Informativo Diocesanos

Informativo Diocesano Semanal - 28 de julho de 2024
28/07/2024

ASSESSORIA DIOCESANA DE COMUNICAÇÃO

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ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Ano 28 – nº. 1.458– 28 de julho de 2024

 

Visita Pastoral, Crismas e Ordenação Diaconal: Neste domingo, às 10h, Monsenhor Agostinho Dors, por delegação do Bispo, missa e crismas na igreja Santa Ana da sede paroquial de Carlos Gomes; terça e quarta-feira, Dom Adimir, visita pastoral na sede paroquial Santa Teresinha, Estação, e comunidades; sábado, 18h, Dom Adimir, crismas na sede paroquial São Roque, Itatiba do Sul; domingo, às 09h30, no Santuário N. Sra. da Salette, Marcelino Ramos, Dom Adimir, ordenação diaconal dos seminaristas saletinos Ir. Mauro Luís Zagonel, de Seara, SC; Otoniel Walysson Batista Lima Pequeno e Rodolfo Benvenuto da Silva Santos, da Paraíba, e Rafael Cosme Tessitori, de São Paulo.  

Saúde de padres e diáconos permanentes em curso anual na Diocese de Erexim: Pe. Sérgio Lucas Câmara, presbítero da Arquidiocese de São Paulo, Mestre em Teologia Pastoral e Doutor em Psicologia Clínica, ministrou o curso anual de atualização para padres e diáconos permanentes da Diocese de Erexim, segunda e terça-feira, 22 e 23 de julho, no Auditório São José sobre a saúde integral dos mesmos. Com sua ampla qualificação acadêmica e vivência ministerial eclesial, Pe. Sérgio começou pela definição de saúde integral em formulações sucessivas até a que passou a incluir a dimensão da espiritualidade. Saúde, então, é “estado de completo bem-estar físico, mental, social e espiritual e não apenas a ausência de doença”. São 4 dimensões, biológica, psicológica, social e espiritual. Pe. Sérgio relacionou este conceito de saúde com a realidade da vida dos ministros ordenados, citando o Plano de Emergência para a Igreja no Brasil, de 1963, a partir do Concílio Ecumênico Vaticano II. O Plano acentuava dois aspectos fundamentais: a renovação da Paróquia e a renovação do clero. Neste, descrevia características diversas de padres. Há paróquias com pouca estrutura para oferecer aos padres suporte físico e mental, o que aumenta os riscos de adoecimento físico e psíquico. Em qualquer situação, há a necessidade de permanente autocuidado e de um cuidar do outro, de cada um reconhecer-se humano e cultivar forte referencial espiritual. Quando sentir falha nele e que as coisas fogem do seu controle, perguntar-se como está levando a vida e o ministério e buscar ajuda. O assessor abordou também vários transtornos de personalidade, como os de depressão, os problemas envolvendo questões financeiras, adoecimento mental e outras. Tratou ainda de distúrbios ligados à sexualidade, psíquicos, o exibicionismo e outros.

Leigos e leigas refletem sobre o luto e a espiritualidade como suporte para ele: Mais de 100 leigos e leigas das Paróquias da Diocese de Erexim participaram de encontro de formação segunda-feira, 22, à noite, no Auditório São José refletindo sobre o luto com o Pe. Sérgio Lucas Câmara, da Arquidiocese de São Paulo, assessor do curso anual dos padres e diáconos. Ele desenvolveu a temática “A espiritualidade como ação terapêutica no luto antecipatório”. Aprofundou aspectos e diferentes formas de luto. Entre elas, a normal, quando se consegue lidar com a perda como parte integrante da vida; a complicada, quando a pessoa precisa de ajuda para compreender e acolher a situação; no caso, algumas pessoas podem precisar de medicação; antecipatório: quando se inicia a vivenciar o sofrimento antes da perda; adiado, é a de quem não vive o luto quando da perda, tentando fazer-se forte e desconsiderando-a. Pe. Sérgio observou que se tem dificuldades de lidar com a morte. Ela expõe a impotência humana. Quando acontece, há necessidade fundamental da fé, da busca do sagrado. Sugeriu, na experiência dessa realidade, buscar acompanhamento de pessoa não ligada afetivamente, fora do círculo familiar. Ele enfatizou que o papel do religioso, da comunidade, do sacerdote é o de acolher os sentimentos mais variados nessas situações, evitando qualquer julgamento ou restrição. Para a pessoa enlutada, todo o gesto respeitoso, delicado, mesmo desligada do vinculo religioso, torna-se sagrado. Destacou a importância dos ritos fúnebres, pois dão força e consolo aos enlutados.

Igreja, uma sinfonia vocacional: É o tema do mês vocacional deste ano no Brasil. Instituído em 1981, pela CNBB, em sua 19ª Assembleia Geral, o mês vocacional, agosto, tem por objetivo principal conscientizar as comunidades da sua responsabilidade no processo vocacional. O tema deste ano, Igreja, uma sinfonia vocacional, é inspirado na seguinte frase da mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial de Oração pelas vocações do ano passado: “a Igreja é uma sinfonia vocacional, com todas as vocações unidas e distintas, em harmonia e juntas ‘em saída’ para irradiar no mundo a vida nova do Reino de Deus”. O lema deste ano é a exortação de Cristo no evangelho: “Pedi, pois, ao Senhor da Messe”. Pedido para que Ele “envie trabalhadores para sua Messe”. Foi definido no contexto deste ano de oração em preparação ao Jubileu 2025. Como certamente é lembrado por todos, a vocação comum para todos é à santidade e em cada domingo e respectiva semana, é lembrada uma vocação específica, nesta sequência, ao ministério ordenado, ao matrimônio, à vida consagrada e a vocação do leigo e da leiga na Igreja e no mundo. Os leigos são lembrados ainda no último domingo do Ano Litúrgico, solenidade de Cristo Rei. No último domingo de agosto transcorre também o Dia Nacional do e da Catequista. Havendo 5 domingos, o quinto destaca o discernimento vocacional dos jovens. Eles são lembrados depois no Dia Nacional da Juventude em outubro.

Celebração de abertura do Mês Vocacional em nível nacional: Será sexta-feira, dia 1º de agosto, às 19h, na Basílica São Francisco de Assis, em Brasília (DF). A missa será presidida pelo bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, com transmissão pelas redes sociais da Conferência (@cnbbnacional).

O Cartaz do Mês Vocacional: Tem a figura de Jesus, aquele que rege a grande sinfonia de vocações, dons e carismas. Com seu grande coração, se move a convidar, animar e acompanhar os vocacionados e as vocacionadas em seus mais diferentes chamados. A arte convida a entrar nessa melodia, a sentir e a confirmar que a vocação de cada um não é apenas uma nota ou um tom isolado, mas sim, parte de uma grande sinfonia. Uma só canção, um só coração, um só corpo em Cristo (cf. I Cor 12,12).

Encontro dos Bispos, superiores de Congregações Religiosas e coordenadores de Pastoral do Rio Grande do Sul: Foi quarta-feira, dia 24, no Centro de Espiritualidade Cristo Rei (CECREI) de São Leopoldo. Na parte da manhã, os participantes refletiram sobre a atuação da Igreja durante e após as enchentes do Estado gaúcho. Dom Odair Gonsalves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre relatou o que a mesma e o Regional Sul 3 da CNBB realizaram para o atendimento às vítimas da tragédia climática. Em seguida, houve partilha do que as congregações e outras Arquidioceses e Dioceses realizaram. Na sequência, Drª Priscila Lawrenz, professora de psicologia da UNISINOS, refletiu sobre os impactos psicossociais da exposição a desastres, como o que ocorreu no Estado. Tais desastres naturais têm sido vividos por um número cada vez maior de pessoas em todo o mundo. Impactam mais as de condições sociais e econômicas desfavoráveis. Segundo a professora, o ser humano tem, naturalmente, mecanismos de defesa, mas eles podem não ser suficientes quando “enfrenta situações que superam as suas capacidades de adaptação”. Para ela, “a atenção psicossocial visa facilitar e apoiar os processos naturais de recuperação e prevenir que sintomas persistam ou se agravem". Outros pontos tratados na reunião: organização do Regional Sul 3 e celebração dos seus 60 anos; a Missão em Moçambique, África, e a celebração dos seus 30 anos; Jubileu 2025; Serviço de Evangelização da Juventude, Serviço de Animação Vocacional, Comissão de Educação e Cultura, Escolas Católicas, importância da proximidade entre bispos, padres e provinciais das Congregações Religiosas.

Conselho Regional da Ação Evangelizadora estuda projeto das novas Diretrizes da Igreja no Brasil: Bispos, Coordenadores Diocesanos, Coordenadores de Pastorais e de Comissões Regionais realizaram reunião quarta-feira à noite e na quinta-feira, dias 24 e 25, no Centro de Espiritualidade Cristo Rei (CECREI) de São Leopoldo. No início do encontro, os coordenadores diocesanos da ação evangelizadora partilharam a realidade das Arquidioceses e Dioceses tanto na ação pastoral quanto no atendimento às vítimas das recentes enchentes no Estado. Diversos acentuaram projetos executados a partir da motivação do Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade e os esforços para reforçar a iniciação à vida cristã nas Igrejas Particulares. Na manhã de quinta-feira, Dom Leomar Brustolin, Presidente do Regional Sul 3 da CNBB e da Comissão de redação das novas diretrizes da ação evangelizadora da Igreja no Brasil, apresentou o projeto de elaboração das mesmas. Ressaltou que “a Igreja existe para evangelizar e nada deve se antepor a esta missão”. As novas Diretrizes vão apontar quatro caminhos importantes à missão da Igreja: Pela Palavra de Deus, formar pequenas comunidades; Iniciação à Vida Cristã, como eixo unificador da ação evangelizadora; Celebrar a fé, pela liturgia e a piedade popular; e, por fim, cuidar da vida, da amizade social e da ecologia integral. Após essa apresentação, os participantes do Conselho manifestaram suas impressões e contribuições para o referido documento a partir das 18 Igrejas Particulares do Regional. Em seguida, houve informações sobre o acesso a projetos financeiros com os recursos obtidos pela campanha do Regional Sul 3 em favor dos atingidos pelas enchentes. O Arcebispo de Porto Alegre, Presidente da CNBB e do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho, Dom Jaime Spengler deu informações da Conferência Episcopal, com destaque para a formação do clero no Brasil e no Pio Brasileiro em Roma. Os participantes aprovaram nota referente às eleições municipais de outubro próximo. O encontro foi concluído com celebração eucarística, no final da qual foi entregue a cada Arquidiocese e Diocese uma vela, símbolo dos 60 anos do Regional Sul 3 da CNBB.

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Informações da semana

Do dia 25/7/2024

Comissão da CNBB disponibiliza roteiro para refletir sobre o Tráfico Humano em vista do dia 30 de julho

O mês de julho é marcado como o Mês de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas em todo o mundo, nos lembra o bispo de Tubarão (SC) e presidente da Comissão Episcopal Especial de Enfrentamento ao Tráfico Humano da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Adilson Pedro Busin. O presidente da comissão faz um chamado a comunicar e participar “na sua comunidade, pessoalmente”, algo que também pode ser feito “pelos meios de comunicação social que estão aí perto, as mídias”.

O objetivo, segundo dom Adilson Busin é “que tudo aquilo que se refere ao enfrentamento ao tráfico de pessoas, possa ser levado ao conhecimento nas escolas, nas comunidades onde nós celebramos, nos locais também públicos”. Daí a importância de que “sejamos nós também agentes e comunicadores, assumindo esta missão de enfrentamento ao tráfico de pessoas de onde nós estamos para o mundo também ser um mundo melhor, sem esta chaga que nos diz o Papa Francisco”.

O Núcleo de Belo Horizonte (MG) da Rede um Grito pela Vida elaborou um roteiro orante, que tem como título “Cuidado com a vida, prevenção ao tráfico de pessoas”  para que ao longo do mês de julho em que se realiza a Campanha do Coração Azul, possa ser refletido, rezado, e assumido um compromisso maior, em vista do 30 de Julho, Dia Mundial de Prevenção ao Tráfico de Pessoas, e a defesa e o cuidado da Dignidade e da Integridade de todas as pessoas.

Não ficar parados

Não podemos esquecer que “homens, mulheres e crianças são comprados e vendidos como escravos pelos novos mercadores de seres humanos”, o que tem que nos levar “a nos colocar diante do Senhor na confiança de que Deus vai nos ajudando a acender as luzes necessárias pelo caminho”. Para isso, foi elaborado o roteiro orante, com uma oração inicial, uma apresentação da realidade, que iluminada pela Palavra de Deus leva à reflexão, partilha e propostas de ação entre os participantes.

Não esqueçamos as palavras do Papa Francisco: “Sabemos que é possível combater o tráfico, mas precisamos chegar à raiz do fenômeno, erradicando as suas causas (…) É um apelo para não ficarmos parados, mobilizarmos todos os nossos recursos na luta contra o tráfico e restituirmos plena dignidade a quantos são vítimas do mesmo. Se fecharmos olhos e ouvidos, se ficarmos inertes, seremos cúmplices”. Tomemos consciência disso, o tráfico de pessoas pode ser combatido, só temos que abrir os olhos e os ouvidos, deixar de sermos cúmplices.

 Padre Luiz Modino – Regional Norte 1 da CNBB

Fonte: CNBB

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Conselho Regional de Pastoral do Sul 3 aponta luzes para o cuidado com o povo gaúcho

Coordenadores de Pastorais e de Comissões Regionais se reuniram ao episcopado quarta e quinta-feira, 24 e 26 de julho, no Centro de Espiritualidade Cristo Rei, para a reunião do Conselho Regional de Pastoral.

O encontro iniciou com a partilha dos coordenadores de pastoral sobre a realidade de suas arquidioceses e dioceses, tanto na perspectiva pastoral quando em relação às ações executadas em favor das vítimas das chuvas nestes últimos três meses.

Muitos deles destacaram também os projetos executados a partir da motivação do Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade e os esforços para reforçar a iniciação à vida cristã em suas Igrejas Locais.

Diretrizes Gerais

Na manhã da quinta-feira, 25, foram apresentadas as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2025 – 2029. Dom Leomar Brustolin, presidente do Regional e também da Comissão responsável pela construção das novas diretrizes, e apresentou o instrumento de trabalho para construção do novo documento.

    “A Igreja existe para evangelizar e nada deve se antepor à esta missão. A Igreja não existe para a festa do padroeiro, para o churrasco ou para o galeto com massa”, alertou dom Leomar.

Ao apresentar o esquema das novas diretrizes, o bispo afirmou que a perspectiva é de não trabalhar mais com a terminologia de ‘prioridades’, mas apontar quatro caminhos  importantes à missão da Igreja: Pela Palavra de Deus, formar pequenas comunidades; Iniciação à Vida Cristã, como eixo unificador da ação evangelizadora; Celebrar a fé, pela liturgia e a piedade popular; e, por fim, cuidar da vida, da amizade social e ecologia integral.

Após a apresentação, o conselho pastoral relatou suas impressões e contribuições para as novas diretrizes, apontando sugestões a partir da realidade da Igreja gaúcha e de cada uma das 18 igrejas particulares do Regional Sul 3.

Cuidado com os vulneráveis

Para garantir o atendimento às vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul, os participantes receberam orientações sobre o acesso a projetos financeiros, destinados a partir dos recursos arrecadados pela Campanha lançada pelo Regional no mês de maio.

De forma mais permanente, também as comissões episcopais executam diversos projetos em favor da evangelização e de ações de cuidado com a vida. Durante o conselho, os bispos referenciais e coordenadores destas comissões também foram informados sobre a solicitação de recursos para a execução de seus planejamentos anuais.

Outros informes

Ainda durante a manhã, dom Jaime Spengler, presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre, apresentou os informes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, com destaque para a formação do clero no Brasil e no Pio Brasileiro, em Roma.

O encontro também aprovou uma mensagem do Conselho Regional de Pastoral pelas eleições deste ano e foi ocasião para partilha dos planejamentos das comissões regionais. A conclusão aconteceu com a Celebração Eucarística, onde foi entregue a vela de celebração dos 60 anos do Regional.

Com informações Victória Holzbach – CNBB Sul 3

Fonte: CNBB

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Encontro do episcopado com provinciais reflete atuação da Igreja durante as enchentes no RS

O Centro de Espiritualidade Cristo Rei, em São Leopoldo, foi casa da Igreja do Rio Grande do Sul nesta quarta-feira, 24. Durante este dia, aconteceu o encontro entre o episcopado gaúcho, os provinciais das Congregações presentes no Rio Grande do Sul e os coordenadores de pastoral das 18 arqui/dioceses gaúchas.

A manhã foi dedicada para refletir a situação e a atuação da Igreja durante e após as enchentes no Rio Grande do Sul. Dom Odair Gonsalves apresentou um breve relato da ação da Arquidiocese de Porto Alegre e do Regional Sul 3 para o atendimento às vítimas das enchentes. Em seguida, em grupos, os participantes partilharam sobre o que foi realizado pelas congregações e outras dioceses neste tempo.

Impactos psicológicos na população gaúcha

A reflexão contou com a assessoria da professora Drª Priscila Lawrenz, professora de psicologia da UNISINOS, que refletiu sobre os impactos psicossociais da exposição a desastres, como o que o Rio Grande do Sul viveu nestes últimos meses.

Os desastres naturais, como o que afetou o Rio Grande do Sul este ano, têm sido experienciados por um número cada vez maior de pessoas em todo o mundo. Os impactos são diversos e afetam especialmente pessoas que vivem em condições sociais e econômicas desfavoráveis, apontou a assessora.

Durante sua exposição, a professora explicou que o ser humano tem, naturalmente, mecanismos de defesa, mas que eles podem não ser suficientes quando a pessoa “enfrenta situações que superam as suas capacidades de adaptação”. Ela enfatizou que neste momento, populações que já viviam em situações de vulnerabilidade, tendem a sofrer um impacto maior em sua saúde mental: crianças, adolescentes, mulheres e idosos, além dos mais pobres, que já sofriam com a vulnerabilidade social.

Alertando para o papel do episcopado, padres, religiosas e religiosos neste tempo, a psicóloga pontuou que as vítimas de desastres vivem experiências e perdas muito graves e que os primeiros socorros psicológicos, especialmente em um contexto tão desafiador como o que vive o Rio Grande do Sul, não precisam ser prestados apenas por psicólogos: “A atenção psicossocial tem como objetivo facilitar e apoiar os processos naturais de recuperação e prevenir que sintomas persistam ou se agravem”, concluiu Priscila.

Organização Regional

O encontro seguiu com a apresentação de outros pontos importantes para o andamento da CNBB no Estado, como a celebração dos 60 anos do Regional Sul 3, a Missão em Moçambique, que celebra 30 anos em 2024 e também o Jubileu de 2025 – Peregrinos da Esperança. A Conferência dos Religiosos também apresentou seus informes, além do Serviço de Evangelização da Juventude, o Serviço de Animação Vocacional (SAV), a Iniciação a Vida Cristã, e a Comissão de Educação e Cultura.

Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e Presidente da CNBB, falou ao grupo sobre as escolas católicas, motivando uma partilha sobre a realidade da educação confessional no Estado. Os provinciais e seus representantes reforçaram a importância da proximidade entre os bispos, padres e congregações em favor da educação, retomando a necessidade de reforçar a identidade da escola católica.

Encerrado com a Celebração Eucarística, às 18h, o encontro precede a reunião do Conselho de Pastoral Regional (COREPAL), que inicia na noite desta quarta e se estende até a manhã desta quinta, 25.

Fonte: CNBB Sul 3

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Athletica Vaticana, carta aos atletas: as Olimpíadas são um antídoto para os jogos de guerra

Às vésperas do grande evento, a Athletica Vaticana escreve a quem vai competir nos Jogos Paris 2024 e nas Paraolimpíadas no final de agosto: vivam e ajudem a viver um momento de paixão mas também de inclusão "no ritmo dos últimos", onde além do "mais rápido, mais alto e mais forte" haja também lugar o valor de estar "juntos".

Vatican News

A Athletica Vaticana, associação poliesportiva oficial da Santa Sé, enviou uma carta intitulada "Jogos da paz", datada de 24 de julho, aos atletas que participam dos Jogos Olímpicos de Paris que começam nesta sexta-feira, 26 de julho, e prosseguem até 11 de agosto.

Segue a íntegra da carta.

Amigo atleta, na sexta-feira, 26 de julho, em Paris, serão abertos os Jogos Olímpicos, que têm de lidar com guerras, tensões e injustiças - mesmo quando os holofotes estão apagados - em escala global. A proposta da trégua olímpica - apoiada várias vezes pelo Papa Francisco, desde o dia 13 de janeiro passado com a “sua” Athletica Vaticana - e a participação da Equipe de Refugiados na competição são precisamente duas propostas de paz que todos nós, a grande família esportiva, relançamos em um momento sombrio para a humanidade.

As Olimpíadas - e, a partir de 28 de agosto, as Paraolimpíadas - são, antes de tudo, histórias de mulheres e homens que hoje não conseguem deter “a terceira guerra mundial em pedaços” (como a chama o Papa Francisco), mas sugerem a possibilidade de uma humanidade mais fraterna, por meio da linguagem do diálogo esportivo, popular e compreensível para todos.

Em Paris, nestes dias, todos tentam incorporar os verdadeiros valores do esporte: paixão, inclusão, fraternidade, espírito de equipe, lealdade, redenção, compromisso e sacrifício. Cada treino, cada desafio superado, cada momento de dificuldade enfrentado com coragem, trouxe cada um para os Jogos Olímpicos, com uma consciência: o esporte não é apenas vitória ou derrota, o esporte é uma jornada pela vida que nunca se faz sozinho. O Papa Francisco nos lembra que o esporte “é uma grande ‘corrida de revezamento’ na ‘maratona da vida’, com o bastão passando de mão em mão, cuidando para que ninguém fique para trás sozinho. Ajustar o próprio ritmo ao ritmo do último” (prefácio do livro “Jogos da Paz. A alma das Olimpíadas e Paraolimpíadas”).

Sim, “no ritmo dos últimos”: o abraço mais fraterno é para todos aqueles que vivem todos os dias - também tentando se agarrar à esperança que o esporte dá - realidades difíceis, entre guerras, pobreza, injustiça, tensões e medo. O Papa Francisco confessa: são precisamente eles que “nos contam histórias de redenção, esperança e inclusão”. Com esse espírito de fraternidade também por meio do esporte, apenas algumas horas antes do início dos Jogos de 2024, a Athletica Vaticana mais uma vez levanta o apelo de Francisco por uma trégua olímpica.

Amigo atleta, em Tóquio, há três anos, o Comitê Olímpico Internacional acrescentou a palavra “Juntos - Communiter” ao famoso lema olímpico “Mais rápido, mais alto, mais forte”: em Paris, portanto, serão Olimpíadas e Paraolimpíadas com o estilo “Juntos”. O Papa Francisco nos escreveu: “Nessa perspectiva, a palavra-chave para o esporte, hoje mais do que nunca, é ‘proximidade’. Esta é a primeira sugestão que, como ‘treinador do coração’, sempre proponho à Athletica Vaticana”. Uma sugestão do nosso excepcional “treinador”, Papa Francisco, que compartilhamos fraternalmente com prazer: proximidade!

Amigo atleta, coragem! Ninguém está sozinho na experiência e no ato do esporte: há sempre uma equipe, uma família, uma comunidade ao seu lado. Em Paris, cada atleta olímpico está prestes a viver o sonho que vem construindo desde a infância: é a grande oportunidade que chega - finalmente - depois de tê-la planejado, preparado e esperado muito tempo por ela. Uma oportunidade que não deve ser desperdiçada, tanto do ponto de vista humano quanto esportivo. Há outra sugestão que o “coach Papa Francisco” sempre propõe: mesmo no nível mais alto, sim, mesmo nas Olimpíadas, faz diferença manter o espírito “amador” de gratuidade, aquele estilo de simplicidade que freia a busca desmedida por dinheiro e sucesso “a todo custo”, sob o risco de sobrecarregar tudo em nome do lucro, fazendo com que as pessoas percam a alegria que as atrai para a paixão esportiva desde a mais tenra idade.

Amigo atleta, com a beleza e a justiça do gesto esportivo de cada um, e sem jamais recorrer a atalhos - uma derrota limpa é sempre melhor do que uma vitória suja -, os Jogos podem ser oportunidades de esperança, nas pequenas e grandes questões de cada um e da humanidade.

Sim, as Olimpíadas e as Paraolimpíadas podem ser estratégias para a paz e antídotos para os jogos de guerra para vencermos, juntos, a medalha da fraternidade.

Com um abraço de amizade esportiva e com gratidão pelas emoções que viveremos!

Fraternalmente,

Athletica Vaticana

*Associação poliesportiva oficial da Santa Sé

Fonte: Vatican News

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Acordo entre o Dicastério para a Comunicação e a Agência Nova

O acordo de cooperação para a troca dos respectivos boletins informativos e enriquecimento da oferta de notícias internacionais.

Vatican News

O Dicastério para a Comunicação da Santa Sé e a "Agência Nova" assinaram um acordo de colaboração mútua, destinado ao intercâmbio de conteúdos informativos.

O Dicastério, criado em 2015 pelo Papa Francisco, está encarregado da gestão de todo o sistema de comunicação da Santa Sé, que inclui as plataformas de informação Rádio Vaticano, Vatican News, L'Osservatore Romano, canais de mídia social e Vatican Media.

A Agência Nova é uma importante fonte de informação italiana sobre a atualidade política e econômica internacional e para tudo o que diz respeito à projeção internacional do "sistema nacional", graças aos seus produtos editoriais em várias línguas, à sua ampla rede de correspondentes estrangeiros e aos acordos assinados com várias agências nacionais estrangeiras.

O acordo, assinado pelo prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, e por Fabio Squillante, diretor-geral da Agência Nova, prevê a possibilidade de o Dicastério utilizar os boletins multimídia da Agência Nova em todas as suas plataformas de informação, enquanto a agência, por sua vez, poderá divulgar, em seu site e em seus noticiários, os conteúdos editoriais multimédia presentes no site www.vaticannews.va, relativos às atividades do Papa, do Vaticano e da Igreja Católica.

"O acordo nos permitirá expandir nossas fontes no lado internacional, ajudando a fortalecer nossa oferta de notícias e aprofundamentos num momento em que é importante tentar olhar para muitas situações difíceis no mundo, continuando a acreditar na paz, na negociação e na cooperação", disse o diretor editorial da mídia vaticana, Andrea Tornielli.

"Estamos extremamente satisfeitos com a assinatura deste acordo que nos permitirá enriquecer ainda mais a nossa oferta de informação sobre temas de interesse capital, especialmente em vista do próximo ano jubilar, e que consideramos também um reconhecimento da credibilidade que a Agência Nova conseguiu construir ao longo dos anos", explicou o diretor-geral da Agência Nova, Fabio Squillante.

Fonte: Vatican News

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Igreja Católica no Rio de Janeiro: unidade em meio a uma realidade fragmentada

Apesar dos desafios de violência e desigualdade no Rio de Janeiro, a Igreja Católica destaca-se como um farol de unidade e esperança. Com uma presença ampla e diária através da Arquidiocese, a Igreja não só celebra sacramentos, mas também realiza vastas ações sociais, atendendo milhões de pessoas e promovendo a dignidade humana. Esta atuação contínua e concreta da Igreja Católica testemunha a possibilidade de construir pontes e semear esperança em uma realidade fragmentada.

Vatican News

O Rio de Janeiro é mundialmente conhecido como a Cidade Maravilhosa, seja por suas belezas naturais, seja por seu povo acolhedor. No entanto, nas últimas décadas, essa imagem maravilhosa começou a ser ameaçada por outras realidades que nos causam tristeza e preocupação. Cada vez mais, tornou-se comum nos meios de comunicação ver a imagem da cidade do Rio de Janeiro sendo associada à violência, à desigualdade social, muitas vezes passando a imagem de um verdadeiro caos instalado na cidade.

Contudo, em tempos em que tantos buscam respostas rápidas e superficiais, é necessário lançar um olhar um pouco mais detalhado para essa realidade que é complexa, preocupante, no entanto, do ponto de vista eclesial, traz, também, um aspecto de esperança e por que não dizer, profetismo.

Os problemas relatados pela grande mídia não são uma exclusividade do Rio de Janeiro. Essas realidades complexas e estruturais, seja do ponto de vista da segurança pública, seja do ponto de vista da desigualdade social, acabam assolando toda grande metrópole. É claro que no Rio de Janeiro ela ganha uma proporção na divulgação nos meios de comunicação muito maior, talvez por termos aqui representações de todos os grandes meios de comunicação do mundo, além de ser o destino de grande parte dos turistas estrangeiros que visitam o Brasil. Nesse sentido, o Rio de Janeiro é a vitrine do Brasil para o mundo, seja com notícias boas, seja com notícias ruins.

Muitos dos problemas que assolam nossa cidade têm sua origem em um processo de ocupação urbana de áreas periféricas e, muitas vezes, não próprias para habitação, que se deu sem o acompanhamento e regulação do poder público. Aqui surgem já duas questões importantes para compreender esse processo complexo: de um lado, a necessidade de moradia em local acessível e próximo ao trabalho, na medida em que cada vez mais as opções de habitação se tornavam distantes, de outro, a ausência do Estado (poder público), garantindo os serviços essenciais e a dignidade humana para aqueles que ali se instalavam.

Nesse processo de ocupação urbana desenfreada ficou cada vez mais nítida a ausência do poder público, seja através dos serviços mais essenciais, como luz, água, esgoto, pavimentação, transporte público etc, seja através da presença do Estado com a fiscalização e garantias básicas do Estado de direito.

Aos poucos fomos percebendo uma verdadeira divisão no meio da grande cidade: o morro e o asfalto. Percebemos que muitas das comunidades mais carentes de nossa cidade surgiram, justamente, nas inúmeras encostas dos nossos morros, que se antigamente eram ocupados por uma imensidão verde da Mata Atlântica, aos poucos foi sendo substituída pela imensidão populacional que passou a encontrar ali uma alternativa de moradia, ainda que precária e perigosa.

Nessa realidade que começa a se espalhar e crescer pela cidade, começam também a se multiplicar os problemas. Diante da ausência do poder estatal, outra forma de moderação dos conflitos se estabelece em lugares onde o poder público não está presente, uma outra forma de poder se organiza, até chegarmos ao cenário que verificamos hoje. De acordo com o Ministério Público do Estado (MPRJ)[1], a partir de dados Prefeitura do Rio de Janeiro, na cidade, em 2019, era possível identificar 1.825 ocupações irregulares (favelas + loteamentos irregulares ou clandestinos). Essa realidade estaria diretamente relacionada ao controle ilegal de território e ao índice de letalidade violenta.

É justamente nessa realidade complexa e desafiadora que podemos encontrar uma presença constante e concreta. A Igreja Católica, através da Arquidiocese do Rio de Janeiro, em suas 292 paróquias e 1.112 locais de culto, cerca de 800 padres (diocesanos e religiosos), mais de 300 diáconos permanentes, além de milhares de agentes pastorais, que são a verdadeira força viva da Igreja, está presente em todas as regiões da cidade.

Essa presença não se dá apenas com visitas periódicas ou esporádicas, mas é uma presença diária e constante. Além das celebrações dos sacramentos, a Igreja está presente através de todas as ações sociais que realiza. Podemos afirmar que a Arquidiocese do Rio de Janeiro, através das diversas iniciativas sociais, acompanhadas de perto pelo Vicariato Episcopal para a Caridade Social, é a maior promotora de assistência social da cidade, se levarmos em conta os dados do relatório das ações sociais da Arquidiocese do Rio de Janeiro[2], anualmente cerca de 1 milhão e 800 mil pessoas são alcançadas com a distribuição de cestas básicas, cerca de 160 mil atendimentos na área da saúde, 70 mil pessoas na área da educação, cerca de 39 mil pessoas na área de capacitação através de oficinas, além de outras cerca de 600 mil pessoas alcançadas através de grupos informais, serviços e das ações das pastorais sociais. Resultando em 2.675.395 pessoas atendidas pelas ações sociais da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

Se por um lado vemos uma realidade social fragmentada e dividida, por outro vemos uma realidade eclesial unida e em comunhão. Através da unidade institucional da Arquidiocese do Rio de Janeiro, é possível, por exemplo, ações imediatas e eficazes quando alguma tragédia ocorre na cidade, seja um alagamento ou deslizamento de encosta. Imediatamente a rede de ação social da arquidiocese se mobiliza, isso é possível, de modo rápido e eficaz, justamente por conta da capilaridade da presença da Igreja em todas as comunidades do Rio de Janeiro.

Essa presença é presença profética, pois é presença de anúncio do Evangelho, mostrando que no meio de uma realidade dividida e fragmentada é possível construir unidade. É presença pacificadora, pois, através do diálogo ecumênico e interreligioso, a Arquidiocese do Rio de Janeiro busca participar e incentivar iniciativas conjuntas com diversas outras denominações cristãs e outras diversas religiões não cristãs, testemunhando que professar uma fé diferente não nos torna inimigos. É presença de esperança, e através de suas ações pastorais e sociais, a Arquidiocese do Rio de Janeiro semeia a esperança de construirmos um mundo melhor, mais humano e fraterno.

Em meio às dores e tristezas, alegrias e esperanças, ali está presente a Igreja Católica do Rio de Janeiro, com uma presença contínua, efetiva e concreta, testemunhando unidade em realidades fragmentadas, construindo pontes de diálogo e cooperação em realidades cada vez mais desconexas e afastadas, e semeando esperança onde muitos só veem desilusão. Uma Igreja viva, missionária, atenta aos desafios da grande cidade, mas sem jamais deixar de anunciar a alegria do Evangelho de Jesus Cristo, que quer alcançar a todos.

Autor: Padre Carlos Augusto Azevedo da Silva, do clero da Arquidiocese do Rio de Janeiro, é doutorando em Direito Canônico na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma. 

[1] Disponível em: http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/6438610/4244019/86ExpansaoDesordenadaeViolenciaUrbanaDesfiosparaaGestaodeTerritorio.pdf (acesso em 23 julho 2024).

[2] Vicariato Episcopal para a Caridade Social, Relatório das ações sociais da Mitra Arquiepiscopal do Rio de janeiro, ano 2019, p. 5.

Fonte: Vatican News

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Festival Halleluya 2024 reúne mais de 1 milhão de pessoas

De 17 a 21 de julho, em Fortaleza, a Comunidade Católica Shalom realizou a 26ª edição do Festival Halleluya, que reuniu mais de 1 milhão de pessoas. O evento, conhecido como a Cidade da Paz, contou com apresentações de grandes nomes da música católica, momentos de adoração e diversas atividades culturais e esportivas. O festival reafirmou seu objetivo de proporcionar uma experiência transformadora com Cristo Ressuscitado.

Vatican News

De 17 a 21 de julho, em Fortaleza (CE), a Comunidade Católica Shalom realizou a 26ª edição do Festival Halleluya, considerado o maior festival católico de artes integradas da América Latina. Aproximadamente 1 milhão e cinquenta mil pessoas passaram pela arena ao longo dos cinco dias de evento gratuito.

Consagrado como uma Cidade da Paz, o festival contou com apresentações de grandes nomes da música católica no palco principal, como Padre Fábio de Melo, Padre Marcelo Rossi, Missionário Shalom, Frei Gilson, Walmir Alencar, Adriana Arydes, Missionário Shalom e Suely Façanha. Participaram do evento os arcebispos de Santo Amaro-SP e Fortaleza-CE, Dom José Negri e Dom Gregório Paixão, respectivamente, além dos padres Padre Dominique Lee e Padre Moses Kim, responsáveis pela Jornada Mundial da Juventude Seul 2027.

Além dos shows, o público teve a oportunidade de viver momentos profundos de adoração ao Santíssimo Sacramento, que era levado do Espaço da Misericórdia (coração do festival) – composto por capela, confissões, oração e aconselhamento – até o palco principal, todas as noites do evento.

O Halleluya também contou com palcos alternativos espalhados pela arena para outros artistas católicos, oferecendo uma variedade de ritmos, desde o rock até o pagode. Outros espaços, como o Adventure, com esportes e apresentações artísticas, e a Arena Cultural, com shows, talks e até cinema, complementaram a programação. Tudo isso com o objetivo de proporcionar a cada pessoa uma experiência com Cristo Ressuscitado.

“Quando nós pensamos no Halleluya como cidade da paz, o grande objetivo – entendendo Jesus Cristo como a nossa paz – é a transformação de vida das pessoas. Nós fomos, nesses dias, habitantes, cidadãos da cidade da paz. De modo específico, discípulos de Jesus Cristo. Todos nós, aqueles que trabalham no Halleluya há mais de 20 anos, assim como aqueles que vieram pela primeira vez, tiveram suas vidas transformadas; transformadas pelo amor de Deus que se manifestou a nós no serviço, transformadas pela presença de Jesus ressuscitado, que se manifestou a nós nas músicas, nas confissões, nos aconselhamentos, na doação de alimentos, na doação de sangue, no entretenimento e na fraternidade”, declarou Pe. Silvio Scopel, responsável local da Comunidade Shalom de Fortaleza/CE.

Edição Histórica

Para Fábio Lima, consagrado da Comunidade Shalom e coordenador do evento, a 26ª edição do Festival Halleluya quebrou todos os recordes anteriores, com mais de 1 milhão de pessoas presentes nos cinco dias, mais de 9 mil quilos de alimentos não perecíveis arrecadados e cerca de 1.106 bolsas de sangue coletadas.

“Eu poderia dizer que foi um Halleluya de recordes. Tivemos recordes, por exemplo, no nosso trabalho social, na coleta de alimentos, coleta de sangue, recorde de público e recorde de tantas coisas. Mas, sobretudo, o que fica é o recorde da evangelização.

Sobre a Comunidade Católica Shalom

A Comunidade Católica Shalom é uma Associação Privada Internacional de Fieis, com personalidade jurídica, reconhecida pela Santa Sé com o decreto do dia 22 de fevereiro de 2007, junto ao então Pontifício Conselho para os Leigos (cujas competências e funções são atualmente assumidas pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida).

Na mesma data, em 2012, seus estatutos tiveram sua aprovação definitiva. Presente em dezenas de países do mundo, a Comunidade Católica Shalom é formada por homens e mulheres que, na diversidade das formas de vida presentes na Igreja, engajam-se em uma vida comunitária e missionária com a finalidade de levar o Evangelho de Jesus Cristo a todos os homens e mulheres, especialmente aqueles distantes de Cristo e da Igreja.

Dados gerais do Halleluya 2024

O Festival Halleluya 2024 alcançou números impressionantes ao longo de suas cinco noites. Mais de 1 milhão de pessoas compareceram, estabelecendo um recorde histórico de público no sábado e domingo. Foram coletados 9.087 quilos de alimentos para as obras sociais da Comunidade Shalom, um recorde do evento. Em parceria com o Hemoce, 1.106 bolsas de sangue foram arrecadadas, superando a meta estabelecida. No Sacramento da Confissão, 3.508 pessoas foram atendidas por mais de 30 sacerdotes. Os missionários da Comunidade Shalom atenderam 2.086 pessoas no serviço de Oração e Aconselhamento e 928 pessoas online através do serviço "Fale com um missionário". O Halleluya Kids cadastrou 1.931 crianças, e 2.799 pessoas se inscreveram para o Seminário de Vida no Espírito Santo – Halleluya Quero Mais. O canal do YouTube do festival registrou um pico de 15.250 espectadores ao vivo no domingo e 11 mil novas inscrições. No Instagram, 34.330 novos seguidores foram conquistados, alcançando 3.687.608 contas.

Por: Thaynara Portácio | comshalom.org

Fonte: Vatican News

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México: padre Martínez Peñaloza, quase 100 anos e 75 de sacerdócio

O religioso da Congregação dos Missionários do Espírito Santo, pe. Martínez, completará um século de vida no dia 29 de agosto. Ele desempenhou seu ministério na América Latina e na Europa, sendo amado pelo povo por sua gentileza e particularmente apreciado como confessor. Além disso, é um estimado músico que ainda toca piano. Em comemoração ao seu duplo jubileu, o Papa Francisco também quis enviar-lhe felicitações.

Tiziana Campisi - Cidade do Vaticano

Ao padre Luis María Martínez Peñaloza, sacerdote mexicano da Congregação dos Missionários do Espírito Santo, que celebra 75 anos de ordenação presbiteral e que em 29 de agosto celebrará um século de vida, chegaram também as felicitações do Papa Francisco. O Pontífice enviou ao religioso sua bênção para acompanhá-lo em sua dupla celebração jubilar e o confiou à proteção maternal de Maria, invocada pelos missionários do Espírito Santo como Nossa Senhora da Solidão.

As experiências na América Latina e na Europa

Nascido em Morelia, em um período marcado pelas perseguições religiosas decorrentes da Constituição política anticatólica de 1917, quando jovem Luis encontrou Félix de Jesús Rougier, fundador dos Missionários do Espírito Santo, hoje venerável, e Concepción Cabrera, inspiradora das Obras da Cruz, agora beata. Pronunciou os primeiros votos como religioso em 15 de setembro de 1941 e, cinco anos depois, os votos perpétuos. Ordenado sacerdote em 24 de julho de 1949 pelo então arcebispo do México, monsenhor Luis María Martínez, após obter a licença em teologia no "Angelicum" de Roma, desempenhou seu ministério na América Latina e na Europa como formador, professor, diretor espiritual, compositor de música sacra e diretor de coros polifônicos.

Confessor e pianista apreciado

Muito apreciado por sua gentileza e misericórdia no exercício do ministério da Reconciliação, carisma próprio de sua Congregação, padre Luis sempre se dedicou à Civilização do Amor e ao cuidado da vida. No cuidado das vocações cristãs para a vida laica, consagrada e sacerdotal, por décadas promoveu a formação de grupos juvenis do Apostolado da Cruz e da Aliança de Amor com o Sagrado Coração de Jesus. Milhares de pessoas que, graças ao seu acompanhamento espiritual, encontraram em Cristo o centro de suas vidas. Padre Luis é um ícone de sua cidade natal, berço de compositores e intérpretes de música sacra, mas há onze anos vive na Comunidade para sacerdotes idosos de Puebla, onde continua a tocar piano e muitas pessoas reconhecem suas qualidades de intérprete musical.

Fonte: Vatican News

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Com o Apóstolo São Tiago a caminho do Jubileu de 2025

O arcebispo de Santiago de Compostela, dom Francisco José Prieto Fernández, revela os detalhes sobre os preparativos para a celebração do Jubileu de 2025 na diocese e reflete sobre a grande festa do Apóstolo São Tiago, padroeiro da Espanha.

Sebastián Sansón Ferrari - Cidade do Vaticano

Com especial intensidade, a arquidiocese de Santiago de Compostela vive a festa do Apóstolo São Tiago, padroeiro da Espanha, em um período no qual os preparativos para o Jubileu Ordinário de 2025 e para o Jubileu Compostelano de 2027 (este último celebrado quando a festa do apóstolo coincide com o domingo) estão se intensificando. Assim confirma dom Francisco José Prieto Fernández, titular dessa circunscrição eclesiástica.

"Chegam peregrinos de muitos lugares, os mais diversos e distintos, mas todos vêm caminhando ao encontro do apóstolo. Aqui estão sua memória e seus restos mortais, mas, acima de tudo, vêm ao encontro daquele de quem o apóstolo foi discípulo do Senhor. Portanto, vivemos isso com essa atitude de hospitalidade e acolhimento aos que chegam de longe e, sobretudo, também para nos encontrarmos nessa diversidade de raças e línguas, em uma mesma fé que celebramos e vivemos com alegria."

Entre as múltiplas propostas vinculadas à data, o arcebispo presidiu as solenes vésperas na quarta-feira, 24 de julho, e na quinta-feira, 25 de julho, celebrou a santa missa e a oferta nacional (ambas cerimônias realizadas na catedral, meta do Primeiro Itinerário Cultural Europeu e Patrimônio da Humanidade, o Caminho de Santiago). Essa peregrinação continua batendo recordes e, de fato, cerca de meio milhão de pessoas chegaram à cidade em 2023, e espera-se que esse número seja ainda maior nos próximos meses.

Nesse contexto, "há uma mensagem que ressoa em especial conexão com o Jubileu romano e ao qual o Papa Francisco nos convocou com uma palavra-chave: a esperança", assegura o prelado, que convida a renascer a esperança:

“Acredito que esse pode ser o grande chamado e convocação que fazemos desde Santiago, unindo-nos à convocação da Igreja Universal e ao próximo Jubileu Romano, para esta sociedade e neste tempo, que através do Senhor renasça a esperança no coração dos homens, no coração da humanidade.”

Para dom Prieto, presidir a "missa do peregrino" no altar-mor da catedral é motivo de uma alegria especial, pois acolhe peregrinos de diferentes partes do mundo. "Vê-se que há uma comunhão de fé, de esperança, no amor, algo que está além do que poderia ser, em aparência, o que nos separa", afirma.

“Essa experiência celebrativa da mesma fé, do canto em uníssono, de saber que é o Senhor que nos reúne e nos convoca. Portanto, isso é um júbilo, uma alegria, que não apenas se vivencia naquele momento. Além disso, gosto de lembrar aos peregrinos que, ao terminar a celebração, começa nossa peregrinação na vida. Devemos fazê-lo com júbilo e alegria, porque em um ano jubilar vem o júbilo e a alegria do Senhor, que mais uma vez nos abraça com sua abundante misericórdia e nos convida a ser também testemunhas dessa misericórdia e dessa esperança que nunca enfraquece, pois vem do Senhor.”

"Quando termina o Caminho", aponta dom Prieto, "começa o caminho da vida, já transformados e renovados pela graça jubilar". Por sua vez, o arcebispo anuncia que a Arquidiocese está preparando itinerários de fé para o Ano Santo (a Catedral será um templo jubilar) e diversas delegações viajarão a Roma para participar do Jubileu. Dom Prieto está ciente de que nem todas as pessoas podem peregrinar à Cidade Eterna, mas incentiva todos a vivê-lo também nas Igrejas locais, o rosto concreto da Igreja Católica em cada lugar. - Fonte: Vatican News

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Argentina: a preocupação da Igreja com os casos de crianças desaparecidas

Às vésperas do Dia Internacional contra o Tráfico de Pessoas, que será celebrado no próximo 30 de julho, a comissão executiva da Conferência Episcopal Argentina divulgou um documento em que expressa sua preocupação com o desaparecimento de Loan Peña, de 5 anos, em Corrientes, e de outras crianças e jovens, "mergulhados em situações de empobrecimento e violação dos direitos".

Myriam Sandouno – Cidade do Vaticano

"Com a equipe 'Não ao Tráfico' da Conferência Episcopal, queremos reiterar nossa visão da situação atual e afirmar a necessidade de um Estado ativo na luta contra o crime de tráfico de pessoas, com a concepção, planejamento, implementação, monitoramento e controle das políticas públicas de prevenção", escrevem os bispos.

Prevenção, processos e assistência às vítimas

Em um documento publicado por ocasião do próximo Dia Internacional contra o Tráfico de Pessoas, em 30 de julho, a comissão executiva da Conferência Episcopal Argentina destaca a necessidade de um orçamento para a prevenção, os processos e a assistência às vítimas. "Trata-se de uma questão transversal a todo o espectro político e institucional, que exige um compromisso de consenso, colocando a luta contra esse crime no centro da agenda política e do debate legislativo", afirmam os prelados.

Desaparecimento em Corrientes

O misterioso desaparecimento do pequeno Loan Danilo Peña, desde 13 de junho, na pequena cidade de Nueve de Julio, na província de Corrientes, no nordeste do país, chocou a muitos, inclusive os bispos argentinos. No documento, eles expressam sua dor e preocupação com o desaparecimento dessa criança de 5 anos, bem como de outras crianças e jovens, muitos dos quais estão "mergulhados em situações de empobrecimento e violação dos direitos".

Loan Danilo Peña desapareceu repentinamente durante um passeio, enquanto ia colher laranjas, a poucos metros da casa de seus avós. As autoridades suspeitam de um sequestro no contexto do tráfico de crianças.

"É um apelo para não ficarmos parados, mobilizarmos todos os nossos recursos na luta contra o tráfico e restituirmos plena dignidade às vítimas", enfatiza Francisco em sua mensagem ...

Dia de Oração em 30 de Julho

Para "fortalecer as ações de combate ao drama e ao crime do tráfico de seres humanos", a comissão executiva da Conferência Episcopal Argentina convoca um dia de oração para 30 de julho. Os bispos, em sua nota, relembram a mensagem de 8 de fevereiro do Papa para o 10º Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas. De fato, Francisco incentivava "a abrir os olhos e os ouvidos, para ver o invisível e ouvir os sem voz, para reconhecer a dignidade de cada um e para agir contra o tráfico e toda forma de exploração". Fonte: Vatican News

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Igreja/Abusos: Conferência Episcopal de Portugal divulga documento orientador para pedidos de compensação financeira

Casos vão ser analisados por duas comissões, propondo «benefício significativo» e «proporcional à gravidade do dano»

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) divulgou hoje o regulamento para as compensações financeiras às vítimas de abusos sexuais, que prevê a criação de duas comissões, falando num “dever de solidariedade” que deve resultar num “benefício significativo”.

“A compensação financeira que for atribuída não tem como objetivo pagar o que é impagável ou anular o que, lamentavelmente, não pode ser anulado a quem sofreu tão dura vivência. Deverá corresponder a um benefício significativo (não meramente simbólico) e proporcional à gravidade do dano. Corresponde a um dever de solidariedade para com as vítimas”, indica o organismo católico, em nota enviada à Agência ECCLESIA.

A CEP e a Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) aprovaram em abril, por unanimidade, a atribuição de compensações financeiras a vítimas de abusos sexuais, “sejam crianças ou adultos vulneráveis, ocorridos no contexto da Igreja Católica”.

Os bispos anunciaram então a criação de um fundo da Conferência Episcopal Portuguesa para este fim, “com o contributo solidário de todas as dioceses, assim como dos Institutos Religiosos e das Sociedades de Vida Apostólica”.

“Estas decisões inserem-se no caminho percorrido na Igreja em Portugal, no qual, em comunhão com o sofrimento das vítimas, deseja falar a uma só voz, reafirmando o total compromisso de tudo fazer para a sua reparação”, refere a nota de imprensa da CEP, que apresenta o novo regulamento.

A 1º de junho teve início o período de apresentação formal dos pedidos de compensação financeira, que decorre até 31 de dezembro de 2024, junto do Grupo VITA ou da Comissão Diocesana de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis onde terão ocorrido os factos.

O processo implica a análise de duas comissões, cujas funções são apresentadas no novo regulamento.

“Uma primeira comissão procederá à análise dos pedidos e elaboração de um parecer (Comissão de Instrução) e, num momento imediatamente seguinte, uma segunda comissão determinará os montantes das compensações a atribuir (Comissão de Fixação de Compensação)”, indica o documento orientador, enviado à Agência ECCLESIA.

Cada Comissão de Instrução será composta, “pelo menos, por duas pessoas”: um elemento designado pelo Grupo VITA e o outro elemento pelo coordenador da respetiva Comissão Diocesana ou da autoridade competente do Institutos Religioso ou Sociedade de Vida Apostólica.

O regulamento determina que a Comissão de Instrução deve contar “pelo menos, com um profissional da área de psicologia forense e, se necessário, da área da psiquiatria forense”, e, se possível, com um jurista.

A determinação da “procedência ou improcedência” do pedido de compensação financeira implica a “audição presencial” da pessoa que a solicita.

O n.º 15 do regulamento apresenta uma série de critérios para a atribuição de compensação, admitindo que em casos arquivados por prescrição ou falta de prova, nos tribunais civis ou canónicos se venha a produzir prova da prática do abuso, caso se verifique essa necessidade.

Em caso de negação da prática do abuso, por parte do alegado agressor, em casos prescritos, se o Dicastério para a Doutrina da Fé “permite suprir essa prescrição, a prova será aquela que for produzida em sede de processo penal canónico”.

O regulamento apresenta ainda situações de possível compensação financeira, mesmo perante um anterior processo, com condenação, nos tribunais civis ou canónicos.

As vítimas podem ainda apresentar o seu pedido, mesmo que o alegado agressor tenha falecido ou tenha sido impossível a sua “completa identificação”.

Quando o pedido de compensação resultar de factos que estão a ser apreciados num processo em curso, a apreciação do pedido fica suspensa “até decisão final nesse processo”.

“Para a fixação dos factos, levar-se-ão a cabo as diligências reputadas por necessárias, devendo sempre que possível proceder-se ao aproveitamento das já realizadas e que se encontrem documentadas, evitando-se a repetição de diligências desnecessárias”, determina o regulamento.

A determinação dos montantes segue uma série de critérios enumerados no n.º 34 do documento, como o tipo, duração e frequência dos abusos; a idade da pessoa no momento do abuso ou o grau de vulnerabilidade da vítima, entre outros.

O regulamento assinala a importância de levar em causa uma possível “reação negativa” ao relato da vítima e um eventual “encobrimento” dos casos.

Após a análise da primeira comissão, o processo segue para a chamada “Comissão de Fixação da Compensação”, a quem compete a determinação dos montantes a atribuir.

“Esta Comissão será composta por sete pessoas, maioritariamente juristas, com experiência na área em causa, sendo duas indicadas pela Conferência Episcopal Portuguesa, duas pela Equipa de Coordenação Nacional das Comissões Diocesanas de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis, uma pela Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal e duas pelo Grupo VITA”, adianta a CEP.

Quanto à prestação de apoio médico, psicológico e/ou psicoterapêutico a vítimas de abusos sexuais, o organismo indica que a mesma “continuará a ser efetuada, nos termos em que tem vindo a ser feita, independentemente do pedido de compensação financeira”.

Durante o ano de 2022, a CEP pediu um estudo sobre casos de abuso sexual na Igreja em Portugal nos últimos 70 anos a uma Comissão Independente, que validou 512 testemunhos relativos a situações de abuso, que seria apresentado em fevereiro de 2023.

Em abril de 2023, a Conferência Episcopal Portuguesa criou o Grupo Vita para acolher denúncias de abuso, trabalhar na prevenção e acompanhar vítimas e agressores.

