Informativo Diocesano Semanal - 29 de setembro de 2024
29/09/2024ASSESSORIA DIOCESANA DE COMUNICAÇÃO
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Ano 28 – nº. 1.467 – 29 de setembro de 2024
Algumas atividades da semana: - Neste domingo, 89ª Romaria da Salette, em Marcelino Ramos, com a seguinte programação: no Santuário, oração da manhã às 05h30; missas às 06h, 07h15, 10h, 12h; no altar monumento, missa na chegada da procissão após a missa às 08h na igreja São Batista no centro da cidade; às 14h, terço meditado e encenação da aparição de N. Sra.; às 15h, adoração ao Santíssimo Sacramento e bênção; 15h30, envio dos romeiros.
- Terça-feira, às 08h30, no Auditório São José, reunião da comissão de ministros e ministras.
- Quarta-feira, dia 02. Às 08h30, na sede paroquial N. Sra. da Salette, Três Vendas, reunião da Área Pastoral de Erechim.
- Sexta-feira, no Santuário Diocesano, Erechim, início da novena da 73ª Romaria de N. Sra. de Fátima.
- Sábado, às 19h30, na igreja N. Sra. Aparecida, Bairro Progresso, missa e crismas pelo Monsenhor Agostinho Dors, Vigário-Geral da Diocese.
- Continuação da visita pastoral na paróquia Sta. Luzia, Bairro Atlântico, terça-feira, às 19h30, e sábado, às 14h30 e às 18h.
- Início da Visita Pastoral na Paróquia Imaculada Conceição, Getúlio Vargas, quarta-feira e quinta-feira, às 14h30 e 19h30, em Floriano Peixoto.
Novena da Romaria Diocesana de N. Sra. de Fátima: Sexta-feira, memória litúrgica de São Francisco de Assis, com 4 celebrações eucarísticas diárias, às 07h, às 14h, às 18h e às 20h, a Diocese de Erexim iniciará a novena de sua romaria anual. Às 14h e às 18h, antes da missa haverá recitação do terço. Antes da missa das 20h, procissão da Catedral São José ao Santuário. No mesmo dia, em frente ao Santuário, haverá bênção a animais de estimação. Sábado, às 16, romaria dos ciclistas, pedal da fé, saindo da igreja N. Sra. da Salette, Três Vendas, ao Santuário, onde haverá oração e bênção. Nas tardes e noites dos dias da novena, bem como na manhã da Romaria da Criança, dia 12, na capela da Reconciliação, oportunidade de confissões.
Tema e lema da novena e da Romaria: Maria, Mãe do silêncio, da escuta e da oração. “A minha alma enrandece ao Senhor” (Lc 1,46). Em cada dia da novena será refletida uma parte do Pai Nosso.
Intenções: 1. Para cultivarmos a oração pessoal, familiar e comunitária, como Jesus rezou e ensinou e N. Sra. pediu em Fátima, neste ano de preparação ao Jubileu 2025 - Peregrinos de Esperança; 2. Para promovermos a amizade social e a paz nas famílias, nas comunidades, no Brasil e no mundo, derrubando muros e construindo pontes; 3. Pela saúde integral de todos, especialmente dos doentes e idosos, com os cuidados preventivos e acesso facilitado e amplo aos recursos clínicos necessários.
Alimentos, lembranças religiosas, símbolo de graças: No Centro de Eventos, ficha de churrasco até o dia 12; assados, mondongo, pastéis, cucas, pães e bolachas, na novena e no dia da Romaria. Lembranças religiosas, na Tenda Santuário. Símbolo de graça alcançada pode ser deixado ou visto na Sala das Graças, junto à Capela da Reconciliação.
Encontro de ministros da Área Pastoral de Jacutinga: Na sequência dos encontros de ministras e ministros por Área Pastoral, no dia 21, na sede paroquial de Campinas do Sul, estiveram reunidos 122 dos 163 da Área de Jacutinga, juntamente com os respectivos Párocos, Pe. Olírio Streher, da Paróquia Santo Antonio de Jacutinga, Pe. João Zapani, da Paróquia Sagrado Coração de Jesus de Paulo Bento, Valter Girelli, da Paróquia N. Sra. dos Navegantes de Campinas do Sul, e Pe. Davi Oliveira Pereira, da Paróquia N. Sra. de Fátima de Entre Rios do Sul. Participaram também Pe. Jair Carlesso, coordenador diocesano da Ação Evangelizadora e assessor dos ministros e Paulo Fassina coordenador dos mesmos. Com o auxílio de subsídio entregue a todos, os participantes aprofundaram 3 temas: Animação Bíblica da Pastoral, com Pe. Jair Carlesso; a oração, em vista do ano de preparação do Jubileu 2025 com a contemplação do Pai Nosso, com o Pe. Valter; orientações litúrgicas com o ministro Paulo Fassina. Pe. Olírio animou os cantos. A missa de conclusão do encontro foi presidida pelo Pe. João, coordenador da Área. Pe. Davi proferiu a homilia.
Agentes paroquiais da Cáritas da Diocese de Erexim refletem sobre o cuidado: Representantes de 19 paróquias da Diocese de Erexim participaram de encontro de formação de agentes da Cáritas no dia 18 deste mês de setembro, no Auditório São José junto ao monumento de N. Sra. de Fátima na esplanada do Santuário Diocesano. O coordenador diocesano de Cáritas, João Alberto Agnoletto, acolheu a todos e conduziu a oração inicial. Após a leitura do texto bíblico da liturgia do dia (1 Cor 12,31-13,13 – “hino à caridade”), Pe. Jair Carlesso, coordenador diocesano da ação evangelizadora, fez breve reflexão sobre o mesmo. Dom Adimir Antonio Mazali, Bispo diocesano, concluiu o momento de oração com a bênção e agradecimento às equipes paroquiais da Cáritas pela dedicação e empenho na campanha de auxílio aos atingidos pela enchente por ocasião da solenidade de Corpus Christi. Apresentou a revista do Regional Sul 3 “GENTE À FRENTE”. Relata as ações da Igreja Católica no Rio Grande do Sul em favor dos mesmos. Na sequência, a psicóloga Liseane Madalozzo assessorou o momento de reflexão abordando “o cuidado”. Enfatizou condição indispensável para se amar o ser humano: conhecê-lo, compreendê-lo. E só amamos o outro se amarmos a nós mesmos. Aí entra o cuidado, o qual depende da disponibilidade e dedicação que dispensamos a cada realidade que faz parte da nossa vida. Há necessidade de cuidar dos sentimentos, da alma. Cuidando dela, cuidamos da nossa saúde emocional, do nosso bem-estar. Cuidar dos nossos sentimentos e emoções é muito importante. Eles dão brilho ao nosso olhar, pois são o verdadeiro tempero da vida. O mais importante é a forma como se acolhe, se entrega e se trata a pessoa que nos procura. Fazer parte da Cáritas é estar a serviço dos que necessitam, com os quais Cristo se identifica. Finalizando o encontro, a equipe diocesana apresentou relatório das atividades realizadas nos últimos meses e motivou a participação no próximo encontro de formação, em novembro.
CNBB emite nota sobre os Eventos Climáticos Extremos: A Presidência da CNBB, no dia 20 deste mês, publicou nota expressando preocupação em decorrência dos recentes eventos climáticos extremos. Ressalta que a gravidade deste momento exige de todos coragem, sensatez e pronta correção de rumos. Registra mudanças recentes em velocidade e profundidade do clima: inundações no sul do país, uma das maiores secas em amplas regiões do território nacional e o aumento assustador do número de queimadas. Alerta que estamos perdendo para o crime ambiental, acentuando as emissões de carbono, exterminando biodiversidade, quebrando processos ecológicos. Esse processo não é inocente. É fruto de um sistema socioeconômico que corrompe, exclui e mata. Cientistas alertam que caminhamos para um “ponto de não retorno”! O Papa Francisco clama com urgência para ações efetivas de prevenção, mitigação e reparação da violência que estamos infringindo ao Planeta. A nota observa também que os povos e as comunidades que mais demostram habilidade e cuidado na proteção dos biomas são, paradoxalmente, os mais ameaçados e desconsiderados. A legislação precisa ser protegida, sem flexibilizações ao interesse particular, tendo em vista os riscos, as vulnerabilidades, os prejuízos e as perdas de vida. É imprescindível mudar o modelo de desenvolvimento que reduz a Criação a um ativo econômico. O documento diz serem urgentes intervenções rápidas, eficazes e estruturadas dos poderes públicos para enfrentar os eventos climáticos e garantir o cumprimento da legislação, fiscalização, punição aos culpados e investimentos em prol de políticas ambientais que promovam os direitos de toda a Criação, da qual o ser humano é coroa. Por fim, o texto manifesta solidariedade a todas as vítimas dos eventos climáticos extremos, conclama o povo brasileiro para a corresponsabilidade, o compromisso e o cuidado para com a Casa Comum.
Ordenação e oficialização do novo bispo de Santa Cruz do Sul: Monsenhor Itacir Brassiani será ordenado e oficializado 5º Bispo da Diocese de Santa Cruz do Sul, na Catedral da mesma, São João Batista, às 15h deste domingo, Dia Nacional da Bíblia. Nomeado bispo pelo Papa Francisco em 19 de junho passado, ele atuava como superior provincial para a América Latina dos Missionários da Sagrada Família, com sede em Passo Fundo, RS, desde 2021. A ordenação será presidida por Dom Leomar Brustolin, Arcebispo de Santa Maria e Presidente do Regional Sul 3 da CNBB, e terá como co-ordenantes: dom Aloísio Alberto Dilli, bispo emérito de Santa Cruz do Sul, e dom Guilherme Antônio Werlang, bispo da Diocese de Lages (SC), da mesma congregação do novo Bispo. Monsenhor Itacir nasceu no dia 28 de dezembro de 1959, em Soledade, RS. Escolheu como lema de seu ministério episcopal: “Guiado pelo Evangelho da Cruz” (Cf. 1Cor 1,17-25).
Papa Francisco propõe o desenvolvimento de uma nova economia: Delegação de jovens economistas do mundo inteiro membros da fundação “A Economia de Francisco”, foi recebida em audiência pelo Papa quarta-feira. A eles, Francisco pediu uma mudança no atual contexto econômico, num mundo ferido por guerras, no qual “a democracia é ameaçada” e “o populismo e a desigualdade crescem”. “Ser testemunhas, não ter medo, esperar sem se cansar”, foi o convite feito pelo Papa Francisco. Ele recordou a figura de São Francisco, “filho de um comerciante” capaz de tomar consciência dos “méritos e defeitos daquele mundo”. Justamente por isso, enfatizou, “eu quis basear todo o movimento da Economia de Francisco em São Francisco de Assis, que, simplesmente se despojando de tudo por amor a Jesus e aos pobres, deu também um novo impulso ao desenvolvimento da economia”.
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Notícias da semana
Do dia 26/9/2024
CNBB realiza Seminário Nacional de Campanhas sobre a CF 2025 em Brasília
O Setor de Campanhas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) está promovendo, entre os dias 26 e 29 de setembro, o Seminário Nacional de Campanhas, que ocorre na Casa Dom Luciano, em Brasília (DF). O evento tem como objetivo a formação dos articuladores para a Campanha da Fraternidade (CF) 2025, cujo tema será “Fraternidade e Ecologia Integral”, e o lema bíblico “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1, 31).
Com a participação de representantes dos 19 regionais da CNBB, o Seminário oferece uma série de palestras e atividades formativas, focadas no aprofundamento do tema e na preparação das ações de implementação da CF 2025 nas diversas realidades diocesanas. Além disso, o encontro conta com a presença de comunicadores de rádios e televisões de inspiração católica, agentes da Pastoral da Comunicação (Pascom Brasil) e membros de entidades ligadas à CNBB.
O padre Jean Poul Hansen, secretário executivo de Campanhas da CNBB, destaca a importância deste seminário para o planejamento das campanhas nos próximos anos. Segundo ele, os participantes terão a oportunidade de refletir sobre o texto-base da CF 2025 e discutir as melhores estratégias de aplicação da Campanha.
“A Campanha da Fraternidade de 2025, para a qual nós estamos preparando com esse seminário é um convite à nossa conversão. Se nós não mudarmos, o planeta não muda, então essa é a proposta. O objetivo do Seminário é formar os multiplicadores para a Campanha da Fraternidade do ano que vem, então nós queremos formar aqueles que vão propor essa conversão na Quaresma do ano que vem.”
Temas e lançamentos importantes
Ao longo dos quatro dias de programação, o evento será dividido em três pilares: Ver, Iluminar e Agir. A abordagem começa com a análise da crise socioambiental atual, seguida por reflexões sobre a sabedoria dos povos e a mobilização em torno da conversão ecológica. Palestrantes como o padre Josafá Siqueira, vigário episcopal de meio ambiente e sustentabilidade na arquidiocese do Rio de Janeiro, Moema Miranda e Márcia Oliveira, do portal Farol 1817, serão alguns dos responsáveis por conduzir as sessões temáticas, oferecendo perspectivas sobre o cuidado com a Casa Comum e a Ecologia Integral.
“A parte do ‘ver’ é muito interessante porque começa mostrando um atributo divino fundamental, que é a bondade. O lema da campanha nos lembra que Deus viu que tudo era bom. Primeiro, devemos ver a bondade do Criador e, a partir disso, refletir sobre a realidade que precisamos construir: uma ecologia integral em uma sociedade polarizada e fragilizada, e também resgatar nossa relação com Deus e o meio ambiente”, destaca o padre Josafá.
Nas noites do seminário, ocorrerão lançamentos importantes, como a 10ª edição da revista “Casa Comum”, realizada em parceria com a Ação Social Franciscana (SEFRAS), o Mutirão em Defesa da Casa Comum, e o curso on-line sobre a CF 2025, desenvolvido em colaboração com o Farol 1817, portal educacional da Província Marista Brasil Centro-Sul (PMBCS).
“A parceria entre o Farol 1817 e a CNBB tem sido contínua. Em 2024, lançamos um curso especial para auxiliar as entidades interessadas em cadastrar projetos no Fundo Nacional de Solidariedade, com o objetivo de qualificar esses projetos e apresentar essa possibilidade para diversas entidades e organizações. Essa parceria se fortalece agora em setembro, com o lançamento do curso ‘Campanha da Fraternidade 2025’, que visa tornar as temáticas da campanha conhecidas e compreendidas por todo o povo de Deus, convidando todos a participar dessa formação”, explica a equipe do Farol 1817.
A programação inclui ainda momentos de celebração eucarística e plenárias de avaliação e conclusão dos debates.
O Seminário é uma oportunidade crucial para alinhar os esforços das dioceses brasileiras em torno da Campanha da Fraternidade 2025, cuja mensagem de preservação do meio ambiente e conversão ecológica é urgente e necessária. A expectativa é que as reflexões promovidas durante o evento fortaleçam o compromisso da Igreja com o cuidado da criação e inspirem uma atuação transformadora em todo o Brasil.
Fonte: CNBB
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Reunião regional de escuta da realidade da Pastoral da Comunicação
Atividade aconteceu de forma remota e teve a participação 11 arqui/dioceses do Rio Grande do Sul, além do bispo referencial, Dom Juarez Albino Destro; a atividade também serviu para preparar o 9º Muticom e a escolha da nova coordenação regional
Na noite da quarta-feira, 25 de setembro, a Pastoral da Comunicação do Regional Sul 3 da CNBB se reuniu de forma virtual para uma escuta das realidades da Pastoral da Comunicação nas dioceses. Além disso, o encontro abordou questões de organização do 9º Mutirão de Comunicação (Muticom) do Regional Sul 3, a ser realizado em 07 de dezembro na cidade de Osório e para o processo de escolha dos novos membros da coordenação regional.
Estiveram presentes o bispo auxiliar de Porto Alegre e referencial para a comunicação, Dom Juarez Albino Destro, e a coordenadora regional da Pascom, Greice Pozzatto.
Fonte: Diocese de Caxias do Sul
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Subsídio da Leitura Orante de Nº 5 para o Mês de Outubro
Outubro marca o Mês Missionário, um período voltado à reflexão sobre o chamado de cada cristão para testemunhar e anunciar a Boa Nova do Evangelho a todas as criaturas. A Vida Religiosa Consagrada, com sua missão, se destaca nesse compromisso. Homens e mulheres que consagraram suas vidas a Deus e ao próximo dedicam-se a servir os necessitados, promovendo mudanças em várias comunidades.
O Setor de Formação Continuada, durante este mês, convida religiosos e religiosas a aprofundar essa missão por meio do estudo, meditação e oração, à luz da Palavra de Deus. A Escritura acompanha a caminhada, incentivando a escuta e a resposta aos desafios do tempo, como fizeram aqueles que vieram antes.
O Papa Francisco, em sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (GE 156), afirma que a leitura da Palavra de Deus “não é apenas uma dentre muitas devoções, uma coisa, mas facultativa”. Ele destaca que ela faz parte da vida cristã.
O Setor de Formação Continuada incentiva a leitura do texto deste mês, disponível para download no site da Formação Continuada – já no arquivo anexo. A proposta é que o material seja utilizado em grupos ou comunidades, promovendo um exercício de escuta e abertura à Palavra, descrita nas Escrituras como “doce do que o mel” (Salmo 119, 103) e “espada de dois gumes” (Hebreus 4, 12). O objetivo é que essa reflexão guie a caminhada e fortaleça o compromisso com a missão de servir ao próximo.
LEITURA ORANTE DA BÍBLIA – SUBSÍDIOS PARA 2024
No contexto da celebração dos 70 Anos da CRB Nacional em que fazemos memória das sete décadas de caminhada de tantos irmãos e irmãs que nos precederam, ressignificamos nossa mística para permanecermos firmes na profecia a fim de alimentar a esperança dos mais necessitados.
Como companheira de caminhada, a Palavra de Deus nos mantém na escuta e nos convida a responder com ânimo e alegria aos apelos do nosso tempo, assim como aqueles e aquelas que vieram antes de nós o fizeram.
Segundo o Papa Francisco, a leitura devota e orante da Palavra de Deus “não é apenas uma dentre muitas devoções, uma coisa bela, mas facultativa”. Ela é tudo isso e mito mais. Ela “pertence ao coração e à própria identidade da vida cristã” (GE 156)
Dentro da tradição da Vida Religiosa Consagrada no Brasil, tal como no ano passado, a CRB oferecerá neste ano de 2024, cinco roteiros de Leitura Orante, seguindo os cinco passos: leitura, meditação, contemplação, oração e compromisso com a Palavra. O pano de fundo de nosso percurso orante nos meses de maio, junho, julho, agosto e outubro, será a Sinodalidade. É o tema que anima e provoca o ser Igreja neste tempo sinodal.
Os textos dos roteiros deste ano de 2024 foram elaborados por Irmã Zuleica Silvano, fsp. A ela nosso agradecimento e reconhecimento.
Convidamos a cada um e cada a ler o texto do mês e, junto com sua comunidade ou seu grupo de vivência, fazer este exercício de escutar e deixar-se perscrutar pela Palavra que, “mais doce do que o mel (Sal 119/118, 103) e espada de dois gumes (Heb 4, 12), permite-nos parar para escutar o Mestre fazendo da sua palavra farol para os nossos passos, luz para o nosso caminho (Sal 119/118, 105)” (GE 156).
Fonte: CRB
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O Papa: consolar e servir é a linda missão que o Senhor nos confia
"Consolar e servir são dois aspectos fundamentais do amor que Jesus nos deu, nos confiou como missão e nos indicou como único caminho para a alegria completa", disse Francisco à Comunidade Católica reunida na Catedral de Notre-Dame, em Luxemburgo. "O nosso encontro coincide com um importante Jubileu Mariano, com o qual a Igreja luxemburguesa comemora quatro séculos de devoção a Maria, Consoladora dos Aflitos e Padroeira do País", sublinhou ainda o Papa.
Mariangela Jaguraba - Vatican News
O Papa Francisco encontrou-se com a Comunidade Católica na Catedral de Notre-Dame, em Luxemburgo, nesta quinta-feira (26/09), no âmbito de sua 46ª Viagem Apostólica Internacional.
O Pontífice iniciou o seu discurso, manifestando alegria por estar ali "nesta magnífica Catedral". A seguir, agradeceu a presença do Grão-Duque e sua família, as palavras do arcebispo de Luxemburgo, cardeal Jean-Claude Hollerich, e os testemunhos de Diogo, Christine e irmã Maria Perpétua.
O nosso encontro coincide com um importante Jubileu Mariano, com o qual a Igreja luxemburguesa comemora quatro séculos de devoção a Maria, Consoladora dos Aflitos e Padroeira do País. Este título condiz bem com o tema que escolhestes para esta visita: “Para servir”.
Segundo Francisco, "consolar e servir são dois aspectos fundamentais do amor que Jesus nos deu, nos confiou como missão e nos indicou como único caminho para a alegria completa".
Neste tempo em que a Igreja em Luxemburgo celebra o Ano Mariano, o Papa convidou a pedir a Maria, para que nos ajude a ser “missionários prontos a testemunhar a alegria do Evangelho”, conformando o nosso coração ao seu “para nos colocarmos ao serviço dos irmãos”. A seguir, refletiu sobre estas três palavras: serviço, missão e alegria.
A propósito do serviço, o Pontífice recomendou "um aspecto hoje muito premente: o acolhimento". "Neste campo, o vosso País tem e mantém viva uma tradição secular. Sim, o espírito do Evangelho é um espírito de acolhimento, de abertura a todos, e não admite nenhum tipo de exclusão", sublinhou. "Encorajo-vos, portanto, a permanecer fiéis a esta herança, continuando a fazer do vosso País uma casa amiga para quem quer que bata à vossa porta em busca de ajuda e hospitalidade", acrescentou.
Trata-se de um dever de justiça antes ainda do dever de caridade, como já dizia São João Paulo II ao recordar as raízes cristãs da cultura europeia. Ele encorajava precisamente os jovens luxemburgueses a traçar caminho para «uma Europa não só das mercadorias e dos bens, mas dos valores, dos homens e dos corações», na qual o Evangelho fosse partilhado «na palavra do anúncio e nos sinais do amor». Sublinho isto: uma Europa, e um mundo, em que o Evangelho seja transmitido através da palavra do anúncio unida aos sinais do amor.
A seguir, o Pontífice passou à segunda palavra: a missão. "Numa sociedade secularizada, a Igreja evolui, amadurece, cresce. Não se fecha em si mesma, triste, resignada, ressentida; antes pelo contrário, fiel aos valores de sempre, aceita o desafio de redescobrir e reavaliar de um modo novo os caminhos de evangelização, passando cada vez mais de uma simples lógica de cura pastoral a um anúncio missionário", disse ainda o Papa, ressaltando a importância de caminhar juntos "enquanto Comunidade que anuncia e faz da sinodalidade um “modo duradouro de relacionamento” entre os seus membros".
Falando sobre as nossas responsabilidades para com a “casa comum”, o Papa recordou que "somos guardiães" dela "e não déspotas". Segundo o Papa, "o que nos impele à missão não é a necessidade de “fazer número”, de “fazer proselitismo”, mas o desejo de dar a conhecer a alegria do encontro com Cristo ao maior número possível de irmãos e irmãs".
Eis então, para além das dificuldades, o dinamismo vivo do Espírito Santo que atua em nós! O amor impele-nos a anunciar o Evangelho abrindo-nos aos outros; e o desafio do anúncio faz-nos crescer enquanto comunidade, na medida em que nos ajuda a superar o medo de arriscar novos caminhos e nos leva a acolher com gratidão a contribuição de todos. É uma dinâmica bela, saudável, alegre, que nos fará bem cultivar dentro de nós e ao nosso redor.
A propósito da última palavra: a alegria, Francisco recordou a experiência da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, ressaltando que a nossa fé "é alegre, “dançante”, porque diz que somos filhos de um Deus amigo do homem, que nos quer felizes e unidos, e que se alegra sobretudo com a nossa salvação".
O Papa recordou "a procissão da primavera, Springprozession", uma bela tradição de Luxemburgo "que tem lugar em Pentecostes, em Echternach, em memória do incansável trabalho missionário de São Vilibrordo, evangelizador destas terras". A cidade se une nas ruas e praças para dançar, junto com os peregrinos e visitantes, e a procissão se transforma-se numa grande e única dança rumo à Catedral, "testemunhando com entusiasmo, em memória do santo Pastor, como é belo caminhar juntos e descobrirmo-nos todos como irmãos em torno da mesa do nosso Senhor". "Queridas irmãs, queridos irmãos, consolar e servir, a exemplo e com a ajuda de Maria, é a linda missão que o Senhor nos confia", concluiu.
Fonte: Vatican News
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Papa conclui visita a Luxemburgo e inicia nova etapa: Bélgica
Programação oficial na Bélgica terá início na sexta-feira, com o encontro com as autoridades
Vatican News
Depois de transcorrer o dia em Luxemburgo, o Papa chegou no início da noite à Bélgica, segunda e última etapa de sua 46a viagem apostólica internacional.
Na Base aérea de Melsbroek, Francisco foi recebido pelo núncio apostólico e o chefe de protocolo belga.
Aos pés do avião, foi executado o breve hino de boas-vindas "Aux Champs", reservado aos chefes de Estado. Sucessivamente, depois de passar em resenha pela guarda de honra, foi acolhido pelo Rei e pela Rainha e por duas crianças, que lhe ofereceram flores. Não estavam previstos nem discursos nem colóquios privados, que serão realizado na manhã de sexta-feira.
Fonte: Vatican News
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Papa em Luxemburgo: servir é o mais alto título de nobreza
O Papa Francisco, nesta quinta-feira (26/09), pronunciou o seu primeiro discurso em Luxemburgo durante o encontro com as autoridades, os representantes da sociedade civil e o Corpo Diplomático no Cercle Cité, no âmbito de sua 46ª Viagem Apostólica Internacional. "Aqueles que estão investidos de autoridade se empenhem em negociações honestas com vista à resolução de divergências, com espírito de disponibilidade para construir segurança e paz para todos", afirmou.
Thulio Fonseca - Vatican News
O Papa Francisco encontrou-se, nesta quinta-feira (26/09), com as autoridades, os representantes da sociedade civil e o Corpo Diplomático no Cercle Cité, em Luxemburgo, durante sua 46ª Viagem Apostólica Internacional.
O Santo Padre iniciou o seu discurso agradecendo Sua Alteza Real e ao Primeiro-Ministro pelas palavras de boas-vindas e ressaltou o papel histórico de Luxemburgo no cenário europeu, um país que, após as invasões e ocupações sofridas no século passado, destacou-se por seu compromisso com a construção de uma Europa unida e solidária.
Luxemburgo: uma encruzilhada de civilizações
"Devido à sua localização geográfica especial, na fronteira de diferentes áreas linguísticas e culturais, Luxemburgo esteve muitas vezes no centro de eventos históricos marcantes da Europa", afirmou o Pontífice. "Na primeira metade do século passado, o país foi invadido por duas vezes, sendo privado de liberdade e independência. No entanto, Luxemburgo aprendeu com sua história e, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, destacou-se pelo empenho em construir uma Europa onde cada país, grande ou pequeno, tivesse seu papel respeitado", destacou Francisco.
O Papa sublinhou que, quando prevalece a lógica da oposição violenta, os países nas fronteiras dos poderes em conflito acabam sendo fortemente impactados. "Porém, quando a cooperação prevalece sobre a confrontação, esses lugares tornam-se símbolos de uma nova era de paz", acrescentou o Santo Padre. Luxemburgo, membro fundador da União Europeia, é um exemplo desse papel conciliador, sendo sede de várias instituições europeias.
O papel fundamental da dignidade humana
Ao falar da solidez democrática de Luxemburgo como essencial para seu papel internacional, o Pontífice lembrou que não é a dimensão territorial ou a população que determinam a relevância de um Estado, mas "a construção paciente de instituições e leis sábias que respeitam a dignidade da pessoa e o bem comum, prevenindo discriminações e exclusões". Francisco citou as palavras de São João Paulo II, pronunciadas em 1985, durante sua visita a Luxemburgo: "O vosso País permanece fiel à sua vocação de ser, nesta importante encruzilhada de civilizações, um lugar de intercâmbio e cooperação intensa entre um número crescente de países".
Desenvolvimento integral e cuidado da criação
Francisco também abordou a doutrina social da Igreja, destacando o cuidado da criação e a fraternidade como pilares do desenvolvimento integral. "O desenvolvimento, para ser autêntico, não deve saquear ou degradar nossa casa comum, nem deixar à margem povos ou grupos sociais". O Pontífice pediu vigilância para que as nações mais pobres sejam ajudadas a superar sua condição, uma forma eficaz de reduzir a emigração forçada. Luxemburgo, com quase metade de seus habitantes provenientes de outros países, pode servir de exemplo em termos de acolhimento e integração de migrantes e refugiados.
Evitar os erros do passado
"Infelizmente, assistimos ao ressurgimento de inimizades, inclusive na Europa, que resultam em hostilidades e tragédias", alertou o Santo Padre, "e o ser humano, por vezes, esquece as lições da história e repete os erros do passado. Para curar essa perigosa esclerose que ameaça as nações, é necessário que os governantes e os povos sejam guiados por elevados valores espirituais, capazes de impedir o retorno aos horrores da guerra", disse Francisco.
O Pontífice lembrou que o Evangelho de Jesus Cristo tem o poder de transformar o coração humano e reconciliar as partes em conflito: "o Evangelho é a única força capaz de extinguir ódios e promover a paz, mesmo nas situações mais difíceis".
Exemplo de paz e acolhimento
Segundo o Papa, Luxemburgo pode ser um modelo ao mostrar os benefícios da paz em contraste com os horrores da guerra, bem como os frutos da cooperação internacional frente ao isolamento:
"É premente que as autoridades se empenhem em negociações honestas para resolver divergências, com disposição para compromissos que garantam a paz e a segurança para todos."
Na conclusão do seu discurso, Francisco recordou o lema de sua visita: "Pour servir" (Para servir), e ressaltou que servir é a maior nobreza, não apenas para a Igreja, mas para todos aqueles que exercem funções públicas: "Que Deus vos conceda sempre um coração alegre e generoso para servir. Que Deus abençoe Luxemburgo!"
Fonte: Vatican News
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Papa chega a Luxemburgo, primeira etapa da 46ª Viagem Apostólica do Pontificado
O primeiro compromisso oficial do Santo Padre em Luxemburgo será a visita ao Grão Duque de Luxemburgo, no Palácio Palácio Grão-Ducal, seguido pelo encontro com o primeiro-ministro. Após o Papa se deslocará até o Cercle Cité para o Encontro com as Autoridades, a Sociedade Civil e o Corpo Diplomático.
Vatican News
Do Sudeste Asiático, com uma parada na Oceania, ao coração da Europa. Treze dias após retornar de sua visita ao Extremo Oriente, Francisco chega a Luxemburgo para a 46ª viagem internacional de seu pontificado, onde ficará até as 18h15 (hora local) de hoje, quando então partirá para a Bélgica. O A321 da companhia ITA Airways, com a comitiva papal e 64 jornalistas a bordo, decolou do Aeroporto de Fiumicino às 8h29 (horário de Roma) e pousou no Aeroporto Internacional de Luxemburgo-Findel poucos minutos antes das 10h.
Partida do Santo Padre
Por volta das 7 horas da manhã, antes de se dirigir ao aeroporto romano, como sempre faz antes de cada viagem, o Santo Padre recebeu na Casa Santa Marta dez pessoas em situação de rua, mulheres e homens que encontram abrigo durante a noite sob a Colunata de Bernini da Praça de São Pedro e em ruas das cercanias. Os sem-teto estavam acompanhados pelo cardeal Konrad Krajewski, esmoler do Santo Padre.
"Pour servir" é o lema da viagem a Luxemburgo e refere-se a Cristo, que veio "não para ser servido, mas para servir". Assim, seguindo o exemplo de seu Mestre, a Igreja é chamada a estar a serviço da humanidade.
Já o lema da visita à Bélgica é “En route, avec Espérance” ("No caminho, com esperança"), que ressoa como um chamado a caminharmos juntos na estrada que é a história do país, mas é também o Evangelho, o caminho de Jesus Cristo, nossa Esperança.
O primeiro compromisso oficial do Santo Padre em Luxemburgo será a visita ao Grão Duque de Luxemburgo, no Palácio Palácio Grão-Ducal, seguido pelo encontro com o primeiro-ministro. Após o Papa se deslocará até o Cercle Cité para o Encontro com as Autoridades, a Sociedade Civil e o Corpo Diplomático.
Luxemburgo e Bélgica, dois países são sedes de instituições financeiras e administrativas da União Europeia e adquiriram um peso político maior nos últimos anos. O tema da paz será central nesta nova peregrinação de Francisco, precisamente em um contexto em que o continente corre o risco de ser arrastado novamente para um conflito. - Fonte: Vatican News
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Europa esquecida e “massacres inúteis”
Relendo o discurso do Papa Francisco às autoridades luxemburguesas
Andrea Tornielli
Paz, negociações, trabalho diplomático, honrosos ompromissos... De Luxemburgo, um pequeno país na encruzilhada de muitos acontecimentos históricos europeus, o Papa Francisco lança à Europa um apelo pela paz, pedindo-lhe que não repita os erros do passado. Convidando-a a não ser esquecida. E nas palavras do Sucessor de Pedro toca a expressão “massacres inúteis”, que recorda aquela usada por Bento XV para definir a carnificina da Primeira Guerra Mundial.
Falando às autoridades luxemburguesas, o Papa observou «o ressurgimento, também no continente europeu, de fraturas e inimizades que, em vez de serem resolvidas com base na boa vontade recíproca, nas negociações e no trabalho diplomático, conduzem a abertas hostilidades, que resultam em destruição e morte."
Como não pensar na Ucrânia sendo agresida pela Rússia, uma guerra que já custou um milhão de vítimas entre mortos e feridos, e que devastou o país. Uma guerra travada entre cristãos que partilham a mesma fé, o mesmo batismo e a mesma liturgia.
Depois Francisco observou com amargura que o coração humano parece não ser capaz de “preservar a memória”. Sim, é precisamente uma Europa esquecida que corre o risco de voltar a percorrer o caminho da guerra. Para evitar os “novos massacres inúteis”, acrescentou, “são necessários valores espirituais elevados e profundos, que impeçam o enlouquecimento da razão e o irresponsável retorno a cometer os mesmos erros de tempos passados, agravados ainda mais pelo maior poder técnico do qual o ser humano agora tem disponível".
Mas o Bispo de Roma falou também da responsabilidade específica dos governantes, daqueles que detêm a autoridade, definindo “uma necessidade urgente” de se empenharem “com constância e paciência em negociações honestas com vista à resolução de divergências”. Pediu pessoas com espírito de disponibilidade para encontrar compromissos honrosos, que não prejudiquem nada e possam, pelo contrário, construir a segurança e a paz para todos."
Paz, negociações, trabalho diplomático, compromissos honrosos: palavras que parecem ter desaparecido do vocabulário dos líderes, incluindo os europeus, numa época em que só se fala de armas e de quantos milhares de milhões investir em instrumentos de morte. Enquanto há governos que ameaçam usar armas nucleares, enquanto aumenta o número de civis mortos por bombas pilotadas por drones, enquanto os Estados investem enormes somas em armamentos, retirando recursos da luta contra a fome, da saúde, da educação, da proteção do ambiente, são os povos que devem fazer ouvir a sua voz. Continuam a ser urgentemente relevantes as palavras pronunciadas por Paulo VI em 29 de Janeiro de 1966 a respeito de uma intermediação da ONU sobre a guerra do Vietnã: «É uma séria, seríssima esponsabilidade recusar negociações, a única maneira agora de pôr fim ao conflito, sem deixar às armas, às armas cada vez mais terríveis, a decisão. Os povos estão olhando e Deus deverá nos julgar!»
Fonte: Vatican News
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Biblioteca do Vaticano na Bienal de Artes Islâmicas de Jeddah, Arábia Saudita
De 25 de janeiro a 24 de maio de 2025, diversas obras do acervo da Biblioteca do Vaticano estarão na seção AlMadar da Bienal de Artes Islâmicas instalada no terminal Hajj do Aeroporto Internacional Rei Abdulaziz, estrutura arquitetônica de grande importância para os muçulmanos de todo o mundo, pois todos os anos recebe milhões de viajantes que se dirigem a Meca.
Vatican News
A Biblioteca Apostólica do Vaticano anuncia a sua participação, com diversas obras das suas coleções, na seção AlMadar da Bienal de Artes Islâmicas que se realizará de 25 de janeiro a 25 de maio de 2025 em Jeddah, Arábia Saudita.
Organizada pela Fundação Bienal de Diriyah, a Bienal de Artes Islâmicas de Diriyah será realizada no Terminal Hajj do Aeroporto Internacional Rei Abdulaziz, uma estrutura arquitetônica projetada para acolher o enorme fluxo de peregrinos e que tem um significado profundo para os muçulmanos em todo o mundo, recebendo a cada ano milhões de peregrinos que por lá passam para realizar as sagradas peregrinações de Hajj, Umrah e Meca.
Ponto de encontro e criação
Este evento cultural único é dedicado à civilização islâmica nas suas expressões artísticas e científicas e serve como ponto de encontro e criação, oferecendo aos visitantes a oportunidade de explorar as contribuições das artes e da cultura islâmicas para o mundo contemporâneo.
A Bienal celebra e promove a diversidade de expressões artísticas que caracterizam as artes islâmicas em todo o mundo e visa facilitar a compreensão e a colaboração entre diferentes culturas, criando uma ponte entre o passado, o presente e o futuro por meio de uma vasta gama de obras de arte contemporâneas e artefatos históricos e também por meio de uma experiência multissensorial complexa.
Equipe internacional
A edição inaugural da Bienal em 2023 atraiu mais de 600 mil visitantes; a edição de 2025 confirma as suas linhas programáticas, apresentando artefatos históricos e obras de arte contemporâneas conjuntamente como partes de um rico continuum. Tem curadoria de uma equipe internacional liderada pelos diretores artísticos Abdul Rahman Azzam, renomado autor e historiador que já é principal consultor especialista da AlMadar em 2023; Julian Raby, ilustre estudioso e ex-professor de Arte e Arquitetura Islâmica na Universidade de Oxford, e ex-diretor do Museu Nacional de Arte Asiática do Smithsonian Institution; e Amin Jaffer, diretor da Coleção Al Thani, acadêmico especializado nas interseções entre as culturas europeia e asiática. O artista saudita Muhannad Shono, que se concentra na espiritualidade e no papel da imaginação na formação da realidade nas suas obras, é o curador de Arte Contemporânea. A Bienal abrange uma área total de 110 mil metros quadrados de espaço expositivo. O evento inclui a publicação de um catálogo exaustivo das obras expostas.
Obras de museus, bibliotecas e coleções de todo o mundo
AlMadar (The Orbit) apresenta uma representação diversificada de objetos de museus, bibliotecas e coleções de todo o mundo e oferecerá uma representação multifacetada da arte dos números em todos os seus aspectos, desde as suas origens na natureza até às suas infinitas aplicações no campo. da cultura islâmica, dos avanços matemáticos, da cartografia terrestre e celeste, da navegação e do comércio, dos rituais e da vida espiritual, da organização e decoração do Alcorão, da geometria, proporção e desenho dos textos árabes e da arquitetura. Uma série de obras de arte contemporânea acompanhará a exposição explorando o tema dos números no presente coletivo, também com instalações site-specific. Fonte: Vatican News
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Conselho de Igrejas do Oriente Médio condena “agressão global” no Líbano
Os bombardeamentos do exército israelens têm como alvo possíveis bases do partido xiita Hezbollah. Uma estratégia que afeta há dias até mesmo pequenos enclaves e povoados xiitas em áreas predominantemente habitadas por cristãos. “Esta manhã o pequeno vilarejo xiita de Maaysra foi bombardeado, na região de Keserwan, área histórica de assentamento de comunidades católicas. É um povoado que fica a poucos quilômetros da sede do Patriarcado Maronita", diz padre Rouphael Zgheib.
A escalada militar em curso no Líbano transformou-se “em uma agressão global contra várias regiões libanesas, com o consequente sacrifício de milhares de cidadãos e no deslomento de centenas de milhares de pessoas” da parte sul do país e do vale do Bekaa. Trata-se de “crimes” que “indicam o desprezo das forças de agressão pelos princípios do direito internacional, pelas regras das Convenções de Genebra e por todas as convenções que regulam os conflitos armados”.
A denúncia é do Conselho de Igrejas do Médio Oriente (MECC), o organismo ecumênico com sede em Beirute que, por meio de comunicado, também pede "à comunidade internacional que intervenha o mais rapidamente possível e expresse uma posição clara que condene os crimes de guerra contra civis com o lançamento de ataques, destruindo sistematicamente propriedades e interrompendo o fornecimento de alimentos e saúde.”
Diante dos trágicos acontecimentos no Líbano, o MECC realizou uma reunião de emergência do Secretaridoa Geral, presidida pelo secretário geral, o professor cristão ortodoxo libanês Michel Abs. Os participantes da reunião rezaram juntos pela paz e discutiram “questões humanitárias urgentes e formas de apoiar as famílias”.
No comunicado, sem nomear o exército israelita, o MECC “condena veementemente a morte de pessoas inocentes, crianças, mulheres, idosos e outros civis, e deplora os ataques conduzidos pelas forças de agressão em áreas densamente povoadas que levaram à morte de cerca de 500 pessoas em um único dia e o deslocamento de centenas de milhares de cidadãos das suas áreas de assentamento."
O texto também faz o pedido para que seja fornecida “proteção internacional aos civis para que organizações e associações possam fornecer-lhes os materiais necessários para uma vida digna."
Durante o encontro, os participantes também criaram um grupo de trabalho para coordenar iniciativas no terreno destinadas a apoiar as famílias deslocadas das suas áreas.
“Vivemos todos em uma condição em que se misturam angústia, dor, raiva e medo”, relata à Agência Fides o sacerdote maronita Rouphael Zgheib, diretor das Pontifícias Obras Missionárias libanesas e professor da Universidade São José dos jesuítas. “A incerteza sobre o que nos espera também pesa sobre tudo. Não se consegue entender quem pode fazer parar tudo isso e se os ataques são apenas o começo”.
Os bombardeamentos do exército israelense têm como alvos possíveis bases do partido xiita Hezbollah. Uma estratégia que atinge há dias até mesmo pequenos enclaves e povoados xiitas em áreas predominantemente habitadas por cristãos.
“Esta manhã - relata à Fides padre Rouphael Zgheib na quarta-feira - o pequeno vilarejo xiita de Maaysra foi bombardeado, na região de Keserwan, área histórica de assentamento de comunidades católicas. É um povoado que fica a poucos quilômetros da sede do Patriarcado Maronita, em Bkerké”.
Os bombardeamentos no centro do Líbano têm o efeito de difundir o medo por toda a população. A desconfiança e a suspeita também aumentam, depois de terem transformado pagers e walkie talkies em dispositivos mortais, tornando potencialmente perigoso até mesmo falar ou estar perto de pessoas pertencentes à comunidade xiita, direta ou indiretamente ligadas ao Hezbollah.
“Esta situação de incerteza - acrescenta o padre Zgheib - afeta também as iniciativas de resgate dos deslocados e feridos. Os hospitais estão em colapso, não estavam preparados para atender a quantidade de pessoas feridas no rosto e nos olhos por pagers que viraram explosivos. Igrejas e escolas estão abertas para acolher pessoas deslocadas, há muitas iniciativas individuais de solidariedade para com os cristãos e muçulmanos que fogem do sul e de outras áreas afetadas. Mas esta solidariedade espontânea coexiste com sentimentos de desconfiança. A propaganda e as polarizações políticas dos últimos anos insinuaram suspeitas e desencadearam ataques mútuos entre as diferentes partes que se acusam mutuamente de “trair o Líbano” e de ser um desastre para o país. A crise econômica também restringiu a vontade de ajudar os necessitados. E isso leva muitos a ajudar apenas membros de sua própria rede familiar e grupo confessional”. - *Agência Fides - Fonte: Vatican News
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Origens e atualidade da Igreja Católica no Grão Ducado de Luxemburgo
O cristianismo chegou ao território onde hoje é Luxemburgo vindo da cidade de Trier, na atual Alemanha, no século IV e se difundiu a partir de Echternach graças ao trabalho evangelizador do missionário anglo-saxão São Villibrordo (658-739), o "Apóstolo da Frísia e os Países Baixos”, padroeiro do Grão-Ducado.
Vatican News
A Igreja Católica no Grão-Ducado do Luxemburgo tem 1 Circunscrição Eclesiástica na qual estão distribuídas 275 paróquias, com pouco mais de 271 mil católicos (41,5% da população), que são pastoreados por 3 bispos e assistidos por 121 sacerdotes diocesanos e 49 sacerdotes religiosos (170 no total). Os diáconos permanentes são 20, os religiosos não sacerdotes 13, as religiosas professas 225 e os membros dos institutos seculares 6, seminaristas maiores 12.
Os centros de educação de propriedade e/ou dirigidos por eclesiásticos ou religiosos (dados de 31 de dezembro de 2022) são: 2 creches e escolas primárias, que atendem 1.980 crianças; 5 escolas médias inferiores e secundárias, com 2.500 estudantes. No país, a Igreja tem 2 hospitais, 25 casas para pessoas com invalidez ou deficiência e 4 orfanatrófios.
O arcebispo de Luxemburgo é o cardeal Jean-Claude Hollerich, S.I., nascido em Differdange, Arquidiocese de Luxemburgo, em 9 de agosto de 1958; ordenado em 21 de abril de 1990; eleito no Luxemburgo em 12 de julho de 2011; consagrado em 16 de outubro de 2011; criado cardeal pelo Papa Francisco no Consistório de 5 de outubro de 2019; com o Título da Igreja São João Crisóstomo no Monte Sacro Alto.
As origens
O cristianismo chegou ao território onde hoje é Luxemburgo vindo da cidade de Trier, na atual Alemanha, no século IV e se difundiu a partir de Echternach graças ao trabalho evangelizador do missionário anglo-saxão São Villibrordo (658-739), o "Apóstolo da Frísia e os Países Baixos”, padroeiro do Grão-Ducado.
Na época medieval, a influência das comunidades religiosas masculinas ou femininas de obediência beneditina, franciscana ou dominicana era forte na vida religiosa e cultural do então Condado, que mais tarde se tornou Ducado. Além disso, à Idade Média remonta a forte devoção mariana dos luxemburgueses, expressa em particular pelo culto a Nossa Senhora Consoladora dos Aflitos (Consolatrix Afflictorum), conhecida, desde o século XIX, como Nossa Senhora do Luxemburgo.
A devoção a Nossa Senhora do Luxemburgo é celebrada ainda hoje com grande solenidade durante a Oitava (Oktav), uma celebração de duas semanas que termina com um pontifícal presidido pelo arcebispo na catedral da capital e uma procissão, na presença do Grão-Duque.
Do ponto de vista da organização eclesiástica, o território do Grão-Ducado, sem sede episcopal própria durante 1500 anos, permaneceu durante muito tempo sob a jurisdição da Diocese de Liège (Bélgica), a norte, e da Arquidiocese de Trier (Alemanha), sul.
No âmbito da reorganização das circunscrições eclesiásticas determinada pelo Papa Pio VII na Bula “Qui Christi Domini” após a Revolução Francesa, em 1801 Luxemburgo passou a fazer parte da Diocese de Metz (França). Em 1823, grande parte do território foi anexada ao da Diocese de Namur (Bélgica).
Com a conquista da independência política no século XIX, a Igreja luxemburguesa tornou-se também autônoma das Igrejas belga e alemã. Em 2 de junho de 1840, o Vicariato Apostólico de Luxemburgo foi erigido como resultado do Breve "Ubi universalis Ecclesiae" do Papa Gregório XVI, elevado a Diocese em 1870, e em 1988 a Arquidiocese.
A Igreja em Luxemburgo
Atualmente Luxemburgo é um país de antiga tradição cristã e a Igreja Católica sempre representou um ponto de referência na história do Grão-Ducado pela sua identidade nacional, sobretudo nos momentos mais difíceis da sua história, incluindo as duas guerras mundiais.
Ainda hoje, o catolicismo é a religião maioritária, seguido pela fé protestante e pelo islamismo. Os católicos da Arquidiocese, atualmente liderada pelo cardeal JeanClaude Hollerich, S.I., representam aproximadamente 41,5% dos 654.000 habitantes do Grão-Ducado (2023), seguidos à distância pelos protestantes (5%). No entanto, com a secularização e o declínio generalizado da prática religiosa, nas últimas décadas a influência quase exclusiva da Igreja Católica foi reduzida, num contexto cada vez mais multiétnico e multirreligioso que inclui várias minorias: cristãos de outras denominações (protestantes anglicanos , ortodoxos), uma pequena comunidade judaica e, desde a guerra nos Balcãs na década de 1990, também uma minoria islâmica significativa (2,7%), à qual se somaram outras comunidades religiosas (budistas e hindus).
Em linha com as orientações do Concílio Vaticano II, a partir do IV Sínodo Diocesano do Luxemburgo (1972-1981), a Igreja do Grão-Ducado procurou responder aos sinais dos tempos com esforços de renovação interna e novas iniciativas pastorais em nome do diálogo com o mundo e a cultura moderna. O diálogo com outras comunidades religiosas do Grão-Ducado enquadra-se também nesta linha, que se tornou tangível com a criação do Conselho das Igrejas Cristãs em 1997.
A Constituição do Luxemburgo reconhece a liberdade de culto e de expressão da crença religiosa e uma série de acordos estabeleceram diversas formas de colaboração com a Igreja Católica nos setores da assistência social e da educação (ensino religioso católico nas escolas públicas, co-financiamento de escolas privadas). Também foram assinados acordos bilaterais com o Estado para o sustento do pessoal religioso das diversas comunidades.
Visitas dos Papas
A do Papa Francisco é a segunda visita de um Pontífice ao Grão-Ducado do Luxemburgo, visitado em 1985 por São João Paulo II por ocasião da sua Viagem Apostólica aos Países Baixos, a Luxemburgo e à Bélgica (11-21 de maio de 1985).
A Catedral
A Catedral de Notre-Dame de Luxemburgo foi construída pelos jesuítas no centro histórico da cidade, projetada por Jean Du Blocq, sob a direção das obras de Ulrich Job. A pedra fundamental foi lançada em 7 de maio de 1613. Terminadas as obras, oito anos mais tarde, em 17 de outubro de 1621, a igreja foi consagrada pelo bispo auxiliar de Trier, dom Georg von Helffenstein, e dedicada à Imaculada Conceição.
Quando a Companhia de Jesus foi suprimida em 1773, o local de culto, elevado a paróquia, recebeu o nome de Santos Nicolau e Teresa. Em 1794, a estrutura acolheu a estátua milagrosa de Nossa Senhora Consoladora dos Aflitos, que se tornou padroeira do Luxemburgo em 16 de Outubro de 1666, e nasceu a tradição da "Ottava", ou seja, a peregrinação anual que leva os fiéis a venerar Nossa Senhora na Sé Catedral, onde se encontra uma estátua da Virgem em madeira policromada de tília, com 73 cm de altura e datada de finais do século XVI.
Em 27 de setembro de 1870, a igreja foi elevada a catedral pelo Papa Pio IX, que a dedicou a Santíssima Virgem. Entre 1935 e 1938 sofreu novas obras de ampliação, confiadas ao arquiteto Hubert Schumacher, e a reconstrução do coro em 1962-63. A catedral, no final da reforma, foi reconsagrada em 8 de dezembro de 1963.
Construída em estilo gótico tardio, com influências renascentistas, o templo tem três naves e apresenta decorações renascentistas e barrocas, enquanto o coro mais recente é cercado por grandes janelas luminosas. No seu interior encontra-se o monumento de bronze "Le Prisonnier Politique", obra de Lucien Wercollier, e é possível descer à cripta dedicada a São Pedro, local de descanso dos Grão-Duques do Luxemburgo. Os seus pináculos característicos, que se destacam no centro histórico, representam um dos principais símbolos da cidade.
Fonte: Vatican News
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O Grão-Ducado de Luxemburgo que recebe o Papa Francisco
"Amanhã partirei para o Luxemburgo e a Bélgica, peço-vos que rezeis por mim e pelos frutos desta Viagem Apostólica ao coração da Europa Ocidental", foi o pedido do Papa Francisco aos fiéis de língua espanhola,. presentes na Audiência desta quarta-feira, véspera de sua viagem.
Vatican News
O Grão Ducado de Luxemburgo, país da Europa Ocidental sem saída para o mar, faz fronteira com a Bélgica a oeste e ao norte, com a Alemanha a leste e a França ao sul.
O seu território, prevalentemente montanhoso e coberto de bosques, está dividido em duas regiões principais: o Oesling no norte, caracterizado pelo maciço das Ardenas, que cobre cerca de um terço da superfície do país, cujo ponto mais alto é o Kneiff (560 metros); e Gutland, no sul do país, com as suas planícies onduladas e o vale do Mosela, o ponto mais baixo do Luxemburgo, que leva o nome do rio com o mesmo nome, que corre ao longo da famosa zona vitivinícola de Luxemburgo e por cerca de 37 km marca a fronteira natural com a Alemanha. O rio mais longo é o Sûre, um afluente do Mosela. Outras rios importantes são o Alzette ao sul, o Wiltz ao norte e o Our, um afluente do lado esquerdo do Sûre. Existem várias bacias lacustres, a maior das quais é artificial, o Lac de la Haute-Sûre (3,8 km2). O clima é subatlântico, com invernos bastante frios.
Capital: Luxemburgo (128.097 habitantes)
Superfície: 2.586 km2
População: 654.000 habitantes.
Densidade: 253 habitantes/km2
Idioma: luxemburguês, francês, alemão (oficial).
Principais grupos étnicos: luxemburgueses (52%), portugueses (16%), franceses (8%), italianos (4%), belgas (3%), alemães (2%), espanhóis (1%) outros (13%)
Religião: católicos (41,5%), muçulmanos (2%), não religiosos (27%)
Forma de governo: monarquia constitucional parlamentar
Moeda: euro
Localizado entre os rios Mosa e Mosela, apesar de suas modestas dimensões Luxemburgo esteve no centro de guerras de sucessão e conflitos europeus durante séculos. O seu lema, “Mir wölle bleiwe wat mir sin” (Queremos continuar a ser o que somos), reflete o seu desejo de independência dos países que o dominaram ao longo dos séculos e a sua determinação em preservar a sua identidade nacional.
As origens do Luxemburgo remontam ao início da Idade Média, quando foi construída uma pequena fortificação, Lucilinburhuc, adquirida em 963 pelo Conde Sigefroi. Nos séculos seguintes o Condado adquiriu cada vez mais importância e poder político e em 1354 foi elevado à categoria de Ducado, expandindo o seu território. No entanto, devido à sua posição estratégica, o Ducado foi durante muito tempo disputado pelas potências vizinhas e mudou de mãos diversas vezes. Dos Borgonheses aos Habsburgos, passando pelos espanhóis e pelos franceses, o destino do Luxemburgo foi muitas vezes decidido por alianças políticas e conflitos militares.
