes e suas famílias."

Incentivo aos beneditinos e carmelitas

Por fim, o Papa dirigiu uma saudação aos participantes do Congresso dos Abades da Congregação Beneditina e felicitou o novo Abade Presidente eleito, incentivando todos a renovarem o compromisso com a caridade e a missão beneditina. "Encorajo todos a se empenharem com zelo caritativo e missionário para tornar o espírito beneditino sempre mais atual no mundo."

Francisco também fez um apelo aos Leigos Carmelitas, pedindo que continuem sendo "fermento do Evangelho, alcançando especialmente os mais vulneráveis, para se tornarem sempre um sinal de uma Igreja em saída".

Fonte: Vatican News

----------------------------------------------------------------------------------.

Francisco: a fraternidade é a resposta às tramas diabólicas do ódio e da guerra

Na Audiência Geral, o Papa repercorreu as etapas da sua recente viagem apostólica à Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor-Leste e Singapura: Encontrei uma Igreja grande e viva, que não faz proselitismo, mas cresce através da “atração”. A compaixão é o caminho para dar testemunho de Cristo.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

A viagem apostólica à Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor-Leste e Singapura foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral, desta quarta-feira (18/09), realizada na Praça São Pedro.

O Pontífice iniciou recordando que "em 1970, Paulo VI foi o primeiro Papa a voar em direção ao sol nascente, visitando por muito tempo as Filipinas e a Austrália, mas também parando em vários países asiáticos e nas Ilhas Samoa". "Uma viagem memorável", disse Francisco, afirmando que também nisso tentou seguir o seu exemplo. "Agradeço ao Senhor, que me permitiu fazer como velho Papa o que gostaria de ter feito como jovem jesuíta", acrescentou.

“Uma primeira reflexão que surge espontaneamente depois desta viagem é que ao pensarmos na Igreja somos ainda demasiado eurocêntricos, ou, como se costuma dizer, “ocidentais”. Na realidade, a Igreja é muito maior, muito maior que Roma e a Europa, muito maior! Também, ouso dizer, muito mais viva, nesses países!”

Experimentei isso de forma emocionante, encontrando aquelas comunidades, ouvindo os testemunhos de padres, freiras, leigos, sobretudo catequistas. Igrejas que não fazem proselitismo, mas que crescem através da “atração”, como disse sabiamente Bento XVI.

A fraternidade é o futuro

"Na Indonésia, os cristãos representam cerca de 10% e os católicos 3%, uma minoria", lembrou o Papa, dizendo que encontrou "uma Igreja viva, dinâmica, capaz de viver e transmitir o Evangelho naquele país que tem uma cultura muito nobre, inclinada a harmonizar a diversidade, e ao mesmo tempo tem a maior presença de muçulmanos no mundo. Naquele contexto, tive a confirmação de como a compaixão é o caminho que os cristãos podem e devem percorrer para dar testemunho de Cristo Salvador e, ao mesmo tempo, encontrar as grandes tradições religiosas e culturais".

“Fé, fraternidade, compaixão” foi o lema da visita à Indonésia: com estas palavras o Evangelho entra todos os dias, concretamente, na vida daquele povo, acolhendo-a e dando-lhe a graça de Jesus morto e ressuscitado.

“Estas palavras são como uma ponte, como a passagem subterrânea que liga a Catedral de Jacarta à maior mesquita da Ásia. Lá, vi que a fraternidade é o futuro, é a resposta à anti-civilização, às tramas diabólicas do ódio e da guerra, e também do sectarismo. Existe fraternidade, fraternidade", sublinhou.”

O Espírito Santo é o chefe da harmonia

Na Papua Nova Guiné, um arquipélago que se estende até à imensidão do Oceano Pacífico, o Papa disse que encontrou "a beleza de uma Igreja missionária em saída".

Lá as diferentes etnias falam mais de oitocentas línguas: um ambiente ideal para o Espírito Santo, que gosta de fazer ressoar a mensagem do Amor na sinfonia das linguagens.

“O que o Espírito Santo faz não é uniformidade, é sinfonia, é harmonia, é o patrono, é o chefe da harmonia. Lá, de modo particular, os protagonistas foram e são ainda os missionários e os catequistas.”

Alegrou-me o coração poder conviver um pouco com os missionários e os catequistas de hoje; e fiquei comovido ao ouvir os cânticos e as músicas dos jovens: neles vi um futuro novo, sem violências tribais, sem dependências, sem colonialismos económicos ou ideológicos; um futuro de fraternidade e de cuidado com o maravilhoso ambiente natural.

Segundo Francisco, "a Papua-Nova Guiné pode ser um “laboratório” deste modelo de desenvolvimento integral, animado pelo “fermento” do Evangelho. Porque não há nova humanidade sem novos homens e novas mulheres, e só o Senhor os faz". O Pontífice recordou sua "visita a Vanimo, onde os missionários estão entre a floresta e o mar. Eles entram na floresta em busca das tribos mais escondidas, ali... uma lembrança linda, essa".

Fé que se torna cultura e ao mesmo tempo a ilumina

"O poder da promoção humana e social da mensagem cristã destaca-se particularmente na história de Timor-Leste", disse o Papa, recordando que "lá a Igreja partilhou o processo de independência com todo o povo, orientando-o sempre para a paz e a reconciliação".

Isto não é uma ideologização da fé, não, é a fé que se torna cultura e ao mesmo tempo a ilumina, purifica, eleva. Por isso, relancei a fecunda relação entre fé e cultura, que São João Paulo II já havia sublinhado na sua visita. Mas sobretudo impressionou-me a beleza daquele povo: um povo experimentado, mas alegre, um povo sábio no sofrimento. Um povo que não só gera muitos filhos, como os ensina a sorrir. Esta é uma garantia do futuro. 

“Em suma, em Timor-Leste vi a juventude da Igreja: famílias, crianças, jovens, muitos seminaristas e aspirantes à vida consagrada. Respirei “ar de primavera”!”

Harmonia e fraternidade entre as diferentes etnias

A última etapa da Viagem Apostólica Internacional do Papa foi Singapura. "Um país muito diferente dos outros três: uma cidade-estado muito moderna, centro econômico e financeiro da Ásia e de outros lugares", disse Francisco, acrescentando:

Lá, os cristãos são uma minoria, mas ainda formam uma Igreja viva, empenhada em gerar harmonia e fraternidade entre as diferentes etnias, culturas e religiões.

“Também na rica Singapura existem os “pequenos”, que seguem o Evangelho e se tornam sal e luz, testemunhas de uma esperança maior do que aquela que os ganhos econômicos podem garantir.”

Francisco agradeceu a esses povos que o "acolheram com tanto carinho, com tanto amor". Agradeceu também aos "seus governantes que tanto ajudaram nesta visita, para que fosse realizada com ordem, sem problemas", e  "a todos aqueles que também colaboraram para isso".  Por fim, agradeceu "a Deus o dom desta viagem! Deus abençoe os povos que conheci e os guie no caminho da paz e da fraternidade", concluiu. - Fonte: Vatican News

*----------------------------------------------------------------------------------.x

Audiência Geral: Papa conhece projeto de coroinhas para ajudar crianças em Gaza

O pe. Tancredi Muccioli, pároco na cidade italiana de Grotte di Castro, na região de Viterbo, apresentou a Francisco uma iniciativa dos coroinhas em favor das crianças de Gaza. Na Praça de São Pedro na manhã desta quarta-feira (18/09), também estava Margareth Menezes, ministra da Cultura do Brasil, promotora e principal interlocutora dos projetos relativos à celebração, em 2026, do bicentenário das relações diplomáticas com a Santa Sé.

Fabrizio Peloni - Vatican News

“As crianças de Grotte di Castro... para as crianças de Gaza: vamos ajudá-las a encontrar seu futuro” é o slogan da iniciativa apresentada ao Papa Francisco por Pe. Tancredi Muccioli, pároco da cidade italiana de Viterbo, na Audiência Geral da manhã desta quarta-feira (18/09), na Praça de São Pedro. “No início do verão, alguns jovens coroinhas me propuseram fazer uma coleta para a Terra Santa: juntos pensamos em vender as conhecidas geleias das freiras trapistas de Vitorchiano, enviando a renda para o Patriarcado de Jerusalém”.

“Através das Irmãs do Verbo Encarnado de Bagnoregio, entramos em contato com uma de suas irmãs que está em Gaza, e assim começou a aventura”, explicou o pároco de São Pedro Apóstolo, que inclusive entregou alguns potes da preciosa geleia ao Papa. “Em julho e agosto, os coroinhas se empenharam na venda de mais de 400 potes de geleia, que foram todos vendidos”. Os lucros foram enviados à paróquia da Sagrada Família em Gaza, da qual, conclui Pe. Muccioli, “recebemos um vídeo com os agradecimentos do pároco Gabriel Romanelli, que convida os nossos jovens a rezar pela paz, para que esta guerra que já ceifou tantas vidas possa terminar”.

Martina, batizada pelo Papa há 10 anos na Santa Marta

Dez anos depois do seu batismo, Martina sentiu novamente a carícia do Papa em seu rosto. Em 2014, quando estava internada no hospital pediátrico Bambino Gesù de Roma junto com os pais, foi recebida por Francisco na Casa Santa Marta. E na véspera de uma delicada operação nos olhos, ela foi batizada pelo próprio Pontífice. Um vínculo que nasceu graças às Irmãs da Caridade da Assunção.

Ainda na manhã desta quarta-feira (18/09), algumas delas, entre as quais a Ir. Mariangela Marognoli, acompanharam outras famílias assistidas, além da de Martina: como os pais de Fabio - de origem filipina, falecido em 2020 aos 6 anos de idade e que o Papa conheceu em 2014 - e Matteo, de 12 anos, junto com a mãe e o pai adotivos.

Particularmente significativo foi o encontro de Francisco com cerca de 40 casais da Província dos Viajantes da Comunidade de Emanuel, que vieram da França em peregrinação a Roma nos últimos dias “para fortalecer o conhecimento e apego à Igreja, e para se tornar um apoio sólido para o povo nômade”.

A saudação aos recém-casados

Assim que saiu do papamóvel, como de costume, o Pontífice cumprimentou os leitores um a um. Entre eles estavam Arturo López Ramírez e Monika Nowak, que trabalham respectivamente nas edições espanhola e polonesa do jornal vaticano L'Osservatore Romano, e que se casarão no sábado, 28 de setembro.

E uma longa história de amor foi testemunhada na Praça de São Pedro por Antonio Corsello e Luigia Cimino. Em 13 de setembro, eles comemoraram 55 anos de casamento. E na manhã desta quarta-feira (18/09), acompanhados dos dois filhos, chegaram de Pescara, onde moram, para encontrar o Papa, “embora sejamos originários da Sicília” - fazem questão de esclarecer. Durante a Audiência Geral, os protagonistas e autores do primeiro musical dedicado ao Beato Carlo Acutis - “O influencer de Deus” é o título - apresentaram seu trabalho a Francisco. Eles são do Oratório de Santa Paola Frassinetti em San Calogero, uma cidade italiana da província de Vibo Valentia, na Calábria. Elas encenarão o trabalho em toda a Itália e, nesta manhã, acompanhadas pelo pároco Pe. Andrea Campennì, pediram ao Pontífice “uma bênção especial o musical”.

As monjas beneditinas com o Papa Francisco

No final da catequese, o Pontífice, saudando os fiéis de língua italiana, também se dirigiu aos participantes do Congresso da Confederação Beneditina, cerca de 300 abades, priores, freiras e monjas de todo o mundo.

Do Brasil, estava presente Margareth Menezes, ministra da Cultura

Entre os presentes na Audiência Geral, também estava Margareth Menezes, ministra da Cultura do Brasil, promotora e principal interlocutora dos projetos relativos à celebração, em 2026, do bicentenário das relações diplomáticas com a Santa Sé. Após a bênção final, a ministra saudou o Pontífice, entregando a ele uma obra artesanal produzida com escamas de peixe. Também do Brasil e da Bolívia, um grupo de leigos e religiosas pertencentes à Associação dos Amigos de Madre Chiara Ricci - que este ano celebra o aniversário de 190 anos do seu nascimento - encontrou o Papa para receber encorajamento na missão. Com eles estavam algumas freiras franciscanas angelinas, do Instituto fundado por Madre Ricci.

Além disso, o cardeal Mauro Piacenza acompanhou uma delegação de cerca de 25 pessoas, dos assistentes eclesiásticos das diferentes seções nacionais da Fundação Pontifícia “Ajuda à Igreja que Sofre”, que se reuniram em Roma nestes dias. - Fonte: Vatican News

----------------------------------------------------------------------------------.

Ucrânia, Parolin: respeito pelos direitos humanos e troca de prisioneiros

O Secretário de Estado, numa videoconferência com a Comissária para os Direitos Humanos da Federação Russa, agradeceu à Defensoria Pública russa pelo seu papel na libertação de dois sacerdotes ucranianos e lembrou a necessidade de salvaguardar os direitos humanos fundamentais consagrados nas Convenções Internacionais. Foco na assistência aos militares ucranianos prisioneiros na Federação Russa e na troca recíproca dos soldados detidos.

Vatican News

O secretário de Estado Vaticano, cardeal Pietro Parolin, agradeceu às autoridades russas pela libertação de dois sacerdotes ucranianos, Ivan Levytskyi e Bohdan Heleta, padres da congregação do Santíssimo Redentor libertados em junho passado, e apelou mais uma vez ao respeito pelos direitos humanos e a troca de prisioneiros de guerra capturados durante o conflito entre a Rússia e a Ucrânia. O purpurado se pronunciou numa videoconferência com Tatiana Moskalkova, comissária para os direitos humanos da Federação Russa, realizada em 16 de setembro. A notícia foi dada, nesta quarta-feira (18/09), num comunicado da Santa Sé.

"Durante a conversa", afirma a nota, "o cardeal secretário de Estado, além de agradecer à Defensoria Pública russa por seu papel na libertação dos dois sacerdotes ucranianos, lembrou a necessidade de salvaguardar, no contexto do conflito atual, os direitos humanos fundamentais consagrados nas Convenções Internacionais e tratou algumas questões humanitárias. Em particular, ele se referiu à assistência aos militares ucranianos prisioneiros na Federação Russa e à troca recíproca de soldados detidos na Rússia e na Ucrânia".

Fonte: Vatican News

----------------------------------------------------------------------------------.

Santa Sé na Agência de Energia Atômica: não às armas atômicas, sim ao nuclear pelo bem comum

O secretário para as Relações com os Estados e as Organizações Internacionais, dom Paul Richard Gallagher, fez uma intervenção no primeiro dia da 68ª sessão da Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), que está sendo realizada em Viena até a próxima sexta-feira (20/09). O arcebispo argumentou sobre o compromisso pela não proliferação nuclear e a segurança das usinas de energia, como aquelas ameaçadas pelo conflito na Ucrânia.

Alessandro Di Bussolo - Vatican News

A Santa Sé “reconhece o papel fundamental da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) na busca de um mundo livre de armas nucleares”, o que “é possível e necessário”, como afirma o Papa Francisco, e reitera o “firme apoio às muitas contribuições da Aiea ao regime de não proliferação nuclear, bem como ao uso seguro, protegido e pacífico das tecnologias nucleares. É essencial que essas tecnologias sejam sempre abordadas a partir de uma perspectiva que sirva ao bem comum da humanidade e ao desenvolvimento integral de cada pessoa”. Foi o que disse o arcebispo Paul Richard Gallagher, secretário para Relações com Estados e as Organizações Internacionais, em discurso no primeiro dia da 68ª Sessão da Conferência Geral da Aiea, que está sendo realizada de 16 a 20 de setembro em Viena, na Áustria.

Não atacar perto das usinas de Zaporizhzhya e Kursk

Entre as contribuições da Agência para o avanço da segurança nuclear, a Santa Sé, enfatiza o prelado, apoia particularmente os esforços “para garantir a segurança e a proteção na usina nuclear de Zaporizhzhya” e para evitar o que o Papa descreveu como um “desastre nuclear”. As atividades militares, ligadas à guerra na Ucrânia, “relatadas nas proximidades de Zaporizhzhya e nas usinas nucleares de Kursk” para a Santa Sé “são profundamente preocupantes”. O arcebispo britânico elogia o diretor geral da Aiea, Rafael Mariano Grossi, e seus inspetores “pela coragem e profissionalismo em manter uma presença contínua no local em Zaporizhzhya e fornecer relatórios imparciais e objetivos sobre a situação”. E a Santa Sé “exorta as partes em conflito a se absterem de atacar esses lugares, cujas consequências poderiam ser devastadoras para toda a humanidade”.

Aiea e o diálogo nuclear entre Irã e Coreia do Norte

A Santa Sé também acolhe positivamente os esforços contínuos da Aiea para lidar com o Irã em relação ao seu programa nuclear, lamentando que Teerã “tenha parado de implementar seus compromissos nucleares sob o Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA) há vários anos”. Em discurso ao Corpo Diplomático em janeiro deste ano, lembra Gallagher, Francisco expressou esperança na retomada das negociações para restabelecer o JCPOA “para garantir um futuro mais seguro para todos”.

Negociações que a Santa Sé também espera que sejam revitalizadas sobre o programa nuclear da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), “que, com sua produção contínua de armas nucleares e testes de mísseis, representa uma séria ameaça à integridade do regime de não proliferação”. Também por esse motivo, destaca o secretário de Relações com os Estados, as garantias da Aiea representam “uma contribuição essencial para promover a paz e a segurança e ajudar a construir um clima de confiança e não de repreensão recíproca”.

Tecnologia nuclear pacífica para países em desenvolvimento

O representante vaticano enfatiza o papel da Aiea na implementação do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, assinado e ratificado pela Santa Sé, “com o objetivo de evitar a proliferação de armas nucleares e facilitar a disseminação dos benefícios da ciência e tecnologia nuclear pacífica disponível para os países em desenvolvimento”. Com essas tecnologias, lembra, é possível “aumentar a produção de alimentos, gerar mais eletricidade, gerenciar recursos hídricos, monitorar o meio ambiente e controlar a poluição, além de se preparar para pandemias”.

A Santa Sé também reconhece os esforços da Aiea “para facilitar o fornecimento de radioterapia e medicina nuclear disponíveis para pacientes com câncer” nos mesmos países que estão “se tornando cada vez mais cruciais” para a disseminação dramática dessa doença. A iniciativa Raios de Esperança representa apenas uma das muitas maneiras “pelas quais a Agência contribui para a saúde e o bem-estar das populações globais”.

O Papa e o objetivo de eliminar as armas nucleares

Em declaração, dom Gallagher baseia o apoio da Santa Sé aos esforços da Aiea no magistério do Papa Francisco, para quem, escreve ele na encíclica Fratelli tutti, “o objetivo final da eliminação total das armas nucleares torna-se tanto um desafio quanto um imperativo moral e humanitário”. De acordo com o apelo da Santa Sé para “um compromisso coletivo e conjunto com a promoção de uma cultura de cuidado que priorize a dignidade humana e o bem comum”.

O secretário para Relações com Estados e as Organizações Internacionais também cita a mensagem do Papa ao Conselho de Segurança da ONU em junho de 2023, na qual ele pede um “não” decisivo à guerra e afirma “que a guerra não pode ser justificada, mas somente a paz é justa: uma paz estável e duradoura, construída não em um equilíbrio precário de dissuasão, mas na fraternidade que nos une”. Em um mundo no qual “uma corrida armamentista acelerada, alimentada por guerras crescentes, está substituindo os esforços de desarmamento”, Francisco denunciou, em discurso ao Corpo Diplomático em janeiro de 2022, que “o uso da energia atômica para fins de guerra é imoral, assim como a posse de armas nucleares é imoral”.

Missa dominical em Viena e a cultura do cuidado

Sobre a possibilidade de construir um mundo melhor, fundado em uma “cultura do cuidado” que supere e substitua “a lógica da cultura do descarte”, como o Pontífice costuma dizer, dom Gallagher também focou sua homilia na missa que presidiu no domingo, 15 de setembro, na véspera da Conferência Geral da Aiea, na Igreja de Maria am Gestade. Um mundo, disse ele, “no qual a lógica do poder, da dominação e da exploração seja superada por uma abordagem verdadeiramente humana, enraizada no respeito mútuo, na solidariedade e nos valores universais, como a verdade, o perdão, a compaixão e a boa fé entre as nações”. Dirigindo-se a todos os membros da delegação e a dom Ricard Gyhra, que está iniciando nova função como Representante Permanente da Santa Sé junto às Organizações Internacionais em Viena nestes dias, o arcebispo britânico expressou esperança de que “como membros da única família humana, trabalharemos incansavelmente para alcançar este nobre objetivo, especialmente ao iniciarmos o importante trabalho desta 68ª Conferência Geral”.

A diplomacia do Vaticano e o objetivo de um mundo melhor

Como cristãos, continuou ele, baseamos nossa esperança de um mundo melhor em Jesus Cristo, que “não é um líder mundano triunfante”, mas “um servo sofredor”, como Isaías o retrata na primeira leitura da liturgia de domingo. Jesus, esclareceu ele, “aquele que venceu a morte e restaurou a vida, traz justiça e paz ao tomar sobre si os pecados e as disfunções do mundo inteiro”.

Em conexão com a atividade diplomática, Gallagher lembrou que “não somos os salvadores do mundo. No entanto, somos chamados a suportar o trabalho árduo de negociações longas e muitas vezes frustrantes e a encontrar compromissos em questões políticas e diplomáticas desafiadoras”.  Em um esforço muito oculto, com poucos frutos visíveis, especialmente em uma época em que as armas e o poderio militar são preferidos à diplomacia, foi seu convite: “devemos nos comprometer a usar as ferramentas do diálogo, da paciência, da convicção e da perseverança para alcançar o objetivo que todos desejamos: a coexistência pacífica da família humana e o desenvolvimento integral de cada pessoa”. Que Cristo, o Príncipe da Paz, concluiu o arcebispo no início da Conferência da Aiea, “nos ajude a trabalhar juntos, além de nossos limites naturais, para o bem mútuo e comum e para toda a humanidade”.

Fonte: Vatican News

*----------------------------------------------------------------------------------.s

Vaticano e Procuradoria de Perugia: colaboração na investigação do caso de Londres

Encontro desta terça-feira (17/09) entre o procurador Cantone, o promotor vaticano de Justiça Diddi e o comandante da Gendarmaria Gauzzi: um início acordado de colaboração entre os dois organismos judiciais após a abertura, também pelo promotor de Justiça, de um fascículo sobre supostos acessos não autorizados realizados durante a investigação sobre o edifício da Sloane Avenue.

Vatican News

Foi iniciada uma “colaboração” entre a Procuradoria-Geral de Perugia, na Itália, e a Promotoria de Justiça do Estado da Cidade do Vaticano após a abertura, também pelo promotor Alessandro Diddi, “de um fascículo sobre os supostos acessos não autorizados realizados durante o curso da investigação do conhecido inquérito sobre a compra do edifício em Londres”. 

O anúncio foi feito pela Sala de Imprensa do Vaticano nesta terça-feira (17/09), referindo-se a um encontro que ocorreu em mesma data na sede da Procuradoria de Perugia, entre o procurador Raffaele Cantone, a vice-procuradora Laura Reale, o promotor de Justiça do Vaticano Diddi e o comandante do Corpo de Gendarmaria do Vaticano Gianluca Gauzzi. A reunião, sublinha a Sala de Imprensa da Santa Sé, “tornou-se necessária” precisamente para chegar a um acordo sobre o início da colaboração entre os dois órgãos judiciais.

Nos últimos dias, soube-se que havia sido feita uma tentativa de coletar dados sobre várias pessoas que, mais tarde, acabariam no banco dos réus no caso da negociação do edifício da Sloane Avenue. O caso foi o centro do processo no Tribunal do Vaticano, que durou dois anos e terminou com a condenação em primeira instância de dez réus. 

Fonte: Vatican News

----------------------------------------------------------------------------------.

Bolívia: bispos promovem o diálogo e a unidade no país

Diante da tensão política e social na Bolívia, a Conferência Episcopal divulgou um comunicado convidando ao diálogo franco e sincero.

Ariana Pernía Paolini - Vatican News

A Conferência Episcopal da Bolívia (CEB) emitiu um comunicado nesta terça-feira (17/09) em resposta ao que chamou de “preocupante situação política, econômica e social” na nação sul-americana. O objetivo é promover um “diálogo franco e sincero” entre as partes que estão em tensão. Nesse sentido, a fim de evitar episódios de angústia, escassez e incerteza, a CEB destacou que considera que os bloqueios de estradas não são “a melhor solução”, uma vez que considera que tais medidas “prejudicam o desenvolvimento econômico do país e afetam diretamente a população, impedindo-a de se locomover livremente e realizar seu trabalho diário”.

Promover a unidade de todos

Da mesma forma, os bispos anunciaram que este é o momento em que “devemos promover a unidade de todos os setores e instituições sociais”, ao mesmo tempo em que convidam ao diálogo “oferecendo soluções viáveis que garantam um futuro mais promissor”. A CEB, portanto, conclamou “as autoridades públicas e todos aqueles que estão exercendo pressão a se engajarem em um diálogo franco e sincero a fim de resolver a complexa situação social que nosso país está vivendo nos níveis econômico, político e judicial”.

Evitar a escalada de violência

De acordo com a CEB, a Defensoria Pública, no âmbito de suas atribuições, pronunciou-se no sentido de “promover a ação sensível ao conflito e a gestão pacífica do conflito nas instituições do Estado e nos atores da sociedade, sob a perspectiva dos direitos humanos e da cultura do diálogo e da paz”. Da mesma forma, ela fez “um apelo às autoridades nacionais, dos departamentos e municipais, bem como aos diferentes setores que tomam medidas de pressão para atender às suas demandas, e à população boliviana, para que mantenham a calma e evitem ações que possam levar a atos de violência e a um maior conflito no país”, a fim de preservar o sistema democrático e resolver conflitos por meio do diálogo e do respeito

Fonte: Vatican News

*----------------------------------------------------------------------------------.s

Polônia: a Caritas em ação entre as vítimas das enchentes

Desde os primeiros dias da crise ambiental, as Caritas diocesanas estão intervindo para ajudar as pessoas afetadas nas áreas inundadas. As regiões mais devastadas incluem as dioceses de Legnica e Świdnica, onde a ajuda está chegando de outras dioceses. No domingo, 22 de setembro, será realizada uma coleta nacional em favor das vítimas.

Tomasz Zielenkiewicz

A Caritas Polônia já forneceu a primeira parte da ajuda de emergência: 200 mil złoty (cerca de 50 mil euros), destinados aos centros da Caritas nas áreas afetadas pelas enchentes. A própria Caritas da Polônia lançou uma campanha de arrecadação de fundos em seu site www.caritas.pl. O organismo informou que também é necessária assistência material urgente, especialmente de empresas, devido a grandes quantidades. Entre os itens necessários estão desumidificadores, água potável, geradores, pás, carrinhos de mão, botas à prova d'água, produtos de higiene e alimentos de longa duração.

A Caritas nas dioceses de Opole, Świdnica, Bielsko-Żywiec e Legnica está em contato com as autoridades que coordenam a assistência nacional. Os primeiros transportes sairão dos escritórios da Caritas nas dioceses de Świdnica e Legnica na próxima terça-feira (24/09).

Dia de coleta de ajuda

Em resposta a um apelo do presidente da Conferência Episcopal Polonesa, arcebispo Tadeusz Wojda, uma coleta será realizada nas igrejas polonesas no domingo, 22 de setembro, para ajudar as pessoas afetadas pelas enchentes. “Quero expressar nossa solidariedade com aqueles que passaram por esse drama, mas também assegurar-lhes que não estão sozinhos. Rezamos por eles, os apoiamos espiritualmente, mas também queremos ajudá-los materialmente. A Caritas da Polônia, que está coordenando a assistência em nome da Igreja polonesa, já começou a fornecê-la”, disse o arcebispo Wojda em mensagem publicada on-line. Ele fez um apelo à generosidade: “a água, após fortes chuvas, inundou muitas casas, escolas, jardins de infância e hospitais. Muitas casas e prédios públicos foram destruídos e toda a infraestrutura rodoviária também foi severamente danificada”.

A contagem dos danos

Até o momento, não se sabe quantas igrejas, conventos, capelas e cemitérios católicos foram atingidos pela força das águas, mas sabe-se que o convento dos frades franciscanos em Kłodzko e a igreja local de Nossa Senhora do Rosário estão entre os mais afetados. “Nosso convento e nossa igreja foram inundados. A água”, escreveram os frades no site do convento, ”atingiu o teto do andar térreo do convento, na igreja a água atingiu a altura do ambão, e do prédio paroquial só se vê o telhado. A parede do convento foi destruída pela correnteza do rio. A água quase atingiu o nível da enchente do século de 1997”.

Refeitórios para moradores em situação de rua

A Caritas da diocese de Świdnica também está ajudando os desabrigados, administrando refeitórios que ficam abertos 24 horas por dia. A Caritas da diocese de Opole também iniciou uma assistência semelhante. As refeições preparadas nos refeitórios de Racibórz e Nysa são distribuídas às vítimas das enchentes. Os voluntários e funcionários da Caritas fornecerão água potável, pão, alimentos, produtos de limpeza e de higiene pessoal em locais como Głuchołazy e as áreas vizinhas de Nysa, Prudnik, Moszczanka, Łąka Prudnicka e outras.

Fonte: Vatican News

----------------------------------------------------------------------------------.

Card. Steiner: "Brasil respira fumaça porque não cuida da casa comum"

"O Brasil inteiro respira fumaça, respira fumaça porque não cuidamos da obra que Deus nos confiou", denuncia o arcebispo de Manaus, card. Leonardo Steiner, que ressalta que "a Igreja nesses anos todos tem sempre de novo procurado conscientizar e se responsabilizar nas comunidades pelo cuidado da obra da Criação".

Vatican News

A Amazônia passa por um momento dramático, uma situação que tem como causa a emergência ambiental derivada do aumento das queimadas e da seca. Só no Estado do Amazonas, os dados da Defesa Civil falam de 330 mil pessoas atingidas pelos impactos da seca, e todos os 62 municípios do Estado estão em emergência ambiental.

Cada dia aumenta o número de comunidades isoladas ou com grande dificuldade de acesso. Uma situação que piora com o aumento das queimadas, o maior número desde 2010, que tem coberto de fumaça Manaus e muitas outras cidades da Amazônia e do Brasil.

Uma situação que é constatada pelo arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da CNBB e do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), cardeal Leonardo Steiner. Ele não duvida em afirmar que “estamos vivendo mais um ano de seca, com o ano de seca aumentam mais uma vez as queimadas”. Lembrando a situação de 2023, o cardeal ressalta que “tivemos o ano passado muitas queimadas, muita seca, e este ano se repete”, sublinhando que “o ar se torna muitas vezes irrespirável”.

Diante dessa situação calamitosa, o arcebispo de Manaus afirma que “é um momento em que nós precisamos sempre de novo pensar o que nós estamos fazendo pela nossa casa comum”. Falando sobre os passos dados pela Igreja do Brasil, o cardeal Steiner lembrou que “nós como Igreja queremos conscientizar, fazer com que as pessoas despertem para a responsabilidade da casa comum”.

O presidente do CIMI denuncia que “muitos desses incêndios são criminosos, seja na Amazônia, seja no Pantanal. O Brasil inteiro respira fumaça, respira fumaça porque não cuidamos da obra que Deus nos confiou”. Nessa perspectiva, o arcebispo de Manaus ressalta que “a Igreja nesses anos todos tem sempre de novo procurado conscientizar e se responsabilizar nas comunidades pelo cuidado da obra da Criação”.

Finalmente, o cardeal Steiner disse que “nós queremos através da nossa ação ajudar a diminuir as queimadas e eliminar este ar tão pesado que nós respiramos. Mas especialmente, nós queremos que a natureza viva, viva no seu veador, e nós desejamos que os animais possam viver também tranquilamente e não serem queimados na natureza”. Ele faz um chamado para que “cuidemos da Criação, cuidemos da obra que Deus nos confiou, vamos cuidar e cultivar, como nos ensina Papa Francisco”.

Fonte: Vatican News

*----------------------------------------------------------------------------------.x

Sínodo: à procura de uma “Igreja sinodal missionária”

Foi apresentada a organização da segunda sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos bispos que revelou mais uma presença portuguesa, o cardeal Américo Aguiar, bispo de Setúbal. Recordamos aqui o essencial do Instrumentum Laboris do Sínodo, que propõe o título “Como ser Igreja sinodal missionária”.

Rui Saraiva – Portugal

Aproxima-se a segunda sessão do Sínodo dos bispos que trata o tema “Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão, missão”, num longo processo de escuta iniciado em 2021. A sua organização foi apresentada no dia 16 de setembro.

A XVI Assembleia Sinodal decorrerá de 2 a 27 de outubro, mas os dias anteriores vão ser lugar de retiro. Grande atenção para a celebração penitencial de dia 1º de outubro na qual vão ser escutados testemunhos de pessoas que sofreram o pecado dos abusos, da guerra e da indiferença.

Destaque no programa para algumas atividades especiais:

- a 11 de outubro, na data dos 62 anos da abertura do Concílio Vaticano II, será organizada pela Comunidade de Taizé, uma vigília ecuménica;

- nos dias 9 e 16 de outubro haverá fóruns teológico-pastorais sobre temas como o papel da autoridade do bispo numa Igreja sinodal e a relação entre igreja-local e igreja-universal;

- a 21 de outubro será de novo tempo para retiro espiritual implorando ao Senhor os seus dons para a elaboração do documento final do Sínodo.

Cardeal Américo Aguiar também estará no Sínodo

No dia da apresentação do evento ficamos a saber que o cardeal Américo Aguiar, bispo de Setúbal, também vai participar no Sínodo, aumentando o número de portugueses participantes. Assim, na XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos bispos, para além do jovem purpurado, vão tomar parte os bispos D. José Ornelas e D. Virgílio Antunes, delegados da Conferência Episcopal Portuguesa, o cardeal Tolentino Mendonça, pela Cúria Romana e como colaboradores o padre Paulo Terroso da arquidiocese de Braga e a assessora de imprensa Leopoldina Simões.

O cardeal Américo Aguiar, em declarações publicadas no site da diocese de Setúbal afirma que com esta segunda sessão do Sínodo “vai chegar a hora certa” para que todas as reflexões e partilhas que foram feitas se possam “materializar nas propostas finais” do Sínodo.

Recordemos aqui o essencial do Instrumentum Laboris (instrumento de trabalho) para a segunda sessão desta Assembleia Sinodal. O coração deste documento apresenta três partes com elementos essenciais da dinâmica sinodal: Relações, Percursos e Lugares.

Escuta e diálogo

Instrumentum Laboris (IL) tem como título “Como ser Igreja sinodal missionária”. O documento é a base consolidada de três anos de um caminho de reflexão, de escuta e de discernimento nas comunidades eclesiais de todo o mundo.

O texto sinodal recorda as “etapas diocesanas, nacionais e continentais, num diálogo contínuo impulsionado pela Secretaria Geral do Sínodo através de documentos de síntese e de trabalho”.

A primeira sessão da assembleia sinodal em 2023, com o seu Relatório de Síntese abriu caminho a uma consulta posterior às Igrejas locais, a partir de uma questão orientadora: “Como ser Igreja sinodal em missão?”.

Este documento agora publicado será a base para a segunda sessão do Sínodo. Um ponto de chegada, mas também de partida, que prepara a aplicação da dinâmica sinodal na Igreja.

Processo não termina em 2024

“As duas Sessões não podem ser separadas e muito menos opostas: decorrem em continuidade e sobretudo fazem parte de um processo mais amplo que, de acordo com as indicações da Constituição Apostólica Episcopalis communio, não terminará no final de outubro de 2024”, recorda a introdução do IL assinalando o “caminho de conversão e de reforma que a Segunda Sessão convidará toda a Igreja a realizar”.

“Estamos ainda a aprender como ser Igreja sinodal missionária, mas é uma missão que experienciámos poder empreender com alegria”, diz o texto.

O documento destaca especialmente a importância da metodologia sinodal da Conversação no Espírito, no caminho percorrido até ao momento.

Continuar a reflexão sobre o diaconado feminino

De destacar neste documento da Secretaria Geral do Sínodo “os aspetos da vida da Igreja abertos à participação das mulheres”, sendo referido que “frequentemente não são utilizadas” todas essas possibilidades de participação.

É afirmado que em algumas culturas há ainda uma clara “presença do machismo, sendo necessária uma participação mais ativa das mulheres em todos os setores eclesiais”. Recorda o Papa Francisco quando afirma que a perspetiva das mulheres “é indispensável nos processos decisórios e na assunção de funções nas diversas formas de pastoral e de missão”.

A este propósito, o IL informa que o tema do diaconado feminino “não será objeto dos trabalhos da Segunda Sessão”, sendo apontado que se “prossiga a reflexão teológica, com tempos e modalidades adequados”. Confia esse trabalho de amadurecimento a um dos grupos de estudo já em funcionamento no âmbito sinodal e que continuarão ativos em 2025.

Por uma conversão das “relações”

A Parte I do IL dedica-se às “Relações” e afirma que “ao longo de todo o processo sinodal e em todas as latitudes emergiu a exigência de uma Igreja não burocrática, mas capaz de nutrir as relações”.

O texto salienta que “a sinodalidade, enquanto exigência da missão, não é entendida como um expediente organizativo, mas sim vivida e cultivada como o conjunto das formas segundo as quais os discípulos de Jesus tecem relações solidárias, capazes de corresponder ao amor divino que continuamente os reúne e que são chamados a testemunhar nos contextos concretos em que se encontram”.

“Compreender como ser Igreja sinodal em missão passa, portanto, por uma conversão relacional, que reoriente as prioridades e as ações de cada um, nomeadamente daqueles que têm a missão de animar as relações ao serviço da unidade, no concreto de uma partilha de dons que liberta e enriquece todos”, refere o texto.

Especial destaque nesta parte do documento para o encontro “Párocos pelo Sínodo” que decorreu este ano no Vaticano e no qual foi sugerida “uma compreensão renovada do Ministério ordenado no horizonte da Igreja sinodal missionária”.

Propõe uma reflexão sobre “as relações, estruturas e processos que podem favorecer uma visão renovada do Ministério ordenado, passando de um modo piramidal de exercitar a autoridade para um modo sinodal”, revela o texto.

“No âmbito da promoção dos carismas e ministérios batismais, é possível implementar uma reativação das funções cuja execução não exige o sacramento da Ordem. Uma distribuição mais articulada das responsabilidades poderá indubitavelmente favorecer também processos decisórios caracterizados por um estilo mais claramente sinodal”, refere o documento.

“Percursos” de formação, discernimento e decisão

A Parte II – Percursos, “põe em evidência os processos que asseguram o cuidado e desenvolvimento das relações, em particular a união a Cristo com vista à missão e à harmonia da vida comunitária, graças à capacidade de enfrentar em conjunto conflitos e dificuldades”.

Destaque especial para a importância da formação. “Para muitos, a participação nos encontros sinodais constituiu uma ocasião de formação sobre o conhecimento e a prática da sinodalidade”. Ou seja, conhecer o “modo como o Espírito atua na Igreja e a guia ao longo da história”, diz o texto.

“Não pode ser uma formação exclusivamente teórica”, alerta o IL, assinalando “a necessidade de uma formação comum e partilhada, na qual tomem parte homens e mulheres, Leigos, Consagrados, Ministros ordenados e Candidatos ao Ministério ordenado, permitindo assim aumentar o conhecimento e a estima recíprocos, bem como a capacidade de colaboração”.

“Solicita-se igualmente que seja prestada especial atenção à promoção da participação das mulheres nos programas de formação, ao lado de Seminaristas, Sacerdotes, Religiosos e Leigos”, refere o texto.

O IL refere que “o ponto de partida e o critério de referência de todo o discernimento eclesial é a escuta da Palavra de Deus”. Sustenta que “o discernimento envolve todos, tanto os que participam a nível pessoal como comunitário, exigindo cultivar disposições de liberdade interior, abertura à novidade e abandono confiante à vontade de Deus, e permanecer à escuta uns dos outros, a fim de escutar «o que o Espírito diz às Igrejas»”, diz o documento.

“Um processo de discernimento articula concretamente comunhão, missão e participação. Por outras palavras, é um modo de caminhar juntos.”, salienta o IL.

Especial destaque também neste documento de trabalho para os processos de decisão, sendo sublinhado que na “Igreja sinodal toda a comunidade, na livre e rica diversidade dos seus membros, é convocada para rezar, escutar, analisar, dialogar, discernir e aconselhar na tomada de decisões pastorais”.

Nos “lugares” superar o modelo piramidal

Finalmente, a Parte III do IL dirige a sua atenção aos “Lugares”, no seu registo de contexto e de cultura. “A vida sinodal missionária da Igreja, as relações que a integram e os percursos que asseguram o seu desenvolvimento, nunca podem prescindir do concreto de um ‘lugar’, ou seja, de um contexto e de uma cultura”, diz o documento sinodal.

“Esta Parte III convida-nos a superar uma visão estática dos lugares, que os ordena por níveis ou graus sucessivos (Paróquia, zona, Diocese ou Eparquia, Província Eclesiástica, Conferência Episcopal ou Estrutura Hierárquica Oriental, Igreja universal) segundo um modelo piramidal”, refere.

Segundo o IL“o anúncio do Evangelho, suscitando a fé no coração dos homens e das mulheres, permite que num lugar se constitua uma Igreja. A Igreja não pode ser compreendida sem implementação num lugar e numa cultura e sem as relações que se estabelecem entre lugares e culturas. Destacar a importância do lugar não significa ceder ao particularismo ou ao relativismo, mas sim valorizar a realidade concreta em que, no espaço e no tempo, se constrói uma experiência partilhada de adesão à manifestação de Deus salvador”.

Especial nota neste documento sinodal para o facto de que “a pertença à Igreja, manifesta-se, atualmente, com um número crescente de formas que não remetem para uma base geograficamente definida, mas para ligações de tipo associativo. Esta variedade de formas é promovida, tendo sempre presente a perspetiva missionária e o discernimento eclesial daquilo que o Senhor pede em cada contexto particular”.

É sublinhada a necessidade de serem valorizados os conselhos paroquiais e diocesanos como “instrumentos essenciais para o planeamento, a organização, a execução e a avaliação das atividades pastorais”.

Estes conselhos podem incluir alguns aspetos de “estilo sinodal”: “podem ser alvo de processos de discernimento eclesial e de processos decisórios sinodais e lugares da prática da prestação de contas e da avaliação de quem exerce cargos de autoridade, sem esquecer que, por sua vez, estas pessoas devem dar conta do modo como desempenham as suas funções”, refere o documento da Secretaria Geral do Sínodo.

No seu penúltimo ponto (111) o IL revela que este documento “interroga-se e interroga-nos sobre como ser uma Igreja sinodal missionária; como nos empenharmos numa escuta e num diálogo profundos; como sermos corresponsáveis à luz do dinamismo da nossa vocação batismal pessoal e comunitária; como transformarmos estruturas e processos de modo a que todos possam participar e partilhar os carismas que o Espírito infunde em cada um para benefício comum; como exercer poder e autoridade como serviço. Cada uma destas perguntas é um serviço à Igreja e, através da sua ação, a possibilidade de curar as feridas mais profundas do nosso tempo”, diz o IL.

Laudetur Iesus Christus Fonte: Vatican News

----------------------------------------------------------------------------------.

Egito. Celebrado o 50º aniversário do Conselho de Igrejas do Oriente Médio

O Papa Tawadros, em seu discurso, evocando o primeiro salmo, comparou o Conselho de Igrejas do Oriente Médio a uma árvore plantada que produz seus frutos no momento certo. O patriarca também citou orações coptas pedindo ao Senhor para acabar com as divisões entre os irmãos e restaurar a unidade. Cerca de trinta Igrejas e comunidades eclesiais, pertencentes a quatro “famílias” diversas: a católica, a ortodoxa, a ortodoxa oriental e a evangélica, são membros do Conselho de Igrejas do Oriente Médio

Vatican News

 “Que cessem os cismas na Igreja”. Essa é a oração extraída da liturgia copta que o patriarca copta ortodoxo Tawadros quis citar por ocasião da celebração do 50º aniversário da fundação do Conselho de Igrejas do Oriente Médio (MECC), o órgão ecumênico fundado em 1974 em Nicósia.

A celebração, realizada na nova sede patriarcal no Cairo no sábado, 14 de setembro, contou com a presença, entre outros, do patriarca copta católico Ibrahim Isaac Sidrak e do pastor Andrea Zaki, presidente das comunidades protestantes no Egito. Também estava presente o professor Michel Abs, secretário-geral do MECC, recentemente confirmado em seu cargo para outro mandato de quatro anos.

Acabar com as divisões entre os irmãos e restaurar a unidade

O Papa Tawadros, em seu discurso, evocando o primeiro salmo, comparou o Conselho de Igrejas do Oriente Médio a uma árvore plantada que produz seus frutos no momento certo. O patriarca também citou orações coptas pedindo ao Senhor para acabar com as divisões entre os irmãos e restaurar a unidade.

Em um tempo em que guerras e pressões de vários tipos também estão aumentando a migração de cristãos do Oriente Médio, acrescentou o patriarca copta ortodoxo, o MECC favorece o radicamento dos cristãos nativos em suas terras também por meio da cooperação com instituições acadêmicas das diferentes Igrejas.

Trabalho pela unidade dos cristãos realizado pelo MECC

“Aprecio muito o papel do Conselho de Igrejas do Oriente Médio, não apenas no nível ecumênico, mas também no nível do diálogo entre outras religiões, e esse diálogo é essencial em nossa sociedade”, acrescentou o Papa Tawadros.

Em seu discurso, o professor Abs lembrou o trabalho pela unidade entre os cristãos, realizado mesmo “em fases delicadas e difíceis”, sempre contribuindo para manter contatos de proximidade e comunhão entre as diferentes Igrejas e comunidades eclesiais.

O programa das celebrações foi enriquecido com a projeção de dois filmes/documentários sobre o Conselho de Igrejas do Oriente Médio e uma apresentação do Coral “São Marcos” da Igreja copta ortodoxa.

Histórico

O Conselho de Igrejas do Oriente Médio, fundado em 1974 em Nicósia, em Chipre, e atualmente sediado em Beirute, no Líbano, tem como objetivo facilitar a convergência das comunidades cristãs do Oriente Médio em temas de interesse comum e ajudar a superar as diferenças confessionais.

Cerca de trinta Igrejas e comunidades eclesiais, pertencentes a quatro “famílias” diferentes: a católica, a ortodoxa, a ortodoxa oriental e a evangélica, são membros do Conselho de Igrejas do Oriente Médio.

Fonte: Vatican News

----------------------------------------------------------------------------------.

Assembleia Regional Norte1: “Igreja Sinodal que caminha na Esperança”

A Assembleia Regional Norte1 da CNBB, em Manaus, reúne bispos, leigos e representantes de diversas pastorais para refletir sobre a sinodalidade na Igreja. O evento destaca a importância da Palavra de Deus e da ministerialidade no contexto amazônico, ressaltando os desafios e esperanças da missão.

Padre Modino – Regional Norte 1 da CNBB

Leigos e leigas representando as diversas pastorais, a Vida Religiosa, presbíteros, diáconos e também os bispos estão reunidos na Maromba de Manaus para a Assembleia do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que reúne 80 participantes de 16 a 19 de setembro.

O encontro sinodal foi marcado pela Eucaristia de abertura, presidida pelo arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte 1, cardeal Leonardo Steiner. Ele recordou a participação de bispos ausentes, como Dom Zenildo, Dom Hudson e Dom Vanthuy, que contribuíram significativamente em discussões e sínteses anteriores, ajudando a direcionar a vida eclesial. Steiner enfatizou o desejo de uma "Igreja sinodal que esteja sempre a caminho na esperança", ressaltando que a busca por Jesus é acompanhada pela esperança de salvação.

Reflexões sobre a Palavra de Deus

Na homilia, o cardeal trouxe à tona a importância da Palavra e do Pão na vida comunitária, lembrando que a celebração eucarística existe porque as comunidades buscam viver de Jesus e de sua Palavra. Ele destacou as fraquezas e desafios do Regional, mas reiterou que a Igreja não se reúne em torno de si mesma, mas em torno de Jesus, que alimenta a todos. Ao refletir sobre o Evangelho, Steiner mencionou a esperança demonstrada por um pagão em busca de salvação, conectando-a ao tema da assembleia: “Igreja Sinodal que caminha na Esperança”.

Comunidades: o coração da Igreja

O cardeal destacou a força das comunidades, que vivem da Palavra de Deus e cuja presença é transformadora. Ele questionou o papel fundamental da Palavra em moldar essas comunidades, ressaltando que a assembleia expressa a alegria de estar juntos em Cristo. A diversidade de vocações e ministérios presentes na assembleia reafirma o caráter missionário da Igreja, que, desde o Encontro de Santarém em 1972, busca seguir o caminho do discipulado e da missão.

A importância da ministerialidade

O cardeal Steiner sublinhou que a assembleia tem como objetivo aprofundar a ministerialidade nas igrejas do Regional Norte 1. Ele pediu uma reflexão cuidadosa sobre esse tema, para que as comunidades em torno de Jesus se tornem verdadeiros sinais de esperança. A ministerialidade, destacou ele, deve refletir a diversidade e os dons que o Espírito Santo semeia em todos.

O cardeal também fez menção à sua recente viagem ao Mato Grosso do Sul, onde os indígenas enfrentam um conflito grave na tentativa de retomar suas terras. Embora o agronegócio responda com violência, os povos indígenas mantêm viva a esperança. Steiner pediu que a Igreja continue sendo sinal de esperança em meio aos conflitos e à destruição ambiental na Amazônia.

A assembleia: um marco de comunhão e reflexão

Os trabalhos da assembleia começaram com a apresentação dos participantes, representando as nove igrejas locais e as pastorais do Regional Norte 1. A secretária executiva, Ir. Rose Bertoldo, apresentou a programação, reforçando a profunda comunhão existente no Regional. A metáfora do corpo e seus membros, mencionada por São Paulo, foi usada para ilustrar a importância da unidade na diversidade, e a necessidade de descobrir novos ministérios para responder às necessidades das comunidades.

Dom Edson Damian, bispo emérito de São Gabriel da Cachoeira, destacou o discernimento histórico da Igreja na criação de novos ministérios, mencionando a relevância da sinodalidade na Amazônia. Ele ressaltou que a proximidade, a misericórdia e a ternura são características do agir de Deus e pediu que o Espírito Santo ajude a Igreja a ser semelhante a Cristo nesses aspectos.