Desde janeiro de 2021, a Igreja Católica em Portugal tem novas diretrizes para a “proteção de menores e adultos vulneráveis”, sublinhando uma atitude de vigilância nas várias atividades pastorais e de colaboração com as autoridades.

Fonte: Agência Ecclesia

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Santuário de Lourdes reabre piscinas interditadas desde a pandemia

Desde março de 2020, devido à pandemia de Covid-19, os peregrinos que visitam Lourdes não podiam mais banhar-se nas águas milagrosas das piscinas do santuário.

A edição de 2024 da Peregrinação Nacional da Assunção, de 12 a 16 de agosto, será marcada pela reabertura das piscinas de Lourdes que estavam fechadas desde o começo da pandemia de Covid-19, em 20 de março de 2020, segundo o jornal La Croix. A imersão nas piscinas havia sido substituída pelo “gesto da água”, que consiste em lavar as mãos e o rosto e beber água da fonte de Lourdes.

A reabertura das piscinas estava prevista para o final de 2024, mas foi anunciada para o dia 12 de agosto. Das dezoito piscinas, apenas cinco estarão abertas para a Peregrinação Nacional, que ocorre todos os anos na festa da Assunção de Nossa Senhora (15 de agosto). De acordo com a reportagem do jornal, foram realizados trabalhos no sistema de circulação e na estação de tratamento de água.

A água de Lourdes é totalmente potável e está associada a muitos milagres. “Esta água não teria virtude sem fé”, disse Santa Bernadette.

A expectativa é de que cerca de 7.000 fiéis participem dessa peregrinação, no entanto, “nem todos poderão entrar nos banhos ainda, mas esperamos poder tornar possíveis 2.000 banhos por dia”, declarou o Pe. Sébastien Antoni, diretor da Peregrinação Nacional francesa a Lourdes. O sacerdote observou que este ano houve um grande aumento na participação: 20% no número de peregrinos e 10% no número de doentes”.

Antes do fechamento das piscinas em 2020, aproximadamente 400.000 banhos eram realizados anualmente.

Origem da fonte milagrosa

Na aparição de 25 de fevereiro, a Santíssima Virgem comunicou a Bernadette Soubirous: “Vai beber à fonte”. Bernadette foi ao rio Gave e bebeu. Contudo, não era ao rio que Ela se referia, mas sim a um canto da gruta. Entretanto, havia ali apenas água suja. A menina cavou e bebeu.

Daquela nascente obscura, por fim, brotou discretamente a água milagrosa. Depois de alguns dias, já borbulhava em abundância para maravilhamento de todos. De tal sorte que os doentes não demoraram em servir-se dela e iniciaram-se as curas inexplicáveis.

O diretor da Peregrinação Nacional de Lourdes explica que entrar na água de Lourdes “é uma resposta confiante a um apelo que a Virgem Maria fez a Bernadete durante as aparições de 1958. Trata-se também de redescobrir uma ligação com o próprio batismo. Somos imersos na água e saímos lavados e purificados”.

Fonte: Gaudium Press

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Ensino religioso nas escolas públicas da cidade de São Paulo

O ensino religioso, a médio e longo prazos, representa vigoroso auxílio no combate à violência urbana, contribuindo na edificação de um Brasil mais justo, fraterno e pacífico, porque coloca Deus novamente em cena, no contexto social.

Está em curso um projeto de lei que visa implantar o ensino religioso nas escolas públicas do município de São Paulo, o PL 227/2024. Trata-se de um trabalho elaborado pela Comissão Especial de Direito Canônico da 116ª Subseção da OAB-SP, assumido na integralidade pelo vereador, Dr. Nunes Peixeiro. A Arquidiocese de São Paulo já se manifestou favorável à aprovação do referido projeto.

A Comissão de Direito Canônico busca o apoio de líderes de várias religiões, pois a proposta tem por objetivo implementar o artigo 11, §1º, do Acordo Brasil-Santa Sé (Decreto 7.107/2010), ou seja, o ensino religioso confessional: aulas de catolicismo para os alunos católicos, aulas de cristianismo (segundo as várias correntes da Reforma) para os alunos evangélicos, aulas de judaísmo para os alunos judeus, aulas de islamismo para os alunos muçulmanos etc.

Decorridos quase 36 anos da promulgação da Constituição Federal, que determina a oferta do ensino religioso no nível fundamental das escolas públicas (artigo 210, §1.º), passados já 14 anos de vigência do Acordo Brasil-Santa Sé, e o ensino religioso, direito líquido e certo do povo brasileiro, ainda não se efetivou na maioria dos municípios e Estados.

Como predicava o saudoso Cardeal Eugênio Salles, as aulas de religião comunicam valores, lapidam o caráter do adolescente, forjam manticostumes em prol da dignidade da pessoa humana (Jornal do Brasil, 31 de julho de 1999).

Deveras, o ensino religioso, a médio e longo prazos, representa vigoroso auxílio no combate à violência urbana, contribuindo na edificação de um Brasil mais justo, fraterno e pacífico, porque coloca Deus novamente em cena, no contexto social.

Edson Luiz Sampel - Presidente da Comissão Especial de Direito Canônico da 116ª Subseção da OAB-SP - Fonte: Gaudium Press

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Papa pede aliança entre jovens e velhos para construir uma sociedade fraterna

Por Almudena Martínez-Bordiú

O papa Francisco convidou os fiéis a estabelecer uma aliança entre jovens e idosos em mensagem publicada ontem (24) em seu perfil oficial na rede social X. A aliança é necessária "para que a seiva de quem tem uma longa experiência de vida umedeça os rebentos de esperança de quem está crescendo", disse o papa. "Assim aprendemos a beleza da vida e construímos uma sociedade fraterna".

Esse convite foi feito também em julho do ano passado, durante a homilia de uma missa celebrada na basílica de São Pedro por ocasião do III Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, que será celebrado este ano no domingo (28).

Na ocasião, o papa destacou que os avós são como árvores frondosas,  “sob as quais os filhos e os netos constroem os seus «ninhos», aprendem o clima de casa e experimentam a ternura dum abraço”.

Francisco também fez um convite semelhante antes do início da última Jornada Mundial da Juventude, realizada em Lisboa, Portugal, em agosto do ano passado.

O papa ressaltou “que os idosos entregam ao presente um passado necessário para construir o futuro." e pediu para honrá-los e não nos privarmos de sua companhia: "Não permitamos que sejam descartados", disse Francisco.

O papa Francisco exortou os jovens peregrinos da JMJ a visitarem seus avós e idosos antes do evento.

 Da mesma forma, o papa destacou a importância do testemunho dos idosos transmitido aos jovens e crianças durante uma audiência geral centrada no tema “o Antigo dos dias” em agosto de 2022.

"O testemunho dos idosos une as idades da vida e as próprias dimensões do tempo: passado, presente e futuro, porque eles não são a memória, são o presente e também a promessa”, disse Francisco. - Fonte: ACIDigital

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Comissão dos EUA denuncia repressão religiosa na Nicarágua sob o regime de Ortega

Por Andrés Henríquez

A Comissão dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF, na sigla em inglês) organizou uma audiência online sobre a deterioração da liberdade religiosa na Nicarágua. Quatro testemunhas apontaram as graves ações repressivas do regime do presidente Daniel Ortega, ex-líder guerrilheiro de esquerda que soma mais de 30 anos no poder.

A USCIRF é uma entidade independente e bipartidária do governo federal dos EUA responsável por monitorar, analisar e relatar ameaças à liberdade religiosa em vários países.

"Desde 2018, o governo nicaraguense restringiu severamente a liberdade de religião ou crença. O clero e os leigos católicos foram arbitrariamente presos, encarcerados e exilados. Instituições de caridade católicas e organizações educacionais foram fechadas sob acusações forjadas de lavagem de dinheiro e falha em se registrar adequadamente com as autoridades", disse a USCIRF.

O painel de testemunhas foi composto por Cristopher Hernández Roy, Felix Maradiaga, Jon Britton Hancock e Anexa Alfred, todos especialistas na situação nicaraguense, que também assessoraram o governo dos EUA sobre como contribuir para melhorar a liberdade religiosa no país e responsabilizar as autoridades responsáveis pelos abusos contra os cidadãos.

O objetivo de Ortega é desmantelar a Igreja Católica

Hernández Roy, vice-diretor e membro sênior do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, falou sobre uma análise das motivações do regime de Ortega e Murillo para avançar contra a liberdade religiosa no país, afetando muito a sociedade.

"As instituições e líderes religiosos estão intimamente ligados às comunidades que servem, o que os torna uma ameaça ao projeto autoritário de Ortega e Murillo", disse Hernández Roy.

Roy disse que o objetivo final do regime é "desmantelar a Igreja Católica" e outras organizações religiosas por meio de assédio e perseguição implacável. Para neutralizar isso, ele aconselhou o governo americano a aplicar medidas graduais que afetem o comércio e a importação de produtos de origem nicaraguense.

Nesse sentido, ele também disse que o Departamento de Estado dos EUA deve consultar vários atores internacionais, incluindo a Santa Sé, para montar um caso legal que permita uma ação contra o regime.

O regime busca "subjugar e manipular" a fé na Nicarágua

Durante seu depoimento, Félix Maradiaga disse que os ataques do regime à liberdade religiosa são apenas o começo, e depois vão contra outros direitos fundamentais, como a liberdade de pensamento e expressão.

Ele também ressaltou que, ao contrário de outros regimes comunistas, como Cuba e China, as ações de Ortega e Murillo não visam necessariamente promover o ateísmo, mas "subjugar e manipular a fé dos nicaraguenses".

"Pelo menos 84 padres foram expulsos do país, forçados ao exílio, impedidos de entrar novamente na Nicarágua e, no pior dos casos, presos e depois enviados para o exílio", disse Maradiaga, que é curador da organização de defesa da democracia Freedom House e ativista nicaraguense de direitos humanos no exílio.

"As denúncias devem continuar sobre a proibição de várias ordens religiosas e a expulsão do país de pelo menos 70 freiras dedicadas a atividades religiosas na Nicarágua, incluindo as conhecidas Irmãs da Caridade, as Irmãs do Sagrado Coração de Jesus e as Irmãs Carmelitas", acrescentou.

Por fim, recomendou que o governo dos EUA adote as medidas da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a Nicarágua, para também coletar informações que posteriormente permitirão possíveis ações criminais contra autoridades do regime e aconselhou que não se esqueçam dos presos políticos, mas que garantam sua libertação.

Outras denominações cristãs também sofrem perseguição

Em nome do Mountain Gateway Ministry, uma organização americana dedicada ao treinamento de ministros evangélicos, Jon Britton Hancock denunciou que, em dezembro do ano passado, a polícia nicaraguense prendeu 11 de seus pastores locais sob a acusação de lavagem de dinheiro. Britton também foi acusado do mesmo crime, junto com seu filho e nora. A organização nega veementemente as acusações.

"Os pastores estão em uma prisão de segurança máxima desde então. Um deles é uma mulher, separada ilegalmente de seus filhos, um dos quais tinha dois meses de idade no momento de sua prisão", disse Britton, fundador e presidente da organização.

Os detidos foram impedidos de ter contato com qualquer pessoa e foram condenados a uma pena de 12 e 15 anos de prisão, e uma pesada multa em dólares americanos. Embora o Mountain Gateway Ministry tenha perdido um recurso do caso para os tribunais nicaraguenses, seu status legal tenha sido destituído e seus bens confiscados, eles continuam a trabalhar por meio de canais legais e diplomáticos para resolver esses problemas.

Abusos contra comunidades indígenas locais

Por fim, Anexa Alfred, membro do Mecanismo de Especialistas da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas e líder do grupo étnico centro-americano Miskitu no exílio, falou sobre o sofrimento das populações indígenas, cujas tradições e crenças também foram ferozmente assediadas por Ortega e Murillo.

As comunidades indígenas sofreram "perseguição, criminalização, desaparecimentos, massacres, deslocamentos forçados, invasão de suas terras e descarte de seus recursos naturais", denunciou a ativista, ao acrescentar que também não estão imunes à perseguição religiosa.

Ao concluir, Alfred pediu pelo fim da perseguição sistemática contra populações vulneráveis e todas as instituições religiosas na Nicarágua.

O papel da Santa Sé na realidade nicaraguense

Maradiaga destacou durante a rodada de perguntas que o aparente silêncio dos membros do clero da Nicarágua no exílio deve-se às represálias que o regime poderia tomar contra seus parentes que ainda estão no país.

"Está se tornando cada vez mais difícil entrevistar qualquer líder religioso no exílio, porque eles têm uma família extensa – não apenas seus parentes de sangue, mas também seus irmãos e irmãs na fé – dentro da Nicarágua", disse o ativista.

 Ao mesmo tempo, Maradiaga classifica a Nicarágua como um caso extremo de "repressão transnacional", que obriga os membros do clero a manter o silêncio para proteger as pessoas próximas a eles.

Nesse sentido, ele disse que, embora "gostaria de ouvir um pouco mais do papa Francisco", entende a situação. Em janeiro, o papa condenou a perseguição do regime à Igreja e pediu a promoção do diálogo. Francisco também pediu aos fiéis que se unam em oração pelos perseguidos.

Nos últimos meses, desenvolveram-se várias tentativas de negociação entre a Santa Sé e o regime de Ortega, que acabaram permitindo a libertação de alguns bispos, sacerdotes e seminaristas presos, incluindo o renomado bispo de Matagalpa, dom Rolando Álvarez. - Fonte: ACIDigital

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 Carmelitas próximas ao papa Francisco deixam convento de mais de 400 anos na Espanha

A comunidade de carmelitas descalças do mosteiro de San José, em Lucena, na província de Córdoba, Espanha, deixará seu convento devido à falta de vocações depois da presença da ordem na cidade há mais de 400 anos.

Por Nicolás de Cárdenas

A comunidade de carmelitas descalças do mosteiro de San José, em Lucena, na província de Córdoba, Espanha, a quem o papa Francisco enviou várias mensagens por causa de sua amizade com uma ex-madre superiora, deixará seu convento devido à falta de vocações depois da presença da ordem na cidade há mais de 400 anos.

A madre Maria Madalena de São João da Cruz, superiora da comunidade, disse em comunicado: "com grande dor e grande tristeza, porque restam apenas três freiras, a escassez de vocações e sendo solicitadas por outro Carmelo necessitado, vimos que é a vontade de Deus que nossa missão aqui tenha terminado", segundo o jornal semanal da diocese espanhola Iglesia en Córdoba.

Assim termina a presença ininterrupta de 412 anos das carmelitas descalças no mosteiro de Lucena. As freiras chegaram ao mosteiro em 1612 vindas da cidade de Cabra, onde a comunidade foi fundada em 1603.

Segundo o jornal espanhol ABC, a morte da antiga superiora, madre Adriana de Jesus Crucificado, em setembro do ano passado, deixou a comunidade abaixo do número mínimo de cinco freiras. A comunidade recebeu uma licença especial apoiada pelo papa Francisco e pelo bispo de Córdoba, dom Demetrio Fernández, para continuar mesmo assim.

Com a recente morte de outra irmã, o futuro da comunidade foi selado. As três freiras vão se mudar em breve para uma comunidade na diocese de Salamanca, à qual se unem por uma "longa e estreita relação de irmandade".

Os laços da comunidade com o papa Francisco

Madre Adriana de Jesus Crucificado era amiga do papa Francisco desde que ele era bispo auxiliar de Buenos Aires. Duas outras freiras argentinas da congregação também conheceram Francisco.

Em 31 de dezembro de 2013, o papa ligou para as freiras e deixou uma mensagem de Ano Novo de encorajamento, esperança e alegria em sua secretária eletrônica. Horas depois, ele conversou com elas por 15 minutos.

Segundo Iglesia en Córdoba, quando a morte de Madre Adriana era iminente, o papa Francisco "consolou a freira em seus últimos momentos de vida" e, depois de sua morte, "entrou em contato novamente com o mosteiro para transmitir condolências ao resto da comunidade de freiras".

Fonte: ACIDigital

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Pedidos de indenização por abusos na Igreja em Portugal serão analisados por duas comissões

Por Natalia Zimbrão

Os pedidos de compensação financeira para vítimas de abusos sexuais cometidos na Igreja em Portugal vão ser analisados por duas comissões, uma para análise dos casos e outra para determinação dos valores das indenizações. É o que determina o regulamento publicado hoje (25) pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

“As compensações financeiras deverão representar um benefício significativo e proporcional à gravidade do dano avaliada, sem a pretensão de pagar o que é impagável ou anular o que, lamentavelmente, não pode ser anulado”, diz a CEP.

Em fevereiro de 2023, foi divulgado o relatório final da Comissão Independente (CI) para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal. Segundo o documento, de 1950 a 2022 há pelo menos 4.815 vítimas no país. Depois desse relatório, foi criado o Grupo VITA, um grupo de acompanhamento das situações de abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal.

Em abril deste ano, a CEP aprovou em sua 209ª Assembleia Plenária a atribuição de compensação financeira a vítimas de abusos sexuais contra crianças e vulneráveis na Igreja em Portugal. A mesma decisão foi tomada pela Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal, em assembleia geral, no mesmo mês.

Análise dos pedidos de compensação financeira

Segundo o regulamento publicado hoje, os pedidos de compensação, que começaram a ser apresentados no dia 1º de junho, podem ser feitos até 31 de dezembro de 2024. Podem ser feitos “pelas vítimas, ou pelo seu representante legal, ao Grupo VITA, às Comissões Diocesanas de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis ou aos serviços próprios dos Institutos Religiosos e Sociedades de Vida Apostólica”.

“Para cada pedido de compensação será constituída uma Comissão de Instrução”, diz o regulamento. Essa comissão “tem por competências apreciar os pedidos de compensação financeira, apurar os fatos praticados, a natureza e dimensão do dano sobrevindo, bem como o nexo de causalidade entre o fato e o dano”. Depois da análise, deverá elaborar um parecer sobre a “procedência ou improcedência do pedido de compensação financeira”.

Essa comissão será composta por duas pessoas, uma designada pelo Grupo VITA e outra pelo coordenador da respectiva comissão diocesana ou, no caso de institutos religiosos e sociedades de vida apostólica, pela autoridade competente do instituto. Também contará com, “pelo menos, com um profissional da área de psicologia forense e, se necessário, da área da psiquiatria forense (com experiência em avaliações médico-legais neste contexto concreto), e se possível com um jurista”.

Em seguida, o caso segue para a comissão de fixação de compensação, que “terá como função, já não o apuramento da matéria de fato, mas, sim, a determinação dos montantes das compensações a atribuir”.

Será composta por sete pessoas, majoritariamente juristas, com experiência na área. Duas serão indicadas pela CEP, duas pela equipe de coordenação nacional das Comissões Diocesanas de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis, uma pela Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal e duas pelo Grupo VITA.

“Os pareceres emitidos quer pela Comissão de Instrução, quer pela Comissão de Fixação da Compensação deverão ser apresentados, devidamente fundamentados e sob sigilo, à Conferência Episcopal Portuguesa ou ao/à Superior/a Maior competente, que, respetivamente, sobre eles decidirá em termos definitivos”, diz o regulamento.

A decisão final, “devidamente justificada, será notificada ao autor do pedido, à Comissão de Fixação da Compensação e à Comissão de Instrução do caso”.

Os pagamentos das compensações financeiras serão feitos através de um fundo criado pelo CEP, que contará com o contributo solidário de todas as Dioceses portuguesas, assim como dos Institutos Religiosos e das Sociedades de Vida Apostólica.

O regulamento da CEP determina que, “independentemente do pedido de compensação financeira”, o “apoio médico, psicológico e/ou psicoterapêutico a vítimas de abusos sexuais praticados no âmbito da Igreja” continuará a ser feito.

Fonte: ACIDigital

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Do dia 24/7/2024

Nove representantes gaúchos participam do Seminário de Iniciação à Vida Cristã com Seminaristas

Nove seminaristas de três arqui/dioceses gaúchas participaram nos dias 15 a 17 de julho, em Brasília, do Seminário de Iniciação à Vida Cristã (IVC) com Seminaristas. A iniciativa é promovida pela Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e reuniu um grupo de 208 seminaristas de todo o país.

No encontro, os participantes refletiram sobre “A importância da catequese na formação do futuro presbítero”, com ênfase no espaço que a Iniciação à Vida Cristã e a dimensão catequética ocupam na formação do padre.

Dom Leomar Antônio Brustolin, presidente do Regional Sul 3, preside também a Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB e explica que o encontro faz parte de um processo que envolve seminaristas, leigos e leigas e presbíteros para fortalecer a iniciação à vida cristã no Brasil. Trata-se, segundo ele, de encontrar caminhos novos para comunicar a fé com as novas gerações em tempos tão complexos como, por exemplo, com o uso da inteligência artificial.

“Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre, mas como comunicar o Evangelho, o Reino e como integrar na comunidade crianças e jovens de hoje? Precisamos revisar toda a nossa prática pastoral com os padres, a prática catequética. Veja quantas crianças deixam de vir à Igreja depois que terminam a primeira comunhão e a crisma, isso é sinal de que a catequese não ocorreu. E nós não estamos revisando isso, nós estamos continuando com as mesma práticas religiosas”, aponta o arcebispo de Santa Maria.

Representantes gaúchos

A Arquidiocese de Santa Maria e as Dioceses de Caxias do Sul e Vacaria enviaram seminaristas para participarem do encontro. De Santa Maria, seis jovens estavam presentes, entre eles Marco Junior Cruz.

Para ele, os dias de encontro foram oportunidade para se dar conta dos muitos desafios impostos à evangelização e de buscar caminhos através da iniciação à vida cristã.

É muito importante para a nossa formação a experiência deste encontro, até porque não vivenciamos em nossa catequese esse processo da iniciação à vida cristã, então precisamos, como futuros presbíteros, nos aprofundarmos no conhecimento de cada etapa desse método para que as catequistas sintam confiança na aplicação desse processo, destaca Marco.

Da Diocese de Vacaria, quem participou foi o seminarista Maurício Zanotto, que também apresenta uma avaliação muito positiva dos 3 dias de encontro.

Este Seminário foi de fundamental importância para que nós, futuros padres, possamos caminhar em comunhão com a Igreja no Brasil no que tange a Iniciação à Vida Cristã. Foi possível perceber a centralidade da IVC na vida da Igreja, pois é o berço de onde nascem os novos cristãos, discípulos do Cristo Crucificado e Ressuscitado, conscientes, atuantes e missionários, capazes de anunciarem o Reino de Deus.

Os outros dois participantes da comitiva do Rio Grande do Sul são proveninentes da Diocese de Caxias do Sul: Eduardo Cantelli e Stefano Fagundes Petroli.

Eduardo relata a alegria pela oportunidade de aprofundamento no aprendizado e aponta a importância de refletir a iniciação à vida cristã em um contexto social com tantas mudanças:

Estes dias de estudo acerca da IVC certamente contribuem muito nestes anos de formação inicial. Como Igreja, estamos ingressando num novo momento, diferente de outras épocas. Por isso, formar discípulos missionários requer um empenho para fazer com que o encontro com a pessoa de Jesus possa ser verdadeiro. Eis o grande desafio da IVC. Deste modo, o seminário deixa a missão de, como futuros padres, nos dedicarmos para bem iniciar à vida cristã aqueles aos quais anunciamos o Evangelho, a fim de que possamos ter comunidades vivas e atuantes, sinal da presença de Cristo em meio ao seu povo.

Fonte: CNBB Sul 3

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Presbíteros da Arquidiocese de Passo Fundo realizam Conversação no Espírito

Presbíteros da Arquidiocese de Passo Fundo realizam Conversação no Espírito

Os presbíteros que atuam na Arquidiocese de Passo Fundo estiveram reunidos na última terça-feira, 23 de julho, para realizar uma Conversação no Espírito. Este momento foi uma resposta ao pedido do Papa Francisco, que em 02 de maio escreveu uma Carta aos Párocos no qual fez três pedidos, sendo o segundo o exercício da Conversação no Espírito. A Secretaria Geral do Sínodo também enviou correspondência dando sugestões sobre a organização da Conversação.

O evento foi coordenado pela Equipe Arquidiocesana para o Sínodo, com o apoio de Facilitadores nomeados especialmente para esta ocasião. A inspiração do evento veio da Sessão do Sínodo de outubro de 2023 e do “Párocos para o Sínodo. Um encontro internacional”, ocorrido em abril/maio de 2024, em Roma.

Clima de oração

A Conversação iniciou com uma oração na Capela da Casa de Retiros em Passo Fundo. Durante a oração, foram feitas citações de textos elaborados no processo sinodal que tocam sobre a missão dos presbíteros. Citou-se o Vademecum, a Síntese Arquidiocesana, a Síntese Brasileira e o Documento de Trabalho da Etapa Continental. Também se retomou o texto bíblico “Alarga o espaço da tua tenda…” (Cf. Is 53,1-3) que foi usado durante o Together, em outubro. No entanto, todo o encontro foi marcado por momentos de oração e em clima de escuta do Espírito Santo.

Diálogo Sinodal

O Arcebispo Metropolitano, dom Rodolfo Luís Weber, fez uma acolhida e incentivou a todos para viverem com intensidade o momento. Em seguida, o Pe. Ivanir Antonio Rampon, Referencial para o Sínodo 2021-2024 na Arquidiocese de Passo Fundo e participante do “Párocos para o Sínodo. Um encontro internacional”, fez uma introdução geral ao método do diálogo sinodal, dizendo que é importante estudar sobre a Conversação no Espírito, mas o mais importante é experimentá-la. Falou então dos quatro passos: 1) Preparação pessoal; 2) “Tomar a palavra e escutar”; 3) “Abrir espaço para os outros e para o Outro”; 4) “Construindo juntos”.

As questões da Conversação

O Pe. Eberson Fontana, membro da Equipe Arquidiocesana para o Sínodo, distribui os padres em dez grupos. Cada grupo, além do Facilitador, contou com um Secretário, responsável para a elaboração da Síntese. Neste encontro, a Conversação no Espírito foi em torno de duas questões. A terceira será partilhada em agosto, durante o Retiro dos Presbíteros.

1) O rosto da Igreja sinodal. Experiência e compreensão da sinodalidade na vida da paróquia e da arquidiocese. Que experiências eclesiais sinodais tenho no meu ministério como pároco? Quais foram felizes e quais não tanto? Que compreensão de sinodalidade pude amadurecer através delas?

2). Todos discípulos, todos missionários. A participação dos diferentes carismas, vocações, ministérios na vida da paróquia e da arquidiocese. No meu ministério de pároco (ou vigário paroquial), que experiências tive de participação nos diferentes carismas, vocações, ministérios na vida da paróquia e da arquidiocese? Que intuições e perguntas me despertaram? No meu contexto de origem, que experiências significativas tivemos em relação à contribuição das comunidades paroquiais para a vida e missão da Igreja local (diocese) a que pertencem? O que aprendemos?

3) Tecer laços – construir Comunidade. Dinâmicas de discernimento para os corpos missionários e participação na vida da paróquia e da arquidiocese. No meu ministério de pároco (ou vigário paroquial), que experiências tenho da dinâmica do discernimento eclesial? Quais foram os momentos felizes/gratos e quais difíceis? Que ensinamentos tiro delas? No contexto de onde venho, como funcionam os órgãos de participação paroquial? E em nível arquidiocesano ou paroquial? Que sinais de esperança e de trabalho reconheço ali?

Profunda experiência espiritual

Segundo Elisabete Gambatto, integrante da Equipe Arquidiocesana para o Sínodo e uma das Facilitadoras,

“O Papa Francisco frequentemente incentiva as práticas que promovem a espiritualidade, a reflexão e a comunhão na Igreja. A Conversação do Espírito pode ser entendida como um diálogo espiritual profundo, onde os participantes compartilham suas experiências, discernem a vontade de Deus e buscam orientação mútua. O Papa Francisco sublinha a importância da escuta ativa, da humildade e da abertura ao Espírito Santo no processo de tomada de decisões e na vida pastoral da Igreja. Hoje tivemos uma profunda experiência que envolveu momentos de oração, reflexão e diálogo aberto, onde os presbíteros compartilham suas experiências, preocupações e inspirações, buscando a orientação do Espírito Santo para a vida e ministério”.

Mais momentos como este

O Pe. Leonardo Maria Foschiera, Secretário de um dos grupos de Conversação no Espírito, afirmou que “estar no grupo e poder falar é uma oportunidade que satisfaz porque fazemos muitas coisas e temos o que falar. Estar no grupo para secretariar requer mais atenção ao que há em comum entre os colegas no sacerdócio”. Pe. Leonardo também disse que a primeira parte da conversação, ou seja, a preparação, é muito importante para o que vem depois. Relatou que, no seu grupo, a partilha foi muito boa e no final foi dito: “precisamos fazer mais estes momentos…”. A sinodalidade é “um espírito que pode tomar conta do estilo da vida presbiteral e das ações pastorais”, concluiu. -

Fonte: CNBB Sul 3

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Encontro de formação ecumênica: fortalecer os laços de amizade e a compreensão sobre a “arte do diálogo” nos tempos atuais

Um evento para fortalecer os l aços de amizade e a compreensão sobre a “arte do diálogo” nos tempos atuais. Essa é a proposta do Encontro Nacional de Formação e Convivência Ecumênica, marcado para o período de 13 a 15 de setembro deste ano, em Jundiaí (SP). A atividade é promovida pela Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

    “É com grande alegria que fazemos esse convite a todos e todas que se interessam e se dedicam à causa ecumênica e inter-religiosa em nossas comunidades eclesiais. É nosso desejo que este evento oferecido pela nossa Comissão possa fortalecer não só nossos laços de amizade e convivência ecumênica, como também nossa compreensão sobre a difícil, necessária, urgente e apaixonante arte do diálogo nos tempos atuais”, motivou o assessor da Comissão para o Ecumenismo da CNBB, padre Marcus Barbosa Guimarães.

O encontro terá assessoria do frei Volney Berkenbrock, estudioso da questão inter-religiosa e professor na área da Ciência da Religião, e dos bispos da Comissão para o Ecumenismo.

Concílio de Nicéia

O tema do encontro será “De Nicéia, caminhando juntos: rumo à unidade”. A ideia é recordar os 1700 anos do Concílio de Nicéia que serão completados no próximo ano, durante o Jubileu da Esperança. O Concílio de Nicéia foi o primeiro ecumênico na história da Igreja Católica, realizado no ano de 325.

 Coordenador geral: Padre Marcus Barbosa e GREDIRE | ecumenismo@cnbb.org.br

Apoio: Casa da Reconciliação – Fone: (11) 3884-1544 / (11) 94477-1408 | Herika Redígolo – sec.cr@casadareconciliacao.com.br

Endereço: Rua Josué Zambon, 150 Jardim Colonial – Jundiaí – SP

Fonte: CNBB

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Leitura Orante da Bíblia – Subsídios para agosto/ 2024

No contexto da celebração dos 70 Anos da CRB Nacional em que fazemos memória das sete décadas de caminhada de tantos irmãos e irmãs que nos precederam, ressignificamos nossa mística para permanecermos firmes na profecia a fim de alimentar a esperança dos mais necessitados.

Como companheira de caminhada, a Palavra de Deus nos mantém na escuta e nos convida a responder com ânimo e alegria aos apelos do nosso tempo, assim como aqueles e aquelas que vieram antes de nós o fizeram.

S egundo o Papa Francisco, a leitura devota e orante da Palavra de Deus “não é apenas uma dentre muitas devoções, uma coisa bela, mas facultativa”. Ela é tudo isso e mito mais. Ela “pertence ao coração e à própria identidade da vida cristã” (GE 156)

Dentro da tradição da Vida Religiosa Consagrada no Brasil, tal como no ano passado, a CRB oferecerá neste ano de 2024, cinco roteiros de Leitura Orante, seguindo os cinco passos: leitura, meditação, contemplação, oração e compromisso com a Palavra. O pano de fundo de nosso percurso orante nos meses de maio, junho, julho, agosto e outubro, será a Sinodalidade. É o tema que anima e provoca o ser Igreja neste tempo sinodal.

Os textos dos roteiros deste ano de 2024 foram elaborados por Irmã Zuleica Silvano, fsp. A ela nosso agradecimento e reconhecimento.

Convidamos a cada um e cada a baixar o texto do mês e, junto com sua comunidade ou seu grupo de vivência, fazer este exercício de escutar e deixar-se prescrutar pela Palavra que, “mais doce do que o mel (Sal 119/118, 103) e espada de dois gumes (Heb 4, 12), permite-nos parar para escutar o Mestre fazendo da sua palavra farol para os nossos passos, luz para o nosso caminho (Sal 119/118, 105)” (GE 156). - Fonte: CRB

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Parolin na Ucrânia, missão ao serviço da paz

A crônica das etapas que marcaram a visita do Cardeal Secretário de Estado ao país do Leste europeu: de Odessa a Kiev, uma viagem entre as feridas da guerra, a fé de um povo, a esperança de renascimento para reunir todos no abraço do Papa.

Vatican News

De sexta-feira, 19 de julho, a quarta-feira, 24 de julho, Sua Eminência o Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado, acompanhado pelo Rev. Monsenhor Paul Butnaru, Oficial da Secretaria de Estado, deslocou-se à Ucrânia, como Legado Pontifício, por ocasião da conclusão da peregrinação nacional ao Santuário mariano de Berdychiv e a da sua elevação à categoria de Basílica menor.

Na sexta-feira, 19 de julho, a Delegação vaticana foi recebida no aeroporto de Rzeszów (Polônia) pelo Núncio Apostólico na Ucrânia, Dom Visvaldas Kulbokas, pelo Arcebispo de Przemyśl, Dom Adam Szal, e por algumas autoridades locais, partindo em seguida para a Ucrânia. Na fronteira polonesa-ucraniana, aguardava-o o Embaixador da Ucrânia junto da Santa Sé, Sua Excelência o Sr. Andriy Yurash, com quem prosseguiu a viagem para Kiev.

urante a breve parada na residência do Arcebispo Metropolita de Lviv dos Latinos, Sua Excelência Dom Mieczysław Mokrzycki, o Cardeal Parolin encontrou-se com o Governador da região de Lviv, Sr. Maksym Kozytskyi, e o Prefeito da cidade, o Sr. Andriy Sadovyy.

Seguiu-se, com os presentes, um momento de oração na capela em memória das vítimas da guerra e pela intenção de paz e uma breve conversa sobre a situação na região e os efeitos do conflito na população. Tarde da noite, a delegação do Vaticano chegou à Nunciatura Apostólica em Kiev.

O sábado, 20 de julho, foi dedicado à visita a Odessa, uma das cidades símbolo do país, atingida pelos bombardeios. A primeira das quatro paradas envolveu a Catedral católica-romana, onde o Cardeal foi recebido por Sua Excelência Dom Stanislav Shyrokoradiuk, O.F.M., por alguns membros do Clero, por um grupo de fiéis e por representantes das locais Igreja Greco-Católica e Ortodoxa. A todos expressou a proximidade do Santo Padre Francisco levando-lhes a sua bênção, rezando juntos o Angelus Domini e acendendo uma lâmpada pelas vítimas da guerra.

O segundo local visitado foi o porto comercial da cidade, onde o Secretário de Estado pôde testemunhar os sinais dos bombardeamentos russos que o atingiram. A recebê-lo estava o Chefe da Administração estatal Regional, Sr. Oleg Kiper, que explicou a importância crucial do porto de Odessa para a economia de todo o país, as consequências desastrosas dos ataques aéreos à exportação de cereais e as dificuldades persistentes na realização desta atividade com segurança.

Posteriormente, a Delegação deslocou-se para a Catedral Ortodoxa da Transfiguração, patrimônio da UNESCO, atingida por uma bomba no dia 23 de julho de 2023. O Bispo auxiliar Viktor, em nome do Metropolita Agafangel, falou sobre o ocorrido, mostrando as várias partes do prédio sagrado destruídas e os trabalhos de reparação em andamento.

Por fim, houve uma parada na Paróquia greco-católica de São Miguel Arcanjo, na periferia da cidade, onde o Cardeal Parolin encontrou o Padre Oleksandr Smerechynskyy, Capelão da Obra do Apostolado Marítimo, o Pároco, outros sacerdotes e um grupo de fiéis. Eles agradeceram ao Santo Padre a proximidade contínua e concreta do Santo Padre ao povo ucraniano e manifestaram ao Convidado o seu apreço pela visita portadora de esperança. Após a oração ao Arcanjo Miguel, o Secretário de Estado saudou um a um os presentes, ouvindo alguns testemunhos sobre a assistência prestada aos refugiados e a atividade normal da comunidade.

O domingo, 21 de julho, foi dedicado ao evento central da visita, a celebração conclusiva da peregrinação nacional anual ao Santuário mariano de Berdychiv, na qual participaram numerosos Bispos, Sacerdotes, Autoridades Civis e Membros do Corpo Diplomático. O Cardeal Parolin presidiu a solene Eucaristia e proferiu a homilia, durante a qual recordou que nada é impossível para Deus, mesmo o que parece impossível aos homens, e, com esta certeza, convidou os presentes a rezar pela paz, invocando a intercessão da Virgem do Carmo para a conversão dos corações. Depois da Santa Missa, conversou com os peregrinos, saudando pessoalmente muitos deles.

À noite, no regresso a Kiev, o Cardeal visitou Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk, Arcebispo Mor de Kiev-Halych, na Catedral Greco-Católica da Ressurreição. O Chefe da Igreja Greco-Católica Ucraniana relatou os episódios mais significativos da guerra que envolvem o templo e a comunidade paroquial, os bombardeios ocorridos nas imediações e o acolhimento oferecido aos cidadãos da região desde os primeiros dias da invasão, em salas sob a Catedral, convertidas em verdadeiro abrigo antiaéreo. Não faltaram momentos de oração e escuta de alguns cantos da tradição bizantina, bem como uma parada em frente ao túmulo do Arcebispo Mor, o Cardeal Liubomyr Husar.

Segunda-feira, 22 de julho, foi o dia dedicado aos encontros institucionais, a começar por aquele com o Primeiro-Ministro, Sua Excelência Denys Shmyhal, seguidos pelos encontros com o Porta-Voz da Verkhovna Rada, o Parlamento Ucraniano, Sua Excelência Ruslan Stefanchuk, e do Chefe do Grupo de Amizade parlamentar entre a Ucrânia e a Santa Sé, Honorável Rostyslav Tistyk. À tarde, teve lugar o encontro com o Sr. Viktor Yelensky, Chefe da Agência Estatal de Etnopolítica e Liberdade de Consciência. Durante as conversações, os vários interlocutores expressaram gratidão pela visita do Cardeal e pelo compromisso constante do Santo Padre nas questões humanitárias e em favor da paz. Por sua vez, o Cardeal, além de encorajar caminhos de paz justa e de reiterar a disponibilidade da Santa Sé a este respeito, levantou diversas questões relativas à liberdade religiosa e à atividade da Igreja Católica no país no delicado e complexo contexto atual.

A tarde foi também dedicada a um breve mas intenso momento pastoral, a visita à igreja católica de São Nicolau em Kiev, um prédio histórico de culto cuja restituição ainda é aguardada. Rezando pela paz junto com os fiéis, o Cardeal garantiu-lhes que o Santo Padre conhece e acompanha atentamente a sua situação, no aguardo da solução esperada.

O dia intenso terminou com o encontro do Secretário de Estado com o Conselho Pan-Ucraniano de Igrejas e Organizações Religiosas, na sede da Nunciatura Apostólica. No encontro fraterno, cada um dos participantes, ao expressar a profunda gratidão por tudo o que o Santo Padre e a Santa Sé fizeram e fazem pelo povo ucraniano, também expressou a sua profunda preocupação, especialmente no sentido de que o povo ucraniano não seja esquecido ou deixado sozinho. Por sua vez, o Cardeal Parolin garantiu que os pedidos serão levados em consideração e que os esforços feitos até agora serão intensificados para atender às necessidades identificadas durante a visita.

Na terça-feira, 23 de julho, o Secretário de Estado visitou o Hospital Pediátrico Okhmatdyt, em Kiev, o maior do país, que foi bombardeado no passado dia 8 de julho. Acompanhado pelo Diretor Geral, Sr. Volodymyr Zhovnir, e pelo Ministro da Saúde, Sr. Viktor Liashko, ele pôde ver as proporções do ataque com mísseis e os enormes danos causados: uma ferida recente e extremamente dolorosa! Um momento particularmente comovente coincidiu com o encontro com alguns jovens pacientes e membros do pessoal médico, aos quais levou a proximidade e o encorajamento do Santo Padre.

Posteriormente, o Cardeal dirigiu-se à Catedral de Santa Sofia, prédio histórico da cidade, símbolo da identidade do povo ucraniano e da sua resistência ao longo da história. A visita guiada permitiu-nos apreciar melhor o valor artístico do monumento, patrimônio da UNESCO, enquanto com o canto Salve Regina a Delegação renovou a invocação da paz para a Ucrânia.

A visita a Kiev foi concluída com o encontro com o Presidente Volodymyr Zelenskyy e a entrega da Ordem do Mérito, concedida ao Cardeal Parolin em 30 de dezembro de 2023, pela contribuição significativa para o fortalecimento da cooperação interestatal e o apoio à soberania do Estado e à integridade territorial da Ucrânia. A conversa que precedeu a cerimônia decorreu em um clima cordial e permitiu refletir sobre possíveis caminhos de paz, para os quais a Santa Sé permanece sempre disponível, e sobre alguns temas que dizem mais diretamente respeito às confissões religiosas no atual contexto de guerra.

À tarde, o Secretário de Estado partiu de Kiev com destino à Polônia, parando novamente em Lviv, para se encontrar com os dois sacerdotes redentoristas greco-católicos, Ivan Levytsky e Bohdan Heleta, libertados em 28 de junho de 2024. Na conversa fraterna, o Enviado do Santo Padre interessou-se pelas condições de detenção e da situação atual, em particular pelo seu estado de saúde. Os dois religiosos agradeceram as orações e o interesse incansável do Santo Padre e da Santa Sé pelo seu destino.

Na manhã desta quarta-feira, após o pernoite na Nunciatura Apostólica de Varsóvia, o Cardeal Parolin regressou ao Vaticano. Fonte: Vatican News

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"Nada Obsta" do Dicastério à experiência espiritual do Santuário de Maccio

O prefeito da Doutrina da Fé envia uma carta com a aprovação do Papa ao cardeal bispo de Como para a autorização relativa à experiência espiritual do Santuário de Maccio.

Vatican News

A entrada em vigor das novas Normas para o discernimento dos supostos fenômenos sobrenaturais permitiu uma nova “luz verde” do Dicastério para a Doutrina da Fé. Desta vez relativa à experiência espiritual do Santuário de Maccio em Villa Guardia, na região de Como: é o lugar onde Joaquim Genovese, maestro e regente de coro, casado e pai de duas filhas, no ano 2000 começou a perceber por «visões intelectuais», uma «viva presença do mistério da Santíssima Trindade».

Pessoa séria, discreta e que nunca buscou destaque, cinco anos depois pede que outras pessoas sejam envolvidas com adorações, súplicas, novenas. Após um primeiro exame dos escritos do maestro Genovese e de forma mais geral do fenômeno, em 2010 o então bispo de Como Diego Coletti atribuiu à igreja paroquial o status de santuário, dedicando-o à "Santissima Trindade Misericórdia".

A carta do prefeito

Foi tornada pública hoje, quarta-feira 24 de julho, a carta que o prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, cardeal Victor Manuel Fernández, endereçou no passado dia 15 de julho ao cardeal Oscar Cantoni, bispo de Como, que lhe tinha solicitado a possibilidade de declarar o “nulla osta” – “nada obsta”, para o fenômeno Maccio, segundo previsto no novo Regulamento. Na carta, aprovada pelo Papa Francisco, Fernández oferece alguns esclarecimentos sobre os escritos de Genovese.

Os elementos positivos 

Em primeiro lugar, o prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé enumera os aspectos positivos presentes nas mensagens: «A Trindade é a fonte da misericórdia e a sua perfeita realização. À luz desta convicção, o que várias vezes se afirma sobre a misericórdia de Deus ou de Cristo nos escritos espirituais e no Magistério adquire um forte significado trinitário. É conhecida a marginalização do mistério trinitário na reflexão teológica e na espiritualidade dos séculos passados. Neste sentido, a experiência espiritual do Sr. Genovese está em linha com a redescoberta da centralidade da SS. Trindade pela fé e a vida cristã ocorrida no século passado”.

Nos escritos do maestro Genovese «esta verdade se expressa de forma insistente e a mensagem da Misericórdia é repleta de beleza que brota do Nós Trinitário. No Filho de Deus feito homem, desde a sua Encarnação até hoje, manifesta-se para nós o amor infinito da Comunhão Trinitária: “Em Mim, Verbo encarnado, ó minha Esposa, vê e toca o Amor, a Caridade e a Misericórdia de Mim, Deus um, e contemplas, mas não podes compreender, exceto em Mim o Verbo, ou minha Esposa, o Dom de Nós TRINDADE (864)”».

Na carta são repropostos trechos das mensagens, como:

«A Minha Encarnação é dom da MISERICÓRDIA TRINITÁRIA!
A Minha Palavra é dom de MISERICÓRDIA TRINITÁRIA!
A Minha Paixão é o DOM da MISERICÓRDIA TRINITÁRIA!
A Minha Ressurreição é Dom da MISERICÓRDIA TRINITÁRIA!
EU SOU MISERICÓRDIA!” (49).

Portanto, ainda que somente o Filho tenha assumido a natureza humana, Fernández especifica: «a Igreja é chamada a redescobrir cada vez mais nos gestos de Cristo aquela misericórdia infinita do Deus trino, que nos escritos do Sr. Genovese é chamada com o nome de “Trindade Misericórdia”. Este é o centro de todas as mensagens porque, em última análise, é o centro da Revelação.”

Aspectos a esclarecer 

Quanto aos aspectos a serem esclarecidos, a carta de Fernández a Cantoni recorda que «certamente nunca é fácil exprimir-se com precisão sobre o mistério da SS. Trindade; e se isto vale para os grandes teólogos e para o próprio Magistério da Igreja, torna-se ainda mais complexo quando se tenta expressar em palavras humanas o que se vive numa experiência espiritual”. O próprio Genovese o reconhece claramente quando, referindo-se às suas palavras, diz estar «consciente da sua imprecisão, como impreciso foi tudo o que escrevi até agora».

A serem destacadas são expressões que usam o plural trinitário “Nós” também para se referir à encarnação «Nós MISERICÓRDIA [...] e nos encarnamos» (541). Expressões que “não são aceitáveis ​​e a sua difusão deve ser evitada, pois podem facilmente ser interpretadas de forma contrária à fé católica”, visto que apenas o Filho se encarnou. Mas isto, continua a carta, «não significa imputar erros ao conjunto dos escritos do Sr. Genovese. Em muitos deles, de fato, sobretudo naqueles sucessivos, encontramos esclarecimentos que nos conduzem à interpretação correta”.

Em outros textos pode-se de fato ler que «na encarnação a Trindade não assumiu a humanidade, mas na humanidade da Palavra, do Verbo, contemplamos e tocamos a sua divindade» (1407). É portanto claro que «por um lado, só o Verbo se encarnou e que todos os textos que incluem um “Nós” trinitário referem-se à presença comum e constante das três Pessoas, e por outro que, mesmo que seja somente o Verbo se encarna, todas as três Pessoas se manifestam como Misericórdia no Mistério de Cristo”.

A interpretação correta 

«Podemos sustentar – afirma o prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé – que a proposta espiritual decorrente das experiências narradas pelo Sr. Gioacchino Genovese em relação à “Trindade Misericórdia”, se interpretada à luz do que foi dito, como sustentam os vários especialistas consultados, não contém elementos teológicos ou morais contrários à doutrina da Igreja. Em qualquer caso, é necessário proceder de forma que, na publicação de uma antologia de escritos, sejam evitados textos que contenham expressões confusas... e que esta carta seja colocada como introdução na coletânea”.

Por fim, especifica-se que alguns textos referentes ao demônio “devem ser interpretados como expressão de um Deus que nunca se esquece da sua criatura amada, mesmo quando esta se distanciou dele livre e definitivamente”. E acrescenta-se que outros textos, contendo «indicações pontuais ao bispo ou a outras pessoas (detalhes sobre datas, horários, locais e outros particulares circunstanciais ou minuciosos) não são de utilidade para os outros fiéis e não podem sequer ser considerados como indicações divinas para alguns, sem um discernimento cuidadoso das pessoas envolvidas." Eventuais futuras mensagens deverão ser avaliadas pelo bispo “em diálogo com este Dicastério”.

O decreto do bispo 

O valor das mensagens recebidas por Genovese, com a sua linguagem simbólica, consiste em tentar superar uma separação excessiva entre cristologia e teologia trinitária, convidando a descobrir a “Trindade Misericórdia” que se reflete em cada gesto de Jesus. No momento da publicação da carta do Dicastério, o bispo de Como publicou o decreto que estabelece o “nulla osta ” segundo as disposições das novas Normas.

Fonte: Vatican News

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Santa Sé: as armas nucleares são uma ameaça à humanidade, procurar sempre o diálogo

O arcebispo Ettore Balestrero falou na segunda Comissão Preparatória da Conferência de Revisão do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, sublinhando o preocupante crescimento dos gastos militares no setor nuclear e os riscos das novas tecnologias. "O desarmamento é uma responsabilidade ética para com a humanidade", disse o diplomata do Vaticano.

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"Os conflitos armados em andamento, em particular a guerra na Ucrânia, servem para lembrar que a busca do diálogo deve ser incessante e que a posse de armas nucleares e outras armas de destruição em massa são - como escreveu o Papa Francisco na carta ao bispo de Hiroshima, em 19 de maio de 2023, por ocasião do G7 – “um multiplicador de risco que só dá uma ilusão de paz”.

Foi o que disse na terça-feira, 23 de julho, o observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas e outras organizações internacionais em Genebra, dom Ettore Balestrero, durante o encontro da segunda Comissão Preparatória da Conferência de Revisão do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares que se realizará em 2026. Em seu discurso, o diplomata Vaticano afirmou que “a Santa Sé está profundamente preocupada com a ameaça existencial que a proliferação nuclear e as armas nucleares continuam representando”, uma ameaça que é “ainda agravada pela tensão do ambiente estratégico e pela contínua modernização e expansão dos arsenais nucleares". Portanto, é “imperativo reconhecer que os arsenais nucleares, como instrumentos de estratégia militar, têm intrinsecamente uma disposição ativa para o uso”.

O preocupante aumento das armas nucleares

Dom Balestrero destacou que o Papa Francisco reiterou “a imoralidade da produção e posse de armas nucleares” em seu discurso, deste ano, ao Corpo diplomático credenciado junto à Santa Sé e observou que é “preocupante o crescimento contínuo dos gastos militares relacionados às armas nucleares e o aumento da retórica e das ameaças sobre seu possível uso”, acrescentando que “tais ameaças são uma afronta à humanidade”, porque “uma guerra nuclear teria, sem dúvida, um impacto irreparável e devastador, com uma perda de vidas sem precedentes”.

O desarmamento é uma responsabilidade ética

Diante da produção incessante de armas, é necessário refletir sobre o fato de que “a não proliferação e o desarmamento, além de serem obrigações legais, são responsabilidades éticas para com todos os membros da família humana”, disse o observador permanente, lembrando que, em seu discurso sobre armas nucleares proferido no Parque Hipocentro da Bomba Atômica em Nagasaki, em 24 de novembro de 2019, o Papa Francisco descreveu a paz e a estabilidade internacionais como “somente possíveis a partir de uma ética global de solidariedade e cooperação a serviço de um futuro moldado pela interdependência e corresponsabilidade”. O arcebispo Balestrero também observou que, considerando as “tensões prevalecentes” e as “consequências humanitárias catastróficas” que resultariam do uso de armas nucleares, “é urgente retomar um diálogo sincero a fim de estabelecer limitações vinculativas” precisamente “para todas as armas nucleares e sistemas de lançamento em escala global”. Tudo isso considerando que “o progresso dos sistemas de lançamento e das tecnologias de informação” complicou os riscos associados à “posse de armas nucleares, mesmo no caso de uma escalada involuntária”, pois isso leva à “redução dos tempos de decisão e resposta” e aumenta “a probabilidade de uso nuclear”.

Redirecionar gastos para projetos de desenvolvimento

As armas nucleares, portanto, têm “custos enormes que têm repercussões no bem comum global”, observou o arcebispo, enquanto, em vez disso, “os recursos humanos e financeiros atualmente destinados aos esforços de modernização poderiam ser redirecionados para projetos de desenvolvimento que respondam às necessidades urgentes e universais” das populações mais pobres e vulneráveis". A este respeito, o observador permanente destacou que a Santa Sé apresentou a proposta de "criar um fundo global, financiado com uma parte do dinheiro gasto em armas e outras despesas militares" para erradicar a fome e promover o desenvolvimento nos países mais pobres", contribuindo "na realização de uma cultura da vida e da paz".

Comprometer-se com a não-proliferação nuclear

“A Santa Sé deseja reafirmar sua firme convicção de que um mundo livre de armas nucleares é possível e necessário”, afirmou dom Balestrero, considerando que o Tratado de Não Proliferação Nuclear e o Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares “podem se reforçar mutuamente, inclusive nas áreas de verificação do desarmamento nuclear, de reabilitação ambiental e assistência às vítimas” e levando em conta o “papel valioso da Parceria Internacional para a verificação do desarmamento nuclear”, que “nos últimos dez anos trabalhou para identificar os desafios técnicos e as possíveis soluções associadas à verificação num espírito de cooperação entre Estados que possuem e os que não possuem armas nucleares’. “Em meio à tragédia dos conflitos armados em andamento”, concluiu o observador permanente, “precisamos recuperar a consciência de sermos membros da mesma família humana”.