Após o fim do Império Napoleônico, Luxemburgo foi anexado aos Países Baixos. Posteriormente, adquiriu o título de Grão-Ducado, tendo à frente Guilherme I de Orange-Nassau. Em 1830 participou da Revolução belga e até 1839 esteve associado à vida da Bélgica. Com o tratado de 1839, a parte ocidental do Luxemburgo permaneceu unida ao novo reino, constituindo a província belga de Luxemburgo. A parte oriental continuou a constituir um Grão-Ducado sob a soberania do Rei dos Países Baixos. As relações entre o Grão-Ducado e o Reino dos Países Baixos assumiram um carácter de simples união pessoal até 1890, quando o Grão-Duque Guilherme III morreu sem deixar herdeiros homens. Como a sucessão feminina não vigorava no Grão-Ducado, subiu ao trono Adolfo, o último duque de Nassau. Os seus descendentes continuaram a reinar sobre o país.
O atual Grão-Duque é Enrico (Henri), que subiu ao trono em 2000, após a abdicação do seu pai Jean. Em junho, o Grão-Duque Henrique anunciou a sua intenção de abdicar em favor do seu filho mais velho, Guilherme (Guillaume).
Com o Tratado de Londres de 1867, Luxemburgo adquiriu o status de Estado neutro e independente. O status de neutralidade de Luxemburgo, aliado ao rápido desenvolvimento da sua indústria siderúrgica, contribuiu para o seu crescimento econômico e prosperidade. As duas guerras mundiais também tiveram um forte impacto no Grão-Ducado, apesar da sua neutralidade. Mais uma vez, a sua posição estratégica tornou-o alvo de potências estrangeiras, a começar pela Alemanha que ocupou o território durante a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais.
Após a Segunda Guerra Mundial, Luxemburgo renunciou à sua neutralidade e esteve entre os 12 países fundadores da OTAN e entre os seis membros fundadores da Comunidade Econômica Europeia (CEE), juntamente com França, Alemanha, Itália, Bélgica e Países Baixos.
Em 1986, a cidade do Luxemburgo tornou-se uma das três capitais da União Europeia juntamente com Bruxelas (Bélgica) e Estrasburgo (França) e hoje a cidade é sede de várias instituições e órgãos europeus: o Tribunal de Justiça, o Tribunal de Contas o Banco Europeu de Investimento; o Fundo Europeu de Investimento e vários departamentos da Comissão Europeia.
A partir do período pós-guerra, Luxemburgo também iniciou um processo de diversificação da sua economia e a capital tornou-se hoje um centro financeiro global que o tornou o país com o maior PIB per capita da União Europeia (0,5% do PIB total ).
No que diz respeito ao sistema político, o Grão-Ducado do Luxemburgo é uma monarquia constitucional parlamentar. O atual governo de centro-direita liderado desde 2023 pelo primeiro-ministro Luc Frieden do Partido Popular Social Cristão (CSV) reforçou a posição pró-atlântica do Grão-Ducado após a invasão russa da Ucrânia e anunciou recentemente o aumento das despesas militares para um novo plano de rearmamento.
A capital Luxemburgo
A capital Luxemburgo (128.097 habitantes), capital e maior cidade do Grão-Ducado de Luxemburgo, está localizada no sul do país, sobre um penhasco rochoso, na confluência dos rios Alzette e Pétrusse. A cidade está dividida em 24 distritos. O seu nascimento remonta a uma torre de vigia da era romana localizada no cruzamento de duas estradas consulares e a um castelo construído depois de 963 por Siegfried I das Ardenas.
Em 987, uma igreja foi construída por Egbert, arcebispo de Trier, e posteriormente se desenvolveu um mercado. A posição central conferia ao local um valor militar estratégico, pelo que as fortificações da cidade, na Idade Média, foram ampliadas por sucessivos governantes, nomeadamente durante o reinado de João, o Cego, conde do Luxemburgo em 1340.
Nos séculos XIV e XV três membros da Casa do Luxemburgo governaram como imperadores do Sacro Império Romano. Posteriormente, o principado em crise foi vendido à Casa da Borgonha em 1437, para passar depois ao Império Habsburgo em 1477 e, em meados do século XVI, sob o controle dos Habsburgos espanhóis, passando a fazer parte dos Países Baixos espanhóis. Mais tarde, Luxemburgo passou do controle francês para os Habsburgos austríacos, para depois retornar novamente à França, Prússia e Holanda. Após o tratado de paz de 1867, muitas das fortificações, pelas quais a cidade foi chamada de "a Gibraltar do Norte", foram desmanteladas nos 16 anos seguintes.
A independência foi alcançada em 1890. O país foi então ocupado pela Alemanha quer na Primeira como na Segunda Guerra Mundial. No entanto, um governo luxemburguês exilado na Grã-Bretanha combateu com os Aliados contra a Alemanha nazista. Após a guerra, o país recuperou a independência, passando a fazer parte da OTAN em 1949, e em 1957 foi um dos seis países que empreenderam a aventura comunitária.
Local de nascimento de um dos fundadores da União Europeia, Robert Schuman, Luxemburgo é uma das três sedes oficiais da União Europeia e acolhe o Tribunal de Justiça, o Banco Europeu de Investimento, o Tribunal de Contas Europeu, o Secretariado-Geral da União Europeia Parlamento, o Serviço das Publicações, o Eurostat, o Centro Europeu de Estatísticas, bem como numerosos serviços da Comissão Europeia.
Tem um dos maiores PIB per capita do mundo e está entre as melhores cidades em termos de qualidade de vida e segurança pessoal. É limpa, organizada e confortável. O bairro da cidade velha é Patrimônio Mundial da UNESCO.
Entre os marcos da cidade: a Catedral de Notre-Dame, em estilo gótico tardio, com elementos renascentistas (século XVII); as fortificações; o Palácio Grão-Ducal, em estilo renascentista flamengo (século XVI); as Bock Casemates, uma rede de túneis subterrâneos do século XVIII; o prédio dos Correios, em estilo neo-renascentista (séc. XIX); o Cemitério e Memorial Americano, local de sepultamento de mais de 5.000 soldados estadunidenses da Segunda Guerra Mundial, incluindo o General George Patton; e o MUDAM (Musée d'Art Moderne Grand-Duc Jean), o principal museu de arte da cidade. A praça principal é a Place Guillaume, dominada pela Câmara Municipal de Luxemburgo, construída em 1838 em estilo neoclássico. Chemin de la Corniche é, no entanto, a rua pedonal mais bonita da cidade. Na Praça da Constituição, dominada por uma coluna muito alta que sustenta a famosa estátua da Dama de Ouro (Gëlle Fra, 1923), em homenagem aos caídos da Primeira Guerra Mundial, pode-se desfrutar de uma magnífica vista da histórica ponte Adolfo e do Rio Pétrusse. No centro do Luxemburgo existe também um amplo espaço verde, constituído pelo Parque Municipal.
Fonte: Vatican News
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Guiné-Bissau. Presidência da Assembleia Nacional Popular ocupada
A presidência da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau foi ocupada por Adja Satu Camara, que se autoproclamou, no dia 23 de setembro, como nova presidente do hemiciclo guineense, tendo já ocupado o gabinete do presidente sob proteção das forças de defesa e segurança.
Por: Casimiro Jorge Cajucam/RSM
Horas antes da ocupação, as fechaduras dos gabinetes do presidente do parlamento e de alguns membros da Comissão Permanente foram trocadas.
O presidente do parlamento, Domingos Simões Pereira, e os membros da Comissão Permanente da ANP, que participaram da reunião deste órgão na sexta-feira, 20 de setembro, foram impedidos de acessar seus gabinetes pelas Forças de Ordem Pública.
Antes da chegada de Adja Satu Camara, escoltada pelas forças de segurança, o Secretário de Estado da Ordem Pública, José Carlos Macedo, esteve na sede do parlamento, onde anunciou a destituição de Domingos Simões Pereira da presidência da ANP e a nomeação de Adja Satu Camara como sua substituta.
Na quinta-feira anterior, o presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, havia advertido Domingos Simões Pereira de que, caso ele abordasse a situação do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) na reunião da Comissão Permanente de sexta-feira, ele deixaria de ocupar a presidência da Assembleia Nacional Popular. Entretanto, na referida reunião de sexta-feira, a Comissão Permanente da ANP discutiu a situação atual do Supremo Tribunal de Justiça, resultando na concretização da ameaça do presidente Sissoco Embaló.
Sobre a ocupação de seu gabinete por Adja Satu Camara, segundo vice-presidente do parlamento, o Presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Domingos Simões Pereira, declarou inexistente o ato de nomeação de Adja Satu Camara como presidente interina da ANP.
Segundo DSP, esse ato não passa de uma distração em relação ao que é verdadeiramente importante, que é convocar o povo para eleger, de forma legítima, os seus representantes.
“Não reajo, porque não existe e não está prevista, seria pouco dizer que é “ilegal”, portanto é um ato inexistente, que só pode ser entendido como uma tentativa de distrair quilo que é essencial, que é de convocar o povo guineense para escolher legitimante os seus representantes”, considerou o político, afirmando que isso pode acontecer em condição de normalidade e a comissão permanente está determinada a criar condições para que a ida as urnas acontece num ambiente de normalidade e, é o que vai acontecer” disse.
Domingos Simões Pereira apelou a todas as forças vivas da nação para contribuírem na manutenção de um ambiente de paz social, de forma a garantir o bom funcionamento das instituições, e afirmou que, “caso a situação persista, poderá mobilizar o povo para acompanhá-lo nesta luta.
A Comissão Permanente da ANP assegurou que, apesar das tentativas de subversão da ordem constitucional, está firme na sua determinação de garantir o funcionamento pleno de todos os órgãos da Assembleia Nacional Popular.
A Liga Guineense dos Direitos Humanos já classificou como golpe de Estado a invasão ao gabinete do Presidente da ANP, realizada por Adja Satu Camara sob a proteção de policiais vinculados ao Ministério do Interior.
A Liga também exige que o Ministério Público abra um inquérito contra o Secretário de Estado da Ordem Pública, José Carlos Macedo, por ter mobilizado as forças de segurança para a invasão da ANP.
Fonte: Vatican News
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Luxemburgo: Papa despede-se do país com apelo à inclusão dos migrantes
O Papa encerrou nesta quinta-feira a sua visita de sete horas ao Luxemburgo com uma visita à Catedral de Notre-Dame, onde se encontrou com a comunidade católica do país, que convidou à inclusão dos migrantes.
“O espírito do Evangelho é um espírito de acolhimento, de abertura a todos, e não admite qualquer tipo de exclusão”, referiu.
“Encorajo-vos, portanto, a permanecer fiéis a esta herança, continuando a fazer do vosso país uma casa amiga para quem quer que bata à vossa porta em busca de ajuda e hospitalidade”, acrescentou o Papa.
Em clima de festa, Francisco foi recebido junto à Catedral pelo arcebispo do Luxemburgo, cardeal Jean-Claude Hollerich, após um percurso em carro aberto pelas ruaas da capital.
Antes de chegar à Catedral, o Papa fez uma paragem rápida num café perto da residência do arcebispo so Luxemburgo, depois do almoço, tendo ainda abeçoado uma grávida com quem se cruzou no caminho.
O encontro com a comunidade católica contou com testemunhos de três pessoas – incluindo um jovem e uma religiosa portugueses – e um espetáculo de dança ‘Laudato si’, sobre a vida de São Francisco de Assis, criado pelo diácono Diego Lima e apresentado por um grupo de jovens.
Falando na importância de acolher “todos, todos, todos”, o Papa sublinhou que a “compaixão pelos abandonados” é uma tradição que vem já do Antigo Testamento.
“Muito obrigado ao povo e ao Governo do Luxemburgo por tudo o que fazem pelos migrantes. Obrigado”.
O Papa destacou o início do Jubileu Mariano, com o qual a Igreja luxemburguesa comemora quatro séculos de devoção a Maria, “Consoladora dos Aflitos e padroeira do país”.
“Na oração de abertura do Ano Mariano, pedimos à Mãe de Deus que nos ajude a ser ‘missionários prontos a testemunhar a alegria do Evangelho’, conformando o nosso coração ao seu ‘para nos colocarmos ao serviço dos irmãos’”, assinalou.
À imagem do que aconteceu esta manhã, no primeiro discurso em solo luxemburguês, Francisco recordou as responsabilidades para com a “casa comum”.
“Queridas irmãs, queridos irmãos, consolar e servir, a exemplo e com a ajuda de Maria, é a linda missão que o Senhor nos confia. Obrigado pelo trabalho que realizais e, também, pela ajuda generosa que quisestes partilhar com os necessitados. Abençoo-vos e rezo por vós. E vós, por favor, rezai também por mim”, concluiu.
Depois da deposição da Rosa de Ouro e da bênção final, a Igreja luxemburguesa ofereceu um presente ao Papa~- um donativo das comunidades católicas, que encaminhou para a Cáritas local, no apoio aos pobres e refugiados.
Francisco deixou a Catedral e seguiu para aeroporto, onde decorre a cerimónia de despedida do Luxemburgo, rumo à Bélgica.
Fonte: Agência Ecclesia
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Instituto Católico para a Não-Violência é lançado em Roma e vai contribuir com o sínodo
Por Kate Quiñones
O arcebispo de Yangon, Mianmar, cardeal Charles Maung Bo, e o arcebispo de San Diego, EUA, cardeal Robert McElroy, vão inaugurar no domingo (29) o Instituto Católico para a Não-violência em Roma, no Instituto Maria Santissima Bambina, perto da praça de São Pedro.
O objetivo do instituto é aprofundar “a compreensão católica e o comprometimento com a prática da não-violência do Evangelho”, segundo comunicado à imprensa divulgado ontem (25).
A irmã Teresia Wachira, do Instituto da Bem-Aventurada Virgem Maria, e a pesquisadora Maria Stephan vão liderar a inauguração ao lado dos dois cardeais.
O instituto tem como objetivo “facilitar pesquisas, recursos e experiências sobre não-violência para líderes, comunidades e instituições da Igreja Católica” e tem um conselho consultivo de 21 acadêmicos, pesquisadores e líderes da Igreja.
O conselho vai se concentrar em várias áreas de pesquisa como “não-violência do Evangelho”, que se relaciona à compreensão da não-violência como um “modo de vida”. Ele vai se concentrar em “como a Igreja pode integrar a não-violência do Evangelho em toda a sua vida e trabalho” e também vai falar sobre como a Igreja pode trabalhar com outras religiões para divulgar a prática da não-violência.
Também haverá uma concentração em “práticas não violentas e poder estratégico”, que vai investigar estratégias não violentas para problemas do mundo real. A terceira concentração, “experiências contextuais de não violência”, vai conectar aqueles que viveram a não-violência e falar sobre “estudos de caso de prática não violenta”.
No mês que vem, o instituto vai contribuir para o Sínodo da Sinodalidade deste ano, oferecendo seminários sobre questões de não-violência e legítima autodefesa, e também discutir formação em gestão não violenta de conflitos.
O conselho consultivo inclui Maria Clara Bingemer, professora de teologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio); o arcebispo de Suva, Fiji, dom Peter Chong; e Erica Chenoweth, reitora e professora da Universidade de Harvard (EUA).
A inauguração acontece em meio a debates sobre o que constitui uma guerra justa segundo a doutrina da Igreja da guerra justa. O cardeal McElroy disse ao Vatican News, serviço oficial de informações da Santa Sé, na segunda-feira (23) que “as teorias da guerra justa são um elemento secundário no ensinamento católico; o primeiro é que não devemos nos envolver em guerra de forma alguma”.
O Catecismo da Igreja Católica (números 2.308 e 2.309) diz que “cada cidadão e cada governante deve trabalhar no sentido de evitar as guerras”, embora também diga que “não se pode negar aos governos, uma vez esgotados todos os recursos de negociações pacíficas, o direito de legítima defesa”.
O instituto foi criado a partir do projeto Catholic Nonviolence Initiative (Iniciativa Católica de Não Violência) da Pax Christi International. A Pax Christi é um movimento católico de não-violência que busca abordar as causas que são a raiz do conflito violento.
O evento ocorre no mesmo dia da cerimônia do Prêmio Internacional da Paz Pax Christi, concedido a homens e mulheres que lutam pela não-violência desde 1992. A homenageada deste ano é a irmã Gladys Montesinos, missionária carmelita peruana que trabalha com povos indígenas na Amazônia boliviana.
Fonte: ACIDigital
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Do dia 25/9/2024
Rede Clamor realiza VII Assembleia Geral, na cidade de Bogotá, Colômbia; secretário-geral da CNBB também participa
A Rede Clamor, formada por mais de cinquenta organizações católicas que trabalham, a partir da fé, pela defesa e promoção dos direitos humanos dos migrantes, refugiados e pessoas deslocadas na América Latina e no Caribe, começou na terça-feira, 24 de setembro, sua VII Assembleia Geral, na cidade de Bogotá, Colômbia.
Este ano, com a temática “Deus caminha com o seu povo”, a Assembleia convoca a aprofundar a compreensão de caminhar juntos, para servir os irmãos migrantes, refugiados, pessoas deslocadas e vítimas de tráfico de seres humanos e construir com eles a cultura do encontro.
A Assembleia segue até o dia 29 de setembro e conta também com a participação de dom Ricardo Hoepers, secretário-geral da CNBB. Do Brasil também participa a irmã Rosita Milesi, representando a coordenação da Rede CLAMOR Brasil e a Fundação Scalabriniana, além de representantes da Cáritas e do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribe.
“Este ano, o Senhor nos dará a oportunidade de compartilhar com representantes de organizações eclesiais que em cinco continentes do mundo trabalham para acolher, proteger, promover e integrar pessoas em movimento forçado. Será uma experiência de comunhão entre pessoas muito diferentes culturas, organizações, histórias de vida”, disse a Rede.
Outros dois importantes eventos entrelaçados aprofundam também a experiência para que os participantes caminhem juntos, como o Encontro Internacional em Migração e Asilo “migraram” e o 110º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado.
Texto de trabalho
Como todos os anos, uma Comissão ajudou a redigir o “Documento de Análise de Contexto Migratória” em preparação para a Assembleia. Nesta ocasião, o documento trabalha as alegações que em 2024 foram identificadas como os sinais dos tempos que “nos convocam em particular para dar uma resposta como Rede”.
O documento é desenvolvido em três partes. Em sua primeira parte, traz um olhar geral sobre a realidade da migração, refúgio, deslocamento e tráfico de pessoas na América Latina e no Caribe.
Na segunda parte, em um quadro, informações e dados estatísticos do principais elementos dos gritos identificados na VI Assembleia.
A última parte do texto é uma breve apresentação dos documentos: “Novos contextos migratória desde a pandemia: uma visão estatística da América Latina e do Caribe”, elaborada pelo Centro de Gestão do Conhecimento do CELAM, e o outro é um excerto do relatório do VI Reunião Anual do Grupo de Trabalho da Venezuela.
Fonte: CNBB
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Rede CLAMOR Brasil celebra Dia Mundial do Migrante e Refugiado com missa e oferece roteiro de oração
No próximo dia 29 de setembro, a Rede CLAMOR Brasil se une à celebração do 110º Dia Mundial do Migrante e Refugiado, promovendo uma iniciativa especial para apoiar aqueles que enfrentam as dificuldades da migração. Com o tema escolhido pelo Papa Francisco: “Deus caminha com o seu povo”, a Rede CLAMOR convoca a todos a participar de uma missa que será presidida pelo padre jesuíta, Jerfferson Amorim, no Centro Cultural de Brasília (CCB), às 11h.
Além disso, a Rede lança um roteiro de oração e um comentário à carta papal, reforçando a importância da acolhida e da solidariedade em tempos de crise. A carta do Papa Francisco destaca a urgência de criar um ambiente seguro e acolhedor para migrantes e refugiados, que muitas vezes são vítimas de situações de vulnerabilidade e exploração, como o tráfico humano.
A Rede CLAMOR Brasil, comprometida em colaborar com essas populações, enfatiza que a oração e a conscientização são fundamentais para promover a dignidade humana e o respeito aos direitos dos migrantes. O roteiro de oração, disponível em plataformas digitais das Instituições que fazem parte da Rede, ou ainda ao final do texto, convida comunidades e indivíduos a refletirem sobre o tema e a se unirem em apoio à causa.
Além do aspecto espiritual, a Rede CLAMOR Brasil atua diretamente no enfrentamento do tráfico humano, promovendo ações de sensibilização e assistência às vítimas. A iniciativa deste ano busca não apenas celebrar, mas também mobilizar a sociedade civil a se engajar em práticas de acolhida e proteção, contribuindo para a construção de um futuro mais justo e inclusivo. Com a união de esforços, a Rede CLAMOR espera inspirar uma mudança significativa na forma como os migrantes e refugiados são tratados, reafirmando que cada vida conta e merece ser respeitada.
Carta da Coordenação
Deus caminha com seu povo
Carta da Coordenação Colegiada da Rede CLAMOR Brasil a partir da Mensagem do Papa Francisco para o 110º Dia Mundial do Migrante e Refugiado 2024
Partindo da experiência do Sínodo da Sinodalidade que tem convidado toda a comunidade eclesial a tomar consciência de que comunhão e participação são notas constitutivas da Igreja, o Papa Francisco dirige sua mensagem por ocasião do 110º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2024. Deus caminha com seu povo é o tema escolhido pelo bispo de Roma para guiar sua mensagem. Ele o faz recordando que a dimensão sinodal nos permite reconhecer na Igreja a natureza itinerante de povo de Deus em caminho na história, peregrinante – poderíamos dizer «migrante» – rumo ao Reino dos Céus. Nessa imagem, o Papa Francisco vê a própria imagem dos migrantes do nosso tempo, como aliás nos de todas as épocas, uma imagem viva do povo de Deus em caminho rumo à Pátria eterna. A travessia de muitos migrantes, afirma o papa, é uma viagem de esperança na qual, como no relato do Êxodo, do povo de Israel em busca da Terra Prometida, é um deslocamento da escravidão para a liberdade, prefigurando o próprio deslocamento da Igreja rumo ao encontro final com o Senhor.
Com essas duas imagens, do Êxodo e dos migrantes, o Papa Francisco nos faz ver que muitos migrantes partem movidos pela fé e se mantêm no deslocamento sustentados na fé. E disso recorda a afirmação central da vida da Igreja, a certeza de que Deus caminha com o seu povo. Contudo, os rostos das pessoas deslocadas, migrantes e refugiadas, são para todos que com eles se encontram a possibilidade de descoberta de que Deus caminha no seu povo. Sendo assim, cada encontro com um migrante é oportunidade de encontro com o Senhor e ocasião de salvação.
Como afirma o Papa Francisco, os pobres salvam-nos, porque nos permitem encontrar o rosto do Senhor (Mt 25,31-46).
As palavras do Papa Francisco chegam até nós no Brasil, em setembro de 2024, em um contexto desafiador. O mês de agosto registrou o aumento do número de ingressos de venezuelanos em nosso país, realidade que tende a se agravar com o cenário pós-eleitoral na Venezuela. Só na pequena cidade de Pacaraima-RR, no mês de agosto, houve a chegada de 12.325 venezuelanos, o que representa um aumento de mais de três mil pessoas em comparação ao mês de junho. A capital Boa Vista- RR, que conta com a infraestrutura da Operação Acolhida do governo federal e com o trabalho de outras organizações humanitárias, atende as populações migrantes com bastantes dificuldades.
Deus caminha com o seu povo
Outros desafios se apresentam quando olhamos para a resposta do governo brasileiro através do Ministério da Justiça e Segurança Pública, responsável direto pela política de migração no país. No mês de agosto, com o aumento de pessoas solicitando refúgio no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) decidiu mudar as regras de admissão de migrantes no país. A motivação se deveu à identificação de que o Brasil entrou na rota de contrabando de migrantes. Segundo o MJSP, para garantir uma migração justa, ordenada e segura, decidiu-se que o passageiro em trânsito que não tiver visto de entrada para o Brasil e que tem como destino final um país diferente precisará seguir viagem ou retornar ao ponto de origem. Essa decisão foi tomada quando o Aeroporto de Guarulhos possuía mais de 550 migrantes aguardando para fazerem a solicitação do refúgio. São, em sua maioria, migrantes provenientes do continente africano e asiático que permaneceram no aeroporto em más condições de saúde, alimentação e higiene. De acordo com nota divulgada pela Defensoria Pública da União (DPU), a nova determinação viola o direito internacional do refugiado, a Lei de Refúgio brasileira e o princípio de non- refoulement, que proíbe o retorno forçado dos refugiados que os exponha a um risco de perseguição. De igual maneira, a nota afirma que a Lei de Migração brasileira (Lei 13.445/2017) proíbe expressamente a criminalização de migrantes, fazendo notar que a decisão vai no sentido contrário da trajetória de acolhimento e de política migratória com base nos direitos humanos própria do Brasil.
Por falar em política migratória, migrantes e refugiados, organizações da sociedade civil e organismos internacionais têm aguardado com expectativa e preocupação o lançamento da Política Nacional de Migrações, Refúgio e Apatridia (PNMRA) do Brasil. Desde a promulgação da Lei de Migração, espera-se a formulação de uma política nacional que regulamente a Lei 13.445/2017. O processo é capitaneado pelo MJSP com o objetivo de consolidar uma política estruturante e continuada para pessoas migrantes, refugiadas e apátridas, inserida nos fluxos e rotinas de atendimento das diversas políticas públicas que contemple, mas também extrapole, as medidas de atendimento emergencial.
Ainda sem o lançamento desta política aproxima-se a 2ª Conferência Nacional de Migrações, Refúgio e Apatridia do Brasil (COMIGRAR), que será realizada de 08 a 10 de novembro em Brasília-DF. Entre suas atribuições, além de promover a participação social e política de migrantes, refugiados e apátridas, a conferência deverá propor e discutir diretrizes e recomendações para políticas públicas para pessoas migrantes, refugiadas e apátridas no Brasil. O resultado esperado é a validação de propostas que venham a integrar um plano nacional de implementação da política de migrações, refúgio e apatridia. Sem a PNMRA promulgada e difundida, os delegados e delegadas eleitas para a 2ª COMIGRAR terão sérias dificuldades de elaborar propostas compatíveis com as necessidades das populações com base na política nacional.
Ao celebrarmos como Igreja o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado somos convidados e convidadas pelo Papa Francisco a reconhecer que Deus caminha com seu povo. Se cremos firmemente nessa afirmação de fé, somos chamados a uma resposta firme e decidida de investirmos esforços, presença e recursos para caminhar com as pessoas migrantes e refugiadas e incidir para termos políticas públicas adequadas às necessidades dessas populações. Assim suas viagens de esperança não se converterão em caminho de violência, escravização e morte.
Fonte: CNBB
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Encontro promovido pela Diocese de Caxias do Sul reúne candidatos a prefeito de Caxias
Realizado no Salão Paroquial Santa Catarina, o evento foi organizado pela Coordenação de Pastoral e contou com a presença do bispo Dom José Gislon; cada candidato pôde expor, em oito rodadas, seus projetos para o futuro de Caxias
A Diocese de Caxias do Sul reuniu mais de 200 pessoas na noite da segunda-feira, 23 de setembro, para escutar as propostas dos candidatos à prefeitura da cidade-sede da Diocese. A atividade aconteceu no Salão Paroquial Santa Catarina.
Em um encontro preparado pela Coordenação de Pastoral, com a presença do bispo, dom José Gislon, Adiló Didomenico (PSDB), Denise Pessôa (PT), Felipe Gremelmaier (MDB) e Maurício Scalco (PL) puderam expor seus projetos para o futuro dos caxienses. Em oito rodadas, cada candidato teve o tempo de dois minutos para abordar os temas: políticas de assistência social diante da desigualdade, educação, saúde, migração, meio ambiente, transporte público e mobilidade, além de moradia e habitação.
No início, dom José Gislon convidou cada um dos candidatos a prefeito e a vice-prefeito para comporem a mesa. Em um minuto, os postulantes ao Executivo puderam apresentar a chapa. Logo depois, já sentados à mesa, eles ouviram a saudação do bispo. “Agradeço, em nome da nossa Diocese, a disponibilidade de vocês estarem aqui conosco nesta noite, porque nós somos os cidadãos dessa cidade e quem for eleito vai exercer o mandato para o bem comum da nossa sociedade. Nenhum governante responde a todas as necessidades, mas o espírito de estar à serviço já é algo que merece nosso respeito”, salientou.
Logo depois, conforme sorteio definido com as assessorias de cada candidato, eles foram perguntados a partir dos temas previamente organizados, pautados pelos princípios da Doutrina Social da Igreja. Antes de cada bloco de respostas, puderam acompanhar algumas citações e pronunciamentos do Papa Francisco acerca das temáticas e, a seguir, era feito o mesmo questionamento para todos.
O evento previa transmissão ao vivo pelo YouTube da diocese, mas por instabilidade na conexão, não foi possível fazê-la. Assim, a equipe de comunicação da diocese gravou a maior parte do encontro e disponibilizou o arquivo no canal do YouTube sob o link: https://youtu.be/yjYzIt68vlM. Não foram registradas as apresentações das chapas no início, desta forma, a gravação inicia com as palavras de acolhida de dom José Gislon.
A oitava rodada tratou das considerações finais. Cada um dos candidatos agradeceu pela oportunidade do encontro realizado pela Diocese e pediu a confiança dos caxienses em seus projetos. Dom José Gislon concluiu o encontro com a bênção sobre a comunidade e entregou aos postulantes ao Executivo o compêndio da Doutrina Social da Igreja e algumas crianças os presentearam com a carta encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco, sobre o cuidado com a Casa Comum.
Fonte: Diocese de Caxias do Sul
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Papa: nunca dialogar com o diabo, que age através da superstição e da pornografia
Na Audiência Geral desta quarta-feira, 25/09, Francisco alertou que hoje o diabo se esconde de muitos modos, inclusive através dos instrumentos modernos. Um exemplo é a pornografia na internet, um fenômeno bastante disseminado, do qual os cristãos devem se afastar e rejeitar com firmeza. "Cristo venceu Satanás e nos deu o Espírito Santo para que possamos fazer nossa a Sua vitória.”
Thulio Fonseca - Vatican News
O Papa Francisco retomou, nesta quarta-feira, 25 de setembro, o ciclo de catequeses com o tema "O Espírito e a Esposa. O Espírito Santo guia o povo de Deus ao encontro de Jesus, nossa esperança", e, com referência ao episódio narrado no evangelho de São Lucas (cf. Lc 4,1-2.13-14), quando Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto e lá foi tentado pelo demônio durante quarenta dias, refletiu, diante dos milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, sobre o Espírito Santo como nosso aliado na luta contra o espírito do mal.
A existência do diabo
Ao ir para o deserto, Jesus obedece a uma inspiração do Espírito Santo, liberta-se de Satanás e, em seguida, regressa à Galileia no poder do Espírito Santo, onde realizou curas e libertação de pessoas possuídas. Com essa premissa, o Papa destacou que hoje, em certos níveis culturais, acredita-se que o diabo não existe, sendo considerado apenas “um símbolo do inconsciente coletivo ou da alienação, uma metáfora”. Mas, acrescentou o Pontífice, como escreveu Charles Baudelaire: “a maior astúcia do diabo é convencer-nos de que ele não existe”:
"O nosso mundo tecnológico e secularizado está repleto de magos, ocultismo, espiritismo, astrólogos, vendedores de encantos e amuletos e, infelizmente, de verdadeiras seitas satânicas. Tendo sido expulso pela porta, o demônio voltou, pode-se dizer, pela janela. Expulso pela fé, regressa com a superstição. E se você é supersticioso, está dialogando com o diabo, e com ele não se deve nunca dialogar."
A ação do mal
Segundo Francisco, a prova mais forte da existência de Satanás não se encontra nos pecadores ou nos possuídos, mas nos santos. "É verdade que o diabo está presente e opera em certas formas extremas e desumanas do mal e da maldade que vemos à nossa volta. Contudo, é praticamente impossível, em casos individuais, chegar à certeza de que realmente é ele, dado que não podemos saber exatamente onde termina a sua ação e começa o nosso próprio mal." Por isso, a Igreja é muito prudente e rigorosa no exercício do exorcismo, ao contrário do que acontece, infelizmente, em certos filmes", sublinhou o Papa.
"É na vida dos santos que o diabo é obrigado a sair à luz, a estar contra a luz. Mais ou menos todos os santos e grandes crentes testemunham a sua luta contra esta realidade sombria, e não se pode honestamente presumir que todos tenham sido iludidos ou simples vítimas dos preconceitos do seu tempo."
A tecnologia e a pornografia como oportunidades para o demônio
Na cruz, Jesus derrotou para sempre o poder do príncipe deste mundo, destacou o Santo Padre. E, como dizia São Cesário de Arles: “o demônio está amarrado, como um cão numa corrente; não pode morder ninguém, exceto aqueles que, desafiando o perigo, se aproximam dele... Pode latir, pode insistir, mas não pode morder, exceto aqueles que o querem”. Infelizmente, o mundo atual oferece diversas maneiras que dão oportunidades ao diabo, alertou o Pontífice:
"Por exemplo, a tecnologia moderna, além de muitos recursos positivos que devem ser apreciados, também oferece inúmeros meios para dar lugar ao diabo, e muitos aí caem. Pensemos na pornografia online, por trás da qual existe um mercado próspero: trata-se de um fenômeno muito difundido, contra o qual os cristãos devem, no entanto, precaver-se cuidadosamente e rejeitar vigorosamente."
Nunca dialogar com o tentador
Francisco recordou ainda que Jesus nunca dialoga com o demônio: ou o expulsa, ou o condena, mas nunca dialoga. No deserto, Ele responde não com Suas próprias palavras, mas com a Palavra de Deus:
"Irmãos, irmãs, nunca dialoguem com o diabo. Quando ele vem com as tentações, dizendo 'ah, isso seria bom, aquilo seria bom', pare! Eleve seu coração ao Senhor, reze a Nossa Senhora e expulse-o, como Jesus nos ensinou a fazer. [...] Se você for tolo e disser ao diabo: ‘Ah, como você está?’, ele o destruirá. Mantenha distância. O diabo deve ser expulso. E todos nós, todos, temos experiência de como o diabo se aproxima com alguma tentação: quando sentimos isso, pare, mantenha distância; não se aproxime do cachorro preso na corrente."
A vitória de Cristo
Ao concluir, o Papa acentuou que o reconhecimento da ação do diabo na história não deve ser motivo de desânimo, e o pensamento final deve ser, também neste caso, de confiança e segurança:
“Cristo derrotou o diabo e deu-nos o Espírito Santo para fazer nossa a sua vitória. A própria ação do inimigo pode ser aproveitada em nosso favor, se, com a ajuda de Deus, a fizermos servir para a nossa purificação. Fiquem atentos, porque o diabo é astuto – mas nós, cristãos, com a graça de Deus, somos mais astutos do que ele."
Fonte: Vatican News
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Francisco: situação inaceitável no Líbano, parem esta terrível escalada
O apelo do Papa no final da Audiência Geral, na Praça São Pedro, a de número quinhentos de seu pontificado, pelo País dos Cedros atingido pelos ataques israelenses que causaram mais de 500 vítimas: a Comunidade internacional deve fazer “todos os esforços” para conter as tensões . Um pensamento do Papa para as pessoas afetadas pela guerra: Ucrânia, Terra Santa, Sudão, Mianmar. Depois, um pedido aos fiéis para que o acompanhem com a oração na sua viagem amanhã a Luxemburgo e à Bélgica.
Salvatore Cernuzio – Vatican News
Para o Papa Francisco, uma escalada “inaceitável” vem ocorrendo há dias no Líbano, onde ondas de ataques israelenses contra o Hezbollah já causaram mais de 550 vítimas entre civis e crianças. O apelo do Papa feito, no final da Audiência Geral desta quarta-feira (25/09), na Praça São Pedro, chega num momento em que se contabilizam também os mortos, em Beirute, enquanto as sirenes soam em Tel Aviv e enquanto os mísseis libaneses caem ao sul de Haifa e em outras áreas de Israel.
Estou triste com as notícias que chegam do Líbano, onde nos últimos dias bombardeamentos intensos causaram muitas vítimas e destruição.
Deter essa escalada terrível
O Papa Francisco espera “que a Comunidade internacional faça todos os esforços para deter essa terrível escalada”. “É inaceitável!”, afirmou o Pontífice, reiterando sua proximidade a uma população assolada há anos por uma crise política, econômica e social que parece não ter solução, e pelas consequências da dramática explosão no porto de Beirute em 2020.
Expresso minha proximidade ao povo libanês que já sofreu muito no passado recente.
Orações pelos povos afetados pela guerra
Do País dos Cedros, que João Paulo II definiu como “uma mensagem”, o olhar do Papa Francisco também se volta, nesta Audiência Geral de número 500 de seu pontificado, para os territórios e povos afetados pela brutalidade dos conflitos. Por eles, o Papa reza e pede orações.
Rezemos por todos, por todos os povos que sofrem com a guerra: a martirizada Ucrânia, Mianmar, Palestina, Israel, Sudão, e todos os povos martirizados. Rezemos pela paz.
A tragédia do conflito na Ucrânia
O Papa recordou também a martirizada Ucrânia em suas saudações aos fiéis poloneses, quando, lembrando a "tragédia da guerra" que aflige o país há mais de dois anos, bem como as inundações que devastaram a Polônia, os exortou a não se deixarem “vencer pelo egoísmo e pela indiferença”.
Com a ajuda de Deus, apoiar solidariamente os sofredores e necessitados, que muitas vezes não veem esperança.
A viagem a Luxemburgo e à Bélgica
O Papa Francisco recordou a viagem que fará a Luxemburgo e à Bélgica a partir desta quinta-feira, 26 de setembro, até domingo, 29. Uma mensagem de esperança que o Bispo de Roma lançará do coração da Europa. Uma viagem internacional, apenas algumas semanas depois da longa peregrinação à Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor-Leste e Singapura, para a qual Francisco pede o acompanhamento espiritual dos fiéis.
Confio às suas orações a viagem que farei amanhã a Luxemburgo e à Bélgica, para que seja a ocasião de um novo impulso de fé nesses países.
Fonte: Vatican News
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O Papa: propor uma nova economia num mundo ameaçado por guerras e armas
“Amar a economia, amar concretamente os trabalhadores, os pobres, favorecendo as situações de maior sofrimento” é o convite de Francisco aos jovens economistas membros da fundação “A Economia de Francisco” que reúne empresários de todo o mundo engajados num processo de diálogo inclusivo: mudar o mundo não tornando-se ganhador do Prêmio Nobel ou ministros, mas introduzindo os valores e a força do bem.
Edoardo Giribaldi – Vatican News
“Ser testemunhas, não ter medo, esperar sem se cansar”, foi o convite feito pelo Papa Francisco, nesta quarta-feira (25/09), no Vaticano, antes da Audiência Geral, a uma delegação de jovens economistas da fundação "A Economia de Francisco", uma realidade que reúne empresários e agentes de mudança provenientes de todo o mundo, comprometidos com um processo de diálogo inclusivo e de mudança global. A eles o Pontífice pede uma mudança no atual contexto econômico, num mundo ferido por guerras, onde “a democracia é ameaçada” e “o populismo e a desigualdade crescem”. Um mandato preciso, acompanhado de uma recomendação.
Vocês não o mudarão apenas tornando-se ministros, ganhadores do Prêmio Nobel ou grandes economistas, coisas que são boas. Vocês mudarão o mundo amando-o, à luz de Deus, injetando nele os valores e a força da bondade, com o espírito evangélico de Francisco de Assis.
Tarefas e ideais
Foi exatamente com esse desejo de revolução no âmbito internacional que o discurso do Papa se desenvolveu, durante o qual ele lembrou aos presentes que "de seus ideais nasceu uma instituição". "Ela é importante porque servirá para defender os ideais; e vocês não serão apenas seus beneficiários, mas também protagonistas, assumindo as tarefas que lhes foram atribuídas com entusiasmo e senso de disponibilidade".
Um mestre excepcional: Jesus
O projeto teve sua gênese há cinco anos. O Papa expressou sua gratidão por "terem levado a sério" o seu "convite para ‘reanimar’ a economia" e "por terem aceitado as indicações" dadas por ele "em suas conferências anuais" que, enquadradas no âmbito da “Doutrina Social da Igreja”, têm suas raízes “no Evangelho”.
Muitos podem ser seus mestres conhecidos no decorrer de seus estudos ou das experiências profissionais; mas a referência ao Evangelho, mesmo num diálogo sincero com todos, garante a vocês um Mestre excepcional, Jesus, o único que disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”.
Privilegiar as situações de sofrimento
A Fundação, explicou o Papa, entra agora numa “nova fase”. A “bela realidade” recentemente estabelecida precisa crescer e fortalecer-se, alcançando “cada vez mais jovens” e levando “os frutos típicos do Evangelho e do bem”. “O que foi feito até agora pelos jovens economistas”, disse Francisco, “foi além das expectativas”. Uma aposta de sucesso: “Eu apostei em vocês, porque os jovens têm toda a vida pela frente, são um ‘caminho’ vivo, e de um caminho podem nascer coisas boas, tendo o cuidado de evitar as ruins”.
O exemplo de São Francisco
Nessa esteira, o Papa recordou a figura de São Francisco, “filho de um comerciante” capaz de tomar consciência dos “méritos e defeitos daquele mundo”. Justamente por isso, “eu quis basear todo o movimento da Economia de Francisco em São Francisco de Assis, que, simplesmente se despojando de tudo por amor a Jesus e aos pobres, deu também um novo impulso ao desenvolvimento da economia”.
Amem a economia, amem concretamente os trabalhadores, os pobres, privilegiando as situações de maior sofrimento.
Testemunhar sem medo
Em seguida, o Papa apresentou aos presentes três conceitos-chave: “Ser testemunhas, não ter medo e esperar sem se cansar”, lembrando também a assinatura do Pacto de Assis em 24 de setembro de 2022. Francisco se deteve no primeiro conceito-chave, ou seja, a importância de compartilhar ideais com “outros jovens”, que se tornou possível através de um “testemunho de vida”. “Sejam coerentes, a coerência é algo que não está na moda, em suas escolhas. Façam-se valorizar por seus projetos e realizações. Não para se tornarem muitos e poderosos, mas para transmitir a muitos aquilo que receberam, ou seja, a 'boa nova' de que, inspirados pelo Evangelho, também a economia pode mudar para melhor”, disse Francisco, retomando, a seguir, a exortação já dirigida aos participantes da JMJ de Lisboa: "Não sejam administradores de medos, mas empreendedores de sonhos". Para “levar os sonhos adiante” num mundo onde “há tanto para fazer”, é necessário “ousar novas palavras”. Algo que os cristãos “sempre fizeram”, “nunca” se deixando amedrontar pelo “novo”.
Eles sabem que Deus é o Senhor da história. Dói-me ver os cristãos que se escondem nas sacristias porque têm medo do mundo. Esses não são cristãos; são “aposentados derrotados”.
Esperar, enfrentando um mundo ameaçado
No seu terceiro conceito-chave, o Papa reconheceu as dificuldades em “propor uma nova economia num cenário de guerras novas e antigas, enquanto a indústria armamentista prospera tirando recursos dos pobres”. "Vocês sabiam que em alguns países as fábricas de armas são os investimentos que geram mais rendimentos? ", perguntou Francisco. "Ganhar dinheiro para matar...", acrescentou. Enquanto "a democracia está ameaçada", "o populismo e as desigualdades crescem e o planeta está cada vez mais ferido. Não é fácil, aliás é muito difícil", disse o Papa, afirmando que é legítimo, às vezes, ter “a impressão de ‘lutar contra os moinhos de vento’”.
Portanto, lembremo-nos do que Jesus disse aos discípulos: “Não tenham medo. Ele os ajudará, e a Igreja não os deixará sozinhos.
Uma nova maneira de fazer economia
Recordando o apoio do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, que “acompanhará também as atividades da Fundação”, da qual recebeu os estatutos e representará “a realidade na qual vocês poderão dar vida e concretude ao sonho de mudar a economia atual e dar alma à economia de amanhã", o Papa Francisco garantiu a proximidade contínua da Igreja, abrindo à "Economia de Francisco", "as portas da colaboração" para as comunidades católicas "espalhadas em todo o mundo". Este desenvolvimento, segundo o Papa, ajudará a “estabelecer contatos e sinergias com muitas realidades e redes de pessoas que partilham os seus mesmos ideais”. “Que nasça entre vocês uma nova forma de estar juntos e fazer economia, que não produza descartes, mas bem-estar material e espiritual para todos”. Francisco concluiu o seu discurso, garantindo aos jovens economistas que, permanecendo “fiéis” à sua vocação, as suas vidas “florescerão”, com “histórias maravilhosas para contar aos seus filhos e netos”.
Francisco dedicou um pequeno aparte a algumas das crianças presentes: “Isso é bom, numa cultura em que se privilegia ter cachorros ou gatos e não crianças. Precisamos recordar isso à Itália”. Voltando aos economistas, o Papa reiterou que vale a pena “gastar a vida para mudar o mundo para melhor”. “Adiante! Estou com vocês”, foi a exortação final de Francisco.
Fonte: Vatican News
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O pesar do Papa pelo desastre na mineração no Irã
Pelo menos 50 pessoas morreram numa explosão em uma mina de carvão no nordeste do país. As autoridades acreditam que os trabalhadores presos na mina não sobreviveram.
Vatican News
Num telegrama assinado pelo secretário de Estado Vaticano, cardeal Pietro Parolin, o Papa Francisco expressa o seu pesar pelas vítimas da explosão numa mina de carvão em Tabas, no nordeste do Irã. O acidente, que ocorreu na noite de sábado, 21 de setembro, deixou pelo menos 50 mortos. Várias pessoas ainda estão desaparecidas.
Francisco assegura “suas orações por aqueles que morreram e por suas famílias enlutadas”, expressando “sua solidariedade espiritual aos feridos”. O Papa “invoca sobre todos os afetados por essa tragédia” as bênçãos divinas “de força, consolação e paz”.
O acidente
De acordo com a mídia iraniana, a explosão ocorreu enquanto cerca de setenta pessoas trabalhavam no local e foi causada por um vazamento de metano. As autoridades acreditam que os trabalhadores presos na mina não sobreviveram.
Esse é um dos piores desastres de mineração da história recente do Irã. O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, ordenou a abertura de uma investigação. Segundo fontes locais, a mina não adotou as medidas de segurança exigidas pelas normas iranianas.
Fonte: Vatican News
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Parolin: o Papa exortará a Europa a redescobrir os valores de sua fundação
Uma visita que levará a luz da coragem e da esperança a uma Europa que tem “uma grande necessidade de redescobrir suas raízes”. Esse é o desejo expresso pelo Secretário de Estado vaticano, cardeal Pietro Parolin, para a viagem apostólica de Francisco a Luxemburgo e à Bélgica
Massimiliano Menichetti
Após a mais longa viagem de seu pontificado, que o levou dias atrás à Ásia e à Oceania, o Papa Francisco está partindo novamente. Testemunha incansável da face de Cristo, ele estará em uma Europa ferida pela guerra, muitas vezes dividida, que vive a realidade do declínio demográfico. No mesmo dia, 26 de setembro, Francisco estará em Luxemburgo e na Bélgica. Ficará em Bruxelas até o dia 29. Para o cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado da Santa Sé, na “Europa, a memória das imensas catástrofes do passado se perdeu um pouco e, portanto, aumenta o risco de cair novamente nos trágicos erros do passado”. Para o purpurado, essa visita trará a visão de longo alcance da solidariedade e a coragem de se abrir para o futuro.
Eminência, como surgiu essa viagem, que começa com uma breve etapa em Luxemburgo?
A viagem é uma visita pastoral focada principalmente na celebração dos 600 anos da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, mas também inclui uma etapa em Luxemburgo. Esses são dois países fundadores da União Europeia e sede de suas instituições, onde o catolicismo, embora ainda seja formalmente majoritário, muitas vezes parece não ser mais considerado como um horizonte de vida e quase colocado à margem da sociedade.
Os bispos da Bélgica falaram de: “Surpresa” e “grande alegria” com a visita do Papa Francisco, que se dá nos 600 anos da Universidade Católica de Leuven. Esse aniversário será uma oportunidade para destacar o vínculo estreito entre ciência e fé?
O diálogo entre fé e ciência é fundamental. Ao longo da história, houve tanto longas fases de entendimento e colaboração quanto momentos de incompreensão mútua. A incompreensão surgiu da sobreposição indevida de métodos, quando, por um lado, se cometeu o erro de ver a Bíblia não apenas como um texto sagrado, mas também como um livro de ciência, enquanto, por outro lado, consideraram o conhecimento científico como o único conhecimento verdadeiramente tal, subestimando e restringindo o próprio campo de ação da razão. Certamente, a viagem do Santo Padre à Bélgica, por ocasião do 600º aniversário da fundação da Universidade de Leuven, será providencial para redescobrir o estreito vínculo entre fé e ciência, em seus respectivos campos de ação e com seus respectivos métodos.
O Papa retorna a uma Europa frequentemente dividida sobre temas relacionados à vida, migrantes e feridos pela guerra. Essa visita terá força para recuperar as raízes dos pais fundadores, Schuman, De Gasperi, Adenauer, de um projeto político que promove o desenvolvimento baseado na paz, na fraternidade e na solidariedade?
Imediatamente após a Segunda Guerra Mundial, os povos da Europa estavam exaustos. Os trinta anos anteriores haviam sido tão cheios de catástrofes e sofrimentos, que os tornaram decididos e audazes na construção de uma nova ordem, capaz de evitar o ressurgimento dos nacionalismos exasperados que haviam causado os conflitos. Agora, ao contrário, a memória das imensas catástrofes do passado se perdeu um pouco na Europa e, por isso, o risco de cair novamente nos trágicos erros do passado está aumentando. Espero que a visita do Santo Padre seja uma oportunidade valiosa para a Europa redescobrir os valores de sua fundação. Enquanto em 1945 os povos europeus estavam lançados em direção ao futuro, que eles só podiam imaginar como melhor do que o passado, hoje eles parecem pensar no futuro como totalmente desconhecido ou até pior do que o passado recente. Esse modo de pensar afeta a própria capacidade de abertura à vida e dissemina um clima de resignação onde a esperança não habita. O Santo Padre, por sua vez, é um peregrino da esperança. Ele quer que a Europa redescubra as razões por trás de sua construção, para que possa enfrentar todas as questões, inclusive as econômicas ou migratórias, com um espírito de solidariedade de longo alcance, redescobrindo a coragem de se abrir para o futuro e derrotar o “inverno demográfico”.
Essa visita a um dos corações da política europeia ajudará a combater medos, polarizações e populismos?
Populismos, polarizações, medos, muitas vezes, são o resultado do cansaço do espírito e do pensamento e da consequente pretensão de que são possíveis simplificações quase mágicas, capazes de resolver problemas complicados ou até mesmo que marcaram época com simples e rápidas decisões eficazes. Esse cansaço dos povos acaba fazendo com que eles se disponham a aceitar propostas radicais, que prometem o impossível, para depois descobrirem que essas promessas não eram realizáveis, o que faz com que se voltem para outras narrativas, opostas no conteúdo, mas muito semelhantes na assertividade da linguagem. A Igreja “especialista em humanidade” e, portanto, o Santo Padre têm uma linguagem de responsabilidade, de moderação, de advertência sobre os riscos que se pode correr ao tomar caminhos perigosos, com a condenação dos erros mais perigosos. É por isso que essa linguagem não se presta a uma simplificação fácil e nem sempre apresenta soluções imediatas. As palavras do Santo Padre, no entanto, brotam do Evangelho e são sempre palavras de sabedoria. Elas são realistas, como realista é o Evangelho, que não promete o Paraíso sem a Cruz. A voz do Papa, portanto, nos ensina a desconfiar e a manter nosso senso crítico elevado em relação àqueles que imediatamente oferecem receitas simplificadas de redenção aos povos, cansados pelas mais diversas razões. Em geral, elas se revelam receitas para o desastre.
Em uma Europa que está envelhecendo progressivamente, o Papa Francisco tem destacado reiteradas vezes o drástico declínio da taxa de natalidade. Há necessidade de uma pastoral mais próxima das necessidades das famílias?
Sim. Acredito que, para combater a queda drástica na taxa de natalidade, uma série de ações de diferentes atores é urgentemente necessária. A Igreja, os Estados e as organizações intermediárias devem se conscientizar da importância, ouso dizer “vital”, dessa questão e intervir com uma série de medidas, se possível bem coordenadas. Pensando na pastoral, certamente devem ser planejadas ações que saibam ouvir atentamente as famílias para identificar suas reais necessidades e dar-lhes ajuda, afetando a concretude de suas vidas, de modo a remover vários obstáculos à aceitação generosa da vida nascente. Permita-me dizer, porém, que a melhor pastoral seria a que conseguisse inculcar esperança no coração e na mente das pessoas. Sem esperança, sem a profunda convicção da ajuda da Providência em nossas vidas, sem essa abertura à ajuda que vem de Deus, toda dificuldade, por mais real que seja, será ampliada e os impulsos egoístas terão mais espaço para se impor.
O Velho Continente parece ter perdido sua identidade, suas raízes. O que ele precisa, a seu ver, e como a Santa Sé se sente interpelada por esses desafios?
Não há dúvida de que a civilização europeia tem suas raízes na cultura greco-romana e deve seus valores à tradição judaico-cristã. O cristianismo, em particular, reformulou profundamente o cenário europeu ao longo dos séculos. Prova disso são as catedrais, as universidades, a arte, o desenvolvimento de suas instituições e milhares de outros aspectos que, por assim dizer, fizeram a Europa como a conhecemos. Digamos que, com relação a tudo isso, preferiu-se, na Constituição Europeia, não explicitar esses fortes vínculos com a herança cultural e religiosa do passado, acreditando que eles eram, de qualquer forma, divisivos ou que, com esse reconhecimento, essas raízes poderiam se tornar pesadas e impedir novos desenvolvimentos. O resultado dessa escolha é a exacerbação de um certo desnorteio que não ajuda na construção europeia. Na verdade, ela precisa urgentemente redescobrir suas raízes se quiser encontrar a força para um novo ímpeto que lhe permita alcançar novos e importantes objetivos, superando o egoísmo cada vez maior. Se pretende ser uma voz ouvida e relevante no mundo de hoje e se deseja superar impasses desgastantes, precisa redescobrir a grandeza dos valores que a inspiraram, valores que estavam bem presentes para os fundadores da Europa moderna. A Santa Sé pode acompanhar os povos europeus nesta fase delicada, exortando-os a continuar seu caminho com confiança e a não ter medo de manter um forte vínculo com os valores que inspiraram a vida e a sociedade européias. Dessa forma, a Europa encontrará um novo impulso ideal que lhe permitirá enfrentar os complicados desafios destes anos.