Caminho sinodal da Igreja na Amazônia

No contexto do processo sinodal, o cardeal Steiner sublinhou que a sinodalidade tem sido uma característica da Igreja na Amazônia há décadas. O Encontro de Santarém, em 1972, foi um marco importante nesse processo, e Steiner afirmou que quanto mais sinodal a Igreja for, mais sua autoridade cresce. A sinodalidade está enraizada na própria natureza da Igreja, sendo um chamado para todos os batizados participarem na vida e missão da Igreja.

O cardeal refletiu sobre o conceito de evangelização, afirmando que a Igreja existe para visibilizar o Reino de Deus e sua justiça. Ele também abordou a missionariedade, lembrando que a missão é um chamado recebido e que o discipulado e a missão são dois lados da mesma moeda. Steiner incentivou a todos a manterem o ardor missionário e a se apaixonarem pela missão de comunicar a vida aos demais, como enfatizado pelo Papa Francisco na Evangelii Gaudium.

Ministerialidade e os desafios do regional

A reflexão sobre a ministerialidade foi aprofundada com o auxílio de Ir. Sônia Matos e dos padres Elcivan Alencar e Raimundo Gordiano, que destacaram a importância dos leigos na vida da Igreja. Citando a Querida Amazônia, eles defenderam uma Igreja de rostos amazônicos, onde leigos e leigas são protagonistas. Steiner destacou a necessidade de a Igreja refletir sobre sua ministerialidade e sobre o papel das mulheres, fundamentais na sustentação das comunidades amazônicas.

A Igreja do Regional Norte 1 enfrenta desafios para concretizar sua ministerialidade, mas continua caminhando com foco no essencial. A questão central é como viver a ministerialidade: se é uma escolha ou uma consequência da falta de ministros ordenados. A reflexão sobre a necessidade de novos ministérios, como o de cuidadores da casa comum, ganha relevância diante dos desafios ambientais e sociais da Amazônia. - Fonte: Vatican News

*----------------------------------------------------------------------------------.s

Sudão, um sacerdote: as pessoas continuam morrendo na indiferença do mundo

No país africano devastado por uma guerra sem fim, milhares de pessoas morreram e dez milhões estão desabrigadas. O relato dramático de um religioso: "Leigos, sacerdotes e religiosas também estão fugindo daqui. Quem pode tenta ir para o Sudão do Sul, Chade e Egito." A Igreja continua ajudando.

Federico Piana – Vatican News

Todos estão fugindo do Sudão. Os homens fogem, horrorizados com uma guerra entre o Exército e as milícias que só traz devastação e morte. As mulheres fogem, exaltadas pela urgência de colocar seus filhos em segurança. Os muçulmanos fogem, maioria religiosa cansada de ver suas casas e lojas atacadas, de ver seus entes queridos degolados ou fuzilados a sangue frio. Também fogem os católicos, que antes do início do conflito eram uma pequena minoria de um milhão de pessoas, mas hoje são apenas metade desse número. Eles tentam fugir para onde podem, para o Sudão do Sul, Chade, Egito. Querem esquecer os horrores, conforme relatado à mídia vaticana por um religioso que prefere permanecer anônimo para não colocar em risco sua própria segurança e a de seus irmãos na fé: "Na cidade de Sennar, há alguns dias, um mercado foi arrasado por bombas. As vítimas foram cerca de quarenta pessoas pobres, cujo único crime foi procurar comida para tentar sobreviver."

O esquecimento da informação

Uma notícia que ficou atolada nas profundezas da informação internacional que também ignorou dezenas de outras tragédias diárias como a ocorrida em meados de agosto passado em El Obeid, capital do Estado de Kordofan, no norte do país africano. O religioso emociona-se ao tentar recordá-la, a sua voz quase embarga: "Dezenas de crianças morreram sob os escombros de uma escola que foi destruída por mísseis. Um ataque absurdo e deliberado do qual ninguém teve pena." Ninguém se importa com uma guerra, travada há mais de um ano apenas pela conquista do poder, que opõe o Exército e os milicianos, e que vive uma situação de impasse dramático: Cartum, a capital, devastada por bombardeios contínuos; as aldeias de Darfur, província ocidental da nação, completamente incendiadas e saqueadas, uma vez pelo Exército e outra pelas milícias; as cidades de El Obeid, Sennar e Kaduqli tornaram-se cidades fantasmas por causa dos ataques de metralhadoras e canhões. Não se ganha e não se perde, apenas continua-se morrendo.

Feridas profundas

Quando ele começa a descrever a situação da Igreja local nesse inferno de cadáveres e desespero, nossa fonte suspira: “Religiosos estrangeiros, sacerdotes diocesanos, leigos: quase todos fugiram. Não sobrou quase ninguém. Na Arquidiocese de Cartum, por exemplo, restam apenas três sacerdotes que mantêm a vida sacramental viva da melhor forma possível. Somente na cidade de Port Sudan, no nordeste da arquidiocese, há uma grande presença de religiosos combonianos, de irmãs de Madre Teresa e de outra congregação de religiosas indianas”. A situação não é melhor na Diocese de El Obeid, onde o bispo só pode contar com três sacerdotes. Muitos deles, talvez a maioria, fugiram para as montanhas Nuba, onde a guerra ainda não chegou, e para o Sudão do Sul”, disse o sacerdote. Com a mesma proporção de sacerdotes e religiosas, os leigos também fugiram do país ou estão pensando em fazer isso. Para aqueles que permanecem, a Igreja local tenta garantir a celebração dos sacramentos, mesmo ao custo de ter que alcançá-los nas áreas mais remotas e inacessíveis. O religioso se orgulha de dizer que, apesar de tudo, “as pequenas comunidades católicas que encontraram abrigo em vilarejos distantes podem contar com a presença de catequistas, aos quais é confiada a liturgia da Palavra, e, às vezes, dos poucos sacerdotes restantes que vão até elas com dificuldade e abnegação”.

A caridade da Igreja

O compromisso prioritário da Igreja local passou a ser também o de assistir e apoiar a população. Alimentos, água, remédios, cobertores custam cada vez mais e levá-los ao destino é uma tarefa complicada. No entanto, o sacerdote confirma que já há algum tempo "são recolhidos donativos e ofertas com as quais estamos ajudando as pessoas diretamente. Quando possível, também conseguimos levar de uma área para outra aqueles que precisam ir ao hospital. Ajudamos as pessoas caso por caso: não apenas os cristãos, mas qualquer pessoa que esteja necessitada e bata à nossa porta". Quando questionado se a Igreja poderia tornar-se parte ativa nos processos de pacificação das facções em conflito, o sacerdote não hesita em responder partindo de um fato: "Não temos forças. Não temos canais diplomáticos diretos, como a Nunciatura, com os quais possamos interagir política e institucionalmente. O que a Igreja pode fazer é chamar a atenção da mídia para o que estamos vivendo." A atenção, no entanto, parece não existir, o esquecimento desceu sobre o Sudão. "É verdade. Mas a Igreja continua falando, mesmo que nos sintamos totalmente abandonados pela Comunidade internacional. É claro que existe a guerra na Ucrânia e na Terra Santa, mas aqui há dez milhões de pessoas deslocadas, milhares de mortos, enquanto um milhão de pessoas corre o risco de morrer de fome. O que mais deverá acontecer a este país infeliz para que o seu grito desesperado seja ouvido?"

Fonte: Vatican News – na imagem, igreja atingida pela fúria dos combates.

*----------------------------------------------------------------------------------.s

Cáritas de Manaus faz campanha para enfrentar a seca no Amazonas

Por Nathália Queiroz

A Cáritas de Manaus faz a campanha humanitária de enfrentamento à seca “Doe Vida, Doe Água” para ajudar as famílias que sofrem os efeitos da estiagem que afeta o estado do Amazonas.

Segundo o boletim de estiagem publicado pelo governo do Amazonas ontem (17), todos os 62 municípios amazonenses estão em estado de emergência e 461.477 pessoas afetadas pela estiagem. De 3 de junho a 16 de setembro os bombeiros já combateram mais de 15,3 mil focos de incêndio.

Diante da seca, diz o cartaz da campanha, “crianças, idosos, gestantes, doentes e pessoas em vulnerabilidade social precisam de vocês, da sua compaixão”.

A campanha pede doação de água, alimentos não perecíveis ou dinheiro. Os recursos arrecadados serão destinados às áreas missionárias e paróquias nos municípios de Manaquiri, Careiro da Várzea, Iranduba e Careiro Castanho, Curuçá e Araçá.

Os pontos de coleta são a Cáritas Arquidiocesana, Rádio Rio Mar, Santuário de Aparecida, Santuário São José Operário e as paróquias e áreas missionárias da arquidiocese.

As doações podem ser feitas através do Banco do Brasil: Agência: 1862-7 / Conta: 7.570-1 ou pela chave pix: (92) 99259 – 9296. - Fonte: ACIDigital

-------------------------------------------------------------.

Cristianismo é reconhecido como manifestação cultural do Brasil

Por Monasa Narjara

As influências do cristianismo, seus aspectos religiosos, suas expressões artísticas cristãs e seus reflexos foram reconhecidos oficialmente segunda-feira, dia 16, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como manifestação cultural nacional, através da Lei nº 14.969/2024.

ve o cristianismo desde os primórdios de nossa colonização”.

 “Na verdade, nascemos sob a égide da civilização cristã ocidental, representada, de início, pela influência portuguesa. Não nos esqueçamos, também, que um dos primeiros atos do colonizador foi a celebração da primeira missa, no dia 26 de abril de 1500, marcando a presença religiosa cristã no território conquistado”, pontuou o parlamentar que lembrou que o último dado do Censo do IBGE de 2010 sobre religiões no Brasil pode “afirmar que somos um ‘País Cristão’, pois cerca de 86,6% da população brasileira se declara seguidora do Cristianismo”, e “desse montante, 64,6% pertencem à Igreja Católica e 22,2% se dizem evangélicos”.

Em março, a Comissão de Educação (CE) do Senado realizou uma audiência pública sobre este projeto com vários representantes de entidades religiosas, como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Associação Nacional dos Juristas Evangélicos (Anajure), o Conselho de Educação e Cultura da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) e o Instituto Brasileiro de Direito e Religião (IBDR) que defenderam a aprovação do PL.

Para o relator da proposta no Senado, senador Esperidião Amin (PP-SC), “desde o início da colonização, passando pelos séculos seguintes de nossa história, a fé católica esteve presente, com suas igrejas e capelas, seus santos e festividades, sua arte sacra e sua música, em um amálgama singular e único, próprio da vivência brasileira e da alma de nossa gente”.

Amin que votou favorável ao PL, ressaltou no dia votação que, para evitar possíveis interpretações que limitem a liberdade de culto garantidas pela Constituição Federal, acatou uma emenda proposta pelo senador Magno Malta (PL-ES) esclarecendo que, esta proposta visa considerar como manifestações culturais apenas os reflexos públicos e as influências culturais do cristianismo, não interferindo na prática das demais religiões.

Fonte: ACIDigital

----------------------------------------------------------------------------------------.

Divulgados os nomes dos vencedores do Prêmio Ratzinger 2024

A cerimônia de premiação será presidida pelo Cardeal Pietro Parolin e está programada para ocorrer no dia 22 de novembro, na Sala Régia do Palácio Apostólico.

Foram divulgados os nomes dos vencedores do Prêmio Ratzinger 2024, concedido sempre a dois estudiosos. Os agraciados desta edição são: o teólogo e professor Cyril O’Regan e o escultor Etsurō Sotoo.

Entrega do prêmio será feita pelo Cardeal Pietro Parolin

A cerimônia de premiação, que ocorre anualmente desde 2011, está programada para ocorrer no dia 22 de novembro, na Sala Régia do Palácio Apostólico. A cerimônia será iniciada às 17h (horário local), sendo presidida pelo secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin.

Na parte da manhã, às 7h15, será celebrada uma Santa Missa, em memória do Papa Bento XVI, junto ao túmulo do Pontífice, localizado nas Grutas do Vaticano. Em seguida, os dois vencedores do Prêmio serão recebidos pelo Santo Padre Francisco.

Quem são os vencedores do Prêmio Ratzinger 2024?

Professor Cyril O’Regan (Irlanda, 1952), é docente de Teologia Sistemática no Departamento de Teologia da Universidade de Notre Dame (Indiana, Estados Unidos). Realizou seus estudos de Filosofia na Irlanda. Posteriormente, fez o Doutorado em Filosofia (1985) e o Doutorado em Teologia (1989) na Universidade de Yale (Estados Unidos). Desde 1990 é professor na Universidade de Yale, no Departamento de Estudos Religiosos, e desde 1999, na Universidade de Notre Dame, no Departamento de Teologia. Dedicou vários artigos importantes à figura e aos ensinamentos por Joseph Ratzinger-Bento XVI.

Etsurō Sotoo (Fukuoka, Japão, 1953) é formado em Belas Artes pela Universidade de Kyoto (Japão). Em 1978, durante uma visita a Barcelona, ​​ficou muito impressionado com a construção da Basílica da “Sagrada Família” e pediu para ali trabalhar como escultor. Ele se converteu ao cristianismo e foi batizado. As suas principais obras encontram-se em vários pontos do templo da “Sagrada Família”, mas também em outros locais da Espanha, do Japão e da Itália. Ele é o primeiro asiático oriental e o primeiro escultor a receber o Prêmio Ratzinger.

Prêmio Ratzinger

O Prêmio Ratzinger é promovido pela Fundação vaticana Joseph Ratzinger-Bento XVI, sendo atribuído a acadêmicos que tenham se distinguido por méritos particulares em publicação e/ou pesquisa científica. Nos últimos anos, a área dos vencedores também se expandiu para a arte de inspiração cristã.

A Comissão Científica da Fundação, composta por cinco membros nomeados pelo Papa, apresenta ao Santo Padre os candidatos ao Prêmio para aprovação. Essa comissão atualmente é composta pelo Cardeal Kurt Koch (prefeito do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos), Cardeal Luis Ladaria (prefeito emérito do Dicastério para a Doutrina da Fé), Cardeal Gianfranco Ravasi (presidente emérito do Pontifício Conselho para a Cultura), o Arcebispo Dom Rino Fisichella (pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização) e Dom Rudolf Voderholzer (Bispo de Regensburg e presidente do ‘Institut Papst Benedikt XVI’).

Somando os vencedores desta edição de 2024, o Prêmio contabilizará um total de 30 vencedores provenientes de 18 países diferentes dos cinco continentes: Alemanha (7), França (4), Espanha (3), Itália (2), Austrália, Brasil, Burkina Faso, Canadá, Estônia, Japão, Grã-Bretanha, Grécia, Irlanda, Líbano, Polônia, Estados Unidos, África do Sul e Suíça.

São sobretudo personalidades eminentes que se distinguiram pelos estudos de Teologia dogmática ou fundamental, da Sagrada Escritura, Patrologia, Filosofia, Direito e Sociologia, ou na atividade artística, na música, na arquitetura e agora também na escultura. (EPC)

Fonte: Gaudium Press

--------------------------------------------------------------------------.

A grande surpresa do Sínodo: Rolando Álvarez, nomeado ‘padre sinodal’ pelo Papa Francisco

Uma decisão que representa um apoio explícito a Álvarez e uma rejeição das teses mais duras do Governo da Nicarágua, que propôs à Santa Sé um ‘acordo’ para acabar com a perseguição contra as instituições católicas em troca de Roma nomear bispos ‘dóceis’. para assentos vagos. Incluindo, dependendo do regime, os pastoreados por Rolando Álvarez, Isidro Mora ou Silvio Báez;

Em 2023, meses depois de ser detido às portas da catedral de Matagalpa, Rolando Álvarez foi condenado a 26 anos de prisão por “traição ao país”. Em janeiro deste ano foi deportado para Roma.

A conferência de imprensa de apresentação da segunda fase do Sínodo encerrou ontem sem muitas surpresas, exceto o anúncio de uma celebração penitencial pelos pecados da Igreja, e a presença de 26 novos participantes, em substituição de outros que renunciaram, principalmente por motivos de saúde. razões.

No entanto, como RD pôde confirmar, há uma grande (e agradável) surpresa na lista dos padres sinodais. Entre os novos rostos está o de Rolando Álvarez, o bispo martirizado de Matagalpa, exilado em Roma depois de passar vários meses na prisão pelo regime de Ortega e Murillo na Nicarágua.

Uma decisão que representa um apoio explícito a Álvarez e uma rejeição das teses mais duras do Governo da Nicarágua, que propôs à Santa Sé um 'acordo' para cessar a perseguição contra as instituições católicas em troca de Roma nomear bispos 'dóceis' para assentos vagos. Incluindo, dependendo do regime, os pastoreados por Rolando Álvarez, Isidro Mora ou Silvio Báez.

Em 2023, meses depois de ter sido detido às portas da catedral de Matagalpa, Rolando Álvarez foi condenado a 26 anos de prisão por “traição”. Poderia ter evitado ir para a prisão, mas recusou-se a ir para o exílio, para onde foram enviadas 222 pessoas. Durante semanas, nada se ouviu do prelado, que vivia em condições insalubres na prisão onde estava preso.

Finalmente, e após algumas duras negociações, Álvarez foi forçado a aceitar a expulsão do seu país, sendo deportado para Roma em 15 de janeiro deste ano. O prelado reside na Cidade Eterna e não concedeu entrevistas, embora tenha viajado para Espanha (foi visto, entre outras cidades, em Sevilha e Oviedo, juntamente com os seus arcebispos). Agora, certamente ouviremos a sua voz profética e livre, no Sínodo da Sinodalidade.

Fonte: IHU-Unisinos

-----------------------------------------------------------.

Do dia 17/9/2024

Encontro na Casa Dom Luciano reúne mais de 300 assessores jurídicos de dioceses do Brasil

Teve início nessa terça-feira, 17 de setembro, o 2º Encontro Nacional de Assessores Jurídicos de Dioceses (ENAJD), na Casa Dom Luciano Mendes de Almeida, em Brasília (DF). A iniciativa segue até o dia 19 de setembro e acontece de forma concomitante com o Seminário sobre a Laicidade do Estado, que será realizado no período noturno.

O ENAJD é promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e nessa edição participam mais de 300 advogados que atuam junto às dioceses brasileiras. A programação aborda as principais questões jurídicas que desafiam a missão desses profissionais na atualidade.

Compuseram a mesa de abertura do evento o Núncio Apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquattro; o segundo vice-presidente da CNBB, dom Paulo Jackson, e o assessor jurídico-civil da CNBB, Hugo Cysneiros. A aula magna, cuja temática tratou sobre a parceria entre as Organizações Religiosas e o Estado, foi ministrada pelo ministro-substituto da Advocacia Geral da União (AGU),  Flavio Jose Roman.

Em entrevista ao portal da CNBB, o ministro-substituto da AGU destacou que no encontro teve a oportunidade de apresentar a Advocacia Geral da União como propagadora da ideia da laicidade do Estado.

E que a sua exposição na aula magna buscou “evitar determinados mal entendidos de que o estado por meio da ideia de laicidade não se aproxima das entidades religiosas”. Para ele, há mecanismos institucionais e legais para se fazer uma irmandade em prol não só da religiosidade, mas principalmente em prol da promoção de benefícios sociais.

    “Não é uma ideia de enfretamento ou de contraposição à religiosidade, não! A religiosidade é acolhida pela nossa ordem constitucional desde o preâmbulo e, desde 2014, se reconheceu a força do voluntariado ligado às entidades religiosas, então a partir do marco regulador das organizações da sociedade civil a gente teve a possibilidade de utilizar essa estrutura das entidades religiosas como uma parceira do próprio estado, então por meio dessas parcerias esses serviços de assistência social, muitas vezes até voltadas à promoção da educação também podem ser utilizados pelo próprio estado, por meio dessas parcerias, para alcançar maior número de pessoas”, explicou.

Além da aula magna, o dia também foi reservado a um painel sobre “Noções Gerais do Procedimento Canônico e os Delitos Econômicos”, com o padre Valdinei Ribeiro.

O assessor jurídico-civil da CNBB, Hugo Cysneiros, esclareceu que os temas trazidos pela manhã são relacionados ao dia a dia dos advogados e das assessorias jurídicas das dioceses. E que ao longo do encontro serão tratadas questões referentes à parceria com o poder público, assuntos tributários, trabalhistas e também “toda uma formação que diz respeito aos procedimentos canônicos que se comunicam com determinados processos de natureza civil ou mesmo criminal”.

    “Reunimos aqui cerca de 310 pessoas com uma representatividade que é muito própria da Igreja, com toda sua pluralidade, pessoas de várias partes do país, trazendo também consigo os testemunhos de uma igreja que é variada e que vive realidades mais distantes”, finalizou.

Claudia Maurício Silva, advogada e Defensora do Vínculo nos Tribunais Eclesiásticos de Niterói e Rio de Janeiro, é uma das participantes do encontro. Ela destacou que se sentiu muito motivada, em especial porque acha sensacional discutir a integração, a união e o diálogo entre o estado e a Igreja.

    “O tema Brasil-Santa Sé está na minha veia porque esse é o tema também do meu doutorado, então vir à Brasília aprender com essa experiência, com profissionais estudiosos do Acordo Brasil Santa Sé é sempre uma oportunidade, contou.

Programação

Dia 18 – Quarta-feira

9h – 1º Painel: Reforma Tributária – Aspectos Gerais

Palestrante: Dra. Hadassah Santana

Mediador: Dr. João Paulo Amaral Rodrigues

10h – Coffee break

10h30 – 2º Painel: Nova realidade do CEBAS diante da Reforma Tributária

Palestrante: Dr. José Eduardo Sabo Paes

Mediador: Dr. Hugo Sarubbi Cysneiros

12h – Almoço

14h30 – 3º Painel: Plenária com estudo de casos

Mediador: Hugo Sarubbi Cysneiros

16h30 – Coffee break

18h30 – Jantar (para os hospedados na Casa Dom Luciano)

19h30 – Simpósio

Tema: A gênese do Estado Laico e as relações institucionais

Conferencistas: Dr. Paulo Gonet Branco e Ministro José Antônio Dias Toffoli

Mediador: Ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha

21h30 – Coffee break

Dia 19 – Quinta-feira

9h – 1º Painel: Análise de Soluções de Consulta de interesse das Organizações Religiosas

Palestrante: Representante da Secretaria da Receita Federal do Brasil

10h – Coffee break

10h30 – 2º Painel: A questão sindical: constituição, medidas práticas e normas coletivas em negociação

Palestrante: Ministro Ives Gandra Martins Filho

Mediadora: Dra. Vera Maria Barbosa Costa

12h00 – Almoço

14h30 – 3º Painel: Relacionamento com a mídia em episódios de crise

Palestrante: Jornalista Heraldo Pereira

Mediador: Dr. João Paulo Amaral Rodrigues

16h30 – Coffee break

18h30 Jantar (para os hospedados na Casa Dom Luciano)

19:30 – Simpósio

Tema: A laicidade do Estado e a religião

Conferencistas: Cardeal Paulo Cezar Costa e Ministro Gilmar Ferreira Mendes

Mediador: Dom João Justino de Medeiros

21:30 Coquetel de encerramento

Fonte: CNBB

---------------------------------------------------------------------.s

Hino oficial da Campanha da Fraternidade 2025 é lançado em reunião do Consep

 7ª reunião ordinária do Conselho Episcopal Pastoral (Consep), na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), começou com a apresentação do Hino Oficial da Campanha da Fraternidade 2025 , com o tema “Fraternidade e Ecologia Integral”.

A escolha do hino se deu depois de um processo de escolha coordenado pelo Setor de Música Litúrgica da Conferência e aprovado e acompanhado pelos bispos. O arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, ressaltou a simplicidade e a força da canção alicerçada na figura e na mensagem de São Francisco de Assis.

Análises de conjuntura social e eclesial

A reunião seguiu com as análises de conjuntura social que buscou compreender o cenário das Eleições Municipais deste ano e a análise de conjuntura eclesial.

O bispo de Carolina (MA) e coordenador do grupo de Análise de Conjuntura da CNBB, dom Francisco Lima Soares, buscou apresentar uma análise da realidade tendo o pressuposto de que as Eleições Municipais são mais um momento de fortalecer a Democracia e discutir o futuro do Brasil.

Como ponto de partida, dom Francisco apresentou o contexto no qual as eleições ocorrem no Brasil. “A Terra está com febre,  doente e o Brasil pegando fogo, com a criação a enviar sinais de fumaça. O fogo não é natural. Os biomas e as pessoas sofrem em decorrência de um modelo desenvolvimento equivocado”, reforçou.

A análise apresentou um quadro detalhado do processo eleitoral deste ano. Um dos dados apresentados foi o perfil dos eleitores brasileiros. O país conta com 155.912.680 eleitores em 2024, um aumento de 5,4% em relação às ultimas eleições de 2020. O Sudeste e Nordeste são os maiores colégios eleitorais. As mulheres somam 52,% do eleitorado nacional. Quanto à idade dos eleitores, 12,9% do eleitorado têm entre 16 a 24 anos; 40,%  entre 25 a 44 e 31,7% de 45 a 69.

As redes sociais, pontuou o coordenador do grupo de Análise de Conjuntura, se tornaram o novo espaço de consumo de conteúdo, de encontro e de debate. “O fenômeno implica um novo modo de fazer política que aponta para maior deteriorização da Democracia”, apontou.

Por outro lado, dom Francisco Lima reforçou que as eleições podem contribuir para redefinir a agenda pública, o processo de renovação de lideranças e para estimular a cidadania ativa. “As eleições são parte do esteio da democracia. Há a necessária presença da Igreja e da sociedade civil em defesa da Democracia. O Papa Francisco relembrou que a política é nova forma de caridade e que os gestores públicos devem estar a serviço do bem comum”, concluiu.

Caminhar pastoral da Igreja no Brasil

Já na análise de conjuntura eclesial, o responsável pelo Instituto Nacional de Pastoral Padre Alberto Antoniazzi (INAPAZ), dom Joel Portella Amado, apontou que foi a pergunta “Para onde vai o caminhar pastoral da Igreja no Brasil?”  que conduziu o olhar para  a realidade.

Dom Joel falou da existência de uma crise da esperança e a existência no país de projetos de ser humano, sociedade e Igreja que apontam para a divisão. Neste contexto, segundo ele, o que se pede da Igreja é que cada batizado seja um profeta de comunhão. “Temos um pluralismo sim, não sabemos muitas vezes o que fazer, mas é necessário integrar os diferentes e promover o diálogo”, disse.

Ainda de acordo com a reflexão sobre a realidade eclesial, o Jubileu é uma boa perspectiva para a saída para a crise de esperança. Dom Joel reforçou que é necessário promover a  “convivialidade” em pequenas comunidades, na promoção da iniciação à vida Cristã, no trabalho pelo respeito às diferenças, na criação de estruturas de comunhão pastoral, no aprofundamento da teologia do Povo de Deus e da antropologia da alteridade e da fraternidade.

Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora

O arcebispo de Santa Maria (RS) e presidente da Comissão das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), dom Leomar Antônio Brustolin, apresentou o os passos dados na elaboração do texto das novas diretrizes: escuta dos bispos, escuta de diversas expressões do Povo de Deus, primeira redação do Instrumento de Trabalho, reflexão a partir Conversação Espiritual na Assembleia Geral de 2024, escuta continuada, escuta dos assessores das Comissões da CNBB, apresentação no Consep para definir pontos referenciais das Diretrizes (setembro 2024) e encaminhamento da nova redação par os bispos em janeiro de 2025.

E apresentou, para ser avaliada e discutida pelo Consep, a estrutura em cinco pontos a partir da qual buscarão organizar as novas diretrizes: 1 – Iniciação à vida cristã (Missão e Querigma); 2 – Palavra de Deus na pastoral (formação); 3 – Comunidade de comunidades; 4 – Ação Litúrgica e piedade popular (mistagogia como critério básico); e 5 – Opção pela vida.

Participantes da reunião

Participam da reunião do Consep, a Presidência da CNBB e os presidentes das doze Comissões Episcopais permanentes. Também participam assessores e representantes de pastorais e organismos da Igreja no Brasil. A parte da tarde foi dedicada aos informações das Comissões para a Animação Bíblico Catequética, Comunicação, Cultura e Educação e também o informe do Conselho Econômico da CNBB.

Fonte: CNBB

-------------------------------------------------------------------------.s

CNBB lança letra e música do hino da Campanha da Fraternidade 2025; conheça os autores

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresenta nesta terça-feira, 17 de setembro, a letra e a música do hino da Campanha da Fraternidade 2025, que tem como tema: “Fraternidade e Ecologia Integral” e o lema “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31).

O processo de escolha da música e da letra da CF 2025 foi feito a partir de um concurso nacional, lançado em abril desse ano. Todos os inscritos participaram de uma formação on-line promovida pelo Setor de Música Litúrgica da CNBB em três etapas. A primeira etapa foi sobre o sentido da Campanha da Fraternidade em geral e especificamente sobre a próxima Campanha de 2025, com o padre Jean Poul, assessor do Setor de Campanhas da CNBB.

A segunda etapa foi sobre composição de letra, com Eurivaldo Ferreira, e a terceira etapa sobre composição de música, com Adenor Terra e frei Wanderson de Freitas, ambos pertencentes à Equipe de Reflexão de Música da Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB.

Formação em música

Padre Jair Costa, assessor do Setor Música Litúrgica, salientou que “a formação foi uma experiência ímpar: na mesma sala de formação on-line estavam presentes compositores experientes, autores de hinos de outras CFs, intérpretes consagrados da música católica e compositores iniciantes, tendo acesso às mesmas ferramentas de composição. Foi uma riqueza encontrar tantas pessoas e partilhar das experiências e expectativas”. disse.

 O assessor do Setor Música Litúrgica explicou as etapas do concurso. “Aqueles que compõem em conjunto letra e música, enviaram na primeira etapa suas letras. Depois, puderam enviar suas melodias para a letra escolhida “, disse.

Padre Jair revelou que, entre os 246 inscritos, foram apresentadas 68 propostas de letra e 42 propostas de melodia. O processo de seleção da letra considerou a quantidade de sílabas em cada verso, a construção regular dos versos, e a possibilidade de se colocar uma música fácil para o povo cantar. Do ponto de vista teológico e pastoral, foi avaliada a sintonia com o tema da CF 2025, a capacidade de levantar esperança e provocar a conversão comunitária. E o processo de seleção da música buscou uma melodia que possa ser cantada por todos os grupos que vão refletir a CF: crianças, jovens e adultos; considerou também uma harmonia que possa ser executada com facilidade pelos instrumentistas das comunidades.

O autor da letra

A letra escolhida é de composição de Ismael Oliveira do Nascimento, natural de Iguatú (CE), pertencente à arquidiocese de Belo Horizonte (MG).

Por meio de um vídeo, Ismael relata que recebeu com muito entusiasmo e alegria a notícia de que sua letra foi escolhida para animar o hino da Campanha da Fraternidade de 2025. “Podemos dizer que o pano de fundo em toda a letra proposta é o magistério do Papa Francisco, que tem insistido bastante nesse diálogo com as mudanças climáticas”, disse.

Ismael Oliveira do Nascimento, autor da letra da CF 2025

    “Nós que estamos percebendo hoje essas mudanças na pele, no ar, na respiração. O Brasil está praticamente tomado por incêndios florestais, muitas vezes incêndios propositais, porque como o Papa mesmo diz, há uma inclinação do ser humano, parece ser até uma sina de destruir, de impedir que a criação floresça, que a criação desabroche, mas aí vem Deus com a sua misericórdia e não cansa de criar, a gente diz que Deus não cansa de perdoar, mas também não cansa de criar, talvez isso esteja em todas as entrelinhas do hino, que está muito baseado no magistério da Igreja, naquilo que propõe o Papa Francisco, as discussões atuais sobre a Casa Comum, com a nossa morada, então fica a animação para que na Quaresma do ano que vem a gente celebre com alegria, com entusiasmo e penitência esse tempo tão importante para nós”.

    Saiba mais:

O autor da música

Miguel Philippi, autor da música da CF 2025

Já o autor da música é o Miguel Philippi, regente de corais na arquidiocese de Florianópolis (SC). No vídeo ele aponta que é sempre um desafio compor uma nova melodia, mas que buscou atender os critérios que foram estabelecidos pela CNBB: uma música que fosse acessível para todos, bela, envolvente, e ao mesmo tempo que fosse original, buscando dar sentido à letra, com uma estrutura que valorize essa mensagem.

    “As estrofes estão em tom menor. São um convite à reflexão, à oração, características tão próprias do tempo da Quaresma. O refrão está em tom maior, celebra a beleza da criação divina, inspirado também no cântico das criaturas de São Francisco, ao qual o próprio texto faz referência. Espero que esse hino possa nos ajudar a viver bem o tempo da Quaresma, e que seja instrumento de evangelização para a Igreja no Brasil”, finalizou. 

Fonte: CNBB

*-------------------------------------------------------------------------.s

Centro de Eventos de Aparecida acolhe Seminário de Educação Infantil

Evento anual da FLUPP, realizado em Aparecida, reúne profissionais para refletir sobre a importância da Educação Infantil e seu impacto no desenvolvimento

Escrito por Redação A12

No próximo dia 20 de setembro, o Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida será palco do Seminário de Educação Infantil do Vale do Paraíba, promovido pela Fundação Lucia e Pelerson Penido — FLUPP. O evento, que é anual, reunirá educadores, pesquisadores e profissionais da área para refletir sobre a importância da Educação Infantil e compartilhar experiências que conectam a teoria com a prática cotidiana.

O seminário tem em vista trazer discussões essenciais para o desenvolvimento da primeira infância, promovendo uma educação de qualidade na região.

Desde 2011, o Seminário de Educação Infantil busca motivar os profissionais a se dedicarem, todos os dias, ao aprendizado e à melhoria de suas práticas. O evento destaca a importância dessa fase no desenvolvimento das crianças, refletida no nome: “O Infantil é Fundamental”.

Em 2023, o Seminário voltou ao formato presencial, após quatro anos, permitindo o reencontro com profissionais dedicados à educação. Na ocasião, o evento também foi realizado em Aparecida e teve a participação da Prof.ª Rita Coelho, Coordenadora Geral de Educação Infantil do MEC, que apresentou “As políticas do MEC para a Educação Infantil”, além da palestra de Adriana Friedmann, com o tema “A vez e a voz das crianças: escutas antropológicas e poéticas das infâncias”.

Com uma programação voltada para o aprendizado e a troca de experiências entre todos os presentes, sejam palestrantes ou participantes, o evento conta com uma mesa de boas práticas, conduzida por educadores do Vale do Paraíba, além de palestras de especialistas, oficinas práticas e apresentações artísticas.

Fonte: A12.com

----------------------------------------------------------.

O Papa aos jovens: prefiro o cansaço dos que estão a caminho do que o tédio dos que estão parados

Na mensagem para a 39ª Jornada Mundial da Juventude, o Papa fala das novas gerações, que muitas vezes pagam o preço mais alto pelas guerras, pelas injustiças sociais, pela pobreza, pela exploração dos seres humanos e da criação. O convite, em vista do Jubileu, é vencer a apatia e o refúgio nas transgressões. Partir, porém, não como meros turistas, mas como peregrinos.

Vatican News

Foi divulgada, nesta terça-feira (17/09), a mensagem do Papa Francisco para a XXXIX Jornada Mundial da Juventude diocesana que será celebrada, em 24 de novembro próximo, sobre o tema “Os que esperam no Senhor, caminham sem se cansar”, extraído do Livro do Profeta Isaías.

O Santo Padre ressalta no texto que "esta expressão é retirada do chamado Livro da Consolação, que anuncia o fim do exílio de Israel na Babilônia e o início de uma nova fase de esperança e de renascimento para o povo de Deus, que pode regressar à sua pátria graças a um novo “caminho” que, na história, o Senhor abre aos seus filhos".

"Também nós vivemos hoje tempos marcados por situações dramáticas que geram desespero e nos impedem de olhar para o futuro com espírito sereno: a tragédia da guerra, as injustiças sociais, as desigualdades, a fome, a exploração do ser humano e da criação", escreve ainda Francisco. "Muitas vezes, quem paga o preço mais alto sois vós, jovens, que sentis a incerteza do futuro e não vislumbrais perspectivas seguras para os vossos sonhos, correndo assim o risco de viver sem esperança, prisioneiros do tédio e da melancolia, por vezes arrastados para a ilusão da transgressão e das realidades destrutivas. Por isso, queridos amigos, gostaria que, como aconteceu ao povo de Israel na Babilônia, chegasse também a vós o anúncio da esperança: hoje o Senhor abre diante de vós um caminho e convida-vos a percorrê-lo com alegria e esperança", ressalta o Papa, dividindo a mensagem em quatro pontos.

1. A peregrinação da vida e os seus desafios

Isaías profetiza um “caminhar sem cansaço”. Francisco então reflete sobre estes dois aspectos: caminhar cansaço.

"A nossa vida é uma peregrinação, uma jornada que nos empurra para além de nós mesmos, um caminho em busca da felicidade; e a vida cristã, em particular, é uma peregrinação em direção a Deus, à nossa salvação e à plenitude de todo o bem", escreve ele.

Segundo o Papa, as pressões sociais para atingir determinados padrões de sucesso nos estudos, no trabalho e na vida pessoal provocam ansiedade e cansaço interior. "Isto produz tristeza, pois vivemos no afã de um ativismo vazio que nos leva a preencher os nossos dias com mil coisas e, apesar disso, a sentir que nunca conseguimos fazer o suficiente e que nunca estamos à altura. Este cansaço é muitas vezes acompanhado pelo tédio. É o estado de apatia e de insatisfação de quem não se põe a caminho, não decide, não escolhe, nunca arrisca e prefere ficar na sua zona de conforto, fechado em si mesmo, vendo e julgando o mundo por detrás de uma tela, sem nunca “sujar as mãos” com os problemas, com os outros, com a vida. Este tipo de cansaço é como um cimento no qual mergulhamos os pés, e que acaba por endurecer, pesar, paralisar e impedir-nos de avançar. Prefiro o cansaço dos que estão a caminho do que o tédio dos que estão parados e não têm vontade de andar", escreve Francisco.

De acordo com o Papa, "a solução para o cansaço, paradoxalmente, não é ficar parado para descansar. É, pelo contrário, pôr-se a caminho e tornar-se peregrino da esperança. Este é o convite que vos faço: caminhai na esperança! A esperança vence todo o cansaço, toda a crise e toda a ansiedade, dando-nos uma forte motivação para avançar, porque é um dom que recebemos do próprio Deus: Ele enche o nosso tempo de sentido, ilumina-nos o caminho, indica-nos a direção e a meta da vida. A esperança é precisamente uma força nova, que Deus infunde em nós, que nos permite perseverar na corrida, que nos dá uma “visão de longo alcance”, que ultrapassa as dificuldades do presente e nos orienta para uma meta concreta: a comunhão com Deus e a plenitude da vida eterna".

2. Peregrinos no deserto

"Na peregrinação da vida, haverá inevitavelmente desafios a enfrentar. Mesmo para aqueles que receberam o dom da fé, houve momentos felizes em que Deus esteve presente e o sentistes próximo, e outros momentos em que experimentastes o deserto. Pode acontecer que o entusiasmo inicial nos estudos ou no trabalho, ou o impulso para seguir Cristo – tanto no matrimônio, quanto no sacerdócio ou na vida consagrada – sejam seguidos por momentos de crise, que fazem com que a vida pareça uma difícil caminhada no deserto. Estes momentos de crise, porém, não são tempos perdidos ou inúteis, mas podem revelar-se importantes oportunidades de crescimento. São tempos de purificação da esperança", escreve o Papa na mensagem.

De acordo com o Pontífice, "nestes momentos, o Senhor não nos abandona; aproxima-se com a sua paternidade e dá-nos sempre o pão que revigora as nossas forças e nos põe de novo a caminho. Como de vós ofereça “ao menos um sorriso, um gesto de amizade, um olhar fraterno, uma escuta sincera, um serviço gratuito, sabendo que, no Espírito de Jesus, isso pode tornar-se uma semente fecunda de esperança para quem o recebe”, e assim vos tornareis incansáveis missionários da alegria", conclui a mensagem do Papa.

Fonte: Vatican News

dizia o Beato Carlo Acutis, a Eucaristia é a autoestrada para o céu. Um jovem que fez da Eucaristia o seu compromisso quotidiano mais importante! Assim, intimamente unidos ao Senhor, caminhamos sem nos cansarmos, porque Ele caminha junto a nós. Convido-vos a redescobrir o grande dom da Eucaristia! Nos inevitáveis momentos de cansaço da nossa peregrinação neste mundo, aprendamos então a descansar como Jesus em Jesus".

3. De turistas a peregrinos

O Papa convida os jovens a se colocarem a caminho "para descobrir a vida, nas pegadas do amor, em busca do rosto de Deus". "Mas o que vos recomendo é o seguinte: não partam como meros turistas, mas como peregrinos", ressalta Francisco. "Isto é, que a vossa caminhada não seja apenas uma passagem pelos lugares da vida de forma superficial, sem captar a beleza do que encontrais, sem descobrir o sentido dos caminhos percorridos, captando só breves momentos, experiências fugazes registradas numa selfie. O turista faz isso. O peregrino, pelo contrário, mergulha de alma e coração nos lugares que encontra, faz eles falar, os torna parte da sua busca de felicidade. A peregrinação jubilar quer, portanto, tornar-se o sinal do caminho interior que todos somos chamados a fazer para chegar ao destino final".

Francisco espera que os jovens possam vir "a Roma em peregrinação para atravessar as Portas Santas", mas para os que não puderem vir "haverá a possibilidade de fazer esta peregrinação também nas Igrejas particulares, para redescobrir os numerosos santuários locais que guardam a fé e a piedade do povo santo e fiel de Deus". O Papa  exorta os jovens a viverem esta peregrinação jubilar com três atitudes fundamentais: "A ação de graças, para que o vosso coração se abra ao louvor pelos dons recebidos, principalmente o dom da vida; a procura, para que o caminho exprima o desejo constante de procurar o Senhor e de não deixar apagar a sede do coração; e, por fim, o arrependimento, que nos ajuda a olhar para dentro de nós mesmos, a reconhecer os caminhos e as opções erradas que por vezes tomamos e, assim, a poder converter-nos ao Senhor e à luz do seu Evangelho".

4. Peregrinos de esperança para a missão

"Deixo-vos mais uma imagem sugestiva para a vossa viagem. Ao chegar à Basílica de São Pedro, em Roma, atravessa-se a praça que está rodeada pela colunata criada pelo grande arquiteto e escultor Gian Lorenzo BerniniA colunata, no seu conjunto, parece um grande abraço: são os dois braços abertos da Igreja, nossa mãe, que acolhe todos os seus filhos! Neste próximo Ano Santo da Esperança, convido-vos a todos a experimentar o abraço do Deus misericordioso, a experimentar o seu perdão, a remissão de todas as nossas “dívidas interiores”, como era tradição nos jubileus bíblicos. E assim, acolhidos por Deus e renascidos n'Ele, também vós vos tornais braços abertos para tantos dos vossos amigos e colegas que precisam sentir, através do vosso acolhimento, o amor de Deus Pai. Cada um,

*-----------------------------------------------------------------------.s

A fraternidade é a resposta, diz Papa aos jovens reunidos em Tirana no Med24

Em uma mensagem em vídeo aos participantes do encontro que em andamento na capital albanesa, de 15 a 21 de setembro, Francisco os convida a serem “peregrinos da esperança e a seguir os sinais de Deus” para que o Mediterrâneo seja um mar de fraternidade e paz "e não mais um cemitério". Sobre os migrantes: cada pessoa é sagrada, “renunciemos à cultura do medo para abrir a porta da acolhida e da amizade”

Alessandro Di Bussolo – Cidade do Vaticano

Aprendam de Maria a ser "incansáveis peregrinos ​​da esperança e a seguir os sinais de Deus, para que o Mediterrâneo reencontre o seu rosto mais belo: o da fraternidade e da paz. E que não seja mais um cemitério."

Com estas palavras o Papa Francisco concluiu sua mensagem em vídeo aos cinquenta jovens provenientes de vinte e cinco nações do “Mare Nostrum” e do Mar Negro que participam do encontro “Med24 – Peregrinos da Esperança. Construtores de paz” em Tirana, na Albânia, de 15 a 21 de setembro, promovido pelas Igrejas do Mediterrâneo. Uma mensagem na qual os convida a construir a fraternidade, “a melhor resposta que podemos oferecer aos conflitos e às indiferenças que matam”.

Jovens, o futuro da região mediterrânea

 O Papa fala de sua viagem à Albânia dez anos atrás, no dia 21 de setembro de 2014, recordando do povo do País das Águias “pelos múltiplos rostos, mas unidos pela coragem”.

Como dizia então aos jovens, “vocês são a nova geração da Albânia”. Acrescento hoje, queridos jovens das cinco margens do Mediterrâneo: vocês, a nova geração, são o futuro da região mediterrânea.

A paz se constrói, a indiferença mata 

Somos todos peregrinos de esperança, continua Francisco, “caminhando na busca da verdade, vivendo a nossa fé e construindo a Paz”. Deus, recorda o Papa, “ama todos os homens e não faz distinção entre nós”.

A fraternidade entre as cinco margens do Mediterrâneo que vocês estão construindo é a resposta – a resposta! – a melhor resposta que podemos oferecer aos conflitos e às indiferenças que matam. Porque a indiferença mata.

Cada pessoa é sagrada, abram a porta da acolhida 

Contemplem “a diversidade das vossas tradições como uma riqueza desejada por Deus” é o seu convite. “A unidade não é uniformidade – salienta o Pontífice – e a diversidade das nossas identidades culturais e religiosas é um dom de Deus”. Unidade na diversidade, reitera, e “estima recíproca”.

“Coloquem no centro a voz daqueles que não são ouvidos”, pede ainda o Papa Francisco aos jovens, como os mais pobres “que sofrem por serem considerados um fardo ou um incômodo” ou aqueles que “muitas vezes, muito jovens, têm que deixar seus país para ter um futuro melhor. Cuidem de cada um."

Não se trata de números, mas de pessoas, e cada pessoa é sagrada; trata-se de rostos cuja dignidade deve ser promovida e protegida. Renunciemos à cultura do medo para abrir a porta da acolhida e da amizade.

O Mediterrâneo como um belo jardim para cultivar 

O Mediterrâneo une vocês, recorda o Papa, vivam nele “como um grande lago de Tiberíades confiado aos vossos cuidados”, como “um belo jardim a ser cultivado”. Preservem, é o seu convite, “o espírito de serviço em todas as circunstâncias, cuidem de cada criatura confiada às mãos de vocês”. Recordem o testemunho dos mártires destas terras à beira do Mare Nostrum, cuja coragem “pode inspirar o compromisso de vocês de resistir a todas as violências que desfiguram a nossa humanidade, como fez a Beata Maria Tuci com apenas vinte e dois anos”.

Mar de fraternidade e paz, não é mais cemitério 

Francisco conclui a sua mensagem confiando os jovens a Maria, Mãe do Bom Conselho, padroeira da Albânia. “Aprendei com o Seu Imaculado Coração – é o seu último apelo – a ser incansáveis peregrinos ​​da esperança e a seguir os sinais de Deus”

Fonte: Vatican News

*-----------------------------------------------------------------------.x

Francisco: a falta de fraternidade no mundo é que causa sofrimento

Já está nas bancas o livro "Fraternità", de Enzo Bianchi, que ganhou prefácio do Papa Francisco. Infelizmente, escreve o Pontífice, "a fraternidade é o que mais falta em nossa convivência, e é precisamente a sua ausência que causa sofrimento. Sem a fraternidade, a igualdade e a liberdade permanecerão sempre valores ameaçados, fracos e facilmente contraditórios".

O Papa Francisco assina prefácio do livro "Fraternità" (na tradução livre "Fraternidade"), do fundador da Comunidade de Bose, Enzo Bianchi, publicado pela editora Enaudi e disponível nas bancas em língua italiana a partir desta terça-feira (17/09). No texto, o Pontífice começa logo definindo a fraternidade como "a resistência à crueldade do mundo", "à rivalidade que leva à violência e à guerra".

“Infelizmente, a fraternidade é o que mais falta em nossa convivência, e é precisamente a sua ausência que causa sofrimento. Sem a fraternidade, a igualdade e a liberdade permanecerão sempre valores ameaçados, fracos e facilmente contraditórios. Certamente, a fraternidade deve ser decidida por uma escolha: a rejeição da exclusão, o desejo da reconciliação, o desejo de uma profunda comunhão humana.”

O autor Enzo Bianchi, que para fundar a comunidade monástica viveu três anos em solidão para um caminho de reflexão e trabalho, mostra no livro recém lançado "que a fraternidade é a vocação da humanidade". Francisco reconhece ainda a "sua habitual profundidade humana e inteligência espiritual" para desenvolver a obra que trata da importância de nos relacionarmos uns com os outros:

"O grande dom que podemos receber é o outro: próximo ou distante, conhecido ou desconhecido, amigo ou inimigo. Se estivermos um ao lado do outro, sempre teremos à nossa frente um irmão, uma irmã e sentiremos que temos uma vocação: deixar de dizer 'eu' para dizer 'nós', para viver juntos."

Fonte: Vatican News

*-----------------------------------------------------------------------.s

Papa ao 'Vitae Colloquium 2024': façam muito mais barulho

Francisco incentivou empresários e líderes globais que participaram de um encontro internacional da 'Vitae Global Foundation', uma organização que promove a fé através das artes, dos meios de comunicação e do entretenimento.

Felipe Herrera-Espaliat - Vatican News

Não um pouco, mas “muito mais barulho”, pediu o Papa Francisco aos participantes do Vitae Colloquium 2024, num encontro privado com o Pontífice no final de agosto. Empresários e líderes de diferentes áreas foram convidados pela Vitae Global Foundation, com sede na Argentina, para discutir como promover novas formas de evangelização por meio das artes, dos meios de comunicação e da indústria do entretenimento. Há dois anos, eles já haviam se reunido com o Papa, apresentando artistas renomados de todo o mundo. Agora, com muitos projetos em andamento, eles receberam do Pontífice um novo ímpeto para a missão.

“O Papa nos disse: 'façam muito mais barulho, mais, mais, mais'”, disse Luis Quinelli, presidente da Vitae, que ficou impressionado com a enorme energia que Francisco emana (veja a entrevista). Esse desafio assumirá a forma de uma série de eventos chamados Vitae Fest, festivais de evangelização marcados por música e teatro. Nos próximos meses, haverá o Vitae Fest México e o Vitae Fest Los Angeles, enquanto para o Jubileu de 2025 o festival chegará a Roma e será realizado na grande esplanada do Circo Massimo. Quinelli também revelou que o Papa concordou em participar de um documentário que contará sobre as lutas e os desafios da juventude de hoje.

Vitae Colloquium 2024 reuniu representantes de países como EUA, México, Espanha, França, Argentina e Inglaterra para refletir sobre os desafios enfrentados pelas novas gerações. Os participantes expressaram compromisso com a Visão 2033 da Vitae Global Foundation, que busca alcançar um bilhão de jovens com a mensagem de Jesus. Esse objetivo segue a Agenda 2033 promovida pelo Papa Francisco, o aniversário de dois mil anos da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.