Fonte: Vatican News

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Para encontrar o Papa, fiéis indonésios irão a Timor Leste, uma ocasião de reconciliação

O Papa Francisco celebrará a Missa no dia 10 de setembro na Esplanada de Tesimolu, nos arredores de Díli, no mesmo local onde São João Paulo II celebrou uma Missa durante a sua visita em 1987, quando Timor-Leste estava sob domínio indonésio. As feridas desse passado foram quase completamente curadas por um caminho de reconciliação, baseado num caminho que é ao mesmo tempo psicológico, de cura de traumas e espiritual. Mas ainda existem marcas e cicatrizes que sangram.

por Paolo Affatato

O portão de sua residência, uma casa no centro da cidade de Kupang, está sempre aberto, mesmo à noite. Na porta da casa de Hironimus Pakaenoni, arcebispo metropolita de Kupang desde março de 2024, batem e entram sem nenhuma formalidade sacerdotes, missionários e fiéis que desejam compartilhar uma alegria ou um sofrimento.

Padre Raymond Maurus Ngatu, 31 anos, novo sacerdote indonésio da Congregação dos Missionários dos Santos Apóstolos, vai até lá pedir uma bênção na véspera da celebração de sua primeira Missa em uma paróquia de Kupang, sua cidade natal: depois partirá novamente para uma missão em Pontianak, no Bornéu indonésio. O arcebispo distribui sorrisos e conselhos, concede bênçãos, sobretudo diz uma palavra e um segredo para aquela obra missionária: “Confiar sempre em Deus, não em nós mesmos. Ser instrumentos em suas mãos”.

Kupang é o maior centro urbano da parte ocidental da ilha de Timor (a parte indonésia, a outra metade é o Estado independente de Timor Leste, ndr) e é a capital da província indonésia de Nusa Tenggara Oriental. Com mais de 430 mil habitantes, é uma típica cidade portuária asiática, bastante caótica, um burburinho de gente sempre ocupada, local de passagem, entre comerciantes e pescadores que cuidam do tráfego de mercadorias direcionadas para muitas outras ilhas do leste da Indonésia. E a Diocese de Kupang (que acolhe um total de 1,6 milhões de pessoas em todo o seu território) é uma das poucas que na Indonésia – a nação de 17 mil ilhas, o país de maioria muçulmana mais populoso do mundo – inclui uma população de maioria cristã. . A população local é 60% protestante, cerca de 35% católica e apenas 3-4% muçulmana.

O arcebispo “Roni” – como gosta de ser chamado pelos sacerdotes e pelos fiéis – está feliz por ter celebrado recentemente a ordenação diaconal de 14 jovens que “se Deus quiser em breve se tornarão sacerdotes, 12 deles em novembro”, diz à Agência Fides em sua residência. “E quatro deles – sublinha – já sabem que serão ‘missionários domésticos’, como chamamos os sacerdotes enviados para prestar serviço noutras dioceses indonésias, onde há necessidade de sacerdotes e religiosos, como em Sumatra, em Kalimantan (Bornéu indonésio) ou na Papua indonésia", afirma, falando com alegria da "solidariedade entre as dioceses indonésias". As 35 paróquias do território de Kupang (e outras 9 capelas que poderão em breve tornar-se uma só), diz o arcebispo, “registram um influxo e uma participação massiva dos fiéis na vida da Igreja e nos sacramentos. A fé está viva, vemos isso especialmente entre os jovens. Vemo-lo das vocações ao sacerdócio que o Senhor para nos dar: no Seminário Menor temos mais de 100 jovens, e no Seminário Maior 90. O Evangelho continua a atrair os jovens", relata, enquanto a Igreja local administra mais de 90 escolas católicas, do ensino fundamental ao ensino médio, graças também à ajuda de 53 congregações religiosas, entre masculinas e femininas, atuantes no território.

Pois bem, esta comunidade, conta o arcebispo, está concebendo uma “via breve” com o objetivo de encontrar o Papa Francisco, que estará na Indonésia de 3 a 6 de setembro e que estará na Ásia e na Oceania de 2 a 13 de setembro, para uma viagem que englobará quatro nações (Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor Leste, Singapura). “Eles não o verão tanto em Jacarta, a capital, onde o Papa ficará três dias – observa – mas em Díli, em Timor-Leste, do outro lado da fronteira. Segundo as previsões, cerca de 10 mil fiéis , das Dioceses de Kupang e Atambua (outra cidade próxima da fronteira), se deslocará para a outra parte da ilha, para participar da Missa na Esplanada de Tesimolu, em Díli”, confirma dom Pakaenoni à Ag. Fides.

É mais fácil chegar a Timor-Leste, a cerca de 10 horas de autocarro de Kupang, do que organizar uma viagem custossa a Jacarta onde, entre outras coisas, a organização convocou cerca de 100 delegados de cada diocese. Os fiéis de Timor Ocidental desfrutam, portanto, de uma oportunidade especial: o Papa Francisco estará na mesma ilha que eles, mesmo que seja na pequena nação vizinha.

“Estamos colaborando com o governo indonésio para ajudar os católicos a participarem na visita do Papa em Díli. Pedimos aos sacerdotes, religiosas e fiéis para se registarem nas paróquias. E a diocese fez um acordo com o escritório de imigração para a concessão de documentos de viagem. Muitos fiéis não têm passaporte e será preparada uma autorização especial para eles, somente para a peregrinação. Ou então os funcionários promoveram um procedimento especial com emissão de passaportes no prazo de três dias, em vez das habituais duas semanas”, informa o prelado. Alguns fiéis também sairão das ilhas vizinhas (indonésias) de Rote, Alor e Sabu. Em Díli, capital de Timor-Leste – onde o Papa Francisco passará de 9 a 11 de setembro, depois de escalas na Indonésia e na Papua Nova Guiné – é também esperada a presença de fiéis indonésios. “Há pleno acordo com a Conferência Episcopal de Timor-Leste. Teremos de providenciar o acolhimento, a hospitalidade e o sustento dos peregrinos indonésios. A organização já está trabalhando”, revela o arcebispo.

O Papa Francisco celebrará a Missa no dia 10 de setembro na Esplanada de Tesimolu, nos arredores de Díli, no mesmo local onde São João Paulo II celebrou uma Missa durante a sua visita em 1987, quando Timor-Leste estava sob domínio indonésio. As feridas desse passado foram quase completamente curadas por um caminho de reconciliação, baseado num caminho que é ao mesmo tempo psicológico, de cura de traumas e espiritual. Mas ainda existem marcas e cicatrizes que sangram. Depois de 1999, quando Timor-Leste declarou a sua independência num referendo sob os auspícios da ONU, houve um período de tensão e confusão, marcado pela violência e massacres por parte de milícias pró-indonésias. Mesmo nos anos seguintes, um fluxo de pessoas deslocadas fugiu de Timor Leste e foi para Atambua e Kupang, devido às desordens. Os refugiados eram 250 mil pessoas que regressaram gradualmente a Timor-Leste nos anos sucessivos. Naquele momento histórico, a comunidade católica em Kupang aproximou-se dos deslocados com iniciativas de solidariedade, distribuição de alimentos e cuidados de saúde.

Agora, segundo o arcebispo, Deus oferece uma oportunidade a esse doloroso acontecimento: “A presença do Papa poderá confirmar e selar o caminho de reaproximação e reconciliação. A sua é uma visita não somente para os católicos, mas para toda a população. Há de ser dito que entre as Igrejas de Timor Ocidental e de Timor Leste não há problema e estamos em plena comunhão. Algumas dificuldades e sofrimentos ainda existem em segmentos da população, em famílias que perderam entes queridos na violência e ainda enxergam os algozes do outro lado da fronteira. Eu acredito que a visita do Papa Francisco seja providencial. Poderá ser um momento de graça especial, um kairòs também para a reconciliação entre famílias marcadas pelo luto. Poderá ser um momento de pedido e recebimento de perdão, na fé em Deus que cura as feridas. Vejo que entre as pessoas existe boa vontade e nós, como católicos, podemos ser mediadores e facilitadores neste processo que sabemos ser difícil, pois envolve as emoções e a interioridade. Por isso pedimos a ajuda de Deus e confiamos n'Ele”.

*Agência Fides - Fonte: Vatican News

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Orações e encontros de fiéis, a preparação em Papua Nova Guiné para a visita do Papa

“O Papa Francisco vai encontrar uma Igreja com muita prática de fé, mas ao estilo da Papua Nova Guiné, são povos muito ancestrais, com tradições muito antigas. Para eles, a presença do Papa é uma confirmação do seu caminho como Igreja, como povo de Deus”, disse em recente entrevista ao VN o padre Mario Abzalón Alvarado Tovar, Superior Geral dos Missionários do Sagrado Coração (MSC).

Orações, reflexões e momentos de discussão. Os sacerdotes da Papua Nova Guiné preparam-se para viver desta forma a Viagem Apostólica do Papa Francisco. O Pontífice, naquela que foi definida de “a viagem papal dos recordes”, ficará no país por pouco mais de 48 horas. No entanto, a agenda está repleta de compromissos e, embora a grande maioria das pessoas seja protestante (os católicos representam apenas 26% da população que hoje se aproxima dos 10 milhões), há uma expectativa fervorosa por este acontecimento histórico. O último Papa a visitar Papua Nova Guiné foi João Paulo II em 1995. Francisco deveria ter visitado o país há quatro anos, o que acabou não sendo possível em função da pandemia.

Desde o anúncio da viagem, paróquias e comunidades têm trabalhado para oferecer aos fiéis momentos de oração e encontros de catequese e formação que ajudem os cristãos - e não só - a compreender as razões pelas quais o maior expoente da Igreja Católica, que não somente é um líder espiritual, mas também Chefe de Estado, visita não só a capital, Port Moresby, mas também Vanimo, uma pequena cidade com pouco menos de 10 mil habitantes onde existe uma próspera comunidade católica, repleta de missionários, vários dos quais são argentinos.

“As pessoas estão curiosas e querem saber mais”, disse à Agência Fides padre Victor Roche, missionário indiano da Sociedade do Verbo Divino e atualmente diretor Nacional das Pontifícias Obras Missionárias em Papua Nova Guiné. Mas para preparar bem os fiéis , também os sacerdotes têm necessidade de se encontrar, de refletir e de preparar-se espiritualmente. E assim, o tradicional retiro espiritual do clero de Port Moresby, conduzido pelo cardeal John Ribat, M.S.C., arcebispo de Port Moresby, e pregado por Dariusz Kaluza MSF, bispo de Bougainville, tornou-se uma oportunidade para discutir e rezar sobre as muitas iniciativas que serão realizadas até a visita do Papa.

Porque se é verdade que “as pessoas querem saber mais a respeito”, é necessário saber transmitir bem a beleza de uma viagem papal em um determinado contexto. Segundo dados oficiais, a Papua Nova Guiné está no pódio com a percentagem mais baixa de população que vive em cidades: 13,2% (perdendo apenas para o Burundi). Se considerarmos que a ilha tem uma taxa de urbanização de 2,51% e que grande parte da população é analfabeta, a formação de sacerdotes torna-se ainda mais importante. Em todo o país, segundo o Anuário Estatístico da Igreja de 2021, existem 304 diocesanos e 295 religiosos.

*Agência Fides

Fonte: Vatican News

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Genfest 2024 conclui sua segunda fase: um sim à paz

Atmosfera de alegria contagiante marcou o evento central do festival internacional do Movimento dos Focolares cuja edição de 2024 realiza-se pela primeira vez na América Latina

Iniciada na noite da última sexta-feira (19/7), a 2ª Fase do Genfest 2024, edição do festival juvenil do Movimento dos Focolares concluiu seu programa neste domingo (21/7) pela manhã com a celebração da santa missa na Basílica do Santuário Nacional de Aparecida, em Aparecida (SP), Brasil. O evento central do Genfest que, pela primeira vez teve sua versão internacional realizada no continente latino-americano, reuniu cerca de 4 mil participantes de mais de 50 países e, desde o seu início, foi marcado por uma alegria contagiante. Além disso, milhares de pessoas ao redor do mundo acompanharam parte do programa via streaming.

Sob o tema “Juntos para cuidar”, os jovens reunidos no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida promoveram um intenso programa que combinou festa, arte, criatividade e testemunho, expressões da convicção de que a construção da fraternidade universal exige iniciativas concretas de cuidado com a vida no planeta, especialmente na atenção às pessoas em diferentes condições de vulnerabilidade e à natureza, como tem pedido de forma insistente o papa Francisco.

Abertura 

Na abertura, os jovens foram saudados pelo arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes; pelo núncio apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquattro; pelo reitor do Santuário de Aparecida, padre Eduardo Catalfo e pela presidente do Movimento dos Focolares, Margaret Karram, entre outras personalidades presentes. Dom Orlando Brandes leu uma mensagem enviada pelo cardeal Piero Parolin, secretário de Estado do Vaticano, em nome do papa Francisco. “Sejamos capazes de reagir com um novo sonho de fraternidade e amizade social que não se limite a palavras”, diz o telegrama. Já em suas palavras de saudação aos jovens, Margaret Karram foi enfática: “juntos, nossos sonhos realizarão”. Na sequência, os jovens foram acolhidos por uma “festa latino-americana” com apresentações artísticas típicas de diferentes países. Foi uma explosão de alegria, que envolveu a todos.

 Segundo dia 

Um momento para encontrar pistas, ou melhor, caminhos para o mundo unido. Assim começou o segundo dia da segunda fase do Genfest 2024. De um lado, jovens de todo o mundo relataram como procuraram, em seus ambientes, construir relacionamentos de fraternidade. Assim foi, por exemplo, com Adelina, do Rio Grande do Sul, que teve de enfrentar a tragédia das chuvas que castigaram o seu estado em maio, e com Joseph, da Serra Leoa, que desde criança foi separado da família e recrutado à força pela milícia que, com atos de crueldade, combatia as tropas do governo desse país africano. De outro lado, momentos artísticos chamaram a atenção para alguns dos grandes temas do mundo de hoje, como a ecologia e a cidadania, enquanto os chamados spark changers, especialistas em diferentes áreas do conhecimento, propuseram ao público algumas pequenas reflexões que podem, como diz a expressão, provocar a mudança no mundo.       

A programação do sábado contou ainda com um “aperitivo” do que os jovens encontrarão na Fase 3 do Genfest: workshops foram realizados sob diferentes temáticas, sempre sob a perspectiva do cuidado com a vida em suas diferentes expressões. Por fim, uma viagem pelo mundo com histórias de superação pessoal ou de ação social, mas todas com a fraternidade como motivação para abraçar a humanidade e iniciar mudanças concluiu a programação da tarde do segundo dia no palco do Genfest. Jovens de Turquia, Austrália, Zimbábue, Bolívia, Itália e Colômbia relataram como enfrentaram ou ajudaram outras pessoas a enfrentar dores que parecem tirar o sentido da vida. As apresentações, porém, não se restringiram a histórias pessoais. Também foram ao palco iniciativas sociais bem variadas, como o Rimarishun, um projeto de encontro de culturas diferentes no Equador. Do Brasil, marcaram presença o Projeto Amazônia, o Quilombo Rio dos Macacos, em Salvador e a Casa do Menor, cuja coreografia foi aplaudida de pé.

Encerramento

A programação do último dia da segunda fase do Genfest 2024 começou recordando o passado para pensar o futuro. Como numa prestação de contas, foram lembrados alguns projetos lançados no último Genfest, em 2018, que já começaram a dar frutos, até literalmente, caso do plantio de árvores em áreas sujeitas a degradação.

Com base nos exemplos do evento de Manila, foram apresentados alguns projetos para levar adiante a proposta destes diasO primeiro projeto já começa agora, com a terceira fase do Genfest. São as United World Communities, ou “comunidades por um mundo unido”, que vão agrupar os jovens – inclusive aqueles que não puderam estar presentes em Aparecida – em grupos de áreas do conhecimento, desde economia e trabalho até política e cidadania. Os interessados poderão se inscrever nessas comunidades de acordo com sua “paixão”, como avisaram os organizadores.

Uma grande ferramenta para a articulação dessas comunidades é o United World Project, ou Projeto Mundo Unido. Lançado em 2012, no Genfest de Budapeste, ele é, na verdade, um programa para difundir a fraternidade em larga escala e reunir ações nesse sentido, possibilitando compartilhar experiências com o mundo inteiro. Outra ação que nasce deste Genfest, mas mais imediata, é o lançamento de um questionário para recolher propostas dos jovens para o Pacto para o Futuro, um manifesto que será apresentado no Summit of the Future, um encontro de cúpula internacional que será promovido pela ONU em setembro.

Para construir comunidades internacionais, é preciso diálogo. Assim, boa parte da sessão foi dedicada a esse tema. Uma rabina, Silvina Chemen, e uma líder muçulmana, Israa Safieddine, contaram como procuram construir o diálogo. Quatorze jovens latino-americanos de seis igrejas cristãs apresentaram o Ikuméni, um laboratório de boas práticas ecumênicas e inter-religiosas. No final, todas essas iniciativas buscam alcançar a paz. Portanto, a esse tema foi dedicada a última parte do programa. O uruguaio Carlos Palma apresentou o projeto Living Peace, que ele fundou no Egito depois das experiências de violência que viveu na Palestina. Um vídeo de Chiara Lubich recordou como se pode construir a paz hoje: vivendo o amor recíproco.

 Jovens com bandeiras de todos os países participantes do Genfest desfilaram pedindo a paz para cada nação. No encerramento, o presidente do Movimento dos Focolares, Margaret Karram, convidou todos a serem construtores de paz, derrubando as barreiras que dividem as pessoas e tomando a iniciativa de perdoar. “Que este Genfest seja o momento de dizer sim à paz”, concluiu. No final da tarde deste domingo (21/7) teve início o programa da 3 Fase do Genfest, com a apresentação das Comunidades Pathways cujas atividades têm início nesta segunda pela manhã.

* Por Luís Henrique Marques e Airam Lima Jr. - Assessoria de imprensa do Genfest 2024

Fonte: Vatican News

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As provocações de Timothy Schmalz

As obras falam mais dos seus autores do que as palavras que pronunciam ou escrevem. Isto aplica-se a livros, mas muito mais a pinturas e esculturas. Assim inicia a crónica semanal do P. Tony Neves, sobre as esculturas de Timothy Schmalz.

Tony Neves, em Roma

As obras falam mais dos seus autores do que as palavras que pronunciam ou escrevem. Isto aplica-se a livros, mas muito mais a pinturas e esculturas.

Quando vou à Praça de S. Pedro, aqui em Roma, fascino-me sempre com a grande escultura de Timothy Schmalz, a ocupar um espaço lateral discreto, junto à colunata de Bernini. Chama-se ‘Anjos desconhecidos ‘(Angels Unawares – seguindo a Carta aos Hebreus 13,2) e foi inaugurada pelo Papa Francisco em setembro de 2019, por ocasião do 105º Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados. Muito se escreveu e continua a escrever sobre este monumental grupo escultural de bronze que apresenta 140 pessoas a viajar (talvez seja melhor dizer, ‘a fugir!’) no mesmo barco. Há uma série de elementos que saltam aos olhos de quem vê a escultura. Estão ali retratadas com realismo pessoas de todas as idades, proveniências e posses. Os rostos são muito expressivos, o mesmo se podendo dizer das roupas, calçado (ou falta dele!) e outros haveres que transportam, não faltando a presença de animais de estimação e brinquedos.

Há mais de 400 anos que não se colocava nenhuma obra de arte na praça de S. Pedro e podemos imaginar a força que o Papa Francisco teve de fazer para ali ser colocada esta estátua que, digamos com frontalidade, destoa muito do clássico estilo de Bernini! Mas este escultor canadiano é um homem muito sensível às Obras de Misericórdia e tem colocado o seu enorme talento e criatividade ao serviço do apelo por mais justiça, paz e respeito pelos direitos humanos.

Schmalz tem mais esculturas espalhadas por Roma e pelo mundo. Bastantes delas traduzem plasticamente as obras de misericórdia. Quem vai à Basílica de S. Paulo fora dos Muros encontra uma pequena escultura, à saída, com alguém atrás das grades de uma prisão e a frase: ‘Estava preso e visitaste-me!’. No Trastevere, na Praça de Santo Egídio, tem a provocadora estátua de um sem abrigo a dormir num banco de jardim. Só que, quando nos aproximamos, vemos que as mãos e os pés têm as marcas dos pregos de Cristo na Cruz. Este ‘Homeless Jesus’ foi ali colocado para celebrar os 50 anos da fundação da Comunidade de S. Egídio que tem desempenhado um papel relevante na pacificação de muitos povos e no combate à pobreza e suas causas. Há quase uma centena de cópias desta estátua espalhadas pelo mundo inteiro.

Outra estátua que me obriga sempre a parar quando passo junto ao Hospital do Espírito Santo, nas margens do Rio Tibre: ‘Estava doente e foste visitar-me!’ é o título. Há uma pessoa doente, deitada numa cama, também com as marcas dos pregos da crucificação, nas mãos e nos pés.

O Papa Francisco chamou a atenção do mundo inteiro para o drama de milhões de migrantes e refugiados quando, durante a última sessão sinodal, convidou todos os participantes neste evento mundial para um momento especial de oração junto à estátua de Schmalz na praça de S. Pedro, a 19 de outubro de 2023: ‘Nunca conseguiremos agradecer suficientemente a São Lucas por nos ter transmitido a parábola do Bom Samaritano. A mesma está também no centro da Encíclica ‘Fratelli Tutti’, porque é uma chave, eu diria a chave, para passar do isolamento que sofre o mundo a um mundo aberto, dum mundo em guerra à paz num mundo diferente. Escutamos a parábola, esta tarde, pensando nos migrantes, aqui representados nesta grande escultura, com homens e mulheres das mais variadas idades e proveniências; e, no seu meio, os anjos que os conduzem.

A estrada, que levava de Jerusalém a Jericó, não era segura, tal como hoje não o são as numerosas rotas migratórias que atravessam desertos, florestas, rios, mares. Quantos irmãos e irmãs estão, hoje, na mesma condição daquele viandante da parábola! Tantos! Quantos são roubados, espoliados e espancados no caminho! Partem enganados por traficantes sem escrúpulos; depois são vendidos como mercadoria de intercâmbio. Acabam sequestrados, prisioneiros, explorados e reduzidos à escravidão. São humilhados, torturados, estuprados. E muitos, muitos, morrem, sem nunca chegar à meta. As rotas migratórias do nosso tempo estão cheias de homens e mulheres feridos e abandonados semimortos, cheias de irmãos e irmãs cujo sofrimento brada aos olhos de Deus. Com frequência, trata-se de pessoas que fogem da guerra e do terrorismo, como infelizmente temos visto nestes dias’.

Schmalz descreve as suas esculturas como ‘orações visuais’. E são-no, de facto, porque provocam quem as vê, convidando-as a aprofundar as fontes bíblicas em que se inspiram. E mais: obrigam a refletir, a rezar e a mudar mentalidades e atitudes. Deixemos que a voz e as obras dos artistas falem alto e calem fundo. Eles ajudam o mundo a ser melhor.

Fonte: Vatican News

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Ucrânia:  Volodymyr Zelensky recebeu secretário de Estado do Vaticano

Cardeal Pietro Parolin teve ainda encontros com o primeiro-ministro e com o presidente do Parlamento

O secretário de Estado do Vaticano reuniu-se hoje com o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky, a quem “reiterou a proximidade e o compromisso do Papa” pela paz, após encontros com o primeiro-ministro e com o presidente do parlamento.

“Hoje, o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, encontrou-se com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy ( @ZelenskyyUa ), a quem reiterou a proximidade e o compromisso do Papa em encontrar uma paz justa e duradoura para a atormentada Ucrânia”, informou a Secretaria de Estado.

O encontro entre o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, e o presidente da Ucrânia foi divulgado pela Secretaria de Estado da Santa Sé, numa publicação na sua conta oficial na rede social X, antigo Twitter.

Volodymyr Zelensky afirmou que teve um “encontro significativo com o Secretário de Estado da Santa Sé, Cardeal Pietro Parolin”, onde discutiram “as consequências da agressão da Rússia contra a Ucrânia”, o terror aéreo em curso e a “difícil situação humanitária”, bem como os resultados do seu encontro com o Papa Francisco, em junho, em Itália.

“Concentramo-nos especialmente nas decisões da primeira Cimeira sobre a Paz e no papel do Vaticano no estabelecimento de uma paz justa e duradoura para a Ucrânia. Estou grato pelo apoio do Cardeal ao nosso país e ao nosso povo”, acrescentou o presidente da Ucrânia, na rede social X.

No dia 14 de junho, o Papa e Volodymyr Zelensky encontraram-se, na localidade italiana de Borgo Egnazia, numa audiência privada, antes da participação de Francisco na cimeira do G7; o presidente da Ucrânia agradeceu os esforços do Vaticano em favor da paz.

O secretário de Estado do Vaticano iniciou na sexta-feira uma viagem de seis dias à Ucrânia, com passagens por Kiev e Odessa, para encontros com autoridades civis e religiosas.

A visita do enviado especial de Francisco a este país do leste da Europa, em guerra, desde a invasão pela Rússia, em fevereiro de 2022, termina esta quarta-feira, 24 de julho.

D. Pietro Parolin reuniu-se esta segunda-feira com o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, e encontrou-se com o presidente do parlamento ucraniano, Ruslan Stefanchuk, em Kiev; os dois políticos manifestaram apreço pela visita, um sinal de proximidade da Santa Sé com o povo ucraniano.

“Debatemos o estabelecimento de uma paz justa para a Ucrânia, a segurança alimentar, o regresso dos prisioneiros de guerra e as crianças ucranianas. Agradeci à Santa Sé pela sua participação na Primeira Cimeira da Paz e pelo apoio às suas decisões. Apreciamos a prestação de ajuda humanitária e o tratamento das crianças ucranianas”, escreveu Denys Shmyhal, também na sua conta institucional nas redes sociais.

O presidente do parlamento da Ucrânia adiantou que no seu encontro com o secretário de Estado do Vaticano sublinhou a “importância da sua visita à Ucrânia num momento difícil da luta contra a agressão russa”, e adiantou que “foi dada grande atenção à questão do regresso das crianças ucranianas deportadas e dos prisioneiros de guerra”.

“Agradeci também à Santa Sé pela ajuda humanitária que tem chegado através de vários canais desde o início da invasão russa. Palavras especiais de gratidão pela participação na Cimeira Mundial da Paz. Debatemos a importância de implementar a fórmula de paz de Volodymyr Zelensky”, acrescentou Ruslan Stefanchuk.

O cardeal italiano Pietro Parolin foi nomeado por Francisco como seu representante para encerrar a peregrinação dos católicos ucranianos de rito latino ao santuário mariano de Berdychiv, localizado na região de Zhytomyr, a oeste de Kiev, que decorreu este domingo.

Em declarações ao portal de notícias do Vaticano, o responsável diplomático mostrou-se impressionado com a situação das as mães ucranianas.

“É uma dor intensa, uma dor que realmente não sei como defini-la”, declara, evocando também a tragédia dos “tantos mortos, dos quais muitos corpos nem sequer foram recuperados”.

Fonte: Agência Ecclesia

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Bispo da Nicarágua recebe prêmio por defesa da liberdade que homenageia cubano

Por Andrés Henríquez

O bispo de Matagalpa, Nicarágua, dom Rolando Álvarez, vai receber o prêmio Oswaldo Payá 2024, dado anualmente a indivíduos ou instituições que deram contribuições valiosas para a defesa da democracia, dos direitos humanos e da liberdade em todo o mundo.

Paya foi um militante católico pela liberdade de Cuba morto em um acidente de carro em 2013 que sua família e organismos internacionais acusam o governo comunista cubano de ter causado propositalmente. Ele foi o fundador, em 1998, do Movimento Cristão de Libertação de Cuba.

Segundo a Rede Latino-Americana de Jovens pela Democracia em publicação na rede social X, dom Álvarez recebe o prêmio “por seu trabalho incansável em defesa da democracia e da liberdade do povo da Nicarágua”.

Em fevereiro de 2023, o bispo foi condenado a 26 anos de prisão por “traição” pelo regime do presidente Daniel Ortega, um ex-líder guerrilheiro de esquerda que soma mais de trinta anos no poder desde 1979.

A libertação de dom Álvarez foi conseguida pela Santa Sé em janeiro deste ano. Ele foi deportado para o Vaticano.

 “Da Rede Latino-Americana de Jovens pela Democracia, juntamente com a Fundação para a Democracia Pan-Americana e Ofelia Acevedo, viúva de Oswaldo Payá, queremos celebrar um herói dos nossos tempos. O prêmio Oswaldo Payá: Libertad y Vida reconhece aqueles que se destacaram na defesa da democracia e da liberdade”, disse a entidade em vídeo publicado na segunda-feira (22).

“Sua bravura tem sido um farol de esperança para muitos que buscam liberdade e democracia. Por tudo isto, temos o prazer de anunciar que a 6ª edição do prêmio Oswaldo Payá: Libertad y Vida é atribuída a dom Rolando Álvarez, por seu trabalho incansável pela justiça e pela liberdade. Ele é um exemplo para nós”, acrescentou.

“Dom Álvarez se junta a essa lista em reconhecimento à sua integridade e dedicação incansável à promoção dos direitos humanos e dos valores democráticos”, diz comunicado da iniciativa cidadã Cuba Decide, fundada por Rosa María Payá, filha de Oswaldo Payá.

Na segunda-feira (22), celebrou-se missa nos 12 anos da morte de Oswaldo Payá em Miami, EUA. Os paroquianos católicos lembraram que Payá foi motivado a embarcar na busca da liberdade em Cuba pela fé e pelo amor a Cristo, como disse o padre José Espino, reitor do Santuário Nacional de Nossa Senhora da Caridade, onde a missa foi celebrada.

“Sei que todos os esforços de Oswaldo foram motivados por sua fé. Foi diante do Santíssimo Sacramento que decidiu lançar-se a anunciar algo novo. Não só por ele, mas por nosso país”, disse o padre cubano aos fiéis e familiares presentes.

Fonte: ACIDigital

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Conferência de religiosos pede participação maciça e ‘com civilidade’ em eleição na Venezuela

Por Andrés Henríquez

A Conferência Venezuelana de Religiosos e Religiosas (CONVER) divulgou declaração que encoraja os cidadãos a “assumir e defender” o seu direito constitucional “de escolher com liberdade de consciência e decidir com responsabilidade os destinos” do país na eleição presidencial de domingo (28).

A nota da CONVER fala da importância da participação em massa e apelar aos venezuelanos a “defenderem o voto com civilidade” segundo o quadro constitucional do país.

Na quarta-feira passada (17), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse em um comício em Caracas: "O destino da Venezuela no século 21 depende da nossa vitória em 28 de julho. Se não querem que a Venezuela caia em um banho de sangue, em uma guerra civil fratricida, produto dos fascistas, vamos garantir o maior êxito, a maior vitória da história eleitoral do nosso povo".

Maduro, que está no poder há 11 anos, aparece nas pesquisas atrás do candidato da oposição Edmundo González.

“Caminhando com fé ao lado do nosso povo, encorajamos todos os cidadãos a se comprometerem com um dia eleitoral em paz e harmonia, que ratifique o legítimo direito de viver em democracia, para que seja garantida a plena participação dos cidadãos, sem violar os direitos humanos de quem quer se expressar através do voto, para eleger a autoridade máxima que regerá os destinos da nossa nação”, disse a CONVER.

 “Como cidadãos e cristãos, somos marcados pelo desejo de viver a fraternidade universal dos filhos e filhas de Deus anunciada por Jesus Cristo”, acrescentou a CONVER.

Os religiosos aderiram “à tarefa urgente de serem construtores de paz, através da oração e da ação” e pediram para ignorar “os que querem semear o medo e a confusão para desmobilizar os cidadãos”.

“Cultivar a paz interior, a sanidade e a força é um sinal visível da nossa fé, que não admite o caminho da violência”, disseram os religiosos.

Nesse sentido, convidaram a viver os dias que antecedem as eleições “numa chave de discernimento” e reforçaram o desejo de que o resultado eleitoral nos permita construir uma Venezuela “onde ninguém se sinta excluído”.

Fonte: ACIDigital

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Do dia 23/7/2024

Kit Pastoral para a 4ª Dia Mundial dos Avós e das Pessoas Idosas, organizado pela Pastoral da Pessoa Idosa

Está disponível o kit pastoral com a identidade visual para o material gráfico que será utilizado para a 4ª Jornada Mundial dos Avós e das Pessoas Idosas, que será celebrada no próximo dia 28 de julho, próximo à memória litúrgica de São Joaquim e Sant’Ana. O material foi disponibilizado pela Pastoral da Pessoa Idosa (PPI), ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Neste ano, o evento tem como tema “Na velhice não me abandones” (Sl 71, 9), ressaltando a importância de combater a solidão dos idosos e fortalecer os laços entre gerações. O kit disponibilizado reúne a identidade visual da jornada, os documentos disponibilizados pelo próprio Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, do Vaticano, e diversas orientações e materiais de apoio para as celebrações.

Mensagem

O Papa Francisco já divulgou a mensagem especial para a celebração do 4ª Dia Mundial dos Avós e das Pessoas Idosas. No texto, o Santo Padre recorda que “Deus nunca abandona os seus filhos; nem sequer quando a idade vai avançando e as forças já declinam, quando os cabelos ficam brancos e a função social diminui, quando a vida se torna menos produtiva e corre o risco de parecer inútil. O Senhor não olha para as aparências (cf. 1 Sam 16, 7),” destacou. - Fonte: CNBB

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Setor Espaço Litúrgico da CNBB promove live: “Edificar Igrejas para celebrar os mistérios da fé”, na quinta-feira, às 16h

No próximo dia 25, quinta-feira, às 16h, o Setor Espaço Litúrgico da Comissão da Comissão Episcopal para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove, em parceria com a Edições CNBB, a terceira live da série: “Edificar Igrejas para celebrar os mistérios da fé”. A transmissão será realizada nos canais da Conferência e das Edições CNBB no Youtube.

A assessora do Setor Espaço Litúrgico da CNBB, Raquel Tonini Rosenberg Schneider, é a mediadora da live que tem como convidados, a irmã Jeyd Gomes, membro das congregação das Pias Discípulas do Divino Mestre, e dom Marcelo Molinero, da Ordem de São Bento.

A reflexão tem o objetivo de reunir especialistas e interessados na temática. Trata-se da concretização de um projeto continuado de formação da Comissão para a Liturgia da CNBB, através de “encontros” virtuais. A iniciativa  teve início em maio passado.

Segundo Raquel Tonini será uma oportunidade de avançar na reflexão litúrgica e no modo de participação e atuação de cada envolvido. “Uniremos a todos que, de algum modo, atuam no âmbito da arte e da arquitetura das igrejas”, disse.

Série “Edificar Igrejas para celebrar os mistérios da fé”

A primeira live da série tratou dos pontos fundamentais para a intervenção no espaço litúrgico, destacando os polos celebrativos, a partir da estrutura do rito eucarístico. O Estudo 106 da CNBB “Orientações para projeto e Construção de Igrejas e disposição do Espaço Celebrativo” foi a base desse rico e importante diálogo.

Em junho, no segundo encontro deu continuidade aos conteúdos presentes nos Estudos 106 e 113 – este sobre “Orientações para adequação litúrgica, restauração e conservação das Igrejas” -, e tratou do Programa Iconográfico. - Fonte: CNBB

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Olimpíadas de Paris inovam oferecendo creche para as mamães atletas!

O Comitê Olímpico Francês oferecerá apoio especial para as mães amamentando

Escrito por Redação A12

Leah Darrow fala muito sobre sua fé católica no Instagram, e ficou muito conhecida quando compartilhou um post falando que os bebês não atrapalham as mulheres de correrem atrás dos seus sonhos.

“Acredito que mulheres em todo o mundo merecem ver mais mulheres criando bebês E vivendo e perseguindo seus sonhos, porque bebês e sonhos SEMPRE andam juntos” Leah Darrow

Nas Olimpíadas de Paris, que começam nesta semana, haverá tantas atletas com filhos que veremos um exemplo de que é possível ser mãe e ter sucesso na vida profissional ao mesmo tempo.

Pela primeira vez, a Vila Olímpica terá um berçário para os bebês das atletas, instalado na área não residencial da Olympic Village Plaza e estará aberto todos os dias das 9h às 21h, garantindo todos os cuidados necessários com as crianças. 

A ideia é permitir que os atletas passem mais tempo com seus bebês e crianças pequenas, mesmo com a rotina intensa de competições e treinos. O Comitê Olímpico Francês oferecerá quartos de hotel para as atletas francesas que estejam amamentando, para apoiar a vida das mamães esportistas durante os Jogos.

Vários atletas se manifestaram ao longo dos anos por melhores acomodações para atletas com crianças pequenas.

 “É muito legal o que o Comitê Olímpico Francês está fazendo por seus atletas, amamentadores e pais”, disse a jogadora de basquete canadense Kim Gaucher ao Washington Post. “É isso que queremos que seja a norma.”

A atleta americana de atletismo Allyson Felix, que ganhou 11 medalhas olímpicas antes de se aposentar do esporte em 2022, ajudou a liderar a iniciativa da creche. Ela disse em entrevista à CBS:

“Eu simplesmente sabia o quão difícil era competir no nível mais alto depois que tive minha filha, e algumas coisas práticas eram realmente difíceis, mas o berçário é uma testemunha visível de que as mulheres podem ter filhos e também realizar seus sonhos mais loucos. “Eu acho que isso realmente diz às mulheres que você pode escolher a maternidade e também estar no topo do seu jogo e não ter que perder o ritmo” Allyson Felix

A creche nas Olimpíadas de 2024 demonstra o que acontece quando as mulheres são apoiadas como mães e profissionais. Isso reflete a força e a resiliência das mães em todo o mundo.

Isso reforça que ser mãe não significa abrir mão de sonhos pessoais ou profissionais. Com o apoio adequado, é possível ter sucesso em todas as áreas da vida e viver plenamente o nosso propósito de vida. - Fonte: A12.com

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Ucrânia, Parolin: uma dor intensa para as mães que perderam seus filhos

O cardeal secretário de Estado faz um balanço de sua visita ao país europeu após dias de celebrações, encontros e conversas: queremos evitar que este conflito se torne apenas uma notícia, é necessária criatividade para encontrar fórmulas que abram caminhos para a paz.

Alessandro De Carolis - Cidade do Vaticano

Existe a diplomacia, que precisaria de um impulso à criatividade. E há o lado humano, a carne viva de uma nação que carrega há dois anos e meio uma ferida “que eu acho que precisará de muito tempo para cicatrizar”. Enquanto a viagem que o levou de Odessa a Kyiv e a vários lugares da Ucrânia está prestes a terminar, o cardeal Pietro Parolin faz um primeiro balanço - em uma entrevista para os meios de comunicação do Vaticano pelo padre Mariusz Krawiec - do que esses dias representaram e conta o que relatará ao Papa, que o enviou em seu nome para aquela terra, constantemente descrita como “martirizada”.

Um dever humano 

Martirizadas são as mães ucranianas. O cardeal secretário de Estado esteve com algumas delas e o sentimento que surgiu “é uma dor intensa, uma dor que realmente não sei como defini-la”, narra comovido. “Pensar que uma mãe ainda jovem perdeu um filho de 25 anos, não se sabe o que dizer...”. E sublinha também a tragédia dos “tantos mortos, dos quais muitos corpos nem sequer foram recuperados”, e o “dever humano” e o “sentido cristão que nos impõe dar um sepultamento digno aos mortos”. Além disso, observa, a situação dos “tantos feridos, mutilados, inválidos…”. A guerra, diz o cardeal, “deixa marcas nefastas na vida e no corpo da sociedade”.

O risco de tornar um conflito esquecido

Sobre o sentido geral de sua visita, Parolin afirma que a “mensagem principal” desses dias é “manter viva a atenção da comunidade internacional em relação à guerra, para que não se torne mais um conflito esquecido”. Talvez, tendo como palco o “coração da Europa”, haja “até mais atenção em relação a outras guerras que estão ocorrendo em outros continentes”. E, no entanto, para o secretário de Estado, “existe um pouco o perigo de que ‘digerimos’ tudo” e algo grave, sério como uma guerra “arrisque se tornar uma notícia e nada mais”.

Abrir caminhos de paz

"À Ucrânia", prossegue, "deve sempre ser assegurada a ajuda humanitária", enquanto a nível diplomático, o cardeal Parolin convida a ser “um pouco criativos, no sentido - explica - de encontrar fórmulas que possam ajudar a abrir caminhos de paz”, já que - “essa é a minha impressão” - estamos “bastante longe de uma solução negociada”. O secretário de Estado também se detém sobre a plataforma de paz do presidente ucraniano Zelensky que, lembra, “nós apoiamos desde o início” como “tentativa de paz” que “pudesse ajudar de alguma forma”, embora “bem conscientes também de sua fraqueza, que é o fato de não ter envolvido a Rússia. Evidentemente - sublinha - quando se faz a paz, deve-se fazê-la entre os dois contendores”, mas “parece-me que ainda estamos longe disso”. Espero, conclui, “que se possam encontrar também outras fórmulas que permitam abrir alguma brecha”.

Fonte: Vatican News

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Ucrânia, Parolin encontra o primeiro-ministro Shmyhal e visita o Parlamento

O cardeal secretário de Estado teve uma reunião com o premier ucraniano. Também se encontrou com o presidente do parlamento nacional, Ruslan Stefanchuk. Os dois líderes expressaram apreço pela visita, sinal de proximidade por parte da Santa Sé ao povo ucraniano que sofre com a guerra.

 Vatican News

O próprio secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, havia anunciado que o quarto dia de visita à Ucrânia, ou seja, segunda-feira, 22 de julho, contaria com alguns encontros com os líderes do país. Em Kyiv, o cardeal se encontrou com o primeiro-ministro Denys Shmyhal e com o presidente do parlamento da Ucrânia, Ruslan Stefanchuk. 

As respectivas contas institucionais nas redes sociais foram as primeiras a relatar ambos os encontros. Tanto o primeiro-ministro quanto o presidente do parlamento ucraniano expressaram apreço ao cardeal Parolin por sua presença, sinal da atenção dedicada à situação do país. Segundo fontes governamentais, entre os temas abordados pelo premier Shmyhal com o secretário de Estado estavam a prestação de assistência humanitária e a contribuição oferecida ao processo de restituição das crianças e dos prisioneiros ucranianos deportados para a Rússia.

Da mesma forma, o presidente do parlamento da Ucrânia, Ruslan Stefanchuk, informam as redes sociais institucionais, manifestou gratidão pelo apoio e solidariedade oferecidos pela Santa Sé ao povo ucraniano por meio da ajuda humanitária. - Fonte: Vatican News

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Ucrânia, Parolin aos representantes religiosos: fé e esperança para uma paz justa

No encontro da última segunda-feira com os membros do Conselho das Igrejas e das Organizações Religiosas do país do Leste Europeu, realizado na Nunciatura Apostólica em Kiev, o secretário de Estado Vaticano reiterou o compromisso da Santa Sé com o fim do conflito: a guerra é sempre uma derrota, a ajuda humanitária à população é importante.

Isabella Piro – Vatican News

A dor e o sofrimento de um país martirizado por dois anos e meio de guerra, mas também a fé e a esperança de que uma paz justa possa ser alcançada em breve. Com esse duplo registro, realizou-se na segunda-feira, 22 de julho, na Nunciatura Apostólica em Kiev, o encontro entre o cardeal Pietro Parolin e os representantes do Conselho das Igrejas e das Organizações Religiosas de toda a Ucrânia. O encontro, marcado por muitos testemunhos, concluiu o quarto dia da visita do Secretário de Estado Vaticano ao país do Leste Europeu, onde chegou no dia 19 de julho como enviado especial do Papa.

O repúdio à guerra

“A guerra é uma questão muito complexa”, disse o cardeal Parolin aos presentes, “mas tem como denominador comum a dor e o sofrimento”. Ele enfatizou o “repúdio à guerra”, que “é um dos princípios fundamentais também do direito internacional”. Na esteira do que foi reiterado muitas vezes pelo Papa Francisco, o secretário de Estado Vaticano lembrou que “a guerra nunca pode ser usada como solução para os problemas presentes na Comunidade internacional. A guerra é sempre uma derrota”. Mas, não obstante tudo, continuou ele, há “esperança de que essa situação de conflito possa chegar ao fim o mais rápido possível e que a paz, uma paz justa, possa retornar à Ucrânia”. Essa esperança, ressaltou Parolin, é fortalecida pela “grande alegria de trabalhar em conjunto, apesar das diferenças” que existem entre as organizações religiosas, mas, acima de tudo, deve estar enraizada na fé. “Como líderes religiosos, eu gostaria que fizéssemos hoje um ato de fé juntos”, disse o Secretário de Estado Vaticano. “Nada é impossível a Deus e nossa fé pode transformar a realidade”, disse ele.

Não esquecer os muitos conflitos no mundo

Detendo-se nas atividades da Santa Sé, o cardeal destacou três níveis operacionais: o primeiro é “manter viva a consciência da guerra na Ucrânia”, porque “hoje há uma tendência a esquecer os conflitos. Quantos são ignorados? São muitos e, com o tempo, até mesmo esta guerra corre o risco de se tornar rotineira, um fato como todos os outros, que não tem nem mesmo mais a honra das crônicas”.

Atenção às crianças e aos prisioneiros de guerra

O segundo nível é a ajuda humanitária. “Por parte da Santa Sé”, disse ele, “há um compromisso de ajudar do ponto de vista humanitário a população ucraniana que sofre”. “Uma contribuição concreta”, acrescentou, vem do esmoleiro do Papa, cardeal Konrad Krajewski, que em nome do Papa “leva ajuda de vários tipos à população local”. O secretário de Estado também reiterou o compromisso da Santa Sé com o retorno a casa das crianças ucranianas transferidas à força para a Rússia, bem como com a ajuda, tanto material quanto espiritual, aos prisioneiros de guerra, na esperança de sua libertação.

A diplomacia do Vaticano constrói a paz

O terceiro nível, explicou ainda o secretário de Estado, é o da diplomacia propriamente dita. “A existência da diplomacia vaticana não tem outra razão senão ajudar a construir a paz, recuperar a paz onde ela foi perdida e prevenir conflitos que possam colocá-la em risco”, disse ele, lembrando as missões que o cardeal Matteo Maria Zuppi realizou em Kiev, Moscou, Washington e Pequim como enviado especial do Papa para a Ucrânia, bem como a participação da Santa Sé, em relação ao aspecto humanitário e como observador, na Plataforma de Paz proposta pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e na Conferência sobre a Ucrânia realizada em junho na Suíça. Sem esquecer os repetidos apelos do Papa Francisco em prol do país atormentado. “Certamente não queremos tomar o lugar da iniciativa de paz do presidente Zelensky, nós a apoiamos”, especificou Parolin, “mas também pensamos que pode haver outras formas que, se aceitas pelas duas partes, podem iniciar percursos de paz, caminhos de paz”.

A importância dos bispos e sacerdotes para as comunidades

O secretário de Estado se deteve na questão da mobilização geral, introduzida na Ucrânia com uma lei para o recrutamento de soldados que entrou em vigor em maio passado. “Na opinião da Santa Sé, os ministros de culto não devem participar dessa mobilização”, enfatizou. “É preciso encontrar uma maneira de isentá-los, não por razões de privilégio, porque todos nós devemos contribuir, mas porque, em primeiro lugar, os pastores não podem pegar em armas. Depois, pelo fato de que, se as comunidades fossem privadas de seus pastores, isso realmente causaria um grande dano à própria sociedade”, desprovida da ajuda espiritual, do conforto e do apoio oferecidos pelos bispos e sacerdotes. “Portanto, é necessário que os pastores e padres permaneçam em suas comunidades e as apoiem”, reiterou.

Avançar com coragem

Por fim, o cardeal pediu aos representantes do Conselho de Igrejas e Organizações Religiosas de toda a Ucrânia que “sigam em frente com coragem em seu trabalho, juntos. Que o Senhor abençoe a todos e apresse o dia da paz justa na Ucrânia, para a qual, com a ajuda de Deus, todos nós estamos trabalhando”, concluiu.

A visita à Igreja de São Nicolau

Antes do encontro na nunciatura, o cardeal Parolin visitou a Igreja Católica de São Nicolau, também na capital. Na paróquia, administrada pelos Missionários Oblatos da Imaculada, ele levou a saudação do Papa Francisco. “Vocês sabem como o Papa Francisco os segue com muito carinho e amor e sempre tem uma preocupação especial com seu país e com a situação de guerra em que se encontra. Ele reza por vocês e também não deixa de dar sinais concretos”, disse o cardeal. “Minha presença aqui entre vocês também quer ser um sinal do amor e do afeto do Papa por vocês e por toda a Ucrânia”, acrescentou, antes de concluir o encontro com uma oração pela paz: “Lembremo-nos do Papa, lembremo-nos da Ucrânia, rezemos pela paz, rezemos por esta paróquia e por todas as suas intenções”.

Fonte: Vatican News

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Ucrânia: Parolin visita hospital destruído e a catedral de Santa Sofia

Na manhã desta terça-feira, 23 de julho, o cardeal secretário de Estado visitou a estrutura pediátrica de Okhmatdyt, gravemente atingida no último dia 8 de julho por um míssil russo. Lá, saudou as crianças internadas, os médicos e os profissionais da área. Em seguida, rezou na catedral milenar, símbolo do país.

Svitlana Dukhovych e Alessandro De Carolis - Cidade do Vaticano

É um golpe no coração parar diante dos escombros de um lugar onde a vida nasce, reduzido a um espaço de morte. Em 8 de julho, um bombardeio de mísseis russos atingiu o hospital pediátrico ucraniano de Okhmatdyt. No momento do ataque, havia 627 crianças no hospital. Duas mortes foram registradas, incluindo um médico, e 50 feridos, dos quais 8 eram menores de idade, enquanto outros 94 foram transferidos para outras unidades médicas em Kyiv. O míssil atingiu os departamentos de cirurgia, oncologia e terapia intensiva, além do único laboratório ucraniano para doenças hematológicas e tumorais. O edifício de toxicologia e o departamento de traumatologia do hospital foram devastados.

O cardeal Pietro Parolin, nesta terça-feira, 23 de julho, visitou a maior estrutura pediátrica da Ucrânia, que tentou reativar seus serviços o mais rápido possível devido à singularidade do seu trabalho. O secretário de Estado foi recebido pelo ministro da Saúde ucraniano, Viktor Liashko, e pelo diretor-geral do hospital, Volodymyr Zhovnir, que falou sobre as atividades do hospital e a destruição causada pelos bombardeios. Do lado de fora, o cardeal parou nos pontos onde, dos pavilhões destruídos, restam poucos pedaços de parede. Dentro do hospital, cumprimentou e acariciou as crianças internadas, trocando algumas palavras com algumas delas, encorajou os pais, agradeceu os médicos e os profissionais da saúde, e conversou com a direção do hospital sobre a cooperação com o hospital pediátrico vaticano Bambino Gesù.

Visita à Catedral de Santa Sofia

Do hospital, o cardeal Parolin se dirigiu ao Complexo Museológico de Santa Sofia de Kyiv, onde foi recebido pela diretora-geral, Nelia Kukovalska. A catedral, construída a partir de 1037, com suas cúpulas douradas e verdes, é o símbolo milenar da capital ucraniana e da unidade do país. Ao longo dos séculos, sofreu ataques, saques e incêndios. O complexo museológico, gerido pelo Estado, abriga eventos religiosos, como a oração inter-religiosa nas principais festas nacionais. O conflito em curso levou a UNESCO, em setembro passado, a incluir tanto a catedral de Santa Sofia de Kyiv quanto o centro medieval de Lviv (Leópolis) na lista de Patrimônio Mundial em perigo.

O secretário de Estado visitou a catedral e a exposição histórica e, diante do majestoso mosaico da Virgem Orante, sugeriu oferecer uma oração à Virgem. Assim, a delegação vaticana entoou em latim o hino mariano “Salve Rainha” e, ao final da visita, o cardeal deixou uma nota no livro de honra.

Fonte: Vatican News

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Cardeal Parolin em Kiev: "Papa Francisco partilha a dor do povo ucraniano"

O Secretariado do Arcebispo-mor da Igreja greco-católica ucraniana divulgou um comunicado sobre a visita do cardeal Pietro Parolin à Ucrânia. Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk agradeceu ao cardeal Parolin por sua visita durante a guerra, contou-lhe em detalhes sobre o serviço prestado pela Igreja greco-católica ucraniana no contexto dos horrores da guerra.

Vatican News

Com a sua visita à Ucrânia, o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado Vaticano, quis trazer a mensagem de proximidade do Papa que "partilha a dor do povo ucraniano" e "deseja contribuir para formar caminhos de paz".

É o que se lê no comunicado do Secretariado do Arcebispo-mor da Igreja greco-católica ucraniana, divulgado nesta terça-feira (23/07), citando as palavras do purpurado ditas aos meios de comunicação locais durante sua visita à Catedral greco-católica da Ressurreição de Cristo, sede do arcebispo-mor de Kiev-Halyč, Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk, chefe da Igreja greco-católica ucraniana, realizada em 21 de julho.

"O objetivo principal da presença do purpurado ao país do Leste Europeu foi participar da peregrinação ao santuário mariano de Berdychev, local de peregrinação dos católicos de rito latino na Ucrânia. O cardeal foi nomeado pelo Papa Francisco como seu Legado para as celebrações relativas à peregrinação", recorda o comunicado.

No decorrer da conversa, Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk agradeceu ao cardeal Parolin por sua visita durante a guerra, contou-lhe em detalhes sobre o serviço prestado pela Igreja greco-católica ucraniana no contexto dos horrores da guerra, e pediu-lhe que agradecesse ao Santo Padre pelos esforços da Santa Sé para a libertação de dois sacerdote católicos greco-católicos Ivan Levytsky e Bohdan Heleta, mantidos em cativeiro por quase dois anos e libertados em 28 de junho passado numa operação de troca de prisioneiros. A Santa Sé e, em particular, o Papa na Urbi et Orbi na Páscoa, pediu a libertação dos reféns e a troca completa dos prisioneiros de acordo com a fórmula “todos por todos”.

Durante a visita à catedral greco-católica, o secretário de Estado Vaticano se encontrou com os colaboradores e fiéis da Cúria que foram ao local para rezar. A catedral se tornou um abrigo antiaéreo para muitos cidadãos, especialmente nos primeiros meses da guerra. O cardeal Parolin e sua delegação também rezaram juntos diante do túmulo de Sua Beatitude o cardeal Lubomyr Husar, cujo processo de beatificação começou em fevereiro de 2024. Depois de visitar a Cúria e a residência do arcebispo-mor da Igreja greco-católica ucraniana, todos rezaram o Pai-Nosso e a Ave Maria na capela, invocando a Rainha da Paz.