Qual é o seu desejo para essa viagem?
Espero que esta viagem do Papa a Luxemburgo e à Bélgica seja como uma centelha que acenda uma luz maior. Uma centelha que ajude a trazer à tona todo o potencial para o bem que está presente na Igreja e na sociedade, uma luz que infunda coragem naqueles que parecem estar resignados à decadência. Espero e desejo que a visita do Papa seja uma oportunidade para uma reflexão profunda sobre a Europa e sobre o modo de ser Igreja na Europa de hoje. Espero que seja um momento em que crentes e não crentes tenham a oportunidade de ouvir a palavra do Sucessor de São Pedro e comparar seu modo de ser e agir no mundo com a proposta que vem do Evangelho.
Fonte: Vatican News
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Bispos de Moçambique: “do Papa Francisco mensagem de esperança e proximidade”
Os Bispos da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM), em visita “ad Limina Apostolorum” de 23 a 27 de setembro deste ano, foram recebidos em audiência nesta terça-feira, 24, pelo Papa Francisco, num encontro que Dom Inácio descreveu como muito cordial e fraterno, e de muita proximidade.
P. Bernardo Suate – Cidade do Vaticano
“Nós reiteramos o pedido ao Santo Padre, que também é o pedido do povo moçambicano, para que continue a rezar pela paz no nosso País”, disse em entrevista à Rádio Vaticano – Vatican News, o arcebispo de Nampula (norte de Moçambique) Dom Inácio Saúre, Presidente da Conferência dos Bispos de Moçambique, recebidos nesta quinta-feira em audiência no Vaticano.
Visita “ad Limina” sinal de comunhão com a Igreja
A visita “ad Limina” é a visita às portas dos Apóstolos, um encontro com o Sucessor de Pedro e, portanto, um encontro que manifesta a nossa comunhão com toda a Igreja católica, e também comunhão do Santo Padre com a Igreja de Moçambique”, explicou o arcebispo, que também recordou a memorável visita do Pontífice a Moçambique em 2019: “O encontro decorreu, na verdade, num clima muito bom, muito fraterno, mesmo de sinodalidade, e o Santo Padre, na sua espontaneidade, também preferiu que os Bispos interviessem diretamente”, observou Dom Inácio Saúre.
Desafio da formação dos sacerdotes
Um dos desafios que o episcopado moçambicano partilhou com o Papa Francisco foi a formação dos sacerdotes, prosseguiu Dom Inácio, sublinhando que em Moçambique existem muitas vocações ao sacerdócio e à vida consagrada, “mas ao mesmo tempo também nos deparamos com dificuldades financeiras para a construção do Seminário, para o acolhimento destes jovens de boa vontade”. O Papa Francisco foi muito atencioso a esta preocupação, enfatizou o arcebispo que também ressaltou a urgência de se concluir a construção do segundo Seminário filosófico, na arquidiocese de Nampula.
Do Papa mensagem de esperança e proximidade
Para o presidente da CEM, a grande mensagem que o Sucessor de Pedro deu à Igreja e ao povo moçambicano foi uma mensagem de esperança, pois para além da formação dos sacerdotes nos Seminários, os Bispos falaram da problemática da guerra no País, reiterando o seu pedido ao Santo Padre, que é também o pedido do povo moçambicano, para que continue a rezar pela paz no País. “O Papa Francisco mostrou muita proximidade e muita atenção, mostrando que de facto está a seguir a situação, e que nos acompanha: ele deu-nos esta mensagem de esperança e de que podemos contar com a Igreja”, concluiu Dom Inácio Saúre.
Texto integral da entrevista:
Os Bispos da Conferência Episcopal de Moçambique, no âmbito da sua visita “ad Limina apostolorum” foram hoje recebidos em audiência pelo Papa Francisco: pode contar-nos como decorreu o encontro?
Nós fomos recebidos esta manhã pelo Santo Padre. O encontro decorreu num ambiente muito bom, muito fraterno, mesmo de sinodalidade. O Santo Padre na sua espontaneidade também preferiu que os Bispos interviessem diretamente logo, sem a apresentação de discursos oficiais da parte da Conferência Episcopal e nem da sua parte. Então ele, logo nos deu a palavra depois das boas-vindas e começámos a falar.
Houve algum ponto que o tocou pessoalmente, de uma maneira particular?
Naturalmente sim, por exemplo, nós apresentamos o grande desfaio da formação dos sacerdotes. Graças a Deus em Moçambique temos muitas vocações, mas ao mesmo temo tempo também nos deparamos com dificuldades financeiras para a construção do Seminário, para o acolhimento destes jovens de boa vontade, e o Santo Padre foi muito atencioso a esta preocupação e deu-nos esperanças de podermos ter a possibilidade de continuar com este projecto, por exemplo para a conclusão do Seminário de Nampula. Nós neste momento temos três Seminários diocesanos: um de Teologia, em Maputo; e dois de Filosofia: um está na Matola (na arquidiocese de Maputo) e o outro está em Nampula, e é este este de Nampula que ainda está por concluir, e ainda há muito trabalho por fazer.
Trata-se de visita “ad Limina apostolorum”: o que significa, em poucas palavras?
Uma visita “ad Limina” significa vista às portas dos Apóstolos, é mesmo esse encontro com o Sucessor de Pedro e, portanto, um encontro que manifesta a nossa comunhão com toda a Igreja católica do mundo inteiro, e comunhão também do Santo Padre com a Igreja de Moçambique. O Santo Padre também visitou Moçambique recentemente em 2019 e, portanto, é um encontro importante.
O Sucessor de Pedro que mensagem deu aos senhores Bispos e à Igreja em Moçambique, para poderem seguir em frente?
A grande mensagem que o Santo Padre, enquanto Sucessor de Pedro, deu à Igreja em Moçambique é uma mensagem de esperança: porque para além da questão da formação dos sacerdotes nos Seminários, também falámos da problemática da guerra em Moçambique. E nós reiteramos o pedido ao Santo Padre, que também é o pedido do povo moçambicano, para que continue a rezar pela paz no nosso País, e ele mostrou muita proximidade e muita atenção, e que de facto está a seguir, e que nos acompanha. Então, deu-nos esta mensagem de esperança e de que podemos contar com a Igreja.
Fonte: Vatican News
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Sínodo: por um governo da Igreja mais colaborativo, mais equipa
A poucos dias do início da segunda sessão do Sínodo, a jornalista Sónia Neves, diretora do jornal “Correio de Coimbra”, assinala a importância de decidir em comunidade exercitando a escuta e o discernimento.
Rui Saraiva – Portugal
Já são poucos os dias que nos separam do início da segunda sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos bispos que trata o tema “Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão, missão”.
O processo iniciado em 2021 decorrerá proximamente, de 2 a 27 de outubro, mas os dias 30 de setembro e 1 de outubro serão lugar de retiro. Destaque muito especial para a celebração penitencial de dia 1 na qual vão ser escutados testemunhos de pessoas que sofreram o pecado dos abusos, da guerra e da indiferença.
Para já, existe uma certeza: o processo não terminará em 2024. O texto do Instrumentum Laboris (instrumento de trabalho) desta sessão assinala que este processo sinodal “não terminará no final de outubro de 2024”, pois as sessões destes dois anos, 2023 e 2024 “fazem parte de um processo mais amplo”.
“Estamos ainda a aprender como ser Igreja sinodal missionária, mas é uma missão que experienciáamos poder empreender com alegria”, diz o texto.
O documento destaca especialmente a importância da metodologia sinodal da Conversação no Espírito, no caminho percorrido até ao momento.
Por tudo isto e após 3 anos de caminho que uniu as dioceses de todo o mundo, com conclusões de diagnóstico muito semelhantes, é grande a expectativa para os dias que a Igreja se propõe percorrer no próximo mês de outubro.
Igreja mais aberta ao diálogo
Fomos ouvir a opinião da jornalista Sónia Neves, a nova diretora do jornal “Correio de Coimbra”, o semanário daquela diocese.
P: Quais as suas expectativas para esta sessão do Sínodo?
R: “Esta sessão do Sínodo dos Bispos pode levar a uma reflexão mais profunda sobre a forma como a Igreja se pode tornar mais inclusiva, participativa e aberta ao diálogo. O foco é ouvir as diferentes vozes dentro da Igreja, incluindo os leigos, as mulheres e as comunidades marginalizadas, as periferias. Acredito que possa ser debatido o papel da mulher em papéis de liderança na Igreja, a atenção a novas formas de evangelizar e uma maior escuta dos desafios contemporâneos, por exemplo a justiça social e o meio ambiente.”
“O Papa Francisco tem reforçado a importância de uma ‘Igreja em saída’, comprometida com a missão pastoral de estar próxima das pessoas. Essa expectativa se alinha com o desejo de que o Sínodo seja um espaço de discernimento e escuta, e que assim se passe a experimentar o valor de viver em comunidade, de decidir em comunidade e de caminhar na fé em comunidade.”
Rede Sinodal pode ser ponte com paróquias e dioceses
P: Sendo que já se sabe que o Sínodo ainda vai continuar com as comissões que foram criadas, genericamente, o que prevê como conclusões e que papel pode ter a Rede Sinodal em Portugal no pós-Sínodo?
R: “As conclusões do Sínodo ainda estão em aberto, há que dar espaço para o discernimento de todos os que lá vão estar e ao Espírito Santo que, acredito, vai agir. Posso dizer que gostava de ver um governo da Igreja diferente, mais colaborativo, mais equipa, e onde as responsabilidades fossem divididas; vejo mais sensibilidade nos diferentes contextos, sejam familiares, culturais, sociais; é de reforçar a valorização do papel da mulher na Igreja e que os leigos possam assumir papéis de liderança, num caminho onde possa haver ajuda mútua.”
“Em relação à Rede Sinodal gostava de a ver mais ativa e a ser usada por todos para os fins a que se comprometeu: sensibilizar para os assuntos sinodais, ser um espaço de escuta e diálogo. Mas também olho para a Rede como espaço de esclarecimento, através de outras iniciativas que possam surgir.”
“Assim, posso partilhar a ideia da Rede Sinodal em Portugal como uma ponte entre as conclusões do Sínodo e a sua implementação concreta, garantindo que o espírito sinodal não termine com a reunião, mas continue a ser vivido nas paróquias, nos e nas dioceses do país.”
Sónia Neves iniciou as suas funções como diretora do Correio de Coimbra neste mês de setembro. Como referia nesta curta entrevista, a Rede Sinodal em Portugal pode vir a ser uma ponte entre as conclusões do Sínodo e a sua implementação no concreto dos tempos que se seguirão.
O site redesinodal.pt tem como missão abrir um espaço de informação sobre o Sínodo, apresentando num mesmo lugar o entusiasmo de quem está em movimento fazendo caminho juntos, na pluralidade e diversidade, promovendo o método sinodal em diálogo com o mundo.
Esta plataforma foi anunciada a todos os bispos e dioceses de Portugal e respetivas comissões sinodais, colocando-se ao seu serviço. Publicou em março de 2024 uma síntese sobre o pulsar do Sínodo em Portugal e promoveu cinco encontros presenciais em cinco diferentes dioceses: Aveiro, Coimbra, Porto, Guarda e Lisboa.
Recordemos que este projeto nasceu inspirado pelo livro coletivo “Não temos medo”, que publicou reflexões de várias personalidades portuguesas sobre a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 e o caminho sinodal.
E a segunda sessão do Sínodo está quase a chegar e na sua organização há grande atenção para os momentos de oração e espiritualidade. Destacamos aqui algumas atividades especiais:
- a 11 de outubro, na data dos 62 anos da abertura do Concílio Vaticano II, será organizada pela Comunidade de Taizé, uma vigília ecuménica;
- nos dias 9 e 16 de outubro haverá fóruns teológico-pastorais sobre temas como o papel da autoridade do bispo numa Igreja sinodal e a relação entre igreja-local e igreja-universal;
- a 21 de outubro será de novo tempo para retiro espiritual implorando ao Senhor os seus dons para a elaboração do documento final do Sínodo.
Laudetur Iesus Christus
Fonte: Vatican News
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Dom Ildo Fortes - Conclusão da visita jubilar aos Estados Unidos
O Bispo de Mindelo já regressou dos Estados Unidos da América, onde foi presidir a conclusão das actividades Jubilares da Diáspora Cabo-verdiana, nas Américas. Agora, já está a caminho de Roma para participar no etapa final do Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade que decorrerá no Vaticano ao longo do mês de outubro.
Rádio Nova de Maria - Cabo Verde
De 1º a 7 de setembro de 2024, Dom ldo Fortes visitou várias comunidades caboverdianas em Boston, Brockton, Pataket e outros Estados da América. Celebrou com elas, ascultou-as, vivenciou a fé e dedicação dos mesmos. Manteve ainda encontros com autoridades religiosas e civis. A peregrinação ao Santuário da Virgem de Fátima marcou essa visita. O prelado de Mindelo também proferiu uma Conferência sobre “Gratidão e a esperança do cabo-verdiano na diáspora” que decorreu na Igreja de Santa Edith Stein, em Brockton.
De regresso ao país partilhou essa experiência com a Rádio Maria.
Comunhão e unidade, grande desafio das comunidades nos Estados Unidos, refere o Bispo de Mindelo.
O Jubileu da Diáspora Cabo-verdiana das Américas insere-se no conjunto dos jubileus temáticos, particularmente para a diáspora cabo-verdiana que contempla em 2024 esse continente. Em 2025 será a vez da Europa e em 2026 a celebração está marcada para o continente Africano.
Dom Ildo Fortes viajou esta terça feira, 24 de setembro para a Itália onde irá participar na segunda e última fase do Sínodo.
Antes de viajar fez um veemente apelo à oração por todos os participantes no Sínodo.
Fonte: Vatican News
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Zuppi: guerras “insolúveis” no Oriente Médio e na Ucrânia. Não a nacionalismos europeus
O cardeal presidente da CEI analisa, na introdução aos trabalhos da sessão de outono do Conselho Episcopal Permanente, as urgências internacionais e italianas. Apelo aos cidadãos europeus para que “recuperem a posse da história e da cultura que fizeram a grandeza das terras européias”. O sonho de um novo “Camaldoli para a Europa”. Em relação aos migrantes, o apelo é para que se apressem em defender seus direitos. Proximidade com as comunidades atingidas pelo mau tempo na Emilia Romagna e Marcas
Vatican News
Uma oração “por todos aqueles que estão angustiados” por causa das violentas enchentes nas regiões Emilia Romagna e Marcas, “para que possam continuar a olhar para o amanhã com confiança, mesmo quando tudo parece, mais uma vez, perdido”, foi o centro do discurso do cardeal Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana, em sua introdução ao trabalho da sessão de outono do Conselho Episcopal Permanente. O cardeal lançou um apelo às instituições: “Juntamente com os nossos agradecimentos às Forças Policiais, ao Corpo de Bombeiros, à Proteção Civil e aos voluntários envolvidos no resgate da população, pedimos às instituições que intervenham, pronta e eficazmente, para apoiar as famílias e o território que mais uma vez demonstrou toda a sua fragilidade: que as acusações mútuas e as proclamações deem lugar a medidas adequadas, escolhas com visão de futuro e ações concretas”.
Apelo à paz
O cardeal também fez um apelo em prol da paz na Europa: “Somos chamados a olhar juntos para o futuro. Esse é o valor desses nossos encontros, um exercício de responsabilidade que, pessoalmente, sinto ser um lugar decisivo para uma discussão fraterna, ponderada e colegiada. Para muitos, quando confrontados com o futuro, abaixam o olhar, porque se apresentam situações difíceis, aliás, inextricáveis, incluindo todas as guerras, como na Ucrânia e na Terra Santa, das quais carregamos em nossos corações o drama e o gemido da nova criação que somente a paz pode permitir”.
Um novo “Camaldoli”
O desejo de Zuppi é que a Europa permaneça fiel à sua vocação para o diálogo e a paz: “A política faz - aliás, deve fazer - seus próprios caminhos. Mas, em nossa perspectiva de crentes, os cidadãos europeus precisam hoje, mais do que nunca, recuperar a posse da história e da cultura que fizeram a grandeza das terras europeias”. Para o cardeal, é necessário “manter o olhar em alguns dados importantes que preocupam o nosso continente hoje: o envelhecimento da população, a pobreza, o fenômeno da migração, o secularismo e o individualismo”. E “ao tempo em que se enfrentam problemas contingentes”, o presidente da Conferência Episcopal Italiana expressa seu desejo pessoal: “Gostaria que fosse aberta uma discussão mais ampla: um ‘Camaldoli para a Europa’ para falar sobre democracia e Europa”.
Uma Europa sob o signo da “Fratelli tutti”
De acordo com o cardeal, um evento como aquele que, há mais de oitenta anos, nos tempos sombrios da Segunda Guerra Mundial, reuniu cinquenta intelectuais católicos, leigos e religiosos, no mosteiro beneditino da Toscana, também poderia ser “uma oportunidade para refletir sobre a contribuição que pode vir hoje dos católicos in primis bem como dos cristãos de todas as confissões, dos fiéis das diferentes comunidades religiosas presentes na Europa de hoje, dos humanistas que têm no coração a cultura do nosso continente, para o desenvolvimento de uma consciência comum, que amplie os limites dos corações e das mentes e não ceda ao niilismo da pessoa e aos nacionalismos egoístas”. Uma Europa - sublinha Zuppi - sob o signo da Fratelli tutti, coesa e solidária internamente e aberta ao mundo”.
Agir sem mais tardar pelos direitos dos migrantes
Nesse sentido, o arcebispo de Bolonha pediu uma “ação rápida” para assegurar os direitos dos migrantes: “Nesses mares e desertos mortais, os migrantes de hoje não deveriam estar. Isso é conseguido com a expansão de rotas de acesso seguras e regulares para os migrantes, facilitando o refúgio para aqueles que fogem de guerras, violência, perseguição e muitas calamidades”. Devemos unir, insistiu o cardeal, “forças para combater o tráfico de seres humanos, para deter os traficantes criminosos que exploram impiedosamente a miséria dos outros. Também na perspectiva da necessária integração, acrescentamos que devemos agir rapidamente - foi o apelo de Zuppi - e tomar as medidas apropriadas que garantam direitos e exijam deveres para que a Itália possa crescer também com a contribuição daqueles que vêm justamente para encontrar um futuro”.
Violência juvenil desconcertante
Das questões internacionais, o cardeal voltou o olhar, em seu longo discurso, para os problemas da Itália. Portanto, para os episódios de violência juvenil, pelos quais expressou sua “consternação”: “'Não ignoramos o sofrimento de um mundo de solidão e de vínculos frágeis. Isso suscita um clima de violência, alimentado também pela guerra e sua perigosa reabilitação. Certos episódios nos desconcertam, nos questionam e nos pedem para ajudar nossas famílias, pois a Igreja é uma família, atenta à fragilidade, uma mãe próxima aos muitos sofrimentos, evidentes ou escondidos nas dobras da alma”. “O mundo”, analisou Zuppi, ”atualmente parece estar sem pontos de referência estáveis, prisioneiro de uma cultura que reduz tudo ao sucesso da própria vida e dos próprios negócios, à realização individual, na lógica do desempenho exigente e frágil. A consequência é uma multidão de homens e mulheres em uma corrida frenética para satisfazer desejos e aproveitar oportunidades de prazeres ilusórios, para “consumir” a vida, satisfazendo emoções. Nossas comunidades são e podem ser ainda mais uma rede de solidariedade que nos torna fortes porque é real e não virtual, atenta aos outros e não voltada para si mesma”.
Urgência educacional
O presidente dos bispos italianos falou da urgência da educação: ''Algumas notícias recentes, que tiveram os jovens como protagonistas, reacenderam os holofotes sobre a questão da educação, um tema que sempre esteve próximo do coração da Igreja na Itália, ao qual, ademias, foi dedicada uma década (2010-2020) de reflexão e compromisso. Acreditamos que seja apropriado falar de urgência porque, como vimos, estamos falando da relação com a vida, com os sentimentos, com o amor, com o futuro... E é uma urgência que desafia a todos, sem excluir ninguém: a família, a escola, as agregações, a paróquia, a comunidade, os movimentos e as associações. Sobretudo, os adultos chamados a um maior senso de responsabilidade”.
Paridade escolar
Por fim, um agradecimento especial e um forte encorajamento do cardeal Zuppi “às mais de 7.500 escolas católicas e às centenas de milhares de famílias que enfrentam grandes sacrifícios para matricular seus filhos nelas, com a esperança de que o dia em que a paridade escolar será totalmente implementada está próximo”.
Fonte: Vatican News
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Guardião dos franciscanos em Beirute: as pessoas estão com medo, acolhemos quem foge
O testemunho do padre Jihad Kraiem, vindo do país onde os ataques israelenses contra o Hezbollah se intensificam: “As bombas não caíram nos nossos bairros predominantemente cristãos. Por enquanto seguros, mas não sabemos o que irá acontecer”. Famílias xiitas acolhidas no mosteiro de Gemmayzeh: “São necessários alimentos e cobertores. Distribuímos o que tínhamos."
Roberto Cetera - Cidade do Vaticano
“Em Beirute a situação é caótica, especialmente as pessoas da área xiita estão fugindo para as áreas cristãs. As bombas não caíram perto de nós, mas se ouvia bem. E as pessoas estão com medo, muito medo."
É ofegante a voz do padre Jihad Kraiem, guardião dos franciscanos em Beirute, onde a tensão é alta após a onda de ataques israelenses contra o Hezbollah no País dos Cedros. Os ataques das últimas horas mataram mais de 550 pessoas, incluindo cinquenta crianças, segundo informou o Ministério da Saúde libanês, bem como dois funcionários do ACNUR.
Os bombardeamentos provocaram a fuga de famílias xiitas: “Os bombardeamentos ainda não chegaram aos nossos bairros, pelo menos por enquanto estão seguros. Não sabemos se ainda o serão...", diz o padre Jihad aos meios de comunicação do Vaticano. "Como hospedamos famílias xiitas, elas poderiam vir até nós. As pessoas têm medo disso."
"Hospedamos o maior número possível"
O mosteiro franciscano de Gemmayzeh acolheu e continua a acolher refugiados neste momento: “Acolhemos muitas pessoas, especialmente crianças, mulheres e até os seus maridos, não podemos dizer-lhes não... Acolhemos tantos quantos podemos. Temos que dar comida, cobertores, colchões para essas pessoas, mas faltam muitas coisas. O que tínhamos, distribuímos. Também estamos procurando ver em outros centros, não apenas no nosso, o que eles precisam para que possamos ajudá-los”. Acima de tudo, tendo em vista o inverno, são necessários cobertores: “Especialmente nos lugares onde faz mais frio”, afirma o franciscano. “E depois precisamos de comida, leite para as crianças…”.
.Em busca de alimentos e necessidades básicas
Nessas horas é difícil encontrar bens de primeira necessidade: “Não sabemos para onde ir, todo mundo corre para comprar, fica difícil encontrar as coisas necessárias, estamos tentando comprar um pouco aqui e um pouco ali, está faltando muita coisa."
“Nosso convento – acrescenta o padre Jihad Kraiem – é um lugar seguro por enquanto. Eles ainda não estão bombardeando áreas cristãs, nossa área tem uma maioria cristã e não achamos que será bombardeada, pelo menos considerando o que está acontecendo agora”. Porém, o futuro é incerto e muda de hora em hora: “Não sabemos o que irá acontecer...”.
Fonte: Vatican News
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CEAST - II Assembleia vai analisar vida da Igreja e da sociedade
Arrancou nesta terça feira (24/9), em Luanda, a II Assembleia Plenária anual dos Bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST). De 24 a 28 de Setembro os Bispos angolanos e de São Tomé vão analisar a vida da igreja e a vida social nos dois países, e eleger a nova direcção da Conferência.
Anastácio Sasembele - Luanda
Como colégio episcopal, os Bispos da CEAST pretendem, durante estes dias de trabalho, rezar e reflectir sobre a realidade das comunidades eclesiais e sobre a missão profética na sociedade.
Nesta Assembleia Plenária os Bispos farão abertura oficial do novo triênio 2024/2027, dedicado aos Ministros Ordenados e à Vida Consagrada; serão apresentados os relatórios das comissões episcopais e da secretaria-geral da CEAST, em fim de mandatos; haverá a eleição dos órgãos que compõem a estrutura orgânica da CEAST e que conduzirão a Conferência Episcopal nos próximos três anos.
Conforme a decisão da última assembleia plenária da CEAST, em Malanje, o próximo triénio 2024/2027 será dedicado aos ministros ordenados e à vida consagrada.
Durante o discurso de abertura da Assembleia, o presidente da CEAST Dom José Manuel Imbamba manifestou preocupação com a tendência actual da banalização da vida sacra, e não poucas vezes, protagonizada por religiosos.
Do ponto de vista social, o também arcebispo de Saurimo reiterou as preocupações manifestadas na I Assembleia Plenária deste ano, em Malanje.
“O ambiente social permanece sombrio, com elevados índices de ansiedade, nervosismo, inquietação, incerteza, perplexidade, descrédito e desilusão”, frisou o prelado.
Dom Imbamba aproveitou a ocasião para lançar um apelo aos políticos e governantes angolanos.
Por fim, Dom José Manuel Imbamba, presidente da CEAST, em fim de mandato, agradeceu o apoio que lhe foi prestado durante os três anos a frente dos destinos da Conferência.
Fonte: Vatican News
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Papa iniciou viagem ao Luxemburgo e Bélgica
46ª visita apostólica aborda questões ligadas ao futuro da Europa
O Papa iniciou hoje a sua 46ª viagem internacional, ao Luxemburgo e Bélgica, que vai decorrer até domingo.
O programa da viagem prevê sete intervenções, durante quatro dias, encerrando-se em Bruxelas com uma Missa para dezenas de milhares de pessoas, com a beatificação da religiosa carmelita Ana de Jesus; a visita assinala ainda o 600.º aniversário do nascimento da Universidade de Lovaina, na Bélgica.
A visita começa no Luxemburgo, pelas 10h00 locais (menos uma em Lisboa); meia hora depois, Francisco segue até ao Palácio Grão-Ducal, para uma visita de cortesia ao grão-duque Henrique e ao primeiro-ministro do Luxemburgo.
O primeiro discurso acontece às 11h50, no centro de congressos Cercle Cité, perante autoridades políticas e representantes da sociedade civil; o Papa segue depois, em carro aberto, até à sede da Arquidiocese.
A agenda de quinta-feira encerra-se na Catedral de Notre Dame, às 16h30, para um encontro com a comunidade católica, antes da despedida e da partida para Bruxelas.
A estadia na capital belga inclui uma passagem pela residência oficial da família real belga e o tradicional encontro com autoridades políticas e representantes da sociedade civil, no Castelo Real de Laeken (10h00, menos uma em Lisboa); pelas 16h00, o Papa visita a Universidade Católica de Lovaina, a cerca de 26 quilómetros de Bruxelas, para um encontro com docentes e jovens refugiados, acolhidos num centro de acolhimento.
Às 17h30, Francisco visita a praça do Mercado de Lovaina, em carro aberto, para saudar cerca de 20 mil pessoas.
No dia 28 de setembro, sábado, o Papa desloca-se à Basílica do Coração de Jesus em Koekelberg, a 10 quilómetros de Bruxelas, a quinta maior igreja do mundo, para um encontro com membros do clero, de institutos religiosos e agentes pastorais, no qual vai intervir um representante do centro de acolhimento para vítimas de abusos.
Às 16h00, Francisco regressa a Lovaina, onde se vai encontrar com os estudantes da Universidade Católica, na Aula Magna; após o encontro, o Papa visita o Colégio de São Miguel, para um encontro privado com os membros da Companhia de Jesus (Jesuítas).
A viagem encerra-se no domingo, pelas 09h00 locais, com a Missa de beatificação de Ana de Jesus, no Estádio Rei Balduíno, onde se esperam cerca de 35 mil pessoas.
Desde a sua eleição, em 2013, o atual pontífice fez 45 viagens internacionais, tendo visitado 65 países, incluindo Portugal (2017 e 2023).
O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, falou aos jornalistas de uma “viagem ao coração da Europa” que vai abordar os temas da paz, migrações, cultura e alterações climáticas.
Questionado sobre um eventual encontro do Papa com vítimas de abusos, anunciado pela Igreja Católica na Bélgica, o diretor da sala de imprensa da Santa Sé admitiu a possibilidade, mas sem a confirmar.
“O Papa está consciente das dificuldades, dos dramas, do sofrimento na Bélgica”, adiantou.
Fonte: Agência Ecclesia
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Paquistanesa cristã é condenada à morte por blasfêmia contra Maomé no WhatsApp
Por Andrés Henríquez
Uma cristã mãe de quatro filhos foi condenada à morte por um juiz de Islamabad, capital do Paquistão, por divulgar mensagens blasfemas por WhatsApp. Ela também deverá pagar uma multa de 300 mil rúpias paquistanesas (mais de R$ 5, 9 mil).
Shagufta Kiran, ex-enfermeira de 40 anos, foi condenada em 18 de setembro. Ela foi presa em 2021, junto com o marido e o filho, posteriormente libertados, acusada de divulgar mensagens blasfemas em 2020. Seu advogado, segundo a fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), disse que vai recorrer da decisão.
“Kiran não foi a autora desse conteúdo e simplesmente o encaminhou para um chat sem lê-lo”, diz sua defesa, conforme noticiado pela agência Fides, serviço noticioso das Pontifícias Obras Missionárias. “A pessoa que escreveu a mensagem incriminatória está livre; por outro lado, foi condenada quem simplesmente comentou sem aprovar o conteúdo. Acreditamos que Shagufta foi acusada porque é cristã: ela é um alvo fácil e vulnerável”, disse seu advogado, Rana Abdul Hameed.
A condenação contra Kiran baseia-se na secção 295-C do Código Penal do Paquistão, que impõe a pena de morte por insultar o profeta Maomé. Ela será mantida na Prisão Central de Adyalaa, em Rawalpindi, até que sua sentença seja cumprida.
Hameed disse também que o Paquistão monitora de perto o possível crime de blasfêmia na Internet e nas redes sociais, considerado pelas organizações islâmicas “uma ameaça crescente que deve ser punida com a maior severidade”. Uma unidade especializada da Polícia Federal do país monitora e reporta aos órgãos de segurança publicações que possam atacar o islã.
“Estamos profundamente decepcionados. No caso de Shagufta, a justiça não foi feita. Ela levará seu caso ao Tribunal Superior. A sentença é cruel”, disse à ACN o diretor executivo da Comissão Nacional (Católica) de Justiça e Paz (NCJP, na sigla em inglês), Naeem Yousaf.
“Em um nível mais amplo, o Estado deve combater a crescente radicalização que causa tais incidentes”, disse o diretor do NCJP. “Todos os nossos amigos e apoiadores a rezarem por Shagufta e sua família”.
Fonte: ACIDigital
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Cristãos são pressionados a se conformar à lei islâmica no Iêmen
Por ACI MENA
Os cristãos no sudoeste da Arábia, e especificamente em Áden, cidade portuária no Iêmen, têm uma história profundamente enraizada que remonta ao século IV d.C. Apesar da perseguição ao longo dos séculos, a fé cristã continuou a florescer e se expandir, tornando-se a religião mais difundida em Áden antes do surgimento do islamismo. Desde a ascensão do pensamento religioso extremista, a minoria cristã passa por dificuldades na região.
Badr, católica iemenita nascida na década de 1980 que vive em Áden, falou recentemente sobre a situação dos cristãos na região à ACI Mena, agência em árabe da EWTN News.
Querendo permanecer anônima, ela disse: “Eu não percebi que nós, como cristãos, éramos uma minoria até chegar à escola secundária. Lá, passei por duros desafios relacionados à minha fé e à perda de nossos direitos”.
Ela também disse: “Embora algumas igrejas pequenas tenham se tornado nacionalizadas na década de 1970, os cristãos mantiveram o direito à educação nas escolas e ao emprego em cargos governamentais antes de 1994. As mulheres desfrutavam da liberdade de se vestir [como quisessem] e, no nível religioso, tínhamos permissão para rezar dentro de igrejas que eram isentas de impostos, como as mesquitas. O Estado também deu vistos e status de residência para padres estrangeiros. Ninguém nos pressionava a mudar de religião”.
No entanto, Badr disse que tudo isso mudou quando a Irmandade Muçulmana chegou ao poder. A Irmandade Muçulmana foi fundada nos anos 1920 no Egito.
“Fomos forçadas a usar o hijab”, disse ela à ACI Mena. “O governo nos proibiu oficialmente de celebrar a missa da meia-noite no Natal e na véspera de Ano Novo. Os cristãos aceitaram a situação e não levantaram suas vozes. Alguns migraram, outros mudaram de religião, temendo perder suas casas e empregos. Muitos praticavam sua fé a portas fechadas numa época em que a Igreja não apoiava os jovens nem trabalhava para fortalecer as famílias”.
Ela continuou: “Depois de 1994, as autoridades tentaram fazer do Iêmen um Estado islâmico. Eles apagaram nossa identidade como cristãos e se recusaram a escrever 'cristão' em documentos. Os cristãos tinham que escrever 'muçulmano' ou deixar um espaço em branco. Eles nos acusaram de ser 'remanescentes do colonialismo britânico' e disseram que 'os EUA nos financiam'. Os professores me pressionaram a mudar de religião e me forçaram a ler o Alcorão diariamente. Quando eu tirava nota máxima em educação islâmica, eles reduziam minhas notas, porque me diziam 'um cristão não pode ser igual a um muçulmano'.”
Badr disse que o período mais crítico para os cristãos em Áden começou com o início da guerra de 2015 e o subsequente fechamento de igrejas.
“Depois de sermos proibidas de rezar, começamos a rezar secretamente no convento das freiras”, disse ela. “Infelizmente, todas as freiras foram mortas posteriormente. O padre foi sequestrado. As igrejas foram roubadas e algumas foram vandalizadas”.
“Em 2018, as autoridades se recusaram a renovar nossos passaportes, a menos que escrevêssemos a palavra 'Islã' na seção de religião do formulário de inscrição, pois nos disseram: 'Não há cristãos no Iêmen' ”.
Badr disse que houve uma melhora na situação dos cristãos: eles foram reconhecidos novamente como cidadãos. Ela pediu que a Igreja buscasse restaurar sua presença em Áden, enviasse padres para lá e reabrisse as igrejas que permanecem fechadas até hoje.
Fonte: ACIDigital
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Do dia 24/9/2024
Ordenação e Posse de dom Itacir Brassiani é no próximo domingo, em Santa Cruz do Sul
Nomeado para Santa Cruz do Sul pelo Papa Francisco no dia 19 de junho, monsenhor Itacir Brassiani será ordenado bispo e tomará posse da nova diocese no próximo domingo, 29 de setembro, às 15h, na Catedral São Joao Batista.
A Celebração Eucarística de Ordenação Episcopal e Posse Canônica do 5º bispo diocesano de Santa Cruz do Sul será presidida por dom Leomar Brustolin, Arcebispo de Santa Maria e Presidente do Regional Sul 3, e terá como co-ordenantes: dom Aloísio Alberto Dilli, bispo emérito de Santa Cruz do Sul, e dom Guilherme Antônio Werlang, bispo da Diocese de Lages (SC).
A Missa será transmitida ao vivo pelo Facebook e YouTube da Diocese de Santa Cruz do Sul e pelo Facebook do Regional Sul 3.
Biografia
Monsenhor Itacir Brassiani, M.S.F., nasceu em 28 de dezembro de 1959 em Soledade, Diocese de Cruz Alta, no Estado do Rio Grande do Sul. Concluiu os estudosde Filosofia na Universidade de Passo Fundo-RS, os de Teologia no Instituto Missioneiro de Teologia de Santo Ângelo-RS e obteve a licenciatura em Teologia Sistemática pela Faculdade Jesuíta-FAJE, em Belo Horizonte-MG. Em 29 de janeiro de 1984 emitiu a profissão religiosa na Congregação dos Missionários da Sagrada Família e em 21 de fevereiro de 1987 recebeu a ordenação sacerdotal.
Exerceu os seguintes cargos: vigário paroquial e depois pároco da Sagrada Família em Santo Ângelo-RS; pároco de Santo Antônio em Santo Ângelo-RS; vigário paroquial de São Sebastião da Boa Vista em Contagem-MG; membro da Pastoral de Rua de Belo Horizonte-MG; professor do Instituto Missioneiro de Teologia de Santo Ângelo-RS; formador dos estudantes e membro da Comissão de Formação dos Missionários da Sagrada Família; superior local e administrador da Escola Apostólica Sagrada Família em Santo Ângelo-RS; membro e tesoureiro da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB); visitador provincial; conselheiro e depois superior provincial da Província do Brasil Meridional; vigário geral junto ao Conselho Geral de Roma.
Desde 2021 atuava como superior provincial para a América Latina dos Missionários da Sagrada Família, com sede em Passo Fundo-RS.
Lema Episcopal
O lema episcopal escolhido pelo Monsenhor Itacir Brassiani para seu ministério é “Guiados pelo Evangelho da Cruz” (Cf. 1Cor 1,17-25). Ele explica que “a vida cristã nasce da resposta ao Evangelho de Jesus Cristo, o Missionário enviado pelo Pai para a salvação do mundo, e no Evangelho se sustenta. O mesmo Espírito que dinamizou a Encarnação do Verbo eterno em seu seio de Maria no ventre da História esteve presente no calvário, na cruz na qual pendeu e clamou Jesus. Em Belém, a Palavra eterna fez-se pequena, tão pequena que cabe numa manjedoura; fez-se criança, e, desde então, a Palavra não possui somente uma voz; mas também um rosto. Na Cruz, o Verbo emudece,
torna-se silêncio de morte, porque se disse até calar, nada retendo do que nos devia comunicar (BentoXVI). Na Cruz de Jesus, Deus desce à mais profunda humilhação humana. Assume nossas fragilidades, abraça e eleva a criatura humana e todas as demais criaturas, começando pelas mais vulneráveis e desprezadas. Por isso, a Cruz de Jesus, mesmo parecendo loucura para quem busca apenas o saber pragmático e escândalo para quem busca poder prepotente, é Evangelho da Vida e da Esperança, Sabedoria e força de Deus. Nossa Glória é a Cruz!”.
Fonte: CNBB Sul 3
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Tema para o próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais buscará “purificar a comunicação da agressão”
O tema escolhido para 2025, inspirado em 1 Pd 3,15-16, chama a atenção para o fato de que hoje a comunicação é muitas vezes violenta, visando atacar e não estabelecer as condições para o diálogo. É, então, necessário desarmar a comunicação, purificá-la da agressão.
Vatican News
“Partilhai com mansidão a esperança que está nos vossos corações” (cf. 1 Pd 3, 15-16) é o tema do próximo Dia Mundial das Comunicações Socia, como divulgado nesta terça-feira, 24 de setembro, pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
Tema que chama a atenção para o fato de que hoje a comunicação é muitas vezes violenta, visando atacar e não estabelecer as condições para o diálogo. É, então, necessário desarmar a comunicação, purificá-la da agressão.
Dos talk shows televisivos às guerras verbais nas redes sociais, o paradigma que corre o risco de prevalecer é o da competição, da oposição e do desejo de dominar.
“Para nós, cristãos – chama a atenção o comunicado – a esperança é uma pessoa e é Cristo. E está sempre ligada a um projeto comunitário; quando falamos de esperança cristã não podemos ignorar uma comunidade que vive a mensagem de Jesus de forma credível, ao ponto de dar um vislumbre da esperança que ela traz consigo, e é capaz de comunicar ainda hoje a esperança de Cristo com as obras e as palavras.” - Fonte: CNBB
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Projeto Cuidar da Vida forma 159 multiplicadores de todo o Brasil para prevenção ao suicídio entre os jovens
Entre os meses de junho e setembro deste ano, a Comissão Episcopal para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizou seis formações do projeto “Cuidar da Vida – Prevenção de suicídio entre adolescentes e jovens”. No total, 159 pessoas participaram dos cursos e estão prontas para atuar como multiplicadores nos grupos e movimentos juvenis e nas escolas.
O assessor da Comissão para a Juventude da CNBB, padre Antônio Gomes de Medeiros Filho, explica que o Projeto Cuidar da Vida nasce de um esforço da Comissão, desde 2022, tendo presente a preocupação no coração dos bispos e o anseio que tomou forma no Plano Pastoral “Ao seu lado”. No eixo 4, “Cidadania: Casa Comum e Dignidade Humana”, há a linha de ação que visa incentivar iniciativas e parcerias em vista da saúde mental das juventudes, atuando de forma preventiva com relação à dependência química, suicídio e todo tipo de violências.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam o suicídio como a terceira causa de morte entre jovens de 18 e 29 anos em todo o mundo. Diante dessa realidade, a Pastoral Juvenil e a Pastoral da Educação, em parceria, propuseram a Capacitação de Agentes de Pastoral acerca da Prevenção do suicídio com o intuito de formar líderes que possam levar adiante a formação de outras lideranças locais.
“A promoção da vida das juventudes em nosso país é urgência que se faz sentir a cada dia e este projeto é uma resposta concreta aos apelos pela vida em plenitude dos jovens brasileiros”, destaca padre Antônio.
A jovem Samara Maria de Souza Oliveira, de João Pessoa, na Paraíba, participou da formação entre os dias 21 e 23 de junho, em Recife (PE), convidada pelo Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB). Para ela, o curso foi “bastante engrandecedor” em seus momentos, falas e interações. Ela destacou a possibilidade de aprofundar os conhecimentos acerca do que é o tema e como lidar com a realidade do suicídio, além das partilhas de como prevenir, os testemunhos e oficinas “que nos auxiliaram na percepção de avaliar, aprender e propagar acerca do tema disposto nos três dias de curso”.
Profissionais voluntários
Contribuíram voluntariamente no processo formativo psicólogos, o padre suicidólogo Lício Vale e educadores católicos, que somam à sua experiência profissional sua atuação pastoral. Esses profissionais, comenta padre Antônio, “muito tem a contribuir com a problemática do suicídio que tem crescido em números e expressa-se em comportamentos e sentimentos que podem ser percebidos nos ambientes em que os adolescentes e jovens se encontram e, assim, ser evitado e trabalhado com aqueles que sobrevivem ou perdem desta forma, entes queridos”.
Confira um resumo com as datas e números de participantes em cada edição do minicurso.
Cuiabá (MT), de 7 a 9 de junho
Participação de 21 pessoas dos regionais Oeste 1, Oeste 2 e Centro Oeste;
Manaus (AM), de 14 a 16 de junho
Participação de 19 pessoas dos regionais Norte 1 e Noroeste;
Recife (PE), de 21 a 23 de junho
Participação de 21 pessoas dos regionais Nordeste 1, Nordeste 2 e Nordeste 3;
Rio de Janeiro (RJ), de 28 a 30 de junho
Participação de 24 pessoas dos regionais Leste 1, Leste 2 e Leste 3;
Imperatriz (MA), de 16 a 18 de agosto
Participação de 45 pessoas dos regionais Norte 2 e Norte 3 e Nordeste 4 e Nordeste 5;
São Paulo (SP), de 30 de agosto a 1º de setembro
Participação de 29 pessoas dos regionais Sul 1, Sul 2, Sul 3 e Sul 4.
Fonte: CNBB
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O Papa: libertem Aung San Suu Kyi. Pronto para acolhê-la no Vaticano
"La Civiltà Cattolica" publica as conversas de Francisco com os jesuítas que o Pontífice encontrou na Indonésia, Timor-Leste e Singapura, no âmbito da viagem ao Sudeste Asiático e à Oceania. Apelo do Pontífice em prol da líder birmanesa, presa em 2021 após o golpe militar em Mianmar: "Recebi o filho dela em Roma. Ofereci o Vaticano para acolhê-la".
Vatican News
Durante sua última Viagem Apostólica – de 2 a 13 de setembro de 2024 –, o Papa Francisco encontrou-se em três ocasiões distintas com seus confrades jesuítas na Indonésia, Timor-Leste e Singapura. O Santo Padre pediu a libertação da senhora Aung San Suu Kyi, líder deposta birmanesa, promotora dos direitos humanos, vencedora do Prêmio Nobel da Paz, presa desde 2021 após o golpe militar. O padre Antonio Spadaro, presente nos encontros, fez um relato exclusivo para La Civiltà Cattolica, que será publicado na edição 4183 da revista. O texto integral está disponível no site www.laciviltacattolica.it.
Trabalhar com refugiados, no espírito do padre Arrupe
Nos três encontros, o Papa Francisco lembrou em várias ocasiões a figura do padre Pedro Arrupe, ex-Prepósito Geral da Companhia de Jesus, falecido em 1991, e seu testamento espiritual. «Padre Arrupe quis que os jesuítas trabalhassem com os refugiados – disse o Pontífice – uma fronteira difícil. E ele fez isso pedindo-lhes, antes de tudo, uma coisa: oração, mais oração», porque «somente na oração encontramos a força e a inspiração para enfrentar a injustiça social». E acrescentou que «é importante a forma como o padre Arrupe falou aos jesuítas latino-americanos sobre o perigo da ideologia misturada com a justiça social». Para o Santo Padre, Arrupe «foi um homem de Deus. Estou fazendo o possível para que ele chegue aos altares».
Segundo Francisco, o padre Arrupe «se dedicou à inculturação da fé e à evangelização da cultura». Dois aspectos que representam «a missão fundamental da Companhia». Para o Santo Padre, «a fé deve ser inculturada. Uma fé que não cria cultura é uma fé proselitista».
No final da manhã desta quarta-feira (04/09) em Jacarta, depois de compromissos com o presidente e autoridades políticas e civis da Indonésia, o Papa recebeu 200 membros da ...
«Os símbolos políticos devem ser defendidos»
Ao falar com os jesuítas sobre a «difícil» situação em Mianmar, o Papa Francisco recordou os Rohingyas, minoria muçulmana discriminada e muitas vezes vítima de perseguição, e afirmou: «Existem bons jovens que lutam pelo seu país. Hoje, em Mianmar, não se pode ficar em silêncio: é preciso fazer algo!». E acrescentou: «Vocês sabem que os rohingyas me tocam profundamente. Falei com a senhora Aung San Suu Kyi, que era primeira-ministra e agora está na prisão». O Pontífice recordou sua viagem a Mianmar e Bangladesh, em dezembro de 2017, e a conversa com Aung San Suu Kyi, e o encontro com os Rohingyas “expulsos”. O Santo Padre relatou ter «pedido a libertação da senhora Aung San Suu Kyi» e recebido o filho dela em Roma: «Ofereci o Vaticano para acolhê-la em nosso território. Neste momento, a senhora é um símbolo. E os símbolos políticos devem ser defendidos». O futuro do país, lembrou o Papa, «deve ser a paz fundada no respeito da dignidade e dos direitos de todos, no respeito a uma ordem democrática que permita a cada um contribuir para o bem comum».
Cristãos perseguidos
Respondendo a um confrade que pedia conselho sobre as situações em que os cristãos são perseguidos, Francisco disse: «Penso que o caminho do cristão é sempre o do “martírio”, ou seja, do testemunho. É necessário dar testemunho com prudência e coragem: são dois elementos que andam juntos, e cabe a cada um encontrar o seu caminho». E concluiu: «A prudência sempre arrisca quando é corajosa».
Segundo encontro com os membros da Companhia de Jesus durante a viagem apostólica no Sudeste Asiático e na Oceania. No final da manhã de hoje (10/09), Francisco recebeu na ...
Justiça social, parte essencial do Evangelho
Respondendo às perguntas dos jesuítas de Timor-Leste, Francisco falou sobre a justiça social como «parte essencial e integrante do Evangelho». E esclareceu: «A justiça social deve levar em conta as três linguagens humanas: a linguagem da mente, a linguagem do coração e a linguagem das mãos. Ser um intelectual abstrato da realidade não ajuda no trabalho pela justiça social; o coração sem intelecto também não serve; e a linguagem das mãos sem coração e sem intelecto não ajuda em nada». Para o Papa Francisco, o «desejo» de justiça social «deu frutos» ao longo da história: «Quando Santo Inácio nos pede para sermos criativos, ele nos diz: olhem para os lugares, os tempos e as pessoas. As regras, as Constituições são importantes, mas sempre considerando os lugares, os tempos e as pessoas. É um desafio de criatividade e de justiça social. É assim que se deve estabelecer a justiça social, não com teorias socialistas. O Evangelho tem sua própria voz».
O ideal de justiça
O Papa também falou de coragem em referência às mães argentinas da Plaza de Mayo, que há décadas lutam e protestam para obter justiça e verdade sobre os seus filhos e netos desaparecidos durante a ditadura militar, e que inspiraram os Kamisan na Indonésia, um movimento pacífico que todas as quintas-feiras organiza comícios e protestos não violentos para exigir esclarecimentos sobre a violência massiva que abalou Jacarta durante a "tragédia nacional" de Semanggi de 1998, quando dezenas de mulheres foram alvo de multidões furiosas com violência generalizada contra pessoas e propriedades. Um dos jesuítas presentes no encontro em Jacarta acompanha as famílias das vítimas de violações passadas dos direitos humanos e entrega ao Papa uma carta escrita pela Sra. Maria Katarina Sumrsih, mãe de uma das vítimas da tragédia de Semanggi, explicando: "Ela é uma das iniciadoras do Kamisan, inspirado nas Mães da Plaza de Mayo na Argentina. Este grupo apela ao governo para que revele as violações passadas dos direitos humanos e proporcione justiça às vítimas e às suas famílias. Que conselho o senhor pode nos dar?”. O Papa recordou o encontro com a presidente das mães da Plaza de Majo, Hebe de Bonafini, falecida em 2022. “Comoveu-me e ajudou-me muito falar com ela. Transmitiu-me a paixão de dar voz a quem não tem. Esta é a nossa tarefa: dar voz a quem não tem. Lembrem-se disto – insistiu o Papa: esta é a nossa tarefa. A situação da ditadura argentina foi muito difícil e essas mulheres, essas mães, lutaram por justiça”. Então exortou: “Preservem sempre o ideal de justiça!”
A chaga do clericalismo
Além dos problemas sociais e políticos, Francisco, sempre respondendo às perguntas dos seus convidados, também se concentrou nas questões eclesiais. Começando por aquela – sempre estigmatizada como uma “chaga” – do clericalismo. Em resposta a um jesuíta de Díli, em Timor-Leste, Francisco reiterou que o clericalismo “está por todo lado”. “Por exemplo, no Vaticano, existe uma forte cultura clerical, que está lentamente tentando mudar”, disse ele. “O clericalismo é um dos meios mais sutis que o diabo usa.” Como sempre, o Papa citou De Lubac e o seu livro Meditações sobre a Igreja, no qual fala da “mundanidade espiritual”, afirmando que é “a pior coisa que pode acontecer à Igreja, pior ainda do que o tempo dos Papas concubinos”. “O clericalismo – observou o Pontífice – é a máxima mundanidade dentro do clero. Uma cultura clerical é uma cultura mundana”.
Por fim, referindo-se à Companhia, o Pontífice acrescentou: «Eu sonho com ela unida, corajosa. Prefiro que errem por coragem do que por segurança. Mas alguém pode dizer: “Se estivermos nos lugares de luta, nas fronteiras, sempre haverá o risco de escorregar...”. E eu respondo: “E escorreguem!”. Quem tem sempre medo de errar, não faz nada na vida».
Fonte: Vatican News
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O Papa: o mundo está sendo destruído, parem as guerras enquanto é tempo
Na mensagem aos participantes do Encontro Internacional de Oração pela Paz organizado pela Comunidade de Santo Egídio, em Paris, de 22 a 24 de setembro, na esteira do evento sobre o Espírito de Assis desejado por João Paulo II, em 1986, Francisco convida os líderes políticos a calarem as armas e exorta os fiéis a fazerem crescer a fraternidade no mundo: “Que as religiões não alimentem conflitos, nacionalismo, etnicismo e populismo, mas favoreçam visões pacíficas.”
Tiziana Campisi – Vatican News
O Papa Francisco enviou uma mensagem, nesta terça-feira (24/09), aos participantes do encontro internacional de Oração pela Paz promovido, em Paris, de 22 a 24 de setembro, pela Comunidade Romana de Santo Egídio.
"Parem a guerra! Parem as guerras", escreve o Santo Padre aos participantes do evento, lançando um apelo "aos líderes políticos". "Estamos destruindo o mundo! Paremos enquanto é tempo", escreveu ainda o Papa no texto enviado aos representantes das Igrejas e comunidades cristãs e das grandes religiões mundiais e às autoridades presentes no evento, que retoma o encontro iniciado 38 anos atrás, em 1986, por João Paulo II em Assis.
Que as religiões não alimentem guerras e conflitos
O Pontífice espera que os dias de encontro em Paris pensados no Espírito de Assis possam ajudar os fiéis a fazerem "crescer hoje a fraternidade entre os povos". "Muitas vezes no passado, as religiões foram usadas para alimentar conflitos e guerras. Um perigo que ainda hoje existe", sublinha Francisco, reiterando, conforme afirmado junto com o Grão Imame Ahmad Al-Tayyeb no Documento sobre a fraternidade humana para a paz mundial e a convivência comum, que "as religiões nunca incitam a guerra e não suscitam sentimentos de ódio, hostilidade, extremismo, nem convidam à violência ou ao derramamento de sangue". "Essas tragédias são o resultado do desvio dos ensinamentos religiosos, do uso político das religiões e também das interpretações de grupos de homens religiosos que abusaram - em algumas fases da história – da influência do sentimento religioso nos corações dos homens”. As religiões não devem “tornar-se um instrumento para alimentar o nacionalismo, o etnicismo, o populismo”. “Ai daqueles que tentam arrastar Deus para participar nas guerras”, acrescenta o Papa.
Ser artesãos da paz
As religiões devem “promover visões de paz”, como foi demonstrado nos últimos dias na capital francesa, onde homens e mulheres de diferentes culturas e crenças “experimentaram a força e a beleza da fraternidade universal”, lê-se na mensagem de Francisco, que nos exorta a sermos “artesãos da paz”, porque, “se muitos continuam fazendo a guerra, todos podemos trabalhar pela paz”.