Fonte: Vatican News

-----------------------------------------------------------------------.

Saiba quem são os dois bispos da China que participarão do Sínodo em outubro

Na coletiva de imprensa de apresentação da segunda sessão da Assembleia sinodal a ser realizada agora em outubro, o cardeal Mario Grech, secretário-geral do Sínodo, confirmou a presença de dois bispos da China, como já havia ocorrido no ano passado.

por Marta Zhao

Na lista dos bispos que tomarão parte na próxima Assembleia do Sínodo dos Bispos, por nomeação pontifícia, figuram os nomes de Vincenzo Zhan Silu e Giuseppe Yang Yongquiang.

Juntamente com os dois bispos da China Continental, também participarão o cardeal Stephen Chow Sauyan, sj, bispo de Hong Kong, e Norbert Pu, bispo de Kiayi (Taiwan).

Já em outubro de 2018 e depois em outubro de 2023, dois bispos da República Popular da China participaram nas Assembleias do Sínodo dos Bispos em Roma. Nas décadas anteriores, antes do Acordo provisório entre o governo chinês e a Santa Sé sobre as nomeações dos bispos chineses (assinado em 22 de setembro de 2018), nenhum prelado proveniente da China continental pode participar no Concílio Vaticano II e nas Assembleias Gerais do Sínodo dos Bispos.

Traçar os perfis pessoais dos dois bispos da China continental que estarão presentes no Sínodo do próximo mês de outubro significa mergulhar na história sem paralelo da comunidade católica chinesa nas últimas décadas.

Dom Vincenzo Zhan Silu  

Vincenzo Zhan Silu é bispo da Diocese de Funing (Mindong para o governo chinês), na Província costeira de Fujian.

Vincenzo Zhan Silu nasceu em 13 de março de 1961 na cidade de Ningde (Província de Fujian) e cresceu em uma família católica numerosa e pobre, junto com 10 irmãos e irmãs. Em 1978, na época da nova abertura desejada por Deng Xiaoping e marcada pela reabertura de igrejas e seminários, Vincenzo, de 17 anos, encorajado e movido também pelo testemunho de fé de sua família, ingressou no Seminário de Sheshan, da Diocese de Xangai.

Recebeu a ordenação sacerdotal em 24 de junho de 1989, na Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora de Sheshan, das mãos do bispo Aloysius Jin Luxian, que havia sido consagrado dispo sem mandato pontifício (teria solicitado e obtido a legitimação canônica do seu ministério episcopal após o ano dois mil). Imediatamente após a ordenação sacerdotal, Vincenzo Khan regressou à sua diocese, onde começou a exercer o seu serviço pastoral como pároco.

Por três anos, de 1995 a 1997, frequentou os cursos de formação organizados no Centro de Estudos do Espírito Santo em Hong Kong. Foram anos em que a ex colônia britânica volta a fazer parte da República Popular da China. O bispo de Hong Kong é Wu. Os bispos auxiliares são Joseph Zen Zekiun e John Tong Hon, este último há muito responsável pela gestão das atividades do Holy Spirit Study Centre.

Vincenzo Zhan Silu foi ordenado bispo de Mingdong em 6 de janeiro de 2000, Solenidade da Epifania do Senhor, na Igreja da Imaculada Conceição (Nantang), em Pequim, que naquela época era uma catedral. Nessa celebração solene, ele e outros quatro sacerdotes chineses foram ordenados bispos sem mandato pontifício. Um acontecimento que tem então efeitos negativos nas perspectivas de diálogo entre a Santa Sé e o governo de Pequim sobre a condição e os problemas da Igreja Católica na China.

A legitimação canônica do exercício do ofício episcopal por parte de Vincenzo Khan Silu ocorreu apenas 18 anos depois, em 8 de setembro de 2018, no âmbito das tratativas e disposições ligadas à assinatura do Acordo provisório sobre as nomeações dos bispos chineses (22 setembro de 2018): «Com o objetivo apoiar o anúncio do Evangelho na China» sublinha a «Nota informativa sobre a Igreja Católica na China» divulgada pela Santa Sé no mesmo dia da assinatura do Acordo «o Santo Padre Francisco decidiu readmitir na plena comunhão eclesial os restantes bispos "oficiais" ordenados sem Mandato Pontifício». Na lista dos bispos acolhidos de volta à plena comunhão eclesial figura o nome de Vincenzo Zhan Silu.

Como parte da assinatura do Acordo, o Papa Francisco atribuiu a Zhan Silu a tarefa de guiar como bispo a Diocese de Funing/Mindong, enquanto dom Vincent Guo Xijin, até então bispo da mesma diocese não reconhecida pelo governo chinês, aceitou assumir o ofício de bispo auxiliar da mesma diocese.

A comunicação dos encargos pastorais atribuídos pelo Papa aos vários bispos originalmente ordenados sem Mandato Pontifício e cuja posição canônica havia sido regularizada antes do Acordo teve lugar no dia 12 de dezembro de 2018 em Pequim, durante um encontro em que também estiveram presentes Zhan Silu e o bispo Guo Xijin.

«Tratou-se – explicou uma nota publicada no Osservatore Romano em fevereiro de 2019 – de uma cerimônia sóbria marcada por intensa comunhão eclesial e concluída com a oração do Pai Nosso e o canto da Ave Maria segundo uma melodia tradicional chinesa».

No dia 18 de abril do mesmo ano (2019), os bispos Vincenzo Zhan Silu e Vincenzo Guo Xijin celebraram juntos a Missa Crismal, rito da Quinta-feira Santa. E no dia 28 de outubro, festa dos Apóstolos Simão e Judas, dom Zhan Silu ordenou dois sacerdotes (um de Mindong e outro de Minbei) na nova catedral da diocese dedicada aos Santos Pedro e Paulo. Foi a primeira ordenação sacerdotal pública em 70 anos.

O perfil pessoal de Vincenzo Zhan Silu é marcado por uma forte propensão para o trabalho intelectual que se expressa também na publicação de obras poéticas, ensaios teológicos e ensinamentos espirituais. Entre os livros que publicou destacam-se títulos como “A Festa da Santíssima Trindade”, um ensaio sobre o celibato sacerdotal e uma “Comparação entre o culto ancestral e o Sacrifício da Missa católica”.

O ano de 2024 foi particularmente intenso para a atividade pastoral de Dom Zhan Silu que, em fevereiro, durante as celebrações do Ano Novo Chinês, presidiu à consagração de várias novas igrejas e à reabertura de outras que estavam fechadas há algum tempo para reformas.

Em 31 de janeiro de 2024, na Paróquia de Chengguan, dedicada à Natividade de Maria, dom Zhan Silu participou como concelebrante na liturgia de ordenação episcopal de Peter Wu Yishun, ordenado bispo da Prefeitura Apostólica de Shaowu (Minbei), na província costeira de Fujian, presidida por Joseph Li Shan, bispo de Pequim. No dia 16 de fevereiro acompanhou dom Pietro Wu na celebração da primeira Missa em Ningde, sua cidade de origem.

Atualmente a Diocese de Mindong, cujo início está ligado à missão dos dominicanos espanhóis, conta com 70.000 fiéis, 15 igrejas, mais de cem locais de oração, 4 casas para idosos, um orfanato. Cerca de sessenta padres, além de centenas de religiosas envolvidas na pastoral.

Dom Giuseppe Yang Yongquiang 

Dom Giuseppe Yang Yongqiang, que participará por nomeação papal na Assembleia do Sínodo dos Bispos no próximo mês de outubro, já havia participado na anterior Assembleia Sinodal de outubro de 2023, juntamente com outro bispo da China continental, dom Antonio Yao Shen.

Dom Yang tomou posse na quinta-feira, 27 de junho de 2024, na sede episcopal de Hangzhou, capital da Província chinesa de Zhejiang. Ele havia sido transferido da sede de Zhoucun para Hanghzhou com a nomeação do Papa Francisco. O boletim da Sala de Imprensa do Vaticano divulgado cinco dias antes informava que «no âmbito do diálogo relativo à aplicação do Acordo Provisório entre a Santa Sé e a República Popular da China, em 12 de junho de 2024, o Santo Padre nomeou S.E. Mons. Giuseppe Yang Yongqiang Bispo de Hangzhou (Província de Zhejiang, China), transferindo-o da sede em Zhoucun (Província de Shandong, China)".

No dia da sua posse em Hangzhou, Jdom oseph Yang afirmou que será seu compromisso orientar sacerdotes e leigos a promover uma transmissão integral da fé católica e anunciar o Evangelho em Hangzhou.

Dom Yang Yongqiang nasceu em 11 de abril de 1970 em Boxing (Shandong). Realizou estudos filosóficos e teológicos no Seminário do Espírito Santo de Shandong e em Sheshan, em Xangai. Em 15 de junho de 1995 recebeu a ordenação sacerdotal e, depois de realizar o trabalho pastoral como pároco, prosseguiu a sua formação no Seminário Nacional de Pequim.

Posteriormente, desempenhou o cargo de professor no Seminário do Espírito Santo, onde ele próprio se formou. Nomeado bispo coadjutor de Zhoucun, foi consagrado em 15 de novembro de 2010 e em 8 de fevereiro de 2013 sucedeu a dom Ma Xuesheng na liderança daquela sé episcopal. Em 12 de junho de 2024, o Papa Francisco nomeou-o bispo de Hangzhou.

Em uma entrevista concedida con exclusividade à Agência Fides, dom Yang declarou-se “honrado” por ter sido convidado a participar da Assembleia do Sínodo dos Bispos realizada em Roma, e por ter assim tido “a oportunidade compartilhar o meu caminho de fé ouvindo o dos outros."



Nessa mesma entrevista, o bispo destacou o florescimento da sua vocação sacerdotal: “Venho de uma família de tradição católica e a fé dos idosos da família teve uma grande influência sobre mim, especialmente a da minha avó. Lembro-me que ela nos pedia para ler as orações todas as noites e também nos pedia para nos inclinar-nos diante de estátuas ou imagens de Jesus, da Virgem Maria, de São José ou de outros santos antes de dormir. Depois ela mesma continuava a recitar as orações até tarde da noite."

Certa vez – acrescentou Dom Yang, continuando a sua história – “minha mãe fez uma peregrinação ao Monte de Nossa Senhora em Huzhuang. Quando voltou, contou-nos que tinha visto alguns jovens seminaristas sentados e lendo na igreja da área oeste de Jinan, tranquilos e disciplinados. Enquanto ela nos falava sobre isso, seus olhos brilhavam. Suas palavras permaneceram impressas em meu coração, e assim a semente do sacerdócio foi plantada em mim”.

Na entrevista, o novo bispo de Huangzhou citou também um trecho do “De Imitatione Christi” que o havia inspirado no caminho: “Abster-se dos discursos inúteis. Tanto quanto possível, estar distante da agitação que as pessoas fazem. De fato, mesmo que se atenda a isso com pureza de intenção, a ocupação com os assuntos do mundo é um grande obstáculo, porque logo se fica poluído pelas vaidades, e feitos escravos. Mais de uma vez eu queria ter ficado quieto e não ter ido para o meio das pessoas."

Na Diocese de Hanghzou vivem 30 mil católicos. A sé episcopal, antes da posse do bispo Yang, estava vacante.

*Agência Fides Fonte: Vatican News

-----------------------------------------------------------------------.

Vaticano, 19 de setembro, coletiva de imprensa ao vivo sobre Medjugorje

A coletiva de imprensa será realizada às 11h30 da próxima quinta-feira, na Sala de Imprensa da Santa Sé, com a presença do cardeal Fernández, prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, do secretário pe. Armando Matteo, e do diretor editorial do Dicastério para a Comunicação da Santa Sé, Andrea Tornielli. Transmissão ao vivo no canal do Youtube.

Vatican News

A experiência espiritual vivida pelos peregrinos no santuário de Medjugorje será o centro do encontro de quinta-feira, 19 de setembro, às 11h30, na Sala de Imprensa da Santa Sé, quando o cardeal prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, dom Víctor Manuel Fernández, o secretário da Seção Doutrinária do mesmo Dicastério, monsenhor Armando Matteo, e o diretor editorial do Dicastério para a Comunicação da Santa Sé, Andrea Tornielli, falarão sobre o assunto com os jornalistas.

Será possível acompanhar a coletiva de imprensa, que será transmitida ao vivo no canal YouTube do Vatican News https://www.youtube.com/c/VaticanNews.  

Fonte: Vatican News

*-----------------------------------------------------------------------.s

Em Zurique, a nova etapa da oração esportiva pela paz na Europa

Com a Athletica Vaticana, do Campeonato Europeu na Bélgica no domingo (15/09) até o Mundial de Ciclismo na Suíça, em 29 de setembro.

Giampaolo Mattei

Rien Schuurhuis terminou de pedalar, na noite de domingo (15/09), no percurso do Campeonato Europeu, nas históricas estradas de Flandres, e já está mirando o novo objetivo: o Campeonato Mundial que será realizado em Zurique em 29 de setembro. Com a Athletica Vaticana também se envolveu, no sábado 28, em uma “corrida de solidariedade e inclusão” com aqueles que vivem nas ruas - pobres, viciados em drogas, prostitutas - e se referem à comunidade “Encontro”, fundada pela Irmã Arianne.

Zurique será uma nova etapa na oração esportiva pela paz na Europa que a Athletica Vaticana vem propondo, particularmente em eventos internacionais, desde o início da guerra na Ucrânia. Sabendo que, como sugere o Papa Francisco, o esporte pode ser uma experiência de fraternidade, justamente por causa de sua linguagem popular, e também um canal diplomático original.

 Para o Campeonato Europeu na Bélgica, a oração pela paz foi reavivada durante a celebração da missa em Hasselt, na noite de sábado, 14 de setembro, com o bispo Patrick Hoogmartens. O encontro da Athletica Vaticana com a comunidade católica da cidade flamenga foi significativo: especialmente com as pessoas mais frágeis que vivem na pobreza ou com deficiências. E no Campeonato Europeu, uma corrida foi precisamente reservada para atletas com deficiências intelectuais e relacionais, como parte das Olimpíadas Especiais.

Falando da corrida em si, a vitória ficou com o belga Tim Merlier (31), que praticamente correu “em casa”. Assim que cruzou a linha de chegada, ele foi em direção ao “troféu mais precioso”: seu filho Jules e sua esposa Cameron (ex-ciclista e filha de Frank Vandenbroucke, um forte piloto que morreu em 2009 com apenas 35 anos).

Merlier - que correu à frente do holandês Olav Kooij e, surpreendentemente, do estoniano Madis Mihkels - percorreu os mais de 222 quilômetros da corrida (com algumas seções de paralelepípedos) em 4h37'09” a uma velocidade média muito rápida de mais de 48 km/h. Schuurhuis começou na liderança e segurou as rodas dos melhores até que, faltando cerca de 60 quilômetros para o final, os dois ciclistas mais fortes entraram em cena: o holandês Mathieu Van der Poel, campeão mundial, e o dinamarquês Mads Pedersen. “A corrida começou muito rápida logo de cara e, mesmo que minhas pernas estivessem girando bem, percebi que, dado o tipo de percurso, seria difícil entrar em uma fuga".

Já na largada, na verdade, “França, Holanda, Bélgica, Itália e Dinamarca alinharam imediatamente toda a equipe, compacta, nas primeiras posições do grupo”, diz ele. “Especialmente nas seções de paralelepípedos, era muito difícil abrir caminho para aqueles que, como eu, não tinham o apoio dos companheiros de equipe". Mas, na verdade, Schuurhuis teve esse apoio da equipe: “o estilo da Athletica Vaticana é o de uma comunidade esportiva fraterna. Nunca faltam conselhos de Valerio e Emiliano antes e depois da corrida. E, ao longo do percurso, Simone e Rino - dois companheiros de equipe, melhor: dois amigos! - estavam sempre prontos para me passar mantimentos e frascos de água fresca e para me dar um aplauso sincero. Depois, ver minha esposa e meus dois filhos me deu um tremendo impulso”.

Como nos dois Campeonatos Mundiais dos quais participou - na Austrália em 2022 e na Escócia em 2023 - Schuurhuis foi um dos ciclistas com mais fãs: no último Campeonato Mundial, ele foi o segundo ciclista mais popular depois do vencedor Van der Poel e à frente de Tadej Pogačar. “Sim, as pessoas certamente reconhecem a camisa branca e amarela”, ele confidencia, "e sempre têm uma palavra extra de simpatia e aplausos, e então todos apreciam o estilo da Athletica Vaticana, que abraça imediatamente aqueles que nos recebem e vai ao encontro dos mais pobres: acredito que essa fraternidade esportiva é a alma que o mundo do ciclismo espera da equipe do Papa". Foi exatamente esse “estilo de amizade e simplicidade” que foi incentivado por David Lappartient, presidente da União Internacional de Ciclismo, e Enrico Della Casa, presidente da União Europeia de Ciclismo. A Athletica Vaticana é membro dessas duas instituições desde setembro de 2021.

Schuurhuis relança: “na Bélgica, o ciclismo é o esporte número um, ainda mais popular que o futebol, e em todas as estradas a torcida é sempre transversal: se os mais fortes recebem muito apoio, aqueles que correm na parte de trás do grupo, trabalhando duro, recebem ainda mais. Se isso também fosse verdade na vida social e cotidiana...”. Esse é o verdadeiro significado do ciclismo, um esporte do povo.

Fonte: Vatican News

-----------------------------------------------------------------------.

'Espiritualidade de Comunhão' será tema da Assembleia que comemora 60 anos da CNBB NE 2

O evento reunirá cerca de 150 pessoas em torno do tema “Por uma espiritualidade de comunhão na práxis evangelizadora”, de 1º a 3 de outubro, no Convento Ipuarana, em Lagoa Seca (PB). De acordo com o bispo de Cajazeiras (PB) e presidente da CNBB Nordeste 2, dom Francisco de Sales, a assembleia pretende avançar na reflexão sobre diocesaneidade iniciada no encontro do ano passado, ao mesmo tempo que responde ao convite do Papa Francisco para o Jubileu 2025

Vatican News

Animada pelo aniversário de 60 anos de criação, a CNBB Nordeste 2 se prepara para vivenciar uma nova edição da Assembleia Pastoral Regional. O evento reunirá cerca de 150 pessoas em torno do tema “Por uma espiritualidade de comunhão na práxis evangelizadora”, de 1º a 3 de outubro, no Convento Ipuarana, em Lagoa Seca (PB).

A Assembleia Pastoral Regional é o principal evento da CNBB Nordeste 2, pois, é durante sua realização que são debatidos os desafios, avaliados os avanços e definidas as novas diretrizes para as ações pastorais e evangelizadoras. Essa construção é feita com a colaboração direta de leigos e leigas, clérigos, religiosos e religiosas das quatro arquidioceses e 17 dioceses distribuídas pelos estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grandes do Norte.

Nesta 59º edição, os trabalhos serão conduzidos a partir do lema “Como tu, Pai estás em mim e eu em ti, que também eles estejam em nós”, extraído do capítulo 17, versículo 21 do Evangelho de João. De acordo com o bispo de Cajazeiras (PB) e presidente da CNBB Nordeste 2, dom Francisco de Sales, a assembleia pretende avançar na reflexão sobre diocesaneidade iniciada no encontro do ano passado, ao mesmo tempo que responde ao convite do Papa Francisco para o Jubileu 2025.

A Assembleia Pastoral Regional será assessorada pelo bispo de Petrolina (PE) e vice-presidente da CNBB Nordeste 2, dom Antônio Carlos Cruz Santos, que ficará responsável pela Lectio Divina na abertura. O perito da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé da CNBB, padre Marcial Maçaneiro, será o assessor convidado e conduzirá as quatro conferências do evento.

Diálogo no Espírito

Com o objetivo de garantir uma participação ainda mais efetiva de todos na construção da Síntese, a 59ª Assembleia Pastoral Regional irá utilizar a metodologia jesuíta do “diálogo no Espírito” ou “conversação espiritual”. Essa dinâmica de trabalho em grupo marcou as assembleias continentais do Sínodo sobre a Sinodalidade e também foi utilizada durante a Assembleia Geral da CNBB, no mês de abril.

De modo geral, o método busca animar o discernimento comunitário para discernir a vontade de Deus na certeza de que é o próprio Espírito Santo que fala a todos. “Essa metodologia antiga na Igreja e que foi resgatada pelo Papa Francisco é vivência da sinodalidade na prática, ou seja, uma riqueza para quem participa”, afirma o bispo de Pesqueira (PE) e secretário da CNBB Nordeste 2, dom José Luiz Ferreria Salles.

Dom Francisco destaca que o diálogo no Espírito não é simplesmente uma discussão entre pessoas. “É, na verdade, uma experiência de oração, onde a cada rodada tem um silêncio para ouvir o Espírito. Será uma experiência muito bonita para a nossa assembleia e irá enriquecer muito cada um dos participantes no trabalho de continuidade quando retornarem às suas bases”, diz o presidente do Regional.

60 anos

No próximo dia 30, os regionais Nordeste 1, 2 e 3 da CNBB irão comemorar os 60 anos de criação. Nessa mesma data, em 1964, durante o Concílio Ecumênico Vaticano II foram votados os desdobramentos de alguns Secretariados Regionais da Conferência, entre eles o do Nordeste.

Naquela ocasião, ficou aprovada a criação do Nordeste 1 (Maranhão, Piauí e Ceará); Nordeste 2 (Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas); e Nordeste 3 (Bahia e Sergipe). O Regional Nordeste 2 apresentou, como Secretário Regional, dom Helder Pessoa Camara, e a capital Recife (PE) como sede da entidade.

Para marcar o aniversário, na segunda-feira (30) à noite os bispos participarão de um jantar festivo, no Convento Ipuarana.

Na quarta-feira (2), durante às Vésperas Solene dentro da programação da Assembleia Regional Pastoral, será realizada a Celebração dos 60 anos da CNBB Nordeste 2, às 18h. A cerimônia está sendo prepara pela Comissão Regional para a Liturgia.

(Fonte – CNBB NE2)

Fonte: Vatican News

*-----------------------------------------------------------------------.s

A reconstrução da Catedral de Notre-Dame de Paris

O gigantesco canteiro de obras da catedral será concluído nos próximos meses. A Notre-Dame de Paris reabrirá suas portas na noite de 7 de dezembro para receber o retorno dos fiéis. Três meses antes desse prazo, o arcebispo de Paris, dom Laurent Ulrich, concordou em ser nosso guia entre os andaimes e os operários que ainda estão trabalhando no local.

Jean Charles Putzolu - enviato especial a Paris

Em 15 de abril de 2019, foi provavelmente um curto-circuito na estrutura de madeira que causou o gigantesco incêndio na Catedral de Notre-Dame em Paris, na França. Os bombeiros lutaram contra as chamas por 15 horas. Quando o incêndio foi contido, o quadro parecia grave. O colapso da torre perfurou a abóbada. A estrutura de madeira foi parcialmente carbonizada, a cobertura de chumbo derreteu. A estabilidade da catedral estava ameaçada.

Já no dia seguinte, a mobilização foi global. Em apenas alguns dias, foram coletados 846 milhões de euros em doações. 340 mil doadores de 150 países enviaram uma mensagem clara: a Notre-Dame de Paris precisa ser reconstruída. Desde então, teve início uma aventura humana e tecnológica. O Estado francês, proprietário do edifício, comprometeu-se em reconstruir a catedral em cinco anos. A aposta foi ganha. A Notre-Dame será reaberta para os fiéis em 7 de dezembro.

O “formigueiro"

Para realizar essa reportagem, filmar e se deslocar dentro de uma catedral ainda em construção, foram necessárias autorizações específicas do órgão público “Rebâtir Notre-Dame” - criado especificamente para a reconstrução do edifício - a fim de respeitar as normas de segurança e saúde, mas, acima de tudo, o trabalho de companheiros nesse “formigueiro” de operários, onde cada fase foi meticulosamente pensada e organizada para atingir o objetivo de reabertura em dezembro de 2024.

Um guia excepcional

Ao nosso lado, um guia excepcional era ninguém menos que dom Laurent Ulrich. Vestindo uma roupa de trabalho e um capacete de segurança, o arcebispo de Paris gentilmente se ofereceu para a visita. Junto com ele, não queríamos discutir os aspectos puramente técnicos da reconstrução, que certamente têm sido um desafio a cada minuto, mas sim nos concentrar na aventura humana, no compromisso e também nos aspectos espirituais da reconstrução. “É uma aventura de imensa cooperação, de imensa colaboração”, diz dom Ulrich, impressionado com "o imenso sorriso geral em todos os rostos das pessoas que trabalham" nesse canteiro de obras. Um pensamento vai para as excelentes empresas selecionadas e a valiosa experiência dos colegas de equipe.

Um desafio brilhantemente enfrentado

No topo do andaime que envolve o edifício, o “chefe” do local mostra seus companheiros trabalhando no telhado e fala sobre o desafio estabelecido pelo presidente francês, que se comprometeu com um prazo de cinco anos para reconstruir a Notre-Dame. “É um desafio organizacional, para implementar tudo, todos e todas as categorias profissionais. E também é um desafio humano. É uma incrível aventura humana que está em jogo. Uma aventura coletiva, uma equipe, um conjunto de habilidades”, diz Philippe Jost.

A expectativa e a impaciência dos parisienses

Dom Ulrich foi nomeado arcebispo de Paris em 2022 pelo Papa Francisco. O canteiro de obras estava em seu terceiro ano. Com exceção de algumas missas celebradas ou concelebradas na Notre-Dame antes de sua nomeação, ele ainda não tomou posse oficialmente do local e, desde o incêndio, a maioria das celebrações foi realizada na Igreja de Saint Sulpice.

Portanto, dentro de si mesmo, o bispo dos parisienses é animado por uma sábia impaciência, amplamente compartilhada com seus paroquianos: “eu os convidei, antes de tudo, a esperar, na esperança do que estava prestes a acontecer, a fim de colocar todo o povo de Deus na expectativa de algo magnífico”. Nesse sentido, a catedral de 7 de dezembro de 2024 será bem diferente da catedral de 14 de abril de 2019, um dia antes do incêndio.

“Eu sempre disse às pessoas que me pediram: 'tragam-nos de volta a catedral como a conhecemos', que eu não farei isso. Não poderei fazer isso porque ela adquiriu cores que não tinha até agora”. O contraste será, de fato, gritante entre as lembranças de muitas pessoas de uma catedral escurecida pelo tempo - pela fumaça das velas, pelas muitas visitas ao longo de seus 8 séculos de existência - e as cores vivas e brilhantes da pedra, das pinturas, dos afrescos limpos. “Não olhem apenas para as pedras magníficas”, disse o arcebispo a seus fiéis, ”não se esqueçam de que isso é um presente de Deus e um presente para Deus. Não se esqueçam de que os homens fizeram humildemente o que Deus lhes pediu para mostrar a fé católica. Portanto, não estamos orgulhosos do que foi feito. Somos simplesmente gratos”.

O respeito pela habilidade das empresas

Todas essas mãos precisas e habilidosas merecem respeito e admiração. Aos mais de 2 mil operários que trabalharam nesse canteiro de obras, dom Ulrich dedicará um momento de atenção na reabertura: “percebemos que, para eles, esse canteiro de obras não era algo trivial. [...] O que eles fazem é sempre um pouco extraordinário. Trabalhar com tanta precisão, com tantas técnicas diferentes para encontrar o espírito do lugar. Aqui, acho que é algo muito maravilhoso tê-los visto trabalhar”. Um ato de fé essa reconstrução, é “um verdadeiro ato de graça”, diz Laurent Ulrich.

Um ato de fé

Essa reconstrução “é um verdadeiro ato de graça”, continua o prelado. “Um ato de fé” porque ”foi preciso muita fé para dizer que ela seria feita em 5 anos. Foi preciso muita fé, no dia seguinte ao desabamento da torre, para dizer que a torre voltaria ao lugar. Foi preciso muita fé para pensar que em tão pouco tempo ela estaria de volta aqui, tanto para celebrar o mistério de Cristo quanto para receber milhares de peregrinos ou visitantes todos os dias, como antes, e até mais do que antes, já que se espera que o número aumente".

Permanecerá em nossos corações

O fato de o canteiro de obras ter um caráter inesquecível para todos os que trabalharam nele é óbvio para Philippe Jost: “para mim e para todos os artesãos e operários que trabalharam neste canteiro de obras, é algo único que nos marcará para sempre. E veremos esta catedral pensando em todos esses momentos que vivemos no canteiro de obras, esses momentos magníficos [...] que teremos vivido e que realmente permanecerão presentes em nossa memória e em nossos corações”.

Para dom Ulrich, também, a emoção é grande: “os dias da reabertura serão dias de grande alegria, mas também de grande simplicidade e grande interioridade. Essa alegria não deve ser uma alegria de festa pagã, de celebração excessiva. Deve ser simplesmente a alegria de uma cidade inteira que encontra seu coração aqui e que sabe que Notre-Dame é o lugar onde todos podem vir para se encontrar. Todos podem vir para se reunir, todos podem encontrar a força para sua vida”.

Fonte: Vatican News

*-----------------------------------------------------------------------.s

Irmãs Hospitaleiras ampliam missão pelas pessoas com deficiência mental em Timor-Leste

As Irmãs Hospitaleiras chegaram ao Timor-Leste em 2019 e, quatro anos depois, abriram um Centro de Saúde Mental. A proximidade ao povo, à cultura e às exigências foram fundamentais para identificar a necessidade de abrir a iniciativa. Hoje são gratas pela oportunidade de servir e fazer a diferença na vida de pessoas que precisam de cuidados de saúde mental.

Ir. Isabel Santamaría Benito

Desde a adolescência, a Irmã Isabel Martins, da congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, sonhava em ser missionária. Para ela, «ser missionária significava partir para longe, afastar-me dos que eu mais amava, para poder dar mais de mim aos outros». Com o passar do tempo, ela compreendeu que ser missionária no coração não exigia necessariamente grandes distâncias físicas, mas estar próxima dos mais necessitados. «Sempre tive o desejo de estar perto de outras culturas, de outras pessoas, a quem oferecer um pouco mais de mim através da minha pobreza e, ao mesmo tempo, receber mais dos outros, não para acumular riquezas exteriores, mas para enriquecer o espírito e para me libertar interiormente», recordou falando da sua vocação.

Um chamado a criar algo novo

O seu sonho tornou-se realidade naquele mesmo ano, quando recebeu a notícia da superiora: «Sim, a Irmã pode partir para Timor-Leste, pensamos que pode ser uma das primeiras...». Isabel deu graças a Deus pela sua presença, pela congregação, pelas numerosas pessoas que conhecia de perto e de longe. E começou a preparar-se.

 Encontrar-se “em saída”

Desde a sua chegada ao Timor, a Ir. Isabel lançou mãos à obra com duas outras religiosas enviadas. O primeiro passo foi criar uma comunidade hospitalar, sair às ruas para encontrar os vizinhos e criar um tecido relacional entre todas as pessoas envolvidas.

«E, acredite, aqui saímos, saímos, saímos!», conta a nossa religiosa. Todos os dias, saem para visitar as pessoas que vivem próximas delas, para identificar os familiares dos enfermos e para visitar outros que vivem longe. Passaram por momentos difíceis, mas sem desanimar; podem ser um sinal de esperança na vida de muitas pessoas marginalizadas.

Quatro anos após a chegada ao Timor-Leste, em agosto de 2023, abriram o Centro de Saúde Mental S. Benito Menni, um espaço de apoio ao diagnóstico precoce, onde fazem consultas de screening e tratamento, monitoram os doentes diagnosticados, reduzem o estigma familiar associado à doença mental e formam novos profissionais.

O milagre da ação de Deus

Com a humildade de um Deus próximo, a Ir. Isabel reconhece a riqueza da sua presença em Timor-Leste. «Vemos no rosto de muitos doentes. Quando estamos ao lado deles e os abraçamos, confirmamos aos seus familiares e vizinhos que a sua vida, apesar da enfermidade que os atingiu, continuam a ter o mesmo valor e dignidade», comentou falando sobre a sua experiência no país asiático.

Felizmente, embora alguns doentes ainda estejam instáveis, a maioria está bem integrada na família. Na medida em que os tratamentos fazem efeito, ocorrem “pequenos milagres”. As famílias participam em maior medida, o que é crucial para a recuperação dos doentes.

Sucessos e novos desafios

Desde a abertura do centro, as religiosas trataram 72 pessoas na área psiquiátrica e levaram a Sagrada Comunhão a mais 26 pessoas idosas ou doentes em Timor-Leste. Um dos grandes desafios é como ajudar mais pessoas a chegar ao serviço de terapia ocupacional, uma vez que o acesso ao centro é difícil e a maioria das famílias não tem dinheiro para o transporte.

«Queremos acreditar que os desafios são típicos da missão e que a maior parte deles não são impossíveis. Sem dúvida, Deus não nos deixa sozinhos. Está presente quando saímos, está presente quando paramos para refletir... Está sempre presente!», refletiu a religiosa sobre os desafios dessa missão. - Fonte: Vatican News

-----------------------------------------------------------------------.

Rumo à COP 29 no espírito da Laudato si'

Tendo em vista a conferência sobre o clima, em novembro próximo, no Azerbaijão, a Embaixada da Soberana Ordem Militar de Malta junto da Santa Sé organiza um evento para apresentar os resultados de um estudo da Fundação MAIRE, segundo o qual a conversão energética não é apenas "crítica " para combater os danos ambientais, mas também oferece uma oportunidade importante para a criação de emprego e investimento na educação.

Deborah Lubov – Vatican News

Para combater o aumento das temperaturas globais e as mudanças climáticas, a transição dos combustíveis fósseis para fontes de energia renováveis ​​e circulares é essencial. Uma consciência que esteve no centro de uma apresentação e debate de alto nível que teve lugar no Palazzo Orsini, em Roma, organizados pela Embaixada da Soberana Ordem Militar de Malta junto da Santa Sé, segunda-feira, 16 de setembro.

No espírito da Laudato si'. Rumo à COP 29

O evento, intitulado “No espírito da Laudato si'. Rumo à COP 29: A Transição Energética como uma Oportunidade para a Inclusão Social e de Emprego”, apresentou um estudo da Fundação MAIRE e os últimos desenvolvimentos rumo à COP 29, que terá lugar em Baku, no Azerbaijão. A pesquisa, realizada durante a COP 28, em Dubai, envolveu 1.700 entrevistados de dez países, incluindo Itália, Reino Unido, Turquia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, China, Índia, Argélia, Chile e Estados Unidos.

O estudo da Fundação MAIRE foi realizado em colaboração com a empresa multinacional de pesquisa de mercado e consultoria IPSOS. Os resultados completos podem ser encontrados aqui no site da Fundação, que reafirma o compromisso da organização em “promover a formação dos ‘engenheiros humanistas’ de amanhã, que poderão aplicar sua visão ampla e conhecimento multidisciplinar para contribuir com a transição energética e digital”.

A necessidade urgente de conversão de energia

De acordo com seus dados, a organização pede uma “mudança profunda” no cenário industrial e econômico e na conversão de energia, pois, caso contrário, o meio ambiente sofrerá danos irreparáveis. Para que isso aconteça, são essenciais novas competências e a requalificação da força de trabalho atual. Conforme confirmado pelo estudo, os engenheiros que orientarão essa transformação precisarão ter uma abordagem mais “humanística” sobre como lidar com a transição.

Objetivo zero emissões e neutralidade de carbono

Da mesma forma, a Fundação pede “uma mudança radical na forma como formamos as pessoas necessárias para atingir emissões zero”. Como Fundação MAIRE”, enfatiza, ‘continuamos comprometidos em contribuir para a evolução da sociedade em direção às metas de neutralidade de carbono por meio da educação e do incentivo cultural’.

Criar locais de trabalho inclusivos

O estudo revela uma consciência crescente da importância do desenvolvimento de competências para enfrentar a transição energética, particularmente nos países emergentes da Ásia, Oriente Médio, Norte de África e América do Sul. Além disso, indica uma nova consciência e um novo papel de liderança que emerge destas regiões na transição ecológica, o que não é apenas uma resposta urgente à crise climática, mas também representa uma oportunidade sem precedentes para a criação de emprego e inclusão de mulheres e minorias na força de trabalho.

Investimento na educação e formação

Neste contexto, as organizações insistem na importância de investir na educação e na formação para enfrentar estes novos desafios, com particular atenção à ecologia integral, que “é vital” para garantir um futuro sustentável para as gerações futuras. Desta forma, acrescentam, a proposta também se alinha com o espírito da encíclica do Papa Francisco de 2015 Laudato si' sobre o ambiente. Durante o evento, a Fundação MAIRE promoveu também uma bolsa de estudos para pesquisa sobre a integração dos fluxos de migrantes na força de trabalho no setor de transição energética.

O painel de especialistas

Antonio Zanardi Landi, embaixador da Soberana Ordem Militar de Malta junto à Santa Sé e Fabrizio Di Amato, presidente da Fundação MAIRE, deram as boas-vindas aos convidados. Entre os palestrantes da mesa redonda estavam o ministro do Interior italiano, Matteo Piantedosi, o padre Enzo Fortunato, diretor de Comunicação da Basílica de São Pedro, e Cristina Finocchi Mahne, economista e professora da Universidade Católica do Sagrado Coração de Milão.

Fonte: Vatican News

-----------------------------------------------------------------------.

Mianmar: inundações atingem milhares de deslocados pela guerra civil em Loikow

“Só a força que vem do alto nos faz continuar”, diz dom Celso Ba Shwe, bispo de Loikaw, cidade no leste de Mianmar, diante do flagelo da guerra civil e agora das cheias que atingem os milhares de deslocados.

Nos dez campos de refugiados onde estão acampados os  deslocados católicos de Loikaw, “as inundações chegaram repentinamente, devastando a vida de famílias, crianças e idosos. São ao menos 18 as vítimas confirmadas e há pessoas desaparecidas. É um novo golpe contra  pobre gente que já há dois anos sofre com o conflito civil", afirma em entrevista à Agência Fides dom Celso Ba Shwe, bispo de Loikaw - cidade no leste de Mianmar, no Estado birmanês de Kayah -, ao descrever os efeitos do tufão Yagi que atingiu Mianmar.

Esses 10 campos são apenas uma pequena parte dos cerca de 200 campos de refugiados que acolheram cerca de 150 mil refugiados no total no território diocesano, porque a população civil havia fugido da cidade, para buscar refúgio dos confrontos entre o exército regular e as milícias que se opõem à junta militar, no poder com um golpe de Estado desde fevereiro de 2021.

A comunidade diocesana fragmentou-se porque “todos fugiram das paróquias e o rebanho se dispersou. Alguns encontraram abrigo no território da vizinha Diocese de Pekhon, a maior parte dos batizados está distribuída em cerca de 200 assentamentos de deslocados que se espalham pelo território”, afirma o bispo, delineando a situação local. Também sacerdotes, religiosos, religiosas, catequistas deixaram a cidade, atingida por bombardeios do exército regular por ser considerada um dos redutos das Forças de Defesa Popular, aliadas aos exércitos das minorias étnicas.

Símbolo do sofrimento da Igreja local foi a ocupação da Catedral e do centro pastoral adjacente de Loikaw, transformado pelos militares birmaneses numa base logística em novembro de 2023, expulsando o bispo, que se tornou assim um “refugiado entre os refugiados”.

“Os militares ainda estão lá há quase um ano”, confirma dom Ba Shwe. “Tentamos falar com as autoridades civis e militares - diz ele - mas por enquanto não há sinais concretos para a liberação da nossa estrutura. Conseguimos salvar os registros dos batismos e dos sacramentos, nada mais. Sentimo-nos quase exilados, distantes de Jerusalém. Só a fé e a força que vem do alto nos permitem seguir em frente”, afirma. 

Dom Celso transferiu-se temporariamente para a igreja de uma área remota, a Paróquia de Soudu, na zona oeste da diocese. De lá, ele viaja continuamente para os campos de refugiados para visitar e confortar os deslocados.

A comunidade católica está fazendo o possível para dar continuidade  – em uma situação de dificuldade – ao cuidado material e espiritual dos fiéis. “Há uma urgência pelo apoio diário. Com a Caritas Loikaw trabalhamos incansavelmente pela assistência humanitária. Mantemos a discrição, graças à Providência de Deus, todos os dias tentamos alimentar e atender a todos”, relata.

Além disso, “em cada um dos 200 acampamentos existe uma capela, muitas vezes feita de bambu, construída pelos fiéis. Nossos sacerdotes não perderam a coragem e foram ao encontro dos fiéis de suas paróquias, em busca das ovelhas perdidas. Esta proximidade com o povo é um grande consolo”.

A Igreja, observa ele, “está empenhada em organizar melhor o serviço do alimento material e espiritual. Às vezes compreendemos claramente que isto faz com que os fiéis não se desesperem. Celebramos a Eucaristia, os batismos, as Primeiras Comunhões e as Confirmações nos campos de refugiados. Ali há pessoas simples, que sabem que podem confiar em Deus, que Deus não as abandona. Sabem que, juntos, estamos vivendo um Calvário, estamos percorrendo um liongo caminho no deserto, à espera da Terra Prometida, que para nós é a paz, é poder voltar para nossas casas e nossas igrejas".

Outro tema que está muito próximo do coração do prelado é o da educação: “Estamos muito preocupados com a educação das crianças e dos jovens. Estamos fazendo tudo o que podemos e devemos construir pequenas escolas temporárias onde muitas vezes religiosos, freiras e catequistas prestam-se ao ensino. Faltam livros e materiais escolares para os alunos. É uma geração que será afetada por esta interrupção da educação escolar”, observa.

Também para os Seminários a situação é precária. O Seminário interdiocesado de Loikaw foi transferido há dois anos para Taunggyy e lá estão os 13 seminaristas maiores de Loikaw. O Seminário Menor intermediário, com outros 13 jovens, foi transferido para uma área remota e a formação está muito difícil.

Sobre a situação geral do conflito civil em curso, o bispo de Loikaw observa que “está em uma fase de impasse, em que as forças de resistência controlam algumas áreas, mas o exército regular ainda é muito forte e possui armamentos grandes e poderosos”. O resultado do conflito permanece incerto, a situação está bloqueada e a vitória da resistência não parece próxima .

“Continuamos a falar de paz e a promover a reconciliação, que é o horizonte ao qual o Evangelho nos leva”, afirma. “Mas infelizmente hojes palavra 'reconciliação' não encontra acolhida em nenhuma das partes em conflito. A junta militar combate e define os jovens das forças populares como “terroristas”. Os jovens, por sua vez, falam da violência cometida pelo exército e não querem recuar. E o conflito continua. Esta é a situação no terreno. Estamos no meio de um túnel e só o Senhor pode nos fazer ver a luz novamente”. - *Agência Fides - Fonte: Vatican News

-----------------------------------------------------------------------.

Inundações na Nigéria: apelo da Diocese de Maiduguri por oração e ajuda material

Maiduguri, capital do Estado de Borno, no nordeste da Nigéria, foi invadida pelas águas no dia 10 de setembro, após o rompimento da represa Alau, que fica a cerca de 20 km ao sul da cidade, devido às chuvas que caem incessantemente na região desde o final de agosto. Os afetados passam de 1 milhão.

“A gravidade da enchente superou em muito as estimativas do governo e de todos nós, tornando-a a mais catastrófica em Maiduguri em mais de três décadas” afirma um relatório enviado à Agência Fides pela diocese de Maiduguri, capital do Estado de Borno, em nordeste da Nigéria, atingido pelas inundações causadas pelo rompimento da barragem de Alau.

“A dimensão sem precedentes das inundações apresentou desafios que vão além das nossas experiências anteriores, uma vez que mais de metade da cidade está submersa. Houve várias mortes e propriedades avaliadas em milhares de milhões de nairas foram destruídas”, afirma o relatório, segundo o qual mais de um milhão de pessoas foram atingidas pelas cheias, das quais 410 mil foram deslocadas.

 “A enchente, que começou no final de semana e se agravou nos dias seguintes, foi causada pelo excesso de água que chegou à barragem de Alau. O colapso dos vertedouros desencadeou um aumento significativo de água a jusante, causando inundações generalizadas nas comunidades vizinhas. Estão em curso esforços por parte do governo e das agências competentes para evacuar e reassentar os residentes nas áreas atingidas e para garantir o fornecimento de alimentos, abrigo e cuidados médicos, mas a situação continua angustiante. Os campos para deslocados que tinham sido oficialmente fechados pelo governo foram reabertos para acomodar as pessoas que perderam as suas casas nas cheias."

“No que tange à Igreja Católica, o Secretariado diocesano e a Catedral de São Patrício estão todos inundados. Também foram gravemente atingidas as Paróquias St. John Custom, St. Michael Railway e St. Augustine Gwange. Embora ainda estejamos avaliando a dimensão da catástrofe, estimamos que mais de 20.000 fiéis católicos foram afetados naquelas paróquias, o equivalente a cerca de 3.000 famílias."

“Mais de 40% da cidade ainda está submersa. A extensão da perda de vidas e propriedades é difícil de determinar. Medidas estão sendo tomadas e dados estão sendo coletados para uma categorização precisa e detalhada das perdas”.

O relatório conclui com um apelo à solidariedade: “Que Deus Todo-Poderoso nos ajude a superar esta catástrofe e a aliviar todo o nosso sofrimento. Pedimos orações especiais pelas famílias e por todos os atingidos pela enchente, para que Deus lhes dê força e consolo. Pedimos também apoio financeiro para permitir que a Diocese apoie as vítimas das enchentes. As necessidades mais urgentes são alimentação, assistência médica/higiene e abrigo temporário”. - *Agência Fides - Fonte: Vatican News

-----------------------------------------------------------------------.

Portugal: Conferência Episcopal expressa solidariedade para com as vítimas da «trágica situação dos incêndios» e apela ao «firme compromisso na prevenção»

CEP manifesta «particular proximidade para com as dioceses mais atingidas» e «uma palavra de coragem e profunda gratidão aos bombeiros»

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) escreveu hoje uma mensagem de solidariedade a propósito dos incêndios que atingem o país, unindo-se em oração e apelando a que “que haja um firme compromisso na prevenção”.

 “A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) acompanha, dolorosa e solidariamente, a trágica situação dos incêndios que assolam o nosso país e une-se em oração, pedindo a Deus pelo sofrimento de todas as pessoas e famílias atingidas nesta devastação, especialmente as que sofreram a inestimável perda dos seus entes queridos”, pode ler-se no documento enviado à Agência ECCLESIA.

Os incêndios que atingem a região norte e centro de Portugal já provocaram desde domingo sete mortos e cerca de 40 feridos (dois com gravidade), destruíram dezenas de casas e obrigaram ao corte estradas e autoestradas, informa a Lusa.

Quatro das vítimas mortais são bombeiros – um da corporação de São Mamede de Infesta, que morreu no domingo de “doença súbita” quando combatia as chamas em Oliveira de Azeméis, e três da corporação de Vila Nova de Oliveirinha, Tábua, que perderam a vida hoje quando seguiam para o combate a um incêndio.

 A CEP deixa ainda “uma palavra de coragem e profunda gratidão aos bombeiros que, pondo em risco as suas próprias vidas, combatem as chamas incansavelmente, bem como às demais forças de segurança, entidades civis e voluntários que desenvolvem todos os esforços para salvar vidas e evitar mais perdas de bens”.

Na mensagem, a Conferência Episcopal Portuguesa, “com um olhar de esperança no futuro e na certeza da responsabilidade que a todos compete para superar as adversidades”, apela a um “firme compromisso na prevenção”, lembrando a nota pastoral «Cuidar da casa comum – prevenir e evitar os incêndios» de abril de 2017.

“Para a mudança de mentalidade e hábitos sociais, tão necessária para a prevenção e o combate aos incêndios, há que mobilizar toda a sociedade, nas suas diversas instâncias: o Estado com os seus responsáveis mais diretos; a Igreja e todas as outras confissões religiosas; as autarquias locais de maior e menor amplitude; as escolas nos seus sucessivos graus de ensino; a comunicação social nas suas diversas expressões; as mais variadas associações e muitas outras instituições, seja qual for a sua dimensão. Mas todos de forma concertada”, recorda.

A CEP manifesta “particular proximidade para com as dioceses mais atingidas por este drama dos incêndios, apela às comunidades cristãs a que tudo façam para comprometer os seus membros nesta causa que é tão cristã quanto humana e pede que todos sigam as orientações dadas pelas autoridades”.

O patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, também manifestou hoje “pesar pelas vítimas dos incêndios que assolam Portugal” e “profunda solidariedade a todas as famílias afetadas pela morte, pela destruição ou pelo medo”.

“A perda de vidas, de lares e de recursos naturais fere de forma terrível todas as pessoas e convida a que este momento seja vivido em união de oração e de ação. De forma muito particular, [D. rui Valério] eleva a Deus uma súplica pelas vítimas mortais”, pode ler-se na mensagem do departamento da comunicação do Patriarcado de Lisboa.

D. Rui Valério presta homenagem “a todos os homens e mulheres que combatem as chamas, bombeiros, proteção civil, forças de segurança e civis”, invocando o “Divino Espírito Santo, pedindo que a todos fortaleça, encoraje e guie nestes momentos de maior tensão e desgaste físico e emocional”.

O patriarca de Lisboa deixa ainda um apelo à população para que “assuma todos os gestos e atitudes da maior responsabilidade na prevenção de fogos” e convida a “que sejam seguidas todas as indicações dadas pelas autoridades competentes”.

O distrito de Aveiro é um dos mais fustigados pelo fogos, tendo esta segunda-feira o bispo diocesano, D. António Moiteiro, manifestado solidariedade “com todas as vítimas” e disponibilizado os meios das “paróquias e instituições, a fim de mitigar os prejuízos imediatos com o alojamento dos deslocados da sua residência”.

Além disso, comprometeu a diocese, através das duas instituições, com uma campanha em favor dos danificados”.

Ainda esta segunda-feira, o capelão nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses, cardeal D. Américo Aguiar, pronunciou-se sobre a situação, pedindo a união de todos para vencer “o inimigo”, que são “os fogos que estão a deflagrar” e a “destruir o património, o ambiente e também, infelizmente, vidas humanas”. - Fonte: Agência Ecclesia

----------------------------------------.

Cristianismo é reconhecido como manifestação cultural do Brasil

Por Monasa Narjara

As influências do cristianismo, seus aspectos religiosos, suas expressões artísticas cristãs e seus reflexos foram reconhecidos oficialmente ontem (16), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como manifestação cultural nacional, através da Lei nº 14.969/2024.

A lei é resultante do Projeto de Lei 4168/21, do deputado Vinicius Carvalho (Republicanos-SP) que foi aprovado na Câmara dos Deputados em novembro de 2022 e no Senado em agosto deste ano. 