O cardeal Parolin esteve na Ucrânia pela última vez em 2021, e agora parou para ver as melhorias e o progresso da construção. Em 2016, quando foi ao país ele só esteve na Catedral da Ressurreição.

O momento em que "visito a Ucrânia não é feliz, todos conhecemos a situação, mas vim precisamente de uma visão de conjunto desta situação, para rezar juntos e rezar com vocês. A Igreja deve desempenhar um papel profético, seguindo o exemplo do profeta Elias, rezando pela paz, cujo ponto de partida deve ser uma grande convicção de que com Deus tudo é possível, e que mesmo que as nossas esperanças sejam sempre finitas e limitadas, sabemos que Deus é maior que nós e nossas capacidades", lembra a nota do Secretariado do Arcebispo-mor da Igreja greco-católica ucraniana.

O cardeal Parolin afirmou que a mensagem do Papa é “uma mensagem de proximidade”, e fez votos de que a sua presença "possa dar um pequeno contributo neste sentido", em particular por meio do encontro que realiza "com os representantes das autoridades civis. Esse é o propósito desta visita e estou muito, muito feliz".

"O purpurado chegou à catedral greco-católica vindo de Berdychev, onde, como Legado Pontifício, celebrou a missa conclusiva da peregrinação nacional dos católicos de rito latino. Sua Beatitude Sviatoslav também participou da missa. Anteriormente, no âmbito da sua visita à Ucrânia, o secretário de Estado Vaticano foi a Lviv e Odesa, onde visitou a paróquia de São Miguel Arcanjo da Igreja greco-católica ucraniana", conclui o comunicado. - Fonte: Vatican News

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O pesar do Papa pela morte de Nguyen Phú Trong, ex-presidente do Vietnã

Num telegrama assinado pelo secretário de Estado Vaticano, cardeal Pietro Parolin, o Papa Francisco expressa sua proximidade espiritual à nação que lamenta o falecimento do político que "favoreceu e promoveu positivamente" o desenvolvimento das relações entre o país do sudeste asiático e a Santa Sé.

Vatican News

Ao receber a notícia da morte de Nguyễn Phú Trọng, secretário-geral do Partido Comunista e ex-presidente da República Socialista do Vietnã, o Papa Francisco quis expressar seu pesar e sua proximidade espiritual à nação "neste momento de dor", e em particular à sua família, enviando um telegrama ao chefe de Estado Tô Lâm, assinado pelo secretário de Estado Vaticano, cardeal Pietro Parolin.

O Pontífice recorda o papel desempenhado pelo político "em favorecer e promover positivamente o desenvolvimento das relações entre o Vietnã e a Santa Sé" e assegura suas orações para que Deus conceda "consolo e paz" a quantos choram sua morte. - Fonte: Vatican News

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Cantalamessa completa 90 anos, anúncio da Palavra de Deus é sua prioridade de vida

Pregador da Casa Pontifícia desde 1980, ele é autor de vários livros e é conhecido do público em geral por suas colaborações com vários jornais. Religioso capuchinho, criado cardeal pelo Papa Francisco em 28 de novembro de 2020, optou por não ser ordenado bispo para continuar a usar o hábito franciscano. Ele deixou a docência em 1979 para se dedicar à pregação em tempo integral

Vatican News

O cardeal Raniero Cantalamessa, frade menor capuchinho pregador da Casa Pontifícia há 44 anos, completou 90 anos esta segunda-feira, 22 de julho. O Papa Francisco quis dar-lhe o barrete vermelho, em 28 de novembro de 2020, ele pediu a dispensa da ordenação episcopal para recebê-lo, convencido de que poderia fazer “muito pouco” como pastor ultra octogenário (ele tinha 86 na época do Consistório que o incluiu no Colégio cardinalício), mas que ainda poderia anunciar a Palavra de Deus, com o hábito franciscano, porque queria morrer com o hábito. O rosto e a voz do padre Raniero são bem conhecidos - como ele é geralmente chamado - também por ter divulgado o Evangelho na TV. Inúmeros artigos escritos para vários jornais e inclusive para o “L'Osservatore Romano”, o primeiro datado de 3 de março de 1976. Inúmeras entrevistas concedidas à mídia vaticana, em cujas redes sociais ele também propôs uma semana de reflexões durante a última Quaresma.

O “chamado do Senhor”

Nascido em Colli del Tronto, na província de Ascoli Piceno, na região italiana das Marcas, ele entrou no seminário em 1946 e contou que “ouviu o chamado do Senhor” aos 13 anos de idade, com tanta clareza que nunca duvidou disso. Foi ordenado sacerdote em 19 de outubro de 1958 e iniciou seu ministério na Basílica da Santa Casa de Loreto. Formou-se em Teologia em Freiburg, na Suíça, e em Literatura Clássica na Universidade Católica do Sagrado Coração, em Milão, norte da Itália, para aprofundar seu estudo do Novo Testamento e dos Padres da Igreja. Na mesma universidade, foi professor de História das Origens Cristãs e diretor do Departamento de Ciências Religiosas. De 1975 a 1981, foi membro da Comissão Teológica Internacional e, por doze anos, da delegação católica para o diálogo com as Igrejas Pentecostais.

Pregador da Palavra em tempo integral

Foi em 1979 que o religioso deixou a docência para se dedicar em tempo integral ao ministério da Palavra. João Paulo II o nomeou pregador da Casa Pontifícia em 1980, e ele continua sendo até hoje, confirmado no cargo por Bento XVI em 2005 e pelo Papa Francisco em 2013. Nessa função, ele oferece uma meditação por semana durante o Advento e a Quaresma para a Cúria Romana, na presença do Papa. Ele também é chamado para falar em muitos países do mundo, muitas vezes por irmãos de outras denominações cristãs. É autor de livros acadêmicos escritos como historiador das Origens Cristãs, sobre a Cristologia dos Padres da Igreja, a Páscoa na Igreja primitiva e outros temas, e publicou vários outros textos sobre espiritualidade, fruto de sua pregação na Casa Pontifícia, que foram traduzidos para cerca de 20 idiomas. Desde 2009, o cardeal Cantalamessa vive no eremitério do Amor Misericordioso em Cittaducale, província de Rieti, região do Lácio, com a comunidade de monjas clarissas capuchinhas.

Santo Agostinho entre seus autores favoritos

Entre seus autores cristãos mais aprofundados está Santo Agostinho. Em 2019, comentando o tema escolhido para as pregações da Quaresma, “Retorne a si mesmo”, inspirado na experiência do bispo de Hipona, ele explicou à mídia vaticana que, para se colocar “nos passos de Deus”, para se tornar consciente d’Ele, é preciso entrar no próprio coração. “Como Agostinho nos diz, se não voltarmos para dentro de nós mesmos, se não nos retirarmos um pouco da exterioridade, do barulho, não poderemos encontrar o Deus vivo”. - Fonte: Vatican News

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Cardeal Tempesta: Círio de Nazaré na Arquidiocese do Rio de Janeiro

De 18 a 21 de julho de 2024, a Arquidiocese do Rio de Janeiro recebeu a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, promovendo o Círio de Nazaré com o tema "Perseverar na oração com Maria, Mãe de Jesus". O evento, descrito pelo Cardeal Orani João Tempesta, destacou-se pela mobilização dos fiéis e pela realização de diversas missas e visitas em vários locais da cidade.

Cardeal Orani João Tempesta, O. Cist. - Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

Entre os dias 18 a 21 de julho de 2024, recebemos uma visita muito importante em nossa arquidiocese, que é a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré. Aconteceu em nossa Arquidiocese do Rio de Janeiro o Círio de Nazaré, muito conhecido em Belém do Pará e que acontece no mês de outubro. Em nossa arquidiocese, o Círio não tem a mesma proporção do que em Belém do Pará, mas quer mobilizar cada fiel a ir ao encontro da Mãe de Jesus. É ocasião de uma missão popular ao iniciar o segundo semestre.

Onde a Mãe de Jesus aparece, Ela traz consigo o seu Filho Jesus, Ela traz a paz que vem de Deus e o desejo de que todos os fiéis acorram a Ela e ao seu Filho. Ela traz consigo os desejos de Deus para que Humanidade retome o bom caminho e se converta. Ela faz do mesmo modo que nas Bodas de Caná da Galileia, pedindo que “façamos tudo aquilo que Jesus disser”.

Quando Nossa Senhora vem, Ela traz a paz, e onde está o conflito ou a guerra reina a paz e a concórdia. É uma graça muito grande receber a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré em nossa arquidiocese. Foram belas e comovidas peregrinações nestes dias que ora encerramos.

O Círio de Nazaré é uma forma de todos nós expressarmos a nossa fé, em Deus por intercessão de Nossa Senhora. Foi o momento para evangelizar as ruas do bairro, os morros de nossa cidade e comunidades. O Círio é missionário, pois vamos ao encontro das pessoas com Nossa Senhora e onde a Mãe está, também está o Filho. A missão é justamente ir ao encontro do outro e com isso muitos corações são tocados.

Ao longo dos dias do Círio de Nazaré, muitas pessoas são tocadas e se emocionam ao ver a imagem de Nossa Senhora de Nazaré. Nesses dias em que a imagem de Nossa Senhora de Nazaré ficou em nossa arquidiocese, pedimos paz e proteção para nossa cidade, nossa família, peçamos saúde e emprego.

O tema do Círio de Nazaré deste ano de 2024 é: “Perseverar na oração com Maria, Mãe de Jesus”. Estamos no Ano Santo da Oração, preparando-nos para o ano jubilar da esperança no próximo ano. O tema deste ano, portanto, tem tudo a ver com aquilo que estamos celebrando. Somos convidados a caminhar na “escola de Maria” e aprender com Ela a rezar a Deus de maneira correta. Devemos rezar e não desanimar, mas perseverar até a graça acontecer. Dirijamos o nosso pedido a Mãe, que o Filho atende.

A programação teve início na quinta-feira, dia 18 de julho, com a missa no 3º Comar (comando da Aeronáutica), junto ao Aeroporto de Santos Dumont, no Centro. Às 11h, a imagem visitou o Convento de Santo Antônio, no Largo da Carioca. Às 14h, a Capela Nossa Senhora de Nazaré, no Cacuia, na Ilha do Governador. Às 17h30, a imagem visitou a Capela Nossa Senhora de Nazaré, no Camorim. Por fim, às 20h, a imagem visitou pela primeira vez a Capela Nossa Senhora de Nazaré, na Vila Paciência.

Na sexta-feira, dia 19 de julho, às 10h30, a imagem visitou o Educandário Nossa Senhora de Nazaré, no Catumbi. Às 11h30, aconteceu  comovente visita ao Hospital do Câncer II (Inca), em Santo Cristo. Às 13h, a imagem esteve na Catedral de São Sebastião, no Centro, para um tempo de oração com o povo. Às 15h30, a imagem foi de barca para a Ilha de Paquetá. Às 17h, missa na Paróquia Bom Jesus do Monte, em Paquetá, retornando na barca das 19h30.

No sábado, dia 20 de julho, a programação começou logo cedo com a reza do Santo Terço na Basílica Santuário de São Sebastião, na Tijuca. Às 9h, aconteceu a missa “O Rio Celebra”, com transmissão pela RedeVida, no Santuário São Sebastião, na Tijuca. Às 10h30, a imagem visitou a Paróquia São Paulo Apóstolo, em Copacabana. Às 11h30, a imagem visitou o Centro de Tradições Nordestinas, em São Cristóvão. Às 14h, aconteceu a visita à Paróquia Jesus de Nazaré, na Maré. Às 15h30, aconteceu um momento muito importante e marcante para todos os fiéis, que é o MiniCírio, à semelhança daquilo que acontece em Belém do Pará. A concentração foi no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, e houve missa na Paróquia Nossa Senhora de Nazaré e Santos Mártires Ugandeses, em Acari. Para concluir o sábado, tivemos outro momento marcante: a missa seguida de uma vigília que aconteceu, às 19h, na Paróquia Nossa Senhora de Nazaré, em Anchieta.

No último dia de visita da imagem peregrina, no domingo, dia 21 de julho, às 8h, aconteceu missa da TV Brasil, na Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, no bairro da Glória. Às 9h30, missa campal na Paróquia São Tiago, em Inhaúma. Por fim, às 11h, foi realizada missa na Paróquia Nossa Senhora da Esperança, em Botafogo. Após esta atividade, encerrou-se o Círio 2024 na Arquidiocese do Rio de Janeiro com a imagem voltando ao aeroporto.

Agradeçamos a oportunidade do Círio de Nazaré em nossa arquidiocese neste ano. Com certeza, muitas graças foram e serão alcançadas, pois quem pede a Mãe o Filho atende.

Que Nossa Senhora de Nazaré, a Mãe de Jesus, proteja todas as pessoas que vivem ou estejam de passagem em nossa cidade do Rio de Janeiro, e que a bênção da Mãe chegue a todo o Brasil.

Fonte: Vatican News

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Chile. Jornada Nacional da Juventude: encontro da identidade católica aberto a todos

Aprovada pela assembleia plenária dos bispos no início de 2023 e anunciada oficialmente em setembro do mesmo ano, a JNJ será realizada de 21 a 26 de janeiro de 2025, na Arquidiocese de La Serena, vinculando o evento ao Jubileu convocado pelo Papa Francisco para 2025. O site apresenta a JNJ como “um encontro da identidade católica, aberto a todos, uma peregrinação, um festival da juventude e um momento relevante de evangelização para os jovens”

Vatican News

Milhares de jovens de todo o país se encontrarão acompanhados de seus pastores, assistentes e animadores que atuam nos diversos ambientes da pastoral juvenil, por ocasião da Jornada Nacional da Juventude (JNJ).

Aprovada pela assembleia plenária dos bispos no início de 2023 e anunciada oficialmente em setembro do mesmo ano, a JNJ será realizada de 21 a 26 de janeiro de 2025, na Arquidiocese de La Serena, vinculando o evento ao Jubileu convocado pelo Papa Francisco para 2025. Faltando seis meses para o evento, a Comissão encarregada de organizar o JNJ se reuniu no local, 500 quilômetros ao norte da capital, para avaliar os preparativos.

Jovens por uma sociedade mais justa e solidária

O site apresenta a JNJ como “um encontro da identidade católica, aberto a todos, uma peregrinação, um festival da juventude e um momento relevante de evangelização para os jovens”.

“Também quer ser um convite para que essa geração de jovens se engaje na construção de uma sociedade mais justa e solidária, encontrando os rostos sofridos da diocese, para incentivá-los a transformar essa realidade”. 

Uma valiosa oportunidade de encontro

Sob o lema “Jovens peregrinos da esperança”, as atividades culturais e artísticas abertas à cidade serão realizadas em ambientes especialmente habilitados. Estão planejadas celebrações litúrgicas de abertura, vigílias de oração e celebrações eucarísticas.

O contato com famílias, instituições e comunidades paroquiais que acolherão os jovens peregrinos também é considerado muito importante, como uma valiosa oportunidade de encontro.

(com Fides)

Fonte: Vatican News

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Haiti: uma missão da ONU para reavivar a esperança

Um mês após o início do governo de transição encarregado por conduzir o país rumo às eleições de 2026, os primeiros soldados da força internacional da ONU sob o comando queniano estão sendo destacados para o Haiti. A sua presença já fez com que os gangues recuassem, mas a violência persiste. O testemunho do padre Claudy Duclervil, diretor da Rádio Télé Soleil de Porto Príncipe.

Jean-Charles Putzolu – Cidade do Vaticano

No Haiti, o primeiro trimestre de 2024 foi o mais violento registado pelas Nações Unidas desde 2022. Mais de 2.000 pessoas foram mortas desde o início do ano. No país mais pobre do continente americano, 5 milhões de pessoas, ou metade da população, estão diretamente ameaçadas pela insegurança alimentar. O país mergulhou em uma crise profunda desde o assassinato do seu presidente Jovenel Moise, em julho de 2021. Desde então, o vazio de poder favoreceu o ressurgimento de gangues, que continuam a agravar a situação.

O Haiti já não é notícia e, no entanto, desde a demissão do primeiro-ministro Ariel Henry, o que era fortemente exigido pelos gangues, o contexto mudou muito pouco.

Em 12 de junho, um novo primeiro-ministro, Garry Conille, foi encarregado de formar um governo de transição que terá a missão de restaurar as instituições e organizar eleições antes de fevereiro de 2026.

Este primeiro passo para a estabilização do país coincide com o envio da Missão da ONU. Um primeiro contingente de 400 soldados quenianos já está em Porto Príncipe. Esta força internacional, comandada pelo Quênia, deve prestar apoio às forças de segurança haitianas para pacificar o país.

O seguinte testemunho é o de um sacerdote haitiano. Padre Claudy Duclervil, diretor da Rádio Télé Soleil em Porto Príncipe, fala sobre a violência das gangues e a esperança ligada à chegada da Missão de Apoio das Nações Unidas atualmente em fase de implantação em seu país.

Padre Claudy Duclervil, que descrição o senhor poderia dar hoje da situação Porto Príncipe? As gangues parecem ter parado de lutar entre si para formar um bloco unido contra o governo. O que eles estão exigindo?

Ninguém sabe o que estão pedindo. Um dia dizem uma coisa, no dia seguinte dizem outra. Mas, por enquanto, a situação não é tranquila. Em Porto Príncipe, com a chegada das tropas estrangeiras, que começaram a reconquistar terreno, as gangues estão recuando um pouco, mas há certas áreas onde as gangues ainda fazem valer a sua lei e muitas pessoas tiveram que sair de casa, abandonando tudo, alguns morando na rua. Aqueles que têm amigos ou vizinhos que possam acomodá-los irão morar com eles. Mas a grande maioria vive nas ruas. Na cidade velha de Porto Príncipe, capital, centro administrativo e político, praticamente não há mais vida. As gangues arrasaram quase tudo.

Mas concretamente, no dia a dia, no seu quotidiano, isso significa que é difícil até mesmo se deslocar, por exemplo, para ir de casa ao trabalho?

Onde moro é um pouco mais tranquilo. As gangues não conseguiram chegar, embora de vez em quando exista alguma incursão de alguns membros das gangues, mas não se estabelecem. Moro entre Delmas e Pichon e de onde moro, para ir à Rádio Télé Soleil, leva apenas cinco minutos. Então para mim é fácil, mas a cidade está praticamente cercada. Não podemos percorrer dez ou quinze quilômetros, porque as gangues ocupam as principais artérias da capital.

Nas últimas semanas, fala-se muito menos sobre o Haiti. Mas, como o senhor disse, a situação não é nada pacífica. Essas gangues estão muito bem armadas. Mas como eles conseguem essas armas?

Essa é a grande questão, e você sabe disso tão bem quanto eu: conseguir armas é difícil. Você não entra em uma loja ou supermercado como se fosse comprar pão. São armas automáticas, armas de guerra que eles têm nas mãos. Existem certas pessoas, certos grupos que ajudam as gangues a obter essas armas.

Grupos de dentro ou de fora do país?

De acordo com algumas pesquisas, há pessoas no âmbito interno que armam gangues. Em nível internacional, as armas vêm de fora. Em todo caso, existe cumplicidade entre certas pessoas que vivem aqui e outras pessoas que vivem fora do país.

Quais são os objetivos almejados por quem arma as gangues?

Criar o caos. Porque quando não há estabilidade, muitas coisas se tornam possíveis. Quem trafica órgãos, por exemplo, lucra com isso; os traficantes de drogas também se beneficiam. Quando não há segurança, quando não há estabilidade, quando nada é controlado, as pessoas de má-fé fazem cumprir a sua lei.

Recentemente, o primeiro-ministro Garry Conille fez um apelo às gangues para que depusessem as armas. Seu chamado pode ser ouvido? Ele tem meios para se fazer ouvir?

Essa declaração provocou muita polêmica na sociedade. Porque as pessoas que foram vítimas, ou cujos entes queridos foram vítimas, não querem ouvir falar de depor as armas. A população exige uma coisa: neutralizar as gangues do país. Que garantia teremos de que eles deporão todas as suas armas? Não há certeza. Quando você não tem certeza, você tem que ir até o fim. Porque durante três anos, eles fizeram reinar a sua lei. Eles foram impiedosos com a população e às vezes nos perguntamos até que fim. O que eles querem? Porque somos todos haitianos.

Vimo-los também atacar membros da Igreja e civis, nomeadamente com sequestros para obter resgate. A Igreja também foi vítima destes sequestros.

Padres, religiosas e leigos foram sequestrados e, em alguns casos, certas famílias tiveram que pagar grandes somas para a libertação dos seus entes queridos. É uma situação traumática, quase insuportável, insuportável. Há 2 ou 3 meses as coisas se acalmaram um pouco, depois a violência recomeçou nos últimos dez dias, sabendo-se que a força multinacional começa a ser mobilizada. Não sei se é para assustar a população, mas agora eles não querem que as pessoas que vivem em bairros desfavorecidos saiam dos seus bairros. Eles as usarão como escudos humanos, porque sabem muito bem que haverá operações para expulsá-los de onde estão. Então a violência recomeçou.

Os primeiros contingentes quenianos desta força internacional já chegaram ao país. O senhor já sente o impacto de sua presença?

No centro da cidade, sim. Alguns bairros foram retomados e algumas áreas também, como o hospital geral, o maior hospital do país onde as gangues haviam instalado a sua sede. A força multinacional desalojou-os. E é assim em boa parte do centro da cidade também. A polícia tornou-se muito mais presente e isso começa por dar um pouco de esperança à população.

Que instituições continuam a funcionar hoje, por exemplo, polícia, exército, educação, saúde? Em que estado se encontra o tecido social?

Eu tenho que fazer uma pequena diferenciação. A situação está se deteriorando em Porto Príncipe e em algumas áreas das províncias. Mas para a grande maioria das pessoas que vivem noutros departamentos, as instituições funcionam. É em Porto Príncipe e em algumas cidades do departamento de Artibonite que a presença de grupos armados é mais notável. Em outros lugares, a escola está funcionando, as pessoas podem continuar suas atividades normalmente.

Quais são as perspectivas a médio prazo, digamos, até ao final do ano? O que podemos esperar?

A grande esperança é que as pessoas consigam cuidar da sua vida até ao final do ano e recuperem a esperança. O povo haitiano é um povo que sabe lutar, que viveu situações difíceis ao longo da sua existência. Vivemos situações extremamente difíceis e complicadas, mas sempre nos recuperamos. Então esperamos superar isso.

Vimos que durante estes períodos de violência, várias paróquias tiveram que fechar suas portas para proteger os fiéis. Isso ainda acontece? Como a Igreja proclama o Evangelho neste contexto?

Mesmo que soprem ventos maus, devemos proclamar o Evangelho. Os padres que vivem em bairros extremamente difíceis, ocupados por gangues, ficam na sua paróquia. Eles não abandonam os seus paroquianos. Aqueles que foram sequestrados e posteriormente libertados estão em sua paróquia para continuar evangelizando. Portanto, mesmo que seja difícil, o sacerdote não deve ter medo de anunciar o Evangelho. É nestas condições que devemos anunciar o Evangelho e que devemos dizer às pessoas que, o que as gangues estão fazendo, não é bom.

Fonte: Vatican News

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Oito refugiados participarão dos Jogos Paralímpicos de Paris

Oito atletas refugiados participarão dos Jogos Paralímpicos que serão realizados na França, de 28 de agosto a 8 de setembro. Eles competirão em seis modalidades paraolímpicas, incluindo atletismo, levantamento de peso e esgrima.

Giampaolo Mattei - Cidade do Vaticano

A 37 dias da abertura dos Jogos Paralímpicos de Paris – marcados para 28 de agosto – o Comitê Paralímpico Internacional anunciou os nomes dos oito atletas que farão parte da equipe de refugiados. Foram apenas dois no Rio de Janeiro em 2016 e seis em Tóquio em 2021. Com 36 atletas na equipe olímpica, um total de 45 refugiados competirão nos Jogos.

Representando mais de 100 milhões de refugiados e todas as pessoas com deficiência, os atletas paraolímpicos vêm do Afeganistão, Síria, Irã, Colômbia e Camarões. Eles foram acolhidos na Alemanha, Áustria, França, Reino Unido, Grécia e Itália. Eles competirão em seis modalidades paraolímpicas: atletismo, levantamento de peso, tênis de mesa, taekwondo, triatlo e esgrima. O chefe de missão da equipe é Nyasha Mharakurwa, uma tenista cadeirante que representou o Zimbábue nos Jogos de Londres de 2012.

Perseverança e determinação inacreditáveis 

Para Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional, embora “todos os atletas paralímpicos demonstrem uma resiliência incrível, as histórias de refugiados que sobreviveram à guerra e à perseguição são extraordinárias”. É um fato, acrescenta Andrew Pearsons, que “hoje, muitas pessoas deslocadas à força vivem em condições terríveis. Estes atletas demonstraram inacreditável perseverança e determinação para chegar aos Jogos de Paris 2024 e dar esperança a todos os refugiados, enquanto a Equipe Paraolímpica de Refugiados destaca os efeitos benéficos do desporto na vida e nas sociedades.

Filippo Grandi, alto comissário da Agência da ONU para Refugiados, que monitoriza de perto a equipe, afirmou:

Pelos terceiros Jogos Paraolímpicos consecutivos, uma equipe de atletas refugiados determinados e inspirados mostrará ao mundo o que podem realizar se tiverem oportunidade. Os refugiados podem prosperar quando lhes é dada a oportunidade de usar e mostrar as suas competências e talentos, seja no desporto ou em muitas outras áreas da vida. O desporto é essencial para o seu bem-estar mental e físico, bem como para a sua inclusão e integração nas comunidades que os acolhem.

Mulheres e homens de paz segundo o Papa Francisco 

O desporto do ponto de vista dos atletas refugiados com deficiência é muito caro ao Papa Francisco. No prefácio do livro 'Giochi di pace. L'anima delle Olimpiadi e delle Paralimpiadi' ("Jogos de paz, a alma dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos"), publicado pela Livraria Editoria Vaticano por iniciativa da Athletica Vaticana, o Papa encoraja precisamente esta experiência desportiva inclusiva: “Penso nos atletas com deficiência. Sempre fico impressionado vendo suas performances e ouvindo suas palavras. O objetivo do movimento paralímpico não é apenas celebrar um grande evento, mas demonstrar o que as pessoas – feridas pela vida – conseguem fazer quando têm condições de fazê-lo. E se isto se aplica ao desporto, também deve aplicar-se à vida quotidiana.

O Papa acrescenta no prefácio: “Penso nos atletas refugiados que contam as suas histórias de mudança, de esperança (...). Não são “apenas” desportistas e desportistas. São mulheres e homens de paz, protagonistas de uma esperança tenaz e da capacidade de se levantar depois de um momento difícil."

Em Giochi di pace há também o testemunho de Ibrahim Al Hussein, sírio, que participará pela terceira vez dos Jogos Paralímpicos na seleção de refugiados - foi porta-bandeira nos jogos de 2016 no Rio de Janeiro - passando da natação para a triatlo (e que confidencia que juntar o dinheiro necessário para adquirir “o equipamento para competir na modalidade triatlo” não é uma tarefa fácil).

Ele diz no livro: em 2012, “eu corria em direção a um futuro melhor – nasci em 1988 em Deir el-Zor, na Síria – quando um amigo foi atingido por um atirador. Ele estava no chão e gritando. Eu sabia que se fosse em seu auxílio eu também poderia ser atingido. Mas eu nunca teria me perdoado por deixá-lo no chão. Alguns segundos depois, uma bomba explodiu perto de mim. Perdi a parte inferior da perna direita e a esquerda também foi afetada."

Ibrahim era um excelente nadador, mas na tragédia da guerra e com a amputação de uma perna, a sua paixão pelo desporto parece ter desaparecido:

Consegui chegar a Istambul e lá conheci pessoas generosas que me deram uma prótese que não era muito funcional, mas era melhor que nada: tinha que repará-la a cada 300 metros. Então, na noite de 27 de fevereiro de 2014 — foi o dia em que minha “segunda vida” começou — atravessei o Mar Egeu num bote de borracha até a Ilha de Samos, na Grécia.

Pessoas generosas lhe ofereceram trabalho e lhe deram uma prótese de verdade. E Ibrahim voltou a nadar para recuperar a vida, acabando por se classificar para os Jogos Paraolímpicos de 2016.

Dois afegãos e três iranianos 

Zakia Khudadadi – a única mulher da equipa – já participou nos Jogos de Tóquio em 2021, depois de ter fugido do Afeganistão de forma inacreditável na sequência da “proibição olímpica” imposta pelos talibãs. Hoje mora em Paris e conquistou o Campeonato Europeu de Taekwondo de 2023 (categoria 47 kg), dedicando sua vitória às mulheres de seu país.

Hadi Hassanzada, outro afegão da equipe, viveu a tragédia de ser deslocado diversas vezes em busca de uma vida melhor, e enfrentou situações difíceis nas rotas de refugiados pela Turquia. Ele agora mora na Áustria. Apesar da amputação do braço direito, o taekwondo ajuda-o a “transformar dificuldades em oportunidades”.

Três iranianos que vivem na Alemanha viajarão para os Jogos Paraolímpicos de Paris 2024. Salman Abbariki participa dos Jogos Paraolímpicos pela segunda vez, depois de competir no arremesso de peso em Londres em 2012. Hadi Darvish passou dois anos de sua vida como refugiado. acampará com sua esposa e filhos e competirá como levantador de peso. Por fim, Sayed Amir Hossein Pour estará entre os competidores do tênis de mesa.

Um camaronês com deficiência visual 

O camaronês Guillaume Junior Atangana, velocista com deficiência visual residente no Reino Unido, correrá com o seu guia e concidadão Donard Ndim Nyamjua, também refugiado, nas provas de 100 e 400 metros. Ele ficou em quarto lugar nos Jogos de Tóquio, perdendo por pouco a medalha dos 400 metros. Em junho passado, durante o Grande Prêmio de Paraatletismo de Nottwil, ele ficou em primeiro lugar nos 400 metros e em segundo nos 100 metros.

Por fim, o esgrimista Amelio Castro Grueso, de origem colombiana mas residente em Itália, pode se beneficiar de um treino de alto nível em Roma com Daniele Pantoni, treinador do clube desportivo da polícia nacional.

Fonte: Vatican News

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Missionária do Kivu do Norte: não sabemos o que acontecerá amanhã

Há muito tempo, os voluntários humanitários foram dispensados, enquanto as missionárias permanecem porque as pessoas necessitam delas. "Partiremos apenas com aqueles que temos sob nossos cuidados", afirmou a irmã Agnieszka Gugała. A missionária polonesa trabalha no Kivu do Norte, onde há quase três décadas ocorre uma das guerras mais sangrentas da África.

Beata Zajączkowska – Cidade do Vaticano

A irmã Agnieszka foi para a África há 20 anos. Como ela recorda, percebeu sua vocação missionária ainda no ensino médio. "Pode-se dizer que foram as missões que me conduziram à Congregação das Irmãs dos Anjos", confessou. Nos primeiros anos de sua vida religiosa, trabalhou ensinando catequese nas escolas, cuidando de crianças e jovens. Recebeu permissão para ir à África após os votos perpétuos. Primeiro foi para Ruanda, depois veio a vez da República Democrática do Congo. Há uma década, ela gerencia um hospital e um centro nutricional para crianças no vilarejo de Ntamugenga. A missionária brinca dizendo ser o homem da casa: suas ocupações vão desde a compra de torneiras, sabonetes e medicamentos, pagamento dos funcionários, reparo do telhado, até a busca de panelas e colchões para os refugiados, além das arriscadas viagens a Goma, a única cidade da região onde pode adquirir os medicamentos necessários, alimentos e leite para as crianças que perderam suas mães. Durante essas expedições, é preciso passar por vários postos de controle que estão nas mãos dos rebeldes. Em quase todos, precisa negociar para poder seguir com sua missão.

Matérias-primas ensanguentadas

Os anos de trabalho da irmã Agnieszka no Kivu do Norte são marcados por sucessivos conflitos que, embora enfraqueçam, nunca terminam. "Enquanto as crianças forem testemunhas de crimes e tiverem que interromper os estudos, não haverá paz neste país", declarou a missionária, que tem o futuro dos pequenos no coração. A região está desestabilizada por mais de uma centena de grupos diferentes que buscam controlar os depósitos de cobalto, coltan e nióbio, necessários para a produção de telefones celulares. Esses minerais são mais valiosos que ouro e diamantes, que os rebeldes também saqueiam. A população civil é a que mais sofre, não vendo nem mesmo as migalhas dessas riquezas que sua terra esconde. As pessoas são forçadas a abandonar suas casas e campos devido à violência. Há mais de 5,6 milhões de deslocados internos no Congo.

A missão de paz das Nações Unidas, cujo custo anual supera a renda nacional de todo o Congo, não consegue mudar a situação. Os missionários não interferem na política, mas tentam enfrentar a poderosa crise humanitária que destrói o Kivu do Norte. "Todos os dias as pessoas morrem de fome e de doenças comuns. Nossa presença dá encorajamento às pessoas e garante sua segurança. Eles nos chamam de ‘nossas irmãs’, o que significa que estamos muito próximas deles", contou a irmã Agnieszka.

Frágil em sua aparência física, nas atuais condições de guerra, a religiosa é o ponto de referência para milhares de pessoas necessitadas. Ela é corajosamente apoiada por duas irmãs do Ruanda e do Congo. "Vivemos apenas pela Providência de Deus; as bombas caíam ao redor do nosso mosteiro, poucos metros de diferença e estaríamos mortas. Trouxeram-nos os feridos, as paredes estavam vermelhas de sangue", relatou ao contar sobre um dos confrontos na região.

"Outros refugiados chegaram à missão e o hospital gerido pelas irmãs estava lotado, tentando atender 5.000 pacientes, muitos dos quais feridos. Atualmente, a frente de batalha se afastou da missão, mas a situação ainda é muito turbulenta".

O mosteiro como local de refúgio

As missionárias são um ponto de referência, especialmente para as mulheres com crianças que, ao primeiro sinal de perigo, se refugiam em seu mosteiro. Quando o cenário está mais calmo, a irmã Agnieszka abastece seus recursos e busca obter o máximo de ajuda possível do exterior. Sua antecipação frequentemente salvou vidas. "Em circunstâncias normais, obter assistência médica beira o milagroso; quando a situação piora, torna-se impossível", afirmou a missionária. As Irmãs dos Anjos mantêm um ponto de alimentação que, apesar do conflito, opera ininterruptamente. "Quase metade das crianças menores de cinco anos nesta região sofre de desnutrição crônica. A tuberculose e a malária permanecem um grande desafio. Esta última é a doença que mais mata por aqui" – confidenciou a irmã Agnieszka.

Quando questionada sobre os sonhos das missionárias, como muitos habitantes da região, ela repete: "paz duradoura. Esta terra é fértil e as pessoas poderiam viver aqui com segurança e dignidade", declarou a religiosa. No entanto, como se os infortúnios sofridos até agora não fossem suficientes, jihadistas ligados ao chamado Estado Islâmico, vindos da vizinha Uganda, estão começando a se fazer presentes na região. Multiplicam-se as notícias de massacres de pessoas indefesas e estupros de mulheres e crianças. A missionária lembra o apelo do Papa Francisco para tirar as mãos da África. E enfatiza que a visita do Papa ao Congo foi uma oportunidade para lançar luz sobre este canto esquecido do mundo e direcionar ajuda humanitária tão necessária. Junto com outras Irmãs dos Anjos, ela pede orações para que tenham força e saúde para continuar sua missão.

Fonte: Vatican News

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JMJ 2023: Papa agradece a 6 mil trabalhadores da Câmara de Lisboa, que ajudaram cidade a ser «capital do mundo e do futuro»

Por Natalia Zimbrão

O papa Francisco enviou seis mil medalhas de agradecimento a trabalhadores da Câmara Municipal de Lisboa, Portugal, pelo trabalho feito durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em agosto do ano passado. As medalhas foram entregues ontem (22), simbolicamente, a alguns representantes, em cerimônia pública, na Praça do Município.

A JMJ Lisboa 2023 aconteceu de 1º a 6 de agosto de 2023, com o tema “Maria levantou-se e partiu apressadamente”. O evento reuniu mais de 1,5 milhão de pessoas na vigília e na missa de encerramento com o papa Francisco, no Parque Tejo.

Durante o evento de ontem, o núncio apostólico em Portugal, dom Ivo Scapolo, leu uma mensagem do papa reconhecendo o empenho dos trabalhadores da Câmara de Lisboa, que “conseguiram preparar a cidade para receber a luz daqueles jovens, que, nos inícios de agosto do ano passado, fizeram de Lisboa a capital do mundo e do futuro”.

O patriarca de Lisboa, dom Rui Valério, disse que, no século XXI, “o sonho, o encontro e a paz experimentados durante a JMJ de Lisboa, se tornam um património para toda a humanidade”.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, agradeceu pelo gesto do papa Francisco e destacou o “legado” que a JMJ deixou para Lisboa. “Eu penso que não vai haver, pelo menos na minha vida, um acontecimento como este em Lisboa, com um milhão e meio de pessoas e, portanto, era um momento de agradecer, um momento de agradecer a todos os trabalhadores e as trabalhadoras da Câmara que trabalharam tanto dia e noite para que acontecesse”, disse.

Projetos para os jovens

Moedas destacou que a JMJ gerou “mais de 290 milhões em retorno econômico, com 10 mil empregos na cidade”, além do “lucro da venda desses bilhetes que a Fundação JMJ disse no passado e que eu tenho a certeza que acontecerá, que será a aplicação desse lucro para projetos na área de Lisboa”.

“Nós temos muitas e boas ideias, ideias de projetos para jovens”, disse o presidente da Câmara Municipal. Ele ressaltou que “é uma decisão que tem de ser tomada, estudada, mas sobretudo conversada entre as partes, mas a decisão não é, obviamente, da Câmara Municipal, é da Fundação JMJ”.

Segundo as contas apresentadas pela Fundação JMJ Lisboa 2023 referentes à organização da jornada, houve um saldo positivo de 35,37 milhões €.

O bispo auxiliar de Lisboa, dom Alexandre Palma, presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, disse aos jornalistas no final da cerimônia que, “o que a Fundação vai querer fazer é retribuir”. “Vamos querer retribuir não no curto prazo, não vamos querer retribuir no médio prazo, mas vamos querer retribuir no longo prazo. Para isso, temos que usar bem um dos bens das jornadas, geri-lo com muito rigor, com muita transparência, com muita responsabilidade, para podermos ir distribuindo ao longo de muitos anos”.

Dom palma destacou que o dinheiro não foi o “único bem que ficou na Fundação”. “O capital que queremos multiplicar e distribuir não é apenas monetário, é também simbólico, é paixão, é tal protagonismo dos jovens que queremos fazer”.

Fonte: ACIDigital

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Do dia 22/7/2024

Encontro do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil reflete implicações do Ato de Reconhecimento Mútuo do Batismo

Nos dias 17 e 18 de julho de 2024, o Instituto Salette em Curitiba sediou um importante evento para as igrejas-membro do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC). Coordenado pela Comissão Teológica do CONIC, o “Encontro Itinerários Dialógicos – Conversas sobre as Implicações do Documento Ato do Reconhecimento Mútuo da Administração do Sacramento do Batismo entre Igrejas-Membros do CONIC” reuniu representações das igrejas-membro para discutir e refletir sobre os desafios e possibilidades do reconhecimento mútuo do batismo.

O documento (clique aqui para ler), originalmente assinado em 15 de novembro de 2007 em São Paulo, visa promover a unidade e a cooperação entre as igrejas-membro, reconhecendo a validade dos batismos administrados por cada uma delas. Contudo, a baixa efetividade deste reconhecimento tem gerado frustrações.

Os membros do Grupo de Reflexão para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso (GREDIRE) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também estiveram presentes no encontro, entre eles o arcebispo de Passo Fundo, dom Rodolfo Weber; o assessor da Comissão para o Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso da CNBB, padre Marcus Babosa; a irmã Raquel Colet, da Companhia das Filhas da Caridade; o padre Volnei Carlos, do clero da arquidiocese de Curitiba; e o padre Elias Wolff, membro da Comissão Teológica do CONIC.

Dom Rodolfo Weber avaliou o encontro como positivo e salientou o clima de diálogo aberto e respeitoso.

    “A partilha sobre os fundamentos teológicos do Sacramento do Batismo permitiu aprofundar a compreensão desta ponte que une os cristãos. Como também foi importante partilhar as diferentes orientações pastorais para administrar o sacramento do batismo nas Igrejas membro do CONIC. Existem normas diferentes sobre os padrinhos e testemunhas do batismo nas Igrejas que precisam ser respeitadas. E uma das formas mais respeitosas de fazer isto é torná-las conhecidas pelas Igrejas”, afirmou.

Padre Marcus Barbosa enfatizou que o encontro, sob a coordenação do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, expressa um importante passo dado pelo movimento ecumênico no Brasil.

    “Nos dias que estivemos juntos, ao rezarmos e refletirmos sobre o documento, nos sentimos fortemente comprometidos a torná-lo mais conhecido e vivido pelas nossas igrejas. O reconhecimento mútuo do Sacramento do Batismo entre as Igrejas-Membro do CONIC concretiza o nosso seguimento de Jesus Cristo e nos faz avançar na caminhada em prol da unidade cristã”, disse.

Resgate Histórico e Trabalho em Grupo

No encontro foi dedicado a um resgate histórico do Ato de Reconhecimento Mútuo do Batismo e suas implicações na vida comunitária. Foi destacado que, já em 1979, as igrejas Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Católica Apostólica Romana e Episcopal Anglicana do Brasil haviam firmado um documento semelhante. Além disso, o documento Batismo, Eucaristia e Ministério (BEM), elaborado em 1982 pelo Conselho Mundial de Igrejas, antecedeu e inspirou o Ato de 2007.

Os participantes foram divididos em grupos para trocar experiências sobre como o Ato de Reconhecimento Mútuo do Batismo contribuiu para o aprofundamento da vivência ecumênica e identificar situações em que o ato não foi plenamente considerado. As discussões revelaram que muitos conflitos ocorrem devido ao desconhecimento das teologias e doutrinas das outras igrejas.

Irmã Raquel Colet, membro do Gredire, destacou que o encontro possibilitou o fortalecimento da convicção e dos vínculos entre as pessoas que, em nome de suas igrejas e como expressão de seu amor e pertença a elas, se dispuseram à partilha e aprendizado mútuo.

    “Foi um tempo oportuno de fazer a memória agradecida dos passos dados até aqui nos caminhos do diálogo, ao mesmo tempo em que se buscou tecer horizontes para os resultados alcançados nesse percurso – de modo muito singular, o reconhecimento mútuo do Batismo – continuem a frutificar no testemunho e no serviço de cada comunidade de fé”, disse.

Reflexões e Propostas

“Ao analisarmos os tensionamentos, percebemos que eles não estão relacionados à compreensão doutrinária do batismo, que é a mesma entre as igrejas-membro do CONIC, mas sim a regulamentações específicas de cada igreja”, explicou a pastora Romi Bencke, secretária-geral do CONIC. “É fundamental que o CONIC promova mais espaços de conversa e trocas sobre as histórias e compreensões doutrinárias de suas igrejas-membro”, acrescentou.

Durante o encontro, foi apresentada, lida e aprovada uma Carta Pastoral às igrejas-membro e suas comunidades. Decidiu-se que a carta e o documento do Ato de Reconhecimento Mútuo do Batismo devem ser amplamente divulgados, com o incentivo para a leitura e o estudo dentro das congregações.

Diálogo contínuo e cooperação entre as igrejas-membro

O encontro destacou a importância do diálogo contínuo e da cooperação entre as igrejas-membro do CONIC para superar as dificuldades relacionadas ao reconhecimento mútuo do batismo. Através de discussões abertas e honestas, as igrejas podem fortalecer seus laços e promover a unidade na diversidade, oferecendo um testemunho comum de acolhida, paz e reconciliação para a sociedade brasileira.

Para o padre Elias Wolff, membro da Comissão Teológica do CONIC, o  seminário foi um momento marcante de convivência fraterna, reflexão, partilha da vida das diferentes Igrejas que estão irmanadas pelo mesmo sacramento do Batismo. “Houve ricas trocas de experiências que nos enriquecem mutuamente, e confirmou a unidade já existente na fé batismal, o que cria uma base consistente para o diálogo sobre o que ainda diverge na doutrina cristã”, finalizou.

Fonte: CNBB

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Conselho Indigenista aponta acirramento da violência contra povos indígenas em 2023

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) lançou na segunda-feira, 22 de julho, o relatório “Violência contra os Povos Indígenas no Brasil”, com dados de 2023. O arcebispo de Manaus (AM) e presidente do Conselho, o cardeal dom Leonardo Steiner, acolheu os participantes e agradeceu a Conferência por abrigar o lançamento do relatório e apoiar a causa indígena, como vem fazendo ao longo da história do país.

No início do lançamento, o secretário-executivo do Cimi, Luis Ventura, afirmou que o relatório que o CIMI torna público é mais um grito de denúncia, que pretende dar visibilidade à situações e realidades vividas nos territórios indígenas no Brasil, mas também é anúncio da sua resistência.

 “O relatório é um documento que pretende cobrar e instigar àqueles que têm responsabilidades para que tomem as medidas de forma urgente para enfrentar a violência permanente e estrutural contra os povos indígenas”, disse.

Ele destacou que a realidade é de acirramento e intensificação da violência contra os povos indígenas nos territórios no Brasil, alimentado pela manutenção da Lei 14.701/2023 promulgada pelo Congresso Nacional e pelo impasse ainda existente no âmbito do Supremo Tribunal Federal.

Dados mais alarmantes

O relatório aponta que se mantiveram como líderes em caso de assassinatos de indígenas os estados de Roraima (47), Mato Grosso do Sul (43) e Amazonas (36). Representantes de povos indígenas, membros do Cimi e representantes institucionais participaram do lançamento no auditório dom Helder Câmara, da CNBB em Brasília.

Fonte: CNBB

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9º Encontro Nacional da Pastoral do Turismo: uma peregrinação de esperança em Niterói (RJ)

De 7 a 10 de novembro, a arquidiocese de Niterói, no Rio de Janeiro, será o cenário do 9º Encontro Nacional da Pastoral do Turismo (Pastur). O evento, que reúne agentes de todo o Brasil, além de representantes de Santuários e trade turístico, será um espaço de reflexão sobre o papel do turismo religioso no contexto do Jubileu de 2025, proclamado pelo Papa Francisco como o “Jubileu da Esperança”. 

De acordo com padre Manoel filho, coordenador nacional, este encontro é uma convocação à reflexão sobre como o turismo pode ser um veículo de esperança. Dentro dos propósitos do tema desse ano, um destaque sobre a importância da peregrinação até a Porta Santa, um dos rituais centrais das celebrações jubilares.

    “Estamos nos preparando para celebrar mais um Ano Santo, mais um Jubileu de Nosso Senhor Jesus Cristo. O Papa Francisco, ao proclamar o Jubileu 2025, deu a ele o título de Jubileu da Esperança. Como uma característica fundamental da celebração do jubileu é a peregrinação até a Porta Santa, queremos refletir no 9º Encontro Nacional da Pastoral do Turismo como podemos fazer com que toda atividade turística possa ter o jeito, a dinâmica e espiritualidade de uma peregrinação da esperança”, explica padre Manoel. 

Como o padre destacou, o tema deste ano, “Pastur: De turistas a peregrinos de esperança”, é um convite para transformar o turismo em um ato de fé e renovação espiritual. A Pastur convida todos os seus agentes a se unirem em Niterói para aprofundar essa discussão e encontrar maneiras de evangelizar através do turismo, respeitando a grande realidade cultural do Brasil.

A expectativa é que o encontro traga novas práticas que contribuam para a sustentabilidade do turismo religioso, promovendo uma experiência enriquecedora, tanto para os peregrinos quanto para as comunidades locais.

Para outras informações e inscrições, acesse o link: https://evento.agendacatolica.com/ix-encontro–nacional-da-pastoral-do-turismo

Fonte: CNBB

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Terceira Etapa da Escola de Formadores da CRB Nordeste Reúne 46 Formadores de Diversas Congregações Religiosas

 Por Neusa Santos

A terceira etapa da Escola de Formadores da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) no Nordeste está reunindo 46 formadores, entre homens e mulheres, de diversas Congregações religiosas. O evento, que começou no dia 15 de julho e se estenderá até o dia 5 de agosto, acontece na Regional Bahia e Sergipe, e tem como objetivo principal contribuir para a formação nas etapas iniciais da vida religiosa consagrada.

A escola está sendo acompanhada pelo Irmão Jorge Luiz de Paula, Assessor da CRB Nacional, e é coordenada por uma equipe composta por representantes das regionais do Nordeste. Nesta edição, a coordenação local está sob a responsabilidade da Irmã Clarissa Almeida de Jesus, coordenadora da Regional Bahia e Sergipe e sua equipe.

Ao longo de duas semanas, os participantes têm mergulhado em diversos temas relevantes para a formação das etapas formativas da Vida Religiosa Consagrada. Entre os temas abordados, destaca-se a dedicação de dois dias à temática “Vida Religiosa e as Novas Tecnologias”, conduzida pela Irmã Neusa Santos, Assessora de Comunicação da CRB Nacional. A Irmã Neusa aprofundou a discussão sobre o papel das tecnologias na vida das comunidades religiosas, explorando seus desafios e oportunidades para a evangelização e a comunicação na Vida Religiosa.

A assessora abordou a importância de integrar as novas tecnologias no cotidiano das comunidades religiosas, destacando como elas podem ser ferramentas poderosas para a evangelização e a propagação da fé. Os formadores presentes tiveram a oportunidade de refletir sobre as mudanças tecnológicas e suas implicações na Vida Religiosa, discutindo estratégias para um uso consciente e eficaz desses recursos.

Com um cronograma repleto de atividades teórico e prática, a Escola de Formadores da CRB Nordeste tem se mostrado um espaço de aprendizado, troca de experiências e fortalecimento da missão dos formadores nas congregações.

O encerramento do evento, marcado para o dia 5 de agosto, promete ser um momento de celebração do compromisso dos formadores com a missão de acompanhar e orientar os novos membros da Vida Religiosa Consagrada em suas jornadas formativas. Fonte: CRB

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Importância do voto consciente nas Eleições

Escrito por Laís Silva

Este ano, os brasileiros vão às urnas para eleger prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Em anos eleitorais, é comum surgir debates sobre a importância do voto.

O voto só tem valor se for consciente, ou seja, se cada pessoa entender a situação atual do país e do município, os problemas de desigualdade, economia, e outros temas que afetam a população diariamente.

Pensando nisso, fizemos uma parceria com a Editora Ideias & Letras para apresentar semanalmente livros que abordam temas importantes e ajudam a formar uma visão crítica, especialmente na hora de escolher políticos. 

O primeiro livro da série é “Declínio da Vida em Sociedade e o Brasil no Início do Século XXI” de Marcio Pochmann, economista, pesquisador, professor e presidente do IBGE. A obra oferece uma análise das mudanças sociais, econômicas e políticas que o Brasil enfrentou nas últimas décadas, ajudando o leitor a entender o contexto atual do país, cheio de desafios.

 Pochmann explora como a aceleração do tempo histórico e as mudanças econômicas afetam a estrutura social e política do Brasil. Ele também aborda a era digital, suas implicações e desigualdades, como a exclusão digital e o acesso à tecnologia, que moldam o mercado de trabalho e as condições de emprego.

O autor discute a nova natureza do subdesenvolvimento e da dependência externa, temas ainda relevantes para o Brasil na globalização. Além disso, examina as condições atuais do ciclo político brasileiro.

Outro ponto abordado é a relação entre capital e trabalho, que está em constante mudança, com o aumento do trabalho informal e a precarização das condições de emprego. Politicamente, o Brasil vive um período de intensa polarização, com debates acalorados sobre o papel do Estado, políticas públicas e direitos sociais.

Diante de tantas informações e discussões sobre problemas externos que afetam o cotidiano de toda a população, é preciso saber como nossas ações influenciam o todo. Por este motivo a reforçamos a importância do voto e também de nossas ações diárias.

Papa Francisco recentemente participou de um workshop da Pontifícia Academia das Ciências, voltado para encontrar soluções para a crise da dívida no Sul Global e na ocasião falou sobre nossas condutas éticas e ações solidárias.

E enfatizou que “a construção de um mundo melhor se dá por meio de ações em conjunto e que essa responsabilidade consciente impacta na vida de muitos irmãos e irmãs famintos, que estão inseridos em um contexto de exclusão social”.

Por isso, reforçamos a ideia de que para votar de forma consciente, é preciso conhecer a fundo cada tópico, analisar debates e buscar argumentos que agreguem conhecimento e beneficiem os municípios e o país.

Fonte: A12.com

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Filha de Santa Gianna Molla participa de eventos dedicados à mãe

Escrito por Redação A12

Gianna Emanuela Molla, filha de Santa Gianna Molla, médica geriatra, participou da inauguração de mais um centro de Apoio à Gravidez que leva o nome de sua mãe, na primeira quinzena deste mês de julho. 

Esses centros prestam atendimento às famílias, por meio do fornecimento de apoio material, emocional e espiritual a mães, assim como aos pais e jovens famílias necessitadas durante e depois da gravidez.

O Centro passa a ser oitavo entre os demais inaugurados nos últimos 15 anos pela diretora dos ministérios pró-vida da Diocese de Buffalo, Cheryl Calire, em Nova York, nos Estados Unidos.

Cheryl Calire e Gianna ficaram amigas no ano de 2011 e, finalmente, agora próxima de se aposentar, conseguiu a presença de Molla durante um fim de semana de homenagens à Santa Gianna.

A homenagem começou com uma cerimônia de dedicação do Jardim da Família St. Gianna e Pietro Molla no cemitério Mount Olivet Cemetery em Kenmore, Nova York. A proposta do jardim é ser um local de reflexão para pais que passaram pela perda dos filhos. Depois seguiu para o Centro, onde ocorreu uma bênção do local.