Que o Espírito de Assis se difunda entre os povos
O Papa agradece "à Comunidade de Santo Egídio que, com paixão e criatividade, continua mantendo vivo o Espírito de Assis ", e observa que desde 1986, "quando se celebrou o primeiro encontro de oração pela Paz ", vários "eventos marcaram a história do mundo" - desde a queda do Muro de Berlim, no início do Terceiro Milênio, do aumento do fundamentalismo e dos conflitos, às mudanças climáticas, do advento de tecnologias emergentes e convergentes às pandemias - enquanto hoje “estamos no meio de uma “mudança de época” cujas perspectivas ainda não conhecemos”. Um contexto ao qual ainda cabem as palavras do Papa Wojtyla, que na cidade de São Francisco destacou “o vínculo intrínseco entre uma atitude autenticamente religiosa e o grande bem da paz”, invocando “uma nova linguagem de paz, para novos gestos de paz”, para quebrar “as cadeias fatais de divisões herdadas da história ou geradas pelas ideologias modernas”. O Espírito de Assis é uma bênção para o mundo de hoje “dilacerado por demasiadas guerras, por demasiada violência”, escreve Bergoglio. “Este ‘espírito’ deve soprar ainda mais forte nas velas do diálogo e da amizade entre os povos”.
Tecer laços fraternos
Pensando em quantos estão esta noite em Paris, “reunidos em frente à Catedral que, depois do dramático incêndio, está prestes a reabrir as suas portas para a oração”, Francisco sublinha também que há “necessidade de rezar pela paz”, porque “o risco de que os numerosos conflitos, em vez de cessarem, se expandam perigosamente” tornou-se mais concreto. E reitera aos fiéis o convite expresso na Fratelli tutti a oferecerem a sua “preciosa contribuição para a construção da fraternidade e para a defesa da justiça na sociedade”. “É preciso encontrar-se, tecer laços fraternos e deixar-se guiar pela inspiração divina que habita cada fé, para imaginar juntos a paz entre todos os povos”, continua o Papa, que, “num mundo que corre o risco de se despedaçar em conflitos e guerras", considera precioso o trabalho dos fiéis "para mostrar visões de paz e promover a fraternidade e a paz entre os povos de todo o mundo".
A paz requer sabedoria e audácia
A “grande tarefa da paz” exige “sabedoria, audácia, generosidade e determinação”, conclui Francisco, recordando que o sonho de Deus para o mundo é a “fraternidade entre todos os povos”. Por isso, é confiada aos fiéis a responsabilidade de exortar e impelir a humanidade nesta direção.
Vatican News
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Grech: o caminho sinodal, continuação do “sonho” missionário do Papa Francisco
Publicamos o texto integral do prefácio do cardeal secretário geral do Sínodo dos Bispos ao livro “Um povo missionário e sinodal. O caminho da Igreja no Terceiro Milênio” assinado pelo frade menor Fabio Nardelli, publicado pela Cittadella Editrice. Um volume que se apresenta como um instrumento de carácter teológico-pastoral e que evidencia uma justaposição “sistemática” entre missão e sinodalidade, particularmente significativa no atual contexto eclesial.
Cardeal Mario Grech *
A justaposição entre missão e sinodalidade: uma justaposição por assim dizer “sistemática”, destacada desde o título. E isto porque missão e sinodalidade não existem uma sem a outra: apoiam-se mutuamente, crescem de par em par e juntas contribuem para traçar o caminho da Igreja no Terceiro Milênio.
Diante do anúncio de um Sínodo sobre a sinodalidade, alguém temeu o perigo de uma "introversão eclesial", para dizê-lo nas palavras da Evangelii Gaudium (n. 27), ou seja, de uma espécie de um voltar-se da Igreja sobre si mesma e seus mecanismos internos, em contradição com as exigências daquela conversão missionária à qual o momento presente chama os crentes de todo o mundo. Mas, na realidade, o caminho sinodal em curso nada mais é do que a continuação coerente do “sonho” missionário que o Papa Francisco assim ilustrava no mesmo parágrafo daquele documento: Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo actual que à auto-preservação.
A reforma das estruturas, que exige a conversão pastoral, pode ser entendida somente neste sentido: fazer do modo tal que elas se tornem todas mais missionárias, que a pastoral ordinária em todas as suas instâncias seja mais expansiva e aberta, que coloque os agentes pastorais em constante atitude de «saída» e favoreça assim a resposta positiva de todos aqueles a quem Jesus oferece a sua amizade. Estas palavras antecipam o “projeto” subjacente ao caminho sinodal 2021-2024: um projeto que diz respeito, precisamente, à “transformação” dos estilos e das estruturas eclesiais, ou mais corretamente à sua “conversão”, em vista de uma ação pastoral mais aberta e extrovertida.
O objetivo do Sínodo é o de uma Igreja que, aprendendo no seu interior um estilo mais sinodal, seja por isso mesmo uma Igreja capaz de um testemunho mais credível e de um compromisso missionário mais eficaz no mundo. Também por isso o Sínodo, que tem o título “Por uma Igreja sinodal”, tem como subtítulo “Comunhão, participação e missão”. A palavra “missão” aparece por último, não porque seja menos importante, mas, pelo contrário, porque é aquela que, por assim dizer, “pressiona para o externo”, ad extra, em direção ao “mundo”. De certa forma, o Sínodo, como nova etapa na recepção do Concílio Vaticano II, está realizando um desenvolvimento, inseparavelmente teológico e pastoral, em torno da nossa concepção de missão.
Esquematicamente, poder-se-ia resumir este desenvolvimento em torno de algumas palavras-chave: 1) inclusão-periferia, 2) interculturalidade-descentralização, 3) participação-co-responsabilidade.
Um primeiro aspecto que o Sínodo traz à tona é a crescente tomada de consciência que a Igreja, se quiser ser fiel à missão recebida de Cristo, deve tornar-se mais capaz de inclusão. Muitas sínteses diocesanas, nacionais e continentais – que chegaram a Roma por ocasião das consultas 2021-2022 e 2023-2024 – apontam, não sem amargura, o problema de uma Igreja percebida como uma comunidade exclusiva e excludente: a Igreja das portas fechadas, das alfândegas e pedágios a serem pagos.
A inclusão não deve implicar, evidentemente, qualquer forma de irenismo, indiferentismo ou relativismo. O que precisa mudar não é o Evangelho, mas a nossa forma de anunciá-lo. A inclusão, precisamente na lógica própria do Evangelho, pede para ultrapassar as cercas, isto é, ir rumo às margens, às fronteiras, às periferias.
Precisamente a periferia – entendida, no sentido do Papa Francisco, como espaço antropológico ou existencial, antes como espaço geográfico – é o primeiro campo da missão eclesial, sobre o qual o Sínodo chama a atenção. Um segundo aspecto, consequência do primeiro, diz respeito à atenção que, no processo sinodal, está recebendo o pedido de um modelo de Igreja menos vertical e centralista, mais capaz de entrar em contacto vital com a diversidade dos povos e das culturas nas quais se encarna o único Evangelho de Cristo. Em uma palavra: mais capazes de “interculturalidade”.
No Concílio redescobrimos que a “Igreja” existe nas e a partir das “Igrejas”: singular e plural estão inseparavelmente ligados no único mistério eclesial. Se tradicionalmente o catolicismo se concentrou mais no “singular”, identificando a unidade cum et sub Petro uma salvaguarda contra a dispersão e o erro, hoje sentimos a necessidade de reequilibrar o discurso abrindo espaço para o “plural”, para que a unidade não degenere na uniformidade, extinguindo a imaginação do Espírito Santo, que semeia sementes de verdade e de graça nos diversos povos e nas suas diversas culturas.
A exigência de uma descentralização saudável, de que o Papa já fala na Evangelii gaudium 16, foi relançada com vigor pelo caminho sinodal, precisamente porque só no diálogo com as culturas, antigas e novas, o anúncio do Evangelho poderá ter um impacto significativo profundo e transformador na vida dos indivíduos e dos povos.
Uma terceira palavra-chave do caminho sinodal é participação: participação de todos e de todas na única missão. A crítica ao clericalismo, que o Papa Francisco repetiu várias vezes, não é fruto de uma visão ideológica da realidade, fundada numa espécie de igualitarismo filosófico ou político, mas provém da ansiedade missionária do pastor. O clericalismo, de fato, ao enfraquecer o potencial dos leigos e leigas na obra de evangelização, enfraquece a missão, tornando a Igreja mais frágil face ao desafio da penetração do Evangelho no mundo. Reduz o número de agentes eclesiais no serviço missionário, restringindo a missão apenas aos clérigos, e deixa os “simples” batizados em posição de passividade, como se o mandato missionário do Ressuscitado também não lhes dissesse respeito.
Assim, o caminho sinodal pode ajudar-nos a redescobrir que uma Igreja mais capaz de participação e de corresponsabilidade é, em última análise, uma Igreja mais capaz de missão. Os munera batismais devem ser entendidos não como poderes que opõem alguém a outro, mas como qualificações para o serviço aos irmãos, segundo o modelo de Cristo, servo de todos por amor. São um “dom”, porque provêm da graça de Deus, e ao mesmo tempo uma “tarefa” ou uma “dívida”, porque exigem que os cristãos os utilizem em benefício dos outros. O seu objecivo é a comunhão fraterna na Igreja e o testemunho evangélico no mundo, isto é, a missão, e não o exercício do poder governamental. Todos esses elementos, elencados em rápida sucessão, estão bem presentes no exame cuidadoso de Fabio Nardelli. Agradeço-lhe sinceramente a sua contribuição para a renovação contínua e desejo sinceramente a esta publicação a mais ampla difusão.
Cidade do Vaticano, 29 de junho de 2024, Solenidade dos Santos Pedro e Paulo
* Secretário Geral da Secretaria do Sínodo
Vatican News
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JMJ Seul 2027: Santa Sé anuncia tema e logotipo durante coletiva de imprensa
Nesta terça-feira, 24 de setembro, a Santa Sé anunciou em coletiva de imprensa o tema da Jornada Mundial da Juventude Seul 2027: "Tende coragem: eu venci o mundo!" (João 16,33). O Papa Francisco escolheu esse versículo para inspirar os jovens com a mensagem de coragem e vitória em Cristo. A peregrinação dos símbolos da JMJ começará em novembro de 2024, marcando o início da preparação espiritual.
Thulio Fonseca - Vatican News
Em uma coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 24 de setembro, a Santa Sé divulgou informações sobre a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que ocorrerá em Seul, em 2027. O evento, reconhecido como o maior encontro global de jovens católicos, teve seu tema e logotipo oficialmente apresentados, junto a outros detalhes da organização.
O tema escolhido pelo Papa Francisco para a JMJ de 2027 é a passagem bíblica "Tende coragem: eu venci o mundo!" (João 16,33). Segundo o cardeal Kevin Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, esse será também o tema da Jornada Mundial da Juventude diocesana em 2026. Para a edição de 2025, o Papa definiu o versículo "Vós também dareis testemunho, porque estais comigo" (João 15,27) como inspiração. Ambos os temas, conforme o cardeal destacou, estão relacionados ao "discurso de despedida de Jesus", que visa preparar seus discípulos para vivenciar o mistério de sua paixão, morte e ressurreição. "Esses temas refletem o testemunho e a coragem derivados da vitória Pascal de Cristo", afirmou Farrell.
Logotipo da JMJ Seul 2027
Dom Paul Kyung Sang Lee, bispo auxiliar de Seul e coordenador-geral da JMJ Seul 2027, apresentou o logotipo criado para a próxima edição. No centro do design, uma cruz em tons de vermelho e azul representa a vitória de Jesus sobre o mundo. O vermelho evoca o sangue dos mártires e simboliza a coragem, enquanto o azul reflete a vitalidade dos jovens e o chamado de Deus. Esses elementos remetem ao símbolo Taegeuk, presente na bandeira sul-coreana. A cor amarela, que brilha ao fundo da cruz, representa Jesus como "a luz do mundo", em uma metáfora ao sol nascente que guia a Igreja em sua busca por unidade. O logotipo incorpora, de maneira sutil, caracteres da escrita coreana, o hangul, que formam a palavra "Seul", além de se inspirar na arte tradicional coreana.
Preparativos e peregrinação dos símbolos
Por fim, dom Paul compartilhou os avanços nos preparativos para o evento, como a formação do Comitê Organizador Local, oficializado em dezembro de 2022, e uma campanha de oração em fevereiro de 2023, que visava um bilhão de terços em intenção da JMJ.
Além disso, o cardeal Farrell anunciou que a peregrinação dos símbolos da JMJ – a Cruz dos Jovens e o ícone de Maria Salus Populi Romani – terá início no dia 24 de novembro deste ano, durante a Solenidade de Cristo Rei do Universo. Na ocasião, durante uma missa na Basílica de São Pedro presidida pelo Papa, os símbolos serão entregues aos jovens coreanos, marcando o início das atividades espirituais em preparação para o evento em Seul.
Expectativas para o maior evento católico do mundo
Gleison de Paula Souza, secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, em entrevista à Radio Vaticano-Vatican News, destacou a importância dos próximos temas das JMJ's de 2025 e 2026, em preparação para o caminho rumo a Seul em 2027. De acordo com Gleison, a Igreja coreana é um testemunho vivo da fé, e o Papa convida os jovens a enfrentar suas jornadas espirituais com coragem, respeitando e vivendo a comunhão com os outros.
O secretário do dicastério também mencionou a modernidade e a forte tradição cultural da Coreia, o que, segundo ele, trará uma das maiores jornadas já vistas, não necessariamente pelo número de participantes, mas pela riqueza cultural e espiritual que a experiência oferecerá.
Preparação espiritual e cultural
O coordenador do Setor Juventude do Dicastério, padre Franco Galdino, compartilhou seu entusiasmo em relação à organização da JMJ 2027, destacando o estilo proativo e organizado da Igreja coreana. O sacerdote ressaltou que o tema "Coragem, eu venci o mundo" abrirá horizontes para uma Igreja jovem e vibrante, fortalecida pelo testemunho dos mártires coreanos, como um espaço de troca de experiências de fé entre jovens de todo o mundo.
Pe. Franco enfatizou também o impacto cultural da Coreia, mencionando que a música e as séries coreanas já têm grande influência no Brasil. Ele acredita que essa conexão cultural atrairá muitos jovens brasileiros para a JMJ, e que a Coreia, além de sua modernidade, oferecerá uma experiência de testemunho autêntico, destacando como viver a fé em uma sociedade altamente desenvolvida e tecnológica.
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Presépio e pinheiro na Praça São Pedro serão inaugurados em 7 de dezembro
Um comunicado do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano dá a conhecer a origem dos dois presentes oferecidos ao Vaticano para as festividades de Natal: o presépio, do importante centro lagunar da Província de Gorizia; o abeto, de 29 metros de comprimento, do município da Província de Trento. Na manhã do dia 7 de dezembro, audiência com o Papa Francisco, e às 17h, a cerimônia de inauguração e iluminação com o cardeal Vergéz
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Grado, importante centro lagunar, rico em história e tradições, na Província de Gorizia, ofereceu este ano o Presépio que será montado na Praça de São Pedro para as festividades de Natal. Já de Ledro, na Província de Trento, virá o majestoso abeto, de 29 metros de altura, que será erguido junto à reprodução da Natividade.
Na manhã de sábado, 7 de dezembro, está marcada a audiência com o Papa Francisco, enquanto a tradicional inauguração e iluminação do grande presépio e da árvore de Natal será realizada na Praça de São Pedro, às 17h00. A cerimônia será presidida pelo cardeal Fernando Vérgez Alzaga, presidente do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, na presença da Irmã Raffaella Petrini, secretária geral do mesmo Governatorato.
O presépio
O Presépio de Grado é ambientado na grande lagoa, na qual estão mais de cem pequenas ilhas, e construído em um casóne, a característica construção de junco habitada por pescadores. O cenário escolhido é o dos primeiros anos do século passado, quando na laguna ainda viviam várias centenas de gradenses. O ambiente proposto será enriquecido por muitos detalhes, incluindo vegetação nativa e avifauna local.
Os símbolos típicos da região
O presépio oferecido pela Comunidade de Grado terá elementos em madeira, revestidos com juncos, e será feito inteiramente por cerca de quarenta voluntários, todos profissionais, artesãos como construtores de casóni, construtores de cais, construtores navais para a criação das batele, típicos barcos de fundo chato, pescadores para o criação de redes de pesca e, claro, artistas para a confecção das estátuas, na sua maioria pertencentes a diversas associações locais lideradas pelos Portatori della Madonna di Barbana.
Uma importante iniciativa que, em certo sentido, coroa a experiência amadurecida ao longo dos últimos 25 anos com a organização na ilha de Grado, entre as ruas do centro histórico, junto às basílicas patriarcais e ao porto, de um dos mais importantes eventos com presépios de Friuli Venezia Giulia onde se destacam os grandes presépios criados por associações locais.
Como sempre, tudo partiu do sonho de uma pessoa, o cavaleiro oficial Antonio Boemo, que iniciou o caminho há vários anos e coordena toda a iniciativa, a quem se juntou de imediato o arquiteto Andrea de Waderstein e os dois artistas autores do inúmeras estátuas, pai e filha, Lorenzo e Francesca Boemo. Depois as associações com, em primeiro lugar, os Portadori della Madonna di Barbana liderados por Adelchi Quargnali, e depois as outras associações: Proteção Civil, Graisani de Palù, Doadores de Sangue, Grado Voga, Grado Noi, Liga Naval e Marinheiros ANMI, para completar um esquadrão que operou por muito tempo mesmo ao ar livre sob o sol escaldante.
Naturalmente, para completar a iniciativa que implica custos significativos na aquisição de materiais, foi imediatamente apoiada pela Região Friuli Venezia Giulia e pelo Município de Grado. Obviamente, além do patrocínio da Diocese de Gorizia e da colaboração ativa do arcipreste paróquia de Grado.
Por fim, deve-se destacar que dentro do cenário também existem algumas briccole que indicam os canais navegáveis e indicam a direção para chegar a locais próximos à cidade de Grado como Aquileia, Trieste e Veneza ou para visitar o Santuário Mariano da Incoronata Vergine di Barbana, que remonta ao ano 582, situado em uma ilha no meio da lagoa de Grado.
A árvore
No que diz respeito à escolha do abeto proveniente de Ledro, município de cerca de 5.000 habitantes no Trentino Alto-Adige, o serviço florestal atendeu às solicitações do Serviço de Jardins e Ambiente do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, ou seja, que fosse colocado em um ponto acessível e bem revestido de ramos. A seleção foi feita respeitando a sustentabilidade, identificando assim árvores mais maduras, cuja retirada representa uma substituição natural.
O município de Ledro é composto por quinze povoados: Pieve di Ledro (sede da Câmara Municipal), Bezzecca, Concei, Molina di Ledro, Tiarno di Sopra, Tiarno di Sotto, Lenzumo, Mezzolago, Pré di Ledro, Biacesa, Barcesino, Enguiso, Legos, Locca e Pur. O lago de mesmo nome é conhecido como um dos mais límpidos do Trentino. O Vale, com as seus vilarejos e montanhas, está localizado a uma curta distância do Lago de Garda.
É certamente um município pequeno em termos de população, mas possui no seu território um patrimônio da UNESCO. Na verdade, Ledro tornou-se famoso no outono de 1929, após a descoberta de cerca de 10 mil palafitas que datam da Idade do Bronze na margem oriental do lago, perto de Molina. A descoberta foi possível graças ao rebaixamento do nível do lago devido às obras da usina hidrelétrica em construção em Riva del Garda.
Na década de setenta, ali foi instalado o Museu das Palafitas do Lago Ledro, sede territorial do Museu da Ciência (Musa). Trata-se de um complexo museológico que ilustra o quotidiano da Idade do Bronze, com reconstruções e vestígios originais do povoado de palafitas (2.200-1350 a.C.). Em 2011, o local foi proclamado Patrimônio Mundial da UNESCO.
Além do abeto escolhido para a Praça, serão também trazidas ao Vaticano outras árvores de dimensões menores, decoradas por associações e cidadãos de Ledro, Alto Garda e das cidades geminadas, ou seja, provenientes de uma localidade alemã e de oito municípios da República Tcheca. Estas árvores decoradas serão expostas em escritórios e prédios da Santa Sé.
A árvore e o presépio permanecerão expostos até o final do período natalino, que coincide com a festa do Batismo do Senhor, domingo, 12 de janeiro de 2025.
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Parolin na ONU: desenvolvimento é o nome da paz, eliminar dívida e armas nucleares
O secretário de Estado discursou no Summit of the Future durante a 79.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas: “Uma Cúpula de esperança em um contexto de crise de multilateralismo”. O cardeal indicou o diálogo, a eliminação da pobreza e a regulamentação da inteligência artificial como passos para construir o futuro. “Reservas” da Santa Sé sobre os conceitos utilizados no “Pacto para o Futuro” relativos ao aborto e ao gênero
Salvatore Cernuzio - Cidade do Vaticano
A paz, aquela que somente o diálogo pode construir. Depois, a eliminação da pobreza, a promoção do desenvolvimento humano integral, a igualdade e a dignidade soberana das nações, a eliminação total das armas nucleares e o cancelamento da dívida. E ainda, os perigos e oportunidades da Inteligência Artificial, o “sonho” de trabalhar juntos pela justiça e pela paz que parece já “ultrapassado” e “utópico”. Por fim, a rejeição do aborto, algumas reservas e esclarecimentos sobre “direitos reprodutivos”, gênero e identidade sexual.
O pronunciamento do cardeal secretário de Estado Pietro Parolin na 79ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas de Nova York, nesta segunda-feira, 23 de setembro, foi marcado por amplas referências à realidade atual, com as suas dilacerações, as suas oportunidades, bem como aos seus riscos. O secretário de Estado do Vaticano, que estará nos EUA até a próxima segunda-feira, dia 30, participará da Semana de Alto Nível 2024, junto com chefes de Estado e de governo reunidos na sede das Nações Unidas em Nova York e também celebrará a Missa pelos 60 anos da Santa Sé na ONU.
Crise do multilateralismo
Segundo o Secretário de Estado do Vaticano, o atual contexto global parece ter colocado o sistema multilateral em grave crise. Prova disso é a “erosão da confiança entre as nações”, como evidenciado pela crescente intensidade dos conflitos.
“Esta Cúpula deveria ser fonte e motivo de esperança”, afirma Parolin, citando o Papa. Depois, dirige seu olhar para o futuro, que, afirma, deve ser construído com base em princípios como “a intrínseca dignidade divina de cada indivíduo”, “a promoção do desenvolvimento humano integral”, “a igualdade e a dignidade soberana de todas as nações e o estabelecimento de confiança entre elas”.
Eliminar a pobreza
A estes princípios devem corresponder ações em diversas áreas. Em primeiro lugar, “a eliminação da pobreza”, objetivo que deveria ser prioritário porque “o desenvolvimento é o nome da paz”, sublinha o cardeal Parolin. “Um futuro pacífico e próspero requer vontade política para utilizar todos os meios possíveis para alcançar o desenvolvimento sustentável.” Isto inclui “a reforma das instituições financeiras internacionais, a reestruturação da dívida e a implementação de estratégias de cancelamento da dívida”.
Desarmamento geral
Em segundo lugar, a busca da paz: um objetivo que, sublinha o secretário de Estado, “requer a implementação de um desarmamento geral e, em particular, a eliminação total das armas nucleares”. Ou seja, é necessário “deixar de lado as restritas considerações geopolíticas e resistir aos fortes lobbies econômicos para defender a dignidade humana e garantir um futuro em que todos os seres humanos possam desfrutar de um desenvolvimento integral, quer como indivíduos, quer como comunidades”.
Riscos e oportunidades da IA
É também necessária uma ação para a Inteligência Artificial (IA), último passo da “vasta expansão das atividades industriais e das maravilhosas descobertas da ciência”. Esta tecnologia, no entanto, deve ser "urgentemente regulamentada”, defendeu o cardeal.
A Santa Sé “deseja um quadro regulamentar para a ética da IA” que aborde, entre outras coisas, “a proteção de dados, a responsabilidade, os preconceitos e o impacto da IA no emprego”.
Acima de tudo, acrescenta Parolin referindo-se às jovens gerações, “é um imperativo garantir a todos um futuro digno, assegurando as condições necessárias - entre as quais um ambiente familiar acolhedor - para facilitar a prosperidade, enfrentando ao mesmo tempo a miríade de desafios que a dificultam, entre os quais aqueles resultantes da pobreza, conflitos, exploração e dependência".
Direitos reprodutivos, aborto, gênero
No final do discurso, o cardeal centra-se no Pacto para o Futuro da ONU, do qual, afirma, a Santa Sé reconhece embora expressando “reservas” sobre alguns conceitos utilizados. Em primeiro lugar, os termos “saúde sexual e reprodutiva” e “direitos reprodutivos”: “A Santa Sé considera que estes termos se aplicam a um conceito holístico de saúde, que abrange, cada um a seu modo, a pessoa na totalidade da sua personalidade, da sua mente e de seu corpo, e que favorecem a conquista da maturidade pessoal na sexualidade e no amor recíproco e no processo de tomada de decisões que caracterizam a relação conjugal entre um homem e uma mulher de acordo com as normas morais", esclarece o secretário de Estado .
“A Santa Sé – continua – não considera o aborto ou o acesso ao aborto ou aos abortivos como uma dimensão destes termos”. Quanto ao “gênero”, a Santa Sé sempre entende o termo “como baseado na identidade sexual biológica que é masculina ou feminina”.
Apelo ao diálogo
Neste sentido, um chamado ao desenvolvimento humano integral, do qual “a dignidade é o fundamento” e o diálogo “o meio necessário”. “Hoje, o sentido de pertença a uma única família humana está se desvanecendo e o sonho de trabalhar juntos pela justiça e pela paz parece ultrapassado e utópico". "Não é necessário que seja assim, se houver a vontade de empenhar-se em um diálogo autêntico", disse o cardeal Parolin ao concluir.
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Padre João Merlini, uma vida com o sabor do Evangelho
A Congregação dos Missionários do Preciosíssimo Sangue está se preparando para o evento de 12 de janeiro próximo, quando será elevado aos altares o Venerável padre João Merlini, o primeiro a ser beatificado durante o Ano Santo
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Será pleno inverno europeu, mas, em todo caso, um dia ensolarado. A família dos Missionários do Preciosíssimo Sangue está em oração e trabalhando para uma das celebrações que marcarão o início do próximo Ano Santo, a beatificação do padre João Merlini, que foi o terceiro moderador geral do instituto religioso fundado por São Gaspar del Bufalo em meados do século XIX.
Cerimônia em São João de Latrão
A cerimônia, marcada para 12 de janeiro de 2025 na Basílica de São João de Latrão - sede da Diocese de Roma -, terá o cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério das Causas dos Santos, no altar como presidente da assembleia. “Este evento de graça, no início do Ano jubilar de 2025, nos verá unidos na santa peregrinação provenientes de todas as partes do mundo”, diz uma nota da congregação religiosa, que traz a assintaura do padre Emanuele Lupi, atual moderador dos missionários, e da irmã Nicla Spezzati, adoradora do Sangue de Cristo e postuladora da causa.
Apóstolo entre os rejeitados
A nota relembra alguns aspectos da vida de padre João Merlini, natural de Spoleto - região italiana da Úmbria -, onde nasceu em 28 de agosto de 1795. “Homem de profundo discernimento e sabedoria, foi apóstolo - lê-se - de “populações inteiras nos Estados Pontifícios e no Reino de Nápoles”, um evangelizador dos pobres e dos rejeitados, cuja “caridade fraterna” alimentou uma vida com “sabor de Evangelho”.
O evento da beatificação, concluem o moderador geral e a postuladora, “nos verá unidos em santa peregrinação provenientes de todas as partes do mundo”. “Como Família do Preciosíssimo Sangue de Cristo, com todo o povo de Deus, invocamos o Espírito Santo para percorrer a via sanguinis, 'o caminho novo e vivo que Cristo inaugurou para nós, para manter, sem vacilar, a profissão de nossa esperança'”.
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Comunidade João XXIII celebra centenário de padre Benzi com ações solidárias
Por ocasião do aniversário de seu fundador, padre Oreste Benzi, a Comunidade João XXIII distribuiiu, no último fim de semana, em muitas cidades italianas, o calendário dedicado ao sacerdote, a fim de angariar fundos para a realização do projeto histórico de combate à pobreza intitulado “Uma refeição por dia” e a construção de poços no Quênia
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Os voluntários da Comunidade Papa João XXIII voltaram às praças de toda a Itália, no último fim de semana, para dar vida à iniciativa solidária “Uma refeição por dia”, que visa sensibilizar as pessoas para questões como a pobreza e a marginalização. Para a ocasião, foi distribuído o calendário 2024-2025, dedicado ao padre Oreste Benzi, sacerdote fundador da Associação, em 1968, que dedicou toda a sua vida aos últimos. Assim, a Comunidade celebra esta data no ano do centenário de seu nascimento, em 7 de setembro de 1925.
Calendário
A Comunidade João XXIII informa, com um comunicado: “O Calendário, dedicado à memória do padre Benzi, não quer ser apenas uma forma de compassar o tempo, mas também um convite a transformar o mundo, todos os dias. Cada mês será dedicado a um tema crucial, como a luta contra a pobreza, acolhimento aos mais fracos, importância da educação”.
A história de “Uma refeição por dia”
Em 1985, ao regressar da sua primeira missão na África, padre Oreste Benzi percebeu que 10 mil liras por mês (atuais 25 reais aproximadamente) eram suficientes para matar a fome de uma pessoa. Assim, nasceu o projeto “Uma refeição por dia”. Hoje, este projeto tornou-se um objetivo concreto, que garante um prato de comida e há muitas pessoas solitárias ou que vivem em condições de extrema pobreza, em várias partes do mundo. De fato, a Comunidade João XXIII consegue oferecer, todos os anos, 7 milhões e meio de refeições às pessoas, que acolhe em seus 372 centros de acolhimento em toda a Itália e no mundo. Só na Itália, a Comunidade, com as suas múltiplas filiais, acolhe 2.399 pessoas em suas comunidades, onde encontram não apenas um prato de comida, mas também hospitalidade e apoio para reconstruir seu futuro.
Emergência Quênia
A iniciativa do Calendário, que foi distribuído nas praças italianas, serve para financiar projetos em todo o mundo; este ano, em particular, visa resolver a emergência hídrica, que afeta o noroeste do Quênia, e levar água potável às populações do Lago Turkana, um imenso lago de água salgada. Segundo as Nações Unidas, neste período histórico, o povo queniano está vivendo a pior seca dos últimos 40 anos. Não há mais água porque a do Lago Turkana não é potável e tampouco utilizável para a agricultura. As pessoas caminham muitos quilômetros para pegar água em poças dos leitos secos dos rios, arriscando a sua saúde por causa da contaminação.
A Comunidade João XXIII, em colaboração com organismos locais, iniciou alguns projetos de escavar um poço na aldeia de Altuwo, outro para dessalinizar a água na aldeia de Moite e outro ainda para restabelecer as instalações de água, existentes na aldeia de Gatab, a fim de oferecer água potável também às escolas.
Simone Ceciliani, membro da Fundação Papa João XXIII e coordenador dos projetos no Quênia, explicou à Rádio Vaticano – Vatican News que no norte do país africano, o trabalho começou a ser realizado, a partir de um mapeamento das necessidades da população local, onde as questões mais urgentes eram referentes ao abastecimento de água, pois a já existente está extremamente contaminada; a segurança alimentar, em particular, a alimentação das crianças e estudantes e a falta de postos de saúde.
Poços e cantinas
Simone Ceciliani afirma ainda: “Estamos presentes no Quênia desde 1998, mas, em 2023, decidimos intervir na zona do Lago Turkana, que passa por três anos de seca. Naquela área, foram lançados dois projetos: o primeiro é o da assistência alimentar nas escolas, da qual são beneficiadas 800 crianças, cujo objetivo é levar os jovens a frequentar as escolas; os resultados foram imediatos, em termos de matrículas e frequência escolar; o segundo projeto refere-se a poços e dessalinização nas aldeias, que garantem o acesso à água potável”. - Vatican News
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Oriente Médio, Pizzaballa: longe um cessar-fogo, mas a paz é possível
Participando da mesa redonda em Roma intitulada “A paz é possível? A crise do Oriente Médio”, o patriarca de Jerusalém dos latinos explica como, do ponto de vista político, um cessar-fogo está no momento distante. No entanto, o processo não é impossível, mas deve ser “fruto de uma cultura” que deve ser semeada também a partir das escolas, “criando as oportunidades que podem, pouco a pouco, reconstruir a confiança”.
Edoardo Giribaldi – Cidade do Vaticano
Superar o equívoco de confundir a palavra “paz” com “solução”, mas não perder a confiança em encontrar maneiras “criativas” de alcançar um cessar-fogo que permanece “não impossível”. O patriarca de Jerusalém dos latinos, o cardeal Pierbattista Pizzaballa, expressou sua posição em relação ao delicado conflito no Oriente Médio. A ocasião foi a mesa redonda intitulada “A paz é possível? A crise do Oriente Médio”, organizada no âmbito da festa de São Pio de Pietrelcina, no Santuário de São Salvador Lauro, em Roma. Entre os convidados estavam o ministro da Economia, Giancarlo Giorgetti, e o recém-eleito chefe da Proteção Civil, Fabio Ciciliano; moderando o encontro estava o diretor editorial dos meios de comunicação vaticanos, Andrea Tornielli, que começou lembrando as palavras do Papa Francisco ao retornar de sua longa viagem apostólica pelo Sudeste Asiático e Oceania, quando, ao responder a uma pergunta sobre a guerra em Gaza, disse não ver passos rumo à paz. Tornielli também lembrou os relatórios que falam de um gasto, somente em 2023, de mais de 2 trilhões de dólares na fabricação de armas, além de uma mudança no paradigma da linguagem utilizada pelos atores políticos, para os quais o recurso a armas nucleares já não representa um tabu.
Um conflito que parece eterno
“A paz é possível?” foi o leitmotiv que guiou a conversa. O ministro Giorgetti comparou as imagens que chegam do Oriente Médio às provações enfrentadas pelo personagem bíblico Jó. “O conflito é tão recorrente que parece eterno. Não podemos nos colocar na ordem de ideias de que a guerra seja uma condição inevitável”, afirmou. “Os homens de boa vontade devem se empenhar em um diálogo por uma convivência pacífica”. As consequências do conflito, acrescentou o ministro, se alargam inevitavelmente à comunidade econômica mundial e às suas dinâmicas políticas.
Em Rimini, Itália, em entrevista à mídia vaticana antes de inaugurar o Encontro, o Patriarca Latino de Jerusalém fala sobre as “pequenas esperanças” que vivem na Terra Santa e que ...
O perigo da escalada entre Israel e Líbano
Pizzaballa começou com uma atualização sobre a recente escalada registrada entre Israel e Líbano. “A frente norte sempre foi quente, não é novidade que haja tensões, mas nesta forma, voltamos no tempo até 2006, quando houve a entrada do exército israelense no Líbano”, disse ele. Com o início do conflito, o Hezbollah intensificou os ataques a Israel, contou o cardeal, mencionando operações que foram realizadas “de maneira mais ou menos controlada até poucos dias atrás”. A nova fase “de maior intensidade, iniciada ainda antes da chamada operação dos localizadores de pessoas”, é o que a crônica recente relata. Lançamentos de foguetes que do Líbano alcançam Haifa e respostas de Israel. “É muito difícil entender quais são as intenções reais de um lado e do outro", afirmou o patriarca de Jerusalém, "há trocas de acusações, muitos anúncios, e é difícil entender o que é real e o que não é. Mas é um fato que há, por parte de ambos, e de maneira diferente, a intenção de dar uma espécie de ‘lição’ ao outro, a fim de acalmar as populações”.
O sentimento de “ódio” que corrói Gaza
Na Cisjordânia, os confrontos são “constantes” e causam tensões “muito altas”. O sentimento de “ódio” que se criou após os ataques não ajuda o processo de paz, tornando a situação continuamente “explosiva”, sublinhou Pizzaballa. Não se trata de uma “Gaza 2”, mas, ainda assim, é um teatro de uma situação difícil. As centenas de cristãos na Faixa de Gaza, por sua vez, vivem em uma situação de certo modo “privilegiada”, pois estão alojados nas igrejas. Dispunham de uma cozinha comum onde se prepara comida “duas vezes por semana”, para refeições que, em parte, são compensadas por ajuda humanitária que consegue chegar. No entanto, não se pode subestimar as carências em termos de higiene, destacou o cardeal, além do risco de contrair doenças como a pólio, especialmente entre os mais jovens. No que diz respeito à negociação, “há e há muito tempo", afirmou Pizzaballa: "Há com o Egito, Qatar, Estados Unidos. Mas não funciona. Sempre parece que estamos perto da solução, mas nunca chegamos à paz”. Segundo o cardeal, no entanto, é necessário continuar a “trabalhar": "Qualquer coisa que possa trazer um pouco de confiança é algo de grande valor”.
No voo de Singapura de volta para Roma, Francisco conversou com os jornalistas a bordo e falou sobre a tragédia dos civis mortos. Sobre as eleições nos EUA: entre Harris e Trump, ...
Não confundir “paz” com “solução”
Recordando os ataques de 7 de outubro, cuja data se aproxima do aniversário, o patriarca de Jerusalém dos latinos indicou aquele dia dramático como um evento “inesperado”, que chegou justamente quando parecia que a situação no Oriente Médio estava prestes a se estabilizar. A população israelense ainda está “dentro” daqueles trágicos acontecimentos, disse: “Ainda estamos na fase crítica do conflito, mas precisamos repensar a linguagem, critérios e perspectivas”. Sobre a possibilidade de um cessar-fogo, não se deve confundir “a palavra paz com solução", afirmou o cardeal Pizzaballa. "Nesses termos, não faz muito sentido falar sobre isso. No momento, em Israel, deseja-se vencer, e a paz, neste momento, não é a vitória. Esse é um dos grandes equívocos, e não apenas na Terra Santa”.
A paz não é impossível
A paz permanece, de qualquer forma, sempre possível, “pois é uma escolha”. O cardeal aprofundou o tema, explicando como “a paz política, com as duas partes chegando a um acordo, não existe. Isso não significa que seja impossível. As instituições, neste momento, estão paralisadas e a diplomacia não é capaz de influenciar de maneira determinante o conflito. No entanto, a sociedade não é composta apenas por instituições, mas também por outras realidades”. Entre elas, estão as do campo do voluntariado, presentes por meio de numerosos canais na Terra Santa, “com as quais se pode trabalhar. Se aprendi algo neste ano é que a paz deve ser preparada. Ela - sublinhou - é fruto da cultura e deve ser preparada nas escolas, de baixo para cima, criando as oportunidades que podem, pouco a pouco, reconstruir a confiança”.
A necessidade e a coragem dos testemunhos
“As cidades podem ser reconstruídas”, observou Tornielli, mas é mais difícil “erradicar o ódio que se criou nas crianças e nas novas gerações”. Precisamente dentro desse processo, segundo Pizzaballa, o diálogo inter-religioso será determinante, o que não “significa necessariamente querer bem”, mas encontrar soluções para viver lado a lado. “Serão necessários testemunhos, pois as coisas não mudam sozinhas. É preciso coragem, talvez, algumas vezes, enfrentando também a solidão”. Uma parte da conversa foi dedicada, então, à palavra “perdão”. “Não é fácil falar sobre isso agora. A nível pessoal, há maravilhosas testemunhas de perdão, mas a nível público, são necessárias dinâmicas diferentes. São assuntos complexos e difíceis, que, no entanto, requerem testemunhas capazes de levar essas atitudes à reflexão pública. Nós, cristãos, nesse sentido, devemos estar preparados. Mesmo que sejamos poucos, devemos ser capazes de olhar além”.
As palavras de don Tonino Bello
Por fim, um foco na linguagem usada em contextos tão delicados e muitas vezes simplificadores. Mesmo por trás do teclado, usam-se "palavras duríssimas". Nesse sentido, foram lembradas as indeléveis palavras de don Tonino Bello: "A guerra começa quando se dissolve o rosto do outro”. - Vatican News
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Ao menos 50 crianças mortas em ataques israelenses contra Hezbollah no Líbano
Somente na segunda-feira, pelo menos 50 crianças foram mortas no Líbano. Isto é mais do que o número de crianças mortas no Líbano nos últimos 11 meses.
Vatican News
"Ontem (segunda-feira, ndr) foi o pior dia dos últimos 18 anos no Líbano. Esta violência deve parar imediatamente ou as consequências serão injustificadas", afirmou Ettie Higgins, vice representante do UNICEF no Líbano.
De fato, foram 11 meses em um único dia. 50 crianças e 94 mulheres em um dia – entre as 558 pessoas que, segundo as notícias, foram mortas. Além disso, mais de 1.835 pessoas ficaram feridas na segunda-feira, incluindo muitas crianças e mulheres, segundo o Ministério da Saúde Pública libanês.
Inúmeras outras crianças estão em perigo, expostas a ataques, deslocadas das suas casas e sem acesso a um sistema de saúde sobrecarregado e com falta de pessoal. "Se voltarmos ao conflito, como nos dias sombrios de 2006, temo que desta vez possa ser ainda pior para as crianças do Líbano."
O País dos Cedros foi recentemente devastado por crises econômicas e políticas prolongadas; da grande explosão no Porto de Beirute; o impacto da COVID-19 e o quinto ano de uma crise econômica paralisante que fez disparar a pobreza. Muitas famílias já estão à beira do abismo. E agora este conflito agrava todos esses fatores.
Qualquer nova escalada do conflito poderá ser catastrófica para todas as crianças no Líbano, mas especialmente para as famílias nos povoados e cidades do sul e em Bekaa, no leste do Líbano, que foram forçadas a abandonar as suas casas. Estas novas pessoas deslocadas somam-se às 112 mil pessoas deslocadas desde outubro.
87 novos abrigos acolhem o número crescente de pessoas deslocadas no Sul, nas províncias de Beirute, Monte Líbano, Baalbek – Hermel, Bekaa e no Norte.
As escolas foram fechadas em todo o país, deixando as crianças em casa assustadas. Aqueles que cuidam de crianças estão preocupados com a incerteza da situação. Este medo não pode ser subestimado, uma vez que os bombardeamentos e os ataques aéreos continuam e aumentam todos os dias.
O UNICEF, que trabalha há 76 anos para proteger as crianças no Líbano, lança um apelo urgente por uma desescalada imediata e a todas as partes para que respeitem as próprias brigações segundo o direito humanitário internacional para garantir a proteção das infra-estruturas civis e dos civis, incluindo crianças, trabalhadores humanitários e pessoal médico. - Vatican News
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Paquistão: cristã culpada de blasfêmia por uma mensagem no WhatsApp
Segundo os juízes, Shagufta Kiran compartilhou um texto ofensivo contra o Islã. A mulher, presa em Rawalpindi, foi condenada à morte após um julgamento que durou de três anos
Vatican News
Shagufta Kiran, uma mulher cristã paquistanesa de 40 anos, foi considerada culpada de blasfêmia e condenada à morte, de acordo com o artigo 295-C do Código Penal, por ter insultado o profeta Maomé com uma mensagem no WhatsApp. Segundo informa a agência missionária Fides, a advogada da mulher, Rana Abdul Hameed, afirmou que um juiz de primeira instância, do tribunal especial de Islamabad, que aplica a Lei da Prevenção de Crimes Eletrônicos (PECA), também impôs uma multa de 300.000 rúpias (cerca de mil dólares estadunidenses), ao término de um julgamento que durou cerca de três anos. A defesa explicou que “Kiran não era autora daquele conteúdo e que ela, simplesmente, o encaminhou on-line, sem tê-lo lido”. Mas, isso não foi suficiente para evitar a condenação.
Presa em Rawalpindi
A mulher, que tem marido e quatro filhos, foi presa pela Agência Federal de Investigação (FIA), em 29 de julho de 2021, em Islamabad, por compartilhar conteúdo blasfemo em um grupo de WhatsApp, em setembro de 2020. Atualmente, está detida na Prisão Central de Adyalaa, em Rawalpindi, onde continuará a cumprir a pena até à execução da sentença.
Vulnerável por ser cristã
A advogada de defesa anunciou que irá recorrer, em segunda instância de julgamento, ao Tribunal Superior de Islamabad. Segundo a defensora, “a pessoa que escreveu a mensagem ofensiva ainda está foragida; mas, quem apenas expressou sua opinião, sem aprovar a mensagem, foi condenada". Acredita-se, portanto, que "Shagufta Kiran foi acusada por ser cristã, um alvo fácil e vulnerável". No Paquistão está em andamento uma rígida vigilância sobre o possível crime de blasfêmia na web e nas redes sociais, considerado, pelas organizações islâmicas, como “uma ameaça crescente, a ser punido com o máximo rigor”. O Departamento de Crimes Cibernéticos da Agência Federal de Investigação monitora e entrega à polícia os que postam conteúdo blasfemo on-line.
Vatican News
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JMJ 2027: Jovens de Lisboa passam «testemunho» a Seul no dia 24 de novembro
Celebração no Vaticano inclui entrega dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude
Os jovens de Lisboa vão entregar a uma delegação de Seul a Cruz e o Ícone da JMJ, numa celebração marcada para 24 de novembro, na Basílica de São Pedro, anunciou hoje o Vaticano.
“Trata-se de uma passagem de testemunho evocativa que marcará o início da preparação espiritual da Igreja coreana para a Jornada Mundial da Juventude. Anuncio que esta entrega terá lugar no dia 24 de novembro, solenidade de Cristo Rei do Universo, durante a Santa Missa na Basílica de São Pedro”, disse aos jornalistas o cardeal William Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, Família e Vida (Santa Sé), na conferência de apresentação da imagem oficial da JMJ Seul 2027.
Lisboa acolheu a edição internacional da Jornada Mundial da Juventude entre 1 e 6 de agosto de 2023, com mais de 1,5 milhões de participantes nas celebrações conclusivas, presididas por Francisco no Parque Tejo.
Com 3,8 metros de altura, a Cruz da JMJ foi confiada por São João Paulo II aos jovens católicos, no final do Ano Santo da Redenção em 1984.
“Este aspeto assume um significado especial este ano, devido à aproximação do Jubileu [2025]”, indicou o cardeal Farrell.
“O nosso desejo é que muitos jovens, mesmo aqueles que nunca participaram numa JMJ, percorram um caminho durante os próximos três anos – sobretudo um caminho interior – e se encontrem na Ásia juntamente com o sucessor de Pedro, e que todos juntos deem um corajoso testemunho de Cristo”, apelou o colaborador do Papa.
O caminho até à Coreia do Sul inclui a XL Jornada Mundial da Juventude (2025), que vai ter como tema ‘Vós também dareis testemunho, porque estais comigo’ (Jo 15,27).
Para a XLI Jornada Mundial da Juventude (2026 e Seul 2027), o Papa escolheu o tema ‘Tende coragem: eu venci o mundo!’, uma passagem do Evangelho segundo São João (Jo 16,33).
A XXXIX Jornada Mundial da Juventude vai ser celebrada nas várias dioceses católicas, no próximo dia 24 de novembro, com o tema ‘Aqueles que esperam no Senhor caminham sem se cansar’, passagem do livro do profeta Isaías (cf. Is 40, 31).
O prefeito do Dicastério responsável pelo acompanhamento da JMJ falou de uma “peregrinação interior que começou com o convite feito em Lisboa a levantar-se e partir”.
“Para o Ano Jubilar de 2025, os jovens são chamados a ser peregrinos de esperança em Roma e, nos dois anos seguintes, serão guiados por um caminho que culminará na Jornada Mundial da Juventude de Seul 2027”, precisou.
A conferência de imprensa contou com a presença do arcebispo de Seul, D. Paul Kyung Sang Lee, o qual apresentou o logótipo da JMJ 2027, que “integra os múltiplos significados do martírio, da juventude, de Seul, da JMJ e da cruz”.
O design utiliza técnicas de pincelada exclusivas da pintura coreana e incorpora os caracteres hangul que representam “Seul”, bem como as letras WYD (World Youth Day, Jornada Mundial da Juventude).
O arcebispo de Seul assumiu a vontade de convidar jovens da Coreia do Norte, mas sublinhou que “a situação internacional, a relação entre as duas Coreias, não é muito favorável”.
“De qualquer forma, se for possível, temos essa grande vontade de os convidar”, insistiu D. Paul Kyung Sang Lee.
As JMJ nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
As edições internacionais destas jornadas promovidas pela Igreja Católica são um acontecimento religioso e cultural que reúne centenas de milhares de jovens de todo o mundo, durante cerca de uma semana.
A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma, e desde então a JMJ já passou pelas seguintes cidades: Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016), Panamá (2019) e Lisboa (2023).
Fonte: Agência Ecclesia
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CELAM convoca dia internacional de oração pela Igreja na Nicarágua
Por Walter Sánchez Silva
24 de set de 2024 às 15:27
O Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) e a Confederação Latino-Americana e Caribenha de Religiosos (CLAR) declararam hoje (24) um dia internacional de oração pela Igreja na Nicarágua.
O dia de oração, diz a ADN Celam, será realizado hoje (24) a partir das 18h (horário local) na Colômbia, Panamá, Equador e Peru (17h no México e na América Central), no dia em que a Igreja celebra Nossa Senhora da Misericórdia.
O CELAM também lançou a hashtag #TodosConNicaragua (Todos com a Nicarágua) para participar do dia de oração, quando "nessa nação irmã a Igreja sofre os capítulos mais sombrios de sua história".
"Rezamos para que aqueles que têm o poder em suas mãos ouçam o grito de um povo, pelos milhares de migrantes, pela Igreja que sofre nela as mesmas dores do Crucificado, pelos mais pobres e vulneráveis que são deixados sozinhos", dizem os organizadores.
O que está acontecendo na Nicarágua?
O regime do presidente Daniel Ortega, ex-guerrilheiro de esquerda, e Rosario Murillo, sua mulher e vice-presidente da Nicarágua, persegue a Igreja com crescente desde 2018, por causa do apoio dado a manifestações populares contra as más condições de vida no país.
Além do exílio e expulsão de padres e bispos, como o bispo de Matagalpa e administrador apostólico de Estelí, dom Rolando Álvarez, agora exilado em Roma, houve muitas agressões do regime contra a Igreja.
No dia 15 de agosto, Martha Patricia Molina, advogada e pesquisadora, apresentou a quinta parte de seu relatório Nicarágua: Uma Igreja Perseguida? que contabiliza 870 ataques do regime contra a Igreja, de 2018 a julho de 2024.
Em 19 de agosto, o regime nicaraguense cancelou o status legal de 1,5 mil organizações não-governamentais (ONGs), incluindo 678 ONGs católicas e evangélicas, como o fundo para padres aposentados do país.
Em 3 de setembro, a Assembleia Nacional da Nicarágua, controlada por Ortega, aprovou uma reforma do Código Penal para punir crimes contra o Estado cometidos no exterior. Trata-se de uma medida para manter os nicaraguenses dispersos no exterior “calados, em silêncio, sem expressar nada”, disse o ex-ministro da Educação nicaraguense Humberto Belli, que vive exilado nos EUA.
Em 5 de setembro, a Casa Branca informou que 135 presos políticos foram libertados e enviados para a Guatemala, incluindo 13 membros da igreja cristã Puerta de la Montaña e vários católicos leigos.
Fonte: ACIDigital
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Associação dos Juristas Católicos é instituída em Brasília
Por Monasa Narjara
Proposta pelo arcebispo de Brasília, cardeal Paulo Cezar Costa, a Associação dos Juristas Católicos de Brasília foi instituída em uma reunião na Cúria Metropolitana de Brasília, na Esplanada dos Ministérios, no dia 20 de setembro. O evento foi conduzido pelo diretor espiritual da entidade, padre Rafael Santos e pelo ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Filho.
Segundo a associação dos Juristas Católicos de Brasília, a entidade pretende com “a participação de juristas de destaque e líderes espirituais” realizar um espaço de reflexão e ação sobre os valores éticos e morais da fé católica em contextos públicos e legislativos, assim como em debates jurídicos e sociais, como sugere a Frente Parlamentar Católica no Senado e na Câmara dos Deputados,
Para o ministro do TST, Ives Gandra Filho esta associação será importante para o fortalecimento da justiça e da liberdade de pensamento e ressaltou que, os “juristas católicos”, têm “uma mentalidade laical, não clerical” destacando que “os sacerdotes nos oferecem a luz dos argumentos que vêm de cima”, e os juristas devem “construir argumentos com razão, sempre respeitando a liberdade de pensamento dos outros”.
Durante a reunião também foram apresentados o estatuto e a diretoria da associação que começou a ser constituída. E a pedido de dom Paulo Cezar, a associação fará em novembro um evento sobre “Laicidade e o Estado”, com o tema: “Liberdade Religiosa e Laicidade”, que falará sobre os 15 anos do Acordo Brasil-Santa Sé. Fonte: ACIDigital
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Divulgado o tema e logotipo da Jornada Mundial da Juventude Seul 2027
“Tende coragem: eu venci o mundo!” (Jo 16,33) foi o tema escolhido pelo Papa Francisco para a próxima edição do principal evento que reúne jovens católicos do mundo inteiro.
Na manhã desta terça-feira, 24 de setembro, foi realizada uma coletiva de imprensa sobre a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que está programada para ocorrer em Seul, Coreia do Sul, no ano de 2027.
A peregrinação dos símbolos da JMJ está marcada para ser iniciada no dia 24 de novembro deste ano, Solenidade de Cristo Rei do Universo. A entrega da Cruz dos Jovens (também conhecida como Cruz da JMJ) e do ícone de Maria Salus Populi Romani aos jovens coreanos durante a Missa na Basílica de São Pedro é uma tradição que marca o início da preparação espiritual para a próxima JMJ.
“Tende coragem: eu venci o mundo!” (Jo 16,33)
Durante o encontro, foi apresentado o logotipo deste que é considerado o maior evento para a juventude católica do mundo. Além disso, foi divulgado o seguinte tema escolhido pelo Papa Francisco: “Tende coragem: eu venci o mundo!” (Jo 16,33).
De acordo com o prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, Cardeal Kevin Farrell, a JMJ diocesana de 2026 seguirá o mesmo tema. Já o encontro diocesano de 2025 terá por tema “Vós também dareis testemunho, porque estais comigo” (Jo 15,27).
O purpurado ressaltou que em ambos os temas Jesus prepara os os discípulos a viver o mistério da sua paixão e morte, na certeza da sua ressurreição. “Os dois temas centram-se, portanto, no testemunho e na coragem que brotam da vitória pascal de Jesus”, afirmou.
Preparativos para a próxima Jornada Mundial da Juventude
Abordando os preparativos já realizados para o evento, Dom Paul Kyung Sang Lee, Bispo Auxiliar de Seul e coordenador-geral da JMJ Seul 2027, destacou a inauguração do Comitê Organizador Local e uma campanha realizada para oferecer um bilhão de terços.
O prelado também tratou explicou os detalhes do logotipo criado para a JMJ Seul 2027, que é inspirado na arte tradicional coreana, utilizando singulares técnicas de pintura coreana e incorporando sutilmente caracteres ‘hangul’ que formam a palavra Seul.
Explicação das cores e símbolos do logotipo da JMJ Seul 2027
Simbolizando a vitória de Jesus sobre o mundo, no centro aparece uma cruz ilustrada nas cores vermelho e azul. À esquerda aparece um elemento representando Deus no céu, enquanto o traço à direita, orientado para baixo, simboliza a Terra e o cumprimento da vontade de Deus por meio da unidade.