Em seu texto, o deputado Vinicius Carvalho disse “que não há quem possa negar que o Brasil é um país que possui uma rica diversidade religiosa em função da miscigenação cultural”, mas “sob a ótica da história, não se pode deixar de reconhecer o papel que teve o cristianismo desde os primórdios de nossa colonização”.

 “Na verdade, nascemos sob a égide da civilização cristã ocidental, representada, de início, pela influência portuguesa. Não nos esqueçamos, também, que um dos primeiros atos do colonizador foi a celebração da primeira missa, no dia 26 de abril de 1500, marcando a presença religiosa cristã no território conquistado”, pontuou o parlamentar que lembrou que o último dado do Censo do IBGE de 2010 sobre religiões no Brasil pode “afirmar que somos um ‘País Cristão’, pois cerca de 86,6% da população brasileira se declara seguidora do Cristianismo”, e “desse montante, 64,6% pertencem à Igreja Católica e 22,2% se dizem evangélicos”.

Em março, a Comissão de Educação (CE) do Senado realizou uma audiência pública sobre este projeto com vários representantes de entidades religiosas, como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Associação Nacional dos Juristas Evangélicos (Anajure), o Conselho de Educação e Cultura da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) e o Instituto Brasileiro de Direito e Religião (IBDR) que defenderam a aprovação do PL.

Para o relator da proposta no Senado, senador Esperidião Amin (PP-SC), “desde o início da colonização, passando pelos séculos seguintes de nossa história, a fé católica esteve presente, com suas igrejas e capelas, seus santos e festividades, sua arte sacra e sua música, em um amálgama singular e único, próprio da vivência brasileira e da alma de nossa gente”.

Amin que votou favorável ao PL, ressaltou no dia votação que, para evitar possíveis interpretações que limitem a liberdade de culto garantidas pela Constituição Federal, acatou uma emenda proposta pelo senador Magno Malta (PL-ES) esclarecendo que, esta proposta visa considerar como manifestações culturais apenas os reflexos públicos e as influências culturais do cristianismo, não interferindo na prática das demais religiões. - Fonte: ACIDigital

------------------------------------------------.

Do dia 16/9/2024

Vigília para pedir perdão pelos pecados da Igreja precederá a programação da segunda sessão do Sínodo dos Bispos

O Sínodo é um tempo de oração, “não é uma convenção”, mas “uma assembleia eclesial que reza”, é um tempo de escuta da Palavra de Deus e do Espírito e também uma ocasião para implorar de Deus o perdão pelos pecados da Igreja. O cardeal Mario Grech, secretário-geral do Sínodo, assim apresentou assim na coletiva de imprensa desta segunda-feira, dia 16 de setembro, a segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos que terá lugar em Roma, de 2 a 27 de Outubro, recordando que o Papa Francisco, na abertura do Caminho Sinodal, no dia 9 de outubro de 2021, destacou que “o protagonista do Sínodo é o Espírito Santo”.

Na Sala de Imprensa da Santa Sé, o prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, presidente da Comissão de Informação do Sínodo, apresentou as intervenções que ilustraram o Sínodo. Entre os jornalistas presentes, o brasileiro Filipe Domingues, que conversou com Bianca Fraccalvieri após a coletiva:

Retiro espiritual e vigília penitencial

O Cardeal Grech explicou que esta segunda e última sessão do Sínodo sobre a sinodalidade, assim como a primeira, “será precedida de dois dias de retiro espiritual”, nos dias 30 de setembro e 1º de outubro, no Vaticano, guiados pelas meditações do padre Dominicano Timothy Radcliffe e pela madre Ignazia Angelini, beneditina, que depois animarão a oração durante os dias do Sínodo, juntamente com o padre camaldulense Matteo Ferrari, responsável pelas liturgias, e os monges de Camaldoli.

A novidade deste ano será, na conclusão do retiro, uma Vigília penitencial na noite de terça-feira, 1º de outubro, na Basílica de São Pedro, presidida pelo Papa Francisco. Organizada pela Secretaria Geral do Sínodo e da Diocese de Roma em colaboração com a União dos Superiores Maiores (USG) e a União Internacional dos Superiores Maiores (UISG), poderá ser acompanhado pelos meios de comunicação do Vaticano e está aberta a todos, em particular aos jovens, “porque é a eles que é confiada a mensagem de que a Igreja está nesta dinâmica de conversão”, observou o cardeal, e porque “os jovens sofrem pelos nossos pecados e pelos pecados da Igreja”, acrescentou o relator-geral da assembleia, cardeal Jean-Claude Hollerich, arcebispo de Luxemburgo.

A celebração prevê três testemunhos de pessoas que sofreram o pecado do abuso; o pecado da guerra; o pecado da indiferença face ao drama presente no fenômeno crescente de todas as migrações. Depois se procederà à confissão de alguns pecados para “nos reconhecer-se como parte daqueles que, por omissão ou ação, se tornam causa de sofrimento, responsáveis ​​pelo mal sofrido pelos inocentes e indefesos”, especificou Grech.

Em particular, serão confessados os pecados contra a paz, contra a criação, contra as populações indígenas, contra os migrantes; o pecado do abuso; o pecado contra as mulheres, a família, os jovens; o pecado da doutrina usada como pedra para atirar contra; o pecado contra a pobreza; o pecado contra a sinodalidade/falta de escuta, comunhão e participação de todos. Ao final o Papa dirigirá, em nome de todos os fiéis, o pedido de perdão a Deus e às irmãs e irmãos de toda a humanidade.

Oração ecumênica

Uma oração ecumênica será então proposta novamente, juntamente com Francisco, aos delegados fraternos participantes e aos outros representantes das Igrejas e Comunidades Eclesiais presentes em Roma, e terá lugar na noite de 11 de outubro, novamente no Vaticano, na Praça dos Protomártires, onde, segundo a tradição, ocorreu o martírio de Pedro. A data pretende recordar a abertura, no mesmo dia de 62 anos atrás, do Concílio Vaticano II.

Por fim, no dia 21 de outubro haverá mais um dia de retiro espiritual em vista do discernimento sobre a redação do esboço do documento final. Portanto, haverá “uma alternância de momentos de oração pessoal, de diálogo e de comunhão entre nós, de comunhão fraterna na escuta e no amor recíproco e de comunhão na oração”, destacou o cardeal Grech, que também convidou as comunidades religiosas, de modo especial as de vidas contemplativas, e todos os fiéis a rezarem “para que os membros da Assembleia possam ser dóceis à voz do Espírito Santo”.

Quatro fóruns abertos a todos

Outra novidade serão quatro fóruns teológico-pastorais abertos a todos e também aos jornalistas credenciados na Sala de Imprensa da Santa Sé. Dois serão realizado contemporaneamente, no dia 9 de outubro, às 18h00, sobre “O povo de Deus, sujeito da missão”, na Sala da Cúria dos Jesuítas, e “O papel e a autoridade do Bispo em uma Igreja sinodal”, no ‘Augustinianum. E os outros dois, sempre à mesma hora, às 18 horas, do dia 16 de outubro, sobre “As mútuas relações entre a Igreja local e a Igreja universal”, na Sala da Cúria dos Jesuítas, e sobre “O exercício do Primado e do Sínodo dos Bispos” no Augustinianum.

Cada fórum abordará um tema relevante do ponto de vista eclesiológico, ligado ao conteúdo do Instrumentum laboris, especificou monsenhor Riccardo Battocchio, secretário especial da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, e contará com a participação de teólogos, canonistas, bispos, pessoas também envolvidas nas assembleias de bispos, com as quais será possível dialogar. Os fóruns também estarão disponíveis on-line on demand.

A assembleia se abre ao mundo exterior na consciência de que os temas também interessam a quem quer ter informações, não só sobre a dinâmica e o que acontece na Sessão, mas sobre o que trata a Sessão”, explicou Battocchio.

Os números do Sínodo

Os números da segunda sessão do Sínodo foram comunicados pelo cardeal Hollerich, que, a respeito da lista de participantes, especificou que esta “não apresenta grandes mudanças” em relação à da Primeira Sessão. No total os membros, ou seja, aqueles que têm direito de voto, “são 368 dos quais 272 investidos pelo múnus episcopal e 96 não são bispos”.

Houve 26 mudanças, principalmente substituições, os convidados especiais são 8 e os delegados fraternos, outra novidade, passaram de 12 para 16: “O Papa Francisco permitiu que o seu número aumentasse dado o grande interesse que as Igrejas irmãs demonstraram em este caminho sinodal”.

O cardeal Grech confirmou então a presença de dois bispos da China, como já no ano passado: “A Secretaria de Estado comunicou-nos os nomes, não temos outras informações”; em vez disso, relativamente à substituição dos nomes de alguns participantes, explicou que a mudança ocorreu a pedido dos interessados: “Alguns por motivos de saúde, outros decidiram não regressar, em nenhum caso o Papa excluiu ninguém”.

Passos a serem dados

O Padre Giacomo Costa, secretário especial da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, entrou por sua vez no cerne dos trabalhos, esclarecendo que a segunda sessão deverá “indicar os passos a serem dados” em relação aos temas propostos pelo Instrumentum laboris, tendo em conta a “concretude” e a “variedade dos contextos locais” e a “riqueza das experiências sinodais já em curso”.

Em uma carta ao cardeal Grech, secretário geral do Sínodo, Francisco anuncia as questões que emergiram do Relatório de Síntese da primeira sessão da Assembleia Sinodal que requerem …

A Assembleia Sinodal irá trabalhar com base em “cinco Módulos, cada um dos quais prevê uma alternância de sessões na Assembleia Plenária (denominadas Congregações Gerais) e nos Grupos de Trabalho (Circulos Menores)”. Os primeiros quatro Módulos terão cada um “um foco temático específico, constituído uma Seção do Instrumentum laboris”.

Trinta e seis os grupos de trabalho divididos em cinco Mesas linguísticas; o seu trabalho, tal como na sessão de 2023, “será estruturado inspirando-se no método da conversação no Espírito”, com um facilitador especialista que ajudará “a conversa do ponto de vista metodológico sem entrar nos conteúdos”. Cada Mesa linguística preparará um breve resumo a ser apresentado na próxima Congregação Geral.

A comunicação

Por videoconferência, Sheila Pires, secretária da Comissão de Informação, informou aos jornalistas sobre a logística e listou alguns eventos no calendário. “No que diz respeito à comunicação, a segunda sessão terá um ritmo diferente da primeira: menos plenárias, mais pausas para reflexão, oração e discernimento”, destacou.

Ruffini, por sua vez, lembrou que, segundo o artigo 24 do Regulamento do Sínodo “cada um dos participantes é obrigado a manter a confidencialidade”, isto para “proteger o livre discernimento de todos e de cada um”, e para “fazer uma pausa da agitação em que todos estamos imersos e escapar ao estereótipo do vaivém”. Este é um método que, disse Ruffini, recordando as palavras do Papa no ano passado, “pode ​​ajudar o mundo, não apenas a Igreja, em muitos aspectos. frentes e em muitas questões”, bem como nas guerras. O método é parar e ouvir uns aos outros e compreender uns aos outros.

A interação com grupos de estudos

Houve também várias perguntas sobre a interação entre os dez grupos de estudo, criados pelo Papa em março passado para explorar dez temas, e a Assembleia Sinodal.

Os temas analisados ​​pelos dez grupos ficarão, portanto, excluídos das discussões em sala de aula? “Eles não são colocados de lado”, respondeu Grech. Os Grupos comunicarão “o que estão fazendo, qual o seu plano de ação, como pretendem avançar para aprofundar estes temas. Então os resultados serão entregues ao Papa”.

Mas, então, por exemplo, insistiu outro repórter, o acesso das mulheres ao ministério ordenado ou as questões morais, temas não incluídos no Instrumentum Laboris, entrarão neste Sínodo ou não?

“A assembleia já foi ouvida, os pedidos foram feitos e o Papa disse: vou pegar estes dez temas e confiá-los a pessoas que possam me ajudar a propor algo à Igreja”, respondeu o cardeal. O objetivo do Sínodo, reiterou, “é como ser uma Igreja Sinodal em missão. O objetivo não é deixar de lado, mas ajudar a Igreja a dar um passo adiante”.

Fonte: CNBB

-------------------------------------------------------------------------------------.

Encontro promovido pela CNBB, em Jundiaí (SP), reanima as esperanças da caminhada ecumênica no Brasil

De 13 a 15 de setembro de 2024 aconteceu, no Centro de Convivência Mãe do Bom Conselho das Irmãs Agostinianas Missionárias, em Jundiaí (SP), ocorreu o Encontro Nacional de Formação e Convivência Ecumênica da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Participaram também membros das igreja Católica Apostólica Romana, Sirian Ortodoxa da Antioquia, Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, Metodista do Brasil e Presbiteriana Independente.

Antes, na quinta feira, dia 12 de setembro, a Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da CNBB se reuniu na Casa da Reconciliação em São Paulo para repassar o planejamento e a programação do encontro nacional. Foram pensadas também as próximas ações estratégicas para o avanço do diálogo ecumênico nacionalmente.

Na sexta feira, 13 de setembro, o encontro começou com um jantar e convivência entre os participantes. Depois da oração inicial e apresentação geral de cada participante, conduzidas pelo bispo de  Ponta de Pedras (PA) e presidente da Comissão para o Ecumenismo da CNBB, dom Teodoro Tavares, o frei Volnei Berkenbrok fez uma exposição sobre à história do ecumenismo e as mudanças paradigmáticas que a pós-modernidade exigem de todos que trabalham no movimento ecumênico.

Promoção do ecumenismo

O sábado, dia 14 de setembro, teve início com a celebração da Missa presidida pelo a arcebispo de Feira de Santana (BA), dom Zanoni Demettino Castro, em seguida do frei Volnei que apresentou a temática do fenômeno do pentecostalismo e também deu dicas práticas para o ecumenismo nas bases.

Dom Teodoro, no primeiro momento da tarde, fez uma apresentação sobre o Concílio de Nicéia e o Concílio Vaticano II como fontes de inspiração para unidade de todos os cristãos. Ainda no período da tarde houve uma mesa redonda com a temática dos 1.700 anos do Concílio de Nicéia, onde cada confissão religiosa pode falar sobre a importância deste concílio para a consolidação da fé de sua confissão.

Participaram lideranças religiosas da Igreja Bizantina Ortodoxa do Patriarcado de Antioquia, Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Sirian Ortodoxa, Igreja Presbiteriana Independente e Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. De noite ocorreu o ágape, um jantar festivo agradecendo a Deus pelo dom da unidade.

No encerramento do encontro, no domingo, dia 15 de setembro pela manhã, ocorreu a celebração da Missa presidida por dom Teodoro, onde foi ressaltada a importância de seguir a caminhada ecumênica mesmo diante das dificuldades. Depois ocorreu uma roda de conversa sobre as perspectivas e desafios para o ecumenismo, onde cada fiel de cada confissão pode partilhar as experiências ecumênicas em sua realidade e também propor ideias para o futuro.

Na sequência, foi apresentado o 24° Plano Pastoral do Secretariado-Geral da Comissão Episcopal para o Ecumenismo e Diálogo Inter Religioso para os anos de 2024-2027.

Impressões sobre o encontro

Dom Teodoro comentou definiu como um encontro abençoado. “Me senti muito feliz com a presença das diferentes igrejas, dos bispos da comissão episcopal, padres, diáconos, seminaristas, jovens e organismos ecumênicos”. Ele ressaltou o aprofundamento de temas pertinentes, especialmente a temática dos 1.700 anos do Concílio de Nicéia com a presença dos orientais que, em sua avaliação, muito enriqueceram o encontro. “A apresentação do plano quadrienal renovou o crescimento e a esperança do movimento ecumênico”, concluiu.

    Rosane da IECLB também falou sobre o encontro: “Sempre é bom e agradável estarmos reunidos como irmãos e irmãs. Como evangélica de confissão luterana no Brasil, este encontro nos renova e reanima para a caminhada ecumênica. Louvamos a Deus a oportunidade de reafirmar e estabelecer mais laços de amizade”.

A reverenda Nilce da Igreja Metodista do Brasil também partilhou: “Uma sublime oportunidade de aprendizado e comunhão fraterna entre irmãos e irmãs de diferentes confissões”

Fonte: CNBB

-------------------------------------------------------------------------------.

Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP) tem reunião ordinária nesta terça e quarta-feira, 17 e 18 de setembro

  A sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) recebe, nos dias 17 e 18 de setembro, a 7ª reunião ordinária do Conselho Episcopal Pastoral (Consep). Esse encontro reúne, periodicamente, a Presidência da CNBB e os presidentes das doze Comissões Episcopais permanentes. Também participam assessores e representantes de pastorais e organismos da Igreja no Brasil.

Na pauta do encontro, vários temas de competência do Consep, como o estudo das análises de conjuntura social e eclesial, o acompanhamento do processo de atualização das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil e da preparação das Campanhas promovidas pela Conferência.

CF 2025

Um dos momentos especialmente aguardados da reunião é a apresentação do hino da Campanha da Fraternidade (CF) 2025, com o tema “Fraternidade e Ecologia Integral”. O processo de escolha foi acompanhado pelos bispos.

Eles vão escutar a música em primeira mão, no início do encontro. E às 10h, haverá o lançamento oficial nas plataformas digitais.

Outros destaques

A reunião do Consep será ocasião ainda para tratar dos avanços e perspectivas das novas Diretrizes da Ação Evangelizadora e da preparação para o Sínodo sobre a Sinodalidade e o Jubileu 2025.

Os bispos terão ainda a oportunidade de participar do Simpósio celebrativo dos 15 anos do Acordo Brasil Santa Sé, com o tema “Laicidade do Estado e a liberdade religiosa”, com conferências de autoridades religiosas, o procurador-geral da República e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

 Fonte: CNBB

-----------------------------------------------------.

Igreja no Rio Grande do Sul marca presença no 11º Seminário de Comunicação Social no Rio de Janeiro

Dom Orani reforçou uma orientação do Papa Francisco: “A nossa comunicação deve ser testemunho. Há sempre a assinatura de nosso testemunho em tudo que fazemos”, disse

A 11ª edição do Seminário de Comunicação Social, promovido pela Arquidiocese do Rio de Janeiro, reuniu, de 11 a 13 de setembro, no Centro de Estudos do Sumaré, no Rio de Janeiro, 160 profissionais de comunicação da Igreja no Brasil, sendo 40 de forma online, em torno da discussão do tema: “Igreja, casa de vidro: a assessoria de comunicação na construção da reputação e da identidade”. A Igreja no Rio Grande do Sul foi representada pela assessora de comunicação do Regional Sul 3, Victória Holzbach, e pelo assessor de comunicação da Diocese de Caxias do Sul, Felipe Padilha . 

Na abertura, o arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani JoãoTempesta, anfitrião do encontro, introduzindo o tema, disse “estamos vivendo uma era na qual, em razão das redes sociais, a Igreja e todas as organizações estão expostas ao escrutínio público”. Decorre disto, segundo ele, a necessidade de ter zelo e cuidado com a imagem, identidade e reputação da instituição. “Somos chamados a ser autênticos e transparentes”.

Dom Orani também falou do poder das redes sociais na construção de falsas narrativas que levam as pessoas a acreditarem ser a verdade. “Numa casa de vidro, a mídia de um modo geral foca mais em nossos problemas, que devemos enfrentar e resolver, mas também devemos ser capazes de mostrar as belezas de nossa Igreja”, disse. Dom Orani reforçou uma orientação do Papa Francisco: “A nossa comunicação deve ser testemunho. Há sempre a assinatura de nosso testemunho em tudo que fazemos”, disse.

O bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, enviou uma vídeo-mensagem de saudação aos participantes do encontro. “A comunicação é fundamental na Igreja para levar aos corações a verdade do Evangelho com lucidez”, disse.

Trilhas de aprendizado

O organizador do seminário, padre Arnaldo Rodrigues, que também é professor da PUC Rio e assessor de comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), destacou que o seminário tem tradição de fazer as perguntas certas para cada tempo. “Em cada tema, procuramos estar antenados com a necessidades de aprofundamento de cada ano. Como por exemplo, no ano passado aprofundamos a Inteligência Artificial, muito falada hoje”, ressaltou.

Padre Arnaldo afirmou que o seminário é uma grande oportunidade para os comunicadores eclesiais aprofundarem temas importantes para a sua área de atuação e qualificar o trabalho da Igreja no Brasil, no campo da comunicação. Ele assessorou a primeira conferência do seminário: “Prevenção e Gestão de Crises: Garantindo a Reputação e Imagem Institucional da Igreja Católica”.

Nas  onze conferências oferecidas pelo seminário, os participantes aprofundaram temas como:  Estratégias de comunicação: impacto e eficiência nas assessoria para pessoas físicas e governamentais; O que é noticia ou não, nesses tempos de mídias sociais aceleradas; Novas ferramentas de IA para Assessoria de Comunicação; Correta expressão visual da marca: como se deve usar e quais os riscos de aplicações erradas; Assessoria de Comunicação assertiva e sob medida: estruturação eficiente com recursos limitados; A transparência das instituições religiosas para uma boa construção da opinião pública; construindo identidade: a integração estratégica de comunicação e marketing; e além do Press Release: Entendendo as Necessidades da Mídia.

Com informações da CNBB Regional Sul 2 e foto de Adora Comunicação

Fonte: Diocese de Caxias do Sul

---------------------------------------------------------------.

Papa recebe em audiência o novo embaixador de Israel junto à Santa Sé

Yaron Sideman, de 57 anos, é casado e tem dois filhos. O novo embaixador já atuou na Embaixada de Israel na Nigéria e no Consulado-Geral de Nova York, nos Estados Unidos, por exemplo.

Andressa Collet - Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã desta segunda-feira (16/09), o novo embaixador de Israel junto à Santa Sé, Yaron Sideman. Com a apresentação das cartas credenciais ao Pontífice, ele começa a sua missão no Vaticano.

Ele se encontrou também com o Secretário de  Estado do Vaticano, Pietro Parolin.

Como informa o boletim diário da Sala de Imprensa da Santa Sé, Yaron Sideman, de 57 anos, nasceu em Israel, é casado e tem dois filhos. O novo embaixador, graduado em Ciências Políticas, Psicologia e Filosofia, foi conselheiro político na Embaixada na Nigéria (1996 - 1999) e cônsul para Assuntos Públicos no Consulado-Geral em Nova York, nos Estados Unidos (1999 - 2001). Em seguida, trabalhou junto ao Escritório de Assuntos Judaicos e Inter-religiosos Mundiais, MFA (2001 - 2007); foi chefe do Departamento de Assuntos Congressuais na Divisão das Américas do Norte, MNE (2007 - 2011) e atuou junto à Faculdade de Defesa de Israel (2011 - 2012). Yaron Sideman ainda foi cônsul-geral do Consulado-Geral para a Região do Meio Atlântico (2012 - 2016), chefe de gabinete do Departamento de Assuntos Congressuais na Divisão das Américas do Norte, MFA (2016 - 2021) e também chefe de gabinete no Escritório das Américas do Norte, MNE (2021 - 2024).

Fonte: Vatican News – na imagem, encontro com o Secretário de Estado.

------------------------------------------------------------------------.

O diálogo China-Santa Sé e o realismo do Papa

No encontro com a mídia no voo de volta de Singapura, Francisco descreveu o resultado do diálogo com o governo de Pequim como “bom” e disse que “até mesmo para a nomeação de bispos se trabalha com boa vontade”. Embora na imprensa internacional esse diálogo e o Acordo Provisório não estejam isentos de críticas, a posição do Pontífice é justificada pelos últimos dados positivos, levando em conta as dificuldades do passado.

"Estou feliz com o diálogo com a China. O resultado é bom. Até para a nomeação de bispos se trabalha com boa vontade." Foi assim que o Papa Francisco se expressou na última sexta-feira (13/09) ao falar do diálogo entre o governo chinês e a Santa Sé, durante a conversa com a mídia que ocorreu durante o voo que o trouxe de volta de Singapura para Roma. Na imprensa internacional, esse diálogo e o Acordo Provisório, que é um importante instrumento, não estão isentos de críticas. No entanto, se nos atermos aos fatos, o julgamento papal é um ato de simples realismo cristão.

Alguns dados

Para avaliar corretamente as palavras do Papa Francisco diante da pergunta feita por Stefania Falasca para o jornal on-line chinês Tianou Zhiku, vale a pena ter em mente alguns dados recentes. E também convém não esquecer o passado que precedeu a atual fase histórica.

- Desde 22 de setembro de 2018, dia em que foi assinado o Acordo Provisório, todos os bispos católicos da República Popular da China estão em plena e pública comunhão hierárquica com o Papa. Não houve mais ordenações episcopais ilegítimas, aquelas celebradas sem o consentimento papal, que haviam dilacerado gravemente a comunhão eclesial entre os católicos chineses desde o final da década de 1950.

 - Nos últimos 6 anos, também marcados por uma fase de contatos rarefeitos nas relações entre as partes durante o período da pandemia, 9 novas ordenações episcopais católicas foram realizadas na China. No mesmo período, 8 bispos chamados “não oficiais”, ordenados no passado fora dos protocolos impostos pelos aparatos chineses, pediram e obtiveram o reconhecimento público de seu papel até mesmo pelas autoridades políticas em Pequim (um deles, o idoso Peter Lin Jiashan, bispo de Fuzhou, que faleceu mais tarde, em abril de 2023). Assim, o número de dioceses chinesas vagas está diminuindo gradualmente.  

- Em 2018 e depois em 2023, dois bispos da República Popular da China participaram das Assembleias do Sínodo dos Bispos em Roma. Nas décadas anteriores, nenhum bispo da China continental pôde participar do Concílio Vaticano II e das Assembleias Gerais do Sínodo dos Bispos, assembleias nas quais se manifesta a comunhão de toda a Igreja Católica.

- Nos últimos anos, grupos de católicos da China continental participaram da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa. Os peregrinos chineses viram o Sucessor de Pedro ao vivo em Roma e durante suas visitas apostólicas à Tailândia, Mongólia e Singapura. Vários bispos chineses também puderam participar de encontros, conferências e momentos de comunhão eclesial na Europa e na América.

- Cresceram as oportunidades de iniciar processos de reconciliação nas comunidades eclesiásticas que estiveram divididas por décadas.

O tesouro que floresce

A avaliação do Papa Francisco reconhece dados da realidade geralmente ignorados em tantas análises da questão “China-Vaticano”. Dados da realidade que, em vez disso, representam a bússola seguida pelo Bispo de Roma e pela Santa Sé para estar perto e acompanhar a jornada dos católicos chineses no contexto em que vivem e testemunham seu amor por Cristo. Os bispos são os sucessores dos apóstolos. E o acordo com o governo chinês sobre a nomeação de bispos tem a ver com a natureza íntima da Igreja, com sua missão apostólica e com as lacerações eclesiais que, na China, nas últimas décadas, dividiram o clero e os leigos, as comunidades e as próprias famílias.

São os bispos que ordenam os sacerdotes. Portanto, o Acordo também tem a ver com a validade e a eficácia dos sacramentos celebrados em paróquias e capelas na República Popular da China. Bens que pertencem a uma ordem diferente das grades políticas mais populares dos últimos tempos.

A intenção do Papa e da Sé Apostólica não é afirmar a supremacia de uma ordem política. Sua tarefa é confirmar os irmãos na fé, confortá-los e apoiá-los no caminho de orações, proclamação do Evangelho, obras de caridade, no contexto em que se encontram.

Na China continental, enfatizou o cardeal Luis Antonio Tagle, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, ”há toda uma rede viva composta de orações, liturgias, catequese e iniciativas pastorais diretamente inspiradas pelo magistério ordinário do Papa. É uma rede que se entrelaça com a vida eclesial cotidiana de cada uma das dioceses e comunidades católicas chinesas. É uma realidade viva e intensa de fé, que vive e expressa a comunhão diária de fé com o Sucessor de Pedro e com toda a Igreja universal, mesmo que seja geralmente ignorada pela mídia quando se fala do catolicismo chinês”.

Dentro de todos os condicionamentos devidos ao contexto político e social, a vida eclesial na China prossegue em sua normalidade também nas dioceses que estão recuperando a estabilidade depois de longos anos de incertezas e divisões, depois de mudanças que também puderam ocorrer graças ao diálogo estabelecido entre a Santa Sé e as autoridades governamentais.

Considerando apenas os últimos dias, as crônicas locais da Igreja relatam que, na Festa da Natividade da Bem-Aventurada Virgem Maria, o bispo Joseph Shen Bin, de Xangai, celebrou o batismo de 41 catecumenos, na presença de mais de 2.500 fiéis. O bispo Paul Xiao Zejiang, da diocese de Guiyang, celebrando a mesma festa mariana, confidenciou que, nos 17 anos de episcopado, “apesar das dificuldades, com a proteção de nossa Mãe celestial e a orientação do Senhor, muitas vezes encontro conforto em minha vida como pastor”.

Na diocese de Shantou, em vista da “Festa da Lua” (que acontece em 17 de setembro), muitos voluntários, juntamente com o bispo Joseph Huang Bingzhang, visitaram o Centro de Reabilitação, que também abriga pessoas afetadas pela hanseníase, levando doces típicos do festival e outros materiais úteis para os pacientes. O bispo Huang, ordenado sem mandato papal em 2011, pôde voltar à plena comunhão eclesial com o Papa em 2018, no contexto da assinatura do Acordo Provisório sobre as Nomeações dos Bispos Chineses. As obras e os gestos de salvação e cura, a única razão de ser de toda atividade eclesial, podem continuar a florescer encontrando formas de legitimação mesmo na China de hoje, tal como ela é. Esse é o tesouro que o Papa estima. Em plena e consoladora harmonia com o sensus fidei da maioria dos católicos chineses.

*diretor da Agência de Notícias Fides - Fonte: Vatican News

*------------------------------------------------------------------------.x

Campeonatos europeus de ciclismo: começa-se rezando pela paz

No domingo, 15 de setembro, foram realizados, em Flandres, na Bélgica, os campeonatos continentais com a participação de Athletica Vaticana. No último sábado, à noite, foi celebrada a missa na Catedral de Hasselt: rezando pela paz e para que o esporte seja uma experiência de encontro e de diálogo.

De Giampaolo Mattei

Rezando pela paz na Europa antes da “largada” do Campeonato Europeu de Ciclismo. Na catedral de Hasselt, cidade belga, foi estabelecida a linha de chegada da corrida, em 15 de setembro: 222 km nas estradas de Flandres em que fez a história do veículo a “duas rodas” - Rien Schuurhuis (correndo pela Athletica Vaticana com o número 131). No domingo à noite, no final da missa, ele relançou a mensagem do Papa Francisco pela paz, particularmente na Europa.

Uma oração pela paz que a Athletica Vaticana está compartilhando em todos os eventos esportivos internacionais: desde o Campeonato dos Pequenos Estados da Europa, em junho, em Gibraltar, até os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Verão em Paris, com a proposta da “trégua olímpica”, também apoiada pelo Papa Francisco. Uma oração para que o esporte também possa ser um canal diplomático original que, com sua linguagem ao alcance de todos, permita um diálogo capaz de superar obstáculos aparentemente intransponíveis.

“Não podemos esquecer que a poucos quilômetros de distância, bem no coração da Europa, há guerra: há combates, pessoas morrem, muitas vidas são destruídas”, disse o ciclista vaticano que teve também ao seu lado dois corredores ucranianos.

“Dentro de poucos dias, de 26 a 29 de setembro, o Papa Francisco estará na Bélgica”, recordou Schuurhuis, antes de rezar a “Oração do Maratonista” – expressão da espiritualidade esportiva de Athletica Vaticana – que foi traduzida pessoalmente para o holandês pelo bispo de Hasselt, dom Patrick Hoogmartens.

Encontrando-se com o representante do ciclismo vaticano, o bispo destacou como o ciclismo é, particularmente na Bélgica, uma experiência de comunidade e de povo e não apenas um esporte praticado apaixonadamente por jovens e idosos. Ele incentivou iniciativas esportivas centradas na fraternidade, inclusão e solidariedade. E recordou também o seu passado de corredor: quando jovem sacerdote, correu a "clássica" meia maratona Roma-Ostia em 1983 (com o tempo de 2h04'15).

Fonte: Vatican News

------------------------------------------------------------------------.

Equador, encerrado Congresso Eucarístico: a fraternidade não é uma opção

Foi o cardeal Baltazar Enrique Porras Cardozo, arcebispo emérito de Caracas, que presidiu no domingo em nome do Papa a Missa de encerramento do evento, realizado na capital equatoriana: cuidemos daqueles que “têm fome de comida e dignidade”. Anunciado o próximo Congresso Eucarístico Internacional: será em Sydney, na Austrália, em 2028

Vatican News

As muitas cores das bandeiras do mundo inteiro, pontuadas pelo branco dos guarda-chuvas abertos para se proteger do sol e acompanhadas pela alegria dos cerca de 25.000 fiéis presentes: o Parque Bicentenário em Quito, no Equador, recebeu a celebração final do 53º Congresso Eucarístico Internacional no domingo, 15 de setembro. A Statio Orbis foi presidida pelo legado pontifício, cardeal Baltazar Enrique Porras Cardozo, arcebispo emérito de Caracas, acompanhado por uma missão composta pelo padre Wilson Posligua Bran, vigário para a vida consagrada, e pelo padre Darwin Salazar Calderón, chanceler arquidiocesano.

Fraternidade para curar o mundo

No 150º aniversário da consagração do Equador ao Sagrado Coração de Jesus, de 8 a 15 de setembro, o Congresso refletiu sobre o tema “Fraternidade para curar o mundo”. E foi sobre esse aspecto particular que o cardeal Porras concentrou sua homilia: “Para os cristãos - disse ele - a fraternidade não é uma opção, mas um imperativo evangélico”, “é o vínculo de união entre os seres humanos como expressão de autêntica filiação, com respeito à dignidade da pessoa, igualdade de direitos e solidariedade de uns para com os outros, uma familiaridade radical com a paternidade criativa e a maternidade consoladora”.

Cuidar daqueles que têm fome de comida e dignidade

Daí, a evocação do legado pontifício à Eucaristia não como “mera memória, mas como memorial” da Bondade que nos atrai a si. “A Eucaristia - continuou enfatizando - tira a fome de coisas materiais e acende o desejo de servir, tira-nos de nosso confortável sedentarismo e nos lembra que não somos apenas bocas para saciar, mas também mãos para saciar a fome do próximo”. Nessa ótica, reiterou o purpurado, é mais do que nunca “urgente que cuidemos daqueles que têm fome de comida e de dignidade, daqueles que não têm trabalho e lutam para ganhar a vida”, porque “a fraternidade do crente que é alimentada pela Eucaristia reformula as relações com os outros, a dimensão do perdão e da ajuda samaritana”.

A dimensão ecológica, uma virtude a ser construída

O arcebispo emérito de Caracas destacou como o cuidado com a casa comum também é fruto da fraternidade: “A partir da América Latina, um continente devastado pela exploração irracional da natureza - explicou -, a dimensão ecológica assume a ‘cidadania’ de uma virtude a ser construída, e os trabalhos sinodais sobre a Amazônia, com sua proteção da criação e do contexto em que vivemos, adquirem uma dimensão que não podemos ignorar”.

A Eucaristia amplia o horizonte de nossa vida

Por fim, o purpurado exortou os muitos fiéis presentes a partirem de Quito com “uma bagagem rica em testemunhos cheios de esperança e com a certeza de que a Eucaristia e a devoção ao Coração de Jesus ampliarão os horizontes de nossas vidas para melhor servir a um mundo contraditório, ferido, mas redimido em Cristo, com a tarefa de transfigurá-lo”.

Encontro marcado para Sydney em 2028

Antes da bênção final, o legado pontifício anunciou que o próximo Congresso Eucarístico Internacional, o 54º em ordem cronológica, será realizado em Sydney em 2028. A notícia foi recebida com entusiasmo pela delegação australiana presente em Quito e foi seguida pela exibição de um vídeo explicando como o país está se preparando para o evento que ocorrerá cem anos após o primeiro Congresso realizado na Austrália, em 1928.

Os primeiros frutos do Congresso

Os milhares de fiéis presentes também receberam o agradecimento do arcebispo de Quito e primaz do Equador, dom Alfredo José Espinoza Mateus, que anunciou um dos primeiros frutos do Congresso, ou seja, o lançamento de refeitórios comunitários, chamados “O Pão da Fraternidade”.

O amor gratuito de Deus Pai

A Statio Orbis deste domingo foi precedida, no sábado, dia 14, por uma Santa Missa na Praça de São Francisco, seguida de uma procissão com o Santíssimo Sacramento pelas ruas do centro histórico da capital equatoriana. A celebração foi presidida pelo presidente da Conferência episcopal local e Arcebispo de Guayaquil, dom Luis Gerardo Cabrera Herrera, ofm. Refletindo sobre a passagem do Evangelho de João proclamada durante a missa (3,3-17), o prelado franciscano aprofundou o conceito do amor de Deus Pai pelo mundo, “amor gratuito, um amor compassivo, um amor fiel que não exclui ninguém por causa de sua condição social, religiosa, moral, econômica”. “Deus ama este mundo - acrescentou - com sua grandeza e suas misérias, seus sucessos e seus erros, suas alegrias e suas dores. Deus ama esta terra, muitas vezes poluída e explorada, mas também animada por grandes iniciativas de cuidado e respeito”.

O exemplo do Bom Samaritano

Retomando as palavras do Papa Francisco, o prelado lembrou que a Eucaristia “não é o prêmio dos santos, mas sim o pão dos pecadores. Ela nos transforma em uma fraternidade para curar as feridas do mundo pessoal e social, muitas vezes causadas pelo abandono, pela violência, doença e morte”. Daí, o convite final aos fiéis para que sejam como o Bom Samaritano, que cuida daqueles que são esmagados por todo tipo de sofrimento.

Em oração pela paz

A procissão do Santíssimo Sacramento, que seguiu seu caminho entre tapetes florais montados para a ocasião com decorações que evocam a Eucaristia, fez sete paradas, durante as quais foram feitas orações pelas intenções do Santo Padre, pela Igreja, pelo país, pela cidade e suas autoridades, bem como pela vida religiosa, pela família, pela paz, pelas crianças e jovens e pelos agentes pastorais.

Fonte: Vatican News

*------------------------------------------------------------------------.s

O Papa Francisco realmente ouve a Ásia, afirma jesuíta Rothlin

A viagem do Papa à Ásia inspirou muitas pessoas. Com seus encontros e maneira de ouvir, Papa Francisco também enviou um importante sinal contra o eurocentrismo, afirma o jesuíta Stephan Rothlin em entrevista à Rádio Vaticano-Vatican News. O diretor do Instituto Ricci, de Macau, ao sul da China, vê muitas pontes para o cristianismo na ética e nas culturas asiáticas. Sobre o campo da ecologia e a encíclica Laudato si', ele confirma: na Ásia, há portas abertas para a mensagem do Papa.

Anne Preckel - Cingapura

O jesuíta suíço Stephan Rothlin vive e trabalha na Ásia há décadas. Ele ensina ética nos negócios e é o diretor do Instituto Ricci em Macau, dedicado ao legado do jesuíta Matteo Ricci (1552-1610), que é muito respeitado na China. Em uma entrevista à Rádio Vaticano-Vatican News, Rothlin fala sobre o significado da viagem do Papa a Singapura que, como Matteo Ricci, pode ser descrita como uma ponte entre culturas e religiões, descreve as reações à viagem do Papa à Ásia e explica os valores compartilhados que desempenham e desempenharão um papel cada vez mais importante no diálogo entre o cristianismo e as culturas da Ásia.

Uma região importante para a Igreja do futuro

Preckel: Padre Rothlin, o que o inspirou na viagem do Papa à Ásia?

P. Stephan Rothlin (diretor do Instituto Ricci em Macau): O que me inspirou e tocou particularmente: o fato de o Papa estar demorando tanto para fazer essa viagem à Ásia. Essa imagem do Papa em uma cadeira de rodas - empreendendo uma jornada muito extenuante - sugere fortemente que ele está ciente de que a Ásia se tornou uma região extremamente importante, de fato uma região importante para a Igreja do futuro. Em outras palavras, uma das regiões mais dinâmicas do mundo, que também é de extraordinária importância para a Igreja. E isso me parece ter sido impressionantemente sublinhado por sua viagem.

Preckel: O senhor é o diretor do Instituto Ricci em Macau, que leva o nome de Matteo Ricci, que foi uma ponte entre o Oriente e o Ocidente. Singapura pode ser descrita da mesma forma?

Rothlin: Acredito que Singapura também faz parte dessa tradição. Deve-se sempre ter em mente que Matteo Ricci - cujo nome chinês é Lì Mǎdòu 玛窦 - está muito mais presente na Ásia, especialmente entre os católicos. Ele viveu de 1552 a 1610, mas essa tradição de diálogo com a Ásia também está muito viva na Ásia hoje. E Singapura certamente também é um ponto focal de diferentes culturas asiáticas. Isso pode ser visto nos espaços públicos, onde não se fala apenas inglês, mas também outros idiomas. E nesse “caldeirão” de Singapura, o diálogo de Ricci com a China certamente tomou forma muito bem, por assim dizer.

A importância da educação

Preckel: Como o senhor interpreta o fato de o Papa ter ido para lá? Que mensagem vê associada a isso?

Rothlin: Na minha opinião, essa viagem é claramente parte de seus esforços para iniciar um diálogo com a China. E na situação atual, Singapura é certamente uma boa escolha. No entanto, em última análise, o objetivo é renovar o acordo entre o Vaticano e a China e garantir que o diálogo ocorra em um contexto muito favorável.

Um ponto muito forte a favor de Singapura é a importância da educação. Isso é particularmente apreciado na China por causa de Ricci e da tradição católica que atribui grande importância à educação. Singapura representa uma das melhores organizações educacionais. Eu mesmo lecionei lá por 7 anos. Eles foram os melhores alunos que já tive, vindos de todas as partes do mundo. E acho que é muito importante não esquecer o quanto todas as denominações cristãs contribuíram significativamente para a educação, em todos os níveis, seja no primário, secundário ou universitário.

Inspiração para pessoas de diferentes origens

Preckel: Que reações o senhor notou na Ásia em relação a essa viagem?

Rothlin: As reações que ouvi foram muito positivas. Pessoas de origens muito diferentes ficaram realmente comovidas com o fato de o Papa estar fazendo essa árdua viagem para ele. E, é claro, ficaram muito felizes por ele ter demonstrado seu grande amor pelas pessoas, pelos diferentes povos da Ásia e também pela Igreja na Ásia de uma maneira tão impressionante. Portanto, o feedback que recebi dessa viagem papal foi muito positivo. Estou viajando e já viajei para vários países e lugares da Ásia. Várias etapas na Ásia, onde também há pontos focais de fé, Macau como porta de entrada para a China e também Hong Kong, onde a resposta foi muito positiva. Foi realmente muito impressionante e positiva. Até mesmo os chineses do continente que conheci me disseram que a resposta foi muito positiva.

A ética econômica, uma oportunidade

Preckel: Singapura é um importante centro econômico da Ásia e um mosaico de culturas e religiões. O senhor mesmo ensina ética nos negócios na Ásia. Como o diálogo e o encontro podem enriquecer o mundo dos negócios do ponto de vista ético?

Rothlin: Acho que a ética econômica representa uma oportunidade especial. Que os valores também resumidos na doutrina social católica, como solidariedade e subsidiariedade, sejam implementados de forma muito concreta. O que isso significa, por exemplo, em termos de condições de trabalho? Essa é uma preocupação geral. Mas vejo uma grande oportunidade, especialmente por meio da discussão de estudos de caso, também no diálogo com o confucionismo e as outras religiões sapienciais da Ásia, de tentar abordar como esses valores são implementados em um ambiente muito competitivo e, às vezes, corrupto.

Preckel: O senhor vê desenvolvimentos na Ásia nesse sentido, com um foco maior na ética?

Rothlin: Com certeza! Estou na China há 26 anos e também em Singapura e Hong Kong, onde leciono principalmente em escolas de negócios. Há 20 anos, essas questões tendiam a ser deixadas de lado porque havia um grande impulso para o crescimento econômico, em que as pessoas diziam que o crescimento econômico era a coisa mais importante. E então, uma vez alcançado esse objetivo, era possível pensar também em questões éticas... Mas então a catástrofe ambiental, a poluição do solo, do ar e da água, simplesmente levou as coisas a tal ponto que todos os principais participantes perceberam a importância de levar a ética econômica a sério.

Na minha opinião, é surpreendente que esse assunto seja levado mais a sério nas escolas de administração do que nas escolas de administração europeias! Porque, na prática, na Ásia, somos imediatamente confrontados com questões éticas, tanto em termos de destruição ambiental quanto de corrupção. Será que todo esse confucionismo é apenas uma ruína vazia, como disse Eric Zürcher (sinologista holandês, 1928-2008)? Ou como esses valores de integridade e veracidade, baseados no confucionismo, também podem ser concretizados no mercado de trabalho?

Portas abertas

Preckel: O senhor mencionou o meio ambiente e a ética nos negócios - então as portas estão abertas para a mensagem do Papa Francisco nessas áreas na Ásia?

Rothlin: Com certeza, especialmente com relação ao diálogo. Você sabe melhor do que eu que uma imagem negativa e unilateral da China prevalece na mídia ocidental. E fazer um progresso real, especialmente em ecologia, em proteção ambiental, é de fato um nível em que os vários atores concordam. O progresso nessa área é realmente urgente. E é por isso que, em minhas relações com vários grupos, a mensagem da encíclica Laudato si', por exemplo, é extremamente importante, mas também muito significativa no contexto da Ásia. É uma abordagem concreta, em que não nos limitamos a falar da boca para fora. Pelo contrário, podemos ver um compromisso de melhorar essa catástrofe ambiental trabalhando juntos.

Preckel: Com relação à ética nas culturas asiáticas: que vínculos vê com o cristianismo, quais pontes?

Rothlin: Essa é precisamente a motivação do Instituto Macao Ricci: demonstrar as várias pontes que existem entre o confucionismo e o cristianismo. Por exemplo, o respeito pelos pais: esse é um elemento que está fortemente ancorado no confucionismo, mas também está em crise. Mais uma vez, na China há um regulamento que obriga as pessoas a visitarem seus pais todos os meses, porque a realização dos valores do confucionismo também sofreu. E talvez o cristianismo seja uma oportunidade, um enriquecimento mútuo. Assim como o diálogo entre o budismo e o cristianismo é um grande enriquecimento. Por exemplo, há trabalhos filantrópicos que surgiram do diálogo entre budistas e cristãos. E é claro que é muito estimulante intelectualmente aprender mais sobre essas religiões, o budismo e o taoismo, e ver como esses valores podem ser realizados em uma época de grande agitação.

Encontros genuínos

Preckel: O que o senhor diria que o Papa está trazendo de volta para a Europa? O que essa viagem à Ásia nos mostrou?

Rothlin: É sempre surpreendente ver como o Papa Francisco tem uma memória sensível. Especialmente quando se trata de reuniões e de sua extraordinária capacidade de realmente ouvir. Portanto, esses não são apenas eventos de massa, mas encontros muito genuínos. Acho que ele levará isso com ele: muitas pessoas da região talvez mais dinâmica do mundo, o que lhe dará a oportunidade de entender melhor essa cultura tão complexa e, certamente, de despertar as pessoas. Certamente há muitas pessoas em seu círculo que ainda não perceberam a importância da Ásia, que talvez ainda estejam adormecidas em um eurocentrismo. Acho que isso definitivamente o ajudará a despertar um pouco as pessoas. Em minha opinião, como essa viagem demonstra de forma impressionante, a estratégia do Papa de realmente ouvir a Ásia e ser transformado por ela, é muito importante. Especialmente na Europa e nos Estados Unidos, onde as pessoas caem em preconceitos precipitados ou em imagens simplistas e negativas da Ásia. Acredito que levará consigo muitas percepções e incentivos para sua estratégia na Ásia.

Preckel: Muito obrigado pela entrevista.

Fonte: Vatican News

*------------------------------------------------------------------------.x

Alegria e emoção no Líbano: restos mortais do cardeal Agagianian retornam ao país

Seus restos mortais repousavam desde 1971 na igreja de São Nicolau de Tolentino, ao lado do Pontifício Colégio Armênio, no coração de Roma, a poucos passos do prédio do Dicastério de Propaganda Fide, por ele conduzido de 1960 a 1970 como prefeito. Figura proeminente da Igreja do século XX, o cardeal Agagianian também desempenhou um papel importante durante o Concílio Vaticano II como moderador e presidente da Comissão para as Missões

Vatican News

Alegria e emoção no Líbano: os restos mortais do Servo de Deus, cardeal Agagianian, uma figura proeminente da Igreja do século XX, voltaram para casa. Seus restos mortais repousavam desde 1971 na igreja de São Nicolau de Tolentino, ao lado do Pontifício Colégio Armênio, no coração de Roma, a poucos passos do prédio do Dicastério de Propaganda Fide, por ele conduzido de 1960 a 1970 como prefeito.

O voo de Roma-Fiumicino decolou na quinta-feira (12/09) e chegou a Beirute no final da tarde. Além do Patriarca Minassian, o primeiro-ministro libanês Najīb ʿAzmī Mīqātī e várias personalidades religiosas, políticas e da sociedade civil também estiveram presentes na cerimônia de boas-vindas.

Cerimônia solene

Os restos mortais, colocados em uma teca de vidro, foram em seguida levados de carro para o coração da capital, a Praça dos Mártires, onde foi realizada uma cerimônia solene.

O féretro foi levado para o altar, montado para a ocasião, por 12 jovens representando as diferentes denominações religiosas do país. Milhares de pessoas estavam presentes, juntamente com autoridades civis e religiosas. Muitos, na passagem das relíquias, estendiam a mão para tentar tocar a teca e pedir bênçãos.

Documentário sobre a vida do Patriarca

As orações iniciais foram seguidas pela exibição de um documentário sobre a vida do Patriarca. Uma vida, a de Agagianian, com traços singulares e com vários entrelaçamentos que uniram esse filho do povo armênio à obra do que antes era chamado de Congregação da Propaganda Fide, no horizonte universal da missão confiada por Cristo à sua Igreja.

Nascido em 18 de setembro de 1895 em Akhaltisikhe, na Geórgia, Ghazaros Lazarus Agagianian partiu para Roma quando tinha apenas 11 anos de idade, a fim de se preparar para o sacerdócio. Ele foi eleito Patriarca da Cilícia dos Armênios quando tinha apenas 42 anos de idade. O Papa Pio XII o nomeou cardeal em 1946. João XXIII confiou-lhe o cargo de pró-prefeito e depois prefeito da Congregação Propaganda Fide, tornando-se o primeiro prefeito a visitar pessoalmente as missões na África, Ásia e Oceania.