A filha de Santa Gianna viaja pelo mundo não somente para falar acerca de sua mãe, mas também para promover seu pai, Pietro.

“Ela fez de sua missão de vida não apenas espalhar a palavra sobre sua mãe e sua santidade, mas como ela disse que sua mãe já é uma santa — muitas pessoas sabem tudo sobre ela — ela está tentando aumentar a conscientização sobre seu pai” […] “Ele era um pai solteiro, criou todos aqueles filhos que foram deixados para trás, e ela se sente de uma maneira heroica sobre ele também”, contou Calire em entrevista à CNA, agência em inglês do grupo EWTN.

Calire falou também sobre o sentimento em poder estar na companhia da filha de uma Santa:

“Uma das razões pelas quais eu queria trazê-la para Buffalo — não é segredo, há muitos desafios acontecendo agora em nossa diocese… Estou ciente deles, mas tento não me concentrar neles. Tento me concentrar no ministério e em Cristo.

Então, com isso em mente, eu continuei dizendo que se eu pudesse trazê-la para cá, isso poderia ser uma oportunidade para outras pessoas se sentirem como eu me senti em 2011. Quando a conheci, foi uma mudança de vida para mim.

Quando você a ouve falar sobre seus pais e se referir a eles como 'minha mãe' e 'meu pai' ao falar deles, como você sabe, as coisas que o pai disse a ela sobre sua mãe, faz como se você estivesse sentado na mesa da sala de jantar de alguém e estivesse falando sobre família.”

Fonte: A12.com

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Parolin: minha presença na Ucrânia traz "ao vivo" a proximidade do Papa

Continuam os compromissos e encontros do cardeal secretário de Estado no país do leste europeu. No domingo, a visita à sede do arcebispo maior de Kyiv-Halych, Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk: o papel da Igreja deve ser profético, convocar uma grande oração pela paz.

Alessandro De Carolis - Cidade do Vaticano

A proximidade mil vezes demonstrada pelo Papa, da janela do Angelus às tantas “janelas” das audiências públicas, torna-se uma proximidade “ao vivo”. O cardeal Pietro Parolin a define assim ao término do domingo, 21 de julho, dedicado a um dos momentos centrais da visita que o secretário de Estado está realizando na Ucrânia. Pela manhã, presidiu a Missa no santuário mariano de Berdychiv e, à tarde, se deslocou para o arcebispado maior de Kyiv-Halych, onde reside o chefe da Igreja greco-católica ucraniana, Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk.

Do Papa, uma “grandíssima proximidade”

Nessa ocasião, o cardeal quis reafirmar o sentido de sua visita a um país que busca na fé resiliente a força para enfrentar o drama de cada dia. “A mensagem que trouxe do Papa é a da proximidade. O Papa a expressou de tantas maneiras nesses anos”, usando “aquele adjetivo que queremos usar, ‘a martirizada Ucrânia’. O Papa manifestou desde o início uma grandíssima proximidade, uma grandíssima participação na dor e no sofrimento deste povo”. Minha presença, destacou o cardeal Parolin, “acrescenta algo, digamos, ‘ao vivo’ a essa presença do Papa, que compartilha a dor, mas sobretudo gostaria de poder ajudar na solução desta guerra”.

Esperança em Deus

O secretário de Estado recordou ainda que, na homilia proferida no santuário mariano de Berdychiv, "o papel da Igreja deve ser um papel profético, segundo a imagem do profeta Elias". E convocou "uma grande oração pela paz, partindo da convicção de que tudo é possível a Deus e que, mesmo que nossas esperanças sejam sempre finitas e limitadas, sabemos que Deus é maior que nós mesmos, maior que nosso coração e nossas possibilidades”.

Notáveis progressos

Pietro Parolin também compartilhou uma lembrança, tanto mais significativa se relacionada ao cenário de destruição que a Ucrânia sofre há dois anos e meio. Ao falar sobre a sede do arcebispo maior, disse ter notado “os grandes progressos” feitos desde a última visita em 2016. Naquela época, a estrutura ainda estava nos estágios iniciais e, mesmo “ainda não terminada agora, porém  foram feitos notáveis progressos e muitas partes, especialmente a igreja, avançaram muito. Estou contente de ver essas coisas”, observou o cardeal Parolin.

Fonte: Vatican News

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Ucrânia, agradecimento unânime a Francisco: senti-lo próximo nos dá coragem

Muitos testemunhos recolhidos após a missa do último domingo de manhã no Santuário de Berdychiv confirmam o apreço unânime pela decisão do Papa de enviar o cardeal Parolin ao país martirizado por dois anos e meio de guerra: não nos esquecemos, a oração adquiriu confiança e força.

Vatican News

Um grande “obrigado”. É como um vento que chega a Roma, ao Papa, de um lugar antigo que, nas últimas horas, tornou-se um símbolo dos ucranianos que confiam em Deus para resistir e crer, além do sangue e dos mísseis, num futuro de paz para sua terra. Um coro que ganhou vida logo após a missa que o cardeal Pietro Parolin presidiu, no último domingo (21/07), em nome de Francisco no santuário mariano de Berdychiv.

"O Papa reza por nós"

“Em primeiro lugar, agradeço a Deus pelos muitos sinais através dos quais Deus nos mostra a sua presença. Isto também nos encoraja a não perder a fé, a não sucumbir a notícias e acontecimentos tristes”, disse ao padre Mariusz Krawiec o bispo latino de Kharkiv-Zaporizhzhia, dom Pavlo Honcharuk. Um dos principais sinais é a presença do secretário de Estado no país desde a última sexta-feira. Todos, bispos e fiéis, repetem incessantemente, que é uma bênção. “É um sinal de que não fomos esquecidos, de que o Papa pensa em nós, o Papa reza por nós”, disse dom Oleksandr Yazlovetskiy, bispo auxiliar dos latinos da Diocese de Kiev-Zhytomyr.

Mensagem de agradecimento

O embaixador ucraniano junto à Santa Sé, Andriy Yurash, está na mesma linha: “Queremos que o cardeal Parolin sinta o quanto a Ucrânia está agradecida pelo que ele faz pessoalmente, pelo que a Santa Sé faz, também através da missão do cardeal Zuppi, através das ajudas humanitárias, da oração, da comunicação com outros Estados, da influência sobre o clero de outros Estados através de bispos e comunidades”. Para o diplomata ucraniano é “um momento muito importante para as duas partes”, com o cardeal Parolin levando “sua boa notícia” e a Ucrânia “respondendo com uma mensagem de gratidão, amor e um abraço” para ele “e, através dele, para Sua Santidade".

Rezar sem se cansar

O missionário da Consolata, pe. Luca Bovio, secretário nacional das Pontifícias Obras Missionárias na Polônia, fala da solidariedade ao país do Leste Europeu há dois anos e meio. Pe. Luca levou muitas vezes ajuda humanitária a diferentes áreas da Ucrânia. Um apoio, assegura ele, que ainda é necessário e que se soma à necessidade igualmente premente da oração. A presença do cardeal Parolin, afirma o religioso, “tem precisamente este significado, acredito: a primeira ajuda é rezar incessantemente, rezar pelo dom da paz, mas também rezar pelas muitas pessoas atingidas pela guerra, pelos  falecidos, pelos feridos, pelas famílias que tiveram que fugir". Todas estas intenções são colocadas “aqui aos pés da Mãe de Deus, venerada em Berdychiv, neste belo santuário”.

Maria, uma das muitas pessoas que foram no último domingo ao santuário, com sua simplicidade faz o religioso dizer: “Agradecemos a Deus pelo cardeal Pietro Parolin, que não teve medo de vir à Ucrânia para rezar e concelebrar com os bispos da nossa Igreja, com os sacerdotes e as pessoas comuns." Pedimos a Maria, Rainha da Paz, que “cuide de nós, do nosso povo, dos nossos defensores, de todas as nossas famílias”.

Fonte: Vatican News

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Ucrânia, auxiliar de Kharkiv: Parolin em Odessa, prêmio a uma cidade heroica

Dom Jan Sobiło fala da presença do cardeal secretário de Estado no país do Leste Europeu: demonstra os esforços contínuos da Santa Sé para alcançar uma paz justa. Há dois anos e meio vivemos numa Via-Sacra.

Beata Zajaczkowska – Vatican News

A visita do cardeal Pietro Parolin à Ucrânia demonstra que o país ainda está no coração do Santo Padre e que os esforços diplomáticos da Santa Sé para alcançar uma paz justa continuam sem cessar. Foi o que disse o bispo auxiliar de Kharkiv, dom Jan Sobiło, recordando que o secretário de Estado Vaticano, cardeal Pietro Parolin, esteve duas vezes na Ucrânia na última década. O bispo lembrou que o purpurado iniciou a campanha “Papa pela Ucrânia”, em prol dos mais afetados pelo ataque a Donetsk e Luhansk.

 “Não devemos esquecer que a guerra na Ucrânia continua desde 2014” - disse o bispo de Zaporizhzhia, acrescentando que os últimos dois anos e meio foram “uma verdadeira Via-Sacra pela qual todo o povo ucraniano está percorrendo”. Ele apontou dois momentos distintos da visita de cinco dias do cardeal Parolin: a visita a Odessa e a oração em Berdychiv.

 “Os ocupantes estavam cem por cento convencidos de que conquistariam Odessa do Mar Negro e que conseguiriam fazê-lo muito rapidamente, cortando assim completamente o acesso da Ucrânia ao mar. Algo vital para o país. Entretanto, apesar dos bombardeios cruéis, este plano falhou, embora a destruição nesta bela cidade seja muito grande”, afirmou dom Sobiło.

O prelado recordou que Odessa é uma cidade portuária com uma grande tradição cultural, famosa pelos seus magníficos concertos, habitada por pessoas de muitas nacionalidades, que sofreu muito durante dois anos de guerra e ainda continua sofrendo porque os ataques e bombardeios não param. “A visita do cardeal Parolin é um prêmio para esta cidade heroica, que defendeu a dignidade humana, defendeu a grande cultura e a coexistência pacífica de pessoas de diferentes nacionalidades”, sublinhou dom Sobiło, definindo Odessa “uma cidade com carácter”.

Fonte: Vatican News

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Cardeal Aveline enviado do Papa pelos 350 anos da Arquidiocese de Quebec

No úlrimo sábado, 20 de julho, o Papa Francisco nomeou o cardeal de Marselha, Jean-Marc Aveline, como enviado especial para as celebrações dos 350 anos da criação da Arquidiocese Metropolitana de Quebec. De 20 a 22 de setembro, uma celebração familiar marcará as festividades deste jubileu com duração de um ano que foi aberta em 8 de dezembro de 2023.

Jean-Benoît Harel – Cidade do Vaticano

Em 1674, São Francisco de Laval (Francis-Xavier de Montmorency-Laval)  tornou-se o primeiro bispo da nova Diocese de Quebec erigida pelo Papa Clemente- X. Este francês canonizado pelo Papa Francisco em 2014 dedicou-se durante cerca de trinta anos à primeira evangelização da Nova França, incluindo os territórios coloniais franceses na América do Norte.

Esta figura essencial da Igreja de Quebec é celebrada ao lado de muitas outras personalidades durante o aniversário dos 350 anos da criação da Arquidiocese Metropolitana de Quebec. De 8 de dezembro de 2023 a 8 de dezembro de 2024, a Arquidiocese organiza um jubileu com uma intensa programação para celebrar a criação desta primeira diocese na América do Norte.

Um cardeal francês é o enviado especial do Papa 

No último sábado, 20 de julho, o Papa Francisco nomeou o cardeal Jean-Marc Aveline, arcebispo de Marselha, para representá-lo durante a celebração a ser realizada de 20 a 22 de setembro de 2024.

Atividades estão programadas para o bairro Vieux-Québec, coração histórico da cidade, com visitas às comunidades fundadoras, como por exemplo a escola das religiosas ursulinas ou o hospital dos agostinianos hospitaleiros.

Um dia festivo terá lugar na Place d’Youville, no centro de Quebec, com a concelebração de uma Missa com todos os bispos do Canadá reunidos para a sua assembleia anual. Além disso, três concertos de louvor serão realizados pelo grupo pop louange Glorious, em sua primeira turnê em solo canadense.

A única Porta Santa fora da Europa 

Os 350 anos da arquidiocese tiveram início no dia 8 de dezembro de 2023 com a solene celebração de inauguração e a abertura da Porta Santa. Ao longo do ano, os peregrinos são convidados a atravessar esta que é a única Porta Santa fora da Europa.

Também é oferecida aos fiéis uma peregrinação pela trilha Kapoah, uma espécie de “Caminho de Compostela” em Quebec, que termina aos pés da Catedral de Notre-Dame em Quebec. A trilha mais longa começa no Santuário Ermitage Saint-Antoine du Lac Bouchette e segue pelas margens do rio Saguenay e depois o rio São Lourenço por 500 quilômetros, ou cerca de um mês de caminhada. Vários mosteiros ao longo do caminho abrem suas portas e recebem os peregrinos durante as várias etapas etapas.

Por fim, inúmeras conferências, concertos e outras atividades culturais pontuam também as festividades deste ano.

O Papa e Quebec 

Papa Francisco visitou Quebec de 27 a 29 de julho de 2022, durante uma viagem dedicada em particular às relações da Igreja com os povos indígenas. O Santo Padre também nomeou o arcebispo de Quebec, cardeal Gérald Cyprien Lacroix, para o C9, o conselho de cardeais que o coadjuva no governo da Igreja universal.

O primaz do Canadá, no entanto, afastou-se temporariamente do seu cargo episcopal após a publicação de uma acusação de agressão sexual. No entanto, no final de maio de 2024, os resultados da investigação levada a cabo pelo Vaticano e conduzida por um juiz independente do Quebeq não permitiram “identificar qualquer ato de má conduta ou abuso por parte do cardeal Gérald Cyprien Lacroix”.

A Arquidiocese de Quebec tem 1,2 milhão de habitantes, aproximadamente 80% católicos, e cobre mais de 350.000 km².

Depois desta celebração diocesana em meados de setembro de 2024, a Igreja de Quebec terá novamente a oportunidade de se alegrar no próximo dia 20 de outubro, com a canonização da fundadora das Irmãzinhas da Sagrada Família de Sherbrooke, Madre Marie-Léonie Paradis.

Fonte: Vatican News

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Tagle: para ser missionário é preciso ter a gratuidade no coração

No Lucas Oil Stadium, em Indianápolis, o cardeal pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização celebra a Missa de encerramento do Congresso Eucarístico Nacional dos Estados Unidos como enviado do Papa: se o nosso horizonte é apenas o do sucesso e do lucro, corremos o risco de preferir relacionamentos “com ‘amigos’ ou ‘encontros’ gerados por inteligência artificial” e não ver “dons em pessoas de carne e osso”

Vatican News

 “Antes de vir para cá, perguntei ao Santo Padre se ele tinha uma mensagem para vocês. Ele disse: 'conversão à Eucaristia'”. Foi assim que o cardeal Luis Antonio Tagle iniciou a homilia da Missa de encerramento do Congresso Eucarístico Nacional nos Estados Unidos, no Lucas Oil Stadium, em Indianápolis, como enviado do Papa. O purpurado partiu do convite de Francisco para refletir sobre o vínculo entre a conversão eucarística e a conversão missionária, já que, observou, o Congresso “será seguido pelo envio de missionários Eucarísticos”.

Relações artificiais

Com o primeiro ponto, que ele chama de “Missão e Dom”, o pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização se deteve nas páginas do Evangelho em que Jesus fala de sua missão. Cristo, disse ele, “tem uma profunda consciência de ter sido enviado” pelo Pai, “enviado para ser dado”. O missionário, enfatizou o cardeal Tagle, “é um dom” e talvez, observou ele, “onde falta o zelo missionário, talvez isso se deva em parte a um enfraquecimento do apreço pelos dons e pela gratuidade”. Se esse horizonte está desaparecendo, continuou ele, “se o nosso horizonte é apenas o do sucesso e do lucro, não há espaço para ver e receber dons gratuitos”. Algumas pessoas, observou o purpurado, “preferem se relacionar com ‘amigos’ ou ‘encontros’ gerados pela inteligência artificial porque não veem dons em pessoas de carne e osso”. E essa ênfase é seguida por uma série de perguntas dirigidas à consciência de homens, mulheres, padres e leigos, bispos e pais e mães de família, instando-os a se doarem como Jesus.

Não percamos o coração

Mas “Jesus é um dom ou um problema”, continuou o purpurado filipino, passando para o segundo ponto. Quando disse aos discípulos que recebê-lo “significa primeiro acreditar nele, e, segundo, comer sua carne e beber seu sangue”, eles “começaram a duvidar” e muitos o abandonaram. E também nesse ponto o cardeal Tagle faz uma série de perguntas que vão direto ao coração: “É possível que nós, discípulos, contribuamos para que outros se afastem de Jesus”, para que se afastem da fé? “Nossas comunidades paroquiais oferecem uma experiência de proximidade e cuidado com Jesus? Nossas famílias ainda são as principais educadoras e transmissoras da fé? Os jovens se sentem ouvidos e compreendidos em sua busca por Jesus?” Muitos dos chamados “escondidos” - os pobres, os migrantes, os idosos, os sem-teto, os indígenas - “podem se sentir como forasteiros”. Mas, é o convite, “não percamos o coração. Jesus não se cansará de vir até nós com o dom de si mesmo, mesmo quando estiver ferido”.

Jesus não se impõe a ninguém

Falando no terceiro ponto sobre o aspecto da missão, ou melhor, sobre “missionários eucarísticos”, o cardeal Tagle voltou ao momento em que Jesus pergunta aos apóstolos se eles também pretendem deixá-lo. Espero, é a esperança do purpurado, “que possamos responder como São Pedro: 'Ficarei contigo. Nós nos recusamos a viver longe da tua presença'. Mas essas - ressaltou - não devem ser palavras vazias. Como São Pedro, devemos acreditar com convicção. Jesus não se impõe a ninguém. Ele apela para a nossa liberdade interior”. O pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização pede aos missionários que vão e compartilhem “o terno amor de Jesus” com pessoas cansadas, com aqueles que precisam de compaixão. Em sua carta para mim, revelou o cardeal Tagle: “O Papa Francisco expressou a esperança ‘de que os participantes do Congresso, plenamente conscientes dos dons universais que recebem do alimento celestial, sejam capazes de transmiti-los aos outros”.

Uma experiência

O cardeal Tagle concluiu compartilhando uma experiência. Como pároco, ele notou uma mulher que era “extraordinariamente dedicada à Igreja”, que chegava cedo aos domingos para ajudar em todas as Missas e outras atividades e só ia para casa quando a igreja estava limpa e as portas fechadas. Um dia, lembrou ele, “agradeci a ela por sua dedicação e à família por permitir que ela servisse. Sua resposta me surpreendeu: 'Padre, não se preocupe com minha família. Eu fico aqui na Igreja e participo de todas as Missas porque não quero ver meu marido e meus filhos. Gostaria que todo dia fosse domingo para que eu pudesse evitar minha família'”. Caros amigos, concluiu o purpurado, “quando o padre ou diácono disser: 'Ide em paz. Que o Senhor vos acompanhe', por favor, vão! Vão! O que vocês ouviram, tocaram e saborearam, vocês devem compartilhar com os outros” para “a vida do mundo”.

Fonte: Vatican News

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Iraque. Bispos caldeus: “Dois povos, dois Estados: a solução para a paz na Terra Santa"

Os prelados enviaram uma carta ao Pontífice antes de iniciar seus trabalhos, “pedindo sua bênção paterna e orações para que as discussões do Sínodo possam ser frutíferas para o bem-estar da Igreja e do país”. Vários temas foram abordados. Cada ocorreu “em uma atmosfera de familiaridade, democracia e fraternidade, o que lhes permitiu destacar certos aspectos” da vida das comunidades cristãs que vivem no Oriente Médio, começando com a guerra na Terra Santa e suas consequências em toda a região

Vatican News

Dois povos, dois Estados. Os bispos caldeus, reunidos em Bagdá para o Sínodo anual da Igreja caldeia, observam com preocupação os muitos conflitos que dilaceram o Oriente Médio, concentrando-se sobretudo na situação da Terra Santa.

Os prelados, de acordo com um comunicado divulgado no final da assembleia, que ocorreu de 15 a 19 de julho na sede patriarcal de Al-Mansour, enviaram uma carta ao Pontífice antes de iniciar seus trabalhos, “pedindo sua bênção paterna e orações para que as discussões do Sínodo possam ser frutíferas para o bem-estar da Igreja e do país”.

Proteger e afirmar a paz em todos os momentos

Vários temas foram abordados. Cada reunião, enfatizaram, ocorreu “em uma atmosfera de familiaridade, democracia e fraternidade, o que lhes permitiu destacar certos aspectos” da vida das comunidades cristãs que vivem no Oriente Médio, começando com a guerra na Terra Santa e suas consequências em toda a região.

Os bispos do Sínodo caldeu, presidido pelo patriarca Louis Raphael I Sako, além de expressarem “sua profunda preocupação”, “condenam a violência em todas as suas formas”. Daí, o apelo para que a comunidade internacional faça sérios esforços “para proteger e afirmar a paz em todos os momentos”, de modo a “pôr um fim imediato à guerra”.

Em linha com o Papa Francisco

Com relação a possíveis soluções, os bispos caldeus defendem a linha que o Papa Francisco também expressou várias vezes, ou seja, a de dois povos em dois “Estados vizinhos vivendo em paz, segurança, estabilidade e confiança mútua”.

Em seguida, o olhar dos bispos caldeus voltou-se para o povo cristão que vive na região, um povo que “sofreu muito nas últimas duas décadas devido à privação de seus direitos, à marginalização, à exclusão social” e ao confisco “de bens e propriedades”. Abusos “que forçaram muitos cristãos a emigrar em busca de um ambiente melhor”.

Os bispos, portanto, pedem que “nosso estimado governo seja justo em seu tratamento da comunidade cristã, dando-lhes confiança e fortalecendo a cooperação, em nível nacional, beneficiando-se das habilidades de todos para desenvolver este país”. Não só isso: do Sínodo também vem o pedido, novamente dirigido ao governo, para que “respeite plenamente seus direitos como cidadãos, com representação e emprego iguais”.

A unidade é nossa força e salvação, afirmam o Padres sinodais

Daí, também uma reflexão sobre o futuro dos cristãos no Oriente Médio. Com relação a esse tema, o Sínodo caldeu renova “o apelo do patriarca Sako à unidade e à solidariedade. Nossa fé e nossa terra são os pilares que nos unem”.

Expressando em seguida “nossa simpatia fraterna aos bispos dos países vizinhos”, os Padres sinodais caldeus estão convencidos “de que a Igreja precisa de uma nova visão do futuro tanto quanto precisamos de medidas práticas corajosas para estabilizar os cristãos em sua terra, preservando sua identidade e melhorando seu papel e presença na sociedade”.

“A unidade - enfatizam - é nossa força e salvação. Apesar das feridas, continuamos a amar nossos países e nossos cidadãos, e gostaríamos de colaborar com eles na difusão de uma cultura de coexistência, respeitando as diferenças dos outros, consolidando a esperança em direção a uma sociedade justa e civilizada”.

Apelo: que se dê 'prioridade aos interesses do povo iraquiano'

Por fim, uma vez que o Sínodo foi realizado imediatamente após o retorno de sua beatitude à sede oficial do Patriarcado em Bagdá, os bispos caldeus apreciaram e expressaram sua gratidão pela iniciativa “legal e corajosa” do primeiro-ministro, Muhammad Shiaa Al-Sudani, que emitiu um decreto confirmando a designação do patriarca Sako como chefe da Igreja caldeia e confiando ao cardeal a gestão de seus bens.

O patriarca e os bispos, lê-se ainda no comunicado final, expressam “a esperança de que o governo, juntamente com as partes, tome medidas concretas para construir a paz e a estabilidade, implementando leis, restaurando a unidade nacional, fortalecendo o conceito de cidadania e fornecendo serviços públicos adequados para garantir uma vida digna a todos os cidadãos”. Daí, também o apelo para que se dê “prioridade aos interesses do povo iraquiano”.

(com Fides) - Fonte: Vatican News

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Super, um projeto de apoio à população ucraniana

Perto daqueles que mais sofrem as consequências da guerra. O Projeto Super, Apoio à População Ucraniana na Emergência e Reabilitação é cofinanciado pela Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento (AICS) e implementado pela Caritas Italiana, VIS, Congregação Salesiana, Caritas Spes, Caritas Ucrânia, Caritas Poltava, Caritas Kamianske e Caritas Kharkiv.

Vatican News

O conflito na Ucrânia continua tendo um impacto devastador em várias frentes. As regiões do leste, que foram as mais afetadas, ainda estão numa situação humanitária crítica. Milhares de pessoas foram deslocadas à força e a escassez de alimento, água, medicamentos e serviços básicos continua dramática. As comunidades locais enfrentam sérios desafios sociais, incluindo o aumento do desemprego, pobreza crescente e trauma psicológico generalizado. O acesso aos serviços de saúde se tornou ainda mais difícil devido às consequências da guerra. A crise dos refugiados atingiu proporções dramáticas, com um número crescente de cidadãos ucranianos buscando refúgio em outras regiões do país.

Super, Apoio à População Ucraniana na Emergência e Reabilitação, é um projeto de 1 milhão e 900 mil euros, cofinanciado pela Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento (AICS) com 1 milhão e 800 mil euros e pela Caritas Italiana com 130 mil euros.

Esse projeto faz parte da Iniciativa de Emergência para a População Afetada por Conflitos na Ucrânia e Países Vizinhos (AID 012832), guiada pela Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento. Com um financiamento de 46,5 milhões de euros, o objetivo é fornecer assistência multissetorial para salvar vidas em áreas diretamente afetadas pelo conflito e áreas vizinhas com alta concentração de pessoas deslocadas. Em parceria com 27 organizações da sociedade civil, o programa AICS replica e amplia os sucessos obtidos com a Iniciativa de Primeira Emergência de 2022-2023 (AID 012600), que prestou assistência a mais de 20 mil pessoas por meio de 14 projetos com foco nas áreas de emergência, saúde, educação e proteção.

A Caritas Italiana, por meio do projeto Super, se compromete em melhorar a saúde física e mental das comunidades afetadas pela guerra. O objetivo principal é fortalecer a coesão social e garantir a igualdade de acesso aos serviços básicos. O projeto envolve várias organizações da sociedade civil italiana e ucraniana, incluindo o VIS (Volontariato Internazionale per lo Sviluppo), a Congregação Salesiana, as duas Caritas nacionais ucranianas: a Caritas Spes, associada à Igreja Latina, e a Caritas Ucrânia, afiliada à Igreja greco-católica, junto com as três Caritas diocesanas da rede Caritas Ucrânia: Caritas Kharkiv, Caritas Poltava e Caritas Kamianske.

O projeto se concentra nos mais vulneráveis, incluindo menores, idosos, pessoas com deficiência e mulheres deslocadas, e aborda os desafios da saúde física e mental causados pelos efeitos devastadores do conflito. A assistência é personalizada para atender às necessidades específicas de cada grupo, com foco especial nas crianças em idade escolar e seus pais, com atenção especial às mulheres, muitas vezes isoladas. O apoio inclui cuidados e assistência específicos para pessoas com deficiência de todas as idades, inclusive pessoas deslocadas internamente de regiões afetadas por conflitos.

O projeto é implementado em seis regiões diferentes da Ucrânia: Dnipro, Poltava, Kharkiv, Zhytomyr, Lviv e Kiev, centrando-se em particular nas áreas rurais e suburbanas destas regiões, a fim de alcançar as comunidades mais vulneráveis ​​e isoladas, onde a necessidade de acompanhamento é maior.

Fonte: Vatican News

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Saber dar um passo atrás

No editorial do L’Osservatore Romano, Alessandro Gisotti, vice-diretor dos meios de comunicação do Vaticano, aborda Joe Biden e o valor de se retirar. A escolha do presidente americano lembra a decisão de Nelson Mandela em 1999, quando optou por não se candidatar a um segundo mandato na presidência sul-africana.

Alessandro Gisotti

Renunciar custa. E muito. Não é necessário ocupar uma posição de poder ou um cargo de grande relevância. Às vezes, até mesmo abrir mão de um hábito de trabalho consolidado ou de uma posição arduamente conquistada pode ser muito difícil. Por isso, sempre que uma personalidade de destaque público escolhe dar um passo atrás, de se retirar, conquista imediatamente a simpatia e a estima da opinião pública. Experimentamos isso de forma marcante em 11 de fevereiro de 2013 com a histórica renúncia ao ministério petrino de Bento XVI. E percebemos – embora em um contexto diferente – igualmente de forma evidente nas últimas 24 horas, após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de que não tentará um segundo mandato na Casa Branca, deixando ao seu partido a escolha de um novo candidato para desafiar Donald Trump (Biden já indicou, no entanto, a vice-presidente Kamala Harris como sua preferência para sucedê-lo no Salão Oval).

Como é bem sabido, a decisão já era esperada há algum tempo e muitos, entre os principais representantes do Partido Democrata, haviam insistentemente pedido a Biden que desistisse da candidatura à reeleição. Contudo, a decisão final cabia ao ocupante da Casa Branca, sendo, portanto, uma escolha pessoal e certamente difícil, de não concorrer a mais quatro anos como presidente. Uma escolha nobre, que – como diversos observadores constataram – coloca o bem do país acima de seus interesses pessoais. Isso independente das avaliações políticas sobre sua presidência, que agora se aproxima do fim. Em 1999, Nelson Mandela tomou uma decisão semelhante – e por certos aspectos até mais forte e evocativa – ao optar por não se candidatar a um segundo mandato presidencial e se retirar da vida pública. Ele havia derrotado o apartheid e iniciado a reconciliação de seu amado país, a África do Sul. Era o momento de deixar aos outros a colheita do que havia semeado, após 27 anos de prisão.

O tempo na política pode ser muito fecundo mesmo em períodos curtos: a Joe Biden restam “apenas” 6 meses antes da transferência de poder em 20 de janeiro de 2025. Não tendo mais que tomar decisões exclusivamente em vista da campanha eleitoral, é de se esperar que o presidente dos Estados Unidos promova novas iniciativas corajosas e criativas para alcançar aqueles objetivos que definirão seu legado na história, especialmente na política externa, começando pelo fim dos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio.

Fonte: Vatican News

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Mortes entre crianças palestinas na Cisjordânia aumentaram 250% desde outubro

Em média, desde outubro de 2023, uma criança palestina foi morta a cada dois dias na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental. No mesmo período, 2 crianças israelenses foram mortas na violência relacionada com o conflito na Cisjordânia.

Os números suscitam um grave alarme sobre o uso desnecessário e excessivo da força contra os mais vulneráveis. De fato, desde outubro do ano passado, um total de 143 crianças palestinas foram mortas na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, um aumento de quase 250% em comparação com os nove meses anteriores, durante os quais 41 crianças palestinas foram mortas. Durante o mesmo período, duas crianças israelenses foram mortas na violência relacionada com o conflito na Cisjordânia. Além disso, mais de 440 crianças palestinas foram feridas com munições reais.

“Há anos que as crianças que vivem na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, têm sido expostas a uma violência terrível”, afirmou a diretora-geral do UNICEF, Catherine Russell. “A situação se agravou significativamente, coincidindo com a escalada das hostilidades dentro de Gaza. Frequentemente recebemos notícias de crianças palestinas presas quando voltavam da escola para casa ou atingidas por balas enquanto caminhavam pela rua. A violência deve parar agora."

As vítimas foram registadas em 10 das 11 províncias da Cisjordânia, tendo mais de metade das mortes ocorrido em Jenin, Tulkarm e Nablus. Nos últimos dois anos, estas áreas registaram um aumento das operações policiais de grande dimensões e militarizadas, o que indica uma mudança na intensidade e na dimensão.

As crescentes tensões na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, também têm impacto no bem-estar físico e mental de milhares de crianças e famílias, que vivem agora no medo diário pelas suas vidas. As crianças relatam ter medo de caminhar pela vizinhança ou de ir à escola.

Antes de 7 de outubro de 2023, as crianças na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, já estavam expostas aos mais elevados níveis de violência em 20 anos, com 41 crianças palestinas e 6 crianças israelenses mortas nos primeiros 9 meses do ano passado. Eles também foram fortemente afetados por restrições de movimento e acesso que interferiram as suas vidas diárias.

O UNICEF reitera o seu apelo às partes para que ponham imediatamente um fim às violências e evitem novas violações graves contra crianças, incluindo o assassinato e a mutilação. As partes devem ater-se às suas obrigações do direito internacional para proteger as crianças. O direito das crianças à vida deve ser defendido e as crianças nunca devem ser alvo de violência, independentemente de quem sejam ou de onde estejam.

“O verdadeiro custo da violência no Estado da Palestina e em Israel - afirma Russel - será medido nas vidas das crianças, das que foram perdidas e das que mudaram para sempre. O que as crianças precisam desesperadamente é do fim da violência e de uma solução política duradoura para a crise, para que possam atingir o seu pleno potencial em paz e segurança.”

Crianças vítimas também na Ucrânia 

"As crianças não são alvo", reiterou o UNICEF Itália na plataforma "X", após o ataque russo com foguetes contra a cidade de Mykolayiv, que matou ao menos uma criança e deixou outras quatro feridas na sexta-feira, 19 de julho.

Este ataque soma-se a numerosos outros contra escolas, hospitai e prédios residenciais, como aquele na manhã de 8 de julho contra o Hospital Pedriátrico Okhmatdyt, em Kiev, que matou ao menos 4 crianças. No momento do ataque, o centro pediátrico tratava crianças com doenças graves, como câncer e doenças renais, e tinha cerca de 670 pacientes infantis e cerca de 1.000 funcionários.

Desde o início da guerra na Ucrânia foram mortas ao menos 560 crianças e feridas outras 1.453. 

*Com UNICEF

Fonte: Vatican News

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Arquidiocese da Beira celebra o IV Dia dos Avós e dos Idosos

A Arquidiocese da Beira celebrou neste sábado, 20 de Julho o IV Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, evento que teve lugar na Paróquia São José – Munhava. A missa foi presidida pelo Arcebispo da Beira, Dom Cláudio Dalla Zuanna, e concelebraram os Padres Bonifácio Conde, Capelão da UCM na Região 1, Victorino Lucas e Suade José, Pároco e Vigário da paróquia acolhedora.

Rogério Maduca – Beira, Moçambique

Com uma reflexão crítica sobre a cultura do descarte do idoso, o Arcebispo da Beira iniciou a sua homilia, onde comparou a velhice, faixa etária em que as forças tendem a diminuir, como uma “lamparina” que aos pouco diminui o seu petróleo e consequentemente a sua chama reduz, mas isto não quer dizer que se deve apagar imediatamente, aconselhou o Prelado.

Na continuidade da sua alocução Dom Cláudio disse que, existe uma riqueza no “ser idoso”, pois esta assemelha-se a maneira de trabalhar de Deus, que contrariamente aos homens, Deus trabalha com as coisas fracas e pequenas.

A celebração do IV Dia Mundial dos Avós e dos Idosos na Arquidiocese da Beira, foi organizada pelas Irmãs do Instituto dos Pobres de Jesus Cristo através da Pastoral do Idoso, em colaboração com a Pastoral universitária da Universidade Católica de Moçambique. No final da missa a Irmã Hadassa do Amor, explicou que a celebração deste dia é de grande alegria, pois é uma oportunidade em que as religiosas manifestam o seu serviço aos mais necessitados, vulneráveis, os idosos.

Por sua vez, o Padre Bonifácio Conde, Capelão da UCM sublinhou que a participação da instituição neste evento, é um reconhecimento ao papel dos idosos na sociedade e está ciente dos desafios que estes enfrentam no seu cotidiano.

Além da missa houve ainda uma palestra sobre a importância dos idosos na sociedade e um momento de confraternização.

Refira-se que, o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos neste ano celebra-se no dia 28 de julho e o Papa Francisco propôs como tema “Na velhice não me abandones” (cfr. Sal 71,9). Por motivos pastorais a Arquidiocese da Beira antecipou a sua celebração, cerimónia que contou com a presença da Irmã Ágape, PJC, vice-ministra geral do Instituto dos Pobres de Jesus Cristo, membros da Pastoral Universitária da UCM, crianças e adolescentes do Orfanato Lar Siloé, entre outros.  

Fonte: Vatican News

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A espiritualidade: um factor importante na Saúde Mental Positiva

A “Espiritualidade e Consciência Plena: Caminhos para o Bem-Estar”, constituiu um dos painéis, da conferência internacional sobre a “Saúde Mental Positiva”, organizada pelo Ministério da Saúde de Cabo Verde. Foi na cidade da Praia, nos dias 19 e 20 de julho. Frei Gilson Frede, foi um dos oradores no referido painel.

Sãozinha Vaz - Vatican News

Embora defendendo o contributo significativo da espiritualidade para o bem-estar das pessoas, ele acredita que há alguns aspetos da religião que podem ter influências negativas na saúde mental dos crentes.

Em entrevista à Rádio Vaticano, Frei Gilson Frede, disse que, ao contrário do que muitos psicólogos, como Freud, pensavam, isto é,  que, a espiritualidade e a religião deveriam ser banidas porque impediam ao indivíduo de atingir a maturidade, muitos psicólogos de  meados do século XX consideram que a espiritualidade e a religião exercem uma importante influência na vida das pessoas e na sua saúde mental.

Segundo Frei Gilson, os exercícios espirituais como a introspeção, a oração e a visão positiva da vida, ajudam a pessoa a lidar melhor com a doença, os sofrimentos e a morte, pois a espiritualidade pode levar a ter consciência da própria individualidade e daquilo que se é.

Adquirir a consciência de que temos aspetos positivos e negativos, que passamos por momentos bons e maus, pode levar-nos a uma vida mais feliz, serena, tranquila e faz-nos superar momentos que poderiam eventualmente, levar-nos a situações de stress ou de alguma perturbação mental”, acrescentou.  

Apesar do enorme contributo da espiritualidade na promoção do bem-estar da pessoa, o conferencista sublinha que há casos em que a alienação e os dogmas podem ter uma influência negativa na saúde mental. Prevenir isso é - na opinião do orador - tarefa tanto do indivíduo, como dos líderes religiosos e das autoridades sanitárias. Frei Gilson deu algumas pistas concretas para essa prevenção.

Na referida entrevista à Rádio Vaticano, Frei Gilson comentou também o lema da conferência “Saúde Mental Positiva - Prioridade e Compromisso de Todos”, frisando que o bem-estar holístico de cada ser humano não pode depender apenas de um sector da sociedade, mas é responsabilidade de todos.

Instado a exprimir-se sobre a situação da saúde mental em Cabo Verde e o que terá motivado a realização dessa conferência, o entrevistado evocou o impacto da pandemia sobre as pessoas.

Frei Gilson Frede achou positivo a inclusão no programa, por parte dos organizadores da conferência, de temas relacionados com a importância da fé e da espiritualidade na saúde mental das pessoas. - Fonte: Vatican News

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Congresso Eucarístico dos EUA termina com oração por "novo Pentecostes"

Por Courtney Mares

O Congresso Eucarístico Nacional nos EUA terminou ontem (21) com uma missa para dezenas de milhares de pessoas no estádio de futebol americano Lucas Oil Stadium de Indianapolis, Indiana, em que se rezou por "um novo Pentecostes" na Igreja no país.

O cardeal Luis Antonio Tagle, pró-prefeito do dicastério para a Evangelização da Santa Sé, celebrou a missa como enviado especial do papa Francisco. O cardeal anunciou que o papa lhe disse desejar que o congresso leve à "conversão à Eucaristia".

"A presença de Jesus na Eucaristia é um dom e o cumprimento da sua missão", disse Tagle. "Aqueles que escolherem ficar com Jesus serão enviados por Jesus. Vamos anunciar Jesus com zelo e alegria pela vida do mundo".

Os quase 60 mil participantes do congresso eucarístico foram enviados com "uma grande comissão" na manhã de ontem (21), na qual os oradores principais exortaram os participantes a anunciar o Evangelho em todos os cantos do país.

"O que a Igreja precisa é de um novo Pentecostes", disse madre Adela Galindo, fundadora das Servas dos Corações Trespassados de Jesus e Maria, à multidão em seu discurso antes da missa.

"A Igreja deve ser fiel ao Evangelho (...) não diluir a mensagem do Evangelho", disse ela. "Nascemos para estes tempos. É um momento de sair às pressas para um mundo que precisa urgentemente ouvir a palavra de Deus e a verdade de Deus".

"Aqui está o que precisamos proclamar", disse a freira nicaraguense. "Que nenhuma escuridão é maior do que a luz da Eucaristia. Que nenhum pecado é maior do que o coração misericordioso da Eucaristia".

"Basicamente, irmãos e irmãs, esse amor é maior que a morte", exclamou a freira, que foi aplaudida de pé pela multidão.

Mais de 1,6 mil padres, seminaristas, bispos e cardeais se reuniram na missa no estádio do Indianapolis Colts, numa dramática procissão de abertura que durou 25 minutos. Outros 1.236 religiosos e religiosas rezavam nas arquibancadas, segundo a organização do evento.

A Orquestra Sinfônica de Indianápolis tocou os hinos clássicos "Panis Angelicus" e "Ave Verum Corpus" enquanto a comunhão era levada a dezenas de milhares de pessoas no estádio.

Muitas pessoas comentaram sobre a incrível energia, positividade e esperança entre os participantes do congresso que viajaram de todos os 50 estados dos EUA para participar do evento de cinco dias de 17 a 21 de julho.

"Não quero soar dramático, mas o Congresso Eucarístico Nacional foi uma espécie de triunfo – um triunfo lotado, louco e ocasionalmente caótico. A paz e a alegria reinam", comentou Stephen White, diretor executivo da iniciativa The Catholic Project, na rede social X.

"Sua presença é palpável e generalizada. O Senhor está aqui", acrescentou White.

O padre dominicano Aquino Guilbeau disse que o legado do Congresso Eucarístico Nacional será como o da Jornada Mundial da Juventude de 1993, realizada em Denver, Colorado, para a Igreja nos EUA.

"Sua graça moldará a Igreja pelos próximos 50 anos", disse Guilbeau.

Quase 60 mil ingressos foram vendidos para o Congresso Eucarístico Nacional, segundo os organizadores, incluindo os passes diários que foram vendidos depois do início do evento.

O cardeal Tagle começou sua homilia ao cumprimentar a multidão em mais de cinco idiomas, incluindo chinês, vietnamita, espanhol, francês e italiano e português.

"O Santo Padre reza, como todos nós, para que o congresso dê frutos, muitos frutos, para a renovação da Igreja e da sociedade nos Estados Unidos da América", disse Tagle.

Em sua homilia, o cardeal disse que "onde há falta ou enfraquecimento do zelo missionário, talvez seja em parte devido a um enfraquecimento na valorização dos dons e da dádiva".

"Se nosso horizonte é apenas o de conquista, sucesso e lucro, não há espaço para ver e receber presentes gratuitos. Não há lugar para gratidão e doação", acrescentou. "Só haverá uma busca incessante pela autoafirmação que eventualmente se torna opressiva e cansativa, levando a mais egocentrismo ou individualismo”.

Tagle sublinhou que a Eucaristia é "um momento privilegiado para experimentar a missão de Jesus como dom de si mesmo".

No final da missa, o bispo de Crookston, Minnesota, dom Andrew Cozzens anunciou, sob fortes aplausos, que a Conferência dos Bispos Católicos dos EUA planeja realizar outro Congresso Eucarístico Nacional em 2033, o Ano da Redenção que marca os 2 mil anos da crucificação de Jesus.

Dom Cozzens, que liderou o reavivamento eucarístico, também anunciou que outra peregrinação eucarística de Indianápolis a Los Angeles acontecerá em 2025.

"O que você diz ao chegar ao final do 10º Congresso Eucarístico Nacional?", disse Cozzens. "Foi a minha experiência e espero que tenhamos vivido uma experiência do céu. É claro que a Eucaristia é uma antecipação do céu".

Fonte: ACIDigital

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Diocese na Nicarágua tem primeira ordenação sacerdotal depois de exílio do bispo

Por Walter Sánchez Silva

O bispo de Jinotega, Nicarágua, dom Carlos Enrique Herrera, presidente da Conferência Episcopal da Nicarágua (CEN), ordenou no sábado (20) um sacerdote e sete diáconos na primeira ordenação realizada na diocese de Matagalpa depois do exílio do bispo, dom Rolando Álvarez.

Segundo informações do canal de televisão Diocese Media - TV Merced, da diocese de Matagalpa, dom Herrera ordenou Juan José Orozco Jarquín ao sacerdócio na catedral de São Pedro Apóstolo, em Matagalpa.

O bispo também ordenou os diáconos Aníbal Hernaldo Vallejos Vallejos, Byron Antonio Flores Mejía, Celestino Eliécer Martínez Martínez, Ervin Andrés Aguirre Korea, Juan Dionisio Jarquín Díaz, Roberto Clemente Manzanares González e Saúl Antonio Martínez Obregón.

Segundo o jornal nicaraguense Mosaico, é a primeira ordenação realizada depois do exílio de dom Álvarez em Roma em janeiro.

O jornal também diz que a diocese de Matagalpa perdeu 25 dos 60 padres que tinha em 2020, a maioria deles presa ou exilada pelo governo de Daniel Ortega, um ex-líder guerrilheiro de esquerda que soma mais de trinta anos no poder desde 1979.

"Espalhar o Reino de Cristo em Toda a Terra"

"É sempre motivo de alegria para nós, como Igreja, que Deus continue a abençoar-nos com estes irmãos que livremente decidiram entregar-se ao Senhor", disse dom Álvarez na homilia. "Não podemos deixar de sentir uma grande tristeza porque temos de reconhecer que, embora haja pessoas que queiram ouvir coisas boas, faltam aqueles que se dedicam a anunciar a Boa Nova e a dar testemunho".

"A Igreja nasceu com esse propósito: espalhar o Reino de Cristo por toda a terra, para a glória de Deus Pai, e assim fazer com que todos os homens participem da redenção salvífica e, através dela, ordenem todo o universo a Cristo", sublinhou.

Dom Álvarez não mencionou o bispo de Matagalpa. O bispo de Siuna, dom Isidoro Mora, Nicarágua, foi preso em dezembro do ano passado, banido para Roma em janeiro deste ano depois de pedir por orações por dom Álvarez.

Quem é o bispo exilado Rolando Álvarez?

O bispo de Matagalpa e administrador apostólico de Estelí, dom Rolando Álvarez, é um conhecido defensor dos direitos humanos e crítico do governo na Nicarágua, que desde 2018 intensificou a perseguição contra a Igreja no país.

Dom Álvarez foi forçado a permanecer confinado dentro de sua casa desde o início de agosto de 2022, junto com alguns padres, seminaristas e um leigo.

Duas semanas depois, quando quase ficaram sem comida, a polícia invadiu a casa e levou o bispo sequestrado para Manágua, onde foi colocado em prisão domiciliar.

Em meio a um processo questionável, o governo condenou dom Álvarez a 26 anos de prisão em 10 de fevereiro de 2023, acusando-o de ser um "traidor da pátria". Ele foi detido na prisão La Modelo, para onde são enviados os presos políticos do regime.

Um dia antes de ser condenado, dom Álvarez se recusou a embarcar em um avião no qual o governo de Ortega deportou mais de 200 presos políticos para os EUA.

O bispo foi deportado para Roma em 14 de janeiro. - Fonte: ACIDigital

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Irmãs Carmelitas do Instituto Nossa Senhora do Carmo inauguram casa no santuário do Monte Tabor

A Custódia da Terra Santa anunciou a abertura da residência das Irmãs Carmelitas do Instituto Nossa Senhora do Carmo, localizada nas instalações do santuário do Monte Tabor.

As religiosas ocuparão um prédio que foi administrado pela comunidade “Mondo X” até junho de 2021. A Custódia providenciou a reforma, com a intenção de convidar uma comunidade religiosa que pudesse ajudar os frades em seu serviço. Uma vez concluídos os trabalhos de reforma, a comunidade franciscana deu as boas-vindas às Irmãs Carmelitas no dia 16 de junho. A inauguração oficial ocorreu na festa de Nossa Senhora do Monte Carmelo. Na tarde de 15 de julho, após a celebração das Primeiras Vésperas solenes na capela interna do convento franciscano, os frades e as irmãs foram em procissão com o Santíssimo Sacramento até a capela das irmãs para um momento de oração e adoração. Em seguida, houve a bênção da nova casa.

No dia seguinte, os franciscanos e as irmãs participaram das celebrações no Monte Carmelo. Na noite de 16 de julho, o guardião da comunidade franciscana, Frei Riccardo Bustos, presidiu as segundas Vésperas e saudou as irmãs, lembrando-lhes que “como Pedro, Tiago e João, vocês foram chamadas a este Monte Santo para se deixarem transfigurar pela Presença viva do Senhor, contemplando seu rosto luminoso todos os dias na oração e no serviço humilde e silencioso, para que possam oferecê-lo a todos aqueles que buscam a fé neste Local Sagrado”. Fonte: Gaudium Press

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Do dia 21/7/2024

Papa no Angelus: "Devemos estar atentos à ditadura do fazer"

Durante a oração mariana deste domingo, 21 de julho, Francisco fez um alerta para a nossa sociedade frequentemente prisioneira da pressa e do ativismo: "somente se o nosso coração não estiver consumido pela ansiedade de fazer, receberemos, no silêncio da adoração, a Graça de Deus".

Thulio Fonseca – Vatican News

 “Do Evangelho aprendemos que essas duas realidades, descanso e compaixão, estão interligadas: só quando aprendemos a descansar podemos ter compaixão”. Este foi o cerne da reflexão do Papa Francisco na alocução que precedeu a oração do Angelus, deste domingo, 21 de julho, para os milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.

A liturgia de hoje (Mc 6,30-34), introduziu o Papa, narra que os apóstolos, ao retornar da missão, se reuniram ao redor de Jesus e lhe contaram o que haviam feito; então, Ele lhes disse: “Vinde sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco”. As pessoas, no entanto, percebem seus movimentos e, quando descem da barca, Jesus encontra a multidão que o esperava, e sentindo compaixão, Ele começa a ensinar.

Não perder de vista o essencial

Francisco sublinhou que, de um lado, temos o convite ao descanso e, de outro, a compaixão pela multidão, e completou, “parecem duas coisas inconciliáveis, mas, na verdade, elas se complementam”:

“Jesus se preocupa com o cansaço dos discípulos. Talvez Ele perceba um perigo que também pode afetar nossas vidas e nosso apostolado, quando, por exemplo, o entusiasmo em realizar a missão, assim como as responsabilidades e as tarefas que nos são confiadas, nos tornam vítimas do ativismo, excessivamente preocupados com as coisas a fazer e com seus resultados.”

Segundo o Papa, tais comportamentos impostos pela sociedade e pelo trabalho nos deixam agitados e assim perdemos de vista o essencial, arriscando esgotar nossas energias e cair no cansaço do corpo e do espírito:

“Este é um alerta importante para nossas vidas, para a nossa sociedade frequentemente prisioneira da pressa, mas também para a Igreja e para o serviço pastoral: devemos estar atentos à 'ditadura do fazer'!”

"Irmãos e irmãs, vamos tomar cuidado com a ditadura do fazer! Isso pode acontecer por necessidade, também nas famílias, quando, por exemplo, o pai, para ganhar o pão, é obrigado a se ausentar para trabalhar, sacrificando assim o tempo que poderia dedicar à família. Muitas vezes ele sai de manhã cedo, quando as crianças ainda estão dormindo, e volta tarde da noite, quando já estão na cama. E isso é uma injustiça social. Nas famílias, o pai e a mãe deveriam ter tempo para compartilhar com os filhos, para cultivar esse amor familiar e não cair na ditadura do fazer. Pensemos no que podemos fazer para ajudar as pessoas que são obrigadas a viver assim."

Um olhar compassivo em direção ao próximo

Ao mesmo tempo, o descanso proposto por Jesus não é uma fuga do mundo, uma retirada para o bem-estar pessoal, recordou o Pontífice, pelo contrário, diante da multidão perdida, Ele sente compaixão:

“De fato, é possível ter um olhar compassivo, que consegue perceber as necessidades do outro, somente se o nosso coração não estiver consumido pela ansiedade de fazer, se soubermos parar e, no silêncio da adoração, receber a Graça de Deus.”

Descansar no Espírito

O Papa então propôs aos fiéis alguns questionamentos para uma reflexão pessoal: “Eu sei parar durante os meus dias? Sei dedicar um momento para estar comigo mesmo e com o Senhor, ou estou sempre tomado pela pressa das tarefas a realizar? Sabemos encontrar um pouco de 'deserto' interior em meio aos ruídos e às atividades de cada dia?"

Que a Virgem Santa nos ajude a “descansar no Espírito” mesmo em meio a todas as atividades cotidianas, e a sermos disponíveis e compassivos com os outros, concluiu o Papa Francisco.

Fonte: Vatican News

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Francisco: A guerra é uma derrota! Que haja trégua nos conflitos durante as Olimpíadas

Após a oração do Angelus, o Papa volta a invocar a paz, especialmente em vista dos Jogos Olímpicos de Paris: "que os atletas sejam mensageiros de paz e sinal de uma sociedade inclusiva". O Pontífice também volta seu olhar para a martirizada Ucrânia, Palestina, Israel, Mianmar e por tantos outros países em guerra.

Antonella Palermo - Cidade do Vaticano

As palavras do Papa após a oração mariana do Angelus deste domingo foram em prol da paz. O Pontífice, com o seu olhar voltado para os iminentes Jogos Olímpicos de Paris, que começarão na próxima semana, e que serão seguidos pelos Jogos Paralímpicos, reitera a importância de uma trégua olímpica. Francisco também não esquece os cenários das regiões onde ainda reina a destruição das guerras.