Já o vermelho de um dos lados da cruz remete ao sangue dos mártires, relacionando-se com a coragem. O azul presente no outro elemento simboliza a vitalidade dos jovens e o chamado de Deus. Juntas, essas cores ecoam o símbolo Taegeuk, presente na bandeira sul-coreana.
O amarelo brilhando por trás da cruz no centro do logotipo representa Nosso Senhor Jesus Cristo, que é a luz do mundo. “Ele brilha na nossa Igreja como o sol que nasce no Oriente e guia a Igreja para a unidade”, concluiu o prelado coreano. (EPC)
Fonte: Gaudium Press
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Do dia 23/9/2024
Mensagem do Papa para a 39ª Jornada Mundial da Juventude: percorrer o caminho com alegria e esperança
A Santa Sé divulgou a Mensagem do Papa Francisco para a 39ª Jornada Mundial da Juventude, a ser celebrada no dia 24 de novembro, em âmbito diocesano. Assim como no ano passado, o texto está relacionado ao Jubileu 2025, com a motivação a percorrer o caminho da esperança.
O tema escolhido pelo Papa é “Aqueles que esperam no Senhor, caminham sem se cansar” (cf. Is 40,31), expressão retirada do chamado Livro da Consolação (Is 40-55), que anuncia o fim do exílio de Israel na Babilônia e o início de uma nova fase de esperança e de renascimento para o povo de Deus, que pôde regressar à sua pátria graças a um novo “caminho” que, na história, o Senhor abriu aos seus filhos (cf. Is 40, 3).
No contexto atual, Francisco recorda as situações dramáticas que geram desespero e impedem olhar para o futuro com espírito sereno: a tragédia da guerra, as injustiças sociais, as desigualdades, a fome, a exploração do ser humano e da criação. E os jovens, muitas vezes, pagam o preço mais alto dessas situações ao sentirem a incerteza do futuro e não vislumbrarem perspectivas seguras para seus sonhos, “correndo assim o risco de viver sem esperança, prisioneiros do tédio e da melancolia, por vezes arrastados para a ilusão da transgressão e das realidades destrutivas”.
Na peregrinação da vida, podem se apresentar o cansaço, a ansiedade, a tristeza e o tédio. O Papa ressalta a esperança como força que “vence todo o cansaço, toda a crise e toda a ansiedade, dando-nos uma forte motivação para avançar, porque é um dom que recebemos do próprio Deus: Ele enche o nosso tempo de sentido, ilumina-nos o caminho, indica-nos a direção e a meta da vida”.
“A esperança é precisamente uma força nova, que Deus infunde em nós, que nos permite perseverar na corrida, que nos dá uma ‘visão de longo alcance’, que ultrapassa as dificuldades do presente e nos orienta para uma meta concreta: a comunhão com Deus e a plenitude da vida eterna. Se há uma bela meta, se a vida não se dirige para o vazio, se nada daquilo que sonho, projeto e realizo se perde, então vale a pena caminhar e suar, suportar os obstáculos e enfrentar o cansaço, porque a recompensa final é maravilhosa!”, disse o Papa.
O Papa compara os desafios da pegrinação da vida com os momentos de crise enfrentados. Esses momentos, ressalta, “não são tempos perdidos ou inúteis, mas podem revelar-se importantes oportunidades de crescimento. São tempos de purificação da esperança!”.
E, durante as crises, as esperanças falsas são desfeitas e cada um pode perguntar-se em que esperanças a vida está baseada, se são verdadeiras ou são ilusões.
“Nestes momentos, o Senhor não nos abandona; aproxima-se com a sua paternidade e dá-nos sempre o pão que revigora as nossas forças e nos põe de novo a caminho”, disse o Papa, convidando a redescobrir “o grande dom da Eucaristia”.
Outro convite do Papa é descansar como Jesus e em Jesus “nos inevitáveis momentos de cansaço da nossa peregrinação neste mundo”.
“Quando o cansaço do caminho vos pesar, voltai para Jesus, aprendei a descansar n’Ele e a permanecer n’Ele, pois “aqueles que esperam no Senhor […] caminham sem se cansar” (Is 40,31)”.
De turistas a peregrinos
No caminho, os jovens são convidados ainda a descobrir a vida, nas pegadas do amor, em busca do rosto de Deus. E a recomendação é não partir como meros turistas, mas como peregrinos.
“Que a vossa caminhada não seja apenas uma passagem pelos lugares da vida de forma superficial, sem captar a beleza do que encontrais, sem descobrir o sentido dos caminhos percorridos, captando só breves momentos, experiências fugazes registradas numa selfie. O turista faz isso. O peregrino, pelo contrário, mergulha de alma e coração nos lugares que encontra, fá-los falar, torna-os parte da sua busca de felicidade. A peregrinação jubilar quer, portanto, tornar-se o sinal do caminho interior que todos somos chamados a fazer para chegar ao destino final”.
Peregrinar no Ano Jubilar
No contexto do Jubileu da Esperança, o Papa Francisco diz que espera que seja possível a muitos jovens ir até Roma em peregrinação para atravessar as Portas Santas, sendo “um momento de encontro vivo e pessoal com o Senhor Jesus, ‘porta’ de salvação”. Essa proposta tem a orientação de ser vivida com três atitudes fundamentais: a ação de graças, a procura e o arrependimento.
“Neste próximo Ano Santo da Esperança, convido-vos a todos a experimentar o abraço do Deus misericordioso, a experimentar o seu perdão, a remissão de todas as nossas ‘dívidas interiores’, como era tradição nos jubileus bíblicos. E assim, acolhidos por Deus e renascidos n’Ele, também vós vos tornais braços abertos para tantos dos vossos amigos e colegas que precisam de sentir, através do vosso acolhimento, o amor de Deus Pai”, motiva Francisco nos trechos finais de sua mensagem.
Fonte: CNBB
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O Papa: prevenir os riscos de usos manipuladores da Inteligência Artificial
No discurso entregue à Pontifícia Academia das Ciências, Francisco expressa preocupação pelo forte impacto da humanidade na natureza e nos ecossistemas e nos convida a considerar os benefícios e as graves implicações negativas da Inteligência Artificial, que pode "moldar a opinião pública, influenciar as escolhas de consumo e interferir nos processos eleitorais". O Pontífice recomenda considerar as "dimensões imutavelmente humanas e éticas de todo o progresso científico e tecnológico".
Mariangela Jaguraba – Vatican News
"Todos nós estamos cada vez mais preocupados com o forte impacto da humanidade sobre a natureza e os ecossistemas." É o que escreve o Papa Francisco no discurso entregue aos participantes da assembleia plenária da Pontifícia Academia das Ciências, nesta segunda-feira (23/09).
No texto, o Papa agradece ao presidente da Pontifícia Academia das Ciências, Joachim von Braun, e ao chanceler, cardeal Peter Turkson, e aos acadêmicos por terem escolhido os temas do Antropoceno e da Inteligência Artificial para estudo e debate na Assembleia Plenária deste ano.
Segundo Francisco, alguns membros desta Academia "foram os primeiros a identificar o impacto crescente das atividades humanas sobre a criação, estudando os riscos e problemas relacionados a ele. O Antropoceno está de fato revelando suas consequências cada vez mais dramáticas para a natureza e para os seres humanos, especialmente na crise climática e na perda de biodiversidade".
Usar o conhecimento para servir
O Papa agradece a Pontifícia Academia das Ciências por "continuar concentrar-se em questões como estas, com particular atenção às suas implicações para os pobres e marginalizados. As ciências, na sua busca de conhecimento e compreensão do mundo físico, nunca devem perder de vista a importância de utilizar esse conhecimento para servir e promover a dignidade das pessoas e da humanidade como um todo".
"Como o mundo enfrenta sérios desafios sociais, políticos e ambientais, vemos claramente a urgência de um contexto mais amplo, em que o discurso público inclusivo não seja apenas informado por diferentes disciplinas científicas, mas também pela participação de todos os componentes sociais", escreve Francisco, elogiando a intenção da Academia, em suas várias Conferências, de prestar atenção, em seus debates, às pessoas marginalizadas e pobres, incluindo os povos indígenas e sua sabedoria.
Tecnologia e qualidade de vida para todos
A propósito de Inteligência Artificial, o Papa recorda que ela pode ser benéfica para a humanidade, "ao promover inovações nos campos da medicina e da saúde, além de ajudar a proteger o ambiente natural e possibilitar o uso sustentável de recursos à luz das mudanças climáticas. Entretanto, como vemos, ela também pode ter sérias implicações negativas para a população, especialmente para crianças e adultos vulneráveis. Além disso, é necessário reconhecer e prevenir os riscos de usos manipuladores da Inteligência Artificial para moldar a opinião pública, influenciar as escolhas de consumo e interferir nos processos eleitorais".
Segundo Francisco, "esses desafios nos lembram as dimensões imutavelmente humanas e éticas de todo o progresso científico e tecnológico". O Papa reitera "a convicção da Igreja de que «a dignidade intrínseca de cada pessoa e a fraternidade que nos une como membros da única família humana devem estar na base do desenvolvimento das novas tecnologias [...]. Os desenvolvimentos tecnológicos que não levam a uma melhoria da qualidade de vida de toda a humanidade, mas, pelo contrário, aumentam as desigualdades e os conflitos, nunca podem ser considerados um verdadeiro progresso»".
Paz e cooperação internacional
"Neste sentido, o impacto das formas de Inteligência Artificial em cada população e na Comunidade internacional requer maior atenção e estudo. Apraz-me saber que a Pontifícia Academia das Ciências está trabalhando, por sua vez, para propor regras adequadas para prevenir riscos e promover benefícios neste campo complexo", escreve ainda o Pontífice.
"Num momento em que as crises, as guerras e as ameaças à segurança mundial parecem prevalecer, as contribuições" da Pontifícia Academia das Ciências "para o progresso do conhecimento a serviço da família humana são ainda mais importantes para a causa da paz mundial e da cooperação internacional", conclui o Papa.
Fonte: Vatican News
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Papa a jovens músicos: cantem a esperança para aqueles que a perderam
O talento das novas gerações está no centro do discurso entregue aos participantes do "Christmas Contest", o concurso promovido pela Fundação Pontifícia Gravissimum Educationis, que reúne canções inéditas de todo o mundo inspiradas no Natal. Francisco recebeu os participantes: “precisamos do talento e da criatividade dos jovens, movidos não pelos ídolos do dinheiro e do sucesso, mas pela paixão pela beleza, pela fraternidade, por Jesus que dá sentido à vida”.
Edoardo Giribaldi - Vatican News
“Precisamos do talento dos jovens, da criatividade, movidos não pelos ídolos do dinheiro e do sucesso, mas pela paixão pela beleza, pela fraternidade, pelo Senhor Jesus que salva e dá sentido à nossa vida”. Uma mensagem de esperança e de reconhecimento foi expressa pelo Papa Francisco em discurso entregue nesta segunda-feira (23/09) aos participantes do Christmas Contest, o concurso promovido pela Fundação Pontifícia Gravissimum Educationis - Cultura para a Educação, que reúne canções inéditas inspiradas no Natal de todo o mundo, dando às melhores a chance de serem apresentadas no cenário do prestigioso Concerto de Natal no Vaticano.
Um concurso que é “oportunidade de crescimento humano"
Um concurso descrito por Francisco como “especial”, que tem como objetivo ser uma “oportunidade para o crescimento humano”:
Gostaria de lembrar com vocês, jovens cantores e músicos empenhados em promover os valores do Natal, que o nascimento de Jesus foi acompanhado por um canto celestial: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens por Ele amados”.
A vocação artística expressa na juventude
O Papa recorda como “a Encarnação de Jesus Cristo” tenha “inspirado inúmeros artistas de todas as línguas e culturas ao longo dos séculos, que traçaram caminhos de fraternidade no mundo”. Isso “traz a verdadeira paz ao mundo, e como precisamos dela hoje!”, observa Francisco, enfatizando o “talento”, bem como a “originalidade”, das “histórias” e das “vozes” como ferramentas disponíveis aos participantes para fazer parte “dessa grande trilha”. “E é sempre o mesmo Amor de Deus, feito homem em Jesus Cristo, que fala ao coração de vocês”, acrescenta Francisco.
Durante a juventude, com o desejo de expressar a vocação artística de vocês, no caminho humano e cristão de todos vocês, de diferentes maneiras, sentem a atração do mistério do Amor encarnado e o manifestam por meio do canto e da música.
Uma voz para aqueles que perderam a esperança
O Papa então indica as vozes dos participantes como uma canção de “esperança”, para o benefício “daqueles que a perderam por tantas razões: miséria, doença, guerra, migração forçada, problemas na família, na escola, com os amigos”. O desejo final de Francisco é que “alguns desses jovens” possam ser “tocados” pelo testemunho cantado pelos presentes.
Fonte: Vatican News
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Papa Francisco, audiências canceladas devido a "uma gripe leve"
A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou um comunicado, explicando que o cancelamento dos compromissos do Papa de hoje é também "por precaução dada a viagem nos próximos dias" a Luxemburgo e à Bélgica.
Vatican News
Os compromissos previstos na manhã desta segunda-feira, 23 de setembro, para o Papa Francisco foram cancelados devido a uma gripe leve.
A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou um comunicado aos jornalistas que diz: "Devido a uma gripe leve, e por precaução dada a viagem dos próximos dias, as audiências papais marcadas para hoje estão canceladas".
A viagem apostólica do Pontífice a Luxemburgo e à Bélgica está marcada de 26 a 29 de setembro, 46ª viagem internacional de seu pontificado, poucas semanas depois da viagem ao Sudeste Asiático e à Oceania.
Fonte: Vatican News
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No coração da Europa para falar de paz, clima e migração: o Papa na Bélgica e em Luxemburgo
O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, ilustrou os detalhes da 46ª viagem apostólica de Francisco aos dois países, sedes das instituições financeiras e administrativas da UE: "O tema da paz é central num momento em que o continente corre o risco de ser arrastado novamente para um conflito." Dentre os temas, também o dos abusos: nenhuma confirmação de encontro com um grupo de vítimas. Sobre a saúde do Pontífice: "No momento, tudo como previsto".
Salvatore Cernuzio – Vatican News
Dos confins do mundo ao coração da Europa. Uma nova viagem internacional, a 46ª de seu pontificado, depois da grande peregrinação ao Sudeste Asiático e à Oceania, espera o Papa nos próximos dias: Luxemburgo e Bélgica. Dois países, encruzilhadas da história do Velho Continente e centros de instituições europeias, onde Francisco irá de 26 a 29 deste mês, a convite dos Grão-Duques e da Realeza, para falar sobre os temas da paz, migração, emergência climática e futuro dos jovens. Sem esquecer as questões eclesiais atuais como o papel do cristianismo na sociedade à mercê da secularização e da indiferença, a contribuição da educação cristã (o 600º aniversário da Universidade Católica de Lovain, fundada em 1425, é um dos motivos da viagem), e o flagelo dos abusos, muito sofrido na Bélgica especialmente com o caso do bispo emérito de Bruges, Roger Vangheluwe, de 87 anos, demitido do estado clerical em março passado por violência, inclusive contra menores.
Nas pegadas de João Paulo II
O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, ofereceu detalhes e chaves de leitura para entender a nova viagem de Jorge Mario Bergoglio ao exterior. Bruni tranquilizou sobre as condições de saúde do Pontífice, que hoje cancelou as audiências programadas devido a “uma gripe leve”: “Não há novidades. No momento, tudo continua exatamente como previsto”. Essa viagem, lembrou o porta-voz vaticano, também segue os passos das visitas de João Paulo II aos dois países em 1985: basta lembrar o encontro de Wojtyła com os estudantes da Katholieke Universiteit Leuven e com a comunidade acadêmica da Université Catholique de Louvain. Por outro lado, os dois compromissos também estão incluídos no programa de viagem de Francisco, que se concluirá com a beatificação, durante a missa no Estádio Rei Baldovino, da Venerável Ana de Jesus, que dirigiu o mosteiro de Bruxelas por quatorze anos. Seguindo o fio da história, João Paulo II também celebrou uma beatificação na Bélgica em 95, a de São Damião de Veuster, conhecido como Damião de Molokai, um grande missionário belga que morreu entre os leprosos do Havaí, aos quais serviu com o custo de sua vida.
O desafio do testemunho cristão na Europa
Antes dele, muitos outros santos e missionários ao longo dos séculos espalharam as sementes do cristianismo nestas terras onde hoje existem cerca de 8.400 católicos na Bélgica e menos de 300 em Luxemburgo. “A secularização é um tema, mas talvez ainda mais o seja o desafio do testemunho cristão numa Europa onde o cristianismo é menos conhecido do que no passado, cheio de questões, muitas delas não expressas, com uma percepção de declínio”, sublinhou Bruni. “Já existem tentativas de resposta neste sentido dentro destas comunidades que terão a oportunidade de receber um encorajamento do Papa”.
Uma parte do mundo que todos olham
Além das comunidades católicas, incluindo as dos países vizinhos, o Papa levará a sua mensagem a dois países que são, um, “sede de diversas instituições europeias, especialmente de natureza financeira” (Luxemburgo); o outro, “sede de grande parte da administração da UE” (Bélgica). Países de grande peso político nos últimos anos. É, portanto, “uma parte do mundo que os outros olham” que Francisco visitará e as suas palavras serão, portanto, “uma palavra dirigida ao coração da Europa” e “sobre o papel que ela quer desempenhar no mundo num futuro próximo” para o acolhimento e solidariedade entre as nações. Nações que foram “vítimas” da ocupação e da destruição no passado, que hoje sentem os efeitos das dilacerações causadas pelos conflitos em andamento.
O tema da paz é central
A paz será um dos temas principais dos sete discursos (todos em italiano) que o Papa Francisco proferirá durante a viagem. "Um chamado – disse Bruni – também para aquelas terras que desejaram fortemente e trabalharam para criar as condições de paz depois do sofrimento sofrido durante a guerra, no momento em que o continente corre o risco de ser novamente arrastado para o conflito". Não se deve esquecer que o Papa se dirige “a um continente que se interroga seriamente sobre as questões ambientais”.
Transformações
Estas questões estão interligadas, como mencionado, com a educação católica e o seu papel numa era de crescimento tecnológico. Os dois encontros acima mencionados na Katholieke Universiteit Leuven e na Université Catholique de Louvain (27 e 28 desSetembro respectivamente) constituirão uma oportunidade para compreender, através das palavras do Bispo de Roma, “o que o Cristianismo ainda tem a dizer à cultura europeia”. Nessa perspectiva, durante o encontro com os professores da Katholieke Universiteit Leuven, é interessante a escolha de exibir um vídeo sobre assistência aos refugiados. Uma escolha que Matteo Bruni explicou sublinhando que "a sociedade belga sofreu uma transformação nos últimos anos, também devido à presença de refugiados nas instituições universitárias. Não falo em nome da Universidade, mas provavelmente a escolha é destacar este tema como um desafio que se esforçam para enfrentar".
A questão do abuso
Não faltou menção no briefing, nas perguntas dos jornalistas, à questão dos abusos do clero, também à luz da notícia divulgada pela própria Conferência Episcopal Belga de um possível encontro do Papa com 15 vítimas, seis homens e nove mulheres. Um encontro que ocorrerá “com total discrição”, em local e data que só serão revelados posteriormente, disseram os bispos. O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé não confirmou este encontro: "O programa é este que foi ilustrado. Caso haja um encontro específico, em acordo com as vítimas, daremos informações posteriormente". Quanto à triste história de dom Vangheluwe, culpado de abusos de menores, incluindo um sobrinho, Bruni explicou que o Papa está "consciente das dificuldades, dos dramas e do sofrimento que ocorreram na Bélgica, podemos certamente esperar uma referência a isto".
O séquito
Por fim, Bruni ilustrou todos os detalhes da viagem de quatro dias que incluirá encontros “em diversas ocasiões” com algumas autoridades da União Europeia e instituições relacionadas. Além disso, haverá vários passeios de kart de golfe entre jovens e consagrados. O cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, que se encontra em Nova Iorque para representar a Santa Sé na 79ª Assembleia Geral da ONU, não estará presente na viagem. Estarão presentes os cardeais Robert Francis Prevost, prefeito do Dicastério para os Bispos, e Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos.
Fonte: Vatican News
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Cardeal Zenari: na Síria, a bomba da pobreza está matando a esperança
O núncio apostólico em Damasco, em homilia no domingo (22/09) na paróquia romana de "Santa Maria delle Grazie alle Fornaci", da qual é diácono, compartilhou o sofrimento do povo sírio.
Massimiliano Menichetti
A martirizada Síria, como o Papa Francisco reitera com frequência, agora está esquecida, saiu do radar da informação. Testemunha da luz de Cristo e da esperança que está se esvaindo naquele país é o núncio apostólico em Damasco, o cardeal Mario Zenari, que neste domingo (22/09) presidiu a missa dominical na paróquia romana de Santa Maria delle Grazie alle Fornaci, da qual é diácono.
Na homilia e no encontro com os paroquianos após a celebração, ele compartilhou o sofrimento do povo sírio, que já entrou em seu décimo quarto ano de conflito e “está exausto e lutando para ver a luz do futuro”. A guerra já matou 500 mil pessoas, mais de 7 milhões estão deslocadas internamente e mais de 5 milhões fugiram para outros países. De acordo com as Nações Unidas, 16,7 milhões de pessoas estão precisando de ajuda humanitária e quase 13 milhões estão passando por grave insegurança alimentar.
Zenari falou sobre as muitas cruzes, “grandes e pequenas”, que todos carregam em suas vidas e o apoio que Cristo dá, e depois mostrou aquelas na Síria. Ele voltou com sua memória a anos passados, à imagem impressa em sua mente de mais de um milhão de sírios que saíram para fugir da violência, sob chuva e neve, levando consigo o que podiam: “uma Via-Sacra de um quilômetro de extensão”. Depois, outro momento na memória, o de uma Sexta-feira Santa, quando as bombas estavam caindo na cidade de Homs e um sacristão perguntou ao padre Michael onde a liturgia deveria ser preparada, em um contexto em que tudo estava destruído e as igrejas danificadas. “Padre Michael instruiu o sacristão a pegar uma longa corda e colocá-la ao redor dos bairros devastados pela guerra e colocar as palavras Calvário no centro do perímetro. Hoje”, reiterou o cardeal, ‘essa corda é muito mais longa e se estende por quilômetros e quilômetros e abrange todo o Oriente Médio’.
“Vi tanta destruição, morte, crianças amputadas, tanto sofrimento durante os anos de intensos combates. Agora a bomba da pobreza explodiu, não deixando nenhuma esperança para a população”. Ele confirma que as sanções impostas contra o regime sírio estão tendo repercussões muito pesadas sobre a população: “durante a guerra havia luz, agora há apagões e a escuridão envolve o país". Falta de tudo: remédios, alimentos, objetos de uso diário, os bancos não estão investindo, as finanças estão paralisadas, assim como a educação.
A população continua fugindo, a pobreza é galopante: “hoje, um médico”, ressalta Zenari, “ganha 20 euros por mês. As pessoas estudam quando podem e pensam em emigrar”. Nesse cenário, a Igreja está na linha de frente, ajudando, confortando, iniciando todas as ações, até mesmo as diplomáticas, para reverter essa queda em direção ao abismo. De acordo com as Nações Unidas, cerca de 500 pessoas deixam o país todos os dias.
O grito do núncio em Damasco não pode permanecer surdo em um planeta dilacerado pelo conflito. A construção de um mundo fraterno, solidário, em paz, capaz de iniciar projetos políticos de grande alcance com o homem no centro é possível, não é apenas imaginável, e é implementada com o compromisso de muitos. Não podemos nos esquecer da Síria, não podemos olhar para o outro lado quando migrantes morrem no mar, não podemos aceitar ditaduras e conflitos. Todos, em todas as esferas, são chamados a construir caminhos de diálogo, encontro e paz. - Fonte: Vatican News
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Direito à alimentação: Santa Sé e ONGs católicas contra o desperdício e consumo excessivo
Em vista do Dia Mundial da Alimentação, a Missão Permanente da Santa Sé junto à FAO, FIDA, PMA e Fórum de Roma de Organizações Não-Governamentais de inspiração católica organizam para 10 de outubro um seminário sobre o tema do desperdício de comida. Serão apresentadas experiências concretas da Caritas Internationalis e de algumas ONGs católicas.
Vatican News
“Direito à alimentação, entre privação e desperdício. É hora de agir” é o título do seminário de estudo que a Missão Permanente da Santa Sé junto à FAO, FIDA, PMA e o Fórum de Roma de Organizações Não Governamentais de inspiração católica, organizaram para o dia 10 de outubro, em vista da celebração do Dia Mundial da Alimentação 2024. O evento será realizado das 10h30 às 13h locais na sala alemã da sede de Roma da FAO, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, mas também pode ser acompanhado pela plataforma on-linde Zoom, com prévia inscrição (todas as informações podem ser encontradas neste link).
O objetivo do encontro, poucos dias antes do Dia das Nações Unidas, em 16 de outubro, sobre o tema “Direito à alimentação para uma vida e um futuro melhores”, é refletir sobre a importância de adotar um ponto de vista integral que nos permita encontrar as soluções certas para corrigir os desequilíbrios do modelo alimentar atual.
Uma época de contradições
Infelizmente, refletem os organizadores, ‘vivemos em uma época de contradições’, com o mundo enfrentando várias crises alimentares em diferentes áreas, mas, ao mesmo tempo, ‘estamos testemunhando um desperdício desproporcional e um consumo excessivo de alimentos’. Conflitos, choques econômicos e eventos climáticos extremos, prosseguem, “continuam a mergulhar milhões de pessoas nas garras da fome e da desnutrição”. É de fato paradoxal como, no mundo de hoje, há comida suficiente para todos, mas nem todos podem desfrutá-la”.
Erradicar o flagelo da fome
Para garantir a paz e o desenvolvimento, entendidos como a melhoria das condições de vida das populações que sofrem com a fome, a guerra e a pobreza, continua o comunicado que lança a iniciativa, “não são necessárias apenas declarações solenes, mas, acima de tudo, ações concretas, incisivas e sábias, com o objetivo de aumentar a eficiência da produção, distribuição e consumo justo de alimentos, tanto em quantidade quanto em qualidade”. Comer de forma suficiente e saudável, esclarecem os organizadores, “não é apenas um direito, mas implica o compromisso constante e a vontade comum de erradicar, de uma vez por todas, o flagelo da fome. Se a fome existe, e a cada dia ela cresce exponencialmente, é porque o vírus da insensibilidade, da indiferença e da ausência de fraternidade está se espalhando em suas raízes”.
O apelo do Papa Francisco
Os organizadores do seminário querem contribuir para esse processo com uma abordagem baseada na visão da ecologia integral, que é crucial para enfrentar os desafios globais de forma sistêmica: não olhar para a injustiça alimentar apenas como um problema de falta de alimentos, mas também como um problema de justiça. É extremamente importante garantir que os sistemas alimentares sejam sustentáveis, resilientes e inclusivos.
“É uma questão”, disse o Papa Francisco em sua mensagem para o Dia Mundial da Alimentação de 2020, ‘de adotar soluções inovadoras que possam transformar a maneira como produzimos e consumimos alimentos para o bem-estar de nossas comunidades e de nosso planeta, fortalecendo assim a resiliência e a sustentabilidade a longo prazo’. Um convite, portanto, para repensar e renovar nossos sistemas alimentares, em uma perspectiva de solidariedade, superando a lógica da exploração selvagem da criação e orientando melhor nosso compromisso de cultivar e preservar o meio ambiente e seus recursos, para garantir a segurança alimentar e caminhar em direção a uma nutrição suficiente e saudável para todos.
O exemplo de experiências concretas
Faremos isso, esclarecem os organizadores, “partindo de uma breve perspectiva teórica”, mas sobretudo “concentrando-nos em muitas experiências concretas que evidenciam o grande esforço” das ONGs de inspiração católica em diferentes lugares do mundo, com iniciativas ricas em humanidade, para garantir o direito à alimentação. Experiências que demonstram o valor agregado das organizações da sociedade civil, que trabalham diretamente no local e perto das pessoas. Sua proximidade e compreensão das comunidades locais são, de fato, “essenciais para enfrentar com eficácia o desafio do direito à alimentação”. A partir desses casos concretos, será proposto um caminho compartilhado para aumentar a eficiência e influenciar positivamente a mudança de políticas, enfatizando a importância da ação coordenada e inclusiva em nível global.
O programa
Apresentando suas experiências práticas estarão Caritas Internationalis, New Humanity, International Council of Catholic Men Unum - Omnes, Fundación Promoción Social, Fundação Marista pela Solidariedade Internacional e União Mundial das Organizações Femininas Católicas. Por fim, Vincenzo Conso, coordenador do Fórum de Roma das ONGs de inspiração católica, irá ler o Manifesto do Fórum de Roma pelo Direito à Alimentação, enquanto as conclusões serão confiadas a Fernando Chica Arellano, Observador Permanente da Santa Sé junto à FAO, FIDA e PMA.
Fonte: Vatican News
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Papa nomeia novos consultores do Dicastério da Doutrina da Fé
Um bispo, sacerdotes, religiosas e leigos entre os novos consultores do Dicastério para a Doutrina da Fé.
Vatican News
O Santo Padre nomeou consultores do Dicastério para a Doutrina da Fé: dom Antonio Stagliano, presidente da Pontifícia Academia de Teologia; os reverendos monsenhores: Giovanni Ancona, professor titular da Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Urbaniana de Roma; Giacomo Canobbio, diretor Científico da Academia Católica de Brescia; Carlo Dell'Osso, secretário do Pontifício Instituto de Arqueologia Cristã de Roma; Basilio Petrà, professor emérito da Faculdade Teológica da Itália Central em Florença; Bruno Fabio Pighin, professor emérito da Faculdade de Direito Canônico “San Pio X” de Veneza.
Os reverendos sacerdotes: Mario Stefano Antonelli, reitor do Pontifício Seminário Lombardo dos Santos Ambrósio e Carlos, em Roma; Pasquale Bua, diretor do Instituto Teológico Leoniano de Anagni; Maurizio Chiodi, professor titular do Pontifício Instituto Teológico “João Paulo II” para as Ciências do Matrimônio e da Família, em Roma; Massimo Del Pozzo, professor titular da Faculdade de Direito Canônico da Pontifícia Universidade da Santa Cruz de Roma; Aristide Fumagalli, professor titular da Faculdade Teológica do Norte da Itália – Seção Paralela do Seminário Arcebispal de Milão em Venegono Inferiore; Federico Giuntoli, professor extraordinário da Faculdade Bíblica do Pontifício Instituto Bíblico de Roma; Pier Davide Guenzi, presidente da Associação Teológica Italiana para o Estudo da Moral; Franco Manzi, professor titular da Faculdade Teológica do Norte da Itália – Seção Paralela do Seminário Arcebispal de Milão em Venegono Inferiore; Massimo Regini, diretor do Instituto Teológico Marche de Ancona; o reverendíssimo padre Raffaele Talmelli, superior geral dos Servos do Paráclito; os reverendos padres: Denis Chardonnens, O.C.D., professor titular da Pontifícia Faculdade de Teologia e do Pontifício Instituto de Espiritualidade “Teresianum” de Roma; Armando Genovese, M.S.C., professor titular da Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Urbaniana de Roma; Juan Manuel Granados Rojas, S.I., professor titular da Faculdade Bíblica do Pontifício Instituto Bíblico de Roma; Dominic Sundararaj Irudayaraj, SI, professor extraordinário da Faculdade Bíblica do Pontifício Instituto Bíblico de Roma.
As reverendas irmãs Giuseppina Daniela Del Gaudio, S.F.I., diretora do Observatório das Aparições e Fenômenos Místicos relativos à Virgem Maria no mundo, e Benedetta Rossi, das Missionárias de Maria, professora associada da Faculdade Bíblica do Pontifício Instituto Bíblico de Roma.
Os professores: Donatella Abignente, professora emérita da Pontifícia Faculdade Teológica do Sul da Itália - Seção San Luigi de Nápoles; Mario Bracci, professor associado da Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Urbaniana de Roma; Claudia Leal Luna, professora titular do Pontifício Instituto Teológico “João Paulo II” para as Ciências do Matrimônio e da Família, em Roma; Sandra Mazzolini, decana da Faculdade de Missiologia da Pontifícia Universidade Urbaniana de Roma; Ignazia Siviglia, professora emérita da Pontifícia Faculdade Teológica da Sicília “San Giovanni Evangelista” de Palermo; Emanuele Spedicato, professor associado da Faculdade de Direito Canônico da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
Fonte: Vatican News
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Núncio na Ucrânia: a Igreja em tempos de guerra, uma luz na escuridão
O arcebispo Visvaldas Kulbokas fala sobre a experiência da comunidade cristã em mais de 30 meses de conflito: tentamos oferecer solidariedade e apoio às consciências; é reconfortante fazer parte de um corpo que se faz vivo conosco em todas as partes do mundo. É importante gerenciar a ajuda com transparência e senso de partilha.
Svitlana Dukhovych e Alessandro De Carolis - Vatican News
As mangas estão sempre arregaçadas, porque se as bombas continuam a transformar um prédio de apartamentos em um alvo de drones e um parque infantil em um campo de batalha, não há muito tempo para pensar, é preciso correr com a ajuda, carregando vans com alimentos e remédios, não importa quão perto esteja a linha de frente. Mas a Igreja, em meio às bombas, tem sua própria tarefa precisa e inalienável: levar não apenas um pedaço de pão, mas também um pedaço do céu àqueles que vivem no inferno, falar à consciência daqueles que precisam decidir entre a vida e a morte de um soldado, enquanto o frenesi da ação, ou da reação, corre o risco de obscurecer o senso moral de uma escolha.
“Não sei como conseguem dormir”
Mais de dois anos e meio após a invasão russa, o arcebispo Visvaldas Kulbokas, núncio na Ucrânia, faz um balanço de como a Igreja local conseguiu lidar com um drama tão grande, continuando a ser uma presença de braços e alma ao lado de seus compatriotas. Nosso papel, ele reflete com a mídia do Vaticano, é e continua sendo o de “proclamar o Evangelho”, porque “durante a guerra pode haver desespero por muitas razões: as dificuldades, as perdas, as feridas, o pensamento dos próprios membros da família como prisioneiros civis ou prisioneiros de guerra...”. Eu, confessa o prelado, “frequentemente me pergunto como os familiares dos prisioneiros conseguem dormir”. E assim, para “a Igreja, estar junto com o povo significa trazer luz em meio à escuridão”.
Um papel de consciência
O núncio se debruça sobre a tarefa dos capelães militares. Eles também têm, argumenta, “o papel de uma consciência moral no sentido de que, sim, a guerra é atroz, mas em cada decisão que é tomada, é importante que haja também a voz de um padre que pergunta aos comandantes: 'essa decisão que vocês tomaram é correta? Porque essa decisão diz respeito aos militares e diz respeito a vidas humanas”. Um papel de consciência que também se estende a uma dimensão comunitária. Há sim, diz dom Kulbokas, uma Igreja que “implora a Deus pela paz”, mas há também uma Igreja que fala “ao povo, aos governantes”, convidando-os a “não confiar apenas em meios militares, políticos ou humanitários, mas também a refletir”. Às vezes, confessa o núncio, com base nos Padres da Igreja, “eu me faço a pergunta: 'Por quem devemos rezar mais? São João Crisóstomo nos convida a rezar pelo agressor que está perdendo a vida eterna”.
Nunca ceder às situações
A força da resiliência também é nutrida pelo conhecimento de que há uma rede ilimitada sempre pronta para dar uma mão. “Saber de ser uma comunidade me ajuda, porque sei que posso pedir conselhos, posso encontrar alguém que me apoie”, diz o prelado. “Às vezes, alguém na Itália, na Espanha, na França, no Chile, na Argentina se faz presente por meio de e-mails ou telefonemas dizendo: 'Estamos aqui, o que podemos fazer?” Assim é a Igreja: saber que está espalhada por todo o mundo e que se sente apoiada pelo mundo inteiro.
Mas há, por assim dizer, alguma lição a ser aprendida com o fato de ser um cristão que acabou nessa loucura que vem devastando pessoas e cidades há mais de trinta meses? Dom Kulbokas responde começando com uma palavra: “frustração”. Aprendi, “espero”, diz ele, que “durante os tempos difíceis, experimentamos ‘muitas situações frustrantes’. As “situações de prisioneiros, crianças que não podem voltar da Rússia para seus pais... Muito trabalho é feito e poucos resultados”. Mas, acrescenta ele, “também aprendi com outras pessoas, compartilhando experiências, que nunca se deve desistir de uma situação. Conheci muitas pessoas que me disseram: 'Olha, talvez eu também não tenha conseguido fazer nada em um ano, em dois anos nada. Então, no terceiro, quarto, quinto ano, consegui encontrar soluções, maneiras, as palavras certas, iniciativas para resolver alguma coisa”.
A reflexão então se volta para qual seria o melhor plano ético para valorizar a ajuda que a Ucrânia recebeu e continua recebendo. Ele reconhece que há muitas pessoas dispostas a oferecer ajuda em vários níveis, “espiritual, política, de informação, no campo humanitário”. “A impressão que tive até agora”, afirma o prelado, ‘é que é muito apropriado que os órgãos que gerenciam isso sejam instituições oficiais, caso contrário, há o risco de que as novas associações não sejam confiáveis’. Dom Kulbokas convida qualquer pessoa que tenha uma ideia a comunicá-la “a essas instituições oficiais”, incluindo as da Igreja, como o Sínodo dos Bispos da Igreja Greco-Católica, a Conferência dos Bispos Latinos e a própria Nunciatura.
Compartilhar a abundância de bens
Compartilhamento de ideias, então. E também de bens, feitos de forma inteligente. “Há muito potencial”, garante o núncio, que se lembra da conversa que teve com dois americanos envolvidos na coleta de medicamentos para a Ucrânia. “Eles me disseram: em nosso setor, muitas vezes acontece que, como os hospitais precisam reduzir o número de funcionários, incluindo a equipe médica, eles não têm tempo para fazer os cálculos corretamente e, muitas vezes, acabam encomendando medicamentos ou máquinas que, depois, usam pouco. Você pede um pacote de medicamentos e talvez precise de metade de um pacote. E eles costumavam me dizer que há uma enorme quantidade de máquinas e medicamentos em boas condições, mas que não são usados”. “Esse superdesenvolvimento do mundo ocidental”, diz dom Kulbokas, ‘às vezes cria uma superabundância de bens que é preciso saber procurar e doar para os necessitados’. E “minha proposta”, conclui ele, “é canalizar algumas dessas iniciativas também para as instituições da Igreja, sabendo que elas são instituições sérias e, portanto, podem se unir a esse tipo de compromisso”.
Fonte: Vatican News
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Peña Parra: todo bispo é um evangelizador, anunciar Deus em um mundo distraído
O substituto da secretaria de Estado presidiu a ordenação episcopal de dom José-Luis Serrano Pentinat, nomeado novo bispo coadjutor de Urgell, na Espanha: “Seja um irmão para os bispos, mestre e exemplo para os sacerdotes, pastor para os fiéis, amigo dos pobres, conforto para os que sofrem”
Vatican News
“Leve a palavra de Deus a um mundo distraído, sobretudo aos jovens, cujos corações ardem de esperança”, lembrando que todo bispo “é para seu povo, em primeiro lugar, um evangelizador”, sempre na certeza das orações e do apoio de todos. É uma recomendação cheia de afeto e gratidão por aquele que realizou um serviço em sinal de “obediência”, “humildade” e “competência”, feita pelo arcebispo Peña Parra, substituto da Secretaria de Estado, a Dom José-Luis Serrano Pentinat, seu secretário pessoal nomeado pelo Papa como bispo coadjutor de Urgell, na Espanha.
Serviço diplomático no mundo
Peña Parra presidiu a celebração da ordenação episcopal no sábado, 21 de setembro, na Catedral de Santa Maria a La Seu, em Urgell, repleta de parentes, amigos de dom Serrano e também de uma grande delegação da Secretaria de Estado, que veio renovar a estima e a proximidade com o prelado, que nela trabalhou por cerca de cinco anos, depois de seu serviço diplomático em Moçambique, Nicarágua e Brasil. Terras nas quais, destacou o substituto em sua homilia, ele “conheceu o fervor da evangelização e a preocupação da Igreja com a justiça social” e “aprendeu como é fiel a palavra dada pelo Senhor, que nos sustenta em cada desafio”.
A vocação desde sua juventude
Tantos foram os desafios enfrentados por dom Serrano ao longo dos anos, “não sem sacrifício”, disse Peña Parra, mas sempre “com generosidade e dedicação” e, sobretudo, com a certeza de uma forte “vocação” aceita desde sua juventude em Tivissa e continuada durante os anos de formação no seminário, como estudante de teologia em Roma, depois em seu serviço como pároco e professor no seminário diocesano. “Essa vocação, sempre a mesma e sempre nova, levou-o a ouvir e seguir Cristo no serviço diplomático da Santa Sé: um seguimento cada vez mais exigente e empolgante, que ampliou os horizontes de sua missão sacerdotal da Espanha para a Itália e, depois, para todo o mundo”, disse dom Peña Parra.
Bispo evangelizador
Agora, a nova missão em Urgell a pedido do Papa e, nesta data, a ordenação como bispo e sucessor dos Apóstolos na festa de São Mateus, o apóstolo evangelista. Uma coincidência “providencial”, para Peña Parra: “Você é chamado a se tornar como ele; um homem santo, um fiel sucessor dos Apóstolos e uma testemunha apaixonada da Boa Nova, que é o Evangelho de Jesus. De fato, todo bispo é para seu povo, em primeiro lugar, um evangelizador”.
Vida nova
O substituto Peña Parra recordou as palavras dos bispos reunidos no Concílio Vaticano II para lembrar ao novo prelado a meta e o objetivo para os quais sua comissão se move: Cristo, “o homem perfeito”, o Ressuscitado. “Quem segue Cristo, o homem perfeito, também se torna mais homem”, disseram os Padres do Concílio. “O Senho - acrescentou o arcebispo - acende a esperança da vocação: Ele chama aqueles que não esperam, aqueles que não têm nenhum mérito. E sua palavra é uma palavra de salvação, que dá nova vida”.
Isso é demonstrado pela história do apóstolo Mateus, um publicano, um pecador, “uma vida servil ao poder e ao dinheiro” que, após o chamado de Jesus - uma única palavra, “segue-me” - encontra “liberdade e força”. E Mateus responde “sim”. “Caro dom José Luis, faça o mesmo! No Evangelho, a verdade de nossa vida é contada: sua vida conta a verdade do Evangelho”, exortou dom Peña Parra. O chamado de Jesus, acrescentou, “surpreende e renova a vida: salva-nos do tédio, da indiferença, da falta de sentido, o grande mal do coração!”
Lançar as redes no mar agitado deste tempo
“Duc in Altum” foi a recomendação do arcebispo Peña Parra. Uma expressão fortemente ecoada por João Paulo II em seus últimos anos. “Duc in altum”, diz o Senhor nesta hora a você, querido irmão e amigo. Você foi chamado para tarefas que dizem respeito à Igreja universal. Você é chamado para lançar a rede do Evangelho no mar agitado deste tempo...”.
Levar a palavra de Deus aos jovens
Daí, o mandato de ser “irmão dos bispos”, começando pelo arcebispo Joan Enric, “conselheiro, mestre, exemplo, para os presbíteros”, “pastor para os fiéis, amigo dos pobres, conforto para os que sofrem”, bem como “testemunha da justiça e da verdade para todos os homens”. Uma missão “sublime” a ser alimentada pela oração: “Você aprendeu a reconhecer a voz de Cristo: leve sua palavra a um mundo distraído, sobretudo aos jovens, cujos corações ardem de esperança. As cinzas do egoísmo e da vaidade não apagaram esse fogo!”
Apoio e oração
Sem ansiedade, sem medo: “O Senhor escolhe instrumentos inadequados, para que fique claro que esse poder vem d’Ele, não de nós”, concluiu Peña Parra. “Que seu novo ministério seja, portanto, vivido com serenidade de espírito e firme confiança... Nós lhe asseguramos não apenas nossa gratidão e estima fraterna, mas, acima de tudo, nossa intensa oração”.
Fonte: Vatican News
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Ucrânia: alegria e simplicidade das crianças de Kharkiv
Irmã Oleksia, religiosa da Congregação de São José, desde 2018, está próxima dos pequenos de uma das cidades mais atingidas pelos bombardeios russos. Em seu relato, os momentos de terror vividos durante o ataque de 15 de setembro, a gratidão àqueles que, mesmo de longe, rezam e demonstram solidariedade, e o agradecimento especial ao Papa Francisco.
Svitlana Dukhovych - Vatican News
“Quando o alarme do ataque aéreo começou a soar, estávamos brincando com as crianças no pátio da paróquia. Depois de alguns minutos, ouvimos o som da explosão a cerca de um quilômetro de distância e imediatamente levamos os pequenos para o porão da igreja, onde também há uma capela”. Esse é o relato da Irmã Oleksia Pohrsnychna, da Congregação de São José, que está servindo em Kharkiv, na Catedral Greco-Católica de São Nicolau, desde 2018. Para a Rádio Vaticano - Vatican News, a religiosa descreve os momentos terríveis que viveu no domingo, 15 de setembro, quando, após os ataques russos a Kharkiv, uma idosa perdeu a vida e 42 pessoas ficaram feridas, entre elas, quatro crianças. Uma tragédia que poupou a área próxima à paróquia.
Permanecer em Kharkiv
Kharkiv, que tinha uma população de quase 1,5 milhão de habitantes em 2021, vem sofrendo bombardeios constantes desde o primeiro dia da invasão russa em grande escala. No início do conflito, muitos deixaram a cidade e retornaram, também quando a linha de frente se afastou. Além disso, é para lá que se mudam as famílias que fogem de pequenas cidades e vilarejos recentemente atingidos pelo exército russo. É por isso que muitas famílias com crianças ainda permanecem em Kharkiv, uma escolha ditada pela falta de recursos que impossibilita a realocação, ou pelo fato de que alguém da família está lutando nas proximidades, ou mesmo porque não se quer abandonar parentes idosos ou deficientes.
O trabalho com crianças
Em meio às muitas ruínas causadas pelos bombardeios recorrentes e em meio ao sofrimento da população, a Irmã Oleksiya e a Irmã Daria Panast (que foi ferida em um ataque enquanto levava ajuda humanitária a um país vizinho) tentam confortar as pessoas que encontram. Um dos serviços mais importantes é certamente o trabalho com crianças, jovens e adolescentes na paróquia greco-católica de San Nicola.
“Um grande problema”, explica a Ir. Oleksia, “é que, infelizmente, hoje na região de Kharkiv quase não há escolas, jardins de infância ou universidades abertas e o ensino é feito on-line. As crianças e os jovens não têm espaço para se comunicar e socializar. Algumas classes foram abertas no metrô, mas pouquíssimas crianças têm a oportunidade de frequentá-las. É por isso que tentamos envolver os pequenos em algumas atividades em nossa paróquia. Os próprios pais, desde o início da guerra, nos pediram muitas vezes para organizar algumas atividades e catequese para seus filhos, embora eu não chamasse isso de catequese, porque com eles é preciso começar tudo de novo. Eu chamo os pais dessas crianças de 'buscadores de Deus', são pessoas que talvez raramente tenham ido à igreja ou nunca tenham ido”.
A explosão em 15 de setembro
As crianças e os jovens vêm à paróquia duas vezes por semana, às quartas-feiras e aos domingos. A Ir. Oleksia, que cuida dos mais jovens com o grupo, diz que naquele domingo, 15 de setembro, explicou a eles sobre a festa da Exaltação da Santa Cruz, depois assistiu a um desenho animado dedicado a esse tema, e foram juntos à igreja para ver a cruz e também fizeram um pequeno trabalho: uma cruz de papel. “Elas sempre ficam muito felizes em fazer esses pequenos trabalhos”, continua a freira, ”também porque depois podem mostrá-los aos pais. Uma menina, cujo pai está na linha de frente, disse: 'Tudo o que eu faço, eu mando para ele'. Quando o tempo está bom, saímos com as crianças para fazer algumas atividades ao ar livre e estávamos brincando com elas no pátio da paróquia quando o alarme de ataque aéreo começou a soar. Depois de alguns minutos, o som da explosão foi ouvido a cerca de um quilômetro de distância e imediatamente levamos os pequenos para o porão da igreja, onde também há uma capela. Lá começamos a cantar com eles, também para distraí-los um pouco, pois estavam assustados. Depois, distribuímos a eles os doces que haviam chegado com a ajuda humanitária de Roma”.
A ajuda do Papa
A ajuda de que fala a Ir. Oleksia chegou ao Exarcado Greco-Católico de Kharkiv em 12 de agosto. Caminhões carregados de alimentos, roupas, produtos de higiene e remédios partiram da paróquia greco-católica ucraniana de Santa Sofia, em Roma, que foram coletados juntamente com o Dicastério para a Caridade e carregados pela Guarda Suíça. “Gostaria de expressar minha gratidão a todas as pessoas que não se esquecem da Ucrânia e não se esquecem da nossa Kharkiv que resiste”, diz a irmã Pohranychna, emocionada.
Fonte: Vatican News
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Preocupados com o bem comum, Varsóvia sedia Festival de Ciências Sociais Católicas
De 19 a 21 de setembro, na Polônia, foi realizada a oitava edição do evento organizado pela Associação 'Civitas Christiana' para explorar os aspectos morais e religiosos da vida social, econômica e política. A mensagem em nome do Papa Francisco pelo arcebispo Peña Parra.
Tomasz Zielenkiewicz - Varsóvia
Que esforços são necessários para garantir que a vida social, econômica e política seja moral e coerente com a doutrina social da Igreja? Esse foi um dos tópicos no centro das reflexões e discussões do VIII Festival de Ciências Sociais Católicas, realizado em Varsóvia de 19 a 21 de setembro. O evento é organizado anualmente pela Associação Católica “Civitas Christiana” com o objetivo de divulgar o aspecto moral e religioso da vida social, econômica e política, com base na concepção cristã do homem e da sociedade.
A mensagem do Papa Francisco
Em nome do Papa Francisco, o arcebispo Edgar Peña Parra, substituto da Secretaria de Estado, enviou uma carta aos participantes do Festival, lembrando-lhes que o primeiro ponto de referência na busca das melhores soluções para a vida social é o Evangelho. “Levando para todas as épocas da história a mesma doutrina do amor a Deus e ao homem, demonstrada na prática por Jesus Cristo“, diz a carta, "a Igreja, em cada época, a relê no contexto de seu ’hoje', levando em conta a riqueza de sua diversidade social, no caminho do discernimento sinodal”.
A saudação do núncio Filipazzi
O arcebispo Antonio Guido Filipazzi, núncio apostólico na Polônia, também se dirigiu aos presentes, dizendo que se tratava de uma iniciativa estimulante: “não é tão óbvio que passemos da teoria à prática”, disse ele em referência ao lema do Festival. “Algumas pessoas gostam de ser apenas praticantes, mas a verdade é que, se não houver pensamento, reflexão ou critérios, chegaremos a uma prática errada. A estrutura antropológica do homem é tal que primeiro há pensamentos, e depois há o corpo”. “Vemos hoje”, continuou o núncio, ”que muitas pessoas agem sem refletir, sem pensar nas consequências que sua ação terá. Este encontro de vocês, neste Festival, é um encontro teórico do mais alto nível, porque ajuda a gerar um pensamento. E hoje, na Polônia, no mundo, há necessidade de pessoas que tenham bons pensamentos e depois ajam”.
Explorar os fundamentos da Doutrina Social da Igreja
Por sua vez, o arcebispo Tadeusz Wojda, presidente da Conferência Episcopal Polonesa, enviou uma mensagem em vídeo: “o Festival”, disse ele, “é uma oportunidade de explorar os fundamentos da doutrina social da Igreja, que há mais de 100 anos tem sido uma bússola para uma abordagem cristã das questões sociais, econômicas e também políticas”. Wojda enfatizou que o Festival de Ciências Sociais Católicas é um evento que oferece “um espaço único para o diálogo, a reflexão e o encontro de pessoas com valores comuns. Ele se tornou uma prova de que “os ideais da Doutrina Social Católica não apenas permanecem vivos, mas também inspiram a agir e moldar a realidade no espírito do Evangelho”.
Verdade e liberdade
Os trabalhos foram introduzidos por Kamil Sulej, presidente do Conselho da Associação Católica “Civitas Christiana”, que lembrou as palavras de São João Paulo II: “não há liberdade sem responsabilidade e amor pela verdade”. Na palestra de abertura, o professor Krzysztof Wielecki, membro da Pontifícia Academia de Ciências Sociais, enfatizou que o homem deve ser sempre um “herói” das ciências sociais e, certamente, das ciências sociais católicas, que ele aborda “com sua fé e baseia seus pressupostos na fé em Deus e no ensinamento da Igreja”. Mais uma vez, Wielecki enfatizou que é extremamente importante hoje em dia ter uma compreensão correta da liberdade, “tão frequentemente distorcida atualmente”.
Na ocasião do Festival, foi entregue um prêmio para a melhor publicação no campo da Doutrina Social Católica. Quem recebeu a honraria foi Rafał Łatka, professor da Universidade Cardeal Stefan Wyszynski (UKSW), pelo texto em sete volumes intitulado Dicionário biográfico do catolicismo social polonês.
Fonte: Vatican News
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Em outubro, "Um milhão de crianças rezam o Terço pela paz"
Conhecida no Brasil como "O Terço das Crianças", ação se realiza no dia 18 de outubro, com live do Assistente Eclesiástico da ACN Brasil, Frei Rogério Lima, rezando o Terço com as crianças às 15 horas, no canal da ACN Brasil no Youtube
Por Marcio Martins - Ajuda à Igreja que Sofre
A ACN - Ajuda à Igreja que Sofre organiza, em 18 de outubro, mais uma edição da campanha "Um milhão de crianças rezam o Terço pela Paz", que todos os anos convida crianças do mundo todo a rezarem juntas pela paz. O lema deste ano coloca no centro da campanha o pedido de Maria em Fátima: "Reze o Rosário e haverá paz".
De olho nas muitas zonas de crise e focos de conflito do mundo, a ACN gostaria de recordar as palavras da vidente Lúcia de Fátima: "Nestes tempos em que vivemos, a Santíssima Virgem deu ao Rosário uma nova eficácia. Portanto, não há um único problema, por mais sério que seja, que não podemos resolver rezando o Rosário". Por meio da campanha deste ano, a ACN também gostaria de participar da "Sinfonia das Orações", que o Papa Francisco pediu por ocasião do Ano de Oração de 2024, e que deve servir para preparar o caminho para o Ano Jubilar de 2025.