Papel importante do cardeal durante o Concílio Vaticano II

Agagianian também desempenhou um papel importante durante o Concílio Vaticano II como moderador e presidente da Comissão para as Missões.

“Nestes dias difíceis e nos perigos que circundam o Líbano, decidimos trazer os restos mortais do Servo de Deus para cá com um objetivo grandioso, mostrar ao mundo que somos a nossa coesão, solidariedade e amor mútuo entre as denominações religiosas e todos os partidos. É por isso que foram 12 jovens representando nosso povo que trouxeram a teca aqui para o altar”, palavras pronunciadas pelo Patriarca da Igreja católica armênia, Raphaël Bedros XXI Minassian.

Que o Líbano possa recuperar sua beleza

“Peço a Deus e ao seu Servo Agagianian que olhem para cada um de nós e nos guiem nestes dias difíceis que estamos atravessando. Tomemos a iniciativa da reconciliação nacional e política para que nossa pátria, o Líbano, possa recuperar sua beleza”, concluiu Minassian.

No final da cerimônia, que durou quase duas horas, em meio a cantos, hinos e orações, o corpo do cardeal foi levado em procissão para a Catedral Católica Armênia dos Santos Elias e Gregório, o Iluminador, onde foi deposto em um novo túmulo.

(com Fides)

Fonte: Vatican News

*------------------------------------------------------------------------.s

Encontros Mediterrâneos na Albânia: a construção da paz começa pelos jovens

Até o próximo sábado, 21 de setembro, Tirana, a capital da Albânia, sedia a quarta etapa dos Encontros Mediterrâneos, após evento já ter sido realizado nas cidades italianas de Bari e Florença, e pela última vez na cidade francesa de Marselha.

Beatrice Guarrera

“Jovens bem formados e orientados para o espírito de fraternidade podem abrir portas inesperadas de diálogo e contribuir para a construção de um mundo mais justo e pacífico": essas são palavras do Papa Francisco pronunciadas há um ano nos ‘Rencontres Méditerranéennes’ (Med23) em Marselha, o terceiro encontro daquela reflexão entre as Igrejas do Mare Nostrum que começou em 2020 em Bari, e depois continuou em Florença em 2022. Seguindo essas indicações do Papa e avançando no mesmo caminho de comunhão, de 15 a 21 de setembro cerca de 50 jovens de 25 nações do Mediterrâneo e do Mar Negro participam em Tirana, na Albânia, do encontro Med24 - Peregrinos de esperança. Construtores de paz.

“Eu também, quando tinha 16 anos, como muitos hoje, atravessei o mar e emigrei para a Itália, onde vivi por anos”, revelou Arjan Dodaj, arcebispo de Tiranë-Durrës, no ano passado em Marselha. Uma experiência comovente de vida e fé que talvez tenha orientado a escolha do comitê organizador da Albânia para esta nova edição dos Encontros Mediterrâneos, que está sendo realizada, entre outras coisas, no aniversário de 10 anos da visita do Papa Francisco a Tirana (21 de setembro de 2014). O Pe. Massimiliano Maria Spezia, secretário de dom Dodaj, é quem explica: “a particularidade desta edição é que será um encontro precisamente para os jovens, ou seja, diferentemente dos outros, os protagonistas deste encontro são precisamente eles". São jovens entre 20 e 32 anos de idade, das 5 margens do Mediterrâneo e pertencentes a diferentes religiões e culturas.

A motivação para escolher Tirana como sede do evento também tem a ver com as múltiplas realidades culturais e religiosas que o país contém. Por esse motivo, o programa do Med24 (com curadoria do mesmo comitê do Med23 em Marselha) aborda vários aspectos, culturais, espirituais e religiosos, “que trazem a experiência de todo homem em sua variedade e realidade”, observa o Pe. Spezia. De acordo com o título, portanto, o objetivo da iniciativa é promover o diálogo e a cooperação entre os jovens e os bispos do Mediterrâneo, a fim de enfrentar desafios e oportunidades comuns, na criação de uma cultura de solidariedade que promova a paz e a esperança.

O arcebispo de Tirana é quem deu as boas-vindas aos jovens do Marrocos, Argélia, Tunísia, Egito, Oriente Médio, Turquia, Armênia, Geórgia, Romênia, Grécia, Croácia, Kosovo, Malta, França, Itália, Espanha e, é claro, Albânia. Estão planejados encontros com representantes institucionais e líderes religiosos. “O modelo albanês é de verdadeira convivência”, explica o secretário: "o Papa também lembrou disso quando voltou da sua viagem à Albânia e disse: ’Lá não é que eles se toleram, lá eles se amam'. A realidade religiosa da Albânia nunca é motivo de diferença ou rivalidade e os torna unidos também como povo, e isso dá como modelo uma convivência real, pacífica e verdadeira, mesmo na diversidade de cada um”.

O programa inclui etapas em Shkodra e Fier, onde serão explorados aspectos importantes da história e do patrimônio cultural, por meio de visitas a museus e encontros com pessoas que defenderam a religião durante o regime comunista. O ponto culminante do trabalho está marcado para quinta-feira, dia 19, com uma sessão conjunta entre os jovens e os bispos do Mediterrâneo (da Itália, Marrocos, França, Turquia, Grécia, Croácia, Malta, Kosovo e Montenegro), com foco em “Educação, comunicação e desenvolvimento integral, na construção da paz”. Nessa ocasião, os jovens albaneses, como verdadeiros promotores da paz no país, oferecerão uma perspectiva aprofundada dos esforços locais nesse sentido.

“Vemos esses encontros”, explica Spezia, ”um pouco como o fruto da viagem do Papa à Albânia, a primeira que ele fez à Europa. Uma Europa que, nesses dez anos, tem visto o Mediterrâneo cada vez mais ferido pelo drama de muitos migrantes que morreram de cansaço, fome e indiferença, ao longo das rotas marítimas e terrestres”. “Sobre a questão da acolhida”, enfatiza o padre, ”a Caritas nacional é ativa, da qual o arcebispo de Tirana, que também vem de uma experiência de imigração, é presidente. A Albânia, na rota dos Bálcãs, é um ponto nevrálgico. Os migrantes que viajam, especialmente a pé, passam por essa rota”. A migração é uma experiência que “o povo albanês vivenciou em primeira mão” e, portanto, “já existe uma sensibilidade mais forte, real e atenta a essa questão”.

Em um momento em que o Mediterrâneo parece “confuso, em situação de guerra, de conflitos”, em que “os jovens às vezes perdem seus valores, é bom ver que nesses jovens há um desejo de se reunir, sob a luz do Papa, que nos inspira a olhar para os sinais dos tempos que também estão neste Mediterrâneo e, em seguida, a partir do Mare Nostrum, recriar a paz e espalhá-la pelo mundo. Como dizia Giorgio La Pira”, conclui o Pe. Spezia, "a paz existirá no mundo se existir primeiro no Mediterrâneo".

Fonte: Vatican News

------------------------------------------------------------------------.

Pátio de Francisco, foco nos escritos do Santo, pessoa sensível e original

No terceiro dia do evento cultural promovido pelo Sagrado Convento de Assis, sobre o tema “Corporal Mente”, foi analisada em conferência a forma de escrever do Pobrezinho de Assis. Grafólogo frei Giacometti: "Ele entrava no coração das pessoas". O tema inspirador dos estigmas ganha vida. À noite, música do Réquiem no adro da Basílica.

Alessandro Di Bussolo – Vatican News

Francisco de Assis é uma pessoa “muito sensível, muito delicada, mas ao mesmo tempo também extremamente criativa, original em seu pensamento, em sua relação com as pessoas e em seus projetos de vida”. A sua sensibilidade leva-o a tentar compreender a alma da pessoa que está à sua frente, com muita empatia, “para assimilar as sensações do outro e torná-las um instrumento de conhecimento”. Ele se coloca “em jogo e entra no coração da pessoa, na sua alma, percebendo, com muita intuição, tanto os seus sentimentos quanto suas emoções”. Esta é a pessoa de São Francisco na análise do frei Girolamo Moretti, o franciscano considerado o pai da grafologia italiana, lembrada, sempre falando no presente, pelo frei Firmino Giacometti, presidente do Instituto Grafológico Internacional “Girolamo M. Moretti” de Urbino, no terceiro dos quatro dias da conferência "Corporal Mente" (12 a 15 de setembro), a décima edição do Pátio de Francisco, evento cultural promovido pelos frades do Sagrado Convento de Assis.

De seus escritos à pessoa, quem foi São Francisco?

O painel “Dos escritos à pessoa: quem foi São Francisco?” contou com a palestra do historiador do franciscanismo e paleógrafo Attilio Bartoli Langeli e do poeta Davide Rondoni, presidente do comitê nacional para a comemorações do VIII centenário do nascimento de São Francisco. A discussão entre os participantes da conferência partiu do texto e da relíquia da “Chartula”, um dos dois manuscritos de Francisco de Assis, escrito após o episódio dos estigmas e guardado na Basílica de São Francisco. Um texto entendido como fruto e “testemunho” indireto do acontecimento dos estigmas, que Francisco não vive como um caso íntimo, mas como um excesso místico e lírico na oração e como um ponto de virada e um aprofundamento na perspectiva da misericórdia e benevolência nas relações interpessoais.

O manuscrito foi escrito em pergaminho frei Leone

Falando aos meios de comunicação vaticanos, frei Giacometti sublinha que São Francisco usa uma caneta de pena, “um instrumento um pouco mais grosseiro do que os que usamos hoje. Portanto, é necessária uma observação muito cuidadosa." Frei Moretti faz isso analisando os dois únicos testemunhos sobreviventes da caligrafia pessoal do Santo, dois humildes mas muito preciosos pergaminhos escritos por Francisco e por ele dedicados ao seu amigo e confessor Leone. São elas a “Chartula”, com “a bênção de Francisco ao frei Leone”, e a carta “que Francisco dirigiu ao frei Leão para consolá-lo nas suas dificuldades e para ajudá-lo a viver bem a sua vida de frade”. As palestras de Attilio Bartoli Langeli e Rondoni centraram-se na análise paleográfica e literária da Chartula, sobre a qual está em curso nas últimas semanas uma exposição fotográfica no claustro superior da Basílica.

O tema dos estigmas

Neste terceiro dia, o Pátio de Francisco chegou ao cerne do tema inspirador da décima edição, o oitavo centenário dos estigmas que Francisco recebeu em La Verna em 1224. A manhã do sábado, 14 de setembro, foi aberta com o painel intitulado “Corpo: dentro do tempo a eternidade." Com Giovanni Boni, Lucia Vantini, frei Domenico Paoletti, franciscano conventual, e a moderação de Paola Saluzzi, foi possível aprofundar, de um ponto de vista mais espiritual, a relação essencial entre interioridade e corpo e a forma como a alma e corpo são na realidade, uma só coisa. Boni, médico do esporte, destacou como tudo passa pelo corpo, é necessária a consideração das duas dimensões como únicas. Este foi o ponto de partida da contribuição de caráter mais teológico e espiritual-franciscano dos demais palestrantes. Olhar para o nosso corpo do ponto de vista espiritual, sublinhou Lucia Vantini em particular, significa reconhecer a concretude da nossa história.

Conferência sobre “Bem-estar e longevidade”

À tarde, os encontros na Sala de Imprensa foram retomados às 16h, com o painel intitulado “Bem-estar e longevidade”: uma discussão sobre o tema saúde e bem-estar graças às contribuições de diferentes perspectivas de: Andrea Baccarelli (diretor do Instituto de Saúde Pública da Universidade de Harvard, EUA), Massimo Mercati (Aboca) e Monica Poggio (Bayer Itália) com a moderação de Paola Saluzzi. Às 18h entrou-se no mundo da arte contemporânea com Costantino D'Orazio, diretor da Galeria Nacional da Úmbria que ofereceu uma reflexão sobre o tema “Corpo e criatividade: a pessoa na arte contemporânea”.

Na sexta “imaginemos” nas redes sociais e nas novas tecnologias

A sexta-feira, 13 de setembro, abriu com o painel “Imaginemos”, dedicado à autoimagem nas redes sociais, a relação que os jovens têm com as novas tecnologias, o ser e o aparecer. Um encontro que permitiu a interação de numerosos jovens das escolas secundárias locais com a escritora Evelina Santangelo, o autor e apresentador de televisão Lorenzo Luporini e a psicóloga e psicoterapeuta Michele Mezzanotte, graças à moderação de Carla Tacchi, professora da Escola Properzio de Assis. A reflexão, inspirada na temática do Pátio, teve como tema subjacente a relação entre interioridade e exterioridade. Cada um dos palestrantes trouxe então a sua própria reflexão aos jovens a partir da sua própria experiência, e assim nasceu uma comparação geracional e de perspectiva. Para que servem as mídias sociais para a sociedade e o indivíduo? E a grande provocação: como podem os adultos educar os mais jovens a usarem estas ferramentas se eles não aprendem por primeiro sobre elas e não as utilizam?

O filme “Francisco, bobo de Deus”

À noite, na Sala Cimabue do Centro de Conferências Colle del Paradiso, foi proposta a exibição do filme “Francisco, bobo de Deus”, de Roberto Rossellini, com uma mensagem de sua filha Isabella, lida antes da exibição. Voltando ao primeiro dia, quinta-feira, 12 de setembro, a lectio “Viagem pelas belezas” de Luca Sommi, jornalista e apresentador, ofereceu reflexões sobre a atualidade a partir da história e da literatura, enquanto o painel “aos lugares do espírito” em colaboração com a Trenitalia, apresentou novas formas de promoção do território e do turismo. E à noite “O Festival da Primavera”, encenado pela Companhia de Dança Oda sob a orientação do bailarino e coreógrafo Ermanno Sbezzo, contou com grande participação do público apesar do mau tempo.

Fonte: Vatican News

------------------------------------------------------------------------.

“Geradores de esperança”: o diálogo entre o cardeal Zuppi e a reitora da Católica

O seminário de estudos que todo ano reúne professores de Teologia e assistentes pastorais sobre temas culturais, teológicos e científicos foi concluído na sede romana da Universidade Católica da Itália.

Vatican News

“A universidade não é apenas um lugar onde se aprendem conteúdos, mas também onde se ajuda os jovens a compreender a dimensão do 'nós'” - assim disse o cardeal Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana, em uma das passagens mais significativas do seu discurso, no diálogo com a professora Elena Beccalli, reitora da Universidade Católica, moderado por Alessandro Zaccuri, diretor de Comunicações da instituição, realizado na última quinta-feira (12/09) na sede em Roma. O encontro conclui o seminário de estudos de 4 dias que reúne anualmente professores de Teologia e assistentes pastorais, intitulado “Geradores de esperança. No caminho com os jovens à luz do Jubileu”.

Não apenas segurança, mas paixão

“Às vezes, pensa-se que ser gerador de esperança significa dar certezas. Essas certezas são ótimas, mas é preciso sonhar, ter esperança e transmitir paixão”, continuou o cardeal Zuppi. ”O Jubileu, um evento público que também afeta a vida social, pode ser um momento de verdadeira mudança, compreensão, ajuda e, ao mesmo tempo, também alimenta paixões".

A formação de jovens é uma semente de esperança

“A Universidade Católica e nós, pesquisadores, temos uma grande responsabilidade: devemos nos ver como verdadeiros 'construtores de esperança', por meio de estudos e mudanças que possam provocar uma mudança de visão em relação ao tempo presente”, disse a reitora Beccalli. ”Isso é possível ouvindo e compreendendo os jovens e nos concentrando em uma perspectiva educacional. Trabalhar ao lado dos jovens, cuidando deles, educando-os no desejo de participar da vida social, bem como na construção de projetos, é uma semente plantada para dar origem à esperança”.

Discutindo os temas da educação, da pesquisa, do mundo do trabalho, das expectativas dos jovens e da relação entre as gerações, o cardeal Zuppi enfatizou que “no contexto atual, marcado por numerosas guerras, a esperança parece não existir. Mas a esperança vai além e procura o que não se vê agora. É começar uma busca agora, mas cujos frutos só serão vistos com o passar do tempo: é por isso que a esperança cristã responde à esperança do mundo”.

Consciência do limite

“Trabalhar ao lado dos jovens, cuidar deles, educá-los no desejo de participar da vida social, bem como na construção de projetos, é uma semente plantada para fazer nascer a esperança”, acrescentou a professora Beccalli. ”Como docente, posso dizer que o desejo dos jovens de participar é grande: é por isso que não devemos dar nada por garantido, pelo contrário, devemos saber como entender e cultivar cada pequena coisa, começando precisamente pelos novos recrutas. Nossa tarefa”, continuou Beccalli, ”é também educar os jovens na consciência dos limites, que não devem ser vistos como algo negativo. A sociedade eleva o nível criando desilusão nos jovens, mas, na realidade, até mesmo o limite tem um valor a ser extraído para o nosso crescimento pessoal e o da sociedade”.

O gosto pela beleza

“A esperança é que todos os jovens que estão em nossas escolas, muitos dos quais chegaram de muitos países, encontrem segurança, para mostrar suas habilidades e estímulos”, prosseguiu o cardeal Zuppi. ”Não estou falando apenas de segurança no emprego e na vida, mas também de estímulos intelectuais e profissionais, o gosto por construir algo belo e novo. Às vezes há poucos estímulos, há pouca estabilidade, vemos uma diferença salarial impiedosa entre os países estrangeiros e nós. Vamos trabalhar para que esses jovens encontrem muitos estímulos, para que não apenas valha a pena ficar, mas também para que tenham prazer em ficar, a fim de construir com criatividade algo que ainda não existe”.

As conclusões

Claudio Giuliodori, assistente eclesiástico-geral da Universidade Católica e presidente da Comissão Episcopal para a Educação Católica, Escolas e Universidades, formulou as conclusões do seminário de estudo: “durante esses 4 dias, compartilhamos um programa muito intenso, abordando questões que contribuem para o crescimento de cada um de nós e de toda a comunidade universitária, juntamente com a consciência de quão amplo é o potencial de cada um de nós e em uma dimensão de conhecimento que, com a ajuda da ética e da teologia, se torna sabedoria”, disse o bispo. “A esperança é a memória viva do futuro, e o futuro não é a incerteza, mas a expectativa de uma realização já em andamento: esse é o chamado para participar do evento do Jubileu, a fim de aprofundar ainda mais os dinamismos tanto da comunidade social quanto da comunidade acadêmica. O mundo avança em complexidade e em desafios contínuos e difíceis, mas é gerador precisamente por causa da esperança que para nós é certa e bem enraizada”.

Fonte: Vatican News

------------------------------------------------------------------------.

STP - Condições educativas carentes para deficientes visuais

São Tomé e Príncipe não está preparado para responder à situação dos cegos. É quanto afirmou a Presidente da Associação dos Cegos e Amblíopes, ACASTEP, Eugénia Neto. Ela falava no contexto da visita do Presidente da União Africana dos Cegos, Lucas Amoda, que esteve recentemente naquelas ilhas equatoriais para avaliar, junto da ACASTEP, o impacto do seu trabalho no país.

Melba de Seita - São Tomé e Príncipe 

O encontro teve lugar no dia 9 de setembro de 2024 e, na ocasião, Eugénia Neto, que é também Diretora do Gabinete de Educação Especial, lamentou o facto de as pessoas com deficiência visual não poderem frequentar a escola. Ela reconheceu que o país não está preparado para dar resposta a esta situação, mas tem esperança no futuro.

A União Africana dos Cegos foi instituída em 1987 e trabalha com os 53 países membros.  Lucas Amoda frisou que a educação dos cegos deveria ser uma área prioritária em São Tomé e Príncipe.

Preocupado com a situação, o presidente da União Africana dos Cegos prometeu tudo fazer para apoiar a ACASTEP na área da educação.

Fonte: Vatican News

------------------------------------------------------------------------.

Na Coreia do Sul, Igreja organiza iniciativas para manter acesa a chama da paz

"A dor da divisão está profundamente presente nos corações dos norte-coreanos", disse uma refugiada. Existem atualmente cerca de 34.000 refugiados norte-coreanos no Sul e mais de 90% deles estão permanentemente integrados no tecido da sociedade sul-coreana há mais de cinco anos. “Se no passado o apoio da Igreja Católica foi sobretudo útil para a fase inicial de inserção, agora é necessário o acompanhamento espiritual e pastoral destas pessoas", disse padre Jung.

O desejo de reconciliação e de paz na Península Coreana deve ser alimentado diariamente no âmbito humano, político, social e espiritual: com esta convicção o Comitê de Reconciliação da Arquidiocese de Seul organiza iniciativas que visam “manter viva a chama da paz” entre Coreia do Sul e Coreia do Norte, numa época em que as relações bilaterais são muito tensas e difíceis.

A esperança é sempre confiada aos jovens: nos dias passados, por exemplo, a Igreja em Seul organizou uma peregrinação internacional pela paz na zona desmilitarizada - a faixa de território que divide a Coreia do Norte e a Coreia do Sul -, intitulada “Ventos da Paz”, realizada todos os anos desde 2012. A peregrinação é patrocinada pelo Ministério da Cultura, Desporto e Turismo e pelo Ministério da Unificação e neste ano contou com a participação de cerca de 300 jovens, na sua maioria coreanos, mas também vindos de Espanha, Eslováquia e Malásia e de outros países.

Guiados por sacerdotes e consagrados, os jovens viveram a experiência de caminhar com o espírito e assim se tornarem “apóstolos da paz”.

Os peregrinos visitaram pela primeira vez o Observatório da Unificação em Odusan, de onde puderam olhar para o território Norte e vislumbrar a região de Hwanghae, para além do Rio Imjin, o curso de água que - convergindo com o Rio Han no Sul - deságua no Mar ocidental. Posteriormente, os jovens viajaram no “Trem da Unificação”, o KTX, onde são organizadas exposições e experiências multimídia, com visores de realidade virtual, que permitem uma espécie de “viagem no tempo”, entre o passado e o futuro.

Depois, ampliaram sua compreensão da paz e da reconciliação inter-coreana, ouvindo o testemunho de um fugitivo da Coreia do Norte, há cerca de dez anos. Durante a peregrinação, pontuada por momentos de espiritualidade, os jovens rezaram pela paz na península coreana recitando a oração “Senhor, faze de mim um instrumento de vossa paz”, atribuída a São Francisco.

Entre os participantes, Raffaella Kim I-soo, uma coreana de 21 anos: “Esta peregrinação - disse ela - foi uma oportunidade para refletir profundamente sobre o que é a paz".

Frei Daniel, que conduziu o encontro de oração de Taizé durante a peregrinação, disse que “pela reconciliação e pela paz podemos fazer algo hoje, agora. E os jovens podem perceber isso na oração”.

Outra iniciativa de oração pela paz é a Missa especial de Ação de Graças celebrada na Igreja do Arrependimento e da Expiação em Uijeongbu, uma cidade fronteiriça, com a participação de refugiados norte-coreanos que vivem no Sul. A celebração foi co-organizada por três comitês diocesanos para a reconciliação das Dioceses de Seul, Suwon e Uijeongbu, que convidaram refugiados norte-coreanos e suas famílias estabeleceram-se na Coreia do Sul.

“A dor da divisão é profundamente sentida pelos norte-coreanos que estão separados das suas famílias que ainda permanecem no Norte”, disse o padre Ignatius Sooyong Jung, vice-presidente do Comitê de Reconciliação de Seul, que presidiu à Celebração Eucarística. O sacerdote recordou uma frase frequentemente usada em referência aos irmãos na fé que viveram ou ainda vivem do outro lado da fronteira: “Enquanto te lembrares deles, eles viverão. E seus desejos se realizarão, desde que reze por eles." "Na Missa de hoje, lembramos e rezamos juntos pelos nossos queridos familiares falecidos, pelos nossos parentes e vizinhos que moram longe daqui, e pelos da cidade natal de cada um de vocês: pedimos a Deus a graça de poder visitá-los novamente um dia", disse o padre Jung em sua homilia.

Anna Han, uma refugiada que atualmente vive em Seul, testemunhou que conheceu amigos de sua cidade natal que vivem na província de Gyeonggi "e tivemos um reencontro há muito esperado. Guardo com carinho as memórias da minha família no Norte e rezei pelos meus parentes durante a Missa. Espero voltar para minha cidade natal um dia." "Todo Ano Novo e todo Dia de Ação de Graças, levo meus filhos a lugares onde posso ver a Coreia do Norte de perto e conto-lhes histórias sobre meus parentes no Norte. A dor da divisão está profundamente presente nos corações dos norte-coreanos", disse ela.

Francesca Romana Mikyung Kim, católica, líder do grupo “North Korean Defectors Team” (“Equipe de desertores norte-coreanos") em Seul, está entre os organizadores do encontro. O grupo pretende organizar outras iniciativas de carácter cultural, social e espiritual no ano pastoral 2024-2025.

Conforme relatado pelo padre Jung, membro do Comitê de Reconciliação de Seul, existem atualmente cerca de 34.000 refugiados norte-coreanos no Sul e mais de 90% deles estão permanentemente integrados no tecido da sociedade sul-coreana há mais de cinco anos. “Se no passado o apoio da Igreja Católica foi sobretudo útil para a fase inicial de inserção, agora é necessário o acompanhamento espiritual e pastoral destas pessoas. Esta Missa, que envolveu três dioceses, foi uma oportunidade para crentes e não crentes, de reunir-se e rezar", acrescentou padre Jung.

A Arquidiocese de Seul criou o Comitê para a Reconciliação na Coreia em 1995, testemunhando a responsabilidade e o papel da Igreja Católica na reconciliação e unidade da Península Coreana. O Comitê está empenhado em diversas atividades pastorais, educativas e espirituais dedicadas à paz e à reconciliação na Península. - *Agência Fides - Fonte: Vatican News

*------------------------------------------------------------------------.s

Participam 368 pessoas na segunda sessão do Sínodo, 96 não-bispos e há 25 mudanças

 Cardeal Mario Grech explicou que o Sínodo é «antes de mais um momento de oração», e pediu orações às «paróquias do mundo inteiro»

O secretário-geral do  Sínodo afirmou na conferência de imprensa de apresentação da segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos que se trata, antes de mais, de «um momento de oração”, e o relator-geral apresentou os participantes.

“A primeira escuta de que necessitamos é a do Senhor, da sua Palavra confiada às Sagradas Escrituras, do seu Espírito que fala ao coração dos crentes”, salientou D. Mario Grech.

O cardeal maltês recordou “com gratidão e emoção” todos os que vão assegurar os trabalhos do sínodo “na oração”, convidando “as comunidades religiosas, especialmente as de vida contemplativa”, e todos os fiéis a “unirem-se numa oração coral”, para que sejam “dóceis à voz do Espírito Santo”.

“Como seria belo se, pelo menos aos domingos, em todas as paróquias do mundo inteiro, se rezasse em coro para invocar o Senhor sobre os trabalhos do Sínodo, dizendo: ‘Dai-nos, Senhor, corações ardentes e pés que caminham’”, acrescentou.

O relator-geral da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos explicou que a lista de participantes desta segunda sessão do Sínodo “não apresenta grandes alterações” em relação à primeira sessão, há um ano, e está dividida em três macro secções: os membros que “têm direito a voto”, que estão organizados pelo “título de participação”; os convidados especiais, e outros participantes.

No total são 368 membros, 272 investidos do munus episcopal e 96 não-bispos, e registam-se apenas 25 mudanças, “na sua maioria substituições”, indicou o cardeal Jean-Claude Hollerich.

Da lista fazem parte o presidente, o secretário-geral, nove presidentes delegados, o relator-geral e os dois secretários especiais, seguindo-se 20 membros das 15 Igrejas Católicas Orientais.

Existem 168 membros de Conferências Episcopais, onde há algumas alterações, dois membros ‘Bispos sem Conferência Episcopal’ e cinco elementos que presidem a Encontros Internacionais de Conferências Episcopais, participam também 10 membros da União dos Superiores Gerais e da União Internacional dos Superiores Gerais; 21 pessoas são responsáveis dos Dicastérios da Cúria Romana’, enquanto o Papa Francisco nomeou 57 pessoas.

Há 68 membros como testemunhas do processo sinodal, dois subsecretários da Secretaria Geral do Sínodo, e 14 membros do Conselho Ordinário que concluem o mandato nesta assembleia.

A segunda sessão do Sínodo dedicado à sinodalidade tem oito convidados especiais, os delegados fraternos passaram de 12 para 16, com autorização papal, devido ao “grande interesse” das Igrejas irmãs “neste caminho sinodal”; os 70 peritos foram divididos em três categorias: facilitadores, peritos teológicos e peritos comunicadores.

A lista termina com os membros da Secretaria Geral do Sínodo, os assistentes e os colaboradores, os membros da Comissão de Informação e da Comissão de Litígios, eleitos na primeira sessão do Sínodo.

Aos portugueses que participaram na primeira sessão da Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos – os delegados da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), o presidente e o vice-presidente, respetivamente D. José Ornelas e D. Virgílio Antunes, bispos de Leiria-Fátima e de Coimbra; o cardeal Tolentino Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e para a Educação da Cúria Romana; e nos “assistentes e colaboradores” o padre Paulo Terroso, da Arquidiocese de Braga, e Leopoldina Simões, assessora de imprensa – junta-se o cardeal D. Américo Aguiar, bispo de Setúbal, nomeado pelo Papa Francisco

Do programa destacam-se ainda dois momentos de retiro, uma celebração penitencial, uma vigília ecuménica e quatro fóruns teológico-pastorais.

Fonte: Agência Ecclesia

*-----------------------------------------------------.s

Sínodo 2021-2024: Vaticano divulgou metodologia de trabalho que vai oferecer ao Papa um documento final

«Não constitui o ponto final do processo sinodal, mas reúne a orientação da Assembleia, que é transmitida ao Santo Padre, a quem cabe decidir como relançá-lo a toda a Igreja», assinala a Secretaria-Geral do Sínodo

A Santa Sé promoveu hoje uma conferência de imprensa de apresentação da segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, onde divulgou a metodologia de trabalho, de 2 a 27 de outubro, no Vaticano.

“Todo o processo do Sínodo 2021-2024 é guiado por uma pergunta fundamental: “como se realiza hoje, a diversos níveis (do local ao universal), aquele ‘caminhar juntos’ que permite à Igreja anunciar o Evangelho, de acordo com a missão que lhe foi confiada; e que passos o Espírito convida a dar para crescer como Igreja sinodal?”, explica a Secretaria-geral do Sínodo, na informação enviada aos jornalistas.

O Instrumento de Trabalho (Instrumentum Laboris) da segunda sessão recolhe e apresenta sinteticamente o fruto da consulta promovida pelo documento até outubro de 2024 “concentrando-se em particular na pergunta”: ‘Como ser uma Igreja sinodal em missão?’; a tarefa desta sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo, é concluir o discernimento e oferecer o resultado ao Papa “no Documento Final”.

Os trabalhos da Assembleia Sinodal vão ser divididos em “cinco Módulos” e cada um inclui sessões em Assembleia Plenária, Congregações Gerais, e em Grupos de Trabalho; os primeiros quatro módulos têm um “foco temático específico” – o módulo introdutório “dedicado ao tema proposto na Secção Fundamentos”, os três seguintes abordam “o tema proposto nas Secções Parte 1/Relações; Parte 2/Caminhos e Parte 3/Lugares – e o módulo conclusivo é a “discussão e aprovação” do documento final desta XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos.

Cada um dos quatro primeiros módulos terá a mesma estrutura: breve apresentação do tema pelo relator-geral; duas sessões dos Grupos de Trabalho, dedicadas ao “estudo aprofundado” do tema; três Congregações Gerais (duas para o Módulo de Fundamentos) para discutir o tema a partir dos Grupos de Trabalho; uma sessão dos grupos é para elaborar o resumo que será entregue à secretaria-geral.

O trabalho do ‘Módulo conclusivo’ é organizado a partir da apresentação de um ‘Projeto de Documento Final’, que será discutido na Congregação Geral e sobre o qual os Grupos de Trabalho vão formular “emendas”, texto que é “apresentado à Assembleia Plenária para aprovação”.

Os grupos de trabalho, com 10 a 12 pessoas, são formados pela Secretaria-geral “com base nas preferências de idioma” e terão duas configurações, uma para os módulos ‘Fundamentos’ e ‘conclusivo’, e outra para os três módulos centrais, para permitir interação com “um grande número de participantes”, e aprofundar o “discernimento juntos por mais tempo”.

O trabalho dos grupos em cada módulo prevê três sessões, é estruturado no método da ‘Conversação no Espírito’ e os participantes vão “tomar a palavra”, “dar espaço para o Outro” e “construindo juntos”; no final, os representantes dos 36 Grupos de Trabalho reúnem, “dividindo-se em cinco Mesas Linguísticas” (inglês, italiano, francês, espanhol e português e animados “por um Facilitador”, têm “um Perito em teologia”, e vão “elaborar um breve relatório síntese” para apresentar na Congregação Geral seguinte, com as principais questões a discernir.

Nas Congregações Gerais são ouvidos os relatórios das Mesas Linguísticas e, no processo de discernimento conduzido pela Assembleia, “são os momentos que mais representam e fazem experimentar a universalidade e a catolicidade da Igreja”; na última Congregação Geral de cada um dos Módulos 2-3-4, há um tempo para “intervenções livres sobre toda a parte do IL em discussão”.

“O Documento Final não constitui o ponto final do processo sinodal, mas reúne a orientação da Assembleia sobre os temas abordados, que é transmitida ao Santo Padre, a quem cabe decidir como relançá-lo a toda a Igreja, abrindo a fase que a Constituição Apostólica Episcopalis communio chama ‘de aplicação’”, realçam.

Fonte: Agência Ecclesia

*-------------------------------------------------------.x

Nas ruas de Quito, a procissão a Jesus no 53° Congresso Eucarístico Internacional

Por Diego López Marina

O centro histórico de Quito, Equador, testemunhou uma grande expressão de fé e devoção no sábado (14), quando milhares de fiéis se reuniram para acompanhar o Santíssimo Sacramento em procissão no 53º Congresso Eucarístico Internacional.

O ambiente estava repleto de profunda reverência, cantos e louvores, enquanto peregrinos de mais de 50 países dos cinco continentes caminhavam ao lado de Jesus Eucarístico pelas ruas históricas da cidade, que é reconhecida como patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). A procissão foi conduzida por centenas de bispos, sacerdotes, diáconos e seminaristas também de diversas partes do mundo.

Às 16h30 (horário local), na igreja de São Francisco, foi celebrada uma missa antes da procissão. A missa foi celebrada pelo arcebispo de Guayaquil, Equador, dom Luis Cabrera, presidente da Conferência Episcopal Equatoriana.

O bispo equatoriano disse aos quase 5 mil fiéis na praça de São Francisco que a “Eucaristia nos convida a uma fraternidade para salvar as vidas do mundo pessoal e social, muitas vezes causado pelo ressentimento, pela violência, pela indignidade e pela morte”.

“Jesus não só nos salva do pecado, mas também nos oferece a vida eterna, para que possamos curar as feridas do mundo, assim como Ele nos redimiu entregando-se na cruz”, disse.

Por fim, dom Cabrera fez um apelo à ação: “Como fraternidade comprometida com a salvação do mundo, renovemos o nosso firme propósito de trabalhar incansavelmente pela liberdade, justiça e paz, tanto nos nossos países como em todo o mundo”.

No final da missa, a procissão começou com centenas de pessoas ajoelhadas rezando antífonas de adoração. A jornada começou com a canção “Deus de Amor” e depois seguiram-se outras canções de adoração. Ao longo do percurso de 1,3 km, mais de 120 tapetes de flores cuidadosamente confeccionados adornavam o caminho até a basílica do Voto Nacional.

A procissão prosseguiu de forma solene, acompanhada de cantos e parando em sete estações. Em cada estação foram feitas orações com diferentes intenções: pelo papa e pela Igreja; pelo país, pela cidade e pelos governantes; pela vida consagrada; pela família; pela paz; por crianças e jovens; e por sacerdotes e agentes pastorais.

O ostensório, em todos os momentos, foi o centro de todos os olhos e corações ao longo do caminho até a basílica. Das varandas, esquinas ou peregrinos atrás da Eucaristia, os fiéis, uns com lágrimas e outros com sorrisos, adoravam o Cristo vivo com canções clássicas como “Vamos cantar ao amor dos amores”, “Pescador de homens”, “Um novo mandamento”, entre outras.

Ao chegar à basílica do Voto Nacional, o Santíssimo Sacramento foi levado ao interior do templo. A bênção final com o Santíssimo Sacramento foi dada pelo arcebispo emérito de Caracas, cardeal Baltazar Porras, legado pontifício do 53° Congresso Eucarístico Internacional. Foi um momento cheio de fervor, com o povo em oração e contemplação diante da presença real de Cristo.

Depois da bênção, os fiéis foram convidados a continuar o culto ao Santíssimo Sacramento e à missa de encerramento do Congresso, celebrada ontem (15) no Parque Bicentenário, às 10h (horário local).

Fonte: ACIDigital

---------------------------------------------------.

Próximo Congresso Eucarístico Internacional será em Sydney, Austrália

Por David Ramos, Diego López Marina

A próxima sede do Congresso Eucarístico Internacional será Sydney, Austrália. O anúncio foi feito ontem (15) na missa de encerramento do 53° Congresso Eucarístico Internacional em Quito, Equador.

A missa foi celebrada pelo arcebispo emérito de Caracas, Venezuela, cardeal Baltazar Porras, legado pontifício do Congresso Eucarístico Internacional.

No final da cerimônia, o cardeal Porras disse: “Em nome e por mandato do papa Francisco, anuncio-vos que o 54º Congresso Eucarístico Internacional terá lugar na cidade de Sydney, Austrália”, em 2028.

Sydney foi sede do 29º Congresso Eucarístico Internacional em 1928.

O papel da Eucaristia na Igreja nascente em Sydney

Em vídeo exibido no evento, o arcebispo de Sydney, dom Anthony Fisher, se disse “encantado em convidar todos vocês para a nossa cidade portuária em 2028 (...) 100 anos depois de Sydney ter sediado este grande evento”.

“A história da fé católica em Sydney é, em muitos aspectos, uma história do poder da Eucaristia na construção da Igreja de Deus a partir de origens humildes”, disse o bispo. “No início do período colonial da nossa cidade, nos tempos quando não havia clero e o culto católico era proibido, era o Santíssimo Sacramento contido numa âmbula na casa de um leigo que sustentava os fiéis”, disse.

A hóstia, disse dom Fisher, foi deixada pelo padre Jeremiah O'Flynn “antes da sua deportação” e “serviu como centro da nossa primeira comunidade católica”.

 “Ali, num quartinho de uma casa simples, homens, mulheres e crianças se reuniam para adorar a presença do Senhor entre eles”.

“Uma grande ocasião de graça”

O bispo auxiliar de Sydney, dom Danny Meagher, disse à ACI Prensa, agência em espanhol da EWTN, que é preciso “que a vida na Igreja de Sydney floresça".

“O arcebispo Anthony Fisher, reconhecendo a importância do Congresso Eucarístico Internacional, espera que seja um grande sucesso, não só para Sydney e a Austrália, mas também para todos os que participam”.

“Esperamos que seja uma grande ocasião de graça para todos os participantes, para que voltem para casa com um verdadeiro sentido de graça, formados e transformados pelo que aprenderam”, disse dom Meagher.

O bispo disse que “o desafio para nós é organizar um Congresso Eucarístico Internacional muito bom”. “Eu mediria o sucesso se conseguirmos tocar o coração das pessoas e abrir a mente à riqueza da Eucaristia, entrando em Deus”, disse o bispo.

“Cristo nos dá a sua vida, introduz-nos no seu mistério pascal e envia-nos ao mundo. Através de apresentações de qualidade que tocam a mente com boa teologia, e também conectam o coração e o espírito através de boa liturgia e entretenimento, buscamos envolver as pessoas verdadeiramente”, disse dom Meagher.

Fonte: ACIDigital

-------------------------------------------------.x

Catedral de Notre-Dame de Paris será reaberta em dezembro

O Arcebispo de Paris, Dom Laurent Ulrich, destacou que esta reconstrução é “uma verdadeira ação de graças, um ato de Fé”.

No dia 15 de abril de 2019 um incêndio atingiu a Catedral de Notre-Dame de Paris. As chamas colapsaram a torre do templo e causaram um estrago em parte de sua estrutura. Equipes do corpo dos bombeiros demoraram 15 horas para extinguir o incêndio por completo.

A meta será alcançada

Nos dias que se seguiram, 340 mil doadores provenientes de 150 países enviaram um valor total de 846 milhões de euros para ajudar na reconstrução da Catedral de Notre-Dame de Paris. Diante disso, o estado francês, proprietário do edifício, se comprometeu a reconstruir a Catedral em cinco anos.

De acordo com o Arcebispo de Paris, Dom Laurent Ulrich, a meta será alcançada e no dia 7 de dezembro Notre-Dame estará novamente aberta ao público. O prelado, que foi nomeado pelo Papa em 2022, explicou que a Catedral francesa será bem diferente do que era, pois ela assumiu cores que não tinha antes do incêndio. “Não vejam apenas as pedras magníficas, não esqueçam que isto é um presente de Deus e um presente para Deus”, afirmou.

Uma verdadeira ação de graças

O Arcebispo destacou que esta reconstrução é “uma verdadeira ação de graças, um ato de Fé. Foi preciso muita Fé para dizer que isso seria feito em cinco anos. Foi preciso muita Fé para dizer, um dia depois de vermos a flecha cair, que essa flecha voltaria. Foi preciso muita Fé para dizer que em tão pouco tempo poderíamos voltar aqui, tanto para celebrar o mistério de Cristo como também para acolher milhares de peregrinos ou visitantes todos os dias como antes, e ainda mais do que antes, pois espera-se que o número aumente”.

Dom Laurent Ulrich concluiu ressaltando que os dias de reabertura “serão de grande alegria, simplicidade e interioridade. Esta alegria não deve ser uma alegria de celebração pagã, de celebração excessiva. Deve ser simplesmente a alegria de uma cidade inteira que aqui encontra o seu coração e que sabe que Notre-Dame é o lugar onde todos podem vir e encontrar-se. Todos podem vir e refletir, todos podem vir e encontrar forças para suas vidas”. (EPC)

Fonte: Gaudium Press

------------------------------------.

Do dia 15/9/2024

Romaria da Pastoral da Sobriedade no Santuário de Aparecida

Missa foi presidida por Dom Orlando e concelebrada por Dom Nélio, referencial da Pastoral na CNBB

Escrito por Laís Silva

Neste domingo (15), o Santuário Nacional acolheu a Romaria da Pastoral da Sobriedade, uma ação concreta da igreja na prevenção e recuperação da dependência química. O grupo realizou um congresso neste fim de semana, em Aparecida que culminou na celebração das 8h, no Altar Central.

A Santa Missa foi presidida pelo arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes e concelebrada pelo bispo Dom Nélio Domingos Zortea, Bispo de Cruz Alta, RS, referencial da pastoral da Sobriedade na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e por sacerdotes presentes.

Dom Orlando iniciou sua homilia saudando e agradecendo o trabalho tão importante da pastoral da sobriedade.

“Muito obrigado por esse trabalho tão corajoso e de tanta esperança na recuperação dos drogados. Estão nos dando esse testemunho: Drogado pode ser recuperado. Na sua pessoa saúdo a toda a bendita pastoral da sobriedade”.

Em seguida continuou sua reflexão sobre a leitura deste domingo, destacando a necessidade de conhecer Jesus diariamente.

“A leitura de hoje fala de um assunto só, o assunto é esse: conhecer Jesus. Vocês acham que eu conheço Jesus? Estou conhecendo e eu não sou criança, tenho 78 anos, estou crescendo cada dia no conhecimento de Jesus, porque conhecer Jesus não é uma teoria, não é uma ideologia, e uma experiência, é um encontro transformante e transfigurante. Em cada oração, em cada palavra da escritura, nós vamos sempre conhecendo Jesus”.

O arcebispo deu continuidade refletindo o assunto abordado nas leituras:

“Na Bíblia, o verbo conhecer é ser íntimo, é ser amigo, é seguir Jesus e por isso mesmo conhecer Jesus para seguir Jesus. O que as palavras que ouvimos hoje nos ajudam? A conhecer Jesus!

Primeira leitura Jesus dizendo: o Pai é meu auxiliador e eu sei que vou sofrer, então a sagrada escritura desde o antigo testamento nos está apontando para Jesus. Na segunda leitura, conhecer e seguir Jesus é ter uma fé, mas não é uma fé teórica, é uma fé prática, olha o que falou a leitura: vem um pobre, um doente, um drogado, eu digo Deus te abençoe, até logo, vai embora e seja feliz. Isso é falso isso não é fé, a fé sem obras é morta. Na nossa fé e nas nossas boas obras nós vamos conhecendo Jesus”.

Ele deu sequência, refletindo sobre o Evangelho do dia, que nos conta sobre a fé de maneira rasa, dando o exemplo de Pedro, que achava conhecer Jesus de forma profunda. E explicou que quando Jesus pergunta: quem eu sou? A resposta foi uma confusão e que hoje ainda somos assim. Quando Pedro respondeu que Jesus era o Messias, ele acertou, mas não bastava, pois não o conhecia profundamente.

“Vendo que Pedro tinha boa vontade, mas não tinha profundidade, Jesus disse: querido, você quer me conhecer e quer me seguir. Primeira coisa: renuncie-se a si, trabalhe o teu ego, porque o nosso ego é doente, é inflado. Nós temos o ego de Adão, Adão teria onipotência, tudo o que vemos de guerra é onipotência de um ego adâmico, farisaico, porque o ego do fariseu nunca aceitou Jesus”.

É preciso reconhecer nossa humildade, reconhecer que somos pequenos, e devemos pedir ajudar ao Senhor para que Ele nos ajude a sermos pequenos, humildes, para que Ele nos ajude a servir os irmãos. Não podemos ser egoístas, é preciso constantemente fazer uma autoanalise, para sermos melhores a cada dia.

“Jesus coloca o dedo na ferida, renuncia-te a ti mesmo, tome a cruz, porque sem renúncias, nós não abraçamos a cruz. A pastoral da sobriedade abraçou uma das cruzes mais difíceis, acreditar na recuperação de todos os dependentes químicos. Ó, gente de esperança, gente de fé, gente de caridade, gente que tem um ‘eu’ bem humilde e por isso espera vencer esse Golias que é o tráfico de drogas. Jesus, contigo queremos crer na recuperação, contigo ouvindo a palavra do papa, vamos cuidar, cuidar da fragilidade”.

E assim Dom Orlando encerrou sua homilia, agradecendo e reconhecendo mais uma vez o trabalho importante e bonito da Pastoral da Sobriedade e pedindo a Deus que nos ajude a sermos humildes, caridosos e servos do Senhor. Fonte: A12.com

------------------------------------------------------------------.

Papa no Angelus: o verdadeiro encontro com Jesus transforma a vida

Conhecer Jesus e se relacionar com Ele, deixando-se tocar e incomodar pelo Evangelho: este é o cerne da reflexão de Francisco, que, no Angelus deste domingo, 15 de setembro, exorta os fiéis a se converterem, abandonando a mentalidade do mundo: "Tudo muda se você realmente conheceu Jesus!"

Thulio Fonseca - Vatican News

Neste domingo (15/09), durante a alocução que precede a oração mariana do Angelus na Praça São Pedro, o Papa Francisco refletiu sobre o Evangelho de São Marcos e sublinhou a importância de uma verdadeira relação pessoal com Jesus, que vai além do simples conhecimento teórico.

Diante da pergunta de Jesus aos discípulos, presente na liturgia de hoje: "E vós, quem dizeis que eu sou?" (Mc 8,29), o Pontífice destacou que Pedro respondeu corretamente, afirmando que Jesus é o Cristo. No entanto, logo em seguida, ao ouvir sobre o sofrimento e a morte do Senhor, Pedro se opôs, demonstrando que sua compreensão ainda era limitada pela visão humana e mundana.

Conhecer Jesus verdadeiramente 

Segundo Francisco, conhecer Jesus não se resume a ter informações teóricas sobre Ele, recitar orações ou saber responder corretamente a perguntas de catecismo:

"Na realidade, para conhecer o Senhor, não basta saber algo sobre Ele, é preciso segui-Lo, deixar-se tocar e mudar pelo Seu Evangelho. Trata-se de ter com Ele uma relação, um encontro que transforma a vida."

O Pontífice então reforçou que essa transformação autêntica leva a mudanças profundas: "Eu posso conhecer muitas coisas sobre Jesus, mas se não O encontrei, ainda não sei quem é Jesus. É necessário esse encontro que muda a vida: muda o modo de ser, muda o modo de pensar, muda as relações que você tem com os irmãos, a disposição para acolher e perdoar, muda as escolhas que você faz na vida. Tudo muda se você realmente conheceu Jesus! Tudo muda."

Deixar-se "incomodar" pelo Evangelho

Referindo-se às palavras de Dietrich Bonhoeffer, pastor luterano que se opôs ao nazismo, quando afirmou "O problema que nunca me deixa tranquilo é o de saber o que o cristianismo realmente é para nós hoje, ou mesmo quem é Cristo", o Santo Padre alertou contra o perigo de uma fé que se mantém estática e longe de Deus, pois "infelizmente, muitos já não se fazem mais essa pergunta e permanecem tranquilos, adormecidos, mesmo longe de Deus". E, em seguida, fez um convite aos fiéis a se questionarem:

"Eu me deixo incomodar? Eu me questiono sobre quem é Jesus para mim e qual é o lugar que Ele ocupa na minha vida? Que nossa mãe Maria, que conhecia bem Jesus, nos ajude com essa pergunta", concluiu o Papa Francisco.

Fonte: Vatican News

*--------------------------------------------------------------------------------.s

Francisco: cessem os conflitos, a violência e o ódio. Busquem soluções de paz

Ao final do Angelus deste domingo (15/09), o Papa reforçou seu apelo pela paz em todos os países que sofrem com a guerra. O pontífice lembrou a beatificação de Moisés Lira Serafín, no México, e expressou solidariedade aos pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) e suas famílias.

Thulio Fonseca - Vatican News

Da janela do Palácio Apostólico, após a oração do Angelus deste domingo, 15 de setembro, o Papa Francisco, por meio de uma série de apelos, manifestou sua solidariedade às vítimas de desastres naturais e conflitos violentos no mundo. O Papa também recordou a beatificação de Moisés Lira Serafín, ocorrida na Cidade do México, e assegurou suas orações pelas pessoas que sofrem devido à Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).

Solidariedade com Vietnã e Mianmar

Francisco expressou sua proximidade com as populações do Vietnã e de Mianmar, que estão sofrendo devido a inundações provocadas por um potente tufão e afirmou rezar pelos falecidos, pelos feridos e pelos deslocados. "Que Deus sustente aqueles que perderam seus entes queridos e suas casas, e abençoe aqueles que estão oferecendo ajuda."