Que os atletas sejam mensageiros de paz

Na capital francesa, chegarão, para as competições programadas de 26 de julho a 11 de agosto, 11.475 atletas de 205 delegações (russos e bielorrussos competirão como neutros). Esta será a 33ª edição da era moderna, a primeira sem as fortes limitações causadas pela Covid-19, a pandemia que em 2020 provocou o adiamento em um ano da edição de Tóquio. Segundo Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional, o diferencial deste ano é a equipe olímpica dos refugiados. Para este evento mundial tão aguardado, o Papa renova sua esperança:

“O esporte também tem uma grande força social, capaz de unir pacificamente pessoas de culturas diferentes. Espero que este evento possa ser um sinal do mundo inclusivo que queremos construir e que os atletas, com seu testemunho esportivo, sejam mensageiros de paz e modelos válidos para os jovens. Em particular, de acordo com a antiga tradição, que as Olimpíadas sejam uma ocasião para estabelecer uma trégua nas guerras, demonstrando uma sincera vontade de paz.”

A mensagem de Francisco ao arcebispo Ulrich para os Jogos Olímpicos que serão realizados na capital francesa de 26 de julho a 11 de agosto: “que sejam oportunidades de harmonia ...

A guerra é uma derrota

Francisco faz novamente seu incansável apelo pelo fim dos conflitos, e recorda "a martirizada Ucrânia, a Palestina, Israel, Mianmar e tantos outros países que estão em guerra."

“Não esqueçamos, não esqueçamos, a guerra é uma derrota!”

Na Ucrânia, as forças russas lançaram durante a noite um ataque com 5 mísseis e aproximadamente quarenta drones, mas as defesas de Kyiv repeliram em grande parte a ofensiva na aérea de Moscovo. No Oriente Médio, a situação continua com o conflito se expandindo para o Líbano, um ataque israelense em uma cidade no sul do País dos Cedros neste domingo (21/07), visou um depósito de munições. Em Mianmar, o intensificar dos combates na guerra civil levou a um aumento significativo dos ataques destrutivos contra as escolas.

Saudações aos grupos de peregrinos

Durante as saudações finais, na conclusão do Angelus, o Papa se dirigiu à Equipe Notre Dame da diocese de Quixadá, no Brasil, à Associação “Assumpta Science Center Ofekata”, envolvida em projetos solidários e formativos para a África, aos Silenciosos Operários da Cruz e ao Centro "Voluntários do Sofrimento", reunidos em memória do fundador, o Beato Luigi Novarese. Por fim, Francisco saudou as aspirantes e as jovens professas do Instituto das Missionárias da Realeza de Cristo e também os jovens do grupo vocacional do Seminário Menor de Roma, que percorreram o caminho de São Francisco de Assis.

Fonte: Vatican News

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Parolin: a Ucrânia vive a hora sombria do Calvário, suplicamos a Deus pela paz

O secretário de Estado do Vaticano, enviado pelo Papa ao país em guerra, preside a missa no santuário mariano de Berdychiv. Recomenda aos fiéis que “não percam a confiança, mesmo que pareça que o mal tenha o sopro da vitória”. Exorta a Igreja a rezar incessantemente “para que Deus converta os corações daqueles que, afastando-se de Seus caminhos e tornando-se escravos de seu próprio orgulho, semeiam violência e morte, pisoteando nos outros aquela dignidade de filhos”.

Antonella Palermo – Cidade do Vaticano

O cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, faz ecoar o grito de paz do Papa e do povo ucraniano do santuário de Nossa Senhora do Carmo, em Berdychiv, um dos centros espirituais da comunidade católica do país, querido por aqueles que professam o rito latino e que concluem as celebrações peregrinas. Na Missa, extremamente bem organizada, com cânticos sugestivos e belas decorações, repete-se o rito de uma recepção calorosa e íntima ao Legado de Francisco. Ali se eleva, por intercessão de Maria, a invocação pelo dom tão esperado da paz para quem sofre há quase dois anos e meio de guerra. Nada é impossível para Deus, repete o representante vaticano, tranquilizando o povo de que o Papa está próximo e compartilha a dor dos ucranianos, a quem transmite “seu abraço paternal”.

Nada é impossível para Deus

Na homilia, pronunciada quase inteiramente na língua local por dom Edward Kawa, bispo auxiliar da arquidiocese de Lviv dos latinos — com exceção da saudação inicial e da oração final à Nossa Senhora do Carmo recitada por Parolin —, recorda-se o primeiro milagre que marcou a história deste local de culto. Era 1627, quando Janusz Tyszkiewicz, o governador das terras de Kyiv e Zhytomyr, foi aprisionado em uma batalha contra os tártaros. Acorrentado, prometeu realizar alguma boa ação em honra de Deus e da Virgem se obtivesse a liberdade. Enquanto dormia, apareceram-lhe frades desconhecidos que rezavam a Deus e a Virgem Maria pela sua libertação. Uma vez liberto, decidiu construir um mosteiro em Berdychiv para os religiosos que tinha visto em sonho e que reconheceu nos carmelitas em Lublin, três anos depois. A igreja foi consagrada em 1642: no altar-mor foi colocada a imagem de Nossa Senhora das Neves, cópia da que é conservada na Basílica de Santa Maria Maior em Roma, conhecida como Salus Populi Romani. A reprodução foi doada pelo próprio Tyszkiewicz, que a guardava anteriormente em sua casa, e em 1647 foi declarada milagrosa pelo então bispo de Kyiv, que fora curado após rezar diante dela.

Ao fazer uma parada na cidade portuária ao sul da Ucrânia e uma das mais afetadas pelo conflito em curso, o cardeal secretário de Estado, na véspera da celebração que presidirá ...

Deus converta quem semeia violência e fere a dignidade

Em seguida, revisitam-se os episódios narrados na primeira leitura, do Primeiro Livro dos Reis, sobre o conhecido sacrifício do profeta Elias no Monte Carmelo. À luz deste relato, o convite à Igreja ucraniana é para ser “profética”. É preciso, sublinha o Legado do Papa, convocar a uma “oração incessante, para que Deus converta os corações daqueles que, afastando-se dos Seus caminhos e tornando-se escravos de seu próprio orgulho, semeiam violência e morte, pisoteando nos outros a dignidade de filhos de Deus”. Fúria e ira, guerras e homicídios cegam a mente do homem. “Realmente devemos pedir ao Senhor, Ele que é o médico celeste, para nos curar dessas doenças letais e substituir um coração de pedra por um coração de carne!”, enfatiza ainda o cardeal.

Quando não há mais força para rezar, confie em Deus

“Não perca nunca a confiança e a esperança em Deus, especialmente hoje, quando parece que o mal tem o domínio, quando os horrores da guerra e a dor pelas numerosas vítimas e as maciças destruições abalam a fé na bondade divina, quando nossos braços fraquejam e não temos sequer mais forças para rezar.” A homilia prossegue com o convite a olhar para Cristo crucificado: naquela Sexta-feira Santa, quando o pecado parecia ter triunfado e a missão salvadora de Deus fracassado, justamente então, explodiu o amanhecer radiante da Páscoa. "A morte não terá a última palavra, mesmo que seja difícil ver o horizonte da Ressurreição", sublinhou Parolin. 

Que Nossa Senhora interceda por um futuro e de paz

A última parte da homilia do cardeal é dedicada inteiramente à Mãe de Deus "que está ao nosso lado na luta de nossas cruzes pessoais, e nos guia suavemente para Sua gloriosa ressurreição”. Parolin incentiva a contemplação do ícone da Mãe de Deus de Berdychiv, representada como Odighítria, ou seja, aquela que guia. Símbolo de ternura e amor, “é anunciadora do amanhecer”, de Jesus, que é a Luz. É consolo na tristeza, pronta para oferecer um refúgio seguro. “A Seu Divino Filho, nossas súplicas pelo povo ucraniano martirizado”, e com uma oração, o cardeal Parolin retoma a palavra e encerra com esta invocação:

“Ó Mãe Santíssima, faça com que as crianças e os jovens tenham um futuro sereno e certo, que as famílias sejam focos de amor, que os idosos e os enfermos recebam conforto e alívio na dor, que aqueles que defendem sua Pátria sejam protegidos dos ataques do mal, que os prisioneiros de guerra voltem a abraçar seus entes queridos e que as vítimas sejam acolhidas no Reino dos Céus.”

Fonte: Vatican News

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Irmã Grazielle Rigotti: Deus está mais próximo de mim com a descoberta do câncer

A Apóstola do Sagrado Coração de Jesus descobriu um tumor no ovário em 2023 e hoje faz tratamento de manutenção, após um desafiador período de cirurgia e quimioterapias. Irmã Grazielle Rigotti acaba de receber a Unção dos Enfermos, confirmando ainda mais as palavras do Papa Francisco sobre a redescoberta desse sacramento que não prepara o doente para morte, mas dá a "força do Senhor e se torna sinal visível de compaixão e esperança".

Andressa Collet - Vatican News

A Irmã Grazielle Rigotti recebeu recentemente a Unção dos Enfermos. A religiosa das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus (IASCJ) foi diagnosticada no final do ano passado com um tumor de ovário e, mesmo estando hoje no tratamento de manutenção da doença, acolheu com alegria a proposta do Papa Francisco para o mês de julho sobre o cuidado pastoral dos enfermos divulgada em vídeo:

“Rezemos para que o sacramento da Unção dos Enfermos dê às pessoas que o recebem e aos que lhes são mais próximos a força do Senhor e se torne cada vez mais para todos um sinal visível de compaixão e esperança.”

Compositora e cantora católica, Irmã Grazielle, de 42 anos e natural de Volta Redonda/RJ, é mestre em Administração de Empresas na área de Finanças, mas precisou reorganizar a própria vida com a descoberta do câncer, quando ainda morava em Bauru/SP e trabalhava como pró-reitora administrativa do Unisagrado, uma das mais tradicionais instituições privadas de Ensino Superior do Brasil. Em janeiro deste ano ela se mudou para São Paulo/SP e hoje ocupa o cargo de ecônoma da Província Brasileira do Sagrado Coração de Jesus, das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus. O tratamento, que a religiosa já completou, consistiu em três quimioterapias, uma cirurgia para a retirada do tumor e mais três quimioterapias. A fase atual de manutenção do caso dela é relacionada a uma deficiência genética, o que inclusive pode ter desenvolvido o tumor.

Uma caminhada mais leve junto a Deus

Muita gente poderia se perguntar se o fato de Irmã Grazielle ser religiosa facilitaria a compreensão do período vivido com a doença. E ela responde:

"Eu tenho certeza que o fato de ser religiosa e também de estar mais consciente da presença e da companhia de Deus na minha vida, me ajudou muito a olhar para ela, não com mais facilidade, mas podendo dar mais sentido a tudo que aconteceu. E eu comecei a perceber também - eu acho que Deus faz isso não só comigo, mas com todas as pessoas que estão neste momento de fragilidade - uma proximidade muito grande dele."

Uma proximidade de Deus percebida nos pequenos detalhes, conta ela: dos nomes das pessoas que a acompanharam o tratamento - o enfermeiro-responsável se chamava Rafael, que significa Deus cura - às datas. A cirurgia, por exemplo, foi realizada na Semana Santa, dando a possibilidade da religiosa "passar por ela junto com Deus, vivendo essa experiência junto com a Igreja, assumindo esse sofrimento assim como também Jesus assumiu a sua cruz". 

“Acredito que a minha fé me ajudou a perceber e a caminhar de forma mais leve dando sentido a tudo o que acontecia.”

A presença nas redes sociais como ferramenta da missão

Irmã Grazielle tem compartilhado essa jornada da batalha contra o câncer nas redes sociais, onde é atuante ainda antes da descoberta da doença. Hoje ela tem 182 mil seguidores no Instagram e, no TikTok, são mais de 137 mil seguidores. Segundo a religiosa, foi uma forma justa de ajudar a entender todo o processo, tanto por quem já a acompanhava como para ajudar aqueles que vivem os mesmos desafios:

"O meu perfil nas redes sociais tem esse objetivo de aproximar as pessoas de Deus e de fazer com que elas percebam que ele caminha junto com a gente. Então, eu poderia também, entre aspas, usar desse momento para poder estar mais próxima das pessoas que também passam por isso e foi isso que aconteceu. Para mim, foi uma escolha muito acertada poder fazer isso, porque para mim também foi muito bom, não só para as pessoas que passam por isso, mas para que eu sentisse também todo esse carinho e essa fé do povo. As pessoas dizendo que rezam por mim. Até hoje eu recebo muitas mensagens de pessoas que dizem que rezam por mim. Pra mim isso faz muito sentido e eu entendo que é nessa corrente de oração que realmente eu consigo me sustentar também para a minha missão."

A força de Deus, pela Unção dos Enfermos

Uma missão que conta com um aliado especial e insubstituível. Irmã Grazielle reforça que a proximidade de Deus tem sido fundamental nesse processo, porque "Ele vem para aliviar o sofrimento humano". Uma das maneiras de sentir a Sua presença, insiste a religiosa, é poder receber a Unção dos Enfermos:

"A Irmã Grazielle hoje, depois dessa doença do tumor, ela é alguém que dá mais sentido a cada momento. A gente sabe que a nossa vida está nas mãos de Deus de qualquer forma, independente de ter uma doença ou não, ninguém sabe o dia de amanhã. Então, o viver o hoje com intensidade, saber que hoje a minha vida é para que seja uma missão, em tudo o acontece, faz muito mais sentido. Eu entendo que a minha vida faz sentido em cada momento; cada dia tem os seus desafios e tem a sua beleza e ele merece ser vivido com intensidade. Acho que esse é o desejo de Deus para nós: que a nossa vida seja cada vez mais voltada para Ele. E quando a gente passa por uma experiência assim, a gente sabe que isso faz sentido também. E se eu pudesse deixar uma mensagem para quem percorre esse mesmo caminho seria realmente de colocar-se nas mãos de Deus, tentar ser mais sensível à presença dEle, porque Ele se mostra muito mais próximo das pessoas quando elas estão mais frágeis e conscientes do seu momento também de doença."

“Acho que Deus se aproxima muito mais, porque Ele veio para aliviar o sofrimento humano. Essa foi a missão de Jesus também: dizer que Deus está próximo de todas as pessoas. E aqueles que tiverem a oportunidade de fazer experiência da Unção dos Enfermos, de receber esse sacramento, também é importante. O Papa falava que não é preparar a pessoa para morte, pelo contrário, mas ajudá-la a viver cada vez mais e a valorizar essa vida. Então, por isso a experiência do sacramento também nos ajuda a passar por qualquer momento de sofrimento e de fragilidade, conscientes dessa força de Deus que nos motiva a caminhar, cada vez mais, e nos impulsiona e nos inspira também a sermos cristão melhores.”

Fonte: Vatican News

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Jornada Missionária no Egito: é preciso levar a mensagem cristã a todos

Mais de 100 jovens participaram da Jornada Missionária no Cairo, organizada pela Direção Nacional das Pontifícias Obras Missionárias e pela Pontifícia Obra da Santa Infância, com o objetivo de sensibilizar e formar novas gerações para a missão cristã. O evento incluiu celebrações, catequeses e atividades lúdicas.

Vatican News

Mais de 100 jovens de 11 paróquias, acompanhados de seus 30 coordenadores, participaram da Jornada Missionária, realizada no início deste mês de julho, na igreja matriz do Patriarcado Copta Católico do Cairo. A iniciativa faz parte de uma proposta mais ampla de organizar dias de sensibilização missionária em todas as nove dioceses católicas do Egito. A Direção Nacional egípcia das Pontifícias Obras Missionárias (POM), coordenada pelo Padre Andraws Fahmi, em colaboração com a Pontifícia Obra da Santa Infância (POSI), começou este processo no início do Ano Missionário, com a preparação de materiais e o envolvimento dos diretores diocesanos, em nível local, para que estes dias pudessem envolver alunos e alunas do ensino secundário.

Discurso do Patriarca copta-católico

Ibrahim Isaac Sidrak, patriarca da Igreja Copta-Católica, fez um discurso por ocasião do Dia Missionário, encorajando os jovens a serem missionários com gestos e ações em todas as circunstâncias: “Todos são chamados a refletir sobre o amor de Cristo para conosco, mediante as nossas atividades; por meio dos nossos gestos podemos transmitir esta mensagem, reconhecendo Cristo nas pessoas que nos circundam. Assim, com gestos simples, toda a mensagem cristã pode ser comunicada concretamente”.

Programação do Dia Missionário

O Dia Missionário teve início com uma solene celebração Eucarística, presidida pelo diretor diocesano das POM, Padre Emanuele Sobhy. A celebração continuou com a apresentação das crianças da POSI e de atividades missionárias internacionais. O ponto culminante da manhã foi a catequese sobre a “Eucaristia, alimento da missão cristã”, feita pelos coordenadores das paróquias às crianças divididas em 8 grupos. À tarde, as atividades lúdicas, propostas por um grupo de jovens, tiveram o objetivo de transmitir, através dos jogos, o sentido das Jornadas Missionárias: a sensibilização sobre as missões e o maior conhecimento de seus temas.

Expectativa para o futuro

O Padre Fahmi concluiu, dizendo: “A nossa Direção Nacional organizou estas Jornadas, que ainda ocorrem, com o apoio dos bispos e diretores diocesanos. Esperamos poder repetir, todos os anos, eventos semelhantes, tão importantes para a animação e formação das novas gerações à missão".

Fonte: Agência Fides

Fonte: Vatican News

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Equipas de Nossa Senhora associam-se a processo sinodal, com programa de seis anos centrado na «comunhão»

XIII Encontro internacional do movimento católico decorreu em Turim

Os participantes no XIII Encontro Internacional das Equipas de Nossa Senhora (ENS), que se encerrou este sábado, assumiram o objetivo de acompanhar o processo sinodal, na Igreja, com um programa de seis anos centrado na “comunhão”.

“A nossa realidade está enraizada nela e queremos viver como parte dessa mesma história. Uma Igreja que busca na sinodalidade um processo de comunhão, que nós, como Equipas, temos praticado desde a nossa fundação”, refere a ‘Carta de Turim’, cidade italiana que acolheu o evento.

O documento conclusivo dirige-se aos casais e conselheiros espirituais das ENS, apresentando a “orientação geral” para o período 2024-2030, ‘Chamados a viver em comunhão’.

A carta, enviada à Agência ECCLESIA, recorda que, desde 2018, o movimento tem vivido um roteiro de seis anos, com o lema ‘Não tenham medo, saiamos’, que “procurou despertar o sentido inato de missão”.

“Esse sentido de missão desenvolveu-se em todos nós, não como uma condição adquirida pela mera transmissão de uma ideia, mas como consequência do próprio encontro com Cristo”, pode ler-se.

O documento sublinha que a evangelização se vive “a partir de uma experiência de encontro” e de acolhimento, que inspiram a orientação geral para os próximos seis anos.

“É essencial que, para viver a comunhão, estejamos plenamente conscientes do nosso carisma, uma vez que reconhecer a especificidade do nosso movimento é o que nos mantém unidos. O carisma é uma realidade que está acima das diferenças culturais, das adaptações, das inculturações”, indica a carta.

O texto é assinado por Clarita e Edgardo Bernal Fandiño, responsáveis internacionais em 2018-2024, e os seus sucessores no cargo, Mercedes Gómez-Ferrer e Alberto Pérez Bueno, eleitos para o período 2024-2030.

O documento conclusivo do XIII Encontro Internacional apresenta três primeiras orientações, para viver em comunhão “com Cristo”, com os cônjuges e como família.

O encontro internacional decorreu na ‘Inalpi Arena’ da cidade italiana de Turim, com a participação de 400 portugueses, entre cerca de 8 mil participantes.

O programa de cinco dias incluiu conferências, testemunhos, celebrações eucarísticas, apresentações teatrais, momentos de oração e adoração, de espiritualidade conjugal, equipas mistas e visitas.O Encontro Internacional de Equipas de Nossa Senhora já passou por Lourdes, em França (1954, 1965, 1988); por Roma, Itália (1959, 1970, 1976, 1982); e Fátima (1994 e 2018).

As Equipas de Nossa Senhora são um movimento de espiritualidade conjugal reconhecido pela Santa Sé como uma associação privada internacional de fiéis de direito pontifício.

Fonte: Agência Ecclesia

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Saúde: «Morre-se mal, morre-se sozinho» em Portugal – Margarida Neto

Presidente da Associação de Médicos Católicos Portugueses questiona opções políticas sobre legalização da eutanásia e aborto como «direito»

A presidente da Associação de Médicos Católicos Portugueses (AMCP) disse que em Portugal se morre “mal”, questionando a ausência de “cuidados paliativos” e de acompanhamento aos mais velhos.

“Morre-se. Morre-se mal. Morre-se sozinho. E não é difícil perceber que os idosos têm imensa dificuldade, que vivem sozinhos, sem família ou sem apoio suficiente, e estas pessoas não têm médicos de família”, refere Margarida Neto, psiquiatra, convidada da entrevista semanal conjunta Ecclesia/Renascença, emitida e publicada aos domingos.

A responsável alerta ainda para quem “morre na rua”, particularmente os doentes que estão em situação de sem-abrigo.

“São uma situação que nos deveria inquietar como sociedade e eu não vejo isso”, lamenta a presidente da AMCP.

Margarida Neto acrescenta que os doentes mentais a viver nas ruas “não têm lugar nos hospitais psiquiátricos”, agravando a sua situação.

A entrevistada aborda a situação dos cuidados paliativos em Portugal, realçando a “enorme diferença entre ricos e pobres”.

“Isto é uma coisa absolutamente indigna, indigna da própria medicina e de quem a gere”, aponta.

A psiquiatra sustenta que “o respeito pela vida humana, desde a conceção até à morte, é absolutamente essencial para um médico”.

“Em relação à lei da eutanásia, obviamente que nos opomos. Mas não nos opomos porque somos católicos, opomo-nos porque somos médicos”, declara.

A presidente da AMCP recorda que há dois pedidos de fiscalização sucessiva da lei, considerando que os deputados “têm, certamente, muito mais coisas para se preocuparem do que pensar em como fazer a morte de um doente, provocar a morte de um doente, ou assistir ao suicídio premeditado e assistido de um doente”.

Questionada sobre as recentes decisões que visam o reconhecimento do aborto como direito, a médica indica que está em causa “a morte de um outro ser que tem direito a viver, direito à vida”.

“É uma coisa absolutamente inadmissível, impensável”, alerta, assumindo também preocupações com limitações à objeção de consciência dos profissionais de saúde.

Sobre a situação em Portugal, Margarida Neto pede que o discurso se centre no “Sistema Nacional de Saúde”, com o Estado a “colaborar com todos”.

“Tem de fazer uma parceria verdadeira, uma rede verdadeira entre público, privado e o setor social, que é enorme e que faz um trabalho absolutamente extraordinário. O que seria deste país sem o setor social?”, questiona.

A entrevistada antecipa um “verão difícil”, perante a recusa dos médicos realizarem trabalho suplementar para além dos limites legais.

A AMCP, fundada em 1915, quer estar em “diálogo com a sociedade”, apresentando os “valores católicos” na medicina.

“Se nos transformamos em apenas cientistas que usam muita tecnologia, a inteligência artificial e por aí, perdemos aquilo que é, diria, a base da medicina, que é a relação médico-doente”, adverte Margarida Neto.

Fonte: Agência Ecclesia

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 Multidão participa da procissão eucarística nas ruas de Indianápolis nos EUA

Por Jonah McKeown

Milhares de pessoas lotaram as ruas de Indianápolis no sábado (20), para participar de uma enorme procissão eucarística de 1,6 km do Indiana Convention Center até o Indiana War Memorial, levando o Avivamento Eucarístico Nacional às ruas, na maior demonstração pública de devoção e unidade no evento de cinco dias de duração.

Católicos, jovens e idosos, viram Jesus passar e juntaram-se à procissão por onde passava. Padres, bispos, seminaristas, religiosos e religiosas e muitas famílias com seus filhos fizeram o percurso, bem como um grande grupo de crianças que acabavam de fazer a primeira comunhão.

A eucaristia, colocada num ostensório dourado abençoado pelo papa, foi transportada em cima de um trailer especial, acompanhada pelo bispo de Crookston, Minnesota, dom Andrew Cozzens, e pelo arcebispo de Indianápolis, dom Charles Thompson.

As pessoas que lotavam as ruas ajoelharam-se enquanto a eucaristia passava e alguns hinos espontâneos eram cantados durante a procissão.

Este foi o momento mais intenso do quarto dia do Congresso Eucarístico Nacional, um acontecimento histórico, o primeiro do tipo a ser celebrado nos EUA desde a Segunda Guerra Mundial.

Estima-se que 50 mil pessoas chegaram a Indianápolis desde quarta-feira para assistir a liturgias, palestras, adoração eucarística e comunhão com outros católicos.

Fruto do projeto plurianual dos bispos católicos dos EUA sobre o Avivamento Eucarístico, o Congresso visa consolidar os católicos na sua fé e no seu amor pela eucaristia, em preparação para um ano especial de missão em todo o país.

Quando a custódia chegou ao Indiana War Memoria, dom Cozzens, que liderou o Avivamento Eucarístico, orou diante de Cristo. Os participantes que acompanharam a procissão inundaram, de joelhos, a grande esplanada verde em frente ao monumento.

“Agradecemos-Te as muitas graças que derramaste sobre nós. Jesus, derramai-as por toda a nossa terra, por todo o nosso mundo. Jesus, nós sabemos que a procissão que fizemos hoje é um símbolo, um sinal da nossa peregrinação terrena, e ela ainda não terminou", disse o prelado”, disse dom Cozzens.

 “E esta procissão, talvez a maior do nosso país em décadas, ainda é muito pequena. Há milhões de pessoas nas nossas próprias cidades, nas nossas dioceses que ainda não Te conhecem”, rezou dom Cozzens.

“Tantos não Te conhecem. Tantos não ouviram falar do Teu amor. Sabemos que queres que todos os povos, todas as nações, se juntem a esta procissão. Sabemos que queres que todos eles Te sigam. E Jesus, nós caminharemos com eles. Jesus, trá-los até nós. Queremos caminhar com eles até ti, Jesus".

O Congresso termina hoje, 21 de julho, com uma missa celebrada pelo cardeal Luis Antonio Tagle, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização da Santa Sé, nomeado pelo papa Francisco como seu enviado especial para este evento.

Fonte: ACIDigital

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Do dia 20/7/2024

Parolin em Odessa: compartilho a dor que sentem por essa terrível guerra

Ao fazer uma parada na cidade portuária ao sul da Ucrânia e uma das mais afetadas pelo conflito em curso, o cardeal secretário de Estado, na véspera da celebração que presidirá amanhã, 21 de julho, no santuário de Berdychiv, rezou pelas vítimas e por uma "paz justa e duradoura", levando a proximidade do Papa à população.

Vatican News

Neste sábado, 20 de julho, o cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, visitou Odessa, uma das cidades mais atingidas pela guerra que há quase dois anos e meio atormenta o país. Parolin rezou pelas vítimas, invocando uma paz justa e duradoura. Sua presença, como Legado pontifício desde ontem, 19 de julho, até o dia 24, é um sinal da proximidade do Papa Francisco com o povo ucraniano. No encontro com a comunidade na Catedral Católica Romana da Assunção da Beata Virgem Maria, o cardeal expressou palavras de agradecimento e encorajamento.

O secretário de Estado chegou à Ucrânia, onde no dia 21 de julho presidirá a celebração de encerramento da peregrinação dos católicos de rito latino ao Santuário Mariano de ...

"Compartilho a dor de vocês" 

Parolin, que ontem (19/07) iniciou sua viagem à Ucrânia pela região ocidental de Lviv e que amanhã (21/07), presidirá a celebração conclusiva da peregrinação dos católicos de rito latino no Santuário Mariano de Berdychiv, dirigiu-se à cidade portuária de Odessa, ao sul do país, expressando sua gratidão pela acolhida recebida desde sua chegada a esta nação. Sua saudação cordial foi direcionada ao bispo, aos sacerdotes presentes, mas também aos representantes da Igreja Ortodoxa (Igreja Ortodoxa da Ucrânia, proclamada independente por Constantinopla em 2019), aos leigos, aos representantes da administração, ao embaixador e a todas as pessoas que se reuniram no local para rezar. Sobretudo, o Secretário de Estado destacou a proximidade, a presença e a bênção do Papa Francisco que "segue com tanta atenção, com tanta preocupação, com tanta dor a situação".

Aos meios de comunicação do Vaticano, o cardeal confessa que, ao colocar os pés no país da Europa Oriental atormentado por uma guerra há quase dois anos e meio, sentiu de maneira especial a dor do povo. E enquanto o bispo homenageava os mortos na guerra com uma vela na catedral, evidenciou-se a dor daqueles que perderam seus entes queridos, afirmou Parolin, e daqueles que ficaram feridos. Parolin relata ter aprendido que "muitos ficaram inválidos", e se une, portanto, ao sofrimento "dos que choram pela destruição de suas propriedades, daqueles que tiveram que partir e se refugiar em outros lugares. A dor de todos os que, de alguma forma, estão envolvidos nesta terrível guerra".     

Dom Vitalij Skomarovsky, presidente Conferência dos bispos da Igreja Católica Romana na Ucrânia, fala sobre a visita que o cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, faz ao país, durante ...

Oração por uma paz justa 

A dor por um lado, a esperança por outro. O encorajamento do representante pontifício é forte: "Eu acredito que, como cristãos, não devemos perder a esperança, a esperança de que, pela graça do Senhor, conseguiremos tocar até os corações mais duros". O cardeal espera que, "mesmo com a boa vontade de muitas pessoas, possamos encontrar um caminho para alcançar uma paz justa". Nesta direção, confirma o esforço e o compromisso da diplomacia vaticana. Na véspera da festa de Nossa Senhora, que será celebrada amanhã em Berdychiv, Parolin antecipa que todos se confiarão justamente à Nossa Senhora, Rainha da Paz. "Eu espero que esta visita, assim como as anteriores, como a do cardeal Zuppi, por exemplo, possam contribuir um pouco para construir a paz, um caminho de paz nesta terra", conclui Parolin.

Fonte: Vatican News

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Card. Parolin: na Ucrânia para levar a proximidade do Papa e rezar pela paz

O secretário de Estado chegou à Ucrânia, onde no dia 21 de julho presidirá a celebração de encerramento da peregrinação dos católicos de rito latino ao Santuário Mariano de Berdychiv. Uma viagem marcada pela oração e pela esperança “de que possam ser encontrados caminhos para um rápido fim do conflito”. O cardeal destaca a proximidade do Papa, que “desde o início tentou encontrar maneiras de acabar com a guerra e uma paz justa”

Mariusz Krawiec – Lviv

Começou com um encontro em Lviv com representantes de autoridades eclesiásticas e civis a visita à Ucrânia do Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado da Santa Sé, nomeado pelo Papa Francisco como seu Legado para as celebrações de encerramento da peregrinação nacional dos católicos latinos da Ucrânia ao Santuário da Bem-Aventurada Virgem Maria de Berdychiv, que será realizada no domingo, 21 de julho. Na sexta-feira, 19 de julho, o Cardeal Parolin, acompanhado pelo Núncio Apostólico na Ucrânia, Arcebispo Visvaldas Kulbokas, chegou à Cúria da Arquidiocese Católica Romana de Lviv, onde foi recebido pelo Metropolita Mieczyslaw Mokrzycki e pelos Bispos Auxiliares Edward Kava e Leon Maly. Também estavam presentes Dom Volodymyr Hrutsa, bispo auxiliar da Arquiparquia de Lviv da Igreja greco-católica, Maksym Kozytskyi, chefe da administração regional de Lviv, e Andriy Sadovyi, prefeito de Lviv.

Uma oração de paz

Após uma breve saudação, o legado pontifício fez seu primeiro comentário à mídia do Vaticano. “A ocasião da visita está ligada à celebração no Santuário Mariano de Berdychiv. Portanto, essa foi a razão pela qual o Santo Padre me enviou como seu representante especial, a pedido também dos bispos latinos, para a elevação do Santuário a Basílica menor”, explicou o cardeal. “Assim, o primeiro motivo será precisamente compartilhar com os fiéis esta celebração e esta oração, que, naturalmente, será uma oração sobretudo pela paz, será uma oração coral elevada à Mãe de Deus, para que ela possa finalmente conceder a paz a este país, que o Santo Padre sempre define como 'martirizado', a 'Ucrânia martirizada'. E, é claro, essa circunstância também me dá a oportunidade de conhecer as autoridades do país. Também porque”, acrescenta Parolin, “desde o início desta situação particular de guerra temos recebido convites para vir à Ucrânia. Assim, após a celebração no domingo, haverá uma oportunidade de encontrar as autoridades, começando, acredito, pelo presidente. E, é claro, creio que lá falaremos sobre paz, sobre quais são as possíveis perspectivas de paz”.

A proximidade do Papa

Portanto, o dom que o Secretário de Estado traz para o solo ucraniano é, “a proximidade do Santo Padre”: “Esta visita”, sublinha, “é mais uma expressão da atenção que o Santo Padre continua a dar à Ucrânia. Assim como as suas grandes esperanças de paz: desde o início, o Papa tentou encontrar maneiras de pôr fim à guerra, o que recentemente é chamado de paz justa. Falamos sobre isso em Bürgenstock [na Suíça, ndr.] quando houve a Conferência de Paz. Portanto, proximidade, oração e esperança, para que se possa encontrar maneiras de chegar a uma conclusão, o mais rápido possível, para esse conflito”.

Compromisso com uma paz justa

Sempre em nome do Papa Francisco e da Santa Sé, o Cardeal Parolin expressa mais uma vez sua preocupação com a situação na Ucrânia e reitera seu compromisso “de encontrar uma solução pacífica para chegar a essa paz justa da qual falei”. “Até agora”, declara ainda, “parecia-nos, também a partir da visita que o Cardeal Zuppi fez aqui em Kiev e depois em Moscou, que o compromisso humanitário fosse uma forma de promover essa paz. Parece-me”, acrescentou o cardeal, “que esse também é o pensamento das autoridades em Kiev, porque até mesmo na Suíça eles falaram das três dimensões: em primeiro lugar, a questão nuclear, portanto, evitar uma escalada; depois, a questão da liberdade de circulação de mercadorias; e, por fim, acima de tudo, a questão humanitária. Portanto, a Santa Sé se concentrou nisso também a pedido do próprio Governo, mas com o objetivo de tomar medidas que poderiam realmente levar a uma paz justa”.

Fonte: Vatican News

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Desafios e direções para a Pastoral Juvenil Latino-Americana após o XXI ELARNPJ

Líderes da Pastoral Juvenil da América Latina se reuniram em Assunção para discutir o futuro da pastoral, destacando a necessidade de enfrentar desafios sociais, integrar questões ambientais e promover a evangelização digital. O encontro também reforçou a construção de pontes entre diferentes regiões e realidades, incluindo a participação de representantes internacionais.

Padre Modino - Vatican News

Líderes da Pastoral Juvenil da América Latina se reuniram entre 15 e 19 de julho em Assunção, Paraguai, para o XXI Encontro Latino-Americano de Líderes Nacionais da Pastoral Juvenil (ELARNPJ). O encontro, que contou com a participação de 140 pessoas de diversos países e representantes da Cúria Romana, discutiu o futuro da pastoral juvenil, abordando questões como marginalização, injustiça social, e a integração de questões sociais, econômicas e ambientais. Também foram destacados os desafios e oportunidades na evangelização digital e na construção de pontes entre diferentes regiões e realidades.

Tocando a Carne que Sofre

A questão fundamental discutida no XXI Encontro Latino-Americano de Líderes Nacionais da Pastoral Juvenil (ELARNPJ) é o futuro da pastoral juvenil. Espera-se que a pastoral continue a construir a Civilização do Amor, tocando a "carne sofredora" do povo de Deus. O encontro destacou a necessidade de a pastoral juvenil enfrentar os desafios atuais, como marginalização, injustiça social, crise climática e falta de articulação. É crucial que a Pastoral Juvenil Latino-Americana continue promovendo o encontro com Cristo e a evangelização, discernindo novas formas de acompanhamento que abracem as pluralidades do mundo jovem. A formação integral deve incluir o uso das redes sociais para a evangelização digital. Além disso, é necessário integrar questões sociais, econômicas e ambientais nos processos pastorais para o desenvolvimento sustentável.

Equipe de Coordenação e Estrutura Regional

A Pastoral Juvenil Latino-Americana tem uma equipe de coordenação composta por um jovem representante de cada uma das quatro grandes regiões da Igreja na América Latina e no Caribe. A equipe inclui Yamille Morillo, delegada da Região Caribe; Santiago Tognetti, delegado da Região do Cone Sul; María José Bolaños, delegada da Região México-América Central; e Paola Balanza, delegada da Região Andina. Eles são acompanhados pelo Bispo de San Pedro (Paraguai), dom Pedro Jubenville.

Pontes no Continente e Além

A Pastoral Juvenil Latino-Americana está focada em "construir pontes" e lembrar que a dignidade humana deve ser um eixo transversal que coloca as periferias no centro. Os jovens da pastoral devem ir além dos muros das igrejas, buscando conectar-se com realidades fora do continente. O encontro também incluiu a presença de representantes internacionais, como o padre Francisco Hernández, coordenador do Centro de Programas e Redes de Ação Pastoral (CEPRAP) do CELAM; o secretário do Dicastério para a Comunicação, mons. Lucio Ruiz; e a secretária da Pontifícia Comissão para a América Latina, Emilce Cuda. Redes entre o Norte e o Sul também foram reforçadas, como evidenciado pela presença de jovens dos Estados Unidos, acompanhados pelo bispo de San José, dom Oscar Cantú.

Fonte: Vatican News

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Dom Luiz Soares Vieira: como bispo na Amazônia, “a missão me transformou”

O arcebispo emérito de Manaus, Dom Luiz Soares Vieira, reflete sobre seus 40 anos de episcopado na Amazônia, e destaca os desafios da evangelização e a importância da corresponsabilidade e sinodalidade na Igreja. Atualmente o prelado emérito continua seu pastoreio ministrando retiros e confissões.

Padre Modino - Vatican News

40 anos de bispo, “bastante tempo”, diz dom Luiz Soares Vieira, arcebispo emérito de Manaus, a arquidiocese que pastoreou por 21 anos. Um tempo desafiador, numa cidade onde cada ano chegavam 40 mil pessoas, mas que a Igreja de Manaus enfrentou com um trabalho comum dos leigos, diáconos, padres e da Vida Religiosa.

Padre na diocese de Apucarana, no Paraná, de onde voltou quando ficou emérito, foi bispo na Amazônia, uma missão que mudou bastante sua vida, se empenhando em viver seu lema episcopal: servir e não ser servido. Ele diz ter aprendido muito nesses 40 anos de ministério episcopal, promovendo a corresponsabilidade. Um tempo em que partilhou o caminho com bispos que se tornaram “figuras que estão na história”, especialmente nos primeiros anos de bispo, “bispos muito proféticos”. Confira abaixo a entrevista na íntegra:

40 anos de episcopado, é muito tempo?

Bastante tempo, 40 anos de caminhada. Eu estou com 87, quando eu fiquei bispo tinha 47 anos. Fui nomeado bispo no dia do meu aniversário, no dia 2 de maio, como bispo de Macapá. Eu fiquei sete anos e meio lá, foram anos bonitos, muitas comunidades, no interior, ao longo dos rios, nas estradas. Em 1991, o Santo Padre me nomeou para Manaus, e no dia 19 de janeiro de 1992 eu tomei posse.

No dia seguinte, era a festa de São Sebastião, foi meu primeiro contato com o povo de Manaus. Foi um tempo bonito mesmo, foram 21 anos. No começo era muito desafiadora a situação aqui. Manaus começou a crescer de repente, foi um inchaço da cidade, entravam mais de 40 mil pessoas por ano, vindo do interior, do Pará e do Nordeste. Foi uma época complicada, porque a Igreja não tinha condições.

Mas eu encontrei uma grande coisa aqui, dom Clovis, com um grupo de padres, fez um projeto de evangelização das periferias envolvendo as paróquias, surgindo as regiões missionárias. Na zona Norte, onde está mais da metade da população hoje, era tudo invasão, o pessoal ia ocupando. Tínhamos uma Irmã Adoradora, a Ir. Helena, que foi fabulosa, organizou o pessoal, fazia ocupações muito bonitas. Nós fomos enfrentando a situação, os leigos, graças a Deus, padres, os diáconos também. Nós recebemos apoio de outras dioceses do Brasil e também das congregações religiosas femininas, eram muitas religiosas.

Em 2012, eu estava completando 75 anos, eu apresentei minha renúncia, e logo veio a nomeação de dom Sérgio Castriani. Fiquei muito feliz, porque realmente era o homem mais indicado naquela época para ser arcebispo de Manaus. Eu não quis ficar aqui em Manaus, porque havia muito tempo que eu era arcebispo, 21 anos, e voltei para a diocese onde eu era padre, diocese de Apucarana, no Paraná, e lá eu estou. Fiquei um tempo na catedral, ajudando, e depois fui para uma paróquia do interior com outro padre, e estou lá, vai fazer 10 anos nessa paróquia. Eu só tenho a agradecer a Deus esse tempo.

No domingo, nosso cardeal, dom Leonardo, promoveu a missa para lembrar meus 40 anos de episcopado. Fiquei muito feliz de reencontrar os padres, os dois bispos auxiliares, fui eu que ordenei muitos dos presbíteros, e muitos conhecidos, muitos amigos. Tudo isso ajuda a gente a se alegrar e a agradecer a Deus por tudo o que Ele realizou.

O senhor era padre no Paraná e foi bispo na Amazônia, o que mudou em sua vida, o episcopado e a Amazônia?

Mudou bastante, a missão muda a gente. Eu quando fui para Macapá, o Brasil é muito diferente, cultura, os costumes, a visão da vida. Para mim foi uma bênção, eu mudei muito, a missão mudou a minha cabeça. Aí comecei a perceber que muitas vezes aquilo que mereceu minha atenção, não era mais importante, fui descobrindo o que era realmente essencial e importante na vida cristã, na vida da Igreja, e principalmente na vida de bispo.

Quando fui nomeado, eu pensei: o que eu vou fazer? Lembrei-me de Jesus, que diz que ele veio não para ser servido, mas para servir e dar a vida por muitos. E falei, olha, é isso que eu vou fazer, como Jesus quis e que todo cristão deve fazer. Então, meu lema de bispo é justamente isso: servir e não ser servido. Isso tem me orientado a vida afora, eu agradeço muito a Deus ter vindo para cá, primeiramente Macapá, depois esse desafio de Manaus, gostei da missão, ela mudou minha vida.

Se pudesse voltar 40 anos atrás, o que o senhor não faria de tudo o que fez como bispo?

A gente fez muita bobagem, até a gente ser trabalhado pelo Espírito Santo. Às vezes a gente não tomava as medidas que devia tomar, mas passado é passado, tudo faz parte da vida, o acerto e o desacerto, e aprendi muito, mesmo com os erros do passado.

De tudo o que o senhor fez nos 40 anos de bispo, o que pensa que foi mais importante, o que não deixaria de fazer?

Naquela época em que fiquei bispo, se falava muito de fazer um planejamento participativo, chamar à participação nas linhas de pastoral, no que se deveria realizar. A gente falava muito da corresponsabilidade, de envolver realmente. Já em Macapá, eu parti para isto, e quando vim para Manaus, vi a necessidade de continuar o trabalho dos bispos anteriores, principalmente esse trabalho de evangelização das periferias, que era um projeto de dom Clovis Frainer.

Aí, eu comecei a envolver nossa pastoral com esse planejamento participativo, que hoje é sinodal, que é outro termo. Nas nossas assembleias, que realizávamos a cada dois anos, levava um ano, a gente consultava as bases, nas comunidades, nas paróquias, chegava até nossa coordenação pastoral, a gente fazia tabulação, mandava de volta, novamente discutiam nas bases, aí vinha para nós, redigia, e mandava novamente para as bases. Aí a assembleia era mais celebrativa, porque a assembleia já tinha sido realizada. Nesse processo de fazer todo mundo participar, a maioria do pessoal participava.

Isso foi muito bom, isso acho que foi um ganho, eu acredito que estejam continuando com essa metodologia aqui na nossa arquidiocese. Porque realmente, é o que o Papa fala hoje, sinodalidade, caminhar juntos, tomar as decisões juntos. É claro que depois o bispo tem que assumir e fazer todo mundo caminhar naquela direção. A gente traçava as grandes linhas da pastoral e comparava muito ao Rio Negro.

O Rio Negro tem as margens, mas ele tem espaço para iniciativas particulares. As margens seriam as linhas de pastoral, o que nós traçávamos nessas assembleias, e a gente via as urgências, e enfrentava as urgências, planejando como seria esse trabalho de enfrentamento dos problemas, das questões que estavam aí.

Em 40 anos, o senhor teve muitos companheiros bispos, como definiria o episcopado brasileiro nos últimos 40 anos?

Nos meus primeiros anos de episcopado encontrei figuras que estão na história. Eu lembro dom Helder, dom Luciano Mendes, dom Ivo Lorscheider, dom Aloisio Lorscheider, dom Paulo Evaristo Arns, alguns bispos do Nordeste, grandes nomes, foi uma época de bispos muito proféticos. Foi a época em que estava a ditadura, já caminhando para o final da ditadura, e foram bispos que enfrentaram a situação. Estavam lá dom Pedro Casaldáliga, dom Tomas Balduino, dom Erwin. Foi uma época de muito entusiasmo.

Hoje, o episcopado é ótimo, mas nós não temos nomes que sobressaiam. Esse é o problema do episcopado brasileiro hoje, nós não temos nomes como aqueles que tinha na época, talvez devido ao tempo e à cultura que nós estejamos enfrentando.

Na última assembleia dos bispos, dom Fernando Saburido dizia que o bispo fica emérito, mas nunca se aposenta. Como o senhor quer continuar seu ministério episcopal daqui para frente?

Já são 11 anos que sou emérito. Quando eu saí daqui, eu decidi fazer duas coisas: atender confissões, que não tinha atendido quase como bispo, e me pôr à disposição da Igreja do Brasil. O que apareceu foram muitos retiros, nos primeiros anos eram 10 retiros, depois na pandemia diminuiu, mas ainda eram quatro ou cinco, e agora vai retomando. Me dedico a isso, além da paróquia, ajudar o padre nas celebrações, nas confissões, tem a vida cheia, graças a Deus.

Fonte: Vatican News

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Franciscanos acolhem 400 jovens para a Caminhada Franciscana da Juventude

Com o tema: “Como São Francisco, marcados pelo amor do Bom Jesus”, e lema: “Chagados pelo amor, peregrinos da esperança”, neste final de semana a cidade de Sorocaba (SP) acolhe 400 jovens para a XII edição da Caminhada Franciscana da Juventude

Frei Augusto Luiz Gabriel

Neste final de semana a cidade de Sorocaba (SP) acolhe 400 jovens para a XII edição da Caminhada Franciscana da Juventude (CFJ). Participantes de todos os estados em que a Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil se faz presente, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, estarão presentes no evento que marca também o Jubileu dos 100 anos da Paróquia Bom Jesus de Sorocaba e de 90 anos de presença franciscana da cidade sede do encontro.

Como São Francisco, marcados pelo amor do Bom Jesus

A Comissão Central da CFJ escolheu como tema: “Como São Francisco, marcados pelo amor do Bom Jesus”, e lema: “Chagados pelo amor, peregrinos da esperança”. Ambos tem sua inspiração na Celebração do Jubileu dos 800 anos das Chagas de São Francisco e no Jubileu da Esperança em que a Igreja viverá no ano que vem, mas que desde já vem se preparando com o Ano da Oração, instituído pelo Papa Francisco. Desde janeiro deste ano, quando a caminhada foi anunciada no encerramento das Missões Franciscanas da Juventude, em Pato Branco (PR), os frades da Fraternidade Bom Jesus dos Aflitos e lideranças locais estão empenhados na organização, planejamento e articulação, com encontros mensais, virtuais e presenciais, com o apoio da Equipe de Evangelização com as Juventudes da Província. Vale ressaltar que há mais de um ano, a fraternidade local manifestou o desejo de acolher o encontro.

A Caminhada Franciscana vem se atualizando

Segundo Frei Gabriel Dellandrea, a Caminhada Franciscana vem se atualizando e respondendo aos novos anseios do tempo presente. No entanto “para além do que está previamente planejado, sempre acontecem boas surpresas durante o percurso. Temos certeza e confiança que antes de toda preparação, alguém muito maior já preparou tudo”, disse, referindo-se ao Criador. Frei Roger Strapazzon não esconde a alegria com a proximidade da caminhada. “Temos a satisfação de receber muitos jovens que participarão pela primeira vez de uma caminhada. Isso nos alegra e revela que enquanto Província estamos no caminho certo”, frisou. “Jovem evangelizar jovem é sempre um desafio e um exercício, mas também enche nosso coração franciscano de alegria e otimismo. Hoje eles são participantes, amanhã serão nossas lideranças e quem sabe até mesmo nossos confrades”, vibrou. O jovem franciscano Henrique Bissa, da Paróquia Santa Clara de Assis de Colatina (ES), participará pela segunda vez da caminhada. "Estou com uma expectativa grande para um evento que irá renovar nossas energias. Nosso grupo de jovens vem se preparando há meses para este encontro. Muitos irão pela primeira vez e isso nos alegra", ressaltou. Hadassa Pagani Belei participará também pela segunda vez e é da mesma Paróquia. "Estou muito animada e minha expectativa está alta pois em cada edição sempre temos algo novo e diferente. Também estou feliz com essa oportunidade que Deus me concede em participar e espero que seja uma caminhada de muita reflexão e que eu possa fazer novos amigos”, completou. Maria Vaudilene Amaral é da Comunidade Perpétuo Socorro, pertencente a Paróquia Bom Jesus de Sorocaba. Ela espera com ansiedade os jovens das diferentes regiões que serão acolhidos na sua cidade natal. “Que possamos viver uma experiência nova e que nos movimenta. Pela primeira vez estou participando da organização de uma caminhada. Será uma experiência diferente, por isso, estou ansiosa para fazer algo que supere minhas expectativas. Tenho certeza que serão dias abençoados”, destacou.

Famílias acolhem peregrinos

Na última quinta-feira (18/07), os frades da Equipe de Evangelização com as Juventudes realizaram um encontro com as famílias acolhedoras que começou com a Celebração Eucarística, às 19h, na Igreja Matriz, presidida por Frei Augusto Luiz Gabriel e concelebrada por Frei Gabriel. Na ocasião, os religiosos agradeceram as famílias pela hospitalidade e gratuidade na acolhida de tantos jovens franciscanos. São mais de 150 famílias envolvidas nesta grande missão: oferecer um aconchego familiar para os peregrinos. 

A Caminhada Franciscana da Juventude é um evento voltado prioritariamente para jovens. A proposta é que ela seja um retiro itinerante, onde o participante realiza um encontro com Deus, consigo mesmo, com o próximo e com a natureza. Esta iniciativa é pensada e promovida a partir de elementos da espiritualidade cristã e franciscana, mas também é aberta a pessoas de outras religiões. Ela é também uma grande oportunidade de animação vocacional, bem como de vigor e entusiasmo para os grupos de jovens locais e paróquias acolhedoras. - Fonte: Vatican News

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Dom Uhač, o cardeal que João Paulo II não conseguiu criar

Há cem anos nascia na Croácia, Dom Josip Uhač: núncio apostólico e secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos. Fazia parte da lista dos novos cardeais a ser anunciada pelo Papa João Paulo II em 18 de janeiro de 1998, mas faleceu naquela mesma manhã. Segundo o historiador Medved: “Desempenhou um importante papel no reconhecimento da independência da Eslovênia e da Croácia em 1992 e depois no apoio ao povo da Bósnia e Herzegovina durante o conflito”

Alessandro Di Bussolo – Vatican News

Dom Josip Uhač, diplomata croata e secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos, faleceu em Roma no domingo, 18 de janeiro de 1998, poucas horas antes do Angelus de João Paulo II, que o havia incluído na lista de novos cardeais a serem anunciados naquele mesmo dia e a serem nomeados no consistório de 21 de fevereiro. “Ele tinha sido informado três dias atrás”, disse o Papa Wojtyla, ‘mas o Senhor o chamou para si nesta manhã’. O cardeal, que permaneceu no coração do Pontífice, nasceu em 20 de julho de 1924 em Santa Jelena, um vilarejo de Brseč, na arquidiocese de Rijeka-Fiume na Croácia. A comunidade local está comemorando o centenário de seu nascimento com vários eventos.

Um pastor de caráter modesto e silencioso

Em 20 de janeiro de 2024, foi inaugurada em frente à pequena capela de Santa Jelena uma estela em homenagem ao diplomata. Neste sábado (20) será celebrada uma Santa Missa e nos próximos meses será realizada uma conferência em sua homenagem. Uma maneira de conhecer melhor sua figura de pastor com um caráter modesto e silencioso, que dedicou toda a sua vida ao trabalho diplomático para a Santa Sé. Dom Uhač não publicou nenhum diário ou memória, e também por isso que ele não é tão conhecido quanto merece. Isso é destacado por Marko Medved, professor de história eclesiástica em Rijeka. “Quando se trata da vida e do trabalho de diplomatas, sejam eles civis ou eclesiásticos”, afirma, “os biógrafos se encontram em uma situação difícil. Se não publicaram suas próprias memórias, suas próprias recordações da vida e do trabalho diplomático, o público fica desconhecendo grande parte das notícias”.

Sua formação, de Rijeka a Roma, passando por Veneza

Josip é o segundo filho da família de Anton e Marija, nascida Senčić. Entrou no seminário diocesano de Rijeka e continuou seus estudos teológicos primeiro em Veneza e depois em Gorizia. Em 1945, com o fim da guerra e o advento do comunismo, o bispo de Rijeka, Ugo Camozzo, não tendo certeza de onde o jovem Uhač poderia concluir com sucesso os estudos interrompidos pela guerra, enviou-o para Roma. Após concluir seus estudos na Universidade Lateranense, foi ordenado sacerdote em 16 de abril de 1949 e, longe de sua terra natal, celebrou sua primeira missa na Cidade Eterna. Após a ordenação sacerdotal, morou por dois anos no Pontifício Instituto Croata de São Jerônimo e, a partir de 1951, mudou-se para uma paróquia romana e ingressou na Pontifícia Academia Eclesiástica.