O fato de que o marco do ano passado de um milhão de crianças rezando pela paz e pela unidade tenha sido superado foi visto como uma confirmação das palavras do Papa Bento XVI, em 2008: "A oração do Rosário não é uma prática piedosa que pertence ao passado. Pelo contrário, o Rosário está experimentando uma espécie de nova primavera. Este é, sem dúvida, um dos sinais mais eloquentes de amor que a jovem geração leva a Jesus e à sua mãe Maria”, disse.
No site da ACN (https://www.acn.org.br/terco-das-criancas/) há material gratuito disponível para a oração em paróquias, escolas, grupos infantis e famílias. O kit de oração inclui uma introdução à oração do Terço, reflexões para as crianças sobre os mistérios dolorosos, uma consagração das crianças à Mãe de Deus, um tutorial ensinando a fazer uma pulseira de macramê com a dezena do Terço, além de desenhos para colorir e o cartaz da campanha de oração.
O Assistente Eclesiástico da ACN Brasil, Frei Rogério Lima, irá rezar o Terço com as crianças em uma live transmitida no próprio dia 18, às 15 horas (horário de Brasília) no canal da ACN Brasil no Youtube.
Confira o vídeo da campanha pelo canal da ACN no Youtube.
Download do vídeo disponível no link: TERCO DAS CRIANCAS 2024.mp4
A iniciativa de oração "Um milhão de crianças rezam o Terço pela Paz" nasceu em 2005 em Caracas, capital da Venezuela. Enquanto várias crianças rezavam o Rosário em uma capela, alguns dos adultos que observavam a cena imediatamente pensaram na frase de Padre Pio: "Quando um milhão de crianças rezarem o Terço, o mundo mudará". A campanha de oração rapidamente se espalhou por todo o mundo
Sobre a ACN - Ajuda à Igreja que Sofre
A ACN (Ajuda à Igreja que Sofre) é uma Fundação Pontifícia que apoia, por meio de informação, oração e ação, os fiéis onde quer que sejam perseguidos, oprimidos ou enfrentem necessidade. Fundada no Natal de 1947, a ACN foi elevada à condição de Fundação Pontifícia da Igreja em 2011. Todos os anos, a instituição atende cerca de 5.000 pedidos de ajuda pastoral da Igreja em mais de 130 países. Os projetos apoiados incluem: formação de seminaristas, impressão de Bíblias e literatura religiosa - incluindo a Bíblia da Criança da ACN com mais de 51 milhões de exemplares impressos em mais de 190 línguas -, apoio a padres e religiosos em missões e situações críticas; construção e reconstrução de igrejas e demais instalações eclesiais; meios de transporte para evangelização; programas religiosos de comunicação; ajuda a refugiados e vítimas de conflitos.
Fonte: Vatican News
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Espiritanos: Em Roma, Encontro de Formação para Novos Superiores
A Congregação do Espírito Santo chamou a Roma todos os Superiores Maiores eleitos durante o último ano, para participarem no "Encontro de Formação para Novos Superiores". São uma dúzia e vêm dos cinco continentes. O P. Tony Neves, Conselheiro Geral da Congregação, traça um quadro geral da sua composição e o espírito que anima esta formação à liderança.
P. Tony Neves - Roma
‘É um líder nato!’ – ouvimos, tantas vezes, dizer de alguém que tem carisma de animador, é escutado e seguido. Esta expressão é, no mínimo, perigosa. Digo isto porque a liderança, como tudo na vida, exige carisma, mas, sobretudo, resulta de competências e capacidades adquiridas, bem como de práticas testadas no quotidiano. Razão tinha Beethoven quando disse (ou dizem que ele disse!) que um génio é feito de 5% de inspiração e 95% de transpiração! Ou seja, pouco ou nada vale ter talento se não houver compromisso, trabalho duro, competências adquiridas, partilhadas e aplicadas.
Tudo isto vem a propósito do momento que estou agora a viver aqui em Roma. Tal como o Vaticano faz para os Bispos recém-nomeados, a Congregação do Espírito Santo também chama a Roma todos os Superiores Maiores eleitos durante o último ano, para participarem no ‘Encontro de Formação para Novos Superiores’.
O Programa é vasto, abordando todas as grandes áreas da liderança onde se exigem competências especiais para estes Responsáveis. Dos 62 Superiores Maiores que os Espiritanos têm, doze foram eleitos recentemente. A nota mais curiosa é que vêm dos cinco continentes, pois representam o Brasil, o Congo Brazzaville, a Espanha, Moçambique, a Oceânia, a Polónia, o Quénia, a Suíça, o Trans-Canadá, o Vietname - Índia, a Zâmbia e o Zimbabué. Ou seja, seis de África, três da Europa, dois da América, um da Ásia e outro da Oceânia!
Apresentação dos Superiores e das Missões que animam
Um dos momentos mais ricos é o da apresentação dos Superiores e da Missão que eles animam. Para não ferir suscetibilidades, uso a ordem alfabética. O P. Tomás Sanhá, nascido e criado na Guiné-Bissau, é o novo Provincial do Brasil. Tem a missão de animar 41 Espiritanos, espalhados pelo vastíssimo território brasileiro. Destacou o trabalho em favelas e noutras periferias complicadas. Do Congo Brazzaville veio o P. Pierre Bilongo, congolês com vasta experiência missionária fora de portas, pois viveu muitos anos na Ilha da Reunião. Lidera agora a sua Província natal que tem 80 membros, bastante jovens, na sua maioria a trabalhar fora do país. No Congo estão 35, em doze comunidades interculturais. Entre os compromissos, salienta-se a originalidade de trabalhar com povos baka (mais conhecidos por pigmeus), que habitam as florestas equatoriais do interior. O P. António Mosso, português, é o novo Provincial de Espanha. Além de 23 Espiritanos professos, há seis Leigos Associados. É impressionante a diversidade de origens, num país onde são mais os estrangeiros que os nacionais. A riqueza desta diversidade é o grande fator a capitalizar numa missão que abarca paróquias, trabalho com imigrantes, capelanias hospitalares e animação missionária.
Rostos e proveniências
O P. Alberto Tchindemba, angolano, é o Superior de Moçambique. Ali trabalham treze Espiritanos de dez países diferentes, na sua maioria muito jovens. A missão mais recente e mais ousada é a direção do Seminário de S. Agostinho, nas periferias de Maputo, que assegura a formação de mais de uma centena e meia de estudantes de Filosofia de diversas Dioceses. A Austrália e a Papuásia (que o Papa acabou de visitar) compõem o Grupo da Oceânia, agora liderado pelo P. Edward Khaemba, com 21 membros. O trabalho mais original é com os povos aborígenes. O P. Marcin Dusinski é o Provincial da Polónia com 48 Espiritanos e um trabalho paroquial intenso, aliado ao acolhimento de refugiados da Ucrânia. O Quénia, com o P. Frederick Wafula como Provincial, tem 92 membros, estando 23 fora e acolhendo 24! Investem muito na missão paroquial e educativa. A Suíça tem 32 Espiritanos, na maioria idosos, liderados pelo P. Innocent Abagoami, com trabalho pastoral em paróquias. O mesmo acontece com o Canadá anglófono, com 27 Espiritanos e 10 Leigos Associados, sendo Provincial o P. Oliver Iwuchukwu. Trabalham ainda com comunidades migrantes, refugiados e reclusos. No Grupo Vietname - Índia, a Congregação tem as portas abertas ao futuro, dada o elevado número de jovens em formação. O P. Lam Nguyen é o Superior. Da Zâmbia veio o P. Cycus Changu apresentar um país que tem 22 membros, muito jovens, empenhados na evangelização do país. Finalmente, o Zimbabwe, onde vivem 14 Espiritanos num contexto de instabilidade e pobreza, mas não cruzam os braços. Investem na educação e na pastoral paroquial – como contou o P. Florian Marzova.
Aprender a liderar
Aprender a liderar mais e melhor, em sinodalidade e comunhão, eis o grande objetivo deste Encontro mundial. Basta ver os rostos felizes destes Superiores Maiores recém-eleitos para perceber que valeu a pena! A Missão sai a ganhar! Os Superiores regressam mais animados, mais competentes e mais conscientes da importância da Missão que lhes foi confiada.
Fonte: Vatican News
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Guiné-Bissau incinera toneladas de cocaína em operação conjunta com a Interpol
A Polícia Judiciária (PJ) da Guiné-Bissau incinerou neste domingo, 22, mais de duas toneladas de cocaína, resultado de uma apreensão realizada no aeroporto internacional Osvaldo Vieira no início deste mês.
Casimiro Jorge Cajucam – Rádio Sol Mansi, Bissau
A operação envolveu a colaboração da INTERPOL e foi descrita como uma das maiores do país nos últimos tempos no combate ao narcotráfico. As autoridades utilizaram, pela primeira vez, um forno elétrico para a incineração da maior parte da droga, enquanto outra parte foi queimada de maneira tradicional, numa cerimónia que gerou satisfação entre os participantes.
O diretor da Polícia Judiciária, Domingos Correia, destacou a importância da operação, sublinhando que a instituição está a trabalhar em estreita colaboração com os parceiros internacionais e sem qualquer tipo de pressão.
"Estamos a seguir o nosso plano estratégico em articulação com a INTERPOL e outras entidades, sem interferências externas", afirmou Correia. Ele também revelou que, apesar do sucesso da operação, houve tentativas por parte dos advogados de defesa de reduzir a quantidade oficial de droga apreendida, o que poderia impactar o processo legal.
Em resposta a esta operação, a Liga Guineense dos Direitos Humanos elogiou a transparência e a condução dos trabalhos por parte da PJ, mas levantou preocupações sobre o desfecho judicial do caso.
A organização teme que os envolvidos no tráfico possam ser libertados sem que a justiça seja plenamente cumprida, recordando episódios passados, como os casos Navarra e Carapau, onde os traficantes conseguiram escapar sem uma punição adequada.
A cerimónia de incineração foi acompanhada por representantes de organismos internacionais, incluindo Cristina Andrade, da Organização das Nações Unidas de Luta Contra Drogas e Crime Organizado. Andrade saudou o trabalho da PJ e expressou a esperança de que o caso receba o devido seguimento nas instâncias judiciais do país, de modo a fortalecer a luta contra o narcotráfico.
As drogas foram incineradas na presença de representantes da sociedade civil e organismos internacionais, garantindo transparência ao processo. Cinco pessoas foram detidas no momento da apreensão, e permanecem sob custódia enquanto aguardam os trâmites legais. O caso continua a ser monitorado por autoridades nacionais e internacionais, que estão focadas em garantir que os responsáveis sejam levados à justiça.
Fonte: Vatican News
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Restauração da Catedral de Notre Dame de Paris está quase concluída
Segundo o responsável pela reconstrução e conservação deste histórico templo católico, o progresso nas obras de restauração já chegou a 98%.
Restando menos de dois meses e meio para sua reabertura oficial, a histórica Catedral francesa de Notre Dame de Paris alcançou 98% de progresso em seu processo de restauração.
De acordo com Philippe Jost, responsável pela reconstrução e conservação do icônico templo católico, faltam apenas alguns acabamentos. “Estamos felizes e orgulhosos do caminho que percorremos. Notre Dame encontrou novamente o seu lugar no horizonte de Paris”, afirmou.
Obras de restauração estão dentro do prazo
Em declarações a diversos meios de comunicação, Jost garantiu que os trabalhos estão dentro do prazo estipulado inicialmente. “Ainda precisamos instalar o mobiliário litúrgico, as obras de arte que ali estavam (antes do incêndio) e trabalhos de limpeza. Não nos faltarão coisas para fazer nas próximas dez semanas, mas estamos dentro do prazo, por isso temos confiança”, assegurou.
Incêndio ocorreu no dia 15 de abril de 2019
No dia 15 de abril de 2019 um incêndio atingiu a Catedral de Notre Dame de Paris. As chamas colapsaram a torre do templo e causaram um estrago em parte de sua estrutura. Equipes do corpo dos bombeiros demoraram 15 horas para extinguir o incêndio por completo.
Doações arrecadadas chegaram ao valor de 846 milhões de euros
Nos dias que se seguiram, 340 mil doadores provenientes de 150 países enviaram um valor total de 846 milhões de euros para ajudar na reconstrução da Catedral de Notre Dame de Paris. Diante disso, o estado francês, proprietário do edifício, se comprometeu a reconstruir a Catedral em cinco anos.
Reabertura da Catedral será no dia 8 de dezembro
A cerimônia de reabertura da Catedral de Notre Dame de Paris está prevista para ocorrer no dia 8 de dezembro deste ano de 2024, Solenidade da Imaculada Conceição. O presidente da França, Emmanuel Macron, prometeu que as obras de restauro serão concluídas dentro do prazo determinado e anunciou a abertura de um museu para comemorar o período de restauração após o incêndio. (EPC)
Fonte: Gaudium Press
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Ato pela Vida contra aborto, drogas e eutanásia será realizado em Salvador
Por Monasa Narjara
Para defender a vida contra o aborto, as drogas e a eutanásia, a Rede Missionária de Caridade junto com a Pastoral da Família e o Movimento Pró-Vida de Salvador (BA) realizará um Ato pela Vida no domingo, 29 de setembro, na praça da basílica santuário Senhor Bom Jesus do Bonfim, em Salvador, das 8h às 12h30.
Segundo o missionário da Rede Missionária de Caridade, Emanuel Souto, responsável pelo Ato pela Vida, o objetivo desta “manifestação pacífica e desvinculada de partidos políticos” é “expressar publicamente” a “opção preferencial pela vida, baseada não somente em fontes religiosas, como também em critérios científicos”.
O evento terá manifestações de médicos, advogados e profissionais da saúde mental a favor da vida, momentos de orações, música, recitação de poemas pró-vida, abraço coletivo “Pela Vida” e distribuição de folders informativos. Além disso, os participantes são convidados a usarem azul ou branco, “cores internacionais do movimento pró-vida”, segundo a Rede.
Souto disse a ACI Digital que o Ato pela Vida em Salvador surgiu em 2018, “como movimento pró-vida” e que, a Rede Missionária de Caridade “ainda não existia”, mas “hoje”, o evento “tem a Rede como idealizadora”.
A Rede Missionária de Caridade “é um serviço da igreja que atua visitando e acolhendo famílias” na Bahia, contou o missionário, relatando que ela foi criada durante a pandemia de covid-19, em junho de 2020, em Salvador, “a partir de uma inspiração” de “um grupo de jovens que se reuniram para rezar uma trezena de santo Antônio online” e resolveram “fazer um gesto concreto após a trezena, e desse gesto concreto” mais missões foram criadas em outros municípios da Bahia, como: “Alagoinhas, Amélia Rodrigues, Aporá, Brejões, Conceição do Jacuípe e São Gonçalo dos Campos”.
“Nós visitamos para evangelizar e damos apoio às famílias mais pobres. Temos um traço pró-vida muito forte, num trabalho com gestantes e crianças”, como “a Casa Monte Tabor, em Salvador” que “acolhe famílias necessitadas” e “tem essa missão pró-vida”, relatou Emanuel Souto.
Fonte: ACIDigital
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Do dia 22/9/2024
O Papa: que a voz dos povos que pedem paz seja ouvida. Dignidade para os detentos
Após a oração do Angelus, este domingo (22/09), Francisco convida a orações pela “atormentada” Ucrânia, Palestina, Israel, Mianmar e os muitos países que estão em guerra. E pede um compromisso concreto com as condições daqueles que estão na prisão, porque “todos podem cometer erros”, mas devem poder “retomar uma vida honesta depois”
Vatican News
Irmãos e irmãs, continuemos a orar pela paz. Infelizmente, nas frentes de guerra, a tensão é muito alta, que a voz dos povos que pedem paz seja ouvida. Não nos esqueçamos da atormentada Ucrânia, da Palestina, de Israel, de Mianmar, de tantos países que estão em guerra. Oremos pela paz.
A alta tensão entre o Líbano e Israel
O Papa Francisco não se cansa de pedir orações pela paz, também neste domingo (22/09) em que novas nuvens ameaçadoras de guerra cobrem o Oriente Médio. De fato, a resposta do Hezbollah aos repetidos ataques de Israel nos últimos dias veio durante a noite do Líbano. De acordo com o exército de Telaviv, o IDF, mais de 290 foguetes foram disparados do Líbano pouco antes das 5h da manhã, horário local, muitos foram interceptados e os bombeiros tiveram que intervir para apagar os incêndios causados pela queda dos projéteis. Trata-se do ataque mais pesado desde 7 de outubro de 2023. Os lançamentos de mísseis na área de Haifa e no Vale de Jezreel forçaram mais de meio milhão de pessoas a se refugiarem em bunkers em áreas que até então não haviam sido afetadas pelos alertas. Até o momento, não resultam vítimas do ataque.
Quem está na prisão, ao sair, possa retomar uma vida honesta
O pedido de Francisco para continuar orando pela paz veio depois de saudar os participantes da marcha de conscientização sobre as condições dos detentos, acrescentando estas palavras:
Devemos trabalhar para que os detentos estejam em condições de dignidade, todos podem cometer erros: ser detento é para retomar uma vida honesta depois.
Saudações ao Equador e ao Dia dos doentes de Ataxia
Em seguida, o Pontífice saudou, em particular, os equatorianos residentes em Roma que estavam celebrando Nossa Senhora de Cisne; o Coral “Teresa Enríquez de Torrijos” de Toledo, o grupo de famílias e crianças da Eslováquia e os fiéis mexicanos. Por fim, a delegação que veio por ocasião do Dia dos doentes de Ataxia (um distúrbio consistente na falta de coordenação muscular que torna dificultoso seguir os movimentos voluntários, ndr) e saudou também a Associação “La Palma” de Castagnola di Massa.
Fonte: Vatican News
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Honduras, o pesar do Papa pelo assassinato de um agente pastoral
Francisco, após o Angelus, recordou com tristeza o assassinato de Juan Antonio López, “delegado da Palavra de Deus, coordenador da pastoral social na Diocese de Trujillo e membro fundador da pastoral da ecologia integral”. O crime ocorreu em 14 de setembro, quando o pai de duas filhas, de 46 anos, estava saindo da Missa. O Papa está próximo de “todos aqueles que veem seus direitos elementares serem pisoteados” e daqueles que trabalham “pelo bem comum em resposta ao clamor dos pobres e da terra"
Alessandro Di Bussolo – Vatican News
Com pesar, tomei conhecimento de que Juan Antonio López, delegado da Palavra de Deus, coordenador da pastoral social na Diocese de Trujillo e membro fundador da pastoral da ecologia integral em Honduras, foi assassinado. Junto-me ao luto dessa Igreja e à condenação de todas as formas de violência. Estou próximo àqueles que veem seus direitos elementares serem pisoteados e àqueles que trabalham pelo bem comum em resposta ao clamor dos pobres e da terra.
Após a oração do Angelus, o Papa Francisco, da janela de seu escritório no Palácio Apostólico, expressou assim seu pesar pela morte de Juan Antonio López, agente pastoral e defensor dos direitos humanos e do meio ambiente, que foi morto a tiros em seu carro por um assassino em uma moto no sábado, 14 de setembro, em Tocoa, Honduras, logo após participar da Missa. Ele tinha 46 anos e deixa sua esposa e duas filhas. Nos últimos tempos, López vinha lutando contra a extração a céu aberto de óxido de ferro em uma mina no Parque Nacional “Montaña Botaderos Carlos Escaleras”, que estava causando a poluição de dois rios da região, com sérios riscos para o abastecimento de água da população.
Suas batalhas em defesa do meio ambiente e do bem comum
Como membro do Comitê Municipal para a Defesa de Bens Públicos e Comuns em Tocoa, ele frequentemente entrava em conflito com interesses empresariais e políticos locais e nacionais, sedentos por buscar o “desenvolvimento” no departamento de Colón. López, que havia estudado com os jesuítas, também era membro da Rede Eclesial Ecológica Mesoamericana (Remam) e do Conselho Apostólico Nacional da Companhia de Jesus em Honduras.
O bispo de Trujillo: seu compromisso vinha da fé em Cristo
O bispo de Trujillo, dom Jenry Orlando Ruiz, de quem López era um colaborador próximo, escreveu em uma mensagem: “Você me disse que não era um ambientalista, porque para você o compromisso social, ecológico e político não era uma questão ideológica, mas uma questão de ser de Cristo e da Igreja”. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) recomendou que fossem implementados mecanismos de proteção adequados para ele, o que não aconteceu.
Prelados de Honduras: autoridades garantam justiça a todos
A Conferência Episcopal de Honduras (CEH), em uma mensagem ao povo hondurenho sobre a morte de López, descreve-o como “um delegado da Palavra de Deus, coordenador da Pastoral Social da Diocese de Trujillo, membro fundador da Pastoral da Ecologia Integral em nível nacional, defensor da Casa Comum, um homem comprometido com a verdade, honesto e corajoso”. E afirma que esse assassinato “é um duro golpe para sua família, para a Igreja diocesana de Trujillo, em particular, e para nossa Igreja em Honduras, em geral”. Os bispos condenam veementemente “esse assassinato covarde” e pedem “às autoridades que não apenas falem de justiça, mas que também trabalhem com diligência e sinceridade para garanti-la a todos os cidadãos”.
Remam: “sistema de morte” da atual economia tecnocrática
Também interveio, em uma declaração, a Rede Eclesial Ecológica Mesoamericana (Remam), que chama o assassinato de López de “um mecanismo para silenciar as vozes dos líderes comunitários que, como ele, lutam pelo bem comum diante de interesses econômicos e políticos que usam o assassinato como instrumento”. Esse não é um episódio isolado, de acordo com Remam, já que “o atual modelo econômico tecnocrático” está se tornando cada vez mais, essencialmente, um “sistema de morte”, como confirmado pelas mortes de Juan Antonio López, Berta Cáceres (ambientalista e líder dos direitos dos povos indígenas assassinada em 2016) e outros. “Juan não morre, se multiplica“, a promessa da rede eclesial, segundo a qual ‘há séculos de demonstrações da fidelidade do Deus da Vida, que sempre cumpre sua promessa: ’o sangue dos mártires é semente de cristãos'”. E expressa, ao finalizar, “infinita gratidão pelos ensinamentos que Juan nos deixou”.
Fonte: Vatican News
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O Papa no Angelus: no cuidado com os mais fracos está o verdadeiro poder
Quer ser grande? Faça-se pequeno, coloque-se a serviço de todos. Com uma palavra tão simples quanto decisiva, Jesus renova nosso modo de vida. Ele nos ensina que o verdadeiro poder não está no domínio dos mais fortes, mas no cuidado com os mais fracos: disse Francisco no Angelus ao comentar o Evangelho deste XXV Domingo do Tempo Comum
Quantas pessoas sofrem e morrem por causa das lutas pelo poder! Essas são vidas que o mundo rejeita, assim como rejeitou Jesus. Quando Ele foi entregue nas mãos dos homens, não encontrou um abraço, mas uma cruz. No entanto, o Evangelho continua sendo palavra viva e cheia de esperança: Aquele que foi rejeitado, ressuscitou, é o Senhor! Foi o que disse o Papa na alocução que precedeu o Angelus ao meio-dia deste domingo (22/09), XXV Domingo do tempo Comum.
Hoje, disse Francisco, o Evangelho da liturgia (Mc 9,30-37) nos fala de Jesus anunciando o que acontecerá no ápice de sua vida: “O Filho do Homem é entregue às mãos dos homens e eles o matarão, mas depois de três dias ele ressuscitará”. Os discípulos, no entanto - observou o Pontífice -, enquanto seguem o Mestre, têm outra coisa em suas mentes e lábios. Quando Jesus lhes pergunta sobre o que estavam falando, eles não respondem.
Quer ser grande? Faça-se pequeno
“Prestemos atenção a esse silêncio: os discípulos silenciam porque estavam discutindo sobre quem era o maior. Que contraste com as palavras do Senhor! Enquanto Jesus lhes confiava o sentido da própria vida, eles falavam de poder. E agora a vergonha fecha suas bocas, como antes o orgulho havia fechado seus corações. No entanto, Jesus responde abertamente às palavras sussurradas ao longo do caminho: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último”. Quer ser grande? Faça-se pequeno, coloque-se a serviço de todos.”
Com uma palavra tão simples quanto decisiva, prosseguiu o Santo Padre, Jesus renova nosso modo de vida. Ele nos ensina que o verdadeiro poder não está no domínio dos mais fortes, mas no cuidado com os mais fracos.
Quem acolhe o menor, a mim acolhe
Francisco retomou a passagem desta página do Evangelho em que Jesus chama uma criança, coloca-a no meio dos discípulos e a abraça, dizendo: “Aquele que receber uma destas crianças por causa do meu nome, a mim recebe”. A criança não tem poder: ela tem necessidade. Quando cuidamos do homem, reconhecemos que o homem está sempre necessitado de vida.
“Nós, todos nós, estamos vivos porque fomos acolhidos, mas o poder nos faz esquecer essa verdade. Então nos tornamos dominadores, não servidores, e os primeiros a sofrer são os últimos: os pequenos, os fracos, os pobres.”
Sejamos como Maria, sem vanglória e prontos para servir
Como faz habitualmente, Francisco concluiu propondo-nos – à luz da Palavra do Evangelho - algumas interpelações para nossa reflexão pessoal.
“Sei reconhecer o rosto de Jesus nos pequeninos? Eu cuido do meu próximo, servindo com generosidade? Agradeço àqueles que cuidam de mim? Oremos juntos a Maria, para sermos como ela, livres da vanglória e prontos para servir.”
Fonte: Vatican News
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Francisco: os migrantes nos pedem para cultivar o sonho da fraternidade
Publicamos o prefácio do Papa Francisco ao livro do padre Mattia Ferrari intitulado “Salvos pelos migrantes. História de um estilo de vida”. No livro, publicado há poucos dias pela Editora Dehoniane Bologna (EDB), o capelão da organização “Aps Mediterranea Saving Humans” descreve sua experiência no mar, no trabalho de resgate de migrantes que fogem de seus países em busca de um futuro melhor
Papa Francisco
Desde o início do meu pontificado, tenho dado atenção especial ao drama dos migrantes, um dos sinais dos tempos desta era histórica. Em minha primeira viagem apostólica, fui a Lampedusa, um lugar simbólico de naufrágios e acolhida, e lá destaquei o ponto central da questão:
«Onde está o teu irmão? A voz do seu sangue clama até Mim», diz o Senhor Deus. Esta não é uma pergunta posta a outrem; é uma pergunta posta a mim, a ti, a cada um de nós.
https://www.vatican.va/content/francesco/pt/homilies/2013/documents/papa-francesco_20130708_omelia-lampedusa.html
De fato, o drama dos migrantes desafia nossa identidade mais profunda: trata-se de escolher se queremos ou não ser verdadeiramente irmãos e irmãs. Reiterei isso no encontro dos bispos e dos jovens do Mediterrâneo em Marselha, em 22 de setembro de 2023:
diante de nós temos uma encruzilhada: dum lado, a fraternidade, que fecunda de bem a comunidade humana; do outro, a indiferença, que ensanguenta o Mediterrâneo. Encontramo-nos perante uma encruzilhada de civilização. Ou a cultura da humanidade e da fraternidade, ou a cultura da indiferença: cada um se desembarace como puder.
https://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2023/september/documents/20230922-marsiglia-leaderreligiosi.html
Ao longo dos anos, encontrei várias vezes pessoas migrantes cujas histórias resumiam em si as histórias de muitos: alguns desses encontros, como com Bentolo e com Pato, são relatados neste livro. Ao conhecê-los, eu queria enfatizar que eles são realmente irmãos e irmãs e nos ajudam a redescobrir a fraternidade universal. Aqueles que praticam o acolhimento sabem que a amizade com os pobres é salvífica, porque por meio deles, os irmãos prediletos de Jesus, temos uma experiência especial do amor de Jesus e redescobrimos a beleza de também fazer parte dessa grande fraternidade. Reiterei isso ao me dirigir diretamente aos migrantes:
Tratados como um peso, um problema, um custo, sois ao contrário um dom. Sois o testemunho de que o nosso Deus clemente e misericordioso sabe transformar o mal e a injustiça dos quais sofreis num bem para todos. Porque cada um de vós pode ser uma ponte que une povos distantes, que torna possível o encontro entre culturas e religiões diversas, um caminho para redescobrir a nossa comum humanidade.
https://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/pont-messages/2016/documents/papa-francesco_20160419_videomessaggio-centro-astalli-35anniv.html
A fraternidade é um grito: os migrantes que batem às nossas portas trazem esse grito dentro de si: pedem para serem reconhecidos como irmãos e irmãs, para caminharem juntos. O socorro e a acolhida não são apenas gestos humanitários essenciais, são gestos que dão corpo à fraternidade, que constroem a civilização. Várias vezes expressei publicamente minha gratidão à Mediterranea Saving Humans e a todas as realidades que praticam o resgate e o acolhimento. Também sou grato aos fiéis, aos consagrados e aos bispos que os acompanham de várias maneiras. A Igreja acompanha este caminho, porque é o Evangelho que exige isso: a Igreja não tem alternativa, se não seguir Jesus, se não amar como Jesus ama, perde o próprio significado de seu ser. Dar corpo à fraternidade universal é o sonho que Deus nos confiou desde o início da criação: todos os que participam dessa missão colaboram com o sonho de Deus. Uma realidade que dá corpo à fraternidade de modo especial são os movimentos populares, que também são mencionados neste livro. Conheci os movimentos populares quando era arcebispo de Buenos Aires: encontrei neles o que mais tarde chamei de “mística dos movimentos populares”, ou seja, aquela compaixão visceral que se transforma em ação comunitária e leva os pobres a se darem a mão, a se organizarem, a lutarem juntos e a construírem juntos outra sociedade. Acompanhando os movimentos populares em Buenos Aires, entendi que embora incomodem e mesmo se alguns «pensadores» não sabem como classificá-los, é preciso ter a coragem de reconhecer que, sem eles, «a democracia atrofia-se, torna-se um nominalismo, uma formalidade, perde representatividade, vai-se desencarnando porque deixa fora o povo na sua luta diária pela dignidade, na construção de seu destino».
https://www.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20201003_enciclica-fratelli-tutti.html
Nos últimos anos, participei dos quatro encontros mundiais de movimentos populares e de seus encontros regionais e convidei a Igreja a acompanhá-los:
Ver a Igreja com as portas abertas a todos vós, que se envolve, acompanha e consegue sistematizar em cada diocese, em cada Comissão «Justiça e Paz», uma colaboração real, permanente e comprometida com os movimentos populares. Convido-vos a todos, bispos, sacerdotes e leigos, juntamente com as organizações sociais das periferias urbanas e rurais a aprofundar este encontro.
https://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2015/july/documents/papa-francesco_20150709_bolivia-movimenti-popolari.html
O sonho da fraternidade, que os migrantes nos pedem para cultivar e que coloquei no centro do meu pontificado, é o sonho de Deus e a Igreja sempre o promoveu, relançando-o fortemente desde o Concílio Vaticano II e o pontificado de São João XXIII. Gostaria de concluir o prefácio deste livro citando as palavras de seu próprio secretário particular, Mons. Loris Capovilla, que criei cardeal em 2014 e que é mencionado neste livro. Quando completou 100 anos de idade, em 14 de outubro de 2015, escolheu comemorar com alguns migrantes. Abraçando um deles, Issa, que veio do Mali, um muçulmano, disse estas palavras:
Issa, que Deus te abençoe. [...] Existe apenas uma família humana, eu sou um cidadão do mundo, como tu, querido Issa. Só que eu já terminei minha corrida e tu estás começando. Dá tua contribuição para a civilização do amor, porque não há outra, não há civilização da tecnologia, do poder ou das armas. Meus irmãos cristãos são muito queridos para mim, eu sei, mas igualmente são queridos para mim todos os homens e mulheres deste mundo. Sou feliz por ter vivido neste mundo. Na memória de toda a minha vida nunca vi uma pessoa desagradável, um país que me desagradasse. Tudo na criação é uma dádiva de Deus. Em cada um de nós há algo bom; se cada um de nós for bom, fico feliz, mas se ele não for bom, ainda assim é meu irmão, eu o amo. Aperto bem a sua mão e caminhamos juntos em direção à civilização do amor. [...] Em comunhão com os homens e mulheres de boa vontade pertencentes a todas as nações, convivo como amigo e sinto que, de fato, com a contribuição de milhares de mulheres e homens de todas as raças, caminhamos em direção à mais plena unidade da família humana; um só Pai, um só Redentor, uma só Mãe Santíssima, um só Pastor universal, um só olhar dirigido aos céus eternos.
Tornar-se capaz de amar dessa maneira é a oração que dirijo a Jesus para cada pessoa que vive neste mundo.
Vaticano, 3 de julho de 2024 - Fonte: Vatican News
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Fátima: Bênção dos capacetes reúne milhares de motociclistas, com gestos de solidariedade
D. Rui Valério, patriarca de Lisboa, destacou simbolismo do encontro e recordou quem combate incêndios
O Santuário de Fátima acolheu hoje milhares de motociclistas para a Missa da IX Peregrinação da Bênção dos Capacetes, sob a presidência de D. Rui Valério, patriarca de Lisboa, que evocou os recentes incêndios no país.
“É justo e necessário recordarmos aqui os homens e mulheres que combatem os fogos que assolaram terrivelmente o nosso país. De Fátima, elevamos ao Céu a nossa oração e prestamos a nossa solene homenagem de reconhecimento por aqueles que arriscaram e arriscam a sua vida a proteger vidas, bens e solos”, disse o responsável católico, na homilia da celebração que decorreu no recinto de oração da Cova da Iria.
“Os nefastos incêndios que destroem a floresta, dizimam vidas atentam as habitações, e não obstante a intensidade destrutiva das chamas do fogo, no nosso coração arde um fogo ainda mais forte, o do amor. E, por isso, nesta hora e aqui, rezamos por aquelas e aqueles cujas vidas foram ceifadas nos incêndios e no seu combate”, acrescentou, perante cerca de 180 mil participantes.
Segundo o Santuário de Fátima, a organização da peregrinação promove duas recolhas solidárias de donativos, no Parque 12, uma com o intuito de ajudar as corporações de bombeiros mais afetadas pelo esforço de combate aos incêndios, com a oferta de “garrafas de água de 50cl, soro fisiológico, pomadas para queimaduras, compressas, pensos, anti-inflamatórios, paracetamol e produtos de higiene pessoal”.
A outra campanha visa a “aquisição de uma cadeira adaptada para um jovem motociclista de 22 anos, tetraplégico devido a um acidente de moto”.
Para D. Rui Valério, este encontro tem um “significado muito especial, profético”, elogiando os valores da “segurança rodoviária, a atenção e o cuidado na condução são, não obstante comportamentos incoerentes”.
“Aqui vimos para agradecer à Virgem Santíssima as graças que recebemos ao longo da vida, mas também tocados pelo desejo de reavivar o espírito de camaradagem, de fraternidade que aqui está sempre presente e vem gratuitamente fortalecido pelo ardor novo da fé, que o reabilita a inauditos projetos solidários”, declarou.
“A bordo dos nossos motociclos e das nossas viaturas, vamos sempre acompanhados por Maria e, por isso, cada deslocação, cada viagem, cada passeio, se torna peregrinação ao encontro de Cristo e procura de fraternidade com os outros”.
O patriarca de Lisboa referiu-se aos quilómetros percorridos pelos peregrinos e aos “potentíssimos motores de muita cilindrada” de alguns veículos, para sublinhar que a origem mais profunda do movimento humano é “o Senhor da Vida”.
A intervenção convidou a somar uma “dimensão espiritual e humanista” à vida contemporânea, aludindo ao desenvolvimento da inteligência artificial: “É um avanço técnico estupendo, mas tem de estar ao serviço do bem comum, da promoção da dignidade da vida humana, da defesa do que é belo, bom e verdadeiro”.
O também administrador apostólico do Ordinariato Castrense falou dos “conflitos mundiais – como na Ucrânia, no Medio Oriente, na República Centro Africana”, para sustentar que, “com Deus ainda há esperança de paz e de vida”.
A Cova da Iria recebeu motociclistas de todo o país e um grupo de Espanha, num dos “grandes acontecimentos e uma das grandes peregrinações ao Santuário de Fátima”, segundo o reitor da instituição.
“Que cada um de vós procure vir em segurança e procure tornar seguro, também, o caminho dos outros que circulam nas nossas estradas”, afirmou o padre Carlos Cabecinhas.
Após a bênção dos capacetes dos milhares de motociclistas presentes no Recinto de Oração, o comandante-geral da GNR, tenente-general Rui Veloso, distinguiu o Santuário com a Medalha D. Nuno Álvares Pereira – Mérito da Guarda Nacional Republicana, 2.ª Classe. - Fonte: Agência Ecclesia
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Coordenador nacional da Pastoral Penitenciária de Portugal defende superação de «cultura punitiva»
Padre José Luís Costa sublinha dificuldades no acompanhamento dos reclusos, pedindo mais envolvimento das comunidades católicas
O coordenador nacional da Pastoral Penitenciária em Portugal defendeu a superação de uma “cultura punitiva”, na sociedade, sublinhando as dificuldades no acompanhamento e reinserção dos reclusos.
“O sistema prisional tem de ser um bem comum, um bem comum também para o recluso, não propriamente apenas um castigo”, refere o padre José Luís Costa, convidado da entrevista semanal conjunta Ecclesia/Renascença, emitida e publicada aos domingos.
“Na cultura punitiva, se o homem prevarica deve ser punido. Ser punido é ser colocado atrás do muro alto e pronto, já está. E isso é curto”, acrescenta.
O responsável católico alerta para as dificuldades de um sistema prisional “elaborado já há muito tempo, que não vai ao encontro das necessidades concretas” da atualidade, preso a uma “lógica de crime-castigo”.
Este domingo, no Vaticano, o Papa saudou os participantes numa marcha de sensibilização sobre as condições dos reclusos.
“Temos de trabalhar para que os reclusos tenham condições de dignidade. Toda a gente pode cometer erros… ser detido serve para retomar depois uma vida honesta”, sustentou, falando após a recitação do ângelus.
Duas semanas depois da fuga de cinco reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale dos Judeus, o entrevistado sublinha que estes casos resultam de “um conjunto de coisas que falham”, acrescentando que “há muito a fazer” para assegurar melhores condições nas cadeias.
“Fala-se muito, fala a sociedade sobre as fugas e evasões da prisão, e eu recordo uma das evasões mais tenebrosas que nós temos na cadeia, que é o suicídio”, aponta.
“A própria geografia de muitos dos estabelecimentos prisionais potência alguma dificuldade, quer de controlo por parte dos guardas prisionais, quer também da própria relação entre os reclusos”.
O padre José Luís Costa destaca o impacto negativo de ter celas com cerca de 15 a 20 reclusos.
“Eu apostaria muito mais na prevenção, ou seja, e acima de tudo, de tornar a cadeia mais do que um espaço de ameaça, começando a ter um espaço que pudesse ser de alguma forma resultado da própria sociedade”, assinala.
Para o sacerdote, é importante “restabelecer novamente uma base de confiança” entre a sociedade e os reclusos, algo que a presença dos católicos pode ajudar a construir.
“Não podemos deixar que ninguém seja descuidado ou descurado, ou seja, é importante que as pessoas saibam o que acontece dentro das cadeias”, realça.
O desafio para as comunidades católicas, indica o responsável, passar por “cuidar em termos pastorais, a preocupar-se e a fazer-se próximos dos vários agentes, seja dos agentes prisionais, que estão mais ligados ao sistema prisional em si, da contenção do recluso, mas também aos aspetos da educação, do acompanhamento e da reintrodução na vida da comunidade”.
“Uma pastoral de presença diante do mistério do sofrimento obriga a alguma paciência, alguma disponibilidade, também alguma inclinação e vocação, e não a tratar apenas como uma coisa estranha ou exótica, que devemos experimentar uma vez”, declara.
O coordenador nacional refere que os reclusos levam “muitas vezes para o ambiente religioso a pergunta, a pergunta que muitas vezes não conseguem ter tempo para fazer ao educador, que muitas vezes não conseguem ter coragem de fazer à família”.
O padre José Luís Costa elogia o exemplo do Papa, que tem passado por várias cadeias italianas e de outros países, ao encontro dos reclusos e reclusas.
“É um trabalho inspirador, evocativo, desafiante e profético para nós, ou seja, a comunidade cristã não pode apenas olhar-se a si mesma como uma comunidade fechada”, afirma.
Fonte: Agência Ecclesia
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Hoje é celebrado o beato Padre Victor, brasileiro e ex-escravo
O beato Francisco de Paula Victor, brasileiro e ex-escravo, apontado pelo papa Francisco como “modelo para todos os sacerdotes, chamados a ser humildes servidores do povo de Deus”, é celebrado hoje, 23 de setembro.
Francisco de Paula Victor nasceu em Campanha (MG), filho da escrava Lourença de Jesus, no dia 12 de abril de 1827. Oito dias depois, foi batizado e sua madrinha foi a dona da fazenda onde nasceu, Marianna Bárbara Ferreira, que teve papel fundamental para sua educação.
Exercia a profissão de alfaiate, mas, em seu coração, Deus o chamava ao sacerdócio. Esse sonho era praticamente impossível na época da escravidão. Dizia-se que, no dia em Francisco de Paula que se tornasse padre “as galinhas começariam a ter dentes”. O futuro beato teve apoio em sua madrinha, que procurou o padre da cidade para saber se seria possível realizar o sonho de Victor.
A oportunidade apareceu em 1848, quando o bispo de Mariana (MG), Dom Antônio Ferreira Viçoso, visitou Campanha. Victor logo o procurou e manifestou o desejo de ser padre, pedido que foi aceito e o alfaiate ingressou no seminário em 5 de junho de 1849. Foi ordenado sacerdote em 14 de junho de 1851 e permaneceu em Campanha como coadjutor até o ano seguinte, quando foi transferido para Três Pontas (MG) como vigário e mais tarde pároco. Só saiu de lá 53 anos depois ao morrer, no dia 23 de setembro de 1905.
Seu ministério foi marcado pela catequese e instrução do povo, edificando a Escola Sagrada Família para crianças e jovens. Padre Victor pregou não só com as palavras, mas pelo seu testemunho de amor a Deus.
Quando morreu, toda a cidade, que já o venerava, foi tomada por grande comoção. Conta-se que seu corpo ficou exposto por três dias e exalava um perfume agradável. Padre Victor foi enterrado Igreja Matriz de Nossa Senhora D’Ajuda, construída por ele.
Em junho de 2015, o papa Francisco autorizou a Congregação para a Causa dos Santos a promulgar decreto concernente ao milagre atribuído à intercessão do sacerdote, que aconteceu com uma moradora de Três Pontas. A professora Maria Isabel de Figueiredo sonhava em ser mãe, mas, descobriu que tinha uma das trompas obstruída e, depois de uma gravidez ectópica (fora do útero), teve que retirar a trompa que estava boa. Isso não a desviou de seu sonho e ela pediu a intercessão de Padre Victor durante uma novena em 2009. Um ano depois, engravidou e deu à luz Sofia.
Padre Francisco de Paula Victor foi beatificado em 14 de novembro de 2015, na cidade de Três Pontas, em celebração presidida pelo então o bispo de Campanha, dom Diamantino Prata de Carvalho. No dia seguinte, após a oração do Ângelus em Roma, o papa Francisco comentou a beatificação. “Pároco generoso e excelente na catequese e na ministração dos sacramentos, se distingue sobretudo pela sua grande humildade. Possa o seu extraordinário testemunho servir de modelo para todos os sacerdotes, chamados a ser humildes servidores do povo de Deus”, disse na ocasião.
Fonte: ACIDigital
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Hoje a Igreja celebra são Pio de Pietrelcina, o santo dos estigmas
“Oh Jesus, meu suspiro e minha vida, peço-te que faça de mim um sacerdote santo e uma vítima perfeita”, escreveu uma vez são Pio da Pietrelcina, cuja festa se celebra hoje. Sua oração foi escutada e lhe foi concedido o dom dos estigmas.
Durante sua vida, Deus o dotou de muitos dons, como o discernimento extraordinário que lhe permitiu ler os corações e as consciências. Por isso, muitos fiéis iam se confessar com ele.
Outros dons foram o da profecia para poder anunciar eventos do futuro, as curas milagrosas com a oração, a bilocação, que lhe permitiu estar em dois lugares ao mesmo tempo, e o perfume que exala das chagas dos estigmas.
Padre Pio nasceu em Pietrelcina, Itália, em 25 de maio de 1887. Seu nome era Francisco Forgione e tomou o nome de frei Pio da Pietrelcina em honra a São Pio V, quando recebeu o hábito de franciscano.
Aos cinco anos, apareceu-lhe o Sagrado Coração do Jesus, que posou sua mão sobre a cabeça do menino. O pequeno, por sua vez, prometeu a São Francisco que seria um fiel seguidor dele. Desde então, sua vida ficou marcada e começou a ter aparições da Santíssima Virgem.
Preferia passar o tempo em oração e estudo porque entendia o sacrifício que seus pais faziam para que recebesse uma boa formação.
Aos 15 anos, decidiu ingressar na Ordem Franciscana de Morcone e teve visões do Senhor em que lhe mostrou as lutas que teria que passar contra o demônio. “Eu estarei te protegendo, te ajudando, sempre a seu lado até o fim do mundo”, disse-lhe Jesus Cristo.
Em 10 de agosto de 1910, foi ordenado sacerdote. Pouco tempo depois voltaram as febres e as dores que o afligiam. Então, foi enviado a Pietrelcina para que restabelecesse sua saúde.
Em 1916, visitou o mosteiro de San Giovanni Rotondo. O padre provincial, ao ver que sua saúde tinha melhorado, mandou-lhe retornar a esse convento onde recebeu a graça dos estigmas.
“Era a manhã de 20 de setembro de 1918. Eu estava no coro fazendo a oração de ação de graças da Missa… me apareceu Cristo que sangrava por toda parte. De seu corpo chagado saíam raios de luz que mais pareciam flechas que me feriam os pés, as mãos e o lado”, descreveu padre Pio a seu diretor espiritual.
Quando voltei a mim, encontrei-me no chão e com chagas. As mãos, os pés e o lado sangravam e me doíam até me fazer perder todas as forças para me levantar. Sentia-me morrer, e teria morrido se o Senhor não tivesse vindo me sustentar o coração que sentia palpitar fortemente em meu peito. Arrastei-me até a cela. Recostei-me e rezei, olhei outra vez minhas chagas e chorei, elevando hinos de agradecimento a Deus”, acrescentou.
Certo dia, uma avó lhe levou a sua neta chamada Gema, que tinha nascido sem pupilas. Padre Pio a abençoou e fez o sinal da cruz sobre seus olhos. A menina recuperou a vista, sem necessidade de ter pupilas. Mais adiante, Gema ingressou na vida religiosa.
Em 9 de janeiro de 1940, animou seus grandes amigos espirituais a fundar um hospital que se chamaria “Casa Alívio do Sofrimento”, a qual foi inaugurada em 5 de maio de 1956, com a finalidade de curar as doenças físicas e espirituais.
Segundo fontes que não se puderam confirmar, São João Paulo II sendo um jovem sacerdote visitava padre Pio para confessar-se e, em uma dessas ocasiões, estando em transe, disse ao futuro pontífice: “Vais ser Papa”.
Padre Pio morreu em 23 de setembro de 1968, enquanto murmurava: “Jesus, Maria!”.
São João Paulo II, durante sua canonização em 16 de junho de 2002, disse: “Oração e caridade, esta é uma síntese extremamente concreta do ensinamento de padre Pio, que hoje volta a propor todos”.
Fonte: ACIDigital
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São Pio de Pietrelcina, Oração para depois da Comunhão.
“Fica Senhor comigo, pois preciso da tua presença para não te esquecer”, é parte de uma oração escrita por são Pio de Pietrelcina e que foi recomendada em um artigo publicado no site da diocese de Celaya (México) para as pessoas que sofrem de depressão ou enfrenam uma tristeza profunda.
O artigo de 2018, assinala que “o Manual diagnóstico e estatístico dos transtornos mentais (DSM) inclui definições clínicas para a depressão”, mas também se pode recorrer “à explicação sobre a escuridão espiritual que são João da Cruz escreve em ‘A noite escura da alma’”.
“Seja qual for a forma em que tenha chegado a um estado depressivo, seja qual for a história que te levou até aí, a chave nesses momentos escuros é estender a mão, buscar o contato” com Deus, afirmou.
O autor indicou que “o estado de escuridão e depressão não é um vazio”, mas “um espaço cheio de conhecimento diante do qual estamos momentaneamente cegos”. “Quando tentamos alcançá-lo sozinhos, às vezes estamos muito exaustos para continuar a aprofundar e, assim, sucumbimos às ondas de desespero”, assinalou.
“Embora nos tenham ensinado que perder a esperança é voltar as costas para Deus – o que é pecado –, há outro elemento do desespero que às vezes passa batido. Deriva da Regra de São Bento: ‘Que em tudo Deus seja glorificado’”.
O autor relatou que em uma confissão, “estando eu em uma época de depressão, o sacerdote me deu uma penitência muito concreta. Devia ler sobre Jesus caminhando sobre o mar tempestuoso e sobre o medo de Pedro, em Mateus 14,30-31. Em seguida, teria que refletir, especificamente, sobre o momento em que Pedro se desespera e busca a ajuda de Nosso Senhor, esse segundo exatamente antes de Jesus segurar sua mão”.
“Foi um momento escuro, cheio de dúvida para Pedro, cuja fé tinha fraquejado. Também foi uma resposta intuitiva para uma pessoa que se afoga fisicamente: estender a mão”, assinalou.
Explicou que esta é “uma metáfora para estender a mão para Cristo psicologicamente e espiritualmente. Surpreendeu-me a rapidez com que o instinto de sobreviver espiritualmente se uniu ao desejo de viver fisicamente quando se está esgotado e em águas profundos”.
“Por isso, com tranquilidade de saber que o Senhor pegou minha mão e que não me afogarei, frequentemente, leio esta oração, às vezes até mesmo três vezes inteira”:
Fica Senhor comigo, pois preciso da tua presença para não te esquecer.
Sabes quão facilmente posso te abandonar.
Fica Senhor comigo, porque sou fraco e preciso da tua força para não cair.
Fica Senhor comigo, porque és minha vida, e sem ti perco o fervor.
Fica Senhor comigo, porque és minha luz, e sem ti reina a escuridão.
Fica Senhor comigo, para me mostrar tua vontade.
Fica Senhor comigo, para que ouça tua voz e te siga.
Fica Senhor comigo, pois desejo amar-te e permanecer sempre em tua companhia.
Fica Senhor comigo, se queres que te seja fiel.
Fica Senhor comigo, porque, por mais pobre que seja minha alma, quero que se transforme num lugar de consolação para ti, um ninho de amor.
Fonte: ACIDigital
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15 frases emblemáticas do padre Pio
Padre Pio será lembrado durante muito tempo por seus inúmeros ensinamentos espirituais, que foram materializados em dezenas de frases emblemáticas ao longo de sua vida. A seguir, 15 delas selecionadas do National Catholic Register.
1. A sociedade de hoje não reza, por isso está desmoronando.
2. A oração é a melhor arma que possuímos, a chave que abre o coração de Deus.
3. Ore, espere e não se preocupe. A preocupação é inútil. Nosso Senhor misericordioso escutará a sua oração.
4. Seria mais fácil para o mundo existir sem o sol do que sem a Santa Missa.
5. Mil anos de desfrutar da glória humana não valem nem uma hora na doce comunhão com Jesus no Santíssimo Sacramento.
6. Na vida espiritual, quem não avança retrocede. Acontece como um barco que sempre deve seguir adiante. Se parar, o vento o fará voltar.
7. Você deve falar a Jesus também com o coração, além dos lábios; na verdade, em certos casos, deve falar com Ele apenas com o coração.
8. Sempre devemos ter coragem, e se nos chega alguma apatia espiritual, corramos aos pés de Jesus no Santíssimo Sacramento e coloquemo-nos no meio dos perfumes celestiais, e sem dúvida recuperaremos nossa força.
9. Faz algum tempo que você não ama o Senhor? Não o ama agora? Não anseia amá-lo para sempre? Portanto, não temas! Ainda admitindo que cometeu todos os pecados deste mundo, Jesus repete: “Muitos pecados lhe são perdoados porque muito amou”.
10. Não se preocupe com as coisas que causam preocupação, desordem e ansiedade. Apenas uma coisa é necessária: Elevar seu espírito e amar a Deus.
11. Onde não há obediência, não há virtude; não há bondade nem amor. E onde não há amor, não há Deus. Sem Deus, não podemos alcançar o Céu. Essas virtudes formam uma escada; se falta um passo, caímos.
12. Os melhores meios para se proteger da tentação são os seguintes: cuidar dos seus sentidos para salvá-los da tentação perigosa, evitar a vaidade, não deixar seu coração se exaltar, convencer-se do mal da complacência, fugir do ódio, rezar sempre que possível. Se a alma soubesse o mérito que se adquire nas tentações sofridas com paciência e vencidas, seria tentada a dizer: Senhor, envia-me as tentações.
13. É necessário proteger todos os seus sentidos, especialmente seus olhos: são os meios pelos quais toda a fascinação e o encanto da beleza e da voluptuosidade entram no coração. Quando a moda, como em nossa época, é voltada para a provocação e expõe o que antes era incorreto pensar, é preciso ter precaução e autocontrole. Sempre que necessário, deve olhar sem ver e ver sem pensar.
14. Deve lembrar que tem no céu não apenas um pai, mas também uma mãe. Portanto, vamos recorrer a Maria. Ela é toda doçura, misericórdia, bondade e amor para nós porque é nossa mãe.
15. O amor e o medo devem ir unidos, o medo sem amor converte-se em covardia. O amor sem medo converte-se em presunção. Quando há amor sem medo, o amor corre sem prudência e sem restrições, sem se preocupar para onde vai.
Fonte: ACIDigital
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Do dia 21/9/2024
Subsídio do Natal 2024 reflete Cristo, a maior esperança
No Rio Grande do Sul, há algo diferente no Natal de 2024. O ano, certamente ficará guardado na memórias dos gaúchos e gaúchas pelas enchentes assoladoras que atingiram o estado nos meses de maio e junho. Esta experiência transformou a população do Rio Grande do Sul e exigiu – e ainda exige – força e resiliência para seguir. Na família, nos amigos e na comunidade, nos fortalecemos e encontramos disposição para superar os tristes dias que vivemos. Entretanto, nossa maior esperança é e está em Cristo.
Este é o tema apresentado pelo Subsídio de Natal do Regional Sul 3 para 2024. Cristo: a maior esperança, que acolhe nossas alegrias e nossas angústias e caminha ao nosso lado. Assim explica dom Leomar Brustolin, Presidente do Regional Sul 3:
Este subsídio reflete e reza sobre a esperança bíblica, capaz de nos inspirar quando o cansaço e o desânimo parecem reter nossos passos. Na companhia de homens e mulheres que creram e por isso esperaram, todos somos chamados a rever nosso estilo de vida, superando os desafios e acendendo luzes que clareiam os caminhos.