Em um telegrama assinado pelo Secretário de Estado, cardeal Parolin, o Papa Francisco expressou suas condolências pelas vítimas do forte tufão que atingiu o país asiático, que ...

A dor das mães que perderam seus filhos em guerras

O Papa não deixou de fazer um forte apelo em prol da paz em todas as áreas do mundo afetadas por conflitos armados: “E não nos esqueçamos das guerras que ensanguentam o mundo. Penso na martirizada Ucrânia, em Mianmar, penso no Oriente Médio. Quantas vítimas inocentes!”

Francisco expressou sua dor ao recordar as mães que perderam filhos em guerras: “Quantas vidas jovens ceifadas! Penso em Hersh Goldberg-Polin, encontrado morto em setembro, junto a outros cinco reféns em Gaza. Em novembro do ano passado, conheci sua mãe, Rachel, que me impressionou pela sua humanidade. Eu a acompanho neste momento.” Em seguida, o Pontífice pediu veementemente o fim do conflito no Oriente Médio: 

“Rezo pelas vítimas e continuo próximo de todas as famílias dos reféns. Cesse o conflito na Palestina e em Israel! Cessem as violências, cesse o ódio! Que libertem os reféns, prossigam as negociações e se encontrem soluções de paz.”

Beatificação de Moisés Lira Serafín

Ao se referir à beatificação de Moisés Lira Serafín, ocorrida na Cidade do México no último sábado, 14 de setembro, o Papa recordou o sacerdote e fundador da Congregação das Missionárias da Caridade de Maria Imaculada. Francisco destacou a importância do trabalho do beato como exemplo para os clérigos:

“Que seu zelo apostólico estimule os sacerdotes a se dedicarem sem reservas ao bem espiritual do povo santo de Deus.”

Dia dos Pacientes com ELA na Itália

Por ocasião do Dia dedicado aos pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) na Itália, o Santo Padre também dirigiu uma saudação às pessoas que sofrem com esta doença e suas famílias: “Asseguro minhas orações pelos pacientes e por seus familiares; incentivo o trabalho de pesquisa sobre esta patologia e agradeço o trabalho das associações de voluntariado.”

Fonte: Vatican News

*--------------------------------------------------------------------------------.s

Papa às famílias peregrinas em Pompeia e Loreto: tornem-se instrumentos de paz

Por ocasião do 17º Peregrinação Nacional das Famílias pela Família, que este ano tem como tema "Fazei tudo o que Ele vos disser", o Pontífice enviou uma mensagem ao presidente da RnS, Giuseppe Contaldo, organizador do evento, para louvar esse momento de oração que envolve pais, filhos e avós. O cardeal Zuppi: “É um caminho que tem o sabor do povo.”

Vatican News

Um momento de "oração em coro", que “envolve pais, filhos e avós, sustentando-os na caminhada com a força da fé”. É isso que representa para o Papa Francisco “a 17ª Peregrinação Nacional das Famílias pela Família”, promovida no sábado, 14 de setembro, nos santuários marianos de Pompeia e Loreto, pelo Renovamento no Espírito Santo (RnS), em colaboração com as prelazias pontifícias dos dois santuários, o setor da Conferência Episcopal Italiana (CEI) para a pastoral familiar e o fórum das associações familiares.

Em uma mensagem assinada pelo cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, dirigida a Giuseppe Contaldo, presidente da RnS, o Pontífice expressou sua alegria pelo evento e dirigiu a todos os participantes sua cordial saudação e proximidade espiritual. “Confiando ao olhar amoroso da Virgem Mãe as muitas famílias em dificuldade, aquelas em territórios de guerra ou afetadas por grande pobreza”, Francisco “une-se aos peregrinos para invocar o dom do Espírito Santo, a fim de que as famílias cristãs na Itália, na Europa e no mundo possam se tornar instrumentos de paz, testemunhando a beleza da vida em comum”.

Cardeal Zuppi: Maria, mestra de docilidade e esperança

Para o cardeal Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da CEI, a peregrinação é um “caminho com sabor popular”, no qual todos, “crianças, jovens, adultos e idosos”, testemunham “como o seguimento do Senhor Jesus diz respeito a todos, não apenas a alguns ou a certas categorias”. Em uma mensagem aos participantes, o cardeal destacou que o tema desta edição, “Fazei tudo o que Ele vos disser”, tirado do Evangelho de João, significa que a todos – como os servos nas bodas de Caná que encheram as talhas de água – “é pedido o mesmo trabalho: simples, humilde e confiante”.

Somos chamados, de fato, “a fazer a nossa parte no cotidiano, em nosso pequeno”, reafirma Zuppi, “para permitir que o Senhor transforme todos os nossos esforços em bom vinho”. “Neste nosso tempo, tão marcado pela guerra e pela violência”, além disso, “trabalhemos para nos tornarmos arautos e construtores de paz, enchendo nossas relações com a paz que surge da descoberta de Cristo Ressuscitado, vivo e presente”. “Estamos nas últimas curvas deste ano de preparação para o Jubileu”, conclui Zuppi, “e o Papa nos convidou a colocar a oração no centro da nossa preparação”. Nesse sentido, não há melhor mestra do que Maria “para aprender a docilidade e a esperança”.

Fonte: Vatican News

*--------------------------------------------------------------------------------.s

Beatificação de padre Moisés Lira Serafín é celebrada no México

Na Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, na Cidade do México, a cerimônia de beatificação do padre Moisés Lira Serafín foi presidida pelo cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, no último sábado, 14/09. O sacerdote beatificado foi missionário da Congregação do Espírito Santo e fundador da Congregação das Missionárias da Caridade de Maria Imaculada.

Vatican News

O novo beato da Igreja, que o Papa Francisco recordou no Angelus deste domingo (15/09), padre Moisés Lira Serafín, nasceu na região de Puebla, em 1893, e dedicou sua vida a guiar pessoas no caminho da fé e do amor a Deus. Fundador da Congregação das Missionárias da Caridade de Maria Imaculada em 1934, ele ajudou muitos a viverem como filhos amados por Deus. Faleceu em 1950, na Cidade do México, após uma vida marcada pelo apostolado e pela dedicação ao próximo.

Durante a homilia da beatificação, celebrada no último sábado, 14 de setembro, o cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, destacou a humildade e mansidão de padre Moisés, lembrando que ele buscava imitar Jesus, o Filho de Deus. O cardeal também mencionou seu papel como pai espiritual e comentou que o novo beato falava de Deus como um verdadeiro filho, com ternura e devoção, mesmo nos momentos de maior sofrimento físico.

Exemplo de superação e alegria

Mesmo enfrentando dificuldades pessoais desde a infância, incluindo a perda precoce de sua mãe e constantes mudanças devido ao trabalho de seu pai, padre Moisés manteve um caráter alegre e brincalhão, recordou o cardeal Semeraro. "Os que o conheceram testemunharam sua determinação em fazer os outros felizes. Até mesmo em meio a doenças graves, ele se esforçava para não ser um fardo e conservava seu senso de humor".

Carisma de diretor espiritual e confessor

O padre Moisés também se destacou pelo carisma como diretor espiritual, dedicando até oito horas por dia à confissão e ao acompanhamento de inúmeras pessoas em suas decisões de vida. O prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos destacou ainda, em sua homilia, que a espiritualidade de Moisés, desde a infância, transformou-se em paternidade espiritual, através da qual ele transmitia paz e confiança em Deus, elevando o espírito daqueles que o procuravam.

Milagre e intercessão

O milagre que levou à sua beatificação envolveu a cura milagrosa de uma mulher grávida, Rosa María Ramírez Mendoza, que, após um diagnóstico de uma grave anomalia fetal, decidiu confiar sua situação ao então venerável padre Moisés. Com fé, rezou por nove dias consecutivos pedindo sua intercessão. Surpreendentemente, em um exame posterior, a anomalia havia desaparecido e o bebê nasceu saudável.

Fonte: Vatican News

--------------------------------------------------------------------------------.

Paulo, apóstolo e mestre da Torá

O novo livro do padre Germano Lori e padre Francesco Giosuè Voltaggio, publicado pelas edições Paulinas, destaca a importância da educação judaica do Apóstolo Paulo, missionário que, com zelo, percorreu, incansavelmente, o coração do Império Romano para anunciar o mistério pascal de Cristo. No prefácio, o cardeal Pizzaballa afirma: “A figura de Paulo emerge com toda a sua riqueza”.

Débora Donnini – Cidade do Vaticano

Uma imersão na vida, nos escritos e no pensamento do Apóstolo dos Gentios é proposta no livro “Paulo, apóstolo e mestre da Torá completa”. O prefácio, assinado por Sua Beatitude, Cardeal Pierbattista Pizzaballa, Patriarca de Jerusalém dos Latinos, recorda a importância da tradução “ex-novo”, que os dois autores fizeram das fontes extra bíblicas, jurídicas e patrísticas; expressa também a esperança de que “a obra encontre a devida difusão no campo dos estudos da exegese bíblica”. O Cardeal escreve ainda: “Uma das características peculiares da obra é estar profundamente ancorada nas Escrituras e em constante diálogo com elas”.

Novidades

A grande obra, com mais de 500 páginas, foi elaborada por dois sacerdotes italianos, Padre Germano Lori e Padre Francesco Giosuè Voltaggio, ambos “fidei donum” do Patriarcado Latino de Jerusalém. Durante anos, os sacerdotes estiveram comprometidos, não apenas no estudo científico da pesquisa bíblica, mas também dedicando as suas vidas ao anúncio do Evangelho na Terra Santa. Juntos, decidiram criar uma obra, que pretendia ser inovadora, sob diversos pontos de vista, dirigida não apenas para o setor acadêmico, mas para quem quisesse descobrir, plenamente, o alcance de São Paulo para a fé e o pensamento cristão. Os autores começam sua obra ressaltando a matriz cultural do Apóstolo: formação religiosa judaica, educação helenística e cidadania romana.

Em entrevista à Rádio Vaticano – Vatican News, Padre Francesco Giosuè Voltaggio fala, antes de tudo, da formação de Paulo no contexto judaico, “iniciada não só nas Escrituras, mas também na tradição oral de Israel, na releitura das Escrituras, cuja tradição oral, à luz da sua realização última, desemboca na novidade do Messias”. Daí, nasce o título do livro: “Paulo, apóstolo e mestre da Torá completa”.

O primeiro aspecto, sobre o qual os autores insistem, portanto, é precisamente o “judaísmo” de São Paulo, “nem sempre valorizado suficientemente”, como observa Padre Voltaggio, que acrescenta: “Em segundo lugar, fizemos uma revisão da cronologia da vida de Paulo, com base particular no possível resultado do seu julgamento, estudando em profundidade, sobretudo, o sistema jurídico do Império Romano, que propõe também a sua possível libertação da prisão, no ano 62, segundo as decisões jurídicas romanas daquela época".

Enfim, o sacerdote explica: “Em relação à questão da autenticidade das Cartas “Deuteropaulinas” (Efésios, Colossenses, I Tessalonicenses) e das Cartas pastorais (I e II Timóteo e Tito), tentamos rever, criticamente, as posições consolidadas na exegese de hoje, ao longo dos tempos".

Conversão

Os autores dedicam espaço particular à conversão de Saulo, que, neste sentido, foi relevante o martírio de Estêvão, como explica ainda Padre Francesco Voltaggio: “Certamente, a aparição de Cristo a São Paulo foi uma manifestação sobrenatural, mas, sua conversão, de alguma maneia, dependeu de um processo por etapas. Achamos que uma das etapas fundamentais foi, como os Atos dos Apóstolos narram no capítulo sétimo, o fato de Paulo não ter sido apenas testemunha ocular do martírio de Santo Estêvão, mas ter aprovado seu assassinato. Ao ver como Estêvão perdoou seus inimigos, o amor de um homem pelos seus inimigos ou por aqueles que o matavam, certamente causou uma marca profunda na psicologia de Paulo, como também de modo implícito em alguns de seus escritos, mas, naturalmente, a sua conversão verdadeira e própria". Aqui, Padre Voltaggio, acrescenta: “Na tradição judaica, encontramos um lindo texto, que diz: 'Quem foi o maior herói de todos?' Alguns dizem: 'Aquele que consegue converter seu inimigo em amigo'."

Além das suas origens judaicas, a formação na cultura helenística e a cidadania romana foram fundamentais na vida de São Paulo. O apóstolo, judeu da diáspora, de língua e cultura gregas, foi educado também em Tarso, um centro famoso, também no que diz respeito à cultura, em particular, à retórica e filosofia helenísticas, uma importante escola de filosofia estoica. Tudo isso emerge em seus escritos.

O nome de Paulo era Saulo, em hebraico (שאול, Shaʾul), como recorda ainda Padre Voltaggio: “Paulo era cidadão romano, tanto é verdade que, muitas vezes, se apresentava com o nome latino ‘Paulus’ ou com o grego Pàulos (Παῦλος). Ele sabia confrontar-se com o mundo helenístico, com o mundo romano e com os procuradores Romanos; reivindicava seus direitos como cidadão romano, como também se nota em seus escritos, encarava a autoridade civil, inclusive a de Roma, como uma realidade desejada por Deus para o bem dos homens. De fato, Roma representava o ponto alto do seu projeto de evangelização, tanto que, precisamente, na Caput mundi, morreu como mártir".

Evangelização

No volume dos dois sacerdotes italianos, podem ser reconstituídas as viagens de Paulo, a obra de evangelização, a relação com as primeiras comunidades cristãs e com Pedro. Certamente, este foi um testemunho importante para os dias de hoje, como observa o autor do volume: “Paolo nunca agia sozinho. Antes de tudo, embora fosse depositário de uma revelação extraordinária de Jesus Cristo, o apóstolo foi apresentado por Ananias e por uma comunidade. Com o apoio de Barnabé, começou a fazer parte da primeira comunidade cristã de Antioquia, que o envia em missão; mantinha contato direto com a tradição apostólica e com os primeiros Pilares da Igreja, apesar de algumas tensões com Pedro, que sempre chamava Cefas, tinha grande respeito por ele e com ele mantinha profunda comunhão e unidade”.

Ainda segundo o autor do volume, “Paulo transmitia o que recebia, trabalhava em equipe e, em particular, colaborava com famílias missionárias, como Áquila e Priscila, e com mulheres, que mantinham um papel importante, como Lídia, nos Atos dos Apóstolos, mas sempre foi membro ativo na comunidade evangelizadora. Logo, ele nunca evangelizava sozinho, mas com a força impetuosa da primeiríssima comunidade. Em Paulo emerge, claramente, a instituição e o carisma coessenciais na Igreja”.

Segundo suas Cartas às primeiras comunidades cristãs, espalhadas por todo o Império Romano, nota-se que Paulo teve que enfrentar diversos problemas, como explica o Padre Voltaggio: “Os problemas enfrentados pelas primeiras comunidades eram inúmeros e isso deveria servir de grande esperança para a Igreja de hoje. As primeiras comunidades eram atacadas em várias frentes, por exemplo, a forte religiosidade pagã, muitas vezes, era ligada ao poder ou à forte identidade judaica. Mas, o que mais fez Paolo sofrer, desde os primeiros momentos, foram as tribulações no âmbito das primeiras comunidades; os falsos apóstolos, que tentavam desviar as comunidades da radicalidade e da genuinidade do Querigma, do anúncio totalmente centrado na gratuidade do amor de Deus, em Cristo. Essas grandes perseguições afetaram as primeiras comunidades, que, mais tarde, receberam uma força enorme”.

Cartas Paulinas

No volume, os autores italianos abordaram também a questão da discussão entre exegetas sobre a distinção das Cartas de São Paulo entre as Cartas “protopaulinas”, consideradas autênticas (Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Filipenses, I Tessalonicenses e Filêmon); as Cartas “Deuteropaulinas”, cuja autenticidade é discutida (Efésios e Colossenses), e as “Pastorais”, cuja autenticidade é, geralmente, considerada mais improvável (I e II Timóteo e Tito). Neste sentido, os autores sugerem um olhar diferente para aprofundar o debate: “Achamos que tais datações podem ser revistas criticamente, porque não dispomos de detalhes suficientes para datar, com exatidão, as Cartas Paulinas, exceto alguns casos raros. No caso das Cartas “Deuteropaolinas” e “Pastorais”, fizemos uma revisão de todos os dados. Sem entrar em detalhes – porque seria muito longo e são muitas as variações de uma Carta para a outra – jamais devemos esquecer que Paulo não escreveu todas as Epístolas de próprio punho. Muitas vezes, ele as ditou a algum secretário ou escriba, entre seus colaboradores. Tanto é verdade que na Carta aos Romanos lê-se: ‘Também eu, o Terceiro que escrevi a Carta, os saúdo no Senhor’. Isso pode explicar as várias diferenças de estilos ou conteúdos, porque a contribuição do escriba ou do editor também poderia ter sido bastante substancial, obviamente, sem prejudicar a íntima ligação com Paulo”.

Enfim, um dos autores do volume, Padre Voltaggio, sintetiza sua entrevista, dizendo: “Gostaríamos de rever todas estas datações e, sobretudo, a questão da sua autenticidade, à luz de dados certos, quanto possível. Seguimos esta linha, obviamente, com liberdade crítica e honestidade científica".

Graças, Fé, Querigma

Foram vários os temas da teologia paulina abordados no livro. Os autores recordam, por exemplo, que Paulo não apresenta a oposição entre fé e Lei, mas sim entre justificação pela fé e justificação através da Lei. Para entendermos isso, temos que voltar à etimologia, diz Padre Voltaggio: “Em hebraico, a lei se chama ‘Torá’, depois, foi traduzida para o grego como ‘Nomos’ e para o latim com ‘Lex’. Esta tradução, talvez, é a única possível, porém não expressa toda a riqueza semântica, ou seja, o significado do termo Torá significa ensino. Na Torá, que, antes de tudo, é o Pentateuco - os primeiros cinco livros da Bíblia - não há prescrições legais, primariamente, mas a história de salvação realizada por Deus”.

Para entender a teologia de Paulo, devemos referir-nos à sua formação Judaica, o autor explica: “Os judeus afirmam que a Lei é uma ‘graça’. Logo, por um lado, Paulo não podia se opor à Lei, ou seja, à Torá, e, por outro, à fé, porque a Torá foi dada por Deus e o próprio Cristo diz que não veio para abolir a Torá, mas para dar-lhe pleno cumprimento”.

Enfim, para o Padre Voltaggio, isso significa que Paulo se opõe, antes de tudo, à justificação pela Lei e à justificação pela fé: “Paulo está ciente de que o homem não tem toda a capacidade de cumprir a Lei, apenas com suas forças. Por isso, ele precisa de Cristo, que é o único Justo, que nos dá a Lei realizada no seu Espírito. Por conseguinte, a fé Nele e a Graça que nos permitem realizar as obras da Lei e, depois, as obras da fé, porque as obras são importantes para Paulo, são frutos da Graça, da aceitação do Querigma e da fé em Cristo”.

Para compreender, plenamente, a missão de Paulo de Tarso, é fundamental também recordar a importância do anúncio do Querigma, a Boa Nova da morte e ressurreição de Cristo. É precisamente este aspecto, que mais impressiona o coautor do livro, como conclui o Padre Voltaggio: “Paulo não perdia tempo em muitas discussões, mas era um grande missionário itinerante e cheio de zelo; sua ação 'motora' era levar o Querigma, isto é, o tesouro do mistério Pascal de Cristo, que ele experimentou em sua vida. Acho que é isso que o mundo espera de nós”. Fonte: Vatican News

*--------------------------------------------------------------------------------.s

Atas da Conferência “Mulheres na Igreja. Artífices do ser humano"

A documentação, reunida em um volume, pode ser baixada, gratuitamente, no site da Livraria Editora Vaticana (LEV).

Vatican News

A Livraria Editora Vaticana (LEV) publicou o volume intitulado “Dez mulheres santas: artífices do der humano”, que reúne as intervenções da segunda Conferência interuniversitária internacional, que se realizou em Roma, nos dias 7 e 8 de março de 2024, na Pontifícia Universidade da Santa Cruz. O livro está disponível, desde o dia 13 de setembro, no site da LEV e pode ser baixado ou distribuído gratuitamente.

Os dois dias de reflexão fazem parte do projeto “Mulheres na Igreja: artífices do ser humano”, promovido por diversas instituições acadêmicas: Universidade Católica de Ávila (UCAV), Pontifícia Universidade Urbaniana, Pontifícia Universidade da Santa Cruz, Pontifícia Universidade Regina Apostolorum e Pontifícia Faculdade Teológica Teresianum de Roma, sob o patrocínio de cinco Dicastérios da Cúria Romana, entre os quais o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, e seis Embaixadas junto à Santa Sé.

Uma contribuição para o caminho sinodal

O projeto, lançado em 2022, com a primeira Conferência intitulada “Mulheres Doutoras da Igreja e Padroeiras da Europa”, tem o objetivo de oferecer uma contribuição para a reflexão teológico-pastoral sobre as mulheres na Igreja, a partir dos testemunhos de mulheres santas. Em particular, insere-se no atual caminho sinodal para destacar o papel das mulheres como discípulas de Cristo segundo o exemplo de Maria. No início do seu pontificado, o Papa Francisco frisou: “O papel da mulher na Igreja é, precisamente, o ícone de Maria, que ajuda a Igreja a crescer!” (Cf. Francisco, coletiva de imprensa durante o voo de retorno da Viagem apostólica ao Rio de Janeiro, por ocasião da XXVIII Jornada Mundial da Juventude, 28 de julho de 2013). E exatamente sob o exemplo de Maria, que desempenhou a sua missão ao lado de José, seu esposo, o projeto sobre a mulher “artífice do ser humano”, quis promover o carisma e o papel da mulher na Igreja e no mundo, sob a ótica da corresponsabilidade e complementaridade entre feminino e masculino.

“Gênio feminino” em épocas e culturas diferentes

O volume “Dez mulheres santas: artífices do ser do humano” aprofunda o tema da santidade de dez mulheres, como recordou o Papa Francisco, durante a audiência aos participantes da Conferência: “Em épocas e culturas diferentes, com estilos próprios e diferentes, com iniciativas de caridade, educação e oração, demonstraram que o 'gênio feminino' é capaz de refletir, de uma forma única, a santidade de Deus no mundo”.

A publicação deste volume pode ser um instrumento útil na pastoral universitária, mas também na pastoral diocesana e paroquial, para promover a “pastoral de santidade”. Tal pastoral oferece exemplos de santidade aos jovens, “sobretudo, às mulheres, a fim de encorajá-los a elevar seu olhar, ampliar seus horizontes de sonhos e modos de pensar, com o intuito de se preparar para seguir ideais elevados. Desta maneira, a sua formação terá ainda mais a capacidade de atingir cada pessoa na sua integralidade e singularidade” (Cf. Francisco, Discurso aos participantes da Conferência Interuniversitária Internacional, Sala Clementina, Vaticano, 7 de março de 2024).

Fonte: Vatican News

--------------------------------------------------------------------------------.

Aspectos éticos e antropológicos da Inteligência Artificial

No Dicionário da Doutrina Social da Igreja, Markus Krienke se detém sobre as novas tecnologias, recordando a importância de promover a cultura do cuidado, porque a esperança se funda nas relações com os outros.

Markus Krienke*

Quando o ser humano se apropria da esperança, nascem modelos sociais utópicos: enquanto a Doutrina Social da Igreja, com a Rerum novarum, se dirige contra a transformação da esperança em projeto político, hoje, defende a pessoa e a sua dignidade contra as promessas do movimento do transumanismo. Tais promessas devem ser analisadas, não como visões do futuro, mas como já estão se realizando em concomitância com a “transformação tecnológica (digital) da sociedade”. Assim, não poderíamos correr o risco de substituir a pessoa humana, ponto de referência único e final do conhecimento e decisões morais, por mecanismos poderosos, capazes de enfrentar situações complexas com mais eficiência? O fato de identificar o potencial da esperança com a eficiência não respeita “os limites específicos da natureza humana” (Bento XVI, Spe salvi, 2007);  desta forma, a transformação digital coloca um desafio específico à Doutrina Social de propor os princípios adequados, propondo à sociedade, tecnologicamente transformada, “uma ética de liberdade, responsabilidade e fraternidade, capaz de promover o pleno desenvolvimento das pessoas, em relação com os outros e com a criação” (Francisco, O bem comum na era digital, 2019).

Populismos, capitalismo de vigilância, cultura da extinção e muitos outros fenômenos são, certamente, formas “eficientes” de gerenciar a liberdade das sociedades modernas tardias, mas removem a pessoa do centro da sua responsabilidade civil. Assim, fortalecem-se as tendências sociais, que dissolvem as relações sociais no “enxame”, em que cada indivíduo não se refere mais ao “mundo” e ao “outro”, mas, apenas se espelha, através do uso das novas tecnologias, de modo narcisista. Diante deste desafio, a Doutrina Social da Igreja não se limita em formular princípios éticos (Rome Call for AI Ethics, 2020), mas promove, na sociedade digital, uma cultura para cuidar e acolher a pessoa: de fato, a esperança se baseia apenas na relação incondicional com o outro.

* Professor de Doutrina Social da Igreja junto à Faculdade de Teologia de Lugano e Milão.

Fonte: Vatican News

--------------------------------------------------------------------------------.

Do dia 14/9/2024

Falecimento - frei Carlos Albino Zagonel, frade capuchinho

Nota de pesar: frei Carlos Albino Zagonel, frade capuchinho

Dom José Gislon, OFMCap.

Por Mercê de Deus e da Santa Sé Apostólica

Bispo Diocesano de Caxias do Sul

A Diocese de Caxias do Sul, em sinal de solidariedade com a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos da Província Sagrado Coração de Jesus, e com os familiares, manifesta seu pesar pelo falecimento do frei Carlos Albino Zagonel, aos 90 anos, ocorrido no amanhecer deste sábado, 14 de setembro de 2024.

Natural de Daltro Filho (Imigrante), Diocese de Caxias do Sul, professou os votos em 27 de janeiro de 1954. Estudou filosofia em Ijuí e Marau e Teologia em Porto Alegre entre 1958 e 1961. Estudou na Universidade Gregoriana, em Roma e obteve o grau de livre docência na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul em 1975, seguido de doutorado, também da PUCRS, em 1975, com a tese “Igreja e Imigração Italiana”. As atividades acadêmicas se estenderam por muitos anos na PUCRS e Unisinos.

Frei Carlos prestou grande serviço à Província do Rio Grande do Sul, sendo eleito conselheiro provincial em 1969; eleito delegado para o Capítulo Geral de 1976, eleito ministro provincial em 1978 e reeleito no Capítulo Provincial de 1981. Paralelamente aos encargos na Província, sempre manteve ligação com o mundo acadêmico, tanto no Rio Grande do Sul, quanto no Brasil Oeste.

A partir de 1988 transfere-se para Cuiabá, dedicando-se à pastoral e ao ensino. Em 1989 foi eleito coordenador da então Frente Missionária. Em 1993, com a ereção canônica da Custódia é nomeado Custódio e reeleito duas vezes para o cargo até 1999. Seguiu com dedicação ao magistério e à pastoral até 2010. A partir de 2011 seguiu exercendo vários cargos (secretário da Custódia, vice-mestre e atividades pastorais, em Cuiabá, até 2016).

Entre 2017 e 2023, esteve em Tangará da Serra, MT, como vigário paroquial. Somente neste ano de 2024 é que retornou a Cuiabá para cuidados de saúde e veio a Caxias do Sul para a Casa de Saúde São Pio, onde faleceu.

Como Igreja, nos unimos em prece para que o Senhor receba em sua glória este nosso irmão, que buscou viver o carisma de São Francisco e de Santa Clara. Que, na eternidade, possa encontrar a felicidade, a luz e a paz.

Descanse em paz. Amém.

Dom José Gislon, OFMCap.

Bispo Diocesano de Caxias do Sul

Fonte: Diocese de Caxias do Sul

-------------------------------------------------------------------------------------------------------.

Francisco aos Teatinos: somos pedras vivas da Igreja

“Quinhentos anos atrás, seus fundadores não consagraram suas vidas a um canteiro de obras de tijolos e mármore, mas de pedras vivas, à Igreja com “I” maiúsculo, a esposa de Cristo, o povo de Deus e o corpo místico do Senhor”. Palavras do Papa neste sábado, 14/09, durante o encontro na Basílica de São Pedro com os peregrinos da Ordem dos Clérigos Regulares Teatinos por ocasião dos 500 anos de fundação.

Vatican News

Ao serem recebidos na Basílica de São Pedro, neste sábado, 14 de setembro, por ocasião dos 500 anos de fundação, os peregrinos da Ordem dos Clérigos Regulares Teatinos ouviram as palavras de Francisco recordando o dia em que São Caetano Thiene, o fundador, celebrou a sua profissão solene no mesmo local. Na ocasião, disse o Papa, não era um edifício perfeito e completo, como vemos hoje, mas praticamente em um grande “canteiro de obras”, era o dia 14 de setembro de 1524. Explicando em seguida:

“É uma imagem que nos ajuda a refletir sobre a necessidade de, para permanecermos fiéis à nossa missão, embarcarmos em corajosos caminhos de renovação, permanecendo consolidados no antigo, sim, mas ao mesmo tempo dispostos a demolir o que não é mais necessário para construir algo novo, dóceis ao Espírito e confiantes na Providência”.

Uma casa acolhedora não é construída sozinha

As palavras de Francisco se baseavam nas intenções de renovaçãocomunhão e serviço, seguindo o exemplo de São Caetano. Quanto à comunhão, sempre se inspirando na Basílica recordou as muitas pessoas que trabalharam na construção de São Pedro: “artistas famosos, artesãos habilidosos e uma multidão de operários e trabalhadores. E completou:

“Esse também é um sinal importante: uma casa acolhedora não é construída sozinha, mas em conjunto, em comunidade, valorizando a contribuição de todos.”

Servir e dar a vida

Por fim o Papa recordou a direção do serviço. Destacando que “as boas intenções permanecem estéreis se não nos colocarmos concretamente a serviço uns dos outros, com humildade, boa vontade e espírito de sacrifício”. Lembrando que São Caetano “promoveu muitas obras de caridade, algumas das quais ainda hoje estão vivas, mas antes de tudo, Jesus nos ensinou isso, pois não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida”.

O edifício é um símbolo, a realidade somos nós

“Queridos irmãos e irmãs”, concluiu o Papa, “vejamos como essa Basílica é bonita. Mas depois olhemos uns para os outros e nos lembremos de que o edifício em que estamos é um símbolo: a realidade somos nós. Quinhentos anos atrás, seus fundadores não consagraram suas vidas a um canteiro de obras de tijolos e mármore, mas de pedras vivas, à Igreja com “I” maiúsculo, a esposa de Cristo, o povo de Deus e o corpo místico do Senhor”. Afirmando em seguida, “por ela, cada um deles se dedicou até o fim, dando vida a uma obra que, após séculos de fidelidade, é confiada a vocês hoje”. 

Uma imagem histórica

Em comemoração ao 500º aniversário da fundação dos Teatinos, no dia 28 de agosto, uma grande estátua de São Caetano de Thiene foi levada da igreja paroquial de Ħamrun, em Malta, para a Basílica de Sant'Andrea della Valle, em Roma. Na quinta-feira, 12 de setembro, a escultura chegou à Basílica de São Pedro, em uma solene procissão, sendo colocada à esquerda do Altar da Confissão.

A estátua, feita de papel machê pelo escultor maltês Carlo Darmanin, foi concluída em 1885 e retrata uma visão mística de 1517, onde a Virgem Maria entrega o Menino Jesus nas mãos de São Caetano. Pela primeira vez em quase 140 anos, a obra deixou Malta, onde o santo é amplamente venerado. Hoje, a estátua retornará à Basílica de Sant'Andrea della Valle e, em 30 de setembro, será levada de volta para Ħamrun.

Fonte: Vatican News – na imagem, escultura exposta no balcão da basílica de São Pedro

*--------------------------------------------------------------------------------.s

Dom Schröder, novo abade primaz dos Beneditinos: construir pontes para a paz

Jeremias Schröder, alemão, 59 anos, monge há 40, foi eleito pelos abades beneditinos de todo o mundo reunidos em Roma.

Vatican News

Hoje, 14 de setembro, foi eleito o novo abade primaz da Confederação Beneditina: é o alemão Jeremias Schröder, que completará 60 anos em dezembro, e até agora era abade presidente da Congregação de Sankt Ottilien, na Baviera. A eleição ocorreu durante o Congresso dos Abades, que está sendo realizado na Abadia Primacial de Sant'Anselmo, no monte Aventino em Roma. Estavam presentes mais de 200 abades beneditinos de todo o mundo.

Dom Schröder, monge beneditino há 40 anos, sucede ao norte-americano Gregory Polan. Estudou filosofia, teologia, história e arquivística no Pontifício Ateneo Sant’Anselmo e na St. Benet's Hall de Oxford, e atuou como visitador em cerca de sessenta mosteiros, inclusive não beneditinos.

Em um comentário à mídia vaticana, coletado por Roberto Cetera imediatamente após a eleição, o novo abade primaz afirmou:

“O mundo está em chamas neste momento. Temos aqui a testemunha de abades que vêm de países em guerra, da Ucrânia, da Terra Santa. Na próxima semana, durante este Congresso, nós abades tentaremos refletir juntos sobre como podemos realizar o lema da nossa ordem, que é ‘Pax’, paz. Refletiremos sobre como podemos contribuir realmente para a paz através do trabalho de nossas comunidades, através do testemunho, através da construção de pontes entre as culturas. O Oriente e o Ocidente estão se separando. Os beneditinos têm a antiga missão de manter relação com as Igrejas orientais. Há algo em que realmente podemos contribuir e trabalharemos nisso.”

O Papa Francisco, ao encontrar os monges da Confederação Beneditina em 19 de abril de 2018, expressou sua “consideração e reconhecimento pelo relevante contributo que os Beneditinos têm dado à vida da Igreja, em cada parte do mundo, por quase mil e quinhentos anos”, vivendo o lema: Ora et labora et lege. Oração, trabalho, estudo:

“Nesta época, em que as pessoas estão tão ocupadas que não têm tempo suficiente para ouvir a voz de Deus, os seus mosteiros e conventos se tornam como oásis, onde homens e mulheres de todas as idades, origens, culturas e religiões podem descobrir a beleza do silêncio e reencontrar a si mesmos, em harmonia com a criação, permitindo a Deus restabelecer uma ordem justa em suas vidas. O carisma beneditino da acolhida é extremamente precioso para a nova evangelização, pois oferece a oportunidade de receber Cristo em cada pessoa que chega, ajudando aqueles que buscam a Deus a receber os dons espirituais que Ele tem reservado para cada um de nós.”

A Confederação Beneditina é formada pelas Congregações e mosteiros beneditinos da Igreja Católica. Foi fundada em 1893 pelo Papa Leão XIII com a bula "Summum Semper". Hoje, os monges beneditinos no mundo são cerca de 7500, e as monjas beneditinas cerca de 13 mil.

Fonte: Vatican News

*--------------------------------------------------------------------------------.s

Dom Gorgônio celebra os 500 anos da Ordem dos Teatinos com o Papa Francisco

O bispo de Itapetininga (SP), dom Gorgônio Alves, participou das celebrações dos 500 anos da Ordem dos Teatinos com o Papa Francisco, que destacou os temas de reforma, comunhão e serviço. Em entrevista à Rádio Vaticano/Vatican News, o prelado ressaltou a importância da confiança na Providência Divina e a continuidade do carisma de São Caetano.

Thulio Fonseca - Vatican News

Neste sábado, 14 de setembro, o Papa Francisco recebeu membros da Ordem dos Clérigos Regulares Teatinos na Basílica de São Pedro, no Vaticano, para celebrar os 500 anos de fundação da Ordem. Dom Gorgônio Alves da Encarnação Neto, primeiro bispo Diocesano de Itapetininga e único bispo da Ordem Teatina, esteve presente no encontro, destacando a importância do momento histórico para a Ordem e para toda a Igreja.

Um momento especial com o Santo Padre

Dom Gorgônio ressaltou a alegria de participar do evento junto ao Papa Francisco, mesmo após o pontífice retornar de uma longa viagem apostólica à Oceania. "Ele nos acolheu com muito amor e carinho, incentivando-nos a continuar o carisma de São Caetano", comentou o bispo. Durante o discurso, o Papa Francisco apresentou três pontos de reflexão baseados na experiência de São Caetano: reforma, comunhão e serviço.

Francisco aos Teatinos: somos pedras vivas da Igreja

O primeiro ponto destacado pelo Papa foi a reforma. Segundo Dom Gorgônio, o Papa Francisco sublinhou a necessidade de a Igreja estar em constante evolução e renovação, em linha com a máxima de São Caetano: "Quem deseja reformar, deve primeiro reformar-se". A Igreja, assim como a Ordem, está sempre em um processo de construção contínua.

O segundo ponto abordado foi a comunhão. O Papa enfatizou a importância da fraternidade dentro da vida religiosa e com o povo, ressaltando a necessidade de uma fraternidade viva e atuante. "Nosso povo precisa muito de acolhimento, carinho e ternura", enfatizou o prelado. Por fim, o Papa destacou o serviço, lembrando que Jesus veio para servir, não para ser servido. A consagração dos religiosos, segundo o pontífice, deve ser uma vida dedicada ao serviço com disponibilidade, alegria e determinação. Dom Gorgônio frisou a importância de viver essa dimensão pastoral com empenho nas diversas atividades da Ordem.

A profissão de fé e a cruz de Cristo

Durante o encontro, o Papa Francisco também recordou que São Caetano fez sua profissão de fé na Basílica de São Pedro, no dia da Festa da Santa Cruz, 14 de setembro de 1524. Dom Gorgônio destacou a importância dessa data e a conexão profunda da Ordem com a cruz de Cristo. "Abraçar a cruz é fazer da vida um dom de amor e entrega", comentou, ressaltando o sentido de sacrifício e dedicação na vida cristã.

O legado de 500 anos e os desafios atuais

Ao refletir sobre os 500 anos de história da Ordem, dom Gorgônio falou sobre o legado de confiança na Providência, amor à Igreja e paixão pelo serviço aos mais necessitados. "Temos um legado muito grande, mas não podemos viver apenas do passado", afirmou o bispo, referindo-se aos desafios enfrentados pela Ordem ao longo dos séculos.

O bispo de Itapetininga também mencionou a intervenção de São Pio X, que, em 1910, uniu os poucos membros remanescentes da Ordem a uma nova congregação, ajudando a Ordem a renascer e continuar sua missão. Ele destacou que, após o Concílio Vaticano II, as constituições da Ordem foram renovadas para atender às demandas da Igreja moderna, respeitando as culturas locais onde os teatinos atuam.

Confiar na Providência e servir com amor

Dom Gorgônio concluiu a entrevista reiterando a mensagem de São Caetano, o santo da Providência. O prelado destacou a importância de confiar na Providência Divina e trabalhar com empenho e alegria. "Devemos servir com amor e buscar, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça", disse o bispo. Para ele, a missão da Ordem continua relevante e necessária nos dias de hoje, e o Papa Francisco incentivou todos a continuarem essa caminhada com fé e determinação.

Fonte: Vatican News

*--------------------------------------------------------------------------------.s

Universidade de Belém: deixem aceso um farol de esperança

Representantes da única universidade católica da Terra Santa se reuniram em Roma com os embaixadores junto à Santa Sé para informá-los sobre a situação da universidade, um ponto de referência multicultural e acadêmico da região. Desde o início da guerra seus 3.400 estudantes matriculados têm encontrado dificuldades cada vez maiores para chegar ao campus.

Vatican News

“A Universidade de Belém é mais do que uma universidade. É um farol de esperança para o povo palestino e para pessoas de todas as religiões do mundo que se preocupam com a Terra Santa e seu povo. Forma os futuros líderes que desempenharão um papel vital na reconstrução de suas comunidades e na promoção da paz no Oriente Médio”. São palavras do Irmão Jack Curran, do Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs, vice-reitor de desenvolvimento da universidade, durante uma reunião realizada na quinta-feira (12) em Roma entre representantes da única universidade católica da Palestina e embaixadores junto à Santa Sé, com foco na dramática realidade dos estudantes e seus desafios, que aumentaram significativamente depois o início da crise.

Um refúgio seguro no conflito

Fundada em 1973 pelo Vaticano e pelo Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs em resposta ao pedido do povo palestino, nestes tempos de guerra e instabilidade, a Universidade de Belém - lê-se em um comunicado para o evento - “continua a fornecer uma linha de vida educacional para os estudantes e suas famílias”. A Universidade de Belém conta com 3.400 alunos matriculados e durante este difícil ano entraram 800 novos alunos. Cerca de metade, diz o irmão Curran, vive na insegurança para chegar ao campus, e isso se aplica tanto aos que chegam de Hebron, cercados por postos de controle e assentamentos, quanto aos que chegam de Jerusalém, conectada a Belém por dois acessos periodicamente fechados. De fato, continua o Irmão, “para muitos a universidade não é apenas um local de crescimento acadêmico, mas também um refúgio seguro do conflito que os circunda. Graças ao seu compromisso constante com a busca da verdade, com o progresso da justiça social e com a promoção da paz e da compreensão”.

Um incentivo para compartilhar

A Universidade de Belém continua sendo um pilar de força e resiliência para os estudantes palestinos nestes tempos turbulentos”, reiterou o Ir. Armin Luistro, Superior Geral dos Irmãos das Escolas Cristãs, “e há uma necessidade urgente de contribuir para fortalecer a sua história e apoiar o seu percurso”. O encontro de Roma destacou a necessidade de aumentar a conscientização e o apoio em nível global à Universidade de Belém, não apenas como uma instituição de ensino superior, mas também como uma força de paz e progresso em uma região marcada pelo conflito. Os embaixadores foram incentivados a compartilhar a história da universidade em suas redes internacionais, a fim de intensificar seu impacto sobre os estudantes palestinos e a comunidade global.

Imaginar um futuro de paz

“A educação é sempre uma ferramenta fundamental para a esperança e a mudança e, mais ainda em tempos de guerra, a Universidade de Belém oferece aos estudantes palestinos a oportunidade de imaginar e construir um futuro de paz, apesar da ocupação e da violência que sofrem”, sublinhou o Irmão Hector Hernan Santos Gonzalez, reitor da Universidade de Belém. Localizada no coração de Belém, a apenas 500 metros do Templo da Natividade, o instituto conta com um corpo de estudantes diversificado de cristãos e muçulmanos, lê-se no comunicado, “e oferece uma ampla gama de programas acadêmicos que promovem a paz, o diálogo e o desenvolvimento da comunidade, preparando os alunos para exercer várias profissões com competência, confiança e caráter”.

Fonte: Vatican News

*--------------------------------------------------------------------------------.s

APAC: o método brasileiro que revoluciona a reabilitação dos detentos

Em 1972, nasce a experiência Apac, associação para a proteção e assistência aos criminosos condenados. No Brasil, presos em “reabilitação”.

Vatican News

“Do amor não se escapa”: eis o segredo das Apac, instituições penais brasileiras, mais parecidas com comunidades do que com prisões, nas quais se aplica um método de reabilitação da pessoa, levada totalmente em consideração, sem excluir a família e a sociedade. Dedicamo-nos também à promoção da justiça reabilitativa e à ajuda às vítimas de crimes”: é o que explica Dênio Marx Menezes, responsável das “Relações Internacionais da Federação Brasileira das Apac”, que hoje conta 70 prisões “abertas”.

Em pouco mais de 50 anos, as Apac conseguiram reduzir as reincidências para 13%, no caso dos homens, e 2% para as mulheres, no grande país sul-americano, onde a taxa chega a 85%, em comparação com a média internacional de 70%. A este respeito, Dênio Menezes observa: “O Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo, com quase um milhão de presos. Os principais problemas das instituições tradicionais são a superlotação, a violência e a pertença às gangues... nesta situação não há reabilitação para ninguém!”.

Por isso, em 1972, nasceu a Apac, “Associação para a proteção e assistência aos criminosos condenados”. No início, esta sigla significava: “Amando ao próximo, amarás a Cristo”. Transcorriam os anos setenta, quando o advogado brasileiro, Mário Ottoboni, lançou a ideia de uma prisão sem polícia, sem arame farpado e sem algemas. A primeira, em caráter experimental, foi inaugurada numa região serrana de Minas Gerais. Depois, na década de 1980, pela primeira vez, o Estado confiou aos gestores da Apac todo um pavilhão de presos no presídio de São José dos Campos, em Humaitá, no Amazonas. Assim, começou a história do “terceiro método de reabilitação” de quem cometia crime, que ficava entre a prisão real e a comunidade de reabilitação. Nas Apac, quando os reclusos entravam, eram chamados pelo nome, pois a partir do nome e da sua identidade começava o resgate; a seguir, com a sua própria autogestão, davam um passo fundamental, que os transformava de prisioneiros ou detidos "por outros", em "reabilitação", responsáveis ​​por si mesmos. Enfim, eles não fugiam, porque ninguém foge de um lugar onde se sente respeitado e amado.

“Nossa metodologia é simples – afirma Menezes - porque consiste em tratar o preso como pessoa e não como animal na jaula; tentamos implantar uma mudança de mentalidade, não apenas de comportamento, que se torne mais duradoura. Trata-se de uma mudança do coração. Não devemos esquecer que uma pessoa regenerada é uma arma a menos que circula livremente nas ruas”!

“O método Apac – explica ainda o responsável das Apac - abrange uma formação escolar e profissional, atendimento psicológico ou especializado, no caso dos toxicômanos; leva em conta as relações entre os reclusos e seus entes queridos, que os esperam lá fora, mas também o caminho espiritual, o encontro com Deus e a oração. Mas, tudo isso nada adiantaria se faltasse a confiança e amizade. Na prática, o que muda, em relação à prisão tradicional, não é o objetivo, ou seja, a reabilitação pessoal, mas o modo de alcançá-la”.

Hoje, a Apac é reconhecida pela ONU como uma excelência no cenário mundial, como diz ainda Dênio Marx Menezes: “A Apac não pertence só ao Brasil, mas é um serviço à humanidade, pois, além de reduzir a reincidência, com seus custos sociais, reduz também os custos econômicos: instituir uma Apac custa três vezes menos que construir uma nova estrutura carcerária; o custo de uma reabilitação Apac, custa também três vezes menos que a manutenção de um prisioneiro na prisão”.

Com o passar dos anos, a experiência da Apac se espalhou pelo Chile, Argentina, Paraguai, Costa Rica, México e Colômbia. Cada um dos Estado adaptou a estrutura e a metodologia ao seu próprio contexto social, econômico e cultural. Além da América Latina, a Apac está presente na Coreia do Sul, Alemanha e Portugal.

“Ultimamente, conclui Dênio Marx Menezes, responsável das “Relações Internacionais da Federação Brasileira das Apac”, iniciamos esta atividade também em três países africanos: Malawi, Quênia e Ruanda. Na Itália, há cerca de vinte anos, a realidade da Apac inspira as Comunidades que educam os presos, como a Comunidade João XXIII, que representa um dos principais modelos de alternativas aos cárceres existentes no país.

Fonte: Vatican News

--------------------------------------------------------------------------------.

Papa assume desejo de visitar a China

Francisco anuncia passagem pelas Canárias, para abordar crise migratória

O Papa assumiu hoje o desejo de visitar a China, falando no final de um périplo por quatro países na Ásia e Pacífico, a maior viagem do pontificado.

“A China para mim é um desejo, no sentido de que gostaria de visitar a China, porque é um grande país: admiro a China, respeito a China. É um país com uma cultura milenar, uma capacidade de diálogo, de compreensão mútua que ultrapassa os diferentes sistemas de governo que teve”, referiu aos jornalistas que o acompanharam no voo de regresso a Roma, desde Singapura, onde se rezou em chinês, na Missa a que Francisco presidiu.

“Estou feliz com o diálogo com a China, o resultado é bom, mesmo para a nomeação de bispos estamos a trabalhar com boa vontade. E por isso ouvi a Secretaria de Estado dizer como as coisas estão a correr: estou contente”, acrescentou.

O Papa recordou que o seu enviado para a missão de paz na Ucrânia, o cardeal Zuppi, esteve em Pequi, sublinhando que “a colaboração pode ser feita, certamente em relação aos conflitos”.

“A China é uma promessa e uma esperança para a Igreja”, indicou.

Questionando sobre futuras viagens, Francisco anunciou que vai visitar as Ilhas Canárias, na Espanha.

O Atlântico continua a ser a rota migratória mais mortífera, tendo sido registadas mais de 4800 mortes este ano, segundo estimativas das ONG.

“Há lá as situações dos migrantes que vêm do mar, eu gostaria de estar perto dos governantes e do povo das Ilhas Canárias”, referiu o Papa.

O número de pequenas embarcações que chegam às ilhas espanholas aumentou em 126%, até 15 de agosto, registando-se a chegada de 22 300 migrantes.

Questionado sobre as eleições presidenciais na Venezuela, Francisco pediu aos governantes que “dialoguem e façam a paz”.

“As ditaduras não servem para nada e acabam mal, mais cedo ou mais tarde”, advertiu, pedindo um “caminho de paz”.

O Papa votou a dizer que uma viagem à Argentina, sua terra natal, “ainda não está decidida”.

“Gostaria de ir, é o meu povo, gostaria de ir, mas ainda não está decidido, porque há várias coisas que têm de ser resolvidas primeiro”, concluiu.

O Papa encerrou hoje em Singapura a viagem mais longa do seu pontificado, iniciada a 2 de setembro, após passagens pela Indonésia, Papua-Nova Guiné e Timor-Leste.

Fonte: Agência Ecclesia

------------------------------------------------------------------------------.x

Do dia 13/9/2024

Membros da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam-Brasil) são recebidos por presidência da CNBB, em Brasília (DF)

Membros da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam-Brasil), rede eclesial da Igreja Católica na Amazônia Legal, estiveram reunidos nesta sexta-feira, 13, com a presidência da CNBB, em sua sede, em Brasília (DF). O bispo de Roraima e presidente da Repam-Brasil, dom Evaristo Pascoal Spengler, relatou que a reunião trouxe a oportunidade de explicar aos membros da presidência da CNBB sobre a abrangência da Rede e o seu planejamento para os próximos cinco anos.

    “Importante é ressaltar que a Repam foi fundada aqui na CNBB, então ela é um desdobramento da CNBB e ocupa-se de um território que equivale a 61% do território brasileiro. Tem 58 circunscrições eclesiásticas entre prelazias, dioceses e arquidioceses”, disse.

Dom Evaristo contextualizou que a Rede tem por objetivo promover a vida, por meio do cuidado dos povos, territórios e ecossistemas amazônicos, por meio de uma atuação socioeclesial articulada em rede. Além disso, relatou à presidência da CNBB o crescimento da Rede por todo o país, por meio da criação de comitês nas dioceses, nos regionais ou articulações locais e regionais.