Núncio da Ásia à Africa e por fim Europa

Depois de se tornar conselheiro na Alemanha e na Espanha, Paulo VI o nomeou arcebispo em junho de 1970 e, em setembro do mesmo ano, foi ordenado por Dom Viktor Burić na Catedral de São Vito, em Rijeka. Suas primeiras experiências como núncio foi no Paquistão e depois em vários países africanos (1976-1981). Depois que Paulo VI aumentou o número de não italianos entre os diplomatas do Vaticano, Uhač iniciou seu segundo período de trabalho em 1984 na República Federal da Alemanha, onde permaneceu como Núncio Apostólico até 1991. “Aqui, em comparação com a Ásia e a África, estavam na agenda questões bem diferentes”, recorda o historiador Medved, “a posição e o papel do Capítulo de Colônia na escolha do sucessor do Cardeal Höffner, uma questão que exigiu habilidades diplomáticas consideráveis para chegar a um acordo na nomeação episcopal. Em seguida, houve a turbulência da Igreja pós-conciliar, a questão dos impostos da igreja e, por fim, a unificação da Alemanha com os preparativos para a transferência da nunciatura de Bonn para Berlim”.

O reconhecimento da independência da Eslovênia e da Croácia

Em 21 de junho de 1991, João Paulo II nomeou Dom Uhač secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos (anteriormente Propaganda Fide, hoje Dicastério para a Evangelização). Ele ocupou esse cargo até sua morte, acrescentando posteriormente o de diretor das Pontifícias Obras Missionárias até 1995. Na época a jurisdição da Congregação se estendia a quase toda a África, Ásia, Oceania, excluindo a Austrália, parte da América Latina, bem como a Bósnia e Herzegovina. “Hoje sabemos”, diz Medved, “que Dom Uhač, desempenhou um papel importante e não suficientemente documentado no reconhecimento diplomático da Eslovênia e da Croácia, quando Jean Luis Touran e o Cardeal Angelo Sodano, como Secretário de Estado, estavam à frente da diplomacia vaticana”.

A inauguração da Nunciatura Apostólica em Zagreb

Graças também ao seu trabalho diplomático, foi alcançado um cessar-fogo em janeiro de 1992, após vários meses de guerra entre as duas repúblicas e o governo de Belgrado. Quando a Nunciatura Apostólica foi aberta em Zagreb, em 1993, após o estabelecimento de relações diplomáticas entre a Santa Sé e a Croácia, Dom Uhač teve a honra de inaugurá-la, como representante de João Paulo II. “Com esse gesto”, comenta Medved, "os croatas queriam mostrar a sua gratidão”. A guerra, que cessou após o reconhecimento da Croácia em janeiro de 1992, eclodiu na vizinha Bósnia e Herzegovina, um país, como mencionado, cuja Igreja era da competência da Congregação para a Evangelização dos Povos na época.

Ajuda à Igreja e à população da Bósnia e Herzegovina

Devido ao grande número de católicos croatas na Bósnia e Herzegóvina, a Santa Sé,  o Arcebispo Uhač pôde realizar um intenso trabalho de ajuda material e espiritual às vítimas do conflito e à Igreja local, além de trabalhar para salvaguardar a unidade do país diante das ameaças de desintegração e divisão de seu território, às vezes até do lado croata.

No hospital, a notícia de sua nomeação como cardeal

Sobre o episódio que marcou os últimos dias da vida de Josip Uhač, Medved lembra que o arcebispo recebeu a notícia de sua nomeação como cardeal no hospital e que, na missa fúnebre celebrada em 20 de janeiro na Basílica de São Pedro, “o cardeal Angelo Sodano, secretário de Estado, falou de Dom Uhač como colega e amigo. O arcebispo Uhač", conclui o historiador, “foi um filho fiel da Igreja, ao serviço da Santa Sé e de sua missão, em tempos de desafios e tensões não menos exigentes do que os que enfrentamos hoje”.

Dom Uzinić: sacerdote e bispo simples, humilde e fiel

Como escreveu o atual arcebispo de Rijeka-Fiume Dom Mate Uzinić, "a grandeza de Uhač não deriva dos altos cargos que ocupou, mas da maneira como os exerceu. Ele era um sacerdote e um bispo simples, humilde, piedoso e fiel. A fidelidade de Uhač à Igreja pode ser uma inspiração para cada um de nós hoje no cumprimento de nosso chamado”. Josip Uhač está enterrado na igreja paroquial de São Jorge em Brseč, arquidiocese de Rijeka-Fiume. - Fonte: Vatican News

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75 anos da Pontifícia Missão na Jordânia: o constante e atento olhar da Santa Sé

A Pontifícia Missão para a Palestina celebrou seu Jubileu de Diamante na Jordânia com uma missa presidida pelo Núncio Apostólico, dom Giampietro dal Toso. A instituição, criada há 75 anos pelo Papa Pio XII, continua a fornecer assistência humanitária e espiritual aos palestinos, reforçando o compromisso da Santa Sé com a região.

Vatican News

A Pontifícia Missão para a Palestina celebra o seu Jubileu de Diamante também na Jordânia: 75 anos de fundação, sob o signo da oração. O ponto culminante das celebrações foi a celebração da Santa Missa, presidida pelo Núncio Apostólico na Jordânia, dom Giampietro dal Toso, na igreja de Santa Maria de Nazaré, no bairro de Sweifieh, localizado na zona oeste da capital Amã.

A solene cerimônia, que se realizou na tarde do último dia 17 de julho, contou com a presença, entre outros, de sacerdotes de diversas dioceses, diáconos e religiosas. Participaram também o diretor geral da Pontifícia Missão para a Palestina, na Jordânia, Raed Al-Baho, além dos membros da instituição, representantes de vários Corpos diplomáticos e uma multidão de fiéis.

O Senhor não abandona o seu povo

Em sua homilia, traduzida para o árabe pelo Padre Rifat Bader, diretor do Centro Católico de Estudos e Mídia, o Núncio enalteceu o trabalho da Pontifícia Missão, instituída por ordem do Papa Pio XII, com o objetivo de ajudar o povo palestino depois da Nakba - expressão árabe que significa “catástrofe” - o êxodo forçado da população árabe palestina, durante a guerra árabo-israelense, em 1948, após a fundação do Estado de Israel. Na época, mais de 700 mil palestinos foram obrigados a deixar suas cidades e aldeias. A discussão sobre o destino desses refugiados palestinos e o “direito de regresso” dos seus descendentes permanece no centro do conflito em curso entre Israel e Palestina.

Foram e continuam ser anos de sofrimento, como sublinhou o Núncio: “O Senhor não nos abandona e temos o maior dom que Ele nos deu, seu Filho Jesus, enviado para nos salvar. Cristo é o sinal mais evidente de que Deus cuida de nós”. Nas pegadas deste amor, continuou dom Giampietro dal Toso, “celebramos hoje o que, há 75 anos, a Igreja Católica criou: uma instituição especial para ajudar o povo palestino, que envolveu também a Jordânia”.

Desde então, a Pontifícia Missão para a Palestina jamais deixou de dar assistência humanitária e espiritual aos palestinos, ajudar a comunidade cristã e todas as comunidades necessitadas, que vivem na Terra Santa, graças à colaboração das Igrejas locais, instituições católicas e organizações internacionais.

Pedidos contínuos de paz e reconciliação

Logo, o Núncio explica ainda que esta celebração jubilar assume um tom de festa, mas, sobretudo, também de ação de graças pelo trabalho que a Santa Sé continua a desenvolver em todo o Médio Oriente, por impulso do Papa Pacelli: “Trata-se de um sinal de que a Santa Sé não esquece o que está acontecendo aqui e as dificuldades que as tempestades nesta região estão desencadeando”.

O Núncio Apostólico, segundo o site abouna.org, recordou os esforços contínuos, fomentados nos últimos meses, que tanto o Papa Francisco como a diplomacia vaticana fizeram e fazem para “conseguir a libertação dos reféns e prisioneiros, o cessar-fogo e o fim da guerra, elevando suas orações pelo povo palestino e pelo seu direito de ter um Estado".

“O que Pio XII começou, continua hoje com o Papa Francisco”, observou dom Giampietro dal Toso, que, a este respeito, citou também Paulo VI, hoje Santo, que há 50 anos disse: “A Pontifícia Missão para a Palestina é um dos sinais mais evidentes da preocupação do Vaticano pelo bem-estar dos palestinos, que nos são tão queridos".

O olhar atento da Santa Sé

Enfim, foi precisamente a situação dramática de multidões de palestinos, após a proclamação do Estado de Israel, que despertou no Papa Pacelli o desejo de instituir um organismo eclesial específico para ajudar aquele povo. Por isso, a Catholic Near East Welfare Association (Cnewa), agência sob a jurisdição da Congregação para as Igrejas Orientais, foi encarregada de criar uma entidade para ajudar as crianças, famílias, enfermos, idosos e exilados.

No início, o objetivo da Pontifícia Missão era ajudar as pessoas deslocadas e refugiados, após o nascimento da UNRWA. Por isso, adaptou os seus programas, em colaboração com a ONU, para melhorar as condições de vida dos palestinos nos campos de refugiados. Nesta perspectiva, o Núncio recordou também as palavras do Cardeal Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, que, há poucas semanas, escreveu: “As comunidades cristãs no Oriente Médio são uma prioridade para a Santa Sé”.  “O trabalho da Santa Sé, concluiu o Núncio Apostólico, é a pedra angular para a construção de um Oriente Médio pacífico”. -Fonte: Agência Fides -  Vatican News

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Presidente da Conferência dos bispos latinos da Ucrânia: Parolin na Ucrânia, "um sinal de que o Papa está conosco"

Dom Vitalij Skomarovsky, presidente dos bispos da Igreja Católica Romana na Ucrânia, fala sobre a visita que o cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, faz ao país, durante alguns dias, por ocasião da peregrinação dos fiéis católicos ao Santuário mariano de Berdychiv.

Svetlana Dukhovych - Cidade do Vaticano

Declaração de dom Vitalij Skomarovskyj, presidente dos bispos Latinos na Ucrânia, sobre a visita, de cinco dias ao país, do cardeal Pietro Parolin, que leva a Bênção do Papa e reza diante da imagem de Nossa Senhora para o fim da tragédia da guerra: “Com a visita do cardeal Pietro Parolin à Ucrânia, a Igreja Católica local de Rito latino está em festa, porque, a presença do Secretário de Estado é expressão de todo o amor do Papa por este país, no Leste Europeu, definido como “torturado”. A presença do cardeal denota a esperança de que as suas orações, aos pés da Virgem no Santuário de Berdychiv, possa obter o dom da paz”.

Dom Vitalij, a Conferência Episcopal na Ucrânia, que o senhor preside, pediu ao Papa para enviar um delegado a Berdychiv. Como surgiu esta ideia e qual o significado deste gesto?

“A peregrinação ao Santuário de Berdychiv, para nós, é o acontecimento mais significativo, porque Nossa Senhora de Berdychiv, Mãe de Deus do Monte Carmelo, foi proclamada Padroeira da Ucrânia pela nossa Conferência Episcopal. A peregrinação, que se realiza ao nosso Santuário nacional, é o evento eclesial mais importante e a maior peregrinação no mês de julho, porque reúne toda a Igreja da Ucrânia. Todos os anos convidamos alguém para presidir às celebrações, bispos de diversos países. Por exemplo, antes da guerra, em 2020, contamos com a presença do cardeal Konrad Krajewski. Agora, diante da indecisão de quem convidar, o Metropolita de Lviv, Mieczysław Mokrzycki, teve a bela ideia de propor o nome do cardeal Pietro Parolin. Por isso, ficamos muito felizes que o Santo Padre tenha nomeado o Secretário de Estado como delegado pontifício, na conclusão desta peregrinação mariana: esta foi a primeira vez na história que isso acontece. Este gesto expressa a proximidade do Papa Francisco ao nosso povo e espero que esta oração comum possa produzir grandes frutos”.

O que o Santuário de Berdychiv representa para os fiéis católicos na Ucrânia?

“A sua história é rica e remonta ao início do século XVII. Em certo sentido, ela também pode estar ligada ao presente. O príncipe de Kiev, Janusz Tyszkiewicz, que também tinha propriedades em Berdychiv, foi preso pelos Tártaros. Durante sua pressão, ele teve, em sonhos, a visão de monges que iam rezar pela sua libertação diante de um ícone da Mãe de Deus. Após a sua libertação, ao se encontrar em Lublin, foi até aquela igreja. Ali, lembrou da sua visão, que os monges Carmelitas rezavam diante Mãe de Deus. Assim, sem hesitar, doou o terreno de sua propriedade aos Carmelitas, para que ali pudessem construir um santuário. O ícone da Mãe de Deus, que a sua família possuía, foi oferecido ao santuário. Desde então, o local tornou-se famoso pelas graças alcançadas por milhares de fiéis, que iam em peregrinação a Berdychiv. Durante a sua história, esta localidade passou por diversos acontecimentos, de prosperidade e destruição, e pertenceu a vários Estados. No entanto, este feriado, mesmo sob o domínio soviético, foi mantido em homenagem à Mãe de Deus. Com o restabelecimento da independência da Ucrânia, o culto a Nossa Senhora aumento cada vez mais, a ponto de a Conferência Episcopal elevar o templo a Santuário nacional. Assim, Nossa Senhora de Berdychiv foi proclamada Padroeira do país”.

Há quase dois anos e meio, a Ucrânia sofre pela invasão da Rússia. Como o senhor poderia descrever a situação geral e da população ucraniana neste momento?

“Estamos em estado de guerra e não temos lugares totalmente seguros. Por isso, as celebrações em Berdychiv estarão submetidas a certas normas de segurança. Se não houvesse guerra, a situação seria bem diferente. Daí, para descrever a atual situação, eu a poderia comparar com o fato de termos que arregaçar as mangas; se quisermos ou não, temos que trabalhar. É claro que não queremos este estado de guerra, mas desejamos a paz, com todo o coração; rezamos muito pela paz, mas temos que enfrentar esta situação”.

O que significa para o senhor e para todos os católicos na Ucrânia a presença de um representante do Papa para rezar juntos?

“Para nós, antes de tudo, é um sinal de que o Senhor toma cuidado de nós. Embora tenham passado dois anos e meio do início da guerra, graças a Deus, as pessoas no mundo não se esquecem da Ucrânia. Elas poderiam já estar cansadas, no entanto, continuam a nos ajudar. Países e povos inteiros estão solidários conosco, inclusive a Santa Sé, sinal de que o coração do Papa está perto de nós, reza por nós, através da presença do seu colaborador mais próximo. Este é um forte sinal de união e oração a Deus, para obter as graças que mais necessitamos”.

O cardeal Parolin visitou a Ucrânia duas vezes, em 2016 e 2021, mas esta será a sua primeira visita desde o início da invasão russa. Além das mudanças óbvias causadas pela guerra, o senhor acha que haverá novidades com a presença do cardeal?

“Penso que o cardeal Parolin, devido ao seu ministério no seio da Igreja, conhece muito bem a situação em que vivemos: ele se encontra, frequentemente, com sacerdotes, bispos e pessoas comuns da Ucrânia. Esta será uma boa oportunidade para agradecer o seu trabalho e o da Secretaria de Estado, que, infelizmente, poucos conhecem. Sabemos quanto esforço a Santa Sé tem feito para trazer de volta as crianças ucranianas, deportadas pela Rússia, como também o intercâmbio de prisioneiros e outros projetos humanitários. Logo, a presença do delegado pontifício torna-se também uma oportunidade para expressar a nossa gratidão à Santa Sé”.

No último 16 de julho, o senhor participou da ordenação episcopal do novo bispo greco-católico de Mukachevo, Theodor Matsapula. Qual o significado deste evento, do ponto de vista dos católicos e das diferentes tradições na Ucrânia?

“Fiquei muito impressionado pelo número de bispos que compareceram à celebração, como os membros do Sínodo da Igreja Greco-Católica Ucraniana, que se realizou recentemente, bem como muitos bispos latinos e representantes das eparquias greco-católicas de todo o mundo, que reconhecem a eparquia de Mukachevo como Igreja Mãe. Foi uma ótima oportunidade para rezarmos juntos e mostrarmos toda a nossa unidade. Esta mutua colaboração está em contínuo desenvolvimento, em vários níveis. Mas, buscamos ainda novas formas para expressar esta unidade e para melhor servir o nosso povo”.

O que gostaria de dizer aos católicos do mundo inteiro, que estarão unidos, em oração espiritual, diante da Mãe de Deus, junto com o delegado do Papa no santuário de Berdychiv?

 “Penso que o Santo Padre envia o seu degado, na conclusão da peregrinação à Mãe de Deus, para expressar a importância da oração à Mãe de Deus. Ali no santuário de Berdychiv, serão oferecidas às dioceses imagens de São Miguel Arcanjo, abençoadas no Santuário de Monte Gargano, na Itália, no último dia 8 de junho, festa do Imaculado Coração de Maria. Esses sinais nos convidam a rezar mais à Mãe de Deus, que nos pediu para ‘rezar pela paz e pelo fim da guerra’. E com estas intenções e esperança, todos nós vamos em peregrinação a Berdychiv, para pedir a paz à Virgem Maria. Por isso, pedimos a todos os fiéis, cristãos e não cristãos, nossos irmãos e irmãs, que peçam à Bem-Aventurada Virgem Maria a paz pela Ucrânia”. - Fonte: Vatican News

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Reflexão para o XVI Domingo do Tempo Comum

Que nada em nossa vida fique sem ser passado pelo filtro da fé, da caridade e que nossa presença seja propiciadora da amizade das pessoas entre si e com Deus.

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

A primeira leitura nos mostra a repreensão que Deus, através do Profeta Jeremias, fez aos últimos reis de Israel daquele tempo, Joaquim e Sedecias, por não terem cuidado do povo que então foi levado, como escravo, para a Babilônia.

Como sempre, desde o Gênesis, Deus não se deixa derrotar pelas más ações humanas e o amor vence. Imediatamente após a chamada e atenção e ao aviso do castigo, o Senhor anuncia a vinda de pastores de verdade, que zelem pelo rebanho e vai mais além, o Senhor vai suscitar um rei dentre os descendentes de Davi. Esse rei “fará valer a justiça e a retidão na terra”.

Isso aconteceu com a vinda de Jesus Cristo, não trazendo de volta o esplendor de Salomão, mas a transformação dos corações.    Aí está o diferencial dos novos pastores, não dando primazia àquilo que poderá corromper os humanos e que passa, mas àquilo que os tornará filhos de Deus e irmãos de todos, àquilo que é eterno.

Também nós deveríamos, em um exame de consciência, verificar se não traímos a confiança em nós depositada por Deus, pela família, pelos amigos e até por nós mesmos, quando fomos infiéis aos nossos propósitos.

Para sabermos que estamos no bom caminho, se a autoridade, seja ela qual for, tem aprovação divina ou não, deveremos examinar o que é feito em favor da justiça e do direito, se a liderança é usada para servir, mesmo perdendo privilégios.

No Evangelho, São Marcos nos dá uma grande lição: a necessidade de ao terminarmos um trabalho, fazermos sua avaliação à luz de Deus. É isso que significa os discípulos voltarem realizados de suas atividades pastorais e relatarem para Jesus o que havia acontecido. É necessário que o agente pastoral, que o leigo cristão, não sucumba no ativismo, mas o que fizer seja fruto da oração, que tenha escutado Deus. Não basta uma simples reflexão humana, é preciso rezar, dialogar com o Senhor e ouvir o que nos diz, em nossa mente e em nosso coração, de nossas atividades. Também é importante sentir, na oração, a comunidade, a família.

Após o exame com Jesus e um breve descanso, os discípulos voltam ao trabalho. É assim nossa vida?

A segunda leitura nos traz São Paulo falando aos Efésios, dizendo que de dois povos, Jesus fez um só, “estabelecendo a paz”. Não existe mais judeus e pagãos.

O bom pastor busca e leva à unidade. Ele reconcilia os homens entre si e com Deus. E isso deve ser buscado sempre, mesmo com sacrifícios, pois Jesus a realizou em sua cruz. Nela ele destruiu a inimizade.

Que nada em nossa vida fique sem ser passado pelo filtro da fé, da caridade e que nossa presença seja propiciadora da amizade das pessoas entre si e com Deus. Sejamos bons pastores, conduzamos a ovelhas a nós confiadas ao prado da alegria, da justiça e da caridade. Que elas se sintam realizadas!

Fonte: Vatican News

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Bispos do Malawi, Zâmbia e Zimbabwe vão formar associação regional autónoma

Depois de uma plenária consultiva de três dias (15 a 19 de julho) realizada no Malawi, os Bispos católicos da Zâmbia, Malawi e Zimbabwe decidiram criar a Conferência Inter-regional do Malawi, Zâmbia e Zimbabwe. Será conhecida como Associação das Conferências Episcopais Católicas do Malawi, Zâmbia e Zimbabwe (ACBC-MAZAZI, sigla em inglês).

Paul Samasumo – Cidade do Vaticano

Esta semana, os Bispos católicos das três Conferências episcopais aproximaram-se ainda mais da formação de uma nova associação episcopal regional. É uma ideia que tem vindo a ser preparada e falada há anos.

Os três Países têm laços históricos e culturais. De 1953 a 1963, sob o domínio colonial britânico, estiveram unidos num só País, a Federação da Rodésia do Norte, Rodésia do Sul e Niassalândia. O território era também conhecido como Federação Centro-Africana (CAF).

Declaração de Intenções - um novo passo corajoso

No final do encontro, os Bispos emitiram uma formal Declaração de Intenções, assinada conjuntamente pelos três Presidentes das Conferências: o Arcebispo do Malawi, Dom George Desmond Tambala - Presidente da Conferência Episcopal do Malawi (ECM), o Arcebispo da Zâmbia, Dom Ignatius Chama - Presidente da Conferência Episcopal da Zâmbia (ZCCB) e o Bispo do Zimbabwe, Dom Paul Horan - Presidente da Conferência Episcopal do Zimbabwe (ZCBC).

“Perante este passo audacioso, as três Conferências prevêem a formação de uma Região independente. Para este fim, a Sub-região adoptará o princípio do gradualismo. Haverá objectivos a curto prazo que constituirão a base sobre a qual, no momento oportuno, serão alcançados os objectivos a longo prazo. Não há prazos definidos para a plena realização da nova Região. As três Conferências comprometem-se a apresentar este projeto aos seus respectivos organismos regionais, nomeadamente a IMBISA e a AMECEA. A adesão a estes organismos manter-se-á até nova ordem”, afirmam os Bispos na sua Declaração de Intenções.

Os Bispos aprovaram ainda os estatutos e as directrizes operacionais da nova associação e estabeleceram mecanismos para a incorporação de outros membros fora da Sub-região, quando solicitados.

O Secretariado da nova Sub-região ficará localizado em Lusaka, a capital da Zâmbia. A próxima assembleia plenária foi agendada para o Zimbabwe dentro de três anos.

Construir pontes, reforçar a fé, a unidade e o serviço

Os Bispos sublinharam que o principal objetivo do encontro consultivo no Malawi era continuar a reforçar a unidade pastoral, a proclamação do Evangelho e a solidariedade na sub-região, no meio dos seus desafios comuns. O objetivo era também dar continuidade à sua Conferência de Lusaka de 2020.

O Núncio Apostólico na Zâmbia e no Malawi, o Arcebispo Dom Gian Luca Perici, leu a mensagem de boa vontade do Papa Francisco aos Bispos. Os Bispos estiveram reunidos em Salima, uma estância turística no Lago Malawi.

Mais tarde, os Bispos contaram o que o Papa Francisco esperava deles como prelados na região.

“O Santo Padre, o Papa Francisco, através do Dicastério para a Evangelização, sublinhou a necessidade de continuarmos a 'construir pontes, fortalecer a fé, a unidade e o serviço' entre os três Países da Sub-Região. Para ele, este é um momento oportuno e que vale a pena ser discutido em meio aos desafios atuais. Para o Santo Padre, “construir pontes promove uma visão inclusiva e sistemática da sociedade sustentável que aborda igualmente as questões sociais, económicas e ambientais”. O Papa apelou igualmente à contínua participação, unidade e paz sob a orientação divina, com o objetivo de promover o bem comum e a dignidade de todas as pessoas da sub-região”, explicaram os prelados na sua mensagem.

O Presidente da República do Malawi, Dr. Lazarus McCarthy Chakwera, fez uma visita de cortesia aos Bispos durante o seu encontro. Elogiou-os pelo contínuo cuidado pastoral do povo de Deus através dos compromissos sócio-políticos da Igreja. O Presidente Chakwera agradeceu também aos Países da sub-região por apoiarem o Malawi durante as crises.

Fonte: Vatican News

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Mensagem do Cardeal Ambongo para o Dia do SCEAM

A Igreja em África celebra a 28 e 29 de julho, o Dia do SCEAM, Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagáscar. O evento é marcado, este ano, pelo 60° aniversário da canonização dos 22 Mártires do Uganda. O Cardeal Fridolin Ambongo, Presidente do SCEAM convida, numa mensagem, a celebrar este Dia com gratidão, enaltece o crescimento da Igreja Católica em África, mas também os desafios que é chamada a enfrentar como missionária de si própria e em espírito de sinodalidade.

Dulce Araújo - Vatican News

29 de julho é Dia do SCEAM, Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagáscar. Assinala o dia da sua criação, ocorrida a 29 de julho de 1969, em Kampala, no Uganda. Há, portanto, 55 anos. Esta efeméride coincide com os 60 anos da canonização dos 22 Mártires do Uganda, realizada em Roma a 18 de outubro de 1964, na presença de todos os participantes do Concílio Vaticano II. E foi nesse contexto que o Papa Paulo VI decidiu visitar a África. Uma visita histórica de três dias que viria a ter lugar cinco anos mais tarde (1969) e seria precedida, de 29 a 31 de julho, do primeiro encontro dos Bispos Católicos da África e em África. Daí que o dia 29 de julho seja considerado o Dia do SCEAM.

Essas datas todas e a sua importância são recordadas pelo Cardeal Fridolin Ambongo, Arcebispo de Kinshasa e atual Presidente do SCEAM, na introdução duma sua ampla mensagem para o Dia do SCEAM 2024.

Ele sublinha que no mesmo dia da sua chegada a Kampala, o Papa Paulo VI presidiu à cerimónia de encerramento do primeiro Simpósio Episcopal Africano, tendo pronunciado a celebre frase que grande incidência tem tido na história da Igreja em África:

 “Vós africanos, sois agora missionários de vós próprios”

Desde então a Igreja em África cresceu muito e de várias formas - frisa o Cardeal Ambomgo. Os católicos em África são cerca de 256 milhões, ou seja 18% da população africana e é em África que o catolicismo está a crescer mais. A Igreja católica em África - continua - criou raízes e agora é uma Igreja adulta: o clero local cresceu; há um crescente número de religiosos africanos líderes em Sociedades Missionárias Internacionais; há um crescente número de padres diocesanos como fidei donum em várias partes do mundo, crescem os membros das Províncias Africanas dos Institutos Religiosos de Direito Pontifício, tanto femininos como masculinos; aumenta o número de dioceses, cada uma com estruturas necessárias para o seu funcionamento; além disso, a Igreja Católica em África é campeã no desenvolvimento humano, colmatando as carências do Estado em domínios como a saúde, a educação, sem as quais não haveria vida, nem esperança, nem futuro.

A África continua a ter fome e sede de Jesus

A Igreja em África está a construir-se vibrantemente como Família de Deus e a enriquecer-se com as experiências das Pequenas Comunidades Cristãs, frisa o Presidente do SCEAM que não deixa, todavia, de fazer notar que apesar deste notável crescimento a “Africa continua a ter fome e sede de Jesus e do Evangelho.”  Há milhões de africanos que ainda não são evangelizados. Daí a urgência de a Igreja em África se empenhar no primeiro anúncio, pois que embora respeite e estime as religiões não-cristãs, sente o dever de anunciar Cristo aos não cristãos, porque eles também têm o direito de conhecer as riquezas do mistério de Cristo.

Esta tarefa missionária da Igreja inclui também - recorda o Cardeal Ambongo - a nova evangelização dos já batizados para que permaneçam firmes na sua fé.

O aspeto da inculturação do Evangelho e da fé cristã deve ser também tido em conta - sublinha - para fazer com que as pessoas recebam Jesus de forma integral e penetre nos seus corações e mentes e se enraíze nas suas vidas e culturas.

Reconciliar-se com Deus

E perante as diversas problemáticas que a África enfrenta - pobreza, instabilidade política, violência, guerra, terrorismo, conflitos étnicos e religiosos, tráfico de armas e de pessoas, degradação ambiental, corrupção, etc., o Presidente do SCEAM recorda que Igreja é chamada a proclamar a Boa Nova de Cristo, única fonte de verdadeira reconciliação. O cristão africano deve levar a sério a Boa Nova de modo a irradiar o amor reconciliador de Cristo. E é nesta linha que o Sínodo dos Bispos para a África sublinhou que a proclamação da justiça e da paz é parte integrante da tarefa de evangelização e deve estar orientada para o desenvolvimento humano integral, ou seja, deve incluir o aspeto humano e material da pessoa humana e combater tudo o que degrada e destrói o ser humano. Por isso, cada membro da Igreja-Família de Deus em África é chamado a proclamar o Evangelho da Esperança onde quer que esteja.

Anunciar o Evangelho ao mundo

Ao lado da chamada à primeira e à nova evangelização em África, a Igreja Católica Africana é chamada também ao anúncio do Evangelho ao mundo, especialmente na Europa que ontem lhe enviou missionários e hoje é ela a precisar de missionários. É assim que a África hoje está a enviar missionários para outras regiões do mundo, inclusive sacerdotes diocesanos em regime fidei donum.

Por fim, o Cardeal Ambongo não deixa de recordar que a escola da sinodalidade convida a caminhar juntos na missão evangelizadora da Igreja. Renovada pelo caminho sinodal e cimentada no espírito de comunhão vivido nas Pequenas Comunidades Cristãs, a Igreja em África é chamada a abraçar a missão evangelizadora até chegar a todas as periferias, com novo ardor, novos métodos e estruturas renovadas - salienta o Cardeal.

Coleta a favor do SCEAM

E conclui convidando todos a celebrar, com gratidão a Deus, o Dia do SCEAM que - recorda - quando calha em dia de semana é transferido para o domingo mais próximo. Por conseguinte, este ano será no domingo, 28 e na segunda-feira, 29 de julho. Por decisão da Assembleia Plenária de 2013 - saliente - esse dia é uma ocasião para se falar do SCEAM por forma a que os fiéis o conheçam cada vez mais e melhor, e fazer coleta nas missas a favor dele. Todos são, portanto, convidados a ter em conta isso e a rezar no domingo 28 e na segunda, 29 pelo SCEAM, conclui a mensagem, intitulada precisamente “Vós africanos, sois agora missionários de vós próprios”  e assinada pelo Presidente que, a todos deseja “Feliz Dia do SCEAM”. 

Fonte: Vatican News

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Quénia. Bispos condenam violência policial e apelam à nomeação de membros fidedignos

Na sequência dos recentes protestos que abalaram o Quénia, os Bispos católicos reafirmaram o seu apoio à chamada “Geração Z”, condenaram o aumento da brutalidade policial e apelaram a um momento de profunda escuta e discernimento, instando o Presidente William Ruto a tomar decisões no melhor interesse do País.

Cidade do Vaticano

Num comunicado de imprensa datado de 15 de julho de 2024, e citado pela agência CISA África, os Bispos elogiaram o Presidente por se ter recusado a assinar a controversa Lei das Finanças de 2024 e pela sua decisão de dissolver o Governo, um passo que, segundo eles, significa um compromisso para com a resolução de questões críticas como o custo de vida, o desemprego e a corrupção.

Integridade nas nomeações, e refletir o rosto do Quénia

No entanto, os prelados apelaram ao Presidente para que nomeie indivíduos respeitáveis que tenham em mente os interesses do povo e possam prestar melhores serviços aos quenianos. “Pedimos ao Presidente que cumpra a sua promessa de efetuar consultas alargadas antes de nomear as posições vagas de Secretários de Estado. Salientamos a necessidade de ter em conta a integridade, entre outros valores, nas novas nomeações, tal como estipulado na nossa Constituição. As novas nomeações devem inspirar esperança e um novo começo, e devem refletir o rosto do Quénia, tal como exigido na Constituição”, afirmam os Bispos.

Os prelados lamentaram o aumento dos casos de brutalidade policial que levou à perda de vidas jovens durante protestos pacíficos e defenderam que a nação tem de aprender com os males do passado que a violência e a brutalidade nunca resolverão os conflitos, apelando à polícia para que vise as gangues contratadas para causar danos e não os manifestantes pacíficos. “Como Bispos, alertamos os responsáveis pela aplicação da lei para que respeitem o seu código de conduta. Nenhuma lei permite a detenção injustificada, a tortura ou a morte de pessoas”, sublinharam, ao mesmo tempo que advertiam a polícia contra a possibilidade de ser manipulada para fazer trabalhos sujos por conveniência política.

Apoio ao Presidente no combate à corrupção

Os prelados católicos do Quénia manifestaram também o seu apoio à posição do Presidente Ruto no combate à corrupção, em particular ao seu decreto contra a participação de funcionários públicos nos “harambee” (cooperativas); apelaram à transparência nos donativos e a um regresso ao espírito original do “harambee” que, segundo eles, se perdeu e foi abusado ao longo dos anos. “Somos contra o uso indevido dos locais de culto pelos políticos para ganharem popularidade através da exibição de dinheiro. No entanto, compreendemos que, se recuperarmos o bom espírito de nos unirmos em “harambee”, poderemos ajudar muito os necessitados. Temos de insistir na prestação de contas dos fundos e na garantia da proveniência dos donativos”, afirmaram os Bispos.

Os Bispos condenaram igualmente condenaram igualmente a utilização dos locais de culto e os funerais para fins políticos, apelando ao respeito e ao decoro durante estas ocasiões solenes.

Não à intolerância: jovens inclusivos e construtores de democracia

E, dirigindo-se aos jovens, em particular à chamada “Geração Z”, os prelados elogiaram o seu papel na condução da mudança social, mas advertiram contra a intolerância e as conversas divisionistas. Incentivaram os jovens a permanecerem inclusivos e a respeitarem as diferentes perspectivas, sublinhando a importância da construção de princípios democráticos. “Fostes importantes para impulsionar a mudança e chamar a atenção para os nossos males sociais; suscitastes um debate nacional e mesmo global sobre o que significa ser uma democracia, o tipo de liderança que deve estimular a criatividade e as oportunidades para os cidadãos, os valores e os princípios que definem as nossas instituições públicas: agradecemos-vos e continuamos a apoiar-vos na aspiração pelo bem da nossa sociedade”, observaram os prelados.

Lutar por sistemas que respeitem Deus

Os Bispos do Quénia exortaram, finalmente, os jovens “a se recordarem de que, para além de lutarmos por melhores sistemas, temos de lutar por sistemas sociais que respeitem Deus. Há um risco real de que, à medida que se pressiona por uma agenda verdadeiramente transformadora, se torne intolerante a ideias e visões que não são semelhantes às próprias”, advertem os prelados. A intolerância leva a conversas que dividem e que podem degenerar em anarquia. Por isso, pedimos que sejais abertos a conversas inclusivas, para serdes também enriquecidos por perspectivas que poderiam não ser óbvias para vós, concluem os prelados quenianos.

Fonte: Vatican News

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Brasileira dá de presente de 15 anos para a filha a participação no Congresso Eucarístico Nacional dos EUA

Por Nathália Queiroz

A brasileira Valéria Cysne mora em Boston (EUA) com a família e viajou 1,5 mil km até Indianápolis (EUA) para dar de presente de 15 anos para a filha a participação no Congresso Eucarístico Nacional que acontece no campo central do Lucas Oil Stadium de 17 a 21 de julho.

“Eu vi os EUA acordar para a eucaristia”, disse Valeria à ACI Digital.

O que mais chamou a sua atenção foi saber que o último congresso eucarístico no país havia sido há 83 anos.  Por isso, quis fazer parte desse momento histórico junto com as suas filhas de 11 e 15 anos.

Ela contou que se preparou para a participação com missa e adoração diárias, e com isso experimentou “dentro da minha casa a presença eucarística de Deus na minha vida e da minha família”. Como não pôde fazer a tradicional festa de 15 anos, propôs para a filha a viagem ao congresso e agora “estão celebrando o que a eucaristia significa na nossa vida”.

Há cerca de 1,9 milhão de brasileiros nos EUA, segundo estimativas de 2022 do Ministério das Relações Exteriores. A cidade com maior número de brasileiros é Nova York, com 500 mil, seguida de Boston, que tem 390 mil brasileiros. A arquidiocese de Boston conta com um bispo auxiliar brasileiro, dom Cristiano Guilherme Borro Barbosa, e há anos desenvolve o apostolado com a comunidade brasileira do território.

“Quando eu ouvi falar sobre ter mais de 50 mil católicos em um só lugar adorando Jesus Cristo, nosso Salvador, nosso Amor, o motivo pelo qual a gente vive, eu não podia perder a oportunidade de estar reunida com pessoas que tem o mesmo propósito na vida que eu também tenho”, disse Júlia Fernandes, que mora em Massachussets.

Ela contou que está num processo de discernimento para descobrir onde Deus quer que ela se entregue à vida religiosa e estar no congresso é uma oportunidade de conhecer congregações diferentes, várias irmãs e “perceber que Deus é realmente único e que Ele ama todos nós de maneira especial e que somos todos filhos d’Ele”.

 “Jesus faz parte da minha vida, é o centro da minha vida”, disse ela. “A única coisa que eu quero nesse mundo inteiro é amá-lo da mesma forma que Ele me amou e ainda me ama. Eu quero estar servindo a Ele todos os dias da minha vida, salvando almas para Ele, da mesma forma que um dia a minha alma foi salva”.

A missão Faz-me Santo da diocese de Worcester, Massachusetts, começou oficialmente em fevereiro de 2023, mas tem uma história de sete anos de trabalho de evangelização. O grupo enviou 18 missionários brasileiros para o Congresso Eucarístico.

Lucas Lima, da missão Faz-me Santo disse que viajou ao Congresso Eucarístico para manifestar o seu amor a Jesus Eucarístico. “Quero que ocupe o meu coração, quero ter um coração eucarístico que busca a Deus através de diálogos, através da oração, através da convivência. Que cada vez mais Ele possa me edificar”.

Emily Vieira, também da diocese de Worcester, descreveu a sua participação como um “sonho”.

“Estar aqui é a coisa mais surreal do mundo”, disse ela. “Um avivamento eucarístico significa para mim mudança de vida, renovação. A eucaristia ocupa a minha vida, meu coração, a minha mente. É o Corpo e Sangue de Cristo, então, ela está no meu corpo, no meu sangue, no meu ser, em tudo”

Fonte: ACIDigital

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Regime chavista agrediu o presidente do episcopado venezuelano

O Arcebispo de Valência tentou minimizar o conflito. No entanto, de acordo com várias fontes, houve relatos de agressão, incluindo a interrupção da Eucaristia.

O cardeal venezuelano Baltazar condenou veementemente as agressões de um general do Exército contra Dom Jesús González de Zárate, presidente da Conferência Episcopal Venezuelana, e a equipe da Cáritas Venezuela.

No dia 3 de julho, o Arcebispo de Valência e a equipe da Cáritas prestaram assistência às pessoas afetadas pelas fortes chuvas e enchentes do rio Manzanares, na cidade de Cumanacoa. O regime de Maduro designou o general Nayade Lockuiby como a “única autoridade” de Cumanacoa para lidar com essa emergência, gerada pela passagem do furacão Beryl ao largo da costa venezuelana, que afetou mais de 30.000 pessoas, resultando em mortes.

No dia 15 de julho, diversos meios de comunicação, como o NTN 24, divulgaram testemunhos de pessoas, relatando que “militares fardados interromperam a homilia e advertiram González Zárate de que a única pessoa autorizada a fornecer ajuda aos afetados era o presidente Nicolás Maduro”.

“Diante do espanto e gritos dos paroquianos, que rezavam por Cumanacoa, a Guarda respondeu de forma insultuosa, obrigando o fechamento da igreja. Antes de sair, a GNB [Guarda Nacional Bolivariana] exigiu que o monsenhor deixasse o local, assim como a organização da Cáritas.”

Dias antes, em 28 de julho, os bispos haviam publicado uma exortação pastoral tendo em vista as próximas eleições na Venezuela. Agora, o Cardeal Baltasar Porras, arcebispo emérito de Caracas, relacionou a exortação aos atos de violência contra o arcebispo de Valência.

Se uma pessoa não concorda com a mensagem dos bispos, pode expressar sua opinião, mas não “dessa maneira intempestiva e violenta” que não leva a nada além de “nos separar mais e nos irritar ainda mais”, declarou o cardeal.

Em relação ao major-general Lockiby, o cardeal disse: “Com base em todas as informações diretas que recebemos, a única autoridade que está lá não é a melhor”.

Quanto ao ocorrido em Cumanacoa, é algo “incomum”. Explicou o cardeal que a Cáritas e a Igreja atuam com o objetivo de prestar auxílio às pessoas necessitadas devido aos deslizamentos e às intensas chuvas. Não há motivos para obstruir tais ações que visam única e exclusivamente o bem-estar da população carente, sem qualquer intenção de proselitismo religioso, político ou social.

Dom González de Zárate quis amenizar o ocorrido, afirmando que não sofreu nenhuma agressão física e que foi um incidente desagradável, destacando a importância de haver uma comunicação permanente e efetiva com as autoridades locais para evitar situações semelhantes que só prejudicam os mais necessitados.

 Contudo, múltiplas fontes atestaram que a Eucaristia e a assistência prestada pela Cáritas foram alvo de ataques por parte das autoridades do Estado.

Com informações Aciprensa – Gaudium Press

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Do dia 19/7/2024

Parolin em Odessa: compartilho a dor que sentem por essa terrível guerra

Ao fazer uma parada na cidade portuária ao sul da Ucrânia e uma das mais afetadas pelo conflito em curso, o cardeal secretário de Estado, na véspera da celebração que presidirá amanhã, 21 de julho, no santuário de Berdychiv, rezou pelas vítimas e por uma "paz justa e duradoura", levando a proximidade do Papa à população.

Vatican News

Neste sábado, 20 de julho, o cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, visitou Odessa, uma das cidades mais atingidas pela guerra que há quase dois anos e meio atormenta o país. Parolin rezou pelas vítimas, invocando uma paz justa e duradoura. Sua presença, como Legado pontifício desde ontem, 19 de julho, até o dia 24, é um sinal da proximidade do Papa Francisco com o povo ucraniano. No encontro com a comunidade na Catedral Católica Romana da Assunção da Beata Virgem Maria, o cardeal expressou palavras de agradecimento e encorajamento.

O secretário de Estado chegou à Ucrânia, onde no dia 21 de julho presidirá a celebração de encerramento da peregrinação dos católicos de rito latino ao Santuário Mariano de ...

"Compartilho a dor de vocês" 

Parolin, que ontem (19/07) iniciou sua viagem à Ucrânia pela região ocidental de Lviv e que amanhã (21/07), presidirá a celebração conclusiva da peregrinação dos católicos de rito latino no Santuário Mariano de Berdychiv, dirigiu-se à cidade portuária de Odessa, ao sul do país, expressando sua gratidão pela acolhida recebida desde sua chegada a esta nação. Sua saudação cordial foi direcionada ao bispo, aos sacerdotes presentes, mas também aos representantes da Igreja Ortodoxa (Igreja Ortodoxa da Ucrânia, proclamada independente por Constantinopla em 2019), aos leigos, aos representantes da administração, ao embaixador e a todas as pessoas que se reuniram no local para rezar. Sobretudo, o Secretário de Estado destacou a proximidade, a presença e a bênção do Papa Francisco que "segue com tanta atenção, com tanta preocupação, com tanta dor a situação".

Aos meios de comunicação do Vaticano, o cardeal confessa que, ao colocar os pés no país da Europa Oriental atormentado por uma guerra há quase dois anos e meio, sentiu de maneira especial a dor do povo. E enquanto o bispo homenageava os mortos na guerra com uma vela na catedral, evidenciou-se a dor daqueles que perderam seus entes queridos, afirmou Parolin, e daqueles que ficaram feridos. Parolin relata ter aprendido que "muitos ficaram inválidos", e se une, portanto, ao sofrimento "dos que choram pela destruição de suas propriedades, daqueles que tiveram que partir e se refugiar em outros lugares. A dor de todos os que, de alguma forma, estão envolvidos nesta terrível guerra".     

Dom Vitalij Skomarovsky, presidente Conferência dos bispos da Igreja Católica Romana na Ucrânia, fala sobre a visita que o cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, faz ao país, durante ...

Oração por uma paz justa 

A dor por um lado, a esperança por outro. O encorajamento do representante pontifício é forte: "Eu acredito que, como cristãos, não devemos perder a esperança, a esperança de que, pela graça do Senhor, conseguiremos tocar até os corações mais duros". O cardeal espera que, "mesmo com a boa vontade de muitas pessoas, possamos encontrar um caminho para alcançar uma paz justa". Nesta direção, confirma o esforço e o compromisso da diplomacia vaticana. Na véspera da festa de Nossa Senhora, que será celebrada amanhã em Berdychiv, Parolin antecipa que todos se confiarão justamente à Nossa Senhora, Rainha da Paz. "Eu espero que esta visita, assim como as anteriores, como a do cardeal Zuppi, por exemplo, possam contribuir um pouco para construir a paz, um caminho de paz nesta terra", conclui Parolin.

Fonte: Vatican News

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Card. Parolin: na Ucrânia para levar a proximidade do Papa e rezar pela paz

O secretário de Estado chegou à Ucrânia, onde no dia 21 de julho presidirá a celebração de encerramento da peregrinação dos católicos de rito latino ao Santuário Mariano de Berdychiv. Uma viagem marcada pela oração e pela esperança “de que possam ser encontrados caminhos para um rápido fim do conflito”. O cardeal destaca a proximidade do Papa, que “desde o início tentou encontrar maneiras de acabar com a guerra e uma paz justa”

Mariusz Krawiec – Lviv

Começou com um encontro em Lviv com representantes de autoridades eclesiásticas e civis a visita à Ucrânia do Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado da Santa Sé, nomeado pelo Papa Francisco como seu Legado para as celebrações de encerramento da peregrinação nacional dos católicos latinos da Ucrânia ao Santuário da Bem-Aventurada Virgem Maria de Berdychiv, que será realizada no domingo, 21 de julho. Na sexta-feira, 19 de julho, o Cardeal Parolin, acompanhado pelo Núncio Apostólico na Ucrânia, Arcebispo Visvaldas Kulbokas, chegou à Cúria da Arquidiocese Católica Romana de Lviv, onde foi recebido pelo Metropolita Mieczyslaw Mokrzycki e pelos Bispos Auxiliares Edward Kava e Leon Maly. Também estavam presentes Dom Volodymyr Hrutsa, bispo auxiliar da Arquiparquia de Lviv da Igreja greco-católica, Maksym Kozytskyi, chefe da administração regional de Lviv, e Andriy Sadovyi, prefeito de Lviv.

Uma oração de paz

Após uma breve saudação, o legado pontifício fez seu primeiro comentário à mídia do Vaticano. “A ocasião da visita está ligada à celebração no Santuário Mariano de Berdychiv. Portanto, essa foi a razão pela qual o Santo Padre me enviou como seu representante especial, a pedido também dos bispos latinos, para a elevação do Santuário a Basílica menor”, explicou o cardeal. “Assim, o primeiro motivo será precisamente compartilhar com os fiéis esta celebração e esta oração, que, naturalmente, será uma oração sobretudo pela paz, será uma oração coral elevada à Mãe de Deus, para que ela possa finalmente conceder a paz a este país, que o Santo Padre sempre define como 'martirizado', a 'Ucrânia martirizada'. E, é claro, essa circunstância também me dá a oportunidade de conhecer as autoridades do país. Também porque”, acrescenta Parolin, “desde o início desta situação particular de guerra temos recebido convites para vir à Ucrânia. Assim, após a celebração no domingo, haverá uma oportunidade de encontrar as autoridades, começando, acredito, pelo presidente. E, é claro, creio que lá falaremos sobre paz, sobre quais são as possíveis perspectivas de paz”.

A proximidade do Papa

Portanto, o dom que o Secretário de Estado traz para o solo ucraniano é, “a proximidade do Santo Padre”: “Esta visita”, sublinha, “é mais uma expressão da atenção que o Santo Padre continua a dar à Ucrânia. Assim como as suas grandes esperanças de paz: desde o início, o Papa tentou encontrar maneiras de pôr fim à guerra, o que recentemente é chamado de paz justa. Falamos sobre isso em Bürgenstock [na Suíça, ndr.] quando houve a Conferência de Paz. Portanto, proximidade, oração e esperança, para que se possa encontrar maneiras de chegar a uma conclusão, o mais rápido possível, para esse conflito”.

Compromisso com uma paz justa

Sempre em nome do Papa Francisco e da Santa Sé, o Cardeal Parolin expressa mais uma vez sua preocupação com a situação na Ucrânia e reitera seu compromisso “de encontrar uma solução pacífica para chegar a essa paz justa da qual falei”. “Até agora”, declara ainda, “parecia-nos, também a partir da visita que o Cardeal Zuppi fez aqui em Kiev e depois em Moscou, que o compromisso humanitário fosse uma forma de promover essa paz. Parece-me”, acrescentou o cardeal, “que esse também é o pensamento das autoridades em Kiev, porque até mesmo na Suíça eles falaram das três dimensões: em primeiro lugar, a questão nuclear, portanto, evitar uma escalada; depois, a questão da liberdade de circulação de mercadorias; e, por fim, acima de tudo, a questão humanitária. Portanto, a Santa Sé se concentrou nisso também a pedido do próprio Governo, mas com o objetivo de tomar medidas que poderiam realmente levar a uma paz justa”.

Fonte: Vatican News

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Desafios e direções para a Pastoral Juvenil Latino-Americana após o XXI ELARNPJ

Líderes da Pastoral Juvenil da América Latina se reuniram em Assunção para discutir o futuro da pastoral, destacando a necessidade de enfrentar desafios sociais, integrar questões ambientais e promover a evangelização digital. O encontro também reforçou a construção de pontes entre diferentes regiões e realidades, incluindo a participação de representantes internacionais.

Padre Modino - Vatican News

Líderes da Pastoral Juvenil da América Latina se reuniram entre 15 e 19 de julho em Assunção, Paraguai, para o XXI Encontro Latino-Americano de Líderes Nacionais da Pastoral Juvenil (ELARNPJ). O encontro, que contou com a participação de 140 pessoas de diversos países e representantes da Cúria Romana, discutiu o futuro da pastoral juvenil, abordando questões como marginalização, injustiça social, e a integração de questões sociais, econômicas e ambientais. Também foram destacados os desafios e oportunidades na evangelização digital e na construção de pontes entre diferentes regiões e realidades.

Tocando a Carne que Sofre

A questão fundamental discutida no XXI Encontro Latino-Americano de Líderes Nacionais da Pastoral Juvenil (ELARNPJ) é o futuro da pastoral juvenil. Espera-se que a pastoral continue a construir a Civilização do Amor, tocando a "carne sofredora" do povo de Deus. O encontro destacou a necessidade de a pastoral juvenil enfrentar os desafios atuais, como marginalização, injustiça social, crise climática e falta de articulação. É crucial que a Pastoral Juvenil Latino-Americana continue promovendo o encontro com Cristo e a evangelização, discernindo novas formas de acompanhamento que abracem as pluralidades do mundo jovem. A formação integral deve incluir o uso das redes sociais para a evangelização digital. Além disso, é necessário integrar questões sociais, econômicas e ambientais nos processos pastorais para o desenvolvimento sustentável.

Equipe de Coordenação e Estrutura Regional

A Pastoral Juvenil Latino-Americana tem uma equipe de coordenação composta por um jovem representante de cada uma das quatro grandes regiões da Igreja na América Latina e no Caribe. A equipe inclui Yamille Morillo, delegada da Região Caribe; Santiago Tognetti, delegado da Região do Cone Sul; María José Bolaños, delegada da Região México-América Central; e Paola Balanza, delegada da Região Andina. Eles são acompanhados pelo Bispo de San Pedro (Paraguai), dom Pedro Jubenville.

Pontes no Continente e Além

A Pastoral Juvenil Latino-Americana está focada em "construir pontes" e lembrar que a dignidade humana deve ser um eixo transversal que coloca as periferias no centro. Os jovens da pastoral devem ir além dos muros das igrejas, buscando conectar-se com realidades fora do continente. O encontro também incluiu a presença de representantes internacionais, como o padre Francisco Hernández, coordenador do Centro de Programas e Redes de Ação Pastoral (CEPRAP) do CELAM; o secretário do Dicastério para a Comunicação, mons. Lucio Ruiz; e a secretária da Pontifícia Comissão para a América Latina, Emilce Cuda. Redes entre o Norte e o Sul também foram reforçadas, como evidenciado pela presença de jovens dos Estados Unidos, acompanhados pelo bispo de San José, dom Oscar Cantú.

Fonte: Vatican News

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Dom Luiz Soares Vieira: como bispo na Amazônia, “a missão me transformou”

O arcebispo emérito de Manaus, Dom Luiz Soares Vieira, reflete sobre seus 40 anos de episcopado na Amazônia, e destaca os desafios da evangelização e a importância da corresponsabilidade e sinodalidade na Igreja. Atualmente o prelado emérito continua seu pastoreio ministrando retiros e confissões.

Padre Modino - Vatican News

40 anos de bispo, “bastante tempo”, diz dom Luiz Soares Vieira, arcebispo emérito de Manaus, a arquidiocese que pastoreou por 21 anos. Um tempo desafiador, numa cidade onde cada ano chegavam 40 mil pessoas, mas que a Igreja de Manaus enfrentou com um trabalho comum dos leigos, diáconos, padres e da Vida Religiosa.

Padre na diocese de Apucarana, no Paraná, de onde voltou quando ficou emérito, foi bispo na Amazônia, uma missão que mudou bastante sua vida, se empenhando em viver seu lema episcopal: servir e não ser servido. Ele diz ter aprendido muito nesses 40 anos de ministério episcopal, promovendo a corresponsabilidade. Um tempo em que partilhou o caminho com bispos que se tornaram “figuras que estão na história”, especialmente nos primeiros anos de bispo, “bispos muito proféticos”. Confira abaixo a entrevista na íntegra:

40 anos de episcopado, é muito tempo?