O Ano Jubilar de 2025, com o tema “Peregrinos da Esperança”, é outro motivador da escolha do tema do material para este ano. “Em meio a tantos desafios, anunciar a esperança cristã é missão da Igreja”, afirma a introdução do subsídio.
Levar, alimentar, fortalecer e viver a esperança
O material é composto de três peças: um cartaz para as comunidades, o símbolo para porta das casas no formato do mapa do Rio Grande do Sul e o livreto para celebração do Advento.
O subsídio propõe às famílias e comunidades quatro encontros celebrativos, unindo os temas preparatórios para o jubileu e a realidade gaúcha das enchentes:
1º Encontro: Levantar e levar a esperança – Visita de Maria a Isabel
2º Encontro: Alimentar a esperança na oração – Jesus ensina a rezar o Pai-Nosso
3º Encontro: Fortalecer a esperança na comunidade – Bem-aventuranças
4º Encontro: Viver a esperança na solidariedade – Bom Samaritano
Além dos quatro encontros, o subsídio também apresenta a Celebração Penitencial e a Bênção para a Casa na noite do Natal.
Multimídia
Este subsídio de Natal também oferece, em cada canto, um vídeo relacionado. O trabalho conjunto que reuniu forças com as equipes de canto litúrgico e de comunicação do Regional Sul 3 permite que, a cada música, a pessoa acesse pelo código QR a gravação com a letra da música.
Todas as canções estão disponíveis na Playlist no Canal do Regional Sul 3 no Youtube.
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1º Encontro das Comunidades Intercongregacionais começa com reflexões sobre a presença transformadora da Vida Religiosa no mundo atual
Nesta sexta-feira, 20 de setembro, teve início o 1º Encontro das Comunidades Intercongregacionais, promovido pelo Setor Missão da Conferência dos Religiosos do Brasil. O evento está sendo realizado no Centro Estigmatino de Pastoral, na Paróquia Santa Cruz e Santa Edwiges, no Plano Piloto, em Brasília-DF, e se estenderá até este domingo, 22 de setembro.
Com o tema “Presença profética e transformadora da Vida Religiosa Consagrada no mundo atual”, o encontro conta com a participação de comunidades intercongregacionais de Baliza (GO), São Felix do Araguaia (MT), Brás (SP), Tocantínia (TO), Hulha Negra (RS) e Dourados (MT). O evento busca promover uma reflexão profunda sobre os desafios e as realidades vividas por essas comunidades, que atuam em conjunto para promover o bem-estar social e espiritual das populações mais vulneráveis.
O Projeto Intercongregacional é uma ação que une religiosas e religiosos de diferentes Congregações, com o objetivo de fortalecer a ação missionária e social nas comunidades em que atuam. A diversidade de experiências e realidades representadas no encontro contribui para uma abordagem mais abrangente e enriquecedora das discussões sobre o papel da Vida Religiosa Consagrada no contexto atual.
Irmã Valmí Bohn, assessora do Setor Missão da CRB Nacional, ressaltou a importância do encontro para a consolidação dessas comunidades. “Esse primeiro encontro presencial é um momento de reflexão e aprofundamento da nossa forma de viver em comunidade. Vejo que essa nova maneira de vida em comunidade é o caminho e o futuro da Vida Religiosa Consagrada. A CRB Nacional, pelo Setor Missão e junto com as Congregações envolvidas, acompanha as Comunidades Intercongregacionais no apoio, na formação, nos diálogos, e na busca de uma vivência de testemunho junto ao povo onde trabalham.”
A temática foi aprofundada pela Irmã Maria de Fátima Alves de Morais, Apóstola do Coração de Jesus, que abordou a “Presença profética e transformadora da Vida Religiosa Consagrada” a partir de uma perspectiva emocional e espiritual. Ela falou sobre a importância de uma atuação pautada no amor e na empatia, possibilitando mudanças na sociedade por meio da espiritualidade e do compromisso com a justiça e a paz.
O encontro segue até este domingo, com momentos de partilha, reflexão e planejamento de ações conjuntas, reforçando o papel das comunidades intercongregacionais como agentes de transformação social e evangelização no Brasil.
Fonte: CRB
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O Papa: “A gratuidade não é apenas uma dimensão financeira, mas humana"
“Estar a serviço dos outros, gratuitamente, sem buscar o próprio lucro. Porque, embora a justiça seja necessária, ela não é suficiente para preencher as lacunas que somente a caridade e o amor podem curar”. Palavras do Papa Francisco aos militares da Guarda de Finanças italiana neste sábado (21) por ocasião dos 250 anos de sua fundação
Vatican News
Na manhã deste sábado (21) o Papa Francisco recebeu na Sala Clementina, no Vaticano, os militares da Guarda de Finanças italiana por ocasião dos 250 anos de sua fundação. Francisco iniciou o encontro recordando o lema do 250º aniversário, “Na tradição, há o futuro”, afirmando “refere-se às raízes que levaram à fundação da Guarda de Finanças e lhe deram uma direção para o crescimento”. O Papa seguiu explicando as inúmeras competências que cabem ao Corpo como a “vigilância financeira, defesa de fronteiras, tarefas de polícia fiscal e econômico-financeira, polícia marítima, com uma importante missão no campo de resgate, tanto no mar quanto nas montanhas”.
São Mateus
Ao citar o Padroeiro São Mateus, apóstolo e evangelista que “representava uma mentalidade utilitarista inescrupulosa, dedicada apenas ao ‘deus dinheiro’, afirmou: “Ainda hoje”, explicou, “uma lógica semelhante afeta a vida social, causando desequilíbrios e marginalização: desde o desperdício de alimentos até a exclusão dos cidadãos de alguns de seus direitos. Como se explica a fome no mundo hoje, quando há tanto desperdício nas sociedades desenvolvidas? Isso é terrível. E outra coisa: se parassem de fabricar armas por um ano, a fome no mundo acabaria. É melhor fabricar armas do que resolver a fome... Até mesmo o Estado pode acabar sendo vítima desse sistema: mesmo os Estados que têm recursos, como eu disse, permanecem isolados”. Ponderando em seguida “nesse panorama, vocês são chamados a contribuir para a justiça das relações econômicas, verificando o cumprimento das regras que regem as atividades de indivíduos e empresas”. E é a sua maneira concreta e diária de servir ao bem comum, de estar perto das pessoas, de combater a corrupção e de promover a legalidade, completou.
Novo humanismo
Aprofundando o termo “corrupção”, Francisco disse que “a corrupção revela uma conduta antissocial tão forte que dissolve a validade das relações e dos pilares sobre os quais uma sociedade é fundada”. Sugerindo em seguida que a resposta, a alternativa, não está apenas nas normas, mas em um “novo humanismo”. E como fazê-lo? Francisco continua: “O olhar de Jesus, pousado sobre o jovem Mateus, diz que a dignidade humana e a vida estão no centro da vida de um povo. Vocês também podem contribuir para o surgimento desse novo humanismo por meio das obras que realizam a serviço dos jovens que se inscrevem no Corpo de Guarda de Finanças e frequentam suas Escolas”. “Mateus”, explicou ainda o Papa, “de certa forma, passou da lógica do lucro para a lógica da equidade. Mas, na escola de Jesus, ele também foi além da equidade e da justiça e conheceu a gratuidade, o dom de si mesmo que gera solidariedade, compartilhamento e inclusão. A gratuidade não é apenas uma dimensão financeira, é uma dimensão humana. Estar a serviço dos outros, gratuitamente, sem buscar o próprio lucro. Porque, embora a justiça seja necessária, ela não é suficiente para preencher as lacunas que somente a caridade e o amor podem curar”.
Globalização da indiferença
Por fim o Papa recordou aos presentes que “o seu serviço não termina com a proteção das vítimas, mas inclui a tentativa de ajudar o renascimento daqueles que cometem erros: de fato, ao agir com respeito e integridade moral, vocês podem tocar as consciências, mostrando a possibilidade de uma vida diferente”. Concluindo em seguida “vocês podem e devem construir uma alternativa à globalização da indiferença, que destrói com a violência e a guerra, mas também negligencia o cuidado com a sociedade e o meio ambiente”.
Fonte: Vatican News
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Realizado no Vaticano curso para bispos recém-ordenados
Os bispos ordenados nos últimos 12 meses provenientes do mundo inteiro, tanto de áreas onde a Igreja está presente há séculos quanto de terras de missão, participam do curso de formação no Vaticano. Também estiveram presentes os novos bispos das Igrejas orientais. O curso de formação foi organizado pelo Dicastério para os Bispos, o Dicastério para as Igrejas Orientais e o Dicastério para a Evangelização (Seção para a primeira evangelização e as novas Igrejas particulares)
Padre Paweł Rytel-Andrianik – Vatican News
Os participantes do curso foram recebidos em audiência pelo Papa Francisco, celebraram as Santas Missas na Basílica de São Pedro e em outras igrejas de Roma e encontraram, entre outros, os prefeitos de vários dicastérios, representantes da Secretaria de Estado da Santa Sé e outros Superiores da Cúria Romana. Eles trabalharam em círculos menores em grupos linguísticos.
Os organizadores explicaram: “São dias intensos em que se vivem momentos de formação e comunhão, fazendo com os novos Bispos uma experiência concreta do dom da colegialidade episcopal na adesão afetiva e efetiva ao sucessor de Petro”. Os Dicastérios que têm a tarefa de ajudar o Santo Padre na delicada tarefa de escolher os Bispos estão satisfeitos com o resultado obtido no Curso de Formação realizado.
“Esse curso de formação é muito importante, entre outros, por três motivos”, disse dom Sławomir Szkredka, bispo auxiliar de Los Angeles, nos EUA. “O primeiro motivo é a experiência de unidade. Todos nós nos reunimos com o Santo Padre, o Pedro de nosso tempo, e experimentamos a unidade da Igreja com nossos irmãos do mundo inteiro. A segunda dádiva desse curso é o encontro com bispos de outras Igrejas. Temos a oportunidade de nos conhecer, trocar experiências e orar juntos. Em terceiro lugar, encontramos representantes da Santa Sé, que nos mostram a visão do Papa Francisco. Temos a oportunidade de discutir como podemos implementar essa visão em diferentes partes do mundo em nossas Igrejas locais”, observou o bispo Szkredka.
O curso para bispos ordenados nos últimos doze meses realizou-se de 15 a 21 de setembro no Vaticano. Houve dois grupos de bispos. No curso organizado pelo Dicastério para os Bispos houve 153 bispos, de 46 países, incluindo 25 bispos do rito Oriental (que têm como Dicastério de referência o das Igrejas Orientais) e 5 bispos recém-ordenados com cargos na Cúria Romana. Enquanto 114 participantes participaram do curso do Dicastério para a Evangelização.
Um curso para bispos recém-ordenados em setembro já se tornou habitual nas atividades da Cúria Romana, e este ano assume uma nova conotação: pela primeira vez, uma parte das sessões de trabalho foi compartilhada e vivenciada em conjunto por dois grupos de bispos na Pontifícia Universidade Urbaniana.
Fonte: Vatican News
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Parolin em Nova York para a 79ª Assembleia Geral da ONU
O cardeal secretário de Estado, informa um post de @TerzaLoggia, estará nos EUA de 22 a 30 de setembro e participará dos eventos da Semana de Alto Nível 2024. Programada uma Missa pelo 60º aniversário da Santa Sé na ONU
Vatican News
A partir deste domingo, 22 de setembro, até segunda-feira, dia 30, o cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, estará pem Nova York para participar da 79ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas.
É o que foi anunciado em um post no X pela conta da Secretaria de Estado, @TerzaLoggia, informando que o cardeal participará da Cúpula do Futuro e da Semana de Alto Nível 2024, juntamente com chefes de Estado e de governo reunidos na sede da ONU em Nova York. Parolin também celebrará a Missa pelos 60 anos da Santa Sé nas Nações Unidas.
A 79ª Assembleia Geral da ONU se concentrará na promoção de soluções multilaterais com base na Carta da ONU e na aceleração dos esforços para implementar a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. As prioridades incluem o apoio à paz e à segurança internacionais, a promoção do desenvolvimento sustentável, o combate às mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e a poluição.
Fonte: Vatican News
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Reflexão para XXV Domingo do Tempo Comum
Lutemos pela pureza de nossa fé. Ela será autêntica se vivermos o que nos diz São Tiago na segunda leitura de hoje. ”Onde há inveja e rivalidade, aí estão as desordens e toda espécie de obras más. De onde vêm as guerras? De onde vêm as brigas entre vós?”
Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News
Já havia na Antiguidade uma presença muito grande de grupos de pessoas que não acreditavam em nada. Eram formados principalmente pelos ricos e os intelectuais. Evidentemente, nem todos os ricos e intelectuais eram materialistas e descrentes, muitos acreditavam na vida após a morte.
Sua lei era: “Comamos e bebamos, porque amanhã morreremos!” (Is 22,13). Junto a esses havia alguns judeus que deixaram a fé de seus antepassados e se uniram aos grupos de infiéis.
Contudo, a vida honesta e coerente dos crentes incomodava a consciência dos descrentes. Esse incômodo está escrito na primeira frase da primeira leitura de hoje, extraída do livro da Sabedoria. “Armemos ciladas ao justo, porque sua presença nos incomoda: ele se opõe ao nosso modo de agir, repreende em nós as transgressões da lei e nos reprova as faltas contra a nossa disciplina.”
Hoje também temos esses grupos de materialistas e as perseguições, mesmo que veladas, são reais. Também Jesus não escapou às garras dessa gente. A presença, mesmo que silenciosa, de uma pessoa de vida exemplar, incomoda e agride aqueles que optaram por viver desonestamente.
Quando formos perseguidos, deveremos rezar por aqueles que nos perseguem e maltratam, mas ao mesmo tempo nos alegrar porque nosso testemunho de fé em Deus é vivo e incomoda. Mas se nada nos acontece, deveremos rever nossa vida, alguma coisa está errada em nosso anúncio.
No Evangelho acontece algo que se enquadra dentro desse espírito mundano. Os judeus, com seus líderes, não entendem o messianismo de Jesus. Eles esperam um messias triunfante, vitorioso nos moldes dos valores deste mundo. Contudo, Jesus os desnorteia quando diz que ele irá “ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão.
”Para seus discípulos, Cristo pede que o sigam no serviço a todos e em se colocarem como últimos, exatamente contrário em relação ao pedido da mãe de João e de Tiago, para que seus filhos ocupassem os primeiros lugares, ao lado de Jesus.
Também em nosso mundo, inclusive no mundo religioso, quantas pessoas não aspiram e lutam para uma posição de destaque na Igreja, na paróquia, na congregação religiosa! Quantas pessoas que ocupam lugar de importância não o usam para serem servidas e tirarem proveito para si e para seus interesses corporativos!
Lutemos pela pureza de nossa fé. Ela será autêntica se vivermos o que nos diz São Tiago na segunda leitura de hoje. ”Onde há inveja e rivalidade, aí estão as desordens e toda espécie de obras más. De onde vêm as guerras? De onde vêm as brigas entre vós?”
E o Apóstolo ensina “... a sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, depois pacífica, modesta, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem fingimento.”
Vivamos nossa fé na pureza de sentimentos e na entrega total de nossa vida a Jesus Cristo. Que ele viva em nós! Que nossa riqueza e nossa sabedoria sejam viver ao máximo a fé cristã.
Fonte: Vatican News
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Bispos católicos orientais da Europa reunidos na Romênia: fraternidade e sinodalidade
De 16 a 19 de setembro, foi realizado o 25º encontro de bispos e sacerdotes das Igrejas Orientais da Europa em Oradea com o tema: “A relação entre bispo e sacerdotes - fraternidade e humanidade. Sínodo sobre sinodalidade”
Vatican News
Concluiu-se em Oradea, na Romênia, o 25º Encontro dos Bispos Católicos Orientais da Europa, com o tema: “A relação entre bispo e sacerdotes - fraternidade e humanidade. Sínodo sobre a sinodalidade”, organizado pela CCEE e a convite de Virgil Bercea, bispo da Eparquia Greco-Católica de Oradea. O encontro contou com a participação de 60 bispos e sacerdotes representando as Igrejas Católicas Orientais da Ucrânia, Hungria, Eslováquia, Chipre, Bielorrússia, Itália, Grécia, França, Áustria, Espanha, Bulgária, Turquia, Macedônia do Norte, Sérvia, Croácia e Romênia. Os bispos católicos de rito latino da Conferência Episcopal da Romênia e da República da Moldávia também estavam presentes. Também estavam presentes no encontro o cardeal Claudio Gugerotti, Prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais; Dom Giampiero Gloder, Núncio Apostólico na Romênia e Moldávia; e Dom Gintaras Grušas, Presidente do Conselho das Conferências Episcopais Europeias (CCEE).
A recordação dos bispos romenos greco-católicos que morreram durante o regime comunista
A abertura oficial do encontro ocorreu na tarde de 16 de setembro de 2024, no Salão de Honra da Prefeitura de Oradea. Dom Sofronie Drincec, Bispo Ortodoxo de Oradea, outros representantes das diferentes comunidades cristãs de Oradea, Ciprian-Vasile Olinici, Secretário de Estado para Cultos na Romênia, e representantes das autoridades civis também compareceram. O Arcebispo Maior da Igreja Greco-Católica Romena, Cardeal Lucian Mureșan, enviou uma saudação especial na abertura. O encontro ocorreu cinco anos após a beatificação dos bispos romenos greco-católicos que morreram pela fé durante o regime comunista. São os santos das prisões, a fonte da qual podemos extrair o amor por esses lugares e a força para seguir em frente.
Testemunhos e reflexões
“O tema central - informa uma nota do CCEE - inspirou as discussões destes dias, tendo em vista a segunda sessão da 16ª Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, que se realizará de 2 a 27 de outubro de 2024 no Vaticano, ou seja, a guerra em curso na Ucrânia, juntamente com a consequente crise dos refugiados, permanecem constantemente na atenção de toda a Igreja, e são eventos que colocam desafios atuais na relação entre o bispo e os seus sacerdotes, especialmente na diáspora. O testemunho de comunhão entre os Pastores é particularmente importante para o caminho de fé e de vida cristã de nossas Comunidades e para uma transmissão viva do Evangelho de Cristo nestes nossos tempos, marcados por guerras, divisões e contrastes, bem como por uma crescente indiferença ou superficialidade em relação à fé e à proposta cristã. Em um contexto europeu marcado por graves desafios políticos, sociais, culturais e religiosos, somos todos chamados a consolidar a unidade e a solidariedade entre nossas Igrejas, a fim de dar um testemunho convincente, cheio de amor e esperança, do Evangelho e da salvação”.
Situações de fragilidade
“É importante”, continua o comunicado, ”ter bons sacerdotes, porque os tempos atuais não são mais os tempos de perseguição em que as pessoas, para manter a fé católica, estavam dispostas a dar suas vidas. Hoje nos deparamos com uma situação de fragilidade, que também é claramente vista no relacionamento que temos com nossos seminaristas. Tocando em questões como a distância emocional e a depressão, que marcam o mundo de hoje, o desenvolvimento tecnológico que desafia os valores cristãos e a fragilidade das famílias contemporâneas. Por outro lado, continua firme a centralidade da oração, do relacionamento com a Palavra de Deus, da confissão, da capacidade do bispo de avaliar seu próprio crescimento e condição moral, bem como o autodomínio”.
A missão dos bispos
“A proclamação de Cristo”, continua a nota da CCEE, ”é central para a autêntica vida cristã. A crise produz respostas errôneas: secularização interna que ameaça esvaziar a própria Igreja; uma nostalgia estéril de um passado idealizado que não pode ser recuperado. A fraternidade entre bispos e sacerdotes é uma participação na humanidade redimida por Cristo que exige um sacrifício radical e envolve a perda de si mesmo para encontrar a vida eterna”. Ao mesmo tempo, “a fraternidade entre bispos e sacerdotes é um serviço para toda a humanidade. Os sacerdotes e os bispos devem ajudar os fiéis a viver em comunhão e serviço, refletindo sobre a unidade e o amor trinitário, porque a comunhão é o coração pulsante da vida eclesial. A fraternidade sacerdotal”, continua o documento, ”deve ser vivida com autenticidade e humanidade: bispos e sacerdotes devem cultivar sua humanidade, expressando apoio recíproco, confiança, compaixão e perdão. É por meio dessa humanidade que se constrói a autêntica fraternidade. Como bispos, somos chamados a viver essa unidade inspirada pela Liturgia porque seus frutos são a vida de filiação que nos leva a descobrir nossa paternidade que vem de nosso Pai celestial. Vivamos essa paternidade com os sacerdotes e os colaboradores em um espírito de fraternidade e solidariedade humana”.
Levantar a voz pela verdade e pela justiça
Durante esse encontro, foram vivenciados momentos sagrados com a participação na Divina Liturgia, que é “a vida e a fonte de nossa unidade e amor pelo mundo”. “A Liturgia é a fonte da qual nossa paz é renovada, e é por meio dela que recebemos a força para espalhar essa paz entre os povos de nossos países. O encontro também foi uma oportunidade de conhecer a cidade de Oradea, caracterizada por um belo diálogo inter-religioso. Nestes tempos, em que a Europa vive de perto as feridas da guerra na Ucrânia e em outras partes do mundo, a comunhão e a solidariedade continuam sendo os pontos centrais que orientam o caminho de fé das diferentes Igrejas Católicas Orientais da Europa. Erguemos nossas vozes em prol da verdade e da justiça e nos comprometamos a espalhar a luz e a esperança em nossos corações”. O próximo encontro ocorrerá em Viena, Áustria, em setembro de 2025.
Fonte: Vatican News
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Do dia 20/9/2024
CNBB publica nota sobre eventos climáticos extremos e pede correção de rumos
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio de sua Presidência, publicou na sexta-feira, 20 de setembro, uma nota sobre os eventos climáticos extremos. No documento, a CNBB aponta que “a gravidade deste momento exige de todos coragem, sensatez e pronta correção de rumos”.
A nota chama a atenção para as alterações no clima que ultimamente tem mudado numa velocidade impressionante. A enchente no sul do país, uma das maiores secas em amplo território nacional e o aumento assustador de queimadas são sintomas desta mudança apontada pela Conferência.
“Aproximando-nos da festa de São Francisco de Assis, somos instados a reconhecer o momento crucial e decisivo para a proteção do equilíbrio ambiental e climático em todo planeta”, diz um trecho do documento.
Proteção dos Biomas
A nota afirma ainda que os povos e comunidades que mais demonstram habilidade e cuidado na proteção dos biomas são, paradoxalmente, os mais ameaçados e desconsiderados. A nota aponta a urgência dos poderes públicos adotarem intervenções rápidas, eficazes e estruturadas para enfrentar os eventos climáticos e garantir o cumprimento da legislação, fiscalização e punição dos culpados e investimento em prol de políticas ambientais que promovam os direitos de toda Criação.
A CNBB se solidariza com todas as vítimas de eventos climáticos extremos no país e conclama o povo brasileiro à corresponsabilidade, compromisso e o cuidado com a Casa Comum. Confira, abaixo, a íntegra da nota.
Íntegra da nota
Nota da CNBB sobre os Eventos Climáticos Extremos
“Com efeito, sabemos que toda a criação até o presente, está gemendo como que em dores de parto. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, gememos em nosso íntimo, esperando a adoção filial, a redenção do nosso corpo” (Rm 8, 22-23).
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, por meio de sua Presidência, vem expressar preocupação sobre os recentes eventos climáticos extremos. A gravidade deste momento exige de todos coragem, sensatez e pronta correção de rumos.
O clima, ultimamente, tem mudado em velocidade e profundidade impressionantes: as inundações no sul do país, uma das maiores secas em amplas regiões do território nacional e o aumento assustador do número de queimadas. Aproximando-nos da festa de São Francisco de Assis, somos instados a reconhecer o momento crucial e decisivo para a proteção do equilíbrio ambiental e climático em todo o planeta.
No Brasil, o desmatamento avança, as queimadas persistem e a mineração ilegal segue sem efetivo controle. Na prática, estamos perdendo para o crime ambiental, acentuando as emissões de carbono, exterminando biodiversidade, quebrando processos ecológicos. Esse processo não é inocente. É fruto de um sistema socioeconômico que corrompe, exclui e mata.
Cientistas alertam que caminhamos para um “ponto de não retorno”! O Papa Francisco clama com urgência para ações efetivas de prevenção, mitigação e reparação da violência que estamos infringindo ao Planeta, quando diz: “com o passar do tempo, entretanto, dou-me conta de que não estamos reagindo de modo satisfatório, pois este mundo que nos acolhe está se desfazendo e, talvez, aproximando-se de um ponto de ruptura (Laudate Deum, n. 2).
Os povos e as comunidades que mais demostram habilidade e cuidado na proteção dos biomas são, paradoxalmente, os mais ameaçados e desconsiderados. A legislação precisa ser protegida, sem flexibilizações ao interesse particular, tendo em vista os riscos, as vulnerabilidades, os prejuízos e as perdas de vida. É imprescindível mudar o modelo de desenvolvimento que reduz a Criação a um ativo econômico.
Urgem, dos poderes públicos, intervenções rápidas, eficazes e estruturadas para enfrentar os eventos climáticos e garantir o cumprimento da legislação, fiscalização, punição aos culpados e investimentos em prol de políticas ambientais que promovam os direitos de toda a Criação, da qual o ser humano é coroa.
Manifestamos solidariedade a todas as vítimas dos eventos climáticos extremos, conclamamos o povo brasileiro para a corresponsabilidade, o compromisso e o cuidado para com a Casa Comum.
Que Deus Criador nos inspire e nos proteja e que Maria, Mãe da Esperança, nos ajude na cura de tantas feridas, dos pobres e da Terra.
Brasília – DF, 20 de setembro de 2024
Dom Jaime Spengler - Arcebispo da Arquidiocese de Porto Alegre – RS, Presidente da CNBB
Dom João Justino de Medeiros Silva - Arcebispo da Arquidiocese de Goiânia – GO, 1º Vice- Presidente da CNBB
Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa - Arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife – PE, 2º Vice-Presidente da CNBB
Dom Ricardo Hoepers - Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília – DF, Secretário-Geral da CNBB - Fonte: CNBB
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Conferencistas aprofundam reflexão sobre o conceito de Laicidade do Estado em Simpósio promovido pela CNBB
O Simpósio sobre a Laicidade do Estado e a Liberdade Religiosa, que aconteceu de 17 a 19 de setembro, na Casa Dom Luciano, em Brasília (DF), celebrou os 15 anos do Acordo Brasil Santa-Sé, documento que dá amparo aos direitos essenciais ao desenvolvimento da missão da Igreja Católica no Brasil. O encontro reafirmou o papel crucial da religião na construção de uma sociedade mais justa e harmoniosa, evidenciando que a laicidade, quando corretamente compreendida, é um meio para garantir o pluralismo e a convivência pacífica entre diferentes crenças.
Além do cardeal Lorenzo Baldisseri, participaram das mesas do Simpósio, de 17 a 19 de setembro, o presidente da CNBB, dom Jaime Spengler; o primeiro vice-presidente da CNBB, dom João Justino de Medeiros Silva; o arcebispo de Brasília (DF), cardeal Paulo Cezar Costa e o assessor jurídico-civil, Hugo Sarubbi; bem como os ministros do STF: José Francisco Rezek e Gilmar Mendes; o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet e o Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Ives Gandra Filho.
Os dois primeiros dias do Simpósio foram focados em fazer uma memória histórica do Acordo Brasil-Santa Sé. No primeiro dia, 17, o presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, citou a liberdade religiosa como um direito fundamental. Em consonância, o Núncio Apostólico no Brasil, dom Giambattista falou do Acordo como um sinal tangível do amor de Deus com o povo brasileiro e ressaltou a importância de garantir as aplicações práticas do que foi acordado.
A mesa de abertura do primeiro dia de evento contou com as presenças do arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta; cardeal Lorenzo Baldisseri, do Vaticano; o arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler; o Núncio Apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquattro, o arcebispo de Brasília, cardeal Paulo Cezar, o Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira e o Ministro do STF, José Francisco Rezek.
Na noite de quarta-feira, 18 de setembro, foi realizado o segundo momento sob o tema da “Gênese do Estado Laico e as relações institucionais”. Na ocasião, os conferencistas buscaram aprofundar a reflexão apresentando as diversas interpretações sobre o conceito de Laicidade. Nas apresentações, a intenção foi definir e distinguir as consequências práticas do conceito de laicidade atrelado à liberdade religiosa.
Os conferencistas do segundo dia foram o procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, e o ministro Ives Gandra Martins Filho, do Tribunal Superior do Trabalho (TST). O assessor jurídico-civil da CNBB, advogado Hugo Sarubbi Cysneiros, mediou a conferência.
No último dia do Simpósio, 19 de setembro, sob o tema Laicidade do Estado e a Religião, compuseram a mesa de abertura o cardeal Paulo Cezar Costa e o ministro Gilmar Ferreira Mendes, tendo a mediação de dom João Justino de Medeiros, vice-presidente da CNBB.
Dom João Justino deu início ao painel enfatizando que a verdadeira laicidade deve garantir a liberdade religiosa. Ele também ressaltou a importância de distinguir a laicidade do laicismo, um conceito recorrente nas discussões ao longo do simpósio. Segundo ele, enquanto a laicidade promove o respeito às diversas manifestações religiosas, o laicismo pode representar uma distorção dessa neutralidade ao tentar afastar a religião do espaço público.
Reflexão teológica sobre a laicidade
O cardeal Paulo Cezar Costa focou sua reflexão na relação entre laicidade e transcendência humana sob a perspectiva teológica. Ele destacou que “laicidade não é sinônimo de ateísmo”, frisando que o Estado laico respeita e permite a atuação das religiões, em contraste com um Estado ateu, que rejeita a existência de Deus. Para ele, a laicidade é uma conquista da cultura ocidental, protegendo todas as religiões e assegurando a liberdade inclusive dos ateus.
O cardeal também sublinhou a importância da dignidade humana como fundamento da liberdade religiosa, citando documentos centrais da Igreja Católica, como a encíclica Gaudium et Spes e a declaração Dignitatis Humanae. Segundo Costa, a liberdade religiosa está intrinsecamente ligada à ausência de coerção e à liberdade de consciência, sendo limitada apenas pelo bem comum.
Em seu discurso, o cardeal explorou filosofias que valorizam o papel do pensamento e da autodeterminação na definição da dignidade humana. “A humanidade clama por dignidade”, afirmou, defendendo que a liberdade religiosa é um caminho para a paz, como argumentado em textos de Bento XVI e na encíclica Redemptor Hominis.
Laicidade e cooperação: a perspectiva jurídica
O ministro Gilmar Mendes, por sua vez, abordou a laicidade sob a ótica constitucional e jurídica. Ele mencionou a harmonia entre o Acordo Brasil-Santa Sé e a Constituição Federal, apontando que o uso de símbolos religiosos e referências a Deus em documentos oficiais não viola a laicidade do Estado.
Para Mendes, esses elementos fazem parte do patrimônio histórico e cultural do país, como exemplificado pela presença de símbolos religiosos como o Cristo Redentor e Nossa Senhora Aparecida.
O ministro também ressaltou que a laicidade não implica ruptura entre Estado e religião, mas sim uma relação de cooperação. Ele citou o caso da imunidade tributária de instituições religiosas, que, segundo ele, reflete essa colaboração em prol do interesse público. “A neutralidade do Estado não significa indiferença”, disse Mendes, reforçando que a laicidade deve promover o respeito às instituições religiosas e seus direitos.
Ele também sublinhou que a proteção à liberdade de crença não se restringe à liberdade de consciência, mas inclui um dever positivo de garantir a segurança dos locais de culto e a proteção das liturgias religiosas.
Participantes
Manuella Rezende, da assessoria jurídica da arquidiocese de Juiz de Fora (MG), destacou que o evento é um marco em toda a argumentação trazida e em toda a fundamentação jurídica.
“Uma fala marcante, em todos os palestrantes, foi a questão dessa diferença entre laicidade e laicismo, porque muito se argumenta que o Estado é laico para poder, de certa forma, podar direitos, e na verdade, há uma confusão de conceitos, o que na verdade seria o laicismo e não a laicidade, então acho que esse ponto foi o mais relevante de todo o Simpósio, na minha opinião”, disse.
Já Camila Domingues, também da assessoria jurídica da arquidiocese de Juiz de Fora (MG), destacou a realização do 2º Encontro Nacional de Assessores Jurídicos de Dioceses (ENAJD), que ocorreu de forma concomitante, na Casa Dom Luciano Mendes de Almeida, em Brasília (DF). Salientou que a iniciativa foi extremamente válida para os assessores.
“(…) E não só pela importância do próprio evento, que eu acho que é importante pra que as arquidioceses estejam sempre falando as mesmas línguas, mas para a gente conseguir ter essa noção de que as dificuldades são próximas e as facilidades também e a gente consegue trocar informações”, garantiu.
Érlon Barbosa, assessor jurídico da arquidiocese de Fortaleza (CE), citou que os temas escolhidos foram fantásticos e que os palestrantes são de um nível extraordinário. “Acho que o que há de melhor sobre o tema, sobre o assunto, é a convivência com os colegas, a troca de experiências, enfim, foi realmente uma experiência imperdível”, disse.
Érlon Barbosa, assessor jurídico da arquidiocese de Fortaleza (CE)
“Eu acho que ver que nós somos um povo, nós somos realmente uma entidade cristã muito forte, importante para nosso país; que o estado laico reconhece a importância da igreja católica para o nosso país, né? E está próximo, está disposto a colaborar, a contribuir sempre garantindo e possibilitando”, afirmou. - Fonte: CNBB
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Primeiras turmas do Capacita em Rede formam 374 pessoas em cursos profissionalizantes na diocese de Bagé (RS)
Os dias 16, 17 e 18 de setembro marcaram a semana de formaturas de 374 pessoas em vulnerabilidade social nas primeiras turmas do formadas pelos cursos profissionalizantes do projeto Capacita em Rede no Rio Grande do Sul. A capacitação das primeiras turmas é fruto da parceria entre a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Instituto Federal Sul de Minas Gerais (IF Sul de Minas) e a diocese de Bagé (RS).
No dia 16 de setembro, a cidade de Rosário do Sul iniciou a semana de formaturas do Capacita em Rede na diocese de Bagé, com 137 formandos. No dia 17, foi a fez da solenidade de formatura em Santana do Livramento, com a presença de coordenadores e 105 formandos.
A jornada celebrativa foi finalizada dia 18 de setembro, com a presença do bispo diocesano dom Cleonir Paulo Dalbosco e demais coordenações mencionadas, a solenidade contou com 132 formandos. As formaturas marcaram as noites da Semana Farroupilha da diocese, com mais um gesto de sinodalidade, abertura e esperança.
O programa possibilitou que a diocese de Bagé oferecesse em seu território 25 cursos de formação nas seguintes áreas: Costura, Maquiagem, Manicure e pedicure, Produção de Alimentos, Eletricidade Básica, Pintura, Pedreiro de Alvenaria, Marketing Digital, Cuidador de Idoso, Cuidador Infantil, Assistente de Recursos Humanos, Padaria e Agricultor orgânico.
Foram atendidas as paróquias das cidades de Rosário do Sul, Santana do Livramento e Bagé com o envolvimento das comunidades eclesiais de base, congregações religiosas e parcerias locais, da coordenação geral e de apoio, do suporte pedagógico do IF Sul de Minas e da colaboração de muitos agentes e voluntários.
O professor Roberto Camilo Orfão de Morais, da coordenação nacional do Projeto, acompanhou todos os momentos de entrega dos certificados e dialogou com as coordenações e instrutores. A Coordenadora Geral do projeto na diocese de Bagé, Nilza Mar Fernandes de Macedo, e os coordenadores locais também acompanharam as formaturas.
Nilza Mar Fernandes de Macedo informou que a parceria com a diocese permanece com a realização de 5 novos cursos e abrangendo os municípios de Candiota, Pinheiro Machado e Bagé.
Coordenação de Santana do Livramento
Formatura
Em vídeo, dom Cleonir fala com alegria da certificação pelos Institutos Federais do Ministério da Educação de 374 pessoas com cursos profissionalizantes em diferentes áreas. Segundo ele, são muitas famílias que serão beneficiadas com as capacitações. O professor Roberto Camilo Orfão de Morais, da coordenação nacional do Projeto Capacita em Rede, enaltece a parceria com a CNBB na realização deste projeto em todo país. “A capacitação profissional de promoção social, na defesa da vida e vida em abundância”, disse.
Acesso ao conhecimento especializado
O aluno do curso profissionalizante em Marketing Digital em Bagé destacou que os curso o capacitou para exercer a profissão e campo de trabalho. “No meu caso, para o meu trabalho, a capacitação foi essencial, ter acesso ao conhecimento aprimorado e apurado. A formação nos proporcionou momentos maravilhosos com estudo aprofundado na profissão que a gente quer exercer”, disse.
A coordenação do projeto Capacita em Rede na diocese ficou a cargo da Cáritas Diocesana e configurou-se enquanto solidariedade organizada e dinamização dos compromissos da Campanha da Fraternidade e fome de 2023. As capacitações de 50 horas foram realizadas durante o mês de agosto com estudos, convivência, integração entre os cursistas e muita dedicação dos coordenadores.
Projeto capacita 1.212 pessoas em todo país
A CNBB e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais (IF Sul de Minas), ligado à Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério a Educação, assinaram do dia 6 de fevereiro, no contexto da reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep), um “Termo de Adesão” que prevê a capacitação de 19 mil pessoas em todo o país por meio do Projeto Capacita em Redes nos 19 regionais da Conferência. Até o momento, foram capacitadas 1.212 pessoas nos regionais Oeste 2, Nordeste 3 e 5 e Sul 3 da CNBB.
O Projeto Capacita em Rede surgiu a partir da experiência do Projeto “Capacita Sul de Minas”, desenvolvido pelo Instituto Federal do Sul de Minas desde 2021 e intensificado, em 2023, com a Campanha da Fraternidade, que aprofundou a temática da fome. O projeto contou com a parceria da Igrejas particulares em vista da capacitação profissional para inserção no mercado de trabalho e a geração de renda.
O professor Roberto Camilo do Instituto Federal aponta que o projeto Capacita Sul de Minas traduziu-se como uma forma de gerar trabalho e renda tendo em vista a superação da fome e as vulnerabilidades das populações mais pobres do Sul de Minas Gerais. “O projeto é um gesto concreto e também uma forma eficaz de realizar a Campanha da Fraternidade 2023”, disse na apresentação do projeto.
No projeto, o Instituto Federal entra com todo o conhecimento e capacidade técnica de seu quadro de pessoal para ofertar cursos de capacitação profissional de 30h tendo em vista as vocações e demandas de cada realidade e as paróquias entraram com a mobilização e oferta de espaços comunitários para as formações.- Fonte: CNBB
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O Papa aos Movimentos Populares: luta contra a economia criminosa
Francisco encontra-se com os representantes dos Movimentos Populares em San Calisto, sede do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, por ocasião do décimo aniversário do primeiro encontro no Vaticano. Encoraja-os na luta contra as injustiças sociais, exorta-os a dar voz aos pobres de quem “todos dependemos” e relança a proposta de um Salário Básico Universal e de impostos mais elevados para os multimilionários. Por fim, expressa o desejo de deixar às novas gerações um mundo melhor,
Tiziana Campisi – Cidade do Vaticano
Francisco chega discretamente ao Palazzo San Calisto, no coração do bairro Trastevere, onde está sediado o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, que hoje, 20 de setembro, acolhe o evento “Plantar uma bandeira diante da desumanização”, no décimo aniversário do primeiro Encontro Mundial dos Movimentos Populares (EMMP) com o Papa Francisco realizado em Roma.
O “Encontro”, espaço de fraternidade entre organizações de base dos cinco continentes que conta com uma plataforma que visa promover a cultura do encontro em favor dos 3Ts (techo, tierra y trabajo, ou teto, terra e trabalho), por meio desta iniciativa se propõe a dialogar e refletir sobre o caminho percorrido desde 2014 para enfrentar os desafios atuais em favor da justiça social e da paz na nossa casa comum.
E o Papa, ao chegar à mesa dos participantes, escuta o diálogo entre aqueles que nos últimos anos se comprometeram a garantir que nenhuma família fique sem casa, “nenhum agricultor sem terra, nenhum trabalhador sem direitos, nenhuma pessoa sem a dignidade que deriva do trabalho”, como afirma o lema do EMMP.
Promover a fraternidade
O discurso do Papa é longo, proferido em espanhol e intercalado com vários adendos de improviso, e aborda os temas da justiça social, que convida a cuidar dos mais desfavorecidos, dos idosos e das crianças, a ter " compaixão", isto é, “sofrer com”, estar ao lado dos outros, ser voz daqueles que não têm voz, porque estão à margem da sociedade ou são ignorados. Mas Francisco também convida as pessoas mais vantajadas a colocarem à disposição os seus bens, porque “as riquezas são feitas para serem partilhadas, para criar, para promover a fraternidade”, e recorda que “sem o amor não somos nada” e que é preciso agir de forma que este amor seja eficaz em todas as relações, porque tudo deve ser feito com amor e que é preciso insistir para que ecista justiça, tal como fez a viúva do Evangelho, sem violência.
A ganância dos ricos
O Pontífice recorda, antes de tudo, o que foi escrito no início do seu pontificado na Evangelii gaudium, reiterando que até que “os problemas dos pobres sejam radicalmente resolvidos, renunciando à autonomia absoluta dos mercados e da especulação financeira e atacando as causas estruturais da desigualdade, não se resolverá nenhum problema do mundo, em última análise, nenhum problema." Porque “dependemos todos dos pobres, todos, também os ricos”.
Confia que há quem lhe disse de falar muito dos pobres e pouco da classe média e pede desculpas por isso, mas ressalta que a centralidade dos pobres no Evangelho não pode ser negada e que, portanto, não é o Papa que os coloca no centro das atenções, mas Jesus, por isso “é uma questão da nossa fé e não pode ser negociada”.
Se não houver “boas políticas, políticas racionais e justas que fortaleçam a justiça social para que todos tenham terra, teto, trabalho, para que todos tenham um salário justo e direitos sociais adequados – diz ele – a lógica do descarte material e do descarte humano irá se difundir, deixando espaço para a violência e a desolação":
Infelizmente, muitas vezes são precisamente os mais ricos que se opõem à realização da justiça social ou da ecologia integral por pura ganância. Mascaram, sim, esta ganância com a ideologia, mas é a velha e conhecida ganância. Fazem pressão sobre os governos para que apoiem más políticas que os favoreçam economicamente.
Partilhar os bens
O desejo do Papa é que “as pessoas economicamente poderosas saiam do isolamento, rejeitem a falsa segurança do dinheiro e se abram à partilha de bens, que têm um destino universal porque derivam todos da Criação”.
As riquezas devem ser partilhadas, insiste o Pontífice, “não como esmola”, mas “fraternalmente”. E para que os pobres sejam ajudados, o seu convite aos movimentos populares é o de pedir, gritar, lutar, solicitar as consciências, porque “avança uma forma perversa de ver a realidade”, que “exalta a acumulação de riquezas como se fosse uma virtude”", e ao invés disso é um vício:
Acumular não é virtuoso, não é virtuoso, distribuir é. Jesus não acumulava, multiplicava, mas multiplicava e seus discípulos distribuíam. Recordem-se que Jesus nos disse: “Não ajunteis para vós tesou¬ros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furtam e roubam. Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam. Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração."
O grito dos excluídos
Competir cegamente “para ter cada vez mais dinheiro não é uma força criativa, mas uma atitude pouco saudável, um caminho para a perdição”, acrescenta Francisco, que considera este comportamento “irresponsável, imoral e irracional”, porque “destrói a criação e divide as pessoas" e isso não deve se deixar de denunciar, pois "o grito dos excluídos pode também despertar as consciências adormecidas de muitos líderes políticos", a quem cabe "fazer valer os direitos econômicos, sociais e culturais", que são "reconhecidos por quase todos os países, pelas Nações Unidas, pela doutrina social de todas as religiões, mas que muitas vezes não se manifestam na realidade socioeconômica”.
Compaixão
E depois a justiça social deve ser acompanhada pela compaixão, que “significa sofrer com o outro, partilhar os sentimentos dos outros” e “não consiste em dar esmolas” aos necessitados, “olhando para eles de cima para baixo, olhando para eles a partir das próprias seguranças e dos próprios privilégio", "compaixão significa aproximar-se uns dos outros", a compaixão é carnal, fraterna, profunda.
Quer compartilhemos o mesmo sofrimento ou sejamos movidos pelo sofrimento dos outros. A verdadeira compaixão constrói a unidade das pessoas e a beleza do mundo.
Ninguém deve ser desprezado
O Papa denuncia também “a ‘cultura do vencedor’ que é um aspecto da ‘cultura do descarte”, aquela prática, por parte de quem, forte por “certos sucessos mundanos” - muitas vezes “fruto da exploração das pessoas e da pilhagem da natureza" ou produtos "da especulação financeira ou da evasão fiscal", ou da "corrupção ou do crime organizado" - sente "o direito de desprezar arrogantemente os 'perdedores'".
Mas “esta atitude arrogante”, “o exultar da própria supremacia sobre os que estão em pior situação” - que “é o oposto da compaixão” - “não acontece apenas com os mais ricos, muitas pessoas caem nesta tentação”, alerta Francisco.
Este “olhar de longe, de cima, com indiferença, com desprezo, com ódio”, gera violência, gera “silêncio indiferente”. E “o silêncio diante da injustiça abre caminho à divisão social, a divisão social abre caminho à violência verbal, a violência verbal abre caminho à violência física, a violência física à guerra de todos contra todos” sublinha Francisco, acrescentando que somente quando se tem que ajudar uma pessoa a se levantar, se pode olhar para ela de cima para baixo.
É necessário o amor
É preciso amor, é em síntese a reflexão de Francisco. Este amor é aquele visto pelo Pontífice dias atrás em Díli, na escola “Irmãs Alma” que acolhe crianças com deficiência ou com malformações. “Sem amor isto não se compreende”, confidencia o Papa ter pensado ao visitar a estrutura. “Se o amor é eliminado como categoria teológica, categoria ética, econômica e política, perde-se o rumo”, por isso “a justiça social, e também a ecologia integral, só podem ser compreendidas po meio do amor”, porque “sem amor não somos nada”, repete. E este amor deve ser vivido na vida quotidiana, nas relações familiares e em cada espaço comunitário.
Darwinismo social
Na ganância matemática da conveniência e do individualismo, prepondera alguma forma de “darwinismo social” , a "lei do mais forte" que justifica primeiro a indiferença, depois a crueldade e, finalmente, o “extermínio”. Tudo isto “vem do Maligno”.
Mais uma vez, o Papa exorta a perder a memória histórica e recorda a imagem que lhe é cara do “poliedro”, da família humana e da casa comum, tornada resplandecente pelos valores universais desenvolvidos a partir das raízes de cada povo. “Lembremo-nos disso: global, mas não universal”, diz ele. Hoje, quando busca-se “padronizar e subjugar tudo”, é preciso ter cuidado. Cuidado com os “crocodilos” que se camuflam, chema na margem “pulando como cangurus” e depois mordem.
O drama do crime organizado
Por fim, o Papa Bergoglio centra-se em um tema que o preocupa muito: as muitas formas de criminalidade organizada que “crescem nas terras aradas pela pobreza e pela exclusão”: “Tráfico de drogas, prostituição infantil, tráfico de seres humanos, violência brutal do bairro”. Este drama deve ser enfrentado: "Sei que vocês não são polícias, sei que não podem enfrentar diretamente os grupos criminosos", diz aos Movimentos Populares, mas "continuem a combater a economia criminosa com a economia popular. Não desistam... Nenhuma pessoa, especialmente nenhuma criança, pode ser uma mercadoria nas mãos dos traficantes de morte, os mesmos que depois lavam o dinheiro sangrento e jantam como respeitáveis cavalheiros nos melhores restaurantes."
Apostas on-line e crimes virtuais
Neste contexto trágico, o Papa não esquece o flagelo das apostas on-line: «É uma dependência... Significa colocar as mãos nos bolsos das pessoas, sobretudo dos trabalhadores e dos pobres. Isso destrói famílias inteiras." Na verdade, existem doenças mentais, desespero e suicídios causados por “ter um cassino em cada casa pelo celular”.
O Pontífice faz, portanto, um apelo aos empresários deinformática e inteligência artificial: “Parem com a arrogância de acreditar que estão acima da lei”. E também, acrescenta, previnam a disseminação do ódio, da violência, das fakenews, do racismo e impeçam que as redes sejam utilizadas para difundir pornografia infantil ou outros crimes."
Salário Básico Universal
No final do seu longo discurso, o Papa relança a proposta de um Salário Básico Universal para que “ninguém fique excluído dos bens primários necessários à subsistência”. Depois, expressa um desejo pessoal: "Como gostaria que as novas gerações encontrassem um mundo muito melhor do que aquele que recebemos!". Isto é, um mundo que não seja ensanguentado pelas guerras e pela violência, ferido pelas desigualdades, devastado pela pilhagem da natureza, pelos modos de comunicação desumanizados, com poucas utopias e enormes ameaças. A realidade diz o contrário, mas devemos sempre ter esperança. “A esperança – garante Francisco – é a virtude mais débil, mas não desilude”. Nunca! - Fonte: Vatican News
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Aliança Global do Papa prevê um milhão de atendimentos de saúde a crianças em três anos
“As crianças são a semente do nosso futuro. Com as crianças, podemos construir um mundo novo”, é a mensagem com a qual Francisco acolheu os promotores e parceiros da iniciativa que une hospitais de excelência em todo o mundo, incluindo o pediátrico Bambino Gesù de Roma.
Vatican News
Cuidar de um milhão de crianças nos próximos três anos. Esse é o objetivo da Aliança Global do Papa para a Saúde das Crianças (Pope’s Global Alliance for Children’s Health), a nova rede global de saúde e assistência humanitária aos pequenos. Uma rede que reúne estruturas hospitalares de todo o mundo, lançada pela organização americana sem fins lucrativos “Patrons of the World's Children Hospital”, à qual o Papa Francisco confiou essa missão no último dia 11 de maio, por proposta de Mariella Enoc.
As crianças, semente do futuro
“As crianças são a semente do nosso futuro. Com as crianças, podemos construir um mundo novo”. Com essas palavras, os promotores e parceiros da iniciativa foram acolhidos em audiência pelo Papa. A aliança tem dois objetivos principais. Por um lado, criar uma rede global de crianças, uma verdadeira comunidade humanitária coordenada pelo Comitê Organizador da Jornada Mundial da Criança, liderado pelos padres Enzo Fortunato e Aldo Cagnoli. Por outro lado, criar uma rede dedicada a cuidar de crianças em todo o mundo e fornecer apoio especializado aos profissionais de saúde em campo, pois, como enfatizou Francisco, “há doenças incuráveis, mas não há crianças incuráveis”.
Chegar onde a demanda por saúde não é atendida
Nesse sentido, foi criada uma estrutura que utiliza um mecanismo baseado no sistema “Hub and Spoke”. Os “Hubs” são hospitais de excelência que se juntam à iniciativa em todo o mundo e fornecem ciência e cuidados aos “Spokes”, ou seja, instalações e pontos de saúde espalhados pelo mundo onde a demanda por saúde não é atendida. O ponto de contato entre eles é uma “plataforma digital multilíngue” criada pela Almaviva e pela Salesforce e conectada ao sistema de telessaúde fornecido pela Teladoc Health.
Primeiro tijolo do projeto no Bambino Gesù
Os Hubs - o primeiro dos quais será o Hospital Pediátrico Bambino Gesù de Roma, “o hospital do Papa” - fornecerão seu know-how para cuidar das crianças e oferecer suporte técnico aos médicos e enfermeiros dos Spokes, que são chamados a identificar os casos pediátricos mais urgentes e a preparar uma coleta inicial da documentação médica e administrativa relevante, para depois enviá-la aos Hubs, cuja tarefa é fornecer as respostas de saúde adequadas. A coordenação da rede Spoke será feita por Médicos com a África Cuamm e pelo PIME (Pontifício Instituto para Missões Estrangeiras).
A fragilidade dos pequeninos como força para um mundo melhor
Os padres Fortunato e Aldo Cagnoli, ao agradecerem ao Papa durante o encontro, enfatizaram: “hoje, um dos desafios que o Comitê da Jornada Mundial da Criança é chamado a assumir é o de colocar a fragilidade dos pequenos no centro, para que ela se torne a força de um mundo melhor.
Centenas de milhares de crianças precisam de cuidados médicos
“No mundo, há muitas crianças que precisam desesperadamente de cuidados médicos”, enfatiza Fabrizio Arengi Bentiviglio, presidente do Patrons of the World's Children Hospital. ”Estou pensando nas crianças da guerra na Ucrânia e em Gaza, e também estou pensando em outras formas de abusos dos direitos humanos e desastres naturais. Mas quando há uma emergência e há pontos de comunicação global acesos, também encontramos organizações lidando com ela: governos, Nações Unidas, OMS, fundações. Infelizmente”, continua Arengi Bentivoglio, ”há também centenas de milhares de crianças que precisam de ajuda diária em áreas das quais se fala muito pouco e para as quais não há mecanismos de proteção. Essas são as primeiras crianças que queremos ajudar”.
As organizações envolvidas na iniciativa
A Patrons of the World's Children Hospital é a corporação americana que promove a Aliança e alimenta a rede global de saúde infantil por meio da conscientização e da arrecadação de fundos. Ela também cuida dos acordos Hub and Spoke, da implementação do projeto com novas oportunidades de colaboração e das relações com os parceiros que já aderiram à iniciativa. Na audiência com Papa Francisco estavam presentes, além de alguns membros do conselho de patronos do World's Children Hospital, representantes de todas as organizações envolvidas: Hospital Pediátrico Bambino Gesù, Almaviva, Teladoc Health, Médicos com a África Cuamm, Pime e Georgetown University Medical Center de Washington. - Fonte: Vatican News
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Os movimentos populares: dez anos de história e “poesia social”
Desde 2014 até hoje, o Papa Francisco nunca deixou de fazer sentir a sua proximidade aos movimentos populares, apoiando e incentivando o seu trabalho em nome da dignidade humana, da justiça social, do desenvolvimento dos mais pobres e dos descartados.