“Isso significa que nós temos mais interlocutores e mais pessoas trabalhando no próprio território”, disse. A proposta, segundo o presidente da Repam, é fazer um planejamento para os próximos 5 anos, levando em conta a escuta de todos os territórios e suas articulações.

    “Com a CNBB queremos fazer um contato mais periódico mostrando as iniciativas, com uma agenda comum e, quem sabe, poder fazer um trabalho conjunto com os outros organismos da Igreja, que também tem atuação na Amazônia, como a Conferência Eclesial para a Amazônia”, salientou.

Por fim, dom Evaristo disse que convidou a presidência da CNBB a visitar periodicamente a  Amazônia. “O Papa Francisco tem colocado a Amazônia no centro. A Amazônia que está na periferia, ele trouxe para o centro, e queremos cada vez mais continuar, então, buscando caminhos, conjuntos com a Igreja do Brasil”.

COP 30

Irmã Maria Irene Lopes, secretária executiva da Repam-Brasil, também participou da reunião e destacou o triunfo que a Igreja na Amazônia tem de conseguir reunir membros para traçar metas e, sobretudo, celebrar os momentos de alegria.  Isso porque além dos 10 anos da Repam foi celebrado também o 5º encontro da Igreja na Amazônia Legal, evento que reuniu mais de 60 bispos, em agosto, em Manaus.

    “Acredito que celebrar também esses dez anos é poder celebrar toda essa história que a Igreja na Amazônia tem feito e não só no Brasil mas também a nível pan-amazônico”, completou.

Outro processo no qual a Repam está envolvida é na mobilização da Conferência das Partes, a COP 30, evento climático liderado pela Organização das Nações Unidas (ONU), onde governos, cientistas e membros da sociedade civil se reúnem para buscar soluções para a crise climática e que, de forma inédita, em 2025, será realizada no Brasil, em Belém, Pará.

    “É um momento de muito trabalho, mas também de muita esperança de preparação dos povos. A gente sabe que a COP é só celebração e não vai valer tanto a pena se a gente não preparar os povos, não preparar o território antes, e também pensar ações para depois”, disse irmã Irene.

Por Larissa Carvalho

Fonte: CNBB

-----------------------------------------------------------.

Cristiane Murray fala sobre o trabalho da Sala de Imprensa do Vaticano de relação e atendimento aos jornalistas

A brasileira, carioca e vice-diretora da Sala de Imprensa do Vaticano, Cristiane Murray, falou, na quinta-feira, 12 de setembro, aos participantes do 11º Seminário de Comunicação Social sobre sua experiência no Vaticano, em duas conferências, uma sobre a comunicação do Papa Francisco e seus desafios e Sala de Imprensa da Santa Sé: uma comunicação assertiva e o relacionamento com os jornalistas.

O Seminário promovido pela arquidiocese do Rio de Janeiro reúne, no Centro de Estudos do Sumaré, no Rio de de Janeiro, 160 profissionais de comunicação da Igreja no Brasil, sendo 40 de forma online, em torno da discussão do tema: Igreja, casa de vido – assessoria de comunicação na construção da reputação e da identidade”.

O prefeito para o Dicastério para Comunicação do Vaticano, Paolo Ruffini, enviou uma vídeo-mensagem aos participantes do seminário. No vídeo, o prefeito para o Dicastério acentua que nem sempre nos damos conta do poder da comunicação e de cada pessoa na construção ou destruição da consciência responsável, da nutrição ou desnutrição de nossas identidades em evolução.

    “A comunicação tem o poder de desenvolver a capacidade de viver com sabedoria, pensar em profundidade e amar com generosidade. A verdadeira comunicação não é apenas uma acumulação de dados mas leva à uma verdadeira sabedoria e comunhão”, disse o prefeito.

Relação da Sala de Imprensa com os jornalistas

Cristiane explicou o trabalho que a Sala de Imprensa da Santa Sé realiza de relação e atendimento às demandas dos jornalistas do mundo todo que cobrem o Papa e o Vaticano. “Buscamos uma comunicação assertiva no relacionamento com os jornalistas. Trabalhamos com a informação e a comunicação institucional”, disse.

Ela explicou que trabalham na sala 23 profissionais, a maioria fala várias línguas, divididos em três grupos de trabalho. O primeiro grupo é responsável pela produção do Boletim da Sala de Imprensa. O boletim é enviado, via notificação a todos os jornalistas credenciado. Está também está passando também por uma reforma visual.

A vice-diretora da Sala de Imprensa disse que os envios são feitos de duas formas: sob  embargo aos 600  jornalistas credenciados com antecedência de duas horas sob embargo. O segundo tipo de envio são as publicações imediatas também aos credenciados.

Ela citou alguns exemplos específicos, como o Sínodo ou Conclaves, períodos em que jornalistas vão à Roma e, muitos deles, pedem um credenciamento temporário que passa por uma avaliação criteriosa. “Outra coisa boa, desde a pandemia, foi o credenciamento à distância para aqueles que não moram em Roma. Elas participam até das coletivas através do Zoom”, ressaltou.

Relação com os Dicastérios

O segundo grupo de trabalho na Sala de Imprensa são os assistentes da direção que mantém contato com todos os assessores de imprensa dicastérios da Cúria Romana. Deste grupo, fazem parte três secretários cujo papel é responder aos e-mails com orientações aos jornalistas e pedidos de entrevista para o Papa e cardeais da cúria que chegam de todo mundo. Segundo ela, todos os pedidos exigem uma pesquisa antes da resposta. “A resposta da Sala de Imprensa é uma resposta oficial do Vaticano. Daí o cuidado que precisa ter”, ressaltou.

    “A gente sempre parte do pressuposto que os jornalistas são seres humanos que estão ali trabalhando. Nem sempre, os jornalistas, mesmo os católicos, são super fieis à Igreja e ao Santo Padre. Tentamos lidar com as adversidades com transparência e com o coração tentando ser o mais honesto possível”, ressaltou.

O terceiro grupo de trabalho, o mais numeroso, é o de operações de mídia e credenciamento e renovação de credenciados. “Esse grupo também cuida de todos os trâmites e autorizações de pedidos para filmar ou fotografar dentro do Vaticano; e também dos jornalistas que viagem com os Papa; nas últimas viagens cerca de 80 jornalistas acompanharam o Santo Padre”, disse.

Por Willian Bonfim

Fonte: CNBB

----------------------------------------------.

CNBB manifesta preocupação e alerta sobre os riscos dos jogos de azar há mais de quatro décadas

Assunto frequentemente proposto para debate nas casas legislativas, os jogos de azar retornam à pauta da sociedade com a possibilidade de o projeto de Lei 442/1991 ir ao Plenário do Senado Federal. Tal proposta que pode liberar cassinos, bingos, jogo do bicho e apostas esportivas acende o alerta na Igreja Católica, que há mais de quatro décadas chama atenção para os prejuízos morais, sociais e familiares, além da possibilidade de associação dessa prática com a lavagem de dinheiro e o crime organizado.

Presente na sociedade

Dados compartilhados nas redes sociais da CNBB destacam o impacto que os jogos de azar e as apostas pela internet já têm na sociedade brasileira. O Departamento de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP) estima em 2 milhões o número de pessoas viciadas em jogos de azar no Brasil. E, em 2023, o Banco Central contabilizou R$54 bilhões gastos em apostas on-line. Pesquisa do Instituto Locomotiva identificou que 86% das pessoas que apostam possuem dívidas.

Patologia

A prática dos jogos de azar pode levar à patologia do jogo compulsivo, uma doença classificada pela Organização Mundial da Saúde. A senhora Janete Gonçalves Mendes envolveu-se com jogos de azar e teve a experiência de “ruína” em sua vida, deixando tudo o que tinha, e pôde se recuperar com apoio da Fazenda da Esperança.

    “O jogo vicia muito mais rápido do que qualquer droga química. Eu me viciei em cassino clandestino, é um vício silencioso que te leva exatamente tudo. Eu perdi tudo, saí sem nada, com dívidas enormes, mais de R$300 mil, sem ter esse dinheiro”, testemunhou.

Edson Ribeiro, agente multiplicador da Pastoral da Sobriedade, situou o transtorno por compulsão por jogos como um “problema muito sério para tantas famílias” e que causam dependência de tal forma que as pessoas não encontram outra forma de ser feliz senão ao jogar.

    “Pessoas que criam a dependência nos jogos acabam por prejudicar não somente a sua vida, como também a vida de seus familiares. Deixam de levar o sustento pra casa, gastando todo o seu dinheiro com os jogos; ficam se endividando, trazendo risco para sua vida e para a vida dos seus”, alertou.

Nesse contexto, a Pastoral da Sobriedade propõe o Programa de Vida Nova: “Nós da Pastoral da Sobriedade estendemos as nossas mãos, abrimos os nossos braços para acolher aqueles que querem uma vida nova, uma transformação em sua vida”.

Posição histórica da Igreja

Historicamente, a CNBB tem manifestado sua posição contrária aos jogos de azar, de acordo com o que ensina o parágrafo 2413 do Catecismo da Igreja Católica: os jogos de azar são inaceitáveis quando levam à dependência ou privam alguém do que é necessário para sustentar sua família.

Daí surgem os posicionamentos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por razões éticas e evangélicas, contra o jogo de azar, especialmente por conta dos irreparáveis prejuízos morais, sociais e, particularmente, familiares que a prática carrega consigo. Mesmo após 40 anos dos primeiros registros levantados pelo Centro de Documentação e Informação (CDI) da CNBB, os apontamentos da Conferência permanecem atuais.

Em 1981, Dom Ivo Lorsheider, então secretário-geral da CNBB, tratou no Ministério da Justiça sobre a necessidade de um esforço comum “em prol da moralização dos espetáculos e revistas e da grave inconveniência de medidas que venham a liberalizar o jogo” no Brasil, coforme registro no Comunicado Mensal da CNBB.

Dez anos depois, com uma proposta de reabertura dos cassinos apresentada no Congresso Nacional, o então bispo de Taubaté (SP), dom Antonio de Miranda, escreveu artigo no qual demonstrou tristeza em relação ao “estado de decadência moral” ao qual o Brasil teria chegado. “Pensar que jogo de azar é caminho para uma nação civilizada sair do caos econômico… O brasileiro, desesperançado diante de tamanha crise, necessita de estímulo para o trabalho produtivo, não para jogatina desenfreada”, exortou.

Mais à frente, em 23 de agosto de 94, o então presidente da CNBB, dom Luciano Mendes de Almeida, participou do 1º Simpósio de Jogos no Brasil, no qual expôs o posicionamento da Igreja sobre a abertura de jogos no país. Dom Luciano falou das razões que justificam a convicção contra a indústria de cassinos. Sobre o argumento de que há a necessidade de mais empregos, dom Luciano afirmou que “não basta ampliar as oportunidades de trabalho; é preciso, também, que sejam empregos sem riscos morais”.

    “Os jogos de azar apresentam a ilusão de um ganho fácil, desfazendo o apreço ao trabalho honesto e sério. Resulta daí uma confusão na ordem de valores, lesando o horizonte de ideais da juventude e acarretando a ambição e a vontade de acumular riquezas em benefício próprio e exclusivo. Cresce, aos povuco, a atração descontrolada pelo lucro exorbitante, a vida fácil e até a corrupção”, disse dom Luciano na oportunidade.

Numa nota da Presidência e da Comissão Episcopal de Pastoral de 30 de maio de 1996, a CNBB reafirmou valores morais e destacou os males dos jogos de azar:

    – o ambiente envenenado dos cassinos, marcado pela bebida, a prostituição, o uso e o tráfico de drogas, a lavagem de dinheiro;

    – a busca do ganho fácil, em lugar do trabalho honesto, como ideal de adultos e jovens;

    – o desespero que toma conta de jogadores arruinados, com a consequência de distúrbios psiquícos e tentativas de suicídios;

    – a dependência, verdadeira escravidão, do vício do jogo, não diferente de todos os outros vícios;

    – a tentativa de ganhar hoje o que se perdeu ontem, no jogo, com o possível perigo de perder ainda mais;

    – a ruptura da harmonia familiar, o medo e a insegurança que se instalam nos lares;

    – a deseducação dos filhos por causa da ausência dos pais jogadores.

Naquela ocasião, os bispos insistiram que os poderes públicos investissem seus esforços “não no afã de liberar os jogos, mas em programas de educação, saúde, habitação, trabalho e salário decentes, segurança pública – verdadeiros ingredientes de uma autêntica cidadania”.

Em 2009, a CNBB tratou de uma novidade em relação aos jogos, abordando os bingos eletrônicos. Para a Conferência, a legalização dessa prática possibilitaria “o retorno a um mal já superado, colocando em risco a segurança e o bem-estar das famílias, submetendo à exploração tantas pessoas, tornando-as dependentes”. Também naquela ocasião a CNBB alertou para a gravidade da abertura para um novo campo para a prática de diversos crimes, entre estes a lavagem de dinheiro.

Uma das últimas notas da CNBB sobre o assunto foi publicada em 2022, quando foi aprovada a urgência para apreciação do PL 442/91. Na oportunidade, a CNBB considerou como ato nefasto a aprovação de urgência e alertou que esses jogos podem estar associados à lavagem de dinheiro e o crime organizado.

Foi lembrada na nota que “o jogo de azar traz consigo irreparáveis prejuízos morais, sociais e, particularmente, familiares”.

Aos parlamentares, a Conferência disse que “o voto favorável ao jogo será, na prática, um voto de desprezo pela vida, pela família e seus valores fundamentais”.

Dois pontos importantes

Em suas reflexões, a CNBB tem considerado dois pontos importantes para levar o posicionamento da Igreja. O primeiro frente à falácia de que a liberação aumentará a arrecadação de impostos, favorecerá a criação de postos de trabalho e contribuirá para tirar o Brasil da atual crise econômica, argumento levantado também há 40 anos. Esses argumentos seguem tese de que os fins justificam os meios e não consideram a possibilidade de associação dos jogos de azar com a lavagem de dinheiro e o crime organizado.

O outro ponto diz respeito aos prejuízos morais, sociais e, particularmente, familiares relacionados aos jogos, cuja prática compulsiva é considerada uma patologia no Código Internacional de Doenças, da Organização Mundial de Saúde. Para a CNBB, o sistema altamente lucrativo dos jogos de azar tem sua face mais perversa na pessoa que sofre dessa compulsão.

Por Luiz Lopes Jr

Fonte: CNBB

--------------------------------------------------.

Falecimento - Padre Fabrício Rodrigues – Marabá, PA

Padre Fabrício faleceu na quinta-feira, 12 de setembro, por volta das 21h, por ocasião de um acidente de moto na Vila 1º de março, município de São João do Araguaia (PA). A diocese de Marabá (PA) publicou nota de falecimento:

"Eu sou a Ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá." Jo 11, 25

A Diocese de Marabá manifesta aos familiares, irmãos e irmãs diocesanos e a todo o povo de Deus os votos de pesar pelo falecimento do Padre Fabrício Rodrigues. Ele faleceu nesta quinta dia 12/09 por volta das 21h, vítima de um acidente de moto chocando-se com um cavalo na Vila 1° de Março, Município de São João do Araguaia/ PA.

Estamos unidos na oração e na esperança de que Deus o acolha no céu e lhe conceda o descanso eterno.

Em Cristo Jesus, Dom Vital Corbellini.

Horário do Velório e sepultamento do Padre Fabrício Rodrigues:

12h00 - chegada do Corpo na igreja da sede paroquial Bom Pastor - FL 33.

15h00 - A missa de corpo presente na Paróquia.

16h00 - Translado do corpo para a igreja N. Sra Aparecida, Paróquia Sagrada Família

(Av. Brasil - Bairro Liberdade).

Sábado às 08h00 – Missa.

10h00 - Sepultamento no Cemitério da Saudade - FL 29.

***********************************************.

Comissão para a Comunicação Social da CNBB divulga nota e expressa tristeza pelo falecimento do padre Fabrício Rodrigues

A Comissão Episcopal para a Comunicação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) expressou nessa sexta-feira, 13, por meio de uma nota, profunda tristeza pelo falecimento do padre Fabrício Rodrigues, do grupo de Padres Evangelizadores no Ambiente Digital. No texto, a Comissão presta solidariedade, ainda, a dom Vital Corbellini, bispo de Marabá (PA), à Igreja de Marabá e a todos os familiares e amigos do padre Fabrício.

    “Sua dedicação à evangelização no mundo digital, aliada ao seu carisma e entusiasmo, deixará uma marca indelével na Igreja e em todos aqueles que tiveram a oportunidade de conhecê-lo. Que o Padre Fabrício encontre o descanso eterno nos braços do Pai e que sua memória inspire a todos nós a continuarmos a missão de levar a Boa Nova a todos os cantos do mundo, inclusive no ambiente digital”, diz um trecho da nota.

Íntegra da nota

NOTA DE PESAR À IGREJA DA DIOCESE DE MARABÁ-PA

A Comissão Episcopal para a Comunicação Social da Conferência Episcopal dos Bispos do Brasil expressa sua profunda tristeza pelo falecimento do Padre Fabrício Rodrigues, do grupo de Padres Evangelizadores no Ambiente Digital.

Neste momento de dor, estendemos nossa solidariedade a Dom Vital Corbellini, bispo diocesano de Marabá - PA, à Igreja de Marabá e a todos os familiares e amigos do Padre Fabrício.

Sua dedicação à evangelização no mundo digital, aliada ao seu carisma e entusiasmo, deixará uma marca indelével na Igreja e em todos aqueles que tiveram a oportunidade de conhecê-lo.

Que o Padre Fabrício encontre o descanso eterno nos braços do Pai e que sua memória inspire a todos nós a continuarmos a missão de levar a Boa Nova a todos os cantos do mundo, inclusive no ambiente digital.

Brasília - DF, 13 de setembro de 2024

Dom Valdir José de Castro - Bispo da Diocese de Campo Limpo – SP, Presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação Social da CNBB

Dom Amilton Manoel da Silva - Bispo da Diocese de Guarapuava – PR, Membro da Comissão Episcopal para a Comunicação Social da CNBB

Dom Edilson Soares Nobre - Bispo da Diocese de Oeiras – PI, Membro da Comissão Episcopal para a Comunicação Social da CNBB

Osnilda Lima - Assessora da Comissão Episcopal para a Comunicação Social da CNBB

Pe. Tiago Síbula - Assessor da Comissão Episcopal para a Comunicação Social da CNBB

Fonte: CNBB

Alguns dados biográficos

O Padre Fabrício Rodrigues tinha de 29 anos. Foi ordenado presbítero em 2019.

Era conhecido nas redes, com quase 600 mil seguidores no Instagram, onde publicava vídeos diários respondendo a perguntas de fiéis sobre o catolicismo.

Somando números de outras redes sociais, ele acumulava mais de 1 milhão de seguidores.

Era cantor, escritor e influenciador. Ele compartilhava publicamente sobre seu diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Era autor do livro “Vamos rezar juntos?”

-----------------------------------------------------------.

Religiosas e Religiosos Brasileiros em Roma celebram o 7 de Setembro com esperança e compromisso pela Justiça

No último sábado, 07 de setembro, na capela da Casa Geral das Irmãs de Nossa Senhora de Lourdes, em Barberini, Roma, uma celebração marcou o Dia da Independência do Brasil, unindo a fé e o clamor por justiça. A missa, presidida pelo Pe. Levi Ferreira dos Anjos, SCJ, contou com cânticos e orações em português, refletindo o vínculo dos religiosos brasileiros com sua pátria.

Durante a celebração, os presentes destacaram a fé e o sentimento de união com o povo brasileiro, reconhecendo as riquezas naturais e culturais do país, mas também as desigualdades e contradições que o desafiam. O Brasil, descrito como “um país em chamas” devido às queimadas na Amazônia e no Pantanal, foi lembrado pelos danos causados pela exploração e pela crise climática.

Em sintonia com a mensagem do Papa Francisco, que recentemente convocou os fiéis a ouvirem “o grito da terra e dos pobres”, os religiosos refletiram sobre a febre que atinge o Brasil. A celebração também lembrou a mobilização popular nas ruas brasileiras durante o Grito dos Excluídos, evento que, há décadas, clama por justiça, paz e vida digna para todos. Os religiosos reforçaram seu compromisso com a defesa da vida, reconhecendo que “a vida em primeiro lugar” é um chamado permanente.

Após a missa, houve um momento de confraternização, onde os participantes partilharam experiências e reafirmaram seu compromisso com a construção de um Brasil mais justo e igualitário. O dia encerrou-se com a oração pela pátria, pedindo a intercessão de Nossa Senhora Aparecida para que o Brasil seja liberto da fome, do ódio, da exclusão e da violência, e para que os direitos dos mais vulneráveis sejam restaurados.

Fonte: CRB

-------------------------------------------------------------------.

A seca prolongada e os efeitos danosos para o meio ambiente e para os seres humanos

   Escrito por Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

Nos últimos tempos, o Brasil vem enfrentando uma seca prolongada, de efeitos muito danosos para a natureza e para as pessoas. E todos estão se perguntando: Por que ela está sendo tão severa e até quando vai durar?

A resposta para essa pergunta não é simples. O que os especialistas explicam é que ela se deve à soma de vários fenômenos que provocaram a mudança nos padrões de chuvas e de temperatura, o que fez com que a seca se intensificasse e se espalhasse pelo país.

Saímos de um Oceano Pacífico aquecido no fenômeno conhecido como El Niño para um Oceano Atlântico Norte mais aquecido, mudando as correntes e a circulação de chuva pelo planeta. Como não houve trégua entre os eventos, isso fez com que a situação de seca fosse se agravando gradativamente em cada região até chegarmos ao cenário de seca que todos estamos vendo pelo país. Segundo os especialistas, cerca de 3,8 mil cidades estão com alguma classificação de seca que varia de fraca a excepcional. 

Entendendo o fenômeno da seca prolongada

Seca é uma estiagem prolongada durante um período suficiente para que a falta de precipitação pluviométrica provoque um desequilíbrio hidrológico. As regiões com classificação de seca podem ter déficits hídricos prolongados e pastagens ou culturas não completamente recuperadas.

Ainda não entramos na primavera, mas a previsão é que poucas chuvas caiam em toda a estação que já é um período seco. A tendência é de elevação gradual das temperaturas, diminuição da nebulosidade e das chuvas. Isso também favorece o aumento da evaporação, o que reduz a disponibilidade hídrica.

Os dados disponíveis sobre a seca cobrem o período desde 1950. A série histórica revela que a estiagem se agravou a partir de 1988. De lá para cá, a seca mais severa havia sido registrada em 2015. No entanto, à época, a falta de chuva atingiu apenas uma parte das regiões, fazendo com que os rios secassem e a vegetação pegasse fogo.

A falta de chuva e os severos impactos na vegetação atingem agora uma área muito maior que a de 2015 e grandes porções do Brasil passam por situação de seca que varia de severa a excepcional.

Especialistas alertam que a estação seca ainda deve seguir até outubro e que o cenário pode piorar, pois alguns dados mostram que, pela primeira vez, a estiagem afeta o país de forma generalizada, por toda a sua extensão. A única exceção é o Rio Grande do Sul.

Hoje, mais de um terço do território nacional, o que equivale a mais de 3 milhões de km², enfrenta a estiagem na sua pior versão, o que se traduz em: cidades isoladas no Norte do país por conta dos rios que secaram, impedindo a navegação; fogo espalhado por todas as regiões, sufocando a população com a fumaça e causando inúmeros problemas respiratórios, sobretudo, naquelas pessoas mais suscetíveis como crianças e idosos; rios em níveis tão baixos, o que fez com que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que controla o abastecimento de energia no país, anunciasse a ativação de termoelétricas para suprir a demanda.

Onde entra o fator humano

Além dos citados fatores oriundos do próprio planeta, a eles se soma os fenômenos provocados pela mão humana, como há muito tempo já vem sendo dado o grito de alerta: desmatamento acelerado em algumas regiões e destruição de alguns biomas como o cerrado e a Amazônia, além dos incêndios criminosos que ajudam a complicar ainda mais a situação.

Ao lado disso, temos o não cumprimento da legislação ambiental, a falta de fiscalização pelos meios competentes e, acima de tudo, as consequências danosas do aquecimento do nosso planeta no fenômeno conhecido como Efeito Estufa causado pela queima de combustíveis fósseis que leva à alta concentração de gás carbônico na atmosfera.

A perda de muitas espécies vegetais, algumas das quais nem estudadas foram; a perda de muitas espécies animais em todos os biomas, o risco de desabastecimento hídrico das cidades; a dificuldade de transporte na região norte que tem os rios como vias de navegação e transporte; a diminuição da produção de energia pelas hidroelétricas, com a necessidade de se religar as usinas termoelétricas, com o aumento das taxas de energia e, por tabela, o aumento da inflação e do custo de visa.

E para concluir a certeza de que nosso meio ambiente levará décadas para se recuperar, isso se no futuro não houver outro fator semelhante ao que estamos vivendo agora no presente!

Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

Missionário redentorista graduado em História da Igreja pela Universidade Gregoriana de Roma, já trabalha nessa área há muitos anos, tendo lecionado em diversos institutos. Atuou na área de comunicação, sendo responsável pela comunicação institucional e missionária da antiga Província Redentorista de São Paulo, tendo sido também diretor da Rádio Aparecida.

Fonte: A12.com

-----------------------------------------------------.

O Papa: a guerra em Gaza é demais! Não estão sendo dados passos para a paz

No voo de Singapura de volta para Roma, Francisco conversou com os jornalistas a bordo e falou sobre a tragédia dos civis mortos. Sobre as eleições nos EUA: entre Harris e Trump, cada um escolha segundo a consciência. Condenação clara tanto ao aborto quanto à rejeição aos migrantes. Avaliação positiva sobre o acordo com os chineses: a China é uma promessa e uma esperança para a Igreja

Vatican News

A guerra em Gaza é demais! No voo de Singapura de volta para Roma, o Papa Francisco teve um encontro com os jornalistas a bordo e falou sobre a situação dramática na Terra Santa. Há mais de 41.000 vítimas em Gaza. Uma pergunta abordou o tema das eleições estadunidenses e a dificuldade de escolha para um católico. Palavras de abertura sobre a China, que Francisco chama de “uma promessa e uma esperança para a Igreja”.

Matteo Bruni: Salve Santidade, obrigado por esses muitos dias de viagem, obrigado também por nos fazer sentir a alegria das pessoas mais do que o nosso cansaço nessa viagem. Há algumas perguntas dos jornalistas que viajaram com o senhor.

Em primeiro lugar, quero agradecer a todos vocês por esse trabalho, essa companhia na viagem, que é muito importante para mim. Depois, gostaria de parabenizar a decana, porque a Valentina (Alazraki, ed) completa 160 viagens com esta. Não vou dizer a ela que deve se aposentar, mas que deve continuar assim. Agora façam suas perguntas e muito obrigado.

Pei Ting Wong - THE STREITS TIMES

Papa Francisco, estou muito feliz... Espero que tenha gostado de sua visita a Singapura e talvez tenha experimentado a comida local... O que o senhor viu das realidades de Singapura? A cultura? As pessoas? Ficou surpreso com o que viu? E o que Singapura pode aprender com os outros três países que visitamos? Mais especificamente, sua mensagem de reconhecimento de um salário justo para migrantes com baixos salários em Singapura repercutiu entre muitos singapurianos. O que inspirou essa mensagem e qual seu pensamento sobre o assunto? E, por fim, mais uma pergunta: o senhor disse que Singapura tem um papel específico no cenário internacional. O que Singapura pode fazer em um mundo em guerra? E como o Vaticano pode contribuir diplomaticamente?

Obrigado! Em primeiro lugar, eu não esperava encontrar Singapura assim. Chamam-na de a Nova York do Oriente, um país desenvolvido, limpo, pessoas educadas, a cidade, grandes arranha-céus. Além disso, tem uma grande cultura inter-religiosa. O encontro inter-religioso que tive no final foi um modelo de fraternidade. Depois vi, falando sobre migrantes, arranha-céus para os operários. Arranha-céus luxuosos e os outros (em todo caso, ndr) estão bem, são limpos, gostei muito disso. Não senti que havia discriminação. Fiquei impressionado com a cultura, a cultura com os alunos: por exemplo, no último dia, fiquei impressionado com aquela cultura. E depois o papel internacional. Vi que na próxima semana haverá a Fórmula 1. O papel internacional de uma capital que atrai as culturas. É a grande capital. Eu não esperava encontrar algo assim.

O que o senhor aprendeu?

A senhora sabe, sempre se pode aprender alguma coisa. Porque cada pessoa e cada país tem uma riqueza diferente. É por isso que a fraternidade na comunicação é importante. Por exemplo, se eu pensar no Timor-Leste, vi muitas crianças, em Singapura não vi tantas. Talvez seja algo a se aprender... E o futuro são as crianças, pensem nisso. Ah, outra coisa: vocês, habitantes de Singapura, são tão simpáticos! Smile, smile!

Delfim de Oliveira, GMN TV

No final da Missa em Taci Tolu, o senhor chamou a atenção dos timorenses para a presença de crocodilos. O que quis dizer com isso?

Eu tomei a imagem de crocodilos que entram na praia. O Timor-Leste tem uma cultura simples, familiar e alegre. É uma cultura de vida: tem muitos filhos, muitos. E quando eu falei de crocodilos, estava falando das ideias que podem vir de fora para arruinar essa harmonia que vocês têm. E lhe digo mais uma coisa: fiquei apaixonado pelo Timor-Leste. Outra coisa?

No Timor-Leste, os católicos são a maioria, mas há um crescimento de seitas. O termo “crocodilos” também se refere a eles?

Talvez, eu não me refiro a isso, não posso, mas pode ser. Porque todas as religiões devem ser respeitadas, mas é feita uma distinção entre religião e seita. A religião é universal, seja ela qual for. A seita é restritiva, é um pequeno grupo que sempre tem outra intenção. Obrigado e parabéns pelo seu país!

Francisca Christy Rosana - TEMPO MEDIA GROUP

Obrigado Papa Francisco, as pessoas na Indonésia, não apenas os católicos, esperavam-no há muito tempo. Minhas perguntas são: o senhor sabe que o país ainda tem dificuldades com sua democracia? Como o senhor vê isso e qual é a sua mensagem para nós? E outra pergunta: a Indonésia às vezes tem os mesmos problemas que Papua Nova Guiné, com o setor de mineração que é apenas para os oligarcas e, enquanto isso, os povos locais e indígenas não se beneficiam. O que pensa a propósito? E o que podemos fazer?

Esse é um problema comum das nações em desenvolvimento. Por isso é importante o que a Doutrina Social da Igreja diz sobre a necessidade de haver comunicação entre os diferentes setores da sociedade. A senhora disse que a Indonésia é um país em desenvolvimento, e uma das coisas que talvez precise ser desenvolvida é o relacionamento social. Fiquei muito contente com a visita ao seu país. Muito bonito!

Matteo Bruni: Santidade, a imprensa de Papua Nova Guiné acompanhou sua viagem com grande interesse, mas infelizmente não foi possível ter um jornalista no voo. Gostaria de aproveitar esta oportunidade para perguntar se há algo que o senhor gostaria de nos contar sobre Papua Nova Guiné, em particular sobre Vanimo, que é um lugar onde me parece que o senhor quis ir pessoalmente.

Gostei do país e vi um forte país em desenvolvimento. Depois, quis ir a Vanimo para encontrar um grupo de padres e religiosas da Argentina que trabalham lá e vi uma organização muito boa, muito boa. Em todos os países, a arte é muito desenvolvida: danças, outras expressões poéticas... Mas em Papua Nova Guiné e em Vanimo é impressionante o desenvolvimento da arte. Isso me impressionou bastante. Os missionários que visitei vão para a floresta para trabalhar. Gostei de Vanimo e do país também.

O Papa responde a uma jornalista durante a coletiva de imprensa

Stefania Falasca - TIANOUZHIKU

Santo Padre, viemos de Singapura, um país com uma população majoritariamente chinesa e um modelo de convivência harmoniosa e pacífica. Em relação à paz, gostaria de saber o que o senhor pensa - dada a proximidade com a China continental – sobre os esforços feitos pela China para alcançar um cessar-fogo nas regiões em conflito, como a Faixa de Gaza. Em julho, foi assinada a Declaração de Pequim para por fim às divisões entre os palestinos. Depois, a colaboração sobre a paz entre a China e a Santa Sé. Por último, estamos perto da renovação do acordo entre a China e a Santa Sé sobre as nomeações dos bispos. O senhor está satisfeito com os resultados e com o diálogo obtidos até agora?

Vou ficar com a última pergunta. Estou feliz com o diálogo com a China. O resultado é bom. Até para a nomeação de bispos se trabalha com boa vontade. Ouvi da Secretaria de Estado como vão as coisas e estou feliz. A China é outra coisa. A China para mim é uma “ilusão” (um sonho, N.doR.), no sentido de que eu gostaria de visitar a China. É um grande país, admiro a China, respeito a China. É um país com uma cultura milenar, de uma capacidade de diálogo, de entendimento entre si, que vai além dos diferentes sistemas de governo que teve. Acredito que a China seja uma promessa e uma esperança para a Igreja. A colaboração pode ser feita e certamente para os conflitos. Neste momento, o cardeal Zuppi caminha neste movimento e também mantém relações com a China.

Anna Matranga – CBS NEWS

Santidade, o senhor sempre falou em defesa da dignidade da vida. Em Timor-Leste, que é um país com uma taxa de natalidade muito elevada, disse sentir pulsar e explodir a vida para as muitas crianças. Em Singapura, falou em defesa dos trabalhadores migrantes. Tendo em vista as próximas eleições nos Estados Unidos, gostaria de lhe perguntar: que conselho pode dar a um eleitor católico que tem de decidir entre um candidato a favor da interrupção da gravidez e outro que gostaria de deportar 11 milhões de migrantes?

Ambos são contra a vida, tanto aquele que joga fora os migrantes quanto aquele que mata crianças. Ambos são contra a vida. Não se pode decidir. Eu não sou estadunidense, não irei votar lá. Mas sejamos claros: tanto não dar aos migrantes a capacidade de trabalhar quanto não dar hospitalidade aos migrantes é um pecado grave. No Antigo Testamento há um refrão: o órfão, a viúva e o estrangeiro, ou seja, o migrante. São os três que o povo de Israel deve proteger. Falha quem não cuida do migrante, é um pecado, um pecado também contra a vida e as pessoas. Celebrei a missa na fronteira, perto da Diocese de El Paso. Havia muitos calçados de migrantes, eles acabaram mal ali. Hoje, existe uma corrente migratória dentro da América Central, muitas vezes são tratados como escravos porque se aproveitam disso. A migração é um direito que já existia na Sagrada Escritura e no Antigo Testamento. O estrangeiro, o órfão e a viúva, não se esqueçam disso.

Depois, o aborto. A ciência diz que no mês da concepção todos os órgãos do ser humano estão presentes. Todos. Fazer um aborto é matar um ser humano. Goste ou não da palavra, mas é matar. A Igreja não é fechada porque não permite o aborto, a Igreja não permite o aborto porque mata. É assassinato, é assassinato! Devemos ser claros sobre isto: mandar embora os migrantes, não deixá-los desenvolver-se, não deixá-los ter uma vida, é uma coisa ruim, é maldade. Tirar uma criança do ventre da mãe é assassinato, porque existe vida. Devemos falar claramente sobre essas coisas. “Não, mas, porém…”. Sem “mas, porém”. As duas coisas são claras. O órfão, o estrangeiro e a viúva. Não se esqueça disso.

Na sua opinião, Santidade, pode haver circunstâncias em que seja moralmente admissível votar num candidato a favor da interrupção da vida?

Na moral política, geralmente se diz que não votar é ruim, não é bom. É preciso votar. É preciso escolher o mal menor. Quem é o mal menor? Aquela senhora ou aquele senhor? Não sei, cada um em sua consciência pense e faça isso.

Mimmo Muolo – AVVENIRE

Existe o perigo de que o conflito em Gaza se estenda também para a Cisjordânia. Houve uma explosão há poucas horas que causou a morte de 18 pessoas, incluindo alguns funcionários da ONU. Quais são os seus sentimentos neste momento e o que o senhor gostaria de dizer às partes em guerra? Existe a possibilidade da mediação da Santa Sé para alcançar um cessar-fogo e a paz desejada?

A Santa Sé está trabalhando nisso. Uma coisa eu lhes digo: todos os dias ligo para Gaza, para a paróquia de Gaza. Ali, dentro do colégio, há 600 pessoas: cristãos, muçulmanos... mas vivem como irmãos. Eles me contam coisas ruins, coisas difíceis. Não posso qualificar se esta ação de guerra é muito sangrenta ou não, mas, vemos os corpos de crianças mortas, vemos que, por presunção, há ali alguns guerrilheiros, se bombardeia uma escola. Isso é ruim, é ruim, é ruim.

Às vezes se diz que é uma guerra defensiva, mas às vezes eu acredito que é uma guerra... demais, demais. Peço desculpas por dizer isso, mas não creio que estejam sendo tomadas medidas para estabelecer a paz. Por exemplo, em Verona, tive uma experiência muito bonita. Um judeu, cuja esposa tinha morrido num bombardeio, e um de Gaza, cuja filha tinha morrido, e ambos falaram de paz, se abraçaram, deram um testemunho de fraternidade. Eu digo o seguinte: a fraternidade é mais importante do que a morte de um irmão. Fraternidade, dar as mãos. No final, quem vencer a guerra encontrará uma grande derrota. A guerra é sempre uma derrota, sempre, sem exceção. Não podemos nos esquecer disso. É por isso que tudo o que se faz pela paz é importante. Quero dizer uma coisa, talvez seja uma pequena intromissão na política: sou muito, muito grato pelo que o rei da Jordânia faz. Ele é um homem de paz. O rei Hussein é um homem bom.

Lisa Weiss - ARD

Santo Padre, durante esta viagem o senhor falou muito abertamente sobre os problemas de cada país, não apenas sobre as belezas. E justamente por isso nos perguntamos: por que não falou sobre o problema de a pena de morte ainda existir em Singapura?

É verdade. Não pensei nisso. A pena de morte não funciona. Temos que eliminá-la aos poucos, lentamente. Muitos países têm a lei, mas não cumprem a sentença. Os Estados Unidos são iguais... A pena de morte deve acabar, não funciona, não funciona.

Simone Leplatre - LE MONDE

Santidade, antes de tudo obrigado por esta viagem fascinante. Em Timor-Leste o senhor mencionou os jovens, vítimas de abuso sexual. Obviamente pensamos no Bispo Belo. Na França, temos um caso semelhante com Abbé Pierre, o fundador de Emaús, que durante vários anos foi eleito a personalidade preferida do povo francês. Em ambos os casos, o carisma deles fez com que fosse difícil acreditar nas acusações. Gostaria de perguntar: o que o Vaticano sabia sobre Abbé Pierre? E o que dizer às vítimas e à população em geral que têm dificuldade em acreditar, que uma pessoa que fez tanto bem também possa ter cometido crimes? E por falar em França, também gostaríamos de saber: o senhor irá a Paris para a inauguração de Notre-Dame em dezembro?

Vou responder à última: não irei a Paris, não irei a Paris. Agora, a primeira. Você tocou num ponto muito dolorido, muito delicado. São pessoas boas, pessoas que fazem o bem. Você mencionou o Abbé Pierre. Com tanto bem que ele fez, se vê que essa pessoa é um pecador. Esta é a nossa condição humana. Não devemos dizer: vamos cobrir, vamos cobrir para que não apareça. Os pecados públicos são públicos e devem ser condenados. Por exemplo, Abbé Pierre é um homem que fez muito bem, mas também é um pecador. Devemos falar claramente sobre estas coisas, e não esconder. Trabalhar contra o abuso é algo que todos devemos fazer. Mas não só contra o abuso sexual, contra todo o tipo de abuso: abuso social, abuso educativo, mudar a mentalidade das pessoas, tirar a liberdade. O abuso é na minha opinião uma coisa demoníaca, porque todo tipo de abuso destrói a dignidade da pessoa, todo tipo de abuso tenta destruir o que todos nós somos: a imagem de Deus. Fico feliz quando esses casos surgem. Direi algo que talvez tenha dito da outra vez: cinco anos atrás, tivemos um encontro com os presidentes das Conferências Episcopais sobre casos de abuso sexual e outros abusos. Tivemos uma estatística muito bem feita, creio que das Nações Unidas: 42-46% dos abusos ocorrem (acontecem, N.doR.) na família ou no bairro... Por fim, o abuso sexual de crianças, de menores, é um crime e uma vergonha.

(…)

Uma coisa que eu não respondi: o que o Vaticano sabia sobre o Abbé Pierre. Não sei quando o Vaticano veio a saber disso, não sei. Não sei porque não estava aqui e nunca tive a ideia de investigar isso, mas certamente depois da morte com certeza, mas antes não sei. 

Elisabetta Piqué - LA NACIÓN

Em primeiro lugar, obrigado por esta bela viagem aos confins do mundo. Foi a mais longo do pontificado e por falar em viagens muito longas, muitos colegas me perguntaram: mas, se vai à Argentina? Eis a primeira pergunta: iremos à Argentina ou não? Segunda pergunta, na Venezuela a situação é dramática. Nestes dias em que o senhor viajava, o presidente teoricamente eleito teve de se exilar na Espanha. Que mensagem o senhor daria ao povo da Venezuela?

Não acompanhei a situação na Venezuela, mas a mensagem que dou aos governantes é para dialogarem e fazerem a paz. As ditaduras não servem e acabam mal, mais cedo ou mais tarde. Leiam a história da Igreja… Digo que o governo e o povo devem fazer de tudo para encontrar um caminho de paz na Venezuela. Não posso dar uma opinião política porque não conheço os detalhes. Sei que os bispos falaram e a mensagem dos bispos é boa. Então, se irei à Argentina é algo que ainda não foi decidido. Eu gostaria de ir, é o meu povo, eu gostaria de ir, mas ainda não está decidido. Há várias coisas a serem resolvidas primeiro.

Se o senhor for, fará uma escala nas Canárias?

Você leu o meu pensamento, hein? Estou pensando um pouco em ir às Canárias, porque lá há situações de migrantes que vêm do mar e eu gostaria de estar perto dos governantes e do povo.

Josie Bonifasius Susilo – KOMPAS.ID

Obrigado, Santo Padre! Alguns países estão começando a distanciar-se do seu compromisso com o Acordo de Paris por motivos econômicos, especialmente após a pandemia. Vários países hesitam em fazer a transição para a “energia verde”. O que o senhor pensa sobre essas questões?

Acho que o problema climático é grave, é muito grave. Em Paris (COP21 em 2016), que foi o ponto culminante, depois, os encontros sobre o clima têm decaído. Fala-se, fala-se, mas não se faz. Esta é a minha impressão. Falei sobre isso nos dois escritos: Laudato si' e Laudate Deum.

Matteo Bruni: Agradecemos a Sua Santidade

Obrigado a vocês, avante e coragem! Esperamos que agora nos deem o que comer! (risadas)

Fonte: Vatican News

*---------------------------------------------------------------.x

O Papa na Santa Maria Maior ao retornar da viagem à Ásia e Oceania

Imediatamente após desembarcar em Roma vindo de Singapura, o Papa rezou diante do ícone da Salus Populi Romani na Basílica Mariana.

Vatican News

O avião com o Papa Francisco a bordo chegou ao Aeroporto Internacional Leonardo da Vinci de Roma-Fiumicino, na tarde desta sexta-feira (13/09), às 18h46 locais, vindo de Singapura, depois de percorrer 9.500 km em 12 horas e meia.

Como de costume, o Papa quis transmitir à Virgem Maria o seu agradecimento pela 45ª Viagem Apostólica Internacional, a mais longa desde o início do seu Pontificado, que se concluiu após doze dias e o levou à Ásia e Oceania. Francisco visitou a Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor-Leste e Singapura.

O Papa deixa Singapura rumo a Roma, termina a viagem à Ásia e Oceania

O post da Sala de Imprensa da Santa Sé

Em seu retorno, informou há pouco um post no Telegram da Sala de Imprensa da Santa Sé, “o Papa Francisco foi à Basílica de Santa Maria Maior, onde se deteve em oração diante do ícone da Virgem Salus Populi Romani. Ao final da visita, retornou ao Vaticano”. O retorno à sua residência ocorreu poucos minutos depois das 20h locais.

Fonte: Vatican News

---------------------------------------------------------------.

O Papa deixa Singapura rumo a Roma, termina a viagem à Ásia e Oceania

O pontífice está no voo de volta a Roma após 12 dias de visitas à Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor-Leste e Singapura. Sua chegada ao aeroporto de Roma Fiumicino está prevista para o fim da tarde.

Silvonei José – Vatican News

O Papa Francisco concluiu nesta sexta-feira (13/09) o que deveria ser um duro teste em seu pontificado: a mais longa viagem internacional, 12 dias em que percorreu quatro países - Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor Leste e Singapura - e na qual, apesar de seus 87 anos e de seus problemas de mobilidade, passou sem problemas, em boa forma e sem mostrar sinais de fraqueza.

A viagem, durante a qual percorreu 32 mil quilômetros, somados aos que percorreu de carro e de papamóvel entre os fiéis, as quatro mudanças de horário e os sete voos, não parecem ter afetado o Pontífice, que nesta sexta-feira se despediu de Singapura com uma visita a um lar de idosos e um encontro com os jovens, no qual mais uma vez mostrou seu bom humor.

O Papa Francisco deixou Singapura às 12h25, hora local, concluindo sua 45ª viagem apostólica internacional à Ásia e à Oceania. Antes da cerimônia de despedida no Aeroporto Internacional de Singapura, o Pontífice, recebido pelo Ministro da Cultura, Comunidade e Juventude, teve uma breve conversa com ele.

O voo papal (A350 – Singapura Airlines) deve percorrer 9.567 Km em cerca de 12h35’’ chegando ao Aeroporto Internacional Leonardo da Vinci de Roma-Fiumicino no final da tarde italiana.

Durante o voo, previsto o tradicional encontro com os jornalistas para a coletiva de imprensa.

Francisco nos últimos dias foi visto por centenas de milhares de pessoas e apertou a mão de muitas delas, nas longas filas que se formavam no aguardo dos diversos eventos, sem perder a paciência, parando o carro em várias ocasiões para abençoar os bebês que os pais traziam para o lado da estrada para vê-lo passar por um momento, e sempre se aproximando dos doentes para um afago.

Também distribuiu doces para as crianças, uma a uma, que se exibiam cantando, dançando e tocando seus instrumentos durante suas apresentações, embora sempre em sua cadeira de rodas.

Francisco, um grande amante da Ásia, seguindo os passos dos jesuítas aos quais pertence, também quis mostrar que esse continente é a esperança para a Igreja Católica.

O Papa voltará a pegar um avião em 15 dias para viajar para a Bélgica e Luxemburgo.

Fonte: Vatican News

*---------------------------------------------------------------.s

Papa aos idosos e enfermos: a oração de vocês é muito importante para Deus

No último dia de sua 45ª Viagem Apostólica Internacional, Francisco visitou o Lar Santa Teresa em Singapura, encontrando-se com mais de 60 idosos e enfermos. O Pontífice expressou gratidão, abençoou os residentes e destacou a importância das suas orações para a Igreja.

Vatican News

O Papa Francisco visitou o Lar Santa Teresa em Singapura na manhã de sexta-feira, 13 de setembro, onde encontrou idosos e enfermos. Acompanhado pelo arcebispo emérito de Singapura, dom Nicholas Chia Yeo Joo, e outros membros da comunidade, o Papa expressou sua gratidão e assegurou suas orações aos presentes.

O Lar Santa Teresa, fundado há 90 anos pelas Pequenas Irmãs dos Pobres, abriga atualmente 200 residentes e é administrado pelos Serviços de Assistência Católica (CWS). Durante a visita, o Papa abençoou cerca de 60 idosos em cadeiras de rodas dos lares geridos pelo CWS, incluindo os lares de São José e Vila Francisco.

Oração e perdão

Na sua breve passagem pelo lar, que durou menos de meia hora, o Papa saudou os residentes, muitos dos quais sofrem de doenças graves, Alzheimer ou Parkinson. Francisco expressou admiração pela paciência e dignidade deles e afirmou: “Deus se alegra ao ouvir a oração de vocês. Obrigado pela paciência e pelas orações.”

O Papa também enfatizou a importância das orações dos residentes para a Igreja e a humanidade: “Eu peço que rezem pela Igreja e pela humanidade. A oração de vocês é muito importante diante de Deus.” Ao final, concedeu a todos o perdão de Deus: “O Senhor perdoa tudo sempre e eu manifesto, em nome do Senhor, o perdão a todos vocês.”

Novas instalações

Durante a visita, o Papa abençoou uma placa para o futuro "Catholic Hub", um novo espaço que substituirá o atual Lar Santa Teresa. Este novo centro, chamado Vila Santa Teresa, será uma instalação maior e mais moderna, enquanto o "Catholic Hub" abrigará organizações arquidiocesanas, um centro de convenções, instalações para retiros e uma casa para clérigos idosos. A visita concluiu com uma oração e uma foto de grupo, enquanto os residentes e funcionários aplaudiram e se despediram com alegria.

Fonte: Vatican News

*---------------------------------------------------------------.s

Papa aos jovens de Singapura: sejam corajosos, saiam da zona de conforto

Como último compromisso da viagem apostólica à Ásia e Oceania, nesta sexta-feira (13/09), Francisco encontrou-se com jovens de diferentes religiões no Colégio Católico de Singapura. De forma espontânea, o Pontífice conversou com os presentes convidando-os a sempre seguir com coragem o caminho da unidade, e recordou: “toda ditadura na história, a primeira coisa que faz é cortar o diálogo”.

Vatican News

Nesta sexta-feira, 13 de setembro, o Papa Francisco participou de um diálogo inter-religioso com jovens, realizado no Colégio Católico em Singapura. Cerca de 600 participantes de mais de 50 escolas e organizações inter-religiosas compareceram ao evento. Este foi o último compromisso do Pontífice antes de sua partida da Ásia para Roma, após sua 45ª Viagem Apostólica Internacional por quatro nações, que também o levou à Indonésia, Papua Nova Guiné e Timor-Leste.

Unidade na diversidade

O Santo Padre foi acolhido com testemunhos de um jovem hindu, uma jovem sikhi e uma católica. Os três representantes juvenis falaram sobre os frutos e os desafios na promoção do diálogo inter-religioso, bem como diante dos cenários da atualidade, como as guerras, o egoísmo, o mau uso da inteligência artificial e, ao final de cada fala, apresentaram também uma pergunta ao Papa.

Francisco, após esse momento, deixou o discurso preparado para a ocasião de lado e desenvolveu com os jovens um diálogo espontâneo, com perguntas e respostas, e, principalmente, reagindo às realidades apresentadas pelos jovens, encorajando-os a seguirem seu percurso com coragem e esperança.