Bastante tempo, 40 anos de caminhada. Eu estou com 87, quando eu fiquei bispo tinha 47 anos. Fui nomeado bispo no dia do meu aniversário, no dia 2 de maio, como bispo de Macapá. Eu fiquei sete anos e meio lá, foram anos bonitos, muitas comunidades, no interior, ao longo dos rios, nas estradas. Em 1991, o Santo Padre me nomeou para Manaus, e no dia 19 de janeiro de 1992 eu tomei posse.

No dia seguinte, era a festa de São Sebastião, foi meu primeiro contato com o povo de Manaus. Foi um tempo bonito mesmo, foram 21 anos. No começo era muito desafiadora a situação aqui. Manaus começou a crescer de repente, foi um inchaço da cidade, entravam mais de 40 mil pessoas por ano, vindo do interior, do Pará e do Nordeste. Foi uma época complicada, porque a Igreja não tinha condições.

Mas eu encontrei uma grande coisa aqui, dom Clovis, com um grupo de padres, fez um projeto de evangelização das periferias envolvendo as paróquias, surgindo as regiões missionárias. Na zona Norte, onde está mais da metade da população hoje, era tudo invasão, o pessoal ia ocupando. Tínhamos uma Irmã Adoradora, a Ir. Helena, que foi fabulosa, organizou o pessoal, fazia ocupações muito bonitas. Nós fomos enfrentando a situação, os leigos, graças a Deus, padres, os diáconos também. Nós recebemos apoio de outras dioceses do Brasil e também das congregações religiosas femininas, eram muitas religiosas.

Em 2012, eu estava completando 75 anos, eu apresentei minha renúncia, e logo veio a nomeação de dom Sérgio Castriani. Fiquei muito feliz, porque realmente era o homem mais indicado naquela época para ser arcebispo de Manaus. Eu não quis ficar aqui em Manaus, porque havia muito tempo que eu era arcebispo, 21 anos, e voltei para a diocese onde eu era padre, diocese de Apucarana, no Paraná, e lá eu estou. Fiquei um tempo na catedral, ajudando, e depois fui para uma paróquia do interior com outro padre, e estou lá, vai fazer 10 anos nessa paróquia. Eu só tenho a agradecer a Deus esse tempo.

No domingo, nosso cardeal, dom Leonardo, promoveu a missa para lembrar meus 40 anos de episcopado. Fiquei muito feliz de reencontrar os padres, os dois bispos auxiliares, fui eu que ordenei muitos dos presbíteros, e muitos conhecidos, muitos amigos. Tudo isso ajuda a gente a se alegrar e a agradecer a Deus por tudo o que Ele realizou.

O senhor era padre no Paraná e foi bispo na Amazônia, o que mudou em sua vida, o episcopado e a Amazônia?

Mudou bastante, a missão muda a gente. Eu quando fui para Macapá, o Brasil é muito diferente, cultura, os costumes, a visão da vida. Para mim foi uma bênção, eu mudei muito, a missão mudou a minha cabeça. Aí comecei a perceber que muitas vezes aquilo que mereceu minha atenção, não era mais importante, fui descobrindo o que era realmente essencial e importante na vida cristã, na vida da Igreja, e principalmente na vida de bispo.

Quando fui nomeado, eu pensei: o que eu vou fazer? Lembrei-me de Jesus, que diz que ele veio não para ser servido, mas para servir e dar a vida por muitos. E falei, olha, é isso que eu vou fazer, como Jesus quis e que todo cristão deve fazer. Então, meu lema de bispo é justamente isso: servir e não ser servido. Isso tem me orientado a vida afora, eu agradeço muito a Deus ter vindo para cá, primeiramente Macapá, depois esse desafio de Manaus, gostei da missão, ela mudou minha vida.

Se pudesse voltar 40 anos atrás, o que o senhor não faria de tudo o que fez como bispo?

A gente fez muita bobagem, até a gente ser trabalhado pelo Espírito Santo. Às vezes a gente não tomava as medidas que devia tomar, mas passado é passado, tudo faz parte da vida, o acerto e o desacerto, e aprendi muito, mesmo com os erros do passado.

De tudo o que o senhor fez nos 40 anos de bispo, o que pensa que foi mais importante, o que não deixaria de fazer?

Naquela época em que fiquei bispo, se falava muito de fazer um planejamento participativo, chamar à participação nas linhas de pastoral, no que se deveria realizar. A gente falava muito da corresponsabilidade, de envolver realmente. Já em Macapá, eu parti para isto, e quando vim para Manaus, vi a necessidade de continuar o trabalho dos bispos anteriores, principalmente esse trabalho de evangelização das periferias, que era um projeto de dom Clovis Frainer.

Aí, eu comecei a envolver nossa pastoral com esse planejamento participativo, que hoje é sinodal, que é outro termo. Nas nossas assembleias, que realizávamos a cada dois anos, levava um ano, a gente consultava as bases, nas comunidades, nas paróquias, chegava até nossa coordenação pastoral, a gente fazia tabulação, mandava de volta, novamente discutiam nas bases, aí vinha para nós, redigia, e mandava novamente para as bases. Aí a assembleia era mais celebrativa, porque a assembleia já tinha sido realizada. Nesse processo de fazer todo mundo participar, a maioria do pessoal participava.

Isso foi muito bom, isso acho que foi um ganho, eu acredito que estejam continuando com essa metodologia aqui na nossa arquidiocese. Porque realmente, é o que o Papa fala hoje, sinodalidade, caminhar juntos, tomar as decisões juntos. É claro que depois o bispo tem que assumir e fazer todo mundo caminhar naquela direção. A gente traçava as grandes linhas da pastoral e comparava muito ao Rio Negro.

O Rio Negro tem as margens, mas ele tem espaço para iniciativas particulares. As margens seriam as linhas de pastoral, o que nós traçávamos nessas assembleias, e a gente via as urgências, e enfrentava as urgências, planejando como seria esse trabalho de enfrentamento dos problemas, das questões que estavam aí.

Em 40 anos, o senhor teve muitos companheiros bispos, como definiria o episcopado brasileiro nos últimos 40 anos?

Nos meus primeiros anos de episcopado encontrei figuras que estão na história. Eu lembro dom Helder, dom Luciano Mendes, dom Ivo Lorscheider, dom Aloisio Lorscheider, dom Paulo Evaristo Arns, alguns bispos do Nordeste, grandes nomes, foi uma época de bispos muito proféticos. Foi a época em que estava a ditadura, já caminhando para o final da ditadura, e foram bispos que enfrentaram a situação. Estavam lá dom Pedro Casaldáliga, dom Tomas Balduino, dom Erwin. Foi uma época de muito entusiasmo.

Hoje, o episcopado é ótimo, mas nós não temos nomes que sobressaiam. Esse é o problema do episcopado brasileiro hoje, nós não temos nomes como aqueles que tinha na época, talvez devido ao tempo e à cultura que nós estejamos enfrentando.

Na última assembleia dos bispos, dom Fernando Saburido dizia que o bispo fica emérito, mas nunca se aposenta. Como o senhor quer continuar seu ministério episcopal daqui para frente?

Já são 11 anos que sou emérito. Quando eu saí daqui, eu decidi fazer duas coisas: atender confissões, que não tinha atendido quase como bispo, e me pôr à disposição da Igreja do Brasil. O que apareceu foram muitos retiros, nos primeiros anos eram 10 retiros, depois na pandemia diminuiu, mas ainda eram quatro ou cinco, e agora vai retomando. Me dedico a isso, além da paróquia, ajudar o padre nas celebrações, nas confissões, tem a vida cheia, graças a Deus.

Fonte: Vatican News

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Franciscanos acolhem 400 jovens para a Caminhada Franciscana da Juventude

Com o tema: “Como São Francisco, marcados pelo amor do Bom Jesus”, e lema: “Chagados pelo amor, peregrinos da esperança”, neste final de semana a cidade de Sorocaba (SP) acolhe 400 jovens para a XII edição da Caminhada Franciscana da Juventude

Frei Augusto Luiz Gabriel

Neste final de semana a cidade de Sorocaba (SP) acolhe 400 jovens para a XII edição da Caminhada Franciscana da Juventude (CFJ). Participantes de todos os estados em que a Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil se faz presente, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, estarão presentes no evento que marca também o Jubileu dos 100 anos da Paróquia Bom Jesus de Sorocaba e de 90 anos de presença franciscana da cidade sede do encontro.

Como São Francisco, marcados pelo amor do Bom Jesus

A Comissão Central da CFJ escolheu como tema: “Como São Francisco, marcados pelo amor do Bom Jesus”, e lema: “Chagados pelo amor, peregrinos da esperança”. Ambos tem sua inspiração na Celebração do Jubileu dos 800 anos das Chagas de São Francisco e no Jubileu da Esperança em que a Igreja viverá no ano que vem, mas que desde já vem se preparando com o Ano da Oração, instituído pelo Papa Francisco. Desde janeiro deste ano, quando a caminhada foi anunciada no encerramento das Missões Franciscanas da Juventude, em Pato Branco (PR), os frades da Fraternidade Bom Jesus dos Aflitos e lideranças locais estão empenhados na organização, planejamento e articulação, com encontros mensais, virtuais e presenciais, com o apoio da Equipe de Evangelização com as Juventudes da Província. Vale ressaltar que há mais de um ano, a fraternidade local manifestou o desejo de acolher o encontro.

A Caminhada Franciscana vem se atualizando

Segundo Frei Gabriel Dellandrea, a Caminhada Franciscana vem se atualizando e respondendo aos novos anseios do tempo presente. No entanto “para além do que está previamente planejado, sempre acontecem boas surpresas durante o percurso. Temos certeza e confiança que antes de toda preparação, alguém muito maior já preparou tudo”, disse, referindo-se ao Criador. Frei Roger Strapazzon não esconde a alegria com a proximidade da caminhada. “Temos a satisfação de receber muitos jovens que participarão pela primeira vez de uma caminhada. Isso nos alegra e revela que enquanto Província estamos no caminho certo”, frisou. “Jovem evangelizar jovem é sempre um desafio e um exercício, mas também enche nosso coração franciscano de alegria e otimismo. Hoje eles são participantes, amanhã serão nossas lideranças e quem sabe até mesmo nossos confrades”, vibrou. O jovem franciscano Henrique Bissa, da Paróquia Santa Clara de Assis de Colatina (ES), participará pela segunda vez da caminhada. "Estou com uma expectativa grande para um evento que irá renovar nossas energias. Nosso grupo de jovens vem se preparando há meses para este encontro. Muitos irão pela primeira vez e isso nos alegra", ressaltou. Hadassa Pagani Belei participará também pela segunda vez e é da mesma Paróquia. "Estou muito animada e minha expectativa está alta pois em cada edição sempre temos algo novo e diferente. Também estou feliz com essa oportunidade que Deus me concede em participar e espero que seja uma caminhada de muita reflexão e que eu possa fazer novos amigos”, completou. Maria Vaudilene Amaral é da Comunidade Perpétuo Socorro, pertencente a Paróquia Bom Jesus de Sorocaba. Ela espera com ansiedade os jovens das diferentes regiões que serão acolhidos na sua cidade natal. “Que possamos viver uma experiência nova e que nos movimenta. Pela primeira vez estou participando da organização de uma caminhada. Será uma experiência diferente, por isso, estou ansiosa para fazer algo que supere minhas expectativas. Tenho certeza que serão dias abençoados”, destacou.

Famílias acolhem peregrinos

Na última quinta-feira (18/07), os frades da Equipe de Evangelização com as Juventudes realizaram um encontro com as famílias acolhedoras que começou com a Celebração Eucarística, às 19h, na Igreja Matriz, presidida por Frei Augusto Luiz Gabriel e concelebrada por Frei Gabriel. Na ocasião, os religiosos agradeceram as famílias pela hospitalidade e gratuidade na acolhida de tantos jovens franciscanos. São mais de 150 famílias envolvidas nesta grande missão: oferecer um aconchego familiar para os peregrinos. 

A Caminhada Franciscana da Juventude é um evento voltado prioritariamente para jovens. A proposta é que ela seja um retiro itinerante, onde o participante realiza um encontro com Deus, consigo mesmo, com o próximo e com a natureza. Esta iniciativa é pensada e promovida a partir de elementos da espiritualidade cristã e franciscana, mas também é aberta a pessoas de outras religiões. Ela é também uma grande oportunidade de animação vocacional, bem como de vigor e entusiasmo para os grupos de jovens locais e paróquias acolhedoras.

Fonte: Vatican News

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Dom Uhač, o cardeal que João Paulo II não conseguiu criar

Há cem anos nascia na Croácia, Dom Josip Uhač: núncio apostólico e secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos. Fazia parte da lista dos novos cardeais a ser anunciada pelo Papa João Paulo II em 18 de janeiro de 1998, mas faleceu naquela mesma manhã. Segundo o historiador Medved: “Desempenhou um importante papel no reconhecimento da independência da Eslovênia e da Croácia em 1992 e depois no apoio ao povo da Bósnia e Herzegovina durante o conflito”

Alessandro Di Bussolo – Vatican News

Dom Josip Uhač, diplomata croata e secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos, faleceu em Roma no domingo, 18 de janeiro de 1998, poucas horas antes do Angelus de João Paulo II, que o havia incluído na lista de novos cardeais a serem anunciados naquele mesmo dia e a serem nomeados no consistório de 21 de fevereiro. “Ele tinha sido informado três dias atrás”, disse o Papa Wojtyla, ‘mas o Senhor o chamou para si nesta manhã’. O cardeal, que permaneceu no coração do Pontífice, nasceu em 20 de julho de 1924 em Santa Jelena, um vilarejo de Brseč, na arquidiocese de Rijeka-Fiume na Croácia. A comunidade local está comemorando o centenário de seu nascimento com vários eventos.

Um pastor de caráter modesto e silencioso

Em 20 de janeiro de 2024, foi inaugurada em frente à pequena capela de Santa Jelena uma estela em homenagem ao diplomata. Neste sábado (20) será celebrada uma Santa Missa e nos próximos meses será realizada uma conferência em sua homenagem. Uma maneira de conhecer melhor sua figura de pastor com um caráter modesto e silencioso, que dedicou toda a sua vida ao trabalho diplomático para a Santa Sé. Dom Uhač não publicou nenhum diário ou memória, e também por isso que ele não é tão conhecido quanto merece. Isso é destacado por Marko Medved, professor de história eclesiástica em Rijeka. “Quando se trata da vida e do trabalho de diplomatas, sejam eles civis ou eclesiásticos”, afirma, “os biógrafos se encontram em uma situação difícil. Se não publicaram suas próprias memórias, suas próprias recordações da vida e do trabalho diplomático, o público fica desconhecendo grande parte das notícias”.

Sua formação, de Rijeka a Roma, passando por Veneza

Josip é o segundo filho da família de Anton e Marija, nascida Senčić. Entrou no seminário diocesano de Rijeka e continuou seus estudos teológicos primeiro em Veneza e depois em Gorizia. Em 1945, com o fim da guerra e o advento do comunismo, o bispo de Rijeka, Ugo Camozzo, não tendo certeza de onde o jovem Uhač poderia concluir com sucesso os estudos interrompidos pela guerra, enviou-o para Roma. Após concluir seus estudos na Universidade Lateranense, foi ordenado sacerdote em 16 de abril de 1949 e, longe de sua terra natal, celebrou sua primeira missa na Cidade Eterna. Após a ordenação sacerdotal, morou por dois anos no Pontifício Instituto Croata de São Jerônimo e, a partir de 1951, mudou-se para uma paróquia romana e ingressou na Pontifícia Academia Eclesiástica.

Núncio da Ásia à Africa e por fim Europa

Depois de se tornar conselheiro na Alemanha e na Espanha, Paulo VI o nomeou arcebispo em junho de 1970 e, em setembro do mesmo ano, foi ordenado por Dom Viktor Burić na Catedral de São Vito, em Rijeka. Suas primeiras experiências como núncio foi no Paquistão e depois em vários países africanos (1976-1981). Depois que Paulo VI aumentou o número de não italianos entre os diplomatas do Vaticano, Uhač iniciou seu segundo período de trabalho em 1984 na República Federal da Alemanha, onde permaneceu como Núncio Apostólico até 1991. “Aqui, em comparação com a Ásia e a África, estavam na agenda questões bem diferentes”, recorda o historiador Medved, “a posição e o papel do Capítulo de Colônia na escolha do sucessor do Cardeal Höffner, uma questão que exigiu habilidades diplomáticas consideráveis para chegar a um acordo na nomeação episcopal. Em seguida, houve a turbulência da Igreja pós-conciliar, a questão dos impostos da igreja e, por fim, a unificação da Alemanha com os preparativos para a transferência da nunciatura de Bonn para Berlim”.

O reconhecimento da independência da Eslovênia e da Croácia

Em 21 de junho de 1991, João Paulo II nomeou Dom Uhač secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos (anteriormente Propaganda Fide, hoje Dicastério para a Evangelização). Ele ocupou esse cargo até sua morte, acrescentando posteriormente o de diretor das Pontifícias Obras Missionárias até 1995. Na época a jurisdição da Congregação se estendia a quase toda a África, Ásia, Oceania, excluindo a Austrália, parte da América Latina, bem como a Bósnia e Herzegovina. “Hoje sabemos”, diz Medved, “que Dom Uhač, desempenhou um papel importante e não suficientemente documentado no reconhecimento diplomático da Eslovênia e da Croácia, quando Jean Luis Touran e o Cardeal Angelo Sodano, como Secretário de Estado, estavam à frente da diplomacia vaticana”.

A inauguração da Nunciatura Apostólica em Zagreb

Graças também ao seu trabalho diplomático, foi alcançado um cessar-fogo em janeiro de 1992, após vários meses de guerra entre as duas repúblicas e o governo de Belgrado. Quando a Nunciatura Apostólica foi aberta em Zagreb, em 1993, após o estabelecimento de relações diplomáticas entre a Santa Sé e a Croácia, Dom Uhač teve a honra de inaugurá-la, como representante de João Paulo II. “Com esse gesto”, comenta Medved, "os croatas queriam mostrar a sua gratidão”. A guerra, que cessou após o reconhecimento da Croácia em janeiro de 1992, eclodiu na vizinha Bósnia e Herzegovina, um país, como mencionado, cuja Igreja era da competência da Congregação para a Evangelização dos Povos na época.

Ajuda à Igreja e à população da Bósnia e Herzegovina

Devido ao grande número de católicos croatas na Bósnia e Herzegóvina, a Santa Sé,  o Arcebispo Uhač pôde realizar um intenso trabalho de ajuda material e espiritual às vítimas do conflito e à Igreja local, além de trabalhar para salvaguardar a unidade do país diante das ameaças de desintegração e divisão de seu território, às vezes até do lado croata.

No hospital, a notícia de sua nomeação como cardeal

Sobre o episódio que marcou os últimos dias da vida de Josip Uhač, Medved lembra que o arcebispo recebeu a notícia de sua nomeação como cardeal no hospital e que, na missa fúnebre celebrada em 20 de janeiro na Basílica de São Pedro, “o cardeal Angelo Sodano, secretário de Estado, falou de Dom Uhač como colega e amigo. O arcebispo Uhač", conclui o historiador, “foi um filho fiel da Igreja, ao serviço da Santa Sé e de sua missão, em tempos de desafios e tensões não menos exigentes do que os que enfrentamos hoje”.

Dom Uzinić: sacerdote e bispo simples, humilde e fiel

Como escreveu o atual arcebispo de Rijeka-Fiume Dom Mate Uzinić, "a grandeza de Uhač não deriva dos altos cargos que ocupou, mas da maneira como os exerceu. Ele era um sacerdote e um bispo simples, humilde, piedoso e fiel. A fidelidade de Uhač à Igreja pode ser uma inspiração para cada um de nós hoje no cumprimento de nosso chamado”. Josip Uhač está enterrado na igreja paroquial de São Jorge em Brseč, arquidiocese de Rijeka-Fiume.

Fonte: Vatican News

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75 anos da Pontifícia Missão na Jordânia: o constante e atento olhar da Santa Sé

A Pontifícia Missão para a Palestina celebrou seu Jubileu de Diamante na Jordânia com uma missa presidida pelo Núncio Apostólico, dom Giampietro dal Toso. A instituição, criada há 75 anos pelo Papa Pio XII, continua a fornecer assistência humanitária e espiritual aos palestinos, reforçando o compromisso da Santa Sé com a região.

Vatican News

A Pontifícia Missão para a Palestina celebra o seu Jubileu de Diamante também na Jordânia: 75 anos de fundação, sob o signo da oração. O ponto culminante das celebrações foi a celebração da Santa Missa, presidida pelo Núncio Apostólico na Jordânia, dom Giampietro dal Toso, na igreja de Santa Maria de Nazaré, no bairro de Sweifieh, localizado na zona oeste da capital Amã.

A solene cerimônia, que se realizou na tarde do último dia 17 de julho, contou com a presença, entre outros, de sacerdotes de diversas dioceses, diáconos e religiosas. Participaram também o diretor geral da Pontifícia Missão para a Palestina, na Jordânia, Raed Al-Baho, além dos membros da instituição, representantes de vários Corpos diplomáticos e uma multidão de fiéis.

O Senhor não abandona o seu povo

Em sua homilia, traduzida para o árabe pelo Padre Rifat Bader, diretor do Centro Católico de Estudos e Mídia, o Núncio enalteceu o trabalho da Pontifícia Missão, instituída por ordem do Papa Pio XII, com o objetivo de ajudar o povo palestino depois da Nakba - expressão árabe que significa “catástrofe” - o êxodo forçado da população árabe palestina, durante a guerra árabo-israelense, em 1948, após a fundação do Estado de Israel. Na época, mais de 700 mil palestinos foram obrigados a deixar suas cidades e aldeias. A discussão sobre o destino desses refugiados palestinos e o “direito de regresso” dos seus descendentes permanece no centro do conflito em curso entre Israel e Palestina.

Foram e continuam ser anos de sofrimento, como sublinhou o Núncio: “O Senhor não nos abandona e temos o maior dom que Ele nos deu, seu Filho Jesus, enviado para nos salvar. Cristo é o sinal mais evidente de que Deus cuida de nós”. Nas pegadas deste amor, continuou dom Giampietro dal Toso, “celebramos hoje o que, há 75 anos, a Igreja Católica criou: uma instituição especial para ajudar o povo palestino, que envolveu também a Jordânia”.

Desde então, a Pontifícia Missão para a Palestina jamais deixou de dar assistência humanitária e espiritual aos palestinos, ajudar a comunidade cristã e todas as comunidades necessitadas, que vivem na Terra Santa, graças à colaboração das Igrejas locais, instituições católicas e organizações internacionais.

Pedidos contínuos de paz e reconciliação

Logo, o Núncio explica ainda que esta celebração jubilar assume um tom de festa, mas, sobretudo, também de ação de graças pelo trabalho que a Santa Sé continua a desenvolver em todo o Médio Oriente, por impulso do Papa Pacelli: “Trata-se de um sinal de que a Santa Sé não esquece o que está acontecendo aqui e as dificuldades que as tempestades nesta região estão desencadeando”.

O Núncio Apostólico, segundo o site abouna.org, recordou os esforços contínuos, fomentados nos últimos meses, que tanto o Papa Francisco como a diplomacia vaticana fizeram e fazem para “conseguir a libertação dos reféns e prisioneiros, o cessar-fogo e o fim da guerra, elevando suas orações pelo povo palestino e pelo seu direito de ter um Estado".

“O que Pio XII começou, continua hoje com o Papa Francisco”, observou dom Giampietro dal Toso, que, a este respeito, citou também Paulo VI, hoje Santo, que há 50 anos disse: “A Pontifícia Missão para a Palestina é um dos sinais mais evidentes da preocupação do Vaticano pelo bem-estar dos palestinos, que nos são tão queridos".

O olhar atento da Santa Sé

Enfim, foi precisamente a situação dramática de multidões de palestinos, após a proclamação do Estado de Israel, que despertou no Papa Pacelli o desejo de instituir um organismo eclesial específico para ajudar aquele povo. Por isso, a Catholic Near East Welfare Association (Cnewa), agência sob a jurisdição da Congregação para as Igrejas Orientais, foi encarregada de criar uma entidade para ajudar as crianças, famílias, enfermos, idosos e exilados.

No início, o objetivo da Pontifícia Missão era ajudar as pessoas deslocadas e refugiados, após o nascimento da UNRWA. Por isso, adaptou os seus programas, em colaboração com a ONU, para melhorar as condições de vida dos palestinos nos campos de refugiados. Nesta perspectiva, o Núncio recordou também as palavras do Cardeal Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, que, há poucas semanas, escreveu: “As comunidades cristãs no Oriente Médio são uma prioridade para a Santa Sé”.  “O trabalho da Santa Sé, concluiu o Núncio Apostólico, é a pedra angular para a construção de um Oriente Médio pacífico”.

Fonte: Agência Fides -  Vatican News

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Presidente da Conferência dos bispos latinos da Ucrânia: Parolin na Ucrânia, "um sinal de que o Papa está conosco"

Dom Vitalij Skomarovsky, presidente dos bispos da Igreja Católica Romana na Ucrânia, fala sobre a visita que o cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, faz ao país, durante alguns dias, por ocasião da peregrinação dos fiéis católicos ao Santuário mariano de Berdychiv.

Svetlana Dukhovych - Cidade do Vaticano

Declaração de dom Vitalij Skomarovskyj, presidente dos bispos Latinos na Ucrânia, sobre a visita, de cinco dias ao país, do cardeal Pietro Parolin, que leva a Bênção do Papa e reza diante da imagem de Nossa Senhora para o fim da tragédia da guerra: “Com a visita do cardeal Pietro Parolin à Ucrânia, a Igreja Católica local de Rito latino está em festa, porque, a presença do Secretário de Estado é expressão de todo o amor do Papa por este país, no Leste Europeu, definido como “torturado”. A presença do cardeal denota a esperança de que as suas orações, aos pés da Virgem no Santuário de Berdychiv, possa obter o dom da paz”.

Dom Vitalij, a Conferência Episcopal na Ucrânia, que o senhor preside, pediu ao Papa para enviar um delegado a Berdychiv. Como surgiu esta ideia e qual o significado deste gesto?

“A peregrinação ao Santuário de Berdychiv, para nós, é o acontecimento mais significativo, porque Nossa Senhora de Berdychiv, Mãe de Deus do Monte Carmelo, foi proclamada Padroeira da Ucrânia pela nossa Conferência Episcopal. A peregrinação, que se realiza ao nosso Santuário nacional, é o evento eclesial mais importante e a maior peregrinação no mês de julho, porque reúne toda a Igreja da Ucrânia. Todos os anos convidamos alguém para presidir às celebrações, bispos de diversos países. Por exemplo, antes da guerra, em 2020, contamos com a presença do cardeal Konrad Krajewski. Agora, diante da indecisão de quem convidar, o Metropolita de Lviv, Mieczysław Mokrzycki, teve a bela ideia de propor o nome do cardeal Pietro Parolin. Por isso, ficamos muito felizes que o Santo Padre tenha nomeado o Secretário de Estado como delegado pontifício, na conclusão desta peregrinação mariana: esta foi a primeira vez na história que isso acontece. Este gesto expressa a proximidade do Papa Francisco ao nosso povo e espero que esta oração comum possa produzir grandes frutos”.

O que o Santuário de Berdychiv representa para os fiéis católicos na Ucrânia?

“A sua história é rica e remonta ao início do século XVII. Em certo sentido, ela também pode estar ligada ao presente. O príncipe de Kiev, Janusz Tyszkiewicz, que também tinha propriedades em Berdychiv, foi preso pelos Tártaros. Durante sua pressão, ele teve, em sonhos, a visão de monges que iam rezar pela sua libertação diante de um ícone da Mãe de Deus. Após a sua libertação, ao se encontrar em Lublin, foi até aquela igreja. Ali, lembrou da sua visão, que os monges Carmelitas rezavam diante Mãe de Deus. Assim, sem hesitar, doou o terreno de sua propriedade aos Carmelitas, para que ali pudessem construir um santuário. O ícone da Mãe de Deus, que a sua família possuía, foi oferecido ao santuário. Desde então, o local tornou-se famoso pelas graças alcançadas por milhares de fiéis, que iam em peregrinação a Berdychiv. Durante a sua história, esta localidade passou por diversos acontecimentos, de prosperidade e destruição, e pertenceu a vários Estados. No entanto, este feriado, mesmo sob o domínio soviético, foi mantido em homenagem à Mãe de Deus. Com o restabelecimento da independência da Ucrânia, o culto a Nossa Senhora aumento cada vez mais, a ponto de a Conferência Episcopal elevar o templo a Santuário nacional. Assim, Nossa Senhora de Berdychiv foi proclamada Padroeira do país”.

Há quase dois anos e meio, a Ucrânia sofre pela invasão da Rússia. Como o senhor poderia descrever a situação geral e da população ucraniana neste momento?

“Estamos em estado de guerra e não temos lugares totalmente seguros. Por isso, as celebrações em Berdychiv estarão submetidas a certas normas de segurança. Se não houvesse guerra, a situação seria bem diferente. Daí, para descrever a atual situação, eu a poderia comparar com o fato de termos que arregaçar as mangas; se quisermos ou não, temos que trabalhar. É claro que não queremos este estado de guerra, mas desejamos a paz, com todo o coração; rezamos muito pela paz, mas temos que enfrentar esta situação”.

O que significa para o senhor e para todos os católicos na Ucrânia a presença de um representante do Papa para rezar juntos?

“Para nós, antes de tudo, é um sinal de que o Senhor toma cuidado de nós. Embora tenham passado dois anos e meio do início da guerra, graças a Deus, as pessoas no mundo não se esquecem da Ucrânia. Elas poderiam já estar cansadas, no entanto, continuam a nos ajudar. Países e povos inteiros estão solidários conosco, inclusive a Santa Sé, sinal de que o coração do Papa está perto de nós, reza por nós, através da presença do seu colaborador mais próximo. Este é um forte sinal de união e oração a Deus, para obter as graças que mais necessitamos”.

O cardeal Parolin visitou a Ucrânia duas vezes, em 2016 e 2021, mas esta será a sua primeira visita desde o início da invasão russa. Além das mudanças óbvias causadas pela guerra, o senhor acha que haverá novidades com a presença do cardeal?

“Penso que o cardeal Parolin, devido ao seu ministério no seio da Igreja, conhece muito bem a situação em que vivemos: ele se encontra, frequentemente, com sacerdotes, bispos e pessoas comuns da Ucrânia. Esta será uma boa oportunidade para agradecer o seu trabalho e o da Secretaria de Estado, que, infelizmente, poucos conhecem. Sabemos quanto esforço a Santa Sé tem feito para trazer de volta as crianças ucranianas, deportadas pela Rússia, como também o intercâmbio de prisioneiros e outros projetos humanitários. Logo, a presença do delegado pontifício torna-se também uma oportunidade para expressar a nossa gratidão à Santa Sé”.

No último 16 de julho, o senhor participou da ordenação episcopal do novo bispo greco-católico de Mukachevo, Theodor Matsapula. Qual o significado deste evento, do ponto de vista dos católicos e das diferentes tradições na Ucrânia?

“Fiquei muito impressionado pelo número de bispos que compareceram à celebração, como os membros do Sínodo da Igreja Greco-Católica Ucraniana, que se realizou recentemente, bem como muitos bispos latinos e representantes das eparquias greco-católicas de todo o mundo, que reconhecem a eparquia de Mukachevo como Igreja Mãe. Foi uma ótima oportunidade para rezarmos juntos e mostrarmos toda a nossa unidade. Esta mutua colaboração está em contínuo desenvolvimento, em vários níveis. Mas, buscamos ainda novas formas para expressar esta unidade e para melhor servir o nosso povo”.

O que gostaria de dizer aos católicos do mundo inteiro, que estarão unidos, em oração espiritual, diante da Mãe de Deus, junto com o delegado do Papa no santuário de Berdychiv?

 “Penso que o Santo Padre envia o seu degado, na conclusão da peregrinação à Mãe de Deus, para expressar a importância da oração à Mãe de Deus. Ali no santuário de Berdychiv, serão oferecidas às dioceses imagens de São Miguel Arcanjo, abençoadas no Santuário de Monte Gargano, na Itália, no último dia 8 de junho, festa do Imaculado Coração de Maria. Esses sinais nos convidam a rezar mais à Mãe de Deus, que nos pediu para ‘rezar pela paz e pelo fim da guerra’. E com estas intenções e esperança, todos nós vamos em peregrinação a Berdychiv, para pedir a paz à Virgem Maria. Por isso, pedimos a todos os fiéis, cristãos e não cristãos, nossos irmãos e irmãs, que peçam à Bem-Aventurada Virgem Maria a paz pela Ucrânia”. - Fonte: Vatican News

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Bispos do Malawi, Zâmbia e Zimbabwe vão formar associação regional autónoma

Depois de uma plenária consultiva de três dias (15 a 19 de julho) realizada no Malawi, os Bispos católicos da Zâmbia, Malawi e Zimbabwe decidiram criar a Conferência Inter-regional do Malawi, Zâmbia e Zimbabwe. Será conhecida como Associação das Conferências Episcopais Católicas do Malawi, Zâmbia e Zimbabwe (ACBC-MAZAZI, sigla em inglês).

Paul Samasumo – Cidade do Vaticano

Esta semana, os Bispos católicos das três Conferências episcopais aproximaram-se ainda mais da formação de uma nova associação episcopal regional. É uma ideia que tem vindo a ser preparada e falada há anos.

Os três Países têm laços históricos e culturais. De 1953 a 1963, sob o domínio colonial britânico, estiveram unidos num só País, a Federação da Rodésia do Norte, Rodésia do Sul e Niassalândia. O território era também conhecido como Federação Centro-Africana (CAF).

Declaração de Intenções - um novo passo corajoso

No final do encontro, os Bispos emitiram uma formal Declaração de Intenções, assinada conjuntamente pelos três Presidentes das Conferências: o Arcebispo do Malawi, Dom George Desmond Tambala - Presidente da Conferência Episcopal do Malawi (ECM), o Arcebispo da Zâmbia, Dom Ignatius Chama - Presidente da Conferência Episcopal da Zâmbia (ZCCB) e o Bispo do Zimbabwe, Dom Paul Horan - Presidente da Conferência Episcopal do Zimbabwe (ZCBC).

“Perante este passo audacioso, as três Conferências prevêem a formação de uma Região independente. Para este fim, a Sub-região adoptará o princípio do gradualismo. Haverá objectivos a curto prazo que constituirão a base sobre a qual, no momento oportuno, serão alcançados os objectivos a longo prazo. Não há prazos definidos para a plena realização da nova Região. As três Conferências comprometem-se a apresentar este projeto aos seus respectivos organismos regionais, nomeadamente a IMBISA e a AMECEA. A adesão a estes organismos manter-se-á até nova ordem”, afirmam os Bispos na sua Declaração de Intenções.

Os Bispos aprovaram ainda os estatutos e as directrizes operacionais da nova associação e estabeleceram mecanismos para a incorporação de outros membros fora da Sub-região, quando solicitados.

O Secretariado da nova Sub-região ficará localizado em Lusaka, a capital da Zâmbia. A próxima assembleia plenária foi agendada para o Zimbabwe dentro de três anos.

Construir pontes, reforçar a fé, a unidade e o serviço

Os Bispos sublinharam que o principal objetivo do encontro consultivo no Malawi era continuar a reforçar a unidade pastoral, a proclamação do Evangelho e a solidariedade na sub-região, no meio dos seus desafios comuns. O objetivo era também dar continuidade à sua Conferência de Lusaka de 2020.

O Núncio Apostólico na Zâmbia e no Malawi, o Arcebispo Dom Gian Luca Perici, leu a mensagem de boa vontade do Papa Francisco aos Bispos. Os Bispos estiveram reunidos em Salima, uma estância turística no Lago Malawi.

Mais tarde, os Bispos contaram o que o Papa Francisco esperava deles como prelados na região.

“O Santo Padre, o Papa Francisco, através do Dicastério para a Evangelização, sublinhou a necessidade de continuarmos a 'construir pontes, fortalecer a fé, a unidade e o serviço' entre os três Países da Sub-Região. Para ele, este é um momento oportuno e que vale a pena ser discutido em meio aos desafios atuais. Para o Santo Padre, “construir pontes promove uma visão inclusiva e sistemática da sociedade sustentável que aborda igualmente as questões sociais, económicas e ambientais”. O Papa apelou igualmente à contínua participação, unidade e paz sob a orientação divina, com o objetivo de promover o bem comum e a dignidade de todas as pessoas da sub-região”, explicaram os prelados na sua mensagem.

O Presidente da República do Malawi, Dr. Lazarus McCarthy Chakwera, fez uma visita de cortesia aos Bispos durante o seu encontro. Elogiou-os pelo contínuo cuidado pastoral do povo de Deus através dos compromissos sócio-políticos da Igreja. O Presidente Chakwera agradeceu também aos Países da sub-região por apoiarem o Malawi durante as crises.

Fonte: Vatican News

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Mensagem do Cardeal Ambongo para o Dia do SCEAM

A Igreja em África celebra a 28 e 29 de julho, o Dia do SCEAM, Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagáscar. O evento é marcado, este ano, pelo 60° aniversário da canonização dos 22 Mártires do Uganda. O Cardeal Fridolin Ambongo, Presidente do SCEAM convida, numa mensagem, a celebrar este Dia com gratidão, enaltece o crescimento da Igreja Católica em África, mas também os desafios que é chamada a enfrentar como missionária de si própria e em espírito de sinodalidade.

Dulce Araújo - Vatican News

29 de julho é Dia do SCEAM, Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagáscar. Assinala o dia da sua criação, ocorrida a 29 de julho de 1969, em Kampala, no Uganda. Há, portanto, 55 anos. Esta efeméride coincide com os 60 anos da canonização dos 22 Mártires do Uganda, realizada em Roma a 18 de outubro de 1964, na presença de todos os participantes do Concílio Vaticano II. E foi nesse contexto que o Papa Paulo VI decidiu visitar a África. Uma visita histórica de três dias que viria a ter lugar cinco anos mais tarde (1969) e seria precedida, de 29 a 31 de julho, do primeiro encontro dos Bispos Católicos da África e em África. Daí que o dia 29 de julho seja considerado o Dia do SCEAM.

Essas datas todas e a sua importância são recordadas pelo Cardeal Fridolin Ambongo, Arcebispo de Kinshasa e atual Presidente do SCEAM, na introdução duma sua ampla mensagem para o Dia do SCEAM 2024.

Ele sublinha que no mesmo dia da sua chegada a Kampala, o Papa Paulo VI presidiu à cerimónia de encerramento do primeiro Simpósio Episcopal Africano, tendo pronunciado a celebre frase que grande incidência tem tido na história da Igreja em África:

 “Vós africanos, sois agora missionários de vós próprios”

Desde então a Igreja em África cresceu muito e de várias formas - frisa o Cardeal Ambomgo. Os católicos em África são cerca de 256 milhões, ou seja 18% da população africana e é em África que o catolicismo está a crescer mais. A Igreja católica em África - continua - criou raízes e agora é uma Igreja adulta: o clero local cresceu; há um crescente número de religiosos africanos líderes em Sociedades Missionárias Internacionais; há um crescente número de padres diocesanos como fidei donum em várias partes do mundo, crescem os membros das Províncias Africanas dos Institutos Religiosos de Direito Pontifício, tanto femininos como masculinos; aumenta o número de dioceses, cada uma com estruturas necessárias para o seu funcionamento; além disso, a Igreja Católica em África é campeã no desenvolvimento humano, colmatando as carências do Estado em domínios como a saúde, a educação, sem as quais não haveria vida, nem esperança, nem futuro.

A África continua a ter fome e sede de Jesus

A Igreja em África está a construir-se vibrantemente como Família de Deus e a enriquecer-se com as experiências das Pequenas Comunidades Cristãs, frisa o Presidente do SCEAM que não deixa, todavia, de fazer notar que apesar deste notável crescimento a “Africa continua a ter fome e sede de Jesus e do Evangelho.”  Há milhões de africanos que ainda não são evangelizados. Daí a urgência de a Igreja em África se empenhar no primeiro anúncio, pois que embora respeite e estime as religiões não-cristãs, sente o dever de anunciar Cristo aos não cristãos, porque eles também têm o direito de conhecer as riquezas do mistério de Cristo.

Esta tarefa missionária da Igreja inclui também - recorda o Cardeal Ambongo - a nova evangelização dos já batizados para que permaneçam firmes na sua fé.

O aspeto da inculturação do Evangelho e da fé cristã deve ser também tido em conta - sublinha - para fazer com que as pessoas recebam Jesus de forma integral e penetre nos seus corações e mentes e se enraíze nas suas vidas e culturas.

Reconciliar-se com Deus

E perante as diversas problemáticas que a África enfrenta - pobreza, instabilidade política, violência, guerra, terrorismo, conflitos étnicos e religiosos, tráfico de armas e de pessoas, degradação ambiental, corrupção, etc., o Presidente do SCEAM recorda que Igreja é chamada a proclamar a Boa Nova de Cristo, única fonte de verdadeira reconciliação. O cristão africano deve levar a sério a Boa Nova de modo a irradiar o amor reconciliador de Cristo. E é nesta linha que o Sínodo dos Bispos para a África sublinhou que a proclamação da justiça e da paz é parte integrante da tarefa de evangelização e deve estar orientada para o desenvolvimento humano integral, ou seja, deve incluir o aspeto humano e material da pessoa humana e combater tudo o que degrada e destrói o ser humano. Por isso, cada membro da Igreja-Família de Deus em África é chamado a proclamar o Evangelho da Esperança onde quer que esteja.

Anunciar o Evangelho ao mundo

Ao lado da chamada à primeira e à nova evangelização em África, a Igreja Católica Africana é chamada também ao anúncio do Evangelho ao mundo, especialmente na Europa que ontem lhe enviou missionários e hoje é ela a precisar de missionários. É assim que a África hoje está a enviar missionários para outras regiões do mundo, inclusive sacerdotes diocesanos em regime fidei donum.

Por fim, o Cardeal Ambongo não deixa de recordar que a escola da sinodalidade convida a caminhar juntos na missão evangelizadora da Igreja. Renovada pelo caminho sinodal e cimentada no espírito de comunhão vivido nas Pequenas Comunidades Cristãs, a Igreja em África é chamada a abraçar a missão evangelizadora até chegar a todas as periferias, com novo ardor, novos métodos e estruturas renovadas - salienta o Cardeal.

Coleta a favor do SCEAM

E conclui convidando todos a celebrar, com gratidão a Deus, o Dia do SCEAM que - recorda - quando calha em dia de semana é transferido para o domingo mais próximo. Por conseguinte, este ano será no domingo, 28 e na segunda-feira, 29 de julho. Por decisão da Assembleia Plenária de 2013 - saliente - esse dia é uma ocasião para se falar do SCEAM por forma a que os fiéis o conheçam cada vez mais e melhor, e fazer coleta nas missas a favor dele. Todos são, portanto, convidados a ter em conta isso e a rezar no domingo 28 e na segunda, 29 pelo SCEAM, conclui a mensagem, intitulada precisamente “Vós africanos, sois agora missionários de vós próprios”  e assinada pelo Presidente que, a todos deseja “Feliz Dia do SCEAM”. 

Fonte: Vatican News

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Quénia. Bispos condenam violência policial e apelam à nomeação de membros fidedignos

Na sequência dos recentes protestos que abalaram o Quénia, os Bispos católicos reafirmaram o seu apoio à chamada “Geração Z”, condenaram o aumento da brutalidade policial e apelaram a um momento de profunda escuta e discernimento, instando o Presidente William Ruto a tomar decisões no melhor interesse do País.

Cidade do Vaticano

Num comunicado de imprensa datado de 15 de julho de 2024, e citado pela agência CISA África, os Bispos elogiaram o Presidente por se ter recusado a assinar a controversa Lei das Finanças de 2024 e pela sua decisão de dissolver o Governo, um passo que, segundo eles, significa um compromisso para com a resolução de questões críticas como o custo de vida, o desemprego e a corrupção.

Integridade nas nomeações, e refletir o rosto do Quénia

No entanto, os prelados apelaram ao Presidente para que nomeie indivíduos respeitáveis que tenham em mente os interesses do povo e possam prestar melhores serviços aos quenianos. “Pedimos ao Presidente que cumpra a sua promessa de efetuar consultas alargadas antes de nomear as posições vagas de Secretários de Estado. Salientamos a necessidade de ter em conta a integridade, entre outros valores, nas novas nomeações, tal como estipulado na nossa Constituição. As novas nomeações devem inspirar esperança e um novo começo, e devem refletir o rosto do Quénia, tal como exigido na Constituição”, afirmam os Bispos.

Os prelados lamentaram o aumento dos casos de brutalidade policial que levou à perda de vidas jovens durante protestos pacíficos e defenderam que a nação tem de aprender com os males do passado que a violência e a brutalidade nunca resolverão os conflitos, apelando à polícia para que vise as gangues contratadas para causar danos e não os manifestantes pacíficos. “Como Bispos, alertamos os responsáveis pela aplicação da lei para que respeitem o seu código de conduta. Nenhuma lei permite a detenção injustificada, a tortura ou a morte de pessoas”, sublinharam, ao mesmo tempo que advertiam a polícia contra a possibilidade de ser manipulada para fazer trabalhos sujos por conveniência política.

Apoio ao Presidente no combate à corrupção

Os prelados católicos do Quénia manifestaram também o seu apoio à posição do Presidente Ruto no combate à corrupção, em particular ao seu decreto contra a participação de funcionários públicos nos “harambee” (cooperativas); apelaram à transparência nos donativos e a um regresso ao espírito original do “harambee” que, segundo eles, se perdeu e foi abusado ao longo dos anos. “Somos contra o uso indevido dos locais de culto pelos políticos para ganharem popularidade através da exibição de dinheiro. No entanto, compreendemos que, se recuperarmos o bom espírito de nos unirmos em “harambee”, poderemos ajudar muito os necessitados. Temos de insistir na prestação de contas dos fundos e na garantia da proveniência dos donativos”, afirmaram os Bispos.

Os Bispos condenaram igualmente condenaram igualmente a utilização dos locais de culto e os funerais para fins políticos, apelando ao respeito e ao decoro durante estas ocasiões solenes.

Não à intolerância: jovens inclusivos e construtores de democracia

E, dirigindo-se aos jovens, em particular à chamada “Geração Z”, os prelados elogiaram o seu papel na condução da mudança social, mas advertiram contra a intolerância e as conversas divisionistas. Incentivaram os jovens a permanecerem inclusivos e a respeitarem as diferentes perspectivas, sublinhando a importância da construção de princípios democráticos. “Fostes importantes para impulsionar a mudança e chamar a atenção para os nossos males sociais; suscitastes um debate nacional e mesmo global sobre o que significa ser uma democracia, o tipo de liderança que deve estimular a criatividade e as oportunidades para os cidadãos, os valores e os princípios que definem as nossas instituições públicas: agradecemos-vos e continuamos a apoiar-vos na aspiração pelo bem da nossa sociedade”, observaram os prelados.

Lutar por sistemas que respeitem Deus

Os Bispos do Quénia exortaram, finalmente, os jovens “a se recordarem de que, para além de lutarmos por melhores sistemas, temos de lutar por sistemas sociais que respeitem Deus. Há um risco real de que, à medida que se pressiona por uma agenda verdadeiramente transformadora, se torne intolerante a ideias e visões que não são semelhantes às próprias”, advertem os prelados. A intolerância leva a conversas que dividem e que podem degenerar em anarquia. Por isso, pedimos que sejais abertos a conversas inclusivas, para serdes também enriquecidos por perspectivas que poderiam não ser óbvias para vós, concluem os prelados quenianos.

Fonte: Vatican News

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Brasileira dá de presente de 15 anos para a filha a participação no Congresso Eucarístico Nacional dos EUA

Por Nathália Queiroz

A brasileira Valéria Cysne mora em Boston (EUA) com a família e viajou 1,5 mil km até Indianápolis (EUA) para dar de presente de 15 anos para a filha a participação no Congresso Eucarístico Nacional que acontece no campo central do Lucas Oil Stadium de 17 a 21 de julho.

“Eu vi os EUA acordar para a eucaristia”, disse Valeria à ACI Digital.

O que mais chamou a sua atenção foi saber que o último congresso eucarístico no país havia sido há 83 anos.  Por isso, quis fazer parte desse momento histórico junto com as suas filhas de 11 e 15 anos.

Ela contou que se preparou para a participação com missa e adoração diárias, e com isso experimentou “dentro da minha casa a presença eucarística de Deus na minha vida e da minha família”. Como não pôde fazer a tradicional festa de 15 anos, propôs para a filha a viagem ao congresso e agora “estão celebrando o que a eucaristia significa na nossa vida”.

Há cerca de 1,9 milhão de brasileiros nos EUA, segundo estimativas de 2022 do Ministério das Relações Exteriores. A cidade com maior número de brasileiros é Nova York, com 500 mil, seguida de Boston, que tem 390 mil brasileiros. A arquidiocese de Boston conta com um bispo auxiliar brasileiro, dom Cristiano Guilherme Borro Barbosa, e há anos desenvolve o apostolado com a comunidade brasileira do território.

“Quando eu ouvi falar sobre ter mais de 50 mil católicos em um só lugar adorando Jesus Cristo, nosso Salvador, nosso Amor, o motivo pelo qual a gente vive, eu não podia perder a oportunidade de estar reunida com pessoas que tem o mesmo propósito na vida que eu também tenho”, disse Júlia Fernandes, que mora em Massachussets.

Ela contou que está num processo de discernimento para descobrir onde Deus quer que ela se entregue à vida religiosa e estar no congresso é uma oportunidade de conhecer congregações diferentes, várias irmãs e “perceber que Deus é realmente único e que Ele ama todos nós de maneira especial e que somos todos filhos d’Ele”.

 “Jesus faz parte da minha vida, é o centro da minha vida”, disse ela. “A única coisa que eu quero nesse mundo inteiro é amá-lo da mesma forma que Ele me amou e ainda me ama. Eu quero estar servindo a Ele todos os dias da minha vida, salvando almas para Ele, da mesma forma que um dia a minha alma foi salva”.

A missão Faz-me Santo da diocese de Worcester, Massachusetts, começou oficialmente em fevereiro de 2023, mas tem uma história de sete anos de trabalho de evangelização. O grupo enviou 18 missionários brasileiros para o Congresso Eucarístico.

Lucas Lima, da missão Faz-me Santo disse que viajou ao Congresso Eucarístico para manifestar o seu amor a Jesus Eucarístico. “Quero que ocupe o meu coração, quero ter um coração eucarístico que busca a Deus através de diálogos, através da oração, através da convivência. Que cada vez mais Ele possa me edificar”.

Emily Vieira, também da diocese de Worcester, descreveu a sua participação como um “sonho”.

“Estar aqui é a coisa mais surreal do mundo”, disse ela. “Um avivamento eucarístico significa para mim mudança de vida, renovação. A eucaristia ocupa a minha vida, meu coração, a minha mente. É o Corpo e Sangue de Cristo, então, ela está no meu corpo, no meu sangue, no meu ser, em tudo”

Fonte: ACIDigital

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 Regime chavista agrediu o presidente do episcopado venezuelano

O Arcebispo de Valência tentou minimizar o conflito. No entanto, de acordo com várias fontes, houve relatos de agressão, incluindo a interrupção da Eucaristia.

O cardeal venezuelano Baltazar condenou veementemente as agressões de um general do Exército contra Dom Jesús González de Zárate, presidente da Conferência Episcopal Venezuelana, e a equipe da Cáritas Venezuela.

No dia 3 de julho, o Arcebispo de Valência e a equipe da Cáritas prestaram assistência às pessoas afetadas pelas fortes chuvas e enchentes do rio Manzanares, na cidade de Cumanacoa. O regime de Maduro designou o general Nayade Lockuiby como a “única autoridade” de Cumanacoa para lidar com essa emergência, gerada pela passagem do furacão Beryl ao largo da costa venezuelana, que afetou mais de 30.000 pessoas, resultando em mortes.

No dia 15 de julho, diversos meios de comunicação, como o NTN 24, divulgaram testemunhos de pessoas, relatando que “militares fardados interromperam a homilia e advertiram González Zárate de que a única pessoa autorizada a fornecer ajuda aos afetados era o presidente Nicolás Maduro”.

“Diante do espanto e gritos dos paroquianos, que rezavam por Cumanacoa, a Guarda respondeu de forma insultuosa, obrigando o fechamento da igreja. Antes de sair, a GNB [Guarda Nacional Bolivariana] exigiu que o monsenhor deixasse o local, assim como a organização da Cáritas.”

Dias antes, em 28 de julho, os bispos haviam publicado uma exortação pastoral tendo em vista as próximas eleições na Venezuela. Agora, o Cardeal Baltasar Porras, arcebispo emérito de Caracas, relacionou a exortação aos atos de violência contra o arcebispo de Valência.

Se uma pessoa não concorda com a mensagem dos bispos, pode expressar sua opinião, mas não “dessa maneira intempestiva e violenta” que não leva a nada além de “nos separar mais e nos irritar ainda mais”, declarou o cardeal.

Em relação ao major-general Lockiby, o cardeal disse: “Com base em todas as informações diretas que recebemos, a única autoridade que está lá não é a melhor”.

Quanto ao ocorrido em Cumanacoa, é algo “incomum”. Explicou o cardeal que a Cáritas e a Igreja atuam com o objetivo de prestar auxílio às pessoas necessitadas devido aos deslizamentos e às intensas chuvas. Não há motivos para obstruir tais ações que visam única e exclusivamente o bem-estar da população carente, sem qualquer intenção de proselitismo religioso, político ou social.

Dom González de Zárate quis amenizar o ocorrido, afirmando que não sofreu nenhuma agressão física e que foi um incidente desagradável, destacando a importância de haver uma comunicação permanente e efetiva com as autoridades locais para evitar situações semelhantes que só prejudicam os mais necessitados.

 Contudo, múltiplas fontes atestaram que a Eucaristia e a assistência prestada pela Cáritas foram alvo de ataques por parte das autoridades do Estado.

Com informações Aciprensa – Gaudium Press

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