Isabella Piro – Cidade do Vaticano
“Poetas sociais”, “semeadores de mudanças, promotores de um processo para o qual convergem milhões de pequenas e grandes ações interligadas de modo criativo, como numa poesia”: assim, na Encíclica Fratelli tutti, o Papa Francisco define os movimentos populares. Um vínculo profundo, aquele entre o Pontífice e estas redes de grupos e pessoas que, por meio de ações coletivas contra as condições vigentes, pretendem provocar mudanças sociais. Desde os tempos em que era arcebispo de Buenos Aires, na verdade, Jorge Mario Bergoglio celebrava todos os anos uma Missa “por uma pátria sem escravos, nem excluídos”.
O “direito sagrado” à terra, à casa e ao trabalho
Ao ser conduzido ao Trono de Pedro, Francisco continuou a apoiar os movimentos populares. No dia 28 de outubro de 2014, por ocasião do seu primeiro encontro mundial, recebeu-os em audiência na antiga Sala do Sínodo e proferiu um discurso que poderia ser definido como "programático", indicando os três Ts (tierra, techo y trabajo - terra, teto e trabalho) ponto fulcral da ação destes grupos que atuam em nome da dignidade humana, da justiça social, do desenvolvimento dos mais pobres e dos descartados.
Os três Ts, afirma o Papa, representam “um anseio que deveria estar ao alcance de todos”, “direitos sagrados” também recordados também pela Doutrina Social da Igreja. Disto, a advertência para enfrentar “o escândalo da pobreza” não recorrendo a “estratégias de contenção que tranquilizem e transformem os pobres em seres domesticados e inofensivos”, mas antes garantindo que eles próprios sejam atores de mudança, a fim de fazer “o vento de promessa que reaviva a esperança de um mundo melhor”.
Globalizar a esperança, não a indiferença
A esperança e a mudança são também os temas principais do segundo encontro mundial de movimentos populares realizado em julho de 2015 em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia. Naqueles dias, Francisco realizava sua Viagem Apostólica ao país e no dia 9 de julho aproveita para participar no evento e reitera: “Queremos uma mudança nas nossas vidas, nos nossos bairros, no salário mínimo, na nossa realidade mais próxima; e também uma mudança que afeta o mundo inteiro porque hoje a interdependência planetária exige respostas globais aos problemas locais”.
“A globalização da esperança que nasce do povo e cresce entre os pobres – sublinha Francisco com veenência na Bolívia – deve substituir esta globalização da exclusão e da indiferença!”.
No mesmo contexto, o Papa propõe à sociedade “três grandes tarefas que requerem o apoio decisivo de todos os movimentos populares”: colocar a economia ao serviço do povo, uni-los no caminho da paz e da justiça e defender a Mãe Terra.
Refundar as democracias em crise
No ano seguinte – é 5 de novembro de 2016 – o Pontífice volta a dirigir-se, no Vaticano, aos movimentos populares reunidos para o seu terceiro encontro mundial.
No seu amplo e detalhado discurso, Francisco presta especial atenção à relação entre movimentos e política: “Vós, organizações dos excluídos e tantas organizações de outros setores da sociedade, estais chamados a revitalizar, a refundar as democracias que estão a atravessar uma verdadeira crise. Não caiais na tentação da divisória que vos reduz a agentes secundários ou, pior, a meros administradores da miséria existente. Nestes tempos de paralisia, desorientação e propostas destruidoras, a participação como protagonistas dos povos que procuram o bem comum pode vencer, com a ajuda de Deus, os falsos profetas que exploram o medo e o desespero, que vendem fórmulas mágicas de ódio e crueldade, ou de um bem-estar egoísta e uma segurança ilusória."
Então, mais uma vez faz seu o “grito” dos três Ts, destacando ser um “projeto-ponte dos povos diante do projeto-muro do dinheiro”.
As feridas de uma economia focada apenas no dinheiro
O dinheiro, ou melhor, “as feridas causadas pelo sistema econômico que tem no centro o deus dinheiro” estão no centro da mensagem que o Bispo de Roma enviou, em fevereiro de 2017, aos movimentos populares reunidos em Modesto, Califórnia.
Especificamente, Francisco deplora a “fraude moral” vivida na sociedade globalizada, onde, “sob as aparências do politicamente correto ou das modas ideológicas, olhamos para aquele que sofre mas não o tocamos, transmitimo-lo ao vivo e até proferimos um discurso aparentemente tolerante e cheio de eufemismos, mas nada fazemos de sistemático para debelar as feridas sociais, nem sequer para enfrentar as estruturas que deixam tantos seres humanos na rua". "Esta atitude hipócrita, tão diferente daquela do samaritano - adverte o Papa - manifesta a ausência de uma conversão autêntica e de um verdadeiro compromisso em prol da humanidade."
A importância de um salário mínimo
Chega 2020, o ano da pandemia. Em um momento histórico tão difícil e repleto de temores, Francisco envia uma carta de proximidade aos movimentos populares: é 12 de abril, domingo de Páscoa, e o Papa escreve: “Vocês, trabalhadores informais, independentes ou da economia popular, não têm um salário estável para resistir a esse momento ... e as quarentenas são insuportáveis para vocês. Talvez seja a hora de pensar em um salário universal que reconheça e dignifique as tarefas nobres e insubstituíveis que vocês realizam; capaz de garantir e tornar realidade esse slogan tão humano e cristão: nenhum trabalhador sem direitos”.
O apelo aos poderosos: colocar-se ao serviço do povo
A proposta do salário mínimo, juntamente com a da redução da jornada de trabalho, também regressam na mensagem vídeo que o Papa envia aos movimentos populares no dia 16 de outubro de 2021, por ocasião do seu quarto encontro mundial.
Em um mundo ainda esmagado pelas graves consequências da pandemia, com “mais vinte milhões de pessoas arrastadas a níveis extremos de insegurança alimentar” – diz Francisco – é essencial trabalhar por uma sociedade mais justa, solidária e fraterna. “Em nome de Deus”, então, o Pontífice pede nove vezes aos poderosos da terra que se coloquem “ao serviço das pessoas que pedem terra, casa, trabalho”, lançando um premente apelo pelo cancelamento da dívida dos países pobres, o fim das armas, o fim das agressões e das sanções e a liberalização das patentes para que todos tenham acesso à vacina:
“Apoiemos os povos, os trabalhadores, os humildes, e lutemos juntamente com eles para que o desenvolvimento humano integral se torne uma realidade. Construamos pontes de amor para que a voz da periferia, com o seu pranto, mas também com o seu canto e a sua alegria, não provoque temor, mas empatia no resto da sociedade”. - Fonte: Vatican News
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O Papa aos jovens: construam um mundo mais compassivo, harmonioso e fraterno
Em seu discurso a uma delegação do Movimento Internacional de Estudantes Católicos "Pax Romana", Francisco retomou alguns trechos da Exortação Apostólica pós-sinodal Christus vivit, exortando as novas gerações a tornarem-se protagonistas «da revolução da caridade e do serviço». Uma mudança que promova "um senso de cidadania global e incentive a ação no âmbito local".
Mariangela Jaguraba – Vatican News
O Papa Francisco encontrou-se, na manhã desta sexta-feira (20/09), na Sala do Consistório, no Vaticano, com cerca de oitenta e cinco membros do Movimento Internacional de Estudantes Católicos "Pax Romana".
O Pontífice iniciou o seu discurso, manifestando apreço ao Movimento Internacional de Estudantes Católicos "Pax Romana" pelo seu "compromisso na promoção da justiça social e no desenvolvimento humano integral, inspirado na fé católica e na sua visão de um mundo cada vez mais conforme ao plano de amor de Deus para a família humana".
Construir um mundo mais compassivo, harmonioso e fraterno
Seguindo as reflexões do Sínodo de 2018 sobre os jovens, o Papa encorajou os jovens a serem, em particular, «protagonistas da revolução da caridade e do serviço», conforme escrito na Exortação Apostólica pós-sinodal Christus vivit.
"Sua presença e suas atividades - em ambientes acadêmicos, nos locais de trabalho ou nas ruas das cidades - buscam esse objetivo, trabalhando para construir um mundo mais compassivo, harmonioso e fraterno", disse Francisco, pensando no trabalho de educação e formação realizado nos centros do Movimento Internacional de Estudantes Católicos "Pax Romana" situados "na França, Tailândia e Quênia, com base no testemunho do Evangelho e na Doutrina Social da Igreja".
Ano Santo de 2025, ocasião especial de renovação pessoal
"Promovendo um senso de cidadania global e incentivando a ação no âmbito local, este Movimento prepara os jovens para aprofundar a compreensão das questões sociais mais urgentes de nosso tempo e os capacita a promover mudanças efetivas em suas próprias comunidades, servindo assim como fermento evangélico", disse ainda o Papa, acrescentando:
Nestes dias, enquanto avançamos no atual Sínodo sobre a Sinodalidade, gostaria de encorajá-los, individualmente e em conjunto, a se envolverem no percurso sinodal da Igreja, feito de caminho partilhado, de escuta, de participação e compromisso num diálogo aberto ao discernimento e, portanto, a estarem atentos à voz suave do Espírito Santo.
“Também os encorajo a acolher a próxima celebração do Ano Santo de 2025 como uma ocasião especial de renovação pessoal e de enriquecimento espiritual em união com toda a Igreja.”
Somos peregrinos a caminho
Francisco sublinhou ainda que "o símbolo eloquente da Porta Santa atravessada pelos fiéis, aqui em Roma e em todas as Igrejas locais, nos lembra que somos todos peregrinos, todos a caminho, chamados juntos a uma união mais profunda com o Senhor Jesus e à disponibilidade para o poder da sua graça, que transforma nossas vidas e o mundo em que vivemos".
"Queridos jovens amigos, espero que sua presença em Roma e nosso encontro de hoje sejam uma fonte de inspiração renovada para o seu compromisso de «trabalhar pelo desenvolvimento da paz, da harmonia, da justiça, dos direitos humanos e da misericórdia, e para a propagação do Reino de Deus neste mundo»", disse o Papa, citando mais um trecho da Exortação Apostólica pós-sinodal Christus vivit.
Francisco confiou os membros do Movimento Internacional de Estudantes Católicos "Pax Romana" à intercessão de Maria, Rainha da Paz, e do Beato Pier Giorgio Frassati, que o Pontífice espera contar entre os santos no próximo Ano Santo. - Fonte: Vatican News
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Papa escreve aos cardeais: objetivo déficit zero, reduzir os custos e evitar o supérfluo
Francisco escreve uma carta ao Colégio Cardinalício na qual pede "um esforço adicional" para implementar a reforma econômica da Santa Sé: "Selecionar bem as prioridades, favorecendo a colaboração recíproca e sinergias. Cada Instituição deve se empenhar em obter recursos externos para a sua missão". Às Entidades que registram um superávit, o Pontífice pede que "contribuam para cobrir o déficit geral", no modelo de solidariedade das boas famílias.
Salvatore Cernuzio – Cidade do Vaticano
"Déficit zero": não um objetivo teórico, mas uma meta "alcançável". Portanto, obter "recursos externos" para a missão de cada setor e Dicastério, implementar "uma gestão transparente e responsável a serviço da Igreja", evitar o supérfluo, selecionar as prioridades, contribuir – quem registra um superávit – para cobrir o déficit geral, gerir os recursos econômicos com rigor e seriedade, seguindo o modelo das "boas famílias". O Papa envia uma carta-apelo ao Colégio Cardinalício, indicando os caminhos para implementar ainda mais e melhor a reforma econômica, que foi um dos principais temas das Congregações gerais antes do Conclave, assim como um dos objetivos do "processo de transformação" iniciado com a reforma da Cúria Romana, por meio da constituição apostólica Predicate Evangelium.
Dedicação e esforço
No documento, assinado em 16 de setembro, mas divulgado nesta sexta-feira 20/09, Francisco escreve que reconhece a "dedicação" e os "esforços" de mulheres e homens empenhados em "se adaptar" a este movimento de renovação, que, "apesar das dificuldades e, às vezes, daquela tentação de imobilismo e rigidez diante da mudança", trouxe muitos resultados ao longo desses anos:
“Agradeço-lhes pela ajuda que deram e continuam a dar.”
Rigor e seriedade
Ao mesmo tempo, o Papa reconhece que as demandas por reforma solicitadas no passado por muitos membros do Colégio Cardinalício foram "visionárias" e permitiram "tomar maior consciência de que os recursos econômicos a serviço da missão são limitados e devem ser geridos com rigor e seriedade, para que os esforços de quantos contribuíram para o patrimônio da Santa Sé não sejam desperdiçados".
Obter recursos externos
Por essas razões, o Papa Francisco indica como "necessário" neste momento "um esforço adicional por parte de todos, para que um 'déficit zero' não seja apenas um objetivo teórico, mas uma meta efetivamente alcançável":
“A reforma lançou as bases para a implementação de políticas éticas que permitam melhorar o rendimento econômico do patrimônio existente. A isso se junta a necessidade de que cada Instituição se empenhe em obter recursos externos para sua missão, sendo exemplo de uma gestão transparente e responsável a serviço da Igreja.”
Espírito de essencialidade
Naturalmente, trata-se também de reduzir os custos e, nesse sentido, é necessário dar "um exemplo concreto para que nosso serviço seja realizado com espírito de essencialidade, evitando o supérfluo e selecionando bem nossas prioridades, favorecendo a colaboração recíproca e as sinergias":
"Devemos estar conscientes de que hoje estamos diante de decisões estratégicas a serem tomadas com grande responsabilidade, pois somos chamados a garantir o futuro da Missão."
O modelo das boas famílias
A "solidariedade das boas famílias" é o modelo a ser seguido, escreve o Pontífice. "Assim como nessas famílias, aqueles que estão em uma boa situação econômica ajudam os membros mais necessitados, as Entidades que registram um superávit devem contribuir para cobrir o déficit geral." Isso significa "cuidar do bem da nossa comunidade, agindo com generosidade", como "pressuposto indispensável para pedir generosidade também externamente".
Coragem e espírito de serviço
Por fim, um convite pessoal: “Acolham esta mensagem com coragem, espírito de serviço e apoiem com convicção, lealdade e generosidade as reformas em curso, contribuindo de forma propositiva com seus conhecimentos e experiências para o processo de reforma”. “A colaboração autêntica – lê-se ao final da carta – e a cooperação em direção a um único objetivo, o bem da Igreja, são requisitos essenciais do nosso serviço.” - Fonte: Vatican News
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Mosaico de "Nossa Senhora da Paz" coreana inaugurado nos Jardins Vaticanos
A autora retratou a Virgem Maria em pé com o Menino Jesus nos braços, expressando a esperança de que a terra escurecida pelas trevas da guerra possa encontrar novamente a harmonia e a paz por meio da poderosa intercessão da Rainha da Paz e fazer florescer uma nova era para todos humanidade.
Vatican News
Na tarde desta sexta-feira, 20 de setembro, Memória dos Santos André Kim Taegon, Paulo Chong Hasang e companheiros mártires, foi inaugurado nos Jardins Vaticanos o mosaico “Nossa Senhora da Paz” coreana, na presença do cardeal Fernando Vérgez Alzaga, L.C. , presidente do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, do cardeal Lazzaro You Heung sik, prefeito do Dicastério para o Clero, do episcopado Coreano, atualmente em visita ad limina, e de cerca de 200 pessoas entre fiéis leigos, religiosos e sacerdotes . O rito de bênção foi seguido pela recitação do Santo Rosário nas intenções do Santo Padre, em particular para invocar, em união com o Papa, o dom da paz.
Em maio de 2023, o cardeal Lazzaro You Heung Sik, prefeito do Dicastério para o Clero, encomendou à artista coreana Shim Soonhwa Catherine a criação de um mosaico de “Nossa Senhora da Paz” a ser colocado bos Jardins do Vaticano.
A artista revela que o purpurado lhe disse ter recebido a aprovação do Santo Padre por meio do cardeal presidente do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano e a convidou para visitar os Jardins Vaticanos para uma verificação e determinar as dimensões da obra.
Shim Soonhwa começou a pintar a imagem em tela em outubro passado e, após finalizá-la, criou o mosaico. A tela tem 160 cm de comprimento e 105 cm de largura, pintada com acrílico, enquanto o mosaico tem 150 cm de comprimento e 100 cm de largura, incluindo a moldura de mármore, totalizando 186 cm de comprimento e 130 cm de largura. A tela foi doada e exposta na sede do Dicastério para o Clero, no Palazzo dei Propylaea, na Praça Pio XII, 3.
No mosaico está presente um pedaço de vidro de 0,6cm para eliminar o brilho vítreo e dar um toque de maior leveza. O mosaico foi produzido na Coreia e enviado de avião, enquanto a moldura de mármore foi feita na Itália, em Carrara.
A efígie de "Nossa Senhora da Paz" é recoberta por um hanbok, veste tradicional coreana, e é de cor vermelha e verde turquesa, onde o vermelho representa a maternidade e a paz turquesa.
Na obra, Nossa Senhora, tendo em mãos um Terço - que simboliza a "arma" da oração para derrotar o mal - pisa na serpente, símbolo do mal. A obra também retrata o Menino Jesus que abençoa, segurando o globo na mão. As roupas que vestem o Menino são aquelas tradicionais coreanas usadas pelas crianças pequenas e, por serem preciosas e por isso sempre protegidas, é retratado com roupas coloridas características do povo coreano.
A autora retratou a Virgem Maria em pé com o Menino Jesus nos braços, expressando a esperança de que a terra escurecida pelas trevas da guerra possa encontrar novamente a harmonia e a paz por meio da poderosa intercessão da Rainha da Paz e fazer florescer uma nova era para todos humanidade.
A imagem representa ainda a pomba, símbolo do Espírito Santo, com o ramo de oliveira. O fundo é amarelo-ouro porque a cor é um símbolo da glória e da realeza de Deus e da luz.
Esta efígie mariana é a décima segunda representação da Virgem Maria presente nos Jardins do Vaticano entre outras obras de todos os cantos do planeta.
Fonte: Vatican News
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Balestrero: a dívida de muitos países é insustentável e deve ser transformada radicalmente
O observador permanente da Santa Sé na ONU fez uma intervenção na 57ª sessão ordinária do Conselho de Direitos Humanos em Genebra, na Suíça: o desenvolvimento é um “direito”, vivemos num sistema que agrava as desigualdades.
L’Osservatore Romano
O desenvolvimento autêntico diz respeito a “cada pessoa” e “a pessoa inteira em todas as dimensões”, superando também aquelas desigualdades que são “exacerbadas” pelo sistema econômico atual. Foi o que reiterou dom Ettore Balestrero, observador permanente da Santa Sé junto à ONU e outras organizações internacionais em Genebra, em duas declarações feitas ao Conselho de Direitos Humanos e ao Conselho de Comércio e Desenvolvimento da Unctad.
O direito ao desenvolvimento está “enraizado” na inter-relação de todos os direitos humanos, recordou o núncio apostólico, chamando para o compromisso com uma solidariedade “renovada”, mesmo “intergeracional”, como espera o Papa relativamente à proposta em nível internacional de “ampliar” o “conceito” de gerações futuras. Reiterou-se que “somente” a pessoa humana, “criada à imagem e semelhança de Deus”, tem uma dignidade “absoluta e inviolável”.
Quanto ao compromisso contra a pobreza, face à dificuldade de muitos países em desenvolvimento em pagar dívidas “insustentáveis”, dom Balestrero sublinhou como é “imperativo” empreender “ações radicais e transformadoras sobre a dívida”, também “tendo em consideração” a possibilidade de sua remissão.
Fonte: Vatican News
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Festival Summer Beats reúne milhares de católicos na maior cidade do Brasil
O festival católico Summer Beats reuniu 200 mil pessoas em São Paulo, com uma programação de shows, orações e missas. O evento celebrou sua 18ª edição com grandes nomes da música católica e uma intensa participação de fiéis.
Vatican News
São Paulo, a metrópole dos grandes shows e festivais, foi palco de uma manifestação da fé de grandes proporções no domingo, 15 de setembro. O festival católico Summer Beats bateu recorde de público, reunindo 200 mil pessoas na Praça Heróis da FEB e no Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMA-SP), anexo ao aeroporto Campo de Marte, na zona Norte da capital paulista.
Na sua 18ª edição, o evento, promovido pela produtora Summer Beats, em parceria com diversas comunidades e movimentos católicos, teve uma programação marcada por momentos de oração, pregações, apresentações musicais e uma feira vocacional. No local, também havia uma capela para adoração ao Santíssimo Sacramento e um espaço para o atendimento de confissões de milhares de fiéis.
Este ano, as atrações musicais aconteceram em dois palcos por onde passaram grandes nomes da música católica, como o Padre Marcelo Rossi, Juninho Cassimiro, Frei Gilson, Banda Rosa de Saron, Flávio Vitor, Fraternidade São João Paulo II, Guilherme de Sá, Tony Alysson, Naldo José, entre outros. Os nomes dos palcos também tiveram um significado especial: um, chamado de “Star”, foi dedicado à Virgem Maria, estrela da Nova Evangelização, e o palco “Guardian” homenageou São Miguel Arcanjo, guardião da Igreja
Em um dos palcos também foi celebrada a missa principal do evento, presidida pelo Padre José Roberto Abreu de Mattos, Reitor da Basílica Menor de Sant’Ana, da Arquidiocese de São Paulo. Também foram celebradas outras quatro missas ao longo do dia, na capela de adoração.
Antonio Cerqueira Junior, criador e produtor do Summer Beats, explicou que o evento surgiu em 2006 movido pela inspiração e o desejo de evangelizar a juventude. “O evento nasceu na oração e tem o intuito de promover a fé. A motivação é atrair os jovens de todas as idades para Deus por meio da oração, adoração e shows”, disse, mencionando que uma das marcas registradas do evento são as caravanas com jovens de diversas partes do Brasil. Nesta edição, foram cadastrados mais de 500 ônibus.
“Summer Beats significa ‘batida do verão’, mas, com nosso evento, queremos elucidar que a principal batida é a fé e a oração”, afirmou o idealizador, destacando que as experiências da atividade transcendem e se refletem na dinâmica pastoral das comunidades.
Em 18 anos, o festival já teve diversos formatos e parcerias até se consolidar no Campo de Marte, lugar muito significativo para os católicos brasileiros, pois já recebeu dois papas: São João Paulo II, em 1982, e Bento XVI, em 2007, na canonização de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão.
Como nos anos anteriores, o festival arrecadou alimentos não perecíveis, 17,6 mil kg ao todo, destinados para a Missão Belém, obra que realiza um trabalho social com população em situação de rua e com dependentes químicos na cidade de São Paulo.
Fonte: Vatican News
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Para o Jubileu, Igreja na Índia envolverá outras confissões cristãs
As Igrejas Cristãs na Índia pretendem dialogar e colaborar estreitamente para abordar questões nacionais urgentes no cenário atual. Em recente encontro ecumênico, foi recordada a significativa contribuição das Igrejas para a construção da nação, e concordado o comprometimento em “dissipar a interpretação errônea de que o cristianismo é uma religião estrangeira, uma vez que está presente na Índia há aproximadamente 2.000 anos”.
O Jubileu 2025 a ser aberto em 24 de dezembro será vivido na Índia com forte espírito ecumênico: é o que antecipa o cardeal Filipe Neri Ferrão, arcebispo de Goa e Damão e presidente da Conferência Episcopal dos Bispos de Rito Latino (CCBI) na Índia, na carta enviada às 132 dioceses de rito latino, onde vivem mais de 16 milhões de católicos indianos.
A carta convida a manter, nas celebrações jubilares, uma abordagem caracterizada pela "participação ecumênica e inter-religiosa" - visto "o Ano do Jubileu coincidir com o significativo marco ecumênico do 1700º aniversário do Concílio de Nicéia" -, e acolhendo o convite do Papa, “a intensificar os nossos esforços pela unidade dos cristãos e pela colaboração com outras confissões, refletindo a natureza inclusiva da nossa esperança em Deus”.
O mesmo objetivo foi reiterado em um encontro ecumênico realizado nestes dias em Bangalore, no qual tomaram 40 representantes cristãos, incluindo bispos, moderadores e pastores de cerca de 20 Igrejas das confissões católica, ortodoxa, protestante e evangélica.
O encontro teve como objetivo fortalecer o movimento ecumênico na Índia, a partir da oração de Jesus “Que todos sejam um” (Jo 17,21). Na assembleia que contou com a presença de dom Andrews Thazhath, presidente da Conferência Episcopal Católica Interritual dos Bispos Indianos (CBCI) - que agrupa os bispos de rito latino, siro-malabar e siro-malancar -, decidiu-se reunir-se com maior frequência para promover a comunhão e a fraternidade entre os líderes das igrejas, iniciando a criação de uma federação ecumênica de Igrejas na Índia. Além disso, foi aprovada a iniciativa de realizar uma assembleia ecumênica nacional especial em 2025 para celebrar o Ano do Jubileu de 2025 e o 1700º aniversário do primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia e do Credo Niceno.
As Igrejas Cristãs na Índia pretendem dialogar e colaborar estreitamente para abordar questões nacionais urgentes no cenário atual. Foi recordada a significativa contribuição das Igrejas para a construção da nação, concordando em comprometer-se em “dissipar a interpretação errônea de que o cristianismo é uma religião estrangeira, uma vez que está presente na Índia há aproximadamente 2.000 anos”.
A assembleia apelou à proteção dos direitos das minorias e à segurança das comunidades minoritárias, reiterando o desejo de trabalhar para o bem comum da Índia. - *Agência Fides
Fonte: Vatican News
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Cardeal Czerny para encontro na Colômbia: Nossa Senhora nos faz seguir em frente
O prefeito do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral reiterou o apoio e o acompanhamento da Santa Sé no II Encontro da Rede Eclesial de Justiça e Paz, do qual participam 25 pessoas de 13 países da América Latina e do Caribe.
Ariana Pernía Paolini - Vatican News
De 17 a 19 de setembro foi realizado em Bogotá, na Colômbia, o II Encontro da Rede Eclesial de Justiça e Paz. O prefeito do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral do Vaticano, cardeal Michael Czerny, dirigiu uma mensagem na qual convidou os presentes a participar e contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e humana.
Da mesma forma, o prelado expressou que “o continente americano continua a mostrar caminhos de esperança, como os promovidos pelo Papa Francisco quando convocou o Sínodo da Amazônia de Puerto Maldonado, no Peru, e cujas sementes continuam a dar frutos em todos os continentes”, apesar dos problemas que ocorrem no hemisfério. Por isso, considerou que é “um caminho de escuta do clamor de seus povos, de trabalho para o cuidado da casa comum, de compromisso em favor da dignidade humana”.
Nesse sentido, o prefeito Czerny exortou os participantes do encontro a fortalecer a democracia para que “a voz de seus povos e o clamor da natureza possam guiar as ações de seus governos”, segundo a ADN Celam. Nesse contexto, o cardeal lembrou aos presentes que a presença de Nossa Senhora os consola e os encoraja a continuar: “o Papa Francisco explicou que Nossa Senhora, ao mesmo tempo em que nos consola, nos faz seguir em frente e, assim, nos faz crescer como uma boa mãe, que, ao seguir os passos do seu filho João, o lança nos desafios do mundo”.
Por fim, o cardeal reiterou o apoio do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral à iniciativa e expressou sua proximidade: “estamos com vocês, com a mediação de Maria de Guadalupe e a intercessão de São Juan Diego, para que o Espírito Santo os inspire, e o Senhor Jesus os acompanhe, que Deus os abençoe”. - Fonte: Vatican News
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Arcebispo de Tiro no Líbano: “Ninguém quer a guerra”
Após as explosões que tiveram como alvo as telecomunicações do Hezbollah no País dos Cedros e a decisão do exército israelense de reforçar a sua presença no front norte, a população vive com medo de uma extensão do conflito. Testemunho de dom Charbel Abdallah, arcebispo maronita de Tiro.
Olivier Bonnel - Cidade do Vaticano
Mais uma vez, as populações do sul do Líbano têm a sensação de se tornarem reféns de um conflito que está fora do seu controle. Pelo menos aqueles que permaneceram na região, pois desde 8 de outubro de 2023, milhares de pessoas fugiram de povoados não muito distantes da fronteira israelense, para buscar refúgio em Beirute ou em outras cidades mais a norte. Desde então, os combates entre as Forças de Defesa de Isarel e o Hezbollah têm sido diários. Mas os ataques que tiveram como alvo os dispositivos de telecomunicações da milícia xiita na terça-feira, 17 de setembro, e quarta-feira, 18, aumentaram a ansiedade e a incerteza.
Além dos alvos diretos representados pelos combatentes do Hezbollah, os anúncios israelenses de uma redistribuição de parte das tropas para o norte do país reavivaram os receios de uma guerra em grande escala entre Israel e o Líbano. Na manhã de quinta-feira, as Forças de Defesa de Israel anunciaram ter realizado novos ataques aéreos contra posições do Hezbollah e um depósito de armas no sul do Líbano. O primeiro-ministro libanês cessante, Nagib Mikati, pediu à ONU que interviesse para pôr fim à “guerra tecnológica” travada por Israel contra o seu país.
“As pessoas não suportam a ideia de uma nova guerra porque todos ainda temos a guerra de 2006 nas nossas cabeças e nos nossos corações.”
Ninguém quer um prolongamento desta guerra, afirma dom Charbel Abdallah, arcebispo maronita de Tiro, a grande cidade do sul do país, que recorda a situação muito precária das populações locais e a guerra de 2006 entre o exército israelense e o Hezbollah. O arcebispo também confirma que a oração continua no centro da vida dos cristãos que permaneceram na região apesar dos combates.
Fonte: Vatican News
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Sementes de esperança no Círculo Laudato si’ em Villepinte, na França
Na cidade de Villepinte, nos arredores de Paris, duas paróquias iniciaram o Tempo da Criação com a missa dominical. Cantos, orações e gestos específicos marcaram a celebração, que foi apenas o início das diversas atividades previstas para este período.
Por Movimento Laudato Si’
As paróquias de São Vicente de Paulo e Nossa Senhora da Ascensão em Villepinte, cidade próxima a Paris, na França, iniciaram o Tempo da Criação celebrando a Festa da Criação. Foram divulgadas as atividades do Círculo Laudato si’ que se reúne na paróquia e tudo o que estão planejando para o Tempo da Criação. Sylvette Loubet, animadora Laudato Si’, se encarregou de organizar a celebração e fez com que os participantes se inspirassem no tema deste ano: “Esperançar e agir com a Criação”.
Em que consiste uma celebração pela criação?
Durante a celebração da missa dominical, os paroquianos participaram lendo juntos uma oração do Papa Francisco pela a criação. Cada pessoa recebeu um calendário contendo uma ideia de ação para cada dia do Tempo da Criação, suscitando a esperança durante o mês. O sacerdote que celebrou a missa, padre Olivier Jean Ferlin Fakiraniaina, um jovem de Madagascar, inspirou-se no Tempo da Criação para sua pregação. E ao saber das atividades do Círculo Laudato si’ que se reúne na paróquia para rezar pela criação, decidiu aderir.
As repercussões dos fiéis
Após a missa, Sylvette conversou com alguns fiéis que pareciam satisfeitos com a celebração. Embora às vezes seja difícil perceber como as pessoas são motivadas por esse tipo de iniciativa, “muitas vezes só descobrimos mais tarde”, afirma Sylvette. Para ela, as pessoas se emocionam e passam a agir em casa com pequenas coisas, o que “nos dá muita esperança quando ficamos sabendo”, diz ela. Sylvette continua: “no ano passado demos sementes para as pessoas no final da celebração e uma delas me disse: ‘Sabe, já nasceu uma flor.’ E me enviou uma foto. Recentemente, ela me contou que aquela flor havia dado outras sementes que ela, por sua vez, estava doando para os outros. Pequenas ações como essas mostram que as pessoas estão cada vez mais conscientes.” Um verdadeiro sinal das sementes da esperança.
Mais atividades para o Tempo da Criação
A celebração dominical foi o início da programação do Tempo da Criação, que continuará sendo celebrado nas paróquias até o dia 4 de outubro. Neste sábado, 21 de setembro, haverá uma vigília de oração; e no dia 22, uma celebração pela criação em todas as missas paroquiais, com uma caminhada e oração em meio à natureza. Por fim, em 5 de outubro, o Tempo da Criação será encerrado com uma conferência sobre São Francisco de Assis e uma missa com a bênção dos animais domésticos.
Fonte: Vatican News
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Ministra da Cultura, Margareth Menezes, encontra o Papa Francisco durante visita oficial à Europa
A Ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes, em entrevista à Rádio Vaticano-Vatican News, falou sobre sua missão oficial pela Europa, que incluiu um encontro com o Papa Francisco, discussões sobre o bicentenário das relações Brasil-Vaticano e o fortalecimento dos laços culturais entre Brasil e Itália. A ministra também ressaltou sua participação na Reunião de Ministros da Cultura do G7, além de refletir sobre o legado de Santa Dulce dos Pobres e a força da cultura brasileira.
Thulio Fonseca - Vatican News
Durante sua missão oficial pela Europa, a Ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes, teve um encontro repleto de significados com o Papa Francisco na Praça São Pedro, no Vaticano. Ao final da Audiência Geral da última quarta-feira (18/09), ao saudar o Santo Padre, a ministra transmitiu uma mensagem especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pedindo que o Papa rezasse pelo Brasil. Em resposta, Francisco garantiu suas orações pelo país, gesto que Margareth Menezes considerou um momento de grande significado espiritual. Ela destacou a importância de unir forças, tanto em ações concretas quanto espirituais, para enfrentar desafios globais, como as mudanças climáticas e seus impactos.
“Foi muito especial, o Papa tem um grande coração. Precisamos unir forças também no campo espiritual, pedindo a Deus que possa intervir em nosso favor.”
Presente simbólico para o Santo Padre
Além da troca de palavras, a ministra presenteou o Papa Francisco com uma obra de arte produzida por mulheres da Paraíba, feita com escamas de peixe. A peça, que combina sustentabilidade e arte, carrega o carinho do povo brasileiro e destaca o valor do artesanato nordestino. Margareth descreveu o presente como uma "joia sustentável" que expressa a riqueza cultural do Brasil e a habilidade dos artesãos locais. “É uma obra muito bonita, feita com todo o carinho da nossa gente”, afirmou durante a entrevista.
Relações culturais entre Brasil e Vaticano
Outro ponto alto da visita de Margareth Menezes ao Vaticano foi o encontro com o cardeal José Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação. Eles discutiram o bicentenário das relações diplomáticas entre Brasil e Vaticano, a ser comemorado em 2027, e planejaram ações culturais para marcar a ocasião. Menezes ressaltou a importância do patrimônio cultural católico no Brasil e a colaboração histórica entre as duas nações.
A ministra também mencionou o papel da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), a maior universidade católica do mundo, com seus 80 mil alunos, como um exemplo do potencial cultural e educativo brasileiro.
Reuniões com autoridades italianas e perspectivas futuras
Em Roma, Margareth Menezes se encontrou com o prefeito da cidade, Roberto Gualtieri, e com o ministro da Cultura da Itália, Alessandro Giuli. Os encontros tiveram como objetivo a retomada e o fortalecimento das relações culturais entre Brasil e Itália, que celebram 150 anos de reconhecimento diplomático. A ministra destacou a importância da comunidade de descendentes italianos no Brasil, que ultrapassa 30 milhões de pessoas, e sinalizou a intenção de ampliar as parcerias culturais entre os dois países.
“Estamos num momento de reconstrução das políticas culturais no Brasil, após anos de desmonte, e esses encontros foram positivos para potencializar nossas relações bilaterais.”
Participação no G7 e foco no desenvolvimento sustentável
Após sua passagem por Roma, Margareth Menezes se dirige a Nápoles, onde participa como convidada de honra na Reunião de Ministros de Cultura do G7. O evento aborda o tema "Cultura como instrumento para o desenvolvimento sustentável", com ênfase no continente africano. Menezes ressaltou a importância da cultura como bem comum da humanidade e seu papel crucial no desenvolvimento sustentável. Sua presença no G7 reflete o compromisso do Brasil em contribuir para o debate global sobre cultura e sustentabilidade.
Santa Dulce dos Pobres: exemplo de generosidade
Margareth Menezes recordou, também durante a entrevista, a canonização de Santa Dulce dos Pobres, evento que marcou profundamente sua trajetória pessoal e que, em outubro deste ano, completa 5 anos. Ao falar de sua participação na cerimônia em 2019, quando cantou o hino da santa brasileira para uma multidão de fiéis na Praça São Pedro, destacou o legado de caridade e solidariedade da santa baiana que permanece dando frutos. A ministra enfatizou a relevância da obra assistencial fundada por Santa Dulce, que continua salvando vidas e oferecendo cuidados gratuitos a milhares de pessoas no Brasil:
“Santa Dulce deixou um exemplo de generosidade e abnegação que continua a inspirar o Brasil. Sua obra assistencial é um milagre contínuo.”
A força da cultura brasileira
Ao encerrar sua entrevista, Margareth Menezes refletiu sobre a riqueza e diversidade da cultura brasileira, que ela define como uma mistura de influências dos povos indígenas, africanos e europeus. A ministra reforçou o compromisso de seu governo em revitalizar e fomentar o setor cultural, especialmente após o período de desmonte das políticas públicas culturais.
“A cultura brasileira é um ativo poderoso, que gera muitas oportunidades e tem grande representatividade global. Estamos trabalhando para potencializá-la ainda mais”, concluiu a ministra.
Fonte: Vatican News – na imagem, encontro com o Cardeal Tolentino de Mendonça.
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Movimentos populares: iniciar processos e não ocupar espaços, afirma Grabois
Para comemorar o aniversário de 10 anos do primeiro encontro mundial do Papa Francisco com os Movimentos Populares, o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, juntamente com o Encontro Mundial dos Movimentos Populares, organizou um simpósio nesta sexta-feira, 20 de setembro, com o slogan: “Plantando bandeira diante da desumanização”. Juan Grabois: “é necessário criar um espaço que nos permita articular a luta por ‘terra, teto e trabalho’ em todo o mundo”.
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“Com este simpósio, queremos encerrar uma etapa e abrir outra. Propusemos uma renovação do comitê organizador para que haja pessoas mais jovens. Temos que iniciar processos e não ocupar espaços por tanto tempo e dar-lhe força não apenas como um espaço de diálogo com o Papa, que acontece uma ou duas vezes por ano, mas como um espaço que nos permite articular a luta por 'terra, teto e trabalho' em todo o mundo”, diz Juan Grabois, membro do núcleo fundador do Encontro Mundial dos Movimentos Populares (EMMP) e membro do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral (DSDHI), em vista de um simpósio organizado pelo próprio Dicastério juntamente com o EMMP, para comemorar o aniversário de 10 anos do primeiro encontro do Papa Francisco com os Movimentos Populares.
“Por uma sociedade sem escravos e excluídos”
Explicando a origem do evento realizado nesta sexta-feira, 20 de setembro, no Palazzo San Calixto, em Roma, o advogado argentino assinalou que, o encontro do Papa Francisco com os Movimentos Populares é “uma continuação do trabalho pastoral que Jorge Mario Bergoglio desenvolveu quando era arcebispo de Buenos Aires”, com a criação do “Vicariato de Emergência para as favelas” e que quando se tornou Pontífice “assumiu um formato internacional”.
“Ele (Papa, ndr) desenvolveu algo muito importante que é o Vicariato para os sacerdotes das favelas, que é o que chamamos de bairros mais pobres, que são muitos padres que até hoje ainda estão nas favelas onde sofrem com a superlotação, a falta de serviços básicos, o avanço do narcotráfico devido à retirada do Estado, e sua experiência também com organizações da economia popular, especialmente a dos catadores, recicladores e costureiras que saíram das oficinas clandestinas do tráfico de pessoas para se organizarem em cooperativas. E que todos os anos, desde 2007, foi realizada uma missa até 2012, com um belo título: 'Por uma sociedade sem escravos e excluídos'.”
“Terra, teto e trabalho” como direitos sagrados
O líder social também indicou que, desde sua origem, o EMMP foi formado por representantes dos Movimentos Populares dos cinco continentes. A primeira reunião mundial com o Papa Francisco foi realizada em 28 de outubro de 2014 no Vaticano, seguida de outras três reuniões. Naquela primeira ocasião, na antiga Sala do Sínodo, o Pontífice lhes deu o slogan dos 3Ts, “terra, teto e trabalho”.
“Essa primeira reunião plantou uma bandeira que é 'terra, teto e trabalho' como direitos sagrados. E a partir daí, de 2014 em diante, esse slogan surgiu não de uma ideia brilhante dos movimentos, nem do próprio Papa, mas de um diálogo, algo sinodal de certa forma. Então, isso continuou por quatro reuniões, a última foi durante a pandemia e algumas reuniões locais menores”.
“É necessário iniciar processos e não ocupar espaços”
Por todas essas razões, o membro do núcleo fundador do EMMP especificou que este simpósio busca ser um ponto de ruptura nesse processo que começou há 10 anos e dar mais espaço para a promoção dos 3Ts.
“A ideia deste aniversário é encerrar uma etapa e abrir outra. Propusemos uma renovação do comitê organizador para que haja pessoas mais jovens. Quando começamos, eu tinha 30 anos, agora tenho 40. Portanto, temos que iniciar processos e não ocupar espaços por tanto tempo e dar-lhe força não apenas como um espaço de diálogo com o Papa que acontece uma vez por ano, duas vezes por ano, mas como um espaço que nos permite articular a luta por 'terra, teto e trabalho' em todo o mundo”.
Diálogo e reflexão sobre o caminho percorrido
O simpósio tem como foco analisar os passos dados no caminho percorrido desde a primeira até a quarta reunião com os Movimentos Populares e como eles têm respondido aos diferentes desafios que surgiram.
“Em muitos países, conheço mais a América Latina, mas também aconteceu na África e na Índia, as organizações sociais, desde que o Papa emprestou sua voz para apontar as injustiças que estão sendo vividas e um caminho para a justiça social, conseguiram o desenvolvimento de algumas políticas públicas com avanços e retrocessos, porque há governos mais permeáveis a essas propostas e outros menos permeáveis. Sempre que as organizações assumem um papel de liderança e uma capacidade de mobilização e ação coletiva, isso geralmente assusta os governos, mas coisas muito importantes foram alcançadas no Brasil com o avanço da reforma agrária, na Argentina com a integração sociourbana, em países como Gana com a organização dos catadores de materiais recicláveis e até mesmo na Libéria. Acredito que essa é uma semeadura para o futuro, que o Papa está semeando para o futuro”.
Os 3Ts expressam um sujeito social: os excluídos
Sobre os 3Ts, “Terra, teto e trabalho”, o membro da DSDHI disse que não é apenas um slogan, um lema, mas é algo que pessoas de diferentes ideologias políticas e sociais ou mesmo pessoas sem ideologia, pessoas de diferentes religiões podem assumir como seu, porque é algo que todos querem para seus filhos, que eles tenham um lugar para morar, um trabalho para ganhar seu pão e, acima de tudo, se viverem em áreas rurais, terra e também território.
“Não é apenas um slogan, mas expressa um sujeito social, que são aqueles excluídos da terra, da moradia e do trabalho, seja porque não os têm ou porque os têm em quantidade e qualidade insuficientes. Os trabalhadores mais precários, os trabalhadores da economia informal, até mesmo os trabalhadores que inventaram seu próprio trabalho diante do descarte que o Papa denuncia constantemente. As famílias sem-teto, porque vivem nas ruas, mas também porque estão sujeitas a aluguéis que levam metade do que ganham com o trabalho, ou porque vivem em favelas que não têm as condições básicas de água, eletricidade, esgoto, escolas, clubes de bairro, o que é necessário para viver bem. E os camponeses, os povos originários que não têm terra ou que estão permanentemente ameaçados pelo avanço do extrativismo, do agronegócio”.
“Plantando uma bandeira diante da desumanização”
Comentando o tema deste Simpósio, o advogado argentino disse que hoje existem várias formas de desumanização no mundo, incluindo uma mudança de uma “cultura do descarte” para uma “cultura da desumanização”, até mesmo do extermínio, onde a vida humana vale cada vez menos.
“O que acreditávamos ser uma ordem institucional, em que pelo menos a justiça social era proclamada como um elemento positivo, um avanço, ou seja, o respeito pela dignidade humana, agora está sendo questionado. Há pessoas muito poderosas e influentes que acham que a vida de um migrante não tem valor, que acham que a vida de uma pessoa que é socialmente excluída não tem valor, e elas declaram isso abertamente. Essa é uma forma de desumanização, outra forma é a hipocrisia, aqueles que pregam a justiça social, mas praticam o contrário”.
Um livro e um vídeo para comemorar os 10 anos
Por fim, Juan Grabois disse que o simpósio consiste em um diálogo. Além da intervenção do cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Integral, teve algumas apresentações dos fundadores do Encuentro (EMMP), de pessoas que representam os três setores agrupados, o rural, o urbano e o da economia popular. O evento foi concluído com o discurso do Papa Francisco aos participantes. E com a apresentação de um livro e a publicação de um vídeo comemorativo.
“No livro onde estão reunidos todos os discursos do Papa aos Movimentos Populares, não só os quatro oficiais mais o que ele fez nessa sexta-feira. O livro consiste basicamente nesses discursos, mas também mostra a continuidade com os antecessores do Papa Francisco, que também falaram sobre terra, moradia, trabalho, reforma agrária, integração urbana, formas cooperativas, ou seja, falaram sobre diferentes aspectos que estamos levantando hoje, e que o Papa Francisco retomou e atualizou”.
Fonte: Vatican News
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OXFAM: 1 milhão de mortos, preço dos vetos no Conselho de Segurança da ONU
O dossiê examinou 23 dos conflitos mais violentos e mais longos da última década - incluindo os do Afeganistão, Burkina Faso, Etiópia, Líbia, Níger, Territórios Palestinos Ocupados, Somália, Sudão do Sul, Sudão, Síria, Ucrânia, Venezuela e Iêmen - revelando como 27 dos 30 vetos apresentados pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas diziam respeito a decisões essenciais para a resolução pacífica das crises na Palestina, na Síria e na Ucrânia.
Vatican News
O abuso do poder de veto implementado pelos 5 países membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, em particular pelos Estados Unidos e pela Rússia, está efetivamente impedindo qualquer progresso real em direção à paz na Ucrânia, nos Territórios Palestinos ocupados e em Israel, bem como na Síria., denuncia um novo relatório publicado na quinta-feira, 19, pela Oxfam, nas vésperas da Assembleia Geral das Nações Unidas.
O dossiê examinou 23 dos conflitos mais violentos e mais longos da última década - incluindo os do Afeganistão, Burkina Faso, Etiópia, Líbia, Níger, Territórios Palestinos Ocupados, Somália, Sudão do Sul, Sudão, Síria, Ucrânia, Venezuela e Iêmen - revelando como 27 dos 30 vetos apresentados pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas diziam respeito a decisões essenciais para a resolução pacífica das crises na Palestina, na Síria e na Ucrânia.
No mesmo período, nos países analisados, a guerra provocou mais de 1 milhão de vítimas e obrigou 233,5 milhões de pessoas a depender da ajuda humanitária para sobreviver, mais do dobro em relação a 2015.
Para o conselheiro político da Oxfam Itália para crises humanitárias, Paolo Pezzati, “os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança usam o seu poder exclusivo de veto e negociação, apenas para perseguir os seus próprios interesses geopolíticos particulares, minando assim a capacidade de manter a paz e a segurança mundiais. Um fracasso que hoje é evidente para todos, mais do que nunca”. “A China, a França, a Rússia, o Reino Unido e os Estados Unidos – observa - assumiram a responsabilidade pela segurança global em um períod que ainda respondia à lógica colonial, completamente incompatível com um mundo que hoje procura desesperadamente a paz e a justiça para todos."
De acordo com a Oxfam, outro elemento crítico do poder exercido pelos 5 membros permanentes é aquele que lhes permite orientar e influenciar as negociações que conduzem à elaboração e apresentação das resoluções. Colocar em primeiro plano a defesa dos próprios interesses.
Embora a França e o Reino Unido não tenham usado o seu veto durante a última década, eles e os Estados Unidos influenciaram a elaboração de dois terços das resoluções relativas às 23 crises prolongadas analisadas pela Oxfam no relatório.
Foi o que aconteceu com a crise no Iêmen, por exemplo, país em que o Reino Unido mantém interesses estratégicos de herança colonial, especialmente no que diz respeito à manutenção do status quo nas rotas marítimas. Interesses que a França, ainda que de forma diferente, mantém por exemplo no Mali.
Conforme relatado no dossiê, também existem possíveis iniciativas que nem sequer são redigidas ou apresentadas como resolução, porque seriam inevitavelmente sujeitas a veto.
Embora a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) tenha aprovado pelo menos 77 resoluções nos últimos 10 anos em apoio ao direito à autodeterminação e em defesa dos direitos humanos do povo palestino e pelo fim da ocupação ilegal de Israel, os Estados Unidos usaram o seu poder de veto seis vezes para bloquear resoluções consideradas contrárias aos interesses do aliado Israel, afirma a Oxfam: “Estabelecendo assim as bases para a expansão tranquila dos assentamentos de colonos israelenses nos Territórios Palestinos Ocupados, ilegais segundo o direito internacional”.
Do total de crises analisadas pela Oxfam, quase metade ficou em segundo plano, com apenas 5 resoluções cada. Os casos mais marcantes são Mianmar, onde apenas um foi votado, e Etiópia ou Venezuela, onde nenhum foi apresentado.
Ao mesmo tempo, porém, deve-se considerar a forma como o Conselho de Segurança aprovou quase 80 resoluções sobre o Sudão e o Sudão do Sul, 53 sobre a Somália e 48 sobre a Líbia, sem que nenhuma delas conduzisse a uma paz duradoura. No entanto, sobre a crise na República Democrática do Congo, foram votadas 25 resoluções nos últimos 10 anos, mas mesmo assim a missão da ONU no país tem sido sistematicamente subfinanciada e mal coordenada. A Oxfam apela a “uma reforma abrangente do Conselho de Segurança da ONU, incluindo a abolição do poder de veto concedido aos 5 membros permanentes”.
O relatório denuncia ainda o fato de que, embora o financiamento humanitário continue a depender exclusivamente de contribuições voluntárias, o financiamento dos Estados-membros da ONU para operações de manutenção da paz é obrigatório, o que representa uma clara distorção.
A Oxfam lança um apelo, portanto, para uma reforma completa do Conselho de Segurança da ONU, incluindo a abolição do poder de veto concedido aos 5 membros permanentes.
“Precisamos de um sistema das Nações Unidas que não traia os princípios originais e esteja em sintonia com os tempos – defende o conselheiro político da Oxfam Itália, Paolo Pezzati -, um Conselho que funcione para a maioria da população global e não para poucos poderosos. A partir da renúncia ao direito de veto e aos privilégios atribuídos aos EUA, à Rússia, à China, à França e ao Reino Unido, prosseguindo com o reconhecimento do status de membros a um maior número de países”.
Fonte: Vatican News
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Moçambique: Aumento das seitas religiosas levou à desestabilização dos jovens
Os representantes da juventude católica moçambicana na recém-concluída conferência da juventude organizada pela Associação Inter-regional dos Bispos da África Austral (IMBISA) dizem que a "presença maciça de seitas religiosas nos últimos anos" no seu país "levou a alguma desestabilização dos jovens católicos".
Sheila Pires – Joanesburgo, África do Sul
Em conversa com o Vatican News, Josefina José Alimene, da Diocese de Lichinga, e Luís António Matsena, da Arquidiocese de Maputo, dizem que, além da "crise religiosa" no país, as "crises socioculturais" e os elevados níveis de desemprego levam os jovens ao "consumo excessivo de álcool" e drogas.
Representantes da juventude das seis conferências episcopais que compõem a IMBISA, juntamente com seus capelães, participaram da conferência da juventude sob o tema "Responder aos desafios dos jovens na região da IMBISA segundo Christus Vivit".
A conferência de jovens de 9 a 13 de setembro realizada no Centro de Retiros e Conferências Padre Pio focou em várias questões, incluindo a morte, na região e como ela afeta os jovens, falando livremente na Igreja e na sociedade sobre mulheres, abuso de drogas, depressão e saúde mental e falando livremente na igreja e na sociedade sobre assuntos silenciosos, incluindo LGBTQI+.
Tanto Josefina como Luís saúdam a iniciativa da IMBISA de aproximar os jovens para o diálogo sobre assuntos críticos, utilizando a metodologia do Sínodo sobre a Sinodalidade 'Conversa no Espírito'.
Em relação às eleições gerais agendadas para 9 de outubro de 2024 para escolher o próximo Presidente da República, Parlamento e lideranças provinciais de Moçambique, Josefina e Luís apelam aos eleitores elegíveis, em particular aos jovens, para irem votar.
Fonte: Vatican News
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Instagram bloqueia transmissão ao vivo de frei Gilson e afeta rosário na madrugada
Por Nathália Queiroz
O recurso de transmissão ao vivo do Instagram do frei Gilson Azevedo, padre da Congregação dos Carmelitas Mensageiros do Espírito Santo, está bloqueado desde terça-feira (17). A plataforma alegou que a conta feriu uma de suas normas e bloqueou o recurso por 30 dias. O bloqueio afeta os milhares de participantes das lives das 4h que acontece diariamente desde o dia 15 de agosto para rezar o rosário na Quaresma de São Miguel. Para continuar transmitindo por essa plataforma, ele criou de forma provisória uma conta reserva.
“O Instagram nos bloqueou dizendo que ferimos algumas das suas normas e não podemos fazer a transmissão ao vivo”, diz o frei Gilson, em uma publicação de quarta-feira (18).
“O meu instagram está funcionando normal, menos a transmissão ao vivo, o que é de suma importância para milhares de pessoas que gostam de acompanhar no Instagram o Rosário”, continuou ele.
“Estamos tomando todas as medidas para que o Instagram nos permita de novo usar essa ferramenta, estamos querendo entender o porquê nos barraram porque até o momento não fomos informados”, disse frei Gilson na quarta-feira (18).
A equipe do frei Gilson disse à ACI Digital que enquanto a conta oficial estiver bloqueada para a transmissão ao vivo, os rosários da madrugada serão transmitidos pela conta reserva cujo perfil é fg_eu_seguirei e já tem mais de 263 mil seguidores.
O rosário da madrugada também é transmitido pelo canal do Youtube, pelo Facebook e pela TV Canção Nova.
O rosário da madrugada durante a Quaresma de São Miguel é uma prática devocional conduzida por frei Gilson, que acontece entre 15 de agosto e 29 de setembro. Termina na festa dos arcanjos são Miguel, são Gabriel e são Rafael.
Durante esses 40 dias, frei Gilson faz transmissões ao vivo às 4h da manhã, onde reza o rosário junto com convidados especiais e milhares de fiéis que o acompanham através de várias plataformas online. Segundo o frei, a live no Instagram tinha uma participação média diária de 60 a 70 mil pessoas, chegando às vezes até 90 mil. Somando todas as plataformas, mais de 500 mil pessoas rezam o rosário da madrugada diariamente.
Fonte: ACIDigital
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