Sair das zonas de conforto

Os jovens são corajosos, enfatizou o Papa, porque buscam a verdade, porque caminham, porque são criativos. "Mas a juventude", alertou, "deve tomar cuidado para não cair nas ‘críticas de sofá’". A crítica, explicou Francisco, deve ser construtiva; caso contrário, torna-se destrutiva, sem abrir caminho para o novo. É preciso ter a coragem de criticar e de se deixar ser criticado pelos outros, e “este é o diálogo sincero entre os jovens”:

"Os jovens devem ter a coragem de construir, de seguir em frente, de sair das zonas de conforto. Um jovem que escolhe viver sempre sua vida de forma confortável é um jovem que engorda, mas não engorda a barriga, engorda a mente. Por isso, eu digo aos jovens: arrisquem, saiam, não tenham medo. O medo é uma atitude ditatorial que te paralisa."

As redes sociais não devem escravizar

Francisco também abordou um tema que lhe é muito caro, levantado pelas palavras dos jovens: o uso dos meios de comunicação. O Papa sublinha que quem não os usa corre o risco de tornar-se um jovem “fechado” e, por outro lado, quem os usa excessivamente, aparentando estar sempre disperso, se torna um jovem escravo dessas redes sociais:

“Todos os jovens devem usar os meios de comunicação, mas usá-los para que nos ajudem a seguir em frente, não para que nos tornem escravos.”

Francisco elogiou a juventude pela sua capacidade de promover o diálogo inter-religioso e destacou que “todas as religiões são um caminho para chegar a Deus”, e que nenhuma é mais importante que a outra:

"São como diferentes línguas, diferentes idiomas para chegar até um objetivo. Mas Deus é Deus para todos. E assim como Deus é Deus para todos, nós somos todos filhos de Deus."

O bullying é uma agressão

A juventude é a fase da coragem, que, junto com o respeito, é necessária para o diálogo. Francisco, como já fez no passado, alertou contra o grave fenômeno do bullying que, seja verbal ou físico, é sempre uma agressão. Porém, recordou o Papa com um exemplo doloroso, sofre quem é mais fraco, principalmente as crianças com deficiência:

"Assim como temos nossas próprias deficiências, devemos respeitar as deficiências dos outros. Isso é importante. Por que digo isso? Porque superar essas coisas ajuda no que vocês fazem, o diálogo inter-religioso. Porque o diálogo inter-religioso se constrói com o respeito aos outros, e isso é muito importante."

Francisco se despediu dos jovens de Singapura convidando-os a fazer tudo o que for possível para manter uma atitude corajosa e promover um espaço onde os jovens possam entrar e dialogar:

"E se vocês dialogarem quando jovens, dialogarão ainda mais quando adultos, dialogarão como cidadãos, como políticos. Arrisquem! E quando passar um tempo e vocês já não forem mais jovens, quando forem adultos e também avós, ensinem todas essas coisas às crianças."

O compromisso dos jovens

Na conclusão do encontro, após o discurso do Papa e um momento de oração silenciosa, os jovens recitaram juntos a “Promessa da Geração Futura de se comprometer com a Unidade e a Esperança”, com as seguintes palavras:

"Nós, a geração futura, nos comprometemos a ser um farol de unidade e esperança na promoção da cooperação e das amizades que alimentam a coexistência harmoniosa entre pessoas de diferentes crenças." - Fonte: Vatican News

*---------------------------------------------------------------.s

A inesquecível viagem do Papa missionário até aos confins do mundo

Imagens destinadas a permanecer na mente e no coração após a conclusão da peregrinação à Ásia e à Oceania.

Andrea Tornielli

Na conclusão da mais longa viagem do pontificado do Papa à Ásia e à Oceania, há algumas imagens destinadas a permanecer na mente e no coração. A primeira é a do “túnel da fraternidade” que Francisco abençoou ao lado do Grande Imã de Jacarta: em uma época em que os túneis são associados a imagens de guerra, terrorismo, violência e morte, essa passagem que liga a grande mesquita à catedral católica é um sinal e uma semente de esperança. Os gestos de amizade e de afeto que o Bispo de Roma e o imã trocaram entre si chamaram a atenção de muitas pessoas no maior país muçulmano do mundo.

A segunda imagem é de Francisco embarcando no C130 da Força Aérea Australiana para ir a Vanimo, no noroeste de Papua Nova Guiné, para visitar três missionários de origem argentina e seu povo, levando consigo uma tonelada de ajuda e presentes. O Papa, que quando jovem sonhava em ser missionário no Japão, ansiava por essa viagem ao local mais periférico do mundo, onde foi abraçado por homens e mulheres em seus trajes coloridos. Ser missionário significa, antes de mais nada, compartilhar a vida, os muitos problemas e as esperanças desse povo que vive na precariedade, imerso em uma natureza exuberante. Significa dar testemunho da face de um Deus que é ternura e compaixão.

A terceira imagem é a do Presidente da República, José Manuel Ramos-Horta, que, na conclusão dos discursos oficiais no palácio presidencial em Dili, Timor Leste, abaixou-se para ajudar o Papa a colocar os pés nos apoios de sua cadeira de rodas. No país mais católico do mundo, a fé é um forte elemento de identidade e o papel da Igreja foi decisivo no processo que levou à independência da Indonésia.

A quarta imagem é a do comovente abraço do Papa às crianças com deficiência cuidadas pelas religiosas da escola Irmãs Alma: gestos, olhares, algumas palavras profundamente evangélicas para nos lembrar que essas crianças que precisam de tudo, ao se deixarem cuidar, nos ensinam a nos deixarmos cuidar por Deus. A pergunta sobre por que os pequenos sofrem é uma lâmina que fere, uma ferida que não cicatriza. A resposta de Francisco foi a proximidade e o abraço. 

A quinta imagem é a do povo de Timor Leste que esperou horas e horas sob o sol escaldante pelo Papa na esplanada de Taci Tolu. Mais de 600 mil pessoas estavam presentes, praticamente um timorense a cada dois. Francisco ficou impressionado com a recepção e o calor humano em um país que, depois de lutar para conquistar sua independência da Indonésia, está lentamente construindo seu futuro. Sessenta e cinco por cento da população tem menos de 30 anos de idade, e as ruas percorridas pelo carro papal estavam repletas de homens e mulheres jovens com seus filhos pequenos. Uma esperança para a Igreja. Uma esperança para o mundo.

A sexta imagem é a da “skyline” de Singapura, a ilha-Estado com os arranha-céus altíssimos e moderníssimos. Um país desenvolvido e rico. Impossível não pensar no contraste com as ruas empoeiradas de Dili, de onde o Papa havia saído algumas horas antes. Aqui também, onde a prosperidade é evidente em cada canto, onde a vida é organizada e o transporte é muito rápido, Francisco abraçou a todos e indicou o caminho do amor, da harmonia e da fraternidade.

Por fim, a última imagem é a do próprio Papa. Houve quem duvidasse que ele teria resistido bem ao cansaço de uma viagem tão longa, em países de clima tropical. Pelo contrário, foi um crescendo: em vez de se cansar dia após dia, gastando quilômetros, transferências e voos, ele recuperou energia. Encontrou os jovens de vários países, abandonando o texto escrito e dialogando com eles, revigorando-se no espírito, mas também no corpo. Jovem entre os jovens, apesar de estar se aproximando dos 88 anos, que completará na véspera do Jubileu. Fonte: Vatican News

*---------------------------------------------------------------.s

Tufão Yaghi no Vietnã, a tristeza e a solidariedade espiritual do Papa

Em um telegrama assinado pelo Secretário de Estado, cardeal Parolin, o Papa Francisco expressou suas condolências pelas vítimas do forte tufão que atingiu o país asiático, que chegou a 226 e 104 desaparecidos, e sua bênção às autoridades e aos socorredores.

Vatican News

O Papa Francisco está “profundamente triste” com a notícia do tufão e das tempestades que no Vietnã causaram a perda de vidas humanas e destruição generalizada, e em um telegrama assinado pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado, “oferece sua solidariedade espiritual aos feridos e a todos aqueles que sofrem as consequências desse desastre”.

O Papa confia a alma dos falecidos à misericórdia amorosa de Deus Todo-Poderoso e invoca sobre todos, “em particular sobre as autoridades civis e sobre as equipes de emergência que está prestando assistência”, as bênçãos divinas de paz e consolo.

Segundo o último balanço das autoridades locais. o tufão Yaghi derrubou pontes, devastou edifícios, destruiu pelo menos 250 mil hectares de plantações e causou 226 mortes e 104 desaparecidos. Na capital, Hanói, mais de 15 mil pessoas foram evacuadas devido à inundação do Rio Vermelho.

Fonte: Vatican News

---------------------------------------------------------------.

Vaticano: coletiva de imprensa apresenta trabalhos da segunda sessão do Sínodo

O encontro com jornalistas é na segunda-feira (16/09) a partir da Sala de Imprensa da Santa Sé com transmissão on-line. A coletiva irá apresentar os trabalhos da segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária que será realizada de 2 a 27 de outubro, orientados pelo texto-base do Instrumentum Laboris (IL) publicado em julho, inclusive em português. Como recorda dom Wilson Angotti, bispo de Taubaté/SP, o Sínodo trata sobre sinodalidade, "a maneira como a Igreja deve viver a dimensão sinodal".

Andressa Collet - Vatican News

A segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, depois daquela de 2023, será realizada de 2 a 27 de outubro, no Vaticano. Uma coletiva de imprensa marcada para a próxima segunda-feira (16/09) irá apresentar os trabalhos para aquele período, que serão orientados pelo texto-base do Instrumentum Laboris (IL) publicado no início de julho, inclusive em português. O documento - estruturado em cinco partes - está em continuidade com todo o processo sinodal iniciado em 2021 e apresenta propostas para uma Igreja cada vez mais "sinodal em missão", mais próxima do povo, menos burocrática e na qual todos os batizados participem de sua vida. Entre os pontos de reflexão estão a valorização da mulher e a necessidade de transparência e prestação de contas.

A apresentação dos trabalhos

A coletiva aos jornalistas será realizada na Sala de Imprensa da Santa Sé e transmitida ao vivo em idioma original através do canal do Vatican News no YouTube. Os trabalhos da segunda sessão serão apresentados pelos representantes do Sínodo: cardeal Mario Grech, secretário-geral; cardeal Jean-Claude Hollerich, relator-geral; dom Riccardo Battocchio, secretário-especial; e Pe. Giacomo Costa, secretário-especial; além das referências da Comissão de Informação da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos: o presidente Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério para a Comunicação, e a secretária Sheila Pires.

Em artigo divulgado nesta quinta-feira (12/09) pela CNBB, dom Wilson Angotti, bispo de Taubaté/SP, direciona uma reflexão sobre o Sínodo convocado pelo Papa Francisco que está sendo realizado em duas etapas e, desta vez, trata sobre a sinodalidade, "ou seja, a maneira como a Igreja deve viver a dimensão sinodal". Assim, o prelado percorre a origem das palavras sínodo e sinodalidade na Igreja, da atitude de se fazer um caminhho comum com os outros, até dar exemplos daqueles que foram realizados no decorrer da história até hoje, expressão da universalidade da Igreja, como é o caso dos dicastérios que assessoram o Papa e o colégio de cardeais. E dom Wilson finaliza:

"Em continentes e em países temos as Conferências Episcopais, ricas expressões de comunhão e sinodalidade, pelo empenho em caminhar juntos. Nas dioceses e paróquias, concretizando o espírito sinodal, temos as assembleias pastorais, o Conselho de Pastoral, o Conselho Administrativo e Econômico, o Conselho de Presbíteros, etc. Com essas e outras instâncias nos exercitamos em ouvir os outros a fim de tomar as melhores decisões para caminhar juntos e fortalecer a comunhão, que é essencial na Igreja de Cristo." - Fonte: Vatican News

---------------------------------------------------------------.

Dicastério para as Causas dos Santos: em novembro, conferência sobre martírio e oferta da vida

Será realizada no Instituto Patrístico Agustinianum, em Roma, de 11 a 14 de novembro, uma conferência que será aberta pelo cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos. Já o prólogo ficará a cargo do monsenhor Antonio Pitta, vice-reitor da Universidade Lateranense.

Vatican News

“Não há amor maior. O martírio e a oferta da vida”. Esse é o tema da próxima conferência organizada pelo Dicastério para as Causas dos Santos que será realizada no Instituto Patrístico Agustinianum, em Roma, de 11 a 14 de novembro. “A realidade do martírio”, conforme a divulgação do evento no site do Dicastério, ”continua sendo mais atual do que nunca. Portanto, o objetivo da conferência é aprofundá-la nos contextos históricos, culturais e sociais do século XXI”. A outra área de estudo diz respeito ao novo caso das causas de beatificação e canonização, ou seja, a oferta da vida, aprovada pelo Papa Francisco em 11 de julho de 2017”.

Os trabalhos da conferência serão abertos na tarde de segunda-feira, 11 de novembro, com a saudação do cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, e o prólogo do vice-reitor da Universidade Lateranense, professor Antonio Pitta, sobre o tema “Um amor maior: dar a vida” (cf. Jo 15,13). Em seguida, haverá uma palestra sobre “O martírio na vida da Igreja”.

As palestras da terça-feira, 12 de novembro, serão dedicadas ao tema do ódio contra a fé cristã na atualidade de vários contextos sociais e geográficos e ao martírio em outras denominações cristãs. Uma apresentação também abordará o tema do martírio na produção cinematográfica.

As palestras da quarta-feira, 13 de novembro, serão sobre os seguintes temas: “A oferta da vida e a antropologia contemporânea”, “Parte histórica e releitura de algumas experiências de santidade à luz da oferta da vida”, “Aspectos teológicos e processuais da oferta da vida”. As conclusões serão propostas pelo cardeal Semeraro.

Fonte: Vatican News

---------------------------------------------------------------.

Dez anos da REPAM: “uma ferramenta vital para a Amazônia”

Dom Ricardo Hoepers: “a REPAM tornou-se um sinal profético da defesa da vida, dos territórios, dos povos amazônicos, sempre iluminada pelo Evangelho e pelos ensinamentos da Igreja”, tendo um papel essencial e iluminador no cuidado da casa comum”.

Padre Modino – Regional Norte 1 da CNBB

A sede das Pontifícias Obras Missionárias (POM-Brasil), em Brasília, o mesmo local em que foi fundada a Rede Eclesial Pan-Amazônica no dia 12 de setembro de 2014, acolheu no dia 12 de setembro de 2024 a celebração pelos 10 anos de caminhada da REPAM, um momento para “fazer memória agradecida do caminho percorrido” pela REPAM, “comprometida com o cuidado e a defesa da Amazônia”, segundo o secretário executivo da rede, Ir. João Gutemberg Sampaio.

Uma rede que, segundo o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Ricardo Hoepers, é “um farol de esperança em meio a tempos desafiadores”. Ele destacou que “a REPAM tornou-se um sinal profético da defesa da vida, dos territórios, dos povos amazônicos, sempre iluminada pelo Evangelho e pelos ensinamentos da Igreja”, tendo um papel essencial e iluminador no cuidado da casa comum”.

Dom Ricardo Hoepers fez um chamado a uma renovação da visão ética, que saiba colocar no centro as pessoas, com o objetivo de não deixar ninguém à margem da vida. Isso em um tempo “marcado por grandes desafios que colocam em risco a vida do planeta e das suas populações mais vulneráveis”, especialmente na Amazônia que vive uma crise sem precedentes, que se manifesta na devastação de suas florestas, contaminação das suas águas, violação dos direitos dos seus povos, enfatizou o secretário geral da CNBB.

Uma celebração para “visibilizar a história e o caminho sinodal em defesa da Amazônia e da ecologia integral, celebrar os frutos do trabalho das pessoas e organizações que constroem a Rede, desenhar novos caminhos para a articulação da Rede na sinodalidade na Igreja Amazônica”, afirmou a diretora das POM Brasil, Ir. Regina da Costa Pedro.

O bispo do Vicariato de Puyo (Equador) e presidente da REPAM, dom Rafael Cob, lembrou que foi naquele vicariato que a rede foi semeada, “uma rede que defende a vida na Pan-Amazônia e é referente para todo o mundo”. Ele definiu os 10 anos como “um caminhar de benção, um caminhar de esperança, um caminhar de justiça e também um caminhar de trabalhar e tecer a paz”. Igualmente, ele destacou a capacidade da REPAM de unir e trabalhar em equipe, sublinhando a importância dessa plataforma que une vontades, ações e pensamentos em defesa da vida na Amazônia e do cuidado da casa comum.

Segundo mostrou o vídeo comemorativo, a REPAM é uma resposta diante do pedido que o Papa Francisco fazia: “a obra da Igreja deve ser incentivada e relançada na Amazônia”. Foi por isso que a REPAM surgiu como “uma rede que quer somar forças, uma rede que quer articular, uma rede que quer capacitar e encorajar, sobretudo as populações da Amazônia”, lembrando as palavras do primeiro presidente da REPAM, cardeal Cláudio Hummes.

Uma rede que é vista pelo cardeal Pedro Barreto, segundo presidente da REPAM como “a resposta de Deus a todos os grandes desafios que se apresentam como Igreja e como sociedade latino-americana”. Uma rede que, segundo o cardeal peruanoo, “articula todo o esforço que a Igreja realiza na Amazônia”, destacando o impulso dado pelo Papa Francisco. Uma rede que tem suas raízes na Conferência de Aparecida, que chamou a criar uma pastoral de conjunto, lembrou Maurício López, primeiro secretário executivo da REPAM, e que no início teve como maior preocupação, fazer que a rede chegasse aos territórios, destacou a Ir. Irene Lopes, secretária executiva da REPAM-Brasil. Isso, porque era uma estrutura em função de um bioma, numa relação territorial totalmente nova, segundo o padre Dário Bossi.

A REPAM foi fundada pelo Conselho Episcopal Latino-americano e Caribenho (CELAM), o Secretariado Latino-americano e Caribenho Cáritas (SELACC), a Conferência Latino-americana e Caribenha de religiosos (CLAR) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

A presidenta da CLAR, Ir. Gloria Liliana Franco Echeverri, reafirmando seu compromisso com a promoção e a defesa da vida, com a causa dos pobres e a causa da terra, seu compromisso de abraçar todo empenho de cuidado com a nossa casa comum, definiu a  REPAM como “uma ferramenta vital para a Amazônia”, sublinhando que “os diversos campos de missão da Igreja, a promoção da justiça social, a promoção dos direitos dos povos originários, a proteção do meio ambiente e a evangelização”, como motivos pelos que a CLAR apoio a fundação da REPAM.

Representando o SELACC, seu secretário executivo, Nicolás Meyer, disse ver na REPAM “um sinal da Igreja sinodal que estamos querendo construir”, invitando a “renovar esforços, compromissos e a abertura ao Espírito para que sempre nos permita continuar em estado permanente de conversão, de escuta do território e de desenvolvimento de estruturas mais justas”,

Finalmente, o arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB e do CELAM, dom Jaime Spengler, falou dos 10 anos de caminhada, 10 anos de história, 10 anos de prece, 10 anos de trabalho, 10 anos promovendo rede, vivenciados pela REPAM. Ele destacou a importância de a celebração acontecer neste momento de grande seca na região amazônica, de queimadas no Pantanal, o que demanda “nos empenharmos ainda mais na promoção e no cuidado da casa comum”. Ele questionou sobre o mundo que desejamos deixar para as novas gerações, pois “o futuro passa por nossas escolhas e o empenho de todos”.

Fonte: Vatican News

*---------------------------------------------------------------.s

Direito de nascer segue sendo a voz daqueles que ainda não tem voz

Com diversas ações de conscientização e cidadania realizadas, com diversos projetos promovidos, Totô e companheiros continuam convidando todas as pessoas para a prática do bem.

Vatican News

Perto de celebrar 25 anos de história, o grupo musical EXPRESSO HG - HORA DA GRAÇA segue sua jornada, principalmente, na defesa e na promoção da vida humana.

Com diversas ações de conscientização e cidadania realizadas, com diversos projetos promovidos, Totô e companheiros continuam convidando todas as pessoas para a prática do bem.

Após idealizar e comandar o Flash Mob da JMJ no Brasil, com milhões de jovens e o Papa Francisco, o EXPRESSO HG, celebrando 15 anos de história, em 2015, juntamente com parceiros mais que especiais, lançou a citada canção que virou um grande hino mundial na defesa da vida, com versões em vários países.

São inúmeros os testemunhos e as iniciativas que acontecem tendo a referida canção como inspiração ou trilha sonora.

Vale destacar as Marchas pela VIDA. 13/10, em São Paulo, novamente, teremos o evento e o Expresso HG estará lá, cantam com todos "que foi bom nascer é bom viver!".

O JOGO PELA VIDA é, também, uma iniciativa muito feliz, promovido no ABC. Em 2024, atividades durante todo o dia 22/09. 11h, haverá o jogo principal e desde a primeira edição, Totô e companheiros somam com a Associação Guadalupe e outras instituições para o sucesso do citado evento.

Atualmente, há o projeto ARENAS ESPORTE E VIDA, também, sendo realizado em São Caetano contando com o apoio do EXPRESSO HG.

Por anos, também, foi organizado o PASSEIO CICLÍSTICO PELA VIDA, o ARENA SHOW e outros eventos.

Em 2024, em Aparecida, o Expresso HG participou do evento internacional GENFEST com os Focolares, especialmente, apresentou canções marcantes dos mais de 20 anos de carreira para jovens de vários países no Brasil, no Canto pela PAZ, e recebeu convite para integrar evento diferenciado em Portugal no próximo ano.

“Se você deseja promover uma ação especial na defesa e na promoção da vida humana na sua cidade, só chamar, sendo possível, somaremos com vocês”, destaca Totô.

Agenda de 2025 já está sendo formada! Não perca tempo! Telefone para contato 12 988967409.

Fonte: Vatican News

---------------------------------------------------------------.

Bolívia: bispos exortam ação rápida diante de incêndios florestais

A Conferência Episcopal Boliviana divulgou declaração sobre a propagação dos incêndios florestais que afetam o país andino, pedindo uma “pronta resposta aos danos ao meio ambiente”. Segundo o governo nacional, o "Comando Conjunto Binacional Bolívia-Brasil" em San Ignacio de Velasco, em Santa Cruz, com o apoio de 60 bombeiros florestais brasileiros, deve iniciar os trabalhos.

Ariana Pernía Paolini - Vatican News

Diante da emergência nacional causada pelos incêndios florestais que afetam a Bolívia, os bispos da Conferência Episcopal do país emitiram um comunicado no qual descrevem os incêndios como “um desastre ecológico causado por mãos humanas, com consequências irreparáveis”.

O incêndio, que teria se espalhado por 1,5 milhão de hectares de floresta e 2,3 milhões de hectares de pastagens no país andino, totalizando 3,8 milhões de hectares, causou preocupação da CEB, que exige “uma resposta imediata aos danos ambientais causados por queimadas indiscriminadas e incêndios na Chiquitanía e em tantos lugares no leste da Bolívia”.

Ações rápidas e eficazes são urgentemente necessárias

“Não se trata apenas do dano à criação, mas também do dano às pessoas que habitam esses territórios, devido à destruição de seu habitat e à contaminação do ar, com sérias consequências para a saúde humana, especialmente a das crianças e dos idosos”, destacam os prelados. Por esse motivo, eles pedem às autoridades que “atuem de forma rápida e eficaz para evitar que essa catástrofe ambiental e nacional se agrave”.

Os bispos bolivianos insistem na necessidade de apoiar todas as pessoas afetadas pelo problema ambiental. “É importante", eles enfatizam, "responder a situações que exigem nossa ação urgente. Mas também é importante e necessário ter políticas de prevenção no cuidado da criação, porque o que está em jogo é o futuro de nossas crianças e jovens”.

Um chamado à ação conjunta

Luis Alberto Arce, presidente da Bolívia, fez uma declaração em sua conta na rede social X na segunda-feira (09/09) em resposta ao Decreto Supremo Nº 5219, que declara Situação de Emergência Nacional no país andino, para anunciar o início do trabalho do Comando Conjunto Binacional Bolívia-Brasil em San Ignacio de Velasco, Santa Cruz, por meio do qual 60 bombeiros florestais da nação vizinha foram recebidos.

Da mesma forma, de acordo com as informações fornecidas pelo presidente do país, foi lançado o “Plano de Intervenção nos campos localizados em Ascensión de Guarayos, San Ignacio de Velasco e Concepción”, que permitirá que os incêndios sejam combatidos por terra e ar. O presidente Arce anunciou ainda que a ajuda internacional do Chile, Venezuela e França deve chegar nos próximos dias para reforçar o trabalho “nos departamentos mais afetados” e mitigar o impacto dos incêndios.

Fonte: Vatican News

---------------------------------------------------------------.

Itália. Apoio ao clero, generosos com “homens do dom e do perdão"

Este domingo, 15 de setembro, celebra-se na Itália o 36º Dia nacional de conscientização para o sustento do clero. O chefe do serviço, Massimo Monzio Compagnoni: as ofertas dedutíveis são uma ferramenta essencial para a vida e a missão de 32.000 sacerdotes

Vatican News

Proclamadores do Evangelho em palavras e obras na Itália de hoje, homens do dom e do perdão, construtores de relacionamentos, ativos ao lado de famílias em dificuldades, idosos e jovens em busca de emprego. Os sacerdotes oferecem seu tempo, apoiam pessoas solitárias, acolhem os novos pobres, projetam redes de solidariedade que oferecem respostas concretas. Eles contam com a generosidade das comunidades a fim de serem livres para servir a todos e realizar seu ministério em tempo integral. O Dia nacional de conscientização para o sustento do clero, que este ano chega à 36º edição, chama a atenção para a importância da missão dos sacerdotes, para a beleza de seu serviço e para a corresponsabilidade.

“O Dia nacional - explica o responsável pelo Serviço de Promoção para o Apoio Econômico à Igreja Católica, Massimo Monzio Compagnoni - é um domingo no qual todos nós, praticantes, expressamos nossa gratidão pelo dom de si que nossos sacerdotes nos fazem todos os dias, testemunhas do Evangelho de Jesus, pontos de referência nas comunidades, homens de fé, esperança e proximidade. É nosso dever e é necessário um compromisso coletivo para apoiá-los em sua missão, ... também economicamente”.

“Os sacerdotes - acrescenta Monzio Compagnoni - são chamados a se dedicar inteiramente às comunidades que lhes foram confiadas, e eles fazem isso todos os dias de forma silenciosa e bela. Para nós, fiéis, o único ônus é cuidar deles e permitir que cumpram sua missão, apoiando-os também financeiramente. As ofertas dedutíveis são o meio de garantir seu sustento e o testemunho da corresponsabilidade de cada um na vida da Igreja. Uma oferta uma vez por ano, mesmo que pequena, é suficiente para fazer parte de fato dessa família.

Apesar do fato de terem sido estabelecidas há 40 anos, após a revisão da concordata, as ofertas dedutíveis ainda são um assunto pouco compreendido pelos fiéis, que consideram a oferta dominical suficiente; em muitas paróquias, no entanto, isso não é suficiente para garantir ao pároco a satisfação de suas necessidades.

Criadas como um instrumento para dar às comunidades menores os mesmos meios das mais populosas, as ofertas para os sacerdotes são diferentes de todas as outras formas de contribuições para a Igreja católica, pois são expressamente destinadas a apoiar os sacerdotes que servem nas 226 dioceses italianas, incluindo também 300 sacerdotes diocesanos envolvidos em missões em países em desenvolvimento e 2.552 sacerdotes que agora são idosos ou estão doentes depois de uma vida dedicada ao serviço dos outros e do Evangelho. O valor total das ofertas em 2023 foi de pouco menos de 8,4 milhões de euros, em linha com 2022. Isso ainda está longe da necessidade anual total de 516,7 milhões de euros brutos, que é preciso para garantir aos cerca de 32.000 sacerdotes uma remuneração de cerca de 1.000 euros por mês durante 12 meses.

No site www.unitineldono.it é possível fazer uma doação e inscrever-se para receber a newsletter mensal a fim de se manter informado sobre as muitas histórias de padres e comunidades que, de norte a sul da Península, fazem a diferença para tantas pessoas.

Fonte: Vatican News

*---------------------------------------------------------------.s

11º Seminário de Comunicação no Rio reflete sobre reputação e imagem da Igreja

O organizador do seminário, padre Arnaldo Rodrigues, que também é professor da PUC Rio e assessor de comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), destacou que o seminário tem tradição de fazer as perguntas certas para cada tempo: “Em cada tema, procuramos estar antenados com a necessidades de aprofundamento de cada ano. Como por exemplo, no ano passado aprofundamos a Inteligência Artificial, muito falada hoje”.

Por Willian Bonfim - Rio de Janeiro

A 11ª edição do Seminário de Comunicação Social promovido arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ) reúne, de 11 a 13, no Centro de Estudos do Sumaré, no Rio de de Janeiro, 160 profissionais de comunicação da Igreja no Brasil, sendo 40 de forma online, em torno da discussão do tema: Igreja, casa de vido – assessoria de comunicação na construção da reputação e da identidade”.

Na abertura, o arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani Tempesta, anfitrião do encontro, introduzindo o tema disse “estamos vivendo uma era na qual, em razão das redes sociais, a Igreja e todas as organizações estão expostas ao escrutínio público”. Decorre disto, segundo ele, a necessidade de ter zelo e cuidado com a imagem, identidade e reputação da instituição. “Somos chamados a ser autênticos e transparentes”, disse.

Dom Orani também falou do poder das redes sociais na construção de falsas narrativas que levam as pessoas a acreditarem ser a verdade. “Numa casa de vidro, a mídia de um modo geral foca mais em nossos problemas, que devemos enfrentar e resolver, mas também devemos ser capazes de mostrar as belezas de nossa Igreja”, disse. Dom Orani reforçou uma orientação do Papa Francisco: “A nossa comunicação deve ser testemunho. Há sempre a assinatura de nosso testemunho em tudo que fazemos”, disse.

O bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, enviou uma vídeo-mensagem de saudação aos participantes do encontro. “A comunicação é fundamental na Igreja para levar aos corações a verdade do Evangelho com lucidez”, disse.

Trilhas de aprendizado 

O organizador do seminário, padre Arnaldo Rodrigues, que também é professor da PUC Rio e assessor de comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), destacou que o seminário tem tradição de fazer as perguntas certas para cada tempo. “Em cada tema, procuramos estar antenados com a necessidades de aprofundamento de cada ano. Como por exemplo, no ano passado aprofundamos a Inteligência Artificial, muito falada hoje”, ressaltou.

Padre Arnaldo afirmou que o seminário é uma grande oportunidade para os comunicadores eclesiais aprofundarem temas importantes para a sua área de atuação e qualificar o trabalho da Igreja no Brasil  no campo da comunicação. Ele aprofundou a primeira conferência do seminário: “Prevenção e Gestão de Crises: Garantindo a Reputação e Imagem Institucional da Igreja Católica”.

Nas  onze conferências oferecidas pelo seminário, os participantes estão aprofundando temas como:  Estratégias de comunicação: impacto e eficiência nas assessoria para pessoas físicas e governamentais; O que é noticia ou não, nesses tempos de mídias sociais aceleradas; Novas ferramentas de IA para Assessoria de Comunicação; Correta expressão visual da marca: como se deve usar e quais os riscos de aplicações erradas; Assessoria de Comunicação assertiva e sob medida: estruturação eficiente com recursos limitados; A transparência das instituições religiosas para uma boa construção da opinião pública; construindo identidade: a integração estratégica de comunicação e marketing; e além do Press Release: Entendendo as Necessidades da Mídia.

Fonte: Vatican News

----------------------------------------------------------.

Paquistão: 230 mil estudantes sem escola devido a inundações no sul do país

Mais de 1.300 escolas foram danificadas, 228 delas completamente destruídas. Desde 1º de julho, as monções já causaram 76 mortes em toda província, metade delas eram crianças. O Paquistão está em 14º lugar entre 163 países no Índice de Risco Climático para Crianças (CCRI) do Unicef. "As monções mais uma vez atrapalharam a vida de todo Paquistão. Crianças perderam vidas, casas e escolas."

Vatican News

As crianças estão sentindo os efeitos do clima extremo em Sindh, com 230 mil alunos afetados pelo fechamento de escolas devido às devastadoras enchentes das monções na parte sul do Paquistão. Mais de 1.300 escolas foram danificadas, sendo que 228 delas foram completamente destruídas. De acordo com os números mais recentes do Departamento de Educação de Sindh, mais de 450 escolas não estão funcionando devido à água parada, com um impacto imediato no aprendizado das crianças.

“De ondas de calor a inundações, as crianças são repetidamente excluídas do aprendizado devido a choques climáticos. O Paquistão, que já está enfrentando uma emergência educacional com 26,2 milhões de crianças fora da escola, não pode se dar ao luxo de mais perdas de aprendizado”, disse o representante do Unicef no Paquistão, Abdullah Fadil: “nossa esperança é que a água da chuva diminua rapidamente e as crianças possam voltar às salas de aula. Nosso temor é que o fechamento prolongado das escolas diminua a probabilidade de que elas retornem”.

Sindh, a província mais afetada 

Desde 1º de julho, as monções já causaram 76 mortes em toda a província, metade delas eram crianças. Os rios transbordantes inundaram casas em Sindh, no sul do Paquistão, deslocando 140 mil crianças e famílias em 10 distritos atingidos pelo desastre. As equipes do Unicef estão no local realizando avaliações sobre as necessidades e coordenando de perto com o governo e os parceiros locais os planos de resposta imediata e de longo prazo para restaurar o acesso à educação e garantir a recuperação rápida das comunidades afetadas.

Sindh também foi a província mais afetada durante as enchentes devastadoras de 2022, incluindo instalações de saúde e educação, destruídas praticamente da noite para o dia. Ainda abaladas, as comunidades mais uma vez se encontram na linha de frente das condições climáticas extremas, com as crianças pagando um preço alto.

“As monções mais uma vez atrapalharam a vida de todo Paquistão. Crianças perderam vidas, casas e escolas.”

E Fadil acrescentou: “precisamos de investimentos urgentes em educação e cuidados infantis resistentes ao clima. Precisamos formar uma coalizão de parceiros para inovação, adaptação e mitigação neste país vulnerável ao clima e encontrar soluções duradouras para as crianças em um clima alterado e mutável”.

O Paquistão está em 14º lugar entre 163 países no Índice de Risco Climático para Crianças (CCRI) do Unicef, com crianças em “risco extremamente alto” pelos impactos das mudanças climáticas e choques ambientais, ameaçando a saúde, a educação e o futuro.

Fonte: Vatican News

----------------------------------------------------------.

Nigéria tem pior inundação dos últimos 30 anos, com 1 milhão de pessoas atingidas

A Diocese de Maiduguri faz um apelo à oração e às doações pelas vítimas: “Por favor, rezem por nós. A Diocese de Maiduguri entrará em contato com você para pedir apoio na assistência às pessoas afetadas”.

“Fomos atingidos pela pior inundação dos últimos 30 anos”, informa na sua página no Facebook a Diocese de Maiduguri, capital do Estado de Borno, no nordeste da Nigéria, invadida pelas águas no dia 10 de setembro, na sequência do colapso da represa Alau. O reservatório, que fica a cerca de 20 km ao sul da cidade, rompeu devido às chuvas que caem incessantemente na região desde o final de agosto.

“Não há comida, abrigo ou saneamento para os deslocados. O governo reabriu os campos para deslocados, mas eles estão sobrecarregados pelo número de pessoas que buscam refúgio”, diz a diocese. “Os relatórios que chegam dizem que o cemitério islâmico está inundado. Alguém relatou ter visto vítimas flutuando nas águas que invadiam as ruas. O parque de vida selvagem (zoológico) também foi afetado e alguns animais perigosos perambulam pela cidade. Também há relatos de fuga da prisão." Além disso, o sistema de esgoto falhou, aumentando o risco de surtos de epidemias, especialmente porque as águas também invadiram instalações hospitalares, como a clínica universitária.

Entre as estruturas atingidas está também a Catedral de Maiduguri, dedicada a São Patrício, que foi invadida pelas águas. As cheias atingiram também os principais mercados, incluindo armazéns de cereais, frutas e legumes, enquanto muitos centros comerciais permanecem fechados, resultando em uma grave escassez de produtos alimentares, sendo os poucos disponíveis vendidos a preços muito elevados, o que agrava ainda mais as condições das classes sociais mais pobres já em dificuldades devido ao forte aumento dos preços dos alimentos provocado pela forte inflação.

De acordo com o Programa Mundial de Alimentos, mesmo antes das cheias, mais de 4 milhões de pessoas no Estado de Borno encontravam-se em um estado de grave emergência alimentar.

O movimento jihadista Boko Haram nasceu em Maiduguri e arredores em 2009, cujas ações ao longo dos anos forçaram a fuga de centenas de milhares de habitantes de aldeias vizinhas. Entre os mais afetados pelas inundações estão as pessoas que ainda vivem nos campos de deslocados erguidos em Maiduguri e que não puderam regressar às suas casas.

E é a estas estruturas que se refere a nota da diocese. Agora, esses campos também são usados ​​para acomodar os cidadãos de Maiduguri que perderam suas casas inundadas pelas águas. De acordo com um primeiro balanço oficial, há cerca de trinta vítimas das cheias e cerca de 400 mil pessoas deslocadas, mas as pessoas atingidas de uma forma ou outra pela catástrofe são um milhão.

A mensagem da diocese termina lançando um apelo à oração e às doações pelas vítimas: “Por favor, rezem por nós. A Diocese de Maiduguri entrará em contato com você para pedir apoio na assistência às pessoas afetadas”.

A Barragem de Alau foi construída em 1986 para ajudar os agricultores em Maiduguri na irrigação e controlar as inundações do Rio Ngadda quando este recebe caudais de água superiores ao normal.

*Agência Fides

Fonte: Vatican News

----------------------------------------------------------.

Mpox na RDC - UNICEF procura proteger as crianças

A República Democrática do Congo registou até 31 de agosto, mais de 21.000 casos suspeitos de Mpox, incluindo mais de 5.000 casos confirmados e 700 mortes. A crise exige uma ação enérgica, segundo o "Africa CDC." E o plano de resposta do UNICEF dá prioridade às crianças com menos de 15 anos em 12 províncias do país.

Dulce Araújo - Vatican News

A Agência de Saúde Pública da União Africana, informou quinta-feira que desde o início do ano, já se verificaram no continente 26.543 casos de Mpox dos quais 5.731 confirmados, e 724 mortes.  De acordo com Diretor geral do Centro Africano para o Controlo e Prevenção de Doenças  (Africa CDC), Jean Kaseya, as mortes e infeções registadas desde janeiro deste ano em África representam 43% e 56%, respetivamente, das registadas, no total, desde janeiro de 2022 até hoje. Foi em 2024 - disse - que o surto se tornou um grande problema. Há mais mortes em 2024 do que nos dois anos precedentes  juntos. Ele afirmou, em conferência de imprensa, que a crise "exige uma ação enérgica."  E lamentou que só na semana passada 107 pessoas tenham perdido a vida. 

À medida que o número de casos de Mpox  ou varíola dos macacos, continua a aumentar na República Democrática do Congo (RDC), o UNICEF está a intensificar o seu apoio ao governo para proteger e salvar as vidas de crianças menores de 15 anos, que representam aproximadamente 60% dos casos suspeitos e 80% das mortes este ano. Há que garantir que todas as crianças recebem cuidados vitais de que necessitam - disse Mariame Sylla, Representante Adjunta do UNICEF para a RDC.

Na semana passada, o UNICEF recebeu as primeiras remessas da vacina Mpox, totalizando 215 mil doses. Espera-se que mais remessas cheguem em breve. Entretanto, o UNICEF está a apoiar a implementação da vacina através de fornecimentos e logística e de formação de profissionais de saúde para transportar, armazenar e administrar vacinas aos pacientes.

Em colaboração com o Governo da RDC, a OMS e o Centro Africano para o Controlo e Prevenção de Doenças (Africa CDC), o UNICEF está a liderar atividades sobre prevenção e controlo de infeções, comunicação de riscos e envolvimento comunitário, nutrição, saúde mental e apoio à psicologia e investigação operacional.

Entre maio e agosto de 2024, ações da Organização ajudaram a tratar mais de 1.500 pacientes, dos quais mais de 70% eram crianças com menos de 15 anos.

Até agora, as equipas de envolvimento comunitário alcançaram 46 milhões de pessoas em todo o país com mensagens sobre a vacina Mpox através dos meios de comunicação social, divulgação presencial, sms e canais digitais. As próximas ações centrar-se-ão na eficácia e segurança da vacina, combatendo a desinformação. O UNICEF apoia a comunicação de riscos e o envolvimento comunitário em todas as 26 províncias.

A resposta do UNICEF à doença de Mpox abrange 12 das 26 províncias da RDC, com cinco províncias consideradas de elevada prioridade. Esta Organização da ONU para a Infância afirma precisar de 35 milhões de dólares para alcançar um total de 2,28 milhões de pessoas, incluindo 1,32 milhões de crianças, durante os próximos 6 meses. A lacuna de financiamento é atualmente de 79%.

Em toda a RDC, mais de 25 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária, incluindo cerca de 15 milhões de crianças. Só na parte oriental do país, 7 milhões de pessoas estão deslocadas, o que faz da RDC uma das maiores crises de deslocados a nível mundial.

“Muitas das pessoas afetadas pela emergência Mpox já enfrentavam múltiplas privações devido a conflitos armados, deslocações e outras epidemias”, disse Mariame Sylla. “A resposta à Mpox não deve levar a negligenciar as necessidades humanitárias pré-existentes e quaisquer medidas devem servir para fortalecer os esforços existentes” - rematou. 

Fonte: Vatican News

----------------------------------------------------------.s

ONU renova embargo de armas ao Darfur por mais um ano

O embargo de armas para Darfur foi renovado, mas agora deve ser aplicado a todo o Sudão. Ontem, 11 de setembro, os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU votaram por unanimidade pela prorrogação, por mais um ano, até 12 de setembro de 2025, do embargo de armas imposto, em 2004, à região ocidental do Sudão: Darfur. O embargo fora decidido na sequência dos massacres cometidos pelas milícias árabes pró-governamentais, Janjaweed, contra as populações não-árabes de Darfur.

Dulce Araújo (com FIDES) - Vatican News

O embargo fora decidido na sequência dos massacres cometidos pelas milícias árabes pró-governamentais, Janjaweed, contra as populações não-árabes de Darfur.

Ao longo dos anos - refere a agência FIDES que dá a noticia - os Janjaweed foram integrados nas Forças de Apoio Rápido (RSF), lideradas pelo General Mohamed Hamdan “Hemedti” Dagalo, um dos dois intervenientes na guerra que eclodiu a 15 de Abril de 2023, quando as RSF começaram a entrar em conflito com o Exército Regular (SAF), comandado pelo General Abdel-Fattah Burhan.

As RSF conquistaram uma grande parte de Darfur e, por esta razão, o embaixador do Sudão na ONU insistiu que o Conselho de Segurança sancionasse a milícia Dagalo, com medidas específicas.

Organizações humanitárias pedem sanções para todo o Sudão 

As organizações humanitárias internacionais apontam, em vez disso, que o embargo de armas deveria ser estendido a todo o território do Sudão, atingindo todas as partes em causa para tentar travar um conflito que já causou pelo menos 20.000 mortes, quase 10 milhões de deslocados e refugiados, enquanto 25,6 milhões de pessoas estão à beira da fome aguda e mais de 755 mil estão perigosamente perto da falta de alimentação suficiente.

Como destaca um relatório recente da Human Rights Watch (HRW), o conflito é alimentado por um fluxo constante de armas proporcionadas por vários fornecedores. De entre eles, segundo as acusações apresentadas pelo Embaixador do Sudão na ONU, estão os Emirados Árabes Unidos, que armam a RSF com munições que passam pela fronteira com o Chade. Na opinião desse diplomata, a recente reabertura, pelo Chade, da passagem fronteiriça de Adré para permitir a transição de ajudas humanitárias, permitiu que as armas chegassem àquela força paramilitar. O Embaixador sudanês disse ainda que, segundo informações obtidas junto de um mercado europeu de ouro, os Emirados Árabes Unidos estão a lucrar com o ouro sudanês extraído em Darfur.

Resposta às acusações 

O representante dos Emirados na ONU respondeu às acusações do seu homólogo sudanês, afirmando que se trata de “uma tentativa cínica de desviar a atenção dos fracassos das Forças Armadas Sudanesas” e acusou os militares de Cartum de falta de coragem política e de usarem a fome como arma de guerra e ainda de recusarem ouvir os apelos para pôr termo ao conflito e sentar-se à mesa das negociações.

“Para acabar com este conflito, as SAF devem dar o passo fundamental de participar nas conversações de paz e encontrar a coragem política de negociar com o seu inimigo”, disse ele, referindo-se às conversações de paz em Genebra, nas quais, os militares sudaneses recusaram-se até agora a participar. 

Fonte: Vatican News

----------------------------------------------------------------------------------.

Vaticano: Papa diz que abuso sexual de menores é «vergonha» e critica encobrimentos

Francisco comentou casos que envolvem figuras da Igreja

O Papa afirmou hoje que o abuso sexual de crianças “é um crime, uma vergonha”, respondendo a uma questão sobre os casos que envolveram o bispo Ximenes Belo e o francês Abbé Pierre.

“O abuso é, na minha opinião, uma coisa demoníaca, porque todos os tipos de abuso destroem a dignidade da pessoa, todos os tipos de abuso tentam destruir aquilo que todos nós somos: a imagem de Deus. Fico feliz quando estes casos são tornados públicos”, referiu aos jornalistas que o acompanharam na viagem de regresso a Roma, desde Singapura.

Francisco admitiu que a questão toca num “ponto muito sensível, muito delicado”, porque diz respeito a “pessoas boas, pessoas que fazem o bem, mas depois, com tanto bem que fizeram, depois vemos que essa pessoa é um pecador feio”.

“Esta é a nossa condição humana. Não devemos dizer ‘vamos encobrir, vamos encobrir’, para que não se veja. Os pecados públicos são públicos e devem ser condenados”.

Em julho deste ano, a ‘Emmaüs International’, ‘Emmaüs France’ e a Fundação Abbé Pierre divulgaram um relatório sobre atos de “abuso ou assédio sexual” que o fundador da comunidade terá cometido entre o final da década de 1970 e 2005.

Heni Grouès, “Abbé Pierre”, fundador da Comunidade Emaús, faleceu aos 94 anos de idade, em janeiro de 2007.

Francisco sublinhou que “o Abbé Pierre é um homem que fez muito bem, mas também é um pecador”.

“Temos de falar claramente sobre estas coisas, não as esconder”, insistiu.

O Papa destacou que é preciso trabalhar em conjunto “não só contra o abuso sexual, contra todos os tipos de abuso: abuso social, abuso educacional, mudar a mentalidade das pessoas, tirar-lhes a liberdade”.

“Há cinco anos [fevereiro de 2019], tivemos uma reunião com os presidentes das Conferências Episcopais sobre os casos de abusos sexuais e outros, e tínhamos uma estatística muito boa, penso que das Nações Unidas. 42  a 46% dos abusos ocorrem na família ou na vizinhança”, recordou.

No final da conversa, o Papa quis sublinhar que desconhecia qualquer abuso cometido pelo Abbé Pierre antes de ter chegado ao Vaticano.

“Quando é que o Vaticano soube, não sei, porque não estava cá e nunca tive a ideia de investigar. Mas depois da sua morte, de certeza; antes, não sei”, apontou.

Em resposta a um jornalista francês, Francisco negou que vá presidir à reabertura da Catedral de Notre-Dame, em dezembro.

“Não vou a Paris”, referiu.

Fonte: Agência Ecclesia

---------------------------------------------------------------------------------.

Catedral da Sé de SP acolhe celebração do Dia Nacional do Terço dos Homens

A data foi instituída pela lei federal 14.558/2023, para ser celebrada no dia 8 de setembro, quando tradicionalmente a Igreja celebra a Natividade da Virgem Maria.

Na manhã do último sábado, 7, diversos Grupos do Terço dos Homens da Região Metropolitana de São Paulo lotaram a Catedral da Sé para celebrar a segunda edição do Dia Nacional do Terço dos Homens, instituído pela lei federal 14.558/2023, para ser celebrado no dia 8 de setembro, quando tradicionalmente a Igreja celebra a Natividade da Virgem Maria.

Anunciadores e propagadores da Fé

A Santa Missa foi presidida pelo Cônego Helmo Cesar Faccioli, Auxiliar do Cura da Catedral, que, em sua homilia, manifestou sua alegria por ver a Catedral da Sé lotada pelos participantes do Terço dos Homens. Ele também afirmou que o homem que reza, mesmo em meio às situações de tristeza, deve ser capaz de transmitir uma alegria contagiante, já que é alguém que crê no Cristo nascido da Virgem Maria, Aquele que veio para a libertação das misérias humanas.

Motivando os homens do Terço para que sejam anunciadores e propagadores da Fé, não se envergonhem por esta vida de oração e respondam às eventuais críticas com o sorriso daqueles que têm paz e a segurança interior que decorre da Fé, o sacerdote frisou que “o Terço é a oração mais profunda para fazer acontecer Deus no meio do nós”.

Quando o homem reza a terra treme

Recordando o slogan do movimento (“Quando o homem reza a terra treme”), Padre Wellington Laurindo, Assistente Eclesiástico do Terço dos Homens na Região Sé, afirmou que grandes momentos celebrativos como este ajudam a fortalecer os grupos.

“Muitas vezes, nas nossas paróquias, são 15, 20, 30 pessoas no Terço dos Homens, mas aqui é bom para vermos que há este grande número de homens unidos em oração pela conversão dos homens e das nossas famílias”, ressaltou.

Catedral da Se de SP acolhe celebracao do Dia Nacional do Terco dos Homens 4

Recitação do terço e coroação da imagem mariana

O sacerdote exortou aos presentes para que convidem outros homens para ingressar neste movimento mariano e garantiu que a coordenação arquidiocesana do Terço dos Homens se comprometerá a, a partir deste ano, sempre enviar um grupo do movimento aos sábados à Catedral da Sé. Ao término da Santa Missa ocorreu a recitação dos mistérios gozosos do Santo Terço

O encerramento do Santo Terço ocorreu com a passagem de um grande manto de Nossa Senhora Aparecida pelo corredor central da Catedral, e a coroação da imagem mariana. A Província Eclesiástica de São Paulo conta com pelo menos 400 grupos de Terço dos Homens. Além da Arquidiocese de São Paulo, o grupo engloba as Dioceses de Santos, Mogi das Cruzes, Osasco, Santo Amaro, Campo Limpo, Santo André, Guarulhos e São Miguel Paulista. (EPC)

Fonte: Gaudium Press

-----------------------------------.